Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 24 de maio de 2019

HAMBÚRGUER MANIA

 

Hambúrguer mania: restaurantes celebram o sanduíche mais famoso do mundo

Festivais e releituras da receita tradicional animam o Dia do Hambúrguer, comemorado em 28 de maio
 
 
O Malta Burguer (R$ 40) é um blend da casa servido com cheddar, molho barbecue, picles de pepino e cebola frita no pão de brioche Foto: Divulgação/Tomás Rangel
O Malta Burguer (R$ 40) é um blend da casa servido com cheddar, molho barbecue, picles de pepino e cebola frita no pão de brioche
Foto: Divulgação/Tomás Rangel
 
 

RIO — Receita sempre adaptada e repaginada, o hambúrguer — que nasceu na alemã Hamburgo e virou símbolo gastronômico dos Estados Unidos — deixou para trás a monótona (mas não menos deliciosa) fórmula de pão, carne e vegetais. Tamanho é o sucesso que o lanche que por vezes rouba a cena das refeições tem uma data só sua, 28 de maio.

 

Dia do Hambúrguer pode ser comemorado com fartura. Até o fim do mês, está em cartaz a 14ª edição do Burger Fest , em que chefs apresentam receitas exclusivas. Na Barra e nos bairros vizinhos, participam Curadoria, B, de Burger, Pobre Juan, CT Brasserie e Luce. No total, são mais de 20 estabelecimentos em toda a cidade, entre eles o Beef Bar Escondido CA, em Botafogo; e o  Doma Hamburgueria, em Caxias. O festival termina no dia 30 de maio.

Mas a festa não se restringe a estes estabelecimentos, como se verá a seguir. Nas muitas ofertas, chama a atenção a criatividade na escolha dos queijos e na criação dos molhos que acompanharão a carne.

Onde comer:

ZONA SUL:

ALESSANDRO & FREDERICO: O Hamburguer A&F leva 200g de picanha, molho blue cheese, bacon caramelizado, alface, tomate e cebola roxa, e chega acompanhado por batatas fritas crocantes (R$ 39,50). Rua Garcia D’Ávila 134 – Ipanema. Telefone: 2521-0828.

AS BENTAS: A casa criou três hambúrgueres funcionais para a data. Um deles é o de salmão com linhaça (R$ 32,90). O mix de legumes é orgânico e leva gengibre, que tem ação termogênica e contribui para acelerar o metabolismo. Este prato é também low carb, gluten free e lac free, um alimento menos calórico, mas muito gostoso, ao toque de gengibre. Pedidos pelo telefone 2589-2430 (de segunda a sexta, das 9h às 17h) ou pelo site https://www.asbentas.com/ .

 

BADALADO LAGOA CLUB: O dueto de miniamburguer de picanha leva Angus com salada (R$24 ,90). Criado pelo chef Leonardo Maciel, os sanduíches ainda contam com o sabor do pão de batata gratinado. Parque do Cantagalo: Avenida Epitácio Pessoa s/nº, Lagoa. Telefone: 99593-2428.

BEEF BAR ESCONDIDO: A casa oferece o “Monte Seu Burger”: pão, carne angus 200g e um molho saem a R$ 24. O cliente pode adicionar quantos itens quiser à escolha. Entre as mais de 15 opções de acompanhamentos estão bacon (R$ 4), chips de batata (R$ 3) e cogumelos (R$ 6).  Rua Aires Saldanha 98, Copacabana. Telefone: 2522-9800.

Hambúrguer Camolese com fritas da casa, no brioche próprio, queijo Monterey Jack, picles e aioli (R$ 49) Foto: Divulgação
Hambúrguer Camolese com fritas da casa, no brioche próprio, queijo Monterey Jack, picles e aioli (R$ 49) Foto: Divulgação

CASA CAMOLESE: O Hambúrguer Camolese, com fritas da casa, no brioche próprio, queijo Monterey Jack, picles e aioli, custa R$ 49. Telefone: Rua Jardim Botânico 983, Jardim Botânico. Telefone: 3514 -8200.

COORDENADAS BAR: No Dia do Hambúrguer, as três oções da casa vão ganhar descontos. De R$ 29, sairão por R$ 25. Terça-feira ainda é dia de chope duplo no bar até as 21h. As opções são: Indie Burger (blend de carnes da casa, queijo meia cura, tomate assado, alface, cebola caramelizada e maionese de siriracha, levemente picante, envolto em macio pão de brioche), Grunge Burger (preparado com o blend de carnes da casa, queijo gruyére, picles caseiro, bacon crocante, molho do chef no pão de gergelim) e o vegetariano Jam Burger (com disco preparado com quinoa, cenoura, abobrinha, cebola-roxa, aveia, farinha de arroz integral e gema, acompanhado de queijo meia cura, alface americana, tomate confitado, cebola caramelizada e finalizado com molho do chef no brioche fresquinho). O Indie Burger leva o blend de carnes da casa, queijo meia cura, tomate assado, alface, cebola caramelizada e maionese de siriracha, levemente picante, envolto em macio pão de brioche. Rua da Passagem19, Botafogo. Telefone: 3593-5003.

 ESPAÇO 7ZERO6: O estabelecimento criou o Praia de Ipanema Burger, batizado em homenagem ao bairro, e leva 200g de carne, queijo taleggio, brioche, bacon, barbecue do chef e fritas (R$ 46). Avenida Vieira Souto 706, Ipanema. Telefone: 2141-4949.

FAMOUS BURGER: O Touchdown Burger é para os que gostam de blend de costela de boi. É servido com bacon, cebola, alface, picles, tomate e queijo prato em pão australiano (R$ 31). Outra boa pedida é o Strike, uma versão para quem gosta de um diferentão. Na composição, blend de picanha Angus com molho especial de gorgonzola no pão de brioche(R$ 43). Rua Barão do Flamengo 35, Flamengo. Telefone:2051-8313. E Rua Francisco Sá 31, loja B, Copacabana. Telefone: 3486-6892.

FLUTUANTE RIO: O chef Maicon Vieira prepara a Dupla de minihambúrgueres (R$ 36) feita com discos de picanha grelhada, maionese de picles, queijo gouda e alface roxa. Avenida João Luiz Alves s/nº, Urca. Telefone: 99901-0236.

No Heat Fire House, o Hometown Burguer (R$ 39) chega à mesa com um blend bovino da casa e cheddar maturado em pão de hambúrguer Foto: Divulgação/Rodrigo Azevedo
No Heat Fire House, o Hometown Burguer (R$ 39) chega à mesa com um blend bovino da casa e cheddar maturado em pão de hambúrguer
Foto: Divulgação/Rodrigo Azevedo

HEAT FIRE HOUSE: O Hometown Burguer (R$ 39) chega à mesa com um blend bovino da casa e cheddar maturado em pão de hambúrguer. Com bacon, há um acréscimo de R$ 6. Rua Conde de Bernardotte 26, Leblon. Telefone: 2143 - 3885.

LE MAX HAMBURGUERIA: No Dia Mundial do  Hambúrguer, a casa  realiza a ação solidária LeMax Good Burger Day - Especial Patch Adams. Exclusivamente para a data, lança o Combo Patch, que leva o hambúrguer  Eu Sou a Lenda , (alface, tomate, picanha 180g, cheddar inglês, pão tradicional e molho secreto), chips de batata-doce e uma bebida tradicional (refrigerante, mate ou água). Disponível na opção individual (R$ 39) ou para duas pessoas (R$ 69). Rua Nelson Mandela 100, loja 118, Botafogo. Telefone: 3495-9800.

 LIGA DOS BOTECOS:   O Mini Burguer Quarteirão (R$ 25, três unidades) leva blend de carne da casa, coberto por cheddar, picles artesanal  de maxixe, ketchup de goiaba e mostarda. Para acompanhar, batata chips. Rua Álvaro Ramos 170, Botafogo. Telefone: 3586-2511.   

MALTA LEBLON: O Malta Burguer (R$ 40) é um blend da casa servido com cheddar, molho barbecue, picles de pepino e cebola frita no pão de brioche. Avenida General San Martin 359, Leblon. Telefone: 2323-6919.

TRAGGA (HUMAITÁ): Uma das opções é o hambúrguer (R$ 42), preparado com 180g de blend angus, cheddar, picles de pepino, crispy de jamón, maionese de ervas, alface e tomate. Tudo isso servido em um brioche artesanal feito na casa e fritas. Rua Capitão Salomão 74, Humaitá. Telefone: 3507-2235.

VIZINHANDO: O Blend Burger Angus Junior (R$ 32,90) tem 210g de hambúrguer bovino de angus, bacon, queijo prato caramelado com cebola e molho. Acompanha batata canoa. Rua Nelson Mandela 100, loja 124, Botafogo. Telefone: 2537-9259.

ZAZÁ BISTRÔ: Vale experimentar o Zazá Fish Burger (R$ 39): Hambúrguer de peixe empanado com panko, pickles de maxixe e molho tártaro de kefir, no pão bun de cúrcuma feito na casa. Rua Joana Angélica 40, Ipanema. Telefone: 2247-9101.

 

BARRA:

B, DE BURGER: O B, de Bombado (R$ 39), do B, de Burger traz blend envolto em bacon, cheddar, mix de queijos, cebola caramelizada na cerveja escura e pão de batata. Vogue Square: Av. das Américas 8.585, 1º piso, loja 105, Barra. Tel.: 3570-9637.

No Degusta Burger. O Cozinha leva o mini-hambúrguer Fish Burger(R$ 35, três unidades) para o evento, servido em brioche recheado com steak de peixe, coentro e molho de maionese tártara Foto: Dante Pires Rebelo / Divulgação
No Degusta Burger. O Cozinha leva o mini-hambúrguer Fish Burger (R$ 35, três unidades) para o evento, servido em brioche
recheado com steak de peixe, coentro e molho de maionese tártara Foto: Dante Pires Rebelo / Divulgação

BACCARAT STEAK AND BURGUER: O restaurante lança o Texas Holde’n (R$ 29), com 200g de costela bovina, dose dupla de queijo cheddar, alface, tomate, bacon e molho barbecue defumado no clássico pão americano. Shopping Vertice Mall e Offices: Av. Miguel Antônio Fernandes 1.333, loja 117-B, Recreio. Tel.: 3549-3179.

CABANA BURGER: O Melted (R$ 36, o simples), uma das opções do Cabana Burger, é feito com burger de 160g com blend de carne nobre wagyu, queijo cheddar derretido e bacon, servido no pão da casa. BarraShopping: Av. das Américas 4.666, loja 246, Barra. Tel.: 3328-3019.

COZINHA: A casa leva o mini-hambúrguer Fish Burger (R$ 35, três unidades) para o evento, servido em brioche recheado com steak de peixe, coentro e molho de maionese tártara. Avenida Olegário Maciel 101-B (vai participar do Degusta Burger, no VillageMall). Tel.: 2148-0194.

CURADORIA: O Da Porca 2.0 (R$ 36) é servido com maionese de manjericão da casa, queijo meia cura e salada, na Curadoria. Vogue Square: Av. das Américas 8.585, subsolo, loja 125, Barra. Tel.: 99274-6863.

 
Oriental. O Gurumê tem mini-hambúrguer de atum com cebola roxa no molho shoyu e farofinha panko no pão ban, acompanhado de chips de baroa e molho wasabi (R$ 25) Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Oriental. O Gurumê tem mini-hambúrguer de atum com cebola roxa no molho shoyu e farofinha panko no pão ban,
acompanhado de chips de baroa e molho wasabi (R$ 25) Foto: Tomás Rangel / Divulgação

 GURUMÊ: A casa tem mini-hambúrguer de atum com cebola roxa no molho shoyu e farofinha panko no pão ban, acompanhado de chips de baroa e molho wasabi (R$ 25). Rio Design Barra: Av. das Américas 7.777, 3º andar, loja 316, Barra. Tel.; 3325-9960.

OUTBACK: A rede tem o Firecracker Shrimp Burger (R$ 46,90), carne de 200g e camarões empanados envoltos em molho levemente picante e adocicado, servido no brioche com alface, maionese, cebolinha e fritas. Downtown: Av. das Américas 500, bloco 7, loja 114, Barra. Tel.: 3597-1115.

TRAGGA VOGUE SQUARE: Uma das opções é o hambúrguer (R$ 42), preparado com 180g de blend angus, cheddar, picles de pepino, crispy de jamón, maionese de ervas, alface e tomate. Avenida das Américas 8.585, Barra. Telefone: 3559-7450.

BAIXADA:

DOMA HAMBURGUERIA: Pão brioche com burguer de 160g, queijo Minas padrão, geleia de bacon, agrião e maionese de alho (R$ 20) é uma das pedidas. Avenida Expedicionário José Amaro 728, Vila São Luís, em Duque de Caxias. Telefone: 97003-9657.


O Globo quinta, 23 de maio de 2019

MARINA RUY BARBOSA BRILHA NO FESTIVAL DE CANNES

 

Marina Ruy Barbosa brilha, literalmente, no tapete vermelho do Festival de Cannes

Atriz já tinha feito sucesso com pretinho nada básico
 
 
 

O Globo quarta, 22 de maio de 2019

PILOTOS E EQUIPES LAMENTAM MORTE DE NIKI LAUDA

 

Pilotos e equipes lamentam morte de Niki Lauda

Austríaco morreu nesta segunda-feira aos 70 anos
 
 
Rubinho publicou no seu instagram seguido da hashtag #RIP Foto: Reprodução Instagram
Rubinho publicou no seu instagram seguido da hashtag #RIP Foto: Reprodução Instagram
 
 
 

morte de Niki Lauda , nesta segunda-feira, em Viena, repercutiu entre pilotos e equipes, que manifestaram seu pesar nas redes sociais. Em uma publicação feita no Instagram, ainda na madrugada desta terça-feira, Rubens Barrichello aparece ao lado do ex-piloto. "My friend", escreveu na legenda foto.

 

Na carreira, Lauda foi campeão em 1975, 1977 e em 1984. As duas primeiras pela Ferrari e a última, pela McLaren. A aposentadoria aconteceu em 1985.

A associação esportiva 'Fórmula 1' também lamentou através do perfil do Twitter, a morte do austríaco. "Para sempre em nossos corações, eternamente imortalizado em nossa história. A comunidade de automobilismo hoje lamenta a perda devastadora de uma verdadeira lenda. Os pensamentos de todos na F1 estão com seus amigos e familiares."

 Equipes como a McLaren, Mercedes, Ferrari, também se pronunciaram nas redes sociais lamentando a morte de Lauda. "Todos na McLaren estão profundamente tristes ao saber que nosso amigo, colega e campeão mundial de Fórmula 1 de 1984, Niki Lauda, faleceu. Niki estará para sempre em nossos corações e consagrado em nossa história."

A família do piloto anunciou o falecimento em um e-mail nesta segunda-feira. Lauda sofria com problemas renais. No início do ano, o ex-piloto teve uma gripe forte após fazer, há oito meses, um transplante de pulmão e vinha fazendo hemodiálise.

 

Niki Lauda em foto de arquivo de 2016 Foto: ANDREJ ISAKOVIC / AFP
Niki Lauda em foto de arquivo de 2016 Foto: ANDREJ ISAKOVIC / AFP

— Com profunda tristeza, anunciamos que nosso amado Niki morreu pacificamente com sua família na segunda-feira, 20 de maio de 2019. Suas realizações únicas como atleta e empreendedor são e permanecerão inesquecíveis; seu incansável entusiasmo pela ação, sua franqueza e sua coragem permanecem um modelo e uma referência para todos nós. Era um marido amoroso e atencioso, pai e avô longe do público, que sentirá sua falta.

Em setembro de 2012, Lauda foi nomeado presidente não executivo da Mercedes. Neste cargo, ele trabalhou para que a escuderia contratasse o britânico Lewis Hamilton.

O Globo terça, 21 de maio de 2019

KATE MIDDLETON E FILHOS

 

Kate Middleton e filhos surgem em vídeo intimista da família

Duquesa de Cambridge esteve com as crianças no RHS Chelsea Flower Show
 
 
Kate e Louis no RHS Chelsea Flower Show Foto: MATT PORTEOUS / AFP
Kate e Louis no RHS Chelsea Flower Show Foto: MATT PORTEOUS / AFP
 
 
 

Os súditos ávidos pelos bastidores da vida da família real acordaram nesta segunda-feira com um registro intimista de Kate Middleton e os três filhos, postado nas redes sociais do palácio de Kensington. O vídeo faz parte da divulgação do trabalho da duquesa de Cambridge no RHS Chelsea Flower Show , evento em Londres que teve um jardim projetado pela própria Kate.

 

Nas imagens, ela aparece com os príncipes George , de 5 anos,Charlotte , de 4, e Louis , de 1, e o príncipe William , brincando no Back to Nature Garden, espaço feito em conjunto com os paisagistas Andrée Davies e Adam White.

"90% do nosso cérebro são desenvolvidos antes dos 5 anos de idade, e o que uma criança experimenta naqueles primeiros anos afeta diretamente como o cérebro se desenvolve. É por isso que penso ser tão importante, quer sejamos pais, responsáveis ou membros da família, realmente nos envolvermos em tempo de qualidade com crianças e bebês desde a mais tenra idade. Eu realmente sinto que a natureza e a interação ao ar livre têm enormes benefícios em nosso bem-estar físico e mental, especialmente para crianças pequenas", disse a duquesa.

Kate no Chelsea Flower Show Foto: YUI MOK / AFP
Kate no Chelsea Flower Show Foto: YUI MOK / AFP

 

Na noite de domingo, o palácio divulgou fotos oficiais da visita dos príncipes à criação da mãe. Na manhã desta segunda, Kate esteve no local recepcionando visitantes.

Kate e os paisagistas Andree Davies e Adam White Foto: POOL / REUTERS
Kate e os paisagistas Andree Davies e Adam White Foto: POOL / REUTERS

 


O Globo segunda, 20 de maio de 2019

A VIDA DOS VENEZUELANOS NAS EMBAIXADAS

 

A vida dos ‘hóspedes’ venezuelanos nas embaixadas

Futebol, séries como ‘Game of Thrones’, horas nas redes sociais e política virtual para driblar o tédio e a repressão
 
 
Proteção. Na porta da embaixada espanhola, López dá entrevista: líder do Primeiro Justiça participa das decisões da oposição venezuelana mesmo sem poder sair às ruas do país sob risco de prisão Foto: CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS
Proteção. Na porta da embaixada espanhola, López dá entrevista: líder do Primeiro Justiça participa das decisões da oposição
venezuelana mesmo sem poder sair às ruas do país sob risco de prisão Foto: CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS
 
 
 

A cena se repete quase todos os dias. O deputado e o presidente de um dos partidos mais tradicionais da Venezuela fazem exercício pela manhã, às vezes batem uma bolinha no jardim, passam horas nas redes sociais e em contato com colaboradores e parceiros políticos através de aplicativos como WhatsApp e o russo Signal. A rotina imposta pela perseguição que levou à reclusão numa embaixada termina, geralmente, com algum filme ou séries de TV, entre elas a espanhola “A Casa de Papel”. Se for domingo, o capítulo semanal de “Game of Thrones” é imperdível.

 

Assim vivem, há mais de um ano e meio, o deputado Freddy Guevara, figura de peso do partido Vontade Popular (VP), o mesmo ao qual pertence o presidente da Assembleia Nacional (AN) Juan Guaidó, e Roberto Enríquez, presidente do Copei, na residência do embaixador chileno em Caracas. São os veteranos de um grupo que hoje já chega a pelo menos sete pessoas que se refugiaram em sedes diplomáticas na categoria de “hóspedes”, não reconhecida pelo direito internacional, mas usada pela oposição para driblar a repressão e aceita pelos países que receberam políticos — até agora Chile, Itália, Espanha, México e Argentina — que corriam risco de prisão. Em todos os casos, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), controlado pelo governo Nicolás Maduro, suspendeu suas imunidades parlamentares e os acusou de delitos como traição à pátria e instigação ao ódio, entre outros.

Existem fortes versões sobre a presença de entre 15 e 25 militares, entre eles um general da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), na Embaixada do Panamá. Seriam oficiais que aderiram à tentativa de levante militar liderada por Guaidó em 30 de abril passado, junto ao fundador e presidente do VP, Leopoldo López, que escapou da prisão domiciliar graças à adesão do então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) ao fracassado plano, Manuel Cristopher Figuera, que está foragido. Os militares tentaram, primeiro, esconder-se na embaixada brasileira, mas não conseguiram chegar até lá pela presença de agentes do Sebin. Já López agora está recluído na Embaixada da Espanha junto com a mulher, Lilian Tintori, e a filha mais nova do casal, enquanto os outros dois filhos estão fora do país.

 

Os hóspedes estão proibidos de falar com a imprensa sem autorização das chancelarias dos países que os acolheram e tentam evitar qualquer atividade que possa incomodar os anfitriões. Procurado pelo GLOBO, o deputado Américo De Grazia comentou apenas que “aqui (na embaixada da Itália) nos tratam muito bem”. Junto a ele está a deputada Marianella Magallanes. Nas últimas duas semanas, o TSJ derrubou a imunidade parlamentar de 13 deputados. Alguns dos perseguidos, entre eles Juan Andrés Mejía e Miguel Pizarro, continuam na clandestinidade. Outros pediram refúgio em embaixadas. Para alguns é uma nova realidade, que esperam que seja efêmera.

— Freddy passou a meditar com base em um livro de ensinamentos de Abraham Lincoln, lê muito e continua fazendo política porque estamos numa ditadura 2.0, as novas tecnologias ajudam — revelou uma fonte.

O deputado fala quase diariamente com Guaidó, López e outros dirigentes políticos. No plano original dos partidos opositores, era Guevara quem assumiria a Presidência da AN em janeiro de 2019, ano em que o VP devia ocupar o cargo, antes exercido por Henry Ramos Allup (em 2017, da Ação Democrática e agora também com a imunidade suspensa pelo TSJ) e Julio Borges (2018, do Primeiro Justiça e desde o ano passado no exílio). Mas o deputado optou por esconder-se numa embaixada para evitar a prisão, e a responsabilidade acabou ficando nas mãos de Guaidó.

 

Posição vulnerável

Hoje, quem tem mais visibilidade é o presidente da AN, proclamado “presidente encarregado” pelo Parlamento em 23 de janeiro passado e reconhecido como tal por mais de 50 países. Mas engana-se quem pensa que Guaidó é quem comanda a agenda opositora. Cada passo é debatido por pelo menos quatro pessoas: o presidente da AN, López, Guevara e Carlos Vecchio. Dos quatro, apenas Guaidó está livre e dentro da Venezuela. Guevara e López estão em embaixadas, e Vecchio, no exílio há mais de três anos, este ano tornou-se embaixador do “governo interino” nos EUA.

De dentro da embaixada, Guevara ajudou a planejar a operação de 30 de abril passado. Ele sabia das negociações com militares chavistas, com o presidente do TSJ, Maikel Moreno, e com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López. Quem o visitou recentemente diz que o deputado continua otimista e insiste em que a saída da crise venezuelana será “uma ruptura dentro das Forças Armadas”.

Como hóspedes não reconhecidos pelo direito internacional, os opositores estão numa posição vulnerável. Fontes argentinas disseram que se “o governo chavista tocar a campainha e pedir Blanco, ele deverá ser entregue”. Já colaboradores de Guevara asseguraram que o Sebin já bateu na porta da embaixada chilena, e o governo do Chile negou-se a deixá-los entrar. Como tudo na Venezuela, a situação dos refugiados em sedes diplomáticas é confusa, contraditória e incerta. Enquanto isso, só resta militar através das redes sociais e passar o tempo fazendo política virtual e assistindo às mesmas séries a que qualquer pessoa assiste, do lado de fora.

 


O Globo domingo, 19 de maio de 2019

BIOGRAFIA DETALHADA DE ROBERTO MARINHO ATÉ A CRIAÇÃO DO JORNAL NACIONAL

 

Biografia detalha vida de Roberto Marinho até criação do 'Jornal Nacional'

‘Roberto Marinho — O poder está no ar’ é resultado de seis anos de pesquisa do jornalista
 
Roberto Marinho em frente ao Museu do Louvre, em abril de 1956 Foto: Arquivo O Globo
Roberto Marinho em frente ao Museu do Louvre, em abril de 1956 Foto: Arquivo O Globo
 
 
 

RIO — Em março de 1940, a polícia invadiu “O Estado de S. Paulo”, alegando que o jornal articulava para derrubar Getúlio Vargas. O Brasil vivia a ditadura do Estado Novo, e a censura era comum. Após a invasão, foi convocada uma reunião do Conselho Nacional de Imprensa (CNI), em que o governo sugeria uma intervenção no “Estadão” e queria o apoio dos representantes de classe. A Associação Brasileira de Imprensa e o Sindicato dos Jornalistas votaram com o governo. Mas não Roberto Marinho. O varguista Lourival Fontes, que controlava o CNI, argumentou: “O conselho vai aprovar, é melhor que seja por unanimidade. Vai ficar ruim você ser derrotado”.

 

Roberto Marinho respondeu: “Prefiro ser derrotado. Não vou concordar com esse absurdo”.

Naquela ocasião, o jornal dirigido por Marinho, O GLOBO, não era o primeiro, o segundo e nem o terceiro mais importante do país. Mas ele parecia saber onde iria chegar. O primeiro dos dois volumes de sua biografia, “Roberto Marinho — O poder está no ar”, escrito pelo jornalista Leonencio Nossa e que acaba de ser lançado pela editora Nova Fronteira, mostra décadas da História do Brasil pelo olhar de Marinho, destacando a influência política de quem dialogava com todos os lados, mas evitava radicalismos.

Juventude e boêmia

O período coberto por esse primeiro volume vai até 1969, quando foi lançado o “Jornal Nacional”. No início, o livro mostra como Irineu Marinho, um jornalista ilustre do Rio de Janeiro, fundou O GLOBO, em 29 de julho de 1925. O diretor do novo jornal, contudo, morreu 21 dias após a inauguração, deixando para Roberto, o filho mais velho, a tarefa de ser o “homem da casa” e de cuidar dos negócios. Isso tudo se não fossem dois pequenos empecilhos: Marinho tinha 20 anos quando o pai morreu, e a redação do jornal nunca aceitaria seu comando; além de que, com tal idade, havia um desejo compreensível por boêmia. Pelo bem do GLOBO e da juventude do rapaz, o comando do jornal foi entregue, portanto, ao baiano Eurycles de Mattos, antigo companheiro de Irineu.

 

Marinho interessou-se pelo jornal aos poucos. Enquanto isso, como relata o livro, curtia a cidade. Frequentava sambas e fez amizade com Sinhô. Também namorava, e não era pouco.

Apenas em 1931, após a morte de Eurycles, Marinho, aos 26 anos, assumiu completamente o comando da redação. Era um momento conturbado da História, o primeiro dos muitos que ele acompanharia num assento privilegiado. Getúlio, por quem naquele momento Marinho nutria simpatia, havia assumido o poder no golpe da Revolução de 30. Dali em diante, as relações de Marinho com políticos sempre foram ambíguas.

Contra os extremismos

Leonencio foi minucioso em analisar editoriais e manchetes do GLOBO para, assim, compreender a cabeça de seu diretor. João Goulart, o presidente deposto pelo golpe militar de 64, por exemplo, tinha o apreço pessoal de Roberto Marinho, apesar de o jornal criticar aspectos do seu governo. O problema, para o jornalista, era o extremismo: ele combatera em igual medida o comunismo e o fascismo. Mas poupou Goulart. “O presidente foi tratado como um defensor da ‘liberdade’ e da ‘democracia’, mas, ao mesmo tempo, tornava-se, sob o ângulo do jornal de Marinho, uma figura menor no debate sobre a ‘ameaça’ comunista”, escreve Leonencio.

A biografia também aborda casos controversos na trajetória de Marinho, como o acordo da TV Globo com o grupo americano Time-Life, que levou a uma CPI e acabou encerrado em 1971. Trata, ainda, da atuação do que Leonencio chama de lobistas: eram nomes como o poeta Augusto Frederico Schmidt e o advogado Herbert Moses, que atuaram junto a políticos e empresários pelos interesses das empresas de Marinho — na sequência do GLOBO vieram histórias em quadrinhos, revistas, a rádio e a TV.

 

Ao final deste primeiro volume de sua biografia, Leonencio conclui: “A matemática não define o perfil democrático ou ideológico de Marinho. No emaranhado de paradoxos, ele mostrou coerência, em todos esses momentos, ao defender sua empresa”.


O Globo sábado, 18 de maio de 2019

RESTAURANTES AMPLIAM OPÇÕES VEGANAS

 

Restaurantes ampliam opções veganas no cardápio

Não mais restritos a casas especializadas, pratos sem produtos de origem animal são cada vez mais frequentes
 
 
Yasai Natural Sushi. No sushi bar, todas as opções do cardápio são veganas Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação
Yasai Natural Sushi. No sushi bar, todas as opções do cardápio são veganas Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação
 
 
 

Não mais restritos a casas especializadas, pratos sem produtos de origem animal são cada vez mais frequentes nos menus cariocas, que multiplicam as opções veganas.

 

- Ají

O ceviche de cogumelos, com shiitake, shimeji, creme de abacate, coentro, cebola roxa, tomate cereja e dedo-de-moça (R$ 35), é a pedida do Ají (99604-9301) para veganos. Vem com chips de baroa e milho crocante.

 

Ají: Be+Co. Rua da Matriz 54, Botafogo - 99604-9301. Ter e qua, do meio-dia às 23h, qui a sáb, do meio-dia até meia-noite, dom, do meio-dia às 20h.

- .Org

.Org. Queijo curado de macadâmia com ervas, fermentado com kombucha, mais cracker de beterraba, chutney de flores, dip de damasco, gengibre e pecan Foto: M. Pimenta / Divulgação
.Org. Queijo curado de macadâmia com ervas, fermentado com kombucha, mais cracker de beterraba, chutney de flores,
dip de damasco, gengibre e pecan Foto: M. Pimenta / Divulgação

Tati Lund renovou o jantar, servido de quinta a sábado (2493-1791). Entre os destaques, queijo curado de macadâmia com ervas, fermentado com kombucha, mais cracker de beterraba, chutney de flores, dip de damasco, gengibre e pecan (R$45).

.Org Bistrô: Av. Olegário Maciel 175, Loja G, Barra - 2493-1791. Seg a qua, das 12h às 20h, qui a sáb, do meio-dia às 22h.

- Bazzar

Bazzar. Lasanha de berinjelas com creme de feijão- branco da casa, minicebolas assadas e queijo de castanha de caju Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação
Bazzar. Lasanha de berinjelas com creme de feijão- branco da casa, minicebolas assadas e queijo de castanha de caju
Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação

O queijo da lasanha de berinjelas com creme de feijão- branco da casa (3202-2884) é feito a partir de castanha de caju. O prato leva ainda minicebolas assadas (R$47).

Bazzar: Rua Barão da Torre 538, Ipanema - 3202-2884. Seg a qui, do meio-dia até meia-noite, sex e sáb, do meio-dia à 1h, dom, do meio-dia às 19h.

- Cobre

Cobre. São quatro opções de pizza vegana no cardápio, como a de cogumelos selvagens, com mozzarella de castanha de caju, alho poró, cogumelos Paris e shiitake Foto: Divulgação
Cobre. São quatro opções de pizza vegana no cardápio, como a de cogumelos selvagens, com mozzarella de castanha de caju,
alho poró, cogumelos Paris e shiitake Foto: Divulgação

Entre os quatro sabores da pizzaria (97986-9900) do Humaitá, o curioso pepperoni vegano (R$ 39), com molho de tomates, mozzarella de castanha e pepperoni de fermentado de soja tempê.

Cobre: Rua Visconde de Caravelas 149, Humaitá - 97986-9900. De ter a dom, das 18h à 1h.

- Conflor

Conflor. Confeitaria vegana faz doces com ingredientes da estação Foto: Klacius Ank / Divulgação
Conflor. Confeitaria vegana faz doces com ingredientes da estação Foto: Klacius Ank / Divulgação

As novidades da doceira Luisa Mendonça (98167-7220) são o bolo de amêndoas com peras cozidas em especiarias com calda de caramelo (R$ 89, 14 fatias) e o bolinho de cenoura, com açúcar demerara, ganache de chocolate Amma 60% e creme de leite de castanha do caju (R$ 8).

 

Conflor: Rua Ererê 11, Cosme Velho - 98167-7220. Ter a sáb, das 13h às 18h30.

- DoJour

DoJour. Salada red fussili : massa de arroz , pesto de tomate, legumes assados, amêndoas, mix de folhas, tofu defumado crocante e tapenade de azeitona preta Foto: Rogerio Belorio / Divulgação
DoJour. Salada red fussili : massa de arroz , pesto de tomate, legumes assados, amêndoas, mix de folhas, tofu defumado
crocante e tapenade de azeitona preta Foto: Rogerio Belorio / Divulgação

 

Muito além do mix de folhas, o salad bar do La Fruteria (3042-4609) serve a red fussili (R$ 38): massa de arroz , pesto de tomate, legumes assados, amêndoas, mix de folhas, tofu defumado crocante e tapenade de azeitona preta.

Salad Bar da DoJour: Av. Lúcio Costa 3.150, Barra. De seg a dom, das 7h30 às 20h30. 

- Gaia Art & Café

Gaia Art & Café. Frida vegan: burrito com chili de feijão-vermelho, coentro, milho, pimentão, carne de casca de banana, arroz, repolho roxo, guacamole e jalapeño com polenta frita Foto: Oseias Barbosa / Divulgação
Gaia Art & Café. Frida vegan: burrito com chili de feijão-vermelho, coentro, milho, pimentão, carne de casca de banana, arroz, r
epolho roxo, guacamole e jalapeño com polenta frita Foto: Oseias Barbosa / Divulgação

O vegetariano no Leme (2244-3306) tem mais de uma opção vegana, de sanduíches a pratos principais. Uma delas é o Frida vegan (R$ 34), um burrito com chili de feijão-vermelho, coentro, milho, pimentão, carne de casca de banana, arroz, repolho roxo, guacamole e jalapeño com polenta frita.

Gaia Art & Café: Rua Gustavo Sampaio 323, Leme - 2244-3306. Ter a sáb, do meio-dia às 22h, dom, do meio-dia às 19h.

- Hopi Burritos

Hopi Burritos. Burrito de carne de jaca, que pode ser com feijão ou arroz, chilli ou sour cream Foto: Divulgação
Hopi Burritos. Burrito de carne de jaca, que pode ser com feijão ou arroz, chilli ou sour cream Foto: Divulgação

Lanche com sabor mexicano e vegano: burrito de carne de jaca (R$ 9), que pode ser com feijão ou arroz, chilli ou sour cream.

Hopi Burritos: Barra Shopping. Av. das Américas 4666, Boulevard Gourmet. Diariamente, das 11h30 às 23h.

- Pato com Laranja

Pato com Laranja. Hambúrguer vegano de cereais tem maionese de castanha de caju, cogumelos e cebolas salteados e rúcula. Foto: LipeBorges (lipeborges.com.br) / Divulgação
Pato com Laranja. Hambúrguer vegano de cereais tem maionese de castanha de caju, cogumelos e cebolas salteados e rúcula.
Foto: LipeBorges (lipeborges.com.br) / Divulgação

 

Criado por Daniel Biron, do bar de vegetais Teva, o burger vegano (R$ 37), de cereais, cogumelos, tomate, rúcula e aoli de castanha , tem lugar fixo no menu (2540-8380).


O Globo sexta, 17 de maio de 2019

11 MOMENTOS HISTÓRICOS DO OSCAR, QUE COMPLETA 90 ANOS

 

 

No aniversário de 90 anos do Oscar, reunimos fotos e vídeos de 11 momentos históricos da premiação

 

Kathryn Bigelow, Sidney Poitier, Leonardo DiCaprio e Sacheen Littlefeatherm participaram de momentos marcantes da história do Oscar

 No dia 16 de maio de 1929, acontecia a primeira edição do Oscar, hoje a maior premiação cinema mundial, em Los Angeles, na Califórnia. Criada para exaltar a indústria americana de filmes, a cerimônia anual de entrega das famosas estatuetas douradas construiu sua própria história ao longo das décadas. Nesta quinta-feira, dia em que o Oscar completa 90 anos, o Blog do Acervo reuniu 11 episódios inesquecíveis dessa trajetória. São acontecimentos como o primeiro prêmio para uma pessoa afrodescente, em 1940; o protesto de Marlon Brando, que não foi receber sua estatueta de Melhor Ator por "Poderoso chefão", em 1973; a primeira estatueta de Melhor Diretor entregue a uma mulher, em 2010; a selfie promovida por Ellen Degeneres, em 2014; e o discurso de Patricia Arquette em defesa da igualdade de gênero, ao receber a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2015.  

 
 

O primeiro Oscar para uma pessoa negra, em 1940 

 

Atriz Hattie McDaniel recebe a estatueta pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo filme ''... E o vento levou''

 O Hotel Ambassador, em Los Angeles, tinha por política não permitir a entrada de negros, mas fez um "favor" ao abrir exceção para Hattie McDaniel. Graças à sua atuação como a empregada doméstica Mammy, no clássico "...E o vento levou" (1939), a americana se tornara a primeira pessoa afrodescendente a receber uma indicação para o Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante. Mas, naquela noite de 29 de fevereiro de 1940, quando a segregação racial era algo institucionalizado nos Estados Unidos, ela teve que se sentar numa mesa nos fundos do salão. 


Ao receber o prêmio, esforçando-se para segurar as lágrimas, McDaniel foi valente o bastante para dizer que "espero sinceramente ser sempre um crédito para minha raça e para a indústria do cinema". Ela morreu em 1952, aos 57 anos, sem ver outra mulher negra ganhar o prêmio, o que só ocorreu 51 anos depois, quando Whoopi Goldberg foi agraciada por “Ghost: do outro lado da vida”, em 1991. Em seu testamento, McDaniel pediu que seu Oscar fosse doado à Universidade Howard, uma referência para o movimento negro, em Washington D.C.. Entretanto, o paradeiro do troféu é desconhecido até hoje. Boatos dão conta de que estudantes racistas, em protesto, atiraram o Oscar no Rio Potomac.

Primeiro Oscar de Melhor Ator para um artista negro

 

Sidney Poitier recebe o Oscar de melhor ator, em 1964, ao lado da atriz Annabella

Sidney Poitier foi o primeiro artista negro a ganhar o Oscar de Melhor Ator, em 1964, pela sua atuação em “Uma voz nas sombras”, lançado no ano anterior. Quando recebeu a estatueta das mãos de Anne Bancroft, a renomada atriz lhe deu um beijo no rosto, o que incomodou muitos conservadores. Naquela época, os Estados Unidos ainda viviam sob o manto da segregação racial. O casamento inter-racial, por exemplo, era proibido. Toda essa realidade de preconceito se refletia na entrega dos prêmios do cinema. A premiação a outro ator negro só viria a acontecer em 1982, quando Louis Gossett Jr. recebeu a estatueta na categoria de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel de sargento Emil Foley no filme "A força do destino".


 

Mais uma vez, outro grande intervalo de tempo se passou até outro ator negro ganhar o Oscar de Melhor Ator. Foi apenas em 2002, quando Denzel Washington foi premiado por sua atuação como o policial corrupto Alonzo Harris, no filme "Dia de Treinamento". Naquela cerimônia, Sidnei Poitier ganhou um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, e a atriz Hale Barry se tornou a primeira artista negra a receber a estatueta de Melhor Atriz. Era o Oscar tentando se emendar após décadas de pouca diversidade. Anos mais tarde, Poitier disse que aquela noite foi "especial" e que, na opinião dele, "significou progresso" em Hollywood.

Marlon Brando protesta com ausência na premiação de 1973

 

Marlon Brando como Don Vito Corleone, em "O poderoso chefão"

 O astro Marlon Brando foi uma das primeiras estrelas do cinema americano a fazer da cerimônia de entrega do Oscar uma plataforma para protesto político. Em 1973, quando foi eleito o Melhor Ator por sua atuação no clássico "Poderoso Chefão", o artista, sabendo que era o favorito para vencer o prêmio, não compareceu ao evento e enviou, em seu lugar, a atriz e ativista indígena Sacheen Littlefeather, da etnia Apache. Ao subir no palco, Littlefether se recusou a receber a estatueta e fez um rápido discurso. Ela parecia constrangida, mas demonstrou classe e não se acovardou: “Ele não pode aceitar esse generoso prêmio. E a razão para isso é o tratamento que os índios americanos recebem da indústria cinematográfica”.


 

Durante o discurso, a plateia ensaiou algumas vaias, mas, quando terminou de falar, Littlefeather foi bastante aplaudida. Posteriormente, porém, a atriz afirmou que passou a ser marginalizada por Hollywood e que alguns veículos de imprensa chegaram a questionar suas origens indígenas, alegando até mesmo que as roupas usadas por ela na cerimônia haviam sido alugadas. Décadas depois, em 2014, a 87ª edição do Oscar foi criticada pela falta de diversidade, e a atriz negra Jada Pinkett Smith boicotou o evento citando Littlefather como uma inspiração.

Primeira artista negra eleita Melhor Atriz

Halle Berry e Denzel Washington na premiação do Oscar de 2002

O primeiro Oscar de Melhor Atriz para uma mulher negra aconteceu mais de 70 anos após a primeira edição da premiação. Halle Berry venceu o prêmio em 2002 pela sua atuação em “A última ceia”. Quando seu nome foi anunciado, Berry se mostrou muito surpresa e emocionada enquanto subia ao palco para receber a estatueta. Em seu discurso de agradecimento, ela disse que “Esse momento é tão maior do que eu. É para cada mulher de cor que não tem nome, não tem rosto, e que agora tem uma chance porque essa porta foi aberta hoje à noite”. Porém, desde então, a artista permanece como única negra a levantar a estatueta. 

Em 2016, a atriz falou sobre a falta de diversidade no Oscar durante um painel da conferência Makers (naquele ano em especial, todos os artistas indicados nas categorias de atuação eram brancos). Ela fez uma dura crítica à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas: "Sentar aqui quase 15 anos depois, e sabendo que nenhuma outra mulher de cor passou por essa porta é desolador. É desolador porque eu pensei que esse momento era maior do que eu. É desolador começar a pensar que não era maior do que eu", lamentou a atriz.

A primeira e única mulher a receber prêmio de direção

 Kathryn Bigelow discursa após receber o Oscar de melhor diretora em 2010

  

A estatueta dourada de Melhor Direção só foi entregue a uma mulher na 82ª edição da cerimônia, em 2010. A americana Kathryn Bigelow ganhou o prêmio, um dos mais prestigiados da cerimônia, por seu trabalho à frente do filme “Guerra ao terror”. O longa, que mostrou o trabalho tenso de uma equipe do esqudrão anti-bombas durante a Guerra do Iraque, faturou outras cinco categorias naquele ano: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Mixagem de Som, Melhor Montagem e Melhor Edição de Som. Desde aquele ano, nenhuma outra mulher venceu o mesmo prêmio, o que evidencia a tímida participação de cineastas mulheres na indústria.

Três anos depois de ganhar o Oscar de Melhor Diretora, o longa "A hora mais escura", de Bigelow, também  foi indicado a Melhor Filme, mas não venceu. Em 2017, após o atentado em Charlottesville, nos Estados Unidos — quando um homem atropelou, durante uma manifestação, integrantes de grupos antiextremistas, matando uma mulher —, o presidente americano, Donald Trump, disse que havia culpa dos dois lados, e a diretora declarou ele deveria assistir a seu filme "Detroit em rebelião" para "humanizá-lo em um momento no qual a tensão racial está abalando a nação". A produção de Bigelow mostra os conflitos raciais dos EUA nos anos 1960.

Ingrid Bergman, três vezes vencedora do Oscar, brilha em "Casablanca"

Erro histórico! Longa foi anunciado como Melhor Filme por engano

 

Equipe de "Moonlight" comemora a vitória do Oscar de melhor filme em 2017

Em 2017, os apresentadores Faye Dunaway e Warren Beatty receberam o envelope que deveria conter o nome da produção vencedora do Oscar de Melhor Filme e leram o que estava escrito ali: “La la land”. Os produtores Jordan Horowitz, Marc Platt e Fred Berger comemoraram ainda na plateia, subiram ao palco, receberam o prêmio e começaram o discurso de agradecimento, mas foram interrompidos. É que Dunaway e Beatty haviam recebido o envelope errado. O filme eleito como o melhor daquele ano pelos membros da Academia foi, na verdade, o aclamado longa “Moonlight”, que conta a história de um jovem negro e gay. O papel lido pelos apresentadores foi entregue a eles por engano, o que levou ao erro inédito na cerimônia.

Indicado a cinco categorias naquele ano, "Moonlight" ainda ganhou outras duas estatuetas: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, graças à atuação de Mahershala Ali. Era a consagração do corajoso trabalho auto-biográfico do diretor Barry Jenkins, então com apenas 38 anos de idade. Já o longa "La la land", por sua vez, conquistou seis estatuetas entre as 14 nomeações que recebeu.

Oscar para a melhor selfie para Ellen DeGeneres

3,3 milhões. Esta é a quantidade de retweets que consagrou a selfie de Ellen DeGeneres na qual ela aparece com diversos astros do cinema, como Brad Pitt, Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Jared Leto e Angelina Jolie. Foi a publicação mais compartilhada no Twitter em 2014. A foto foi clicada durante a cerimônia do Oscar daquele ano. Depois, foi descoberto que essa selfie era uma jogada de marketing da fabricante do telefone usado para fazer a foto. Segundo o "Wall Street Journal", a empresa investiu cerca de R$ 45 milhões na ação.

O poderoso discurso por igualdade de Patricia Arquette


 

Patricia Arquette faturou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2015, pela sua atuação em “Boyhood”, interpretando a personagem Olivia Evans. Porém, o que mais chamou atenção do público foi seu discurso. A artista fez uma fervorosa declaração destacando a diferença salarial entre homens e mulheres: “É a nossa vez de ter igualdade salarial de uma vez por todas e igualdade de direitos para as mulheres nos Estados Unidos da América". Suas palavras foram muito aplaudidas na cerimônia e geraram repercussão internacional como o grande momento da cerimônia. 

O Oscar póstumo de Heath Ledger

 O ator Heath Ledger que faleceu em 2008, aos 28 anos

O ator Heath Ledger morreu tragicamente, aos 28 anos, devido a uma overdose acidental de remédios prescritos. No ano seguinte, ele foi eleito o Melhor Ator Coadjuvante, por sua brilhante peformance como Coringa, em "Batman - O Cavaleiro das Trevas". A estatueta foi recebida pela sua família, num momento que emocionou a plateia e o público espectador. "Este prêmio... validou a determinação de Ledger de ser realmente aceito por todos vocês aqui, seus colegas, em uma indústria que ele amava tanto", disse o pai de Ledger, Kim, ao aceitar o prêmio em nome do filho, ao lado da mãe de Ledger, Sally.   

Finalmente, Leonardo DiCaprio vence

 

Leonardo DiCaprio vence, em 2016, o Oscar de melhor ator pela sua atuação em "O regresso"

Depois de 27 anos em Hollywood, com seis nomeações — incluindo uma pela atuação em “Titanic” —, Leonardo DiCaprio, enfim, conquistou um Oscar. O engajado artista levou a estatueta pela sua atuação como protagonista de "O regresso", em 2016. O ator aproveitou a oportunidade para discursar sobre o aquecimento global: “É a ameaça mais urgente que a nossa espécie precisa enfrentar. Precisamos trabalhar juntos e deixar de procrastinar. Precisamos apoiar os líderes de todo o mundo que não falam em nome das grandes corporações poluentes, mas sim de toda a humanidade, dos povos indígenas, de bilhões de pessoas desfavorecidas”.

As indicações anteriores de DiCaprio foram na categoria de Melhor Ator nos filmes "O lobo de Wall Street" — neste, concorreu a Melhor Filme também —, "Diamante de sangue" e "O aviador", além de ter sido nomeado na categoria Melhor Ator Coadjuvante pela sua atuação em "Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador".

Finalmente, Martin Scorsese vence

 

Martin Scorsese vence seu primeiro e único Oscar de melhor diretor em 2007

Após 40 anos de seu primeiro filme, o renomado diretor Martin Scorsese conseguiu faturar seu único Oscar de Melhor Diretor pelo filme "Os infiltrados". Ele recebeu outras sete nomações à premiação pela sua direção em: "Touro indomável", "A última tentação de Cristo", "Os bons companheiros", "Gangues de Nova York", "O aviador", "Hugo" e "O lobo de Wall Street".

Ao receber a estatueta, o diretor de outros clássicos como "Taxi driver", "Cassino" e "Cabo do medo" brincou: "Vocês poderiam checar o envelope?". Scorsese ainda foi nomeado a outras premiações do Oscar, como por Melhor Filme em "Hugo" e "O lobo de Wall Street". Ele também fundou o "Film production", uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação de filmes.


O Globo quinta, 16 de maio de 2019

BOTECO COM CARDÁPIO DE CEVICHE VIRA MODA

 

Boteco com cardápio de ceviche vira moda; aprenda a receita do prato clássico peruano

Inspirados nas "barras de ceviche" de Lima, bares combinam cerveja gelada, boa comida e música
 
 
Ceviche de salmão da Miraflores Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Ceviche de salmão da Miraflores Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
 
 
 

Quem passa pela Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, em um sábado à noite percebe uma galera sentada em mesinhas na calçada comendo ceviche fresquinho e tomando cerveja gelada. Culpa dos dois bares que abriram por ali, o Ceviche RJ e o Miraflores, ambos comandados por peruanos, a poucos passos de distância um do outro. Além da proximidade física, os bares guardam o mesmo clima dos estabelecimentos de Lima: ambiente simples, cardápio gostoso, preços bons e trilha sonora animada. Fácil entender por que a moda pegou tão rápido.

 
Na Miraflores, em Botafogo, o ceviche de salmão leva maracujá, leite de tigre, pepino, abacaxi e purê de batata-doce. Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Na Miraflores, em Botafogo, o ceviche de salmão leva maracujá, leite de tigre, pepino, abacaxi e purê de batata-doce.
Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

O Miraflores abriu há um ano, em uma casa de esquina antiguinha, que agora vai receber a sua primeira reforma para ter mais cara de bar. Quem dirige o lugar é Janeth Espinoza, irmã do chef Marcos Espinoza, do Lima Cocina Peruana, com reforço do filho Marcio e do chef Jesus Chaves (que era do Lima). No cardápio, há ceviches variados feitos com dourado e salmão entregues no dia, além de butifarras e tacu tacu. “Sempre quis ter um bar assim: simples, nada gourmetizado mas com comida boa e bem feita. De noite, clima é bem jovem e animado. Adoro quando os clientes começam a dançar na calçada”, conta Janeth, que lança uma trilha com Baiana System, Madonna, Britney Spears, Duda Beat, Marcos Valle , além de bandas peruanas, como Nova Lima.

Janeth Espinoza, irmã do chef Marcos Espinoza, do Lima Cocina Peruana, e o filho Marcio comandam o Miraflores Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Janeth Espinoza, irmã do chef Marcos Espinoza, do Lima Cocina Peruana, e o filho Marcio comandam o Miraflores Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Os mais pedidos são: o misto de frutos do mar, que leva dourado, lulas e camarões e o de salmão com maracujá, leite de tigre, pepino, abacaxi e purê de batata-doce. “São receitas típicas dos bares de lá. Não inventamos nada. O Marcos e o Jesus que definem os pratos do Miraflores. E eu mantenho a cerveja gelada”, diz ela.

O Ceviche RJ, em Botafogo, começou em feiras até ter seu ponto fixo, que vive lotado Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
O Ceviche RJ, em Botafogo, começou em feiras até ter seu ponto fixo, que vive lotado Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Até o jogador de futebol peruano Paolo Guerrero, que jogou no Flamengo, já deu pinta no Ceviche RJ. É difícil resistir ao botequim. Depois de dois anos participando de feiras como a Junta Local, Victor Lau Torres, um arquiteto que gosta de cozinhar, fixou endereço em Botafogo. Colocou cadeiras de ferro azul em frente e logo lotou. Rapidinho, precisou incorporar a loja ao lado e passou a servir 300 pratos no fim de semana.

