Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 10 de setembro de 2024

BALANÇO DE MARIA, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 19 de abril de 2024

BALANÇARAM A ROSEIRA, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo segunda, 11 de dezembro de 2023

BALANÇA, MOÇADA, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quarta, 02 de agosto de 2023

BAIÃO DO BAMBOLÊ, BAIÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 24 de março de 2023

BABALAÔ, AFRO, COM JACKSON DO PANDEIRO

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 24 de março de 2023

BABÁ DE CACHORRO, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 24 de março de 2023

BABÁ DE BABÁ, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 24 de março de 2023

AUÊ, BERIMBAU, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO

 

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Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 11 de novembro de 2022

ATUM, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 11 de novembro de 2022

AQUILO BOM, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sexta, 11 de novembro de 2022

AQUITÔ EU, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 03 de julho de 2022

AQUELE PÉ DE PITOMBA, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 03 de julho de 2022

APROVEITE MAIS SUA VIDA, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 03 de julho de 2022

AMOR DE MENTIRINHA, XOTE, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 03 de julho de 2022

AMOLADOR, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 22 de fevereiro de 2022

AMIGO DO NORTE, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 22 de fevereiro de 2022

ALÔ, PALMEIRA DOS ÍNDIOS, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 22 de fevereiro de 2022

ALÔ, CAMPINA GRANDE, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 22 de fevereiro de 2022

ALEGRIA, MINHA GENTE, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 14 de outubro de 2021

ALEGRIA DO VAQUEIRO, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 14 de outubro de 2021

AI, TERTULINA, XOTE, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 14 de outubro de 2021

ÁGUA COM LEITE, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 14 de outubro de 2021

ADIVINHAÇÃO, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo segunda, 30 de agosto de 2021

JACKSON DO PANDEIRO, O REI DO RITMO - 102º ANIVERSÁRIO DE JACKSON

 

JACKSON DO PANDEIRO, O REI DO RITMO

Raimundo Floriano

 

(Alagoa Grande (PB), 31.8.1919 – Brasília (DF), 10.7.1982)

 

                        Com ele, eu aprendi a dançar forró!

 

                        José Gomes Filho era seu nome. Interessou-se por música desde criança, pois na família da mãe todos tocavam algum instrumento e cantavam coco, e ela, que usava o nome artístico de Flora Mourão, era folclorista e cantora. Aos sete anos, Jackson já tocava zabumba, para acompanhá-la nas danças e nos cocos.

 

                        Desde cedo, trabalhou na roça. Aos 13 anos, mudou-se com a família para Campina Grande, época em que o pai faleceu, a mãe deixou a carreira e ele teve que arranjar emprego numa padaria. Queria muito comprar um pandeiro, instrumento com o qual pretendia fazer carreira, mas seu salário não dava.

 

                        Aos 17 anos, deixou a padaria, procurando as rodas de samba do Clube Ipiranga, em Campina, onde atuou como baterista do conjunto que animava os bailes. Trabalhou ainda como ritmista em diversas festas da cidade, indo depois para João Pessoa, tocando em vários cabarés, até ser contratado para o regional da Rádio Tabajara.

 

                        Apelidado de Jack, por ser tão magro quanto um ator do faroeste americano chamado Jack Perry, acrescentou o Zé, ficando conhecido como Zé Jack, cognome com o qual se transferiu para o Recife. Contratado pela Rádio Jornal do Comércio, teve seu nome mais uma vez mudado, agora para Jackson, por ser mais sonoro. Além de integrar vários conjuntos regionais da emissora, também cantava músicas nordestinas e sucessos do Carnaval. Já possuía seu próprio pandeiro, que consagrou para sempre o seu pseudônimo: Jackson do Pandeiro!

 

                        Em 1953, época em que fazia dupla com Rosil Cavalcante, gravou, em registro solo, seu primeiro disco, um 78 rpm, pela Copacabana, com o coco Sebastiana, de Rosil no Lado A, e o rojão Forró em Limoeiro, de Edgar Ferreira, no Lado B. A partir de então, estourou nas paradas em âmbito nacional, com uma trajetória brilhante, só interrompida com seu falecimento em 1982. Deixou 425 músicas gravadas, muitas delas de sua própria autoria ou com parceiros.

