Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 04 de fevereiro de 2020

INSTITUTO MOREIRA SALLES REÚNE 46 MIL GRAVAÇÕES 78 ROTAÇÕES EM SITE

 

Instituto Moreira Salles reúne 46 mil gravações de 78 rotações em site

Ferramenta permite criação de playlists com fonogramas de artistas como Carmen Miranda, Francisco Alves e João Gilberto
 
 
 
Discos Foto: Arte
Discos Foto: Arte
 
 

RIO - Foi um caso de amor à primeira vista — e audição. O disco de 78 rotações chegou ao Brasil em 1901, e seu processo de produção, gravado em cera, adaptou-se como uma luva ao calor tupiniquim. Para completar, os músicos locais logo tomaram gosto pela coisa: em 6 meses, 300 gravações foram feitas, e a primeira foi lançada no ano seguinte. Cinco décadas da história fonográfica brasileira estão registradas em cerca de 35 mil disquinhos pequenos, em geral com uma música de cada lado. Nos anos 1950, começou a decadência do formato, que tinha como matéria-prima a goma-laca, pesada e frágil. O LP — um pouco maior, gravado em fita magnética, com 33 rotações por minutos, e feito em vinil, material mais leve e resistente — passou a reinar. As matrizes do antigo rei em muitos casos viraram sucata, vendidas como ferro-velho por ter prata em sua composição. Por isso, o recém-lançado Discografia Brasileira, site do Instituto Moreira Salles (IMS) que reúne significativa parte da produção daquela fase, com 46 mil arquivos de áudio, merece atenção.

 
 
 
Já se foi o tempo em que era um sofrimento ouvir uma música específica. Mesmo gravações consideradas raras se tornaram relativamente fáceis de se encontrar, através da internet. Por exemplo, alguns discos de 78 rotações por minuto, como os presentes neste vídeo, podem ser ouvidos no site Discografia Brasileira, que tem 46 mil arquivos de áudio.
á se foi o tempo em que era um sofrimento ouvir uma música específica. Mesmo gravações consideradas raras se tornaram relativamente fáceis de se encontrar, através da internet. Por exemplo, alguns discos de 78 rotações por minuto, como os presentes neste vídeo, podem ser ouvidos no site Discografia Brasileira, que tem 46 mil arquivos de áudio.

Estão lá o disco pioneiro lançado no país (“Isto é bom”, de Xisto Bahia, cantado por Bahiano em 1902), o primeiro samba de sucesso (“Pelo telefone”, de Donga, em duas gravações de 1917, uma instrumental e outra cantada), o disco pioneiro do sistema elétrico de gravação (com “Passarinho do má” e “Albertina”, por Francisco Alves, em 1927), o início da era do baião (“Baião”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, com Quatro Ases e Um Coringa, em 1946), o primeiro rock brasileiro gravado (“Rock n’ roll em Copacabana”, por Cauby Peixoto, em 1957) e o início da bossa nova (com “Chega de saudade”, de João Gilberto, em 1958).

 


O Globo segunda, 03 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020 - ALESSANDRA NEGRINI

 

Alessandra Negrini: 'Carnaval de SP é dos mano, das mina, das trava, dos gay'

No elenco de duas séries inéditas, a rainha do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, de São Paulo, diz ter a sensação de ‘rock star’ ao subir no trio e comenta a imagem
 
de mulher sexy: ‘Ruim não é’
Alessandra Negrini no ensaio do blobo Acadêmicos do Baixo Augusta Foto: Frâncio de Holanda / Divulgação
Alessandra Negrini no ensaio do blobo Acadêmicos do Baixo Augusta Foto: Frâncio de Holanda / Divulgação
 
 

Ô abre-alas que ela vai passar... no metrô. Alessandra Negrini apareceu pulando carnaval no coletivo paulista num vídeo que viralizou, na semana passada. Há oito anos, ela é rainha do Acadêmicos do Baixo Augusta e voltava do ensaio do bloco, que, este ano, tem a frase “Viva a resistência” como tema.

— Carnaval é a grande resistência, festa pagã da alegria. As pessoas estão precisando desse transbordamento, uma espécie de saudades do Brasil — diz a atriz, que começou a gravar a série “Fim”, da Globo, baseada na obra de Fernanda Torres. No final de 2019, ela rodou “Cidade invisível”, dirigida por Carlos Saldanha para a Netflix e com previsão de estreia para este ano.

Nesta entrevista, feita por WhatsApp, Alessandra diz que tem sensação de um “rock star” ao subir no trio. Prestes a completar inacreditáveis 50 anos (em agosto), ela fala ainda da imagem de sexy e da paixão pelo Corinthians.

Alessandra Negrini, rainha do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta Foto: Frâncio de Holanda / Divulgação
Alessandra Negrini, rainha do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta
Foto: Frâncio de Holanda / Divulgação

 

Quem é rainha não perde a majestade nem no metrô?

Foi espontâneo. Ainda estava brincando de rainha, mas na vida civil (risos). Adoro andar de metrô, é o rolê mais chique e civilizado que tem. Fora, é claro, quando dá pra ir a pé. Aí, a cabeça esfria, a ansiedade baixa. Mesmo sem ter a praia , a gente sente uma brisa. Cada vez mais procuro aproveitar a cidade assim, usando minha coroa de cidadã.

Quais as novidades do Baixo Augusta prepara este carnaval?

 

Além da nossa banda, comandada pelo Simoninha, e da nossa madrinha, Tulipa Ruiz, teremos Fafá de Belém, Elza Soares e Nação Zumbi.

RAINHA DE BLOCO:Alessandra Negrino fala de boa forma e energia

Como é a sensação de subir no trio do bloco?

Uma experiência particular. Às vezes dá preguiça, né? Fantasia, exposição, foto, é trabalhoso. Mas quando vai chegando perto, lembro daquela sensação de rock star, o coração começa a bater mais forte e, daqui a pouco, tô em cima do trio de novo, e mais um ano, dançando como se não houvesse amanhã.

O que diria para quem fala que o carnaval de SP é frio ou “mauricinho”?

Isso é intriga da oposição. Carnaval de São Paulo é rolê dos “Maurício”, dos mano, das mina, das trava, dos gay e de quem mais chegar.

Curte amor de carnaval?

Já vivi umas poucas experiências bem marcantes e diria que incríveis. No carnaval, lembramos que não estamos no controle da vida, que somos parte do bloquinho que baila e vai passando.

Que costume machista mais te irrita no carnaval?

Tenho a sensação de que, finalmente, os homens estão começando a aprender a se comportar com respeito. As mulheres estão mais assertivas, o rolê tá ficando mais civilizado, mais moderno.

 

 
Alessandra Negrini no ensaio do Acadêmicos do Baixo Augusta Foto: Francio de Holanda / Divulgação
Alessandra Negrini no ensaio do Acadêmicos do Baixo Augusta
Foto: Francio de Holanda / Divulgação

Você faz projetos alternativos de teatro com a galera da Praça Roosevelt, textos de jovens autores. Por que é importante contar essas histórias?

Não faço distinção de alternativo ou oficial, faço o que acredito que tenha valor.

Como avalia o tratamento dado à Cultura pelo atual governo e o que deseja a Regina Duarte?

Sorte. Espero que possa realizar algo e, sendo a atriz gabaritada que é, devolva à Cultura o tratamento digno que ela merece. Que possa mostrar a esse governo e aos que o apoiam que a Cultura não é um inimigo a ser combatido. É uma potência a ser explorada, expandida, incentivada, e que é através da nossa cultura e só dela, que podemos ser fortes.

Você é super corinthiana. Tem inveja do Flamengo como todo não-flamenguista?

Nunca! Aqui é Corinthians, na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, sempre serei apaixonada pelo meu time.

PAPEL MARCANTE:Alessandra viveu "Engraçadinha, seus amores e seus pecados"

Você explodiu com “Engraçadinha” e fez muitos papéis sexys. Já confundiram personagem e atriz? Enfrentou assédio?

Nunca enfrentei assédio, sempre fui respeitada como atriz antes de qualquer coisa. O que me interessa é chegar ao coração das pessoas. O resto é fantasia que a gente põe e tira, brinca de ser sexy, engraçada, má, boa. O que me interessa é trabalhar com a verdade humana. Falar do quanto é difícil e lindo ser gente. Da luta, da saga heroica que é a vida de qualquer um de nós.

 

Ficou quatro anos afastada das novela até “Orgulho e Paixão” (2018). O personagem te interessou?

Eu queria fazer um personagem cômico. Normalmente, chamam você sempre para a mesma coisa.

Seu filho está estreando como ator em "Amor de mãe".  Acha que ele leva jeito?

Ele é profundo e verdadeiro, além de lindo, é claro, (risos). O resto é experiência e treino. No mais, desejo que saiba ser feliz e que seja forte para aguentar o tranco. Ele é.

VILÃ DE JANE AUSTEN:Alessandra Negrini na novela "Orgulho e paixão"

Antes do empoderamento estar no centro do debate contemporâneo, você se comportava de maneira livre. Teve educação sem moralismo?

Ninguém é livre de moralismos, temos que equilibrar as pressões. Liberdade, pra mim, é um valor, assim como o amor. Nunca soube ser diferente de mim mesma, até quando tentei. A gente vai aprendendo a conviver com os outros, amar e, ainda assim, ser fiel a si próprio.

Na sua opinião, qual é a questão mais difícil para o feminismo hoje?

Ser livre versos se deixar amar; ser forte e saber se entregar; ser independente e poder ser acolhida. Enfim, contradições que podem nos atordoar. O desfio é pacificarmo-nos internamente, na nossa condição feminina, mas antes de tudo humana. Ser mulher pode ser rótulo, somos gente. Às vezes, eu só quero ser. Nem mulher, nem bonita, nem feia, nem ter tantos anos, nem nada, só ser eu, Alessandra.

 

Por que acha que te consideram sexy e veem tanto borogodó em você?

Sei lá, deixa eles verem. Ruim não é.

Em tempos de fluidez na sexualidade, você se permite transitar entre os gêneros?

Nunca tive vontade.

Você tem fama de temperamental. Melhorou com a idade ou, quando precisa, a “Engraçadinha” volta?

Não sei que fama é essa (risos)... Me acho  fofa.

 


O Globo domingo, 02 de fevereiro de 2020

ZECA PAGODINHO APRESENTA RODA DE SAMBA NA GÁVEA

 

Zeca Pagodinho apresenta roda de samba na Gávea

Cantor recebe Monarco, Adriano Ribeiro, Mingo Silva, Renato da Rocinha e Thiago Martins
 
 
O cantor Zeca Pagodinho Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
O cantor Zeca Pagodinho Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
 
 

No último ano, quando completou 60 primaveras, Zeca Pagodinho prometeu que ia pegar mais leve. Mas o bamba segue em plena atividade e leva hoje ao Jockey Club a 5ª edição do Samba do Zeca, roda de samba que terá Monarco, Adriano Ribeiro, Mingo Silva, Renato da Rocinha e Thiago Martins como convidados especiais.

— Em 2019 tive esse projeto, o show com a Maria Bethânia e a turnê “Ser humano”. Não diminuí o ritmo ainda, mas vou conseguir. Esses trabalhos estavam marcados. Depois vou viajar com meus filhos e netos, curtir a vida — garante Zeca, que se diz cansado da rotina da estrada. — O show é mole, o negócio difícil é a viagem. Até chegar no palco tem que ficar trancado no quarto do hotel.

rdas (direção musical e violão), Jorge Gomes (bateria), Alessandro Cardoso (cavaquinho), Dudu Oliveira (sopros), Waltis Zacarias, Rodrigo Jesus e Paulino Dias (percussões), o bamba canta sucessos da carreira, como “Vai vadiar” e “Deixa a vida me levar”, além de sambas de Cartola, Nelson Cavaquinho e Elton Medeiros, entre outros.

— A roda é legal, tem convidados, meus amigos. Vai todo mundo, não é um show, que tem figurino, essas coisas. Eu só vou. E eu vou beber — brinca Zeca, que usa um teleprompter para lembrar das letras. — É só para dar um toque, ajuda.

'Eu também sou difícil'

Segundo Paulão, que trabalha com o amigo há 36 anos, o recurso caiu nas graças do cantor:

— Rola até na roda, as pessoas se acostumam, é um vício — gargalha. — Mas é um esquema bacana, uma configuração do espaço que nos aproxima do público, é quase uma roda suspensa de samba, com um palco retangular elevado. A banda é muito cascuda, tem uma sonoridade muito legal. E o formato da roda eu tiro de letra, fiz isso a vida inteira.

Com cerca de três horas, a roda tem quase o dobro de duração de um show normal do artista, como “De Santo Amaro a Xerém”, com Maria Bethânia, que tem fama de ser muito exigente.

— Eu também sou difícil. Todo o tempo que tivemos juntos foi maravilhoso. A gente ria, cantava e contava histórias antigas — afirma Zeca, que lembra da amiga Beth Carvalho, morta em abril do ano passado. — Foi ela quem me lançou, é minha madrinha do samba, minha querida. A vida é assim mesmo.

Onde: Jockey Club. Praça Santos Dumont 31, Gávea (3534-9061). Quando: Sáb, às 16h.Quanto: De R$ 180 a R$ 320. Classificação: 18 anos.


O Globo sábado, 01 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020: COMO APROVEITAR EM MONTEVIDÉU

 

Montevidéu em tempo de carnaval: veja como aproveitar a folia mais longa do mundo

Uruguai tem programação oficial por cerca de 50 dias, até meados de março
 
 
Integrantes de um grupo de murga, uma das expressões culturais mais tradicionais do carnaval uruguaio, durante o desfile de abertura da folia em Montevidéu Foto: Pablo Porciuncula / AFP
Integrantes de um grupo de murga, uma das expressões culturais mais tradicionais do carnaval uruguaio, durante o desfile de abertura da folia em Montevidéu Foto: Pablo Porciuncula / AFP
 RIO - Se há algo que orgulhe mais os uruguaios do que o Maracanazzo é o tal “carnaval mais longo do mundo”, que dura cerca de 50 dias. De fato, enquanto por aqui o clima momesco ainda está esquentando, no país vizinho a folia de 2020 já começou e vai até 13 de março.
 

A abertura oficial dos festejos em Montevidéu aconteceu em 23 de janeiro, um mês antes do domingo de carnaval, com um grande desfile, que reuniu diversos grupos carnavalescos na Avenida 18 de Julio, a principal da cidade. O evento teve direito a carros alegóricos, passistas e um grupo de bonecos gigantes, criados pelos franceses do Les Grand Personnes.

O carnaval uruguaio é marcado pela diversidade de expressões artísticas, de batuques populares a apresentações quase teatrais, passando por escolas de samba, ao melhor estilo brasileiro.

Uma dessas expressões mais conhecidas é o candombe, ritmo de origem africana, tocado por grandes grupos de percussão (comparsas), que desfilam nas ruas dos bairros Palermo e Barrio Sur. Os grandes desfiles são as Llamadas, que acontecerão nos dias 7 e 8 de fevereiro.

Outra importante face do carnaval uruguaio são as murgas, apresentações de grupos que misturam música, teatro, um visual extravagante e muito humor para falar sobre assuntos do cotidiano uruguaio. Não faltam sátiras políticas e sociais, usando rimas e um ritmo conhecido como “marcha camión”. As apresentações acontecem em palcos espalhados pela cidade e também no Teatro de Verano, o principal ao ar livre da cidade. A programação está em no website descubrimontevideo.uy.


O Globo sexta, 31 de janeiro de 2020

CARNAVAL 2020: MANGUEIRA

 

Mangueira, que contará a vida de Jesus na Sapucaí, abre seu barracão para representantes de diferentes religiões

As muitas bênçãos para um enredo em verde e rosa
Harmonia: Leandro Vieira (sentado no centro) recebe religiosos no barracão Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Harmonia: Leandro Vieira (sentado no centro) recebe religiosos no barracão Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
 
 

RIO — Diante da onda de boatos envolvendo o enredo da Mangueira, que contará a vida de Jesus na Sapucaí este ano, a verde e rosa decidiu abrir as portas de seu barracão nesta quinta-feira em busca das bênçãos de 17 líderes religiosos. O grupo, integrado por rabino, frei, pastor e babalaô, percorreu as alegorias na Cidade do Samba para entender o que o carnavalesco Leandro Vieira vai mostrar na Avenida. Depois do passeio, não houve condenação.

— Não vejo qualquer tipo de profanação. Vejo uma manifestação com conceitos do povo, que, de forma alguma, profana a imagem de Jesus. Pelo contrário, acho que teria a aprovação até mesmo do próprio — disse o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil.

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O enredo “A verdade vos fará livre” despertou uma série de ataques virtuais nas últimas semanas. Para a pastora Lusmarina Campos Garcia, da Igreja Luterana, “há uma grande manipulação da figura de Cristo e do discurso religioso por parte de alguns grupos que querem colocar Jesus a serviço do mercado, do capitalismo”.

Apesar de convidada, a Arquidiocese do Rio não enviou representante à visita.

— Não fui porque não achamos que seria o caso. Eu já conversei algumas vezes com o Leandro. Ele vem nos mostrando que pretende ter todo o cuidado para não ferir sentimentos religiosos — disse a diretora jurídica da Arquidiocese, Claudine Dutra.

Morador do Morro da Mangueira, o babalaô Ivanir dos Santos, que organizou o encontro com o carnavalesco, disse que os religiosos vão desfilar à frente da escola:

— Vamos ter uma faixa, que ainda é surpresa. Esse enredo é uma ode à liberdade. O Jesus que a Mangueira vai levar para a Avenida é o Jesus da gen 

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Leandro , que recebeu o grupo, afirmou que está aberto ao diálogo:

— Quem quer Jesus no meio do povo, no meio da gente, está abraçando a Mangueira. Já quem quer que Jesus fique num trono, preso eternamente na cruz, quer que a Mangueira nem desfile.


O Globo quinta, 30 de janeiro de 2020

FLUMINENSE VENCE O FLAMENGO COM GOL DE CALCANHAR DE NENÊ

 

Fluminense vence o Flamengo com gol de calcanhar de Nenê

Tricolor mantém 100% no Carioca; rubro-negro sofre primeira derrota no ano
 
 
Nenê comemora com a torcida o gol da vitória do Fluminense sobre o Flamengo, no Maracanã Foto: Guito Moreto
Nenê comemora com a torcida o gol da vitória do Fluminense sobre o Flamengo, no MaracanãFoto: Guito Moreto
 
 

Não foi do jeito que muitos esperavam. Mas a maior rodagem do Fluminense prevaleceu sobre o time sub-20 do Flamengo. A vitória foi magra: 1 a 0. Mas com um gol marcado justamente por quem sabe usar a experiência a seu favor: Nenê. De calcanhar, o meia de 38 anos definiu o clássico no Maracanã.

A vitória manteve os 100% de aproveitamento da equipe de Odair Hellmann. Com 12 pontos, pode garantir vaga nas semifinais da Taça Guanabara na próxima rodada, quando enfrenta o Boavista, sábado. Já o Flamengo, que conheceu sua primeira derrota no ano, se manteve com sete e perdeu a liderança do Grupo A. Mas segue na zona de classificação. Na segunda-feira, enfrenta o Resende.

As expectativas não se cumpriram. Embora fosse o jogo de um Flamengo sub-20 contra um Fluminense quase todo formado por jogadores já experientes (exceção feita a Miguel, de 16 anos), o duelo foi equilibrado. Na verdade, os rubro-negros, mais organizados, até começaram melhor.

Nenê cobra falta no travessão e Ramon, do Flamengo, apenas observa Foto: Guito Moreto
Nenê cobra falta no travessão e Ramon, do Flamengo, apenas observa Foto: Guito Moreto

Sem um centroavante, a equipe tricolor sofreu com a falta de jogadas mais incisivas. A medida que a partida foi se tornando mais equilibrada, o time de Odair Hellmann conseguiu se igualar em volume. Mas não em objetividade. Ainda assim, foi dela a melhor oportunidade do primeiro tempo: uma bola na trave em cobrança de falta de Nenê, aos 39 minutos.

Odair Hellmann demorou a mexer no segundo tempo. E, conforme os rubro-negros desperdiçavam suas oportunidades, o jogo caminhava para um 0 a 0 injusto diante da movimentação em campo. O gol tricolor só veio após a entrada de Lucas Barcellos em campo. Mas, curiosamente, não foi sua entrada que levou ao feito.

Em rápido contra-ataque pela direita, Yago cruzou pelo alto. Richard hesitou em cortar, e a bola ficou com Nenê. De costas para o gol, ele recorreu à única opção que tinha: tentar de calcanhar. Deu certo. A jogada pegou a zaga rubro-negra desprevenida. E a bola cruzou lentamente a linha: 1 a 0, aos 23.

A torcida do Fluminense foi ao delírio. Com músicas de incentivo, ela empurrou o time nos minutos finais. Uma cena bem mais bonita e que merece ser mais lembrada do que a protagonizada por alguns tricolores no primeiro tempo. Aos 20, durante a parada para hidratação, parte deles gritou "Time assassino". Uma referência ao incêndio do Ninho do Urubu, que matou 10 jovens no ano passado, usada para atacar o Flamengo. Um episódio tão lamentável que, por isso mesmo, só foi citado no fim do texto. O espetáculo protagonizado pelas arquibancadas no restante do jogo merece mais destaque.


O Globo quarta, 29 de janeiro de 2020

FUNK DISPUTA ESPAÇO COM MARCHINHAS NO CARNAVAL CO RIO

 

Funk disputa espaço com marchinhas e axé e lança hits para o carnaval

Na era do streaming, apelo do batidão leva a indústria a investir em lançamentos do gênero; conheça os hits de 2020
 
 

RIO - O carnaval começa oficialmente no dia 22 de fevereiro, e o efeito dessa proximidade começa a ser sentido na produção de funk. Depois de alguns hits que se infiltraram no repertório dos blocos e bandas de bailes dos anos anteriores, o gênero partiu para uma programada invasão do espaço sagrado da folia. Na sexta-feira passada, o DJ Rennan da Penha abriu os trabalhos com a MC Pocah lançando nas plataformas digitais o funk “Carnaval chegando”.

 
 

'Aquecimento da Lexa'

Na sexta passada, a cantora Lexa também soltou o “Aquecimento da Lexa”, a primeira de suas músicas para o carnaval, que será seguida, no próximo dia 7, pelo lançamento de “Treme tudo”. Lexa, por sinal, será rainha de bateria do desfile da Unidos da Tijuca.

— O funk sempre foi carregado de liberdade de expressão. A linguagem é divertida, jovem, descontraída e democrática, assim como o clima do carnaval — explica Tatiana Cantinho, gerente artística e de conteúdo da Som Livre, a gravadora de Lexa.

No momento em que a sonoridade do funk evolui para novas frentes como o 150 bpm, funk pop e brega funk, Cantinho acredita que o crescimento do consumo digital abriu grandes portas para o gênero.

— O funk ganhou forte investimentos em feats (parcerias entre astros de diferentes estilos) de peso e hoje transita por diversas classes sociais.

 
 

'Te prometo'

Rennan da Penha, que renovou o funk com a novidade do 150 bpm, tem mais duas músicas para sair até o carnaval, mas elas ainda não estão definidas (e uma delas deve ter o MC Livinho). Já o outro grande DJ do estilo, Dennis, promete reforçar nos próximos dias, no esquenta dos blocos, o ataque do seu brega funk “Te prometo”, parceria com o MC Don Juan, lançada em novembro. Enquanto isso, o produtor WC no Beat lança, com Pedro Sampaio e FP do Trem Bala, o “Balança”. E dia 7, o MC Pk lança, com Tati Zaqui, o funk “Escandalosa”.

— Não fiz especificamente para o carnaval. Ela não tem pegada de marcha, é modernizada, mas acho que pode dar muito certo. O funk hoje é candidato a ocupar esse espaço que durante tantos anos foi da música baiana — analisa Pk.

Para o MC, o funk pegou forte no pós-bloco.

— É aquela música que faz todo mundo beijar na boca. Ele não estava ainda 100% ajustado ao carnaval, mas do ano passado pra cá, músicas minhas, do Kevin O Chris, ajudaram a dar uma virada.

 

'Contatinho'

Gravadora de Pk, a Warner aposta para o carnaval em uma faixa de Anitta com Gabriel do Borel (“Joga sua potranca”, lançada dia 17), e na força de suas funkeiras no encontro com a música da Bahia, em duetos ainda a serem lançados: de Pocah com Leo Santana (“Lei da gravidade”), de Anitta, também com Santana (“Contatinho”), e um não definido de Ludmilla com Ivete Sangalo.

 

— O carnaval é festa. O funk é a realidade do sucesso e é o que toca no auge da festa, então tinha que virar música de carnaval também. É bom lançar funk no carnaval, é um momento em que a música vira notícia — analisa Luciana Costa, gerente de marketing da Warner Music Brasil. — Tem músicas como “Verdinha”, da Ludmilla, que saiu em novembro e que não foi feita para o carnaval, mas que depois se percebeu ser perfeita para ele. São músicas cujo sucesso pode durar até lá.

Playlist do verão:Ludmilla, Russo Passapusso e mais artistas indicam faixas para a estação

Na Sapucaí

Diretora de marketing e promoção da Sony Music (que lança as músicas de Rennan da Penha, Dennis e WC no Beat), Cris Simões destaca uma vantagem, nos dias de hoje, para o funk da folia:

— A velocidade da indústria do streaming nos permite encontrar músicas mais próximo ao período do carnaval, já que não há mais necessidade de tanta antecedência no processo, como era com qualquer lançamento físico.

Outra gravadora que investe num calendário de lançamentos de funk para o carnaval é a Universal Music. Dia 31, ela solta “Mexendo” (DJ Batata e MC Melody), dia 7 o “Tudo aconteceu” (MC Du Black e Delacruz), e dia 14 o “150” (MC Zaac). Presidente da Universal, Paulo Lima lembra que o funk tem vindo num contínuo carnavalesco, estourando em 2017 o “Olha a explosão” (MC Kevinho), em 2018 o “Vai malandra” (Anitta), e ano passado o “Bola rebola” (também de Anitta).
 
 

— Não é de hoje que as próprias escolas de samba inserem a batida do funk nas performances de suas baterias. O funk é um gênero que veio das comunidades, um ritmo democrático que hoje conquistou pessoas de todas as idades e classes sociais, conquistou o mundo — acredita Lima.

 Para Felipe Ferreira, professor e estudioso da história do Carnaval e autor do “Livro de ouro do Carnaval brasileiro” (Ediouro), a identificação do Brasil com um estilo de música da folia é algo “positivo, mas não impositivo” — daí ser saudável a abertura ao funk.

— Durante muito tempo, o Brasil tinha a ideia de lançar músicas feitas para períodos específicos do ano: Carnaval, músicas juninas, Natal... Isso de uma certa forma passou, foi se perdendo dentro da coisa da indústria, que amplia, trabalha a música para o ano inteiro. Mas com a internet, veio a segmentação. Então, talvez a gente também esteja vendo um sintoma de um retorno disso, da ideia da música feita especialmente para o carnaval. A transformação das músicas de diversos gêneros em marchinha pelos blocos é outro sintoma. Acho muito bem-vindo.

Aos 81 anos, o mestre das marchinhas de carnaval, João Roberto Kelly (compositor dos clássicos “Cabeleira do Zezé” e “Mulata bossa nova”, cantados até hoje nos bailes e blocos de carnaval) observa:
— Não é que essa tradição de lançar música de carnaval se perdeu, o que falta é divulgação. Você lança uma música e ela não toca na rádio, as televisões não se interessam. Isso afasta o compositor de música de carnaval de fazer coisas novas. Se não vai tocar, para que compor? Mas outros tipos de música viraram modismo. Se você lança um funk todo mundo quer saber o que é. E nada contra o funk o carnaval é para todo mundo. Só não gosto de música estrangeira no carnaval, tipo Beatles, acho que não casa muito.

O Globo terça, 28 de janeiro de 2020

NEYMAR: JOGADOR EM MELHOR FORMA NA EUROPA NO MOMENTO

Brasileiro da semana: Neymar, o jogador em melhor forma na Europa no momento

Atacante tem nove gols e cinco assistências nos últimos sete jogos
 
 
Neymar cobra pênalti com categoria na vitória do PSG sobre o Lille Foto: PASCAL ROSSIGNOL / REUTERS
Neymar cobra pênalti com categoria na vitória do PSG sobre o Lille Foto: PASCAL ROSSIGNOL / REUTERS
 
 

Neymar está livre de lesões e até cancelou sua festa de aniversário - fará 28 anos no dia 5 de fevereiro. Até o verão, não saberemos se a mudança de atitude do jogador e sua conduta profissional representam uma genuína dedicação ao Paris Saint-Germain ou uma forma de se colocar na vitrine, candidatando-se a uma mudança para o Barcelona. 

De acordo com o jornal espanhol "Mundo Deportivo", um reencontro do brasileiro com Messi e Luis Suárez depende, basicamente, de Neymar se manter longe das salas de cirurgia e dos problemas extracampo. Ao mesmo tempo, no entanto, fontes próximas à Ligue 1 - o Campeonato Francês - indicam que o atacante de 27 anos está perto de assinar um novo contrato de cifras elevadíssimas, o que o faria dedicar o resto de seus dias como jogador de futebol em Paris. 

De volta ao aqui e agora, no entanto, Neymar é sem dúvida o jogador mais em forma da Europa no momento. Nos últimos sete jogos, marcou nove gols e deu cinco assistências. Na vitória por 2 a 0 sobre o Lille, fora de casa, marcou um belo gol aos 28 minutos de jogo, com uma finalização no ângulo. Depois, marcou de pênalti aos sete minutos do segundo tempo. De forma tocante, o segundo gol foi dedicado a seu amigo pessoal Kobe Bryant, que morreu em um acidente de helicóptero na Califórnia, domingo, junto com sua filha de 13 anos e outras sete pessoas.

Além dos gols, Neymar recuperou seis bolas, deu cinco dribles e acertou 86% dos seus passes no jogo com o Lille. Sem falar nas três chances de gol criadas. O brasileiro da semana parece estar atingindo novamente o topo de seu rendimento justamente quando a fase de mata-mata da Champions League se aproxima.

 

FIRMINO SEGUE BEM

Além de Neymar, outro brasileiro que vive grande momento é Roberto Firmino, do Liverpool. É dele o segundo lugar na semana. Seu time já estava em alta após ter batido o maior rival, o Manchester United, mas não descansou seus principais jogadores na viagem para enfrentar o Wolverhampton, na última quinta-feira. Jordan Henderson marcou o primeiro gol logo aos oito minutos, mas os donos da casa reagiram e o jogo parecia se encaminhar para o segundo empate do Liverpool na temporada. No entanto, Firmino logo reapareceu para colocar seu time com 16 pontos de vantagem na liderança da Premier League. De seus últimos oito gols, sete decretaram vitórias para o Liverpool. Com um jogo a menos do que o Manchester City, seu perseguidor mais próximo o título já parece a caminho dos Reds.


O Globo segunda, 27 de janeiro de 2020

CARNAVAL 2020: SÃO PAULO DEIXA O RIO PARA TRÁS COMO DESTINO MAIS PROCURADO

 

São Paulo deixa o Rio para trás como destino mais procurado no carnaval

Apesar do segundo lugar na pesquisa, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, afirma estar satisfeito com os números do turismo no Rio
 
 
Destino mais procurado por turistas no Carnaval é São Paulo, segundo pesquisa de empresa de viagens Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo
Destino mais procurado por turistas no Carnaval é São Paulo, segundo pesquisa de empresa de viagens
Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo
 
 

RIO — A cidade de São Paulo passou o Rio como destino mais procurado por turistas no carnaval. A reviravolta no reinado da folia aparece num levantamento feito pela Decolar, que considera apenas as vendas de produtos de turismo com 80 dias de antecedência, por meio da própria plataforma. Com base nesses parâmetros, este é o segundo ano consecutivo com a capital fluminense na vice-liderança. Em 2019, foi Salvador que ficou à frente da festa carioca.

 A plataforma avalia que a terra da garoa e o Rio ocupam o topo do ranking porque concentram os desfiles das maiores escolas de sambas e dos principais blocos. Já Salvador, com seus tradicionais trios elétricos, caiu este ano para a terceira posição.

— As pessoas têm procurado São Paulo porque, além de vários blocos, há boas opções de gastronomia e compras. O resultado é muito positivo. Há 20 anos, não tínhamos nem 5% de ocupação hoteleira no carnaval — comemorou Bruno Omori, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis São Paulo (ABIH-SP), prevendo 60% dos quartos ocupados nos dias de folia deste ano.

Com a fuzarca paulista crescendo — a expectativa este ano é de 15 milhões de foliões nas ruas, com 861 desfiles de blocos — mais gente decide não sair da cidade. A administradora Thaís Gonçalves, de 30 anos, já curtiu o carnaval no Rio, mas, em fevereiro, decidiu não viajar:

— Acho que vale mais a pena ficar em São Paulo. Há muitos blocos e gente bonita.

Apesar do segundo lugar na pesquisa, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, afirma estar satisfeito com os números do turismo no Rio.

— A um mês da festa, temos grande parte dos hotéis com ocupação de 100%. Vamos bater o maior público do carnaval — ressalta Alves


O Globo domingo, 26 de janeiro de 2020

CARNAVAL 2020: DÉBORA NASCIMENTO

 

Débora Nascimento fala sobre planos para 2020 e novo namoro: 'Sou respeitada e respeito'

Filme que lhe rendeu prêmio de melhor atriz entra em circuito em março
 
 
Débora Nascimento Foto: Chico Cerchiaro
Débora Nascimento Foto: Chico Cerchiaro
 
 

Depois de ouvir que Bella, a bebê de 1 ano e 9 meses que brinca na suíte do sítio Lago Buriti, em Guaratiba, é a cópia do pai, o ator José Loreto, Débora Nascimento saca o celular da bolsa com a “contraprova”. A atriz mostra uma foto sua quando criança para atestar que a menina também se parece com ela. “Todo mundo acha que é a cara dele até ver como eu era pequenininha”, diz a paulistana, de 34 anos, em tom de brincadeira.

Se na aparência ela já reconhece semelhanças, na personalidade tem dificuldades em prever. E Débora se encanta com as nuances de um ser em construção. Na verdade, dois seres: a criança e a mãe. “Sou uma mãe fluida. A cada semana, a cada mês, ela é uma bebê; e eu, uma mulher diferente.”

As mudanças se intensificaram não só com a maternidade, mas também por causa da exposição pública de sua separação em fevereiro de 2019. O casamento com José Loreto, de 35, chegou ao fim em meio à especulação de que ele teria tido um caso com uma colega de trabalho. O que era um momento privado virou assunto nacional: Loreto traiu ou não Débora? Se sim, com quem?

Quase um ano depois, a atriz não responde a essas perguntas, mas reflete sobre o ti-ti-ti: “Foi uma montanha-russa de emoções e acontecimentos ímpares que me trouxeram crescimento pessoal e percepções que antes eu não tinha”, diz Débora. “O que as pessoas falavam, questionavam, impunham ou exigiam, dizia muito mais sobre a história delas do que sobre a minha”, relembra a atriz.

Passada a separação propriamente dita, a curiosidade do povo não cessou, e a vida privada de Débora se manteve nas manchetes. Vários veículos chegaram, inclusive, a cravar que ela estava ficando com uma mulher, em maio do ano passado. A fofoca foi tanta que, ao se escrever “Débora Nascimento” no Google, a ferramenta autocompleta com “namorada”. “Ficam com um frisson de me imaginar com qualquer pessoa, mas acho que, de novo, isso diz muito sobre o outro e a nossa sociedade. O que mais me chocou foi: com tudo o que estamos passando no nosso país e no mundo, a comoção foi o sexo de quem eu podia estar interessada.”

 

A poeira, no entanto, baixou e deu a clareza de que 2020 é um ano para se cercar de cuidados. Por isso, ela admite ser vaga ao falar do novo namorado, um médico de São Paulo. “Por tudo o que aconteceu, de as pessoas se sentirem no direito de colocar o dedo, decidi proteger aqueles que me cercam. Estou feliz, sim. Sou respeitada e respeito. A base de uma relação tem que ser essa.”

O namoro tem sido à distância e administrado em meio aos cuidados com a filha, que já convive com o novo membro da família. “Bella sabe que tenho grandes amigos, e meu namorado é um amigo mais constante. Não tem esse peso”, diz. Nos fins de semana, Débora reveza com José os cuidados da menina, da mesma forma que ela viveu na infância. “Não foi um pânico ter me separado com a Bella pequena. Meus pais se divorciaram quando eu tinha 2 anos e meio e meu irmão, meses. Fiquei bem e sabia que ela ficaria também”, diz, garantindo que mantém uma boa relação com o ex-marido. “Eu e José somos amigos até hoje. Não o amo como homem, mas vou amá-lo como amigo para sempre. Moramos perto, e Bella pode ver os dois no mesmo dia. Somos muito parceiros.”

 

Ficar longe da menina, diz ela, gera uma preocupação que ainda está aprendendo a administrar. “Não se culpar por cada coisinha é o mais difícil da maternidade. Se ela é picada por um mosquito, tenho que entender que é só um mosquito, sabe? Se estou viajando num fim de semana e ela está com o pai, não posso me culpar. Não sou perfeita. Sou uma mulher que está correndo atrás dos sonhos, mas mantém o afeto e os cuidados.”

Débora também quer, em 2020, usar a fama (“não sou celebridade, sou artista”) para colocar na rua seus projetos de arte. Há uma peça (um thriller policial chamado “Lôca”, com direção de Diego Fortes) e a produção de uma série começando a serem lapidadas. Em março, entra em circuito comercial “Pacificado”, filme de Paxton Winters, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Aruanda, na Paraíba, no ano passado. No longa, ela interpreta uma dependente química moradora do Morro dos Prazeres. “Fiz o filme grávida, e ele necessitava de um corpo totalmente desprendido de vaidade. Foi uma experiência deliciosa, com zero maquiagem, com espinhas. Tudo que eu peço são papéis assim”, diz ela, cujo último personagem na TV foi a socialite Gisela, em “Verão 90”.

 

Nascida na Zona Leste de São Paulo, em 1985, filha de mãe esteticista e pai delegado de polícia, Débora começou a trabalhar como modelo aos 15 anos, depois de ser selecionada num concurso de uma agência. A inscrição foi feita por um parente, quando a menina nem sabia o que era vaidade. Três meses depois do primeiro trabalho, já estava morando fora e conhecendo, de relance, o mundo das artes.

Foi nessa mesma época que passou por um dos maiores obstáculos pessoais de sua vida: a anorexia. “Eu tinha 92cm de quadril, e eles queriam 88cm.” Nessa fase, uma amiga modelo, inclusive, morreu por causa de distúrbios alimentares. “Lembro de tê-la encontrado 20 dias antes, e ela ter falado de como estava feliz. Quanto mais emagrecia, mais trabalhava e mais diziam que ela estava linda. E eu pegando dicas de como ficar daquele jeito.” Foi a mãe de Débora que percebeu algo errado com a filha: o quadril chegou a 90cm, a menina estava constantemente tonta e desfalecendo pelos cantos. Foi necessário muita conversa e marcação cerrada para que a autoestima entrasse nos eixos.

 

Hoje, a atriz é uma das maiores vozes do meio em defesa da não objetificação e da aceitação do corpo da mulher. Por isso, não aceita o posto de rainha de bateria de uma escola de samba para não estar no centro de pressões sociais. “Atualmente, considero meu corpo muito mais bonito do que há dez anos. Não falo: ‘Nossa, agora super me aceito’, porque é claro que passo por períodos de receios. Não nego que há resquícios do que vivi, até porque o sistema está aí. Somos cobradas todo o santo dia, mesmo que você seja completamente consciente de si. Ainda mais nesse período de carnaval”, diz.

Leitora voraz de obras feministas (a mais recente foi “O feminismo é para todo mundo”, de Bel Hooks), Débora chegou a presentear os convidados do chá de bebê de Bella com um livreto com trechos de “Para educar crianças feministas”, de Chimamanda Adichie. “Achava muito esquisito e lutava dentro da minha casa para ser tratada como o meu irmão. Então, sou feminista desde pequena. Essa palavra entrou no meu cotidiano há pouco tempo, porque o assunto se tornou mais conversado.” Ao lado dos ídolos atuais, a mãe e as mulheres que cuidaram da pequena Débora permanecem como referência. “Ela trabalhava demais, e eu ficava muito com as minhas tias e com as amigas dela. E lembro sempre da minha alegria quando ela voltava. Isso é ser mulher. É sair de casa graças a uma rede de apoio.”

 

Por causa da militância atual, Débora acredita que Bella vai crescer num mundo mais justo. Se a atriz, que viveu num ambiente familiar machista, conseguiu expandir seus ideais, a filha, então, vai nadar de braçadas nesse universo. “Com a rede social e a internet, muita coisa é propagada. Muita porcaria, mas também muito diálogo. Se você está aberto, disposto a olhar, está tudo aí. O que estamos conquistando não tem volta.”


O Globo sábado, 25 de janeiro de 2020

BATATA FRITA: DICAS PARA PREPARÁ-LA EM CASA

 

As definições de batata frita foram atualizadas: chefs usam limão caipira, raspinha de atum e até urucum para reeditar o clássico que todo mundo ama

Aprenda as dicas para preparar a batata frita perfeita em casa; os processos demoram dias, com congelamentos, duas fritadas e tantos outros passos
 
 
Batata da Comuna, em Botafogo vem acompanhada por maionese caseira, katsuobushi (lasquinhas de atum seco) e cebolinha. Foto: Divulgação
Batata da Comuna, em Botafogo vem acompanhada por maionese caseira, katsuobushi (lasquinhas de atum seco) e cebolinha.
Foto: Divulgação
 
Bem crocante por fora, macia por dentro e salgadinha na medida certa. Batata frita é coisa séria e algumas têm até receitas secretas. Elas podem demorar horas para chegar ao ponto e passar por uma série de etapas até ficarem prontas. A da Comuna, em Botafogo, é considerada uma das melhores da cidade, e ainda vem acompanhada por maionese caseirakatsuobushi (lasquinhas de atum seco) e cebolinha. A receita inicial veio de um post do chef americano James Kenji López-Alt, em que ele se propõe a fazer uma versão melhor que a do McDonald’s. A partir daí, os chefs Tatiana Fernandes e Bruno Negrão atualizaram o preparo, que conta com seis passos (separar, cortar, cozinhar com sal e vinagre, fritar por 1,5 minuto, congelar e fritar novamente por 4 minutos).
 
 
 
Batata frita do Arp, criada por Roberta Sudbrack, vem com maionese de limão caipira, é frita em três temperaturas diferentes (100°, 140° e 180°) e resfriada antes da última fritura para garantir a crostinha crocante Foto: Samuel Antonini
Batata frita do Arp, criada por Roberta Sudbrack, vem com maionese de limão caipira, é frita em três temperaturas diferentes (100°, 140° e 180°) e resfriada antes da última fritura para garantir a crostinha crocante Foto: Samuel Antonini

A chef Roberta Sudbrack tem duas receitas para as batatas: uma que serve no Arp, no Arpoador, e outra na Garagem da Roberta, no Leblon. A primeira, que vem com maionese de limão caipira, é frita em três temperaturas diferentes (100°, 140° e 180°) e resfriada antes da última fritura para garantir a crostinha crocante. Já a outra, feita para ser lambuzada em aioli de urucum, só dá certo quando preparada com o ingrediente orgânico e novinho. “Ficam com menos umidade, o que garante uma crosta superdourada e o interior bem cremoso. O outro segredo é a temperatura do óleo, precisa estar acima de 180° para fritar muito rápido. Detalhe: cozinhamos as batatas inteiras e as despedaçamos na mãos antes da fritura”, conta a chef.

Batata frita souflê do Rubaiyat Foto: Divulgação
Batata frita souflê do Rubaiyat Foto: Divulgação

Parecem infladinhas com ar. No Rubaiyat Rio, a batata suflê passa pro vários processos para inflar e ficar super crocante. Tudo começa na compra. "De acordo com a safra, usamos a Asterix ou a 'Cesar', que têm menos água. Depois, ela é selecionada e fica próxima ao forno de barro para tirar a umidade. Só depois ela é descascada e laminada no fatiador de frios a mais ou menos 2 mm", conta. Em seguida, as lâminas são colocadas, uma a uma, sobre um papel toalha e separada por papéis, para puxar ainda mais a umidade. Só aí vai para o óleo a 70°. Quando ela fica levemente inflada. Ainda tem mais. Vai pra geladeira por algumas horas. Depois volta para gordura, dessa vez a 120°. O choque térmico é que faz ela inflar e chegar no ponto. Há uma perda de aproximadamente 20%, pois nem todas inflam dentro do padrão.

 
Batata frita do Micro Bar é finalizada com sal e um toque de azeite trufado Foto: Filico
Batata frita do Micro Bar é finalizada com sal e um toque de azeite trufado Foto: Filico

O Micro Bar, no Leblon, tem, além de ótimos drinques, french fries para ficar melhor ainda. A chef consultora Juliana Reis conta que tem alguns macetes para chegar ao ponto ideal: “Usamos a batata fresca, cortada na faca com casca, e fritamos a 130°, 140°. Em seguida, secamos e guardamos no congelador. No momento do pedido, ela passa por uma segunda fritura, dessa vez a 180°”. A receita é finalizada com sal e um toque de azeite trufado.

No Seu Vidal, em Copacabana, ela é cozida, depois assada para retirar o excesso de água e, finalmente, frita.Na versão 3.0, tem ainda cobertura de cheddar, carne assada da vovó Bebel (receita de família) e sour cream. Foto: Tomás Rangel
No Seu Vidal, em Copacabana, ela é cozida, depois assada para retirar o excesso de água e, finalmente, frita.Na versão 3.0, tem ainda cobertura de cheddar, carne assada da vovó Bebel (receita de família) e sour cream. Foto: Tomás Rangel

Tem ainda aquelas que são cozidas inteiras e ficam bem rústicas. O chef Philipe Martins explica que a versão do Seu Vidal, em Copacabana, é cozida, depois assada para retirar o excesso de água e, finalmente, frita. Em seguida, é quebrada na mão. Ela ganhou uma versão 3.0, com cobertura de cheddar, carne assada da vovó Bebel (receita de família) e sour cream.

As receitas variam, mas uma coisa é certa: batata frita industrializada nunca mais.


O Globo sexta, 24 de janeiro de 2020

ANTONIO FAGUNDES: TORÇO PARA QUE REGINA NÃO SAIA QUEIMADA

 

Antonio Fagundes sobre Regina Duarte: 'Torço para que não saia queimada'

Par romântico da atriz em novelas, ele diz que tem pena dos artistas que entram para a política e também fala sobre o fim de 'Bom sucesso', novela que termina nesta sexta (24)
 
 
 

Antonio Fagundes conta que foi “uma choradeira só” nos últimos dias de gravação de “Bom sucesso”. Na novela, cujo derradeiro capítulo vai ao ar nesta sexta-feira (24), ele interpreta o editor de livros Alberto e contracena com Grazi Massafera, Armando Babaioff, Fabiula Nascimento, entre outros.

O folhetim deixa pelo menos um fruto. O podcast “Clube do Livro do Fagundes”, com ele dando suas dicas de leitura, que terá uma segunda temporada no Gshow.

Agora, o ator de 70 anos se concentra na peça “Baixa terapia”, em cartaz em São Paulo, e com estreia carioca marcada para o dia 1º de maio, no Teatro Clara Nunes.

Antonio Fagundes diz que já está com saudades da novela 'Bom sucesso' Foto: TV Globo / Victor Pollak
Antonio Fagundes diz que já está com saudades da novela 'Bom sucesso' Foto: TV Globo / Victor Pollak

 

Nesta entrevista, feita por telefone — o aparelho tocou exatamente na hora marcada por Fagundes, famoso pela pontualidade britânica —, ele fala sobre suas convicções ao fazer teatro sem incentivo fiscal, da fama de galã ("Nunca me especializei em ser galã. Você não se faz galã, as pessoas é que te fazem. Eu, particularmente, não sou meu tipo de homem. Bonito, para mim, é Mastroianni e Brad Pitt") e de sua estreia no Instagram ("Me rendi. Sempre me senti um 'analfabyte' e quanto li o livro 'O cérebro no mundo digital', percebi que estava atrasado"). Também comenta a provável ida de Regina Duarte, seu par romântico em “Vale tudo” e “Por amor”, para a pasta da Cultura de Bolsonaro.

 

- Tenho sempre pena de artista que entra nessa jogada. Temos tanta coisa para fazer e o jogo sujo da política só pode trazer coisa ruim. Torço para que a Regina não saia queimada - afirmou.

 


O Globo quinta, 23 de janeiro de 2020

GOL ANULADO DO VASCO: ESTREIA DO VAR NO CAMPEONATO CARIOCA

 

Gol anulado do Vasco estreia recurso do VAR do Carioca para checar impedimentos

Contra o Flamengo, comemoração de Ribamar é frustrada após uso do vídeo
 
 
 
 Parece até roteiro pronto. No jogo em que o VAR estreia no Campeonato Carioca deste ano, ele é acionado para anular um gol logo aos dois minutos do primeiro tempo. Lucas Ribamar marcou, comemorou, mas dois minutos depois, antes de a partida ser reiniciada, foi apontado o impedimento pela arbitragem. Dessa vez com o auxílio de cinco câmeras, em vez de duas, apontadas para o gramado do Maracanã.
Essa é a principal novidade do recurso na edição deste ano do Carioca. Os times podem até não terem prestigiado tanto assim o duelo, com escalações de reservas e garotos do sub-20 em campo, mas ao menos na cabine o tratamento foi digno de Copa do Mundo.

Somente a Fifa e três campeonatos nacionais em todo mundo — Alemão, Inglês e Italiano — utilizam a tecnologia de triangulação. A primeira competição internacional que contou com ela foi o Mundial de Clubes, em dezembro. No Campeonato Brasileiro do ano passado, a título de comparação, a tecnologia utilizada foi a anterior, baseada na determinação do ponto a partir de duas linhas, uma vertical e outra horizontal.

De acordo com a Federação de Futebol do Estado do Rio e a Hawk Eye, empresa responsável pelo desenvolvimento e pela operação da tecnologia, espera-se uma precisão maior nas marcações e também maior agilidade até que o árbitro de campo tome suas decisões.

Ribamar adiantado

Coube a Bruno Arleu de Araújo operar o VAR durante o clássico — de acordo com a Ferj, todos os árbitros da entidade estão habilitados para tal. Segundo ele, a vantagem trazida pelo advento de mais câmeras apontadas para o gramado dá mais segurança ao trabalho da arbitragem.

— É uma tecnologia nova, disponível em poucos lugares do mundo. Ela vai ter um impacto direto, especialmente com o passar do tempo, com o treinamento e prática da equipe. Fizemos testes e vimos que existe um ganho efetivo de tempo na checagem dos lances.

Cabine do VAR no Carioca Foto: MARCELO THEOBALD / Agência O GloboCabine do VAR no Carioca Foto: MARCELO THEOBALD / Agência O Globo
 
 

Na jogada protagonizada por Lucas Ribamar, a imagem que fez com que o gol fosse anulado foi disponibilizada no telão do Maracanã. O atacante do Vasco recebeu cruzamento de Tiago Reis, aproveitou que Dantas foi mal no corte, dominou e deu um toque com categoria, por cima do goleiro Gabriel Batista. Na ausência de uma transmissão de TV, o frame da Ferj foi a única maneira que clubes e torcedores tiveram para conferir que o camisa 9 do Vasco estava à frente de Ramon, que o marcava.

De acordo com a explicação dos técnicos responsáveis pela operação do VAR no clássico, antes, com as duas câmeras à disposição, existia a possibilidade de que uma delas tivesse a visão do lance encoberta, dificultando assim a precisão na hora de os árbitros marcarem o ponto mais avançado do jogador de ataque. Agora, as cinco câmeras oferecem mais opções, inclusive dos dois lados do campo. Uma vez marcado o ponto, o software do VAR realiza todos os cálculos necessários para determinar se o jogador está ou não em posição regular. Cabe ao árbitro de vídeo comunicar o resultado para o de campo.

Extra de R$ 17 mil

Outra novidade na operação do VAR este ano é a divisão da equipe em duas. Antes, os mesmos árbitros de vídeo eram responsáveis pela checagem e disponibilização da imagem que seria divulgada para o público. Agora, enquanto o árbitro de vídeo principal está conferindo um lance de impedimento, outro pode estar preparando a análise de uma entrada violenta imediatamente anterior, por exemplo.

 

O contrato entre a Federação de Futebol do Estado do Rio e a Hawk Eye foi assinado ano passado. A reportagem apurou que a implementação da nova tecnologia, incluindo as câmeras que foram adquiridas, custou algo em torno de R$ 17 mil para a entidade.

O VAR no Estadual não contempla todas as partidas. Somente em clássicos e nas partidas decisivas (semifinais e finais) que o recurso será usado.


O Globo quarta, 22 de janeiro de 2020

OMELETE VIDA LOKA

 

Omelete vida loka e outras roubadas das comidas das pousadas

POR MARIANA WEBER

 

 

Foto meramente ilustrativa - e quem me dera realista - de omelete

 

 

Não é pela comida que você está lá, é pela praia. Ou pela montanha. Mas você precisa comer. Tem mais: você gosta de comer. Problema seu. Porque, em algumas pousadas, as refeições entram na categoria de perrengues das férias, junto com os mosquitos, a fila da balsa e o engarrafamento na estrada.

 Pior quando o regime é de pensão completa ou o lugar é isolado, sem grandes (talvez nem pequenas) opções ao redor. De repente você se vê jogado numa espécie de spa involuntário. Poderia ser uma oportunidade para emagrecer, não fosse a cerveja – se bem que às vezes o gelo acaba.

A seguir, uma lista de roubadas gastronômicas que as fotos do Instagram não mostram (aliás, já segue @ocadernodereceitas por lá?). Aconteceram comigo ou com pessoas próximas. Mas acho que todo mundo tem um perrengue de férias que entrou para a história.

 

Omelete vida loka

Já se sabe de outras temporadas que a comida da pousada não é grande coisa. Mas a gente insiste por causa da localização, da piscina, do parquinho para as crianças. E porque brasileiro não desiste nunca.

À noite, para não errar, omelete com salada. A omelete vegetariana, com vegetais, e não a outra do cardápio, de presunto e queijo. Um acerto: a omelete é grande, recheada de queijo e vegetais variados, de cenoura a batata.

Na noite seguinte, depois de um almoço de camarão frito murcho, frio e que gera controvérsias quanto ao frescor, volta-se à omelete. Aquela descrita como vegetariana, com vegetais.

Chega à mesa um rolinho de ovo esbelto, bem diferente da omelete gordinha do dia anterior. Dentro, outra surpresa: o recheio vegetariano tem presunto picado.

No próximo pedido, o apelo: “Quero minha omelete vegetariana com vegetais e sem presunto”. Pode-se dizer que funciona: ela vem com folhas e queijo.

Então um casal pede duas panquecas vegetarianas. Cerca de uma hora depois, vem só uma, esquálida, recheada de cenoura e queijo (a essa altura o pessoal já entendeu que presunto não é vegetal). O casal pergunta pela outra panqueca. O garçom vai à cozinha e volta com a notícia: “Acabaram os vegetais. Pode ser só de queijo?”

Omelete vida loka vira a piada da noite. E seguem as férias na praia.

PS. No dia seguinte, é a vez da salada, também vida loka, vir sem o ovo adicional que havia sido pedido. O problema chega à cozinha, e um hóspede escuta a repercussão: "É ovo que eles querem, é?". E assim acaba esta história, porque este é um blog de comida.

 

Tilápia marítima

Nada contra a tilápia, inclusive tenho amigos, mas numa vila à beira-mar, ao lado de uma colônia de pescadores? É quase ofensivo.

Parece que está na moda ser ofensivo, então tem dono de pousada que apela para esse peixe congelado, prático como presunto e tão dissociado da cultura local quanto. Na verdade, tem também dono de restaurante de praia que prefere tilápia congelada ou peixe importado a pescados locais, mas isso fica pra outro post.