 
O chef Elmer Narciso e o arquiteto Victor Lau comandam o Ceviche RJ Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
O chef Elmer Narciso e o arquiteto Victor Lau comandam o Ceviche RJ Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Por ali, os cubinhos de peixe marinado vêm acompanhados por chicharron, uma friturinha de lula. “Temos um cardápio enxuto, com quatro ceviches e alguns quentes. Investimos em cervejas artesanais e outras peruanas, como a Cusquenha . Quero que aqui seja o que chamamos de ‘barra de ceviche’, que é o boteco peruano. Faço questão de não virar um restaurante, é para vir direto da praia e ir ficando”, conta Victor.

 

RECEITA DE CEVICHE PERUANO

Ingredientes do Leche de Tigre:

- 1 cebola grande 
- 1 dente de alho 
- 1 colher grande de sopa de salsão 
- 5 gramas de gengibre picado 
- 1/2 pimenta dedo de moça  
- Punhado de peixe branco. Pode ser dourado ou namorado. 
- 1 xícara e meia de suco de limão taiti 
- 1/2 xícara de caldo de peixe 
- 1 maço de coentro 
- 1/2 colher de sopa de sal

Modo de preparo 
Triturar tudo no liquidificador na menor velocidade e peneire o molho, que deve ficar ralo. Reserve. 

 

Ingredientes para o peixe:

- 140 gramas de peixe branco fresco cortado em cubos. Pode ser dourado ou namorado. 
- Coentro picado 
- Pedacinho de pimenta dedo de moça, sem sementes 
- Sal a gosto 
- 1 limão 
- 1 cebola-roxa

 

Modo de preparo:

Coloque o peixe em uma tigela e jogue sal. Misture. Jogue a pimenta dedo de moça picada e o coentro. Misture tudo. 
Corte o limão e esprema sobre o peixe. 
Depois, coloque a cebola-roxa e o leche de tigre. A quantidade deve ser suficiente para cobrir os cubos de peixe. Coloque uma pedra de gelo e misture.


O Globo quarta, 15 de maio de 2019

APLICATIVOS AJUDAM A MEDIR A MALA E EVITAR PROBLEMAS COM AS NOVAS REGRAS

 

Aplicativos ajudam a medir a mala e evitar problemas com as novas regras

Fiscalização rígida dos aeroportos tem causado confusão
 
 
Bagagem de mão agora está sendo mais fiscalizada Foto: Chemodan Odezhdy/Creative Commons
Bagagem de mão agora está sendo mais fiscalizada Foto: Chemodan Odezhdy/Creative Commons
 
 

RIO - A fiscalização mais rígida em relação ao tamanho da bagagem de mão já está valendo desde segunda (13) nos aeroportos de Santos Dumont e Galeão , no Rio , de Congonhas, em São Paulo e dePorto Alegre e Goiânia . A medida começou a ser implementada gradativamente no dia 25 de abril e será concluída no próximo 23/5.

Tecnologia como aliada

Para evitar ser um deles, alguns aplicativos desenvolveram uma ferramenta que promete dizer se a sua mala de mão está dentro dos padrões, que são os mesmo adotados internacionalmente.

No Kayak, por exemplo, o dispositivo "Nova ferramenta de medição de bagagem” pede que o usuário escaneie o chão (o que ajuda a calibrar a medição) e deslize sua câmera pela mala para registrar o tamanho dela.

Tecnologia do site Kayak Foto: Divulgação
Tecnologia do site Kayak Foto: Divulgação

A partir daí, a tecnologia mostra as medidas exatas (comprimento, largura e altura) da bagagem e ainda compara os preços cobrados por cada companhia, caso seja necessário despachar a mala.

No MoMondo criou a ferramenta  ‘Medidor de bagagem’, que usa tecnologia de realidade aumentada para media a bagagem de mão. Para utilizar, é preciso mover a câmera ao redor da bagagem.

Com as ifnormações obtidas em relação ao comprimento, largura e altura, o usuário fica sabendo se a sua mala se encaixa nas exigências das companhias e, caso não, quanto custaria para despachar a babagem. 


O Globo terça, 14 de maio de 2019

MORRE A ATRIZ E CANTORA DORIS DAY, AOS 97 ANOS

 

Morre a atriz e cantora Doris Day, aos 97 anos

 

Estrela de sucessos das décadas de 1950 e 1960, ela estava em casa, na Califórnia
 
 
Doris Day, atriz e cantora, em cena do filme 'Confidências à meia-noite' (1959) Foto: Arquivo
Doris Day, atriz e cantora, em cena do filme 'Confidências à meia-noite' (1959) Foto: Arquivo
 
 
 

NOVA YORK — Doris Day, a atriz de rosto sardento, cujas personalidade e voz de ouro a transformaram na maior estrela do cinema americano no início dos anos 1960, morreu nesta segunda-feira em sua casa em Carmel Valley, Califórnia.

Mas foram os filmes que fizeram dela uma estrela.

 

Entre "Romance am alto-mar" (1948) e "Tem um homem na cama de mamãe" (1968), ela atuou em quase 40 filmes. Na tela, foi da menina levada nos anos 1950 à mulher de uma série de comédias sexuais dos anos 60 que lhe renderam quatro posições na lista de popularidade anual dos donos de cinemas, uma conquista igualada apenas por Shirley Temple.

Na década de 1950, ela estrelou, e na maioria das vezes cantou, em comédias (“Um amor de professora”, “O túnel do amor”), musicais (“Ardida como pimenta”, “Paris em abril”, “Um pijama para dois”) e melodramas (“Êxito fugaz”, o thriller de Alfred Hitchcock “O homem que sabia demais”, “Ama-me ou esquece-me”).

James Cagney, seu companheiro de elenco em “Ama-me ou esquece-me”, disse que Day tinha "a capacidade de projetar uma afirmação simples e direta de uma ideia simples e direta, sem confundir".  Ele comparava sua performance à de Laurette Taylor em “The glass menagerie”, na Broadway, em 1945, amplamente aclamada como uma das maiores performances de um ator americano.

 

Comédias picantes

Ela apareceria ainda em “Confidências à meia-noite” (1959), “Volta meu amor” (1961) e “Carícias de luxo” (1962), comédias aceleradas nas quais se defendia dos avanços de Rock Hudson (nos primeiros dois filmes) e Cary Grant (no terceiro). Esses filmes, muitas vezes ridicularizados hoje como exemplos da sexualidade reprimida dos anos 50, foram considerados ousados na época.

"Acho que ela era tão certinha, com dentes perfeitos, sardas e nariz arrebitado, que as pessoas achavam que ela se encaixava no conceito de uma virgem", disse Hudson uma vez sobre Day. “Mas quando filmamos 'Confidências à meia-noite', pensamos que iria  arruinar nossas carreiras, porque o roteiro era bem ousado.” O enredo, segundo ele, “não tinha nada além dele tentando seduzir Doris por oito rolos”.

Após "Confidências à meia-noite", que rendeu a Doris Day sua única indicação ao Oscar, ela foi chamada para defender sua virtude pelo resto de sua carreira em filmes semelhantes, mas menores. Hollywood começava a mostrar o sexo de forma mais clara e honesta, para acompanhar a revolução gerada pela criação da pílula anticoncepcional.

Doris Day recusou o papel da sra. Robinson, a mulher de meia-idade que seduz Dustin Hoffman, em "A primeira noite de um homem", de 1967. Segundo ela, a ideia de uma mulher mais velha seduzindo um jovem “ofendia seus valores". O papel foi para Anne Bancroft, que acabou indicada ao Oscar.

Quando se aposentou em 1973, após estrelar por cinco anos o sucesso "The Doris Day Show", na CBS , ela acabou descartada como uma celebridade ultrapassada, líder da brigada da castidade de Hollywood e, nas palavras da crítica de cinema Pauline Kael, "a menina de meia-idade americana". O crítico Dwight Macdonald escreveu sobre "a Síndrome de Doris Day" e a definiu como "saudável como uma tigela de cereais e tão sexy quanto uma".

Mas as décadas se passaram e, especialmente por parte de grupos feministas, a imagem de Doris Day e suas conquistas foram reavaliadas. Ela foi, de fato, uma das poucas atrizes dos anos 50 e 60 a interpretar mulheres que tinham uma profissão de verdade. E suas personagens costumavam ser mais apaixonadas por suas carreiras do que por seus colegas de elenco.

"Minha imagem pública é indubitavelmente a da virgem saudável da América, a vizinha despreocupada e cheia de felicidade", disse ela em "Doris Day: sua própria história", um livro de 1976 baseado em uma série de entrevistas conduzidas por A.E. Hotchner. “Uma imagem, posso garantir, mais fictícia do que qualquer filme que eu já interpretei. Mas eu sou a Srta. Cinto de Castidade, e isso é tudo.”


O Globo segunda, 13 de maio de 2019

MORRE PEGGY LIPTON, ESTRELA DE TWIN PEAKS E EX-MULHER DE QUINCY JONES

 

Morre Peggy Lipton, estrela de 'Twin Peaks' e ex-mulher de Quincy Jones

Atriz, que recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, tinha 72 anos
 
 
Peggy Lipton (direita) e sua filha, a também atriz Rashida Jones, em 2017 Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
Peggy Lipton (direita) e sua filha, a também atriz Rashida Jones, em 2017 Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
 
 

A atriz Peggy Lipton, conhecida por seus papéis nas séries "Mod Squad" e "Twin Peaks", morreu aos 72 anos após uma batalha contra o câncer.

Suas filhas Rashida e Kidada Jones, de seu casamento com o lendário produtor musical Quincy Jones, confirmaram sua morte no sábado em um comunicado à imprensa americana.

 

"Estamos desconsoladas que nossa querida mãe tenha morrido de câncer", disseram. "Ela se foi em paz com suas filhas e sobrinhas ao seu lado".

Nascida em Nova York em 30 de agosto de 1946, Lipton começou sua carreira como modelo na adolescência. Aos 19 anos fez pequenas participações em séries como "Feiticeira".

A fama veio em 1968 com a estreia de "Mod Squad", na qual interpretou Julie Barnes, uma ex-delinquente juvenil que se tornou policial disfarçada. A série foi uma das primeiras a apresentar um elenco interracial.

Por esse papel, Lipton recebeu quatro indicações ao Emmy e ao Globo de Ouro. Ela optou então por uma longa pausa na carreira que coincidiu com seu casamento com Jones. O casal contraiu matrimônio em 1974, logo depois que "Mod Squad" saiu do ar e se divorciou em 1989.

Suas duas filhas seguiram a carreira da mãe. Rashida Jones é conhecida por seus papéis em "The Office" e "Parks and Recreation". Muitos anos depois, Lipton voltou às telas na série de David Lynch "Twin Peaks", interpretando Norma Jennings, proprietária do restaurante Double R Diner.

"Eu perdi uma irmã hoje. Era um verdadeiro anjo na Terra. Sempre a melhor do salão", disse Madchen Amick, co-protagonista de "Twin Peaks".


O Globo domingo, 12 de maio de 2019

LÚCIO MAURO, ATOR E COMEDIANTE, MORRE AOS 92 ANOS

 

 

Ator e comediante Lúcio Mauro morre aos 92 anos

Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio, há cerca de dois meses
 
 
Lucio Mauro posa ao lado de Lucio Mauro Filho Foto: Rogerio Resende / Agência O Globo
Lucio Mauro posa ao lado de Lucio Mauro Filho Foto: Rogerio Resende / Agência O Globo
 
 

RIO — Morreu na madrugada deste domingo o ator e comediante, Lúcio Mauro, aos 92 anos. Ele estava internado há cerca de dois meses com problemas respiratórios na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio.

Em março, Lúcio Mauro completou 92 anos, e seu filho, Lúcio Mauro Filho, compartilhou uma foto para festejar a data. Na imagem, Lúcio Mauro aparece com filhos, a nora, Cíntia Oliveira, e os netos, Liz, Bento e Luiza.

 

'Me influenciou em tudo', diz Lúcio Mauro Filho, em rede social

“Só foi possível graças a sua força, e também ao amor incondicional que sentimos por ti. Hoje comemoras os seus 92 anos. Comemoramos a sua existência e a nossa sorte de carregar seu sangue. Feliz Aniversário, meu pai! Juntos sempre!”, postou em uma rede social na ocasião.

Lucio Mauro completa 92 anos e ganha em família homenagem do filho Foto: Reprodução/Instagram
Lucio Mauro completa 92 anos e ganha em família homenagem do filho Foto: Reprodução/Instagram

Lúcio de Barros Barbalho, mais conhecido como Lúcio Mauro, nasceu em Belém do Pará, no dia 14 de março de 1927. Estreou na Globo em 1966.

Integrou o elenco de alguns dos principais programas de humor da emissora como "Chico City" (1973), "Os Trapalhões" (1989) e "Escolinha do Professor Raimundo" (1990).

Participou da criação, dirigiu e atuou em outras dezenas de programas de humor na televisão, com destaque para "Balança Mas Não Cai (1968), com releituras de quadros de sucesso da Rádio Nacional nos anos 1950.

Estreia na TV Globo

Em 1966, Lúcio Mauro estreou na Globo, no humorístico "TV0–TV1", ao lado de Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino e outros, sob direção de Augusto César Vannucci.

Dois anos depois, criou e dirigiu na Globo o humorístico "Balança Mas Não Cai" (1968), escrito por Max Nunes e Haroldo Barbosa, e transmitido, ao vivo, até 1971.

 
 
O programa tinha o quadro Ofélia e Fernandinho, estrelado por Lúcio e Sônia Mamede (1936-1990).

Já no programa de variedades "Alô Brasil, Aquele Abraço" (1969), o comediante protagonizou um dos momentos mais inusitados de sua vida: um dos apresentadores das atrações regionais, como representante da região Norte, ficou em último lugar em uma das competições e recebeu como castigo lavar a cabeça da estátua do Cristo Redentor.

Outros papéis

Trabalhou no musical "Viva a Revista!" (1969) e foi ator e diretor do programa de humor "Uau, a Companhia" (1972). Quando "Balança Mas Não Cai" foi para a TV Tupi, nos anos 1970, ele acompanhou os colegas do programa e deixou a Globo por um tempo.

Voltou para integrar o elenco de "Chico City" no final da década. Ficou marcado como o diretor do ator canastrão Alberto Roberto, interpretado por Chico Anysio. Em seguida, voltou a dirigir e atuar na nova versão de "Balança Mas Não Cai" (1982) na Globo, sendo também diretor de "A Festa é Nossa", semanal que tinha como cenário fixo a cobertura de Ofélia e Fernandinho.

Ainda na década de 1980, Lúcio Mauro participou de "Chico Anysio Show" (1982) e "Os Trapalhões" (1989), revivendo com Nádia Maria a dupla Fernandinho e Ofélia. Em 1983, interpretou o médium Chico Xavier no "Caso Verdade Chico Xavier, um Infinito Amor". Em 1988, fez uma participação na minissérie "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, como Dr. Quindim.

 

Na década de 1990, viveu Aldemar Vigário, da "Escolinha do Professor Raimundo", sempre bajulando o professor interpretado por Chico Anysio. Trabalhou em um episódio de "Você Decide" (1992), foi do elenco de "Malhação" (1995), atuando como Dr. Palhares, pai do Mocotó (André Marques), e atuou na novela infantil "Caça-Talentos" (1996), com Angélica.

Em seguida, integrou o elenco de "Chico Total" (1996). Em 1998, encarnou o bicheiro mafioso Neca do Abaeté na minissérie "Dona Flor e Seus Dois Maridos", escrita por Dias Gomes com base no romance de Jorge Amado. Viveu o advogado Nonato na segunda versão da novela "Pecado Capital", de Glória Perez com base no original de Janete Clair; atuou em um episódio de "Sai de Baixo"; e participou em "Meu Bem Querer", de Ricardo Linhares.

A partir de 1999, Lúcio Mauro retomou personagens em "Zorra Total". Refez o quadro Fernandinho e Ofélia, desta vez com Claudia Rodrigues. Também integrava o elenco do programa seu filho, o ator Lúcio Mauro Filho. Em março de 2001, o humorista voltou à nova temporada da "Escolinha do Professor Raimundo", vivendo o popular Aldemar Vigário.

Nesta década, participou de "Os Normais", "A Grande Família", "A Diarista", "Sob Nova Direção", "Programa Novo", "Faça a Sua História" e "Zorra Total". Neste último, em 2012, viveu o personagem Ataliba, um vovô surfista, amigo de Gumercindo (José Santa Cruz), um senhor skatista. Os dois tentavam conquistar moças no vagão do Metrô Zorra Total. A dupla reviveu a parceria da estreia de Lúcio Mauro em humor na TV, em 1960.

 

Em 2007, participou de "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga, como Veloso. Em 2008, esteve na série "Casos e Acasos" e na novela "A Favorita", de João Emanuel de Carneiro, no papel de Sabiá. No remake de "Gabriela" (2012), viveu Eustáquio. No penúltimo episódio de "A Grande Família" (2014), Lúcio Mauro interpretou Rui, um amigo de Agostinho Carrara (Pedro Cardoso).

Sua filmografia tem "Terra sem Deus" (1963), de José Carlos Burle; "007 ½ no carnaval" (1966), de Victor Lima; "Redentor" (2004), de Claudio Torres; "Cleópatra" (2008), de Júlio Bressane; e "Muita Calma Nessa Hora" (2010), de Felipe Joffily.

Em 2008, o humorista estreou a peça "Lúcio 80-30", dividindo o palco com Lúcio Mauro Filho, autor e diretor do espetáculo, e com outros dois filhos, Alexandre Barbalho e Luly Barbalho.


O Globo sábado, 11 de maio de 2019

ANITA: SOU OITO E OITENTA

 

'Sou oito e oitenta', diz Anitta, em entrevista exclusiva ao Globo

Com oito indicações ao prêmio MTV Miaw, cantora se diz 'realizada por completo' no trabalho, fala sobre relacionamento e de não querer ser uma mãe que 'terceiriza'
 
 
Anitta Foto: Divulgação
Anitta Foto: Divulgação
 
 
 

Falta fôlego até para descrever a rotina de Anitta nos últimos dias. Depois de gravar um clipe com Diplo na Costa Rica esta semana, a cantora embarcou para o Chile, onde faz show nesta sexta-feira (10), em Santiago. Amanhã (sábado, 11), ela se apresenta em Terezinha do Itaipú, no Paraná, e de lá segue para um show em Buenos Aires no próximo domingo (12).

 

Concorrendo em oito categorias, a cantora é pelo segundo ano seguido, a artista com maior número de indicações ao MTV Miaw, premiação promovida pelo canal, em que os fãs votam e escolhem os maiores destaques do ano (o resultado sai 4 de julho). Anitta concorre como artista do ano, fã-clube mais engajado e hino do ano (com a música "Bola rebola").

Ela disputa até o prêmio pet do ano, graças à popularidade de seu cachorrinho Plínio. O cão, da raça galgo, virou personagem de uma "briga" com Pabllo Vittar no meme do momento.

Nesta entrevista, feita por email entre uma viagem e outra, a cantora conta sobre os bastidores da gravação do disco, "Kisses", lançado no mês passado, reflete sobre a carreira e a  vida pessoal.

Qual é a importância de ter oito  indicações na premiação da MTV? É o segundo ano em que isso acontece, ainda faz diferença para você? Como recebeu a notícia? 

Claro que faz diferença. Claro que não se trabalha pensando em prêmio, mas quando ele acontece, é mais um indicador de que estamos no caminho certo. Fico muito lisonjeada em ter sido indicada em tantas categorias, em um prêmio oferecido por um canal genuinamente focado em música. Eu e minha equipe ficamos sempre muito felizes. 

Aconteceu algo de curioso ou fora do script nos bastidores durante as gravações com Caetano Veloso, Snoop Dogg e Ludmilla para o álbum "Kisses"?
 

Na cena de "Onda diferente" onde Snoop canta no meio das duas "robôs", Anitta e Ludmilla, nós deveriamos ficar imóveis e sérias. Mas não aguentei e caí na gargalhada quando ele começou a fazer suas dancinhas. E olha que ele tinha avisado antes pra "não se desconcentrar com o charme dele".

 

Caetano é seu fã. O que vem aprendendo com ele?

Quando se pensa em música brasileira, alguns nomes aparecem imediatamente no nosso imaginário e Caetano é um deles. Não somente pelas suas canções, mas pela sua trajetória e pela forma como lida com a arte e se preocupa com o planeta e a sociedade. Aliás, algo que me encanta nele está justamente aí, a sua liberdade em viver a sua arte, em expressá-la nas mais diversas formas. Uma conversa com ele é uma aula sobre tantos assuntos, das notas musicais à educação, passando por política, economia... e por aí vai. 

Na explicação de cada música de "Kisses", você cita as várias versões de Anitta ("cheia de atitude", "adora um deboche", "dança conforme o ritmo", "é sexy", "desconhece a palavra consequência", "é sentimental", "é a definição da palavra 'boss')... Quantas mulheres cabem em você e qual delas representa mais o seu momento atual? Por quê? 

O divertido é a gente se desafiar, se reinventar. Poder ser tudo, quando quiser. Eu realmente tenho essas 10 Anittas dentro de mim desde sempre e isso sempre fez com que as pessoas custassem mais para me compreender. Eu sou 8 E 80, tudo ao mesmo tempo. 

Você tem um direcionamento muito claro - e mesmo agressivo - no sentido de traçar uma carreira no mercado pop internacional. Em que modelos você mira nesse sentido? Quem é sua referência? Onde quer chegar nesse cenário internacional, o que almeja?
 

Agressiva não é bem a expressão. Sou focada e sei exatamente aonde quero chegar. Ao longo do caminho, estudei muito (e continuo a estudar). Mas não me inspirei no modelo de ninguém porque estamos fazendo algo que ainda não foi feito. E para isso não adianta tentar seguir modelos de caminhos cujo produto não é igual ao nosso. Fui conseguindo fazer das minhas decisões intuitivas o meu próprio modelo de negócio. Ainda custo para tentar convencer alguns que não dá pra tentar reproduzir estratégias de terceiros no nosso caso. E acho que é o ideal porque cada artista é único, e são as características singulares que ajudam a contar a sua história. Sobre a carreira lá fora, eu queria levar a nossa música a lugares afora, emocionar diferentes públicos e enriquecer o meu repertório com referências culturais diversas. Já consegui e me realizei por completo. Agora o que vier é lucro. 

Sua rotina hoje é completamente diferente da de quando você morava em Honório Gurgel. Mas o que ainda não mudou? O que você gostava de fazer naquela época e ainda faz? 

Eu amo estar em família e com meus amigos. Gosto de reunir as pessoas. O tempo está mais curto, mas toda vez que tenho uma brecha, aproveito para estar com eles. É a nossa rede de apoio, onde a gente recarrega as energias e quando a gente encontra quem a gente é de verdade. É bom circular, desbravar o mundo e realizar sonhos. É bom encarar desafios e superá-los. Mas é maravilhoso estar entre os nossos. 

Na música com Caetano você canta sobre um romance que acabou por causa de mentiras. Você está solteira? O que busca numa relação? 

Sim, solteira. Eu só busco parceria, verdade e leveza... Relacionamento é uma escolha. A gente escolhe estar com determinada pessoa. Temos liberdade para isso. Então não tem razão para dividir o nosso tempo com alguém que não seja leve, que não seja agregador e que nos exija algo que não queremos ou podemos oferecer. 

Já aturou atitudes de namorado que hoje jamais toleraria? Quais?
 

Quem nunca? Conviver com o outro exige jogo de cintura, negociar, ceder... O segredo está em não agredir nessas concessões.

 

Tem vontade de ser mãe? Como criaria um filho? 

Sim, embora esse desejo não esteja nos planos para agora. Certamente quero ser uma mãe presente. Não me vejo terceirizando determinadas funções que, para mim, foram muito importantes em minha criação. A minha mãe é muito presente em minha vida e quero seguir esse modelo.

Você perdeu um cachorro recentemente. Como lidou com a dor? 

Afonso. É muito difícil explicar. Acho que só quem tem bichos em casa consegue medir o que a gente passa e o que a gente sente. A gente vai lidando com a saudade, dando tempo ao tempo. E vamos tentando guardar na memórias os bons momentos. Ter bichos perto da gente enche o nosso coração de um amor puro, sem interesse, sem cobrança. Todo mundo deveria experimentar isso e tentar aprender com eles como lidar com a vida, com os outros e com o meio ambiente. 

Não esconde que fez várias plásticas? Sente necessidade de mais alguma?

Não. Mas sou totalmente a favor de alimentarmos a nossa autoestima. Sim, precisamos nos aceitar, nos amar do jeito que somos. Mas está tudo bem em querer mudar algo que não está exatamente do jeito que a gente quer para ajudar na forma como lidamos com a autoestima. Por que não? Obviamente, cercados de todos os cuidados e respeitando a si mesmos. Às vezes é uma mudança pequena mas que faz muita diferença, como um corte de cabelo ou ter a coragem de usar uma make diferente. A relação com o espelho não deve refletir a opinião dos outros, mas as nossas escolhas. 

Em seu desabafo pelas cobranças sobre o cenário político, no ano passado, você disse fazer parte da comunidade LGBTI+. Você é bissexual? Namoraria uma mulher?
 

A comunidade LGBTI+ sempre me abraçou e me acolheu com amor, respeito e apoio. E eu não poderia fazer nada de diferente do que devolver esse enorme carinho! Sobre a minha sexualidade, preciso confessar que me estranha que isso ainda gere curiosidade no outro nos dias de hoje. Me conforta muito mais as discussões sobre liberdade, amor e respeito.


O Globo sexta, 10 de maio de 2019

ISIS VALVERDE: MINHA MÃE ACHAVA QUE EU ERA GAY

 

Minha mãe achava que eu era gay', diz Isis Valverde

Atriz lembra da infância em Aiuruoca, no interior de Minas Gerais, quando só usava jeans e camiseta
 
 
Isis Valverde Foto: Karine Basilio
Isis Valverde Foto: Karine Basilio
 
 
 

Em seu primeiro Dia das Mães , a atriz Isis Valverde , de 32 anos, lembra da infância em Aiuruoca, no interior de Minas Gerais, e fala sobre a sua relação com a mãe, Rosalba. Nos primeiros dois meses de vida de Rael, ela se mudou para o Rio para ajudar Isis a cuidar do bebê.

Aos 15, 16 anos, Isis começou a trabalhar como modelo fotográfica e passou a se arrumar mais, mas nunca perdeu a essência moleca. Por essas e outras, conta que sempre quis ser mãe de menino. “Não conseguiria mostrar o lado cor-de-rosa da vida, não teria paciência para ouvir a música Frozen ( risos )", diverte-se Isis. "Jogo o Rael na cama, faço apresentações, falo alto. Sou meio bruta".

Isis e Rael Foto: Karine Basilio
Isis e Rael Foto: Karine Basilio

 

Isis fala com carinho da mãe e da avó. "Minha avó arrumou as malas do meu avô e o mandou embora com quatro filhos para criar dentro de casa, num tempo em que divórcio não era nada comum. Ela sempre enfrentou a sociedade, assim como a minha mãe".

Por outro lado, Isis conta que, quando ficou sozinha com Rael pela primeira vez, ficou com medo de "não conseguir criar um homem": "Infelizmente, é inserido o tal do machismo no menino logo que ele nasce. Sabemos que uma mulher pode ser tão ou mais machista que um homem, mas é preciso driblar essa introjeção automática. E eu quero criar o meu filho da melhor maneira possível. Quero que ele seja um homem íntegro".

'Não tem como você chorar o dia inteiro e dar uma paradinha para transar com o marido' : leia a entrevista completa com Isis Valverde.


O Globo quinta, 09 de maio de 2019

GOVERNO DE CUBA CANCELA DESFILE ANUAL CONTRA A HOMOFOBIA

 

Governo de Cuba cancela desfile anual contra a homofobia

 

Ativistas questionaram os motivos do governo, que alegou 'tensões regionais e internacionais'
 
 
Ativistas se juntam antes da marcha anual contra a homofobia e a transfobia em Havana, em 14 de maio de 2016 Foto: Alexandre Meneghini / REUTERS
Ativistas se juntam antes da marcha anual contra a homofobia e a transfobia em Havana, em 14 de maio de 2016
Foto: Alexandre Meneghini / REUTERS
 
 
 

HAVANA — O governo de Cubacancelou a 12º marcha anual contra a homofobia . Através de um post nas redes sociais, a organização estatal Centro Nacional de Educação Sexual(Cenesex) culpou "as novas tensões no contexto regional e internacional" pelo cancelamento.

Cuba chegou perto de aprovar uma nova constituição que incluía o casamento homoafetivo, mas voltou atrás depois de protestos de grupos religiosos. Em setembro do ano passado, o presidente do país, Miguel Díaz-Canel, defendeu a mudança dizendo que era uma "forma de eliminar qualquer tipo de discriminação na sociedade".

 Além das tensões no contexto regional e internacional, a Cenesex, que coordena os debates sobre os direitos do grupo LGBTQ+no país, não divulgou nenhum outro motivo para o cancelamento, o que levou os cubanos a especularem sobre as causas, desde a crise monetária do país até um possível assédio do governo de Donald Trump.

"Não permitir isso é um sinal que nos induz a retornar ao armário, ou seja, que não somos bem-vindos. Que a ilusão pode ser desfeita", escreveu o dramaturgo e ativista cubano Norge Espinosa em um post no Facebook.

Há muito tempo, o governo de Cuba controla os espaços públicos e permite poucas manifestações que vão de encontro aos seus interesses. Apesar disso, o país é visto como um líder regional na luta pelos direitos LGBTQ+, especialmente no Caribe, onde alguns países ainda possuem leis contra a causa.


O Globo quarta, 08 de maio de 2019

GISELE E BRADY

 

Há 10 anos, mão boba de Tom Brady em Gisele Bündchen se repete no Baile do MET

 

Cena voltou a acontecer nesta segunda-feira no evento, em Nova York
 
 
 

O Globo terça, 07 de maio de 2019

FESTIVAIS GASTRONÔMICOS

 

Festivais gastronômicos recheiam o Rio em maio

 

Da Comida di Buteco ao Festival de Trufas Negras, há opções para todos os gostos e bolsos 
 
Polvo com batatas do Festival de Frutos do Mar. Polvo com batatas Foto: Divulgação
Polvo com batatas do Festival de Frutos do Mar. Polvo com batatas Foto: Divulgação
 
 
 

- Burger Fest

Curadoria. Kalbi Burger: blend de costela marinado com alho, gengibre e cebolinha, picles de cenoura, broto de feijão, queijo meia cura e maionese de kimchi. Foto: LipeBorges (lipeborges.com.br) / Divulgação
Curadoria. Kalbi Burger: blend de costela marinado com alho, gengibre e cebolinha, picles de cenoura, broto de feijão,
queijo meia cura e maionese de kimchi. Foto: LipeBorges (lipeborges.com.br) / Divulgação

 

A14ª edição do Burger Fest invade a cidade até o dia 30 de maio, com receitas exclusivas para o evento. Este ano, o festival tem mais novidades, como oficinas com chefs e caravanas, com tour por quatro casas participantes. O passeio custa R$ 95 e dá direito a um hambúrguer e água ou refrigerante. Confira aqui todos os sabores do festival.

- Comida di Buteco

Casa Porto. Bololô: massa de empada, brownie de tutu com bacon, creme de mandioquinha, granulado de linguiça de pernil, couve crispy e farelo de pururuca Foto: Divulgação
Casa Porto. Bololô: massa de empada, brownie de tutu com bacon, creme de mandioquinha, granulado de linguiça de pernil,
couve crispy e farelo de pururuca Foto: Divulgação

 

No ano em que o concurso completa 20 anos (sendo 12 no Rio), o tema é livre e os petiscos custam o mesmo preço em todo o país, R$ 20. Entre bolinhos, costelas, bacalhau e outros sabores, são 66 opções, no Rio e na Baixada Fluminense, até o dia 12 de maio.  Veja aqui todos os petiscos e faça o seu roteiro. Spoiler: é impossivel comer um só.

- Festival de Açordas no Rancho Português

Festival de Açorda no Rancho Português: bacalhau ou lulas e de camarão ou frutos do mar Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Festival de Açorda no Rancho Português: bacalhau ou lulas e de camarão ou frutos do mar
Foto: Tomás Rangel / Divulgação

O prato português com miolo de pão ensopado é a estrela do mês de maio no restaurante. Durante o festival, serão servidas quatro variações, em cumbucas, como entrada do almoço e do jantar.

As opções são de bacalhau ou lulas (R$ 42) e de camarão ou frutos do mar (R$ 46). A degustação com todas elas sai por R$ 139.

Rancho Português: Rua Maria Quitéria 136 Ipanema - 2287-0335.

- Festival de Frutos do Mar na Palace

Patinhas de caranguejo do Festival de Frutos do Mar na Churrascaria Palace Foto: Divulgação
Patinhas de caranguejo do Festival de Frutos do Mar na Churrascaria Palace Foto: Divulgação

Maio é a vez de um dos festivais mais esperados da Churracaria Palace, o de Frutos do Mar. No rodízio,  patinhas de caranguejo, casquinha de siri, polvo, vieiras, lula, mexilhões, camarões, cavaquinha, paella, moqueca. O festival acontece nos fins de semana, na hora do almoço, e inclui o rodízio regular da casa (R$ 149).

 

Churrascaria Palace: Rua Rodolfo Dantas 16 – Copacabana - 2541-5898.

- Festival de Trufas Negras


Olivo Cucina e Pizzeria. Ovo mollet crocante, purê de batata e aspargo verde e o steak tartar. Foto: Lucas Lima / Divulgação

 

O novíssimo Olivo Cucina e Pizzeria apostou alto em seu primeiro evento. É o Festival de Trufas Negras, com a iguaria vinda da Umbria, na Itália.

No menu "É Arrivato Il Tartufo Nero" são três as opções de entrada, todas com trufas (R$ 140, cada): carpaccio de filé com grana padano, ovo mollet crocante, purê de batata e aspargo verde e o steak tartar.

De principal, as sugestões do chef são: del plin recheados de vitela ao cacio e pepe (R$180), risoto de parmesão (R$180) e fraldinha na grelha com azeite de alecrim, raviolone toscano(R$190).

Olivo Cucina e Pizzeria: Av. Erico Verissimo 690, Barra - 3883-5893.

- Temporada de morangos na Torta & Cia.

Desejo de Morango, da Torta & Cia Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Desejo de Morango, da Torta & Cia Foto: Tomás Rangel / Divulgação

 

Inteiras (R$ 158) ou em fatia (R$ 16), as quatro novas opções de tortas com morango anunciam o início da temporada da fruta, que vai até setembro. Em cartaz no mês de maio estão a Desejo de Morango (camadas de pão de ló intercaladas com chantilly e morangos frescos e decorada com açúcar de confeiteiro), Marshmallow com morango (pão de ló recheado com creme maravilha e morangos, decorado com rosas de marshmallow, Brigadeiro com morango (pão de ló de chocolate com creme maravilha, morangos e chantilly, coberto com brigadeiro e decorado com morangos frescos e chocolate granulado), e uma versão da Maravilha de banana, só que com morango (pão de ló recheado com creme maravilha e morangos, coberto com chantilly e decorado com morangos frescos).


O Globo segunda, 06 de maio de 2019

ARTE E MODA: JULIANA E MARINA, DUPLA DINÂMICA

 

Dupla dinâmica: as irmãs Juliana e Marina Latucca e seus trabalhos de arte e moda

De painéis gigantes na Zona Portuária à coleção de acessórios feitos com materiais inusitados, elas fazem parte da geração criativa carioca
 
 
A artista plástica e estudante de jornalismo Marina e a designer de moda Juliana Lattuca Foto: Juliana Rocha
A artista plástica e estudante de jornalismo Marina e a designer de moda Juliana Lattuca Foto: Juliana Rocha
 
 
 

A casa das irmãs Juliana, de 23 anos, e Marina Lattuca, de 19, tem clima de ateliê. De um lado, alicates, miçangas, pedrinhas e que tais são transformados em acessórios por Juliana; do outro, bisnagas de tinta, pincéis e telas formam o espaço de Marina. Apesar de todo o convívio e do olhar fácil para a estética, as duas têm suas áreas bem definidas. “Tá aí, nunca trabalhamos juntas. Uma vez peguei um tubo de tinta vazio da Marina e fiz um brinco com ele. Mas isso não é uma collab , né?”, brinca Juliana, que sempre considerou Marina a intelectual da família. “Ela lê mil livros desde pequena, é sempre cheia de referências. E eu sempre fazendo miçanguinhas. Pensava nela como a cult da casa e eu a artesã da feirinha”.

 
Juliana e Marina Lattuca Foto: Juliana Rocha
Juliana e Marina Lattuca Foto: Juliana Rocha

Mas ela foi bem além: Juliana é sucesso com seus acessórios autorais. Por conta dos arcos de bola de encher e colares com palitos de fósforo que fazia na infância, ela começou a ser chamada para parcerias em marcas como Loja Três, Perky Shoes, Farm e Fábula. “Nos próximos meses, lanço mais um sapato com a Perky e um par de óculos com a Zerezes”. Além disso, Juliana cria balangandãs (de bolsa feita com cuscuzeira a brincos de iscas de peixe) e posta no @garotioulegal, que esta semana ganhou um espaço dentro do Clube Melissa, em Ipanema. “É tudo ao mesmo tempo: também trabalho no escritório de criação Hardcuore, na função de Community Manager”.


Chapéu criado por Juliana Lattuca Foto: Reprodução

Marina lembra das mil vezes em que foi a manequim de Juliana e como adorava ser enfeitada com os acessórios criados pela irmã mais velha. “Fomos sempre muito próximas e estimuladas a termos vários interesses”, conta Marina, acrescentando a profissão do pai e da mãe: engenheiro civil e designer, respectivamente. Ela acaba de grafitar um painel gigante, de 17 metros de altura, na Zona Portuária. “É um desdobramento da série ‘Moinhos de gente’. Como o tema dos muros da região é amor, transformei os moinhos em comunhão”, diz a artista plástica e estudante de Jornalismo.

 
Marina Lattuca pintando um painel de 17 metros de altura na Zona Portuária Foto: Arquivo Pessoal
Marina Lattuca pintando um painel de 17 metros de altura na Zona Portuária Foto: Arquivo Pessoal

A literatura e a arte chegaram misturadas à vida de Marina. Mas foi há quatro anos que ela começou a pintar com mais convicção, tanto que, em 2017, foi para Veneza fazer uma residência. “Ganhei segurança”, comenta ela, que, como boa jovem múltipla da geração Z, divide-se entre a face de artista e a de jornalista, em seu estágio na Globo Lab Dados. “Na arte, estou fazendo a série ‘Vida de gado’; na comunicação, meu trabalho é focado em mídias digitais”, conta.

As Lattucas são muitas em duas.


O Globo domingo, 05 de maio de 2019

PORTUGAL: FÁTIMA COMEMORA CENTENÁRIO DA CAPELINHA DAS APARIÇÕES

 

Portugal: Fátima comemora centenário da Capelinha das Aparições com exposição

Cidade é o destino religioso mais procurado no país
 
 
 
Visita do Papa Francisco ao Santuário de Fátima Foto: Luis de Oliveira/Divulgação
Visita do Papa Francisco ao Santuário de Fátima Foto: Luis de Oliveira/Divulgação
 
 

RIO - Fátima , maior destino religioso de Portugal e um dos mais importantes do mundo para os católicos, está comemorando o centenário de sua principal construção: a Capelinha das Aparições , que deu origem ao atual Santuário de Fátima , visitado por milhares de fieis e turistas anualmente.

 

Para celebrar a data, o local realiza a “Capela Mundi”, uma exposição temporária com peças de valor histórico, vindas não só do museu local como de outros museus, bibliotecas e palácios de Portugal e arquivos da Igreja Católica. Entre eles estão as rosas de ouro oferecidas pelos Papas Paulo VI, Bento XVI e Francisco, uma reprodução do interior da capelinha, esculturas dos pastorinhos e várias placas com mensagens de agradecimento de peregrinos por graças concedidas pela santa.

Em 2018, Fátima recebeu mais de 7 milhões de peregrinos. Foram 2,9 milhões de visitantes somente na Capelinha das Aparições. Mais de 60% deles eram estrangeiros vindos de 79 países. A exposição estará aberta ao público no Museu do Santuário de Fátima até 15 de outubro de 2019.

Conheça a história

A história da capelinha começa no ano de 1917, quando três crianças pastoras afirmaram ter encontrado a Virgem Maria por seis vezes, levando importantes mensagens para os moradores da cidade que, com o tempo, foram espalhadas pelo mundo.

A Capelinha foi erguida no exato local onde os pequenos disseram terem visto a santa. É na construção simples, no coração da cidade, onde fica a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Ela foi o início do que hoje é o Santuário de Fátima, uma grandiosa construção que recebe milhões de visitantes todos os anos.


O Globo sábado, 04 de maio de 2019

CHEFS FAZEM JANTAR DO GUIA MICHELIN

 

Helena Rizzo, Paola Carosella, Ivan Ralston, Thomas Troisgros, Mara Salles, Victor Dimitrov e Gustavo Rozzino fazem jantar juntos

Os chefs se reúnem para a noite de lançamento do Guia Michelin 2019 e preparam menu com ingredientes de pequenos produtores; descobrimos em primeira mão alguns pratos que serão servidos
 
 
Helena Rizzo Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo
Helena Rizzo Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo
 
 
 

Ceviche de caju com raspadinha de cajuína e cachaça; cuscuz defarinha Uarini com lardo de pirarucu, pimenta de cheiro e broto de coentro; e feijão verde com costela de boi, limão galego e mel de mandaçaia da MBee são alguns dos pratos que serão preparados no jantar de lançamento doguia Michelin Rio de Janeiro & São Paulo 2019. A festa acontece no domingo, no hotel Unique.

 
A chef de cozinha e empresaria Paola Carosella Foto: Fernando Donasci
A chef de cozinha e empresaria Paola Carosella Foto: Fernando Donasci

Será a primeira vez que haverá um jantar antes da premiação, que deixa os chefs e o mundo da gastronomia ansioso para saber quem ganha estrela, quem perde, quem mantém e quem recebe o selo Bib Gourmand.


O Globo sexta, 03 de maio de 2019

ANTUNES FILHO, DIRETOR DE TEATRO, ENCANTOU-SE AOS 89 ANOS

 

Diretor de teatro Antunes Filho morre aos 89 anos em SP

Encenador esteve à frente de 'Macunaíma', adaptação para o livro de Mário de Andrade que foi um divisor de águas nos palcos brasileiros
 
 
Antunes Filho em foto de 2014Foto: Divulgação/Bob Sousa
Antunes Filho em foto de 2014 Foto: Divulgação/Bob Sousa
 
 
 

Morreu nesta quinta-feira o diretor de teatro Antunes Filho, aos 89 anos. Considerado um dos maiores nomes do teatro no Brasil, ele estava internado desde segunda-feira no Hospital Sírio-Libanês, onde tratava um câncer.

 Antunes Filho revolucionou o teatro brasileiro. Foi um grande nome do início da cena moderna no país, na metade do século XX, marcada, principalmente, pelo advento do encenador como profissional que passou a imprimir assinatura autoral nos espetáculos. E esteve à frente de, pelo menos, uma encenação que pode ser considerada como divisora de águas: “Macunaíma”, adaptação do livro de Mário de Andrade, apresentada a partir de 1978, resultado de seu glorioso encontro com o Grupo Pau-Brasil.

Numa época marcada pela soberania do encenador estrangeiro no Brasil – profissionais que, diga-se de passagem, revolucionaram o palco brasileiro –, não era muito fácil para o diretor nacional se impor e Antunes só conseguiu impulsionar a sua carreira a partir do final dos anos 1950 com o surgimento do Pequeno Teatro de Comédia, grupo que ajudou a fundar e onde realizou espetáculos como “Plantão 21”, de Sidney Kingsley, e “As feiticeiras de Salém”, de Arthur Miller.

Com o fim do grupo, Antunes retornou ao TBC no início da década de 1960, numa fase em que a companhia de Zampari tinha Flavio Rangel como diretor artístico. Lá, encenou “Yerma”, de Federico García Lorca, e “Vereda da salvação”, de Jorge Andrade – esse último, texto que Antunes retomaria quase 30 anos depois, numa montagem excepcional com os atores do Centro de Pesquisa Teatral e as presenças de Laura Cardoso e Luís Melo.

 

Nelson Rodrigues revisitado

Na sequência, dirigiu os alunos da Escola de Arte Dramática em “A falecida”, de Nelson Rodrigues, autor que revisitaria com constância nas décadas seguintes. Sua inquietação o levou a fundar outro grupo, o Teatro de Esquina, com o qual encenou “A megera domada”, de William Shakespeare. Transitando entre trabalhos concebidos dentro de companhias e avulsos, montou “Black-out”, de Frederick Knott, e “A cozinha”, de Arnold Wesker, evidenciando, no segundo caso, uma pesquisa voltada para o realismo materializada na minuciosa cenografia de Maria Bonomi.

Teve breve experiência no cinema com o filme “Compasso de espera” e retomou a atividade teatral com a empresa Antunes Filho Produções Artísticas, partindo para montagens de textos relevantes, como “Peer Gynt”, de Henrik Ibsen, “Corpo a corpo” e “Em família”, ambas peças de Oduvaldo Vianna Filho. Outros trabalhos dignos de nota despontaram: conduziu Maria Della Costa nas encenações de “Bodas de sangue”, de Federico García Lorca, e “Tome conta da Amelie”, de Georges Feydeau, e propôs uma versão de “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, só com atrizes – entre elas, Eva Wilma, Lelia Abramo e Lilian Lemmertz.

Nesse instante, deu vazão à criação de “Macunaíma”, dotada de características que passariam determinar parte considerável de suas realizações futuras, tanto no que diz respeito a uma cena sintética, concebida por meio de elementos reduzidos (em “Macunaíma”, os atores sugeriam imagens através da manipulação de jornais e lençóis), quanto de um modelo de produção voltado para o aprofundamento do trabalho junto ao grupo e não mais para o investimento em espetáculos avulsos.

 

A valorização do texto brasileiro também se acentuou em seu percurso. Já no Centro de Pesquisa Teatral, Antunes partiu para montagens de peças de Nelson Rodrigues – “Nelson Rodrigues, o eterno retorno” e “Paraíso Zona Norte”. Ainda nos anos 1980, apresentou uma versão de “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, e encenou “Xica da Silva”, de Luís Alberto de Abreu, marcando, com esse último espetáculo, o início da parceria com o cenógrafo J.C. Serroni.

Ousou com “Nova velha história”, adaptação da fábula de “Chapeuzinho vermelho” na qual os atores falavam fonemol, recurso presente em montagens futuras, como “Drácula e outros vampiros” e “Foi Carmen”. Mergulhou em “Macbeth”, tragédia de William Shakespeare, rendendo a montagem de “Trono de sangue”. E surpreendeu com “Gilgamesh”, a partir de texto sumério escrito em 2600 a.C.

A partir do final da década de 1990, deu vazão a projetos aparentemente contrastantes, mas que se relacionavam na valorização de uma cena norteada pela importância do ator: a apresentação de cenas contemporâneas, marcadas por registro naturalista, propostas pelos próprios atores – reunidas no projeto “Prêt-à-porter” – e a encenação de tragédias gregas (em “Fragmentos troianos”, “Antígona”, “Medeia”).

Nos anos 2000, Suassuna e Lima Barreto

Já nos anos 2000, seguiu dando destaque ao texto brasileiro por meio das encenações de “A pedra do reino”, a partir da obra de Ariano Suassuna, “O triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, e “Falecida vapt-vupt”, retomando Nelson Rodrigues, sem perder de vista, porém, o repertório estrangeiro, a julgar por “Nossa cidade”, de Thornton Wilder, “Blanche”, apropriação de “Um bonde chamado desejo”, de Tennessee Williams, e “Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse”, de Jean-Luc Lagarce.

 

Além de ter se dedicado a montagens de destaque ao longo dos anos, Antunes se deteve na formulação de um método de trabalho para o ator. Sua grande contribuição ao teatro brasileiro foi devidamente pesquisada por Sebastião Milaré e permanece presente em todos os artistas dirigidos por ele.


O Globo quinta, 02 de maio de 2019

RESERVAS LEGAIS PRESERVAMO PODER DA FLORESTA DE FAZER CHOVER

 

Reservas legais preservam o poder da floresta de fazer chover

Projeto de lei que revoga unidades de conservação pode provocar impactos em setores como agricultura, geração de energia e turismo
 
 
Para especialistas, projeto de lei que revoga obrigatoriedade de reservas legais em propriedades rurais coloca em risco equilíbrio e a proteção da floresta Foto: CARL DE SOUZA/AFP/22-9-2017
Para especialistas, projeto de lei que revoga obrigatoriedade de reservas legais em propriedades rurais coloca em risco equilíbrio e a proteção da floresta Foto: CARL DE SOUZA/AFP/22-9-2017
 
 
 

RIO — Um dos ditados populares da Amazônia diz que “a floresta faz chover”. E faz, não só na Região Norte, mas muito distante, no Sul do Brasil e até em partes da Argentina e do Uruguai, com impacto sobre a agricultura, a geração de energia e o turismo.

 

A discussão sobre as consequências do projeto de lei 2.362/2019, dos senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Márcio Bittar (MDB-AC), que revoga a obrigatoriedade de se manter a chamada reserva legal nas propriedades rurais, acabou por destacar a relevância da Floresta Amazônica para o clima do Brasil. É na Amazônia que nascem os rios voadores que distribuem chuvas no país.

A expressão rios voadores foi criada há quase duas décadas pelo meteorologista José Marengo, coordenador geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Ela se refere aos jatos de ar carregados de umidade que se originam sobre a floresta e atravessam o Brasil, a cerca de 3 mil metros de altitude.

Um de seus efeitos bem estabelecidos é permitir a existência das florestas do oeste do Paraná, como as das cataratas do Parque Nacional do Iguaçu e as que protegem a Usina de Itaipu.

O climatologista Carlos Nobre, um dos mais respeitados especialistas do mundo em mudanças climáticas, explica que está comprovado que, quando uma seca castiga a Amazônia, chove menos em toda a vasta região que vai do oeste do Paraná, onde estão as florestas de Iguaçu, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e chega até o centro-leste da Argentina, Uruguai e Paraguai.

 

Impacto na agricultura

Só existe floresta no Paraná porque chove no inverno por lá, e chove porque os rios voadores levam a umidade da Amazônia.

— Se não fosse a umidade da Amazônia, toda essa região seria uma savana — afirma Nobre.

Chove menos em Foz do Iguaçu, por exemplo, do que em Brasília. Enquanto nesta caem de 1.600 a 1700 milímetros de chuva por ano, em Foz a média é de 1.300 mm. Porém, Brasília tem uma estiagem de meio ano e vegetação de Cerrado. Já em Foz e em toda a área coberta pelos rios voadores, a chuva é distribuída ao longo do ano, graças a eles.

Os rios voadores são canais de umidade que transportam vapor d’água e fazem com que chova durante todo o ano, inclusive no inverno, normalmente seco no Centro-sul. Sem chuva ao longo de todo o ano, não há condições para existir uma floresta, observa Nobre.

As reservas legais protegem 80% das florestas de uma propriedade rural e são essenciais para deter o desmatamento e, assim, preservar a Amazônia e os rios voadores que ela gera. Mas, para Nobre, a maior importância das reservas legais está na proteção da própria Amazônia.

As florestas prestam serviços, como redução da temperatura — são até 3 graus Celsius menos quentes que plantações e pastagens —, produção de água, prevenção de erosão e polinização de culturas comerciais.