 

                        Casou-se com a ex-professora Almira Castilho de Albuquerque, funcionária da Rádio Jornal, que cantava mambos e dançava rumbas, com quem formou a dupla Jackson do Pandeiro e Almira Castilho.  Foi ela quem o alfabetizou. Esse casamento durou até 1967, quando se desquitaram. Depois disso, uniu-se a Neuza Flores, com quem viveu seus últimos quinze anos.

 

                        Sua estrondosa carreira de sucesso se consolidou no Rio de Janeiro – Rádio NacionalRádio Tupi – ainda nos Anos 50, não só no Forró, gênero em que, com uma nova maneira de cantar e dividir as sílabas, se consagrou como O Rei do Ritmo – Chiclete com Banana é um símbolo –, como no Carnaval, com músicas que se tornaram inesquecíveis através dos anos: os frevos-canções Micróbio do FrevoSou Eu Teu AmorFrevo do BiFrevo do Tri, os sambas Vou GargalharAconteceu, e as marchinhas O Velho GagáVelho SapecaMe Dá Um CheirinhoNa Base do BerimbauPapel Crepom e Maria Gasolina.

 

                        No dia 3 de julho de 1982, um sábado, Jackson, coadjuvado pelo Trio Siridó, realizara, em Brasília, o que viria a ser o seu último show. No dia seguinte, já no aeroporto, sofreu um enfarte, sendo conduzido ao Hospital de Base e posteriormente ao Hospital Santa Lúcia, onde faleceu no dia 10.

 

                        A foto que ilustra esta matéria foi extraída da capa do livro Jackson do Pandeiro, O Rei do Ritmo, de Fernando Moura e Antônio Vicente, excelente e alentado trabalho de pesquisa, com todos os fatos marcantes da vida do artista, assim com sua completa discografia.

 

                        A seguir, uma pequena amostra dos sucessos que nos deixou:

 

 

      Sebastiana, rojão de Rosil Cavalcante, gravado em 1953:

 

 

              Forró em Limoeiro, coco de Edgar Ferreira, gravado em 1953:

 

 

                        Chiclete com Banana, samba de Jackson e Gordurinha, gravado em 1959;

 

 

                        Micróbio do Frevo, frevo-canção de Genival Macedo, lançado no Carnaval de 1955:

 

 

                        Vou Gargalhar, samba de Edgar Ferreira, lançado para o Carnaval de 1956:

 

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 05 de junho de 2021

ACORRENTADO, BAIÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 05 de junho de 2021

ACORDA, MEU POVO, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 05 de junho de 2021

ACONTECEU, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 05 de junho de 2021

ACENDERAM A FOGUEIRA, ARRASTA-PÉ, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 31 de dezembro de 2020

A VIDA DOS OUTROS, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 31 de dezembro de 2020

A TUBA DA MUIÉ, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 22 de agosto de 2020

A TAÇA ERA DELA, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 22 de agosto de 2020

A SAUDADE DÓI, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 22 de agosto de 2020

A PRIMEIRA LIÇÃO, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 22 de agosto de 2020

A ORDEM É SAMBA, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 14 de abril de 2020

A ONDA PASSOU, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 14 de abril de 2020

A NEGRA BALANÇOU, MARCHINHA, COM JACKSON DO PANDEIRO

A Negra Balançou, marchinha de Otolindo Lopes e Adauto Michilles

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 14 de abril de 2020

A MULHER QUE VIROU HOMEM, BAIÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 14 de abril de 2020

A MULHER DO ANÍBAL, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO (GRAVAÇÃO ORIGINAL)


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo terça, 08 de janeiro de 2019

A TENTAÇÃO DO CÃO, XOTE, COM JACKSON DO PANDEIRO

A Tentação do Cão, xote de Severino Ramos e J. C. Souza, com Jackson do Pandeiro


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 03 de junho de 2018

XODÓ DE MOTORISTA, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

A MULHER DO ANÍBAL, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO (GRAVAÇÃO COM GUITARRAS)

