(Raimundo Floriano)
O criador do country sertanejo
Na manhã do sábado passado, 29 de agosto, estava eu, como faço habitualmente, ouvindo o programa Onde Canta o Sabiá, transmitido ao vivo pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sob a batuta do veteraníssimo radialista Gerdal dos Santos e com assessoria da pesquisadora Patrícia Rodrigues que, vez em quando, recorre ao meu acervo musical para a obtenção de títulos não mais existentes no mercado fonográfico. No quadro Alguém Muito Especial, era homenageada a falecida cantora Emilinha Borba, imortal que deu vida à marchinha Chiquita Bacana.
No início do quadro, foi chamada para dar um depoimento a atriz-acordeonista-cantora Adelaide Chiozzo, criadora de sucessos como Beijinho Doce e Sabiá na Gaiola, estrela de 23 filmes da Atlântida, hoje com 78 anos.
Adelaide chegou com todo o gás, alegre, voz firme e contagiante. Começou o diálogo com o Gerdal, quando, ali mesmo no ar, deram-lhes a notícia do falecimento do cantor Bob Nelson na noite anterior. Adelaide não se conteve diante do choque. Caiu em convulsivo pranto e não mais teve condições de participar do quadro.
Eu, por meu lado, pegado pela surpresa, quase também cheguei às lágrimas. Bob Nelson foi um dos ídolos da minha infância. Não houve menino do meu tempo que não tentasse imitá-lo, cantando o seu famoso eu-tiro-o-leite! Até que a voz engrossasse, e isso se tornasse impossível! Naquele momento, orei por ele!
Nelson Roberto Pézez, o Bob Nelson, cantor e compositor, nasceu em Campinas, SP, a 12.10.1918. Era o 6º dos filhos de José Pérez, espanhol, ferroviário da Mogiana e dono do Hotel Dalva, e de Dona Floresmina, do lar.
Fez o grupo escolar que funcionava anexo à Escola Normal e formou-se contabilista na Escola de Comércio São Luiz. Trabalhou como caixeiro-viajante, percorrendo a Central Brasil como vendedor das meias Ethel, que quase ninguém comprava, devido ao alto preço, e iniciou sua carreira musical cantando na Rádio Educadora de Campinas. Em sua família, só ele teria pendores artísticos.
Em 1940, participou do conjunto vocal Grupo Cacique, inspirado nos já famosos Bando da Lua e Anjos do Inferno. Dele faziam parte Paulinho Nogueira, seu irmão e fundador, Armando do Couto, Aimoré Santos Matos e o Professor Enéas. Quando Carmen Miranda se apresentou em Campinas, em 1939, eles a acompanharam.
Em 1943, adotou o estilo que o caracterizaria, inspirado nos cantos tiroleses e nos filmes de Gene Autry, que incluía uma roupa completa de caubói, com a qual se apresentou cantando para o General Mac Arthur, Comandante-Geral das tropas aliadas no pacífico na Segunda Guerra Mundial. Seu nome artístico foi calcado no do ator do cinema americano Robert (Bob) Taylor, grande galã da época, sugerido por Dermival Costalima, então diretor da Rádio Tupi.
Com esse novo estilo de cantar e de trajar-se, foi o pioneiro da fusão entre a música caipira brasileira e o country norte-americano. Seus imitadores estão por aí, às centenas, aos milhares!
Ainda em 1943, interpretando sua versão de Ó Susana, de Stephen Foster, ganhou o primeiro prêmio no programa A Hora da Peneira, da Rádio Cultura de São Paulo.
Suas músicas fizeram muito sucesso, entre elas O Boi Barnabé, com Victor Simon, Eu Tiro o Leite, com Sebastião Lima, Santa Fé, composição de José Cunha e Nelson Teixeira, Vaqueiro Alegre, com Stephen Foster, Não Sou de Briga, de Santos Rodrigues e B. Toledo, Alô, Xerife, de Pedro Paraguassu e José Batista, Minha Linda Salomé, de Denis Brean e Victor Simon, e Vaqueiro Alegre, com Ben Kanter e Victor Simon.
Em 1946, época em que era um dos principais artistas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, participou do filme Segura Essa Mulher, e, no ano seguinte, de Este Mundo É Um Pandeiro, ambos de Watson Macedo.
Casou-se com Antonietta Leal Pérez, em 1950, com a qual teve dois filhos, Nelson Roberto e Eduardo José.
O Vaqueiro Alegre, seu slogan preferido, foi ídolo de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, o Tremendão, tendo este gravado uma música em sua homenagem em 1974, A Lenda de Bob Nelson.
Aposentou-se, em 1976, na Rádio Nacional, onde já deixara de cantar e atuava como Secretário do Departamento Jurídico e Diretor de Gravações. A partir de então, voltou a exercer sua primeira profissão: caixeiro-viajante, representante de produtos ópticos, percorrendo todo o Brasil para promover vendas, sempre disposto a se apresentar artisticamente, com a mesma disposição e a mesma capacidade de conquistar platéias.
Faleceu no Rio Janeiro, vítima de parada cardíaca, no dia 28.08.2009, perto de completar 91 anos de idade.
Os dados biográficos aqui constantes foram colhidos nas páginas da Editora Revivendo e da Enciclopédia da Música Brasileira, da Art Editora.
Aqui vai pequena amostra do trabalho de Bob Nelson e Seus Rancheiros.
O Boi Barnabé, marcha-country de Bob Nelson e Victor Simon. Detalhe: é o cantor Ciro Monteiro, em participação especial, quem dá os mugidos do boi:
Oh! Suzana, marcha-country de Stephen C. Foster e Bob Nelson:
Santa Fé, marcha-country de José Cunha e Nelson Teixeira:
Vaqueiro do Oeste, marcha-country de Stephen S. Foster e Bob Nelson:
Não Sou de Briga, marcha-country de Santos Rodrigues e B. Toledo:
Alô, Xerife, marcha-country de Pedro Paraguassu e José Batista:
Vaqueiro Alegre, valsa de Ben Kanter, Bob Nelson e Victor Simon:
E, para terminar, este youtube, com Bob Nelson interpretando a marchinha-country Caubói do Amor, de Wilson Batista e Roberto Martins:
Raimundo Floriano
Dolly Parton
Dolly Rebecca Parton, nascida em Sevierville, Tennessee, no dia 19 de janeiro de 1946, é uma cantora, compositora, atriz e filantropa norte-americana mais conhecida por seu trabalho na música country. É considerada um dos maiores nomes na história da música mundial, sendo reconhecida como Rainha da Música Country.
Filha de um fazendeiro, começou a compor e cantar na infância e, com 18 anos, foi para Nashville, capital do Tennessee, por onde começa todo aquele que deseja vencer na country music. Em 1967, entrou para a dupla Porter Wagoner, no lugar da cantora Norma Jean, que partia para carreira solo. No ano seguinte, ela e Porter ganhavam o prêmio de Melhor Dueto do Ano, da Academia de Música Country.
Em 1974, o seu primeiro LP solo, Jolene fez muito sucesso nos EUA.
Linda Ronstadt, Emmylou Harris e Maria Muldaur gravaram canções suas, Whitney Houston gravou a música I Will Always Love You, também dela, e, em 2008, Dolly participou do álbum Do You Know da cantora americana Jessica Simpson, compondo e cantando a faixa que nomeia o disco, entre outras grandes canções de sua autoria.
Em 1977, fez seu primeiro espetáculo na Inglaterra, para um público de rock, no Teatro Rainbow. No ano seguinte, ganhou o primeiro Disco de Ouro, com Here You Come Again, quando se afastou bastante de seu trabalho do country, e suas influências de rock desagradavam cada vez mais os puristas.
Dolly Parton revelou-se uma atriz competente ao participar no filme Como Eliminar Seu Chefe, ao lado de Jane Fonda e Lilli Tomlin. Atuou, também, no filme Família Buscapé, onde cantou If You Ain't Got Love, de sua autoria. Também contracenou em um episódio da série Hannah Montana, ao lado de Miley Cyrus, fazendo a madrinha de Miley Stewart, sendo madrinha de Miley Cyrus na vida real.
Em 1983, fez uma participação, em dueto com Kenny Rogers, na música Islands In The Stream, escrita por Barry Gibb, dos Bee Gees, que obteve sucesso mundial. Em 1993, fez um dueto, com James Ingram, na trilha sonora do filme Beethoven 2, The Day I Fall in Love, de James, que recebeu indicação para o Oscar de melhor trilha sonora.