 

Café

A pousada pé na areia era de um mineiro bom anfitrião, que fazia a gente se sentir em casa. Veio o filho e imprimiu o próprio estilo, começando pelo café da manhã. No primeiro dia era razoavelmente farto e variado, no segundo já não tinha tanta coisa, no terceiro menos ainda e, no último, era biscoito e banana ou quase isso (acho que tinha café também). Triste, dei adeus a um lugar querido – assim que consegui encontrar alguém disposto a calcular a conta pra fazer o check out.

 

Chapjam

Como assim você não sabe o que é chapjam?

Ok, eu também não sabia. Mas estava no cardápio de uma pousada no litoral norte de São Paulo e gerou uma curiosidade daquelas. De onde vem? É bicho ou planta? Depois, descobrimos, não era nem um nem outro, era cogumelo, do tipo mais comunzinho. Chapjam era só um jeito peculiar de escrever champignon. E acabou virando o apelido do meu gato.

 

Diferentona

O jantar estava incluso na diária, não tinha muito restaurante por perto e a dona não gostava da mesmice dos cardápios de praia. Então nos regalava com pratos do seu receituário que não se veem nas demais pousadas, como repolho com coco ralado e creme de leite. Sorrindo, agradecíamos. E sonhávamos com um PF de peixe.

 

Fome na ilha

O que você levaria para uma ilha deserta? Não sei, mas a dona da pousada em que passei um réveillon anos atrás não levou. Ok, não era uma ilha deserta. Era só uma praia pouco abastecida da Ilha Grande. Mas a sensação era de isolamento alimentar.

Já na chegada, o que deveria ser um café da manhã de boas vindas foi uma frutinha na mão de cada novo hóspede. Depois, a refeição incluída na diária foi sendo preparada cada dia mais tarde, desafiando os estômagos atiçados pelas horas passadas em praias com congestionamento de escunas. Pelo menos teve espumante doce na noite de Ano Novo chuvosa.

 

Contrabando de carne

Aqui não dá para dizer que o hóspede não sabia o que iria encontrar. Ele não só sabia como se preparou. Foi para a pousada declaradamente vegetariana e levou na bagagem espetinhos de carne para assar no chalé.

Se alguém sentiu o cheiro, não reclamou. Vai ver que quem sentiu foi aquele outro hóspede que muquiava fatias de presunto para colocar no sanduíche do café da manhã.

 

Sinta-se em casa – e cuide da louça

Dizia a placa: você não é obrigado, mas pode lavar a própria louça. Em dúvida, constrangido, o casal lavou. E até agora discute se vai voltar à pousada e, se voltar, quem vai cuidar da louça.


O Globo terça, 21 de janeiro de 2020

BRINCAR SEM OFENDER: FANTASIAS PARA EVITAR NESTE CARNAVAL

 

Para brincar sem ofender ninguém, veja dez fantasias para evitar neste Carnaval

Já está pensando no que vai vestir nos bloquinhos deste ano? Saiba o que evitar para não desrespeitar ninguém!
 
 
 
 
 

Carnaval está chegando! As escolas de samba finalizam os preparativos para os desfiles e alguns blocos já marcam presença nas ruas. Faltando um mês para o início oficial da festa, que começa no dia 21 de fevereiro, os foliões já estão planejando suas fantasias. Sabemos que Carnaval é sinônimo de celebração e brincadeira, mas nos últimos anos algumas discussões têm sido levantadas a respeito de trajes que podem ser considerados ofensivos, e que para alguns, não deveriam nem ser considerados como “fantasias”. Isso porque reforçam estereótipos negativos ou se apropriam de culturas que durante o resto do ano sofrem por serem marginalizadas.

Por isso, a equipe de CELINA preparou uma lista do que deve ser evitado por quem quiser aproveitar o feriado sem o risco de ofender nenhum grupo. Afinal, é possível se divertir sem desrespeitar ninguém!

“Nega maluca”

Por muito tempo a figura de “nega maluca” foi comum nos dias de festa. Ela é um exemplo de “blackface”, quando alguém branco se pinta de preto ou marrom para imitar uma pessoa negra. Essa técnica foi muito usada como uma forma de satirizar essa população, reforçando preconceitos. Por isso, é considerada ofensiva. 

“Índia” ou “índio”

Durante a folia, os trajes com penas e cocares costumam ser acompanhados de pinturas pelo corpo. Para alguns indígenas, no entanto, essa caracterização é vista como desrespeitosa. Esses adereços fazem parte da cultura desses povos, que enfrentam dificuldades para garantir seus direitos até hoje. Alguns desses acessórios também são considerados símbolos sagrados. Além disso, os povos indígenas são múltiplos e reduzi-los a um estereótipo contribui para inviabilizá-los.

Homem vestido de mulher

Também é comum ver homens vestidos de mulheres durante a folia. O problema é que essa inversão costuma ser feita de uma forma caricaturada tanto nas roupas e acessórios quanto nos gestos. Dessa forma, acaba ridicularizando a figura feminina, além de reforçar estereótipos de gênero.

 

Iemanjá

A Iemanjá é uma divindade da Umbanda e do Candomblé, religiões que até hoje são alvo de intolerância e racismo. Por isso, se vestir de Iemanjá, assim como de outros orixás, pode ser desrespeitoso.

Muçulmano

Da mesma forma, se fantasiar de muçulmano desrespeita a religião islâmica. Principalmente porque essa caracterização costuma ser relacionada ao conceito de “terrorista”, reforçando uma visão preconceituosa dessas pessoas. O mesmo vale para outras religiões: reflita antes de brincar com uma crença que não é a sua. 

 

Cigana

O povo cigano é um dos mais marginalizados em todo o mundo, e também está presente no Brasil. Existem muitas ideias pré-concebidas sobre essa comunidade, como o fato de que seriam trapaceiros ou ladrões. Por isso, colocar uma bandana e acessórios que remetem ao ouro para se caracterizar como esse povo pode soar ofensivo.

 

Baiana

A fantasia de baiana utiliza elementos pertencentes às religiões de matriz africana. Portanto, usar adereços como o turbantes e colares que imitam guias pode ser considerado uma forma de apropriação cultural.

“Mendigo”

Pessoas em situação de rua passam por diversas dificuldades: fome, frio, insegurança… Essa questão é um problema social no país: de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em 2016, a estimativa era de mais de 101 mil brasileiros nessa situação. Será que é válido fazer piada com esse problema?

Japonesa

Pintar o rosto de branco, puxar os olhos, usar trajes típicos… A fantasia de japonesa, ou de “gueixa”, é mais uma forma de apropriação e desrespeito com outra cultura.

Máscara de Fábio Assunção

No último Carnaval, após a repercussão de situações e vídeos envolvendo o ator Fábio Assunção, que lutava contra a dependência química, máscaras com seu rosto se popularizaram pela ruas. O caso despertou a solidariedade de muitos artistas, que questionaram o uso dessa situação como piada.

 

Mas então, o que usar?

Depois de ler essa lista você pode pensar que escolher uma fantasia sem incomodar ninguém é uma tarefa complicada. Mas não é bem assim: existem muitas outras opções de trajes que podem ser usados sem insultar nenhum grupo. Personagens de desenhos, séries e filmes, elementos da natureza, celebridades, criaturas mitológicas, memes… É só usar a criatividade!


O Globo segunda, 20 de janeiro de 2020

VERÃO EM BUENOS AIRES: 5 DICAS PARA APROVEITAR A TEMPORADA

 

Verão em Buenos Aires: cinco dicas para aproveitar a temporada de calor na cidade

Parques, ciclovias e eventos especiais são algumas atrações na capital argentina
 
Garda-sóis na praia artificial criada no Parque de los Niños, uma das áreas que recebem o projeto Buenos Aires Playa 2020 Foto: Divulgação
Garda-sóis na praia artificial criada no Parque de los Niños, uma das áreas que recebem o projeto Buenos Aires Playa 2020
Foto: Divulgação
 
 

RIO - Muitos brasileiros associam Buenos Aires a um clima mais frio, ideal para tirar do armário aquelas roupas de inverno elegantes e harmonizar bifes de chorizo com encorpados vinhos tintos argentinos. Mas a cidade também tem muito a oferecer no verão, quando seus parques ficam lotados de portenhos e visitantes e em suas é possível até ouvir batuques carnavalescos.

E estação tem muito calor (é comum os termômetros registrarem acima dos 30°C) e dias bem longos, com sol até quase as 20h, o que permite aproveitar bastante a cidade ao ar livre, seja em passeios de bicicleta ou relaxando nas áreas verdes.

A seguir, confira cinco ideias de como aproveitar a capital argentina durante o verão:

Ir às 'playas' portenhas

Uma das atividades especiais do projeto Buenos Aires Playa 2020, no Parque de los Niños Foto: Divulgação
Uma das atividades especiais do projeto Buenos Aires Playa 2020, no Parque de los Niños Foto: Divulgação

Uma das grandes atrações dos verões portenhos é o projeto Buenos Aires Playa 2020, quando áreas de lazer especiais são montadas em dois parques, cada um numa ponta da cidade. São espaços com areia, guarda-sóis, espreguiçadeiras, chuveiros, jogos aquáticos, quadras de futebol e vôlei de praia, além de setores de leitura, além de aulas de dança e ginástica aeróbica. Às sextas e aos sábados e domingos, acontecem também apresentações musicais de diversos estilos.

Uma das praias urbanas fica no Parque de los Niños, localizado na zona norte da cidade, às margens do Rio da Prata, no bairro de Nuñez, perto de importantes zonas turísticas, como Palermo. Já o outro, é o Parque Indoamericano, no extremo sul portenho, no bairro de Villa Soldati, que o turista pode combinar com uma visita à famosa Feira de Mataderos ou ao bairro de La Boca.

O projeto começou em 10 de janeiro e vai até 1º de março. A programação completa está no site

 

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Aproveitar os parques

Jardim Botânico de Buenos Aires Foto: Baiardi Juan Marcelo/ Turismo de Buenos Aires / Divulgação
Jardim Botânico de Buenos Aires Foto: Baiardi Juan Marcelo/ Turismo de Buenos Aires / Divulgação

Uma das características mais marcante de Buenos Aires é a quantidade de parques, praças e áreas verdes. Nos meses mais quentes do ano, é para lá que correm os portenhos em busca de sol, agitação e um lugar agradável para tomar o mate.

Nesse quesito, o bairro de Palermo é um destino preferencial. É lá que ficam alguns dos principais parques e jardins da cidade. Como o Jardim Botânico Carlos Thays, um dos programas preferidos de quem viaja em família, com sua grande coleção de plantas de diversas partes do mundo e a Biblioteca Infantil da Natureza.

Em frente ao Jardim Botânico fica o Ecoparque, um espaço público para educação ambiental e conservação de espécies, que tem atividades especiais durante o verão. Mais adiante, o Parque 3 de Fevereiro, cujo grande atrativo é o Rosedal e o belo lago artificial dos Bosques de Palermo, cheio de barquinhos e pedalinhos.

Ao lado de Puerto Madero, a Reserva Ecológica, a maior área verde de Buenos Aires, como 350 hectares cobertos por flora nativa do estuário do Rio da Prata, repleta de bosques, pradarias, lagos, lagoas e pântanos. E um bom lugar também para avistamento de aves, com mais de 340 espécies já observadas por ali.

 

 

Pedalar pelos bairros

Passeio guiado de bicicleta pelo bairro de La Boca, em Buenos Aires Foto: Divulgação
Passeio guiado de bicicleta pelo bairro de La Boca, em Buenos Aires Foto: Divulgação

Plana como é, Buenos Aires é uma ótima cidade para se pedalar. Tanto em áreas bem abertas, como os calçadões de Puerto Madero ou os parques, quanto pelos bairros. De Palermo a Boca, de San Telmo a Recoleta, é muito agradável circular sobre duas rodas pela capital argentina, que tem cerca de 230 quilômetros de ciclovias (veja o mapa aqui).

É também barato. O serviço de bicicletas públicas da cidade, o Ecobici, é gratuito, e funciona as 24 horas do dia. Para os turistas, é preciso se registrar no site do serviço, baixar o aplicativo e, com ele, realizar a retirada das bicicletas. O passaporte e um cartão de crédito são exigidos para o registro.

Para quem não quiser pedalar sozinho, o Departamento de Turismo de Buenos Aires promove passeios guiados (alguns gratuitos) por diversas partes da cidade. A lista completa está aqui.

BUSCA: Para encontrar outras informações sobre viagens pela Argentina, pesquise com a ferramenta de busca do site do Boa Viagem.

Carnaval portenho

Apresentação carnavalesca em Buenos Aires Foto: Divulgação
Apresentação carnavalesca em Buenos Aires Foto: Divulgação

Fora do Brasil, o carnaval mais conhecido do Cone Sul é o do Uruguai. Mas a capital argentina também tem seu gingado para a folia. Durante todo o mês de fevereiro, acontecem as murcas, apresentações de tradicionais grupos carnavalescos que se destacam pela variedade de ritmos e crítica social bem humorada. Mais de cem desses grupos se apresentam em diversos pontos da cidade, todos abertos ao público, com danças, apitaços, tambores de disco e tocadores de bumbo.

 

Este ano, a folia acontecerá em todos os finais de semana de fevereiro, e no carnaval propriamente dito (de 22 a 25). Na terça-feira de carnaval, aliás, acontece o encerramento desses espetáculos, com uma grande festa na Avenida de Mayo.

 

Uma escapada

A cerca de 30 quilômetros de distância do centro de Buenos Aires, a cidade de Tigre é uma das escapadas mais interessantes para se fazer na Província de Buenos Aires. Localizado no delta do Rio Paraná, esse balneário cheio de casarões antigos, parques e restaurantes,  rende um ótimo passeio de um dia, principalmente a bordo de um dos muitos barquinhos que deslizam calmamente pelos canais e braços de rio. Ao contrário dos outros deltas do mundo, este não deságua no mar, e sim no estuário do Rio da Prata, o que permite a grande variedade de "caminhos" fluviais.

Também dá para passear a pé pelas alamedas arborizadas de Tigre, vendo de perto as fachadas dos casarões. O Museu de Arte Tigre merece ser visitado, graças à beleza de sua arquitetura e sua coleção de arte figurativa argentina, que abrange desde o final do século XIX até meados do século XX.  

Há trens saindo regularmente da estação de Retiro, o principal terminal ferroviário de Buenos Aires, e a viagem costuma durar mais ou menos uma hora.


O Globo domingo, 19 de janeiro de 2020

KOCHI, CALDEIRÃO CULTURAL DA ÍNDIA

 

Um roteiro histórico e gastronômico por Kochi, um caldeirão de culturas à beira-mar na Índia

Antiga colônia portuguesa, cidade atrai atenção de estrangeiros desde as Grandes Navegações
 
 
 
 Dizem que Kerala é a "terra de Deus", reconhecimento da sua beleza natural luxuriante, dos seus remansos sedutores e da riqueza em especiarias que há gerações representa o Santo Graal para tantos navegadores. O slogan turístico chamativo também pode ser um tributo às diversas tradições religiosas que abundam ali, especialmente na cidade portuária de Kochi, há milhares de anos. Graças a uma geografia única – isolada do resto da Índia pelas montanhas ao leste, mas aberta para o mundo pelo Mar Arábico a oeste –, o estado da região sudoeste indiana sempre foi um cadinho cosmopolita de culturas variadas. Hindus, cristãos, judeus e muçulmanos já viviam lado a lado e mantinham uma relação comercial com árabes e chineses muito antes da chegada dos portugueses (era a Kerala que Colombo queria chegar, em 1492, quando se viu nas Bahamas) para estabelecer o primeiro núcleo europeu, em Cochin, em 1500, abrindo caminho para ondas colonizadoras sucessivas de portugueses, holandeses e britânicos.
Atualmente, Kochi, como Cochin foi rebatizada, é uma parada popular de cruzeiros e escala para os viajantes interessados em pegar um dos barcos que cruzam as paragens idílicas de Alappuzha. Seu passado complexo, entretanto, merece uma estada mais longa: passe um fim de semana explorando a histórica Fort Kochi, em cujas ruelas estreitas se vê um legado de milhares de anos de fusão cultural. E, se estiver na região entre dezembro de 2020 e março de 2021, você não pode perder a Bienal Kochi-Muziris, um dos eventos de arte contemporânea mais estimulantes do mundo.

 

Dê uma volta

Fort Kochi é meio que um termo equivocado, já que o forte português original não existe mais; o nome, na verdade, hoje se refere à parte histórica da cidade. Um passeio por ali revela as muitas camadas de influências que deixaram suas marcas. Comece perto das redes de pesca chinesas penduradas sobre os varões de bambu e teca que estão ali, de uma forma ou outra, desde o século XV. Embora hoje existam apenas como pano de fundo para fotos turísticas, é possível entender como os pescadores as usaram como instrumento de trabalho durante séculos. A seguir, atravesse a Praça Vasco da Gama rumo à Igreja de São Francisco, uma das mais antigas da Índia. Erguida pelos portugueses em 1503, foi reconstruída como templo protestante pelos holandeses e depois consagrada como igreja anglicana pelos britânicos. Vasco da Gama foi enterrado ali, antes que seus restos mortais fossem enviados para Lisboa.

 

Faça uma pausa para o chai no charmoso Teapot Café antes de continuar rumo à Basílica da Catedral de Santa Cruz. De lá, perambule pelas ruas ladeadas por construções azuis e amarelas com telhados de terracota, vitrais coloridos e escondidas por buganvílias para chegar ao Museu Indo-Português, que abriga relíquias e resquícios das igrejas antigas locais, como exemplares da Bíblia, imagens da Virgem Maria e até um altar de teca do século XVI. Entrada: 40 rupias.

Drama e dança

Uma performance da tradicional dança kathakali em Kochi, na Índia Foto: Atul Loke / The New York Times
Uma performance da tradicional dança kathakali em Kochi, na Índia Foto: Atul Loke / The New York Times

Kerala é sinônimo do kathakali, a dança clássica conhecida pelas histórias dramáticas de deuses e demônios e as máscaras, maquiagem e adereços elaborados que a acompanham. Para quem não conhece nada dessa arte, o Kerala Kathakali Centre é um bom começo: há uma demonstração às 17h, durante a qual os artistas explicam como a maquiagem é aplicada, como são feitos os passos intrincados e quais são os personagens e as tramas. A seguir, às 18h, é encenado o espetáculo de verdade. Entrada: 350 rupias.

Peixe fresco

Kerala fica na Costa do Malabar, o que significa que os frutos do mar são ingredientes básicos da cozinha local. E uma casa que os prepara de forma primorosa em Fort Kochi é o restaurante do Fort House, hotel de 16 quartos de frente para o mar. Destaque para o peixe com curry de manga verde (420 rupias), o camarão com gengibre e alho (450 rupias) com appams (panquecas de arroz fermentado) e a parotta, o pão chato e folhado comum da região. O jantar para duas pessoas sai por volta de 1.500 rupias.

 
O restaurante Fort House, com suas mesas ao ar livre, na beira do mar, é um dos mais recomendados em Kochi, na Índia Foto: Atul Loke / The New York Times
O restaurante Fort House, com suas mesas ao ar livre, na beira do mar, é um dos mais recomendados em Kochi, na Índia Foto: Atul Loke / The New York Times

Café da manhã artístico

A Kochi histórica já foi dividida em duas partes: Fort Kochi, onde viviam os cristãos, e Mattancherry, onde moravam judeus, hindus e muçulmanos. Saia cedinho para explorar a segunda, que já foi também um centro vibrante de comércio de especiarias. Comece com um café da manhã no Mocha Art Café, que funciona em um galpão de 300 anos. Experimente o appam com cozido de ovos (230 rupias), banana, abacaxi e panqueca de nutella (de 200 a 250 rupias) ou a omelete de queijo keema (270 rupias), acompanhados de uma boa xícara de mocha (190 rupias), é claro. Antes de sair, dê uma espiada nas exposições de obras de artistas locais dispostas nas paredes de tijolo aparente.

BUSCA: Para encontrar outras informações sobre viagens pela Índia, pesquise com a ferramenta de busca do site do Boa Viagem.

História judaica

O Mocha Art Café fica quase ao lado da Sinagoga Paradesi, do século XVI, a mais antiga em atividade da Comunidade Britânica, com influências globais na forma de azulejos azuis chineses pintados a mão, candelabros belgas e um tapete oriental que foi presente do imperador etíope Haile Selassie I. Há apenas um punhado de judeus praticantes na cidade, que contam com os turistas para encher a congregação.

 
O histórico bairro judeu de Fort Kochi é cheio de lojinhas que vendem de tudo Foto: Atul Loke / The New York Times
O histórico bairro judeu de Fort Kochi é cheio de lojinhas que vendem de tudo Foto: Atul Loke / The New York Times

De lá, siga para o Mattancherry Palace, também conhecido como Palácio Holandês, embora tenha sido presente dos portugueses para o rei de Cochin em 1555. A estrutura é uma mescla curiosa dos estilos europeu e indiano e abriga murais elaborados do século XVI que retratam o épico hindu "Ramayana". De lá, explore os mercados de Jew Town que oferecem de tudo, de frascos de perfume a sombrinhas bordadas, passando por montículos de tinta em pó em tons brilhantes. Logo ao lado ficam a loja de antiguidades Ethnic Passage, a contemporânea Via Kerala e a butique do estilista Joe Ikareth.

Almoço sem pressa

De volta a Fort Kochi, almoce no Indian Oven, dentro do Cochin Club, cenário relaxante para uma refeição para lá de tranquila. Além de janelões que dão vista para o mar e o jardim sossegado, há murais extravagantes nas paredes e almofadas coloridas espalhadas nas cadeiras de bambu. Os pratos à base de frutos do mar são imperdíveis, como a lula assada à moda de Kerala e o karimeen pollichathu (crometo verde na folha de bananeira). O almoço para duas pessoas sai por cerca de mil rupias.

Tarde com arte

O David Hall Art Gallery, em Kochi, Índia, exibe obras de artistas de todas as pertes do mundo Foto: Atul Loke / The New York Times
O David Hall Art Gallery, em Kochi, Índia, exibe obras de artistas de todas as pertes do mundo Foto: Atul Loke / The New York Times

É verdade que, durante três meses, ano sim, ano não, a Bienal Kochi-Muziris chama a atenção do mundo da arte para Kochi, mas há um grupo de galerias que valem uma visita em qualquer época. Em Fort Kochi, a David Hall Art Gallery funciona em uma casa colonial holandesa e realiza desde exposições de artistas famosos até leituras, passando por apresentações de música devocional sufi; já o Kashi Art Café apoia os artistas emergentes.

 

Inovações culinárias

O East Indies, restaurante que dá para a piscina do Eighth Bastion Hotel, de inspiração colonial holandesa, é um verdadeiro paraíso da alta gastronomia moderna com ares históricos. No salão contemporâneo são servidas combinações interessantes com apresentações artísticas como o camarão-gigante com gengibre, pimenta, cominho e coco (900 rupias); malli peralan de frango com coentro (700 rupias); camarão com gengibre e alho envolto em papadum (550 rupias); e rabanada com crème brûlée (400 rupias).

Café da manhã ao ar livre

Dois galpões históricos à beira-mar foram transformados em um só para se tornar o delicioso Pepper House, mistura de café ao ar livre, galeria e loja de grife que se torna um dos principais palcos da Bienal. O público é composto de tipos criativos e turistas, todos atraídos pelas mesas espalhadas em um pátio gramado e espaçoso. É uma grande opção para o café da manhã: uma boa pedida é a rabanada com açúcar mascavo e frutas frescas (250 rupias).

Todos a bordo

Um dos melhores meios para circular por Kochi e suas ilhas é pegando as balsas públicas Foto: Atul Loke / The New York Times
Um dos melhores meios para circular por Kochi e suas ilhas é pegando as balsas públicas Foto: Atul Loke / The New York Times

Kochi é conhecida como a "rainha do Mar Arábico", e a água é um elemento intrínseco da cidade. Você pode alugar um barco para fazer o passeio de uma hora nas cercanias do porto, mas, se preferir uma experiência mais genuína, pegue a balsa pública (a passagem custa só 4 rupias). Embarque no pontão da Calvathy Road com o pessoal local para passar por algumas das ilhas que compõem a metrópole – Vypin, Willingdon, Vallarpadam e Bolgatty – antes de desembarcar, 20 minutos depois, na parte mais movimentada da cidade no continente, conhecida como Ernakulam. Subhash Bose Park, com gramados bem cuidados e de frente para o mar, vale um passeio.

 

Onde ficar

Ginger House Museum Hotel. Inaugurado em 2016,  é um oásis opulento no centro de Mattancherry, localizado acima de uma loja de antiguidades e restaurante amplos. Os nove quartos têm detalhes vintage riquíssimos, como os azulejos em art déco de ouro 24 quilates e o teto enfeitado com espelhos com moldura de teca. Diária do quarto duplo a partir de 25 mil rupias.

Forte Kochi. Tem 27 quartos e funciona em uma casa do século XVIII em amarelo vivo, praticamente ao lado das redes de pesca chinesas e de várias das principais atrações de Fort Kochi. Diária do quarto duplo a partir de 14 mil rupias.

Aluguel por temporada. Muitas casas coloniais de Fort Kochi foram transformadas em hotéis e pousadas, o que significa várias opções charmosas pertinho das principais atrações da região histórica. No Airbnb, a diária de um quarto pode variar de US$ 15 a US$ 100.


O Globo sábado, 18 de janeiro de 2020

APÓS DEMISSÃO DE ROBERTO ALVIM, COMO FICA A GUERRA CULTURAL NO GOVERNO?

 

Após a demissão de Roberto Alvim, como fica a guerra cultural no governo Bolsonaro?

Ex-secretário parecia ter o perfil ideal para o presidente: fiel e conservador, com projeto focado numa arte nacionalista. E ambos creem que a cultura pode e deve ser controlada
Fernanda Montenegro posando como bruxa contra a censura, o secretário de cultura Roberto Alvim e ator de 'Abrazo', peça censurada na Caixa Foto: Montagem em fotos de divulgação
Fernanda Montenegro posando como bruxa contra a censura, o secretário de cultura Roberto Alvim e ator de 'Abrazo', peça censurada na Caixa Foto: Montagem em fotos de divulgação

 

 RIO — Qual é o projeto de Jair Bolsonaro para a cultura brasileira? A resposta não é simples.

O candidato Bolsonaro não tratava do tema em sua proposta de governo. Naquela época, a arte era lembrada apenas em discursos “contra”. Contra a Lei Rouanet, que só serviria para artistas “mamarem nas tetas do governo”. Contra os próprios artistas, já que eles seriam todos, para o político, alinhados à esquerda.

Já que o governo seguiria fomentando projetos culturais, Bolsonaro passou a defender “filtros” para o que levaria dinheiro público, usando como exemplo o filme “Bruna Surfistinha” e testando os limites constitucionais de suas intenções. Pode-se dizer que mora aí o cerne de seu entendimento de cultura: ele anda junto com sua cruzada pelos costumes da tradicional família brasileira. Por isso, chegou a suspender um edital para a TV pública, que tinha linha para séries LGBT. Naquele episódio, em agosto, Henrique Pires, então secretário especial de Cultura, deixou o governo.

Em setembro, Roberto Alvim, então diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, enviou uma mensagem para Bolsonaro com uma proposta. Num arquivo de áudio, revelado pelo blog do colunista Lauro Jardim, diz que quer apresentar “um projeto gigantesco, que vai gerar a partir de janeiro um bombardeio de arte conservadora na população”.

 

O arsenal de Alvim, àquela altura, já era conhecido. No mesmo mês do primeiro contato direto com o presidente, ele ofendeu Fernanda Montenegro justamente para defender Bolsonaro, em episódio que o tornou conhecido no país. Antes, em junho, ele havia convocado, pelas redes sociais, para reunir artistas conservadores e criar uma “máquina de guerra cultural”.

Bolsonaro empossou em novembro o que parecia ser secretário ideal: fiel e conservador. E mais: Alvim tinha, de fato, um projeto para a Cultura do país, focado numa arte nacionalista.

Realocada no Ministério do Turismo, sua gestão já começou com nomeações controversas, colocando em órgãos tradicionais como a Biblioteca Nacional e a Funarte personagens desconhecidos, alinhados ideologicamente com ele e sem credenciais para os cargos. O exemplo mais gritante — e revertido na Justiça — foi o de Sérgio Camargo, jornalista que acredita que a escravidão foi benéfica para descendentes de negros, para a Fundação Palmares.

Janeiro chegou, e com ele o anúncio do tal iniciativa “gigantesca”. Que pouco tinha de gigante: R$ 20 milhões para serem divididos entre 145 projetos de ópera, música, artes visuais (divididas nas redutoras subcategorias pintura e escultura), teatro e literatura. Para comparar: o espetáculo “A família Addams”, de 2015, custou R$ 25 milhões.

 

O valor seria distribuído como prêmio, formato perfeito por ser mais fácil de “filtrar” os eleitos. Ao participar da live semanal de Bolsonaro, anteontem, para apresentar a proposta, Alvim reforçou que “curadoria não é censura”.

No vídeo de divulgação do prêmio, ele fala em arte “de nacionalidade plena”. Setembro seria o “Mês do renascimento da arte brasileira”, com apresentação dos resultados (quem duvida que seria no dia 7?). Se não tivesse caído em desgraça por parafrasear Goebbels, Alvim teria passado o dia de ontem refutando a irrelevância da proposta. Mas Bolsonaro seguiria achando que colocou a cultura brasileira no caminho certo.

Difícil saber o que vem por aí. A queda por causa da referência ao nazismo acabou nublando o fato de que Alvim ascendeu graças a um discurso sobre guerra cultural e arte nacionalista recebido com entusiasmo por Bolsonaro. E de que ambos creem que a cultura pode e deve ser controlada.


O Globo sexta, 17 de janeiro de 2020

AGENDA DE VERÃO

 

Festivais e shows de verão esquentam os palcos cariocas

Eventos espalhados pela cidade apresentam nomes como Elza Soares, Barão Vermelho, Duda Beat e Martinho da Vila
 
 
A cantora Elza Soares Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
A cantora Elza Soares Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
 
 

Não há como contestar que o verão é a estação que tem a cara do Rio. Sol escaldante, praias lotadas, a ansiedade em torno do carnaval no ar e muita música. E essa vocação da cidade está em oito festivais espalhados pelo balneário de São Sebastião, com shows para diferentes gostos e estilos.

E o melhor: boa parte deles gratuita. Na Praia de Ipanema, o Verão Tim apresenta neste sábado (18) Elza Soares e Baile do Almeidinha. Perto dali, na Casa de Cultura Laura Alvim e no Parque Garota de Ipanema, o Claro Verão Rio traz atrações como Barão Vermelho e Rodrigo Santos. Tudo naquele esquema 0800 para aliviar os bolsos dos cariocas.

'Ana e Vitória Foto: Divulgação
'Ana e Vitória Foto: Divulgação

Já na Marina da Glória o segundo fim de semana do Verão do Spanta vai de Anavitória a uma homenagem a Beth Carvalho, com o bamba Nelson Sargento, Moacyr Luz, Roberta Sá e Mumuzinho.

— São quatro sábados e mais de 50 shows. Tem samba e carimbó, sem esquecer do funk, axé, sertanejo e da música pop, incluindo de blocos do carnaval carioca até estrelas da música popular. A programação eclética reflete a cara do verão do Rio — diz Chico Nogueira, diretor do bloco Spanta Neném, que comanda a festa.

 

No sábado (18), mais perto de outro canto da orla, na Cidade das Artes, o REP Festival exalta o bom momento do rap brasileiro, com um line-up que inclui Djonga e BK, além do rapper americano Jeremih. Já na próxima semana, na mesma batida, é a vez do Tropikal, no Posto 10 de Ipanema, que começa com 3030 (dia 24), Onze:20 (25) e Atitude 67 (26), todos com entrada gratuita.

 

A série Verão na Fundição também começou quente, e leva para a Lapa Pietá e Ava Rocha, nesta sexta (17), e Ana Carolina, amanhã (18). Na agenda, tem ainda nomes como Alcione e Jorge Aragão, dia 25, e Gal Costa e Rubel, dia 1º de fevereiro.

Vanessa da Mata Foto: Marcos Hermes
Vanessa da Mata Foto: Marcos Hermes

Ali ao lado, o Circo Voador apresenta neste fim de semana Vanessa da Mata (sexta, 17), Duda Beat (sábado, 18) e o DJ Marlboro (domingo, 19).

E, em Niterói, o Sesc Verão 2020, que segue até o dia 16 de fevereiro na Praia de São Francisco, abre nesta sexta (17) os trabalhos com o cantor Toni Garrido. Opções não faltam para quem quer curtir a estação com boa música ao vivo. A seguir, confira o roteiro completo, programa-se e, como já advertia Carlinhos Brown, não esqueça da boa e velha água mineral.

De Elza a Iza, 0800, em Ipanema e Copacabana

O festival gratuito Verão TIM leva neste sabado (18) à Praia de Ipanema dois shows de MPB de alto nível: a diva Elza Soares, com a turnê de seu disco mais recente, “Planeta fome”, e Hamilton de Holanda e o Baile do Almeidinha, um dos mais festejados eventos musicais do calendário carioca.

— O Baile do Almeidinha é aquele tipo de projeto que nunca vai acabar, porque o repertório e o público sempre se renovam — diz o virtuose bandolinista Hamilton de Holanda, que comanda a festa. — Agora, por exemplo, nos apresentamos com duas novas cantoras maravilhosas, que dão um outro colorido e timbre. Apesar de mantermos músicas já consagradas, temos o compromisso de compor canções novas para sempre surpreender. Quem não nos conhece é apresentado à nossa sonoridade, que mistura música improvisada instrumental e música cantada.

Baile do Almeidinha, com Hamilton de Holanda Foto: Divulgação
Baile do Almeidinha, com Hamilton de Holanda Foto: Divulgação
 

Semana que vem, ainda em Ipanema, o festival tem Cidade Negra e a festa Eu Amo Baile Charme (dia 26), e, em Copacabana, no Posto 4, Diogo Nogueira e Baile do Saddam (dia 25).

Dia 1º de fevereiro, no palco de Ipanema, é a vez de Gloria Groove com participação de Johnny Hooker e a Festa da Raça, e, em Copa, sobe ao palco, no dia 2, Martinho da Vila, com a presença de Criolo, seguido pela Festa Moo. O encerramento do festival, dia 9, fica por conta de Iza, seguida pelo Samba que Elas Querem.

Praia de Ipanema: na altura da Rua Paul Redfern, sáb, às 17h, Elza Soares e Baile do Almeidinha; dom, às 17h, Melim e festa Discopédia. Grátis. Livre.

No parque e no centro cultural, grátis

A ideia do projeto Claro Verão Rio é simples: música brasileira gratuita em Ipanema. Nesta sexta (17), no Parque Garota de Ipanema, o repaginado Barão Vermelho, com Rodrigo Suricato à frente da banda, toca seus clássicos, como “Pro dia nascer feliz”, e mostra a nova safra de canções do recém-lançado disco “Viva”.

A atual formação do Barão Vermelho Foto: Leo Aversa / Divulgação
A atual formação do Barão Vermelho Foto: Leo Aversa / Divulgação

Os escalados para a Casa de Cultura Laura Alvim são Rodrigo Santos (18), Priscila Tossan (19) e Toni Garrido (20).

— Amo o verão, me conecto demais da conta. Tento praticar o surfe há alguns anos e gosto de frequentar a Barra da Tijuca, mas Ipanema é sempre Ipanema — diz Priscila, que participou do programa “The Voice Brasil”.

 

Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema — 2332-2016. Às 19h, Rodrigo Santos (sáb), Priscila Tossan (dom) e Toni Garrido (seg). Parque Garota de Ipanema: Av. Francisco Bhering s/nº, Arpoador. Às 19h, Barão Vermelho (sex). Grátis. Livre.

Verão do Spanta

No ano em que atinge a maioridade, o bloco de carnaval consolida a sua marca com o festival na Marina da Glória. Além de Henrique & Juliano, Kevin O Chris, Anavitória, Gabz e É O Tchan, o destaque de amanhã é o tributo a Beth Carvalho.

— Beth é a luz de nosso samba, temos o dever de exaltá-la para sempre. A ideia desse show em homenagem a ela é um grande presente para nós e para o público — resume o baluarte Nelson Sargento, de 95 anos.

RI Rio de Janeiro (RJ) 16/08/2017 - Perfil do sambista Nelson Sargento. Foto: Leo Martins / Agencia O Globo Foto: Leo Martins / Agência O Globo
RI Rio de Janeiro (RJ) 16/08/2017 - Perfil do sambista Nelson Sargento. Foto: Leo Martins / Agencia O Globo Foto: Leo Martins / Agência O Globo

Outra atração do dia é a cantora Malía, uma das promessas do pop brasileiro.

— Estou muito feliz com o fato do meu primeiro show do ano ser o do Spanta. Como boa carioca, amo intensamente o verão e me sinto muito honrada — diz.

Marina da Glória: Av. Infante Dom Henrique s/nº, Aterro do Flamengo — 2555-2200. Sáb, às 16h. R$ 240. Até 1º de fevereiro. 18 anos.

Verão na Fundição

Dentro de sua programação da estação, a casa tem dois shows de MPB nesta sexta (17): um do trio Pietá, formado por Juliana Linhares (voz) Frederico Demarca (voz, violão e guitarra) e Rafael Lorga (voz, percussão e violão), que leva ao palco as músicas de do disco “Santo sossego”; e outro da cantora Ava Rocha, com “Trança”.

Rafael Lorga, Juliana Linhares e Frederico Demarca, o trio Pietá Foto: Elisa Mendes / Divulgação
Rafael Lorga, Juliana Linhares e Frederico Demarca, o trio Pietá Foto: Elisa Mendes / Divulgação
 

No dia seguinte é a vez da cantora e compositora Ana Carolina, que promete “blocos de samba, baladas e sets mais intimistas” no espetáculo “Fogueira em alto-mar”, a 12ª turnê de sua carreira. Ela toca seus maiores sucessos acompanhada por Thiago Anthony (teclado, programações, violão e pandeiro), Theo Silva (guitarra, violões e pandeiro), Marcos Maia (baixo, violões e pandeiro) e Leo Reis (bateria, pad eletrônico, pandeiro e violões).

O Verão na Fundição tem na agenda, que vai até fevereiro, dobradinhas de luxo: Alcione e Jorge Aragão, dia 25, e Rubel e Gal Costa, dia 1º de fevereiro.

Fundição Progresso: Rua dos Arcos 24, Lapa — 3212-0800. Pietá e Ava Rocha: sex, às 22h; R$ 120. Ana Carolina: sáb, às 22h; R$ 160 (pista) e R$ 200 (cadeira). Quem levar 1kg de alimento paga meia-entrada. 18 anos.

Circo Voador

Também pertinho dos Arcos, a lona da Lapa traz neste fim de semana a MPB temperada da mato-grossense Vanessa da Mata (sex, 17), o pop melancólico-dançante da pernambucana Duda Beat (sáb, 18) e o batidão carioca do DJ Marlboro (dom, 19), que comemora os 30 anos de lançamento de seu primeiro disco, o seminal “Funk Brasil”.

— Essa turnê tem sido confirmada como uma das melhores da minha carreira, não só pela linguagem poética, mas também pela autoria reafirmada, já que (o álbum) foi produzido por mim, pelo estilo, pela linguagem — diz Vanessa, que mostra o show “Quando deixamos nossos beijos na esquina”.

A cantora apresenta seus hits com participação especial de Lucas Santtana Foto: Fabio Rocha / Agência O Globo
A cantora apresenta seus hits com participação especial de Lucas Santtana Foto: Fabio Rocha / Agência O Globo
 

Já Duda celebra o fim da turnê de sua estreia em estúdio, “Sinto muito”, que rendeu sucessos como “Bixinho” e “Bolo de rolo”. Com ingressos esgotados para amanhã, a cantora volta ao Circo no dia 1º de fevereiro para se despedir desse ciclo:

— É sempre maravilhoso e emocionante tocar nesse palco tão importante para a cena brasileira. É uma honra ter show esgotado lá e repetir esse espetáculo — comemora.

Circo Voador: Rua dos Arcos s/nº, Lapa — 2533-0354. Sex a dom, às 22h. R$ 120 (quem levar 1kg de alimento paga meia-entrada). 18 anos.

REP Festival

A segunda edição do evento dedicado ao rap ocupa neste sábado (18) a Cidade das Artes com 16 horas ininterruptas de shows. A programação traz destaques da nova cena nacional, como Djonga e BK, o veterano MV Bill, o coletivo de trap Racayd Mob, o grupo baiano 3030 e nomes como Vitão, Xamã, Cynthia Luz e Orochi. A atração principal é o americano Jeremih, dos hits “Birthday sex”, “Oui” e “Down on me”.

— O Rio de Janeiro é o lugar mais criativo do mundo — acredita BK. — É um lugar que te obriga a ser assim, criativo, pela sobrevivência, e a nossa arte é um reflexo. Eu acho que o rap tá mostrando muito bem isso por ser um universo gigante numa cidade onde a criatividade não tem limites.

O rapper carioca BK Foto: Divulgação / Divulgação
O rapper carioca BK Foto: Divulgação / Divulgação
Prtes: Av. das Américas 5.300, Barra — 3325-0102. Sáb, a partir das 14h. R$ 140 (pista) e R$ 280 (pista VIP). 16 anos.

Sesc Verão 2020

O evento promove apresentações gratuitas em Niterói. Neste sábado tem show de Toni Garrido.

A agenda do festival inclui Leandro Sapucahy (dia 25), Roberta Sá (dia 1º de fevereiro), Serjão Loroza (8/2), Mulheres de Chico (9/2) e Fernanda Abreu (15/2). Há ainda sets de DJs a partir das 16h: Cris Panttoja (amanhã), Gustavo Magoo (domingo e dia 26), Daniel Ruiz (dia 25 e 2 de fevereiro), Tata Ogan (1º de fevereiro), Camila Cidade (8 e 9/2) e João Pinaud (15 e 16/2).

Praia de São Francisco: Niterói. Sáb, às 16h (DJ) e às 18h (Toni Garrido). Até 16 de fevereiro. Grátis. Livre.

Tropikal

Outro festival gratuito, o Tropikal, que estreia na próxima sexta-feira, dia 24, aposta em jovens nomes da música brasileira: 3030 (24/1), Onze:20 (25/1), Atitude 67 (26/1), Oriente (31/1), Vitor Kley (1/2) e Lagum (2/2).

— Tocar no Rio é uma alegria muito grande. Sempre que volto pro Rio me sinto muito em casa, ver os montes, o recorte da natureza, pego umas ondinhas, me sinto muito conectado com a cidade. Tenho um carinho muito grande pelo Rio, gosto de estar no palco, do calor — diz o gaúcho Kley, do hit arrasa-quarteirão “O Sol”.

O cantor e compositor gaúcho Vitor Kley Foto: Divulgação
O cantor e compositor gaúcho Vitor Kley Foto: Divulgação

O Globo quinta, 16 de janeiro de 2020

PÉ-SUJO: OS MELHORES ACHADOS DE 2019 NO RIO

 

Pé-sujo: os melhores achados de 2019 no Rio

Coluna elege as surpresas gastroetílicas 'mais marotas' do último ano na cidade
 
Pensão Santa Luzia: uma pérola no Centro, com comida boa, farta e barata Foto: Divulgação
Pensão Santa Luzia: uma pérola no Centro, com comida boa, farta e barata Foto: Divulgação
 
 

Esse foi um ano de reencontros, caro leitor. Bares excelentes em novas leituras, e casas tradicionais sendo salvas do naufrágio pelas mãos de gente que ama o espírito boêmio dos nossos botequins. Mas também teve achadinhos marotos, casas simples que a gente não sabe como não conheceu antes. Eis os melhores achados da coluna em 2019: 

Pensão Santa Luzia

Há mais de 40 anos, este restaurante popular alimenta o corpo e a alma — sem machucar o bolso — de quem trabalha nas imediações do Castelo. Tudo com o talento de uma família moldada para a gastronomia. Não por acaso dona Rita, que comanda as panelas, é irmã de Conceição, a dona do Salsa e Cebolinha, na Lapa, outro marco da comida boa, farta e barata. Destaque para o delicioso frango com batatas coradas a R$ 28, com direito a sobremesa.

Endereço: Rua Santa Luiza 405, 5º andar, Centro — 2220-8218. Seg a sex, das 10h30 às 16h).

Boteco do Raoni

Boteco do Raoni, no Grajaú, na Zona Norte do Rio Foto: Juarez Becoza / Agência O Globo
Boteco do Raoni, no Grajaú, na Zona Norte do Rio Foto: Juarez Becoza / Agência O Globo

Um bar da rapaziada que ama beber e se divertir com qualidade e sem frescura. Foi o que encontrei quando visitei esse boteco tipicamente tijucano, uma ação entre amigos cervejeiros que nasceu na internet e está dando muito certo unindo amores diversos: pela cerveja artesanal, pelos jogos, pela música. Destaque para a carta de cervejas fluminenses e o excelente guacamole, a R$ 25.

Endereço: Rua Barão de Mesquita 965, Grajaú — 3570-6162. Ter a qui, das 17h às 23h. Sex e sáb, das 17h à meia-noite. Dom, das 16h às 23h).

Galeto Diplomata

O restaurante Galeto Diplomata, no Centro do Rio Foto: Juarez Becoza / Agência O Globo
O restaurante Galeto Diplomata, no Centro do Rio Foto: Juarez Becoza / Agência O Globo

Outro quarentão do Centro, que já viveu dias de glória e hoje sobrevive com dificuldade, mas sem deixar cair a dignidade, que se reflete nos preços honestos e no serviço eficiente de pratos feitos e sanduíches. Tudo naquele balcão lindo que relembra os tempos em que o Centro do Rio convivia com bondes. Destaque para o galeto desossado com farofa de ovos e fritas, por R$ 35.

 

Endereço: Av. Graça Aranha 57, Centro — 2240-5281. Seg a sex, das 6h às 20h. Sáb, das 6h às 15h). 


O Globo quarta, 15 de janeiro de 2020

MORAES MOREIRA: ROUBEI MUITOS ACORDES DE JOÃO GILBERTO

 

Moraes Moreira: 'Roubei muitos acordes de João Gilberto'

O Globo
Moraes Moreira prepara o show Elogio à inveja Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Moraes Moreira prepara o show Elogio à inveja Foto: Ana Branco / Agência O Globo
 
 

RIO — Aos seis meses de idade, Moraes Moreira teve uma crise de asma e foi entregue aos avós maternos. Os pais tinham ido morar numa fazenda distante e consideraram mais seguro que o menino, terceiro filho de quatro, fosse criado numa cidade onde havia médicos ("eles me achavam muito desgraçadinho", brinca o compositor).

— Tive muito medo, foi forte, até cruel — lembra. — Até hoje, vou só até onde dá pé e volto correndo. Não sei nadar.

Geraldo Azevedo:'Fui solto da tortura por causa do violão'

Voltando à infância em Ituaçu, foi ali que Moraes construiu sua base musical. Acompanhava as serenatas madrugada a dentro ("isso é hora de menino tá na rua?", ralhavam comigo), as festas regadas a sanfona e ouvia rádio na "casa dos outros".

O alto-falante da praça, que depois da hora da Ave-Maria tocava músicas pedida pelos moradores, foi outra fonte das canções que até hoje ecoam na cabeça do compositor. No repertório, Luiz Gonzaga, Angela Maria, Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, entre outros.

Inspirado nessa memória, Moraes, de 72 anos, formulou um novo show. "Elogio à inveja", que será apresentado sábado (10), no Manouche, é um apanhado das músicas que ele adoraria ter feito. "Quem há de dizer", de Lupicínio Rodrigues, "Gente humilde", de Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Garoto, e "Aos pés da cruz", de Orlando Silva, são algumas. A apresentação também é um descanso do próprio repertório.

— "Preta pretinha" e todo o "Acabou chorare"... Porra, bicho, tô meio cansado disso  — diz ele, que entre os próximos projetos tem um show com mais de 20 inéditas compostas recentemente, e um novo livro com cordéis e poesias. - Fiz até um programa explicando o que é o show para não aparecer um cara lá no meio gritando "toca Preta pretinha!".

Foi, no entanto, o repertório clássico que emocionou o compositor quando assistiu, em São Paulo, ao musical "Novos baianos", que estreia dia 31, no Teatro Riachuelo ("chorei do começo ao fim"). Entre as músicas, claro, "Preta pretinha" e as demais registradas em "Acabou chorare", disco que teve, segundo Moraes, o criador da bossa nova como "produtor espiritual".

— Roubei muito acorde de João Gilberto. Eu e Pepeu ficávamos só de butuca olhando ele tocar — diverte-se. —  João era um rádio, tocava canções que ninguém sabia ou lembrava mais. Eram músicas dos anos 1940, de Noel Rosa, Assis Valente...

 

Você teve uma úlcera em 2017, que o fez cancelar shows com os Novos Baianos. Como está a saúde?

A saúde está de 72 (anos). Gostava muito de tomar cachaça, aprendi nas serenatas, é uma coisa cultural, do interior. Mas o médico mandou, disse que eu teria úlcera o resto da vida se continuasse. Nunca mais bebi. Eu era um bom cachacista. Agora, tomo um vinho, mas nem isso quero mais.

E a voz, sofre com o passar dos anos?

Perdi uns agudos, mas ganhei graves. Com 72 anos ninguém canta como aos 22. O menino do U2 (Bono Vox) baixou o tom de todas as músicas dele, o Roberto Carlos também. Todo mundo faz isso e acho honesto falar. É físico, é o desgaste. A gente vai inventando outras coisas...

Como no disco "Ser tão" (2018), dedicado ao cordel, em que você afirmou estar fazendo sua transição de cantor para cantador...

Perfeitamente. Hoje, declamo em show. A gente se reiventa. Esse show de agora é todo no chão, tranquilo. É outro Moraes Moreira, que não o do frevo. Esse ainda existe também. Mas tenho feito muito show voz e violão, como o em comemoração aos 50 anos de carreira de Luiz Caldas, na Bahia (em Salvador, no ano passado). Hoje, eu boto o violão nas costas e vou embora.

 

Você foi gravado por muitas gente, várias cantoras. Alguma gravação te toca especialmente?

"Festa do interior" com a Gal (Costa) é imbatível. Tenho um sonho de fazer um disco chamado "Mulheres que me (en)cantaram". Bethânia, Gal, Ivete, Margareth (Menezes), Cássia (Eller), Elba (Ramalho), Angela Maria... Gostaria de ter Alcione nessa produção, cantando algo novo que eu fizesse.

Como o compositor de "Lá vem o Brasil descendo a ladeira" enxerga o país hoje?

Pior que no tempo da ditadura. Primeiro porque naquele tempo tocava música brasileira no rádio. E hoje tem essa coisa que a gente não sabe direito... Amanhã a Ancine pode acabar, depois da amanhã pode não ter mais teatro. É uma pressão psicológica. Vejo um cenário péssimo para a juventude na música. Antes tinha aquela coisa de "chega no Rio e fala com o João Araújo (produtor musical), com o André Midani (executivo do mercado fonográfico)". Umas figuras que faziam acontecer, sabe? Hoje, fala com quem?

Apesar de ser baiano, você mora no Rio há mais de 50 anos. O que tem achado da cidade? 

Tá uma merda, né? Mas é aquela merda que a gente ama (risos).

 

Você curte os baianos novos, como BaianaSystem, Luedji Luna, ÀTTØØXXÁ?

Adoro o BaianaSystem. Quando vi Chico Science em Pernambuco, quando começou, pensei "é parecido com os Novos Baianos". Mas não, o Baiana é que é. Tem pouca coisa assim que me encanta tanto, uma cantora assim como a Céu. Gosto dos rappers, Emicida, por exemplo, por causa da poesia. É uma boa saída pra falar politicamente, o que já é uma arma.

Os Novos Baianos não queriam saber de política, né? Vocês vieram de Salvador para o Rio em 1968, época da ditadura. Como foi?

Era a política comendo e a gente dando risada. A gente não viu a ditadura passar, só a banda... (risos). Brincadeira, é que a gente tava numa onda totalmente diferente. Éramos amigos do pessoal do Partido Comunista, que dizia para a gente: "Vocês não podem ser do partido porque são muito alegres".

Foram considerados alienados?

Alienados não, alegres. Se bem que a polícia achava a gente alienado. Falavam: "comunistas eles não são". A polícia, com a gente, dava prensa, só pra ver se tinha uma baganinha... Encontrava sempre, né? (gargalhada). Davam batida no nosso carro. A gente tinha um JK que o Galvão tinha trazido de Juazeiro. Não tínhamos casa, então, moramos nele por 3 meses. Eram umas 8 pessoas. A gente parava o carro em algum lugar e dormia.

 

E quando passava o JK a polícia ia atrás...

Era "olha lá os Novos Baianos", e corriam atrás. Mas a gente driblava o Emílio (Garrastazu Médici, então chefe do Serviço Nacional de Informação, que se tornaria presidente em 1969). As pessoas ficavam com pena e acolhiam a gente em suas casas. Até que conseguimos alugar um apartamento em Botafogo. Resolvemos que para ser Novos Baianos tinha que cantar e viver junto. Foi ali que começou toda a filosofia dos Novos Baianos.

Foi nesse apartamento que João foi visitá-los e Dadi (Carvalho, baixista) não o reconheceu ao olhar pelo olho Mágico, né?

Foi. Ele chegou no Rio nos anos 1970 e (Luiz) Galvão (compositor), conseguiu o telefone. Fomos nós dois e Paulinho (Boca de Cantor) à casa dele em Ipanema. Quando começou a tocar, me senti um miserável, pensei "não toco porra nenhuma, nunca mais pego o violão". Quando menos esperávamos, ele apareceu no nosso apartamento com o violão e sentou no closet, que tinha uma acústica maravilhosa. Fazia o som e mandava a gente fazer vozes. Roubei muitos acordes de João Gilberto (risos). Eu e Pepeu (Gomes) ficávamos disfarçando, só de butuca, olhando ele tocar e fumando maconha a noite inteira com a gente. Ele me chamava de "vaqueiro do som", porque era rústico, vinha do interior, e tocava aquele violão interiorano. Aí ele disse "chama aquele vaqueiro lá pra tocar". A última música que a gente tinha composto era "Deu um rolê", um rock/blues. Pensamos "João não vai gostar disso". Ficou aquele silêncio depois...

 

Ele não gostou?

Ele perguntou: "De quem é essa música?". E Galvão: "Da gente aqui". E ele: "Da gente de quem?". Aí Galvão disse que era minha e dele. Essa pergunta foi fundamental na nossa vida, porque aí virou Moraes e Galvão, a dupla dos Novos Baianos. Se não ia ficar Baby do Brasil que não fez porra nenhuma, sabe? Ficaria uma autoria geral do grupo. A música é de quem fez, né, não?

E que ele disse sobre a música?

Ele disse: "Tá bom, mas vocês precisam olhar pra dentro de vocês mesmos" (risos)". Aí a gente saiu de cuca fundida sem saber o que significava aquilo. Casa vez que João saía das noitadas lá de casa, mandava comprar um café da manhã pra gente. Éramos fodidos, né? Foram os maiores cafés da manhã da minha vida.

Aí vocês foram para o sítio de Jacarepaguá?

O apartamento começou a ficar bandeira. Todos os malucos que vinham da Bahia se hospedavam lá. Tinha dia que eram uns 18. Nego jogava bola na sala, balançava o lustre da vizinha... Ou a gente mudava de lugar ou seríamos considerados um aparelho subversivo. Conseguimos o sítio magicamente, ninguém sabe como, quem foi o fiador... Aí, a gente começou a viver de música, futebol (havia um campo gramado na casa) e de chupar laranja. A gente não tinha dinheiro pra comprar comida e acabamos com o laranjal do sítio.

 

E as drogas?

Ah, muito LSD. Quando casei com Marília (com quem teve os filhos Davi e Ciça), que foi morar comigo no sítio, ela tinha ganho 200 LSDs de um americano. Ele tinha ouvido que o Brasil era um mercado maravilhoso, que era só chegar no Arpoador. Mas ele foi denunciado e escolheu a Marilia para dar os ácidos. Aí, pronto, era todo dia.

Quais músicas compuseram à base ácido?

"Mistério do planeta"... Acho que todas praticamente. Se não foi de ácido foi de fumo. Mas eu me preocupava em tocar. Foi ali que me aprimorei junto com o Pepeu.

Você ainda usa drogas? É a favor da legalização?