A Mulher do Aníbal, rojão de Genival Macedo e Nestor de Paula, com Jackson do Pandeiro:

 


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

A LUZ DO SABER, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO

A Luz do Saber, rojão de João Lemos, com Jackson do Pandeiro:


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

A HISTÓRIA DO ANEL, ROJÃO, COM JACKSON DO PANDEIRO

A História do Anel, rojão de Severino Ramos e Antônio Rodrigues, com Jackson do Pandeiro:


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

A FEIRA, MAXIXE, COM JACKSON DO PANDEIRO

A Feira, maxixe de Nonato Buzar e Mônica Silveira, com Jackson do Pandeiro:


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

A CADEIRA DO REI, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO

A Cadeira do Rei, samba de Pafúncio, com Jackson do Pandeiro:


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo domingo, 18 de fevereiro de 2018

À BASE DE BALA, SAMBA, COM JACKSON DO PANDEIRO

À Base de Bala, samba de Mruim e Oscar Moss, com Jackson do Pandeiro:


Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo sábado, 08 de outubro de 2016

JACKSON NÃO MORREU

JACKSON NÃO MORREU!

(Raimundo Floriano)

 

Nosso ídolo

 

                        Calmaí, minha gente! Não me refiro ao compositor, cantor e dançarino americano Michael Joseph Jackson (29.8.1958/26.6.2009), o Michael Jackson, o Rei do Pop, que até hoje o povo chora. Reporto-me ao músico, compositor e cantor brasileiro e paraibano José Gomes Filho (31.8.1919/10.7.1982), o Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo, que ora o Brasil canta.

 

                        Jackson do Pandeiro, logo no início da carreira, chamou-nos a atenção pela forma peculiar de cantar seus forrós e dividir as sílabas de modo nunca antes ouvido no cenário forrozeiro deste país. Michael Jackson também assombrou as platéias ao dançar de um jeito novo. Dando passos à frente, mas andando pra trás, levou-nos até a supor que, para inventar essa coreografia, dum jeito que Fred Astaire, Gene Kelly e Elvis Presley jamais imaginaram, pode ter-se inspirado ao ouvir Jackson do Pandeiro cantando o rojão Sebastiana, de Rosil Cavalcanti, que dizia “ela veio com uma dança diferente”. Extasiou o Planeta Terra.

 

                        Brincadeira à parte, o fato concreto é que ambos apresentaram notáveis coincidências no seu breve existir. Nosso Jackson viveu apenas 63 anos, e o Jackson americano, só 50. E mais: ambos eram negros, ambos nasceram sob o signo de Virgem, ambos se chamavam José, ambos sucumbiram vítimas de problemas cardíacos, ambos faleceram sob o signo de Câncer, ambos tiveram o apogeu de suas vidas no ano de 1982.

 

                        Naquele ano, Jackson do Pandeiro chegou ao ápice, ao deixar a vida terrena e transportar-se para o Mundo Racional, que ele tanto louvou nos rojões Alegria, Minha Gente, e A Luz do Saber, ambos de João Lemos. Michael Jackson, por seu turno, atingiu o cume de sua carreira artística no mesmo ano, ao lançar o álbum Thriller, que vendeu inacreditáveis 100 milhões de cópias!

 

                        E as coincidências param por aqui!

 

                        Com o incrível sucesso de Thriller, Michael Jackson firmou-se como o Rei do Pop, mas, em 1987, apenas cinco anos depois, as vendas do álbum Bad só atingiram a casa dos 30 milhões. Era a queda. Michael enfrentou obstáculos para acompanhar as novas tendências da música negra, como o rap e o hip hop, advindo disso as esquisitices em que mergulhou, do conhecimento de todos.

 

                        Enquanto que o nosso Jackson, ah, o nosso Jackson! Em vida, teve de enfrentar fortíssimas inovações como o rock, a bossa nova, o iê-iê-iê, a jovem guarda, a nova MPB, o tropicalismo, os festivais com músicas de laboratório. Depois de falecido, sua música suplantou a lambada, a axé-music, o pagode, o sertanejo, o brega e o forró plastificado.

