Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Igreja Católica Apostólica Romana terça, 05 de novembro de 2024

CATIA FONSECA RECEBE IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ (POSTAGEM DA LEITORA SANDRA CAMPELLO)

Catia Fonseca recebe imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em São Paulo

 

Apresentadora agradece a honra no Melhor da Tarde

A apresentadora Catia Fonseca foi convidada para receber a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, que ganha espaço no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
A apresentadora agradeceu em seu programa a honra de participar de cerimônia tão especial e compartilhou durante o Melhor da Tarde de hoje, 31/10, uma entrevista exclusiva com Antonio Salame, um dos principais organizadores do Círio de Nazaré, que abordou a importância cultural e espiritual do evento, um dos maiores ícones de devoção mariana do Brasil.
Catia também conversou com o fotógrafo Alexandre Baena, que ilustra a mostra “Caminhos para Belém - o amor que flui como água” em exibição no museu até 24 de novembro. A exposição oferece um olhar artístico sobre a fé e a devoção que movem milhares de fiéis até Belém, no Pará.
A apresentadora relembrou sua cobertura do Círio deste ano, destacando a emoção de estar presente em um evento de tamanha magnitude. "Esta é uma ótima oportunidade para São Paulo sentir um pouco dessa força que é Nossa Senhora de Nazaré," afirmou Catia, ressaltando o impacto da imagem e da mostra na conexão entre os fiéis paulistanos e a devoção à Santa.


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 25 de agosto de 2024

DIA DOS CATEQUISTAS - ÚLTIMO DOMINGO DE AGOSTO

Mensagem da CNBB por ocasião do Dia do Catequista

 

UISTAS

Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB envia mensagem por ocasião do Dia dos Catequistas

 

No último domingo de agosto de cada ano a Igreja lembra, com gratidão e apreço, a pessoa do catequista. Para a Igreja no Brasil, celebrar o Dia dos Catequistas é uma forma de reconhecimento sobre a importância e grandeza deste ministério a serviço da evangelização.

Em um vídeo, em nome do episcopado brasileiro, o arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, demonstrou gratidão pelo ministério catequético, pela vocação de catequista e pela liberdade e disposição de dar uma resposta a Jesus. “Sua relação de discípulo e discípula com ele moveram-no a fazer da fé recebida e professada também um dom”, diz dom Peruzzo.

“Talvez você também não consiga imaginar o quanto está ou estará presente na vida de seus catequizandos. Eles giram o mundo hoje, mas vão recordar de sua pessoa e seu testemunho de catequista. Se no exercício da catequese além da paixão pelos catequizandos há também a alegria de seguir o Senhor, eles nunca vão esquecer o testemunho dado, deixado, irradiado”, comenta dom Peruzzo.

No vídeo, o arcebispo também deixou uma recomendação aos catequistas. “A catequese e os catequistas são uma potência evangelizadora da Igreja no Brasil, mas aqui não se trata de grandezas ou de envaidecimentos, mas de que somos escolhidos e somos chamados e enviados”, chamou a atenção.

Catequista, com muita gratidão, com muito afeto quero dizer que o Senhor Jesus lhe dará um grande abraço um dia, um grande abraço de gratidão por ter aceito e dedicado tempo e inteligência, afeições, criatividades, tudo para que o nome do Senhor Jesus fosse compreendido e amado. Que o Senhor multiplique em bênçãos queridos catequistas, pela bênção que é você para a Igreja. Muito obrigado”, finaliza dom Peruzzo.


Além do vídeo, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética também enviou uma carta aos catequistas de todo o Brasil. O texto também é assinado por dom Peruzzo. (Fonte: cnbb.org.br)

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 18 de agosto de 2024

DIA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA E DE SÃO TARCÍSIO - 15 DE AGOSTO - LITURGIA COMEMORADA NESTE DOMINGO, 18 DE AGOSTO
 
 
 
DIA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA - 15 DE AGOSTO

 

Dia da Assunção de Nossa Senhora é comemorado anualmente em 15 de agosto. Esta data católica celebra a assunção da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, aos céus.

Segundo a crença, Maria de Nazaré, que esteve presente na vida, perseguição e morte de Jesus, também participou da sua glória por ser erguida em reconhecimento ao mérito de Mãe do filho de Deus.

assunção de nossa senhora

 

História da Nossa Senhora da Assunção

A Assunção de Nossa Senhora é entendida como a glorificação antecipada de Maria para participar da glória de seu filho Jesus, sendo elevada ao céu de corpo e alma por graça e privilégio.

De acordo com a Tradição Oral da Igreja Católica, Maria teria adormecido em 15 de agosto de 43 d.C, e acordado quando já estava sendo levada para o céu pelos anjos de Deus. Por isso, alguns tratados utilizam a expressão "dormição de Maria".

A Assunção de Maria ao Céu é vista como a antecipação da ressurreição dos cristãos e foi proclamada dogma de fé pelo Papa Pio XII em 1950, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.

Na solenidade realizada em 1º de novembro de 1950, o líder da Igreja Católica declarou: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma dignamente revelado, que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminando o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

 
 
DIA DE SÃO TARCÍSIO - 15 DE AGOSTO

 

 

Dia de São Tarcísio

Dia de São Tarcísio é comemorado anualmente em 15 de agosto.

Esta data é celebrada pela comunidade cristã católica, que homenageia o Santo considerado padroeiro dos coroinhas e acólitos – auxiliares dos padres, bispos ou diáconos.

História de São Tarcísio

De acordo com os relatos católicos, Tarcísio era um jovem de 12 anos, acólito do Papa Xisto II e que teria sacrificado a sua vida para cumprir uma santa missão: entregar hóstias sagradas aos cristãos presos.

Naquela época, os cristãos romanos sofriam perseguição do imperador Valeriano, sendo capturados, martirizados e presos enquanto esperavam a hora da morte.

Os cristãos desejavam muito receber o “Corpo de Cristo” enquanto passavam por toda essa tortura, mas eram proibidos pelos guardas de fazer qualquer pratica cristã na prisão.

Tarcísio teria convencido o Papa Xisto II que ele seria capaz de levar as hóstias aos prisioneiros.

No entanto, enquanto se dirigia à prisão, foi interceptado por um grupo de crianças que, descobrindo ser ele portador de um objeto cristão, espancaram-no até a morte.

Tarcísio, mesmo apanhando e sofrendo com as dores, não largou o “Corpo de Cristo” em nenhum momento.

Seu corpo foi recolhido por um soldado romano que era simpatizante dos cristãos, que o levou até às catacumbas para ser sepultado, e finalizou a missão do jovem levando as hóstias aos cristãos presos.

Oração de São Tarcísio

“São Tarcísio, nosso padroeiro! Ajudai-nos a consagrar nossa vida a Deus. Ensinai-nos a servir Cristo e ao próximo, com firmeza, alegria, fé e dedicação. Pede por nós, ó São Tarcísio! Concede-nos saúde, vontade de viver e coragem para perseverar. Dá-nos disposição de viver como amigos e irmãos. São Tarcísio, coroinha-mártir, desperta em nós um grande amor a Cristo na Eucaristia. Fortalece nossa união e inspira nossos serviços à comunidade”.

Atualmente, o corpo de São Tarcísio está na Basílica de São Silvestre, em Roma.

 

HOMILIA - 15.08.24

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 25 de abril de 2024

REDE SOCIAL (FONTE: GOOGLE)

Exercícios sobre interpretação de charges e tirinhas - Mundo ...


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 08 de abril de 2024

DIA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 DE MARÇO (COMEMORADO A 8 DE ABRIL NESTE ANO DE 2024)

DIA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 DE MARÇO (COMEMORADO A 8 DE ABRIL NESTE ANO DE 2024)

HOMILIA - 08.04.2024

 

HISTÓRIA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR

 

Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.

Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”

Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti’. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’” (cf. Lc 1,26-38).

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de todos, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o ‘sim’ do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário ‘sim’ humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:

“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 07 de abril de 2024

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA - PRIMEIRO DOMINGO APÓS O DOMINGO DE PÁSCOA
FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA - PRIMEIRO DOMINGO APÓS O DOMINGO DE PÁSCOA

 

Domingo da Divina Misericórdia: origem, significado e indulgência plenária

Conheça a origem da Festa da Divina Misericórdia, o seu significado e aprenda como lucrar a indulgência plenária nessa celebração.

Jesus-Divina-Misericórdia

Redação (Quarta-feira, 15-04-2020, Gaudium Press) Todos os anos, a Igreja celebra, no segundo domingo do tempo pascal, a Festa da Divina Misericórdia. A celebração foi instituída oficialmente pelo Papa São João Paulo II no ano 2000, durante a cerimônia de canonização de Santa Faustina.

A Festa da Divina Misericórdia e Santa Faustina Kowalska

A Festa da Divina Misericórdia está baseada em revelações privadas feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Santa Faustina Kowalska, que transmitiu as mensagens sobre a Divina Misericórdia ao povoado da cidade polonesa de Plock no ano de 1931.

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Dizia nosso Redentor a Santa Faustina: “Causam-me prazer as almas que recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos. Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele recorre à Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e inescrutável misericórdia” [1].

Durante suas revelações a Santa Faustina, Nosso Senhor também ressaltou sua segunda vinda, prometendo retornar em glória para julgar o mundo no amor, como está descrito no Evangelho de São Mateus (Capítulos 13 e 25).

(Leia também: Como receber as graças no dia da Festa da Divina Misericórdia)

“Fala ao mundo da Minha misericórdia, que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia” (Diário, 848).

Instituição da Festa da Divina Misericórdia

Na época em que se instituiu a Festa da Divina Misericórdia, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitiu um decreto no qual se estabeleceu que “por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão”.

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O Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Emérito Bento XVI, assegurou que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram, por exemplo, a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus”.

Como obter indulgência plenária na Festa da Divina Misericórdia

Durante a Festa da Divina Misericórdia é possível obter indulgência plenária. Para isso os fiéis devem viver com piedade intensa esta celebração. São João Paulo II estabeleceu, através de um decreto, que o Domingo da Divina Misericórdia seja enriquecido com a Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos”.

As graças do Domingo da Divina da Misericórdia

Nosso Senhor misericordioso prometeu conceder as seguintes graças no dia da Festa da Divina Misericórdia:

“A alma que se confie e receba a Santa Comunhão obterá o perdão total das culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas através das quais fluem as graças. Quem nesse dia se aproximar da Fonte de Vida receberá o perdão total das culpas e das penas”.

(Leia também: Religiosos promovem petição para declarar Santa Faustina Kowalska Doutora da Igreja)

“Não encontrará alma nenhuma a justificação até que se dirija com confiança à Minha misericórdia. Nesse dia os sacerdotes devem falar às almas sobre Minha misericórdia infinita”.

Jesus também enfatizou a Soror Faustina que Sua Misericórdia é a última tábua de salvação que oferece à humanidade. “As almas morrem apesar de Minha amarga Paixão. Lhes ofereço a última tábua de salvação, quer dizer, a Festa de Minha Misericórdia. Se não adorarem Minha Misericórdia morrerão para sempre”.

Significado da imagem da Divina Misericórdia

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A famosa imagem da Divina Misericórdia foi revelada a Santa Faustina pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, que pediu a ela para que a pintasse, e depois explicou todo o significado por de trás de cada detalhe, além dizer o que os fiéis podem alcançar através dela.

A imagem é um símbolo da caridade, do perdão e do amor de Deus, conhecida como a “Fonte da Misericórdia”. As versões, em sua maioria, mostram Jesus levantando sua mão direita em sinal de bênção e apontando com sua mão esquerda o peito do qual fluem dois raios: um vermelho e outro branco.

“O raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas (…) Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299).

(Leia também: Instalada no Brasil primeira comunidade da congregação de Santa Faustina Kowalska)

O Terço da Divina Misericórdia

Dentre o conjunto de orações usadas como parte da devoção à Divina Misericórdia está o Terço da Divina Misericórdia, que costuma ser rezado às 15h, utilizando as contas do terço comum, mas com um conjunto diferente de orações.

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Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Em seguida, nas contas do ‘Pai Nosso’, recita-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Já nas contas da ‘Ave Maria’, se reza: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. Por fim, deve-se rezar três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

A Coroinha da Divina Misericórdia

Nosso Senhor também confiou à Santa Faustina a Coroinha da Divina Misericórdia, entregando várias promessas. “Quem a rezar obterá através dela que tudo o que peça se realize, sempre e quando estiver de acordo com a vontade de Deus”.

Quem orar a Coroinha da Divina Misericórdia receberá misericórdia, sobretudo na hora da morte, e os sacerdotes a recomendarão aos pecadores como última tábua de salvação. “Defenderei com Minha própria Glória a cada alma que reze esta Coroinha na hora da morte, ou quando os demais a rezem junto ao agonizante, que obterão o mesmo perdão”.

A Liturgia do Domingo da Divina Misericórdia

A liturgia deste domingo trás a figura do “apóstolo incrédulo”, São Tomé. Na primeira aparição de Jesus Ressuscitado aos apóstolos, São Tomé não estava entre eles: “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus” (Jo 20, 24). Assim que o encontraram os apóstolos com alegria anunciaram-lhe a ressurreição do Mestre. No entanto a atitude de São Tomé foi de obstinação e presunção [2]: “Se eu não ver nas suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25).

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(Leia também: São Tomé acreditou, Nossa Senhora o premiou…)

Não podia São Tomé imaginar que estava dando a oportunidade ao Senhor da Misericórdia de mostrar-lhe quanto o amava. Uma semana após a primeira aparição, nosso Senhor age com Tomé com extrema bondade, adiantando-se a ele, diz: “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel” (Jo 20, 27).

Diante de tamanha misericórdia, resta ao “incrédulo” proclamar, como um teólogo, a humanidade e a divindade de nosso Senhor: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28).

Condições para receber a Misericórdia Divina

Para receber a Misericórdia de Jesus, sobretudo na Festa da Divina Misericórdia, é necessário aproximar-se ao Senhor com um coração contrito e humilde, arrepender-se dos pecados, confiar firmemente na Divina Misericórdia de Jesus Cristo e aproximar-se do sacramento da Confissão nesse dia ou sete dias antes ou depois. Receber a Comunhão Eucarística, venerar a imagem da Divina Misericórdia, e praticar as obras de misericórdia.

(Leia também: Especial João Paulo II: O caminho do Vaticano às honras do altar)

Confiança na Divina Misericórdia

Toda a humanidade é convidada a beneficiar-se desta fonte infinita e inconcebível de misericórdia: “Que toda alma glorifique a Minha bondade. Desejo a confiança das Minhas criaturas; exorta as almas a uma grande confiança na Minha inconcebível misericórdia. Que a alma fraca, pecadora, não tenha medo de se aproximar de Mim, pois, mesmo que os seus pecados fossem mais numerosos que os grãos de areia da Terra, ainda assim seriam submersos no abismo da minha misericórdia” [3].

Santa-Faustina-Kowalska-Divina-Misericórdia

Procuremos viver na confiança desta misericórdia e divulgar quanto nos for possível esta devoção. “Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-me as chamas da misericórdia; quero derramá-las sobre as almas” [4]. (EPC)


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 31 de março de 2024

PÁSCOA DO SENHOR

 

PÁSCOA DO SENHOR

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

 

A Páscoa é uma celebração cristã comemorada anualmente num domingo, conhecido como Domingo de Páscoa. É considerada a festa mais importante para os cristãos, pois celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que morreu com o intuito de libertar a humanidade do pecado.

Esta é uma festa móvel, ou seja, a data da Páscoa varia a cada ano. Nesse dia, não é feriado.

Ocorre sempre no domingo depois da primeira Lua cheia do equinócio, o que, por norma, costuma se realizar entre os dias 22 de março e 25 de abril. A data foi definida desta forma pelo fato de a Páscoa ter origem judaica, e a celebração da Páscoa judaica ter início no equinócio.

A Páscoa marca o fim da chamada Semana Santa, que se inicia no Domingo de Ramos (em 2023, no dia 2 de abril) e termina no Domingo de Páscoa (em 2023, no dia 9 de abril).

 

 

Durante toda a Semana Santa há procissões e cerimônias especiais, sobretudo na quinta e na sexta-feira. A Quinta-feira Santa celebra a última ceia de Jesus com os 12 apóstolos, enquanto a Sexta-feira santa, ou Sexta-feira da Paixão, recorda o dia em que Cristo morreu crucificado. 

Significado da Páscoa

A Páscoa significa a ressurreição de Jesus Cristo.

Mas, antes de Jesus, os hebreus (antepassados dos judeus) já comemoravam o Pessach, que hoje é conhecido como a Páscoa Judaica. Pessach significa “passagem”.

Essa passagem, ou travessia, recorda o percurso feito pelos hebreus depois de alcançarem a liberdade após um longo período em que foram escravizados.

Assim, a Páscoa judaica comemora a libertação do seu povo, que era escravizado.

Quando Jesus morreu, estava sendo comemorado o Pessach e a sua morte trouxe um novo significado para a Páscoa. 

Hoje, para os cristãos, a Páscoa significa a passagem da morte para a vida, uma vez que comemora a ressurreição de Jesus Cristo.

Origem da Páscoa 

A Páscoa tem origem judaica. 

A palavra Páscoa deriva do termo hebraico Pessach, que significa “passagem”, e faz referência ao episódio da libertação do povo hebreu (antepassados dos judeus) do cativeiro. 

A história da primeira Páscoa celebrada pelos judeus pode ser lida no livro de Êxodo, capítulo 12, no Antigo Testamento da Bíblia.

Enquanto os judeus comemoravam a sua própria Páscoa, que é uma das grandes festas da religião judaica, Jesus Cristo foi crucificado.

Depois de morrer, o corpo de Jesus foi colocado em um sepulcro, onde permaneceu até ressuscitar ao terceiro dia. Jesus morreu na sexta-feira, portanto é considerado o primeiro dia, sábado é considerado o segundo e domingo é considerado o terceiro, dia em que Jesus ressuscitou.

Assim, para os cristãos, a Páscoa ganhou um novo significado, uma vez que passou a celebrar a ressurreição de Cristo, ou seja, a passagem da morte para a vida.

Mensagens para desejar Feliz Páscoa

"Nesta Páscoa não quero chocolate, quero as bênçãos e promessas de dias melhores para todos os que estão necessitando, seja de amor ou de um pouco mais de esperança em suas vidas! Feliz Páscoa para todos!"

"O Coelhinho da Páscoa está muito ocupado, então me pediu para te dar um recado: dias melhores virão e serão tão doces e gostosos como os chocolates que trago comigo! Feliz Páscoa!"

"Que a Páscoa de toda a sua família seja abençoada! Feliz Páscoa!"

"Jesus morreu na cruz para nos salvar… Neste dia especial, antes de correr atrás dos “ovinhos de chocolate”, reúna a sua família e agradeça Aquele que se sacrificou pela felicidade de toda a humanidade! Feliz Páscoa, meus amigos!"

Símbolos da Páscoa

 

Páscoa

Atualmente, a Páscoa é rodeada por diversos símbolos. No Brasil, os mais populares são: 

  • Coelho da Páscoa;
  • Ovos de Páscoa feitos de chocolate;
  • Cruz da ressurreição;
  • Cordeiro;
  • Pão e o vinho;
  • Círio pascal.
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LINDA PÁSCOA DO SENHOR! - CANÇÃO

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 30 de março de 2024

SÁBADO SANTO: SÁBADO DE ALELUIA
SÁBADO SANTO: SÁBADO DE ALELUIA

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

 

 

Sábado de Aleluia é celebrado na véspera do Domingo da Páscoa. Nesse dia, não é feriado.

Este sábado significa que Jesus ressuscitará no dia seguinte, na Páscoa. Por esse motivo, na véspera da festa da ressurreição, os cristãos carregam um sentimento de esperança e de alegria.

A partir do sábado de aleluia, os cristãos católicos voltam a dizer a palavra "aleluia", que durante a Quaresma era evitada. A Quaresma representa um tempo de arrependimento e de reflexão, e não um tempo festivo, de forma que a palavra "aleluia" devia ser evitada porque não correspondia ao sentimento vivido naquele período.

O Sábado de Aleluia corresponde ao segundo dia da morte de Jesus Cristo. O primeiro dia é a Sexta-feira Santa, dia em que Jesus morreu depois de ter sido crucificado. O terceiro dia é o Domingo de Páscoa, quando Jesus ressuscitou.

Tradições do Sábado de Aleluia

É durante o Sábado Santo (outro nome atribuído ao Sábado de Aleluia) que os cristãos celebram a Vigília Pascal. Ela simboliza a espera dos fiéis pela ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa.

Durante a Vigília, é aceso o Círio Pascal, uma vela grande que traz os símbolos das letras gregas Alfa e Ômega, que representam a frase: “Deus é o princípio e o fim de tudo”.

Conforme a tradição católica, o Círio Pascal simboliza a “luz de Cristo”, que ilumina e protege o mundo das trevas.

Há igrejas católicas em que os fiéis fazem vigília durante a madrugada, ficando em constante oração. A Vigília Pascal termina pouco antes do nascer do sol do Domingo de Páscoa, com a celebração de uma missa entre os fiéis presentes.

Malhação de Judas

Durante o Sábado de Aleluia (ou Sábado Santo), é comum a Malhação de Judas ou Queima de Judas, uma festa popular que representa a morte de Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus Cristo.

No Brasil, a Malhação de Judas é feita a partir da confecção de bonecos de pano (ou de outros materiais) com as feições de personalidades que desagradam à população por seus atos incorretos.

Logo a seguir, as pessoas se reúnem para “malhar o Judas”, ou seja, “torturar” o boneco, batendo nele com paus ou o queimando.

Este ato é visto como uma “vingança popular” contra a traição feita por Judas a Jesus Cristo.

 

 

MARCHA AA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO E SÁBADO DE ALELUIA

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Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 29 de março de 2024

SEXTA-FEIRA SANTA: SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
SEXTA-FEIRA SANTA: SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

 

A Sexta-feira Santa é a sexta-feira que ocorre antes do domingo de Páscoa. Neste dia, os cristãos relembram o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado.

Também é chamada de Sexta Feira da Paixão, porque com origem do latim, paixão significa sofrimento. Assim, para os cristãos, a paixão de Cristo representa a crucificação de Jesus Cristo.

De acordo com a Lei n.º 9.093, de 12 de setembro de 1995, a sexta-feira santa é um feriado federal que se realiza na semana santa.

Esta é uma comemoração móvel, que acontece no fim da Quaresma, um período que se inicia na quarta-feira de cinzas, dia seguinte ao Carnaval.

O que significa Sexta-feira Santa?

 

Sexta-feira santa

 

A Sexta-feira Santa é uma data importante para os cristãos, pois a igreja recorda o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado. Por isso, é um dia de reflexão.

A data se insere no tríduo pascal, em que se realizam as últimas celebrações da semana santa. O tríduo pascal tem início na quinta-feira santa à noite e termina no domingo de Páscoa, em que se comemora a ressurreição de Jesus. 

Nesta data, acontecem diversos rituais religiosos. A Igreja Católica aconselha aos fiéis cristãos a fazerem algum tipo de penitência, como o jejum e a abstinência de carne ou de qualquer ato que se refira ao prazer mundano. 

Procissões e reconstituições da Via Sacra (caminho que Cristo teria percorrido ao carregar a cruz antes de morrer) são alguns dos rituais mais populares. 

A adoração da cruz pelos católicos também é um símbolo que representa as tradições típicas da Sexta-Feira da Paixão. Muitos devotos costumam beijar os seus crucifixos em sinal de respeito e eterno agradecimento a Jesus, por ter se sacrificado em prol da humanidade. 

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu em um domingo, no dia 14 de Nisã, de acordo com o calendário hebraico.

Assim sendo, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico contava o primeiro e o último dia, concluiu-se que Jesus morreu numa sexta-feira.

Atualmente, a escolha da data é feita baseada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). Neste caso, a Sexta-feira Santa pode ocorrer entre os dias 22 de março e 25 de abril.

 

 

BENDITA E LOUVADA SEJA

COM A BANDA CATÓLICA RENASCER

 

 

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 28 de março de 2024

SANTA CEIA DO SENHOR - QUINTA-FEIRA SANTA
SANTA CEIA DO SENHOR - QUINTA-FEIRA SANTA

Raimundo Floriano

(Fonte: Google)

 


A Santa Ceia do Senhor não foi criada por homens, mas foi instituída por Jesus.

"Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos seus discípulos, dizendo: Tomem e comam; isto é o meu corpo. Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados."
- Mateus 26:26-28.

Ao lermos este versículo fica claro o mandamento de Jesus: tomem, bebam (sempre que comerem deste pão e beberem do cálice). É o sangue da nova aliança entre Deus e o homem, por meio de Cristo.

O que significa a Santa Ceia

A Ceia significa um memorial, uma ordenança do próprio Cristo para os seus seguidores e, que nos lembra do Seu sacrifício na cruz pelo perdão dos nossos pecados, mas também nos dá esperança para o futuro.

"Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim. Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso, sempre que o beberem, em memória de mim. Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha."
- 1 Coríntios 11:23-26

Como podemos observar no versículo acima, a Santa Ceia é um memorial, mandamento para que todos os cristãos não se esqueçam que Jesus deu Seu corpo, Seu sangue por todos nós. É para nos lembrar o que Cristo fez por nós e sermos obedientes a Ele.

A importância da Ceia do Senhor

A Bíblia ensina que a Ceia do Senhor é o ato memorial de extrema importância, pois demonstra a libertação do pecado, da morte e o acesso ao Senhor por meio do sacrífico de Jesus, a esperança da vida eterna. Celebramos a Ceia até que Jesus volte, pois foi assim que Ele instituiu (1 Coríntios 11:26).

No Antigo Testamento havia a páscoa judaica, na qual era um memorial sobre a libertação do povo do Egito e a esperança da terra prometida.

No Novo Testamento, Jesus, não só institui, mas ordena que a Ceia seja celebrada até à Sua volta, portanto é um ato memorial de extrema importância para a vida do crente.

6 motivos para participar da Santa Ceia

Como já vimos o significado e importância da Ceia, vamos agora ver alguns motivos para participarmos do memorial da Ceia do Senhor.

  1. Obediência a Jesus - Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo". Mateus 26:26

  2. Memória da morte de Jesus - Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim." Lucas 22:19

  3. Proclamar a volta de Jesus - "Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha." 1 Coríntios 11:26

  4. Ser um em Cristo - Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão. 1 Coríntios 10:16-17

  5. Perdoados pelo sangue de Jesus - "Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados." Mateus 26:28

  6. Agradecer ao Senhor pelo sacrifício e pela vida eterna - "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

Os elementos da Ceia do Senhor

Na celebração da Ceia, os elementos usados são o pão e o vinho. Estes são símbolos que representam o corpo de Jesus e o sangue derramado.

O pão representa o corpo de Jesus, que sofreu, ferido na cruz e morreu por nós:

"Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo."
- João 6:33

O sangue derramado na cruz por Jesus pagou por nossos pecados, mas também permitiu uma nova aliança entre Deus e o homem. Logo, o vinho simboliza o sangue de Jesus na nova aliança:

"Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim."
- 1 Coríntios 11:25

Há um dia específico para celebrar a Ceia?

Não temos nenhuma evidência na Bíblia que nos diga qual data certa e frequência para participar da Ceia do Senhor. O que a Bíblia nos ensina é fazer isso em memória de Cristo, até que Ele volte (1 Coríntios 11:24-26).

Há denominações que realizam a Santa Ceia semanalmente, outras igrejas fazem uma vez por mês e outras uma vez por ano.Assim, a Ceia do Senhor deve ser celebrada, seja qual for a frequência, como cumprimento do mandamento de Cristo.

Quem deve tomar a Santa Ceia

A Bíblia ensina que as pessoas que devem tomar a Ceia são aquelas que professam sua fé em Cristo, reconhecendo ser pecadores, mas se arrependeram. Também obedeceram crendo que o batismo também é uma ordenança de Jesus. Os participantes da Santa Ceia também buscam viver em aliança com o Senhor e com os irmãos da fé.

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.
- Mateus 28:19-20

Apesar de não haver uma indicação direta na Bíblia acerca do batismo, como um requisito para participar da Ceia do Senhor, estes versículos são uma base criteriosa para quem deve tomar a Ceia. Alguns estudiosos dizem que este texto bíblico também era a base para a igreja primitiva (século I) usar nesta situação da participação da Santa Ceia.

A Bíblia também ensina que ninguém deve tomar a Ceia sem fazer uma análise de sua vida (1 Coríntios 11:28). Aquela pessoa que toma a Ceia sem perceber seu significado, sua importância, sem reconhecer que é pecador e que precisa de Jesus, está tomando indignamente e para sua própria condenação (1 Coríntios 11:29).

O que significa tomar a Santa Ceia indignamente

A Bíblia traz uma advertência séria em relação a participar da Ceia do Senhor indevidamente, sem entendimento do que está fazendo:

"Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.
- 1 Coríntios 11:29-32

Ao lermos este texto bíblico, podemos ver a seriedade e as consequências do ato de participar da Ceia indignamente. Cada um precisa examinar sua vida, ver se compreende o sacrifício de Jesus na cruz e as implicações que essa graça traz sobre si. Também deve analisar se tem vivido conforme os princípios e ensinamentos bíblicos e se procura a unidade e comunhão com os irmãos.
Lembrem-se que o Senhor perdoa sempre a quem se arrepende:

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.
- 1 João 1:9

A Santa Ceia do Senhor é uma celebração especial, de reflexão e alegria.

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 28 de março de 2024

SOLENIDADE DO LAVA-PÉS - QUINTA-FEIRA SANTA

 

SOLENIDADE DO LAVA-PÉS

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

 

Evangelho de quinta-feira: Jesus lava os pés

Quinta-feira Santa. “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. Do gesto do lava-pés aprendemos a deixar-nos salvar por Jesus, a acompanhar os outros no seu caminho e a adorar a Eucaristia.

 

Evangelho (Jo 13,1-15)

Antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.

Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.

Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu, me lavas os pés?”

Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.

Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”

Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.

Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.

Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.

Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.


Comentário

Na solenidade de hoje, recordamos a instituição do sacerdócio e da Eucaristia, dois sacramentos profundamente relacionados entre si.

A Igreja, seguindo uma tradição de muitos séculos, recomenda o rito do lava-pés durante a Missa da Ceia do Senhor, em continuidade com o evangelho que se proclama nesta celebração.

O gesto de Jesus na última ceia inspira-se num detalhe de hospitalidade comum a muitas culturas orientais, pelo uso das sandálias nas empoeiradas estradas destas terras. No Antigo Testamento, Abraão insiste em lavar os pés aos três viajantes que passam por sua casa (Gen. 18,4) e entre os primeiros cristãos, valorizava-se quem tinha feito boas obras, “foi hospitaleira, lavou os pés dos santos” (1 Tm 5,10).

