Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 16 de maio de 2020

VACINA NÃO SERÁ CARA, DIZ PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE OXFORD

 

Vacina não será cara, diz professor da Universidade de Oxford que desenvolve projeto de prevenção à Covid-19

Iniciativa foi bem-sucedida em macacos e está em teste em humanos; resultados são esperados até agosto
 
Farmaceuticas participam de uma corrida global pelo desenvolvimento da vacina para a Covid-19 Foto: Carl Recine / REUTERS
Farmaceuticas participam de uma corrida global pelo desenvolvimento da vacina para a Covid-19
Foto: Carl Recine / REUTERS
 
 

RIO - A aguardada vacina para a Covid-19 terá um preço que permita seu acesso ser o mais amplo possível. E, sendo bem-sucedida, será produzida em larga escala para manter os custos baixos e o abastecimento. É o que afirma Adrian Hill, diretor do Jenner Institute, da Universidade de Oxford, que trabalha ao lado da farmacêutica AstraZeneca.

 
- Não será uma vacina cara. Será uma vacina de dose única. E será fabricada para atender um suprimento global e em muitos locais diferentes ao mesmo tempo. Este sempre foi nosso plano - contou Hill à Reuters.

Conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, a droga experimental é uma das pioneiras na corrida global pela vacina contra o novo coronavírus. Segundo a Reuters, dados preliminares de um estudo em seis macacos mostraram que alguns daqueles que receberam uma única injeção dela desenvolveram anticorpos contra o vírus em 14 dias. E que, em 28 dias, todos desenvolveram proteção.

COVID-19:Vacina daqui a um ano é cenário 'otimista', diz União Europeia

Quando os macacos foram expostos ao novo coronavírus, a vacina impediu danos aos pulmões e evitou que o vírus se reproduzisse. No entanto, ele ainda se replicava ativamente no nariz.

Hill classificou os dados de "encorajadores" e reforçou o alto grau de confiança de sua equipe de que os testes em andamento em humanos, iniciados em abril, também mostrarão resultados positivos. Ele acredita que em julho ou agosto já será possível saber se a droga funciona e qual o seu nível de eficiência.

De acordo com o professor, mais de 1.000 pessoas fazem parte dos testes. Metade recebeu a vacina experimental. Já a outra metade serve como grupo de controle. Questionado sobre o progresso deste trabalho em humanos, Hill disse que ele e sua equipe "não farão comentários com o projeto em andamento". Mas deu a entender que, até agora, está dentro do esperado:

- Você pode concluir que, se o teste ainda estiver em andamento, como certamente está, isso significa que não houve grandes transtornos.

É consenso entre especialistas em saúde e em doenças que o fim da pandemia passa pela descoberta de uma vacina contra o novo coronavírus. O desafio, no entanto, é encontrar uma que funcione e fabricá-la em doses suficientes.

1 milhão de doses em setembro

Segundo Hill, sete fábricas em todo o mundo trabalham no desenvolvimento da vacina. Entre elas, está o Instituto Serum, da Índia. As outras estão espalhados pela Europa e pela China. Ele assegura que até um milhão de doses estarão disponíveis em setembro.

A ChAdOx, que recombina vetores virais, usa uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum enriquecido com proteínas do novo coronavírus para gerar uma resposta no sistema imunológico do corpo. Ela não é a única na fase de testes em humanos. Os laboratórios Moderna (MRNA.O), Pfizer (PFE.N), Biontech SE (22UAy.F) e Biologics (6185.HK) fazem parte desta corrida.


O Globo sexta, 15 de maio de 2020

CAROLINA DIECKMANN FALA SOBRE REPRISE DE FINA ESTAMPE E DA QUARENTENA NOS EUA

 

Carolina Dieckmann fala da reprise de 'Fina estampa' e da quarentena nos EUA

PATRÍCIA KOGUT

 
 
Carolina Dieckmann (Foto: Sergio Zalis)
Carolina Dieckmann (Foto: Sergio Zalis)

 Quem acha que, por estar vivendo em Miami, Carolina Dieckmann se desligou de "Fina estampa" achou errado. A atriz, em quarentena nos Estados Unidos, acompanha a novela de lá todos os dias. Na trama de Aguinaldo Silva, ela vivia Teodora, uma linda arrivista que acaba humilhada pelo ex-marido, Quinzé (Malvino Salvador), e vive em guerra com a ex-sogra, Griselda (Lilia Cabral). Mas, antes mesmo da reestreia, Carolina sentiu, nas suas redes sociais, "uma certa animação dos fã-clubes":

- Eu notei a repercussão assim que anunciaram que a novela ia voltar porque sou ativa no Instagram. Reparei que estava repostando as arrobas de pessoas que ainda não conhecia. É muito gostoso isso. 

 A atriz lembra que se preparou muito para o papel e, na época (em 2011), começou a frequentar aulas de muay thai. Foi um hábito que herdou da personagem e só abandonou em junho do ano passado:

- Me preocupei em ficar forte, musculosa. Era a onda da Teodora, que vivia no ambiente do esporte de luta. E fiquei. Me vejo na televisão e penso que Theodora seria capaz de me bater e de acabar comigo (ri).

 

Não que ela tenha abandonado os cuidados com o corpo, uma constante na sua vida desde sempre. Mas, agora, o foco é outro. Carolina está preocupada em  manter o equilíbrio:

- Estou praticando muita ioga para ficar centrada. Estou saudável, o corpo está bem, mas não tenho a força daquela época.

A família está protegida em casa e a atriz diz que, com isso, tem conseguido manter uma tranquilidade relativa:

- Não dá para ficar bem sabendo que tem tanta gente mal no mundo. Me preocupo muito também com meus avós, que têm mais de 90 anos e estão longe (no Brasil). Mas tenho tentado cuidar da casa e da família. Sou péssima na cozinha e ando me esforçando muito. Estou aprendendo a limpar muito bem a casa. Vou sair disso dominando as técnicas de limpeza.


O Globo quinta, 14 de maio de 2020

DAN BROWN FAZ LIVE PARA FÃS BRASILEIROS NO DIA 19 DE MAIO

 

Dan Brown faz live para os fãs brasileiros no dia 19 de maio

Iniciativa é da Editora Arqueiro que publica obras do americano no Brasil
 
 
Dan Brown participa de live na terça, dia 19, com tradução simultânea Foto: Divulgação/Quim Vives
Dan Brown participa de live na terça, dia 19, com tradução simultânea Foto: Divulgação/Quim Vives
 
 

RIO — Autor de best sellers como "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônio" e "Inferno", Dan Brown confirmou sua participação em uma live com tradução simultânea, dedicada aos leitores brasileiros, marcada para terça-feira (19 de maio), às 16h. A iniciativa é da Editora Arqueiro, que publica o escritor americano no Brasil, com transmissão pelo canal da editora no YouTube.

 Segundo a Arqueiro, que já vem promovendo lives com outros autores há duas semanas, esta vai ser a primeira interação com o público brasileiro. Reservado a entrevistas, Dan Brown tem usado as redes sociais durante a pandemia para fazer posts com citações de trechos de algumas de suas obras.

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Este ano, a Editora Sextante prevê o lançamento de "Sinfonia dos animais", livro que marca a estreia do autor na literatura infantil. É todo ilustrado e ainda acompanha uma trilha sonora composta pelo próprio Dan Brown.

— São músicas para crianças e adultos ouvirem e enquanto leem juntos, criando uma experiência multissensorial. O álbum será lançado junto com o livro e estará disponível em diversas plataformas digitais. "Sinfonia dos animais" é um título interativo que traz surpresas escondidas e até uma mensagem codificada para que o leitor possa resolver. O lançamento mundial está previsto para setembro — informa Nana Vaz de Castro, da Sextante.


O Globo quarta, 13 de maio de 2020

CANTORA LÍRICA SE APRESENTA, TODOS OS DIAS, NA JANELA DE SEU APARTAMENTO NA GÁVEA

 

Quarentena: Cantora lírica se apresenta, todo dia, às 18h, na janela de seu apartamento na Gávea

'Estou espalhando um vírus do bem', diz Juliana Sucupira, que canta uma música por vez
 
 
Juliana Sucupira Foto: Ana Branco / Ana Branco/Agência O Globo
Juliana Sucupira Foto: Ana Branco / Ana Branco/Agência O Globo
 
 

Juliana Sucupira, de 46 anos, não poderia imaginar que o distanciamento social que a forçou a ficar em casa, desde meados de março, por causa da pandemia do coronavírus, provocaria uma revolução na vida. Há 50 dias, ela canta, da janela de seu apartamento na Gávea, pontualmente às 18h. Desde então, a voz cristalina da cantora lírica vem deixando o coração da plateia que a acompanha — formada por vizinhos e por quem a assiste por meio do seu perfil no Instagram @ju_sucupira — mais leve.

 A ideia surgiu por acaso, sem pretensão. “Comecei a cantar no susto. Não foi algo planejado”, conta Juliana, empolgada. “No início da quarentena, num domingo, ouvi o sino da igreja tocar dentro do meu apartamento”, lembra. “Fui ensinada pela minha avó, que era muito religiosa, a rezar uma ‘Ave Maria’ sempre que escutasse o sino badalar. Então, comecei a rezar baixinho, cantando, na minha janela”, lembra. O que Juliana não imaginava é que a sua voz, mesmo suave, faria as pessoas que a cercam transbordarem de emoção. “A vizinha da frente logo perguntou: ‘É você quem está cantando? Pode aumentar a voz?’”, recorda-se. Não precisou pedir duas vezes. A cantora entoou “Ave Maria” a plenos pulmões, encantando os vizinhos. “Foi um momento mágico. Apareceu um monte de gente na janela aplaudindo, perguntando o meu nome.”

A partir daquele domingo, a cantoria de Juliana virou encontro marcado para os moradores do bairro da Zona Sul. Para conseguir mais alcance, dez dias depois, ela incorporou uma caixa de som e um microfone. “Gravo uma versão orquestrada e canto por cima”, explica. Ela seleciona uma música por noite e tem repertório eclético. “Tom Jobim, Beto Guedes, Beatles, músicas como ‘Imagine’, de John Lennon, e ‘The sound of music’, de ‘A noviça rebelde’. Aos domingos, sempre ‘Ave Maria’”, lista. Juliana também fez questão de homenagear o músico Moraes Moreira, de quem era vizinha, no dia da sua morte, mês passado, cantando, na despedida do compositor, “Brasil pandeiro”, “Pombo correio” e “Preta preta pretinha. “A gente se encontrava sempre na rua. Quando estava com meu marido e os meus três filhos, ele nos chamava carinhosamente de família.”

 

O sucesso da cantora — que é bacharel em canto lírico, integrante do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro e está à frente do grupo Astorga, especializado em casamentos e festas — pode ser medido pelas mensagens que recebe. “Numa delas, me escreveram que o dia se divide entre antes e depois das 18h. Alguns vizinhos pedem para eu mandar beijo durante a apresentação”, conta. “Também já deixaram chocolate e até champanhe na minha portaria. Estou me sentindo a Xuxa.”

Pertencente a um grupo de risco por ter tido, há quatro anos, câncer de rim, a cantora não tem colocado o pé na rua. “Estou presa em casa. Tem dias que não estou bem, mas me animo por saber que vou cantar. No meio de tanta tristeza, percebi que estou espalhando um vírus do bem”, pondera.

Ela faz planos para o futuro. “Para retribuir tanto carinho, pretendo fazer um concerto gratuito na Praça Santos Dumont, na Gávea. Não sei ainda como, mas vou me virar e o espetáculo vai acontecer.”

 


O Globo terça, 12 de maio de 2020

MARCELA BARROZO NA QUARENTENA

 

Sem trabalho na TV desde 2016, Marcela Barrozo conta que está morando com namorado na quarentena

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
Marcela Barrozo em 'Chocolate com pimenta' e atualmente (Foto: TV Globo e reprodução)
Marcela Barrozo em 'Chocolate com pimenta' e atualmente (Foto: TV Globo e reprodução)

 

"Chocolate com pimenta" acaba de voltar ao ar no Viva e Marcela Barrozo aproveita para matar as saudades. A atriz, que interpretou Estelinha e tinha 11 anos na época, diz estar recebendo mensagens nas redes sociais desde a estreia.

- O povo tem assistido bastante à novela. Acho que o fato de estarmos todos em casa por causa da quarentena facilita um pouco. Tem muita gente que não me conhecia ou não era nem nascido na época e não sabia que eu tinha feito a novela - conta ela, que atualmente tem 28 anos.

 
Marcela afirma que, apesar de ter iniciado sua trajetória cedo, nunca perdeu o foco na profissão. A primeira trama de que participou foi "Sabor da paixão", também na Globo, aos 10 anos:

- Minha família nunca deixou eu meter os pés pelas mãos, sempre me puxou para a realidade. Sei que na profissão de ator, neste meio da TV, tudo é muito incerto, instável. Numa hora você está fazendo novela das 21h da Globo e todo mundo reconhece. E em outras você fica meio esquecida e não vai ter trabalho. Eu cresci sabendo dessa possibilidade. A fama nunca me subiu à cabeça, nunca me deixou doida, por eu saber de tudo isso.

 O último papel de Marcela na TV foi em "Os Dez Mandamentos", novela da Record que terminou em 2016. Desde então, a atriz tem feito teatro e se dedicado a vários cursos, entre eles, de dublagem. Marcela chegou a cursar a faculdade de Jornalismo, mas não conseguiu concluir:

- Eu moro em Niterói (Região Metropolitana do estado do Rio) e estava gravando a novela em Vargem Grande (na Zona Oeste da cidade) no último período. Eu levei muita falta. Depois fui jubilada. Me arrependo. Se eu tivesse trancado, seria mais fácil. Mas na época eu ficava muito no Rio e não conseguia ir a Niterói pessoalmente levar documentação. E a faculdade também deu uma dificultada na hora de trancar. O tempo foi passando e quando fui ver... Nunca mais voltei a procurar. Acho que teria que começar tudo do zero e isso desanima. Melhor nem saber.

Sem um emprego fixo, ela diz que se mantém com o dinheiro que guardou ao longo dos anos e com os cachês de publicidade no Instagram:

- Sou garota-propaganda de algumas empresas, como loja de roupas e um estúdio de fotografia.

Marcela mora com os pais, mas, durante a quarentena, passou a ficar na casa do namorado, o advogado Luiz Fernando Pinto, de 39 anos (foto abaixo). Os dois estão juntos há um ano.

- A gente está fazendo um bom test-drive. Digo que pior do que está não vai ficar. Falo: 'Acostuma que é isso aí'. Se passar a quarentena e o namoro continuar, vai na fé que vai dar certo. Ou vai ou racha - brinca a atriz.

Marcela Barrozo com o namorado, Luiz Fernando Pinto (Foto: Reprodução)
Marcela Barrozo com o namorado, Luiz Fernando Pinto (Foto: Reprodução)

 

Marcela Barrozo (Foto: Reprodução)
Marcela Barrozo (Foto: Reprodução)

O Globo segunda, 11 de maio de 2020

ISIS VALVERDE MOSTRA PRÁTICA DE IOGA NA QUARENTENA

 

Isis Valverde mostra prática de ioga na quarentena e fala do filho, Rael

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
Isis Valverde (Foto: Arquivo pessoal)
Isis Valverde (Foto: Arquivo pessoal)

A  ioga ajuda Isis Valverde a manter mente sã e corpo são nestes tempos de quarentena. A atriz, que interpreta Betina em “Amor de mãe”, diz que pratica intensamente: 

- Treino todos os dias. Estar em movimento me acalma e me equilibra. Preciso me movimentar para sentir bem mentalmente. Quando fico sem praticar, me sinto ansiosa, impaciente. É como se a relação entre o corpo e a mente não ficasse balanceada. A ioga me ajuda a ter esse equilíbrio. É um exercício para o corpo como um todo.

A atriz também tem conseguido manter hábitos saudáveis quando o assunto é alimentação:

- Sempre fui muito tranquila. Não sou de fritura e doces, como quando dá vontade.

Mãe de Rael, de 1 ano, ela diz que tem dividido os cuidados com o marido, André Resende:

- Estamos revezando em casa com Rael e ele está cada vez mais maduro. Dorme a noite toda, graças a Deus. E já está falando as coisinhas que deseja. Muito fofo.

Isis Valverde com o filho, Rael (Foto: Arquivo pessoal)
Isis Valverde com o filho, Rael (Foto: Arquivo pessoal)

O Globo domingo, 10 de maio de 2020

INGREDIENTES E MASSAS PARA FAZER EM CASA

 

Spoleto começa a vender ingredientes e massas para cliente cozinhar em casa

Rede de restaurantes passa a comercializar os itens que utiliza para fazer os próprios pratos em abas de supermercados dos aplicativos de entrega
 
 
Lasanha do Spoleto Foto: Divulgação
Lasanha do Spoleto Foto: Divulgação
 

SÃO PAULO – O isolamento social imposto pelo novo coronavírus fez com que empresas migrassem boa parte de suas ações para os meios digitais, tirassem planos futuros do papel ou até desenvolvessem produtos e serviços com a mesma velocidade das startups. Foi isso que aconteceu na rede de franquias Spoleto, que criou o Mercato Spoleto para vender seus ingredientes e massas e permitir que o consumidor cozinhe em casa.

 De acordo com o sócio-fundador da marca, Eduardo Ourivio, a rede já vinha se reunindo desde o início da pandemia para pensar em ações que pudessem ajudar os franqueados neste momento. Uma franqueada de Curitiba, no Paraná, questionou a possibilidade de vender as massas semiprontas e os ingredientes da marca – cerca de metade dos condimentos são feitos por pequenos fabricantes de diversas partes da Itália, segundo Ourivio.

O empreendedor diz que a escala permite que os produtos sejam vendidos a preços menores do que em supermercados.

– Nosso propósito é democratizar a culinária italiana, faz total sentido isso para nós – diz Ourivio.

A primeira loja a testar foi a da própria franqueada, que ofereceu os produtos para amigos por WhatsApp e viu a ação representar 15% do faturamento. Com isso, o Spoleto aplicou o Mercato em dez lojas e depois implantou em todas as 200 que estão funcionando com delivery neste momento. Isso significa cerca de 55% da rede.

De acordo com o empreendedor, a modalidade tem representado cerca de 5% das vendas, mesmo sem divulgação.

– É mais uma receita que a loja não tinha – diz Ourivio, que acrescenta: – No momento de crise, planejamos menos e executamos mais. Colocamos a iniciativa nos aplicativos de entrega, na parte de supermercados, e nossa plataforma própria entra no ar na próxima semana.

 

No sistema do Spoleto, a ideia é ter o delivery próprio, tanto de refeições prontas, quanto de ingredientes, e disponibilizar receitas em três níveis de dificuldade para que os consumidores possam fazer em casa:

– Mas ele também pode fazer do jeito que achar melhor, cada um dá sua própria cara. Tem massa que fica pronta em menos de dois minutos no micro-ondas.

Um dos desafios é montar porções que possam ser vendidas para casas com poucas pessoas. A marca já vem estudando formas de criar novos tamanhos, principalmente de molhos, que são vendidos em baguetes de mais de um quilo. As massas servem duas pessoas, de acordo com Ourivio.

Para ajudar na divulgação, a rede enviará produtos gratuitamente para 2 mil clientes mais assíduos do programa de fidelidade da marca para que testem e ajudem a divulgar. O investimento na ação está previsto em cerca de R$ 200 mil.

Com esse passo, o Spoleto mira num comportamento de consumo ascendente e que pode perdurar no pós-crise, com a preocupação maior em evitar aglomerações. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria especializada em food service Galunion, em parceria com o Instituto Qualibest, 93% dos consumidores têm cozinhado em casa durante a pandemia, sendo que 31% já faziam e aumentaram a compra de alimentos para preparo caseiro.

 

Ourivio diz não ter dúvidas de que a nova frente de vendas continuará no pós-crise:

– Só vai evoluir, a velocidade de colocar as ideias em prática será muito maior. Estamos em um novo momento, aconteceu uma grande transformação na nossa empresa. O que talvez demorasse dois anos para acontecer levou menos de dois meses.


O Globo sábado, 09 de maio de 2020

2020: O ANO EM QUE NÃO FAREMOS CONTATO

 

2020: O ano em que não faremos contato

Pandemia põe em xeque a forma como nos relacionamos socialmente e traz desafio para as interações no futuro. Tão habituados a beijos, abraços e carinhos, como ficaremos nós, brasileiros?
 
 
Homem caminha em frente a mural de tango em Buenos Aires: distância será necessária Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
Homem caminha em frente a mural de tango em Buenos Aires: distância será necessária
Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
 
 

RIO E SÃO PAULO - A sensação é estranha, quase surreal. Assistindo a um filme, uma novela ou alguma série produzida antes da pandemia, acontece frequentemente de o espectador tomar um susto ao ver as pessoas se abraçando, apertando as mãos e se beijando sem preocupações. Condenados pelas novas normas de distanciamento social, esses gestos de afeto e cordialidade parecem ter ficado em outra era.

Sem sorrisos :como as máscaras podem transformar nossas interações diárias

A pandemia colocou em questão a forma como nos relacionamos com a família, o trabalho e o tempo, mas também aqueles gestos que se tornaram traços da nossa maneira de estar no mundo, adquiridos ao longo de tantos anos que os fazemos sem nem perceber. Incorporar um novo manual de conduta é como trocar o pneu enquanto o carro acelera, lembra Larissa Polejack Brambatti, psicóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB).

Mais do que emergenciais, os impactos serão duradouros e alguns podem ser permanentes, redefinindo o que serão nossos hábitos no futuro. Restaurantes, casas de shows, lojas, companhias aéreas, teatros, escritórios e museus já estudam como receber pessoas no futuro de modo que elas se aproximem o mínimo possível umas das outras. Os drive-ins ressurgem como alternativa segura, enquanto escolas já falam em higienizadores nas portas.

— Essa nova forma de relação é um desafio, especialmente para o brasileiro, que é muito acostumado ao toque, ao tapinha nas costas, ao abraço e ao beijo — diz Larissa, que pertence ao Plano de Contingência em Saúde Mental e Apoio Psicossocial ao Enfrentamento do Coronavírus da UnB. — O desafio é encontrar maneiras de continuarmos sendo um povo caloroso, substituindo o toque físico pelo olhar, pela fala, pela conversa... E vamos ter que aprender isso rapidamente.

 

Mudar hábitos tão enraizados da noite para o dia pode parecer impossível. Mas a resposta para o futuro muitas vezes está... no passado. Se olharmos para trás veremos que os brasileiros nem sempre foram assim tão táteis e efusivos. A historiadora Mary Del Priore, que investigou a vida privada dos nossos antepassados, em livros como “Histórias íntimas”, lembra que, no século XIX, o hábito de tocar os outros era considerado pouco civilizado. Dom Pedro II, aliás, foi algumas vezes repreendido pela Condessa de Barral porque insistia em sua maneira bem brasileira de ficar tocando nas pessoas durante suas viagens à Europa.

Mary Del Priore lembra que, se a proximidade física devia ser moderada, beijos, então, nem pensar... A boca era vista como algo “sujo”, transmissor de doenças. Foi só a partir dos anos 1940 e 50, com a influência do cinema, que as pessoas começaram a ver representações mais despreocupadas da proximidade física. A partir daí, passaram a reproduzi-las em suas vidas.

— As pessoas hoje sentem falta de abraço e de beijo, mas é bom lembrar que durante séculos nossos antepassados viveram sem nada disso — conta ela. — O ser humano sempre vai inventar uma maneira de demonstrar o seu afeto. Poderá ser através de palavras, através de escritos, através de fotografia... Ninguém vai deixar de falar de seus sentimentos. 

Historicamente, epidemias foram responsáveis por acelerar mudanças nas relações sociais. Muitas delas impostas por lei. Para combater a peste, por exemplo, o beijo foi proibido tanto pelo imperador Tiberius, na Roma Antiga, quanto na Inglaterra do século XV e na Nápoles do século XVI. Séculos mais tarde o mesmo aconteceu no México (em 2005) e na África do Sul (em 2009), dessa vez para conter um surto de gripe. Os hábitos vão e voltam, de forma cíclica.

O problema é que, no Brasil, sempre se dá aquele jeitinho de evitar novas regras. E o vírus não aceita jeitinho, lembra o antropólogo Roberto Da Matta. Em suas idas ao supermercado, ele cansou de ver pessoas tirando as máscaras para conversar e insistindo em toques nas costas e apertos de mão.

— Para nós, chegar perto é uma pressuposição cultural — explica Da Matta. — É uma proximidade que faz parte da nossa cultura de desigualdade. Quando você não tem muito dinheiro, você se diverte como? Ficando junto. Combina uma reunião e cada um traz alguma coisa, um traz o torresmo, o outro a cerveja... E agora você vai dizer que as pessoas não podem fazer nem mais isso? O Brasil não está pronto para nada disso.

 

Mora na biologia

A dificuldade de nos livrarmos de velhos costumes também se explica por questões biológicas. Quando damos um longo abraço, aumenta a liberação de ocitocina no corpo. E ela é um neuro-hormônio muito importante para a gente se sentir ligado a outras pessoas, como conta a psiquiatra Raquel de Boni, que é pesquisadora da Fiocruz:

— É um hormônio que as mulheres liberam quando amamentam, por exemplo. Ele dá uma sensação de pertencimento, de felicidade.

Raquel coordena no Brasil um estudo que, com enquete on-line, tem o objetivo de avaliar mudanças no estilo de vida de brasileiros e espanhóis provocadas pela pandemia. Por aqui, também participa do estudo o psiquiatra Flávio Kapczinski, pesquisador da UFRGS, que faz pós-doutorado na McMaster University, do Canadá. Na Espanha, a parceria é com a Universitat de Valencia, por meio do cientista Vicent Balanzá.

Mais de 20 mil pessoas já responderam ao questionário nos dois países. No Brasil, é possível participar até o dia 20 em bit.ly/estilodevidaecovid19. Dados preliminares da pesquisa mostram que 54% dos participantes brasileiros notam uma mudança no seu suporte social, ou seja, na sua rede de amparo provida por outras pessoas, contra menos de 35% na Espanha, o que aponta uma possível fragilidade maior entre nós.

 

— Até a vacina, não há outro caminho se não uma troca nesses cumprimentos — pondera Flávio Kapczinski. — Isso fará parte do novo normal, de uma nova etiqueta.

É sabido que períodos de morte e recolhimento costumam produzir explosões de vida. Basta ver o Renascimento após a peste, ou os loucos anos 20 após a gripe espanhola. Para o brasileiro, pode ser a oportunidade de trocar a efusão costumeira por uma conexão mais profunda, que vá além do tapinha nas costas.

— Podemos substituir o toque físico por um movimento emocional, de empatia maior, para que a gente se conecte afetivamente e não apenas fisicamente — diz Larissa.


O Globo sexta, 08 de maio de 2020

LIVES DE HOJE: LATINO, FÁBIO JR. E MOACIR LUZ CANTANDO ALDIR BLANC

 

Lives de hoje: Latino, Fábio Jr e Moacyr Luz cantando Aldir Blanc são atrações desta sexta

Também teremos Toquinho, Roberta Sá e Eramos Carlos entrevistando Gilberto Gil
 
 
Moacyr Luz e Aldir Blanc, em fevereiro de 2002 Foto: Arquivo
Moacyr Luz e Aldir Blanc, em fevereiro de 2002 Foto: Arquivo
 
 

RIO — Com o mundo do entretenimento parado devido à pandemia, artistas de vários gêneros e segmentos seguem ativos através das lives. Nesta sexta (8/5), Erasmo Carlos entrevista Gilberto Gil em apoio à campanha "Juntos pela música", iniciativa da União Brasileira de Compositores (UBC), com o Spotify — juntas, a entidade e a empresa fizeram um aporte inicial de R$ 1 milhão —, que visa arrecadar fundos para ajudar compositores do Brasil durante a quarentena. O projeto já recebeu mais de 1.500 doações, que são angariadas pelo site da iniciativa. A seguir, confiira todos os destaques de hoje na programação de lives.

As lives de sexta (8/5)

Zac Brown Band: a banda americana de country rock se apresenta no YouTube, às 11h.

Juntos Pela Música: Às 16h, Erasmo Carlos entrevista Gilberto Gil. No Instagram (@ubcmusica).

The Tallest Man On Earth: O artista folk sueco Kristian Matsson segue sua programação de lives às sextas-feiras, a partir das 16h. Além de canções de seus cinco álbuns, o cantor monta um repertório de covers com sugestões enviadas pelos fãs, revezando-se entre violão, guitarra, banjo e piano elétrico. Hoje, ele recebe Courtney Mary Andrews, com quem iniciaria uma turnê neste mês, cancelada pela pandemia. No perfil @spkmatsson, no Instagram.

Moacyr Luz: O cantor, compositor e violonista presta homenagem a Aldir Blanc, seu grande amigo e parceiro, morto nesta segunda, aos 73 anos. Juntos, eles escreveram canções como “Só dói quando rio”, “Centro do coração”, “Itajara” e a já clássica “Saudades da Guanabara”, com Paulo César Pinheiro. Às 19h, no Instagram (@moaluz).

Latino: Batizada de “Festa no apê”, a live do cantor promete seus principais êxitos, como “Me leva”, e “Renata”. Às 19h, no Youtube (/cantorlatinooficial).

 

Toquinho: Em apresentação pelo Blue Note SP Live Sessions, o cantor, compositor e violonista toca versões acústicas dos maiores sucessos de sua carreira, com participação especial de Camilla Faustino. Às 20h, no YouTube (/bluenotesp).

Roberta Sá: A cantora começa hoje uma série de shows em que revisitará toda a sua discografia. A abertura é com "Braseiro" (2005). Às 20h, no YouTube e no Instagram.

Fábio Jr.: Às 21h30, o ator e cantor revisita sucessos como "Só você" e "Alma gêmea". No YouTube.

Virtual LemonAid: A partir das 23h, o festival beneficente reúne nomes como Meredith Monk, Ali MacGraw, Daniel Rossen (Grizzly Bear) e John Dieterich (Deerhoof). David Byrne e Stewart Copeland (The Police), entre outros, participam por meio de entrevistas. No Instagram (@virtuallemonaid) e no Facebook (/virtuallemonaid).


O Globo quinta, 07 de maio de 2020

ÚLTIMA SUPERLUA DO ANO POERÁ SER VISTA NA NOITE DESTA QUINTE-FEIRA NO BRASIL

 

 

Última 'superlua' do ano poderá ser vista na noite desta quinta-feira no Brasil

A dica é olhar para o céu a partir das 18h. Aqueles que possuírem janelas voltadas para o leste poderão contemplar melhor o evento astronômico
 
Nesta quinta, os brasileiros poderão observar a última 'superlua' do ano Foto: Sergei Grits
Nesta quinta, os brasileiros poderão observar a última 'superlua' do ano Foto: Sergei Grits
 
 

RIO - A última "superlua" de 2020 será registrada no começo da noite desta quinta-feira (7). Na ocasião, o satélite estará em seu perigeu — ponto de sua órbita mais próxima da Terra. O fenômeno poderá ser visto a partir das 18h, se o tempo não estiver nublado. Esse evento astronômico só voltará a acontecer nos dias 27 de abril e 26 de maio de 2021.

 Quem tiver as janelas voltadas para o leste contemplará melhor o fenômeno, já que a recomendação no período da pandemia do novo coronavírus é ficar em casa para preservar a própria saúde e a daqueles que não têm essa opção. As pessoas que contam com uma vista para o horizonte e aquelas em locais onde há pouca iluminação também terão uma visão privilegiada do evento astronômico.

A "superlua" de maio será um pouco menor do que a de abril. A explicação disso, segundo a astrônoma Flávia Requeijo, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), é que, no mês passado, o satélite coincidiu de atingir a fase cheia e estar em seu perigeu na mesma data. Neste mês, a lua ficará mais próxima da Terra no dia 6 e entrará na fase cheia no dia 7.

— O caminho que a lua faz ao redor da Terra é uma elipse, então existem momentos em que ela está mais próxima do planeta e em que ela está mais distante. Quando coincide dela estar no perigeu na fase cheia, aí chamamos de "superlua", que é quando ela fica mais brilhante e maior do que o habitual — explica a astrônoma.

 

 

Esse evento astronômico ainda pode acarretar algumas mudanças nas marés:

— "Superluas" provocam marés altas mais elevadas que a média e, também, marés baixas menores. Mas varia muito de um lugar para outro. Não se pode dizer que a maré vai aumentar em determinada porcentagem — afirma Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da USP.


O Globo quarta, 06 de maio de 2020

SAIBA COMO SOLICITAR DOCUMENTOS PELA INTERNET

 

Saiba como solicitar documentos como CPF e Título de Eleitor pela internet durante a pandemia

Serviços como seguro-desemprego também podem ser requeridos online
 
 
Carteira de trabalho já tem versão digital Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Carteira de trabalho já tem versão digital Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
 
 

RIO - Com as medidas de isolamento social para quem pode ficar em casa, muitas pessoas ficaram na dúvida sobre como fariam para renovar e solicitar documentos como CPF e Título de Eleitor, ou mesmo requerer serviços como o seguro-desemprego. Todos eles agora, durante a pandemia, podem ser feitos de forma eletrônica, seja em sites oficiais, seja através de e-mail.

- Vivemos um momento de exceção, e a documentação é um direito do cidadão, necessária para requerer serviços como o auxílio emergencial durante a pandemia, por exemplo. É importante ficar atento também aos prazos para renovação de alguns, que foram estendidos.

Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou, em setembro, decisão já tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran): que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode ser usada como identificação pessoal mesmo vencida. O prazo de validade diz respeito apenas à licença para dirigir.

Em muitos casos, é preciso enviar outros documentos digitalizados para o governo ou cartório. Para fazer isso, há diversos aplicativos que usam a câmera do celular como scanner. Alguns dos mais recomendados são o CamScanner, Tapscanner e Tinyscanner.

 
Documentos online Foto: Arte O Globo
Documentos online Foto: Arte O Globo

Casos urgentes. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) está com todas as atividades presenciais suspensas por conta da quarentena, com exceção de casos considerados urgentes: 2ª via da identidade e habilitação para atividades remuneradas, funcionários das áreas de saúde e segurança e casos de perda, roubo ou furto. No Rio, o atendimento para essas pessoas terá esquema especial, sendo realizado exclusivamente no prédio-sede do Detran, na Avenida Presidente Vargas, 817, Centro.

Documentação de veículos. Os prazos para o proprietário expedir o Certificado de Registro de Veículo (CRV) em caso de transferência de propriedade de veículo, desde que adquirido a partir 19 de março, foram suspensos. Os prazos relativos a registro e licenciamento de novos veículos também.

Carteira de motorista. O prazo para que o condutor possa dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida, desde que a partir de 19 de março, também está suspenso. Outros casos só serão considerados se estiverem nos critérios de urgência, que incluem necessidade de atividade remunerada e para profissionais de saúde e segurança.

ilustras-serviço-globo-0605-4.jpgCadastro de Pessoa Física (CPF). É possível fazer e regularizar o CPF pela internet. Ele é necessário para obter o auxílio de R$ 600 do governo federal durante a pandemia. No site da Receita Federal, há um formulário para se inscrever e obter o documento. Também é possível solicitá-lo ou regularizá-lo por e-mail. Cada estado possui um endereço eletrônico diferente, e eles estão disponíveis para consulta também no site da Receita. Em todos os casos, é preciso apresentar Título de Eleitor, documento de identificação e comprovante de residência. Se o pedido for feito por e-mail, além da documentação citada, é preciso enviar foto do rosto do solicitante segurando o documento de identidade aberto (frente e verso), aparecendo a fotografia e o número.

 

ilustras-serviço-globo-0605-2.jpgSeguro-desemprego. Governo e analistas estimam que pelo menos 200 mil pessoas perderão o emprego durante a pandemia. Muitos terão direito ao seguro-desemprego, que pode ser solicitado pela internet e por telefone, no número 158. O formulário para preenchimento está disponível no Portal Emprega Brasil. Lá, será necessário colocar informações pessoais e laborais, além de sua documentação, que inclui documento de identificação, CPF, PIS/Pasep, número da Carteira de Trabalho e as informações contidas nela sobre experiências profissionais.

ilustras-serviço-globo-0605-3.jpgTítulo de Eleitor. Para votar nas eleições deste ano é preciso está com o Título de Eleitor regularizado. O Tribunal Superior Eleitoral disponibilizou o serviço através de um plataforma digital em seu site, que vale tanto para quem vai requerer o documento pela primeira vez como quem vai regularizá-lo. São necessários documento de identificação, comprovante de residência e certificado de quitação do serviço militar (para os homens nascidos entre 1975 e 2001) e fotografia do requerente, em estilo “selfie”, exibindo, ao lado de sua face, o documento oficial de identificação, com a foto do documento voltada para a câmera.

ilustras-serviço-globo-0605-6.jpgCertidões. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou que os cartórios recebam, por e-mail, solicitações de certidões, como nascimento e óbito, durante a pandemia. Mas, depois, será necessário ir ao cartório para regularização e retirada do documento, 15 dias após o fim do período de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. O hospital também fica responsável por inserir nas Declarações de Nascido Vivo (DNV) e nas Declarações de Óbito, com destaque, a identificação dos cartórios para os quais os documentos foram enviados eletronicamente.

 

ilustras-serviço-globo-0605-5 (1).jpgCarteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Mesmo antes da pandemia, já estava disponível para os cidadãos a Carteira de Trabalho Digital, que substitui o modelo físico. Para obtê-la, é preciso baixar o aplicativo "Carteira de Trabalho Digital", do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),  disponível para Android e IOS.


O Globo terça, 05 de maio de 2020

CORONAVÍRUS: ESPECIALISTA DÁ DICA DE COMO CONVERSAR COM CRIANÇAS SOBRE A PANDEMIA

 

Especialista dá dica de como conversar com crianças sobre coronavírus

De acordo com estudiosa, situação tem provocado muito estresse entre os pequenos e recomenda que os pais tentem dar mais atenção aos filhos e incluí-los na rotina
 
 
Morador de Niterói, Lucas Nalim, de 8 anos, está isolado em casa, onde estuda e joga, mas se preocupa com a avó, que, segundo ele, sai muito Foto: Agência O Globo
Morador de Niterói, Lucas Nalim, de 8 anos, está isolado em casa, onde estuda e joga, mas se preocupa com a avó, que, segundo ele, sai muito
Foto: Agência O Globo
 
 

RIO — Se para os adultos já é difícil entender como a vida, de repente, virou de cabeça para baixo por conta do novo coronavírus, para as crianças está sendo ainda mais desafiador dar conta de tantas restrições. Como O GLOBO mostrou nesta segunda-feira, sem escola ou o abraço dos avós, os pequenos tentam, ao modo deles, lidar com as perdas e mudanças de rotina. Para a neuropsicóloga e psicopedagoga Maria Margarida da Fonseca, cada criança é particular, e a forma de enfrentar o isolamento social, seja com mais calma ou agitação, depende muito do contexto em que está inserida.

— No geral, as crianças não estão entendendo muito o que está acontecendo. Ocorre a explicação, mas a criança esquece. Da doença em si eles não têm noção do perigo, mas, mesmo assim, está se gerando muita ansiedade — diz a especialista — Uma paciente minha relatou que não sabe mais o que fazer, pois no condomínio onde mora há várias crianças brincando normalmente na área de lazer. Por mais que ela explique ao filho que não pode e é perigoso, ao ver, ele quer estar lá com os coleguinhas. Eles sentem falta desse contato.

Crianças respondem a questões sobre coronavírus

A especialista reiterou a importância de os pais não focarem tanto nos recursos que têm ou não, mas sim usarem da imaginação para encontrar uma forma de dar atenção aos filhos, e, ao mesmo tempo, incluí-los na rotina.

— É válido até largar algumas atividades de casa, para poder ajudá-los, principalmente em casos de crianças muito agitadas. Seja com joguinhos, brincadeiras, desenhos, filmes, o que puder ser feito para diminuir a ansiedade da criança. Eu falo para fazer um bolo, levar para cozinha. Trazer a criança, de alguma forma, para o seu mundo. Tem que inventar, porque a situação é difícil e complicada. O conselho que eu dou sempre é para que dê toda a atenção possível ao seu filho — diz a psicóloga.

 

'Prédio fantasma'Hospital de Bonsucesso tem apenas 35 leitos ocupados, sendo 18 para tratamento do coronavírus

Em um cenário como este, é inevitável não falar sobre a morte, e o tabu da conversa sobre o fim da vida deve ser tratado com delicadeza. A profissional recomenda que, quando o assunto for mais grave, buscar uma forma lúdica de passar a informação e os resguardar em relação ao resto do noticiado. 

— Os pais devem evitar que a criança participe desse tipo de coisa, mas quando acontece algum caso (de morte) na família, se deve explicar de algum forma. “Foi a vontade de papai do céu...”, e por aí vai. Não adianta fantasiar uma coisa de que não se pode fugir. Mas tentar evitar que as crianças fiquem vendo essa reportagens, já que até para os adultos está dificíl. E a criança tem até mais facilidade para relacionar esse assunto que o adulto.

Números do Rio:Estado do Rio ultrapassa a marca de mil óbitos e 11 mil casos

Sobre os dramas do da educação domiciliar, a psicopedagoga recomenda paciência e que os responsáveis por passar o conteúdo tenham compreensão das limitações impostas pelo cenário em relação aos filhos e eles mesmos.

 

— Digo para os pais fazerem o que der, não ficar cobrando muito dos filhos. A criança tem que saber que ela não está de férias, então, se possível, deve se manter aquela rotina da escola. Mas não adianta ficar cobrando muito em relação ao conteúdo, nem a própria escola vai poder cobrar isso. Não é o momento, e está difícil para todos — conclui a psicóloga.

*Estagiário sob supervisão de Leila Youssef


O Globo segunda, 04 de maio de 2020

HOSPITAL DE BONSUCESSO TEM APENAS 35 LEITOS OCUPADOS DOS 240 DISPONÍVEIS

 

 

Hospital de Bonsucesso tem apenas 35 leitos ocupados, sendo 18 para tratamento do coronavírus

Unidade liberou 240 vagas exclusivas para casos da Covid-19, por ordem do Ministério da Saúde. Apesar da medida, a unidade contribui com baixa oferta para sistema de saúde
 
Leitos vazios no Hospital Federal de Bonsucesso Foto: Agência O Globo
Leitos vazios no Hospital Federal de Bonsucesso Foto: Agência O Globo
 

RIO — Um prédio fantasma. Para funcionários do Hospital Federal de Bonsucesso, foi essa a transformação sofrida por uma das unidades de saúde de maior importância para o estado do Rio, após deixar de oferecer 28 serviços especializados de média e alta complexidade no prédio 1, para atender exclusivamente casos da Covid-19, por ordem do Ministério da Saúde. Apesar da medida, a unidade tem contribuído com baixa oferta para o sistema de saúde. De 240 leitos existentes — como consta da decisão da Justiça Federal pela destituição da direção por omissão no enfrentamento à pandemia —, neste domingo, apenas 18 pacientes estavam internados com coronavírus e outros 17, na emergência.

 

— Foi um erro estratégico acabar com o Hospital Federal de Bonsucesso. É uma desgraça. Agora ele não é nem referência em tratamento para Covid-19 nem o hospital que era. Atendemos 35 pessoas hoje (ontem) — avalia o diretor do corpo clínico do hospital, Julio Noronha.

Pacientes internados na UTI de um hospital no Rio receberam uma 'festa de aniversário' realizada pela equipe médica da unidade. Médicos e enfermeiros celebraram as datas especiais com bolo e chamadas de vídeo com os familiares das pessoas internadas, na tentativa de trazer alguma alegria para as pessoas em recuperação da Covid-19.
 
Pacientes internados na UTI de um hospital no Rio receberam uma 'festa de aniversário' realizada pela equipe médica da unidade. Médicos e enfermeiros celebraram as datas especiais com bolo e chamadas de vídeo com os familiares das pessoas internadas, na tentativa de trazer alguma alegria para as pessoas em recuperação da Covid-19.

De acordo com funcionários, o coronavírus agravou a situação da unidade. Faltam profissionais para o atendimento da doença — um problema considerado antigo, mas que foi ampliado pelos afastamentos das equipes em razão da Covid-19 — e até respiradores.

— Temos 30 leitos de CTI prontos que não podem ser liberados por problema na planta fixa. Vários departamentos são abastecidos por um único ar-condicionado central, e isso não pode ocorrer no caso do tratamento de uma doença contagiosa. Então, foram montados leitos para internação nas enfermarias, com respiradores. Há outros disponíveis. Mas não tem profissionais. Ainda que o hospital tenha médicos, não são dermatologistas ou oftalmologistas que podem atender os casos que recebemos. Por isso, o anúncio do Hospital de Bonsucesso como unidade de referência no combate ao coronavírus pegou todo mundo de surpresa — conta um enfermeiro.

 

Em sua decisão, a juíza Carmen Silvia Lima Arruda, da 15ª Vara Federal do Rio de Janeiro, intimou o Ministério da Saúde a destituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso. Segundo o defensor público Daniel Macedo, o prazo para isso é de 24 horas, contadas a partir de hoje. Em audiência realizada na noite da última quinta-feira, a magistrada acusou a diretoria do hospital de omissão no enfrentamento à pandemia, alegando que não houve apresentação de plano de contingência para a situação e nem a compra de equipamentos de proteção e testes de Covid-19 para equipes do hospital.

Julio Noronha afirma que a maioria dos 5 mil funcionários está sem equipamento de proteção individual. Segundo ele, cinco trabalhadores da unidade já morreram. Há preocupação também com o futuro do hospital. Noronha garante que, por falta de concurso, metade da equipe é de Contrato Temporário da União, com vencimento no dia 31 de maio.

Pacientes que eram atendidos na unidade antes da pandemia também sofrem com falta de atendimento. Procurado para falar sobre a situação do Hospital Federal de Bonsucesso, o Ministério da Saúde não se manifestou.


O Globo domingo, 03 de maio de 2020

CORONAVÍRUS GOLPEIA SONHO DE BRASILEIROS EM PORTUGAL E MUITOS PENAM PARA VOLTAR

 

 

Coronavírus golpeia sonho de brasileiros em Portugal, e muitos penam para voltar

Depois de perderem o emprego, imigrantes ficam sem dinheiro e fazem fila no aeroporto, esperando vaga em voos fretados pelo Itamaraty; consulado estima que situação afeta 600 pessoas
 
 
Brasileiros no aeroporto de Lisboa à espera do vôo de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar Foto: Gabriel de Rezende/Zimel Press/30-4-2020
Brasileiros no aeroporto de Lisboa à espera do vôo de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar
Foto: Gabriel de Rezende/Zimel Press/30-4-2020
 
 

LISBOA - Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrinação de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido à pandemia da Covid-19 e não conseguem mais permanecer no país, mas estão sem dinheiro para a volta ao Brasil.

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na calçada do terminal à espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desistências, 23 puderam embarcar de última hora e 17 foram para um abrigo.

O cônsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que há outras 600 pessoas em situação semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprovação de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assistência de Portugal.

Ofcialmente, a comunidade brasileira residente é de 150 mil pessoas, a maior no país. O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingirá 14% da população, a maior taxa já registrada. Em 45 dias de estado de emergência, milhares de brasileiros perderam emprego e há relatos de que grande parte vive à beira da mendicância e dependente de doações para comer.

Na França:Sem documentos na Paris da quarentena, imigrantes brasileiros recebem ajuda de associação

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pescoço, várias camadas de agasalhos, capuz, luvas e máscara cirúrgicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na calçada do terminal. Em um dos bolsos da calça, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar €70, mas não pode gastar porque é o dinheiro que pretende usar para ir de São Paulo, destino único dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrará a mulher e as três filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser incluído pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue à espera no abrigo:

 

— Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como garçom em um restaurante em Nazaré e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a família, que ficou no Brasil, mas não deu. Não tenho visto de residência nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regularização pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de residência até 18 de março. Teriam acesso ao sistema de saúde e apoio da previdência social para autônomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunerações anteriores).

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque não acredita na recuperação da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do país foi demitido desde o início do surto, e o número de desempregados subiu para 380.832 pessoas — apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.

estado de emergência em Portugal termina hoje e, a partir de amanhã, começa a reabertura lenta e gradual, com medidas rígidas de segurança semelhantes às adotadas em outros países europeus,  para que não haja mais casos de contágio. O plano de desconfinamento foi dividido em três fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias — os primeiros a voltarem a funcionar são os  pequenos comércios, cabeleireiros, concessionárias de carros e livrarias.

 

O trabalho remoto continuará obrigatório no país até o final do mês. Os trabalhadores poderão retornar gradualmente aos escritórios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manutenção do distanciamento físico.

No último dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previdência social e exibiu um comprovante de depósito: €62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela não quis pôr em risco a saúde da família e entregar as chaves para ir ao aeroporto.

— Não quis arriscar, tenho duas crianças. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui à igreja pedir doação. Não paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de €75 e temos contas de luz e gás que custam isso. Éramos técnicos de administração em São Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destruída, mas no Brasil temos casa para morar — disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma “vaquinha” de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia aérea.

 

Nos EUA: Imigrantes brasileiros nos EUA formam redes de proteção durante pandemia da Covid-19

Logo após o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milhões foi destinada para operações de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, é preciso fazer um cadastro e obedecer ao critério determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econômica.

A confirmação em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um mês. Para quem não recebeu o aviso e não tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperança. Na manhã da última quinta-feira, o paulista André Soncin estava indignado ao não receber confirmação da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.

— O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui — disse Soncin.

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de História chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava € 900 e mandava € 500 para família. Com o restante, pagava despesa com alimentação e o quarto em que vivia até, conta ele, ser despejado e dormir na calçada do aeroporto desde sábado. Já havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos últimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:

 

— Se não fosse a enorme quantidade de doação de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos últimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e não dei entrada em documento nenhum, não tinha residência nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e não vamos deixar para trás. Queremos que o consulado os assuma.

O cônsul-geral adjunto garantiu que ninguém embarcará “no grito” nesta segunda fase de repatriamento.

— Não fazemos caridade com dinheiro público. A pessoa se inscreve, a situação é analisada e confirmada. Não adianta ficar no aeroporto, porque no grito não entra — disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos próprios brasileiros que passaram as noites na calçada.

O ministro afirmou que será aberto um novo cadastro, que poderá determinar a quantidade dos possíveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.

— Poderá haver um 7º, 8º e 9º voos, depende da necessidade. Agora, é residente em Portugal, mas perdeu emprego? Então tem que recorrer às medidas de apoio do governo português. Não posso ter 20 mil querendo embarcar, não é hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solução real é por aí, não pela ajuda pública. Somos só uma solução passageira — declarou Hosannah.


O Globo sábado, 02 de maio de 2020

RECEITAS PARA FAZER NO FORNO

 

Receitas para fazer no forno

Chefs dão o passo a passo de assados como a lasanha de abobrinha do Caju, de preparo fácil, e o famoso pargo ao sal grosso do Satyricon
 
Lasanha de abobrinha. Leandro Barros (Caju) Foto: Divulgação
Lasanha de abobrinha. Leandro Barros (Caju) Foto: Divulgação
 
 

Para quem não tem muita habilidade no manejo de várias panelas ao mesmo tempo, e procura uma maneira mais fácil de preparar as refeições, uma solução é arrumar tudo de uma vez numa assadeira e apenas tomar conta do tempo que o prato leva no forno. 

— Essas receitas são práticas e saudáveis. Enquanto o forno cuida da comida, você pode se dedicar a outras coisas. Gosto muito de confitar alimentos no forno em temperatura baixa: caponata com bastante azeite, coxa de pato na gordura do próprio pato, cebola com azeite... — enumera a chef Manoela Rabin, da Maison Cocotte, em Itaipava.

Lá, ela prepara boa parte do cardápio no forno.

— Você envolve o alimento em papel-manteiga ou alumínio para assar, é como uma panela de pressão em miniatura. O resultado é uma comida leve e saborosa — diz Manoela.

Monique Gabiatti, chef do Cozinha (no Be+Co), faz no forno uma espécie de petit gâteau com queijos brasileiros.

— É uma receita fácil de preparar para dar uma variada no cardápio de casa nestes tempos de distanciamento. E todo mundo gosta de queijo derretido. É irresistível, e as crianças também adoram — comenta Monique

Batata recheada com queijo de cabra e ervas

Manoela Rabin (Cocotte)

Ingredientes

2 batatas lavadas grandes

300g de queijo boursin (queijo de cabra fresco)

2 colheres de sopa de azeite extra virgem

2 colheres de sopa de manjericão fresco picado

2 colheres de sopa de cebolette picada

2 colheres de sopa de queijo parmesão ou gruyere ralados

2 colheres de sopa de creme de leite fresco

 

Sal a e pimenta a gosto

Algumas fatias de presunto de Parma (opcional)

Preparo

Leve as batatas higienizadas e com casca inteiras ao forno até que fiquem cozidas. Enquanto elas cozinham, pegue uma tigela e misture com um garfo o queijo boursin, o azeite, o creme de leite, a cebolette e o manjericão. Reserve. Ao retirar as batatas do forno corte-as ao meio no sentido longitudinal (no sentido do comprimento). Com uma colher retire com cuidado o recheio das batatas sem perfurá-las. Em uma tigela amasse e tempere o recheio com pimenta e um pouco de sal. Misture com metade da mistura do boursin. Reserve a outra metade. Preencha cada batata com a mistura. Coloque por cima de cada metade um pouco de parmesão. Leve ao forno médio para gratinar (cerca de oito minutos). Disponha as batatas no prato e por cima adicione uma colher de sobremesa com a outra metade do boursin em cada uma. Se quiser distribua as fatias de Parma por cima e sirva imediatamente.

Queijo camembert em massa folhada

Ignácio Peixoto (Bluemoon)

Queijo camembert em massa folhada. Ignácio Peixoto (Bluemoon) Foto: Divulgação/Souza
Queijo camembert em massa folhada. Ignácio Peixoto (Bluemoon) Foto: Divulgação/Souza

 

Ingredientes

1 peça de 140g de queijo camembert

50g de massa folhada

10ml de azeite trufado (se tiver)

10m azeite de oliva

23g de rúcula

20g de tomate cereja

Sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo

Tempere o queijo com azeite trufado e pimenta. Envolva o mesmo com a massa folhada. Leve ao forno por 25 minutos a 180 graus. Corte o tomate cereja ao meio. Misture com a rúcula. Temperar com sal, pimenta e azeite de oliva. Sirva o queijo ainda quente em um prato com a salada de rúcula e tomates ao redor.

 

Filé de namorado com abobrinha

Piero Cagnin (Zona Sul)

Filé de namorado com abobrinha. Piero Cagnin (Zona Sul) Foto: Divulgação/Pierro Cagnin
Filé de namorado com abobrinha. Piero Cagnin (Zona Sul) Foto: Divulgação/Pierro Cagnin

 

Ingredientes

700g de filé de namorado

2 abobrinhas italianas grandes

2 dentes de Alho

70ml de azeite extra virgem

1 limão Siciliano

Sal a gosto

1 pimenta-do-reino branca a gosto

2 folhas de Louro

Papel Alumínio

Preparo

Tempere o filé de namorado com sal e pimenta, suco do limão e um fio de azeite. Corte as abobrinhas em rodelas de aproximadamente 1cm. Em um tabuleiro, regue com o azeite restante e distribua as abobrinhas cortadas e temperadas com sal e pimenta como uma cama para o peixe. Acrescente o peixe, os dentes de alho e as folhas de louro, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 200 graus durante 20 minutos. Sirva ainda quente.

Lasanha de abobrinha

Leandro Barros (Caju)

Ingredientes

2 abobrinhas grandes

2 tomates grande

Manjericão de folha

300g de queijo muçarela

2 pacotes de molho de tomate

Preparo

Corte a abobrinha em rodelas ou compridas, à sua escolha. Corte os tomates em rodelas finas. Em um refratário coloque o molho de tomate, em seguida uma camada de abobrinha, após uma camada de queijo. Em cima do queijo acrescente as rodelas de tomate e uma camada de queijo novamente. Faça essa sequência até finalizar a lasanha. Entre as camadas adicione o manjericão e sal a gosto. Leve ao forno a 180 graus por 25 minutos.

 

Pargo no sal grosso

Miro Leopardi (Satyricon)

Pargo no sal grosso. Miro Leopardi (Satyricon) Foto: Pagano / Divulgação/Rodrigo Azevedo
Pargo no sal grosso. Miro Leopardi (Satyricon) Foto: Pagano / Divulgação/Rodrigo Azevedo

 

Ingredientes

1 pargo fresco de 800g

2kg de sal grosso

Preparo

Limpe o peixe sem retirar as escamas nem as barbatanas. Forre a travessa com sal e coloque o peixe. Cubra-o inteiramente com o sal restante, como se tivesse fazendo um iglu. Leve ao forno pré-aquecido na temperatura máxima e deixe por 25 minutos sempre no fogo mais alto. Ponha a travessa na bandeja e leve à mesa. Quebre a camada de cima com a ajuda de uma espátula e remova a pele, as escamas e as barbatanas do pargo. Retire o filé de peixe inteiro. Caso queira pode servir com batatas cozidas.

Bacalhau confit

Jérôme Dardillac (Fairmont)

Bacalhau confit. Jérôme Dardillac (Fairmont) Foto: Divulgação/Dhani Accioly Borges
Bacalhau confit. Jérôme Dardillac (Fairmont) Foto: Divulgação/Dhani Accioly Borges

 

Ingredientes

1 Kg de bacalhau fresco dessalgado cortado em quatro pedaços de 250g

500ml de azeite extra virgem

600g de batata calabresa (limpas e branqueadas)

4 tomates maduros ou 20 tomates cereja

2 cebolas ou 4 chalotas

20 azeitonas pretas portuguesas

8 dentes de alho

2 folhas de louro

8 unidades de pimenta preta em grão

1/2 xícara de folhas de salsinha

4 ramos de tomilho

Flor de sal a gosto

Pimenta do reino moída a gosto

Preparo

Limpe o bacalhau fresco dessalgado, tirando as espinhas e a pele, e corte em quatro pedaços de 250g. Em uma assadeira, coloque o bacalhau, as batatas, tomate, cebola, alho, folhas de louro e ervas frescas. Regue com azeite à vontade. Asse em forno bem baixo, a cerca de 80 graus, por uma hora. Decore e sirva bem quente. Sugestão de acompanhamento: arroz branco ou com brócolis.

