ALMANAQE - DEFINIÇÃO E PROPOSITO
Raimundo Floriano
A palavra almanaque, como quase todos os vocábulos da Língua Portuguesa começado com a sílaba al, provém do idioma árabe. Possui várias acepções, mas a que aceito, por ser romântica e muito me convir, e esta: lugar onde o camelo se ajoelha.
Explico o porquê. Na antiguidade, o único meio de transporte dos viajores nos desertos orientais era o camelo. Em longa jornada, originários de todas as paragens do mundo conhecido, à noite, quando chegavam a um oásis ou armavam suas tendas em ermos locais, os mercadores, beduínos, exploradores, guerreiros, salteadores, etc., faziam seus camelos ajoelharem para deles apear. E, em volta duma fogueira, contavam sus histórias, falavam de aventuras, vitórias, decepções, amores, conquistas, seu povo, sua família, tudo, enfim.
Este Almanaque pretende configurar-se nisso daí! Um afluxo de assuntos, conhecimentos, experiências, ideias, enfim, conglomerado que, por sua diversidade, atingirá de forma prazerosa o agrado de todo e qualquer tipo de leitor.
Minha formação cultural advém, de modo deveras acentuado, da leitura dos almanaques distribuídos nas farmácias de outrora, os quais traziam, além de anúncios dos medicamentos fabricados em cada laboratório, matérias lúdicas, como jogos, adivinhações, curiosidades e as famosas cartas enigmáticas, acenando com prêmios para quem as decifrasse. Em 1950, fui um dos acertadores contemplados. Eis a amostra e alguns deles:
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Havia dois almanaques famosos, verdadeiras enciclopédias, um distribuído pelo comrciante e industriário pauiense Ranulph Torres Raposo, o Almanaque da Parnaíba, e outro vendidos nas livraias, o Almanaque eo Pensamento:
Outra publicação que sempre habitou minhas estantes, até bem pouco tempo, foi o Almanaque Abril, hoje sumido das bancas de revistas, alijado ao esquecimento pelos leitores de agora, que preferem o Google em suas pesquisas.
Para não deixar morrer de vez tão importante item informativo de minha infância, aproveito-me das ferramentas da Internet para lançar este, o Almanaque Raimundo Floriano, no qual, com a imprescindível cooperação de colunistas diversos, pretendo disponibilizar imensa variedade de conhecimentos, lúdicos ou culturais, todos eles listados à direita da tela, bastando clicar no item ou assunto, mandar ver e deixar rolar.
Que Deus os guarde e a mim não desampare!
ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO ACONTECENDO EM TERRA LUSITANA
Raimundo Floriano
Tratado Geral da Cueca é um episódio constante de meu livro Caindo na Gandaia, lançado em 2016, e publicado neste Almanaque no dia 16.05.2017, que vocês podem ler aqui:
http://www.raimundofloriano.com.br/views/Comentar_Post/tratado-geral-da-cueca-87Zjybur9uRvLSWWjtU4
Pois bem, no dia 12.11.2017, recebi uma correspondência de Lisboa, Portugal, cujo remetente, Túlio Machado, me era completamente desconhecido. O envelope continha um tabloide de quatro páginas. A princípio, julguei ser mais uma das inúmeras propagandas que recebo diariamente. Já ia jogá-lo fora, mas, acompanhando o impresso, apareceu este bilhete:
Isso me aguçou a curiosidade. Logo na primeira página, esta matéria, da lavra do humorista lusitano Túlio Andrade, proprietário do tabloide que, pelo visto, se inspirou neste Almanaque para redigir sua crônica Cuecas, Cuequinha e Cuecões:
Além de citar meu nome e o Almanaque, reproduziu as figuras da cueca samba-canção, do cueiro e da ceroula, obras do artista plástico Juarez Leite, caricaturista, que ilustra meus escritos.
Vibrei! Com um ano e dois meses de existência, o Almanaque Raimundo Floriano já é merecedor da leitura e da atenção da intelectualidade lusitana.
Para saber um pouco de quem é o humorista Túlio Machado, aqui vai um ligeiro perfil, extraído de seu tabloide Eu Ouvi ou Vi:
Agora, me respondam, é ou não é motivo de orgulho ver este Almanaque sendo reconhecido e divulgado na Imprensa da Pátria-Mãe, na Europa, enfim?
O mais instigante é que, ao mencionar meu nome, Túlio não especifica que sou do Brasil, como se em Portugal e, internacionalmente, todos me conhecessem. É o mesmo que citar Pelé, sem qualquer aposto, eis que o Planeta Terra inteirinho sabe quem é!
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DONA LUIZA SE ENCANTOU!
Raimundo Floriano
Dona Luiza, aos 90 anos
Dona Luíza nos deixou! No dia 12 de maio, véspera da Festa do Centenário da Aparição de Nossa Senhora de Fátima, disse adeus a todos, segurou na mão de Deus e foi residir na Morada Celestial.
Luiza Costa de Sousa, paraense, nascida a 20.08.1926, era casada, há 65 anos, com Belarmino Marques de Sousa, Seu Belarmino, nascido a 19.04.1926, nosso vizinho aqui na 215 Sul, companheiro no jogo de dominó e amigo de todas as horas, para o que der e vier.