Eu fumo (maconha). Não me importo com legalização, porque pra mim já está legalizado, o resto é hipocrisia. Vai legalizar daqui a pouco, agora que o canabidiol já é remédio... Não tem mais como segurar...

Voltando aos baianos, como era a convivência de vocês?

Até cinco, seis anos, deu para viver bem feliz, dando risada. Mas o desgaste chega. Na nossa pelada, a gente sabia quem não tava bem com quem. Era uma entrada mais pesada, outro que não passava a bola pro um...

 

Quando e por que você decidiu ir embora?

Fui embora por causa dos meus filhos, Davi e Ciça. Como aqueles meninos iam se alimentar se os caras tomavam o leite deles no mingau da larica? Marília corria pra casa da mãe e ia ajeitando. Mas esse ajeitamento pela vida toda não dava, né? Foi foi um drama absurdo na minha vida.

Pepeu e Baby também seguiram com a parceria deles. Ficou tudo bem?

Depois de muita briga comigo eles seguiram. Esse negócio de dizer que acaba numa boa não existe. Separa numa ruim mesmo, brigando. Eles ficaram putos comigo. Eu queria me mudar, mas continuar fazendo as músicas. No Brasil já estava tendo abertura (política), mas nos Novos Baianos não (risos). Aí falei, "ah, não querem? Então vou fazer música sozinho. Já estava entrosado o Guilheme (Araújo, produtor que fez alguns dos primeiros shows solos de Moraes), a Gal...

E como foram os retornos dos Novos Baianos?

O de 1995 foi insignificante, fizemos o disco e tchau. Esse de agora (2016 e 2017) teve tudo que se tem direito, brigas... Mas a gente conseguiu produzir um DVD, fazer uma turnê pelo Brasil, que arrastou muita gente...

 
 
 

Que tipo de briga?

De convivência. A Baby quer ser dona dos Novos Baianos e não querem deixar. Eu mesmo não quero deixar. Por aí vai...


O Globo terça, 14 de janeiro de 2020

ILHA DA REUNIÃO: O HAVAÍ DA FRANÇA

 

"Havaí da França": conheça a Ilha da Reunião, território no Oceano Índico que pertence ao país

Arquipélago fica no Oceano Índico
 
Montanhas em Mafate Foto: GULSHAN KHAN / NYT
Montanhas em Mafate Foto: GULSHAN KHAN / NYT
 
 

Digamos que a solidão faz a caminhada parecer mais longa.

Quando eu tinha 22 anos e estava na melhor forma da minha vida, costumava ir de carona até as montanhas da Ilha da Reunião todos os fins de semana para curtir as paisagens estonteantes e as florestas elevadas repletas de musgo. Depois de me formar na faculdade, vivi lá durante um ano e dava aulas de inglês no ensino fundamental. Nos meus dias de folga, caminhava até escurecer, comia minha marmita e montava a rede na beira da trilha.

 Doze anos depois, passo a maior parte do tempo trabalhando em um laptop. Por isso, resolvi voltar à ilha para caminhar pelas montanhas com minha esposa, embora não sejamos tão ágeis como antigamente. No primeiro dia, depois de dez horas de caminhada sob a chuva, atravessamos a ilha de leste a oeste – primeiro para cima, depois para baixo –, saímos de dentro da floresta com a ajuda das nossas lanternas e aceitamos de bom grado a carona oferecida por um motorista que estava no fim da trilha. O apelido de "ilha extrema" é merecido.

A Ilha da Reunião, uma antiga colônia francesa que se tornou um departamento ultramarino em 1960, é um pontinho de rocha vulcânica a cerca de 650 quilômetros de Madagascar. Um paraíso natural com enormes cachoeiras e pontos de surfe famosos no mundo todo, a ilha faz jus ao apelido. Porém, nos últimos tempos, a Ilha da Reunião ficou conhecida por um extremo que não ajuda em nada o turismo: desde 2011, foi palco de um em cada três ataques fatais de tubarão no mundo.

 

Essa informação causou uma crise no turismo desse lugar que é considerado o Havaí da França: Um relatório publicado em 2014 revelou que cerca de 60 por cento dos turistas com planos de visitar a ilha cancelaram suas viagens nos dias seguintes a ataques de tubarão. Mas o choque parece ter incentivado as autoridades do turismo regional a assumir o ponto de vista da população local, que sempre se gabou do interior montanhoso da ilha.

Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT
Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT

Em 2014, a secretaria de turismo da Ilha da Reunião lançou uma campanha com o slogan "Pensando em fazer uma trilha? Venha para a Ilha da Reunião", ao lado de imagens de casais bronzeados curtindo a vista da montanha. A secretaria passou a investir mais em mercados apaixonados por trilhas, como a Alemanha, e enviou pelo correio um abacaxi da Ilha da Reunião para dois mil franceses que visitaram o site da ilha. Agora, as campanhas de turismo dizem que a Ilha da Reunião é "intensamente relaxante" e a secretaria firmou uma parceria com a revista francesa "Géo" para um concurso on-line que escolheu uma das trilhas mais conhecidas da ilha, a GRR1, como "a trilha mais bonita da França".

 

Decidimos percorrer essa trilha e optamos por um percurso de três dias que nos levaria aos três cirques – ou crateras – formados por um vulcão dormente que deu origem à Ilha da Reunião. Em nossa primeira manhã, saímos do litoral para o Cirque de Salazie até Hellbourg, um vilarejo de ruas estreitas e casinhas de boneca às margens da cratera. O trecho que leva à GRR1 conta com várias trilhas que começam na cidade. Do ponto de partida, passamos por enormes bambuzais e pés de chuchu, que crescem naturalmente no lado leste da ilha, e ziguezagueamos por um penhasco até a Floresta de Bélouve.

Ali, você pode parar para tomar um café no Bélouve Inn e visitar uma pequena exposição sobre a história da floresta, na qual aprendemos que apenas um artesão continua a fazer as tradicionais telhas de tamarindo, que já foram comuns em toda a ilha.

De lá, a GRR1 segue na direção noroeste até uma floresta fechada e incrivelmente úmida, cheia de samambaias gigantes e recoberta com mais de 60 centímetros de musgo. A trilha é difícil, mas é mantida impecavelmente pelo serviço florestal francês. Escadas de alumínio e pequenas pontes ajudam nos trechos mais perigosos, assim como as longas passarelas de aço, que dão firmeza nas áreas pantanosas.

 
Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT
Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT

A Ilha da Reunião tem apenas 48 quilômetros de uma ponta à outra, mas, no centro, o antigo pico vulcânico da Piton des Neiges ultrapassa as nuvens e alcança mais de três mil metros de altitude, criando uma infinidade de microclimas em suas encostas e dividindo a ilha em um lado "úmido" e outro "seco". Em um mesmo dia de chuva torrencial em Bras Panon, onde vivi em uma fazenda de lichias na costa leste, poderia haver 12 horas de sol forte nos pomares de cítricos no lado oeste.

Em Cilaos, chegamos a Case Nyala, uma charmosa pousada de cinco quartos, a tempo de tomar banho e correr para o jantar. No Chez Noé, você poderá provar especialidades locais, como frango cozido com baunilha e gruyère gratinado com chuchu, ou palmito fresco, além de muitas opções de bebida – uma garrafa de vinho local, ou uma caneca da cerveja fabricada na ilha, a "Dodo". (Gastamos 50 euros no jantar para dois com bebidas.)

Na manhã seguinte, aproveitamos a vista panorâmica das montanhas escarpadas na Case Nyala enquanto tomávamos café e comíamos uma pilha de crepes com iogurte caseiro e mais de uma dezena de geleias artesanais (tomate-de-árvore, laranja com papaia, abacaxi com morango). Depois de uma parada na farmácia para reforçar os curativos, encurtamos a próxima fase da caminhada e tomamos um ônibus municipal cor-de-rosa até o início da trilha, alguns quilômetros adiante.

 

Finalmente, pudemos curtir a vista enquanto subíamos, e observamos a sombra das nuvens no cânion sinuoso que vai de Cilaos até a costa oeste da Ilha da Reunião, onde as pessoas costumavam ir para surfar. Depois de duas horas de subida constante, chegamos ao Col du Taibit, onde encontramos um santuário dedicado à Virgem Maria às margens da trilha. Esse caminho rochoso é a entrada de Mafate, a terceira e mais inacessível cratera da Ilha da Reunião, batizada em homenagem a um líder quilombola que fugiu da escravidão no início do século XVIII e fundou um quilombo nas montanhas.

Trezentos anos depois, ainda não existem estradas até Mafate. Em vez disso, os cerca de dez vilarejos espalhados pela cratera são abastecidos a pé, no lombo de mulas ou, cada vez mais, de helicóptero. Atualmente, a economia de Mafate depende dos turistas que fazem trilhas e passam em busca de relaxamento e vistas estonteantes da montanha.

Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT
Ilha da Reunião Foto: GULSHAN KHAN / NYT

Um dos maiores prazeres de mochilar pela Ilha da Reunião é não ser obrigado a dormir em barracas – nem ter de carregar mais de uma muda de roupas e alguns lanchinhos para a trilha. Na densa rede de vilarejos da montanha em Mafate, é possível passar a noite em um gîte, ou pousada, onde há sempre cama e comida quente.

Caminhar por Mafate em um dia limpo faz você suspirar o tempo todo com as incontáveis paisagens, de tirar o fôlego, nos desfiladeiros às margens da cratera. Um dos meus lugares prediletos na ilha surgiu durante uma pausa na saída do cirque: a Plaine des Tamarins, um vale sombreado repleto de troncos retorcidos e folhas oblongas perfeito para um encontro de druidas.

 

Depois de uma pausa, caminhamos até a barreira que separa Mafate de Salazie, onde a neblina havia frustrado nossas tentativas anteriores de ver o lado oeste da ilha. Na passagem, finalmente pudemos ver uma paisagem tão incrível quanto a topografia; a água jorrava de cachoeiras em todos os cantos da montanha em frente a Hellbourg, onde a trilha começou.

Quando cheguei pela primeira vez à Ilha da Reunião, as montanhas eram meu refúgio contra a saudade de casa nos fins de semana em que estava sozinho. Foi muito bom poder voltar acompanhado.


O Globo segunda, 13 de janeiro de 2020

PINTURAS 3D, AO LADO DO BONDINHO DO PÃO DE AÇÚCAR

 

Ao lado do Bondinho do Pão de Açúcar, museu usa pinturas em 3D para criar novos cenários

Museu de Ilusões chega pela primeira vez ao Rio e reúne 40 painés desenhados à mão por artistas nacionais e internacionais
 
 
O menino Gabriel, de 5 anos, se diverte ‘voando’ de asa delta pelo Rio, com o Pão de Açúcar ao fundo Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
O menino Gabriel, de 5 anos, se diverte ‘voando’ de asa delta pelo Rio, com o Pão de Açúcar ao fundo
Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
 
 

RIO — Na primeira sala, uma fila de crianças e adultos espera para registrar o seu momento de serem “presos” em uma taça gigante por um ciclope. Logo ao lado, um jovem é flagrado subindo nos ombros do Cristo Redentor. No ambiente seguinte, turistas se equilibram no pandeiro de um sambista na Lapa e tubarões atacam um bote e seus tripulantes. No Museu de Ilusões, que chega pela primeira vez ao Rio, os únicos limites para a imaginação são a câmera do celular e o ângulo da foto.

Depois de passar pela Europa, Ásia e também Estados Unidos, a instalação está ao lado da estação do Bondinho do Pão de Açúcar, na Praia Vermelha, na Urca. A partir da próxima quarta-feira, o museu deixará o esquema de soft-opening para abrir oficialmente. Até ontem, duas mil pessoas já tinham se aventurado no espaço de 300 metros quadrados, com 40 painéis desenhados à mão nas paredes por artistas nacionais e internacionais.

Nas salas, os visitantes podem tirar fotos: a impressão, com os cenários 3D, é de “entrar” no universo das culturas e dos pontos turísticos do Rio e da América Latina. A entrada do museu, que é um dos mais “instagramável” do mundo, custa R$ 66 (inteira).

Gabriel, de 5 anos, ficou fascinado de “voar” de asa delta com o Pão de Açúcar ao fundo.

— Acho que ele não deixa muita dúvida sobre qual lugar ele gostou mais — revelou Raquel Almeida, mãe do garoto.


O Globo domingo, 12 de janeiro de 2020

DEZ FILMES DIRIGIDOS E PROTAGONIZADOS POR MULHERES PARA VER EM 2020

 

Dez filmes dirigidos e protagonizados por mulheres para ver em 2020

Por trás ou em frente às câmeras, elas contam histórias reais ou de fantasia que inspiram, empolgam e emocionam
 
 
A atriz irlandesa Saoirse Ronann dá vida à heroína Jo March no remake do clássico da literatura 'Mulherzinhas', dirigido por Greta Gerwig Foto: Arte Ana Luiza Costa sobre foto de Divulgação
A atriz irlandesa Saoirse Ronann dá vida à heroína Jo March no remake do clássico da literatura 'Mulherzinhas', dirigido por Greta Gerwig
Foto: Arte Ana Luiza Costa sobre foto de Divulgação
 
 

Embora nenhuma mulher tenha sido indicada ao prêmio de melhor direção no Globo de Ouro ou no Bafta (o Oscar do cinema britânico), as cineastas estão por trás de boa parte dos filmes mais esperados do ano. Grandes atrizes também protagonizam longas que devem render aplausos e reconhecimento na temporada de premiações em Hollywood.

 
CELINA selecionou dez filmes dirigidos, produzidos ou protagonizados por mulheres que você precisa assistir em 2020. Se não estão por trás das câmeras, elas estão no centro da narrativa, em histórias que inspiram, empolgam e emocionam.

E tem cinema para todos os gostos, de filmes aclamados pela crítica a grandes sucessos de público. Desde o remake do clássico da literatura "Mulherzinhas", em "Adoráveis Mulheres", de Greta Gerwin, passando pelo premiado em Cannes "Retrato de uma jovem em chamas", até histórias de super-heroínas, com "Viúva Negra" e "Mulher-Maravilha 1984".

Veja abaixo a nossa lista e aproveite!

1. 'Adoráveis Mulheres'

Escrito em 1868 pela norte-americana Louisa May Alcott, o clássico "Mulherzinhas" (Little women) volta ao cinema em remake com roteiro e direção de Greta Gerwig. O filme narra a história das irmãs March, Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), que vivem a virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil.

Crítica'Adoráveis mulheres' é motivo para risos, raiva e emoção

 

Nesta nova leitura do clássico, Gerwig escolheu colocar a verve independente da heroína Jo March em primeiro plano. O elenco ainda conta com Meryl Streep e Laura Dern. O filme já está em cartaz nos cinemas do Brasil. A estreia aconteceu na última quinta-feira, dia 9.

As irmãs March: Meg (Emma Watson), Jo (Saoirse Ronan), Amy (Florence Pugh) e Beth (Eliza Scanlen) Foto: Divulgação/Sony Pictures
As irmãs March: Meg (Emma Watson), Jo (Saoirse Ronan), Amy (Florence Pugh) e Beth (Eliza Scanlen)
Foto: Divulgação/Sony Pictures

2. 'Retrato de uma jovem em chamas'

Dirigido pela francesa Céline Sciamma, o filme conta a história de Marianne (Noémie Merlant), uma pintora contratada para fazer o retrato de casamento de Héloïse (Adèle Haenel), que deixou o convento para casar com um nobre italiano. A tarefa tem que ser cumprida em segredo porque Héloïse não aceita o casamento imposto pela mãe (Valeria Golino), e recusa-se a posar para pintores homens. Dali floresce um sentimento avassalador entre as duas.

Ambientado na França de 1770 e quase sem nenhum personagem masculino, o drama ganhou prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes e foi indicado a melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro e no Bafta. O filme está em cartaz nos cinemas do Brasil desde o dia 9.

3. 'Judy - Muito além do arco-íris'

A atriz Renée Zellwegger dá vida à Judy Garland nesta emocionante cinebiografia sobre uma das maiores estrelas dos musicais da Era de Ouro de Hollywood. Sua atuação já lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz e pode garantir o seu segundo Oscar, desta vez como atriz principal.

 

O filme dirigido por Rupert Goold marca o retorno Zellwegger aos holofotes e faz um retrato da estrela do clássico imortal 'O Mágico de Oz' (1939) do seu auge até seu esquecimento. O filme chega aos cinemas no dia 16 de janeiro.

A atriz Renée Zellwegger dá vida à lendária artista Judy Garland, que marcou a Era de Ouro dos musicais de Hollywood Foto: David Hindley / Divulgação
A atriz Renée Zellwegger dá vida à lendária artista Judy Garland, que marcou a Era de Ouro dos musicais de Hollywood
Foto: David Hindley / Divulgação

4. 'O Escândalo'

Protagonizado e produzido por Charlize Theron, o longa é baseado em uma história real e narra o escândalo envolvendo o ex-editor-chefe da Fox News, Roger Ailes (John Lithgow), após ser acusado de assédio sexual por grupo de mulheres que trabalhavam com ele.

O drama ainda reúne no elenco Nicole Kidman, que interpreta a jornalista Gretchen Carlson, e Margot Robbie, indicada ao Bafta como atriz coadjuvante pelo papel fictício da produtora Kayla Pospisil. O filme é dirigido por Jay Roach e chega aos cinemas no dia 30 de janeiro.

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5. 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fabulosa'

A atriz Margot Robbie também brilha no seu retorno às telonas como Arlequina. O filme, dirigido por Cathy Yan, narra o "projeto de emancipação" da antiheroína após a separação de Coringa. Desta vez, ela se junta a outras quatro mulheres — Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renee Montoya (Rosie Perez) e Cassandra Cain (Ella Jay Basco) — para salvar uma menina de um perigoso criminoso que assola Gotham. Aves de Rapina chega aos cinemas no dia 6 de fevereiro.

 

O documentário marca a estreia de Bárbara Paz como diretora e já levou dois troféus no Festival de Veneza: melhor documentário sobre cinema e Prêmio da Crítica Independente. O filme é uma crônica dos últimos dias do diretor Hector Babenco, brasileiro de origem argentina, morto em 2016, depois de décadas lutando contra o câncer. A estreia acontece em 9 de abril.

 

8. 'Viúva Negra'

Um dos filmes mais esperados do ano, "Viúva Negra" inicia uma nova fase nas produções da Marvel. A popular personagem Natasha Romanoff,  interpretada por Scarlett Johansson, ganha seu próprio longa. Dirigido por Cate Shortland, o filme tem previsão de estreia para o dia 30 de abril.

Scarlett Johansson volta aos cinemas como a personagem Natasha Romanoff, a Viúva Negra Foto: Divulgação
Scarlett Johansson volta aos cinemas como a personagem Natasha Romanoff, a Viúva Negra Foto: Divulgação
 

9. 'Mulher-Maravilha 1984'

A atriz Gal Gadot e a diretora Patty Jenkins voltam às telonas com "Mulher-Maravilha 1984", após o primeiro filme baseado na heroína amazônica da DC Comics faturar US$ 820 milhões em todo o mundo em 2017. Como indica o título, neste segundo longa, a amazona aparece em um mundo mais próximo do contemporâneo, nos anos 80, cerca de 40 anos a frente do enredo da primeira trama. O filme chega aos cinemas no dia 4 de junho.

10. 'Respect'

Em 2020 chega aos cinemas a cinebiografia da lendária rainha do soulAretha Franklin, que morreu em 2018, aos 76 anos. O filme será estrelado pela ganhadora do Oscar por "Dreamgirls", a atriz e cantora Jennifer Hudson. O longa também marca a estreia da diretora Liels Tommy no cinema, após trabalhar em séries como Jessica Jones, Insecure e Queen Sugar. 'Respect' tem estreia prevista para agosto.


O Globo sábado, 11 de janeiro de 2020

IRÃ ADMITE QUE DERRUBOU AVIÃO DA UCRÂNIA POR ERRO HUMANO

 

Irã admite que derrubou avião da Ucrânia 'por erro humano'

Segundo comunicado militar, Boeing foi confundido com 'alvo inimigo' ao voar sobre base da Guarda Revolucionária; chanceler e presidente pedem desculpas por 'erro imperdoável'
 
 
 
 

TEERÃ — Depois de dois dias de negativas, o Irã admitiu na manhã deste sábado em Teerã (início da madrugada no Brasil) que derrubou "por erro humano" o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines que caiu perto de Teerã na quarta-feira com 176 pessoas a bordo. Na quinta-feira, os governos dos Estados Unidos, do Canadá e do Reino Unido haviam levantado essa possibilidade, citando informações de inteligência.

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse, pelo Twitter, que o país "lamenta profundamente" o incidente, que chamou de "grande tragédia" e "erro imperdoável". "A investigação interna das Forças Armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por erro humano causaram o impacto terrível no avião e a morte de 176 pessoas inocentes", afirmou Rouhani.

"Um dia triste. Conclusões preliminares de uma investigação interna das Forças Armadas: um erro humano em tempo de crise causada pelo aventureirismo americano levou ao desastre. Nossas profundas condolências e pedidos de desculpas ao nosso povo, às famílias das vítimas e às outras nações afetadas", escreveu o chanceler do país, Javad Zarif, também pelo Twitter.

O comunicado divulgado pelos militares iranianos afirmou que o o avião "assumiu a posição de voo e a atitude de um alvo inimigo" ao se aproximar de uma base da Guarda Revolucionária. "Nessas circunstâncias, por causa de erro humano", o avião "ficou sob fogo", disse o comunicado.

O texto acrescentou que a pessoa responsável por derrubar o avião seria legalmente responsabilizada, e que os militares fariam "uma grande reforma operacional de todas as forças armadas" do país para garantir que o erro não se repita. A nota disse ainda que oficiais da Guarda Revolucionária iriam à TV para dar uma explicação completa sobre o ocorrido.

 

Na sexta-feira, o governo iraniano havia informado que faria um comunicado neste sábado sobre a tragédia, depois de uma reunião da Comissão de Investigações de Acidentes, que contou com representantes de outros países que tinham cidadãos no voo, incluindo investigadores ucranianos que estão no Irã desde quinta-feira.

O Boeing 737-800 da empresa ucraniana deixou o aeroporto de Teerã-Imã Khomeini às 6h12 de quarta-feira pelo horário local (23h42 de terça-feira no Brasil), com 176 pessoas a bordo. Pouco mais de dois minutos depois, a aeronave desapareceu dos radares, e caiu às 6h18 em um terreno nos arredores da capital iraniana. Ninguém sobreviveu.

Cinco horas antes da queda do avião, o Irã lançou uma série de mísseis contra posições americanas no Iraque, uma retaliação ao assasinato do general Qassem Soleimani, morto por um drone dos EUA quando saia do aeroporto de Bagdá no dia 3 de janeiro.

Nas redes sociais, muitos iranianos que dias antes haviam se reunido para lamentar a morte de Soleimani começaram a expressar raiva dos militares. "Supunha-se que eles se vingariam dos Estados Unidos, não do povo", disse a jornalistab Mojtaba Fathi.

Segundo disseram na  quinta-feira fontes da inteligência americana, teriam sido disparados dois foguetes do sistema de defesa SA-15, de fabricação russa e que estariam posicionados perto do aeroporto. As suspeitas haviam sido reforçadas pelo premier canadense Justin Trudeau no mesmo dia: ele disse que os indícios apontavam que o avião foi abatido por um míssil iraniano terra-ar. Ainda na quinta, o governo do Irã chamou especialistas do Canadá e da Junta Nacional de Transportes dos EUA para participar das investigações.

 

Segundo a contabilidade da Ucrânia, havia 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos a bordo do Boeing. Outros 11 eram ucranianos, incluindo nove tripulantes.

A autoridade de aviação iraniana, por sua vez, informou que 146 passageiros tinham passaporte iraniano; 10, passaporte afegão; cinco, passaporte canadense; quatro, sueco; e 11, ucraniano. A diferença na contabilização ocorre porque muitos dos passageiros tinham dupla nacionalidade, e entraram no Irã com seu passaporte do país.

No dia do acidente, as autoridades de aviação iranianas haviam sustentado que o avião caiu por causa de uma falha técnica. Os primeiros rumores de que o Boeing poderia ter sido abatido por engano começaram dentro do Irã. Cidadãos do país questionavam por que o tráfego aéreo não havia sido interrompido depois que a Guarda Revolucionária realizou o ataque às bases no Iraque que abrigam soldados dos EUA.


O Globo sexta, 10 de janeiro de 2020

FEIJOADAS: UMA TRADIÇÃO EM RITMO DE CARNAVAL

 

Feijoadas: uma tradição em ritmo de carnaval

Prato é servido em diferentes versões, do clássico na escola de samba a criações de chef de hotel bacana
 
Feijoada do Copa Foto: Divulgação/Tomas Rangel
Feijoada do Copa Foto: Divulgação/Tomas Rangel
 
 

O clima já é de folia à mesa, com a tradicional feijoada servida em diferentes versões, desde clássicas como a da Tia Surica, que depois de 15 anos de Portela agora serve o prato numa escola do terceiro grupo em Pilares, até criações de chef em hotel bacana. Tem para todo gosto.

 

Baródromo

Aos sábados de janeiro e fevereiro, com exceção dos primeiros do mês, o endereço oferece feijoada com roda de samba. O Grupo Arquibancada é o anfitrião da casa, e recebe convidados.

Endereço: Rua do Lavradio 163, Centro — 2504-5754. Sáb, do meio-dia às 19h. Grátis (até 14h) e R$ 10 (após 14h). O prato de feijoada custa R$ 25. Não recomendado para menores de 18 anos.

Chapéu de Palha

O grupo de samba e choro liderado por Valdir Silva comanda o evento semanal, com bufê liberado.

Cariocando: Rua Silveira Martins 139, Catete — 2557-3646. Sáb, às 12h30. R$ 49,90 (com feijoada liberada e uma caipirinha de cortesia). Não recomendado para menores de 18 anos.

Feijoada da Tia Surica

A integrante da Velha Guarda da Portela encontrou nova casa para sua feijoada regada a roda de samba, que recebe, nesta primeira edição do ano, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Ana Quinta.

G.R.E.S. Difícil é o Nome: Av. Dom Hélder Câmara 6.990, Pilares — 96906-6913. Sáb, às 13h. O prato de feijoada custa R$ 25. Livre.

Leia também:Após 15 anos na Portela, feijoada da Tia Surica movimenta escola do terceiro grupo, em Pilares

Feijoada especial de carnaval do Copa

Uma roda de samba com o grupo Mistura Fina anima o bufê com estações dos restaurantes Cipriani e Mee, além de carnes nobres grelhadas, uma caipirinha de cortesia e chope liberado. O evento ganha uma edição amanhã e também nos dias 22 e 29 de fevereiro. Nos outros sábados, a feijoada não tem roda de samba

 

Belmond Copacabana Palace: Av. Atlântica 1.702, Copacabana — 2548-7070. Sáb, das 13h às 16h. R$ 230 + 10%. Com roda de samba nos dias 11/1, 22 e 29/2.

Feijoada com bateria da Portela no Fairmont

Feijoada de chef com escola de samba. Esta é a receita do primeiro carnaval promovido no hotel inaugurado no Posto 6, em Copa, que acontece em dois momentos: amanhã e dia 22/2. Haverá bufê de carnes (separadas), além de leitão à pururuca, acompanhamentos, sobremesas e bebidas liberadas (refrigerante, suco, gim tônica, caipirinha, caipivodca, cerveja e chope). A animação é da bateria da Portela (durante todo o almoço, com intervalos) com 15 ritmistas, além de passistas.

Fairmont: Av. Atlântica 4.240, Copacabana — 2525-1110. Sáb, das 13h às 17h. R$ 350 (+ 10%).

Feijoada do Leão

A edição homenageia Rosa Magalhães com Luiz Camilo, Marcio Souto, Paulo Luiz, Chacal do Sax, Marquinhos Sensação e integrantes da Estácio de Sá.

Quadra da Estácio: Av. Salvador de Sá 206, Cidade Nova — 2504-2883. Sáb, às 14h. R$ 30 (entrada). R$ 20 (feijoada). Não recomendado para menores de 15 anos.


O Globo quinta, 09 de janeiro de 2020

CORAÇÃO DE GALINHA, FÍGADO E MOELA EM DESTAQUE EM CARDÁPIOS CARIOCAS

 

Trocando em miúdos: coração de galinha, fígado e moela em destaque nos cardápios

Confira opções de menus pelo Rio e diferentes combinações à mesa
 
Caju Gastrobar: moela Foto: Divulgação/Bruno de Lima
Caju Gastrobar: moela Foto: Divulgação/Bruno de Lima
 
 

Rejeitados por uns e amados por muitos, os miúdos (que já foram tema de aula de chef no Rio Gastronomia) ganham destaque em diferentes combinações nos cardápios cariocas, seja na forma porção (pura e simples), seja no palitinho ou misturados a outros itens, como aipim e manteiga de garrafa. Assunto para quem tem alma e coração de botequeiro. Veja abaixo.

CORAÇÃO DE GALINHA, FÍGADO E MOELA EM DESTAQUE NOS CARDÁPIOS

Coração

Azumi

O japinha serve espetinhos (os yakitori) de moela (R$ 19), fígado (R$ 22) e coração (R$ 22).

Rua Ministro Viveiros de Castro 127, Copacabana — 2295-1098.

Bobô Bar

Coração flambado na cachaça (R$ 39), servido com farofa de alho e aipim frito.

Rua Manuela Barbosa 45, Méier — 99057-0462.

Forma Bar

O mix de miúdos é servido com coração de galinha, língua e moela empanados (R$ 20).

Rua Arnaldo Quintela 51-B, Botafogo — 3435-2364.

Galeto Sat's

Nas duas unidads, as estrelas são os galetinhos (R$ 23) assados na brasa, mas a porção de coração de galinha é um clássico: marinado no vinho com ervas (R$ 28).

Rua Barata Ribeiro 7, Copacabana - 2275-6197.

Rua Real Grandeza 212, Botafogo - 2266-6266.

Lilia

Nas duas unidades da casa de comida orgânica tem coração de galinha, grelhado com folhas murchadas na brasa e farofa de pão. O menu fechado (couvert, entrada + principal + sobremesa) muda todo dia e sai a R$ 54.

Rua do Senado 45, Centro — 3852-5423.

CCBB. Rua Primeiro de Março 66, Centro — 2283-4018.

Momus

Uma panelinha de coração de galinha? No italiano tem (R$ 30). Leia crítica.

Rua do Lavradio 11, Centro — 3852 8250.

Bares e restaurantes do Rio:Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

 
Boteco do Amaral: moela ao molho Red Ale Foto: Divulgação/Rio Art Com
Boteco do Amaral: moela ao molho Red Ale Foto: Divulgação/Rio Art Com

 

Moela

Boteco  do Amaral

A sugestão é moela acebolada ao molho de cerveja Red Ale (R$ 48).

Vogue Square: Av. das Américas 8.585, Barra — 3030-9496.

Caju Gastrobar

Ali, a moela é de pato e vai servida com aipim na manteiga de garrafa e fatias de pão (R$ 28).

Praça Demetrio Ribeiro 97, Copacabana — 3264-3713.

Liga dos Botecos

A porção de moela vem com tomate fresco, cebola, torresmo picado e coentro, em purê de batata doce (R$ 25). Há também o Infarto Completo (R$ 112) que leva coração de galinha, torresmo, carne de sol, isca a milanesa, linguiça acebolada, ovo de farofa e manteiga de garrafa para compartilhar.

Rua Álvaro Ramos 170, Botafogo — 3586-2511.

Miúdos de porco

Afro Gourmet

A chef Dandara Batista serve o sarapatel (R$ 26), um prato típico da culinária nordestina muito apreciado na Bahia, em Alagoas e Pernambuco. É um cozido de miúdos de porco temperado com folhas de hortelã, louro e pimenta de cheiro. Acompanhado de angu.

Rua Barão do Bom Retiro 2.316, Grajaú — 3489-7354.

Corrientes 348

A casa de carnes oferece, entre as opções do cardápio, Rueda de Achuras: um combinadão de molleja, morcilla, riñones, chinchulines e chorizo (R$ 72).

Marina da Glória: Av. Infante Dom Henrique s/nº — 2557-4027.


O Globo quarta, 08 de janeiro de 2020

PEÇA SOBRE A IMPERATRIZ LEOPOLDINA

 

Peça sobre Imperatriz Leopoldina, mulher de Dom Pedro I, estreia no CCBB

‘Leopoldina, independência e morte’, de Marcos Damigo, valoriza, com liberdade poética, a atuação política da imperatriz, vivida por Sara Antunes
 
 

Numa das passagens de mais liberdade poética de “Leopoldina, independência e morte”, que estreia nesta quarta-feira (8), no CCBB, a personagem histórica retratada em cena — interpretada pela atriz Sara Antunes — entende, já no fim da vida, e com certo amargor, que jamais deixou de ser uma “moeda de troca” ao longo de sua trajetória como imperatriz e mulher de Dom Pedro I. “Nós, princesas, somos dados que são jogados”, diz a mulher, enquanto reivindica para si a autoria da independência do Brasil. Há razão para a ficção.

— Ela era muito amada no país. Existiu até certa mobilização, nos bastidores da política brasileira, para que Leopoldina assumisse o Império e Dom Pedro fosse mandado para Portugal — afirma Damigo. — Ao longo do tempo, porém, ela foi sendo apagada, a ponto de hoje mal ser citada nos livros didáticos.

A provocação em torno do papel político da imperatriz Leopoldina permeia a trama do início ao fim, como ressalta o autor, quase com um caráter “pedagógico”. Dividida em três partes — encenadas por Sara, a protagonista, e Plínio Soares, intérprete de José Bonifácio, além da musicista Ana Eliza Colomar, que faz inserções sonoras ao vivo —, a narrativa pincela momentos importantes na transformação de uma princesa, cujo destino havia sido delineado previamente pela família, numa espécie de estadista.

 

— A história daria um maravilhoso filme hollywoodiano, inclusive com direito a fugas em carroças — diz Marcos Damigo.

No texto que leva aos palcos, o autor e diretor reserva à sua protagonista um papel primordial nos rumos que o Brasil tomou.

— Leopoldina foi uma mulher que tentou tomar as rédeas da própria vida nas mãos e, com isso, acabou realizando a independência do Brasil — defende Damigo. — As pessoas, quando assistem, perguntam: “Mas ela fez tudo isso mesmo?”

Centro Cultural Banco do Brasil (Teatro I): Rua Primeiro de Março 66, Centro (3838-2020). Qua a dom, às 19h. Até 23 de fevereiro. R$ 30. 12 anos.

 


O Globo terça, 07 de janeiro de 2020

MOMUS: RESTAURANTE SE FIRMA COMO PONTO ALTO DA LAPA

 

Momus se firma como ponto alto na Lapa

Antigo restaurante italiano, endereço troca de cozinha e aposta em sabores brasileiros: guinada é para bem melhor
 
 
O pão de queijo com linguiça, da Momus
O pão de queijo com linguiça, da Momus
 
 

Entrar na Momus, na Rua do Lavradio, e dar de cara com a imponente estante que foi da Lidador — um móvel de madeira maciça centenário, que hoje ocupa a parede principal da casa — é emocionante. Os então donos dali, três italianos (hoje é um só), arremataram a peça no leilão feito pouco antes de a matriz da Lidador, na Rua da Assembleia, vir abaixo. Já tive muita raiva dessa história, mas hoje acho uma tremenda sorte esse lance (literalmente) dos italianos. Afinal, sabe-se lá qual seria o destino do móvel...

E foi voltada para ela, a bela estante, que almocei na Casa Momus, aberta em 2014. Há tempos não voltada a esse sobrado tombado e bem conservado da Lapa. Sua cozinha já foi italiana, mas hoje aposta em sabores brasileiros e cariocas, guinada providencial do chef Nahuel Villegas. Pelo ponto, faz mais sentido. É gostoso ficar ali beliscando e bebericando. ou fazer uma refeição completa, entre peças de bom gosto, pratos bem cuidados e uma trilha musical espetacular.

O picadinho com ovo poché, couve e farofa e o delicado risoto de moqueca de camarão (R$ 52) brilham entre os principais. Já o pudim de leite com cumaru (R$ 22) fecha bem a rodada. A Casa Momus é um achado, um porto seguro que destoa do entorno. Para muito, muito melhor...

Cotação: 3 garfinhos

Momus: Rua do Lavradio 11, Centro — 3852 8250. Seg, das 11h30 às 17h; ter a sex, das 11h30 à meia-noite; sáb, das 17h às 2h. C.C.: todos.


O Globo segunda, 06 de janeiro de 2020

ENTREGA DE COMIDA SAUDÁVEL NA PRAIA

 

Entrega de comida saudável na praia: casa de poke lança serviço no Rio

 

Pokee-se

 

 

Comida saudável entregue na praia? Neste verão, uma das novidades nas areias da Zona Sul do Rio é o serviço delivery do Pokee-se (@pokee_se), restaurante que mistura culinária havaiana com ingredientes da cozinha japonesa.

Instalada num contêiner (são vários na cidade) em Ipanema, a casa do chef Pedro Mattos (MasterChef Profissionais, em 2018) oferece pratos coloridos e balanceados, servidos em um bowl (nome bacana para tigela) de 500g.

 

Pokee-se

 

São quatro opções (R$ 30) no menu, incluindo itens como arroz japonês, atum marinado no shiro dashi, maionese de beterraba, avocado, cebola roxa, chuchu fermentado, gengibre, pepino, nori e chips de batata de doce), entre outros.

Os pedidos podem ser feitos por WhatsApp (99920-6680 ), telefone da loja ou com a equipe de vendas distribuída entre os postos 8 e 12.

Por enquanto, avisa Pedro Mattos, as entregas são feitas somente nos fins de semana.


O Globo domingo, 05 de janeiro de 2020

INCÊNDIOS NA AUSTRÁLIA

 

É uma bomba atômica': número de militares atuando em incêndios na Austrália é inédito desde a 2ª Guerra Mundial

Cerca de 3.000 reservistas, juntamente com aeronaves e navios, estão sendo disponibilizados para ajudar nos esforços de evacuação e combate a incêndios
 
Morador de Nowra, em New South Wales, se protege da fumaça com toalha enrolada no rosto Foto: Tracey Nearmy/Reuters / Tracey Nearmy/Reuters
Morador de Nowra, em New South Wales, se protege da fumaça com toalha enrolada no rosto
Foto: Tracey Nearmy/Reuters / Tracey Nearmy/Reuters
 
 

HASTINGS, Austrália - Os evacuados desceram a passarela do gigantesco navio da Marinha até o cais, cada um carregando apenas alguns itens de bagagem. Alguns estavam com bebês. Outros, com seus cães, cujas pernas ainda tremiam pelas 20 horas de viagem pela costa da Austrália. Eles estavam cansados e suas roupas cheiravam a fumaça, mas os terríveis infernos finalmente ficaram para trás.

Viu isso?Imagem de filhote de canguru carbonizado emociona australianos

Quatro dias após um incêndio florestal devastar a remota cidade costeira de Mallacoota, forçando as pessoas a se abrigar na praia sob um céu vermelho-sangue, mais de 1.000 moradores e turistas chegaram no sábado em Hastings, uma cidade perto de Melbourne.

As autoridades afirmam que essa era provavelmente a maior operação de resgate marítimo em tempos de paz da história da Austrália. Era também o símbolo de um país em fuga perpétua do perigo durante uma temporada catastrófica de incêndio — e do desafio que o governo enfrenta em controlar as chamas.

O calor abrasador e os ventos da tarde impulsionaram incêndios em grandes áreas da Austrália no sábado, aumentando a devastação de uma temporada de incêndios mortal que já deixou 23 vítimas. Milhares de pessoas já foram evacuadas, enquanto muitas cidades ainda estão ameaçadas com chamas ferozes que assolavam o campo no início da semana.

Mais de 12 milhões de acres queimaram até agora, uma área maior que a Suíça, e os danos devem piorar apenas nas condições extremamente áridas que permitem que os incêndios se espalhem. Os incêndios também são tão quentes e tão grandes que eles estão criando seus próprios padrões climáticos, o que pode piorar as condições.

 

Governo sob críticas

Por conta da temporada de incêndios que já dura mais de um mês, o governo federal anunciou neste sábado o uso em larga escala de ativos militares, uma implantação não vista desde a Segunda Guerra Mundial, dizem especialistas. Cerca de 3.000 reservistas do Exército, juntamente com aeronaves e navios, estão sendo disponibilizados para ajudar nos esforços de evacuação e combate a incêndios.

— É a primeira vez que reservas são chamadas dessa maneira na memória viva — afirma a ministra da Defesa, Linda Reynolds.

Antecipando as más condições do sábado, milhares de pessoas foram evacuadas, principalmente de comunidades ao longo da costa Sudeste, onde as cidades se enchem de turistas durante o verão. O primeiro-ministro Scott Morrison anunciou que um terceiro navio da Marinha Australiana, o Adelaide, seria usado para evacuar pessoas.

Leia mais:Sydney está sob ameaça de cortes de energia; número de mortos sobe para 23

Morrison, que tem sido amplamente criticado por sua resposta aos incêndios, resistiu a uma grande intervenção do governo nacional, dizendo que o combate a incêndios tem sido tradicionalmente o domínio de cada estado. Ele também minimizou a ligação entre o aquecimento global e as condições extremas que alimentaram os incêndios.

 

Os estados e a força esmagadora de Bombeiros voluntários nas áreas rurais foram levados ao limite por conta de uma temporada de incêndios que começou mais cedo e tem sido especialmente feroz. Enquanto a Austrália lida há muito tempo com as queimadas florestais, uma seca de anos e temperaturas recordes criaram uma estação mais volátil e imprevisível.

O Bureau of Meteorology informou que o subúrbio de Penrith, no oeste de Sydney, que atingiu 48,9 graus Celsius, era o lugar mais quente do mundo no sábado. No mês passado, a Austrália registrou seu dia mais quente em todo o continente.

Futuro reserva problemas

À medida que a mudança climática piora, os cientistas estão prevendo que os incêndios se tornarão mais frequentes e mais intensos.

John Blaxland, professor do Centro de Estudos Estratégicos e de Defesa da Universidade Nacional da Austrália, disse que o país não havia visto uma catástrofe nessa escala, afetando tantas pessoas em tantos locais diferentes, desde que o país se tornou independente em 1901.

Com outras obrigações no Pacífico e no Sudeste Asiático, as forças armadas não estavam necessariamente equipadas para lidar com uma crise climática iminente, disse ele.

 

— Se esse é o novo normal, esse modelo está quebrado — disse ele.

Autoridades disseram neste sábado que um grande incêndio cruzou o estado de Victoria, no norte de New South Wales, e se espalhou rapidamente. Tempestades geradas por fogo apareceram sobre chamas em dois lugares diferentes. Trabalhadores de emergência estavam usando guindastes e caminhões-tanque para combater o fogo, pois os ventos que subiam a costa estavam causando a fusão de alguns dos incêndios.

No sul da Austrália, o fogo destruiu uma popular reserva natural conhecida por seus coala, leões marinhos e outros animais selvagens, matando um homem e seu filho.

Veja também:Queimadas devastam florestas e provocam a fuga de milhares de pessoas na Austrália

Nas cidades ao longo da costa Sudoeste, entre Melbourne e Sydney, as lojas estão fechadas, a energia foi cortada e as autoridades foram de porta em porta pedindo evacuações.

Em Nowra, uma cidade costeira a duas horas ao Sul de Sydney, o céu ficou escuro, e o ar cheio de fumaça sufocante.

Em um clube de boliche transformado em centro de evacuação, as pessoas usavam máscaras de gás, enquanto os cães latiam freneticamente. Um capelão ministrou aos ansiosos.

 

— Não há lugar seguro — disse Liddy Lant, uma faxineira de hospital ainda de uniforme que fugiu de casa no sábado. — Eu poderia seriamente apenas sentar e chorar.

Mais de 200 focos de incêndio

O comissário do Corpo de Bombeiros Rural de New South Wales, Shane Fitzsimmons, disse a repórteres neste sábado que mais de 148 incêndios ativos estavam queimando apenas em seu estado, com 12 em nível de emergência. Mais ao sul, em Victoria, as autoridades contaram mais de 50 focos.

— Isso não é um incêndio florestal — disse Andrew Constance, ministro dos Transportes de New South Wales, à rádio ABC. — É uma bomba atômica.

Para a vida selvagem da Austrália, o pedágio tem sido incalculável. Cerca de 87% da fauna e flora australiana é endêmica no país, o que significa que ela só pode ser encontrada neste continente insular.

E muitas dessas espécies, como o coala, o bandicoot marrom do sul e o potoroo de pés longos, têm populações que vivem nas regiões agora sendo obliteradas pelos incêndios. Como o fogo nesta temporada tem sido tão intenso, consumindo áreas úmidas e florestas secas de eucalipto, existem poucos lugares em que muitos desses animais podem buscar refúgio.

 

— Nunca vimos incêndios como esse, nem sequer de uma só vez, e o reservatório de animais que poderia vir e repovoar as áreas, eles podem não estar lá — disse Jim Radford, pesquisador da Universidade La Trobe, de Melbourne.

População busca ajuda

No Centro de Evacuação em Nowra, cerca de cem pessoas procuraram ajuda durante o dia. As crianças corriam enquanto paramédicos amarravam máscaras de oxigênio em idosos.

Lant, 71 anos, disse que recebeu um alerta de emergência na tarde de sábado, pedindo-lhe que evacuasse imediatamente de North Nowra. Ela correu para casa para buscar seu cachorro Kaiser e seu pássaro. O gato dela fugiu. Bombeiros batiam nas portas dizendo aos vizinhos para sair. Seu irmão está em Mallacoota, a cidade onde os moradores estão sendo evacuados pela Marinha.

— Acabei de comer — disse ela.

Na mesa ao lado, a família Barwick e seus dois cães estavam esperando por dias. Embora sua casa em Worrigee não estivesse na linha direta de fogo, eles chegaram aqui na terça-feira à noite, depois de terem vivido um incêndio em 2017.

As duas crianças ficaram traumatizadas com a experiência há três anos. Naquela época, eles tiveram que fugir das chamas que se aproximavam, passando horas na praia.

 

— Não preciso que eles passem por isso novamente — disse Daniel Barwick. — Estou apenas tentando protegê-los o máximo possível.

Quando as pessoas desembarcaram dos navios em Hastings, no sábado, os trabalhadores do serviço de emergência ofereceram apoio emocional e sanduíches pré-fabricados. Os ônibus os levaram a Melbourne ou a um centro de ajuda na cidade vizinha, Somerville, onde muitos seriam apanhados por amigos e parentes.

As pessoas disseram que estavam agradecidas por estarem em segurança em terra. Um homem que havia descido de um ônibus em Somerville abraçou uma mulher que veio encontrá-lo e soluçou.

O que Darcy Brown, 16, mais ansiava era um banho. O jovem acabara de se mudar com sua família para Mallacoota quando o incêndio destruiu sua nova casa e piorou sua asma. Foi "devastador", disse ela.

Outros disseram que seu contato pessoal com o desastre climático cristalizou sua visão de que o governo precisava fazer mais, não apenas para reduzir as emissões de aprisionamento de calor, mas também para ajudar o país a se adaptar a um mundo mais quente.

Uma mulher que desembarcou no barco, Corrin Mueller, 23 anos, carregava uma placa que dizia “custos de inação mais”, que ela descreveu como se referindo ao fracasso do governo australiano em reduzir as emissões.

 

— Estamos aqui apenas porque ninguém agiu rápido o suficiente — disse ela. — E há muito mais que ainda podemos fazer para impedir que mais pessoas passem por isso.


O Globo sábado, 04 de janeiro de 2020

FORAGIDO ASSUME ATAQUE AO PORTA DOS FUNDOS

 

Foragido assume autoria de ataque ao Porta dos Fundos e diz que pedirá asilo na Rússia

Procurado há quatro dias, Eduardo Fauzi afirma em entrevista que soube com antecedência da expedição do mandado de prisão do qual era alvo
Eduardo Fauzi em Praga, na República Checa: autor do ataque ao Porta dos Fundos viaja com frequência para o exterior e foi para a Rússia na véspera de passar a ser procurado pela polícia Foto: Reprodução
Eduardo Fauzi em Praga, na República Checa: autor do ataque ao Porta dos Fundos viaja com frequência para o exterior e foi para a Rússia na véspera de passar a ser procurado pela polícia Foto: Reprodução
 
 

RIO - Procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro desde terça-feira, o economista e empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, assumiu nesta sexta-feira a autoria do ataque à sede da produtora de vídeos Porta dos Fundos, no Humaitá, Zona Sul do Rio, na véspera de Natal, e afirmou que irá pedir asilo político na Rússia, para onde viajou no dia 29 de dezembro.

Em entrevista concedida ao "Projeto Colabora", Fauzi também declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele, cumprido em operação policial na última terça-feira. Ele não foi encontrado e, desde quinta-feira, com a informação de que viajou para Moscou, seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol.

— Eu sou o candidato típico (ao asilo). Mas a decisão é política. Se não houver interesse político eles não me não me asilam — disse Fauzi ao portal, ao afirmar que passou os três primeiros dias do ano ocupado com os trâmites para encaminhar seu pedido às autoridades russas.

Perguntas e respostasO que já se sabe e o que ainda falta descobrir sobre o ataque ao Porta dos Fundos

Com 20 anotações anteriores em sua ficha criminal, Fauzi foi reconhecido por investigadores em vídeos de uma câmera de segurança registrados após o ataque. Ele aparece em Botafogo, bairro vizinho ao Humaitá, enquanto desembarca e retira uma fita que protegia a placa do carro utilizado no atentado. A polícia acredita que ele dirigia o veículo utilizado na ação que envolveu pelo menos outras quatro pessoas.

— Achavam que fui muito estúpido pra não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente pra ser avisado do mandado a tempo de viajar pra fora do país — justificou Fauzi ao "Colabora".

 

Questionado sobre os objetivos do ataque, Fauzi, que é filiado ao PSL, disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado durante a semana, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos ("A primeira tentação de Cristo"), na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.

— O ato não foi motivado por qualquer razão eleitoral ou financeira, como resta evidente — disse Fauzi, que atribuiu a origem dos R$ 139 mil apreendidos pela polícia em um dos seus endereços ao trabalho de seu pai no comércio.

Fauzi tem uma passagem de volta comprada para o Brasil e marcada para o dia 29 de janeiro. Ele tem mulher e filho em Moscou e viajou para a capital russa três vezes ao longo do ano passado. O Ministério da Justiça aguarda uma solicitação do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para encaminhar o pedido de extradição do brasileiro à Rússia. O juiz responsável pelo caso é Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal da Comarca do Rio.


O Globo sexta, 03 de janeiro de 2020

LIVERPOOL MASSACRA SHEFFIELD

 

Liverpool massacra Sheffield, e última derrota na Premier League fará aniversário

Líder do inglês com sobras, time de Klopp vence em Anfield com gols de Salah e Mané
 
 
Salah e Mané comemoram gol do Liverpool Foto: CARL RECINE / Action Images via Reuters
Salah e Mané comemoram gol do Liverpool Foto: CARL RECINE / Action Images via Reuters
 
 

Completa um ano nesta sexta-feira a última derrota do Liverpool pela Premier League. A vitória do imparável time de Jürgen Klopp sobre o Sheffield United, pro 2 a 0, nesta quinta, assegurou que fará aniversário o último resultado negativo do time no Campeonato Inglês. Salah e Mané, ambos donos de autações notáveis em um jogo marcado por um domínio massacrante dos Reds, marcaram os gols.

A temporada do Liverpool, com o título virtualmente garantido - o primeiro após 30 anos de jejum -, torna-se uma briga de um time formidável contra os números. Uma corrida por recordes. Desde 3 de janeiro de 2019, quando foi batido pelo Manchester City, o Liverpool jogou 37 vezes, das quais venceu 32. Em Anfield, chegou a 18 vitórias seguidas, sequência mais significativa de uma outra marca: 51 partidas sem perder em seu estádio. Na atual edição da Premier League, já são 58 pontos ganhos em 20 jogos, com 19 vitórias e um empate. Uma brutalidade. Faltam 42 pontos em 54 possíveis para igualar os 100 pontos do Manchester City na temporada 2017-2018.

Um desavisado que visse o jogo desta quinta-feira poderia imaginar que do outro lado estava um time desqualificado, candidato a rebaixamento. Mas o Sheffield United, hoje oitavo colocado, perdeu nas duas últimas rodadas seus dois primeiros jogos como visitante na temporada atual. Chegou a ser quinto colocado e tinha, no início da rodada, a segunda melhor defesa da Premier League. Se pareceu um time menor, inofensivo, é obra do tamanho do domínio do Liverpool. Times como este têm a capacidade de fazer rivais parecerem piores do que, de fato, são.

O jogo foi um monólogo, talvez facilitado por um acontecimento infeliz logo aos quatro minutos, quando o defensor Baldock escorregou após um passe longo que acabou encontrando livre o lateral Robertson. Do cruzamento, saiu o gol de Salah. Estava desmontado o plano do Sheffield, de se defender e tentar saídas em velocidade.

 
 
Antes do intervalo, o Liverpool criou ao menos três ótimas chances, mostrando ser capaz de chegar ao gol de todas as formas. Com construção paciente, com bolas longas ou em ações rápidas, seja em trocas de passes ou contragolpes rápidos. Mas é justamente quando tem espaço para correr ou consegue terminar rápido seus ataques que é efetivamente um time excepcional. Resultado da pressão sufocante que exerce, não deixava o Sheffield pensar em jogar, retomava a bola rapidamente e tentava construir ataques rápidos. Chegou a 970 passes num jogo de 75% de posse de bola.

No segundo tempo, o domínio prosseguiu e Salah, num lance que originalmente era um passe, acertou a trave. Pouco depois, aos 19 minutos, demorou 15 segundos entre Alisson fazer uma defesa e Mané empurrar para a rede a bola do segundo gol. Um contra-ataque mortal, que terminou em belo passe de Salah para o senegalês fechar o placar.


O Globo quinta, 02 de janeiro de 2020

CETOGÊNICA, LOWCARB OU JEJUM INTERMITENTE?

 

Cetogênica, lowcarb ou jejum intermitente? Os prós e contras de cada dieta

Descubra qual delas pode te ajudar a queimar os exageros do fim de ano
 
 
Grãos, frutas e legumes fazem parte das dietas Foto: Shutterstock
Grãos, frutas e legumes fazem parte das dietas Foto: Shutterstock
 
 

 

 

LEIA MAISNutricionistas dão dicas para amenizar os sintomas da ressaca

Dieta cetogênica

Criada nos anos 1920 para ajudar no tratamento da epilepsia, a cetogênica propõe um consumo de até 90% das calorias diárias em gorduras, vindas de oleaginosas e azeite. Ela é pobre em proteínas e, especialmente, em carboidratos, com apenas 50g por dia (equivalente a uma batata pequena). Famosa pela rapidez com que promove a perda de peso, a dieta já foi adotada por celebridades como Giovanna Antonelli e Marília Mendonça. No entanto, fazê-la por muito tempo é difícil e pode causar danos à saúde, como sobrecarga nos rins. “A cetogênica é muito restritiva; não deve passar de três semanas. Também não pode ser feita por pacientes diabéticos, com problemas renais ou com gordura no fígado ”, afirma Catia. Ela diz que o regime também pode provocar mau humor e pode ser muito penoso para quem não abre mão dos farináceos.

PrósEfeito rápido com perda de até 10kg por mês.

Contras: É muito restritiva; até frutas estão proibidas.

Pode causar fraqueza e fornece pouca energia para atividades físicas.

Lowcarb

Indicada para quem quer diminuir, mas não cortar os carboidratos, a lowcarb tem proporção de 35% desse grupo alimentar no cardápio (uma rotina comum costuma ter entre 45% e 65%). Além disso, propõe uma troca de carboidratos simples por outros complexos, como batata-doce e inhame.

 

Prós: Não corta totalmente os farináceos, além de ser mais prática e dar opções no dia a dia. Indicada para quem deseja queimar calorias com exercícios.

ContrasPerda mais lenta, de até 5kg por mês.