 

Petit gâteau de queijo

Monique Gabiatti (Cozinha)

Petit gâteau de queijo. Monique Gabiatti (Cozinha) Foto: Divulgação/Roberto Galvão
Petit gâteau de queijo. Monique Gabiatti (Cozinha) Foto: Divulgação/Roberto Galvão

 

Ingredientes

5 colheres (sopa) de Catupiry

4 colheres (sopa) de queijo Tulha (ou parmesão )

2 colheres (sopa) de queijo Canastra ralado fino (ou meia cura)

5 colheres (sopa) de manteiga

2 ovos

2 gemas

2 colheres (sopa) de farinha de trigo peneirada

Sal e pimenta do Reino à gosto

Preparo

Misture os queijos, a manteiga, os ovos e as gemas e leve ao banho-maria, mexendo sempre, até ficar homogêneo. Fora do fogo, acrescente a farinha, o sal e a pimenta-do-reino a gosto. Misture bem até obter um creme. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo uma hora (precisa descansar). Distribua em forminhas de petit gâteau ou de empada untadas com manteiga e farinha de trigo (igual fazemos com bolo), sem encher totalmente, e leve ao forno quente preaquecido a 250° graus por sete a dez minutos ou até a borda ficar firme e o centro molinho. Desenforme e sirva em seguida, ainda quente. Finalize com azeite trufado (se tiver) e sirva com aspargos grelhados e presunto cru.


O Globo sexta, 01 de maio de 2020

CHEFS ENSINAM DE ENTRADA A SOBREMESA

 

'Mestre do sabor': chefs do reality gastronômico abrem seus cadernos de receitas

Claude Troisgros, Katia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva e José Avillez estrelam segunda temporada do programa da TV Globo, que estreia dia 30
 
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor'
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor'
 

Esta é sua chance de fazer parte do programa “Mestre do sabor”, da TV Globo. Os chefs Claude Troisgros, Katia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva e José Avillez — jurados do reality gastronômico cuja segunda temporada estreia quinta-feira na Rede Globo — compartilham aqui o passo a passo de algumas das suas receitas, da entrada à sobremesa.

 
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor' Foto: Divulgação/Camila Maia (TV Globo)

  — O isolamento tem um misto de emoções. Estou aproveitando o tempo em casa com minha mulher e meus filhos e cozinhado muito em conjunto — comenta o português José Avillez, que gravou os primeiros episódios da segunda temporada e voltou para seu país quando foi decretada a pandemia.

— Estamos em isolamento total na Serra Fluminense, eu, minha mulher e meu filho que acabou de fazer 2 anos. Quarentena no meio das galinhas e dos ovos que elas botam, a gente não para. Preparamos galinha ao m olho pardo com salada fresca da horta, entre outras receitas assim conta o chef, que aqui ensina uma entrada.

Já a sobremesa ficou a cargo de Claude Troisgros.

— Como sou chocólatra, certamente teria que ser algo com chocolate.

Aperitivo de peixe com banana e creme ácido

Rafa Costa e Silva

Rafa Costa e Silva. Aperitivo de peixe com banana e creme ácido Foto: Divulgação
Rafa Costa e Silva. Aperitivo de peixe com banana e creme ácido Foto: Divulgação

 

Ingredientes

2 bananas prata verde

300g de filés de peixe (pargo, olho de cão ou similar) sem pele

3 limões

100g de açúcar

200g de sal grosso

Flor de sal

50ml de vinagre branco

1 dente de alho

 

1 litro de óleo de girassol

1 ovo e mais uma gema

Azeite extra -virgem

Sal fino

Coentro, hortelã, endro

Preparo

O peixe: misturar açúcar, sal grosso e raspa de dois limões, colocar num tabuleiro e deixar os lombos de peixe sobre a mistura por a 90 minutos. Retirar a mistura com um pano úmido. Em seguida, marinar o outro lado do peixe.

As bananas: aquecer metade do óleo a 180 graus. Cortar a banana em fatias de 2cm e prensá-las com ajuda de plástico filme. Colocar as bananas no vinagre com um dente de alho descascado por dois minutos. Secar com papel toalha e fritar até ficar bem dourado. Acrescentar sal assim que retirar do óleo.

Creme ácido: com um mixer de mão num copo alto e largo, bater bem o ovo inteiro, mais uma gema e sal. Em seguida, acrescentar aos poucos o restante de óleo. Quando estiver bem firme, adicionar, sem deixar de bater, o caldo coado de dois limões.

Montagem: laminar o peixe bem fino (como um sashimi). Juntar as ervas num bowl e temperar com azeite, gotas de limão e flor de sal. Serve quatro pessoas.

Cherne com moquequinha de caju

Leo Paixão

Leo Paixão. Cherne com moquequinha de caju Foto: Divulgação
Leo Paixão. Cherne com moquequinha de caju Foto: Divulgação

 

 

Ingredientes

6 filés de cherne de 200g cada

4 tomates cortados grosseiramente

2 cebolas cortadas grosseiramente

1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo cortados grosseiramente

1 tomate em cubos

1 cebola em cubos

6 cajus cortados em cubos

1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo em cubos

1/2 copo de leite de coco

2 colheres de sopa de dendê

1 maço de coentro

Sal a gosto

1 copo de leite

1 copo de leite de coco

2 colheres de sopa de amido

1 colher de chá de açúcar

Preparo

Temperar os peixes com sal e grelhar brevemente um lado. Colocar numa assadeira com o lado grelhado para cima e pré-aquecer o forno a 220 graus. Bater os tomates, pimentões e cebolas cortados grosseiramente no liquidificador. Colocar numa panela com o leite de coco, temperar com sal e ferver por 15 minutos. Adicionar tomate, cebola, cajus e pimentões em cubos. Ferver mais 15 minutos. Corrigir o sal. Reservar. Misturar leite, leite de coco, amido, açúcar e sal numa panela. Levar ao fogo mexendo até engrossar. Reservar. Levar os peixes ao forno por 10 a 15 minutos. Montar o prato com o coco por baixo, peixe e a moqueca de caju por cima. Se quiser, finalizar com amendoim torrado e batido.

Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco

José Avillez

José Avillez. Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco Foto: Divulgação/Boa Onda Produções
José Avillez. Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco Foto: Divulgação/Boa Onda Produções

 

Ingredientes

2 pernas de cordeiro

20 damascos secos

Azeite

Água

200g de cuscuz

Sal

Pimenta preta moída na hora

... para a marinada

100g de cebola cortada em juliana

 

200g de cenoura em cubos

1 cabeça de alho

100g de cogumelo Paris laminado

50g de hortelã

Vinho branco

Molho de soja

3 paus de canela

Mel

Sal

Pimenta-do-reino

... para o molho de iogurte

120g de iogurte grego escorrido

30g de pepino

Sumo de um limão

Hortelã

Sal

Pimenta-do-reino

Preparo

Na véspera, coloque o cordeiro num tabuleiro fundo com cebola, cenoura, alho, cogumelos, hortelã, canela, molho de soja, mel, vinho, sal e pimenta. Tape com película aderente e coloque na geladeira. No dia seguinte, retire o cordeiro da marinada e seque-o um pouco. Numa frigideira (se possível de ferro, que possa ir ao forno), num fio de azeite bem quente, junte as pernas de cordeiro com a pele voltada para baixo. Deixe caramelizar de todos os lados. Junte os legumes da marinada, previamente escorridos, e um dos paus de canela . Acrescente os damascos, regue com o líquido da marinada e um pouco de água (até cobrir 50% da perna). Deixe levantar fervura e tape. Leve ao forno a 120 graus, por três horas.

Molho: Junte ao iogurte algumas folhas de hortelã picadas grosseiramente, o pepino cortado finamente (sem sementes e sem pele), suo de limão, sal e pimenta.

Prepare o cuscuz de acordo com as indicações da embalagem. Depois de cozido, solte com um garfo e tempere com sal, pimenta e azeite. Serve quatro pessoas.

 

Fudge de chocolate

Katia Barbosa

Katia Barbosa. Fudge de chocolate Foto: Divulgação
Katia Barbosa. Fudge de chocolate Foto: Divulgação

 

Ingredientes

400g de chocolate amargo picado

390g de leite condensado

2 colheres de manteiga

1/2 xícara de amendoim

1/2 xícara de castanha de caju

Preparo

Derreter todos os ingredientes em banho-maria. Forrar com plástico uma forma e colocar toda mistura nela, nivelar e descansar põe duas horas na geladeira, cortar pequenas barras e servir. Serve seis pessoas.

Tuile rendada com calda de chocolate

Claude Troisgros

Claude Troisgros. Tuile rendada com calda de chocolate Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação/Rodrigo Azevedo
Claude Troisgros. Tuile rendada com calda de chocolate Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação/Rodrigo Azevedo

 

Ingredientes

100g de farinha de amêndoas

100g de açúcar de confeiteiro

15g de farinha de trigo

80g de manteiga derretida fria

20ml de sumo de laranja

... para o recheio

100g de creme chantilly

250g de creme de confeiteiro

... para a calda de chocolate

75ml de leite

150g de chocolate em pó

40g de manteiga

1 pitada de sal

Preparo

Misture a farinha de amêndoas com o açúcar e a farinha de trigo. Acrescente a manteiga derretida, o suco de laranja e deixe repousar por duas horas. Faça pequenas bolas com essa massa e coloque-as bem espaçadas uma da outra em tabuleiro antiaderente. Asse a 180 graus até caramelizar. Misture os ingredientes do recheio bem devagar, sem bater, até tudo incorporar. Reserve. Para a calda, ferva o leite e adicione o chocolate. Misturar sem ferver. Acrescente a manteiga e o sal, misturando bem. Monte a tuile em camadas alternadas de recheio e biscoito, cobrindo com a calda de chocolate. Serve quatro pessoas.


O Globo quinta, 30 de abril de 2020

ALFREDO HITCHCOCK - 40 ANOS DE MORTE

 

Alfred Hitchcock: 40 anos de morte. Crítico indica filmes disponíveis em streaming

De obras-primas do realizador ao documentário que mostra sua entrevista a François Truffaut
 
'Pisicose' Foto: Divulgação
'Pisicose' Foto: Divulgação
 

Sinônimo de suspense, Alfred Hitchcock (1899-1980) se consagrou como um ícone da cultura e, apesar de morto há 40 anos, continua sendo, no mundo, o diretor mais citado por outros cineastas. Sua influência não fica restrita a certos gêneros, chegando ao drama, à ação e mesmo à comédia. Isso porque Hitchcock conhecia a necessidade de trafegar com desenvoltura por essas diferenças para obter do público a reação desejada em cada sequência milimetricamente pensada. O diretor, que afirmava que “o problema não está no clichê, mas em saber como usá-lo”, sabia como ninguém usar os clichês de cada gênero e a importância da imagem para o cinema. Abaixo, uma lista de filmes para entender a mente do gênio.

 
James Stewart e Kim Novak em cena de "Um corpo de cai" Foto: Divulgação
James Stewart e Kim Novak em cena de "Um corpo de cai" Foto: Divulgação

É considerado, em inúmeras listas de especialistas, o melhor filme de todos os tempos, numa disputa acirrada com “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Segundo o diretor Martin Scorsese, “um perfeito e profundo estudo sobre a obsessão humana, num ritmo que lembra os filmes de arte europeus”. Now.

‘Psicose’

O divisor de águas entre os filmes sobre assassinos em série traz uma combinação genial de conteúdo e estilo. A cena do chuveiro está entre as dez mais influentes da história do cinema, já que Hitchcock conseguiu transformar um banho em algo tão assustador que, depois de “Psicose”, muita gente passou a trancar a porta do banheiro. Telecine, Now, Google Play e Apple TV.

‘Janela indiscreta’

Cena do filme 'Janela indiscreta', de Alfred Hitchcock Foto: Reprodução
Cena do filme 'Janela indiscreta', de Alfred Hitchcock Foto: Reprodução

O mestre do suspense sacramentou a palavra voyeur na cultura pop ao colocar um fotógrafo tomando conta dos vizinhos quando fica preso em casa por causa de um acidente. Uma influência para programas como o “Big Brother Brasil”. Looke, Google Play e Apple TV.

‘Os pássaros’

Um dos filmes mais alegóricos e abstratos de Hitchcock, que aqui bebe da fonte de “Moby Dick”, de Herman Melville, mas para abordar temas como a culpa, o castigo, o caos e a tensão sexual, entre outros. Telecine, Now, Looke, Google Play e Apple TV.

‘Intriga internacional’

O filme pode ser comparado aos blockbusters de hoje, guardadas as devidas proporções, já que o diretor investe na fórmula do homem que cai por acaso na armadilha da Guerra Fria com a elegância de sempre. É Hitchcock fazendo um comentário sobre a paranoia com o comunismo. Looke, Google Play, Apple TV, Oldflix.

 

‘Disque M para matar’

Esse projeto expõe a pretensão de se cometer o crime perfeito, e Hitchcock faz uso do 3D para colocar o espectador dentro da trama. Looke, Google Play, Apple TV, Oldflix.

‘O homem que sabia demais’

Nos anos 50, a atriz estrelou comédias, musicais e melodramas, incluindo o thriller de Alfred Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais” (1956). Uma das canções do filme, “Que Será, Será” — com a qual Doris especialmente se identificava — ganhou um Oscar. Foto: Reprodução

 

Nos anos 50, a atriz estrelou comédias, musicais e melodramas, incluindo o thriller de Alfred Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais” (1956). Uma das canções do filme, “Que Será, Será” — com a qual Doris especialmente se identificava — ganhou um Oscar. Foto: Reprodução

Aqui vemos o diretor fazendo um remake de seu filme homônimo de 1934, e a ação ganha mais destaque para abordar um dos seus temas preferidos: o homem comum pego numa conspiração internacional. Ao mesmo tempo, é inesquecível ver Doris Day cantando “O que será, será”. Now, Google Play.

‘Festim diabólico’

Um belo exercício de experimentação de linguagem e uma obra-prima em técnica, na qual Hitchcock entrega o que seria um filme sem cortes. Ele trata nas entrelinhas da vaidade e de uma relação homossexual ambígua. Telecine Google Play e Apple TV.

‘Ladrão de casaca’

Destino. Grace Kelly e Cary Grant em cena de "Ladrão de casaca", de 1955: atriz conheceu o príncipe Rainier na época das filmagens, em Mônaco Foto: Divulgação 23/05/1987
Destino. Grace Kelly e Cary Grant em cena de "Ladrão de casaca", de 1955: atriz conheceu o príncipe Rainier na época das filmagens, em Mônaco Foto: Divulgação 23/05/1987

É o filme mais romântico, elegante e glamoroso de Hitchcock, em que o diretor britânico demonstra o quanto um longa sobre um ladrão pode ser sofisticado. Amazon, Telecine, Google Play, Microsoft, Apple TV.

‘Rebecca, a mulher inesquecível’

Inspirado no best-seller de Daphne du Maurier, Hitchcock demonstra que um filme pode acrescentar novos valores a um livro famoso. O longa marca a estreia dele em Hollywood, quando o produtor mão de ferro David O. Selznick (de “...E o vento levou”) ficou com o Oscar de melhor filme, mas Hitchcock ficou sem o prêmio de melhor diretor. Pior para a Meca do cinema. Now, Looke, Oldflix.

 

‘O terceiro tiro’

O mestre do suspense faz rir com o corpo de uma pessoa para explicar o MacGuffin: dispositivo do enredo, na forma de algum objetivo, objeto desejado, ou outro motivador, que o protagonista persegue, muitas vezes com pouca ou nenhuma explicação narrativa. É Hitchcock usando o humor negro para dar uma aula divertida de cinema. Telecine.

‘Hitchcock e Truffaut’

O brilhante documentário, lançado no Festival de Cannes de 2015, capta parte da famosa entrevista de Alfred Hitchcock a François Truffaut em 1962. É uma ilustração do lendário livro em que Truffaut conversa em detalhes sobre todos os filmes do cineasta britânico. O documentário, dirigo por Kent Jones, tem a participação dos diretores Wes Anderson, Olivier Assayas, Paul Schrader, Arnaud Desplechin, David Fincher, James Gray, Richard Linklater, Kiyoshi Kurosawa, Martin Scorsese. Now.

* Mario Abbade é crítico de cinema do GLOBO.


O Globo quarta, 29 de abril de 2020

GILBERTO GIL FALA SOBRE O PÓS-PANDEMIA

 

 

Gilberto Gil sobre o pós-pandemia: 'Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui'

Isolado na serra, onde gravou dueto com a neta, artista acompanha a 'marcha devastadora' da pandemia. Nesta quinta (30), ele lança disco com o
 
 
BaianaSystem
Gilberto Gil em Araras, na serra fluminense, onde passa a quarentena Foto: Flora Gil
Gilberto Gil em Araras, na serra fluminense, onde passa a quarentena Foto: Flora Gil
 
 

Gilberto Gil está isolado há sete semanas na casa da família em Araras, no Rio. O compositor, de 77 anos, estava na Dinamarca quando a pandemia começou, em março. Encerraria por lá a turnê do disco, "Ok ok ok", mas o show foi cancelado. Voltou, então para o Rio, subiu a serra fluminense dois dias depois e de lá não saiu mais.

Como a casa é grande, ele e Flora, sua companheira há quase 40 anos, têm recebido filhos, genros e noras, dividindo as famílias em grupos separados. Flor, filha de Bela Gil, esteve por lá e protagonizou um momento fofo nesta quarentena: um dueto com avô cantando “Volare”. Dedicada a uma Itália assolada pelo coronavírus, a performance emocionou nas redes sociais.

Pela internet, ele também lança amanhã, junto com o BaianaSystem, o disco “Gil Baiana Ao Vivo Em Salvador”.

Capa do disco Gil Baiana Ao Vivo em Salvador Foto: leo / Reprodução
Capa do disco Gil Baiana Ao Vivo em Salvador Foto: leo / Reprodução

Registro do show que marcou um encontro de gerações, em novembro de 2019, o álbum mistura um repertório de clássicos de Gil (“Extra” e “Emoriô”) e do Baiana (“Água” e “Dia da Caça”).

— O BaianaSystem é a Bahia viva, né? É uma honra estar associado a um grupo contemporâneo dessa qualidade — diz o músico.

Nesta conversa por email, ele, que sempre refletiu sobre os mistérios que hão de pintar por aí em sua obra, conta o que anda passando pela sua cabeça nesses tempos estranhos.

Como tem sido o seu dia a dia, o isolamento é difícil para você? Do que mais tem sentido falta?

Acompanho os noticiários na TV, atualizo a correspondência no e-mail e no WhatsApp, faço alguma ginástica, tomo um pouco de sol, quando ele aparece, leio livros, toco violão, gravo músicas e entrevistas “live" atendendo às solicitações que vão aparecendo, faço as três refeições, tomo meus remédios e durmo, de sete a oito horas por noite. Adoro os papos com a família sobre tudo que nos aflige ou nos conforta.

Viveu algum momento especial neste tempo. O dueto com Flor em "Volare" foi um deles, não?

Sim, foi muito especial cantar e gravar “Volare”, a pedido da Itália, com a Flor que esteve em quarentena conosco por cinco semanas. Ela já voltou com os pais para São Paulo. Também adorei cortar os cabelos do meu neto Dom que queria um corte à la Ronaldo na Copa de 2002. Ele gostou. Ficou legal.

Preta Gil foi uma das primeiras a contrair Covid-19 no Brasil. Ela contou que sua voz dizendo que ficaria tudo bem a acalmava. Tinha mesmo esse certeza, teve medo de a situação dela se agravar?

 

A posição da medicina, que considerava a doença menos severa para os mais jovens, me dava confiança quanto à capacidade de ela se recuperar sem maiores problemas. Foi o que aconteceu. Agora ela vai mantendo o isolamento e se fortalecendo para voltar ao trabalho, quando for possível.

O que está lendo e ouvindo?

Estou lendo “Armas, germes e aço”, livro do Jared Diamond que me presentearam um tempo atrás e que ainda não havia lido. Também estou lendo “Biocentrism”, do Robert Lanza com Bob Berman, que minha filha Bela me trouxe quando veio passar uns dias conosco. Acesso muitos sites de ciência para ler sobre a pandemia e outos assuntos que me interessam. Não tenho escutado nada em especial.

Em "Lunik 9", você cantou: "Poetas, seresteiros, namorados, correi/ é chegada a hora de escrever e cantar/ talvez as derradeiras noites de luar/ momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva", sobre a chegada do homem à Lua. Estamos vivendo outro momento histórico. É chegada a hora de escrever e cantar? Está inspirado, compondo algo novo?

Sem dúvida, estamos vivendo um momento que vai ficar na História como marcante e transformador. Já é muito grande o número  de ensaios e artigos de cientistas e de representantes de todos os campos do conhecimento, dando conta de tantas novas interrogações suscitadas pelo coronavírus e tudo que ele trouxe. As manifestações artísticas virão em seguida. Eu ainda não senti nenhum impulso em direção a compor e traduzir em canções o suspense do momento. Tenho cantado sempre a canção “Por um triz” ("sou feliz por um triz/ por um triz sou feliz/ mal escapo à fome/ mal escapo aos tiros/ mal escapo aos homens/ mal escapo ao vírus/ passam raspando/ tirando até meu verniz"), de que me lembrei quando o vírus apareceu. É um rock pesado que gravei com meu filho Pedro à bateria, para o disco "Raça Humana". 

 

Em sua obra, você sempre refletiu sobre os mistérios da vida, sobre a morte. Como percebe o atual momento e como tem se sentido diante dele?

A princípio, muito comovido. Em seguida, muito interessado em acompanhar a marcha devastadora da pandemia e em buscar a proteção pessoal e da família. Agora que a ciência e a medicina intensificam sua corrida atrás do vírus, eu vou tentando acompanhar, com a maior atenção, as buscas pelas vacinas e pelos remédios, a adaptação das atividades produtivas às novas exigências, as transformações nas formas de convívio e as novas disposições do amor e do afeto. É muita coisa. Em meio a tudo isso, é claro, um pouco de medo e pesar. Temeroso, um pouco, com a intensificação e sofisticação das ferramentas de vigilância e controle que podem estimular um certo fascismo sistêmico que ronda boa parte do mundo. 

Vivemos dias que parecem refletir mesmo muitas de suas canções. Como em "Tempo rei", acha que essa pandemia "transformará as velhas formas do viver"?

Um pouco. Na medida do inevitável. Vários impulsos nos usos das tecnologias, no desenvolvimento da saúde e da educação, do urbanismo, da ecologia, na economia política, no papel do estado. E tantos outros impactos ainda por sentir e vislumbrar.

 

Na sua visão, estamos mais para um recomeço ou para o fim do mundo?

Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui. Ao assumirmos um novo mundo, estaremos nos encaminhando, de novo, para um novo fim. E assim por diante de si mesmo, ad infinitum.

Pastor Henrique Vieira'Somos capazes de aprender com a dor'

O atual surto de compaixão e solidariedade e compaixão de hoje vão refletir no amanhã? Vamos sair melhor dessa?

É razoável considerar que estamos sempre melhorando em algum aspecto e piorando num outro. Tanto o positivo quanto o negativo vão deixando os seus resíduos. Simultaneamente.

Como faço para falar com Deus?

Eu tenho percebido que todas as representações do mundo, através das palavras e das linguagens, dos números e das medidas, das ideias e dos conceitos, dos sentidos e do silêncio, é o tudo e o nada que se dá no campo da consciência.Tudo que se dá no plano da vida, que é uma reiteração permanente dessa consciência. Não tenho como escapar da consciência e é nela que se dá o tudo/nada que poderíamos chamar de Deus. Ao viver, portanto, vivo Deus. Falar com Deus é estar vivo. Falo com ele o tempo todo através das várias formas de diálogo com o mundo via consciência. 

 

O melhor lugar do mundo tem que ser sempre aqui e agora? Pecisamos aprender a parar de projetar o futuro e viver o presente com atenção plena?

Lugar é sempre aqui, tempo é sempre agora. Atenção plena é plena consciência. E até mesmo a projeção se passa nesse aqui/agora. Dentro dessa consciência.

Nessa quarentena, perdemos Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Garcia-Roza em meio a um silêncio do atual governo. O que acha disso?

O governo está absorvido pela Covid e suas mortes anônimas. A secretaria da Cultura que, em tese, seria o setor encarregado de lembrar dessas mortes de figuras públicas de relevo cultural acima referidas, está com suas operações prejudicadas pelo pandemônio da pandemia. 

Vivemos um momento de transformação também na relação entre público e artistas. A cultura também terá que passar por uma reinvenção pós-pandemia? Em que direção?

Novas direções para essas reinvenções podem ser as mais variadas possíveis. Desde o fortalecimento desses novos sistemas de interação com os públicos (os shows domésticos, a disponibilização via internet de arquivos e acervos de museus, teatros, bibliotecas, televisões e tanta coisa mais), até a volta gradual aos modos convencionais de interação, a medida que forem caindo os isolamentos, as quarentenas, os lock-downs. É difícil apontar com segurança como vai ficar esse novo mundo que vem por aí.     

 

Está se cuidando? Porque precisamos muito de você….

Ok, Ok, Ok… Vou indo em frente. Cuidando da saúde e tudo mais.

Você tem medo de morrer?

Tenho. Como todo mundo. Nas minhas orações, a única coisa que peço à vida é a boa morte. De resto, a vida tem me dado o que preciso para tocá-la adiante 0 não me esquecendo da primeira sentença das escrituras védicas: “Tudo é sofrimento”.  


O Globo terça, 28 de abril de 2020

ESTRELAS DA MÚSICA POP REVIVEM ESTILO DOS ANOS 1990

 

De Dua Lipa a Ariana Grande, estrelas da música pop revivem estilo dos anos 1990

Tirando inspiração da infância, artistas recriam estilo, som e videoclipes do auge de artistas como Britney Spears, Jennifer Lopez e N'Sync
 
Colagem de figuras do pop atual e de astros da música nos anos 1990: referências recorrentes Foto: Arte de Margeaux Walter / NYT
Colagem de figuras do pop atual e de astros da música nos anos 1990: referências recorrentes Foto: Arte de Margeaux Walter / NYT

 

 
 

RIO - O vídeo colorido de “Break my heart”, canção de Dua Lipa, parece se desenrolar num período indeterminado — ou na flutuante atemporalidade do videoclipe pop. Ao longo de quase quatro minutos, a cantora britânica e seus dançarinos desfilam em minissaias e babados sobre uma pista de dança azul-marinho. As cenas parecem extraídas do filme “As patricinhas de Beverly Hills”, de 1995. O álbum de Dua Lipa ainda tem um título oportuno: “Future nostalgia” (“Nostalgia do futuro”, em tradução livre).

Algo nessa frase cristaliza uma estética que vem borbulhando ao longo dos últimos anos, quando uma geração de artistas nascidos nos anos 1990 ganhou o estrelato musical e começou a controlar as tendências emergentes da música pop. São nomes como Ariana Grande (nascida em 1993), Normani (de 1996), Charli XCX (de 1992), Troye Sivan (de 1995), Summer Walker (de 1996) e SZA (de 1990). Todos eles têm criado letras e videoclipes que parecem recordar e, de certa forma, reescrever suas primeiras memórias musicais.

A nostalgia dos anos 1990 está longe de ser uma novidade: o cenário da cultura pop segue repleto de marcas do início daquela década. Mas o tempo avança, e um passado de aproximadamente 20 anos atrás se torna estiloso novamente. Agora, os artefatos pop quase esquecidos do final do segundo milênio — as boy bands, os flashs futuristas e a purpurina em excesso — estão sendo redescobertos e transformados pelas estrelas mais jovens.

A moda e o design já haviam entendido, antes, essa tal "nostalgia do futuro". Em 2016, Evan Collins criou um Tumblr popular chamado Institute for Y2K Aesthetics, descrito como um compêndio de artigos "de uma época em que o futuro era calça de couro apertada, sombra prateada, roupas brilhantes, óculos prateados e aparelhos eletrônicos esquisitos".

 

Em julho de 2019, a revista "GQ" publicou uma matéria sobre por que, de repente, influências dos anos 2000 se tornaram a coisa mais quente do mundo das roupas vintage. Ousado e obcecado por projeções sobre o futuro, o estilo daquela janela de tempo entre 1995 e 2001 foi o resultado de uma “mistura de entusiasmo e ansiedade com a expansão da tecnologia na virada do milênio", como observou a escritora Erin Schwartz.

O mesmo aconteceu com a música, à época.

Fusão do 'artificial' com o 'real'

A era do bug do milênio coincidiu com o surgimento do pop adolescente cantado por nomes como Britney Spears, N’ Sync e Backstreet Boys, além do R&B futurista de TLC, Destiny’s Child e Aaliyah. O que unia todos esses sons era uma fusão “ciborguiana” do “artificial” e do “real”: o violão sob o brilho digital de “No scrubs”, do TLC; a nota de piano que martela o mesmo som, processado digitalmente por Spears.

Naquela época, a indústria da música continuava otimista e endinheirada — antes de ser afetada pela internet e o compartilhamento de arquivos MP3. As gravadoras apostavam felizes em estrelas em potencial e desembolsavam altas quantias em videoclipes conceituais. 

Britney Spears em show na Apoteose Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Britney Spears em show na Apoteose Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

Mas algo pareceu fora do lugar quando Ariana Grande, atração principal do Coachella em 2019, anunciou seus convidados surpresa: quatro dos cinco membros do N’Sync. O roteiro havia mudado: a jovem fã agora era a artista toda-poderosa. “Eu venho ensaiando toda a minha vida para este momento”, disse Ariana para a multidão — e os galãs futuristas do passado estavam reduzidos a amáveis figuras nostálgicas.

Variações na estética dos anos 2000 vêm se infiltrando, há muito tempo, fora do mainstream americano, seja nos estilos experimentais do gênero PC Music ou no sucesso global de grupos femininos perfeitamente coreografados e bandas masculinas do K-pop. Ainda assim, para o ouvinte comum, o álbum mais recente de Ariana Grande, “Thank u, next” (de 2019), representou a atualização de maior perfil já feita no pop “millennial”.

No atrevido single “Break up with your girlfriend, I’m bored”, a cantora dá uma repaginada no refrão de “Makes me ill”, do N’Sync, agora com um palavrão que as rádios não estavam preparadas para difundir 20 anos atrás. O enorme sucesso de “Thank u, next” evoca também a aparente leveza do pop millennial — no videoclipe, a cantora faz cosplay de personagens de alguns dos filmes adolescentes mais amados de sua época, como “Meninas malvadas” (2004).
 

Justin Timberlake, ex-N’ Sync, não participou do show de Ariana no Coachella, mas fez uma parceria com o ícone millennial SZA em “The other side”, da trilha sonora de “Trolls 2” (2020). Filmado com uma lente “olho de peixe”, que aumenta as proporções em cena, o clipe realça uma extravagância retrô-futurista num cenário que remete a uma nave espacial, com SZA usando figurinos brilhantes parecidos com os de Britney Spears em “Toxic”. 

Um mês antes, a nova estrela do R&B Summer Walker lançou "Come thru", um single sensual que reedita o clássico de 1997 de Usher, "You make me wanna ...", e apresenta o próprio Usher como amante de vídeos musicais de Walker. Envelhecer um galã parece ser a tendência mais quente da temporada!
 
Mas nenhum videoclipe conjurou o pop da virada do milênio tão bem quanto “Motivation”, de Normani, que presta homenagem direta a Britney, Jennifer Lopez e Beyoncé no início da carreira solo. Charli XCX e Troye Sivan prestaram seu tributo com “1999”, sua ode aos dias de glória do pop. O vídeo hilário tem mais paródias sobre o final dos anos 90 do que “All the small things”, do Blink-182.
 
Pode parecer surreal cultivar nostalgia por uma época que parece ter acontecido há tão pouco tempo. Mas se determinada estética se torna mais fácil de identificar em retrospectiva, também sobressai mais claramente o que perdeu a validade. O bug do ano 2000 nunca veio e não precisamos nos isolar em bunkers — foi preciso esperar duas décadas para que uma pandemia fizesse isso. Mas dois imprevistos desfizeram o ar utópico da indústria da música na época: a ascensão do compartilhamento de arquivos e o choque com os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. De repente, o futuro não parecia tão brilhante.

Mas a música pop do momento atual permanece um sonho glorioso, extravagantemente orçado, com tons de neon. Enquanto a internet se consolida como ferramenta para revisitarmos, de maneira mais fácil do que nunca, o passado pelo qual ansiamos, o pop do milênio segue provocando um fascínio escapista. Nos comentários do clipe “I’m reall”, de Jennifer Lopez, no YouTube, um fã escreveu, melancólico: “Vim aqui pelos anos 90 e início dos anos 2000”.


O Globo segunda, 27 de abril de 2020

CINCO RECEITAS DE ALEX ATALA

 

Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’

Chef afirma que ‘isolamento tem sido um grande aprendizado’, comenta sobre o dia a dia em casa cozinhando com os filhos e um novo projeto nas redes sociais que foca em pratos com poucos ingredientes, além de compartilhar receitas
 
 
Alex Atala compartilha receitas com o GLOBO, entre elas seu peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro Foto: Divulgação
Alex Atala compartilha receitas com o GLOBO, entre elas seu peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro
Foto: Divulgação
 
 

A quarentena trouxe uma outra noção de tempo para Alex Atala (“Tem sido um grande aprendizado. Tenho entendido o tempo mais como um aliado”), que tem dedicado horas de seu dia à horta do terraço do Mercadinho Dalva e Dito, espaço anexo ao seu restaurante de comida brasileira, em São Paulo.

 — É uma tarefa bastante diferente de cozinhar, mas muito gratificante. Tenho aproveitado para refletir e olhar as situações como um jogo de xadrez, imaginando um cenário amplo e as possibilidades de movimento — explica o chef paulista, à frente também do D.O.M., duas estrelas Michelin.

Atala tem enfrentado o isolamento em casa com os dois filhos adolescentes. E diz que os momentos da refeição têm sido de conversas ora divertidas, ora filosóficas.

- Cozinhar tem sido cada vez mais uma forma de união para todos nós - afirma. - Uma rotina um pouco diferente do restaurante, mas tenho me divertido bastante.

Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’ Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer
Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’ Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer

 

Em casa, além das panelas e dos filhos, ele se divide entre exercícios físicos, leitura e meditação:

— Tenho evitado televisão, participo de grupos de WhatsApp, mas confesso que sou pouco ativo, uso mais como referência. Estou fazendo o possível para me manter positivo e forte, tanto por mim quanto pelas pessoas à minha volta.

Além do serviço de entregas (do Mercadinho Dalva e Dito e do Bio), ele atua num novo projeto de receitas disponíveis num canal do YouTube.

— O desafio é fazer coisas deliciosas com o mínimo de ingredientes, que estão no cotidiano. Tenho pensado muito na relação de valor que damos aos ingredientes, como a valorização da proteína animal — diz o chef, que compartilha cinco de suas receitas, abaixo, acompanhadas de uma sugestão aos iniciantes no fogão.

 

- As pessoas temem a cozinha por medo de frustração, mas um acerto vale muito mais depois de dez erros. E uma coisa que eu repito semanticamente é em relação à companhia. É melhor comer um prato ok com pessoas com você ama do que comer algo maravilhoso ao lado de gente desagradável.

Peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro

Ingredientes

... da farofa de maracujá

40g de manteiga

50g de cebola picadinha

40ml de suco concentrado de maracujá

Suco de 2 polpas de maracujá

160g de farinha de milho

Salsinha picada

Sal

... do vinagrete

20g de cenoura

70g de cebola

20g de pimentão verde

20g de pimentão vermelho

10ml de azeite

10ml de vinagre branco

10ml de suco de maracujá

Sal

... do arroz negro

150g de arroz negro

10ml de azeite

5g de alho picado

10g de cebola picada

Ceboullette

Azeite de ervas (ou comum)

300ml de água

Sal

... do peixe

4 filés de peixe de aproximadamente 150g cada

Sal

Pimenta

Óleo de canola

Preparo

Farofa: Em uma frigideira, refogue a cebola na manteiga. Acrescente a polpa de maracujá e o suco concentrado. Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos em fogo baixo. Adicione a farinha de milho e a salsinha picada. Verifique o sal e reserve.

Viagrete: em um bowl, coloque o azeite, o vinagre e o suco de maracujá. Com um fouet, misture bem. Corte a cenoura, a cebola, os pimentões em brunoise pequeno e acrescente à vinagrete. Corrija o sal e reserve.

 

Arroz negro: em uma panela, refogue a cebola e o alho no azeite. Adicione o arroz negro e em seguida a água. Cozinhe por cerca de 15 minutos ou até que o arroz esteja macio. Após o cozimento, coloque o azeite de ervas e a ceboullette picada finamente. Verifique o sal.

Peixe: Tempere o peixe com sal e pimenta. Em uma frigideira anti aderente sele o peixe dos dois lados até dourar.

Montagem: coloque a vinagrete no centro de um prato e por cima o peixe. Ao lado da vinagrete, disponha um pouco da farofa e do arroz salteado.

Macarrão com feijão e linguiça

Ingredientes

Macarrão com feijão e linguiça, de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato
Macarrão com feijão e linguiça, de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato

 

150g de espaguete

Azeite e sal a gosto

... o molho

120g de feijão roxinho

110g de linguiça toscana

6ml de óleo de milho

1 dente de alho

1/4 de cebola

1 fio de azeite extra -virgem

1 pitada de tomilho

55 g de tomate descascado

... finalização

Pimenta baniwa (ou a que tiver em casa) a gosto

Salsinha a gosto

Preparo

Cozinhe o macarrão em água fervente com um fio de azeite e sal até ficar al dente. Cozinhe o feijão roxinho até o grão estar cozido, mas inteiro. Tire a pele da linguiça (ela desmanchará), coloque-a na panela para selar e refogue no alho e na cebola. Acrescente o tomate e o tomilho. Deixe cozinhar até o molho encorpar. Adicione o molho ao macarrão cozido. Disponha no prato o macarrão, o feijão e a linguiça, e a salsinha lado a lado. Finalize com a pimenta.

 

Bife à milanesa com salada de batata

Ingredientes

Bife à milanesa com salada de batata, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ruvens Kato
Bife à milanesa com salada de batata, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ruvens Kato

 

5 bifes finos (180g cada) de coxão mole

1kg de farinha de trigo

1/2 litro de leite

1kg de farinha de broa de milho grossa

Alecrim

1 litro de óleo para fritar

Sal e pimenta

... da salada de batatas

500ml de óleo neutro

40g de gema

1 colher de sopa de mostarda Dijon

1 dente de alho picado

1kg de batata

100g de cebola picada

20g de ciboulette picada

2 ovos cozidos

Suco de 1 limão

Raspas de 1 limão

Sal

Preparo

Em um bowl, tempere os bifes com sal e pimenta. Separe a farinha de trigo, o leite e a farinha de broa de milho e coloque cada um em um recipiente. Tempere o leite com o alecrim. Empane cada bife na seguinte sequência: farinha de trigo, leite e farinha de broa de milho. Em uma frigideira, coloque o óleo para esquentar. Quando estiver quente o suficiente para fritar (180 graus), acomode o bife empanado e frite até dourar. R

Salada de batatas: em um bowl, coloque a gema, a mostarda, o alho picado e o suco de limão. Misture com um fouet e adicione aos pouco o óleo sem parar de mexer até obter uma textura cremosa. Tempere com sal e reserve. Corte as batatas em cubos de aproximadamente 1cm. Cozinhe até ficarem macias. Escorra e misture a cebola picada com a batata ainda quente e depois resfrie. Misture a maionese com as batatas e depois acrescente a ciboulette. Polvilhe raspas de limão e o ovo cozido ralado.

 

Sagu de vinho tinto

Ingredientes

Sagu de vinho tinto com creme inglês, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ricardo D'Angelo
Sagu de vinho tinto com creme inglês, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ricardo D'Angelo

500g de sagu

1 litro de água

900ml de suco de uva

100g de açúcar

100ml de vinho tinto

Preparo

Em uma panela a fogo médio, coloque o suco, o açúcar e o vinho. Mexa bem até ferver. Reservel. Em outra panela a fogo médio, coloque a água para ferver. Coloque o sagu e deixe cozinhar até que fique macio. Ele não deve cozinhar por completo, ou seja, até ficar todo transparente: o interior deve se manter branco. Retire do fogo, coe e dê um choque térmico lavando-o em água fria. Adicione o sagu à calda de vinho, misture bem e reserve na geladeira. Sirva gelado.

Bolo de fubá

Ingredientes

Bolo de fubá do Mercadinho Dalva e Dito, receita de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato
Bolo de fubá do Mercadinho Dalva e Dito, receita de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato

 

3 ovos

200g de açúcar

130ml de leite quente

130ml de óleo

80g de farinha de trigo

100g de fubá

11g de fermento em pó

Preparo

Coloque a farinha, o fubá e o fermento em uma bacia. No liquidificador, bata os ovos, o óleo e o açúcar. Adicione o leite quente e bata para emulsionar. Adicione esta mistura à bacia com os ingredientes secos e misture até obter uma massa homogênea. Unte e coloque a massa na forma. Asse em um forno pré-aquecido a 180 graus por, aproximadamente 40 minutos, ou até dourar.


O Globo domingo, 26 de abril de 2020

CAMILA PITANGA: ESTOU AMANDO

 

Em quarentena, Camila Pitanga fala sobre namoro com Bia: 'estou amando'

Atriz comentou também o porquê de ter mantido relação sempre discreta
 
Camila Pitanga Foto: Fernando Tomaz
Camila Pitanga Foto: Fernando Tomaz
 
 

Quando Camila Pitanga fez as fotos desta matéria, o mundo era outro. No estúdio, com uma dúzia de profissionais, ela posou, riu, balançou o corpo ao som da playlist que tinha de BaianaSystem a Tame Impala, parou para almoçar com a equipe. De prato no colo, falou da estadia paulistana, prevista para durar seis meses, talvez um ano — “A praia de São Paulo são os afetos”. Depois, contou mais. Falou dos projetos que a levaram à cidade, da sua relação com a família, com o Brasil, com a carreira, com a dor, com a beleza e com o amor.

Tinha se mudado para a capital paulista com a namorada, Beatriz, a filha de 11 anos, Antonia, o gato Ivo e a cachorra Amy. Estreava a nova temporada do “Superbonita”, no ar até 6 de maio, no GNT, e estava cheia de planos: sair para dançar; retomar a peça “Por que não vivemos?” com a Companhia Brasileira de Teatro; gravar uma nova temporada da série “Aruanas” (exibida originalmente pela Globoplay e com estreia na TV na próxima terça-feira, dia 28); viajar ao Rio para visitar a mãe; fazer um curso sobre Clarice Lispector, centro de um novo projeto, com Celso Sim e Lucas Santtana, que talvez prolongasse sua estadia em São Paulo. Então veio a pandemia do novo coronavírus, que acabou ganhando destaque em trechos da conversa abaixo.

Rotina em tempos de coronavírus

“Tem seus altos e baixos, as emoções ficam à flor da pele. Ao mesmo tempo, a gente conhece um monte de potência: o que você nem sabe sobre você e sobre os outros. Está todo mundo aqui: eu, minha filha, Bia. Estou saindo esporadicamente, por necessidades pontuais. A gente está tentando fazer a vida andar, ter pulsação. Está tendo todo esse movimento muito bonito, as redes funcionando de maneira generosa, solidária, as pessoas oferecendo seus trabalhos, sua arte, sua música, suas práticas.”

 

Amor

“Na verdade nada disso é premeditado, ? Você não escolhe amar aquela pessoa, você ama. Ponto. Eu entendo dessa maneira. Até um ano atrás, eu sempre tive um, digamos, modo de existência heterossexual. Mas eu não estava pensando ‘eu tenho que ser isso’. Foi porque eu conheci homens que eu amei. E agora escolhi Bia, que estou amando. Não tem nada de extraordinário. Extraordinário é amar.”

Exposição

“Quando não era pública (a relação com Beatriz), tinha uma razão de ser. Era a primeira vez, eu estava imberbe em uma história. A real, sempre vivi meus relacionamentos de uma maneira discreta. Então também não tinha por que, vivendo quatro meses de uma história, fazer alarde. Não me sinto vítima (de notícias sobre seu relacionamento). Sou uma pessoa pública desde os 16 anos. Você vai adquirindo traquejo, seja por um desafio de um trabalho, seja por ficarem especulando a sua vida íntima. Sou vivida, e estou aprendendo ainda. E gosto de aprender. ”

Meio ambiente

“A série ‘Aruanas’ me deu chance de contar uma história de pessoas que lutam pela suas utopias. Foi escrita por ativistas. Essa perseguição que os ativistas, principalmente os ativistas ambientais, estão vivendo não é de agora, mas piorou muito. É uma ficção conectada com o que a gente está vivendo, pelos piores motivos.”


O Globo sábado, 25 de abril de 2020

REVANCHE DOS LIVROS CLÁSSICOS

 

Revanche dos clássicos: livros que eram deixados para depois viram meta durante a pandemia

Na quarentena, Jane Austen passou à frente de 'A sutil arte de ligar o foda-se' no ranking dos mais vendidos
 
Sem lançamentos, livros de fundo de catálogo estão salvando as editoras durante a crise do setor aumentada pela pandemia Foto: Divulgação
Sem lançamentos, livros de fundo de catálogo estão salvando as editoras durante a crise do setor aumentada pela pandemia Foto: Divulgação
 
 

RIO - Quem costuma acompanhar as listas de mais vendidos tomou um susto. Entre os dias 13 e 19 de abril, Jane Austen superou “A sutil arte de ligar o foda-se”. No ranking elaborado pelo portal de notícias do mercado editorial PublishNews, que O GLOBO publica semanalmente, o box com três livros da romancista inglesa apareceu em 12º lugar na categoria geral. Enquanto isso, o best-seller de Mark Manson, título mais vendido de 2018 e 2019, saiu subitamente do grupo dos 20 primeiros. Desde o início da quarentena, em março, coisas assim andam acontecendo. E os clássicos estão voltando.

Em diversas listas, “Drácula”, de Bram Stocker, e “Guerra e paz”, de Leon Tolstói, além dos boxes de Franz Kafka e Edgar Allan Poe, tiveram performances surpreendentes. O mesmo aconteceu com obras icônicas que refletem os temores do momento, como “A peste”, de Albert Camus, e “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez. Paralelamente, distopias como “1984”, de George Orwell, que já vinham bem há algum tempo, ganharam ainda mais fôlego.

— O fechamento das lojas mudou completamente o perfil das vendas — diz Rafaella Machado, editora do Grupo Record. — O público que tem comprado livros via e-commerce é mais velho, e livros pop e juvenis, que dependem de grandes redes ou de eventos para vender, tendem a ficar em segundo plano. O que está sustentando o mercado agora é a força do catálogo, os livros já consagrados e os clássicos.

Publisher do grupo Companhia das Letras, Otávio Marques da Costa resume o cenário:

— Editoras com um catálogo amplo e diverso têm a chave para sobreviver a esta crise. Como é natural que as empresas reduzam a produção, quem possui uma variedade maior de publicações consegue reagir ao presente e encontrar, no catálogo, títulos que tenham ressonância com o presente. Assim, navegam melhor na crise.

 

A migração para o e-commerce afeta hábitos de consumo e, por consequência, o produto final que acaba no nosso carrinho virtual. O consumidor tende a sentir-se mais atraído pelo conteúdo do livro do que pelo apelo de sua capa, aposta o conselheiro editorial Eduardo Vilela.

— Em uma loja, quando estou pegando o livro nas mãos, a compra por impulso é muito mais forte — ele diz. — Na internet o foco muda, o comprador tem mais tempo para refletir se realmente precisa do produto.

‘Livros do coração’

Novos hábitos de consumo, porém, não são suficientes para explicar a “vingança” do fundo de catálogo. O cenário geral do mercado editorial, que se encontra num momento dramático, mudou as regras do jogo. Com as incertezas econômicas, as pessoas passaram a poupar dinheiro. E os livros nem sempre aparecem no topo das prioridades, lembra Bruno Mendes, CEO e fundador do #coisadelivreiro, além de sócio do PublishNews. Um clássico, porém, é um clássico.

— As pessoas estão se programando para ler na quarentena o que sempre esteve na fila mas era constantemente adiado — conta Daniel Louzada, proprietário da Livraria Leonardo Da Vinci, citando o que nota nas vendas da empresa via site, WhatsApp e redes sociais, onde obras de Gabriel García Márquez, Fiódor Dostoiévski e José Saramago estão entre as mais buscadas hoje.

 

Às vezes, porém, os “veteranos” são mais recentes. A Intrínseca detectou o interesse de seus leitores voltando-se para obras lançadas há cerca de um ano, como “Um lugar bem longe daqui”, “O labirinto do fauno” e “Pequenos incêndios por toda parte”.

— Percebemos também uma volta dos “livros do coração”, ou seja, aqueles pelos quais as pessoas têm afeto. É o caso dos livros do Rick Riordan e da série “Crepúsculo”. Mas também de clássicos da Intrínseca, como “Precisamos falar sobre o Kevin” e “A menina que roubava livros”. As pessoas estão voltando a histórias confortáveis — avalia Heloisa Daou, diretora de marketing da editora. — Esse movimento foi tão forte que mudamos nossa estratégia digital e estamos resgatando obras assim nas nossas redes sociais e em parcerias com blogueiros. Deu certo e as pessoas estão comprando.

Primeiras posições

Bruno Mendes lembra que, antes, para ficar no primeiro lugar geral no ranking brasileiro, um livro precisava vender entre 5 mil e 10 mil exemplares. Agora, como as vendas estão muito menores e mais pulverizadas, as primeiras posições variam muito facilmente.

— Livros que vendiam 4 mil exemplares estão vendendo 200 — compara a agente literária Lucia Riff. — A venda se espalhou entre e-book e catálogo, não tem mais a livraria, está completamente on-line. Mudou a maneira de comprar livros, há muitas promoções e campanhas das livrarias, há um outro perfil de venda, de comprador, mudou tudo.

 

Ou seja, há menos consumo, e quem está comprando tem escolhido livros que noutros tempos não ocupariam a lista geral. Sem a pressão das novidades, é a vez dos consagrados. Ou você não anda de olho na lista de “leituras imperdíveis para a quarentena”?


O Globo sexta, 24 de abril de 2020

LIVES DE HOJE: SIMONE & SIMARIA, LUDMILLA, POST MALONE, MARCELO D2, ALÉM DE MUITO SAMBA

 

Lives de hoje: Simone & Simaria, Ludmilla, Post Malone, Marcelo D2, além de muito samba no #tamojunto

Festival digital do GLOBO terá Leci Brandão, Dudu Nobre, Neguinho da Beija-Flor, Mart'nália, entre outros; Paulo Miklos e Felipe Araújo também canta sucessos
 
Simone e Simaria Foto: Divulgação
 

RIO - Sextou! E, em tempos de quarentena, a noite que abre o fim de semana tem sido embalada por festas transmitidas na televisão de casa. A programação de lives para esta sexta-feira tem um time eclético: de Simone & SimariaBarões da PisadinhaFelipe Araújo e Diego & Victor Hugo, passando por LudmillaPaulo Miklos e Marcelo D2 e chegando ao astro internacional Post Malone.

 E a sexta-feira marca também a volta do festival digital do GLOBO #tamojunto, que em sua quarta edição terá um especial reservado ao samba. Entre os nomes confirmados, Leci BrandãoDudu NobreArlindinhoMart'náliaCasuarinaNeguinho da Beija-Flor e muito mais.

As lives desta sexta-feira (24/4)

#tamojunto: O festival on-line do GLOBO volta para sua quarta edição, com programação temática de samba. O pagode no Instagram começa às 15h30 e termina 22h30. O line-up tem Leci Brandão, Dorina, Claudio Jorge, Makley Matos, Neguinho da Beija-Flor, Paulão Sete Cordas, Ana Costa, Casuarina, Mart’nália, Dudu Nobre, Nilze Carvalho, Moyseis Marques, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Arlindinho. Saiba aqui como assistir.

Paula Fernandes: A cantora sertaneja, que também foi atração no #tamojunto, fará agora uma live em seu YouTube, às 17h.

Ludmilla: Famosa pelos funks, a cantora comemora 25 anos nesta sexta-feira lançando o EP "Numanice", com seis pagodes. E aproveita para cantar e soprar velhinhas numa live em seu YouTube, às 18h.

 

Paulo Miklos: Outra atração de sucesso no #tamojunto, o ex-Titãs Paulo Miklos cantará suas músicas solo e alguns hits da banda como parte do festival Em Casa com o Sesc, no YouTube, às 19h.

Barões da Pisadinha: Fenômeno da música nordestina recente que vem conquistando também as demais regiões, a dupla expoente da "pisadinha" mostra a potência de sua mistura sonora no YouTube, às 19h.

Post Malone: Popstar improvável, o misto de rapper e cantor tatuado fará uma live em seu YouTube a partir das 19h. No repertório, além de hits próprios, Malone fará covers de Nirvana, uma de suas bandas favoritas. O show é uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Edson e Hudson: É sertanejo das antigas, de raiz, que você procura? Então se liga que Edson e Hudson entram ao vivo às 19h no YouTube.

Diego & Victor Hugo: A dupla sertaneja canta no YouTube a partir das 20h.

KondZilla Festival: A produtora faz a segunda edição de seu festival digital, a partir das 20h, com Mila, Kekel, Jottapê e MC MM. No YouTube, claro.

Simone & Simaria: Alô, coleguinhas! As irmãs estrelas do feminejo promovem um show ao vivo no YouTube a partir das 21h.

 

Marcelo D2: Atendendo a muitos pedidos, o cantor e compositor carioca fará seu show caseiro nesta sexta-feira, no Facebook. D2 promete participação surpresa e, no repertório, hits do Planet Hemp, da carreira solo e sambas!

Stay At Home Ball: O festival beneficente contará com atraçõs como Kesha, Train, Lewis Capaldi, entre outros. A partir das 21h, no canal do apresentador Elvis Duran no YouTube.

Anelis Assumpção + Curumim: A dupla de cantores, compositores e músicos fará um show às 21h30 pelo festival #CulturaEmCasa, promovido pelo governo de São Paulo, em plataforma própria.

Felipe Araújo: Também atração de sucesso no #tamojunto, o cantor do hit "Atrasadinha" faz sua mistura de pagode e sertanejo no YouTube, às 22h30.

PK: O rapper dos hits "Sacanagenzinha" e "Tudo de bom" tem feito diversas lives durante a quarentena. E fará mais uma nesta sexta-feira, às 23h, no YouTube.


O Globo quinta, 23 de abril de 2020

DIA MUNDIAL DO LIVRO: 10 OBRAR ESCRITAS POR MULHERES PARA LER NA QUARENTENA

 

 

Dia Mundial do Livro: 10 obras escritas por mulheres para ler na quarentena

Do romance à ficção-científica, incluindo poema e não-ficção: selecionamos livros de autoria feminina para ler durante o período de isolamento domiciliar
 
 
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
 

O Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, é uma data perfeita para iniciar ou planejar novas leituras. Em meio ao isolamento domiciliar necessário para conter o avanço do coronavírus, a data se torna ainda mais propícia. Seja para incluir novas obras na lista atual ou para recuperar o hábito perdido. 

 Assim como em muitas outras áreas, as mulheres também sofreram com a falta de representatividade no mercado editorial. Mesmo que algumas vezes tenham sido invisibilizadas, o cenário vem mudando nos últimos anos e elas ganham cada vez mais destaque no mundo literário.

Para quem está a procura de uma boa leitura durante a quarentena, a equipe de CELINA reuniu dez livros escritos por mulheres, de diferentes épocas e gêneros. Romance, ficção-científica, poema e não-ficção são alguns deles. Confira:

1 - 'Quarto de Despejo', de Carolina Maria de Jesus

O livro, publicado em 1960, narra o cotidiano da catadora de lixo Carolina Maria de Jesus. Com linguagem simples, ela traz relatos sobre suas vivências entre os anos de 1955 e 1960, enquanto morava em uma comunidade em São Paulo, criando sozinha seus três filhos.

Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960 Foto: Arquivo/Agência O Globo
Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960
Foto: Arquivo/Agência O Globo

O "diário de uma favelada" ganhou notoriedade mundial por trazer um novo olhar sobre a favela a partir da perspectiva crítica da autora, que batalha pela sua sobrevivência. Até hoje o livro é considerado uma obra importante por denunciar a situação de uma população marginalizada.

 

2 - 'No Seu Pescoço', de Chimamanda Ngozi Adichie

Nessa coletânea de 12 contos, a autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que também escreveu os aclamados romances "Americanah" e "Hibisco Roxo", traz histórias independentes que envolvem questões referentes à imigração, relações familiares, desigualdades raciais, machismo e religião.

 

Cada conto aborda assuntos cotidianos, com diferentes protagonistas em narrativas envolventes, mas que também propõem críticas sociais que estimulam o leitor a refletir. A história que leva o título do livro, "No Seu Pescoço", fala sobre uma jovem nigeriana que vai morar nos Estados Unidos e precisa se adaptar à nova vida e lidar com o preconceito.

3 - 'Ponciá Vicêncio', de Conceição Evaristo

A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

O livro narra a trajetória da protagonista Ponciá Vicêncio, desde sua infância até a vida adulta. Ponciá é uma mulher negra que vive em uma cidade no interior do Brasil. Ela e sua mãe trabalham fazendo artesanato com barro, enquanto o pai e o irmão trabalham na lavoura da família Vicêncio, proprietária das terras. 

Quando mais velha, ela vai para a cidade em busca de uma vida melhor e consegue um trabalho como empregada doméstica. Por meio de uma narrativa não-linear e estabelecendo relações entre o passado e o presente, a escritora mineira Conceição Evaristo aborda com sensibilidade questões relativas à personalidade da protagonista, que, segundo todos dizem, teria carregado uma "herança" de seu avô.

4 - 'O que o sol faz com as flores', de Rupi Kaur

Para quem é fã de poesia, essa é mais uma coletânea de Rupi Kaur, a autora de "Outros Jeitos de Usar a Boca." O livro traz poemas com temáticas de crescimento e cura e é dividido em cinco partes: murchar, cair, enraizar, crescer e florescer.