— O maior impacto do desmatamento das reservas legais será para a agricultura da região, que já enfrenta um clima hostil e um solo pobre — salienta.

Professor titular do Instituto de Física da USP e reconhecido como o maior especialista do mundo em química da atmosfera da Amazônia, Paulo Artaxo vê ameaça concreta de perdas para os investidores nos setores agrícola e de energia, que dependem da disponibilidade de água e da regularidade climática.

— O desmatamento afeta o fluxo de umidade na atmosfera e traz desequilíbrio. A destruição de reservas legais trará incerteza para o Brasil. Para quem investe, é um fator de risco.


O Globo quarta, 01 de maio de 2019

MORRE A CANTORA BETH CARVALHO, AOS 72 ANOS

 

Morre a cantora Beth Carvalho, aos 72 anos

Sambista estava internada no Rio
 
 
Beth Carvalho no desfile do Bloco do Bola Preta, no Rio, em 2003 Foto: Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo
Beth Carvalho no desfile do Bloco do Bola Preta, no Rio, em 2003 Foto: Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo
 
 
 

A cantora Beth Carvalho , um dos mais importantes nomes do samba, morreu nesta terça-feira, no Rio. Ela estava internada por causa de problemas na coluna que a atormentavam há anos. A mangueirense Beth tinha 72 anos e a princípio cantaria no Vivo Rio no próximo fim de semana, mas os problemas de saúde a obrigaram a cancelar. Segundo o Hospital Pró-Cardíaco, ela morreu "em decorrência de infecção generalizada (sepse)".

Seu empresário, Afonso Carvalho, divulgou um comunicado na internet:

"Queridos amigos e fãs,

Nossa querida Beth Carvalho partiu hoje as 17:33, cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de “Andança”, até chegar a Marte com “Coisinha do Pai”, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o sepultamento".

A madrinha do samba

Aonde ela foi, sambista nenhum jamais chegou: Marte. Em 1997, a interpretação de Beth Carvalho para “Coisinha do pai”, de Jorge Aragão, foi escolhida pela Nasa para “acordar” o robô Sojourner, enviado em missão ao planeta vermelho.

 

Beth despertou para o mundo no mesmo lugar que serviu de berço para o samba. Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu, no dia 5 de maio de 1946, no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, área onde o samba surgiu, no começo do século passado. Mas, Beth foi criada mesmo na Zona Sul, onde desenvolveu três paixões: o Botafogo, a Mangueira e o PDT de Leonel Brizola.

A música estava próxima desde o começo. A avó tocava bandolim e violão; a irmã cantava. Beth ouvia desde cedo a Rádio Nacional, mas também tinha música ao vivo em casa. O pai, advogado, era amigo de cantores, que frequentavam a casa da família. Beth ouviu do sofá gente como Silvio Caldas e Elizeth Cardoso.

No carnaval, subia num caixote com a mãe para ver a Mangueira passar, numa época em que a Portela ganhava todos os carnavais. Decorava todos os sambas-enredo do ano. Só ficou difícil quando, aos 17 anos, arrumou um namorado que odiava a folia. Numa terça-feira gorda, ao se ver sozinha em casa, Beth não pensou duas vezes: vestiu a fantasia de havaiana, ligou a TV e sambou até de madrugada.

 

Apesar de ser intérprete de um ritmo vindo das classes populares, a família de Beth tinha uma vida financeira boa. A menina, ainda criança, estudou balé clássico e frequentou um curso de etiqueta para mulheres. Tinha aulas de como segurar um guarda-chuva, usar garfo e faca e entrar ou sair de um automóvel — com classe.

 

Só que o golpe militar, em 1964, trouxe problemas para a família da cantora: seu pai, fã de Lênin, foi demitido do cargo que ocupava no Ministério da Fazenda. Aí o dinheiro faltou na casa dos Carvalho. Beth começou a dar aulas de violão para ajudar os pais.

Como cantora, não começou com o samba, mas com a bossa nova. Encantada por João Gilberto, se apresentou com o ritmo em festivais universitários e shows. Chegou a gravar um compacto, em 1965, em que interpretava “Por que morrer de amor?”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Mas no ano seguinte já se aproximava do ritmo que a consagrou, participando do show “A hora e a vez do samba”, com Nelson Sargento e Noca da Portela.

Em 1968, conquistou o terceiro lugar no Festival Internacional da Canção interpretando "Andança", de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi.

Fez gravações históricas de mestres do samba, como Nelson Cavaquinho, Cartola, Nelson Sargento e Carlos Cachaça. O desejo de buscar o samba onde ele estivesse a levou à quadra do Cacique de Ramos, em Olaria, no momento em que despontava uma geração de novos talentos ali — e mais que isso, de uma nova forma de tocar samba, usando instrumentos como banjo e repique de mão. Acabou por revelar, a partir dos anos 1970, artistas ligados ao Cacique, como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Almir Guineto e Jorge Aragão.  É de 1978 o antológico disco "De pé no chão", em que gravou vários desses compositores.

Ao longo da carreira, continuou a chamar a atenção para novos talentos que surgiam, como Mariene de Castro e Quinteto em Branco e Preto, sem deixar nunca de gravar os bambas pioneiros. Tinha, por isso, o apelido de madrinha, do qual gostava, mas com reservas. Sempre achou um absurdo, no Brasil, artistas como Cartola precisarem de padrinhos para ser reconhecidos.

Problema na coluna

Em 2007, a cantora brigou com sua escola de samba do coração. Por conta dos problemas na coluna, pediu espaço em um carro alegórico, já que não conseguiria desfilar a pé. Ao chegar a hora do desfile, foi impedida de subir no carro, sob argumento de não ser “um baluarte”. Bethficou magoada, disse só voltar a desfilar na verde-e-rosa se recebesse um pedido de desculpas — que não veio. No ano seguinte, saiu na Viradouro, que homenageou Cartola.

Já 2009 foi um ano melhor. Beth foi homenageada no Grammy Latino, em Las Vegas, ocasião em que recebeu o “Lifetime achievement award”, prêmio do Grammy por sua carreira completa. No mesmo ano, veio o pedido de desculpas da Mangueira. O novo presidente à época, Ivo Meirelles, assumiu a escola e convidou Beth para a homenagem que a Mangueira faria a Nelson Cavaquinho no carnaval do ano seguinte. A cantora desfilou de cadeira de rodas.

A cadeira de rodas mostrava uma piora no problema de coluna. Beth Carvalho havia fissurado o sacro, osso na base da coluna. Precisou colocar dois parafusos para ajudar na calcificação. Brincava que, além de interplanetária, tinha virado “uma mulher biônica”. Só com bom humor mesmo para dar conta dos 18 meses em que precisou ficar de cama, por conta da lesão. Voltou aos palcos em 2011, mesmo ano em que lançou “Nosso samba tá na rua”, seu álbum mais recente. Em 2012, ganhou o Grammy Latino pelo CD.


O Globo terça, 30 de abril de 2019

CONCURSO DE DRAGS

 

Maior feira erótica da América Latina, Sexy Fair realizará pela primeira vez um concurso de drags

Concurso "Estrela Draglícia" será aberto para todas as manifestações artísticas do mundo drag
 
 
Concurso Draglícia receberá todos os tipos de manifestação artística do universo drag Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Concurso Draglícia receberá todos os tipos de manifestação artística do universo drag
Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
 
 
 

A maior feira erótica da América Latina, a Sexy Fair, contará pela primeira vez com um concurso de drags dentro das atrações previstas para o evento, que acontecerá no Centro de Convenções SulAmérica, entre os dias 30 de abril e 5 de maio, no Centro do Rio. O concurso "Estrela Draglícia"acontecerá no último dia do evento e será aberto para os mais diversos tipos de manifestações artísticas, inclusive drag queers, drag kings e performers.

 

Os três termos não são novos neste universo, mas, segundo a drag queen Bárbara Pah, uma das organizadoras do concurso, houve uma preocupação em abrir espaço para outras expressões artísticas que fossem além das drag queens.

A drag queen Bárvarah Pah, uma das organizadoras do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
A drag queen Bárvarah Pah, uma das organizadoras do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

— Escolhemos jurados de vários núcleos, com várias histórias, vários exemplos para que isso estivesse presente no palco. Tem Plus Size, tem trans, tem as esquisitas, as menininhas, etc.  Eu não preciso raspar meu sovaco para ser uma drag queen maravilhosa. Não tem padrão, o que a gente julga é a performance — disse Bárbara.

O concurso é dividido em três etapas. Dentre todas as inscrições, apenas 12 serão escolhidas para participar da competição. Na primeira etapa, haverá um júri técnico que escolherá seis pessoas para continuarem na briga. Na segunda fase, as drags precisarão fazer um desfile sensual, sem fugir das características individuais de cada uma, e o público escolherá apenas três. Na última etapa, as três sobreviventes farão uma apresentação musical de "lip sync" com uma música sorteada na internet. A decisão final caberá, novamente, ao público. O vencedor ou vencedora receberá um troféu e faixa estilizados, além kits de maquiagem, um jantar, roupas, produtos de sex shop, entre outros brindes.

 
 
Concurso Dralícia receberá todos os tipos de manifestação artística Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Concurso Dralícia receberá todos os tipos de manifestação artística Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

De acordo com Vinícius Santos, conhecido como DJ Vino e um dos organizadores do concurso,  drag é uma arte que não depende de gênero, nem de orientação sexual.

— A maioria da população acha que ser drag é ser como a Pablo Vittar, uma figura extremamente feminina e muito caricata. No concurso, nós não quisemos rotular ninguém como drag queen, rainha, coroa, nem nada, porque a nossa intenção era atrair todas as manifestações artísticas, inclusive drag kings, drag queers e performers — disse o DJ.

Esta será a quarta edição da feira erótica no Rio de Janeiro, e é a primeira vez que os organizadores dedicam um dia inteiro para o público LGBTQ+.

Com quase dois metros de altura, a drag queen Lorrayne Lovely será uma das juradas, além de ser a apresentadora oficial da feira. De acordo com ela, o evento ajuda na luta por respeito entre as mais diferentes expressões artísticas do universo drag, que existem há muito tempo.

— As pessoas gostam de falar que a gente precisa se acostumar com o novo. Eu não acredito que isso seja o novo. Eu sempre bato na tecla de que eu e todos nós sempre existimos, mas só agora estamos tendo mais liberdade de mostrar quem a gente é de verdade — disse Lovely, que é interpretada pelo professor de sapateado Breno de Souza.

 
A drag queen Lorrayne Lovely será uma das juradas do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
A drag queen Lorrayne Lovely será uma das juradas do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

Núbia Pinheiro, interpretada por Alexandre Ramos, também será uma das juradas do concurso. Alexandre é ex-office boy e se descobriu gay através do teatro e da arte drag. Há 21 anos performando, a drag queen torce para que o concurso consiga estimular essas manifestações artísticas e que as pessoas comecem a valorizar a arte drag no Brasil.

— É a minha autoestima. Eu sempre quis ser uma pessoa popular e nunca fui. A drag me fez ser uma pessoa querida, fez as pessoas virem até mim. Quando eu comecei a receber convite para fazer tv e colocava dinheiro para dentro de casa casa foi quando minha família começou a me ver diferente. Hoje em dia, minha família aceita, meus vizinhos aceitam, meu bairro aceita — disse ela. — A Núbia é tudo o que eu sempre quis ser.

A drag queen Núbia Pinheiro será uma das juradas do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
A drag queen Núbia Pinheiro será uma das juradas do concurso Draglícia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

 

Cerca de 50 mil visitantes são esperados durante os seis dias de evento. Além disso, os organizadores da feira insistem que todas as atrações possuem conteúdo erótico, e não pornográfico.

Camila Leite é uma das inscritas no concurso e interpreta a drag queen Milka, uma vampira. Seu primeiro contato com o mundo drag foi através do programa americano RuPaul's Drag Race, um show de talentos em que as competidoras participam de gincanas e provas que testam suas habilidades.

 

— Eu nem pensava que poderia existir uma mulher fazendo drag, mas como eu sempre fui meio alternativa e frequentava os shows, quando eu vi eu já estava performando. Fui lá e fiz — disse ela, que interpreta Milka há 4 anos.

Camila Leite se inscreveu no concurso para interpretar a drag queen Milka, uma vampira Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Camila Leite se inscreveu no concurso para interpretar a drag queen Milka, uma vampira Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

 

O que significa cada termo?

Segundo Vino, cada termo representa uma parte da arte drag como um todo, podendo ser interpretado por qualquer pessoa, seja ela cis, trans, não-binária, etc.

Drag Queen: é a manifestação da arte drag através de um persona feminina, que vai ter traços, características e trejeitos de uma figura que seja facilmente identificada como uma figura feminina.

Drag King: é uma manifestação de arte drag na qual a pessoa se expressa através de uma persona masculina. Pode ter barba, bigode postiço ou de maquiagem, e você automaticamente identifica o personagem como uma figura masculina.

Drag Queer: transita pelos dois gêneros. É uma manifestação drag agênera ou andrógina. Você olha e não consegue, a princípio, identificar o gênero daquele personagem.

Performer:  é uma pessoa de qualquer gênero que manifesta sua arte através de performances que podem transitar pelo esquisito, pelo masculino, pelo feminino, pelo andrógino, pelo extraterrestre, pelo fantasmagórico, pelo infantil, sempre de acordo com o estilo do artista.

 

Serviço

Sexy Fair 2019 - www.feiraerotica.com

Data: 30 de abril a 05 de maio

Local: Centro de Convenções Sul América

Endereço: Av: Paulo de Frontin, nº 01 - Cidade Nova – Centro – RJ

Ingressos à venda pelo site: www.ingressocerto.com


O Globo segunda, 29 de abril de 2019

SEM REGRAS NO RIO, PATINETES ELÉTRICOS JÁ LEVAM USUÁRIOS PARA HOSPITAIS

 

Ainda sem regras no Rio, patinetes elétricos já levam usuários para hospitais

Só o Copa D'Or, em Copacabana, recebeu 30 pacientes no último mês por causa de acidentes com o veículo
 
 
Homem circula com patinete na Avenida Presidente Vargas: imprudência Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo
Homem circula com patinete na Avenida Presidente Vargas: imprudência Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo
 
 
 

RIO - Os patinetes elétricos caíram no gosto dos cariocas, mas nem tudo é diversão quando se trata da novidade, que desembarcou no Rio no fim do ano passado. O uso do equipamento ainda não conta com uma regulamentação da prefeitura, e o vácuo de regras reserva riscos que já são motivo de atendimentos em hospitais. Só o Copa D´Or, em Copacabana, recebeu 30 pacientes no último mês por causa de acidentes com patinetes. No Hospital São Lucas, no mesmo bairro, foram 40 acidentados desde o início do ano, sendo cinco casos de internação com lesões mais complexas, como traumatismos cranianos e fraturas de ossos da face.

LEIA MAIS: Aluguel de patinetes elétricos é alvo de queixas

Chefe da Ortopedia do Copa D´Or, Daniel Ramallo diz que os casos mais graves têm a ver com fraturas de mãos, punhos e cotovelos.

— É um fenômeno novo, não tínhamos um quantitativo de trauma por acidente com patinetes. Agora, tornou-se frequente. Recebemos pacientes, jovens e de meia idade, praticamente todo dia — afirma o médico, recomendando: — É fundamental usar equipamentos de segurança para evitar traumas de membro.

Criança na carona do patinete: não há regras sobre menores Foto: Custódio coimbra
Criança na carona do patinete: não há regras sobre menores Foto: Custódio coimbra

Nas ruas, cariocas dizem que o patinete é uma novidade que chegou para ficar. Além de uma forma de lazer, já é adotado como meio de transporte. Mas o veículo elétrico também coleciona reclamações sobre velocidade, ausência de equipamentos de segurança e de horários e locais permitidos. E não há normas oficiais sobre o uso por crianças e adolescentes. Nas estações do Patinete Petrobras, a recomendação é de que os equipamentos não sejam alugados para menores de 18 anos. O mesmo aparece no termo de uso do aplicativo da Grin, que diz nas dicas de segurança fixadas nos veículos que estes devem ser usados apenas por uma pessoa.

No entanto, não é raro ver casais e até pais e filhos pequenos compartilhando um mesmo patinete, até por falta de orientações claras. E há também muita imprudência, como usuários que se aventuram entre carros e ônibus, o que é vetado pelas poucas orientações vigentes.

 

Os acidentes são mais frequentes em dias ensolarados, fins de semana e feriados. Na semana passada, a universitária Laís Barroso, de 27 anos, caiu minutos depois de dar a partida pela primeira vez. Seria um percurso rápido, entre o Forte de Copacabana e algumas ruas depois.

— Havia um homem no meio da ciclovia e, quando desviei, não consegui parar. Caí violentamente. Tive várias escoriações, fiquei com a perna roxa e tive a pele do dedo da mão arrancada — contou. — Apesar de ser um meio de transporte com facilidade de deslocamento, é um pouco perigoso porque as pessoas ainda não estão adaptadas.

Cariocas usando no patinete no centro do Rio Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Cariocas usando no patinete no centro do Rio Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

No mês passado, a publicitária Alessandra Assis, de 45 anos, também sem muita prática com o aparelho, deslocou o cotovelo após desviar de dois jovens na orla do Leblon. Ela permanece com o braço imobilizado:

— Não é um brinquedo, e nós não estamos adaptados a esse tipo de transporte: nem quem está pilotando nem quem está de fora.

Regras em estudo

A Secretaria municipal de Fazenda do Rio informou que trabalha na elaboração de um decreto definitivo com a regulamentação do serviço de aluguel de patinetes. A partir da publicação do texto as empresas licenciadas que não cumprirem as regras, incluindo as de segurança, estarão sujeitas a punições. O que vale hoje no Rio é um decreto da prefeitura publicado em 2018 em caráter experimental. Ele diz que a utilização dos patinetes deve respeitar as regras do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que autorizam o veículo somente em áreas de circulação de pedestres (com velocidade máxima de 6km/h) e ciclovias e ciclofaixas (velocidade máxima de 20km/h).

 

O decreto municipal ressalta que, nas vias para carros, os patinetes só são permitidos se as pistas estiverem fechadas para lazer.

Na foto, mulher usa patinete no Centro do Rio Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Na foto, mulher usa patinete no Centro do Rio
Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

— Temos um vácuo normativo, não há regulamentação federal específica para patinetes. Tratando-se de transporte e de mobilidade, a regra deve ser padrão para todo o país, e as autoridades municipais devem fazer os ajustes de acordo com a topografia e o comportamento da população — destaca Fernando Pedrosa, especialista do Instituto de Tecnologia para o Trânsito Seguro.

Apesar dos perigos, os patinetes elétricos viraram uma febre. A Patinete Petrobras possui 500 veículos, que já fizeram mais de 5,5 mil viagens desde dezembro. Uma hora no equipamento da marca custa R$ 16, enquanto o preço de meia hora no da empresa Grin é R$ 19. No Centro, a novidade virou uma opção para quem não quer ficar engarrafado.

— Vou almoçar no Museu de Arte do Rio (MAR) e escolhi o patinete por ser o meio mais rápido e mais divertido — afirmou a advogada Beatriz Yuan, sobre um patinete da Grin.

Veículos estão sendo usados para roubos

Novo xodó dos cariocas, os patinetes elétricos já despertam a atenção da polícia. Isso porque vítimas de roubo relataram terem sido abordadas por criminosos sobre os veículos. Desde janeiro, pelo menos 12 pessoas foram detidas por roubos na Zona Sul cometidos com o uso do equipamento, cujas facilidades são aproveitadas para escapar rapidamente do local. Um dos casos, em Copacabana, impressionou a Polícia Civil.

 

Uma mulher pedalava com uma bicicleta “laranjinha”, alugada também por aplicativo, quando quatro criminosos com patinetes a cercaram. Eles roubaram os pertences da vítima e fugiram levando ainda a bicicleta.

— Além daqueles autuados em flagrante por estarem de posse do patinete sem o aplicativo, ainda há alguns criminosos que se valem do equipamento para praticar outros roubos. Eles usam o equipamento como meio de locomoção para agilizar a fuga — revela a titular da 12ªDP (Copacabana), Valéria Aragão.

Juntamente com a 14ª DP (Leblon), a unidade centraliza o registro de flagrantes na Zona Sul. No Leblon, durante o carnaval, um homem foi flagrado por guardas municipais na Rua Humberto de Campos portando um patinete sem o aplicativo necessário para sua liberação. Na Central 1746, o vaivém de patinetes elétricos rendeu 41 reclamações da população à prefeitura desde janeiro.


O Globo domingo, 28 de abril de 2019

OPÇÕES SEM CARNE

 

Crítica: Puro, nos quatro anos da casa, Pedro Siqueira amplia leque de opões sem carne

Aposta alta (e certeira) em mais pratos vegetarianos
 
 
Com peixe. Escabeche com legumes confitadosFoto: Divulgação
Com peixe. Escabeche com legumes confitados Foto: Divulgação
 
 
 

Baixei no Puro para almoçar recém-chegada de um spa vegetariano. Nem é preciso tanto para se dar conta do quanto esse “mundo verde” cresceu, evoluiu e hoje está presente em boa parte dos cardápios da cidade. Qualquer um que seja. Se antes havia uma ou duas opções para veganos em cartaz, agora são muitas e em versões que surpreendem por criatividade, elaboração e requinte. O menu festivo de quatro anos do Puro, a casa do Horto de Pedro Siqueira, chef que sempre teve um pé no natural, é a prova disso. Siqueira nunca apostou tão alto nesse tipo de alimentação. E acertou em cheio.

 

O chef domina bem esse universo, como mostrou logo no primeiro prato à mesa: alface americana grelhada no carvão, servida com straciatella (queijo de búfala desfiado), salpicada de castanha e raspinhas de limão (R$ 29), uma adorável abertura. O segundo manteve o pique: meia banda de abóbora assada, com casca crocante e polpa se desmanchando, servida com um iogurte da casa temperado com cúrcuma e finalizado com uma “nuvem” de queijo tulha (R$ 29). O coração de berinjela veio braseado com mel e balsâmico, acompanhado de ricota de búfala e pangrattato (pão seco moído), delicioso (R$ 41).

O menu traz, ainda, pratos leves, como o escabeche de peixe com legumes confitados, caldo de tomate e ervilha (R$ 29) e o nhoque de sêmola com lagostim, abóbora e coco queimado (R$ 49). Partimos em seguida para o “cappuccino” da casa: musse de café,creme de leite, nibs (casquinha torrada do grão do café) e lascas de doce de leite de corte (R$ 26). Puro prazer.

Puro: Rua Visconde de Carandaí 43, Jardim Botânico (3284-5377). Seg a sex, do meio-dia às 17h e das 19h à meia-noite. Sáb, do meio-dia e meia às 17h e das 19h à meia-noite. Dom, do meio-dia e meia às 22h.


O Globo sábado, 27 de abril de 2019

NÉLIDA PIÑON DECIFRA A SI MESMA EM NOVO LIVRO

 

Nélida Piñon decifra a si mesma em novo livro

Imortal da ABL reúne textos confessionais nos quais revê sua trajetória, homenageia pessoas queridas e reflete sobre seu ofício
 
 
A escritora Nelida Piñon em 7 de dezembro de 2016 Foto: Leo Martins / Agência O Globo
A escritora Nelida Piñon em 7 de dezembro de 2016 Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 
 
 

“Uma furtiva lágrima” Autora:Nélida Piñon Editora: RecordPáginas: 320 Preço: R$ 49,90Cotação: Bom

Capa do livro
Capa do livro "Uma furtiva lágrma", de Nélida Piñon Foto: Reprodução

“Escrever é o que sei fazer. Narrar me insere na corrente sanguínea do humano e me assegura que assim prossigo na contagem dos minutos da vida alheia”, registra Nélida Piñon, 81 anos, num dos textos iniciais do livro de ensaios “Uma furtiva lágrima”. Constituído de reflexões, observações do cotidiano, reminiscências e exercícios de escrita, o novo livro da imortal da Academia Brasileira de Letras usa a literatura como chave para decifrar a si mesma e ao mundo. A autora de “A casa da paixão” e “A república dos sonhos” produz uma arqueologia de afetos, de leitura e conhecimento, de triunfos e perdas, do álbum de família.

 

Não se trata essencialmente de um diário de memórias, e sim de uma coletânea que tem a memória como fio condutor. Aos 81 anos, Nélida escreve com liberdade e vigor, dando forma a breves testemunhos nos quais exalta a existência física e as experiências subjetivas, num confronto contínuo com a finitude.

Em “Sentença”, por exemplo, rememora um período de angústia, no qual o diagnóstico de um câncer lhe condenou a, no máximo, um ano de vida. Pela primeira vez convivendo “com a ideia da partida”, reservou-se ao silêncio e ao desejo de que “o sofrimento não danificasse sua dignidade”, até que o veredito revelou-se equivocado. “Quase três anos depois, estou bem. Resisti, vivo, penso. Imagino, sobretudo escrevo. Eis os segredos da vida”, declara.

 

Com sabor de ficção

Nélida impõe uma dicção íntima, quase confessional, narrando com elegância e delicadeza, embora suas frases transmitam potência e magnetismo. Tal domínio conduz o leitor em incursões pelo passado, em textos nos quais a autora visita a Galícia, terra dos seus avós, antes de buscarem exílio no Brasil, e a sua infância, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, considerado “seu feudo espiritual”. “Sou mulher, brasileira, escritora, cosmopolita, aldeã, criatura de todas as partes, de todos os portos”, autodefine-se.

 

Nesses casos em que se encontra com a natureza de seus antepassados, a realidade parece beber da fonte da ficção, onde verdade e imaginação insinuam se cruzar. Trata-se de uma matriz afetiva através da qual dialoga com os entes queridos e eterniza o amor pelos cães Suzy e Gravetinho Pinõn, a quem dedica o livro in memoriam. Ainda nessa seara de sentimentos, Nélida homenageia escritores, reverencia obras que marcaram sua vida, e narra episódios saborosos, como o dia em que foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, num quase imbróglio envolvendo Afrânio Coutinho, Rubem Fonseca e Lygia Fagundes Telles.

Outros textos, com tonalidades academicistas, dão conta de reflexões sobre filosofia, teologia e mitologia grega. Fazem parte de um repertório que extrapola os limites da prosa livre, ganhando ares de manifesto e alvos certos, a exemplo do ensaio “Política”, no qual protesta contra “uns pobres-diabos revestidos de falsa magia”.

O ponto alto, contudo, compete aos textos de expressões mais densas e complexas, quando a autora olha para o fundo de si. Expõe suas fragilidades, seus anseios, sua solidão, rivalizando a tudo com o escudo da escrita, com a força da literatura que a permite ser “múltipla, muitas”, ao mesmo tempo que única, singular. Uma senhora escritora. E um livro, que representa um legado.


O Globo sexta, 26 de abril de 2019

NÃO HÁ MAIS INGRESSO PARA O ROCK IN RIO

 

Não há mais ingressos para o Rock in Rio 2019

Venda oficial foi encerrada nesta quinta-feira, duas semanas após a abertura
 
 
Nile Rodgers no palco do Rock in Rio, em 2017 Foto: Bárbara Lopes / O Globo
Nile Rodgers no palco do Rock in Rio, em 2017 Foto: Bárbara Lopes / O Globo
 
 

RIO — Foram oficialmente encerradas, nesta quinta-feira, as vendas para o Rock in Rio 2019 , com o fim dos ingressos disponíveis para os três dias que ainda estavam disponíveis no site do festival — 5 de outubro (o de P!nk como headliner), 29 de setembro ( Bon Jovi ), e, por último, 28 de setembro ( Foo Fighters ).

Os ingressos diários para o Rock in Rio 2019 custavam R$ 525 (inteira) e R$ 262,50 (meia-entrada). Em novembro, com poucas atrações confirmadas, 198 mil Rock in Rio Cards se esgotaram em menos de duas horas.

Para esta edição, o festival ganhará cinco novas áreas — Espaço Favela ,New Dance Order , NAVE – Nosso Futuro é Agora, Fuerza Bruta e Rota 85 —, num total de 16 ambientes. Com isso, o evento terá 385 mil m² de área útil na Cidade do Rock instalada no Parque Olímpico, 60 mil m² a mais que em 2017. Os portões de cada dia vão se abrir às 14h e se fechar às 4h.

O Rock in Rio será realizado entre os dias 27 e 29 de setembro e 3 e 6 de outubro. Em sete dias, o festival organizará um total de 250 shows abertos para o público nas diversas áreas do evento. As principais atrações são Drake, Foo Fighters, Bon Jovi, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden, P!nk, Imagine Dragons e Muse.


O Globo quinta, 25 de abril de 2019

MARIANA GOLDFARB CELEBRA NOVOS TALENTOS DA MODA NO VESTE RIO

 

Mariana Goldfarb celebra Novos Talentos da moda no Veste Rio

Madrinha desta edição, modelo também revelou detalhes do casamento com Cauã: 'celebração do nosso amor
 
'
Mariana Goldfarb, no Veste Rio Foto: Daniel Ramalho / Agência O Globo
Mariana Goldfarb, no Veste Rio Foto: Daniel Ramalho / Agência O Globo
 
 

A modelo e apresentadoraMariana Goldfarb surgiu no Píer Mauá para assistir da primeira fila o desfile do projeto Novos Talentos, do Veste Rio , nesta quarta-feira. Madrinha da iniciativa, ela falou com exclusividade sobre a vida de casada — ela oficializou sua união com o ator Cauã Reymond há dez dias, em Minas Gerais .

Modelo há oito anos, Mariana contou que sua relação com a moda e com a beleza está numa fase tranquila. Aprendeu a usar só o que quer e o que lhe cai bem.

— Uso a moda para ficar bonita. Depois de muitos problemas, descobri que a roupa não é para nos deixar estática. Ela pode ser fluida, seguir nossos ciclos e momentos, sabe?

Mariana Goldfarb, no Veste Rio Foto: Daniel Ramalho / Agência O Globo
Mariana Goldfarb, no Veste Rio Foto: Daniel Ramalho / Agência O Globo

 

Defensora da diversidade na indústria, Mariana acredita que precisamos de mais exemplos como o da top Ashley Graham.

— Temos poucos nomes ainda, mas é bom quebrar esses padrões. Não é só mulher magra que é bonita, que merece um look bacana... Beleza é para todos.


O Globo quarta, 24 de abril de 2019

Rio2C AGITA CIDADE DAS ARTES

 

Rio2C agita Cidade das Artes com maratona de atividades

 

Maior evento da indústria criativa na América do Sul aposta em entretenimento, tecnologia e, pela primeira vez, em neurociência
 
Cidade das Artes receba a Rio2C Foto: Divulgação
Cidade das Artes receba a Rio2C Foto: Divulgação
 
 
 

Começou na tarde desta terça-feira (23) a segunda edição da Rio Creativa Conference (Rio2C) na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

O evento traz para o público inovações e um universo diversificado sobre as tendências e consumo do mercado audiovisual. A exposição, que pretende reunir investidores e produtores de conteúdo até o próximo sábado (28), foi dividida em três campos: mercado, conferência e festival. 

O criador e CEO do evento, Rafael Lazarini, afirmou que a missão da Rio 2C é estimular as pessoas e fazer com que elas saiam de suas zonas de conforto.

— A missão do Rio2C é inovar, inspirar e conectar mentes criativas. Seja para você começar uma startup no setor que for, seja para produzir seu conteúdo nas novas plataformas de streaming, seja uma banda que você está lançando — disse Lazarini.

 Sucessora do Rio Content Market, a Rio 2C causou um impacto de R$ 200 milhões na economia em sua primeira edição, realizada ano passado também na Cidade das Artes. O número de palestrantes cresceu de 492 para mais mil.

Hoje a principal atração foi a palestra de KondZilla, criador e proprietário do maior canal brasileiro do YouTube. Nos próximos dias será a vez de Heitor TP, ex-integrante da banda Simply Red e compositor de trilhas em Hollywood; Morena Baccarin, atriz brasileira que fez filmes como “Deadpool” (1 e 2) e as séries “Gotham” e “Homeland”, que falará no painel “A Arte da atuação”, ao lado do ator Cauã Reymond; João Mesquita, CEO da Globoplay; Roberto Rios, Vice-Presidente Corporativo, Produções Originais da HBO Latin America; Betsy West, diretora e produtora vencedora de 21 Emmys de Jornalismo e nomeada este ano ao Oscar de melhor documentário com "RBG"; Charlie Brooker e Annabel Jones, da série "Black mirror"; Ted Sarandos, Chief Content Officer (CCO) da Netflix.

 

Entre as novidades do ano estão o BrainSpace, espaço voltado à neurociência e a relação com a criatividade, e a Casa das Marcas, área dedicada a discussões na área de conteúdo para marcas, além do lançamento do primeiro prêmio da indústria criativa.

Outra novidade é o Rio2Night, um ponto de encontro em bares do Vogue Square para quem quiser estender o networking ou aproveitar a happy hour. Transportes vão sair da Cidade das Artes para a Vogue Square das 18h30 às 21h30. 


O Globo terça, 23 de abril de 2019

BELGA BRASSERIE

 

Crítica: Belga Brasserie, uma pequena viagem à Bélgica no Centro

Restaurante tem festival de mexilhões e outras agradáveis surpresa
 
 
Festival Moules-Frites aos sábados: 4 tipos de molhos Foto: Divulgação
Festival Moules-Frites aos sábados: 4 tipos de molhos Foto: Divulgação
 
 
 

Não fossem as cervejas belgas, pouco teríamos da mesa desse país no Rio. Isso sem falar, claro, de chocolates e gaufres, um primo gorducho do waffle, que volta e meia dá o ar da sua graça em alguns cardápios e em lojas especializadas. Mas restaurante belga mesmo, não tínhamos. E aqui falo no passado, porque, não faz muito tempo, abriu um no Centro, na Rua Andradas. Funciona no térreo de uma bela construção de 1927, restaurada e adaptada para acolher o Belga Hotel, um achado. Tocado por belgas, tem no térreo uma brasserie que abre para o café, almoço e happy hour, com menu de tapas para acompanhar as cervejas chamdo bapas (beer+tapas). Aos sábado, o quadro-negro na porta anuncia: é dia de festival de moules & frites. Não é ótimo?

Belga Brasserie, uma pequena viagem à Bélgica no Centro Foto: Divulgação
Belga Brasserie, uma pequena viagem à Bélgica no Centro Foto: Divulgação

São quatro versões de mexilhões, que chegam em caçarolas de ferro fumegantes escoltadas por fritas douradas e maionese do chef. A “nature”, só no caldo de vegetais, custa R$ 73, e a moules à l’ail, no alho, R$ 77, mesmo preço das outras duas versões, nas quais mergulhamos de cabeça: Blanche, turbinada com cerveja, e Au vin, com vinho branco no caldo, que trazia aipo, abobrinha, cebola... Tomamos até o fim, de conchinhas.

Entre os “hooffdgerechten”, os pratos principais (ufa), tem espaguete com creme fumê de camarão e camarões frescos (R$ 53) e o clássico poulet sauce archiduc, peito de frango no molho cremoso de cebola com páprica, prato que provei em Bruges, entre muitos copos de cervejas. Não fosse a “belgischecocolademousse”, que mandou uma glicose para dentro, teria deixado o restaurante que conheci na viagem trocando as pernas. E com risco de sumir nos canais. No Centro, que tem a mesma sobremesa (R$ 26), não foi diferente. Só faltaram os canais.


O Globo segunda, 22 de abril de 2019

COMO ECONOMIZAR NAS PRÓXIMAS FÉRIAS

 

Orlando barato: conheça algumas atrações que custam até US$ 20 na cidade na Flórida

Museus, pistas de corride e até áreas públicas de parques são opções para quem quer gastar menos
 
 
Bok Tower Gardens, nos arredores de Orlando Foto: Divulgação
Bok Tower Gardens, nos arredores de Orlando Foto: Divulgação
 
 
 
 

Explore a International Drive

A via principal de Orlando não tem apenas outlets ou hotéis mais em conta. Há muitas atrações com bilhetes mais baratos que US$ 20. É o caso do "museu" de bizarrices e recordes Ripley's Believe It or Not! A entrada custa US$ 18,99 para adultos e US$ 12,99 para crianças de 3 a 11 anos. No interior do estranho prédio (que, do lado de fora, parece estar sendo engolido pela terra), o visitante encontra coisas ainda mais esquisitas, como a estátua do homem mais alto do mundo e uma cópia de "Monalisa" feito com pedaços de pão. Há ainda peças de valor histórico, como um pedaço do Muro de Berlim.

Brinquedo no Crayola Experience, na International Drive, em Orlando Foto: Marco Antônio Rezende / O Globo / Arquivo
Brinquedo no Crayola Experience, na International Drive, em Orlando
Foto: Marco Antônio Rezende / O Globo / Arquivo

Na mesma avenida, o Crayola Experience é uma atração feita para famílias. São dois andares dedicados ao mundo dos lápis de cera e muitas atividades, que vão desde brinquedos a áreas para desenhar e pintar. Quem compra o ingresso no site do Visit Orlando paga US$ 18,95. É uma boa opção para quem for às compras no The Florida Mall, que fica ao lado

Outra atração da International Drive é o I-Drive NASCAR, um complexo com pista de kart (onde se pode chegar a até 70 km/h), jogos eletrônicos, boliche, sinuca e restaurante. Para se aventurar no volante, o pacote custa US$ 18,99 para adultos e US$ 16,99 para adolescentes menores de 16 anos e maiores de 1,39m.

Passeie nos parques temáticos... fora deles

Tanto o Walt Disney World quanto o Universal Orlando Resort têm áreas onde não se precisa pagar para circular. São calçadões que reúnem lojas, restaurantes e algumas atrações, sempre margeando lagos. Mas um aviso: caminhar por esses lugares é de graça, mas é uma verdadeira tentação para os bolsos.

 

No complexo da Disney são dois. O maior deles é o Disney Springs (antigo Downtown Disney), que está mais para um bairro temático que para um mero calçadão. São quatro zonas distintas: The Landing, Marketplace, West Side e Town Center, com lojas que vendem desde Mickeys de pelúcia a verdadeiras obras de arte inspirada no (cada vez maior) catálogo de personagens da Disney.

Disney Boardwalk, o calçadão temático com lojinhas, restaurantes e até artistas de rua, aberto ao público, em Orlando Foto: Divulgação
Disney Boardwalk, o calçadão temático com lojinhas, restaurantes e até artistas de rua, aberto ao público, em Orlando
Foto: Divulgação

O Disney Springs não dá acesso a nenhum parque. Ao contrário do Disney’s BoardWalk, que dá acesso a uma das entradas ao Epcot. Seu calçadão tem apenas 400 metros de extensão, mas muito charme e e arquitetura inspirados em destinos costeiros americanos da primeira metade do século XX. Há artistas de rua e passeios de barco pelos canais do resort.

Já o Universal CityWalk é o acesso principal aos parques temáticos Universal Studios Florida e Islands of Adventure. Também há dezenas de restaurantes temáticos e lojas, incluindo de grifes que não têm nada a ver com as atrações dentro do parque. Ele termina num lago, de ondem partem barcos para os hotéis da Universal.

Entre em contato com a natureza

Lake Eola Park, em Downtown Orlando Foto: Creative Commons / Reprodução
Lake Eola Park, em Downtown Orlando Foto: Creative Commons / Reprodução

A maioria dos turistas não vai a Downtown Orlando. E quando vai, o interesse maior é a vida noturna. Mas no coração da cidade fica o Lake Eola Park. Ótimo lugar para piqueniques e contemplação, além de contar com um grande sistema de trilhas e ciclovias. A fonte principal é outra atração imperdível, sobretudo à noite, quando há espetáculos de luz e movimentos coreografados. A entrada é franca.

 

Outro jardim que merce a visita, no norte da cidade, é o Harry P. Leu Gardens. São três quilômetros de calçadas em meio a jardins exuberantes, árvores tropicais e semitropicais e 40 coleções de flores de todo o mundo. O jardim das borboletas e o relógio de flores, ao lado do qual acontecem apresentações musicais ao ar livre, são dois dos pontos mais conhecidos. É possível também visitar o casarão no centro do terreno, datado de 1880. A entrada custa US$ 10 para adultos e US$ 5 para crianças de 4 a 17 anos.

Com ingressos a US$ 19,50 (para adultos; crianças de 3 a 12 anos pagam US$ 13,75), o Central Florida Zoo & Botanical Gardens é outra ótima opção para passeios em família na cidade, com mais de 500 animais e 23 hectares de jardins. Ele fica a cerca de 25 minutos do centro de Orlando, na vizinha Sanford.

Entre Sanford e Orlando está a Ilha Wekiva, que fica às margens do Rio Wekiva e na borda do parque estadual que preserva suas nascentes. A entrada custa US$ 2 e dá direito a passar o dia nessa grande área verde, onde se pode nadar, jogar vôlei, fazer um piquenique ou apenas relaxar na grama ou sob as árvores. Há ainda outras atividades pagas, como aluguel de caiaque, botes e stand-up paddle.

Um pouco mais distante da cidade, em Lake Wales, está o marco histórico nacional Bok Tower Gardens. A torre principal tem 60 sinos que tocam duas vezes ao dia. Em torno dela se estende um jardim de 100 hectares com árvores e plantas de todos os cantos do mundo, com áreas para contemplação e outras para trilhas e caminhadas. O lugar é também um santuário de pássaros, o que atrai muitos birdwatchers. Os ingressos para adultos custam US$ 15 e os ingressos para crianças são de US$ 5.

 

Cultura que cabe no bolso

Para quem quer programas culturais de qualidade, a dica é pegar o carro e dirigir ao norte de Orlando, em direção à cidade de Winter Park. Só passear pelas ruazinhas pacatas, cheias de cafés, restaurantes e lojas independentes já vale a pena. Mas se o tempo permitir, programe uma visita ao Albin Polasek Museum & Sculpture Gardens, que reúne esculturas de Albin Polasek em um lindo jardim. A entrada csta US$ 10.

As esculturas do Albin Polasek Museum & Sculpture Gardens em Winter Park, nos arredores de Orlando, Flórida Foto: Divulgação
As esculturas do Albin Polasek Museum & Sculpture Gardens em Winter Park, nos arredores de Orlando, Flórida
Foto: Divulgação

A cidade também sedia o festival Popcorn Flicks in the Park , com exibe filmes "para toda a família" ao ar livre nas segundas quintas-feiras de cada mês no Central Park.

Winter Park conta também com boas opções de museus e galerias de arte, alguns deles com entrada franca durante todo o ano, como o Winter Park Historical Museum, o Crealdé School of Art Galleries e o Cornell Fine Arts Museum, este com mais de cinco mil obras que vão desde antiguidade até arte contemporânea. Outro destaque da cidade é o The Charles Hosmer Morse Museum of American Art, que abriga a coleção mais abrangente de Louis Comfort Tiffany, e que tem entrada gratuita às sextas-feiras, das 16h às 20h, entre novembro e abril (nos outros dias, o ingresso custa US$ 6).


O Globo domingo, 21 de abril de 2019

GISELE BÜNDCHEN DE BIQUÍNI ESTÁ ENTRE OS MOMENTOS MAIS ICÔNICOS DA SPFW

 

Gisele Bündchen com biquíni estampado com Che Guevara está entre os momentos mais icônicos da SPFW

Ana Hickmann com cobra no pescoço e Adriana Lima como rainha de bateria também são destaques
 
 
 

O Globo sábado, 20 de abril de 2019

MORRE MC SAPÃO, EXPOENTE DO FUNK CARIOCA

 

Morre MC Sapão, expoente do funk carioca dos anos 2000

Sucesso em festas de casamento, artista passou oito meses na prisão e teve como grande sucesso a música 'Tô tranquilão'
 
 
O funkeiro Jefferson Fernandes Luiz, conhecido como MC Sapão Foto: Marcos Samerson / Divulgação
O funkeiro Jefferson Fernandes Luiz, conhecido como MC Sapão Foto: Marcos Samerson / Divulgação
 
 
 

RIO - Na tarde de sexta-feira, a assessoria de imprensa do cantor de funk Jefferson Fernandes Luiz, mais conhecido como MC Sapão , confirmou a morte do artista no Hospital dos Servidores do Estado, onde estava desde quinta-feira. Ele era uma das atrações confirmadas do show 'Funk Orquestra', no Palco Sunset do Rock in Rio , em outubro.

 

Sapão, de 40 anos, deu entrada em outro hospital da cidade, o Rocha Faria, no último dia 10 de abril, com quadro de pneumonia, mas foi transferido para o Hospital dos Servidores. Ele sofria de diabetes e, em 2013, por motivos de saúde, teve que perder perder 50 quilos.

Expoente do funk carioca nos anos 2000, o cantor Jefferson Fernandes Luiz, mais conhecido como MC Sapão, morreu neste dia 19 de abril de 2019, vítima de pneumonia. Ele, que em 2013 teve que perder 50kg por motivos de saúde e estava internado havia 10 dias, compôs hits como 'Diretoria', 'Tô tranquilão' e 'Vou desafiar você'
 
Expoente do funk carioca nos anos 2000, o cantor Jefferson Fernandes Luiz, mais conhecido como MC Sapão, morreu neste dia 19 de abril de 2019, vítima de pneumonia. Ele, que em 2013 teve que perder 50kg por motivos de saúde e estava internado havia 10 dias, compôs hits como 'Diretoria', 'Tô tranquilão' e 'Vou desafiar você'

Nascido no Complexo do Alemão, Jefferson (que ganhou o apelido de Sapão por causa dos olhos arregalados) teve problemas com a lei ainda jovem. Aos 18 anos de idade, passou oito meses preso, sob a alegação de associação ao tráfico de drogas. Na prisão, compôs a música "Eu sei cantar", para a mãe, prometendo que ia usar seu dom, a partir dali, para fazer o bem. Ele acabou sendo absolvido por falta de provas.

Em 2005, Sapão lançou o seu primeiro grande sucesso no funk, "Diretoria", que o fez participar de diversos bailes no Rio. Com um estilo vocal melódico, com influências do soul, ele se rapidamente se diferenciou dos muitos MCs do funk. No ano seguinte, ele teve o seu maior hit, "Tô tranquilão".

 

 

Entre os outros sucessos de Sapão estão "Mocinho e bandido" (com a dupla sertaneja João Neto e Frederico), "Deixa ela dançar", "Vou desafiar você" e "Rei do baile" (com MC Guimê e Mr. Catra). Sapão era um dos MCs mais requisitados para festas de casamentos, tendo cantado em 2010 no dos atores Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank.

 

O artista deixa quatro filhos: Pedro (de 15 anos), Kevin (12), Odara (10) e Brisa (7).

Nas redes sociais, o funk lamentou a morte de Sapão. O MC Bob Rum, do "Rap do Silva", escreveu: "Talento como muitos, mas amigo como poucos. Sua gargalhada alta, seu sorriso sincero e sua amizade jamais serão esquecidos. Obrigado pelos momentos hilários e alegres que vivemos, que Deus console a família que ficou, te receba de braços abertos e que os anjos te recebam cantando."


O Globo sexta, 19 de abril de 2019

RISOTO DE BACALHAU COM ABÓBORA: RECEITA

 

Aprenda a receita de risoto de bacalhau com abóbora de Claude Troisgros

Em vídeo, chef ensina prato para a Páscoa que pode ser feito o ano inteiro
 
 
Aprenda a receita de risoto de bacalhau com abóbora de Claude Troisgrois Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação
Aprenda a receita de risoto de bacalhau com abóbora de Claude Troisgrois Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação
 
 

Aprenda a fazer a receita de risoto de bacalhau com abóbora queClaude Troisgros servirá no domingo em seus restaurantes no Rio, mas você pode fazer o ano inteiro. A receita que o chef ensina em vídeo é para quatro pessoas.

Imagens: Claude Troisgros / divulgação
Imagens: Claude Troisgros / divulgação

 

Ingredientes

Para a abóbora:
 

- 300g de abóbora Bahia cortadas em fatias sem sementes
- 2 colh eres de azeite
- Sal, pimenta moída na hora

Modo de preparo:

- Temperar as fatias de abóbora com sal, pimenta e azeite 
- Enrolar em papel alumínio 
- Assar por  40 minutos a 180ºC 
- Retirar do papel aluminio e amassar com garfo

Para o bacalhau:
- 4 postas de bacalhau imperial dessalgado (cerca de 180g cada) 
- 1 litro de água 
- 2 cabeças de alho cortadas ao meio 
- ½ pimenta dedo-de-moça fatiada 
- Tomilho, alecrim e louro 
- Sal

Modo de preparo:

- Ferver água + ervas + alho + dedo de moça + sal durante 5min 
- Colocar o bacalhau 
- Cozinhar em pequena ebulição durante 12 min 
- Retirar e desfiar o bacalhau

Para o risoto

- 1 colh er de azeite 
- 1 cebola picada 
- 250g de arroz arbório 
- 100ml de vinho branco seco 
- 12 a 14 conchas de água do cozimento do bacalhau 
- 2 colheres de açafrão brasileira em pó (cúrcuma) 
- 2 colheres de requeijão cremoso 
- 150g de queijo parmesão ralado 
- Sal, pimenta do moinho 
- Salsa picada

Modo de preparo:

- Suar no azeite a cebola 
- Colocar o arroz e açafrão e refogar mais 2 minutos 
- Deglacer com vinho branco e secar 
- Acrescentar duas conchas de água de cozimento de bacalhau peneirada sem parar de mexer 
- Continuar a mesma operacao com a água de bacalhau colocando duas conchas por vez até chegar ao ponto desejado, em média 16 minutos 
- Juntar a abóbora amassada, o parmesão e o requeijão 
- Continua mexendo durante 4 min acrescendo água de bacalhau se necessário 
- Verificar os temperos com sal e pimenta 
- Colocar a salsa e as lasca de bacalhau (guardar algumas para decoração) 
- Misturar com elegância

 

Para servir:

- Folhas de salsa 
Azeite extra-virgem 
- Colocar o risoto no prato 
- Dispor em cima as lascas de bacalhau guardadas 
- Regar de azeite.


O Globo quinta, 18 de abril de 2019

SASHA MENEGHEL ASSINA CONTRATO COM A AGÊNCIA DE ANGEL DA V. SECRET

 

Sasha Meneghel assina contrato com agência de angel da Victoria's Secret

Way Model quer transformar a herdeira de Xuxa em 'nome quente' das passarelas
 
 
Sasha Meneghel: nova modelo do pedaço Foto: Reprodução/ Instagram
Sasha Meneghel: nova modelo do pedaço Foto: Reprodução/ Instagram
 
 
 

Sasha Meneghel agora faz parte do casting da Way Model, a mesma que cuida das carreiras de Alessandra Ambrósio, Carol Trentini, Marlon Teixeira e Candice Swanepoel, hoje a mais famosa das angels da Victoria's Secret. A agência acredita que a filha deXuxa, de 20 anos, será um "nome quente entre as modelos do mercado nacional e internacional".

 
Sasha e Anderson Baumgartner Foto: Divulgação
Sasha e Anderson Baumgartner Foto: Divulgação

 "Sasha esbanja personalidade. Antenada, está construindo uma carreira brilhante como estilista, e agora também como modelo. É um mercado que procura personalidade e conteúdo; pessoas que tenham algo para contar. A Sasha já transita neste universo e tem muito a agregar ao nosso mercado", disse Anderson Baumgartner, diretor da Way Model.

Estudante de moda, Sasha vive em Nova York há três anos e tem uma certa experiência no mercado fashion. Estrelando campanha para as marcas H. Stern e Aussie. Ela desfilou até na São Paulo Fashion Week para a Coca-Cola Jeans.


O Globo quarta, 17 de abril de 2019

OIRO MENTIRAS SOBRE O FEMINISMO

 

Oito mentiras sobre o feminismo que ninguém deveria mais reproduzir

 

É o contrário de machismo? Feministas não são femininas? Listamos e explicamos os comentários mais comuns sobre a luta das mulheres por igualdade de direitos
 
 
O feminismo ainda é visto por muitos de maneira estereotipada Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto Pixabay
O feminismo ainda é visto por muitos de maneira estereotipada Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto Pixabay
 
 
 

RIO - A luta pelos direitos das mulheres atravessa séculos e, talvez por isso, existam tantos estereótipos relacionados ao feminismo e às feministas.

