THE SEARCHERS - RASTROS DE ÓDIO
D.Matt
(UM SUBTÍTULO BRASILEIRO BEM " TRADUZIDO", na verdade um achado, pois
a "tradução" brasileira, geralmente é ilógica e burra, como já vimos e
comentamos em alguns textos anteriores.
Começamos afirmando alto e bom som, que este filme é UMA OBRA PRIMA CINEMATOGRÁFICA, ouso afirmar que a genialidade de JOHN FORD, supera todas as expectativas, principalmente quando o mestre Ford cria um mundo westerniano, filmando a maioria das cenas no cenário lendário mais famoso e louvado de todo west americano, o MONUMENT VALLEY, que neste filme aparece tão regularmente que se torna quase um ]personagem real , nas mãos milagrosas do mestre John Ford.
O que dizer de uma estória perfeita, o roteiro adaptado, escrito por Frank S. W. Nugent , baseado no livro do mesmo nome do autor ALAN LE MAY, que explora a vida simples e muito perigosa naquelas lonjuras desérticas, é obra de mestre, detalha, cena por cena as poucas alegrias, muito amor entre os personagens e muito medo, medo esse que está presente em todas as cenas domésticas. Cenas que, com pequenos detalhes, quase não percebidos, demonstra, por Ethan, por exemplo o carinho e bem querer da sua cunhada, quando suavemente
acaricia o capote de Ethan, irmão de seu marido e ao mesmo tempo o olhar discreto de Ethan que percebeu o gesto carinhoso de sua cunhada. Detalhes simples, rápidos, sem diálogos, que somente um grande diretor sabe dosar com criatividade
Ethan, o personagem de John Wayne, é uma espécie de aventureiro que está de volta do fim da guerra civil americana e os acontecimentos o jogam literalmente de encontro contra os indios comanches que após incendiarem o lar do seu irmão, levam uma menina de 5 anos para o seu mundo selvagem, dominados pelo seu terrível chefe chamado SCAR, que mostra na face uma enorme Cicatriz.
É interessante notar que em algumas cenas no deserto, quando os índios e os Searchers se encontram, muitos dos índiois são verdadeiros, pois os índios locais daquela região ficaram gratos ao diretor e sua produção por levarem atividades comerciais àquela região, durante a produção do filme e foram contratados pela produção como figurantes e participaram das filmagens, o que deu muita originalidade ao filme, pois todas as cenas com índios estão ótimas e o chefe dos índios SCAR tem uma presença magnífica.
Os atores são de primeira linha, sob a direção segura e competente de Ford, todos se sobressaem com ótimos desempenhos , e como sempre Ford escala seus atores preferidos como Ward Bond, John Wayne, Harry Carey Jr., Jeffrey Hunter, e nesse filme , com algum destaque a competente Vera Miles que embeleza o filme com a sua presença.
O Pivot da procura dos nossos herois é uma menina que foi raptada aos 5 anos e depois de mais de cinco anos de procura sem descanso. Após muitos anos de procura e alguma violência, muitas vezes necessária, ela ´é encontrada prisioneira da tribo comanche, agora uma bela rapariga no auge da juventude e beleza. Essa personagem é interpretada pela atriz com o nome batismal de NATALIA NIKOLAEVNNA ZAKHARENKO filha de emigrantes russos, tornou-se uma das mais famosas beldades do cinema americano, e que mais tarde morreu tragicamente num acidente meio nebuloso e nunca esclarecido devidamente, seu nome artístico e muito famoso era NATALIE WOOD .
Ethan (J.Wayne) em sua busca incansável vagueia pelos deserto durante muitos anos até encontrar o chefe SCAR, e no interím acontece muita ação, algumas violentas, outras decepcionantes, algumas até cômicas, como o casamento do seu sobrinho mestiço Pawley (J.Hunter), com uma índia comanche.
Segundo consta em algum comentário feito pelo ator J.Wayne, ele sempre considerou esse filme como o melhor filme de sua extensa e consagrada carreira.
A trilha sonora é um dos grandes destaques do filme, começa com uma belíssima balada cantadas pelo cantor STAN JONES , essa balada é empolgante e nos dá uma idéia antecipada daquilo que iremos assistir depois no filme. A trilha sonora é do maestro MAX STEINER, de grande beleza e pontua o filme do príncipio ao fim, sempre acompanhando as aventuras e desventuras dos personagens principais.
O filme foi muito bem montado pelo editor JACK MURRAY , que merecia um prêmio pelo seu ótimo trabalho, nos apresentando as cenas e acontecimentos durante anos,mantendo o nosso interesse na estória principal, sem complicar o seu entendimento.
Para quem gosta de filmes com temática western, aconselho assistir, pois esse é um verdadeiro filme western com muitos indíos, suspense, grandes herois e até alguns soldados da cavalaria em poucas cenas, mas dando um toque importante e cor local no contexto geral da história contada.
Sem dúvida alguma esse é o melhor filme western dirigido pelo mestre J.Ford, criador de obras magníficas, em todos os gêneros, dentro do cinema americano.
QUANTO MAIS QUENTE MELHOR
QUANTO MAIS QUENTE MELHOR - SOME LIKE IT HOT
Enfim um título em português criativo e original.
D.Matt
Porque existem poucos filmes de comédias clássicas ? Não é por falta de grandes atorescomediantes, geniais em verdade, cito como exemplo apenas um que vale por dezenas, o inesquecível e maravilhoso CANTINFLAS.
Mas o mais genial é quando um artista de talento , reconhecido pelos seus grandes desempenhos em grandes dramas, aventuras e romances, aceitam trabalhar em grandes comédias, algumas inesquecíveis como neste caso.
As comédias para serem levadas à sério, exigem um grande diretor com muito talento, do contrário descambam para o pastelão e não há enredo e produção que salve uma comédia mal feita, e é muito difícil fazer uma boa comédia , mesmo com grande produção, sem a mão firme e talentosa de um grande diretor.
Neste caso, todos tiveram sorte, pois o diretor é o grande BILLY WILDER que conseguiu um milagre, contratou um elenco de primeiríssima grandeza, atores de grande projeção e muito talento, todos GIGANTES na arte de representar, Elenco este que conta com celebridades cinematográficas como : Marylin Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon, George Raft , Pat O'Brian, e Joe E. Brown.
Jack Lemmon já tinha sido dirigido ótimamente pelo diretor BILLY WILDER , NA DELICIOSA COMÉDIA ROMÂNTICA" THE APARTMENT " filme premiadíssimo vencedor de 6 Oscars, incluindo Melhor Filme. Tony Curtis como sempre bem correto e com muita versatilidade, compõe o seu personagem difícil, pois a toda hora aparenta ser duas personalidades diferentes e demonstra grande talento para comédias. Marylin Monroe está adorável, nunca esteve mais bela, mais sedutora, mais atriz, segura com muita dignidade e competência num personagen difícil, cantando ( belíssimamente ) , mostrando o seu enorme talento no gênero comédia.
Os demais estão excelentes, ninguém escapa da direção segura e competente do maestro Billy Wilder, com um destaque merecido para o excelente Joe E. Brown que soube aproveitar a oportunidade e mostrar nesse filme o que era capaz de fazer, relembrando os bons tempos.
Os Bandidos, a Máfia e a Policia estão bem contidas e não exageram criando uma situação que se não fora bem contida daria um enorme pastelão, o que o diretor soube dosar e evitar no seu filme.
A estória é hilária e muito bem bolada, quando dois musicos são perseguidos pela Mafia e para fugir se travestem de mulher e vão trabalhar em uma orquestra só de mulheres, na qual cantora é a deliciosa Marylin Monroe.
A comicidade explicita começa na viagem de trem, quando Jack Lemmon fica entusiasmado por estar entre tantas mulheres fogosas e abre um enorme olho quando lhe perguntam o nome e ele apatetado responde num aparente estado fóra de si e responde o primeiro nome que lhe vem a mente " DAPHNE " e fica sendo Daphne até o fim do filme.
Tony Curtis entra na farsa e personifica uma " Josephine " hilária e com muitas situações dificeis, pois está perdidamente apaixonado pela sua colega de banda Marylin Monroe. Eles continuam sendo procurados e perseguidos pela Máfia, cujo chefe o lendário George Raft está sempre no seu caminho e a farsa tem que continuar.
Um bem bolado esquema cômico é belamente explorado quando o personagem travesti "Daphne " encontra um Playboi bem corôa, milionário (Joe E. Brown) que fica apaixonado pela Daphne e ela para melhor se esconder da Mafia aceita a corte e em algumas cenas hilárias, dançam rumbas e tangos , juntos como um par apaixonado. Esse personagem interepretado pelo ótimo ator comediantye JOE E. BROWN é um achado incrível, pois a sua presença no filme ajuda a manter o rítimo cômico em alta dose e sua parceira (Daphne ) mesmo a contragosto colabora na farsa para manter a sua segurança e a do seu amigo. Impagável é a cena na qual a personagem Daphne conta para o seu amigo também travesti que recebeu uma proposta de casamento e quando questionada porque aceitaria, responde, por segurança, pois quando ele descobrir que não sou uma mulher, vai pedir divorcio e vou receber uma gorda pensão mensal.
