Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
O Globo sábado, 03 de novembro de 2018
COM O FIM DO MINISTÉRIO DA CULTURA, PRODUTORES AVALIAM NOVOS CAMINHOS
Com o fim do Ministério da Cultura, produtores avaliam os caminhos para criar pontes com o novo governo a partir de 2019
Vitrine e vidraça, Lei Rouanet é considerada fundamental pelo setor, mas sempre foi alvo de críticas e deve ser reavaliada pelo novo governo
Emiliano Urbim e Alessandro Giannini
03/11/2018 - 04:30
O musical "Kiss me, Kate", de Charles Moeller & Claudio Botelho, de 2015, que teve incentivos da Lei Rouanet Foto: Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo
RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO — Em maio de 2016, o fim do Ministério da Cultura via medida provisória na posse de Temer provocou intensa mobilização do setor. Em 21 capitais, o movimento Ocupa MinC se instalou em prédios ligados à pasta, com o Palácio Gustavo Capanema convertido em polo de manifestação no Centro do Rio. Resultado: nove dias depois de extinto, o órgão foi recriado.
Agora, o setor terá os próximos meses para se adaptar e discutir mudanças. O governo eleito, que toma posse em janeiro, cumpre a promessa de campanha e, no plano de enxugar a máquina, anuncia que a pasta será incorporada como secretaria do novo Ministério da Educação, Cultura e Esporte. Diante disso, representantes da Cultura perguntam: e agora?
Várias questões-chave, que dizem respeito às principais ações do ministério nas últimas décadas, precisam ser respondidas nessa transição. Por exemplo: como fica a situação dos órgãos vinculados ao MinC, como a Funarte e o Iphan? Como fica a tão criticada e nem sempre compreendida Lei Rouanet? (leia mais abaixo). E, por fim, como será o diálogo com um governo que não tinha incluído a Cultura em seu programa?
A empresária Paula Lavigne, à frente do grupo de artistas 342 Artes, comenta:
— Promessa feita, promessa cumprida. Não é surpresa que o presidente eleito ia acabar com o MinC. Acho uma pena e acho que, sim, vai ter uma piora muito grande em toda a indústria cultural, que gera tanto emprego. É uma pena as pessoas não saberem o que a cultura gera para o Brasil.
O fim do MinC Foto: Andre Mello / Editoria de Arte
Marcelo Calero esteve no meio da morte anunciada do MinC em 2016: foi nomeado secretário da Cultura e assumiu como ministro de Temer, cargo que ocuparia por cerca de seis meses. Recém-eleito deputado federal pelo PPS-RJ, ele afirma que o momento não é de enfrentamento, mas de diálogo.
O Globo sexta, 02 de novembro de 2018
PACOTE ANTICORRUPÇÃO SERÁ BASE DA GESTÃO MORO
Pacote anticorrupção será base da gestão Moro no Ministério da Justiça
Propostas reunidas pela Transparência Internacional defendem maior rapidez na análise de recursos judiciais
Thiago Herdy
02/11/2018 - 04:30 / 02/11/2018 - 07:53
O juiz Sergio Moro levou, no voo de Curitiba para o Rio,o livro com 70 propostas legislativas de combate à corrupção construídas por dezenas de organizações lideradas pela Transparência Internacional Foto: Agência O Globo
SÃO PAULO — O pacote com 70 propostas legislativas para ocombate à corrupçãoapresentado por duas centenas de especialistas liderados pela Transparência Internacional (TI), Fundação Getúlio Vargas e organizações da sociedade civil é o principal ponto de partida e base da futura gestão do juiz Sergio Moro à frente do superministério da Justiça e Segurança Pública.
Diversos procuradores da Lava-Jato participaram da construção da proposta. Um ponto central do pacote, já chancelado por Moro no passado, é a necessidade de mudanças no sistema judicial para reduzir a impunidade em crimes de colarinho branco.
Uma das medidas propõe o aperfeiçoamento da prescrição penal e o fim da necessidade de se aguardar até a sentença judicial para a pena pode ser aplicada ou não.
Atualmente, a prática é percebida como verdadeira “aberração” do sistema penal brasileiro, causadora de desperdício de recursos e da energia do Judiciário.
Imprimir maior celeridade ao sistema de recursos judiciais, sem eliminar garantias processuais e o direito à ampla defesa, também é tratada como prioritária dentro do pacote.
Do ponto de vista dos integrantes da Lava-Jato e especialistas consultados pelo projeto, há espaço para avanço também no que diz respeito à recuperação de valores de crime, medidas de transparência pública, criminalização do caixa 2, ficha limpa para servidores públicos, incentivo ao compliance nas empresas e proteção do delator.
Na condição de ministro, Moro não será o único agente a propor as mudanças, que dependem em grande parte do Congresso Nacional. No entanto, sua posição no governo é entendida como privilegiada para um papel de articulação das mudanças.
Estarão diretamente sob sua influência órgãos importantes de combate à corrupção, como Polícia Federal e o próprio Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), responsável por verificar movimentações financeiras atípicas.
Durante a Lava-Jato, por diversas vezes Moro registrou o descontentamento com o fato de que muitas das transações ilegais detectadas no âmbito do órgão não resultaram em providências em tempo devido. Alterar este quadro é uma das agendas do futuro ministro.
Moro também busca no pacote da Transparência Internacional inspiração para medidas que vão além do direito penal e são muito próximas de seus posicionamentos públicos, como iniciativas de prevenção à corrupção (em especial aquelas que buscam promover políticas de integridade do setor público e privado), o aperfeiçoamento da cooperação jurídica internacional (para dar mais celeridade às investigações) e o fortalecimento do controle interno na administração pública.
O pacote de dez medidas da corrupção, desfigurado pela Câmara, também deve ser retomado, mas em seu desenho original.
O Globo quinta, 01 de novembro de 2018
DECISÃO DE MORO PODE TIRAR PROCESSO DA LAVA-JATO
Decisão de Moro pode tirar processos da Lava-Jato de Curitiba
Juíza substituta assumiria provisoriamente a 13ª Vara Federal e poderia interrogar o ex-presidente Lula
Cleide Carvalho
01/11/2018 - 04:30 / 01/11/2018 - 07:45
Sede da Justiça Federal em Curitiba Foto: Agência O Globo
SÃO PAULO — Os processos da Lava-Jato deverão ser conduzidos provisoriamente pela juíza substituta Gabriela Hardt, caso o juiz Sergio Moro aceite o convite para ser ministro da Justiça do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ela assumiria provisoriamente a 13ª Vara Federal de Curitiba, uma vez que, segundo a Lei da Magistratura, Moro fica proibido de exercer qualquer cargo na administração pública. Ele pode apenas dar aula.
Se assumir o posto, caberá a Gabriela interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 14, no processo referente ao sítio de Atibaia.
Gabriela Hat também poderia assumir o processo que envolve a compra de um prédio para o Instituto Lula e de uma cobertura vizinha ao apartamento do ex-presidente em São Bernardo do Campo, pela Odebrecht. A defesa de Lula tem até meia-noite de hoje para apresentar as alegações finais e, a partir de então, a ação pode ser julgada.
Nesse caso, Gabriela teria de decidir se daria uma sentença ou aguarda pela nova configuração da 13º Vara.
Na prática, a Lava-Jato pode estar perto do fim em Curitiba. A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia retirado das mãos de Moro novas investigações, como as menções a Lula e ao ex-ministro Guido Mantega por delatores da JBS. O presidente do STF, Dias Toffoli, também suspendeu uma ação penal na 13ª Vara Federal contra Mantega, sob argumento de que os supostos repasses da Odebrecht devem ser analisados pela Justiça Eleitoral.
Na condição de juíza substituta, Gabriela não poderá assumir definitivamente a vaga de Moro, que é juiz titular. Pelas regras da magistratura federal, o lugar, se vago, deverá ser oferecido inicialmente aos demais juízes federais titulares da região, que inclui Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul . São 223 nomes no total.
Prisão de Dirceu
Moro é o responsável por todos os processos da Lava-Jato. Os que estão na 13ª Vara, mas sem relação com a operação, já são tocados por Gabriela, ex-juíza corregedora do presídio federal de Catanduvas (PR).
Nos afastamentos do juiz federal titular, como férias ou licença médica, por exemplo, a substituição é automática. Como substituta de Moro, Gabriela determinou, por exemplo, a prisão do ex-ministro José Dirceu em maio passado. A decisão acabou revista pelo Supremo.
Todos que tiverem interesse em ser transferidos para Curitiba podem pleitear a vaga, que será destinada ao que estiver há mais tempo no cargo de juiz federal, independentemente da idade. A 13ª Vara é especializada em lavagem de dinheiro.
A escolha do juiz que substituirá Moro será feita em sessão do Conselho de Administração do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Um juiz substituto só chegará ao cargo se nenhum juiz titular manifestar interesse. A regra é a mesma para passar de juiz substituto para titular, com a diferença que há alternância: uma promoção por antiguidade no cargo, e outra por mérito.
A previsão é que Gabriela conduziria a Lava-Jato até fevereiro — período previsto para que seja feito os trâmites burocráticos de exoneração, dos pedidos de remoção e da posse do escolhido. Até lá, a juíza poderá contar com um juiz auxiliar indicado pelo TRF-4.
O Globo quarta, 31 de outubro de 2018
PROFESSOR COLECIONA VISITAS A BARBEARIAS AO REDOR DO MUNDO
Professor coleciona visitas a barbearias ao redor do mundo
Nesses estabelecimentos, Bruno Dieguez captura a essência das cidades visitadas
e Eduardo Vanini
30/10/2018 - 10:32 / 30/10/2018 - 16:27
As barbearias visitadas por Bruno estão no Instagram @zeugch Foto: Bruno Dieguez / Divulgação
Fazia um calor daqueles em Sevilha, na Espanha, e Bruno Dieguez tinha algumas horas para aproveitar a cidade, em meio a uma viagem de trabalho. Saiu batendo perna pela região do hotel e, quando deu de cara com uma barbearia com pinta de tradicional, resolveu entrar para dar um tapa no visual. Cruzar aquela porta foi um caminho sem volta. O professor universitário e diretor de comunicação de uma empresa especializada em hotelaria descobriu, naquele momento, o quão rico esses ambientes podem ser e passou a colecionar visitas a barbearias ao redor do mundo.
Depois disso, vieram outra experiência parecida em Siena, na Itália e, finalmente, a definitiva, em Santa Mônica, nos Estados Unidos, quando Bruno dedicou ainda mais tempo para explorar as barbearias. De lá para cá, já foram 16 estabelecimentos no Brasil e no mundo, devidamente registrados em sua página no Instagram (@zeugch).
Para dar conta do hobby, o professor desenvolveu algumas estratégias. A primeira delas diz respeito a um fator natural: <QL>o crescimento do cabelo. Ao programar uma viagem, ele lança mão de uma matemática para que os fios estejam prontos para serem cortados enquanto estiver no destino. E, para chegar até os endereços mais interessantes, faz pesquisas pela internet ou busca informações com locais, quando tem menos tempo a perder zanzando pela cidade. Foi assim que chegou até uma barbearia “secreta” em Paris.
Bruno Dieguez Foto: Bruno Dieguez / Divulgação
— Estava chovendo, e queria algo perto do hotel. Consultei a concierge, e ela me mandou a um lugar com atmosfera daqueles bares em que você tem que ser convidado para entrar. A funcionária do hotel, inclusive, havia me dito que eu teria uma surpresa, o que aconteceu ao final do atendimento. Fui convidado a cruzar uma porta que dava num bar cheio de gente. Chamei um amigo que mora em Paris para conhecer, e até ele ficou surpreso com o espaço — lembra Bruno.
Outra experiência inusitada se deu do outro lado do mundo. Em viagem pelo Japão, o professor não poderia abrir mão de testar as tesouradas daquele intrigante país e entrou num espaço pinçado durante as suas andanças. Só esbarrou num detalhe: o idioma.
— Ninguém falava inglês, exceto algumas palavras-chave, e o jeito foi explicar por mímica o que eu queria — diz Bruno, adiantando que o resultado final foi aprovado. — Mas interessante mesmo foi observar todo o gestual. O cabeleireiro quase não tocava em mim, parecia que estava flutuando. Além disso, o local era extremamente silencioso.
Encarar tantas barbearias diferentes tem seus riscos. O resultado, digamos, mais infeliz foi em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Bruno foi à cidade para um casamento e, ao passar por um estabelecimento que julgou “pitoresco”, decidiu experimentar.
— O barbeiro me perguntou o que eu queria, e pedi que sugerisse algo. Estava cansado e não prestei muita atenção <QL>no que ele estava fazendo. Quando vi, estava com um bigode triangular, no formato de uma asa-delta, bem esquisito — descreve. — Por sorte, estava todo mundo bêbado no casamento e ninguém reparou.
A vantagem é que, entre erros e acertos, Bruno aprendeu a “farejar” os melhores lugares e não esconde o jogo sobre os critérios. Um dos primeiros pontos a serem observados, segundo ele, são as estratégias de comunicação. Um bom site e uma conta caprichada no Instagram costumam ser indicativos positivos. Ao visitar o local, vale dar uma conferida na decoração e nos instrumentos que estão sobre a bancada de trabalho. O mesmo olhar clínico deve ser direcionado aos profissionais que lá estão.
Barbearias pelo mundo por Bruno Dieguez Foto: Bruno Dieguez / Divulgação
— Quando se trata da primeira visita, não ser atendido logo de cara pode ser vantajoso. Com isso, você ganha tempo para observar as técnicas de trabalho dos atendentes. Eu mesmo já usei uma desculpa para deixar a barbearia, depois de perceber que as pessoas estavam cortando o cabelo dos clientes com total descaso — conta, frisando que, para a experiência ser boa, o barbeiro precisa estar fazendo aquilo de que realmente gosta.
Com o passaporte recheado de carimbos, Bruno não olha com menos interesse para as barbearias em solo brasileiro, incluindo os endereços no Rio, onde mora. De tão apaixonado por esse tema, o professor já chegou a comemorar o seu aniversário num desses locais:
— Foi numa barbearia em Botafogo, que fica numa casa com um quintal na parte de trás. O espaço foi transformado em área de convivência, com uma mesa de sinuca. As pessoas começaram a chegar, e eu ainda estava cortando o cabelo. Acharam que eu era louco, mas adoraram.
Agora, Bruno anda com todas essas vivências debaixo do braço, na expectativa de transformá-las num programa de TV. O mote seria contar as histórias desses endereços, por meio de seus donos e clientes.
— É um universo muito grande. Certamente renderia ótimas histórias —diz, ao vender o seu peixe.
Difícil discordar.
O Globo terça, 30 de outubro de 2018
CATHERINE DENEUVE LEILOA ROUPAS DA ALTA-COSTURA DE YVES SAINT LAURENT
Catherine Deneuve leiloa roupas da alta-costura de Yves Saint Laurent
Atriz francesa foi uma das musas do estilista
O Globo
29/10/2018 - 12:12 / 29/10/2018 - 13:46
Catherine Deneuve e Yves Saint Laurent, em 1987 Foto: PIERRE GUILLAUD / AFP
Catherine Deneuve está fazendo uma limpeza no armário e vai leiloar nada mais nada menos que várias peças de alta-costura do estilista Yves Saint Laurent. A venda começa no dia 23 de janeiro, durante a semana de moda de Paris, e será feita pela filial francesa da casa de leilões Christie's e pela internet. Serão cerca de 300 peças, que estarão em exibição para o público geral entre 19 e 24 de janeiro.
A atriz, de 75 anos, uma das musas do estilista francês, disse que tomou essa decisão porque não tem mais espaço para guardar os itens, já que colocou no mercado também sua enorme propriedade na Normandia, onde está boa parte de seu armário.
Yves Saint Laurent e Catherine Deneuve no desfile comemorativo de 30 anos da marca, em 1992 Foto: PIERRE GUILLAUD / AFP
"Hoje, estou deixando minha casa na Normandia, onde mantenho essa coleção, com muita tristeza. Elas são criação de um homem muito talentoso e que só queria fazer as mulheres mais bonitas", disse ela.
Deneuve tinha 22 anos quando encontrou Saint Laurent pela primeira vez, por indicação de seu marido na época, David Bailey. Ela tinha um evento com a rainha Elizabeth e pediu ao estilista que fizesse um vestido para a ocasião. A francesa chegou ao ateliê de YSL com uma foto de uma modelo usando um modelito do ano anterior que ela tinha gostado muito. A partir daí, começou uma longa amizade e, logo depois, ela o convidou para criar o figurino do filme "A Bela da tarde" (1967).
Catherine Deneuve e YSL em 1984 Foto: PIERRE GUILLAUD / AFP
O Globo segunda, 29 de outubro de 2018
TRUMP LIGOU DESEJANDO BOA SORTE
Bolsonaro diz que recebeu ligação de Trump para desejar 'boa sorte' após eleição
Presidente eleito ressaltou que pretende 'pacificar' o país e relações com países sem 'viés ideológico'
Henrique Gomes Batista e Júlia Cople
28/10/2018 - 21:27 / 29/10/2018 - 06:27
Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) agradece festejo de apoiadores em frente à sua casa, na Barra da Tijuca Foto: Reprodução/Facebook
RIO — O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou em transmissão ao vivo no Facebook que recebeu telefonemas de líderes internacionais com felicitações pela vitória nas eleições, neste domingo — entre eles, o presidente americano,Donald Trump . Segundo o parlamentar, o republicano lhe desejou "boa sorte" em um "contato bastante amigável".
— Acabei de receber ligações de alguns líderes, entre eles, o presidente dos Estados Unidos. Acabou de nos ligar e desejou boa sorte. E, obviamente, foi um contato bastante amigável. Nós queremos nos aproximar de vários países do mundo sem o viés ideológico — ressaltou o parlamentar na rede social.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou na noite deste domingo que Trump ligou para parabenizar Bolsonaro "e o povo brasileiro" pelas eleições.
— Ambos expressaram um forte compromisso de trabalhar lado a lado para melhorar a vida das pessoas dos Estados Unidos e do Brasil —, afirmou Sanders em uma nota.
A ideia de aproximar o Brasil da comunidade internacional, disse Bolsonaro, precisa de um ministro das Relações Exteriores que "converse com o mundo todo, pensando em um projeto de o Brasil fazer comércio, logicamente sem prejudicar o nosso empresário, o nosso industrial". A intenção, segundo o presidente eleito, é firmar parcerias para que "a economia comece a andar".
Na transmissão, Bolsonaro se dirigiu inicialmente aos milhares de apoiadores que se reúnem em frente a seu condomínio na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O presidente eleito agradeceu pela celebração e ressaltou que, como seus eleitores, estava "muito feliz" com o resultado. O parlamentar ponderou que, por "questões de segurança", não poderia sair de casa para festejar com eles.
O Globo domingo, 28 de outubro de 2018
CASAIS SUBSTITUEM SOLENIDADE DAS IGREJAS POR CERIMÔNIAS AO AR LIVRE NA RUA DO OUVIDOR
Casais substituem a solenidade das igrejas por cerimônias ao ar livre na Rua do Ouvidor
Noivos atravessam um longo tapete vermelho estendido bem do lado da Saara, no Centro
Diego Amorim
28/10/2018 - 04:30 / 28/10/2018 - 08:35
Ao ar livre. Com tapete vermelho, madrinhas de longo e olhares de curiosos, Julianna Paraizo é levada ao altar na Rua do Ouvidor Foto: Divulgação
RIO - Felizes para sempre, com a benção das ruas. A crise e a vontade de ousar estão levando casais do Rio a trocarem o altar de igrejas tradicionais, geralmente caro, pela informalidade dos espaços públicos. A Rua do Ouvidor — uma das mais importantes do Rio no século passado, onde se concentravam os principais jornais e para onde afluíam cariocas em busca de notícias — saiu na frente e já está com o burburinho habitual do dia a dia em ritmo de marcha nupcial. Mas sem cerimônia. Os noivos atravessam um longo tapete vermelho estendido bem do lado da Saara, mercado popular que ferve a céu aberto.
Casamento entre Adriana e Felipe, em setembro, aconteceu na Rua do Ouvidor Foto: Flavio Augusto / Estudio IMMAGE
Decidido a economizar — o que de fato aconteceu, com as despesas despencando cerca de 70% —, o casal chegou a cogitar substituir a igreja por um bistrô. Mas, após uma visita à Rua do Ouvidor, não teve dúvidas:
— Quando percebemos a beleza da Rua do Ouvidor e a chance de nos casarmos no meio da rua, optamos pelo local. Não queríamos nada grandioso, que custasse muito — conta a noiva.
Para a ousadia não custar caro, os pretendentes a um casamento livre, leve e solto numa rua da cidade devem pedir à prefeitura um alvará de autorização de uso transitório. É preciso se cadastrar no site Carioca Digital e indicar as características do evento, numa consulta prévia.
Com a aprovação do município, alguns documentos pessoais e relativos ao casório devem ser entregues. Também deve ser paga a Taxa de Uso de Área Pública (TUAP), que varia de acordo com o lugar que será usado e o tempo de ocupação do espaço.
O Globo sábado, 27 de outubro de 2018
MEGHAN MARKLE GANHA APELIDO CARINHOSO
Meghan Markle é chamada de 'Di 2' por funcionários do palácio
Semelhanças com o jeito da princesa Diana fizeram com que surgisse apelido, diz revista
O Globo
26/10/2018 - 07:42 / 26/10/2018 - 12:38
Meghan Markle Foto: POOL / REUTERS
"Alteza real" que nada. Pelas costas, Meghan Markle ganhou um apelido carinhoso dos funcionários do palácio de Kensington, onde ela reside com o marido, o príncipe Harry: "Di 2". A brincadeira se deu por causa da semelhança entre o jeito da ex-atriz americana e da princesa Diana, diz a revista "Vanity Fair".
O paralelo entre as duas tem chamado atenção também durante a turnê que Meghan e Harry estão fazendo pela Oceania.
Meghan, em Fiji Foto: POOL / REUTERS
"Meghan tem a confiança em frente às câmeras como Diana tinha e o mesmo amor pela moda", comentou Mark Stewart, fotógrafo veterano em cobertura de realeza. "Diana amava Versace; Meghan ama Givenchy. O estilo das duas é semelhante: clássico, elegante e com blocos de cor".
O Globo sexta, 26 de outubro de 2018
MARTINHO DA VILA LANÇA NOVO DISCO CO MÚSICAS SOBRE BARRA DA TIJUCA, PORTUGAL E RACISMO: TUDO É ASSUNTO PARA SAMBA
Martinho da Vila lança disco com músicas sobre Barra da Tijuca, Portugal e racismo: ‘Tudo é assunto para samba’
'Bandeira da fé' tem participação de Gloria Maria e celebra os 80 anos do sambista
Leonardo Lichote
26/10/2018 - 03:00 / 26/10/2018 - 08:08
Político. Martinho vê Brasil confuso, mas se afastou do debate: “Procurei dizer o que tenho pra dizer nos versos” Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
RIO — Aos 80 anos, Martinho da Vila expõe em “Bandeira da fé” (Sony) aquilo que tem passado por seus olhos, mente e coração de sambisa-cronista-filósofo. O disco está sendo lançado hoje e será apresentado em show no Teatro Municipal no dia 3. Pelas 12 faixas, a maioria delas inéditas, passam a delícia da preguiça e a nobreza do trabalho. Passa também a força da mulher, a ida de brasileiros em massa para Portugal, a Barra da Tijuca, onde mora, o Brasil atual, coisas da vida e da morte.
— Tudo é assunto pra samba — sintetiza Martinho. — Inicialmente o assunto do samba era vida no morro. O barraco, o trabalho, a mulher, a falta disso ou daquilo... Hoje mudou. Mas sempre teve e sempre tem por baixo um cunho social, um fio da coletividade. Porque a música diverte, mas tem função de fazer pensar. Como canto em "Rei dos carnavais"(canção que abre o disco e na qual ele fala do samba na primeira pessoa) : "Meu gosto é penetrar nos ouvidos/ Balançar os corpos/ Atingir os sentidos".
'Depois eu não sei'
Tendo a simplicidade como valor máximo, Martinho balança os corpos e atinge os sentidos em canções como "Depois eu não sei", resgatada do álbum "Sentimentos", de 1981. Na música, em 12 versos, ele traça uma autobiografia desde o ventre ("nadando na bolsa d'água") até a morte que virá, concluindo na sentença exposta em seu título: "Depois eu não sei".
“Tudo é assunto pra samba. Inicialmente o assunto do samba era vida no morro. Hoje mudou. Mas sempre teve e sempre tem por baixo um cunho social, um fio da coletividade. Porque a música diverte, mas tem função de fazer pensar.”
MARTINHO DA VILA
Compositor
— Não penso muito na morte não. Mas ela volta e meia vem, né? Porque ela é certa. Mas não penso no depois. Fiz uma música com Candeia, "Eterna paz", que resume o que eu acredito ("Como é bom adormecer/ Com a consciência tranquila/ As chuteiras penduradas/ Depois do dever cumprido/ Despertar num mundo livre/ E despoluído/ Onde tudo é só amor") . Não tem porque ter medo da morte. O que é certo não tenho que temer. Só não quero ficar doente muito tempo. Quero morrer sem dar trabalho, na boa — diz Martinho. — Nas culturas africanas, se festeja a morte de alguém que teve vivência, uma participação na coletividade. Quanto mais velho, maior o komba (cerimônia com comida, bebida, música e dança em memória do morto) .
"Bandeira da fé", o disco (com capa de Elifas Andreato), nasceu de uma sugestão da gravadora, que pediu que Martinho pensasse num álbum. Ele já tinha decidido que não faria mais discos ("Ninguém ouve, o ideal é gravar uma ou duas e pôr na web, essas coisas de hoje"). Mas cedeu e foi a seu baú garimpar. Encontrou, por exemplo, a ideia não desenvolvida para o enredo da Vila Isabel de 2016, "Memórias do Pai Arraia" (homenagem a Miguel Arraes), que virou "Baixou na Avenida" e foi gravada agora. A própria "Bandeira da fé" era uma que havia sido gravada apenas por Agepê e agora ganhou a interpretação de seu autor — assim como "A tal brisa da manhã", lançada por seu parceiro Luiz Carlos da Vila.
O Globo quinta, 25 de outubro de 2018
PALÁCIO RIO NEGRO, EM PETRÓPOLIS, SOFRE COM FALTA DE MANUTENÇÃO
Palácio Rio Negro, em Petrópolis, sofre com falta de manutenção
Casarão, que funciona como museu e é residência de veraneio de presidentes da República, está com paredes descascadas e infestado de cupins
Gustavo Goulart
25/10/2018 - 04:30 / 25/10/2018 - 08:12
Na Sala do Gabinete, descascados propositais, feitos para deixar à mostra pintura original, se confundem com pontos em que a parede está sem tinta por falta de manutenção adequada Foto: Pablo Jacob
RIO - Se o futuro presidente da República resolver descansar do corre-corre da campanha eleitoral passando uns dias no Palácio Rio Negro — residência de veraneio que já foi usada por 16 antecessores no cargo, como Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva —, vai levar um susto. O imóvel, no Centro Histórico de Petrópolis, está em péssimas condições: infiltrações e cupins, entre outras mazelas, ofuscam o brilho da casa erguida em 1889.
As paredes da Sala do Gabinete, onde são feitos os despachos oficiais, estão descascando depois de terem recebido sucessivas camadas de tinta, que davam uma “maquiada” rápida no ambiente, antes da chegada de FH e Lula. O problema, no entanto, se confunde com pontos de prospecção — retalhos propositais feitos para deixar à mostra a pintura original, um trabalho sobre a cafeicultura do século XIX.
Devorados por cupins
Os arcos em madeira das janelas, além das portas, foram devorados por cupins. Infiltrações podem ser vistas em vários pontos da casa, que tem varandas escoradas para que não desabem.
A falta de manutenção surpreende os visitantes logo na entrada: os degraus em mármore que dão acesso ao palácio estão quebrados. Num deles, um cone de trânsito é usado para evitar acidentes.
O diretor do museu, Mário Chagas, que também está à frente do Museu da República, no Rio, reconhece a precariedade, mas diz que uma ação civil pública, proposta por um juiz de Petrópolis, em 2005, em defesa do patrimônio, já transitou em julgado e determina que a União, através do Instituto Brasileiro de Museus e do Ministério da Cultura, faça a restauração do palácio. Segundo Chagas, a determinação judicial chegou às suas mãos no dia 4 de outubro:
— O projeto executivo da obra deve custar R$ 2,5 milhões, e a reforma mais R$ 11, 5 milhões. A decisão da Justiça deve fazer com que os recursos sejam liberados pelo Ministério da Cultura.
VEJA MAIS FOTOS DO PALÁCIO RIO NEGRO
O Palácio Rio Negro, residência de veraneio de presidentes do país, está em péssimo estado de conservação. Local ja foi usado por 16 antecessores no cargo, como Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva Pablo Jacob / Agência O Globo
Infiltrações em parede do palácio Pablo Jacob / Agência O Globo
Infiltração em parede do palácio: péssimas condições Pablo Jacob / Agência O GloboPlaca de mármore quebrada em degrau do Palácio do Rio Negro Pablo Jacob / Agência O GloboA pintura precisa ser refeita no palácio Pablo Jacob / Agência O Globo
O imóvel, no Centro Histórico de Petrópolis, está em péssimas condições: infiltrações e cupins, entre outras mazelas, ofuscam o brilho da casa erguida em 1889 Pablo Jacob / Agência O Globo
Ministério Público Federal recomendou à instituição, em Petrópolis, e também ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, a elaboração, em seis meses, de um plano de combate a chamas e prevenção de incêndios
Vinicius Sassine
24/10/2018 - 04:30 / 24/10/2018 - 08:06
O quadro Batalha dos Guararapes é um dos destaques do Museu Nacional de Belas Artes, que não tem projeto de prevenção a incêndios Foto: Márcia Foletto
RIO - O Museu Nacional de Belas Artes, no Centro do Rio, e o Museu Imperial, em Petrópolis, funcionam sem um projeto de prevenção a incêndio, sem plano de gestão de riscos e sem alvará de funcionamento. No caso do palácio da Região Serrana, que foi a residência de verão de D. Pedro II e hoje abriga 55 mil títulos relacionados à história brasileira, existe um “gravíssimo risco diário de sofrer dano irreparável”. O alerta é do Ministério Público Federal, que recomendou que as duas instituições se adequem e elaborem, em seis meses, um plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Outros quatro museus do Brasil deverão fazer o mesmo.
As recomendações feitas pelo MPF acontecem quase dois meses depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Os problemas no Museu Imperial são antigos: reportagem do GLOBO, em 12 de setembro, mostrou que a instituição continua sem reparos, três anos depois de ter problemas de segurança — que põem em risco seu acervo — identificados por auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU). O levantamento apontou na época riscos em 28 dos 30 museus sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
Pena da Lei Áurea
A recomendação do MPF foi expedida no último dia 5 pela procuradora da República Monique Cheker, que afirma que informações do próprio Ibram apontam que o Museu Imperial “não possui elaboração conclusiva do plano de gestão de riscos, alvará de funcionamento ou sequer aprovação definitiva do projeto de prevenção a incêndio e pânico, pelo Corpo de Bombeiros”. A procuradora lamentou que “o Museu Imperial, sem um plano de prevenção, corre gravíssimo risco diário de sofrer dano irreparável”.
Entre outras preciosidades, o Museu Imperial abriga 8 mil itens de uma coleção de obras raras e a pena de ouro usada pela princesa Isabel para assinar a Lei Áurea. No Centro do Rio, o Museu Nacional de Belas Artes, que funciona em um edifício de 1908, tem em seu acervo a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, com 70 mil itens, entre pinturas, gravuras e esculturas. Entre esses objetos, estão peças da coleção de D. João VI deixadas no Brasil após o retorno a Portugal, em 1821.
A recomendação do MPF em relação ao Museu Nacional de Belas Artes acontece após uma ação civil pública pedir, dias após o incêndio no Museu Nacional, a interdição do local, assim como a de outros cinco museus, por falta de segurança. A Justiça negou a demanda.
Segundo o MPF, um projeto executivo de restauração do Museu de Belas Artes está em andamento, com previsão de entrega em 25 de novembro. “Há, portanto, possibilidade de inclusão de plano de prevenção e combate a incêndio e pânico e plano de gerenciamento de riscos por meio de termo de aditivo”, afirma o procurador Renato Machado na recomendação.
A museóloga Muna Raquel, que integra a comissão de gestão de risco do Museu Imperial, disse que a contratação da empresa que prepará a documentação para obtenção do alvará está em “fase final”, com previsão de que seja finalizada até o fim do ano. É o mesmo caso da contratação de uma brigada de incêndio, com bombeiros civis, segundo ela. Muna afirmou ainda que o museu pediu ao MPF ampliação do prazo para conclusão do plano de riscos, de seis para oito meses:
— A gente não tem um sistema de combate a incêndio nos moldes previstos, mas o museu tem hidrantes próprios, cobrindo todo o perímetro da instituição, e 120 mil litros de água dispostos em caixas e cisternas próprias.
O Museu Nacional de Belas Artes, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o Corpo de Bombeiros fez uma vistoria para que se obtenha o alvará. Em nota publicada no site do museu em setembro, a instituição sustentou ter “diversos dispositivos de prevenção de incêndio e de segurança”.
O Globo terça, 23 de outubro de 2018
BOLSONARO PEDE DESCULPAS POR DECLARAÇÃO DO FILHO EM RELAÇÃO AO STF
Bolsonaro pede desculpas por declarações do filho em relação ao STF
Presidenciável pelo PSL disse, em entrevista ao JN, que Eduardo Bolsonaro reconheceu o erro
O Globo
22/10/2018 - 22:03 / 22/10/2018 - 22:32
Jair Bolsonaro (PSL) em entrevista ao Jornal Nacional Foto: Reprodução/TV Globo
RIO — Diante da reação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) às declarações do deputado Eduardo Bolsonaro(PSL-SP), que falou, em vídeo, sobre a possibilidade de fechar a Corte, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro , disse ontem que o filho reconheceu o erro. Ao Jornal Nacional , Bolsonaro se desculpou pelo episódio.
— Isso ocorreu há quatro meses, eu não tinha conhecimento. Ele diz que respondeu a uma pergunta sem pé nem cabeça, até houve a palavra brincadeira no meio daquilo. Conversei com ele, ele reconheceu o seu erro, pediu desculpas. Eu também, em nome dele, peço desculpas ao Poder Judiciário. Não foi a intenção dele atacar quem quer que seja. E eu espero que, como todos nós podemos errar, que os nossos irmãos do Poder Judiciário deem por encerrada essa questão. — disse, pedindo que a Justiça dê por “encerrada a questão”.
Bolsonaro também enviou uma carta ao decano do tribunal, ministro Celso de Mello, para tentar desfazer o mal-estar. No documento, ele afirma que o Supremo “é o guardião da Constituição e todos temos de prestigiar a Corte”. A carta do presidenciável tenta contornar o clima criado depois que o filho dele afirmou que, “para fechar o Supremo”, bastaria “um soldado em um cabo”. A fala, gravada em julho, foi classificada por Mello de “inconsequente e golpista”.
Carta de Jair Bolsonaro ao ministro Celso de Mello Foto: Reprodução
Mais cedo, Bolsonaro disse, em entrevista ao SBT, que já havia conversado com o seu filho.
— Eu já adverti o garoto, o meu filho, a responsabilidade é dele — disse.
O Globo segunda, 22 de outubro de 2018
CANDIDATOS A GOVERNADOR ADEREM A BOLSONARO
Candidatos a governador aderem a Bolsonaro
Dos 28 candidatos a governador, 16 fazem campanha para o deputado, e só três declararam voto a Haddad
Júlia Cople e Miguel Caballero
22/10/2018 - 03:30 / 22/10/2018 - 06:41
Bolsonaro tem mais apoio de candidatos a governador do que Haddad Foto: Miguel Schincariol e Daniel Ramalho / AFP
RIO — A arrancada de candidatos a governador que se associaram ao presidenciável JairBolsonaro(PSL) e a sua votação no primeiro turno (46% dos votos válidos) provocaram uma adesão ainda maior na segunda fase da disputa. Dos 28 nomes que permanecem na briga pelos governos estaduais, 16 declararam apoio ao capitão da reserva (apenas três deles são do PSL). Outros nove estão neutros em relação à eleição presidencial, enquanto apenas três fazem campanha para Fernando Haddad (PT) — Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte, João Capiberibe (PSB), no Amapá, e Belivaldo Chagas (PSD), em Sergipe.
Em 2014, também foram 14 os estados onde a disputa para governador foi ao segundo turno, mas a divisão de apoios foi mais equilibrada. Dilma Rousseff (PT) teve a adesão de 16 candidatos, assim como Bolsonaro agora. Já Aécio Neves formou aliança com dez postulantes aos executivos estaduais, enquanto dois candidatos ficaram neutros na ocasião.
Força eleitoral do presidenciável do PSL atraiu nomes que disputam os governos estaduais.Atualmente, há cinco estados em que os dois candidatos apoiam Bolsonaro, e apenas no Amapá, Pará e em Sergipe não há um “representante” do presidenciável do PSL. A força eleitoral do capitão da reserva pode levá-lo a eleger governadores aliados em seis dos dez maiores colégios eleitorais do país: candidatos de legendas diversas que aparecem à frente da disputa para o Executivo estadual de São Paulo, Minas Gerais, Rio, Rio Grande do Sul e Santa Catarina associaram as imagens à de Bolsonaro. No Paraná, o militar gravou um vídeo de apoio a Ratinho Júnior (PSD), que venceu no primeiro turno.
Com um discurso que prega a aversão aos acordos da política tradicional, Bolsonaro tem evitado se envolver nas disputas regionais. No Rio, embora o líder nas pesquisas, Wilson Witzel (PSC), cite o presidenciável em vários momentos, o candidato do PSL já afirmou não ter candidato a governador. O adversário de Witzel, Eduardo Paes (DEM), afirmou que está neutro na disputa, mas tem feito elogios públicos a Bolsonaro.
Apoio até no PDT
Em São Paulo, a recusa de Bolsonaro foi mais explícita. O tucano João Doria, acusado de traição pelo presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, transformou o apoio ao ex-capitão em sua principal bandeira. Ele viajou ao Rio para gravar um vídeo formalizando o apoio, mas Bolsonaro sequer o recebeu. Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) chegou a pedir votos para o presidenciável do PSL ainda no primeiro turno e manteve o apoio.
— A imagem de candidato antissistema é parte importante da votação do Bolsonaro, e há uma corrida entre os candidatos a governador para se associar a essa imagem — analisa a cientista política Maria Hermínia Tavares.
O PSL está no segundo turno em Santa Catarina (Comandante Moisés), Rondônia (Coronel Marcos Rocha) e Roraima (Antonio Denarium). As declarações de voto vêm inclusive de candidatos do PDT, que apoia Haddad no plano nacional: Juiz Odilon, no Matro Grosso do Sul, Carlos Eduardo, no Rio Grande do Norte, e Amazonino Mendes, no Amazonas.
O Globo domingo, 21 de outubro de 2018
EX-LULISTAS QUE ESCOLHERAM BOLSONARO
Os ex-lulistas que escolheram Bolsonaro
As experiências pessoais que levaram eleitores à mudança de voto
Gabriela Goulart
21/10/2018 - 04:30 / 21/10/2018 - 08:18
Valter Miranda, 51, em Itapua II, regiao administrativa de Brasilia. Ele era eleitor de Lula e agora vai de Bolsonaro Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
RIO - O vendedor ambulante que instala sua arara dia sim dia não na porta do condomínio onde mora o candidato à presidência pelo PSL,Jair Bolsonaro , na orla da Barra da Tijuca, tem em torno de 30 anos, sai de casa 4h da manhã, mora nos rincões do Rio de Janeiro. Trabalha com uma bandeira do Brasil amarrada ao pescoço, como uma capa de super-herói. Vende adesivos, camisetas, bonecos de Lula presidiário e claves verdes e amarelas. Sem que perguntem, ensina como usar os dois infláveis: um bate no outro, como numa brincadeira de luta de criança. Na encenação,Lula sempre perde. Mas nem sempre foi assim. Ele deixa escapar que já votou no ex-presidente e chegou a participar das manifestações de 2013. Diz ter mudado o voto porque já esteve do “outro lado da força’’. O vendedor ambulante não tem nome porque se recusa a dar detalhes de sua vida e não quer “falar sobre política’’. Embora fale:
— Não me leve a mal. Mas só dou entrevista para a imprensa estrangeira.
Juliana Ananias tem 35 anos e fala para Deus e o mundo sobre seu voto em Bolsonaro. Moradora do Recreio, completou o Ensino Superior, é filha de Iemanjá com Xangô e ganha R$ 15 mil num mês bom. Divulga uma rede fast food de churrasco, grupos de pagode, uma boate e o que mais vier. Já cruzou com seu candidato no condomínio onde o vendedor ambulante cobra R$ 40 por camiseta — ela tem uma amiga que mora lá. Caçula entre quatro irmãos, foi criada no Rio Comprido, bairro do Centro do Rio que já teve clima de cidade pacata e sobrevive, desvalorizado, ao voraz crescimento de comunidades de seu entorno.