Elas não se depilam? Odeiam homens? São todas lésbicas? Perguntas que parecem absurdas para muitos, mas que, infelizmente, representam as dúvidas e os preconceitos de muita gente.

 

Listamos abaixo oito (pré) conceitos relacionados ao feminismo e às feministas que são, na verdade, mentiras. Conhece alguém que pensa assim? Compartilhe.

1. Feministas não se depilam

O movimento feminista defende que as mulheres tenham liberdade sobre seu próprio corpo, ou seja, que elas possam fazer escolhas. A depilação é um padrão estético reforçado pela sociedade e encarado como normal na vida de uma mulher. Por isso, quem opta por não se depilar é encarada como fora do padrão. As feministas defendem que as mulheres sejam livres para escolher se querem se depilar ou não, e que elas não tenham que fazê-lo por uma obrigação social. Em outras palavras, feministas se depilam se quiserem. Caso não queiram, está tudo bem. 

2. Feministas são de esquerda 

Não necessariamente. Mulheres politicamente alinhadas com a direita ou com a esquerda podem ser feministas, se desejam a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Existe uma vertente do feminismo que é o feminismo liberal, associada ao pensamento político-econômico do Liberalismo. O feminismo liberal prioriza a inclusão e a participação de mulheres em empresas e na política, defendendo pautas como a equidade salarial entre homens e mulheres e priorizando uma perspectiva individual com ênfase no fator econômico. Ou seja, é possível ser feminista de direita.

 

3. Feministas odeiam homens 

O feminismo defende a condição de igualdade entre homens e mulheres na sociedade e o direito de decidirem sobre sua vida tanto individualmente quanto no âmbito político e coletivo. O que deve ser combatido é o sistema patriarcal que coloca o homem em situação de superioridade em relação a mulher, seja por justificativas biológicas ou pelos papéis de gênero que cada um assume na sociedade. Assim, elas não odeiam os homens; apenas são contra o sistema que os coloca como seres superiores. Feministas lutam contra a situação de opressão que rotula as mulheres de "sexo frágil".

Dizer que feministas odeiam homens é uma bobagem. Afinal, há muitos homens que são aliados do feminismo. Não dá para odiá-los.

4. Feministas defendem o aborto

Mentira. Uma das principais bandeiras do feminismo é o direito da mulher de decidir sobre sua própria vida e seu corpo. A questão do aborto seria um exemplo disso, já que diz respeito a uma gravidez indesejada que será gerada no útero de uma mulher, e, portanto, diz respeito ao corpo dela. Feministas não defendem que todas as mulheres sejam obrigadas a abortar nem que o aborto seja feito em larga escala. Elas defendem que ele seja uma opção para as mulheres. Isso não significa que uma mulher que defenda o aborto esteja disposta a fazer um. É possível ser feminista, defender o direito ao aborto como escolha e não querer abortar. 

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 47 mil mulheres morrem por ano em todo o mundo em decorrência de abortos inseguros. Um relatório produzido pelo Ministério da Saúde e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que em dez anos o SUS gastou 486 milhões de reais com internações para tratar de complicações relacionadas a abortos. Além disso, entre 2000 e 2016, pelo menos 4.455 mulheres morreram por este motivo. No Brasil, o aborto é permitido em três ocasiões: em caso de estupro; quando a gravidez causa risco de vida para a mãe ou quando o feto é anencéfalo.

5. Feminismo é o contrário de machismo 

Falso. Machismo é um comportamento que subjuga a mulher, que a coloca como inferior ao homem. Feminismo é um movimento social que luta por igualdade entre homens e mulheres. Para o feminismo, nem homem nem mulher são superiores. Eles devem estar em condição de igualdade social. Simples, não é mesmo?

 

6. Feministas não são femininas

Mais uma vez: feminismo tem a ver com liberdade de escolhas. A sociedade associa certo tipo de comportamento e de vestimentas à feminilidade. Se a mulher quiser seguir essas regras, ótimo. Se ela não quiser, ótimo também. A mulher é livre para fazer o que quiser. Saiba, portanto, que feministas usam saia, mas calça também. Elas podem ter cabelo comprido ou curto. Podem ter voz fina ou grossa. Podem ser quem quiserem.

 

Aliás e a propósito: a mineira Julia Horta, atual Miss Brasil, símbolo de feminilidade, se declara feminista.

7. Feministas são lésbicas

Há quem afirme que as feministas são todas lésbicas. Há também que chame uma feminista de "mulher-macho". Posicionamento político e orientação sexual são coisas totalmente diferentes. O feminismo é o posicionamento político daquelas que defendem a igualdade entre homens e mulheres. Ser lésbica é a escolha individual de uma mulher. Existem feministas lésbicas? Sim. Mas também existem feministas heterossexuais. E feministas trans.

Sobre chamar uma feminista de "mulher-macho": é apenas falta de educação mesmo.

8. Feminismo é 'mimimi'

Feminismo é assunto sério. É graças a ele que as mulheres têm reduzido, ano a ano, as desigualdades de gênero. A conquista do direito ao voto, do direito ao trabalho, a independência econômica, a participação política, o divórcio e a guarda dos filhos: tudo isso é fruto da luta feminista. Ou vocês achavam que as cadeiras de deputada no Congresso caíram do céu? 

O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, o país registrou mais de 60 mil estupros. A polícia estima que apenas 10% desse tipo de crime seja comunicado às autoridades. Ou seja, os números reais são bem maiores. Uma das bandeiras mais importantes do feminismo é o fim da violência contra a mulher. Entendem por que não se trata de mimimi?


O Globo terça, 16 de abril de 2019

SANTANA CELEBRA A ÁFRICA EM DISCO

 

Santana celebra a África em disco: 'Mandei essas músicas para Prince, Eric Clapton, Sting... E nunca tive resposta'

Para o lendário guitarrista, 'pessoas estão sedentas por integridade, e a música africana traz isso'
 
 
Em ação. Com seu chapéu e instrumento inseparáveis, Santana prepare-se para mais um solo de assinatura própria Foto: Roberto Finizio / Extra
Em ação. Com seu chapéu e instrumento inseparáveis, Santana prepare-se para mais um solo de assinatura própria
Foto: Roberto Finizio / Extra
 
 

— Eu já fiz todo o resto, você sabe (risos) .

 

A resposta, como todas as outras deste papo, se expande por alguns minutos. Aos 71 anos, Santana tem muito o que dizer. Tanto nesta entrevista na Cidade do México quanto em sua música. Ao longo de 30 álbuns em cinco décadas, o mexicano criou assinatura própria com as experimentações de sua guitarra — há décadas, o modelo PRS Santana.

Em 2019, Santana está em festa. No dia 7 de junho, “Africa speaks” chega às plataformas digitais, uma semana antes de seu mais bem-sucedido álbum, “Supernatural”, completar 20 anos. E, em agosto, Santana será uma das atrações principais da edição comemorativa de 50 anos do icônico festival de Woodstock, essencial para impulsionar sua carreira para além dos jazz clubs de San Francisco, cidade onde cresceu.

Na sede de sua gravadora na capital mexicana, Santana falou com o GLOBO.

Ouvindo “Africa speaks” dá para sentir que o senhor buscou juntar a alma de jazz e blues de sua guitarra com a espiritualidade percussiva das religiões de matriz africana. Tem até uma levada quase brasileira na percussão. A ideia era essa?

Sim. Com todo o respeito, gosto de dizer que são os mesmos ovos, dos iorubás, só depende da maneira como você os mexe. Na República Dominicana dá merengue, no Brasil é o candomblé e a macumba, na Colômbia a cumbia... Mas todas as músicas vêm da África. Pessoas estão sedentas por integridade, e a música africana traz isso, elevando as pessoas a um lugar em que o tempo e a gravidade desaparecem.

 

E por que fazer essa celebração agora?

 

Eu já fiz todo o resto, você sabe ( risos ). Eu mandei essas músicas para Prince, Eric Clapton, Sting... E nunca tive resposta deles. Então, eu disse “ok, mais para mim!”. Esse é o momento perfeito para apresentar essas músicas, porque elas vêm de um desejo de sabedoria, de elegância, de fortitude e de força. A resiliência da música e dos povos africanos me inspiram muito. E eu sou grato por ser parte da família, não me sinto um turista na África, sabe?

Rick Rubin foi o escolhido para “Africa speaks”. Qual foi a contribuição dele? Não lembro de outros trabalhos de Rubin que tenham esses elementos da música africana...

Você está correto. Acho que o mais próximo que ele fez foi provavelmente os Beastie Boys, pela parte rítimica. Eu enviei um iPod para Rick e disse “é isso que eu quero fazer”. Ele levou para o Havaí, com sua mulher e o bebê deles. Dias depois, me ligou estupefato. “Eu quero fazer isso, cara! Em ‘Supernatural’, você teve vários convidados. Quem você quer nesse álbum”. Eu respondi: “apenas duas. ( A cantora espanhola ) Buika e (britânica ) Laura Mvula. E assim foi. Gravamos 49 músicas em dez dias, todas elas com essa gana da música africana, e Rick captando tudo. Apenas duas ou três precisamos gravar de novo, o resto foi no primeiro take. Eu ouvi isso de Buddy Guy e Miles Davis: “o primeiro take é o certo”.
 

Você citou “Supernatural”. É um álbum que em 1999 já juntava a guitarra com elementos do hip-hop e tinha uma série de duetos com artistas de diferentes gêneros, dois processos muito usados hoje em dia. Quando você gravou, sentia que seria tão atual e moderno nos dias de hoje?

Não. Era um desafio para mim. Clive Davis ( lendário produtor e executivo da indústria ) me disse: “eu te vi ao vivo, você é incrível, mas quero saber se tem a disciplina de vir comigo ao estúdio e criar um single para as rádios. É um tipo diferente de música”. E eu topei. Começamos a ligar para Maná, Lauryn Hill... Aliás, foi por Lauryn que Eric Clapton entrou no álbum, porque me viu tocando com ela no Grammy. Mas, para mim, é uma coisa muito natural tocar com humanos. Não tive problema com nenhum deles.

O guitarrista Carlos Santana Foto: Maryanne Bilham / Extra
O guitarrista Carlos Santana Foto: Maryanne Bilham / Extra

Tem alguém com quem você gostaria de gravar agora?

Sem dúvidas, com ( o saxofonista camaronês ) Manu Dibango, porque “mama-se, mama-sa, ma-ko-ma-ko-ssa” ( cantarola “Soul makossa”, composta por Dibango, cujo refrão ficou conhecido quando usado por Michael Jackson em “Wanna be startin’ somethin’ ). Quero ficar uma semana no estúdio com esse cara, ele escreve músicas incríveis.


O Globo segunda, 15 de abril de 2019

MORRE BIBI ANDERSSON, ESTRELA DOS FILMA DE IGMAR BERGMAN

 

Morre Bibi Andersson, estrela dos filmes de Ingmar Bergman

Atriz de 83 anos esteve em 'O sétimo selo' e 'Morangos silvestres'
 
 
Bibi Andersson (à esquerda) e Nils Poppe em cena de 'O sétimo selo', clássico de Ingmar Bergman Foto: Divulgação
Bibi Andersson (à esquerda) e Nils Poppe em cena de 'O sétimo selo', clássico de Ingmar Bergman Foto: Divulgação
 
 
 

Conhecida por seus papéis nos filmes do diretor e compatriota Ingmar Bergman, a atriz sueca Bibi Andersson morreu neste domingo aos 83 anos, informou sua filha Jenny Grede Dahlstrand.

Andersson estrelou vários clássicos de Bergman, como "O sétimo selo" (1957), "Morangos silvestres" (1957) e "Persona" (1966). A atriz começou a trabalhar com o diretor quando tinha apenas 15 anos de idade, em vários anúncios da marca de sabonetes sueca "Bris", dirigidos por ele.

Bibi Andersson em foto de 1981 Foto: PHILIPPE WOJAZER / AFP
Bibi Andersson em foto de 1981 Foto: PHILIPPE WOJAZER / AFP

Com uma carreira iniciada nos anos 1950, a atriz continuou trabalhando e estrelando em filmes até 2009, quando sofreu um derrame que paralisou um lado de seu corpo. Sua filha explicou que Andersson deixou uma marca na vida de muitas pessoas.

"Deixa um grande vazio para cada um de nós que teve o privilégio de estar perto dela", disse Grede Dahlstrand.

 


O Globo domingo, 14 de abril de 2019

OS ORELHÕES COMEÇAM A SUMIR DAS RUAS

 

A ficha caiu: os orelhões começam a sumir das ruas

Mais de 500 mil já foram desligados. Anatel permite que empresas troquem investimento em telefonia pública por 4G
 
 
Operadoras de telefonia desativam orelhões e causam impacto na cadeia fornecedora . Foto: / Agencia O GloboFoto: Edilson Dantas/ O Globo
Operadoras de telefonia desativam orelhões e causam impacto na cadeia fornecedora . Foto: / Agencia O Globo
Foto: Edilson Dantas/ O Globo
 
 
 

RIO - Os orelhões estão se tornando um objeto raro. Desde dezembro, mais de meio milhão de aparelhos foram desligados no país pelas concessionárias de telefonia. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de orelhões caiu de 810,117 mil no fim do ano passado para 336,862 mil em fevereiro.

 

Mas o que acontece com os orelhões? Segundo as empresas fornecedoras, os telefones deverão virar sucata. Já as cúpulas, feitas em fibra de vidro, serão recicladas. Há até quem as transforme em poltronas. E as fabricantes vêm buscando se reinventar.

A Anatel publicou decreto, em 20 de dezembro do ano passado, atualizando as obrigações das operadoras de telefonia. Pelas novas normas, os orelhões, que há 30 anos eram essenciais para boa parte da população, não são mais um investimento obrigatório das concessionárias. Em vez de manter os telefones públicos, as empresas terão de canalizar recursos para levar comunicação 4G a 1.400 áreas carentes de cobertura móvel, por um período de quatro anos.

Fabricantes mudam foco

A medida foi comemorada por operadoras de telefonia e parte do governo, que defendem a modernização do marco regulatório do setor. A disseminação dos celulares tornou os orelhões obsoletos — 48% dos consumidores não efetuaram uma ligação sequer por esses aparelhos em 12 meses, segundo dados da Anatel. Com isso, muitas das empresas que atuavam no setor entraram em crise financeira. É o caso da Daruma, em recuperação judicial desde 2016.

Outras mudaram completamente seu foco de atuação. A Splice, que fornecia orelhões, passou a atuar nos ramos imobiliário, de concessão de rodovias e de equipamentos para fiscalização de infrações de trânsito. E a Valid, que fabricava cartões telefônicos, hoje emite carteiras de habilitação no estado de Vermont, nos Estados Unidos. A Icatel ainda atua no mercado, mas vem apostando em novos serviços, como monitoramento de câmeras e coleta de cofres, além de comunicação à distância.

 

— A indústria nacional já chegou a produzir 100 mil orelhões por mês. O último contrato de compra de equipamentos foi há cinco anos, quando a Oi adquiriu 100 mil unidades. Como os telefones estão sendo desligados, os contratos são cancelados. E estamos demitindo— disse o presidente de uma fornecedora, que não quis ser identificado.

E o mercado deve encolher ainda mais. A expectativa é que, com o decreto, o número de orelhões caia a 177 mil unidades no país. Em sua maioria, eles ficarão em locais públicos, como delegacias, aeroportos, rodovias, estações de metrô e hospitais. Os cartões telefônicos, que substituíram as clássicas fichas, ainda são vendidos em algumas bancas de jornal e pequenas lojas. Mas são difíceis de achar.

— O decreto foi um marco na política pública do setor e revela que o centro do investimento passa da telefonia fixa para a móvel e a internet. Foi estabelecido o aumento do 4G. O cidadão não usa mais o orelhão. As pessoas se comunicam via celular — disse Carlos Manuel Baigorri, superintendente de Controle de Obrigações da Anatel.

Desde dezembro, a Oi já desligou cerca de 490 mil orelhões no país. Em nota, a tele disse que os aparelhos caíram em desuso e que só os manterá onde houver demanda.

A Telefônica, dona da Vivo e que atua em São Paulo, dará início ao processo este ano. A meta é cortar o sinal de 60% a 70% de seus 180 mil orelhões nos próximos 12 meses.

 

Para Christian Gebara, presidente da Vivo, o decreto da Anatel reforça a demanda dos consumidores por internet de qualidade.

Os fornecedores de aparelhos, porém, reclamam.

— A nova regra só aponta o futuro, sem se preocupar com o parque já instalado. Não estabelece critérios para a quantidade mínima em locais como metrô, aeroportos e ferrovias — disse o representante de uma das empresas.


O Globo sábado, 13 de abril de 2019

FUNCIONÁRIO DE DILMA LIDERAM GASTOS COM VIAGENS

 

Funcionários de Dilma lideram gastos com viagens do Executivo em 2019

Ex-presidentes têm direito a seguranças custeados pela Presidência da República; dois deles gastaram R$ 166,9 mil nos primeiros 100 dias de 2019
 
 
 A ex-presidente Dilma Rousseff em Curitiba (PR) Foto: Geraldo Bubniak / Agência O Globo - 11-09-2018
A ex-presidente Dilma Rousseff em Curitiba (PR) Foto: Geraldo Bubniak / Agência O Globo - 11-09-2018
 
 
 

BRASÍLIA - Dois agentes de segurança da Presidência da República que atendem a ex-presidente Dilma Rousseff foram os funcionários do PoderExecutivo com maiores gastos individuais em viagens a serviço nos 100 primeiros dias de 2019. Ao custo de R$ 166,9 mil para os cofres públicos, os servidores a acompanharam em viagens pelo Brasil, na Espanha e nos Estados Unidos. Foram 101 diárias e 14 passagens aéreas.

 

Desde junho de 1994, um decreto instituiu o direito de ex-presidentes manterem quatro funcionários e dois veículos oficiais para segurança, custeados pela União. Na função de proteger a ex-presidente, Leandro Augusto Anderson e Jaiton Cardoso dos Santos viajaram com ela em janeiro a Nova York (EUA) e Sevilha (Espanha); em fevereiro, a Fort Lauderdale (EUA), Campinas (SP) e Porto Alegre (RS); e em março, a Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

O governo federal divulga dados das viagens em exercício dos servidores em seu Portal da Transparência. Parte dos gastos, porém, é classificada como sigilosa e não tem detalhes publicados. Santos e Anderson estão no topo da lista considerada pública. O Poder Executivo gastou, ao todo, R$ 117,9 milhões, com 97.251 viagens de funcionários de janeiro até hoje. O cálculo não considera, porém, gastos com o cartão corporativo da Presidência da República.

Procurada, a assessoria da ex-presidente disse que "ela (a ex-presidente) viajou para fora do país a convite de entidades e organizações internacionais". Participar desses eventos se tornou parte da estratégia política da ex-presidente, depois que ela sofreu o impeachment em 2016.

O PT passou a pregar, no exterior, ter sido vítima de um golpe de sua oposição. Depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso no ano passado, Dilma e outros petistas também passaram a usar esses eventos internacionais para repetir o discurso de que a condenação dele ocorreu sem provas.


O Globo sexta, 12 de abril de 2019

PLANALTO PEDE, E PETROBRAS SUSPENDE REAJUSTE DO DIESEL

 

Planalto pede, e Petrobras suspende reajuste do diesel

Estatal havia anunciado alta de 5,7% nas refinarias. Seria o primeiro aumento desde a mudança na política de preços
 
 
Com queda, preço do diesel foi para R$ 3,549 por litroFoto: Reuters
Com queda, preço do diesel foi para R$ 3,549 por litro Foto: Reuters
 
 
 

RIO - A Petrobras suspendeu um reajuste previsto para esta sexta-feira de 5,7% no diesel na refinaria, que passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662. Segundo fonte a par das discussões, ao ser informado da alta de preços, o presidente Jair Bolsonaro teria pedido que a estatal segurasse o aumento no valor do combustível. O Palácio do Planalto considerou a importância do diesel para os caminhoneiros e o custo do transporte de cargas.

 

De acordo com fontes, a avaliação é que o aumento teria impacto grande para a economia se fosse aplicado agora. Este seria o primeiro reajuste desde que a estatal anunciou uma nova política, no fim de março, que assegura um intervalo mínimo de 15 dias nas revisões de preços para cima ou para baixo.

 Em nota, a estatal informou que agiu de acordo com sua estratégia de reajuste de preços e que “revisitou sua posição de hedge (proteção) e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel”. A petroleira reforça, no comunicado, que mantém sua política de alinhamento com os preços do mercado internacional.

Os reajustes são divulgados no site da estatal. Durante a tarde, a tabela chegou a ser atualizada para o valor de R$ 2,2662 a partir desta sexta. No fim da noite, porém, a página exibia cotação válida de R$ 2,1432.

Desde o início de 2019, com o fim dos subsídios do governo federal ao combustível, a estatal adotava prazo de sete dias para os reajustes. No fim de março, ampliou o intervalo. Analistas afirmaram na ocasião que a mudança poderia ter sido uma tentativa de evitar uma nova paralisação dos caminhoneiros, insatisfeitos com o preço do produto. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência monitora há meses a movimentação da categoria. Desde o início do ano, o combustível acumula alta de pouco mais de 15% nas refinarias.

 

No fim de março, a Petrobras já havia anunciado outra medida favorável aos caminhoneiros, com o lançamento do “Cartão Caminhoneiro” , que permitirá a antecipação da compra de volumes maiores de diesel a um preço fixo. Os detalhes, porém, só seriam divulgados após a conclusão de estudos que seriam concluídos no prazo de 90 dias.

Nesta semana, o IBGE divulgou inflação de 0,75% em março, a maior taxa para o mês desde 2015. O resultado foi afetado principalmente por alimentos e combustíveis como álcool e gasolina.


O Globo quinta, 11 de abril de 2019

SAIBA O QUE É VERDADE OU FAKE SOBRE O CAFÉ

 

Saiba o que é fato ou fake sobre o café

Água fervendo, café na geladeira, descafeinado. O que é mito e o que é verdade sobre a bebida
 
 
Saiba o que é fato ou fake sobre o café Foto: Roma Miranda / Divulgação
Saiba o que é fato ou fake sobre o café Foto: Roma Miranda / Divulgação
 
 
 

Na semana em que se comemora o Dia do Café, perguntamos ao Leo Gonçalves, do Café ao Leu, em Copacabana, o que é fato ou fake em relação a uma das bebidas mais consumidas no país.

Hora do café: sete novos espaços charmosos no Centro do Rio

 

Devemos guardar o café na geladeira?

Fake. Não é o ideal, pois além da umidade da geladeira, o café fica muito suscetível aos odores dos outros alimentos armazenados lá. O ideal é manter o café em sua própria embalagem, de preferência em local seco e dentro de um pote hermeticamente fechado.

Posso usar qualquer água para fazer café?

Fake. O ideal é usar água mineral ou filtrada. Lembre-se que mais de 90% do seu café é composto por água. As águas mais recomendadas são as pH entre 5 e 6,5, e com baixos índices de cloro, flúor e calcário.

 Leo Gonçalves, do Café ao Leu, em Copacabana Foto: Roberto Miranda / Divulgação
Leo Gonçalves, do Café ao Leu, em Copacabana Foto: Roberto Miranda / Divulgação

É preciso ferver a água para passar o café?

Fake. A água fervente pode alterar ou destruir as propriedades aromáticas e sensoriais positivas do café. A temperatura ideal da água deve estar entre 93ºC e 96ºC. E a alta temperatura da bebida dificulta sentir os sabores e aromas especiais que um café tem para oferecer.

Cafés denominados forte ou extra forte em sua embalagem têm mais sabor.

Fake. O único sabor de um café como esse é o de carvão. Cafés chamados “extra forte” passam por altas torras para mascarar suas impurezas e defeitos. 

O café descafeinado é igual ao café regular.

Fake. O café descafeinado passa por um processo químico que retira no mínimo 97% de sua cafeína. Esse processo sempre provoca alguma alteração de aroma e sabor.


O Globo quarta, 10 de abril de 2019

FAST FOOD MATA MAIS QUE CIGARRO E PRESSÃO ALTA, DIZ ESTUDO

 

Fast food mata mais do que cigarro e pressão alta, diz estudo

Pesquisa da Universidade de Washington comparando dietas de 195 países mostrou que comida com muito sal e gordura causou 11 milhões de mortes em 2017
 
 
 
Dieta ocidental, com muita carne, muito sal e muita gordura, causa doenças cardíacas, câncer e diabetes Foto: Thays Bittar
Dieta ocidental, com muita carne, muito sal e muita gordura, causa doenças cardíacas, câncer e diabetes
Foto: Thays Bittar
 

Cerca de um quinto das mortes no mundo podem ser atribuídas à alimentação pouco saudável, que é a causa principal de doenças cardíacas, câncer e diabetes.

A pesquisa comparou as dietas, taxas de doenças e de mortes em 195 países. Ela mostrou que os maus hábitos alimentares estão se disseminando, com maior consumo de carne e menor consumo de vegetais, além da proliferação da chamada "fast food".

 

Em 2017, essa dieta ruim matou 11 milhões de pessoas — 22% do total de mortes no mundo, naquele ano. O cigarro respondeu por 8 milhões de mortes, e a pressão alta, por pouco mais de 10 milhões.

A baixa ingestão de frutas e fibras e o alto consumo de sódio, presente no sal, causaram mais da metade das mortes ligadas à má alimentação. O restante está ligado ao alto consumo de carne vermelha e processada, refrigerantes e outras bebidas artificiais.

Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmaram que, pior do que comer alimentos cheios de sal e de gordura, é não comer os saudáveis. "Políticas que promovem o consumo de comida saudável podem ter melhores efeitos do que aquelas que tentam reduzir o consumo de fast food", disse o chefe do estudo, Ashkan Afshin, da Universidade de Washington.


O Globo terça, 09 de abril de 2019

LOLLAPALOOAZA 2019: OS ALTOS E BAIXOS DO FESTIVAL

 

Lollapalooza 2019: os altos e baixos do festival

No ano marcado por Kendrick Lamar e conforto do público, saída tumultuada e má escalação foram destaques negativos
 
Lollapalooza 2019, em São Paulo Foto: Rodrigo Gianasi / Agência O Globo
Lollapalooza 2019, em São Paulo Foto: Rodrigo Gianasi / Agência O Globo

 

 

 

SÃO PAULO - Entre alguns grandes shows e apresentações aquém das expectativas, o Lollapalooza Brasil teve sua oitava edição na capital paulista, a sexta no Autódromo de Interlagos. Problemas de anos anteriores foram amenizados, como a questão da segurança no entorno, mas outros ainda seguem sem solução - a saída do público continua gerando grandes dores de cabeça.

 

Além disso, pela primeira vez a organização precisou lidar com a possibilidade de cancelamento da sua programação, por conta da previsão de tempestades. No fim das contas, a questão foi bem administrada, na medida do possível. Tanto que no sábado, o dia mais dramático, que chegou a ter portões fechados e interrupção/cancelamento de alguns shows, foi também o de maior público.

Em três dias, o autódromo recebeu 246 mil pessoas (78 mil na sexta, 92 mil no sábado e 76 mil no domingo). Uma diferença considerável em relação ao ano passado, que teve ingressos esgotados em todo o fim de semana, com público acumulado de 300 mil.



Abaixo, pontos que funcionaram e as falhas do Lollapalooza Brasil 2019:

Kendrick Lamar no palco do Lollapalooza 2019 Foto: Rodrigo Gianesi / Agência O GLOBO
Kendrick Lamar no palco do Lollapalooza 2019 Foto: Rodrigo Gianesi / Agência O GLOBO

 

ALTOS

Estreias e upgrades animados

Identificado, desde sua chegada, como um festival que tenta trilhar os caminhos que a produção musical contemporânea toma, o Lollapalooza 2019 promoveu algumas estreias celebradas pelo público. A principal foi a de Kendrick Lamar, um dos maiores artistas revelados nesta década, que em seus rápidos discursos reforçou a demora para estrear no país. Foi o grande show do festival.

 


No sábado, o também rapper e cantor Post Malone foi outro a debutar no Brasil, carregando com ele uma multidão de tamanho raro nesta edição - justificando, então, o status de terceiro artista mais ouvido do mundo (segundo o Spotify).

Protagonistas de outras apresentações que saltaram aos olhos no festival, Lenny Kravitz e Sam Smith já estiveram no país antes, mas nunca na programação do Lollapalooza.

E o festival ainda soube valorizar o momento de atrações como Twenty One Pilots, St. Vincent e The 1975, que estiveram no evento recentemente, mas ganharam horários mais nobres em 2019. “Estivemos aqui há alguns anos (2016), o sol estava forte e era muito cedo. Agora, estamos aqui à noite, e isso aconteceu graças a vocês”, agradeceu o cantor e multi-instrumentista Tyler Joseph, do Twenty One Pilots, diante de uma colina tomada por mãos, vozes e lanternas de celular, em meio ao show intenso que o duo protagonizou no domingo.

Mais conforto

A produção deve ter lamentado os números do borderô, mas a verdade é que o público reduzido diminuiu filas, facilitou serviços, suavizou a caminhada entre palcos e melhorou a experiência como um todo.

 

Vale lembrar que o Rock in Rio, que raramente tem problemas para vender ingressos, fez a opção de diminuir sua carga diária de 100 mil para 85 mil ingressos, em 2017, pensando exatamente no conforto dos clientes.

Segurança

Depois de arrastões na saída em 2018, a segurança do entorno foi reforçada. A melhoria ficava ainda mais evidente ao contar as viaturas posicionadas na Avenida Interlagos, epicentro dos episódios do ano passado.

Nas redes sociais, relatos de furtos de pertences (celulares, principalmente), que costumam ser comuns em eventos deste porte, também diminuíram.

Administração de crise

Diante do mau tempo do sábado, que causou fechamento dos portões após o início do evento, evacuação de áreas de maior risco e interrupção do serviço de transfer, o Lollapalooza se viu diante de seu grande desafio operacional.

Na medida do possível, a organização acabou se saindo bem, mantendo a comunicação pelas redes sociais. Quando a boataria sobre um suposto cancelamento das atividades do dia ganhou força, Fernando Altério, presidente da produtora T4F, que organiza o Lollapalooza Brasil, foi ao Multishow prestar esclarecimentos e deu uma previsão de reabertura dos portões que acabou se concretizando -- o executivo raramente aparece para entrevista

No fim das contas, alguns poucos shows foram cancelados ou reduzidos, como os de snow Patrol, Silva e Rashid, a programação voltou em seu horário normal e o sábado teve o maior público desta edição, com 92 mil pessoas.

BAIXOS

Saída

Problema histórico do festival desde que passou a chamar Interlagos de casa, o escoamento do público ainda não foi resolvido. No sábado, o dia mais cheio, foi especialmente caótico para aqueles que tentavam buscar transporte privado.

Na sexta-feira, uma multidão de pessoas ficou para o lado de fora da estação Interlagos da CPTM, que fechou seus portões pontualmente às 24h, mesmo com uma fila no acesso. Para piorar, houve relatos de queda de luz nos trilhos e fechamento de estações que fazem baldeação entre linhas.

Más escolhas

A banda americana Kings of Leon foi um dos piores headliners dos oito anos de festival, com um show de volume baixo, pouca pressão, sem novidades para apresentar ao público e uma má vontade evidente. Faria mais sentido bancar o Twenty One Pilots, headliner nas edições na Argentina e no Chile, que foi um grande sucesso no palco secundário domingo, com uma performance eletrizante.

Além disso, outras atrações foram prejudicadas pelo horário, como o Interpol, com seu show introspectivo e figurinos escuros logo no momento em que o sol dava as caras. Com história no festival e no país, a banda nova-iorquina merecia um horário mais nobre que o estreante Greta Van Fleet, por exemplo. O mesmo vale para os britânicos do Foals, atração de sexta-feira.

O tempo

A iminência de chuva era anunciada pela previsão do tempo há semanas, mas ainda assim causou transtornos e deve ter prejudicado aquela fatia do público que decide comprar ingresso em cima da hora.

Na sexta-feira, não choveu, e a paralisação no sábado foi muito para prevenção, já que o céu anunciava uma tempestade que castigou com força outros pontos da cidade, mas passou rapidamente por Interlagos. Depois, apenas algumas chuvas esparsas, tanto no sábado quanto no domingo.


O Globo segunda, 08 de abril de 2019

LOLLAPALOOZA: SHOW DO POST MALONE

 

Lollapalooza: show do Post Malone vira baile funk com participação de Kevin O Chris

Funkeiro cantou os hits 'Senta, senta, senta aí droga' e 'Ela é do tipo' com o americano
 
 
Post Malone abraça Kevin O Chris no Lollapalooza: o americano recebeu o funkeiro no palco Foto: Reprodução
Post Malone abraça Kevin O Chris no Lollapalooza: o americano recebeu o funkeiro no palco Foto: Reprodução
 
 
 

RIO - A mistura de gêneros do Post Malone ganhou uma contribuição brasileira na noite deste sábado, no Lollapalooza. O americano compartilhou o palco com Kevin O Chris, que deu à multidão as batidas do funk da Penha.

Malone aproveitou o tempo em que o brasileiro cantou os hits "Senta, senta, senta aí droga" e "Ela é do tipo" para fumar um cigarro e arriscar alguns passos, sempre sorrindo. No fim da parceria, os dois se abraçaram.

 

A voz do Baile da Gaiola, no entanto, não citou o colega Rennan da Penha, idealizador do baile funk. Mais cedo, a pernambucana Duda Beat fez um protesto contra a prisão do DJ, exibindo no telão a frase "Liberdade para Rennan da Penha."

Bastante emocionando, o funkeiro tentou resumir a experiência em entrevista ao Multishow:

— Foi f***. Só tenho que agradecer — disse. — A gente luta pelo movimento que muitas pessoas não adotam ainda, estamos mostrando que é de coração.

Misto de rapper com cantor pop, de bad boy de rosto tatuado com bom moço que puxa uma rodinha de violão, Post Malone é expoente do que chamamos de urban music une basicamente todas as diferentes tribos que vão ao evento.

Respeitado pela cena rap menos conservadora — incluindo feats de sucesso com nomes como Quavo (do trio Migos) e 21 Savage —, ele mistura trap com pop rock em seus discos, tendo suas músicas ouvidas do gueto à rádio FM, passando especialmente por festas voltadas ao público jovem.


O Globo domingo, 07 de abril de 2019

BAR JAPONÊS VEGANO

 

 

Yasai Natural Sushi, um bar japonês vegano onde tudo funciona

Em Ipanema, a vez dos cogumelos, legumes e frutas em vez de peixes
 
 
 
 Yasai Natural Sushi: cor e sabor em cogumelos e frutas em vez de peixes Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação
Yasai Natural Sushi: cor e sabor em cogumelos e frutas em vez de peixes
Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação
 
 
 

A placa na calçada, em frente à loja onde já esteve o japonês Bentô, diz logo a que veio o original Yasai Natural Sushi: “Aqui a maré está para vegetais”, avisa o primeiro sushi bar vegano da Zona Sul (tem um box dentro de um supermercado na Barra). Ali, os verdes são as estrelas do cardápio assinado pela chef naturalista Natália Luglia.

 

Mergulhar nesse mar de frutas e verdes chega a ser divertido: poder desfrutar da criatividade de uma cozinha que, mantendo a estética japa, troca atum, salmão e peixes brancos por cogumelos, abobrinha, berinjela ou morangos, abacate, melão... Onde “ovas” são bolinhas de sagu coloridas e temperadas com beterraba, cenoura ou cúrcuma. E o arroz do sushi pode ser colorido ou substituído por flocos de couve-flor em tons de beterraba, abóbora, cenoura. Tudo e todos (incrível!) funcionam bem.

Experimentamos coisas como sushi com cogumelos, abacate e maionese de inhame; califórnia de “arroz” de couve-flor com cúrcuma, manga, pepino, tofu rosa e gergelim (R$ 8,30); e o togu hot roll, quente, com patê de cogumelos, arroz amarelo (com cúrcuma) e maionese de nirá (R$ 14, dois). Você pode ir até a bancada do sushi bar e montar o combinado, escolhendo os toppings e o tipo de “arroz” (R$ 33,90, 12 peças) e sua dupla de wraps (R$ 24,90).

Tomamos ban-chá com frutas e servido on the rocks , com canudo de vidro (enorme), e manuseamos (com dificuldade) os hashis de alumínio, a louvável bossa nova da casa. Soube depois que os donos do espaço estão também à frente da La Fruteria, a boutique de frutas e verduras vizinha dali, o que torna mais fácil de entender a proposta do Yasai, que, aliás, quer dizer vegetal em japonês. Tá tudo em casa.


O Globo sábado, 06 de abril de 2019

DEZ LIVROS SOBRE MULHERES

 

Dez livros sobre mulheres que todo homem deveria ler

Entre ficção e não ficção, listamos obras que ajudam a compreender como a construção cultural do papel feminino influência a maneira como elas experimentam e sentem o mundo
 
 
Preparamos uma lista de dez livros que podem, ao menos, mostrar como o mundo é visto e sentido por uma mulher. Foto: Ilustração de Lari Arantes
Preparamos uma lista de dez livros que podem, ao menos, mostrar como o mundo é visto e sentido por uma mulher.
Foto: Ilustração de Lari Arantes
 
 
 

RIO - Se você nunca ouviu um “fiu-fiu” ou “linda” no pé do ouvido enquanto andava pela rua, provavelmente você é um homem. Mas, se chegou até aqui, é porque está interessado em entender a experiência da mulher. No clássico "O segundo sexo", que não está na lista abaixo mas o indicamos com vontade em qualquer tempo, Simone de Beauvoir diz que "ninguém nasce mulher, torna-se mulher". E é essa construção cultural do papel feminino que só mesmo elas, que a vivem na pele, conhecem. Por isso preparamos uma lista de dez livros, entre ficção e não-ficção e assinados por mulheres, que mostram como o mundo é visto e sentido por elas. Se joguem na lista com amor, homens!

 

"A amiga genial", de Elena Ferrante

"A amiga genial" é o primeiro título da Série Napolitana, composta por quatro livros, da autora Elena Ferrante.

No primeiro romance, conhecemos a infância e adolescência de Elena Greco, uma menina criada em uma vizinhança pobre de Nápoles na década de 1950.

Elena, conhecida como Lenu, era a menina mais inteligente da escola, até a chegada de Rafaella Cerullo, a Lila, que chama atenção pela sua rebeldia e excepcional inteligência.

Pelos olhos de Lenu, acompanhamos uma narrativa íntima sobre as vidas das meninas e os desafios enfrentados por elas que acreditam no estudo como a única alternativa para escapar do mesmo destino de todas as mulheres do bairro: casa, filhos e servidão ao marido. 

Mais do que um romance sobre a intensidade e a complexa dinâmica da amizade entre as meninas, Elena Ferrante traz assuntos como a violência doméstica, a síndrome da impostora, relacionamentos abusivos e autoestima.

 

"O conto da Aia", de Margareth Atwood

Escrito em 1985, o romance de Margareth Atwood continua atual. A ficção futurística da autora se passa em um Estado teocrático e totalitário, onde as mulheres são as principais vítimas de opressão e passam a ser consideradas propriedades do governo. 

No romance, conhecemos a história das aias, cuja única função social é a procriação. Elas vivem em um estado máximo de submissão e são torturadas em casos de desobediência.

 

 

As aias são entregues aos generais do Estado, que as estupram em rituais religiosos até que engravidem. Após o nascimento do bebê, elas são obrigadas a se separar das crianças, que não são consideradas suas filhas.

A história é contada por Offred, uma aia que, assim como todas as outras, foi obrigada a se separar de familiares e a abandonar toda a sua vida de antes do golpe. No romance, ainda conhecemos Ofglen, uma aia seriamente punida por sua sexualidade. 

"O conto da Aia" é um bom romance para quem deseja ver sob os olhos de uma mulher os horrores dos abusos e da submissão.

"Americanah", de Chimamanda Ngozi

O livro escrito por Chimamanda Ngozi conta a história de Ifemelu, uma jovem nigeriana que tem a sua vida modificada pelo governo militar que se impõe sobre a capital da Nigéria, Lagos, sua cidade.

No ápice de um romance com Obinze, a menina se vê pressionada a mudar para os Estados Unidos, onde acredita ter uma alternativa às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, além da promessa de qualidade de vida.

Mesmo com destaque no mundo acadêmico, Ifemelu se depara, pela primeira vez, com questões raciais, além das dificuldades que precisa enfrentar por ser uma mulher, negra e nigeriana nos Estados Unidos.

 

"Quem tem medo do feminismo negro?", de Djamila Ribeiro

O livro reúne um ensaio autobiográfico e uma seleção de artigos originalmente publicados por Djamila Ribeiro, uma filósofa, feminista e acadêmica brasileira, entre 2014 e 2017.

Em muitos textos, Djamila reage a situações do cotidiano, destrinchando conceitos e apontando situações machistas e racistas. Entre os temas abordados pela acadêmica, estão a intolerância às religiões de matriz africana, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil.

O livro é uma boa opção para quem entender o machismo e o racismo presentes em nossa sociedade.

"Eu sou Malala", de Malala Yousafzai

“Eu sou Malala” é o relato autobiográfico de Malala Yousafzai, a menina que aos 15 anos sofreu uma tentativa de assassinato pelo Talibã por defender o direito das mulheres a estudar.

Malala vivia no vale do Swat, uma região no norte do Paquistão dominada pelo Talibã. Em 9 de outubro de 2012, foi atingida por um tiro na cabeça dentro do ônibus escolar enquanto voltava para casa.

Após uma recuperação milagrosa, Malala começou a viajar pelo mundo contando a sua história e se tornou a mais reconhecida ativista da luta pelo direito à educação feminina, chegado a receber o Prêmio Nobel da Paz com apenas 16 anos.

 

"O feminismo é para todo mundo", de Bell Hooks

Bell Hooks é uma das mais importantes feministas negras da atualidade. Em “O feminismo é para todo mundo”, último livro lançado pela intelectual, ela incentiva os leitores a descobrirem como o feminismo pode tocar e mudar a vida de mulheres, homens, crianças, jovens e adultos.

Na obra, Hooks apresenta a visão original sobre políticas feministas, direitos reprodutivos, entre outros assuntos, como beleza e violência. A autora também aponta vitórias do movimento feminista e a importância dessas conquistas na vida das mulheres e das pessoas ao seu redor, além das opressões impostas pelo machismo.

“Persépolis”, de Marjane Satrapi

"Persépolis" é a autobiografia em quadrinho de Marjane Satrapi, uma romancista nascida no Irã. Em 2007, a obra ganhou uma adaptação para o cinema, se transformando em uma animação, que chegou a concorrer ao Oscar.

O livro começa com a infância de Marjane no Irã, em um cenário político tenso, que levou ao início da república islâmica comandada pelos aiatolás. Com apenas dez anos, Marjane se viu obrigada a usar o véu islâmico e a estudar em uma sala de aula formada apenas por meninas, chamando imediatamente a atenção do leitor para as opressões sociais sofridas pelas mulheres.

 

Nascida em uma família considerada moderna para os padrões locais, Marjane tinha um pensamento considerado crítico em relação às injustiças que via ao seu redor. Por conta do momento político, a jovem acabou sendo mandada para a Europa, onde entrou em um enorme conflito de identidade, já que teve que mudar seus hábitos para se enturmar com os amigos, que a consideravam muito conservadora.

"A guerra não tem rosto de mulher", de Svetlana Aleksiévitch

Quase um milhão de mulheres lutaram no exército vermelho durante a Segunda Guerra Mundial. São as memórias dessas veteranas, adolescentes, mães, irmãs e esposas que Svetlana Aleksiévitch traz de maneira angustiante e arrebatadora.

Atiradoras de elite, desarmadoras de minas terrestres e bombas, enfermeiras, médicas, pilotos etc., essas mulheres nunca tiveram suas trajetórias contadas na história. Antes, elas eram contadoras, professoras, secretárias, que subitamente se viram em um campo de batalha, tendo que usar coturnos enormes e cuecas, já que o exército não fornecia roupas para as combatentes nem os  absorventes, que eram substituídos por camisetas roubadas.

"Memórias de uma moça bem comportada", de Simone de Beauvoir

Esta é uma obra autobiográfica de Simone de Beauvoir, uma das filósofas e feministas mais influentes de todos os tempos. O livro é dividido em três partes: infância, adolescência e vida adulta. Logo no título, Simone já apresenta ao leitor uma de suas críticas à sociedade burguesa em que foi criada, que ditava que mulheres deveriam ser "bem comportadas", coisa que ela nunca conseguiu ser.

 

A autora narra o período em que estudou em uma escola católica exclusiva para meninas, onde era ensinado que o destino de todas era o casamento ou o convento, pensamento que na época já era fortemente questionado por ela.

Ao longo do livro, Simone ainda relata o seu romance com uma amiga de infância além de muitos outros casos que teve com mulheres ao longo de sua vida. A autora também apresenta pensamentos e acontecimentos que a tornaram a grande pensadora que o mundo conheceu.

"O diário de Anne Frank", de Anne Frank

O livro é a íntegra do diário da menina judia Anne Frank entre os anos de 1942 e 1944, quando com apenas 15 anos foi levada para um campo de concentração nazista. 

Em seu diário, Anne narra de maneira íntima e tocante sua rotina, seus medos e  pequenas alegrias enquanto estava escondida com seus familiares e alguns conhecidos em um sótão, numa tentativa de sobreviver aos horrores do Holocausto.

O depoimento de Anne é um precioso documento, em que é possível ver não só as atrocidades cometidas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, mas também a força que uma menina de apenas 12 anos pode ter.

* estagiária sob supervisão de Renata Izaal


O Globo sexta, 05 de abril de 2019

APRENDA A FAZER CREME DE PIPOCA

 

Aprenda a fazer o creme de pipoca do chef Jimmy Ogro

O cozinheiro cozinheiro Jimmy McManis prepara o acompanhamento que leva um balde de pipoca
 
 
Pipoca vira ingrediente para acompanhamento cremoso Foto: Pixabay
Pipoca vira ingrediente para acompanhamento cremoso Foto: Pixabay
 
 
 

Surpreenda os convidados com um acompanhamento gostoso e bem fácil de preparar. Jimmy Ogro conta que o creme de pipoca vai bem com carne de porco.

Creme de Pipoca

Ingredientes

3 colheres (sopa) de óleo 
1/2 xícara (chá) de milho de pipoca (100 g) 
750ml de água 
3 colheres (sopa) de manteiga 
Sal e pimenta-do-reino branca a gosto

 

Modo de Preparo

1. Numa panela em fogo médio, coloque 3 colheres (sopa) de óleo, ½ xícara (chá) de milho de pipoca, tampe a panela e quando o milho começar a estourar, mexa a panela para não grudar. Quando todos os milhos estiverem estourados, apague o fogo e reserve. 
2. Em uma panela, coloque 750 ml de água, 3 colheres (sopa) de manteiga, sal a gosto, a pipoca e cozinhe até amolecer, em fogo médio. Reserve. 
3. Retire a pipoca cozida com uma escumadeira, coloque em uma peneira dentro de uma panela, pressione até que na peneira fiquem somente os grãos de milho. (Faça este procedimento aos poucos). Descarte os grãos. 
4. Tempere com sal e pimenta-do-reino branca a gosto e adicione o caldo do cozimento aos poucos no purê de pipoca. Em fogo médio, cozinhe até que fique com consistência de creme. Apague o fogo e sirva.


O Globo quinta, 04 de abril de 2019

GRAVIDADE DA CRISE NA VENEZUELA

 

ONU 'não está à altura das circunstâncias' na Venezuela, diz autora de relatório da Human Rights Watch

ONG critica 'diplomacia silenciosa' de Guterres e pede que Nações Unidas liderem esforços dentro e fora do país para lidar com crise humanitária
 
 
Diante dos apagões e da falta de água, pessoas recorrem a poço em Petare, Caracas Foto: FEDERICO PARRA / AFP
Diante dos apagões e da falta de água, pessoas recorrem a poço em Petare, Caracas Foto: FEDERICO PARRA / AFP
 
 
 

Diante de um cenário social cada vez mais dramático, a ONGHuman Rights Watch (HRW) divulgou um amplo relatório sobre a crise humanitária na Venezuelae pediu que o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, lidere esforços para ajudar a população do país, incluindo ações dentro do território venezuelano. Em entrevista a vários jornalistas da região, Tamara Taraciuk, pesquisadora da HRW e autora principal do documento intitulado "Emergência humanitária na Venezuela: Resposta da ONU em grande escala é necessária para enfrentar a crise de saúde e alimentos", assegurou que o organismo "não está à altura das circunstâncias".

— Guterres deveria declarar oficialmente que a Venezuela está enfrentando uma emergência humanitária complexa, termo próprio da ONU que ajudaria a destravar a mobilização de recursos suficientes para atender as necessidades urgentes do povo venezuelano — disse Tamara.

Segundo a pesquisadora, o secretário-geral das Nações Unidas também precisa pedir às autoridades do país que "concedam ao pessoal da ONU acesso total aos dados oficiais sobre doenças, epidemiologia, segurança alimentar e nutrição, para que possam realizar uma avaliação independente e abrangente das necessidades humanitárias de todo o escopo da crise".

Perguntada sobre a necessidade de que profissionais estrangeiros entrem ao país, Tamara foi enfática:

— Sim, precisamos de uma resposta em grande escala por parte das Nações Unidas.

Para a pesquisadora, "Guterres não deve negociar com (o presidente Nicolás) Maduro para levar medicamentos e alimentos, o que queremos é que aumente a pressão internacional partindo do mais elevado nível de poder da ONU".

— A diplomacia silenciosa de Guterres não foi bem sucedida. Os resultados apresentados mostram uma crise devastadora — frisou Tamara.

A HRW trabalhou com pesquisadores da Faculdade Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e entrevistou 150 pessoas. O documento é uma dura crítica ao governo de Maduro, considerado o grande reponsável pela crise humanitária que assola o país.

 

— Não importa o quanto tentem, as autoridades venezuelanas não podem esconder a realidade em campo — disse Shannon Doocy, Ph.D. e professora associada de saúde internacional da Faculdade Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, que conduziu pesquisas na fronteira da Venezuela.

O documento inclui dados que refletem a dimessão da crise na saúde: entre 2008 e 2015, apenas um único caso de sarampo foi registrado (em 2012); desde junho de 2017, mais de 9.300 casos de sarampo foram notificados, com mais de 6.200 confirmados; a Venezuela não teve um único caso de difteria entre 2006 e 2015, mas mais de 2.500 casos suspeitos foram notificados desde julho de 2016, incluindo mais de 1.500 casos confirmados; a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que casos confirmados de malária têm aumentado consistentemente nos últimos anos — de menos de 36.000 em 2009 para mais de 414.000 em 2017; o número de casos notificados de tuberculose aumentou de 6.000 em 2014 para 7.800 em 2016, e relatórios preliminares indicam que houve mais de 13.000 casos em 2017.


O Globo quarta, 03 de abril de 2019

NÚMERO DE PARDAIS NAS RODOVIAS CAI DE 5,5 MIL PARA 400

 

Número de pardais nas rodovias federais cai 5,5 mil para 400

Cancelamento de novos radares por Bolsonaro eliminará rede ainda existente
 
 
Maior parte dos radares do país não funciona mais após fim do prazo dos contratos de manutenção e funcionamento Foto: Eurico Dantas / AgÊncia O GLBO 06/05/2009
Maior parte dos radares do país não funciona mais após fim do prazo dos contratos de manutenção e funcionamento
Foto: Eurico Dantas / AgÊncia O GLBO 06/05/2009
 
 
 

BRASÍLIA — A decisão do presidente Jair Bolsonaro de cancelar a instalação de novosradares e de rever a necessidade de aparelhos já em operação nas rodovias federais significará praticamente o fim da rede ainda existente. Dados obtidos pelo GLOBO mostram que o sistema de fiscalização eletrônica encolheu de 5,5 mil pontos ativos, em julho de 2018, para cerca de 440 até março deste ano, ao longo dos 52 mil quilômetros de vias administradas pela União.