Dona Luiza e Seu Belarmino: casório, a 08.12.1951
O casal era católico fervoroso a assíduo às atividades da Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na 615 Sul, sendo certo nosso encontro ali, todos os domingos, quando a saúde nos permitia.
Oriundos do Pará, sangue indígena, os dois sabiam adaptar-se ao meio onde se encontravam, absorvendo todas as formas de cultura, como se comprova no flagrante a seguir:
Reparem na pele da meninona Luiza
Sua neta Rosângela ressalta, na bela crônica mais adiante, os ensinamentos de dona Luiza relativos à saúde, em especial à pele, sendo ela mesma o melhor exemplo, eis que, aos 90 anos de idade, ainda trazia nas faces a pureza da juventude.
Sorriso fácil era sua característica marcante. Nos últimos tempos, enfrentando seriíssimos problemas ortopédicos e cardiológicos, com intermitentes internações hospitalares, comparecia, sempre que possível, à Santa Missa dominical, quando impregnava a todos com seu bom humor e sua alegria pelos dias de vida que Deus ainda estava lhe concedendo.
Com a modernidade do século XXI, Dona Luiza usou e abusou da avançada tecnologia ortopédica, com seus equipamentos de última geração: bengala, muletas, andador e, por último, cadeira de rodas, tudo isso para tomar parte ativa em nossa comunidade social e nas solenidades religiosas, sempre com o terço na mão direita, outra característica que a distinguia.
O casal alternava sua residência, ora no apartamento aqui na SQS 215, ora na chácara que possuía em Brazlândia, verdadeira vila, onde a família se concentrava e onde presenciei uma das melhores e mais concorridas festas, isso em abril do ano passado, nos noventões de Seu Belarmino. Nos de Dona Luiza, em agosto, tudo se repetiu, demonstrando o quanto os dois eram queridos.
Foto mais recente dos dois
Exemplar foi a dedicação que Dona Luiza recebeu de sua família, destacando-se o carinho e o desvelo de Seu Belarmino, bem como o amor e os cuidados de sua filha Fátima e de seu genro José. Eram companhias constantes em todos os lugares onde eu os encontrava.
Na Missa da Redenção, como costumo chamar, sua neta Rosângela Lopes de Sousa, supracitada, leu esta bonita crônica, de sua autoria, que a todos emocionou, por sua beleza, simplicidade e, também, por saber transmitir a todos o carisma e a personalidade de sua avó, nossa querida Dona Luiza, cujas feições, esbanjadoras de alegria e felicidade, para sempre nos acompanharão
MISSA EM AGRADECIMENTO PELA VIDA DE LUIZA COSTA DE SOUSA
Rosângela Lopes de Sousa
Não poderíamos deixar de registrar nosso profundo agradecimento por todas as manifestações de carinho de familiares e amigos. Tudo isso ajuda a enfrentar a dor da perda.
Há uma semana, Deus decidiu que era hora de alegrar o céu. Ele escolheu o mês de maio, dia 12, véspera do Centenário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, para convocar sua Filha de Maria, nossa vó Lili, para se juntar aos anjos...
Por mais que todos entendêssemos que essa hora estava se aproximando, nós queríamos mais... Mais da sua companhia, nem que fosse só mais um pouquinho...
Mas a sua presença está em nós, e isso não se apagará. Ao contrário, estão cada vez mais vivas as lembranças de nossa convivência, desde a nossa pequena infância até poucos dias atrás...
Que sorte tivemos de aprender a rezar com ela, quando ainda nem na escola estávamos. Mas a lição de juntar as mãozinhas, ajoelhados ao lado da cama, antes de dormir, para pedir ao “Santo Anjo do Senhor, zeloso guardador”... Isso não se apaga...
Que sorte tivemos de ser colocados nas intenções de suas orações, que fazia diariamente!... Como ela se preocupava com cada um de nós... Isso não se apaga...
Também não se apagam os conselhos de como nós meninas deveríamos nos comportar, como os meninos deveriam agir, o respeito que devíamos a nossos pais, o exemplo de correção, o empenho nos estudos e, posteriormente, no trabalho, como se comportar na “Repartição”, isso não se apaga...
Quem conviveu mais de perto, seja filho, filha, neto, neta, bisneto, bisneta, filho de amigo que se tornou neto, com certeza ouviu: “cuidado, isso é o precipício, menino! “Se afastem das patifarias...”, “Tem que guardar um dinheirinho, porque pode precisar”, mas, sem dúvida, as frases mais ouvidas por todos nós foi: “come, minha filha”, “come, meu filho”...
Que satisfação ela sentia em nos manter nutridos, mesmo que fosse necessário nos fazer tomar leite quente, Biotônico Fontoura ou Emulsão Scott e todo tipo de mistura. E estão na boca ainda o gostinho da graviola recém-colhida do pé no seu quintal, do frango com macarrão dos domingos... Tudo isso era prova do amor e do cuidado com os seus... e isso não se apaga...
Também não se apagarão da nossa memória o cheirinho de pomada Vick, que passava no nosso peito, nas costas e dentro, sim dentro, do nosso nariz, que era pra descongestionar... Nem o cheiro do Leite de Rosas ou do creme Ponds, usados diariamente para conservar a pele como a dela, tão linda...