Cenas tórridas entre Marilyn e Tony Curtis no Yatch do milionário Playboy apaixonado , e grande cena , quando na orquestra a cantora Marilyn canta chorando de infelicidade pois acredita que perdeu o seu amor pelo personagem que na verdade é o travesti' JOSEPHINE " E ESTA AO SEU LADO , A ABRAÇA E DA-LHE UM APAIXONADO BEIJO NA BOCA DIANTE DE TODA ORQUESTRA, PROVOCANDO UM ESCANDALO E MUITA SURPRESA.
A DIREÇÃO DO FILME É EXCEPCIONAL, SOMENTE UM GRANDE DIRETOR COMO BILLY WLDER PARA SABER DOSAR AS SITUAÇÕES DE FARSA E MANTER OS PERSONAGENS EM TRAVESTIS NO TOM CERTO, SEM RESVALAR PARA O RIDÍCULO OU AFETAÇÕES AFEMINADAS. TUDO ESTÁ DENTRO DO RITMO DE COMÉDIA DE ALTA CLASSE, JAMAIS DESCAMBANDO PARA O PASTELÃO DAS COMÉDIAS BARATAS.
O FILME FOI INDICADO PARA SETE PREMIOS OSCARS, O CRITICO CRIADOR DO LIVRO MOVIE &VIDEO GUIDE LEONARD MALTIN's CLASSIFICOU ESTE FILME COMO "" LENDÁRIO, SENSACIONAL DO INICIO AO FIM ", COM A MAIOR COTAÇÃO (CINCO ESTRELAS) NO SEU REFERIDO LIVRO. NA ÚLTIMA EDIÇÃO EM MEU PODER, ( DE 2.020 ) ESTE LIVRO CONTÉM 20,000 FILMES COM VERBETES E SINOPSE DOS FILMES, COM COTAÇÕES DE 0 A 5.
Faço esta informação apenas para mostrar aos leitores o grau de qualificação e aceitação cr[itica desse filme, que é merecidamente considerado como o melhor filme comédia de todos os tempos.
O final é inesquecivel, e acredito ser o diálogo final mais famoso da toda história do cinema, pois quando o playboy apaixonado pela Daphne é informado que ela é um homem, ele simplesmente diz "NINGUÉM É PERFEITO".
ACREDITO QUE ESSA FRASE FAMOSA, SEJA RECONHECIDA COMO A FRASE FINAL MAIS PERFEITA E GRATIFICANTE EM TODO O FILME E UM DOS MOTIVOS DO SEU GRANDE SUCESSO.
Acredito que talvez essa frase tenha sido escrita, no intuito de considerar que ao dize-la o Playboy corôa não estava se importando se ele era mulher ou não, pois ela já sabia que a DAPHNE, na realidade era um travestí.
The End
HOMBRE - O SELVAGEM CIVILIZADO
Esse filme é muito diferente dos demais filmes sobre Índios, pois neste caso o selvagem é o mais civilizado dos demais personagens.
O enredo foi escrito à altura para gratificar o personagem principal vivido pelo ator Paul Newman, que eu me lembre nunca interpretou um selvagem ou mesmo um bandid em qualquer filme, não contando como válido nesta suposiçãoi, a sua aventura semi-cômica do filme com Robert Redford em Butch Cassidy and The Sundance Kid.
Mas voltando para o inicio do filme, o seu personagem é um meio índio, que viveu algum tempo com os apaches e aprendeu a " viver " no inóspito sertão semi árido, e que sentia o espirito índio americano em sua alma interior. A estória já apresentada em outros filmes do gênero, conta a sua volta à "civilização" com a morte do seu pai numa pequena cidade do oeste para receber a sua parca herança de poucos bens.
Enquanto espera a diligência junto aos outros personagens que participarão dos inúmeros eventos que virão a seguir, entra em cena o vilão, na figura do ótimo ator característico Richard Boone. Com a entrada de Boone no filme, este ganha uma outra dimensão e passa a prometer aos espectadores que teremos muita ação, muitas surpresas e ação de verdade, pois a figura de Richard Boone sempre nos traz grandes promessas de acontecimentos marcantes e muita ação.
Richard Bonne foi um ator muito famoso na TV americana, foi o heroi de vártias séries de TV, sendo a mais famosa auela com enredo baseado no velho oeste enmtitulada " Have gun will travel " apresdentada aqui no Brasil com o título de "Paladino do Oeste" sendo uma das mais festejadas séries exibida na época na TV brasileira.
O enredo do filme foi adaptado de uma estória do escritor ELMORE LEONARD, bem escrito, com ótimos diálogos inteligentes e as vezes sarcásticos, beirando muitas vezes a fronteira do sensual lidibinoso, tais como exemplo: O personagem do vilão ainda oculto, dentro da carruagem acende um cigarrilho e ironicamente pergunta a uma passageira se está incomodada com a fumaça. Ela responde que é preciso respeitar uma dama. Ele sorri, e retruca: Sempre aprendi a tirar fora o chapéu para uma dama, o mais que eu tirar depois depende da minha sorte.
Outra cena também com um diálogo bem picante é quando três mulheres da comitiva conversam em uma pausa na viajem da carruagem, uma delas diz para a dama anterior que estava acompanhada dp marido, que ela tem muita sorte por ter um marido tão importante, com grande inteligência. Ela responde meio enfadada, que a grande inteligência não conta muito, pois na hora quando ele tira as calças para dormir, a grande inteligência não tem grande proveito.
Dá para sentir que este western será muito diferente dos costumeiros de bandidos e mocinhos, pois aqui o que vale será a força moral e obediência exigida e imposta pelo semi-índio, que descobre que o funcionário publico importante de grande e inteligência roubou milhares de dólares da comida dos índios encurralados pelo governo e está fugindo na diligência com o dinheiro roubado. A diligência é assaltada pelos bandidos e todos ficam a pé no deserto sem orientação e a única coisa sensata a seguir é acompanhar o semi-índio que eles chamam de HOMBRE e arriscar sobreviver , pois estão fugindo dos bandidos, sem água e sem abrigo.
Cada personagem expõe durante o passar do tempo, a sua personalidade, fuga, traição, inveja, covardia e, muito medo do que está para acontecer, pois estão encurralados pelos bandidos, sem água ou alimentos sem qualquer saida, até que o semi-indio HOMBRE, decide a última cartada e resolve se expor e enfrentar os bandidos.
O resultado é inesperado, a tragédia acontece e o final feliz antes do famoso "The End" é negado à todos os participantes.
Paul Newman está sóbrio, contido mas convence muito pouco como semi-índio , sua figura é por demais civilizada e citadina para encorporar um selvagem, Mas não decepciona completamente e chega a um razoável desempenho. Os demais atores estão bem dirigidos pelo competente diretor Martim Ritt que sabe extrair o melhor de cada ator e neste caso ele os têm em excelência com um ótimo Frederich March, Martim Balsam sempre correto, Diane Cilento correta no principal papel feminino e o excelente ator Richard Boone, muito conhecido na TV nos EE.UU.
A fotografia é de grande qualidade, do premiado James Hong Howe e a trilha sonora, não muito marcante, é do maestro David Rose, músico, muito elogiado pelos seus albuns de grandes arranjos orquestrais suaves e românticos.
Sem ser uma grande produção, com uma estória bastante comum, sem grandes novidades e lances épicos já visto em enredos semelhantes muitas vezes, pelos apreciadores de filmes gênero western, mesmo assim o filme é bastante gratificante e vale para nós fanáticos pelos filmes bang bang, entrar naqueles desertos semi árido e vivenciar do lado de cá, confortavelmente essas aventuras westernianas.
SILVERADO
UM FILME WESTERN POUCO LEMBRADO
D.Matt
Acontece muito nos filmes do gênero western, devido a grande quantidade de obras realmenteimportantes, criadas por grandes cineastas, com grandes astros da cena cinematográfica, que filmes, muitas vezes de excelente qualidade, ficam escondidos ou são subestimadoscom muito pouca divulgação.
Pode-se dizer que este é o que aconteceu com o filme SILVERADO, um western de grandes qualidades, com um ótimo elenco, um enredo cem por cento westerniano e uma fotografia fóra de série, que em muitas cenas é tão perfeita que nem parece ter sido filmada ao vivo e sim fotografadas em cenários préviamente escolhidos e incluídos no contexto.
Quando digo que esse filme ainda é subestimado, não quero dizer que o público amante de filmes gênero western não gostaram do filme. Acho que o filme SILVERADO merecia muito mais créditos do que recebeu. Nenhum premio OSCAR, entretanto durante todo o filme notamos o seu alto grau qualitativo, em todos os momentos, uma bela fotografia, atores bem escolhidos que nos apresentam ótimas atuações.
É um filme em que os coadjuvantes roubam todas as cenas em que aparecem, E que coadjuvantes, como Brian Dennehy, Jeff Goldblum. Danny Glover e menção especial para a participação da grande (e pequena) atriz, Linda Hunt que quando está em cena, somente ela aparece devido a sua pessoa e personalidade carísmática. Linda já foi oscarisada como melhor atriz coadjuvante, no filme O ANO EM QUE VIVEMOS EM PERIGO, no qual atuou com Mel Gibson e acredite, ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante interpretanto o papel de UM HOMEM (um homen de verdade e não um travesti).