O Globo terça, 02 de abril de 2019

BOLSONARO ESTUDA ACABAR COM O HORÁRIO DE VERÃO

 

Bolsonaro estuda acabar com o horário de verão

Ministro de Minas e Energia diz que relatório já está pronto para análise do presidente
 
 
Praia na Zona Sul do Rio de Janeiro Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Praia na Zona Sul do Rio de Janeiro Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
 
 
 

JERUSALÉM - O presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, um estudo para que ele possa avaliar a possibilidade de extinguir o horário de verão. Segundo o ministro, o estudo com prós e contras já está pronto e será apresentado ao presidente assim que possível.

 

- O presidente já deu declarações no passado de que era contrário ao horário de verão. Mas pediu de forma totalmente isenta para que eu apresente o estudo para ele tomar a decisão - disse Albuquerque, que está em Jerusalém na comitiva que participa da visita presidencial a Israel.

 O ministro lembrou que “metade do país já não tem mais horário de verão”, que está em vigor no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Albuquerque disse que em conversas com o ministro da Energia israelense, Yuval Steinitz, foram apontadas diretrizes para a cooperação em setores que interessam aos dois países, como óleo, gás e biocombustíveis, “principalmente naquilo que diz respeito a startups e desenvolvimento de novas tecnologias e inovação”.

Ele acrescentou que a Petrobras demonstrou interesse nos leilões para exploração de 19 áreas de gás natural que Israel fará em breve, e para isso mandou uma carta ao governo israelense para obter mais informações.


O Globo segunda, 01 de abril de 2019

COMIDAS QUE COMBINAM COM O OUTONO

 

Outono: a estação que é um prato cheio para o paladar

Uma seleção com pratos que combinam com os dias mais frios
 
 
Saíra. O feijão- tropeiro com farofa de milharina, carne-seca com aipim e queijo de coalho é uma das pedidas do restaurante: R$ 48,90, o quilo, de segunda a quinta; e R$ 56,90, às sextas e aos sábados Foto: Eduardo Uzal
Saíra. O feijão- tropeiro com farofa de milharina, carne-seca com aipim e queijo de coalho é uma das pedidas do restaurante:
R$ 48,90, o quilo, de segunda a quinta; e R$ 56,90, às sextas e aos sábados Foto: Eduardo Uzal
 
 
 

RIO — Quando as temperaturas ficam mais amenas, o apetite pede aquelas comidinhas que aquecem o coração, saciam o paladar e deixam um gosto de quero mais. São opções que combinam perfeitamente com o outono, recém-chegado.

De pratos incrementados a carnes e peixes com molhos mais encorpados e massas diversas, não faltam exemplos deliciosos e quentinhos. Foi pensando nas comidas que mais combinam com a estação e inspirados no estilo comfort food que fizemos essa seleção deliciosa. Com jeito de comida caseira — e toques requintados —, são sugestões que vão aquecer as suas refeições e o seu corpo.

A nova estação também se mostra um prato cheio para os chefs usarem e abusarem de uma nova safra de verduras, legumes e frutas em seus preparos. Ingredientes frescos e que são a cara da estação. É tempo de abobrinha, abóbora, beterraba, batata-doce, jiló, abacate, caqui, figo e tangerina...

Amelie Creperie et Bistrot: Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente 52, loja 12, 1º andar, Gávea. Telefone: 2249-9153.

Amir: Rua Ronald de Carvalho 55/loja C, em Copacabana. Telefone: 2275-5596.

Capitania dos Copos: Praia de Tubiacanga 24. Tel.: 3383-8560.

DoJour: Encomendas pelo telefone 99702-5757 ou pelo e-mail dojoursaladas@gmail.com.

Empório Urukum: Rua Fonte da Saudade 187. Tel.: 2143-8131.

Espetto Carioca: Ilha Plaza, 3º piso. Avenida Maestro Paulo e Silva 400, Jardim Carioca. Telefone: 3518-0366.

Esplanada Grill: R. Barão da Torre 600, Ipanema. Tel.: 2239-6028.

Kotobuki: Botafogo Praia Shopping. Praia de Botafogo 400, 7º andar. Telefone: 3171-9595.

La Mole: Ilha Plaza, loja 229. Telefone: 3460-0800.

Lagostinne: Rua Cambaúba 1.405. Tel.: 2466-1617.

 

Mocellin: Estrada do Galeão 5.285, Galeão. Tel.: 2468-8200.

Saíra: Rua Babaçu 684, Jardim Guanabara. Tel.: 2467-3794.

Siri da Ilha: Praia do Galeão 1. Telefone: 2462-1962.

Skylab: Rio Othon Palace. Avenida Atlântica 3.264, Copacabana. Telefone: 2106-1666.

South Ferro: Rua Arnaldo Quintela 23, em Botafogo. Telefone: 3986-4323.

Sushimar: Rua dos Oitis 6, lojas D e E, Gávea. Tel.: 2259-8831.

Yumê: Rua Pacheco Leão 758, no Jardim Botânico. Telefone: 3205-7321.


O Globo domingo, 31 de março de 2019

CARIOCA GANHA RECONHECIMENTO DOM VINHOS PRODUZIDOS NA ITÁLIA

 

Carioca ganha reconhecimento com vinhos que produz na Itália

'Mergulhei em um mundo totalmente dominado por homens, mas nunca me intimidei', diz Noemia d'Amico
 
 
 
Noemia e Paolo d'Amico Foto: Vlad Sokolovsky
Noemia e Paolo d'Amico Foto: Vlad Sokolovsky
 
 
 

dolce vita talvez tenha perdido muito de seu brilho e esteja com os seus dias mais que contados, porém ainda existe na Itália uma resistência suave e intuitiva no coração da Cidade Eterna. São oito da manhã,  e Noemia d’Amico já está de pé, de espresso tomado e em plena ebulição, celular na mão, pronta para criar mais uma história de sua rotina sempre surpreendente. Não há um dia igual ao outro para a femme du monde que trocou o Rio por Roma nos anos 1980, para viver uma história de amor com o armador italiano Paolo d’Amico, presidente do grupo d’Amico, líder mundial no transporte marítimo de cargas e petróleo.

Noemia d'Amico Foto: Vlad Sokolovsky
Noemia d'Amico Foto: Vlad Sokolovsky

 Ele é de origem napolitana e ela é carioca, vai daí que tudo ao redor nos abraça de imediato, nos aquece e nos faz lembrar (ou apresentar dependendo da sua idade) uma película da Cinecittà em sua forma original com um charme de um Rio de outrora, mais genuíno e relaxado: é bossa nova com Fellini, couture e biquíni, democracia e nobreza, a grande beleza em sua melhor tradução. E tudo na maior discrição, sem chamar a atenção dos paparazzi (caso ainda existam), nada de coluna social ou, pior, selfies e Instagram mostrando cada passo de sua intimidade.

— Não é nada proposital, apenas achamos que a vida é muito mais divertida e simples quando nos desligamos de tudo. E claro que uma conversa bem animada à mesa com poucos e bons deve ser sempre impublicável — afirma Noemia.

Para conhecer Paolo e Noemia de fato, difícil é conseguir encontrá-los em sua intrépida jornada pelos quatro cantos, sete mares e cinco continentes (“Nada mais natural, afinal nos vimos pela primeira vez dentro de um avião!”, conta ela). Vivem entre Roma, onde moram no belíssimo Palazzo Caetani, um andar acima da Embaixada Brasileira no Vaticano, e Paris, Montecarlo, Londres, Tóquio, Cingapura e Nova York, comandando os negócios da companhia de navegação e também a comercialização dos vinhos que produzem na Villa Tirrena. Trata-se de um delicioso blend de vinícola, relais e galeria de arte a céu aberto entre a Toscana e a Úmbria, equidistante uma hora e quinze minutos da capital e de Florença Desde 1985, eles fazem do domaine seu refúgio e dos quatro filhos, o empresário Antonio Carlos e a cineasta Francesca (ambos nascidos no Brasil, do primeiro casamento de Noemia com o marquês italiano Leopoldo di Mottola), a fotógrafa Alessia e da também empresária Antonia, além de esconderijo secreto de astros de Hollywood — a lista é segredo, deles e de seu sucesso como empresários e anfitriões.

Noemia nos jardins da Villa Tirrena em foto para o “An italian dream” Foto: Aline Coquelle
Noemia nos jardins da Villa Tirrena em foto para o “An italian dream” Foto: Aline Coquelle

 

 

É na casa — uma construção medieval do século XVI restaurada pelo casal, com oito quartos e salões decorados no melhor estilo cosy chic de Noemia — e na magnífica Torre del Sole, com vista para Civita di Bagnoregio — um vilarejo tombado pela Unesco incrustado sobre rochas vulcânicas —, que ela recebe para almoços. Suas mesas são uma atração à parte — ai de quem não reparar. As refeições poderiam ser intermináveis em seus jardins das delícias contornados por ciprestes, roseiras, limoeiros oliveiras e obras de arte escolhidas a dedo.

— Escolhemos cada peça juntos, e nosso amor pela arte nos uniu ainda mais. Cada escultura remete a um tempo, a uma memória, a uma passagem da nossa vida — diz Paolo.

Aqui, nada de galerista ou curador, é tudo fruto de suas paixões e amizades profundas, então preparem-se para uma viagem com Anish Kapoor, Banksy, Marc Quinn, Vettriano, Irmãos Campana, Lucio Salvatore, Edgard Duvivier e grande elenco. Um dos destaques é o jardim de esculturas feito em homenagem ao amigo Mark Shand, escritor britânico, explorador, exímio viajante e defensor dos elefantes. Morto em 2014, ele para sempre segue vivo em um santuário perfumado por canteiros de alecrim ou alfazemas e rodeado por animais esculpidos por nomes como Emily Young, Leo du Feu, Georgina Barclay e Nilesh Mistry.

Em 1985, com Paolo Foto: Arquivo pessoal
Em 1985, com Paolo Foto: Arquivo pessoal

 

 

Obra-prima feita a quatro mãos por Noemia e Paolo, o vinhedo de onde sai a produção já começa a fazer ruído no mundo dos vinhos. O Chardonnay Falesia, da safra de 2016, recebeu o prêmio 5 Grappoli deste ano, um dos mais importantes de um país que torce o nariz para todo e qualquer vinho que meio mundo aprecia sem moderação — além disso, foi o rótulo escolhido para o serviço de bordo da comitiva do Papa Francisco à Colômbia no ano passado.

— Não poupamos nenhum esforço para que nossos vinhos valorizem cada vez mais nossa identidade regional. A vida no campo reforçou ainda mais os nossos laços e cumplicidade — diz Noemia.

Outro rótulo da casa, o Cabernet Franc Atlante de 2014, foi medalha de ouro no Decanter Wine Awards de 2018, espécie de Olimpíada da vinicultura mundial.

— Mergulhei em um mundo totalmente dominado por homens, altamente competitivo e às vezes até agressivo, mas nunca me intimidei por isso — afirma a carioca, uma das eleitas pelo jornal La Repubblica para estrelar o livro “DiWine, Storie di Donne e di Terre da Amare”, que conta a história de sucesso de algumas das mais importantes produtoras de vinho da Itália.

Noemia com look Courrèges nos anos 1970 Foto: Arquivo pessoal
Noemia com look Courrèges nos anos 1970 Foto: Arquivo pessoal

 

— Hoje, há muitas mulheres excepcionais à frente de grandes vinícolas. Temos a delicadeza das uvas, o amor incondicional pela vinicultura e a força de um terroir para tocar este negócio.

 

Na cantina, ao lado do enólogo francês Guillaume Gelly, Paolo e Noemia, que é neta de portugueses emigrados do Porto, acompanham a evolução de seus sete rótulos combinados com castas autóctones e francesas que descansam sobre tonéis de carvalho numa adega-biblioteca sob os jardins, iluminada por velas e ambientada pela voz de Maria Callas (“E quem não dorme muito melhor ao som da diva?”, pergunta ela). Um dos best-sellers d’Amico, o Noe é um blend de Grechetto, Trebbiano e Pinot Grigio, pensado para o clima brasileiro e, segundo ela, que batiza o rótulo, “leve e perfeito para ser tomado ao pôr do sol, num lindo bar com vista para a praia”.

Apaixonada pelo mar e pelo Rio, Noemia levou o melhor de sua safra para alguns endereços-chave na cidade, como Gero, Cipriani, Satyricon e Country Club, além do Eataly, o templo universal da gastronomia italiana em São Paulo.

— Mas, quando chego ao Rio, a primeira coisa que bebo é uma boa caipirinha! — avisa.

Anfitriã à moda clássica, nada em seu domaine , seja na colheita das uvas, seja na escolha do cardápio de sua horta orgânica, é aprovado sem passar pelo seu crivo. Comandados com classe e pulso firme, o negócio e a rotina da villa, que até 2015 era assunto de família, só foram abertos ao público depois que seus filhos ganharam o mundo. Hoje, o lugar se ergue sobre as calanques da Tuscia, no coração etrusco da Itália, como destino dos sonhos para quem busca sossego e aquele filtro Bertolucci diante dos olhos.

Com o estilista francês Marc Bohan, na década de 1980, no papel de 'deleguée' da Maison Dior Foto: Arquivo pessoal
Com o estilista francês Marc Bohan, na década de 1980, no papel de 'deleguée' da Maison Dior Foto: Arquivo pessoal

 

 

— Chegamos aqui, onde só havia ruínas e vestígios de um vinhedo de 1500, e nos encantamos com a energia e a luz da região. Foi amor à primeira vista, como tudo em nossa vida — lembra Noemia. — Ao mesmo tempo que é um homem de negócios e superdinâmico, Paolo é um sonhador e cheio de ideias maravilhosas. Sem ele não seria possível realizar esse projeto que começamos do zero.

Noemia tem a primeira e a última palavra, e dá o seu toque e charme a tudo que faz, imprimindo o DNA tropical com perfume toscano que conquista a todos.

— A Noemia é uma das pessoas mais generosas que já conheci, ela tem o melhor do brasileiro, essa positividade e esse otimismo que nós, europeus, não alcançamos — diz Paolo, que aprendeu com a mulher a falar português, amar o Rio e fazer da cidade seu segundo lar. — O Rio é o lugar ideal para recarregar as energias, tão particular e intenso, denso e adorável como Nápoles.

A biografia de Noemia Osório d’Amico, com perdão do clichê, é, sim, um conto de fadas. Formada em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula, filha do casal 20 do café soçaite carioca Maritza e Antonio Carlos do Amaral Osório, nossa personagem começou a carreira nos anos 1980 como deleguée da Christian Dior na Europa. Por 12 anos, foi relações-públicas da maison, na era do estilista Marc Bohan,  e responsável por todo licenciamento das peças no Brasil.

Paolo e Noemia na cantina Foto: Arquivo pessoal
Paolo e Noemia na cantina Foto: Arquivo pessoal

 

 

— Herdei dos meus tempos da Dior o pragmatismo e a paixão pelo trabalho minucioso. Certamente por isso, tudo que eu faço na vida tem um conceito boutique, desde administrar a minha própria casa em Roma à Villa Tirrena e à produção dos vinhos. Valorizo a qualidade, não a quantidade — explica ela.

Algumas tradições são importantes manter, nem tudo merece ganhar um toque futurista, uma cifra. Essa visão empreendedora atraiu a supereditora francesa Assouline a convidá-la para participar do livro “The italian dream”, que viaja por propriedades mágicas da Itália com imagens da fotógrafa Aline Coquelle e textos do conde Gelasio Gaetani d’Aragona Lovatelli, membro de uma das famílias mais antigas do país. Em uma das fotos, Noemia caminha pelo jardim vestida à sua moda, no seu jeito único de combinar estilos e sobrevoar tendências — um retrato atual de sua personalidade, de seu caráter inventivo e de sua mente inquieta.


O Globo sábado, 30 de março de 2019

BRASILEIRA GANHA PRÊMIO NA ONU

 

Brasileira ganha prêmio da ONU por defesa das mulheres em guerras

Capitã treina contingentes e escuta civis na República Centro-Africana para incluir perspectivas de gênero em missão de paz
 
 
Ouvido amigo. Comandante Márcia Braga em reunião com mulheres; histórias de sofrimento são material para elaborar estratégias militares durante guerra Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto da ONU
Ouvido amigo. Comandante Márcia Braga em reunião com mulheres; histórias de sofrimento são material para elaborar
estratégias militares durante guerra Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto da ONU
 
 
 

RIO — Dentro da realidade cruel de um conflito armado , um olhar sensível para prestar assistência às  mulheres pode fazer toda a diferença. É este o princípio que nos últimos 11 meses guiou o trabalho da capitã de corveta brasileira Márcia Braga na Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca). Aos 44 anos, a oficial da Marinha, que se define como uma idealista, se dedica à criação de estratégias de planejamento militar para defender os direitos femininos neste país do coração da África.

A principal vulnerabilidade delas é à violência sexual. Existem graves e sistemáticas acusações, inclusive, de abusos contra mulheres e crianças por soldados da ONU. Também há sequestros e assassinatos durante choques entre grupos rivais.

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Quando Márcia chegou à República Centro-Africana (RCA) — vinda de Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro —, os esforços de defesa das mulheres não estavam plenamente desenvolvidos na missão, que tem 13.595 membros com mandato focado na proteção dos civis. Ela estabeleceu conselheiros de gênero e viajou a várias localidades para treinar os contingentes civil, militar e policial da força da ONU sobre a importância de oferecer atenção especial às mulheres.

— A perspectiva de gênero ajuda a planejar a operação, como organizar a patrulha nas ruas, por exemplo. Começo mapeando as áreas de risco, entendendo quais são os grupos mais vulneráveis. Assim, as operações podem ser mais efetivas — explica a capitã.

 

Rotas de ameaça

Mulher caminha em vilarejo da República Centro-Africana que agora vive em relativa harmonia após conflito ter atingido ápice em 2014 Foto: FLORENT VERGNES / AFP
Mulher caminha em vilarejo da República Centro-Africana que agora vive em relativa harmonia após conflito ter atingido
ápice em 2014 Foto: FLORENT VERGNES / AFP

Ex-colônia francesa, a RCA vive em guerra desde 2013, quando a coalizão rebelde majoritariamente muçulmana Seleka derrubou o então presidente François Bozize, provocando represálias da milícia cristã Anti-Balaka (anti-espada, nas línguas sango e mandja). Todos os lados são acusados de graves violações dos direitos humanos e até genocídio. De acordo com a Human Rights Watch, grupos armados controlam cerca de 70% do território, enquanto dados da ONU indicam que até 2018 havia quase 650 mil deslocados internos.

As mulheres na RCA ficam muito expostas a violações quando caminham longas distâncias para buscar água e lenha ou para acessar plantações. Às vezes, os trajetos, percorridos em grupos, chegam a vários quilômetros para as deslocadas internas, que ainda dependem das suas pequenas produções de subsistência para se alimentar.

A partir dos relatos destas vítimas, com quem a capitã se reúne para escutar suas narrativas de medo e sofrimento, aparecem projetos que, mesmo sem eliminar o conflito em si, reduzem as suas vulnerabilidades. Como, por exemplo, a criação de hortas comunitárias em áreas seguras, para que estas sejam fonte de sustento e de renda; a instalação de bombas de água em pontos estratégicos; e, ainda, o uso de iluminação com painéis solares, porque o escuro facilita as violações sexuais depois do pôr do sol e dificulta a identificação dos seus responsáveis.

— As mulheres se importam muito com a paz. Elas têm filhos e netos, e sua preocupação com a família e com a necessidade de continuar trabalhando é muito grande. Elas contam como estão sofrendo e se têm sofrido riscos — conta a brasileira. — As mulheres se sentem mais à vontade de falar com outras mulheres do que com homens.

Hora de voltar

Comandante brasileira ao lado de outras funcionárias da ONU; Minusca, na República Centro-Africana, tem 13.595 membros Foto: Divulgação/ONU
Comandante brasileira ao lado de outras funcionárias da ONU; Minusca, na República Centro-Africana,
tem 13.595 membros Foto: Divulgação/ONU

O caminho que Márcia fez para chegar até as mulheres centro-africanas também foi longo. Ela começou sua trajetória profissional como professora por sete anos, depois se tornou analista de sistemas da Marinha no Rio para, enfim, realizar o antigo sonho de integrar uma missão da ONU. Após ter participado de treinamentos especializados em pespectivas de gênero, se voluntariou para viajar à RCA. Foi a sua primeira missão de paz, e provavelmente não a última, ela conta.

A hora de voltar agora já se aproxima: 23 de abril próximo, quando completará um ano no país africano. Seu desejo agora é voltar para casa e, aqui, continuar a espalhar o conhecimento que adquiriu:

— Sou uma pessoa idealista, então havia um lado meu que queria fazer algo. Sempre acredito que podemos fazer a diferença. Foi uma realização, e a volta será difícil. Você sai de todo o seu conforto, mas às vezes é assim que se encontra.


O Globo sexta, 29 de março de 2019

DO AUDI DE TEMER AO VOLVO DE MOREIRA, CARROS DE LUXO BLOQUEADOS POR BRETAS

 

Do Audi de Temer ao Volvo de Moreira, os carros de luxo bloqueados por Bretas

POR BELA MEGALE

 

Jorge William

 

A lista de bloqueios de Michel Temer não se limitou aos bens e contas bancárias que somam R$ 62 milhões. A decisão do juiz Marcelo Bretas também envolveu todos os carros que estão em nome do ex-presidente e de sua empresa: um Chevrolet Prima, um Audi A6 e um Jeep Grand Cherokee.

 
 

Maristela Temer, filha do emedebista que, segundo o Ministério Público, teve a casa reformada com dinheiro vindo supostamente de propina, também teve seu Honda CR-V bloqueado.

Moreira Franco é outro alvo da operação e está proibido de vender seus possantes. Bretas bloqueou um Volvo e um Chevrolet Blazer do ex-ministro. 

O juiz não perdoou nem os modelos mais simples: um Volkswagen Santana de Temer e um Fiat Uno Mille de Moreira, ambos fora de linha.


O Globo quinta, 28 de março de 2019

FALTA DE ARTICULAÇÃO EXPÕE GOVERNO NO CONGRESSO

 

Falta de articulação expõe governo no Congresso, gera desgaste e impõe derrotas

Deputados planejam mudar MP que definiu número de ministérios
 
 
Plenário da Câmara dos Deputados: governo teme que tramitação seja prejudicada pela crise entre Poderes. Foto: Jorge William / Agência O Globo
Plenário da Câmara dos Deputados: governo teme que tramitação seja prejudicada pela crise entre Poderes.
Foto: Jorge William / Agência O Globo
 
 
 

BRASÍLIA — As dificuldades do governo para articular uma base aliada no Congresso permitiram na quarta-feira mais um dia de más notícias para o Palácio do Planalto na Câmara e no Senado. Chamados a falar em comissões, seis ministros foram expostos a críticas de líderes partidários. Deputados da oposição aproveitaram a vulnerabilidade da base para aprovar, por 10 votos a 0, a convocação do ministro da Justiça, Sergio Moro , a comparecer à Comissão de Participação Legislativa para falar sobre o projeto anticrime e o decreto de posse de armas. Por ter sido uma convocação, Moro, que ontem esteve no Senado, é obrigado a comparecer à comissão da Câmara.

 

Um possibilidade de evitar um desgaste com a convocação de Moro veio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que trocou ataques com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira. Ele avisou que há chance de a medida ser revista, uma vez que o colegiado que aprovou o chamado não seria o mais adequado para cobrar explicações do chefe da Justiça.

Mas há sinais de novos problemas para o governo nas próximas semanas. Parlamentares revelaram ao GLOBO a existência de articulações na Câmara para a aprovação de uma série de mudanças no texto da Medida Provisória (MP) 870, que definiu a estrutura administrativa do governo. Se o plano for levado adiante, a formatação do governo pode ser redesenhada pelos congressistas, com o corte de ministérios e até o remanejamento de repartições entre pastas na estrutura do Executivo. Em uma frase ilustrativa da dificuldade de organização da base aliada, o líder do partido de Bolsonaro no Senado criticou ontem a fragilidade do governo no Congresso.

— Estamos juntos na guerra, mas sem logística, sem munição — disse Major Olímpio (PSL-SP).

Responsável pela articulação política, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, esteve nesta quarta com senadores de seis partidos para mostrar que a crise está sendo contornada.

 

541 emendas

A MP 870 recebeu no total 541 emendas de parlamentares. Muitas defendem reduzir ainda mais o número de ministérios e mudar a atribuição de vários integrantes do primeiro escalão, em especial do ministro da Justiça Sergio Moro. Primeira medida de Bolsonaro na Presidência, a MP estabeleceu o novo formato do governo, com 22 ministérios. Na próxima semana, uma comissão para analisar o texto da matéria deve ser instalada.

Há parlamentares que pregam o fim das pastas do Turismo e dos Direitos Humanos. Também começam a analisar a possível transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça para a Economia e a recriação do Ministério de Segurança Pública. A Funai também poderia retornar ao ministério de Moro.

— Em meio à crescente onda de violência que assombra o país, não vejo motivos para extinguir o Ministério da Segurança Pública como fez o governo. Vou defender, ao longo da tramitação da MP 870, que este organograma administrativo seja restabelecido — diz o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).

Indicado pelo MDB para a comissão, o deputado Hildo Rocha (MA) é um dos autores de emendas para que a estrutura da Funai volte à pasta da Justiça.

— Não tem cabimento a Funai ficar na pasta de Direitos Humanos. Pelas conversas que tive, acho que será aprovada a emenda — disse o parlamentar.

 

O emedebista destaca que a bancada da bala já se manifestou a favor da recriação da pasta da Segurança.

— Era um ministério que vinha dando certo, tendo resultados positivos.

Na comissão, dos 25 integrantes titulares, só há dois parlamentares do PSL, a deputada Bia Kicis (DF) e senadora Selma Arruda (MT).

Além de Sergio Moro, que falou do pacote anticrime no Senado, e de Guedes, que tratou de reforma da Previdência ao comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos da Casa durante toda a tarde, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, foi bastante questionado na Câmara sobre uma série de polêmicas e exonerações que marcam sua gestão na pasta.

Outro auxiliar do primeiro escalão de Bolsonaro fustigado na Câmara foi o chanceler Ernesto Araújo. Em uma sessão que durou cerca de sete horas, os opositores chamaram de subserviente e humilhante a relação do Brasil com os Estados Unidos. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi cobrado no Senado sobre a situação dos cubanos que ficaram no país, após o fim do contrato do governo com Cuba no programa Mais Médicos. O titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu pautas controversas como a flexibilização dos agrotóxicos.


O Globo quarta, 27 de março de 2019

PAUL McCARTNEY TOCA MÚSICA INSPIRADA NO BRASIL

 

Paul McCartney toca música inspirada no Brasil e celebra própria trajetória em São Paulo

Ex-beatle homenageou antigos companheiros em show com poucas novidades abrindo turnê pelo país
 
 
Paul McCartney fez show em SP, cidade que se tornou parada obrigatória nas turnês Foto: Divulgação/Marcos Hermes
Paul McCartney fez show em SP, cidade que se tornou parada obrigatória nas turnês
Foto: Divulgação/Marcos Hermes
 
 
 

Paul McCartney tocando no Brasil não é mais nenhuma novidade. O ex-beatle vivo mais famoso, depois de poucas visitas ao país em décadas de carreira, virou figura frequente nos estádios brasileiros de 2010 para cá. Em 2019, com novo disco, ele decidiu abrir o giro nacional em São Paulo, cidade que mais recebeu shows dele nos últimos anos e tornou-se parada obrigatória nas turnês recentes do artista.

 

McCartney dispensa apresentações, e apenas sua presença seria suficiente para que as cerca de 40 mil pessoas no Allianz Parque lotado (todos os ingressos para o show desta terça, 26, foram vendidos) o reverenciassem. Antes da apresentação começar, quando apenas o dono da festa havia aparecido no palco, o telão já exibia imagens de fãs chorando. Bastava o britânico tirar o casaco ou dizer algumas palavras em português que a plateia já o respondia em alto volume. A simpatia de McCartney é conhecida, mas nem por isso deixou de encantar os paulistas – ao fim de cada performance, ele cumprimentava o público, ora mais efusivamente, ora com acenos discretos.

Em cima do palco, McCartney reflete sobre a própria história de vida, suas crenças e vivências. Ele recorda dos antigos parceiros de Beatles (John Lennon na emocionante “Here Today”, George Harrison na clássica “Something”) e os amores (a ex-esposa Linda em “Maybe I'm Amazed”, a atual companheira Nancy, que estava presente no estádio, em “My Valentine”). Também recupera algumas bandeiras do movimento hippie, do qual foi um dos expoentes. “Essa é sobre direitos humanos”, disse, antes de “Blackbird”, inspirada pelo movimento negro. O ex-beatle celebrou as mulheres em “Lady Madonna” e, na volta para o bis, ergueu uma bandeira LGBT, ao lado de outras de Brasil e Reino Unido. Até Jimi Hendrix ganhou um aceno, com um trecho de “Foxy Lady” tocado logo depois de “Let Me Roll It”, dos Wings.

 

Em 2018, McCartney lançou o primeiro disco de inéditas desde “New”, de 2013. “Egyptian Station”, que teve recepção morna de público e crítica, rendeu quatro performances. “Fiz essa música para o Brasil”, ele anunciou, antes da mais celebrada do novo disco, “Back in Brazil”, com uma levada que remete à Tropicália. Os fãs que estavam mais perto do palco chegaram a levantar alguns balões verde e amarelos na performance.

Paul McCartney se apresentou em SP em sua 8ª turnê Foto: Divulgação/Marcos Hermes
Paul McCartney se apresentou em SP em sua 8ª turnê Foto: Divulgação/Marcos Hermes

Em relação à última passagem por São Paulo, o setlist mantém algumas raridades interessantes. “A Hard Day's Night”, clássico da primeira fase dos Beatles, que ele passou décadas sem tocar, abriu o show. “In Spite of All Danger”, primeira canção lançada pela formação que viria a dar origem ao Fab Four, também ganhou espaço, assim como “Love me Do” e “From Me To You”, outras do começo dos anos 1960. As baladas, historicamente um dos pontos fortes de Macca, estiveram lá, de “Maybe, I'm Amazed” a “Let 'Em In” (Wings).

Apesar dos muitos clássicos na primeira metade, o show decolou mesmo depois de mais de 1 hora decorrida, especificamente na sequência "Something", "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Band on the Run", "Back in the U.S.S.R.", "Let It Be"(com o estádio iluminado pelos celulares), "Live and Let Die" e "Hey Jude" (das plaquinhas de “na na na”). No bis, já rouco, McCartney ainda se esgoelou em “Helter Skelter”, antes de fechar tradicionalmente emendando "Golden Slumbers", “Carry That Weight" e “The End".

 

Incansável e (ainda) em forma, McCartney trabalha para manter um legado. Além do entretenimento inerente a um show de rock em estádio, a apresentação é uma forma de manter viva, noite após noite, uma obra essencial para moldar a história da cultura ocidental. Para o Sir, pode ser apenas um jeito de contar a própria trajetória. Para o público, é a celebração das experiências particulares, das músicas que os acompanharam em grande parte (ou toda) a vida. O ex-beatle não deve parar tão cedo.


O Globo terça, 26 de março de 2019

UMA NOITE NO MUSEU MADAME TUSSAUDS

 

Uma noite no museu: Madame Tussauds permite dormir com celebridades de cera

Local vai abrir para estadias nos dias 5,6 e 7 de abril
Beyoncé (de cera) no Madame Tussauds de Hollywood, que abre para pernoite Foto: Divulgação
Beyoncé (de cera) no Madame Tussauds de Hollywood, que abre para pernoite Foto: Divulgação
 
 
 

RIO - Imagine passar a noite ao lado de celebridades como Lady Gaga, Beyoncé e Meghan Markle. Talvez ficar do lado delas seja impossível, mas dá para pernoiter perto das réplicas perfeitas  de cera desses artistas, no museu Madame Tussauds. Sim. O local vai abrir para estadias privadas, e noturnas, nas noites do dia 5, 6 e 7 de abril.

 

Sete filiais do museu nos Estados Unidos ( Nova York, Hollywood, Las Vegas, São Francisco, Orlando, Nashville e Washington DC) receberão, nessas datas, até quatro hóspedes que, além de passar a noite no local terão outras mordomias, como um “mordomo de selfie” privado para tirar fotos perfeitas para as redes sociais, jantar, lanches e uma cesta de café da manhã.

Quarto decorado em Nashville Foto: Booking.com
Quarto decorado em Nashville Foto: Booking.com

A promoção é uma parceria do Madame Tussauds com o site de hospedagem Booking.com, que vai oferecer aos visitantes uma área decorada de acordo com a cidade (em Nashville, serão chapéus de cowboys e instrumentos musicais e em Nova York, placas de metrô, por exemplo) e com camas de verdade.

Ficou animado? É bom se preparar. Cada pessoa, ou casal, só poderá ficar em uma das três noites. As reservas serão abertas no próximo dia 28/3, às 11h e devem esgotar logo. As estadias de um dia no Madame Tussauds custarão US$ 99, por noite.

Para outras informações e reserva: booking.com


O Globo segunda, 25 de março de 2019

XUXA: MEU ENVELHECIMENTO CHOCA AS PESSOAS

 

 EXCLUSIVO PARA ASSINANTES

'Meu envelhecimento choca as pessoas', desabafa Xuxa

Apresentadora conta como é pressionada por fãs para ser eternamente jovem, explica por que raspou o cabelo e diz que foi roubada por mais de uma pessoa
 
 
Xuxa às vésperas de fazer 56 anos. Arte sobre foto de Blad Meneguel Foto: Blad Meneguel / Divulgação
Xuxa às vésperas de fazer 56 anos. Arte sobre foto de Blad Meneguel Foto: Blad Meneguel / Divulgação
 
 
 

Às vésperas de completar 56 anos (no próximo dia 27), Xuxa se diz realizada profissionalmente, pronta para ser avó e envolvida numa relação amorosa “completa, como nunca vivi”. Passará o dia do aniversário no estúdio, comandando a final do reality “The four” ao vivo (“me dá um friozinho, tenho medo”). Também nessa data, entra em pré-venda o livro “Xuxa — Edição limitada para colecionador”, com fotos selecionadas por Gringo Cardia e prefácio de Pedro Bial.

 Como é fazer 56 anos para uma figura pública como você, que vem sendo cobrada por ter envelhecido ?

Eu estou com rugas e as bochechas caídas. Adoro pegar sol. Sou muito cobrada, meu envelhecimento choca as pessoas. Trabalho com a imagem e me olho bastante no espelho. Outro dia, pus a perna de fora na TV e pensei: não tá legal isso. Com a minha idade, nem tudo me convém. Não tenho o mesmo corpo nem a voz dos 20 anos. Uma parte do meu público não se conforma com isso, quer me ver como uma menina, usando chuquinha. Até consigo entender isso: a memória afetiva é algo muito poderoso. Mas as pessoas precisam compreender que esse inconformismo delas atrapalha a minha evolução natural, as novas fases da minha vida, o meu crescimento e o meu envelhecimento.

 

Você frequenta as redes?

Entro todos os dias e leio o que escrevem. Pesquiso roupa, música, fofoca. É fundamental para estar antenado. Embora trabalhe com televisão, não assisto muito e me informo pela internet. Mas ela é um canal que te conecta com gente do bem e com gente que não faz nada e tem tempo para as coisas ruins. Falaram que eu estava velha, e daí veio aquele meu desabafo, disse o que estava entalado ( ela se refere a comentários no Instagram ). Minha mãe me ensinou a não bater, mas a não apanhar também. Então, para mim é difícil não reagir. Só que naquele ambiente, se você responde, você é bruto e ignorante. Mas eles ( os internautas agressivos ) podem tudo, né?

““Tenho medo de plástica. (O silicone) está dando problema até hoje. Não sou contra, mas para mim não funciona””

 

 Como você se cuida?

Andava meio sem memória. Minha médica me disse que estava na hora da reposição hormonal. Uso um creminho na perna e me fez bem. Sou vegana e estou cozinhando direitinho. Não quero fazer plástica, tenho medo. Quando a Sasha tinha 2 anos, fiz nos seios e deu errado. A médica pôs mais silicone do que eu queria e fez uma lipoescultura na barriga. Depois, o silicone encapsulou duas vezes, tive fibrose. Tenho medo de queloide. Está dando problema até hoje: meu corpo rejeita. Não sou contra, mas para mim não funciona. Sou careteira, fiz botox uma vez, me paralisou, não gostei, demorou seis meses para sair. Existem máquinas sensacionais para uso estético, essas eu faço. Meu pescoço me incomoda, mas, pelo menos por enquanto, vai ficar assim.

 

Por que ficou careca?

Passei a máquina 2. Era um desejo antigo, que surgiu há anos, quando visitei um hospital de câncer em Barretos. Fui a um pavilhão cheio de crianças carecas. Uma enfermeira pediu para fazer uma foto comigo e soltou o cabelo dizendo, sem maldade, que “era para ficar bonita”. Pensei: ela nunca deveria dizer algo assim na frente daquelas crianças. Por que só é bonito quem tem cabelo? Aí, veio uma menina, e pedi a ela para tirar a touquinha para posar para uma foto. Disse que ela era linda daquele jeito e que cabelo não era uma coisa tão boa, afinal, ou não cresceria em locais indesejáveis. Ela riu. Para mim foi uma libertação. Acho que daqui a 40, 50 anos, isso se generalizará. Sempre tive problemas para cuidar do meu pouco cabelo. Para certas mulheres é fácil, né? É como parto normal, tem gente que abre a perna e o bebê nasce. Eu gastava muito tempo fazendo aqueles cachos cafonas. Não quero mais. E o Junno ( Andrade, seu namorado ) adora. Diz que é a coisa mais gostosa do mundo fazer carinho na minha cabeça agora e que sou “a calopsita dele”.

Xuxa estreia reality show na Record, 'The Four Brasil'. Na foto, com Junno, seu namorado Foto: Blad Meneghel / Divulgação
Xuxa estreia reality show na Record, 'The Four Brasil'. Na foto, com Junno, seu namorado Foto: Blad Meneghel / Divulgação

 

 

Vocês são casados?

A gente é tudo. Somos amantes, casados, somos um casal. Ele mora em São Paulo e vem toda semana. Funciona. Fazemos muito Facetime e Skype. Nunca tive uma relação tão completa. Meu primeiro relacionamento foi com Pelé e durou seis anos. Depois, teve o Beco ( o piloto Ayrton Senna ), com quem fiquei dois anos. Com Luciano ( Szafir, pai de Sasha ) eu nunca consegui morar, a gente ia e voltava, faltava sintonia. Com o Junno é diferente. Fazemos planos para o futuro, queremos ficar velhinhos juntos.

Falando em futuro, você está preparada para parar um dia?

Minha atividade é minha terapia. Se eu parar, acho que dou uma pirada. Trabalho desde os 16 anos. Cresci muito na Globo, aprendi tudo lá e sou grata por isso. Na Record, estou satisfeita também: eles estão sempre querendo saber se estou feliz. Isso é bom, né? Trabalho por prazer, não por dinheiro. É gratificante. Nunca participei de um seriado e um dia, talvez, faça o filme da minha vida.

Xuxa e Sasha em foto de 2018 Foto: Reprodução
Xuxa e Sasha em foto de 2018 Foto: Reprodução

 Você também é empresária (ela é sócia de uma cadeia de clínicas de depilação a laser e de uma rede de casas de festas). Não trabalha por dinheiro?

 

Tenho o suficiente para a Sasha e para os filhos dela. Mas se eu não tivesse sido tão enganada e roubada, teria quatro vezes mais e o bastante para meus bisnetos até a faculdade.

Você está se referindo a Marlene (Mattos)?

Não. Marlene não me roubou. O que quer que ela tenha feito, eu entreguei na mão dela voluntariamente. Falo de profissionais que me cercaram todos esses anos, de advogados a maquiadores e figurinistas. Pessoas que mentiram para mim e me usaram.

O que ainda almeja?

Falta só a cerejinha do bolo: ser avó. Mas também quero ver minha filha se formando, encontrando alguém que ela ame muito e achando seu caminho profissional. Ela me pergunta quando eu quero ser avó. Digo: relaxa, comigo só aconteceu aos 35 anos. Claro que estou sonhando com isso, mas as coisas têm um curso natural. Se ela só tiver filho quando eu estiver com 80 anos, eu vou brincar, vou ajudar, mimar e atrapalhar do mesmo jeito.


O Globo domingo, 24 de março de 2019

DOMINGOS DE OLIVEIRA, CINEASTA MORTO NESTE SÁBADO, 23 DE MARÇO, AOS 82 ANOS

 

Amigos e familiares prestam últimas homenagens a Domingos Oliveira

Velório do cineasta, dramaturgo e ator acontece no Teatro Municipal Maria Machado, no Planetário da Gávea
 
A atriz Fernanda Montenegro no velório de Domingos Oliveira Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
A atriz Fernanda Montenegro no velório de Domingos Oliveira Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
 
 
 

RIO - Cercado de amigos, que cantaram em sua homenagem, lembraram histórias e celebraram seu amor pela vida e pela cultura, o cineasta e dramaturgo Domingos Oliveira está sendo velado num dos palcos em que mais trabalhou, o Teatro Municipal Maria Machado, no Planetário da Gávea, Zona Sul do Rio. 

 Morto na tarde deste sábado, aos 82 anos , ele reuniu representantes de diferentes gerações da classe artística. As atrizes Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Maria Ribeiro, Debora Bloch, Carolina Dieckmann, Ingrid Guimarães, Maitê Proença e Sophie Charlotte foram se despedir do amigo e abraçar a companheira de Domingos, Priscilla Rozenbaum. Também passaram pelo teatro os atores Caio Blat, Paulo Betti, Marcos Caruso, Antonio Pedro, Roberto Bontempo e Antonio Grassi.

Durante boa parte do velório, a atriz Maria Mariana, filha caçula de Domingos cujo diário inspirou a peça “Confissões de adolescente”, esteve ao lado do caixão do pai, e também cantou em homenagem a ele. Além de Ingrid e Carolina, a atriz Carol Machado, outra integrante do elenco de “Confissões...” esteve na cerimônia.


O Globo sábado, 23 de março de 2019

CIDADE DO CABO: LIÇÕES DA MEGALÓPOLE QUE CORREU O RISCO DE FICAR SEM ARMA

 

Cidade do Cabo: lições da megalópole que correu o risco de ficar sem água

Capital da África do Sul sofreu uma grave crise de abastecimento, resultado de três anos de chuvas escassas em uma região com alta densidade populacional
 
 
Susto provocou uma grande transformação nos hábitos de moradores e turistas. Foto: Pixabay
Susto provocou uma grande transformação nos hábitos de moradores e turistas. Foto: Pixabay
 
 
 

Rio — No início do ano passado, os moradores da Cidade do Cabo, na África do Sul, viveram um medo nunca antes experimentado: de ver a metrópole se transformar na primeira do globo a ficar sem água. A cidade sofreu uma grave crise de abastecimento, resultado de três anos de chuvas escassas em uma região com alta densidade populacional. O susto provocou uma grande transformação nos hábitos de moradores e turistas. Além disso, o valor — simbólico e monetário — da água também mudou.

Para Turton, outras experiências no mundo mostram a importância de se pensar na expansão da oferta.

— Uma comparação deve ser feita com Melbourne, na Austrália, que tem um clima idêntico e um problema semelhante. Os governantes de lá aumentaram a oferta através da dessalinização. Hoje, são capazes de expandir a economia porque passaram a usar esta técnica. A Cidade do Cabo recusou-se a considerar a dessalinização e, quando o fez, ela foi fragmentada e mal planejada — critica Turton.

A brasileira Camila Buenting foi fazer mestrado em Filosofia, na Universidade de Stellenbosch, na Cidade do Cabo, e viveu os dias críticos de redução do uso de água.

— Quando me mudei, já havia restrição. Mas eu não tinha noção do tamanho da seca. O racionamento foi gradativo até dar um salto muito grande, quando passaram a limitar o número de litros que cada pessoa poderia usar por dia — lembra.

A ativista teve de restringir o consumo a 50 litros por dia — em média, numa descarga no vaso sanitário, são gastos 12 litros — e teve que mudar seus hábitos.

 

— Passei a tomar banho com um balde embaixo do chuveiro e reutilizava a água para dar descarga. Molhava as plantas com a água usada para lavar louça. Enchia baldes com a água usada para lavar roupa na máquina e usava para outros fins — conta Buenting.

Aumento de 300%

A pesquisadora garante que essas mudanças não fizeram com que gastasse mais tempo com as atividades cotidianas do que o normal. Ela explica por que aderiu ao racionamento sem pestanejar:

— Além de ser uma questão que me é cara, pelas razões ecológicas, o valor da água chegou a crescer 300%. A gente sentia no bolso. Também ficamos com muito receio da ameaça de ter de ficar um dia sem poder usar uma gota d’água.


O Globo sexta, 22 de março de 2019

MOURÃO: DAQUI A POUCO TEMER PODE SER SOLTO POR UM MINISTRO QUALQUER

 

Mourão sugere que 'daqui a pouco' Temer pode ser solto por 'um ministro qualquer'

'Vai ficar com esse ruído, mas vamos aguardar, né?', diz o presidente em exercício, ao ser indagado se a prisão atrapalha a tramitação da reforma da Previdência
 
 
O presidente Jair Bolsonaro transmistiu o cargo ao vice Hamilton Mourão Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro transmistiu o cargo ao vice Hamilton Mourão Foto: Marcos Corrêa/PR
 
 
 

BRASÍLIA - Questionado na tarde desta quinta-feira se a prisão do ex-presidente Michel Temer pode atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, o presidente em exercício, HamiltonMourão , levantou a possibilidade de o emedebista ser solto "daqui a pouco" por decisão de "um ministro qualquer", sem citar nomes. 

— Acho que não (atrapalha). Tem ruído, né? Vai ficar com esse ruído, mas vamos aguardar, né? Daqui a pouco pode ser que ele seja solto. Vamos esperar aí o que pode acontecer —declarou o vice-presidente, que assumiu o cargo temporariamente por conta da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, nesta tarde. 

 

Indagado se acha que Temer será solto, Mourão respondeu sem dar detalhes. 
— Volta e meia, daqui a pouco, um ministro qualquer dá um habeas corpus para ele aí —afirmou. 

Mais cedo, Mourão afirmou que a prisão de Michel Temer é "muito ruim para o país" e citou também a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também detido pela Operação Lava-Jato, em abril do ano passado. 
— Eu já falei a respeito da mesma situação do presidente Lula. É muito ruim para o país ter um ex-presidente preso, agora seguem as investigações — afirmou. 
Ele também havia dito que não acha que a prisão afetará as votações de interesse do governo no Congresso. - A realidade é que fica todo mundo naquela situação igual cachorro em canoa, querendo se equilibrar — avaliou Mourão.


O Globo quinta, 21 de março de 2019

TÓQUIO 2020 APRESENTA TOCHA OLÍMPICA INSPIRADA EM FLOR DE CEREJEIRA

 

Tóquio-2020 apresenta tocha olímpica inspirada em flor de cerejeira

 

Peça é feita de alumínio reciclado, procedente em parte dos alojamentos temporários construídos para as pessoas afetadas pelo terremoto e tsunami em 2011
 
 
O designer Tokujin Yoshioka (esquerda) revela a tocha olímpica de 2020. Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP
O designer Tokujin Yoshioka (esquerda) revela a tocha olímpica de 2020. Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP
 
 
 

A organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 apresentou nesta quarta-feira sua tocha olímpica, inspirada na flor de cerejeira e cujo percurso do revezamento pelo Japão coincidirá com o florescimento desta árvore. O comitê organizador revelou a aparência que terá a tocha em um evento realizado em Tóquio, a um ano do início do trajeto que a chama olímpica fará pelo Japão. O desenho foi feito por Tokujin Yoshioka, designer, arquiteto e artista japonês.

 

A tocha tem comprimento de 71 centímetros, pesa 1,2 kg e é feita de alumínio reciclado, procedente em parte dos alojamentos temporários construídos para as pessoas afetadas pelo terremoto e tsunami em 2011. As peças serão produzidas com uma folha única de alumínio, com tecnologia semelhante à que é usada para a construção de trens-bala.

Tocha é inspirada na flor de cerejeira, símbolo do país Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP
Tocha é inspirada na flor de cerejeira, símbolo do país Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP

A abertura superior da tocha onde a chama será acesa simboliza as cinco pétalas características da flor de cerejeira e os cinco anéis olímpicos, além de evocar o lema oficial escolhido para o revezamento ("A esperança ilumina o nosso caminho"), segundo explicou a organização durante a apresentação.

Tanto o design da tocha, como o percurso que será feito pelo Japão, foram concebidos com a ideia de reforçar a mensagem de esperança para as regiões do país mais castigadas pela catástrofe natural de 2011.

Tocha é feita de apenas uma lâmina de alumínio: são 71 centímetros e 1,2 kg Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP
Tocha é feita de apenas uma lâmina de alumínio: são 71 centímetros e 1,2 kg
Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP

A chama olímpica será acesa na Grécia, no dia 12 de março de 2020, e chegará oito dias depois à cidade de Matsushima, na província de Miyagi, no nordeste do Japão, uma das mais castigadas pelo desastre, que deixou mais de 18 mil mortos e desaparecidos, onde permanecerá exposta até o dia 21.

De lá, o revezamento fará um percurso de 121 dias pelas 47 províncias do país, antes que a pira seja acesa, em alguma data que deva coincidir com o florescer das cerejeiras no Japão, segundo o programa da organização.


O Globo quarta, 20 de março de 2019

TRATAMENTO MAIS CURTO PARA DOENÇA DE CHAGAS

 

Tratamento mais curto para doença de Chagas pode ter mesma eficácia e ser mais seguro

Resultados de novo estudo, realizado na Bolívia, dá esperanças para superar desafio da aderência aos medicamentos, que têm muitos efeitos colaterais
 
 
Ensaio clínico foi conduzido em colaboração com a Fundação de Estudos Científicos e de Saúde para o Desenvolvimento da Saúde e Meio Ambiente, em Cochabamba, Bolívia Foto: Ana Ferreira/ DNDi/ Divulgação
Ensaio clínico foi conduzido em colaboração com a Fundação de Estudos Científicos e de Saúde para o
Desenvolvimento da Saúde e Meio Ambiente, em Cochabamba, Bolívia Foto: Ana Ferreira/ DNDi/ Divulgação
 
 
 

RIO —  Um tratamento com duração de duas semanas para adultos com doença de Chagas crônica demonstrou ter eficácia semelhante e efeitos colaterais significativamente menores do que o tratamento padrão, que dura oito semanas. Os resultados são de um estudo clínico realizado na Bolívia sob a coordenação da iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi). Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira.

 

Estima-se que a doença de Chagas, que é silenciosa e causada por um parasita encontrado em fezes de insetos, afete seis milhões de pessoas no mundo, podendo causar danos irreversíveis a órgãos vitais e até levar à morte. A aderência ao tratamento padrão e sua toxicidade são uns dos maiores desafios com relação à doença.  

O estudo de fase II procurou melhorar a segurança, tolerabilidade e eficácia do tratamento com o medicamento benzonidazol, que foi descoberto há meio século. O trabalho, iniciado em 2016, é o primeiro conduzido com placebo para testar durações e dosagens do tratamento com benznidazol, tanto como monoterapia quanto em combinação com outro medicamento, o fosravuconazol.