São inúmeras lembranças, poderíamos passar horas conversando sobre elas... Tudo isso fez de nós o que somos hoje, e isso não se apaga...
Ela era exemplo de amor à família, de vontade de viver, de força e de fé, desafiou a medicina. Esse exemplo está em nós... Não se apaga.
E é por tudo isso que deixamos aqui nosso profundo sentimento de gratidão por tudo o que nos deixou, por tudo que nos tornamos... A Senhora cumpriu sua missão, D. Lili. E que sorte tivemos nós de participar de tudo isso.
Obrigada, meu Deus, por nos permitir isso!
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Carnaval, doce invenção, maravilhosa diversão!
Mas acabou!
Felizmente, com a Graça de Deus, daqui a um ano, teremos tudo de volta, para de novo alegrar nossos corações!
Curto o Carnaval, vibro com sua alegria, a criatividade dos foliões, a descontração dos Blocos de Rua, tudo, enfim, relacionado ao Festejo de Momo!
Há algum tempo, inibido por sérios problemas ortopédicos deixei de participar ativamente, como trombonista, principalmente, dessa festa popular que tanto me empolga. Quando pude, mandei brasa na Banda da Capital Federal, que fundei em 1972, na Banda do Pacotão, desde o primeiro desfile, em 1978, nos salões, em trios elétricos e em Blocos de Sujos. Mesmo na condição e hidroterapata – neologismo criado por mim –, fui, neste ano de 2017, Presidente do Júri que escolheu a Marchinha do Pacotão.
E mais, aqui neste Almanaque, auxiliei os Músicos de Sopro do Mundo inteiro a ganhar seu dinheirinho, postando as partituras das 100 marchinhas e dos 100 sambas carnavalescos mais tocados de todos os tempos, para ambos os naipes, num total de 400. Grande foi a aceitação. Para se ter uma ideia, só na Rússia, sem qualquer conhecido meu por lá, as estatísticas de nosso hospedeiro mostram que, de 1° de janeiro a 28 de fevereiro deste ano, merecemos 164 acessos! Credito isso à procura de partituras por brasileiros ali residentes, para tocar em clubes daquele extenso país – a Rússia é, praticamente, um continente!
Em qualquer parte do Mundo, ao pesquisar PARTITURAS CARNAVALESCAS, o internauta é, automaticamente, direcionado ao Almanaque Raimundo Floriano, pois só eu tive o desprendimento de disponibilizar meu acervo a todos os colegas Músicos de Sopro, quer sejam Orquestras, Bandinhas, Conjuntos ou instrumentistas individuais, sem exigir deles qualquer retribuição monetária.
Além disso, no mesmo período de 1º de janeiro a 28 de fevereiro, postei 295 sucessos carnavalescos bem conhecidos pelos foliões, na ordem alfabética dos títulos – posso 5.750. Parei na letra D. A partir de 1º de dezembro deste ano, darei continuidade à postagem, recomeçando pela marchinha Daqui Não Saio, de Paquito e Romeu Gentil, gravada pelos Vocalistas Tropicais para o Carnaval e 1950.
Realizei, ainda, um sonhado projeto, que foi produzir a gravação da marchinha Mais Carnaval, composta pelo saudoso amigo Tenente Joca, especialmente para que eu a tocasse no Carnaval Balsense de 1975. Agora, na Internet, por meio deste Almanaque, com partitura, áudio e youtube, ela se faz conhecida de todo o Universo!
Chega de Papo!
Temos um ano cheio de obstáculos pela frente, como sói acontecer a todo o ser vivente!
Chegamos à Quaresma, tempo de reflexão, penitência e conversão, que vai de hoje, Quarta-Feira de Cinzas, ao Domingo Ramos.
Tempo de abstinência!
No entanto, é preciso cantar!
É preciso cantar, como diz a saudosa Dalva de Oliveira, na Marcha da Quarta-Feira de Cinzas, de Carlinhos Lyra e Vinícius de Moraes, composta para o Carnaval de 1962, que ora disponibilizo para todos os amigos leitores deste Almanaque:
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HOJE É DIA DE GRANDE FESTA AQUI EM NOSSO LAR!
Casamo-nos há 35 anos, quando Veroni, recém-saída da adolescência e portadora de 2º Grau completo, resolveu abandonar o trabalho e os estudos, para dedicar-se inteiramente ao lar.
Logo, veio a Elba para enriquecer nossa união e, dois anos depois, a Mara. Em sua educação, Veroni participou de todos os momentos, orientando-as nos estudos, praticamente fazendo o Maternal, o Primeiro e o Segundo Graus com elas, acompanhando-as nos deveres de casa, cobrando e também vivendo com as duas o dia a dia escolar.
Valeu! Hoje, o fruto dessa dedicação se faz evidente com nossas filhas bem situadas, social e profissionalmente, felizes e merecedoras de elogios por todos que as conhecem.
Há cinco anos, Veroni decidiu retomar os estudos. Cinco anos, sim, pois houve 1 de pré-vestibular e 4 curriculares, estes de árduo cumprimento das obrigações escolares, o que exigiu queimação de pestana que entravam pela madrugada. E isso sem descuidar do zelo para comigo e com os afazeres comuns a toda dona de casa.