 

                        O ano de 2050 está longe! Bem distante! Faltam 34 longos anos para que se chegue lá! Será que as gerações existentes naquele longínquo futuro ainda reservarão para Michael Jackson o mesmo fervor, já não digo de quando do lançamento de Thriller, mas o de 2009, reacendido com o seu precoce desaparecimento?

 

                        Faz 34 anos que Jackson do Pandeiro nos deixou, e sua música e o seu estilo estão mais presentes do que nunca. A grande Nação Nordestina ainda o mantém perene em sua criação forrozeira. Os exemplos a seguir dão uma idéia do enorme elenco dos grandes artistas que o têm como uma de suas referências musicais.

 

                        Dentre os veteranos, ainda gloriosos na estrada, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Trio Siridó, Zé Ramalho, Alceu Valença, Cecéu, Genival Lacerda, Nando Cordel, Zenilton, Jorge de Altinho, Chiquinho Calixto, Terezinha do Acordeom, Severo.

 

                        Na nova geração, a turma não pára de crescer: Cezinha, Flávio Leandro, Bia Marinho, Hélio Donato, Anchieta Dali, Nena Quiroga, Josildo Sá, Rogério Rangel, Júnior do Bode, Cláudio Moreno, Ébano Nunes, Greg Marinho, Silvério Pessoa, Trio Virgulino, Trio Sabiá, Nádia Maia, O Bando de Maria, Trio Araripe, Adelmo Farias, Flávio José, Irah Caldeira, Kelly Rosa, Maciel Melo, Maria Dapaz, Mastruz com Leite, Novinho da Paraíba, Petrúcio Amorim, Cristina Amaral, Targino Gondim, Xico Bizerra, Santanna, o “Cantador”, Júnior Vieira, Eliezer Setton. São tantos!

 

                        No dia 31 de agosto de 2009, Jackson do Pandeiro, nosso eterno ídolo, completou 90 Anos! E, ao ver a magnífica relação de artista acima citados e outros mais prestando-lhe justíssimo preito de homenagem e nele se inspirando, é com inexcedível entusiasmo que inflo o peito para proclamar:

 

                        – JACKSON DO PANDEIRO É IMORTAL!

 

                        E, daqui a três anos, em 2019, que Deus nos permita estar por aqui para, diariamente, nesse Almanaque, durante todo o ano, trazer ao conhecimento das novas gerações, um dos sucessos que nos legou.

 

                        Em meados dos Anos 1980, não me recordo a data exta, a Rede Brasil de Televisão anunciou, no programa Em Algum Lugar do Passado, uma homenagem a Jackson do Pandeiro. Munido de vídeo cassete, gravei-o e, mais tarte, adicionando programas de outras emissoras, produzi um CD, que agora transformo em youtube, para mostrar-lhes, ao vivo, o talento desse grande ídolo brasileiro.

 

                        Embora a apresentadora, no início, diga que Jackson faleceu no Rio de Janeiro, faço aqui a retificação de que seu encantamento se deu mesmo foi em Brasília, no dia 10 de julho de 1982.

 

                        Vamos ao vídeo:

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Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo quinta, 06 de outubro de 2016

JACKSON DO PANDEIRO, O REI DO RITMO

JACKSON DO PANDEIRO, O REI DO RITMO

Raimundo Floriano

 

(Alagoa Grande (PB), 31.8.1919 – Brasília (DF), 10.7.1982)

 

                        Com ele, eu aprendi a dançar forró!

 

                        José Gomes Filho era seu nome. Interessou-se por música desde criança, pois na família da mãe todos tocavam algum instrumento e cantavam coco, e ela, que usava o nome artístico de Flora Mourão, era folclorista e cantora. Aos sete anos, Jackson já tocava zabumba, para acompanhá-la nas danças e nos cocos.

 

                        Desde cedo, trabalhou na roça. Aos 13 anos, mudou-se com a família para Campina Grande, época em que o pai faleceu, a mãe deixou a carreira e ele teve que arranjar emprego numa padaria. Queria muito comprar um pandeiro, instrumento com o qual pretendia fazer carreira, mas seu salário não dava.