Tem ainda um grande e importante coadjuvante, KEVIN COSTNER, NÃO AQUELE COSTNER CONHECIDO PELOS SEUS ÓTIMOS FILMES, POR SUA PRESENÇA E DIREÇÃO EM GRANDES filmes
como Dança com Lobos e outros grandes sucessos. O Costner aqui é uma presença para o futuro, uma amostra do grande ator e diretor que vai nos brindar com excelentes filmes e desempenhos inesquecíveis, como dito Dança com Lobos e para ser mais atualizado. Informo aos meus possíveis leitores que o Kevin Costner atual está melhor do que nunca, numa série western entitulada YELLOWSTONE, já na 4a. temporada, com um roteiro de primeira classe e acompanhado por um elenco não famoso, mas de primeiríssima qualidade. Grande sucesso nos STATES.
Esse Kevin Costner do SILVERADO está mais para se mostrar, como a dizer, que é um astro do futuro, o que ele comprovará de maneira honrosa.
A estória não foge a regra westerniana , sendo que desta vez tem mais côr a questão racial na parte em que brilha o ótimo Danny Glover e preconceito por deficiência física cujo alvo é a grande Linda Hunt.
Os atores principais, Kevin Kline e Scott Glenn pouca coisa fizeram após esse filme, nem mesmo no gênero western se sustentaram no mundo cinematográfico, muito pouco foi realizado pelos dois bons atores.
O enredo não tem grandes novidades, amigos, ex bandidos se encontram, um deles é o atual xeriffe etc... Faço a minha observação sobre a trilha sonora. É a antitese das trilhas do maestro Morricone, essa trilha composta por Bruce Broughton é muito barulhenta, querendo sobressair em demasia e acaba desagradando o espectador.
É um belo filme, limpo, bem bolado e bem realizado. Uma boa produção e boa direção. Vale muito a pena assistir.
ONCE AUPO A TIME IN THE NORTHWEST
D.MATT
Vamos fazer de conta que viajando à cavalo pelo nordeste, por um acaso, entramos em uma outra dimensão e Voilà , damos de cara com uma pequena cidade rural muito semelhante àquelas narradas nos contos e filmes westernianos.
Como diz o ditado, " Em Roma faça como os romanos ", aceitamos os desafios. Vestimosos trajes de época, chapeu de cowboy, esporas, lenço vermelho no pescoço, um par de colts 45, não esquecendo o Winchester 75 semi escondido na sela do horse. Desmontamos, sacudimos a poeira do chapéu , e nos dirigimos ao Saloom local para molhar a gargante, (pois ninguém é de ferro).
Após este prefácio westerniano, nos dirigimos à delegacia e visitamos o xerife conhecido pelo apelido de "Two Dogs " pois estava sempre acompanhado de dois enormes Pitibulls pretos e ameaçadores. Procuramos saber se já tinha sido resolvido e julgado o caso do Estranho sem nome que certa ocasião havia pintado uma cidade inteira de vermelho, ( cidade já bastante grande com duas ruas 2 saloons, 3 prostíbulos e uma pequenina igreja de madeira, já caindo aos pedaços. Ele disse que sim, foi um tal de Clint madeira do Este ou qualquer coisa semelhante e me assegurou que o mesmo foi mandado de volta para a Italia, e como castigo , iria fazer mais 3 ou 4 filmes spaght western com um tal de Leo italiano.
Como o caso já estava esclarecido, tomei a diligência das 19 horas e segui em direção a cidade de Bagus City para visitar minha amiga Mary Bago Mole. Lá chegando, estava todo empoeirado e com a garganta mais seca que milharal na estiagem, Entrei e fui recebido com muitos boas vindas pelas meninas, muito prestimosas, que me serviram whiskey de milho, em generosos copos vermelhos, com tira gosto de preá assada na brasa. Uma delicia.
Depois me mostraram, pregado à parede , os Estatutos da casa, para que não houvesse dúvida.
O postal assim dizia: Preços de hoje, por promoção.
5 PAUS
Dose whisky 20 cents.
Normas de comportamento:É Proibido: Falar palavrão, Cuspir no Chão, Soltar pum fedorento, e limpar o pau na cortina da janela.
Perguntei. Quem impôs essas regras?
Uma delas me informou que foi a Dona do estabelecimento, uma formidável criação do westerniano Cill. Tavareth, Mary B. The Mole, que é muito severa e não admite que desobedeçam as suas regras e me advertiu que aqueles que tentaram, foram levados ao cemitério sob a mira de rifles de um tal de Pansa e Matt ( inclusive, os zamericanos copiaram e fizeram uma cena igual num filme de cowboy) e agora os bandidos jazem no alto da colina, embaixo de enormes Tombstones, como eles chamam lá nos westerns dos Zistates.
Mas não só de Cabaré vivia. Bagus City. No saloom local, tinha muitos homens mal encarados, armados , cuspindo muito nas escarradeiras prateadas, ao pé do balcão do Bar.Uma linda mexicana subiu em uma das mesas e começou a dançar e mostrando as coxa roliças e sedutoras, cantando uma canção sensual e indecente, com gestos libidinosos, e fazia gestos oferecidos para os homens que estavam armados e foram ficando mais armados aindae por pouco não explodiu uma ...luta, pois cada um se sentia mais macho que o outro e com o libido emalta , estava difícil de acalmar os ânimos.
De política ninguém falava, o prefeito e o xerife eram escolhido pelo numero de balas dos Colts ou. Rifles. dos seus apoiadores e eleitores.
Quem exibia mais balas vencia qualquer eleição, pois os votos eram explosivos. Perguntaram se não tinha naquele lugar um personagem conhecido pelo nome de Wyatt Earp , eles responderam mentindo que esse personagem nunca existiu e fora apenas uma figura de ficção para endeusar
a historia do Oeste, assim como o famoso e lendário personagem Doc Holliday.
Perguntamos por onde andava a famosa Katie Elder, que segundo consta foi amante do dentista Doc Holliday.Me informaram que com a morte do Doc, ela tinha se mudado para um rancho perto do deserto de Nevada, e criara três filhos que tivera com Holliday, um deles se chamava Wayne o outro Martin e o menor Holliman , um trio da pesada que liquidava sem perdão, todo aquele que dizia que a sua mãe foi uma vez, uma prostituta em Tombstone City.
Peguei a diligência das 19 horas e parti para a cidade de Lago, na qual um estranho sem nome apareceu com furia de vingança, e tinha mandado pintar a cidade de vermelho e mudou o nome da cidade para Hell. Isto aconteceu muito antes da minha visita, mas consta nas lendas locais que isso foi obra de um fóra da lei, um tal de Clint um cowboy pistoleiro, muito macho e vingativo. Em Lago, na época em que cheguei as coisas já estavam mais calma, a pintura de vermelho estava quase apagada, pois usaram tinta de má qualidade e a primeira chuva quase limpou toda a tinta. Ficou apenas o medo dos habitantes, esperando chegar a qualquer momentos os bandidos que estariam vindo de uma cidade mexicana, donde foram expulsos por 7 homens liderados por um tal de Y.Brynner., bandidos esses que o estranho sem nome disse que mandaria para que a cidade fizesse jus ao novo nome de HELL.
Como a cidade estava muito amedrontada, e sem qualquer diversão, pois até as putas, com medo dos inferno esperado se refugiaram nos porões da igreja local, e a cidade ficou morta.
Sem mais interesse algum localmente, parti novamente para uma cidade maior de grande movimento, Star City com uma população robusta de quase dez mil habitantes, muito comércio, 3 salooms , vários bares, alguns com roletas e mesas de poker, algumas donas semi vestidas cantando fóra do tom, musicas de conteúdo sem graça etc..
Perguntei se tinham Jornal local? Sim, temos um jornal muito bom que sai todo domingo. E quem é o Jornalista responsável? É um homem muito culto , seu nome é Sundays Britt, dizem que veio de uma cidade do exterior e agora é o responsável pela nossa cultura local. publica tudo o que sabe da vida de todo mundo, inclusive de todos os cidadãos importantes, até do ex presidente G, Washington . Ele não livra a cara de ninguém.
Pensei comigo mesmo, devo aproveitar esta viagem e fazer uma visita aos locais que os diretores
de western fizeram seus filmes famosos. Fui então visitar o Monument Valley , e pelo poder de imaginação, consegui ver dentro de uma leve névoa, o passado e o presente, , algumas cenas de filmes já rodados naquelas paragens , dirigidos por John Ford, e muitos outros mestres westernianos. Procurei também alguns lugares em que foram rodadas cenas do grande e cultuado
filme western americano SHANE, nas proximidades das montanhas do Wyoming e quase chorei de emoção ao ver aquela paisagem histórica e deslumbrante, para nós os westernianos. Visitei também os desertos de nevada e outros locais usados por Ford como cenários dos seus magníficos filmes. Impossivel não visitar os locais em que foram rodadas inúmeras cenas do ótimo filme " Rastros de Ódio ", mais um clássico fordiano inesquecível.