Posso testemunhar que Veroni recebe um diploma com louvou, pois acompanhei-a passo a passo nesses quatro anos, quando ela, caprichosa em todo o trabalho intelectual exigido pelo curso, sempre os submetia a meu crivo, para a revisão ortográfica e gramatical. Isso é sinal de humildade e, paralelamente, de grandeza.
Hoje, ela recebe o diploma da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília!
E isso é só o começo, o primeiro degrau no projeto que ela pretende realizar no campo universitário que abraçou!
Veroni realiza-se na área intelectual!
E essa realização, com a Graça de Deus, vem presentear nossa família com imensas bênçãos, num lar onde sempre reinaram a Compreensão, a Paz e o Amor!
Parabéns, Veroni!
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LUIZ BERTO, EDITOR DO JORNAL DA BESTA FUBANA, DISSE:
Lamento informar aos nossos leitores que encantou-se o colunista fubânico Cícero Cavalcanti, aos 66 anos de idade.
Ele sofreu um acidente de carro e ficou internado por mais de 10 dias na UTI de um hospital da cidade de Anápolis-GO.
O sepultamento será hoje, segunda-feira.
A fubânica Dalinha Catunda presta um homenagem ao nosso amigo.
A postagem está logo a seguir.
O último texto de Cícero publicado no JBF, na sua coluna Terceira Visão, foi no dia 18 de janeiro passado.
Descanse em paz, seu cabra arretado.
DALINHA CATUNDA, COLUNISTA DO JORNAL DA BESTA FUBANA E DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO, DISSE:
E se foi nosso Cicim…
Sem sequer se despedir
Sua sina foi cumprir
A vida é mesmo assim
Sei que no céu tem clarim
Porém aqui nesse plano
Ficou mudo seu piano
Ficou a dor da saudade
Calou a voz da verdade
O tal destino tirano.
RAIMUNDO FLORIANO, EDITOR DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO, DIZ:
Cícero era meu colega no Jornal da Besta Fubana. Tão logo lancei o Almanaque Raimundo Floriano, ele aceitou meu convite para ser um de seus colunistas. Em sua homenagem, continuarei a publicar, semanalmente, os textos que deixou e, marcando o sentimento de pesar de todos nós que o admiramos, suspendo, por todo o dia de hoje, a postagem de marchinas de Carnaval, deixando aqui, como último adeus, a valsa Sobre as Ondas, do brasileiro Juventino Rosas:
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CARLITO LIMA ESTÁ NO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO
Raimundo Floriano
Carlos Roberto Peixoto Lima, o Carlito, nasceu em Maceió (AL), em 27 de fevereiro de 1940. É gente da Velha Guarda!
Além de Capitão reformado do Exército Brasileiro, é engenheiro civil, foi Prefeito da Barra de São Miguel, em 1973, quando para ir à cidade era preciso passar por São Miguel dos Campos, e tornou-se escritor tardiamente ao publicar, em 2002, suas histórias de vida no livro Confissões de Um Capitão.
Em seguida, foi convidado pelo jornalista Plínio Lins para escrever crônicas semanais para o extinto O Jornal, e até hoje não deixou mais de escrever, assinando atualmente suas crônicas em várias páginas virtuais e na Gazeta de Alagoas.
Como cronista e agitador cultural, Carlito já foi homenageado por uma escola de samba alagoana e tem sido alvo recorrente de matérias em jornais nacionais, como O Globo.
Prestes a completar 77 anos, poderia muito bem se acomodar. Quem o conhece, contudo, sabe que ele já anda ocupado com o pré-carnaval em Marechal Deodoro (onde criou o Ninho do Pinto, bloco formado por embarcações que atravessam a lagoa), com a coordenação das próximas Sextas Clássicas, com a logística da oitava edição da Flimar e outras missões indicativas de que, como um bom e experiente Capitão, não pretende abandonar tão cedo o campo de batalha.
Seus trabalhos mais visíveis na Internet são as criações que publica na Blog do Carlito Lima, e com a Coluna Histórias do Velho Capita, no Jornal de Besta Fubana, do qual, por cerca de 9 anos, fui também colunista.
Com todo esse currículo literocultural, ele agora abraça o projeto deste Almanaque, trazendo-nos muito conteúdo e diversificação, o que será de imenso lucro intelectual para todos nós.
Glória a Deus!
FAMÍLIA, PRATO DIFÍCIL DE SE PREPARAR
Raimundo Floriano
Tirei esse título de livro que me foi emprestado por Maria dos Mares, minha irmã caçula, ora residindo em João Pessoa, Arroz de Palma, de Francisco Azevedo, escrito sob a ótica dum cozinheiro, que vai comparando a evolução de seu clã aos pratos elaborados em seu restaurante, ressaltando que os estranhos nunca devem meter a colher.
Nosso Réveillon foi a Festa da Reintegração Familiar!
E vou falar o porquê!
Antecedendo o ágape gastronômico, Frederico, o anfitrião, o cozinheiro-mor, usou da palavra, agradecendo a presença de todos, manifestando sua alegria por estarmos ali e transmitindo-nos uma grande lição de vida, ao ensinar-nos que, ao depararmo-nos com qualquer problema que se apresente como intransponível, basta que visitemos um hospital, para sabermos, realmente, o que é dificuldade, o que é sofrimento.