No entanto, neste momento especial de despedida dos seus apóstolos, as palavras do Mestre dão ao gesto um significado mais profundo. Lavar os pés é manifestação de humildade e de serviço, em certo sentido antecipa a humilhação final da cruz salvadora, que se realizará poucas horas depois.

A primeira coisa que Jesus pede a seus discípulos é que O deixem lavar os seus pés. Da mesma forma, pede a todos os cristãos que nos deixemos servir, que nos deixemos salvar pelo Filho de Deus sem nenhum mérito nosso. A premissa de qualquer empenho de vida cristã é receber a salvação, o perdão de Deus: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

O passo seguinte é “lavar os pés uns dos outros”, que é uma variante do mandamento do amor, “que vos ameis uns aos outros”. Nesse convite do Senhor podemos ver a importância de cuidar e acompanhar o caminho dos outros. Os pés, de fato, são meio para caminhar, são imagem do nosso seguimento de Jesus. Lavar os pés dos nossos irmãos significa, portanto, sentirmo-nos responsáveis pela sua fidelidade, servir com alegria a cada um, pondo o “coração no chão para que os outros o pisem macio” (São Josemaria, Via Sacra - 9ª estação, 1).

Há uma última possibilidade, não explicitada nesta passagem, mas que podemos tirar de outra página do evangelho: lavarmos nós os pés de Jesus. Trata-se do episódio da mulher que lava os pés do Senhor com as suas lágrimas, enxuga-os com os seus cabelos, beija-os e unge-os com perfume (Lc 7,44-47). Jesus tem palavras de louvor pela manifestação do grande amor desta pecadora: “os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor”. Pode considerar-se este gesto como a inauguração do culto eucarístico, que esta noite, de maneira especial, se prestará em todas as igrejas do mundo.

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 08 de janeiro de 2024

FESTA DO BATISMO DE JESUS

 

 

Festa do Batismo do Senhor

Ao sair da água, Jesus foi o único a reconhecer a voz do céu: “Tu és meu Filho muito amado”. Estas palavras são dirigidas, hoje, a nós: “Tu és meu Filho muito amado”, ou seja, “Em ti, sou feliz”!
 

 

A Igreja do Oriente já celebrava a Epifania e o Batismo de Jesus, no ano 300, em 6 de janeiro, enquanto a Igreja do Ocidente comemorava esta festa apenas na Liturgia das Horas. Em 1969, com a Reforma litúrgica, esta festa foi marcada no Domingo após a Epifania. Onde a Solenidade da Epifania não puder ser celebrada no dia 6 de janeiro, pode ser no domingo entre 2 e 8 de janeiro e a Festa do Batismo, na segunda-feira após a Epifania. Com esta festa, termina o ciclo de Natal, embora permaneça a possibilidade de celebrar, em 2 de fevereiro, a Apresentação do Senhor ao Templo, "Luz dos povos" (também conhecida como festa das "Candeias").

Texto: (Mc 1,7-11)

"Naquele tempo, João pôs-se a proclamar: “Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de me prostrar para desatar a correia das suas sandálias. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”. Ora, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João, no rio Jordão. Enquanto Jesus saía da água, João viu os céus se abrirem e descer o Espírito sobre Ele, em forma de pomba. E ouviu-se uma voz dos céus: “Tu és meu Filho muito amado; em ti ponho toda a minha complacência” (Mc 1,7-11).

Síntese de um caminho

Durante o tempo de Natal, adoramos o Menino de Belém deitado em uma manjedoura (Natal); contemplamos a Sagrada Família de Nazaré (I Domingo depois do Natal); veneramos Maria, Mãe de Deus (1° de janeiro); meditamos sobre a manifestação de Jesus aos Magos, ou seja, a todos os povos (6 de janeiro).

Início da vida pública de Jesus

“Nazaré” era uma cidadezinha, sem tradições e vista de forma pejorativa: “Pode, porventura, vir algo de bom de Nazaré?” Perguntou Natanael (Jo 1,46). No entanto, ali Jesus viveu 30 anos: anos de silêncio, crescimento, tomada de consciência, trabalho, família, vida normal... "Galileia" era uma região de pouca importância, do ponto de vista religioso, por ser considerada contaminada pelos pagãos. Esses detalhes, utilizados pelo evangelista, são essenciais para nos ajudar a entender que Jesus começou sua vida "pública", não como um "privilegiado", mas, por assim dizer, pela "porta dos fundos": em seus 30 anos de vida, dizem os Evangelhos, Jesus cresceu em “estatura, sabedoria e graça” (Lc 2,52). Graças à sua maturidade Jesus tona-se “solidário” com os últimos e pecadores. De fato, São Paulo escreve: “Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez para pecado e maldição" (cf. 2Cor 5,21; Gl 3,13).

A voz

Ao sair da água, Jesus foi o único a reconhecer a voz do céu: “Tu és meu Filho muito amado”. Estas palavras são dirigidas, hoje, a nós: “Tu és meu Filho muito amado”, ou seja, “Em ti, sou feliz”! Em cada um nós, há uma felicidade de Deus, porque, de qualquer forma, cada um de nós foi feito “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26) e ninguém poderá cancelar a sua satisfação pelo que fez: "E viu que era uma coisa muito boa/linda!" (Gn 1,31). A sua vinda é a confirmação de que interessamos a Ele e diz a cada um de nós: "Você me interessa, por isso cuido de você, me preocupo com a sua existência. Quero, com você, dar início a uma nova história de salvação, um novo início”.

Agora, mas não ainda

O nascimento de Jesus continha todos os “sinais” da sua paixão e morte, como muitos iconógrafos afirmam ao “descrever” os ícones da natividade: Jesus deitado, não tanto em uma manjedoura, mas em um "sarcófago de pedra" e revestido, não com faixas de um recém-nascido, mas de um defunto. Este aspecto une nascimento e morte, Natal e Páscoa; sem contar que um dos três presentes dos Magos, a mirra, era uma substância usada para purificar o corpo de um falecido.

Batismo de Jesus, nosso batismo

Jesus tornou-se solidário com os homens e, embora não tivesse pecado, se pôs em fila entre os pecadores, ao lado deles, pois Ele é “Deus conosco”, o Emanuel; Ele arca com o destino de cada um. Assim, também nós somos chamados - por sermos batizados e imersos no seu amor – a cuidar de quem compartilha a experiência de vida, começando pelos últimos (pecadores), os excluídos (Nazaré), os etiquetados (Galileia). Todo julgamento ou preconceito deve ser dissipado na verdade, porque cada um de nós é o "muito amado do Senhor"; em nós Deus colocou "toda a sua complacência”, a sua alegria. Isso vale para mim, mas também por todos os irmãos e irmãs, para “Todos os irmãos”, independentemente da nossa condição de pecadores. No batismo renova-se o Acontecimento do Natal: Deus desce, entra em mim para que eu possa renascer nele, tornar-me uma nova criatura. No entanto, esta “vida nova” (cf. Is 43,19) requer testemunho, como Jesus disse de si mesmo: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9); assim, todos os que nos encontrarem também possam dizer "vejo Jesus em você". Claro, isso é humanamente impossível, mas "para Deus nada é impossível" (Lc 1,37).

Do Batismo à Vida

O Batismo de Jesus encerra, portanto, o tempo forte de Natal e dá início ao Tempo Comum, o tempo da vida. O Batismo inaugurou a missão pública de Jesus, mas, para nós, é a inauguração do nosso compromisso de sair da "gruta de Belém", onde O adoramos, e começar a nossa missão de dar testemunho dele, todos os dias, enriquecidos pela alegria de ser Comunidade/Povo de Deus: uma Comunidade que se reúne, todos os domingos, para se deixar guiar pela "estrela" da Palavra de Deus, se alimentar da Eucaristia, Pão do Caminho, vivendo dela e na caridade, rumo aos céus abertos, onde o Pai nos aguarda para viver eternamente com Ele.


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 26 de novembro de 2023

SOLENIDADE DE CRISTO REI - ÚLTIMO DOMINGO DO ANO LITÚRGICO
SOLENIDADE DE CRISTO REI
 

por-que-celebramos,-na-Igreja,-a-Festa-de-Cristo-Rei

 

A solenidade deste último domingo do ano litúrgico da Igreja nos coloca frente à realeza do Rei Jesus. Criada em 1925, pelo Papa Pio XI, essa festa litúrgica pode parecer pretensiosa e triunfalista. Afinal, de que essa realeza se trata?

Para superar a ambiguidade que permanece, precisamos ir além da visão do Apocalipse, cujo hino na segunda leitura canta que “Jesus é o soberano de todos os reis da terra”. Ora, reis e rainhas não servem de modelo para a representação gloriosa de Jesus. Mesmo que seja para colocá-Lo acima de todos os soberanos. Riquezas, palácios, criadagem e exércitos não são elementos que sirvam para exaltar a entrega de Jesus por nós. Jesus está na outra margem, Ele é a antítese da realeza da riqueza e do poder. Não é por acaso que os evangelhos da liturgia de hoje, nos ciclos litúrgicos A, B, e C da Igreja, sempre nos colocam no contexto da Paixão de Jesus para contemplar Sua realeza.

Quando Jesus foi rei?

Jesus foi Rei, durante Sua vida, em apenas dois momentos: ao entrar em Jerusalém, como um Rei pobre, montado em um jumento emprestado, e ser humilhado na Paixão, revestido com manto de ”púrpura-gozação e capacete de espinhos”; e, Rei, ao morrer despido, com o peito transpassado na cruz. Rei da paz e Rei do amor sem limite até a morte. A realeza de Jesus é a realeza do Amor Ágape de Deus por toda a humanidade e por toda a criação.

Essa festa é a ocasião propícia para podermos reconhecer, mais uma vez, que, na cruz de Jesus, o ”poder dominador”, o ”poder opressor”, criador de desigualdades e exclusões, espalhador de sofrimento por todos os lados, está definitivamente derrotado. Isso se deu pelo seu modo de viver para Deus e para os outros. O fracasso na cruz é a vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte, por meio de Sua Ressurreição.

Deus é o criador

Essa festa se torna, então, reveladora de um tríplice fundamento para a nossa esperança de que as promessas de Deus serão cumpridas até o fim.

O surgimento da matéria e sua evolução, desde o big-bang ─ quando toda a energia do Universo se concentrava em um único ponto menor do que o átomo ─ são o primeiro fundamento de nossa esperança.

Deus é criador respeitando as leis daquilo que criou. Nós nos damos conta de que a soberania d’Ele vem se cumprindo num Universo em expansão, uma vez que a evolução da matéria atingiu seu ponto ômega ao dar à luz  a Jesus de Nazaré, por meio de Maria, porque, n’Ele está a Humanidade humanizada para todos os homens e mulheres, de todas as gerações.

O segundo fundamento é a pessoa de Jesus de Nazaré. O sonho de uma humanidade humanizada ─ tornada aquilo que ela é ─ vem expresso na primeira leitura do livro de Daniel, na figura de um Filho de Homem ─ figura antitética dos filhos de besta, filhos da truculência, dos povos pagãos que oprimiram Israel com seus exércitos. O sonho tornou-se realidade em Jesus Cristo. Ele nos humaniza com a Sua divindade: nunca Deus esteve tão perto de nós, sendo um de nós e sem privilégios; mas também sem crimes nem pecados (cf. epístola aos Hebreus). Jesus nos diviniza com a sua humanidade, tão humano que é, que só pode vir de Deus e ser d’Ele mesmo.

HINO A CRISTO REI


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 30 de abril de 2023

DOMINGO DO BOM PASTOR - 4º DOMINGO DA PÁSCOA

DOMINGO DO BOM PASTOR - 4º DOMINGO DA PÁSCOA

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

 

O Quarto Domingo do Tempo Pascal, é o Domingo do Bom Pastor e o Dia Mundial de Oração pelas Vocações!

A mística pascal continua e, neste domingo, a comunidade sente-se especialmente enriquecida e animada com a presença viva de Jesus como Bom Pastor. Jesus ressuscitado é o Bom Pastor que doa sua vida pelas ovelhas. Ele as conhece pelo nome e elas reconhecem a voz de seu pastor. Boa Nova que revela ternura e cuidado para com seu povo, em especial, com os doentes e sofredores.

Vivemos uma cultura da coisificação da pessoa. Se lhe atribuímos códigos e senhas. Não existe, porém, som mais deleitoso, do que ouvir alguém nos chamar pelo nome. Pessoalmente tenho grande dificuldade de guardar o nome das pessoas, embora não esqueça suas fisionomias. É algo que me entristece, porque é bom demais ser reconhecido pelo nome ao invés de identificado por códigos, apelidos pejorativos ou senhas. O que não suporto é o fingimento que muitas vezes disfarça nossa incapacidade de guardar na memória nomes de pessoas com quem nos relacionamos. Irrita-me profundamente quando alguém, seja ao telefone, seja pessoalmente, me peça que adivinhe quem é! Peço que se identifique de uma vez. Mas a questão de conhecer o rebanho, as ovelhas pelo nome e essas reconhecerem nossa voz é bem mais profundo e transcendente do que simplesmente lembrar o nome deste ou daquele colaborador em nossas Comunidades Eclesiais, Sociais, Políticas ou Profissionais.

A sociedade atual, sobretudo os jovens e adolescentes, se move pela busca de figuras referenciais para sua vida. Os padrões editados pela mídia projetam modelos que condicionam as pessoas a assumi-los, por vezes com consequências nefastas. Cantores e artistas famosos, atletas bem sucedidos etc., alimentam o sonho de autorrealização, de fama e de ser um herói para milhões de indivíduos. Estes “ídolos” mexem com o universo imaginário e simbólico das pessoas, sobretudo dos mais jovens.

Jesus é o Bom Pastor, não simplesmente em oposição à figura dos pastores mercenários, mas porque valoriza e conhece suas ovelhas e é reconhecido por elas. Ele dá a vida por elas por uma opção de amor. Portanto, Jesus se apresenta à comunidade como Bom Pastor, movido pela lógica do amor e não por interesses e favores pessoais, a exemplo dos mercenários. Quem não ama sua comunidade (seu povo) até a doação de sua vida, não pode ser considerado pastor exemplar.

O Dia Mundial de Oração pelas Vocações nos convida a rezarmos ao Senhor que envie pastores configurados com Cristo, o Bom Pastor! A começar dos Ministros Ordenados aos Agentes de nossas Pastorais, somos também convidados à conversão, à coerência e ao bom senso em nossas atividades, que devem estar sempre pautadas sobre o Projeto Evangelizador e Missionário de Jesus Cristo, o Bom Pastor! Quem não gasta sua vida pela Comunidade (o rebanho) corre o risco de compreender sua vocação como “meio de vida”, o que se torna geralmente um desastre. Por isso é fundamental conhecer Jesus Cristo ressuscitado e identificá-lo como o Bom Pastor a ser seguido.

Conhecer Jesus e tê-lo como modelo de vida implica conhecer seu amor e aderir ao estilo de seu agir. A mútua relação entre Jesus e os seus gera e nutre a relação de intimidade, de confiança, de diálogo, de pertença, de segurança. Não é em vão que a palavra pastoral evoca: zelo, sensibilidade, cuidado, carinho, misericórdia, compaixão, amor, dedicação, ternura, atenção às pessoas e às suas necessidades.

O agir do Bom Pastor torna-se referencial da ação eclesial e dos diferentes serviços pastorais da Igreja em favor do povo. Por isso, falar de Pastoral na Igreja é ter presente Jesus Cristo, o Bom Pastor, enviado pelo Pai, que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10,11.15) e à sua missão de pastoreio confiada à Igreja, colocando pastores à sua frente. Fazer pastoral é exercer a missão de Jesus, e em nome de Jesus Bom Pastor, lembra a generosidade e a disponibilidade de um número incontável de batizados, engajados nos serviços da ação evangelizadora e pastoral da Igreja. A nossa atuação pastoral é relacional, de amizade, é oblativa em união com a caridade do Bom Pastor, é transformante, porque faz de nós um sinal claro do próprio Jesus.

Pela atuação da pessoa do Papa, Bispos, Presbíteros, Religiosos, Religiosas e das Lideranças Leigas, Jesus, o Bom Pastor, continua doando sua vida, manifestando seu carinho e sua atenção por nós, pelas comunidades, em especial, por doentes e sofredores. Estes são os privilegiados da ternura e do cuidado do Bom Pastor.

Nossas Comunidades, com razão, são cada vez mais exigentes. Sejamos Bons Pastores para elas. Sejam elas, Queridas Ovelhas para nós. Essa relação só será possível se rezarmos com o coração configurado com Jesus Cristo ressuscitado e vivo entre nós, como o modelo de Bom Pastor:

Desejando-lhes abundantes bênçãos, com ternura e gratidão o abraço sempre fiel e amigo,

Padre Gilberto Kasper


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 09 de abril de 2023

DIA DE SANTA MARIA DE CLÉOFAS - 09 DE ABRIL

DIA DE SANTA MARIA DE CLÉOFAS - 09 DE ABRIL

HOMILIA - 09.04.23

 

 

HISTÓRIA DE SANTA MARIA DE CLÉOFAS

Origens

Santa Maria de Cléofas é uma tia de Jesus citada nos Evangelhos. A forma como ela é chamada, Maria “de Cléofas” é uma referência ao seu marido chamado Cléofas. Em algumas versões ele é chamado de Cléopas ou de Clopas, mas trata-se da mesma pessoa. Cléofas Alfeu era irmão de São José e Maria de Cléofas era irmã da Virgem Maria segundo algumas tradições. Santa Maria de Cléofas acompanhou Jesus desde a gravidez da Virgem Maria até sua morte e ressurreição. É, portanto, uma testemunha ocular e preciosa dos fatos relativos à História da Salvação.

A confusão com os chamados “irmãos de Jesus”

Santa Maria de Cléofas e seu marido tiveram três filhos mencionados nos Evangelhos: Simão, Tiago Menor, José e Judas Tadeu. Eles foram muitas vezes confundidos como sendo “irmãos do Senhor”, mas, na realidade, eram primos. É que nas línguas semíticas não existe uma palavra para designar “primo” e outros graus de parentesco. Por isso, parentes como tios e primos são chamados de irmãos.

Testemunha

Santa Maria de Cléofas vivia em Nazaré com sua família e, provavelmente, tinha sua casa ao lado da casa de Nossa Senhora, como era o costume das famílias naquele tempo. Por isso, ela certamente acompanhou a Virgem Maria em todos os momentos do Mistério de Cristo. Como tia, carregou Jesus no colo, amparou-o, encantou-se com a bondade do sobrinho e alegrou-se ao ver seus filhos seguindo os passos de Jesus.

Presente nos Evangelhos

Os Evangelhos atestam Santa Maria de Cléofas acompanhando Jesus em várias passagens. Encontramo-la fiel no sofrimento, aos pés da cruz de Jesus, ao lado da Virgem Maria:

"Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena". (Jo 19,25) São Mateus confirma esta presença (Mateus 27, 56 e 61). Depois, na madrugada do domingo da ressurreição (Mt 28,1).

São Marcos relata a presença de Santa Maria de Cléofas aos pés da Cruz (Mc 15, 40 e 47) e também que Santa Maria de Cléofas foi uma das testemunhas da ressurreição de Cristo:

"E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo (...) O mensageiro divino anunciou às piedosas mulheres: Por que procuram o vivo entre os mortos?" (Mc 16,1 e seguintes).

E depois, muito provavelmente, ela e seu marido Cléofas estiveram no Cenáculo no dia de Pentecostes quando o Senhor enviou o Espírito Santo, dando início à Igreja.

Apoio a Nossa Senhora

Santa Maria de Cléofas foi, sem dúvida, um apoio humano para a Virgem Maria. Na alegria e na tristeza ela é citada nos Evangelhos. Seus filhos certamente cresceram como irmãos de Jesus na pequena aldeia de Nazaré, que tinha, no máximo, 500 habitantes. É admirável sua fidelidade aos pés da cruz de seu sobrinho Jesus, e na alegria da ressurreição, quando ela e outras mulheres foram ao túmulo para ungir o corpo do Mestre e acabaram encontrando-o vivo, ressuscitado. Por tudo isso, Santa Maria de Cléofas pode ser chamada carinhosamente de padroeira das tias, pois ela foi tia amada e presente na vida de Jesus.


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 09 de abril de 2023

PÁSCOA DO SENHOR

PÁSCOA DO SENHOR

Raimundo Floriano

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A Páscoa é uma celebração cristã comemorada anualmente num domingo, conhecido como Domingo de Páscoa. É considerada a festa mais importante para os cristãos, pois celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que morreu com o intuito de libertar a humanidade do pecado.

Esta é uma festa móvel, ou seja, a data da Páscoa varia a cada ano. Nesse dia, não é feriado.

Ocorre sempre no domingo depois da primeira Lua cheia do equinócio, o que, por norma, costuma se realizar entre os dias 22 de março e 25 de abril. A data foi definida desta forma pelo fato de a Páscoa ter origem judaica, e a celebração da Páscoa judaica ter início no equinócio.

A Páscoa marca o fim da chamada Semana Santa, que se inicia no Domingo de Ramos (em 2023, no dia 2 de abril) e termina no Domingo de Páscoa (em 2023, no dia 9 de abril).


Durante toda a Semana Santa há procissões e cerimônias especiais, sobretudo na quinta e na sexta-feira. A Quinta-feira Santa celebra a última ceia de Jesus com os 12 apóstolos, enquanto a Sexta-feira santa, ou Sexta-feira da Paixão, recorda o dia em que Cristo morreu crucificado. 

Significado da Páscoa

A Páscoa significa a ressurreição de Jesus Cristo.

Mas, antes de Jesus, os hebreus (antepassados dos judeus) já comemoravam o Pessach, que hoje é conhecido como a Páscoa Judaica. Pessach significa “passagem”.

Essa passagem, ou travessia, recorda o percurso feito pelos hebreus depois de alcançarem a liberdade após um longo período em que foram escravizados.

Assim, a Páscoa judaica comemora a libertação do seu povo, que era escravizado.

Quando Jesus morreu, estava sendo comemorado o Pessach e a sua morte trouxe um novo significado para a Páscoa. 

Hoje, para os cristãos, a Páscoa significa a passagem da morte para a vida, uma vez que comemora a ressurreição de Jesus Cristo.

Origem da Páscoa 

A Páscoa tem origem judaica. 

A palavra Páscoa deriva do termo hebraico Pessach, que significa “passagem”, e faz referência ao episódio da libertação do povo hebreu (antepassados dos judeus) do cativeiro. 

A história da primeira Páscoa celebrada pelos judeus pode ser lida no livro de Êxodo, capítulo 12, no Antigo Testamento da Bíblia.

Enquanto os judeus comemoravam a sua própria Páscoa, que é uma das grandes festas da religião judaica, Jesus Cristo foi crucificado.

Depois de morrer, o corpo de Jesus foi colocado em um sepulcro, onde permaneceu até ressuscitar ao terceiro dia. Jesus morreu na sexta-feira, portanto é considerado o primeiro dia, sábado é considerado o segundo e domingo é considerado o terceiro, dia em que Jesus ressuscitou.

Assim, para os cristãos, a Páscoa ganhou um novo significado, uma vez que passou a celebrar a ressurreição de Cristo, ou seja, a passagem da morte para a vida.

Mensagens para desejar Feliz Páscoa

"Nesta Páscoa não quero chocolate, quero as bênçãos e promessas de dias melhores para todos os que estão necessitando, seja de amor ou de um pouco mais de esperança em suas vidas! Feliz Páscoa para todos!"

"O Coelhinho da Páscoa está muito ocupado, então me pediu para te dar um recado: dias melhores virão e serão tão doces e gostosos como os chocolates que trago comigo! Feliz Páscoa!"

"Que a Páscoa de toda a sua família seja abençoada! Feliz Páscoa!"

"Jesus morreu na cruz para nos salvar… Neste dia especial, antes de correr atrás dos “ovinhos de chocolate”, reúna a sua família e agradeça Aquele que se sacrificou pela felicidade de toda a humanidade! Feliz Páscoa, meus amigos!"

Símbolos da Páscoa

Páscoa

Atualmente, a Páscoa é rodeada por diversos símbolos. No Brasil, os mais populares são: 

  • Coelho da Páscoa;
  • Ovos de Páscoa feitos de chocolate;
  • Cruz da ressurreição;
  • Cordeiro;
  • Pão e o vinho;
  • Círio pascal.
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Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 08 de abril de 2023

SÁBADO SANTO: SÁBADO DE ALELUIA

SÁBADO SANTO: SÁBADO DE ALELUIA

Raimundo Floriano

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Sábado de Aleluia é celebrado na véspera do Domingo da Páscoa. Nesse dia, não é feriado.

Este sábado significa que Jesus ressuscitará no dia seguinte, na Páscoa. Por esse motivo, na véspera da festa da ressurreição, os cristãos carregam um sentimento de esperança e de alegria.

A partir do sábado de aleluia, os cristãos católicos voltam a dizer a palavra "aleluia", que durante a Quaresma era evitada. A Quaresma representa um tempo de arrependimento e de reflexão, e não um tempo festivo, de forma que a palavra "aleluia" devia ser evitada porque não correspondia ao sentimento vivido naquele período.

O Sábado de Aleluia corresponde ao segundo dia da morte de Jesus Cristo. O primeiro dia é a Sexta-feira Santa, dia em que Jesus morreu depois de ter sido crucificado. O terceiro dia é o Domingo de Páscoa, quando Jesus ressuscitou.

Tradições do Sábado de Aleluia

É durante o Sábado Santo (outro nome atribuído ao Sábado de Aleluia) que os cristãos celebram a Vigília Pascal. Ela simboliza a espera dos fiéis pela ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa.

Durante a Vigília, é aceso o Círio Pascal, uma vela grande que traz os símbolos das letras gregas Alfa e Ômega, que representam a frase: “Deus é o princípio e o fim de tudo”.

Conforme a tradição católica, o Círio Pascal simboliza a “luz de Cristo”, que ilumina e protege o mundo das trevas.

Há igrejas católicas em que os fiéis fazem vigília durante a madrugada, ficando em constante oração. A Vigília Pascal termina pouco antes do nascer do sol do Domingo de Páscoa, com a celebração de uma missa entre os fiéis presentes.

Malhação de Judas

Durante o Sábado de Aleluia (ou Sábado Santo), é comum a Malhação de Judas ou Queima de Judas, uma festa popular que representa a morte de Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus Cristo.

No Brasil, a Malhação de Judas é feita a partir da confecção de bonecos de pano (ou de outros materiais) com as feições de personalidades que desagradam à população por seus atos incorretos.

Logo a seguir, as pessoas se reúnem para “malhar o Judas”, ou seja, “torturar” o boneco, batendo nele com paus ou o queimando.

Este ato é visto como uma “vingança popular” contra a traição feita por Judas a Jesus Cristo.

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 07 de abril de 2023

SEXTA-FEIRA SANTA: SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

SEXTA-FEIRA SANTA: SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

Raimundo Floriano

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A Sexta-feira Santa é a sexta-feira que ocorre antes do domingo de Páscoa. Neste dia, os cristãos relembram o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado.

Também é chamada de Sexta Feira da Paixão, porque com origem do latim, paixão significa sofrimento. Assim, para os cristãos, a paixão de Cristo representa a crucificação de Jesus Cristo.

De acordo com a Lei n.º 9.093, de 12 de setembro de 1995, a sexta-feira santa é um feriado federal que se realiza na semana santa.

Esta é uma comemoração móvel, que acontece no fim da Quaresma, um período que se inicia na quarta-feira de cinzas, dia seguinte ao Carnaval.

O que significa Sexta-feira Santa?

 

Sexta-feira santa

 

A Sexta-feira Santa é uma data importante para os cristãos, pois a igreja recorda o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado. Por isso, é um dia de reflexão.

A data se insere no tríduo pascal, em que se realizam as últimas celebrações da semana santa. O tríduo pascal tem início na quinta-feira santa à noite e termina no domingo de Páscoa, em que se comemora a ressurreição de Jesus. 

Nesta data, acontecem diversos rituais religiosos. A Igreja Católica aconselha aos fiéis cristãos a fazerem algum tipo de penitência, como o jejum e a abstinência de carne ou de qualquer ato que se refira ao prazer mundano. 

Procissões e reconstituições da Via Sacra (caminho que Cristo teria percorrido ao carregar a cruz antes de morrer) são alguns dos rituais mais populares. 

A adoração da cruz pelos católicos também é um símbolo que representa as tradições típicas da Sexta-Feira da Paixão. Muitos devotos costumam beijar os seus crucifixos em sinal de respeito e eterno agradecimento a Jesus, por ter se sacrificado em prol da humanidade. 

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu em um domingo, no dia 14 de Nisã, de acordo com o calendário hebraico.

Assim sendo, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico contava o primeiro e o último dia, concluiu-se que Jesus morreu numa sexta-feira.

Atualmente, a escolha da data é feita baseada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). Neste caso, a Sexta-feira Santa pode ocorrer entre os dias 22 de março e 25 de abril.

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 06 de abril de 2023

SANTA CEIA DO SENHOR

SANTA CEIA DO SENHOR

Raimundo Floriano

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A Santa Ceia do Senhor não foi criada por homens, mas foi instituída por Jesus.

"Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos seus discípulos, dizendo: Tomem e comam; isto é o meu corpo. Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados."
- Mateus 26:26-28.

Ao lermos este versículo fica claro o mandamento de Jesus: tomem, bebam (sempre que comerem deste pão e beberem do cálice). É o sangue da nova aliança entre Deus e o homem, por meio de Cristo.

O que significa a Santa Ceia

A Ceia significa um memorial, uma ordenança do próprio Cristo para os seus seguidores e, que nos lembra do Seu sacrifício na cruz pelo perdão dos nossos pecados, mas também nos dá esperança para o futuro.

"Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim. Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso, sempre que o beberem, em memória de mim. Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha."
- 1 Coríntios 11:23-26

Como podemos observar no versículo acima, a Santa Ceia é um memorial, mandamento para que todos os cristãos não se esqueçam que Jesus deu Seu corpo, Seu sangue por todos nós. É para nos lembrar o que Cristo fez por nós e sermos obedientes a Ele.

A importância da Ceia do Senhor

A Bíblia ensina que a Ceia do Senhor é o ato memorial de extrema importância, pois demonstra a libertação do pecado, da morte e o acesso ao Senhor por meio do sacrífico de Jesus, a esperança da vida eterna. Celebramos a Ceia até que Jesus volte, pois foi assim que Ele instituiu (1 Coríntios 11:26).

No Antigo Testamento havia a páscoa judaica, na qual era um memorial sobre a libertação do povo do Egito e a esperança da terra prometida.

No Novo Testamento, Jesus, não só institui, mas ordena que a Ceia seja celebrada até à Sua volta, portanto é um ato memorial de extrema importância para a vida do crente.

6 motivos para participar da Santa Ceia

Como já vimos o significado e importância da Ceia, vamos agora ver alguns motivos para participarmos do memorial da Ceia do Senhor.