Nos poemas, que variam de apenas um verso até mais de uma página, ela aborda temas como abuso, partidas, questões familiares, amor e empoderamento feminino. O livro conta ainda com ilustrações feitas pela própria autora.

 

5 - 'Perto do Coração Selvagem', de Clarice Lispector

"Perto do Coração Selvagem" é o romance de estreia de Clarice Lispector, autora que completaria 100 anos em 2020. Publicado pela primeira vez em1943, o livro conta a história de Joana durante sua infância, e depois, no início da vida adulta.

O texto aborda questões existenciais e as reflexões da própria autora se misturam com as da personagem, o que se tornaria a marca registrada de Clarice. Joana busca a felicidade e em seu caminho faz inúmeros questionamentos sobre tudo que a cerca.

6 - 'Frankenstein', de Mary Shelley

Para quem prefere o terror ou ficção-científica, "Frankenstein" foi escrito no século XIX e é considerado até hoje uma das mais célebres obras do gênero. O livro conta a história de um estudante de ciências que desenvolve um monstro em seu laboratório. A criatura inicia uma busca pela aceitação e pertencimento que lhe foram negados desde seu "nascimento."

Acredita-se que a trama traz em muitos aspectos os sentimentos da própria escritora, Mary Shelley, cuja mãe morreu no seu parto e que, depois, passou por diversos abortos. Ela escreveu a história aos 18 anos, mas a publicou primeiro anonimamente. Anos depois, em uma reedição, assinou seu nome e precisou enfrentar críticas pelo fato de ser mulher.

 

7 - 'A vida invisível de Eurídice Gusmão', de Martha Batalha

O primeiro romance de Martha Batalha narra a vida das irmãs Gusmão, no Rio de Janeiro da década de 1940. Enquanto Guida desaparece sem deixar notícias, Eurídice se casa e representa o papel da esposa perfeita, mas nenhuma das duas parece feliz. "A vida invisível de Eurídice Gusmão" aborda as limitações vividas por muitas mulheres na sociedade da época.

'A vida invisível'como o machismo pode anular a história de uma mulher e qual o impacto disso na sociedade?

Além de contar a trajetória das duas irmãs, o livro traz ainda a história de outros personagens que as cercam. A obra foi adaptada para o cinema, em 2019, e foi recebida com sucesso pela crítica, ganhando o prêmio principal da mostra "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes.

As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação
As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação

8 - 'Heroínas Negras Brasileiras em Cordéis', de Jarid Arraes

Dandara dos Palmares, Luísa Mahin, Maria Firmina dos Reis, Tia Ciata, Carolina Maria de Jesus. Essas são algumas das heroínas brasileiras que têm suas histórias retratadas no livro de Jarid Arraes. Ao sentir falta da representatividade de mulheres negras nos livros de história, ela quis resgatar a memória de suas vidas.

 

Abolicionista, negra e feministaconheça Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista do Brasil

Para isso, usou o gênero literário tipicamente brasileiro: a literatura de cordel, com ilustrações de Gabriela Pires. As páginas narram a trajetória de mulheres de diferentes épocas e estados, entre líderes quilombolas, revolucionárias e escritoras.

9 - 'Pós F - Para além do masculino e do feminino', de Fernanda Young

Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas 'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação
Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas
'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação

"Pós F - Para além do masculino e feminino" se insere no debate contemporâneo sobre o que significa ser homem e ser mulher. Em seu primeiro livro de não-ficção, Fernanda Young oferece sua visão de mundo por meio de textos autobiográficos.

O livro também é ilustrado com desenhos da própria autora e reúne ainda algumas cartas e trechos de suas conversas. A obra a proporcionou um prêmio Jabuti póstumo, em 2019.

10 - 'Ela Disse: Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo', de Jodi Kantor e Megan Twohey

O livro conta a história de duas jornalistas responsáveis por expor as acusações de assédio contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein em uma reportagem que tornou o movimento #MeToo conhecido globalmente e pautou o debate sobre abuso sexual pelo mundo. 

Jodi Kantor e Megan Twohey narram, com riqueza de detalhes, como foram os bastidores da reportagem. Elas também refletem sobre as consequências do #MeToo e o futuro do feminismo e ainda trazem relatos de mulheres que se manifestaram durante o caso.


O Globo quarta, 22 de abril de 2020

NUA, XUXA FALA SOBRE CORPO AOS 57 ANOS

 

 

Blad Meneghel
Blad Meneghel

Nua, Xuxa Meneghel fala sobre corpo aos 57 anos: 'O Ju não tem reclamado'

 

'O Ju não tem reclamado', diz Xuxa Meneghel sobre corpo

Apresentadora confessa que está 'um pouco preguiçosa': 'Deveria me cuidar um pouquinho mais'
 
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
 
 

O tempo não é uma questão para Xuxa Meneghel. Aos 57 anos, suas rugas incomodam mais aos outros do que a apresentadora, que foge (por enquanto) de intervenções no rosto e no corpo. “Estou bem e bem resolvida”, diz a gaúcha, radicada no Rio há décadas. Mãe de Sasha e namorada do ator e cantor Junno Andrade, a loura fala a seguir de Botox, filtro e quarentena.

 

Linda, livre e solta

“Eu estou bem e bem resolvida com meu corpo. Obviamente gostaria de ter mais colágeno, mais elasticidade, mas estou bem. O Ju não tem reclamado. Estou um pouco preguiçosa, deveria me cuidar um pouquinho mais, mas estou legal.”

Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel

 

Rugas

“Quem faz plástica e se sente bem  continua fazendo lá. Só não venha me obrigar a entrar na faca. Se posto uma foto no Instagram, logo dizem: ‘Poderia colocar um Botox aí’. Poderia, não! Vai colocar você. Não venham se meter na minha vida.”

 

Postagens

“Não gosto de usar filtro nas minhas fotos. Outro dia, a (apresentadora) Eliana me mandou um e resolvi aplicar. Fiquei bem diferente. Sou uma pessoa monocromática. Não tenho cílios e sobrancelhas. Meus cabelos são muito claros. Se eu não fizer algo, as pessoas ficam chocadas. Mas é aquilo: todo mundo usa e abusa do filtro. Mas, quando faço, logo criticam. Acredita que repararam no filtro?”

Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel

 

Em casa

“Estamos nos cuidando o máximo. Desinfetamos tudo que chega aqui. Mesmo com todos os cuidados possíveis, sabemos que podemos passar pela Covid-19. Não tem como prever o que está por vir futuramente.  Estamos à base de vitamina c. Digamos que são umas férias meio forçada. Vejo as pessoas nervosas por estarem em casa e para mim isso sempre foi uma festa. Não é um sacrifício.”

 

O Globo terça, 21 de abril de 2020

RECEITAS COM ARROZ

 

Receitas com arroz: veja dicas que vão da entrada à sobremesa

Do bolinho recheado com queijo para começar à versão doce para encerrar, cozinheiros dividem receitas de sucesso em seus restaurantes
 
A Cozinha Caipiora de Chico Bento: chefs Janaina e Jefferson Rueda, o Arroz Mexidinho Foto: Divulgação/Mauro Holanda
A Cozinha Caipiora de Chico Bento: chefs Janaina e Jefferson Rueda, o Arroz Mexidinho Foto: Divulgação/Mauro Holanda
 

Ingrediente básico na refeição do brasileiro, onde faz bonito em companhia do feijão, o arroz é também um dos grãos mais versáteis na hora de bolar um cardápio. Da entrada à sobremesa, são muitas as receitas que podem ser preparadas com ele.

— Dá para misturar o arroz com o que tiver na geladeira. É superprático e dá para fazer numa única panela. Você vai acrescendo os ingredientes aos poucos, apurando e construindo camadas de sabor, que resultam em um produto final melhor — destaca o cheg Pedro de Artagão, que ensina seu arroz de bacalhau.

Já Bruno Vaz, do Liga dos Botecos, em Botafogo, aposta na versão com costela, a proteína que é carro-chefe do bar.

— Fica suculente confortante, ótimo para compartilhar com a família mesa — diz.

A cozinheira Malu Mello dá o passo a passo para o arroz doce que aprendeu com uma senhora mi7neira, carinhosamente tratada por Tia Penha.

— Faz tempo que aprendi tudo com ela no que se refere à cozinha, inclusive que este é um dos doces mais especiais que faço porque é carregado de memória afetiva. Além de fácil e econômico, usa poucos ingredientes e não exige grandes conhecimentos de gastronomia. — ressalta Malu.

 

Bolinho de arroz

Marco Aurélio (Imaculada)

Ingredientes

600gr de arroz cozido

200g de farinha de trigo

2 ovos

100g de cebola ralada

300g de cebolinha picada

50g de alho

300g de salsinha

15g de pimenta-do-reino

 

50g de pimenta biquinho

2 colheres de sopa de azeite

250g de mozzarella

100g de provolone

150g de lingüiça toscana

200ml de leite

Óleo para fritar

... o molho

20g de pimenta calabresa

200ml de mostarda amarela

100g de goiabada

pitada de orégano

pitada de alecrim

Preparo

Amasse o arro (já cozido com cebola e alho) com as mãos e junte a farinha, o leite, azeite e os ovos. Depois de misturar tudo, junte a cebolinha e a salsinha picadas, a linguiça e os queijos e misture até dar liga. Enrole os bolinhos e frite em óleo bem quente.

Molho: misture os ingredientes

Arroz de bacalhau

Pedro de Artagão (Irajá)

 

Ingredientes

30g de cebola em tiras

10g de alho

5g de manteiga

100g de creme de leite fresco

150g de bacalhau dessalgado

10g de coentro picado

5g de pimenta dedo de moça

150g de arroz cozido

50g de parmesão ralado

50g de batata frita

20ml de azeite

2 ovos estrelados

Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo

Em uma panela adicionar a manteiga e a cebola, mexer até ficar bem caramelada. Adicionar os dentes de alho, o creme de leite e deixar reduzir em fogo baixo até a metade. Quando este processo estiver pronto, adicionar o bacalhau. Quando o creme ferver novamente, finalizar o prato com o arroz branco cozido, parmesão, azeite, a batata frita, por cima de tudo os dois ovos estrelados, sal e pimenta do reino à gosto.

 

Arroz de lula

Isabel Mascarenhas (Guimas)

Guimas: arroz de lula com tomate e coentro Foto: Divulgação

 

Ingredientes

400g de anéis de lula

4 colheres de sopa de azeite

2 colheres de sopa de cebola picada

3 dentes de alho picados

1 tomate sem pele e sem semente

1 lata de tomate pelati

200ml de caldo de legumes ou água

1/2 xícara de arroz cru

Sal, pimenta e coentro

Preparo

Refogar a cebola no azeite e, em seguida, o alho. Acrescentar o arroz cru e deixar dar uma “fritadinha”. Acrescentar o tomate sem pe7e cortado em tiras. Colocar a lata de tomate pelati, misturar e acrescentar sal e o caldo de legumes (ou a água). Quando o arroz estiver quase pronto, colocar a lula e cozinhar por mais dez minutos. Ajustar sal, pimenta e por último o coentro (ou salsinha).

Arroz mexidinho

Janaína e Jefferson Rueda (Casa do Porco e Dona Onça)

Ingredientes

Banha de porco

1 cebola branca picada

4 dentes de alho picados

200g de carne moída (patinho)

40g de feijão rosinha cozido

200g de arroz agulhinha cozido

20g de couve manteiga em tiras

Cheiro verde a gosto

Pimenta-biquinho a gosto

150g de farinha de mandioca fina

Sal a gosto

Preparo

Em uma panela pré-aquecida com banh, doure a cebola e o alho; acrescente a carne e refogue por dez minutos. Acrescente o feijão, mexa bem e refogue por mais cinco minutos. Adicione o arroz, a couve e o cheiro-verde; misture. Coloque a pimenta-biquinho e finalize com a farinha de mandioca e o sal. Sirva com um ovo frito

 

Carlos Eduardo Cadú (O Bom Galeto)

 

Ingredientes

450g de linguiça calabresa

500g de galeto assado em pedaços (reserve as coxas para finalizar)

6 tomates sem semente e cortado em cubos pequenos

2 abobrinhas em cubos pequenos

280g de queijo coalho cortado em cubos pequenos

75g de cúrcuma

25g de curry

800ml de caldo de galeto ou caldo de frango

600g de arroz cozido

15g de coentro picado

250g de ervilha congelada

Preparo

Em uma frigideira grande de ferro, com a abobrinha em um fio de azeite. Retire da panela e reserve. Em seguida refogue o galeto e a linguiça em rodelas. Acrescente o arroz já cozido, a abobrinha refogada, a ervilha, o tomate e o queijo coalho e misture. Despeje o caldo de galeto e adicione a cúrcuma, o curry e o coentro picado. Misture suavemente os ingredientes e deixe ferver. Acrescente sal a gosto. Sirva na própria panela e utilize as coxas para decorar.

Arroz de costela

Bruno Vaz (Liga)

Arrox de costela, do Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Berg Silva
Arroz de costela, do Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Berg Silva

 

Ingredientes

500g de arroz cozido al dente

500g de costela assada no bafo (ou carne assada) desfiada

100g de tomate sem pele picado

100g de cebola picada

50g de alho picado

20g de salsinha picada

2 ovos cozidos

100g de mozzarella fatiada

50g de manteiga

200ml de água com caldo de cozimento sabor costela

Preparo

Refogue a cebola e o alho na manteiga. Acrescente a costela desfiada, o tomate picado e o cald. Quando ferver, acrescente o arroz e finalize com a salsa picada. Cubra com o queijo e leve ao forno rapidamente para derreter. Finalize com os ovos cozidos fatiados por cima e salsa picada.

 

Arroz-doce

Malu Mello

Ingredientes

1 xícara de chá de arroz lavado

4 xícaras de chá de leite

2 xícaras de chá de leite de coco

1 lata de leite condensado

1 xícara de água

Canela em pau e cravo a gosto

Preparo

Numa panela de pressão, coloque o arroz, o leite, a água, a canela e o cravo. Tampe e deixe cozinhar por cinco minutos após o início da pressão. Abra a panela com cuidado, junte o leite condensado, o leite de coco e deixe cozinhar por mais cinco minutos sem pressão. Sirva com paçoca ou coco em lascas.


O Globo segunda, 20 de abril de 2020

O VÍRUS PODE ESTAR NAS MINHAS COISAS?

 

O vírus pode estar nas minhas coisas? Saiba o risco de contaminação pelas roupas, sapatos e correspondências

Especialistas explicam por quanto tempo o novo coronavírus fica no ar e nos objetos que Novo coronavírus pode sobreviver por períodos diferentes fora do corpo humano, dependendo da superfície em que repousa Foto: Editoria de arteNovo coronavírus pode sobreviver por períodos diferentes fora do corpo humano, dependendo da superfície em que repousa Foto: Editoria de arte
entram na sua casa
 
 
 

Muitas pessoas têm medo de deixar o coronavírus entrar em suas casas pelas roupas, sapatos, correspondência e até mesmo pelo jornal. Infectologistas, especialistas em aerossóis e microbiologistas respondem às perguntas sobre os riscos de entrar em contato com o vírus durante saídas essenciais de casa ou até pacotes de entregas.

Devo trocar de roupa e tomar banho quando chegar em casa do supermercado?

Para aqueles que podem ficar em casa e em isolamento social, saindo apenas ocasionalmente para ir ao supermercado ou à farmácia, os especialistas concordam que não é necessário trocar de roupa ou tomar banho ao voltar da rua. No entanto, a recomendação é de sempre lavar as mãos. Embora seja verdade que um espirro ou a tosse de uma pessoa infectada possa lançar gotículas virais e partículas menores pelo ar, a maioria delas cairá no chão.

Estudos mostram que algumas pequenas partículas virais podem flutuar no ar por cerca de meia hora, mas é pouco provável que cheguem até você. "É improvável que uma gota pequena o suficiente para flutuar no ar por algum tempo seja depositada nas roupas devido à aerodinâmica", disse Linsey Marr, cientista especialista em aerossóis do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (Virginia Tech), nos EUA. "Elas seriam tão pequenas que se moveriam no ar ao redor dos corpos e das roupas".

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Por que pequenas gotículas e partículas virais normalmente não pousam em nossas roupas?

Linsey Marr dá uma pequena lição de aerodinâmica: "Essas partículas seguem o fluxo de ar em torno de uma pessoa porque nos movemos relativamente devagar. À medida que andamos, empurramos o ar para fora do caminho, e a maioria das gotículas e partículas também é empurrada para fora. Alguém teria que borrifar grandes gotas conversando - um cuspidor -, tossindo ou espirrando para que pousassem em nossas roupas. As gotículas precisam ser grandes o suficiente para desviar de seu curso natural".

 

Então, se você está fazendo compras, e alguém espirra em você, melhor ir para casa, trocar de roupa e tomar banho. No mais, considere que seu corpo "lento" está empurrando o ar e as partículas virais para longe de você, resultado explicado pela física.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Existe o risco de o vírus estar no meu cabelo ou na barba?

Por todas as razões descritas acima, você não deve se preocupar com a contaminação viral de seus cabelos ou da barba, se estiver praticando isolamento social. Mesmo se alguém espirrasse na parte de trás da sua cabeça, qualquer gota que caísse no seu cabelo seria uma fonte improvável de infecção.

"Pense no processo do que precisa acontecer para alguém se infectar", propõe Andrew Janowski, professor de doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil St. Louis, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA: "Se alguém espirra, é necessária uma quantidade X de vírus nesse espirro. Diversas gotas têm que cair sobre você. Então você precisa tocar exatamente na parte do cabelo ou da roupa onde estão essas gotículas, que já apresentam uma redução significativa nas partículas virais", disse Janowski. “Depois de tocá-las, teria que encostar em qualquer parte do seu rosto para entrar em contato com ele. Seria preciso passar por essa sequência de eventos, um grande número de coisas precisa acontecer de maneira exata. Isso torna o risco muito baixo.”

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte
 

Devo me preocupar ao lavar ou manusear as roupas? Corro risco de espalhar partículas virais das roupas pelo ar?

Depende se você está lavando roupas da rotina normal ou de uma pessoa doente. A roupa da rotina normal não deve causar preocupações - lave-a como faria normalmente. Embora alguns tipos de vírus possam ser difíceis de limpar, o novo coronavírus, assim como o vírus da gripe, é cercado por uma membrana gordurosa que é vulnerável ao sabão. Lavar suas roupas com sabão comum e depois secá-las é mais do que suficiente para remover o vírus - se é que ele está lá.

“Sabemos que os vírus podem se depositar na roupa (a partir de gotículas) e, em seguida, serem soltos no ar com o movimento, mas você precisará de muitos vírus para que isso seja uma preocupação, muito mais do que uma pessoa comum encontraria ao sair para passear ao ar livre ou ir a um supermercado”, disse Marr.

A exceção é se você estiver em contato próximo a uma pessoa doente. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam o uso de luvas ao limpar itens de alguém que esteja doente, além de tomar cuidado para não sacudir peças de vestuário e roupas de cama. Se possível, use água bem quente e seque completamente. Você pode misturar as roupas de uma pessoa doente com as do restante da casa, mas deixe a roupa secando por um tempo maior para minimizar os riscos. "Sabemos que esses tipos de vírus tendem a se deteriorar mais rapidamente no tecido do que em superfícies sólidas e duras, como aço ou plástico", disse Linsey Marr.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte
 

Por quanto tempo o vírus pode permanecer ativo em tecidos ou outras superfícies?

A maior parte do que sabemos sobre quanto tempo esse novo coronavírus vive em superfícies vem de um importante estudo publicado no New England Journal of Medicine em março. A pesquisa descobriu que o vírus pode sobreviver, em condições ideais, até três dias em superfícies de metal duro e plástico e até 24 horas em papelão.

Mas o estudo não analisou tecidos. Ainda assim, a maioria dos especialistas em vírus acredita que a pesquisa em papelão oferece pistas sobre como o vírus provavelmente se comporta em panos. As fibras naturais absorventes do papelão parecem fazer com que o vírus seque mais rapidamente e as fibras do tecido provavelmente produziriam um efeito semelhante.

Um estudo de 2005 sobre um outro tipo de coronavírus, o que causa a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), dá mais garantias. Naquela pesquisa, os cientistas testaram quantidades cada vez maiores de amostras virais em papel e em um vestido de algodão. Dependendo da concentração do vírus, foram necessários cinco minutos, três horas ou 24 horas para que ele se tornasse inativo. "Mesmo com uma carga de vírus relativamente alta na gota, foi observada uma rápida perda de inatividade para papel e material de algodão", concluíram os pesquisadores.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Devo me preocupar com correspondência, pacotes ou jornal?

O risco de ser infectado ao manusear correspondências ou pacotes é extremamente baixo e, neste momento, apenas teórico. Não há casos documentados de alguém ficar doente ao abrir um pacote ou ler um jornal.

 

Mas isso não significa que você não deva tomar precauções. Após manusear cartas, pacotes ou ler o jornal, descarte a embalagem e lave as mãos.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Devo me preocupar com a contaminação ao sair para passear com o cachorro ou fazer exercícios?

Suas chances de pegar o vírus quando você sai são extremamente baixas desde que você mantenha uma distância segura das outras pessoas. "Ao ar livre é seguro e certamente não há nuvens de gotículas carregadas de vírus", disse Lidia Morawska, professora e diretora do Laboratório Internacional de Qualidade e Saúde do Ar na Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, na Austrália.

"Em primeiro lugar, qualquer gota infecciosa exalada em ambiente externo seria rapidamente diluída no ar, então a concentração se tornaria rapidamente insignificante", afirma Morawska. “Além disso, a estabilidade do vírus ao ar livre é significativamente menor do que em ambientes fechados. Portanto, não é realmente um problema, a menos que estejamos em um local muito movimentado - o que não é aconselhado agora de maneira nenhuma. É seguro dar um passeio e correr sem se preocupar com o vírus no ar, e não há necessidade de lavar imediatamente as roupas.”

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Ao voltar da rua, devo remover meus sapatos e limpá-los?

Os sapatos podem abrigar bactérias e vírus, mas isso não significa que eles sejam uma fonte comum de infecção. Um estudo de 2008 encomendado pela marca de calçados americana Rockport Shoes encontrou muita sujeira, incluindo bactérias fecais, nas solas dos sapatos. Outra pesquisa recente da China descobriu que, entre os profissionais de saúde, metade tinha coronavírus detectado em seus sapatos, o que não é inesperado, pois eles trabalhavam em hospitais com pacientes infectados.

 

Então, o que devemos fazer com nossos sapatos? Se seus sapatos são laváveis, você pode lavá-los. Limpar com lencinho ou pano não é recomendado porque traz germes que permaneceriam na sola ou no chão diretamente para as mãos. Então você pode simplesmente deixá-los do lado de fora de casa ou em um local específico da entrada. Se você tem uma criança que engatinha ou brinca no chão, um membro da família com alergias ou um sistema imunológico comprometido, uma casa sem sapatos pode ser uma boa ideia para a higiene geral.


O Globo sábado, 18 de abril de 2020

RECEITAS AFETIVAS DE ROBERTA SUDBRACK

 

Roberta Sudbrack compartilha suas receitas afetivas

Chef ensina pratos como a carne de panela e claufoutis de pera
 
Clafoutis de pera de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação/Samuel Antonini
Clafoutis de pera de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação/Samuel Antonini

 

 
 

Roberta Sudbrack é autoditada, aprendeu a cozinhar sozinha, devorando livros, testando. Décadas depois, nestes tempos de confiamento dos que podem ficar em casa no combate à Covid-19, a receita se repete: Sudbrack passa seus dias entre a cozinha de casa, na Urca, na companhia dos três cachorros, e a do restaurante Sud Pássaro Verde.

Roberta Sudbrack e seus cachorros Foto: Álbum de família
Roberta Sudbrack e seus cachorros Foto: Álbum de família

— Cozinhar é uma das melhores terapias da vida — diz ela, que anda resgatando receitas caseiras, que não exigem muita experiência, apenas cuidado e bons ingredientes.

Para o leitores do GLOBO, fez uma seleção de pratos que lhe trazem lembranças, como a carne de panela da tia mineira Jaçanã (“Ela colocava a panela dentro do fogão à lenha quando ia dormir e só tirava no dia seguinte”) e o picadinho do presidente, que remete aos tempos em esteve à frente da cozinha do Alvorada. De sobremesa, clafoutis de pera, bolinhos de chuva e o que ela chama de Bolo do Nada, “aquele que todo mundo faz em casa, típico de avó”. Lembranças afetuosas, sob medida para esses tempos de reclusão.

RECEITAS

Carne de panela

Ingredientes (para 4)

600g de alcatra

2 tomates orgânicos sem pele e sem semente

1/2 pimentão em cubinhos

1 cálice de vinho tinto

1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos

azeite extra virgem

manteiga sem sal

sal e pimenta-do-reino

Preparo

Corte a carne em pedaços médios. Aqueça uma panela com duas colheres de azeite e 2 de manteiga e doure a carne por todos os lados com cuidado e devagar. Acrescente a cebola, o pimentão e os tomates e refogue bem. Acrescente o vinho e cubra com água quente. Cozinhe no forno pré aquecido — de preferência numa panela de ferro — por mais ou menos duas horas. Corrija o sal e a pimenta.

 

Arroz maluco

Ingredientes (4 pessoas)

400g de arroz branco cozido

4 ovos caipiras

100g de panceta defumada

100g de milho cozido e debulhado

salsinha fresca

manteiga sem sal

Preparo

Aqueça uma frigideira e doure a panceta até ficar bem crocante. Retire o excesso de gordura com papel toalha. Em outra panela, derreta 3 colheres de sopa de manteiga. Acrescente os ovos e mexa vigorosamente. Acrescente o arroz, o milho e a panceta e misture tudo. Retire do fogo e acrescente a salsinha. Corrija o tempero.

Costelinha de porco de Roberta Sudbrack Foto: Nana Moraes / Divulgação
Costelinha de porco de Roberta Sudbrack Foto: Nana Moraes / Divulgação

 

Costelinha de alfaiate

Ingredientes (8 porções)

3kg de costelinha de porco com bastante carne e capa de gordura

300 g de manteiga sem sal

Mel de abelhas nativas, azeite, sal e pimenta-do-reino moída na hora

Preparo

Disponha as costelinhas em um tabuleiro e tempere os dois lados com sal e pimenta. Corte a manteiga em cubos e coloque no tabuleiro, regue com um fio de azeite e deixe a costelinha com a parte da gordura para cima. Cubra com papel-alumínio, lacrando bem para não perder o vapor. Asse ao forno a 120 ºC por5 horas ou até que a carne esteja bem macia e com os ossos saindo facilmente. Desosse a costelinha, reserve a carne e faça um molho com o caldo da cocção. Na hora de servir, leve a carne ao forno para aquecer. Misture 1 colher de sopa de mel com 1 de azeite e pincele na parte da gordura.

 

Bife a cavalo

Ingredientes

1 peça de filé limpo (1,6 kg)

8 ovos caipiras

azeite

manteiga sem sal

sal

pimenta-do- reino moída na hora

flor de sal

Preparo

Aqueça a grelha em temperatura máxima. Corte o filé em bifes altos de cerca de 200g. Amasse -os para deixá-los mais baixos e uniformes. Regue-os com azeite e doure-os na grelha, virando sempre para não formar crosta. Tempere todos os lados com sal e azeite enquanto dourar. Deve ser servido ao ponto. Aqueça uma frigideira antiaderente, coloque e frite o ovo. A gema deve ficar mole. Tempere com sal. Sirva o bife imediatamente cobrindo-o com o ovo, cuidando para não estourar a gema. Finalize com flor de sal sobre a gema.

Picadinho do presidente de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação
Picadinho do presidente de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação

Picadinho do presidente

Ingredientes (para 8 )

1 e 1/2 kg de filé-mignon

1 cebola finamente picada

2 dentes de alho finamente picados

6 tomates sem pele e semente em cubos

20ml de tomates pelati passados pela peneira

500ml de caldo de carne concentrado

Azeite extra virgem

manteiga sem sal

sal e pimenta-do-reino

Preparo

Corte o filé em pequenos cubos. Em uma panela, refogue o filé com manteiga e azeite, até dourar. Tempere com sal e pimenta. Retire da panela e reserve. Na mesma panela, refogue a cebola e o alho, se necessário acrescente azeite. Adicione os tomates em cubos e a carne, refogue sem deixar ressecar. Acrescente o tomate pelati e o caldo de carne. Deixe cozinhar em fogo médio até encorpar, corrija o sal. Sirva com arroz, farofinha de cenoura e banana à milanesa.

 

Bolo de nada

Ingredientes

200g de manteiga sem sal

2 xícaras de açúcar orgânico

4 ovos caipiras

1 pitada de sal

3 xícaras de farinha de trigo peneirada duas vezes

1 colher de sopa de fermento em pó

1 xícara de leite

Preparo

Bater a manteiga com o açúcar, juntar as gemas e continuar batendo até ficar um creme branquinho. Acrescentar o sal e o fermento. Bater as claras em neve e mexer delicadamente, misturando de cima para baixo. Assar em forno preaquecido a 180° por 30 minutos. Servir com geleia e nata — ou uma bola de sorvete e calda de chocolate.

Clafoutis de pera

Ingredientes (para 8)

4 ovos

220g de açúcar de confeiteiro

16 colheres de sopa de creme de leite fresco

8 colheres de sopa de leite

2 favas de baunilha

400g de peras laminadas

Unte um refratário com manteiga e polvilhe com açúcar. Leve à geladeira por 30 minutos. Bata os ovos ligeiramente com 200g do açúcar de confeiteiro. Adicione o leite, o creme de leite e misture bem. Abra as favas de baunilha, raspe bem as sementes e adicione à mistura de creme, leite e ovos. Disponha as frutas no refratário e cubra com a mistura. Polvilhe com um pouco do açúcar de confeiteiro. Leve ao forno preaquecido a 180 graus até ficar dourado. Não deve ficar muito seco. Servir com nata.

Bolinho de chuva de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação
Bolinho de chuva de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação

Bolinho de chuva

Ingredientes

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara de fubá

 

4 colheres de açúcar

2 ovos

erva-doce (opcional)

1 colher de fermento em pó

200 ml de leite

Óleo para fritar

açúcar e canela para polvilhar

Preparo

Misture os ingredientes delicadamente. Adicione o leite aos poucos, se precisar, até obter uma massa delicada, mas que dê para modelar. Modele os bolinhos fazendo bolinhas com as mãos untadas com um manteiga

Frite no óleo quente e polvilhe com açúcar e canela.


O Globo sexta, 17 de abril de 2020

ESPETÁCULOS DE DANÇA PARA VER EM CASA

 

Espetáculos de dança, de Bolshoi a Pina Bausch, para ver de casa

Crítica de dança do GLOBO destaca espetáculos imperdíveis de grandes companhias do mundo que estão on-line, numa lista que inclui balés que ficam disponíveis apenas por um dia e obras-primas
 
 
A irretocável montagem de “Spartarcus”, do Ballet Bolshoi, estreia sábado Foto: Divulgação
 

Com temporadas canceladas ou adiadas devido à pandemia do coronavírus, grandes companhias de dança não esqueceram de seu público que está em casa. Há toda uma sorte de opções, do balé clássico à dança contemporânea, on-line, com hora marcada ou não. Descubra a sua preferida e aproveite.

Balé Bolshoi

Depois do sucesso de uma primeira rodada de streaming de seus balés e óperas, com mais de três milhões de espectadores em 130 países, o Bolshoi de Moscou programou outra série. No novo grupo que será apresentado até início de maio, destaque para “Spartacus”, com estreia neste sábado. É a mesma irretocável montagem apresentada na última turnê do Bolshoi no Brasil, em 2015, que segue a versão assinada por Yuri Grigorovich, de 1968. A história do gladiador que lidera escravos contra o exército romano ganha toques cinematográficos, dada sua agilidade nos cortes e passagens de cenas, numa referência ao filme de Stanley Kubrick, de 1960, com Kirk Douglas. Cada título tem uma première às 13h do Brasil (19h de Moscou) e, após a exibição, o vídeo fica à disposição por mais 24 horas.  Veja aqui.

Royal OperaHouse

Cena de “Metamorphosis”, adaptação para a obra de Kafka que estreia amanhã: dança altamente expressionista Foto: Tristram Kenton
Cena de “Metamorphosis”, adaptação para a obra de Kafka que estreia amanhã: dança altamente expressionista
Foto: Tristram Kenton

O mais tradicional palco de balé e ópera do Reino Unido tem oferecido, em média, um grande espetáculo novo por semana, nas redes sociais, no projeto #OurHouseToYourHouse (algo como “Da nossa casa para a sua casa”). São produções próprias de balé e ópera, que depois da estreia on-line continuam à disposição do público. Amanhã, às 15h (19h na Inglaterra) estreia “Metamorphosis”, trabalho do Royal Ballet de 2011. Criado para o primeiro bailarino Edward Watson, o espetáculo é uma adaptação coreográfica de Arthur Pita para a obra-prima de Franz Kafka, que segue o mesmo tom intenso da escrita original, com uma dança altamente expressionista. Vale uma percorrida cuidadosa pelo canal do Royal Opera House no YouTube, que, além de oferecer as versões integrais de espetáculos, tem registros de ensaios, entrevistas com bailarinos e extratos de cenas de títulos importantes de balé. Um material fascinante. Veja aqui.

 

Rosas

Companhia belga Rosas disponibilizou o espetáculo “Rain”, entre outros Foto: Divulgação
Companhia belga Rosas disponibilizou o espetáculo “Rain”, entre outros Foto: Divulgação

A companhia belga dirigida pela festejada (e produtiva) coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker está sendo generosa na quarentena. Pelo menos até 30 de abril, há uma série de produções em streaming: espetáculos completos, filmes, documentários e até uma aula Entre os espetáculos, “Rain”, de 2001, tem tanto uma versão gravada em 2016 com a própria companhia belga como um documentário sobre a montagem da peça pelo Balé da Ópera de Paris, em 2011. Veja aqui.

Pina Bausch

A Fundação Pina Bausch disponibilizou a versão recentemente restaurada de “Palermo Palermo”, gravada logo após a sua estreia, em 1989. A obra inaugurou um jeito de fazer dança que se tornou uma das marcas da coreógrafa alemã morta há pouco mais de dez anos: peças criadas a partir de residências em grandes cidades do mundo. A uma dança de muitas nuances psicológicas e boas doses de humor, uniram-se aspectos políticos e econômicos dos países em questão. Veja aqui.

Maguy Marin

Coreógrafa francesa referência para toda uma geração de artistas europeus, Maguy Marin tem, entre suas criações, uma obra-prima incontestável: “May B”, peça de 1981, inspirada em personagens de Samuel Beckett. Uma peça para rever sempre que possível. Veja aqui.

 

São Paulo Cia de Dança

Grupo libera espetáculos aos poucos: até o dia 23, é possível assistir à coreografia “Inquieto” Foto: Wilian Aguiar / Divulgação
Grupo libera espetáculos aos poucos: até o dia 23, é possível assistir à coreografia “Inquieto”
Foto: Wilian Aguiar / Divulgação

Dona de um repertório dos mais ecléticos, que vai da dança clássica à contemporânea, o grupo lançou a companha #SPCDdigital, através da qual oferece espetáculos completos. Até o dia 23 de abril, a obra em cartaz é “Inquieto”, criada por Henrique Rodovalho, diretor artístico da Quasar de Goiânia. Para mostrar um outro lado da moeda, a partir de 24 de abril, será a vez de “O espectro da rosa”, inspirado na obra de 1911 de Michel Fokine. Veja aqui.


O Globo quinta, 16 de abril de 2020

BOLINHOS E OUTROS PETISCOS POR DELIVERY

 

Como e onde pedir bolinhos e outros petiscos por delivery

Na lista de recheios tem bacalhau, carne-seca, linguiça e ovo de codorna
 
 
Cadeg: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação
Cadeg: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação

São mais de dez mil bares e restaurantes no Rio, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A grande maioria, de acordo com a entidade, está fechada em decorrência das normas de segurança impostas para conter a pandemia do coronavírus. Uma parte deles, no entanto, segue funcionando com serviços de entregas (o delivery), alguns focados em bolinhos, um clássico da comida de boteco entre os cariocas, além de outros petiscos. Confira a lista.

 

Cadeg

Vários restaurantes do centro de abastecimento operam com serviço de entrega, entre eles, o Costelão (2589-0022), que oferece bolinho de bacalhau (R$ 46,90, a porção com oito), e o Corujão (2589-2666), que tem bolinho de bacalhau a R$ 5 a unidade.

Aconchego Carioca

Bolinho de abóbora com carne-seca do Aconchego Carioca Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)
Bolinho de abóbora com carne-seca do Aconchego Carioca Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)

Os petiscos de Kátia Barbosa são vendidos pelo Ifood e delivery próprio, entre bolinho de feijoada (R$ 34,90), e outros como o de abóbora com carne seca (R$ 33,-0); de arroz ao curry (R$ 33,90, seis unidades) e aipim com bobó (R$ 36,90). Pedidos pelo telefone 2273-1035.

 
 

Adega da Velha

Entre as opções para delivery, a porção de quiabo crocante na chapa (R$ 16) e sanduíche de carne de sol com queijo coalho (R$ 22). Pedidos pelos telefones 2539–5047 e 2286–2176 ou pelo Ifood.

Bar da Frente

Fondue de coxinh: Bar da Frente Foto: Divulgação/Berg Silva
Fondue de coxinh: Bar da Frente Foto: Divulgação/Berg Silva

Uma das apostas da casa é o fondue de coxinha (servida com molho de queijo cremoso; R$ 36,90 - oito unidades). Pedidos pelo 2502-0176. Qua, qui e dom, do meio-dia às 17h. Sex e sáb, do meio-dia às 20h.

Bar do Momo

Momovo do Momo Foto: Divulgação/Gabriela Rodrigues
Momovo do Momo Foto: Divulgação/Gabriela Rodrigues

Alguns dos clássicos da casa estão disponíveis para entrega, entre eles o Momovo (bolovo com massa de bacalhau recheada de ovo com gema mole (R$ 13). Há promoção do bolinho de arroz (R$ 30. seis unidades) e pastéis como o de camarão com Catupiry (R$ 7,50). Pedidos pelos telefones 2570-9389 / 998722636, de quarta a sábado, do meio-dia às 22h.

Bobô Bar

Bobô Bar: bolovinho Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)
Bobô Bar: bolovinho Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)

O gastrobar no Méier entrega via Uber Eats e delivery próprio que atende a Zona Norte.  Todo o cardápio da casa está disponível. Entre as opções de petisco, o porco prensô e fritô (R$ 29, três unidades), coxinhas feitas com carne de costelinha suína ao barbecue, desfiada e prensada no lugar da massa, empanada na farinha panko e recheada com provolone defumado, e o bolovinho (R$ 32, oito unidades), ovinho de codorna empanado em massa de calabresa e farinha panko servido com maionese picante. Pedidos pelo telefone 96537-2494.

 

Deli 43

Deli 43: bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho Foto: Divulgação/Rodrigo Castro
Deli 43: bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho Foto: Divulgação/Rodrigo Castro

De terça a domingo, das 11h às 18h, você pode pedir petiscos como bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho (R$ 18; dez unidades), pelo telefone 2294- 1745 ou (21) 99866-7715 (WhatsApp).  A taxa é de até R$ 10.

Os Imortais

Os Imortais: bolinhos Irmãos Metralha Foto: Paula Giolito / Divulgação/Paula Giolito
Os Imortais: bolinhos Irmãos Metralha Foto: Paula Giolito / Divulgação/Paula Giolito

Tem os bolinhos com massa de arroz ou feijão Os Imortais (R$10), com várias opções de recheio, e os bolinhos As Marias (4 bolinhos de milho empanados no cabelinho de anjo recheados com ragu de calabresa e queijo, acompanha molho de tomate e pesto, R$25). Entrega via iFood, Rappi e direta (apenas Copacabana e Leme) pelo telefone 3563-8959.

Farrapos

O bar de vinhos, em Copacabana, serve bolinhos de bacalhau (R$ 30; cinco unidades). Pedidos pelos telefones 99890-6629 e 3518-2654.

Guimas

Bolinho de bacalhau do Guimas Foto: Divulgação
Bolinho de bacalhau do Guimas Foto: Divulgação

A entrega, feita pelos próprios garçons da casa de bicicleta, só atende a Zona Sul e inclui opções como bolinho de bacalhau (R$ 40, oito unidades), pastéis (brie e camarão; R$ 38, oito) e croquete de carne (R$ 36, oito). Pedidos pelos telefones 2259-7996 e 2529-2281, diariamente das 11h às 18h.

Skunna

Skunna: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação
Skunna: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação

 

O restaurante, em Vargem Grande, manda para sua casa bolinho de bacalhau (R$ 36, seis unidades). Pedidos pelos telefones 2428-1213 / 2428-1193 / 99774-7617 ou IFood.

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O Globo quarta, 15 de abril de 2020

OBRAS DE RAFAEL NOS 500 ANOS DE SUA MORTE

 

Para ver obras de Rafael nos 500 anos de sua morte

Ícone do Renascimento, artista italiano tem trabalhos disponíveis em acervos virtuais
 
Detalhe de 'Ressurreição de Cristo', tela de Rafael no Masp Foto: Reprodução
Detalhe de 'Ressurreição de Cristo', tela de Rafael no Masp Foto: Reprodução

Muito mais que um pintor, o italiano Raffaello Sanzio (1483-1520) — no Brasil, Rafael —, é considerado um dos grandes nomes no Renascimento ao lado de Michelangelo e Leonardo Da Vinci. Também poeta, designer e arquiteto, o garoto prodígio da cidade de Urbino, na Itália, colocou seu nome na história das artes antes de morrer aos 37 anos. No mês em que se completam cinco séculos de sua morte, listamos alguns de seus principais trabalhos para você conferir sem sair do sofá.

‘O casamento da Virgem’

'O casamento da Virgem' mostra a união de Maria e José, impressionando pela perspectiva Foto: Reprodução
'O casamento da Virgem' mostra a união de Maria e José, impressionando pela perspectiva Foto: Reprodução

Datada de 1504 e sob os cuidados da Pinacoteca di Brera, em Milão, a pintura a óleo sobre madeira retrata o casamento de Maria e José, com um sacerdote que oficializa a união. É considerada uma das obras mais importantes de Rafael. Note as proporções exatas e o jogo de perspectiva. Segundo a própria pinacoteca, o pintor se inspirou em uma obra de Pietro Perugino (seu professor). Veja aqui.

‘O cardeal’

'O Cardeal', no Museu do Prado, tem rigor técnico e figura enigmática Foto: Reprodução
'O Cardeal', no Museu do Prado, tem rigor técnico e figura enigmática Foto: Reprodução

Atribui-se ao cardeal Francesco Alidosi a figura retratada por Rafael nesta pintura célebre, destaque no Museu do Prado, em Madri. Foi feita em Roma, em 1510, e chama atenção não só pela técnica, mas também pela áurea enigmática do personagem. Tem conceitos derivados de Da Vinci, como a composição triangular, vista também em “Monalisa”. Veja aqui.

‘São Miguel derrota satanás’

No Museu do Louvre, em Paris, a tela que reproduz uma cena bíblica foi feita sob encomenda de um duque para presentear o rei francês Luis XII. Nota-se o contraste do claro (São Miguel) e escuro (o demônio) no quadro. Veja aqui

‘Ressurreição de Cristo’

Cheia de ritmo e movimento, estima-se que a obra — que está acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp) — tenha sido produzida entre 1499 e 1502 para um painel maior, fracionado por ocasião de um terremoto. Veja aqui.

 

‘Autoretrato’

Outro retrato da lista — o do próprio pintor — pertenceu à coleção do cardeal Leopoldo de Médici e está abrigado na Galeria Uffizi, em Florença, desde 1890. Assim como em “O cardeal”, revela sutileza do artista na expressão delicada do retratado, desta vez dócil. Veja aqui.

‘Escola de Atenas’

Afresco 'Escola de Atenas' recria possível reunião de filósofos Foto: Reprodução
Afresco 'Escola de Atenas' recria possível reunião de filósofos Foto: Reprodução

Obra-prima de Rafael, o afresco foi feito entre 1509 e 1511 a pedido do então Papa Julio II, fiel “cliente” do artista. Impressiona pela riqueza de detalhes sobre uma hipotética reunião de pensadores na Grécia Antiga. Não dá para cravar, mas estariam ali representados algumas filósofos como Sócrates, Aristóteles e Platão, além de outras especulações como, sim, a Monalisa de Da Vinci. Está no Palácio Apostólico e disponível no site do Museu do Vaticano. Veja aqui.

‘As três graças’

Eufrosina, Talia e Aglaia, musas alegres e belas, irmãs e filhas de Zeus, estão nesta tela de pequenas dimensões pertencente ao Museu Condé, em Chantilly, na França. Condenada pela igreja católica, a nudez na pintura — representada sem problemas na antiguidade — foi resgatada pelos renascentistas. Nas mãos das irmãs, porém, o alerta: a maçãs que indicam o pecado. Veja aqui.

‘Madona e o menino entronados com santos’

Retábulo 'Madona e o menino entronados com santos' foi feito para uma igreja e hoje esta no MET Foto: Reprodução
Retábulo 'Madona e o menino entronados com santos' foi feito para uma igreja e hoje está no MET Foto: Reprodução

Encomendado por um convento da cidade de Perúgia, o retábulo (estrutura colocada atrás de um altar) foi pintado em óleo sobre madeira e finalizado por Rafael entre os anos de 1504 e 1505. Hoje pertence ao Metropolitan Museum of Art. Veja aqui.


O Globo terça, 14 de abril de 2020

RECEITAS DE PRATOS VEGETARIANOS

 

Quarentena: chefs ensinam receitas de pratos vegetarianos

Tem moqueca, ceviche, feijoada; só não tem carne. Uma tendência que só faz crescer
 
Receita vegana do Teva: abobrinha ao pesto Trapanesecom farofa de Panko
Receita vegana do Teva: abobrinha ao pesto Trapanese com farofa de Panko
 
 

Uma pesquisa divulgada este ano pela Sociedade Vegetariana Brasileira aponta que, atualmente, 14% da população do país se declara vegetariana, ou seja, não consome qualquer tipo de carne. De 2012 para cá, o crescimento foi de 75%.

— Acho que está aumentando porque as pessoas estão se conscientizando mais. Há uma maior exposição do tema, mais produtos, pessoas falando nas redes sociais — acredita o chef Daniel Biron, do Teva, bar e restaurante 100% vegetal que, diante da demanda, iniciou serviço de entregas esta semana.

Vegetariano há 15 anos (e vegano há 13), Biron ensina o preparo de abobrinha ao pesto com farofa de panko.

— Geralmente indicamos receitas nas quais parte dos ingredientes pode ser substituída. Nesta, o manjericão de folha larga pode ser substituído pelo manjericão comum; a farinha panko, por farinha de rosca; e o tomate cereja pelo fruto convencional. Estamos num momento de flexibilizar, ser mais criativos — diz.

Aberto em Botafogo desde 2015, o Naturalie Bistrô oferece um cardápio sazonal. Ali, a chef e sócia Nathalie Passos prepara, entre outros, uma feijoada totalmente vegana, com tofu defumado.

— O tofu defumado faz toda a diferença nesta receita, pois o sabor da defumação remete ao de uma feijoada tradicional. Tenho muitos clientes que não são vegetarianos, mas que vêm procurando reduzir o consumo de carne — conta Nathalie.

Abobrinha ao pesto com farofa de panko

Daniel Biron (Teva)

Ingredientes do pesto

1 xícara de tomates cereja, cortados ao meio

1 xícara de tomate seco, recondicionado em água quente, sem pele removida

1 xícara de manjericão de folha larga

½ xícara de amêndoa fatiada

¼ xícara de azeite extra-virgem, dividido

2 colheres de sopa de água

2 colheres de chá de alho picado

½ colher de chá de sal (marinho, de preferência)

pitada de pimenta-do-reino

 

... da abobrinha

500 g de abobrinha italiana, fatiada em rodelas de ½ cm de espessura

¼ xícara de azeite extra-virgem

1 colher de chá de orégano seco

pitada de sal

... a farofa de panko

½ xícara de farinha panko

2 colheres de sopa de azeite extra-virgem

1 colher de chá de orégano seco

¼ colher de chá de sal marinho

Preparo

Para fazer a farofa de tomate seco, aqueça o azeite em fogo médio e frite a farinha panko até ficar levemente dourada, por cerca de cinco minutos, mexendo com uma colher ou espátula de borracha. Adicione o orégano, misture e deixe esfriar. Reserve.

Para fazer o pesto, adicione duas colheres de sopa de azeite em uma frigideira e toste as amêndoas em fogo médio até dourar, por de três a cinco minutos. Adicione o alho e cozinhe por mais um minuto, sem dourar. Adicione o tomate cereja, aumente o fogo e cozinhe até que as peles comecem a se romper, por cerca de três minutos. Deixe esfriar e transfira para um processador. Adicione o tomate seco já recondicionado, o manjericão de folha larga, o sal, a pimenta-do-reino e o restante do azeite de oliva e pulse algumas vezes. Adicione a água e processe um pouco mais, mas mantendo alguma textura. Reserve. Marine as abobrinhas em azeite com um pouco de sal e orégano antes de grelhar. Grelhe usando uma frigideira tipo grelha ou churrasqueira por cerca de quatro a cinco minutos, até ficar macia. Adicione uma pitada de sal. ara servir, aqueça o pesto em uma frigideira. Espalhe as abobrinhas no prato e espalhe o molho quente sobre a abobrinha. Finalize com a farofa de tomate seco. Decore com folhas de manjericão.

 

Baião de dois

Rodrigo Sant'Anna (Caju Gastrobar)

Caju Gastrobar: baião de dois vegetariano Foto: Divulgação/Bruno de Lima
Caju Gastrobar: baião de dois vegetariano Foto: Divulgação/Bruno de Lima

 

Ingredientes

50g de feijão-de-corda

30ml de manteiga de garrafa

10g de pimentão vermelho

10g de pimentão amarelo

20g de aspargos fatiado

20g de cenoura

20g de abobrinha

20g de cogumelos Paris

50g de arroz

1 ovo

30g de queijo coalho

1 dente de alho

Preparo

Aqueça a manteiga de garrafa em uma frigideira com o alho batido e deixe dourar. Adicione o feijão-de-corda já cozido e a cenoura. Deixe esquentar e em seguida adicione os outros legumes e o arroz. Para finalizar,a dicione o queijo coalho e um punhado de coentro. Frite o ovo de modo que a gema fique mole, coloque em cima do baião.

Moqueca de banana-da-terra

Luciano da Silva (Cave Nacional)

Cave Nacional: moqueca de banana-da-terra (R$ 39), temperada com pimentões, coentro, páprica doce, pimenta do reino com cominho, leite de coco e azeite de dendê. Rua Dezenove de Fevereiro 151, Botafogo - 2146-5334. Foto: Divulgação
Cave Nacional: moqueca de banana-da-terra (R$ 39), temperada com pimentões, coentro, páprica doce, pimenta do reino com cominho,
leite de coco e azeite de dendê. Rua Dezenove de Fevereiro 151, Botafogo - 2146-5334. Foto: Divulgação

 

Ingredientes

3 bananas grandes

1 pimentão vermelho

1 pimentão amarelo

1 cebola

1 maço de coentro

Uma pitada de páprica doce

pimenta-do-reino e cominho a gosto

um fio de azeite de dendê

70ml leite de coco

sal a gosto

azeite a gosto

Preparo

Refogar a cebola com os pimentões no azeite e adicionar os condimentos no refogado. Em outra frigideira, grelhar as bananas cortadas em forma de cunha e reservar. Após cinco minutos do refogado no fogo, juntar as bananas e deixar apurar o sabor. Servir com arroz branco.

Ceviche de caju

Flávio Datz (La Carioca)

Ceviche vegano de caju, servido na La Carioca Foto: Divulgação/Filico
Ceviche vegano de caju, servido na La Carioca Foto: Divulgação/Filico

 

Ingredientes

180g de caju

 

20g cebola roxa

10g pimenta aji ou dedo-de-moça

5g coentro picado

30ml de leite de tigre (suco de meio limão, meio caju, meia cebola picada, uma pitada de gengibre, um dente de alho e uma pitada de sal batidos)

Preparo

Corte o caju em cubinhos pequenos. Tempere com sal. Jogue o coentro, a pimenta e o leite de tigre. Adicione a cebola roxa.

Feijoada com tofu

Nathalie Passos (Naturalie Bistrô)

Feijoada com feijão-vermelho, tofu defumado e abóbora, arroz cateto com linhaça e salsa, couve à mineira e farofa de cenoura e milho (R$ 37,90) Foto: Divulgação/Alexander Landau
Feijoada com feijão-vermelho, tofu defumado e abóbora, arroz cateto com linhaça e salsa, couve à mineira e farofa de cenoura
e milho (R$ 37,90) Foto: Divulgação/Alexander Landau

 

Ingredientes

400g de feijão

100g de legumes tenros de sua preferência

100g de tofu defumado

400g de arroz integral

50g de linhaça dourada

1 molho de couve

manteiga ghee

100g de cenoura

100g de farinha de mandioca

salsa

cebola e alho

Preparo

Feijoada: Cozinhe o feijão e refogue com alho, cebola, tofu defumado e os legumes escolhidos em cubos. Tempere com sal e pimenta a gosto.

Farofa: Derreta a manteiga ghee e misture a cenoura ralada desidratada junto com a farinha de mandioca. Tempere com sal a gosto.

Arroz integral: Cozinhe o arroz até que fique al dente. Escorra e refogue com alho e cebola a gosto, linhaça e salsinha, sal e pimenta.

Caponata com avelã

Thiago Flores (Sult)

Caponata vegana com avelã do Sult Foto: Divulgação/Juan Prada
Caponata vegana com avelã do Sult Foto: Divulgação/Juan Prada

 

Ingredientes

100g de berinjela

100g de cenoura

100g de cebola roxa

 

100g de aipo

100g de pimentão amarelo

100g de pimentão vermelho

10g de alcaparra

uma lata de tomate pelado

2 dentes de alho

1 punhado de salsa

1 punhado de avelã

100ml de vinagre balsâmico

100ml de azeite extra-virgem

sal e pimenta-do-reino a gosto

1 colherinha de açúcar

Preparo

Corte os legumes em cubos de 1cm e pique o alho . Em uma panela, esquentar o azeite e refogar os legumes, temperando com sal e pimenta. Adicionar o vinagre balsâmico (depois de diluir o açúcar nele). Cozinhar um minuto e adicionar na panela o tomate (que deve ser amassado antes de ir ao fogo). Adicionar meio copo de água, cozinhar por dois minutos, adicionar a salsa, misturar bem e está pronto. Finalizar com as avelãs picadas.


O Globo segunda, 13 de abril de 2020

QUARENTENA: APRENDA A FAZER PÃO EM CASA

 

Quarentena: como fazer pão em casa, desde o básico do caderno da vovó até o de levain

Aprenda o passo a passo de várias opções: tem receita caseira com abobrinha e de brioche e também de chef e padeiro profissional
 
 
Pão nosso de cada dia, para fazer em casa Foto: Marcos Ramos
 

Para aqueles que podem ficar em casa durante o isolamento de combate ao novo coronavírus, uma solução é aprender a fazer o próprio pão, um alimento tão prático quanto simbólico.

— Fazer pão em casa é um ritual muito antigo, que muitas culturas nunca deixaram de praticar — diz a padeira Iona Rothstein, do Empório Jardim, que se formou em gastronomia em Israel e ensina a receita de seu pão pita. — O israelense, árabe, cristão ou judeu, tem uma cultura ligada à mesa farta, e o pita sempre acompanha. Ajuda a limpar o prato. Como os franceses com as baguetes.

A chef Dida Borges aproveitou a quarentena para recriar uma receita antiga da avó, mineira.

— Minha avó fazia um pão de abobrinha caseiro que pode levar fermento de bolo se não tiver o de pão. É super-rápido, ideal para sanduíches e resiste bem na geladeira, podendo ser congelado — diz Dida, que dá o passo a passo que leva farinha de grão de bico e queijo parmesão.

Abaixo, algumas receitas de pães para fazer em casa. Mãos à massa!

Pão pita

Iona Rothstein

Pao pita de Iona Rothstein Foto: Iona Rothstein
Pao pita de Iona Rothstein Foto: Iona Rothstein

 

Ingredientes

550g de farinha de trigo

330g de água em temperatura ambiente

15g de fermento biológico fresco

15g de sal

20g de açúcar

Preparo

Se tiver batedeira, misturar tudo com o gancho de massa em velocidade lenta. Quando soltar dos lados, aumentar para velocidade média por mais dois minutos. Terminar de sovar a massa numa bancada com farinha. Sem batedeira, força no braço. Sovar a massa até ficar lisa. Fazer uma bola lisa e cobrir com pano . Esperar 30 minutos até dobrar de tamanho. Dividir a massa em nove pedaços de mais ou menos 100g. Fazer bolas não muito apertadas e deixar descansar por mais 15 minutos. Quando a massa estiver fermentada, espalhe farinha numa bancada e abra as bolas em discos de 10 a 15cm de diâmetro com ajuda de um rolo (ou uma garrafa). Esquentar uma frigideira anti aderente, botar um disco e tampar. Uns três minutos de cada lado ou até ficar bem douradinho.

 

Brioche na forma

Thiago Caiafa

Pão Brioche, de Thiago Caiafa Foto: Arquivo pessoal
Pão Brioche, de Thiago Caiafa Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes

250g de farinha de trigo

4g de fermento biológico

30ml de leite

20g de açúcar

3 ovos

110g de manteiga

Preparo

Bater em velocidade todos os ingredientes em uma batedeira até obter uma massa homogênea. Colocar a massa, que ficará bem macia, em uma vasilha e deixar descansar por três horas, coberta com um plástico ou pano de prato. A massa crescerá bastante. Mexer com delicadeza com uma espátulaa de silicone e transferir para uma forma estilo bolo inglês e deixar descansar por mais duas horas. Pré-aquecer o forno a 180 graus e assar o pão por 25 minutos ou até ficar dourado. Deixar descansar na própria forma por pelo menos mais 30 minutos, pois o pão continua assando enquanto esfria.