Em 1994, gravou, em dueto com Julio Iglesias, um grande sucesso da música americana: When You Tell Me That You Love Me, de John Bettis e Albert Hammond.
A famosa intérprete construiu um parque temático inaugurado em 1985, o Dollywood, situado no Tennessee, na cidade de Pigeon Forge. O parque apresenta inúmeras diversões e shows, todos inspirados nas origens country e na história de sua criadora.
Mais tarde, construiu, ainda, o parque aquático DollySplash, abriu o restaurante Dixie Stampede e fundou a Imagination Library, especialmente dedicada às crianças.
A discografia de Dolly Parton contabiliza 43 álbuns, entre LPs e CDs. Na filmografia, destacamos, ainda, A Melhor Casa Suspeita do Texas, de 1981, Rhinestone - Um Brilho da Noite, de 1984, Flores de Aço, e 1992, Straight Talk, de 1992, The Beverly Hillbillies, de 1992, As Aventuras de Frank McKlusk, de 2002, Miss Simpatia 2: Amada de Poderosa, de 2005, Hannah Montana, de 2008, e Joyful Noise, de 2012.
Como pequena amostra de seu trabalho musical, escolhi estas cinco faixas, todas de sua autoria e constantes do LP Jolene:
River of Happiness, foxtrote:
Highlight of My Life, foxtrote:
Randy, foxtrote,
Living on Memories of You, foxe:
Jolene, foxtrote:
Raimundo Floriano
Dottie West
Dorothy Marie Marsh, a Dottie West, cantora, guitarrista e compositora americana, nasceu do McMinnville, Tennessee, no dia 11 de outubro de 1932, e faleceu em Nashville, Tennessee, no dia 4 de setembro de 1991, aos 58 anos de idade. É considerada uma das artistas mais influentes e inovadoras da country music.
Dottie era a mais velha de 10 filhos de Hollis Marsh e Pelina Marsh. A família era pobre e, para fazer face às despesas em casa, Pelina abriu um restaurante, em cuja operação Dottie, muitas vezes, a ajudou. Seu pai era um alcoólatra, que lhe batia e dela abusou sexualmente, situação que perdurou até seus 17 anos, quando ela, finalmente, o denunciou ao xerife local. No processo, testemunhou contra seu pai no tribunal, ele foi condenado a 40 anos de prisão e acabou morrendo por lá, em 1967.
Em 1951, obteve uma Bolsa de Estudos de música para a Tennessee Technological University, em Cookeville, Tennessee, onde conheceu o primeiro marido, o guitarrista chamado Bill West, com quem teve quatro filhos e de quem por herdou o sobrenome, que usou durante toda a trajetória artística.
Após a formatura, Dottie West se mudou com sua família para Cleveland, Ohio, onde começou a aparecer no programa de televisão Landmark Jamboree, compondo um duo vocal denominado Kay-Dots, junto com Kathy Dee. Ao mesmo tempo, fez inúmeras viagens para Nashville, a Meca da country music, na esperança de conseguir um contrato de gravação. Em 1959, ela e Bill fizeram o teste para o Produtor Don Pierce, e lhes foi imediatamente oferecido um contrato. Os singles não foram bem-sucedidos mas, mesmo assim, ela se mudou para Nashville.
Lá, ela e o marido enturmaram-se num grupo de compositores aspirantes, incluindo Willie Nelson, Roger Miller, Hank Cochran, e Harlan Howard. Servindo, frequentemente, de anfitriã para esses compositores que ralavam, oferecendo-lhes, até, um lugar para ficar e comer, recebeu deles, em troca, ensinamentos sobre a estrutura da composição. Durante este tempo, ela também se tornou uma amiga íntima da inovadora cantora country Patsy Cline e seu marido Charlie Dick.
Patsy Cline se tornaria uma das maiores forças na carreira do Dottie. Em seus primeiros dias em Nashville, Dottie e sua família não tiveram, muitas vezes, o suficiente para pagar o aluguel ou comprar mantimentos da semana, por isso Cline contratava-a para ajudar com seu guarda-roupa, e o marido, Bill West, a atuar em sua banda, e até se ofereceu para com eles cooperar nas despesas triviais, quando lutavam para ficar em Nashville.
Em 5 de Março de 1963, Patsy Cline morreu, num acidente de avião, junto com Cowboy Copas, Hawkshaw Hawkins, e seu piloto e gerente, Randy Hughes, de volta para casa, após um show beneficente no Memorial Hall, em Kansas City, no qual Dottie West também participara, mas voltou em seu próprio carro, e até ofereceu carona para Patsy, que não aceitou, ansiosa por voltar logo para junto de seus filhos.
O êxito na carreira de Dottie West começou na Década de 1960, com o seu Top 10 hits, Here Comes My Baby Back Again, que ganhou seu primeiro Grammy Award como a Melhor Voz Feminina da Country Music, em 1965. Naquela época, foi era das poucas cantoras femininas do gênero, indústria então dominada pelo sexo masculino.
Com isso, influenciou outras cantoras, como Lynn Anderson, Cristal Gayle, Barbara Mandrell, Dolly Parton, e Tammy Wynette. Ao longo da década de 1960, Dottie West manteve-se nos Top 10 e Top 20 hits nas paradas de música country.
Em 1965, Dottie lançou o LP Here Comes My Baby. Em 1966, aliada ao produtor Chet Atkins, lançou um dos maiores hits de sua carreira, Would You Hold It Against Me. Em 1967, a parceria West/Atkins emitiu três álbuns separados: With All My Heart And Soul, Dottie West Sings Sacred Ballads, e I’ll Help You Forget Her.
Em 1968, depois do LP Country Girl, Dottie aliou-se a Don Gibson, formando a dupla Dottie & Don, caracterizada pelo hit Rings of Gold, lançado em 1969. O álbum foi seu último com o ProdutorAtkins. Ela prosseguiu, em 1970, com dois lançamentos, Forever Yours e Country Boy & Country Girl, em dupla com Jimmy Dean. Em 1971, após lançar Have You Heard Dottie West, ela deixou o marido e, em 1972, juntou-se ao baterista casado Byron Metcalf, 12 anos mais novo que ela.
Devido, possivelmente em parte por seu sucesso estratosférico recente com duetos, sua carreira solo sofreu um abalo entre 1969 e 1972. A maioria de seus singles lançados na época não tinha conseguido chegar até Top 40, e suas vendas de álbuns entraram em declínio.
No início de 1970, escreveu um comercial popular para a Coca-Cola Company, intitulado País da Luz do Sol, que chegou ao Número 2 no Hot Country Singles da Billboard, em 1973. No final dos Anos 1970, ela se aliou ao country pop mundial Kenny Rogers para uma série de duetos, o que elevou sua carreira para novas alturas, valendo-lhe o primeiro Disco de Platina.
Dottie West e Kenny Rogers
Suas gravações, em dueto com Kenny Rogers, de Every Time Two Fools Collide, All I Ever Need Is You e What Are We Doing in Love, tornaram-se padrões da country music.
Após o lançamento de House of Love, em 1974, Dottie voltou às paradas, ao Top 40 hits, incluindo o Top 10 com The Last Time I Saw You e Lay Back Lover. Seu último álbum, na RCA, foi Carolina Cousins, em 1975, antes de assinar contrato com a United Artists Records, em 1976.
Apenas para ilustrar: quando ela estava gravando a canção Every Time Two Fools Collide, de Jan Dyer e Jeff Tweel, quando, segundo a lenda, Kenny Rogers entrou de repente no estúdio e começou a cantar junto. Lançado como um dueto, o número conquistou do primeiro lugar nas paradas. Entre 1978 e 1979, eles ganharam o Prêmio da Country Music Association como o Duo Vocal do Ano.
Durante os Anos 1980, Dottie continuou a produzir sucessos na carreira solo. No final da Década, sua popularidade começou a cair, e ela já não se apresentava para o público jovem. Mesmo assim, High Time, gerou seu último Top 20 hits, e, com It’sTime, de Randy Goodrum e Brent Maher, que chegou ao 16º lugar.
Entre 1981 e 1992, Shelly, filha de Dottie West, também fez carreira na country music. Ela é mais conhecida por seu dueto com David Frizzell em You're The Reason God Made Oklahoma, de Larry Collins e Sandy Pinkard, que alcançou o primeiro lugar no Top 10.
Em 1982, Dottie foi contratada para desempenhar o papel principal na produção teatral de The Best Little Whorehouse in Texas, viajando por quatro semanas por todo o país. Tinha ela seu próprio carro alegórico na Macy Thanksgiving Day Parade daquele ano. Ela também posou para uma foto reveladora na revista masculina Oui. Em 1983, casou-se com seu técnico de som, Al Winters, 22 anos mais novo
Em 1984, Dottie lançou seu último álbum, Just Dottie. Em 1986, fez sua estreia na ficção na ficção científica The Aurora Encounter.