Nascido no morro, o pai de Juliana se formou em Direito pela PUC, foi um mestre-sala e morreu como detetive da Polícia Civil. A mãe, costureira, marmiteira e porta-bandeira, criou a filha ensinando que estudar era importante porque “marido não é emprego’’. Juliana frequentou escola militar, batia continência todos os dias, se formou em jornalismo numa faculdade particular que ajudou a pagar.
Juliana Ananias, 35 anos Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
— Votei no Lula porque acreditei que o pobre teria vez. Inclusive eu — conta. — Mas cadê esse pobre que melhorou de vida? Que passou a ter plano de saúde, que pode levar o filho para os Estados Unidos? Estou procurando até hoje.
Entre esquerda e direita, ela se define “capitalista’’:
— Gosto de dinheiro, de viajar, de comer bem, de comprar joias. Não vou dizer que sou comunista.
Juliana é contra a política de cotas para negros nas universidades públicas (“que a cota seja para o pobre’’), mas reconhece como ponto positivo do governo Lula os benefícios para o acesso ao Ensino Superior. A corrupção, segundo ela, alterou a rota de seu voto para longe do PT. E o que o aproximou de Bolsonaro? Ela é a favor da liberação do porte de arma, condena a legalização do aborto, não quer discussão sobre ideologia de gênero nas escolas e acredita que militarização e educação vão além de uma rima simples.
Nascida em 21 de março, mesmo dia de Bolsonaro, Juliana credita ao estilo rude de falar e à forte personalidade dos arianos as polêmicas em torno do candidato. E tem resposta para defendê-lo de todas elas, assim como faz nas redes sociais. Criou até um grupo S.O.S no WhatsApp, “Os Bolsonaros’’, que é acionado quando um dos membros se envolve em confusões virtuais.
Seus argumentos. Homofobia: “Se ele fosse não teria aparecido ao lado de Clodovil’’. Racismo: “Racista tem nojo da pessoa negra. Já sofri na pele, tinha uma sogra que achava que preto era só cor de roupa. Ele não é assim’’. Volta da ditadura militar: “Tenho zero medo. Ando na lei’’.
A vitória acachapante de Bolsonaro no primeiro turno surpreendeu pelo avanço sobre o território lulista — estudo revelado pelo GLOBO no último domingo mostrou que o PT perdeu 10 milhões de votos em cidades onde predomina o perfil classe C. Muitos fatores são usados por analistas para explicar a construção do bolsonarismo. Corrupção, violência, antipetismo, desesperança no futuro, descrédito nas instituições brasileiras e na política... Estão todos lá. No entanto, um mergulho nas histórias de quem mudou o voto mostra que cada um tem suas razões, ditas como únicas, complexas e, às vezes, contraditórias.
— As pessoas estão frustradas por conta do vazio político e econômico dos últimos dois anos. Isso leva a um discurso muitas vezes individual e desagregado — atesta a cientista social e antropóloga Rosana Pinheiro Machado, que espera o resultado das eleições para botar um ponto final na pesquisa “Da esperança ao ódio: Juventude, política e pobreza do lulismo ao bolsonarismo’’, feita com a socióloga Lucia Scalco nas periferias de Porto Alegre.
Diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari define os agentes do bolsonarismo:
— Ele é mais forte entre os que têm maior escolaridade e renda e menor faixa etária. Muitos eleitores do Bolsonaro só viram o PT governando o país.
O videografista Asaph Hiroto tem 22 anos e mora com o irmão e os pais — que imigraram do Japão em 1995 — no Paraíso, bairro nobre e com nome idílico em São Paulo. Vive confortavelmente e se define entre as classes A e B. Não tem idade para ter votado em Lula, mas foi de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo em 2016. Justifica sua escolha com um conjunto de “poucos’’: pouca idade, pouco conhecimento sobre os candidatos e pouco interesse por política. De lá para cá, diz que passou a estudar muito:
— Não sabia o que era direita e esquerda. Aí passei a ler autores conservadores e me identifiquei. Analisando a realidade de países da Europa, o conservadorismo de direita sempre foi melhor para as nações.
O caminho até Bolsonaro teve como atalho o liberalismo econômico defendido por Paulo Guedes, braço forte do candidato do PSL. A distância do PT ele põe na conta de apoios a ditaduras como Venezuela e Cuba. Além de autores conservadores, Hiroto lê notícias e assiste a vídeos (“Foi o que me moldou’’, resume).
Asaph Hiroto votou em Haddad em 2016 e agora vai votar em Bolsonaro para presidente. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
— Até passei a dar uns pitacos no Twitter e no Facebook. Reforço que a questão econômica é importante, que é preciso fazer uma Reforma na Previdência para cobrir o rombo que o governo anterior deixou — conta ele, que entrou no mercado de trabalho aos 19 anos e não descarta uma guinada política no futuro. — Sou flexível. É que essa eleição é diferente. Há muita polarização.
Valter Miranda, de 51 anos, não consegue um emprego formal desde que deixou a Polícia Militar do Distrito Federal, em 2000:
— Foi a cachaça... Cheguei a completar o Segundo Grau. Mas eu era muito viciado em bebida e isso comprometeu minha função.
Na montanha-russa da informalidade, trabalhou em supermercado, na construção civil, em empresa de conservação. Desde que passou por uma clínica de recuperação, há dois anos, garante estar sóbrio. Faz bicos como eletricista, mas tem saudades mesmo é do tempo de PM, de “quando o certo era o certo’’. Foi logo depois desse tempo que Valter votou em Lula:
— Ele era mais para o lado do trabalhador. Mas não cumpriu o que prometeu.
Evangélico, divorciado e pai de quatro filhos, o ex-policial vive numa casa de tijolos aparentes em Sobradinho, região administrativa do DF, 22 quilômetros distante de Brasília. Valter despeja nas costas do PT, além do desemprego, “as badernas em manifestações e essa porcaria toda de legislação LGBT’’. Admite que o fato de ter sido militar ajudou na simpatia por Bolsonaro:
— Ninguém entende mais de povo que um militar.
Mesmo com essa certeza absoluta, ele joga luz sobre uma possível sombra de dúvida:
— Minha intenção é ir nele. Mas vou pesquisar esse outro, esse Haddad. Não dá para acreditar na boca do povo.
Ricardo da Costa Silva, de 38 anos, nasceu em João Pessoa e veio para o Rio de Janeiro com 8 meses. Diz ter votado em Lula em 2002 e 2006, “quando ele era o candidato do povo’’:
— Tenho muita família em João Pessoa. Mandava malas e malas de roupa para lá. Há quatro anos fui visitar, e estava todo mundo bem. De moto, de carro. Mas isso é uma falsa ilusão. A mulher fica grávida, tem filho, passa a ganhar R$ 3 mil de Bolsa Família e dá entrada numa moto. Não quer nem saber o que vai dar de comer para o filho. Trabalho desde os 14 anos e acho muito triste a pessoa viver de esmola.
Ricardo conta que a mãe “ainda é Lula’’. Ele tenta entender a fidelidade eleitoral dela pela “falta de informação e de acesso à tecnologia’’.
Há oito anos, ele fincou pé no Jardim Maravilha, sub-bairro de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, região controlada por milícias. Mora com Damiana, seis anos mais velha e ex-Testemunha de Jeová. Há 25 anos anos, ela abandonou a religião para seguir com ele sem oficializar o casamento. Há alguns meses, ele largou a noite, a bebida e o cigarro para investir na família e num pequeno restaurante no térreo do sobrado onde vivem. Ele cozinha, ela administra.
Para abrir o negócio, Ricardo trocou o carro do ano por um usado e reformou o local onde funcionava a borracharia do sogro. Tem orgulho da pia que fez aproveitando um pneu para que o lugar “mantivesse a essência’’. Investiu R$ 80 mil. O lucro ainda é pingado, mas garante o pagamento do plano de saúde do casal, que preferiu não ter filhos para aproveitar a vida adoidado.
Gostam de viajar, comer bem, ir na Festa do Peão de Barretos, dançar em boates gays de Campo Grande, onde “ninguém perturba Damiana’’. Ex-barman da boate de prostituição Help e de um clube de striptease para mulheres, Ricardo trocou Lula pelo ex-capitão da reserva por causa da “independência política’’. Ele acredita que Bolsonaro não tenha a intenção de fazer “coligações com partidos’’:
— Não pode botar médico no Ministério das Artes, como vinham fazendo, por indicação política.
Para Ricardo, boa parte das polêmicas que cercam Bolsonaro “são só polêmicas’’:
— Ele fala muita merda, mas é da boca para fora. Estou dando um voto de confiança. Ou ele vai fazer coisa boa ou acabar com o Brasil.
Se a segunda opção acontecer, ele já tem uma saída. Ou melhor, três: Lisboa, Franca (interior de São Paulo) ou Goierê (Nordeste do Paraná):
— Essa última cidade tem o maior número de Camaros (carro esportivo) por pessoa.
Analista de sistemas da Dataprev há dez anos, José Pinto Monteiro Neto, de 60 anos, tem planos mais modestos caso Bolsonaro ganhe e o governo não seja aquilo que imagina: esperar mais quatro anos. Na imaginação de José cabem de melhores salários para os policiais a enxugamento da máquina — mesmo ele sendo funcionário público.
Nascido e criado na Ilha do Governador e dono de uma casa de praia em Maricá, José votou em Lula em 2002 e 2006. Queria mais emprego, afinal, “é um trabalhador’’. Conta que relatos de amigos que passaram por estatais durante os governos do PT ajudaram em sua decepção com o partido. E agora? José quer um candidato ficha-limpa, acima de qualquer controvérsia. E mesmo que surgisse um escândalo de corrupção envolvendo o candidato não mudaria seu voto:
— Ladrão por ladrão, melhor ir para um diferente.
José não se acha racista (“Meu melhor amigo é negro’’), homofóbico (“Meus filhos têm amigos gays”), antifeminista (“Mulher onde se mete faz bem-feito”). Em família, está só. A mulher e os dois filhos universitários são “vermelhinhos’’ e vão de Haddad. Para ele, o voto dela é “coisa de mãe’’. Discreta, na porta da cozinha, a dona de casa Conceição Monteiro, de 56 anos, responde, baixinho:
— Eu penso com a minha própria cabeça. Ele não sabe de nada...
(Colaboraram Elisa Martins, Natália Portinari e Daniel Biasetto com os estagiários do projeto Foca no Voto)
O Globo sábado, 20 de outubro de 2018
POLÍCIA FEDERAL VAI INVESTIGAR USO DE WHATSAPP PARA FAKE NEWS
Polícia Federal vai investigar uso de WhatsApp para fake news
TSE aceita pedido do PT para apurar difusão de notícias falsas pela campanha de Bolsonaro
André de Souza e Jailton de Carvalho
20/10/2018 - 04:30
A fachada do Tribunal Superior Eleitoral Foto: Roberto Jayme/TSE/Divulgação
BRASÍLIA — A Polícia Federal vai abrir investigação para apurar a disseminação de notícias falsaspelas redes sociais na campanha presidencial. Serão duas frentes de apuração.
Na primeira, aberta por determinação do ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a PF analisará se o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) cometeu crimes eleitorais. A investigação foi solicitada pelo PT. Na outra frente, a pedido da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), a PF vai investigar a disseminação de notícias falsas na campanha presidencial contra ambos candidatos. O pedido da PGE cita reportagens do GLOBO, da BBC e do jornal “Folha de S.Paulo".
A partir de agora, a Justiça Eleitoral deverá encaminhar com mais rapidez à Polícia Federal os pedidos de investigação sobre “fake news”. A decisão de apressar as apurações criminais foi acertada numa reunião ontem entre a presidente do TSE, Rosa Weber, com representantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Também na próxima semana, existe a possibilidade de o plenário do TSE analisar uma ação contra a divulgação de “fake news" pelo Whatsapp. Ministros da corte já deram decisões divergentes sobre isso, mas o plenário, composto por sete integrantes, ainda não deliberou a respeito. Se o fizer, poderá criar um parâmetro para julgamentos futuros. Na prática, porém, isso terá pouco efeito na eleição deste ano, uma vez que o primeiro turno já passou e o segundo está marcado para o dia 28 de outubro.
No TSE, o pedido de investigação, aceito ontem pelo ministro Mussi, foi feito pelo PT. O partido se baseou em reportagem do jornal “Folha de S.Paulo", segundo a qual empresas — que foram proibidas de fazer doações eleitorais — estariam favorecendo a campanha do candidato do PSL ao comprar pacotes de divulgação em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp.
No pedido da PGR, é citada reportagem do GLOBO na qual o consultor de marketing digital da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), Marcelo Vitorino, disse ter participado de reunião em que uma empresa ofereceu ao partido a entrega de disparo de mensagens por WhatsApp para até 80 milhões de pessoas, usando cadastro de terceiros, o que é proibido por lei. Os tucanos não aceitaram a proposta.
O PT também pediu ao TSE que as empresas acusadas de comprar os pacotes e o Whatsapp fossem investigados. Mas Mussi lembrou que as sanções de inelegibilidade e cassação de registro ou diploma não podem ser aplicadas a pessoas jurídicas. Assim, a investigação se fixará em Bolsonaro, no seu vice, o general reformado Hamilton Mourão, e em mais 11 empresários, entre eles Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e dez sócios das empresas de mídia digital acusadas de irregularidades. Foi dado um prazo de cinco dias para que eles apresentem sua defesa. Hang nega as acusações.
Mussi negou liminar em alguns pedidos do PT, como o de prender Hang e de decretar busca e apreensão de documentos na sua residência ou na sede da Havan. “Observo que toda a argumentação desenvolvida está lastreada em matérias jornalísticas, cujos elementos não ostentam aptidão para, em princípio, demonstrar a plausibilidade da tese em que se fundam os pedidos”, afirmou o ministro.
Mussi também negou pedido para obrigar o empresário a repassar toda a documentação contábil, financeira, administrativa e de gestão relativo aos gastos com a campanha de Bolsonaro, e para fazer o Whatsapp elaborar um plano de contingência capaz de suspender o disparo em massa de mensagens ofensivas a Haddad.
Na investigação da PGR, o inquérito deve apurar a disseminação de mensagens em redes sociais tanto em relação a Bolsonaro, quanto a Haddad. A investigação foi solicitada por meio de ofício enviado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a quem a PF é subordinada.
A procuradora Raquel Dodge afirmou que o uso de recursos tecnológicos para espalhar informações falsas é “uma nova realidade mundial que exige investigação".
Bolsonaro negou qualquer envolvimento com a disseminação de fake news por meio de empresas que apoiam sua candidatura. “Eu não tenho relação nenhuma com empresários nesse sentido. Nós estamos derrotando o PT com verdades. Nós não precisamos mentir sobre o sr. Haddad. Eles estão desesperados", afirmou o candidato do PSL.
O Globo sexta, 19 de outubro de 2018
IR PARA A CAMA COM EX PODE NÃO SER TÃO RUIM QUANTO VOCÊ PENSA
Ir para a cama com ex pode não ser tão ruim quanto você pensa
Busca por proximidade não prejudica recuperação após o fim do relacionamento, diz estudo
O Globo
18/10/2018 - 16:37 / 19/10/2018 - 08:09
Ross e Rachel: eles transaram 298 vezes, terminaram e depois tiveram uma filha em uma 'recaída' Foto: Louise Wiker / Reprodução
RIO — A sabedoria convencional sustenta que as pessoas sabem que vão se magoar quando aceitam ir para a cama com seu ex-parceiro após um rompimento. No entanto, de acordo com as conclusões de um estudo publicado esta semana na revista "Archives of Sexual Behavior", ter relações sexuais com um ex não parece impedi-los a seguir em frente logo depois.
Pesquisadora da Universidade Estadual de Wayne (EUA), Stephanie Spielmann acredita que o estudo dos custos potenciais de dormir com um ex é de amplo interesse porque as experiências sexuais com ex-parceiros são muito comuns em todos os grupos etários e tipos de relacionamento.
Juntamente com seus colegas, Spielmann desenvolveu dois estudos. Em um deles, os pesquisadores analisaram as experiências diárias de 113 participantes que haviam passado por um rompimento recente. Dois meses depois, esses participantes completaram mais uma pesquisa on-line. Na enquete, os cientistas perguntavam se os voluntários haviam tentado ter algum contato físico com seus ex-parceiros, como eles ainda estavam emocionalmente ligados e como se sentiam a cada dia.
No segundo estudo, 372 participantes relataram suas tentativas de envolvimento sexual com seu ex-parceiros, bem como se eles ainda estavam emocionalmente ligados a eles.
O Globo quinta, 18 de outubro de 2018
COPA DO BRASIL: CRUZEIRO É HEXA
Análise: Cruzeiro é hexa em final com mais tensão do que técnica
Tecnicamente melhor, time flertou com o perigo seriamente em Itaquera
Carlos Eduardo Mansur
18/10/2018 - 00:29 / 18/10/2018 - 01:13
A festa do Cruzeiro com o hexa na Copa do Brasil Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
O hexacampeonato do Cruzeiro na Copa do Brasil chegou após 180 minutos de uma final que teve raros momentos de um grande futebol. Nitidamente superior no primeiro tempo do jogo em Belo Horizonte, partida em que o Corinthians sequer chutou a gol, o Cruzeiro, com um time tecnicamente melhor, flertou com o perigo seriamente em Itaquera, na volta. Foi conservador ao extremo, mas em dois contragolpes chegou à vitória por 2 a 1. A partida decisiva compensou questões técnicas com emoção, tensão e alguma controvérsia.
O jogo será lembrado, além do título dos mineiros, por decisões polêmicas da arbitragem, mesmo com o apoio da arbitragem de vídeo. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, da Federação do Rio, consultou o vídeo e errou ao marcar o pênalti que resultou no gol de empate do Corinthians. O time paulista chegou a comemorar o gol da virada, de Pedrinho, mas a arbitragem viu falta na origem do lance. E, de fato, Jádson acertou Dedé numa disputa na área. O rebote do lance gerou a jogada do gol anulado.
Jair Ventura, defensivo demais em Belo Horizonte, assim como fora no jogo de ida contra o Flamengo, na semifinal, pareceu rasgar suas cartilhas ao montar o Corinthians com Jonathas de centroavante e Emerson Sheik pelo lado do campo. Um time muito ofensivo, que tentava jogar um tipo de futebol a que não estava acostumado. Logicamente, tinha imensa dificuldade de construir.
O Globo quarta, 17 de outubro de 2018
POLÍCIA FEDERAL INDICIA MICHEL TEMER E A FILHA MARISTELA POR CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO
PF indicia Michel Temer e filha Maristela por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
PF também solicitou a prisão preventiva do coronel Lima, amigo do presidente
Aguirre Talento, Bela Megale e Carolina Brígido
16/10/2018 - 19:32 / 16/10/2018 - 21:41
O presidente Michel Temer, durante cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Givaldo Barbosa/Agência O Globo/09-10-2018
BRASÍLIA — Após 13 meses de investigação, a Polícia Federal (PF ) finalizou o inquérito que apurava se o presidente Michel Temer e seu grupo político receberam propina em troca de beneficiar indevidamente empresas do setor portuário. No relatório final, a PF indiciou o atual presidente e sua filha Maristela por corrupção passiva , lavagem de dinheiro e organização criminosa , além de outros acusados. A PF também solicitou a prisão preventiva do coronel João Baptista Lima, amigo de Temer, e a mulher dele Maria Rita Fratez, e pediu o bloqueio de bens de todos eles, inclusive do presidente.
O relatório final afirma que Temer usou empresas do coronel reformado da PM João Baptista Lima, amigo do presidente de longa data, para receber propina da empresa Rodrimar por meio de uma complexa engenharia financeira envolvendo repasses a empresa de fachada ligada ao coronel. A PF aponta ainda crimes em pagamentos feitos pelo grupo Libra. Ambas as empresas são concessionárias de áreas do porto de Santos, reduto de influência política do emedebista.
O relatório final, assinado pelo delegado Cleyber Malta Lopes, foi enviado nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal — prazo máximo estabelecido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Agora, o material será encaminhado à procuradora-geral da República Raquel Dodge, que deverá decidir se oferece denúncia contra o presidente com base nesses fatos.
Temer já havia sido denunciado duas vezes pelo antecessor de Dodge, Rodrigo Janot, em casos envolvendo a delação do grupo J&F (dono da JBS), mas o Congresso Nacional barrou a abertura de ação penal contra o presidente. Caso Dodge ofereça nova denúncia, será a terceira contra o emedebista no exercício do cargo de presidente.
Além de Temer e Maristela, a PF apontou indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o coronel João Baptista Lima e sua mulher Maria Rita Fratezi, além do seu sócio Carlos Alberto Costa e o filho dele, Carlos Alberto Costa Filho. A PF também aponta corrupção ativa do empresário Antônio Celso Grecco e seu subordinado Ricardo Mesquita, da Rodrimar, e de Gonçalo Torrealba, do grupo Libra, citados como responsáveis por pagamentos de propina em troca de benefícios na administração pública. A PF pediu o bloqueio de bens de todos eles, inclusive Temer e sua filha.
A PF ainda solicitou a prisão preventiva do coronel Lima, seu sócio Carlos Alberto Costa, sua mulher Maria Rita e o contador Almir Martins Ferreira, que também foi indiciado — Almir é suspeito de operar a empresa de fachada que receberia propina para Temer. No despacho, Barroso proíbe os quatro de saírem do país e pede a manifestação da PGR sobre o pedido de prisão.
A investigação tem como base um decreto assinado por Temer no ano passado que prorrogou e estendeu os prazos de concessão de áreas públicas às empresas portuárias. A PF suspeita que Temer tenha recebido propina para favorecer as empresas nesse decreto.
Aberta em setembro de 2017, a investigação envolveu medidas incisivas, como a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da República. Segundo o relatório, as empresas do coronel Lima teriam servido de captadoras da propina junto às empresas. Parte dessa propina teria sido repassada a Temer por meio do pagamento de reformas imobiliárias — o coronel Lima atuou na reforma de uma casa de 350 m² de Maristela Temer em 2014.
Em depoimento prestado por escrito à PF, Temer afirmou que o decreto portuário não favoreceu indevidamente empresas do setor, disse que jamais recebeu pagamentos indevidos e que o coronel não recebia dinheiro em seu nome.
Procurado, o advogado de Temer, Brian Alves Prado, afirmou que não vai se manifestar porque ainda não teve acesso ao relatório final. A defesa de Gonçalo Torrealba, do Grupo Libra, também disse que não teve acesso ao relatório.
O Globo terça, 16 de outubro de 2018
JOAQUIM BARBOSA NÃO APOIARÁ HADDAD
Joaquim Barbosa não apoiará Haddad
POR LAURO JARDIM
A conversa entre Fernando Haddad e Joaquim Barbosa na semana passada não renderá os frutos esperados pelo petista.
Barbosa não declarará apoio a Haddad. A interlocutores próximos já disse que a decisão está tomada.
O Globo segunda, 15 de outubro de 2018
MEGHAN E HARRY ESPERAM UM BEBÊ
Meghan Markle e príncipe Harry esperam um bebê
O primeiro filho do casal deve nascer na primavera (no hemisfério norte) de 2019
O Globo e AFP
15/10/2018 - 06:18 / 15/10/2018 - 07:23
Meghan Markle e príncipe Harry esperam um bebê Foto: CHRIS JACKSON / AFP
LONDRES - A ex-atriz americana Meghan Markle e o príncipe Harry estão esperando um bebê, anunciou o Palácio de Kensington nesta segunda-feira. O primeiro filho do casal deve nascer na primavera (no hemisfério norte) de 2019. Ele será o sétimo na linha do trono britânico. O duque e a duquesa de Sussex se casaram em maio.
"Suas Altezas Reais, o duque e a duquesa de Sussex, têm o prazer de anunciar que a duquesa está esperando um bebê para a primavera de 2019", afirma um comunicado divulgado pelo palácio.
O casal desembarcou nesta segunda-feira em Sydney, no início de uma viagem de 16 dias pela Oceania, a primeira grande missão no exterior desde o casamento. Além da Austrália, Harry e Meghan visitarão Fiji, Tonga e Nova Zelândia.
Quando o casal chegou à Austrália já existiam especulações sobre a possibilidade de gravidez de Meghan.
"A duquesa de Sussex está escondendo um segredo real?", questionou o jornal "Daily Telegraph".
Após um primeiro dia de descanso depois de uma longa viagem, o casal terá os primeiros compromissos públicos na terça-feira, começando com uma cerimônia de boas-vindas perto da famosa ponte da baía de Sydney.
Meghan Markle e príncipe Harry chegam a Sydney, dando início a primeira grande aparição do casal fora do Reino Unido Foto: ABC / AFP
"Suas Altezas Reais apreciam todo o apoio que receberam de pessoas de todo o mundo desde seu casamento em maio e estão encantados em compartilhar a notícia feliz com o público", acrescenta a nota do palácio, responsável pela comunicação do príncipe Harry e de seu irmão, o príncipe William.
O Globo domingo, 14 de outubro de 2018
COM A FUGA DE BRASILEIROS PARA O EXTERIOR, SURGE O PERSONAL GESTOR
Com a ‘fuga’ de brasileiros para o exterior, surge o ‘personal’ gestor
De olho em quem foi morar fora do país, mas manteve imóveis aqui, empresas oferecem serviços que vão de reparos e limpeza a decoração
Gabriel Martins
14/10/2018 - 04:30 / 14/10/2018 - 08:15
Isabela Haschelevici, Daniela Zabludowski e Caroline Svacina são sócias na 3concierge, empresa especializada na administração de residências de proprietarios emigrantes Foto: Leo Martins / Agência O Globo
RIO - A crise econômica, que, por um lado, fez com que muitos brasileiros deixassem o país, por outro, abriu espaço para o surgimento de um novo profissional no mercado imobiliário local: o administrador de patrimônio de emigrantes. Os profissionais são um misto de personal organizer e gestor. A ideia é cuidar dos imóveis dos brasileiros que foram morar no exterior, mas vêm ao Brasil passar férias ou visitar familiares, e não querem vender os bens.
De acordo com a Receita Federal, 21.236 pessoas saíram definitivamente do Brasil só em 2017, aumento de 73% na comparação com 2014, quando 12.241 brasileiros deixaram o país. Como nem sempre é possível fazer a administração remotamente, empresas oferecem serviços que incluem desde cuidados com a infraestrutura da casa, como reparos e manutenção e limpeza, até a organização dos cômodos.
Ao observar os conhecidos que deixaram o Brasil e suas dificuldades para administrar os bens estando no exterior, as produtoras de eventos Isabela Haschelevici e Daniela Zabludowski, junto com a arquiteta Caroline Svacina, criaram a 3Concierge em maio deste ano. A empresa cuida tanto da parte estrutural, acompanhando obras e reformas, quanto da parte de decoração.
- Nosso trabalho é focado em promover a manutenção da infraestrutura, identificando a necessidade de obras ou reparos, e treinar os funcionários para que eles conservem o local do jeito que o proprietário deseja. Também cuidamos da decoração, embelezando e renovando os ambientes — explica Isabela.
A maioria dos imóveis atendidos pela 3Concierge fica na Zona Sul do Rio, na Região dos Lagos e na Serra. Cada atendimento é personalizado, mas as preocupações mais comuns dos clientes são a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado e o bom fluxo de água quente nos chuveiros. Há também pedidos curiosos.
- Uma de nossas clientes era casada, e o marido detestava objetos de decoração que tivessem frases. Quando eles se separaram, ela nos procurou e pediu que os ambientes fossem reorganizados, colocando quadros e objetos com frases - relembra Isabela.
A produtora de eventos diz que grande parte dos clientes já tentou administrar os bens a partir do local onde foram morar, mas não conseguiam o resultado que queriam.
- Normalmente, a distância e as obrigações no exterior fazem com que os proprietários não consigam gerir o patrimônio da forma que querem. No primeiro contato com o cliente, temos uma conversa bem detalhada para saber seus gostos e preferências, para que a casa seja mantida dentro do seu estilo - explica. - As contas, normalmente, o proprietário paga remotamente. Mas, quando é necessário, também fazemos este serviço.
Alugar o imóvel por pequenas temporadas, para não mantê-lo fechado por muito tempo ou para contar com mais uma renda - que pode ajudar no pagamento de despesas como IPTU e condomínio - também vem sendo incorporado aos serviços oferecidos aos emigrantes.
A Hflex, de São Paulo, por exemplo, além de cuidar da manutenção, se responsabiliza por locações por temporada. Alexandre Dal Maso, diretor comercial da empresa, explica que este tipo de contrato tem muita procura, principalmente próximo ao polos de serviços da capital paulista, onde a empresa tem mais atuação.
- Nossa proposta é ser o olho do dono. Cuidamos do patrimônio do cliente tanto no que diz respeito ao dia a dia do imóvel, como a infraestrutura, até os contratos de locação - explica Dal Maso. - No Centro de São Paulo, a procura por este tipo de contrato de curta duração é maior perto de faculdades e hospitais.
A equipe da Hflex que cuida deste serviço é composta por arquitetos, agentes comerciais e administrativos, e representantes de aliança estratégica.
- Os arquitetos são responsáveis pela questão estrutural, identificando necessidades de reparos e organizando o ambiente. Quando algum problema aparece, entramos em contato com o proprietário, explicamos o que precisa ser feito e, caso seja dado o aval, contatamos os parceiros da nossa equipe de aliança estratégica. Eles fazem a manutenção, como serviço de encanador ou pintura, e fornecem garantias - conta Dal Maso.
A administradora Primar também faz o serviço de conservação de bens de emigrantes. Entretanto, o foco do negócio é alugar o imóvel.
- Quando a pessoa sai do Brasil, cuidamos da manutenção da infraestrutura e fazemos limpezas periódicas no imóvel. Além disso, tratamos do serviço de locação - explica Carlos Samuel de Oliveira Freitas, presidente da Primar. - Além de residências, atendemos imóveis comerciais.
O Globo sábado, 13 de outubro de 2018
CASAMENTO DE JUDEU COM MUÇULMANA CAUSA REBULIÇO NA TERRA SANTA
Casamento secreto e proscrito pela lei causa rebuliço na Terra Santa
Bodas entre uma jornalista muçulmana e um ator judeu levantam um vendaval entre radicais dos dois lados em Israel
Juan Carlos Sanz, do El País
12/10/2018 - 21:23 / 13/10/2018 - 08:52
Lucy Aharish e Tsahi Halevi durante o casamento em Hadera, Israel Foto: Meggie Vilensky / REUTERS_11_10_2018
JERUSALÉM - Nem chupá, tenda dos casamentos judeus, nem sharia, a lei islâmica. Na união realizada na quarta-feira em Israel, não havia símbolos religiosos. As bodas entre a jornalistamuçulmana Lucy Aharish, 37, e o ator e cantor judeu Tsahi Halevi , 43, aconteceram em segredo, para evitar que fanáticos de ambos os credos tentassem boicotar uma união mista , proscrita pela lei e tachada de profana.
Nada impediu o triunfo do amor entre a mais famosa apresentadora árabe-israelense de TV e o cantor e coestrela da série “Fauda”. Mas nem a fama do casal serviu para livrá-los do assédio das redes sociais, de ameaças veladas de maldição lançadas por um ministro judeu ultrarreligioso ou de ataques de radicais.
"Nós assinamos um acordo de paz", brincou o casal no convite. A comunidade árabe-israelense de onde vem Lucy, que representa um quinto da população, é herdeira dos palestinos que permaneceram dentro do Estado judeu.
Em Israel não há casamento civil. O Estado só reconhece a validade dos laços celebrados sob os ritos do rabinato, do Islã ou cristãos. Para a maioria judaica da população, os contratos nupciais estão nas mãos de rabinos ultraortodoxos, que obrigam as mulheres a respeitar o consentimento do marido para se divorciar. Sem via civil, casamentos inter-religiosos são raros. Dos 58 mil celebrados em 2015, apenas 23 eram entre árabes e judeus. Aharish e Halevi mantinham uma relação em segredo há quatro anos.
Apesar do silêncio, na quinta-feira não se falava de outra coisa em Israel. Muitos, como o ministro do Interior, o ultraortodoxo Ayre Deri, disseram não encorajar casamentos mistos para evitar a “assimilação dos judeus”. Referiam-se à perda do direito de ser reconhecido como membro da religião por nascimento, que somente a mãe transmite. Alguns observavam que ela poderia se converter.
Assimilação de judeus
Lucy Aharish foi premiada há três anos pelo governo israelense como um modelo de integração para cidadãos árabes, enquanto setores de sua própria comunidade palestina condenaram suas atividades por favorecerem a “normalização da ocupação”. Agora ela também está sujeita a ataques de radicais judeus, por ter violado um tabu cultural e religioso.
Para escapar dos vetos, muitos israelenses se casam no exterior, em particular em Chipre. O Estado reconhece sem restrições esses casamentos civis, e a próspera comunidade homossexual israelense também se beneficiou disso. O casal optou por uma alternativa: uma cerimônia privada na qual um documento de união de fato é selado diante de um advogado e depositado num registro público.
Críticas e felicitações ainda circulam com veemência nas redes sociais. Frente a mensagens apocalípticas, uma crescente maioria parece celebrar a união de Lucy e Tsahi com mensagens sinceras de “Mabruk!” e “Mazel Tov!”, transmitindo felicidade e boa sorte aos pombinhos.
O Globo sexta, 12 de outubro de 2018
OS MELHORES PAÍSES PARA MORAR, TRABALHAR E GANHAR BEM
Os melhores países para morar, trabalhar e ter salários mais altos
Estudo do HSBC aponta Cingapura, Nova Zelândia e Alemana como países mais vantajosos para expatriados
Bloomberg
11/10/2018 - 13:28 / 11/10/2018 - 19:45
Vista aérea de Cingapura Foto: Arquivo
ZURIQUE - Cingapura foi considerado o melhor lugar para se viver e trabalhar pelo quarto ano consecutivo, segundo a pesquisa Expat Explorer. O país superou Nova Zelândia, Alemanha e Canadá.
A Suíça ficou apenas em oitavo lugar, pesando contra o país o alto custo para criar os filhos e a dificuldade para fazer amigos.
“Cingapura reúne tudo o que um recém-expatriado poderia querer em um dos menores territórios do mundo”, informou o HSBC.
A Suécia, um dos países com mais igualdade de gênero do mundo, obteve a melhor pontuação para o requisito “família”, e Nova Zelândia, Espanha e Taiwan lideraram na categoria experiência.
Mudar-se para o exterior aumenta a renda do trabalhador médio em US$ 21 mil, e os emigrantes mais bem pagos estão na Suíça, nos Estados Unidos e em Hong Kong. Esta é a conclusão do estudo anual do HSBC, segundo o qual 45% dos expatriados disseram que seus empregos atuais pagavam mais no exterior. No levantamento, 28% afirmaram ter mudado de país em busca de uma promoção no trabalho.
Na Suíça, famosa pelas montanhas e pelos preços elevados, o aumento de renda anual totalizou US$ 61 mil. Os salários dos expatriados no país são de US$ 203 mil por ano em média — o dobro do nível global.
Apesar das vantagens culturais, financeiras e profissionais de se mudar para o exterior, a pesquisa, que ouviu 22.318 pessoas, revelou que as mulheres ficavam atrás em uma série de métricas.
Embora a mudança de país tenha aumentado a renda das mulheres em cerca de 27% — maior do que a registrada pelos homens —, somente cerca de um quarto se mudou para impulsionar a carreira profissional, contra 47% dos homens. Apenas metade trabalha em período integral e o nível geral de educação revelado foi um pouco menor. Além disso, o salário anual médio das mulheres também era US$ 42 mil mais baixo do que o dos homens, aponta o estudo.
O Globo quinta, 11 de outubro de 2018
DATAFOLHA: BOLSONARO, 58%; HADDAD, 42%
Datafolha: Bolsonaro tem 58% dos votos válidos; Haddad aparece com 42%
Nos votos totais, o candidato do PSL tem 49%, contra 36% do petista
Marco Grillo
10/10/2018 - 19:02 / 10/10/2018 - 21:08
Os candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) Foto: REUTERS
RIO — A primeira pesquisa de intenção de votos divulgada após o início do segundo turno mostra que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro , tem 58% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) aparece com 42%. Na contagem dos votos totais, Bolsonaro tem 49%, enquanto Haddad tem 36%. Brancos e nulos somam 8%, e 6% não souberam responder. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A série histórica do Datafolha mostra que esta é a maior vantagem que um candidato impõe sobre o outro na largada do segundo turno de uma eleição presidencial desde 2002. Naquela ocasião, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 64% dos votos válidos, contra 36% de José Serra (PSDB). As pesquisas anteriores também mostram que, para vencer a eleição, Haddad precisará de um feito inédito: nunca um candidato que iniciou a segunda etapa atrás do adversário conseguiu a virada — em 2014, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) estavam em empate técnico à esta altura.
No primeiro turno, Bolsonaro teve 46% dos votos válidos, enquanto Haddad chegou a 29%. De acordo com o Datafolha, o potencial do candidato do PSL cresceu, em sua maioria, pelas adesões de eleitores que no primeiro turno escolheram Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo). Entre os eleitores do ex-governador de São Paulo, 42% declararam que agora vão votar em Bolsonaro, enquanto 30% disseram que vão optar por Haddad. Em relação ao eleitorado de Amoêdo, 49% afirmaram que preferem o candidato do PSL, e 18% sustentaram que vão escolher o petista.
O Globo quarta, 10 de outubro de 2018
VÔLEI FEMININO: BRASIL BATE HOLANDA
Brasil supera jogo tenso, bate a Holanda e segue firme na briga por vaga na 3ª fase do Mundial
Seleção, mais uma vez, se mostra instável, mas derruba invencibilidade holandesa e cresce na briga por um lugar na próxima etapa da competição. Equipe define vaga contra as japonesas
Por João Gabriel Rodrigues — Nagóia, Japão
Era preciso ir além, e o Brasil sabia disso. Diante de um rival invicto até então, quis se mostrar forte. A instabilidade ainda estava lá, é verdade. Mas, ao reagir no momento certo, a seleção brasileira conseguiu derrubar a Holanda em 3 sets a 2, parciais 23/25, 25/18, 25/27, 25/19 e 15/7. Com o resultado, se manteve firme na briga por uma vaga na terceira fase do Mundial.
A vitória deixa o Brasil com 18 pontos, em quarto lugar no grupo E - empatado em pontos com o Japão, leva a pior no sets average. A seleção, então, torce por uma derrota das japonesas para a Sérvia nesta quarta-feira, às 7h20 (horário de Brasília). Brasil e Japão decidem a classificação para a terceira fase nesta quinta-feira, também às 7h20. O SporTV 2 transmite a partida ao vivo.
Apenas três seleções avançam à terceira fase. A partida entre sérvias e japonesas será essencial na matemática do grupo. Caso vençam as europeias, as asiáticas deixam o Brasil em situação muito complicada. Para avançar, precisaria bater o Japão e fazer as contas no saldo de pontos com japonesas e holandesas para saber quem avança.
Brasil festeja ponto contra as holandesas — Foto: Divulgação/FIVB
Contra a Holanda, o Brasil mostrou evolução em vários aspectos. Durante boa parte da partida, teve avanços no bloqueio e no passe. Sofreu, porém, com a instabilidade. Depois de liderar o segundo set em 8/1, permitiu a reação e se complicou no jogo. Ainda assim, conseguiu superar o sufoco para sair de quadra com a vitória.
Lógico que dependemos do jogo da Sérvia contra o Japão. Mas tínhamos de fazer o nosso trabalho. E o mais legal foi ver o time jogar bem. Nós cometemos alguns erros, sem dúvida. Mas vimos um time com energia em quadra, um time que não queria que a bola caísse de jeito nenhum, querendo chegar ao bloqueio, tentando ajustar o saque a cada bola. Temos de continuar a fazer o nosso trabalho - disse Zé Roberto.
Tandara, intensa durante todo o confronto, fechou a partida com 28 pontos. Gabi fez 13, assim como Fernanda Garay, que começou no banco por conta de dores nas costas, mas que também foi importante para a vitória. No total, foram 17 pontos de bloqueio e dez de saque. Grande nome do time holandês, Lonneke Sloetjes deu trabalho às brasileiras e saiu de quadra com 25 pontos.
Em jogo tenso, Brasil bate a Holanda
Sloetjes abriu sua caixinha de ferramentas logo de cara. A oposta soltou o braço e fez com que a Holanda marcasse 4 a 0 no placar sem muitas dificuldades. Bem na partida contra o México, Drussyla era a arma de Zé Roberto para dar mais consistência ao passe brasileiro. A seleção, porém, sofreu no início. Melhorou aos poucos, mas, ainda assim, foi em desvantagem para o primeiro tempo técnico, em 8/5.
O Brasil cresceu. Conseguiu encaixar melhor seu jogo e ficou a um ponto do empate (9/8). Mas foi por pouco tempo. Os erros voltaram a aparecer, e a Holanda voltou a disparar, abrindo 15/11. Zé Roberto, então, parou o jogo. O Brasil ainda ameaçou reagir. No bloqueio de Adenízia, voltou a ficar a um ponto do empate (18/17). Mas faltava algo. Zé ainda chamou Natália, mas foram as holandesas que fecharam após ataque para fora de Drussyla: 25/21.