Jejum intermitente

Estratégia adotada por Sabrina Sato,

Juliana Paes e Jennifer Aniston, o jejum intermitente restringe as horas de alimentação para acelerar o metabolismo

e diminuir a quantidade total de calorias ingeridas. A prática, que divide nutricionistas, propõe de 12 a 23 horas sem comer. Geralmente, uma refeição é pulada, e a pessoa pode beber apenas água e chás. A nutricionista Marcela Araújo ressalta, no entanto, que essa estratégia não é para todo mundo. “Podemos recomendar para pacientes específicos, que já têm hábito de pular o café da manhã ou que se sentem mal comendo

à noite”, explica. Também não adianta restringir as horas e comer mal nos períodos de alimentação. Por isso, a estratégia costuma ser usada junto a outra dieta, como a lowcarb.

Prós: Promove emagrecimento de cerca de 3kg por mês sem restrição de alimentos.

Contras: Não é indicada para quem tem alguma doença crônica e pode causar mau humor.


O Globo quarta, 01 de janeiro de 2020

MEGA DA VIRADA: QUATRO DIVIDEM O PRÊMIO - VEJAM OS NÚMEROS

 

Mega da Virada: Quatro apostadores dividem prêmio; veja os números

Vencedores são de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso
 
 
Cartelas da Mega-SenaFoto:O Globo/Arquivo
Cartelas da Mega-Sena Foto: O Globo / Arquivo
 
 

Os números da Mega da Virada foram sorteados nesta terça-feira. As dezenas foram: 03 - 35 - 38 - 40 - 57 - 58.

O prêmio do concurso, de  R$ 304.213.838,63 milhões, será dividido em quatro apostas que levaram R$ 76.053.459,66 cada uma.

Dois ganhadores são de São Paulo; um, de Criciúma (SC); e um, de Juscimeira (MT), município que tem cerca de 11 mil habitantes.


O Globo terça, 31 de dezembro de 2019

BRUNA MARQUEZINE USA LOOK PODEROSO EM TRANCOSO

 

À espera de 2020, Bruna Marquezine usa look poderoso em Trancoso

Atriz 'causou' na web com fenda e decote
 
 
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
 
 

Parece que Bruna Marquezine está ansiosa para a virada do ano. Direto de Trancoso, na Bahia, a atriz postou no Instagram duas imagens em que aparece de look poderoso, com fenda e decote que chamam a atenção. "Esperando por 2020", escreveu a jovem estrela na legenda das fotos. Não demorou para receber uma chuva de elogios.

 "A mulher mais linda do Brasil", "Essa hora um tiro desse? Quer me matar?", "Quem aguenta tanta beleza, né?", "Meu Deus... Perfeita" e "Socorre aqui, moço" foram alguns dos comentários deixados pelos seguidores de Bruna.
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram

Bruna, aliás, foi a brasileira mais badalada esse ano entre as grifes internacionais. Foi vista nas primeiras filas de desfiles concorridos, como Dior, Chloé, Maison Margiela e Boss.

 


O Globo segunda, 30 de dezembro de 2019

LENTILHA DE MIL MANEIRAS

 

Lentilha de mil maneiras: aprenda receitas com o grão da sorte para a sua mesa da virada

Chefs ensinam o passo a passo das suas receitas preferidas com lentilha
 
 
Salada da sorte de Lentilha com passas, nozes, hortelã e damasco, do Farinha Pura Foto: Filico
Salada da sorte de Lentilha com passas, nozes, hortelã e damasco, do Farinha Pura Foto: Filico
 
 

Fresca na salada, quentinha em textura quase de sopa, geladinha com frutas... São muitos os pratos possíveis tendo a lentilha como ingrediente principal. Clássica tradição de Ano Novo, a crença de que a lentilha traz sorte nasceu na Itália, onde seu formato arredondado era comparado ao de moedas. Como boas energias nunca são demais, pedimos para chefs da cidade contarem o passo a passo das suas receitas preferidas com a lentilha. Escolha a sua e incremente a sua festa.

 

Paleta de cordeiro com lentilha du Puy do Le Vin Bistrô, do chef Fred Barroso

Paleta de cordeiro com lentilha du Puy do Le Vin Bistrô, do chef Fred Barroso  Foto: Fabio Rossi
Paleta de cordeiro com lentilha du Puy do Le Vin Bistrô, do chef Fred Barroso  Foto: Fabio Rossi

Ingredientes:

200ml vinho branco

1 alho poró

1 salsão

1 cebola

1 cabeça de alho

1 cenoura picada

10g pimenta branca em grão

1 fio de azeite

3 galhos tomilho

3 galhos alecrim

2 folha de louro

250g lentilha du Puy

1 cenoura

2 cebolas

1 folha de louro

Pimenta e sal a gosto

1 litro de caldo de legumes

50g bacon

2 dentes de alho

200ml creme de leite

100ml molho tomate

1 tomate concassé


Modo de preparo:

Para o cordeiro: misture todos os ingredientes e coloque a paleta de cordeiro para marinar durante 12 horas. Em seguida, confite em uma panela com gordura hidrogenada durante 6 horas em fogo baixo. Para finaliza, leve para o forno a 200 graus durante 20 minutos para dourar. Para a lentilha: cozinhe a lentilha no caldo de legumes (prepare esse caldo com uma cebola, cenoura, folha de louro e pimenta e sal a gosto). Frite o bacon cortado em cubos, junto com uma cebola e o alho. Junte com a lentilha, o creme de leite, o molho de tomate, a cenoura (cozida junto com a lentilha) cortada em brunoise e o tomate concassé e deixar no fogo até encorpar.

 

Salada de lentilha verde du puy com carambola, salmão defumado e romã, do chef Jérôme Dardillac

Salada de lentilha verde du puy com carambola, salmão defumado e romã, do chef Jérôme Dardillac Foto: Agência O Globo
Salada de lentilha verde du puy com carambola, salmão defumado e romã, do chef Jérôme Dardillac Foto: Agência O Globo

Ingredientes:

120g de lentilha verde

200g de salmão defumado fatiado

 

1/2 cebola-roxa

1 carambola

1 romã

Sal e pimenta

60ml de azeite exrtravirgem

20ml de vinagre de Jerez

Cebolinha e flores comestíveis para decorar

Bouquet garni (ramo de cheiro com tomilho, louro, talo de salsa)

1 limão-siciliano

Modo de fazer:

Cozinhe a lentilha em uma panela com água, sal e o bouquet garni. Corte a cebola roxa e a carambola em brunoise (cubos bem pequenos). Retire as sementes do romã. Pique a cebolinha. Faça um suco de limão-siciliano. Em um bowl, misture todos os ingredientes, exceto o salmão defumado. Coloque em uma travessa bonita com as fatias de salmão defumado. Decore com brotos e pétalas de flores comestíveis.

 

Ragú de lentilha com cogumelos, gremolata de alho assado e quiabo crocante, da chef Roberta Ciasca

Ragú de lentilha com cogumelos, gremolata de alho assado e quiabo crocante, da chef Roberta Ciasca Foto: Divulgação
Ragú de lentilha com cogumelos, gremolata de alho assado e quiabo crocante, da chef Roberta Ciasca Foto: Divulgação

Ingredientes:

250 ml de caldo de legumes

2 cebolas

150g de lentilha

1 cenoura pequena cortada em cubinhos

1 talo de aipo cortado em cubinhos

280g de quiabo

10g de pimenta calabresa

Partes iguais de cogumelo Paris, shimeji e shiitake

8 cabeças de alho

1 limão-siciliano

1 colher de sopa de salsa picada

Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer:

Em uma panela, refogue metade da cebola, da cenoura e do aipo, coloque a lentilha e deixe refogar mais um pouco. Cubra com caldo de legumes e deixe cozinhar até ficar com consistência de feijão, caldo grosso e grão ainda inteiro. Em uma frigideira, refogue o aipo, a cebola e a cenoura restantes até ficar cozido, mas ainda com textura. Misture o refogado na panela de lentilha já cozida e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Lave os quiabos inteiros e seque. Corte-os ao meio. Aqueça bem uma frigideira, doure levemente a cebola no azeite, acrescente o quiabo, salteie rapidamente até ficar cozido mas crocante, tempere com sal, pimenta calabresa e cúrcuma. Reserve. Corte os cogumelos em pedaços grandes e salteie no azeite para dourar. Tempere com sal e pimenta. Reserve. Para a gremolata, corte o topo das cabeças de alho e asse envolvidas em papel alumínio até ficarem macias. Esmague com um garfo e tempere com suco e raspas de limão-siciliano, sal, pimenta-do-reino e azeite. Coloque no prato fundo a lentilha, os legumes por cima, e, para decorar, um pouco da gremolata e um fio de azeite. Sirva em seguida.

 

Lentilha francesa com pato defumado, do Christophe Lidy

Lentilha francesa com pato defumado, do Christophe Lidy Foto: Fabio Rossi
Lentilha francesa com pato defumado, do Christophe Lidy Foto: Fabio Rossi

Ingredientes:

200g de lentilha verde “Du Puy”

1 cebola

1 cenoura

1 bouquet garni (ramo de cheiros)

1 maçã-verde

Magret de pato defumado

1 ramo de aipo

0,5 ml de azeite de trufas negras

1,5 ml de vinagrete clássica

Sal a gosto

Pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer:  Em uma panela, cozinhe as lentilhas com água, uma cebola e uma cenoura cortadas ao meio, o bouquet garni e sal grosso por aproximadamente 30 minutos. Reserve. Corte a maçã em cubos. Reserve. Descasque e corte o aipo em cubos. Reserve as folhas. Corte as pontas do magret em cubos e fatie em lâminas o restante. Tempere a salada: em um recipiente, misture lentilhas, maçã, aipo, cubos de pato, vinagrete, sal, pimenta e um filete de azeite de trufas. Montar o prato: no centro de um prato, enforme com a ajuda de um aro de inox a salada de lentilha, coloque ao lado as fatias de pato defumado e enfeite com folhas de aipo. Dica de vinagrete: junte uma colher de sopa de mostarda de Dijon, 2 colheres de sopa de vinagre de jerez, 2 colheres de sopa de azeite, 3 colheres de sopa de óleo de girassol.

Salada da sorte de Lentilha com passas, nozes, hortelã e damasco, do Farinha Pura

Ingredientes:

1 xícara de lentilha

1/2 xícara de azeite

Folhas de hortelã

Folhas de manjericão

2 dentes de alho

1/2 cebola

1/2 xícara de nozes

1 maço de cheiro verde

5 tomates cereja para decorar

½ pimentão amarelo para decorar

 

½ pimentão vermelho para decorar

Sal a gosto

Modo de fazer: Cozinhe a lentilha em água fervendo por 10 minutos até ficar al dente. Pique a cebola, o cheiro verde, o alho e as nozes. Refogue a cebola em azeite para depois misturar na lentilha. Reserve. Em um recipiente, prepare um molho com o azeite, alho, manjericão e cheiro verde picados, e uma pitada de sal. Por fim, misture as lentilhas com a cebola refogada e o molho. Finalize com as nozes e decore com hortelã, tomate cereja e pimentões coloridos de sua preferência.

 

Letilha amarela, beterraba assada com balsâmico, burrata e folhas verdes, da Nathalie Passos

Letilha amarela, beterraba assada com balsâmico, burrata e folhas verdes, da Nathalie Passos Foto: Fabio Rossi
Letilha amarela, beterraba assada com balsâmico, burrata e folhas verdes, da Nathalie Passos Foto: Fabio Rossi

Ingredientes:

1 xícara de lentilha amarela

4 betarrabas

1 burrata

Mix de folhas verdes

Azeite 

Vinagre balsâmico

Tomilho

Sal e pimenta

Modo de fazer:

Cozinhe a lentilha na água até que ela fique al dente. Reserve e resfrie. Descasque a beterraba, tempere com azeite, vinagre balsâmico, sal e tomilho e asse no forno a 180° por 20 minutos ou até ficar macia. Misture delicadamente o mix de folhas de sua preferência (uma boa mistura é alface americana, rúcula, agrião) <QL>com a lentilha e tempere com sal, azeite e pimenta. Finalize com as beterrabas assadas e uma burrata cortada ao meio.


O Globo domingo, 29 de dezembro de 2019

ZILDA CARDOSO, A DONA CATIFUNDA

 

 

'Catifunda era tão forte que tomou conta de mim', disse a comediante Zilda Cardoso, que morreu nesta sexta-feira

A personagem Catifunda, de Zilda Cardoso

 Ela estreou como Dona Catifunda em 1961, no programa humorístico "O riso é o limite". Produzida e exibido pela TV Rio, a atração terminava com o quadro "Escolinha do Professor Raimundo", do comediante Chico Anysio. A partir de então, a atriz Zilda Cardosoque morreu nesta sexta-feira, aos 83 anos, até que interpretou outros personagens ao longo de sua carreira, mas jamais abandonou seu papel mais marcante, que se tornou mais famosa do que a própria intéprete. 

 
Em homenagem a Zilda, o Blog do Acervo resgatou uma entrevista sua publicada pela "Revista da TV", do Jornal O GLOBO, em 15 de dezembro de 1991.

- A Catifunda é a minha homenagem ao Golias, que sempre adorei. E quem me deu o famoso charuto foi o contra-regra Amaral, que bebia muito e me ofereceu o charuto que estava fumando. Agradou e hoje já virou microfone do João Canabrava. Quem sofre com as baforadas é o Professor Raimundo - contou a comediante.

 

Zilda Cardoso com Luis Carlos Miele no programa "Praça da Alegria", em 1977

 

Nos primeiros anos como Catifunda, Zilda até que tentou mudar, chegou a pedir outros personagens para os redatores dos programas de humor. Sem sucesso. Ninguém queria abrir mão da moradora de rua desbocada. Com chapéu torto, jornal debaixo do braço e o inseparável charuto, ela eternizou seu bordão: "Saravá". 

- Comecei a observar que o Renato Aragão era o Didi, o Golias era sempre o Golias e o Charles Chaplin foi sempre o Carlitos. Que pretensão a minha falar isso.. Mas, então, compreendi que a Catifunda era tão forte que tinha tomado conta de mim. Passamos a ser uma só e assumi a personagem - disse ela.

Com a mesma personagem, Zilda participou de programas como "Praça da Alegria" e "A praça é nossa". Ela também voltou à "Escolinha" quando o quadro de humor já estava na TV Globo. Além disso, Zilda atuou em filmes como "O lamparina" (1963) e "Se meu dólar falasse" (1970). A atriz também viveu Elza na novela "Meu bem, meu mal" (1990), da Globo, na qual contracenou com Jorge Doria. Em quase todos os seus trabalhos, o humor estava presente. O talento para fazer rir era algo que desde a infância fazia parte da artista nascida em São Paulo.

- Eu era uma aluna desinteressada, rebelde e já gostava de fazer gracinha, aprontava muito e cheguei a ser expulsa de classe algumas vezes. Acho até que nasci meio palhaça mesmo. Bastava abrir a boca e pronto. A turma toda caia na gargalhada. Hoje, porém, adoro ler muito e estudar. Gosto imensamente de antropologia, sociologia, filosofia e mitologia grega.

 

Zilda Cardoso na pele de Catifunda e Chico Anysio como Professor Raimundo, em 1991

 

 

A atriz Zilda Cardoso, em março de 1993

O Globo sábado, 28 de dezembro de 2019

MARCOS VALLE - ENTREVISTA

 

Marcos Valle: 'Se eu não botar música para fora vou ficar maluco!'

Aos 76, astro da bossa prepara turnê no exterior para 2020 e lança o segundo disco pop em menos de um ano, com Emicida, Bem Gil e Jorge Vercillo
 
 
O cantor e compositor Marcos Valle Foto: Jorge Bispo / Divulgação
O cantor e compositor Marcos Valle Foto: Jorge Bispo / Divulgação
 
 

RIO - Não bastou para Marcos Valle fazer apenas um disco pop. Depois de lançar em junho, pelo selo inglês Far Out, o dançante “Sempre”, ele volta no próximo dia 10 com “Cinzento” (Deck), um álbum que surgiu como uma sugestão do produtor Rafael Ramos: que Marcos retornasse ao estúdio da gravadora (onde ele produziu, junto com Roberto Menescal, o disco “O Tom da Takai”, de 2018, da cantora Fernanda Takai), aproveitasse seus instrumentos e equipamento vintage e assim retomasse a pegada balançada de um de seus álbuns mais cultuados, “Previsão do tempo” (1973).

 

PARCEIRO:Emicida, sobre novo disco: ‘O mais urgente a se fazer é que a música soe como um abraço’

Aos 76 anos (mas com entusiasmo e gás de menos de 30), o cantor encarou o desafio e produziu o disco sozinho, com sua banda base (o baixista Alberto Continentino e o baterista Renato Massa), mas recorrendo a uma nova leva de parceiros, como EmicidaBem GilMoreno VelosoDomenico LancellottiJorge Vercillo e Kassin (que abriu o seu estúdio para Marcos finalizar o disco tocando em todos os sintetizadores que quisesse). O resultado foi um disco balançado, que remete a “Previsão do tempo” também pela alternância de letras que tratam do amor e de um difícil período político.

— Nesse momento cinzento, de ódios e brigas, não há melhor antídoto do que o amor — ensina Marcos, que estreia o repertório de “Cinzento” no Rio, em show no dia 18 de janeiro na Madrugada no Centro do CCBB, e antes se apresenta no réveillon de Inhotim.

São dois discos pop em menos de um ano, não?

Sim. Antes do “Sempre”, meus discos tinham sido numa linha mais jazzística, mais da bossa. Tudo isso me deu imenso prazer, mas havia esse lado do ritmo, dos grooves, que é tão forte para mim quanto o meu lado melódico. Estava sentindo falta dele. Com o “Sempre” ficou essa sementinha. Quando o Rafael puxou por esse meu outro lado, falando que a Polysom (fábrica de LPs da Deck) iria reeditar o “Previsão do tempo”, aquilo bateu.

 

Em que ponto de sua carreira você percebeu que tinha começado a falar com um público mais jovem?

Foi no começo da década de 1990, quando eu soube que os DJs lá de Londres estavam tocando minhas músicas nas pistas de dança para os jovens. E quem me falou isso foi a Joyce, que já estava tocando naquela cena. A partir dali, em pouco tempo eu comecei a ser chamado para fazer shows, e logo no primeiro, em 1994, no Jazz Café, vi a garotada vibrando. E aí vieram convites para gravar discos novos, já que os antigos estavam sendo até pirateados.

AO CAIR DA TARDE: Takai, Menescal e Marcos Valle levam Jobim ao Toca no Telhado

Mas isso não tinha acontecido antes, em 1983, com o “Estrelar”?

Sim, ela puxou uma geração nova que muitas vezes nem me conhecia, porque eu tinha passado muito tempo fora (nos EUA, gravando com a cantora Sarah Vaughan e o grupo Chicago). Ed Motta e Toni Garrido diziam que a partir dali é que eles começaram a seguir a minha música. Mas foi uma música só, e eu nem fiz shows naquela época, só os playbacks nos bailes de subúrbio. Onde eu fui sentir mais a presença de um público novo foi nos anos 1990, porque aí era a minha banda e várias músicas.

Alguma vez sentiu que não entendia a juventude ou que a juventude não o entendia?

Nunca, eu tenho essa coisa de criança em mim, meu lance é ouvir o que os jovens dizem. Meus filhos nasceram depois que eu tinha 49 anos, tudo isso me trouxe uma proximidade com o pessoal mais novo. Musicalmente, também, eu sempre fui muito curioso. E uma vantagem é que eu gosto muito do ritmo, e o ritmo me aproxima do jovem.

Detalhe da capa de "Cinzento", álbum de Marcos Valle Foto: Reprodução
Detalhe da capa de "Cinzento", álbum de Marcos Valle Foto: Reprodução

Como surgiram as novas parcerias de “Cinzento”?

Como eu tinha feito as letras para o “Sempre”, pensei que em “Cinzento” era melhor entregar as músicas para outros letristas. E como saíram muitas melodias na onda do “Previsão do tempo”, resolvi mandá-las para as pessoas de outras gerações que foram influenciadas por esse disco, como o Moreno Veloso, o Bem Gil, o Domenico Lancellotti e o Kassin.

Além dos novos parceiros, “Cinzento” tem a volta do seu irmão, Paulo Sérgio Valle, com quem você fez clássicos...

A gente não fazia música juntos há bastante tempo, mas continuamos amigos. Desta vez eu quis ter o Paulo Sérgio, até porque ele estava no “Previsão do tempo”. Então eu mandei pra ele uma valsa e pedi uma letra que não fosse objetiva, que fosse sobre um amor mais espiritual, e o resultado (“Nada existe”) ficou ótimo. Somos irmãos de idades muito próximas e, quando começamos profissionalmente na música, tínhamos a vantagem de morar na mesma casa. Tínhamos uma maneira muto próxima de pensar. Quando eu fazia uma melodia, ele falava: “É isso que você quer dizer?” E quase sempre era. É como se a minha música tivesse uma transparência do que eu estava imaginando.

Por que um disco tão solar foi se chamar “Cinzento”?

Ao mesmo tempo em que esse disco tem groove, balanço, essa parte musical tão solar e variada, ele não pode escapar do fato de que estamos vivendo uma era complicada. Principalmente em relação às artes e à cultura, esse ódio, esse clima desagradável, de ofensas a artistas, isso me passou um clima totalmente cinzento. Ao mesmo tempo em que estava muito feliz no estúdio, vivia muito inseguro pela cultura no Brasil. E quando o Emicida, numa das músicas que fez comigo, pediu para botar o título de “Cinzento”, vi que era aquilo ali. Eu não digo que está preto, nem que está solar. Está cinzento, é o meu receio do que vai rolar.

Em 2020, o que você faz depois de lançar “Cinzento”?

Em maio vou para o Japão com Os Bossa Nova (grupo com Roberto Menescal, Carlos Lyra e João Donato), em junho para Los Angeles para lançar o disco “Jazz is dead” (com os produtores Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad) e mais adiante faço turnê pela Europa. Existe uma ideia de um disco novo com o (músico e produtor inglêsTom Misch, um talento de 23 anos, mais jovem que os meus filhos. Ele esteve aqui, trabalhamos três músicas e queremos fazer um projeto juntos. Acho que agora não vou mais parar de gravar, não. Acho que serão pelo menos dois discos por ano, tenho muita música na cabeça, e se não botar para fora vou ficar maluco!


O Globo sexta, 27 de dezembro de 2019

RÉVEILLON EM COPACABANA

 

Réveillon em Copacabana terá patrocínio de R$ 5,5 milhões de empresas privadas

Dinheiro será empregado na festa por meio da Lei de incentivo à cultura
 
 
 Queima de fogos na Praia de Copacabana em 2018 Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Queima de fogos na Praia de Copacabana em 2018 Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
 
 

A festa de réveillon em Copacabana, na Zona Sul do Rio, que tem estimativa de público de 2,8 milhões de pessoas, terá patrocínio de R$ 5,5 milhões de empresas privadas por meio da Lei de Incentivo à Cultura estadual. A verba será repassada diretamente pela TIM e Ambev para a SRCOM, contratada pela prefeitura do Rio para promover a festa. Em troca, as empresas terão desconto no ICMS que seria pago ao estado. A estimativa da prefeitura do Rio é de que a festa custe R$ 13 milhões.

 
O anúncio sobre os patrocínios foi feito pelo governador do Rio, Wilson Witzel, após uma reunião no Palácio Guanabara com representantes da SRCOM e da TIM. Representantes da Ambev não compareceram ao evento. A SRCOM está negociando o fechamento de outros dois patrocínios pela Lei de Incentivo à Cultura federal (popularmente conhecida como Rouanet) que somam mais R$ 1,5 milhões. O valor restante será custeado pela própria prefeitura, responsável pela realização da festa.

VEJA TAMBÉM: Confira o esquema especial de trânsito do réveillon

Questionado sobre o patrocínio destinado à festa, Witzel afirmou que o governo do estado fez uma contribuição “decisiva” para o réveillon. Há cerca de dez anos, os investimentos das empresas privadas no réveillon de Copacabana ocorrem vinculados às leis de incentivo à cultura no âmbito federal e estadual. No ano passado, a festa teve o patrocínio de R$ 5,5 milhões da Caixa Econômica Federal, Antarctica (BOA) e Light. Em troca, as empresas divulgam suas marcas no evento, além de receberem a isenção fiscal.

O recebimento dos recursos de incentivo fiscal previstos na Lei de Incentivo à Cultura estadual do Rio depende de análise e aprovação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), com posterior publicação no Diário Oficial do estado. Já em âmbito federal, o projeto precisa ser aprovado pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania para que o benefício seja concedido. O aporte desses recursos, via de regra, é negociado pelos responsáveis pela organização da festa.

 

- O que nós queremos é colaborar. Tenho ajudado todos os municípios, na medida em que os prefeitos têm me procurado. O município do Rio recebe, sem duvidas, uma atenção especial. Tudo que for possível fazer para ajudar e melhorar mais ainda os eventos do final do ano nós vamos fazer. Este ano, fizemos uma contribuição decisiva para a realização da festa do ano novo e ao longo do ano para todos os eventos realizados, o estado ajudou mutio com a Lei de Incentivo. Quem quiser, estamos aqui para ajudar sempre - afirmou Witzel durante a entrevista.

Este ano, o réveillon de Copacabana terá quatro palcos: o principal, em frente ao Hotel Belmond Copacabana Palace; e outros três, na altura da Rua Anchieta, no Leme; na altura da Rua Hilário de Gouveia; e entre as ruas Bolívar e Barão de Ipanema.

 

 


O Globo quinta, 26 de dezembro de 2019

PRAIAS CHEIAS: PREVISÃO DE SOL E CALOR ATÉ O ANO NOVO, NO RIO DE JANEIRO

 

Praias cheias: previsão é de céu claro e calor até ao Ano Novo

A máxima prevista para esta quinta-feira é de 35 graus
 
 
 
Praia de Copacabana lotada neste Natal Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Praia de Copacabana lotada neste Natal Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 
 

RIO - Papai Noel foi generoso: espantou a chuva e deu de presente um Natal de sol para os cariocas, que deverá se estender até a noite de Ano Novo. Com dias típicos de verão, as praias ficaram lotadas ontem e atraem muitos banhistas nesta quinta-feira, que á fazem a contagem regressiva para 2020.

 Até o fim de semana, a previsão é de temperaturas acima dos 30 graus. Segundo o sistema Alerta Rio, da prefeitura, a máxima prevista para hoje é de 35 graus. No domingo, a previsão é que os ponteiros cheguem a 36 graus.

E o calor vai permanecer até a virada do ano. No dia 31, já durante os festejos de réveillon, pode ter pancada de chuva, de acordo com o Climatempo. Nada que atrapalhe o show da virada na orla, porque a noite promete ser de céu claro.


O Globo quarta, 25 de dezembro de 2019

FAKE NEWS: MANIPULAÇÃO EM VÍDEO É NOVO DESAFIO PARA AS ELEIÇÕES EM 2020

 

Fake news: Manipulação em vídeo é novo desafio para eleições 2020

Redes sociais tentam reagir à divulgação de notícias falsas
 
 
Redes sociais tentam reagir à divulgação de notícias falsas nas eleições de 2020 Foto: Arquivo
Redes sociais tentam reagir à divulgação de notícias falsas nas eleições de 2020 Foto: Arquivo
 
 

SÃO PAULO — No embate contra disseminação de notícias falsas e robôs na internet nas eleições municipais do ano que vem, as principais redes e plataformas de internet — Facebook, Google, Twitter, WhatsApp e YouTube — investem em mecanismos de checagem de informações, em cartilha e educação para usuários e, recentemente, fecharam acordos e treinamentos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Justiça Eleitoral aprovou, na semana passada, punição a partidos ou candidatos que disseminarem conteúdo falso.

Manipulações de vídeos, quando o rosto de um candidato aparece falando algo que não disse, os deepfakes, são o novo alvo de preocupação. Tanto empresas quanto especialistas reconhecem, porém, que o cenário eleitoral pode trazer desafios ainda não previstos, uma aposta também compartilhada por especialistas.

A tecnologia usada nos deepfakes ainda é um entrave. Várias plataformas lançaram desafios públicos para treinar seus sistemas a identificar imagens falsas. Para isso, precisam construir uma base de dados de deepfakes, que ainda não é ampla o suficiente no país para “ensinar” máquinas a reconhecê-los. Quando a máquina identifica uma imagem, cria uma espécie de DNA dela. Toda vez que alguém tenta subir essa imagem, ela é removida.

 “Estamos comprometidos em desenvolver as melhores práticas de inteligência artificial para reduzir o potencial de danos e abusos”, diz o YouTube em relação aos vídeos falsos. A plataforma apresentou recentemente dois recursos para evitar a desinformação: avisos que mostram se conteúdos exibidos como resultados de algumas pesquisas são verdadeiros, falsos ou parcialmente verdadeiros, e informações sobre a origem do financiamento de canais. As checagens no YouTube são fornecidas por agências aprovadas pela plataforma.

 — Não é simples prever o que se destacará. De 2017 para 2018, todo mundo estava preocupado com o Facebook, que foi a grande questão nas eleições de Donald Trump nos Estados Unidos. Mas, nas eleições do ano passado no Brasil, o grande tema acabou sendo o WhatsApp — lembra Francisco Brito Cruz, diretor do centro de pesquisa em direito e tecnologia InternetLab.

Rumores virais

Para ele, 2020 terá uma eleição bem diferente da de 2018, com demandas variadas:

— O número de candidatos está na casa de centenas de milhares. Cidades pequenas, grandes, do Norte, do Sul, terão questões muito distintas. E não há mão de obra para acompanhar de perto 5,5 mil disputas.

As plataformas afirmam que vão aumentar os investimentos em iniciativas como checagem de fatos, treinamentos e cursos de educação digital.

Em outubro, Google, Facebook, WhatsApp e Twitter aderiram ao Programa de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Na prática, as plataformas se comprometeram a desenvolver mais ações que combatam a proliferação de informações falsas e a aprimorar as ferramentas de verificação de desinformação para 2020.

Conteúdos que podem enganar eleitores, além de perfis impostores que incentivam determinada posição política, também deram trabalho ao Facebook ano passado e continuam como desafio para 2020. A plataforma não tem política específica para notícias falsas: recebe ordens judiciais para remover conteúdos específicos e as cumpre. Muitas vezes, também, quem compartilha esse tipo de conteúdo viola outras políticas da plataforma, como contas falsas e discursos de ódio, e o conteúdo é removido. O Facebook deve lançar uma função em que posts considerados falsos pela parceria com agências de checagem fiquem com a imagem embaçada.

 — Temos feito investimentos para identificar melhor novas ameaças e vulnerabilidades, removendo contas falsas e conteúdos que violam nossas políticas — diz um porta-voz do Facebook. — Temos trabalhado para priorizar o jornalismo profissional na plataforma e para dar mais contexto às pessoas sobre os conteúdos.

Já o WhatsApp afirma que o foco é reduzir os rumores virais, limitando o encaminhamento de mensagens. A plataforma mudou configurações de privacidade para grupos e adicionou um ícone de seta dupla para identificar mensagens encaminhadas frequentemente, como uma corrente de mensagens.

“No mês passado, enviamos ao TSE uma proposta que inclui a proibição expressa de mensagens em massa e outras práticas proibidas pelo WhatsApp e outras empresas de tecnologia em seus termos de serviço”, afirmou a companhia, em nota. Em 2018, 400 mil contas foram banidas no combate à desinformação.

Em 2018, no Twitter, contas automatizadas, os robôs, foram apontadas como propagadoras de notícias falsas. A plataforma diz que vai reforçar o trabalho de verificação de contas. E destacou, para 2020, o apoio ao trabalho do TSE e dos TREs, com treinamentos para juízes e assessores de comunicação, além de um e-mail específico de contato com a Justiça Eleitoral.

A verificação também ganhou espaço no Instagram. Segundo o aplicativo, os usuários receberão um aviso de que determinada publicação é falsa. As postagens terão distribuição limitada, não aparecerão na busca ou pesquisa por hashtag. No lugar, a plataforma vai oferecer links de artigos que desmentem o conteúdo.

 O Google afirmou que pretende aprimorar os algoritmos para privilegiar conteúdos de fontes confiáveis e de qualidade na busca e no YouTube. A plataforma fez parcerias para combater notícias enganosas e investe em programas de educação midiática. “Criadores de desinformação nunca param de tentar encontrar novas maneiras de enganar os usuários”, diz o Google, em nota. “Nosso objetivo é formar parcerias e tomar ações que possibilitem lidar com a desinformação de maneira responsiva e adequada”, acrescenta o texto.

 


O Globo terça, 24 de dezembro de 2019

MORO É ELEITO UMA DAS 50 PERSONALIDADES DA DÉCADA PELO FINANCIAL TIMES

 

Moro é eleito uma das 50 personalidades da década pelo 'Financial Times'

Jornal escolheu políticos, empresários, atletas e ativistas que se destacaram e 'refletem o desenvolvimento' dos últimos dez anos
O ministro Sérgio Moro Foto: Adriana Lorete / Agência O Globo
O ministro Sérgio Moro Foto: Adriana Lorete / Agência O Globo
 
 

RIO — O ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, foi eleito pelo jornal "Financial Times" uma das 50 pessoas que marcaram a década. A lista dos eleitos foi publicada nesta terça-feira. "De seu cargo de juiz em uma cidade provinciana brasileira, Sergio Moro encabeçou uma investigação de corrupção que abalou o establishment político da América Latina", informa a publicação.

 

O jornal elegeu políticos, empresários, atletas e ativistas que se destacaram e "refletem o desenvolvimento" dos últimos dez anos. "A segunda década do século 21 começou com medidas de austeridade para lidar com a desaceleração causada pela crise financeira global e terminou com governos populistas e regimes iliberais em todo o mundo."

Além de Moro, há políticos como Barack Obama, Vladimir Putin, Emmanuel Macron, Angela Merkel e os irmãos Koch. Na parte de tecnologia e economia, estão Jeff Bezos, Tim Cook, Bill e Melina Gates, Elon Musk, Thomas Piketty, Kylie Jenner e Elizabeth Holmes.


O Globo sexta, 20 de dezembro de 2019

ÍTALO FERREIRA É CAMPEÃO MUNDIAL DE SURFE

 

Italo Ferreira é campeão mundial de surfe

Em decisão brasileira, potiguar derrota Gabriel Medina na final da etapa de Pipeline, no Havaí
 
 
Italo Ferreira entubando em Pipeline Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images
Italo Ferreira entubando em Pipeline Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images
 
 

Foi uma das decisões mais emocionantes e apertadas do circuito mundial de surfe. Disputando o troféu da temporada, Italo Ferreira e Gabriel Medina venceram ontem suas baterias no Pipe Master até se encontrarem na decisão da etapa final do ano, em Pipeline, no Havaí — o palco mais icônico do esporte. Quem vencesse levaria não só o campeonato, mas o título mundial. Em um duelo de tubos de lado a lado, Italo levou a melhor para se tornar campeão mundial pela primeira vez.

 

Ao sair da água, o potiguar de 25 anos, emocionado e chorando muito, quase não conseguia falar. Ele dedicou a conquista a um tio e uma avó falecidos recentemente.

— Este é meu sonho. Dediquei toda minha vida para isso. Não consigo acreditar. Gabriel é um grande competidor, está de parabéns, mas esse é o meu momento.

Os dois serão os representantes brasileiros nos Jogos de Tóquio-2020, quando o surfe fará sua estreia olímpica. Entre as mulheres, o Brasil classificou Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima.

Italo é o terceiro brasileiro a levar o título mundial. Gabriel venceu em 2014 e 2018, e Adriano de Souza foi o melhor em 2015.

No caminho para o título, Italo venceu três etapas: a de abertura, na Austrália, a penúltima, em Portugal, e em Pipeline.

Na decisão, Italo não quis perder tempo e logo achou um bom tubo para a direita, recebendo nota 7,83. Medina reagiu quase na mesma moeda: 7,77. O bicampeão, porém, não achou mais ondas boas, e viu o potiguar de 25 anos vencer a bateria por 15,56 a 12,94 pontos.

O dia decisivo em Pipeline começou com o americano Kolohe Andino ainda na briga pelo troféu, esperança que se desfez logo no primeiro duelo das oitavas, quando Italo passou pelo paranaense Peterson Crisanto, acabando com as chances matemáticas de Andino.

 

Nas quartas, Italo manteve seu bom momento e derrotou outro brasileiro, Yago Dora: 15,66 a 13,50 pontos. Na semifinal, ele não deu chances ao americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, vencendo por 14,77 a 2,57.

Gabriel Medina derrotou Caio Ibelli nas oitavas em uma bateria com polêmica e emoção no fim. O bicampeão mundial vencia, mas Caio tinha a prioridade e precisava uma nota 5,67  a poucos segundos do fim. Caio remou em uma onda e Medina entrou também, sendo penalizado com uma interferência, perdendo uma de suas notas. Como Caio tinha pontuação muito baixa, mesmo assim Medina venceu - uma manobra estratégica, que eliminou a possibilidade de Caio pontuar na reta final do confronto.

- Joguei o jogo. Eu sabia que mesmo com a interferência teria a maior nota da bateria. Tive que jogar o jogo. Se está na regra, às vezes você tem q fazer isso. Eu sabia o que estava fazendo - explicou Medina.

O Brasil pode até ter demorado a entrar na onda do surfe profissional, mas desde que os principais surfistas brasileiros chegaram nos torneios mundiais da modalidade, o país se consolidou como berço de novos talentos na água. Conheça os principais expoentes da 'Brazilian Storm'.
O Brasil pode até ter demorado a entrar na onda do surfe profissional, mas desde que os principais surfistas brasileiros chegaram nos torneios mundiais da modalidade, o país se consolidou como berço de novos talentos na água. Conheça os principais expoentes da 'Brazilian Storm'.

 Derrotado, Caio não ficou feliz com o que aconteceu.

- Consegui ouvir o padrasto dele (Charles Medina, que é tecnico de Gabriel), da areia, gritando para ele entrar na minha onda. Seria minha melhor nota. Acho que nunca vi isso. É a mentalidade de um campeão. Mostra que tipo de competidor ele é. Joga sujo se precisa, faz de tudo para vencer - desabafou o paulista.

 

- Ele pediu desculpas dentro da água. Vou treinar e estudar melhor, e vou vencê-lo na próxima vez. Isso só me faz ter mais vontade de vencer.

O livro de regras da World Surf League prevê que uma bateria pode ser disputada novamente em caso de "séria interferência antidesportiva", mas a WSL confirmou que a vitória de Gabriel Medina foi oficializada. 

O duelo entre Medina e Caio já veio com um histórico da etapa anterior, em Portugal. Lá, também nas oitavas, Medina também entrou em uma onda do adversário, mas acreditando que tinha a prioridade. Os juízes, porém, haviam dado a prioridade para Caio, que tinha o direito de ir na onda. Medina foi penalizado e perdeu aquela bateria.

Nas quartas de final, Medina não precisou de nenhum artifício estratégico. Ele derrotou o havaiano John John Florence, bicampeão mundial e um dos grandes nomes em Pipeline, com autoridade, conseguindo notas 9,23 e 8,40 - somou 17,63 a 12,33 pontos. Na semifinal, Medina superou o americano Griffin Colapinto por 13,00 a 7,10.

FINAL:

Italo Ferreira (BRA) 15,56 x 12,94 Gabriel Medina (BRA)

BATERIAS DAS SEMIFINAIS:

Italo Ferreira (BRA) 14,77 x 2,57 Kelly Slater (EUA)
Gabriel Medina (BRA) 13,00 x 7,10 Griffin Colapinto (EUA)

 

BATERIAS DAS QUARTAS DE FINAL:

1 - Italo Ferreira (BRA) 15,66 x 13,50 Yago Dora (BRA)
2 - Jack Freestone (AUS) 9,26 x 12,94 Kelly Slater (EUA)
3 - Gabriel Medina (BRA) 17,63 x 12,33 John John Florence (HAV)
4 - Griffin Colapinto (EUA) 9,84 x 8,77 Michel Bourez (FRA)

BATERIAS DAS OITAVAS DE FINAL:

1 - Italo Ferreira (BRA) 11,84 x 4,23 Peterson Crisanto (BRA)
2 - Yago Dora (BRA) 7,50 x 6,27 Julian Wilson (AUS)
3 - Ricardo Christie (NZL) 4,23 x 5,00 Jack Freestone (AUS)
4 - Seth Moniz (HAV) 6,20 x 7,33 Kelly Slater (EUA)
5 - Gabriel Medina (BRA) 4,23 x 1,13 Caio Ibelli (BRA)
6 - John John Florence (HAV) 5,66 x 3,90 Soli Bailey (AUS)
7 - Jesse Mendes (BRA) 8,50 x 10,67 Griffin Colapinto (EUA)
8 - Michel Bourez (FRA) 13,43 x 9,50 Kolohe Andino (EUA)


O Globo quinta, 19 de dezembro de 2019

RABANADA DE BROA DE MILHO, COM CREME DE TAPIOCA E DOCE DE LEITE

 

Receita de Natal: chef ensina rabanada de broa de milho, com creme de tapioca e doce de leite

Criação de Emerson Pedrosa é vendida no bar Kalango, de comida nordestina
 
 
Rabanada de Broa com Tapioca e Doce de Leite do Bar Kalango Foto: Divulgação/Eduardo Almeida
Rabanada de Broa com Tapioca e Doce de Leite do Bar Kalango Foto: Divulgação/Eduardo Almeida
 
 
 

Um clássico natalino, a rabanada ganhou uma roupagem diferente nas mãos do chef Emerson Pedrosa, do bar Kalango, de comida nordestina, localizado na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio. A sobremesa ali é feita de broa de milho, com creme de tapioca e doce de leite, vendida por R$ 15 (a fatia).

 

 

Receita

Creme de tapioca

  • 1L de leite
  • 500ml leite Coco
  • 1 xícara de açúcar
  • 1/2 xícara de tapioca granulada Granfino
  • 1 xícara leite condensado
  • 1 pedaço de canela em pau
  • Casca de 1 limão

Junte leite, leite de coco, açúcar, leite condensado, canela e casca de limão. Aguarde ferver. Apague o fogo, retire a canela e a casca limão, adicione a tapioca e mexa até engrossar. Leve à geladeira.

Bares e restaurantes do Rio:Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Rabanada

 Pão de milho

  • 500ml leite
  • 4 ovos
  • 1/2 xícara açúcar
  • Óleo pra fritar
  • 400g de doce de leite para finalizar

Passe rapidamente a fatia (2 dedos de espessura) na mistura de ovos, leite e açúcar.

Frite em óleo quente e deixe escorrer. Depois empanar em açúcar.

Montagem

Numa louça para sobremesa coloque uma concha de creme de tapioca.

Em cima, coloque a rabanada e depois uma colher de doce de leite para finalizar.

 

Tempo de preparo: 40 minutos.

Rendimento: 20 fatias.

Kalango: Rua São Valentim 513, Praca da Bandeira — 2504-0088. A rabanada pode ser encomendada para as festas de fim de ano (R$ 65, 8 porções).


O Globo quarta, 18 de dezembro de 2019

CEIA DE NATAL PRONTA NO RIO: ONDE ENCOMENDAR

 

Ceia de Natal pronta no Rio: para manter distância do fogão

Para otimizar o seu tempo, está aberta a temporada de encomendas. Veja lista
 
 
Ceia do Quitéria Foto: Divulgação/Samuel Antonini
Ceia do Quitéria Foto: Divulgação/Samuel Antonini
 

Quer garantir a ceia de Natal sem encostar a barriga no fogão? Listamos alguns cardápios por encomenda na cidade. Aproveite.

 

Ceia

Amir

Clássico restaurante libanês de Copacabana, o Amir mantém as encomendas com pratos quentes, saladas, pastas, salgados e sobremesa. As encomendas podem ser feitas até o dia 22, para o Natal, e até o dia 29, para o Réveillon, e entregues em toda a zona sul. Entre as opções, pernil de cordeiro assado (2kg), que vem acompanhado de arroz marroquino ou arroz com lentilha e a cebola frita do Amir (R$ 320, para 6 pessoas); mini kibe, mini esfiha (carne, ricota e espinafre), burreca (carne, queijo e berinjela), mini esfiha folhada (ricota e carne), mini kibe vegetariano (espinafre ou coalhada), falafel e croquete de cordeiro, a partir de R$180, o cento. E mini doces árabes (como o ninho de macarrão cabelinho de anjo recheado com damasco, pistache, amêndoas, nozes e ganache de chocolate e o ataife com recheio de nozes ou damasco – a partir de R$6 a unidade). 2275-5596 e amir@amirrestaurante.com.br.

 

Assunção

Pratos e saladas para até quatro pessoas, entre paleta de cordeiro (R$ 240) e leitão assado (R$ 420), com arroz de açafrão, batatas coradas e farofa de castanha caramelizada. Entre as opções de sobremesas, rabanada (R$ 6,50, a fatia). As encomendas serão aceitas até o dia 21 pelos telefones 2537-2732/97649-1272 ou e-mail: assuncaorestaurante@gmail.com. Deverão ser retiradas no dia 24, do meio-dia às 13h30h. Rua Assunção 184, Botafogo.

Panetones de Natal:De brownie, com sorvete, gostas de Callebaut ou de fermentação natural

 

Casa Carandaí

O menu da casa conta com cerca de 30 receitas, desde entradas, como a Terrine de Campagne (R$ 65/250g e R$ 130/500g) até as sobremesas, passando por todos os clássicos das festas de fim de ano. Entre os destaques de pratos principais: tender caramelizado (R$ 220/1kg), bacalhau em lascas com tomate concassé e azeite de ervas (R$ 260/1kg e R$ 390/1,5kg) e rosbife ao molho de cogumelos (R$ 210/1kg e R$ 315/1,5kg). As encomendas serão aceitas até o dia 20 de dezembro.

Casa Mortadella’s

Tábua de embutidos e queijos é a proposta. O comensal escolhe quatro opções por R$ 69,90). Queijo prato está incluso. Encomendas devem ser feitas até o dia 22.Travessa dos Tamoios 7, Flamengo - 3264-7848.

 

Da Silva

Até o dia 23, o cliente pode ligar para a unidade de Botafogo (2237-9028 e 2237-9086) e reservar pratos (R$ 120/kg) como arroz de pato, bacalhau espiritual, toucinho do céu, entregues no Natal ou Ano Novo. Entre as sobremesas (R$ 95/travessa), toucinho do céu, encharcada e siricaia.

Diamantes na Cozinha

O projeto social do chef João Diamante prepara Ceia de Natal vegana (R$ 360, para seis pessoas). O Kit conta com bolinho de pupunha com mandioca para começar; jacalhau de forno, uma versão do clássico bacalhau feito com jaca, é a sugestão de prato principal. Para acompanhar, cuzcuz festivo de painço. As reservas devem ser feitas até o dia 21 de dezembro. Rua Lopes da Cruz 322, Meier - 983838741.

Esplanada Grill

O restaurante em Ipanema também aposta em encomendas para a Ceia de Natal. Os pedidos podem ser feitos até o dia 20. Entre as estrelas do cardápio, destaque para o rosbife de ancho e o rosbife de chorizo (R$ 300, cada). Os pratos principais são bem acompanhados de opções, como arroz de carreteiro (R$ 45, para duas pessoas), arroz de polvo (R$ 100, para duas pessoas, palmito grelhado (R$ 59), panachè de legumes (R$ 50) e farofa crispe (R$ 35).

Kitchen Café

O restaurante na Gávea preparou duas opções de saladas que servem oito pessoas, entre elas o couscous marroquino e frutas secas, camarão paulista e manjericão (R$ 220). Tem ainda pratos, como peito de peru fatiado com coulis de amora e pimenta biquinho (R$ 364), e sobremesas, como cheesecake de amora (R$ 85). Até o dia 19. Rua Marquês de São Vicente 225 — 2239-6001.

 
 

Liga dos Botecos

Os bolinhos de bacalhau podem ser fritos em casa (R$ 80 – 1kg) ou entregues pronto (R$ 90). Encomendas até dia 20. Rua Álvaro Ramos 170, Botafogo - 3586-2511.

L’ulivo Cucina e Vini

Ceia de Natal para encomendas e desconto em vinhos. O menu do chef italiano Michele Petenzi está disponível para pedidos por telefone (3576-7785), e-mail(contato@lulivorestaurante.com.br)  e também pessoalmente, até o  dia 20 de dezembro. A entrega será feita no restaurante,  em Copacabana, no dia 24, das 11h30 às 14h. Pedido mínimo de R$ 50. Destaques: pollo alla  cacciatora (R$ 178), frango com molho de tomate,  cebola, cogumelos e ervas típico da região central da Itália, além de filé  de peixe mediterrâneo (R$ 268) e filé-mignon ao funghi (R$ 238), todos em porções que servem de 8 a 10  pessoas.

Rubaiyat Rio

O baby pork pode ser encomendado, um leitãozinho, criado na fazenda do grupo, que é assado e vem acompanhado de arroz, farofa de frutas secas, batatas à provençal e molho jerez. O pedido serve pelo menos oito pessoas e custa R$ 560. As encomendas devem ser feitas com pelo menos 24 horas de antecedência no telefone 3204-9999.

Quitéria

O bar e restaurante oferecerá pela primeira vez um serviço de encomendas para as festas de fim de ano. Entre as opções de entrada, polvo a vinagrete com pão artesanal (R$ 80) e de principal, bacalhau com natas, lâminas de batata e cebolas carameladas com parmesão gratinado (R$ 299), pernil de leitão assado com pêras e pêssegos (R$ 251) e peru (R$ 242). Fechando, rocambole de mousse de chocolate e morango (R$ 98) e outros. Cada prato serve até quatro pessoas e a retirada deverá ser feita nos dias 24 e 31 de dezembro, do meio-dia às 17h. Rua Maria Quitéria 27, Ipanema. Pelo e-mail quiteria@ipanemainn.com.br ou telefone 2267-4603.

 

Sim Sim

O chef sírio Anas Rjab aceita encomendas até dia 20, entre as opções tem itens como pastas (homus, homus com beterraba, berinjela defumada, coalhada com ervas) - R$ 60/kg; torradas de pão sírio no azeite (R$ 45/kg); ninho de quibe de carne (R$ 1,50/unidade); bolo de tâmara com caramel salgado e crocante de nozes (R$ 95); figo assado no melado de romã e pistache, servido com coalhada seca (R$ 6,50/porção). 98855-4160.

Zona Sul

Até o dia 21 de dezembro, o supermercado aceitará encomendas de suas ceias de Natal assinadas pelo chef Christophe Lidy. Entre as opções, pratos clássicos como o peru assado e recheado (para 10 pessoas, R$ 439), o lombo suíno ao molho de vinho tinto e alecrim (para 5 pessoas, R$ 169) e o bacalhau com natas (pra 4 pessoas, R$ 99). Para acompanhar, arroz com amêndoas tostadas (R$ 34,50 – 500 g), batatinhas ao murro com cogumelos (R$ 32,90 – 600 g) e arroz de lentilha com crispy de cebola.

Tasca Filho D’Mãe

O restaurante preparou um cardápio especial para a ceia de Natal e Ano Novo. Entre as opções, bolinho de bacalhau (R$ 90, 1kg), pernil com abacaxi e farofa (R$ 149) e peru com molho de laranja e farofa (R$ 259), além de quatro tipos de bacalhau, que servem até 6 pessoas, a partiir de R$ 358. Até 22 de dezembro, no site.

Tragga

Além do panetone feito com Dulce de Leche, uva-passas e nozes (R$ 69,90), elaborou um cardápio especial para o Natal e Ano Novo. Entre os destaques, o leitão assado recheado com farofa natalina serve no mínimo 20 pessoas e o seu tamanho é a partir de 5 kg (R$ 128/kg). E também Chester assado finalizado na manteiga clarificada e recheado com farofa natalina (R$ 84/kg).  Encomendas devem ser feitas até o dia 20/12 (Natal) e 27/12 (Ano Novo). Rua Capitão Salomão 74 — 3507-2235. Av das Américas 8585, Barra — 3559-7450. Estrada da Gávea 899, São Conrado — 3324-1395.

 

Zazá em Casa

A ceia está disponível para encomenda até o dia 20, podendo ser entregue (taxa sob consulta) ou retirado no ateliê do Zazá, em São Cristovão (Rua Antônio Henrique de Noronha 50 — 96741-3110). Entre as opções, "Farofa chiquérrima" (R$ 200; aproximadamente 1kg), com Castanha do Pará, castanha de caju, farinha japonesa panko, pedacinhos de pera seca e fava de baunilha. Também tem rabanadinhas de Maracujá (25 unidades – R$ 65).

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Tortas e sobremesas

Casa do Alemão

O espaço oferece sobremesas tradiocionais, como o mil Folhas de creme ou doce de leite (R$ 100 – 10 fatias) e o strudel de Maçã (R$ 60 – 6 fatias) – o doce segue à risca a tradição alemã e a massa é aberta a mão. Até 21 de dezembro.

Conflor

Encomendas de sobremesas veganas, como o pavê de panetone (R$ 115) e bolo Red Velvet com chantilly e biscoitos de gengibre (R$ 75) pelo site www.conflorvegan.com até dia 23 de dezembro.

Kurt

Entre as tortas criadas especialmente para esta época, estão a Belga Trufada Natalina (R$ 190), torta mousse de chocolate belga levemente trufada com crocante de nozes e a Choco Caramel (R$ 165), torta mousse de chocolate belga com base crocante e flor de sal, com cobertura de caramelo. Até 22 de dezembro.

Farinha Pura

Rabanadas clássicas (R$ 6,98 – 100g) e as especiais com recheio de doce de leite ou de Nutella (R$ 7,98 – 100g). 3239-8000. Até 22 de dezembro.

 

Malu Mello Cataring

Até o dia 21, a chef Malu Mello prepara Banoffee (R$ 120), uma torta preparada com biscoito de leite maltado, chocolate meio amargo, doce de leite, creme de confeiteiro de doce de leite, ganache de chocolate, banana in natura e chantilly. A taxa de entrega varia conforme região. Encomendar pelo e-mail malumelloconsultoria@gmail.com ou telefone 97014- 8878.

Parmê

A casa lança sua torta de palha italiana composta por duas fatias finas de bolo de chocolate, o tradicional recheio de palha italiana – que leva brigadeiro e biscoito maizena -, cobertura de gotas de creme de chocolate e placas ao redor do mesmo (R$ 75). Encomendas no site.

Talho Capixaba

Oferece rabanadas clássicas (R$ 5,50). Encomendas pelos telefones 2422-1270 e 2249-1652 (Gávea) ou 2512.8760 (Leblon).


O Globo terça, 17 de dezembro de 2019

FAROFA COM PERA E FAVA DE BAUNILHA

 

Segunda sem carne de Natal: chef do Zazá ensina farofa com pera e fava de baunilha

Uma das apostas de fim do ano no bistrô está disponível para encomenda até o dia 20 de dezembro
 
Farofa chiquérrima (castanha de caju, castanha do Pará, farinha panko e pêra seca) do Zazá. Foto: Agência O Globo/Marcos Ramos
Farofa chiquérrima (castanha de caju, castanha do Pará, farinha panko e pêra seca) do Zazá. Foto: Agência O Globo/Marcos Ramos
 
 

De nome nada modesto, "Farofa chiquérrima" faz parte da ceia de Natal do Zazá Bistrô (R$ 200; aproximadamente 1kg), que aceita encomendas até o dia 20. Leva Castanha do Pará, castanha de caju, farinha japonesa panko, pedacinhos de pera seca e fava de baunilha. Criação do chef Marcio Dantas, que ensina a receita abaixo. Bom Natal!

 

 A ceia está disponível para encomenda podendo ser entregue (taxa sob consulta) ou retirado no ateliê do Zazá, em São Cristovão (Rua Antônio Henrique de Noronha 50 — 96741-3110).

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Receita

Ingredientes

½ quilo de Panko

½ quilo de castanha de caju

½ quilo de castanha do Pará

½ quilo de pera seca

2 favas de baunilha

sal a gosto

2 cebolas

300g de manteiga

Bares e restaurantes do Rio:Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Modo de preparo

Numa frigideira grande, refogue a cebola na manteiga. Depois vá acrescentando os outros ingredientes, misturando tudo, e tempere com sal a gosto. Mexa até ficar dourado.

Tempo de preparo: 20 minutos.

Rendimento: porção para dez pessoas.

Zazá Bistrô Tropical: Rua Joana Angélica 40, Ipanema — 2247-9101.


