HOMBRE - O SELVAGEM CIVILIZADO
Esse filme é muito diferente dos demais filmes sobre Índios, pois neste caso o selvagem é o mais civilizado dos demais personagens.
O enredo foi escrito à altura para gratificar o personagem principal vivido pelo ator Paul Newman, que eu me lembre nunca interpretou um selvagem ou mesmo um bandid em qualquer filme, não contando como válido nesta suposiçãoi, a sua aventura semi-cômica do filme com Robert Redford em Butch Cassidy and The Sundance Kid.
Mas voltando para o inicio do filme, o seu personagem é um meio índio, que viveu algum tempo com os apaches e aprendeu a " viver " no inóspito sertão semi árido, e que sentia o espirito índio americano em sua alma interior. A estória já apresentada em outros filmes do gênero, conta a sua volta à "civilização" com a morte do seu pai numa pequena cidade do oeste para receber a sua parca herança de poucos bens.
Enquanto espera a diligência junto aos outros personagens que participarão dos inúmeros eventos que virão a seguir, entra em cena o vilão, na figura do ótimo ator característico Richard Boone. Com a entrada de Boone no filme, este ganha uma outra dimensão e passa a prometer aos espectadores que teremos muita ação, muitas surpresas e ação de verdade, pois a figura de Richard Boone sempre nos traz grandes promessas de acontecimentos marcantes e muita ação.
Richard Bonne foi um ator muito famoso na TV americana, foi o heroi de vártias séries de TV, sendo a mais famosa auela com enredo baseado no velho oeste enmtitulada " Have gun will travel " apresdentada aqui no Brasil com o título de "Paladino do Oeste" sendo uma das mais festejadas séries exibida na época na TV brasileira.
O enredo do filme foi adaptado de uma estória do escritor ELMORE LEONARD, bem escrito, com ótimos diálogos inteligentes e as vezes sarcásticos, beirando muitas vezes a fronteira do sensual lidibinoso, tais como exemplo: O personagem do vilão ainda oculto, dentro da carruagem acende um cigarrilho e ironicamente pergunta a uma passageira se está incomodada com a fumaça. Ela responde que é preciso respeitar uma dama. Ele sorri, e retruca: Sempre aprendi a tirar fora o chapéu para uma dama, o mais que eu tirar depois depende da minha sorte.
Outra cena também com um diálogo bem picante é quando três mulheres da comitiva conversam em uma pausa na viajem da carruagem, uma delas diz para a dama anterior que estava acompanhada dp marido, que ela tem muita sorte por ter um marido tão importante, com grande inteligência. Ela responde meio enfadada, que a grande inteligência não conta muito, pois na hora quando ele tira as calças para dormir, a grande inteligência não tem grande proveito.
Dá para sentir que este western será muito diferente dos costumeiros de bandidos e mocinhos, pois aqui o que vale será a força moral e obediência exigida e imposta pelo semi-índio, que descobre que o funcionário publico importante de grande e inteligência roubou milhares de dólares da comida dos índios encurralados pelo governo e está fugindo na diligência com o dinheiro roubado. A diligência é assaltada pelos bandidos e todos ficam a pé no deserto sem orientação e a única coisa sensata a seguir é acompanhar o semi-índio que eles chamam de HOMBRE e arriscar sobreviver , pois estão fugindo dos bandidos, sem água e sem abrigo.
Cada personagem expõe durante o passar do tempo, a sua personalidade, fuga, traição, inveja, covardia e, muito medo do que está para acontecer, pois estão encurralados pelos bandidos, sem água ou alimentos sem qualquer saida, até que o semi-indio HOMBRE, decide a última cartada e resolve se expor e enfrentar os bandidos.
O resultado é inesperado, a tragédia acontece e o final feliz antes do famoso "The End" é negado à todos os participantes.
Paul Newman está sóbrio, contido mas convence muito pouco como semi-índio , sua figura é por demais civilizada e citadina para encorporar um selvagem, Mas não decepciona completamente e chega a um razoável desempenho. Os demais atores estão bem dirigidos pelo competente diretor Martim Ritt que sabe extrair o melhor de cada ator e neste caso ele os têm em excelência com um ótimo Frederich March, Martim Balsam sempre correto, Diane Cilento correta no principal papel feminino e o excelente ator Richard Boone, muito conhecido na TV nos EE.UU.
A fotografia é de grande qualidade, do premiado James Hong Howe e a trilha sonora, não muito marcante, é do maestro David Rose, músico, muito elogiado pelos seus albuns de grandes arranjos orquestrais suaves e românticos.
Sem ser uma grande produção, com uma estória bastante comum, sem grandes novidades e lances épicos já visto em enredos semelhantes muitas vezes, pelos apreciadores de filmes gênero western, mesmo assim o filme é bastante gratificante e vale para nós fanáticos pelos filmes bang bang, entrar naqueles desertos semi árido e vivenciar do lado de cá, confortavelmente essas aventuras westernianas.