A palavra não me foi aberta, por isso dela não fiz uso. O que foi bom. Encontrava-me eu ali insone – pois passara toda a noite anterior acordado – e ardendo de febre, acima de 38 graus, o que me impediria de dizer, sem os necessários detalhes, aquilo que agora tentarei expor.
Há algum tempo, nos funerais de nossa querida prima Leonor, falei para meu irmão mais novo, na presença de sua mulher:
– Rosimar, nossa família está se extinguindo aqui em Brasília! Em 1961, éramos cinco irmãos aqui residentes. Depois de certa estabilidade, uma se mudou para outra cidade, três faleceram, restando apenas eu para contar a história. Ao passo disso, a família está se desgarrando. A começar pelos sobrinhos. Mudam-se para nova residência e não nos comunicam o endereço. E você culpa alguma tem nisso. Pelo contrário. Naqueles bons tempos, sempre que você visitava Brasília com as crianças, fazia questão, exigia mesmo, que elas abraçassem os tios, forjando, assim os laços afetivos consuetudinários a qualquer família que se queira bem, que se queira unida.
Rosimar, talvez perplexo diante de minhas palavras, calado ficou. Bem assim também Cláudia se comportou!
Queimei a língua!
Pois foi o casal Adriane/Frederico o artífice dessa reintegração. Jamais testemunhei, num Réveillon, semblantes familiares tão felizes.
E a interação não se restringiu apenas aos Albuquerque e Silva. Da parte dos Inocente Messias, foi grande com este decano do lado de cá, principalmente vinda dos pais do Frederico, de seus tios, de sua tia Luzia, minha colega na UDF nos Anos 70.
Os varões mais jovens, maravilhados com minha camisa performática e meu resplendente chapéu, procuravam comparar-me a pessoas gays do jetset internacional e do showbiz americano, sem jamais – coitados – atinarem com o apelido pelo qual sou conhecido por quase toda a população brasiliense: Tom Cruise!
Da varanda daquela hospitaleira residência, no Conjunto 15 do SMDB, descortinava-se um panorama de, aproximadamente, dez por cento de Brasília, tendo ao centro os prédios do Banco Central e da Caixa Econômica Federal, o que nos presenteou com o espetáculo das queimas de fogos, não só a oficial, mas também a que pipocou em dezenas de residências da periferia, tudo sem gastarmos um centavo sequer.
Já contávamos com a casa da Ana Alice, construída com o fim específico de funcionar como o Clube de Festas dos Albuquerque e Silva e Agregados. Agora, contamos com esse simpático e acolhedor espaço de Frederico/Adriane, que, espero, também se destine, daqui pra frente, a nossas reuniões, pois isto caracteriza e diferencia os Albuquerque e Silva: adoramos uma gandaia!
Com a Graça de Deus! Amém!
CUIDADORAS DO VELHO FULÔ
Raimundo Floriano
Este é o Velho Fulô:
Também conhecido como Palhaço Seu Mundinho:
Ou Mundico Trazendowski:
E, ainda, Cardeal Raimundo Floriano, da Igreja Sertaneja, e Xerife nos Mares do Caribe:
E estas, suas cuidadoras, profissionais de saúde, verdadeiros anjos da guarda, que têm possibilitado ao Velho Fulô a chegada em 2017, com 80 nos couros, em bom estado. Muito, muitíssimo, tenho a lhes agradecer:
GLÓRIA A DEUS!
FELIZ ANO NOVO!
ZELITO NUNES ESTÁ NESTE ALMANAQUE
Raimundo Floriano
Conheci Zelito Nunes em maio de 2009, na solenidade de minha posse na Cadeira Número 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, no Recife, tendo como Patrona a cantora Elba Ramalho que, na oportunidade, lançou o CD Balaio de Amor e, acompanhada pelo sanfoneiro Cezinha e zabumbeiro, deu um show de hora e meia, inteiramente grátis.
Zelito, na ocasião, me presenteou com o livro Pinto Velho do Monteiro - Um Cantador Sem Parelha, iniciando uma amizade que perdura até hoje e para sempre, com troca de figurinhas, etecetera e tal.
Paraibano da cidade de Monteiro, na região do Cariri, reside no Recife desde 1969. Professor, advogado, licenciado em Ciências Sociais, funcionário público federal aposentado, publicou os seguintes livros:
Folha de Boldo: Notícias de Cachaceiros - Com Jessier Quirino.
Do Outro Lado do Balcão: Conversas de Cachaceiros - Com Carlos Jatobá.
Cariri & Pajeú: Gente Engraçada de lá.
Cariri & Pajeú: Outras Histórias de lá.
Histórias de Beiradeiro.
A Cachaça e os Gênios da Garrafa - Com Carlos Jatobá.
Pinto Velho do Monteiro - Um Cantador Sem Parelha.
Sertão de Beiradeiro - Registro Antes Que Acabe.
Além dessa intensa produção literária, é Imortal da Academia Passa Disco da Música Nordestina, Cardeal da ICAS - Igreja Católica Apostólica Sertaneja e Colunista semanal do Jornal da Besta Fubana.