O Globo segunda, 16 de dezembro de 2019

MARCOS PALMEIRA: O BRASIL TEM A CULTURA DE PULSEIRINHA VIP

 

Marcos Palmeira: 'O Brasil tem a cultura da pulserinha vip'

Único ator a protagonizar três longas neste Festival do Rio, ele vai estrear na direção de cinema ao lado do pai, diz que o Brasil vive o reflexo da falta de educação dos últimos 40 anos e revela: ‘Sempre carreguei a culpa de não ser um intelectual’
 
 
Aos 56 anos, Marcos Palmeira é protagonista de filmes inéditos Foto: LEO AVERSA / Divulgação
Aos 56 anos, Marcos Palmeira é protagonista de filmes inéditos Foto: LEO AVERSA / Divulgação
 
 

Marcos Palmeira protagoniza três filmes no Festival do Rio. É o personagem-título de “Boca de ouro” (hoje às 18h45, no Roxy), um delegado em “A divisão”, e um major da PM em “Intervenção”.

— Nunca imaginei que, aos 56 anos, trabalharia tanto — diz ele, prestes a estrear em outra função. Ao lado do pai, o cineasta Zelito Viana, codirigirá o longa “Sedução”, do qual também será protagonista (deve ser rodado em maio).

Foi, aliás, por causa de um filme do pai, “Terra dos índios” (1979), que tomou contato com a causa indígena que defenderia ao longo da vida. Batizado pelos Xavante de “Tsiwari” (sem medo), lembra, rindo, da temporada numa aldeia, comendo arroz. Ardendo em febre por causa de uma pneumonia, delirava pedindo hambúrguer e batata frita. Hoje, produtor de alimentos orgânicos, acabou de encarar dieta que o fez perder 18 quilos.

— Percebi que precisava quando me vi apoiando o braço na barriga — ri o ator, nascido e criado nas areias de Copacabana e famoso por ser bom de bola. — Se jogo bem não sei, mas quando batem par ou ímpar me chamam rápido.

Em seu apartamento, no Jardim Botânico, ele também falou sobre política, casamento e sexo, numa conversa regada à água com limão.

Como os três filmes mostram a realidade brasileira?

Em "Boca de Ouro" há o paternalismo com que o bicheiro lida com a comunidade e a ligação com a milícia. Em "A divisão", o delegado está no meio de um esquema corruto, mas seu discurso é “vamos mudar”. “Intervenção” é a polícia fingindo que protege e a população fingindo que é protegida. Quem se dá bem são milícia e políticos corruptos. É sempre assim no Brasil: todos dizem não roubar e têm o discurso do “vou acabar com a mamata”.

 

E nunca acabam...

Da ditadura para cá, não construímos projeto de governo. Foi tudo paliativo. Por isso, defendo o discurso da Marina (Silva), que incomoda porque não traz solução. Diz que todos somos responsáveis, que precisamos caminhar juntos. Mas ainda queremos um Ciro Gomes, que bate na mesa e diz “vou resolver este país”. Estamos sempre botando para o outro resolver, é a coisa do herói. Quero saber quem vai construir pontes.

A sociedade é omissa?

No Bope, um policial me falou: "A polícia está doente". A polícia está corrompida porque é um reflexo do político que está do lado dela, bancando, e do eleitor que o elegeu esse cara. Quem está disposto a abrir mão das corrupções nossas do dia a dia? Não furar fila... É o lixo jogado do carro, o peteleco na guimba para o chão. Fomos criados comprando carteira de motorista. O Brasil tem a cultura da pulserinha vip. O governo atual é o reflexo da falta de educação dos últimos 30, 40 anos. Construímos essa figura (Jair Bolsonaro). O cara foi eleito durante 28 anos e não fez nada. É um governo que governa pra si, para ele e para os filhos. Foi multado porque pescou em áea de proteção ambiental? Vai lá e demite o cara que o multou. Tira o radar porque não quer levar multa, a cadeirinha de bebê... É o brasileirão, o miliciano. A gente está sempre atrás do "meu corrupto favorito", isso é que tem que acabar. Estamos expurgando o que há de mais podre na nossa sociedade. Talvez, precisássemos mergulhar no lodo. É da merda que nasce a flor.

 

Como vê os governos anteriores?

Foram 14 anos de PT, oito de Fernando Henrique. Acreditei em todos. Até no Collor, o tal “caçador de marajá” (risos). Fui fiscal do Sarney (neto do advogado e deputado estadual Sinval Palmeira, cassado pela ditadura, o ator cresceu ouvindo a família falar de política e promovendo encontros com candidatos em casa). Acho a reeleição o grande bode. Se pudesse, não reelegeria ninguém. Tem gente há 20 anos no cargo!  É difícil separar o joio do trigo, quem é honesto de verdade? O povo ainda prefere o Collor à Heloisa Helena! A esquerda continua elegendo a direita. Tem que acabar com ideologia, política é gestão.

Tem vontade de exercer um cargo público?

Não tenho temperamento. Não conseguiria ficar num debate com o Garotinho... Marina queria que eu fosse Senador, candidato à governador. Eu ficaria aflito. O que sei é que falta uma política de verdade, a gente ainda vive com o espírito da colônia, de exploração e esse governo atual escancara isso.

Sua fazenda, Vale das Palmeiras, é a maior produtora de laticícios orgânicos do estado do Rio e produz hortaliças. Como vê a liberação de tantos agrotóxicos?

O interesse é financeiro. O produtor do agrotóxico é o mesmo do remédio. Agora, o caminho é o consumidor recusar. A Europa já não está aceitando. Os produtores de grãos brasileiros estão sendo recusados pelo mundo.

 

Como avalia o tratamento dado à questão indígena pelo governo atual?

Todas as lideranças que aparecem no filme "Terra dos índios" (dirigido por seu pai, Zelito Viana, em 1979), foram assassinadas. Os índios estão sendo assassinados há muitos anos. Marina no Ministério do Meio Ambiente fez coisa para caramba, mas percebeu que Lula não entendia nada desse assunto, não tinha nenhuma preocupação. A gente vem de muitos anos sob uma cortina de fumaça, agora escancarou. O índio e o desmatamento da Amazônica nunca estiveram tão em evidência. O Bolsonaro fala mal de (Leonardo) Di Caprio (ator) e (da ativista ambiental sueca) Greta (Thunberg) e o foco vira ele.

Você interpreta playboy, policial, mas faz sucesso mesmo com os capiaus. Por quê?

Sempre que me vejo em algum trabalho, falo: "olha lá o brasileirinho". Eu sou o brasileirinho típico. Nunca achei que fosse ser protagonista, não me vejo com glamour. Quando vou para esse lugar do peão pé no chão, funciona. Talve pelo Brasil ser um país rural, a identificação seja maior. Adoro ir para um sotaque, ajuda na composição. Quando comecei, fiz filmes como "Dedé Mamata". Aí, me falaram: "cuidado para não ficar marcado como playboy carioca". Depois, "como galã rural", agora "com policia". Tem um teflon que não deixa pegar. Não me preocupa repetir papel, quero bons personagens.

 

Se arredendeu de ter aceitado algum personagem ou projeto?

Já errei muito por culpa minha, personagens que não achei. A gente tem mania de classificar, né? Agora, Wagner Moura é o melhor ator do Brasil. É mesmo, mas já foi o Lázaro (Ramos) também... Quando o Rodrigo Santoro começou lá fora, todo mundo dizia: "ah, não vai dar certo". E ele está provando que deu. Para mim, nesse momento da vida estar com três filmes em cartaz é maravilhoso. Nunca imaginei que, aos 56 anos, estaria trabalhando tanto.

Você fez o filme "E aí comeu?". Acha machista? O nome é triste...

É de uma época. Se você olhar, são três idiotas inseguros no bar, mas ninguém faz merda com mulher, estão todos querendo se apaixonar. É um discurso machista na mesa de bar, mas a atitude é de amor à mulher. Talvez o nome não ajude mesmo... Mas queria fazer esse filme hoje.

Como deve se comportar o homem contemporâno?
O homem tem que se repensar mesmo. O machismo foi cômodo, coloca a mulher num lugar e ponto. Fez a gente não refletir. Cadê a sensibilidade, o afeto? A mulher sempre precisou de espaço e era oprimida. Agora, caça às bruxas também é complicado. O caso do José Mayer foi muito triste. Ele pediu desculpas, pagou, não pode virar o mártir desse lugar. Pô, o cara não é o João de Deus.
 

 

Como foi ser dirigido por sua ex-mulher, Amora Mautner (na novela "A dona do pedaço"), com quem você tem uma filha (Júlia, de 12 anos)? Aliás, você disse que seu personagem era "meio bobo"...

Walcyr (Carrasco, autor da novela) não me prometeu nada, só que ia fazer uma novela de sucesso para todo mundo. Então, não tenho como cobrar do personagem. Era um super papel? Não, mas estava dentro de um contexto que aconteceu. Ser dirigido pela Amora agora foi bom para a gente selar uma fase. Ex é sempre difícil. Ali, quebramos uma bolha, aproximou a relação. Tinha um prazer de estar junto, um carinho e a Júlia ficou feliz de nos ver trabalhando juntos, entendeu que a vida continua. Foi importante. Saí aliviado e hoje temos um diálogo melhor. Mesmo quando a gente discute, é mais maduro, não vai para aquele lugar infantilizado ou histérico do ex.

Você é a personaficação do carioca gente boa, do cara do bem. O que faz de errado?Tem algum podre?

(Gargalha) Faço várias coisas erradas, não sou exemplo para ninguém. Sempre fui de agregar, bebo cerveja, como carne, sou vascaíno... Meus pais dizem que sou compreensivo desde criança. Fizemos sete anos de análise em família, o que ajudou muito. O problema era eu, que não estudava. Sempre fui um vagabundo na escola, pronto, falei (risos). Isso incomodava a minha mãe, que é pedagoga. Meu pai é cineasta, mas se formou em engenharia, minha irmã (a cineasta Betse de Paula, um ano mais velha do que Marcos) se formou em sociologia com 18 anos. Eu só tenho o segundo grau completo.

Isso te incomoda?

Sempre carreguei essa culpa de não ser um intelectual, de não ter lido tantos livros. Por outro lado, vivo as experiências intensamente. Tenho a agenda lotada de coisas. Sempre fui mais das artes, do teatro, da curtição. Prezo o prazer. Sempre fui o último a sair das festas. Sou esse brasilerinho que desenrola, meio Macunaíma. Tem um lado complexo em ir para esse lugar... trabalha pouco a agressividade. Então, a terapia me ajuda, o futebol descarrega. Não gosto de discutir, mas às vezes, é preciso pôr o pau na mesa. É um exercício, para mim, dizer não. Mas é isso, não dá para ficar no comodismo, querer ser o queridinho o tempo todo.

Como se enxerga aos 56 anos?

O pilates me ajuda a ter energia, mas já estou no segundo tempo, o primeiro, eu já joguei. Mas ainda tenho um tempo. Olha aí a Fernanda Montenegro, o Barretão... A crise não bateu na porta claramente, mas o cabelo começa a ficar mais ralo. Emagrecer ajudou na autoetima.

Como está o casamento atual (ele vive há quatro anos com a diretora Gabriela Gastal)? Acha que sexo tem toda essa importância?

Casamento é um exercício, né? A parte boa é a parceria e Gabriela é parceiraça. Sexo é fundamental na vida, todo mundo tem que praticar. Às vezes, o casal está em crise, e percebe que tem dias que não transa. Aí, quando rola tudo fica maravilhoso, relaxa. O exercício do cotidiano é complicado, dividir... Mas também não tem o compromisso com a eternidade. É enquanto está bom. Tá bom hoje? Então continua. Só por hoje. O AA (Alcoólicos Anônimos) não é isso? O amor é meio assim: só por hoje (risos).


O Globo domingo, 15 de dezembro de 2019

CEIA DE NATAL COM RECEITAS TÍPICAS PORTUGUESAS

Aprenda a fazer uma ceia de Natal com receitas típicas portuguesas

Bacalhau à lagareiro e misto de frutos do mar colorem uma mesa com clima da terrinha
Mesa de Natal com decoração e pratos portugueses Foto: Foto: Rodrigo Azevedo. Food styling: Lou Bittencourt
Mesa de Natal com decoração e pratos portugueses Foto: Foto: Rodrigo Azevedo. Food styling: Lou Bittencourt
 

As louças de Portugal fazem bonito à mesa. Para combinar com receitas da terrinha, como o bacalhau à lagareiro do restaurante Rancho Português, a curadora do projeto Bordallo Brasil Renata Lima recomenda as travessas de Bordallo Pinheiro que imitam folhas e tomates.

 

 

Misto de frutos do mar

Ingredientes:

300g de bacalhau em postas

2 unidades de lagostim com casca

100g de lula

2 tentáculos de polvo

4 camarões

5 dentes de alho

Azeite e salsa para decorar

Modo de fazer: Em uma grelha, coloque todos os frutos do mar e deixe por cinco minutos em uma temperatura de aproximadamente 200º graus. Em uma frigideira, coloque o azeite e o alho, em fogo baixo até que fique dourado. Em seguida, acrescente na frigideira todos os frutos do mar grelhados. Finalize com a salsa.

Rendimento: 2 porções.

 

Bacalhau à lagareiro

Ingredientes:

800g de bacalhau em posta

2,5 litros de água

230g de batata bolinha

80g de brócolis

5g de alho frito

8 azeitonas

50g de cebola fatiada

50ml de azeite

3 fatias de pimentões coloridos

Salsa para decorar

Sal a gosto.

Modo de fazer: Tire as espinhas do bacalhau. Coloque de molho por 3 a 4 dias antes do preparo, para tirar o sal. Troque a água 2 vezes por dia. Coloque o bacalhau para cozinhar. Para que fique macio, retire o bacalhau assim que formar uma espuma por cima da água. Retire o bacalhau com uma escumadeira, deixe esfriar. Nesta mesma água em que foi cozido o bacalhau, coloque as batatas para cozinhar, até que fiquem macias. Verifique o sal da água e se necessário acrescente mais um pouco para que as batatas fiquem temperadas. Após o bacalhau cozinhar, leve a grelha junto com as batatas por 5 minutos cada lado. Depois de grelhar o bacalhau e as batatas, coloque em uma travessa. Acrescente as cebolas fatiadas fritas no azeite, pimentões em tiras, alho frito, salsinha e azeitona portuguesa.

 
 

O Globo sábado, 14 de dezembro de 2019

AÇAÍ O NUTELLA?

 

Açaí raiz ou Nutella? Casas servem ele puro ou com até 60 'toppings'

Com farinha ou jujuba, biscoito e leite condensado, veja diferentes versões da apresentação do fruto em restaurantes e lanchonetes
 
 
ASA Açaí Foto: Agência O Globo/Leo Martins
ASA Açaí Foto: Agência O Globo/Leo Martins
 
 

Você prefere açaí raiz ou açaí Nutella? O meme pode até estar datado, mas a polarização (esta sim, palavra da moda) em torno da fruta está mais em dia do que nunca. De um lado, a turma que defende a versão sem aditivos, o mais puro possível, e encontra porto seguro em casas que servem açaí especial, com até 16% de concentração. Do outro, a galera do “quanto mais incrementada com guloseimas (como chocolate e leite condensado), melhor”, que bate ponto em filiais de lojas como Maria Açaí e Oakberry, que em menos de dois anos abriram, respectivamente, 31 e 35 pontos na cidade.

 

Fruto típico da Região Norte, o açaí virou mania nas casas de suco cariocas no início dos anos 90, mas precisou se adaptar ao paladar local. Enquanto no Pará — estado que responde por 95% da produção no Brasil, segundo o IBGE — ele é consumido numa consistência mais líquida (como uma sopa grossa), sem qualquer tipo de adoçante, em geral em temperatura ambiente e, junto com farinha d’água, acompanhando pratos salgados, aqui ele ficou popular ao ser servido gelado, quase um sorvete cremoso, adoçado com xarope de guaraná e acompanhado de granola, tapioca e frutas.

Bares e restaurantes do Rio:Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

— O açaí que chegava ao Rio era de polpa feita a partir de frutas de qualidade inferior, pois as melhores eram destinadas ao consumo no Pará mesmo ou para exportação — diz o geógrafo João Hermeto, que criou, há três anos, o projeto Ação Sustentável da Amazônia (ASA) para fazer a ponte entre cooperativas na Amazônia e comerciantes no Sudeste.

Açaí da Mata Atlântica: Fruto da palmeira-juçara, juçaí é o ‘açaí’ da Mata Atlântica

Hoje, o ASA traz para o Rio mais de cem toneladas por ano de açaí especial, termo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o produto com mais de 14% de fruta na polpa:

 

— Antes, o padrão carioca era de 8% a 10%, alguns até de 6% a 8%, como as “raspadinhas”.

 

ASA Açaí, na Saúde Foto: Agência O Globo/Leo Martins
ASA Açaí, na Saúde Foto: Agência O Globo/Leo Martins

 

ASA Açaí

Aberto há três anos a 500 metros da Praça Mauá, era para ser só um rede de distribuição de produtos do Norte, mas virou restaurante. Num único dia chega a vender cem tigelas de açaí especial (R$ 13, 250ml, e R$ 20, 500ml), que pode ser acompanhado de paçoca de castanha de baru, granola e frutas. O menu traz ainda pratos como pirarucu grelhado (R$ 42), caranguejo com arroz de jambu (R$ 42) e galinha ao tucupi com beiju (R$ 29).

Rua Sacadura Cabral 79, Saúde (2263-9094). Seg a sex, das 11h30 às 18h. Sáb, das 11h30 às 17h.

Grão-Pará, na Tijuca Foto: Agência O Globo/Leo Martins
Grão-Pará, na Tijuca Foto: Agência O Globo/Leo Martins

 

Grão-Pará

A casa aberta em 2017 em Copacabana pelo carioca Gabriel Tavares para homenagear o pai, paraense, é a única na cidade a servir também o açaí branco — que, na verdade, é esverdeado. O mais pedido, porém, é mesmo o tradicional roxo (R$ 21, 400ml). Tanto na matriz quanto na filial, inaugurada em agosto, na Tijuca.

— Às vezes comem com unha de caranguejo empanada (R$ 10). Geralmente na Tijuca, onde recebemos mais paraenses — explica Tavares.

No menu típico há pedidas como bolinho de maniçoba ou de pirarucu (R$ 8) e porção do peixe filhote em cubinhos (R$ 15). Dá para fazer degustação com potinhos de 150ml (R$ 6, cada): maniçoba, caruru, vatapá, tacacá...

 

Rua Barão de Ipanema 94, Copacabana — 3489-0262. Rua Barão de Mesquita 280, Tijuca — 3258-4679. Dom a qui, das 9h às 21h. Sex e sáb, das 9h às 22h. Neste domingo, há apresentação de carimbó, ao meio-dia, na loja da Tijuca.

Receitas:chefs ensinam pratos para a #SegundaSemCarne

Tacacá do Norte

Tacacá do Norte, no Flamengo Foto: Agência O Globo/Leo Martins
Tacacá do Norte, no Flamengo Foto: Agência O Globo/Leo Martins

Conhecida como o lugar para se comer um dos melhores açaís da cidade, a lanchonete, aberta em 1973, serve a fruta sem aditivos, com acompanhamentos como farinha d’água e tapioca em flocos, para ser comida no balcão em porções de 400ml (R$ 21) ou 600ml (R$ 24). Fora isso, há sucos e sorvetes de frutas típicas do Norte, casquinha de caranguejo (R$ 27), unha de caranguejo (R$ 10) e tacacá (R$ 27).

Rua Barão do Flamengo 35, Flamengo — 2205-7545. Seg a sáb, das 9h às 23h. Dom, das 9h às 21h.

Açaí nos cardápios: Do drinque à sobremesa, passando pelo prato principal

Arataca

Faz 65 anos que a casa abriu com cardápio 100% amazônico. São oito lugares no balcão, e o açaí é um dos itens mais pedidos, servido puro, com farinha d’água ou tapioca, de R$ 22 a R$ 25. Os iniciados (ou seriam paraenses?) comem com carne de sol (R$ 40, para dois).

Rua Domingos Ferreira 41, Copacabana — 2548-6624. Diariamente, das 9h às 21h.

Amazônia Soul, em Ipanema Foto: Agência O Globo/Leo Martins
Amazônia Soul, em Ipanema Foto: Agência O Globo/Leo Martins

 

Amazônia Soul

O açaí servido na casa aberta há dez anos (de R$ 14,90 a R$ 27,90) é cultivado pelos próprios donos, Carlos e Eduardo Castilho, pai e filho, que moram em Belém e enviam 600kg da fruta a cada dois meses. No salão com música ambiente regional e artesanato pelas paredes, também são servidos vatapá (R$ 34,90) e casquinha de caranguejo (R$ 23,90).

 
 

Rua Teixeira de Melo 37, Ipanema — 2247-1028. Diariamente, das 11h30 às 21h.

 

Açaí Concept

Jububa, Ovomaltine, amendoim, bombom. A lista de acompanhamentos possíveis para o açaí da marca, que tem três pontos no Rio, vai muito além da granola. São 21 opções para porções de 300ml (R 13) a 750ml (R 24). Isso sem contar as caldas (mais R 1), como leite condensado, polpa de maracujá e doce de leite, e os “extras”, que vão de Bis (R 2) a Nutella (R 3).

Metrô General Osório: Praça General Osório, Ipanema — 99248-8902. Seg a sex, das 9h às 20h30. Sáb, das 10h às 18h.

Belém Belém

Sabe o Empório, aquele bar de rock em Ipanema? Desde o início do ano, no fim de semana também vende açaí em duas versões (R 30): paraense (puro) e carioca (batido com xarope de guaraná e banana). Se a ideia é petiscar, unha de caranguejo (R 15) e bolinhos de piracuí (R 30), além de cachaça de jambu (R 20).

Rua Maria Quitéria 37, Ipanema — 3813-2526. Sáb e dom, do meio dia às 18h.

Casa do Açaí

Um cardápio só de açaí. Com preços a partir de R 7,90 (300ml), ele chega batido com xarope, mel ou melaço ou fruta e mais três acompanhamentos, que podem ser escolhidos entre opções como chocolate, menta, castanhas, granola, amendoim e aveia. Tem ainda com chocolate em pó e Ovomaltine. A novidade é a opção mais cremosa, com flocos de tapioca, e uma outra com xarope diet.

 

— De uns anos para cá houve um aumento de pessoas buscando outras experiências. Quem experimenta sem xarope gosta, mas o açaí puro ainda é desconhecido — diz o sócio Rafael Marques.

Rua Siqueira Campos 143, Copacabana — 3437-1408. Seg a sáb, das 7h30 às 21h. Dom, das 7h30 às 20h.

Manta Beach

Aberto no mês passado, o quiosque aposta no açaí cremoso e puro, servido numa taça de milk-shake daquelas clássicas (R 15, 330ml). De acompanhamento, só granola, crocante de castanha e frutas.

Av. Lúcio Costa s/nº, Recreio — 3514-2829.

Maria Açaí, em Ipanema Foto: Agência O Globo/Leo Martins
Maria Açaí, em Ipanema Foto: Agência O Globo/Leo Martins

Maria Açaí

Trinta e uma lojas em menos de dois anos. É este o saldo da empreitada da franquia de Santa Catarina em solo carioca — no país, são 69. O açaí é adoçado com xarope de guaraná e servido em vários tamanhos, do kids (R$ 6,50) ao família (R$ 21,50). No balcão que lembra o das lojas de sorvete de iogurte, são mais de 60 opções de toppings, desde limão, mamão e paçoca a leite em pó, confete, bombom Ferrero Rocher, biscoito recheado (cada uma tem um valor, de R$ 1,50 a R$ 5, cada).... Uma das lojas mais novas é em Ipanema.

Rua Farme de Amoedo 76, Ipanema — 3259-2330. Diariamente, das 10h às 23h.

RS Rio de Janeiro (RJ) - 28/11/2019 - Açaí. Oakberry, em Ipanema. Foto: Leo Martins / Agencia O Globo Foto: Leo Martins / Agência O Globo
RS Rio de Janeiro (RJ) - 28/11/2019 - Açaí. Oakberry, em Ipanema. Foto: Leo Martins / Agencia O Globo Foto: Leo Martins / Agência O Globo

 

OakBerry

Com 175 pontos no Brasil (sendo 35 no Rio, desde 2018) e em países como Estados Unidos, Austrália, Espanha, Portugal, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Peru, a rede paulista serve açaí sem xarope de guaraná, mas também capricha nos 15 toppings e algumas opções extras — desde os mais básicos como banana, granola de castanha e mel até chia, whey protein, pasta de amendoim e paçoca. Um dos mais populares é o leite Ninho. São três tamanhos de copo (350ml, 500ml e 700ml) com preços a partir de R$ 11,90.

 

Av. Vieira Souto s/nº, Ipanema, altura da Rua Farme de Amoedo. Diariamente, das 8h às 22h.

Porto do Sabor

São 27 lojas no Rio, a mais nova em Ipanema. Creme de cupuaçu, maracujá ou tapioca são algumas das opções para acompanhar o açaí (R$ 8,50 a R$ 26,50; 200ml a 720ml), que também pode chegar com paçoca, granola (R$ 2) e fruta (R$ 1,50).

Rua Visconde de Pirajá 303, Ipanema — 3088-6174. Diariamente, das 8h às 22h.

Tapí Foto: Divulgação/Alex Woloch
Tapí Foto: Divulgação/Alex Woloch

 

Tapí

Se o cliente quiser, o açaí é adoçado, mas com melado de cana ou banana.

— Adoça e ainda mantém a cremosidade de que o carioca gosta — explica a sócia Marianna Ferolla, que já comprou quatro toneladas da polpa para 2020.

O pequeno custa R$ 15, acompanhado de farofinha de três castanhas brasileiras (Pará, baru e caju). O açaizão na cumbuca com seis complementos (farofinha de três castanhas, morango, banana, chia, coco fresco e granola) é R$ 25. A Tapí tem lojas no Centro, Leblon, Galeão, em Niterói e, mais recentemente, em Botafogo.

Praia de Botafogo 400, 3° piso Botafogo — 3807-9096.Seg a sáb, das 10h às 22h. Dom, do meio-dia às 21h.

Fazenda Culinária, no Museu do Amanhã: peixe do dia sobre molho de açái comchips de banana-da-terra Foto: Divulgação/Leo Aversa
Fazenda Culinária, no Museu do Amanhã: peixe do dia sobre molho de açái comchips de banana-da-terra Foto: Divulgação/Leo Aversa

 

Do drinque à sobremesa, passando pelo prato principal

Aprazível

Tem sorbet (R$ 26) e caipirinha com a fruta (R$ 27), m as o mais diferente é a receita salgada: guacamole de açaí, servido com beiju de jambu (R$ 35). Rua Aprazível 62, Santa Teresa — 2508-9174.

ARP

Um dos coquetéis da nova carta é o “ponche celebra”, feito com espumante, gim, licor de açaí, suco de laranja, xarope de hibisco e catuaba (R$ 95; serve três copos). Rua Francisco Otaviano 177, Arpoador — 3600-4000.

 

Fazenda Culinária

No restaurante do Museu do Amanhã, um dos pratos mais pedidos é o peixe do dia servido com molho de açaí, purê de banana-da-terra e farofa de castanhas (R$ 69). Praça Mauá 1, Centro — 99628-0101.

Flutuante

O bar ancorado a 200m da Mureta da Urca serve sangria (R$ 100) feita com gelo de açaí, calda de maracujá, manga, laranja, lichia em calda, licor de pêssego, rum ouro e vinho tinto. Av. João Luiz Alves s/nº, Urca — 99901-0236.

Julieta

A fruta está no o drinque sabor da terra (R$ 28), na sobremesa (biscuit com sorvete de açaí, banana caramelizada, crocante de amêndoas e chantilly, R$ 34) e no prato principal, um robalo confitado com crosta de farinha d’água, arroz de castanha e sorbert de açaí (R$ 78). Praia do Flamengo 340 — 2551-1278.

Signatures, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação/Lipe Borges
Signatures, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação/Lipe Borges

 

Signatures

Aberto esta semana, o restaurante do Cordon Bleu serve uma sobremesa de creme de cupuaçu, calda de taperebá, bolo sponge de açaí, telha crocante de castanha de caju, terra de cacau e sorvete de cumaru (R$ 42). Rua da Passagem 179, Botafogo — 3189-3450.

Urukum

Uma das opções na carta de drinques é em homenagem a Santos Dumont, feita com gim, suco de limão, xarope de açúcar e licor de açaí (R$ 32). Marina da Glória. Av. Infante Dom Henrique s/nº, Glória — 2556-1201.

Fruto da palmeira-juçara, juçaí  é o ‘açaí’ da Mata Atlântica

.Org Bistrô: juçaí com granola Foto: Divulgação/Tomas Rangel
.Org Bistrô: juçaí com granola Foto: Divulgação/Tomas Rangel

Dia desses comi (ou seria tomei?) potes e potes de juçaí, o açaí da nossa região, fruto de uma das mais icônicas palmeiras da Mata Atlântica, a juçara, que, aliás, corre o risco de desaparecer do planeta se a turma insistir em extrair o seu palmito prematuramente. Tristeza.

Orgânico e sustentável, esse primo turbinado do açaí tem quatro vezes mais antioxidantes do que o fruto amazônico e alta concentração de fósforo e ferro. Tipo categoria superalimento.

Na boca (e eis a minha “praia”), acho o juçaí mais delicado e menos terroso, o que, a meu ver, quer dizer mais gostoso.

Já é encontrado em alguns poucos restaurantes, como os vegetarianos .ORG (Barra), Naturalie (Botafogo e Ipanema) e Prana (Jardim Botânico). Mas é mais fácil achá-lo em mercados e délis, onde chega pronto para consumo. É o Juçaí, já com letra maiúscula, porque também é o nome do produto à base do fruto, um adorável sorbet combinado com banana, maracujá, guaraná... Os frutos são cultivados na Serrinha do Alambari , em Resende.

Açaí ou juçaí? Fica ao gosto do freguês, mas uma coisa é certa: ambos são a bola da vez. (Luciana Fróes)


O Globo sexta, 13 de dezembro de 2019

NORI, JAPINHA DO LEBLON, FAZ 5 ANOS DOM CARDÁPIO RECHEADO

 

Crítica: Nori faz cinco anos com cardápio recheado de criações interessantes

Em menu festivo, japinha do Leblon mostra o seu potencial
 
 
RS- Nori - sushi tempura de king crab com tuna spicy Foto: Divulgação
RS- Nori - sushi tempura de king crab com tuna spicy Foto: Divulgação
 
 

Não resisto a contar a história de Paulo Araujo, o sushiman do Nori, que veio do Ceará para ser jóquei no Rio. Pequeninho e leve, sonhava em correr pelas pistas do Jockey Club, na Gávea, que, por obra do destino, consegue avistar do janelão desse que é o único japonês do Shopping Leblon. Este mês, o Nori está fazendo cinco anos. Paulo, que assina o inspirado cardápio festivo, tem o dobro de tempo de profissão.

O Nori é daqueles espaços que cruzam o meu caminho. Não lembro de ter saído de casa um dia com o propósito de comer ali, mas já perdi as contas de quantas vezes almocei ou jantei na casa, entre uma compra e um cinema. Afinal, ele fica num shopping que frequento bastante, especialmente nestes tempos natalinos. Despretensioso e com bons peixes, que é o que interessa, o Nori nunca me deixou na mão. Na última investida na casa, sua cozinha me surpreendeu.

O menu festivo assinado por Paulo Araujo foge do burocrático e, felizmente, não escorrega ou inclui aberrações. Entre os frios, traz tempura de shisô (folhinha de gosto único) com tartar de atum e ovas de massago (R$ 17); vieiras com foie gras ao molho de alho negro e brotos de rúcula (R$ 68) e sushi tempura de king crab com tuna spicy (R$38). Nos quentes, tem ovo mollet com cogumelos e aioli de espinafre (R$ 31), o atum com crosta de especiarias e pimenta jalapeño (R$ 36) e o bao bun, o pão chinês no vapor, com porco empanado, molho tonkatsu de maçã verde e crispy de flor de lótus (R$ 23). E, correndo por fora, o creme de tofu com chocolate e maracujá (R$ 22). Não é uma boa surpresa?

 

Nori: Shopping Leblon. Av, Afrânio de Mello Franco 290, 3 º piso, Leblon — 2294-9543. Seg a qui, de meio-dia às 23h. Sex e sáb, de meio-dia à meia-noite. Dom, de meio-dia às 22h. C.C.: todos.


O Globo quinta, 12 de dezembro de 2019

PAELLA DE FRUTOS DO MAR: APRENDA COMO FAZER

 

Inspiração espanhola: aprenda como preparar paella de frutos do mar

Receita do La Piedra, em Vargem Pequena, rende 3 porções
 
 
Receita de paella de frutos do mar rende 3 porções Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Receita de paella de frutos do mar rende 3 porções Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
 
 

RIO - Conhecido por seus pratos com frutos do mar, o restaurante La Piedra , em Vargem Pequena, não poderia deixar de oferecer em seu cardápio uma variação bastante popular no Brasil de um clássico da gastronomia espanhola: a paella de frutos do mar. Veja a seguir o passo a passo da receita, detalhada pelo chef da casa Nildo Ribeiro .  

 

Paella de frutos do mar (3 porções)

Ingredientes: 3 dentes de alho; meio pimentão verde; meia cebola; 1 coentro; 100g de lula anel; 100g de polvo cozido; 100g de mexilhão; 100g de camarão; 4 camarões VG; 100g de ervilha; 1 colher de sopa de caldo de galinha ou de peixe; 1 colher de chá de açafrão; 50ml de azeite; 250g de arroz; sal e pimenta a gosto.

Modo de preparo:

1. Cozinhe os quatro camarões VG em um litro e meio de água com sal e açafrão e reserve.

2. Em uma paelleira aquecida, coloque um fio de azeite e refogue o alho, a cebola e o pimentão, todos picados.

3. Acrescente a lula, o polvo, o mexilhão e o caldo aos camarões, usando a água em que estes foram cozidos.

4. Quado levantar fervura, acrescente o arroz e tampe a paelleira por cerca de 15 a 20 minutos, até o arroz cozinhar (durante esse período, se necessário, acrescente mais caldo do camarão). Quem não tiver paelleira pode usar uma panela de aço fundido ou de alumínio mais grosso, para não queimar o fundo.

5. Junte os 100g de camarão e o coentro e espere a água secar.

6. Decore com os quatro camarões VG, as ervilhas e um pouco mais de coentro e azeite.


O Globo quarta, 11 de dezembro de 2019

COMO É O CRUZEIRO DE LUXO QUE EXPLORA A AMAZÔNIA PERUANA

 

Como é o cruzeiro de luxo que explora a Amazônia peruana

Empresa chega ao país com pacotes de até 15 dias
 
 
Aria Amazon Foto: Divulgação
Aria Amazon Foto: Divulgação
 
 

RIO - A Amazônia peruana é o mais novo destino para quem desejar fazer cruzeiros fluviais. As rotas acontecem na embarcação Aria Amazon , da Uniworld Boutique River Cruise Collection. Serão duas opções de roteiro: o "Peruvian Amazon & Machu Picchu Exploration", cujo objetivo é mostrar um pouquinho dos principais pontos turísticos do país, e o " Peruvian Rivers & Rainsforest Discovery", focado apenas na floresta .

 
É o primeiro destino na América do Sul para a empresa, cujo navio foi especialmente projetado para navegar pela bacia e desenhado para que hóspedes não percam nenhum detalhe da floresta. Para isso, todas as janelas das suítes vão do chão ao teto da cabine, permitindo visualizar e admirar a selva pelos mais diversos ângulos. O deque superior contará com um espaço aberto para observação da natureza.

Além do futebol: dez restaurantes premiados para conhecer em Lima, no Peru

-  É um destino completamente novo para nós. Sabemos que esses itinerários na Amazônia peruana mesclam a combinação perfeita de luxo, aventura e conforto, algo que nossos passageiros tanto apreciam - segundo a presidente Ellen Bettridge.

Vista do quarto Foto: Divulgação
Vista do quarto Foto: Divulgação

Por se tratar de uma experiência em meio a um dos maiores celeiros de biodiversidade do planeta, o cruzeiro contará com guias especializados em flora e fauna da Região Amazônica para uma maior imersão nesse ecossistema.

Confira detalhes dos roteiros abaixo:

‘Peruvian Amazon & Machu Picchu Exploration’. São 15 dias, começando com três dias na capital, Lima. Após o embarque, são sete dias de navegação pela região de selva de Iquitos. Na sequência da viagem, vem o legado inca no Vale Sagrado, com hospedagem e visitas a Machu Picchu (uma das Sete Novas Maravilhas do Mudo) e Cusco, cidade declarada Patrimônio da Humanidade da Unesco por abrigar os maiores tesouros da cultura inca.

 

Gastronomia, museus, parques: o melhor de Lima, no Peru

‘Peruvian Rivers & Rainsforest Discovery’. Tem 11 dias de duração. No pacote, três dias em Lima antes do embarque no Aria Amazon para sete dias seguidos de navegação com visita à Pacaya-Samiria National Reserve, berço e habitat de uma impressionante vida selvagem e ida às cabeceiras do Rio Amazonas.

Entre o charme e a boemia, um roteiro pelo bairro de Barranco, em Lima

Tem regime all-inclusive, que inclui aperitivos, vinhos e outras bebidas alcoólicas, refeições com menu padrão cinco-estrelas, agendamento de transfers  para aeroporto, gorjetas a bordo e em terra, passeios e excursões e variada oferta de entretenimento a bordo. O navio ainda conta com menu assinado pelo chef Pedro Miguel Schiaffin.

Vista do navio Foto: Richard Mark Dobson / Divulgação
Vista do navio Foto: Richard Mark Dobson / Divulgação

Ambos os roteiros estão programados para temporada de 2020 com saídas em 23 de setembro, 14, 21 e 28 de outubro, 4 de novembro e 9 de dezembro. Os valores para esses cruzeiros começam em US$ 11.999 por pessoa (sem parte aérea).


O Globo terça, 10 de dezembro de 2019

A NOVA MISS UNIVERSO É UMA MULHER NEGRA

 

A nova Miss Universo é uma mulher negra. Por que isso é importante?

Flávia Oliveira, Gabi de Pretas, Luiza Brasil e Luana Génot refletem sobre a relevância do título da sul-africana Zozibini Tunzi, sobretudo para as mulheres negras, mas fazem ressalvas ao concurso
 
Zozibini Tunzi, a Miss Universo 2019: 'Eu cresci num mundo em que uma mulher com a minha pele, a minha aparência e o meu cabelo não era considerada bonita. Quero que as crianças enxerguem o reflexo dos seus rostos no meu' Foto: Arte de Clara Brandão sobre foto de AFP
Zozibini Tunzi, a Miss Universo 2019: 'Eu cresci num mundo em que uma mulher com a minha pele, a minha aparência e o meu cabelo não era considerada bonita. Quero que as crianças enxerguem o reflexo dos seus rostos no meu' Foto: Arte de Clara Brandão sobre foto de AFP
 
 

Zozibini Tunzi é o nome da Miss Universo 2019 . A sul-africana, de 26 anos, foi coroada na noite de ontem, em Atlanta, nos EUA, onde aconteceu o concurso. Após a vitória, a discussão sobre representatividade e, principalmente, por uma mulher negra ser um símbolo de beleza mundial, voltou a circular nas redes sociais. Mas, afinal, por que esse título é importante? Quatro mulheres negras respondem.

 
 
Luana Génot Foto: Jorge Bispo
Luana Génot Foto: Jorge Bispo

Luana Genót , diretora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) afirma que essa conquista é uma possibilidade de projeção para um novo futuro:

— É um acalanto nos dias de hoje, um respiro, é um oxigênio de esperança. É entender que representatividade importa , sim. Há duas semanas, a pequena Maria se sentiu representada ao ver a Maria Júlia Coutinho na televisão. Isso abre n ovos horizontes no campo profissional, na autoestima e faz com que as pessoas tenham novas perpectivas e se projetem em outras que as inspiram. É a possibilidade de projetar um futuro a partir de uma referência que você vê. E todo mundo ganha. Isso é muito importante para o nosso país e para o mundo. Então, viva Zozibini Tunzi!  — comenta Luana, que é ex-modelo e acredita que, mesmo com a vitória de Zozibini, ainda falta uma mudança efetiva no mundo da moda.

— Não sei se uma Miss Universo é capaz de causar a virada de chave sistêmica que a moda precisa. Estamos avançando e podemos ver isso aos poucos nas revistas, nas campanhas etc. Mas, de maneira global, há muito a ser feito. Espero que Zozibini possa servir como mais um exemplo para criar novas referências e parâmetros de beleza na moda. Acredito que uma única pessoa não pode carregar o peso de mudar essa estrutura. Precisamos de mil mulheres como ela nas capas das revistas para ter a mudança efetiva e a representatividade que a população negra merece. Inclusive, as empresas precisam repensar para além das figuras externas, mas internamente também. Precisamos de pessoas negras pensando as campanhas e ocupando cargos de liderança para isso refletir em uma mudança externa — completa.

 
Luiza Brasil é jornalista e influenciadora digital de moda Foto: Reprodução
Luiza Brasil é jornalista e influenciadora digital de moda Foto: Reprodução

Para a jornalista e influenciadora digital Luiza Brasil , de 31 anos, o concurso deve ser repensado, mas a vitória de Zozibini é significativa, sobretudo por ela ser uma mulher negra fora dos padrões embranquecidos impostos pela sociedade.

— É importante a gente refletir sobre esses concursos de beleza e o quanto eles são opressores . E, além disso, questionar: o que é ser belo hoje em dia?. Mas acho que é interessante e inspirador uma mulher como ela, negra de pele escura e cabelo crespo , estar no espaço de uma instituição tradicional como o Miss Universo. É um avanço e uma grande virada de chave porque é recorrente ver as mulheres negras que ocupam esses espaços com características embranquecidas. Para mim, é surpreendente essa mulher, com todo esse perfil de n egritude , asssumir o posto de maior destaque dentro do Miss Universo — afirma a influencer de moda. 

Gabi de Pretas, como é conhecida, não concorda com o concurso, mas acredita que esse título é significativo Foto: Reprodução
Gabi de Pretas, como é conhecida, não concorda com o concurso, mas acredita que esse título é significativo Foto: Reprodução

A youtuber Gabriela Oliveira, a Gabi de Pretas , de 27 anos tem críticas ao concurso Miss Universo, mas, para ela, enquanto ele existe é significativo uma mulher negra como a ganhadora do título.

— É um concurso que reforça muitos estereótipos sobre a mulher. Carrega todo um simbolismo, com análise de discursos e uma elegância que é sinonimo de magreza. Isso tudo em meio a debates sobre gordofobia e quebra de padrões . Mas não dá para negar que, para as mullheres negras, que por muito tempo foram afastadas dessa visão do belo, ter um título vindo com uma mulher negra de cabelo curto , de pele escura e traços negros é significativo tanto para nós adultos quanto para as crianças também. Porque acredito que devemos construir imagens positivas ligadas às pessoas negras em diversas áreas, não só na moda — come

 

Flávia Oliveira News Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Flávia Oliveira News Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

A jornalista Flávia Oliveira , acredita que, além da imagem, o discurso feito por Zozibini foi representativo.

— Zozi foi a quinta negra vencedora em 68 edições do Miss Universo. Embora concursos de beleza sejam competições, muitas vezes, questionáveis, foi uma vitória importante, sim. Não apenas pelo reconhecimento à beleza negra, historicamente depreciada, mas pelo discurso que a sul-africana exibiu. Ela defendeu a representatividade e se colocou como referência para a autoestima de meninas negras mundo afora. A repercussão nas redes sociais no Brasil confirma o significado simbólico da escolha.


O Globo segunda, 09 de dezembro de 2019

RECEITA DE TORTELLINI DE BANA COM ESPUMA DE ASPARGOS

Segunda sem carne: chef da Le Cordon Bleu ensina tortellini de banana com espuma de aspargos

Renomada escola de gastronomia inaugura no Rio seu segundo restaurante fora da França, o Signatures, aberto a partir desta quarta-feira (11)
 
 
Le Corodn Bleu: tortellini de banana da terra, espuma de aspargos Chips de banana da terra e creme de cogumelos Foto: Divulgação
Le Corodn Bleu: tortellini de banana da terra, espuma de aspargos Chips de banana da terra e creme de cogumelos
Foto: Divulgação
 
 

Em operação no Rio desde 2018, a escola brasileira da Cordon Bleu abre seu restaurante nesta quarta-feira, o Signatures . Uma das opções do cardápio será a tortellini de banana da terra com espuma de aspargos (ainda sem preço), que o head chef da instituição, João Paulo Frankenfeld, ensina a preparar. O prato virá acompanhado de chips de banana da terra e creme de cogumelos.

 

— Uma combinação de sabores brasileiros, técnica italiana, pela massa, e ingrediente que são queridinhos dos franceses, cogumelos e aspargos — diz Frankenfeld, que dividirá o comando da cozinha com o francês Philippe Brye (confeitaria).

Bares e restaurantes do Rio: Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Le Corodn Bleu: Chef João Paulo Frankenfeld Foto: Divulgação/Lipe Borges
Le Corodn Bleu: Chef João Paulo Frankenfeld Foto: Divulgação/Lipe Borges

 

Este é o segundo restaurante da escola fora da França — o primeiro fica em Ottaw, Canadá.  O salão terá 60 lugares, e o serviço será à la carte, executivo ou menu degustação (ainda sem preços definidos). A Le Cordon Bleu abriu em Paris no ano de 1895.

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Receita de tortellini de banana da terra com espuma de aspargos

Massa

  • 100g de farinha de trigo
  • 1 ovo

Realizar uma massa tradicional adicionando os ingredientes em um bowl até chegar no ponto de elasticidade. Descansar por 1 hora.

Recheio

  • 4 bananas da terra
  • Creme de leite para dar o ponto (+-100ml)
  • Noz moscada

Refogar as bananas com manteiga creme de leite e noz moscada até virar uma massa

Molho de cogumelos

  • Manteiga
  • 500ml de creme de leite fresco
  • Sal e pimenta
  • Cogumelos Paris 1 kg

Cortar bem fino os cogumelos e depois refogar bem forte em uma frigideira com óleo e um pouco de manteiga;

Colocar o creme de leite e deixar cozinhar por 5 minutos;

Mixar tudo até virar um creme.

Espuma de aspargos

  • 2 maços de aspargos cortados e branquiados
  • Leite para dar ponto (+ ou - 250 a 300 ml)
  • 1 colher de café de lecitina de soja
  • 2 molhos de sal
  • Sal e pimenta a gosto

Branquiar os aspargos e depois mixar com leite e o restaurante dos ingredientes.

Chips de banana da terra

  • 8 bananas da terra

Cortar as bananas bem finas e desidratar no forno a 100C por 2 horas

Tempo de preparo: 120 minutos.

Rende: quatro porções.

Le Cordon Bleu Signatures: Rua da Passagem 179, Botafogo – 3189-3450. Ter a sáb, do meio-dia à meia-noite. Dom, do meio-dia às 16h. A partir de quarta-feira (11).


O Globo domingo, 08 de dezembro de 2019

NLBU: RESTAURANTE JAPA DE ROBERT DE NIRO, GANHA TEMPORADA NO RIO

 

Nobu: restaurante japa de Robert De Niro ganha temporada em Angra dos Reis

 
 
 
Robert De Niro e o chef Nobu Matsuhisa

 O Nobu, restaurante japa que tem como sócio o ator Robert De Niro, desembarca, pela primeira vez, no estado do Rio de Janeiro.

A casa, com filial em São Paulo desde o ano passado, estreia dentro do Iate Clube de Santos, em Angra dos Reis. Mas é só por curta temporada, do dia 26 de dezembro até o carnaval.
No pop up, a cozinha oriental sofisticada vai funcionar durante almoço e jantar, com menu assinado pela chef Letícia Shiotsuka, que cria sushis e sashimis utilizando também ingredientes peruanos.
 
 
 
Nobu abre em Angra durante o verão, dentro do Iate Clube de Santos
 
 
Haverá serviço personalizado no esquema to go para os barcos. Mas é preciso reservar com um dia de antecedência (reservas@noburestaurants.com.br).
Em cartaz com o épico "O irlandês", produzido e dirigido por Martin Scorsese para a Netflix (apontado por críticos como o melhor filme do ano), Robert De Niro é também um restaurateur de mão cheia, digno de Oscar. Desde 1984 (ano de "Era uma vez na América" e "Amor à primeira vista"), ele é sócio do Nobu, que nasceu em Nova York, junto com o chef Nobu Matsuhisa, o produtor de filmes Meier Tepper e o empresário Drew Nieporentno. De Niro ainda não confirmou sem vem ao Brasil para a abertura em Angra.
O Nobu é considerado pelo The New Yor Times um dos dez melhores restaurantes do mundo. Nada mal para dar um "chega pra lá" no baixo astral que paira no ar...
 
 
 
 
Cozinha Nobu em São Paulo

O Globo sábado, 07 de dezembro de 2019

JÁ É CARNAVAL: CONFIRA A AGENDA DE ENSAIO DE BLOCOS NO RIO

 

Já é carnaval! Confira agenda com ensaios de blocos no Rio

A região portuária é o point da pré-folia; destaque para o encontro da turma do Tome Conta de Mim! com a do Que Pena Amor no NAU Cidades
 
 
Minha Luz é de LED Foto: Divulgação/Ana Wander Bastos
Minha Luz é de LED Foto: Divulgação/Ana Wander Bastos
 
 

O carnaval parece já ter começado no Rio, com os blocos de rua agitando seus ensaios. Confira lista de atrações em ritmo de folia de 6 a 12 de dezembro.

 

Carnaval

Amigos da Onça

A temporada de ensaios do bloco começa com participação de Charanga Talismã, bateria da Mangueira e DJs Tales Mulatu e So Lyma.

 
 

HUB: Rua Professor Pereira Reis 50, Santo Cristo — 97173-1502. Ter, às 21h. R$ 20. Livre.

Feijoada da Família Portelense

Roberta Sá será a convidada especial da Velha Guarda da Portela na tradicional feijoada, animada também por Tempero Carioca.

Quadra da Portela: Rua Clara Nunes 81, Madureira — 3217-0983. Sáb, a partir das 13h. R$ 15 (entrada) e R$ 25 (feijoada). Livre.

Fica Comigo

O bloco celebra 8 anos com três pistas: Buteco do Amor, House of Lovvve (DJs de house) e show principal com participação do duo PK Delas (com mais de 16 milhões de visualizações no YouTube).

Fábrika: Estrada das Furnas 1.805, Itanhangá — 2143-1624. Sáb, das 19h às 6h. R$ 110. Não recomendado para menores de 18 anos.

Minha Luz é de LED

Ensaio do bloco.

HUB: Rua Professor Pereira Reis 50, Santo Cristo — 97173-1502. Sex, às 22h. R$ 20. 18 anos.

Mulheres de Chico

O bloco que só toca músicas de Chico Buarque inicia os ensaios com o tema “A gente vai levando”, inspirado na canção de 1975, composta com Caetano Veloso.

Teatro Rival Petrobras: Rua Álvaro Alvim 33/37, Centro — 2240-9796. Qui, às 20h. R$ 70. Livre.

NAU Cidades

Inaugurado há 15 dias, o espaço tem ensaios de blocos de carnaval nos fins de semana. Nesta sexta (6) tem Vem Cá, Minha Flor, com participação do Amigos da Onça e os DJs Mito, So Lyma e Júlio Rodrigues. Sábado (7) é a vez dos blocos Tome Conta de Mim! e Que Pena Amor, além dos DJs Lindote, Douglas (SP) e das festas Bagaceira e Cadê Tereza?.

 

NAU Cidades: Rua Professor Pereira Reis 36, Santo Cristo — 98238-9090. Sex, às 22h. Sáb, às 23h. R$ 20. 18 anos.


O Globo sexta, 06 de dezembro de 2019

RIO STAR: MAIOR RODA-GIGANTE VIRTUAL DA AMÉRICA LATINA

 

Faça um tour virtual na maior roda-gigante da América Latina, que começa a girar hoje no Rio

Rio Star, na Zona Portuária, tem expectativa de receber 1 milhão de visitantes no primeiro ano de funcionamento; saiba tudo sobre a nova atração da cidade
 
 
Roda-gigante Rio Star começa a receber o público nesta sexta-feira Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
Roda-gigante Rio Star começa a receber o público nesta sexta-feira Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
 
 

RIO — A Rio Star, nova roda-gigante da Zona Portuária, começa oficialmente a girar às 10h desta sexta-feira e a expectativa é que 1 milhão de pessoas visitem a atração em seu primeiro ano de operações, de acordo com os cálculos do responsável pela atração. O GLOBO preparou um tour virtual, onde é possível conferir todos os detalhes da nova atração da cidade.


O Globo quinta, 05 de dezembro de 2019

SABRINA SATO: DETALHES DA FESTA DE 1 ANO DE ZOE

 

Sabrina Sato revela detalhes da festa de 1 ano de Zoe

Aniversário terá opção de comida vegana e Patati Patatá
 
 
 
Duda Nagle, Zoe e Sabrina Sato Foto: Reprodução/ Instagram
Duda Nagle, Zoe e Sabrina Sato Foto: Reprodução/ Instagram
 
 

Sabrina Sato pensou em desistir da festa de aniversário de Zoe , que completou 1 ano no dia 29 de novembro, "umas cinco vezes". Mas seguiu firme e celebrará a data neste sábado ao lado do marido, o ator Duda Nagle . "Dá muito trabalho organizar um evento desse", contou a apresentadora, de 38 anos.

 

LEIA MAIS : Mãe de Sabrina Sato faz sucesso na web com montagem com look icônico de Jennifer Lopez

Sabrina Sato diz por que sua vida sexual é sempre assunto: 'Falo a verdade'

A Paulista entregou detalhes do grande dia: a dupla de palhações Patati Patatá será atração ao lado Mundo Bita, e o cardápio terá opções veganas. "No lugar de presentes para Zoe, pedi brinquedos para doar para as crianças do Instituto Sabrina Sato", avisou.

Zoe e Sabrina Sato: fashionistas Foto: Reprodução/ Instagram
Zoe e Sabrina Sato: fashionistas Foto: Reprodução/ Instagram

 

Em entrevista à ELA, Sabrina revelou que a herdeira tem espírito festeiro. "Já percebemos pela carinha dela quando estamos saindo. Fica de olho em tudo, adora uma bagunça, brincar, dar risada. Ela tem a quem puxar né, gente?" (risos) . Em Barcelona, parece que ela já sabia que estávamos de férias. Agora, só quer saber de rua."

Segundo a apresentadora, Zoe tem "bastante personalidade". A criança é decidida e faz só o que quer. "Coloco a menina de bruço para fazer uns exercícios e ela vira."


O Globo quarta, 04 de dezembro de 2019

FESTIVAL DO RIO 2019

 

Festival do Rio 2019: após ameaçar cancelamento, evento começa nesta segunda

Organizadores já pensam em estratégias para sobreviver em 2020
 
Adoráveis mulheres. Emma Watson, Saoirse Ronan, Eliza Scanlen e Florence Pugh Foto: Wilson Webb / Divulgação
Adoráveis mulheres. Emma Watson, Saoirse Ronan, Eliza Scanlen e Florence Pugh Foto: Wilson Webb / Divulgação
 
 

RIO - Se fosse um roteiro de filme, a luta para colocar o Festival do Rio 2019 de pé teria seu clímax três meses atrás. Foi ali, em setembro, que os organizadores de um dos mais revelantes eventos cinematográficos do país divulgaram um comunicado oficial para anunciar o risco real de cancelamento por falta de recursos. Mas o final do episódio da “franquia” foi feliz, e sua 21ª edição começa na próxima segunda-feira (9) em diversas salas da cidade.

— Não era marketing: o festival não ia acontecer. A partir dali surgiu um movimento de pessoas fazendo o bem para a cidade — diz Ilda Santiago, diretora do festival. — Foram quase 2 mil pessoas ajudando com quantias diversas.

Apesar do tom de gratidão, a situação é delicada. Os R$ 627 mil arrecadados em financiamento coletivo são apenas 14% dos R$ 4,5 milhões gastos para fazer o evento em 2018 — o orçamento deste ano Hilda não revela. A diretora reconhece que não era a favor da criação de uma vaquinha online, e chegou a dizer que o Festival do Rio “não se sustentaria” com os valores arrecadados entre fãs. Além disso, havia a preocupação de que o apelo a este tipo de estratégia afastasse de vez potenciais empresas patrocinadoras, fundamentais desde que o evento perdeu aportes da prefeitura (em 2017) e da Petrobras (este ano). Mas o efeito foi o contrário.