  1. Obediência a Jesus - Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo". Mateus 26:26

  2. Memória da morte de Jesus - Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim." Lucas 22:19

  3. Proclamar a volta de Jesus - "Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha." 1 Coríntios 11:26

  4. Ser um em Cristo - Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão. 1 Coríntios 10:16-17

  5. Perdoados pelo sangue de Jesus - "Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados." Mateus 26:28

  6. Agradecer ao Senhor pelo sacrifício e pela vida eterna - "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

Os elementos da Ceia do Senhor

Na celebração da Ceia, os elementos usados são o pão e o vinho. Estes são símbolos que representam o corpo de Jesus e o sangue derramado.

O pão representa o corpo de Jesus, que sofreu, ferido na cruz e morreu por nós:

"Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo."
- João 6:33

O sangue derramado na cruz por Jesus pagou por nossos pecados, mas também permitiu uma nova aliança entre Deus e o homem. Logo, o vinho simboliza o sangue de Jesus na nova aliança:

"Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim."
- 1 Coríntios 11:25

Há um dia específico para celebrar a Ceia?

Não temos nenhuma evidência na Bíblia que nos diga qual data certa e frequência para participar da Ceia do Senhor. O que a Bíblia nos ensina é fazer isso em memória de Cristo, até que Ele volte (1 Coríntios 11:24-26).

Há denominações que realizam a Santa Ceia semanalmente, outras igrejas fazem uma vez por mês e outras uma vez por ano.Assim, a Ceia do Senhor deve ser celebrada, seja qual for a frequência, como cumprimento do mandamento de Cristo.

Quem deve tomar a Santa Ceia

A Bíblia ensina que as pessoas que devem tomar a Ceia são aquelas que professam sua fé em Cristo, reconhecendo ser pecadores, mas se arrependeram. Também obedeceram crendo que o batismo também é uma ordenança de Jesus. Os participantes da Santa Ceia também buscam viver em aliança com o Senhor e com os irmãos da fé.

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.
- Mateus 28:19-20

Apesar de não haver uma indicação direta na Bíblia acerca do batismo, como um requisito para participar da Ceia do Senhor, estes versículos são uma base criteriosa para quem deve tomar a Ceia. Alguns estudiosos dizem que este texto bíblico também era a base para a igreja primitiva (século I) usar nesta situação da participação da Santa Ceia.

A Bíblia também ensina que ninguém deve tomar a Ceia sem fazer uma análise de sua vida (1 Coríntios 11:28). Aquela pessoa que toma a Ceia sem perceber seu significado, sua importância, sem reconhecer que é pecador e que precisa de Jesus, está tomando indignamente e para sua própria condenação (1 Coríntios 11:29).

O que significa tomar a Santa Ceia indignamente

A Bíblia traz uma advertência séria em relação a participar da Ceia do Senhor indevidamente, sem entendimento do que está fazendo:

"Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.
- 1 Coríntios 11:29-32

Ao lermos este texto bíblico, podemos ver a seriedade e as consequências do ato de participar da Ceia indignamente. Cada um precisa examinar sua vida, ver se compreende o sacrifício de Jesus na cruz e as implicações que essa graça traz sobre si. Também deve analisar se tem vivido conforme os princípios e ensinamentos bíblicos e se procura a unidade e comunhão com os irmãos.
Lembrem-se que o Senhor perdoa sempre a quem se arrepende:

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.
- 1 João 1:9

A Santa Ceia do Senhor é uma celebração especial, de reflexão e alegria.

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 06 de abril de 2023

QUINTA-FEIRA SANTA: SOLENIDADE DO LAVA-PÉS

SOLENIDADE EO LAVA-PÉS

Raimundo Floriano

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Evangelho de quinta-feira: Jesus lava os pés

Quinta-feira Santa. “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. Do gesto do lava-pés aprendemos a deixar-nos salvar por Jesus, a acompanhar os outros no seu caminho e a adorar a Eucaristia.

 

Evangelho (Jo 13,1-15)

Antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.

Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.

Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu, me lavas os pés?”

Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.

Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”

Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.

Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.

Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.

Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.


Comentário

Na solenidade de hoje, recordamos a instituição do sacerdócio e da Eucaristia, dois sacramentos profundamente relacionados entre si.

A Igreja, seguindo uma tradição de muitos séculos, recomenda o rito do lava-pés durante a Missa da Ceia do Senhor, em continuidade com o evangelho que se proclama nesta celebração.

O gesto de Jesus na última ceia inspira-se num detalhe de hospitalidade comum a muitas culturas orientais, pelo uso das sandálias nas empoeiradas estradas destas terras. No Antigo Testamento, Abraão insiste em lavar os pés aos três viajantes que passam por sua casa (Gen. 18,4) e entre os primeiros cristãos, valorizava-se quem tinha feito boas obras, “foi hospitaleira, lavou os pés dos santos” (1 Tm 5,10).

No entanto, neste momento especial de despedida dos seus apóstolos, as palavras do Mestre dão ao gesto um significado mais profundo. Lavar os pés é manifestação de humildade e de serviço, em certo sentido antecipa a humilhação final da cruz salvadora, que se realizará poucas horas depois.

A primeira coisa que Jesus pede a seus discípulos é que O deixem lavar os seus pés. Da mesma forma, pede a todos os cristãos que nos deixemos servir, que nos deixemos salvar pelo Filho de Deus sem nenhum mérito nosso. A premissa de qualquer empenho de vida cristã é receber a salvação, o perdão de Deus: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

O passo seguinte é “lavar os pés uns dos outros”, que é uma variante do mandamento do amor, “que vos ameis uns aos outros”. Nesse convite do Senhor podemos ver a importância de cuidar e acompanhar o caminho dos outros. Os pés, de fato, são meio para caminhar, são imagem do nosso seguimento de Jesus. Lavar os pés dos nossos irmãos significa, portanto, sentirmo-nos responsáveis pela sua fidelidade, servir com alegria a cada um, pondo o “coração no chão para que os outros o pisem macio” (São Josemaria, Via Sacra - 9ª estação, 1).

Há uma última possibilidade, não explicitada nesta passagem, mas que podemos tirar de outra página do evangelho: lavarmos nós os pés de Jesus. Trata-se do episódio da mulher que lava os pés do Senhor com as suas lágrimas, enxuga-os com os seus cabelos, beija-os e unge-os com perfume (Lc 7,44-47). Jesus tem palavras de louvor pela manifestação do grande amor desta pecadora: “os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor”. Pode considerar-se este gesto como a inauguração do culto eucarístico, que esta noite, de maneira especial, se prestará em todas as igrejas do mundo.

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 02 de abril de 2023

SEMANA SANTA: O SIGNIFICADO DE CADA DIA DA CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO

 

SEMANA SANTA: O SIGNIFICADO DE CADA DIA DA CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Raimundo Floriano

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A Igreja Católica dá início neste Domingo de Ramos, 28 de março – a Semana Santa que se estende até o próximo domingo, dia 4 de abril – domingo de páscoa.  A Semana Santa é o momento central da liturgia católica romana e é a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Este ano, novamente, a vivência desse momento será diferente por causa das exigências sanitárias impostas diante do avanço da pandemia da Covid-19. Em muitas regiões do país, as celebrações serão mais simples, com a presença limitada ou sem a presença física de fieis nas Igrejas.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou orientações e sugestões para que as arquidioceses e dioceses possam realizar as celebrações diante das exigências sanitárias impostas por causa da pandemia, que interferem diretamente no rito celebrativo da Semana Santa.

Para ajudar a compreender o sentido litúrgico deste momento, o portal da CNBB traz o significado de cada dia da Semana Santa.

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.

 

Jesus num jumento

 

Segunda-feira Santa

Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.

Terça-feira Santa

A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa

Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Quinta-feira Santa

Santos óleos – Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.

Lava-pés – O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre, que lava os pés de algumas pessoas da comunidade, está imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.

Instituição da Eucaristia – Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.

Instituição do sacerdócio – A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

Sexta-feira Santa

Sexta-feira Santa – A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.

Via-sacra – Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas a encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.

Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.

Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.

Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).

Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.

 

Com informação dos Jovens Conectados

Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 02 de abril de 2023

DOMINGO DE RAMOS

 

 

 

 

DOMINGO DE RAMOS

Raimundo Floriano

Fonte: Google

 

Jesus num jumento

 

O Domingo de Ramos é uma festa móvel que se celebra no domingo anterior ao Domingo de Páscoa.

Nesse dia, que não é feriado e marca o início da Semana Santa, comemora-se a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, onde ele foi aclamado por multidões como o Filho de Deus.

Significado do Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos significa o reconhecimento de Jesus como filho de Deus.

Isso porque, nessa ocasião, as pessoas receberam Jesus abanando ramos de oliveira e palmeira, os quais representam a vitória de Jesus.

Jesus era um rei humilde, que entrou na cidade montado em um jumentinho. Além da humildade, o jumento representa a paz; o inverso do cavalo, que remete à guerra.

Tradições do Domingo de Ramos

Para lembrar a data, os católicos costumam levar ramos para a missa para serem benzidos. Também é comum encontrar-se ramos de palmeiras colocados em forma de cruz nas igrejas e nas ruas.

Outra tradição do Domingo de Ramos é o costume de os afilhados oferecerem flores ou ramos aos seus padrinhos e madrinhas, os quais, no domingo seguinte, retribuem o gesto com o "folar", isto é, como a prenda da Páscoa.

Procissão do Domingo de Ramos

No Domingo de Ramos realizam-se procissões de norte a sul de Portugal.

À semelhança do dia em que Jesus foi aclamado pelas pessoas que traziam ramos consigo, nesta data, as pessoas acompanham a procissão com ramos.

Durante a cerimónia do Domingo de Ramos esses ramos são benzidos. Por isso, há pessoas que escolhem levar um ramo de uma planta de chá, que possam consumidor posteriormente.

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 09 de outubro de 2022

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ - SEGUNDO DOMINGO DE OUTUBRO
 

História de Nossa Senhora de Nazaré - Nossa Sagrada Família

 

Festa do Círio de Nazaré: a maior festa religiosa do Brasil

 

O Círio de Nazaré é uma procissão católica que acontece todos os anos em Belém do Pará, no Norte do Brasil, no segundo domingo de outubro.

A procissão consiste em levar a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, carinhosamente chamada pelos seus devotos de Naza ou Nazinha, da Basílica (onde permanece durante todo o ano) até a Praça Santuário de Nazaré.

 

Catedral Belém do Pará

História do Círio de Nazaré

A tradição do Círio de Nazaré surgiu algum tempo depois de um homem encontrar uma imagem da santa.

A esse fato são atribuídas diferentes versões. Uma das mais credíveis é baseada em um manuscrito de Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará, onde ele afirma que no final do mês de outubro de 1700, Plácido José de Souza teria encontrado uma imagem da santa perto de um igarapé localizado à margem de um córrego e decidido levá-la para casa.

No dia seguinte, a imagem havia desaparecido e Plácido a teria encontrado novamente no mesmo local onde a tinha visto pela primeira vez. O fato se repetiu durante dias e, assim, Plácido entendeu que a imagem deveria ser mantida no local onde sempre reaparecia, construindo ali uma pequena capela para abrigar a santa.

 

Por ficar localizada perto de uma estrada, muitos que passavam conheciam a imagem e costumavam deixar velas e esculturas de cera, para além de outros tipos de ofertas.

Com o passar do tempo, cada vez mais pessoas visitavam a capelinha. Depois da construção original, ainda foram construídas outras três capelas (em momentos diferentes), cujas dimensões eram sempre maiores do que que a das anteriores, que estavam substituindo. Essa necessidade de ampliação culminou na construção da majestosa Basílica Santuário.

Acreditava-se que a imagem teria sido de missionários jesuítas portugueses. Em 1773, Dom Frei João Evangelista Pereira a enviou para ser restaurada em Portugal e solicitou à então Rainha Dona Maria I e ao Papa Pio VI uma licença oficial para honrar a santa com uma festividade.

A autorização foi dada em 1790, mas só chegou a Belém em 1792.

 

Em 1792 o então capitão-geral do antigo estado do Grão-Pará e Rio Negro, Francisco de Souza Coutinho, visitou o local onde havia sido construída a capela para a abrigar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, encontrada perto do córrego.

Francisco ficou muito impressionado com a quantidade de devotos que comparecia ao local e após autorização concedida por Portugal, decidiu organizar uma grande feira de produtos agrícolas para atrair a atenção de todo o estado para Belém.

Após alguns meses de preparação, o capitão adoeceu. Com receio de não poder fazer a abertura da feira, prometeu que se recebesse a graça da cura, pediria a celebração de uma missa e depois levaria a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um palanquim, junto com a população, até a capela.

Ao alcançar a cura, o capitão cumpriu sua promessa e aconteceu assim o primeiro Círio de Nazaré, com uma grande procissão que ocorreu no dia 8 de setembro de 1793.

Principais romarias oficiais do Círio de Nazaré

O Círio de Nazaré é uma festa religiosa que consiste em várias subdivisões oficiais. Confira abaixo as principais.

 

Traslado

 

Ananindeua romaria traslado
Traslado do Círio de Nazaré de 2015

O traslado consiste no primeiro percurso feito pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante o Círio. A imagem segue em cima de um automóvel, da Basílica de Nazaré até a Igreja de Nossa Senhora das Graças (igreja matriz), que fica em Ananindeua, município vizinho de Belém.

Lá, a santa permanece durante a noite, acompanhada por uma vigília de fiéis.

Romaria rodoviária

Círio traslado
Romaria rodoviária do Círio de 2014

Após a vigília noturna em Ananindeua, a imagem da santa segue para a Vila de Icoaraci, em Belém, e é acompanhada por ambulâncias e carros de autoridades oficiais, como polícia, bombeiros, etc.

Romaria fluvial

Círio fluvial
Barcos enfeitados seguem o percurso da romaria do Círio fluvial

No Círio fluvial, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré segue de barco pela Baía do Guajará, de Icoaraci até o cais do porto da cidade de Belém, e é acompanhada por canoas, Jet Skis, barcos e iates enfeitados para homenagear a santa.

Moto-romaria

moto-romaria círio
Moto-romaria do Círio de Nazaré

A moto-romaria ocorre logo depois do Círio fluvial. Nela, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte da Estação das Docas, rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, acompanhada por um grande número de motos, muitas delas enfeitadas, que ao som da buzina anunciam a passagem da santa.

Trasladação

Trasladação Círio
Trasladação, Círio de Nazaré

A trasladação é um procissão que acontece uma noite antes do Círio propriamente dito. Durante o seu percurso, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida em uma berlinda atrelada a uma corda de cerca de 400 metros.

Na trasladação, a santa segue do Colégio Gentil Bittencourt e para a Catedral da Sé, em uma berlinda carregada por pessoas, ou seja, sem auxílio de nenhum automóvel.

O percurso da trasladação ocorre no sentido oposto ao do percurso da Procissão do Círio.

Procissão do Círio de Nazaré

círio corda
A Procissão do Círio é o momento mais esperado da festividade

A procissão do Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de fiéis e segue um trajeto que vai da Catedral da Sé até a Basílica de Nazaré.

Esta romaria é considerada o auge do Círio. O percurso começa com a celebração de uma missa e em seguida, a imagem da santa é conduzida pelo arcebispo até a berlinda, para seguir o trajeto até a basílica.

Muitos devotos formam um cordão humano ao longo da corda. Alguns seguem descalças, outros carregam com eles crucifixos, imagens da santa e/ou objetos que estejam relacionados com alguma graça alcançada, como forma de agradecimento ou pedido.

Chegando lá, a santa fica em exposição ao público durante uma semana, na praça do santuário.

Recírio

recírio
Recírio

O Recírio é uma procissão de despedida que ocorre duas semanas depois do Círio. A romaria inicia com a celebração de uma missa que termina com o arcebispo de Belém retirando a imagem original da santa de dentro da berlinda e a erguendo para abençoar os devotos.

Em seguida, a santa original é colocada em uma redoma de cristal no altar principal da Basílica Santuário e permanece no local até o Círio do ano seguinte.

Uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré segue em romaria rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, ficando lá até o Círio do ano a seguir.

Símbolos do Círio de Nazaré

Confira abaixo alguns símbolos que caracterizam o Círio de Nazaré.

Berlinda

berlinda círio
Desde o primeiro Círio até o do ano de 2018, a romaria já utilizou cinco berlindas diferentes

A berlinda é uma espécie de pequeno santuário onde é transportada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

É um símbolo que passou a fazer parte do Círio em 1882 e costuma ser decorada com belíssimos arranjos de flores naturais.

Antes de cada Círio, ela sempre passa por pequenos reparos.

Manto

manto círio
Manto do Círio de 2018

A cada ano a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é envolta por um novo manto, um dos símbolos mais importantes da romaria.

O manto que adorna a santa já foi confeccionado por diferentes pessoas. Dentre elas, está uma irmã da Congregação das Filhas de Sant’Ana, uma ex-aluna do Colégio Gentil Bittencourt (local que abriga a imagem peregrina) e também famosos estilistas.

A confecção é toda feita com base em doações e costuma ser inspirada em trechos do Evangelho.

Corda

corda círio
Fiéis disputam um espaço na corda que acompanha a berlinda

A corda do Círio de Nazaré é utilizada na Trasladação e na Procissão do Círio.

Ela foi utilizada pela primeira vez em 1885, para puxar a berlinda que havia ficado atolada após uma enchente ocorrida no momento da procissão. Desde então, passou a integrar a procissão.

Com 400 metros de comprimento, feita de sisal e pesando cerca de 700 quilos, é atrelada à berlinda e costuma ser disputada pelos peregrinos durante as romarias: são muitos os que querem seguir a procissão bem de perto, segurando na corda.

No fim da romaria, mesmo contrariando as indicações da Diretoria do Círio, os devotos costumam cortar a corda pois têm fé de receber bençãos e proteção ao ficar com um pedaço dela.

Carros de promessas

carro de promessas círio
Carro de promessas com os pedidos dos promesseiros

Nos carros de promessas, os promesseiros costumam colocar objetos em cera (como velas e esculturas de partes do corpo que receberam a cura de alguma enfermidade), miniaturas de casas e de barcos como agradecimento pela conquista desses bens, dentre outros.

O objetivo é sempre fazer uma promessa para ter um pedido atendido ou agradecer uma graça pedida e já recebida.

Arraial de Nazaré

arraial de Nazaré
Arraial de Nazaré

O Arraial de Nazaré é uma tradição que começou na primeira edição do Círio de Nazaré, em 1793. Na época, consistiu em uma grande feira de produtos agrícolas.

Com o passar do tempo o arraial passou a ser formado por uma série de brinquedos direcionados para o divertimentos dos fiéis, bem como por várias barracas de venda de artesanato, comidas típicas e outros produtos industrializados, todos localizados em um espaço próximo da Basílica Santuário. 

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ, SAMBA-ENREDO,  COM ELZA SOARES

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 31 de agosto de 2022

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

 

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

Raimundo Floriano

 

 

                        Nonato? Essa é a pergunta recorrente, toda vez que sou apresentado a alguém e digo meu primeiro nome. Aí, eu explico que sou Floriano, assim registrado por Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, devido a ter ele nascido na cidade piauiense do mesmo nome. Que Nonato, geralmente, indica o detentor provindo de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pelo exposto, e atendendo pedidos de vários leitores homônimos, resolvi escrever esta sucinta biografia desse poderoso Santo, nosso xará, festejado no Brasil de 22 a 31 de agosto.

 

                        Raimundo Nonato veio ao mundo na cidade espanhola de Portella, diocese de Urgel, Catalunha, no ano de 1204, e faleceu em Cardona, Espanha, a 31 de agosto de 1240.

 

                        O nome Nonato, do latim non natu – não nascido – foi-lhe dado por sua extração do ventre de sua mãe, depois que ela já se encontrava morta. Difere-se do parto cesáreo, do latim sectio – cortar –, pois este é feito mediante retirada do feto por incisão no abdome de mãe ainda viva. Raimundo Nonato foi arrancado pela parteira e escapou, utilizando-se ela de navalha ou faca, o que lhe ocasionou pequenas marcas de cortes nas costas. Em decorrência, o nome Nonato, na mais das vezes, repito, indica alguém nascido de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pertencente a família nobre e abastada, Raimundo foi bem-criado e educado, planejando-lhe seu pai brilhante carreira na Corte de Aragon. Quando se inclinou para a vida religiosa, seu pai, para dissuadi-lo desse intento, ordenou-lhe que cuidasse de uma das fazendas da família. Entretanto, ele passava seu tempo com os pastores e os trabalhadores, estudando e orando, até que seu pai desistiu de vê-lo entre os nobres da Corte.

 

                        Conta-se que, ainda menino, mesmo pastoreando o gado, visitava constantemente uma ermida onde se venerava a imagem de Nossa Senhora, de quem era fervoroso devoto, e que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

 

                        Raimundo Nonato tornou-se Padre Mercedário – da Ordem das Mercês, instituída para a redenção de escravos cristãos nas mãos dos mouros –, recebendo seu hábito de São Pedro Nolasco, o fundador da Ordem, da qual passou a ser o Mestre Geral, dedicando seu tempo a resgatar referidos escravos sob o jugo dos muçulmanos, que dominavam parte da Espanha na época, utilizando-se, para isso, do dinheiro que possuía.

 

                        Aliás, ele se notabilizou pela luta contra a escravatura que, em sua época, Século XIII, era considerada, por muitos, prática bem natural.

 

                        Certa vez, conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos. Porém, quando, na Argélia, se acabaram seus recursos financeiros para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, entregou-se no lugar de um dos cativos. No cárcere, pregava para os cristãos e muçulmanos, chegando a convertê-los, o que lhe acarretou severos sofrimentos, pois seus algozes, para fazê-lo calar-se, chegaram ao extremo de perfurar seus lábios com ferro em brasa, fechando-os com cadeado.

 

                        Condenado à morte pela fome, a sentença foi convertida em pena de prisão perpétua, mediante paga de vultosa soma em dinheiro por sua família. Mais tarde, libertado, retornou à Espanha, sendo elevado a Cardeal pelo Papa Gregório IX. Mesmo investido nesse alto grau da hierarquia religiosa, continuou vivendo como um simples monge mercedário.

 

                        Veio a falecer em Cardona quando, gravemente enfermo, seguia para Roma, em atendimento a chamado do Papa, que o queria como Cardeal Conselheiro, sendo enterrado na Capela de São Nicholas, perto da fazenda da família, a qual ele deveria ter cuidado quando jovem. Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação, e vários milagres são creditados a sua intercessão.

 

                        Raimundo Nonato foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1657. É o Patrono das parteiras e do bom parto.

 

                        Em todo o Brasil, São Raimundo Nonato é cultuado com devoção, notadamente nas cidades e paróquias das quais ele é o Padroeiro. O Festejo, com Missa e Quermesse todas as noites, tem sua apoteose a 31 de agosto, data em que é realizada a Alvorada Festiva e a Procissão, celebrada a Santa Missa, e encerrada a Quermesse. Em todas as solenidades religiosas, é rezado o Terço e entoado o Hino, de domínio público, cuja letra aqui reproduzo:

 

Lá no céu onde reinas ditoso

São Raimundo nos vem socorrer

Para um dia chegarmos ao gozo

De ao teu lado, felizes, viver

 

REFRÃO:

Nos combates renhidos da vida

Nós rogamos enfim tua luz

Que alcancemos a Pátria querida

Face a face vejamos Jesus

 

Tu seguiste a estrada espinhosa

Do sofrer por Jesus e lutar

Ao trabalho a oração fervorosa

Tu soubeste na vida aliar

 

Sempre a fé, destemido, pregaste

Mil cristãos com valor redimiste

E cativo entre os mouros ficaste

E o martírio mil vezes pediste

 

Os teus lábios trazias cerrados

À doutrina do mundo tão louco

Em Jesus tão somente abrasados

Pois seu nome levavas na boca

 

De Maria a Virgem mais pura

Foste servo fiel fervoroso

Também muito sofreste na agrura

De oito meses de exílio penoso.

 

                        Para vocês aprenderem e cantarem, aqui vai a melodia, interpretada pelo Coral da Paróquia de São Raimundo Nonato de Belém do Pará:

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 03 de julho de 2022

SOLENKDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

SOLENIDADE DE SÃ PEDRO E SÃO PAULO

Raimundo Floriano)

(Com dados do Google)

 

HOMILIA - 03.07.22

 

 

São Pedro e São Paulo, dia dedicado a esses dois santos

A grande festa de São Pedro e São Paulo foi instituída no século IV antes mesmo da definida data do Natal, e de costume rezam-se três Missas: A primeira na basílica São Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de São Paulo e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos santos tiveram por um tempo escondidas.

Solenidade de São Pedro e São Paulo

Na Igreja do Brasil esta solenidade é celebrada no dia 29 de junho, Dia do Papa, se cair num domingo, ou o próximo domingo,  por isso, naquele dia, partilharemos sobre a vida de São Pedro, e hoje vamos discorrer sobre a outra coluna da Igreja primitiva:

Leia mais:
::São Pedro e São Paulo: colunas da fé
::Pedro e Paulo

São Paulo: Nascido em Tarso da Cicília possuía um nome judeu Saulo e outro romano Paulo, e este que era cidadão romano foi para Jerusalém onde recebeu sólida formação nas Sagradas Escritura e no cumprimento da Lei, ao ponto de tornar-se um fariseu modelo. Antes de perseguidor dos cristão Paulo era um perseguido por Jesus Cristo, por isso foi alcançado pelo Senhor quando caiu do cavalo e começou a encontrar progressivamente sua vocação de: ‘Servo de Deus, apóstolo de Jesus Cristo para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade’ ( Tt 1,1 ). São Paulo a partir de Antioquia na Síria foi quem, com Barnabé, realizou três grandes expedições missionárias objetivo de anunciar a Boa Nova para os gentios, além de visitar e firmar suas Comunidades ora pessoalmente, ora com suas cartas pastorais, isto como uma perseverante luta por causa de Jesus e a Igreja; foi ele mesmo quem testemunhou antes de seu martírio por decapitação em 67 em Roma: ‘Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé’ ( 2Tm 4, 7).
São Pedro e Paulo… rogai por nós!


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 03 de julho de 2022

FESTA DO DIVINO PAI ETERNO - DA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA DE JUNHO AO PRIMEIRO DOMINGO DE JULHO

FESTA DO DIVINO PAI ETERNO

Raimundo Floriano

(Com dados da Wiquipédia)

 

 

 

 

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno na Festa de Trindade.jpg

Santuário Basílica do Divino Pai Eterno - Trindade (GO)

 

 

Festa do Divino Pai Eterno, também conhecida como Festa de Trindade, é um evento cultural que acontece anualmente em TrindadeGoiás. Trata-se de uma celebração religiosa tradicional que transcorre por nove dias, da última sexta-feira de junho ao primeiro domingo de julho, atraindo católicos de todo o país ao município. A festa é registro de um catolicismo popular, marcado pela romaria, sendo a maior peregrinação da Região Centro-Oeste e a segunda maior do Brasil.

O evento tem origem na década de 1840, quando o casal de lavradores Ana Rosa e Constantino Xavier encontraram um medalhão com a figura da Santíssima Trindade no então arraial de Barro Preto e se iniciou um movimento de devoção àquela imagem. Com o passar dos anos, a romaria se consolidou e continuou se expandindo, tendo passado por um processo de institucionalização no final do século XIX e adaptando-se às ordens eclesiásticas no decorrer do século XX. Desde então, inúmeros templos de adoração ao Divino Pai Eterno foram construídos e tornaram-se símbolo da festa, como a Igreja Matriz de Trindade, o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e o Novo Santuário Basílica.

O sagrado e o profano confundem-se na celebração. Há, de um lado, a novena e a piedade popular, marcada pelo percurso dos romeiros pelas vias urbanas e rurais — com destaque ao desfile de carros de boi —, e, de outro, programas não religiosos, como a instalação de barracas comerciais, jogatinas e parques de diversão. Altamente rentável para a cidade de Trindade,[1] em sua maior edição, em 2019, a Festa do Divino Pai Eterno recebeu mais de 3,2 milhões de turistas.

História

Descoberta do medalhão e primeiros anos da romaria

A história da Festa do Divino Pai Eterno remonta à década de 1840, quando o casal de lavradores Ana Rosa e Constantino Xavier encontraram, às margens de um córrego no arraial de Barro Preto, atual Trindade, um medalhão com a imagem da coroação de Virgem Maria pela Santíssima Trindade. A descoberta do ícone deu início a um movimento de devoção à figura do Divino Pai Eterno, que, gradativamente, se expandia e levava mais fiéis à região onde foi encontrado. O arraial estava situado no centro de Goiás e era, mais especificamente, freguesia da cidade de Campininha das Flores, que, anos depois, viria a ser Campinas, bairro de Goiânia. Inúmeros eram os deslocamentos de carros de boi vindos do interior do estado, transportando os sertanejos rumo à casa do casal aos sábados,[5] marca da tradição rural já nos primeiros anos da romaria.

Com a rápida expansão do movimento, Ana Rosa e Constantino Xavier perceberam que não havia mais como reunir todos os romeiros em sua casa. Assim, ambos construíram um rancho que abrangia o córrego onde foi descoberto o medalhão e, em 1843, foi oficialmente realizada a primeira festa. A celebração, naquele ano, contou com missas e procissões, além da presença paralela do comércio, que buscava arrecadar fundos para a construção de uma capela onde permaneceria exposto o medalhão. O sagrado e o profano simultâneos — práticas religiosas e comerciais — perduraram no decorrer da história, mantendo-se como uma das principais características do evento. O deslocamento ritualístico de carros de boi, as músicas interioranas e a chegada dos fiéis ajoelhados também já eram presentes na primeira edição da festa.

 

 
Capela construída por Ana Rosa e Constantino Xavier em 1848. Nela, estava exposto o medalhão encontrado pelo casal.
 

Em 1848, o casal de lavradores conseguiu erguer a capela desejada. A princípio, a capela, às margens do curso-d'água, era coberta com folhas de buriti. Tratava-se da primeira construção onde a figura da Santíssima Trindade ficaria à mostra para os devotos, transportada nas décadas seguintes para locais maiores. No mesmo ano, também se iniciou outra tradição: a festa transcorreria por nove dias, finalizando no primeiro domingo do mês de julho. Com esse intenso movimento de pessoas, a imagem do medalhão desgastou-se, e, em 1850, Constantino Xavier pediu ao escultor José Joaquim da Veiga Valle, de Pirenópolis, que produzisse uma réplica maior em madeira, também exposta ao público.

Outra capela, de alvenaria e coberta por telhas, foi concebida em 1866. Aos poucos, as construções do arraial acompanhava o crescimento do número de habitantes e de fiéis e a ampliação da romaria, por mais estradas e trilhos de Goiás, chamando cada vez mais pessoas à celebração anual. A Festa do arraial da Santíssima Trindade de Barro Preto, como era conhecida, avançava na segunda metade do século XIX, sob a permanência de ritos e superstições e a tradição da caminhada pelas terras goianas, com animais arreados, rosários, cruzes, bandeiras e seguidos pelas manifestações de piedade, registro de um catolicismo popular.