Brasil comemora vitória contra as holandesas — Foto: Divulgação/FIVB
O Brasil quis reagir. Abriu o segundo set com 2 a 0 no placar. A Holanda, porém, empatou, depois de erro de Drussyla no passe. Zé, então, mandou Fernanda Garay à quadra. E a ponteira entrou bem, parando o ataque holandês no bloqueio. Também apareceu bem no saque, quebrando o passe rival duas vezes seguidas e abrindo 7/3 no placar. Pouco depois, Gabi explorou o bloqueio para marcar 8/4 antes da primeira parada técnica.
Era um Brasil mais atento. Diante da qualidade das rivais, a seleção, talvez pela primeira vez em todo o Mundial, conseguia mostrar suas maiores forças. Muito bem no bloqueio e no passe, a equipe disparou. Abriu 15/9 depois de um ataque de Fernanda Garay e viu o outro lado pedir tempo. Não conseguiu, porém, parar o bom momento do Brasil. Com um ace, Dani Lins, que entrara só para sacar, marcou 19/12. A Holanda ainda ameaçou uma reação, paralisada com um pedido de tempo de Zé Roberto. Com um ace de Tandara, fim de set: 25/18.
O Brasil manteve o ritmo, principalmente no bloqueio. Bia fechou a porta junto à rede e abriu a contagem. Pouco depois, foi a vez de Roberta fazer o mesmo e marcar 4/1. Bia voltou a aparecer logo na sequência, mas com uma pancada, fazendo 5/1 e obrigando o pedido de tempo do técnico Jamie Morrison. Pouco adiantou. No ace de Tandara, a seleção brasileira foi para o tempo técnico com 8/1 no placar.
Sloetjes foi o grande destaque do time holandês — Foto: Divulgação/FIVB
Só que, aos poucos, a Holanda reagiu. Pelas mãos de uma incansável Sloetjes, depois de uma boa sequência, a diferença caiu para apenas um ponto (15/14). Uma pancada de Tandara fez o Brasil se manter em vantagem no tempo técnico. Mas o empate veio pouco depois, com um ataque de Maret.
O Brasil voltou a abrir (23/20), mas bastaram dois erros em sequência para que a Holanda encostasse mais uma vez (23/22). Zé Roberto pediu tempo. Tentou arrumar o time, mas as rivais deixaram tudo igual logo depois. O técnico brasileiro parou o jogo mais uma vez. Tandara, com uma pancada, deu o set point para o Brasil, desperdiçado no lance seguinte. A seleção também salvou um set point rival, mas não evitou o segundo. Plak apareceu bem e, com um toque por cima do bloqueio, fechou a parcial em 27/25.
A seleção pareceu sentir a queda. Na volta à quadra, a Holanda conseguiu se impor e abriu vantagem. Uma pancada de Tandara, porém, deixou o placar igual, em 4/4. O Brasil quis lutar e, na marra, conseguia se manter à frente. Do outro lado, Sloetjes parecia ainda mais difícil de ser parada. Foi dela, no saque, o ponto de empate, em 15/15.
Brasil terminou com 17 pontos de bloqueio — Foto: Divulgação/FIVB
O Brasil, porém, conseguiu reagir. No bloqueio de Carol, abriu três pontos de vantagem. Gabi, com um ace, ampliou para 19/15 logo na sequência. Jamie Morrison, então, parou o jogo mais uma vez. A Holanda até ensaiou uma reação, mas não teve forças para impedir o tie-break. Em pancada de Tandara, 25/19 para o Brasil.
A tensão se manteve em quadra. A Holanda começou melhor, mas o Brasil reagiu aos poucos. Em ataque de Fê Garay, abriu 5/4. Tandara, logo depois, ampliou, e as rivais pararam o jogo. A seleção, porém, seguiu forte e ampliou a vantagem para 9/5. Já não havia mais espaço para reação. No bloqueio de Natália, fim de papo: 15/7.
Confira as escalações:
Brasil: Roberta, Tandara, Gabi, Drussyla, Bia e Adenízia. Líbero: Suelen. Entraram: Natália, Dani Lins, Fernanda Garay, Carol e Thaisa.
Holanda: Laura Dijkema, Lonneke Sloetjes, Anne Buijs, Maret Balkestein-Grothues, Yvon Belien, Juliet Lohuis. Líbero: Kirsten Knip. Entraram: Celest Plak, Britt Bongaerts, Marrit Jasper e Nicole Luttikhuis.
O Globo terça, 09 de outubro de 2018
UM TERÇO DOS PARTIDOS FICARÁ SEM VERBA
Cláusula de barreira: um terço dos partidos ficará sem verba pública
Mecanismo entra em ação, e pelo menos 14 dos 35 partidos deixam de ter acesso a recursos
Bernardo Mello e Igor Mello
09/10/2018 - 04:30 / 09/10/2018 - 07:41
Plenário da Câmara dos Deputados Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo/11-07-2018
RIO — Mais de um terço dos 35 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) deve ficar abaixo da cláusula de barreira , mecanismo que tenta reduzir a fragmentação partidária no Brasil. A projeção foi feita pelo GLOBO com base em dados divulgados pelo TSE e que ainda podem sofrer alterações por eventuais anulações de candidaturas.
Das 30 legendas que elegeram representante para o Congresso, 14 não atingiram o índice mínimo de votos válidos, tampouco fizeram deputados federais em número suficiente para vencer a cláusula, que definirá acesso ao fundo partidário e à propaganda de rádio e televisão no próximo ano. Os 14 partidos políticos que perderão os benefícios são: PCdoB, Patriota, PHS, PRP, PMN, PTC, Rede, PPL, DC, PRTB, PMB, PCB, PSTU e PCO.
O Globo segunda, 08 de outubro de 2018
RESULTADO DAS URNAS DEIXA O BRASIL ENTRE O BOLSONARISMO E O PETISMO
Resultado nas urnas deixa o Brasil entre o bolsonarismo e o petismo
Eleição presidencial vai para o 2º turno entre Bolsonaro (46,1%) e Haddad (29,1%)
O Globo
08/10/2018 - 04:30 / 08/10/2018 - 07:21
Bolsonaro e Haddad irão para o segundo turno Foto: Reuters Photographer / REUTERS
BRASÍLIA - Pela quinta vez seguida, a eleição presidencial brasileira será decidida em segundo turno, com a disputa entre JairBolsonaro ( PSL ) e FernandoHaddad ( PT ). O capitão reformado teve 46,03% dos votos válidos e larga na frente — desde a redemocratização, quem terminou o primeiro turno na dianteira acabou eleito. O petista alcançou 29,28%, o menor patamar de um candidato do partido desde Luiz Inácio Lula da Silva em 1994.
O resultado foi mais devastador para o tucano Geraldo Alckmin, que acabou com 4,76%, o pior resultado do PSDB para a Presidência. Marina Silva (Rede) também saiu da eleição muito menor do que entrou e terminou em oitavo lugar, com pouco mais de 1 milhão de votos, nem sombra dos 20 milhões de 2010 e 2014.
O Globo domingo, 07 de outubro de 2018
UM PAÍS DIVIDIDO VAI ÀS URNAS
Após campanha radicalizada, um país dividido vai às urnas
Primeiro turno presidencial foi marcado pela polarização entre esquerda e direita. Bolsonaro e Haddad lideram a disputa
O Globo
07/10/2018 - 04:30 / 07/10/2018 - 07:38
Os candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) Foto: Arquivo O GLOBO
RIO - Após uma campanhapresidencial marcada pela polarização entre esquerda e direita, com episódios deradicalização , mais de 147 milhões de eleitores irão às urnas hoje pela oitava vez após a redemocratização.
Nas últimas pesquisas antes do primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL), o capitão reformado que deixou o baixo clero para empalmar a bandeira do antipetismo, tem 41% dos votos válidos no Ibope e 40% no Datafolha e busca uma vitória no primeiro turno, o que não acontece há 20 anos.
Seu maior adversário, o petista Fernando Haddad apostou na personificação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que completa seis meses preso hoje em Curitiba, condenado em segunda instância por corrupção. A estratégia o catapultou de 4% há um mês para os mais de 25% dos votos válidos nos levantamentos de ontem, o que o colocaria no segundo turno.
Principal aposta de quem rejeita tanto o bolsonarismo quanto o lulismo na reta final da campanha, Ciro Gomes (PDT) tentava ganhar impulso para ultrapassar Haddad, mas foi uma aposta de terceira via que até ontem não emplacou. Com 13% dos válidos, dificilmente terminará à frente do ex-prefeito de São Paulo.
Nada representa mais a eleição da pulverização do centro que os desempenhos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Com um discurso técnico e um apelo à razão, o ex-governador de São Paulo não conseguiu decolar e corre o risco de terminar a campanha com menos votos do que tinha quando começou, mesmo com quase a metade de todo o tempo de propaganda na televisão. Confirmado seu fracasso, será a primeira vez desde 1994 que o PSDB não chega ao segundo turno.
A situação da ex-senadora é ainda mais cruel. Pode terminar a eleição como “nanica”, depois de ter recebido cerca de 20 milhões de votos em 2010 e 2014.
Campanha curta e intensa
Se mesmo para políticos consolidados como Marina ou com forte estrutura partidária como Alckmin a campanha polarizada não deu brechas, a situação ficou ainda mais difícil para os novatos. A disputa com o maior número de candidatos desde 1989 não teve surpresas fora das primeiras posições. Da esquerda, onde o líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL) buscou fincar os alicerces de sua candidatura, à centro-direita, a partir da qual o liberal João Amôedo (Novo) tentou energizar seus partidários, ninguém surpreendeu.
Embora tenha sido mais curta que as anteriores, com um início mais tardio e menos dias de propaganda eleitoral na TV, poucas vezes se viu uma campanha tão intensa como esta: em 6 de setembro, há apenas um mês, o líder nas pesquisas, Bolsonaro, foi esfaqueado quando era carregado por partidários em Minas Gerais, um atentado inédito nas campanhas presidenciais; o segundo colocado, Haddad, bateu ponto na sede da PF em Curitiba nada menos do que 15 vezes (11 como coordenador de campanha e outras quatro depois que foi ungido) para ouvir Lula, que tentou levar a candidatura até as últimas consequências, mesmo enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Foi também a primeira campanha verdadeiramente digital do Brasil. A força de Bolsonaro nas redes sociais e nos mais de 1.500 grupos de Whatsapp comandados por seus aliados se sobrepôs à força tradicional do marketing eleitoral, que também minguou sem os muitos milhões das doações empresariais, proibidas pela primeira vez.
O Globo sábado, 06 de outubro de 2018
POLARIZAÇÃO ELEITORAL ABALA RELAÇÕES FAMILIARES
Polarização eleitoral abala relações familiares
Especialistas dão dicas de como lidar, em casa, com as diferenças de opinião
Mariana Martinez e Waleska Borges
06/10/2018 - 04:30
Márcia e Marcelle Nasi, mãe e filha, vivem desconforto de defender polos opostos na campanha eleitoral Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
RIO — Para comemorar os 43 anos, em 17 de setembro, a cientista política Karina Junqueira reuniu parentes e amigos mais próximos na mesa de um bar. O grupo de sete pessoas conversava animadamente quando, já no final da festa, ela e o irmão engataram um debate sobre política que acabou se transformando em bate-boca. Os convidados decidiram se levantar. Ficaram apenas os dois, tentando chegar a um consenso sobre o assunto.
— Meu irmão tem orientação política totalmente contrária da minha. Com ele, não tem nem conversa. As pessoas um pouco mais distantes da minha família, como primos e tios, também já estão bloqueadas nas minhas redes sociais — disse Karina.
O caso da cientista política não é uma exceção. Com o debate político cada vez mais polarizado, os desentendimentos acontecem com frequência e muitas vezes extrapolam o limite das redes. Mas como tratar de um tema tão polêmico em família? Para especialistas ouvidos pelo O GLOBO, o assunto não precisa ser evitado, mas exige cautela.
A designer de interiores Marcele Nasi, de 30 anos, também do Rio, recebia em casa a irmã e a mãe Márcia Nasi, 60 . As três assistiam às notícias sobre o ataque a Bolsonaro na TV e faziam comentários. Como Marcele é contra o candidato do PSL e Márcia é a favor, o papo degringolou.
— Essa discussão foi dias depois da facada. Não entra na minha cabeça como elas veem nele uma saída para o país — disse Marcele.
Márcia explica sua opção por Bolsonaro:
— Eu vivi num momento militar. Tenho 60 anos. A gente vivia tranquilo. Eu não sou anarquista. Naquela época, tinha medo de militar quem era anarquista. Não sei porque a minha filha tem essa ojeriza do Bolsonaro. Sou totalmente a favor dele. Maldita a hora que o voto deixou de ser secreto dentro de casa — diz Márcia.
A professora carioca Meg Rocha, de 27 anos, está estremecida com o pai. Ele é eleitor de Jair Bolsonaro, do PSL, e Meg vota em Ciro Gomes, do PDT. Os dois moram na mesma casa, mas agora pararam de conversar sobre qualquer assunto. Os diálogos estão restritos a “oi”, “bom dia” e “boa noite”. Meg lembra que a discussão mais fervorosa aconteceu logo após uma entrevista de Bolsonaro na TV.
— Nós estávamos conversando enquanto víamos TV, quando fiz uma crítica e começamos a brigar. Acho que depois da eleição isso vai passar, pois nos damos muito bem. Mas, por enquanto, estamos falando apenas o essencial — afirmou Meg, que também já foi excluída de uma rede social pela madrinha e por seus primos.
A dona de casa Natália Ferreira Aguirre, de 23 anos, que mora no Rio, discutiu com o padrasto ao buscar o filho na casa da mãe. A briga foi provocada por causa de dúvidas sobre a veracidade de uma das fotos de um protesto contra Bolsonaro que viralizou na internet. A imagem, no entanto, é verdadeira.
— Eu provei para ele que a informação de que aquela foto era uma montagem era ‘fake news’. Não evito discussão. Bato de frente porque tenho argumentos — disse Natália, que também já se indispôs com primos e marido pela mesma razão.
“As pessoas foram se distanciando (por causa da política). Acho que esse ano nem vai mais ter Natal, será cada um em sua casa”
RICARDO VAN ACKER
historiador
O historiador Ricardo Van Acker, 55 anos, conta que a família sempre foi politizada. Havia um tio comunista, que chegou a ser exilado, e outro químico em uma multinacional, apoiador do partido republicano nos Estados Unidos. Já existia um histórico de polarização, mas era algo contornável, segundo ele.
O Globo sexta, 05 de outubro de 2018
ENTREVISTA DE DREW BARRYMORE CAUSA FUROR
Entrevista de Drew Barrymore para revista de bordo egípcia causa furor na internet
Com declarações improváveis da atriz, reportagem viralizou no Twitter
O Globo
04/10/2018 - 17:39 / 04/10/2018 - 18:13
Drew Barrymore em março, durante evento da série 'Santa Clarita Diet' Foto: CHRISTOPHER POLK / AFP
RIO — A atriz Drew Barrymore e a companhia aérea EgyptAir estão protagonizando uma batalha improvável que tomou as redes sociais. Isso porque uma entrevista publicada pela revista de bordo da empresa traria declarações improváveis da atriz.
A reportagem ganhou notoriedade nas redes sociais depois de o jornalista americano Adam Baron qualificá-la no Twitter como "surreal". Logo nas primeiras linhas, o texto sustenta que Barrymore teria abdicado da carreira para se dedicar à maternidade, ao mesmo tempo em que qualifica a atriz como "instável":
"Apesar de ter sido instável em seus relacionamentos na maior parte da sua vida, apesar de ter tido vários casamentos mal-sucedidos e apesar da vida corrida de estrela, a bela atriz americana Drew Barrymore resolveu recentemente tirar férias sem prazo para se dedicar ao seu papel mais crucial, o de mãe", afirma a publicação.
Em outro momento, a reportagem também insiste que "psicólogos" concluíram que o comportamento de Barrymore em seus relacionamentos seria "natural porque ela nunca teve um modelo masculino", uma alusão ao divórcio de seus pais durante a infância.
A EgyptAir defendeu a veracidade da reportagem. Em um tuíte desta quarta-feira, a companhia afirmou que a entrevista é "profissional" e que foi conduzida por Aida Tekla, ex-presidente da Hollywood Foreign Press Association (Associação de imprensa estrangeira de Hollywood), organização responsável pelo Globo de Ouro.
O Globo quinta, 04 de outubro de 2018
FAKE NEWS DISPARAM NA INTERNET
Na reta final da campanha, fake news disparam na internet
Apenas em uma rede social, 35 conteúdos falsos foram compartilhados quase 400 mil vezes
POR GISELE BARROS, LUÍS GUILHERME JULIÃO E MARLEN COUTO
/ atualizado
Fake news disparam na internet na reta final da campanha - Reprodução
RIO — Na reta final da eleição, os conteúdos falsos se multiplicaram nas redes e no WhatsApp. Desde o fim de semana, 11 publicações falsas de grande repercussão — entre textos, fotos e vídeos — foram desmentidas pelo Fato ou Fake, o serviço de checagem do Grupo Globo.
No Facebook, 35 postagens tiveram cerca de 400 mil compartilhamentos e alcançaram milhões de eleitores. Só quatro vídeos publicados na rede social registraram 2,7 milhões de visualizações.
A propagação dos conteúdos falsos está crescendo, e rápido. O Núcleo de Dados do GLOBO analisou 18 páginas que compartilharam mentiras desde o fim de semana. As publicações mais recentes têm, em média, nove vezes mais interações e compartilhamentos do que postagens feitas pelas mesmas páginas nas primeiras semanas de setembro. Em média, cada publicação com conteúdo falso foi compartilhada 13,7 mil vezes. No início do mês, essa média era de 1,4 mil.
As milhares de interações — a soma de reações, comentários e compartilhamentos — ajudam a amplificar o alcance de uma postagem no Facebook. Uma das publicações que viralizou nos últimos dias, da página Planeta Brasil, traz um vídeo dizendo que a foto da manifestação contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) no Largo da Batata, em São Paulo, no sábado, era antiga e foi tirada durante o carnaval de 2017. Apesar de ser falso, o vídeo teve mais de 1,5 milhão de visualizações e 83 mil compartilhamentos.
No Facebook, as páginas pesquisadas que publicaram conteúdo falso nos últimos cinco dias se posicionam, majoritariamente, a favor de Bolsonaro. Contudo, isso não significa que a campanha tenha participação na propagação das mensagens e que também não seja alvo.
Um exemplo é o texto publicado em uma conta falsa do PSL no Twitter alertando para o fim do 13º salário caso Bolsonaro seja eleito — seu candidato a vice, general Mourão, já criticou o pagamento do 13º, mas o candidato rechaçou o seu fim.
Os materiais falsos que circulam no WhatsApp são impossíveis de serem rastreados, pois as conversas são criptografadas. Ao mesmo tempo, é fácil encaminhar mensagens recebidas.
Professor de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP)e um dos coordenadores do Monitor do Debate Político do Meio Digital, projeto que faz o acompanhamento do que é publicado nas redes sociais, Pablo Ortellado explica que momentos de aumento da temperatura política são mais propícios para a circulação de desinformação. Ele alerta para o risco que esse tipo de conteúdo pode gerar:
— Esse aumento da circulação de mensagens falsas é óbvio e esperado em momentos em que a temperatura política também aumenta e isso se confirmou agora, na véspera da eleição. Esses boatos têm um dano terrível para a democracia, pois está sendo forjado um juízo político e há pessoas tomando decisões em cima de informações falsas, o que deturpa muito o jogo político — afirma Ortellado.
Para o cientista político Rafael Sampaio, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mensagens falsas que circulam nas redes servem para reforçar o voto de quem já se decidiu ou ainda para aumentar a rejeição a certo candidato.
— Geralmente a “fake news” não é positiva, é negativa, para aumentar a rejeição. O perigo disso é que uma pessoa que não era tão radical no começo da eleição vai sendo contaminada e ficando mais radical. O efeito real é sobre aquelas pessoas que até poderiam mudar de candidato, mas que acabam cristalizando o voto — afirma Sampaio.
Peso na hora decisiva
Coordenador do projeto Eleições sem Fake, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fabricio Benevenuto confirma a sensação de que há muitos conteúdos falsos no WhatsApp. Seu grupo monitora as fotos, vídeos, áudios, textos e links mais compartilhados em cerca de 200 grupos abertos no aplicativo — que podem ser acessados por links de convites oferecidos em páginas na internet.
Na última terça-feira, a ferramenta identificou que o texto mais compartilhado foi uma mensagem falsa que diz que o voto é anulado se o eleitor escolher apenas presidente e votar em branco para os outros cargos. A mensagem falsa foi compartilhada em 23 grupos monitorados pelo projeto da UFMG.
— É uma ferramenta que entrou com um peso muito grande na eleição, mas não conseguimos saber quem são os criadores do conteúdo e rastrear a origem — afirma Fabricio Benevenuto. (Colaborou Marta Szpacenkopf)
Foto de manifestação manipulada?
Post afirma que imagens de ato contra Bolsonaro são de 2017, mas informação é #FAKE - Reprodução/ Redes sociais
O ato contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Largo do Batata (SP), no último sábado, foi alvo de mensagens falsas. Uma postagem disse: “Foto que está sendo divulgada pela esquerda para falar do ‘sucesso do movimento contra Bolsonaro’ é na verdade de um carnaval de rua em São Paulo do ano passado!”. No entanto, a fotografia feita no sábado mostra a manifestação e é diferente da registrada em 2017 e reproduzida nas publicações, embora do mesmo ângulo. As duas são da mesma autora.
A universidade e a pesquisa que não existiu
Imagem com pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia é falsa - Reprodução/Whatsapp
A suposta pesquisa feita pela Universidade do Sul da Califórnia apontando que não há previsão de 2º turno é falsa. A imagem aponta Bolsonaro com 61% das intenções de voto, Ciro Gomes com 12%, e Haddad com 7%. A universidade informou que não fez trabalho sobre as eleições no Brasil. “A University of Southern California repudia a tentativa de envolver o nome da universidade para espalhar notícias falsas no Brasil. Estamos investigando a origem do post para tomar as medidas cabíveis”, informou a instituição em nota. Leia mais
Tuíte que extermina o 13º salário
Mensagem é falsa e página do Twitter não é a página oficial do partido - Reprodução
Uma publicação no Twitter que simulava ser do PSL, partido de Jair Bolsonaro, afirma que num eventual governo do candidato o 13º salário seria extinto e que os empresários não pagariam mais salário mínimo. O perfil nomeado @PSLOicial não é a identidade real do partido na rede social. Ao confirmar que a publicação era falsa, a assessoria do candidato afirmou ainda que o conteúdo da mensagem não expressa opiniões de Bolsonaro. O deputado negou que pretenda extinguir o benefício. Leia mais
Temor sobre anulação dos votos
Mensagem que circula em grupos de WhatsApp é #FAKE - Reprodução
Surgiu no WhatsApp uma mensagem dizendo que o voto é considerado parcial e anulado quando o eleitor vota somente no presidente e em branco nos demais candidatos a outros cargos (governador, deputado federal, deputado estadual e senador).
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que não é verdade a afirmação de que um voto depende do outro para ser computado. O voto em branco ocorre quando o eleitor escolhe a opção da tecla de cor branca. O nulo ocorre quando o eleitor digita um número inexistente na lista de candidatos. Leia mais
Casamento gay em igrejas?
Post com declaração falsa de Jean Wyllys - Reprodução
Um post com uma declaração atribuída ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), em que ele diz que vai criar uma lei para obrigar padres e pastores a realizarem casamentos de pessoas de mesmo sexo em igrejas, está circulando nas redes sociais. De acordo com a mensagem, publicada na página "Esquerda Brasil 2018", o deputadoreceberia o apoio do candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, para criar a Lei Marielle Franco. A declaração é #FAKE. Leia mais
Prédio que desabou?
Imagem compartilhada nas redes sociais é verdadeira e foi feita durante o protesto no sábado - Foto: Reprodução / Internet
Circula nas redes sociais uma mensagem afirmando ser montagem a imagem da manifestação contra candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, realizada no sábado no Centro do Rio. A mensagem é #FAKE. A imagem, uma reprodução, é verdadeira e foi feita durante o protesto contra o candidato no sábado (29). Leia mais
Criança propriedade do Estado?
Mensagem atribuída a Fernando Haddad (PT) é falsa - Reprodução
Circula nas redes sociais uma mensagem que afirma que o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) diz que, ao completar cinco anos, a criança passa a ser propriedade do Estado e que o seu gênero pode ser escolhido. A mensagem é #FAKE. Leia mais
Voto no dia seguinte
Comunicado que diz que eleitores do PT devem votar no dia 8 de outubro é falso - Reprodução
Circula nas redes sociais uma imagem direcionada aos eleitores do PT comunicando que, devido aos protestos e manifestações que poderão ocorrer no dia 7 de outubro contra o PT, os eleitores que votam no partido estão convocados a irem votar no dia 8 de outubro, segunda-feira. O post é #FAKE. Leia mais
Pesquisa 'não manipulada'
Post com print de manchete do G1 é falso - Reprodução
Um post com uma imagem falsa que mostra o resultado de uma pesquisa Ibope tem bombado nas redes sociais. A mensagem diz que o G1 divulgou o resultado "não manipulado" com o candidato Jair Bolsonaro (PSL) com 63% das intenções de voto. O texto e o print são #FAKE. O G1 nunca publicou tal resultado de pesquisa. Leia mais
Biometria
Mensagem que diz que não há impedimento de voto para quem não fez biometria é falsa - G1
Circula nas redes sociais uma mensagem que diz que o eleitor pode votar mesmo que não tenha feito a biometria. O post é #FAKE. Nas cidades em que houve a biometria obrigatória, o não comparecimento fez com que o título eleitoral tenha sido cancelado, deixando o eleitor impedido de votar.
De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral, quem perdeu o prazo para fazer a biometria nos estados em que ela é obrigatória não pode votar nas eleições de 2018. Leia mais
Jesus é travesti?
Imagem que circula nas redes sociais é falsa - Reprodução
Circula nas redes sociais uma imagem em que a candidata a vice-presidente Manuela D'Ávila (PCdoB) aparece com uma camiseta com os dizeres "Jesus é travesti". Manuela é candidata na chapa de Fernando Haddad (PT). A fotografia é #FAKE.
Na imagem compartilhada, Manuela aparece abrindo um casaco para expor a camiseta.
O Globo quarta, 03 de outubro de 2018
BOLSONARO CONQUISTA VOTOS EM REDUTOS LULISTAS
Bolsonaro melhora desempenho em tradicionais redutos lulistas
No Nordeste, candidato do PSL teve crescimento expressivo, mas Haddad ainda mantém liderança na região
Marco Grillo, Jussara Soares e Catarina Alencastro
03/10/2018 - 04:30 / 03/10/2018 - 06:42
Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) Foto: REUTERS PHOTOGRAPHER / REUTERS
RIO e BRASÍLIA - O crescimento do candidato do PSL àPresidência , Jair Bolsonaro , registrado nas pesquisas de intenção de voto recentes, foi amparado também pelo avanço em segmentos do eleitorado tradicionalmente fiel ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um primeiro momento da campanha, o petista FernandoHaddad se distanciou do bloco intermediário e se aproximou do adversário justamente em função do apoio nos redutos lulistas. Agora, em uma outra fase da eleição, a dificuldade do ex-prefeito de São Paulo de crescer em ritmo mais acelerado nestes estratos e o aumento da identificação destes setores com o capitão da reserva ajudam a explicar, respectivamente, a estagnação de Haddad e a elevação de patamar de Bolsonaro. Além disso, o candidato do PSL também cresceu entre as mulheres, segmento em que tem rejeição acima de sua média.
Entre os eleitores mais pobres - aqueles com renda familiar mensal de até um salário mínimo -, a vantagem continua com o petista, mas foi reduzida na comparação entre as duas pesquisas Ibope mais recentes. Na quarta-feira da semana passada, Haddad tinha 28% dentro deste recorte, contra 13% de Bolsonaro, o que representava uma diferença de 15 pontos percentuais. No levantamento do início da semana, o domínio petista caiu pela metade: Haddad oscilou dois pontos negativamente e marcou 26%, enquanto Bolsonaro subiu seis pontos e chegou a 19%. A faixa mais pobre do eleitorado é bastante relevante do ponto de vista eleitoral: cerca de 40% dos eleitores ganham até dois salários mínimos por mês.
No Nordeste, outro tradicional reduto do lulismo - e onde estão 26% dos eleitores -, Bolsonaro também, pela primeira vez desde o início da campanha, teve um crescimento expressivo. O candidato do PSL saiu de 15% para 21% das intenções de voto na região, um aumento de seis pontos percentuais. Haddad segue líder, com 35% (cresceu cinco pontos na comparação com a pesquisa mais recente), mas em um patamar no qual ela já havia transitado (registrou 34% em 24 de setembro).
O Globo terça, 02 de outubro de 2018
PT GASTOU 1,4 BI PARA ELEGER E REELEGE DILMA, DIZ PALOCCI
PT gastou R$ 1,4 bilhão para eleger e reeleger Dilma, diz Palocci em delação
Caixa 2 representa mais do que o dobro do valor declarado ao TSE.
Aguirre Talento e Robson Bonin
01/10/2018 - 15:22 / 02/10/2018 - 06:38
Dilma Rousseff e Antonio Palocci, durante cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Gustavo Miranda/Agência O Globo
BRASÍLIA — O ex-ministro petistaAntonio Palocci afirmou no primeiro anexo de sua delação premiada que as duas últimas campanhas presidenciais do PT para eleger Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, teriam custado juntas R$ 1,4 bilhão, mais do que o dobro dos valores declarados oficialmente à Justiça Eleitoral. Segundo Palocci, as campanhas foram largamente abastecidas com caixa dois . De acordo com o depoimento, os empresários contribuíam esperando benefícios em troca e, mesmo nas doações oficiais, a origem da maior parte do dinheiro vinha de acertos ilícitos de propina.
O anexo se tornou público nesta segunda-feira, após decisão do juiz federal Sérgio Moro, que determinou a juntada do depoimento de Palocci em uma das ações penais em andamento contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual ele é acusado de receber propina da Odebrecht. Palocci atuou nas campanhas petistas como interlocutor do setor empresarial para a arrecadação financeira, por isso seu conhecimento sobre o assunto.
Segundo o ex-ministro, a “ilicitude das campanhas” começava nos “preços elevadíssimos que custam”. “Ninguém dá dinheiro para as campanhas esperando relações triviais com o governo”, afirmou ele, que prossegue: “As prestações regulares registradas no TSE são perfeitas do ponto de vista formal, mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos”.
Ainda de acordo com a delação, as doações oficiais serviam para quitar saldo de acertos de propinas em obras públicas, como na Petrobras:
“Grandes obras contratadas fora do período eleitoral faziam com que os empresários, no período das eleições, combinassem com os diretores que o compromisso político da obra firmada anteriormente seria quitada com doações oficiais acertadas com os tesoureiros dos partidos, coligações, etc”.
Sobre as duas campanhas de Dilma Rousseff, Palocci afirmou: “Pode citar que as campanhas presidenciais do PT custaram em 2010 e 2014, aproximadamente, 600 e 800 milhões de reais, respectivamente”. Nas prestações de contas oficiais, os valores oficialmente declarados de custo dessas campanhas foram de R$ 153 milhões e R$ 350 milhões, respectivamente.
Palocci afirmou ainda, sem dar detalhes, que havia um largo esquema de venda de medidas provisórias no Congresso Nacional durante os governos petistas, envolvendo tanto o Poder Executivo como o Legislativo:
“A prática de venda de emendas se tornou corriqueira, particularmente na venda de emendas parlamentares para medidas provisórias vindas dos governos, casos em que algumas MPs já contam com algum tipo de vício destinado a atender financiadores específicos e saem do Congresso Nacional com a extensão do benefício ilícito a diversos outros grupos privados”, disse o ex-ministro, que “estima que das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT, em pelo menos novecentas houve tradução de emendas exóticas em propina”.
Questionado sobre contas no exterior do PT, Palocci afirmou que nunca abriu nenhuma conta para o partido, mas que “sabe que a agremiação já fez isso sem utilizar o nome do partido e lideranças, pelo menos segundo tem conhecimento o colaborador; que soube que empresários abriam, apenas na confiança, contas em nome próprio e para utilização pelo PT”. O relato é semelhante ao do empresário Joesley Batista, do grupo da JBS, que contou em sua delação ter mantido contas no exterior para depositar periodicamente a propina devida ao partido, que eram esvaziadas na época das eleições.
O Globo segunda, 01 de outubro de 2018
GRIFE CORTA MARQUEZINE DE FOTO AO LADO DE NEYMAR
Grife corta Marquezine de foto ao lado de Neymar e fãs reclamam: 'Muito feio'
Off-White deixou na imagem apenas o jogador de futebol e a modelo Cara Delevingne
POR O GLOBO
/ atualizado
Cara e Neymar: "Onde está a Marquezine?" - Reprodução/Instagram/Off-White
As agências internacionais registraram Neymar e Bruna Marquezine na primeira fila do desfile da Off-White - FRANCOIS GUILLOT / AFP
"Por que cortaram a Bruna Marquezine? Muito feio isso"; "Falta de respeito com a Bruna que até marcoy vocês na postagem dela... Que falta de consideração com o próprio Neymar"; "Vocês cortaram fora a Bruna, a verdadeira estrela lá. Não é legal"; "Que atitude mais deselegante cortar a namorada e deixar outra pessoa do lado... Palhaçada da parte de vocês"; "Só queria dizer que a Bruna Marquezine estava do outro lado"; "Onde está a Bruna na foto? Porque eu sei que ela estava lá"; e "Imagem incompleta" foram alguns dos comentários.
O Globo domingo, 30 de setembro de 2018
ÂNGELA MARIA, RAINHA DO RÁDIO, MORRE AOS 89 ANOS
Angela Maria, rainha do rádio, morre aos 89 anos
Internada havia mais de um mês em SP, a cantora não resistiu a uma infecção generalizada. Ela tinha 89 anos.
Angela Maria — Foto: Divulgação / Murilo Alvesso
A cantora Angela Maria, uma das rainhas do rádio, morreu aos 89 anos no fim da noite deste sábado (29), no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. Após 34 dias de internação, ela não resistiu a uma infecção generalizada.
A cantora será velada e sepultada neste domingo (30) no Cemitério Congonhas, na zona sul da capital paulista.
Morre em São Paulo, aos 89 anos, a cantora Ângela Maria
Jornal GloboNews
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Morre em São Paulo, aos 89 anos, a cantora Ângela Maria
O marido dela, o empresário Daniel D’Angelo, divulgou um vídeo emocionado no Facebook falando sobre a morte da cantora, que fez um estrondoso sucesso entre as décadas de 1950 e 1960.
"É com meu coração partido que eu comunico a vocês que a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus", disse emocionado, ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do casal e de um outro rapaz.
Cantora Angela Maria, em foto de 19 de maio de 1994 — Foto: Gilda Mattar/Estadão Conteúdo
Nome artístico
Abelim Maria da Cunha nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde menina cantava em corais de igrejas.
Ela foi operária tecelã e inspetora de lâmpadas em uma fábrica da General Eletric, mas queria ser cantora de rádio apesar da oposição da família.
Por volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros e passou a usar o nome Angela Maria, para não ser descoberta pelos parentes.
Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” - programa dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.
Quando decidiu tentar a carreira de cantora, Angela Maria abandonou os estudos, o trabalho na indústria e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Angela Maria — Foto: Jair de Assis/Divulgação
Era do rádio
Em 1948, começou a cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou carreira na emissora.
Em 1951, gravou pela RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Cantora Angela Maria, em imagem de 19 de janeiro de 1977 — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Princesa e rainha do rádio
Durante a década de 1950, atuou intensamente nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, como a estrela de “A Princesa Canta”, nome derivado de seu título de “Princesa do Rádio”, um dos muitos que recebeu em sua carreira.
Em 1954, em concurso popular, tornou-se a “rainha do rádio”, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme “Rua sem Sol”.
A cantora Angela Maria — Foto: Reprodução / Facebook
'Sapoti'
Encantado pela voz de Angela Maria, Getúlio Vargas lhe deu o apelido de “Sapoti”. "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti", teria dito o presidente.
Ainda durante a década de 1950, vários de seus sambas-canções viraram sucessos, como “Fósforo queimado”, “Vida de bailarina”, “Orgulho”, “Ave Maria no morro” e “Lábios de mel”.
Na segunda metade da década de 1960, foi a vez de “Gente humilde” ser destaque nas paradas de sucesso.
Em 1982, foi lançado o LP Odeon com Angela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992, a dupla lançou o disco "Angela e Cauby ao vivo", após o show Canta Brasil.
Em 1996, foi contratada pela gravadora Sony Music e lançou o CD “Amigos”, com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros. O trabalho foi um sucesso, celebrado em um espetáculo no Metropolitan (Claro Hall), no Rio de Janeiro, e um especial na Rede Globo. O disco vendeu mais de 500 mil cópias.
O Globo sábado, 29 de setembro de 2018
FUX BARRA ENTREVISTA DE LULA A JORNAL PAULISTA
Fux barra entrevista de Lula a jornal paulista
Fala do ex-presidente havia sido autorizada por outro ministro da corte, Ricardo Lewandowski
POR O GLOBO
/ atualizado
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA — O ministro Luiz Fux, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar para impedir que o jornal "Folha de S. Paulo" faça entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba. A entrevista havia sido autorizada por outro ministro da corte, Ricardo Lewandowski, sob o argumento de que a liberdade de imprensa deve ser garantida.
Atendendo ao pedido do Partido Novo, que recorreu contra a decisão de Lewandowski, Fux entendeu que a entrevista poderia afetar o processo eleitoral e que, nesse caso, a liberdade de imprensa não poderia se sobrepor ao direito dos eleitores. "A confusão do eleitorado faz com que o voto deixe de ser uma sinalização confiável das preferências da sociedade em relação às políticas públicas desejadas pelos anos que se seguirão. É nesse sentido que se faz necessária a relativização excepcional da liberdade de imprensa, a fim de que se garanta um ambiente informacional isento para o exercício consciente do direito de voto", diz a decisão de Fux.
No despacho, além de suspender os efeitos da decisão de Lewandowski, Fux escreveu que, caso Lula já tenha sido ouvido por repórteres, o jornal paulista está impedido de publicar a entrevista. Caso o jornal publique, os responsáveis poderão ser enquadrados em crime de desobediência de ordem judicial. "No caso em apreço, há elevado risco de que a divulgação de entrevista com o requerido Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação na véspera do sufrágio, considerando a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais", argumentou Fux.
O jornal paulista já tinha solicitado autorização judicial para fazer a entrevista, mas o pedido fora negado pela Justiça Federal do Paraná. A decisão de Fux será submetida a referendo do plenário do STF, mas já tem eficácia imediata.
O Globo sexta, 28 de setembro de 2018
TESOUREIRO DE HADDAD É RÉU EM AÇÃO POR CAIXA 2
Tesoureiro de Haddad é réu em ação por caixa 2 na campanha de 2012
Francisco Macena foi denunciado em maio pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de empreiteira para pagar dívidas eleitorais
POR O GLOBO
/ atualizado
Candidato do PT indicou para comandar as contas de sua campanha o mesmo tesoureiro da sua eleição em 2012 - NACHO DOCE / REUTERS
SÃO PAULO - O tesoureiro do candidato à Presidência Fernando Haddad (PT), Francisco Macena, é réu desde junho deste ano em uma ação na Justiça Eleitoral de São Paulo por caixa dois na eleição de 2012. Naquele ano, Haddad foi eleito prefeito de São Paulo, e Macena atuou como seu tesoureiro. Ele foi denunciado em maio passado pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de caixa dois da empreiteira UTC para pagar dívidas da campanha de 2012 de Haddad.
A acusação foi do Ministério Público Eleitoral. Na mesma ação foram denunciados Haddad, o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto e o dono de gráficas Francisco Carlos de Souza.
Em junho, o juiz eleitoral Francisco Shintate aceitou a denúncia. Uma audiência para tentar um acordo que poderá levar ao arquivamento da ação foi marcada para novembro
A investigação começou em 2016, com o desdobramento da Operação Lava-Jato, a partir das delações do empresário Ricardo Pessoa, da UTC. Ele diz que, depois da campanha eleitoral de 2012, da qual Mecena foi tesoureiro, recebeu a visita de Vaccari. Segundo ele, o petista queria que a UTC pagasse uma dívida do partido com uma gráfica, no valor de R$ 3 milhões.
De acordo com o promotor Luiz Henrique Dal Poz, o pedido de contribuição foi renegociado para R$ 2,6 milhões. Para Dal Poz, a campanha de Haddad usou notas fiscais inidôneas para prestar contas.