Entre 1989 e 1990, embora atuando em turnês populares, Dottie começou a enfrentar problemas financeiros. Além de o marido requerer o divórcio, processando-a por indenização financeira, gastos extravagantes e mais investimentos por parte de seus agentes deixaram-na quase quebrada. Outros problemas sobrevieram, como processos de indenização por ex-gerentes, execução bancária de sua casa em Nashville, ordem de despejo, pedido de concordada, liquidação de seus bens, e outros contratempos.
Em 30 de agosto de 1991, Dottie estava programada para se apresentar no Grand Ole Opry. Pouco depois de deixar seu apartamento em Nashville, seu carro, um Chrysler New Yorker, que Kenny Rogers lhe tinha dado após a perda de seus bens, dirigido por um amigo alcoolizado, foi envolvido em brutal acidente, vindo ela a falecer, no dia 4 de setembro de 1991, durante a sua terceira operação, morrendo na mesa de cirurgia.
Seu funeral foi realizado na Igreja de Cristo em Old Hickory Boulevard. Havia 600 pessoas, entre familiares, amigos e artistas como Emmylou Harris, Connie Smith, Johnny Cash, June Carter Cash e Larry Gatlin. Duas semanas mais tarde, o Presidente George H. Bush, seu fã de longa data, para quem ela havia realizado show na Casa Branca, expressou suas condolências. Sua cidade natal, McMinnville, dedicou a Estrada 56 à sua memória, nomeando-a Dottie West Memorial Highway.
Em 1995, a atriz Michele Lee, com a ajuda de Shelly, filha de Dottie, produziu e estrelou, juntamente com Kenny Rogers, o filme biográfico para a TV, Big Dreams & Broken Hearts: The Dottie West Story, levado ao ar pela CBS.
Sua extensa discografia, tanto em LPs como em CDS, é facilmente encontrável nos sites especializados. Aqui vai uma pequena amostra:
Together Again, foxe de Buck Owens.
I Don’t Hurt Anymore, foxtrote de Jack Rollins e Donald I. Robertson.
Heartaches By The Number, foxtrote de Harlan Howard.
City Lights, foxe de Bill Anderson.
Crazy Arms, foxe de Chuck Seals e Ralph Mooney.
Raimundo Floriano
Quando eu pocurava reorganizar minha vida, e, junto com ela, minha discoteca, isso no começo de 1972, acabava de recebe o Certificado de Conclusão do Curso de Língua Inglesa, da Casa Thomas Jefferson, razão pela qual adquiri alguns elepês de cantores americanos, para treinar o ouvido.
No ano anterior, falecera Louis Armstrong que, com sua morte, ressuscitou no mercado fonográfico, com muitas coletâneas e relançamentos. Para quem não sabe, Louis Daniel Armstrong, nascido em Nova Orleans, a 4 de agosto de 1901, e falecido em Nova Iorque, a 6 de julho de 1971, foi um cantor, compositor, instrumentista, pistonista, cornestista, saxofonista, escritos, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, artista plástico, ator, tenor, maestro, ativista político e social estado-unidense, considerado a personificação do jazz. Ficou igualmente famoso, tanto como cantor, quanto como pistonista.
A ele fui apresentado com a aquisição destes dois elepês:
LADO 1 - I’M IN THE MOOD FOR LOVE - YOU ARE MY LUCKY STAR - LA CUCARACHA - GOT A BRND-NEW SUIT - I’VE GOT MY FINGERS CROSSED - OLD MAN MOSE - I’M SHOOTING HIGH.
LADO 2 - FALLING IN LOVE WITH YOU - RED SAILS IN THE SUNSET - ON TREASURE ISLAND - THANKS A MILLION - SHOE SHINE BOY - SOLITUDE - I HOPE GABRIEL LIKES MY MUSIC.
Ao ouvi-lo fiquei completamente maravilhado com o jazz tradicional americano, pois já conhecia a maioria das canções, no rádio ou em filmes.
Este foi o segundo elepê adquirido:
LADO 1 - MILLER’S CAVE - ALMOST PERSUADED - RUNNING BEAR - GET TOGETHER - CRYSTAL CHANDELIERS - YOU CAN HAVE HER.
LADO 2 - THE EASY PART’S OVER - BLACK CLOUD - WHY DID MRS. MURPHY LEAVE TOWN? - WOLVERTON MOUNTAIN - RAMBLIN’ ROSE - CRAZY ARMS.
Pronto! Louis Armstrong e a country music acabavam de me ganhar para sempre. Apesar de sua pronúncia, difícil pra caramba, logo consegui, com o auxílio de ex-professores, as letras destas duas lindas canções: Why Did Mrs. Murphy Leave Town? e Ramblin’ Rose.
Depois, outros álbuns vieram, não específicos, mas trazendo, vez por outra, registros countries:
Nesse, destacava-se esta faixa country: Bill Bailey, Won’t You Please Come Home?
Nesse, a música-título, Hello, Dolly!, era um hit country que ficou inesquecível.
Finalmente, nesse álbum, destacava-se My Old Kentucky Home.
E é com imenso prazer que compartilho tais preciosidades, que trago bem guardadinhas, com zelo e capricho, em minhas prateleiras, prontas para serem curtidas pelos que apreciam a boa música, não importando a nacionalidade.
Why Did Mrs. Murphy Leave Town? - Foxe de Jack Clement, composto em 1970 especialmente para o album Country & Western:
Ramblin’ Rose - Foxe de J. Sherman e N. Sherman, também composto em 1970 para o mesmo álbum:
Bill Bailey, Won’t You Please Come Home? - Foxtrote muito popular, composto, em 1902, por Hugh Cannon, aqui interpretado por Louis, com a participação de The Dukes of Dixieland:
Hello, Dolly! - Foxe de Jerry Herman, canção-título de premiado musical, de 1964, depois transformado em filme estrelado por Barbra Streisand, aqui aparecendo com roupagem country, valorizada pelo banjo na introdução:
My Old Kentucky Home - Foxtrote de Stephen C. Foster, autor também do clássico Oh! Susanna, composto em 1853:
Raimundo Floriano
Roy Rogers e Dale Evans
Ontem, depois de assistir a mais uma reprise no Tele Cine Cult no Canal 166 da NET, me bateu uma tremenda recordação de meus tempos de estudante, da adolescência em Teresina, onde a maior diversão era assistir aos filmes nos finais e semana, e os vibrantes seriados, nestes dois cinemas, o Theatro 4 de Setembro e o Cine Rex:
Na frente, em suas calçadas, praticávamos o escambo de revistas em quadrinho, nas quais pontificavam nossos heróis, nomes inesquecíveis como Hopalong Cassidy, Tom Mix, Rocky Lane, Cavaleiro Negro, Zorro, e, o principal deles, Roy Rogers.
Roy Rogers era especial, porque, além de as aventuras nas revistinhas, vez em quando, estrelava filmes, combatendo bandidos e cantando lindas canções, tinha existência real, que ia além da imaginação dos desenhistas. Para completar, sua trupe, havia Dale Evans, sua mulher, o cavalo Trigger e o cachorro Bullet.
Roy Rogers, com o cavalo Trigger e o cachorro Bullet
Roy Rogers, ator norte-americano, cujo nome verdadeiro era Leonard Franklin Slye, nasceu em Cincinnati, Ohio, a 5 de novembro de 1911, e faleceu em Apple Valley, Califórnia, a 6 de julho de 1998, aos 86 anos de idade. Ele e sua terceira esposa, Dale Evans, seu cavalo Trigger e seu cachorro, Bullet, apareceram, em aproximadamente, uma centena de filmes.
Fizeram, também, o programa The Roy Rogers Show, que começou no rádio e, depois de nove anos, migrou para a televisão, onde ficou de 1951 a 1957. Dele, participavam ainda dois antigos parceiros no cinema, Pat Brady, que dirigia um jipe de nome Nellybelle, e Gabby Hayes. O apelido de Roy era King of the Cowboys – Rei dos Caubóis –, enquanto Dale era a Queen of the West – Rainha do Oeste.
Roy Rogers, Dale Evans e Pat Brady – Gabby Hayes
Dale Evans, nominada, inicialmente, Lucille Madeira Smith e, ainda bebê, registrada como Francês Octavia Smith, nasceu em Uvande, Texas, no dia 31 de outubro de 1912, e faleceu Apple Valley, no dia 7 de fevereiro de 2001, aos 88 anos de idade.