Pão de cacau

Flavio Alves (Farinha Pura)

Pão de cacau: Flavio Alves (Farinha Pura) Foto: Divulgação/Lipe Borges
Pão de cacau: Flavio Alves (Farinha Pura) Foto: Divulgação/Lipe Borges

 

Ingredientes

1kg de farinha (de preferência 00)

Gotas de chocolate

100g de cacau 100%

25g de fermento biológico

700ml de água de açúcar

20 de sal

raspa de casca de laranja

Preparo

Colocar na batedeira fermento, 500ml de água, farinha já misturada com cacau e bater por sete minutos na velocidade 1. Acrescentar o sal, 200 ml de água, as gostas de chocolate e as raspas de laranja e bater na velocidade 2 por três minutos. Dobrar a massa e descansar por 12 horas. Após isso, dividir em quatro pedaços e descansar por mais 30 minutos. Aquecer o forno em 240 graus por dez minutos. Colocar o pão para assar por 20 minutos. Depois de assado, deixar descansar por 30 minutos antes de servir.

 

Pão italiano

Michele Petenzi (L'ulivo Cucina e Vini)

Ingredientes

1,2kg de farinha (de preferência 00)

720g de água fria

48g de sal

6g de fermento biológico fresco

Preparo

Derreter o sal na água, acrescentar a farinha com o fermento. Amassar por cinco minutos, deixar descansar por 20 minutos. Começar as dobras, fazer quatro dobras a cada 30 minutos por duas horas mantendo a massa na geladeira. Deixar descansar por 20 horas na geladeira. Depois, dividir a massa em quatro, dar o formato e colocar numa forma. deixar descansar por oito a dez horas na geladeira. Assar em forno pré-aquecido por 30 minutos a 240 graus e depois por mais 20 minutos a 210 graus.

Baguete

Antonio Carlos Barbosa (Casa Carandaí)

Ingredientes

1kg de farinha (de preferência 00)

20g de sal

600ml de água gelada

40g de fermento biológico fresco

Preparo

Misturar em um bowl todos os ingredientes secos. Adicionar águas aos poucos, mexendo até formar uma massa homogênea. Comece a sovar (com a mão, vai com a massa empurrando e volta puxando, em movimento repetitivo, isto é a sova), até dar o ponto de véu (quando você estica a massa com as mãos e ela fica bem fina). Descansar por 20 minutos em um bowl coberto com um pano. Após este primeiro descanso, separa a massa em pedaços de aproximadamente 200g . Cada pedaço é pré-modelado e colocado no tabuleiro. Deixe descansar mais 20 minutos (novamente coberta com pano) e modele no formato da baguette. Descanse por mais 1 hora. A massa vai dobrar de volume. Com uma faca, faça pequenos cortes em cima da massa. . Com o tabuleiro já dentro do forno, a 240 graus, borrife um pouco de água somente em cima das baguettes, e deixa assar de 15 a 20 minutos.

 

Focaccia

Bruno Katz (Nosso)

Ingredientes

1kg de farinha italiana tipo 00

75ml de água

220g de fermento natural ou 55g de biológico

20g de sal

Preparo

Em um bowl grande colocar a farinha e em outro, o levain (verificar se o levain boia), depois misture tudo. Descansar por 20 minutos, adicionar o sal diluído em água, até homogeneizar. Fazer a dobra. Por duas horas dobrar a massa a cada 30 minutos. Descansar por 90 minutos abrir no tabuleiro, deixar dobrar de tamanho e assar a 250 graus.

Pão de ervas

Valéria Lomeu

Pão de ervas: Valéria Lomeu Foto: Arquivo pessoal
Pão de ervas: Valéria Lomeu Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes

1 xícara de chá de leite morno

1 colher de sopa de açúcar

2 cebolas média

1 colher de sopa de sal

1 xícara rasa de chá de óleo (soja ou côco)

3 ovos inteiros

1 colher de sopa de alecrim

1 colher de sopa de orégano

1 xícara de chá de manjericão fresco

1 molho de cheiro verde

3 dentes de alho

10g de fermento biológico

1kg de farinha de trigo

Preparo

Bater no liquidificador: leite, cebola, açúcar, sal, óleo, alecrim, orégano, manjericão, cheiro verde, ovos e alho. Depois de bem batido, colocar o fermento e bater ligeiramente. Desligar e colocar em uma bacia grande, ir acrescentando a farinha aos poucos até a massa ficar macia e soltando da bacia. Colocar a massa na bancada e sovar um pouco. Dividir a massa toda e fazer os pãezinhos com cada parte. À medida que for enrolando os pães colocar em tabuleiro untado. Quando terminar de enrolar os pães, pincelar gema e jogar gergelim, chia ou linhaça e colocar para assar em forno pré-aquecido a 200 graus. Até ficar dourado.

 

Pão de abobrinha

Dida Borges

Ingredientes

1 ½ xícara de abobrinha ralada no ralo grosso

1 ½ xícara de farinha de grão-de-bico

2 colheres de chá de fermento em pó

½ colher de chá de sal

Pimenta do reino a gosto

½ xícara de azeite de oliva

1 xícara de queijo parmesão ralado

2 ovos

Preparo

Unte uma forma de bolo inglês com azeite e farinha de trigo. Num bowl, misture a abobrinha ralada, a farinha de trigo, o fermento em pó, o sal e a pimenta do reino. No liquidificador, bata o azeite, o parmesão e os ovos até que vire uma mistura homogênea. Em seguida junte essa mistura ao bowl, coloque na forma untada e asse em forno médio por 40 minutos ou até crescer e dourar. Fica a dica: fatie como pão de forma e monte sanduíches variados, com recheios como tomate, pesto de manhericão e burrata; mozzarella de búfala, presunto de parma e rúcula; queijo ementhal com salaminho; pasta de frango desfiado com cenoura, ricota e ervas frescas e salada de atum com tomate cereja.

Pão belga

Fred de Maeyer

Ingredientes

350g de farinha de trigo

130ml de leite

100g de passas

70g de manteiga derretida

75g de açúcar

1 ovo

10g de fermento para pães fresco ou 1 colher de chá de fermento

1 pitada de sal

1 ovo batido (para pincelar na massa)

1 colher de sopa de leite (para pincelar na massa)

Preparo

Colocar as passas de molho em água morna por dez minutos. Amornar o leite e dissolver o fermento para pão. Reservar. Misturar a farinha, o açúcar, o sal e acrescentar ao poucos ao leite com fermento diluído. Bater por cinco minutos na batedeira, usando o gancho de pães. Se preferir, pode misturar com as mãos, vigorosamente, até que os ingredientes estejam todos incorporados. Juntar a manteiga derretida e misturar o ovo. Escorrer as passas e juntar à massa. Sovar um pouco até formar uma massa elástica. Se necessário, juntar um pouco mais de farinha de trigo.

 

Deixar a massa num recipiente coberto com filme plástico na geladeira durante a noite para que cresça.

Deixar em temperatura ambiente por 1 hora antes de assar. Colocar então numa forma para pão ou bolo inglês, forrada com papel manteiga e pincelar com a mistura do ovo e do leite. Levar a forno pré aquecido a 200 graus por 40 minutos ou até crescer bastante e ficar moreninho.


O Globo domingo, 12 de abril de 2020

CORONAVÍRUS: BORIS JOHNSON, PREMIER DA INGLATERRA, RECEBE ALTA

 

Coronavírus: Boris Johnson recebe alta e diz que deve a vida ao serviço público de saúde

Hospitalizado há uma semana com Covid-19, primeiro-ministro britânico chegou a ser transferido para UTI; ele não retornará imediatamente ao trabalho
 
Foto: - / AFP
Foto: - / AFP
 
 

LONDRES — O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, hospitalizado há uma semana com Covid-19, recebeu alta neste domingo, três dias depois de deixar a unidade de terapia intensiva. Em sua primeira declaração oficial desde a segunda-feira passada, quando deu entrada no Hospital St Thomas, Boris agradeceu ao serviço público de saúde por ter salvado "sua vida". "Nunca agradecerei o suficiente" à equipe do NHS (o serviço de saúde do Reino Unido), "devo a eles minha vida", afirmou.

Segundo o governo, apesar de ter deixado o hospital, Boris Johnson ainda não retornará imediatamente ao trabalho.

"O primeiro-ministro foi liberado do hospital para continuar sua recuperação em Chequers", sua residência no noroeste de Londres, disse um porta-voz do governo em comunicado, acrescentando que Boris "não retomará imediatamente o trabalho, sob orientação de sua equipe médica".

O agradecimento público ocorre em um momento em que aumenta o descontentamento entre os profissionais da saúde, denunciando a falta de equipamentos de proteção.

Coronavírus:oito médicos morrem no Reino Unido, todos imigrantes

A Associação Real de Enfermeiros (RCN), o maior sindicato do setor, aconselhou seus membros a se recusarem a trabalhar "como último recurso" no caso de uma grave falta de equipamentos de proteção.

— Para o pessoal de saúde, isso é contrário aos seus instintos. Mas a segurança não deve ser comprometida — explicou um porta-voz do sindicato à agência de notícias britânica PA.

O premier contraiu a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no final de março. No Reino Unido, a pandemia já causou 9.875 mortes.


O Globo sábado, 11 de abril de 2020

SINAIS DE CELULAR COMPROVAM QUE FAVELAS DO RIO ABANDONARAM O ISOLAMENTO PELO CORONAVÍRUS

 

Sinais de celular comprovam que favelas do Rio abandonaram isolamento pelo coronavírus

Dados demonstram descontrole na quarentena
 
 
Aglomeração no Largo do Boiadeiro, na comunidade da Rocinha: na Sexta-Feira Santa, comércio funcionou a todo vapor em boa parte da favela, assim como no Complexo do Alemão Foto: Fábio Motta / Agência O GLOBO
Aglomeração no Largo do Boiadeiro, na comunidade da Rocinha: na Sexta-Feira Santa, comércio funcionou a todo vapor
em boa parte da favela,assim como no Complexo do Alemão Foto: Fábio Motta / Agência O GLOBO
 
 

RIO — Um vídeo que ganhou nesta sexta-feira as redes sociais mostra centenas de motociclistas saindo da Rocinha, de madrugada, para o chamado “rolezinho”. Pela manhã, o comércio na comunidade funcionou a todo vapor, assim como em favelas do Complexo do Alemão. A Sexta-Feira Santa mostrou que, em várias comunidades do Rio, as regras de isolamento social foram completamente ignoradas. Uma percepção comprovada com números que impressionam.

LEIA:Covid-19 no Rio: Copacabana registra mais uma morte e número chega a 8; Barra lidera quantidade de casos

Por meio de um mapeamento feito com dados de uma única operadora de telefonia móvel, a TIM, o Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura, chegou a detectar uma concentração de 10,6 mil pessoas numa área de Rio das Pedras, na Zona Oeste, no último domingo. Em um trecho da Rocinha, houve uma aglomeração de 4.960 celulares ligados às 23h do sábado passado, praticamente o dobro do volume registrado no mesmo dia da semana anterior. O horário, segundo o órgão do município, sugere a realização de algum evento.

— Como recebemos dados de uma única operadora, é muito provável que as aglomerações sejam superiores às que detectamos. Estamos conversando com a Anatel e com outras empresas de telefonia para tentar expandir esse mapeamento. O ideal seria que, neste momento difícil, todas as prefeituras do estado tivessem acesso às informações — diz Alexandre Cardeman, chefe-executivo do COR.

No Complexo do Alemão, o feriado foi de comércio cheio. O fundador do jornal comunitário Voz das Comunidades, Renê Silva, compartilhou pelo Twitter uma foto que mostra uma movimentação intensa, o que considera uma “tragédia anunciada”. Já o fotógrafo Bruno Itan divulgou, em seu Instagram, um vídeo gravado na favela Nova Brasília. Nas imagens, uma multidão circula por ruas.

 

Nos últimos dois dias, a prefeitura realizou operações para fechar o comércio não essencial na Rocinha. Cerca de 250 lojas e 850 boxes tiveram acessos bloqueados enquanto guardas municipais usavam alto-falantes para passar informações sobre o coronavírus. O fluxo de pessoas até diminuiu, porém muitos estabelecimentos acabaram sendo reabertos horas depois, e o secretário de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, reconheceu que, sem conscientização, ações do poder público contra o coronavírus não darão o resultado esperado.

— Tive hoje (sexta-feira) uma reunião com 50 lideranças de diferentes comunidades. É importante que cada uma se empenhe para divulgar o potencial de contágio da Covid-19 — alerta o secretário.

Segundo Fonseca, a quantidade de denúncias passadas ao Disque-Aglomeração, serviço lançado pelo município, aumentou. Esta semana, foram registradas mais de mil ligações por dia, superando a média de 700 da anterior.

LEIA:MP e Defensoria recorrem para que Cedae realize 'força-tarefa' em favelas, e moradores relatam dificuldades com falta d'água

Para tentar reduzir a circulação pelas ruas, a prefeitura tem recorrido até mesmo a influenciadores digitais.

— Ferramentas de inovação e tecnologia são essenciais para direcionar equipes e mandar mensagens pelo aplicativo do COR e por redes sociais. Temos conversado com influenciadores digitais de cada local, como Rocinha e Vidigal. Assim, esperamos conseguir uma comunicação mais direcionada — explica Cardeman.

 

De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Wallace Pereira, 150 idosos que moram na comunidade serão levados, na segunda-feira, para hotéis contratados pela prefeitura. O objetivo é que homens e mulheres com mais de 60 anos que moram em residências apertadas sejam abrigados pelo município. Até esta sexta, apenas 40 dos mais de mil quartos disponibilizados estavam ocupados.

Plano na Rocinha

Também nesta sexta-feira, durante uma visita ao hospital de campanha que está sendo montado no Riocentro, o prefeito Marcelo Crivella afirmou que pedirá ao governo federal que a Rocinha se torne a primeira comunidade do país a receber um plano específico de combate ao coronavírus. Esta semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que uma estratégia nesse sentido vem sendo elaborada, inclusive por meio de um diálogo com o tráfico e a milícia. No entanto, nenhum detalhe do projeto foi divulgado.

Ao lado do senador Flávio Bolsonaro, Crivella anunciou ainda que o Ministério da Saúde antecipou um repasse de R$ 87 milhões, em recursos do SUS, para o município do Rio. O dinheiro será destinado ao Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, unidade de referência para o tratamento de pacientes com a Covid-19, e ao que é montado no Riocentro.


O Globo sexta, 10 de abril de 2020

RECEITAS PARA A SEMANA SANTA: CHEFS ENSINAM PRATOS COM PEIXE

 

Receitas para a Semana Santa: chefs ensinam pratos com peixe

Lista inclui de linguado recheado com pupunha a prato típico da Liguria, na Itália, e do Algarve, em Portugal
 
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
 
 

Guardo lembranças perfumadas dos domingos de Páscoa. Era meu avô o encarregado do peixe, voltava com postas enormes de badejo ou robalo, compradas no velho mercado da Praça Quinze. Minha avó as assava e servia em travessas de prata, que, neste domingo, vou tirar do armário e montar igual, num almoço atípico, solitário, mas nem por isso melancólico. Muito menos insosso. Vou recorrer a uma das receitas que esses chefs generosos sugerem e compartilham conosco.

— Vou servir um prato do Algarve: cataplana de cherne, que pode ser feita na frigideira — diz Alexandre Henriques, da Gruta de Santo Antônio.

Morena Leite, do Capim Santo, vai de linguado recheado com pupunha:

— É como se fosse um rocambole, bem justinho, deixando a ponta final do rolinho para baixo, para não abrir. Para acertar no ponto, vai apertando com a ponta dos dedos. Quando as lascas do peixe se separarem, está no ponto.

Já Nello Garaventa, do Grado, resgatou um prato da Liguria, berço de família:

— Devem ser postas baixas, de peixe pequeno, e não podem ressecar.

O italiano Nello Cassese, do Cipriani, ensina uma receita com caponata.

— Lembro-me da minha avó fritando os pimentões vermelhos, um cheiro delicioso se espalhando pela casa...

A sugestão de Joana Carvalho, do Proa, também é bem família: curry caseiro

— Na Índia, cada família faz o seu, é um tempero pessoal, no qual você vai juntando e combinando o que mais lhe agrada. E cria a sua massala, uma identidade da família. É o que sugiro para essa Páscoa tão especial.

Linguado recheado com palmito, e petit gâteau de banana

Morena Leite, Capim Santo

Linguado recheado do Capim Santo, da chef Morena Leite Foto: Divulgação/Ana Regueira
Linguado recheado do Capim Santo, da chef Morena Leite Foto: Divulgação/Ana Regueira

 

Ingredientes (para 2)

... do peixe

600g de filé de linguado

suco de 2 limões

 

sal e pimenta-do-reino a gosto

... do recheio

4 fatias de pão de forma sem casca e passado no ralador

200g de palmito pupunha

2 colheres (sopa) de azeite

1 colher (sobremesa) de alho picado

200ml de leite

1/2 xícara de alho picado

sal, pimenta-do-reino, pimenta dedo-de-moça, raiz de capim-santo e salsinha a gosto

... do petit gâteau de banana

100g de banana nanica

1/3 xícara de suco de laranja

1 colher de sopa de manteiga

1 ovo inteiro + 2 gemas

1 colher sopa de farinha de trigo

... do molho

1/2 xícara de chá de azeite

3 colher de café de alho picado

1 colher de café de pimenta dedo- de-moça

2 e 1/2 xícaras de suco de laranja

Sal a gosto

Preparo

Tempere os filés de linguado com o limão, o sal e a pimenta-do-reino. Reserve na geladeira.

....do recheio

Refogue no azeite o alho e cebola. Junte o palmito cortado em cubos bem pequenos, a pimenta, o capim-santo, e refogue. Acrescente o leite e, quando o palmito estiver cozido, adicione o pão até a mistura ficar homogênea. Salpique a salsinha e reserve.

... do peixe

Espalhe 1 colher de sopa de recheio sobre cada filé de linguado e enrole como se fosse um rocambole. Envolva em papel alumínio e leve ao forno a 200 graus, por cerca de 10 minutos.

...do petit gâteau

Cozinhe a banana em rodelas no suco de laranja até desmanchar. Acrescente manteiga derretida, ovo, gemas e farinha. Misture até ficar homogêneo. Unte forminhas com manteiga e farinha e coloque a massa. Leve a forno aquecido a 180 graus por aproximadamente 5 minutos (as laterais ficarão mais resistentes, e o meio, mole).

 

...do molho

Aqueça o azeite, doure o alho, junte a pimenta e o suco de laranja. Tempere com sal a gosto e deixe reduzir à metade.

Cataplana (ou frigideira) de cherne

Alexandre Henriques (Gruta de Santo Antônio)

Cherne na cataplana da Gruta de Santo Antônio Foto: Divulgação
Cherne na cataplana da Gruta de Santo Antônio Foto: Divulgação

 

Ingredientes

800g filé de cherne sem pele e espinha (cortado em 6 pedaços)

2 colheres de sopa de alho fatiado

50g de manteiga

50ml de azeite extra virgem

4 tomates sem pele e sem semente

coentro rasgado

suco de 1/2 limão

sal a gosto

pimenta-do-reino

100ml de vinho branco (de preferência sauvignon blanc)

Preparo

Refogue o alho com a manteiga e o azeite. Coloque o cherne em pedaços e cozinhe nesse molho. Acrescente tomates, coentro rasgado, sal, pimenta , suco de limão e vinho. Deixe cozinhar até o peixe ficar macio.

O truque: quando o peixe ficar bem macio, tampe a frigideira e espere 2 minutos para servir.

Robalo alla Ligure

Nello Garavento (Grado)

Robalo alla ligure, de Nello Garavento, do Grado Foto: Arquivo pessoal
Robalo alla ligure, de Nello Garavento, do Grado Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes (para 4)

800g de filé de robalo (ou outro peixe branco)

160 ml de azeite extra virgem

120ml de vinho branco

200g de tomate cereja

cortados ao meio

50g de azeitona preta sem caroço

1 amarrado pequeno de manjericão desfolhado

20g de pinoli

sal e pimenta a gosto

Preparo

Aquecer uma frigideira com 100ml de azeite, colocar os filés de peixe temperados com sal e pimenta e grelhar até ficar levemente dourado.

 

Virar o peixe, adicionar o vinho branco, o tomate cereja temperado com sal e pimenta e a azeitona. Tampar a frigideira e deixar cozinhar por 3 ou 4 minutos.

Destampar a frigideira, acrescentar as folhas de manjericão e o pinoli. Regar com o azeite extra-virgem restante e servir.

Sugestão de acompanhamento: batatas ao forno.

Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo

Nello Cassese (Cipriani)

Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo do chef Nello Cassese, do Cipriani Foto: Divulgação
Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo do chef Nello Cassese, do Cipriani Foto: Divulgação

 

Ingredientes (para 4)

4 filés de peixe branco (entre 150g e 180g cada um)

150g de abobrinha italiana

150g de berinjela

150g de pimentão vermelho

20g açúcar mascavo

100g de vinagre de vinho tinto

1 dente de alho

20g de minialcaparra

20g de suco de limão

80 g de azeite

5g de folhas de basílico

5g de salsinha picada

100g de couve mineira

sal a gosto

óleo para fritar

Preparo

Marinar os filés no azeite com uma pitada de sala por 1 noite, na geladeira. Cortar os legumes no tamanho desejado, fritar, escorrer e secar com um papel. Refogar em uma frigideira com um pouco de azeite um dente de alho e colocar todos os legumes; pegar calor e acrescentar o açúcar mascavo. Deixar caramelizar e colocar o vinagre; deixar reduzir até a consistência de xarope. Pegar os filés de peixe, colocar sal a gosto e cozinhar em uma frigideira com óleo. Deixar o peixe rosa no meio e colocar em cima um papel para absorver a umidade. Dispor em um prato os legumes em forma circular; colocar no meio o peixe cozido. Finalizar com molho feito batendo o suco de limão, azeite, alcaparra e salsinha picada. O resultado tem que ser bem cremoso e emulsionado. Decorar com folhas de brasílico fresco e couve, cortada em julienne e frita.

 

Curry de peixe

Joana Carvalho (Proa)

Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação

 

Ingredientes (para 3 ou 4)

1kg de filé de peixe branco sem espinhas e sem pele fatiado em cubos de três dedos de largura (temperar com sal, pimenta-do-reino, suco de 1 limão e um cubo de 6cm de gengibre ralado; fechar e reservar na geladeira)

...da massala da Jojo

1 c. de sopa de semente de coentro

1 canela em pau

1 c. de sopa de semente de cominho

1 c. de chá de semente de erva-doce

1 c. de sopa de gengibre em pó

1 c. de sopa de pimenta-do-reinoem grãos

1 c. de chá de pimenta caiena

1 c. de chá de cardamomo em pó

2 c. de sopa de cúrcuma em pó

...do molho

5 colheres de sopa de óleo

4 dentes de alho picado

1 cebola grande picada

1 lata de tomate pelati

2 colheres de sopa da massala

2 folhas de louro

150ml de leite de coco ou iogurte natural

Preparo

...da massala

Coloque as sementes e a canela em uma frigideira pré-aquecida em fogo médio. Mexa por dez minutos. Misture os ingredientes em pó. Triture tudo (em pilão, moedor de café ou liquidificador) até ficar um pó homogêneo.

... do molho

Aqueça em fogo baixo uma panela de fundo grosso. Doure a cebola e o alho no óleo e coloque a canela e a massala. Deixe incorporar, mexendo sempre. Acrescente o tomate pelati e cozinhe por 15 minutos. Coloque o leite de coco ou o iogurte, não misture.

Abaixe o fogo ao mínimo enquanto faz a o peixe. Numa frigideira com fogo alto, sele os cubos de peixe, cada lado por 3 minutos. Transfira-os para a panela onde está o molho. Jogue o molho por cima e cozinhe por mais 5 minutos. Acrescente a erva de sua preferência: coentro, salsa, manjericão.


O Globo quinta, 09 de abril de 2020

COPACABANA PALACE FECHA PELA PRIMEIRA VEZ EM 97 ANOS

 

Coronavírus: ícone, Copacabana Palace fecha pela primeira vez em 97 anos

Suspensão das atividades começa nesta sexta-feira e deve ir até fim de maio
 
 
Imagem aérea do hotel Copacabana Palace, que ficará sem receber hóspedes até, pelo menos, final de maioFoto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Imagem aérea do hotel Copacabana Palace, que ficará sem receber hóspedes até, pelo menos, final de maio
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 
 

Por fora, será difícil notar qualquer diferença no Copacabana Palace nas próximas semanas. As bandeiras estarão hasteadas como sempre, e a fachada continuará sendo iluminada todas as noites. Mas, a partir de amanhã, pela primeira vez em seus quase 97 anos de história, o ícone carioca estará fechado, assim como outros 60 hotéis da cidade, impactados pela pandemia do novo coronavírus. A reabertura está prevista para o final de maio.

Os últimos hóspedes deixaram o Copacabana Palace na segunda-feira. Só continuarão no hotel dois moradores, Andrea Natal, diretora geral do Grupo Belmond do Brasil, que administra o estabelecimento, e o cantor e compositor Jorge Ben Jor, que desde 2018 vive lá.

Antes do check-out derradeiro, um alerta vermelho já havia sido aceso. Em meados de março, uma sequência de cancelamentos de grandes grupos chamou a atenção de Andrea. Ela percebeu que a onda que já fazia estragos em outras partes do mundo estouraria na Avenida Atlântica.

— Nossa previsão de ocupação para março era de 70%, e fechamos o mês com 36% — conta a diretora. — Até começamos bem, mas a partir de meados do mês, quando o turismo global começou a ser mais afetado, com muitos cancelamentos de voos, a queda foi abrupta. Isso justamente num ano que começou promissor. Tivemos um carnaval inesquecível, nosso baile foi talvez o melhor dos últimos tempos. Parecia que vivíamos uma era de ouro.

Crise no turismo:Em meio à pandemia de coronavírus, Rio tem cerca de 60 hotéis fechados

A trajetória do Copacabana Palace não o livrou de se somar às estatísticas da crise causada pela Covid-19. Na última segunda-feira, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), pelo menos 60 hotéis tinham interrompido suas atividades na cidade do Rio, inclusive o Fasano, outro hotel de luxo à beira-mar.

 

 
Detalhe da piscia do Copacabana Palace Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Detalhe da piscia do Copacabana Palace Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Os primeiros funcionários, com mais de 60 anos, foram afastados em março

Ainda no mês passado, o quadro de 515 funcionários do Copa começou a ser reduzido. Os primeiros a serem mandados para casa foram 11 empregados com mais de 60 anos de idade. Entre eles, o famoso capitão-porteiro Jorge Freitas, o Cafu, com mais de 45 anos de serviços prestados ao hotel. Em seguida, 275 contratados entraram de férias ao mesmo tempo, em 1º de abril. Já os profissionais das áreas administrativas começaram a trabalhar em home office. Andrea garante que o objetivo é não demitir ninguém durante o período.

— Atualmente, temos entre 60 e 70 funcionários trabalhando dentro do hotel, em serviços essenciais, como manutenção e segurança. Esse número deve diminuir ao longo das semanas — explica.

Para garantir a segurança sanitária no hotel, a direção contratou uma auxiliar de enfermagem que monitora a saúde dos funcionários, com direito a medição diária de temperatura. A qualquer sintoma de gripe, a pessoa deve voltar para casa. Na entrada de serviço, os funcionários devem trocar seus sapatos por outros, já higienizados, e periodicamente o hotel receberá aplicações do mesmo desinfetante usado em hospitais.

Balanço do acervo

Fechar as portas não significa parar tudo dentro do hotel. Uma manutenção mínima será feita. Um grupo de camareiras, por exemplo, será responsável por todos os dias limpar os 293 quartos, abrindo portas e janelas pela manhã, e as fechando à noite. Toda a roupa de cama será guardada, assim como talheres, computadores, telefones, aparelhos eletrônicos, peças de mármore, louças... Tudo será catalogado durante a paralisação.

 

— É como quando fazemos uma mudança de casa, temos que tirar tudo do lugar para guardar em caixas, e acabamos descobrindo um monte de coisas de que não precisamos. Será uma grande oportunidade também de fazer um amplo balanço das coisas do Copa, que nunca poderíamos fazer em outros momentos — afirma a executiva.

Depende da Alerj:Crivella decreta estado de calamidade pública no município do Rio

Também estará em funcionamento uma das cinco cozinhas do hotel, que tem dois restaurantes com estrelas Michelin, para alimentar os empregados que continuarão dando expediente in loco e os dois moradores do hotel.

Surpresas na reabertura

Entrada do Copacabana Palace protegida por grades Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Entrada do Copacabana Palace protegida por grades Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Andrea continuará ocupando um apartamento dentro do Copa. Mas sem qualquer glamour envolvido, garante.

— Quem pensa em mordomia está completamente enganado. Até mandei instalar uma máquina de lavar caseira no meu apartamento, já que a lavanderia do hotel estará fechada também — ela diz. — É uma situação bem triste, na verdade, imaginar aquele espaço vazio, sem a vida dos dias normais.

A normalidade, aliás, é um conceito que deve demorar a voltar, na visão da executiva, há mais de 20 anos no hotel de luxo mais conhecido do país:

— Venho monitorando o cenário internacional, sobretudo o da China, que parece já estar na fase final da epidemia. Lá, os hotéis estão voltando a funcionar com ocupação em torno de 20% a 30%. Então imagino que essa será a nossa situação, no melhor dos casos, no meio do ano. Só devemos chegar aos 40% no último trimestre , quando o hotel normalmente está quase lotado.

 

Ela também vê o período como início de uma profunda transformação no setor turístico como um todo. E espera usar a parada para preparar o quase centenário Copa para o que vem pela frente:

— A ideia não é reabrir as portas com o hotel exatamente como era. Podem esperar surpresas.


O Globo quarta, 08 de abril de 2020

SÉRGIO MALLANDRO NA QUARENTENA

 

Sérgio Mallandro é contratado para 'motivar' funcionários de empresa durante quarentena

Prestes a virar avô, comediante de 64 anos diz que tem alimentado o corpo e a mente com 'coisas boas' para afastar doenças como depressão
 
 
O humorista Sérgio Mallandro Foto: Bruna Issa / Divulgação
O humorista Sérgio Mallandro Foto: Bruna Issa / Divulgação
 
 

Sérgio Mallandro não perde a piada. Em quarentena dentro de casa, no Rio – onde acolhe um amigo que mora nos Estados Unidos –, o comediante de 64 anos foi contratado para apresentar um "stand up motivacional", via internet, para funcionários de uma empresa. A ideia, ele explica, é transmitir uma mensagem positiva, e de forma bem-humorada, para que as pessoas fiquem estimuladas com as próprias rotinas, apesar das dificuldades provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

O comediante Serginho Mallandro Foto: Divulgação

Neste semestre, Mallandro iria cumprir uma série de trabalhos, todos cancelados: seguiria a turnê da peça "Ninguém me leva a sério pô...ráá!" por lugares como Campinas, São Paulo e Salvador, além de cidades americanas, como Orlando e Boston; iniciaria as filmagens do longa "O errado que deu certo", com direção de Pedro Antônio (de "Um tio quase perfeito" e "Tô ryca!"); gravaria um reality-show com 12 ex-namoradas; e começaria a tocar um projeto audiovisual, com o diretor André Moraes, para uma plataforma de streaming.

 

Apesar de não negar a frustração com o cancelamento da agenda profissional ("esse confinamento está sendo mais dificil do que se manter no programa 'A fazenda', que eu já participei", brinca), ele prefere economizar no número de reclamações.

Nos últimos dias, o comediante tem publicado vídeos, em suas redes sociais, com reproduções das divertidas "danças da quarentena" que ele criou para exercitar o corpo, ao som das expressões "rá" e "glu glu ié ié", uma marca pessoal. Aliás, diante de pedidos dos fãs, como destaca, o humorista já prepara um stand up virtual para o dia 16 de abril, com transmissão ao vivo da própria casa, em live no Instagram.

Prestes a virar avô, o artista mantém conversas diárias, por vídeoconferência, com os filhos Edgard, de 22 anos, e Stephanie, de 26 — ambos em Los Angeles, nos EUA — e Sérgio Tadeu, que espera um filho, o primeiro neto de Mallandro. "Pois é, vou ser vovô na quarentena", Mallandro comemora.

— Na verdade, é uma bênção ficar em casa para seguir o isolamento social. Não dá para dizer que estamos todos no mesmo barco. Estamos sob a mesma tempestade, e precisamos agir do jeito que podemos — afirma. —  Essa pandemia deu uma chachoalhada para valorizarmos determinadas profissões. Há até mulheres enaltecendo as depiladoras. Brinco assim, mas é verdade, bicho...! E os médicos merecem tudo. Eles são nossos verdadeiros heróis. Quando isso tudo acabar, eles vão ter que sair em cima do carro de bombeiros para o país todo os aplaudir. O problema é que a gente se esquece de tudo depois que os problemas passam... Aí, volta tudo ao oba-oba.


O Globo terça, 07 de abril de 2020

RECEITAS DE CHOCOLATE PARA FAZER EM CASA

 

Quarentena: Páscoa fica ainda mais divertida com receitas de chocolate para fazer em casa

Bombom feito na forma de empadinha (ou na forma de gelo), casca de ovo recheada com musse de chocolate e trufa vegana estão entre as sugestões de sobremesas para o domingo
 
 
Ovos de Páscoa Ludique (casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate), do chef Philippe Brye, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação
Ovos de Páscoa Ludique (casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate), do chef Philippe Brye, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação
 
 

Não é preciso ter motivo para comer chocolate, mas, quando tem, é melhor ainda. Domingo de Páscoa é o dia em que todo mundo pode se fartar de chocolate sem sentir culpa. Em tempos de isolamento dos que podem ficar em casa, que tal aproveitar para, em vez de comprar um ovo pronto, fazer um doce diferente?

Chef do Le Cordon Bleu, o francês Philippe Brye aposta numa receita de encher os olhos e que fazia em sua casa antes de aprender a fazer os tradicionais ovos de chocolate: musse servida dentro da casca de ovo de galinha.

— Com um prego e uma tesoura, dá para furar e retirar a tampinha da parte superior dos ovos de galinha, que, depois de higienizados adequadamente, são recheados com chocolate ou musse de chocolate. Pode usar uma faca de serrinha para ajudar. Dá para fazer vários de uma vez e, se animar, decorar o lado de fora e a parte de cima com pasta americana — explica Brye, que, em seguida, ensina o passo a passo.

A lista de receita também inclui trufas veganas e bombons que, na falta de forminhas de plástico tradicionalmente usadas no preparo, podem ser feitas na forma de empadinha ou até mesmo na de gelo.

Casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate

Philippe Brye (Le Cordon Bleu)

Ingredientes

120g de chocolate 70%

50g de chocolate ao leite

105g de manteiga

3 gemas

5 ou 6 claras (dependendo do tamanho do ovo)

130g de açúcar

1 pitada de sal

Preparo

Musse: Derreter os chocolates em banho-maria. Adicionar a manteiga. Depois que ela estiver derretida, adicione as gemas peneiradas. Bater as claras com o sal e o açúcar (despejando um terço de cada vez, misturando antes de acrescentar a outra parte). Misturar as claras com o chocolate (adicionando um terço de cada vez).

 

Montagem: Retirar a parte superior do ovo, cru, com cuidado. Guardar as gemas e claras separadamente. Lavar as cascas com água bem quente, mas sem sabão. Deixar secar. Colocar os ovos dentro dos alvéolos da caixa de ovos, para eles não caírem. Rechear os ovos com a musse e colocar na geladeira por duas horas. Pare enfeitar, coloque raspa de chocolate ou, se quiser, faça bichinhs com pasta amerciana. Tem validade de dois dias depois de pronto.

Rende: 15 a 20 ovinhos

Cupcake de chocolate com Coca-Cola

MP Tortas

Cupcake de chocolate com Coca-Cola, da MP Tortas Foto: Divulgação
Cupcake de chocolate com Coca-Cola, da MP Tortas Foto: Divulgação

 

Ingredientes

1 ovo

3 colheres de sopa de óleo de canola

3 colheres de sopa de açúcar

3 colheres de sopa de Coca-Cola

3 colheres de sopa de chocolate em pó

4 colheres de sopa de farinha de trigo

½ colher de chá de fermento

...para a cobertura

1 lata de leite condensado

4 colheres de sopa de achocolatado em pó

½ lata de refrigerante Coca-Cola

... Você vai precisar de uma forminha para cupcake de silicone ou potinho de sobremesa.

Preparo

Misturar o ovo, o açúcar e o chocolate em pó. Adicionar aos poucos a farinha de trigo com fermento, alternando com o refrigerante até obter uma mistura homogênea.

Colocar em forminhas de papel e levar ao micro-ondas por três minutos na potência máxima.

A cobertura: Levar todos os ingredientes ao fogo em uma panela. Mexer com uma espátula de silicone para obter um brigadeiro com consistência de cobertura.

 

Trufa de cacau com nuts

Tati Lundi

Trufa de cacau com nibs, de Tati Lundi Foto: Divulgação/Tomas Rangel
Trufa de cacau com nibs, de Tati Lundi Foto: Divulgação/Tomas Rangel

 

Ingredientes

1 xícara de amêndoas

1 xícara de pecan

1 xícara de tâmara

½ xícara de cacau

1/4 xícara de melado

1 pitada de sal

1 pitada de gengibre em pó (opcional)

1 pitada de canela em pó (opcional)

Para enfeitar : farofinha de amendoim tostado , coco ralado, nibs de cacau... o que preferir.

Preparo

Bater tudo no processador (“fica mais farofinha”) ou liquidificador. Fazer bolinhas e envolver com amendoim, nibs, coco...

Rende: 20 trufas

Bombom de pasta de amendoim

Ludmilla Andrade (Casas Pedro)

Casas Pedro: bombom de chocolate com pasta de amendoim Foto: Divulgação
Casas Pedro: bombom de chocolate com pasta de amendoim Foto: Divulgação

 

Ingredientes

300g de chocolate ao leite

2 colheres de sopa de pasta de amendoim

açúcar a gosto

pitada de sal

Preparo

Use quatro forminhas de silicone pequenas — se não tiver, pode fazer em formas de empadinha ou de gelo. Derreta o chocolate em banho-maria. Preencha fundo e as laterais das forminhas com o chocolate derretido.

Não deixe muito fino para não correr risco de quebrar quando desenformar. Coloque na geladeira.

Enquanto isso, adoce a pasta de amendoim a gosto e acrescente o sal. Depois de uns cinco minutos, o chocolate já deve estar durinho. Recheie com a pasta de amendoim e cubra com o restante do chocolate derretido.

Coloque novamente na geladeira por dez minutos.

O bombom desenforma com facilidade depois de gelado e enrijecido.

Kinder Bueno caseiro

Raphaela Severiano Ribeiro

 
Ovo Kinder Bueno caseiro, recheado de brigadeiro branco Foto: Divulgação
Ovo Kinder Bueno caseiro, recheado de brigadeiro branco Foto: Divulgação

 

Ingredientes

100g de chocolate ao leite

150g de brigadeiro branco

30g de Nutella

5g de granulado

1 pacote de 43g de chocolate kinder bueno White

... o recheio de brigadeiro branco

1 lata de leite condensado

1 colher de sopa de manteiga sem sal

3 colheres de sopa de creme de leite

... Você vai precisar de uma forma de meia banda de ovo de Páscoa no tamanho de 250g — se não tiver, pode substituir por r uma tigela de louça ou cerâmica.

Preparo

Pique o chocolate em pedaços bem pequenos e leve 2/3 ao micro-ondas por 30 segundos. Retire e mexa bem. Volte ao micro-ondas e repita a operação quantas vezes forem necessárias até derreter tudo.

Em seguida, misture o restante do chocolate picado ao que foi derretido. Mexa até dissolver todos os pedacinhos.

Esse processo se chama “temperagem” e vai garantir que o ovo não derreta depois. Espere esfriar e ficar em temperatura ambiente.

Com um pincel de cozinha ou uma espátula, passe o chocolate derretido na forma ou tigela e leve-a a geladeira com boca virada para baixo, sobre uma folha de papel- manteiga. Deixe secar. Repita o processo duas vezes para formar uma camada mais grossa de ovo.

Para o recheio de brigadeiro branco: Colocar todos os ingredientes na panela em fogo baixo e misturar até soltar do fundo.

 

Preparo final: Colocar, dentro da casca de chocolate, uma camada de recheio de brigadeiro branco, pedaços de Kinder bueno e a Nutella.

Finalizar com o brigadeiro branco. Para decoração, utilizar granulado e pedaços de chocolate branco por cima e finalizar com riscos do mesmo chocolate usado para a casca do ovo.

Rende: uma banda de ovo

Ovos de chocolate na caixa de ovos de galinha

Ignácio Peixoto

Ingredientes

600g de chocolate branco

pimenta rosa a gosto (para enfeitar)

... recheio: musse de maracujá

1 lata de leite condensado

1 lata de suco concentrado de maracujá

1 lata de creme de leite

Você também precisará de uma caixa de ovos de plástico vazia.

Preparo

Derreta o chocolate em banho-maria. Espalhe uma camada de chocolate na parte interna da caixa de ovos . Leve à geladeira para secar por apenas dois minutos. Retire e espalhe outra camada de chocolate e leve novamente à geladeira por mais dois minutos. Retire e espalhe a terceira e última camada. Volte à geladeira até secar completamente, o que levará cerca de 30 minutos.

Recheio: bater os ingredientes no liquidificador até a mistura homogenia ganhar firmeza

Montagem: desinforme o ovo de chocolate delicadamente (depois de gelado ele solta facilmente). Com um saco de confeiteiro (ou uma colher), recheie os ovos. Finalize com pimenta rosa a gosto.


O Globo segunda, 06 de abril de 2020

SASHA MENEGHEL ESTÁ NAMORANDO CANTOR GOSPEL

 

Sasha Meneghel está namorando cantor gospel

'Tem minha bênção', diz Xuxa sobre relação da filha
 
 
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
 
 

Sasha Meneghel, de 21 anos, usou as redes sociais para anunciar que está namorando o cantor gospel João Figueiredo. Em seu instagram, o músico postou uma série de fotos - incluindo uma em que aparece trocando um selinho com a amada - com a seguinte legenda: "Você trouxe mais cor pra minha vida (literalmente). Eu te amo!". A modelo respondeu: "E você música para a minha".

 
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram

 

Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram

 

A filha da apresentadora Xuxa Meneghel também compartilhou dois cliques com o namorado. "Me apaixonei pelo meu melhor amigo", escreveu ela.

Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram

 

Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram
Sasha Meneghel e João Figueiredo Foto: Reprodução/Instagram

 

Na conta do genro,  Xuxa deu seu aval ao relacionamento: "Tem minha bênção". Ivete Sangalo, amiga da família, também deixou seu comentário: "Que Deus abençoe cada momentinho de você! Te amo, filha".


O Globo domingo, 05 de abril de 2020

BRASILEIROS CONFINADOS EM NAVIO NA ITÁLIA NÃO SABEM QUANDO VÃO PODER VOLTAR PARA CASA

 

 

Brasileiros confinados em navio na Itália não sabem quando vão poder voltar para casa

Eles estão isolados em suas cabines há doze dias, reclamam de falta de assistência e podem ter de cumprir mais uma quarentena em Milão ou Roma
 
Lara e o marido, Vitor, no cruzeiro atracado em Civitavecchia, na Itália Foto: Arquivo pessoal
Lara e o marido, Vitor, no cruzeiro atracado em Civitavecchia, na Itália Foto: Arquivo pessoal
 
 

RIO - A pediatra Lara Junqueira Zacaron tinha acabado de se formar pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, após dois intensos anos de residência, com plantões redobrados na Santa Casa de Misericórdia, também em Juiz de Fora. Ela e o marido Vitor Santos Mockdece, empresário, ambos de 26 anos, estavam juntando dinheiro para realizar a viagem dos sonhos, a da lua de mel. Começaram nas Ilhas Maldivas, passaram por Dubai e depois embarcaram no cruzeiro Costa Victoria. Teriam mais 22 dias de celebração entre Omã, Israel, Jordânia, Grécia, Croácia e Italia.

— Mas a lua de mel virou um pesadelo — conta Lara, por telefone, de dentro da sua cabine onde está em isolamento desde o dia 23.

O cruzeiro Costa Victoria está atracado no porto de Civitavecchia, na Itália após única parada turística em Omã e outra, na Grécia, apenas para o desembarque de uma passageira, argentina, que estava com os sintomas da Covid-19. Seu teste teria dado positivo e desde então todos os passageiros do navio entraram em isolamento. Eles foram impedidos de desembarcar porque a Itália fechou seus portos a embarcações estrangeiras para tentar evitar a propagação do novo coronavírus.

Navio Costa Victoria, atracado em Civitavecchia: passageiros de outras nacionalidades já desembarcaram mas os brasileiros, 10 turistas, e seis tripulantes, ainda estão confinados. Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE / REUTERS
Navio Costa Victoria, atracado em Civitavecchia: passageiros de outras nacionalidades já desembarcaram mas os brasileiros,
10 turistas, e seis tripulantes, ainda estão confinados. Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE / REUTERS

 

Lara diz que a empresa lhe informou que haviam entrado em contato com o governo brasileiro para repatriá-los mas até agora não obteve nenhuma informação concreta sobre o processo.

 

— Estamos em um país que não é o nosso e dá muita insegurança. Não nos falam nada, não sabemos nada. Mas achamos estranho porque vários outros turistas já deixaram o navio e voltaram para suas casas. Por que a gente continua por aqui? E mais: por que nos disseram que temos de ficar mais 14 dias em um hotel em Milão ou Roma e não seguir direto para o Brasil se estamos em isolamento? Ainda mais em Milão. Vamos correr mais riscos — questiona Lara, que disse que o navio, que tinha cerca de 700 pessoas, já está com bem menos gente.

Ela e o marido estão confinados em sua cabine há 12 dias. Recebem três refeições por dia, na porta do quarto, e não podem circular pelo navio. As únicas vezes que saem do isolamento são para medir a temperatura, diariamente, em um grande salão, sob supervisão das autoridades sanitárias do país.

Bela Megale:  O drama dos brasileiros presos na Venezuela por causa do coronavírus

Ela manteve contato com outros brasileiros que estão a bordo por WhatsApp. Ao todo, são 16 brasileiros, sendo seis tripulantes (segundo o Ministério das Relações Exteriores). Lara conta que, por sorte, sua cabine tinha janela mas que não era o caso de todos eles — após reclamações e divulgação de videos nas redes sociais, eles foram levados para cabines com varanda e com mais conforto.

 

— Tentamos controlar a ansiedade mas como não nos falavam nada e vendo outras pessoas deixarem o navio, um dos brasileiros, que tem chip internacional, ligou na Embaixada do Brasil e descobrir que eles não sabiam da nossa situação. Se as regras são rigidas na Italia, que é a unica coisa que nos falam, por que só com a gente?

Lara e Vitor posam no cruzeiro: eles ainda não têm informações sobre como poderão voltar para casa Foto: Arquivo pessoal
Lara e Vitor posam no cruzeiro: eles ainda não têm informações sobre como poderão voltar para casa
Foto: Arquivo pessoal

 

Sem janela

A arquiteta de tecnologia Ligia Cossina, de 36 anos, que também está no navio junto com o marido Thiego Paes, gerente de projetos, de 34 anos, ficou oito dias em isolamento em uma pequena cabine interna, sem janela.

Disse que desde o início, a viagem apresentou algumas alterações no roteiro, mas a empresa "encorajou e prometeu" cumprir com os destinos. Eles embarcariam nas Ilhas Maldivas mas começaram a viagem em Dubai, por exemplo. Explicou que o avaço da doença foi muito rápido e que quando iniciaram a viagem o quadro mundial era outro, sem epicentros na Europa.

— Foi muito estressante oitos dias numa cabine de 20 metros quadrados. Mas, depois que o nosso caso veio à tona, na internet, a empresa nos colocou em outra cabine e mudou o tratamento em relação a gente. Nosso drama, nesse momento, mesmo após 12 dias de quarentena e com tomada de temperatura diária, é ter de ficar mais 14 dias na Italia. Temos pessoas do grupo de risco no nosso grupo e não tem cabimento cumprir mais uma quarentena na Italia — desabafa Ligia, lembrando que o barco tem bandeira Italiana e está atracado em importo na Italia. — Todos os brasileiros estão saudáveis.

 
Lígia e Thiego (à esquerda) ao lado de Lara e Vitor (à direita) no interior do cruzeiro Foto: Arquivo pessoal
Lígia e Thiego (à esquerda) ao lado de Lara e Vitor (à direita) no interior do cruzeiro Foto: Arquivo pessoal

 

Na última sexta-feira, o Cônsul-Geral do Brasil em Roma, Afonso Carbonar, acompanhado de funcionário diplomático do consulado, esteve em Civitavecchia para conversar com os brasileiros retidos e com as autoridades italianas competentes. Segundo Lara, eles não sabiam, ao certo, como os brasileiros estavam.

Questionado, o Ministério das Relações Exteriores disse que "acompanha com atenção a situação dos 10 viajantes e 6 tripulantes brasileiros a bordo do Costa Victoria".

Informaram ainda que o Consulado-Geral do Brasil em Roma "está há vários dias em contato com os passageiros brasileiros e que a operadora do cruzeiro e as autoridades locais enfrentam uma série de dificuldades para desembarcar os passageiros, em vista da falta de acomodações para quarentena de 14 dias em um dos hotéis-hospitais da região (exigida pelas autoridades italianas). Até o momento, não foi possível lograr dispensa da exigência de quarentena para embarque imediato ao Brasil."

A pasta confirmou que já foram repatriados cerca de 10.500 brasileiros por causa da pandemia do coronavírus. Explicaram qie as operações dependem "de complexas tratativas com os governos locais para a suspensão temporária de medidas restritivas, tais como fechamento de aeroportos, toques de recolher, quarentenas, etc".


O Globo sábado, 04 de abril de 2020

QUARENTENA: SÉRIES PARA MARATONAR NO ISOLAMENTO SOCIAL

 

Quarentena: séries para maratonar no isolamento social

Uma lista com dez produções consagradas na mais recente temporada de premiações da TV: da comédia ao drama
 
'Fleabag', série protagonizada e criada por Phoebe Waller-Bridge Foto: Divulgação
'Fleabag', série protagonizada e criada por Phoebe Waller-Bridge Foto: Divulgação
 
 

Veja dez produções consagradas na mais recente temporada de estatuetas, para quem pode se isolar — devido à pandemia do coronavírus — e correr atrás do atraso. Confira a lista abaixo.

Séries para maratonar na quarentena:

Fleabag

A protagonista de "Fleabag" Foto: Divulgação
A protagonista de "Fleabag" Foto: Divulgação

Phoebe Waller-Bridge é um fenômeno. Autora e protagonista da produção ganhadora de dois troféus no Emmy — nas categorias melhor série de comédia e melhor atriz de comédia —, a atriz e roteirista de 34 anos conquistou um público abrangente com a comédia irreverente sobre o dia a dia de uma londrina jovem e solteira. Os episódios são curtos: ou seja, dá para conferir as duas temporadas em um dia. Disponível na Amazon Prime.

 

Killing Eve

A investigadora Eve e a assassina Villanelle, de "Killing Eve" Foto: Divulgação
A investigadora Eve e a assassina Villanelle, de "Killing Eve" Foto: Divulgação

Está aí outra obra de Phoebe Waller-Bridge, igualmente premiada no último Emmy (na categoria melhor atriz dramática, para Jodie Comer). Adaptação dos livros de Luke Jennings, o thriller de ritmo ágil reinventa aspectos do gênero ao acompanhar, com humor e ironia, a busca de uma investigadora americana (papel de Sandra Oh) por uma serial killer russa (Jodie). Disponível no Globoplay.

Succession

Succession, série de TV produzida pela HBO Foto: Divulgação
Succession, série de TV produzida pela HBO Foto: Divulgação

Uma das melhores séries de 2019 na opinião da crítica e colunista do GLOBO Patrícia Kogut, a produção da HBO tem arrebanhado fãs neste período de quarentena. Com duas temporadas disponíveis, o drama familiar com assinatura do roteirista Jesse Armstrong — que levou o prêmio de melhor série dramática no último Globo de Ouro — acompanha uma ferrenha disputa entre os herdeiros de um império de mídia. Disponível na HBO e no Now.

Segunda chamada

Débora Bloch como a professora Lúcia na série da Globo 'Segunda chamada' Foto: Mauricio Fidalgo / TV Globo
Débora Bloch como a professora Lúcia na série da Globo 'Segunda chamada' Foto: Mauricio Fidalgo / TV Globo

Vencedora do Troféu APCA na categoria melhor série/minissérie, o drama dirigido por Joana Jabace, com texto de Carla Faour e Julia Spadaccini, foi o grande destaque entre as produções nacionais do último ano. E uma nova temporada, que teve as gravações provisoriamente suspensas devido à quarentena, está por vir, em breve. Estrelada por Debora Bloch, a história segue os dramas de professores e alunos numa turma de Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública. Disponível no Globoplay.

 

Pose

Blanca, vivida por MJ Rodriguez, é uma das protagonistas de 'Pose', série que retrata os bailes nos anos 80 em Nova York, nos Estados Unidos Foto: Divulgação
Blanca, vivida por MJ Rodriguez, é uma das protagonistas de 'Pose', série que retrata os bailes nos anos 80 em Nova York, nos Estados Unidos
Foto: Divulgação

Renovada para uma terceira temporada (ainda inédita), a produção é celebrada por trazer o maior elenco transexual da história da TV. Vencedora do último Emmy na categoria melhor ator dramático (para Billy Porter) — e indicada ao troféu de melhor série dramática —, a narrativa faz um retrato de parte da cena gay na Nova York dos anos 1980. O enfoque da trama é a “ball culture”, como se chamavam os animados bailes em que a comunidade LGBT desfilava figurinos com temas predeterminados. Disponível na Netflifx.

Barry

Bill Hader, o protagonista da série "Barry" Foto: Divulgação
Bill Hader, o protagonista da série "Barry" Foto: Divulgação

Um assassino de aluguel deseja abandonar o mundo do crime para se tornar um grande ator. Está aí a premissa da série de humor protagonizada por Bill Hader, também um de seus criadores, trabalho que o fez levar o prêmio de melhor ator de comédia em dois anos seguidos no Emmy (2018 e 2019). Nos EUA, ele é conhecido por ter integrado o elenco do programa de esquetes “Saturday Night Live”. Disponível na HBO e no Now.

Ozark

Cena da série 'Ozark', da Netflix, com Jason Bateman e Laura Linney Foto: Jackson Davis/Netflix / Divulgação
Cena da série 'Ozark', da Netflix, com Jason Bateman e Laura Linney Foto: Jackson Davis/Netflix / Divulgação

Desde que a sua terceira temporada foi lançada, no início deste ano, a série de suspense conquista novos elogios, com comparações à icônica “Breaking bad”. Laureada com o prêmio de melhor atriz coadjuvante em série de drama (para Julia Garner) no último Emmy, no qual também foi indicada à categoria “melhor série de drama”, a produção estrelada por Jason Bateman e Laura Linney segue as reviravoltas na vida de uma família comum envolvida com a máfia. Disponível na Netflix.

 

The Marvelous Mrs. Maisel

A protagonista de "Maravilhosa sra. Maisel" Foto: Divulgação
A protagonista de "Maravilhosa sra. Maisel" Foto: Divulgação

Já está confirmada a quarta temporada da série que vem agradando público e crítica. Vencedora de 16 Emmys — no último ano, levou o prêmio nas categorias melhor ator coadjuvante em série de comédia (para Tony Shalhoub) e melhor atriz coadjuvante (para Alex Borstein) — a trama segue os passos de uma dona de casa que se transforma numa requisitada comediante na Nova York dos anos 1950. Disponível na Amazon.

This is Us

Parte do elenco da sére 'This is us' Foto: Divulgação
Parte do elenco da sére 'This is us' Foto: Divulgação

Há um ritmo novelesco e melodramático na série sobre os altos e baixos de uma família incomum. E isso é um mérito. Vencedora de três Emmys — no ano passado, a produção teve cinco indicações a categorias importantes da premiação, incluindo melhor série de drama —, a narrativa se constrói sem mocinhos ou vilões. Nas quatro temporadas às quais o público tem acesso, são as várias situações da vida que movimentam os conflitos. Disponível na Amazon, na Fox Premium e no Now.

Game of Thrones

Episódio final de 'Game of Thrones': temporada final de hit da HBO teve apenas uma indicação Foto: Reprodução / HBO
Episódio final de 'Game of Thrones': temporada final de hit da HBO teve apenas uma indicação Foto: Reprodução / HBO

Produção que mais acumulou indicações nas últimas premiações — e que venceu a principal categoria de melhor série dramática no Emmy —, a saga inspirada no universo literário de George R. R. Martin é o maior sucesso recente da TV americana. A grosso modo, a história acompanha uma disputa de tronos num mundo imaginário, em período equivalente à Idade Média. É preciso mais tempo para “zerar” os 73 episódios, cada um com cerca de 70 minutos. Disponível na HBO e no Now.


O Globo quinta, 02 de abril de 2020

GUIA DO CORONAVÍRUS

 

GUIA DO CORONAVÍRUS

Com o avanço do novo coronavírus em todo o mundo, incluindo o Brasil, O GLOBO apresenta aqui um guia reunindo as informações fundamentais sobre a Covid-19. Como surgiu o vírus, quais os principais sintomas, como se prevenir, o que fazer em caso de infecção, recomendações das autoridades de saúde e também direitos dos consumidores em casos como os de cancelamento de viagens e cobertura médica.

