O PAPA E OS HOMOSSEXUAIS - MAL COMPREENDIDO
Padre João Dias Rezende Filho
PUBLICAÇÃO DO PADRE JOÃO DIAS REZENDE FILHO NO FACEBOOK
Depois que o Papa Francisco disse acerca dos homossexuais "quem sou eu para julgar?", a mídia se deitou na lama do engano e da má-fé para deturpar todos os pronunciamentos. Lembro-me logo quando deturparam a fala de Bento XVI sobre o uso de preservativo por prostitutas, na ocasião disse que seria o primeiro passo para a "humanização dessas pessoas".
No documentário mais recente intitulado "Francesco", um trecho causou grande polêmica. O Papa afirmou, quando perguntado se se deveria expulsar alguém da Igreja por causa da sua sexualidade:
“Os homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus. Não se pode expulsar uma pessoa de sua família ou tornar a vida impossível para ela. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, para serem protegidos legalmente".
Depois de ler a frase na íntegra, entendi o contexto. Nada novo! Estar em família não é o mesmo que constituir família. Mas não se deve expulsar ninguém de uma família por causa da sexualidade. Conheço muitos homossexuais sérios aos quais respeito pelo seu empenho na vida da Igreja e busca da vivência da castidade. Essas pessoas precisam de leis que as amparem para que não sejam discriminadas na própria família ou na sociedade. Existem países nos quais se matam ou deserdam pessoas por serem homossexuais. É o mínimo de garantia que necessitam. Lei de convivência cívil NÃO é união estável. O pai convive com o filho, a mãe convive com a filha, vice-versa, sobrinhos e tios convivem. Já na Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais, de 1986, publicado por decreto do Santo Padre João Paulo II, lê-se:
"É de se deplorar firmemente que as pessoas homossexuais tenham sido e sejam ainda hoje objeto de expressões malévolas e de ações violentas. Semelhantes comportamentos merecem a condenação dos pastores da Igreja, onde quer que aconteçam. Eles revelam uma falta de respeito pelos outros que fere os princípios elementares sobre os quais se alicerça uma sadia CONVIVÊNCIA CIVIL".
Os homossexuais também são chamados à vida de santidade. A sociedade nunca foi e nunca será toda cristã. Sempre houveram leis que não estiveram condizentes à doutrina da Igreja. Isso prova sim que o mundo deve sentir um novo anúncio da Boa Nova de Cristo. Mas, ATENÇÃO! Os que são católicos, sabem do convite à castidade, da vida de oração e de contrição que devem ter. Sabem que diante do tribunal divino todos prestaremos contas. Ninguém deve deitar no seu pecado e viver comodamente achando que Deus nada fará, pois recorda o Eclesiástico: "Não digas: 'A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados', pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores" (5,6-7). A lei pode até existir, mas não significa que a Igreja a apoie e que um católico possa dela se valer.
Não tentemos fazer malandragem com Deus! Além da mídia estar atolada no pecado, quer atolar outros e dizer: todos fazem, é normal. Os que não são cristãos, sempre viveram e viverão como quiserem. Não adianta criar estardalhaço! Mas, diante de Deus, sua vida será a sua sentença.
Nada de novo na Igreja de Cristo!