Em 1933, Roy Rogers ajudou Bob Nolan a formar o grupo Sons of the Pioneers, um dos mais antigos conjuntos de country music dos Eatados Unidos, ativo até hoje, e que teve esta formação inicial: Roy, Bob, Tim Spencer, Hugh Farr, Karl Farr, Looyd Perryman, Patty Brad e Ken Carson.
Flagrante de Sons Of Pioneers
Outro caubói cantor que ficou para sempre em minhas recordações foi Gene Autry, do qual falarei oportunamente.
Para mostrar um pouco do trabalho musical de Roy Rogers e Dale Evans, escolhi estas cinco faixas, nas quais são acompanhados por The Sons of the Pioneers:
Back in The Saddle Again, foxtrote de Gene Autry, canta Roy Rogers:
Red River Valley, foxe do folclore Americano, canta Roy Rogers:
Happy Trails, foxe de Foy Disposto, cantam Roy Rogers e Dale Evans:
That Palomino Pal O’Mine, foxe do folclore Americano, canta Roy Rogers:
Texas For Me, de Roy Rogers, foxtrote, canta de Dale Evans:
Raimundo Floriano
Gene Autry
Orvon Grover Autry, o Gene Autry, cantor, compositor, instrumentista e ator norte-americano, nasceu em Tioga, Texas, no dia 19 de setembro de 1907, e faleceu em Studio City, Califórnia, no dia 2 de outubro de 1998, aos 91 anos de idade.
Ficou famoso por sua atuação na country music, no cinema e na televisão. Era conhecido com The Singing Cowboy, O Caubói Cantador. Foi o primeiro grande astro dos faroestes, seguido por Roy Rogers, que o superou em popularidade após Autry ter-se alistado na 2ª Guerra Mundial.
Era filho de um pastor metodista. Depois de deixar a escola, ainda adolescente, trabalhou como telegrafista, na Estrada de Ferro St. Louis – San Francisco, em Ravia, Oklahoma, onde passou a viver, apresentando-se em bailes locais, cantando e tocando violão.
Em 1928, foi convidado a participar de um programa de rádio, o que marcou o início de sua carreira artística. Em 1929, assinou seu primeiro contrato para gravar discos, com a Columbia Records. Sua canção That Silver-Haired Daddy of Mine foi um sucesso, o que o levou a trabalhar por quatro anos no Programa de rádio National Barn Dance, em Chicago, Illinois.
Gene Autry com Ina Mãe Spivey e Jacqueline Ellam
Em 1932, casou-se com Ina Mae Spivey, falecida em 1980. Em 1981, casou-se com Jacqueline Ellam, com quem viveu até a morte. Entre suas inúmeras gravações clássicas, incluem-se I'm Back in the Saddle Again, dele, Ghost Riders in the Sky, de Stan Jones, Tumbling Tumbleweeds, de Bob Nolan, e diversas canções de Natal, como Rudolph the Red-Nosed Reindeer, de Johnny Marks, Here Comes Santa Claus, de Bryan Cox e Paul Michael, e Santa Claus Is Coming to Town, de Fred Coots e Haven Gillespie.
Estreou no cinema em 1934, no filme In Old Santa Fe – Santa Fé. Depois de dois seriados, iniciou uma longa série de faroestes B, na recém-formada Republic Pictures, com o filme Tumbling Tumbleweeds – Boiadeiro Trovador.
Em 1942, alistou-se na Aeronáutica para lutar na Segunda Guerra Mundial. Serviu na China, na Birmânia e na Índia. Ao voltar da Guerra, retornou à carreira no cinema, em 1946, mas percebeu que, com sua ausência, o estúdio já elegera Roy Rogers como seu principal astro. Cinco filmes depois, deixou a Republic e fundou sua própria Companhia, em 1947, a Flying Productions, onde faria todos os seus filmes seguintes.
Seu último faroeste no cinema foi Last of the Pony Riders, de 1953. A partir de então, passou a se dedicar à televisão, onde tinha um programa, desde 1950, o The Gene Autry Show, o qual contou com cerca de 100 episódios. Produziu, também, as séries Anne Oakley, Buffalo Bill Jr., The Range Rider, Cavalcade of the West, The Adventures of Champion, estrelada por seu famoso cavalo Champion, e os trinta e nove episódios iniciais de Death Valley Days. Entre 1940 e 1956, comandou um Programa de rádio de enorme sucesso, o Gene Autry's Melody Ranch.
Gene Autry parou com os shows em 1964, com uma carreira de mais de seiscentas gravações e quase duzentos filmes e programas de TV. Foi também um empresário de visão: adquiriu quatro estações de rádio e uma de televisão; ações de dois jornais de Phoenix, Arizona; e vinte e cinco poços de petróleo, no Texas. Foi dono, ainda, de muitas propriedades em vários estados, editoras musicais e hotéis, além de ter investido pesadamente no time de beisebol California Angels.
Gene Autry com Smiley Burnette, Sterling Holloway e Pat Butram
Até 1942, seu sidekick – no Brasil, ajudante, parceiro ou companheiro – foi Smiley Burnette, com quem trabalhava desde os tempos do rádio. Burnette era cantor, compositor e multi-instrumentista. Em 1944, ele deixou a Republic e tornou-se o sidekick de Charles Starrett na série Durango Kid, da Columbia. Com o fim desta, Burnette voltou para os seis últimos filmes de Autry, todos de 1953. Outros sidekicks de Autry foram Sterling Holloway, nos filmes pós-guerra da Republic, e Pat Buttram, que apareceu em quinze de suas fitas na Flying Productions.
Gene Autry não teve mocinhas constantes. June Storey, dez filmes, até 1940, e Gail Davis, quatorze, entre 1950 e 1953, foram as que mais contracenaram com o ator.
Gene Autry com June Storey e Gail Davis
Até o início de 1939, a duração de seus filmes ficava entre cinquenta e sessenta minutos. Do final daquele ano em diante, a metragem foi sendo aumentada, ficando entre pouco mais de uma hora e oitenta minutos, sendo que Under Fiesta Stars, de 1941, teve a duração recorde de noventa e quatro minutos. Seus últimos filmes voltaram ao padrão de cerca de uma hora, ou menos.
Jane Withers, contratada da 20th Century Fox, era fã de Autry. Ela queria fazer um filme com ele, mas não obteve autorização do estúdio para ser emprestada à Republic. Ela, então, conseguiu que fosse percorrido o caminho inverso: assim, o filme Shooting High - Chutando Alto, de 1940, foi rodado pela Fox. Este foi o único trabalho de Autry naquele estúdio.
O último filme de Autry na Republic foi Robin Hood of Texas – Robin Hood do Texas. E o primeiro para sua recém-fundada produtora foi The Last Round-Up – O Último Rodeio, ambos de 1947.
Gene Autry no cinema americano e em gibi no Brasil
Em seus filmes, a música, frequentemente, sobrepujava a ação. Especula-se que esse seria um dos principais motivos de sua pouca popularidade no Brasil. De fato, a maioria de seus filmes permanece inédita por aqui.
As aventuras de Gene Autry foram adaptadas para os quadrinhos, inicialmente por Tillman Goodan, que faleceria em 1958. Uma segunda série foi desenhada por Bob Stevens e Bert Laws. Nos jornais, foram publicadas tiras de quadrinhos, entre 1940 e 1942, e 1952 e 1955. A Editora Dell Comics publicou livros com os quadrinhos do cantor. No Brasil, a Editora EBAL editou um gibi, nos Anos 1950, tendo-o como herói.
Gene Autry faleceu vítima de um linfoma, a 2 de outubro de 1998, em Studio City, pequena localidade do Vale de São Fernando, em Los Angeles, Califórnia, e foi sepultado no Forest Lawn Memorial Park, Hollywood Hills, Los Angeles.
Como pequena amostra de seu trabalho musical, escolhi estas cinco fixas:
Cowboy Blues, foxtrote de Gene Autry, em parceria com Cindy Walker:
Down In The Valley, valsa tradicional, de compositor desconhecido:
My Old Kentucky Home, foxe de Stephen C. Foster:
Dixie Cannon Ball, foxtrote de Gene Autry, em parceria com Vaughn Horton e Red Foley:
Back In The Saddle Again, foxtrote de Gene Autry:
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BOB NELSON, O CAUBÓI BRASILEIRO
(Raimundo Floriano)
O criador do country sertanejo
Na manhã do sábado passado, 29 de agosto, estava eu, como faço habitualmente, ouvindo o programa Onde Canta o Sabiá, transmitido ao vivo pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sob a batuta do veteraníssimo radialista Gerdal dos Santos e com assessoria da pesquisadora Patrícia Rodrigues que, vez em quando, recorre ao meu acervo musical para a obtenção de títulos não mais existentes no mercado fonográfico. No quadro Alguém Muito Especial, era homenageada a falecida cantora Emilinha Borba, imortal que deu vida à marchinha Chiquita Bacana.