Então pensei. Não vou ficar aqui relembrando o passado, devo voltar e tentar descrever para os meus possiveis leitores, tudo aquilo que vi e vivenciei nesta aventura inesquecível. Só espero que eles me perdoem por esta narrativa fajuta.
Um grande abraço westerniano para todos.
SETE HOMENS E UM DESTINO
D.Matt
Sete homens e um destino
ou The magnificent seven 1,2,3.
ou Os sete Samurais revisitado.
Ninguém pode comentar sobre esse ótimo filme western SETE HOMENS E UM DESTINO, sem reconhecer que o filme é derivado, na sua essência estrutural na obra magistral do diretor japonês AKIRA KUROSAWA, os SETE SAMURAIS, um filme western japonês que ganhou o LEÃO DE PRATA, no festival de Veneza de 1954.
Primeiro é preciso salientar que o diretor Kurosawa sempre desfrutou de grande prestigio junto aos produtores e diretores de Hollywood , sendo muito elogiado e amparado pelo diretor Spielberg e sempre muito elogiado pelo diretor John Ford de quem era um grande admirador. Kurosawa algumas vezes conseguiu amparo financeiro para a realização de seus filmes, junto aos grandes produtores americanos, graças ao prestigio e suporte artístico que
lhe devotavam alguns grandes produtores de Hollywood.
Transformar um filme baseado numa estória do Japão Feudal, com um visual estritamente ou melhor medonhamente horripilante, com desempenhos sempre aos altos extremos, e comportamentos corporal fóra dos padrões modernos, digo, transformar tudo isso num filme western americano, é preciso muita técnica e também muitíssimo talento.
Porem, foi isso o que o adaptador ou redator do roteiro William Roberts realizou com grande sucesso e não esqueceu de mencionar a origem do enredo original, pois nos letreiros de apresentação do filme, consta que o mesmo foi baseado numa estória do diretor Kurosawa os Sete Samurais.
O resultado foi a criação de um espetáculo inesquecível, desde a escolha do elenco de primeiríssima qualidade, salientando a grande presença cênica do ator Yull Brynner e a seleção de coadjuvantes , que alguns se tornaram famosos depois desse filme, como Charles Bronson, que teve a sua carreira embalada para grandes produções, como ator principal e se tornou um astro de primeira grandeza.
Steve McQueen confirmou, após esse filme que estava pronto para ser um dos atores mais famosos e bem pagos do cinema mundial, sua presença valoriza qualquer cena.
Agora vamos falar do ator que aparece nos letreiros iniciais, logo após o nome de Yul Brynner, sim temos aqui um grande ator que nos presenteia com uma elogiada performance, o extraortdinário ator Ely Wallach que posteriormente nos gratificou com desempenhos brilhantes em outros filmes de grande importância, cito apenas dois, o filme de Sergio Leone O BOM, O MAU E O FEIO, no qual ele rouba todas as cenas e aparece mais que o ator principal Clint Eastwood , que na época reclamou junto à produção,, pois a sua parte estava sendo eclipsada pelo Ely Wallach, e também em parte da trilogia O PODEROSO CHEFÃO., A presença de Wallach é aguardada com expectativa durante todo o filme, pois sua figura ilumina todas as cenas em que aparece.
É de justiça, mencionar o trabalho muito bom do iniciante , jovem alemão que nos letreiros iniciais é mencionado como " introducing " Horz Bunchold. . Para o cinemaníacos , parece uma grande audácia , dar um papel de suma importância ao jovem ator alemão, com poucas ou nenhuma referências em filmes americanos, e também num papel que no original japonês foi interpretado pelo ator principal TOSHIRO MIFUNE.
Porem somos obrigados a fazer justiça , o jovem ator alemão faz a sua parte com louvor e nada fica a desejar junto às grandes celebridades americanas.
A trilha sonora é de grande efeito e acompanha durante todo o filme com excelente resultado, sendo que em algumas cenas em que a ação fica um pouco lenta, a trilha se destaca e impulsiona o filme, como se fora um diretor exigindo mais ação. O resultado é uma trilha excepcional criada pelo maestro Elmer Bernstein. A direção de JOHN STURGES é primorosa, segura e muito eficiente. Um Belo e inesquecível filmeque com o tempo se tornou mais um clássico no gênero Western americano.
Esse filme ficou tão famoso e comentado que , como não podia deixar de ser, ganhou novas versões, como a realizada em um filme homônimo, estrelado por Denzel Washington e dirigido por Antoine Fuqua.
Um desastre, primeiro porque Denzel Washington não é páreo para Yul Brynner e o diretor Antoine também não é páreo para John Sturges. É um filme sem emoção, que não segura a ação com o mesmo entusiasmo do original e a atuação de Denzel Washinton é simplesmente inapropriada, sem qualquer grandeza que fez o sucesso do filme original americano. Nem preciso dizer que está à léguas de distância do original japonês. O enredo foi completamente alterado e pouca coisa restou da estória original.
Mas não termina por aí. Em 2016, foi realizada uma nova versão com Yul Brynner, SETE HOMENS E UM DESTINO 2, com um elenco de atores não famosos, que após esse filme, ficaram menos famosos ainda.
Um filme barato, com pouco ou nada da estoria original, sem qualquer emoção, pois todos os episódios são retratados de maneira vulgar e repetitiva e já muito explorados. Yul Brynner está irreconhecivel nesse papel re-usado e sem qualquer brilho. A produção é de terceira categoria e a trilha sonora é assinada pelo mesmo autor da primeira versão , o maestro Elmer Bernstein. Acontece que o maestro não criou uma outra trilha sonora e simplesmente fez arranjos diversos para trechos da trilha original do primeiro filme, com pouquissimas diferenças. Os personagens são caricaturas dos personagens de Emilio Fernandez na primeira versão. Os camponeses sem nenhuma personalidade e com atuações ridículas. Não salva nem mesmo o personagem Chefe dos Bandidos que no filme original foi atuado como uma atuação avassaladora do ótimo Eli Wallach, aqui , nesta versão bisonha, é interpretado com pouco relevo, pelo bom ator mexicano, com a mesma costumeira atuação já vista em outros filmes.
Espero que se houver uma quarta versão, que venha, mas com a experiência e capacidade criadora do cineasta TARANTINO.
Fico torcendo, seria uma bela experiência e podemos contar com o talento mágico do cineasta Tarantino, que nunca nos decepcionou.
ENCONTRO COM DERCY GONÇALVES
D. Matt
LAWRENCE DA ARÁBIA - UM FILME ÉPICO, CLÁSSICO IMPERDÍVEL
D.Matt
Escrever ou falar sobre o filme Lawrence da Arábia é descrever sobre a genialidade cinematográfica.
Esse filme foi considerado por muitos críticos e grandes personalidades do mundo do cinema, como o melhor e mais perfeito filme até hoje produzido, superando, mesmo com seus 7 Oscars premiados, o belíssimo e consagrado merecidamente, o filme BEN HUR, que todos concordamos ser uma joia cinematográfica que conquistou 11 prêmios Oscars da academia de cinema.
Se me perguntarem o porque desse filme ser considerado o melhor feito até hoje, para responder precisamos dissecar esse Épico Clássico em todos os ângulos e chegaremos a conclusão que ele é imbatível em todos os sentidos.
O mais difícil desse filme é o seu enredo, pura política ou melhor politicagem , do principio ao fim, o que o tornaria enfadonho, não fosse a alta qualidade da adaptação, em parte, do livro escrito pelo próprio Lawrence, " Os Sete Pilares da Sabedoria " que foi muito bem cortado, polido e adaptado corretamente por Robert Bolt.
Mas a adaptação, felizmente, não podou as atitudes dos governos da França e da vampiresca Inglaterra, sempre pronta a meter os seus dentes vampirescos em qualquer país que estivesse livre e sem defesa, pois na época, a Inglaterra se julgava a dona do mundo e submetia a ao seu dominio, todo país fraco e sem defesa, principalmente na Ásia e na Africa, como o fez por longo tempo com a India, cujas riquezas foram roubadas escandalosamente ( Era considerada a Joia da corôa britânica ) por longos anos ,e somente conseguiu se libertar, graças a sabedoria liderança e força moral do Mahatma Gandi.
Os árabes, na época, eram tribos muito pobres, e viviam brigando entre si . Não tinham a menor consciência de que precisavam de uma pátria e não serem arrastados pelos países dominantes europeus, como a Inglaterra e a França, que manipulavam todos os seus passos e os compravam barato , pois serviam de escudos aos seus interesses escusos, na região.
Por acaso e considerando que o Lawrence era visto como um excêntrico, quase um débil mental, eles acharam oportuno enviá-lo ao deserto, para avaliar as possibilidades de exploração dos árabes a seu favor. Mas, o tiro saiu pela culatra, quando Lawrence se empolgou com a cultura árabe e passou a vivênciar seus usos e costumes e com a sua inteligência, via adiante de si o que poderia ser feito para unir aquelas tribos quase selvagens. dispersas e
sempre em constantes atritos tribais etc..
