Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 17 de maio de 2019

11 MOMENTOS HISTÓRICOS DO OSCAR, QUE COMPLETA 90 ANOS

 

 

No aniversário de 90 anos do Oscar, reunimos fotos e vídeos de 11 momentos históricos da premiação

 

Kathryn Bigelow, Sidney Poitier, Leonardo DiCaprio e Sacheen Littlefeatherm participaram de momentos marcantes da história do Oscar

 No dia 16 de maio de 1929, acontecia a primeira edição do Oscar, hoje a maior premiação cinema mundial, em Los Angeles, na Califórnia. Criada para exaltar a indústria americana de filmes, a cerimônia anual de entrega das famosas estatuetas douradas construiu sua própria história ao longo das décadas. Nesta quinta-feira, dia em que o Oscar completa 90 anos, o Blog do Acervo reuniu 11 episódios inesquecíveis dessa trajetória. São acontecimentos como o primeiro prêmio para uma pessoa afrodescente, em 1940; o protesto de Marlon Brando, que não foi receber sua estatueta de Melhor Ator por "Poderoso chefão", em 1973; a primeira estatueta de Melhor Diretor entregue a uma mulher, em 2010; a selfie promovida por Ellen Degeneres, em 2014; e o discurso de Patricia Arquette em defesa da igualdade de gênero, ao receber a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2015.  

 
 

O primeiro Oscar para uma pessoa negra, em 1940 

 

Atriz Hattie McDaniel recebe a estatueta pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo filme ''... E o vento levou''

 O Hotel Ambassador, em Los Angeles, tinha por política não permitir a entrada de negros, mas fez um "favor" ao abrir exceção para Hattie McDaniel. Graças à sua atuação como a empregada doméstica Mammy, no clássico "...E o vento levou" (1939), a americana se tornara a primeira pessoa afrodescendente a receber uma indicação para o Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante. Mas, naquela noite de 29 de fevereiro de 1940, quando a segregação racial era algo institucionalizado nos Estados Unidos, ela teve que se sentar numa mesa nos fundos do salão. 


Ao receber o prêmio, esforçando-se para segurar as lágrimas, McDaniel foi valente o bastante para dizer que "espero sinceramente ser sempre um crédito para minha raça e para a indústria do cinema". Ela morreu em 1952, aos 57 anos, sem ver outra mulher negra ganhar o prêmio, o que só ocorreu 51 anos depois, quando Whoopi Goldberg foi agraciada por “Ghost: do outro lado da vida”, em 1991. Em seu testamento, McDaniel pediu que seu Oscar fosse doado à Universidade Howard, uma referência para o movimento negro, em Washington D.C.. Entretanto, o paradeiro do troféu é desconhecido até hoje. Boatos dão conta de que estudantes racistas, em protesto, atiraram o Oscar no Rio Potomac.

Primeiro Oscar de Melhor Ator para um artista negro

 

Sidney Poitier recebe o Oscar de melhor ator, em 1964, ao lado da atriz Annabella

Sidney Poitier foi o primeiro artista negro a ganhar o Oscar de Melhor Ator, em 1964, pela sua atuação em “Uma voz nas sombras”, lançado no ano anterior. Quando recebeu a estatueta das mãos de Anne Bancroft, a renomada atriz lhe deu um beijo no rosto, o que incomodou muitos conservadores. Naquela época, os Estados Unidos ainda viviam sob o manto da segregação racial. O casamento inter-racial, por exemplo, era proibido. Toda essa realidade de preconceito se refletia na entrega dos prêmios do cinema. A premiação a outro ator negro só viria a acontecer em 1982, quando Louis Gossett Jr. recebeu a estatueta na categoria de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel de sargento Emil Foley no filme "A força do destino".


 

Mais uma vez, outro grande intervalo de tempo se passou até outro ator negro ganhar o Oscar de Melhor Ator. Foi apenas em 2002, quando Denzel Washington foi premiado por sua atuação como o policial corrupto Alonzo Harris, no filme "Dia de Treinamento". Naquela cerimônia, Sidnei Poitier ganhou um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, e a atriz Hale Barry se tornou a primeira artista negra a receber a estatueta de Melhor Atriz. Era o Oscar tentando se emendar após décadas de pouca diversidade. Anos mais tarde, Poitier disse que aquela noite foi "especial" e que, na opinião dele, "significou progresso" em Hollywood.