Institucionalização e conflitos locais

 

 
Missionários redentoristas alemães levados para o distrito de Barro Preto em 1894 para controlar as atividades religiosas.
 

Ao constar a propagação das práticas religiosas, inclusive a própria festa, o bispo Joaquim Gonçalves de Azevedo incentivou a construção de uma capela ainda maior em 1888, administrada por uma comissão de leigos. Esse grupo se autointitulou a Irmandade, responsável pela organização de programas festivos no arraial, como missas, novenas e feiras livres. A festa, a cada ano maior, presenciava a solenidade ritual e a devoção em torno da imagem do Divino Pai Eterno ao mesmo tempo em que comércios, jogos de azar, cantorias e danças ocorriam ao ar livre.[2]

No entanto, após a nomeação do bispo Eduardo Duarte e Silva à Diocese de Goiás, a condução da festa sofreu algumas modificações. Estava por trás dessas mudanças o desejo de cristianizar a romaria e ter acesso ao dinheiro arrecadado no evento, decisões que entraram em conflito com a Irmandade e com lideranças locais.[16] Os eventos profanos e o desconhecimento da quantia movimentada pelo arraial foram a justificativa de D. Eduardo para tentar transformar a piedade popular num processo de santificação.

Barro Preto insignificante arraial só era conhecido pelos muitos milagres que a simplicidade do povo, atribuía não a Deus e sim (...) aquêle grupo de pequenas imagens e até que eu lá instalace os Padres Redentoristas, não passava de um lugar onde por doze dias acodiam negociantes de todo o Estado de Goiás, boiadeiros, mascates, mulheres de má vida, circos de cavalinhos e milhares de supertições, devotos que lá iam pagar as suas promessas, não poucas vêzes feitas para obterem de Deus cousas contra a moral Cristã: Vinganças, separações de casais, adulterios e etc.!
Quanta indecência! Quanta ignorância! Quanta ofença a higiene!

Segundo o então bispo de Goiás, a dança, os jogos, as bebidas e a prostituição que marcavam a festa popular precisavam ser excluídos de uma celebração cristã e, para tanto, necessitava-se de uma extrema institucionalização, que colocava à frente da organização do evento nomes oficiais da igreja. O padre Francisco Inácio de Sousa foi nomeado por D. Eduardo para administrar a capela e os movimentos à sua volta, e missionários redentoristas naturais do estado de Baviera, na Alemanha, foram levados para Goiás após uma viagem do bispo a Roma. Dentre os alemães que mais se destacaram nas missões a que foram colocados estão Antão Jorge Hechensblarkner e Pelágio Sauter, que foram figuras importantes para o levantamento de construções maiores que a capela. Coube aos missionários, além de divulgar a voz do catolicismo aos moldes formais da igreja, controlar os cofres públicos do templo e da região.

Na edição de 1896, tornou-se mais evidente as mudanças promovidas por D. Eduardo. A atuação dos missionários e padres redentoristas refletiu-se numa programação festiva que contemplava apenas o lado solene, restringindo a atividade dos comércios e, por consequência, as atividades de lazer a que estavam acostumados os romeiros. Esse novo cenário acarretou o descontentamento daqueles que frequentavam a festa e levou a um decréscimo de participantes nos anos seguintes. Além disso, as imposições do bispo também desagradaram autoridades locais e conduziram ao enfrentamento direto entre D. Eduardo e coronel Anacleto Gonçalves de Almeida.

Por conta dos conflitos, o bispo assinou em 1900 o Interdito, que prescrevia a interrupção do evento. Após pressão popular e coronelista, a decisão foi revertida em 1903, e a festa voltou a ocorrer com a presença simultânea do comércio e das práticas religiosas.

Expansão e amplitude nacional

 

 
Parque de diversões erguido em uma das edições da festa nos anos 1950.
 

A ocupação desordenada e a população numerosa que transformaram a paisagem do pequeno arraial davam os contornos do que viria a ser a cidade de Trindade.[Nos primeiros anos do século XX, a festa continuou se desenvolvendo e foi essencial para a fundação do município em 1920. A Igreja Matriz de Trindade, construída em 1912, no mesmo local onde fora erguida a primeira capela com folhas de buriti, torna-se símbolo principal da peregrinação, o ponto de chegada dos romeiros que partem rumo à devoção ao Divino Pai Eterno. Cerca de 15 mil pessoas compareciam à festa nesta época.

Tradicionalmente, homem e mulher sertanejos do interior de Goiás preparavam-se em maio e junho para a romaria e deslocavam-se em carros de boi pelas estradas em busca do sagrado. Outros preferiam chegar à região isolados ou em grupos menores, por caminhadas ou ajoelhados sem a boiada. Pouco a pouco, os modos de se chegar à atual Trindade diversificavam cada vez mais, sem perder as tradições. Nos nove dias que antecediam o primeiro domingo de julho, uma espécie de feira-festa instalava-se no território, mantendo as práticas religiosas, já centralizadas pela presença da igreja, ao lado da movimentação popular, que montava nas ruas barracas que comercializavam produtos extremamente variados, como comidas, bebidas, artigos religiosos e até eróticos.

Com o crescimento da peregrinação, outra instituição foi planejada para recepcionar os romeiros. Em 1946, foi lançada a pedra fundamental do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno por ordens do arcebispo Emanuel Gomes de Oliveira; as obras, no entanto, começaram apenas em 1957 por determinação de D. Fernando Gomes dos Santos. Planejada para receber 10 mil pessoas, a igreja foi inaugurada em 1974, doze anos após o início de sua construção. Percebe-se, portanto, a adaptação da festa às ordens eclesiásticas no decorrer do século XX, mantendo o catolicismo popular. Neste período, muitas foram as associações religiosas firmadas em Trindade, como o Apostolado da Oração, a União Filhos de Maria e a Congregação Mariana.

No século XXI, a festa passou a receber mais destaque no âmbito nacional, atraindo turistas de outros estados e sendo noticiada e televisionada no Brasil e internacionalmente. Tendo em vista o crescimento exponencial, em 2004, autoridades religiosas fundaram a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), interessada em agrupar devotos e disseminar práticas cristãs por meio de vários projetos, como a TV Pai Eterno. Em 2016, procurou-se recolher assinaturas de romeiros para a visita do papa Francisco ao Santuário.[34] Em 2020, após décadas ininterruptas de realização, o evento foi cancelado em decorrência da pandemia de COVID-19. No ano seguinte, em 2021, com a permanência do período pandêmico, foi realizada virtualmente com programação reduzida.

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 17 de junho de 2022

MONSENHOR SOLON CORREIA DE ARAGÃO
MONSENHOR SOLON CORREIA DE ARAGÃO

Raimundo Floriano

 

Monsenhor Solon

 

(Necessário introito para explicar-lhes meu parentesco com o ilustre clã Pinto de Aragão. No tempo a que agora me reporto, a ideia de família era muito abrangente, e mais valiam os laços afetivos que os sanguíneos. José da Silva Albuquerque, nascido em 1885, filho de Manoel Raimundo de Albuquerque, e Izidória Leão da Silva, irmão de minha avó materna, Ana de Albuquerque Bezerra, casou-se, em Balsas (MA), a 07.12.1911, com Eulina Correia de Castro, nascida em 1896, filha de Joaquim Correia Sobrinho e de Maria Correia de Castro, com quem teve duas filhas: Aline Correia de Albuquerque, nascida a 15.05.1913, e Maria Albuquerque Barbosa – nome de casada –, a Donamaria, nascida a 12.08.1914. Eulina enviuvou a 05.07.1915 e, a 29.02.1916, casou-se, em Balsas, com Ascendino Pinto de Aragão, também viúvo e pai de três filhos, adiante nomeados, passando a assinar-se Eulina Correia Pinto. Tanto os filhos de Eulina, quanto os de Ascendino, pelos laços afetivos com os quais foram criados e educados, são considerados como legítimos integrantes do clã Albuquerque, e vice-versa, o que muito nos orgulha.)

 

                        Solon Correia de Aragão, filho de Ascendino Pinto de Aragão e Eulina Correia Pinto, nasceu em Balsas (MA), no dia 9.6.1921, e faleceu em Teresina (PI), no dia 19.1.2001, aos 79 anos de idade.

 

                        Ainda na infância, revelava inteligência brilhante e sede de conhecimentos, assim como, nas brincadeiras de criança, já demonstrava sua vocação sacerdotal. Estudou no Educandário Coelho Neto, do Professor Joca. Entre os 9 e os 10 anos, praticou jornalismo na gráfica da cidade.

 

                        Em 1932, entrou para o Seminário D. Inocêncio Lopes Santamaria, em São Raimundo Nonato (PI), ingressando mais tarde no Seminário de Salvador (BA), onde se destacou como excelente aluno de Latim. Concluiu seus estudos no Seminário da Prainha, em Fortaleza (CE). Ordenou-se Padre a 01.01.1944, com apenas 22 anos e meio de idade, após licença concedida pelo Papa Pio IX, vez que a idade mínima estabelecida pelas Leis Canônicas da época era de 24 anos.

 

                        Já ordenado, Padre Solon foi destinado à Paróquia de Bom Jesus do Gurgueia (PI), como Vigário. No ano de 1952, foi designado Vigário da Paróquia de São João do Piauí, onde incrementou a atividade escolar, fundando o Instituto São João Batista, e, em 1958, o Ginásio Frei Henrique, considerado por todos o berço cultural são-joanense, e, por ele, como a casa de seus sonhos. Dotado de personalidade abrangente, sua obra atingiu vários setores da vida como sacerdote, educador e homem público, prestando relevantes serviços à população de todo aquele esquecido e pobre rincão sul-piauiense.

 

                        Em 1975, Padre Solon promoveu a reforma da Igreja Matriz de São João Batista, construída em 1875, para a Festa do Centenário, considerada a maior até hoje naquela cidade, à qual compareceram personalidades ilustres, dentre elas o Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela, Arcebispo de Teresina, além de Padres, amigos, familiares e filhos de São João do Piauí que viviam em terras distantes. Na ocasião recebeu o título de Monsenhor.

 

                        Comemorou, com paroquianos, amigos e familiares, a 9.6.1991, seus 70 anos de vida, ocasião em que o ginásio que fundara, em 1958, recebeu a denominação de Ginásio Monsenhor Solon Aragão.

 

                        Em agosto de 1994, na Igreja da Prainha, em Fortaleza, concelebrou a Missa de Ação de Graças por seu cinquentenário de vida sacerdotal, juntamente com colegas de ordenação: Dom Eugênio de Araújo Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro, Monsenhor Ivo Calliari, Vigário da Catedral do Rio de Janeiro, Monsenhor Expedito Silveira de Sousa, Vigário de Camocim (CE), Cônego João Cartaxo Rolim, Vigário de Sousa, Cônego Pedro de Alcântara Araújo, Vigário de Russas (CE), e Padre Ágio Augusto Moreira, Capelão do Sítio Belmonte, de Crato (CE).

 

                        No dia 1.10.2000, às 9h, celebrou, junto aos são-joanenses, na Igreja Matriz de São João Batista, o que seria sua última Missa, pois veio a falecer no dia 19.01.2001, em Teresina, no Hospital Prontocor.

 

                        Conheci de perto o Padre Solon no ano de 1950, quando residia em Teresina, na casa de Donamaria, sua irmã, onde também moravam Dona Eulina, sua mãe, a Ressu, irmã de Dona Eulina, e o José Bráulio Florentino, que viria, no futuro, a ser Juiz de Direito no Estado de Goiás. Vez por outra, o Padre passava por lá em visita a seus familiares.

 

                        Eu e o Zé Bráulio éramos estudantes, eu do Ateneu, que ele chamava de PP – pagou, passou –, e ele, do Liceu Piauiense, reconhecidamente o melhor colégio da Capital. Ambos, aos 14 anos de idade, vivíamos quase aos tapas, procurando demonstrar quem era o mais burro dos dois. Numa de suas visitas, o Padre resolveu decidir a contenda. Mandou que cada qual fizesse uma redação tendo como título A Bandeira.

 

                        Passamos alguns dias rabiscando os cadernos, escondidos um do outro, fazendo o maior segredo, até que chegou a data da entrega do trabalho. Zé Bráulio descrevera a Bandeira Brasileira, com as estrelas, a faixa Ordem e Progresso e suas cores, explicando o que elas representavam. Eu me fixara numa bandeira de qualquer país como símbolo de um povo, de uma nação, forjador de seus sentimentos cívicos.

 

                        De posse das redações, o Padre, depois de muito meditar, deu esta decisão:

 

                        – As duas merecem nota 10! – Zé Bráulio e eu ficamos no maior envaidecimento, burraldamente olhando pra cara um do outro.

 

                        – Mas calma lá – continuou o Padre –, 5 para o Zé Bráulio e 5 para o Raimundo. As duas, reunidas numa só, é que merecem a nota máxima!

 

                        Dessa forma, Padre Solon nos deu a primeira aula de tato diplomático em nossas vidas!

 

**********

 

                        Esta matéria faz parte de uma extensa pesquisa sobre Ascendino Pinto e sua família, publicada no Jornal da Besta Fubana no dia 30 de janeiro de 2012. Dentre os comentários recebidos, um, a 22.11.2012, enviado por Marta Regina de Aragão Canalli, mereceu especial atenção: “Olá, fiquei muito emocionada quando, por acaso, encontrei essa matéria na Rede. Sou filha da Maria Felipéa de Aragão Canalli. Foi gostoso relembrar algumas passagens, das quais muitas foram mencionadas por minha mãe”.

 

                        A 3.11.2012, João Carvalho Neto assim se expressou: “Fiquei muito feliz e emocionado ao ver a matéria que a Marta me enviou. Fui casado com Maria Felipéa durante 23 anos e sempre ouvia as histórias das viagens que ela fazia a cavalo junto com o pai, dormindo, às vezes, em cavernas e comendo carne seca com farinha. A Péa era apaixonada pelo pai. Acho que eles devem estar rindo com nossa admiração, lá no mundo espiritual. Saudades!”.

 

                        A 5.12.2012, Márcia Regina Bernardo disse: “Sou filha da Conceição Maria Fialho Muniz de Aragão, que teve quatro filhos e hoje vive na cidade de Petrópolis (RJ). Ela sempre relata que brincava com tatu-bandeira, tomava banho no Rio Parnaíba, dormia em rede, e que o pai dela, Ascendino, a levava para sua mãe à noite, pois não se casaram e nem moraram juntos. O Padre Solon celebrou a missa de 15 anos de minha irmã, Raquel Cristina Bernardo. Temos aqui uma foto de meu avô, já de idade avançada, num hospital, com alguns familiares. Vou escaneá-la para remeter-lhe uma cópia.”.

 

                        Cumprida a promessa, eis a foto, com a devida identificação:

 

Ascendino Pinto, com familiares 

Em pé: Wilson, Antônio, Sílvio, Maria Felipéa, Padre Solon e Suzinha;

Sentados: Maria das Mercês e Ascendino;

Mais abaixo: Maria das Dores (Dorinha) e Conceição

 

                        Tão logo a recebi, fui dominado pelo impacto de grande surpresa e dúvida atroz: quem é Suzinha, que, até então, era desconhecida em todos os documentos pesquisados? E a explicação: trata-se da Yuaçu, fruto de aventura amorosa de Ascendino com uma índia!

 

                        O que justifica a fama de Ascendino Pinto, esse galinho ciscador em qualquer terreiro, exemplo pronto e acabado do romantismo latino-sertanejo, que ele abraçou por toda sua produtiva existência.


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 16 de junho de 2022

CORPUS CHRISTI: CORPO DE CRISTO - QUINTA-FEIRA SEGUINTE AO DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Corpus Christi

O Corpus Christi é uma comemoração religiosa celebrada sempre numa quinta-feira. É feriado apenas nos municípios que assim o determinam, uma vez que não é considerado feriado nacional.

Esta data é celebrada anualmente 60 dias depois da Páscoa, sempre na segunda quinta-feira depois do Domingo de Pentecostes.

Corpus Christi é feriado facultativo

No Brasil, o Corpus Christi é um feriado facultativo e pode ser municipal. Isso significa que cada município deve estabelecer, através de decreto, se naquele ano o Corpus Christi será ou não feriado.

Grande parte dos governos municipais e estaduais também decretam ponto facultativo na sexta-feira que sucede o feriado de Corpus Christi.

Significado de Corpus Christi

Santíssimo sacramento

Corpus Christi é uma expressão do latim que significa “Corpo de Cristo”.

O evento é considerado uma das festas mais importantes para a Igreja Católica, pois celebra o mistério da eucaristia, ou seja, o sacramento católico em que os fiéis recebem na missa uma partícula que acreditam ser uma parte do próprio corpo de Jesus Cristo.

Origem da comemoração do Corpus Christi

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo começou no século XIII, mais precisamente em 1264, quando a Igreja Católica viu a necessidade das pessoas sentirem a presença real de Cristo.

De acordo com a história, existia um sacerdote chamado Pedro de Praga que vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé.

Ao passar por Bolsena, na Itália, enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a hóstia branca transformou-se em carne viva.

O Papa Urbano IV pediu para que os objetos fossem levados para Oviedo em uma grande procissão, e foi nesse momento que a festa de Corpus Christi foi decretada.

Como a data é comemorada no Brasil?

A celebração de Corpus Christi é marcada por procissões em diversos estados brasileiros. A procissão é feita nas ruas, onde as pessoas podem testemunhar e adorar a representação do Corpo e Sangue de Cristo.

Existem diversas cidades com procissões tradicionais, como em Pirenópolis, no estado de Goiás, que possui a tradição dos tapetes de serragem colorida e flores do Cerrado.

Na cidade de Castelo, no Espírito Santo, as ruas também são decoradas com enormes tapetes coloridos, assim como em alguns municípios de São Paulo, Minas Gerais e outros estados do Brasil.

Comemorações na cidade de Castelo
Tapete colorido na cidade de Castelo, Espírito Santo

 

No dia de Corpus Christi é realizada a Marcha para Jesus na cidade de São Paulo, onde é feriado. A escolha dessa data para o evento, que reúne pessoas de diversas denominações cristãs de todo o Brasil, é uma forma de facilitar a participação de todos.

CANÇÃO PARA A MISSA DE CORPUS CHRISTI

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 12 de junho de 2022

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE - PRIMEIRO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Raimundo Floriano
 
 
 

A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-Se: Ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia.


Na segunda leitura, Paulo expressa – através da fórmula litúrgica “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.
No Evangelho, João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.

HINO À SANTÍSIMA TRINDADE

SANTÍSSIMA TRINDADE

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 11 de junho de 2022

PADRE CARLOS, UM ESPANHOL SERTANEJO

PADRE CARLOS, UM ESPANHOL SERTANEJO

Raimundo Floriano

 

 

Padre Carlos em 1951, 1970 e 2010

 

                        Hoje, dia 15 de agosto, comemora-se a Assunção de Nossa Senhora, a subida do corpo da Virgem Maria aos céus, levado pelos anjos. E hoje, nesta manhã em que lhes escrevo, recebo a notícia de que a puríssima alma do amigo Padre Carlos também foi assunta ao Paraíso Celeste, levada pelas virtudes que esse admirável e exemplar sacerdote demonstrou em sua vida terrena.

 

                        Padre Frei Carlos Lorenzo Martinez Esteban (86), nasceu em Huesca, Espanha, porta de entrada do Pirineu Aragonês às margens do Rio Gállego, no dia 10 de agosto de 1925.

 

                        Iniciou seus estudos naquela cidade, no Colégio Santa Rosa, sob a direção das Irmãs Dominicanas, depois cursando o Ensino Fundamental no Colégio dos Clérigos de São Viator e Ensino Médio no Instituto Público Ramón y Cajal.

 

                        Em sua juventude, tempo de sonhos e ideais, soube muito bem concatenar os estudos com atividades de lazer como acampamentos e práticas esportivas: natação, basquete, montanhismo e futebol.

 

Vistas parciais de Huesca

 

                        Durante a Guerra Civil Espanhola, de 1936 a 1939, quando a Nação se dividiu em duas zonas, numa guerra civil entre irmãos, por motivos políticos, ideológicos e religiosos, teve que emigrar para a cidade de Viana, Província de Navarra, mãe e irmãos para um lado, pai para outro. Foi um tempo de atrocidades e perseguições, quando se fecharam colégios, transformando-os em hospitais de campanhas, com bombardeios frequentes, barricadas e trincheiras nas ruas, comunicações interceptadas, escassez de alimentos e água, a moeda oficial desvalorizada e substituída por tíquetes. Terminado o conflito fratricida, a família voltou a reunir-se em Huesca.

 

                        Como sua cidade natal não dispunha de curso universitário, Carlos Lorenzo seguiu para a Capital, Madri, onde, após estudos preparatórios intensivos, optou pela carreira militar. Inscreveu-se na Academia Geral Militar, de Zaragoza, e na Academia Geral Militar da Aeronáutica, em Múscia, prestando os exames correspondentes em 1945 e 1947, sem muita convicção quanto à carreira a abraçar. E foi aí que ele vivenciou radical guinada, bafejado por sua real vocação.

 

                        Em visita a um conterrâneo seu, Frei Mariano Mompradé, da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, ou Mercedária, tomou conhecimento dessa ordem religiosa da qual jamais ouvira falar, mas que, pouco a pouco, lhe foi provocando certa inquietação vocacional. Seria um germe? Seria uma raiz plantada em sua consciência, que o vai motivando? Seria um chamado de Deus? Contatos frequentes com Frei Mariano fizeram com que tal semente germinasse em seu coração e começasse a criar profundas raízes.

 

                        Partiu, então, para o estudo da bibliografia sobre a Ordem, fundada por São Pedro Nolasco, em 1218, no intuito de empenhar-se na redenção dos cativos, presos e escravizados pelos povos e piratas árabes sarracenos, submetidos a sofrimentos físicos e morais, correndo o risco de perder a fé. Feita a opção, dá o primeiro passo na experiência religiosa, em 1947, internando-se no Convento da Ordem Mercedária em Verin, Província de Galícia, para seu Noviciado.

 

                        Sua Profissão de Fé se deu no dia 12 de setembro de 1948, com sua incorporação à Família Mercedária, ao prometer a observância regular dos votos religiosos que, resumidamente, adiante se leem:

 

Pobreza - Atitude de desprendimento interior. Nada possuir individualmente; Obediência - Não apenas externa, mas submissão interna, comprometendo-se a realizar a vontade de Deus sem menosprezar a dignidade humana; Castidade - Compromisso de observar a perfeita continência e o celibato, oferecendo-se a Deus sem dividir o coração; e Redenção - Promessa de dar a vida, se necessário, como Cristo a deu pela humanidade, a fim de salvar os cristãos que se encontrem, nas novas formas de cativeiro, em extremo perigo de perder a fé.

 

                        No dia 8 de dezembro de 1951, na Festa da Imaculada Conceição, após emitir votos perpétuos e solenes, o destino e a necessidade da preparação puramente sacerdotal levam o já Frei Carlos Lorenzo até o Mosteiro de São João de Poio, na Província galega de Pontevedra, onde se iniciará sua formação filosófica e teológica, em quatro anos de rigorosa observância: clausura e silêncio; orações; canto coral e gregoriano; estudos e aulas; trabalhos e lazer; passeios e banhos de mar; meditação e Santa Missa conventual diária; disciplina e austeridade monacal.

 

                        No dia 1º de agosto de 1954, finalmente, foi ordenado Padre. Celebrou sua Primeira Missa em Madri, no dia 10 daquele mês. Após sete anos sem gozar da visita dos entes queridos, teve direito a um mês férias.

 

                        Sua primeira destinação como Padre foi para Olivenza, na Província de Badajoz, para desempenhar o papel de Preceptor numa fazenda. Isso durou até 1955. Depois, foi destinado ao Convento de Santa Maria Madalena, no Caminho de Santiago, para ministrar aulas a Seminaristas, onde ficou até 1956.

 

                        Seu grande sonho, jamais realizado, era a destinação para o Coração da África, que abrange a área onde se situam Burundi, Ruanda, Tanzânia e Zaire. O homem põe, e Deus dispõe, diz a sabedoria popular. Em 1956, com 31 anos de idade, Padre Frei Carlos Lorenzo Martinez Esteban, mais conhecido apenas como Padre Carlos, foi destinado para o grande desafio de sua vida, o Sul do Piauí, a região mais desprotegida e pobre de todo o Brasil, tendo como referências as cidades de São Raimundo Nonato, Bom Jesus do Gurgueia e Corrente.

 

                        Eu fico a imaginar qual foi o impacto sofrido pelo jovem sacerdote saindo de um dos países mais evoluídos da Europa e indo socar-se naquele sertão flagelado do Nordeste Brasileiro, no Polígono das Secas, onde os açudes secaram, o chão rachara e não se vislumbrava sinal de chuva.

 

                        Naqueles ermos, não havia água encanada, esgotos, telefone, correio, agência bancária e qualquer outro meio de comunicação com o resto do País que não fosse a escala bimensal de um avião da FAB - Força Aérea Brasileira, ligando a área a Belém do Pará. Era uma população entregue a si mesma, sem médicos, sem enfermeiras, sem assistência social, terra em que somente não se prescindia de Juiz e de Advogado, eis que a criminalidade e a natalidade ali cresciam na mesma proporção da miséria.

 

                        Foi este o Cenário que Padre Carlos teve que enfrentar, sem desânimo, com toda a coragem: transportar-se em lombo de burro ou jumento, distribuir alguns alimentos e ministrar todos os Sacramentos em casas de taipa, infestadas de barbeiros, procurando alfabetizar, assistir, ensinar, dar remédios, nada esperando em reconhecimento. Improvisar capelas, que eram simples telheiros, para que não desaparecesse, com a ausência dos missionários, a presença de Deus, o único a lembrar-se da existência daquele mundo.

 

                        Além de sua missão Mercedária, Padre Carlos foi grande educador por onde passou, dirigindo vários colégios e também lecionando, principalmente as matérias em que era “cobra”: Filosofia, Teologia, História, Latim e Matemática. Em 1995, foi ele destinado para Brasília, após 39 anos de serviços prestados àquela gente, com pequeno interregno, quando cumpriu tarefas na Ilha de Paquetá e em Ramos (RJ), logo retornando ao Piauí.

 

                        Aqui em Brasília, seu destino foi a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na Quadra 615 Sul, que abrange a quadra onde resido. Desde sua chegada, Padre Carlos passou a ser o orientador espiritual de nossa família. Com o tempo, angariamos também sua amizade. Eu e Veroni, minha mulher, sempre assistimos às suas Missas às 08h00 de todos os domingos. Por tudo isso, seu falecimento deixou-nos por demais consternados.

 

 

                        No ano passado, Padre Carlos lançou o livro Pinceladas de Uma Vida, do qual extraí ou copiei a maioria das informações biográficas, históricas e outras que compõem este meu texto. No canto superior esquerdo da capa, seu brasão, que combina o da Ordem Mercedária com os das Famílias Martinez e Esteban.

 

                        Padre Carlos gostava de meus escritos. Leu meus dois últimos livros e aceitou, numa boa, minha condição de Cardeal da Igreja Sertaneja. Além disso, era detentor de um bom humor inigualável. Por ser flamenguista, gostava de alfinetar-me todos os domingos, nos tempos em que o Vasco ia de mal para pior. Fui à forra na época da posse do Papa Bento XVI, ao lembrar-lhe que o manto pontifício está coalhado de cruzes de malta.

 

                        Tornou-se nordestino legítimo, em 1999, ao ser agraciado com o título de Cidadão Honorário pela Câmara Municipal de Bom Jesus do Gurgueia. Nada mais justo e apropriado. Transcrevo adiante dois trechos de seu livro, nos quais se vê sua perfeita integração à natureza da gente nordestina, emparelhado àqueles sertanejos fortes, que, em qualquer circunstância, sabem rir das dificuldades que atravessam e até de si próprios:

 

“Uma vez, indo de Gilbués para Corrente, voando em um avião bimotor do Comando Aéreo da FAB, aconteceu que, chegando perto do destino, uma tormenta com chuvas fortes dificultou a aterrissagem, pois a pista era de terra, e o avião poderia atolar. Era preciso arriscar. Fomos orientados, eu e mais duas passageiras, a pular da aeronave, sem que ela parasse, abrindo-se a porta desde o momento em que se iniciasse o contato do trem de pouso com a pista, para, imediatamente, acelerar, arremeter e levantar voo, seguindo a viagem. Graças a Deus, tudo deu certo.”

 

“Meu transporte agora é um cavalo alazão, robusto e de boa aparência. Após algumas horas de viagem, deu para perceber como o animal começava a transpirar, suando exageradamente e demonstrando cansaço, com a respiração ofegante. O jeito foi apear, soltar os arreios e observar o animal extenuado e deitado no chão. Era pelo meio-dia, na força do calor, quando, de repente, surgiu um caboclo andarilho, que passava pelo local e resultava ser um ‘rezador’ que, vendo a situação e utilizando um raminho de folhas arrancadas da beira da estrada, fez cruzes na barriga do cavalo, balbuciando alguma imprecação. Confesso que também rezei interiormente, para superar o impasse. Passados alguns minutos de recuperação, o caboclo, puxando o animal pela rédea, garantiu: ‘Pode seguir viagem, que tudo já passou.’ De fato, ao anoitecer, no segundo dia de caminhada, o destino foi alcançado. Bonita odisseia que marca e da qual não se esquece facilmente.”

 

                        Na Páscoa de 2007, como fazia todos os anos, presenteei-o com um ovo de chocolate, ato que ficou registrado na foto abaixo, seguida de pequena dedicatória.

 

 

Amigo Raimundo:

¡¡Feliz Páscoa!!

Pe. Carlos

Brasília, 08/04/2007

 

                        Velho ou idoso? – pergunta Padre Carlos em seu livro. E ele mesmo responde: “Velha a pessoa que perdeu a jovialidade; idosa é uma pessoa que tem idade. Você é velho quando apenas dorme; é idoso quando sonha. É velho quando já nem ensina; é idoso quando ainda aprende. É velho quando apenas descansa; é idoso quando seu calendário tem amanhãs.”

 

                        Verdadeiramente, com sua marcante personalidade bem-humorada, Padre Carlos, com 86 anos e dias, nunca foi um velho. Evidência cabal disso é o livro que escreveu aos 85.

 

                        A partir do início deste século, enfrentou, com coragem e galhardia, seriíssimos problemas de saúde, que nunca lhe arrefeceram o ânimo. Em abril de 2000, devido a sua baixa pulsação cardíaca, passou a usar um marca-passo. Há uns três meses, viu-se acometido de severos problemas gastrovesiculares, que o levaram a internações hospitalares e, finalmente, ao término de sua existência.