Com este enredo, magicamente bem adaptado pelo responsável pelo escript final, , o filme foi entregue a um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos, o grande David Lean , dono de vasta obra cinematográfica , que posterioirmente nos brindaria com outra obra prima, que foi o filme Doutor Jivago .
David Lean, grande conhecedor de cinema , não poupou esforços e conseguiu junto aos produtores um elenco sensacional de grandes atores, começando pelo seu ator preferido que pontuou em diversos filmes sob sua direção, o ótimo Alec Guinnes (que mais tarde ganharia o Oscar de melhor ator, no filme " A ponte do Rio Kwai " também dirigido por David Lean. Grande participação do ator Anthony Quinn, que sobressai espetacular em todas as cenas em que aparece e domina o filme com a sua versatilidade e conhecimento de como se destacar em um filme de multidão, como neste caso. Sua presença domina a tela de maneira vibrante. Omar Shariff , um ator arábe desconhecido no ocidente e nota-se em todo filme, muito tímido ainda por atuar junto a grandes celebridades, mas consegue dar o seu recado, sem sobressair demasiado, mas , graças a experiência do diretor, ele foiconvocado posteriormente pelo mesmo David Lean, com o ator principal no seu próximo filme, " Doutor Jivago " no qual ele nos brindou com um desempenho correto, muito verídico e de grande impacto.
Outros grandes atores completaram o elenco com mestria, tais como José Ferrer, Anthony Quayle, Claude Rains , Jack Hawkins e muitos outros atores de qualidade reconhecida. Para o papel principal foi escolhido o ator Peter O'Toole que na época não era uma sumidade no cinema, mas como o papel principal foi recusado por Marlon Brando ( o qual a meu ver ficaria ótimo no papel ), os produtores arriscaram entregar o papel principal ao ator pouco conhecido Peter O'Toole, que se saiu admiravelmente e hoje não vemos nenhum outro ator que poderia ter sido tão bem adaptado ao personagem mítico Lawrence.
A academia negou-lhe o Oscar de melhor ator do ano, e o fez mais sete vezes, mostrando o que sempre reafirmamos, a incompetência na fórmula de escolha dos premiados , seja qual for, está absolutamente errada, com grandes injustiças, que como neste caso, foi repetida mais sete vezes. Para minimizar a sua estupida avaliação. deram-lhe um Oscar Honorário no ano de 2002, o que não deu para perdoar a burrice crônica da Academia de Cinema.
Alguém pode afirmar, com certa razão que a escolha é feita por votos. Mas é um grande engano, a manipulação dos votos e dos votantes é altamente canibalizada no período de votação. É uma guerra de poderes, propaganda e muito dinheiro em jogo, pois uma indicação da academia, vale no mercado distribuidor milhões de dólares, como já relatou o critico de cinema brasileiro que reside em Hollywood, Dalenogare, no seu site no youtube, no qual ele denuncia em detalhes de como o Oscar disputado pela atriz brasileira Fernanda Montenegro foi garfado pelo produtor Weinstein , comprado e roubado, para aquele projeto de atriz Gwyneth Paltrow. que depois de ganhar o Oscar, mostrou ser um zero à esquerda e não fez nada que prestasse. A não ser, talvez nos fechados escritórios do dito produtor, hoje preso e acusado " por elas " de terem sido estupradas.
Muita coisa foi suprimida ou amenizada no script final do filme, devido a sua brutalidade, tais como as cenas em que participa o ator José Ferrer. O que é demonstrado no filme é apenas uma insinuação do que realmente aconteceu , um brutal estupro que tornou o nosso heroi vingativo contra os turcos e mais tarde no decorrer dos acontecimentos ele incentiva e autoriza o massacre de milhares de turcos que estavam fugindo para o seu pais e foram todos dizimados por ordem de Lawrence.
A trilha sonora, do maestro Maurice Jarre é soberba, acompanha todo o filme e fica na nossa memória como se fora um capítulo musical adicional, sem palavras ao imagens.
A fotografia é muito honesta e não procura enfeitar as cenas com tomadas especiais, apenas traduz as cenas e nos mostra um deserto as vezes belo e soberbo, outras vezes um deserto inóspito, cruel e perigoso como jamais visto.
Quando Lawrence volta ao Cairo para relatar o sucesso da sua empreitada, com a conquista de Akaba, os ingleses se mostram perplexos, desnorteados, sem saber o que dizer ou fazer de imediato, pois jamais passou pela cabeça deles que aquele soldado excêntrico, quase idiota pudesse ter capacidade de liderança e vencer batalhas, que o seu exército jamais imaginaria lutar e vencer.
De pronto, atendem todas as suas exigências de armas e ouro para pagar aos exércitos, pois os árabes não aceitamou acreditam no valor de moeda de papel . Ele retorna ao deserto, promovido a Major, com maiores poderes. Depois da sua luta, guerra vencida, os árabes vão sentindo o gosto do poder e vão sendo criados Estados diversos
com os lideres que foram apoiados e pelo o major Lawrence.
A partir daí, os ingleses e também os árabes que foram se organizando em Estados independentes e sem os inimigos que foram derrotados, graças a liderança de Lawrence, resolvem que não precisam mais da sua expertise , pois ele agora só atrapalha com as suas idéias absurdas de direitos e independência e o discartam sumariamente. Ele volta à Inglaterra e passa a ser um militar como outro qualquer, sem prestigio ou regalias.
Uma lição desconcertante para um homem que liderou grandes batalhas, construiu países, entronizou reis que antes eram bárbaros árabes do deserto e agora são poderosos, pois logo após foi descoberto petróleo naquelas paragens e os antes pobres lideres cobertos de areia, agora se lambuzam com o ouro negro.
A historia de como Lawrence participou como figura relevante na criação do atual império árabe serve de exemplo de como os idealistas e visionários são usados pelos governos de paises poderosos, como cobaia e inocentes úteis, não só como foi no passado, mas também no presente e certamente o será no futuro, pois o ser humano , na sua grande maioria é falho de grandeza e respeito aos direitos humanos. seja em uma humilde região paupérrima da africa, como também numa fulgurante e "civilizada " cidade como Londres ou Nova Yorke.
Doutor Jivago - Filme, poesia em prosa.
Este filme, que é, por todos os ângulos, palavras, cenas e takes uma obra-prima de primeiríssima
grandeza, nos causa logo de início uma grande surpresa, pois ele vai contra todas adaptações anteriores de filmes baseados em livros famosos.
Acontece que este filme É MUITO SUPERIOR AO LIVRO, coisa raríssima, pois nos meus muitos anos de estudioso de cinema , sempre que um famoso livro é adaptado, o livro sempre leva a melhor, o que não acontece nesse caso.
O livro foi escrito por um russo Boris Pasternak e como não podia publica-lo na Russia, devido ao regime comunista que é retratado nessa obra, o mesmo foi contrabandeado para o exterior. Publicado, ganhou para o autor o premio Nobel de Literatura. Pura politica de propaganda contra o regime comunista, pois o livro, a meu ver, não merece tal glória. O livro foi proibido na Russia comunista e o autor foi proibido de viajar para o exterior e receber o seu prêmio.
Entretanto, os produtores sábiamente contrataram um roteirista de qualidade que fez uma adaptação da estória amenizando parte da propaganda anti-comunista e nos apresentou um trabalho de alta qualidade, o qual recebeu o premio OSCAR de melhor roteiro adaptado em 1966.
Mas onde estão as qualidades, grandes e decantadas qualidades, nessa obra tão elogiada? Em tudo, no elenco de grandes nomes do cenário artístico mundial, do diretor, um mestre inglês que já nos deu uma dezena de obras primas, trilha sonora, fotografia etc..
O elenco não podia ser melhor. David Lean gostou da experiência de dirigir um árabe extraordinário no seu famoso filme Lawrençe da Arábia e o colocou como astro principal, no papel de um médico russo. O resultado foi surpreendente, demonstra o acerto do diretor Lean, pois não vemos outra figura a encarnar esse personagem com tanta precisão e paixão.
Para a figura de Lara, chamou a talentosa Julie Christie que nas cenas da primeira parte do filme demonstra a que veio e o resultado de todo o seu trabalho é de primeiríssima qualidade.
Temos também outros grandes atores, como Rod Steiger, Alec Guines, Ralph Richardson, todos confirmando uma aguardada grande atuação.
A fotografia é deslumbrante e e foi premiada. com um Oscar muito merecido. A trilha sonora ficou por conta do maestro Maurice Jarre . Essa trilha pontua cada cena, de modo magistral, além da inesquecivel sonoridade do tema de Lara que não esquecemos jamais. Essa bela trilha também foi premiada com um Oscar. Outros prêmios foram os de figurinos, e direção de arte. Todos merecidíssimos.
A estória, ou neste caso podemos dizer também história, pois foi toda baseada em fatos e comportamentos que realmente aconteceram na Russia na época , relatando , ocorrências e acontecimentos , na pré revolução e também após a implantação do regime comunista, para um povo faminto e miserável ,que procura se vingar e outros tentando sobreviver às grandes mudanças ocorridas , com resultados difíceis de serem amenizados, devido ao terror e desgraça que abalou todo um povo, não só pelos revolucionários, mas principalmente pelo estado de escravidão comportamental de um povo faminto, escravizado e sem futuro, considerados párias sob o tacão da nobreza sufocante. e inútil.