No início do quadro, foi chamada para dar um depoimento a atriz-acordeonista-cantora Adelaide Chiozzo, criadora de sucessos como Beijinho Doce e Sabiá na Gaiola, estrela de 23 filmes da Atlântida, hoje com 78 anos.
Adelaide chegou com todo o gás, alegre, voz firme e contagiante. Começou o diálogo com o Gerdal, quando, ali mesmo no ar, deram-lhes a notícia do falecimento do cantor Bob Nelson na noite anterior. Adelaide não se conteve diante do choque. Caiu em convulsivo pranto e não mais teve condições de participar do quadro.
Eu, por meu lado, pegado pela surpresa, quase também cheguei às lágrimas. Bob Nelson foi um dos ídolos da minha infância. Não houve menino do meu tempo que não tentasse imitá-lo, cantando o seu famoso eu-tiro-o-leite! Até que a voz engrossasse, e isso se tornasse impossível! Naquele momento, orei por ele!
Nelson Roberto Pézez, o Bob Nelson, cantor e compositor, nasceu em Campinas, SP, a 12.10.1918. Era o 6º dos filhos de José Pérez, espanhol, ferroviário da Mogiana e dono do Hotel Dalva, e de Dona Floresmina, do lar.
Fez o grupo escolar que funcionava anexo à Escola Normal e formou-se contabilista na Escola de Comércio São Luiz. Trabalhou como caixeiro-viajante, percorrendo a Central Brasil como vendedor das meias Ethel, que quase ninguém comprava, devido ao alto preço, e iniciou sua carreira musical cantando na Rádio Educadora de Campinas. Em sua família, só ele teria pendores artísticos.
Em 1940, participou do conjunto vocal Grupo Cacique, inspirado nos já famosos Bando da Lua e Anjos do Inferno. Dele faziam parte Paulinho Nogueira, seu irmão e fundador, Armando do Couto, Aimoré Santos Matos e o Professor Enéas. Quando Carmen Miranda se apresentou em Campinas, em 1939, eles a acompanharam.
Em 1943, adotou o estilo que o caracterizaria, inspirado nos cantos tiroleses e nos filmes de Gene Autry, que incluía uma roupa completa de caubói, com a qual se apresentou cantando para o General Mac Arthur, Comandante-Geral das tropas aliadas no pacífico na Segunda Guerra Mundial. Seu nome artístico foi calcado no do ator do cinema americano Robert (Bob) Taylor, grande galã da época, sugerido por Dermival Costalima, então diretor da Rádio Tupi.
Com esse novo estilo de cantar e de trajar-se, foi o pioneiro da fusão entre a música caipira brasileira e o country norte-americano. Seus imitadores estão por aí, às centenas, aos milhares!
Ainda em 1943, interpretando sua versão de Ó Susana, de Stephen Foster, ganhou o primeiro prêmio no programa A Hora da Peneira, da Rádio Cultura de São Paulo.
Suas músicas fizeram muito sucesso, entre elas O Boi Barnabé, com Victor Simon, Eu Tiro o Leite, com Sebastião Lima, Santa Fé, composição de José Cunha e Nelson Teixeira, Vaqueiro Alegre, com Stephen Foster, Não Sou de Briga, de Santos Rodrigues e B. Toledo, Alô, Xerife, de Pedro Paraguassu e José Batista, Minha Linda Salomé, de Denis Brean e Victor Simon, e Vaqueiro Alegre, com Ben Kanter e Victor Simon.
Em 1946, época em que era um dos principais artistas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, participou do filme Segura Essa Mulher, e, no ano seguinte, de Este Mundo É Um Pandeiro, ambos de Watson Macedo.
Casou-se com Antonietta Leal Pérez, em 1950, com a qual teve dois filhos, Nelson Roberto e Eduardo José.
O Vaqueiro Alegre, seu slogan preferido, foi ídolo de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, o Tremendão, tendo este gravado uma música em sua homenagem em 1974, A Lenda de Bob Nelson.
Aposentou-se, em 1976, na Rádio Nacional, onde já deixara de cantar e atuava como Secretário do Departamento Jurídico e Diretor de Gravações. A partir de então, voltou a exercer sua primeira profissão: caixeiro-viajante, representante de produtos ópticos, percorrendo todo o Brasil para promover vendas, sempre disposto a se apresentar artisticamente, com a mesma disposição e a mesma capacidade de conquistar platéias.
Faleceu no Rio Janeiro, vítima de parada cardíaca, no dia 28.08.2009, perto de completar 91 anos de idade.
Os dados biográficos aqui constantes foram colhidos nas páginas da Editora Revivendo e da Enciclopédia da Música Brasileira, da Art Editora.
Aqui vai pequena amostra do trabalho de Bob Nelson e Seus Rancheiros.
O Boi Barnabé, marcha-country de Bob Nelson e Victor Simon. Detalhe: é o cantor Ciro Monteiro, em participação especial, quem dá os mugidos do boi:
Oh! Suzana, marcha-country de Stephen C. Foster e Bob Nelson:
Santa Fé, marcha-country de José Cunha e Nelson Teixeira:
Vaqueiro do Oeste, marcha-country de Stephen S. Foster e Bob Nelson:
Não Sou de Briga, marcha-country de Santos Rodrigues e B. Toledo:
Alô, Xerife, marcha-country de Pedro Paraguassu e José Batista:
Vaqueiro Alegre, valsa de Ben Kanter, Bob Nelson e Victor Simon:
E, para terminar, este youtube, com Bob Nelson interpretando a marchinha-country Caubói do Amor, de Wilson Batista e Roberto Martins:
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DOLLY PARTON, A RAINHA DA COUNTRY MUSIC
Raimundo Floriano
Dolly Parton
Dolly Rebecca Parton, nascida em Sevierville, Tennessee, no dia 19 de janeiro de 1946, é uma cantora, compositora, atriz e filantropa norte-americana mais conhecida por seu trabalho na música country. É considerada um dos maiores nomes na história da música mundial, sendo reconhecida como Rainha da Música Country.
Filha de um fazendeiro, começou a compor e cantar na infância e, com 18 anos, foi para Nashville, capital do Tennessee, por onde começa todo aquele que deseja vencer na country music. Em 1967, entrou para a dupla Porter Wagoner, no lugar da cantora Norma Jean, que partia para carreira solo. No ano seguinte, ela e Porter ganhavam o prêmio de Melhor Dueto do Ano, da Academia de Música Country.
Em 1974, o seu primeiro LP solo, Jolene fez muito sucesso nos EUA.
Linda Ronstadt, Emmylou Harris e Maria Muldaur gravaram canções suas, Whitney Houston gravou a música I Will Always Love You, também dela, e, em 2008, Dolly participou do álbum Do You Know da cantora americana Jessica Simpson, compondo e cantando a faixa que nomeia o disco, entre outras grandes canções de sua autoria.
Em 1977, fez seu primeiro espetáculo na Inglaterra, para um público de rock, no Teatro Rainbow. No ano seguinte, ganhou o primeiro Disco de Ouro, com Here You Come Again, quando se afastou bastante de seu trabalho do country, e suas influências de rock desagradavam cada vez mais os puristas.
Dolly Parton revelou-se uma atriz competente ao participar no filme Como Eliminar Seu Chefe, ao lado de Jane Fonda e Lilli Tomlin. Atuou, também, no filme Família Buscapé, onde cantou If You Ain't Got Love, de sua autoria. Também contracenou em um episódio da série Hannah Montana, ao lado de Miley Cyrus, fazendo a madrinha de Miley Stewart, sendo madrinha de Miley Cyrus na vida real.
Em 1983, fez uma participação, em dueto com Kenny Rogers, na música Islands In The Stream, escrita por Barry Gibb, dos Bee Gees, que obteve sucesso mundial. Em 1993, fez um dueto, com James Ingram, na trilha sonora do filme Beethoven 2, The Day I Fall in Love, de James, que recebeu indicação para o Oscar de melhor trilha sonora.
Em 1994, gravou, em dueto com Julio Iglesias, um grande sucesso da música americana: When You Tell Me That You Love Me, de John Bettis e Albert Hammond.