 

                        O mês de agosto marcou a vida de Padre Carlos por importantes acontecimentos: 10.08.1921, casamento de seus pais, José e Conceição, em Sevilha; 10.08.1925, seu natalício; 12.08.1925, seu Registro Civil; 28.08.1925, seu Batismo; 1º.08.1954, sua Ordenação; 10.08.1954, sua Primeira Missa; 15.08.2011, entrega de sua alma ao Pai.

 

                        Concelebramos a última Santa Missa juntos no dia 31 de julho passado. Cumprimentei-o na porta da Sacristia. Seu aperto de mão foi caloroso, mas seu semblante estava sombrio. Não me dirigiu qualquer das brincadeiras de costume. Apenas pronunciou meu nome. Parecia estar a despedir-se.

 

                        Por todo o trabalho e evangelização que desempenhou na vida, levando aos locais mais inóspitos a Palavra de Deus, pelo amor sempre dedicado a seus semelhantes, venho endereçar meu reconhecido aplauso a esse amigão que se foi:

 

                        – Bravo, Padre Carlos! Missão cumprida! Valeu! Confiantemente, segure na Mão de Deus e vá!


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 05 de junho de 2022

PENTECOSTES - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO - 50 DIAS APÓS O DOMINGO DE PÁSCOA

 

 

PENTECOSTES - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

 

Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.

O Catecismo da Igreja Católica diz que: “No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito” (CIC, n. 731).

Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d’Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.

Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: “O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo” (CIC, n. 691).

A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.

O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: “Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o ‘cartão de visita’ da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas” (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010).

Temos necessidade do Espírito Santo Paráclito no nosso tempo: Veni, Sancte Spiritus!

HINO DE PENTECOSTES - A NÓS DESCEI, DIVINA LUZ

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 29 de maio de 2022

ASCENSÃO DO SENHOR - CELEBRADA NESTE DOMINGO
 

Como aconteceu a Ascensão do Senhor?

Imagem ilustrativa: Benjamin West

 

Cantemos à glória de Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17).

Aos discípulos de Emaús: “Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e, que, assim, entrasse em sua glória?” (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se indica não tanto a volta e glória futuras, mas imediatas, já presentes, porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia, para confirmar os discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se verificou 40 dias depois da PásCantemos à glória de Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17).

Aos discípulos de Emaús: “Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e, que, assim, entrasse em sua glória?” (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se indica não tanto a volta e glória futuras, mas imediatas, já presentes, porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia, para confirmar os discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se verificou 40 dias depois da Páscoa.

Ascensão do Senhor: quando começa a missão dos discípulos

Aqueles que tinham visto o Senhor morrer na cruz, entre insultos e escárnios, precisavam ser testemunhas da sua suprema exaltação no céu. Referem o fato os Evangelistas com muita sobriedade, todavia, suas narrações salientam o poder de Cristo e sua glória: ‘Foi-me dado todo poder no céu e na terra’, lê-se em Mateus (28,18) e acrescenta Marcos: ‘O Senhor Jesus subiu ao Céu e está assentado à direita de Deus’ (16,19). Lucas, porém, recorda a última grande bênção de Cristo aos apóstolos: ‘Ao abençoá-los, afastou-se deles e ia elevando-se ao céu’ (24,51).

Também, nos últimos sermões de Jesus, resplandece sua majestade divina. Fala como quem tudo pode e prediz aos discípulos que em seu Nome ‘expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes e recobrarão a saúde‘ (Mc 16, 17-18). Provam os Atos dos Apóstolos a realidade de tudo isto.

Em seguida, Lucas, tanto na conclusão do seu Evangelho como nos Atos, fala da grande promessa do Espírito Santo que confirma os apóstolos na missão e nos poderes recebidos de Cristo: “Eis que enviarei sobre vós o Prometido por meu Pai” (Lc 24, 49), “recebereis força com a vinda do Espírito Santo sobre vós, e sereis minhas testemunhas… até aos confins do mundo. Dito isso, elevou-se para o alto, à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos” (At 1, 8-9).

Espetáculo magnífico que deixou os apóstolos atônitos, “com o olhar fixo no céu”, até que dois anjos lhes apareceram. E o cristão chamado a participar de todo o mistério de Cristo e, portanto, também de sua glorificação. Ele mesmo o havia dito: ‘vou preparar-vos um lugar. E quando eu tiver ido, voltarei novamente avós e vos tomarei comigo, afim de que onde eu estou estejais também vós’ (Jo 14, 2-3).

Esperança

Constitui, portanto, a Ascensão grande argumento de esperança para o homem que, no seu peregrinar terreno, sente-se exilado e sofre longe de Deus. A esperança que implorava São Paulo para os Efésios e queria viva em seus corações. “O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, ilumine os olhos de vossa inteligência para compreenderdes qual a esperança a que vos chamou” (Ef 1, 17-18). E onde fundava o apóstolo essa esperança? No grande poder de Deus ‘manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, acima de todo Principado e Poder (ou seja, dos anjos) e de qualquer outro nome” (ibidem, 20-21).

A glória de Cristo exaltado acima de toda criatura é, no pensamento paulino, a prova do que fará Deus por quem, aderindo a Cristo pela  e pertencendo a Ele como membro do único Corpo de que é Cabeça, participará de sua sorte. Isso requer Cristianismo autêntico: crer e alimentar firme esperança de que, como hoje o fiel, nas tribulações da vida, participa da morte de Cristo, assim um dia participará da Sua glória eterna.

HINO DA ASCENSÃO DO SENHOR

 


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 23 de maio de 2022

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS
SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

Raimundo Floriano

(Publicado em 31.08.21)

 

 

                        Nonato? Essa é a pergunta recorrente, toda vez que sou apresentado a alguém e digo meu primeiro nome. Aí, eu explico que sou Floriano, assim registrado por Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, devido a ter ele nascido na cidade piauiense do mesmo nome. Que Nonato, geralmente, indica o detentor provindo de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pelo exposto, e atendendo pedidos de vários leitores homônimos, resolvi escrever esta sucinta biografia desse poderoso Santo, nosso xará, festejado no Brasil de 22 a 31 de agosto.

 

                        Raimundo Nonato veio ao mundo na cidade espanhola de Portella, diocese de Urgel, Catalunha, no ano de 1204, e faleceu em Cardona, Espanha, a 31 de agosto de 1240.

 

                        O nome Nonato, do latim non natu – não nascido – foi-lhe dado por sua extração do ventre de sua mãe, depois que ela já se encontrava morta. Difere-se do parto cesáreo, do latim sectio – cortar –, pois este é feito mediante retirada do feto por incisão no abdome de mãe ainda viva. Raimundo Nonato foi arrancado pela parteira e escapou, utilizando-se ela de navalha ou faca, o que lhe ocasionou pequenas marcas de cortes nas costas. Em decorrência, o nome Nonato, na mais das vezes, repito, indica alguém nascido de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pertencente a família nobre e abastada, Raimundo foi bem-criado e educado, planejando-lhe seu pai brilhante carreira na Corte de Aragon. Quando se inclinou para a vida religiosa, seu pai, para dissuadi-lo desse intento, ordenou-lhe que cuidasse de uma das fazendas da família. Entretanto, ele passava seu tempo com os pastores e os trabalhadores, estudando e orando, até que seu pai desistiu de vê-lo entre os nobres da Corte.

 

                        Conta-se que, ainda menino, mesmo pastoreando o gado, visitava constantemente uma ermida onde se venerava a imagem de Nossa Senhora, de quem era fervoroso devoto, e que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

 

                        Raimundo Nonato tornou-se Padre Mercedário – da Ordem das Mercês, instituída para a redenção de escravos cristãos nas mãos dos mouros –, recebendo seu hábito de São Pedro Nolasco, o fundador da Ordem, da qual passou a ser o Mestre Geral, dedicando seu tempo a resgatar referidos escravos sob o jugo dos muçulmanos, que dominavam parte da Espanha na época, utilizando-se, para isso, do dinheiro que possuía.

 

                        Aliás, ele se notabilizou pela luta contra a escravatura que, em sua época, Século XIII, era considerada, por muitos, prática bem natural.

 

                        Certa vez, conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos. Porém, quando, na Argélia, se acabaram seus recursos financeiros para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, entregou-se no lugar de um dos cativos. No cárcere, pregava para os cristãos e muçulmanos, chegando a convertê-los, o que lhe acarretou severos sofrimentos, pois seus algozes, para fazê-lo calar-se, chegaram ao extremo de perfurar seus lábios com ferro em brasa, fechando-os com cadeado.

 

                        Condenado à morte pela fome, a sentença foi convertida em pena de prisão perpétua, mediante paga de vultosa soma em dinheiro por sua família. Mais tarde, libertado, retornou à Espanha, sendo elevado a Cardeal pelo Papa Gregório IX. Mesmo investido nesse alto grau da hierarquia religiosa, continuou vivendo como um simples monge mercedário.

 

                        Veio a falecer em Cardona quando, gravemente enfermo, seguia para Roma, em atendimento a chamado do Papa, que o queria como Cardeal Conselheiro, sendo enterrado na Capela de São Nicholas, perto da fazenda da família, a qual ele deveria ter cuidado quando jovem. Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação, e vários milagres são creditados a sua intercessão.

 

                        Raimundo Nonato foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1657. É o Patrono das parteiras e do bom parto.

 

                        Em todo o Brasil, São Raimundo Nonato é cultuado com devoção, notadamente nas cidades e paróquias das quais ele é o Padroeiro. O Festejo, com Missa e Quermesse todas as noites, tem sua apoteose a 31 de agosto, data em que é realizada a Alvorada Festiva e a Procissão, celebrada a Santa Missa, e encerrada a Quermesse. Em todas as solenidades religiosas, é rezado o Terço e entoado o Hino, de domínio público, cuja letra aqui reproduzo:

 

Lá no céu onde reinas ditoso

São Raimundo nos vem socorrer

Para um dia chegarmos ao gozo

De ao teu lado, felizes, viver

 

REFRÃO:

Nos combates renhidos da vida

Nós rogamos enfim tua luz

Que alcancemos a Pátria querida

Face a face vejamos Jesus

 

Tu seguiste a estrada espinhosa

Do sofrer por Jesus e lutar

Ao trabalho a oração fervorosa

Tu soubeste na vida aliar

 

Sempre a fé, destemido, pregaste

Mil cristãos com valor redimiste

E cativo entre os mouros ficaste

E o martírio mil vezes pediste

 

Os teus lábios trazias cerrados

À doutrina do mundo tão louco

Em Jesus tão somente abrasados

Pois seu nome levavas na boca

 

De Maria a Virgem mais pura

Foste servo fiel fervoroso

Também muito sofreste na agrura

De oito meses de exílio penoso.

 

                        Para vocês aprenderem e cantarem, aqui vai a melodia, interpretada pelo Coral da Paróquia de São Raimundo Nonato de Belém do Pará:

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 15 de abril de 2022

PAIXÃO DO SENHOR - BENDITA E LOUVADA SEJA
 

Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 19 de março de 2022

DIA DE SÃO JOSÉ! 19 DE MARÇO!
HOJE É DIA DE SÃO JOSÉ!

Raimundo Floriano

 

 

                        Hoje, 19 de março é Dia de São José, o Carpinteiro, castíssimo esposo da Virgem Maria, Pai Adotivo de Jesus, Padroeiro dos Pais, das Famílias, dos Trabalhadores, dos Carpinteiros, Descendente de David e Patriarca de toda a Igreja.

 

                        Para os nordestinos, o Dia de São José é marcante, especialmente em anos de seca. Considerado também o Padroeiro das Chuvas e dos Agricultores, é em seu dia que os sertanejos fazem a previsão de chuvas para o restante do ano. Caindo nesse dia, vem a certeza de que o inverno vai ser bom. Caso não chova, a estiagem é dada como certa.

 

                        Aqui em casa, comemoramos, além do Padroeiro das Famílias, o aniversário de minha saudosa sogra, Etelvina de Souza.

 

                        Para celebrarmos esta data santificada, aí vão dois youtubes:

 

HINO A SÃO JOSÉ, COM GRUPO VOCAL NÃO IDENTIFICADO: 

 

 

MEU BOM JOSÉ, COM O PADRE ZEZINHO:

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 09 de janeiro de 2022

O BATISMO DE JESUS CRISTO

 

O Batismo de Jesus

João viveu no deserto durante muitos anos. Ele usava roupas feitas de pele de camelo e comia mel e gafanhotos. As pessoas vinham das cidades para ouvir o que ele ensinava. Ele era conhecido como João Batista.

 

João Batista ensinava as pessoas a respeito de Jesus Cristo. Ele dizia que deviam se arrepender de seus pecados e ser batizados. João batizava os que se arrependiam de seus pecados.

 

As pessoas perguntaram a João Batista como ter uma vida melhor. Ele disse que deveriam cuidar dos pobres, dizer a verdade e ser justos com os outros. Disse-lhes que Jesus Cristo viria logo e que lhes daria o dom do Espírito Santo.

 

Um dia, quando João Batista estava batizando as pessoas no rio Jordão, Jesus Cristo apareceu e foi falar com ele. Jesus pediu que João O batizasse. João sabia que Jesus sempre tinha obedecido aos mandamentos de Deus e não precisava Se arrepender. Por isso João achava que Jesus não precisava ser batizado.

 

Mas Deus ordenou que todas as pessoas fossem batizadas, por isso Jesus disse a João que O batizasse. Ele deu o exemplo para nós, obedecendo ao mandamento de Deus de ser batizado.

 

Quando Jesus saiu da água, o Espírito Santo desceu sobre Ele. Deus falou do céu, dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. João Batista testificou que Jesus era o Filho de Deus.


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 13 de dezembro de 2021

DIA DE SANTA LUZIA - 13 DE DEZEMBRO - HINO DE SANTA LUZIA
DIA DE SANTA LUZIA

Raimundo Floriano

 

 

Santa Luzia

 

                        Hoje, 13 de dezembro, é o Dia de Santa Luzia, Protetora da visão. Por esse motivo, o Almanaque Raimundo Floriano presta-lhe singela homenagem, postando este youtube com seu hino:

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 21 de novembro de 2021

SOLENIDADE DE CRISTO REI
 

por-que-celebramos,-na-Igreja,-a-Festa-de-Cristo-Rei

 

A solenidade deste último domingo do ano litúrgico da Igreja nos coloca frente à realeza do Rei Jesus. Criada em 1925, pelo Papa Pio XI, essa festa litúrgica pode parecer pretensiosa e triunfalista. Afinal, de que essa realeza se trata?

Para superar a ambiguidade que permanece, precisamos ir além da visão do Apocalipse, cujo hino na segunda leitura canta que “Jesus é o soberano de todos os reis da terra”. Ora, reis e rainhas não servem de modelo para a representação gloriosa de Jesus. Mesmo que seja para colocá-Lo acima de todos os soberanos. Riquezas, palácios, criadagem e exércitos não são elementos que sirvam para exaltar a entrega de Jesus por nós. Jesus está na outra margem, Ele é a antítese da realeza da riqueza e do poder. Não é por acaso que os evangelhos da liturgia de hoje, nos ciclos litúrgicos A, B, e C da Igreja, sempre nos colocam no contexto da Paixão de Jesus para contemplar Sua realeza.

Quando Jesus foi rei?

Jesus foi Rei, durante Sua vida, em apenas dois momentos: ao entrar em Jerusalém, como um Rei pobre, montado em um jumento emprestado, e ser humilhado na Paixão, revestido com manto de ”púrpura-gozação e capacete de espinhos”; e, Rei, ao morrer despido, com o peito transpassado na cruz. Rei da paz e Rei do amor sem limite até a morte. A realeza de Jesus é a realeza do Amor Ágape de Deus por toda a humanidade e por toda a criação.

Essa festa é a ocasião propícia para podermos reconhecer, mais uma vez, que, na cruz de Jesus, o ”poder dominador”, o ”poder opressor”, criador de desigualdades e exclusões, espalhador de sofrimento por todos os lados, está definitivamente derrotado. Isso se deu pelo seu modo de viver para Deus e para os outros. O fracasso na cruz é a vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte, por meio de Sua Ressurreição.

Deus é o criador

Essa festa se torna, então, reveladora de um tríplice fundamento para a nossa esperança de que as promessas de Deus serão cumpridas até o fim.

O surgimento da matéria e sua evolução, desde o big-bang ─ quando toda a energia do Universo se concentrava em um único ponto menor do que o átomo ─ são o primeiro fundamento de nossa esperança.

Deus é criador respeitando as leis daquilo que criou. Nós nos damos conta de que a soberania d’Ele vem se cumprindo num Universo em expansão, uma vez que a evolução da matéria atingiu seu ponto ômega ao dar à luz  a Jesus de Nazaré, por meio de Maria, porque, n’Ele está a Humanidade humanizada para todos os homens e mulheres, de todas as gerações.

O segundo fundamento é a pessoa de Jesus de Nazaré. O sonho de uma humanidade humanizada ─ tornada aquilo que ela é ─ vem expresso na primeira leitura do livro de Daniel, na figura de um Filho de Homem ─ figura antitética dos filhos de besta, filhos da truculência, dos povos pagãos que oprimiram Israel com seus exércitos. O sonho tornou-se realidade em Jesus Cristo. Ele nos humaniza com a Sua divindade: nunca Deus esteve tão perto de nós, sendo um de nós e sem privilégios; mas também sem crimes nem pecados (cf. epístola aos Hebreus). Jesus nos diviniza com a sua humanidade, tão humano que é, que só pode vir de Deus e ser d’Ele mesmo.

HINO A CRISTO REI


Igreja Católica Apostólica Romana terça, 12 de outubro de 2021

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ - SEGUNDO DOMINGO DE OUTUBRO
 

História de Nossa Senhora de Nazaré - Nossa Sagrada Família

 

Festa do Círio de Nazaré: a maior festa religiosa do Brasil

O Círio de Nazaré é uma procissão católica que acontece todos os anos em Belém do Pará, no Norte do Brasil, no segundo domingo de outubro.

A procissão consiste em levar a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, carinhosamente chamada pelos seus devotos de Naza ou Nazinha, da Basílica (onde permanece durante todo o ano) até a Praça Santuário de Nazaré.

 

Catedral Belém do Pará

História do Círio de Nazaré

A tradição do Círio de Nazaré surgiu algum tempo depois de um homem encontrar uma imagem da santa.

A esse fato são atribuídas diferentes versões. Uma das mais credíveis é baseada em um manuscrito de Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará, onde ele afirma que no final do mês de outubro de 1700, Plácido José de Souza teria encontrado uma imagem da santa perto de um igarapé localizado à margem de um córrego e decidido levá-la para casa.

No dia seguinte, a imagem havia desaparecido e Plácido a teria encontrado novamente no mesmo local onde a tinha visto pela primeira vez. O fato se repetiu durante dias e, assim, Plácido entendeu que a imagem deveria ser mantida no local onde sempre reaparecia, construindo ali uma pequena capela para abrigar a santa.

 

Por ficar localizada perto de uma estrada, muitos que passavam conheciam a imagem e costumavam deixar velas e esculturas de cera, para além de outros tipos de ofertas.

Com o passar do tempo, cada vez mais pessoas visitavam a capelinha. Depois da construção original, ainda foram construídas outras três capelas (em momentos diferentes), cujas dimensões eram sempre maiores do que que a das anteriores, que estavam substituindo. Essa necessidade de ampliação culminou na construção da majestosa Basílica Santuário.

Acreditava-se que a imagem teria sido de missionários jesuítas portugueses. Em 1773, Dom Frei João Evangelista Pereira a enviou para ser restaurada em Portugal e solicitou à então Rainha Dona Maria I e ao Papa Pio VI uma licença oficial para honrar a santa com uma festividade.

A autorização foi dada em 1790, mas só chegou a Belém em 1792.

 

Em 1792 o então capitão-geral do antigo estado do Grão-Pará e Rio Negro, Francisco de Souza Coutinho, visitou o local onde havia sido construída a capela para a abrigar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, encontrada perto do córrego.

Francisco ficou muito impressionado com a quantidade de devotos que comparecia ao local e após autorização concedida por Portugal, decidiu organizar uma grande feira de produtos agrícolas para atrair a atenção de todo o estado para Belém.

Após alguns meses de preparação, o capitão adoeceu. Com receio de não poder fazer a abertura da feira, prometeu que se recebesse a graça da cura, pediria a celebração de uma missa e depois levaria a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um palanquim, junto com a população, até a capela.

Ao alcançar a cura, o capitão cumpriu sua promessa e aconteceu assim o primeiro Círio de Nazaré, com uma grande procissão que ocorreu no dia 8 de setembro de 1793.

Principais romarias oficiais do Círio de Nazaré

O Círio de Nazaré é uma festa religiosa que consiste em várias subdivisões oficiais. Confira abaixo as principais.

 

Traslado

 

Ananindeua romaria traslado
Traslado do Círio de Nazaré de 2015

O traslado consiste no primeiro percurso feito pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante o Círio. A imagem segue em cima de um automóvel, da Basílica de Nazaré até a Igreja de Nossa Senhora das Graças (igreja matriz), que fica em Ananindeua, município vizinho de Belém.

Lá, a santa permanece durante a noite, acompanhada por uma vigília de fiéis.

Romaria rodoviária

Círio traslado
Romaria rodoviária do Círio de 2014

Após a vigília noturna em Ananindeua, a imagem da santa segue para a Vila de Icoaraci, em Belém, e é acompanhada por ambulâncias e carros de autoridades oficiais, como polícia, bombeiros, etc.

Romaria fluvial

Círio fluvial
Barcos enfeitados seguem o percurso da romaria do Círio fluvial

No Círio fluvial, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré segue de barco pela Baía do Guajará, de Icoaraci até o cais do porto da cidade de Belém, e é acompanhada por canoas, Jet Skis, barcos e iates enfeitados para homenagear a santa.

Moto-romaria

moto-romaria círio
Moto-romaria do Círio de Nazaré

A moto-romaria ocorre logo depois do Círio fluvial. Nela, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte da Estação das Docas, rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, acompanhada por um grande número de motos, muitas delas enfeitadas, que ao som da buzina anunciam a passagem da santa.

Trasladação

Trasladação Círio
Trasladação, Círio de Nazaré

A trasladação é um procissão que acontece uma noite antes do Círio propriamente dito. Durante o seu percurso, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida em uma berlinda atrelada a uma corda de cerca de 400 metros.

Na trasladação, a santa segue do Colégio Gentil Bittencourt e para a Catedral da Sé, em uma berlinda carregada por pessoas, ou seja, sem auxílio de nenhum automóvel.

O percurso da trasladação ocorre no sentido oposto ao do percurso da Procissão do Círio.

Procissão do Círio de Nazaré

círio corda
A Procissão do Círio é o momento mais esperado da festividade

A procissão do Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de fiéis e segue um trajeto que vai da Catedral da Sé até a Basílica de Nazaré.

Esta romaria é considerada o auge do Círio. O percurso começa com a celebração de uma missa e em seguida, a imagem da santa é conduzida pelo arcebispo até a berlinda, para seguir o trajeto até a basílica.

Muitos devotos formam um cordão humano ao longo da corda. Alguns seguem descalças, outros carregam com eles crucifixos, imagens da santa e/ou objetos que estejam relacionados com alguma graça alcançada, como forma de agradecimento ou pedido.

Chegando lá, a santa fica em exposição ao público durante uma semana, na praça do santuário.

Recírio

recírio
Recírio

O Recírio é uma procissão de despedida que ocorre duas semanas depois do Círio. A romaria inicia com a celebração de uma missa que termina com o arcebispo de Belém retirando a imagem original da santa de dentro da berlinda e a erguendo para abençoar os devotos.

Em seguida, a santa original é colocada em uma redoma de cristal no altar principal da Basílica Santuário e permanece no local até o Círio do ano seguinte.

Uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré segue em romaria rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, ficando lá até o Círio do ano a seguir.

Símbolos do Círio de Nazaré

Confira abaixo alguns símbolos que caracterizam o Círio de Nazaré.

Berlinda

berlinda círio
Desde o primeiro Círio até o do ano de 2018, a romaria já utilizou cinco berlindas diferentes

A berlinda é uma espécie de pequeno santuário onde é transportada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

É um símbolo que passou a fazer parte do Círio em 1882 e costuma ser decorada com belíssimos arranjos de flores naturais.

Antes de cada Círio, ela sempre passa por pequenos reparos.

Manto

manto círio
Manto do Círio de 2018

A cada ano a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é envolta por um novo manto, um dos símbolos mais importantes da romaria.

O manto que adorna a santa já foi confeccionado por diferentes pessoas. Dentre elas, está uma irmã da Congregação das Filhas de Sant’Ana, uma ex-aluna do Colégio Gentil Bittencourt (local que abriga a imagem peregrina) e também famosos estilistas.

A confecção é toda feita com base em doações e costuma ser inspirada em trechos do Evangelho.

Corda

corda círio
Fiéis disputam um espaço na corda que acompanha a berlinda

A corda do Círio de Nazaré é utilizada na Trasladação e na Procissão do Círio.

Ela foi utilizada pela primeira vez em 1885, para puxar a berlinda que havia ficado atolada após uma enchente ocorrida no momento da procissão. Desde então, passou a integrar a procissão.

Com 400 metros de comprimento, feita de sisal e pesando cerca de 700 quilos, é atrelada à berlinda e costuma ser disputada pelos peregrinos durante as romarias: são muitos os que querem seguir a procissão bem de perto, segurando na corda.

No fim da romaria, mesmo contrariando as indicações da Diretoria do Círio, os devotos costumam cortar a corda pois têm fé de receber bençãos e proteção ao ficar com um pedaço dela.

Carros de promessas

carro de promessas círio
Carro de promessas com os pedidos dos promesseiros

Nos carros de promessas, os promesseiros costumam colocar objetos em cera (como velas e esculturas de partes do corpo que receberam a cura de alguma enfermidade), miniaturas de casas e de barcos como agradecimento pela conquista desses bens, dentre outros.

O objetivo é sempre fazer uma promessa para ter um pedido atendido ou agradecer uma graça pedida e já recebida.

Arraial de Nazaré

arraial de Nazaré
Arraial de Nazaré

O Arraial de Nazaré é uma tradição que começou na primeira edição do Círio de Nazaré, em 1793. Na época, consistiu em uma grande feira de produtos agrícolas.

Com o passar do tempo o arraial passou a ser formado por uma série de brinquedos direcionados para o divertimentos dos fiéis, bem como por várias barracas de venda de artesanato, comidas típicas e outros produtos industrializados, todos localizados em um espaço próximo da Basílica Santuário.

 

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ, SAMBA-ENREDO,  COM ELZA SOARES

 


Igreja Católica Apostólica Romana terça, 31 de agosto de 2021

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS
SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

Raimundo Floriano

 

 

                        Nonato? Essa é a pergunta recorrente, toda vez que sou apresentado a alguém e digo meu primeiro nome. Aí, eu explico que sou Floriano, assim registrado por Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, devido a ter ele nascido na cidade piauiense do mesmo nome. Que Nonato, geralmente, indica o detentor provindo de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pelo exposto, e atendendo pedidos de vários leitores homônimos, resolvi escrever esta sucinta biografia desse poderoso Santo, nosso xará, festejado no Brasil de 22 a 31 de agosto.

 

                        Raimundo Nonato veio ao mundo na cidade espanhola de Portella, diocese de Urgel, Catalunha, no ano de 1204, e faleceu em Cardona, Espanha, a 31 de agosto de 1240.

 

                        O nome Nonato, do latim non natu – não nascido – foi-lhe dado por sua extração do ventre de sua mãe, depois que ela já se encontrava morta. Difere-se do parto cesáreo, do latim sectio – cortar –, pois este é feito mediante retirada do feto por incisão no abdome de mãe ainda viva. Raimundo Nonato foi arrancado pela parteira e escapou, utilizando-se ela de navalha ou faca, o que lhe ocasionou pequenas marcas de cortes nas costas. Em decorrência, o nome Nonato, na mais das vezes, repito, indica alguém nascido de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pertencente a família nobre e abastada, Raimundo foi bem-criado e educado, planejando-lhe seu pai brilhante carreira na Corte de Aragon. Quando se inclinou para a vida religiosa, seu pai, para dissuadi-lo desse intento, ordenou-lhe que cuidasse de uma das fazendas da família. Entretanto, ele passava seu tempo com os pastores e os trabalhadores, estudando e orando, até que seu pai desistiu de vê-lo entre os nobres da Corte.

 

                        Conta-se que, ainda menino, mesmo pastoreando o gado, visitava constantemente uma ermida onde se venerava a imagem de Nossa Senhora, de quem era fervoroso devoto, e que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

 

                        Raimundo Nonato tornou-se Padre Mercedário – da Ordem das Mercês, instituída para a redenção de escravos cristãos nas mãos dos mouros –, recebendo seu hábito de São Pedro Nolasco, o fundador da Ordem, da qual passou a ser o Mestre Geral, dedicando seu tempo a resgatar referidos escravos sob o jugo dos muçulmanos, que dominavam parte da Espanha na época, utilizando-se, para isso, do dinheiro que possuía.

 

                        Aliás, ele se notabilizou pela luta contra a escravatura que, em sua época, Século XIII, era considerada, por muitos, prática bem natural.

 

                        Certa vez, conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos. Porém, quando, na Argélia, se acabaram seus recursos financeiros para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, entregou-se no lugar de um dos cativos. No cárcere, pregava para os cristãos e muçulmanos, chegando a convertê-los, o que lhe acarretou severos sofrimentos, pois seus algozes, para fazê-lo calar-se, chegaram ao extremo de perfurar seus lábios com ferro em brasa, fechando-os com cadeado.

 

                        Condenado à morte pela fome, a sentença foi convertida em pena de prisão perpétua, mediante paga de vultosa soma em dinheiro por sua família. Mais tarde, libertado, retornou à Espanha, sendo elevado a Cardeal pelo Papa Gregório IX. Mesmo investido nesse alto grau da hierarquia religiosa, continuou vivendo como um simples monge mercedário.

 

                        Veio a falecer em Cardona quando, gravemente enfermo, seguia para Roma, em atendimento a chamado do Papa, que o queria como Cardeal Conselheiro, sendo enterrado na Capela de São Nicholas, perto da fazenda da família, a qual ele deveria ter cuidado quando jovem. Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação, e vários milagres são creditados a sua intercessão.

 

                        Raimundo Nonato foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1657. É o Patrono das parteiras e do bom parto.