— Acreditamos que o tratamento possa poupar pacientes do risco de passar o resto da vida com as complicações debilitantes associadas à doença.O tratamento atual pode provocar efeitos colaterais graves, o que frequentemente leva algumas pessoas a não procurarem ou a recusarem o tratamento — explica Joaquim Gascon, um dos pesquisadores principais do estudo e diretor da Iniciativa de Chagas do ISGlobal.

Outro pesquisador envolvido no estudo, Faustino Torrico, presidente da Fundação CEADES, da Bolívia, chama atenção para como o resultado do trabalho, apontando um tratamento mais curto e seguro, pode "transformar o paradigma do tratamento".

 

— Melhorando a adesão e incentivando a adoção mais ampla pela comunidade médica — diz. 

Resultados semelhantes

Todos os braços do estudo, tanto em monoterapia quanto em combinação, demonstraram ser eficazes. Oitenta por cento dos pacientes do grupo que recebeu a dose padrão de benznidazol, mas por duas semanas em vez das oito usuais, não apresentaram sinais do parasita no sangue seis e 12 meses após a conclusão do tratamento.

Um resultado semelhante também foi observado no grupo que seguiu o tratamento padrão, de oito semanas. Nenhum dos pacientes no grupo com a duração reduzida interrompeu o tratamento. Em média, dois de cada dez que seguiram o tratamento com a duração padrão com benznidazol o abandonaram devido aos efeitos colaterais.

— Estes resultados renovam as esperanças de quem vive com esta doença silenciosa e podem transformar a realidade do acesso ao tratamento em países nos quais a doença é endêmica — aponta Sergio Sosa Estani, diretor do Programa Clínico de Chagas da DNDi. —  Com um regime muito mais simples, não há desculpa para não tratar quem têm doença de Chagas


O Globo terça, 19 de março de 2019

LEI SECA: EM DEZ ANO, REDUÇÃO DE 53% DE MORTES DE TRÂNSITO NO RIO

 

Em dez anos, Lei Seca reduziu em 53% mortes de trânsito no Rio

Número de acidentes despencou desde o início da operação, o que se reflete no total de indenizações pagas pelo seguro DPVAT
 
 
Agentes da Lei Seca, no Recreio: operações passam a acontecer de dia e à noite Foto: Márcio Alves / Agência O GLOBO
Agentes da Lei Seca, no Recreio: operações passam a acontecer de dia e à noite Foto: Márcio Alves / Agência O GLOBO
 
 
 

RIO — Há exatos dez anos saía do papel a Operação Lei Seca. Cercada de incertezas e questionamentos da população, a ação teve de conquistar espaço aos poucos. Além do impacto na mudança de hábito dos motoristas do Rio, há resultados que podem ser traduzidos em números. As mortes em acidentes de trânsito no estado caíram, no período, 53%, de acordo com dados divulgados pela Secretaria estadual de Governo. Em 2008, o seguro DPVAT pagou 5.173 indenizações a parentes de vítimas de acidentes fatais no estado. Em 2018, o total de benefícios foi de 2.547.

Desde o início das operações até hoje, mais de 3,6 milhões motoristas foram abordados em mais de 22 mil blitzes em todo o estado. Em dez anos, houve uma redução de cerca de 50% no número de motoristas flagrados dirigindo sob o efeito de álcool.

Como antecipado pelo GLOBO, a operação passará a acontecer de dia e à noite, a Lei Seca 24h. O governo também planeja usar nas blitzes equipamentos capazes de detectar o uso de cocaína e ecstasy. Mas esses aparelhos ainda terão de ser importados.

Desde 2016, o rigor com as infrações também aumentou. O valor da multa subiu para R$ 2.934,70, e a recusa do motorista em fazer o teste do bafômetro passou a ser considerada penalidade.


O Globo segunda, 18 de março de 2019

FORAGIDO DA LAVA-JATO VIVE VIDA DE LUXO EM PORTUGAL

 

Foragido da Lava-Jato no Rio, José Carlos Lavouras vive uma vida de luxo em Portugal

Empresário foi localizado por uma equipe do “Fantástico”, da TV Globo, na cidade do Porto
 
José Carlos Lavouras, fugitivo da Lava-Jato é encontrado pelo Fantástico Foto: TV Globo / Reprodução
José Carlos Lavouras, fugitivo da Lava-Jato é encontrado pelo Fantástico Foto: TV Globo / Reprodução
 
 
 

RIO — Foragido da OperaçãoLava-Jato no Rio, o empresárioJosé Carlos Lavouras vive uma vida de luxo em Portugal. Ele chegou a ser preso naquele país devido a uma ordem do juiz Marcelo Bretas em 2017, mas foiliberado depois e o judiciário português decidiu não extraditá-lo.

Junto de Jacob Barata Filho, Lavouras comandou o Conselho da Fetranspor durante três décadas, e foi apontado pelo doleiro e delator Álvaro José Novis como o responsável pela articulação do pagamento de propinas a autoridades do Estado do Rio. Conforme as investigações do Ministério Público Federal, ele organizou uma caixinha para recolher propinas de empresários para políticos. O próprio Lavouras teria embolsado R$ 40 milhões.

Na cidade do Porto, Lavouras vive em um apartamento registrado em nome de sua mãe, na região da Boavista, uma área nobre da cidade. O imóvel de R$ 3,5 milhões possui quatro quartos. Para se deslocar pela cidade, usa carros de luxo com motorista. O mais caro custa o equivalente a R$ 300 mil.

Em Portugal, ele também mantém negócios na área de transporte e em uma empresa de água mineral. O MP português investiga a possibilidade de ele ter lavado dinheiro da corrupção no Brasil por meio dessas empresas. O advogado de Lavouras, Alexandre Lopes, disse que seu cliente não é obrigado a voltar ao país para ser “encarcerado por uma decisão ilegal”.


O Globo domingo, 17 de março de 2019

FUTEBOL FEMININO - BRASILEIRO COMEÇOU NO SÁBADO

 

Futebol feminino aposta em visibilidade de torneios para se firmar no Brasil

Brasileiro começa neste sábado com transmissão de rede social; Flamengo é o único carioca na divisão de elite
 
 
Juliana, meio-campo do Flamengo Foto: Marcos Ramos
Juliana, meio-campo do Flamengo Foto: Marcos Ramos
 
 
 

Desde 2015, Juliana defende o Flamengo no Campeonato Brasileiro feminino de futebol. Domingo, a meio-campo de 27 anos estará em mais uma estreia do time, único do Rio na Série A1 (primeira divisão), contra o Iranduba, em Manaus — o torneio começa neste sábado, com três partidas. Desta vez, porém, a carioca sente que os olhares para a modalidade no país estão diferentes. A CBF fechou parceria com o Twitter, que irá transmitir os jogos na sua plataforma, há negociação em curso para transmissão das partidas numa emissora de TV aberta, apoio logístico total da entidade e cotas para todos os times. O número de atletas profissionalizadas também cresceu de 30 para 200, com expectativa de 600 até o fim da temporada.

 

O momento atual, ela acredita, é para ser agarrado com unhas e dentes. É o ano em que a Copa do Mundo da categoria será transmitida na TV aberta pela primeira vez. O Brasil tem a grande estrela do evento, a seis vezes melhor do mundo Marta. E a CBF e a Conmebol vincularam a participação dos times masculinos em suas competições à formação de equipes femininas profissionais e de base.

— Esse ano promete pela grande visibilidade que o futebol feminino vai ter. É muito importante para a gente que as pessoas possam ver os jogos — diz Juliana, presente na última convocação da seleção brasileira.

Além da maior projeção da competição, os clubes tradicionais, obrigados a investir na categoria pelas entidades, percebem novas oportunidades de negócios e investimentos.

— Acho que é o melhor momento do futebol feminino do Brasil na história. Eu enxergo uma mudança de abordagem. Os clubes já veem como investimento, como oportunidade de receita, de marketing — analisa o diretor de competições da CBF, Manoel Flores. — São 3 mil ingressos antecipados para Iranduba x Flamengo, há lançamentos de camisa, anúncios de atletas, como o São Paulo fez com a Cristiane. Então, é uma outra pegada.

R$ 185 MIL PARA O CAMPEÃO

A vida no futebol feminino no Brasil está longe de ser a dos sonhos. Os valores de salários e premiações, se comparados com o universo masculino, são ínfimos.

 

No Brasileiro de 2018, o time masculino do Palmeiras, por exemplo, recebeu R$ 18 milhões. O Corinthians, campeão feminino, ficou com R$ 120 mil, menos de 1% do prêmio pago aos homens. Na Libertadores, a diferença se mantém. Ano passado, foram R$ 35 milhões para os campeões e R$ 206 mil para as campeãs.

Para este ano, a CBF pagará valor igual em cota de participação. No total, serão distribuídos R$ 700 mil. Além disso, em auxílios aos clubes serão pagos R$ 10 mil por jogo aos mandantes e R$ 5 mil aos visitantes. Ao todo, a entidade desembolsará R$ 2,01 milhões. Somando as premiações de cada fase, o campeão levará R$ 185 mil.

— A competição está paga, passagens, hospedagens, arbitragem. Além disso, tem um auxílio para pagar ambulância, maqueiro, etc. E ainda tem as cotas dos avanços por fase. Financeiramente, a competição é muito boa. Não compare com masculino. Para o feminino, é um dinheiro interessante. Nos próximos três anos, é consolidar isso aí. Agora, tem que vender, números para o ano que vem, começar a dar retorno financeiro para os clubes — afirma Flores.

EXEMPLO NO EXTERIOR

Com a experiência de um ano em Bath, na Inglaterra, em 2011, Juliana consegue traçar as principais diferenças do Brasil e principais centros.

 

O nível de profissionalização e o investimento na base, segundo ela, são os grandes empecilhos para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. E, consequentemente, afeta a renovação da seleção brasileira, que ainda se apoia em Marta, Formiga e Cristiane.

Lá, ela tinha casa, tradutor, professora de inglês. Não se preocupava com nada além de jogar bola num clube da terceira divisão. Só retornou porque a avó ficou muito doente.

— Aqui, no início, eu já tive de jogar com várias meias porque a chuteira emprestada era dois números maior — conta Juliana, que começou a levar o futebol a sério aos 13 anos, quando conseguiu uma bolsa de estudos em um colégio de Jacarepaguá.

Ela aponta as dificuldades do crescimento regional do esporte. A falta de estrutura do Carioca, por exemplo, leva a casos bizarros. Certa vez, o Flamengo viajou até a Região dos Lagos,mas não pôde jogar porque a taxa de arbitragem não havia sido paga.

Atleta da Marinha há seis anos, ela não reclama das condições atuais. Tem um salário fixo, que paga as contas de casa, na Cidade de Deus, e as necessidades mais básicas. Mas nunca foi o suficiente para investir em nutricionistas e outros cuidados necessários para uma atleta de alto rendimento. Por isso, quer voltar para o exterior ao fim da temporada.

 

Do Flamengo, o time recebe o material de treino e de jogos, o que é um dos questionamentos constantes das jogadoras. Desde o ano passado, elas treinam e atuam com versões antigas fabricadas pela Adidas. Os patrocínios antigos são cobertos por tarjas ao longo dos uniformes, já que a equipe feminina não recebeu o de 2019. Ano passado elas jogavam com o de 2016. (Colaborou Diogo Dantas)


O Globo sábado, 16 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: ESTANDARTE DE OURO - PREMIAÇÃO

 

Destaques da Sapucaí recebem neste sábado Prêmio Estandarte de Ouro na quadra da Vila Isabel

Ainda há ingressos disponíveis por valor promocional. Festa terá bateria de três escolas e apresentações de premiados
 
 
Desfile da mangueira, eleito o melhor da Avenida Foto: Marcelo Theobald / AgÊncia O GLOBO
Desfile da Mangueira, eleito o melhor da Avenida Foto: Marcelo Theobald / AgÊncia O GLOBO
 
 
 

RIO — O carnaval acabou, mas ainda dá tempo de aproveitar um pouco mais os destaques da Sapucaí. Neste sábado à noite, acontece, na quadra da Vila Isabel, a cerimônia de premiação da 48ª edição do Prêmio Estandarte de Ouro, concedido pelo GLOBO, com a participação do jornal “Extra”. Quem quiser participar da festa, um resumo do que passou de melhor na Avenida, ainda pode comprar ingressos, a preço promocional (R$ 25), no site ingressocerto.com. Basta usar o código ESTANDARTE2019.

 

A quadra da Vila Isabel vai ter, além da apresentação dos premiados, show das baterias da Vila Isabel, da Grande Rio e da Mangueira, que arrebatou os Estandartes de melhor escola, porta-bandeira e samba-enredo. As três vão tocar juntas e separadamente, garantindo muita animação. Além delas, vão estar na festa as comissões de frente da Grande Rio, da Mangueira e da Portela. A Cubango, que faturou os dois estandartes do Grupo de Acesso (escola e samba-enredo), também marcará presença na noite.

— Será praticamente uma “petit” Sapucaí lá na quadra da Vila — disse a especialista em Projetos Multiplataforma do GLOBO, Luciana Barros.

Eleita melhor porta-bandeira, Squel Jorgea, que se apresentará com o mestre-sala Phelipe Lemos, da União da Ilha, também vencedor do prêmio, está entusiasmada.

— Este está sendo um período super feliz de minha carreira, que já tem 18 anos. Conheci o Phelipe pela rotina de ensaios, mas nunca dançamos juntos. Este será o momento em que celebraremos nossas vitórias — disse Squel.

A festa na quadra da Vila Isabel, que fica no Boulevard Vinte e Oito de Setembro, começa às 20h.


O Globo sexta, 15 de março de 2019

DECISÃO DO STF: INQUÉRITOS DE CAIXA DOIS NA JUSTIÇA ELEITORAL

 

Decisão do STF deve levar inquéritos de Kassab e Lindbergh para a Justiça Eleitoral

No ano passado, processos foram encaminhados para a Justiça Federal, mas os investigados recorreram
 
 
Kassab foi alvo de Operação da Lava-Jato este mês por suspeita de recebimento de dinheiro da J&F Foto: Jorge William / Agência O Globo
Kassab foi alvo de Operação da Lava-Jato este mês por suspeita de recebimento de dinheiro da J&F
Foto: Jorge William / Agência O Globo
 
 
 

BRASÍLIA - A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que processos da Lava-Jato sobre corrupção ligados à prática decaixa dois têm de ser enviados para a Justiça Eleitoral deve afetar inquéritos do ex-senadorLindbergh Farias (PT-RJ), do ex-ministro Gilberto Kassab (PSD-SP), e do ex-deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). No ano passado, os relatores desses processos no STF os encaminharam para a Justiça Federal, mas os investigados recorreram.

 Também no ano passado, quando ainda era senador, Lindebergh recorreu para manter o caso no STF ou, alternativamente, enviá-lo para a Justiça Eleitoral do Rio. Como não tem mais mandato parlamentar, o pedido para manter o caso no tribunal deverá ser facilmente desconsiderado. O provável é que vá para a Justiça Eleitoral.

Fachin chegou a levar o recurso para julgamento virtual na Segunda Turma, quando os ministros não se reúnem para apreciar o caso, mas registram seus votos no sistema eletrônico da Corte. Mas depois, a pedido do ministro Gilmar Mendes, foi retirado de pauta. Assim, não foi tomada ainda uma decisão. O ex-senador nega irregularidades.

Estava na pauta de terça-feira da Primeira Turma do STF o julgamento que definiria se dois inquéritos abertos na Corte contra Kassab com base na delação da Odebrecht seriam enviados para a Justiça Eleitoral ou para a Justiça Federal. O julgamento foi adiado para que o plenário do STF pudesse deliberar sobre a questão.

 

Nos dois casos, o relator, ministro Luiz Fux, determinou em agosto do ano passado o envio para a Justiça Federal de São Paulo. Mas a defesa recorreu, pedindo primeiramente o arquivamento. Se isso não fosse possível, solicitava que os casos continuassem no STF ou, alternativamente, fosse para a Justiça Eleitoral paulista.

Betinho Gomes também foi delatado por executivos da Obebrecht. Ele teria recebido repasses nas campanhas de 2012 e 2014 para ajudar a empresa em projetos em Pernambuco. Em maio de 2018, o relator, ministro Ricardo Lewandowski, mandou o caso para a Justiça Federal naquele estado. A defesa recorreu pedindo o arquivamento ou, alternativamente, o envio para a primeira instância da Justiça Eleitoral de Pernambuco. O caso começou a ser analisado virtualmente pela Segunda Turma do STF, mas não houve decisão ainda.


O Globo quinta, 14 de março de 2019

FRANGO DE PADARIA: TEMPEROS, MOLHOS E FAROFAS ESPECIAIS DÃO CARA NOVA

 

Temperos, molhos e farofas especiais dão cara nova ao clássico frango de padaria

Preparados em fornos de padarias ou em grelhas de restaurante, aprenda ainda o melhor jeito de fazer em casa
 
 
El - Giro. Pollo a la Brasa - Lima Foto: Pollo a la Brasa do Lima Cucina vem em versão peruana, preparado em forno especial
El - Giro. Pollo a la Brasa - Lima Foto: Pollo a la Brasa do Lima Cucina vem em versão peruana, preparado em forno especial
 
 

Casquinha crocante, carne macia e aroma que alcança o quarteirão seguinte. O clássico frango de padaria é uma delícia e tem lugar cativo na memória afetiva de muita gente. A chef Maria Victória, que comanda o Fresh & Good, em Ipanema, lembra os domingos em família com sabor de frango assado com farofa. Da padaria ou assado em casa, tanto fazia, a regra era apenas uma: comer as asinhas com as mãos e mergulhá-las no molho à campanha. No restaurante, ela serve acompanhado por farofa panko e batata-doce.

 
O frango de padaria do Fresh and Good, em Ipanema. Receita da chef Maria Victoria vem com farofa e batata-doce na brasa Foto: Rodrigo Azevedo
O frango de padaria do Fresh and Good, em Ipanema. Receita da chef Maria Victoria vem com farofa
e batata-doce na brasa Foto: Rodrigo Azevedo

— Quem nunca passou um tempinho olhando aqueles frangos girando no forno na porta da padaria? Realmente é uma das coisas mais gostosas que existem. Comida de verdade, sem frescura. Exatamente o que proponho no restaurante. Aqui, preparo uma marinada com vinho branco, louro, tomilho, páprica, legumes aromáticos, raspas de limão e de laranja. O frango fica mergulhado por 24 horas nela e, depois, é assado lentamente no forno. Finalizo na grelha, para a casquinha ficar super crocante e a carne ganhar um toque defumado — conta ela. — A minha dica para quem for fazer em casa é caprichar em uma farofa, a de panko ou de Neston são deliciosas e fáceis de fazer. Basta colocar o alho para dourar no azeite, jogar a farinha e mexer.

No Peru, a fama é tanta, que o pollo a la brasa virou até patrimônio cultural. Para preparar por aqui um típico frango de padaria de lá, o chef Marco Espinoza, do Lima Cocina, no Humaitá, instalou uma churrasqueira ao estilo polleria peruana no terraço da casa. A peça inteira serve quatro pessoas e vem acompanhada por salada com molho vinagrete, batata frita e ainda três molhos de pimenta e maionese caseira. O trunfo do frango peruano, segundo Marco, é o modelo do forno e o tempero que leva 18 ingredientes.

 
O frango do Parador Lumiar, preparado pelo chef Isaías Neries Foto: Rodrigo Azevedo
O frango do Parador Lumiar, preparado pelo chef Isaías Neries Foto: Rodrigo Azevedo

No Zona Sul Santa Mônica, uma loja-modelo da rede que abriu há pouco na Barra, há um forno italiano especialmente para o preparo das aves. Depois da marinada, os galetos passam 4 horas ali se assando. Christophe Lidy, chef do Zona Sul, conta que, para ter um sabor especial, é legal colocar um galho de tomilho fresco e uma folha de louro dentro do frango e ainda dourá-lo em uma frigideira, selando os quatro lados (coxa direita, coxa esquerda, peito e costas), antes de ir para o forno.

— Isso ajudará a dar uma cor mais dourada e a manter a umidade da carne — ensina Lidy.

Na Fazenda Culinária, o frango vem com batatas assadas e farofinha, mas o que faz mais sucesso é o vinagrete especial, que leva até manga e suco de maracujá Foto: Leonardo Aversa
Na Fazenda Culinária, o frango vem com batatas assadas e farofinha, mas o que faz mais sucesso é o vinagrete
especial, que leva até manga e suco de maracujá Foto: Leonardo Aversa

O frango assado virou um clássico nas mesas de domingo na Fazenda Culinária, restaurante do Museu do Amanhã. Ele vem com batatas assadas e farofinha, mas o que faz mais sucesso é o vinagrete especial, que leva até manga e suco de maracujá. O legal é combinar a acidez do molho com a carne suculenta do frango.

Em Ipanema, o Le Pulê, do casal Daniela e Vassia Tolstói, sócios também dos bares Canastra, nasceu com a ideia de homenagear o frango de “televisão de cachorro” (pulê é uma brincadeira com poulet , frango em francês). E eles servem um que é o carro-chefe da casa, inteiro, com uma farofa com pedaços, temperadíssima, e ainda vegetais tostados.

 
No Astor, no Arpoador, ele é selado antes de assar. Vem acompanhado por salada e batata frita Foto: Carol Gherardi
No Astor, no Arpoador, ele é selado antes de assar. Vem acompanhado por salada e batata frita
Foto: Carol Gherardi

No Astor, os acompanhamentos são uma salada de agrião e uma torre de batata frita. O chef Marcelo Tanus conta que se inspirou no americano Thomas Keller, famoso mundo afora por seus pratos com frango.

— A carne fica em salmoura com ervas, alho, água e sal por 12 horas e, antes de ir para o forno, é selada em frigideira bem quente — conta Tanus.

Já no Ojo, no Leblon, o galeto desossado também passa pela marinada da casa, que leva um mix de pápricas, além de limão-siciliano Foto: Rodrigo Azevedo
Já no Ojo, no Leblon, o galeto desossado também passa pela marinada da casa, que leva um mix de pápricas,
além de limão-siciliano Foto: Rodrigo Azevedo

E tem mais. No Rubayiat, há um frango caipira marinado em limão-siciliano, alecrim, mostarda Dijon e azeite, assado na brasa servido com creme de milho que é uma delícia. Já no Ojo, no Leblon, o galeto desossado também passa pela marinada da casa, que leva um mix de pápricas, além de limão-siciliano. Para acompanhar, opções de molho (béarnaise, chimichurri artesanal, vinagrete de biquinho ou manteiga com ervas), batata frita, arroz branco, farofa de brioche e salada. Tudo combina à beça com frango assado caseiro.


O Globo quarta, 13 de março de 2019

EURICO MIRANDA: COLUNISTA DO GLOBO COMENTAM SUA MORTE

 

Colunistas do GLOBO comentam a morte de Eurico Miranda

Ex-presidente do Vasco faleceu aos 74 anos, vítima de câncer
 
 
Eurico Miranda faleceu aos 74 anos Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Eurico Miranda faleceu aos 74 anos Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
 
 

sado. O charuto, baforado na cara dos jornalistas e até dentro de campo, principalmente na hora de levantar troféus; os suspensórios esticados sobre o barrigão ostensivo; o desapego à etiqueta, que ia do deboche à truculência; e, é claro, as ideias que defendia compunham um personagem que passava longe da modernidade. Mas em outros aspectos — especialmente o da comunicação — era um homem à frente do seu tempo.

Em artigo para o site da revista “The New Yorker”, o jornalista Adam Gopnik escreveu que o presidente dos EUA, Donald Trump, descobriu que simplesmente dizer o que está fazendo, por mais polêmico que seja, imobiliza a opinião pública e até mesmo as instituições democráticas. No mundo do futebol brasileiro, Eurico já parecia conhecer esse segredo muito antes do advento as redes sociais. Em episódios como o sumiço da renda de um jogo e a tentativa de expulsar os torcedores do gramado de São Januário para continuar uma final de Brasileiro depois da queda do alambrado (2000), manteve-se desafiador mesmo quando questionado.

Se não queria mais debater, bloqueava os jornalistas, fechando os portões do clube. E tinha sempre à mão uma frase irresistível para seus defensores: fazia tudo pelo Vasco. Um argumento amparado por conquistas como a que lançou sua carreira, a repatriação de Roberto Dinamite (que se tornaria seu inimigo político), e a maior de todas, o título da Libertadores — nem uma nem outra como presidente. Adorava a palavra instituição, que usava para dizer que ele poderia ser atacado, mas o clube que representava deveria ser respeitado. E, justiça seja feita, evitava ofender institucionalmente os adversários — mesmo nas brigas mais renhidas com o Flamengo, que se tornou obsessão.

 

Morre um grande personagem do futebol brasileiro. Muito mais complexo do que o estereótipo que ele mesmo ajudou a criar.

Carlos Eduardo Mansur

 

Claro estava que o pacote completo Eurico Miranda era um modelo esgotado. Representava o protagonismo absoluto do dirigente voluntário na condução dos destinos de um clube , uma maneira de dirigir que fazia a instituição se confundir com a pessoa, um modelo centralizador e anacrônico que, em dado momento, transformou São Januário num território privado, de lei própria.

A morte de Eurico acontece num período em que, gradativamente, este modelo sai de cena. A receita do futebol na era global inclui mentalidade empresarial, métodos modernos de gestão, novas fontes de receita, transformação do torcedor em cliente, arenas... Mas também doses de impessoalidade, frieza, uma noção de que nada do que é local importa. A ambição precisa ser continental, mundial.

Ao menos no discurso, Eurico não trocava por nada a vitória num Vasco x Flamengo. Tratava título estadual com nobreza de Libertadores, não cogitava usar reservas num clássico carioca. Em dados momentos, um radicalismo capaz até de se sobrepor a objetivos esportivos. Mas também sintomas de uma conexão com o sentimento da arquibancada. Descontados todos os fartos vícios e imperfeições de seus métodos, há algo de Eurico Miranda que serve ao dirigente moderno.

O futebol globalizado pode ser frio em demasia: em nome dos objetivos esportivos ou econômicos, distancia-se de sua gente, dos valores que sua comunidade preza, das identidades. E estas estão profundamente ligadas a aspectos históricos, rivalidades, rituais: uma soma de experiências pessoais e coletivas que edificam a paixão, criam pertencimento. E é dele que o futebol vive. Deve haver um ponto de encontro entre a gestão moderna e a manutenção dos clubes como representações do sentimento de sua gente.

É possível se modernizar sem se refundar. O mesmo futebol que precisava virar uma página, romper com práticas anacrônicas e hoje inaceitáveis, pode se servir de uma dose de Eurico.

Martín Fernandez

 

Uma boa definição de Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco morto ontem aos 74 anos, é de Ricardo Vasconcelos, seu assessor durante anos que, em abril de 2008, deu a seguinte declaração para a revista “piauí”:

“A democracia aqui é o seguinte: o Eurico dá autonomia, desde que cada um saiba seus limites”.

Em dezembro de 2000, com o time classificado para a final da Copa Mercosul e no meio da disputa da semifinal do Campeonato Brasileiro, Eurico aplicou sua noção particular de democracia e demitiu o técnico Oswaldo de Oliveira.

Os delitos do treinador: ter dado um abraço em Felipão, na época desafeto do cartola, e concedido uma folga aos jogadores num domingo. A decisão intempestiva teve os melhores efeitos possíveis para o Vasco que, com Joel Santana no banco de reservas, ganhou os dois troféus.

Talvez seja cedo demais para medir o tamanho do “euriquismo” na história do Vasco. Sua importância é inegável, para o bem e para o mal. É fácil confundir a história de Eurico com a história do Vasco, afinal, ele esteva lá durante os últimos 50 anos, período em que fez de tudo: montou esquadrões inesquecíveis e times lamentáveis, deu grandes dribles nos cartolas rivais e afundou o Vasco em crises. O homem que levou o Vasco a conquistar a América é o mesmo que levou o clube ao terceiro rebaixamento.

Durante 50 anos, Eurico Miranda viveu o Vasco. Mas também viveu do Vasco. O clube fez mais bem a Eurico Miranda do que o contrário. Talvez Bebeto não tivesse sido contratado daquele jeito, talvez a galeria de troféus não fosse tão repleta.

Mas convém não esquecer que o Vasco é uma instituição centenária, que acolheu negros quando o padrão era rejeitá-los, que fez da construção de São Januário um símbolo de resistência contra o elitismo, que enfeitou a versão mais bonita de seu uniforme com o símbolo de seu grande rival. O Vasco já era grande antes de Eurico. Continuará a ser depois dele.


O Globo terça, 12 de março de 2019

BELA GIL: ALMÔNDEGA DE CASCA DE BANANA

 

Em novo livro, Bela Gil brinca que almôndega de casca de banana é o novo churrasco de melancia

Em seu quinto livro, apresentadora leva ainda mais a sério a missão de ensinar a combater o desperdício de alimentos
 
 
Bela Gil Foto: Divulgação
Bela Gil Foto: Divulgação
 
 
 

RIO — Ninguém pode dizer que falta bom humor na receita de vida de Bela Gil. Em seu quinto livro, “Da raiz à flor — Um novo olhar sobre os ingredientes do dia a dia”, ela faz graça ao escrever, logo na apresentação: “... muitos de nós conhecemos e consumimos melancia (alguns fazem até churrasco...), mas poucos enxergam a casca da melancia como um ingrediente culinário...”. Bela brinca, mas leva muito a sério a missão de ensinar que se alimentar de forma saudável não é algo chato e que, das frutas, legumes e verduras, tudo se aproveita. Até mesmo a casca da banana ou o caroço da jaca podem ir para a panela. A autora afirma que há uma receita que simboliza bem o seu novo livro: almôndegas de casca de banana. Ela brinca que o prato é o novo churrasco de melancia.

RECEITA: Aprenda a fazer macarrão com almôndegas de casca de banana

A jaca é um dos alimentos que se destacam nas páginas da publicação, que será lançada na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, dia 18, às 19h, pela editora Globo Estilo. Tem petiscos, acompanhamentos, saladas e pratos principais feitos com a fruta. Exemplos? Coxinha de batata-baroa com carne de jaca, empadinha de jaca, jaca verde frita, curry de caroço de jaca, moqueca de caroço de jaca...

Nhoque de batata-doce roxa Foto: Divulgação
Nhoque de batata-doce roxa Foto: Divulgação

 

Nas 57 receitas do livro, Bela também mostra que talos de couve, agrião, coentro e salsinha têm sabor e textura dignos das partes mais convencionais desses alimentos. Ela também ensina a usar folhas de rabanete, couve-flor, brócolis, beterraba e cenoura, que, dificilmente, são vendidas nos mercados. A apresentadora mostra que são nutritivas e também gostosas.

 

A publicação é dividida em quatro capítulos (Petiscos, acompanhamentos e saladas; Pratos principais; Sobremesas; e Bebidas). Bela gosta de dizer que este é um livro com “novos ingredientes que todo mundo já conhece”. E explica que a intenção é mostrar alternativas novas, partindo de alimentos comuns.

— Todo mundo conhece a melancia, mas talvez não saiba o que pode ser feito com a casca dela. Todo mundo conhece o mamão, mas também não sabe como usar a semente. Com a utilização desses ingredientes, a ideia é diminuir o desperdício de comida, além de melhorar a economia doméstica. É importante fazer com que as pessoas gastem menos para comer melhor — comenta Bela.

A apresentadora do canal a cabo GNT tem consciência de que produtos mais saudáveis pesam no orçamento. Ela acredita, porém, que criatividade, conhecimento e informação na cozinha estão entre as soluções para baratear o custo de uma alimentação mais orgânica.

— Se você gasta R$ 10 em um melão e joga toda a casca fora, você está quase jogando a metade da fruta no lixo. Usar a casca é uma forma de fazer o dinheiro render mais. É o que hoje está na nossa mão, mas acredito que também precisamos de políticas públicas. O governo tem que dar mais incentivo para a agricultura orgânica — afirma.

 

Bela diz que gosta de escolher os próprios alimentos e que frequenta as feiras de produtos orgânicos da Zona Sul. Uma delas é a da Praça Nossa Senhora da Paz, na esquina das ruas Joana Angélica e Visconde de Pirajá, em Ipanema, às terças-feiras.

—Adoro porque conheço os produtores e sempre trocamos ideias. A feira orgânica permite que você conheça quem está produzindo o seu alimento. É diferente de uma feira convencional, onde as pessoas compram de um centro de abastecimento sem saber como e por quem foi plantado — diz a autora.

Para quem quiser encontrar uma feira orgânica no bairro ou região onde mora, a dica, segundo ela, é entrar no site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) (www.feirasorganicas.org.br), no qual consta um mapa com todas elas.

Segundo Bela Gil, a maioria das receitas que aparecem no livro é de pratos que ela já vinha preparando em casa. Uma das que passaram por teste foi a que transforma a semente de mamão, já desidratada, em uma espécie de pimenta-do-reino.

—Tinha um ateliê onde testava as receitas. Sempre chamava amigos para comer ou eles mesmos me ligavam e perguntavam se eu estava testando alguma coisa. As pessoas provam, dão palpites e criticam de uma maneira legal as receitas — comenta.

 

De acordo com a apresentadora, ingredientes novos não aparecem nas receitas.

— Todos já foram citados por mim ou apareceram nos programas que gravei ou nos outros livros que publiquei. As novidades estão na maneira como eu os utilizo. Faço, por exemplo, creme de painço com chocolate — diz Bela Gil.

Terminar o mestrado em slow food na Universidade de Ciências Gastronômicas, na Itália, está entre os planos de Bela para 2019. Fundada em 2004 e promovida pela associação Slow Food Internacional em colaboração com as regiões de Piemonte e Emilia Romagna, a instituição é um centro internacional de formação e pesquisa.

Depois de mais estudo e experiências, quem sabe não vem outro livro por aí?


O Globo segunda, 11 de março de 2019

USO DA IMAGEM DE MARIELLE PARA SE PROMOVER

 

'Tanta gente usa a imagem dela para se promover', diz Luyara, filha de Marielle Franco

Filha única da vereadora quer a solução do caso, mas também que a a família seja reconhecida: 'esquecem que a gente tem uma essência, uma criação'
 
 
Luyara, filha de Marielle Franco, vereadora (PSOL-RJ) assinada em março de 2018 Foto: Arte de Luiz Lopes
Luyara, filha de Marielle Franco, vereadora (PSOL-RJ) assinada em março de 2018 Foto: Arte de Luiz Lopes
 
 
 

Filha única de Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros em 14 de março de 2018, Luyara Franco, de 20 anos, ainda tem a sensação, mesmo um ano depois do crime, de que sua mãe "pode chegar a qualquer momento" em casa.  Nesses 12 meses, ela viu o nome Marielle Franco ser pronunciado em telejornais do mundo todo, no discurso da ativista americana Angela Davis e também na voz da cantora pop Katy Perry durante um show no Rio. Mas até hoje Luyara espera a prisão dos assassinos e mandantes do crime, que tirou a vida de sua mãe.

 Em entrevista ao GLOBO, Luyara lamenta que usem o nome de Marielle indiscriminadamente.

 

Como era sua relação com Marielle?   

Filha única, né? Tinha aquele mimo. Mas minha mãe  também era muito dura comigo. Era dura com ela também, para não cometer os mesmos erros que minha avó cometeu. Estava sempre querendo acertar, era uma relação de muita parceria também. Ela se separou muito cedo do meu pai, eu tinha uns 3 anos. Até os 10, a gente morava com a minha avó. Quando minha mãe casou de novo, foi muito diferente porque passamos a ser eu, ela e mais uma pessoa. Antes, ela trabalhava em três lugares, eu acho, e eu só a via de manhã e de noite, antes de dormir. Quando se candidatou, eu estava no ano do vestibular. Então eu acordava muito cedo e ela estava dormindo. Eu só dava um beijo nela e ia para a escola. Depois da escola, eu voltava cansada, e ela chegava do trabalho e me dava um beijo. Eu sempre falo que minha mãe era meu porto seguro. Ela meu anjo da guarda para enfrentar o mundo.

Qual foi a última vez que vocês se encontraram?

 

Eu tinha saído do estágio e minhas aulas ainda não tinham começado.Ou seja, estava em casa direto. Então me mãe me falou para ir passar um tempo com a minha avó. Depois de uma semana lá, peguei conjuntivite. Quando voltei para casa, fui dar um abraço na minha mãe, e ela falou: "cê tá maluca garota, eu não posso pegar conjuntivite não!”. Ela iria viajar na sexta... Eu fiquei muito chateada na hora, mas voltei para casa da minha avó. Era uma segunda-feira. No dia seguinte, não nos falamos muito. Na quarta, dia em que minha mãe foi assassinada, ela me mandou mensagem, acho que era umas ito e pouca da noite. Estava na Casa das Pretas e me mandou uma mensagem falando que a gente tinha que cuidar da nossa coroa, que é como chamamos o nosso cabelo. Foi a última mensagem que eu recebi dela.

Como você soube do assassinato?  

Eu estava na casa da minha avó, com todos na sala assistindo ao jogo do Flamengo. Me despedi e fui para o quarto dormir. Aí uma amiga minha me ligou e perguntou se estava tudo bem comigo. Respondi que sim. Conversamos um pouco, e ela disse que me ligaria depois. Achei estranho. Uns cinco minutos depois, um ex-namorado meu ligou: "Pô, minha mãe recebeu uma mensagem aqui no telefone. Tão falando que mataram sua mãe". Ele foi muito direto. Eu falei que não era possível, eutinha cabado de trocar mensagem com ela. Levantei da cama, fui falar com os meus avós, mas não queria ser a pessoa que contaria a eles. Então pedi que ligassem para ela e para ligarem a TV na Globonews. Nesse momento, escutei a minha tia falando ao telefone no andar de cima. Quando ela desceu as escadas, eu já me debatia no chão, gritando. As pessoas começaram a chegar na casa, meu padrinho, amigos que se formaram comigo, amigos da minha avó. Ela ficou muito mal, eu achei que naquele dia iria perder as duas de tanto que ela chorava. Chorava, chorava, chorava. Pedi a minha avó para ficar calma: "Eu não posso perder as duas no mesmo dia". Minha tia foi ao local do assassinato, volta e fala que era verdade mesmo. A gente tenta ir dormir sem acreditar. Eu nem dormi, não consegui dormir. Cochilei meia hora. Chovia muito, ventava. 

 

Como você se sentiu ao ver a repercussão do caso?  

Nos primeiros meses, eu comentava com minha tia que os caras que fizeram isso não tinham noção de que repercutiria nesse nível. Eles achavam que seria só mais um crime político. Eu tive noção quando a gente foi no show da Katy Perry. Eu a conheci, tirei foto com ela, o que já era bem mais do que qualquer pessoa esperava. E depois ver outras pessoas como a Taís Araújo e o Lázaro Ramos, gente  que eu sempre admirei. A própria Angela Davis, que minha tia teve o prazer de conhecer. É muito gratificante. Ameniza um pouco a dor saber que ela morreu por uma causa que repercutiu no mundo todo.  

Durante um ato de campanha na eleição de 2018, dois candidatos apareceram em vídeo quebrando um placa que homenageava sua mãe. Qual foi sua reação ao ver a cena?   

Quando eu vi aquilo, eu pensei "as pessoas não são humanas". Por que fazer isso dessa forma tão brutal? Quebrar a placa, sendo uma homenagem, depois atacar a gente de algumas formas. Eu fiquei mais do que chateada, fiquei triste, com raiva da vida. Saber que as pessoas não conseguem se colocar no lugar do outro.

 

Como é sua vida hoje, quase um ano após o crime?  

Continuo no curso de Educação Física na Uerj e voltei a morar com os meus avós. É muito diferente porque fica mais clara a ausência da da minha mãe. A minha tia vai lá nos finais de semana. Passa sempre para ver a gente, o que me lembra muito a época que morava todo mundo junto. Para mim, parece que a minha mãe vai chegar a qualquer momento.  Eu tenho um quadro do rosto dela no meu quarto, em cima da minha cama. Às vezes, quando eu estou me arrumando, parece que ela vai chegar e falar que era mentira.

O que você espera daqui para frente? 

Eu espero Justiça em alguns âmbitos. Justiça de saber quem fez, quem mandou, por que mandou. E também a justiça da vida.  É que de vez em quando eu passo por umas situações... As pessoas não  lembram que minha mãe tinha uma filha. Ou não sabem. Tem tanta gente que usa a imagem dela para se promover, usam o nome dela para se promover. Como é que todo mundo tá usando o nome dela e não sabe que ela tem uma filha? Não sabem a história dela. Mãe, vereadora, bissexual. Esquecem que a gente tem uma essência, uma criação. Inclusive acho que essa é a justiça que, no meu coração, vai mais me acalentar. Quando as pessoas reconhecerem todo mundo como a mesma família, que a família existe, que está todo mundo junto.


O Globo domingo, 10 de março de 2019

BARBIE FAZ 60 ANOS

 

Barbie faz 60 anos e busca repaginar sua imagem frente a demandas por diversidade

Criticada por reforçar um padrão de beleza inatingível para a maioria das mulheres, boneca ganha novas versões, incluindo negras e curvilíneas
Ao completar 60 anos, a Barbie mostra que não perdeu fôlego: a cada minuto, mais de 100 exemplares da boneca são vendidos em 150 países Foto: Arte de Luiz Lopes
Ao completar 60 anos, a Barbie mostra que não perdeu fôlego: a cada minuto, mais de 100 exemplares da boneca
são vendidos em 150 países Foto: Arte de Luiz Lopes
 
 
 

A lembrança mais antiga da minha vida foi aos 4 anos, em 1983: o dia em que minha mãe entrou no meu quarto com minha irmã recém-nascida. A visão era incrível: cabelos loiros, chapeuzinho, casaco vermelho e longas botas pretas — foi minha primeira Barbie, que minha mãe trouxe de presente para que eu não ficasse chateada com a chegada da irmãzinha, de cujas feições naquela hora, confesso, não tenho a mais vaga lembrança.

 

Barbie havia chegado ao Brasil em 1982, franqueada pela marca Estrela, mas já era objeto de desejo das meninas americanas há mais de duas décadas: agora, ela completa 60 anos, e eu fui só mais uma entre milhões de meninas de todo o planeta que tiveram suas infâncias marcadas pela boneca loira, de olhos claros e corpo impossível de reproduzir na vida real.

Os números mostram que a sexagenária tem fôlego. A cada minuto, mais de 100 Barbies são vendidas em 150 países. O canal da boneca no YouTube tem 5 milhões de inscritos. Quem o acessa já consumiu 151 milhões de minutos de conteúdo, fora os impressionantes 18 bilhões de minutos de conteúdo gerados pelos próprios usuários.

Breve, num cinema

No ano que vem, o icônico personagem chega aos cinemas em sua primeira versão live action. Margot Robbie, atriz de “Esquadrão Suicida” e “Eu, Tônia”, vai encarnar a protagonista. Nem tudo, porém, é glamour. Para muita gente, a rica loura de cintura fina e que jamais envelhece tem o filme queimado para sempre. Barbie, afinal, cristalizou um ideal de beleza. E o mundo foi exigindo mais representatividade e brigando contra a imposição de padrões.

Justiça seja feita, ela foi uma revolução quando surgiu. Na época, as bonecas eram apenas reproduções de bebês. Com ela, as meninas de 60 anos atrás passaram a brincar de “adultas” — com profissões, carros, casas, um guarda-roupa repleto de looks — e, não mais, necessariamente, de mães.

 

Na história oficial, Ruth Handler, fundadora da fabricante de brinquedos Mattel junto com o marido, percebeu que a filha Barbara (ou Barbie) curtia trocar as roupas de suas bonecas de papel. Viu ali uma oportunidade de criar “life in plastic/it’s fantastic” (“vida de plástico, isso é fantástico”, em tradução livre), como cantou a banda Acqua, muitos anos depois.

Outra versão conta que a inspiração veio de Bild Lilli, boneca alemã criada em 1955 e que Ruth teria comprado em Hamburgo. O fato é que, no dia 9 de março de 1959, Barbie surgiu numa feira de brinquedos em Nova York, de saltos altos, maiô listrado e corpo de musa de Hollywood. A partir daí, o céu, ou melhor, o espaço foi o limite. A boneca, inicialmente vendida por US$ 3, teve mais de 200 carreiras — inclusive astronauta, em 1965, chegando à Lua antes de Neil Armstrong.

— De objeto inanimado, ela passou a ter uma dimensão humana e tornou-se um conceito, uma marca — explica Fernanda Roveri, pesquisadora e autora do livro “Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque”, que ganha nova edição neste ano.

Ao longo dos anos, a “boneca-mulher” foi vestida por estilistas famosos, viveu em mansões, ganhou capa de revistas e edições especiais retratando personalidades do cinema, da moda e das artes. Também contabilizou “amigas” de cabelos cacheados, negras, morenas e com filhos.

 

Mas o mundo mudou. E, com ele, mães e pais, que passaram a demandar bonecas mais condizentes com a realidade que viam em casa. A boneca se ligou e vem tentando se atualizar. Ao mesmo tempo, levou uma nova saraivada de críticas, de quem vê as tentativas de modernização como mera maquiagem da mesma doutrinação de como deve ser uma mulher.

No ano passado, Jill Lepore, historiadora americana e professora em Harvard, escreveu um artigo relembrando uma disputa judicial. A pendenga envolveu a Mattel, fabricante da Barbie, e a MGA Entertainment, criadora da Bratz, boneca mais descolada que caiu nas graças de meninas (e meninos) não brancas e ameaçou a hegemonia da loura nos anos 2000. Para ela, mesmo que as bonecas sejam aparentemente empoderadas, o controle sobre o tipo, corpo e padrão de mulher aceitável permanece.

De musa a meme

Professora no Art Center College Design em Pasadena, na Califórnia, Elizabeth Chin é especialista em comportamento do consumidor e também não acredita no poder de bonecas “empoderadoras”.

“O problema aqui não é realmente a Barbie, mas a cultura que a produz”, ela escreveu. As crianças seriam influenciadas desde muito cedo por uma cultura em que aparências importam — e muito. Para Elizabeth, dar às meninas bonecas com corpos mais reais mas manter a pressão social por magreza, padrão de beleza e adequação é inútil.

 

No Brasil dividido nas posições políticas, mas unido no amor aos memes, a boneca virou piada, discursando contra demandas de minorias em contraste com sua vida de luxo. Depois, apareceu como fantasia de carnaval, loura, de cor-de-rosa, carregando plaquinhas com frases como “Se eu tenho privilégios foi porque mereci!”

Apesar das críticas, a boneca chega aos 60 como sucesso de vendas. E aproveita a efeméride para lançar mais modelos. Entre as Barbies Fashionistas — lançadas em 2016 com bonecas negras, curvilíneas, de cabelos crespos, cacheados, coloridos — haverá agora uma cadeirante e outra com uma prótese na perna. Um novo posicionamento que veio há três anos com a sutil mudança de slogan: de “tudo o que você quer ser” para “você pode ser o que quiser”. Se o que você quiser couber no catálogo, claro.

Para Jaciana Melquíades, que criou a marca de bonecas de pano negras Era Uma Vez o Mundo, a falta de representatividade da boneca loira, magra e rica não impede que ela ainda seja um sucesso.

— Ela já conseguiu se firmar no imaginário das pessoas como a boneca do desejo. Todo mundo quer se ver na Barbie. Então, cabe à indústria se adaptar às realidades, às diversas possibilidades de identidade e criar essa identificação com as pessoas — diz.

 

Uma pequena parte dos números imensos que circundam o universo Barbie aparece na casa da advogada gaúcha Bianca Condini, 32 anos, mãe de Ágata, 5. A menina ganhou suas duas primeiras Barbies com 2 anos e de lá para cá já amealha 20 exemplares, entre loiras, morenas, fadas, jogadoras de futebol.

— Ela não dava muita importância para a boneca. Mas, de uns dois anos para cá, começou a gostar muito mais, acho que influenciada por desenhos na internet — conta a mãe, que também tinha Barbies na infância.

Outros modos de ser

Seguindo a proposta de mostrar mais diversidade, a Mattel engorda sua lista de homenageadas do projeto Shero (jogo de palavras com “She” (ela) e “Hero” (herói/heroína). São Barbies que representam personalidades ao redor do mundo. Foram lançadas 20 bonecas, incluindo ativistas, jornalistas, atletas e, entre elas, uma brasileira: Maya Gabeira, a maior surfista de ondas gigantes do Brasil, que entrou para o “Guinness Book” em 2018 após surfar uma onda de 20,7 metros.

— Isso mostra às meninas que elas podem e devem ser realmente quem quiserem ser — defende Maya.

Para a pesquisadora e doutora em Educação Fernanda Roveri, autora da tese de mestrado que virou livro “Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque”, a boneca “sugere às meninas modos de ser e de se comportar para adquirir visibilidade e lugar social”. Mas, ela pondera:

 

— Vale lembrar que a boneca ensina apenas um tipo de feminilidade, quando existem muitos modos de ser mulher.

Para fazer esta reportagem, comprei minha primeira Barbie depois de quase 30 anos. Escolhi a jogadora de futebol, da linha Profissões, com pele e olhos muito mais escuros do que as Barbies do “meu tempo”, cabelos também escuros, porém longos e lisos. Peitos menores, quadril mais proporcional, parece. Dei para o meu filho Rafael, 5 anos, cuja pele é da exata cor da boneca, e ela está entrando na brincadeira com os heróis e robôs — com uma certa truculência que me deixa meio desconfortável. E ainda causa estranhamento. Mas não dá mais para esperar outros 60 anos.


O Globo sábado, 09 de março de 2019

SALADAS QUE VALEM POR UM BIFINHHO

 

Saladas que valem por um bifinho

Com sustância, sugestões vão muito além do mix de folhas
 
 
 
Gula Gula. Feijão maravilha: feijão vermelho, pesto de agrião e limão-galego, azeitonas, farofa de castanhas e crudo de cogumelos e pupunha Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Gula Gula. Feijão maravilha: feijão vermelho, pesto de agrião e limão-galego, azeitonas, farofa de castanhas e
crudo de cogumelos e pupunha Foto: Tomás Rangel / Divulgação
 
 
 

Se tem gente que diz que o ano só começa depois do carnaval, não custa pegar carona na empolgação do recomeço e investir numa alimentação mais balanceada. Para ninguém fazer promessa que não pode cumprir, a dica é apostar em saladas mais parrudas, que valem (mesmo) por uma refeição. 

 Não é porque é salada que tem que ser fria. No Anna (Av. Epitácio Pessoa 214, Ipanema — 2529-8810), os frutos do mar (camarão, polvo, lula e lagostim), servidos com rúcula selvagem e parmesão, são mornos, cozidos no vapor (R$ 35).

Barthodomeu

Barthodomeu. Salada de rosbife com mix de folhas, tomate-cereja, rosbife e molho de gorgonzola. Foto: FILICO / Divulgação
Barthodomeu. Salada de rosbife com mix de folhas, tomate-cereja, rosbife e molho de gorgonzola. Foto: FILICO / Divulgação

A sugestão do Barthodomeu (Rua Maria Quitéria 46, Ipanema — 2247-8609) quase vale por um bifinho: salada de rosbife (R$ 32), mix de folhas, tomate-cereja, rosbife e molho de gorgonzola.

Gaia Art & Café

Gaia Art & Café. Salada colorida com alfaces roxa e verde, com tomate-cereja, repolho roxo, cenoura e rostie de inhame com queijo coalho e cebola roxa. Foto: Divulgação
Gaia Art & Café. Salada colorida com alfaces roxa e verde, com tomate-cereja, repolho roxo, cenoura e rostie de inhame com
queijo coalho e cebola roxa. Foto: Divulgação

No restaurante de culinária sustentável do Leme (Rua Gustavo Sampaio 323 —2244-3306) , a salada colorida (R$ 33) é para quem é bom de garfo. O prato combina alfaces roxa e verde, com tomate-cereja, repolho roxo, cenoura e rostie de inhame com queijo coalho e cebola roxa.