O VÍRUS

 

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O que é o novo coronavírus?
É um vírus cujo nome faz referência à forma de coroa (corona em latim) de sua camada superficial. Além do Sars-CoV-19, há seis tipos de coronavírus conhecidos causadores de doença em humanos. Dois deles — Sars (descoberto em 2002) e Mers (2012) — causam infecção grave, mas não provocaram pandemia. Os outros quatro são relativamente raros e brandos.
Por que é tão perigoso?
Porque ele provoca doença grave e tem um meio de transmissão eficiente, o respiratório. Além disso, é novo e pode ser transmitido pelo ar, como o sarampo.
Por que ser novo é um perigo?
Como era desconhecido, o ser humano não tem imunidade. Afinal, nunca teve contato com ele. Há ainda pouco conhecimento consolidado, e as informações estão em constante atualização.
E o que isso significa?
Que é necessário se informar por meio de fontes confiáveis (Ministério da Saúde, instituições científicas e médicas e jornalismo profissional) para se manter a salvo da doença.
Qual a origem do vírus?
Estudos recentes mostram que o novo coronavírus possa ser resultado de seleção natural. Em um estudo publicado na revista “Nature Medicine”, cientistas concluíram que o Sars-Cov-2 possui uma estrutura capaz de se conectar e infeccionar as células humanas muito eficaz, que seriam resultado de uma evolução. Ainda há a hipótese de que os morcegos possam ter servido inicialmente como hospedeiros.
Como passou para o homem?
Provavelmente, pelo contato, incluindo consumo, com a carne de morcego ou de algum outro animal silvestre, em Wuhan, na China.
Como o coronavírus penetra no corpo humano?
Pelas mucosas da boca, do nariz e dos olhos. Assim, ele se liga às células das vias respiratórias.
O que o vírus faz nas células?
Ele “sequestra e escraviza” as células. Usa seu DNA e as obriga a produzir cópias de si mesmo. Uma única célula infectada produz milhões de vírus. Até não suportar mais, romper-se e morrer, liberando os invasores. Eles partem para tomar mais células e se espalham pelo organismo.
Qual a diferença entre Sars-CoV-2 e Covid-19?
Sars-CoV-2 é o nome do vírus dado pela OMS. Covid-19 é o nome da doença.

SINTOMAS

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Quais os sinais e sintomas da Covid-19?
Eles variam de uma pessoa para outra. Mas é fundamental prestar atenção em três sintomas. A ampla maioria dos infectados tem febre e muitos têm tosse seca. A sensação de cansaço extremo acomete até boa parte dos doentes. Outros sinais são coriza, dores no corpo, diarreia e dificuldade para respirar. O mais preocupante é esse último. Recentemente, perda de paladar e de olfato também têm sido identificados nos pacientes diagnosticados com a Covid-19.
Quando procurar um hospital?
Se você tem sintomas de gripe ou resfriado com bom estado geral (coriza, febre baixa, mal-estar ou tosse), fique em casa por 14 dias, faça repouso e siga as medidas de higiene. Se os sintomas se agravarem, e você começar a apresentar cansaço ou dificuldade para respirar, procure uma emergência. Bebês e crianças menores de 6 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 40 dias, pessoas com mais de 60 anos e que tiverem doenças preexistentes devem ser avaliadas por profissional de saúde se apresentarem febre e sintomas respiratórios.
Quando surgem os sinais e sintomas?
Quase sempre, cinco dias após a pessoa ter sido exposta ao vírus. Isso dá suporte à quarentena de 14 dias preconizada até agora. É bom lembrar que há casos assintomáticos, em que a pessoa infectada funciona apenas como vetor, ou seja, não apresenta sintomas clínicos, mas pode transmitir o coronavírus para outras pessoas.
Em quanto tempo a infecção pelo coronavírus evolui para um quadro grave?
Geralmente, de quatro a cinco dias após o início dos sintomas. Esse tempo pode ser mais curto para pessoas que sofrem de doenças crônicas preexistentes como diabetes e hipertensão. Segundo infectologistas, é preciso ficar atento quando a tosse, que começou semelhante a de uma alergia ou uma gripe, evolui muito em quatro dias, desenvolvendo uma dificuldade para respirar. Se a pessoa tem tosse, febre, mal-estar, coriza e começa a ter um desconforto respiratório, o caso pode estar ficando grave e é preciso procurar um hospital.
A infecção por coronavírus deixa sequelas?
Ainda se sabe muito pouco sobre isso. O que os médicos e cientistas já conseguiram identificar até agora é que há uma mudança na arquitetura do pulmão, o que pode reduzir a capacidade respiratória da pessoa. Informações mais precisas sobre sequelas devem vir com o tempo, conforme os pacientes vão sendo tratados.

TRANSMISSÃO

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Quanto tempo o vírus sobrevive em superfícies?
De acordo com um estudo publicado na revista científica “New England Journal of Medicine”, o Covid-19 consegue sobreviver até três dias em algumas superfícies, como plástico ou aço. No papelão, em torno de 24 horas. Já no cobre, quatro horas. Em poeiras, por pouco mais de uma hora.
Ele é muito transmissível?
Acredita-se que cada pessoa infectada possa transmitir o vírus para pelo menos três pessoas. De acordo com a Universidade de Oxford, esse número pode chegar a cinco. Mas, o que faz com que a Covid-19 se propague tão rápido é que o vírus pode ser transmitido mesmo antes de aparecerem os sintomas. Um estudo da revista Science indica que os portadores sem sintomas são responsáveis por dois terços das infecções.
Qual o risco de contrair a Covid-19?
A Covid-19 foi declarada como pandemia pela OMS. Isso significa que já foram registrados casos do novo coronavírus em todos os continentes, com transmissão comunitária. Mais de quinhentas mil pessoas já foram infectadas e o número de mortes não para de crescer. Especialistas acreditam que entre 60% e 70% da população mundial será infectada. A principal recomendação no momento é que as pessoas, principalmente as que fazem parte dos grupos de risco, fiquem em casa e mantenham hábitos de higiene.
Quais as consequências?
Dependem do tempo de propagação. Em muitos países do mundo, como na Itália e na Espanha, os sistemas de saúde estão sobrecarregados e não conseguem atender a quantidade de pessoas infectadas com a Covid-19, o que acaba aumentando o número de mortes. Controlar a velocidade de propagação do vírus é essencial para minimizar as consequências da epidemia. Na economia, os impactos também são grandes. Com a recomendação de isolamento social há um aumento do número de desempregados, e uma grande preocupação com as populações mais vulneráveis e com os pequenos empresários.
Como reduzir a velocidade da pandemia?
Com medidas de isolamento social e cuidados pessoais como lavar as mãos, cobrir a boca ao tossir, evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca, manter uma distância de pelo menos 1,5 metro das outras pessoas e higienizar ítens pessoais quando precisar ao chegar em casa.
Há bons exemplos de combate no mundo?
Sim. Quase todos estão na Ásia, como a Coreia do Sul e a China. Esses locais tomaram atitudes como testagem maciça de casos — com uma campanha de exames — e medidas mais agressivas de isolamento social.
Que pessoas têm mais risco de serem infectadas?
Quem teve contato com uma pessoa infectada ou que, por fazerem parte das categorias consideradas essenciais, precisam sair para trabalhar e não conseguem respeitar o isolamento social.
Pessoas infectadas e sem sintomas transmitem o vírus?
Sim. Os portadores sem sintomas são responsáveis por dois terços das infecções. Isso porque. apesar de serem duas vezes menos contagiosos, os assintomáticos são seis vezes mais numerosos. Além desses casos, em que a pessoa tem a doença mas não apresenta sintomas clínicos, o coronavírus também é transmitido durante o período de incubação, que geralmente leva de 5 a 12 dias.
Se eu já tive coronavírus, posso ter de novo?
Os dados mais recentes indicam, até agora, que quem teve uma vez a Covid-19 não está sendo contaminado novamente. Mas o vírus ainda está sendo estudado.
Posso pegar coronavírus e gripe ao mesmo tempo?
Especialistas afirmam é possível haver coinfecção e que já há relatos em outros países. No Brasil, a conjugação poderia se dar com o H1N1 ou com a cepa B da influenza. Juntos, os dois vírus, podem causar uma pneumonia grave.
O coronavírus é sexualmente transmissível?
Não. Segundo especialistas, não há nenhum indício de que há transmissão sexual do coronavírus. Porém, caso uma pessoa infectada tenha relação sexual, o vírus pode ser transmissível pelas vias respiratórias.
Qual é a diferença entre transmissão local e comunitária?
Transmissão local: a primeira vez que uma doença importada de outro país é transmitida de uma pessoa para outra em uma nova região. Transmissão Comunitária: À medida em que as autoridades passam a não conseguir estabelecer cadeias de transmissão para cada indivíduo infectado, a transmissão passa a ser considerada comunitária.
Quanto tempo deve demorar esse surto?
Ainda não há previsão. A duração depende do processo de contenção do contágio e da evolução do tratamento. No Brasil, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que o pico do coronavírus no país deve ocorrer entre maio e junho. A estimativa é que o número de casos se estabilize a partir de julho e que entre agosto e setembro comece a haver uma redução.

PREVENÇÃO

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Que principais cuidados devo ter?
  • Lave as mãos até a altura dos pulsos regularmente com água e sabão. A capa do vírus é feita de gordura, e o sabão a dissolve.
  • Na falta de água e sabão, limpe as mãos com álcool gel 60% a 70%, que tem o mesmo efeito.
  • Não saia de casa a menos que tenha uma emergência.
  • Se precisar sair para trabalhar, higienize a mão após tocar qualquer coisa do dia a dia, como o botão do elevador e a catraca do ônibus (principalmente antes de levá-la ao rosto). Evite também o transporte público lotado.
  • Mantenha pelo menos 1,5 metro de distância de qualquer pessoa tossindo ou espirrando.
  • Evite tocar os olhos, o nariz e a boca (se as mãos não tiverem sido higienizadas, não toque), porque é por eles que o contágio acontece.
  • Higienize com frequência o celular e outros objetos de uso pessoal.
  • Não dê abraços, beijos e apertos de mão.
  • Tenha higiene respiratória. Cubra a boca e o nariz ao tossir e espirrar com um lenço descartável e o jogue fora imediatamente. Na falta de um, cubra o rosto com o cotovelo.
  • Se não se sentir bem e os sintomas se agravarem, comunique ao seu médico ou aos postos de saúde.
  • Use máscara se estiver tossindo ou espirrando para evitar contaminar os outros. A máscara comum não evita que os vírus contaminem as pessoas, então não são necessárias para prevenção. Apenas o modelo N95 cumpre essa função.
Devo evitar locais de aglomeração, como estádios, shows, cinemas, teatros, templos religiosos?
Sim. Já foram registrados casos do novo coronavírus em todos os estados do Brasil, muitos com transmissão local. Por isso, para frear o contágio a recomendação é evitar aglomerações e seguir as restrições implementadas pelos governantes. No Rio de Janeiro e de São Paulo, onde estão concentrados os maiores números do coronavírus, a recomendação é ficar em casa. Há limitações no transporte e o comércio está fechado, com exceção de setores considerados essenciais.
Há risco de contrair na praia?
O risco de ir à praia é, justamente, porque o espaço reúne um grande número de pessoas. A recomendação é sair de casa apenas para atividades essenciais: trabalho, mercado, farmácia, médico ou para uma atividade física ao ar livre, em locais sem aglomerações de pessoas. Em alguns estados as praias estão, inclusive, interditadas.
Que cuidados devo ter ao viajar de táxi, metrô, trem e ônibus?
Manter certo distanciamento das outras pessoas; evitar os horários de maior movimento; higienizar as mãos sempre que tocar em botões, roletas ou apoios; não coçar os olhos, nariz ou a boca; e quando chegar em casa colocar a roupa para lavar, higienizar acessórios como bolsa e celular, e tomar banho. Quem puder, deve evitar o transporte público.
Quais os riscos da viagem de avião?
Os mesmos do transporte coletivo acrescidos do fato de maior tempo de exposição a potenciais infectados.
Devo viajar para o exterior?
A recomendação das autoridades de saúde é evitar ao máximo, principalmente quando a viagem for a turismo ou passeio. O número de vôos está reduzido no Brasil e a preferência é para transporte de medicamentos, órgãos para transplantes, equipes de profissionais da saúde e deslocamentos de emergência.
Qual o risco de viagens de navio?
A recomendação neste momento é evitar.
Posso usar qualquer tipo de álcool para higienização das mãos e objetos?
Pode ser em gel ou líquido, mas precisa ser entre 60% e 70%. Se o teor for menor, não é eficaz para eliminar o vírus e concentrações acima de 70%, além de causar ressecamento, evaporam mais rápido, reduzindo o tempo de ação.
Tenho que andar de máscara?
A recomendação é só usar máscara quem estiver doente, pois ela ajuda a não transmitir o vírus para outras pessoas. Quem tiver contato com casos suspeitos, incluindo profissionais de saúde e familiares, também pode adotar essa medida, já que há casos assintomáticos da doença.
Os restaurantes estão fechados. É seguro pedir delivery?
É mais seguro. Mas é importante respeitar as medidas de prevenção, como evitar o contato com o entregador, fazer o descarte da embalagem e lavar as mãos antes da refeição. Também é recomendada a higienização do cartão de crédito com álcool gel 70% e das chaves de casa.
Tenho uma consulta marcada no médico. Devo ir?
Depende. Em caso de consultas de rotina e entrega de exames, o ideal é conversar com o seu médico para que a decisão de adiar seja tomada em conjunto. A orientação para os médicos é tentar remarcar os pacientes, principalmente os que são do grupo de risco do novo coronavírus e que não necessitem de um atendimento de urgência. Nos casos de tratamentos oncológicos e para doenças crônicas, o paciente deve continuar frequentando consultas e terapias.
Uma mulher infectada pelo coronavírus pode amamentar?
Segundo a OMS, não há qualquer indício de que o leite materno passa transmitir o novo coronavírus para o bebê. Por isso, a orientação é que a amamentação seja feita com normalidade.

A DOENÇA

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O que a Covid-19 causa?
Uma infecção pulmonar. Nos casos brandos, a infecção se parece com um resfriado ou uma gripe leve. Nos mais graves, a pessoa começa a sentir grande dificuldade para respirar, e o quadro pode evoluir para pneumonia e falência múltipla de órgãos.
Todos os casos são graves?
Não. A OMS estima que 80% sejam brandos, com sinais e sintomas semelhantes aos do resfriado comum, sem necessidade de tratamento especial. Nos casos mais leves, os sintomas desaparecem em cerca de cinco dias. Nos casos graves, pode ser necessária internação de cerca de 20 dias em UTI..
E os casos graves?
A OMS diz que uma em cada seis pessoas infectadas fica gravemente doente. Até o momento, as formas mais graves têm se manifestado na população considerada como grupo de risco, mas há jovens, sem doenças crônicas, que também estão internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) pelo mundo.
Qual a diferença da Covid-19 para a gripe?
A Covid-19 se parece, mas não é uma gripe comum. Não é o apocalipse, mas tampouco um resfriado. Os sintomas são semelhantes. De acordo com infectologistas, a diferenciação é difícil de ser feita apenas pelo quadro clínico. Somente um diagnóstico por biologia molecular consegue identificar o novo coronavírus. Mas, diferentemente da gripe (vírus influenza), a população não tem imunidade contra o novo coronavírus. Não existem vacina e remédio licenciado, e o tempo entre o aparecimento de sintomas e o agravamento de casos que exigem internação parece ser menor na Covid-19, o que a torna potencialmente mais grave.
Como a Covid-19 pode ser fatal?
Por conta da insuficiência respiratória e da falência múltipla de órgãos, decorrentes tanto do ataque do vírus quanto da reação do próprio sistema de defesa do organismo. Apesar de a taxa de letalidade não ser alta, milhares de pessoas pelo mundo já morreram após contrair o vírus. Além do agravamento do quadro clínico de alguns pacientes, principalmente dos que fazem parte do grupo de risco, a rápida propagação do vírus tem sobrecarregado os sistemas de saúde. Em alguns lugares do mundo, as pessoas com Covid-19 estão tendo dificuldade de conseguir atendimento, o que acaba acarretando um aumento da mortalidade.
Como é o ataque do vírus?
Ele mira as células do trato respiratório, e o seu alvo predileto são os pulmões. As células infectadas se rompem e morrem. À medida que a infecção avança, as vias respiratórias vão ficando entupidas com fluidos e restos de células mortas. Em consequência, a pessoa passa a respirar cada vez pior.
E o que faz o organismo?
O sistema de defesa reage à presença de células mortas e do vírus. Células do sistema imunológico tomam os pulmões para tentar reparar os danos e expulsar os vírus. Muitas vezes, o sistema de defesa tem êxito. Mas a reação pode ficar descontrolada — o que ocorre com mais frequência em pessoas mais idosas ou com outras doenças, cujas defesas já estão previamente enfraquecidas.
E qual o resultado?
Descontroladas, as células de defesa passam tanto a atacar os inimigos quanto as células saudáveis. O sistema imunológico entra numa espécie de pane e emite uma enxurrada de sinais. Essa tempestade química danifica ainda mais os pulmões e pode atingir outros órgãos. Quando não controlada, a vítima sofre falências respiratória e múltipla de órgãos.
Qual a taxa de mortalidade?
Ainda não está estabelecida. Com base nos dados da China, o novo coronavírus se mostra mais letal, mas menos transmissível do que a gripe comum. A taxa de mortalidade atual da Covid-19 é de 3,4% contra menos de 1% da gripe comum. No Brasil até o momento a taxa está em menos de 2%, segundo o Ministério de Saúde.

DIAGNÓSTICO

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Como é o diagnóstico?
Infectologistas afirmam que a diferenciação clínica entre a gripe e o novo coronavírus é difícil de ser feita. Somente um diagnóstico por biologia molecular consegue identificar o Covid-19. Inicialmente, enquanto não havia transmissão comunitária no Brasil, o histórico epidemiológico também era levado em conta, ou seja, contato com pessoas infectadas e viagem a locais de transmissão.
Como é feito o teste?
É coletado o material das vias respiratórias (nariz ou garganta) do paciente com suspeita de coronavírus. Os hospitais e unidades de saúde vão enviar as amostras para análise do laboratório responsável, apto a confirmar ou descartar casos. O material genético do vírus é separado e submetido a reações químicas com substâncias que só se ligam ao DNA do coronavírus. Se as substâncias reagirem, o teste é considerado positivo. As amostras devem permanecer armazenadas por cinco anos caso haja a necessidade de reteste.
Os testes são eficientes?
Os testes aplicados no Brasil são considerados adequados.
Os testes estão disponíveis na rede públicas de saúde?
O Ministério da Saúde assegura que todos os estados têm condições de fazer os testes. Mas, devido ao aumento do número de casos, não há testes suficientes para todos os pacientes com suspeita de coronavírus. Atualmente, só estão sendo testados aqueles que estão internados ou apresentam quadro grave da doença. O resultado pode demorar até sete dias para ficar pronto.
E hospitais privados?
Sim, os hospitais privados também podem realizar os testes e para isso devem aceitar planos de saúde. Mas os resultados desses testes devem ser encaminhados para os laboratórios credenciados pelo Ministério da Saúde para que seja feita uma contra-prova e só então o diagnóstico é confirmado.

CUIDADOS PESSOAIS

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O que devo fazer se apresento sinais ou sintomas, mas não sei se tenho o vírus?
Se você apresentar sintomas como dor de cabeça, coriza, tosse e febre baixa, mas apresenta bom estado geral, fique em casa por 14 dias para evitar a contaminação de outras pessoas, de preferência isolado dos familiares e amigos. Faça repouso e siga as medidas de higiene. Na rede pública de saúde apenas os casos graves, onde as pessoas apresentam dificuldade para respirar ou se enquadram no grupo de risco, estão sendo testados.
Quando devo procurar um hospital?
Se você tiver um agravamento dos sintomas, como por exemplo: aumento da febre durante os quatro primeiros dias, tosse seca com dificuldade para respirar, ou qualquer outro sintoma persistente, procure um hospital. Lembre-se: Bebês e crianças menores de 6 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 40 dias, pessoas com mais de 60 anos e que tiverem doenças preexistentes devem ser avaliadas por profissional de saúde se apresentarem febre e sintomas respiratórios.
Tenho o vírus, mas não apresento sintomas. O que faço?
A recomendação é fazer autoisolamento. Permaneça num cômodo da casa e evite o contato com os outros moradores. A comida deve ser deixada na porta e, se possível, use um banheiro exclusivo. Um médico deve indicar que medicamentos tomar para tratar dos sintomas. Caso precise sair do isolamento use máscara.

TRATAMENTO

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Qual o tratamento?
Os médicos tratam os sintomas, porque não existe um remédio específico para curar a Covid-19. Nos casos leves, são administrados antitérmicos e outros remédios empregados para os resfriados comuns. Nos mais graves, são necessários remédios para pneumonias e outras complicações, além de equipamentos para auxiliar a respiração. Uma série de medicamentos estão sendo testados, mas nenhum teve a eficácia comprovada. Também não há vacina que previna contra o novo coronavírus.
Como está a pesquisa de remédios?
Há mais de 30 medicamentos e combinações de remédios sendo testados. Dentre eles estão a cloroquina e hidroxicloroquina, que são usadas contra a malária. O Ministério da Saúde já permite a utilização da cloroquina nos hospitais para casos graves, mas a eficácia do medicamento ainda não foi comprovada. Por isso, a recomendação do Ministério e da OMS é não se automedicar. O uso dessas e de outras drogas, que estão sendo testadas, podem trazer sérios danos à saúde das pessoas.
Antibióticos funcionam contra o coronavírus?
Não. Eles atuam apenas contra bactérias. Drogas antivirais precisam atacar proteínas específicas do vírus.
Afinal, posso ou não tomar ibuprofeno?
Apesar de num primeiro momento ter recomendado a suspensão do ibuprofeno, a OMS voltou atrás dias depois e retirou a restrição. O Ministério da Saúde, por sua vez, também já teve diferentes opiniões, mas, em seu último posicionamento, desaconselhou o uso do medicamento.
Quando um paciente diagnosticado com coronavírus recebe alta?
Ainda se conhece muito pouco do Covid-19 para definir quando um paciente está, de fato, curado. Mas o procedimento adotado pelos médicos tem sido: manter os pacientes diagnosticados com coronavírus em quarentena por 14 dias; após esse período, quando os sintomas deixarem de existir, os médicos continuam acompanhando o quadro desses pacientes à distância por mais 14 dias, antes de eles serem liberados.

GRUPOS ESPECIAIS

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Por que idosos são mais suscetíveis?
Porque devido ao envelhecimento ou aos efeitos de alguma doença seu sistema imunológico já não funciona bem. Como as drogas disponíveis tratam apenas os sintomas da Covid-19 e cabe ao próprio sistema de defesa combater o vírus sozinho, essas pessoas são mais vulneráveis.
Há riscos maiores para grávidas?
Não existem dados específicos sobre a Covid-19, mas mulheres grávidas passam por mudanças imunológicas que podem deixá-las mais vulneráveis a infecções respiratórias. A recomendação de algumas Secretarias de Saúde é que tanto as grávidas, quanto as mulheres que acabaram de ter filho, procurem ajuda médica caso comecem a apresentar sintomas compatíveis com os do novo coronavírus.
Pode ser transmitido da gestante para o bebê em gestação?
Não há até agora estudos que mostrem isso, nem que passe através do leite materno. A OMS afirma que as mães infectadas com coronavírus não interrompam a amamentação.
Crianças correm maior risco?
As crianças são tão vulneráveis a contrair a Covid-19 como os adultos. Os dados da China mostram que raramente adoecem. Apenas 2,4% dos casos na China têm menos de 18 anos. Pelo que se sabe até agora, a maior parte das crianças infectadas pelo coronavírus são assintomáticas ou, no máximo, apresentam coriza. Apesar disso, elas agem como vetores do vírus, transmitindo a Covid-19 para outras pessoas.
Quais doenças aumentam a taxa de letalidade do vírus?
De acordo com estudos da OMS feitos com base em pacientes chineses no início do surto, a maior taxa de mortalidade foi de pessoas com doenças cardiovasculares (13,2%), seguido de: diabetes (9,2%), hipertensão (8,4%), doenças respiratórias ou crônicas (8%) e câncer (7,6%). Já entre quem não tem doenças pré-existentes, a letalidade foi de 1,4%.
Tenho uma doença cardíaca, o que faço para me cuidar?
Não há uma medida específica. Os médicos reforçam a recomendação de que esse grupo fique em casa e se isole imediatamente em caso de sinais respiratórios. Evitar o contato social é a melhor medida de prevenção. Os pacientes não devem interromper o uso de medicamentos conhecidos como inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA) sem consultar um médico.
A tuberculose coloca a pessoa em um grupo de risco?
Sim, a tuberculose e todas as outras doenças respiratórias. Fumantes de longa data também podem ter casos mais graves da Covid-19.
Pessoas com doença de pele, como erisipela e urticária, estão no grupo de risco?
Não diretamente. Alguns tratamentos utilizados para essas doenças reduzem a imunidade e, se realizados por um longo tempo, podem colocar esta pessoa em uma situação de risco.
Em qual idade o coronavírus se torna mais letal?
Acima dos 80 anos, a taxa de letalidade é de quase 15%. Já entre 70 e 79, esse número cai para 8%. Dos 60 aos 69 anos, a mortalidade fica em 3,6%. Para quem tem entre 50 e 59, a taxa reduz ainda mais, para 1,3%. Entre a população com idade abaixo dessa o índice não chega a 0,5%.
Transplantados também são considerados como grupo de risco?
Sim. O Ministério da Saúde incluiu os transplantados como grupo de risco do novo coronavírus. A recomendação é mais uma vez o isolamento social e os cuidados com a higiene para evitar o contágio.
Por que não são apenas as pessoas de risco que precisam ficar isoladas?
Estudos mostram que cada pessoa infectada transmite para até outras três pessoas e que dois terços das transmissões são feitas por indivíduos assintomáticos. A estratégia de restrição social é recomendada pela OMS e adotada por diferentes países para "achatar a curva" de contaminação e evitar o colapso das redes de saúde.

VACINA

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Existe vacina?
Ainda não existe vacina. Na mais otimista das previsões da OMS, não haverá antes de 18 meses. A estimativa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-Fiocruz) é de que ainda no primeiro semestre deste ano, no Brasil, tenhamos desenvolvido um produto adequado para testes. Nessa fase, conhecida como fase 1, é realizado o estudo de patogenicidade para analisar se o vírus estimula anticorpos e se faz algum mal ao organismo, entre outros pontos.
Há quantas vacinas em desenvolvimento no mundo?
Há mais de 50 grupos de pesquisadores internacionais tentando desenvolver um imunizante, inclusive no Brasil. Na China e nos EUA, duas versões já estão entrando na fase de testes em humanos.
Devo tomar a vacina da gripe?
Sim. Ela não evita a Covid-19, mas impede a gripe causada pelo vírus da Influenza, que também pode ser grave e levar à morte. Além disso, a vacina da gripe reduz a vulnerabilidade de seu sistema respiratório e de defesa, e ajuda a desafogar o sistema de saúde, abrindo espaço para atender pacientes da Covid-19.
E a do sarampo?
Sim. O sarampo está em circulação no Brasil e é extremamente grave. Ao se vacinar, a pessoa reduz o número de casos e a pressão sobre o sistema de saúde.

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

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O meu animal de estimação pode transmitir coronavírus?
Não há evidência disso.
Ele pode adoecer?
Também não há prova de que isso ocorra.
O vírus já foi detectado em cães?
Sim. Num lulu-da-pomerânia de 17 anos, que pertence a uma mulher infectada na China. O vírus foi detectado na saliva e na secreção nasal do cão. Mas ele não adoeceu. Veterinários chineses acreditam que o cão foi afetado como tudo o que a mulher tocou. Ele foi contaminado, mas não foi infectado.
Que cuidados devo ter com o meu pet?
Se você tem sintomas de doença respiratória, deve evitar contato com ele para protegê-lo. Se você precisar levá-lo para passear na rua, é recomendável que sejam feitos passeios mais curtos e sem interação com outras pessoas. Ao voltar para casa, é preciso higienizar as patinhas e o focinho do animal com água corrente e sabão. Os especialistas também aconselham aumentar a frequência dos banhos nos pets.

MITOS PERIGOSOS

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Vitamina C ajuda a prevenir a infecção?
Não. Essa é uma das mentiras difundidas por redes sociais. Não existe vitamina, receita tradicional, terapia alternativa o u remédio conhecido capaz de evitar o contágio ou tratar a doença.
Como melhorar a imunidade?
Todas as promessas de tratamentos para aumentar a imunidade são enganosas. A única forma é com alimentação saudável, atividade física e sono de qualidade.
Devo fazer estoque de medicamentos?
Não. A não ser que você sofra de alguma doença crônica.
Produtos importados da China podem transmitir o vírus?
Não há risco algum neste caso, segundo infectologistas.
O novo coronavírus não resiste ao calor?
Circula nas redes sociais uma mensagem dizendo que a Covid-19 não resiste ao calor e que "temperaturas de 26ºC ou 27ºC já matam o dito cujo". Isso não é verdade, de acordo com o próprio Ministério da Saúde e especialistas da área.
Gargarejo com água morna, sal e vinagre elimina o coronavírus?
Não. Algumas mensagens em redes sociais dizem que isso elimina o vírus, mas é mentira. A informação é negada pela Organização Mundial da Saúde, pelo Ministério da Saúde e por especialistas.
O coronavírus foi criado em laboratório?
Não. Não há nenhum registro científico que indique que o vírus foi criado em laboratório. Um estudo publicado na revista “Lancet” fez uma descrição de dez sequências genéticas do novo coronavírus que demonstrou uma similaridade com o vírus SARs (COV), tendo o morcego como hospedeiro original.
É verdade que posso fazer meu próprio álcool gel?
Não. A receita caseira para reproduzir o frasco não funciona e ainda pode ser perigosa. O vírus é desconhecido e o uso inadequado do álcool pode deixar de ser uma arma de proteção e causar efeito contrário, como a potencialização de infecções e alergias.
Alguns tipo sanguíneo aumentam as chances de ser infectado pelo coronavírus?
Um estudo preliminar da China apontou que pessoas com sangue tipo A podem ser mais vulneráveis a serem infectadas pela doença. No entanto, especialistas dizem que são necessários mais estudos para que haja uma constatação sólida.
Posso contrair o Covid-19 pelo ato de doar sangue?
Não. A doação de sangue é segura. Não há riscos para quem doa. Segundo o governo federal, os mais de 30 hemocentros e 500 serviços de hemoterapia de todos Brasil estão preparados para receber os doadores. Esses serviços disponibilizam condições de lavagem de mãos, uso de antissépticos e estão atentos às recomendações para evitar aglomerações de pessoas.

PLANOS DE SAÚDE

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Posso ir a um laboratório fazer o teste?
Para realizar o exame, é preciso ter uma avaliação médica. É o médico quem avalia os casos enquadrados como suspeitos ou prováveis da doença, que terão direito ao teste. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) recomenda que, antes de procurar uma emergência ou um laboratório, o usuário de plano de saúde busque a operadora para orientá-lo.
O teste só pode ser feito no hospital?
O médico definirá se o teste é indicado e orientará o paciente a procurar um estabelecimento da rede credenciada da operadora de planos de saúde. Alguns laboratórios particulares estão realizando o exame, mas o recomendado é consultar a operadora para que indique o local mais adequado.
Tenho o vírus, o plano de saúde cobre o tratamento?
Sim, os planos de saúde já têm cobertura obrigatória para consultas, internações, além de diversas terapias e exames que podem ser empregados no tratamento de problemas causados pela Covid-19.
Qual a orientação das operadoras, caso desconfie que fui contaminado?
A orientação é que o beneficiário procure primeiro os serviços ambulatoriais. Mas cada operadora definirá o melhor fluxo para atendimento. O primeiro passo é sempre entrar em contato com o plano de saúde e se informar sobre os locais de atendimento.
Pode ser cobrada coparticipação no exame e no tratamento do coronavírus?
Quando o contrato do plano de saúde já prevê coparticipação, ou seja, pagamento de um percentual do valor de exames e tratamentos pelo usuário, essa cobrança poderá ser feita também para o caso do novo coronavírus.

TRABALHO

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Viagem a trabalho pode ser obrigatória?
Depende da atividade e do local. Por exemplo, se viajar a trabalho é parte da rotina do empregado, e desde que não seja para áreas de alto risco, poderia ser obrigatório. Mas o mais adequado, agora, é que a empresa ofereça alternativas, como videoconferência, que evitem viagens.
A empresa pode impedir viagens particulares?
A empresa não pode impedir que o colaborador faça uma viagem particular. Mas é obrigação do trabalhador comunicar ao empregador caso viaje para local com alerta de risco de contaminação. Se não o fizer, pode ser advertido.
A empresa pode me obrigar a trabalhar em casa?
Sim, a empresa pode estabelecer como regra interna para reduzir o risco de propagação do vírus, assim como para caso de empregado com sintomas para o coronavírus ou recém-chegado de região com risco de contaminação. É dever do empregador zelar por um ambiente de trabalho seguro.
No caso de home office, a empresa tem que fornecer as condições para o trabalho?
Tudo deverá ser acordado entre o empregador e o empregado e, de preferência, registrado por escrito. Por exemplo, se a empresa tem um computador que pode ser disponibilizado ao empregado ou se pagará acréscimos na despesa com telefone e internet.
E se o funcionário estiver com suspeita da doença?
O empregador deve afastá-lo das atividades de trabalho imediatamente, por pelo menos 14 dias e orientá-lo a procurar um médico.
Se estiver doente, como fica a situação do funcionário?
Os primeiros 15 dias de afastamento do trabalho serão pagos pelo empregador. A partir do 16º dia, caso a licença seja prolongada, o empregado passa a receber pelo INSS. Se houve a contaminação, mas o funcionário não tiver sintomas da doença, poderá trabalhar de casa.
Como fica a situação dos autônomos?
Se o trabalhador autônomo contribuir para o INSS, ele terá direito ao auxílio-doença a partir do primeiro dia de incapacidade para o trabalho. Para tanto, deverá obter um atestado médico que confirme a incapacidade e dar entrada no pedido de concessão do benefício no INSS. Os autônomos que não colaboram para o INSS não terão direito a auxílio-doença.
O prazo para entregar as declarações tributárias dos microempreendedores individuais (MEI) está mantido?
O governo, através do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), decidiu adiar para 30 de junho de 2020 a entrega da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis) e da Declaração Anual Simplificada para o Microempreendedor Individual (DASN-Simei). O objetivo é diminuir os impactos econômicos causados pela epidemia. O CGSN também aprovou resolução prorrogando o prazo para pagamento dos tributos federais para as empresas optantes pelo Simples Nacional.
Com a quarentena, como os pequenos empregados vão pagar os salários?
O Banco Central anunciou, no dia 27 de março, uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias empresas com uma taxa de juros reduzida a 3,7% ao ano e 36 meses para o pagamento. A linha de crédito, no valor de 40 bilhões (20 bilhões por mês), será destinada exclusivamente às folhas de pagamento dos funcionários. O crédito, de no máximo dois salários mínimos por funcionário, será depositado diretamente na conta do trabalhador.
Aposentados e pensionistas do INSS precisam fazer prova de vida?
O INSS suspendeu até junho as provas de vida anuais obrigatórias para aposentados e pensionistas. No caso de benefícios bloqueados pelo INSS com data anterior a março, será necessária a realização dos procedimentos de prova de vida para desbloqueio das parcelas. A medida não afeta os pagamentos dos benefícios.

VIAGENS

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Se a companhia aérea cancelar o voo, como fica o ressarcimento?
A empresa aérea deverá oferecer ao passageiro as alternativas de reembolso integral da passagem ou reacomodação em outro voo da própria empresa ou de outra para o mesmo destino na primeira oportunidade, ou em voo da própria companhia a ser realizado em data e horário de conveniência do passageiro. Essa regra está na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). É o consumidor que escolhe dentre essas alternativas. Em caso de dificuldade, o consumidor pode registrar queixa no Procon da sua região ou no portal de intermediação de conflito do governo federal, o www.consumidor.gov.br.
As empresas podem cobrar multa para cancelamento, mudança de data ou destino?
Para destinos internacionais e nacionais identificados com alto risco de contágio, especialmente em casos de passageiros idosos, o entendimento dos especialistas é que seria garantido o reembolso total ou remarcação sem custo. No entanto, dizem que não se trata de um direito líquido e certo dos consumidores, mas pode ser argumentado em negociação pessoal ou intermediada pelo Procon ou na Justiça.
Qual é a orientação da Secretaria Nacional do Consumidor para empresas?
A principal recomendação seria remarcar, sem custo adicional, as viagens turísticas previstas para os próximos 30 dias. As empresas devem ter flexibilidade e evitar se ater aos casos estritos estipulados pela Resolução 400 da Anac, tendo maior campo de negociação, reduzindo cancelamentos prematuros, discussões judiciais e prejuízos ainda maiores ao setor e aos brasileiros.
Qual tem sido a conduta das empresas nesses casos?
Há muitas queixas sobre a aplicação de multas aos consumidores que querem cancelar ou remarcar viagens. Mas já há empresas aéreas e agências de turismo flexibilizando a aplicação das regras e negociando com consumidores a remarcação de viagens, permitindo alterações de data e destino sem custo. Em alguns casos, há cancelamento e reembolso do valor ou a disponibilização de crédito para o consumidor redefinir sua viagem em prazos de até um ano.
Alguma orientação para remarcar viagens?
Recomenda-se que se evite remarcar viagens para períodos curtos. E também que não se antecipe o pedido de remarcação ou cancelamento de viagens programados para daqui a mais de 60 dias. A orientação é acompanhar as informações oficiais à medida da proximidade da viagem .
Para locais que não são de alto risco, quais as regras para cancelamento?
Sem evidências concretas de risco ou manifestação das autoridades nacionais de saúde brasileiras ou do local de destino, em caso de cancelamento ou remarcação serão aplicadas as regras contratuais, o que significa que é possível a aplicação de multa ao consumidor para cancelamento ou mudança de data.
Como ficam as contratações feitas no exterior?
A compra de viagens de trem, eventos culturais e hospedagem efetuada diretamente com empresas estrangeiras se sujeita às regras do contrato e à lei do país em que houve a contratação. É preciso verificar as medidas que vêm sendo adotadas por essas empresas e as possibilidades de remarcação e/ou reembolso disponíveis no país de origem.
E os intercâmbios?
Estudantes intercambistas, que embarcariam do Brasil para estudar em outros países nos próximos meses, terão o direito de remarcar a viagem gratuitamente para até dois anos, contados a partir do dia 11 de março. De acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado as agências, caso os estudantes não queiram remarcar a viagem, devem ser reembolsados em condições mais vantajosas do que o previsto em contrato. As regras para reembolso serão diferentes em cada caso.
A malha aérea do Brasil continua a mesma?
A Anac e as companhias aéreas decidiram reduzir em 60% o número de voos no país. O Brasil tinha uma média de 14 mil voos por semana. A partir do dia 28 de março, esse número cai para 1.241 voos. Desta forma, a Agência Nacional de Aviação Civil pretende garantir que todos os estados sigam atendidos pela malha aérea e que o transporte de equipes de saúde, medicamentos, órgãos e deslocamentos de emergência sejam mantidos. A Anac lembra que viagens de turismo e a passeio são desaconselhadas.

INVESTIMENTOS

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O que fazer com os investimentos?
Quando a crise vem, não tem muito o que fazer. Não tem como saber, agora, quando é o fundo do poço. Neste momento, a recomendação dos especialistas é manter os investimentos como estão.
É possível recuperar as perdas, principalmente na Bolsa, das últimas semanas?
Sim. A questão é saber quanto tempo esse movimento vai levar. É preciso manter a calma e não se precipitar.
E o dólar? dá para saber até onde a cotação vai?
O cenário é muito incerto ainda para fazer previsões. Analistas recomendam, para quem tem compromissos em dólar no futuro (uma viagem de estudos, por exemplo), ir comprando aos poucos, para minimizar os riscos com a instabilidade das cotações.

O Globo quarta, 01 de abril de 2020

ROTINA DOS IDOSOS: DOS REMÉDIOS AOS EXERCÍCIOS

 

Rotina dos idosos: dos remédios aos exercícios, como manter a saúde durante a pandemia de coronavírus

Em casa, sem deixar de manter as atividades do dia a dia
 
 

RIO - O isolamento dos que podem ficar em casa como medida contra a propagação do novo coronavírus, a população idosa — grupo de risco da Covid-19 — enfrenta dificuldades para agendar consultas médicas e pegar receitas de medicamentos controlados. A interrupção do uso de remédios pode agravar problemas de saúde.

— A ausência dos medicamentos pode levar à descompensação de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, por exemplo, que conferem maior risco de Covid-19 — afirma a médica Rachel Rosado.

A aposentada Maria Coeli, de 80 anos, trata de depressão crônica e não consegue falar com a médica para buscar receita:

— Esgotei todas as possibilidades de contato, não tenho o telefone pessoal da médica. Meu plano de saúde recomendou mudar de profissional, mas em meio à pandemia não tenho condições de procurar atendimento presencial —, diz.

O Ministério da Saúde orienta que, caso as consultas não graves nos centros de referência sejam canceladas ou adiadas devido à pandemia, o gestor local deve adotar estratégias para continuar monitorando pacientes, mesmo à distância.

O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, afirma que o uso da tecnologia pelos médicos é o caminho mais eficaz para manter o atendimento durante a pandemia:

— Em tempos diferentes, precisamos repensar em soluções excepcionais. Isso inclui a relação médico e paciente. Uma alternativa é o teleatendimento, que assegura a saúde do profissional de saúde e do idoso — afirmou.

 

Com a receita em mãos, os idosos devem se preservar. Se possível, pedir para amigos ou parentes buscarem o medicamento nas farmácias ou optar pelos serviços de entrega. Caso seja impreterível a ida, optar por horários especiais e exclusivos que algumas grandes redes de drogarias estão oferecendo.

O Ministério da Saúde adotou, em caráter excepcional e temporário, medidas diferenciadas para a população ter acesso a medicamentos do Programa da Farmácia Popular. Os pacientes passaram a retirar o quantitativo suficiente para realizar o tratamento por até 90 dias, ficando dispensados de voltar à farmácia por até três meses.

EM CASA, MAS sem parar

Para manter a saúde em casa e que o tempo seja mais prazeroso, a dica é não se manter parado. Por enquanto, é bom evitar qualquer exercício ao ar livre, mas lembrar de se mexer dentro de casa é importante. Segundo o educador físico Diogo Fernandes, além de manter o fortalecimento físico, a prática de exercícios fortalece a imunidade e libera hormônios que aumentam a sensação de bem estar e ajudam no combate a ansiedade.

Nesse momento, é preciso também que as famílias se mobilizem e incluam o idoso nas atividades cotidianas.

 

— É difícil para qualquer pessoa passar por esse período, não só pela ansiedade, mas pela solidão e medo da própria doença. Mas é preciso reforçar: esta é uma situação temporária. — comenta a geriatra Patricia Ledo.

Ficar em casa tem sido um desafio par aos idosos mas, segundo especialistas, não se trata apenas de teimosia.

— Ao envelhecer, perdemos certa autonomia física, muitas coisas que conseguíamos fazer com facilidade passam a ser difíceis ou não recomendadas. Reafirmar a a vontade e o direito de ir e vir é uma forma de reforçar a autoridade sobre sua própria vida - afirma a terapeuta Vanessa Benaderet.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte



Mantenha a rotina e os horários. Nada de ficar de pijama o dia inteiro. Tente manter a rotina, trocando de roupa e fazendo as refeições e as atividades nas mesmas horas que costumava fazer.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte



Fortaleça o que já gosta. Se adora cozinhar, pense em novas receitas. Se gosta de jogos, como palavras cruzadas ou desafios, procure exercícios mais desafiadores. Para quem não deixa de ler, é tempo de começar uma nova obra. Se gosta de plantas, redobre os cuidados.  Ou seja, reforce os hábitos que já te dão prazer.

Mas não deixe de experimentar. Começar novas atividades e se desafiar é bom para o cérebro em qualquer idade e tem benefício aumentado para pessoas acima de 60 anos. Sempre quis aprender a pintar, costurar ou tocar um instrumento? Tente. Na internet, há professores de todas as atividades ensinando novas habilidades. Não tem acesso á internet? Que tal reorganizar o álbum de fotografias? 

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Mas sem estresse. Ficou sem paciência? Não era exatamente o que achava que ia fazer? Não precisa continuar. Não há motivo para elevar o nível de estresse, e ninguém deve se sentir pressionado a fazer algo que não lhe dá prazer.

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Não se isole. Bateu saudade da vizinha ou da família? Use o telefone ou, se já estiver acostumado, aplicativos de celular que fazem chamada em vídeo. O importante é manter o contato com os amigos. Procure formas de socializar mesmo na quarentena.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Não abandone os exercícios. A principal dica entre os especialistas é não abandonar os exercícios que já se faz habitualmente. Muitos educadores físicos enviam os treinos pela internet ou fazem aulas ao vivo. É fundamental para a saúde mental e física. Mas, por enquanto, dentro de casa.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Ainda não faz? Tá sobrando tempo no dia? Para os sedentários, é uma boa chance de começar a se mover e ocupar corpo e mente. Caminhar pela casa (ou no quintal, se tiver), levantar da cama e do sofá mais frequentemente e participar de algumas atividades da rotina podem fazer uma boa diferença, além de gastar aquelas horas extras no dia. Se quiser, estabeleça metas, como andar por cinco minutos a cada uma hora.

 
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Pegue sol. Nem que sejam vinte minutos na varanda ou na janela de casa. O sol sintetiza vitamina D, ajudando no fortalecimento de ossos e músculos, além de diminuir a fadiga e elevar a sensação de bem-estar como um todo.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Use a tecnologia a seu favor

Além de receber exercícios pela internet, fazer videochamadas e poder ter aulas online, também é possível ver filmes, séries e jogos. Quer rever aquele clássico dos anos 1970? É bem provável que ele já esteja no catálogo de algum serviço que exibe programas, seja na própria televisão ou nos aplicativos.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Fuja das fake news. Antes de repassar ou acreditar em qualquer informação, procure saber se é verdade para evitar a ansiedade. Se for em relação ao corona e à sua saúde, consulte o médico antes de qualquer decisão. Não tome remédios, ou deixe de usar medicações de uso continuado, sem orientação médica.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Faça pré-triagem

Sentiu sintomas como febre ou tosse? Tem dúvida? Procure  seu médico para saber se precisa mesmo sair de casa.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Cuidados redobrados. Sair de casa deve ser evitado, mas é recomendável tomar a vacina da gripe.  Se for sair, redobre os cuidados com lavagem de mãos e fique até 1,5 metro de distância dos demais. O mesmo vale na hora de ir à farmácia ou fazer alguma compra no supermercado.

 

Melhor amigo do homem. O ideal, segundo os veterinários, é que os animais façam a quarentena e evitem sair de casa, já que não se sabe se o vírus pode sobreviver na pele ou no pelo. Se for inevitável, o passeio deve ser o mais curto possível, apenas para que o bichinho faça suas necessidades fisiológicas. Não deixe que toquem no seu animal. Lavar as mãos antes e depois de sair, evitar encostar em superfícies e manter distância de 1,5 metro de outras pessoas.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Cuidados dos cuidadores. Os cuidadores devem manter as recomendações de higienização das mãos e, quando estiverem fora da casa do idoso, devem praticar o isolamento social. Ao chegar no trabalho, manter os sapatos e a roupa da rua separados e tomar um banho. Se apresentar qualquer sintoma, não vá trabalhar.

É inevitável sair? Há diversas iniciativas de vizinhos que se oferecem para fazer compras e ir a farmácia para os idosos. Procure saber se alguém pode realizar essa atividade por você, inclusive algum membro da família. Se não der para delegar essas funções, redobre os cuidados. Uma dica dos especialistas é levar um papel, ou pano descartável, para não encostar, por exemplo, na maçaneta do elevador ou na hora de apertar o botão do andar. Passe álcool gel sempre que possível, lave as mãos antes e depois de sair de casa, mantenha a distância de 1,5 metro de outras pessoas. Se for ao supermercado, leve uma lista de compras para não desperdiçar tempo. Bancos têm oferecido a possibilidade de agendar um horário (já que estão trabalhando com expediente mais curto), procure marcar. Evite aglomerações.
 

 

PARA A FAMÍLIA

A situação vai passar. É importante reforçar que a situação vai passar em alguns meses, para controlar a ansiedade. Especialistas afirmam que pessoas acima de 60 anos, de fato, podem ficar mais confusas com mudanças bruscas na rotina. É bom, então, incentivar a manter um horário em que pretende fazer cada atividade do dia para não perder o rumo, até se habituar.

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Para muitos, autonomia em risco. A sensação de perda da autonomia é maior para os idosos, que já sofrem com as limitações físicas naturais da idade. É importante reforçar ques estão no grupo de risco e, por isso, devem se manter em quarentena, mas sem pânico.

 

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
 
Atividades cotidianas da família.

É importante que a família inclua e busque contato com quem mora longe, ou está isolado, nas atividades cotidianas da família pelo celular. Dá para acompanhar a neta fazendo dever, conversar  sobre o dia a dia e até brincar junto através da telinha. Se a pessoa tiver dificuldade em manejar a tecnologia, vale a boa e velha conversa por telefone. 

Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Monitore a despensa. Para evitar que o familiar vá à rua em busca de um ou outro mantimento ou medicamento, é importante saber como está a despensa da casa. E prover com o que estiver faltando.  Combine um horário para deixar na porta de casa ou na portaria do prédio, evitando o contato.

 
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte
Como manter a rotina dos idosos, de exercícios aos remédios, durante a pandemia Foto: Editoria de Arte

Trilha sonora ideal. Especialistas afirmam que muitos idosos simplesmente se esquecem de ouvir música, que traz benefícios importantes para a saúde mental, com o aumento da sensação de prazer e relaxamento. Ajude-os a retomar este hábito, sugerindo ligar o som no rádio, na TV a cabo, no computador ou em qualquer outro aparelho disponível na casa.

Necessidades diversas. Respeite os limites de cada um e evite infantilizá-los, mentindo sobre a realidade. Isso só aumenta a ansiedade e sensação de impotência.

FONTES:

Maísa Kairalla, geriatra e presidente da Comissão de Imunizaçao da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Patricia Ledo, geriatra e assessora técnica da Saúde do Adulto e Idoso de Jundiaí- SP.

Vanessa Benaderet, doutora em Psicologia


O Globo terça, 31 de março de 2020

ENTREGADORES: ANJOS DO ASFALTO

 

Anjos do asfalto: Entregadores cruzam a cidade para levar de remédio a comida a quem pode ficar em casa

 

O aumento da demanda vem acompanhado do crescente cuidado que estes profissionais têm para que as encomendas cheguem ao destino com rapidez e em perfeitas condições de higiene
 
Fernanda Honorata faz entregas de moto Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
Fernanda Honorata faz entregas de moto Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
 
 

RIO - Eles parecem ter se multiplicado nas últimas semanas. A pé, de bicicleta ou de moto, estão sempre prontos para cumprir a próxima missão. Em tempos de quarentena, os entregadores ocupam as ruas com a heroica tarefa de garantir a chegada de comida, remédios e outros itens essenciais às casas daqueles que podem cumprir a recomendação de isolamento social feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para frear o contágio pelo novo coronavírus.

Técnica em segurança do trabalho, Fernanda Honorata, de 33 anos, ficou desempregada há um ano e passou a fazer entregas. Para se prevenir, além de sempre usar álcool gel, ela tira a roupa do trabalho no quintal e toma banho antes de entrar em casa:

— Meu maior medo é levar esse vírus para casa. Meu filho tem bronquite, e minha mãe está com 80 anos. Fiquei uma semana em casa, mas já estava sem dinheiro até para o pão.

Alon Jones da Silva, durante entrega de app pelo Largo do Machado Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
Alon Jones da Silva, durante entrega de app pelo Largo do Machado Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

Morador de Ricardo de Albuquerque, Rian Pereira, de 25 anos, só sai de casa porque precisa trabalhar e lamenta por ver pessoas desrespeitando a recomendação de isolamento social mesmo sem necessidade:

— Crianças na rua brincando, pessoal no bar... Tenho medo de pegar essa doença na rua e passar para os meus pais. Para falar a verdade, já não sei mais se tenho mais medo de ficar doente ou desempregado.

Depois de quatro meses desempregado, Alon Jones, de 40 anos, finalmente conseguiu uma vaga como garçom em um restaurante no Leblon. Mas as medidas de combate à Covid-19 adiaram a contratação, e ele recorreu às entregas por aplicativo para sobreviver:

— Estou fazendo isso por necessidade. Eu fico exposto, e é perigoso ficar andando de bicicleta o dia inteiro, mas é o que tem — lamenta o futuro garçom.

Como entregador de um mercado, Paulo Roberto Bernardes, de 21 anos, tem trabalhado de máscara e luvas por determinação da chefia do estabelecimento, e se sente mais seguro assim. Mas a precaução, às vezes, assusta alguns clientes:

— A gente não tem escolha. Faço muitas entregas aqui em Copacabana e no Leme. Não sabemos quem está doente, e também preciso me prevenir. É arriscado.

E no meio dessa correria, um remédio ajuda a aliviar a pressão dos “anjos do asfalto” e não tem contraindicação: a solidariedade. “Vai dar tudo certo”. A frase otimista estava na mensagem de agradecimento que um entregador enviou em retribuição ao gesto que a socióloga Tatiana Ruediger, de 30 anos, teve no último domingo. Após ver iniciativa semelhante numa rede social, a moradora de Laranjeiras, na Zona Sul, fez um pedido num mercado, através de uma plataforma de delivery, com um valor aberto, de R$ 50 a R$ 100. Em seguida, avisou ao entregador que ele deveria usar aquele valor para algo que precisasse, como alimento ou item de higiene.

— A gente reclama de estar em casa, mas temos tudo, todo o conforto. Fiquei muito preocupada com essas pessoas que estão se expondo aos riscos por necessidade. Deveria haver legislação para lidar com essa situação, mas já que as coisas demoram tanto no Brasil, não dá para esperar. Estamos em um momento de dividir o bolo — defende Tatiana.

O Globo segunda, 30 de março de 2020

DANIEL AZULAY, MEU PRIMEIRO AMIGO MORTO PELO CORONAVÍRUS

 

CRÔNICA DE SEGUNDA

Meu primeiro amigo morto pelo coronavírus

Foi meu primeiro amigo morto pelo coronavírus. Tinha 72 anos, mas parecia um menino pela maneira como jogava o corpo de um jeito meio desengonçado, pelo cabelo penteado com os dedos e principalmente por carregar no rosto um sorriso constante, tornado mais simpático ainda porque os dentões de cima eram ligeiramente separados. Lembrava um dos desenhos engraçados que fazia para as crianças. Daniel Azulay morreu sexta-feira passada.

 

A última vez que nos vimos dá a impressão de ter sido há séculos, mas foi apenas em dezembro ou novembro do ano passado. Foi com certeza em outra civilização, uma felicidade típica do tempo em que os amigos estavam liberados para se encontrar, em seguida apertarem as mãos e bem próximos um do outro trocarem ideias sem máscaras. Era um acontecimento comum naquele ano de 2019 AC (antes do coronavírus).

Daniel Azulay tinha duas salas atulhadas de memórias em Copacabana, uma montanha de livros, revistas, cartazes, estampas Eucalol, álbuns de figurinhas, coleções de O Gibi, e queria dar uma organizada naquela quinquilharia toda, fazer sabia-se lá o quê com tamanha preciosidade de papéis, alguns desenhos originais de Nássara, Fortuna, Millôr, Jaguar e outros deuses das artes gráficas nacionais. Era um museu caótico, nostalgias que educaram sua sensibilidade de artista excepcional. Azulay pretendia entender o material que tinha, conceituar, filtrar, arrumar e em seguida dispor a coleção ao público – foi aí que a gente se viu pela última vez.

   Desde o começo desse pesadelo mundial, a vida dos amigos tem sido filtrada pelo movimento de mensagens no WhatsApp. Na primeira semana, elas eram sobre a euforia de estar em casa, todo mundo autorizado a ver sem culpa as séries da Netflix. Na segunda semana, chegaram os vídeos divertidos de alguém que se dizia fazendo um cruzeiro (cruzando da sala para a cozinha) ou jogando frescobol com o vizinho pela janela dos apartamentos. Na terceira onda, semana passada, a vida real baixou no aplicativo e a brincadeira acabou. Os amigos começaram a noticiar seus parentes internados. A morte, antes apenas um número sobre a tragédia na Itália e Espanha, estava nas vizinhanças – e foi aí que o zap deu a notícia do Azulay.  

A morte de um amigo que se vai sem despedidas, sem o velório necessário, o caixão lacrado, é uma das maneiras de o vírus definir a crueldade de seu método e assombrar o futuro. Como serão as amizades? Como elas circularão pela cidade depois de sua passagem nefasta?

Antes de ser um desenhista de sucesso na TV (“algodão doce pra vocês”, era como se despedia na Turma do Lambe Lambe), Daniel Azulay fez parte nos anos 1970 do ranking dos dez melhores jogadores de tênis do Rio. Um dos seus orgulhos e curtição era ser sócio do sofisticado Country Club, em Ipanema, não pela grana - mas pela condição de atleta. A última vez que o vi foi lá.

Para conversar sobre a memorabilia ajuntada nas salas de Copacabana, almoçamos algumas vezes no final de 2019 AC na varanda do clube. Era um dos paraísos mais charmosos da civilização carioca - até que o coronavírus também passou por ali, penetra entre os convidados de uma festa, e com sua foice de contaminações em massa desfez o encantamento.

Nesta quarta semana as notícias pelo WhatsApp devem ser piores e, com inimigo tão cruel, difíceis de imaginar. De certo, a saudade do amigo divertido, garotão aos 72, e a esperança de sempre. Algodão doce para todos.


O Globo domingo, 29 de março de 2020

BABY DO BRASIL, ATRAÇÃO DO FESTIVAL #TAMOJUNTOII

 

Baby do Brasil, atração do festival #tamojuntoII: 'Somos mais frágeis do que podemos imaginar'

Na ativa em lives de internet, cantora encerra hoje o festival do GLOBO, prepara show e diz ter sentido falta da ‘verdadeira história’ no musical dos Novos Baianos
 
 
A cantora Baby do Brasil Foto: Marcos Hermes / Divulgação
A cantora Baby do Brasil Foto: Marcos Hermes / Divulgação
 
 

RIO — A quarentena do coronavírus não pegou desguarnecida a cantora Baby do Brasil, estrela da MPB que encerra hoje, às 21h30, o festival virtual #tamojuntoII, do GLOBO. Live caseira? Não tem problema, isso é com ela mesma.

 
 
— Tenho feito lives de oração às 22h e às 04h44 da manhã, no que chamei de A Quarta Vigília. Quem de madrugada me busca, me encontra! Além disso, tenho participado de lives para festivais e de lives compartilhadas, como as que fiz com a minha filha Nãna Shara —conta Baby, por WhatsApp. — Tenho tocado violão, escrito novas letras e revisitado tudo o que tenho preparado para essa minha nova turnê.