 

                        Em todo o Brasil, São Raimundo Nonato é cultuado com devoção, notadamente nas cidades e paróquias das quais ele é o Padroeiro. O Festejo, com Missa e Quermesse todas as noites, tem sua apoteose a 31 de agosto, data em que é realizada a Alvorada Festiva e a Procissão, celebrada a Santa Missa, e encerrada a Quermesse. Em todas as solenidades religiosas, é rezado o Terço e entoado o Hino, de domínio público, cuja letra aqui reproduzo:

 

Lá no céu onde reinas ditoso

São Raimundo nos vem socorrer

Para um dia chegarmos ao gozo

De ao teu lado, felizes, viver

 

REFRÃO:

Nos combates renhidos da vida

Nós rogamos enfim tua luz

Que alcancemos a Pátria querida

Face a face vejamos Jesus

 

Tu seguiste a estrada espinhosa

Do sofrer por Jesus e lutar

Ao trabalho a oração fervorosa

Tu soubeste na vida aliar

 

Sempre a fé, destemido, pregaste

Mil cristãos com valor redimiste

E cativo entre os mouros ficaste

E o martírio mil vezes pediste

 

Os teus lábios trazias cerrados

À doutrina do mundo tão louco

Em Jesus tão somente abrasados

Pois seu nome levavas na boca

 

De Maria a Virgem mais pura

Foste servo fiel fervoroso

Também muito sofreste na agrura

De oito meses de exílio penoso.

 

                        Para vocês aprenderem e cantarem, aqui vai a melodia, interpretada pelo Coral da Paróquia de São Raimundo Nonato de Belém do Pará:

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 22 de novembro de 2020

SOLENIDADE DE CRISTO REI

 

por-que-celebramos,-na-Igreja,-a-Festa-de-Cristo-Rei

 

A solenidade deste último domingo do ano litúrgico da Igreja nos coloca frente à realeza do Rei Jesus. Criada em 1925, pelo Papa Pio XI, essa festa litúrgica pode parecer pretensiosa e triunfalista. Afinal, de que essa realeza se trata?

Para superar a ambiguidade que permanece, precisamos ir além da visão do Apocalipse, cujo hino na segunda leitura canta que “Jesus é o soberano de todos os reis da terra”. Ora, reis e rainhas não servem de modelo para a representação gloriosa de Jesus. Mesmo que seja para colocá-Lo acima de todos os soberanos. Riquezas, palácios, criadagem e exércitos não são elementos que sirvam para exaltar a entrega de Jesus por nós. Jesus está na outra margem, Ele é a antítese da realeza da riqueza e do poder. Não é por acaso que os evangelhos da liturgia de hoje, nos ciclos litúrgicos A, B, e C da Igreja, sempre nos colocam no contexto da Paixão de Jesus para contemplar Sua realeza.

Quando Jesus foi rei?

Jesus foi Rei, durante Sua vida, em apenas dois momentos: ao entrar em Jerusalém, como um Rei pobre, montado em um jumento emprestado, e ser humilhado na Paixão, revestido com manto de ”púrpura-gozação e capacete de espinhos”; e, Rei, ao morrer despido, com o peito transpassado na cruz. Rei da paz e Rei do amor sem limite até a morte. A realeza de Jesus é a realeza do Amor Ágape de Deus por toda a humanidade e por toda a criação.

Essa festa é a ocasião propícia para podermos reconhecer, mais uma vez, que, na cruz de Jesus, o ”poder dominador”, o ”poder opressor”, criador de desigualdades e exclusões, espalhador de sofrimento por todos os lados, está definitivamente derrotado. Isso se deu pelo seu modo de viver para Deus e para os outros. O fracasso na cruz é a vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte, por meio de Sua Ressurreição.

Deus é o criador

Essa festa se torna, então, reveladora de um tríplice fundamento para a nossa esperança de que as promessas de Deus serão cumpridas até o fim.

O surgimento da matéria e sua evolução, desde o big-bang ─ quando toda a energia do Universo se concentrava em um único ponto menor do que o átomo ─ são o primeiro fundamento de nossa esperança.

Deus é criador respeitando as leis daquilo que criou. Nós nos damos conta de que a soberania d’Ele vem se cumprindo num Universo em expansão, uma vez que a evolução da matéria atingiu seu ponto ômega ao dar à luz  a Jesus de Nazaré, por meio de Maria, porque, n’Ele está a Humanidade humanizada para todos os homens e mulheres, de todas as gerações.

O segundo fundamento é a pessoa de Jesus de Nazaré. O sonho de uma humanidade humanizada ─ tornada aquilo que ela é ─ vem expresso na primeira leitura do livro de Daniel, na figura de um Filho de Homem ─ figura antitética dos filhos de besta, filhos da truculência, dos povos pagãos que oprimiram Israel com seus exércitos. O sonho tornou-se realidade em Jesus Cristo. Ele nos humaniza com a Sua divindade: nunca Deus esteve tão perto de nós, sendo um de nós e sem privilégios; mas também sem crimes nem pecados (cf. epístola aos Hebreus). Jesus nos diviniza com a sua humanidade, tão humano que é, que só pode vir de Deus e ser d’Ele mesmo.

HINO A CRISTO REI


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 23 de outubro de 2020

O PAPA E OS HOMOSSEXUAIS - MAL COMPREENDIDO

 

Padre João Dias Rezende Filho

PUBLICAÇÃO DO PADRE JOÃO DIAS REZENDE FILHO NO FACEBOOK

 

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto que diz "Lo que NO dijo el Papa: "Los homosexuales tienen derecho a Formar un familia". Lo que SÍ dijo el Papa: "Las personas homosexuales tienen derecho a estar en la familia, son hijos de Dios, tienen derecho a una familia. No se puede echar de la familia a nadie"... El Papa NO ESTÁ alentando uniones homosexuales, está protegiendo la dignidad de ellos como ser humanos de no ser maltratados por su propia familia."

 

MAL COMPREENDIDO
(Por Ian Farias)
 
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e close-up
 
Depois que o Papa Francisco disse acerca dos homossexuais "quem sou eu para julgar?", a mídia se deitou na lama do engano e da má-fé para deturpar todos os pronunciamentos. Lembro-me logo quando deturparam a fala de Bento XVI sobre o uso de preservativo por prostitutas, na ocasião disse que seria o primeiro passo para a "humanização dessas pessoas".
 
No documentário mais recente intitulado "Francesco", um trecho causou grande polêmica. O Papa afirmou, quando perguntado se se deveria expulsar alguém da Igreja por causa da sua sexualidade:
 
“Os homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus. Não se pode expulsar uma pessoa de sua família ou tornar a vida impossível para ela. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, para serem protegidos legalmente".
 
Depois de ler a frase na íntegra, entendi o contexto. Nada novo! Estar em família não é o mesmo que constituir família. Mas não se deve expulsar ninguém de uma família por causa da sexualidade. Conheço muitos homossexuais sérios aos quais respeito pelo seu empenho na vida da Igreja e busca da vivência da castidade. Essas pessoas precisam de leis que as amparem para que não sejam discriminadas na própria família ou na sociedade. Existem países nos quais se matam ou deserdam pessoas por serem homossexuais. É o mínimo de garantia que necessitam. Lei de convivência cívil NÃO é união estável. O pai convive com o filho, a mãe convive com a filha, vice-versa, sobrinhos e tios convivem. Já na Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais, de 1986, publicado por decreto do Santo Padre João Paulo II, lê-se:
 
"É de se deplorar firmemente que as pessoas homossexuais tenham sido e sejam ainda hoje objeto de expressões malévolas e de ações violentas. Semelhantes comportamentos merecem a condenação dos pastores da Igreja, onde quer que aconteçam. Eles revelam uma falta de respeito pelos outros que fere os princípios elementares sobre os quais se alicerça uma sadia CONVIVÊNCIA CIVIL".
 
Os homossexuais também são chamados à vida de santidade. A sociedade nunca foi e nunca será toda cristã. Sempre houveram leis que não estiveram condizentes à doutrina da Igreja. Isso prova sim que o mundo deve sentir um novo anúncio da Boa Nova de Cristo. Mas, ATENÇÃO! Os que são católicos, sabem do convite à castidade, da vida de oração e de contrição que devem ter. Sabem que diante do tribunal divino todos prestaremos contas. Ninguém deve deitar no seu pecado e viver comodamente achando que Deus nada fará, pois recorda o Eclesiástico: "Não digas: 'A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados', pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores" (5,6-7). A lei pode até existir, mas não significa que a Igreja a apoie e que um católico possa dela se valer.
 
Não tentemos fazer malandragem com Deus! Além da mídia estar atolada no pecado, quer atolar outros e dizer: todos fazem, é normal. Os que não são cristãos, sempre viveram e viverão como quiserem. Não adianta criar estardalhaço! Mas, diante de Deus, sua vida será a sua sentença.
Nada de novo na Igreja de Cristo!
 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 11 de outubro de 2020

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ - SEGUNDO DOMINGO DE OUTUBRO

 

História de Nossa Senhora de Nazaré - Nossa Sagrada Família

 

Festa do Círio de Nazaré: a maior festa religiosa do Brasil

O Círio de Nazaré é uma procissão católica que acontece todos os anos em Belém do Pará, no Norte do Brasil, no segundo domingo de outubro.

A procissão consiste em levar a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, carinhosamente chamada pelos seus devotos de Naza ou Nazinha, da Basílica (onde permanece durante todo o ano) até a Praça Santuário de Nazaré.

 

Catedral Belém do Pará

História do Círio de Nazaré

A tradição do Círio de Nazaré surgiu algum tempo depois de um homem encontrar uma imagem da santa.

A esse fato são atribuídas diferentes versões. Uma das mais credíveis é baseada em um manuscrito de Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará, onde ele afirma que no final do mês de outubro de 1700, Plácido José de Souza teria encontrado uma imagem da santa perto de um igarapé localizado à margem de um córrego e decidido levá-la para casa.

No dia seguinte, a imagem havia desaparecido e Plácido a teria encontrado novamente no mesmo local onde a tinha visto pela primeira vez. O fato se repetiu durante dias e, assim, Plácido entendeu que a imagem deveria ser mantida no local onde sempre reaparecia, construindo ali uma pequena capela para abrigar a santa.

 

Por ficar localizada perto de uma estrada, muitos que passavam conheciam a imagem e costumavam deixar velas e esculturas de cera, para além de outros tipos de ofertas.

Com o passar do tempo, cada vez mais pessoas visitavam a capelinha. Depois da construção original, ainda foram construídas outras três capelas (em momentos diferentes), cujas dimensões eram sempre maiores do que que a das anteriores, que estavam substituindo. Essa necessidade de ampliação culminou na construção da majestosa Basílica Santuário.

Acreditava-se que a imagem teria sido de missionários jesuítas portugueses. Em 1773, Dom Frei João Evangelista Pereira a enviou para ser restaurada em Portugal e solicitou à então Rainha Dona Maria I e ao Papa Pio VI uma licença oficial para honrar a santa com uma festividade.

A autorização foi dada em 1790, mas só chegou a Belém em 1792.

 

Em 1792 o então capitão-geral do antigo estado do Grão-Pará e Rio Negro, Francisco de Souza Coutinho, visitou o local onde havia sido construída a capela para a abrigar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, encontrada perto do córrego.

Francisco ficou muito impressionado com a quantidade de devotos que comparecia ao local e após autorização concedida por Portugal, decidiu organizar uma grande feira de produtos agrícolas para atrair a atenção de todo o estado para Belém.

Após alguns meses de preparação, o capitão adoeceu. Com receio de não poder fazer a abertura da feira, prometeu que se recebesse a graça da cura, pediria a celebração de uma missa e depois levaria a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um palanquim, junto com a população, até a capela.

Ao alcançar a cura, o capitão cumpriu sua promessa e aconteceu assim o primeiro Círio de Nazaré, com uma grande procissão que ocorreu no dia 8 de setembro de 1793.

Principais romarias oficiais do Círio de Nazaré

O Círio de Nazaré é uma festa religiosa que consiste em várias subdivisões oficiais. Confira abaixo as principais.

 

Traslado

 

Ananindeua romaria traslado
Traslado do Círio de Nazaré de 2015

O traslado consiste no primeiro percurso feito pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante o Círio. A imagem segue em cima de um automóvel, da Basílica de Nazaré até a Igreja de Nossa Senhora das Graças (igreja matriz), que fica em Ananindeua, município vizinho de Belém.

Lá, a santa permanece durante a noite, acompanhada por uma vigília de fiéis.

Romaria rodoviária

Círio traslado
Romaria rodoviária do Círio de 2014

Após a vigília noturna em Ananindeua, a imagem da santa segue para a Vila de Icoaraci, em Belém, e é acompanhada por ambulâncias e carros de autoridades oficiais, como polícia, bombeiros, etc.

Romaria fluvial

Círio fluvial
Barcos enfeitados seguem o percurso da romaria do Círio fluvial

No Círio fluvial, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré segue de barco pela Baía do Guajará, de Icoaraci até o cais do porto da cidade de Belém, e é acompanhada por canoas, Jet Skis, barcos e iates enfeitados para homenagear a santa.

Moto-romaria

moto-romaria círio
Moto-romaria do Círio de Nazaré

A moto-romaria ocorre logo depois do Círio fluvial. Nela, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte da Estação das Docas, rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, acompanhada por um grande número de motos, muitas delas enfeitadas, que ao som da buzina anunciam a passagem da santa.

Trasladação

Trasladação Círio
Trasladação, Círio de Nazaré

A trasladação é um procissão que acontece uma noite antes do Círio propriamente dito. Durante o seu percurso, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida em uma berlinda atrelada a uma corda de cerca de 400 metros.

Na trasladação, a santa segue do Colégio Gentil Bittencourt e para a Catedral da Sé, em uma berlinda carregada por pessoas, ou seja, sem auxílio de nenhum automóvel.

O percurso da trasladação ocorre no sentido oposto ao do percurso da Procissão do Círio.

Procissão do Círio de Nazaré

círio corda
A Procissão do Círio é o momento mais esperado da festividade

A procissão do Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de fiéis e segue um trajeto que vai da Catedral da Sé até a Basílica de Nazaré.

Esta romaria é considerada o auge do Círio. O percurso começa com a celebração de uma missa e em seguida, a imagem da santa é conduzida pelo arcebispo até a berlinda, para seguir o trajeto até a basílica.

Muitos devotos formam um cordão humano ao longo da corda. Alguns seguem descalças, outros carregam com eles crucifixos, imagens da santa e/ou objetos que estejam relacionados com alguma graça alcançada, como forma de agradecimento ou pedido.

Chegando lá, a santa fica em exposição ao público durante uma semana, na praça do santuário.

Recírio

recírio
Recírio

O Recírio é uma procissão de despedida que ocorre duas semanas depois do Círio. A romaria inicia com a celebração de uma missa que termina com o arcebispo de Belém retirando a imagem original da santa de dentro da berlinda e a erguendo para abençoar os devotos.

Em seguida, a santa original é colocada em uma redoma de cristal no altar principal da Basílica Santuário e permanece no local até o Círio do ano seguinte.

Uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré segue em romaria rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, ficando lá até o Círio do ano a seguir.

Símbolos do Círio de Nazaré

Confira abaixo alguns símbolos que caracterizam o Círio de Nazaré.

Berlinda

berlinda círio
Desde o primeiro Círio até o do ano de 2018, a romaria já utilizou cinco berlindas diferentes

A berlinda é uma espécie de pequeno santuário onde é transportada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

É um símbolo que passou a fazer parte do Círio em 1882 e costuma ser decorada com belíssimos arranjos de flores naturais.

Antes de cada Círio, ela sempre passa por pequenos reparos.

Manto

manto círio
Manto do Círio de 2018

A cada ano a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é envolta por um novo manto, um dos símbolos mais importantes da romaria.

O manto que adorna a santa já foi confeccionado por diferentes pessoas. Dentre elas, está uma irmã da Congregação das Filhas de Sant’Ana, uma ex-aluna do Colégio Gentil Bittencourt (local que abriga a imagem peregrina) e também famosos estilistas.

A confecção é toda feita com base em doações e costuma ser inspirada em trechos do Evangelho.

Corda

corda círio
Fiéis disputam um espaço na corda que acompanha a berlinda

A corda do Círio de Nazaré é utilizada na Trasladação e na Procissão do Círio.

Ela foi utilizada pela primeira vez em 1885, para puxar a berlinda que havia ficado atolada após uma enchente ocorrida no momento da procissão. Desde então, passou a integrar a procissão.

Com 400 metros de comprimento, feita de sisal e pesando cerca de 700 quilos, é atrelada à berlinda e costuma ser disputada pelos peregrinos durante as romarias: são muitos os que querem seguir a procissão bem de perto, segurando na corda.

No fim da romaria, mesmo contrariando as indicações da Diretoria do Círio, os devotos costumam cortar a corda pois têm fé de receber bençãos e proteção ao ficar com um pedaço dela.

Carros de promessas

carro de promessas círio
Carro de promessas com os pedidos dos promesseiros

Nos carros de promessas, os promesseiros costumam colocar objetos em cera (como velas e esculturas de partes do corpo que receberam a cura de alguma enfermidade), miniaturas de casas e de barcos como agradecimento pela conquista desses bens, dentre outros.

O objetivo é sempre fazer uma promessa para ter um pedido atendido ou agradecer uma graça pedida e já recebida.

Arraial de Nazaré

arraial de Nazaré
Arraial de Nazaré

O Arraial de Nazaré é uma tradição que começou na primeira edição do Círio de Nazaré, em 1793. Na época, consistiu em uma grande feira de produtos agrícolas.

Com o passar do tempo o arraial passou a ser formado por uma série de brinquedos direcionados para o divertimentos dos fiéis, bem como por várias barracas de venda de artesanato, comidas típicas e outros produtos industrializados, todos localizados em um espaço próximo da Basílica Santuário.

 

FESTA DO CÍRIO DE NAZARÉ, SAMBA-ENREDO,  COM ELZA SOARES

 

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 16 de julho de 2020

DIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO - 16 DE JULHO

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós! - Paróquia Santa Teresinha ...

 

Nossa Senhora do Carmo tem origem no século XII, quando  um grupo de eremitas começou a se formar no monte Carmelo, na Palestina, terra Santa, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, que se estendeu ao mundo todo.

A palavra Carmo, corresponde ao monte do Carmo ou monte Carmelo, em Israel, onde o profeta Elias se refugiou. A palavra carmo ou carmelo significa jardim.

História de Nossa Senhora do Carmo e os carmelitas

A ordem dos carmelitas venera com carinho o profeta Elias, que é seu patriarca, e a Virgem Maria, venerada com o título de Bem Aventurada Virgem do Carmo. Devido ao lugar, esse grupo foi chamado de carmelitas. Lá, esse grupo de eremitas construiu uma pequena capela dedicada a Senhora do Carmo, ou Nossa Senhora do Carmelo.

Posteriormente os carmelitas foram obrigados a ir para a Europa fugindo da perseguição dos muçulmanos. Aí se espalhou ainda mais a Ordem do Carmelo.

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

Com a expulsão dos carmelitas de Israel, a devoção a Nossa Senhora do Carmo começou a se espalhar por toda a Europa. Também foi levada para a América Latina, logo no começo de sua colonização, passando a ser conhecida em todos os lugares. E não somente no Carmelo. Foram construídas várias igrejas, capelas e até catedrais dedicadas a Senhora do Carmo.

Aparição de Nossa Senhora do Carmo a São Simão

São Simão era um dos mais piedosos carmelitas que vivia na Inglaterra. Vendo a Ordem dos Carmelitas ser perseguida até estar prestes a ser eliminada da face da terra, ele sofria muito e pedia socorro a Nossa Senhora do Carmo.

Sua oração, que os carmelitas usam até hoje, foi a seguinte: Flor do Carmelo, vide florida. Esplendor do Céu. Virgem Mãe incomparável. Doce Mãe, mas sempre virgem. Sede propícia aos carmelitas. Ó Estrela do mar.

Então Maria Santíssima, rodeada de anjos, apareceu para São Simão, entregou-lhe o Escapulário e lhe disse: Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua ordem, sinal do meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas. Quem com ele morrer não se perderá. Eis aqui um sinal  da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno. A partir desse milagre, o escapulário passou a fazer parte do hábito dos carmelitas.

Milagre de Nossa Senhora do Carmo

A partir da aparição de Nossa Senhora do Carmo a São Simão, a Ordem do Carmelo começou a florescer na Europa e em vários lugares do mundo, permanecendo firme até os dias de hoje.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, tradição do Carmelo

A palavra escapulário, vem do latim, escápula, que significa  armadura, proteção. O escapulário é uma forma de devoção a Maria Santíssima. O uso do escapulário é um sinal de confiança em Nossa Senhora do Carmo. A pessoa que o usa, é coberta com a proteção e as graças da Virgem Do Carmo.

O escapulário, segundo o Concilio do Vaticano II é um Sacramental, um sinal sagrado, obtendo efeitos de proteção da Igreja Católica. É uma realidade visível que nos conduz a Deus. Santa Tereza dizia que: portar o escapulário, era estar vestida com o hábito de Nossa Senhora.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

Senhora do Carmo, Rainha dos anjos, canal das mais ternas mercês de Deus para com os homens. Refúgio e advogada dos pecadores, com confiança eu me prostro diante de vós, suplicando-vos que obtenhais a graça que necessito, ( pede-se a graça). Em reconhecimento, solenemente prometo recorrer a vós em todas as minhas dificuldades, sofrimentos e tentações, e farei de tudo que ao meu alcance estiver, a fim de induzir outros a amar-vos, reverenciar-vos e invocar-vos em todas as suas necessidades.

Agradeço as inúmeras bênçãos que tenho recebido de vossa  mercê e poderosa intercessão.

Continuai a ser meu escudo nos perigos, minha guia na vida e minha consolação na hora da morte. Amém. Nossa Senhora do Carmo, advogado dos pecadores mais abandonados, rogai pela alma do pecador mais abandonado do mundo. Ó Senhora, rogai por nós que recorremos a vós.

A imagem de Nossa Senhora do Carmo, padroeira dos Carmelitas, tem vários símbolos, todos interessantes e significativos para a nossa vida espiritual. Vejamos.

O hábito marrom de Nossa Senhora do Carmo

O hábito marrom de Nossa Senhora do Carmo é o hábito da Ordem Carmelita, tanto no ramo masculino, quanto feminino. Nossa Senhora apareceu pela primeira vez dessa maneira a São Simão Stock, num tempo em que a ordem carmelita estava sendo perseguida. São Simão era um carmelita inglês que pedia insistentemente que Nossa Senhora protegesse sua Ordem religiosa. Então, num momento de oração profunda, a Virgem Maria apareceu a ele trajando o hábito dos carmelitas, significando que ela dava total apoio à Ordem. A partir desse momento, as perseguições contra os carmelitas cessaram.

O manto branco de Nossa Senhora do Carmo

A Ordem dos Carmelitas tem uma ligação espiritual profunda com o Monte Carmelo em Israel. Neste local, o profeta Elias esteve na presença de Deus e sua vida se transformou depois disso. Neste local, Elias, pressentindo que seria levado para o céu, viu que era hora de passar o poder profético que Deus tinha lhe dado a seu discípulo Eliseu. Assim, Elias colocou sobre Eliseu o seu Manto Branco, simbolizando que ele passava sua missão de profeta para seu discípulo. Esta é a origem do Manto Branco que os Carmelitas usam nas cerimônias religiosas. Quando Nossa Senhora Aparece usando também o Manto Branco sobre o hábito carmelita, significa que ela passa também a missão profética de viver segundo o Evangelho, a todos os carmelitas e a todos os devotos de nossa Senhora do Carmo.

O Menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo

O Menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo tem três significados. O primeiro é ela, como Mãe, apresenta Jesus ao mundo. O segundo é que, com sua mão direita em gesto de bênção, o Menino Jesus está abençoando a humanidade. E o terceiro é que estando o menino Jesus com uma túnica branca, significa que ele também passa a missão de viver o Evangelho aos Carmelitas e aos devotos de Nossa Senhora do Carmo.

A coroa de Nossa Senhora do Carmo

A coroa de Nossa Senhora do Carmo rodeada de estrelas e uma aura brilhante simboliza a realeza da Mãe de Jesus. Significa que, como rainha do céu e da terra, a Virgem Maria pode interceder por todos aqueles que recorrerem a ela em oração, especialmente os Carmelitas e os devotos de Nossa Senhora do Carmo.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

Quando Nossa Senhora do Carmo apareceu a São Simão, ela entregou a ele, em mãos, o Escapulário e disse as seguintes palavras: 'Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua ordem, sinal do meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas. Quem com ele morrer não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno.' Como vemos, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal de proteção que ela mesma ofereceu a seus devotos. Em algumas representações, o menino Jesus no colo de Nossa Senhora do Carmo também segura um escapulário. Significa que Nosso Senhor Jesus Cristo endossa as palavras de Nossa Senhora sobre o escapulário. Assim, a pessoa que usa o Escapulário com devoção, respeito e fé, recebe as graças prometidas por Nossa Senhora aos que assim o usassem.

Os pés de Maria sobre o mundo

Os pés de Nossa Senhora do Carmo estão sobre o globo terrestre, simbolizando que a mensagem da Virgem do Carmo deve chegar a todos os povos, a todos os cantos da terra. A Salvação de Jesus, da qual Nossa Senhora é portadora, deve chegar a todos os lugares do mundo.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

'Senhora do Carmo, Rainha dos anjos, canal das mais ternas mercês de Deus para com os homens. Refúgio e advogada dos pecadores, com confiança eu me prostro diante de vós, suplicando-vos que obtenhais a graça que necessito, (pede-se a graça). Em reconhecimento, solenemente prometo recorrer a vós em todas as minhas dificuldades, sofrimentos e tentações, e farei de tudo que ao meu alcance estiver, a fim de induzir outros a amar-vos, reverenciar-vos e invocar-vos em todas as suas necessidades. Agradeço as inúmeras bênçãos que tenho recebido de vossa mercê e poderosa intercessão. Continuai a ser meu escudo nos perigos, minha guia na vida e minha consolação na hora da morte. Amém. Nossa Senhora do Carmo, advogado dos pecadores mais abandonados, rogai pela alma do pecador mais abandonado do mundo. Ó Senhora, rogai por nós que recorremos a vós.'

HINO A NOSSA SENHORA DO CARMO


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 29 de junho de 2020

DIA DO PAPA - 29 DE JUNHO

 

DIA DO PAPA - 29 DE JUNHO

Papa Francisco

O Papa Francisco é sumo pontífice desde 13 de março de 2013

 

Dia do Papa é comemorado anualmente em 29 de junho.

Esta é uma data religiosa que tem o propósito de homenagear o trabalho do líder da Igreja Católica Apostólica Romana: o Papa. Eleito pelo Colégio dos Cardeais, esse posto é vitalício.

Papa, do latim Papa, e do grego Pappas, significa "papai". Ele é o maior líder religioso entre os católicos, com o poder e obrigação de disseminar entre todos os demais membros do clero a palavra de Deus e, consequentemente, para todas as pessoas com fé nesta doutrina.

A sede do Papado é no Vaticano, um estado independente localizado dentro da cidade italiana de Roma.

O Dia do Papa é celebrado em 29 de junho em referência a São Pedro, que teria sido o “pai da Igreja Católica” e primeiro Papa da história, conforme narra a Bíblia.

Acredita-se que São Pedro morreu em 29 de junho de 64 d.C, durante o período em que ainda havia uma grande perseguição contra os cristãos.

Atualmente, o Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo) é o nome do 266º Papa da Igreja Católica, e o chefe do Estado do Vaticano desde março de 2013, sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou do posto em fevereiro do mesmo ano.

HINO DO PAPA

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 29 de junho de 2020

DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS - 29 DE JUNHO

 

DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS - 29 DE JUNHO

 

Esses santos são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.

Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.

Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação. Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos gentios”.

ORAÇÃO A SÃO PEDRO E SÃO PAULO

HINO A SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 


Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 24 de junho de 2020

DIA DE SÃO JOÃO - 24 DE JUNHO

Especial “Santos Juninos“ – São João Batista: o precursor de Jesus

O Dia de São João é comemorado anualmente em 24 de junho.

São João é conhecido como o "Santo Festeiro”, e nesse dia são realizadas muitas festas conhecidas popularmente como Festas Juninas, comemorações marcadas por danças, pratos típicos e brincadeiras.

Alguns símbolos bastante conhecidos nas celebrações são a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha, o manjericão, a quadrilha, entre outros.

Origem do Dia de São João e da Festa Junina

O Dia de São João é celebrado em 24 de junho por ser a data tradicionalmente atribuída ao nascimento de João Batista.

Existem duas possíveis explicações para a origem do termo Festa Junina. A primeira é pelo fato das comemorações ocorreram durante o mês de junho. Já a segunda teoria afirma ser uma homenagem direta a São João. No princípio, em alguns países da Europa, a festividade era chamada de Festa Joanina.

História de São João Batista

Filho de Isabel e Zacarias, João nasceu na Judeia no ano 2 a.C., e se tornou popular. Vivendo como um nômade e pregando, conseguiu cativar as pessoas para se batizarem.

São João é considerado o santo mais próximo de Cristo, pois além de ser seu parente de sangue, Jesus foi batizado por João nas margens do rio Jordão.

No ano 27 d.C. João Batista morreu decapitado a mando de Herodes, que vivia em adultério com a mulher de seu irmão, Herodíades.

No aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou de forma tão surpreendente que, admirado, Herodes prometeu dar o que ela quisesse. Orientada por Herodíades, a filha pediu a cabeça de João Batista numa bandeja, porque João condenava o comportamento adúltero do casal.

A Festa Junina de São João

O São João é uma das principais figuras das festas juninas. Nessa comemoração, a quadrilha é a dança típica cujos dançarinos vestem-se com vestes caipiras.

Além dos tradicionais balões e fogueiras, várias brincadeiras dão mais brilho à festa. São exemplos: pescaria, cadeia, correio-elegante, boca do palhaço, entre outras.

O Dia de São João também é marcado pela culinária, com várias comidas e doces típicos, como:

  • rapaduras
  • amendoim
  • bolo de milho
  • cocada
  • curau
  • canjica
  • bolo de macaxeira / mandioca
  • paçoca
  • pé de moleque

Existem outros pratos que variam de acordo com a região brasileira em que é celebrado o São João.

Essas iguarias estão quase sempre presentes nas festas. Cidades do interior do Brasil, em especial, fazem festas mais típicas e possuem costumes bastante difundidos entre todos os habitantes, diferentemente do que acontece nas cidades grandes.

SÃO JOÃO DO CARNEIRINHO - COM LUIZ GONZAGA


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 11 de junho de 2020

CORPUS CHRISTI: CORPO DE CRISTO

Corpus Christi

O Corpus Christi é uma comemoração religiosa celebrada sempre numa quinta-feira. É feriado apenas nos municípios que assim o determinam, uma vez que não é considerado feriado nacional.

Esta data é celebrada anualmente 60 dias depois da Páscoa, sempre na segunda quinta-feira depois do Domingo de Pentecostes.

Corpus Christi é feriado facultativo

No Brasil, o Corpus Christi é um feriado facultativo e pode ser municipal. Isso significa que cada município deve estabelecer, através de decreto, se naquele ano o Corpus Christi será ou não feriado.