Outra denúncia que envolve Macena em suspeitas de caixa dois foi relatada pela empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana. Em delação, ela afirmou que Macena sabia dos pagamentos de caixa dois para João Santana pela Odebrecht durante a campanha de 2012 porque participou de reuniões entre a empresária, Vaccari e o ex-ministro Antonio Palocci.
— Ele era o responsável pela parte oficial (do dinheiro) mas sabia também da parte (dos pagamentos) por fora — afirmou Mônica.
Depois de ser tesoureiro em 2012, Macena ocupou, por duas vezes, o cargo de secretário na gestão de Haddad na prefeitura . Ele também foi vereador na capital paulista. Na eleição deste ano, assumiu o caixa da campanha após Haddad ter sido anunciado como candidato ao Planalto no lugar do ex-presidente Lula.
ACUSADOS NEGAM
A defesa de Haddad diz que considera os depoimentos da empresária “frágeis e contraditórios” porque não apresenta “nenhuma prova material”. “É importante ressaltar que ela jamais disse que Fernando Haddad participou de qualquer conversa sobre pagamentos informais”, afirma.
Sobre as investigações a partir do depoimento de Pessoa, a defesa de Haddad diz que o “personagem já teve oito de suas delações desmentidas ou consideradas impossíveis de serem provadas”. “Pessoa teve seus interesses contrariados nos primeiros dias da gestão Haddad, quando o então prefeito cancelou as obras do túnel da avenida Roberto Marinho por claros indícios de superfaturamento”, diz.
Outros três ex-tesoureiros do PT — Delúbio Soares, Paulo Ferreira e Vaccari — já foram condenados na Lava-Jato. Vaccari e Delúbio estão presos em Curitiba. Além disso, José de Filippi Junior, tesoureiro das campanhas presidenciais do PT em 2006 e 2010, e Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, também foram citados em investigações. Em agosto, Filippi foi denunciado, junto com Haddad, pelo Ministério Público de São Paulo numa ação de improbidade administrativa.
Macena nega ter cometido ilegalidades. A advogada dele, Danyelle da Silva Galvão, nega que Macena tenha participado de encontros em que tenham sido tratados pagamentos de caixa dois eleitoral:
— O Chico não participou de reunião nem nunca teve conhecimento de dinheiro por fora na campanha.
O Globo quinta, 27 de setembro de 2018
CAMPANHA COM LULA PRESIDENTE É INVESTIGADA EM PELO MENOS 5 ESTADOS
Campanha com Lula já é investigada em pelo menos cinco estados
Petista aparece como candidato a presidente em santinhos
POR IGOR MELLO
/ atualizado
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Campanha com Lula já é investigada em pelo menos cinco estados - Agência O GLOBO
RIO — O uso irregular de material de campanha divulgando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi alvo de queixas em pelo menos cinco estados. As denúncias — feitas por eleitores, coligações adversárias ou o Ministério Público Eleitoral (MPE) — foram registradas na Bahia, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Lula foi considerado inelegível pelo TSE, por seis votos a um, na madrugada do dia 1º de setembro, e está preso desde abril deste ano em Curitiba. Ele foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O tribunal já decidiu que, “em qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral,” é proibido apresentar Lula como candidato ou apoiá-lo nessa condição.
O caso mais avançado é o de Santa Catarina, denunciado pelo MPE na última segunda-feira. O órgão relatou ter recebido “inúmeras denúncias”, registradas em oito procedimentos, sobre “material de propaganda eleitoral vinculando candidaturas regionais ao ex-presidente Lula como candidato a presidente da República”, enviado inclusive como correspondência.
A Justiça Eleitoral catarinense autorizou mandados de busca e apreensão em cinco centros de distribuição dos Correios, um diretório estadual do PT e os comitês de campanha de dois candidatos. O partido recorreu ao TSE. O processo aguarda uma decisão definitiva do ministro Admar Gonzaga, que pode ser proferida a qualquer momento.
No Piauí, um vídeo denunciando a distribuição de santinhos da deputada estadual Flora Izabel (PT) tendo Lula como candidato viralizou nas redes sociais. A Procuradoria Regional Eleitoral do Piauí pediu a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para apurar possíveis irregularidades. Em um vídeo, Flora negou ter cometido irregularidades: “Esse santinho foi confeccionado antes da impugnação da candidatura do companheiro Lula. Nele tem sua tiragem, comprovando o que estou falando”, argumentou.
As autoridades também confirmaram o recebimento de denúncias na Bahia e no Rio Grande do Sul. No estado nordestino, duas representações foram apresentadas pela coligação liderada pelo DEM, do prefeito de Salvador, ACM Neto.
Nesta segunda, O GLOBO mostrou que a PF e a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro abriram inquéritos para investigar a distribuição no estado de material de campanha que sustenta a candidatura de Lula.
DEM E PSL DENUNCIAM
O nome dos candidatos não foi revelado. Esta semana, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) protocolou uma representação no TSE denunciando a distribuição de impressos com o nome de Lula no Rio e em São Paulo. Ele pediu a expedição de mandados de busca e apreensão em todos os comitês da campanha de Haddad. A Procuradoria-Geral Eleitoral se manifestou contrariamente, mas defendeu a aplicação de multa à campanha petista, que “vem demonstrando recalcitrância (teimosia) quanto ao cumprimento das decisões”.
Em nota, o comitê de Fernando Haddad se exime de responsabilidade pelos materiais distribuídos nos estados com referências ao ex-presidente Lula: “A campanha cumpre a legislação. Quando houve a substituição do candidato Lula por Fernando Haddad, a direção da campanha notificou oficialmente todos os diretórios regionais para adequar o material de divulgação. Não vamos comentar ações e investigações sobre as quais não fomos notificados”.
O Globo quarta, 26 de setembro de 2018
ADRIANA ESTEVES, UMA ATRIZ QUE ILUMINA MUITAS TELAS
driana Esteves, uma atriz que ilumina muitas telas
PATRÍCIA KOGUT
Adriana Esteves em 'Assédio' (Foto: Ramón Vasconcelos/ TV Globo)
No capítulo de anteontem de “Segundo Sol”, Adriana Esteves apareceu em duas sequências fortes. Primeiro, Laureta voltou da cadeia, retomou a rédea do seu bordel e selou a boa maré elogiando o champanhe num banho de banheira com Ícaro (Chay Suede). Mais adiante, ela ressurgiu numa troca de tapas com Karola (Deborah Secco). Foi outro momento chave e eletrizante da noite. Adriana tem repertório dramático. Até aqueles que apostaram que a atriz reproduziria agora a Carminha de “Avenida Brasil”, a esta altura, já admitem que ela é uma profissional de muitos recursos e está fazendo diferente. Com isso, escapa das consequências da praga da repetição de elencos na Globo. Quem se cansa de apreciar o trabalho dela?
Por isso, vale conferir o seu desempenho em “Assédio”, série de Maria Camargo que chegou ao Globoplay. Nela, Adriana volta a ser dirigida por Amora Mautner, repetindo a bem-sucedida parceria de “Avenida Brasil”. Sua personagem, Stela, é a primeira vítima de Roger Sadala (Antonio Calloni), o especialista em fertilização inspirado em Roger Abdelmassih. Trata-se de uma jovem mulher que já passou por muitos degraus de sofrimento no esforço de engravidar. Esgotados todos os recursos — inclusive financeiros —, ela e o marido pegam dinheiro emprestado para essa última tentativa. Por ser a primeira de uma fila de vítimas do assediador, a personagem tem uma missão adicional: ela pauta a série, dá o tom do que acompanharemos a seguir. E a atriz impressiona.
O Globo terça, 25 de setembro de 2018
OPÇÕES PARA ADEPTOS DO NUDISMO
De restaurante a cruzeiro, não faltam opções para adeptos do nudismo
Hospedagem compartilhada, viagem pelo Caribe e jantar em Paris
POR O GLOBO
Empresa oferece cruzeiro desde 1991 - Reprodução
RIO - Muito além das praias e parques. Os viajantes fãs de naturismo têm diversas opções para curtir as férias sem se preocupar muito em se vestir. De cruzeiros até jantares em que as pessoas confraternizam como vieram ao mundo, confira alguns:
Cruzeiro. A Bare Necessities Tour & Travel é uma das empresas que tem passeios pelo Caribe, Pacífico Sul e Mediterrâneo em navios de cruzeiros exclusivos para naturistas. O "Big Nude Boat" passa por locais como as Bahamas, o México e a Jamaica. A próxima saída é em janeiro de 2019 e as embarcações contam com diversas atrações, como bares, discoteca, cassino e shows.
Para viajar pelado pelos mares, há regras: os viajantes devem ter uma toalha com eles o tempo todo, para colocar em superfícies onde vão se sentar. Também não podem tirar fotos e vídeos nas áreas demarcadas com o sinal de "zona sem foto" ou em qualquer local sem a permissão de outros.
Hospedagem. O Naturism Bnb é um site de aluguel de imóveis por temporada totalmente voltado para o nudismo. O serviço, que vale para anfitriões e hóspedes, reúne propriedades variadas, que vão de chalés no campo a apartamentos em áreas urbanas, cabanas na praia, veleiros e até casas na árvore.
O continente com o maior número de imóveis inscritos é a Europa. Há propriedades também em diversas cidades dos Estados Unidos. México e países no Caribe também têm ofertas e, na África, Marrocos e na África do Sul estão na lista.
As regras são: respeitar as áreas onde o nudismo é admitido, carregar sempre uma toalha consigo, tomar uma ducha antes de entrar em uma sauna ou piscina, nunca fotografar alguém sem permissão e não se comportar de maneira sexual.
Restaurante. Há restaurantes exclusivos para nudistas em algumas cidades do mundo, como Londres, Tóquio e, desde o ano passado, Paris. No "O'Naturel", que abriu no final de 2017, o cliente deixa a roupa - e o smartphone -, no guarda-roupa e fica somente com as sapatilhas oferecidas pela casa. As cadeiras são forradas com um tecido preto "de uso único". Os pratos do restaurante custam 49 euros.
O Globo segunda, 24 de setembro de 2018
VERSÁTIL, A TAPIOCA É MUITO MAIS DO QUE O NOVO PÃO
Versátil, a tapioca é mais do que o novo pão
Chefs mostram toda a polivalência da goma da mandioca
POR PRISCILLA AGUIAR LITWAK
/ atualizado
Recheada. A Bibi Sucos serve vários sabores de tapioca, e entre os destaques está a de carne-seca com catupiry, tomate e cebola: R$ 29,90 - Divulgação/ Tomas Rangel
NITERÓI — Herança dos índios, a tapioca teria se popularizado após um período de escassez de farinha de trigo em Pernambuco. A iguaria rompeu as fronteiros do estado nordestino e passou a ser facilmente encontrada em todo o país, tornando-se um patrimônio brasileiro. Queridinha dos adeptos de uma dieta mais light, a goma de mandioca é cada vez mais usada como substituta do bom e velho pão. E tal qual o pão, ela também pode ser consumida de várias maneiras. Mas sua versatilidade não se limita ao recheio, que vai do tradicional que leva coco ou manteiga aos mais incrementados, como carne-seca com catupiry e morango com chocolate. A goma de mandioca pode ser incorporada a petiscos, como o queijo brie em crosta de tapioca disponível no Olimpo; e ao brownie fit, servido com sorvete de tapioca no Família Paludo.
De tapioca, R$ 15, cada, da MP Tortas Boutique (2437- 9936)Foto: Fernando Frazão / Divulgação
O Atelier dos Sabores levou o Yuca (pão de queijo de massa de tapioca) para o cardápio do Café Reserva: 16 unidades custam R$ 19,90Foto: Divulgação/ Vitor Faria
Biju de tapioca de carne-seca com catupiry, R$ 29,90 do Bibi Sucos (2574-9444)Foto: TomasRangel / Divulgação
A Porto do Sabor (3040-1605) tem tapioca napolitana recheada com queijo, tomate, orégano e blanquet, por R$ 9,90 Foto: Rodrigo Azecedo / Divulgação
De tapioca com coco (R$ 6,90, com uma bola, e R$ 11,90 com duas), da Beijo & Beijo (3890-0607)Foto: Berg Silva / Divulgação
Canjica de tapioca brûlée, R$ 12, do Bar Kalango (2504-0088)Foto: Divulgação/Eduardo Almeida
O Bar Raízes (2567-8692) tem pudim de tapioca com doce de leite e farofa de coco queimado com amendoim. Custa R$ 9Foto: Oseias Barbosa / Divulgação
Canjica de tapioca brûlée, R$ 12, do Bar Kalango (2504-0088)Foto: Eduardo Almeida/Estudio Semente / Divulgação
Dados de tapioca com queijo coalho servidos com rabada desfiada e agrião (R$ 32,90, a porção com 12) do On Tap Pub (3040-2071)Foto: Divulgação/Felipe Fittipaldi
O Bar Raízes (2567-8692) tem pudim de tapioca com doce de leite e farofa de coco queimado com amendoim. Custa R$ 9Foto: divulgação/oseias barbosa
De tapioca com calda de melado na cachaça envelhecida R$ 16,40, do Aconchego (2273-1035Foto: Eduardo Almeida / divulgação/eduardo almeida/estúdio semente
ONDE ENCONTRAR:
Bibi Sucos Icaraí: Estabelecimento serve vários sabores de tapioca, e entre os destaques está a de carne-seca com catupiry, tomate e cebola: R$ 29,90. Rua Mariz e Barros 90, lojas 101 e 102, Icaraí. Telefone: 2722-5000.
Café Reserva: O Atelier dos Sabores levou o Yuca (pão de queijo de massa de tapioca) para o cardápio do Café Reserva: 16 unidades custam R$ 19,90. Rua Nóbrega 189, Jardim Icaraí. Telefone: 3602-3535.
Família Paludo: Na sobremesa da Família Paludo, a tapioca é servida na versão sorvete, acompanhando o brownie de cacau fit (com flocos de amaranto) junto a caldas de kinkan e de frutas vermelhas: R$ 31. Avenida Quintino Bocaiúva 247, São Francisco. Telefone: 2715-3205.
Olimpo: Estação Hidroviária de Charitas, na Avenida Quintino Bocaiúva s/nº, 2º piso. Telefone: 2711-0554.
Mr. Fit: O wrap de tapioca com ganache de chocolate meio amargo e morango é uma das opções do Mr. Fit: a R$ 11,90. Pátio Alcântara, na Praça Carlos Gianelli s/nº, São Gonçalo. Praça de alimentação. Telefone: 3856-2050.
O Globo domingo, 23 de setembro de 2018
INCERTEZA AINDA MARCA HADDAD
Economicamente com um pé em cada canoa, incerteza ainda marca Haddad
Candidato é ambíguo e se divide entre acenos ao mercado e as disputas internas em seu partido
POR MARCELLO CORRÊA / SÉRGIO ROXO
Fernando Haddad participa de atividade de campanha em São Paulo - Nelson Almeida/AFP/19-09-2008
RIO - Fernando Haddad é um intelectual de esquerda que se equilibra entre diferentes correntes de pensamento em busca de moderação. Candidato do PT à Presidência, é formulador de um plano de governo temido pelo mercado por não priorizar o ajuste nas contas públicas. Mas, quando foi prefeito de São Paulo, fez uma gestão marcada pela responsabilidade fiscal. Nestas eleições, recebe críticas por defender uma política econômica considerada intervencionista. No passado, criticou o represamento de preços como forma para conter a inflação, adotado no governo Dilma Rousseff. A duas semanas das eleições, é visto como ambíguo: acena ao mercado, enquanto tenta manter apoio entre aliados.
O paralelo mais frequentemente traçado para imaginar o que seria um governo Haddad é com o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente em relação à política fiscal. Cumprindo o que prometeu na “Carta ao Povo Brasileiro”, o ex-presidente orquestrou um forte ajuste, que garantiu superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) de 4,25% do PIB. O exemplo oposto é a passagem de Dilma pelo Planalto, cuja gestão das finanças públicas é criticada até por integrantes do PT.
A prefeitura de Haddad em São Paulo, entre 2013 e 2016, é considerada responsável. O petista entregou a cidade ao sucessor João Doria (PSDB) com cerca de R$ 3 bilhões em caixa e grau de investimento, chancela de bom pagador conferida por agências de classificação de risco, graças a uma renegociação de dívidas com a União. Ao longo do mandato, promoveu corte de gastos.
Em pelo menos duas oportunidades, em 2013 e em 2015, editou decretos determinando a renegociação de contratos para redução de 20% dos gastos de custeio. Segundo dados do Tribunal de Contas do Município (TCM), seu mandato terminou com 37,3% da receita comprometidos com gasto de pessoal, bem abaixo do limite de 60% da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O programa do PT ressalta a importância de manter o equilíbrio fiscal, mas diverge dos adversários em relação à necessidade de um ajuste. Na avaliação da sigla, primeiro é preciso fazer o país voltar a crescer. A consequência seria o reequilíbrio das contas. Economistas ortodoxos veem a ordem inversa: política fiscal responsável leva ao crescimento.
Como a prefeitura não é o Planalto, há dúvidas sobre o que esperar de um eventual governo Haddad. Para o economista Samuel Pessôa, crítico do PT e ex-colega do candidato, ainda não é possível decifrar o que ele faria, na prática:
— O que não está claro para mim é quanto disso tudo (propostas defendidas por Haddad) é apenas um discurso político para manter a base. A dúvida que a gente tem é: qual vai ser a gestão econômica dele? Vêm as maluquices que os assessores de Campinas falam ou vem o governo Lula do primeiro mandato?
A referência de Pessôa é aos economistas da Unicamp que ajudaram a elaborar o plano de governo do partido — Márcio Pochmann é um deles. Na semana passada, Haddad enviou um sinal ao diminuir a influência do economista, um heterodoxo mal visto pelo mercado, no programa do PT, durante sabatina promovida por SBT-Folha-UOL. Questionado sobre a avaliação de Pochmann de que a reforma da Previdência não era urgente, o presidenciável disse que o assessor foi apenas um entre “300 colaboradores” na elaboração do documento do PT.
Idade mínima
Na verdade, o economista era, ao lado Haddad e do ex-deputado Renato Simões, um dos cabeças na formatação geral do programa. Cuidou junto com o ex-prefeito da consolidação das propostas do eixo econômico. Também era um interlocutor frequente de Lula. Chegou, por um período, a coordenar um grupo de economistas que se reunia regularmente no instituto do ex-presidente Lula. Pochmann não quis comentar a fala do candidato do PT.
— A declaração sobre o Pochmann foi um recado claro para o mercado de que caminho o Haddad vai seguir na economia — afirma um aliado do candidato.
O presidenciável tem divergências antigas com o partido. Em artigo na revista Piauí no ano passado, ele narra que resistiu à ideia de segurar tarifas do transporte público, após ser pressionado por Dilma, que via na medida uma forma de segurar a inflação. “Argumentei que o represamento do preço da tarifa não seria um bom expediente para combater a inflação”, escreveu Haddad.
Hoje, o candidato é criticado por defender projetos vistos por economistas ortodoxos como intervencionistas. O principal deles, do qual o presidenciável não abre mão, é o que prevê a diminuição da tributação de bancos que reduzirem o spread (ganho das instituições com juros de empréstimos) e, consequentemente, elevação para os que não adotarem a prática.
Em outros pontos, no entanto, Haddad já demonstra alguma flexibilidade. De acordo com um aliado, ele deve estabelecer idade mínima na reforma da Previdência que apresentará caso seja eleito, mas com parâmetros diferentes para cada categoria. A medida não está prevista no programa.
Política é como velejar
Outro ponto previsto no plano que o candidato também não está disposto a seguir à risca é o que prevê que o Banco Central deve, ao definir a sua taxa de juros, levar em consideração não só a meta de inflação, como é hoje, mas também a geração de emprego. De acordo com um aliado, o petista não adotará a inovação imediatamente se perceber que o cenário não é favorável.
— Evidentemente, não vamos desconsiderar o mercado, mas não iremos nos guiar por ele — diz um dos coordenadores da campanha petista.
Um aceno importante é sobre o perfil do ministro da Fazenda em um eventual governo. Haddad quer um “pragmático, sem ser sectário”, o que inviabiliza a nomeação de um ortodoxo alinhado totalmente ao mercado.
Assessores estão autorizados a manter diálogo com o setor e também com o mundo empresarial. Mas a avaliação é que, se os gestos forem muito fortes, podem acabar desagradando à base lulista que hoje tem aderido a Haddad.
No mercado financeiro, a expectativa também é se o candidato será mais Lula ou mais Dilma — da qual o próprio Haddad é crítico.
— Se o Haddad seguir esse estilo, pode encaminhar algumas reformas e tentar apaziguar — analisa o economista André Perfeito, da Spinelli.
Uma das pedras no caminho do presidenciável petista pode ser o seu próprio partido. Se os descontentamentos do PT ganharem força, o candidato conta com Lula para enquadrar os líderes insatisfeitos.
— O Haddad fala que a política é como velejar. Nem sempre é possível traçar a rota exatamente como foi planejada. O programa é uma diretriz. Os pontos não são obrigatórios — conta um aliado.
O Globo sábado, 22 de setembro de 2018
SETE DICAS PARA FUGIR DA PROCRASTINAÇÃO
Confira sete dicas para fugir da procrastinação
Os conselhos da orientadora pessoal e psicóloga Wanessa Moreira
POR O GLOBO
Lembretes e organização ajudam a fugir da procrastinação - Pixabay
Organizar o armário, definir metas antes de dormir e até imaginar os resultados. Tudo isso ajuda a não adiar nossos compromissos. Como recomenda a orientadora pessoal e psicóloga Wanessa Moreira, para evitar a falta de tempo, vale reservar horários para determinadas obrigações e usar alarmes para não se esquecer de nada.
1. Comece pela reflexão
Pergunte-se diariamente: “Fiz o melhor que podia por mim hoje?” É importante não se deixar para depois, porque a vida não tem o botão de pausa. Aproveite cada momento para fazer o seu melhor, mesmo nas coisas mais simples. Assim, você já começa a criar o hábito de estar em dia com as realizações pessoais.
2. Mentalize algumas tarefas
Antes de dormir, defina três metas para serem alcançadas no dia seguinte e mentalize a execução dessas tarefas. Assim, o cérebro entra em contato com a ação, que, por sua vez, se tornará familiar. Há mais chances de atingir os objetivos dessa forma.
3. De fora para dentro
Seu armário está uma bagunça? Então tire um tempo e faça uma organização. O mesmo vale para o escritório e a casa. Você pode até não imaginar, mas acredite: a maneira como nos organizamos do lado de fora reflete em como nos organizamos por dentro. Trata-se de um bom exercício contra a procrastinação.
4. Olhe para o horizonte
Qual sentimento você vai ter quando cumprir uma determinada tarefa? Pensar nisso pode trazer justamente aquele estímulo que faltava para os procrastinadores de plantão.
5. Lembretes nunca são de mais
A falta de tempo é um motivo recorrente para deixar aquele dever de lado. Estabeleça um horário por dia para realizar o que é necessário e ative alarmes para não se esquecer.
6. Não desperdice seu tempo
O hábito de ficar muitas horas navegando na internet e nas redes sociais pode ser um grande “ladrão” de tempo e foco. Resolva o que é necessário e, sempre que puder, “fuja” desses locais que podem tirar a sua atenção.
7. Para não se frustrar
Não espere que tudo esteja perfeito para realizar uma ação. Faça e vá melhorando a cada novo passo. Se você não começar a agir, as coisas nunca sairão como gostaria. Cada experiência vai trazer um novo aprendizado sobre como melhorar na próxima vez
O Globo sexta, 21 de setembro de 2018
SAIBA QUAIS SÃO OS DEZ GOLPES MAIS COMUNS CONTRA O CONSUMIDOR
Saiba quais são os dez golpes mais comuns contra o consumidor
Um em cada três brasileiros foi vítima de links mailiciosos no 1º semestre de 2018
POR MARCELA SOROSINI
/ atualizado
Criminosos agora tentam roubar o plano de dados dos usuários de celular - Guito Moreto / Agência O Globo
RIO - Os golpes contra os consumidores não param. Por telefone, WhatsApp ou pelo banco, os criminosos criam armadilhas cada vez mais engenhosas para atrair vítimas.
Somente no primeiro semestre deste ano, a PSafe detectou 120 milhões de links maliciosos. Aproximadamente um em cada três brasileiros foi alvo nos primeiros seis meses do ano. O número é 95,9% maior que o registrado no mesmo período de 2017. Isso significa que foram detectados oito links maliciosos por segundo, o equivalente a mais de 28 mil por hora. Os homens acessaram o dobro de links maliciosos no segundo trimestre deste ano, em comparação com as mulheres.
A principal forma de ataque cibernético foi o pishing (mensagens falsas) via aplicativo de mensagem (57,4%), em que circula um link para uma página web de uma oferta falsa, que induz o usuário a fornecer seus dados pessoais e/ou compartilhar um link com seus contatos em troca de alguma vantagem.
Em seguida, aparecem publicidade suspeita (19,2%), notícias falsas (7%), pishing de e-mail (4%), pishing bancário (3,8%), golpe do SMS pago (3,1%) e pishing de premiação falsa (3%).
Segundo o diretor do Dfndr Lab, Emilio Simoni, os hackers se aproveitam de grandes eventos para intensificar os ataques:
— Isso aconteceu com a Copa do Mundo, que foi alvo de pelo menos 69 golpes, sendo que 98,1% prometiam camisas da Seleção. O mesmo deve acontecer com as eleições agora. O objetivo final desses golpes é sempre é ganho financeiro.
Advogado especialista em direitos do consumidor e fornecedor, Dori Boucault ressalta que idosos costumam ser as vítimas preferidas.
— As pessoas acreditam em falsas notícias espalhadas pela rede e facilitam a entrada de golpistas em suas casas.
O Globo quinta, 20 de setembro de 2018
NOVIDADES GASTRONÔMICAS DE PETRÓPOLIS, ITAIPAVA E ARARAS
NFIRA NOVIDADES GASTRONÔMICAS DE PETRÓPOLIS, ITAIPAVA E ARARAS
No cardápio, pratos e bebidas para a temporada de primavera e verão
POR CAROLINA MAZZI /FOTOS: BÁRBARA LOPES
/ atualizado
PETRÓPOLIS - Dá para acordar e escolher o ovo do café da manhã ainda no galinheiro, visitar a horta orgânica de onde saem temperos que vão ao prato no almoço ou ter um jantar saudável num prédio colonial do século XIX. Estas são algumas das experiências que aguçam o paladar numa visita à Região Serrana do Rio, num roteiro que passa por Petrópolis e seus distritos de Itaipava, Araras e Vale do Cuiabá.
Subir a serra é um dos programas favoritos dos cariocas desde a época de Dom Pedro I. Mas agora, com o dólar nas alturas, a região tem visto o movimento crescer ainda mais. No feriado de Sete de Setembro, a ocupação hoteleira chegou a 94,6%, segundo a ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-Rio de Janeiro). A Secretaria de Turismo de Petrópolis (Turispetro) também tem números a comemorar: nos últimos cinco anos, houve aumento de 16,8% no total de empreendimentos hoteleiros, de 101 em 2013 para 118 em julho passado.
Sopa de truta defumada no Zelo Bistrô, no ValparaísoFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
Frutos do mar à provençal, no Solar do Império, em PetrópolisFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
Entradas do restaurante Tankamana: salada verde com presunto de parma, queijo de cabra e flores (alto/esquerda); Palmito pupunha temperado (alto/direita) e panelinha de escargotFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
No Barão Gastronomia, patê de agrião com queijo curado da Serra e chips de limãoFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
Joelho de porco no bar da Brewpoint, no Quitandinha, em Petrópolis Foto: Agência O Globo
Café da manhã servido no chalé do TankamanaFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
La Belle Bruna: hamburguinho de salmão com alho poróFoto: Agência O Globo
Salada de quinoa com frutos do mar do Locanda Della MimosaFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
A gastronomia é um dos carros-chefes na hora de atrair turistas, especialmente nesta época de baixa temporada, de setembro a abril. E, em muitos lugares, tem ganhado cada vez mais força a pegada orgânica, ecológica e sustentável. O chef Barão, do restaurante que leva seu nome, em Itaipava, é um dos profissionais que recorrem apenas a fornecedores locais.
— Parte da experiência gastronômica é se sentir dentro da cultura. Faço muita questão de usar produtos daqui, orgânicos, para não garantir apenas a qualidade e o frescor, mas para contribuir com a economia da região e dos pequenos produtores — diz. — Muitos pratos são elaborados pensando no que está sendo colhido na época.
Para começar, Petrópolis
Alguns dos restaurantes mais conceituados de Petrópolis ficam em hotéis e pousadas, como Tankamana, no Vale do Cuiabá, e Imperatriz Leopoldina, no Solar do Império, no centro da cidade. Ambos com cardápio assinado pelo chef belga Bertrand Materne.
Fachada do hotel Solar do Império - Agência O Globo
O Solar oferece uma experiência das mais típicas. O casarão do século XIX que abriga o hotel e o restaurante é uma das muitas construções clássicas da Avenida Koeler. Por ali, também ficam o Palácio Rio Negro, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Museu Casa de Santos Dumont e o Relógio das Flores. Ou seja, é ideal para quem não conhece ou deseja revisitar pontos turísticos da cidade.
O Imperatriz existe há 13 anos, mas é comandado por Bertrand há cinco. Das novidades do cardápio, o prato de frutos do mar à provençal, com arroz negro, palmito pupunha e tomate, é uma das apostas do chef para esta época. De entrada, o ovo poché com shiitake e a salada de queijo de cabra são boas pedidas para uma comida mais “serrana”. Também não vale sair sem provar o chá da tarde, de pâtisserie própria.
Gabriela Azeredo prepara sua truta no Zelo Bistrô - Agência O Globo
Além do uso de ingredientes orgânicos, outro fator que tem impulsionado o turismo gastronômico em Petrópolis é a cultura cervejeira. A história da cidade justifica a fama. Nela, foi instalada a primeira cervejaria do país, a Bohemia, em 1853. O prédio onde já funcionou a fábrica, que hoje é um museu interativo sobre a história da bebida, com direito a um restaurante, também fica coladinho a alguns pontos turísticos famosos, como o Palácio de Cristal.
Da Bohemia até hoje, surfando na onda das cervejarias artesanais, a cidade abriga 21 marcas locais.
A novidade no segmento é o bar da cervejaria Brewpoint, que abriu há menos de um ano. Além das cinco torneiras de chope com representantes da marca (destaque para a lager e a IPA), estão lá outras cinco, com grifes convidadas (Duzé, Da Corte, Imperatriz, Rústika Serra Velha e Saideira). O cardápio, do chef Daniel Lameirão, é pensado, claro, nas harmonizações com a prata da casa. O joelho de porco é o ponto alto das opções e tem bom custo benefício (R$ 39, para uma pessoa). De petisco, o torresmo (R$ 19), cozido na banha do próprio porco, vai bem com a pilsener. E, assim como a maior parte das atrações gourmet petropolitanas, a cervejaria fica em ponto privilegiado, ao lado do Palácio Quitandinha.
Toque artesanal
Petisco de torresmo com cervejas artesanais - Agência O Globo
A truta, peixe mais famoso das montanhas fluminenses, não pode faltar. Há cerca de um mês, a chef petropolitana Gabriela Azeredo abriu seu Zelo Bistrô, no bairro do Valparaíso, com truta como carro-chefe. A casinha colonial com janelas azuis é um charme. Por isso mesmo, a recomendação, se o clima assim permitir, é degustar os pratos nas mesinhas de madeira, do lado de fora.
Experimente o caldo de truta defumada como entrada (R$ 19). Depois, siga para o peixe ao molho de vinho tinto acompanhado de risoto de limão siciliano (R$ 54). Há também pastel e croquete de truta, para petiscar. O peixe, conta a chef, é defumado de forma artesanal, por ela mesma.
O Zelo é o mais novo restaurante do Valparaíso, pedacinho de Petrópolis que tem se mostrado uma área gastronômica cada vez mais forte e criativa. Outros nove estabelecimentos estão por ali.
Itaipaiva: temporada primavera-verão
Prato de cabrito com chips de aipo, abobrinha e molho de cenoura, no Barão - Agência O Globo
Itaipava é o distrito mais famoso de Petrópolis. Vez ou outra, é confundida como cidade independente. Gastronomicamente, pelo menos, tem lá seus bons motivos para isso. A diversidade de restaurantes e chefs da região é consagrada. Grande parte está localizada na Estrada União e Indústria, a principal da região, e que, respeitando a tradição petropolitana, é também histórica. Foi inaugurada em 1861 por Dom Pedro II, sendo uma das mais antigas do estado do Rio.
Estão lá os tradicionais Parrô do Valentim, Farfarello e bistrô Châteaux des Montagnes, entre outros. O restaurante Barão Gastronomia, do chef que batiza o local, virou referência pela cozinha original para a região, com ingredientes “exóticos” como carne de jacaré e javali. A decoração é divertida. Nos banheiros, pedaços de casca de ovo de avestruz, que ele chegou a criar para servir em seus pratos, adornam a parede.
O cardápio funciona no estilo menu degustação (seis pratos e uma taça de vinho por R$ 198, por pessoa), mediante reservas. A partir do dia 20, os pratos servidos incluem o de cabrito com chips de aipo e abobrinha, e pato com cogumelos gratinados. De entrada, o foie gras com beterraba e açafrão é destaque. Tudo, incluindo os derivados de animais servidos, são orgânicos e quase todos de produção local.
Quem também está com cardápio novo para a temporada primavera-verão é o restaurante da Pousada Locanda della Mimosa, que era comandada pelo chef Danio Braga (ele deixou a casa em junho). Quem está à frente da cozinha é o chef Jorge dos Santos. Para o menu desta temporada, que estreia em outubro, ele oferece pratos como a salada fria de quinoa preta com camarões (R$ 76) e a lasanha aberta de frutos do mar (R$ 98). O chá da tarde, com pães e bolos artesanais, também voltou ao menu.
Áreas um pouco mais isoladas têm boas opções
La Belle Bruna: hamburguinho de salmão com alho poró - Agência O Globo
Em outras áreas da Região Serrana, como no Vale do Cuiabá e em Araras, o ideal é se hospedar em pousadas e hotéis que oferecem contato com a natureza preservada da região e dispõem de boas opções gastronômicas. As distâncias entre as atrações e as estradas nem sempre urbanizadas são outros bons motivos para fincar pouso nesses lugares por alguns dias. Mais: eles também têm investido em novidades para esta temporada. Dois exemplos são a Pousada Tankamana, no Vale do Cuiabá, e a La Belle Bruna, em Araras.
No caso da Tankamana, o restaurante tem cardápio assinado pelo chef Bertrand Materne, o mesmo do Solar do Império. Mas o foco das duas casas é bem diferente. Entre os pratos que entraram no cardápio da Tankamana, os que combinam com o friozinho têm destaque, como o risoto de cogumelos trufados (R$ 59), a panelinha de escargot à la creme (R$ 45) e o mignon ao molho shimeji com aspargos e purê de batata-baroa (R$ 78).
De entrada, a salada com flores, Parma, tomate fresco e queijo de cabra é a melhor pedida (R$ 38). O frescor dos alimentos se justifica. Na propriedade, são cultivados folhas, temperos e outros ingredientes que vão para o prato. Duvida? Dá para visitar a horta orgânica a qualquer momento. Aliás, vale a caminhada por toda a propriedade, que tem trilhas próprias.
Aos hóspedes, a dica é: não perca o café da manhã, também de pâtisserie própria, servido nos chalés, se assim for preferência, além do mergulho na piscina, de água aquecida, com vista para as montanhas.
A pousada La Belle Bruna, em Araras, é uma das que têm melhores condições de acesso, com caminho todo urbanizado. A propriedade fica na Estrada das Perobas, colada à montanha e com vista para a tradicional paisagem dos “mares de morros”.
A sensação é de estar num sítio. No galinheiro, estão os ovos que vão para o omelete do café, e há uma nascente de água que circula toda a propriedade. No restaurante, os pratos obedecem a lógica da casa de avó, todos no estilo comfort food. Hamburguinho de salmão com alho-poró (R$ 39,90) e frango recheado com queijo Gruyère (R$ 52) são alguns dos que fazem carinho no estômago — e são as mais recentes adições ao cardápio. O chefe Tiago Amaral gosta mesmo é da parte de pâtisserie e cada hóspede sai de lá com um bolinho caseiro de goiabada, ou laranja, para casa.
O Globo quarta, 19 de setembro de 2018
SAIBA O QUE ACONTECEU COM A AMBULÂNCIA EMPURRADA POR JOGADORES DE VASCO E FLAMENGO
Saiba o que aconteceu com a ambulância empurrada por jogadores de Flamengo e Vasco
POR MARLUCI MARTINS
Falta de bateria? Problema na ignição? Afinal, o que houve com a ambulância que teve de ser empurrada por jogadores de Flamengo e Vasco, no último sábado, em Brasília? Breno Bandeira, diretor da Med Aid, responsável pelo serviço médico no clássico, dá a sua versão: “Ficou a impressão de que a ambulância apagou, mas a questão é que ela estava pesada, com seis pessoas, e atolou na grama fofa do Mané Garrincha”, explicou, informando que o veículo transportava, além do volante Bruno Silva, o médico do Vasco, o socorrista, dois enfermeiros e o médico responsável.
O zagueiro Réver, do Flamengo, disse após a partida que os jogadores ofereceram ajuda depois que o motorista os informou que a ambulância não "pegava". Breno desmente o jogador: "Se alguém oferece ajuda, a gente aceita. Nosso objetivo principal era fazer o atendimento. Seguramente, a ambulância sairia dali sem o empurrão. Mas aquele era a forma mais rápida de sair dali. Tanto que o trajeto até o Hospital Home levou de 5 a 7 minutos".
O diretor lamenta a exposição negativa da Med Aid: "Não queríamos esse tipo de mídia. Tínhamos seis ambulâncias no estádio, três postos médicos e cem brigadistas".
O Globo terça, 18 de setembro de 2018
SEM BOLSA FAMÍLIA NA PROPAGANDA DE HADDAD RECEBEU ATÉ AGOSTO
'Sem Bolsa Família' na propaganda de Haddad, mulher recebeu benefício até agosto
Personagem da campanha terá benefício cancelado porque 'ultrapassou linha da pobreza'
POR BRUNO GÓES
/ atualizado
Cleide da Rocha aparece em propaganda eleitoral do PT - Reprodução
BRASÍLIA — Desde que se tornou o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddadtem utilizado o Bolsa Família como uma das suas principais bandeiras de campanha. Na TV, o petista tem repetido o bordão de que “até o Bolsa Família já está sendo cortado” pelo governo do presidente Michel Temer. Há duas semanas, para dar um rosto a esse discurso, Haddad exibiu no horário eleitoral o depoimento de uma dona de casa que mostrava o cartão do Bolsa Família enquanto dizia: “quando Lula entrou, tinha esse benefício; agora, na gestão do Michel Temer, eu não estou tendo”. O GLOBO localizou em Guaribas, no interior do Piauí, a mulher do vídeo. Ao contrário do que sugere a gravação, a dona de casa Cleide da Rocha, 43 anos, recebeu o Bolsa Família até agosto, como comprova o extrato do seu cartão.
Questionada sobre os pagamentos, ela primeiro disse que estava sem receber "há seis meses". Depois, diante dos dados, admitiu ter recebido em agosto e deu explicações confusas para o suposto bloqueio do benefício nos meses anteriores.
Neste mês, a reclamação da dona de casa deve mesmo virar realidade. Ela deve deixar o quadro de beneficiários, mas por uma razão técnica, que já existia desde os governos do PT: a renda dela é superior ao limite de acesso ao programa. Pelas regra do Bolsa Família, só pode receber o benefício quem tem renda mensal familiar per capita de até 178 reais por pessoa. Cleide da Rocha, na mais recente atualização do seu cadastro, no dia 5 deste mês, declarou ter renda per capita de 468 reais, "ultrapassando a linha de pobreza, critério para recebimento do benefício", informou o Ministério do Desenvolvimento Social, por meio de nota.
O Globo segunda, 17 de setembro de 2018
DA CADEIA, LULA DÁ AS CARTAS
Da cadeia, Lula dá as cartas na campanha de Haddad
Decisões feitas pelo ex-presidente vão dos locais a serem visitados até a postura em debates do candidato petista
POR BELA MEGALE / SERGIO ROXO
/ atualizado
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad - Nacho Doce / REUTER
BRASÍLIA E SÃO PAULO — Além de ser presença constante nos programas do horário eleitoral gratuito e nos discursos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá as cartas na estratégia da campanha de Fernando Haddad à Presidência da República. É de sua cela na Superintendência da PolíciaFederal do Paraná que o líder petista orienta desde as regiões que o candidato deve priorizar em sua agenda até a postura em relação aos adversários. Nos 37 dias em que ocupou o posto de vice, Haddad visitou Lula seis vezes. De acordo com aliados, a ideia é que as visitas continuem constantes. Hoje, ele estará com o padrinho pela primeira vez na condição de presidenciável.