Marlon Brando protesta com ausência na premiação de 1973

 

Marlon Brando como Don Vito Corleone, em "O poderoso chefão"

 O astro Marlon Brando foi uma das primeiras estrelas do cinema americano a fazer da cerimônia de entrega do Oscar uma plataforma para protesto político. Em 1973, quando foi eleito o Melhor Ator por sua atuação no clássico "Poderoso Chefão", o artista, sabendo que era o favorito para vencer o prêmio, não compareceu ao evento e enviou, em seu lugar, a atriz e ativista indígena Sacheen Littlefeather, da etnia Apache. Ao subir no palco, Littlefether se recusou a receber a estatueta e fez um rápido discurso. Ela parecia constrangida, mas demonstrou classe e não se acovardou: “Ele não pode aceitar esse generoso prêmio. E a razão para isso é o tratamento que os índios americanos recebem da indústria cinematográfica”.


 

Durante o discurso, a plateia ensaiou algumas vaias, mas, quando terminou de falar, Littlefeather foi bastante aplaudida. Posteriormente, porém, a atriz afirmou que passou a ser marginalizada por Hollywood e que alguns veículos de imprensa chegaram a questionar suas origens indígenas, alegando até mesmo que as roupas usadas por ela na cerimônia haviam sido alugadas. Décadas depois, em 2014, a 87ª edição do Oscar foi criticada pela falta de diversidade, e a atriz negra Jada Pinkett Smith boicotou o evento citando Littlefather como uma inspiração.

Primeira artista negra eleita Melhor Atriz

Halle Berry e Denzel Washington na premiação do Oscar de 2002

O primeiro Oscar de Melhor Atriz para uma mulher negra aconteceu mais de 70 anos após a primeira edição da premiação. Halle Berry venceu o prêmio em 2002 pela sua atuação em “A última ceia”. Quando seu nome foi anunciado, Berry se mostrou muito surpresa e emocionada enquanto subia ao palco para receber a estatueta. Em seu discurso de agradecimento, ela disse que “Esse momento é tão maior do que eu. É para cada mulher de cor que não tem nome, não tem rosto, e que agora tem uma chance porque essa porta foi aberta hoje à noite”. Porém, desde então, a artista permanece como única negra a levantar a estatueta. 

Em 2016, a atriz falou sobre a falta de diversidade no Oscar durante um painel da conferência Makers (naquele ano em especial, todos os artistas indicados nas categorias de atuação eram brancos). Ela fez uma dura crítica à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas: "Sentar aqui quase 15 anos depois, e sabendo que nenhuma outra mulher de cor passou por essa porta é desolador. É desolador porque eu pensei que esse momento era maior do que eu. É desolador começar a pensar que não era maior do que eu", lamentou a atriz.

A primeira e única mulher a receber prêmio de direção

 Kathryn Bigelow discursa após receber o Oscar de melhor diretora em 2010

  

A estatueta dourada de Melhor Direção só foi entregue a uma mulher na 82ª edição da cerimônia, em 2010. A americana Kathryn Bigelow ganhou o prêmio, um dos mais prestigiados da cerimônia, por seu trabalho à frente do filme “Guerra ao terror”. O longa, que mostrou o trabalho tenso de uma equipe do esqudrão anti-bombas durante a Guerra do Iraque, faturou outras cinco categorias naquele ano: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Mixagem de Som, Melhor Montagem e Melhor Edição de Som. Desde aquele ano, nenhuma outra mulher venceu o mesmo prêmio, o que evidencia a tímida participação de cineastas mulheres na indústria.

Três anos depois de ganhar o Oscar de Melhor Diretora, o longa "A hora mais escura", de Bigelow, também  foi indicado a Melhor Filme, mas não venceu. Em 2017, após o atentado em Charlottesville, nos Estados Unidos — quando um homem atropelou, durante uma manifestação, integrantes de grupos antiextremistas, matando uma mulher —, o presidente americano, Donald Trump, disse que havia culpa dos dois lados, e a diretora declarou ele deveria assistir a seu filme "Detroit em rebelião" para "humanizá-lo em um momento no qual a tensão racial está abalando a nação". A produção de Bigelow mostra os conflitos raciais dos EUA nos anos 1960.

Ingrid Bergman, três vezes vencedora do Oscar, brilha em "Casablanca"

Erro histórico! Longa foi anunciado como Melhor Filme por engano

 

Equipe de "Moonlight" comemora a vitória do Oscar de melhor filme em 2017

Em 2017, os apresentadores Faye Dunaway e Warren Beatty receberam o envelope que deveria conter o nome da produção vencedora do Oscar de Melhor Filme e leram o que estava escrito ali: “La la land”. Os produtores Jordan Horowitz, Marc Platt e Fred Berger comemoraram ainda na plateia, subiram ao palco, receberam o prêmio e começaram o discurso de agradecimento, mas foram interrompidos. É que Dunaway e Beatty haviam recebido o envelope errado. O filme eleito como o melhor daquele ano pelos membros da Academia foi, na verdade, o aclamado longa “Moonlight”, que conta a história de um jovem negro e gay. O papel lido pelos apresentadores foi entregue a eles por engano, o que levou ao erro inédito na cerimônia.