 

                        Aos 17 anos, deixou a padaria, procurando as rodas de samba do Clube Ipiranga, em Campina, onde atuou como baterista do conjunto que animava os bailes. Trabalhou ainda como ritmista em diversas festas da cidade, indo depois para João Pessoa, tocando em vários cabarés, até ser contratado para o regional da Rádio Tabajara.

 

                        Apelidado de Jack, por ser tão magro quanto um ator do faroeste americano chamado Jack Perry, acrescentou o Zé, ficando conhecido como Zé Jack, cognome com o qual se transferiu para o Recife. Contratado pela Rádio Jornal do Comércio, teve seu nome mais uma vez mudado, agora para Jackson, por ser mais sonoro. Além de integrar vários conjuntos regionais da emissora, também cantava músicas nordestinas e sucessos do Carnaval. Já possuía seu próprio pandeiro, que consagrou para sempre o seu pseudônimo: Jackson do Pandeiro!

 

                        Em 1953, época em que fazia dupla com Rosil Cavalcante, gravou, em registro solo, seu primeiro disco, um 78 rpm, pela Copacabana, com o coco Sebastiana, de Rosil no Lado A, e o rojão Forró em Limoeiro, de Edgar Ferreira, no Lado B. A partir de então, estourou nas paradas em âmbito nacional, com uma trajetória brilhante, só interrompida com seu falecimento em 1982. Deixou 425 músicas gravadas, muitas delas de sua própria autoria ou com parceiros.

 

                        Casou-se com a ex-professora Almira Castilho de Albuquerque, funcionária da Rádio Jornal, que cantava mambos e dançava rumbas, com quem formou a dupla Jackson do Pandeiro e Almira Castilho.  Foi ela quem o alfabetizou. Esse casamento durou até 1967, quando se desquitaram. Depois disso, uniu-se a Neuza Flores, com quem viveu seus últimos quinze anos.

 

                        Sua estrondosa carreira de sucesso se consolidou no Rio de Janeiro – Rádio Nacional, Rádio Tupi – ainda nos Anos 50, não só no Forró, gênero em que, com uma nova maneira de cantar e dividir as sílabas, se consagrou como O Rei do RitmoChiclete com Banana é um símbolo –, como no Carnaval, com músicas que se tornaram inesquecíveis através dos anos: os frevos-canções Micróbio do Frevo, Sou Eu Teu Amor, Frevo do Bi, Frevo do Tri, os sambas Vou Gargalhar, Aconteceu, e as marchinhas O Velho Gagá, Velho Sapeca, Me Dá Um Cheirinho, Na Base do Berimbau, Papel Crepom e Maria Gasolina.

 

                        No dia 3 de julho de 1982, um sábado, Jackson, coadjuvado pelo Trio Siridó, realizara, em Brasília, o que viria a ser o seu último show. No dia seguinte, já no aeroporto, sofreu um enfarte, sendo conduzido ao Hospital de Base e posteriormente ao Hospital Santa Lúcia, onde faleceu no dia 10.

 

                        A foto que ilustra esta matéria foi extraída da capa do livro Jackson do Pandeiro, O Rei do Ritmo, de Fernando Moura e Antônio Vicente, excelente e alentado trabalho de pesquisa, com todos os fatos marcantes da vida do artista, assim com sua completa discografia.

 

                        A seguir, uma pequena amostra dos sucessos que nos deixou:

 

 

                        Sebastiana, rojão de Rosil Cavalcante, gravado em 1953;

 

 

                        Forró em Limoeiro, coco de Edgar Ferreira, gravado em 1953;

 

 

                        Chiclete com Banana, samba de Jackson e Gordurinha, gravado em 1959;

 

 

                        Micróbio do Frevo, frevo-canção de Genival Macedo, lançado no Carnaval de 1955:

 

 

                        Vou Gargalhar, samba de Edgar Ferreira, lançado para o Carnaval de 1956:

 

 


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