A grande influência de Lula também pode ser medida pelo número de homens da sua confiança na coordenação da campanha. Fazem parte do grupo os ex-dirigentes do Instituto Lula Luiz Dulci e Paulo Okamotto, além do ex-chefe de gabinete da Presidência Gilberto Carvalho. Por indicação de Lula, a coordenação executiva cabe a Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.
Ao assumir a cabeça da chapa, Haddad não mexeu nos homens ligados ao padrinho. Apenas incorporou à equipe Emídio de Souza e indicou Chico Macena para o posto de tesoureiro. Macena, que ocupou a mesma função na campanha de Haddad a prefeito de São Paulo em 2012, ficará no lugar do ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, que continua na coordenação, mas pediu para não cuidar mais das contas porque vive em Brasília enquanto a estrutura da campanha está em São Paulo.
De acordo com um aliado, Lula continuará a ser consultado sobre todos os assuntos relevantes. E sempre que Haddad tiver uma dúvida sobre a condução da campanha, deve ir ao padrinho.
Foi por recomendação do ex-presidente que Haddad fez campanha de madrugada nas portas de metalúrgicas do ABC no dia 5. Entre as orientações do guru, está a de deixar empresários, mercado financeiro e federações de indústrias fora da agenda.
— O negócio é o povo, ir para a rua e abraçar gente. É isso que dá voto — repetia Lula nos encontros com Haddad, segundo integrantes do partido.
Na última terça-feira, Haddad passou mais de quatro horas reunido com Lula. Com mais quatro advogados, o grupo escolheu e refinou a carta que foi lida no fim daquele dia em frente ao prédio da PF. De uma fresta na janela, Lula ouvia tudo de pé e em silêncio. O documento oficializou o ex-prefeito de São Paulo como candidato.
O encontro foi o último de uma série entre Lula e seu substituto na corrida presidencial para definir o tom e as principais linhas da curta campanha. Como o tempo é escasso, o ex-presidente deixou de lado pequenas observações e focou no comportamento do sucessor.
Lula também definiu o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, histórico antagonista do PT, como principal opositor de Haddad; disse que ele “precisa colar o presidente Temer na testa de Alckmin” e mostrar que o tucano é o herdeiro do atual governo. Aconselhou o ex-prefeito a não rivalizar com os demais candidatos — Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL). Outra recomendação: nos debates, olhar para a câmera e responder o que bem entender, a despeito da pergunta. A mensagem que Haddad deve levar aos eleitores foi repetida várias vezes por Lula nas reuniões: incluir o povo no orçamento do país.
Foi nesses encontros que Lula determinou o tempo para a troca na cabeça da chapa.
— O Lula acha que a transferência de votos será tranquila. Sempre foi o que mais acreditou nisso — conta um aliado.
Nas conversas entre o ex-presidente e Haddad, Lula relembrou as dificuldades que o PT teve quando o atual candidato ao Planalto foi prefeito de São Paulo. A teimosia e o jeito de comandar sem dar ouvido aos principais quadros do partido renderam a ele o apelido de “Dilma de calças”, referência a ex-presidente Dilma Rousseff.
EXEMPLO ARGENTINO
A lulodependência faz com que surjam questionamentos sobre como seria a participação de Lula num eventual governo Haddad. Gilberto Carvalho e o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, já defenderam publicamente que o candidato deixe claro que o ex-presidente terá uma participação direta, inclusive colaborando com a escolha de ministros.
Ambos chegaram a fazer comparações entre a situação de Haddad com a de Héctor Cámpora, eleito presidente da Argentina em 1973 ao se apresentar como representante de Juan Domingo Perón, que estava exilado no exterior. Ao tomar posse, Cámpora anistiou políticos e renunciou para que Perón pudesse ser eleito e voltar ao poder. Nenhum deles, porém, chegou a sugerir a renúncia de Haddad.
As declarações desagradaram o grupo de Haddad, que as consideraram inoportunas. Gilberto e Lindbergh são próximos à presidente do PT, Gleisi Hoffmannn, tida como adversária interna do ex-prefeito de São Paulo.
Pessoas próximas a Haddad avaliam que Lula seria importante em um eventual governo para conter o próprio PT. Se eleito, o presidenciável está disposto a, por exemplo, nomear um ministro da Fazenda que tenha respeito do mercado financeiro. A definição desse perfil está alinhada com Lula, a quem caberia segurar críticas de alas do partido favoráveis a um economista de linha desenvolvimentista.
O Globo domingo, 16 de setembro de 2018
CAMINHO IMPERIAL: DE ROTA HISTÓRICA A SÍMBOLO DO ESQUECIMENTO
Caminho Imperial: de rota histórica a símbolo do esquecimento
Estrada que ligava residência de Dom Pedro I a Fazenda de Santa Cruz ainda pode ser percorrida, mas tem marcos abandonados
POR RENAN RODRIGUES
/ atualizado
Se o incêndio que destruiu o Museu Nacional há duas semanas tivesse ocorrido na época de Dom Pedro I, danificando o Paço de São Cristóvão, como o palácio na Quinta da Boa Vista era então chamado, o destino do imperador e da família era praticamente certo: passar uns dias na Fazenda Imperial de Santa Cruz, endereço escolhido pelos nobres para “esfriar a cabeça” e relaxar das pressões enfrentadas na residência oficial. O trajeto acidentado de 53 quilômetros — 11 léguas, na medida do século XIX — que levava até o refúgio pode ser percorrido ainda hoje, mas pouca gente se dará conta de que está na Estrada Real de Santa Cruz ( ou Caminho Imperial).
O caminho
Instaladas na década de 2000, poucas placas informando o trajeto do Caminho Imperial resistem: na foto, sinalização no Largo da Abolição, na Avenida Dom Hélder Câmara - Márcia Foletto / Agência O Globo
Pouco restou dos 12 marcos de pedra que foram erguidos entre 1826 e 1827, um a cada légua, para indicar o percurso. Tombados pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, apenas seis resistiram ao tempo e às mudanças urbanísticas. E são mistérios para quem anda pelo Caminho Imperial: as placas com informações históricas foram roubadas em quatro deles.
A sinalização implementada pela prefeitura na década passada, indicando as ruas por onde passava a comitiva dos imperadores, também é deficiente. Poucas avenidas, como a Dom Hélder Câmara e a Estrada Intendente Magalhães, ainda possuem referências ao passado.
Além da importância histórica, o caminho hoje esquecido também desempenhou um papel decisivo na interiorização da cidade, segundo o arquiteto Rodrigo Bertamé, membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU-RJ). Prova disso, diz ele, é que, antes da construção da Avenida Brasil, o polo industrial caminhou por parte do trajeto, nas regiões de São Cristóvão, do Jacaré e da Avenida Dom Hélder Câmara:
— Temos uma ideia de uma cidade muito fragmentada, com bairros distintos e características urbanas diferentes. Mas nós temos um elo. Esse caminho é o elo. Acredito que, ao relembrar essa estrutura, que passa no meio da cidade, você valoriza bairros que são esquecidos no projeto de cidade.
O Globo sábado, 15 de setembro de 2018
DATAFOLHA: BOLSONARO LIDERA, COM 26% DAS INTENÇÕES DE VOTO
Datafolha: Bolsonaro lidera com 26% das intenções de voto; em segundo, Ciro e Haddad têm 13%
Petista subiu quatro pontos; Alckmin aparece com 9%, enquanto Marina tem 8%
POR O GLOBO
/ atualizado
Candidatos a presidente Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alkmin e Fernando Haddad - Arquivo O GLOBO
RIO - O candidato do PSL à Presidência, JairBolsonaro, permanece na frente da corrida pelo Palácio do Planalto, agora com 26% das intenções de voto, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira. O presidenciável, que segue internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e está há mais de uma semana sem fazer campanha, oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro, na comparação com o levantamento divulgado no início da semana.
Em segundo lugar, CiroGomes (PDT) e FernandoHaddad (PT) estão empatados, ambos com 13% — o pedetista se manteve estável, enquanto o petista subiu quatro pontos percentuais, o único candidato a crescer além da margem de erro. A dupla está tecnicamente empatada, no limite da margem, com Geraldo Alckmin, que oscilou um ponto para baixo e aparece com 9%. Marina Silva (Rede) caiu três pontos e tem 8%, em empate técnico com o tucano.
O Globo sexta, 14 de setembro de 2018
MARACANÃ TERÁ GRAMA ARTIFICIAL AZUL
Inspirado no estádio do Barcelona, Maracanã terá grama artificial azul
Mudança estética está prevista para mudar a 'cara' ao redor do gramado natural
POR IGOR SIQUEIRA
Camp Nou, estádio do Barcelona - Divulgação/Barcelona
Enquanto a briga judicial que envolve a licitação não tem uma solução definitiva, a concessionária que administra o Maracanã toca outros projetos envolvendo o estádio, e um deles é o gramado. Até a parte que cerca o campo de jogo está prestes a sofrer mudanças. Inspirado no que já foi feito no Camp Nou, estádio do Barcelona, o Maracanã vai ganhar um contorno azul. Esta será a cor da grama artificial que fica à beira do campo, já saindo do túnel, pelo qual passam os jogadores.
A mudança é, prioritariamente, uma decisão em nome da estética. Mas há o quesito conforto, porque o tapete que lá está no momento não tem a mesma qualidade do instalado para a Copa do Mundo de 2014.
O material já está a caminho e foi fabricado na China. O gramado artificial lembra aquele utilizado nos jogos de hóquei, nos Jogos Olímpicos. Sob a grama sintética haverá um material amortecedor.
A parte natural do gramado, alvo de críticas recentes, terá um terço trocado durante a interdição para jogos, que, a pedido da Greenleaf, começou ontem e terá duas exceções: Flamengo x Atlético-MG, dia 23, e Fluminense x Deportivo Cuenca, em 4 de outubro. A promessa dos responsáveis é que o cenário já será diferente no confronto entre rubro-negros e atleticanos.
Mas a administração do estádio precisará ficar atenta ao gramado porque, já no dia 24 de outubro, haverá show de Roger Waters. Eventos do gênero são sempre um risco ao terreno de jogo.
O Globo quinta, 13 de setembro de 2018
DIA DA CACHAÇA - CHEFS ENSINAM QUATRO SOBREMESAS QUE TÊM A PINGA ENTRE SEUS INGREDIENTES
No Dia da Cachaça chefs ensinam quatro sobremesas que têm a pinga entre seus ingredientes
Cheesecake de abóbora, doce de banana flambado, geleinha de cachaça e pudim de caipirinha são doces "bêbados" com a "marvad
POR GUSTAVO LEITÃO
/ atualizado
Existem muitas maneiras de apreciar uma boa cachaça. Cozinhar com a bebida talvez seja uma das menos conhecidas. Mas nem é tão incomum assim. Por conta do teor alcoólico alto (38% a 48%), a pinga é perfeita para pratos flambados — a linguiça aperitivo "encachaçada" é um clássico.
Aproveitando o ensejo do Dia da Cachaça nesta quinta, pedimos a chefs para dividir seus melhores pratos com a bebida como ingrediente. Para fugir do lugar comum, selecionamos apenas doces "embriagados" com a aguardente de cana, orgulho líquido do Brasil. Confira as quatro opções abaixo.
CHEESECAKE DE ABÓBORA
Receita do restaurante Del Plin
Cheesecake de abóbora: coco na decoração - Bruno de Lima / Divulgação
Ingredientes da massa:
- 100g de farinha de trigo
- 62g de açúcar mascavo
- 50g de farinha de amêndoas
- 76g de manteiga
Preparo da massa:
Com a manteiga em pomada (consistente mas fora da geladeira, já amolecida), misturar todos os ingredientes. Assar a 175 graus durante 12 minutos.
Ingredientes da calda:
- 250g de açúcar
- 100g de creme de leite
- 80ml de cachaça
- 200ml de água
Preparo da calda:
Misturar o açúcar com 150g de água e levar ao fogo até obter um caramelo. Adicionar o creme de leite em fogo baixo durante alguns minutos até as bolhas desaparecerem. Então, acrescentar o restante de água e a cachaça.
Ingredientes do recheio:
- 486g de cream cheese
- 1 fava de baunilha
- 9g de canela
- 245g de açúcar refinado
- 400g de purê de abóbora (cozida e processada)
- 200g de gemas
- 60g de claras
Preparo do recheio:
Misturar bem o açúcar, as claras e as gemas. Adicionar os demais ingredientes até formar uma mistura homogênea. Peneirar a mistura e colocar na forma com a base já pré-assada. Assar por 35 minutos, a 140 graus.
Ingredientes do doce de abóbora:
- 400g de purê de abóbora
- 200g de açúcar
- Pitada de canela
Preparo do doce de abóbora:Juntar todos ingredientes e cozinhar em fogo baixo até engrossar.
- 60g de coco
- 100ml de água
- 100g de açúcar
Preparo do coco crocante:Cortar o coco em lâminas finas com a mandolina, deixar descansar por 12 horas em uma mistura de mesma proporção de água e açúcar. Assar a 150 graus até ficar crocante.
Ingredientes do crumble:- 200g farinha de trigo
- 75g de nozes
- 100g de açúcar refinado
- 1g de sal
- 125g de manteiga
- 75g de gemas
Preparo do crumble:Misturar todos ingredientes e assar a 160 graus por aproximadamente 20 minutos. Mexer a mistura várias vezes para não queimar as bordas
Montagem:
No centro do prato, colocar o doce de abóbora e dividir uma colher para criar um vale para o cheesecake. Acomodar a torta e decorar com as lâminas de coco. Regar com a calda de cachaça. Ao lado, servir o crumble e, se quiser incrementar mais, com sorvete de coco ou doce de leite.
DOCE DE BANANA FLAMBADOReceita do restaurante Érico
Doce de banana: flambado dá o aroma da bebida - Bruno de Lima / Divulgação
Ingredientes:- 12 bananas d’água
- 500g de açúcar refinado
- 300ml de água
- 6 cravos
- 2 paus de canela
- 20 sementes de cardamomo
- 200ml de cachaça
Preparo:Cortar as bananas em rodelas largas, para não desmanchar muito. Colocar numa panela grande, arrumadinhas no fundo. Com a panela em fogo baixo, acrescentar a água. Salpicar o açúcar em cima, sem mexer. Conforme a água for fervendo, o açúcar vai derreter. Acrescentar as especiarias e deixar em fogo baixo. Quando a banana ficar dourada, pode começar a mexer. Deixar encorpar e desligar o fogo. Quando esfriar, jogar a cachaça e acender um fósforo para pegar fogo. Faça esse flambado com muito cuidado, sem se aproximar das chamas. Sirva com queijo.
GELEINHA DE CACHAÇAReceita da chef Heloísa Bacellar, do site Na Cozinha da Helô
Geleinha de cachaça: feita com dois tipos de gelatina - Divulgação
Ingredientes:
- 4 envelopes de gelatina vermelha sem sabor
- 2 envelopes de gelatina incolor sem sabor
- 2 e 1/2 xícaras (chá) de água
- 1 kg de açúcar comum
- 1 xícara (chá) de cachaça
- óleo pra untar
- açúcar comum pra polvilhar
Preparo:Colocar todas as gelatinas numa tigelinha com 1/2 xícara de água e deixar repousar por 5 minutos. Enquanto isso, ferver 1 xícara de água. Regar a gelatina com a água fervente, mexer com um batedor de arame até dissolver completamente e transferir para uma panela grande e larga. Juntar a xícara de água restante, o quilo de açúcar, a cachaça e mexer sem parar até dissolver e ferver. Parar de mexer, diminuir o fogo e cozinhar por mais ou menos 1h, até engrossar bastante e surgirem bolhas grandes (a geleia sobe bastante, mas só transbordará se a panela for pequena). Untar uma assadeira de uns 22x18 cm com óleo. Despejar a geleia fervente na assadeira. Não raspe e descarte a calda que permanecer nas paredes e na base da panela. Deixar a geleia repousar de 6 a 12 horas fora da geladeira. Depois, desenformar a placa do doce sobre uma superfície polvilhada com bastante açúcar. Polvilhar com açúcar as lâminas da tesoura e cortar em tiras e, a seguir, em cubos. Rolar os cubos no açúcar e deixar repousar em temperatura ambiente e sem cobrir por mais umas 3 horas. Quando as geleinhas estiverem bem secas por fora, transferir para um pote, fechar e guardar fora da geladeira por até 3 dias.
PUDIM DE CAIPIRINHAReceita do Bar Pirajá
Pudim de caipirinha: cachaça na finalização - Divulgação
Ingredientes:1 lata de leite condensado
- 2 latas de leite integral
- 8 ovos inteiros
- 4 gemas
- 1 fava de baunilha
- 1 kg de açúcar refinado
- 1 kg de rapadura
- 300ml de água
- 500ml de suco de limão
- 50ml de cachaça
Preparo: Fazer o caramelo derretendo o açúcar e a rapadura em fogo baixo com algumas gotas de limão. Depois que atingir o ponto de caramelo, colocar o resto do suco de limão. Acrescentar a água e deixar ferver até apurar. Deixar esfriar. Uma vez frio, colocar o caramelo nas forminhas e reservar. Misturar, em um bowl, o leite, o leite condensado, os ovos e gemas e a baunilha. Deixar essa massa descansar uma hora para sair as bolhas de ar. Colocar o pudim nas forminhas prepararadas e cobrir com papel alumínio cada uma. Assar em banho maria a 150 graus por 110 minutos. Testar com um palito para ver se o pudim está firme e sequinho. Retirar do forno, da forma com água e deixar esfriar. Guardar na geladeira e, na hora de servir, usar um borrifador para cobrir os pudins com cachaça.
O Globo quarta, 12 de setembro de 2018
IBOPE: BOLSONARO CHEGA A 26%; CIRO, MARINA, ALCKMIN E HADDAD EMPATAM EM 2º LUGAR
Ibope: Bolsonaro chega a 26%; Ciro, Marina, Alckmin e Haddad estão empatados tecnicamente em 2º lugar
Pesquisa foi a primeira do instituto após o ataque a faca contra o candidato do PS
POR MARCO GRILLO
/ atualizado
Candidatos a presidente Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alkmin e Fernando Haddad - Arquivo O GLOBO
RIO — O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, subiu quatro pontos percentuais e chegou a 26% das intenções de voto, mantendo a liderança na disputa, segundo a pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira. Na segunda posição, quatro postulantes ao Palácio do Planalto estão em empate técnico: Ciro Gomes (PDT), com 11%; Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB), ambos com 9%; e Fernando Haddad (PT), com 8%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os entrevistadores do Ibope foram a campo entre sábado, segundo dia após o ataque a faca contra Bolsonaro, e segunda-feira. O levantamento captou um momento diferente daquele apresentado pelo Datafolha, divulgado na segunda, em que todas as entrevistas foram realizadas no próprio dia 10. De acordo com o Datafolha, o candidato do PSL tem 24%, o que representa uma oscilação positiva de dois pontos percentuais na comparação com o levantamento anterior do instituto.
Há três situações distintas entre os candidatos que aparecem atrás de Bolsonaro. Ciro e Alckmin se mantêm estáveis — o pedetista oscilou negativamente um ponto, na margem de erro, enquanto o tucano manteve os 9% —; Marina apresenta trajetória de queda, caindo três pontos percentuais entre a primeira semana de setembro e agora; e Haddad, que foi oficializado ontem como o candidato do PT, em substituição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem ganhando espaço — estava com 4% em 20 de agosto, chegou a 6% em 4 de setembro, e agora tem 8%.
Depois do pelotão que briga por uma vaga no segundo turno, três candidatos estão empatados com 3% das intenções de voto: Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). Na sequência, aparecem Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo, ambos com 1%. Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram. Não houve movimento significativo entre os brancos e nulos (19%) e indecisos (7%).
O Globo terça, 11 de setembro de 2018
TITE REBATE IRONIA DE TRUMP E CONFIRMA JORNADA DE TESTES NA SELEÇÃO, QUE HOJE ENFRENTA AL SALVADOR
Tite rebate ironia de Trump e confirma jornada de testes na seleção
Brasil enfrenta El Salvador hoje com cinco jogadores ganhando a primeira chance como titular
POR HENRIQUE GOMES BATISTA - CORRESPONDENTE
/ atualizado
Tite conversa com Neymar e Philippe Coutinho durante treino em Washington - Lucas Figueiredo/CBF
Uma mão aberta. Essa foi a resposta de Tite ao questionamento sobre a provocação de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em relação à seleção brasileira, quando disse que os brasileiros tiveram “um pequeno problema” na última Copa, durante um encontro com o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
— Ele não sabe o que está dizendo, são cinco títulos mundiais — afirmou Tite.
Outra resposta esperada será dada no gramado do Fedex Stadium, em Washington, no amistoso de hoje, às 21h30, contra El Salvador. Ainda que o adversário seja fraco (72º no ranking da Fifa), a oportunidade é para mostrar a força de um time que entrará em campo modificado. Serão seis novidades na equipe titular: o goleiro Neto, o zagueiro Dedé, os laterais Éder Militão e Alex Sandro, além do meia Arthur e do atacante Richarlison.
Sem exagero
Se foi duro com o homem mais poderoso do mundo, Tite tentou passar alento às torcidas de Flamengo e Cruzeiro: vai poupar Paquetá e Dedé, que amanhã pegam um voo fretado para chegarem a tempo de entrarem em campo pelas semifinais da Copa do Brasil.
— Já expliquei a Coutinho e Neymar o motivo de não participarem de todo o jogo todo, assim como a Paquetá e Dedé. Tenho que ter responsabilidade sobre a saúde do atleta — disse Tite, comentando também as brincadeiras de Neymar com o grupo. — Ele é gerador de bom ambiente.
Sobre este mesmo tema, o técnico confessou que não pode esquecer do período em que estava no Corinthians e reclamava dos jogadores que voltavam cansados em momentos decisivos.
A Copa do Brasil ainda foi alvo de mais questionamentos a Tite. O técnico da seleção cortou o lateral-direito Fágner dos amistosos nos Estados Unidos, mas o jogador do Corinthians treinou ontem e pode enfrentar o Flamengo. Tite optou por um discurso de confiança no Corinthians, ressaltando que o jogador ainda está em recuperação e não teria como jogar hoje pela seleção.
Em um período de formação do grupo para o próximo ciclo de Copa, o técnico revelou o desejo de mais jogos para formar a base da seleção que disputará a Copa América-2019. Em outubro, o Brasil enfrentará Arábia Saudita e Argentina. Em novembro, haverá outros dois amistosos, mas os adversários ainda não foram definidos.
Tite contou que está negociando a possibilidade de a seleção fazer mais dois amistosos, para dar oportunidade a outros jogadores. Mas avisou que, contra a Argentina, não haverá espaço para testes:
— É força máxima.
BRASIL X EL SALVADOR
Brasil: Neto, Éder Militão, Marquinhos, Dedé e Alex Sandro; Casemiro; Douglas Costa, Arthur, Philippe Coutinho e Neymar; Richarlison.
El Salvador: Hernández, Domínguez, Mendoza, Barahona e Tamacas; Bairés, Cerén, Alfaro e Coca; Pineda e David Díaz.
Local: FedEx Field, Washington.
Horário: 21h30.
Juiz: Jair Marrufo (EUA).
Transmissão: TV Globo, Sportv e Globoesporte.com.
O Globo segunda, 10 de setembro de 2018
ROSA MANTÉM VETO À CANDIDATURA DE LULA E NEGA PRAZO MAIOR PARA SUBSTITUIÇÃO EM CHAPA
Rosa Weber mantém veto à candidatura de Lula e nega prazo maior para substituição em chapa
Presidente do TSE, no entanto, enviou recurso de ex-presidente ao Supremo
POR O GLOBO
/ atualizado
A ministra Rosa Weber, presidente do TSE - EVARISTO SA / AFP
RIO — A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, enviou o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do político questiona a decisão do tribunal eleitoral de barrar o petista nas eleições com base na Lei da Ficha Limpa. Lula foi considerado inelegível em razão da condenação em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá. Rosa Weber manteve a validade do veto à candidatura até o STF deliberar a respeito. A ministra negou o pedido do PT para estender o prazo para a substituição de Lula na chapa que concorre à Presidência.
A defesa alegava que o limite de dez dias só deveria contar a partir do fim dos recursos pendentes contra a decisão do TSE. O prazo máximo seria 17 de setembro. Rosa Weber frisou que cabe ao presidente do tribunal de origem outorgar excepcionalmente o efeito suspensivo. Com a admissibilidade do recurso, avaliou a ministra, não há "perigo na demora" de análise do caso, uma vez que o STF pode tomar a decisão antes do dia 11.
"Ausente, nessa linha, o alegado periculum in mora, considerados o marco temporal e a ventilada inviabilização do acesso à jurisdição do Supremo Tribunal Federal", explicou Rosa Weber.
Na decisão, Rosa Weber destacou que a maioria dos ministros do TSE rejeitou a tese da defesa de que a manifestação do Comitê de Direitos Humanos da ONU em favor da candidatura de Lula teria efeito vinculante pelo fato de o Brasil ser signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civil e Políticos. Os ministros avaliaram que tal pronunciamento não tinha força obrigatória de aplicação. Voto vencido na análise da candidatura de Lula, o ministro Edson Fachin divergiu desse entendimento.
"O simples enunciar das teses debatidas pelo Colegiado evidencia relevante questão constitucional a recomendar juízo positivo de admissibilidade ao recurso extraordinário, com a consequente submissão do feito à análise da Suprema Corte brasileira", considerou a presidente do TSE.
O Globo domingo, 09 de setembro de 2018
FOTOS DO CASAMENTO DE WILLIAM BONNER E NATASHA DANTAS
Veja fotos exclusivas do casamento de William Bonner e Natasha Dantas
PATRÍCIA KOGUT
O jornalista William Bonner e a fisioterapeuta Natasha Dantas se casaram neste sábado (Foto: Arquivo pessoal)
O jornalista William Bonner e a fisioterapeuta Natasha Dantas, agora Bonemer, se casaram neste sábado (8 de setembro), em São Paulo. A cerimônia foi restrita à família e a poucos amigos e aconteceu na casa da mãe dele, Maria Luiza Bonemer. Na segunda foto, as alianças estão bem visíveis. O clima foi de muita alegria.
O jornalista William Bonner e a fisioterapeuta Natasha Dantas se casaram neste sábado (Foto: Arq
O Globo sábado, 08 de setembro de 2018
BOLSONARO PEDIU PARA BAIXAR O TOM DA CAMPANHA, DIZ GENERAL MOURÃO, CANDIDATO A VICE
Bolsonaro pediu para baixar o tom da campanha, diz general Mourão
Candidato a vice falou por telefone com deputado que está internado em São Paulo
POR O GLOBO
/ atualizado
Candidato a vice de Bolsonaro, general Mourão é entrevistado na Globonews - Reprodução
RIO — Um dia depois do candidato Jair Bolsonaro (PSL) sofrer um ataque durante uma agenda em Juiz de Fora, o seu vicegeneral Hamilton Mourão afirmou que o objetivo da equipe de campanha e o pedido do próprio presidenciável é para que os militantes moderem o tom. Segundo Mourão, confrontos nesse momento não vão ajudar ninguém e seria péssimo para o país. O general, que disse ter sido sempre a primeira opção para vice, ainda afirmou que vídeos estão sendo produzidos e disseminados entre simpatizantes de Bolsonaro pelos estados para que a mensagem de redução das tensões seja propagada.
Hoje às 19h, Bolsonaro me ligou e disse que vamos moderar o tom, me pediu para não exacerbar essa questão que está ocorrendo. Nós vamos governar para todo o Brasil. Sem união a gente não chega a lugar nenhum, ter confronto nesse momento não vai ajudar a ninguém e é péssimo para o país - explicou Mourão durante a entrevista para o Central das Eleições, da Globonews, que falou sobre a estratégia da equipe de espalhar vídeos entre os "cabeças de chave" da campanha espalhados pelo país .
O vice de Bolsonaro admitiu que, num primeiro momento, ele e outros membros da campanha exageraram nas declarações. Logo após o ataque, ainda na quinta-feira, o general afirmou que o PT seria o culpado pelo atentado e disse a frase "se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós".
- Quando ocorre um evento traumático assim, tem que ter muita calma. Realmente subiu um pouco o tom (no início), mas temos que baixar, porque não é caso de guerra. Que se investigue e julgue o caso - disse o general.
Antes de Mourão ser definido como vice, Bolsonaro publicamente tentou outras opções, como o senador Magno Malta, o general Augusto Heleno e a advogada Janaína Paschoal. Entretanto, Mourão disse que ele sempre foi a primeira opção de vice, e que já teria sido procurado há três anos.
- Eu sempre fui a primeira opção. Há três anos ele me procurou e disse que contava comigo. Quando eu estava para ir para a Reserva, ele pediu para eu me filiar. Claro que ele buscou outras opções, que poderiam ser melhores naquele momento, mas no final olhou para o banco de reservas e falou "entra em campo".
No único momento em que Mourão subiu o tom nas críticas a adversários foi quando ele se referiu a Geraldo Alckmin. Sem citar o nome do candidato do PSDB, o general repudiou as propagandas da campanha tucana, atacando diretamente Bolsonaro.
- A campanha de um determinado candidato é de uma baixaria sem tamanho. Fica pinçando frases sem contexto.
Na primeira pergunta sobre programa de governo, o general defendeu o porte de armas. Ele explicou que a violência não iria aumentar com essa medida, pois as pessoas fariam provas psicotécnicas e de tiro antes de usarem armas de fogo, e que o monopólio da força do estado não seria quebrado.
- Não é simplesmente jogar fuzil para cima cada um pega o seu. Tratamos do direito de cada um ter arma, mas precisa antes fazer teste psicotécnico e de tiro. Acidente de trânsito, por exemplo, mata quase igual homicídio, e ninguém pensa em proibir pessoas de dirigirem carro. Pode ser uma comparação exagerada, mas o que o Bolsonaro coloca é a liberdade da pessoa em ter ou não a arma. A questão é o equilíbrio de forças. Se você tiver uma arma, é capaz de reagir num assalto - explicou o general, que, em relação a excessos cometidos por militares durante a ditadura, afirmou que "heróis matam".
Depois, Mourão foi questionado por algumas pautas atuais no país. Sobre a intervenção federal na segurança do Rio, ele disse que foi algo colocado "nitidamente com fins políticos", e que a intervenção deveria ser político e militar.
- Só a repressão não é o suficiente para combater o narcotráfico. Os militares vão ao combate, mas não conseguimos agir no resto, o estado não entra como o todo - disse Mourão.
O vice de Bolsonaro afirmou ainda que a crise de migração de venezuelanos precisa ser tratado como um problema nacional e não só de Roraima, e se disse "um homem da cultura". Para esse setor, ele defendeu o uso da iniciativa privada.
O Globo sexta, 07 de setembro de 2018
VIOLÊNCIA QUE ATINGE O PAÍS
Violência que atinge o país
POR MÍRIAM LEITÃO
O Brasil viveu ontem o dia mais difícil da eleição mais tensa desde a redemocratização, com o ataque ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro. A reação da maioria dos outros candidatos e grupos políticos repudiando o crime é um sinal de que o país pode estar começando a procurar um outro tom. O atentado a qualquer candidato que esteja legitimamente na disputa é uma ameaça à própria democracia.
Nesta campanha, houve tiros à caravana do ex-presidente Lula, no Paraná, e houve agora esse gravíssimo fato que foi o atentado contra a vida de Jair Bolsonaro. É preciso reduzir a radicalização no país e fazer o caminho de volta a uma disputa mais serena, em que as ideias e os rumos do país possam estar no centro das discussões.
O mercado financeiro teve a reação superficial de sempre. Avaliou que o atentado reduz as possibilidades de que a esquerda ganhe a eleição e por isso o dólar caiu, a bolsa subiu e o risco-país diminuiu. É particularmente irônico que se considere menor o risco depois de um atentado a um candidato que tem conseguido até agora atrair uma ampla parcela do eleitorado. Na verdade, a maneira como o país atravessará esse fato é que poderá dizer que grau de maturidade tem a democracia brasileira e que dará a dimensão real do risco Brasil, no sentido mais profundo da expressão.
Há muito tempo, o PT tem falado na suposta divisão do país entre nós e eles. De outro lado, o próprio Bolsonaro tem feito do enfrentamento a sua proposta de solução para os problemas brasileiros, usando inclusive o sinal de arma como parte do marketing eleitoral. Não se quer dizer com isso que sejam o PT ou o PSL os culpados. Só há um culpado, o autor do esfaqueamento. Mas é forçoso refletir sobre as causas desse momento de radicalização na política e torcer para que o próximo mês de campanha antes das eleições no primeiro turno se concentre nas discussões sobre propostas.
Não há saída fácil para a situação em que o Brasil se encontra. Esta eleição é completamente diferente de qualquer outra que tenhamos vivido. O ex-presidente Lula, preso em Curitiba, tem estado na frente de todas as pesquisas em que seu nome aparece. Na espontânea, o nome dele é o que tem a maior indicação, ainda que tenha caído na última sondagem. E ele está com sua candidatura impugnada. O PT não apresentou até agora o candidato que liderará a sua chapa, apesar de se ter como certo que será Fernando Haddad. Para completar, a lei sob a qual a candidatura de Lula foi impugnada foi proposta pela população, assumida e relatada pelo PT e promulgada pelo ex-presidente. A origem da lei que recai sobre o PT enfraquece ainda mais o discurso da perseguição ao partido.
Os próximos dias deveriam ser usados pelas campanhas, todas elas, inclusive a de Jair Bolsonaro, para refletir serenamente sobre quais serão os próximos passos. Se a resposta for mais radicalização, o clima ficará ainda pior, e mais perigoso, nas semanas que nos separam das urnas. Essa campanha é em tudo singular. A incerteza é enorme. As decisões estão sendo tomadas pelos eleitores agora.
É preciso entender que momento estamos vivendo. Olhar a cena completa. O Brasil viveu 21 anos sob ditadura militar, reconquistou a democracia depois de uma enorme luta e muito sofrimento. Comemora agora 30 anos de uma constituição democrática escrita por aqueles que foram escolhidos nas urnas. A democracia fez conquistas notáveis: estabilizou a economia, solucionou a dívida externa, desenvolveu políticas sociais de inclusão. Depois disso, iniciou um processo de luta contra a corrupção, fundamental para o futuro do país.
Apesar de todas essas conquistas, o Brasil entrou nesta oitava eleição presidencial desde o fim da ditadura num clima que tem se deteriorado dia a dia. E chegou ao ápice com o atentado a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora. É preciso encontrar o tom certo nessa eleição, antes que seja tarde demais. A disputa sempre será intensa, mas deve se concentrar nas ideias e nas propostas de solução para os graves problemas vividos pelo país. O que permitirá uma transição pacífica para o próximo governo, seja ele liderado por quem for, será a capacidade de resposta que os líderes políticos, de todos os lados, souberem dar neste momento em que um candidato é esfaqueado em praça pública. A violência sofrida por Bolsonaro é inaceitável e atinge a todos.
O Globo quinta, 06 de setembro de 2018
LETÍCIA SABATELLA DIRIGE A MÃE EM ESPETÁCULO MUSICAL
Letícia Sabatella dirige a mãe, Marilza, em espetáculo musical
Pedagoga por formação, a professora Marilza Ribeiro Sabatella adorava criar atividades musicais para as crianças. A atriz Letícia Sabatella lembra-se da mãe soltando a voz em qualquer ocasião. “Cantar sempre foi confortável para mim”, diz Marilza, para quem estarão apontados os holofotes nos dias 13, 20 e 27 de setembro, no Teatro dos 4. Sob direção de Letícia, a pedagoga de 71 anos fará o show “Muitas águas” acompanhada por uma banda. “Ela é generosa, quer cantar junto com a plateia”, explica atriz de 47 anos. “Não sou profissional, sou livre, passo o que sei para as pessoas me acompanharem”, emenda a mãe. “É tão natural que nem ficamos ansiosas. Somos duas sem-vergonha”, completa. No repertório da cantora, há sucessos como “Volver a los 17”, de Violeta Parra, e “Estrada do sol”, de Tom Jobim.
O Globo quarta, 05 de setembro de 2018
BRUNA MARQUEZINE USA RELÓGIO DE 1,2 MILHÃO EM VENEZA
Bruna Marquezine usa relógio de R$ 1,2 milhão em Veneza
Vestido da atriz custa R$ 31.500
POR O GLOBO
/ atualizado
Bruna Marquezine na festa da Jaeger-LeCoultre - Antony Jones / Getty Images
Bruna Marquezine teve uma agenda atribulada em Veneza, onde passou a semana circulando pelos eventos mais badalados do festival de cinema. E para se despedir da badalação, a atriz usou um relógio de nada mais nada menos R$ 1,2 milhão na última festa que esteve na Itália.
A peça feita em ouro branco foi emprestada pela marca suíça Jaeger-LeCoultre, que realizou um jantar de gala na noite da última quarta-feira. Para completar a produção, ela vestiu um look do estilista Alexandre Vauthier avaliado em US$ 7.180, cerca de R$ 31.500.
Bruna Marquezine no jantar da Jaeger-LeCoultre - Antony Jones / Getty Images
O Globo terça, 04 de setembro de 2018
FORÇAS ARMADAS E GUARDA MUNICIPAL CERCAM O MUSEU NACIONAL PARA IMPEDIR SAQUES
Forças Armadas e Guarda Municipal cercam o Museu Nacional para impedir saques
A iniciativa foi tomada porque ainda pode haver peças de valor no prédio; ainda há focos de incêndio e bombeiros retomam operação rescaldo
Museu Nacional - Fabiano Rocha / Agência O Globo
POR ANA CAROLINA TORRES
/ atualizado
RIO — O Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, amanheceu cercado por equipes das Forças Armadas e da Guarda Municipal, na manhã desta terça-feira. A segurança do local foi reforçada pois há um temor que ainda haja peças de valor no prédio e possam acontecer saques e, também, para preservar equipes que atuam no local. Um perímetro de segurança em torno do prédio foi determinado pela Polícia Federal.
Segundo o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), estão na área do museu equipes do Batalhão de Guardas do Exército, que tem seu quartel situado em São Cristóvão. As equipes atuam em coordenação com a Polícia Militar para cobrir todo o local do incêndio.
Durante a madrugada, a chuva ajudou a apagar alguns focos de incêndio. Algusn deles, porém, voltaram a aparecer pela manhã. Bombeiros deram início a uma nova fase da operação rescaldo no local.
Nesta segunda-feira, um dia após o incêndio que devastou praticamente todo o acervo do museu, pesquisadores ainda tentam levantar o material que foi perdido. No início do tarde, o geógrafo Renato Cabral Ramos informou que toda a coleção egípcia, inclusive as múmias, foi perdida.
Uma das peças mais importantes, "Luzia", o crânio humano mais antigo já encontrado no Brasil, continua desaparecido. Segundo funcionários, "Luzia" estava guardada dentro de um caixa de metal, no interior de um armário, no primeiro andar. Na ala dos fundos do museu. O armário está sob escombros, por isso não é possível saber seu estado.
ALGUMAS PEÇAS SOBREVIVERAM
Em meio a tantas notícias ruins, os pesquisadores tiveram um pequeno alento. Alguns funcionários entraram junto com a Defesa Civil no prédio, nesta terça, e conseguiram resgatar um quadro de Marechal Rondon. A pintura em óleo, que está coberta de fuligem, pode ser restaurada, acreditam.
Ao longo do dia, alguns funcionários puderam entrar no prédio e conseguiram resgatar outras peças que não foram destruídas.
O Globo segunda, 03 de setembro de 2018
FILME EDUARDO E MÔNICA, DE RENATO RUSSO
Gabriel Leone é Eduardo. Alice Braga, a Mônica do cinema.
E a ordem do título não se traduziu em desigualdade de protagonismo entre os gêneros. O roteiro, nas mãos de Matheus Souza, o jovem diretor responsável pelos divertidos “Apenas o fim” (2006), “Tamo junto” (2012) e “Ana e Vitória” (2018), recebeu tratamento final de três mulheres — Claudia Souto, Jessica Candal e Michele Franzt. A ideia era inserir no texto sensibilidade feminina (o de “Faroeste caboclo”, em contrapartida, foi assinado por três roteiristas homens).
— Construímos a Mônica como uma mulher livre — diz a produtora do filme, Bianca De Felippes.
É através da exploração das personalidades opostas dos protagonistas que o longa pretende capturar a essência da música: um romance que triunfa, apesar das adversidades. Assim como nos versos, Eduardo joga botão; já Mônica, 25 anos, estuda medicina e gosta do mundo das artes. Aliás, sua bota e moto fazem referências a Van Gogh e Bauhaus, respectivamente. O diretor de arte Tiago Marques, da franquia “Tropa de elite”, quis entranhar na cenografia alusões aos universos particulares das duas metades do casal.
Como se sabe, ela é de leão e ele tinha 16. E a diferença etária é central na exploração do conflito dessa relação. Mais velha, Mônica viveu a ditadura militar e é politizada, enquanto Eduardo mal se recorda dos anos de chumbo. A cena que o GLOBO acompanhou sendo filmada mostra justamente o momento em que os dois têm uma briga feia, motivada pelo fato de ele ser neto de militar.