Gula Gula

Gula Gula. Feijão maravilha: feijão vermelho, pesto de agrião e limão-galego, azeitonas, farofa de castanhas e crudo de cogumelos e pupunha Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Gula Gula. Feijão maravilha: feijão vermelho, pesto de agrião e limão-galego, azeitonas, farofa de castanhas e
crudo de cogumelos e pupunha Foto: Tomás Rangel / Divulgação

As saladas do Gula Gula (Shopping da Gávea — 2239-5594) são quase um patrimônio carioca. Duas delas dispensam acompanhamentos: a feijão maravilha (feijão vermelho, pesto de agrião e limão-galego, azeitonas, farofa de castanhas e crudo de cogumelos e pupunha, R$ 30) e a turbinada Oriental 2.0 (arroz integral com molho oriental, mix de folhas, abóbora fresca ralada, tâmaras, castanha de caju tostada, tomate, abacaxi e hortelã, R$ 25).

La Fruteria

La Fruteria. A bean mix tem feijões preto, de corda e moyashi, pesto verde, ovo, crocante de milho, tofu defumado crocante, cenoura, couve-flor, azeite de alho assado, tomate-cereja, banana-da-terra, queijo coalho e folhas. Foto: Divulgação
La Fruteria. A bean mix tem feijões preto, de corda e moyashi, pesto verde, ovo, crocante de milho, tofu defumado crocante,
cenoura, couve-flor, azeite de alho assado, tomate-cereja, banana-da-terra, queijo coalho e folhas. Foto: Divulgação

A boutique de frutas na Barra (Av. Lúcio Costa, 3150, loja 101, Barra - 3649-9979) tem um bar de saladas da DoJour, com opções combinadas e à la carte. Uma das opções rica em proteína é a bean mix (R$39) com feijões preto, de corda e moyashi, pesto verde, ovo, crocante de milho, tofu defumado crocante, cenoura, couve-flor, azeite de alho assado, tomate-cereja, banana-da-terra, queijo coalho e folhas.

 


O Globo sexta, 08 de março de 2019

PÓS-CARNAVAL EM ANITTA, NONOBLOCO EM HOMENAGEM ÀS MULHERES

 

Pós-carnaval tem Anitta, Monobloco em homenagem às mulheres e roda de samba feminina

Uma série de blocos e festas anima a programação do fim de semana, que tem mais uma edição do Bloco das Poderosas no Centro
 
Anitta e Bloco das Poderosas Foto: Leonardo Aversa : / Leo Aversa/Agência O Globo
Anitta e Bloco das Poderosas Foto: Leonardo Aversa : / Leo Aversa/Agência O Globo
 
 
 

Abram alas para elas! Com o tema “Homenagem às mulheres da música brasileira — Abram alas pra elas”, o Monobloco faz seu 19º desfile no domingo pós-carnaval no Centro, onde um dia antes o furacão Anitta (dona do hit mais tocado no carnaval de rua do Rio: "Bola rebola") lidera mais uma edição do Bloco das Poderosas. Além de sucessos em ritmo de batucada, o Monobloco traz canções conhecidas nas vozes de Ivete Sangalo, Iza, Daniela Mercury, Marisa Monte, Elba Ramalho e Ludmilla, entre outras.

 

- A decisão de homenagear as mulheres veio dos nossos batuqueiros, depois que nós propusemos alguns temas. São muitas as mulheres brilhantes da nossa música e vamos tentar contemplar o maior número possível. Posso destacar algumas homenageadas, como Elza Sares, Clara Nunes, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Maria Rita, Elba Ramalho, e por aí vai. Vai ser bonito poder contar um pouco dessa historia da força feminina que também está nas nossas baterias - destaca um dos fundadores do Monobloco, Pedro Luís, informando que, no Rio, dos 190 ritmistas, 114 são mulheres, a maioria em instrumentos com tamborins e chocalhos, mas também em surdos e repique.

Uma das patrocinadoras do Bloco das Poderosas vai levar pessoas com deficiência auditiva para curtirem a festa de um jeito único, com mochilas que vibram de acordo com as batidas do som.

- Com uma tecnologia especial, eles poderão sentir a música pelo corpo e viver uma experiência inesquecível. Amei a ideia. Estou muito feliz de fazer parte. Esse é um jeito muito legal e inovador de mostrar a importância da inclusão dessas pessoas na festa mais inclusiva do país - diz Anitta.

 
 

Sábado, a roda Samba Que Elas Querem estará entre as atrações do Baile da Sorte, que recebe ainda os blocos Sereias da Guanabara, New Kids On The Bloco e Tome Conta de Mim, além de DJs. Confira estas e outras performances de carnaval pela cidade no fim de semana. Siga nossa página no Instagram: @rioshowoglobo

VEJA LISTA DE BLOCOS DO CARNAVAL DE RUA DO RIO

Blocos

0800 Bloco Suor e Glitter

A bateria do bloco toca com os DJs Ciana UG (UjimaGang), Fresh Prince (Batekoo RJ), Mabru UG (UjimaGang) e Tago.

Rua do Livramento: Na altura do número 73, Gamboa. Sex, às 22h.

Bloco dos Amigos

Tocam SalleZ (Bass Paradise), DJ Julio Rodrigues (AUR) e Arth.exe (Papa Bass), entre outros.

Bar do Nanam: Rua Imperatriz Leopoldina 55, Centro. Sex, às 23h.

Bloco das Poderosas

Anitta comanda a festa no megabloco de funk.

Av. Presidente Antônio Carlos: Centro. Sáb, às 7h.


O Globo quinta, 07 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: MANGUEIRA CAMPEÃ

 

Análise: um resultado justo e esperado, o que nem sempre acontece no carnaval carioca

Mangueira mereceu o título, ao contrário de várias outras campeãs recentes; jurados ainda incorrem em velhos vícios, mas vêm melhorando aos poucos
 
 
Torcedoras comemoram o título da Mangueira Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Torcedoras comemoram o título da Mangueira Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
 
 
 

Tudo levava a crer que a Mangueira seria a campeã do carnaval 2019. A expectativa anterior à festa, com o samba cantado fervorosamente pelos quatro cantos do Rio, se confirmou com o catártico desfile da escola na madrugada da terça-feira de carnaval. Só que "tudo leva a crer" no universo da Liga Independente das Escolas de Samba pode não significar absolutamente nada, como mostrou o campeonato da Beija-Flor de 2018. Um ano depois, os jurados, de forma geral, avaliaram as escolas com rigor e critério, e a verde-e-rosa acabou campeã com um score perfeito, até "folgado" em termos de carnaval carioca, com três décimos à frente da surpreendente vice-campeã Viradouro. O quesito samba-enredo (sempre ele!) fez a Mangueira abrir a diferença, que nunca foi recuperada pela escola de Niterói. Na verdade, o hino da Viradouro foi julgado até com complacência demais: dois jurados, Felipe Trotta e Eri Galvão, deram nota 10 para uma canção muito inferior à maioria das outras do ano, com pouco sentido - como é tradicional nos enredos do carnavalesco Paulo Barros - e nenhum charme.

Se alguns quesitos tiveram jurados rigorosos, como samba-enredo e comissão de frente, em outros veio a tradicional (mas que, por sorte, anda caindo em desuso) enxurrada de notas 10. O julgamento de bateria, por exemplo, precisa definitivamente ser repensado. Das 40 notas apuradas, menos da metade não foram 10, apenas 18. O jurado Sérgio Naidin deu três notas 9,9 (para Império Serrano, São Clemente e Portela), e todas as outras escolas receberam o grau máximo. É certo que as baterias são profissionais, bem ensaiadas, mas será possível que uma não é um pouquinho melhor do que a outra? A Mangueira, com sua bossa que começava marcial  e acabava em atabaques (os negros superando os militares), a Portela e suas levadas afro, referentes a orixás diversos, e o coração que batia com o samba do Império Serrano, nada disso merece um décimo a mais do que baterias corretas, mas menos criativas? A batida mais cadenciada da Mocidade, valorizando a melodia do samba, não deve ser mais bem avaliada do que a metralhadora hardcore da bateria do Tuiuti? Não custa refletir.

É claro que alguma contaminação é inevitável. O jurado pode se emocionar com um aspecto do desfile que não é aquele que ele deveria julgar e acabar beneficiando a escola. Um dos casos mais flagrantes disso aconteceu em 1998, quando "Chico Buarque da Mangueira" levou o título, um desfile fraco, com um samba bobo, mas um monstro da cultura brasileira que seduziu todo mundo. Acontece. (Aliás, a Mangueira dividiu o título daquele ano com a Beija-Flor e seu "Mundo místico dos caruanas nas águas do Patu-anu", alguém se lembra? Quem vir os desfiles e ouvir os sambas certamente perceberá, sem a emoção (e os olhos azuis de Chico) do momento, a superioridade da escola de Nilópolis.

Nomes e bandeiras continuam tendo sua força. O Império Serrano fez, decerto, o pior dos 14 desfiles. Mas será que precisava ter como default a nota 9,7? Se uma poderosa se apresentasse da mesma forma, seria julgada com o mesmo rigor? O mestre Renato Lage, um dos maiores nomes da história do carnaval, fez uma Grande Rio desenxabida, com poucas ideias, burocrática, e ainda embalada por um samba fraquíssimo. Pois suas alegorias e adereços levaram quatro notas 10, à frente, por exemplo, do suntuoso Salgueiro e da Portela de Rosa Magalhães, ao lado da beijaflôrica Vila Isabel. Terá sido justo?

 

Por fim, o rebaixamento. O Império Serrano, mesmo sem qualquer implicância, já estava de volta ao sábado (o do Acesso em 2020, não o próximo) desde antes do carnaval, com sua "ousadia" de transformar "O que é, o que é?", de Gonzaguinha, em samba-enredo, e com a ideia no mínimo esquisita de botar mestre-sala e porta-bandeira para dançarem sobre um tablado (os dois quesitos, aliás, nem foram os mais mal avaliados). Um descenso merecido de uma escola que ainda vive nos anos 1970, e cuja presidente teve a ideia genial de não ensaiar na quadra no pré-carnaval, para "evitar prejuízos".

A Imperatriz Leopoldinense teve graves problemas em seu desfile, mas há 20 anos, quando ela era campeã quando merecia e quando não merecia, tamanho era seu poder na Liga, isso talvez não acontecesse. Desde que foi vice-campeã do Grupo 2 em 1978 e chegou à elite, a escola de Ramos nunca tinha sido rebaixada, numa permanência de quatro décadas no grupo principal. Em outros tempos, também, talvez e poderosa Beija-Flor fosse parar no Acesso. A escola comandada pela família David teve a maior queda de uma campeã em muitos anos, saindo do primeiro para o 11º lugar, que conquistou em uma acirrada disputa com a São Clemente (para muitos bem melhor na avenida do que a Beija). É, aos poucos, talvez a batida dos surdos, caixas  e tamborins esteja mudando.

 

O Globo quarta, 06 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA - MANGUEIRA LEVA O ESTANDARTE DE OURO

 

Mangueira leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial

Escola de samba foi premiada por desfile embalado por aclamado samba-enredo e elogiado desenvolvimento de enred
 
 
A Mangueira encerra o desfile com bandeiras de ícones da escola, como o intérprete Jamelão e o compositor Cartola; além da vereadora assassinada Marielle Franco e da escritora Carolina de Jesus, autora do livro
A Mangueira encerra o desfile com bandeiras de ícones da escola, como o intérprete Jamelão e o compositor Cartola; além da vereadora assassinada Marielle Franco e da escritora Carolina de Jesus, autora do livro "Quarto de despejo: diário de uma favelada" Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo
 
 
 

RIO — A Estação Primeira de Mangueira levou o Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial em 2019. A verde e rosa foi premiada pelo desfile completo, em que tudo funcionou, a partir de um samba maravilhoso, o desenvolvimento perfeito do enredo e o trabalho de alegorias e fantasias. A agremiação levou ainda os prêmios de melhor porta-bandeira, para Squel Jorgea, e de melhor samba-enredo, para a canção "História pra ninar gente grande", que arrebatou a Marquês de Sapucaí.

Este ano, a Mangueira cantou um enredo sobre os heróis esquecidos da História do Brasil e levantou as arquibancadas com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março do ano passado.

— Este é o trabalho de muita gente, é bom ser reconhecido pelo Estandarte. Estou há quatro anos na Mangueira e este é meu terceiro estandarte de melhor escola. Mais importante do que ganhar prêmios, é se sentir orgulhoso do trabalho apresentado na Avenida — comentou Leandro Vieira, carnavalesco da verde e rosa.

Desde os primeiros versos do samba da Mangueira, o público não parou mais de cantar. Apaixonados pela verde e rosa choraram. Alguns com camisas de outras escolas também. Passaram pela avenida personagens como Luisa Mahin, Esperança Garcia e Chico da Matilde. Ao fim do desfile, o público gritou "é campeã" .

Para o júri, além de trazer para o carnaval deste ano uma das melhores letras da história de sambas-enredo, a Mangueira teve uma bela melodia, que fugiu de clichês. Os autores premiados são Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino.

Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel, Salgueiro, Portela e Grande Rio empataram em segundo lugar, com dois prêmios cada. União da Ilha e Mocidade, um cada.

Vice-campeã do ano passado, a Tuiuti recebeu o Estandarte de Ouro de melhor enredo. Este ano, a escola de samba de São Cristóvão cantou na avenida a história de um bode eleito vereador no Ceará, como crítica política à situação atual do país. A agremiação também levou a melhor na eleição de melhor ala, por "O bode picando a mula do Sertão", uma ala da comunidade.

A Grande Rio teve a bateria aclamada pelos jurados, sob o comando do mestre Fabrício Machado, o Fafá. Os emojis voadores da comissão de frente da escola de Duque de Caxias mereceram o prêmio de inovação deste carnaval, para o júri.

VEJA: A lista de vencedores do Estandarte de Ouro de 2019

Já a revelação 2019 foi o mestre Macaco Branco, da bateria da Vila Isabel, pelo resgate das origens da agremiação. Em sua estreia na avenida, ele garantiu o desfile da escola. A azul e branco ainda teve o melhor passista masculino, Hudson Gaspar.

Bellinha Delfim mostrou o samba no pé no desfile no Salgueiro e foi eleita a melhor passista feminina. A escola tijucana também teve a melhor ala das baianas.

 A melhor comissão de frente foi a da Portela, coreografada por Carlinhos de Jesus. O puxador da agremiação, Gilsinho da Portela, também foi eleito o melhor na função.


O Globo terça, 05 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: MANGUEIRA LEVA O ESTANDARTE DE OURO

 

Mangueira leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial

Escola de samba foi premiada por desfile embalado por aclamado samba-enredo e elogiado desenvolvimento de enredo
 
 
Mangueira encerrou o desfile em ala com bandeiras de ícones da escola; Marielle, tônica do cortejo, foi representada Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo
Mangueira encerrou o desfile em ala com bandeiras de ícones da escola; Marielle, tônica do cortejo, foi representada
Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo
 
 
 

RIO — A Estação Primeira de Mangueira levou o Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial em 2019. A verde e rosa foi premiada pelo desfile completo, em que tudo funcionou, a partir de um samba maravilhoso, o desenvolvimento perfeito do enredo e o trabalho de alegorias e fantasias. A escola arrebatou o público e emocionou a Marquês de Sapucaí.

 

Este ano, a Mangueira cantou um enredo sobre os heróis esquecidos da História do Brasil e levantou as arquibancadas com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março do ano passado.

Desde os primeiros versos do samba da Mangueira, o público não parou mais de cantar. Apaixonados pela verde e rosa choraram. Alguns com camisas de outras escolas também. Passaram pela avenida personagens como Luisa Mahin, Esperança Garcia e Chico da Matilde. Ao fim do desfile, o público gritou "é campeã" .

A melhor ala, para os jurados foi “O bode picando a mula do Sertão (Ala da comunidade) , do Paraíso do Tuiuti.

O prêmio de melhor passista masculino foi para Hudson Gaspar, da Vila Isabel. Já a passista feminina escolhida foi Bellinha Delfim, do Salgueiro.

O prêmio de inovação foi para os emojis voadores da comissão de frente da Grande Rio.

O Estandarte de Ouro é o prêmio mais importante do carnaval carioca. Organizado desde 1972 pelo GLOBO, o troféu também tem a participação do jornal Extra. A premiação tem 15 troféus para o Grupo Especial e dois para a Série A, ambos vencidos este ano pela Acadêmicos do Cubango.

 

Compuseram o júri o jornalista Argeu Affonso, presidente; o escritor Alberto Mussa; o jornalista Aloy Jupiara; o empresário Bruno Chateaubriand; a cantora Dorina; o professor da Uerj Felipe Ferreira; o ator, produtor e escritor Haroldo Costa; o jornalista Leonardo Bruno; o produtor musical Luis Filipe de Lima; o pesquisador Luiz Antonio Simas; o jornalista Marcelo de Mello, coordenador; a professora e carnavalesca Maria Augusta; o músico Mestre Odilon; e a pesquisadora e escritora Rachel Valença, que só julgou as duas categorias da Série A.

O grupo assistiu ao desfile no camarote “Quem/O GLOBO”, entre os setores 7 e 9. A entrega dos prêmios será dia 16 de março na quadra da Vila Isabel. A venda dos ingressos começa terça-feira no site ingressocerto.com/estandartedeouro. A pista custa R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia); a mesa para quatro pessoas, R$ 200. Leitores do GLOBO e do “Extra” têm desconto de 50% com o código estandarte2019.


O Globo segunda, 04 de março de 2019

DÉBORA SECCO PASSA TRÊS HORAS NA VAN PARA CHEGAR AO SAMBÓDROMO

 

Déborah Secco passa três horas na van para chegar na Sapucaí

Ao chegar, atriz encontrou Yasmin Brunet na Avenida
 
 
Deborah Secco na Sapucaí Foto: Ari Kaye / Ari Kaye
Deborah Secco na Sapucaí Foto: Ari Kaye / Ari Kaye
 
 
 

RIO — A atriz Deborah Secco é a rainha do camarote Allegria, mas precisou de muita paciência para continuar sorrindo essa noite de domingo. Ela passou três horas na van até conseguir chegar ao Sambódromo, já que o motorista não conhecia o caminho.

 

Ainda assim, esbanjou simpatia e beleza ao chegar, posando para fotos e sambando na avenida durante o intervalo.

Para ela, o Carnaval é um momento de esperança. “É a hora de lutar pelas nossas verdades e nossos direitos. Adoro ver a festa e as manifestações políticas dos blocos.”

Ao chegar à Sapucaí, Deborah foi à Avenida sambar com a amiga Yasmin Brunet. Musa do camarote Allegria, Yasmin anunciou que ano que vem vai estrear na avenida. Já recebeu convite de duas escolas, mas ainda não fechou com nenhuma.

— Não tenho escola do coração. Vou decidir, mas ainda não sei como.

Déborah Secco com Yasmin Brunet na Avenida Foto: Marina Caruso / O Globo
Déborah Secco com Yasmin Brunet na Avenida Foto: Marina Caruso / O Globo

 Será que a princesa está pronta para virar rainha? Yasmin diz que nunca vai conseguir ser tudo o que a mãe, Luíza, foi para o carnaval carioca, mas pretende lutar pelo seu legado.

— Minha mãe vai ser sempre a rainha, ninguém será como ela, mas quero manter esse legado — disse a modelo, que contou ter aprendido um pouco de samba com Luíza, mas pretende continuar praticando.

Yasmin, que viveu nove anos no exterior, lamenta a onda conservadora que atinge o Brasil.

— Nosso país é muito machista. Os homens são ensinados que assédio é ok, que devem controlar as mulheres. A gente chegou no limite, é preciso mudar isso.


O Globo domingo, 03 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: ESTÁCIO DE SÁ SE DESTACA

 

Estácio se destaca em noite de muita religiosidade e temática racial

Desfiles tiveram alto nível, com boas apresentações de Império da Tijuca, Cubango e Porto da Pedra e comissões de frente marcantes
 
 
Comissão de Frente de Ariadne Lax na Estácio de Sá com o enredo
Comissão de Frente de Ariadne Lax na Estácio de Sá com o enredo "A fé que emerge das águas"
Foto: (11) Celso Pupo / Fotoarena / Agência O Globo
 
 
 

RIO - A religiosidade e a força negra deram o tom dos desfiles desse domingo na Série A do carnaval. Após o dilúvio de sexta, a chuva deu trégua no segundo dia, apesar de algumas leves precipitações, o que possibilitou uma experiência visual mais fiel ao que as agremiações construíram ao longo do ano. Com a pista livre e limpa, a Estácio deixou a Sapucaí sob os gritos de "é campeã", mas viu belas participações da Império da Tijuca, Porto da Pedra e Acadêmicos do Cubango. Definitivamente, foi a noite mais forte dessa edição do campeonato.

- Sou católico, mas também não tinha conhecimento sobre a história do Jesus Negro. Precisamos mostrar isso para o povo. Há uma grande valia em tudo que mostramos aqui. Jesus pode ser negro, sim - afirmou antes de desfilar.

No fim, a emocionante passagem da comissão foi simbolizada pelo choro de vários dos dançarinos. Segundo Gabriel Areas, que representava a multidão de judeus que acompanhavam a via Crucis, a emoção foi a marca da coreografia desde os ensaios

- Vários dias nós tínhamos que parar no meio porque a gente começava a chorar. Foi um processo muito profundo de construção. Na primeira vez, que apresentamos na escola todos vieram abaixo.

 

Em todos os carros alegóricos, componentes negros reproduziram figuras do cristianismo normalmente representadas por pessoas brancas. A tradicional escola foi a que mais empolgou a avenida, apesar das dificuldades financeiras relatadas pelo seu presidente Leziario Nascimento e deixou a Sapucaí sob os gritos de "é campeã".

 

Outra escola que fez bonito, inclusive na comissão de frente, foi a Império da Tijuca. Com um enredo sobre o café, a agremiação também se apoiou na temática racial para empolgar a plateia. O que poderia ser um enredo discreto se tornou num resgate da ancestralidade e com muitas críticas sociais. Como dizia a letra do samba, "nego tá cansado, nego tem que trabalhar".

A comissão de frente, com cerca de 15 dançarinos, interpretou escravos de cafezais, com referências às opressões do sistema. Num dado momento, os homens arrancavam a pele das mulheres - na realidade, uma pele falsa, feita de látex -, para representar a libertação do corpo negro. O efeito provocado pelo material impressionou.  

- Nossa ideia era fazer com que os dançarinos se 'escalpelassem' diante do público mesmo. Retirar a pele machucada é uma metáfora sobre a libertação. Por muito tempo, essas pessoas estiveram caladas. A própria mordaça que as mulheres usam é símbolo disso - diz o coreógrafo Júnior Scapin.

No Porto da Pedra, quem ditou o ritmo foi a família Pitanga. A escola homenageou o ator Antonio Pitanga, fazendo um resgate da sua carreira enquanto artista negro - as referências ao movimento negro eram várias - , e levou à Sapucaí amigos e familiares. Após o desfile, o homenageado disse que esse foi o maior presente que poderia ter tido.

- Essa é a festa mais maravilhosa e a plateia mais maravilhosa que um ator pode ter. Eu como artista nunca vi nada igual, senti os deuses na avenida. É a festa do povo, aqui que nasce a democracia.

 Uma das integrantes mais animadas de toda Sapucaí era justamente a filha de Antônio, Camila pitanga. Apesar de ter pulado nos blocos da cidade mais cedo, ela teve energia para sambar e cantar a todo o momento na avenida 

- Nem eu sei como aguento - brincou a atriz. - É o amor pelo meu pai. Suplanta tudo.

Considerada a escola que mais arrecadou recursos antes do desfile, a Acadêmicos do Cubango chegou à Sapucaí com muita expectativa. E o resultado do desfie, sob o enredo "Igbá Cubango",  que explorou a religiosidade popular brasileira, funcionou. A agremiação abusou das referências às religiões de matriz africana, como é de seu feitio. Além disso, houve críticas políticas e até uma representação de um cristo indígena.

 

- Viemos querendo fazer um grande desfile. Falamos de religião como várias outras escolas, mas dando espaço para todos - afirmou o presidente Rogério Belisário.

Apesar dos comentários de bastidores da suposta volúpia financeira, o presidente ressaltou que a escola precisou buscar alternativas para captar recursos neste ano, já que pela primeira vez - em mais de um década, a prefeitura de Niterói não liberou recursos para a escola.

- Este é um problema sério, que parece só crescer. Acontece com todas as escolas.

A Zona Oeste também marcou sua presença no desfile. Abrindo a noite, a Unidos de Bangu, que falou sobre a batata, acabou deixando transparecer seus sérios problemas financeiros - a escola inclusive enfrentou um incêndio no barracão em maio passado - e teve alguns problemas nos carros alegóricos. Em um, pedaços de madeira cederam, em outro uma escultura perdeu seus dedos da mão esquerda. Já a Renascer de Jacarepaguá fez um desfile correto, de louvação a Iemanjá, e trouxe várias referências baianas e do candomblé ao desfile. O samba, assinado por Moacyr Luz, de fácil refrão, conseguiu pegar bem entre o público, e a comissão de frente, representando a orixá, fez sucesso.


O Globo sábado, 02 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: CHUVA E ATRASOS NO PRIMEIRO DIA DE DESFILE

 

Chuva, atrasos e crítica política marcam a primeira noite de desfiles da Série A em 2019

Chuva forte a 1h30 do começo dos desfiles atrasou o início dos cortejos
Luxo marcou o desfile da Unidos de Padre Miguel Foto: Lucas Tavares / Zimel Press / Agência O Globo / Agência O Globo
Luxo marcou o desfile da Unidos de Padre Miguel
Foto: Lucas Tavares / Zimel Press / Agência O Globo / Agência O Globo
 
 
 

RIO - As sete escolas que abrilhantaram a primeira noite de desfiles da Série A enfrentaram a chuva forte para levar à avenida belos espetáculos. Se a crítica política deu o tom nos cortejos, a chuva antes da festa e os atrasos nos desfiles chamaram a atenção ao longo da noite.

Além das agremiações, um dos destaques da noite foi o governador Wilson Witzel, que marcou presença dentro e fora do seu camarote, de onde fez até coraçãozinho com as mãos para os espectadores.

Após o atraso de meia hora no começo do desfile, a Unidos da Ponte apostou em materiais sintéticos para apresentar ao público o enredo "Oferendas". Após ser desalojada na preparação para o carnaval, a Alegria da Zona Sul abordou a umbanda com um desfile animado, ma que sofreu com falhas de som e ultrapassou em 1 minuto o limite de 55 minutos.

- Diante de tudo que a Alegria passou, estar aqui já é uma vitória, afirma Diego Araújo, enredista da escola da Zona Sul.

Bananas de verdade foram distribuídas ao público durante o cortejo da Acadêmicos da Rocinha, que criticou o preconceito e exibiu fotos de crianças mortas e desaparecidas da comunidade na fantasia de suas baianas. Com um desfile emocionante em homenagem à atriz Ruth de Souza, a Acadêmicos de Santa Cruz teve problemas no abre-alas, no segundo e no terceiro carro, que a levaram a estourar em 2 minutos o tempo máximo previsto pelo regulamento.

Dias Gomes foi o tema da Unidos de Padre Miguel, que levou para o sambódromo figuras como  o eleitor pamonha, o defuntíssimo prefeito e um Odorico Paraguaçu metade político, metade diabo. Apesar do luxo, problemas na saída de carros da pista fizeram com que a escola extrapolasse em três minutos o limite dos 55 minutos. Doze mil garrafas pets foram utilizadas no abre-alas da Inocentes de Belford Roxo, que também reaproveitou caixotes de feira e pratinhos de isopor em um desfile marcado pelo desânimo.

A Acadêmicos do Sossego fechou a noite com um enredo sobre a intolerância religiosa. Esperado pela escultura do diabo inspirada no prefeito Marcelo Crivella, a escola surpreendeu e trouxe na última alegoria uma versão do Buda muito parecida com o ex-prefeito Eduardo Paes.

- Nada mais justo que reconhecer quem fez muito pela gente - afirmou o Wallace Palhares, presidente da agremiação.

Acadêmicos do Sossego

Rainha de bateria da Acadêmicos do Sossego Foto: Agência O Globo
Rainha de bateria da Acadêmicos do Sossego Foto: Agência O Globo

A Acadêmicos do Sossego confrontou diretamente o prefeito do Rio Marcelo Crivella. Após o vazamento da polêmica escultura em que o político aparecia como o diabo, a Sossego decidiu retirar a imagem para evitar um processo judicial.

Para transmitir a mensagem, no entanto, a escola colocou uma imagem do ex-prefeito Eduardo Paes como Buda.

- Nada mais justo que reconhecer quem fez muito pela gente. Prefiro reconhecer quem fez o bem, então coloco como anjo. Por muitas vezes me senti pressionado (com a polêmica escultura). Eu tive que dar uma solução. Em nenhum momento disse que era ele - afirma Wallace Palhares, presidente da agremiação.

Anderson Sossego, porta-bandeira da Sossego Foto: Agência O Globo
Anderson Sossego, porta-bandeira da Sossego Foto: Agência O Globo

Uma das atrações do desfile foi o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, no qual o pavilhão foi defendido por Anderson Morango, uma escolha em sintonia com a diversidade defendida pelo enredo.

 
Acadêmicos do Sossego trouxe faixa de protesto Foto: Agência O Globo
Acadêmicos do Sossego trouxe faixa de protesto Foto: Agência O Globo

Uma faixa logo na abertura da escola de Niterói pedia respeito com o carnaval: "Respeitamos a religião do prefeito Marcelo Crivella e queremos respeito com o carnaval. O Rio pede paz", dizia a inscrição.

Inocentes de Belford Roxo

Inocentes de Belford Roxo foi a sexta escola da noite Foto: Agência O Globo
Inocentes de Belford Roxo foi a sexta escola da noite Foto: Agência O Globo

A Inocentes de Belford Roxo, sexta escola da primeira noite, entra na Sapucaí para cantar o enredo "O frasco do bandoleiro".

Chama a atenção o uso de materiais descartáveis na confecção do carnaval. No abre-alas, por exemplo, foram utilizados 12 mil garrafas pets recolhidos na Baixada Fluminense. Por conta de problemas elétricos, o carro entrou apagado na avenida.

Tampinhas e frascos de plástico também ajudaram a compor algumas fantasias. A composição do segundo carro contou com caixotes de feira doados por feirantes do Parque São Vicente e pratinhos de isopor. No terceiro carro, pequenos potes e baús que compõe a alegoria utilizam garrafinhas de água mineral na decoração.

Bateria da Inocentes de Belford Roxo em 2019 Foto: Agência O Globo
Bateria da Inocentes de Belford Roxo em 2019 Foto: Agência O Globo

Entretanto, o desânimo de alguns componentes pode prejudicar a avaliação da escola. Muitos caminharam pela avenida e sequer cantavam o samba.

O desfile é assinado pelo carnavalesco Marcus Ferreira, campeão da Série A com o Império Serrano em 2017.

Unidos de Padre Miguel

Mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Padre Miguel em 2019 Foto: Agência O Globo
Mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Padre Miguel em 2019 Foto: Agência O Globo

A Unidos de Padre Miguel foi a quinta escola a desfilar na primeira noite de desfiles da Série A do carnaval 2019.

Com um desfile em homenagem ao escritor e dramaturgo Dias Gomes, a agremiação da Zona Oeste vem em busca do título que, nos últimos anos, escapou por pouco várias vezes. A agremiação teve na crítica social uma das tônicas de sua apresentação. Marcaram presença o eleitor pamonha, as lápides para o decoro, o defuntíssimo prefeito e um Odorico Paraguaçu metade político, metade diabo. "Aqui jaz a democracia", dizia uma inscrição em um dos carros. Foi a primeira escola da noite a desfilar sem chuva. Entretanto, problemas na dispersão levaram a escola a correr, abrir buracos na avenida e finalmente estourar o tempo em três minutos. A bateria não parou no recuo.

 
Comissão de frente da Unidos de Padre Miguel Foto: Agência O Globo
Comissão de frente da Unidos de Padre Miguel Foto: Agência O Globo

A comissão de frente relembrou a saga de Zé do Burro, protagonista de "O Pagador de Promessas", uma das principais obras do autor.

O ator Milton Gonçalves veio na segunda alegoria interpretando o personagem Odorico Paraguaçu, da novela O Bem Amado, um dos mais famosos do autor.

Acadêmicos de Santa Cruz

Abre-alas da Acadêmicos de Santa Cruz em 2019 Foto: Agência O Globo
Abre-alas da Acadêmicos de Santa Cruz em 2019 Foto: Agência O Globo

A Acadêmicos de Santa Cruz é a quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles da Série A do carnaval 2019.

A agremiação da Zona Oeste homenageia a atriz Ruth de Souza. Aos 97 anos de idade, ela viria em um trono, mas uma adaptação de última hora permitiu que a atriz desfilasse em sua própria cadeira de rodas. Os atores Érico Brás, Cris Vianna, Dani Ornellas e Lucélia Santos foram alguns dos famosos que desfilaram pela escola.

A atriz Ruth de Souza, instantes antes de entrar na avenida Foto: Agência O Globo
A atriz Ruth de Souza, instantes antes de entrar na avenida Foto: Agência O Globo

Tanto o abre-alas como o segundo e o terceiro carro alegórico tiveram problemas para entrar na avenida. A escola sofreu com dificuldades do tipo ao longo da apresentação e um dos carros chegou a passar com cheiro de queimado pelo recuo. A alegoria foi acompanhada por bombeiros.A alegoria foi acompanhada por bombeiros. A escola estourou o tempo máximo de desfile em 2 minutos e algumas alas passarão sem sapato.

Carro da Santa Cruz solta fumaça na avenida Foto: Agência O Globo
Carro da Santa Cruz solta fumaça na avenida Foto: Agência O Globo

Antes do início do desfile, o presidente Zezo lembrou a morte de sua esposa dez anos atrás:

 

- Faz 10 anos que minha esposa faleceu hoje. Mas vou tratar com alegria eu sei que a alma dela está nessaavenida. Por isso, resolvemos homenagear a Ruth, uma mulher guerreira. Alguns não podem ser chamados de homens, porque destroem as vidas de mulheres. Nossos governantes têm que tomar vergonha na cara e atitude de homem para não deixar isso acontecer - afirmou Zezo, presidente da Santa Cruz momentos antes da escola entrar na Sapucaí.

Witzel cumprimenta porta-bandeira da Acadêmicos de Santa Cruz Foto: Agência O Globo
Witzel cumprimenta porta-bandeira da Acadêmicos de Santa Cruz Foto: Agência O Globo

Acompanhado de Zezo, o governador Wilson Witzel cumprimentou a porta-bandeira da escola.

Acadêmicos da Rocinha

Mestre-sala e porta-bandeira da Acadêmicos da Rocinha Foto: Agência O Globo
Mestre-sala e porta-bandeira da Acadêmicos da Rocinha Foto: Agência O Globo

Terceira escola a desfilar, a Acadêmicos da Rocinha, apostou na irreverência para tratar de um tema muito sério: o preconceito.

A Rocinha deu seu recado desde a comissão de frente, que entrou na avenida com uma faixa na qual se lia a frase "somos resistência" e retratou grupos sociais que costumam ser vítima de discriminação, como a mãe solteira da favela, os LGBTs, os nordestinos e os moradores de rua. Uma das alas trouxe integrantes vestidos de macaco com bananas de verdade, que foram distribuídas ao público.

  

 

A agremiação investiu em fantasias com estampas de chita e enfrentou a chuva, que voltou a apertar. Entretanto, a pista molhada não foi suficiente para intimidar um menino que veio à frente da ala das crianças, com muito samba no pé. O casal de mestre sala e porta bandeira representou um macaco e uma banana. Um dos destaques da escola foi a ala das baianas, que exibiu fotos de crianças mortas e desaparecidas da comunidade, uma das maiores da Zona Sul.

 

Alegria da Zona Sul

Bateria da Alegria da Zona Sul representou pretos velhos Foto: Agência O Globo
Bateria da Alegria da Zona Sul representou pretos velhos Foto: Agência O Globo

A Alegria da Zona Sul, segunda escola a pisar na Marquês de Sapucaí nesta sexta-feira, teve a dura missão de superar um ano de dificuldades extremas. A agremiação perdeu o barracão no ano passado quando foi desalojada de um terreno na região portuária, antes mesmo do início da preparação e precisou construir suas alegorias em um terreno aberto na Avenida Brasil, ao lado da antiga fábrica Sabão Português. A escola tem como enredo "Saravá, Umbanda".

- Diante de tudo que a Alegria passou, estar aqui já é uma vitória, afirma Diego Araújo, enredista da escola da Zona Sul, responsável pelo desenvolvimento do enredo da agremiação.

A escola desfilou sob chuva fina, mas persistente. Na apresentação aos jurados, os integrantes da bateria fantasiados de pretos velhos reproduziram os movimentos da entidade. Entretanto, falhas no som da avenida prejudicaram a apresentação, mas não tiraram a animação dos componentes.  Entretanto, a escola estourou em 1 minuto o limite de 55 minutos para desfilar e deve perder pontos na apuração.

O governador Wilson Witzel e sua esposa Helena Witzel prestigiam o desfile. Animado, ele chegou a fazer corações para os espectadores.

O carnavalesco Marco Antônio Falleiros também destacou o clima de superação na escola:

 

- Foi o ano mais difícil da minha carreira. Estou na Alegria há 4 anos. Tive um mês para fazer esse carnaval. Série A sempre foi difícil, mas esse foi mais complicado. Ficamos sem verba. Não saiu nada até agora. Entrou dinheiro nenhum da prefeitura ainda - lamentou ele, que também enfrentou a chuva durante a concentração da escola.

LEIA : Enredos críticos devem marcar primeira noite de desfiles da Série A

Entre os destaques da escola no desfile, esteve a bateria, que representou pretos velhos. Já a comissão de frente é uma sessão de umbanda.

- Os umbandistas são humildes. Alegria está buscando ser gigante mesmo na humildade dela. É o carnaval mais emocionante da minha vida - diz Araújo.

Unidos da Ponte

Alegoria da Unidos da Ponte no Carnaval 2019 Foto: Agência O Globo
Alegoria da Unidos da Ponte no Carnaval 2019 Foto: Agência O Globo

Após um adiamento de meia hora por conta da chuva forte que caiu no Centro do Rio, a primeira noite de desfiles das escolas de samba da Série A do carnaval 2019 começou na Sapucaí por volta de 23h.

Primeira das sete a desfilar, a Unidos da Ponte se apresentou com o enredo "Oferendas". A opção por materiais sintéticos fez com que as alegorias e fantasias da agremiação não perdessem o brilho. Ao fim do desfile, o presidente Rosemberg Azevedo lembrou que a Ponte já havia enfrentado um incêndio em maio e o atraso no repasse das verbas da prefeitura durante os preparativos para o carnaval 2019. Hoje, a escola chegou a enfrentar pontos de inundação na concentração. Em reconhecimento ao esforço de enfrentar o temporal, a agremiação teve seu desfile aplaudido e o samba cantado pelo público nas frisas.


O Globo sexta, 01 de março de 2019

CARNAVAL CARIOCA: BLOCOS DE RUA DESFILARÃO NESTA SEXTA-FEIRA

 

Carmelitas será um dos blocos de rua que desfilam nesta sexta-feira no Rio

A partir das 11h vias importantes da cidade ficarão interditadas
 
 
Carmelitas: pelas ruas de Santa Teresa Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Carmelitas: pelas ruas de Santa Teresa Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
 
 
 

RIO — De "Carmelitas" a "Banda do Lido", passando por "Senta Que Eu Empurro" e "Escorrega Mas Não Cai", a sexta-feira de Carnaval no Rio já promete diversão com a presença de diversos blocos de rua em toda a cidade. Centro, Méier, Santa Teresa, Lapa, Copacabana, Ramos, Grajaú, Pedra de Guaratiba, são alguns dos bairros que receberão os primeiros ritos da folia de 2019.

Confira todos os blocos que desfilarão no Rio nesta sexta-feira.

Vias interditadas nesta sexta-feira

Para que a folia ocorra, algumas importantes vias da cidade ficarão interditadas a partir desta sexta-feira. O Centro de Operações Rio (COR) informa que a partir das 11h, para reposicionamento de carros alegóricos, a pista central da Avenida Presidente Vargas, sentido Candelária, ficará  interditada da agulha de acesso à pista lateral (antes da passarela do Metrô Cidade Nova) à Rua Visconde da Gávea.

Às 15h será interditada a Rua Benedito Hipólito, entre a Rua Amoroso Lima e a alça de descida do Viaduto 31 de Março. No horário, haverá também o bloqueio das vias do entorno imediato do Sambódromo.

Já às 17h serão interditados os acessos à Avenida Presidente Vargas, a partir da Avenida Francisco Bicalho e da Praça da Bandeira. Neste horário, a pista lateral, sentido Candelária, já estará interditada, até a Praça da República.

 

Às 19h30, a Rua Frei Caneca e do Viaduto 31 de Março, sentido Laranjeiras, também estarão interditadas.

O Centro de Operação também disponibiliza na internet um documento com todas as mudanças no trânsito durante todo o período do Carnaval 2019. Confira.


O Globo quinta, 28 de fevereiro de 2019

CARNAVAL: INSCRIÇÃO PARA O CONCURSO DE FANTASIA SERPENTINA DE OURO

 

Inscrição para o concurso de fantasia Serpentina de Ouro vai até terça-feira

Equipe do Globo vai escolher as peças mais criativas do carnaval do Rio
 
 
Fantasia Jeniffer faz umas paradas, de
Carlos Augusto Cherubim Jorge Foto: Foto do leitor
Fantasia Jeniffer faz umas paradas, de Carlos Augusto Cherubim Jorge Foto: Foto do leitor
 
 

A inscrição pode ser feita até o dia 5 de março (Terça-feira Gorda). Basta postar no Instagram uma foto com a fantasia e as hashtags #jornaloglobo e #serpentinadeouro. O perfil do candidato na rede social deve ser aberto.

PROGRAME-SE : Confira a programação completa dos blocos

A foto precisa ser da própria pessoa que postou e mostrar toda a fantasia. Os foliões que desfilam cada dia com um visual diferente podem concorrer com mais de uma foto.  “Olheiros” do GLOBO também estarão nas ruas nos dias de festa para buscar concorrentes para o concurso.

 

Este ano, serão selecionadas dez fantasias, individuais ou de grupo. As finalistas serão divulgadas na Quarta-feira de Cinzas no site do GLOBO, para que os internautas possam votar na que mais gostou.

A votação vai até o dia 9 de março, quando os vencedores serão divulgados. 

Desde a primeira edição do Prêmio Serpentina de Ouro, o GLOBO já premiou várias fantasias irreverentes e criativas. Veja:


O Globo quarta, 27 de fevereiro de 2019

ROCK IN RIO - PARÁ POP

 

Rock in Rio: Dona Onete, Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Jaloo e Lucas Estrela farão 'Pará pop'

Show que celebra o carimbó e a música paraense será no dia 3/10, no Palco Sunset
 
 
Lucas Estrela, Fafá de Belém, Dona Onete, Gaby Amarantos e Jaloo vão representar a música paraense no Rock in Rio Foto: Helena Yoshioka / Divulgação
Lucas Estrela, Fafá de Belém, Dona Onete, Gaby Amarantos e Jaloo vão representar a música paraense no Rock in Rio
Foto: Helena Yoshioka / Divulgação
 
 
 

SÃO PAULO — Pelo menos três gerações da cena musical paraense estarão reunidas no Rock in Rio, no dia 3 de outubro. É a data em que o Palco Sunset recebe o encontro “Pará Pop”, com a participação inédita no festival de nomes da região como Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Jaloo, Lucas Estrela e Dona Onete.

 

A reunião é também uma exposição do espectro musical que emana do estado, que vai desde a cúmbia e o lundu até o tecnobrega e a guitarrada, passando por variações como o “carimbó chamegado”. Segundo Zé Ricardo, diretor artístico do Sunset, a dinâmica do show, que terá acompanhamento da banda de Dona Onete, terá como único limitador o tempo de uma hora de duração:

— A principal função do Sunset é provocar, apresentar coisas novas. Se o cara que estiver lá gostar, ele certamente vai procurar outras músicas parecidas ou da mesma região. É isso que queremos, porque não dá para trazer todo mundo de uma vez só — diz ele.

Xodó dos cantores e compositores paraenses, Dona Onete vai estar com 80 anos quando subir ao palco. A ex-professora de História é a mais velha do grupo, mas faz parte dos mais jovens quando se trata de medir o tamanho de trajetória na música. Ainda assim, é prolífica: tem 300 canções no currículo e um novo álbum — o terceiro — para ser lançado em maio, “Rebujo”.

— Não sei bem como eu faço — diz ela sobre seu processo criativo. — Só sei que desce alguma coisa na cabeça dessa mulher e sai.

 

Com quase 45 anos de carreira como cantora e compositora, Fafá de Belém é a decana do grupo e uma espécie de madrinha dos artistas mais jovens. Para ela, é uma oportunidade de colocar o Pará de volta na rota musical:

— A visibilidade do Rock in Rio vai abrir os olhos das pessoas para a nossa diversidade — prevê ela, que se diz “em pânico” com a estreia no festival.

Gaby Amarantos diz que o “Pop Pará” vai marcar seu retorno ao tecnobrega, estilo com o qual praticamente começou em 2012, com “Treme”.

— Quero mostrar um tecnobrega mais moderno, que é um estilo tecnologicamente mais avançado e pop — diz ela, que já está produzindo um álbum novo, com o título provisório de “Rabizona”. — Quem sabe não lanço no Rock in Rio mesmo.

Entre os mais jovens, Jaloo e Lucas Estrela são os representantes da porção mais pop do encontro no Sunset. O primeiro com o componente tecno, e o outro com o resgate da guitarrada, num formato mais modermo:

— Eu devo muito a todos aqui — diz Estrela. — Temos uma ligação muito forte, são minhas influências. Fui roadie da Gaby, fiz música com Jaloo, assisti a shows da Dona Onete e podia ser filho de Fafá ( que namorou o pai dele ).


O Globo terça, 26 de fevereiro de 2019

FAFÁ: NÃO É NÃO!

 

'Não é não': Fafá de Belém exalta campanha contra assédio durante show no Fogo e Paixão

'Ninguém solta a mão de ninguém', destacou a cantora; no final da apresentação, público gritou palavras de ordem com o prefeito Marcelo Crivella
 
 
Fafá de Belém e a cantora Mariana Guedes no bloco Fogo e Paixão Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Fafá de Belém e a cantora Mariana Guedes no bloco Fogo e Paixão Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
 
 

RIO — A cantora Fafá de Belém se apresentou no trio elétrico do bloco Fogo e Paixão. Por cerca de uma hora a cantora exaltou o brega, falou da beleza do carnaval carioca e aproveitou para lembrar a importância do respeito à campanha "Não, é não".

— O carnaval do Rio é lindo, todo mundo fantasiado em todos os lugares. No metrô, no busão e na rua. Isso é lindo, vamos seguir respeitando essa tradição.

 
 No palco Fafá falo lembrou os milhares de foliões que é importante pular sem assediar e mandou um recado de união entre as mulheres:

— Não, é não, gente! Repeito. A gente tem que, cada vez mais, abraçar as amigas. Ninguém solta a mão de ninguém — destacou a cantora que deixou o palco para ir a um bloco em São Paulo.

Com o fim da apresentação o público entoou gritos de "fora Crivella" em revolta com o prefeito da cidade.

Público acompanha show de Fafá de Belém no Fogo e Paixão Foto: Daniela Kalicheski / Agência O Globo
Público acompanha show de Fafá de Belém no Fogo e Paixão Foto: Daniela Kalicheski / Agência O Globo

O Bloco Fogo e Paixão reúne milhares de pessoas no Largo do São Francisco de Paula, no Centro. O bloco, que completa nove anos em 2019, brinca carnaval este ano com o tema "Brega é cultura, cultive com amor". A empresária do bloco, Nathalia Guimarães explica que o objetivo é reafirmar o brega:

— Queremos reafirmar a breguice e o amor. Trazemos novas músicas do repertório. Estamos ainda mais bregas — brinca.

A grande atração do Fogo e Paixão foi a apresentação de Fafá de Belém, cujo show foi acompanhado por cerca de 25 mil pessoas que pularam em volta do largo, de acordo com organizadores.

Cobrança de R$ 2 para o banheiro

Nem só de momentos alegres, porém, viveram os foliões que compareceram ao bloco. Diante de filas enormes para o alívio, Rafaela Reis foi uma das folionas que não quis esperar na fila até a sua vez. A saída foi se render a um muro, dentro de um estacionamento privado, utilizado por muitos para um rápido alívio. Ela diz que sempre vai ao Fogo e Paixão e já está acostumada a ir direto em comerciantes que cobram pelo "serviço":

 

— Eu já trago dinheiro trocado porque o banheiro até não fica lotado, mas aqui é mais rápido e já estou por perto.

Ruth, porém, reclama do que ela diz ser o único problema do carnaval:

— Carnaval é perrengue mesmo para ir no banheiro. Não tem problema pagar a mais pra resolver. a gente quer voltar logo — conta a jovem que não se importa em se aliviar em uma parede de um estacionamento. O local particular cobra R$ 2 por usuário.


O Globo segunda, 25 de fevereiro de 2019

OSCAR 2019: GREEN BOOK, O GUIA, LEVA O DE MELHOR FILME

 

Green book: O guia' leva o Oscar de melhor filme; veja os outros vencedores

'Bohemian rhapsody', com quatro estatuetas, foi o longa mais premiado; 'Roma' ganhou três
 
 
Elenco e equipe de 'Green book: O guia' celebram o Oscar de melhor filme Foto: MIKE BLAKE / REUTERS
Elenco e equipe de 'Green book: O guia' celebram o Oscar de melhor filme Foto: MIKE BLAKE / REUTERS
 
 
 

RIO - Após meses de polêmicas e trapalhadas , a 91ª edição do Oscar foi realizada na noite deste domingo, no Teatro Dolby, em Los Angeles.

"Green book: O guia" acabou ficando com o prêmio principal, o de melhor filme, enquanto "Bohemian Rhapsody" saiu como o longa mais premiado, com quatro estatuetas — incluindo a de melhor ator para Rami Malek, que interpretou Freddie Mercury.

 

Filme com maior número de indicações ao lado de "A favorita", "Roma" venceu três estatuetas: melhor filme estrangeiro, fotografia e direção — as duas últimas para Alfonso Cuarón.

Este ano a cerimônia foi marcada pela ausência de um apresentador. Inicialmente escalado para a função, Kevin Hart pediu demissão após tweets homofóbicos feitos por ele no passado terem vindo à tona.

Veja, em negrito, os vencedores do Oscar 2019.

Melhor Filme

"Pantera Negra"

"Infiltrado na Klan"

"Bohemian Rhapsody"

"A favorita"

"Green book — O guia"

"Roma"

"Nasce uma estrela"

"Vice"

Direção

Spike Lee, por "Infiltrado na Klan"

Pawel Pawlikowski, por "Guerra Fria"

Yorgos Lanthimos, por "A favorita"

Alfonso Cuarón, por "Roma"

Adam McKay, por "Vice"

Atriz

Yalitza Aparicio, por "Roma"

Glenn Close, por "A esposa"

Olivia Colman, por "A favorita"

Lady Gaga, por "Nasce uma estrela"

Melissa McCarthy, por "Poderia me perdoar?"

Ator

Christian Bale, por "Vice"

Bradley Cooper, por "Nasce uma estrela"

Willem Dafoe, por "No portal da eternidade"

 

Rami Malek, por "Bohemian Rhapsody"

Viggo Mortensen, por 'Green book"

Roteiro adaptado

"A balada de Buster Scruggs"

"Infiltrado na Klan"

"Poderia me perdoar?"