Agora, com todo esse maravilhoso currículo e invejável bagagem cultural, vem abrilhantar as páginas deste Almanaque, para gáudio, deleite e curtição de nossos leitores!
Glória a Deus!
DALINHA CATUNDA ESTÁ NESTE ALMANAQUE
Raimundo Floriano
Maria de Lourdes Aragão Catunda, conhecida como Dalinha Catunda, nasceu em Ipueiras, Ceará, no dia 28 de outubro de 1952, e reside no Rio de Janeiro. Ocupa a Cadeira 25 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, que tem como Patrono o poeta e folclorista cearense, Juvenal Galeno.
É Membro Correspondente da Academia Ipuense de Letras, Ciência e Artes – AILCA e Sócia Benemérita da Academia dos Cordelistas do Crato – ACC.
Como colaboradora, tem textos publicados nos principais jornais cearenses: O Povo e Diário do Nordeste. Escreve no Jornal Gazeta de Notícias, da região do Cariri cearense.
Dalinha Catunda é autora e declamadora de cordel e, como tal, já participou da Feira Literária Internacional de Tocantins. Realiza um amplo trabalho de divulgação da Literatura de Cordel, em sites e blogs, através da Internet.
Idealizou e fundou no Crato o grupo Flor do Cariri, com o objetivo de resgatar a “contação” de história e cantigas de roda, elementos formadores da sua infância e adolescência.
Conheci a Dalinha virtualmente, ambos colunistas do Jornal da Besta Fubana. Na troca de figurinhas, descobri que ela foi colega de infância do Professor Alencar, maior violonista de Brasília e amigo daqui e casa, que se encantou precocemente, indo morar junto ao Pai Celestial.
Agora, este Almanaque tem a honra de recebê-la como Colunista, sob o título EU ACHO É POUCO, o que virá, indubitavelmente, enriquecer suas páginas e trazer muito entretenimento cultural para seus leitores.
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XICO BIZERRA ESTÁ NESTE ALMANAQUE
Raimundo Floriano
Conheci Xico Bizerra na noite de 27de maio de 2009, na solenidade de minha pose na Cadeira Número 10, da Academia Passa Disco da Música Nordestina, no Recife, tendo como Patrona a cantora Elba Ramalho, à qual compareceu a nata do cenário musical recifense. Na época, eu, desconhecido pesquisador brasiliense, ainda não merecia uma foto ao lado de Xico, até ali também ilustre desconhecido para mim. Mas vejam um pouco de quem esteve por lá:
Naquela maravilhosa noite, Elba Ramalho, acompanhada por Cezinha e zabumbeiro, além de me honrar com sua presença, esmerou-se no palco durante hora e meia, em show inteiramente, grátis, e lançou o CD Balaio de Amor, cujo carro-chefe era o belíssimo xote Se Tu Quiser, de autoria de Xico Bizerra. E, aí, ele entrou em minha vida, para nunca mais sair.
Ouçamos essa preciosidade neste youtube:
SE TU QUISER
Xico Bizerra é compositor, poeta e escritor. Nasceu na serra do Crato, na fronteiro entre Ceará e Pernambuco, em época incerta e não sabida. Foi influenciado pela natureza agreste do sertão e pela obra de Luiz Gonzaga. Funcionário público aposentado, vem se dedicando à gostosa atividade de compor músicas e escrever livros.
Não há cantor atualmente no Nordeste que não tenha gravado uma de suas composições. Além do valor individual, ele vem dando chance a todos os intérpretes da área, famosos ou não tanto, com o Projeto Forroboxote, que já está no Volume 9.
Com todo esse acervo cultural, Xico Bizerra ainda encontra tempo para assinar uma coluna no Jornal da Besta Fubana, Xico com X, Bizerra com I, na qual conta a história de suas criações.
E agora, descendo humildemente de seu altíssimo pedestal, vem enriquecer as páginas deste Almanaque, com Coluna homônima, cujo cabeçalho aí está:
Muito agradeço a Deus, por tê-lo posto em meu caminho, e ao Xico, pela magnanimidade de seu gesto!
FELIZ NATAL!
RAIMUNDO FLORIANO
Desejando-lhes um Feliz Natal, ofereço-lhes duas peças alusivas ao Nascimento de Nosso Senor Jesus Cristo, o Amiversariante de hoje.
Inicialmente, este Pastoril, com artistas globais, como Elke Maravilha, Grande Otelo, Gugu Olimecha e atrizes do segundo time da Globo, constante da Parte Religiosa e do Pastoril propriamente dito:
https://raimundofloriano.com.br/videos/pastoril.mp4
Em segundo lugar, a canção Noite Feliz, com o Coral Florianópolis:
MOSTRANDO O PAU, DIGO, A COBRA, OPA! O CACETE
Raimundo Floriano
Na falação da sacanagem, pau, cobra e cacete não são os nomes do mesmo animal? Mas, tá bem, é mostrando o pau mesmo! Depois de matar a cobra, claro!
Há algum tempo, publiquei, no Jornal da Besta F, a foto acima, desafiando os leitores a identificarem os seis primeiros personagens, eis que Genival e Lacerda e Jackson do Pandeiro, os dois últimos à direita, não deixavam sombra de dúvidas. Levei um bom tempo nesse mister.