— É um filme sobre o tempo — diz Alice Braga, que em 2019 também poderá ser vista na produção hollywoodiana “Os novos mutantes”, próximo capítulo do universo dos X-Men. — Diferenças existem em qualquer relacionamento, mas Eduardo e Mônica estão em realidades distintas. E o Renato (Russo), em ritmo de folk-rock, indicou como compreendemos o tempo através do amor.
Na Brasília de Renato
Decisão importante foi a de ambientar a trama na Brasília de 1986, justamente o ano de lançamento da música, no segundo álbum da Legião Urbana, "Dois". Para diretor e produtora, é uma forma de respeitar o contexto no qual Renato Russo (1960-1996) vivia: ele passou a morar na capital federal, onde aconteceu a maior parte das filmagens, aos 13 anos. A escolha da época também tem valor narrativo.
— A música abrange um longo período, até o momento em que eles têm filhos. Seria necessário mais de duas horas ou um grande videoclipe contendo passagens de tempo para dar conta de tudo, mas isso seria uma cilada. O filme poderia não conseguir se aprofundar nos personagens — diz Gabriel Leone. — Por isso focamos na construção do relacionamento e na convivência diária entre eles.
René Sampaio (que, aliás, nasceu no Distrito Federal) acrescenta:
— Não havia Tinder, Whatsapp e tanto imediatismo nos anos 1980. As conversas eram quase sempre presenciais, o que dá um tom particular à história. As relações tinham, de certa maneira, mais importância. Era preciso cuidar mais para mantê-las.
No futuro, René e Bianca querem adaptar uma terceira música da Legião. Mas não revelam qual. Tudo vai depender da recepção a “Eduardo a Mônica”, orçado em R$ 10 milhões. A julgar pelo desempenho de outras obras inspiradas na banda, podem ficar tranquilos. "Faroeste caboclo" levou 1,4 milhão de pessoas ao cinema. “Somos tão jovens” (2013), cinebiografia do cantor, 1,7 milhão. E o espetáculo musical “Renato Russo”, que Bianca também produz, já vai para seu 14º ano de existência.
— Hoje vou para qualquer lugar com a peça e lota. Até praça pública vira apoteose. É que o público da Legião se renova sem parar — diz a produtora Bianca.
O Globo domingo, 02 de setembro de 2018
BETH CARVALHO ENFRENTA PROBLEMAS DE SAÚDE, AO SOM DE CLÁSSICOS DO SAMBA
Deitada, Beth Carvalho enfrenta os problemas de saúde ao som de clássicos do samba
Doente da coluna, cantora de 72 anos festejou os 40 do disco ‘De pé no chão’
POR BERNARDO ARAUJO E MARLUCI MARTINS
/ atualizado
RIO — O encontro de Beth Carvalho com o grupo Fundo de Quintal, realizado na noite deste sábado em uma casa de shows na Barra da Tijuca, ganhou um elemento dramático a mais: além da celebração do disco “De pé no chão”, de 1978, um marco na história do samba moderno, o público viu a cantora de 72 anos se apresentar deitada, devido a problemas de coluna que a assolam há anos. A filha de Beth, Luana Carvalho, já havia dito nas redes sociais que a mãe cantaria deitada em um divã.
O show começou com 30 minutos de atraso, ao som de “Marcando bobeira”, com a cantora sentada, cercada pelos músicos do Fundo de Quintal, como Bira Presidente, Sereno e Ubirany.
Beth Carvalho canta deitada em show dos 40 anos do disco 'De pé no chão'Foto: Marlucci Martins
— Estou muito feliz por estar aqui comemorando os 40 anos deste disco - disse Beth ao cumprimentar o público. — Mas eu não posso ficar muito tempo sentada, então pedi à produção para trazer esta chaise longue. Assim como existe “Na cama com Madonna”, agora tem “Na cama com Beth Carvalho”.
O Globo sábado, 01 de setembro de 2018
PT DIZ QUE TSE COMETEU VIOLÊNCIA CONTRA LULA E ANUNCIA QUE VAI RECORRER
PT diz que TSE comete 'violência' contra Lula e anuncia que vai recorrer
Partido divulgou nota ainda antes do fim do julgamento do indeferimento da candidatura do ex-presidente
POR O GLOBO
/ atualizado
Simpatizantes de Lula fazem vigília em frente à da PF em Curitiba - RODOLFO BUHRER / REUTERS
RIO — Ainda com o julgamento do indeferimento da candidatura do ex-presidente Lulaem andamento, o PT divulgou no fim da noite desta sexta-feira uma nota reconhecendo a derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido considerou uma "violência" a decisão da maioria dos ministros de indeferir a candidatura, e prometeu recorrer "aos tribunais" para que a candidatura seja permitida.
"Diante da violência cometida hoje (31) pelo Tribunal Superior Eleitoral contra os direitos de Lula e do povo que quer elegê-lo presidente da República, o PARTIDO DOS TRABALHADORES afirma que continuará lutando por todos os meios para garantir sua candidatura nas eleições de 7 de outubro.
Vamos apresentar todos os recursos aos tribunais para que sejam reconhecidos os direitos políticos de Lula, previstos na lei e nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil. Vamos defender Lula nas ruas, junto com o povo, porque ele é o candidato da esperança", diz a nota do partido.
Na sequência, o texto enumera alguns argumentos que, na visão do partido, justificariam o direito de Lula disputar a Presidência:
"É mentira que a Lei da Ficha Limpa impediria a candidatura de quem foi condenado em segunda instância, como é a situação injusta de Lula. O artigo 26-C desta Lei diz que a inelegibilidade pode ser suspensa quando houver recurso plausível a ser julgado. E Lula tem recursos tramitando no STJ e no STF contra a sentença arbitrária.
É mentira que Lula não poderia participar da eleição porque está preso. O artigo 16-A da Lei Eleitoral prevê que um candidato sub judice (em fase de julgamento) pode “efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica”.
A Justiça Eleitoral reconheceu os direitos previstos nestas duas leis a dezenas de candidatos em eleições recentes. Em 2016, 145 candidatos a prefeito disputaram a eleição sub judice, com registro indeferido, e 98 foram eleitos e governam suas cidades. É só para Lula que a lei não vale?
O Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou ao Brasil garantir os direitos políticos de Lula, inclusive o de ser candidato. E o Brasil tem obrigação de cumprir, porque assinou o Protocolo Facultativo do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. E o Congresso Nacional aprovou o Decreto Legislativo 311 que reconhece a autoridade do Comitê. O TSE não tem autoridade para negar o que diz um tratado internacional que o Brasil assinou soberanamente.
É falso o argumento de que o TSE teria de decidir sobre o registro de Lula antes do horário eleitoral, como alegou o ministro Barroso. Os prazos foram atropelados com o objetivo de excluir Lula. São arbitrariedades assim que geram insegurança jurídica. Há um sistema legal para os poderosos e um sistema de exceção para o cidadão Lula".
Simpatizantes de Lula fazem vigília em frente à da PF em Curitiba - RODOLFO BUHRER / REUTERS
O Globo sexta, 31 de agosto de 2018
ENTENDA O QUE PODE ACONTECER COM LULA HOJE NO TSE
Entenda o que pode acontecer com Lula na sessão extraordinária do TSE nesta sexta-feira
Tribunal pode julgar participação no Horário Eleitoral e até o registro de candidatura
POR O GLOBO
/ atualizado
O ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva 07/12/2017 - Márcio Alves / Agência O Globo
BRASÍLIA — A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, convocou para sexta-feira uma sessão extraordinária. A pauta oficial ainda não foi divulgada, mas ministros da Corte ouvidos pelo GLOBO informaram que, na ocasião, deverá ser julgado um pedido de liminar para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, seja impedido de participar do horário eleitoral. Há também rumores de que o tribunal aproveitaria para decidir sobre o registro de candidatura do petista.
Normalmente, a Corte se reúne nas terças e quintas-feiras. A convocação de sessões extraordinárias é rara. Entenda o que pode acontecer com o ex-presidente.
O que o TSE pode julgar na sessão de sexta-feira?
Ainda não há confirmação do tribunal, mas ministros da Corte informaram que poderá ser julgado o pedido de liminar para que o ex-presidente Lula seja impedido de participar do horário eleitoral gratuito, de fazer qualquer tipo de campanha e de participar de debates.
Ministros do TSE consideram importante definir logo se Lula poderá ou não participar do horário eleitoral, para que não haja eventual participação indevida do petista. O Horário Eleitoral começa nesta sexta-feira, para os candidatos a governador, e no sábado, para os presidenciáveis.
Quem pediu as liminares?
A Procuradoria-Geral Eleitoral e o partido Novo, logo depois que o PT pediu ao TSE o registro de candidatura de Lula.
A PGR quer que Lula seja impedido de usar dinheiro público na campanha, o que inclui a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. O Novo quer que o ex-presidente seja proibido de fazer qualquer tipo de propaganda eleitoral, pública ou privada, pelo mesmo motivo.
O pedido de registro de Lula será julgado na sexta-feira?
Não há confirmação do tribunal, mas alguns ministros acreditam que o processo seja julgado na sessão. Nesse caso, os ministros analisariam se Lula pode ser candidato. Houve 17 impugnações contra a candidatura de Lula. Por lei, o prazo para a defesa se manifestar terminou nesta quinta-feira. A lei ainda define prazos para a produção de provas e alegações finais do candidato e do Ministério Público Eleitoral. No entanto, se considerar essas etapas desnecessárias, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, pode considerar que o processo está pronto para ser julgado já na sessão de sexta-feira.
Por que os ministros julgariam o pedido de registro nessa sessão extraordiária?
Antes mesmo do PT ter apresentado o pedido de registro de Lula, ministros do TSE já diziam, nos bastidores, que estavam empenhados em definir ainda em agosto a situação do ex-presidente. O objetivo é evitar que o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV comece com o quadro de candidatos indefinido. Para ministros do TSE, o processo eleitoral ficará conturbado se o petista aparecer no rádio e na TV pedindo votos – já que, ao final, ele será impedido de disputar a Presidência da República.
Qual a tendência para o resultado?
O TSE deve impedir o petista de concorrer com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de réus condenados por um tribunal de segunda instância. Lula foi condenado no caso do tríplex no Guarujá pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região.
O PT pode ficar sem a propaganda na TV?
Se a candidatura de Lula não for substituída pela de Haddad imediatamente, a Justiça Eleitoral entende que o partido não tem candidato. Com isso, o tempo do PT seria dividido por outros partidos, até a apresentação formal da candidatura de Haddad perante o TSE.
Lula vai poder aparecer no horário eleitoral se candidatura for cassada?
Se for declarado inelegível, o ex-presidente poderá ter sua imagem explorada no horário eleitoral por seu provável substituto, o atual candidato a vice, Fernando Haddad. Não há na legislação qualquer restrição ao uso da figura de um candidato inelegível na campanha de seu substituto.
A participação de Lula no programa de Haddad pode ser limitada?
Como esta é a primeira eleição geral sob a vigência da minirreforma eleitoral de 2015, não há clareza ainda sobre como o TSE vai se posicionar. Isso deve ocorrer somente depois que o tribunal for provocado a respeito. Na eleição municipal de 2016, alguns juízes e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) interpretaram que as manifestações de apoio ao candidato devem ser limitadas a 25% do tempo de propaganda.
O que diz a defesa de Lula?
Na manifestação entregue ao TSE, os advogados de Lula insistem na tese de que o Brasil deve cumprir a recomendação do Comitê de Direitos Humanos da Organização da Nações Unidas (ONU) para que ele possa ser candidato na eleição presidencial deste ano. De acordo com a defesa, o ex-presidente é inocente e foi condenado sem provas, somente com base em delações premiadas.
A decisão do TSE sobre o futuro de Lula será tomada por maioria de votos. O plenário do TSE tem sete ministros. São três oriundos do STF: a presidente Rosa Weber, o relator da Lava-Jato, Edson Fachin, e o ministro Luís Roberto Barroso; dois vindos do Superior Tribunal de Justiça (STJ): Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi; e dois da advocacia: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira.
A decisãode impedir a candidatura de Lula tem efeito imediato?
Há dúvidas quanto a isso. O TSE costumava esperar que a parte perdedora apresentasse um tipo de recurso chamado embargos de declaração para, somente depois desse segundo julgamento, aplicar sua decisão. Mas o tribunal — nos julgamentos recentes que cassaram os mandatos dos governadores do Amazonas e do Tocantins — os afastou dos cargos já após a primeira decisão do plenário.
O que Lula pode fazer se o TSE impedir sua candidatura?
Além dos embargos no TSE, pode apresentar recurso ao STF. Para isso, é preciso que alegue alguma questão constitucional. Mas só a apresentação de recurso ao STF não muda a decisão do TSE. É preciso que o STF dê uma liminar com efeito suspensivo, ou seja, invalidando os efeitos da decisão do TSE até o julgamento definitivo do pedido.
O que ocorre se TSE liberar o registro de Lula?
Ele poderá ser candidato e disputar a eleição. Da mesma forma que Lula numa eventual derrota no TSE, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ou seus adversários ainda poderão apresentar recurso ao próprio TSE e, depois, ao STF.
Lula vai poder fazer campanha?
A legislação eleitoral diz que, enquanto não houver uma decisão da Justiça Eleitoral barrando uma candidatura, qualquer um pode fazer campanha.
Uma vez Lula barrado, o que ocorre?
O PT tem que escolher outro candidato para seu lugar. O substituto natural é Fernando Haddad, registrado como vice na chapa. A troca tem que ocorrer até 17 de setembro, 20 dias antes da eleição.
O Globo quinta, 30 de agosto de 2018
MICHAEL JACKSON 60 ANOS: CONHEÇA A LOS ANGELES DO REI DO POP
Michael Jackson 60 anos: conheça a Los Angeles do Rei do Pop
Roteiro pela cidade da Califórnia leva a importantes endereços para a carreira do artista
POR O GLOBO
Estrela dedicada a Michael Jackson na Calçada da Fama de Hollywood, na Vine Street, em Los Angeles - Visit Los Angeles / Reprodução
RIO - Michael Jackson nasceu há exatos 60 anos na pequena Gary, no estado de Indiana. Mas foi em na região de Los Angeles que o Rei do Pop passou a maior parte da vida e morreu, em junho de 2009. Em passeios guiados ou de maneira independente, seus fãs podem seguir os passos do artista por endereços importantes, como estúdios, cenários de videoclipes e até a primeira casa da família Jackson na cidade.
Esta fica no número 1.601 de Queens Road, em West Hollywood, em um bairro de colinas com ruas cheias de curvas, puramente residencial. A família Jackson (casal e nove crianças) saiu de uma casa de 62 metros quadrados para esta, pelo menos quatro vezes maior, em 1969. Pelo clima exclusivamente residencial do bairro até hoje é possível imaginar o incômodo dos vizinhos com os longos ensaios dos Jackson 5.
Tanto que a família logo teve que se mudar novamente, para um imóvel na Bowmont Drive 2430, em Beverly Hills, que já não existe mais. Um terceiro endereço da família foi o número 4641 da Hayvenhurst Avenue, em Encino. Nele, Michael viveu de 1971 até 1988, quando comprou seu famoso rancho Neverland, na cidade de Los Olivos, a 200km de Los Angeles. A casa de Encino é uma propriedade dos Jackson até hoje mas, ao contrário da de West Hollywood, é cercada por um muro e não pode ser vista da rua.
Primeira casa da família Jackson em Los Angeles, numa área residencial de West Hollywood - Visit Los Angeles / Reprodução
A próxima parada pode ser a Gardner Street Elementary School, na Hawthorn Avenue 7.450, em Hollywood, a escola onde o pequeno Michael foi matriculado assim que chegou a LA. Sua presença nas salas de aula foi curta - no ano seguinte, já uma estrela nacional, passou a ser educado em casa - mas suficiente para que o nome do aluno mais famoso batizasse o auditório da escola.
Alguns metros adiante, no coração turístico da cidade, na Hollywood Boulevard, é possível ver as mãos do cantor gravadas nas paredes do TCL Chinese Theatre e tropeçar na estrela dedicada a ele na Calçada da Fama, na altura do número 1.500 da Vine Street.
O estúdio A do Westlake Recording Studios, onde Michael gravou os álbuns "Off the wall" e "Thriller" - Visit Los Angeles / Reprodução
Alguns dos momentos decisivos da carreiras de Michael Jackson se passaram nos estúdios A e B dos Westlake Recording Studios, na Beverly Hills Boulevard 8.447. Foi ali que ele gravou o álbuns "Off the wall" e "Thriller". O lugar, que já recebeu outros artistas de peso como Madonna, Justin Tiberlake e Van Halen, só abre para visitação durante nos meses de junho, em lembrança à data de morte de Jackson. Nessas ocasiões, é possível visitar as instalações no Thriller Studios Tour, uma visita guiada de três horas, cheia de histórias saborosas a respeito deste disco clássico. Ou seja, a próxima oportunidade será apenas em junho de 2019.
Sanders House, construção em estilo vitoriano de 1887 usada nas filmagens do clipe de "Thriller" - Visit Los Angeles / Reprodução
Falando em "Thriller", fãs costumam peregrinar até a 1.345 Carroll Avenue, perto de Chinatown. Lá fica a casa de dois andares que aparece no clipe da faixa título do disco. Oficialmente chamada de Sanders House foi construída em 1887 em estilo vitoriano e está em um quarteirão inteiro listado como registro nacional de lugares históricos dos EUA e como Patrimônio Cultural da Cidade de Los Angeles - mais pelo valor arquitetônico que por servir de cenário para a famosa dancinha zumbi.
Galpões usados no clipe de "Beat it", de Michael Jackson, em Downtown Los Angeles - Visit Los Angeles / Reprodução
Outra popular parada entre os seguidores é um conjunto de depósitos que nunca atrairia qualquer visitante se não tivesse servido de cenário para o clipe de "Beat it". O "Beat it Warehouse" fica no número 458 da Alameda Street, em Downtown. Os fãs mais atentos irão reconhecer até a escada de cimento localizada do lado de fora do prédio, na entrada pela 5th Street, que aparece no final do vídeo.
O Globo domingo, 26 de agosto de 2018
COM GOLS DE NEYMAR, CAVANI E MBAPPÉ, PSG VENCE NO FRANCÊS
Com gol de Neymar, Cavani e Mbappé, PSG vence no Francês
No reencontro do trio, equipe manteve 100% de aproveitamento
POR O GLOBO
/ atualizado
Cavani, Mbappe e Neymar comemoram vitória com um gol de cada - FRANCK FIFE / AFP
No primeiro jogo do trio Neymar, Cavani e Mbappé na temporada, o Paris Saint-Germain não decepcionou. Jogando em casa, o time parisiense venceu o Angers por 3 a 1, neste sábado, no Parque dos Príncipes, e manteve 100% de aproveitamento, com nove pontos (e sete gols de saldo), após três rodadas no Campeonato Francês.
Com um gol de cada, Cavani, Mbappé e Neymar marcaram, nesta ordem. Mangani, de pênalti, fez para o Angers -- Cavani era quem faltava estrear na temporada após quase dois meses sem ir a campo.
Ele precisou de apenas 11 minutos para marcar em seu primeiro jogo na temporada. O atacante uruguaio, que foi o artilheiro nas duas últimas edições do Francês, manteve o bom retrospecto ao completar passe de Neymar. O brasileiro cruzou rasteiro da esquerda, a bola desviou na marcação e sobrou limpa para Cavani empurrar para a rede. Ele teve a chance de ampliar de cabeça três minutos depois, mas parou na trave.
Neymar faz homenagem ao filho com mensagem: "Papai te ama. Feliz aniversário" - ALAIN JOCARD / AFP
Ao comemorar o gol, Neymar homenageou o filho Davi Lucca, que completou sete anos na sexta-feira, exibindo uma mensagem escrita em uma munhequeira: "Papai te ama. Feliz aniversário".
Thomas Tuchel teve de mudar o esquema do PSG para acomodar o trio, além de Di María. Marquinhos, por exemplo, foi volante. Neymar, um meia, com maior papel organizador, atrás de Cavani e Mbappé. O brasileiro ditou o ritmo dos donos da casa.
As duas equipes só voltam a campo no sábado. O PSG visita o Nimes, enquanto o Angers recebe o Lille. Na quinta-feira o time parisiense vai conhecer o seu grupo na Liga dos Campeões -- competição que ocupará seis datas no meio de semana até dezembro.
O Globo sábado, 25 de agosto de 2018
BOLSONARO AVANÇA SOBRE REDUTOS ELEITORAIS TRADICIONAIS DO PSDB
olsonaro avança sobre redutos eleitorais tradicionais do PSDB
Candidato do PSL supera Alckmin até em São Paulo
POR MARCO GRILLO E DANIEL SALGADO
Jair Bolsonaro assiste a reportagem sobre Geraldo Alckmin durante parada em restaurante de Jaci, no interior de São Paulo - Edilson Dantas / Agência O Globo
RIO —A pouco mais de 40 dias da eleição, a distribuição geográfica das intenções de voto mostra o desafio do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, na briga pelo segundo turno: recuperar eleitores que já foram do PSDB. Em 2014, Aécio Neves foi o mais votado em dez unidades da federação no primeiro turno — hoje, Alckmin não está à frente em nenhuma delas.
Um levantamento feito nas 22 pesquisas estaduais do Ibope divulgadas até ontem mostra que Jair Bolsonaro (PSL) avançou sobre um eleitorado tradicionalmente tucano. Ele lidera em seis estados onde Aécio se saiu melhor há quatro anos, enquanto no Paraná quem está na frente é Alvaro Dias (Podemos). É um universo de 39 milhões de eleitores, com base em dados da eleição presidencial passada. Ainda não foram feitas pesquisas no Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde Aécio também venceu.
No mapa eleitoral que já foi tucano, Bolsonaro lidera em São Paulo, com 22%, enquanto Alckmin, que governou o estado por quatro mandatos, marca 15%. O candidato do PSL também está à frente em Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Rondônia e Roraima, outros redutos tucanos há quatro anos. No Paraná, Alckmin enfrenta ainda a concorrência de Alvaro Dias, ex-governador do estado, que chega a 27% — Bolsonaro tem 22%, e Alckmin, 5%.
Em 2010, no primeiro turno, José Serra (PSDB) já havia vencido em cinco desses estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rondônia e Roraima, além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre.
Bolsonaro alcança o maior resultado percentual em Roraima (39%). Ele foi ao estado durante a pré-campanha e defendeu a criação de campos de refugiados para venezuelanos. Roraima vive uma crise migratória e, na semana passada, moradores de Pacaraima expulsaram venezuelanos que estavam na cidade. A eleição local expõe também o descolamento entre as campanhas nacionais e estaduais: a disputa para governador é liderada pelo candidato do PSDB, Anchieta (36%), mas a popularidade não está sendo transferida a Alckmin até o momento.
Segundo o cientista político David Fleischer, da UnB, Bolsonaro capturou parte do sentimento antipetista:
— A campanha toda dele até hoje foi antiLula, o que pode até enfraquecer um pouco o discurso no caso de uma saída do ex-presidente.
DIVISÃO SEM LULA
Para o cientista político Carlos Pereira, da FGV-Rio, é preciso aguardar para observar se a estrutura de campanha do PSDB poderá virar o jogo:
— A campanha está aberta. É preciso ver se os métodos tradicionais, como tempo de rádio e televisão, e as coligações estaduais podem dar força ao Alckmin.
Os dados do Ibope analisados compõem o cenário em que o candidato do PT é Fernando Haddad, vice de Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a candidatura contestada pelo Ministério Público, com base na Lei da Ficha Limpa.
A distribuição das intenções de voto por estado também mostra a divisão do eleitorado lulista. Sem o apoio formal do ex-presidente, Haddad não alcança resultados expressivos. Hoje, o quadro é dividido entre Marina Silva (Rede), que está à frente em estados como Pernambuco e Bahia; e Ciro Gomes (PDT), que tem seu melhor resultado no Ceará (39%), onde tem sua base política.
O Rio Grande do Norte é o único estado do Nordeste onde Bolsonaro aparece numericamente à frente (14%), porém em empate técnico com Ciro (12%). É no Rio Grande do Norte que a segurança é vista por um percentual mais alto da população como um dos principais problemas: 80%.
O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, minimiza possíveis estratégias para reforçar o voto em territórios tucanos. Bolsonaro está desde quarta-feira no interior de São Paulo e hoje vai à Festa do Peão, em Barretos.
— A estratégia é continuar o que vem sendo feito nos últimos anos: ter contato com o povo de forma indiscriminada — diz Bebianno.
O Globo sexta, 24 de agosto de 2018
ZECA CAMARGO: NÃO EXISTE PASSAPORTE MELHOR DO QUE A COMIDA
Não existe passaporte melhor para uma cultura do que a comida', disse Zeca Camargo
Apresentador conduziu uma viagem aos sabores da Índia no Rio Gastronomia
POR BRUNA VELON
/ atualizado
Zeca Camargo conduziu uma viagem aos sabores da Índia no Rio Gastronomia com o chef indiano Varunesh Tuli- Adriana Lorete / Agência O Globo
Depois de beber um negroni no bar Rio Coquetelaria, tomar um caldo de frutos do mar no Irajá e comer arroz de vaca atolada no Aconchego Carioca, o apresentador Zeca Camargo subiu ao palco do Auditório Senac para levar o público à cozinha indiana. Enquanto o jornalista contava sobre suas viagens ao país asiático, o chef Varunesh Tuli ensinava a receita da ricota mexida, muito temperada e aromática, o Paneer Bhurjee.
- O Tuli ficou cozinhando o dia todo para preparar essa degustação para 150 pessoas. É muita gente, né? Eu só vim provar - brincou o apresentador - A cozinha indiana se parece com a brasileira, eles também carregam nos temperos, pimentas, as comidas são muito saborosas e perfumadas.
A dupla acaba de lançar o livro “Índia, sabores e sensações” (Companhia das Letras) com receitas vegetarianas - que são a base da dieta indiana. Com os aromas tomando conta do ambiente e a degustação rolando, o público interagiu com os experts e aprendeu sobre os costumes indianos.
O Rio Gastronomia é uma realização O GLOBO com apresentação do Sesc RJ e do Senac RJ, patrocínio master de Santander e patrocínio de Pão de Açúcar, Stella Artois e Sebrae. O evento tem ainda o apoio de CEG Gas Natural Fenosa, Azeite Andorinha, Air France, Toalhas e guardanapos Coquetel, Amázzoni Gin, Magnésia de Phillips Tabs, Água Mineral São Lourenço, Volkswagen, CVC e Orfeu como Café Oficial e parceria com Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio).
O Globo quinta, 23 de agosto de 2018
RORAIMA ABANDONADA PELO BRASIL
Roraima, abandonada pelo Brasil
O que está acontecendo ali é uma confluência de misérias e de incompetências
Cora Rónai
Tive vergonha de ser brasileira quando vi o vídeo dos refugiados venezuelanos sendo expulsos de Roraima ao som do Hino Nacional; mas menos por causa dos brasileiros que os tocavam da sua cidade do que por causa do nosso atual governo, incompetente e omisso, e dos nossos governos passados, igualmente incompetentes, e ainda por cima coniventes e cúmplices da tragédia da Venezuela.
Não conheço Pacaraima, nem os brasileiros de Pacaraima. Não acredito que eles sejam piores do que o resto de nós, brasileiros, nem acredito que sejam particularmente xenófobos — habitantes de cidades de fronteira, em geral, tendem a se acostumar desde cedo com o vaivém de estrangeiros.
Eles apenas não aguentam mais.
É fácil se horrorizar com o seu comportamento do conforto das nossas salas, entre um cafezinho e uma água gelada — até porque o que fizeram é mesmo horripilante, e contraria tudo o que sentimos, tudo o que aprendemos.
É fácil julgá-los nas redes sociais, ignorando as suas circunstâncias.
Mas imaginem uma cidade de dez mil habitantes, com o IDH do Iraque, atravessando, como o resto do país atravessa, uma das maiores crises da sua História; e imaginem essa cidade com quatro mil pessoas a mais, vivendo subnutridas e doentes nas ruas, desesperadas, sem perspectivas, sem trabalho, sem alimento.
É um caldeirão em ponto de fervura, uma tragédia pronta para acontecer.
A Venezuela não se desconstruiu em um dia; os refugiados não chegaram todos ontem, no avião das 19h30m. Eles não são um problema de Roraima, são um problema do Brasil inteiro — que, aliás, até o fim dos tempos, vai ter que conviver com o carma de ter apoiado Chávez e Maduro. A crise humanitária na região Norte vem se agravando ano após ano, mas o governo, agora, está mais preocupado em salvar a própria pele, como lembrou Marina Silva, do que em governar.
O que está acontecendo em Roraima é uma confluência de misérias e de incompetências em todos os níveis. A governadora do estado diz que o governo federal está ausente, e tem deixado Roraima entregue à própria sorte; o governo federal diz que envia recursos, mas que o estado não sabe gerenciá-los. Os dois têm razão.
Enquanto isso, mais de 500 venezuelanos chegam por dia a um estado que mal dá conta da sua própria população; pouco mais de 800 foram encaminhados até agora a outros estados brasileiros, o que é uma piada diante do tamanho do nosso país e da quantidade de imigrantes.
Roraimenses desencantados e ressentidos explicam, nas redes sociais, que os venezuelanos “exportados” para os demais estados têm curso superior e passaporte, atestado de vacinação em dia e nada consta; em Roraima ficariam os outros, os mais fragilizados, os doentes, os que já passaram pela polícia, os que simplesmente não têm forças ou recursos para seguir em frente, uma vasta humanidade confusa, traumatizada e desassistida.
Não é preciso ter muita imaginação para entender o que aconteceu em Pacaraima; mas é preciso ter uma imaginação fértil para compreender o grau de desespero em que se encontra quem acha que, fugindo para um lugar pobre e abandonado como Pacaraima, terá uma vida melhor.
O Globo quarta, 22 de agosto de 2018
DATAFOLHA: SEM LULA, BOLSONARO TEM 22% E MARINA, 16%
Datafolha: Sem Lula, Bolsonaro tem 22%, Marina aparece com 16% e Ciro com 10%
Ex-presidente lidera com 39% das intenções quando seu nome é incluído no levantamento
POR O GLOBO
/ atualizado
Os principais candidatos à presidência - Arte de Lucas Santos Moreira Gomes / Agência O Globo
RIO — Sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSL) lidera as intenções de voto na pesquisa Datafolha/Folha/TV Globo divulgada nesta quarta-feira. No cenário em que Lula — preso em Curitiba condenado por corrupção — fica fora da disputa, Bolsonaro aparece empatado com 22% das intenções, seguido por Marina Silva (Rede), que tem 16%. O candidato do PDT, CiroGomes, é o terceiro, com 10%. Geraldo Alckmin(PSDB) aparece tecnicamente empatado com o ex-governador do Ceará com 9%.
No cenário em que Lula não aparece na pesquisa, o Datafolha considera Fernando Haddad (PT), candidato a vice-presidente na chapa petista, como o sucessor do ex-presidente na cabeça de chapa à disputa presidencial. O ex-prefeito de São Paulo aparece empatado com Alvaro Dias, do Podemos, em quinto, com 4% das intenções de voto. Neste cenário, o índice de votos brancos e nulos é de 22%. Os que não sabem ainda em quem votar são 6%, segundo o Datafolha.
Os candidatos Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo, do Novo, aparecem na pesquisa Datafolha com 2% das intenções de voto. Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU), Guilherme Boulos (Psol) e João Goulart Filho (PPL) estão com 1%. O candidato do Democracia Cristã, Eymael, não pontuou.
Lula foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso relacionado ao tríplex do Guarujá, e está preso em Curitiba. Nesta segunda-feira, o Ministério Público Eleitoral (MPE) voltou a se manifestar contra a candidatura de Lula. O parecer, assinado pelo procurador-geral eleitoral Humberto Jacques de Medeiros, cita a Lei da Ficha Limpa. O pedido do registro de candidatura de Lula será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o relator será o ministro Luís Roberto Barroso.
CENÁRIO COM LULA NA DISPUTA
O Datafolha também testou um cenário em que o ex-presidente Lula aparece na disputa. Neste caso, Lula aparece com 39% das intenções de voto. Em segundo, Bolsonaro tem 19%. Três candidatos estão tecnicamente empatados no terceiro lugar: Marina Silva (Rede) tem 8%, Geraldo Alckmin (PSDB) tem 6% e Ciro Gomes (PDT), 5%.
Com Lula, a intenção de votos brancos e nulos somam 11%. Os que ainda não sabem em quem votar são 3%. João Amoêdo (Novo) aparece com 2%. Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (Psol), Cabo Daciolo (Patriota) e Vera Lúcia (PSTU) têm 1%.
O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios, de 20 a 21 de agosto. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O Globo terça, 21 de agosto de 2018
PESQUISA IBOPE MOSTRA QUE ATÉ AGORA NADA IMPACTOU O ELEITORADO
Análise: Ibope mostra que, até agora, nada impactou o eleitorado
Pesquisa é retrato da indefinição que domina disputa
POR PAULO CELSO PEREIRA
/ atualizado
Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB)- Arquivo O Globo
RIO — Nunca houve algo parecido: a corrida presidencial de 2018 começa com um candidato preso e inelegível liderando as pesquisas, seguido por dois representantes de partidos nanicos. A pesquisa Ibope é o retrato da indefinição que domina a disputa deste ano, na qual ao menos cinco nomes parecem ter chances de estar no segundo turno.
Embora não possa ser feita uma comparação direta entre a pesquisa divulgada ontem e as que a antecederam, já que antes havia outros pré-candidatos, o cenário pouco se alterou. A intensa negociação de alianças, os dois primeiros debates televisivos, o lançamento das candidaturas, as diversas entrevistas concedidas... Aparentemente, nada impactou o eleitor.
A resistência do lulismo, no entanto, chama atenção. Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, preso em Curitiba e inelegível, o ex-presidente Lula é o preferido de 37% dos eleitores. Mais importante que esse número, no entanto, é a constatação de que, ainda que de forma tênue, o ex-presidente pode ter começado a transferir votos para aquele que será o verdadeiro candidato do partido, o ex-prefeito Fernando Haddad.
Sem uma propaganda televisiva sequer, o petista chegou a 4%, se posicionando numericamente à frente de Álvaro Dias. A partir do dia 31, Haddad terá o segundo maior tempo de televisão e rádio para se associar a seu padrinho político.
Para conter a tensão de seus muitos aliados, Geraldo Alckmin repetiu seu bordão: que as pesquisas só se alterarão quando a campanha de TV começar — e, nela, sua vantagem é enorme. Contra o tucano, no entanto, está o fato de Jair Bolsonaro, com quem ele disputa os votos que historicamente iam para PSDB, aparecer em uma sólida primeira colocação no cenário sem Lula, com 20% das intenções de voto — três pontos a mais do que alcançara em junho.
Ciro Gomes e Marina Silva têm contra eles o fantasma lulista. A saída do ex-presidente da disputa leva a candidata da Rede a dobrar suas intenções de voto, de 6% para 12%, e tira Ciro de um empate numérico com Alckmin, ambos com 5%, para a terceira posição, com 9% — enquanto o tucano vai a 7%.
O problema de Ciro e Marina é que as pesquisas mostram uma enorme disposição do eleitor lulista de votar em quem o ex-presidente apontar. Quando indagados sobre o que farão se Lula for impedido de disputar a eleição e apoiar Haddad, 13% dos entrevistados dizem que “com certeza” votarão no ex-prefeito e outros 14%, que “poderiam” votar nele. Mas nem tudo são flores para o PT. Apesar de os lulistas se mostrarem determinados a tentar acender um novo “poste”, 60% dos entrevistados dizem que não votarão “de jeito nenhum” em Haddad caso Lula o apoie.
O Globo segunda, 20 de agosto de 2018
MELAINE TRUMP, A PRIMEIRA-DAMA MISTERIOSA
Melania Trump, a primeira-dama misteriosa
Mulher de Trump é ciosa de sua privacidade e ainda busca impor seu estilo na Casa Branca. Está com ele há 13 anos e já suportou vários escândalos
POR KATIE ROGERS, JULIE HIRSCHFELD DAVIS E MAGGIE HABERMAN, DO 'NEW YORK TIMES'
/ atualizado
Melania: segundo amigos, a primeira-dama é a pessoa que mais Trump ouve - LEAH MILLIS / REUTERS
WASHINGTON - Horas depois de se mudar para a Casa Branca, em junho do ano passado, a primeira-dama Melania Trump apreciou de uma janela a deslumbrantte vista do Monumento a Washington. "Aguardando as lembranças que criaremos em nosso novo lar!", escreveu num tuíte, com um clique da paisagem.
Mas Melania já compreendia na época que suas tentativas de criar seu próprio papel como primeira-dama virariam alvo de intenso escrutínio, inclusive por parte de seu marido, o presidente Donald Trump.
Melania, uma ex-modelo que prefere se vestir num estilo moderno e sóbrio, já havia escolhido parte da mobília para a residência presidencial na Casa Branca antes de se juntar ao marido lá. Entretanto, em sua ausência, o presidente Trump — mais chegado ao estilo triunfal e cheio de dourados de Luís XV — trocou vários dos móveis por outros de que gostava mais. Uma fonte que se lembra do episódio o descreve como um exemplo de como Trump não cede nem mesmo aos mais simples pedidos da esposa.
PRIVACIDADE EM PRIMEIRO LUGAR
Um ano mais tarde, Melania permanece uma primeira-dama ciosa de sua privacidade e ainda se adaptando à nova vida. Ela tem poucos amigos em Washington, mantém uma agenda de aparições públicas bem light e, quando não está tomando conta de seu filho de 12 anos, Barron, volta para casa em Nova York — pelo menos uma vez por mês, dizem fontes próximas — para reuniões e para visitar um pequeno círculo de amigos e parentes, como sua irmã e seu cabeleireiro.
Diferentemente de outras primeiras-damas, que tinham influência nos bastidores, Melania, segundo dizem seus amigos, prefere se isolar do caos e dos vazamentos da Casa Branca mantendo a Ala Leste (onde ficam os escritórios e funcionários ligados à primeira-dama) operando de forma independente da Ala Oeste (onde estão os principais gabinetes do governo americano).
Sua equipe é pequena — dez pessoas, contra 25 que trabalhavam para Michelle Obama ou Laura Bush —, e ela vem se esforçando para dar mais substância a seu projeto de serviço público, algo atualmente exigido das primeiras-damas. No caso de Melania, o projeto é focado no bem-estar infantil, contra o bullying na internet, e chamado "Seja Melhor", mas parou este mês com a demissão de uma das diretoras depois de seis meses de trabalho.
"A sra. Trump continua a ser a mulher independente que sempre foi e faz as coisas do seu próprio jeito", descreve Stephanie Grisham, sua diretora de comunicação, num e-mail. "Isso deve ser elogiado, não criticado. Suas prioridades continuam sendo sua família, sua saúde e seu papel como primeira-dama."
ATENTA AOS PRÓPRIOS INSTINTOS
Aliados descrevem a primeira-dama como calorosa, espirituosa e envolvente, características que não transparecem em sua atitude diante do público. Como o marido, ignora constantemente a orientação de seus assessores, preferindo seus próprios instintos, e determina que sua equipe reaja a notícias que a desagradam. (Um exemplo: Grisham insistiu que não houve discórdia na escolha da mobília, afirmando que a decoração foi escolhida conjuntamente pelo casal.)
Na verdade, as pessoas tendem a ver em Melania o que já acham do presidente. Para os que apoiam Trump, ela é uma companheira leal e quieta. Para os críticos, é uma figura presa numa gaiola dourada, só saindo de vez em quando para discordar de algo ou cometer uma gafe.
'EU NÃO LIGO, E VOCÊ?'
Em junho, Melania, que tem 48 anos e nasceu na Eslovênia, foi a única pessoa no alto escalão do governo a visitar vários centros de detenção de imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México depois que várias crianças foram separadas à força de seus pais, como parte da política de "tolerância zero" de Trump para a imigração.
Donald Trump aproveitou a ocasião para dizer que sua esposa, na verdade, estava se referindo à imprensa com a frase na jaqueta, mas uma fonte próxima a Melania contou que o traje em questão era direcionado a qualquer pessoa, dentro ou fora da Casa Branca, que a criticasse por visitar as crianças. Mas a Ala Leste insistiu que não havia qualquer mensagem subliminar.
"Ninguém diz à primeira-dama o que fazer", diz Grisham. "Nosso escritório nada tem a ver com suas escolhas de roupa, e nesse caso não foi diferente".
A primeira-dama com o casaco que gerou polêmica na visita a crianças imigrantes no Texas - KEVIN LAMARQUE / Reuters
Em outros casos, Melania opinou diretamente. Neste mês, sua assessoria publicou um comunicado apoiando o trabalho do jogador de basquete LeBron James com crianças horas depois que o presidente Trump o insultou no Twitter, dando a entender que o atleta era um idiota. "LeBron James trabalha para fazer coisas boas pela próxima geração, e a primeira-dama encoraja todos a terem um diálogo aberto sobre os temas envolvendo crianças atualmente", disse o comunicado.