A enorme e indiferente aristocracia que vivia em um mundo luxuoso que abusou ao máximo, tratando o povo humilde com indiferença e desprezo, somente interessados no seu bem viver e na sua posição de riqueza e privilégios., motivo que desencadeou o terrorismo, culminando com o assassinato de toda familia real, conforme consta na história oficial. Com os fatos ocorridos em consequência dessa mesma revolução. Os mandantes da ditadura revolucionária, de tudo fazem, por todos os meios para manter sob controle a continuidade do regime, não importando os direitos e a própria sobrevivência do povo, citadino ou rural, e eliminando privilégios aos antes aproveitadores da situação da monárquia ,e agora submetidos aos direitos e deveres como qualquer cidadão comum.
Essa foi a mensagem do escritor Pasternak, porem o regime não gostou das suas verdades explicítas e achou que ele exagerou na crítica e como sempre num regime esquerdista, quem não concorda, e exilado e vai enxugar gelo na Sibéria.
Devido a essa opressão esmagadora, os personagens encontran-se se desencontram, sem possibilidade devivenciar uma normalidade social e quando aparece uma oportunidade, fogem para os confins do interior do país a procura de algum refugio e de se livrar da opressão imposta à todos, sem distinção.
Cenas antológicas são mostradas, e muito pertubadoras, e ao meu ver, são as mais importantes de todo o filme, porseu sentido dramático muito cru e insuportável. Vendo essas cenas dentro do trem causa náuseas, pavor, mal estar de forma repugnantes, como a viagem de trem de várias semanas, dentro de vagões de carga, confinados em espaços mínimos, sem o menor conforto, sem higiene, tendo apenas a esperança de chegar à algum lugar menos violento.
Durante a viagem eles são testemunhas da violência assassina do regime recém imposto, com massacre e destruição de aldeias, apenas por supostas não aceitação do regime ditatorial .
Depois dessa viagem infernal, eles chegam a lugares mais pacíficos e tomamos conhecimento da
casa gelada. Um grande trabalho de direção de arte e fotografia criado por um mestre. São inesquecíveis a s cenas de chegada na casa coberta de gelo, externo e internamente, um trabalho primoroso que sem dúvida contou muitos pontos para a premiação do Oscar de melhor direção de arte e de melhor fotografia. São inúmeras paisagens geladas, belíssimas nos invernais da Russia rural, paisagens montanhosas cobertas de gelo nos Montes Urais da Russia, cuja beleza e aprazível cenário parece ter sido muito pouco aproveitável, parecendo desertas, pois devido ao rigoroso clima, os camponeses , sempre que possivel se refugiam nas grandes cidades com condições mais amenas de sobrevivência.
O destino dos personagens, passa por grandes transformações, muita luta para garantir a sobrevivência, e sempre sob a ameaça de guerras dos grupos se digladiando pelo poder , tanto por força militar como politica.
Dr. Jivago é engolfado nesse furação de acontecimentos e por mais que lute, é sempre um perdedor. Sua única proteção é do seu meio irmão, um general bolchevique, interpretado com grande classe pelo grande ator Alec Guinnes que dispensa comentários. Sua presença em qualquer cena presta ao filme uma grandeza qualitativa enorme, Grandes atuações também de Rod Steiger que soube aproveitar o papel de grande importância, pois os seus desempenhos em inúmeros filmes, foram sempre de parte coadjuvante sem grande relêvo.
A direção do mestre David Lean é magistral, não sei como não ganhou a premiação máxima de melhor diretor por esse filme, talvez porque ele sempre nos mostra o seu grande talento em todos os filmes que dirigiu, todos grandes filmes, como Lawrence das Arábia ..........
É um filme que recomendo aos amantes do cinema de todos os gêneros. Esse filme eu posso afirmar que é umclássico , que retrata o cinema dos anos 60 com grande dignidade. O cinema mudou tanto que hoje em dia acho muito difícil fazer um filme como esse, que ao correr das cenas nos parece estarmos lendo um grande poema em prosa, tal qual os poemas que insistentemente o roteirista comenta durante todo o filme, como sendo uma qualidade do personagem principal que é um poeta e quando morre recebeo reconhecimento do povo russo,, quando do seu funeral, que segundo diz um personagem na cena final, Os russos são grandes amantes da poesia.
SHANE - O MAIS PERFEITO FILME WESTERN AMERICANO DE TODOS OS TEMPOS
D.Matt
(Vamos esquecer o estúpido título brasileiro - Os Brutos Também Amam)
(Mesmo em Portugal, o título original foi usado corretamente )
É gratificante escrever algo sobre esse filme, mesmo porque o difícil é achar algum defeito, seja na atuação dos atores, seja na direção ( soberba ) de George Stevens. Antes de inicial a pré produção do filme, a Paramount Pictures tentou criar um elenco de grandes nomes da época e para assim fazer, convidou o ator Montgomery Clift para o papel principal, e o ator William Holden para o fazer o fazendeiro Starrett dono do rancho e embora pareça absurdo, convidou a famosa e grande atriz Katerine Hepburn para o principal papel feminino.
Se esse elenco tivesse sido mantido e atuado no filme, nós teríamos certamente um "outro" filme e não aquele filme que nós conhecemos e louvamos com muita ênfase. Mas questionaria o leitor, com toda razão, são todos grandes artistas, com talentos comprovados e aclamados pela critica em todos os sentidos. Concordo, mas lembramos aos leitores que Montgomery Clift tem um maneirismo todo peculiar e não saberia, talvez, encarnar o personagem Shane, sem esse maneirismo. Seria o mesmo que entregar esse importante papel do personagem principal, a alguém como James Dean, a quem o diretor George Stevens dirigiu no seu filme western GIANT, no qual a sua atuação resultou numa calamidade total, conforme já escrevi no meu artigo sobre esse filme.
Reconheço que o ator Montgomery Clifh , na sua estréia no cinema , quando recém saído dos palcos da Broadway, fez um mocinho Cowboy no filme " Rio Vermelho com John Wayne" dirigido por Howard Hanks Mas isso foi em 1948 e ele não tinha ainda esse maneirismo de dramatizar qualquer cena, como passou a fazer posteriormente.
Quanto ao ator William Holden, acho que seria uma ótima escolha e que certamente nos daria um desempenho tão bom como aquele realizado pelo ator Van Heflin., talvez até melhor. Um ótimo ator com expressão corporal e o tipo ideal para o personagem em questão. Não pôde aceitar pois já tinha compromisso agendado. Quanto à excelente atriz Katerine Hepburn, acho que seria um grande desastre, Essa atriz tem umaexpressão muito dura, está sempre com uma expressão interrogativa, sem nenhuma doçura de gestos e semblante, como pede a personagem feminina principal. Alguém pode imaginar a dura e nada sensual K.Hepburn sentindo atração física e sensual pelo pequeno Cowboy Shane?
Graças a recusa dos atores acima, o diretor George Stevens procurou dentro da Paramount, quais os artistas disponíveis e por muita sorte nossa, conseguiu um Cast de primeira qualidade. com nomes , que na época não eram muito famosos e pode molda-los à sua vontade, conseguindo um resultado acima do esperado pelos produtores, que mesmo assim, não acreditavam no sucesso do filme e ao final , tentaram vende-lo ao produtor Howard Hughes pelo preço de custo, mas a proposta foi recusada.
Muitas das informações que estou transmitindo neste texto, , eu consegui num longo depoimento feito pelo filhodo diretor George Stevens , no qual ele detalha a feitura do filme, quase cena por cena e faz comentários sobre a realização do filme, as dificuldades encontradas e as exigências do seu pai na feitura do filme, chegando ao cúmulo, de em uma das cenas de no máximo 2 minutos, ele levou praticamente uns dez dias e mais de cem tomadas para ficar satisfeito com o resultado. Essa cena é aquela em que o Shane tenta ensinar ao garoto Joey como atirar e e portar um revolver e é interrompido por sua mãe que repreende Shane. Nota-se nessa cena o uso proposital do som das explosões dos tiros em tom altíssimo, como queria o diretor acentuar o perigo do mau uso da arma.