Indicado a cinco categorias naquele ano, "Moonlight" ainda ganhou outras duas estatuetas: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, graças à atuação de Mahershala Ali. Era a consagração do corajoso trabalho auto-biográfico do diretor Barry Jenkins, então com apenas 38 anos de idade. Já o longa "La la land", por sua vez, conquistou seis estatuetas entre as 14 nomeações que recebeu.

Oscar para a melhor selfie para Ellen DeGeneres

3,3 milhões. Esta é a quantidade de retweets que consagrou a selfie de Ellen DeGeneres na qual ela aparece com diversos astros do cinema, como Brad Pitt, Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Jared Leto e Angelina Jolie. Foi a publicação mais compartilhada no Twitter em 2014. A foto foi clicada durante a cerimônia do Oscar daquele ano. Depois, foi descoberto que essa selfie era uma jogada de marketing da fabricante do telefone usado para fazer a foto. Segundo o "Wall Street Journal", a empresa investiu cerca de R$ 45 milhões na ação.

O poderoso discurso por igualdade de Patricia Arquette


 

Patricia Arquette faturou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2015, pela sua atuação em “Boyhood”, interpretando a personagem Olivia Evans. Porém, o que mais chamou atenção do público foi seu discurso. A artista fez uma fervorosa declaração destacando a diferença salarial entre homens e mulheres: “É a nossa vez de ter igualdade salarial de uma vez por todas e igualdade de direitos para as mulheres nos Estados Unidos da América". Suas palavras foram muito aplaudidas na cerimônia e geraram repercussão internacional como o grande momento da cerimônia. 

O Oscar póstumo de Heath Ledger

 O ator Heath Ledger que faleceu em 2008, aos 28 anos

O ator Heath Ledger morreu tragicamente, aos 28 anos, devido a uma overdose acidental de remédios prescritos. No ano seguinte, ele foi eleito o Melhor Ator Coadjuvante, por sua brilhante peformance como Coringa, em "Batman - O Cavaleiro das Trevas". A estatueta foi recebida pela sua família, num momento que emocionou a plateia e o público espectador. "Este prêmio... validou a determinação de Ledger de ser realmente aceito por todos vocês aqui, seus colegas, em uma indústria que ele amava tanto", disse o pai de Ledger, Kim, ao aceitar o prêmio em nome do filho, ao lado da mãe de Ledger, Sally.   

Finalmente, Leonardo DiCaprio vence

 

Leonardo DiCaprio vence, em 2016, o Oscar de melhor ator pela sua atuação em "O regresso"

Depois de 27 anos em Hollywood, com seis nomeações — incluindo uma pela atuação em “Titanic” —, Leonardo DiCaprio, enfim, conquistou um Oscar. O engajado artista levou a estatueta pela sua atuação como protagonista de "O regresso", em 2016. O ator aproveitou a oportunidade para discursar sobre o aquecimento global: “É a ameaça mais urgente que a nossa espécie precisa enfrentar. Precisamos trabalhar juntos e deixar de procrastinar. Precisamos apoiar os líderes de todo o mundo que não falam em nome das grandes corporações poluentes, mas sim de toda a humanidade, dos povos indígenas, de bilhões de pessoas desfavorecidas”.

As indicações anteriores de DiCaprio foram na categoria de Melhor Ator nos filmes "O lobo de Wall Street" — neste, concorreu a Melhor Filme também —, "Diamante de sangue" e "O aviador", além de ter sido nomeado na categoria Melhor Ator Coadjuvante pela sua atuação em "Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador".

Finalmente, Martin Scorsese vence

 

Martin Scorsese vence seu primeiro e único Oscar de melhor diretor em 2007

Após 40 anos de seu primeiro filme, o renomado diretor Martin Scorsese conseguiu faturar seu único Oscar de Melhor Diretor pelo filme "Os infiltrados". Ele recebeu outras sete nomações à premiação pela sua direção em: "Touro indomável", "A última tentação de Cristo", "Os bons companheiros", "Gangues de Nova York", "O aviador", "Hugo" e "O lobo de Wall Street".

Ao receber a estatueta, o diretor de outros clássicos como "Taxi driver", "Cassino" e "Cabo do medo" brincou: "Vocês poderiam checar o envelope?". Scorsese ainda foi nomeado a outras premiações do Oscar, como por Melhor Filme em "Hugo" e "O lobo de Wall Street". Ele também fundou o "Film production", uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação de filmes.


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