FÚRIA COM CASO DE ATRIZ PORNÔ
Vários amigos e assessores do casal Trump insistem que a dinâmica da relação entre eles não mudou desde que viviam na Trump Tower, em Nova York. Um amigo diz que Melania entrou no relacionamento de olhos bem abertos, e aguentou 13 anos de um casamento repleto de escândalos, além da difícil mudança para a Casa Branca, cujo objetivo principal foi manter a estabilidade da vida do filho.
Críticos se perguntam por que ela ainda permanece ao lado de Trump. Em janeiro, teria ficado furiosa ao saber da suposta tentativa do marido de silenciar com dinheiro a atriz pornô Stormy Daniels, com quem Trump é acusado de de ter tido um caso logo depois que seu filho com Melania nasceu. Os aliados do presidente dizem que ele teme a reação da esposa toda vez que surgem manchetes sobre suas infidelidades, e Trump já disse a amigos que se sente culpado pelas críticas que ela teve de enfrentar.
UMA HARMONIA FRIA
Em sua vida privada, Trump e Melania dão a impressão de gostarem um do outro, diz uma fonte da Casa Branca, mas a a harmonia entre os dois não é particularmente calorosa. Uma pessoa que já passou bastante tempo na companhia de Melania afirma que ela fica muito mais relaxada quando ele não está por perto.
Com o presidente Trump no baile inaugural do governo em 2017 - CHIP SOMODEVILLA / AFP
O presidente em geral não cede a ninguém, mas as pessoas próximas da família dizem que Melania é a voz mais forte na vida de Trump. Muitos já a procuraram para voltar a cair nas boas graças do presidente.
— Ele a escuta mais do que ninguém e respeita seu conselho, não só porque ela é sua esposa, mas também porque é leal, confiável, inteligente e tem boa intuição — disse Thomas J. Barrack Jr, um amigo do presidente, numa entrevista. — Além de tudo, tem graça e elegância mesmo sob críticas.
Melania, que diverge do marido em certos temas políticos, às vezes fica frustrada por ele não ceder em nada. Mas não tem medo de ser totalmente sincera, diz Barracks.
— Para ela, ele é apenas Donald.
QUARTOS SEPARADOS
Na Casa Branca, Melania costuma ficar em sua residência, onde já pediu à cozinha pratos mais saudáveis para o presidente (que não dispensa duas bolas de sorvete na sobremesa). Faz pilates e consulta a Associação Histórica da sede do governo americano antes de fazer renovações ou manutenção.
Fora de Washington, Melania se mantém em contato com amigos em Nova York como Suzanne Ircha Johnson, cujo marido, Woody Johnson, é dono do time de futebol americano New York Jets; Stephanie Winston Wolkoff, que tem laços com o mundo da moda e da filantropia na cidade e foi conselheira da primeira-dama por um tempo; Karen LeFrak, esposa do construtor Ricard LeFrak; e a irmã mais velha do presidente, Ines Knauss. Está sempre se comunicando com eles em mensagens cheias de emojis no celular.
"É uma mulher de fibra, nunca tem medo de falar o que pensa", diz Karen LeFrak num e-mail. "Como amiga, vi como desempenha seu papel de primeira-dama com a mesma finesse com que trata os amigos."
Muito poucas pessoas são realmente íntimas de Melania. Seus assessores negam que seus pais morem com ela e dizem que os dois, Viktor e Amalija Knavs, dividem seu tempo entre um apartamento na Trump Tower e uma suíte na Casa Branca que antes era usada pela mãe de Michelle Obama. O casal recentemente recebeu cidadania americana, com a ajuda de Trump.
O Globo domingo, 19 de agosto de 2018
BOSSA NOVA, GÊNERO QUE REVOLUCIONOU A MÚSICA, FAZ 60 ANOS
RIO — Em 21 de agosto de 1958, O GLOBO registrava pela primeira vez em suas páginas o surgimento do marco inicial da bossa nova. Lançado naquele mês, o 78 rotações de “Chega de saudade”, de João Gilberto, foi o estopim da revolução provocada pelo gênero. Agora, 60 anos depois, o jornal volta novamente para o que aconteceu a partir do momento em que aquele disco começou a rodar nas vitrolas — deixando para sempre uma marca no peito dos desafinados do Brasil (e, em seguida, do mundo), e influenciando gerações.
Este especial é em boa parte dedicado ao aniversário de seis décadas da bossa nova, e lança luz sobre as transformações provocadas por aquela batida — em ritmo, letra e harmonia.
Cada um desses aspectos, e seus responsáveis centrais (João Gilberto, Vinicius de Moraes e Tom Jobim, respectivamente), é abordado em textos da equipe do Segundo Caderno e artigos de convidados: o violonista e produtor Luís Filipe de Lima; o professor Walter Garcia; e o professor e pesquisador Miguel Jost.
Uma linha do tempo com os marcos da história da bossa nova e uma discografia de 12 álbuns fundamentais do gênero completam o material especial, assim como o vídeo no qual Mario Adnet, ao violão, explica a batida de João e avalia os caminhos que levaram até ela.
O álbum está mergulhado no romantismo do samba-canção, apesar da modernidade que já se mostrava nas canções de Tom e Vinicius. Mas é ali que "Chega de saudade". E o violão de João Gilberto aparece pela primeira vez, anunciando o futuro.
O especial documenta ainda a importância formadora do gênero que, se não define mais os anseios do Brasil de hoje (quando o sertanejo e suas variações são a grande música popular, ao lado do funk), ainda segue sendo pertinente para que se entenda o país. Mais do que isso, continua sendo ouvido, como mostra o levantamento feito pela Playax, empresa de inteligência estratégica para desenvolvimento de audiência, a pedido do GLOBO.
Segundo a pesquisa, a bossa alcança, nas rádios do Brasil, uma média mensal aproximada de 350 mil pessoas — uma fração dos 35 milhões de ouvintes do sertanejo, mas ainda assim significativa.
A bossa nova é um gênero consolidado, que há anos mantém uma linha reta de consumo, não sofre grandes impactos — avalia Paulo Rocha, diretor de marketing da Playax. — É um gênero ícone, mais consumido por um público mais velho. Mas seu comportamento estável de consumo ao longo dos anos mostra que o público se renova, ou seja, ela não vai desaparecer com a morte de fãs mais velhos.
O levantamento — mais detalhado abaixo — ainda mostra quais são os artistas da bossa nova que mais tocam nas rádios brasileiras hoje. Além disso, aponta os estados em que a bossa nova é mais ouvida. Uma curiosidade: em termos proporcionais, o Acre lideraria o ranking (pela população menor associada ao fato de uma única rádio que domina a audiência local e que toca também músicas do gênero).
Modificar ambientes da casa e deixar o álcool e o café podem contribuir para a mudança
POR O GLOBO
/ atualizado
Sete dicas para parar de fumar - Shutterstock
Tirar o tabagismo da vida de uma vez por todas é missão que exige disciplina e esforço. Pedimos a ajuda do psicólogo Michael Zanchet, do spa Kurotel, que nos deu sete dicas para ajudar quem quer largar o vício no cigarro.
1. Marque um "dia d" na agenda
Traçar metas, datas e prazos ajuda a planejar o tortuoso caminho para o abandono total do vício em nicotina. Comece tentando reduzir o consumo diário a cinco cigarros. Quando finalmente conseguir chegar a esse número, estabeleça uma data para se esforçar ao máximo em deixar o hábito por completo.
2. Cheiro novo em casa
Modifique elementos dos ambientes da casa onde tenha costume de fumar e invista em fragrâncias e aromatizadores para estabelecer outro vínculo olfativo com o local. Com cheiros diferentes, tente passar mais tempo nesses espaços para se acostumar com eles de outra forma.
3. Conte para todo mundo
A compulsão por nicotina muitas vezes é comportamental e ambiental. Várias pessoas aproveitam o hábito de fumar para socializar também. Por isso, avise aos que compartilham da mesma prática que você está empenhado em se livrar da dependência. Pedir a compreensão da família e dos colegas é fundamental.
4. Boa faxina em prol da saúde
Retire todas as memórias do vício (isso inclui isqueiros e cinzeiros) do ambiente onde mora e trabalha. Deixe as roupas e o carro sempre limpos para evitar lembranças do cheiro.
5. Diga não também ao álcool
Certos hábitos alimentares estão bastante relacionados ao cigarro. Beber café ou qualquer coisa alcoólica são alguns deles. Evite-os! Consuma muita água ou sucos no lugar.
6. Escova e pasta na bolsa
Após as refeições, quando muita gente tem vontade de fumar, escove os dentes imediatamente. Um gosto bom na boca ajuda a afastar a lembrança do sabor (ruim) do cigarro.
7. Controle sua cabeça
Nos momentos em que estiver com vontade de sucumbir a um trago, concentre-se por dez minutos. Foque na respiração e leve os pensamentos a situações de prazer que não tenham a ver com o tabaco, como um banho de mar ou cachoeira.
O Globo sexta, 17 de agosto de 2018
SAIBA QUAIS SÃO AS ATRIZES MAIS BEM PAGAS DO MUNDO
7. Julia Roberts US$13m - Foto: Jordan Strauss / Jordan Strauss/Invision/AP
6. Mila Kunis US$16m - Foto: Jordan Strauss / Jordan Strauss/Invision/AP
5. Reese Witherspoon US$16.5m - Foto: Jordan Strauss / Jordan Strauss/Invision/AP
4. Jennifer Lawrence US$18m - Foto: Diane Bondareff / Diane Bondareff/Invision/AP
3. Jennifer Aniston US$19.5m - Foto: JEAN-BAPTISTE LACROIX / AFP
2. Angelina Jolie US$28m - Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
1. Scarlett Johansson US$40. - 5mFoto: ANGELA WEISS / AFP
Angelina Jolie está em segundo lugar, com US$ 28 milhões, após assinar contrato para a sequência do filme da Disney, “Malévola”, que começou a ser rodado em maio e tem lançamento previsto para 2020.
Em terceiro lugar está Jennifer Aniston com US $ 19,5 milhões, o que, segundo a Forbes, é mais por publicidade para marcas como Emirates, SmartWater e Aveeno, do que por cachês de atuações.
DEFESA DE LULA QUER TIRAR DE BARROSO ANÁLISE SOBRE REGISTRO DE CANDIDATURA
Defesa de Lula quer tirar de Barroso análise sobre registro de candidatura
Ex-presidente se tornou inelegível após ser condenado em 2ª instância
POR MATEUS COUTINHO
/ atualizado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 19/11/2017 - Jorge William / Agência O Globo
BRASÍLIA — A defesa do ex-presidente Lula solicitou na noite desta quarta-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o pedido de impugnação de sua candidatura apresentado pela Procuradoria-Geral da República não seja analisado pelo ministro Luis Roberto Barroso. A defesa do petista alega que, como os pedidos de impugnação de sua candidatura protocolados antes do registro foram distribuídos por sorteio para o ministro Admar Gonzaga, caberia a ele ser ser o relator do caso. Com isso, os advogados do ex-presidente pediram a Barroso que o processo volte para a presidente da Corte Rosa Weber, decidir sobre a redistribuição.
Em nota, os advogados do ex-presidente informaram que não têm qualquer objeção à distribuição do processo de registro ao ministro Luís Roberto Barroso. "A manifestação técnica apresentada nesta quarta-feira apenas consignou dúvida em relação à prevenção do ministro Admar Gonzaga, com o único objetivo de evitar eventuais nulidades. O ministro Barroso nunca se pronunciou publicamente sobre o tema.”
A batalha jurídica sobre o pedido de registro de candidatura do ex-presidente, que está preso em Curitiba onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão no âmbito da Lava Jato, começou pouco tempo depois de os representantes do petista protocolarem o seu registro no TSE nesta quarta, prazo final para os candidatos interessados em disputar a eleição deste ano registrarem suas candidaturasO registro foi protocolado no TSE às 17h20 por uma comitiva do PT que incluía a presidente da sigla Gleisi Hoffmann, o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice na chapa de Lula Fernando Haddad e a deputada do PC do B, Manuela Dávila, cogitada para ser vice de Haddad caso a Justiça vete a candidatura de Lula. Às 17h38 min foi protocolada a primeira impugnação, feita por Kim Kataguiri, representante do Movimento Brasil Livre, que ajudou a organizar os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff. A impugnação foi distribuída por sorteio para o ministro Gonzaga. As 18h09 o ator e candidato a deputado federal Alexandre Frota protocolar outra impugnação à candidatura de Lula, que foi distribuída inicialmente por sorteio para o ministro Tarcísio Vieira, mas depois foi encaminhada a Gonzaga por prevenção.
“Surpreendentemente, já existindo a prevenção para os processos conexos ao registro de candidatura do Requerente, o Registro de Candidatura nº 0600903-50.2018.6.00.0000 veio a ser livremente distribuído à relatoria de Vossa Excelência (ministro Luis Roberto Barroso) às 19h56, juntamente com o DRAP respectivo”, assinala a defesa do petista, apontando que a distribuição do pedido de registro ocorreu logo depois de as impugnações já terem sido distribuídas para outro magistrado.
“No presente caso, em razão da primeira ação a versar sobre o registro ter sido distribuída por sorteio ao d. Ministro Admar Gonzaga Neto, Sua Excelência é de ser tida como preventa para todos os feitos conexos posteriores. Como se não bastasse, já havia outras ações de impugnação do pedido de candidatura deste requerente, com fundamentação rigorosamente idêntica às ora veiculadas, em trâmite perante esta Casa”, segue o pedido da defesa do ex-presidente encaminhado ao TSE.
O Globo quarta, 15 de agosto de 2018
ROSA WEBER: RELATOR PODE NEGAR SOZINHO REGISTRO DE FICHA-SUJA
Dependendo do caso, relator pode negar sozinho registro de candidatura, diz Rosa Weber
Nova presidente do TSE falou em tese, mas esse pode vir a ser o caso de Lula
POR ANDRÉ DE SOUZA, CAROLINA BRÍGIDO E JAILTON DE CARVALHO
/ atualizado
Rosa Weber toma posse como presidente do TSE. - Ailton Freitas / Agência O Globo
BRASÍLIA - A nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou na noite desta terça-feira que o ministro relator pode, sozinho, negar um pedido de registro de candidatura. E, para isso, é preciso que nenhum adversário nem o Ministério Público Eleitoral (MPE) tenham questionado a candidatura. Rosa afirmou ter falado em tese, e não mencionou nenhum nome, embora esse possa vir a ser o caso da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Pode haver ou não impugnação (contestação da candidatura). Se não houver, há resolução no TSE de que pode haver o exame de ofício (sem o tribunal ser provocado). Não será impugnação, será um indeferimento de ofício a compreensão de que não estão presentes ou as condições de elegibilidade ou alguma causa de inelegibilidade. Eu estou falando em tese e observados os termos legais. Agora cada caso é um caso - disse Rosa
Para que o MPE ou algum candidato, partido ou coligação conteste uma candidatura, há prazos na lei a serem cumpridos, como a necessidade, por exemplo, de ouvir a defesa do próprio candidato. Portanto a eventual decisão do relator de indeferir um registro de candidatura não poderá ser imediata. Se não houve esse recurso, o caminho fica livre para o relator decidir sozinho.
- No casos de qualquer dos candidatos a presidente da República que encaminhem seu pedido de registro, vamos observar estritamente os temos da lei. A lei prevê prazos e esse vai ser nosso caminho, observar a lei - disse Rosa.
O prazo para registro de candidaturas termina às 19h desta quarta-feira. Até agora oito candidatos a presidente já fizeram isso: Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL), Cabo Daciolo (Patri) e Vera Lúcia (PSTU). O PT deve registrar a candidatura de Lula na quarta. Pela lei, a análise dos pedidos de registro de candidatura tem que ser feita até 17 de setembro.
- Este tribunal é um tribunal da celeridade. Nós cumprimos os prazos com todo o empenho. Vezes há em que isso se inviabiliza, em função do volume, mas a ideia é pautar e decidir com a maior celeridade possível - afirmou a presidente do TSE.
O Globo terça, 14 de agosto de 2018
ROSA WEBER ASSUME TSE COM DESAFIO DA CANDIDATURA DE LULA
Rosa Weber assume TSE com desafio da candidatura de Lula
Ministra terá outras tarefas espinhosas, como o combate às ‘fake news’
POR ANDRÉ DE SOUZA
A ministra Rosa Weber, durante sessão da Primeira Turma do STF - Jorge William/Agência O Globo/05-05-2018
BRASÍLIA — A tarefa não será das mais simples. Ao tomar posse nesta terça-feira à noite como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Rosa Weber terá, logo de cara, que comandar o processo eleitoral de uma das disputas mais acirradas e imprevisíveis dos últimos tempos, marcada para daqui a menos de dois meses. De imediato, terá que lidar com o julgamento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Considerada a mais discreta entre os 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) — a presidência do TSE sempre é exercida por um ministro do STF—, Rosa terá outras tarefas espinhosas. Entre elas, estarão as chamadas “fake news”, que ganharam maior repercussão com o crescimento das redes sociais e aplicativos de mensagens. O TSE precisará se equilibrar entre o combate ágil e efetivo aos boatos que se espalham pela internet e o exercício dos direitos de defesa e de liberdade de expressão.
Outro tema que desafia a corte é a fiscalização do financiamento das campanhas. Esta será a primeira eleição geral desde que as doações de empresas foram proibidas. Para compensar, o Congresso aumentou o volume de verbas públicas destinadas às campanhas. Mas novas preocupações, como o financiamento pelo crime organizado, passaram a ter um peso maior.
Apesar dos desafios, o TSE não é uma novidade para Rosa. O primeiro mandato de dois anos dela como ministra efetiva da Corte começou em 24 de maio de 2016. Em 2018, o mandato foi renovado para mais um biênio. Antes de 2016, ela já tinha ficado quatro anos como ministra substituta.
Em junho do ano passado, Rosa votou pela cassação da chapa vencedora na eleição presidencial de 2014. Na prática, isso significaria tirar o presidente Michel Temer do cargo. Mas, por quatro votos a três, o TSE preservou seu mandato. No STF, Rosa já votou contra prisão após condenação em segunda instância, mas, ao analisar um pedido da defesa de Lula, condenado na Lava-Jato, se rendeu à maioria e votou contra a liberdade do ex-presidente.
Rosa Weber nasceu em 2 de outubro de 1948, em Porto Alegre. Em setembro de 2022, assumirá a presidência do STF, onde ficará até outubro de 2023, quando completará 75 anos e, pela lei, terá que se aposentar.
O Globo domingo, 12 de agosto de 2018
COMO BOLSONARO É TRATADO NA INTIMIDADE
Quando querem mostrar intimidade com Bolsonaro, assessores o chamam de...
POR ANCELMO GOIS
JB
Quando querem mostrar intimidade com Jair Bolsonaro, os assessores dele o chamam de JB. Quem o chama de Jair ou Bolsonaro é considerado distante do núcleo do candidato.
O Globo sexta, 10 de agosto de 2018
CANDIDATOS APRESENTAM POUCAS PROPOSTAS
Em debate pulverizado, candidatos apresentam poucas propostas
Grande quantidade de presidenciáveis acabou por gerar falas pouco propositivas
POR MARCO GRILLO / FERNANDA KRAKOVICS / MIGUEL CABALLERO
/ atualizado
Primeiro debate de presidenciáveis, realizado na TV Bandeirantes - Marcos Alves / Agência O Globo
RIO — No primeiro debate entre os presidenciáveis nesta campanha eleitoral, nesta quinta-feira, na TV Bandeirantes, que levou oito candidatos ao embate, a discussão sobre alianças e economia teve mais destaque. O encontro ficou marcado pelos ataques mútuos e pela apresentação de propostas pouco aprofundadas. Como estratégia eleitoral, os adversários optaram pela busca de fragilidades, em vez de detalhar as ações. Supostos desvios éticos foram apontados, assim como alianças partidárias e as relações com o governo Temer.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, quarto colocado nas pesquisas, que tem o maior leque de alianças, foi o mais questionado, até a conclusão desta edição. Foi confrontado a respeito da coligação com o centrão, sobre medidas econômicas do atual governo (de quem o PSDB foi aliado) e sobre o Bolsa Família. O candidato do MDB, Henrique Meirelles, lembrou que os tucanos já chamaram o programa de Bolsa Esmola. Cabo Daciolo (Patriota) e Jair Bolsonaro (PSL), em uma dobradinha clara, também fizeram críticas duras ao tucano. Já Ciro Gomes (PDT), em terceiro lugar lugar nas pesquisas, quase não foi alvo de perguntas.
Quando participou dos embates, Ciro tentou ligar o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, ao governo de Michel Temer. O pedetista lembrou que o PSDB apoiou a reforma trabalhista, que, segundo ele, teria agravado “terrivelmente” a situação do povo brasileiro e também perguntou se o tucano pretende mantê-la. Alckmin respondeu ser a favor da reforma. Ressalvou que a permissão para que mulheres grávidas trabalhem em locais insalubres precisa ser revista.
— A reforma trabalhista foi um avanço. Tínhamos era um grande cartório, com 17 mil sindicatos no Brasil, mantidos com imposto sindical. A maioria não fez nem convenção coletiva — disse o candidato do PSDB, que chegou a usar o termo “Bolsa Banqueiro”, utilizado por Guilherme Boulos (PSOL), ao responder a um questionamento de Meirelles sobre o Bolsa Família.
— Vamos ampliar o Bolsa Família, vamos usar o dinheiro do Bolsa Banqueiro.
Marina também buscou a polarização com Alckmin ao associá-lo ao centrão, grupo de partidos que se aliou ao PSDB. Segundo ela, alguns representantes dessas legendas têm “assaltado o povo”. Alckmin creditou o acordo à necessidade de ter uma ampla coalizão para aprovar as reformas previdenciária, política e tributária logo no início de um eventual governo. O ex-governador de São Paulo aproveitou para alfinetar Marina, ao recordar que ela saiu do PV, após a eleição de 2010. Disse que a situação com o partido era “incompatível”, embora para esta eleição tenha feito uma aliança com a mesma legenda.
Sobre a reforma da Previdência, Alckmin defendeu a equalização dos sistemas público e privado, para acabar com “sistema injusto”. Já Ciro propôs um novo modelo de capitalização e criticou a proposta que prevê a idade mínima de aposentadoria de 65 anos para todos os trabalhadores, com o argumento de que seria uma idade elevada para quem exerce atividades no meio rural.
O principal ataque entre os candidatos ocorreu no primeiro bloco. Boulos questionou Bolsonaro sobre o fato de ele ter recebido auxílio-moradia, mesmo sendo proprietário de imóvel em Brasília, e acusou o adversário de empregar uma funcionária fantasma no gabinete da Câmara, que seria responsável por “cuidar dos cachorros” que o presidenciável teria em uma casa em Angra dos Reis (RJ).
— O Bolsonaro é a velha política corrupta. Recebeu auxílio-moradia, aprovou dois projetos e conseguiu comprar cinco imóveis. Não tem vergonha? — perguntou Boulos.
O deputado retrucou e lembrou que o candidato do PSOL é líder do Movimento Sem Teto (MTST).
— A Val é uma funcionária minha que mora em Angra. Ela não é fantasma, estava de férias (quando uma reportagem da “Folha de S. Paulo" tratou do assunto). Eu teria vergonha se tivesse invadindo casa dos outros. Não vim aqui para bater boca com um cidadão desqualificado como esse aí.
A crise venezuelana também foi tema. Meirelles e Alvaro Dias criticaram o governo do país vizinho, mas garantiram apoio humanitário.
— Temos que agir para que a situação mude. Mas, até lá, o Brasil tem que continuar com a postura humanitária — disse Meirelles.
Dias seguiu o mesmo tom:
— Seria perverso expulsar seres humanos vítimas de uma ditadura perversa, incapaz de respeitar liberdades democráticas.
O Globo quinta, 09 de agosto de 2018
ALCKMIN E BOLSONARO DEVEM RIVALIZAR NO DEBATE DESTA QUINTA-FEIRA
Alckmin e Bolsonaro devem rivalizar no debate desta quinta-feira
Presidenciáveis se preparam para primeiro programa do ciclo eleitoral
POR O GLOBO
/ atualizado
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Os pré-candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) - Arquivo O Globo
SÃO PAULO, BRASÍLIA E RIO — Numa pré-campanha marcada por ataques entre pré-candidatos, o debate desta quinta-feira à noite na TV Bandeirantes deve reforçar o confronto entre GeraldoAlckmin (PSDB), que tem o maior número de partidos aliados, e JairBolsonaro (PSL), líder das pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Lula (PT). Já prevendo uma polarização, as campanhas do tucano e do ex-capitão avaliam que o confronto direto, no entanto, dependerá da dinâmica do programa, principalmente das perguntas feitas por jornalistas.
Segundo a equipe de Bolsonaro, ele deve contra-atacar as críticas de Alckmin citando escândalos da Dersa, empresa de obras rodoviárias do governo paulista atingida na Lava-Jato. O presidenciável tem se reunido com especialistas de diversas áreas para ter melhor desempenho em temas que não domina. A exemplo do economista Paulo Guedes, seu consultor para assuntos econômicos, ele tem sido orientado, por exemplo, por especialistas em saúde e educação. Durante o debate, contudo, Bolsonaro continuará com perfil “autêntico” e combativo nas respostas aos seus adversários.
O Globo quarta, 08 de agosto de 2018
PARA BOLSONARO, INDOLÊNCIA SIGNIFICA CAPACIDADE DE PERDOAR: O ÍNDIO PERDOA
Para Bolsonaro, indolência significa 'capacidade de perdoar': 'O índio perdoa'
Candidato do PSL tentou contextualizar fala do seu vice, general Mourão
POR BRUNO GÓES
/ atualizado
Jair Bolsonaro e general Mourão, na convenção do PRTB - Marcos Alves/Agência O Globo/05-08-2018
BRASÍLIA — O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, indicou nesta terça-feira que a fala do general Hamilton Mourão (PRTB), vice de sua chapa, sobre as heranças culturais ibérica, indígena e africana transmitidas à sociedade brasileira não causou qualquer problema ou constrangimento para sua campanha. Segundo Bolsonaro, quando Mourão disse que a "indolência" é um traço da cultura indígena, o significado da palavra seria a "capacidade de perdoar". Apesar disso, o significado do vocábulo no dicionário Houaiss e também em expressões usuais está ligado à "preguiça", "ócio", "indiferença", "ausência de dor" ou "fraqueza".
— O que é a indolência? É a capacidade de perdoar? Veja aí no dicionário. É a capacidade de perdoar? O índio perdoa. Não é isso? Que mais? Malandragem (que, segundo Mourão, seria oriunda do africano). Esperteza. É a mesma coisa? É isso? Ohhhh. Me chamam de malandro carioca o tempo todo. O que mais? — questionou Bolsonaro.
Na segunda-feira, na primeira aparição pública de Bolsonaro ao lado de Mourão, o general se expressou da seguinte maneira ao fazer uma análise da sociedade brasileira:
— Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa (vereador negro presente na mesa), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso caldinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas .
Sobre o assunto, Bolsonaro disse ainda que "Roberto Campos falou a mesma coisa". No prefácio do livro "Manual do perfeito idiota latino-americano", o economista, morto em 2001, escreveu que "boa parte de nosso subdesenvolvimento se explica em termos culturais. Ao contrário dos anglo-saxões, que prezam a racionalidade e a competição, nossos componentes culturais são a cultura ibérica do privilégio, a cultura indígena da indolência e a cultura negra da magia".
Apesar de ter escolhido o general Mourão, Bolsonaro disse que Janaina Paschoal agregaria mais à sua chapa, mas a advogada recusou o convite por motivos pessoais.
— Para ganhar voto, a Janaína é melhor, sem dúvida — disse Bolsonaro
O candidato disse que já tem alguém para ocupar os ministérios da Saúde e Educação, mas os candidatos pediram "reserva" para não divulgarem os nomes. Bolsonaro também disse que já se aproximou de um embaixador brasileiro para ser seu ministro das Relações Exteriores.
Mais tarde, em entrevista já na saída da Câmara, Bolsonaro voltou a falar sobre Mourão. Disse que falou para o vice aprender com ele a ter mais moderação. Afirmou que tem evitado até contar piadas. Mas ponderou que é preciso também ter cuidado para não perder a "autenticidade".
— A gente quer chegar, mas não quer perder a autenticidade. O Brasil está muito chato. Contar piada de cearense cabeçudo dá o maior problema do mundo. De gaúcho macho. De goiano. Não pode mais brincar no Brasil. Quando eu brinquei o negócio de "dar uma fraquejada e veio uma menina", isso a gente fala o tempo todo, se é fornecedor ou consumidor, brincadeira nossa de homem. O meu filho era o cara. Veio duas meninas pra ele. Eu falei: "tá vendo? Vai pagar teus pecados". O pessoal brinca comigo que eu sou machão. Sou machão porra nenhuma. A gente sabe, fico ali pensando, como é que eu vou encarar minha filha daqui a 6, 7 anos com namorado. É nosso. É de homem. É vida. É lógico que vou ter que encarar — disse o presidenciável.
O Globo terça, 07 de agosto de 2018
DEZ DICAS PARA LIDAR MELHOR COM A ANSIEDADE
Dez dicas para lidar melhor com a ansiedade
Da meditação ao exercício físico, passando por terapias e tratamento médico, psicanalista ensina como administrar níveis diferentes do transtorno
POR MONICA DONETTO GUEDES
Ansiedade em excesso pode ser um transtorno que causa prejuízos à qualidade de vida - Divulgação / Agência O Globo
A ansiedade apresenta-se em diferentes intensidades e certa dose dela é fundamental para a nossa existência. Primeiro porque ela é responsável pelo nosso instinto de preservação, isto é, diante de uma situação de perigo, é um certo quantum de ansiedade que nos levará a buscar modos de proteção. Em segundo lugar é também uma dose de ansiedade que nos impulsiona para a vida, a buscar os resultados para conseguirmos atingir os nossos objetivos, a construção de projetos e, sendo assim, ao crescimento pessoal nos mais variados setores.
No entanto, quando nos referimos a ansiedade como um transtorno, entendemos que há um exagero na dose. É como se a psique fornecesse uma quantidade que transborda e, por isso, as sensações físicas e psíquicas são estranhas. O que em seguida assistimos é um modo de funcionar emocionalmente que traz prejuízos pela forma como ela invade o corpo. Na maioria das vezes, a ansiedade patológica aparece com sintomas corporais, como por exemplo sudorese, taquicardia, dormência nas extremidades do corpo ou também através dos sintomas psicossomáticos, entre eles, problemas gástricos, intestinais...
Temos a versão da ansiedade que se apresenta através de uma preocupação crônica, isto é, o ansioso nunca está no tempo presente. Uma característica de quem experimenta esse sintoma é sofrer por antecipação. Ainda é possível viver esse excesso de ansiedade através de pensamentos confusos que muitas vezes deixam o individuo que sofre com uma sensação de estar desconectado do que acontece a sua volta. Hoje entendemos que é necessário um conjunto de ações para aprender a lidar com esse modo de funcionar e transformar essa energia destrutiva em um combustível a favor da qualidade de vida.
A psicanálise é fundamental para que se possa ressignificar aspectos da história primitiva desse indivíduo que sofre através da neurose de angústia e ansiedade. Poderíamos pensar aqui nas experiências iniciais da vida da mãe com o bebê e nas marcas deixadas desse encontro. É preciso também olhar para os recursos que podem ajudar (no aqui e agora) na reestruturação desse corpo, possivelmente marcado por um certo desamparo. Vamos as dicas!
1 - Aprender a respirar. A respiração traz você para o presente. Promove a consciência e, sendo assim, o afasta dos fantasmas que paralisam o seu modo de funcionar. Por meio da respiração você encontra o centro de si mesmo.
2 - O exercício da meditação. Aprenda a lidar com o estresse, a olhar mais para os acontecimentos reais do corpo e, dessa maneira, você é levado a conhecê-lo melhor, diminuindo o medo das experiências corporais e psicossomáticas.
3 - Atividade Física. Ela eleva a produção de serotonina e a sensação de prazer. O exercício proporciona um reconhecimento da potência do corpo. É importante para a pessoa ansiosa escolher atividades que fortaleçam as pernas e que promovam o equilíbrio, porque as experiências que passam pelo corpo podem reorganizar as experiências traumáticas iniciais da vida. Na experiência de análise é possível perceber que a maioria dos que chegam com sintomas de angústia e ansiedade passaram por uma experiência na infância de não ter sido acolhida, isto é, esse corpo não teve um contorno e o que ficou foi a sensação de cair, sucumbir. É importante marcar aqui que não se trata de pais que não são amorosos. Estamos falando de pais que não conseguem amparar por conta também das suas próprias questões emocionais e relacionais.
4 - O ato de brincar. É notório o aumento no número de crianças que chegam à clínica com ansiedade. Estamos cada vez mais perdendo a capacidade de brincar, e isso acontece desde muito cedo. Somos postos em uma sociedade que privilegia o sucesso a qualquer custo e despreza o humor, a leveza e a riqueza que há no infantil que carregamos dentro de nós a vida toda. Ainda incita a competição desenfreada que acaba refletindo nas escolhas das crianças: o maior exemplo são os jogos de performance e os videogames.
5 - Relacionamentos atóxicos. Escolher estar com pessoas que fazem bem, ccom quem você se sente parte e acolhido.
6 - Ócio produtivo. Deixar-se perder tempo, isto é, entender que o corpo precisa também desse espaço de calmaria e de contemplação. Nos distanciamos muito da natureza e esquecemos que somos parte dela.
7 - Modular projetos de trabalho e\ou estudo. Muitas vezes somos tomados por um excesso, que de fato é da ordem do insuportável, e estamos sempre presos à ideia de uma produção para um futuro que nunca chega. O ansioso vive uma busca constante: há sempre algo a ser feito, uma falha a ser corrigida, um tornar-se a ser. Parece uma dívida eterna consigo mesmo.
8 - Dormir. É bom evitar nesse momento refazer a agenda mental do dia seguinte, da semana, do mês, do ano, da vida! Evite os celulares e, mais do que isso, evite distrair-se com o mundo que há dentro dele. É preciso aprender a se entregar à hora de dormir. Um bom banho, acompanhado de um chá e de uma boa música podem funcionar como uma mãe acolhedora e calorosa.
9 - Espaço Terapêutico. É preciso recordar e reelaborar os aspectos psíquicos que provocam a ansiedade. A possibilidade de cura passa pela possibilidade de se chegar ao trauma. A escolha do sintoma não é aleatória e remete ao desenvolvimento emocional e relacional nos primeiros anos de vida. Por meio da análise podemos aprender a lidar com os pais construídos dentro de nós e, dessa forma, ressignificar o nosso modo de existir agora como adultos, cuidando de nós mesmos.
10 - Medicina. Dependendo do nível de ansiedade pelo qual você esteja passando, por exemplo, se tem um Transtorno de Ansiedade Generalizada, que esteja paralisando a sua vida, é preciso recorrer aos medicamentos durante um período. Até mesmo para que todas as experiências descritas acima tornem-se possíveis.
* Monica Donetto Guedes é psicanalista
O Globo sábado, 04 de agosto de 2018
CONHEÇA PRISCILA TOSSAN, CARIOCA QUE CANTA NO METRÔ
Conheça Priscila Tossan, carioca que canta no metrô e encantou jurados no 'The voice Brasil'
Artista, que se destacou pelo timbre único, já lançou EP financiado pelo AfroReggae
Priscila Tossan está no time de Lulu Santos no 'The voice Brasil' - Reprodução
POR LUCCAS OLIVEIRA
/ atualizado
RIO — O timbre para lá de particular de Priscila Tossan, como se saboreasse cada sílaba com tempero carioquês, intrigou Lulu Santos, Ivete Sangalo, Michel Teló e Carlinhos Brown logo nos primeiros versos de “Ainda é cedo”, clássico da Legião Urbana. Conforme a cantora avançava, segura, pela canção, o quarteto de jurados do “The voice Brasil” não teve dúvidas: todos viraram a cadeira em aprovação.
‘Às vezes, você sai de um vagão com cinquenta centavos, em outras, com R$ 40, R$ 50. Dá para viver. Tem gente que abraça, mas também aqueles que fecham a cara, dizem que não é arte. Já sofri, agora levo numa boa’
Nascida e criada em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, Priscila, de 28 anos, nem sempre contou com unanimidade ao expressar sua arte. Como relatou en passant no programa que foi ao ar anteontem, ela passou os últimos meses tentando a sorte nos metrôs do Rio.
— Às vezes, você sai de um vagão com cinquenta centavos, em outras, com R$ 40, R$ 50. Dá para viver. Tem gente que abraça, mas também aqueles que fecham a cara, dizem que não é arte. Já sofri, agora levo numa boa — conta, com o mesmo alto astral que encantou Ivete. — Acontece direto dos seguranças expulsarem. É um serviço privado, né, estão apenas seguindo ordens. A gente sai, paga nova passagem, e volta.
Curtindo os primeiros minutos de fama (“fico um pouco amedrontada, mas acho carinhoso”), Priscila vê no “The voice” a oportunidade de consolidar uma carreira que já conta com um EP na bagagem — “Céu azul” (2017), gravado com apoio financeiro do AfroReggae. Antes de se dedicar integralmente à música, a cantora e compositora trabalhou como auxiliar de cozinha e lavando pratos.
— Eu tinha a música no meu coração, na mente, mas ainda não tinha decidido. Aprendi muito na cozinha, gostava de observar o semblante das pessoas. Sou muito observadora, gosto de dizer que sou um esponja. Isso me ajuda a escrever as músicas — revela ela, que cresceu ouvindo Djavan, Cartola, Roberto Carlos e Elis Regina.
No “The voice”, a nova integrante do time de Lulu Santos (“um cara legal, pra frente, doidão”) foi acompanhada pela namorada, Gabriela. Priscila afirma que foi natural expor sua sexualidade em rede nacional:
— Todo mundo tá ligado, o bairro inteiro, minha mãe... Minha mãe é um doce. Ela diz que não concorda, mas me ama e não vai deixar de me amar. A Gabi me empurrou, viveu muita coisa comigo, me ajudou a enxergar a música, a entregar currículo. Estamos juntas há dois anos e meio. Devo tudo a ela, a Deus e à minha mãe, que sempre me incentivou.
Após conquistar os jurados e o público em sua primeira apresentação, a carioca ainda tem um longo caminho no reality musical caso queira sair com o prêmio de R$ 500 mil. Mas, se vencer, já sabe o fazer com o dinheiro:
— Sempre quis ter um carrinho para botar meu skate dentro e ficar rodando pelo Rio. E também tenho vontade de ter uma casa de madeira (risos). É meu sonho.
O Globo sexta, 03 de agosto de 2018
PELA PRIMEIRA VEZ, GRUPO SÓ DE MULHERES DISPUTA MELHOR SAMBA-ENREDO NA PORTELA
Pela primeira vez, grupo só de mulheres estará na disputa do melhor samba-enredo na Portela
Pioneirismo acontece no ano em que escola homenageará Clara Nunes
POR LUCIANO FERREIRA
/ atualizado
Grupo Guerreiras do Samba: grupo de mulheres compositoras que estão concorrendo ao samba enredo da Portela para 2019 - Guito Moreto / Agência O Globo
RIO — Pela primeira vez nos 95 anos de sua história, a Portela terá um grupo formado somente por mulheres na disputa pelo samba-enredo da escola. A iniciativa é do conjunto Samba das Guerreiras, formado por dez integrantes, como antecipou ontem Ancelmo Gois em sua coluna.Rozzi Brasil, uma das compositoras do conjunto, disse que a iniciativa surgiu porque a Portela vai homenagear em seu enredo a cantora Clara Nunes, intérprete histórica da escola. O tema será “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”, desenvolvido por Rosa Magalhães.
— É para não perder esse momento mágico para todos nós, portelenses. Tudo que está ligado à Clara nos atrai, e nos estimula a fazer o nosso melhor nessa disputa — disse Rozzi.
As mulheres se reuniram no mês passado, após uma ação social na escola, e logo tiveram a ideia do grupo, somente com voz e composição femininas. Das dez intérpretes, apenas três trabalham na Portela: Meri de Liz, Ana Quintas e Catia Guimarães, que fazem parte da ala das compositoras da escola. O grupo se reuniu ontem à tarde para a gravação do samba.
— Essa é uma parceria inédita na escola. Todas nós fazemos parte desse mundo que é a Portela. Nós não somos de qualquer tipo de movimento político ou ideológico. Somos apenas fruto dessa sororidade entre as meninas — disse Meri, que é a líder do conjunto, formado ainda pelas intérpretes Rosi Guará e Carolina Abreu, e pelas compositoras Dayse do Banjo, Simone Lyns, Cláudia Patrícia e Cidinha Zanon.
Por meio da assessoria, a Portela destacou que a escola sempre deu espaço às mulheres nas disputas internas, além de contar, atualmente, com uma mulher à frente da ala de compositores, a coordenadora Jane Garrido. Outras mulheres já foram responsáveis pelos sambas-enredo, mas em parceria com homens.
Em 1989, o trio formado por Cila da Portela, Espanhol e Sylvio Paulo venceu a disputa para o samba-enredo do ano seguinte. A cantora e compositora Eliane Faria, filha de Paulinho da Viola, também costuma concorrer.