Foi muito bem escolhida a participação da veterana atriz Jean Arthur , que está sempre muito correta em todas as cenas importantes, inclusive quando ela começa a sentir algum sentimento mais íntimo sobre Shane e numa bela cena pede ao marido que a conforte com um forte abraço. Sua atuação é de muita sensibilidade e chega a nos emocionar. Van Heflin , como sempre muito correto em todos os filmes em que atua, nos dá um trabalho bem feito, mas sem muita ênfase, isto porque o seu personagem em todo o filme é eclipsado pela presença de Shane, a quem o diretor não poupou esforços para que a estrela do ator principal brilhasse de modo especial, Alan Ladd, na época um ator com pouca fama, cujos filmes até aquela época não tinham tido grandes sucessos, era contratado da Paramount Pictures e aceitou o papel de boa vontade e mostrou no filme que, quando bem dirigido, poderia dar um bom desempenho, o que ele fez e ficou muito satisfeito com o resultado final, e mandou para o diretor George Stevens, uma mensagem de agradecimento pelo seu belíssimo trabalho de direção, o qual, segundo ele, propiciou o seu melhor trabalho no cinema. Jack Palance, ator que atuava na Broadway, sem qualquer
notoriedade na época, com pouquíssima experiência no cinema, não sabia andar à cavalo e suas cenas de montar e desmontar, tiveram de ser trabalhadas durante a montagem do filme, e quando ele montava no cavalo, as cenas eram rodadas ao contrário para um melhor resultado. A montagem do filme levou mais de um ano para ser finalizada. A sua participação é crível e de muita força, mostrando na sua expressão corporal, sempre deslizando sutilmente e olhar de soslaio, diz de imediato a que veio, e que está pronto a cumprir a sua missão.
Note-se a sutileza do diretor, em que em algumas cenas internas, quando o pistoleiro se aproxima, do cachorro que perambula pelo Bar, este sempre se afasta do personagem de cabeça baixa, como se tivesse medo do pistoleiro. Aqui temos a segurança e talento de um criativo diretor, que transforma um ator quase novato, numa lenda do Oeste , depois de lançado o filme.
O elenco de suporte é de ótima qualidade, todos estão ótimos e dão muita credibilidade ao filme. Todas as cenas em que participam em cenário natural, mostrando as belíssimas montanhas do Wyoming, estão perfeitas, istro porque o cinegrafista usou muitas vezes, lentes especiais de aproximação das montanhas geladas distantes e essas montanhas chegavam até o set de filmagem como podemos verificar, dando ao filme uma beleza pictórica de grande qualidade.
O cinegrafista foi tão competente, que em algumas vezes durante os embates entre os rancheiros e o vilão mor, para mostrar algumas cenas de desalento e desistência de continuar a lutar, a cenografia mostra algumas cenas noturnas de grande qualidade, semelhantes as pinturas renascentistas como a famosa tela , em tons claro-escuro "O angelus" do pintor Jean François Millet (1857) a qual demonstra claramente a tristeza dos camponeses em situação de desalento e derrota na hora do Angelus. Com esse magnífico trabalho, o cinegrafista conquistou o único prêmio Oscar do filme, muito merecidamente.
O filme foi baseado no livro do escritor Jack Schaefer e foi adaptado pelo roteirista A. B. Gutrie, com um ótimo resultado final e aceito pelo diretor George Stevens, depois de ter recusado 17 adaptações anteriores. O que demonstra o porque desse filme ter levado vários anos, desde a sua idéia inicial, tempo de produção, que segundo o filho do diretor, ultrapassou o dobro de tempo estipulado, assim como a sua conclusão final foi ultrapassada em alguns milhões de dolares não previstos, mais o tempo de montagem que levou 16 meses para ficar pronta. Por isso entendemos o porque da Paramount píctures tentar vender o filme pelo preço de custo, temendo um fracasso de bilheteria que seria arrazador para as finanças do estudio.
Porém não foi que aconteceu, o filme foi um grande sucesso de crítica e de público, tornando-se um clássico desdem o seu lançamento e louvado por todo o mundo cinematográfico.
O aclamado diretor de filmes gênero Western Sam Peckinpah, quando consultado , disse : Shane é o melhor filmewestern de todos os tempos. Isto dito por um dos mais aclamados diretores de filmes do gênero, e aclamado pela crítica como um dos melhores.
A trilha sonora: Uma das melhores, ou certamente a mais bela trilha composta pelo maestro Victor Young, autor de trilhas magníficas. Sua peça principal nesse filme é entitulada: "The call of faraway hills". Não é uma trilha barulhenta, apenas descritiva da belíssima paisagem, ela pontua desde as primeiras cenas iniciais e torna-se discreta nas cenas de muita ação, mas sempre presente e dando uma sonoridade especial a cada cena.
As cenas de lutas entre os homens, são muito bem coreografadas e segundo informa o filho do diretor, todas foram filmadas durante longas horas e na maioria das cenas de lutas, os atores principais foram substituidos por dubles. Nota-se que durante as violentas brigas o rosto dos atores não aparece claramente, apenas usam as roupas iguais as dos atores que iniciaram a cena. Mas são tão bem feitas, coreografadas e bem dirigidas que é dificil perceber a mudança dos atores por dubles, conforme afirma o filho do diretor no seu depoimento, o qual ele fez descrevendotodo filme mostrando cena por cena do inicio até o final.
Na cena em que o pistoleiro Wilson mata o rancheiro Stonewall , o diretor exigiu que o ator alvejado, em lugar de cair morto de frente, caisse de costas. Para isso ele mandou jogar centenas de litros de água na frente do armazém em que estava o pistoleiro, até que criasse um grande lamaçal. O ator foi amarrado com um cabo por trás das costas e quando foi atingido pelo tiro, foi puxado violentamente, fazendo com que o personagem caisse de costas no lamaçal como ele queria, pois as vitimas sempre caem de frente, minimizando o impacto.
As cenas do enterro, assim como as cenas da comemoração do dia da independência, levaram semanas para serem completadas, pois o diretor não aceitava o resultado. As cenas da festa em que os pares dançam, inclusive Shane dança com a mulher do Starett, levaram semanas e foram encenadas dentro de estudio e teve o cenário externo re-criado internamente para conseguir melhor resultado.
Todos pensávamos que a relaçao e comportamento do menino Joey com o Shane tivesse sido muito agradável, mas na verdade não foi. O menino era um tanto rebelde e algumas vezes chegou a irritar o ator Ladd, com as suasbrincadeiras. Na cena final, quando Shane está aconselhando o menino Joey a voltar para casa e ajudar os pais etc., o Joey está de costas para a câmera e enquanto o ator Ladd dizia as suas falas de modo calmo, bem pausado conforme aparece no filme, o Joey fazia caretas e mostrava a lingua para o ator, que parou de falar e ;disse para o pai do menino, que estava sempre presente nas cenas em que ele participava. Dá um jeito neste menino ou eu vou jogar um tijolo na cabeça dele. O Pài o repreendeu e o menino se comportou.
O ator Jack Palance foi indicado ao premio Oscar como melhor ator coadjuvante, assim como o garoto Brandon de Wild, mas não foram premiados. O diretor George Stevens não foi indicado como melhor diretor, mas mais tarde ganhou o premio Oscar com a direção do filme Giant.
O ator Alan Ladd não recebeu indicação para o premio Oscar de melhor ator, nem foi comentada a sua possivelparticipação, isto porque o ator já tinha terminado o seu contrato com a Paramount e foi contratado pela Warner.
Sendo assim o estúdio não teve nenhum interesse em valorizar o ator Alan Ladd e não fez nenhuma publicidade para a sua possivel indicação ao premio de melhor ator. Como sempre os prêmios são na maioria das vezes o resultado de muita propaganda, gastos imensos com presentes, festas e esforço dos produtores. Os eleitores são sempre convencidos votar naqueles mais expostos à midia. Já vimos este filme antes.
Após mais de sessenta anos, esse filme continua sendo aclamado como um dos mais perfeitos filmes já realizado , sendo justamente considerado um grande clássico. Assisto a esse filme no mínimo uma vez por ano e nunca encontrei nada que não fosse considerado perfeição.
SHANE É UM GRANDE CLÁSSICO, PERFEITO NOS MÍNIMOS DETALHES.
Talvez, quem sabe, o diretor Sam Peckinpah tenha razão quando afirma que o filme SHANE é o maior Clássico filme western de todos os tempos.
Eu assino embaixo.
GIANT - ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE
(Mais um título brasileiro sem sentido. Por que não traduzir o título original?)
D.Matt
Drama - semi western
Lembremos que o filme é centrado numa gigantesca fazenda de milhões de hectares, com milhões de cabeças de gados e cavalos, com dezenas, talvez centenas de cowboys para controlar tamanho rebanho etc...
É verdade que o enredo principal, escrito pela autora Edna Farber, está mais centrado na familia Benedict e sua influência financeira e politica local e estadual, devido a imensidão de suas terras, maior que alguns pequenos paises europeus. Mas como quase sempre, o livro é melhor que o filme.
O filme , como sempre é inferior em qualidade ao gigantesco romance, que merecidamente exalta agrandeza e qualidades boas e ruins do grande estado americano. Sua narrativa, bem elaborada e descritiva, é uma enciclopédia sobre os usos ecostumes do grande estado. Bem explicitado no livro,, o que acertadamente o autor da adaptação do enredo e o diretor conseguiram mostrar no filme...
O filme mostra desde o início a " diferença " entre os seres humanos e os mexicanos, que são seres à parte. Tratados com muita pouca civilidade sempre desdenhados, sendo considerados como escória e lixo pelos poderosos texanos. Nota-se que o personagem JET RIT interpretado pelo ator James Dean, apesar de pobre e empregado da fazendo, recebe um tratamento menos preconceituoso dos seus arrogantes patrões, isto porque ele " é branco e texano " e suas extravagâncias e audácias, são sensivelmente toleradas e ele também considera os mexicanos miseráveis como lixo humano, uma vez que não são, americanos, texanos e são de raça " inferior " segundo o seu julgamento racista e boçal.