"Se a rua Beale falasse"

"Nasce uma estrela"

Roteiro original

"A favorita"

"First reformed"

"Green book — O guia"

"Roma"

"Vice"

 

Atriz coadjuvante

Amy Adams, por “Vice”

Marina de Tavira, por "Roma"

Regina King, por “Se a rua Beale falasse”

Emma Stone, por “A favorita”

Rachel Weisz, por “A favorita"

Ator coadjuvante

Mahershala Ali, por "Green book"

Adam Driver, por "Infiltrado na Klan"

Sam Elliott, por "Nasce uma estrela"

Richard E Grant, por "Poderia me perdoar?"

Sam Rockwell, por "Vice"

Direção de arte

"Pantera Negra"

"A favorita"

"O primeiro homem"

"O retorno de Mary Poppins"

"Roma"

Fotografia

"Guerra fria"

"A favorita"

"Never loook away"

"Roma"

"Nasce uma estrela"

Filme estrangeiro

"Cafarnaum" (Líbano)

"Guerra fria" (Polônia)

"Never look away" (Alemanha)

"Roma" (México)

"Assunto de família" (Japão)

 

Longa de animação

"Os Incríveis 2"

"Ilha dos cachorros"

"Mirai"

"Wifi Ralph"

"Homem-Aranha no Aranhaverso"

Figurino

"A balada de Buster Scruggs"

"Pantera Negra"

"A favorita"

"O retorno de Mary Poppins"

"Duas rainhas"

 

Edição de som

"Pantera Negra"

"Bohemian Rhapsody"

"O primeiro homem"

"Um lugar silencioso"

"Roma"

Mixagem de som

"Pantera Negra"

"Bohemian Rhapsody"

"O primeiro homem"

"Roma"

"Nasce uma estrela"

Curta de animação

"Animal behaviour"

"Bao"

"Late afternoon"

"One small step"

"Weekends"

Curta-metragem

"Detainment"

"Fauve"

"Marguerite"

"Mother"

"Skin"

Trilha sonora

"Pantera Negra"

"Infiltrado na Klan"

"Se a rua Beale falasse"

"Ilha dos cachorros"

"O retorno de Mary Poppins"

Efeitos visuais

"Vingadores: Guerra Infinita"

"Christopher Robin: Um reencontro inesquecível"

"O primeiro homem"

"Jogador nº 1"

"Han Solo: Uma história Star Wars"

Montagem

"Infiltrado na Klan"

"Bohemian Rhapsody"

"A favorita"

"Green book"

"Vice"

Maquiagem e cabelo

"Border"

"Duas rainhas"

"Vice"

Canção

"All the stars", de "Pantera Negra"

"I'll fight", de "RBG"

"The place where lost things go", de "O retorno de Mary Poppins"

"Shallow", de "Nasce uma estrela"

"When a cowboy trades his spurs for wings", de "A balada de Buster Scruggs"

Longa-documentário

"Free Solo"

"Hale County this morning, this evening"

"Minding the gap"

"Of fathers and sons"

"RBG"

Curta-documentário

"Black sheep"

"Endgame"

"Lifeboat"

"A night at the garden"

"Period. End of sentence"


O Globo domingo, 24 de fevereiro de 2019

OSCAR 2019 ACONTECE NESTE DOMINGO

 

Oscar 2019 acontece neste domingo sem apresentador e após desistir de três novidades polêmicas

Entenda as trapalhadas que antecederam a 91º edição, que tem como favorito um filme que mal passou pelos cinemas
 
Preparativos para o 91º, que acontece neste domingo, em Los Angeles Foto: ERIC BARADAT / AFP
Preparativos para o 91º, que acontece neste domingo, em Los Angeles Foto: ERIC BARADAT / AFP
 
 
 

RIO — A palavra que melhor define o Oscar 2019 talvez seja “trapalhada”. Nunca antes o caminho até a cerimônia sofreu tantos baques. Em retrospecto, o já icônico erro do envelope — quando o troféu de “Moonlight” foi entregue por engano a “La la land” , lembra? — parece até uma gafe rotineira se comparada aos tropeços da 91ª edição, que acontece neste domingo (24), com transmissão pelo canal TNT (tapete vermelho a partir das 20h30m); e pela TV Globo, depois do BBB .

 

Nos últimos meses, a Academia voltou atrás em pelo menos três decisões, todas baseadas na busca pela audiência. Pudera. A cerimônia de 2018 foi vista por apenas 26,5 milhões de pessoas — o menor número de todos os tempos (o recorde pertence à festa de 1998, com 57,2 milhões). Desde então, a Disney e a rede ABC, responsáveis pela transmissão, fizeram o possível para encurtar a duração do evento, acreditando que isso traria mais telespectadores . Afinal, quem aguenta ver quase quatro horas de Hollywood celebrando a si mesma? Mas as medidas foram muito mal recebidas.

— A Academia tem um dilema: ou promove uma celebração da arte cinematográfica ou alcança a tão sonhada audiência. Os dois não dá — sentencia o jornalista e colunista do GLOBO Artur Xexéo, que vai comentar o Oscar na Globo ao lado da atriz Dira Paes.

O imbróglio culminou na ausência de um mestre de cerimônias. É aprimeira vez desde 1989 que isso acontece . Ter um apresentador está longe de ser um capricho: é ele quem define o tom da noite e faz as piadas que ganham repercussão nos dias seguintes. Imagine só se não existisse um Chris Rock para comentar a polêmica do #OscarsSoWhite, em 2016 . Ou um Jimmy Kimmel para aliviar o clima num ano em que a indústria foi tomada por denúncias de assédio sexual . Mas nem tudo está perdido.

 

— Não há filme favorito claro. Para quem gosta de Oscar, isso é ótimo porque gera a expectativa da surpresa e torna a cerimônia mais atraente — pondera Xexéo.

LISTA: Os indicados ao Oscar 2019

Ele se refere ao fato de os prêmios dos sindicatos de Hollywood terem sido entregues a obras distintas durante a temporada. Como diz o chavão, essas premiações são o termômetro do Oscar porque boa parte de seus jurados também pertence à Academia. Só que o Sindicato dos Atores (SAG, em inglês) deu a láurea máxima a “Pantera Negra” ; os diretores reconheceram Alfonso Cuarón , por “Roma”; os roteiristas preferiram “Poderia me perdoar?” e “Oitava série” (que sequer está indicado ao Oscar); e os produtores foram de “Green book: o guia” . Os sites especializados até apostam em “Roma”, mas a produção original da Netflix esbarra na hesitação dos jurados de celebrar um filme de streaming num momento em que a valorização das salas de cinema está em pauta.

Veja, a seguir, as principais controvérsias que atingiram — até a noite deste sábado — esta edição do Oscar. Com resultados imprevisíveis e depois de tantas reviravoltas, bate até uma curiosidade extra de ver.

Desistência de Kevin Hart

Kevin Hart Foto: ANGELA WEISS / AFP
Kevin Hart Foto: ANGELA WEISS / AFP

O drama em torno da ausência de um mestre de cerimônias começou em dezembro, quando Kevin Kart desistiu da função . A razão foram os tweets homófobicos escritos pelo comediante no passado. Numa mensagem de 2011, ele chegou a expressar o temor de ter um filho gay. A Academia, então, desistiu de procurar outro nome. Nos últimos dias, porém, ganhou força na internet o boato de que Whoopi Goldberg seria uma “apresentadora surpresa” . Ninguém confirmou (nem desmentiu) a informação. A ver.

 

Filme “popular”?

Numa tentativa de assegurar na premiação longas vistos pelo grande público, foi criada, em agosto, a categoria de melhor filme popular.

Ninguém entendeu que critério definiria uma obra com esse perfil. E nem deu tempo de explicar, porque a instituição voltou atrás no mês seguinte , em meio a um bombardeio de críticas, segundo as quais a existência dessa nova seção menosprezava o mérito artístico de blockbusters como “Pantera Negra”.

Categorias excluídas

Alfonso Cuarón, diretor de 'Roma', foi um dos cineastas que criticaram a decisão de excluir quatro categorias da transmissão do Oscar Foto: ROBYN BECK / AFP
Alfonso Cuarón, diretor de 'Roma', foi um dos cineastas que criticaram a decisão de excluir quatro categorias da transmissão do Oscar
Foto: ROBYN BECK / AFP

No dia 11, a Academia decidiu que quatro prêmios (fotografia, montagem, curta-metragem e maquiagem) seriam entregues durante os comerciais. Foi imediato: nomes de peso da indústria manifestaram repúdio à exclusão da transmissão de atividades tidas como a “alma” da arte cinematográfica. Entre os opositores, os cineastas Alfonso Cuarón , Patty Jenkins, Quentin Tarantino e Martin Scorsese. Quatro dias depois, o Oscar voltou atrás e decidiu exibir as 24 categorias.

Performances musicais

O plano era transmitir apenas as performances de duas das cinco canções indicadas: “Shallow”, de “Nasce uma estrela”, e “All the stars”, de “Pantera Negra”. Segundo o site “Deadline”, Lady Gaga considerou a medida tão desrespeitosa com os outros artistas que ameaçou cancelar sua participação.


O Globo sábado, 23 de fevereiro de 2019

NELSON SARGENTO, AOS 94 ANOS, ESBANJANDO FÔLEGO

 

Aos 94 anos e esbanjando fôlego, Nelson Sargento vai da Sapucaí ao Japão

Destaque no bloco Timoneiros da Viola e interpretando Zumbi na Mangueira, cantor e compositor prepara turnê no país asiático
 
Nelson Sargento e o violão, que o acompanha há 50 anos Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Nelson Sargento e o violão, que o acompanha há 50 anos Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
 
 
 

RIO — Com seus 94 anos de vida, 70 dos quais dedicados à Estação Primeira de Mangueira, é natural que tudo relacionado a Nelson Sargento seja contado às décadas. Um exemplo é o violão que acompanha o cantor e compositor há mais de 50 anos. O instrumento foi comprado às pressas, de segunda mão, para que pudesse integrar o show “Rosas de Ouro”, organizado por Hermínio Bello de Carvalho no Teatro Jovem, em Botafogo, em 1965.

 

— O Elton ( Medeiros ) foi em Mangueira e deixou um recado para eu ir ao Teatro Jovem, para um trabalho. Como eu era pintor de paredes na época, achei que seria para pintar o teatro. Só quando cheguei lá soube que precisavam de mais um compositor de samba para o grupo do espetáculo. Não tinha violão, e comprei este aí, como está agora, com bandeira do Brasil e tudo — recorda Nelson Sargento. — Continuei pintando as minhas paredes, mas dali em diante fui conhecendo mais gente e comecei a me profissionalizar.

Um dos encontros proporcionados pelo espetáculo foi com outro patrimônio da música popular brasileira, Paulinho da Viola, na época com 22 anos. Os dois integravam o quinteto formado com Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro e Jair do Cavaquinho — dois anos depois, Nelson e os demais formariam o conjunto Os Cinco Crioulos, com Mauro Duarte no lugar de Paulinho.

 

— No Rosas de Ouro, vi aquele garoto e mandei: “Você compõe? Canta um samba seu aí”. E ele começou: “Tinha eu 14 anos de idade, quando meu pai me chamou...”. Cheguei a duvidar que a música fosse dele, mas o Jair do Cavaquinho confirmou e ainda disse que de onde saiu aquela tinha mais. O Paulinho é meu ídolo — derrama-se o mangueirense.

'O maior griô do país'

Fundador dos Timoneiros, que voltam a desfilar neste ano após uma interrupção em 2018 por falta de patrocínio, o jornalista Vagner Fernandes faz referência aos versos do clássico “Agoniza, mas não morre” para explicar a homenagem ao seu autor.

— Seu Nelson é o maior griô da país, é o narrador e a personificação da narrativa. Ele resiste e enfrenta as intempéries — enaltece Fernandes. — Como ele, o Timoneiros é do time da resistência. Pela falta de patrocínio, que afeta outros blocos, apostaram que fôssemos sucumbir. A gente agonizou, mas contrariamos o bolão de apostas. Não morremos.

A importância do cantor e compositor para a cultura negra também foi fundamental para a sua escolha como Zumbi no enredo da escola em 2019, “História para ninar gente grande”, que vai celebrar heróis populares muitas vezes esquecidos nas versões oficiais, do líder quilombola à vereadora assassinada Marielle Franco. Nelson terá a companhia de outros mangueirenses ilustres, como Alcione, interpretando a guerreira Dandara, e Leci Brandão, como Luísa Mahin, líder da Revolta dos Malês.

 
Detalhes de telas pintadas por Nelson Sargento: multiartista Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Detalhes de telas pintadas por Nelson Sargento: multiartista Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

— Hoje vemos tentativas de desqualificar, sem qualquer fundamento, figuras históricas como Zumbi dos Palmares. Seu Nelson vai emprestar sua dignidade e realeza para representar este personagem — comenta Vieira. — A Mangueira foi fundada quando ele tinha quatro anos. Ao entrar na avenida com esta história viva do samba, a escola já sai ganhando nota 10 num quesito que não pode ser mensurado.

A reverência à trajetória artística e pessoal não prende Nelson Sargento ao passado. Desde o ano passado, o cantor, compositor, escritor e pintor acrescentou mais uma função à lista: youtuber. Com 28 vídeos até o momento, o seu canal traz mergulhos do mangueirense em seu acervo discográfico e entrevistas com outras referências do samba, a exemplo do portelense Monarco.

A música ocupa boa parte de suas madrugadas (“Sambista nunca acorda antes das 10h da manhã, ele vai dormir nessa hora”). “Ouvidor compulsivo”, como se define, Nelson busca em canções antigas inspirações para projetos futuros, como um livro de frases ou um cordel com a história da Mangueira.

Mesmo com a limitação dos movimentos, causada pela artrose que ataca os joelhos, o cantor e compositor não planeja reduzir o ritmo. Com a intenção de lançar um disco de parcerias inéditas com Agenor de Oliveira até 25 de julho, data de seu aniversário de 95 anos, ele tem agendada para setembro uma série de shows no Japão, em sua a quarta viagem ao país.


O Globo sexta, 22 de fevereiro de 2019

CARNAVAL CARIOCA: 105 BLOCOS DESFILARÃO DE SEXTA A DOMINGO

 

Carnaval 2019: De sexta a domingo, 105 blocos vão tomar as ruas do Rio; programe-se

Entre as atrações, estão Céu na Terra, Suvaco de Cristo, Bloco da Preta e Timoneiros da Viola
 
 
Rio já está em clima de carnaval Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Rio já está em clima de carnaval Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
 
 
 

RIO - O Rei Momo ainda não está com as chaves da cidade, mas, na prática, já é carnaval no Rio. De sexta a domingo, 105 blocos vão invadir as ruas, arrastando uma multidão de foliões, mesmo sem o tempo contribuir para a folia. A probabilidade de chuva nos três dias é de 80%, segundo a previsão do Climatempo.

Nesta sexta-feira, a festa começa com os desfiles do Bloco dos Bancários, no Centro, e do Badalo de Santa Teresa. Amanhã, é preciso acordar cedo para para aproveitar o Céu na Terra, que sai às 8h do Largo dos Guimarães, em Santa Teresa. O cortejo do Chora Me Liga vai evoluir, também amanhã, a partir das 10h, pela Rua Primeiro de Março, no Centro. A via foi escolhida pela prefeitura para receber os maiores blocos da cidade. Às 18h, será a vez do Carmelitas realizar um ensaio aberto na Praça Tiradentes.

No domingo, o Cordão do Boitatá promete agitar a Rua Henrique Valadares, no Centro, a partir das 8h. Duas horas depois, será a vez de o Suvaco de Cristo animar a Rua Jardim Botânico. No mesmo horário, o Bloco da Preta desfilará na Primeiro de Março. À tarde, às 16h, o Simpatia é Quase Amor tem encontro marcado com os foliões na Praça General Osório, em Ipanema, mesmo bairro de onde sairá o Empolga às 9h, na Avenida Vieira Souto. Em Madureira, o Timoneiros da Viola voltará às atividades após não desfilar em 2018, com uma homenagem aos fundadores da Portela, e contará com a presença de Paulinho da Viola.

Mudanças no trânsito

Para ajudar a transportar quem não perde um bloco, a SuperVia vai operar com trens extras nos ramais Japeri e Santa Cruz. Os motoristas, por sua vez, devem ficar atentos às alterações no trânsito por conta dos cortejos. Vias importantes como as ruas Almirante Cochrane, Voluntários da Pátria e Jardim Botânico e as avenidas Atlântica, Lúcio Costa e Pasteur estão no roteiro dos blocos e sofrerão interdições coordenadas pela CET-Rio.

 

Quem pretende curtir também deve ficar de olho na previsão do tempo. As temperaturas devem variar entre 22 e 35 graus hoje, 22 e 36 graus no sábado e 23 e 37 graus no domingo, de acordo com o Climatempo. Nos três dias, as medições do instituto indicam que há grande chance de chuva.


O Globo quinta, 21 de fevereiro de 2019

BENEFÍCIOS DO OVO

 

Dez anos após estudo que 'absolveu' o ovo, o que sabemos sobre os benefícios do 'superalimento'

 

 
"De herói a vilão", o ovo virou aliado das dietas saudáveis

 

 

Naíse Domingues*

Há mitos, mudanças e controvérsias sobre o que é, de fato, uma alimentação saudável. Há dez anos, por exemplo, uma pesquisa mudou toalmente a maneira como os nutricionistas encaravam o ovo na dieta humana. Até então, havia ressalvas em relação ao alimento, que deveria ser consumido com moderação. Mas um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, publicado em fevereiro de 2009 no "Boletim da Fundação Britânica de Nutrição", virou esse jogo. "De vião a herói da dieta", estampou O GLOBO no título da reportagem sobre a pesquisa.

 O trabalho da instituição britânica ajudou a derrubar a fama de trampolim do colesterol que tinha ovo na época, garantindo que o alimento era, na real, um forte aliado para uma dieta balanceada. Entretanto, segundo nutricionistas, muitos pacientes continuam em dúvida sobre a quantidade ideal a ser ingerida ou ainda se o produto é recomendado mesmo a quem tem problemas de coração.

- Muitas pessoas ainda têm dúvidas, perguntam se aumenta mesmo o colesterol e querem saber quantos ovos podem comer por dia. Mas, hoje, podemos dizer que o ovo está absolvido. Podemos ingerir diariamente, na quantidade indicada dentro da dieta pelo nutricionista - explica a nutricionista Aline Rodrigues, especializada em Nutrição Clínica e Controle de Qualidade de alimentos.

Comer um ovo por dia protege o coração, sugere estudo

O alimento, que já foi considerado inimigo número 1 dos níveis de colesterol no organismo, hoje é um queridinho para quem mantém uma alimentação saudável, devido a seu valor nutritivo, principalmente para pessoas que praticam musculação e outras atividades físicas. Além de ser fonte de vitaminas e minerais do complexo B e de ômega 3, a proteína encontrada na clara do ovo, chamada albumina, auxilia na construção de massa muscular. E, ao contrário do que se acredita, a gema não deve ser descartada, pois também tem valor nutricional para esse fim.

- Uma publicação recente no “American Journal of Clinical Nutrition” indica que a ingestão de ovos inteiros, imediatamente após exercícios de resistência, gera maior estímulo à síntese de proteínas do que somente a ingestão da clara. As gemas melhoram a capacidade do corpo de utilizar a proteína nos músculos, auxiliando no aumento de massa muscular e emagrecimento - diz Aline.

Quatro motivos para você comer ovo

O ovo fama de ser uma bomba de colesterol, proibido para quem tem problemas cardíacos ou quem precisava perder peso. A partir dos anos 1990, estudos começaram a mostrar que, na verdade, o ovo seria ótimo para uma alimentação saudável. A publicação do estudo no boletim britânico consolidou, de uma vez por todas, essa mudança na avaliação do ovo. Apesar de ser mesmo um alimento rico em colesterol, apenas uma pequena parte dessa substância é absorvida pelo corpo.

 

Manchete do jornal O Globo sobre a pesquisa que derrubou o status de vilão do ovo, em fevereiro de 2009

 

 Mas por que certos alimentos têm fama tão controversa? Para Bia Rique, nutricionista e mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) da UERJ, a falta de cuidado na disseminação de informações é um fator. Segundo a especialista, um dos exemplos é a ideia de que o ovo faz mal ao coração.

- Um ovo contém 213mg de colesterol e, por isso, era considerado um alimento quase "proibido" na dieta de pacientes com doenças cardiovasculares. Se o paradigma nutricional não fosse tão métrico e quantificado, o ovo não teria tido tantas variações na sua reputação, as quais até hoje deixam o público leigo confuso - observa a nutricionista: - A obsessão por precisão nutricional torna o alimento apenas um conjunto de nutrientes. Isto leva ao surgimento de "certezas" ou expressões que caem no senso comum, como "ovos são ricos em colesterol".

A divulgação de forma equivocada de pesquisas sobre alimentos constrói imagens de vilões e mocinhos da alimentação a todo tempo. O ovo se tornou incompreendido por grande parte da população, com a disseminação de informações conflitantes sobre seus efeitos. Segundo Bia Rique, a presunção de que há alimentos milagrosos ou proibidos, muitas vezes presentes em reportagens sobre o assunto, é um problema a ser combatido.

- Laticínios e ovos já foram demonizados várias vezes ao longo da história. Outro exemplo seria a polêmica entre a manteiga e a margarina. O pavor de gorduras e comidas que possam "intoxicar" o organismo é apenas um exemplo da demonização temporária de algumas substâncias ou alimentos.

Não se pode diminuir a credibilidade das pesquisas, mas nutricionistas defendem que a divulgação desses estudos pela imprensa deve ser feita de forma responsável, sem sensacionalismo, observando seu valor acadêmico e informativo. Afinal, são essas pesquisas que promovem a coleta de dados para nortear diretrizes de para uma alimentação saudável. Segundo Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil (IOB), a propagação de informações precisa de embasamento teórico.

- Os trabalhos científicos têm papel preponderante. De nada seria viável fazer marketing se você não tivesse base científica de alguém que estudou muito e apresentou justificativas embasadas, sólidas.

*Sob supervisão de William Helal Filho


O Globo quarta, 20 de fevereiro de 2019

TUIUTI NA SAPUCAÍ

 

'Tuiuti vai para Sapucaí com alta voltagem política', diz Jack Vasconcelos

Confira entrevista com o carnavalesco da escola, que este ano novamente leva um enredo engajado à Avenida
 
 
Jack Vasconcelos criou vampiro de faixa presidencial em 2018, e, este ano, promete mais espírito moleque Foto: Marcos Ramos / Agência O GLOBO
Jack Vasconcelos criou vampiro de faixa presidencial em 2018, e, este ano, promete mais espírito moleque
Foto: Marcos Ramos / Agência O GLOBO

 

 

RIO -  Depois de levar um vampiro com faixa presidencial para a Sapucaí no ano passado, a Paraíso do Tuiuti mantém a linha de enredos com alta voltagem política. É o segundo desde 2017, quando uma pessoa morreu num acidente com um carro alegórico. Carnavalesco da escola, Jack Vasconcelos adianta detalhes do desfile deste ano, sobre o bode Ioiô, eleito vereador em Fortaleza, em 1922. E, ao analisar a temática, comenta a relação que parte do público faz do personagem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Qual será o tom do desfile?

Será um carnaval irônico, de piada e zoação, com espírito moleque. Precisamos ficar mais leves. Atualmente, todos têm verdades muito absolutas. A coisa começa a feder, por exemplo, quando chargistas são perseguidos. A própria escola, ano passado, foi muito atacada. Eu também fui, pelas redes sociais. Se você fala em coletividade, já te chamam de comunista. Calma, gente. Onde se perdeu esse trilho?

No barracão, percebe-se que a escola não recuou. Os currais de duas alegorias, por exemplo, referem-se apenas ao bode?

Representam também currais eleitorais. Um setor aborda a relação dos poderosos com o povo. Num dos carros, há esculturas de políticos com cabeça de animais. A minha favorita é a mosca. É puro Centrão (como é conhecido o bloco formado por alguns partidos no Congresso): fica ali rondando o poder.

Esse teor brincalhão e, ao mesmo tempo, crítico é mantido em todo o desfile?

O enredo,em si, é um prato cheio para o humor. O bode Ioiô chegou a Fortaleza com retirantes da seca, o que será representado no abre-alas. Antes de entrarem na cidade, essas pessoas ficavam em campos de concentração, como vou mostrar numa das alas. Mesmo nesse começo, optei por não fazer um retrato triste da seca. É algo mais sensorial, de sensação de calor, que se consegue por meio de cores e formas. Uma das inspirações é a obra do artista cearense Chico da Silva, em que os fundos dos quadros parecem um fogaréu.

 

Parte do público associa o bode ao presidente Lula. Há alguma relação com ele?

Pode ter. Pode não ter. O personagem é tão maravilhoso que cada pessoa faz uma leitura dele a partir de sua vivência.

Há quem veja, inclusive, um Che Guevara no logotipo do enredo...

Ioiô era um revolucionário. Na época, Fortaleza vivia um processo similar ao do bota-abaixo do Rio. Os animais tinham que ser retirados da rua. Ioiô era o único que ninguém mexia, de tão popular. Era um petulante que irritava a elite, porque lembrava a ela que não adiantava negar suas origens.

E como você conheceu essa história?

Por meio do jornalista João Gustavo Melo. Quando a presidência da Tuiuti me pediu um enredo sobre o Nordeste, achei que era o momento perfeito. Na época, ainda não havia as candidaturas das últimas eleições. Mas todo mundo já se descabelava por causa do assunto. Esse período pré-eleitoral estimulou muito. Todo aquele processo ajudou a construir detalhes do desfile.

Qual você acha que será a reação do público?

Não sei se quem aplaudiu a gente ano passado vai aplaudir em 2019 de novo. Não tem como prever.

Qual sua opinião sobre esses enredos políticos?

Falam muito em enredo político. Mas a escola ir para a rua já é um ato político. A diferença é que, ultimamente, um número maior tem falado mais claramente. Tenho mais espaço de desenvolver isso aqui na Tuiuti. É muito legal quando se percebe que as pessoas ouviram o que você quis dizer, mesmo os que te xingaram. Voltou-se a se discutir escola de samba fora de nossa bolha, o que há muito tempo não acontecia.


O Globo terça, 19 de fevereiro de 2019

A MESA ESTÁ PARA PEIXÕES INTEIROS

 

A mesa está para peixões inteiros

Assados ou grelhados, chegam à mesa com mais sabor
 
 
 
 

A maré mudou. Saem os filés arrumadinhos no prato, entram os peixões, inteiros, com marcas da brasa e, por que não, com os olhos? Tudo pelo sabor.

— Apresentar o peixe inteiro é uma prova de frescor. Servir com pele e cabeça dá mais sabor ao preparo — diz Nello Garaventa, chef do Grado.  — Ainda uso o forno a lenha para acrescentar um sabor levemente defumado ao peixe.

 
Grado. 'Apresentar o peixe inteiro é uma prova de frescor', diz o chef Nello Garaventa. Rua Visconde de Carandaí 31, Jardim Botânico — 3253-3101 Foto: Tomas Rangel / Divulgação
Grado. 'Apresentar o peixe inteiro é uma prova de frescor', diz o chef Nello Garaventa. Rua Visconde de Carandaí 31,
Jardim Botânico — 3253-3101 Foto: Tomas Rangel / Divulgação

 No recém-inaugurado Marea (99539-9834), quiosque do Fasano no Arpoador, o peixe grelhado servido com legumes também grelhados (R$ 148) é preparado lá mesmo, junto à areia.

No recém-inaugurado Marea (99539-9834), quiosque do Fasano no Arpoador, o peixe grelhado servido com legumes também grelhados (R$ 148) é preparado lá mesmo, junto à areia - 99539-9834 Foto: Tomás Rangel / Divulgação
No recém-inaugurado Marea (99539-9834), quiosque do Fasano no Arpoador, o peixe grelhado servido com legumes também grelhados
(R$ 148) é preparado lá mesmo, junto à areia - 99539-9834 Foto: Tomás Rangel / Divulgação

 Com uma vista privilegiada da orla, o 23 Ocean Lounge, no Sofitel, (Av. Vieira Souto 460, Ipanema — 2525-2525) tem uma oferta invejável de frutos do mar no menu. Destaque para o pargo grelhado com batata calabresa, azeite, alho e alecrim, papillote de legumes e cogumelos (R$ 160, para duas pessoas).

De frente para o mar, o Venga Chiringuito recebe diariamente peixes da Colônia de Pescadores do Posto 6. Av. Atlântica 3.800 — 3264-9806 Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação
De frente para o mar, o Venga Chiringuito recebe diariamente peixes da Colônia de Pescadores do Posto 6. Av. Atlântica 3.800 — 3264-9806
Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação

De frente para o mar, o Venga Chiringuito (Av. Atlântica 3.800 — 3264-9806) recebe diariamente peixes da Colônia de Pescadores do Posto 6.

—Os peixes, fresquíssimos, são feitos no forno e servidos “a la plancha” com arroz ou fideo com espinafre ou verduras grelhadas (R$ 120, o quilo) — conta Fernando Kaplan, sócio do restaurante.

 
Na Barraca da Chiquita o tambaqui chega inteiro à mesa com arroz, salada e aipim frito. Rua Santa Clara 33, Copacabana — 2548-9144 Foto: Divulgação
Na Barraca da Chiquita o tambaqui chega inteiro à mesa com arroz, salada e aipim frito. Rua Santa Clara 33, Copacabana
— 2548-9144 Foto: Divulgação

Na Barraca da Chiquita (Rua Santa Clara 33, Copacabana — 2548-9144), tradicional restaurante de cozinha nordestina, o tambaqui chega inteiro à mesa com arroz, salada e aipim frito (R$ 96,90, para dois).

Especializado em cozinha Mediterrânea, o Oia serve o peixe do dia inteiro, assado com legumes tostados e vinagrete de limão. Rua Barão da Torre 340, Ipanema — 3201-6529 Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação
Especializado em cozinha Mediterrânea, o Oia serve o peixe do dia inteiro, assado com legumes tostados e vinagrete de limão.
Rua Barão da Torre 340, Ipanema — 3201-6529 Foto: Rodrigo Azevedo / Divulgação

Especializado em cozinha Mediterrânea, o Oia (Rua Barão da Torre 340, Ipanema — 3201-6529) serve o peixe do dia inteiro, assado com legumes tostados e vinagrete de limão (R$ 68).


O Globo segunda, 18 de fevereiro de 2019

CARNAVAL CARIOCA: BLOCO CORAÇÃO DAS MENINAS

 

Bloco Coração das Meninas desfila no Centro do Rio no início da noite de domingo

Com mais de 50 anos de tradição, banda desfilou pela Rua Sacadura Cabral, no Centro
 
 
Com cem ritmistas, passista, ala infantil, rainha de bateria, puxador, cavaquinho e casal de mestre-sala e porta-bandeira, o Coração das Meninas realizou seu cortejo na Rua Sacadura Cabral, seguido por homens da guarda-municipal. Foliões (que não participam fantasiados), seguiram o desfile das calçadas. Foto: Bruno Calixto
Com cem ritmistas, passista, ala infantil, rainha de bateria, puxador, cavaquinho e casal de mestre-sala e porta-bandeira, o Coração das Meninas realizou seu cortejo na Rua Sacadura Cabral, seguido por homens da guarda-municipal. Foliões (que não participam fantasiados), seguiram o desfile das calçadas. Foto: Bruno Calixto
 
 
 

RIO - O Bloco Coração das Meninas esperou o Sol se pôr para iniciar seu 53 desfile na Saúde neste domingo, partindo do Largo São Francisco da Prainha em direção à Praça da Harmonia, no Centro, onde a agremiação nasceu.

- Somos um bloco com cara de escola de samba de comunidade, nascemos  no berço da tradição e mantemos o mesmo perfil por todos estes carnavais, feito por e para os moradores da Saúde - destaca o fundador e presidente João Bororó.

Cortejo acontece ao estilo desfile de escola de samba Foto: Bruno Calixto
Cortejo acontece ao estilo desfile de escola de samba Foto: Bruno Calixto

 Com cem ritmistas, passista, ala infantil, rainha de bateria, puxador, cavaquinho e casal de mestre-sala e porta-bandeira, o Coração das Meninas realizou seu cortejo na Rua Sacadura Cabral, seguido por homens da guarda-municipal. Os foliões (que não participam fantasiados), seguiram o desfile das calçadas.

- É como ver e acompanhar um desfile de escola de samba - observa um folião que está hospedado num hotel naquela região.

O desfile durou uma hora e foi animado pelo samba-enredo que homenageia a fundação do bloco.

Estreando no grupo, a porta-bandeira Máxi Silva e o mestre-sala João Neto aproveitam a agenda para ensaiar para o desfile da escola de samba Vizinha Faladeira (grupo B) na terça-feira de carnaval.

- É muita satisfação carregar a bandeira de um bloco com mais de 50 anos. Este legado não morre quando sustentado por gente séria que gosta de samba bom. Só no Rio tem disso - ressalta Máxi.


O Globo domingo, 17 de fevereiro de 2019

COMO NASCE UM HIT?

 

Como nasce um hit? Autores das 20 canções mais ouvidas no Brasil hoje explicam

Ostentação e 'guerra à inimiga' ficaram no passado, termos comuns em redes sociais ganharam destaque
 
 
O cantor Gabriel Diniz no clipe de
O cantor Gabriel Diniz no clipe de "Jenifer", um dos grandes hits no Brasil em fevereiro de 2019 Foto: Divulgação
 
 
 

RIO - A namorada que chega “atrasadinha” ao encontro. A mulher que briga ao ver o ex com uma outra, “match” do Tinder. A pessoa que vivia na farra e hoje, na fossa depois de perder o amor, nem se reconhece em seu desejo de não sair de casa. O sujeito que, maltratado pela mulher, diz a ela que agora vai “pegar todo mundo” e que talvez até a beije “numa balada qualquer” sem reconhecê-la. A amante que se culpa pensando na traída. Outra amante, mas esta torturada pelo ciúme. O cara que lamenta a perda da namorada por ter cedido a uma aventura. Outro que debocha de quem ostenta “Chandon” enquanto ele só precisa do “dom” pras suas conquistas. Aquela que quando desce na pista faz tremer o chão. A que bebe, liga, transa e se arrepende. O moleque que anuncia que vai pro Baile da Gaiola “ficar de marola”.

O painel de personagens exposto acima é bem conhecido por milhões de brasileiros. Em sertanejo, funk, pagode e mesmo rap, eles desfilam nas 20 músicas mais ouvidas no Brasil hoje — segundo levantamento referente ao mês de fevereiro solicitado pelo GLOBO a Youtube, Spotify, Deezer e Crowley.

 

Por trás da variedade de tipos encontrados nas canções (e dos cantores famosos que as interpretam), há dezenas de compositores — muitos deles recorrentes nas paradas de sucesso, apesar de anônimos para o grande público. Responsáveis por criar essas figuras e situações, são eles que tentamapontar, nesta reportagem, os caminhos para atingir os ouvidos e corações da massa.

Sem receita, com técnica

O primeiro item da receita, segundo os entrevistados é: não há receita. Mas há técnicas. Algumas bastante prosaicas, como explica Junior Gomes, autor que aparece com duas músicas entre as 20:

— Tento focar em frases que eu vejo as pessoas postando no Instagram, por hashtags. Fico caçando as que chamam a atenção. “Notificação preferida” (gravada por Zé Neto e Cristiano, está na lista de mais tocadas) , por exemplo, eu vi alguém postando e me chamou a atenção. Pensei: “Caraca, isso dá uma música”. Eu me inspiro no que o povo posta, porque são frases que já estão na cabeça das pessoas.

 

Outra da lista, “Quem me dera” (Anderson Valente/ Romim Mata/ Thalison/ Walber Cassio/ Xuxinha) parte do mesmo recurso, ao transformar em verso a frase-meme “Deus me livre, mas quem me dera”. Mas há quem entenda que esse método tem seus contras, como Everton Matos, autor de “Ciumeira” e “Passa mal” (ambas na lista). Ele assina as duas com Paulo Pires, Diego Ferrari, Ray Antônio, Guilherme Ferraz e Léo Sagga (combo de compositores da empresa Single Hits, que se propõe a ser uma fábrica de sucessos).

— Tem muita gente que vê tema na internet — diz Matos. — Mas o problema é que às vezes você chega com algo que todo mundo tá falando, leva pro cantor e descobre que já chegaram três músicas pra ele sobre o mesmo tema. Gosto mais de pegar frases como “a sorte dele é que ele beija bem”, que uma amiga nossa falou e que acabou gerando “Sorte que cê beija bem” (sucesso com Maiara e Maraisa) .

Bruno Caliman — autor de hits como “Camaro amarelo” e de duas canções das 20 mais tocadas hoje, “Cobaia” e “Péssimo negócio” — tem um método mais elaborado.

— Estudei cinema, escrevo roteiro, leio muito, penso muito a construção do texto a partir da ideia de ethos e pathos de Aristóteles — conta Caliman. — Minhas músicas são quase como roteiros. Eu apresento o personagem, situo onde ele está, descrevo a cena, procuro uma perspectiva diferente. “Cobaia”, por exemplo, fala de uma relação amorosa como se fosse alguém pedindo emprego. São características das minhas canções. Mas vejo isso como um traço de um pintor, não como uma fórmula. Até porque se você copiar, não vai ter o mesmo resultado.

Graciliano e Luan Santana?

Caliman começou como compositor de jingles — chegava a cidades do interior da Bahia, compunha para os estabelecimentos locais e depois oferecia a eles suas músicas-propaganda (“Vivi disso por quatro anos”, lembra). Ele explica que a habilidade de fazer canções que “pegam” passa não só pela letra, mas pelos aspectos musicais:

— “Te esperando” (sucesso de Caliman na voz de Luan Santana) tinha um monte de acordes e dissonâncias. Mas lendo “Memórias do cárcere”, de Graciliano Ramos, percebi uma coisa. O livro tem uma parte inicial num ritmo chato, mas que depois você percebe o sentido daquilo. A primeira parte de “Te esperando” fala da vida tediosa da personagem, então refiz, pus uma melodia tediosa, repetitiva, em cima de dois acordes. E só no refrão vem o ponto de virada.

 

Umberto Tavares — parceiro de Jefferson Junior em “Terremoto” (dueto de Anitta e Kevinho que está no topo da lista) — também defende que arranjo e sonoridade podem ser até mais importantes do que a letra:

— O refrão de “Bang”, da Anitta, é um frase de sax. Era algo que eu percebi que estava rolando lá fora e achei que tinha tudo a ver com ela. Além disso, naquele momento o reaggaeton estava ganhando espaço no mundo, e ele fica entre 95 e 100 bpm (batidas por minuto) , bem mais lento que o funk, que é 130 bpm. Seguimos essa tendência e deu certo — lembra Tavares. — Já “Terremoto” foi feita pra Anitta e Kevinho cantarem juntos. Partimos dessa palavra, que tinha a ver com os dois, e fizemos a canção a partir daí.

Sensibilidade para perceber lacunas

A observação do mercado da música — seja as tendências internacionais, seja o comportamento do público do artista para quem se compõe — é comum a muitos dos arquitetos de hits. Autores de um dos maiores sucessos do Brasil hoje, “Jenifer”, o coletivo de compositores Big Jhows (formado por Junior Lobo, Thawan Alves, Thales Gui, Leo Sousa, Allef Rodrigues, João Palá, Fred Wilian e Junior Avellar) recorre até a estatísticas para definir seus temas. “Separada”, por exemplo, sucesso do grupo gravado por Maiara e Maraisa, foi inspirada em uma portagem sobre mulheres que cuidam dos filhos sozinhas.

 

Diego Barão, autor de “Atrasadinha” ao lado de Leo Brandão e Wynnie Nogueira, acredita que muitas vezes é importante identificar as tendências pra poder evitá-las:

— É bom ver onde estão as lacunas, o que não está sendo coberto. O mercado sempre quer algo novo.

Isso inclui a leitura da sociedade brasileira. Aparecem nos 20 hits códigos das redes sociais e suas implicações nas relações (“Notificação preferida”, “Status que eu não queria”), ao mesmo tempo em que o discurso da ostentação e da “inimiga” perde força.

— É fora de contexto hoje uma canção de uma mulher em competição com a outra. A batalha da fiel contra a amante (que fez sucesso no funk) hoje não teria sentido — acredita Umberto Tavares.

A rotina da composição não obedece a caprichos da inspiração. Os Big Jhows, por exemplo, trabalham com a meta de quatro músicas por dia. Vine Show — coautor de “Notificação preferida” (com Junior Gomes Thiago Alves e Samuel Alves) e “Tem o dom” (com Benicio Araujo e Jenner Melo) — resume:

— É uma linha de produção. O índice de acerto aumenta quando você tem mais material. Falam que estamos esquecendo o dom, mas vivo disso. Nos shows, vou para o meio do povo, ouvir a discussão dos namorados, as cantadinhas da balada. Costumam dizer: “você é um poeta”. Mas me considero mesmo um contador de histórias.


O Globo sábado, 16 de fevereiro de 2019

AGENDA DE BLOCOS DO RIO DE JANEIRO DESTE FIM DE SEMANA

 

De Imprensa a Banda de Ipanema: confira a agenda de blocos do Rio deste fim de semana

Blocos devem arrastar multidões pelas ruas da cidade
 
 
Folião fantasiado curte cortejo da Banda de Ipanema, em 2018 Foto: Fernanda Dias / Agência O Globo
Folião fantasiado curte cortejo da Banda de Ipanema, em 2018 Foto: Fernanda Dias / Agência O Globo
 
 
 

RIO - Milhares de pessoas devem curtir os blocos que terão cortejos neste fim de semana. Na tarde deste sábado, a Banda de Ipanema, que sairá às 17h30m na Praça General Osório. Outros blocos amados pelos cariocas como Imprensa que Eu Gamo e Carmelitas também devem arrastar foliões. Ao todo, mais de 50 blocos se apresentam em diferentes pontos da cidade, a maioria em cortejos gratuitos. Só não se diverte quem não quer.

 

BUSQUE SEU BLOCO: Consulte a lista de blocos do pré-carnaval da cidade

Em razão da previsão de chuva para o sábado, os organizadores do Chá da Alice cancelaram o cortejo. Nas redes sociais, um comunicado informa que a decisão preza pela segurança de todos os envolvidos: "O Chá e a cantora Aline Wirley, convidada a puxar o trio, sentem muito, mas entendem que a segurança deve vir em primeiro lugar".

Confira a lista completa:

15 de fevereiro, sexta-feira

20h - Badalo de Santa Teresa (gratuito, no Largo das Neves, em Santa Teresa)

22h - Bloco 442 (com ingressos a partir de R$ 10, no Casarão Floresta, na Ladeira dos Guararapes 115, no Cosme Velho)

22h - Vamo ET (com ingressos a partir de R$ 15, na Ecocasa Silvestre, Rua Almirante Alexandrino 5025, em Santa Teresa)

23h - Bloco do Mug (com ingressos a R$ 10, no Espaço Bella Vista, Avenida Almirante Silvio de Noronha 301, no Aterro)

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16 de fevereiro, sábado

10h - Batuquebato (gratuito, no Arco do Teles 21, no Centro)

10h - Desliga da Justiça (gratuito, na Praça Santos Dumont, na Gávea)

10h - Primeiro Amor (gratuito, na Avenida Prefeito Mendes de Moraes 1250, em São Conrado)

13h - Spanta Neném (gratuito, na Ciclovia da Lagoa, em frente à saída do metrô General Osório, na Lagoa)

 

14h - Pink Money (gratuito, na Rua do Mercado, no Centro)

14h - Truque do Desejo (gratuito, no Arco do Teles)

14h - Te conheci na rua (gratuito, na Praia do Leme)

15h - Imprensa que Eu Gamo (gratuito, na Rua Gago Coutinho 51, em Laranjeiras)

15h - GB Bloco (gratuito, na Rua General Glicério, em Laranjeiras)

15h - Urubuzada (gratuito, na Praça Afonso Pena, na Tijuca)

16h - Carmelitas (ensaio gratuito, na Praça Tiradentes, no Centro)

16h - Panela Preta de Curicica (gratuito, na Rua João Bruno Lobo 38, em Curicica)

16h - Malandragem do Porto (gratuito, na Ladeira do Mendonça, no Santo Cristo)

16h - Bloco Seu Kuka e Eu do Grajaú (gratuito, na Praça Professor Francisco Daurea, no Grajaú)

16h - AdoroAmar e FicaComigo (ingressos a R$ 120 com open bar incluído, no Terraço Lagoon - Avenida Borges de Medeiros 1.424)

17h - Cardosão de Laranjeiras (ensaio gratuito, na Quadra do Cardosão - Rua Cardoso Junior 420, em Laranjeiras)

17h - A Febre do Samba (gratuito, na Praça Luís de Camões, na Glória)

17h - Cacique de Higienópolis (gratuito, na Rua Tamiriana 11, em Higienópolis)

17h - Vou treinar e volto já (gratuito, na Rua Martins Pena 33, na Tijuca)

17h30 - Banda de Ipanema (gratuito, na Praça General Osório, em Ipanema)

 

18h - Estratégia (ensaio aberto gratuito, na Pedra do Sal - Rua Argemiro Bulcão 33, na Saúde)

18h - Família Experimenta (gratuito, na Rua Presidente Vargas, na Ilha da Conceição, em Niterói)

19h - Nem Muda Nem Sai de Cima (gratuito, na Avenida Maracanã, esquina com Rua Garibaldi, na Tijuca)

20h - Bangalafumenga, New Kids On The Bloco e Que Pena, Amor (com ingressos a partir de R$ 10, no RioScenarium - Rua do Lavradio 20, no Centro)

20h - Liga de Blocos e Bandas da Zona Portuária (gratuito, na Rua Barão da Gamboa, na Gamboa)

21h - Diga Não a Monogamia (gratuito, na Pedra do Sal, Rua Argemiro Bulcão 33, na Saúde)

22h - Terreirada Cearense (com ingressos a partir de R$ 15, no CCBB, Rua Primeiro de Março 66, no Centro)

22h - Orquestra Voadora (com ingressos a partir de R$ 60, na Fundição Progresso, Rua dos Arcos 24, na Lapa)

23h - Bloco SuperBacana (com ingressos a partir de R$ 10, na Gafieira Elite, Rua Frei Caneca 4, no Centro)

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10h - Calma, Calma Sua Piranha (gratuito, na Rua Visconde de Caravelas 2, em Botafogo)

10h - Giro do Arar - Nego do Arar (gratuito, na Avenida Primeiro de Março, no Centro)

10h - Vira-Lata (gratuito, na Avenida Prefeito Mendes de Moraes 1250, em São Conrado)

11h - Se Cair Eu Como (gratuito, na Praça Calcutá, na Ilha)

13h - Boi da Vila da Penha (gratuito, na Rua Ápia, na Vila da Penha)

14h - Demorou Estácio (gratuito, na Praça Coronel Castelo Branco, na Cidade Nova)

14h - Foliões do Rio (gratuito, na Praça Jerusalém, na Praia da Bica, na Ilha)

15h - Banda Amigos da Barra (gratuito, na Avenida Lúcio Costa 3350, na Barra)

15h - Bloco da Eclética (gratuito, na Rua do Mercado, no Centro)

16h - Blocos dos Gambás (gratuito, na Rua Aristides Lobo 217, no Rio Comprido)

16h - Multibloco (ensaio gratuito, na Rua do Lavradio 71, no Centro)

16h - O Fervo (gratuito, na Rua Quintino do Vale, no Estácio)

16h - Fala Meu Louro (gratuito, na Rua Waldemar Dutra 19, no Santo Cristo)

16h - Independente do Morro do Pinto (gratuito, na Rua Farnese 81, no Santo Cristo)

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16h - Tambores de Olokun (gratuito, em frente à Igreja Nossa Senhora Do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos - Rua Uruguaiana 55, no Centro)

17h - Fala Meu Louro (gratuito, na Rua Waldemar Dutra 19, no Santo Cristo)

17h - Bloco Infantil Bigodinho Esticado (gratuito, na Adriano 300, no Méier)

17h - Chinelo de Dedo (gratuito, na Rua do Mercado 23, Centro)

17h - Xodó da Piedade (gratuito, na Rua Angelina 195, em Piedade)

17h - Turbilhão Carioca (gratuito, no Blend Steak Bar - Rua Cirne Maia 29, Cachambi)

18h - Bloco do 1030 (gratuito, na Avenida dos Mananciais 1030, na Taquara)

18h - Coração das Meninas (gratuito, no Largo de São Francisco da Prainha, na Gamboa)

18h - Morto com Farofa (gratuito, na Rua Itápolis 7, em Campo Grande)

19h - Banda da Saens Pena (gratuito, na Praça Saens Pena 63, na Tijuca)

19h - Pra Se Apaixonar (gratuito, na Rua Vital 311, em Quintino Bocaiúva)

20h - Imortais (gratuito, na Praia de Piratininga, em Niterói)


O Globo sexta, 15 de fevereiro de 2019

ROCK IN RIO - ATRAÇÕES

 

Rock in Rio 2019 anuncia Red Hot Chili Peppers e Dave Matthews Band

Banda californiana, que veio ao festival em 2001, 2011 e 2017, será a principal atração do dia 3 de outubro; grupo de jazz-rock tocará na noite do Bon Jovi, 29 de setembro
 
 
O grupo californiano Red Hot Chili Peppers Foto: Divulgação/Steve Keros
O grupo californiano Red Hot Chili Peppers Foto: Divulgação/Steve Keros
 
 
 

A partir de hoje, já são conhecidos seis dos sete headliners do Rock in Rio, que acontece entre setembro e outubro no Parque Olímpico: velhos habituês do festival, os Red Hot Chili Peppers estão confirmados como atração principal do dia 3 de outubro. O quarteto de Los Angeles se une a um time que já tinha, pela ordem, Drake (27/9), Bon Jovi (29/9), Iron Maiden (4/10), P!nk (5/10) e Muse (6/10, no encerramento). O festival também anunciou ontem a Dave Matthews Band como atração do dia 29, antes do Bon Jovi.

 

Depois de sua estreia no Brasil, no Hollywood Rock de 1993, o mesmo de Nirvana e Alice In Chains, os Red Hot Chili Peppers, do cantor descamisado Anthony Kiedis e do baixista eventualmente peladão Michael “Flea” Balzary, os Red Hot Chili Peppers levaram oito anos para voltar, o que aconteceu no Rock in Rio de 2001 — quando a Dave Matthews Band, então muito popular no país, também foi uma atração. De lá para cá, foram muitas vindas, que agora configuram uma espécie de tricampeonato, com Rock in Rio e Lollapalooza em três anos seguidos, de 2017 a 2019.

A banda americana Dave Matthews Band Foto: Divulgação
A banda americana Dave Matthews Band Foto: Divulgação

 Também frequente no Brasil, a banda de rock com pitadas de jazz liderada por Dave Matthews, americano nascido na África do Sul, volta ao Rock in Rio depois de 18 anos. O grupo, que lançou em em 2018 o disco “Come tomorrow”, virá pela primeira vez sem o violinista Boyd Tinsley, que se desligou no ano passado.

Nesta semana, o Rock in Rio anunciou também as atrações do Rock District , que terá nomes como os irmãos Rogério Flausino e Sideral e o cantor Dinho Ouro Preto


O Globo quinta, 14 de fevereiro de 2019

A MARATONA DE DEBORAH SECCO

 

Baile do Copa, Camarote na Sapucaí e Disney: a maratona de Deborah Secco no carnaval

POR MARINA CARUSO

 Deborah Secco

 

O carnaval nem começou e ela já se vestiu de borboleta, coelhinha, diva italiana... “Adoro essa época do ano. A gente se julga menos e fantasia mais”, diz Deborah Secco, que tem feito altas produções. Rainha do baile do Copa e musa do camarote Allegria, a atriz embarca para a Disney na Quarta-Feira de Cinzas. Vai levar a filhota para o verdadeiro reino das fantasias. “Ela adora se vestir de princesa, em especial, de Bella. Já eu, quando menina, curtia a Branca de Neve por que tinha cabelo escuro, como o meu”, relembra a agora loura platinada.

 


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