Sim, como tantos outros artistas, Baby ia cair na estrada com novo show por esses dias. Recheada de sucessos seus e de releituras inusitadas (como a do “Bolero de Ravel”), a turnê “Baby 2020”, que ela estrearia no mês que vem, teve seu início transferido para junho, com shows em São Paulo (dia 5/6, no Tom Brasil), Rio (31/7, no Vivo Rio) e Belo Horizonte (18/9, no Palácio das Artes).

— Estávamos simultaneamente nos preparando para o lançamento do novo single, que vem inaugurar o novo tempo com o trabalho autoral tão esperado pelos fãs, após tantos anos — revela a cantora. — Eu havia ouvido de Deus que tudo ia mudar, mas que não nos espantássemos porque tudo iria dar certo. Achei que era uma mudança menor! Com isso, a nova turnê passou para o inicio do segundo semestre.

Baby diz ver esses tempos de Covid-19 como uma oportunidade para o mundo retomar sua ligação com a santidade e com a natureza:

— O amor está se esfriando! Todo mundo olhando só para o seu próprio umbigo. Precisamos reavaliar tudo o que o homem tem errado e produzido: comida e não alimento, remédios e não a cura, violência e não a paz. Somos mais frágeis do que imaginamos! Tudo pode virar a chave em um segundo, precisamos nos aproximar de Deus urgente, e resgatar o sonho divino.

No entanto, o mundo secular continua a ter seus apelos para a cantora, que vem participando de blocos de carnaval, da reunião dos Novos Baianos (“um novo disco virá no momento certo, após essa pausa para reciclar”, adianta ela) e do musical “70? Década do Divino Maravilhoso”, de Frederico Reder.

— Depois de tudo isso, e principalmente da temporada de oito meses com o musical, fazendo participação especial, cantando e dançando, meu preparo físico aumentou e estou a mil por hora! — diz Baby, de 67 anos. — Tudo isso com muita alegria e gratidão, estou superpronta pra subir no palco com a turnê “Baby 2020”.

 

Recriação: Musical sobre os Novos Baianos chama atenção por jovem elenco garimpado pelo Brasil

Sua companheira no “Divino Maravilhoso”, a atriz e cantora Bárbara Ferr acabou interpretando Baby no musical “Novos Baianos”, dirigido por Otavio Muller, que chegou aos palcos do Rio em janeiro. Pedro Baby, filho da cantora com Pepeu Gomes, assinou a direção musical do espetáculo junto com Davi Moraes, filho de Moraes Moreira. Tudo em casa, mas...

— O musical é uma ficção, e sendo assim, não retrata exatamente como as coisas realmente aconteceram. Senti muito a falta dessa verdadeira história no roteiro — reclama ela. — Mas não será essa a primeira vez que teremos um especial dos Novos Baianos. A parte musical foi impecável com a direção de Pedro e do Davi Moraes, que escolheram músicos excelentes.

Na sala de casa

Para a live de hoje no #tamojuntoII, Baby promete canções como “Tinindo trincando”, “A menina dança”, “Telúrica” e “Menino do Rio” em versões acústicas, com seu violão e as bases preparadas pelos guitarristas Frank Solari, Raphael Garrido e Guilherme Schwab.

— Como estamos em quarentena, tudo acontecerá aqui na sala da casa — avisa Baby, que, por outro lado, não vê a hora de poder dar uma festa na Praia de Copacabana. — Cada um de nós levará o prato mais gostoso que fez durante a quarentena e juntos iremos orar com fervor.

 

A programação de domingo do #tamojuntoII

15h30: Paulo Gomiz (The Voice Kids)

16h: Bia Bedran

16h30: Moacyr Luz

17h: Terno Rei

17h30: Tuyo

18h: Felipe Araújo

18h30: Guto Goffi

19h: Biquini Cavadão

19h30: Silvia Machete

20h: Paulo Miklos

20h30: Rita Benneditto

21h: Moreno Veloso

21h30: Baby do Brasil


O Globo sábado, 28 de março de 2020

ISOLAMENTO SOCIAL: CIRCULAÇÃO DE CARIOCAS NAS RUAS CAIU EM¨MÉDIA 85 %

 

Isolamento social: circulação de cariocas nas ruas da cidade caiu em média 85%

Copacabana, bairro com mais idosos, foi o local em que a redução foi menor; dados são de empresa que monitora vias cariocas
 
 
Na orla de Copacabana, movimento no calçadão foi grande Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
Na orla de Copacabana, movimento no calçadão foi grande Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
 
 

RIO — No Rio de Janeiro, embora medidas restritivas determinadas pelas autoridades municipal e estadual tenham esvaziado as ruas, ainda é possível ver gente caminhando na orla, banhistas na praia e lojas que deveriam estar fechadas funcionando normalmente. E, numa lista de sete bairros importantes da cidade, justamente Copacabana, com sua grande concentração de idosos (grupo de risco para o novo coronavírus), foi o que menos aderiu às orientações para o isolamento social, segundo um estudo, feito entre os dias 23 e 26, pela empresa de inteligência artificial Cyberlabs, que realiza um videomonitoramento de vias públicas cariocas.

— A concentração maior acontece nas praias, no final da tarde, por volta das 17h, além de praças, ciclovias, áreas de lazer e até mesmo feiras de rua — afirma o engenheiro mecatrônico Felipe Vignoli, sócio-fundador da Cyberlabs.

Ontem à tarde, havia quiosque da praia aberto, sorveteria a pleno vapor e gente que caminhava pela orla de Copacabana, junto a muitos que praticavam exercícios físicos no calçadão e na ciclovia. Nas ruas internas do bairro, uma empregada doméstica de 60 anos, que preferiu não se identificar, procurava um lugar para imprimir um boleto bancário. Encontrou aberta uma pequena papelaria no bairro Peixoto.

— Estou com medo, claro. Tento me cuidar, sempre ando com álcool em gel na bolsa e uso máscara no trabalho — dizia ela, que ainda pegaria uma condução para a Baixada Fluminense, onde mora.

 

Nos transportes públicos, aliás, até as 16h de ontem, os trens da Supervia registravam uma redução no fluxo de passageiros menor que nos dias anteriores: 68,9% (259,5 mil usuários a menos que a média de sextas-feiras), contra diminuição de 72,6% ao longo de toda a quinta-feira (430 mil pessoas a menos que num dia comum).

Outros modais, no entanto, mantiveram patamares parecidos com os do resto da semana. Nos coletivos, diz a Rio Ônibus, as empresas observavam uma queda da demanda de aproximadamente 80%. Anteontem, esse índice tinha sido de 74,5% e, na quarta-feira, de 74,9%. E no metrô, de segunda a quinta-feira, a contração no fluxo girou sempre perto dos 85%.

Solidariedade em tempos de pandemiaPescador doa peixes e padaria faz campanha

Ontem, voltaram a funcionar nas ruas do Rio, com autorização da prefeitura, lojas de conveniência em postos de gasolina e de material de construção. Muita gente procurou este último tipo de estabelecimento para comprar máscaras usadas por pintores e marceneiros.


O Globo sexta, 27 de março de 2020

GUIA PARA COMBATER A ANSIEDADE

 

O GLOBO lança guia para combater a ansiedade e ajudar a manter a mente sã

Especialistas dão dicas para uma rotina equilibrada e saudável durante o isolamento, evitando estresse e ansiedade
 
 
Cuidados com a respiraçao e alimentação saudável estão entre as dicas Foto: Arte de Paula Cruz e Mayara Lista
Cuidados com a respiraçao e alimentação saudável estão entre as dicas Foto: Arte de Paula Cruz e Mayara Lista
 

RIO - O isolamento dentro de casa — essencial para frear o contágio do novo coronavírus — pode trazer efeitos colaterais como tédio, solidão e ansiedade. Com ajuda da psicóloga Erika Pallottino, do Instituto Entrelaços, e de Gabriel Bronstein Landsberg, psiquiatra e diretor médico da Clínica Espaço Clif, O GLOBO montou um guia com dicas para quem quer manter corpo e mente saudáveis durante o confinamento.

 

Mantenha uma rotina

Hábitos saudáveis: estique seu corpo. Foto: Arte de Paula Cruz e Mayara Lista
Hábitos saudáveis: estique seu corpo. Foto: Arte de Paula Cruz e Mayara Lista

Tente estabelecer um padrão. Tenha horários certos para acordar, trabalhar (se estiver em home office), estudar, informar-se, fazer atividades lúdicas e dormir. Nosso cérebro precisa de rotina, entre outros motivos, para poupar energia.

Compartilhe por WhatsApp: clique aqui  e acesse o guia completo.

Ou mande uma mensagem para o número (21) 99428-2723.

O Guia também pode ser baixado diretamenteaqui.

O Instituto Entrelaços, em parceria com outras entidades pelo Brasil, oferece atendimento para suporte e apoio emocional, gratuitamente, nos seguintes telefones: (21) 97504-6070, (11) 98863-0550, (11) 9117-0990, (31) 98399-4602, (27) 98858-8280 e (84) 99159- 4405.


O Globo quinta, 26 de março de 2020

NA QUARENTENA, FAÇA SEU PÃO EM CASA

 

Na quarentena, faça seu pão: veja a receita de fermentação natural

Em tempo de combate ao coronavírus, a solução é resolver em casa e não ter que ir à padaria
 
Aprenda o passo a passo da fermentação natural
Aprenda o passo a passo da fermentação natural
 
 

Veja uma receita para fazer pão de fermentação natural em casa, ensinada pelo casal de padeiros Ricardo Rocha e Mariana Massena, da Artesanos. Se quiser, você ainda pode fazer o seu próprio levain - o fermento natural -, eles também ensinam.

 
 
 
Massa de fermentação natural: horas e horas para ficar pronta Foto: Bárbara Lopes
Massa de fermentação natural: horas e horas para ficar pronta Foto: Bárbara Lopes

Como fazer pão de fermentação natural

Preparo do fermento natural, o levain, do zero

A produção do pão de fermentação natural começa dez dias antes, com o preparo do levain (fermento natural). É mais simples do que parece. Veja o passo, de acordo com manual executado pelos padeiros Ricardo Rocha e Mariana Massena, da Artesanos.

O casal de padeiros Ricardo Rocha e Mariana Massena, da Artesanos Foto: Divulgação;Gabriel Ávilla
O casal de padeiros Ricardo Rocha e Mariana Massena, da Artesanos Foto: Divulgação;Gabriel Ávilla

 

Ingredientes do pão

  • 500g de farinha de trigo para longa fermentação;
  • 460ml de água;
  • 12g de sal;
  • 120g de fermento natural (levain feito ao menos dez dias antes, com uma parte de farinha e outra parte de água, alimentado com farinha e água de 12 em 12 horas; geralmente os padeiros fornecem o fermento natural pronto para os clientes).

Modo de preparo do pão

Processo de produção de pão de fermentação antural Foto: Bárbara Lopes
Processo de produção de pão de fermentação antural Foto: Bárbara Lopes

Misture bem a farinha e a água em uma tigela e deixe descansar por 30 minutos. Depois acrescente o fermento natural, misturando-o na massa, e sove, na própria tigela ou em uma bancada levemente enfarinhada, até obter uma massa homogênea. Por fim, adicione o sal.

Cubra com um pano e deixe crescer até dobrar de tamanho. Depois despeje a massa em uma bancada e modele o pão no formato de uma bola. Prepare um cesto polvilhado de farinha para crescimento da massa. O cesto pode ser substituído por um escorredor de massas revestido por um pano de prato.

Coloque a massa com a emenda virada para cima no cesto de crescimento e deixe-a descansar por aproximadamente 30 minutos, coberta por um pano ou um plástico. Continue o processo de fermentação dentro da geladeira, por um período entre 16 e 20 horas.

Cerca de 20 ou 30 minutos antes de assar, coloque uma panela de ferro (na qual caiba seu pão) na parte de baixo do forno e preaqueça-a a 250ºC. Tire a massa da geladeira e vire-a na base da panela previamente polvilhada com farinha. Com um estilete ou uma faca bem fina, faça um corte de 1cm de profundidade na massa, no sentido do comprimento.

 

Espere assar por 30 a 40 minutos ou até dourar bem. Para saber se o pão está assado, retire-o do forno e bata na parte de baixo. O som produzido deve ser oco como o de uma batida na madeira. Caso o pão não esteja bem assado, pode voltar para o forno.

Quando o pão estiver pronto, retire-o do forno e coloque-o em uma grade para esfriar, por 30 minutos.

Porções: uma unidade de 650g.

Tempo: 24 horas.


O Globo quarta, 25 de março de 2020

HISTÓRIAS DE CURA DO NOVO CORONAVÍRUS NO BRASIL: MAIS DE 100 MIL PESSOAS NO MUNDO SUPERARAM DOENÇA

 

Histórias de cura do novo coronavírus no Brasil: mais de 100 mil pessoas no mundo superaram doença

Administradora de empresas, advogada e publicitário contam como conviveram com a Covid-19, relatam sintomas e protocolos seguidos
 
Quase 100%. Andrea Ferrari conviveu duas semanas com a Covid-19 Foto: Arquivo pessoal
Quase 100%. Andrea Ferrari conviveu duas semanas com a Covid-19 Foto: Arquivo pessoal
 
 

SÃO PAULO e RIO - A contagem de pacientes curados do novo coronavírus no mundo passou de 100 mil na segunda-feira. Segundo levantamento da Johns Hopkins University, o número está agora em cerca de 108 mil pessoas.

Em São Paulo, uma delas, a administradora de empresas Andrea Ferrari, de 53 anos, conviveu nas duas últimas semanas com a doença. Sem nenhum dos problemas de saúde que agravam os efeitos do vírus, ela conta que há anos, por se vacinar, não tinha sequer uma gripe. Mesmo sem ter sido internada, afirma ter sofrido bastante:

Em tese, Andrea pode ser considerada curada a partir desta quarta-feira, quando completa os 14 dias do ciclo da infecção e está há mais de 24 horas sem sintomas. Ela passou o período isolada em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

— Teoricamente, eu poderia ter alta hoje (terça-feira), mas a gente fica com receio tão grande que não sabe nem mais o que pensar.

Ela diz que gostaria de fazer um novo exame para ter a comprovação da cura e de que não transmitiria a doença para outras pessoas, mas suas médicas lhe informaram que só pacientes internados estavam sendo testados.

Andrea sentiu calafrios na noite de 9 para 10 de março e teve 38 graus de febre. Ela sentia também dores fortes na testa e na nuca e, de forma menos intensa, no corpo. Chegou a ir à farmácia para comprar um xarope porque acreditava estar com sinusite. Trocou mensagens com sua médica, mas a hipótese de coronavírus não foi considerada inicialmente. Uma outra médica que a acompanha também foi consultada e tampouco levantou a possibilidade da nova doença.

 

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No dia 11, Andrea foi a um laboratório. Inicialmente, fez o teste para dengue. Também fez exame para detectar influenza. O tempo todo, as médicas não acreditavam que era coronavírus.

Só depois que os resultados deram negativo é que o coronavírus passou a ser considerado. Ela só se submeteu ao exame no dia 14, quando uma equipe do laboratório foi ao seu apartamento para fazer a coleta.

Nesse período, os sintomas continuaram. Desconfiada, ela já havia passado a dormir em quarto separado do marido e passado a usar um banheiro exclusivo. A febre chegou a 39,5. A confirmação do coronavírus só saiu no dia 17.

Ela não teve contato direto com ninguém que veio do exterior. Acredita que pode ter pegado o vírus em um evento de empreendedorismo de que participou dias antes de os sintomas aparecerem.

Quando saiu o resultado, o marido parou de trabalhar e também se isolou em casa. Porém, não conseguiu fazer o exame, já que naquele momento os testes só estavam sendo disponibilizados para os pacientes com sintomas que exigem internação. Ele não apresentou nenhum sinal de infecção.

Guia para idosos:Como protegê-los do coronavírus

 

Andrea conta que sentia uma indisposição muito grande. Não conseguia sair da cama. A comida tinha pouquíssimo gosto. Desde domingo, ela não tem febre. Mesmo com a melhora, a administradora conta ainda não ter recuperado totalmente a disposição.

Rotina de exercícios

Na mesma semana em que Andrea adoeceu, a tesoureira da Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, foi a segunda integrante da comitiva presidencial para a Flórida (EUA) a receber o diagnóstico positivo para o novo coronavírus.

A advogada de 39 anos conta que seus primeiros sintomas foram febre esporádica, dores de cabeça, no corpo e, em menor grau, na garganta, “como se fosse um arranhado”. Depois de alguns dias, Karina começou a perder o olfato e o paladar.

— Não fui ao hospital, até por recomendação médica, porque meus sintomas eram leves. Só fiz o exame (no dia 13 de março) e observei o protocolo. O tratamento foi simples, alguns remédios eu já tinha — afirma. A rotina da quarentena incluiu atividade física leve, leitura e resolução de pendências. — Hoje estou praticamente sem sintoma nenhum. O que restou foi a ausência de olfato e paladar. Estou bem disposta.

Karina deve fazer hoje um exame para comprovar que não está mais com Covid-19. Ela pretende voltar para casa ainda nesta quinta-feira, após cumprir o isolamento em um hotel, longe da família.

 

Sem sintomas há dois dias, Pedro Kuyumjian teve seu primeiro episódio de febre na noite de 12 de março. No dia seguinte, comentou o fato com colegas de trabalho, que, preocupados com o grande fluxo de estrangeiros na sede da empresa — uma gestora de investimentos sediada no Itaim Bibi, bairro da Zona Oeste da capital paulista —, o convenceram a fazer um teste. O publicitário de 42 anos foi no mesmo dia ao Hospital São Luiz, no Morumbi. Lá havia, segundo ele, mais nove pessoas prontas para realizar o exame.

— Fiz o teste para influenza B, porque uma vizinha minha teve, e para o coronavírus. Eles me deram algumas máscaras e disseram: “Está mais com cara de influenza, mas fica em casa até sair o resultado”. No dia seguinte, um sábado, saiu o resultado positivo para a influenza. Pensei: “Então é isso, que bom”. No domingo, saiu o resultado do coronavírus. Positivo também.

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A dupla contaminação também provocou sintomas como tosse seca e fraca, dores no corpo intensas, falta de ar e perda de olfato e paladar. Pedro teve de tomar Tamiflu, remédio indicado para casos graves de H1N1, e um antibiótico.

 

Hoje, 13 dias depois da ida ao hospital, o publicitário ainda não sabe se vai realizar um novo teste para assegurar que está curado. Pedro conta que, após saber de seu caso, a Secretaria de Saúde de Cotia (SP), cidade onde ele mora, foi lhe entregar máscaras presencialmente e reafirmou o protocolo oficial, ou seja, o isolamento de 14 dias.


O Globo terça, 24 de março de 2020

GUIA DO CORONAVÍRUS PARA IDOSOS: COMO SE PROTEGER

 

Guia do coronavírus para idosos: como se proteger

Especialista dá dicas de hábitos a serem abandonados e cuidados a serem incorporados pelo grupo de maior risco
 
 
Dicas podem ser compartilhadas via WhatsApp Foto: Arte de André Mello
Dicas podem ser compartilhadas via WhatsApp Foto: Arte de André Mello
 
 

RIO - Atento à evolução da pandemia do novo coronavírus, O GLOBO lança um guia de combate e proteção contra a Covid-19 destinado exclusivamente aos idosos. Feita sob orientação de Maísa Kairalla, geriatra e presidente da Comissão de Imunizaçao da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a cartilha a seguir tem recomendações atuais diante da realidade em que estamos vivendo e também está disponível em PDF, via WhatsApp, para facilitar o compartilhamento com a familia e com os amigos. Confira:

Clique aqui para obter o guia em PFD via WhatsApp

Fique em casa

Fique em casa. Foto: Arte de André Mello
Fique em casa. Foto: Arte de André Mello

O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com mais de 60 anos permaneçam em casa. É indicado, ainda, que o idoso fique apenas na companhia de pessoas que também estejam isoladas, para evitar a possibilidade de contaminação.

Crianças e idosos não devem manter contato

Crianças e idosos não devem manter contato Foto: Arte de André Mello
Crianças e idosos não devem manter contato Foto: Arte de André Mello

Por causa da transmissão comunitária no país (quando não é mais possível saber a origem da infecção por já ter se alastrado aleatoriamente), crianças que não estiverem em isolamento não devem ter contato com idosos. Mesmo se não houver sinais da doença, já que cerca de 30% das crianças que contraem o novo coronavírus são assintomáticas.

Prefira a vacinação em domicílio

Prefira a vacinação em domicílio Foto: Arte de André Mello
Prefira a vacinação em domicílio Foto: Arte de André Mello

Desde 23 de março, a vacina contra a Influenza está disponível nos postos de saúde de todo o país. Pessoas com mais de 60 anos precisam se vacinar, mas devem escolher horários de pouco movimento ou pedir a vacinação em domicílio. Alguns municípios terão vacinação em farmácias especificamente para esse público. Importante frisar: a vacina contra influenza não previne o coronavírus.

Nos asilos

Nos asilos. Foto: Arte de André Mello

Nos asilos. Foto: Arte de André Mello

 

 

Idosos que vivem em instituições de longa permanência não devem receber visitas, pois são mais fragilizados e têm maior possibilidade de complicações. As equipes de saúde dessas instituições devem, inclusive, redobrar a atenção com sua higiene pessoal e com o uso de máscaras.

Cuidadores bem cuidados

Cuidadores bem cuidados. Foto: Arte de André Mello
Cuidadores bem cuidados. Foto: Arte de André Mello

A indicação é que cuidadores aumentem seus turnos, permanecendo por mais tempo no domicílio do idoso, evitando assim os traslados. Quando isso não for possível, o profissional precisa ter maior atenção com a higiene. O cuidador deve tirar os sapatos e trocar de roupa quando chegar da rua. Ele também deve higienizar as mãos antes e depois de ter contato físico com o idoso. Se esse cuidador apresentar qualquer sintoma de gripe ou resfriado, deve ser afastado imediatamente.

Abandone o lenço de pano

Lenço de Pano. Foto: Arte de André Mello
Lenço de Pano. Foto: Arte de André Mello

Após um espirro, o vírus pode ficar por muito tempo no pano. Então, caso o lenço vá para o bolso, as mãos podem ser contaminadas mais tarde. O idoso deve dar preferência a lenços de papel descartáveis e cobrir nariz e boca com o braço ao tossir ou espirrar.

Não compartilhe utensílios

Não compartilhe utensílios. Foto: Arte de André Mello
Não compartilhe utensílios. Foto: Arte de André Mello

Copos, talheres, pratos e garrafas não devem ser compartilhados. O mesmo vale para vestimentas, lençóis e fronhas.

Higiene com as compras

Higiene com as compras. Foto: Arte de André Mello
Higiene com as compras. Foto: Arte de André Mello

É preciso ter cuidado também com as embalagens de alimentos. Há duas maneiras de se fazer isso: sempre limpar as mãos depois do manuseio ou higienizar as embalagens com álcool 70. Na falta do álcool, pode-se usar água e sabão.

Menos ar-condicionado

Menos ar-condicionado. Foto: Arte de André Mello
Menos ar-condicionado. Foto: Arte de André Mello

Em casa, o idoso deve ligar menos o ar-condicionado, dando preferência por deixar as janelas abertas para ventilação natural. É importante, também, evitar ambientes fechados com ar-condicionado, como shoppings, ônibus ou carros.

 

Saúde em dia

Saúde em dia. Foto: Arte de André Mello
Saúde em dia. Foto: Arte de André Mello

Deve-se fazer atividade física ou se movimentar bem em casa. Uma boa alimentação, beber muita água e um bom sono também são essenciais. A ida ao médico deve ser realizada apenas em situações de emergência. Consultas de rotina, neste momento, não são recomendadas.


O Globo segunda, 23 de março de 2020

CORONAVÍRUS: PERGUNTAS E RESPOSTAS

 

Coronavírus: Perguntas e respostas sobre a Covid-19

O GLOBO listou algumas das dúvidas sobre a doença que já deixou milhares de mortos em todo o mundo
 
Perguntas e respostas sobre coronavírus Foto: Editoria de Arte
Perguntas e respostas sobre coronavírus Foto: Editoria de Arte
 
 

RIO - Os casos de coronavírus confirmados em todo o Brasil já são mais de 1.500. O país já registrou dezenas de mortes em decorrência da doença. Rio de Janeiro e São Paulo são os estados com maior número de casos. Nas últimas semanas, autoridades das duas regiões, assim como outros estados que já contabilizam vítimas, publicaram decretos com diversas recomendações, entre elas, evitar sair de casa e fechar parte do comércio. O GLOBO listou perguntas e respostas para esclarecer as dúvidas mais comuns da população. Veja:

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Estou com sintomas da Covid-19. O que faço?

Se os sintomas são leves, fique em casa: hidrate-se bem, repouse e use medicamentos para febre. Caso sinta cansaço extremo, dificuldade de respirar ou febre alta por mais de 24h, procure assistência médica.

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Como diferenciar a Covid-19 de uma gripe?

Não tem como saber, os quadros são semelhantes, com tosse leve, febre ou dor de garganta. Por isso, só com exame laboratorial, mas os testes agora são apenas para casos graves em hospitais.

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Devo me vacinar contra a gripe?

A recomendação é tomar a vacina para diminuir o risco de infecções respiratórias e a dúvida entre gripe e Covid-19. Mas evite aglomerações, filas, mantenha distância e siga orientação da secretaria de saúde.

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. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Estive com alguém que testou positivo. O que faço?

Esteve próximo (menos de 1,5m de distância) por mais de 15 minutos? É contato domiciliar ou do mesmo ambiente no trabalho? Em caso afirmativo, fique em isolamento domiciliar por 14 dias.

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Como fazer o isolamento de um paciente em casa?

Se possível, isole-o em um cômodo com banheiro; ele deve usar máscara. Toalhas e utensílios precisam ser separados. Reforce a limpeza de todos os cômodos e a higienização das mãos de quem vive na casa.

 
 
. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Tenho alguém de grupo de risco em casa. Devo tomar algum cuidado especial?

Redobre a higiene; ao chegar em casa, tome banho e lave as roupas. Evite beijos, mantenha a distância. Em caso de sintomas, um dos dois deve sair de casa.

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Posso receber um amigo sem sintomas em casa? E fazer uma caminhada na rua, distante das pessoas?

Os contatos com amigos devem ser virtuais. Pode caminhar, sem interação com outros. Não pegue transporte público e elevador cheio. Volte logo e tome banho.

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

Devo ter algum cuidado com as compras que recebo em casa? E as que fiz no mercado?

Higienize saquinho plástico com água sanitária. Borrife álcool 70 em caixas e lave com água e sabão caixas de leite e latas. Higienize bem as mãos.


O Globo domingo, 22 de março de 2020

NAMORO VIRTUAL NA QUARENTENA

 

Quarentena por causa do novo coronavírus não impede solteiros de darem match

Sem descumprir as recomendações da OMS, paqueras continuam rolando soltas no mundo digital
 
 
Antonio Schuback e Izabel Procópio falam com seus respectivos crushes em quarentena devido a coronavírus Foto: Leo Martins (foto à esquerda) / Arquivo pessoal (direita) / Agência O Globo
Antonio Schuback e Izabel Procópio falam com seus respectivos crushes em quarentena devido a coronavírus
Foto: Leo Martins (foto à esquerda) / Arquivo pessoal (direita) / Agência O Globo
 

RIO — 'Foi mara'. A mensagem pipocou no WhatsApp do repórter às 22h44m da última quinta-feira para celebrar um date virtual bem-sucedido. Do outro lado do chat estava a designer Izabel Procópio, de 21 anos. Ela havia contado, numa conversa por telefone durante a tarde, como estava administrando a vida social e afetiva em meio à pandemia de coronavírus. Moradora do Rio, a jovem cumpre quarentena na casa da mãe, em Tiradentes, cidade histórica de Minas Gerais, e tinha programado para aquela noite o seu primeiro “encontro” com o músico Pedro Fi, de 26, via FaceTime.

 

— Eu o conheci num sarau, há uns três meses. Desde então, tentávamos nos ver, mas nunca conseguíamos por causa da incompatibilidade de horários. Ele, então, me mandou uma mensagem dizendo que queria muito me “encontrar” nesses tempos de quarentena e perguntou se eu topava tomar uma cerveja numa chamada de vídeo. Achei a ideia ótima e marquei para depois do “Big Brother Brasil” — conta ela, que acabou optando pelo vinho: — A quarentena é, de fato, uma questão para os solteiros, porque o prazer, seja sexual ou afetivo, é uma necessidade vital.

Assim como milhões de pessoas ao redor do mundo, Izabel e Pedro tiveram que usar a criatividade para não abrir mão dos flertes durante a pandemia que exige, cada vez mais, condições estritas de isolamento. Eles só não aguentaram esperar até o fim do reality show na TV. O papo começou antes e rendeu quase três horas. Na avaliação de Pedro, fluiu até melhor do que se tivesse acontecido num local movimentado. Palavra de quem se diz antiquado em relação ao uso das tecnologias nessas ocasiões:

— Nem sei o que deu em mim para sugerir essa ideia. Mas pensei que, se não fizéssemos isso logo, talvez não nos encontrássemos mais, já que essa situação vai demorar a passar. Achei bom, conseguimos focar nas falas um do outro.

 

Izabel também enxergou vantagens. Do mesmo jeito que o encontro com Pedro foi bom, a distância teria sido oportuna caso o resultado fosse o oposto.

— É bom porque não tem aquela pressão de beijar. A conversa fica muito genuína, e não há preocupação com a roupa. Se você não gostar da pessoa, é só não sair com ela depois. É como se fosse uma triagem — brinca.

Novos 'matches'

Para quem usa aplicativos de paquera, a rotina também está diferente. Entre os mais populares no ramo, o Tinder divulgou uma nota: “À medida que uma área se torna mais afetada pelos acontecimentos atuais, especialmente por isolamento físico, notamos que mais conversas acontecem nessas regiões e os papos são mais longos do que o normal”. Sem falar em números, a empresa informou que a pandemia está mudando a maneira como os usuários se apresentam: “Muitas pessoas usam as biografias para mostrar sua preocupação pelos outros, ao invés de algo apenas sobre si mesmo”.

A gestora de pessoas Sylvia Corrêa, de 32 anos, observa que os matches bem-sucedidos migraram para plataformas mais pessoais, como o WhatsApp, e têm rendido melhor nesses dias. Por outro lado, ela teve que desmarcar um encontro agendado para este fim de semana, embora não negue que a quarentena soou providencial diante de uma outra proposta.

 

— Tinha uma pessoa com quem não queria me encontrar, e a recomendação de isolamento foi a desculpa perfeita — admite.

Já a atriz Caroline Frizeiro, de 26 anos, resolveu unir o útil ao agradável. Depois de cancelar um encontro com um rapaz por causa das recomendações de quarentena, resolveu avisá-lo que iria ao supermercado na sexta-feira.

— Mandei uma mensagem para o consagrado, e ele foi também. Acabamos fazendo compras juntos. Agora, a conversa entre nós está muito natural — comemora Caroline, acrescentando que o papo voltou para o campo virtual, pelo menos por ora.

As trocas de mensagens também se intensificaram no Grindr, aplicativo de encontros voltado ao público gay. Usuário da plataforma, o stylist Antonio Schuback, de 25 anos, afirma, porém, que alguns diálogos mudaram de tom:

— Tem gente que usa a quarentena como desculpa para trocar nudes, mas também há quem vá para o lado do desabafo. Esse tipo de papo não era muito comum por lá.

Apesar das recomendações de isolamento, Schuback conta que algumas pessoas ainda insistem nos encontros.

— Tem gente que fala: “Ah, mas estamos tão pertinho...”. Quando isso acontece, eu dou uma “militada”, explicando como é um comportamento perigoso — afirma o stylist, que mora sozinho e não quis receber nem o fotógrafo para o registro acima.

 

Há, ainda, quem prefira desinstalar todos esses programinhas de seus celulares durante o período. É o caso do maquiador Brenno Melo:

— Para você ter uma ideia, estou vendo “Ursinhos Carinhosos”. Quero deixar a mente livre de qualquer furor sexual. O isolamento vai ser praticamente um celibato.

Freio nos impulsos

Segundo o psicólogo e pesquisador da comunicação humana Cláudio Paixão, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, o isolamento se faz especialmente desafiador para os brasileiros , que são muito afeitos ao contato físico.

— Basta observar como as vias das cidades confluem para grandes aglomerações em seus Centros — ilustra.

Além disso, de acordo com ele, a própria ideia de quarentena é instigante para muitas pessoas, sobretudo para aquelas que sentem prazer em desafiar regras ou viver perigosamente. Mas, como ele lista, não faltam bons motivos para contermos nossos impulsos.

— As pessoas devem aproveitar para conversar por mensagens e se conhecerem melhor. Se esse contato prosseguir, imagine como não vai ser intenso quando finalmente se encontrarem, depois da quarentena? — sugere o professor: — Temos a chance de descobrir como tirar partido dessas relações virtuais. É uma boa maneira para mantermos a sanidade, mesmo para quem tem esse “impulso procriativo” tão intenso.


O Globo sábado, 21 de março de 2020

COMO A JANELA GANHOU UM NOVO SIGNIFICADO

 

Como a janela ganhou um novo significado em tempos de pandemia

Confinada por causa do coronavírus, gente de todo o mundo constrói outras formas de interação social
 
 
Mulher usa a lanterna de seu celular em um flashmob nas janelas organizado por italianos confinados Foto: ANDREAS SOLARO / AFP
Mulher usa a lanterna de seu celular em um flashmob nas janelas organizado por italianos confinados
Foto: ANDREAS SOLARO / AFP
 
 

RIO — Enquanto portas se fecham e ruas se esvaziam para conter o avanço do coronavírus, janelas de todo o mundo abrem-se para fazer contato. Começou na Itália, com pessoas cantando nas sacadas, e crianças pendurando no parapeito desenhos para lembrar: “Tutto andrà bene!” (Tudo ficará bem!). Logo, vieram os aplausos aos profissionais de saúde saindo das ventanas espanholas. E iniciativas das mais variadas correram o planeta, casa por casa: de serenatas a aplausos, de acenos solidários a protestos políticos, como se viu no Brasil nos últimos dias. Em tempos de quarentena, a janela virou a nova rua.

 
 
Tradicionalmente representada como espaço de contemplação, ela ganha novos significados. No famoso poema “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, era o lugar em que o poeta pensava sobre seu fracasso enquanto tinha em si “todos os sonhos do mundo”. Agora, mais do que um ponto de reflexão individual, a janela pode ser uma metáfora da esperança coletiva.

Engenhosos e solidários

Em quarentena desde o início da semana, o filósofo Adauto Novaes, organizador do tradicional ciclo de conferências “Mutações”, lembra a prosa poética de Charles Baudelaire no livro “O spleen de Paris”, quando o autor francês escreve: “Aquele que olha de fora através de uma janela aberta jamais vê tantas coisas do que aquele que olha uma janela fechada. Não existe objeto mais profundo, mais misterioso, mais fecundo (...) que uma janela iluminada por uma chama...”

— Da mesma forma, há hoje (nessa interação social pelas janelas) uma flama contra o individualismo da sociedade — diz Novaes. — Vivemos, sim, uma mutação dos valores dominados pelos bens monetários. Esperamos que outros valores possam surgir a partir dessa crise. Mas não sei se é delírio de quem está confinado.

 
Um homem e seu filho tocam na janela de seu apartamento na Itália, país gravemente afetado pela pandemia Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE / REUTERS
Um homem e seu filho tocam na janela de seu apartamento na Itália, país gravemente afetado pela pandemia
Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE / REUTERS

Sentimento parecido de esperança vem tomando a escritora inglesa Olivia Laing. Ela sabe bem o que é isolamento. Passou meses vivendo sozinha em Nova York para escrever os ensaios do seu elogiado “A cidade solitária: as aventuras na arte de estar sozinha”, de 2017, um livro sobre as dificuldades de se conectar com outras pessoas. Na obra, a janela aparece como um elemento-chave na solidão contemporânea: é nela que, em tempos normais, vemos as interações sociais dos outros, enquanto nos sentimos presos entre os vidros. Agora, nota Laing, o que podia ser gatilho de melancolia nos solitários serve para aquecer corações.

— No isolamento, a janela é menos uma tela e mais uma abertura, um espaço aberto que pode ser alcançado — diz a autora. — É tão comovente ver esses vídeos, em que as pessoas aparecem apoiando enfermeiras e médicos, celebrando, cantando. Humanos podem ser tão engenhosos e solidários às vezes. Acho que as pessoas estão encontrando maneiras muito criativas de se conectar.

Estamos tão acostumados à visão de nossas janelas que nem pensávamos a respeito. E quantos de nós nem sequer olhamos através delas nos últimos tempos? Ao descobrir a janela como um meio de comunicação, vemos seu potencial, mas também suas limitações.

 

— Percebemos que podemos fazer muitas coisas com as janelas: nos comunicar com o mundo, resistir, comemorar que estamos vivos ou conversar com os vizinhos — diz Sonia Montaño, professora e pesquisadora em Ciências da Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. — E isso é ainda mais importante se nos ensinar que todos os tipos de janela têm limitações. Quando esquecemos que elas são apenas um recorte, instauramos fronteiras, dualismos, totalitarismos. Uma janela fechada é o espaço do fascismo, do desejo de aniquilação do outro, mas uma janela aberta também não é, necessariamente, uma visão absoluta.

Ver e ser visto

Não à toa, os artistas renascentistas se utilizavam das janelas em seus primeiros retratos pictóricos, aproveitando o princípio da câmera obscura, como lembra o fotógrafo e cineasta Walter Carvalho, codiretor do documentário “Janela da alma” (2001), ao lado João Jardim. O retratado ficava na luz pelo lado de fora, enquanto o artista no interior transformava a imagem precária em obra-prima.

— Fotografar, aliás, é olhar pela janela da câmera — lembra ele. — Ou seja, o dentro é o fora. Da janela, eu vejo e sou visto. O que vejo é o que me olha. Da minha janela, eu alcanço o mundo.

A DJ Luisa Feijó e o beatmaker Gabriel Lossio tocando na janela do apartamento na Tijuca durante o período de quarentena Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
A DJ Luisa Feijó e o beatmaker Gabriel Lossio tocando na janela do apartamento na Tijuca durante o período de quarentena
Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

 Após dias de confinamento, o poeta e crítico gaúcho Eduardo Sterzi atingiu aquilo que considera seu “novo grau de loucura”: procurar megafones à venda na internet. Em tempos de quarentena e distanciamento social, porém, querer amplificar sua voz na janela talvez não possa mais ser considerado um exercício de excentricidade. 

— A janela sempre foi uma espécie de limiar secundário entre os âmbitos público e privado — observa ele, que é professor de Literatura da Unicamp e autor de “Aleijão” (2009). — A porta é o limiar por excelência, aquele espaço pelo qual saímos ao mundo, enquanto a janela parece ter sido sempre um espaço de interiorização. Pela janela, mais do que olhar, espiamos o mundo. Mas, com o que estamos vivendo agora, algo mudou decisivamente na sua configuração. Ela passou a ser o espaço de exteriorização.


O Globo sexta, 20 de março de 2020

CORONAVÍRUS: SAIBA POR QUE GOVERNOS E CIENTISTAS INDICAM CONFINAMENTO

 

Coronavírus: saiba por que governos e cientistas indicam confinamento para conter a Covid-19

Medida controversa compensaria falta de conhecimento sobre contágio; mas pesquisadores alertam que isolamento pode provocar 'efeitos colaterais'
 
Espanhóis fazem panelaço em suas varandas contra o rei emérito Juan Carlos I: população cumpre quarentena desde segunda-feira e reivindica investimento de US$ 100 milhões no combate ao coronavírus Foto: JUAN MEDINA/REUTERS/18-3-2020
Espanhóis fazem panelaço em suas varandas contra o rei emérito Juan Carlos I: população cumpre quarentena desde segunda-feira e reivindica investimento de US$ 100 milhões no combate ao coronavírus Foto: JUAN MEDINA/REUTERS/18-3-2020
 

RIO — Quando um vírus circula descontrolado, o jeito é trancar a população. Foi este o pensamento que norteou os governos de diversos países, como ChinaCingapuraItáliaEspanha e França, ao instituírem políticas de confinamento. A medida é radical e os resultados nem sempre são certeiros — limitou a disseminação do coronavírus em nações asiáticas, mas a Europa, onde encontra mais resistência, ainda registra centenas de novos casos por dia.

Professor titular de Epidemiologia da UFRJ, Roberto Medronho defende a estratégia de isolamento, que poderia compensar, ao menos temporariamente, a falta de conhecimento científico sobre o novo coronavírus.

 

— Estamos diante de uma doença sobre a qual temos pouco experiência. É como trocar o pneu de um carro em movimento — compara Medronho, que é coordenador de um grupo de trabalho dedicado ao estudo do patógeno da UFRJ. — Alguns países, especialmente os asiáticos, mostraram que o confinamento restringiu o crescimento exponencial de transmissão. A Itália demorou para adotar esta estratégia e viu um rápido colapso de seu sistema de saúde.

Medronho reconhece que "é mais difícil fazer do que falar", inclusive porque confinar a população provoca um grave impacto econômico. Além disso, não se sabe por quanto tempo este método seria bem sucedido — caso obtenha, de fato, um bom resultado.

Há, também, outros efeitos colaterais. Cientistas já reconheceram uma relação entre a quarentena a enfermidades como depressão e estresse pós-traumático. Na China, houve aumento de casos de violência doméstica.

O epidemiologista sublinha que o governo brasileiro deveria adotar o confinamento para compensar o estrago que poderia ser provocado pela desigualdade social:

— No Brasil, o coronavírus chegou como uma doença da elite e da classe média, de pessoas que trouxeram o vírus do exterior, e agora estão internadas em hospitais privados. Agora, está migrando para camadas populares, que usam hospitais públicos, que já são sobrecarregados e têm funcionários mal pagos. Como não há condições de construir novos hospitais em poucos meses, precisamos restringir a mobilidade das pessoas, já que é uma doença sem vacina ou tratamento específico e transmitida pelo ar.

Leia mais:Coronavírus: sete medidas que tornaram Cingapura exemplo na luta contra a doença

Nações asiáticas são exemplo

Jairo Werner, psiquiatra da UFF, retornou recentemente da Antártica, onde estudou o isolamento e o confinamento de pesquisadores do continente gelado.

— Precisamos preparar pessoas que têm problemas como ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e depressão, para que consigam se preparar para uma internação compulsória — explica. — É natural que, no início, haja uma resistência a esta nova realidade. Por isso, todos devem ser orientados não apenas a enfrentar a vida cotidiana, mas também a se comportar em a família. Algumas pessoas recorrem ao álcool para compensar o confinamento.

 

Para o psiquiatra, as diferenças culturais explicam por que nações asiáticas conseguiram uma melhor resposta ao confinamento do que as ocidentais. A população de países como JapãoCoreia do SulCingapura e da região autônoma de Hong Kong teriam maior predisposição a aceitar medidas draconianas em nome do bem-estar coletivo do que a Europa, atual epicentro da Covid-19.

 Na China, o autoritarismo do governo e o incentivo à delação de pessoas que violam a quarentena contribuíram para que o isolamento de cerca de 40 milhões de habitantes fosse respeitado.

Some-se a isso políticas que, embora controversas, foram desenvolvidas sem grande resistência, como uma campanha que realizou testes de diagnóstico de mais de 250 mil sul-coreanos. Estas iniciativas são aplaudidas pela Organização Mundial da Saúde. O diretor da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, assinala que nenhum país pode controlar a epidemia de "olhos vendados".

O argumento é corroborado pelo epidemiologista Marcel Salathé. Em entrevista à "Science", o pesquisador do Instituto Federal de Lausanne, na Suíça, afirmou que, "neste momento, 100% das nações que controlam o coronavírus o fazem com base em testes em testes e rastreamento, isolamento e quarentena".

 

— É necessário determinar iniciativas que ajudem a encontrar as infecções, acompanhe as exposições em potencial do coronavírus e interrompa todas as cadeias de transmissão possíveis — ponderou.

Pesquisadores do Imperial College London publicaram um estudo on-line no último dia 16 afirmando que mesmo um isolamento social completo não evitaria milhares de mortes. Por isso, os autores sugerem que a quarentena seja esporadicamente relaxada, permitindo a livre circulação das pessoas, e depois reimposta, quando os casos de Covid-19 voltassem a aumentar. Desta forma, a população conseguiria um índice de imunidade ao vírus.

Médica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Marilia Santini assinala a dificuldade para conseguir a colaboração da população.

De acordo com a pesquisadora, a lógica científica do confinamento é reduzir a quantidade de casos que ocorrerão simultaneamente.

— É uma intervenção necessária para reduzir a incidência das infecções e permitir que os serviços de saúde tenham condições a atender a todos — explica. — Há um apelo para que a população de diversos locais do mundo, como França e Espanha, aceitem o confinamento, mas existe um equilíbrio frágil entre impor uma política de saúde pública e respeitar os direitos individuais - ressalta. Em cada país haverá uma reação, dependendo de condições socioeconômicas e da infraestrutura domiciliar.

 

Preparando a casa

Uma casa deve estar preparada para isolar um morador que for infectado. O paciente deve evitar contato com outros moradores — se tiver que se aproximar, precisará usar máscara. Também deve ter seus próprios utensílios, como prato e talheres, e ser responsável por trocar sua roupa de cama. Ela deve ser colocada em um saco plástico antes de ser jogada na máquina de lavar.

Mais de 80% dos casos de coronavírus limitam-se a sintomas leves, como mal-estar, diarreia, falta de apetite, cansaço e tosse seca. A recomendação é que apenas pessoas com problemas pulmonares procurem o hospital.


O Globo quinta, 19 de março de 2020

CORONAVÍRUS: COMO HIPERTENSOS E CARDÍACOS DEVEM SE CUIDAR?

 

Coronavírus: como hipertensos e cardíacos devem se cuidar? Cardiologista responde

Médicos orientam isolamento imediato e não descontinuar tratamento com medicamentos controlados
 
 
Pacientes só devem ir ao hospital se tiverem quadro de agravamento de infecção respiratória Foto: Brian Snyder / Reuters
Pacientes só devem ir ao hospital se tiverem quadro de agravamento de infecção respiratória Foto: Brian Snyder / Reuters
 
 

Pessoas com doenças coronarianas, hipertensos, portadores de doenças cardíacas em geral, junto com os diabéticos, têm maior risco de desenvolver quadro grave da Covid-19, segundo estudos na China. Pesquisadores observaram que, em pacientes internados, o vírus podia atingir o coração e provocar arritmias, isquemia miocárdica, miocardite e choque.

 
No Brasil, a primeira vítima do novo coronavírus — um porteiro de 62 anos, em São Paulo—, tinha doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão.

Por isso, médicos reforçam a recomendação de que esse grupo fique em casa e se isole imediatamente em caso de sinais respiratórios. O cardiologista Cláudio Domênico ressalta que evitar o contato social é a melhor medida de prevenção.

Entenda:  Diabetes aumenta risco de complicações do novo coronavírus em até três vezes

Ele alerta que os pacientes não devem, de forma alguma, interromper o uso de medicamentos conhecidos como inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA), sem consultar um médico.

Essas classes de drogas têm emprego no tratamento de insuficiência cardíaca e no controle da hipertensão. São remédios de amplo uso, como captopril, losartana e enalapril.

Uma série de estudos recentes sugere que essas drogas poderiam agravar a Covid-19. Mas tanto a Sociedade Brasileira de Cardiologia quanto as demais sociedades internacionais da área não recomendam a interrupção sem prescrição.

 

— Esses estudos são preliminares e esses medicamentos fundamentais para o paciente cardíaco e os hipertensos de forma geral controlarem a doença. Interromper o uso agravará a condição que já têm e aumenta o risco de infarto e outros problemas graves — afirma Domênico.

Segundo ele, a aspirina também não deve ser descontinuada sem que um médico mande, a não ser em caso de dengue.

A recomendação é que, se o paciente apresentar sinais de infecção respiratória, deve ligar para o médico para orientações. E só deve ir ao hospital se realmente tiver um quadro de agravamento de infecção respiratória, como falta de ar.

Nesse caso, deve ir direto para a emergência:

— Neste momento, essas pessoas têm que ficar em casa. Ir ao médico aumenta o risco de contrair o vírus. Só saia de casa se realmente tiver sinais de agravamento. Aí, a orientação é buscar a emergência — diz o médico.

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Outra orientação é tomar a vacina contra a gripe. A campanha nacional começa em 23 de março. O cardiologista ressalta o cuidado em não cair na cilada das fake news:

 

— Fake news em saúde pode matar. Não confie no que lê nas redes sociais e grupos de Whatsapp —  destaca.


O Globo quarta, 18 de março de 2020

QUARENTENA VIRTUAL

 

Quarentena virtual: formas criativas de manter a rotina, mesmo à distância, em tempos de coronavírus

Bandas, profissionais e estudantes usam tecnologia para se conectar durante período de isolamento
 
 
Por vídeo, Daniel Palatnik apresenta o cão Pipo a seus colegas da Escola Sá Pereira, em Botafogo Foto: Arquivo pessoal
Por vídeo, Daniel Palatnik apresenta o cão Pipo a seus colegas da Escola Sá Pereira, em Botafogo Foto: Arquivo pessoal
 
 

RIO — Em meio a tantas mudanças nesses tempos de epidemia, Daniel Palatnik, 9 anos, viveu uma na tarde de ontem. Por volta das 14h30, como de costume, ele fez um lanche acompanhado dos colegas do colégio. Mas, pela primeira vez, cada um estava em sua casa. A conference call do 4º ano da Escola Sá Pereira, em Botafogo, foi uma iniciativa da mãe de Daniel, a advogada Olivia Fürst — a turma utilizou o Zoom, aplicativo normalmente utilizado em reuniões corporativas.

 — Como advogada colaborativa, trabalho com gestão de crises e facilitação de diálogo. Meu lado profissional ajuda nesta nova rotina pessoal, seja marcando chamadas de vídeo com amigos e parentes ou estimulando a conversa das crianças.

Agarrar-se a hábitos (novos e antigos) tem sido um alívio em meio à pandemia global. A ideia é manter a rotina — parcial, virtual, diferente, mas rotina. À distância, colegas se reúnem para colocar em dia o trabalho — e a fofoca. Ratos de academia recorrem a aplicativos para continuar treinando. Professores transferem aulas presenciais para as redes sociais. Bandas seguem ensaiando: os músicos tocam simultaneamente, cada um no seu estúdio caseiro. E tem até amigos se encontrando on-line para manter vivas as noites de carteado.

Olivia está com os dois filhos em casa desde sexta-feira — além de Daniel, Sofia, de 14 anos. A advogada não tem dúvidas de que é importante manter o convívio da turma do colégio durante a quarentena anti-Covid-19. Está em produção, inclusive, uma mostra coletiva de desenhos via WhatsApp com o tema “qual a cara do coronavírus?”.

Excitadas por rever os colegas após “tanto tempo” — a última aula foi sexta-feira passada — as crianças consideraram a reunião produtiva: Daniel mostrou seu chihuahua, Pipo; alguns fizeram questão de ressaltar que estão participando das atividades domésticas; a máscara cirúrgica de uma menina foi elogiada como “um charme”. A ideia é repetir o encontro todos os dias.

 

— Essa crise deixa explícito que existe uma necessidade básica do ser humano de estar conectado — diz Olivia, que planeja lives sobre gestão de conflitos direcionadas a famílias que agora vão passar mais horas sob o mesmo teto. — Não basta escrever, postar, mandar zap, telefone. A gente percebe a falta que faz ver o outro, a expressão, o olhar.

Válvula de escape

Em São Paulo, o Estúdio Anacã Corpo Movimento, de Ana Maria Diniz, suspendeu suas aulas no sábado. Desde então, a escola tem postado aulas para os clientes na plataforma InPulse. Em uma delas, Luyz Baldijão, professor de sapateado, dá dicas para quem precisar praticar descalço, sem incomodar vizinhos “quarentenados”. Dá para ensinar isso em vídeo?

— No mundo dá pra fazer de tudo, basta achar um meio — resume Baldijão — Boa parte dos alunos vem à aula de dança buscando esquecer dos problemas. É fundamental manter essa válvula de escape.

O coronavírus também provocou uma mudança na rotina de um restaurante em Botafogo. Aberto em 2018, o Cru Natural Wine Bar nunca trabalhou com entregas — a ideia dos proprietários Dominic e Selene Parry era justamente promover o convívio e o senso de comunidade. Desde ontem, no entanto, o Cru trabalha só com delivery — e o “senso de comunidade” será cultivado nas redes.

— Não queríamos deixar nossos fornecedores, funcionários e clientes na mão. Há toda uma cadeia que não pode se romper — diz Selene, grávida de nove meses e já afastada do restaurante. — Não sei até quando sustentaremos esse esquema. Mas vamos em frente. A gente está tentando não pirar.

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Academias de ginástica do Rio de Janeiro fecharão as portas a partir de hoje, seguindo recomendação do governador Wilson Witzel, que consta no decreto n° 46.973, publicado na manhã de ontem. Uma saída encontrada por muitos frequentadores é o uso de aplicativo visando manter a prática de exercícios; a BodyTech, rede de academias que anunciou fechamento de suas filiais pelo período de 15 dias, disponibiliza em seu aplicativo BTFIT uma série de métodos diferentes para manter o isolamento recomendado pelas autoridades e não perder a rotina de treinos.

A atriz e estudante de nutrição Isadora Pereira, 27 anos, diz que há uma década é frequentadora assídua de academia. Antes mesmo da Covid-19, ela já utilizava aplicativo durante viagens “para não descuidar”:

— Sou de Santa Catarina. Quando viajo para lá, não vou à academia, mas acompanho as aulas e as séries de treino que já tenho no aplicativo. Agora, com a necessidade de se proteger do vírus, é mais uma ajuda — comentou Isadora.

 

A assessoria da BodyTech informou que somente os gestores estarão na unidade para tirar dúvidas. Funcionários ficarão em casa. Outra grande rede de academias, a SmartFit informou em nota que suspenderá suas atividades por tempo indeterminado.

Enquanto o número de infectados com o novo coronavírus no Brasil aumenta, as restrições de deslocamento enrijecem e, com isso, até mesmo velórios se adaptam à quarentena. O Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Norte do Rio, já está oferecendo a cerimônia pela internet. No Rio, o Cemitério da Penitência avisou que o esquema de velório online estará disponível pelos próximos 30 dias.


O Globo terça, 17 de março de 2020

CORONAVÍRUS: EUA SUSPENDEM ENTREVISTA PARA VISTOS NO BRASIL POR TEMPO INDETERMINADO

 

Coronavírus: EUA suspendem entrevistas para vistos no Brasil por tempo indeterminado

A decisão vale para os consulados de todo o país, incluindo a Embaixada em Brasília
 
Fila para pedidos de visto na porta do consulado dos Estados Unidos no Rio Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
Fila para pedidos de visto na porta do consulado dos Estados Unidos no Rio Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
 
 

RIO - As entrevistas para obtenção de visto na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e nos consulados em Rio, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre estão suspensas a partir desta terça-feira (17/3). A decisão inclui os pedidos para documentação de imigrante e não imigrante, como as permissões de entradas para turistas e estudantes. Segundo comunicado divulgado na segunda-feira (16/3), os serviços serão retomados “o mais rápido possível, mas não podemos fornecer uma data específica até o momento”.

Até o momento, só os Estados Unidos suspenderam o atendimento para obtenção de visto. Outras nações que exigem a autorização de viagem, como Canadá, Austrália e Japão, continuam com as embaixadas e consulados abertos.

Os brasileiros que já possuem o visto estão liberados para entrar no país, mas é preciso ficar atento: a American Airlines, por exemplo, está com todos os seus voos suspensos saindo daqui para território americana até o dia 6 de maio. Quem já tinha comprado o bilhete poderá remarcar a viagem, sem custos.

Não há taxa para alterar a entrevista. Outras informações sobre a obtenção de visto e reagendamento no site: ais.usvisa-info.com/en-br/niv/information/contact_us.

O governo dos Estados Unidos já havia suspendido a entrada de pessoas que estiveram em diversos países 14 dias antes de ingressar nos EUA, inclusive os que fazem parte da União Europeia, além de Reino Unido, China e Irã. O presidente Donald Trump também suspendeu, no último dia 11, todos os voos saindo da Europa em direção ao país. Na época, Reino Unido e Irlanda estavam fora da lista. Desde o dia 14, no entanto, os dois locais foram incluídos na proibição.


O Globo segunda, 16 de março de 2020

VEJA COMO É A PIRÂMIDE DE DJOSER, A MAIS ANTIGA DO MUNDO

 

Veja como é a pirâmide de Djoser, a mais antiga do mundo, reaberta ao turistas no Egito

Sítio arqueológico de mais de 4.700 anos estava fechado para reformas desde 2006
 
 
Turista salta para uma foto em frente à pirâmide de Djoser, a mais antiga do mundo, reaberta à visitação no Egito Foto: Mohamed el-Shahed / AFP
Turista salta para uma foto em frente à pirâmide de Djoser, a mais antiga do mundo, reaberta à visitação no Egito
Foto: Mohamed el-Shahed / AFP
 
 

RIO - Os turistas que pretendem visitar o Egito podem colocar mais uma pirâmide na lista. A de Djoser, a mais antiga ainda de pé não só no país, mas no mundo, foi reaberta à visitação na última semana, após 14 anos fechada para reformas.

 
 
Com mais de 4.700 anos, a necrópole está na zona arqueológica de Memphis, antiga capital do Egito faraônico, a 20km do Cairo. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a pirâmide se destaca por ser ter sido construída em degraus, diferentemente das mais famosas, em Gizé. A entrada custa 60 libras egípcias (R$ 17).