A famosa intérprete construiu um parque temático inaugurado em 1985, o Dollywood, situado no Tennessee, na cidade de Pigeon Forge. O parque apresenta inúmeras diversões e shows, todos inspirados nas origens country e na história de sua criadora.
Mais tarde, construiu, ainda, o parque aquático DollySplash, abriu o restaurante Dixie Stampede e fundou a Imagination Library, especialmente dedicada às crianças.
A discografia de Dolly Parton contabiliza 43 álbuns, entre LPs e CDs. Na filmografia, destacamos, ainda, A Melhor Casa Suspeita do Texas, de 1981, Rhinestone - Um Brilho da Noite, de 1984, Flores de Aço, e 1992, Straight Talk, de 1992, The Beverly Hillbillies, de 1992, As Aventuras de Frank McKlusk, de 2002, Miss Simpatia 2: Amada de Poderosa, de 2005, Hannah Montana, de 2008, e Joyful Noise, de 2012.
Como pequena amostra de seu trabalho musical, escolhi estas cinco faixas, todas de sua autoria e constantes do LP Jolene:
River of Happiness, foxtrote:
Highlight of My Life, foxtrote:
Randy, foxtrote,
Living on Memories of You, foxe:
Jolene, foxtrote:
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DOTTIE WEST, A PIONEIRA DA COUNTRY MUSIC
Raimundo Floriano
Dottie West
Dorothy Marie Marsh, a Dottie West, cantora, guitarrista e compositora americana, nasceu do McMinnville, Tennessee, no dia 11 de outubro de 1932, e faleceu em Nashville, Tennessee, no dia 4 de setembro de 1991, aos 58 anos de idade. É considerada uma das artistas mais influentes e inovadoras da country music.
Dottie era a mais velha de 10 filhos de Hollis Marsh e Pelina Marsh. A família era pobre e, para fazer face às despesas em casa, Pelina abriu um restaurante, em cuja operação Dottie, muitas vezes, a ajudou. Seu pai era um alcoólatra, que lhe batia e dela abusou sexualmente, situação que perdurou até seus 17 anos, quando ela, finalmente, o denunciou ao xerife local. No processo, testemunhou contra seu pai no tribunal, ele foi condenado a 40 anos de prisão e acabou morrendo por lá, em 1967.
Em 1951, obteve uma Bolsa de Estudos de música para a Tennessee Technological University, em Cookeville, Tennessee, onde conheceu o primeiro marido, o guitarrista chamado Bill West, com quem teve quatro filhos e de quem por herdou o sobrenome, que usou durante toda a trajetória artística.
Após a formatura, Dottie West se mudou com sua família para Cleveland, Ohio, onde começou a aparecer no programa de televisão Landmark Jamboree, compondo um duo vocal denominado Kay-Dots, junto com Kathy Dee. Ao mesmo tempo, fez inúmeras viagens para Nashville, a Meca da country music, na esperança de conseguir um contrato de gravação. Em 1959, ela e Bill fizeram o teste para o Produtor Don Pierce, e lhes foi imediatamente oferecido um contrato. Os singles não foram bem-sucedidos mas, mesmo assim, ela se mudou para Nashville.
Lá, ela e o marido enturmaram-se num grupo de compositores aspirantes, incluindo Willie Nelson, Roger Miller, Hank Cochran, e Harlan Howard. Servindo, frequentemente, de anfitriã para esses compositores que ralavam, oferecendo-lhes, até, um lugar para ficar e comer, recebeu deles, em troca, ensinamentos sobre a estrutura da composição. Durante este tempo, ela também se tornou uma amiga íntima da inovadora cantora country Patsy Cline e seu marido Charlie Dick.
Patsy Cline se tornaria uma das maiores forças na carreira do Dottie. Em seus primeiros dias em Nashville, Dottie e sua família não tiveram, muitas vezes, o suficiente para pagar o aluguel ou comprar mantimentos da semana, por isso Cline contratava-a para ajudar com seu guarda-roupa, e o marido, Bill West, a atuar em sua banda, e até se ofereceu para com eles cooperar nas despesas triviais, quando lutavam para ficar em Nashville.
Em 5 de Março de 1963, Patsy Cline morreu, num acidente de avião, junto com Cowboy Copas, Hawkshaw Hawkins, e seu piloto e gerente, Randy Hughes, de volta para casa, após um show beneficente no Memorial Hall, em Kansas City, no qual Dottie West também participara, mas voltou em seu próprio carro, e até ofereceu carona para Patsy, que não aceitou, ansiosa por voltar logo para junto de seus filhos.
O êxito na carreira de Dottie West começou na Década de 1960, com o seu Top 10 hits, Here Comes My Baby Back Again, que ganhou seu primeiro Grammy Award como a Melhor Voz Feminina da Country Music, em 1965. Naquela época, foi era das poucas cantoras femininas do gênero, indústria então dominada pelo sexo masculino.
Com isso, influenciou outras cantoras, como Lynn Anderson, Cristal Gayle, Barbara Mandrell, Dolly Parton, e Tammy Wynette. Ao longo da década de 1960, Dottie West manteve-se nos Top 10 e Top 20 hits nas paradas de música country.
Em 1965, Dottie lançou o LP Here Comes My Baby. Em 1966, aliada ao produtor Chet Atkins, lançou um dos maiores hits de sua carreira, Would You Hold It Against Me. Em 1967, a parceria West/Atkins emitiu três álbuns separados: With All My Heart And Soul, Dottie West Sings Sacred Ballads, e I’ll Help You Forget Her.
Em 1968, depois do LP Country Girl, Dottie aliou-se a Don Gibson, formando a dupla Dottie & Don, caracterizada pelo hit Rings of Gold, lançado em 1969. O álbum foi seu último com o ProdutorAtkins. Ela prosseguiu, em 1970, com dois lançamentos, Forever Yours e Country Boy & Country Girl, em dupla com Jimmy Dean. Em 1971, após lançar Have You Heard Dottie West, ela deixou o marido e, em 1972, juntou-se ao baterista casado Byron Metcalf, 12 anos mais novo que ela.
Devido, possivelmente em parte por seu sucesso estratosférico recente com duetos, sua carreira solo sofreu um abalo entre 1969 e 1972. A maioria de seus singles lançados na época não tinha conseguido chegar até Top 40, e suas vendas de álbuns entraram em declínio.
No início de 1970, escreveu um comercial popular para a Coca-Cola Company, intitulado País da Luz do Sol, que chegou ao Número 2 no Hot Country Singles da Billboard, em 1973. No final dos Anos 1970, ela se aliou ao country pop mundial Kenny Rogers para uma série de duetos, o que elevou sua carreira para novas alturas, valendo-lhe o primeiro Disco de Platina.
Dottie West e Kenny Rogers
Suas gravações, em dueto com Kenny Rogers, de Every Time Two Fools Collide, All I Ever Need Is You e What Are We Doing in Love, tornaram-se padrões da country music.
Após o lançamento de House of Love, em 1974, Dottie voltou às paradas, ao Top 40 hits, incluindo o Top 10 com The Last Time I Saw You e Lay Back Lover. Seu último álbum, na RCA, foi Carolina Cousins, em 1975, antes de assinar contrato com a United Artists Records, em 1976.
Apenas para ilustrar: quando ela estava gravando a canção Every Time Two Fools Collide, de Jan Dyer e Jeff Tweel, quando, segundo a lenda, Kenny Rogers entrou de repente no estúdio e começou a cantar junto. Lançado como um dueto, o número conquistou do primeiro lugar nas paradas. Entre 1978 e 1979, eles ganharam o Prêmio da Country Music Association como o Duo Vocal do Ano.
Durante os Anos 1980, Dottie continuou a produzir sucessos na carreira solo. No final da Década, sua popularidade começou a cair, e ela já não se apresentava para o público jovem. Mesmo assim, High Time, gerou seu último Top 20 hits, e, com It’sTime, de Randy Goodrum e Brent Maher, que chegou ao 16º lugar.
Entre 1981 e 1992, Shelly, filha de Dottie West, também fez carreira na country music. Ela é mais conhecida por seu dueto com David Frizzell em You're The Reason God Made Oklahoma, de Larry Collins e Sandy Pinkard, que alcançou o primeiro lugar no Top 10.