— O grande poder das redes é a mobilização. Há empresas sensíveis que perceberam o movimento das doações e ajudaram com quantias também. É interessante daqui para frente estreitar relações com elas e aprimorar estes patrocínios, que serão importantes para nossa reconstrução.

Renée Zellweger como Judy Garland em 'Judy' Foto: Divulgação
Renée Zellweger como Judy Garland em 'Judy' Foto: Divulgação

 O efeito da instabilidade é visível, é claro, na programação desta edição. Ilda teve que repensar a logística em várias frentes, incluindo a data do festival, que tradicionalmente ocorre entre setembro e outubro. Em 2018, a mostra já havia sido empurrada para novembro, também por problemas financeiros.

 

— Nos últimos dois anos, reduzimos os convidados estrangeiros. Em 2019, infelizmente, estamos trazendo menos filmes de fora — diz a diretora, que também tenta ver o copo meio cheio. — Já o adiamento para dezembro tem fatores positivos. Nossa ideia é que essa edição seja uma grande abertura do verão no Rio. Já vai ter muita gente de férias curtindo a cidade.

Na sessão de abertura, dia 9, será exibido “Adoráveis mulheres”, da americana Greta Gerwig (“Lady Bird: A hora de voar”), primeiro da fila de 100 filmes estrangeiros programados — metade da quantidade exibida no ano passado.

'Jojo rabbit' Foto: Divulgação
'Jojo rabbit' Foto: Divulgação

 A pouco mais de dois meses do Oscar, a proximidade de datas esquenta o interesse por títulos que estão na mira da premiação de Hollywood, cujos indicados saem em 13 de janeiro. “O escândalo”, de Jay Roach; “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi; “Uma vida oculta”, de Terrence Malick; e “Judy”, de Rupert Goold, são alguns dos títulos que passarão pela mostra carioca.

Já a Première Brasil, com 83 obras entre curtas e longas de ficção e documentários, foi afetada de forma direta pelo adiamento, pois obras que poderiam estrear no festival já passaram por outras mostras.

'Acqua movie', de Lírio Ferreira, estará na Première Brasil Foto: Fred Jordão / Divulgação
'Acqua movie', de Lírio Ferreira, estará na Première Brasil Foto: Fred Jordão / Divulgação

 

Um exemplo é “Acqua movie”, de Lírio Ferreira, estrelado por Alessandra Negrini, que esteve na 43ª Mostra de São Paulo. Outro é “A febre”, de Maya Da-Rin, vencedor do Festival de Brasília, no sábado passado, após ter ganhado prêmios internacionais. Há poucas exceções, como “Pureza”, longa de Renato Barbieri protagonizado por Dira Paes, e “Quando a morte socorre a vida (M8)”, de Jeferson De.

 

— Muitos realizadores questionaram se não seria um problema suas obras terem uma trajetória prévia em outros festivais. Isso não atrapalha. Queremos que os filmes brasileiros sejam cada vez mais vistos — defende Ilda.

Mas, apesar do alívio ao ver o festival que comanda há duas décadas sobreviver, o foco da diretora é recuperar os patrocinadores de peso para 2020. E, se começamos este texto com comparações cinematográficas, Ilda olha para frente fazendo um paralelo com o evento mais tradicional da cidade:

— Aqui funcionamos como uma escola de samba no carnaval: quando ela está entrando na Sapucaí, já tem a cabeça no desfile do ano seguinte.


O Globo terça, 03 de dezembro de 2019

A CASA DO PORCO: UM DOS 5 MAIS ORIGINAIS DO MUNDO

 

A Casa do Porco: um dos cinco mais originais do mundo, segundo lista francesa

 

Os chefgs Jefferson e Janaína Rueda, com Marc Veyrat (La Maison des Bois)

 Restaurante do chef Jefferson Rueda que este ano foi eleito o 39º melhor do mundo no The World’s 50 Best Restaurants – e 6º na edição latino-americana do ranking – fecha 2019 contabilizando mais um prêmio internacional.

A casa foi consagrada entre os cinco endereços mais originais do planeta de acordo com La Liste, organização francesa que anuncia todos os anos uma lista dos melhores restaurantes do mundo. O anúncio foi feito nesta segunda (2), durante cerimônia realizada em Paris. O ranking geral ainda está para sair.

Com base na compilação de mais de 600 guias e publicações especializadas, além de avaliações online, eles estabelecem pontuações que geram um ranking global de 1000 restaurantes escolhidos a dedo por críticos gastronômicos nos diversos cantos do mundo.

De Paris, a chef Janaína Rueda segue para Lyon, onde vai preparar sua famosa feijoada num evento na quarta (4), a partir das 19h, no restaurante Sampa. A noite promete levar o tempero brasileiro, samba e caipirinha para a terra do super chef Paul Bocuse.


O Globo segunda, 02 de dezembro de 2019

CREPE DE AGRIÃO COM GORGONZOLA

 

Segunda sem carne: Claude Troisgros ensina seu crepe de agrião com gorgonzola

Prato é destaque no novo menu do Chez Claude, que faz dois anos: 'criei a receita para meu primeiro restaurante no Rio nos anos 1980', conta o chef Bruno Calixto
Chez Claude faz dois anos - Uma das novidades do menu comemorativo é a crepaze de mousse de agrião com gorgonzola Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Chez Claude faz dois anos - Uma das novidades do menu comemorativo é a crepaze de mousse de agrião com gorgonzola
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
 
 

Desde a sua chegada ao Rio há 40 anos até hoje, Claude Troisgros — que só veio para ficar dois anos — virou chef famoso e estrela de TV, abriu seis resturantes com seu nome, ganhou quatro netos e 462 mil seguidores no Instagram e se tornou, segundo admitiu à crítica Luciana Fróes, "um brasileiro de verdade". Este mês, uma de suas casas mais novas, a Chez Claude, faz dois anos, com direito a menu comemorativo com novas a antigas criações. Uma delas é o "crepaze": crepe de mousse de agrião com gorgonzola (R$ 46), que ele ensina a receita abaixo.

 

— Criei esta receita quando abri meu primeiro restaurante no Rio (Roanne), na Rua Conde Bernadotte, exatamente onde está o Chez Claude. Por acaso eu estava passando pela rua quando vi a plaquinha de "aluga-se". E agora, o crepe está de volta neste novo menu, que propõe uma retrospectiva — diz Claude — O  picante do agrião combina com o sabor peculiar do gorgonzola.

Siga nossa página no Instagram: @rioshowoglobo

Mais informal, o restaurante fica no Lelbon e não tem sommelier. É onde o chef "marravilha" cozinha na frente dos clientes, que chegam a 120 por noite. Só abre no jantar.

Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Crepe de agrião com gorgonzola do Chez Claude

Ingredientes massa de panqueca

  • 100g de farinha de trigo
  • 2 ovos
  • ¼ de litro de leite
  • 50g de manteiga noisette (manteiga derretida levemente queimada)
  • Sal

Bater ovos, leite, sal e farinha no liquidificador.

Acrescentar a manteiga noisette (cor marron clara)

Peneirar

Repousar 30 minutos na geladeira antes de usar

Fazer as crepes bem finas numa frigideira teflon

Ingredientes mousse de agrião

  • 1 molho de agrião
  • 5 ovos
  • ¼ de litro de leite
  • Sal e pimento do reino

Lavar bem o agrião e bater no liquidificador com ovos, leite, sal e pimenta

Peneirar e repousar 20 minutos

Retirar a espuma e encher as formas untadas com manteiga

Cozinhar no banho-Maria, forno 120 graus por 40 minutos

Colocar na geladeira uma noite

Envolver a mousse com uma panqueca e colocar num tabuleiro anti aderente coberto de azeite

 
Assar 10 minutos no forno a 180 graus ate corar

Ingredientes molho

  • 100ml de creme de leite fresco
  • 200g de queijo gorgonzola
  • Sal, pimenta moída na hora a gosto

Ferver o creme de leite e aos poucos colocar os pedacinhos de gorgonzola

Deixar derreter o queijo e temperar.

Toque final

Folhas de agrião temperado com azeite

Colocar uma concha de molho no centro do prato

Colocar a mousse de agrião no meio do prato

Decorar com agrião em cima

Porção: 4 pessoas

Tempo de preparo: 1h30 (fica geladeira de 1 dia pro outro)


O Globo domingo, 01 de dezembro de 2019

A FESTA DO ESPUMANTE NACIONAL

 

Letras garrafais: a festa do espumante nacional

A cabernet franc é a mãe de todas as uvas da grande família
 
 
06.12.2002 - Leonardo Aversa- JF - Clube do Espumante - FOTODIGITAL Foto: Leonardo Aversa : Leo Aversa
06.12.2002 - Leonardo Aversa- JF - Clube do Espumante - FOTODIGITAL Foto: Leonardo Aversa : Leo Aversa
 
 

Natal, Ano Novo, festas de fim de ano. A pergunta é: com que espumante eu vou? Com o brasileiro, é claro. Afinal, o mais famoso dos nossos estilos de vinho está cheio de novidades, de prêmios a sucessos de vendas lá fora, de orgulhar a qualquer patriota festeiro, para celebrar nos taças e no bolso.

Espumante nacional Foto: Pedro Mello e Souza
Espumante nacional Foto: Pedro Mello e Souza

Mas aí volta a pergunta: com que espumante brasileiro eu vou? Há vários, realmente, dos mais doces, do tipo moscatel, aos proseccos e dos bruts tradicionais aos natures descolados.

Já falamos aqui dos natures (pronuncia-se como em francês, com biquinho). É o estilo mais premiado, mais seco, menos alcoólico, mais natural e mais diet que temos — quase nenhum açúcar envolvido. Na lista dos melhores espumantes nacionais, metade são nature.

Consulte aqui:   Guia Rio Show de Gastronomia

Clima rosé Foto: Pedro Mello e Souza
Clima rosé Foto: Pedro Mello e Souza

Brut e extra-brut são estilos menos extremos de espumantes, bem no jeitão dos grandes champanhes e tidos como os mais elegantes e versáteis, da praia à mesa da vovó. Há os brancos e os chiquérrimos rosés, ambos com estrutura para acompanhar uma refeição inteira.

Dos estilos italianos de espumantes, temos dois ícones do nosso paladar, mais amigos do nosso cartão de crédito: moscatel e prosecco. Nada de torcer o nariz para os moscatéis, que estão cada vez mais macios e sem tanta carga no açúcar. São sucesso de vendas lá fora, especialmente na China, onde a cozinha acridoce quase grita por um moscatel. No caso do prosecco, são mais criativos, com vinhos de bom padrão, ótima leveza, altos aromas e baixos preços.

 

• Aurora Prosecco Brut, Serra Gaúcha, R$ 37, no Pão de Açúcar

• Rio Sol Gran Prestige Rosé, Vale do São Francisco, R$ 49, nas Americanas

• Casa Perini Moscatel, Farroupilha, R$ 60, na Divvino

• Clima Prosecco, R$ 60, Caxias do Sul, na Bardot, no Grajaú

• Adolfo Lona Brut Rosé, Serra Gaúcha, R$ 63, na Bebidas do Sul

• Dal Pizzol Charmat Brut, Serra Gaúcha, R$ 75, no Zona Sul

• Salton Évidence Brut, Serra Gaúcha, R$ 85,90, na Wine.com

• Lírica Crua Família Hermann, R$ 86,30, na Enoteca Decanter

• Dádivas Brut, Lídio Carraro, R$ 98, na Almendola, em Copacabana

• Cave Geisse Nature, Pinto Bandeira, R$ 119, na Cave Nacional, Botafogo

• Maria Maria Nature, Serra da Mantiqueira, R$ 120, na Venda, Leblon

• Chandon Cuvée Prestige, Serra Gaúcha, R$ 169, no Extra


O Globo sábado, 30 de novembro de 2019

BAR LUIZ TEM NOVA GESTÃO

 

Bar Luiz tem nova gestão já nesse fim de semana

POR LUCIANA FRÓES

 

Bar Luiz

 As dívidas são salgadíssimas, mas pagáveis, especialmente a partir de agora, quando o centenário Bar Luiz passa a ser tocado por um novo time. Um grupo de profissionais da área se juntou para ajudar Rosana Santos, viúva do neto do fundador, que continua à frente, mas com o reforço de dois veteranos e bons gestores: já estão a postos na Rua da Carioca, Waldec Rocha, que por décadas foi o braço direito do José Hugo Celidônio, e Rô Gouvea, chef, professora e consultora de gastronomia com larga experiência no setor.

A história da crise do Bar Luiz é indigesta, envolve, além da penúria em que se encontra a Rua da Carioca, fraudes e desvios no caixa. Mas isso eu conto depois que o time de advogados que está cuidando do imbróglio desatar os muitos nós. Coisa de polícia.


O Globo sexta, 29 de novembro de 2019

O BOLO DA CARNE DA VINGANÇA

 

O bolo de carne da vingança

POR MARIANA WEBER

 

Bolo de carne

 A vingança é um prato que se faz com dois quilos de carne e temperos industrializados. Leva duas horas para ser assada. Mas só fica pronta mesmo quando é lançada aos quatro ventos na internet. Pelo menos no caso da vingança de um usuário do Tumblr que publicou uma receita secreta da mãe como desforra por ela ter sido homofóbica quando ele se declarou gay.

 
 

Mais saborosa do que a receita em si, a história viralizou. Chegou para mim enviada por uma amiga que sabe do meu interesse por receitas de família e as memórias que elas trazem. E está aí uma memória marcante. Comida afetiva de verdade.

O usuário — ou usuária, não dá para definir pelo post — conta que desde pequeno seu prato favorito era o bolo de carne da mãe. Tinha uns 19 anos quando ela resolveu passar a receita, não sem avisar que ele não deveria contar para ninguém. 

Um clássico de muitas famílias: a receita top secret, que só os iniciados podem conhecer, por direito de nascimento ou, mais raramente, por ter passado por uma árdua prova de merecimento (décadas de casamento, por exemplo).

No caso do bolo de carne da vingança, o segredo, revelado, se mostrou besta como tanta coisa que só tem graça quando está envolvida em uma penumbra de mistério. De extraordinária, só a quantidade de carne pedida na lista de ingredientes: 1,8 a 2,7 quilos.

Estaria a anotação da receita errada? Seria outro clássico familiar. Assim como o uso de temperos prontos, conforme mostram cadernos de receitas de mães e avós cheios de recortes de embalagens de produtos industrializados. 

Se a história do bolo de carne abriu seu apetite, seguem abaixo o post original e a receita traduzida do inglês. Talvez você tenha dificuldade de encontrar os temperos (baratinhos em dólar, segundo o autor do post), mas pode tentar substituir. 

Caso sobre comida (alguma dúvida quanto a isso?), “os restos dão ótimos tacos” —  é só adicionar um pouco mais de tempero pronto.

De qualquer forma, não estranhe o sabor amargo da vingança.

(Para mais histórias e receitas, siga @ocadernodereceitas no Instagram)

 

Post do bolo de carne da vingança

 

 

Ingredientes

1,8 a 2,7 quilos de carne

1 pacote de pó de sopa de cebola ou de molho ranch para salada

1 colher (sopa) de ketchup

1 colher (sopa) de mostarda escura picante

1 colher (sopa) de molho barbecue

1 colher (sopa) de molho para carne (steak sauce)

1 ovo

Preparo

Misture, molde como um pão em uma forma, asse a 180ºC por duas horas (talvez duas horas e meia se você estiver se sentindo perigoso).


O Globo quinta, 28 de novembro de 2019

MIL-FOLHAS EM NOVA MODINHA

 

Mil-folhas em nova modinha: chefs dão cara nova aos folheados com camadas crocantes, cremosas e locais

Com queijos, jambu, bacalhau e muito mais
Mil-folhas da Chef Monique Giabatti, feito com queijo de cabra com tomate confit e salada de rúcula Foto: Rodrigo Galvão
Mil-folhas da Chef Monique Giabatti, feito com queijo de cabra com tomate confit e salada de rúcula Foto: Rodrigo Galvão
 
 
 
 

É preciso ser cuidadoso na hora de montar um mil-folhas. Camadas fininhas, normalmente de uma massa crocante e outra de um creme doce, uma sobre a outra, formam o prato que nasceu na Rússia e ficou famoso na França. Sempre dando cara nova às tradições, chefs andam desconstruindo a receita e juntando sabores diferentes em forma de folheados brasileiríssimos e salgados.

Mil-folhas de cará com jambu e velouté de castanha-do-pará do restaurante Bagatelle Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Mil-folhas de cará com jambu e velouté de castanha-do-pará do restaurante Bagatelle
Foto: Leo Martins / Agência O Globo

O chef Ignácio Peixoto preparou uma versão intercalando creme de cará e jambu com velouté de castanha. “É uma técnica bem francesa com um sabor super brasileiro”, ressalta o chef do Bagetelle Rio. “Na cozinha, o meu desafio é adaptar receitas universais usando ingredientes daqui. Nessa opção, temos elementos que representam as duas culinárias: o velouté e a manteiga noisette da França, com a castanha, o cará e o jambu do Brasil.”

Um outro folheado adaptado é a batata brava do Venga! do Leblon, que ganhou o sobrenome La Barra e um menu novinho, que muda com frequência, criado pelo chef mineiro mas que viveu na Espanha por anos e anos Guilherme Furtado, ex-braço direito de Albert Adrià. Agora, a casa serve o aipim bravo, que vem laminado e em cubos para ser acompanhado com molho picante. “A ideia foi fazer uma versão bem brasileira de um dos petiscos mais clássico da Espanha”, conta o chef. Foi um acerto: a aposta que poderia ser vista com alguma estranheza virou um dos mais pedidos da casa. E quem quiser a versão tradicional, basta ir à filial de Ipanema.

No Oro, o quadradinho com couve tostada e polvo ainda leva caldo verde de sabor defumado e pimenta biquinho Foto: Tomás Rangel
No Oro, o quadradinho com couve tostada e polvo ainda leva caldo verde de sabor defumado
e pimenta biquinho Foto: Tomás Rangel

No novo menu do Oro, Felipe Bronze fez um quadradinho com couve tostada e polvo. O mil-folhas do chef ainda leva caldo verde de sabor defumado e pimenta biquinho na forma de um vinagrete para dar a acidez.

 

Monique Gabiatti, do Cozinha, no Be+Co, em Botafogo, serve dois tipo s de mil-folhas. Um com queijo de cabra, tomate confit e salada de rúcula e um brandade de bacalhau que vem em forma de fatias. Ela conta que o primeiro nasceu a partir de uma bruschetta que levava os mesmos ingredientes e fazia muito sucesso em eventos. “Como o meu doce favorito é esse, pensei em juntar as duas coisas e criar opções salgadas. Depois, resolvi fazer o de bacalhau. Eu queria algo mais delicado e mais Brasil também. Então, substituí a massa folhada por raízes, uso mandioca ou batata-baroa”, comenta Monique.

Há também algumas versões mais tradicionais e sempre irresistíveis, como a servida por Didier Labbé em seu restaurante no Jardim Botânico. A massa, que ele faz seguindo a tradição francesa, bem levinha, em várias camadas finíssimas, chega recheada com queijo gorgonzola, lascas de pera fresca e brotos de rúcula.

O chef Rafa Gomes, que depois do sucesso em Paris inaugurou o Itacoa Rio, no VillageMall, trouxe da capital francesa o preparo que leva mandioquinha crocante com pupunha, camarão rosa e vinagrete de tucupi preto. Já era sucesso por lá e promete ser aqui também. “Na França, é um clássico e, por isso, precisa ter um preparo perfeito. Quis colocar ingredientes que surpreendessem os franceses. Consegui: eles curtiram à beça”, diz Rafa. O tucupi preto é um concentrado do caldo reduzido cerca de 50 vezes, que lembra muito o café ou o alho negro. “A pupunha, que também é brasileira, tem uma acidez legal, combinou com o caldo. Essa mistura de sabores brasileiros com uma técnica tão francesa é o que gosto de fazer”, conta o chef, que nasceu em Nova Iguaçu, cresceu em Niterói, fez carreira em Paris, ganhou o “MasterChef” 2018 e agora chega ao shopping da Barra.

 
Mil-folhas desconstruído de framboesa do Chez Claude Foto: Tomás Rangel
Mil-folhas desconstruído de framboesa do Chez Claude Foto: Tomás Rangel

Há ainda as opções docinhas, mas que desconstroem a apresentação clássica. Claude Troisgros poderia servir uma versão bem tradicional da sobremesa no seu Chez Claude, no Leblon. Mas preferiu incluir no menu uma versão feita com uma base de geleia aos pedaços de framboesa com camadas de creme e folhas crocantes de massa quebradinha salpicadas.

O chef Márcio Dantas, que está comandando o Zazá Bistrô, criou um doce em forma de lâminas. As de frutas (são lascas de manga , melão pele-de-sapo, melão-gália, melão-cantaloupe, melancia e abacaxi) vêm acompanhadas por chantilly de capim-santo. “É uma sobremesa bem leve, boa para o verão. Ela veio de uma evolução da salada de frutas com calda de capim-limão”, diz Zazá Piereck, restauratrice que está sempre ao lado dos chefs da casa inventando novidades.


O Globo quarta, 27 de novembro de 2019

PÃO CASEIRO - RECEITA

 

Aprenda como preparar pão caseiro de fermentação natural

Passo a passo da receita é do chef José Hernani, confeiteiro da rede de hotéis Windso
 
 
Receita de pão caseiro de fermentação natural rende 2 unidades Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Receita de pão caseiro de fermentação natural rende 2 unidades Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
 
 

RIO - Embora tenha um carinho especial pela confeitaria, o chef José Hernani, da rede de hotéis Windsor , resolveu, há três anos, abrir o horizonte de delícias e viajou até a Itália para um curso de panificação e pizzaria. Os segredos necessários para preparar a receita de pão caseiro de fermentação natural, detalhada a seguir,  é um dos ensinamentos adquiridos pelo profissional durante as aulas.  

 
 
 

Pão caseiro de fermentação natural (2 unidades)

Ingredientes:

500g de farinha de trigo forte; 350ml de água gelada; 125g de fermento natural; 10g de sal; 5g de germe de trigo (opcional).

Modo de preparo:

1. Misture a farinha e a água bem gelada até formar uma massa homogênea e sem grumos.

2. Coloque a massa num recipiente e cubra-o com um pano ou plástico. Leve à geladeira por uma hora.

3. Retire a massa da geladeira e observe se já está praticamente em ponto de véu (quando é aberta sem rasgar).

4. Acrescente o fermento natural e o germe de trigo, trabalhando a massa em forma de dobras com o fermento natural já incorporado a ela.

5. Acrescente o sal e faça o mesmo processo, sovando bem a massa, com cuidado para não rasgá-la. Deixe-a descansar por 30 minutos.

6. Faça o processo de dobras novamente, repetindo-o duas vezes com intervalo de 30 minutos.

7. Divida a massa, modele-a e coloque-a em um banneton (cesto de fermentação) enfarinhado. Deixe fermentar de três a seis horas, dependendo da temperatura ambiente. Ou, se preferir, leve à geladeira entre 12 e 24 horas, também de acordo com a temperatura ambiente. Com a fermentação completa, a massa vai dobrar de tamanho.

8. Com o forno já quente, a uma temperatura de 250°C, asse o pão entre 30 e 40 minutos.


O Globo terça, 26 de novembro de 2019

O QUE COMER NA COZINHA ITALIANA NO MUNDO

 

O que comer na Semana da Cozinha Italiana no Mundo

Terrazzo Belvedere, no Centro, tem cardápio especial durante o evento
 
 
Misturando comida de chefs renomados e apresentações culturais, o evento ganha sua 4ª edição no Rio, reunindo exposição, masterclasses, música, arte, happy hour com DJ e uma homenagem a Leonardo da Vinci Foto: Divulgação
Misturando comida de chefs renomados e apresentações culturais, o evento ganha sua 4ª edição no Rio, reunindo exposição,
masterclasses, música, arte, happy hour com DJ e uma homenagem a Leonardo da Vinci Foto: Divulgação
 
 

Ainda menos conhecido que seus outros talentos, Leondardo Da Vinci também era um bom cozinheiro.  E no ano em que se comemora os 500 de sua morte, é ele quem inspira a Settimana della Cucina Italiana nel Mondo.

 

Entre os dias 19 e 30 de novembro, o Terrazzo Belvedere, onde funciona o Consulado Geral da Itália, no Centro, vai ser o centro de uma série de eventos, como masterclasses e, claro, encontros à mesa. Em destaque na programação, debates sobre a “Educação alimentar: a cultura do paladar”.

Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Durante essas duas semanas,  chefs Marco Béchaz, do Chalet Eden di la Thuile, na região Val d’Aosta,, Maurizio Barbara, da Terrazza Miravalle, na Toscana, e a sorveteira Giorgia Proia, da sorveteria Casa Manfredi, em Roma, estarão por aqui mostrando um pouco do que fazem por lá, na Itália.

 

 

Do Rio, participam os chefs Nello Cassese, do Cipriani, Luigi Moressa, do Gero, Nicola Fedeli, do Fasano al Mare e Nello Garaventa, do Grado.

Concorrida nos outros anos, a happy hour Happy hour all’italiana estará sob os cuidados do chef paulistano Meguru Baba, do Coltivi, restaurante que tem o italiano Piero Zolin como um dos sócios. Além do cardápio abaixo, o chef promete pizzas de diferentes sabores.

PROGRAMAÇÃO E RESERVAS

Semana da Cozinha Italiana no Mundo: Terraço Belvedere. Av. Presidente Antônio Carlos 40, 9º andar - 3534-1390.

 

 

Almoço:

  • Antipastos: salada quente de polvo e batata, tomate recheado com arroz, batatas e mexilhões (R$20), nhoque de berinjela com tomate cereja e manjericão (R$ 25), salada caprese (R$ 20), tábua de frios (R$ 25).
  • Pratos principais: espaguete com creme de burrata e berinjela (R$ 35), pene com tomate, fiordilatte, azeitona, alcaparra e pimenta (R$ 35), rigatoni à bolonhesa (R$ 30), linguine de abobrinha e camarão (R$ 40), lula recheada (R$45), rolinhos de espada com molho de manga (R$40), gnudi nhoque rústico de ricota e semolino (R$ 35), rosticciana de costeletas de porco e salsichas temperadas com diversas especiarias (R$ 45).
  • Sobremesas: torta esfarelada com Nutella (R$20), pêssego com amaretti (R$ 15), tiramisú (R$ 20), torta de limão (R$ 20), sorvete (R$ 15).

Happy hour:

  • Antipastos: salada pantesca com batatas cozidas, tomates, cebolas, temperadas com azeitonas sem caroço, alcaparras de Pantelleria, orégano e azeite de oliva (R$20), almôndegas com molho (R$25), fritura mista com molho de manga (R$ 30).
  • Principal: espaguete cacio pepe (R$ 30), risoto de açafrão (R$ 35), omelete de 5 cm de altura com ervas ou especiarias (R$30), mexilhões e amêndoas (R$45), rosticciana costeletas de porco e salsichas temperadas com diversas especiarias (R$45).
  • Sobremesa: tiramisú (R$20), minicheesecake (R$ 20), sorvete (R$ 15), torta de chocolate (R$ 20).

Instituto Italiano de Cultura (Terraço Belvedere): Av. Presidente Antônio Carlos 40, 9º andar, Centro — 3534-1390. Diariamente, a partir do meio-dia. Até 30 de novembro. Ingressos em http://italianorio.com.br/


O Globo segunda, 25 de novembro de 2019

BAR DO ELIAS ABE FILIAL EM IPANEMA

 

Bar do Elias abre filial em Ipanema

 
 
Bar do Elias em casarão na Aníbal de Mendonça

 

Sabe o Bar do Elias, conhecido pela sua famosa comida árabe há 26 anos no Rio? Vai ganhar filial em Ipanema em dezembro, numa casa tombada na Rua Aníbal de Mendonça. 
 
 
Além do tradicional bufê a quilo comando pelo chef sírio Ali Mohamed, o espaço também vai funcionar como um bar no fim ‪de tarde‬ com torneiras de chopes artesanais, drinques e bufê de antepastos. Entre as sobremesas, os doces tradicionais árabes feitos por outro sírio, o chef doceiro Somar Ibrahim. Hza saeidaan!

O Globo domingo, 24 de novembro de 2019

FESTIVAL GASTRONÔMICO DE BÚZIOS CELEBRA ENCONTRO DA FRANÇA DOM O BRASIL

 

Festival gastronômico em Búzios celebra o encontro da França com o Brasil

 A turma está chegando para mais uma edição do Les Pantagruels

A turma está chegando para mais uma edição do Les Pantagruels | Divulgação
 
 

O que França, Goiás e Pernambuco têm em comum? Nos dois próximos fins de semana a resposta é Búzios, o balneário bacana do Rio de Janeiro que, pela oitava vez, recebe o Les Pantagruels, festival gastronômico que recebe o francês Patrick Gauthier, o goiano Humberto Marra e os pernambucanos César Santos e Cláudio Manoel, entre muitos outros.

O ponto de encontro é o Hotel La Borie, de frente para a Praia de Geribá, mais especificamente no restaurante Chez Françoise, onde acontecem três jantares, sempre a partir das 19h30 (R$ 230).

 Hotel La Borie, de frente para a Praia de Geribá

Dias 22 e 23, o estrelado Patrick Gauthier, do La Madeleine, em Sens, na Borgonha, cozinha ao lado de Humberto Marra (do Coralina), da carioca Joana Gallo (do Donna Jô), da argentina Sônia Persiani (do Cigalón) e do buziano Paulo Cezar Cordeiro (do Chez Françoise).

Dia 30 é a vez dos pernambucanos entrarem em ação ao lado de Joana Gallo e do baiano Marcones Deus (do Mauá).

Antes de começar, quem faz as honras é o mestre-cervejeiro Pedro Ribeiro, apresentado rótulos artesanais. Os jantares (tá pensando o quê?) serão harmonizados com vinhos do Vale do São Francisco. Não é uma mistura e tanta?

Reservas: (22) 2620-8504 ou (22) 98173-9138.


O Globo sábado, 23 de novembro de 2019

MORRE O APRESENTADOR GUGU LIBERATO, AOS 60 ANOS

 

Morre o apresentador Gugu Liberato, aos 60 anos

Uma das maiores personalidades da TV brasileira, paulistano sofreu um acidente doméstico nos Estados Unidos
 
 
Gugu Liberato morreu na noite desta sexta-feira, aos 60 anos, em Orlando Foto: Divulgação
Gugu Liberato morreu na noite desta sexta-feira, aos 60 anos, em Orlando Foto: Divulgação
 
 

RIO — Antônio Augusto Moraes Liberato, popularmente conhecido como Gugu Liberato , morreu nesta sexta-feira (22), aos 60 anos. Na quarta-feira (20), o apresentador sofreu um acidente em sua casa a 30 km de Orlando , no estado americano da Flórida.

 

Gugu tentava trocar o filtro do ar-condicionado de sua casa quando caiu de uma altura de quatro metros e bateu a cabeça em uma quina. No momento do acidente, estava acompanhado apenas de sua mulher, Rose Di Matteo. Foi hospitalizado na Unidade de Terapia Intensiva do Orlando Health Medical Center, mas não resistiu. Ainda não há detalhes sobre o traslado do corpo para o Brasil. Os órgãos de Gugu Liberato serão doados, atendendo à sua vontade.

Patrícia Kogut: Gugu  era um  comunicador de mão cheia

Devido à gravidade de seu estado de saúde, não foi realizado um procedimento cirúrgico. Durante a internação, foi constatada a ausência de atividade cerebral, diz a nota de falecimento divulgada pela família e funcionários. A morte encefálica foi confirmada pelo médico Guilherme Lepski. "Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos", diz o texto.

Começo cedo na televisão

Gugu nasceu na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, em 10 de abril de 1959. Filho caçula dos portugueses Augusto Claudino Liberato, um caminhoneiro, e Maria do Céu Moraes, uma lavadeira. Ele tinha dois irmãos, Amandio Liberato e a numeróloga Aparecida Liberato.

Começou na televisão ainda aos 14 anos como auxiliar de produção do Silvio Santos , à época na TV Globo. Depois, acompanharia o "Patrão" em programas comandados por Silvio na Record e na extinta Tupi. Ele foi chamado pelo empresário porque escrevia cartas lhe sugerindo programas.

 
Um dos apresentadores mais famosos da televisão brasileira, Gugu Liberato caiu de uma altura de quatro metros de altura enquanto trocava o filtro do ar condicionado de sua casa, em Orlando, nos Estados Unidos. Ele estava acompanhado da esposa e dos três filhos no momento do acidente
 
Um dos apresentadores mais famosos da televisão brasileira, Gugu Liberato caiu de uma altura de quatro metros de altura enquanto trocava o filtro do ar condicionado de sua casa, em Orlando, nos Estados Unidos. Ele estava acompanhado da esposa e dos três filhos no momento do acidente

 Considerado um dos apresentadores mais marcantes da História da TV brasileira, Gugu Liberato esteve à frente no SBT de sucessos que uniam com gincanas, famosos e atrações músicais. Seu primeiro sucesso na emissora (então chamada TVS) foi o "Viva a noite" (1982-1992). Seguiram-se  "Sabadão sertanejo" (1991-1996) e "Domingo legal" (1993-2009), entre outros.

Na RecordTV, comandou o programa "Gugu" (2015-2017), o reality show "Power couple Brasil" e, agora, estava à frente do talent show "Canta comigo".

 

Silvio Santos e Gugu Liberato em registro do 'Programa Silvio Santos', em 1988 Foto: Arquivo O Globo / Agência O Globo
Silvio Santos e Gugu Liberato em registro do 'Programa Silvio Santos', em 1988 Foto: Arquivo O Globo / Agência O Globo

Sucesso no SBT

Gugu chegou a iniciar um curso de Odontologia na Universidade de Marília, em São Paulo, mas desistiu da faculdade para atender ao chamado de Silvio Santos.  No "Viva a noite", promoveu nomes como o grupo Menudo , popular pelo hit "Não se reprima", além de ter lançado com sua produtora conjuntos como Dominó e Polegar .

O apresentador vivia o auge do sucesso do programa no SBT, em agosto de 1987, quando recebeu uma proposta da TV Globo e decidiu assinar o contrato. Mas Silvio Santos interveio. O dono do SBT seria submetido a uma delicada cirurgia e fez uma proposta tentadora a Gugu: ofereceu-lhe parte da programação dominical e aumentou seu salário em dez vezes, fora os honorários com publicidade.

 

Em 17 de abril daquele mesmo ano, Gugu estreou aos domingos no SBT. À época, apresentava sozinho os quadros "Passa ou repassa" e "Cidade contra cidade". Apesar de estar à frente de parte das atrações dominicais, Gugu manteve-se na apresentação de programas exibidos aos sábados à noite, a exemplo do "Sabadão sertanejo".

Gugu Liberato, à frente do 'Domingo legal', do SBT, em 1996: auge da carreira Foto: Divulgação
Gugu Liberato, à frente do 'Domingo legal', do SBT, em 1996: auge da carreira Foto: Divulgação

Seu maior sucesso, no entanto, veio com o "Domingo legal", na década de 1990, que protagonizou com o "Domingão do Faustão" uma das maiores guerras de audiência da TV brasileira.

Na busca de repercussão, Gugu acabou cometendo um deslize grave: em 2003, o apresentador veiculou uma entrevista forjada com dois homens que se passaram por integrantes de uma facção criminosa. Quando a fraude foi descoberta, a emissora foi multada, o programa suspenso e Gugu foi processado.

O apresentador também atuou no cinema, ao lado de Xuxa Meneghel, Angélica e dos Trapalhões. Em 2003, Gugu Liberato participou de uma campanha para ajudar os brasileiros mais pobres, em conjunto com Faustão - os dois apresentadores interagiram no ar. Entre os muitos prêmios, ao longo da carreira, um disco de ouro, 11 estatuetas do Troféu Imprensa e o Troféu Internet em 2005.

No dia 18 de abril de 2018, na faixa das 22h30, logo após o "Jornal da Record", o apresentador assumiu a nova temporada do programa "Power couple Brasil", que passou a ser exibido de segunda a sexta-feira. Em 18 de julho daquele mesmo ano, estreou um novo programa na RecordTV, o talent show "Canta comigo", exibido às quartas-feiras, às 22h30.

 

O apresentador deixa três filhos, frutos do relacionamento com sua mulher Rose Miriam di Matteo: João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Marina e Sofia, de 15.

Leia a íntegra da nota de pesar:

"Este é um momento que jamais imaginamos viver. Com profunda tristeza, familiares comunicam o falecimento do pai, irmão, filho, amigo, empresário, jornalista e apresentador Antônio Augusto Moraes Liberato (Gugu Liberato), aos 60 anos, em Orlando, Florida, Estados Unidos.

"Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos. E assim foi até o final da vida, ocorrida após um acidente caseiro.

"Ele sofreu uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão. Foi prontamente socorrido pela equipe de resgate e admitido no Orlando Health Medical Center, onde permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva, acompanhado pela equipe médica local.

"Na admissão deu entrada em escala de Glasgow (usada para medir a consciência e a evolução das lesões cerebrais em um paciente) de 3 e os exames iniciais constataram sangramento intracraniano. Em virtude da gravidade neurológica, não foi indicado qualquer procedimento cirúrgico. Durante o período de observação foi constatada a ausência de atividade cerebral. A morte encefálica foi confirmada pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante de sua mãe Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo.

 

"Ainda não temos detalhes sobre o traslado para o Brasil. Informações sobre velório e sepultamento serão passadas assim que tudo estiver definido.

"Ele deixa três filhos, João Augusto de 18 anos e as gêmeas Marina e Sophia de 15 anos.

"Atendendo a uma vontade dele, a família autorizou a doação de todos os órgãos.

"Gugu sempre refletiu sobre os verdadeiros valores da vida e o quão frágil ela se revela. Sua partida nos deixa sem chão, mas reforça nossa certeza de que ele viveu plenamente. Fica a saudade, ficam as lembranças - que são muitas - e a certeza que Deus recebe agora um filho querido, e o céu ganha uma estrela que emana luz e paz.

Familiares e funcionários

São Paulo, 22 de novembro de 2019


O Globo sexta, 22 de novembro de 2019

PIZZARIA FERRO E FARINHA: CRIATIVIDADE

 

Crítica: criatividade impera na pizzaria Ferro e Farinha

Entradas para compartilhar são destaque na casa do Leblon
 
 
RS - pizzaria Ferro e Farinha Foto: Divulgação/Rafael Mollica
RS - pizzaria Ferro e Farinha Foto: Divulgação/Rafael Mollica
 
 
As massas de fermentação natural do chef Sei Shiroma — que dão em pizzas leves e servem de base para outras criações interessantes — já correram pela cidade. Primeiramente, numa versão curiosa de pizzaria móvel, um forno turbinado que este nova-iorquino, de pai chinês, mãe japonesa e mulher carioca levava a reboque, de carro. Depois, migrou para um CEP fixo, no Catete: ali, sua Ferro e Farinha conquistou uma legião de fãs. Tanto que, recentemente, a casa aumentou a quilometragem: chegou ao Leblon. Mais precisamente, à Dias Ferreira.
 
Antes de chef, Sei foi músico (clássico) e redator de uma agência de publicidade em Manhattan. Talvez venha daí a pegada criativa que impera em tudo que faz. Do forno, logo na entrada, um “ecoforno” movido a serragem prensada, saem 20 itens que remetem a Nova York, Roma ou Tóquio, caso da pizza de couve, shoyo e gengibre; da fior do late com grana padano ou da “Vamos, baby”, caciocavallo, grana padano e salame e mel picantes. São para comer com a mão e custam em média R$ 40.

Consulte aqui:   Guia Rio Show de Gastronomia

Mas o que faz a diferença na Ferro e Farinha são as entradas para compartilhar: com as bordas das pizzas, servem o gostoso patê de galinha bio, Bourbon e sementes de mostarda (R$ 22); o carpaccio de atum, ciboulette, mostarda, agrião e rúcula (R$ 39) e a burrata com tomates marinados, morangos assados e pesto de hortelã (R$ 41). O steak tartare é de carne orgânica (R$ 36).

Para fechar, calzone de maçã verde com caramelo de gengibre (R$ 23). Para o tempo todo, o drinque passion mule geludo. Ou qualquer vinho da carta, na qual nenhum rótulo chega aos R$100. Para os padrões da Dias Ferreira, é animador.

Ferro e Farinha

Rua Dias Ferreira 48, Leblon — 3502-4898. Ter e qua, das 19h à meia-noite; qui, das 19h à 1h; sex e sáb, das 19h às 2h; dom, das 18h30 à meia-noite. C.C.: Todos.


O Globo quinta, 21 de novembro de 2019

PANETONES PARA ENFEITAR O NATAL

 

Panetones para antecipar o Natal

De brownie, com sorvete ou de fermentação natural. Conheça as novidades deste ano 
Lindt. Panetone com frutas e chocolate é um dos lançamentos deste ano Foto: Divulgação
Lindt. Panetone com frutas e chocolate é um dos lançamentos deste ano Foto: Divulgação
 
 

Já é Natal para os fãs de panetone, e a boa notícia é que está liberado queimar na largada. Afinal, são tantas as novidades este ano que se for esperar o Natal chegar, não vai dar tempo de experimentar tudo.

 

 

Você já ouviu falar em browniettones? É a versão natalina do Brownie do Luiz que, claro, também vem na latinha, decoradas para a ocasião. Os panetones com 160g podem ser com recheio de doce de leite ou de creme de avelã. Os dois levam cobertura e farofa de brownie (R$ 25, cada).

Com frutas ou com chocolate? Calma, não precisa decidir. A Lindt colocou as duas coisas num panetone só. A novidade tem pedaços de laranja da Sicília e gotas de chocolate amargo (R$ 99,90, 700g). Para quem não gosta de misturar as coisas, outro lançamento é o panetone trufado de chocolate ao leite com gotas de chocolate ao leite (R$ 119,1kg).

Este ano a Kopenhagen está lançando 21 produtos temáticos para o Natal. Principal aposta da loja de chocolates são os panetones. Nada menos do que oito versões. As novidades são os sabores palha italiana (R$ 84,90), o de pistache (R$ 94,90) e o soul good (R$ 69,90), com zero adição de açúcares, lactose e sem aromatizantes nem adoçantes artificiais.

Sucesso absoluto no ano passado, o de língua de Gato Exagero (R$ 119,90) está de volta. Além deles, tem o 70% Cacau,  Frutas, Língua de Gato e Mousse.

O panetone da Bráz é aquela coisa bonita por dentro e por fora. É que a lata vermelha é tão cobiçada quanto o pão recheado com gotas de chocolate, pedaços de laranja cristalizada e cobertura de amêndoas (R$78).

 

Durante dezembro, uma versão de sorvete de forno vai estar no cardápio da pizzaria. A massa do panettone intercalada com sorvete de creme com calda de chocolate, gotas de chocolate 70% e raspas de laranja. O doce ainda recebe uma cobertura de merengue italiano e dourada à lenha ao chegar à mesa (R$27).

A novidade desse ano  da Deias, no Uptown, é o naked panetone, com recheio de brigadeiro ou ganache de chocolate amargo e finalizado com frutas (R$90,650g).

Vai ser difícil escolher entre as duas opções de panetone artesanal do Rubaiyat Rio. A primeira é com massa tradicional e frutas cristalizadas. A segunda leva  gotas de chocolate e de doce de leite na massa  (R$ 69,90, cada).

São três receitas de panetone. O panetone Antica Ricetta Fasano (R$ 240),  passa por um processo de fermentação natural por mais de 72 horas, e leva passas do tipo sultana, mel italiano e frutas secas. Já o outro é o panetone Fasano Tradicional (R$ 170), de  fermentação biológica, com uvas passas do tipo sultana, e cobertura de glassato cristalizado. Outra opção é o Fasano Crema Cacao (R$ 170), com 100% de creme de cacau.

Onde comprar

Bráz:  Rua Maria Angélica 129, Jardim Botânico - 2535-0687.

Brownie do Luiz: Rua Cupertino Durão 79, loja B - 2529-8895.

 

Gero: Rua Aníbal de Mendonça 157, Ipanema - 2239-8158.

Hotel Fasano: Av. Vieira Souto 80 – Ipanema. Hotel Fasano - Tel: 3202-4000.

Kopenhagen: Av. Ataulfo de Paiva 1025, Leblon - 2511-1112.

Lindt: https://www.instagram.com/lindt_brasil/

Mercado dos Produtores (Shopping Uptown): Av. Ayrton Senna 5.500, Barra - 3030-5500.

Rubaiyat Rio: Rua Jardim Botânico 971, Jardim Botânico - 3204-9999.


O Globo quarta, 20 de novembro de 2019

RECEITA DE ARROZ COM CAMARÃO E CARNE-SECA

 

Dia da Consciência Negra: chef dá receita de arroz com camarão e carne-seca, típico da Nigéria

'Prato criado pelos povos Malês', diz Dandara Batista, à frente do Afro Gourmet
 
Afro Gpourmet: arroz de Hauçá Foto: Divulgação/Fabiana Cavalcante
Afro Gpourmet: arroz de Hauçá Foto: Divulgação/Fabiana Cavalcante
 
 

Afeto e resistência. São estes os dois temperos que não podem faltar na cozinha da chef carioca Dandara Batista que, em seu restaurante Afro Gourmet, no Grajaú, dedica-se à culinária africana e receitas brasileiras influenciadas pela gastronomia daquele continente.

Dia da Consciência Negra: 12 eventos para celebrar a herança africana

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— A culinária baiana, uma das minhas paixões, levou-me à comida africana. Sempre me perguntei por que não tínhamos algo assim no Rio. De alguma forma, isto me conectou à minha ancestralidade — diz Dandara.

No Dia da Consciência Negra, ela ensina a receita do seu arroz de Hauçá (R$ 40), um prato típica da Nigéria, à base de carne-seca, camarão fresco e dendê.

Veja o Guia Rio Show de Gastronomia

Chef Dandara Batista Foto: Divulgação
Chef Dandara Batista Foto: Divulgação

 

— Esta receita nigeriana foi o primeiro prato de origem africana que eu cozinhei, tem influência do povo Hauçá. Eles vieram da Nigéria para o Brasil e aqui foram chamados de Malês, termo usado no século XIX para designar os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe — afirma.

Receita/arroz de Hauçá

Ingredientes

  • 2kg de carne-seca
  • 500g de arroz branco
  • 1,5kg de camarão fresco
  • 1,5L de leite de coco
  • 50ml de azeite de dendê
  • 1 coentro
  • 1 alecrim fresco
  • 50g de páprica picante
  • 50g de lemon pepper
  • 50ml de manteiga de garrafa

Modo de Preparo

Em uma panela refogue o arroz no azeite e alho. Coloque o dobro de água e deixe cozinhar até a água secar. Para o molho de camarão, refogue no azeite de dendê a cebola e o alho. Coloque o camarão e cozinhe por cinco minutos. Acrescente os temperos secos e sal a gosto, em seguida o leite de coco. Acerte o sal e está pronto. Triture a carne-seca dessalgada, e em seguida refogue na manteiga de garrafa por cinco minutos.

 

Montagem

Coloque o arroz em uma forma de pudim e vire no prato. Monte de forma harmônica a carne-seca em volta do arroz e em cima dele espalhe o molho de camarão.

Dica: sirva um pouco do molho de camarão separado para ser acrescentado ao logo da degustação.

Tempo de preparo: 90 minutos

Rende: cinco porções.

Afro Gourmet: Rua Barão do Bom Retiro 2.316, loja A, Grajaú — 3489-7354. Nesta quarta-feira (20), do meio-dia às 17h.


O Globo terça, 19 de novembro de 2019

RECEITA DE GNOCCHI ALLA SORRENTINA

 

Segunda sem carne: chef italiano ensina receita de gnocchi alla sorrentina

À frente de casa em Copacabana, Michele Petenzi estreia menu com técnicas tradicionais e sugere: 'molho de tomate de cozimento sempre em fogo baixo'
 
Lulivo: nhoque alla sorrentina Foto: Divulgação
Lulivo: nhoque alla sorrentina Foto: Divulgação
 

Desde que chegou ao Brasil em 2014 para fazer pós-doutorado em química na UFF até o lançamento  do seu primeiro menu autoral semana passada, o chef italiano Michele Petenzi trocou a vida acadêmica pela gastronomia (a bolsa para a qual ele foi selecionado foi cancelada), fixou residência no Rio, casou-se com uma brasileira e, mesmo enfurnada na cozinha, chegou a perder até 16kg.

 
 
 

Há oito meses, ele está à frente L’ulivo Cucina e Vini, em Copacabana, onde serve seu gnocchi alla sorrentina (R$ 48), uma das receitas em que conseguiu manter o preparo da forma tradicional, feita em seu país.

— É um desafio manter a tradição italiana e ao mesmo tempo agradar o gosto dos cariocas. Este prato faz sucesso pela complexidade da combinação de sabores da berinjela com o queijo scamorza defumado. Como em outras receitas, tem molho de tomate de cozimento sempre em fogo baixo, sem recursos como açúcar nem outros legumes para acelerar ou acentuar o dulçor — diz o chef, que ensina o passo a passo a seguir.

Chef Michele Petenzi, à frente do L’ulivo Cucina e Vini, Copacabana Foto: Divulgação
Chef Michele Petenzi, à frente do L’ulivo Cucina e Vini, Copacabana Foto: Divulgação

Nascido no pequeno vilarejo Costa Volpino (perto de Milão) há 33 anos, Michele Petenzi fez estágio no Mirazur (o melhor do mundo, hoje, segundo o "50best Restaurants"). No Rio, passou por casas como Il Borgo del Conte (que tinha menu tipico do Piemonte), Satyricon e Quadrifoglio. Em seu menu de estreia também há outros clássicos da culinária italiana, como carbonara e tiramisù.

Receita: gnocchi alla sorrentina

Ingredientes

  • 400g gnocchi
  • 200g molho de tomate
  • 80g berinjela
  • 80g queijo scamorza defumado
  • Azeite
  • Sal
  • Pimenta-do-reino
  • 1 alho
  • 1 cebola
  • 40g parmesão ralado
  • Ervas frescas (tomilho, manjericão, salsa)

Modo de preparo

Em uma panela refogue alho inteiro e cebola picada com um fio de azeite. Acrescente o tomate sem pele e sem sementes, batido no liquidificador. Deixe ferver, abaixe o fogo e tempere com sal, pimenta e manjericão a gosto. Cozinhe por 25 minutos. Reserve.Em uma frigideira, refogue o alho e a cebola picados com um pouquinho de azeite. Acrescente a berinjela cortada em cubinhos e cozinhe por três minutos. Acrescente o molho de tomate reservado e ajuste o sal e a pimenta a gosto.Cozinhe o gnocchi em água salgada por três minutos e misture na frigideira com o molho.

 
Cozinhe por mais dois minutos. Fora do fogo, acrescente o queijo scamorza defumado cortado em cubinhos e metade do parmesão.Finalização: Coloque o gnocchi em um prato fundo, polvilhe com o restante parmesão e sirva com ervas frescas a gosto.

Rendimento: duas porções
Tempo:  40 minutos

L’ulivo Cucina e Vini: Rua Miguel Lemos 54, Copacabana - 3576-7785. Ter a sex, das 11h30 às 15h e das 18h à 23h. Sáb, do meio-dia à 23h. Dom, do meio-dia às 18h.


O Globo segunda, 18 de novembro de 2019

INUNDAÇÃO EM VENEZA

 

Inundação faz Veneza reviver traumas de suas piores enchentes nos últimos 50 anos

 

Em 1966, Veneza enfrentou sua pior inundação da história

 

Os moradores de Veneza acordaram com a água na altura dos joelhos na última quarta-feira, após uma enchente que tomou conta da cidade. Quando a maré começou a subir na noite da véspera, caracterizando um fenômeno que os italianos chamam de “acqua alta”, as autoridades locais não previram que seu nível atingiria 1,87m, maior marca desde 1966, e que duas pessoas acabariam mortas na cidade. Com a inundação colocando em perigo até mesmo a histórica Basílica de São Marcos, Patrimônio da Humanidade, o governo da Itália declarou estado de emergência. Nas palavras do prefeito de Veneza, a situação está “apocalíptica”. Tudo isso fez a população local reviver traumas de enchentes anteriores, como a de 1966, quando nível da água chegou perto de 2 metros, e a cidade inteira ficou submersa. 

 
 

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Com sucessivas promessas de conclusão e investimentos já estimados em seis bilhões de euros, a barreira submersa idealizada para conter o aumento da maré ainda não foi finalizada. O ano atual é mais um a entrar na preocupante estatística veneziana. Neste post, o Blog do Acervo resgata algumas das principais enchentes que, assim como esta, marcaram a cidade turística ao longo das últimas décadas.

Centro da vida pública, turística e religiosa da cidade, a praça de São Marcos abriga a basílica homônima. A construção bizantina do ano 828 carrega os restos mortais do santo que dá nome ao local, além de esculturas de mármore e mosaicos que preenchem o teto da catedral com ouro. Segundo Carlos Alberto Tesserin, um dos responsáveis pela conservação dos monumentos contidos no local, os danos causados pelas águas sujas foram estimados em milhões de euros.

 

Veneza sofreu novamente com as águas em 30 de outubro de 1976

 

Tesserin explica ainda que, com a pior inundação dos últimos 50 anos, a estrutura do templo pode estar em risco, já que o sal da água acelera a corrosão dos tijolos e do mármore. A Defesa Civil ainda avalia os prejuízos e, por enquanto, a basílica se encontra fechada para visitantes.

"No ano passado, advertimos que a basílica envelhece 20 anos durante cada maré alta, mas desta vez, envelheceu muito mais", lamentou, para a AFP, visivelmente abatido. 

Mesmo com os rastros de destruição deixados nesta quarta-feira, a enchente de 1966 continua trazendo pesadelos para os venezianos até os dias atuais. Trinta horas de chuva contínuas deixaram Veneza debaixo d’água em quatro de novembro daquele ano. A maré registrada naquela sexta-feira foi a mais alta desde a Segunda Guerra Mundial, alcançando 1,94m, segundo dados do Centro de Marés de Veneza. Canos rompidos, a escuridão provocada pela falta de energia elétrica e dificuldades na locomoção formaram um cenário bem semelhante esse ano. 

Além dessa, outras cidades italianas sofreram com a presença da água. Florença, na época com 450 mil habitantes, tornou-se uma ilha, sem acesso à água potável, energia elétrica ou a quaisquer outros pontos do país. Equipes de resgate de Bolonha e Roma foram acionadas, mas sequer conseguiram achegar até a cidade.

 

Em 8 de dezembro de 1992, o centro da cidade foi invadido por uma maré de 1,42 metro

 

 

Em Grosetto, cidade entre a capital Roma e Florença, os 47 mil habitantes naquele ano viram as águas do Rio Ombrone atingirem o segundo andar das casas.

Apenas dez anos após a pior ‘acqua alta’ da história da cidade, Veneza sofreu novamente com as águas em 30 de outubro de 1976. O encontro de duas frentes, uma quente e outra fria, provocaram naquele sábado violentos temporais.

As 10 horas contínuas de chuvas fortes causaram o desmoronamento de barreiras, o fechamento de cinco ramais ferroviários e, mais uma vez, a inundação da Praça de São Marcos.

O local voltou a ser violentamente atingido no ano de 1992, após cinco anos sem enchentes na cidade. Em 8 de dezembro, o centro da cidade foi invadido por uma maré de 1,42 metro acima do nível normal. A inundação, a mais forte desde 1986, que registrou 1,56 metro, foi causada pelas fortes chuvas e ventos de até 100km/h.

 

Em 2008, turistas aproveitaram a enchente para tirar fotos em Veneza

 

 A água suja de esgoto chegou a cobrir por inteiro as passarelas na Praça de São Marcos, construídas naquele ano pela prefeitura para que os pedestres pudessem trafegar pelo local em casos de emergência e enchentes.

Dezesseis anos após esse incidente, a cidade de Veneza registrou sua pior inundação em 20 anos. Em 1° de outubro de 2008, a marca de 1,56m acima do nível usual assustou os moradores e invadiu o centro histórico mais uma vez.