 


O Globo domingo, 15 de março de 2020

SILVIO SANTOS TEM A TRAJETÓRIA CONTADA EM FILME E SÉRIE

 

Tema de musical, Silvio Santos vem aí em filme e série

Prestes a fazer 90 anos, o apresentador e empresário de televisão tem sua trajetória contada em vários formatos
 
 
Cena de ensaio do musical 'Silvio Santos vem aí' Foto: Adriano Doria/Divulgação
Cena de ensaio do musical 'Silvio Santos vem aí' Foto: Adriano Doria/Divulgação
 
 

SÃO PAULO — Camelô na infância, radialista, locutor de barca e paraquedista do Exército na juventude. Na vida adulta, uma senhora reviravolta: se torna um bilionário dono de um canal de televisão e de um banco, se candidata à Presidência da República e passa pela tragédia de ser vítima de um sequestro. As histórias que se acumulam na vida de Silvio Santos mais parecem coisa da ficção. Agora, a poucos meses do seu aniversário de 90 anos, em 12 de dezembro, sua trajetória, de fato, invade o território das criações artísticas.

A primeira produção é a comédia musical “Silvio Santos vem aí”, que estreou na sexta no 033 Rooftop, espaço cultural no terraço do Teatro Santander, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. O espetáculo, com o ator Velson D’Souza, que já fez novelas do SBT, no papel principal, fica em cartaz até 17 de maio com sessões às sextas, sábados e domingos — como a capacidade do teatro é menor do que o limite de pessoas estabelecida pelo governo de São Paulo para conter o coronavírus, a temporada por ora está mantida. Até 2021 acabar, está prevista também a chegada de dois filmes, uma série de TV e um livro.

Para o musical, o recorte de tempo vai da infância até os anos 1980, quando o SBT já está consolidado. Ficam de fora, assim, as polêmicas mais recentes de falas machistas durante seus programas e também o período tenso do sequestro da filha Patrícia Abravanel, seguido do seu próprio sequestro, em 2001. O clima é de alegria quase que constante, lembrando a dinâmica dos seus próprios programas.

— É um tributo ao grande comunicador do país. Eu acredito que é uma festa — afirma a diretora Fernanda Chamma, que também assina a coreografia.

Ela divide o comando com Marília Toledo, responsável ainda pelo texto, ao lado de Emílio Boechat. A direção musical fica a cargo de Marco França, que trabalhou por 15 anos com o grupo teatral Clowns de Shakespeare, de Natal.

 

Já que é uma festa, o espetáculo recepciona a plateia como o canal recebe as caravanas que lotam os auditórios: câmeras cenográficas se deslocam entre o palco e as cadeiras e, em cada assento, há um saquinho com lanche e um pompom para interagir com as cenas. Há também, claro, o aviso das clássicas placas de “aplausos” levantadas pelo assistente de palco Roque, aqui vivido por Roquildes Junior.

Musical traz o júri do 'Show de Calouros', com jurados inesquecíveis, como Aracy de Almeida e Pedro de Lara (centro) Foto: Adriano Doria/Divulgação
Musical traz o júri do 'Show de Calouros', com jurados inesquecíveis, como Aracy de Almeida e Pedro de Lara (centro)
Foto: Adriano Doria/Divulgação

Não se trata de uma biografia autorizada, explica Fernanda. Segundo ela, tampouco houve patrocínio do “homem do Baú”. Os recursos da montagem, de R$ 2,5 milhões, vieram via Lei Rouanet por meio de um banco, uma farmacêutica e uma marca de toalhas sem relação com Silvio. Na reta final da preparação, porém, o homenageado aceitou receber Fernanda e Marília durante um programa, em uma espécie de apadrinhamento da ideia. Nos últimos dias, uma sessão especial para ele e sua família foi agendada a pedido do SBT. Com o sinal positivo, outras caras do canal também devem aparecer nas sessões, com pontas no roteiro.

— Como é um tributo para o patrão, todo mundo quer participar. O telefone não para — ri Fernanda, que já tem nomes como Ivo Holanda e Mara Maravilha confirmados na agenda.

 

Além do musical, a produtora Paris, que estreia no gênero teatral mas já atua desde 1960 no cinema, está aprontando um filme. Segundo Renata Rezende, diretora executiva, o projeto está na fase de preparação de roteiro, ainda sem definição do enfoque, mas deve ser acelerado em breve, para ser rodado ainda em 2020 e estrear no primeiro semestre de 2021. Os testes para definir o protagonista começam em breve.

— Temos o desejo de encontrar um desconhecido para vivê-lo no cinema — adianta.

Mais adiantado está o filme “Silvio Santos —O sequestro”, previsto para dezembro de 2020 nos cinemas, com direção de Mauricio Eça. Rodrigo Faro vive o apresentador na trama centrada no episódio, que também deve inspirar um livro do jornalista Leo Dias.

Já a série de TV, da Fox, deve sair em 2021, com duas temporadas confirmadas. Nem o elenco nem o foco da história foram divulgados por enquanto.


O Globo sábado, 14 de março de 2020

MORRE EX-MINISTRO GUSTAVO BEBIANNO. AOS 56 ANOS, DE INFARTO

 

Pré-candidato do PSDB à prefeitura do Rio, ex-ministro Gustavo Bebianno morre em Teresópolis, aos 56 anos

Informação foi dada pelo presidente do PSDB fluminense, Paulo Marinho. Ambos atuaram na campanha presidencial de Jair Bolsonaro, mas romperam com ele no primeiro ano de governo
 
 
Gustavo Bebianno na cerimônia de lançamento da pré-candidatura à Prefeitura do Rio Foto: Fotoarena / Agência O Globo
Gustavo Bebianno na cerimônia de lançamento da pré-candidatura à Prefeitura do Rio Foto: Fotoarena / Agência O Globo
 
 

RIO - O ex-secretário geral da Presidência e pré-candidato a prefeito do Rio, Gustavo Bebianno, morreu esta manhã após um infarto fulminante, aos 56 anos. A informação é do presidente estadual do PSDB, Paulo Marinho.

Bebianno estava em seu sítio em Teresópolis junto com um caseiro e seu filho. Segundo Marinho, por volta de 4h30 ele comunicou ao filho que estava passando mal e se dirigiu ao banheiro para ingerir um remédio. Minutos depois, sofreu uma queda e teve ferimentos na cabeça.

O ex-ministro, neto do ex-presidente do Botafogo, Adhemar Bebianno, era um apaixonado por jiu-jítsu. Em 1990, depois de receber a faixa preta, o advogado trancou o curso de Direito na PUC do Rio e foi tentar a vida dando aulas da arte marcial em Miami. Abriu uma academia na cidade que chegou a ter cem alunos. Mas, quatro anos depois, voltou ao Rio para retomar os estudos e se formou.

Em 2006, voltou à Flórida, desta vez como sócio de Rilion Gracie, um dos filhos da família de lutadores. Investiu cerca de US$ 60 mil em uma academia com Gracie, com quem treinava desde os 18 anos em Ipanema. Em 2008, voltou ao Brasil.

Seu contato com o então candidato Jair Bolsonaro aconteceu por intermédio do engenheiro Carlos Favoretto, amigo do ex-publicitário Gutemberg Fonseca, ex-secretário de governo de Wilson Witzel, governador do Rio. Ainda durante a campanha, Bebianno, na condição de fã, apareceu em um estúdio na Barra da Tijuca onde Bolsonaro era fotografado. Se aproximou ofertando auxílio jurídico voluntário à campanha do atual presidente da República.

De outsider político, manobrou para arrancar a candidatura de Bolsonaro do nanico Patriota e levá-la ao PSL de Luciano Bivar. O êxito na manobra lhe garantiu a vaga de presidente interino do partido e culminou com a sua nomeação para o primeiro escalão do governo, com gabinete no Palácio do Planalto.

 

Depois de diversas crises e brigas internas, inclusive com os filhos do presidente Bolsonaro, foi demitido o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência em 18 de fevereiro do ano passado.


O Globo sexta, 13 de março de 2020

GISELE BÜNDCHEN QUER PLANTAR 40 MIL ÁRVORES NO BRASIL, EM SEU ANIVERSÁRIO DE 40 ANOS

 

Gisele Bündchen quer plantar 40 mil árvores no Brasil em seu aniversário de 40 anos, diz revista

Modelo também produziu documentário com temática ambiental que estreia em abril
 
 
Gisele Bündchen Foto: George Pimentel / Getty Images
Gisele Bündchen Foto: George Pimentel / Getty Images
 
 

Julho de 2020 será um marco na vida de Gisele Bündchen. Não só porque a modelo vai fazer 40 anos, mas por causa, justamente, de seus planos para a data. Segundo a edição americana da revista ˜Marie Claire", a brasileira pretende plantar 40 mil árvores.

 "Como parte de seus esforços contínuos de reflorestamento, Bündchen planeja plantar outras 40 mil árvores (na entrevista, ela diz que já plantou esse número em cerca de cinco anos de trabalho na causa) em seu nativo Brasil para honrar seu 40º aniversário", diz a legenda de uma das fotos do ensaio.

Na matéria, a supermodelo detalhou também um novo passo na carreira: a produção-executiva de um documentário com temática ambiental.

"Recentemente, eu produzi um documentário chamado Kiss onde the Ground, que mostra como nossa saúde e a saúde do nosso planeta estão profundamente conectadas. Ele fica no conceito de agricultura regenerativa, um sistema de cultivo que aumenta a biodiversidade, enriquece o solo e melhora a qualidade da água".

O filme estreia no Festival de Tribeca, em Nova York, em abril, para marcar o aniversário de 50 anos do dia da Terra, comemorado em 22 de abril.


O Globo quinta, 12 de março de 2020

JESUS PEDE QUASE 40 MILHÕES POR ANO PARA FICAR NO FLAMENGO

 

Jesus pede quase R$ 40 milhões por ano ao Flamengo para ficar

Ténico sinaliza com pedida de cerca de 7 milhões de euros líquidos, e clube tenta fixar valor da moeda de dezembro para abater ao menos 25% do custo
 
 
Jorge Jesus em ação no Flamengo Foto: Divulgação
Jorge Jesus em ação no Flamengo Foto: Divulgação
 
 

Jorge Jesus quer renovar com o Flamengo, mas já sinalizou ao clube que seu salário precisará alcançar outro patamar. Segundo O GLOBO apurou, antes mesmo da proposta ser oficializada de parte à parte, o técnico português fez uma pedida na casa dos 7 milhões de euros por ano, líquidos, ou seja, livres de impostos. O que dá R$ 37,1 milhões na cotação atual da moeda estrangeira, em forte alta.

O valor representaria um rendimento mensal na ordem de R$ 3 milhões, bem mais em relação ao que Jorge Jesus recebeu em seu primeiro contrato no Flamengo. O novo vínculo ainda teria previstas bonificações de mais de 1 milhão de euros por conquista. Desta forma, caso repita os dois títulos do ano passado, receberia R$ 10 milhões.

Vale lembrar que os troféus mais importantes erguidos já em 2020, da Recopa Sul-Americana e Supercopa do Brasil, tinham premiações bastante inferiores, e serão incluídos no novo contrato a ser renovado com bonificações maiores.

O Flamengo trata o caso com o chamado "gelo no sangue" máximo. E já ciente do montante pedido por Jesus, promete levar a renovação até seu prazo máximo em busca de uma redução. Não se pode esquecer que renovação de Jesus prevê ainda a permanência de sua comissão técnica, composta de oito membros, que também esperam valorização para permanecer.

Embora tenha noção que o treinador recebeu ofertas superiores ao que pede ao Flamengo, o clube não quer estourar o seu orçamento, e começará a "escalar a montanha" com calma. Tudo dependerá também de possíveis concorrentes europeus, e o Benfica é um deles.

 

Em seu último contrato em Portugal, Jesus recebeu 8 milhões de euros brutos por temporada. Na Arábia Saudita, retirava o mesmo valor, mas líquido, e recusou renovação com aumento generoso de salário.

No entendimento do Mister, o novo contrato com o Flamengo na verdade o colocaria em seu nível normal de custo, já que o primeira acordo ainda tinha um viés de experiência, em função do trabalho inaugural no Brasil, com total sucesso. Além disso, os títulos que podem se repetir pagariam quase todo o custo.

Na visão do Flamengo, os números não assustam, pois os dirigentes têm noção da valorização do treinador, mas buscam uma estratégia para amortizar o custo. Uma das ideias é tentar renovar com o gatilho cambial de dezembro, ou seja, fixar um valor do euro sem levar em conta a sua valorização de quase 25% no período.

Vale lembrar que havia no contrato atual uma opção de rescisão sem custos par os dois lados no último mês de 2019. Nenhuma das partes exerceu a cláusula. O que demonstra boa vontade e confiança mútua.

O clube também pretende trabalhar melhor as premiações, ampliando para mais competições e elevando o valor final que Jesus terá direito. No ano passado, o técnico recebeu R$ 9 milhões por dois títulos. E, claro, ainda será discutido formalmente o tempo de contrato, que pode sofrer interferência em função dos valores.

 

Tudo isso está sendo tratado pelo vice de futebol Marcos Braz, que não abre mão da renovação de Jesus. Ao lado dele, o diretor executivo Bruno Spindel trata de valores com o agente Bruno Macedo, que está de volta ao Brasil para retomar as reuniões que prometem durar mais algumas semanas para que se chegue a um denominador comum. O atual vínculo vence em maio.


O Globo quarta, 11 de março de 2020

ENTENDA COMO LAS VEGAS SE TORNOU UM DOS MELHORES LUGARES PARA COMER PIZZA NOS ESTADOS UNIDOS

 

Entenda como Las Vegas se tornou um dos melhores lugares para comer pizza nos EUA

Restaurantes da cidade servem receitas e estilos tradicionais de diversas partes do país
 
LAS VEGAS, Nev. — BC-TRAVEL-TIMES-VEGAS-PIZZA-ART-NYTSF — Vincent Rotolo, the founder of Good Pie, arranges pizza for display. He is part of a passionate community of pizzamakers dedicated to expanding the profile of Sin City’s pizza scene. (Bridget Bennett/The New York Times)--ONLY FOR USE WITH ARTICLE SLUGGED -- BC-TRAVEL-TIMES-VEGAS-PIZZA-ART-NYTSF -- OTHER USE PROHIBITED. Foto: Bridget Bennett / NYT
LAS VEGAS, Nev. — BC-TRAVEL-TIMES-VEGAS-PIZZA-ART-NYTSF — Vincent Rotolo, the founder of Good Pie, arranges pizza for display. He is part of a passionate community of pizzamakers dedicated to expanding the profile of Sin City’s pizza scene. (Bridget Bennett/The New York Times) -- ONLY FOR USE WITH ARTICLE SLUGGED -- BC-TRAVEL-TIMES-VEGAS-PIZZA-ART-NYTSF -- OTHER USE PROHIBITED. Foto: Bridget Bennett / NYT
 
 

Em uma cidade que combina a Torre Eiffel, a Space Needle e uma pirâmide egípcia com a iluminação feérica da Strip, ninguém deveria se surpreender com a diversidade e variedade na oferta de pizzas em Las Vegas.

Mas o que pode causar espanto é o capricho com que são feitas; não usam como base aquelas bolas congeladas de massa e não existe nada parecido com linhas de produção. Todas são criações de gente apaixonada pelo que faz, que acabou formando uma comunidade superunida cujos membros trocam receitas e oferecem apoio uns aos outros.

- Para podermos fazer uma pizza melhor do que a que era servida há dez anos, ou mesmo há uma semana ou ontem, temos de honrar o compromisso de ajudar os membros da nossa comunidade e do nosso setor. A mágica está em conseguirmos isso - explica o proprietário e pizzaiolo da Good Pie, Vincent Rotolo, que saiu do Brooklyn para se instalar em Las Vegas em 2011.

Atualmente, o centro, famoso e prestigiado pela iguaria, conta com uma comunidade aberta de pizzaiolos dedicados a expandir esse setor na Cidade do Pecado e recebe de braços abertos a influência de quem está chegando agora com ideias da terra natal para contribuir para a definição de um estilo local.

O pizaiolo John Arena, que se mudou do Brooklyn para Las Vegas em 1980, e lá fundou a Las Vegas Pizza Alliance Foto: Bridget Bennett / The New York Times
O pizaiolo John Arena, que se mudou do Brooklyn para Las Vegas em 1980, e lá fundou a Las Vegas Pizza Alliance
Foto: Bridget Bennett / The New York Times

Roteiro por Las Vegas:Novos hotéis, restaurantes, espetáculos e atrações ao ar livre

Rotolo e John Arena – que é meio que considerado o "pai da pizza" de Las Vegas, tendo saído do Brooklyn em 1980 para comprar uma pizzaria na cidade – são dois dos sócios que abriram a Las Vegas Pizza Alliance, que já tem dois anos. A qualquer hora do dia eles podem ser vistos trocando figurinhas e receitas com outros pizzaiolos.

A casa realizou o primeiro Festival da Pizza em 16 de novembro de 2019, atraindo uma verdadeira multidão e praticamente lotando um espaço para eventos pertinho da Strip, onde, sob um céu sem nuvens, moradores e visitantes puderam provar as muitas variedades artesanais e levar para casa caixas e mais caixas, garantindo o abastecimento da iguaria para vários dias.

 

Arena gosta de visitar pizzarias e também solucionar dúvidas de pizzaiolos de todo o mundo, incluindo Brasil e China, e chegou até a dar uma aula sobre as redondas na Universidade de Nevada em Las Vegas. Em uma ocasião, o restaurante Flour & Barley, na Strip, pediu consultoria de Rotolo sobre o preparo de versões sem glúten, uma de suas especialidades – e acabou levando o primeiro lugar na categoria da edição de 2017 da USA Caputo Cup, competição realizada no Pizza & Pasta Northeast, em Atlantic City, Nova Jersey.

Pizza do restaurante The Naked City Pizza, que serve a iguaria à moda de Buffalo, no estado de Nova York, com muito queijo Foto: Bridget Bennett / The New York Times
Pizza do restaurante The Naked City Pizza, que serve a iguaria à moda de Buffalo, no estado de Nova York, com muito queijo
Foto: Bridget Bennett / The New York Times

Esse compartilhamento do que antes era segredo faz todo o sentido, considerando-se as diversas nacionalidades dos donos das pizzarias. Alguns, como Arena, são de famílias do ramo, enquanto outros, como Chris Palmeri, do Naked City Pizza, criado em Buffalo, Nova York, foram para Las Vegas a princípio como chefs da alta gastronomia para descobrir que o mundo corporativo dos cassinos da Strip era decepcionante.

Tudo acrescenta aquele "algo a mais" que parece oferecer um estilo para todos os gostos. Ao contrário das famosas imitações da cidade, incluindo a da Estátua da Liberdade do New York-New York Hotel & Casino, as pizzas são versões autênticas, muitas vezes preparadas por expatriados, outras por estudiosos da história do prato.

 

Há opções aclamadas – e, em alguns casos, premiadas – da pizza quadrada de molho por cima do queijo da vovó; das sem glúten e de massa grossa e borrachuda no estilo de Detroit na Good Pie; das carregadas no queijo, como se come em Buffalo; das completas, com pepperoni "cup & char" na Naked City Pizza; das quadradas e redondas de massa pan da Arena's Metro Pizza; e das altas e grossas à moda de Chicago da Amore Taste of Chicago.

Clientes em uma das cinco unidades da rede Metro Pizza em Las Vegas Foto: Bridget Bennett / The New York Times
Clientes em uma das cinco unidades da rede Metro Pizza em Las Vegas Foto: Bridget Bennett / The New York Times

Las Vegas além dos cassinos:conheça o bairro que é o paraíso dos artistas na cidade

De fato, ela aparece nos cardápios de casas que nem pizzarias são; James Trees, que já trabalhou com o chef premiado Michael Mina do Aqua Las Vegas (entre outros restaurantes), acrescentou um cardápio próprio de redondas de massa lêveda ao seu Esther's Kitchen, no Arts District Italian.

Esse ecletismo se espalha também para a experiência gastronômica. O Metro Pizza, com cinco endereços em Las Vegas e na área que a cerca, tem um clima simpático e receptivo para todas as idades na filial maior, no bairro de Centennial Hills, com cabines de assentos confortáveis e acolchoados e um mapa pintado a mão das "Pizzarias de Família dos EUA" na parede.

 

Para homenagear a "pizza de vó" e todas as nonnas que a fazem ou fizeram, Rotolo encheu uma parede de fotos delas – as suas e as de outros, incluindo a personagem "Grandmama", personagem que Larry Johnson, ex-atacante da Universidade de Nevada em Las Vegas e astro do basquete profissional, tornou famosa nos comerciais da Converse de meados dos anos 90. Rotolo garante que a parede vai ser expandida, já que tem planos de instalar a Good Pie no Arts District nos próximos meses, colocando-a ao lado dos novos bares, galerias e restaurantes da cidade.

Pizzas quadradas no balcão da pizzaria Good Pie, em Las Vegas Foto: Bridget Bennett / The New York Times
Pizzas quadradas no balcão da pizzaria Good Pie, em Las Vegas Foto: Bridget Bennett / The New York Times

E há também as experiências mais tradicionais: o balcão do Cosmopolitan, por exemplo, que vende fatias no fim de um corredor sem placas, forrado de discos, no terceiro andar do hotel, conhecido como "Pizza Secreta", cujo movimento cresce quando a casa noturna do estabelecimento começa a esvaziar; o Evel Pie, onde Rotolo já foi o principal pizzaiolo, que tem uma estética punk-rock/Evel Knievel, com direito a uma máquina de fliperama inspirada no motociclista, bandeirinhas e música dos anos 70 e a expressão "Viva a toda, acelere e coma pizza" em luzes sobre o balcão.


O Globo terça, 10 de março de 2020

PRACINHAS NA EUROPA: HÁ 75 ANOS, TROPAS BRASILEIRAS VENCERAM NAZISTAS NA BATALHA DE CASTELNUOVO

 

 
 

PRACINHAS NA EUROPA

Há 75 anos, tropas brasileiras venceram nazistas na Batalha de Castelnuovo, na Itália, durante Segunda Guerra Mundial

Regresso da II Guerra Mundial do 3º escalão da FEB

 

 Pedro Medeiros*
 
Aqueles dois dias de março foram determinantes para a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Menos de duas semanas após o êxito na árdua Batalha de Monte Castello, no Norte da Itália, as tropas nacionais foram empregadas em mais um passo importante para o avanço das Forças Aliadas na Europa. Nos dias 5 e 6 de março de 1945, há 75 anos, nossos pracinhas enfrentaram campos minados e pesado fogo alemão durante a Batalha de Castellnuovo, uma aldeia da comuna de Vergato, de onde a FEB saiu vitoriosa, apesar de sofrer 70 baixas, entre mortos e feridos.
 
Ambas as batalhas estavam inseridas na série de esforços para vencer a chamada Linha Gótica, uma das últimas grandes defesas da Alemanha Nazista na Europa.
 
"Não será em vão o sacrifício de tantos bravos, nem terá sido inconsequente a participação do Brasil na luta destes dias por um mundo de justiça e liberdade", dizia um trecho da reportagem de primeira página da edição de 8 de fevereiro de 1945 do GLOBO Expedicionário, suplemento de O GLOBO que era distribuído entre os soldados brasileiros na Itália. Àquela altura, a FEB ainda estava às voltas com a dura Batalha de Monte Castelo, na qual os brasileiros lutaram ao lado dos americanos ao longo de três meses. O conflito terminou no dia 21 de fevereiro, com vitória das Forças Aliadas. Mas houve 417 baixas brasileiras.
 
Soldados da FEB lendo o Globo Expedicionário
Durante a Campanha da Itália, nas batalhas de Monte Castelo, La Serra, Castelnuovo e Montese, as tropas brasileiras alcançaram suas principais vitórias e tiveram sua atuação destacada por oficiais-generais aliados. Até o relevo montanhoso da região era um inimigo, pois possibilitava ao inimigo a vantagem de ter ampla visão das vias de acesso ao reduto defendido por eles.
 
A operação de Castelnuovo foi executada pelo I Batalhão do 6º Regimento de Infantaria e pelo II Batalhão do 11º Regimento de Infantaria, como explica o pesquisador Cesar Campiani, doutor em História pela USP:
 
— A operação de Castelnuovo foi a culminação do Plano Encore, iniciado a 19 de Fevereiro de 1945 com o ataque da 10ª Divisão de Montanha ao Monte Serrasciccia, objetivando desbaratar a defesa alemã que se estendia sobre o Vale do Reno — disse Campiani — A partir da conquista das forças brasileiras e americanas sobre as fortificações alemãs foi possível desobstruir a Rota 64, que levava até Bolonha e, assim, atacar a porção final de terreno montanhoso que incluía Montese para, finalmente, deslanchar sobre o Vale do Rio Pó e expulsar os alemães da Itália.
 
A Segunda Guerra terminou na Europa em 8 de maio de 1945, com a rendição das forças alemãs. Numa entrevista coletiva em Recife, Pernambuco, já no mês de julho, após a volta das tropas brasileiras, o marechal Mascarenhas de Moraes, que comandou a FEB durante a Segunda Guerra, exaltou a armada nacional e pontuou que os feitos em território italiano seriam motivo de glória eterna para o Brasil:
 
— As intervenções da FEB serão incorporadas à Historia Militar do Brasil. Monte Castelo deve ser considerado como uma dos mais dignificantes façanhas do soldado brasileiro, e Castelnuovo é um arremate vitorioso das operações no vale do Reno. Exemplos dos mais espetaculares feitos de nossas armas neste século. 
 
 
O Brasil enviou um total de 25.334 soldados para a Campanha da Itália, que levou as vidas de 454 dos integrantes da FEB, sepultados no cemitério de Pistória. A Força era formada por uma divisão de infantaria, uma esquadrilha de conhecimento e um esquadrão de caças. O lema do nosso esforço de guerra, "A cobra está fumando", era uma alusão irônica a algo que muito se afirmava. Naquela época, dizia-se que seria mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil lutar numa guerra.
Regresso da II Guerra Mundial do 2º escalão da FEB, constituído de mais de seis mil expedicionários, a bordo do navio "Mariposa", antigo Vindhuck, sob o comando do General Oswaldo Cordeiro de Farias

 

 
 
 
 
 

O Globo segunda, 09 de março de 2020

GIGOGAS NAS LAGOAS DA BARRA: INEA FAZ OPERAÇÃO PARA CONTÊ-LAS

 

Inea faz operação para conter gigogas nas lagoas da Barra

Sol reaparece no penúltimo fim de semana do verão
 
 
Inea retira 60 toneladas de gigogas das lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá Foto: Divulgação
Inea retira 60 toneladas de gigogas das lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá Foto: Divulgação
 
Depois de uma temporada de muita chuva e nuvens no céu, o sol voltou a brilhar no Rio no penúltimo fim de semana de verão. Logo pela manhã, os termômetros registraram 26 graus e, claro, levaram cariocas e turistas a lotarem as areias das praias da cidade. Mas, para grande parte dos banhistas, a diversão foi mesmo fora d’água. Com o mar agitado, bandeiras vermelhas avisavam do perigo de um mergulho. Mesmo assim, o Corpo de Bombeiros precisou atuar em quatro salvamentos no Leme, Ipanema, Leblon e Grumari.
 

— A água está limpa, a temperatura, uma delícia, mas está puxando um pouco.

Cariocas e turistas lotam a Praia do Leblon; bandeiras vermelhas indicam perigo no mar, mesmo assim Corpo de Bombeiros tem trabalho Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
Cariocas e turistas lotam a Praia do Leblon; bandeiras vermelhas indicam perigo no mar, mesmo assim Corpo de Bombeiros tem trabalho Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

 Quem comemorou as ondas foram os surfistas.

— Os ventos viraram para sudeste e aqui fica bom assim. Então a galera está se divertindo. Tem sol, onda boa, e dá para ficar o tempo todo na água sem sentir frio — explicou o instrutor de surfe Magno Neves.

Segundo o Climatempo, um sistema de baixa pressão atmosférica se afastou e, no lugar dele, entrou um sistema de alta pressão, diminuindo a incidência de chuvas. O tempo estável deve continuar nos próximos dias na cidade. Segundo o Alerta Rio, a temperatura máxima registrada ontem foi de 31,7 graus, em Santa Cruz. A mínima foi de 17,4 graus, no Alto da Boa Vista.

Com as areias lotadas, os vendedores correram atrás do prejuízo acumulado nas últimas semanas.

— Venho à praia até em dias nublados, mas às vezes não vendo nem um quilo de açaí. Em dia de sol, vendo dez quilos, mesmo diante de tanta concorrência — contabilizou Rosa Conceição, vendedora de açaí.

60 toneladas de gigogas

Uma operação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) retirou 60 toneladas de gigogas das lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá neste fim de semana. A ação tem por objetivo impedir que as plantas aquáticas, que indicam o nível de poluição da água e têm função de limpar o ambiente, alcancem o Quebra-Mar e, consequentemente, cheguem em blocos às praias da Barra e da Zona Sul da cidade.

Na última quinta-feira, o serviço de balsas no Canal Marapendi chegou a ficar suspenso porque as plantas cobriram todo o espelho d’água, o que impediu a circulação das embarcações.

A proliferação das gigogas aumenta ainda mais em épocas de chuva e calor. Segundo o Inea, o problema é causado pela grande quantidade de esgoto sem tratamento que é despejado em todo o sistema lagunar. Nos últimos dias, o movimento das marés tem contribuído para a permanência das gigogas na região que ultrapassou a ecobarreira mas não invadiu o mar. No carnaval, no entanto, a grande quantidade de planta deixou as areias da praia bem sujas.


O Globo domingo, 08 de março de 2020

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - AS LIÇÕES DE UMA MILITANTE DE 95 ANOS

 

Dia internacional da Mulher: as lições de uma militante de 95 anos

Maria dos Santos Soares participou da versão carioca da performance feminista "Um violador em teu caminho". Em vídeo, ela fala sobre o racismo que já sofreu e conta como superou seus próprios preconceitos para abraçar as causas feminista e LGBT
 
Maria Soares, a Dona Santinha, ativista de 95 anos que inspira a luta de feministas mais jovens por direitos Foto: Fernando Lemos
Maria Soares, a Dona Santinha, ativista de 95 anos que inspira a luta de feministas mais jovens por direitos Foto: Fernando Lemos
 
 

RIO - Dezenas de mulheres cantavam contra o estupro em um ato na Cinelândia, Centro do Rio, na noite de 3 de dezembro 2019. “E a culpa não era minha, nem onde estava, nem como me vestia”, diziam, em uníssono. Em meio ao coro, no entanto, um rosto chamava atenção: Maria dos Santos Soares, a Dona Santinha, como é chamada pela família. Aos 95 anos, ela entoava a letra e executava a coreografia que aprendera horas antes ao lado de pelo menos outras quatro gerações de mulheres.

 
O rosto de Maria dos Santos Soares, a Dona Santinha, se tornou símbolo de resistência durante as manifestações após a morte de Marielle Franco, em 2018. Ela, mesmo com 95 anos, é presença certa em manifestações por direitos das mulheres no Rio de Janeiro e tornou-se um símbolo da luta feminista na cidade.
 
O rosto de Maria dos Santos Soares, a Dona Santinha, se tornou símbolo de resistência durante as manifestações após a morte de Marielle Franco, em 2018. Ela, mesmo com 95 anos, é presença certa em manifestações por direitos das mulheres no Rio de Janeiro e tornou-se um símbolo da luta feminista na cidade.

Maria está em tantas manifestações quanto pode, desde as de movimentos feministas, antirracistas e LGBTQ+ a mobilizações contra remoções e privatizações. Certa vez (ela conta, sem citar o ano), em um protesto na Cedae, lembra-se de ouvir a multidão cantando “E se assinarem o pacotão, nós paramos a nação" e pensar "Não para nada. Tem que parar todo mundo para parar a nação. Um grupo só não consegue”. Talvez o pensamento no coletivo ajude a explicar o hábito da enfermeira aposentada de sair da própria bolha para abraçar tantas causas. Mas o ponto de partida na sua trajetória de militância, no entanto, foi uma tragédia pessoal: a morte do irmão.

 

Filiado ao Partido Comunista, perseguido e preso inúmeras vezes durante a ditadura militar, o irmão de Santinha morreu em 1984, antes de ver a democracia ser restabelecida no Brasil.

— Estava no hospital trabalhando e o acompanhando à noite. Quando ele morreu, segurei na mão dele e disse: vou seguir a sua luta. Então eu procurei a célula do PC do B, mas achei muito rígido, e eu gosto de ser livre. Fui ao MDB e não sei o que houve, mas não me inscrevi. O terceiro partido que procurei foi o PDT, na época do Brizola. Peguei o estatuto para ler e tinha a quarta cláusula, que era pelos negros. Pensei "esse é meu partido" e me inscrevi — narra a militante, que passou a ir às ruas para além da política partidária, como forma de expiar o que chama de seu “início de preconceito”.

Nem flores, nem bombons:o que os homens realmente podem fazer pela equidade de gênero

Maria Soares nasceu em 19 de abril de 1924 em Além Paraíba, Minas Gerais, terra onde passou boa parte da infância. Ficava sabendo das notícias por meio do jornal "O lar católico", que o pai, analfabeto, comprava para informar a família. Cresceu sem ouvir falar em feminismo — as mulheres só passariam a ter direito ao voto em 32, quando ela tinha 8 anos — e menos ainda de racismo, embora as desigualdades sempre a tivessem incomodado. "Deixa Deus com seu mundo", ouvia de sua mãe, em uma tentativa de apaziguar a mente questionadora da filha. Com o tempo, afastou-se da religião. “Não concordo com esse Deus que me ensinaram”, afirma.

— Não sei se é porque meu início foi de preconceito, agora acho que tenho a obrigação de me redimir e ajudar outras pessoas. Por exemplo, a comunidade LGBT. Como religiosa, a gente abominava, era contra. Agora estou de mãos dadas com eles — conta ela.

‘O feminismo é um movimento necessário’

Quando chegou a vez de o Rio, no fim do ano passado, reproduzir os protestos contra o estupro que começaram no Chile e tomaram conta do mundo,  dona Santinha não hesitou. Ela tinha acabado de ler sobre o número de vítimas de abuso sexual em São Paulo e, motivada, sentiu que deveria agir. Uma parte da manifestação, no entanto, a deixou desconfortável:

— Foi um ato muito bonito, mas eu não sou muito moderna… É porque eu não gosto de ofender ninguém. Então tinha uma cena que dizia "O estuprador era você", aí parecia que era para um daqueles que estavam ali. Mesmo assim, achei o ato bonito — diz Maria, que vai completar 96 anos em abril.

Para ela, o movimento feminista é uma resposta necessária diante do aumento de casos de violência contra a mulher.

— O que fazem com as mulheres não é justo. Fico pensando o que leva os homens a matarem tanto as mulheres, estuprarem. Isso acaba com a vida da pessoa. Não sei se antigamente não vinha à tona, se o pessoal não denunciava, mas agora está demais — completa a enfermeira.

 

Maria não sabe explicar de onde vem tanta disposição para protestar, mas  tem certeza que “não adianta nada falar mal do governo” do sofá de casa e que o carinho recebido nas ruas a mantém em movimento.

— Eu continuo indo, acho que a gente tem que ir, tem que fazer algo. Tem dia que estou muito fraca, mas me animo porque já vi tanta gente dizer que vai por minha causa. Uma moça me disse que veio de Belo Horizonte, que nunca tinha militado antes. Acho que alguma coisa vale o sacrifício —, conta a militante que, nesses 36 anos de luta, enfrenta também o próprio medo de protestar:

— Eu me exponho muito e isso incomoda, né? Mas faço isso porque acho que alguém tem que falar. E uma pessoa de 95 anos não faz muita falta se levar um tirinho na testa. Triste é essa mortandade de jovens todo dia, que podem dar muito ainda. Eu, indo agora, vou tranquila. Acho que fiz o que podia, o que acho certo. Errando, acertando, caindo, levantando — completa.

'Parei de ver TV porque só tinha branco'

Há 10 anos Maria não tem aparelho de TV. Ela cansou de esperar para se ver representada na tela e, apesar de sentir que houve melhora na quantidade de pessoas negras em postos de trabalho e posições de destaque, ainda não é o que espera da programação de um país de maioria negra e parda.

Vídeo:mentiras sobre o feminismo que ninguém deveria repetir

— Às vezes, eu esperava 30, 40 minutos, mas só tinha branco na televisão. Isso quando a maioria  da população é negra. Por que isso? Mesmo assim já melhorou. Antigamente, eu andava 10, 20 farmácias e não encontrava um preto. Para comprar boneca, andava em 50 lojas e não tinha. Agora tem uma bonequinha preta. Fazer o quê? O mundo está nas mãos dos brancos — diz ela, que perdeu a conta de quantas vezes foi vítima de racismo:

— Já fui do tempo de chegar em uma loja ali no Centro, cujo nome esqueci, onde me disseram "Senhora, aqui a gente não atende negro". Hoje pode até não querer, mas não dizem mais isso. Alguma coisa mudou — reflete ela, que completa: — Eu acho que são os sistemas, não são as pessoas que comungam com essa desigualdade.

No final da entrevista, o fotógrafo Fernando Lemos, um homem branco,  perguntou se podia se despedir de Maria Soares com um beijo. Ela consentiu, colocou a mão no rosto dele, e afirmou: “Veja que coisa mais bonita. Precisamos estar separados?”.

 


O Globo sábado, 07 de março de 2020

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - O QUE OS HOMENS PODEM FAZER PELA EQUIDADE DE GÊNERO?

Dia Internacional da Mulher: o que os homens podem fazer pela equidade de gênero?

Neste 8 de março, em vez de oferecer flores e bombons, homens podem repensar atitudes cotidianas e abrir mão de privilégios
 
Apesar de não serem protagonistas, homens podem contribuir para a luta pela equidade de gênero. Foto: Arte de Paula Cruz
Apesar de não serem protagonistas, homens podem contribuir para a luta pela equidade de gênero. Foto: Arte de Paula Cruz
 
 

Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março e com a aproximação da data cresce a procura por ideias de "lembrancinhas" para presentear mães, namoradas e amigas. Nos últimos anos, no entanto, cada vez mais mulheres têm questionado a distribuição de flores e bombons nessa data, que se fortalece como um momento significativo para o movimento feminista e é marcada por diversas manifestações pelo mundo.

Para a antropóloga Debora Diniz, o lugar dos homens na luta pela igualdade é decisivo e essencial para que ela de fato aconteça.

— Cabe aos homens manter permanentemente a voz sobre a igualdade de gênero ao lado das mulheres, porque elas não vão reescrever sozinhas as normas naturalizadas de desigualdade. É um lugar de atenção e combate aos privilégios do patriarcado e de todas as marcas indevidas da masculinidade e do machismo.

A pesquisadora explica que a questão do lugar de fala faz com que muitos homens acreditem não ter espaço nessa causa, mas defende que todos aqueles que usufruem de algum privilégio têm também o dever de estar ao lado dos que não são favorecidos.

—  Muitos vão afirmar "eu não sou mulher, então não tenho nada a dizer." Eu diria exatamente o contrário. Quanto mais privilégio nós temos, maior nosso dever de falar junto. O homem não tem o mesmo lugar das mulheres, mas ele tem um papel de pensar a masculinidade. Assim como é meu papel como mulher branca pensar o racismo e a branquitude, cabe aos homens se questionarem sobre como o patriarcado oferece privilégios indevidos e onde eles, talvez inadvertidamente, tiram proveito disso.

 
 

Maíra Liguori, diretora da organização Think Olga, concorda que essa luta precisa envolver também os homens, que podem ajudar apoiando e reconhecendo sua importância, além de identificar e abrir mão de privilégios. Ela menciona a existência de uma confusão muito comum, que contribui para o afastamento deles, de que o feminismo seria o contrário do machismo.

—  O machismo é um sistema em que o homem se coloca na sociedade de forma superior à mulher. Já o feminismo parte da igualdade de oportunidades. A gente está falando de equidade, na verdade, para que cada um tenha as mesmas oportunidades de executar tarefas e se colocar na sociedade de igual para igual: homens e mulheres, com as mesmas possibilidades.

Leia tambémPor que o Dia Internacional da Mulher é para reflexão, e não para flores ou bombons

Ela afirma ser importante abrir espaço para as pessoas que queiram colaborar e participar da mudança, mas ressalta ser fundamental que eles não tirem o protagonismo feminino. Ela cita como exemplo as empresas que contratam homens para palestrar aos funcionários nessa data.

— A luta feminista é sobre mulheres, brancas e negras, que ocupam um lugar de opressão na sociedade, e vem para colocá-las em posição de equidade em relação aos homens. No dia 8 de março muitas mulheres atuam nesse sentido e os homens não são agentes da transformação da luta feminista nesse momento. Eles têm outra transformação em curso que é a de olhar para a masculinidade. Se a gente tira o lugar da mulher e minimiza seu conhecimento para colocar um homem falando de suas dores, estamos reafirmando o status quo e não mudamos nada.

 

Com base na conversa com as duas especialistas, a equipe de CELINA listou algumas ações que podem ser realizadas pelos homens em prol da equidade de gênero não só no dia 8 de março, mas o ano todo:

1 - Agir pelo fim da violência contra a mulher

Mais de 1,23 milhão de mulheres sofreram violência no Brasil entre 2010 e 2017, de acordo com dados da plataforma EVA, do Instituto Igarapé. Em 90% dos casos, o agressor é uma pessoa próxima da vítima. Refletir sobre esses dados e repensar comportamentos que legitimam a violência é um ponto urgente.

—  Nosso país tem uma das piores estatísticas do mundo em relação à violência contra a mulher, então acho que esse seria passo número zero: encerrar os comportamentos de violência contra mulheres. Que tal parar de assediar, de bater, de matar? — defende Maíra Liguori.

2 - Parar de falar 'eu ajudo em casa'

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam quase o dobro do tempo dos homens a tarefas domésticas. Em 2018, elas trabalharam, em média, 21,3 horas por semana realizando esses serviços, enquanto os homens dedicaram apenas 10,9 horas.

Quando realizam esses afazeres, muitos afirmam estar "ajudando em casa", o que contribui para a ideia de que essa seria uma função feminina. 

 

— Os homens não são hóspedes, filhos eternos, nem visitantes. Então precisamos mudar essa linguagem: homens não "ajudam" em casa, eles fazem trabalho doméstico, assim como as mulheres, e precisam também experimentar a dupla e tripla jornada — explica Diniz.

Assim é fácilHomens mais novos apoiam igualdade de gênero, mas ainda não querem lavar a louça

Liguori destaca que houve um crescimento na participação das mulheres no mercado de trabalho, mas que ele não veio acompanhado pela divisão das responsabilidades em casa.

—  Hoje o homem não é mais o provedor, existe uma divisão das responsabilidades financeiras da família, e falando de mulheres de baixa renda esse número de provedoras do lar é infinitamente maior. Porém, os homens não assumiram a outra parte, que são as tarefas da casa, o cuidado com os filhos e com os idosos —  afirma.


O Globo sexta, 06 de março de 2020

ABERTURA DA NIEMEYER - ESPECIALISTA SE DIVIDEM

 

Especialistas se dividem sobre abertura da Niemeyer; laudo técnico do MP sai hoje

Na quarta-feira, pedaços de uma pedra se desprenderam da encosta do Morro do Vidigal e deslocaram a rede de proteção, atingindo parte da pista da avenida
 
Avenida Niemeyer continua fechada Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Avenida Niemeyer continua fechada Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
 
 

RIO — O imbróglio envolvendo a Avenida Niemeyer, interditada há nove meses e nove dias, pode estar mais perto de um desfecho. O Ministério Público deve receber hoje um laudo feito pelos técnicos do órgão, que analisaram as intervenções da prefeitura no local. Os promotores terão até 48 horas para dizer se concordam, ou não, com a reabertura da via, que será decidida pela Justiça. Especialistas ouvidos pelo GLOBO se dividem sobre a segurança da Niemeyer.

 
Na quarta-feira, pedaços de uma pedra se desprenderam da encosta do Morro do Vidigal e deslocaram a rede de proteção, atingindo parte da pista da avenida. O deslizamento aconteceu no mesmo dia em que a Subsecretaria de Relações Institucionais da prefeitura defendeu nas redes sociais que a Niemeyer “precisa ser reaberta” após ter provado “resistência” durante as chuvas desta semana.

Para o engenheiro Luiz Roberto Charnaux Sertã Junior, líder da equipe de peritos da Justiça que acompanhou as obras feitas pela prefeitura, o episódio de anteontem mostra a fragilidade da encosta. O especialista diz ter causado “estranheza” a decisão do município de não construir um muro de contenção na parte mais alta do morro, como era previsto inicialmente. Em dezembro, a Geo-Rio afirmou que a obra não era mais necessária porque “o projeto foi revisto e essa intervenção suprimida, já que não há necessidade por conta de todas as outras obras de contenção”.

— Se afirmar que não existe risco é algo complexo. Óbvio que em época seca a probabilidade é menor, mas se garantir 100% que não vai ter deslizamento não se pode. Não entendo o motivo e compreendo que permanece o risco. Lá em cima existia um conjunto de pedras soltas que mereciam atenção — afirma Sertã.

Já Maurício Ehrlich, professor de geotecnia da Coppe/UFRJ, acredita ser viável a reabertura da Niemeyer em dias sem chuva. Porém, alerta que é preciso um monitoramento constante, que compreenda quatro dias consecutivos, já que a água pode saturar aos poucos o solo.

— O ideal seria ter uma drenagem na comunidade para a água não infiltrar no terreno. Enquanto não acontece isso, é preciso analisar também as chuvas dos últimos quatro dias, já que uma chuva um pouco mais forte pode causar problemas — conta.

A Associação de Moradores de São Conrado e outras 20 entidades fizeram um manifesto, há duas semanas, defendendo a reabertura da via. No texto, “Deixem o Rio andar”, eles pediram uma solução para a interdição e listaram problemas acarretados pelo fechamento da Niemeyer, como engarrafamento em vias da Barra da Tijuca, da Zona Sul e do Autoestrada Lagoa-Barra.

 


O Globo quinta, 05 de março de 2020

ADELAIDE CHIOZZO - MORRE, AOS 88 ANOS, A INTÉRPRETE DE BEIJINHO DOCE

 

Morre aos 88 anos a cantora Adelaide Chiozzo, intérprete de 'Beijinho doce'

Canção, composta na década de 1950, virou hit da novela 'A favorita', em 2008
 
Compositora de 'Beijinho doce', na década de 1950, Adelaide viu a canção virar hit com a novela 'A favorita' Foto: Simone Avellar
Compositora de 'Beijinho doce', na década de 1950, Adelaide viu a canção virar hit com a novela 'A favorita' Foto: Simone Avellar
 
 

RIO — A cantora e compositora Adelaide Chiozzo, intérprete do hit "Beijinho doce", morreu na manhã desta quarta-feira. Ela faleceu às 8h no Hospital Evangélico, na Tijuca, Zona Norte do Rio, em decorrência de uma tromboembolia pulmonar.

Adelaide estava hospitalizada há cerca de duas semanas, após sofrer uma queda. Passou por cirurgia na região da bacia e, de acordo com o neto Roberto Chiozzo, estava se recuperando. Chegou até a ser transferida para o Hospital Evangélico, na ocasião. Posteriormente, apareceram uma infecção urinária e outra no pulmão.

"Ela vinha se recuperando bem", afirma o neto. "Era uma idosa de 88 anos. É tudo mais difícil nesta idade. Mas ela estava melhor do problema mais complicado, a cirurgia, tinha conseguido. E acabou não resistindo agora."

O sepultamento está previsto para esta quinta-feira, às 16h, no Memorial do Carmo, também na Zona Norte do Rio.

Roberto lembra com carinho da avó. Disse que ela teve uma vida linda e que sempre fez o que amou.

"Ela foi uma estrela importante na época do rádio, na década de 1950. Mas para a gente, ela era a vó Di. Ela teve uma vida linda. Era maravilhosa. E fazia o que amava", conta Roberto.

A canção "Beijinho doce" foi composta em 1951, mas voltou a fazer sucesso anos atrás, na novela "A favorita", protagonizada por Claudia Raia e Patrícia Pilar, em 2008.


O Globo quarta, 04 de março de 2020

CINCO MOTIVOS PARA VISITAR A ETIÓPIA EM 2020

 

Cinco motivos para visitar a Etiópia em 2020

Diversidade cultural e belas paisagens atraem turistas para o país
 
 
Paisagem na Etiópia Foto: Divulgação
Paisagem na Etiópia Foto: Divulgação
 
 

RIO - Café, cultura religiosa e belas paisagens naturais. A Etiópia ainda é um destino pouco visitado pelos brasileiros, mas não faltam atrativos na nação africana, que tem se destacado em listas de lugares para visitar em 2020. Diretor da Latitudes, empresa que promove turismo de experiência pelo mundo, Alexandre Cymbalista separou cinco locais imperdíveis para conhecer por lá.

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Lalibela e o cristianismo pelo país

"Conhecida também como um dos países de origem do cristianismo, a Etiópia é composta primordialmente por cristãos ortodoxos. Acredita-se que na Igreja Santa Maria do Sião, na cidade de Axum, está escondida a Arca da Aliança, uma relíquia bíblica que, onde reza a tradição, foram guardadas as tábuas dos Dez Mandamentos.

Além disso, os ritos religiosos permeiam todo o cotidiano e cultura dos etíopes. A cidade de Lalibela, no norte do país, abriga as famosas 11 igrejas subterrâneas, esculpidas nas rochas no século 12, com o objetivo de se tornar uma nova Jerusalém para os cristãos. Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, elas são visitadas por muitos turistas diariamente, especialmente na Semana Santa, quando se tornam locais de peregrinação".

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A Etiópia respira a nossa história e a nossa história respira a Etiópia

"O país africano é conhecido como o berço da humanidade, pois acredita-se que foi onde começou a caminhada do homem pela terra. Lá foram encontrados os fósseis da famosa Lucy, o mais antigo humano primitivo, que teria vivido há 3,2 milhões de anos. Os fósseis se encontram no Museu Nacional da Etiópia, na capital Adis Abeba, que possui uma vasta coleção de achados arqueológicos e é parada obrigatória para quem viaja ao país".

 
Paisagens da Etiópia Foto: Divulgação
Paisagens da Etiópia Foto: Divulgação

 

O café

"Na Etiópia surgiram os primeiros grãos de café, e hoje a bebida é parte de um ritual muito valorizado no país. Assistir ao preparo do café, uma cerimônia importante do cotidiano, realizada apenas por mulheres usando utensílios e processos ancestrais, é uma experiência única, e nem só para quem é amante da bebida. Além disso, o país é conhecido por ter um dos melhores cafés do mundo".

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Pronto para receber os turistas

"Adis Abeba, a capital, se expande em um ritmo alucinante, sendo exemplo claro da ascensão da Etiópia. O Aeroporto Internacional de Bole acaba de passar por uma reforma de US$ 363 milhões e conta até mesmo com um hotel cinco estrelas. A Ethiopian Airlines, companhia aérea do país, está investindo em projetos de expansão de voos diretos vindos do mundo todo, inclusive do Brasil".

População da Etiópia Foto: Divulgação
População da Etiópia Foto: Divulgação

 

Roteiros na Semana Santa

"Seja para os religiosos ou para quem se interessa em presenciar um dos mais extraordinários espetáculos do mundo, estar na Etiópia na Semana Santa é vivenciar um momento único na religiosidade e cultura do país. São nestas festividades que os peregrinos preenchem as ruas e igrejas revelando tradições de centenas de anos em uma grande e emocionante atmosfera de fé".


O Globo terça, 03 de março de 2020

STELLA McCARTNEY FAZ PROTESTO CONTRA USO DE PELES COM MODELOS VESTIDOS DE ANIMAIS NA PASSARELA

 

Stella McCartney faz protesto contra uso de peles com modelos vestidos de animais na passarela

Desfile na Semana de Moda de Paris apoiou o movimento cruelty free
 
 
Modelos vestidas como animais no desfile de Stella McCartney Foto: Pascal Le Segretain / Getty Images
Modelos vestidas como animais no desfile de Stella McCartney Foto: Pascal Le Segretain / Getty Images
 
 

Coelhos, vacas e zebras invadiram a passarela do desfile de Stella McCartney na Semana de Moda de Paris nesta segunda-feira (2). Mas não eram animais de verdade e, sim, modelos vestidas com chamativas fantasias. A ideia era chamar a atenção e fazer um protesto contra o uso de peles e a crueldade como animais no mundo da moda.

 
Coelho na passarela de Stella McCartney Foto: Bertrand Rindoff Petroff / Getty Images
Coelho na passarela de Stella McCartney Foto: Bertrand Rindoff Petroff / Getty Images

A estilista, que é uma voz conhecida no movimento cruelty free, usou seu último desfile para colocar sua opinião. Dias atrás ela já vinha postando em seu Instagram desenho animados de diferentes animais criticando seu uso na moda.

 A marca Stella McCartney já declarou abertamente que não utiliza couros, penas ou peles em seus designs desde 2001.  Segundo a empresa, 75% da coleção desta temporada foi composta de materiais ecológicos.

"[E] um casaco de pele tem um impacto muito maior no meio ambiente do que um casaco de pele falsa por muitas e muitas razões", disse McCartney em uma entrevista em 2019 à revista Vogue americana. "Um deles é a crueldade animal, com a qual ninguém parece se importar ou querer falar, mas, em minha opinião,  é uma parte importante da conversa".


O Globo segunda, 02 de março de 2020

DESFILE DAS CAMPEÃS: O QUE ROLOU

 

Confira o que rolou no Camarote 'Quem'/ O GLOBO no Desfile das Campeãs

Famosos e leitores acompanharam os desfiles no Sambódromo
 
 
Camarote O Globo e Quem Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
Camarote O Globo e Quem Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
 
 

RIO — O Camarote “Quem”/O GLOBO reuniu no Desfile das Campeãs do carnaval 2020 personalidades como Viviane Araújo, Jorge Aragão e o casal Taís Araújo e Lázaro Ramos. Além disso, curtindo pela primeira vez um desfile da Marquês de Sapucaí, os leitores vencedores do concurso para o Camarote Quem/Globo estavam radiantes com a oportunidade de assistir ao desfile das Campeãs.

A advogada Célia Regina Fernandes Silva, de 60 anos, convidou o marido Evandro de Oliveira Filho para ser seu acompanhante. Moradora de Nova Iguaçu, Célia estava feliz porque divide o coração entre o Salgueiro e a Beija-flor, e teve a chance de assistir as duas.

Fique por dentroCamarote “Quem”/O GLOBO no primeiro dia do Grupo Especial

Já o também advogado Thiago Seraphim, de 36 anos, assinante de O Globo há quatro, disse que entrou no sorteio por insistência da.mulher Fernanda Sepúlveda, também advogada, de 36 anos. Moradores de Copacabana, ja desfilaram duas vezes no Sambódromo, mas nunca tiveram , ate entâo, a chance de assistir aos desfiles.

Rainha da Sapucaí e fã de sertanejo

Atores aproveitaram camarote 'Quem'/ O GLOBO
 
Rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo se despediu da Sapucaí debaixo de chuva e de olho no próximo trabalho. A atriz está escalada para “Mal Secreto”, série de suspense de Bráulio Mantovani que será exibida pelo GloboPlay.

— Gravo de maio a junho — disse ela. — fiquei muito feliz com o convite.

Quem pensa que o ator Eri Johnson ama o samba acima de todos os ritmos está completamente enganado. Ele tem dividido seu tempo entre o Rio e Goiânia, onde apresenta o programa Mistura Geral, na Positiva FM. No ar, quem dá o tom é o sertanejo. 

— É um programa de música ao vivo, nos moldes do que o Chacrinha fazia no início de carreira — contou, orgulhoso.

Campeões de selfies

Taís Araújo e Lázaro Ramos curtiram desfile
Camarote O Globo e Quem no Desfile das campeãs Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
Camarote O Globo e Quem no Desfile das campeãs Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
 

Os fãs de Taís Araújo e Lázaro Ramos, que não economizaram em pedidos de selfies com o casal no Camarote Quem O Globo, terão novas oportunidades de vê-los de pertinho. Assim que acabar a novela “Amor de mãe”, que tem Taís como uma das protagonistas, eles voltam a viajar o país com a peça “O topo da montanha”, que conta uma história fictícia sobre o último dia de vida de Martin Luther King. Antes disso, porém, Lázaro estreia outra peça — “O método em busca de um emprego” — com Luís Lobianco e Raphael Logan no elenco. Lázaro encenou o texto com Taís há dez anos e agora dirige o espetáculo.

— É um tema muito atual, porque fala dos limites para se conseguir um emprego, mas do ponto de vista da comédia — disse Lázaro.

35 anos de carnaval

Jorge Aragão foi convidado de honra do camarote
 
Jorge Aragão no Camarote O Globo e Quem - Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
Jorge Aragão no Camarote O Globo e Quem - Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo

Autor do samba da Unidos da Tijuca, Jorge Aragão tem 35 anos de carnaval nas costas, mas nunca foi frequentador assíduo do Sambódromo. Sua praia é o Cacique de Ramos e a folia de rua. Mas ele é só elogios para a estrutura da Sapucaí. Como convidado de honra do Camarote Quem O Globo teve direito até a bolo para festejar seus 71 anos de idade.

 
— Antigamente, era só a arquibancada e olhe lá. Hoje, tem mais conforto, até em um carnaval tão chuvoso como esse — comentou ele, que lotou a pista cantando sucessos como “Identidade” e “Coisa de pele”.

Atriz, roteirista e mecenas do empreendedorismo criativo por meio de seu Instituto Dona de Si, Suzana Pires curtiu o carnaval Quem O Globo já de olho nos projetos que lança ainda este semestre. No cinema, ela assina o roteiro e atua na comédia “De perto ela não é normal”, com Angélica, Gabi Amarantos e Ivete Sangalo, e direção de Cininha de Paula. E, pelo instituto, dá início à primeira turma de empreendedorismo criativo em gastronomia, na Unisuam, com o objetivo de atender às comunidades da região. Serão entre 70 e 100 mulheres na primeira  fase, de capacitação técnica. Na segunda etapa, dez projetos passarão por um processo de aceleração.

“Nossa luta ainda está no meio, mas, nós, mulheres que já conquistamos o que queríamos, temos que dar as mãos e ajudar quem precisa se desenvolver. O meu brilho é para repartir com as outras — afirmou.

Mangueirense desde pequena

Larissa Manoela destacou energia das pessoas na Sapucaí
 
A atriz Larissa Manoela Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo
A atriz Larissa Manoela Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo

A atriz Larissa Manoela estava radiante por conseguir assistir ao Desfile das Campeãs. Os compromissos profissionais a impediram de acompanhar a folia durante o Carnaval, mas, finalmente, a musa teen conseguiu uma folguinha na agenda. Larissa, que estava com os cabelos pintados de rosa, contou que seus pais, desde pequena, diziam que ela era mangueirense.