Em 1982, Dottie foi contratada para desempenhar o papel principal na produção teatral de The Best Little Whorehouse in Texas, viajando por quatro semanas por todo o país. Tinha ela seu próprio carro alegórico na Macy Thanksgiving Day Parade daquele ano. Ela também posou para uma foto reveladora na revista masculina Oui. Em 1983, casou-se com seu técnico de som, Al Winters, 22 anos mais novo
Em 1984, Dottie lançou seu último álbum, Just Dottie. Em 1986, fez sua estreia na ficção na ficção científica The Aurora Encounter.
Entre 1989 e 1990, embora atuando em turnês populares, Dottie começou a enfrentar problemas financeiros. Além de o marido requerer o divórcio, processando-a por indenização financeira, gastos extravagantes e mais investimentos por parte de seus agentes deixaram-na quase quebrada. Outros problemas sobrevieram, como processos de indenização por ex-gerentes, execução bancária de sua casa em Nashville, ordem de despejo, pedido de concordada, liquidação de seus bens, e outros contratempos.
Em 30 de agosto de 1991, Dottie estava programada para se apresentar no Grand Ole Opry. Pouco depois de deixar seu apartamento em Nashville, seu carro, um Chrysler New Yorker, que Kenny Rogers lhe tinha dado após a perda de seus bens, dirigido por um amigo alcoolizado, foi envolvido em brutal acidente, vindo ela a falecer, no dia 4 de setembro de 1991, durante a sua terceira operação, morrendo na mesa de cirurgia.
Seu funeral foi realizado na Igreja de Cristo em Old Hickory Boulevard. Havia 600 pessoas, entre familiares, amigos e artistas como Emmylou Harris, Connie Smith, Johnny Cash, June Carter Cash e Larry Gatlin. Duas semanas mais tarde, o Presidente George H. Bush, seu fã de longa data, para quem ela havia realizado show na Casa Branca, expressou suas condolências. Sua cidade natal, McMinnville, dedicou a Estrada 56 à sua memória, nomeando-a Dottie West Memorial Highway.
Em 1995, a atriz Michele Lee, com a ajuda de Shelly, filha de Dottie, produziu e estrelou, juntamente com Kenny Rogers, o filme biográfico para a TV, Big Dreams & Broken Hearts: The Dottie West Story, levado ao ar pela CBS.
Sua extensa discografia, tanto em LPs como em CDS, é facilmente encontrável nos sites especializados. Aqui vai uma pequena amostra:
Together Again, foxe de Buck Owens.
I Don’t Hurt Anymore, foxtrote de Jack Rollins e Donald I. Robertson.
Heartaches By The Number, foxtrote de Harlan Howard.
City Lights, foxe de Bill Anderson.
Crazy Arms, foxe de Chuck Seals e Ralph Mooney.
LUIS ARMSTRONG, COUNTRY & WESTERN
Raimundo Floriano
Quando eu pocurava reorganizar minha vida, e, junto com ela, minha discoteca, isso no começo de 1972, acabava de recebe o Certificado de Conclusão do Curso de Língua Inglesa, da Casa Thomas Jefferson, razão pela qual adquiri alguns elepês de cantores americanos, para treinar o ouvido.
No ano anterior, falecera Louis Armstrong que, com sua morte, ressuscitou no mercado fonográfico, com muitas coletâneas e relançamentos. Para quem não sabe, Louis Daniel Armstrong, nascido em Nova Orleans, a 4 de agosto de 1901, e falecido em Nova Iorque, a 6 de julho de 1971, foi um cantor, compositor, instrumentista, pistonista, cornestista, saxofonista, escritos, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, artista plástico, ator, tenor, maestro, ativista político e social estado-unidense, considerado a personificação do jazz. Ficou igualmente famoso, tanto como cantor, quanto como pistonista.
A ele fui apresentado com a aquisição destes dois elepês:
LADO 1 - I’M IN THE MOOD FOR LOVE - YOU ARE MY LUCKY STAR - LA CUCARACHA - GOT A BRND-NEW SUIT - I’VE GOT MY FINGERS CROSSED - OLD MAN MOSE - I’M SHOOTING HIGH.
LADO 2 - FALLING IN LOVE WITH YOU - RED SAILS IN THE SUNSET - ON TREASURE ISLAND - THANKS A MILLION - SHOE SHINE BOY - SOLITUDE - I HOPE GABRIEL LIKES MY MUSIC.
Ao ouvi-lo fiquei completamente maravilhado com o jazz tradicional americano, pois já conhecia a maioria das canções, no rádio ou em filmes.
Este foi o segundo elepê adquirido:
LADO 1 - MILLER’S CAVE - ALMOST PERSUADED - RUNNING BEAR - GET TOGETHER - CRYSTAL CHANDELIERS - YOU CAN HAVE HER.
LADO 2 - THE EASY PART’S OVER - BLACK CLOUD - WHY DID MRS. MURPHY LEAVE TOWN? - WOLVERTON MOUNTAIN - RAMBLIN’ ROSE - CRAZY ARMS.
Pronto! Louis Armstrong e a country music acabavam de me ganhar para sempre. Apesar de sua pronúncia, difícil pra caramba, logo consegui, com o auxílio de ex-professores, as letras destas duas lindas canções: Why Did Mrs. Murphy Leave Town? e Ramblin’ Rose.
Depois, outros álbuns vieram, não específicos, mas trazendo, vez por outra, registros countries:
Nesse, destacava-se esta faixa country: Bill Bailey, Won’t You Please Come Home?
Nesse, a música-título, Hello, Dolly!, era um hit country que ficou inesquecível.
Finalmente, nesse álbum, destacava-se My Old Kentucky Home.
E é com imenso prazer que compartilho tais preciosidades, que trago bem guardadinhas, com zelo e capricho, em minhas prateleiras, prontas para serem curtidas pelos que apreciam a boa música, não importando a nacionalidade.
Why Did Mrs. Murphy Leave Town? - Foxe de Jack Clement, composto em 1970 especialmente para o album Country & Western:
Ramblin’ Rose - Foxe de J. Sherman e N. Sherman, também composto em 1970 para o mesmo álbum:
Bill Bailey, Won’t You Please Come Home? - Foxtrote muito popular, composto, em 1902, por Hugh Cannon, aqui interpretado por Louis, com a participação de The Dukes of Dixieland:
Hello, Dolly! - Foxe de Jerry Herman, canção-título de premiado musical, de 1964, depois transformado em filme estrelado por Barbra Streisand, aqui aparecendo com roupagem country, valorizada pelo banjo na introdução:
My Old Kentucky Home - Foxtrote de Stephen C. Foster, autor também do clássico Oh! Susanna, composto em 1853:
GENE AUTRY, O CAUBÓI CANTADOR
Raimundo Floriano
Gene Autry
Orvon Grover Autry, o Gene Autry, cantor, compositor, instrumentista e ator norte-americano, nasceu em Tioga, Texas, no dia 19 de setembro de 1907, e faleceu em Studio City, Califórnia, no dia 2 de outubro de 1998, aos 91 anos de idade.
Ficou famoso por sua atuação na country music, no cinema e na televisão. Era conhecido com The Singing Cowboy, O Caubói Cantador. Foi o primeiro grande astro dos faroestes, seguido por Roy Rogers, que o superou em popularidade após Autry ter-se alistado na 2ª Guerra Mundial.
Era filho de um pastor metodista. Depois de deixar a escola, ainda adolescente, trabalhou como telegrafista, na Estrada de Ferro St. Louis – San Francisco, em Ravia, Oklahoma, onde passou a viver, apresentando-se em bailes locais, cantando e tocando violão.
Em 1928, foi convidado a participar de um programa de rádio, o que marcou o início de sua carreira artística. Em 1929, assinou seu primeiro contrato para gravar discos, com a Columbia Records. Sua canção That Silver-Haired Daddy of Mine foi um sucesso, o que o levou a trabalhar por quatro anos no Programa de rádio National Barn Dance, em Chicago, Illinois.
Gene Autry com Ina Mãe Spivey e Jacqueline Ellam
Em 1932, casou-se com Ina Mae Spivey, falecida em 1980. Em 1981, casou-se com Jacqueline Ellam, com quem viveu até a morte. Entre suas inúmeras gravações clássicas, incluem-se I'm Back in the Saddle Again, dele, Ghost Riders in the Sky, de Stan Jones, Tumbling Tumbleweeds, de Bob Nolan, e diversas canções de Natal, como Rudolph the Red-Nosed Reindeer, de Johnny Marks, Here Comes Santa Claus, de Bryan Cox e Paul Michael, e Santa Claus Is Coming to Town, de Fred Coots e Haven Gillespie.
Estreou no cinema em 1934, no filme In Old Santa Fe – Santa Fé. Depois de dois seriados, iniciou uma longa série de faroestes B, na recém-formada Republic Pictures, com o filme Tumbling Tumbleweeds – Boiadeiro Trovador.