Por ordem do governo local, as sirenes soaram desde o início da manhã e as pessoas foram aconselhadas a não deixarem suas casas. De acordo com informações do Centro de Marés da Prefeitura de Veneza, moradias foram destruídas e pontes para pedestres foram interditadas.

 

Nível da água passou da altura dos joelhos na última quarta-feira, em Veneza

O Globo domingo, 17 de novembro de 2019

HOTEL NACIONAL REABRE

 

Hotel Nacional reabre com filosofia de resort urbano e planos de transformar jardim de Burle Marx em praça

Para combater crise, aposta é investir em eventos
 
 
O icônico Hotel Nacional, em São Conrado Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
O icônico Hotel Nacional, em São Conrado Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
 
 

RIO - Só de lobby, são 3 mil metros quadrados. Junto à decoração clean, figuram obras de arte originais, como o painel de 300 blocos esculpidos pelo artista Carybé. Mas, nesse espaço grandioso do Hotel Nacional , cujo piso cor de areia dá a ideia de extensão da praia, o vaivém é quase todo de funcionários. Do lado de fora, o tempo chuvoso dos últimos dias também não ajuda: a Piscina da Sereia — uma escultura de Alfredo Ceschiatti voltada para o mar de São Conrado — parece mais de enfeite. É que o icônico hotel em cilindro assinado por Oscar Niemeyer , depois de 21 anos fechado e de uma reabertura “relâmpago” entre o final de 2016 e o início de 2018, voltou às atividades há menos de dois meses.

 

E volta com um desafio à altura: o gigante de 33 andares e 413 apartamentos quer inovar para atrair, em meio à crise, turistas e também cariocas, com a ideia de resort urbano. A filosofia do hotel, que já foi um símbolo de luxo, é passar a ser visto como um espaço “divertido” para famílias e integrado ao bairro. Um plano já está no papel: abrir os jardins de Burle Marx, com suas espreguiçadeiras, para a população.

— Queremos criar um acesso para os jardins que não interfira na privacidade do hóspede e que seja prático aos moradores do bairro. Nossa intenção é que ali seja uma praça, com shows, feiras, entretenimento. Estamos trabalhando para isso com foco no verão — diz Alexandre Zubaran, diretor do grupo brasileiro WAM Hotéis, responsável pela operação do Nacional.

Há um projeto para esse acesso, mas falta levá-lo aos órgãos competentes (o hotel é tombado pelo município).

— O hotel só vai prosperar se o transformarmos num negócio divertido para crianças, adolescentes e adultos. Hoje, ele é só um hotel lindo e maravilhoso — diz Zubaran. — A gente quer que as pessoas curtam a praia, uma balada, a gastronomia. Não temos que ocupar camas para ganhar dinheiro. Para ter sucesso, precisamos transformar aquele quarteirão, transformar o bairro.

RI - Rio de Janeiro - (RJ) - 13/11/2019 - Hotel Nacional, São Conrado.Foto: Gabriel Monteiro / Agencia O Globo Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
RI - Rio de Janeiro - (RJ) - 13/11/2019 - Hotel Nacional, São Conrado. Foto: Gabriel Monteiro / Agencia O Globo
Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

A aposta é alta e arriscada. O Hotel Nacional, inaugurado em 1972, renasce remando contra a maré do setor, muito dependente de eventos. As tarifas contrastam com o cenário cinco estrelas: um casal, dependendo do dia, consegue se hospedar hoje desembolsando menos de R$ 450, com café da manhã e taxas incluídos e podendo dividir em dez vezes. O hotel ainda dá cortesia para duas crianças. Para quem se interessou, fica a dica dos quartos com banheira de frente para o mar.

Um dia de relax

Quando o empreendimento voltou à cena em 2016, a diária mais barata custava R$ 745. Dos 413 apartamentos, 112 seguem em reforma, mas deverão ficar prontos até o réveillon. Há outros projetos saindo do forno. Um deles é instalar no rooftop, hoje fechado, um bar até as férias de julho. Outro é movimentar a praia em frente. O hotel pensa até em contar com um quiosque na orla, o que depende de negociações. Já o centro de convenções está passando por obras estruturais, e ainda não tem data para reabrir.

Enquanto a praça de Burle Marx não é aberta, há outras formas de os cariocas desfrutarem do hotel. Uma delas é com o day use, que dá direito a mergulhos na piscina, uso das saunas, da academia e de um apartamento (sem pernoite). Sai a R$ 295. Fora isso, o spa já pode ser aproveitado por não hóspedes. Um banho aromático de 30 minutos dentro de uma jacuzzi custa R$ 68. Já a “experiência casal”, de duas horas, que alia banho de jacuzzi com cristais de sais marinhos e óleos essenciais e massagem com pedras quentes, tem preço de R$ 505. Programas que já atraem a vizinhança são a feijoada de sábado no restaurante A Sereia e o brunch de domingo.

 

 
A vista de cima do Hotel Nacional Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
A vista de cima do Hotel Nacional Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

No passado, o hotel abrigou o FreeJazz e o FestRio, festival de cinema que contou com nomes como Wim Wenders e Pedro Almodóvar. Michael Jackson, quando ainda era do The Jackson 5, se hospedou com os irmãos lá, assim como Ray Charles, B.B.King, Nina Simone e Liza Minnelli.

Durante o Rock in Rio, o hotel ficou completamente ocupado, mas agora a taxa gira em torno de 30%, o que explica a sensação de vazio.

— Para o nosso tipo de agressividade nas tarifas, é um percentual inaceitável — afirma do diretor do WAM Hotéis, que tem uma meta: chegar até o fim de 2020, quando a cidade sedia o Congresso Mundial de Arquitetos, com uma taxa de 60%.

Setor hoteleiro investe em eventos para combater crise

Este ano, a taxa média de ocupação do setor hoteleiro no Rio (incluindo hostels) está em 60%, sendo que no percentual calculado pela Associação de Hotéis do Rio (ABIH-RJ) ainda não foi incluído o período do Rock in Rio. As festas de fim de ano devem aumentar essa taxa, que já mostra uma recuperação em relação ao ano passado. Em 2018, auge da crise no estado, a média anual ficou em 52%. Alfredo Lopes, presidente da associação, diz que o fundo do poço do setor foi junho do ano passado, quando as diárias chegaram a valer 35% a menos que no período anterior à Olimpíada. Este ano, os preços já estão de 5% a 6% maiores.

 

—Mais de 60% da ocupação hoje no Rio são formados pelo público de convenções e eventos. Se não tem centro de convenções, fica difícil — avalia Lopes sobre a estratégia do Hotel Nacional. — Turismo de lazer não tem o ano inteiro.

O comando do Nacional pretende transformar o centro de convenções num local de programação para a cidade, com shows e exposições, recuperando a tradição de eventos como o Free Jazz. Sobre a possibilidade de construção de uma torre comercial ou residencial, ideia que gerou polêmica no bairro no passado, a nova direção diz que o assunto ainda não foi analisado.

Em 1995, a empresa que operava o hotel decretou falência. Somente em 2009 ele foi arrematado em leilão, por empresários de Goiás. O hotel, no entanto, só foi reaberto, sob a bandeira Meliá, após os Jogos. Quando as atividades foram encerradas no ano passado, uma das justificativas era a falta do centro de convenções.


O Globo sábado, 16 de novembro de 2019

LEILA DINIZ: 50 ANOS DA CÉLEBRE ENTREVISTA

 

Leila Diniz: coragem, liberdade e o privilégio que é dar para quem se tem vontade

No aniversário de 50 anos da célebre entrevista da atriz ao "Pasquim", como encarar a mulher que se tornou símbolo de contestação feminina
 
 
Leila Diniz virou símbolo da liberdade feminina e de um novo comportamento sexual Foto: Arte de Nina Millen sobre reprodução
Leila Diniz virou símbolo da liberdade feminina e de um novo comportamento sexual
Foto: Arte de Nina Millen sobre reprodução
 
 

O ano era 1969. Emílio Garrastazu Médici assumira a presidência do País em outubro, inaugurando o período mais violento da ditadura militar, que foi chamado pelos historiadores de “os anos de chumbo”, tantas foram as torturas e mortes. Mas, para não dizer que não falei das flores, no mês seguinte à posse, houve Leila Diniz em “O Pasquim”.

 

 

A atriz respondeu sobre quase tudo — da perda de sua virgindade ao trabalho com o cineasta Nelson Pereira do Santos — em uma conversa que fez dela “a imagem da alegria e da liberdade”, como diz o lead da entrevista. Depois de muita sinceridade e dos 72 asteriscos que substituíram seus palavrões, Leila perdeu trabalhos, teve que se apresentar ao DOPS , e a ditadura instaurou a censura prévia à imprensa, que passou para a História como “o decreto Leila Diniz”.

Mas, 50 anos depois de a entrevista arrepiar os cabelos dos militares, da "tradicional família brasileira" e até mesmo do movimento feminista, como encarar o mito Leila Diniz?

Voltemos ao “Pasquim”: a atriz foi entrevistada por seis homens brancos, uma falta de diversidade que, hoje, seria impensável até mesmo na “Playboy”. O resultado foram mais de 20 perguntas relacionadas à sua vida amorosa, entre elas “Quantos casos você já teve?”; “Vai ter strip tease?”; “Há alguma diferença sexual do negro pro branco?”; "Você deixou de ser virgem quando?" e “Você deu pro seu analista?”.

  Leila ainda é chamada de “mulherzinha do Domingos” (o diretor Domingos de Oliveira, com quem ela teve um relacionamento de três anos) e “professorinha”. A este último, ela rebate: “Professorinha uma (*). Fui professora.” E é justamente aqui que reside seu fascínio: ela não se intimida, conversa de igual para a igual, passa por cima do machismo e se afirma com coragem e liberdade.

“ “Você pode amar muito uma pessoa e ir pra cama com outra””

LEILA DINIZ
em entrevista a "O Pasquim"

 Liberdade que Leila esbanja ao tratar de sua sexualidade: “Na minha caminha, dorme algumas noites, mais nada”; "Quando eu quero, eu vou com o cara" e “Você pode amar muito uma pessoa e ir pra cama com outra”. Para entender a importância do discurso de Leila, basta pensarmos no que se diz ainda hoje sobre uma mulher que fala de sexo como algo tão essencial e natural. Reflitam.

Aqui vale um parêntese. O comportamento libertário de Leila Diniz foi criticado por integrantes do movimento feminista. Explica-se: a pauta da segunda onda feminista, que começou nos anos 1960 e se estendeu até a década de 80, estava concentrada na conquista de um lugar para as mulheres no mercado de trabalho e no combate às desigualdades legais, políticas e econômicas existentes no País e à violência doméstica. Em meio ao machismo e à misoginia dos ambientes profissionais e acadêmicos, a foi preciso afirmar a competência intelectual das mulheres. Pasmem.

Mas não só: a chegada da pílula anticoncepcional, em 1961, trouxe novas questões como direitos reprodutivos, planejamento familiar e a necessidade de uma legislação que protegesse os direitos das mães trabalhadoras. No fundo, Leila e as ativistas feministas tinham mais em comum do que sonha a nossa vã filosofia. Na entrevista ao "Pasquim", ela declara: "Eu resolvi ganhar meu dinheirinho, ter meu apartamento, ter o homem que eu quiser, pagar as minhas contas, eu trabalho. E gosto".

 

Virginia Woolf escreveu que as mulheres devem matar “o anjo do lar”, a voz interior que faz com que elas anulem suas personalides, desejos e vontades pelo bem do marido, do casamento e da família. De muitas formas, foi isso que Leila Diniz fez: liberou um grupo de mulheres para terem voz e desejo próprios — o que é muita coisa, sobretudo no contexto histórico em que viveu.

Mas o lugar de onde Leila fala não é para todas. A quarta (e atual) onda feminista nos ensina que é preciso pensar as diferenças de raça e de classe, como escreveu Angela Davis. As mulheres negras, muitas delas em situação econômica precária, formam a maioria da população brasileira. Vivendo em uma sociedade que nunca as colocou no papel de "anjo do lar", não é difícil entender que tenham outras prioridades como ficarem vivas no país em que são elas as principais vítimas do feminicídio e da violência sexual.

Diante disso, Leila Diniz segue revolucionária. Não é toda mulher que pode, mesmo em 2019, enfrentar o machismo de igual para igual ou mesmo desfrutar o sexo com liberdade. Frente às desigualdades que separam as mulheres brasileiras, ela vem lembrar a uma parcela de nós sobre o imenso privilégio que é ter um apartamento, um trabalho bem-remunerado, poder falar o que se pensa, dar para quem se quer e exibir a gravidez na praia de Ipanema.


O Globo sexta, 15 de novembro de 2019

MUSEU DA VAGINA SERÁ INAUGURADO EM LONDRES

 

Inédito no mundo, Museu da Vagina será inaugurado em Londres

Diretora da instituição promete abordagem didática para romper tabus sobre a genitália feminina e discutir questões de saúde pública
 
Visitante observa representação da vulva durante prévia para a imprensa no Museu da Vagina, em Londres, nesta quinta-feira Foto: ISABEL INFANTES / AFP
Visitante observa representação da vulva durante prévia para a imprensa no Museu da Vagina, em Londres, nesta quinta-feira
Foto: ISABEL INFANTES / AFP
 
 

LONDRES — O primeiro museu do mundo dedicado à vagina abrirá as portas no próximo sábado, em Londres, no Reino Unido. Cravado no bairro turístico de Camden, a nova atração londrina logo suscita a curiosidade de quem passa pelas ruas da região. A proposta de romper tabus e aprimorar o conhecimento do sexo feminino pretende, segundo a organização, se dar através de um lugar didático e para todos os públicos. A primeira exposição já tem tema: os mitos da vagina.

 
Objetivo é desmitificar essa parte do corpo feminino
Objetivo é desmitificar essa parte do corpo feminino

A ideia partiu da divulgadora científica Florence Schechter, que se deu conta de que, apesar da cidade islandesa de Reykjavik sediar um museu do pênis, não havia iniciativa equivalente para a genitália feminina em nenhum lugar do planeta. Antes, ela já havia organizado três exposições temporáreas sobre o tema.

No interior do museu, pôsteres confrontam boatos de senso comum e sem base científica, como "se você usa um absorvente interno, pode perder a virgindade" através de argumentos. Florence afirma que não se trata apenas de educar e melhorar a autoestima feminina, mas também de debater uma questão de saúde pública.

— Algumas pessoas têm muita vergonha de consultar um médico quando sentem sintomas e literalmente morrem por conta desses problemas de saúde, pois não descobrem a tempo doenças como o câncer de colo de útero — lamenta a organizadora do museu.

Um estudo realizado por uma associação britânica especialista na prevenção da doença revelou no ano passado que uma em cada quatro mulheres evita realizar o teste de Papanicolau, e quase metade delas justificam por sentirem vergonha.

Outra pesquisa, de autoria do instituto YouGov e divulgado em março, indicou que metade dos britânicos são incapazes de indicar a localização da vagina em uma representação da vulva feminina. O trabalho também mostrou que mulheres conhecem muito mal sua própria autonomia: mais de 50% das entrevistadas desconhecia, por exemplo, a necessidade de lavar a vagina.

Entrada do Museu da Vagina no bairro de Camden, no norte de Londres Foto: ISABEL INFANTES / AFP

Entrada do Museu da Vagina no bairro de Camden, no norte de Londres Foto: ISABEL INFANTES / AFP

 

Na entrada do museu, visitantes encontram um questionário para testar seus conhecimentos sobre a genitália feminina. Além disso, uma das partes da exposição é dedicada à higiene. São expostos produtos vendidos com promessas incríveis, como os "sabões da virgindade" e cremes que supostamente garantem firmeza à vagina.

— Esses produtos perpetuam entre as mulheres a ideia de que suas vaginas nunca estão suficientemente bem — questiona Sarah Creed, curadora da exposição.

Menstruação também é debatida

menstruação também é transformada em algo belo através de uma escultura de um tampão sobre a qual o sangue é substituído por lantejoulas brilhantes. Menos glamurosas, há também peças íntimas manchadas com secreção vaginal, para reforçar que elas fazem parte de um processo natural.

Sarah reconhece que as secreções são suas.

— São minhas calcinhas manchadas! Sinto muito, mamãe! — brinca a curadora.

Florence, por sua vez, acredita que o momento é extremamente adequado para a abertura do museu.

— Acredito que teremos seguramente mais visitantes do que teríamos há alguns anos — afirma a direotra, em referência à nova onda feminista. — Creio que estamos vivendo uma grande mudança social e fazemos parte dela.

 
Vulvas de crochê são uma das opções de lembranças na lojinha do Museu da Vagina Foto: ISABEL INFANTES / AFP
Vulvas de crochê são uma das opções de lembranças na lojinha do Museu da Vagina Foto: ISABEL INFANTES / AFP

A vizinhança do museu, no entanto, não está tão contente com a nova atração de Camden. A venda autorizada de bebidas alcoolicas no interior da instituição preocupa moradores da região, que temem que o local atraia jovens "desenfreados" para celebrar despedidas de solteiro.

No entanto, quem buscar excitação erótica corre o grande risco de se decepcionar — a exposição é mais pedagógica do que sensual. Estes, no entanto, poderão se consolar comprando lembranças na loja do museu, como brincos e pingentes com o formato de vaginas ou cartões postais com os dizeres "Viva la Vulva".


O Globo quinta, 14 de novembro de 2019

LUXEMBURGO: RESPEITE A TRADIÇÃO DO VASCO

 

Luxemburgo responde provocação de Bruno Henrique, do Flamengo: 'Respeite a tradição do Vasco'

'Nunca escondi que estamos brigando por manter a dignidade'
 
 
A comemoração de Marrony no segundo gol do Vasco Foto: ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
A comemoração de Marrony no segundo gol do Vasco Foto: ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
 
 

O clássico entre Flamengo e Vasco foi quente dentro e fora de campo. Isso porque, além do 4 a 4 no placar, o atacante Bruno Henrique deixou o gramado reclamando que a equipe tinha que ter "a cabeça no lugar" pois os clubes não estão "no mesmo patamar". Não tardou para o técnico Vanderlei Luxemburgo responder ao atacante rubro-negro e pediu respeito pela instituição.

- Quero dar os parabéns ao Flamengo pela forma como vem jogando, essa rivalidade existe há muitos e muitos anos. Mas alguns jogadores do Flamengo se equivocaram em dizer que o Flamengo já é campeão e os jogadores do Vasco estão brigando por nada. A história do futebol é bonita. Nunca escondi que estamos brigando por manter a dignidade. Respeite a tradição do Vasco - disse o treinador, antes de completar:

- Nossos jogadores tem que honrar essa história. Nós honramos a do Vasco como eles honram a do Flamengo. Esse clube está passando por dificuldade, mas quem vem lá de trás, que conhece a história desse clube. As vezes, uma declaração mal colocada causa isso. É por isso que estou no Vasco da Gama, estou satisfeito por honrar e brigar pela camisa do Vasco.

Sobre o empate, Luxemburgo se disse satisfeito com a atuação da equipe e brincou com a expectativa por um Vasco defensivo no Maracanã. O treinador explicou que a sua estratégia de explorar os zagueiros do Flamengo, o campeão brasileiro para ele, deu certo.

- O Vasco não ficou com medo do Flamengo, que é o provável campeão. Já é campeão. Quem imaginou que ficaríamos defensivos, estava enganado. Foi uma estratégia que criei com as duas linhas de quatro. Nós exploramos a velocidade no campo deles para deixar os zagueiros expostos.

 

Confira outras respostas de Luxemburgo:
Empate contra o Flamengo : "Não é proibido ganhar ou empatar com o Flamengo. Se estou no Vasco, acredito que vou fazer um grande jogo. A tradição mostra que favoritos podem sair com a derrota. A equipe está evoluindo, os jogadores se conhecem mais. Sete gols em dois jogos é bom"
Entrada de Ribamar:  "Os jogadores ficam questionados. Cada coisa um é culpado. Se eu fosse me preocupar com as críticas eu não teria time. O Ribamar é um guerreiro, disputa todas as bolas. Era um jogo com bola na área, a qualidade técnica foi ficando esquecida"
Estratégia do Vasco : "Precisava de um jogador como ele para disputar a jogada. Ele jogou os zagueiros do Flamengo para trás. Conseguimos adiantar a equipe"
Provocação em avião : "Estamos dentro de um avião e um torcedor vem provocar para você ter uma reação, criar tumulto. É um babaca. Ali não tem jogo de futebol. Ele provoca para esperar uma reação minha. Só serve para nada. Não é ambiente"
Soberba do Flamengo : "Não (houve soberba do outro lado). Antes do jogo não vi absolutamente nada. Depois do jogo, surgiram algumas palavras mal colocadas. Tem de rebater, porque de repente esses jogadores mais jovens não conhecem a tradição de um clube como o Vasco" 
Jorge Jesus : "Esse é um momento muito tenso no Brasil. O Jesus é um grande técnico, mas não podemos esquecer que no Palmeiras teve um argentino que fez grande trabalho. Tem outros estrangeiros que já vieram fazer grandes trabalhos"
Trabalho em crescente:  "Estamos num trabalho crescente. Aqueles jogadores do Flamengo parece que têm uma formiguinha dentro do calção. Eles mudam de lado e de direção a todo momento. Em uma oportunidade, eles matam. Estratégia é uma coisa, medo é outra"


O Globo quarta, 13 de novembro de 2019

SEIS CURIOSIDADES SOBRE O MATE, QUE COMPLETA 100 ANOS

 

Seis curiosidades sobre o mate, que completa 100 anos

Queridinha dos cariocas, bebida inspira livro
 
 
Tragga. O mate pode ser com ou sem limão (R$ 10). Rua Capitão Salomão 74, Botafogo - 3507-2235. Foto: Felipe Azevedo / Divulgação
Tragga. O mate pode ser com ou sem limão (R$ 10). Rua Capitão Salomão 74, Botafogo - 3507-2235.
Foto: Felipe Azevedo / Divulgação
 
 

- Você é carioca?

- Sim.

- Então fala: 'o que tem para beber?'.

- Tem mate?

 

A bebida queridinha do carioca está fazendo um século e saiu dos copos para as páginas. É o livro “O mate e a cultura do Rio - 100 anos de chá mate”, das jornalistas Sabrina Petry e Isabela Esteves, para a editora Lamparina Comunicação e Responsabilidade Social, que será lançado hoje, às 18h,  na Livraria da Travessa, no Barra Shopping.

O livro traz curiosidades da bebida desde a sua chegada na cidade até virar Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade do Rio de Janeiro,  em 2012. A seguir, algumas curiosidades sobre o mate nosso de cada dia.

  • Em 1920, foi lançado o primeiro chá-mate do Brasil, pela empresa Real, na cidade de Curitiba. O novo tipo de consumo, com a erva-mate tostada, buscava imitar o aspecto escuro do famoso chá-preto inglês, produzido na Índia e no Ceilão.
  • Na década de 1930, a erva-mate se tornou um produto muito relevante para a economia do país. Tanto é que, em 1938, foi criado o Instituto Nacional do Mate, focado na exportação e na tentativa de popularização da erva-mate nos Estados Unidos.
  • Para fazer sucesso no Rio, a bebida passou por algumas modificações no modo de consumo. Por conta do calor das bandas de cá, foi preciso criar a versão gelada do chá.
  • O primeiro encontro entre o mate e o biscoito Globo foi no Maracanã, em 1950. Eles continuam inseparáveis até hoje.
  • A profissão mateiro começou na década de 1960, com os vendedores de galão circulando pelas praias da Zona Sul.
  • José de Oliveira Dias, o Seu Zé, foi um dos pioneiros na profissão, nas areias do Leblon. Seu Zé diz ter sido dele a ideia de misturar o mate de um tambor com o limão do outro. Obrigada, Seu Zé.

O Globo terça, 12 de novembro de 2019

TARTAR DE CARNE COM FRUTAS VERMELHAS

 

Saiba como preparar um tartar de carne com frutas vermelhas

Entrada leve, o prato pode ser acompanhado de torradas. Receita é do chef Rafael Gomes, do Itaoca
 
 
Tartare de Wagyu com frutas vermelhas Foto: Selmy Yassuda / Divulgação
Tartar de Wagyu com frutas vermelhas Foto: Selmy Yassuda / Divulgação
 
 

RIO — Prato tipicamente francês, o chef Rafael Gomes recomenda o uso da carne de wagyu, mais marmorizada, portanto mais macia. As frutas são adocicadas, mas a acidez equilibra o sabor delas. Gomes está à frente do restaurante Itaoca , cuja filial brasileira ele inaugurou há cerca de um mês no VillageMall , na Barra. O primeiro estabelecimento, ele abriu em Paris, em 2018. Também no ano passado, o Guia Michelin incluiu seu restaurante na lista das nove casas parisienses com melhor custo-benefício.

Tartar de carne (4 porções)

Ingredientes: 500g de carne wagyu sem gordura; 1 cebola roxa; 30ml de azeite 1 maço de cebolinha, 100g de queijo parmesão; 4 morangos, 8 amoras; 12 mirtilos, 100g de rúcula; vinagre balsâmico a gosto; sal a gosto; pimenta-do-reino a gosto.

Modo de preparo:

1. Corte a carne, a cebola e a cebolinha em pedaços bem pequenos. Depois misture em um bowl, adicionando um pouco de azeite, sal e pimenta-do-reino.

2. Corte as frutas vermelhas em diferentes formatos. Usando um fatiador de legumes, corte o parmesão em fatias bem finas.

3.   Ao empratar, tempere as frutas com o vinagre balsâmico e o azeite e misture com as lascas de parmesão. O tartar pode ser acompanhado de torradinhas.


O Globo segunda, 11 de novembro de 2019

BOLÍVIA: EVO MORALES ANUNCIA RENÚNCIA

 

Evo Morales denuncia 'golpe' e diz que há mandado de prisão 'ilegal' contra ele

Em meio a denúncias de fraude eleitoral, protestos e perda de apoio das Forças Armadas, presidente boliviano anunciou a renúncia neste domingo após quase 14 anos
 
no poder
Evo Morales Foto: Reprodução
Evo Morales Foto: Reprodução
 
 

Após renúncia de Evo Morales, o presidente da Bolívia publicou, na noite de domingo, em rede social que um "oficial da polícia anunciou publicamente que tem instrução para executar um mandado de prisão ilegal" contra ele.  Morales ainda denunciou que teve sua casa assaltada por 'grupos violentos'. "Os golpistas destroem o Estado de Direito", acrescentou na postagem publicada em sua conta do twitter.

LEIA MAIS:  Com a renúncia de Morales sob pressão militar, Bolívia volta a ciclo de instabilidade

Morales e seu vice Alvaro García Linera, que também renunciou, fizeram o pronunciamento da cidade de Chimoré, no departamento (estado) central de Cochabamba, berço político de presidente demissionário, onde chegaram no avião presidencial. Além deles, a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, do MAS, terceira na linha de sucessão, também renunciou. Mais cedo, o presidente da Câmara, Victor Borda, do MAS, anunciara sua renúncia depois de ter sua casa incendiada por opositores. Com isso, configurou-se um vazio institucional.

A renúncia foi o desfecho dramático de um domingo que começou com outro pronunciamento de Morales, feito do hangar presidencial na base da Força Aérea em El Alto, cidade vizinha a La Paz, no qual ele propôs a convocação de novas eleições, depois que o resultado preliminar de uma auditoria feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou irregularidades no pleito de 20 de outubro. Nesta votação, que motivou denúncias de fraude e os protestos opositores, Morales concorria a um quarto mandato que havia sido rejeitado em referendo em 2016 e foi declarado vencedor em primeiro turno pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).


O Globo domingo, 10 de novembro de 2019

DOMENICA, PIZZA GOSTOSA E CIFRAS EM CONTA

 

Domenica, pizza gostosa e cifras em conta como maior atrativo: crítica

Pizzaria abre filial em Ipanema com bar de drinques e boa adega
 
Domenica. No menu, 25 opções de pizza Foto: Divulgação
Domenica. No menu, 25 opções de pizza Foto: Divulgação

Por mais de uma década, no imóvel vizinho ao Rancho Português, quase na Lagoa, funcionou a Stravaganze, pizzaria que saiu de cena em agosto deste ano. É sempre melancólico ver um espaço no Rio fechado. Neste caso —viva! —,foi jogo rápido. Rapidíssimo até: a bonita casa já reabriu as portas, e mais uma vez como pizzaria, a Domenica, que veio da Tijuca e já tinha filial em Botafogo. Esta caçula tem as suas diferenças, como um bar de drinques no térreo, uma boa adega no mezanino e várias opções além das pizzas.

 

O restaurante anterior era mais bonito, projeto dos mais caprichados de Bel Lobo. A Domenica é mais simples, mas superfunciona, e até resgatou, na reforma, uma antiga parede de pedras que estava encoberta. Ali, fazem 25 tipos de pizzas clássicas, todas com a mesma massa base e sem complicações. Vai da margherita simples às incrementadas com mozzarella de búfala, grana padano, molho de tomate da casa (bom) e manjericão (R$ 41). Ou a carbonara com mozzarella de búfala, stracciatella, bacon, linguiça de lombo suíno, ovo, grana padano, pimenta e cebolinha, R$ 61, a mais cara da leva.

A burratta traz pesto e focaccia quentinha (R$ 47), o shiitake ao forno chega perfumado (R$ 47) e há em cartaz vários calzones (ficamos com o de mozzarela de búfala, gorgonzola e grana padano, R$ 49) e bruschettas , como a Crock e Pepe, de stracciatella e spianatta, embutido picante e crocante (R$ 25). Para acompanhar, escolhemos o Caparzo, um sangiove grosso, de Barollo, feito na vinícola onde filmaram “Cartas para Julieta”, luxo por enxutos R$ 90. E justamente são as boas cifras o maior trunfo dali. Domenica

  •  Domenica: Rua Maria Quitéria 132, Ipanema —3435-0046. Seg a qui e dom, das 18h à meia-noite. Sex e sáb, das 18h à 1h.

O Globo sábado, 09 de novembro de 2019

QUAL A IMPORTÂNCIA DA VOLTA DE LULA?

 

Qual a importância da volta de Lula ao cenário político? Veja a análise dos colunistas

Míriam Leitão, Merval Pereira e Ascânio Seleme analisam qual será o impacto da volta do ex-presidente
 
 
Lula deixa a prisão na superintedência da Polícia Federal em Curitiba Foto: Marcelo Andrade / Agência O Globo
Lula deixa a prisão na superintedência da Polícia Federal em Curitiba Foto: Marcelo Andrade / Agência O Globo
 
 

RIO — Após deixar a sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde esteve preso 580 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da silva discursou para os militantes e anunciou que vai percorrer o país. Ele também centrou fogo na força-tarefa da Lava-Jato e acentuou a sua oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Poucas horas depois, o petista adotou tom mais leve em vídeo publicado nas redes sociais. Disse que quer “construir um país melhor” e que não vai “ficar falando mal” do presidente Jair Bolsonaro.

Entenda : Lula poderá ser preso de novo? Ele pode ser  candidato?

Qual será a estratégia de Lula? Qual o impacto da volta do ex-presidente ao cenário político? Os colunistas do GLOBO Míriam Leitão, Merval Pereira e Ascânio Seleme analisam qual será o papel de Lula.

Míriam Leitão

Festa e fúria no solo do Brasil

O bonito da democracia é que ela nunca está terminada, como a vida, na linda definição de Guimarães Rosa. Os petistas que choraram de tristeza no dia 7 de abril de 2018 na sexta-feira choravam de alegria com a saída de Lula da prisão, depois de longos 580 dias. Os antipetistas que gritaram “mito” para o atual presidente tiveram ontem um dia de fúria. Mas não há só dois lados na política. E o correr da vida é que vai definir a dimensão dos acontecimentos intensos desta semana.

Leia : Lula foi solto, mas não inocentado no caso do tríplex; veja outros processos

A expectativa é exatamente qual será o caminho que Lula vai escolher. A parte enraivecida da militância quer que ele continue naquele tom da fala inicial, atacando “o lado podre da Justiça, o lado podre do Ministério Público, o lado podre da Polícia Federal e o lado podre da Receita Federal” que, segundo ele, “trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, criminalizar o Lula.” O desabafo era previsível. Mas, em uma conversa longa que tive com um dos políticos petistas esta semana ouvi frequentemente a expressão “frente ampla”. Haverá, como sempre, os raivosos e os que vão sugerir que ele amplie o diálogo para além do partido. (Leia mais) 

Merval Pereira

Meu malvado preferido

Não sei se Lula sabe jogar xadrez, mas desconfio que, se souber, deve jogar bem. E se não souber, tem jeito para o jogo. Sua estratégia neste caso foi perfeita, defendendo-se de uma manobra do Ministério Público com uma jogada altamente arriscada, mas que se mostrou eficiente do ponto de vista político.

Planos:   Lula planeja viajar pelo Brasil para reorganizar oposição

Recusando-se a sair da cadeia por ter cumprido um sexto da pena a que foi condenado, como se antecipou a pedir o Ministério Público, Lula evitou ter que aceitar as restrições do regime de prisão semi-aberta, que o obrigariam a dormir na cadeia ou, no mínimo, a uma prisão domiciliar com limitações que dificultariam sua atividade política. (Leia mais)

 

Ascânio Seleme

Solto, Lula será o adversário que Bolsonaro ainda não teve

Lula foi o primeiro e mais importante beneficiário da decisão do Supremo Tribunal Federal em proibir a prisão depois da condenação em segunda instância. Sua libertação se deu em cadeia nacional de TV e pipocou em todas as redes sociais. Foi o único assunto da sexta-feira no Brasil. Lula saiu da cadeia com base na decisão do STF, mas também poderia ter saído pelo cumprimento de um sexto da pena, de acordo com o Código do Processo Penal.

 

A forma que se deu a liberdade do ex-presidente, porque seu caso ainda não transitou em julgado, serve muito mais aos planos políticos do líder petista. Significa, em outras palavras, que ele ainda não foi condenado. Lula é inocente, estabeleceu a decisão do STF. E como inocente vai percorrer o país e liderar um movimento em favor da sua corrente política e, muito mais importante, vai trabalhar contra o governo Bolsonaro. Ao deixar a prisão, Lula se transformou imediatamente em um rival de tamanho e peso que até aqui Bolsonaro não tinha visto. (Leia mais)


O Globo sexta, 08 de novembro de 2019

DECISÃO DO STF: ENTENDA O QUE MUDA

 

Entenda: o que muda com a decisão do STF sobre prisão após o fim de recursos

Por 6 votos a 5, ministros mudaram entendimento que permitia prisão após condenações em segunda instância
 
 
O plenário do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/27-06-2019
O plenário do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/27-06-2019
 
 

RIO — O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que condenados só podem ser presos após o trânsito em julgado de processos, ou seja, quando não for mais possível apresentar recursos no processo. 

Entenda o julgamento:

O que foi decidido?

O Supremo decidiu, por 6 votos a 5, que réus só podem ser presos após esgotadas todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado). Votaram contra a prisão em segunda instância  o relator Marco Aurélio Mello e os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. Votaram a favor Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

A libertação dos presos será automática?

Não. Na proclamação do resultado do julgamento, os ministros do STF decidiram que os juízes de execução penal vão ter que analisar caso a caso. É possível, por exemplo, um réu ser libertado com base na tese da segunda instância, mas o juiz poderá decretar prisão preventiva contra esse mesmo réu, se considerar que ele preenche algum requisito previsto em lei - como, por exemplo, risco de obstruir as investigações e alta periculosidade.

Quando o ex-presidente Lula poderá ser solto?

A defesa do ex-presidente Lula deve pedir nesta sexta-feira a sua libertação. O mais provável é que a solicitação seja feita à Vara de Execuções Penais (VEP), que cuida do cumprimento da pena do petista. No caso de Lula, a responsável é a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais do Paraná. A magistrada não tem prazo previsto em lei para responder.

 

Análise : Decisão do STF afasta Toffoli do Bolsonaro

Qual deve ser a estratégia jurídica da defesa de Lula após deixar a prisão?

No caso do tríplex do Guarujá , Lula já foi condenado pela 13ª Vara Federal Criminal (primeira instância), pelo TRF-4 (a segunda instância) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No caso do sítio de Atibaia , foi condenado em primeira instância. Ele também é réu no processo sobre o imóvel do Instituto Lula e responde a outros seis processos. A defesa do petista Lula aguarda ainda o julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que atuou nos dois primeiros processos do petista. Se o STF deferir o pedido de suspeição, as condenações nos casos do tríplex e do sítio podem ser anuladas.

Se for solto, Lula poderá ser preso novamente? Quando?

Não se pode prever por enquanto. Seu processo em estágio mais avançado é o do tríplex do Guarujá, no qual ele já foi condenado pelo STJ . Se o Supremo Tribunal Federal, quando julgar seu último recurso, mantiver a condenação, ele poderá voltar para a cadeia.

Quem mais será beneficiado?

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foram expedidos 4.895 mandados de prisão para condenados em segunda instância. Em tese, eles podem ser beneficiados com a decisão do Supremo. Mas, dependendo do caso, mesmo com a decisão do STF, o juiz do caso poderá decretar uma ordem de prisão cautelar (antes do trânsito em julgado). Deste modo, o entedimento da Corte não beneficiaria detentos que também cumprem prisão preventiva ou temporária, como o ex-governador Sérgio Cabral  e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que também cumprem prisão preventiva (sem prazo para terminar).

Quantos presos da Lava-Jato podem ser beneficiados?

Levantamento do GLOBO aponta que ao menos 15 presos da Lava-Jato podem ser soltos já que tiveram a prisão decretada assim que foram condenados em segunda instância. Além de Lula, também podem pedir para serem soltos o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, que cumpre prisão domiciliar.

O Congresso pode alterar o entendimento do STF?

Parlamentares já anunciaram que tentarão mudar a lei para que réus condenados em segunda instância possam ser presos. Um grupo de senadores se prepara para votar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre o tema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O presidente do STF, Dias Toffoli, disse logo após o julgamento que o Congresso tem autonomia para mudar a regra do início do cumprimento da pena.

— O Parlamento pode alterar esse dispositivo. O Parlamento tem autonomia para dizer, neste momento, sobre eventual prisão em razão de condenação (em segunda instância).

 

A prisão após trânsito em julgado é cláusula pétrea?

Há controvérsia entre juristas se uma mudança na legislação que permita a prisão após a segunda instância é possível ou não. Quem defende a exigência do trânsito em julgado acredita que essa regra é uma cláusula pétrea da Constituição e, portanto, não pode ser alterada. No entanto, para os defensores da medida, permitir que o réu recorra a uma instância superior já seria o suficiente para atender o direito de ampla defesa.

Assassinos e estupradores poderão ser soltos?

Ministros do STF já vieram à público rebater esse argumento de defensores da prisão após segunda instância. Para eles, continua sendo possível mantê-los atrás das grades graças à decretação de prisão provisória, pela qual não é preciso haver condenação. Ela pode ser determinada, por exemplo, para a "garantia da ordem pública".

Leia : Idas e vindas do STF sobre prisão após condenação em segunda instância

O que ainda deve ser debatido?

O Supremo pode analisar em breve se, em casos de crimes dolosos contra a vida, como homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte), as prisões devem ser imediatas, ou seja, logo após a sentença do tribunal do júri


O Globo quinta, 07 de novembro de 2019

30 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM: A ESQUERDA SEM SEU EXEMPLO MATERIAL

 

Queda do Muro de Berlim: Com fim do socialismo real, esquerda perdeu seu exemplo material

Nova era teve efeitos também no Brasil, em todo o espectro político
 
 
Campanha de Roberto Freire pelo PCB, no ano da queda do muro; partido rachou e mudou de nome duas vezes Foto: Carlos Wrede / 5-8-89
Campanha de Roberto Freire pelo PCB, no ano da queda do muro; partido rachou e mudou de nome duas vezes
Foto: Carlos Wrede / 5-8-89
 
 

RIO - O ocaso do socialismo real, simbolizado pela queda do Muro de Berlim, produziu efeitos também no Brasil , sobretudo em sua esquerda, que se viu destituída da principal referência de fato existente, que a acompanhara durante a maior parte do século XX. As transformações de 1989, acompanhadas do fim da União Soviética dois anos depois, eliminaram o grande exemplo material do movimento comunista, o que deixou grande parte da esquerda, comunista ou não, à deriva — e a direita, por sua vez, em posição favorável para cantar vitória.

O golpe foi mais forte nos partidos comunistas, PCB e PCdoB. O último ainda conseguiu manter boa coesão interna, por ter independência em relação a Moscou. O “Partidão”, contudo, era diretamente ligado ao PC soviético, e entrou, em poucos anos, em uma guerra civil interna, entre os que queriam dissolver o partido para fundar um novo e os defensores de sua manutenção. O lado vitorioso seria o grupo de seu presidente, Roberto Freire, que, em 1992, declarou a extinção do então PCB e a fundação do PPS como substituto.

A nova sigla herdou registro eleitoral e patrimônio da agremiação, o que fez com que os derrotados, leais ao ideal comunista, recomeçassem a trajetória eleitoral do zero. Refundado em 1992, o PCB ainda existe, mas é inexpressivo. Já o PPS, hoje renomeado Cidadania, cada vez mais enveredou para a direita, até apagar as raízes. No segundo turno do ano passado, Freire declarou-se neutro:

 

— Tivemos muitos ex-militantes de perspectiva bastante ortodoxa que vão de um extremo ao outro. Quando há uma percepção dogmática, você muda facilmente de um dogma ao outro — disse Sidnei Munhoz, professor de história contemporânea da Universidade Estadual de Maringá e da UFSC. — As pessoas olhavam para aquele mundo quase como se fosse uma expressão do paraíso, não analisavam os modelos de forma crítica. Quando ele vem abaixo, perdem então qualquer perspectiva analítica.

Socialismo petista

Já na época o maior partido de esquerda do Brasil, o PT também não saiu ileso. Sua composição heterogênea, que incluía sindicalistas mais interessados em demandas concretas do que na revolução, intelectuais ligados à Igreja Católica e setores muito à esquerda, com vários matizes entre as alas, não conferia uma identidade precisa ao partido, que tinha grande indefinição sobre o seu projeto de sociedade.

Embora os setores majoritários fossem críticos aos regimes do Leste europeu, em seu V Encontro Nacional, em 1987, o partido afirmou um compromisso com o socialismo, assinalado, em uma vertente democrática, como um objetivo estratégico. Setores petistas de caráter trotskista recebiam com otimismo as reformas promovidas por Mikhail Gorbachev desde 1985, e não consideravam a possibilidade de uma restauração da ordem capitalista no Leste europeu. Pelo contrário, a perspectiva geral era de avanço rumo à concretização da utopia socialista.

 

A crise manifesta na queda do muro, aguçada depois pela dissolução da União Soviética, provou que o prognóstico otimista era incompatível com a realidade. Na nova etapa mundial, caberia à esquerda uma posição defensiva:

— Na época pós-1989 e, principalmente, 1991, com a desagregação da URSS, temos a expansão da ordem capitalista, inclusive de modo bastante voraz. Ou seja, muitos direitos sociais conquistados ao longo de décadas serão desfeitos — afirmou Munhoz.

As mudanças globais esfriaram a hipótese de um socialismo petista nos anos 90. A já majoritária tendência liderada por Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca foi socialista, ganhou ainda mais preponderância, e o partido passou a ter composição mais homogênea, com a redução da pluralidade e o reforço de posições social-democratas. PDT e PSB, os outros partidos que tinham correntes socialistas, passaram por processos parecidos.

A direita, enquanto isso, utilizou a queda como um marco de que o projeto da esquerda como um todo ruíra. No dia 4 de novembro de 1989, a cinco dias da queda do muro e 11 dias do primeiro turno, o então candidato Fernando Collor de Mello já divulgara o jingle “Pula-lá”, uma paródia do slogan de Lula que fazia referência ao isolamento socialista. A estratégia de acusar a esquerda como um todo de ter vínculos com a URSS e com o Leste da Europa e de, portanto, pertencer ao passado, se tornaria um lugar comum:

 

— Principalmente em 1989, mas também ao longo dos 90, havia uma referência constante dos partidos de direita à queda do muro e ao Leste europeu para avançar o liberalismo econômico, que nunca fora muito forte no Brasil, exceto em períodos episódicos. Alardeavam, como chegou a dizer Francis Fukuyama, que tínhamos chegado “ao fim da História” — disse Segrillo.


O Globo quarta, 06 de novembro de 2019

A HORA E A VEZ DOS VINHOS VERDES

 

A hora e a vez dos vinhos verdes

POR CLAUDIA MENESES

 

Vinhos verdes: o frescor dos rótulos portugueses será tema de evento no MAM

 

 

A explosão de frescor dos vinhos verdes vai dominar o Museu de Arte Moderna nos dias 15 e 16. O Vinho Verde Wine Experience vai trazer um dos tesouros de Portugal para terras cariocas, com degustações de mais de 100 rótulos de vinhos, alguns ainda não disponíveis no mercado brasileiro. A estimativa de público é de 1,2 mil pessoas.

 Os produtores presentes são AB Valley Wines, Adega de Monção, Adega Ponte da Barca I Viniverde, Aveleda, Campelo, Enoport Wines, Provam, Quinta da Calçada, Quinta da Lixa, Quinta das Arcas, Quinta de Carapeços, Quinta de Curvos, Quinta de Linhares, Quinta de Santa Cristina, Quinta de Santa Caíz, Vinhos S. Caetano, Sogrape Vinhos, Vercoope e Vinhos Norte. No cardápio, brancos, rosés, tintos e espumantes.

Haverá ainda masterclasses com o jornalista Pedro Mello, a sommelière Laís Aoki, do Oteque; e o sommelier Elvis Baltar, do Oro. O programa inclui ainda show cookings com chefs renomados, cocktails e finger foods sob a batuta do Ricardo Lapeyre. Para elevar a temperatura, a música do DJ Lucce.

O ingresso dará direito a um copo oficial, provas livres com 19 produtores, uma masterclass, um showcooking/harmonização, coquetéis das 19 às 21h, finger food.

No cardápio do chef Ricardo Lapeyre para finger food, estão: Chips de raízes; guacamole; brusqueta de tomate concassé e queijo de cabra; brandade de bacalhau ao pesto; caponata de legumes; beringela no missô; homus tahine; terrine de Campagne; aperitivo de linguiça de porco; cesta de pães variados; queijos variados

Programação

15 de novembro

Aulas

- 18h30 – Masterclass - Elvis Baltar - Vinho Verde na gastronomia brasileira
- 19h – Showcooking - Ricardo Lapeyre - prato: Olhete Crudo; chantilly de caviar mujol; tartare cítrico
- 19h15 – Masterclass - Pedro Mello - As quatro castas de Vinho Verde
- 20h – Masterclass - Pedro Mello - As quatro castas de Vinho Verde
- 20h15 – Showcooking - Thaís Cruz - prato: camarão ao beurre blanc e aspargos
- 20h45 – Masterclass - Gonçalo Rowett - Descubra os novos Vinhos Verdes
- 21h30 – Masterclass - Daniel Perches - Vinho Verde: Vinhos que despertam os sentidos
- 21h45 – Showcooking - Rafael Ramos - prato: Carpaccio de vieiras com salada de funcho e rabanete no azeite de limão siciliano
- 22h15 – Masterclass - Gonçalo Rowett - Há um Verde para cada momento

Música e drinks

- 19h às 21h - Sunset drinks
- 18h às 21h - DJ Santo
- 21h às 23h - DJ Lucce

16 de novembro

- 18h30 – Masterclass - Laís Aoki - Além do Vinho Verde tradicional
- 19h – Showcooking - Ricardo Lapeyre - Olhete Crudo; chantilly de caviar mujol; tartare cítrico
- 19h15 – Masterclass - Laís Aoki - Além do Vinho Verde tradicional
- 20h – Masterclass - Elvis Baltar - Vinho Verde na gastronomia brasileira
- 20h15 – Showcooking - Thaís Cruz - prato: tartar de Salmão, funcho e chips de mandioca
- 20h45 – Masterclass - Gonçalo Rowett - Descubra os novos Vinhos Verdes
- 21h30 – Masterclass - Daniel Perches - Vinho Verde: Vinhos que despertam os sentidos
- 21h45 – Showcooking - Rafael Ramos - prato: Carpaccio de vieiras com salada de funcho e rabanete no azeite de limão siciliano)
- 22h15 – Masterclass - Gonçalo Rowett - Há um Verde para cada momento

Música e drinks

- 19h às 21h - Sunset Drinks (cocktail hour)
- 18h às 21h - DJ Santo
- 21h às 23h - DJ Lucce

Serviço

Vinho Verde Wine Experience
Data: 15 e 16 de novembro
Museu de Arte Moderna - Avenida Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo
Ingressos - R$ 75 / compra via digital: R$50

 


O Globo terça, 05 de novembro de 2019

CANTOR SILVIO CESAR COMEMORA, COM LIVRO, SEUS 80 ANOS

 

Astro da canção romântica, Silvio Cesar comemora com livro os seus 80 anos

Do samba canção à jovem guarda, o cantor e compositor de 'Pra você' passa a limpo suas experiências musicais e grandes encontros
O cantor Silvio Cesar em 1965 Foto: Divulgação
O cantor Silvio Cesar em 1965 Foto: Divulgação
 
 

RIO - Uma testemunha da Copacabana do samba-canção (substituiu Dolores Duran na boate Bacará, do Beco das Garrafas) que passou pelo sambalanço e a jovem guarda, o cantor Silvio Cesar completou 80 anos em agosto e aproveitou para passar a limpo seus 60 anos de carreira no livro “Silvio Cesar 80 anos” (Editora Batel), que lança esta terça-feira, a partir das 19h, em noite de autógrafos na Livraria da Travessa do Leblon.

— É o retrato de uma época, das minhas experiências em 60 anos de trabalho, não um livro de memórias — adverte essa referência da música romântica brasileira, autor de sucessos como “Pra você” (gravada em 1965 em sua própria voz, depois por Gal Costa e mais recentemente por Roberta Sá ) e “O moço velho” (sucesso de Roberto Carlos , para quem Silvio fez a canção sob medida).

Detalhe da capa do livro
Detalhe da capa do livro "Silvio Cesar 80 anos" Foto: Reprodução

Nascido Silvio Rodrigues Silva em Raul Soares (MG), o cantor começou carreira na televisão (inaugurou a TV Continental) e como crooner das orquestra do saxofonista Waldemar Szpillman e da banda do organista Ed Lincoln , o Rei dos Bailes. Nesse início, ele participou também como ator do filme “Na onda do iê iê iê” (1966), ao lado dos futuros trapalhões Renato Aragão e Dedé Santana — o que lhe valeu até uma única participação no programa de TV “Jovem Guarda” , de Roberto Carlos.

Em “Silvio Cesar 80 anos”, estão, além de um farto material fotográfico que ele reuniu, muitas de suas histórias — algumas anedóticas, outras emocionantes — com figuras como Tom Jobim , Chico Buarque , Elis Regina , Gal Gosta, Pelé e outros nomes. Autor de mais de 250 músicas, gravadas por grandes intérpretes da MPB, Silvio Cesar não deixou de incluir no livro algumas denúncias, como a de “um padre muito famoso” que se apropriou do refrão da sua canção “Vamos dar as mãos” (gravada por Antônio Marcos ) e que trocou a letra para “vamos erguer as mãos” sem pedir autorização.

 
O maestro Tom Jobim e o cantor Silvio Cesar, nos anos 1980 Foto: Divulgação
O maestro Tom Jobim e o cantor Silvio Cesar, nos anos 1980 Foto: Divulgação

Formado em Direito, o cantor sabe bem do que está falando: ele hoje é presidente da Sociedade Brasileira de Proteção e Administração de Direitos Intelectuais (Socinpro).

— ( O direito autoral ) é um direito que ninguém sabe o que é ainda! — reclama ele, que seguiu com a carreira musical (em 2017, lançou seu mais recente CD, “Viagens paralelas"). — Tenho produzido de dois em dois anos, só não sou um artista de mídia, gosto de trabalhar com músicos que tocam jazz. Para mim, o prestígio é mais importante do que a popularidade.

"Silvio Cesar 80 anos"

Autor: Silvio Cesar

Editora: Batel

Páginas: 180

Preço: R$ 80

Lançamento: Terça-feira (05/11), às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon — Av. Afrânio de Melo Franco, 290, loja 205 (3138-9600)


O Globo segunda, 04 de novembro de 2019

MELHORA DO EMPREGO FORMAL

 

Melhora do emprego formal é puxada por trabalhadores com até 24 anos

Segundo levantamento, grupo mais afetado na crise começa a recuperar espaço no mercado de trabalho
 
 
 
 
 

RIO - Os jovens brasileiros ainda têm à frente uma grande barreira de entrada no mercado de trabalho , mas que vem diminuindo nos últimos meses com a lenta recuperação da oferta de empregos nos últimos 12 meses.

 

Levantamento do GLOBO com base nos microdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) aponta que a melhora do emprego formal tem sido puxada por trabalhadores com até 24 anos. Entre outubro de 2018 e setembro deste ano, cerca de 1,1 milhão de jovens foram contratados com carteira assinada em todo o país.

Renda: Jovens foram os que mais perderam desde 2014

Os números mostram que o segmento que mais sofreu com a crise, com taxa de desemprego superior a 28,1% em 2017, segundo a Pnad Contínua, do IBGE, é agora o primeiro a recuperar espaço no mercado de trabalho. O saldo de novos empregos formais só é positivo entre os trabalhadores até 29 anos.

Acima dos 30 anos, a perda de vagas continua, ainda que em menor intensidade, levando ao fechamento de mais de 613 mil vagas de outubro de 2018 a setembro deste ano. O fluxo divergente nas duas pontas resulta no saldo positivo de 478 mil vagas em 12 meses.

Trabalho: Aumenta 160% número de qualificados com jornada menor que o desejado

A melhoria, no entanto, é restrita aos trabalhadores mais qualificados, com ensino médio e superior completo. Profissionais menos escolarizados, mesmo os mais jovens, ainda enfrentam dificuldades em entrar no mercado formal.

 

A falta de experiência é um empecilho para boa parte dos 4 milhões de jovens desempregados. Tanto que o governo deve apresentar esta semana um pacote de medidas para estimular a geração de empregos nesse segmento, oferecendo benefícios fiscais para as empresas.

Para analistas, o movimento do mercado traz um alento para os jovens.

- A crise deixou marcas profundas. Os jovens foram os mais afetados, às vezes entrando na vida laboral e não conseguindo emprego. Ficaram anos nem trabalhando, nem estudando, o que prejudica a qualificação. Se ficassem à margem, poderiam se tornar adultos ou idosos com dificuldades financeiras — diz Thiago Xavier, da consultoria Tendências.

Renda:   Brasil vive o ciclo mais longo de aumento da desigualdade

Durante os dois anos em que esteve desempregado, Israel Lima, de 22 anos, percebeu que a falta de qualificação foi mais uma dificuldade na hora de ser chamado para as vagas às quais se candidatou. Para driblar o desemprego, apostou em trabalhos informais. Há três meses como operador de mercearia da rede de supermercados Mundial, ele afirma que ganhar o próprio dinheiro foi a estratégia para investir na carreira profissional.

- Fiz bicos como garçom, vigia e até vendendo bebidas na praia. Mesmo tendo feito curso de informática, na área de tecnologia e sabendo um pouco de inglês, não era o suficiente - conta. - Sem dinheiro não dá para se profissionalizar. É um ciclo, e você fica fechado ali, não dá para sair.

 

Balazeiro: 'Não podemos procurar soluções para emprego com redução de direitos'

Segundo especialistas, como os jovens foram os que mais sofreram com a desocupação na crise, eles têm maior facilidade para retornar ao mercado nesse momento, devido ao contingente disponível. São eles que se adaptam às vagas de até dois salários mínimos geradas nos últimos meses.

- Como o jovem não é o chefe de família, tem disposição para trabalhar com salários menores, ele se adapta a esse momento da economia. Tem disponibilidade, escolaridade e salário reserva menor (quando um trabalhador aceita um salário inferior ao que desejaria para aquela vaga). Se ele não tem experiência, às vezes aceita o primeiro salário de forma a se colocar no mercado -explica Maria Andreia Parente Lameiras, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Até 2023: Conheça as profissões que terão mais vagas na indústria

A contratação de jovens como Israel tem sido feita pensando no aumento da produtividade. Segundo Maria Andreia, o empresário, ao optar por contratar com carteira assinada, pensa a médio e longo prazos, podendo capacitar quem trabalha com salários mais baixos.