Dona Sinhá, viúva do zabumbeiro Miudinho, reconheceu apenas Zé Calixto, o da sanfona de oito baixos, terceiro a contar da esquerda. Numa festa junina, à qual compareci apenas para desenrolar este assunto, o Torres do Rojão, líder do Trio Siridó, que conviveu com todos os personagens no tempo eu que a foto foi tirada, me ajudou a concluir a empreitada.
Devemos levar em conta que o ambiente não estava bem iluminado e que o Torres, sempre chupando na rabada dum cigarro pra lá de forte e fedorento, poderia ter as vistas prejudicadas pela escuridão-ambiente, pela fumaça maldita e pelo fato de se encontrar com o rabo cheio de cana.
Portanto, aceitarei todas as correções e até aconselho que os duvidosos mostrem minha conclusão ao João Silva ou ao Genival Lacerda, o que muito útil nos será (ou ser-nos-á, só para chatear Caetano, que odeia a mesóclise).
Se deixo alguma dúvida, não foi por falta de esforço. Depois que escrevi esta matéria, consegui o número do celular do Genival Lacerda e um endereço para que eu lhe mandasse a foto. Decorrido algum tempo, liguei para ele, que passou a bola para o filho, o qual, assoberbado com seus afazeres musicais, nunca teve tempo de dar continuidade e à pesquisa.
Assim, em conclusão, vale o por mim escrito!
ALMANAQUE - DEFINIÇÃO, PROPÓSITO E ESTATÍSTICA
Raimundo Floriano
A palavra almanaque, como quase todos os vocábulos da Língua Portuguesa começados com a sílaba al, provém do idioma árabe. Possui várias acepções, mas a que aceito, por ser romântica, muito me convir, e se achar consagrada no Dicionário Houaiss Eletrônico, é esta: lugar onde o camelo se ajoelha.
Explico o porquê. Na antiguidade, os únicos meios de transporte dos viajores eram os jumentos – Jesus Cristo, no Domingo de Ramos, utilizou-se de um deles –, os muares, os cavalos e, nos desertos orientais, o camelo, por suportar a sede em demoradas travessias.
Em longa jornada, originários de todas as paragens do mundo conhecido, à noite, quando chegavam a um oásis ou armavam suas tendas em ermos locais, os mercadores, beduínos, exploradores, guerreiros, salteadores, etc., faziam seus camelos ajoelharem-se para deles apear. E, em volta duma fogueira, contavam suas histórias, falavam de aventuras, vitórias, decepções, amores, conquistas, seu povo, sua família, tudo, enfim.
Portanto, aí está configurado o propósito deste Almanaque: congregação de todos os conhecimentos e experiências culturais das mais variadas naturezas, ficando essa coletânea a cargo dos colunistas e colaboradores que, aos poucos, vão-se achegando a este projeto, abraçando sua causa, trazendo o que de bom têm para nos oferecer.
Começamos no dia 24 de setembro, ao publicar a primeira matéria, um youtube do Programa Sr. Brasil, da TV Cultura, onde o consagrado apresentador Rolando Boldrin nos brinda com o terno show da cantora e compositora Sílvia Nicolatto interpretando o baiãozinho Janaína, de sua autoria. Vejam-na aqui:
As estatísticas de nosso hospedeiro nos dão uma ideia da aceitação que estamos conquistando no universo internáutico. Eis nossos resultados no mês de novembro passado:
Tivemos um pico de utilizadores nos dias 13 e 16, com 47 acessos cada. Nos dois últimos dias do mês, 29 e 30, obtivemos a presença de 36. Como diz o ditado popular, estamos crescendo que nem buraco, ou rabo de cavalo: para baixo.
Nos Brasil, nossos visitadores chegam a 751. Internacionalmente, já conquistamos alguma visibilidade:
Alemanha, 16
Espanha, 1
Estados Unidos - 15
Índia, 1
Itália -18
Japão, 1
Marrocos, 1
Moçambique, 1
Reino Unido, 16
Rússia - 112
Esses foram os números, até agora. No final de cada mês, voltarei com novo relatório.
A todos, um grande abraço!
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MINHA COLEÇÃO DE DISCOS
Raimundo Floriano
Estante B
Quando comecei a ganhar meu dinheirinho fixo, no início de 1958, cuidei logo de comprar uma radiola – mistura de rádio com vitrola – e adquirir os primeiros discos. Desde então, a mania não parou, só recrudesceu. Comecei com o bolachão – disco de cera de carnaúba, quebradiço por demais –, passei pelo vinil e pela fita cassete, até chegar ao atual estágio do cedê.
A vida de nômade, ora morando em alojamentos, ora em quartos de pensão, ora em locais provisórios, fez com que meu acervo se desfizesse e se renovasse por várias vezes. O que veio a cessar em 1975, quando me estabeleci em residência definitiva.
Nessa nova etapa, acumulei preciosidades, assim considerando todos os registros sonoros que satisfizessem a meu exigentíssimo paladar.
