HAVANA — O governo de Cubacancelou a 12º marcha anual contra a homofobia . Através de um post nas redes sociais, a organização estatal Centro Nacional de Educação Sexual(Cenesex) culpou "as novas tensões no contexto regional e internacional" pelo cancelamento.
Cuba chegou perto de aprovar uma nova constituição que incluía o casamento homoafetivo, mas voltou atrás depois de protestos de grupos religiosos. Em setembro do ano passado, o presidente do país, Miguel Díaz-Canel, defendeu a mudança dizendo que era uma "forma de eliminar qualquer tipo de discriminação na sociedade".
Além das tensões no contexto regional e internacional, a Cenesex, que coordena os debates sobre os direitos do grupo LGBTQ+no país, não divulgou nenhum outro motivo para o cancelamento, o que levou os cubanos a especularem sobre as causas, desde a crise monetária do país até um possível assédio do governo de Donald Trump.
"Não permitir isso é um sinal que nos induz a retornar ao armário, ou seja, que não somos bem-vindos. Que a ilusão pode ser desfeita", escreveu o dramaturgo e ativista cubano Norge Espinosa em um post no Facebook.
Há muito tempo, o governo de Cuba controla os espaços públicos e permite poucas manifestações que vão de encontro aos seus interesses. Apesar disso, o país é visto como um líder regional na luta pelos direitos LGBTQ+, especialmente no Caribe, onde alguns países ainda possuem leis contra a causa.