Grande parte dos governos municipais e estaduais também decretam ponto facultativo na sexta-feira que sucede o feriado de Corpus Christi.

Significado de Corpus Christi

Santíssimo sacramento

Corpus Christi é uma expressão do latim que significa “Corpo de Cristo”.

O evento é considerado uma das festas mais importantes para a Igreja Católica, pois celebra o mistério da eucaristia, ou seja, o sacramento católico em que os fiéis recebem na missa uma partícula que acreditam ser uma parte do próprio corpo de Jesus Cristo.

Origem da comemoração do Corpus Christi

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo começou no século XIII, mais precisamente em 1264, quando a Igreja Católica viu a necessidade das pessoas sentirem a presença real de Cristo.

De acordo com a história, existia um sacerdote chamado Pedro de Praga que vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé.

Ao passar por Bolsena, na Itália, enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a hóstia branca transformou-se em carne viva.

O Papa Urbano IV pediu para que os objetos fossem levados para Oviedo em uma grande procissão, e foi nesse momento que a festa de Corpus Christi foi decretada.

Como a data é comemorada no Brasil?

A celebração de Corpus Christi é marcada por procissões em diversos estados brasileiros. A procissão é feita nas ruas, onde as pessoas podem testemunhar e adorar a representação do Corpo e Sangue de Cristo.

Existem diversas cidades com procissões tradicionais, como em Pirenópolis, no estado de Goiás, que possui a tradição dos tapetes de serragem colorida e flores do Cerrado.

Na cidade de Castelo, no Espírito Santo, as ruas também são decoradas com enormes tapetes coloridos, assim como em alguns municípios de São Paulo, Minas Gerais e outros estados do Brasil.

Comemorações na cidade de Castelo
Tapete colorido na cidade de Castelo, Espírito Santo

No dia de Corpus Christi é realizada a Marcha para Jesus na cidade de São Paulo, onde é feriado. A escolha dessa data para o evento, que reúne pessoas de diversas denominações cristãs de todo o Brasil, é uma forma de facilitar a participação de todos.

CANÇÃO PARA A MISSA DE CORPUS CHRISTI

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 07 de junho de 2020

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE - PRIMEIRO DOMINGO APÓS PENTECOSTES

7 de junho de 2020 – Solenidade da Santíssima Trindade – Ano A ...

A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-Se: Ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia.


Na segunda leitura, Paulo expressa – através da fórmula litúrgica “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.
No Evangelho, João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.

HINO À SNTÍSIMA TRINDADE

SANTÍSSIMA TRINDADE

 

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 31 de maio de 2020

PENTECOSTES - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO - 50 DIAS APÓS O DOMINGO DE PÁSCOA

 

PENTECOSTES - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

 

Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.

O Catecismo da Igreja Católica diz que: “No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito” (CIC, n. 731).

Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d’Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.

Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: “O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo” (CIC, n. 691).

A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.

O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: “Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o ‘cartão de visita’ da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas” (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010).

Temos necessidade do Espírito Santo Paráclito no nosso tempo: Veni, Sancte Spiritus!

HINO DE PENTECOSTES - A NÓS DESCEI, DIVINA LUZ

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 24 de maio de 2020

ASCENSÃO DO SENHOR - CELEBRADA NESTE DOMINGO, 24 DE MAIO

 

Como aconteceu a Ascensão do Senhor?

Imagem ilustrativa: Benjamin West

 

Cantemos à glória de Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17).

Aos discípulos de Emaús: “Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e, que, assim, entrasse em sua glória?” (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se indica não tanto a volta e glória futuras, mas imediatas, já presentes, porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia, para confirmar os discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se verificou 40 dias depois da PásCantemos à glória de Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17).

Aos discípulos de Emaús: “Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e, que, assim, entrasse em sua glória?” (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se indica não tanto a volta e glória futuras, mas imediatas, já presentes, porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia, para confirmar os discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se verificou 40 dias depois da Páscoa.

Ascensão do Senhor: quando começa a missão dos discípulos

Aqueles que tinham visto o Senhor morrer na cruz, entre insultos e escárnios, precisavam ser testemunhas da sua suprema exaltação no céu. Referem o fato os Evangelistas com muita sobriedade, todavia, suas narrações salientam o poder de Cristo e sua glória: ‘Foi-me dado todo poder no céu e na terra’, lê-se em Mateus (28,18) e acrescenta Marcos: ‘O Senhor Jesus subiu ao Céu e está assentado à direita de Deus’ (16,19). Lucas, porém, recorda a última grande bênção de Cristo aos apóstolos: ‘Ao abençoá-los, afastou-se deles e ia elevando-se ao céu’ (24,51).

Também, nos últimos sermões de Jesus, resplandece sua majestade divina. Fala como quem tudo pode e prediz aos discípulos que em seu Nome ‘expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes e recobrarão a saúde‘ (Mc 16, 17-18). Provam os Atos dos Apóstolos a realidade de tudo isto.

Em seguida, Lucas, tanto na conclusão do seu Evangelho como nos Atos, fala da grande promessa do Espírito Santo que confirma os apóstolos na missão e nos poderes recebidos de Cristo: “Eis que enviarei sobre vós o Prometido por meu Pai” (Lc 24, 49), “recebereis força com a vinda do Espírito Santo sobre vós, e sereis minhas testemunhas… até aos confins do mundo. Dito isso, elevou-se para o alto, à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos” (At 1, 8-9).

Espetáculo magnífico que deixou os apóstolos atônitos, “com o olhar fixo no céu”, até que dois anjos lhes apareceram. E o cristão chamado a participar de todo o mistério de Cristo e, portanto, também de sua glorificação. Ele mesmo o havia dito: ‘vou preparar-vos um lugar. E quando eu tiver ido, voltarei novamente avós e vos tomarei comigo, afim de que onde eu estou estejais também vós’ (Jo 14, 2-3).

Esperança

Constitui, portanto, a Ascensão grande argumento de esperança para o homem que, no seu peregrinar terreno, sente-se exilado e sofre longe de Deus. A esperança que implorava São Paulo para os Efésios e queria viva em seus corações. “O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, ilumine os olhos de vossa inteligência para compreenderdes qual a esperança a que vos chamou” (Ef 1, 17-18). E onde fundava o apóstolo essa esperança? No grande poder de Deus ‘manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, acima de todo Principado e Poder (ou seja, dos anjos) e de qualquer outro nome” (ibidem, 20-21).

A glória de Cristo exaltado acima de toda criatura é, no pensamento paulino, a prova do que fará Deus por quem, aderindo a Cristo pela  e pertencendo a Ele como membro do único Corpo de que é Cabeça, participará de sua sorte. Isso requer Cristianismo autêntico: crer e alimentar firme esperança de que, como hoje o fiel, nas tribulações da vida, participa da morte de Cristo, assim um dia participará da Sua glória eterna.

HINO DA ASCENSÃO DO SENHOR

 


Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 13 de maio de 2020

DIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - 13 DE MAIO

 

aparições de Fátima

Dia de Nossa Senhora de Fátima

Dia de Nossa Senhora de Fátima é comemorado em 13 de maio no Brasil. Nessa data, os católicos recordam a primeira das aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos - Jacinta, Francisco e Lúcia - que ocorreu na cidade de Fátima, Portugal, no ano de 1917.

História das Aparições de Nossa Senhora de Fátima

As aparições de Nossa Senhora de Fátima se repetiriam no dia 13 de cada mês até outubro e, durante esses encontros, as crianças rezavam o rosário e recebiam revelações de Nossa Senhora. À medida que as crianças recebiam as visitas de Nossa Senhora, a notícia se espalhava e cada vez mais atraíam peregrinos ao lugar.

Em outubro, mais de 50.000 pessoas teriam presenciado o "milagre do sol" onde o astro teria dado voltas em si mesmo.

Também teriam sido revelados três segredos aos videntes. Os dois primeiros se referiam à Primeira Guerra Mundial e à Rússia que acabava de adotar o socialismo como regime de governo.

O terceiro, que deu origem à diversas especulações, fazia menção a um atentado que um pontífice sofreria. Acredita-se que a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II, em 1981, tenha relação com este segredo.

Francisco e Jacinta morreriam jovens, mas Lúcia ingressou na Ordem das Carmelitas Descalças e viveu até a idade de 97 anos. Francisco e Jacinta seriam canonizados pelo Papa Francisco, em 13 de maio de 2017, ano do centenário das aparições.

Nossa Senhora de Fátima no Brasil

Trazida pelos imigrantes portugueses, a devoção a Virgem de Fátima rapidamente se tornou uma das devoções marianas mais populares no Brasil.

Os fiéis costumam organizar novenas ou trezenas em honra deste título de Nossa Senhora e apesar de não ser dia santo de guarda, muitos fiéis vão à missa neste dia.

Há incontáveis paróquias e capelas que a tem como padroeira e é fácil encontrar imagens da Virgem de Fátima nas igrejas brasileiras, fazendo com que Nossa Senhora de Fátima seja tão popular como Nossa Senhora Aparecida.

Em 2008, em Fortaleza, capital do Ceará, foi inaugurada a maior imagem de Nossa Senhora de Fátima, cuja autoria é de Franciner Macário Diniz.

No Rio de Janeiro, em 2011, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, foi construída uma réplica da Capelinha das Aparições que se encontra no Santuário de Fátima, em Portugal.

Oração a Nossa Senhora de Fátima

Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima
vos dignastes revelar aos três pastorinhos
os tesouros de graças que podemos alcançar,
rezando o santo rosário,
ajudai-nos a apreciar sempre mais
esta santa oração, a fim de que,
meditando os mistérios da nossa redenção,
alcancemos as graças que insistentemente
vos pedimos (pedir a graça).

Ó meu bom Jesus, perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu
e socorrei principalmente
as que mais precisarem.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima,
rogai por nós
.

 TREZE DE MAIO - HINO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 23 de abril de 2020

DIA DE SÃO JORGE - 23 DE ABRIL

 

Dia de São Jorge é comemorado anualmente em 23 de abril e é considerado um feriado estadual do Rio de Janeiro.

A data é celebrada por várias nações e culturas para quem o santo é patrono, como Reino Unido, Portugal, Geórgia, Catalunha, Bulgária e outros. Existe uma história popular de que a imagem de São Jorge matando o dragão pode ser visível na lua cheia.

São Jorge foi um padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, e é venerado como mártir cristão. Conhecido como "santo guerreiro", é um dos santos mais venerados no catolicismo e ficou imortalizado no conto em que mata o dragão.

Antes de 2008, o feriado era comemorado apenas no município do Rio de Janeiro, pois São Jorge é o padroeiro desta cidade, até que foi instituído feriado estadual de acordo com a Lei 5198/08, de 05 de março.

A figura de São Jorge também é cultuada pelas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda. Neste caso, São Jorge é sincretizado na forma do orixá

Ogum.

São Jorge montado no seu cavalo atacando dragão

HINO DE SÃO JORGE, COM ALCIONE

 


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 20 de abril de 2020

DIA DE NOSSA SENHORA DA PENHA - 20 DE ABRIL

 

20 DE ABRIL - DIA DE NOSSA SENHORA DA PENHA

Nossa Senhora da Penha

 

Nossa Senhora da Penha é o título da Virgem Maria que teve início quando um monge francês chamado Simão sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no alto de uma montanha de difícil acesso. A imagem estaria enterra ali por causa de uma guerra entre franceses e muçulmanos. Os católicos escondiam suas imagens para que elas não fossem destruídas pelos invasores islâmicos. No sonho, a imagem aparecia cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão procurou pela serra durante cinco anos, sem sucesso. Mas, então, num dia especial, teve a informação de que a serra que ele descrevia chamava-se Penha de França e ficava no norte da Espanha. Simão Vela dirigiu-se para lá o mais rápido que pode.

O local onde repousava Nossa Senhora da Penha

No norte da Espanha havia uma serra muito alta e íngreme, com pontas de rochas no alto. A serra se chamava Penha de França e ficava na província de Salamanca. Ali, acredita-se que o Rei Carlos Magno teria lutado contra a invasão dos mouros.

À procura da imagem, Simão caminhou três dias e três noites ininterruptamente. Ele fez isso porque, segundo sua própria narrativa, em seus êxtases, ele ouvia sempre a advertência divina dizendo-lhe: Simão, vela e não durma! Por essa razão ele passou a ser chamado de Simão Vela.

O encontro com a Virgem Maria

Passados os três dias, já exausto, escalando montanhas íngremes, Simão parou para descansar. Nesse momento, ele viu uma formosa senhora com o filho ao colo sentada perto dele. Esta Senhora lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Assim, ajudado por alguns pastores da região, Simão Vela conseguiu encontrar a imagem que tinha avistado em sonho. Foi um momento de profunda alegria e de reconhecimento da revelação divina. Emocionado e grato, Simão Vela reconheceu também que aquela Senhora que lhe revelara o lugar era, na verdade, Maria com Jesus em seu colo.

Capela de Nossa Senhora da Penha

Simão Vela construiu uma capelinha muito simples naquele local e começou a viver ali, pensando que teria uma vida de monge, isolada e tranquila. O lugar, porém, logo ficou famoso pelo grande número de milagres e graças alcançadas por intermédio de Nossa Senhora da Penha, como passou a ser chamada a Virgem Maria por causa de sua aparição na serra Penha de França. Simão Vela não poderia imaginar que, mais tarde, seria construído um dos mais ricos e grandiosos templos da Cristandade em honra a Maria da Penha, o Santuário de Nossa Senhora da Penha.

Nossa Senhora da Penha e seus milagres

Pouco tempo depois da capelinha de Simão Vela começar a ficar famosa, a Espanha foi vítima de uma grande peste que matou grande parte da população. O povo, apavorado, recorreu à intervenção de Nossa Senhora da Penha e sem explicação a peste desapareceu. Mas, um tempo depois, a mesma praga começou a fazer vítimas em Portugal, que faz divisa com a Espanha. Assim, sabendo do acontecido na Espanha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse o país da moléstia. A epidemia extinguiu-se quase que imediatamente. Cumprindo a promessa, a Câmara mandou construir um grandioso santuário de louvor a Nossa Senhora da Penha na capital Lisboa.

Milagres em Portugal

O Santuário português começou a atrair milhares de peregrinos. Então, aconteceu que um devoto subiu até o alto onde ficava o templo, muito cansado, adormeceu.

Pouco depois, uma grande serpente aproximou-se para picá-lo. Mas neste exato momento, um grande lagarto pulou sobre o homem e o acordou. O homem logo viu a serpente e a matou com seu cajado. É por isso que em algumas representações, a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.

Devoção a Nossa Senhora da Penha no Brasil

Devoção a Nossa Senhora da Penha chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses. A primeira capela em sua honra foi construída em Vila Velha, na antiga Capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A construção foi levada a frente por Frei Pedro Palácios, um espanhol cheio de fé e devoto da santa. Depois foi erguida a Igreja da Penha do Irajá (1635).

Hoje o local é conhecido como Convento da Penha, dos franciscanos.

Nossa Senhora da Penha Padroeira de São Paulo

Na cidade de São Paulo foi erguida uma pequena capela em devoção a Nossa Senhora da Penha de França em 1667 e, em volta dela e por causa dela, desenvolveu-se um dos bairros mais antigos, populosos e tradicionais da cidade: a Penha. Hoje, o local abriga a antiga igreja matriz na região conhecida por igreja velha e a Basílica de Nossa Senhora da Penha (conhecida por igreja nova), cuja pedra fundamental foi lançada em 1957. As duas igrejas são dedicadas a Nossa Senhora da Penha e sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Nossa Senhora da Penha está presente em centenas de cidades

Centenas de cidades do Brasil possuem igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Penha. Normalmente, as igrejas dedicadas a ela são edificadas no alto de colinas e morros, seguindo a origem da descoberta da imagem pelo Frei Simão Vela: numa montanha.

Imagem de Nossa Senhora da Penha

Nossa Senhora da Penha é normalmente representada com o menino Jesus no colo, tendo uma coroa na cabeça, estrelas em seu manto representando sua glória e flores à sua volta, representando a vegetação do local onde a imagem foi encontrada.

Oração a Nossa Senhora da Penha

Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos Deus depositou os tesouros das suas graças e favores. Eis-me cheio de esperança, solicitando com humildade a graça de que hoje necessito (pedido), pela qual sou-lhe grato(a) desde este momento.

Recordai-vos, ó Senhora da Penha, que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós têm depositado toda a sua esperança tenha deixado de ser atendido, ó boa Mãe. Assisti-nos nas agruras da vida, para que façamos delas sementes para um mundo mais fraterno e mais humano. Enxugai o pranto das pessoas que sofrem e consolai os aflitos em suas necessidades. Tudo isso vos pedimos por Jesus, vosso Filho e nosso irmão.

Amém.

BAIÃO DA PENHA - LUIZ GONZAGA

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 19 de abril de 2020

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA - PRIMEIRO DOMINGO APÓS O DOMINGO DE PÁSCOA

 

Domingo da Divina Misericórdia: origem, significado e indulgência plenária

Conheça a origem da Festa da Divina Misericórdia, o seu significado e aprenda como lucrar a indulgência plenária nessa celebração.

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Redação (Quarta-feira, 15-04-2020, Gaudium Press) Todos os anos, a Igreja celebra, no segundo domingo do tempo pascal, a Festa da Divina Misericórdia. A celebração foi instituída oficialmente pelo Papa São João Paulo II no ano 2000, durante a cerimônia de canonização de Santa Faustina.

A Festa da Divina Misericórdia e Santa Faustina Kowalska

A Festa da Divina Misericórdia está baseada em revelações privadas feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Santa Faustina Kowalska, que transmitiu as mensagens sobre a Divina Misericórdia ao povoado da cidade polonesa de Plock no ano de 1931.

Santa-Faustina-Kowalska

Dizia nosso Redentor a Santa Faustina: “Causam-me prazer as almas que recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos. Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele recorre à Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e inescrutável misericórdia” [1].

Durante suas revelações a Santa Faustina, Nosso Senhor também ressaltou sua segunda vinda, prometendo retornar em glória para julgar o mundo no amor, como está descrito no Evangelho de São Mateus (Capítulos 13 e 25).

(Leia também: Como receber as graças no dia da Festa da Divina Misericórdia)

“Fala ao mundo da Minha misericórdia, que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia” (Diário, 848).

Instituição da Festa da Divina Misericórdia

Na época em que se instituiu a Festa da Divina Misericórdia, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitiu um decreto no qual se estabeleceu que “por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão”.

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O Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Emérito Bento XVI, assegurou que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram, por exemplo, a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus”.

Como obter indulgência plenária na Festa da Divina Misericórdia

Durante a Festa da Divina Misericórdia é possível obter indulgência plenária. Para isso os fiéis devem viver com piedade intensa esta celebração. São João Paulo II estabeleceu, através de um decreto, que o Domingo da Divina Misericórdia seja enriquecido com a Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos”.

As graças do Domingo da Divina da Misericórdia

Nosso Senhor misericordioso prometeu conceder as seguintes graças no dia da Festa da Divina Misericórdia:

“A alma que se confie e receba a Santa Comunhão obterá o perdão total das culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas através das quais fluem as graças. Quem nesse dia se aproximar da Fonte de Vida receberá o perdão total das culpas e das penas”.

(Leia também: Religiosos promovem petição para declarar Santa Faustina Kowalska Doutora da Igreja)

“Não encontrará alma nenhuma a justificação até que se dirija com confiança à Minha misericórdia. Nesse dia os sacerdotes devem falar às almas sobre Minha misericórdia infinita”.

Jesus também enfatizou a Soror Faustina que Sua Misericórdia é a última tábua de salvação que oferece à humanidade. “As almas morrem apesar de Minha amarga Paixão. Lhes ofereço a última tábua de salvação, quer dizer, a Festa de Minha Misericórdia. Se não adorarem Minha Misericórdia morrerão para sempre”.

Significado da imagem da Divina Misericórdia

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A famosa imagem da Divina Misericórdia foi revelada a Santa Faustina pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, que pediu a ela para que a pintasse, e depois explicou todo o significado por de trás de cada detalhe, além dizer o que os fiéis podem alcançar através dela.

A imagem é um símbolo da caridade, do perdão e do amor de Deus, conhecida como a “Fonte da Misericórdia”. As versões, em sua maioria, mostram Jesus levantando sua mão direita em sinal de bênção e apontando com sua mão esquerda o peito do qual fluem dois raios: um vermelho e outro branco.

“O raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas (…) Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299).

(Leia também: Instalada no Brasil primeira comunidade da congregação de Santa Faustina Kowalska)

O Terço da Divina Misericórdia

Dentre o conjunto de orações usadas como parte da devoção à Divina Misericórdia está o Terço da Divina Misericórdia, que costuma ser rezado às 15h, utilizando as contas do terço comum, mas com um conjunto diferente de orações.

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Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Em seguida, nas contas do ‘Pai Nosso’, recita-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Já nas contas da ‘Ave Maria’, se reza: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. Por fim, deve-se rezar três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

A Coroinha da Divina Misericórdia

Nosso Senhor também confiou à Santa Faustina a Coroinha da Divina Misericórdia, entregando várias promessas. “Quem a rezar obterá através dela que tudo o que peça se realize, sempre e quando estiver de acordo com a vontade de Deus”.

Quem orar a Coroinha da Divina Misericórdia receberá misericórdia, sobretudo na hora da morte, e os sacerdotes a recomendarão aos pecadores como última tábua de salvação. “Defenderei com Minha própria Glória a cada alma que reze esta Coroinha na hora da morte, ou quando os demais a rezem junto ao agonizante, que obterão o mesmo perdão”.

A Liturgia do Domingo da Divina Misericórdia

A liturgia deste domingo trás a figura do “apóstolo incrédulo”, São Tomé. Na primeira aparição de Jesus Ressuscitado aos apóstolos, São Tomé não estava entre eles: “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus” (Jo 20, 24). Assim que o encontraram os apóstolos com alegria anunciaram-lhe a ressurreição do Mestre. No entanto a atitude de São Tomé foi de obstinação e presunção [2]: “Se eu não ver nas suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25).

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(Leia também: São Tomé acreditou, Nossa Senhora o premiou…)

Não podia São Tomé imaginar que estava dando a oportunidade ao Senhor da Misericórdia de mostrar-lhe quanto o amava. Uma semana após a primeira aparição, nosso Senhor age com Tomé com extrema bondade, adiantando-se a ele, diz: “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel” (Jo 20, 27).

Diante de tamanha misericórdia, resta ao “incrédulo” proclamar, como um teólogo, a humanidade e a divindade de nosso Senhor: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28).

Condições para receber a Misericórdia Divina

Para receber a Misericórdia de Jesus, sobretudo na Festa da Divina Misericórdia, é necessário aproximar-se ao Senhor com um coração contrito e humilde, arrepender-se dos pecados, confiar firmemente na Divina Misericórdia de Jesus Cristo e aproximar-se do sacramento da Confissão nesse dia ou sete dias antes ou depois. Receber a Comunhão Eucarística, venerar a imagem da Divina Misericórdia, e praticar as obras de misericórdia.

(Leia também: Especial João Paulo II: O caminho do Vaticano às honras do altar)

Confiança na Divina Misericórdia

Toda a humanidade é convidada a beneficiar-se desta fonte infinita e inconcebível de misericórdia: “Que toda alma glorifique a Minha bondade. Desejo a confiança das Minhas criaturas; exorta as almas a uma grande confiança na Minha inconcebível misericórdia. Que a alma fraca, pecadora, não tenha medo de se aproximar de Mim, pois, mesmo que os seus pecados fossem mais numerosos que os grãos de areia da Terra, ainda assim seriam submersos no abismo da minha misericórdia” [3].

Santa-Faustina-Kowalska-Divina-Misericórdia

Procuremos viver na confiança desta misericórdia e divulgar quanto nos for possível esta devoção. “Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-me as chamas da misericórdia; quero derramá-las sobre as almas” [4]. (EPC)


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 12 de abril de 2020

GLORIA IN EXCELSIS DEO (GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS)

 


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 10 de abril de 2020

QUEREMOS DEUS, HINO, COM WILSON SIMONAL

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana terça, 10 de março de 2020

POSSE DO PADRE JOÃO DIAS REZENDE FILHO (JOÃO PECEGUEIRO) NA PARÓQUIA DE PAÇO DO LUMIAR, REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto que diz "Convite Missa de posse do João Dias Rezende Filho 21 MAR SÁBADO 18H local: Paróquia Nossa Senhora da Paço do Lumiar"

 


Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 26 de fevereiro de 2020

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

 

Quarta-feira de cinzas, obra do pintor alemão Carl Spitzweg.

quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário Cristão ocidental (Católico). As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.[1]

Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa (sem contar os domingos) ou quarenta e seis dias (contando os domingos). Seu posicionamento no calendário varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.

A Igreja Católica Apostólica Romana trata a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo Padre que preside a cerimónia. O Padre mancha a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o Cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência.

Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após o Carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela, enquanto no rito ambrosiano da Igreja Católica Romana a Quaresma começa no próximo domingo e o Carnaval continua até o sábado, chamado Sabato Grasso ("Sábado Gordo") e não se celebra a quarta-feira de cinzas.


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 13 de outubro de 2019

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ


Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 12 de outubro de 2019

HINO A NOSSA SENHORA APARECIDA


Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 05 de outubro de 2019

HINO A SÃO BENEDITO - HOJE, 5 DE OUTUBRO, É DIA DE SÃO BENEDITO NEGRO!


Igreja Católica Apostólica Romana segunda, 13 de maio de 2019

13 DE MAIO NA COVA DA IRIA - HINO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Igreja Católica Apostólica Romana sexta, 19 de abril de 2019

PAIXÃO DO SENHOR - BENDITA E LOUVADA SEJA


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 13 de setembro de 2018

LEVANTA-TE - 2018 - DIAS 15 E 16 DE SETEMBRO - BRASÍLIA (DF)

LEVANTA-TE, TOMA TEU LEITO E ANDA!

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 31 de maio de 2018

PROCISSÃO FLUVIAL NO RIO BALSAS - FESTEJO DE SANTO ANTÔNIO - 03.06.2018


Igreja Católica Apostólica Romana quinta, 15 de fevereiro de 2018

SHOW DA RESSURREIÇÃO - RESSUSCITA, BRASIL!


Igreja Católica Apostólica Romana sábado, 30 de setembro de 2017

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2017

 

 


Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 21 de junho de 2017

É CORRETO FAZER O SINAL DA CRUZ AO PASSAR EM FRENTE A UMA IGREJA CATÓLICA? ISSO É BÍBLICO OU APENAS UMA INVENÇÃO? VAMOS APRENDER JUNTOS?

TARDE DESSAS, passando diante da centenária igreja de São João Batista, no histórico bairro do Brás, em São Paulo (SP), terminava de traçar o Sinal da Cruz sobre minha fronte e peito quando ouvi um murmurar vindo de trás de mim: “O que é que você está fazendo, moço?” – Olhei e vi uma senhora dos seus cinquenta e poucos anos, ostentando um grande coque grisalho no alto da cabeça e óculos de aros plásticos. Ela falava num tom quase de súplica, como se eu estivesse cometendo um crime horrível.

"Estou fazendo o Sinal da Cruz", respondi, enquanto ela balançava a cabeça negativamente. “Não faça isso, meu filho...”. Perplexo, quis saber o porquê, e ela se saiu com esta: “Cada vez que você faz esse sinal, é como se estivesse crucificando Jesus novamente, é uma ofensa...”.

Até que ponto chega a criatividade das pessoas que odeiam a Igreja, pensei com meus botões (pensando não naquela pobre senhora, mas sim em quem incutiu tal bobagem em sua mente). Tomando cuidado para não parecer agressivo ou irônico, argumentei: "eu faço o sinal da cruz em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Como pode ser ruim algo que eu faço invocando a Deus conforme ensina a Bíblia?". Fiz questão de mencionar a Bíblia (conf. Mt 28,19), porque já tinha percebido, logo de cara, que se tratava de uma “evangélica”, e sei bem que eles acreditam que só podem aceitar aquilo que está escrito, literalmente, no Livro Sagrado.

Ela pareceu surpresa com a minha resposta. “Esta é a primeira vez que um católico me responde com uma citação da Bíblia! Só que está errado, viu? Jesus sofreu muito na cruz, a cruz é um símbolo de maldição, de sofrimento, de vergonha...”. E ela fez menção de ir embora, mas eu insisti: "com todo o respeito, quem foi que falou isso para a senhora?"; e ela me olhou, desconcertada: “Quem falou foi um homem de Deus, meu filho”...

"A senhora acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus?", perguntei, e ela mais que depressa respondeu, com muita ênfase: “Mas é claro!"; e então eu prossegui: "nesse caso, acho que o homem que ensinou isso para a senhora está bem equivocado. O Apóstolo Paulo diz na Bíblia: 'Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo' (Gl 6,14). Quer dizer, a Cruz é glória para o cristão. Na verdade, a cruz é o símbolo que nos identifica como cristãos, é como se fosse a nossa 'carteira de identidade'. Era um símbolo de vergonha antes de Jesus Cristo, mas depois dEle tornou-se símbolo de vitória, de salvação, de santidade. Quem pensa que a cruz é um símbolo de vergonha está vivendo ainda antes de Cristo! É como se essa pessoa nunca tivesse ouvido falar em Jesus! – Digo mais: em Efésios está escrito: 'Pela cruz, Jesus Cristo reconciliou os povos com Deus, em um Corpo, eliminando com a cruz as inimizades.' (Ef 2,16)".

Ao dizê-lo, fiz uma pausa e fitei aquela senhora bem nos olhos, com firmeza e seriedade. Ela esfregou as mãos no saiote comprido, baixou o olhar e retrucou, agora baixinho: “Mas o Senhor Jesus sofreu tanto na cruz...”. – "E como sofreu!", Respondi, com firmeza. "Por isso mesmo é que devemos honrar e amar a Cruz, porque foi por meio dela que Nosso Senhor se entregou em Sacrifício pela nossa salvação. Como diz a Bíblia, a Cruz é o nosso maior orgulho enquanto cristãos! Nela, e somente nela, podemos e devemos nos gloriar!".

Ela agora estava em silêncio, e me olhava com muita atenção, admirada, confusa. Finalizando a conversa, perguntei: "afinal, a senhora não sabia que o próprio Jesus disse: 'Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de Mim'? Está no Evangelho segundo Mateus (10,38)! E Ele também advertiu a cada um de nós: 'Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia sua cruz e me siga' (Lc 9,23), e mais ainda: 'Quem não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo' (Lc 14,27). – Se a senhora me permitir, deixo um conselho: se esse 'homem de Deus' a quem senhora se referiu está ensinando algo diferente disso, corra para bem longe dele, porque está dizendo o contrário do que disse o Cristo! Em quem a senhora vai preferir confiar? Para não ter erro, entre numa igreja católica e reze, peça a Luz do Espírito Santo: peça a Ele que lhe mostre o caminho e qual a verdadeira igreja. Peça que lhe mostre se falsos pastores por acaso não andam tentando desviá-la do verdadeiro caminho do Senhor. Afinal, a Igreja Católica é a única que foi fundada diretamente por Jesus Cristo. Quem sabe um padre possa tirar outras dúvidas que a senhora tenha? Bom, eu já vou indo. Que Deus a abençoe".

