SETE HOMENS E UM DESTINO
D.Matt
Sete homens e um destino
ou The magnificent seven 1,2,3.
ou Os sete Samurais revisitado.
Ninguém pode comentar sobre esse ótimo filme western SETE HOMENS E UM DESTINO, sem reconhecer que o filme é derivado, na sua essência estrutural na obra magistral do diretor japonês AKIRA KUROSAWA, os SETE SAMURAIS, um filme western japonês que ganhou o LEÃO DE PRATA, no festival de Veneza de 1954.
Primeiro é preciso salientar que o diretor Kurosawa sempre desfrutou de grande prestigio junto aos produtores e diretores de Hollywood , sendo muito elogiado e amparado pelo diretor Spielberg e sempre muito elogiado pelo diretor John Ford de quem era um grande admirador. Kurosawa algumas vezes conseguiu amparo financeiro para a realização de seus filmes, junto aos grandes produtores americanos, graças ao prestigio e suporte artístico que
lhe devotavam alguns grandes produtores de Hollywood.
Transformar um filme baseado numa estória do Japão Feudal, com um visual estritamente ou melhor medonhamente horripilante, com desempenhos sempre aos altos extremos, e comportamentos corporal fóra dos padrões modernos, digo, transformar tudo isso num filme western americano, é preciso muita técnica e também muitíssimo talento.
Porem, foi isso o que o adaptador ou redator do roteiro William Roberts realizou com grande sucesso e não esqueceu de mencionar a origem do enredo original, pois nos letreiros de apresentação do filme, consta que o mesmo foi baseado numa estória do diretor Kurosawa os Sete Samurais.
O resultado foi a criação de um espetáculo inesquecível, desde a escolha do elenco de primeiríssima qualidade, salientando a grande presença cênica do ator Yull Brynner e a seleção de coadjuvantes , que alguns se tornaram famosos depois desse filme, como Charles Bronson, que teve a sua carreira embalada para grandes produções, como ator principal e se tornou um astro de primeira grandeza.
Steve McQueen confirmou, após esse filme que estava pronto para ser um dos atores mais famosos e bem pagos do cinema mundial, sua presença valoriza qualquer cena.
Agora vamos falar do ator que aparece nos letreiros iniciais, logo após o nome de Yul Brynner, sim temos aqui um grande ator que nos presenteia com uma elogiada performance, o extraortdinário ator Ely Wallach que posteriormente nos gratificou com desempenhos brilhantes em outros filmes de grande importância, cito apenas dois, o filme de Sergio Leone O BOM, O MAU E O FEIO, no qual ele rouba todas as cenas e aparece mais que o ator principal Clint Eastwood , que na época reclamou junto à produção,, pois a sua parte estava sendo eclipsada pelo Ely Wallach, e também em parte da trilogia O PODEROSO CHEFÃO., A presença de Wallach é aguardada com expectativa durante todo o filme, pois sua figura ilumina todas as cenas em que aparece.
É de justiça, mencionar o trabalho muito bom do iniciante , jovem alemão que nos letreiros iniciais é mencionado como " introducing " Horz Bunchold. . Para o cinemaníacos , parece uma grande audácia , dar um papel de suma importância ao jovem ator alemão, com poucas ou nenhuma referências em filmes americanos, e também num papel que no original japonês foi interpretado pelo ator principal TOSHIRO MIFUNE.
Porem somos obrigados a fazer justiça , o jovem ator alemão faz a sua parte com louvor e nada fica a desejar junto às grandes celebridades americanas.
A trilha sonora é de grande efeito e acompanha durante todo o filme com excelente resultado, sendo que em algumas cenas em que a ação fica um pouco lenta, a trilha se destaca e impulsiona o filme, como se fora um diretor exigindo mais ação. O resultado é uma trilha excepcional criada pelo maestro Elmer Bernstein. A direção de JOHN STURGES é primorosa, segura e muito eficiente. Um Belo e inesquecível filmeque com o tempo se tornou mais um clássico no gênero Western americano.
Esse filme ficou tão famoso e comentado que , como não podia deixar de ser, ganhou novas versões, como a realizada em um filme homônimo, estrelado por Denzel Washington e dirigido por Antoine Fuqua.
Um desastre, primeiro porque Denzel Washington não é páreo para Yul Brynner e o diretor Antoine também não é páreo para John Sturges. É um filme sem emoção, que não segura a ação com o mesmo entusiasmo do original e a atuação de Denzel Washinton é simplesmente inapropriada, sem qualquer grandeza que fez o sucesso do filme original americano. Nem preciso dizer que está à léguas de distância do original japonês. O enredo foi completamente alterado e pouca coisa restou da estória original.
Mas não termina por aí. Em 2016, foi realizada uma nova versão com Yul Brynner, SETE HOMENS E UM DESTINO 2, com um elenco de atores não famosos, que após esse filme, ficaram menos famosos ainda.
Um filme barato, com pouco ou nada da estoria original, sem qualquer emoção, pois todos os episódios são retratados de maneira vulgar e repetitiva e já muito explorados. Yul Brynner está irreconhecivel nesse papel re-usado e sem qualquer brilho. A produção é de terceira categoria e a trilha sonora é assinada pelo mesmo autor da primeira versão , o maestro Elmer Bernstein. Acontece que o maestro não criou uma outra trilha sonora e simplesmente fez arranjos diversos para trechos da trilha original do primeiro filme, com pouquissimas diferenças. Os personagens são caricaturas dos personagens de Emilio Fernandez na primeira versão. Os camponeses sem nenhuma personalidade e com atuações ridículas. Não salva nem mesmo o personagem Chefe dos Bandidos que no filme original foi atuado como uma atuação avassaladora do ótimo Eli Wallach, aqui , nesta versão bisonha, é interpretado com pouco relevo, pelo bom ator mexicano, com a mesma costumeira atuação já vista em outros filmes.
Espero que se houver uma quarta versão, que venha, mas com a experiência e capacidade criadora do cineasta TARANTINO.
Fico torcendo, seria uma bela experiência e podemos contar com o talento mágico do cineasta Tarantino, que nunca nos decepcionou.