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George Stevens mereceu um Oscar de melhor direção em 1956 , prêmio muitíssimo justo pois a sua direção ésegura e mantem o filme num elevado padrão de qualidade, até a metade do filme. George Stevens já era considerado um excelente diretor, tendo nos presenteado com o belíssimo filme UM LUGAR AO SOL em 1951, e posteriormente dirigiu o belíssimo e clássico western SHANE em 1953, do qual um dia ainda escreveremos a respeito.
O filme muda de tom, a e deixa de ser um western a partir do momento em que o seu pobre empregado encontra petróleo em seu terreno , localizado dentro da fazenda Reata. Um pequeno lote de terra deixado por herança pela irmã do fazendeiro morta por acidente rural etc.. O filme muda completamente, de um semi-western passa a ser um dramalhão, agora quase totalmente focado no sentido de preconceito racial, financeiro, e de estatura politica e social.
Aqui a escritora Edna Farber faz volteios mágicos para salientar, no livro somente , o comportamento de todos os seus personagens, inclusive, fica bem claro nos seus escritos que o personagem do UNCLE BAWLEY, no filme interpretado pelo ator Chill Wills é sem dúvida um personagem Gay. Mas todos fingem , ignorar esse fato, pois seria impossivel imaginar, um texanos, machão Gay, no meio de tantos machões texanos, e o diretor e roteirista também fazem vista grossa , mas por vias das dúvidas, mantém o personagem , no estado civil de solteiro em todo o filme, mas com muita dignidade.
Desde o começo do filme, ao chegar à fazenda Reata, o personagem JET RIT (ames Dean) chama a si toda atenção, devido aos seus maneirismos no modo de falar e na sua postura corporal. Parece uma enguía se escondendo e aparecendo , na verdade querendo chamar a atenção para o seu personagem, o que ele consegue em parte.
Miss Taylor, com uma beleza exuberante, não precisa se esforçar para chamar a atenção sobre sí,
è o protótipo da mulher bela e ela sabe explorar muito bem essa graça recebida de Deus. O machão (no filme) Rock Hudson faz uma força tremenda para parecer um texano autêntico e durão, mas em vão, seu desempenho fica muito a desejar, o papel merecia um ator com mais força e personalidade e não esse ator de comédias românticas, sem nenhum apelo dramático.Não dá para entender , quer dizer, se você conhece os bastidores dos prêmios Oscar, vai entender o porque da sua absurda indicação ao premio de melhor ator nesse filme.
O cultuado ator James Dean, também foi indicado ao premio de melhor ator, nesse filme. Porem nesse caso entendemos a indicação do seu nome como melhor ator, devido a sua morte trágica, ocorrida antes do lançamento do filme. Foi apenas uma homenagem. Mas não uma indicação por mérito, uma vez que a sua atuação neste filme é a pior da sua breve carreira. Da metade até fim do filme , ele se repete nos seus maneirismos interpretativos, sem qualquer originalidade e mudança de postura, uma vez que o seu personagem exige uma nova postura de poderoso milionário e não de um, cafajeste rural, conforme ele interpreta a sua postura como poderoso homem de negócios e cidadão proeminente dentro do Estado.
A autora quis demonstrar e conseguiu no seu romance, de como as pessoas se comportam quando o dinheiro jorra escandalosamente em cima da suas cabeças.. Tudo muda literalmente. Como exemplo, cito um diálogo ocorrido no meio do filme.
A sra, Benedict (L.Taylor) pergunta:
Como vão os negócios?
A outra responde: Estamos conseguindo um milhão.
- Um milhão de barris de óleo?
-Não, um milhão de dólares.
-Um milhão de dólares por ano?
-Não, um milhão de dolares por mês.
Não há cabeça que se mantenha lúcida , depois dessa.
Nem a autora do livro, e nem o filme explica, porque somente o xicano ( Sal Mineo ) filho de uma
empregada da fazenda , quando cresce vai a guerra e volta dentro de um caixão militar. Porue o filho do fazendeiro não vai à guerra? Por que o genro do fazendeiro vai à guerra e volta são e salvo? Será que só os Xicanos são heróis e valentes e merecem morrer pelo Texas, sua terra adotiva?
As cenas finais são constrangedoras, com acentuadas denúncias de preconceitos raciais, não só no livro, mas também no filme. As cenas do confronto e brigas de R.Hudson e J.Dean estão ridículas, mal planejadas, mal interpretadas e sem qualquer aceitação, seja no livro , como no filme. Nem um mágico diretor poderia melhorar aquelas cenasdeploráveis, difíceis de serem aceitas, no contexto da estória original.
É de notar que o responsável pela maquiagem dos personagens estava muito longe do texas durante a filmagem. Seu trabalho é lamentável. Quando os personagens precisam aparentar uma certa idade, 50/60 anos, ele simplesmente borrifa exageradamente os cabelos dos atores com uma tinta ou pó cor de cinza exageradamente e o rosto e corpo dos personagens ficam sem mudança desde o início do filme. Grande falha da produção, que também não cuidou muito bem da direção de arte.
Aquele final do Bilionário fazendeiro racista, lutando e sendo esmurrado violentamente, pelo direito do neto xicano ser servido no restaurante, é inverossímil e causa até constrangimento. É digna de uma comédia dos três patetas.
Ao final, entendemos que todos são derrotados, mas ignoram as derrotas e voltam às suas vidinhas ricas e vazias, numa piscina transbordando de dólares. O resultado final fica muito abaixo do esperado de um filme do excelente diretor George Stevens.
JOHNNY GUITAR
UM FILME WESTERN FEMININO
D.Matt
O que faz este filme western diferente, é que em lugar de dois homens, cowboys, ou bandido e mocinho, temos duas mulheres em plena disputa por território , como desculpa ,pois na verdade fica subtendido que a disputaé também em grande parte por homens, alguns mocinhos rápido no gatilho, outros fóra da Lei, assaltantes de diligência e bancos.
A disputa é mais aberta dentro da propriedade da " mocinha " a estrelíssima Joan Crawford , que se embonecano ultimo estilo country, muito colorido, muito baton vermelho exagerado, naquela bocarra muito conhecida do público.
Na sua vestimenta de heroina western, não falta um revolver, laço vermelho usado como gravata
e um esnobe desprezo para com os agitadores que desejam desaloja-la do seu falso Saloon, sempre vazio, com as roletas paradas por falta de jogadores e um mini bar sem qualquer originalidade e sem fregueses, na verdade tudo é falso e inverossímel naquele ambiente.
Subitamente entra no recinto uma grande turma (sempre de preto ) de homens malvados, liderados por uma mulher vociferando acusações e tentando expulsar a nossa heroina , proprietária do Saloon, bar, cassino, ou seja lá o que os redatores do escript imaginaram. Tudo muito " Clean " e tão falso como uma nota de 3 dolares.
Dá para entender que a vociferante " bandida " está P da vida porque um bandido da sua predileção assaltou uma carruagem e segundo ela, com a participação da mocinha Crawford. É tudo tão sem sentido que ficamos imaginando o porque deste filme.
Cenários falsos e desenhados e coloridosum tanto modernos, atores sem saber o que fazer ficam à parte assistindo o duelo verbal das duas mulheres, sem um sentido mais preciso.
Os atores são bem escolhidos e de qualidade, além de Joan Crawford, temos a sua oponente Mercedes McCambridge, Sterling Hyden, o ator fordiano Ward Bond que não tem nada importante a fazer no filme, temos John Carradine, e o verdadeiro alvo da disputa, o bandido Dancin'Kid interpretado pelo ator Scott Brady muito conhecido nos anos 50/60 pelos filmes western em que apareceu. Temos também o ótimo Ernest Borgnine com certo destaque.
O enredo na verdade é precário, foi costurado sem grande profundidade e não tem muita credibilidade se for analisado com cuidado. A fotografia, esta sim é de qualidade, principalmente pelo novo colorido em TRUCOLOR que pela primeira vez aparece com toda magnificência, belas cores internas e e principalmente externas. É para ressaltar, nessa fotografia as cenas do incêndio do Saloon ou cassino, que foi fotografado admiravelmente em vários ângulos, com uma beleza pictórica de qrande qualidade. Ouso afirmar que este incêndio pode ser considerado o melhor já fotografado em qualquer filme, é feito de vários ângulos e impressiona pela grandiosidade e beleza das cenas. É digno de um prêmio importante.
O que dá maior destaque ao filme é a balada cantada pela grande cantora Peggy Lee. A música Johnny Guitar é de sua autoria, junto com o autor da trilha sonora Victor Young é sensacional e creio que essa música foi responsável pelo filme se tornar UM FILM CULT, pois um clássico ele não é.
A propósito, cito aqui o comentário do grande cineasta Martin Scorcese sobre este filme: " JOHNNY GUITAR é exemplo de um filme pequeno, cultivado para atingir o estado de clássico. Não há nenhum outro filme como este "