Retomei meu caminho, mas a mulher continuou lá, parada, muda. Nem falou um “tchau”. Andei alguns passos e olhei para trás, para ver se estava ainda no mesmo lugar. E o que vi, desta vez, surpreendeu foi a mim: ela subira as escadas da igreja, e entrava timidamente pela porta(!).

Segui meu rumo pensando em quanta gente perdida, entre preconceitos implantados, precisando apenas de um bom conselho, transita pelas ruas desta cidade e do mundo, com a "cabeça feita" por falsos pregadores. Gente que depende apenas da orientação de um fiel católico para encontrar o seu caminho até a Igreja de Cristo. Católicos que, em sua maioria, permanecem mudos, mesmo quando aparece a oportunidade para evangelizar.

Fonte: O Fiel Católico


Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 19 de março de 2017

DIA DE SÃO JOSÉ! 19 DE MARÇO!

HOJE É DIA DE SÃO JOSÉ!

Raimundo Floriano

 

 

                        Hoje, 19 de março é Dia de São José, o Carpinteiro, castíssimo esposo da Virgem Maria, Pai Adotivo de Jesus, Padroeiro dos Pais, das Famílias, dos Trabalhadores, dos Carpinteiros, Descendente de David e Patriarca de toda a Igreja.

 

                        Para os nordestinos, o Dia de São José é marcante, especialmente em anos de seca. Considerado também o Padroeiro das Chuvas e dos Agricultores, é em seu dia que os sertanejos fazem a previsão de chuvas para o restante do ano. Caindo nesse dia, vem a certeza de que o inverno vai ser bom. Caso não chova, a estiagem é dada como certa.

 

                        Aqui em casa, comemoramos, além do Padroeiro das Famílias, o aniversário de minha saudosa sogra, Etelvina de Souza.

 

                        Para celebrarmos esta data santificada, aí vão dois youtubes:

 

HINO A SÃO JOSÉ, COM GRUPO VOCAL NÃO IDENTIFICADO: 

 

 

MEU BOM JOSÉ, COM O PADRE ZEZINHO:

 

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Igreja Católica Apostólica Romana terça, 13 de dezembro de 2016

DIA DE SANTA LUZIA - 13 DE DEZEMBRO

DIA DE SANTA LUZIA

Raimundo Floriano

 

Santa Luzia

 

                        Hoje, 13 de dezembro, é o Dia de Santa Luzia, Protetora da visão. Por esse motivo, o Almanaque Raimundo Floriano presta-lhe singela homenagem, postando este youtube com seu hino:

 


Igreja Católica Apostólica Romana terça, 18 de outubro de 2016

MONSENHOR SOLON CORREIA DE ARAGÃO

MONSENHOR SOLON CORREIA DE ARAGÃO

Raimundo Floriano

 

Monsenhor Solon

 

(Necessário introito para explicar-lhes meu parentesco com o ilustre clã Pinto de Aragão. No tempo a que agora me reporto, a ideia de família era muito abrangente, e mais valiam os laços afetivos que os sanguíneos. José da Silva Albuquerque, nascido em 1885, filho de Manoel Raimundo de Albuquerque, e Izidória Leão da Silva, irmão de minha avó materna, Ana de Albuquerque Bezerra, casou-se, em Balsas (MA), a 07.12.1911, com Eulina Correia de Castro, nascida em 1896, filha de Joaquim Correia Sobrinho e de Maria Correia de Castro, com quem teve duas filhas: Aline Correia de Albuquerque, nascida a 15.05.1913, e Maria Albuquerque Barbosa – nome de casada –, a Donamaria, nascida a 12.08.1914. Eulina enviuvou a 05.07.1915 e, a 29.02.1916, casou-se, em Balsas, com Ascendino Pinto de Aragão, também viúvo e pai de três filhos, adiante nomeados, passando a assinar-se Eulina Correia Pinto. Tanto os filhos de Eulina, quanto os de Ascendino, pelos laços afetivos com os quais foram criados e educados, são considerados como legítimos integrantes do clã Albuquerque, e vice-versa, o que muito nos orgulha.)

 

                        Solon Correia de Aragão, filho de Ascendino Pinto de Aragão e Eulina Correia Pinto, nasceu em Balsas (MA), no dia 9.6.1921, e faleceu em Teresina (PI), no dia 19.1.2001, aos 79 anos de idade.

 

                        Ainda na infância, revelava inteligência brilhante e sede de conhecimentos, assim como, nas brincadeiras de criança, já demonstrava sua vocação sacerdotal. Estudou no Educandário Coelho Neto, do Professor Joca. Entre os 9 e os 10 anos, praticou jornalismo na gráfica da cidade.

 

                        Em 1932, entrou para o Seminário D. Inocêncio Lopes Santamaria, em São Raimundo Nonato (PI), ingressando mais tarde no Seminário de Salvador (BA), onde se destacou como excelente aluno de Latim. Concluiu seus estudos no Seminário da Prainha, em Fortaleza (CE). Ordenou-se Padre a 01.01.1944, com apenas 22 anos e meio de idade, após licença concedida pelo Papa Pio IX, vez que a idade mínima estabelecida pelas Leis Canônicas da época era de 24 anos.

 

                        Já ordenado, Padre Solon foi destinado à Paróquia de Bom Jesus do Gurgueia (PI), como Vigário. No ano de 1952, foi designado Vigário da Paróquia de São João do Piauí, onde incrementou a atividade escolar, fundando o Instituto São João Batista, e, em 1958, o Ginásio Frei Henrique, considerado por todos o berço cultural são-joanense, e, por ele, como a casa de seus sonhos. Dotado de personalidade abrangente, sua obra atingiu vários setores da vida como sacerdote, educador e homem público, prestando relevantes serviços à população de todo aquele esquecido e pobre rincão sul-piauiense.

 

                        Em 1975, Padre Solon promoveu a reforma da Igreja Matriz de São João Batista, construída em 1875, para a Festa do Centenário, considerada a maior até hoje naquela cidade, à qual compareceram personalidades ilustres, dentre elas o Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela, Arcebispo de Teresina, além de Padres, amigos, familiares e filhos de São João do Piauí que viviam em terras distantes. Na ocasião recebeu o título de Monsenhor.

 

                        Comemorou, com paroquianos, amigos e familiares, a 9.6.1991, seus 70 anos de vida, ocasião em que o ginásio que fundara, em 1958, recebeu a denominação de Ginásio Monsenhor Solon Aragão.

 

                        Em agosto de 1994, na Igreja da Prainha, em Fortaleza, concelebrou a Missa de Ação de Graças por seu cinquentenário de vida sacerdotal, juntamente com colegas de ordenação: Dom Eugênio de Araújo Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro, Monsenhor Ivo Calliari, Vigário da Catedral do Rio de Janeiro, Monsenhor Expedito Silveira de Sousa, Vigário de Camocim (CE), Cônego João Cartaxo Rolim, Vigário de Sousa, Cônego Pedro de Alcântara Araújo, Vigário de Russas (CE), e Padre Ágio Augusto Moreira, Capelão do Sítio Belmonte, de Crato (CE).

 

                        No dia 1.10.2000, às 9h, celebrou, junto aos são-joanenses, na Igreja Matriz de São João Batista, o que seria sua última Missa, pois veio a falecer no dia 19.01.2001, em Teresina, no Hospital Prontocor.

 

                        Conheci de perto o Padre Solon no ano de 1950, quando residia em Teresina, na casa de Donamaria, sua irmã, onde também moravam Dona Eulina, sua mãe, a Ressu, irmã de Dona Eulina, e o José Bráulio Florentino, que viria, no futuro, a ser Juiz de Direito no Estado de Goiás. Vez por outra, o Padre passava por lá em visita a seus familiares.

 

                        Eu e o Zé Bráulio éramos estudantes, eu do Ateneu, que ele chamava de PP – pagou, passou –, e ele, do Liceu Piauiense, reconhecidamente o melhor colégio da Capital. Ambos, aos 14 anos de idade, vivíamos quase aos tapas, procurando demonstrar quem era o mais burro dos dois. Numa de suas visitas, o Padre resolveu decidir a contenda. Mandou que cada qual fizesse uma redação tendo como título A Bandeira.

 

                        Passamos alguns dias rabiscando os cadernos, escondidos um do outro, fazendo o maior segredo, até que chegou a data da entrega do trabalho. Zé Bráulio descrevera a Bandeira Brasileira, com as estrelas, a faixa Ordem e Progresso e suas cores, explicando o que elas representavam. Eu me fixara numa bandeira de qualquer país como símbolo de um povo, de uma nação, forjador de seus sentimentos cívicos.

 

                        De posse das redações, o Padre, depois de muito meditar, deu esta decisão:

 

                        – As duas merecem nota 10! – Zé Bráulio e eu ficamos no maior envaidecimento, burraldamente olhando pra cara um do outro.

 

                        – Mas calma lá – continuou o Padre –, 5 para o Zé Bráulio e 5 para o Raimundo. As duas, reunidas numa só, é que merecem a nota máxima!

 

                        Dessa forma, Padre Solon nos deu a primeira aula de tato diplomático em nossas vidas!

 

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                        Esta matéria faz parte de uma extensa pesquisa sobre Ascendino Pinto e sua família, publicada no Jornal da Besta Fubana no dia 30 de janeiro de 2012. Dentre os comentários recebidos, um, a 22.11.2012, enviado por Marta Regina de Aragão Canalli, mereceu especial atenção: “Olá, fiquei muito emocionada quando, por acaso, encontrei essa matéria na Rede. Sou filha da Maria Felipéa de Aragão Canalli. Foi gostoso relembrar algumas passagens, das quais muitas foram mencionadas por minha mãe”.

 

                        A 3.11.2012, João Carvalho Neto assim se expressou: “Fiquei muito feliz e emocionado ao ver a matéria que a Marta me enviou. Fui casado com Maria Felipéa durante 23 anos e sempre ouvia as histórias das viagens que ela fazia a cavalo junto com o pai, dormindo, às vezes, em cavernas e comendo carne seca com farinha. A Péa era apaixonada pelo pai. Acho que eles devem estar rindo com nossa admiração, lá no mundo espiritual. Saudades!”.

 

                        A 5.12.2012, Márcia Regina Bernardo disse: “Sou filha da Conceição Maria Fialho Muniz de Aragão, que teve quatro filhos e hoje vive na cidade de Petrópolis (RJ). Ela sempre relata que brincava com tatu-bandeira, tomava banho no Rio Parnaíba, dormia em rede, e que o pai dela, Ascendino, a levava para sua mãe à noite, pois não se casaram e nem moraram juntos. O Padre Solon celebrou a missa de 15 anos de minha irmã, Raquel Cristina Bernardo. Temos aqui uma foto de meu avô, já de idade avançada, num hospital, com alguns familiares. Vou escaneá-la para remeter-lhe uma cópia.”.

 

                        Cumprida a promessa, eis a foto, com a devida identificação:

 

Ascendino Pinto, com familiares 

Em pé: Wilson, Antônio, Sílvio, Maria Felipéa, Padre Solon e Suzinha;

Sentados: Maria das Mercês e Ascendino;

Mais abaixo: Maria das Dores (Dorinha) e Conceição

 

                        Tão logo a recebi, fui dominado pelo impacto de grande surpresa e dúvida atroz: quem é Suzinha, que, até então, era desconhecida em todos os documentos pesquisados? E a explicação: trata-se da Yuaçu, fruto de aventura amorosa de Ascendino com uma índia!

 

                        O que justifica a fama desse galinho ciscador em qualquer terreiro, exemplo pronto e acabado do romantismo latino-sertanejo, que ele abraçou por toda sua produtiva existência.

 

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Igreja Católica Apostólica Romana domingo, 16 de outubro de 2016

PADRE CARLOS, UM ESPANHOL SERTANEJO

PADRE CARLOS, UM ESPANHOL SERTANEJO

Raimundo Floriano

 

Padre Carlos em 1951, 1970 e 2010

 

                        Hoje, dia 15 de agosto, comemora-se a Assunção de Nossa Senhora, a subida do corpo da Virgem Maria aos céus, levado pelos anjos. E hoje, nesta manhã em que lhes escrevo, recebo a notícia de que a puríssima alma do amigo Padre Carlos também foi assunta ao Paraíso Celeste, levada pelas virtudes que esse admirável e exemplar sacerdote demonstrou em sua vida terrena.

 

                        Padre Frei Carlos Lorenzo Martinez Esteban (86), nasceu em Huesca, Espanha, porta de entrada do Pirineu Aragonês às margens do Rio Gállego, no dia 10 de agosto de 1925.

 

                        Iniciou seus estudos naquela cidade, no Colégio Santa Rosa, sob a direção das Irmãs Dominicanas, depois cursando o Ensino Fundamental no Colégio dos Clérigos de São Viator e Ensino Médio no Instituto Público Ramón y Cajal.

 

                        Em sua juventude, tempo de sonhos e ideais, soube muito bem concatenar os estudos com atividades de lazer como acampamentos e práticas esportivas: natação, basquete, montanhismo e futebol.

 

Vistas parciais de Huesca

 

                        Durante a Guerra Civil Espanhola, de 1936 a 1939, quando a Nação se dividiu em duas zonas, numa guerra civil entre irmãos, por motivos políticos, ideológicos e religiosos, teve que emigrar para a cidade de Viana, Província de Navarra, mãe e irmãos para um lado, pai para outro. Foi um tempo de atrocidades e perseguições, quando se fecharam colégios, transformando-os em hospitais de campanhas, com bombardeios frequentes, barricadas e trincheiras nas ruas, comunicações interceptadas, escassez de alimentos e água, a moeda oficial desvalorizada e substituída por tíquetes. Terminado o conflito fratricida, a família voltou a reunir-se em Huesca.

 

                        Como sua cidade natal não dispunha de curso universitário, Carlos Lorenzo seguiu para a Capital, Madri, onde, após estudos preparatórios intensivos, optou pela carreira militar. Inscreveu-se na Academia Geral Militar, de Zaragoza, e na Academia Geral Militar da Aeronáutica, em Múscia, prestando os exames correspondentes em 1945 e 1947, sem muita convicção quanto à carreira a abraçar. E foi aí que ele vivenciou radical guinada, bafejado por sua real vocação.

 

                        Em visita a um conterrâneo seu, Frei Mariano Mompradé, da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, ou Mercedária, tomou conhecimento dessa ordem religiosa da qual jamais ouvira falar, mas que, pouco a pouco, lhe foi provocando certa inquietação vocacional. Seria um germe? Seria uma raiz plantada em sua consciência, que o vai motivando? Seria um chamado de Deus? Contatos frequentes com Frei Mariano fizeram com que tal semente germinasse em seu coração e começasse a criar profundas raízes.

 

                        Partiu, então, para o estudo da bibliografia sobre a Ordem, fundada por São Pedro Nolasco, em 1218, no intuito de empenhar-se na redenção dos cativos, presos e escravizados pelos povos e piratas árabes sarracenos, submetidos a sofrimentos físicos e morais, correndo o risco de perder a fé. Feita a opção, dá o primeiro passo na experiência religiosa, em 1947, internando-se no Convento da Ordem Mercedária em Verin, Província de Galícia, para seu Noviciado.

 

                        Sua Profissão de Fé se deu no dia 12 de setembro de 1948, com sua incorporação à Família Mercedária, ao prometer a observância regular dos votos religiosos que, resumidamente, adiante se leem:

 

Pobreza - Atitude de desprendimento interior. Nada possuir individualmente; Obediência - Não apenas externa, mas submissão interna, comprometendo-se a realizar a vontade de Deus sem menosprezar a dignidade humana; Castidade - Compromisso de observar a perfeita continência e o celibato, oferecendo-se a Deus sem dividir o coração; e Redenção - Promessa de dar a vida, se necessário, como Cristo a deu pela humanidade, a fim de salvar os cristãos que se encontrem, nas novas formas de cativeiro, em extremo perigo de perder a fé.

 

                        No dia 8 de dezembro de 1951, na Festa da Imaculada Conceição, após emitir votos perpétuos e solenes, o destino e a necessidade da preparação puramente sacerdotal levam o já Frei Carlos Lorenzo até o Mosteiro de São João de Poio, na Província galega de Pontevedra, onde se iniciará sua formação filosófica e teológica, em quatro anos de rigorosa observância: clausura e silêncio; orações; canto coral e gregoriano; estudos e aulas; trabalhos e lazer; passeios e banhos de mar; meditação e Santa Missa conventual diária; disciplina e austeridade monacal.

 

                        No dia 1º de agosto de 1954, finalmente, foi ordenado Padre. Celebrou sua Primeira Missa em Madri, no dia 10 daquele mês. Após sete anos sem gozar da visita dos entes queridos, teve direito a um mês férias.

 

                        Sua primeira destinação como Padre foi para Olivenza, na Província de Badajoz, para desempenhar o papel de Preceptor numa fazenda. Isso durou até 1955. Depois, foi destinado ao Convento de Santa Maria Madalena, no Caminho de Santiago, para ministrar aulas a Seminaristas, onde ficou até 1956.

 

                        Seu grande sonho, jamais realizado, era a destinação para o Coração da África, que abrange a área onde se situam Burundi, Ruanda, Tanzânia e Zaire. O homem põe, e Deus dispõe, diz a sabedoria popular. Em 1956, com 31 anos de idade, Padre Frei Carlos Lorenzo Martinez Esteban, mais conhecido apenas como Padre Carlos, foi destinado para o grande desafio de sua vida, o Sul do Piauí, a região mais desprotegida e pobre de todo o Brasil, tendo como referências as cidades de São Raimundo Nonato, Bom Jesus do Gurgueia e Corrente.

 

                        Eu fico a imaginar qual foi o impacto sofrido pelo jovem sacerdote saindo de um dos países mais evoluídos da Europa e indo socar-se naquele sertão flagelado do Nordeste Brasileiro, no Polígono das Secas, onde os açudes secaram, o chão rachara e não se vislumbrava sinal de chuva.

 

                        Naqueles ermos, não havia água encanada, esgotos, telefone, correio, agência bancária e qualquer outro meio de comunicação com o resto do País que não fosse a escala bimensal de um avião da FAB - Força Aérea Brasileira, ligando a área a Belém do Pará. Era uma população entregue a si mesma, sem médicos, sem enfermeiras, sem assistência social, terra em que somente não se prescindia de Juiz e de Advogado, eis que a criminalidade e a natalidade ali cresciam na mesma proporção da miséria.

 

                        Foi este o Cenário que Padre Carlos teve que enfrentar, sem desânimo, com toda a coragem: transportar-se em lombo de burro ou jumento, distribuir alguns alimentos e ministrar todos os Sacramentos em casas de taipa, infestadas de barbeiros, procurando alfabetizar, assistir, ensinar, dar remédios, nada esperando em reconhecimento. Improvisar capelas, que eram simples telheiros, para que não desaparecesse, com a ausência dos missionários, a presença de Deus, o único a lembrar-se da existência daquele mundo.

 

                        Além de sua missão Mercedária, Padre Carlos foi grande educador por onde passou, dirigindo vários colégios e também lecionando, principalmente as matérias em que era “cobra”: Filosofia, Teologia, História, Latim e Matemática. Em 1995, foi ele destinado para Brasília, após 39 anos de serviços prestados àquela gente, com pequeno interregno, quando cumpriu tarefas na Ilha de Paquetá e em Ramos (RJ), logo retornando ao Piauí.

 

                        Aqui em Brasília, seu destino foi a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na Quadra 615 Sul, que abrange a quadra onde resido. Desde sua chegada, Padre Carlos passou a ser o orientador espiritual de nossa família. Com o tempo, angariamos também sua amizade. Eu e Veroni, minha mulher, sempre assistimos às suas Missas às 08h00 de todos os domingos. Por tudo isso, seu falecimento deixou-nos por demais consternados.

 

 

                        No ano passado, Padre Carlos lançou o livro Pinceladas de Uma Vida, do qual extraí ou copiei a maioria das informações biográficas, históricas e outras que compõem este meu texto. No canto superior esquerdo da capa, seu brasão, que combina o da Ordem Mercedária com os das Famílias Martinez e Esteban.

 

                        Padre Carlos gostava de meus escritos. Leu meus dois últimos livros e aceitou, numa boa, minha condição de Cardeal da Igreja Sertaneja. Além disso, era detentor de um bom humor inigualável. Por ser flamenguista, gostava de alfinetar-me todos os domingos, nos tempos em que o Vasco ia de mal para pior. Fui à forra na época da posse do Papa Bento XVI, ao lembrar-lhe que o manto pontifício está coalhado de cruzes de malta.

 

                        Tornou-se nordestino legítimo, em 1999, ao ser agraciado com o título de Cidadão Honorário pela Câmara Municipal de Bom Jesus do Gurgueia. Nada mais justo e apropriado. Transcrevo adiante dois trechos de seu livro, nos quais se vê sua perfeita integração à natureza da gente nordestina, emparelhado àqueles sertanejos fortes, que, em qualquer circunstância, sabem rir das dificuldades que atravessam e até de si próprios:

 

“Uma vez, indo de Gilbués para Corrente, voando em um avião bimotor do Comando Aéreo da FAB, aconteceu que, chegando perto do destino, uma tormenta com chuvas fortes dificultou a aterrissagem, pois a pista era de terra, e o avião poderia atolar. Era preciso arriscar. Fomos orientados, eu e mais duas passageiras, a pular da aeronave, sem que ela parasse, abrindo-se a porta desde o momento em que se iniciasse o contato do trem de pouso com a pista, para, imediatamente, acelerar, arremeter e levantar voo, seguindo a viagem. Graças a Deus, tudo deu certo.”

 

“Meu transporte agora é um cavalo alazão, robusto e de boa aparência. Após algumas horas de viagem, deu para perceber como o animal começava a transpirar, suando exageradamente e demonstrando cansaço, com a respiração ofegante. O jeito foi apear, soltar os arreios e observar o animal extenuado e deitado no chão. Era pelo meio-dia, na força do calor, quando, de repente, surgiu um caboclo andarilho, que passava pelo local e resultava ser um ‘rezador’ que, vendo a situação e utilizando um raminho de folhas arrancadas da beira da estrada, fez cruzes na barriga do cavalo, balbuciando alguma imprecação. Confesso que também rezei interiormente, para superar o impasse. Passados alguns minutos de recuperação, o caboclo, puxando o animal pela rédea, garantiu: ‘Pode seguir viagem, que tudo já passou.’ De fato, ao anoitecer, no segundo dia de caminhada, o destino foi alcançado. Bonita odisseia que marca e da qual não se esquece facilmente.”

 

                        Na Páscoa de 2007, como fazia todos os anos, presenteei-o com um ovo de chocolate, ato que ficou registrado na foto abaixo, seguida de pequena dedicatória.

 

 

Amigo Raimundo:

¡¡Feliz Páscoa!!

Pe. Carlos

Brasília, 08/04/2007

 

                        Velho ou idoso? – pergunta Padre Carlos em seu livro. E ele mesmo responde: “Velha a pessoa que perdeu a jovialidade; idosa é uma pessoa que tem idade. Você é velho quando apenas dorme; é idoso quando sonha. É velho quando já nem ensina; é idoso quando ainda aprende. É velho quando apenas descansa; é idoso quando seu calendário tem amanhãs.”

 

                        Verdadeiramente, com sua marcante personalidade bem-humorada, Padre Carlos, com 86 anos e dias, nunca foi um velho. Evidência cabal disso é o livro que escreveu aos 85.

 

                        A partir do início deste século, enfrentou, com coragem e galhardia, seriíssimos problemas de saúde, que nunca lhe arrefeceram o ânimo. Em abril de 2000, devido a sua baixa pulsação cardíaca, passou a usar um marca-passo. Há uns três meses, viu-se acometido de severos problemas gastrovesiculares, que o levaram a internações hospitalares e, finalmente, ao término de sua existência.

 

                        O mês de agosto marcou a vida de Padre Carlos por importantes acontecimentos: 10.08.1921, casamento de seus pais, José e Conceição, em Sevilha; 10.08.1925, seu natalício; 12.08.1925, seu Registro Civil; 28.08.1925, seu Batismo; 1º.08.1954, sua Ordenação; 10.08.1954, sua Primeira Missa; 15.08.2011, entrega de sua alma ao Pai.

 

                        Concelebramos a última Santa Missa juntos no dia 31 de julho passado. Cumprimentei-o na porta da Sacristia. Seu aperto de mão foi caloroso, mas seu semblante estava sombrio. Não me dirigiu qualquer das brincadeiras de costume. Apenas pronunciou meu nome. Parecia estar a despedir-se.

 

                        Por todo o trabalho e evangelização que desempenhou na vida, levando aos locais mais inóspitos a Palavra de Deus, pelo amor sempre dedicado a seus semelhantes, venho endereçar meu reconhecido aplauso a esse amigão que se foi:

 

                        – Bravo, Padre Carlos! Missão cumprida! Valeu! Confiantemente, segure na Mão de Deus e vá!

 

 

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Igreja Católica Apostólica Romana quarta, 12 de outubro de 2016

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

SÃO RAIMUNDO NONATO, PATRONO DAS PARTEIRAS

Raimundo Floriano

 

 

                        Nonato? Essa é a pergunta recorrente, toda vez que sou apresentado a alguém e digo meu primeiro nome. Aí, eu explico que sou Floriano, assim registrado por Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, devido a ter ele nascido na cidade piauiense do mesmo nome. Que Nonato, geralmente, indica o detentor provindo de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pelo exposto, e atendendo pedidos de vários leitores homônimos, resolvi escrever esta sucinta biografia desse poderoso Santo, nosso xará, festejado no Brasil de 22 a 31 de agosto.

 

                        Raimundo Nonato veio ao mundo na cidade espanhola de Portella, diocese de Urgel, Catalunha, no ano de 1204, e faleceu em Cardona, Espanha, a 31 de agosto de 1240.

 

                        O nome Nonato, do latim non natu – não nascido – foi-lhe dado por sua extração do ventre de sua mãe, depois que ela já se encontrava morta. Difere-se do parto cesáreo, do latim sectio – cortar –, pois este é feito mediante retirada do feto por incisão no abdome de mãe ainda viva. Raimundo Nonato foi arrancado pela parteira e escapou, utilizando-se ela de navalha ou faca, o que lhe ocasionou pequenas marcas de cortes nas costas. Em decorrência, o nome Nonato, na mais das vezes, repito, indica alguém nascido de gravidez difícil ou parto complicado.

 

                        Pertencente a família nobre e abastada, Raimundo foi bem-criado e educado, planejando-lhe seu pai brilhante carreira na Corte de Aragon. Quando se inclinou para a vida religiosa, seu pai, para dissuadi-lo desse intento, ordenou-lhe que cuidasse de uma das fazendas da família. Entretanto, ele passava seu tempo com os pastores e os trabalhadores, estudando e orando, até que seu pai desistiu de vê-lo entre os nobres da Corte.

 

                        Conta-se que, ainda menino, mesmo pastoreando o gado, visitava constantemente uma ermida onde se venerava a imagem de Nossa Senhora, de quem era fervoroso devoto, e que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

 

                        Raimundo Nonato tornou-se Padre Mercedário – da Ordem das Mercês, instituída para a redenção de escravos cristãos nas mãos dos mouros –, recebendo seu hábito de São Pedro Nolasco, o fundador da Ordem, da qual passou a ser o Mestre Geral, dedicando seu tempo a resgatar referidos escravos sob o jugo dos muçulmanos, que dominavam parte da Espanha na época, utilizando-se, para isso, do dinheiro que possuía.

 

                        Aliás, ele se notabilizou pela luta contra a escravatura que, em sua época, Século XIII, era considerada, por muitos, prática bem natural.

 

                        Certa vez, conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos. Porém, quando, na Argélia, se acabaram seus recursos financeiros para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, entregou-se no lugar de um dos cativos. No cárcere, pregava para os cristãos e muçulmanos, chegando a convertê-los, o que lhe acarretou severos sofrimentos, pois seus algozes, para fazê-lo calar-se, chegaram ao extremo de perfurar seus lábios com ferro em brasa, fechando-os com cadeado.

 

                        Condenado à morte pela fome, a sentença foi convertida em pena de prisão perpétua, mediante paga de vultosa soma em dinheiro por sua família. Mais tarde, libertado, retornou à Espanha, sendo elevado a Cardeal pelo Papa Gregório IX. Mesmo investido nesse alto grau da hierarquia religiosa, continuou vivendo como um simples monge mercedário.

 

                        Veio a falecer em Cardona quando, gravemente enfermo, seguia para Roma, em atendimento a chamado do Papa, que o queria como Cardeal Conselheiro, sendo enterrado na Capela de São Nicholas, perto da fazenda da família, a qual ele deveria ter cuidado quando jovem. Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação, e vários milagres são creditados a sua intercessão.

 

                        Raimundo Nonato foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, em 1657. É o Patrono das parteiras e do bom parto.

 

                        Em todo o Brasil, São Raimundo Nonato é cultuado com devoção, notadamente nas cidades e paróquias das quais ele é o Padroeiro. O Festejo, com Missa e Quermesse todas as noites, tem sua apoteose a 31 de agosto, data em que é realizada a Alvorada Festiva e a Procissão, celebrada a Santa Missa, e encerrada a Quermesse. Em todas as solenidades religiosas, é rezado o Terço e entoado o Hino, de domínio público, cuja letra aqui reproduzo:

 

Lá no céu onde reinas ditoso

São Raimundo nos vem socorrer

Para um dia chegarmos ao gozo

De ao teu lado, felizes, viver

 

REFRÃO:

Nos combates renhidos da vida

Nós rogamos enfim tua luz

Que alcancemos a Pátria querida

Face a face vejamos Jesus

 

Tu seguiste a estrada espinhosa

Do sofrer por Jesus e lutar

Ao trabalho a oração fervorosa

Tu soubeste na vida aliar

 

Sempre a fé, destemido, pregaste

Mil cristãos com valor redimiste

E cativo entre os mouros ficaste

E o martírio mil vezes pediste

 

Os teus lábios trazias cerrados

À doutrina do mundo tão louco

Em Jesus tão somente abrasados

Pois seu nome levavas na boca

 

De Maria a Virgem mais pura

Foste servo fiel fervoroso

Também muito sofreste na agrura

De oito meses de exílio penoso.

 

                        Para vocês aprenderem e cantarem, aqui vai a melodia, interpretada pelo Coral da Paróquia de São Raimundo Nonato de Belém do Pará:

 

 

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