Em 1942, alistou-se na Aeronáutica para lutar na Segunda Guerra Mundial. Serviu na China, na Birmânia e na Índia. Ao voltar da Guerra, retornou à carreira no cinema, em 1946, mas percebeu que, com sua ausência, o estúdio já elegera Roy Rogers como seu principal astro. Cinco filmes depois, deixou a Republic e fundou sua própria Companhia, em 1947, a Flying Productions, onde faria todos os seus filmes seguintes.
Seu último faroeste no cinema foi Last of the Pony Riders, de 1953. A partir de então, passou a se dedicar à televisão, onde tinha um programa, desde 1950, o The Gene Autry Show, o qual contou com cerca de 100 episódios. Produziu, também, as séries Anne Oakley, Buffalo Bill Jr., The Range Rider, Cavalcade of the West, The Adventures of Champion, estrelada por seu famoso cavalo Champion, e os trinta e nove episódios iniciais de Death Valley Days. Entre 1940 e 1956, comandou um Programa de rádio de enorme sucesso, o Gene Autry's Melody Ranch.
Gene Autry parou com os shows em 1964, com uma carreira de mais de seiscentas gravações e quase duzentos filmes e programas de TV. Foi também um empresário de visão: adquiriu quatro estações de rádio e uma de televisão; ações de dois jornais de Phoenix, Arizona; e vinte e cinco poços de petróleo, no Texas. Foi dono, ainda, de muitas propriedades em vários estados, editoras musicais e hotéis, além de ter investido pesadamente no time de beisebol California Angels.
Gene Autry com Smiley Burnette, Sterling Holloway e Pat Butram
Até 1942, seu sidekick – no Brasil, ajudante, parceiro ou companheiro – foi Smiley Burnette, com quem trabalhava desde os tempos do rádio. Burnette era cantor, compositor e multi-instrumentista. Em 1944, ele deixou a Republic e tornou-se o sidekick de Charles Starrett na série Durango Kid, da Columbia. Com o fim desta, Burnette voltou para os seis últimos filmes de Autry, todos de 1953. Outros sidekicks de Autry foram Sterling Holloway, nos filmes pós-guerra da Republic, e Pat Buttram, que apareceu em quinze de suas fitas na Flying Productions.
Gene Autry não teve mocinhas constantes. June Storey, dez filmes, até 1940, e Gail Davis, quatorze, entre 1950 e 1953, foram as que mais contracenaram com o ator.
Gene Autry com June Storey e Gail Davis
Até o início de 1939, a duração de seus filmes ficava entre cinquenta e sessenta minutos. Do final daquele ano em diante, a metragem foi sendo aumentada, ficando entre pouco mais de uma hora e oitenta minutos, sendo que Under Fiesta Stars, de 1941, teve a duração recorde de noventa e quatro minutos. Seus últimos filmes voltaram ao padrão de cerca de uma hora, ou menos.
Jane Withers, contratada da 20th Century Fox, era fã de Autry. Ela queria fazer um filme com ele, mas não obteve autorização do estúdio para ser emprestada à Republic. Ela, então, conseguiu que fosse percorrido o caminho inverso: assim, o filme Shooting High - Chutando Alto, de 1940, foi rodado pela Fox. Este foi o único trabalho de Autry naquele estúdio.
O último filme de Autry na Republic foi Robin Hood of Texas – Robin Hood do Texas. E o primeiro para sua recém-fundada produtora foi The Last Round-Up – O Último Rodeio, ambos de 1947.
Gene Autry no cinema americano e em gibi no Brasil
Em seus filmes, a música, frequentemente, sobrepujava a ação. Especula-se que esse seria um dos principais motivos de sua pouca popularidade no Brasil. De fato, a maioria de seus filmes permanece inédita por aqui.
As aventuras de Gene Autry foram adaptadas para os quadrinhos, inicialmente por Tillman Goodan, que faleceria em 1958. Uma segunda série foi desenhada por Bob Stevens e Bert Laws. Nos jornais, foram publicadas tiras de quadrinhos, entre 1940 e 1942, e 1952 e 1955. A Editora Dell Comics publicou livros com os quadrinhos do cantor. No Brasil, a Editora EBAL editou um gibi, nos Anos 1950, tendo-o como herói.
Gene Autry faleceu vítima de um linfoma, a 2 de outubro de 1998, em Studio City, pequena localidade do Vale de São Fernando, em Los Angeles, Califórnia, e foi sepultado no Forest Lawn Memorial Park, Hollywood Hills, Los Angeles.
Como pequena amostra de seu trabalho musical, escolhi estas cinco fixas:
Cowboy Blues, foxtrote de Gene Autry, em parceria com Cindy Walker:
Down In The Valley, valsa tradicional, de compositor desconhecido:
My Old Kentucky Home, foxe de Stephen C. Foster:
Dixie Cannon Ball, foxtrote de Gene Autry, em parceria com Vaughn Horton e Red Foley:
Back In The Saddle Again, foxtrote de Gene Autry:
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ROY ROGERS E DALE EVANS
Raimundo Floriano
Roy Rogers e Dale Evans
Ontem, depois de assistir a mais uma reprise no Tele Cine Cult no Canal 166 da NET, me bateu uma tremenda recordação de meus tempos de estudante, da adolescência em Teresina, onde a maior diversão era assistir aos filmes nos finais e semana, e os vibrantes seriados, nestes dois cinemas, o Theatro 4 de Setembro e o Cine Rex:
Na frente, em suas calçadas, praticávamos o escambo de revistas em quadrinho, nas quais pontificavam nossos heróis, nomes inesquecíveis como Hopalong Cassidy, Tom Mix, Rocky Lane, Cavaleiro Negro, Zorro, e, o principal deles, Roy Rogers.
Roy Rogers era especial, porque, além de as aventuras nas revistinhas, vez em quando, estrelava filmes, combatendo bandidos e cantando lindas canções, tinha existência real, que ia além da imaginação dos desenhistas. Para completar, sua trupe, havia Dale Evans, sua mulher, o cavalo Trigger e o cachorro Bullet.
Roy Rogers, com o cavalo Trigger e o cachorro Bullet
Roy Rogers, ator norte-americano, cujo nome verdadeiro era Leonard Franklin Slye, nasceu em Cincinnati, Ohio, a 5 de novembro de 1911, e faleceu em Apple Valley, Califórnia, a 6 de julho de 1998, aos 86 anos de idade. Ele e sua terceira esposa, Dale Evans, seu cavalo Trigger e seu cachorro, Bullet, apareceram, em aproximadamente, uma centena de filmes.
Fizeram, também, o programa The Roy Rogers Show, que começou no rádio e, depois de nove anos, migrou para a televisão, onde ficou de 1951 a 1957. Dele, participavam ainda dois antigos parceiros no cinema, Pat Brady, que dirigia um jipe de nome Nellybelle, e Gabby Hayes. O apelido de Roy era King of the Cowboys – Rei dos Caubóis –, enquanto Dale era a Queen of the West – Rainha do Oeste.
Roy Rogers, Dale Evans e Pat Brady – Gabby Hayes
Dale Evans, nominada, inicialmente, Lucille Madeira Smith e, ainda bebê, registrada como Francês Octavia Smith, nasceu em Uvande, Texas, no dia 31 de outubro de 1912, e faleceu Apple Valley, no dia 7 de fevereiro de 2001, aos 88 anos de idade.
Em 1933, Roy Rogers ajudou Bob Nolan a formar o grupo Sons of the Pioneers, um dos mais antigos conjuntos de country music dos Eatados Unidos, ativo até hoje, e que teve esta formação inicial: Roy, Bob, Tim Spencer, Hugh Farr, Karl Farr, Looyd Perryman, Patty Brad e Ken Carson.
Flagrante de Sons Of Pioneers
Outro caubói cantor que ficou para sempre em minhas recordações foi Gene Autry, do qual falarei oportunamente.
Para mostrar um pouco do trabalho musical de Roy Rogers e Dale Evans, escolhi estas cinco faixas, nas quais são acompanhados por The Sons of the Pioneers:
Back in The Saddle Again, foxtrote de Gene Autry, canta Roy Rogers:
Red River Valley, foxe do folclore Americano, canta Roy Rogers:
Happy Trails, foxe de Foy Disposto, cantam Roy Rogers e Dale Evans:
That Palomino Pal O’Mine, foxe do folclore Americano, canta Roy Rogers:
Texas For Me, de Roy Rogers, foxtrote, canta de Dale Evans:
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