- Os mais novos não têm vícios, vamos colocando dentro da nossa filosofia de trabalho. Às vezes, uma pessoa de certa idade é mais resistente a mudanças — diz Lídia Maciel, gerente de RH do Mundial.

Ganho de escolaridade

Os empregadores ainda têm descoberto - e aproveitado - as características positivas da “geração perdida”. São profissionais que se qualificaram durante a crise, mas não conseguiram ocupação nos últimos anos.

- O trabalhador jovem teve um ganho de escolaridade nos últimos anos, que torna lucrativa a contratação formal. Estamos aproveitando parte dessa geração que se formou e não havia conseguido emprego - ressalta José Márcio Camargo, economista da Genial Investimentos.

Mão de obra: Desemprego avança entre os mais qualificados

A publicitária Ana Letícia Ribeiro, de 23 anos, faz parte desse grupo. Após entrar na faculdade durante a crise, em 2015, temeu por seu futuro profissional. Há três meses, conseguiu um emprego formal em uma agência na área de mídias sociais.

- Como não tinha vagas, pensava que não iria conseguir nada. Pensei várias vezes em mudar de área. Não queria me formar sem emprego algum. Conheci muita gente que não conseguiu - lembra.

Segundo analistas, a expectativa para os próximos meses é de mais contratações entre os jovens, principalmente por causa do trabalho de fim de ano. Jovens como Jiulianne dos Santos, de 25 anos, que retornaram ao mercado por meio de vagas temporárias, veem aí a chance de ser efetivados.

 

Fuga de cérebros: Desemprego e violência levam mão de obra qualificada a deixar o Rio

- Sei que gostaram de mim porque já estou certa de fazer o Natal em outra função, melhor do que naquela que me contrataram no Dia da Criança. Tenho esperanças de conseguir ser efetivada se surgir uma vaga na loja - diz Jiulianne, que agora quer a estabilidade financeira para realizar seus planos de cursar enfermagem.

Pacote deve estimular geração de emprego

O pacote de medidas para estimular a geração do primeiro emprego de jovens entre 18 e 29 anos, em elaboração pela equipe econômica, pode levar alento aos mais de quatro milhões de desempregados desse segmento, avaliam economistas. O programa deve conceder benefícios fiscais aos empregadores, como isenção da contribuição previdenciária e redução de outros encargos.

Para Maria Andreia Parente Lameiras, do Ipea, a despeito de os jovens estarem dentro do segmento que gerou 1,1 milhão de vagas nos últimos 12 meses, a criação de vagas sem que haja incentivos financeiros às empresas não é suficiente para absorver todo contingente fora do mercado.

Petróleo : Leilões dão fôlego extra para economia do Rio e podem gerar 400 mil novas vagas até 2022

— Mesmo gerando vagas, ainda temos muitos jovens desempregados. Precisamos de política para inserir esse contingente no mercado de trabalho. Se pensarmos a longo prazo, o ideal é estimular a contratação de pessoas mais jovens — afirma.

 

Na avaliação de Thiago Xavier, da Tendências, o pacote visa melhorar, no futuro, a produtividade os salários médios da economia. Cerca de 3 milhões de trabalhadores devem ser atingidos, segundo fontes da equipe econômica.

— As condições de entrada do mercado influenciam toda sua trajetória profissional. Se a pessoa ficar muito tempo desempregada, entrar na informalidade vai afetar sua trajetória e, consequentemente, o salário médio e a produtividade no futuro — diz Xavier.

*Estagiária, sob a supervisão de Alexandre Rodrigues 


O Globo domingo, 03 de novembro de 2019

MEGALEILÃO DO PRE-SAL

 

Com megaleilão do pré-sal, Brasil atrai 93% da renda global de rodadas de petróleo

Confirmadas as expectativas de arrecadação no megaleilão e na 6ª Rodada do pré-sal, o país chegará ao patamar de R$ 153,6 bilhões acumulados em bônus
 
 
Plataforma no pré-sal da Bacia de Santos. Foto: Andre Ribeiro / Agência O Globo
Plataforma no pré-sal da Bacia de Santos. Foto: Andre Ribeiro / Agência O Globo
 
 

RIO - Os leilões de petróleo marcados para esta semana consolidam o Brasil como o principal foco de investimentos das maiores petroleiras do mundo. Confirmadas as expectativas de arrecadação no megaleilão e na 6ª Rodada do pré-sal, o país chegará ao patamar de US$ 38,5 bilhões (ou R$ 153,6 bilhões) acumulados em bônus de assinatura desde a retomada dos certames, em 2017, pagos por petroleiras pelo direito de explorar áreas. Isso vai representar, segundo dados da consultoria britânica Wood Mackenzie, 93% de tudo que as companhias gastaram em leilões de petróleo pelo mundo em quase três anos.

O impacto para os cofres públicos e para a atividade econômica é de longo prazo. Com o apetite das petrolíferas, as áreas do pré-sal vão gerar para o governo outros R$ 92,7 bilhões até 2028, considerando apenas a participação da União nas vendas de petróleo. Além da entrada de recursos, a movimentação em torno da retomada da cadeia de óleo e gás aumenta as perspectivas de recuperação da economia do Rio, maior produtor nacional, com a atração de empresas, cursos de capacitação e geração de empregos.

Longe dos conflitos do Oriente Médio, o pré-sal já responde por mais da metade da produção nacional e ajudou a Petrobras a bater a marca dos três milhões de barris diários. A mudança de patamar já está no radar das empresas. Para os dois leilões desta semana, que vão oferecer nove áreas, há 18 petroleiras habilitadas, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Mudança de patamar

Na semana passada, o Brasil foi convidado pela Arábia Saudita a participar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne os maiores do setor. Se, do ponto de vista econômico, a mudança pode não interessar ao país, em razão da possibilidade de cortes na produção, entre outros aspectos citados por especialistas, não deixa de ser um retrato da ascensão brasileira na indústria global de petróleo. Com os leilões, o país tem a perspectiva de se tornar o quinto maior produtor mundial.

 

Um dos aspectos que justificam o interesse das petroleiras no pré-sal, segundo Marcelo de Assis, chefe de pesquisa de Exploração e Produção da Wood Mackenzie na América Latina, é a alta produtividade, com poços que geram mais de 45 mil barris por dia.

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O megaleilão marcado para quarta-feira deve gerar a maior arrecadação da história do setor em todo o mundo. Caso todas as quatro áreas sejam arrematadas, o pagamento de bônus fixo chegará a R$ 106 bilhões. Deste total, R$ 69,9 bilhões já estão garantidos, pois a Petrobras exerceu o chamado direito de preferência — garantiu previamente seu interesse. A estatal fará propostas em parceria com outras petroleiras, afirmou Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, na última sexta-feira.

Na 6ª Rodada, o valor previsto é de R$ 7 bilhões, caso todos os blocos sejam arrematados. Do total, a Petrobras (com sócios) informou que vai fazer ofertas por três áreas, garantindo arrecadação de R$ 1,845 bilhão.

 

Ganhos do pré-sal se ampliam
Nos próximos dias 6 e 7, o governo vai leiloar novas áreas de exploração e produção no pré-sal
6ª Rodada de licitações
Norte
de Brava
Excedente da cesssão onerosa
RJ
!
SP
BACIA DE
SANTOS
Búzios
Itapu
Libra
BACIA DE
CAMPOS
 
Atapu
Sépia
 
Aram
Sudoeste de
Sagitário
Cruzeiro
do Sul
Bumerangue
Projeção de arrecadação nos
contratos de partilha
Em R$ bilhões
40,311
0,760
2,214
3,014
0,286
0,571
2028
2018
2019
2020
2021
2022
A atual legislação obriga as petroleiras a dividir com a União parte dos lucros obtidos com a produção em áreas do pré-sal, no regime chamado de partilha. Com os novos leilões, essa arrecadação vai somar mais de
R$ 90 bilhões
em uma década

 O regime de partilha — criado por causa da descoberta do pré-sal — determina que as petroleiras dividam com a União parte do óleo produzido após descontar os gastos com a sua extração. No jargão do setor, é o chamado óleo-lucro. No leilão, é definido um patamar mínimo a ser compartilhado com a União, e ganha quem oferecer o maior percentual. No megaleilão, o mínimo vai de 18,15% a 27,88%, dependendo da área.

 

Segundo Assis, os dados indicam que há, em cada área, de 2 a 5 bilhões de barris recuperáveis de petróleo.

— São áreas com uma qualidade que dificilmente é colocada no mercado mundial. Por isso, o Brasil concentra a arrecadação dos valores pagos nos leilões no mundo, mesmo tendo ocorrido certames em 14 países nos últimos anos, como EUA, México, Rússia, Argentina e Egito.

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`Para Décio Oddone, diretor-geral da ANP, que vê uma mudança de patamar na indústria após os leilões, as mudanças regulatórias foram cruciais para o setor. A Petrobras deixou de ser a operadora única de todos os campos do pré-sal e não tem mais obrigação de disputar todas as áreas. Além disso, foram flexibilizadas as regras de conteúdo local, o patamar mínimo de insumos de fabricantes nacionais.

— O interesse no pré-sal pelo mundo ocorre por causa da qualidade dos ativos e das mudanças regulatórias, o que tornou o investimento atraente. Seremos um dos cinco maiores produtores no fim da década. Está aberto o caminho para um novo patamar. Esperamos investimentos de R$ 1,8 trilhão e entre 50 e 60 novas plataformas — diz Oddone.

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Ainda assim, Assis avalia que as empresas podem fazer ofertas conservadoras no megaleilão, com lances que não fiquem muito acima do percentual mínimo definido:

— Todos sabem fazer contas. As companhias estão com forte disciplina de capital, projetando petróleo entre US$ 60 e US$ 65.

Mesmo considerando apenas a oferta mínima no certame, o governo levantaria, em 2028, R$ 20 bilhões somente com a venda de petróleo das áreas leiloadas no megaleilão, segundo estimativa da PPSA, estatal criada para gerir contratos de partilha do pré-sal.

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Esses campos devem iniciar a produção já no fim de 2021, diz a PPSA. Quando se inclui na conta o volume esperado com a venda de petróleo nos outros 14 contratos de partilha no pré-sal já fechados, a receita com as vendas chega a R$ 92,7 bilhões até 2028.

— Nossa estimativa é conservadora, tendo como base o óleo-lucro mínimo. Com os leilões de novembro, os recursos vão crescendo e dobram em 2028 em relação à nossa estimativa anterior. Em vez de 250 mil barris só para a União em 2028, poderão ser 500 mil barris — prevê Eduardo Gerk, presidente da PPSA.

Petrobras vai vender óleo

A venda desse petróleo vem sendo feita através de leilões organizados pela PPSA. Segundo Gerk, até o fim do ano serão concluídas as negociações para a Petrobras se tornar a comercializadora desse óleo para a União.

 

— Como vão entrar muitas operações, não faz sentido fazer apenas leilões. Por isso, vamos ter uma definição sobre o processo de venda do petróleo até o fim do ano. É um dinheiro que entra direto no caixa do Tesouro Nacional. Os recursos vão para educação, área social e saúde através do Fundo Social— explica Gerk.

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O deputado federal Fernando Coelho, ex-ministro de Minas e Energia, lembrou que as mudanças nas regras do setor recolocaram o Brasil no mercado mundial de óleo e gás:

— Diante dos grandes produtores, o Brasil é um ambiente estável e porto seguro para os investidores e empresas de petróleo. Mas ainda há desafios, como a melhoria no processo de licenciamento e a redução de burocracia. Somos uma das bolas da vez.

Segundo Edmar Almeida, do Instituto de Economia da UFRJ, o modelo do leilão, baseado em bônus elevados, permite ao governo antecipar receitas futuras como forma de amortecer o impacto fiscal:

— Se esse bônus fixo fosse menor, poderia haver mais competição e mais arrecadação a longo prazo.

Regime ainda visto com ressalvas

O regime de partilha, criado para a exploração do pré-sal, já foi chamado de “jabuticaba” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e costuma ser visto com ressalvas por boa parte dos especialistas. As críticas destacam a maior burocracia e a elevada concentração de recursos pelo governo.


O Globo sábado, 02 de novembro de 2019

SUSHI VEGANO: RECEITA COM COGUMELOS, ARROZ ROSA E MAIONESE DE PÁPRICA PICANTE

 

Sushi vegano? Aprenda uma receita com cogumelos, arroz rosa e maionese de páprica picante

 
.Org Bistrô. A sugestão da chef Tati Lund é o combinado  duplinhas de sushi vegano com arroz negro, melancia maçaricada, creme de wasabi; arroz com cúrcuma, berinjela no missô fermentado e harusame crocante; e suhsi com cogumelos, arroz rosa, cardoncello na brasa e maionese vegana de páprica picante (à direita) Foto: Divulgação/Tomás Rangel
.Org Bistrô. A sugestão da chef Tati Lund é o combinado  duplinhas de sushi vegano com arroz negro, melancia maçaricada, creme de wasabi; arroz com cúrcuma, berinjela no missô fermentado e harusame crocante; e suhsi com cogumelos, arroz rosa, cardoncello na brasa e maionese vegana de páprica picante (à direita) Foto: Divulgação/Tomás Rangel
 
 
 
RIO —  A chef Tati Lund , do  .Org Bistrô  , na Barra da Tijuca, se diverte fazendo releituras saudáveis de pratos clássicos. Por isso, esqueça o sushi com salmão, atum, peixe branco ou camarão. Para o Dia do Sushi , Tati sugere o Ta Combinado  — duplinhas de sushi vegano com arroz negro, melancia maçaricada, creme de wasabi; arroz com cúrcuma, berinjela no missô fermentado e harusame crocante; e o sushi com cogumelos, arroz rosa, cardoncello na brasa e maionese vegana de páprica picante , cuja receita você encontra abaixo.
 
 
 

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Sushi de cogumelos com arroz rosa e maionese de castanha picante

Ingredientes:

Para o arroz de sushi rosa:

. 1 xícara de arroz cateto integral cozido

. 2 colheres de sopa de shoyu

. 2 colheres de sopa de mascavo

. 2 colheres de sopa de vinagre

. 1 beterraba pequena + 1 xícara de água

Para a maionese picante:

. 3/4 xícara de castanha de caju de molho

. 1/4 xícara de água (usar só o suficiente para bater)

. Sal a gosto

. 1 pitada de páprica defumada

. 1 pitada de pimenta caiena.

Para o sushi:

. 100g de cogumelos (cardoncello de preferência)

. Azeite, sal e pimenta a gosto

. 1 folha de alga nori

 

Modo de preparo:

Do arroz de sushi rosa:

1. Bater a beterraba com 1 xícara de água para formar um suco rosa.

2. Juntar todos os ingredientes em uma panela até reduzir o suco de beterraba e atingir a consistência de arroz de sushi.

3. Refrigerar e formar as bolinhas de arroz quando estiver firme.

Da maionese picante:

1. Bater tudo no liquidificador até uma consistência bem cremosa e refrigerar.

Do sushi:

1. Grelhar os cogumelos na frigideira com um fio de azeite sal e pimenta. Fatiar bem fininho.

 

2. Cortar filetinhos de nori para enrolar os sushis.

3. Montagem: 1 bolinha de arroz rosa, 1 gota de maionese, cogumelos em tirinhas e enrolar com a alga. Finalizar com mais uma gota de maionese, uma pitada de páprica e brotos.


O Globo sexta, 01 de novembro de 2019

FUTEBOL: FLAMENGO TEM GOLEIRO EXPULSO E EMPATA COM O GOIÁS

 

Flamengo cede empate para o Goiás, e vantagem sobre o Palmeiras cai para oito pontos

Rubro-negro abre 2 a 0 e, após ter o goleiro expulso, não segura a vantagem
 
 
 
 

Jorge Jesus estava preocupado com o risco de perder jogadores por suspensão. Não só teve um goleiro expulso e o artilheiro Gabigol levando terceiro amarelo, como também viu a vantagem para o Palmeiras cair de dez para oito pontos.

Seria a sétima vitória seguida do Flamengo no Brasileirão. Mas o time entrou em colapso na reta final do segundo tempo, quando vencia por 2 a 0. Levou um gol, viu César levar um cartão vermelho e não segurou o ímpeto do Goiás no Serra Dourada. Foi Michael, já aos 49 minutos da etapa final, o responsável pelo tropeço rubro-negro.

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A preocupação para o jogo contra o Corinthians, domingo, passa a ser não só voltar a vencer, evitando que o Palmeiras se aproxime ainda mais. O ingrediente a mais é ter que atuar com o terceiro goleiro, Gabriel Batista. A suspensão de César veio justamente quando Diego Alves está machucado, com uma torção no joelho. Embora não seja preocupação pensando na Libertadores, dificilmente estará em ação no Maracanã.

Gabigol também será desfalque porque levou o terceiro amarelo. Mas o jogo em Goiânia foi importante para o atacante por conta de uma marca pessoal. Ele abriu o placar e, com 36 gols, igualou-se a Hernane Brocador como maior artilheiro do Flamengo em uma única temporada deste século. E falta de jogos não é um problema para que o camisa 9 lidere a estatística sozinho ainda em 2019.

 

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Complicações

A vitória magra diante do CSA, na rodada passada, já tinha sido um alerta que a Série A pode reservar armadilhas. Mas Jorge Jesus escolheu dividir o contingente de titulares pendurados. Rafinha e Gerson começaram no banco, enquanto Gabigol e Willian Arão iniciaram jogando.

A consequência de ficar sem dois dos importantes articuladores era até esperada: a perda de qualidade na construção do jogo foi flagrante. A cada vez que é poupado, Gerson expõe o quanto faz diferença no time, justificando os R$ 57,2 milhões investidos nele, entre direitos econômicos e comissões, segundo balancete publicado pelo clube.

Mas os equívocos do Flamengo não se medem pela economia de minutos proposta por Jorge Jesus. O time não conseguiu o melhor posicionamento no ataque. No popular: o jogo virou pelada em vários momentos.

A chance mais clara veio com uma cabeçada na trave de Pablo Marí, após cobrança de escanteio, mostrando o caminho que viria a dar certo para o Flamengo.

O rubro-negro subiu de produção no segundo tempo e passou a chegar com mais facilidade diante do goleiro Tadeu. Mas o expediente que realmente funcionou foi o jogo pelo alto. No gol de Gabigol, foi Rodrigo Caio quem ganhou pelo alto a primeira bola, fazendo Tadeu rebater para o centro da área. O artilheiro do Brasileirão não desperdiçou. Em lance similar, de novo após escanteio, o próprio Rodrigo Caio tratou de fazer o segundo para o Fla.

 

O time de Jesus iludiu. O Goiás, por outro lado, não abandonou o jogo. De tão perto que a bola estava passando, o funcionário responsável por disparar um canhão de fumaça a cada gol do time da casa se enganou duas vezes. Numa delas, Rafael Vaz, que estava louco para marcar contra o ex-time, quase fez um golaço.

O Flamengo desandou de vez quando Rafael Moura diminuiu, aos 31 minutos. Na pressão, César saiu de forma atabalhoada, deu um pontapé em Yago Felipe fora da área e foi expulso. No fim, Michael usou da velocidade para estragar o jogo para o líder do Brasileirão.


O Globo quinta, 31 de outubro de 2019

LEWANDOWSKI CRITICA TESE INTERMEDIÁRIA PARA JULGAMENTO DA 2ª INSTÂNCIA

 

Lewandowski critica tese intermediária para julgamento da segunda instância

Ideia deve ser apresentada em plenário na próxima semana por Toffoli
 
 
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/02-10-2018
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/02-10-2018
 
 

BRASÍLIA – O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), criticou a tese que permite a prisão de condenados somente depois que o recurso do réu for analisado pelo Superior Tribunal de Justiça ( STJ ). A ideia é o meio do caminho entre as prisões em segunda instância e o trânsito em julgado – ou seja, quando se esgotarem todos os recursos à disposição da defesa. A solução intermediária deve ser proposta pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, no dia 7, quando será retomado o julgamento.

 

— A tese que autoriza as prisões após pronunciamento do STJ não encontra nenhum amparo seja na Constituição, seja na legislação ordinária — disse Lewandowski ao GLOBO.

Para o ministro, a tese da segunda instância, hoje em vigor, será derrubada na próxima semana, dando lugar à exigência do trânsito em julgado para o início do cumprimento das penas. Lewandowski, que já votou, é defensor convicto do direitos dos réus permanecerem em liberdade até o julgamento de todos os recursos possíveis.

— Espero que o espírito dos constituintes de 1988 prevaleça no sentido de que o STF só permita prisões após a sentença condenatória transitada em julgado —afirmou.

Até agora, quatro ministros votaram pela tese da segunda instância e três pelo trânsito em julgado. A expectativa é de que, na próxima semana, fiquem cinco votos para cada lado. Toffoli desempataria a votação. Para Lewandowski, o colega deve se render ao time do trânsito em julgado. Ele explicou que, em ações desse tipo, não se pode proclamar um voto sem que haja ao menos seis ministros defendendo uma determinada posição.

— Não existe voto médio em ação direta de constitucionalidade — esclareceu.

Por outro lado, ministros que defendem a segunda instância cogitam a possibilidade de abraçar a tese de Toffoli, em nome de uma derrota menor. Para eles, seria menos maléfico permitir as prisões depois de julgado o recurso pelo STJ, do que deixar condenados aguardando em liberdade até o trânsito em julgado. Se houver migração nos votos, isso deve ocorrer durante a proclamação do resultado.


O Globo quarta, 30 de outubro de 2019

BACALHAU: ESTRELA DE FESTIVAL DE GASTRONOMIA

 

Bacalhau é estrela de festival gastronômico no Cadeg

Doze restaurantes do mercado estão com pratos especiais a preços mais acessíveis
 
 
Foto: © Flávio Jacomo
Foto: © Flávio Jacomo
 
 

De todos os eventos do Cadeg durante o ano, o mais esperado é o Festival do Bacalhau. Nesta 7ª edição, que acontece até o dia 24 de novembro, doze restaurantes do mercado participam com pratos a preços especiais. As opções vão de feijoada ao bacalhau empanado.

Consulte aqui: Guia Rio Show de Gastronomia

 

Os pratos do Festival de Bacalhau do Cadeg

  • Barsa

Bacalhau mediterrâneo (R$ 185, para dois): lombo de bacalhau gadus morhua refogado no azeite, alho e hadock, com azeitonas e cebolas portuguesas, pimentões, tomate-cereja e ervas frescas. O prato é finalizado com camarão e alho dourado e servido com arroz de brócolis.

  • Brasas Show

Feijoada de Bacalhau (R$ 159,90, para dois): Lascas de bacalhau morhua, calabresa e feijão branco cozido com legumes ao molho do bacalhau, com arroz branco. O prato serve duas pessoas e, de cortesia, o cliente ganha dois pastéis de nata.  A opção do prato com uma garrafa de vinho português sai por R$ 189,90.

  • Cantinho das Concertinas

Bacalhau na Brasa (R$ 130, para dois): posta de bacalhau assada na brasa, com batata cozida, cebola, alho, azeitonas portuguesas e pão. Com uma garrafa de vinho Pinta Negra, branco leve, o preço fica 165).

  • Corujão do Cadeg

Alegria do Coruja (R$ 79, individual): filé de bacalhau empanado, com batatas coradas, ovo corado, arroz de brócolis, camarão VG, pimenta biquinho, molho tártaro, azeitona e taça de vinho português.

  • Costelão do Cadeg

Bacalhau dos Sonhos (R$ 149,90, serve até três pessoas): bacalhau gadus morhua preparado com o sabor Costelão, com arroz com alho poró, batatas e pimentões salteados no azeite.

  • Cucina Penna

Lombo de bacalhau à Lagareiro: lombo de bacalhau gadus morhua ao forno, regado no azeite extra-virgem, alho e ervas finas, servido com batata ao murro, cebola charlote, brócolis e alho. O prato pode ser servido para uma pessoa (R$ 94,50), R$ 184,90 (para duas pessoas), e  R$ 349,90 (para quatro pessoas).

 
 
  • Empório Gourmet Steak House

Bacalhau à Portuguesa (R$ 179,90, para dois): Lombo de bacalhau gadus morhua cozido na água aromatizada do próprio bacalhau com alhos, batatas e cebolas, servido com flor de brócolis, ovos e azeitona portuguesa e azeite. O prato é servido com arroz branco. O preço, com uma garrafa de vinho português, é R$ 219,90.

  • Espetáculo Restaurante

Descobridor dos Sete Mares: Lombos de bacalhau assados na brasa, regados em um molho secreto de cebola e alho poró, com arroz de brócolis e frutos do mar e  batata rostie de hadock. o prato tem versões para duas (R$ 179,90) e quatro pessoas (R$ 332,90).

  • Garota do Cadeg

Posta de Bacalhau (R$ 65): 350g de bacalhau, batata, ovo, cebola, arroz branco e azeitona portuguesa.

  • Gruta São Sebastião

Bacalhau Bom Porto (R$ 119, para dois): Lombo de bacalhau assado no azeite com batatas, brócolis, cebola e ovos. Molho de lascas de alho dourado.

  • Rei do Bacalhau

Bacalhau à Primavera (R$ 149, para dois): Posta de bacalhau morhua frito na imersão com batatas coradas, cebola, brócolis americano, palmito e azeitona portuguesa e arroz de açafrão. O restaurante dá dois bolinhos de bacalhau como cortesia por prato pedido.

  • Vila Real

Bacalhau à moda Vila Real (R$ 189, para quatro):  Bacalhau, arroz de brócolis, cebola, batata e cenoura cozidas, salada de rúcula, palmito, tomate cereja, azeitona e alho torrado.

 

 

Festival do Bacalhau do Cadeg

Rua Capitão Félix 110, Benfica

Até 24 de novembro

Todos os dias, das 11h às 17h.


O Globo terça, 29 de outubro de 2019

GRAZI MASSAFERA: APRENDI MUITO COM AS TRAVESTIS

 

Aprendi muito com as travestis', diz Grazi Massafera sobre beleza

Atriz também conta que aplica Botox há sete anos
 
 
Grazi Massafera Foto: Divulgação
Grazi Massafera Foto: Divulgação
 
 

Toda vez que acaba um trabalho especial, Grazi Massafera costuma se dar de presente uma joia. Também tem o hábito de batizar as peças que ganha. "Mas não tenho muitas coisas, não! Gosto de praticidade no dia a dia", comenta a atriz paranaense, que está no ar na novela "Bom sucesso" . "Lá em casa, a gente ganhava de família um brinquinho da avó, sabe? Tenho o meu guardado, sou canceriana. Isso é muito afetivo."

Não é mero acaso que a estrela de TV tenha sido escolhida para ser o rosto da joalheria Monte Carlo, somando mais uma campanha fashion para seu currículo. Aliás, Grazi é queridinha da indústria. Protagoniza desfiles e capas de revistas, sempre com muita desenvoltura. "Para fazer fotos assim, levo minha concentração e disposição, além da vontade de fazem bem feito. Quero fazer um trabalho bonito e ter um bom ambiente, com humor e feliz. Adoro leveza e tento trazer isso também para meu lado profissional."
Grazi Massafera Foto: Divulgação
Grazi Massafera Foto: Divulgação

 

A trajetória da paranaense, de 37 anos, nesse universo de glamour começou nos competições de misses. "Aprendi muito com as travestis que me levavam para os concursos; elas eram minha referência de beleza. Gostava de extravagância, usava coisas em excesso. Aí fui ganhando umas revistas, né? Fui conhecendo coisas novas, me conhecendo melhor e mudando o olhar", diz ela, que já fez procedimentos estéticos no corpo. "Tenho silicone no peito e há sete anos coloco Botox. Mas não vivo em centros de estética, só vou de vez em quando à dermatologista. E não abro mão de malhar. Amo fazer exercícios, sou uma atleta frustrada."


O Globo segunda, 28 de outubro de 2019

MORRE O DIRETOR JORGE FERNANDO, AOS 64 ANOS

 

Morre, aos 64 anos, o diretor Jorge Fernando

Ele buscou atendimento após sentir mal estar na tarde deste domingo
 
 
 
 
 

RIO - Morreu neste domingo (27), aos 64 anos, o ator e diretor Jorge Fernando. Ele estava internado no Hospital CopaStar, em Copacabana, Zona Sul do Rio. Jorge Fernando era diretor da TV Globo e seu último trabalho como diretor e ator aconteceu este ano, na novela das 19h “Verão 90”. Foi o retorno dele após dois anos afastado da TV, tempo em que se recuperou de um AVC.

 

 O velório do ator e diretor Jorge Fernando foi marcado para esta terça-feira, na Capela Ecumênica do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju.

Em nota, o Hospital Copa Star informou que ele morreu após dar entrada no fim da tarde deste domingo devido a uma parada cardíaca "em decorrência de uma dissecção de aorta completa".

 Na Globo, Jorge Fernando dirigiu vários sucessos, como as novelas “Rainha da Sucata” e “Alma Gêmea”.

Ator, diretor, escritor e humorista, Jorge Fernando foi um artista completo que ajudou a revolucionar a forma de se fazer televisão no Brasil. Seu primeiro contato com a arte de atuar foi ainda adolescente na escola onde estudava no Méier, Zona Norte do Rio.

Na TV, ele estreou como ator em 1978, no seriado “Ciranda, Cirandinha”. Na década seguinte, Jorge Fernando trabalhou em várias produções, mas foi do outro lado das câmeras, como diretor, que ele encontrou sua verdadeira paixão.

Desde então, ele dirigiu 34 novelas, minisséries e seriados. Sua estreia como diretor foi em “Coração Alado”, de Janete Clair, em 1980.

 Um dos seus sucessos mais marcantes foi “Guerra dos Sexos”, que tinha como protagonistas Fernanda Montenegro e Paulo Autran. Por seu trabalho na trama das 19h, ele foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte como o melhor diretor, em 1983, ao lado de Guel Arraes.

 

É de “Guerra dos Sexos” a cena clássica do café da manhã, uma das mais importantes da teledramaturgia brasileira. Quase 30 anos, ele teve a chance de fazer tudo de novo, quando dirigiu o remake da novela, em 2012.

Na década de 1990, muitas novelas dirigidas por ele marcaram uma geração. Como “Rainha da Sucata”, “Vamp”, “Deus nos Acuda” e “A Próxima Vítima”, que fez o Brasil parar no último capítulo, à espera da revelação de quem era o grande assassino.

Além das novelas, Jorge Fernando também fez história no humor. Com “Sai de Baixo”, ele levou o teatro de volta à TV e obrigou muita gente a dormir mais tarde nos domingos.

Um de seus sucessos mais recentes foi “Alma Gêmea”, em 2005. Foi uma das novelas das 18h com melhor média de audiência da história da Globo.

Depois de uma longa temporada com diretor, Jorge Fernando voltou a atuar em 2011, no seriado “Macho Man”. Da TV para o teatro, dirigiu Cláudia Raia no musical “Não Fuja da Raia”.

Foi o ensaio geral para a peça autobiográfica, “Salve Jorge”. No espetáculo, Jorge Fernando reuniu histórias que marcaram sua trajetória profissional. TV, cinema e teatro juntos, recontando com muito humor um pouco da história de um dos maiores nomes da cultura brasileira.

  

O Globo domingo, 27 de outubro de 2019

ANA FURTADO FALA SOBRE A CURA DO CÂNCER

 

Ana Furtado fala sobre cura do câncer, menopausa forçada e decisão de trabalhar durante tratamento: 'Houve momentos de dor no palco'

Usando o aplicativo GERA, posicione seu celular para a capa da revista e assista em vídeo de realidade aumentada o depoimento da apresentadora
 
 
Ana Furtado Foto: Pedro Bucher
Ana Furtado Foto: Pedro Bucher
 
 

Ana Furtado mexe no celular até encontrar um vídeo de monja Coen, enviado por uma amiga meses atrás. Nas imagens, a líder zen-budista conta que uma cientista disse que as células cancerígenas, vistas pelo microscópio, são lindas. Um baque e tanto para uma paciente oncológica, caso de Ana na época e assunto sobre o qual ela fala na edição deste domingo da Revista Ela, que vem com um recurso especial: por meio do aplicativo GERA, é possível acionar o recurso da realidade aumentada, que permite que, a partir de uma imagem, seu celular acesse conteúdos especiais. As capas das revistas são o gatilho que faz com que os vídeos dos depoimentos sejam acionados automaticamente no smartphone, criando o efeito de uma foto que fala. ( Saiba como usar aqui ) O ensinamento da sequência era: por que usar verbos tão duros como “lutar” e “extirpar” para uma coisa tão bonita? Por que não transformar essa beleza não saudável em algo sadio?

 
Veio o clique na apresentadora, que vive seu primeiro Outubro Rosa depois da cura de um câncer de mama, descoberto em março de 2018. “Estava num momento de revolta, de (pensar) por que comigo? Sou uma pessoa tão boa, ajudo tanta gente. Depois, refleti: ‘Por que não comigo?’. Se essa doença veio, é porque tem um propósito maior do que imagino.”

Um dos primeiros efeitos disso recaiu sobre uma grande característica de Ana: a vaidade. Hoje, o corte de cabelo mais curto de toda a sua vida é resultado dessa mudança interna: “Quando me vi 100% transformada, cortei os fios, como se fosse um rito de passagem”. Nada fácil para quem passou pela quimioterapia com uma touca que resfriava o couro cabeludo para evitar a queda e se encheu de cílios postiços para aparecer no programa “É de casa” — mesmo com dores lancinantes em todo o corpo. “Houve momentos difíceis, de dor no palco, mas não me arrependo. Passei por um processo que muita gente nem percebeu e pensava: ‘ela é paciente oncológica mesmo?’.”

Em uma entrevista de duas horas e meia, a carioca de 46 anos falou pela primeira vez sobre tudo o que enfrentou, a menopausa forçada e até a diversão com as piadas nas redes sociais: “Se errei, caguei; se virei meme, amei.”

 

As revistas que vêm junto com os jornais O Globo e Extra têm uma edição especial no último fim de semana de outubro. Abordando o tema do Outubro Rosa, as capas da Revista Ela, com Ana Furtado, e Canal Extra, com Susana Naspolini, vão literalmente falar sobre o câncer de mama através de uma ação de realidade aumentada. Saiba como ver a surpresa da capa no vídeo em que as editoras Marina Caruso e Camilla Mota contam sobre a ação:  

 

Visitante inesperado

“Em setembro de 2017, fiz meus exames de rotina, tudo bem. Mas eu sentia um cisto. Sabia que tinha alguns, mas esse, na mama esquerda, era palpável. Nem esperei um ano e, em março, repeti os procedimentos e quis fazer biópsia. Conheço meu corpo e boto muita fé na minha intuição. Minha médica achou que pudesse ser uma atitude exagerada, mas respeitou a minha decisão. Recebi do laboratório o resultado: carcinoma não invasivo. Coloquei a expressão no Google e apareceu câncer. Liguei para a médica e perguntei: “O que eu tenho é câncer?” Meu marido escutou, desceu a escada com um olho desse tamanho e falou: “Como assim?”. Respondi: ‘Fodeu.’"

Eis a questão

“Primeiro, pensei em não contar (para o público) . Será que as pessoas me veriam vitimizada? Mas uma das primeiras amigas com quem falei — e que me ajudou muito — foi Ana Maria Braga. Ela disse: ‘Conta, sim. Você receberá uma onda de amor que fará toda a diferença’. Depois, pensei: ‘Sou muito ingênua. Estou me tratando no (hospital Albert) Einstein, entro pela porta da frente. Em algum momento, alguém vai descobrir e contar uma história errada’. Aí decidi fazer um vídeo no Instagram.”

 

As perdas

“É uma doença de muitas perdas: de cabelo, sobrancelha, cílio, energia, libido. Tem gente que perde amigos, marido. E até as mamas, o que deve ser o mais abalável em termos de reconhecimento. É o órgão mais feminino que temos. Angelina Jolie (que retirou os dois seios de forma preventiva) foi uma mulher de coragem, mas se eu soubesse que tinha grandes chances de ter a doença, também teria essa atitude. Na época, pensei: “Ela é louca”. Mas está certa, quer ver os filhos crescerem. Essa é a força que carreguei.”

Metade da laranja

“Boninho (diretor da TV Globo com quem Ana está casada há 23 anos) é divertido, um grande ator. É sério porque assume um cargo de chefia, mas ao mesmo tempo tem muito bom humor. Costumo dizer que é o meu doce ogro. Estava conversando com o meu irmão hoje e ele falou: ‘Bia (ela se chama Ana Beatriz) , seus médicos te ajudaram, mas quem te curou foi seu marido’. Ele tem razão. Quando eu perdia cabelo, ele imediatamente transformava o momento em algo positivo e me elogiava. Não me senti desamparada, e isso não é a realidade de muitas mulheres.”

 

Isabella

“Contei pra minha filha depois que operei (em abril) e recebi todos os resultados. Já sabia o que aconteceria dali em diante. Minha relação com a Isabella (de 12 anos) sempre foi muito franca. Ela ficou preocupada com o fato de eu perder cabelo com a quimioterapia. Respondi: ‘Vou tentar não ficar careca. Mas, se acontecer, vai fazer parte do processo’. Foi muito guerreira ao meu lado, pediu para ir a uma sessão de quimio comigo. E foi, com a minha mãe, no último dia do tratamento, na radioterapia.”

 

Amigo de fé

“Perdi 40% do cabelo, mas sempre tive muito. Depois de todo o processo, quando me vi transformada, cortei os fios. Eles estavam estressados, foram muito guerreiros junto comigo. Pedia ao cabelo: ‘Aguenta aí! Se segura, malandro’. Sempre foi a minha maior vaidade. Durante o tratamento, usei a touca inglesa (uma tecnologia de resfriamento do couro cabeludo que fecha o bulbo capilar, evitando parte da queda, um efeito colateral da medicação; o custo pode chegar a R$ 500 por sessão) . É eficiente, mas brutal: colocava duas horas antes do ciclo de remédio, duas horas durante e duas horas depois. Eu queria estar bonita. Meus cílios caíram muito, aí coloquei postiços. Não ia ficar desciliada, não! Nem todo mundo vai conseguir o mesmo visual que conquistei durante o processo, mas não percamos o foco: mais importante do que a beleza estética é a beleza de estar viva.”

Espelho

“Tenho esse corpo desde os 15 anos. Mas nunca foi por pressão externa, mas por um desejo incansável de saúde e de beleza também. Não tenho problema em dizer isso: sempre fui muito vaidosa. Hoje em dia, lido com isso de forma mais saudável. Passo para a minha filha a mensagem de ver a beleza na imperfeição. Mostro meus defeitos, principalmente os estéticos, porque é muito comum os filhos se espelharem nos pais. Tenho certeza de que sou uma referência de beleza para ela. Então, pode ser muito difícil a relação dela com isso.”

Crença e ciência

“Sou católica não praticante, mas sempre fui uma pessoa muito espiritualizada, atenta ao meu anjo da guarda. Minha filha começou o catecismo um dia antes da minha cirurgia. A freira que dá aula tinha tido câncer, inclusive tirado uma mama, e me falou tantas coisas lindas, me encheu de esperança, e acabei fazendo a catequese de novo com a Isabella, todo domingo. Terapia comecei a fazer só depois da doença. Nas seis primeiras sessões, me perguntei: ‘O que to fazendo aqui?’ Na sétima, veio.”

Zoeira

“Eu me levava muito a sério no começo. Tinha a obrigação de vencer e, ao longo dos anos, fui me desconstruindo. É claro que trabalho com muita responsabilidade. Mas é como digo: ‘Se eu errei, caguei; se virei meme, amei’. E são tantas brincadeiras. A mais divertida foi a do três (no ‘É de casa’, Ana ficou abismada com o preço de uma carteira e repetiu ‘três reais’ diversas vezes) . Aconteceu há tempos, mas continua presente.”

Melhor idade

“Estou em período de menopausa, há um ano tomando o tamoxifeno (uma droga que impede a secreção de estrogênio, uma espécie de combustível para o câncer de mama) . Mas essa fase não me causa tristeza. Se eu sinto calor, é porque estou viva. Então, vem calor! Escutava muito sobre libido, e todos os médicos sempre me falaram que isso está na cabeça — e é verdade.”

 
 

Pontapé inicial

“Apareci na abertura da novela ‘Explode coração’, mas meu primeiro grande trabalho na Globo foi no game show “Ponto a ponto”, em 1995. Fiz um teste grande. Lembro de demorar duas semanas para vir a resposta. Estava me preparando para um desfile, na São Paulo Fashion Week (ela foi modelo de 1992 a 1995) , e o diretor me ligou falando que era uma boa hora para um novo rosto na TV. Nem sei como desfilei naquele dia.”


O Globo sábado, 26 de outubro de 2019

JILÓ GANHA VERSÕES CRIATIVAS NOS BOTECOS

 

Amado por uns e odiado por outros, o jiló ganha versões criativas nos botequins

Sugestões vão do acarajé ao guacamole passando por espetinhos, pastéis, bolinhos e até lasanha
 
 
 
 

Jiló tem gosto de castigo, de comida ruim, amarga, que a gente é obrigado a comer quando é criança “porque tem que comer de tudo”. Fato, fake ou apenas preconceito?

— Preconceito. As pessoas pensam comida em blocos: tem comida de casa, comida de botequim e comida de restaurante — diz Roberta Sudbrack, que já dedicou cardápios a ingredientes pouco populares como chuchu e maxixe.

 

Consulte aqui: Guia Rio Show de Gastronomia

Ingrediente raríssimo nos menus de restaurantes, o fruto tem espaço garantido nos botequins. E não é de hoje. Além de barato, permite as mais variadas preparações e o amargor amacia uns bons tragos.

— O jiló é vagabundo por natureza, não consegue ficar sofisticado — brinca Raphael Vidal, da Casa Porto.

No quadro de cardápio, sempre está o jiló em conserva, com cebola roxa, bem com cara de boteco. Mas tem também a sacanagem de jiló, um espetinho com batata calabresa, jiló, queijo gratinado no maçarico e geleia de pimenta. Volta e meia ele aida aparece no almoço, seja à parmeggiana ou à milanesa.

Felipe Quintans, do Bar Madrid, também sai em defesa do coisa ruim.

— Não é considerado um alimento nobre. As pessoas acham que jiló é comida de passarinho ou de estufa de boteco — brinca Felipe, que serve duas opções no seu bar.

Nathalie Passos experimentou diferentes versões de jiló na Casa Porto Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Nathalie Passos experimentou diferentes versões de jiló na Casa Porto
Foto: Ana Branco / Agência O Globo

 

 

A chef Nathalie Passos, do Naturalie, em Botafogo, esteve lá para experimentar uma delas, mas acabou comendo as duas: o pastel de jiló com linguiça e o recheado com camarão, gratinado no forno com mozzarella, molho de tomate e orégano (R$ 18).

— Nunca tinha comido jiló assim. O ponto está perfeito. E esse pastel eu já gostei só de olhar para a massa — elogiou Nathalie, que, apesar de ter um restaurante de vegetais e adorar jiló, só come mesmo na casa da mãe e explica o motivo de não colocá-lo no menu. — Está no inconsciente coletivo: as pessoas dizem que jiló é a pior comida do mundo. Fica difícil incluir num cardápio de restaurante.

Mas em boteco é fácil Da cozinha afetiva nordestina do Kalango, na Praça da Bandeira, saiu a caponata do sertão (R$ 22), servida com massa de pastel em vez de torradas.

— Tem jiló, maxixe, quiabo e jerimum. Tem tudo o que o povo não gosta — diz o criador do prato, Emerson Pedrosa.

 Frédéric Monnier aprovou a caponata do Sertão, do Bar Kalango, na Praça da Bandeira Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Frédéric Monnier aprovou a caponata do Sertão, do Bar Kalango, na Praça da Bandeira
Foto: Ana Branco / Agência O Globo

 

Depende do povo. O francês Frédéric Monnier comeu, gostou, e repetiu.

— Isso aqui é muito bom, é um ratatouille do sertão. — elogiou o chef. — Você só sente o jiló no final. Não consigo parar de comer.

No Rio há 19 anos, ele só experimentou jiló quando chegou por aqui, na casa da sogra. Ainda que seja um sabor difícil, Monnier deu um jeitinho bem carioca de incluir o ingrediente no menu do extinto Casarão Ameno Resedá, no Catete.

 

— Era recheado com carne e linguiça e gratinado com queijo. Servia como couvert— relembra o chef sobre a ousadia da escolha para a casa de shows. — Lá era escuro. Quando se davam conta, já tinham comido e gostado.

Já um outro francês torceu (um pouco) o nariz. Foi Jérôme Bocuse, filho de Paul Bocuse, o criador da nouvelle cuisine, quando esteve no Brasil, em 2014. Experimentou o guacamole de jiló do Bar do Momo, com linguiça, tomate, cebola e tomilho.

“Gosto do sabor como um todo, mas talvez seja um pouco amargo para o meu paladar”, disse na época.

Toninho não se abalou com a crítica. Primeiro por ter apresentado um ingrediente a um chef gringo. Depois, porque o guacamole virou um petisco emblemático no Momo e na Liga dos Botecos (R$ 23,90). Foi Toninho, aliás, que deu o toque final no prato do Bar da Frente, na Tijuca, o chips de jiló com vinagrete.

— Ele meteu o bedelho e deu umas dicas no vinagrete — conta Mariana Rezende.

Sempre buscando um toque de originalidade nos petiscos, David Bispo, do Bar do David,criou um acarajé com massa de jiló com queijo, recheado com carne, bacon, calabresa e servido com couve frita e vinagrete de jiló.

— O jiló tem uma importância forte nos botecos, principalmente nos de Minas. Fiz duas homenagens num petisco só: aos mineiros e aos baianos. Mesmo quem não gosta de jiló se amarra — conta David, que acaba de abrir uma filial de seu bar do Chapéu Mangueira na Barata Ribeiro.

 

Apesar da concorrência forte do bolinho de camarão, o de jiló, com massa de salgadinho e recheio de jiló e linguiça (R$ 5,50), do Bracarense, “vende para caramba”, segundo Kadu Tomé.

—É uma homenagem ao Joaquim Ferreira dos Santos, que é fã de jiló — conta.

Em alguns bares, para provar quitute com jiló tem que chegar cedo

No Bar do Omar, no Morro do Pinto, nenhum jiló se perde, todos se transformam. Para evitar desperdícios, Omar Monteiro deu como missão para Ana, sua mulher, inventar algum bolinho com jiló. Se deu certo? Bom, a cada fim de semana ele vende, em média, 70 porções do bolinho (R$ 28), que ainda leva linguiça toscana. Detalhe, cada uma com seis unidades. Faz a conta.

Não menos popular é o jiló empanado no parmesão e servido com tapenade (R$ 37,90), do Cachambeer. O amarguinho com o croc do queijo desce que é uma beleza com um chope. No Marín Comes e Bebes, em Botafogo, a pedida para dividir é o jiló Luiz Gonzaga (R$ 24,90), um antepasto do fruto com tomate, balsâmico e pãozinho da casa. Para comer sozinho, dupla de pastel de jiló (R$ 11,95) — é impossível comer um só.

Criativa pacas é a trilogia de jiló do Bar da Gema, na Tijuca: caldinho de jiló (R$ 12), lasanha de jiló (R$ 15) e vinagrete de jiló, carinhosamente chamado de jilógrete (R$ 7). Outro bar que aposta em três versões de jiló é Os Imortais, em Copacabana. O trio ternura (R$ 25,90), na verdade, é uma régua de amargor, com opções para iniciantes, iniciados e para a coluna do meio. Na ordem: chips de jiló à milanesa, jiló na manteiga e alho e jiló à parmeggiana carregado no queijo.

 

No Bar da Portuguesa, em Ramos, o negócio é diferente. Por lá, jiló tem tratamento de protagonista, é feito aos domingos, e são apenas 50 unidades (R$ 7,50).

— Ele é ensopadinho com molho de tomate com o tempero da minha mãe (Dondon, a tal portuguesa) e muito queijo ralado por cima. É só aos domingos. Acabou, acabou — conta Paulinho Gomes.

Juntos na TV no programa “Mestre do Sabor”, Katia Barbosa e Claude Troisgros são amigos de longa data. Uma parceria que foi parar no cardápio do Aconchego Carioca, na Tijuca. É o jiló do Claude (R$ 27,90), marinado no aceto balsâmico e no mel, com queijo boursin de cabra. Uma criação de Kátia ao mestre, com carinho amargo.

Ponto certo de jiló bom no Grajaú é o bar Santo Remédio. Foi com um petisco de jiló que eles venceram a edição de 2015, do Comida di Buteco. O prato era atrevido: amo ela qui nem jiló: moela, “santo” jiló e o chutney de manga da casa(R$ 32).

— O jiló aqui recebe um tratamento especial. São fritos um a um, na mesma espessura — orgulha-se Wagner Duarte, que ensina o pulo do gato. — Tem que colocar um a um porque eles se amam. Se colocar junto, eles se abraçam e ficam de conchinha.

Destacando ingredientes brasileiros e num cardápio autoral, o Urukum, na Marina da Glória, é um dos poucos restaurantes da cidade a bancar o jiló no cardápio. A sugestão é a guacamole mineira (R$ 32), uma versão brasileira do prato mexicano, com jiló refogado com calabresa e temperado com limão, tomate, coentro e pimenta.

 

— Essa guacamole está no cardápio desde o lançamento da casa. E eu não encontro nenhuma resistência das pessoas em relação ao prato — garante o chef Jeferson Pacheco. —Pelo contrário, elas ficam curiosas e pedem sempre. E eu gosto disso.

Para provar o gosto amargo

  • Aconchego Carioca: Rua Barão de Iguatemi 245, Praça da Bandeira — 2273-1035.
  • Bar da Frente: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira — 2502-0176.
  • Bar da Gema: Rua Barão de Mesquita 615, Tijuca — 3549-1480.
  • Bar da Portuguesa: Rua Custódio Nunes 155, Ramos — 3486-2472.
  • Bar do David: Rua Barata Ribeiro 7, Copacabana —3298-5975.
  • Bar do Momo: Rua General Espírito Santo Cardoso 50, Tijuca —2570-9389.
  • Bar do Omar: Rua Sara 114, Morro do Pinto, Santo Cristo — 95905-0680.
  • Bar Madrid: Rua Almirante Gavião 11, Tijuca —3594-8526.
  • Bracarense: Rua José Linhares 85, Leblon — 2294-3549.
  • Cachambeer: Rua Cachambi 475, Cachambi —3042-1640.
  • Casa Porto: Largo São Francisco da Prainha 4, Saúde — 97273-0502.
  • Kalango: Rua São Valentim 513, Praça da Bandeira —2504-0088.
  • Liga dos Botecos: Rua Álvaro Ramos 170, Botafogo —3586-2511.
  • Marín Comes e Bebes: Rua Voluntários da Pátria 32, Botafogo — 2266-1561.
  • Os Imortais: Rua Ronald de Carvalho 147, Copacabana — 3563-8959.
  • Santo Remédio:  Rua Barão de Mesquita 922, Grajaú —3217-3515.
  • Sud, o Pássaro Verde Café: Rua Visconde de Carandaí 35, Jardim Botânico —3114-0464.
  • Urukum: Marina da Glória, Aterro do Flamengo —2556-1201.

O Globo sexta, 25 de outubro de 2019

ROSA WEBER VOTA CONTRA PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

 

Rosa Weber vota contra prisão em segunda instância, e desempate deve ficar a cargo de Toffoli

 

Placar do julgamento está em 4 votos a 3 pela possibilidade de prisão antecipada dos réus; julgamento foi suspenso
 
 
A ministra do STF Rosa Weber 24/10/2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
A ministra do STF Rosa Weber 24/10/2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
 
 

BRASÍLIA — A ministra Rosa Weber votou nesta quinta-feira contra a prisão em segunda instância a favor do início da execução da pena somente após o trânsito em julgado, ou seja, após esgotados todos os recursos. Após Rosa, já votaram os ministros Luiz Fux, que entendeu pela prisão após a segunda instância, e Ricardo Lewandowski, acompanhando a ministra. O julgamento foi suspenso após o voto de Lewandowski. O placar está 4 a 3 a favor da prisão após condenação em segunda instância.

 

Entre os quatro ministros que ainda vão votar, a maioria defende que o réu aguarde por mais tempo em liberdade, antes de ir para a cadeia. A tendência é que, ao fim, não deve haver maioria nem para a segunda instância, nem para o trânsito em julgado, e o desempate deve caber ao presidente Dias Toffoli.

Prender ou não prender ? Visões pró e contra prisão após 2ª instância

Toffoli, que é o último a votar, já defendeu em outras ocasiões o julgamento de recurso pelo Superior Tribunal de Justiça como condição para o início do cumprimento da pena. A tese de ínicio do cumprimento da pena após o julgamento do primeiro recurso no STJ ganhou força nos últimos dias. Deste modo, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva não seria beneficiado.

 

 

Ministros que historicamente defendem a segunda instância já disseram, em caráter reservado, que migrariam para a solução de Toffoli quando houver a proclamação do resultado do julgamento. Isso porque, se mantiverem seus votos originais, ganha o time do trânsito em julgado. Toffoli tenderia a migrar para esse lado, caso ninguém apoie sua tese, formando o placar de seis votos a cinco contra a segunda instância.

Após o fim da sessão de hoje, Toffoli disse que o voto dele ainda não está pronto e que muitas vezes o voto do presidente do STF não é o mesmo que ele daria como ministro sem o peso do cargo.

— Eu estou ainda pensando meu voto. Como o ministro Marco Aurélio sempre costuma dizer, estou aberto a ouvir todos os debates. Muitas vezes o voto nosso na presidência não é o mesmo voto (como ministro). Pelo menos eu penso assim, em razão da responsabilidade da cadeira presidencial. Não é um voto de bancada, é um voto que também tem o cargo da representação do tribunal como um todo — explicou a um grupo de jornalistas.

Em seu voto, Rosa Weber ressaltou que o "STF é o guardião do texto constitucional, não o seu autor".

- Goste eu pessoalmente ou não, esta é a escolha político-civilizatória manifestada pelo poder constituinte. Não reconhecê-la importa reescrever a Constituição para que ela espelhe o que gostaríamos que ela dissesse, em vez de observarmos  - disse Weber, completando:

- O STF é o guardião do texto constitucional, não o seu autor.

Leia : Idas e vindas sobre prisão após condenação em segunda instância

O voto dado pela ministra no ano passado, no julgamento de um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou a falsa expectativa até mesmo entre alguns de seus colegas de que a ministra mudaria de ideia. Na ocasião, Weber votou pela prisão do réu depois da condenação em segunda instância. Mas explicou que fazia isso em respeito à decisão tomada pelo plenário em 2016, embora sua opinião pessoal sobre o tema fosse diferente. Ela seguiu o precedente do plenário em outras 66 decisões individuais.

 

Após Rosa, o ministro Luiz Fux, que votou pela prisão de condenados em segunda instância, citou alguns crimes violentos ou de corrupção que tiveram repercussão nacional para defender a prisão.

— O que a Constituição quer dizer é: até o trânsito em julgado, o réu tem condições de provar sua inocência. À medida que o processo vai tramitando, essa presunção de inocência vai sendo mitigada. Há uma gradação. É uma coisa simples de verificar. Um homem é investigado, depois é denunciado, depois é condenado. Posteriormente, o tribunal de apelação confirma a condenação dele. Os tribunais superiores não admitem reexame de fatos e provas. Esse homem vai ingressar no Supremo Tribunal Federal inocente, com presunção de inocência? — disse Fux.

Depois, o ministro Ricardo Lewandowski voltou a defender seu posicionamento contrário à prisão de condenados em segunda instância.

— Seja qual for a maneira como se dá a mutação do texto constitucional, ela jamais poderá vulnerar os valores fundamentais sobre as quais se sustenta. A Constituição Federal de 1988 definiu tais barreiras em seu artigo 60, parágrafo 4º, denominadas pela doutrina de cláusulas pétreas. A presunção de inocência, com toda certeza, integra a última dessas cláusulas, representando talvez a mais importante das salvaguardas do cidadão, considerado o congestionadíssimo e disfuncional sistema judiciário brasileiro — afirmou.


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