Cheguei a possuir 2.400 elepês e 800 fitas cassetes, todos numerados e registrados em fichas, o que me exigiu a aquisição de imenso móvel de aço com várias gavetas para o arquivamento. Classifiquei todas as peças na ordem alfabética dos intérpretes, agrupados esses nos 33 gêneros a seguir:
01) BOSSA NOVA - 02) BRASIL - 03) BREGA - 04) CARNAVAL - 05) CHORO - 06) CORDAS - 07) COUNTRY - 08) DOBRADO - 09) ERUDITA - 10) FESTAS - 11) FORRÓ - 12) FOSSA - 13) FREVO - 14) FUTEBOL - 15) HUMOR - 16) INTERNACIONAL - 17) JAZZ - 18) JOVEM GUARDA - 19) LATINA - 20) MPB - 21) NORDESTE - 22) ORQUESTRA - 23) ROCK - 24) SACRA - 25) SAMBA - 26) SERESTA - 27) SERTÃO - 28) SOPRO - 29) TECLADO - 30) TRILHA SONORA - 31) USA - 32) VALSA - 33) VELHA GUARDA.
Assim organizado, fiquei em condições de localizar qualquer disco ou fita no tempo máximo de 30 segundos!
Com o advento do disco a laser, comecei a me reciclar. Em 2003, tomei a decisão de transformar todo o meu acervo de vinis e fitas em cedês, após o que me desfiz de tudo o que fora substituído. Doando, é claro, pois a ninguém interessava comprar essas velharias.
A colocação dos cedês nas estantes obedeceu a método por mim elaborado e que tem funcionado muito bem até agora, possibilitando-me uma busca rápida e fácil, mesmo sem o auxílio do computador, onde tudo está registrado. E tudo cabendo num disquete.
Assim, encimando cada gênero, há um estojo vazio, com a lombada escura e letras brancas, designando-o. Os intérpretes vêm, então, em ordem alfabética. No final de cada gênero, para que a inclusão de uma ou mais peças não acarrete a mexida em toda a estante, vêm 10 ou 20 estojos vazios, conforme a frequência, com lombadas brancas e, em letras escuras, a inscrição VAGO.
As figuras aqui apresentadas dão uma idéia de como ficou tudo isso. A Estante A, por estar embutida numa parede do estreito corredor do meu apartamento, quase não possibilitou uma foto frontal, caso não contasse com a perícia de meu amigo Jorge Rocha, o técnico que, aliás, já transformara meus vinis e cassetes em cedês. Embora apareça no final desta matéria, é, na realidade, a que inicia a coleção, com o gênero Bossa Nova.
E é todo o meu acervo, composto de mais de 60 mil títulos nos formatos normal e MP3, só na MPB, que coloco à disposição dos amigos que o queiram conhecer.
A propósito, já existem gestões, junto ao Governo do Distrito Federal, para que tão organizada coleção passe a constar no Catálogo Turístico de Brasília.
Estante A
ALMANAQE - DEFINIÇÃO E PROPOSITO
Raimundo Floriano
A palavra almanaque, como quase todos os vocábulos da Língua Portuguesa começado com a sílaba al, provém do idioma árabe. Possui várias acepções, mas a que aceito, por ser romântica e muito me convir, e esta: lugar onde o camelo se ajoelha.
Explico o porquê. Na antiguidade, o único meio de transporte dos viajores nos desertos orientais era o camelo. Em longa jornada, originários de todas as paragens do mundo conhecido, à noite, quando chegavam a um oásis ou armavam suas tendas em ermos locais, os mercadores, beduínos, exploradores, guerreiros, salteadores, etc., faziam seus camelos ajoelharem para deles apear. E, em volta duma fogueira, contavam sus histórias, falavam de aventuras, vitórias, decepções, amores, conquistas, seu povo, sua família, tudo, enfim.
Este Almanaque pretende configurar-se nisso daí! Um afluxo de assuntos, conhecimentos, experiências, ideias, enfim, conglomerado que, por sua diversidade, atingirá de forma prazerosa o agrado de todo e qualquer tipo de leitor.
Minha formação cultural advém, de modo deveras acentuado, da leitura dos almanaques distribuídos nas farmácias de outrora, os quais traziam, além de anúncios dos medicamentos fabricados em cada laboratório, matérias lúdicas, como jogos, adivinhações, curiosidades e as famosas cartas enigmáticas, acenando com prêmios para quem as decifrasse. Em 1950, fui um dos acertadores contemplados. Eis a amostra e alguns deles:
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Havia dois almanaques famosos, verdadeiras enciclopédias, um distribuído pelo comrciante e industriário pauiense Ranulph Torres Raposo, o Almanaque da Parnaíba, e outro vendidos nas livraias, o Almanaque eo Pensamento:
Outra publicação que sempre habitou minhas estantes, até bem pouco tempo, foi o Almanaque Abril, hoje sumido das bancas de revistas, alijado ao esquecimento pelos leitores de agora, que preferem o Google em suas pesquisas.
Para não deixar morrer de vez tão importante item informativo de minha infância, aproveito-me das ferramentas da Internet para lançar este, o Almanaque Raimundo Floriano, no qual, com a imprescindível cooperação de colunistas diversos, pretendo disponibilizar imensa variedade de conhecimentos, lúdicos ou culturais, todos eles listados à direita da tela, bastando clicar no item ou assunto, mandar ver e deixar rolar.
Que Deus os guarde e a mim não desampare!
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