Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 17 de abril de 2019

OIRO MENTIRAS SOBRE O FEMINISMO

 

Oito mentiras sobre o feminismo que ninguém deveria mais reproduzir

 

É o contrário de machismo? Feministas não são femininas? Listamos e explicamos os comentários mais comuns sobre a luta das mulheres por igualdade de direitos
 
 
O feminismo ainda é visto por muitos de maneira estereotipada Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto Pixabay
O feminismo ainda é visto por muitos de maneira estereotipada Foto: Arte de Lari Arantes sobre foto Pixabay
 
 
 

RIO - A luta pelos direitos das mulheres atravessa séculos e, talvez por isso, existam tantos estereótipos relacionados ao feminismo e às feministas.

Elas não se depilam? Odeiam homens? São todas lésbicas? Perguntas que parecem absurdas para muitos, mas que, infelizmente, representam as dúvidas e os preconceitos de muita gente.

 

Listamos abaixo oito (pré) conceitos relacionados ao feminismo e às feministas que são, na verdade, mentiras. Conhece alguém que pensa assim? Compartilhe.

1. Feministas não se depilam

O movimento feminista defende que as mulheres tenham liberdade sobre seu próprio corpo, ou seja, que elas possam fazer escolhas. A depilação é um padrão estético reforçado pela sociedade e encarado como normal na vida de uma mulher. Por isso, quem opta por não se depilar é encarada como fora do padrão. As feministas defendem que as mulheres sejam livres para escolher se querem se depilar ou não, e que elas não tenham que fazê-lo por uma obrigação social. Em outras palavras, feministas se depilam se quiserem. Caso não queiram, está tudo bem. 

2. Feministas são de esquerda 

Não necessariamente. Mulheres politicamente alinhadas com a direita ou com a esquerda podem ser feministas, se desejam a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Existe uma vertente do feminismo que é o feminismo liberal, associada ao pensamento político-econômico do Liberalismo. O feminismo liberal prioriza a inclusão e a participação de mulheres em empresas e na política, defendendo pautas como a equidade salarial entre homens e mulheres e priorizando uma perspectiva individual com ênfase no fator econômico. Ou seja, é possível ser feminista de direita.

 

3. Feministas odeiam homens 

O feminismo defende a condição de igualdade entre homens e mulheres na sociedade e o direito de decidirem sobre sua vida tanto individualmente quanto no âmbito político e coletivo. O que deve ser combatido é o sistema patriarcal que coloca o homem em situação de superioridade em relação a mulher, seja por justificativas biológicas ou pelos papéis de gênero que cada um assume na sociedade. Assim, elas não odeiam os homens; apenas são contra o sistema que os coloca como seres superiores. Feministas lutam contra a situação de opressão que rotula as mulheres de "sexo frágil".

Dizer que feministas odeiam homens é uma bobagem. Afinal, há muitos homens que são aliados do feminismo. Não dá para odiá-los.

4. Feministas defendem o aborto

Mentira. Uma das principais bandeiras do feminismo é o direito da mulher de decidir sobre sua própria vida e seu corpo. A questão do aborto seria um exemplo disso, já que diz respeito a uma gravidez indesejada que será gerada no útero de uma mulher, e, portanto, diz respeito ao corpo dela. Feministas não defendem que todas as mulheres sejam obrigadas a abortar nem que o aborto seja feito em larga escala. Elas defendem que ele seja uma opção para as mulheres. Isso não significa que uma mulher que defenda o aborto esteja disposta a fazer um. É possível ser feminista, defender o direito ao aborto como escolha e não querer abortar. 

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 47 mil mulheres morrem por ano em todo o mundo em decorrência de abortos inseguros. Um relatório produzido pelo Ministério da Saúde e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que em dez anos o SUS gastou 486 milhões de reais com internações para tratar de complicações relacionadas a abortos. Além disso, entre 2000 e 2016, pelo menos 4.455 mulheres morreram por este motivo. No Brasil, o aborto é permitido em três ocasiões: em caso de estupro; quando a gravidez causa risco de vida para a mãe ou quando o feto é anencéfalo.

5. Feminismo é o contrário de machismo 

Falso. Machismo é um comportamento que subjuga a mulher, que a coloca como inferior ao homem. Feminismo é um movimento social que luta por igualdade entre homens e mulheres. Para o feminismo, nem homem nem mulher são superiores. Eles devem estar em condição de igualdade social. Simples, não é mesmo?

 

6. Feministas não são femininas

Mais uma vez: feminismo tem a ver com liberdade de escolhas. A sociedade associa certo tipo de comportamento e de vestimentas à feminilidade. Se a mulher quiser seguir essas regras, ótimo. Se ela não quiser, ótimo também. A mulher é livre para fazer o que quiser. Saiba, portanto, que feministas usam saia, mas calça também. Elas podem ter cabelo comprido ou curto. Podem ter voz fina ou grossa. Podem ser quem quiserem.

 

Aliás e a propósito: a mineira Julia Horta, atual Miss Brasil, símbolo de feminilidade, se declara feminista.

7. Feministas são lésbicas

Há quem afirme que as feministas são todas lésbicas. Há também que chame uma feminista de "mulher-macho". Posicionamento político e orientação sexual são coisas totalmente diferentes. O feminismo é o posicionamento político daquelas que defendem a igualdade entre homens e mulheres. Ser lésbica é a escolha individual de uma mulher. Existem feministas lésbicas? Sim. Mas também existem feministas heterossexuais. E feministas trans.

Sobre chamar uma feminista de "mulher-macho": é apenas falta de educação mesmo.

8. Feminismo é 'mimimi'

Feminismo é assunto sério. É graças a ele que as mulheres têm reduzido, ano a ano, as desigualdades de gênero. A conquista do direito ao voto, do direito ao trabalho, a independência econômica, a participação política, o divórcio e a guarda dos filhos: tudo isso é fruto da luta feminista. Ou vocês achavam que as cadeiras de deputada no Congresso caíram do céu? 

O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, o país registrou mais de 60 mil estupros. A polícia estima que apenas 10% desse tipo de crime seja comunicado às autoridades. Ou seja, os números reais são bem maiores. Uma das bandeiras mais importantes do feminismo é o fim da violência contra a mulher. Entendem por que não se trata de mimimi?


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