No mês passado, Joseth Rodrigues foi consagrada como uma das vencedoras do concurso de samba de terreiro da Portela, com a música “Tem Axé Este Lugar”. Essa foi a terceira edição da disputa, e a primeira vencida por uma mulher. Mesmo fazendo parte de outra equipe na disputa do samba-enredo de 2019, a sambista desejou grande sucesso às guerreiras.
— É uma grande satisfação para a gente da escola ter essas meninas aqui. Elas são muito queridas e talentosas, e estão de parabéns pela iniciativa — disse.
O prazo para a inscrição dos sambas da Portela termina dia 8. Depois, a cada domingo os grupos se apresentam na sede, e toda semana um é eliminado, até a escolha do vencedor, em outubro.
O Globo quinta, 02 de agosto de 2018
DEMI LOVATO DEVE DEIXAR HOSPITAL ESTA SEMANA
Demi Lovato deve deixar hospital esta semana e pode ir para clínica
Segundo o site 'TMZ', pessoas próximas à cantora darão um ultimato: ou ela se trata ou elas a abandonarão
Demi Lovato no Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa, em junho - Denis Cunha / Agência O Globo
POR O GLOBO
/ atualizado
RIO - Segundo fontes citadas pelo site "TMZ" esta quarta-feira, a estabilização do estado de saúde da cantora Demi Lovato já permite que ela saia do hospital esta semana e que se planeje a sua internação em uma clínica de reabilitação. Demi sofreu uma overdose na terça-feira da semana passada e chegou a correr risco de morte.
Segundo o "TMZ", pessoas mais próximas de Demi, junto com algumas das pessoas que trabalham para ela, vão dar um ultimato à cantora - ou ela se interna em busca de ajuda ou desistirão dela. Uma dessas pessoas disse ao site: "Demi pode morrer se não fizer isso, e eu não quero que digam que nós não fizemos nada."
Fontes do "TMZ" dizem ainda que Demi perdeu o controle meses atrás e recusou ajuda, e que então todos ao seu redor têm estado nervosos. Eles acreditam, no entanto, que a overdose e as complicações no hospital a assustaram o suficiente para que ela vá a uma clínica em busca de tratamento prolongado.
O Globo terça, 31 de julho de 2018
SAIBA QUAIS SÃO AS VACINAS QUE TODOS OS ADULTOS DEVEM TOMAR
Saiba quais são as vacinas que todos os adultos devem tomar
Imunizar população de 18 a 50 anos é grande desafio, dizem médicos
Em todas as idades. Sociedade Brasileira de Imunização busca o apoio dos médicos para estimular a vacinação entre os adultos - shutterstock.com/New Africa
POR CLARISSA PAINS
RIO - Faz pelo menos quatro anos que a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, acorda e dorme com uma questão na cabeça: como convencer os adultos a se vacinar? Passada a infância, as pessoas dificilmente voltam aos postos de saúde. Mas, hoje, é justamente a população adulta que preocupa: muitos dos que têm entre 18 e 50 anos não tiveram doenças como sarampo ou caxumba, nem tomaram todas as doses necessárias para se proteger delas. Logo, diferentemente de crianças , que em sua maioria estão vacinadas, e dos idosos, que estão imunizados ao ter essas enfermidades, a população adulta representa uma “janela” perigosa.
— Isso faz deles uma porta de entrada para epidemias — diz Isabella. — No caso do sarampo, por exemplo, estima-se que, entre os adultos, a cobertura seja de somente 5%. O cenário é de uma catástrofe em potencial.
A vacina contra o sarampo foi incluída no calendário nacional de imunizações na década de 1980, mas, até 1992, apenas uma dose era aplicada. Portanto, é provável que só quem nasceu depois desse ano tenha recebido a segunda dose — que garante eficácia de 97%. Assim como nesse caso, a imunização para outras doenças também passou por modificações, seja no número de doses, seja na idade para a aplicação. Além disso, muitas vacinas sequer existiam há alguns anos.
— Às vezes, o indivíduo fez o esquema completo de vacinação quando era criança. Mas isso foi há 30, 40 anos. É preciso estar em dia com o que existe hoje — destaca a médica.
A preocupação com o tema é tão grande que a SBIm criou, há três meses, um grupo multidisciplinar para discutir imunização entre os adultos, com profissionais de várias especialidades.
— Os pediatras, hoje, são os únicos que falam sobre vacinas. É preciso que isso seja falado na pneumologia, na cardiologia, na geriatria — explica Isabella. — O que faz uma pessoa se vacinar é a recomendação médica. Se o médico não informa seu paciente adulto, ele não vai espontaneamente buscar um posto ou clínica.
Uma pesquisa conduzida pelo instituto Ipsos MORI, encomendada pela farmacêutica GSK, mostra que, no Brasil, 64% dos adultos não estão com a vacinação totalmente em dia.
Bárbara Furtado, que é gerente médica de vacinas da GSK, lembra que muitas dessas doenças podem ser graves para adultos e, especialmente, para gestantes.
— O vírus da zika afetou de forma terrível os bebês de tantas grávidas, mas não podemos esquecer que a rubéola já fazia isso muito tempo antes.
Veja abaixo as vacinas recomendadas para adultos:
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Duas doses, com intervalo de um mês. A partir dos 50 anos, especialistas afirmam que não é mais necessário tomar essa vacina, porque a esmagadora maioria das pessoas nessa faixa etária já tiveram a doença na infância. Para mulheres que planejam ter filhos e nunca contraíram a doença, nem foram imunizadas, é preciso tomar a vacina até 30 dias antes de começar a tentar engravidar.
Hepatite A*
Duas doses, com intervalo de seis meses.
Hepatite B
Três doses. Intervalo de um mês entre a primeira e a segunda, e intervalo de cinco meses entre a segunda e a terceira.
Dupla bacteriana do tipo adulto (difteria e tétano) - dT
Três doses com intervalo de dois meses entre elas.
Tríplice bacteriana do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa*
Para quem puder pagar em clínicas privadas, o ideal é, em vez de tomar três doses da dT, receber uma dose da dTpa e duas da dT. É recomendado, também, reforço com dTpa a cada dez anos.
Influenza (gripe)
Dose anual.
Febre amarela
Uma dose por toda a vida.
Herpes Zóster*
Uma dose. Licenciada no Brasil a partir dos 50 anos, ficando a critério médico sua recomendação a partir dessa idade.
HPV
Três doses. Após a primeira, esperar intervalo de um a dois meses e tomar a terceira seis meses depois da primeira. Existem dois tipos de vacina: a HPV4, licenciada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade, e meninos e homens de 9 a 26 anos; e a HPV2, licenciada para meninas e mulheres a partir dos 9 anos de idade.
*Vacina disponível apenas em clínicas particulares.
O Globo domingo, 29 de julho de 2018
UFC CALGARY: JOSÉ ALDO NOCAUTEIA JEREMY STEPHENS
UFC Calgary: Após nocaute, José Aldo dispara: "O campeão voltou"
POR GUGA NOBLAT
O choro de José Aldo ao fim do combate contra Jeremy Stephens não podia ser por uma razão melhor. Ainda no primeiro round, o "Campeão do Povo" nocauteou o americano após desferir um soco no fígado dele seguido de golpes no chão. Foi um dos momentos em que Aldo mais deixou a emoção aflorar. Ele sabia que essa luta era tudo ou nada. Uma derrota poderia significar o fim do sonho de resgatar o título que foi dele por tanto tempo. A vitória fulminante e avassaladora o deixa a um passo de desafiar o campeão.
Aldo vinha de duas derrotas em lutas pelo cinturão contra o atual campeão Max Holloway. E muitos críticos passaram a suspeitar que o ápice de Aldo tinha ficado no passado, e que ele caminharia para a aposentadoria. Hoje, Aldo não apenas deu uma sobrevida à carreira como mostrou que pode, sim, ser o melhor da divisão, ainda tem lenha para queimar, é um dos melhores pesos-penas e poderá ser campeão de novo.
Na luta desta noite, Aldo entrou num combate franco bem ao estilo do Jeremy Stephens. Trocou socos, absorveu golpes e caiu para dentro como o Aldo das antigas. Venceu no jogo do rival, que também é o estilo de Aldo, um exímio lutador de muay thai e jiu-jitsu, que é sua verdadeira origem.
Palavras de Aldo ao vencer no UFC Calgary, que acontece agora no Canadá:
- Estou tentando recomeçar de novo... Sabia que não podia errar, graças a Deus pude conectar um bom golpe e acabar a luta... Agora estou de volta, o campeão voltou, agora é manter o caminho, o Max Holoway merece ser o campeão e eu espero que ele volte e eu possa ter uma luta com ele, ou outro lutador, pelo título.
O UFC Calgary segue para a luta final, entre Eddie Alvarez e Dustin Poirier.
O Globo sábado, 28 de julho de 2018
RAQUEL DODGE ORIENTA IMPUGNAÇÃO DE CANDIDATOS ENQUADRADOS NA LEI DE FICHA LIMPA
Raquel Dodge orienta impugnação de candidato enquadrado na Ficha Limpa
Procuradora-geral vai cobrar ressarcimento de dinheiro gasto em campanha
POR JAILTON DE CARVALHO / VINICIUS SASSINE
/ atualizado
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge. - Givaldo Barbosa/Agência O Globo
BRASÍLIA — Depois de uma reunião com procuradores regionais eleitorais, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu assinar uma instrução normativa para orientar todo os procuradores a ingressar com ações para impugnar candidaturas de todos os políticos condenados em segunda instância, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa. A decisão deve reforçar a pressão contra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro já foi confirmada pelo colegiado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)"
O Globo quinta, 26 de julho de 2018
ENTENDA AS DIRETRIZES DO FACEBOOK PARA COMBATER NOTÍCIAS E PERFIS FALSOS
Entenda as diretrizes do Facebook para combater notícias e perfis falsos
Rede social tem intensificado medidas para coibir comportamentos que firam sua 'política de autenticidade'
POR DANIEL SALGADO
Logo do Facebook - Yves Herman / REUTERS
RIO — A rede social com mais usuários no mundo, o Facebook tem sido criticado em diversos países pela proliferação de fake news e perfis falsos em sua plataforma. Nos Estados Unidos, por exemplo, a gigante da tecnologia responde nas investigações sobre uma possível intervenção da Rússia nas eleições presidenciais por meio da da internet. No Brasil, a discussão gira principalmente em torno do alcance das notícias falsas compartilhadas na rede durante o período eleitoral, o que levou a empresa a tomar uma série de medidas preventivas.
Entre elas está a derrubada, nesta quarta-feira, de 196 páginas e 87 contas com base no código de autenticidade da rede, por que "escondiam das pessoas a natureza e origem de seu conteúdo" e tinham o propósito de gerar "divisão e espalhar desinformação". Entre as páginas, estão a Jornalivre, O Diário Nacional e Brasil 200, esta última de um movimento idealizado pelo empresário e político Flavio Rocha.
Ainda segundo a agência de notícias Reuters, parte dessas páginas e perfis seriam associada ao Movimento Brasil Livre (MBL), que divulgou uma nota em que considerou a ação "censura" e argumentou que parte dos perfis derrubados eram legítimos.
A reação à decisão do Facebook demonstra uma falta de claridade dos julgamentos e medidas tomadas pela rede para combater o conteúdo falso entre seus usuários. Por isso, explicamos quais são os critérios do Facebook para retirada do ar desses conteúdos:
O Facebook proíbe o compartilhamento de notícias falsas entre seus usuários?
Não exatamente. A rede instituiu uma série de ações para coibir e limitar o compartilhamento desse conteúdo, mas não impede que ele circule. Como explica Pablo Ortellado, professor e pesquisador do Monitor do Debate Público no Meio Digital da USP:
— A política do Facebook não derruba página por fazer notícias falsas, até porque uma empresa privada não deve ficar arbitrando no que é ou não verdadeiro. Ela tem, porém, tomado algumas ações — disse o pesquisador.
Essas ações são a parceria com agência de checagem, como as agências Lupa e Aos Fatos, que avaliam a veracidade de uma notícia. Se ela for comprovadamente falsa, a rede reduz o alcance que seus compartilhamentos terão. A segunda atitude é a de derrubar páginas que são operadas por perfis falsos, o caso desta quarta-feira. Ou seja, as que ferem as "diretrizes de autenticidade" da rede.
Quais são as "diretrizes de autenticidade" do Facebook?
De acordo com o site da própria rede, os usuários não devem se envolver em "comportamento não autêntico". Ações desse tipo incluem "criar, gerenciar ou perpetuar contas falsas, contas com nomes falsos".
Também estão inclusas páginas que trabalhem em conjunto para "enganar as pessoas sobre origem do conteúdo" compartilhado ou que enganam o usuário sobre o destino dos links que divulgam. Outras ações que quebram as diretrizes da rede são as de "enganar as pessoas na tentativa de incentivar compartilhamentos, curtidas ou cliques" ou "ocultar ou permitir a violação de outras políticas de acordo com os Padrões da Comunidade" do Facebook.
O que levaria um "perfil real" a ser banido?
Em sua nota, o MBL argumenta que parte dos perfis derrubados na ação da rede social eram de pessoas reais, com nomes verdadeiros, endereços e telefones, o que não estaria previsto nas diretrizes.
Na verdade, mesmo perfis "reais" podem ser derrubados pela rede, contanto que participem de "comportamento não autênticos coordenados, ou seja, em que múltiplas contas trabalham em conjunto" com a finalidadede ferir as regras expostas anteriormente.
Por exemplo, se uma página ou perfil compartilha consistentemente e em grande volume material falso, ele pode ser identificado como spam ou parte de uma rede de desinformação. Nesse caso, mesmo que se trate de uma conta "real", ela poderá ser punida.
De que maneira a rede identifica essas páginas operadas por perfis falsos?
A medida tomada pelo Facebook nesta quarta-feira é uma de suas maiores no Brasil até o momento. Com o argumento de coibir a "desinformação", a rede retirou quase trezentas páginas e perfis de circulação, alguns com alcance de até meio milhão de curtidas.
— Uma ação desse tamanho não existia antes e é surpreendente. Não se sabia dessa movimentação. Nós só tinhamos conhecimento de cerca de 20 delas. Ao que tudo indica, se tratou de uma ação coordenada do Facebook para cortar essas páginas, que muito provavelmente estavam sendo criadas para as eleições — explica Ortellado.
De acordo com o próprio Facebook, a análise dessas páginas é feita através de vários frontes. O primeiro é com base nas denúncias feitas pelos próprios usuários. Além disso, há cerca de 15 mil funcionários trabalhando na revisão de conteúdo na rede no mundo.
Por último, há também o uso de tecnologias de inteligência artificial e machine learning (que é o treinamento de robôs para identificação de padrões) que ajudam na identificação de criação de conteúdo fora dos padrões.
O Globo segunda, 23 de julho de 2018
TRUMP ADVERTE O PRESIDENTE DO IRÃ: NUNCA MAIS VOLTE A AMEAÇAR OS ESTADOS UNIDOS
Trump adverte o presidente do Irã: 'Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos'
Declaração é uma resposta a discurso de Rohani que recomendou aos EUA "não brincar com fogo"
POR O GLOBO
/ atualizado
Trump advertiu o Irã após discurso do presidente Rohani - Leah Millis / REUTERS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu nesta segunda-feira o Irã sobre consequências "que muitos poucos sofreram ao longo da história" se ameaçar os Estados Unidos. A declaração é uma resposta a um discurso de Rohani que recomendou aos EUA "não brincar com fogo".
"Ao presidente iraniano Rohani: NUNCA MAIS VOLTE A AMEAÇAR OS ESTADOS UNIDOS OU SOFRERÁ CONSEQUÊNCIAS COMO AS QUE POUCOS SOFRERAM NA HISTÓRIA", escreveu Trump em sua conta do Twitter.
O Globo domingo, 22 de julho de 2018
POP-FUNK DO DONAS ELEVA A TEMPERATURA DO ARPOADOR
POP-FUNK DO DONAS ELEVA A TEMPERATURA NO ARPOADOR
Com set-list eclético, grupo faz cariocas dançarem
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O Arpoador, um dos mais belos cartões postais do Rio, recebeu, no último sábado (30), o pop-funk do Donas em mais uma ação do Rio na Rua, de Itaipava. Além de mostrarem ao público do evento o single “Suar”, o trio feminino começou com “That Thing”, da norte-americana Lauryn Hill, e deu nova roupagem a sucessos de Anitta, Pablo Vittar e Wesley Safadão.
Karol Moura, que integra o grupo com Lanôr e Ana Santiago, aproveitou o fim de tarde para convocar quem deixava as areias e o mar azul de Ipanema. “Vem, gente! Venham sacudir o esqueleto aqui com a gente”, disse a vocalista. Com o som animado, os banhistas corresponderam e dançaram até o chão ao som de um repertório que emendou um funk atrás do outro, na pista preparada pela Itaipava para o Rio na Rua.
Ousadia também não foi problema. Inspiradas na desinibida Rihanna, as meninas do Donas garantiram o clima do verão durante toda a apresentação e colocaram o público em cima do palco para rebolar. “Não consegui me segurar. Vim ao Arpoador para tomar um banho de mar e terminei o dia rebolando num palco”, divertiu-se a mineira Monique Dias, a passeio no Rio.
A diversidade de público do Rio na Rua estava traduzida, inclusive, na arte do grafiteiro Daniel Nadi. Enquanto o show rolava, o artista fazia um “live paiting” na tela que tem o formato de uma gigante lata de cerveja. “A praia carioca é um lugar democrático, para todos, por isso meu personagem é azul, sem etnia definida, para que todos se identifiquem com ele”, explicou Nadi.
Nadi, que começou no grafite em 2002 ainda como hobby e hoje é um dos mais requisitados para pintar painéis na cidade, é um dos nomes cariocas que vão imprimir sua visão com o astral do Rio nos 24 painéis da edição de 2018 do Rio na Rua. O obra do artista pode ser vista com frequência em eventos de hip-hop, rap e entre os praticantes de esportes radicais, como o skate.
O clima da música pop e do “pancadão” combinou também com o foodtruck da famosa Batata do Marechal, que fez sucesso com seu gigante combo de batata frita diretamente de Marechal Hermes, na zona norte. Para acompanhar, o Rio na Rua colocou à disposição do público barris do mais gelado chope da Itaipava, tirado na hora e na pressão. O Rio na Rua, de Itaipava, que pelo segundo ano consecutivo leva música e diversão a espaços públicos da cidade e vai passar por diversos bairros durante os próximos meses, tem ainda o descolado espaço Calçada Itaipava, com um lounge formado por engradados da cerveja, banheiros VIPs, guarda-volumes e carregadores de celular.
As ações do Rio na Rua são itinerantes e a cada semana anunciam um local de grande concentração de bares e pessoas que estão curtindo a cerveja com os amigos para aterrissar. Gávea, Tijuca e Arpoador são alguns dos locais que já receberam o evento. Porto Maravilha, Botafogo, Lagoa e Barra da Tijuca são algumas das próximas paradas.
A programação deste ano é formada por cantores e bandas em ascensão no cenário musical carioca. Nomes como Blackbird, Thais Macedo, Flor de Sal, Ordinarius, entre outros, estão entre os artistas que sobem aos palcos do Rio na Rua. A britânica Folakemi e a banda Pietá já se apresentaram.
Em dezembro, no final de mais uma edição, o Rio na Rua terá um dia especial, com todas as bandas reunidas e as obras dos artistas expostas.
Além de trazer cultura e diversão à população, o projeto Rio na Rua conta com uma equipe de limpeza que toma conta do local da ação, sem deixar nenhuma sujeira para trás, já que o objetivo é levar apenas benefícios à cidade.
O Globo sábado, 21 de julho de 2018
SHEIK DO PSG VIAJOU AO BRASIL PARA GARANTIR NEYMAR POR MAIS UMANO
Jornal: Sheik do PSG viajou ao Brasil para garantir Neymar por mais um ano
Craque quer manter status de estrela no clube francês
POR O GLOBO
/ atualizado
Neymar Santos, o pai, e Nasser Al-Khelaifi durante leilão do Instituto Projeto Neymar Jr., em São Paulo - NELSON ALMEIDA / AFP
Presidente do Paris Saint-Germain, o sheik Nasser Al-Khelaifi marcou presença no leilão beneficente organizado por Neymar, em São Paulo. De acordo com o diário "Sport", mais do que para apoiar uma causa nobre, o manda-chuva esteve no Brasil para apoiar Neymar e, de alguma forma, garantir que ele fique mais um ano no clube francês.
Neymar tem sido especulado como um dos principais alvos do Real Madrid na janela de transferências (o clube negou a possibilidade). Diante da ascensão do francês Kylian Mbappé, o brasileiro quer manter o status de principal estrela do clube para permanecer em Paris. E este pode ter sido um dos motivos da viagem de Al-Khelaifi.
O Globo sexta, 20 de julho de 2018
NEYMAR: MEU FUTEBOL É DE DRIBLE, DE ENCARAR O ADVERSÁRIO
Neymar: 'Meu futebol é de drible, de encarar o adversário'
Jogador dá sua primeira entrevista após o Mundial na Rússia
POR O GLOBO
/ atualizado
Neymar dá entrevista antes do leilão beneficente realizado em São Paulo - Reprodução / TV Globo
Duas semanas após a eliminação do Brasil para a Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo, Neymar deu suas primeiras declarações à imprensa sobre a participação da seleção na Rússia, antes da abertura do leilão beneficente de seu instituto, na noite desta quinta-feira, em São Paulo. O camisa 10 da seleção na Copa aproveitou para defender seu estilo de jogo:
— Meu futebol é de drible, de encarar o adversário. Não posso chegar para o meu adversário e falar 'meu amor, licença, que eu quero fazer o go
Sobre as críticas que sofreu durante a Copa, ele afirmou que já está acostumado:
— Sei que as coisas caem nas minhas costas, mas não tem problema. Minhas costas são bem largas, já estou acostumado com isso — afirmou.
O craque mostrou ter assimilado a decepção de não ter conquistado o hexacampeonato.
— Muito triste, óbvio, não têm pessoas mais tristes do que eu, meus companheiros, nosso treinador e nossas famílias. A gente fica com aquele gostinho, porque a gente sabia que poderia vencer, porque tinha time para iss. Mas o luto já passou — declarou à Fox Sports.
Neymar confirmou que continuará no Paris Saint-Germain:
— Continuo (no clube), tenho contrato. Fui para lá por um desafio, por coisas novas, por um objetivo. E não mudou. Espero que seja uma temporada de sucesso.
O jogador não economizou elogios a seu colega de time Mbappé:
— Ele é um fenômeno, um grande jogador. A gente que está com ele no dia a dia já sabia disso faz tempo. E eu fico muito feliz de ele ter feito um grande Mundial. Eu falo com ele quase todos os dias, a gente se fala bastante. A gente vai ficar feliz de recebê-lo (no PSG) como campeão do mundo.
O Globo quinta, 19 de julho de 2018
TATÁ WERNECK: TINHA QUE USAR ROUPA LARGA PARA SER RESPEITADA
Tinha que usar roupa larga para ser respeitada?', desabafa Tatá Werneck, que estreia filme com Cauã
Atriz estreia comédia 'Uma quase dupla', ao lado de Cauã Reymond
POR ZEAN BRAVO
/ atualizado
Tatá Werneck no bastidor do filme 'Uma quase dupla' - Divulgação
RIO - “Assim como Cauã encara fazer comédia no filme ‘Uma quase dupla’, você toparia mergulhar num personagem dramático? Sim, não? Justifique!” Tatá Werneck ouve a pergunta do repórter e cai na gargalhada. É esta a pegada da “Entrevista com especialista”, quadro hilário em que ela conversa com pilotos, astrólogos e outros profissionais no “Lady night”, seu talk-show no Multishow, que terá nova temporada gravada em breve.
Especialista em fazer rir, Tatá interpreta, em “Uma quase dupla”, uma policial que precisa trabalhar com um desastrado subdelegado (Cauã Reymond) para solucionar uma série de assassinatos numa cidade do interior. O filme que estreia nesta quinta, 19, é comédia na veia, mas ela tem resposta na ponta da língua para a pergunta acima:
‘Nas novelas, minha demanda tem sido por papéis cômicos. Sou uma assalariada. Quem sou eu para negar trabalho?’
- TATÁ WERNECKsobre seus personagens na TV
— Antes da TV, fiz “Medeia”, “Antígona” e Nelson Rodrigues no teatro. O meu filme anterior, “TOC — Transtornada, obsessiva, compulsiva” tinha uma pegada de comédia e foi bem recebido pela crítica, mas o público não gostou. Teve gente que falou: “Tatá, vou te ver para rir, não para fazer uma reflexão” (o longa é sobre uma atriz muito famosa que entra em crise com a profissão). Para fazer drama, preciso de convites.
Prestes a completar 35 anos, em agosto, a atriz vai adiar por mais um tempo o desejo de ter um filho para dar conta da intensa agenda profissional. Após encerrar a novela “Deus salve o rei”, no dia 30, na Globo, tira dez dias de férias. Mas quer aproveitar o descanso para começar a escrever o roteiro da nova temporada do “Lady night”. Entre os novos convidados, Caetano Veloso. Em outubro, ela começa a gravar “Bugados”, nova série de Fernanda Young e Alexandre Machado para a Globo — sua personagem vive o dilema de se expor nas redes sociais sem perder a privacidade.
Nesta entrevista, Tatá, que também vai rodar no fim do ano um filme em que formará uma dupla sertaneja com Ingrid Guimarães, fala das críticas e de como superou o machismo no humor.
Tatá Werneck e Cauã Reymond em cena do filme 'Uma quase dupla' - Divulgação
Você estará em uma série na Globo, vai para a terceira temporada de seu talk-show no Multishow, é protagonista de filmes e novelas. Chegou aonde queria?
Muito mais do que imaginei. Minha vontade era não deixar de ser atriz e simplesmente conseguir me manter na profissão. No processo, me descobri apresentadora com o “Lady night”, que é um programa autoral. Lá, posso fazer um pouco de tudo. O programa tem o meu jeito.
Como será “Bugados”?
Já fizemos leituras, e estou adorando o texto. São três casais que passam por situações cotidianas e lidam de forma irônica com a vida. Rita, minha personagem, é deslumbrada com a internet. Quer a privacidade dela, mas se expõe nas redes.
A tal da vida perfeita nas redes sociais...
Pois é, vejo os feeds das pessoas só com uma paleta de cores determinadas. Não tenho condição de ter essa vida cor-de-rosa! A minha não é assim. Para fazer uma selfie maneira eu tiro 50 fotos. Às vezes o Rafa (Vitti, seu namorado) me manda uma, e ele é lindo. Pois eu preciso botar filtro, levantar a perna, fazer várias coisas para ficar decente.
O Rafael Vitti tem 22 anos. Você se assustou com a repercussão quando começou seu namoro com ele?
Eu não gostei de um cara mais novo, gostei do Rafa. Quando um homem está com uma mulher mais nova é quase um troféu. Chegaram a me passar trotes mandando eu ficar com alguém da minha idade. Antes dele, me relacionei com homens mais velhos.
Tatá Werneck e Rafael Vitti - Reprodução/Instagram
No filme, sua personagem precisa se mostrar durona para conseguir investigar um crime com um parceiro, um homem. Você enfrentou machismo no humor?
Eu vim de um ambiente de campeonato de improviso e lá precisava me anular como mulher. Tinha que negar minha feminilidade mesmo, usar roupas largas, para ser respeitada. Ouvi muita piadinha.
Chegou a ser assediada?
Já passei por situações. A gente ainda vive numa cultura machista. Percebo resquícios de machismo em mim mesma. Mas estamos no meio de uma mudança rápida. No filme, em uma cena, a Keyla faz xixi em pé. Ok, ela é uma pessoa prática. Mas se fosse fazer hoje (a cena) eu argumentaria que não há mais necessidade disso.
Você se considera empoderada?
O meu empoderamento vem do fato de eu ser uma mulher independente. Sou fiel ao que quero fazer.
Qual balanço você faz de sua participação em “Deus salve o rei”?
Aprendi muito. Essa foi uma novela com uma linguagem e um figurino próprios. Quando fico dois dias sem gravar já me sinto fora daquele universo medieval. No texto da Lucrécia vinha: chora copiosamente, tem um acesso de fúria e ri descontroladamente. Tudo numa mesma cena!
Acha que suas personagens nas novelas são parecidas?
Elas estão num nicho das malucas, desequilibradas, ninfomaníacas. Dentro disso, tentei dar uma cor diferente a cada uma. Mas é difícil sair do rótulo. Nas novelas, minha demanda tem sido por papéis cômicos. Sou uma assalariada. Quem sou eu para negar trabalho?
A sua dicção acelerada nas novelas também já foi criticada...
Em “Deus salve o rei” não é assim. No “Lady night” eu falo rápido mesmo. As pessoas não entendem isso como recurso de humor. O Pedro Cardoso faz o mesmo.
Como foi contracenar com Cauã? Você brincou que não faria sentido fazer o filme com ele sem cena de beijo...
Cauã é brilhante, fez muitos dramas e não atuava em comédia há anos. Admiro a disponibilidade dele em se colocar num lugar diferente. Ser muito bonito é a última de suas qualidades. Mas não posso negar que ficava com uma certa cerimônia perto dele. E tive que tirar dois dentes de trás para me sentir segura em nossa cena de beijo.
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O Globo terça, 17 de julho de 2018
MARIA FLOR: TODAS AS MULHERES DEVERIAM TER UM VIBRADOR
'Todas as mulheres deveriam ter um vibrador', diz Maria Flor
POR MARIA FORTUNA
Maria Flor aparece bem natural em ensaio nu na “Trip”, que chega às bancas nesta quarta (18). A atriz, que está no elenco da segunda temporada de “3%”, no Netflix, manda a real sobre sexo, desejo e casamento. "Ninguém fala sobre a masturbação feminina, é meio que um tabu. Se uma menina fica muito tempo no banheiro, ninguém diz: ‘Você tava se masturbando, né?’, como acontece com os meninos”, compara. “Todas as mulheres deveriam ter um vibrador, é libertador”. Flor conta, sem neura, que já beijou mulheres. "Sempre num clima de festa e carnaval. Mas nunca transei com uma mulher, talvez por falta de oportunidade.”
Aos 34 anos, a atriz encara de frente seus questionamentos sobre a maternidade e diz que, hoje, lida melhor com as cobranças internas. “Rejeito a ideia de que as mulheres são obrigadas a ser mães. Ao mesmo tempo, sinto medo de chegar aos 60 e me arrepender”, assume. “Parei de me cobrar para ser uma mulher perfeita, gata, sarada, bem-sucedida e em um casamento perfeito. Sei que nunca serei essa pessoa.”
O Globo segunda, 16 de julho de 2018
SEPÚLVEDA PERTENCE PEDE PARA DEIXAR DEFESA DE LULA
Com críticas a advogados, Sepúlveda Pertence pede para deixar defesa de Lula
Pedido foi feito por meio de carta entregue nesta sexta a Lula
POR BELA MEGALE
/ atualizado
Sepúlveda teve série de divergências com Cristiano Zanin - Jorge William / Agência O Globo
BRASÍLIA - Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e um dos principais advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sepúlveda Pertence enviou uma carta ao petista, na sexta-feira passada, em que comunicou sua intenção de deixar a banca de defesa “com pesar”. Segundo dirigentes do PT, Pertence deixou claro que as divergências com outros advogados da causa motivaram a decisão. O manuscrito foi levado a Lula, preso em Curitiba desde 7 de abril, pelo filho de Pertence, Evandro.
Na quarta-feira, o advogado Sigmaringa Seixas se encontrou com Lula em Curitiba para falar que Pertence queria deixar a sua defesa. O ex-presidente foi reticente e disse que não aceitaria que o ex-ministro, seu amigo há 40 anos, saísse da causa.
Na sexta-feira, ao receber a carta de Evandro, Lula repetiu que era contra a renúncia de Pertence e não quis ler o documento, que ficou com ele. O petista e seu advogado devem conversar pessoalmente nos próximos dias para definirem se o medalhão permanecerá ou não na banca da defesa de Lula.
Na carta, Pertence afirma que fez tudo o que estava ao seu alcance pela defesa de Lula, mas que foi surpreendido por nota pública emitida por seus advogados, referindo-se, sem citar nomes, a Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, que desautorizavam sua atuação no STF. Zanin e Valeska são casados. Ela é filha de Roberto Teixeira, amigo do ex-presidente e investigado em ações da Lava-Jato.
Pertence citou ainda a carta divulgada pelo PT, em 3 de julho, assinada pelo próprio ex-presidente Lula. Segundo ele, a manifestação contraria sua postura de advogado de jamais entrar em embates pessoais com qualquer julgador, ainda mais os do Supremo, Corte que integrou de 1989 a 2007. No comunicado assinado por Lula, o ex-presidente acusa o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, de fazer manobras na tramitação do pedido de habeas corpus impetrado por seus advogados.
Na carta, Pertence rememora sua história como defensor de Lula e relembra os tempos das greves sindicais do ABC Paulista, nos anos 1980. Naquela época, o petista, que era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi acusado pela ditadura de ter estimulado um comportamento agressivo dos trabalhadores durante uma das greves do sindicato, que acabou resultando na prisão de Lula. Pertence foi um dos advogados responsáveis pela defesa do petista, em 1982, no Superior Tribunal Militar (STM), que anulou o processo e o devolveu para a Justiça Federal, onde acabou prescrito.
Ação no TRF-4 desagradou
Por fim, o criminalista cita o episódio do domingo da semana passada em que três deputados federais do PT entraram com outro pedido de liberdade de Lula, dessa vez, junto ao Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4). A liminar chegou a ser concedida pelo desembargador Rogerio Favreto, mas, após idas e vindas — com direito à manifestação do juiz Sergio Moro, do relator da Lava-Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, e do presidente do tribunal, Thompson Flores, contra a concessão do benefício — Lula permaneceu preso. Na carta, Pertence diz que o habeas corpus impetrado pelos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP) confirmam que o partido assumirá a direção da defesa.
O Globo domingo, 15 de julho de 2018
O FAVORITISMO FRANCÊS E O PERIGO CROATA
O favoritismo francês, o perigo croata: o duelo tático da final
POR CARLOS EDUARDO MANSUR
É possível, talvez inevitável, olhar para este França x Croácia que decide a Copa do Mundo e pensar que a seleção brasileira, com os defeitos e as muitas virtudes que exibiu na Rússia, tinha condições de protagonizar a final. Basta notar que deixou o torneio num momento em que progredia e após jogar melhor do que a Bélgica no duelo fatal de Kazan.
Mas também é útil examinar o que os finalistas têm e a seleção brasileira, não. A resposta conduzirá aos meio-campistas, grande hiato do futebol nacional, responsável pelas dúvidas que Tite carregou até as vésperas da convocação. Na França, Kanté, Matuidi e Pogba são o coração do time, responsáveis pelo jogo de transições, pelo desarme e a aproximação com qualidade no ataque. Na Croácia, Modric e Rakitic ditam o ritmo. Pogba e Modric talvez sejam o protótipo do jogador que o Brasil vinha tendo dificuldade de produzir.
Comentarista para a "Russia Today", canal de TV transmitido em inglês no país da Copa, o português José Mourinho, treinador de Pogba no Manchester United, exaltou a "maturidade" com que o meia se desdobrou entre tarefas ofensivas e defensivas contra a Bélgica, na semifinal. Algo que vinha tentando tirar de seu jovem talento, nem sempre com sucesso. O Pogba da reta final do Mundial é destes meias totais, capazes de alinhar com os zagueiros para marcar um jogador de boa estatura, como o belga Fellaini, e ser o condutor dos contragolpes, com passes até as proximidades da área ofensiva.
Modric é o grande pensador croata, responsável por acertar 84% dos 443 passes que tentou no Mundial. Iniciou a Copa alguns metros mais atrás no campo, formando dupla com Rakitic. Mais adiante, com a entrada de Brozovic como um "camisa 5", adiantou-se. É influente em todos os setores, ainda que o time croata induza a distribuição das jogadas para os lados do campo. A jogada prioritária de um time que não chega a ter um repertório ofensivo vasto é a busca das laterais para os cruzamentos.
Mas o futebol brasileiro dá sinais de avançar na fabricação de meias. Arthur não é um Modric, tampouco um Pogba. É apenas o retrato de um esforço recente que parece haver nas divisões de base do Brasil. O surgimento dele, ou o de Lucas Paquetá no Flamengo, talvez sinalize uma preocupação em preencher uma lacuna: a dos organizadores de jogo, capazes de influenciar numa partida de uma intermediária à outra. Tite sentiu falta de jogadores assim, recorreu a Coutinho para melhorar a criação, mas criou desequilíbrios defensivos.
A final deste domingo oferece um interessante duelo no meio-campo, entre jogadores de estilos diversos: do vigor e senso de colocação de Kanté, ou da classe de Pogba; a um organizador como Modric ou um multitarefas como Rakitic. Mas o jogo não se resume a isso. Primeiro, quem assistir à decisão não deve se espantar caso veja a favorita ter menos a bola. A França descobriu sua melhor faceta no contragolpe, com a vitalidade de seus meias e a criação de espaços para Griezmann e Mbappé arrancarem. Ainda que Mbappé seja destes talentos capazes de driblar em pedaços mínimos de campo.
A Croácia deve manter seu 4-3-3, com um volante por trás dos meias Modric e Rakitic. Embora não seja um time de posse de bola massacrante, pressionou mais à frente contra a Inglaterra, na semifinal, trabalho que incluiu os dois meias de criação. Se repetir na decisão, haverá um risco: contra os ingleses, deixou vastos espaços entre meias e linha defensiva. Tudo o que a França adora.
No entanto, contra a Argentina, os croatas fizeram uma linha de cinco homens à frente da defesa - o volante Brozovic, os meias Rakitic e Modric, além dos pontas Rebic e Perisic -, marcando mais atrás e buscando acionar os pontas. A França tem dificuldade neste tipo de jogo, obrigada a construir. O resultado pode ser uma final muito estudada e de poucos riscos. Resta saber se os franceses, rotulados como favoritos, vestirão o personagem e abrirão mão do pragmatismo que os levou à final. Parece improvável.
Outra questão diz respeito a este "novo Pogba". Certamente, terá trabalho defensivo, especialmente com Rakitic. Mas pode ser o homem dos contra-ataques pelo centro do campo. Giroud, que ainda não fez gols, é ótimo receptor de bolas, esperando a chegada do time e combinando com Griezmann, atacante que tem atuado quase como um "camisa 10", participando da criação perto do gol com liberdade de movimentos. Darão muito trabalho a Brozovic, o volante croata, ótimo na semifinal.
Outro duelo terá lugar pelos lados do campo. A França parte de um modelo assimétrico. Seu 4-2-3-1 tem o meia Matuidi pela esquerda e Mbappé, atacante incisivo, de ofício, pela direita. Matuidi fecha bem seu setor na hora de defender, mas com a bola pode atacar o lado ou um corredor mais central. Na direita, Mbappe recompõe menos ao defender, preservado para usar sua habilidade e velocidade no contragolpe.
A França termina por ter uma linha de três meias ao defender: Kanté, Pogba e Matuidi. Assim, se Mbappé participar pouco defensivamente, o combate a Perisic, um dos pontas croatas, pode ser prejudicado. Mas o apoio do lateral Strinic também pode acabar reduzido. Ter Mbappé mais atrás pode dar segurança, mas exigir dele um esforço que o limite na hora de atacar. Uma decisão a tomar diante de uma Croácia que faz Modric e Rakitic ditarem o ritmo e tentarem acionar os pontas nos dois lados do campo.
Pela esquerda, a França é mais sólida, com Matuidi e o lateral Lucas Hernández. A Croácia pode sobrecarregar seu jogo no lado direito francês, com Rakitic juntando-se a Perisic e o lateral Strinic. Obrigaria um dos meias franceses a cobrir, criando desequilíbrios e abrindo espaço apara Modric. Contra a Inglaterra, os dois meias buscaram o lado do campo e seguidas inversões do lado da bola criaram perigo.
Embora tenha jogado poucos minutos empolgantes, não é razoável menosprezar um finalista de Copa com a competitividade croata e com um jogador como Modric. Mas as armas de uma França com mais reserva de talento parecem capazes de provar mais dano.
O Globo sexta, 13 de julho de 2018
GUERRERO É PARADO EM BLITZ E SE RECUSA A SOPRAR O BAFÔMETRO
Craque do Flamengo se recusa a soprar bafômetro da Lei Seca e ficará sem dirigir
POR ANCELMO GOIS
Bola fora do craque
Se Paolo Guerrero, em fim de contrato com o Flamengo, continuará no Brasil ou não, ainda não se sabe. Mas uma coisa é certa: pelos próximos 12 meses, o atacante peruano não poderá... dirigir por aqui.
É que o camisa 9 foi parado numa blitz da Lei Seca, terça, às 23h50m, na Rua Mário Ribeiro, na Gávea. Além de se negar a soprar o bafômetro, o peruano estava com a CNH vencida.