 

— Amo todas as escolas. É encantadora essa energia das pessoas e o amor que elas têm pelo samba e pelo carnaval — disse a atriz.

No top parade do Camarote Quem O Globo, três músicas se destacaram: “Combatchy”, de Anitta, Luiza Sonza, Lexa e MC Rebecca; “Tudo ok”, de Thiaguinho MT, Milla e JS Mão de Ouro; e “Amor de Que”, de Pablo Vittar. A lista é do DJ Guilherme Acrízio, que animou todas as noites da folia, nos intervalos entre uma escola e outra.

— O povo quer dançar, principalmente o pop atual, o brega funk e o axé. Agora, essas três músicas são aposta certa para encher a pista — afirmou ele, cujo figurino, em lycra, também foi desenhado pelo estilista Allan Lenhel, que veste, entre outros, Anitta, Pablo Vittar, Pocah, MC Rebecca.


O Globo domingo, 01 de março de 2020

PAOLA ANTONINI POSA NA SAPUCAÍ

 

Paola Antonini posa na Sapucaí e fala sobre convite para BBB 20: 'Seria um desafio de vida'

Influenciadora digital sofreu amputação de uma das pernas há cinco anos e hoje coleciona mais de dois milhões de seguidores
 
Paola Antonini no Camarote Quem O GLOBO Foto: BRUNO RYFER
Paola Antonini no Camarote Quem O GLOBO Foto: BRUNO RYFER
 
 

Marquês de Sapucaí se preparava para receber a Inocentes de Belford Roxo, segunda escola da Série A a desfilar no sábado (22), quando a grade do Camarote Quem O GLOBO se abriu para Paola Antonini pisar na Avenida. Pela primeira vez, a influenciadora mineira, com 2,6 milhões de seguidores, levou sua “perninha brilhante” para a passarela sagrada do samba. “Amo passar carnaval no Rio. Até desfilei uma vez, antes da amputação. Mas nunca tinha pisado na avenida depois do acidente.”, diz a belo-horizontina, de 25 anos.

Paola é, atualmente, uma das maiores influenciadoras do Brasil, muito por causa de sua alegria de viver e dos exemplos de superação que dá nas redes sociais. Há cinco anos, ela perdeu a perna esquerda minutos antes de uma viagem de réveillon. A jovem estava colocando as malas no bagageiro quando uma motorista perdeu o controle do carro que dirigia e bateu em Paola. Vinte e quatro horas depois, ela estava sem a perna. Dois meses após o acidente, recebeu sua primeira prótese. “Fisicamente, foi difícil, mas eu nunca chorei. O que senti foi uma gratidão muito grande por estar viva. Eu me respeitei muito, sem pressão. Não olhei para minha perna amputada de cara, só dias depois. Também demorei a me ver no espelho. Tive muita calma, não tive pressa para ter reações”, relembra Paola, que afirma nunca ter feito terapia. “Fui indo aos pouquinhos e deu muito certo”.

Paola começou a ser conhecida pelo público adolescente nos idos de 2009 ao participar da Galera Capricho, uma ação anual da tradicional revista teen para acompanhar a vida de um grupo de jovens. Da mesma turma saiu Manu Gavassi, uma de suas melhores amigas e participante da edição atual do “Big Brother Brasil”. “Sabe que também fui convidada (para o BBB)? Assisto desde que me entendo por gente. Seria um desafio de vida, mas eu teria que abrir mão de tudo que estou fazendo”, diz ela.


O Globo sábado, 29 de fevereiro de 2020

MONOBLOCO E ANITTA SÃO ATRAÇÕES NO FIM DE SEMANA DE BLOCOS NO RIO

 

Monobloco e Anitta são atrações no último fim de semana de blocos no Rio; veja a programação

Ao todo, 38 cortejos devem movimentar cerca de 570 mil pessoas em diferentes pontos da cidade no sábado e no domingo, de acordo com a prefeitura
 
 
Anitta comanda o Bloco das Poderosas neste sábado Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo
Anitta comanda o Bloco das Poderosas neste sábado Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo
 
 

RIO - Cerca de 570 mil pessoas devem ir às ruas no último fim de semana de carnaval no Rio em 2020. O desfile do Bloco da Anitta, neste sábado, e do Monobloco, neste domingo, são as grandes atrações da programação. Ao todo, 38 cortejos acontecem em diferentes pontos da cidade nos dois dias, de acordo com informações do Centro de Operações Rio (COR).

Encontre seu bloco e compartilhe com os amigosRio de Janeiro • São Paulo • Belo Horizonte

No sábado, os 21 desfiles que estão previstos devem movimentar mais de 230 mil pessoas no Centro e nas zonas Norte, Oeste e Sul, segundo a prefeitura. O Climatempo informa que a possibilidade de chuva é de 80% e que as temperaturas devem variar entre 22 e 26 graus. Só o Bloco da Anitta deve arrastar 200 mil pessoas no Centro, onde se concentra a partir das 7h na Rua Primeiro de Março e sai às 8h, em direção à Avenida Presidente Antônio Carlos.

Pesquisa revelaGrande maioria dos turistas aprova carnaval carioca

O mesmo circuito será percorrido no domingo pelo Monobloco, que se concentra às 7h e sai às 9h. A expectativa do COR é que 300 mil pessoas acompanhem o cortejo, um dos 17 que acontecem na cidade neste dia. Os termômetros devem ficar na casa dos 23 graus ao longo do dia, de acordo com o Climatempo - que prevê 90% de chances de chuva na cidade.

Confira os principais blocos que desfilam no Rio neste fim de semana:

Sábado (29/2)

Bloco da Anitta

Horário: 8h

Local: Rua Primeiro de Março

Bairro: Centro

 

Quizomba

Horário: 11h

 

Local: Rua do Riachuelo 15

Bairro: Lapa

 

Abraço de urso

Horário: 16h

Local: Estrada dos Sete Riachos 339

Bairro: Santíssimo

 

Bloco sem saída

Horário: 16h

Local: Rua General Severiano 76

Bairro: Botafogo

Pós-carnaval indoor no Rio:Blocos, festas e camarotes continuam a agitar cidade

 

Mistura de Santa

Horário: 17h

Local: Rua Francisca de Andrade

Bairro: Santa Teresa

 

Mulheres de Chico

Horário: 17h

Local: Avenida Atlântica 10

Bairro: Leme

 

Os 300

Horário: 17h

Local: Rua Tapiranga

Bairro: Padre Miguel

 

Sepulta carnaval

Horário: 17h

Local: Rua Ana Leonidia

Bairro: Engenho de Dentro

 

Vem comigo cachaçada

Horário: 17h

Local: Praia do Zumbi 28

Bairro: Ribeira (Ilha do Governador)

 

Só alegria pra você!

Horário: 18h

Local: Rua Chapadinha 2

Bairro: Del Castilho

Altos e baixosConfira os pontos positivos e negativos do carnaval de rua 2020

Domingo (1/3)

Filhos da P!

Horário: 9h

 

Local: Avenida Delfim Moreira

Bairro: Leblon

 

Monobloco

Horário: 9h

Local: Rua Primeiro de Março

Bairro: Centro

 

União dos Blocos da Ilha do Governador

Horário: 12h

Local: Praça Iaiá Garcia

Bairro: Ribeira (Ilha do Governador)

 

Eu amo cerveja

Horário: 14h

Local: Avenida Mem de Sá

Bairro: Centro

 

Aí sim

Horário: 14h

Local: Praça Comandante Xavier de Brito

Bairro: Tijuca

 

Broxadão

Horáio: 16h

Local: Rua Figueiredo de Magalhães

Bairro: Copacabana

 

Sambado no miudinho

Horário: 16h

Local: Rua Soares Caldeira 115

Bairro: Madureira

 

Bloco Infantil Pipoca no Mel

Horário: 17h

Local: Praça Coronel Assunção

Bairro: Gamboa

 

Tô no Recreio

Horário: 18h

Local: Avenida Lúcio Costa

Bairro: Recreio

 

Quem vai vai, quem não vai, não cagueta!

Horário: 18h

Local: Praça Jerusalém

Bairro: Ilha do Governador

 

7 de paus

Horário: 19h

Local: Boulevard 28 de setembro 238

Bairro: Vila Isabel


O Globo sexta, 28 de fevereiro de 2020

CORONAVÍRUS E CRUZEIROS: O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE EMBARCAR

 

Coronavírus e cruzeiros: o que você precisa saber antes de embarcar

Navios em quarentena têm deixado passageiros apreensivos com risco de contágio
 
Fila de navios. Mulher caminha na praia de Seven Mile Beach, em George Town, nas Ilhas Cayman, com transatlânticos ao fundoFoto:Gary Hershorn/Gary Hershorn/Reuters
Fila de navios. Mulher caminha na praia de Seven Mile Beach, em George Town, nas Ilhas Cayman, com transatlânticos ao fundo Foto: Gary Hershorn / Gary Hershorn/Reuters

RIO - O Brasil confirmou o seu primeiro caso do Covid-19, o novo coronavírus, se tornando o único país da América Latina com infectado. O paciente veio da Itália, que confirmou que um surto acontece no país: até agora, já são mais de 370 casos e 14 mortes, principalmente no Norte da nação europeia.

- Eventualmente, o vírus ia chegar por aqui. O que temos que fazer são aqueles cuidados básicos que devemos ter sempre inclusive que é de lavar sempre as mãos, evitar contato com olho e boca e estar sempre com o cartão de vacinação em dia, nos protegendo das doenças que podem debilitar nossa saúde e nos tornar mais vulneráveis. O corona causa mais receio pois é desconhecido ainda, mas não há razão para pânico.

Prestes a embarcar num cruzeiro pelo litoral brasileiro já na primeira semana de março, a advogada Isis Barreto, de 32 anos, é uma das que estão apreensivas com as notícias, principalmente sobre navios que precisaram ficar em quarentena por conta da epidemia. Somente nos primeiros dois meses do ano, passageiros de três transatlânticos encararam algum tipo de retenção: o Costa Smeralda, na Itália, o Diamond Princess, no Japão, e o MS Westerdam, no Camboja.

Ela não desistiu de viajar, mas ainda tem dúvidas sobre como se prevenir e os reais riscos para sua saúde:

— Até pouco tempo atrás, não sabia direito nem como se pegava. Como não havia casos no país, não me preocupava tanto. Mas dentro de um navio, em contato com diversas pessoas, fico mais receosa, ainda mais sabendo dos casos de quarentena.

 

A precaução da carioca tem fundamentos, mas não há motivos para cancelar a viagem caso o destino não tenha registrado casos concretos de pessoas infectadas pelo vírus, afirmam médicos. É preciso ficar atento, pois a lista de países afetados pelo coronavírus aumenta. Nos últimos dias, foi a vez de a Itália, onde pelo menos 14  pessoas já morreram em decorrência da doença, e para onde viajou o primeiro brasileiro diagnosticado com o vírus.

A seguir, veja o que dizem especialistas dos ramos da saúde sobre e do direito do consumidor, e o que as empresas estão para fazendo para proteger os passageiros e evitar que o novo coronavírus embarque em mais transatlânticos pelo mundo.

É arriscado embarcar durante a epidemia?

Pasageiros do Diamond Princess, navio impedido de deixar o porto de Yokohama, no Japão, por ter pessoas infectadas com o coronavírus a bordo Foto: Athit Perawongmetha / Reuters
Pasageiros do Diamond Princess, navio impedido de deixar o porto de Yokohama, no Japão, por ter pessoas infectadas com o coronavírus a bordo Foto: Athit Perawongmetha / Reuters

O infectologista Edimilson Migowski, especialista em Medicina do Viajante pela UFRJ, afirma que o coronavírus Covid-19 tem levantado apreensão na comunidade médica internacional com razão. Mas não vê motivo para pânico, principalmente no Brasil.

— Não recomendaria o cancelamento da viagem, especialmente se ela for pela litoral nacional ou aqui perto, já que ainda não foram confirmados casos no país. O fato de estarmos no verão, e o vírus ter se propagado no inverno do Hemisfério Norte, demonstra uma adaptação ao clima de lá, o que também nos favorece — esclarece Migowski.

 

O médico, no entanto, alerta para a taxa de letalidade da doença, que chega a 2%, número maior do que o do H1N1 e da própria dengue, já velha conhecida dos brasileiros. Portanto, é preciso ter atenção:

— É um vírus novo, portanto quase 100% das pessoas não têm imunidade. Além disso, a transmissão é feita entre humanos, diferentemente do que acontece com a dengue. Então, basta estar em ambientes fechados ou encostar em algo contaminado para que a disseminação seja facilitada.

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Como prevenir este e outros vírus?

É possível minimizar os riscos, diz o médico Estevão Nunes, vice-diretor de Serviços Clínicos da Fiocruz. Os cuidados de higiene são os mais importantes, principalmente dentro de um transatlântico. E não apenas em relação ao Covid-19:

— Lavar as mãos e os alimentos é fundamental, em qualquer época, inclusive, para evitar a proliferação também de outros vírus. Assim como usar álcool gel sempre que possível. E evitar contato com pessoas que apresentem sintomas e que tenham estado em áreas contaminadas nos últimos meses também é importante. Navios de cruzeiro reúnem muitas pessoas em espaço relativamente pequeno, o que aumenta a probabilidade de transmissão.

Com isso, evitar ambientes ainda mais confinados lá dentro é uma boa opção:

 

— Já temos observado que as companhias estão precavendo seus passageiros e tripulantes, oferecendo mais informações a todos na embarcação. Em caso de qualquer alteração na saúde, é preciso comunicar imediatamente os órgãos responsáveis no navio. Não há motivo para ter medo ou cancelar a viagem. Só é preciso estar atento.

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Em que casos é possível cancelar o cruzeiro?

O passageiro que tiver comprado bilhetes ou contratado pacotes para navios que passarão por destinos em alerta por causa do Covid-19, como a China, a Coreia do Sul, o Irã e, agora, a Itália, podem pedir reembolso ou cancelamento sem multa, segundo a advogada Luciana Atheniense, especializada em direito do consumidor voltado para o turismo.

A advogada ressalta, no entanto, que o mesmo não se aplica se o cruzeiro em questão incluir apenas portos em regiões onde não há casos da doença ou apenas poucos infectados comprovados, como o Brasil.

— Quem vai embarcar para uma viagem marítima no Brasil ou no Caribe, por exemplo, corre um baixo risco de entrar em contato com a doença. Principalmente se a companhia de cruzeiro estiver tomando as medidas determinadas pelas autoridades competentes, como a triagem de passageiros que estiveram em locais mais atingidos pelo surto  — explica Luciana.

Para ela, a situação da Itália pode justificar ainda um questionamento junto às empresas quanto a roteiros por outros destinos europeus:

 

— A gente observa que na Europa é diferente, pela facilidade de ir e vir dos turistas integrantes da Comunidade Europeia ser muito maior, assim como a vulnerabilidade de contrair essa doença.

A advogada orienta os viajantes que já comprara bilhetes ou pacotes, ou já reservaram hospedagem, em lugares mais afetados pelo Covid-19, que procurem o quanto antes as empresas (agências de turismo, companhias aéreas, de cruzeiros ou hotéis) para uma conciliação. Com a justificativa de o destino contratado já ter confirmado a presença de pessoas infectadas, principalmente para as cidades onde o governo local  já restringiu o deslocamento da população para locais públicos (praças, estádios e museus, entre outros.

Que medidas estão tomando as empresas?

Agente de saúde verifica temperatura de passageiros no terminal de cruzeiros em Port Kiang, na Malásia Foto: Lim Huey Teng / Reuters
Agente de saúde verifica temperatura de passageiros no terminal de cruzeiros em Port Kiang, na Malásia Foto: Lim Huey Teng / Reuters

As principais armadoras de cruzeiros do mundo estão adotando protocolos de segurança comuns em relação ao novo coronavírus. Um deles é a triagem de passageiros e tripulantes.

Costa Cruzeiros e MSC estão impedindo a entrada no navio daqueles que estiveram na China continental, Hong Kong ou Macau (ainda que apenas em conexões em seus aeroportos) e Coreia do Sul, e nas cidades italianas Casalpusterlengo, Codogno, Castiglione D'Adda, Fombio, Maleo, Somaglia, Bertonico, Terranova dei Passerini, Castelgerundo e San Fiorano, na região de Lodi, na Lombardia, e na cidade de Vò Euganeo, situada em Pádua, na região de Veneto, num período de 14 dias antes do embarque.

 

Nos navios do grupo da Royal Caribbean, a restrição de embarque é para pessoas que estiveram na China continental, Hong Kong ou Macau, Coreia do Sul e as regiões italianas do Vêneto e da Lombardia num período de 15 dias antes da data de início do cruzeiro.

A Disney Cruise Line também ampliou suas restrições para quem esteve nas regiões de Lombardia e do Veneto até 14 dias antes de embarcar. Quem esteve na China continental, Hong Kong ou Macau até 15 dias antes também não poderão embarcar.

Já a triagem dos passageiros e tripulantes da Norwegian Cruise Line está restrita, até o momento, apenas aos que estiveram na China continental, Hong Kong ou Macau, 30 dias antes do embarque.

Em todas as companhias de cruzeiros, passageiros e tripulantes que que tiveram contato com pessoas diagnosticadas com o vírus ou apenas com suspeita de infecção, antes da data do embarque, também estão sendo proibidos de entrar nos navios. Todas as pessoas estão passando por uma espécie de questionário e devem assinar um termo de responsabilidade para garantir a veracidade das informações fornecidas à companhia de cruzeiros e às autoridades portuárias.

Além disso, todas as pessoas estão tendo suas temperaturas medidas antes do embarque. Se o termômetro marcar 37,8°C ou mais, a pessoa será barrada, assim como se apresentar sintomas como calafrios, tosse ou dificuldades respiratórias.  As empresas anunciaram também ter reforçado a limpeza nos navios.

 

Como o vírus afetou as rotas dos cruzeiros?

Desde que a epidemia estourou na China, em janeiro, as companhias cancelaram cruzeiros saindo ou parando nos portos daquele país, um dos maiores mercados do setor atualmente. A MSC, por exemplo, precisou modificar o roteiro de seus navios Splendia e Bellissima, trocando portos chineses por escalas em Cingapura e Vietnã, entre outros. Já a Norwegian tirou portos do Sudeste Asiático dos próximos roteiros do Norwegian Spirit. Em vez de terminar em Cingapura, o cruzeiro de 24 dias saindo da África do Sul agora será concluído em Pireu, na Grécia. Já a Costa suspendeu temporariamente a oferta de excursões em terra às regiões de Piemonte, Lombardia e Vêneto (onde fica Veneza, por exemplo).


O Globo quinta, 27 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020 - VIRADOURO CAMPEÃ

 

Análise: Receita da Viradouro campeã foi conjugar estrutura e paixão carnavalesca

Escola de Niterói empoderou sua comunidade e investiu em excelentes profissionais para conquistar o título do Carnaval 2020
 
 
Viradouro surpreendeu público com sereia debaixo d'água na comissão de frente da escola Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Viradouro surpreendeu público com sereia debaixo d'água na comissão de frente da escola
Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
 
 

RIO — A conjugação de paixão e estrutura — nesta ordem — num projeto que sempre se entendeu coletivo explica o título da Viradouro. De volta ao Grupo Especial há apenas dois anos, a escola de Niterói apostou na valorização de seus componentes e da estrutura profissional, para chegar pela segunda vez ao topo do carnaval (a primeira foi em 1997, no entardecer da carreira de Joãosinho Trinta). Os ensaios dominicais na Avenida Amaral Peixoto — endereço do desfile na capital do antigo Estado do Rio — mostravam o empenho dos componentes na busca pela vitória.

 Do outro lado da Ponte, na Cidade do Samba, o barracão bem estruturado construía o conjunto alegórico mais imponente do ano. Com cronograma rígido - a Viradouro se planejou para terminar cedo o trabalho, concentrando-se em ajustes nas semanas anteriores ao desfile. E ainda se manteve a salvo do cenário de terra arrasada no orçamento de quase todas as adversárias: além de contar com o dinheiro da contravenção — via o presidente de honra, Marcelo Calil —, teve aporte de R$ 2,5 milhões da Prefeitura de Niterói.

(Aqui, uma lição para Liesa e as escolas cariocas, na hora das escolhas eleitorais. Na campanha de 2016, foram todas bater palma para o bispo Marcelo Crivella que, ao se sentar na cadeira de prefeito, virou as costas ao samba.)

CONFIRA: As notas de cada escola após a apuração do carnaval do Rio

Cada item da bula carnavalesca foi cumprido num desenho lógico pela Viradouro. As escolas têm dois diretores de carnaval - Alex Fab e Dudu Falcão —, um ótimo casal de mestre-sala e porta-bandeira — Julinho e Rute, nota máxima dois anos seguidos —, um dos melhores puxadores da festa — Zé Paulo Sierra — e um consagrado mestre de bateria — Ciça, campeão na Estácio. Talentos experientes que deram o suporte necessário aos carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira, estreantes no Grupo Especial.

A dupla, aliás, foi contratada às pressas, para substituir Paulo Barros, que deixou a vermelho e branco intempestivamente, quando os principais profissionais estavam contratados. Os dois chegaram com três propostas de enredo — a que eles achavam menos provável de ser aceita terminou como a escolhida pela direção: a história das ganhadeiras de Itapuã.

Desde o fim do ano, a rádio corredor da folia apontava a Viradouro favorita, com o senão da posição no desfile — segunda de domingo — como obstáculo. Até nisso, a vitória dos bambas niteroienses tem utilidade: derruba o cacoete do júri da Liesa, de considerar dia e hora como critério de avaliação.

LEIA:Diferente das escolas do Rio, Viradouro contou com apoio milionário da prefeitura de Niterói

Em outra cidade da Região Metropolitana, a crueldade da derrota no desempate esconde virtudes importantes da Grande Rio. A tricolor de Caxias voltou-se à sua comunidade, diminuiu drasticamente o número de artistas e escolheu num personagem da cidade como enredo. Teve o melhor samba do ano e, não fosse a acidentada entrada do abre-alas, que atrapalhou a evolução, poderia ter finalmente chegado ao título. Bateu — de novo — na trave, mas está no caminho certo. A aposta em talentos de sua comunidade, como a porta-bandeira Taciana Couto (dona de 50 pontos do júri, ao lado do mestre-sala Daniel Werneck) o mestre de bateria Fafá e o puxador Evandro Malandro, pavimentou a recuperação da escola, 10º lugar em 2019. Porque carnaval campeão se faz com quem é apaixonado pelo babado.


O Globo quarta, 26 de fevereiro de 2020

CARNAVAL PAULISTANO: ÁGUIA DE OURO É CAMPEÃ

 

Águia de Ouro é a campeã do carnaval de São Paulo

É a primeira vez que a escola conquista o título no grupo especial do carnaval paulistano; Mancha Verde ficou em segundo lugar
Comissão de frente da Águia de Ouro, que desfilou na segunda noite no sambódromo Foto: José Cordeiro / Prefeitura de São Paulo
Comissão de frente da Águia de Ouro, que desfilou na segunda noite no sambódromo
Foto: José Cordeiro / Prefeitura de São Paulo
 
 

SÃO PAULO — A escola Águia de Ourofoi a campeã este ano do grupo especial do carnaval de São Paulo. Desde que foi criada, há 44 anos, a agremiação esperava pelo título. A Águia somou 259,9 pontos e venceu por uma diferença de apenas um décimo da segunda colocada, a Mancha Verde. O presidente da escola, Jurandir Leonardo, destacou a relevância da conquista.

— Eu estou nessa escola nesses 44 anos. Entrei com 9 anos de idade e passei em todos os setores até chegar na diretoria. Esse é um momento histórico para nós — disse Leonardo.

Também bem cotada, a Mancha Verde ficou em terceiro lugar. A Acadêmicos do Tatuapé, que homenageou a cidade de Atibaia, no interior de São Paulo, liderou a maior parte da apuração, mas viu sua pontuação cair durante julgamento do penúltimo quesito. A Águia levou para o sambódromo do Anhembi a evolução do conhecimento humano, num passeio desde a idade da pedra até a geração dos robôs.

—Tenho que agradecer demais a bateria da Águia. Dois dias antes do desfile não tínhamos todas as fantasias. Terminamos a última indo para a avenida — contou o responsável pela bateria da escola, Mestre Juca.

Leia:Paulo Barros elogia Sambódromo de São Paulo após estreia: 'quilômetros à frente'mil pessoas; esquema de segurança foi reforçado

Um dos destaques da Águia de Ouro, escola sediada no bairro da Pompéia, foi um carro alegórico lembrando a bomba atômica de Hiroshima. Integrantes da comunidade japonesa também participaram do desfile.

O presidente da Acadêmicos do Tatuapé, Eduardo dos Santos, lamentou o quarto lugar. A escola ficou quase toda a apuração na liderança da disputa. A reviravolta nos minutos finais da apuração desanimou os dirigentes que acompanhavam as notas. 

 

— Esse ano, diferente do ano passado, a gente achava que tinha feito um bom trabalho e novamente perdemos ponto. Mas vamos acatar, entender o que fizemos de errado. Um carnaval competitivo como o nosso, a gente liderar 7 dos 9 quesitos é um indicador do trabalho bem feito — disse.

Foram rebaixadas para o grupo de acesso X-9 Paulistana e Pérola Negra. A Gaviões da Fiel, sob comando do aclamado carnavalesco carioca Paulo Barros, amargou o 11º lugar. As escolas Vai-Vai e Acadêmicos do Tucuruvi subiram para o grupo especial.

Leia também:Um ano após polêmica com Bolsonaro, bloco do 'golden shower' simula prática sexual no centro de SP

Carnaval de homenagens e inovações tecnológicas

Em dois dias de desfile pelo sambódromo do Anhembi, Zona Norte da capital, 14 escolas entraram na avenida. Os enredos foram da revolução tecnológica à resistência negra.

No primeiro dia, desfilou a Tom Maior, que homenageou a ex-vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018. A escola levou para a avenida um enredo sobre personalidades negras.

Na noite seguinte, a Rosas de Ouro fechou o carnaval falando de inovações tecnológicas e abusou da interatividade, com imagens nos carros que poderiam ser filmadas por um aplicativo e interagia com o público no celular. Na frente da bateria, um robô também fez as vezes de destaque.

 

A Mocidade Alegre deixou a passarela no último dia de desfile como favorita, mas acabou em terceiro lugar. A Mocidade falou sobre o poder feminino e levantou arquibancada com o samba-enredo e alegorias luxuosas.

Mais: Grande Rio leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial

A Liga das Escolas de Samba de São Paulo apostou este ano na ousadia das baterias. As escolas só conseguiriam nota 10 se apresentassem alguma performance diferente no sambódromo. Além disso, a paradinha (quando os integrantes da ala param de tocar os instrumentos por algum segundo) e outros efeitos passaram a ser obrigatórios.

Mais um ano a apuração do carnaval de São Paulo não teve a presença de torcida. Desde o episódio em que um representante de uma escola rasgou fichas dos jurados em 2012 durante a apuração, a divulgação das notas passou a ter a presença apenas para a diretoria das agremiações. 


O Globo terça, 25 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020 - GRANDE RIO LEVA O ESTANDARTE DE OURO

 

Grande Rio leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial

Agremiação ainda foi premiada em samba-enredo, puxador, baianas e na categoria especial Fernando Pamplona
 
 
"Respeita o meu axé": frase do samba foi estampada no tripé da comissão de frente Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo
"Respeita o meu axé": frase do samba foi estampada no tripé da comissão de frente
Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo
 
 

RIO — A Acadêmicos da Grande Rio foi eleita pelo júri do Estandarte de Ouro como a melhor escola do Grupo Especial deste ano. A agremiação também foi premiada em mais quatro categorias: samba-enredo, puxador, baianas e Fernando Pamplona, criada este ano. A escola homenageou o pai de santo Joãozinho da Gomeia, buscando seu primeiro título completamente renovada, com a estreia da dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora (ex-Cubango). Evandro Malandro foi premiado como melhor puxador.

LISTA COMPLETAConfira os vencedores do Estandarte de Ouro 2020

O Estandarte de Ouro é organizado desde 1972 pelo GLOBO. O troféu também tem a participação do jornal Extra. A premiação tem 15 troféus para o Grupo Especial e dois para a Série A, vencidos este ano pela Imperatriz Leopoldinense (melhor escola) e pela Acadêmicos de Santa Cruz (melhor samba-enredo da série A).

Viradouro, segunda escola a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial, conquistou o melhor enredo, que viajou até a Bahia, para cantar o empoderamento feminino das Ganhadeiras de Itapuã. Uma das justificativas levantadas para a escolha da escola foi a facilidade de comunicação com o público, dada a facilidade de compreensão do enredo.

 

Vila Isabel foi premiada como melhor bateria, sob o comando do Mestre Macaco Branco. No ano passado, ele foi premiado em Revelação. A azul e branco de Noel Rosa cantou a cidade de Brasília.

 
 

Águia high-tech de Márcia e Renato Lage abre desfile de ótimo nível da Portela, a maior campeã de todas Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Águia high-tech de Márcia e Renato Lage abre desfile de ótimo nível da Portela, a maior campeã de todas Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

"A viúva alegre", da ala das damas, no Salgueiro rendeu o prêmio de melhor ala para a escola. A agremiação ainda teve o casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidclei Santos e Marcella Alves premiados. A cantora Elza Soares foi escolhida como personalidade, tendo desfilado na Mocidade Independente de Padre Miguel.

Série A

A Imperatriz Leopoldinense ganhou o Estandarte de Ouro de melhor escola da Série A de 2020, reeditando o samba-enredo "O teu cabelo não nega (Só dá Lalá)", dos compositores Zé Katimba, Gibi e Serjão, com o qual foi bicampeã em 1981. Desta vez, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, o mesmo da Mangueira, campeão na Estação Primeira no Grupo Especial em 2019. Na primeira edição, o carnavalesco foi Arlindo Rodrigues.

Já o melhor samba-enredo da Série A foi o da Acadêmicos de Santa Cruz, "Santa Cruz de Barbalha - Um conto popular no Cariri Cearense", dos compositores Samir Trindade, Junior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas. Pesaram na escolha a bela melodia e a concisão da letra. O Estandarte de Ouro não premia sambas-enredo reeditados.

 

O Estandarte de Ouro 2020 será entregue no Armazém 1 do Píer Mauá, no dia 13 de março.

Confira o preço dos ingressos:

Inteira - R$ 70

Meia - R$ 35

Mesa quatro lugares - R$ 280

As vendas começarão nesta de quinta-feira (dia 27/2) neste link.


O Globo segunda, 24 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020: PORTELA ENTRE AS FAVORITAS

 

Carnaval 2020: Desfile correto deixa Portela entre as favoritas no 1º dia do Grupo Especial na Sapucaí

Agremiação foi a última escola a desfilar neste primeiro dia na Sapucaí
 
Portela foi a última escola a desfilar neste primeiro dia na Sapucaí Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Portela foi a última escola a desfilar neste primeiro dia na Sapucaí Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
 
 

RIO - A linda águia hit-tech de Márcia e Renato Lage abriu desfile de ótimo nível da Portela. Candidata ao título, a maior campeã da festa contou a história do Rio antes do Rio - em "Guajupiá, terra sem males" - com fantasias e alegorias impecáveis e um samba muito bom. Madureira e Oswaldo Cruz foram dormir com dia claro, sonhando com o 23º título.

 

A apaixonante tradição portelense surgiu no início da escola, com a resiliência de Vilma Nascimento. A lendária porta-bandeira recuperou-se de uma cirurgia na cabeça, teve alta na véspera e, aos 81 anos, foi para a Sapucaí desfilar com sua tribo.

Sua herdeira atual, Lucinha Nobre, inovou ao parir um bebê indígena ao fim de cada apresentação para os jurados. Depois dela, veio uma escola que canta como nenhuma outra atualmente, entoando o belo samba de 2020.

As fantasias de Renato e Márcia Lage impressionaram pela elegância - ainda que não tenham conseguido driblar o perigo de enredos indígenas: a dificuldade para variar o tema das alas. O conjunto de alegorias foi especialmente inspirado - dos melhores que passaram no domingo.

Se não arrebatou, a Portela tem lugar certo nas campeãs - e, na matemática torturante dos décimos das notas, pode até ser como a vencedora de 2020.


O Globo domingo, 23 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA: IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE GANHA ESTANDARTE DE OURO DA SÉRIE A

 

Imperatriz Leopoldinense ganha Estandarte de Ouro de melhor escola da Série A

Verde e branco da Zona Norte reeditou enredo de 1981. Prêmio de melhor samba-enredo foi para Acadêmicos de Santa Cruz, que homenageou a cidade cearense de Barbalha
 
Bom gosto no acabamento das fantasias da bateria se repetiu em outras alas Foto: DIEGO MARTINS MENDES / Agência O Globo
Bom gosto no acabamento das fantasias da bateria se repetiu em outras alas
Foto: DIEGO MARTINS MENDES / Agência O Globo
 
 

RIO - A Imperatriz Leopoldinense ganhou o Estandarte de Ouro de melhor escola da Série A de 2020, reeditando o samba-enredo "O teu cabelo não nega (Só dá Lalá)", dos compositores Zé Katimba, Gibi e Serjão, com o qual foi bicampeã em 1981. Desta vez, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, o mesmo da Mangueira, campeão na Estação Primeira no Grupo Especial em 2019. Na primeira edição, o carnavalesco foi Arlindo Rodrigues.

 

 

Além do sambão, a escola de Ramos encantou os jurados com fantasias e alegorias de estilo romântico, lembrando os carnavais antigos, já que o enredo é uma homenagem a Lamartine Babo, autor de diversas marchinhas e dos hinos dos maiores clubes de futebol cariocas.

O melhor samba-enredo da Série foi o da Acadêmicos de Santa Cruz, "Santa Cruz de Barbalha - Um conto popular no Cariri Cearense", dos compositores Samir Trindade, Junior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas. Pesaram na escolha a bela melodia e a concisão da letra. O Estandarte de Ouro não premia sambas-enredo reeditados.

O Estandarte de Ouro 2020 será entregue no Armazém 1 do Píer Mauá, no dia 13 de março.

Confira o preço dos ingressos:
Inteira - R$ 70
Meia - R$ 35
Mesa quatro lugares - R$ 280

As vendas começarão nesta de quinta-feira (dia 27/2) no link: https://www.ingressocerto.com/estandartedeouro2020


O Globo sábado, 22 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020: DRAMA DO IMPÉRIO SERRANO - BAIANAS SEM AS SAIAS

 

Drama do Império Serrano e críticas políticas marcam defiles do primeiro dia da Série A

Acadêmicos de Vigário Geral abriu a noite, que teve mais seis escolas
 
 
Ala das Baianas do Império Serrano não teve a fantasia completa, faltando as tradicionais saias Foto: Diego Martins Mendes / Agência O Globo
Ala das Baianas do Império Serrano não teve a fantasia completa, faltando as tradicionais saias
Foto: Diego Martins Mendes / Agência O Globo
 
 

RIO — O primeiro dia de desfiles da Séria A no Sambódromo foi marcado por críticas políticas, em especial nas alegorias, e pelo drama do Império Serrano, com fantasias incompletas. A Acadêmicos de Vigário Geral abriu a noite — que teve uma pausa na chuva — com uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro. No fim do desfile, um tripé trazia um palhaço com uma faixa presidencial. No início do evento, antes da primeira escola, representantes da Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj), que organiza o desfile da Série A, apresentaram uma faixa com apelos ao governador Wilson Witzel no setor 1.

 A costureira Dalva Reis atravessou a Marquês de Sapucaí na primeira noite dos desfiles da Série A aos prantos. As lágrimas alternavam a emoção de estar por mais um ano no Sambódromo e a revolta por não estar com a fantasia completa. As baianas do Império Serrano desfilaram sem as tradicionais saias, apenas com a parte superior da fantasia. Na bateria, ritmistas estavam sem os cocares que davam acabamento ao figurino.

— Estou sentindo uma decepção grande, e uma sensação de impotência. Nós entramos mais como uma forma de protesto, para não deixar a escola na mão. Foi uma falta de planejamento — lamentou Dalva, que há quatro anos desfila na ala das baianas da agremiação.

O drama do Império Serrano, no entanto, não ficou restrito à pista da Sapucaí. Na dispersão, ao descer do carro abre-alas, a presidente, Vera Lúcia Corrêa, foi abordada por uma componente revoltada com os problemas da escola e, após o tumulto, deixou o local às pressas antes de o cronômetro marcar o encerramento da apresentação. Ela não cumprimentou a comunidade, não deu explicações às baianas e também não quis falar com a imprensa.

— Não vou falar. Não tem o que dizer — afirmou Vera, que se limitou a confirmar que não permanecerá à frente do Império. — Temos eleições em maio e não vou ser candidata.

 

Quinta escola a desfilar, a Acadêmicos do Cubango também enfrentou problemas ao atravessar a Sapucaí. Um dos carros alegóricos desacoplou em frente à primeira cabine de jurados, o que fez um buraco se formar na evolução da escola. Em seguida, o carro que vinha logo atrás quebrou.

Antes do início dos desfiles, representantes da Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj) protestaram contra o governador Wilson Witzel por meio de uma faixa, afirmando que a Série A “sofre pela falta de apoio do poder público”. Segundo a direção da liga, as escolas estão “agonizando”.

— Quem decidiu fazer esse protesto foram todas as escolas da Série A. Todo mundo tem apoio, menos a Série A. Somos um patinho feio — desabafou o presidente da Lierj, Wallace Palhares.

LEIA:Marielle Franco é homenageada em desfile da Tom Maior, em São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de críticas na primeira noite de desfiles. A Acadêmicos de Vigário Geral, com o enredo “O conto do vigário”, levou para a Avenida um tripé com um palhaço com faixa presidencial.

Acadêmicos da Rocinha levou inclusão para a avenida. Na ala sobre a luta por direitos e liberdades, 26 integrantes tinham um adereço a mais. Por serem deficientes visuais, estavam com bengalas, e muita disposição. Para entrar com a terceira escola da noite, o grupo ensaiou por três meses.

 

Apesar de a Liesa dizer que a maior parte dos ingressos esgotou para o primeiro dia de desfiles, arquibancadas vazias eram visíveis. Para o presidente da Lierj, a chuva foi a culpada.

— Teve um aviso de chuva muito forte, de tempestade, e isso afastou o pessoal. Foi bem na hora que todo mundo está saindo de casa — argumentou o Wallace Palhares.


O Globo sexta, 21 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020: CRIATIVIDADE NOS NOMES DOS BLOCOS CARIOCAS

 

Do clássico Só o Cume Interessa ao novato CPF do Crivella, carioca mostra que criatividade é matéria-prima bem usada na folia

Quando a diversão no bloco já começa no batismo
 
 
 
O Prata Preta homenageia o capoeirista Horário José da Silva, heróida Revolta da Vacina. Já o Caetano Virado celebra o cantor Foto: Amanda Santos / Arquivo
O Prata Preta homenageia o capoeirista Horário José da Silva, herói da Revolta da Vacina. Já o Caetano Virado celebra o cantor
Foto: Amanda Santos / Arquivo
 
 

RIO — O carnaval se renova, e a criatividade do folião também. Todos os anos, a realidade do carioca vira matéria-prima para a folia. A começar pelos nomes dos blocos. De protestos a homenagens, tudo vira samba. Ou melhor, desfile. A programação completa do carnaval de rua do Rio, São Paulo e Belo Horizonte você encontra no site do jornal O GLOBO.

 

PROGRAME-SE:Veja as datas e os horários dos blocos e compartilhe com amigos

Este ano sobrou para Marcelo Crivella e as ameaças da prefeitura do Rio de multar organizadores do carnaval não oficial. Para ironizar a decisão (e provocar, é claro), nada melhor do que criar, justamente, um bloco informal. Assim nasceu o CPF do Crivella.

— Ele multou um bloco em que tocamos e ameaçou outros organizadores. Daí surgiu a ideia de um bloco-protesto criticando a atitude do prefeito, que caminha contra um dos maiores ativos culturais e turísticos da cidade — explicou um dos organizadores, que não quis se identificar para não receber multa no próprio CPF.

Os protestos, aliás, sempre deram o tom do carnaval de rua do Rio. Prata Preta, por exemplo, é uma homenagem ao capoeirista Horário José da Silva, herói da Revolta da Vacina. E o Escravos da Mauá foi criado por um grupo de trabalhadores do Instituto Nacional de Tecnologia, nas proximidades da Praça Mauá, que se sentiam explorados.

Órfãos do Brizola e Caetano Virado são outros blocos que seguem a trilha de homenagens. O primeiro ao ex-governador Leonel Brizola, o segundo a Caetano Veloso. Sargento Pimenta também celebra os Beatles e arrasta milhares de fãs. E até movimento artístico ganha espaço na festa popular.

 

 

Dalí Sai Mais Cedo é outro grupo que nasceu de forma quase espontânea quando amigos tiveram a ideia de criar um bloco surrealista. Como todos tocavam em diferentes blocos de carnaval, decidiram que sairiam no pré-carnaval. Ou seja, mais cedo...

Trocadilho: o bloco Só o Cume Interessa desfila pelas ruas da Urca Foto: Divulgação / Riotur
Trocadilho: o bloco Só o Cume Interessa desfila pelas ruas da Urca Foto: Divulgação / Riotur

Salvador Dalí já havia sido escolhido para simbolizar a homenagem ao surrealismo quando os fundadores do bloco perceberam que o artista era uma personalidade tanto controversa. Eles até pensaram em mudar, mas já era tarde, e o trocadilho falou mais alto.

— Não deu para fugir do trocadilho. Dalí pegou e, apesar de não ter sido a melhor pessoa, é uma referência e faz parte da homenagem ao surrealismo — conta Luana, uma das fundadoras do bloco, que estreou em 2018 num desfile com mais de 5 mil foliões.

Humor dá o tom

Por falar em trocadilho, como não se lembrar de pérolas como Só o Cume Interessa, Butano na Bureta, Balança Meu Catete, Chroma Aqui Na Minha Mão e Vai Tomar no Grajaú? Alguns são recentes, outros têm décadas de história, mas sempre se renovando.

Entre os clássicos, o Rola Preguiçosa - Tarda, Mas Não Falha é outro clássico da folia, com 27 anos de desfiles em Ipanema. Nos anos 80, época da fundação, HIV era tabu, e o bloco abordava o tema de forma leve. Com o passar dos anos, outras pautas foram abraçadas. Em 2020, Queiroz e o escândalo das “rachadinhas” vão embalar o desfile.


O Globo quinta, 20 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020: MUSAS DESCOBREM NO SAMBA O ALÍVIO PARA OS PROBLEMAS

 

Musas descobrem no samba o alívio para os problemas

Mulheres contam como transformam a energia da Marquês de Sapucaí em combustível no dia a dia
 
 
Paula, da Vila Isabel, aprendeu a sambar aos 50 Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Paula, da Vila Isabel, aprendeu a sambar aos 50 Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
 
 

Foi aos 50 anos que a paisagista Paula Bergamin aprendeu a sambar. Começou espiando aulas de dança na academia de Ipanema onde treinava. E achava que o primeiro desfile na Sapucaí, em 2014, satisfaria seu sonho de brilhar na Sapucaí. Ledo engano... A energia da Avenida a viciou. E atualmente, aos 58, musa da Unidos de Vila Isabel, fez do requebrado um estilo de vida. Uma superdose de alegria que compartilha com outras mulheres, também musas na Passarela, que descobriram no samba uma força vital.

— Pode parecer piegas, mas é realmente um remédio para a alma. É químico, emocional. Aconselho a todos — diz Paula, que ganhou o apelido Madonna da Vila, pelo vigor e pela aparência física que lembram a diva da música pop: — A primeira vez que pisei na Sapucaí era como se meu corpo estivesse tomado por uma corrente elétrica.

Conhecida por projetar jardins de famosos como o artista plástico Vik Muniz e frequentadora dos bailes da high society, Paula não se contentou em ser uma “visitante” na escola de samba. Ela se integrou à comunidade, não falta a um ensaio de rua e participa de ações sociais da Azul e Branco. Já quando o assunto é a idade, a musa diz que passou a receber, nas redes sociais, dezenas de mensagens de mulheres que a pedem dicas e dizem que ela as incentiva. Mas conta que enfrenta, sim, alguns preconceitos — o que poderia parecer assunto já superado, démodé para os dias de hoje. Com sorriso no rosto e samba no pé, no entanto, ela logo reverte qualquer tipo de prejulgamento.

— No mínimo sou uma surpresa onde chego. Vejo olhares muito céticos quando veem uma mulher madura como musa, como se associassem a idade a não conseguir fazer o que faço. Mas tenho um prazer que você não tem ideia de desarmar essas pessoas quando mostro que minha alegria de desfilar é verdadeira, que eu me dedico ao samba. O meu maior prêmio é mudar esse pensamento preconceituoso — afirma a paisagista, que tem quatro netos.

 
A projetista vive intensamente o dia a dia da escola Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
A projetista vive intensamente o dia a dia da escola Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Para Joany Macias, musa da União da Ilha do Governador, o samba também é um combustível que, além de prazer, é uma terapia de fato. Aos 23 anos, ela começou a tratar Lúpus, doença inflamatória autoimune que, nela, se manifesta com fortes dores pelo corpo e fraqueza. A paixão pelo carnaval, porém, sempre fala mais alto. E, quando pisa no Sambódromo, é como se todas as consequências da doença desaparecessem.

— Mesmo com o fôlego limitado, é o meu lugar. Apesar das dores, eu me recuso profundamente a não poder viver essa paixão por causa da minha condição — afirma.

Panamenha, desde a adolescência ela vive na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos. Contudo, há mais de duas décadas vem ao Brasil religiosamente durante o Reinado de Momo. E, há quatro anos, exibe puro gingado enquanto atravessa a Passarela do Samba.

Pé quente colocado à prova

Neide Rocha, de 58 anos, musa da Beija-Flor de Nilópolis, tampouco consegue se enxergar longe da Sapucaí. Desde o fim da década de 1970, ela desfila na escola. Por muito tempo, foi ritmista, numa época em que se contavam nos dedos as integrantes femininas nas baterias das agremiações. Muito popular entre os componentes e dedicada aos compromissos da Azul e Branco, Neide Tamborim, como é carinhosamente conhecida, diz ter se surpreendido quando recebeu o título de musa, há dois anos.

 
Neide desfila na Beija-Flor desde o fim da década de 1970 Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
Neide desfila na Beija-Flor desde o fim da década de 1970 Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

— Levei um susto. Achava que musas eram aquelas mulheres altas, famosas... Eu, uma simples ritmista, com 56 anos na época, achei que foi uma consideração incrível da minha escola — ressalta Neide, que não abriu mão de desfilar com seu tamborim: — Foi um passo incrível que abriu caminho para outras mulheres que chegam a certa idade e acreditam que não têm mais condições.

Já são 43 carnavais de Beija-Flor. Pé quente, ela emprestou seu talento a uma outra escola apenas em 1992, quando a Grande Rio foi campeã do Grupo de Acesso e subiu para o Especial. Numa trajetória de tantas folias, Neide lembra de dois momentos de cuidado redobrado na pista, porém, inesquecíveis: em 1986 e em 2002, desfilou grávida de nove meses. Em todo esse tempo, afirma a musa, só agora ela busca uma preparação mais específica para os desfiles:

— É um trabalho muito desgastante, tanto na parte física quanto mental. Eu toco e sambo sem perder o ritmo. Não posso atrapalhar a bateria. Agora, com quase 60 anos, faço pilates para fortalecer os músculos, principalmente os braços. No dia do desfile, me mantenho concentrada. Não bebo, não fumo e opto por comidas mais leves.

 

Paixão sem fronteiras

Embora não ostente o mesmo currículo de Neide, a promotora de Justiça americana Simone Michele, de 41 anos, foi nomeada musa da Acadêmicos de Vigário Geral. Ela fará sua estreia amanhã, na Série A, e voltará à Sapucaí no domingo, pela Unidos do Viradouro. O samba, conta ela, tem servido “para ver a vida por outros ângulos”. Acostumada a lidar com histórias de violência por causa da profissão, Simone encontrou no carnaval uma válvula de escape.

— Trabalho em um tribunal e meu dia a dia é pesado demais. Pelo segundo ano, venho para compartilhar da alegria dessa festa extremamente democrática, onde não há ricos ou pobres, pretos ou brancos, brasileiros ou estrangeiros. Há gente feliz — diz Simone, que faz aulas de samba há um ano e leva um pouco da cultura brasileira a regiões pobres de Nova York.

A cobertura do carnaval de rua no jornal O Globo tem apoio de Ame Digital.


O Globo quarta, 19 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020: O QUE USAR NOS BLOCOS

 

Não sabe o que usar no bloco de rua? Veja as dicas para montar uma fantasia no carnaval 2020

Nas lojas da Saara, bodies e conjuntos metalizados, arcos de sol e cerveja são as tendências para a folia este ano
 
Marjoriê Cristine
A estudante Kézia Rodrigues com o arco de R$ 3,50 para a sua fantasia de sol Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
A estudante Kézia Rodrigues com o arco de R$ 3,50 para a sua fantasia de sol Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
 
 

RIO - Montar uma fantasia criativa para fazer sucesso no bloco, mas sem estourar o orçamento, é um desafio que muitos foliões têm procurado resolver na região da Saara. O centro comercial popular, no Centro do Rio, anda lotado de gente em busca de adereços. O que tem feito mais sucesso este ano são os arquinhos, um item barato e de efeito. Bodies metalizados, as onipresentes saias de tule e até mesmo fantasias de cerveja também garantiram espaço no coração da turma que não perde um cortejo.

 

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A operadora de loja Fernanda Monteiro montou uma fantasia de cerveja Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
A operadora de loja Fernanda Monteiro montou uma fantasia de cerveja Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Os arcos de unicórnio e de sereia são do carnaval passado. Este ano, quem não quer ter nenhuma dúvida de que vai brilhar durante os desfiles de rua tem investido nos acessórios em formato de sol. O acessório não pesa quase nada no bolso: cada um é vendido por R$ 3,50. Kézia Rodrigues, que esteve anteontem na Saara, já garantiu o dela:

— Eu opto pelas roupas e acessórios mais baratos, porque as fantasias prontas são mais caras. Gastei cerca de R$ 100 para comprar saias, arcos, glitters e body. Com eles, vou montar cinco fantasias diferentes. Achar esse arco de sol, bem barato, foi ótimo.

Body de cerveja (R$ 30) + Arco "Eu amo cerveja" (R$ 3,50) = R$ 33,50 Foto: FABIANO ROCHA / O Globo
Body de cerveja (R$ 30) + Arco "Eu amo cerveja" (R$ 3,50) = R$ 33,50 Foto: FABIANO ROCHA / O Globo

O acessório de cabeça se tornou o mais vendido em uma das lojas da Rua Senhor dos Passos. O fiscal da loja Jorge Lucas conta que precisa repor o estoque do item várias vezes por dia.

Outra opções também vêm fazendo a cabeça das folionas, como os arcos contra o assédio, com a inscrição “Não é Não” e inspirados em músicas famosas, como “Contatinho”, dos cantores Leo Santana e Anitta.

Outro item que ganhou destaque nas ruas da Saara foi o body estampado com marcas de cerveja. É possível montar uma fantasia alcóolica por menos de R$ 35, incluindo o arco “Eu amo cerveja”. Esta foi a opção de Fernanda Monteiro , que vai se fantasiar com o marido. No sábado, ela optou por uma fantasia inspirada em uma série de TV.
 

 

— Teve muita gente pedindo para fazer foto. Foi muito legal – diz.

 

Serviço da Saara

Rua Senhor dos Passos, 289

  • Body metalizado (prata, dourado, verde, azul) - R$ 25
  • Hot pant metalizada - R$ 15
  • Arco - R$ 3

Zeca Biju - Rua Senhor dos Passos, 286

  • Arco de Sol, Eu amo cerveja, Contatinho, Ranço - R$ 3

Rua Senhor dos Passos, 286

  • Short metalizado - R$ 12
  • Body metalizado - R$ 15
  • Body Skol Beats e outros temáticos - R$ 12

Rua Senhor dos Passos, 250

  • Viseira colorida - R$ 24
  • Fantasia anjo - R$ 25
  • Óculos em formato de cerveja, caneca de chopp e caipirinha - R$ 10
  • Top de cerveja - R$ 15

Lumir Moda Íntima - Rua Senhor dos Passos, 239

  • Saia metalizada -  R$ 12
  • Fantasia de água - R$ 29,90 - Só a plaquinha e o arco - R$ 12,90
  • Plaquinha do Uber/arco - R$ 12,90

Rua Senhor dos Passos, 196

  • Pochete - R$ 20 no varejo (R$ 18 atacado)
  • Viseira - R$ 12 no varejo (R$ 10 no atacado)

Rua Senhor dos Passos, 147

  • Body de temas e marcas (Kinder Ovo, Mate Leão, Biscoito Globo, Guaravita, Bala Junquinha, Cerveja, Mostarda Heinz, super-herois) - R$ 15

Rua Senhor dos Passos, 179

  • Body metalizado - R$ 30
  • Conjunto metalizado (hot pant/short + top) - R$ 35
  • Body temático (cerveja, super-herói) - R$ 30
  • Arcos (sol, cerceja, contatinho...) - R$ 3,50

Rua da AlFândega, 316

  • Arco - R$ 5,70
  • Saia - R$  18 no varejo (R$ 15 atacado)

Rua da Alfândega, 318

  • Pedras para colar no corpo  - R$ 35
  • Pedras para colar no rosto - R$ 6 a 8

Rua da Alfândega, 372

  • Saia de filó ou colorida - R$ 2,99

Multifestas - Avenida Tomé de Sousa, 101

  • Pistola d'água de pinto - R$ 7,60 varejo (R$ 6,30 atacado)
  • Canudo de pinto (10 unidades) - R$ 4,80 varejo (R$ 3,99 atacado
  • Tiara de pinto (6 unidades) R$ 8,95 varejo

O Globo terça, 18 de fevereiro de 2020

NOVA YORK: CONHEÇA DEZ LUGARES PARA OBSERVÁ-LA DO ALTO

 

Conheça dez lugares para observar Nova York do alto

Em março, cidade ganha seu mais novo e alto mirante, o Edge, no complexo Hudson Yards
 
Parte da ilha de Manhattan vista a partir do observatório do Empire State Building, em Nova York Foto: Julienne Schaer / NYC & Company / Divulgação
Parte da ilha de Manhattan vista a partir do observatório do Empire State Building, em Nova York
Foto: Julienne Schaer / NYC & Company / Divulgação
 
 

RIO - Nova York é uma cidade para se ver de cima. Não por acaso, sobram por lá mirantes, observatórios, bares e restaurantes com vistas deslumbrantes para o mar de arranha-céus que formam o inconfundível cartão-postal local. Seja no clássico topo do Empire State Building, totalmente repaginado em 2019, seja no Edge, o novo deque de observação do complexo de Hudson Yards, que será inaugurado em março de 2020, esse tipo de atração precisa estar na lista de qualquer viajante que queira ter a real dimensão da cidade, com seus rios, parques e pontes. E vale até pegar um bondinho para isso.

 

Edge (Hudson Yards)

Desenho mostra como será o observatório Edge, em Nova York Foto: Divulgação
Desenho mostra como será o observatório Edge, em Nova York Foto: Divulgação

A 344 metros acima do solo, o Edge será o mais alto deque de observação do Ocidente. Sua inauguração está prevista para 11 de março de 2020 e ele ficará quase no topo do prédio mais alto das Américas, que está sendo finalizado no complexo Hudson Yards.

Os visitantes terão vistas panorâmicas do rio Hudson e da paisagem urbana de Nova York em 360 graus, e poderão caminhar sobre um piso de vidro . Espaços internos nos 100º e 101º andares terão bares, restaurantes e área para eventos.

Empire State Building

Observatório no 102º andar do Empire State Building, em Nova York Foto: Evan Joseph Images / Divulgação
Observatório no 102º andar do Empire State Building, em Nova York Foto: Evan Joseph Images / Divulgação

Um dos mais clássicos símbolos do desenvolvimento da cidade no século XX foi completamente remodelado no ano passado: ganhou um museu interativo no segundo andar e um observatório renovado no 102º piso, com janelões que vão do chão ao teto e permitem uma visão de 360.

 

One World Observatory

Celebrando seu quinto aniversário em 2020, o One World Observatory se orgulha das vistas do mais alto edifício no hemisfério ocidental, posto que manterá até a inauguração do Edge. Três níveis de janelas que vão do chão ao teto, um café, um bar, passeios interativos guiados e muito mais fazem com que a experiência seja imperdível.

 

Top of the Rock

Top of the Rock, Midtown, Manhattan Foto: Julienne Schaer / NYC & Company / Divulgação
Top of the Rock, Midtown, Manhattan Foto: Julienne Schaer / NYC & Company / Divulgação

Muita gente que vai ao Empire State Building tem apenas uma reclamação em relação à vista: não vê o próprio Empire State. Para quem quer ver o mais famoso prédio nova-iorquino do alto, o ponto mais tradicional é do  Top of the Rock Observation Deck, outro clássico da cidade.

Com mirantes em três níveis distintos, o deque oferece vistas de 360 graus da cidade, incluindo o Central Park. Poucos andares abaixo, o  Bar SixtyFive, do outro lado do renomado Rainbow Room, conta com opções saborosas para jantar com belas paisagens e um menu sazonal.

MET

Em 2020, o Metropolitan Museum of Art, o popular MET, completa 150 anos. Após visitar as British Galleries, que serão reabertas em 2 de março, após renovação, vá para o terraço que também possui obras de arte e vistas esplêndidas do Central Park. A sucursal deste icônico museu – o The Met Cloisters – foca em obras da Idade Média em um monastério de estilo francês sobre o Fort Tryon Park, contando ainda com belas vistas do rio Hudson, do parque e do bairro de Inwood, no extremo norte de Manhattan.

Prédios e Central Park: o skyline de Nova York visto do MET Foto: Julienne Schaer / Divulgação
Prédios e Central Park: o skyline de Nova York visto do MET Foto: Julienne Schaer / Divulgação

High Line

O calçadão suspenso no lado oeste de Manhattan não é tão alto quanto os mirantes nos topos dos arranha-céus de Nova York, mas ainda assim oferecem uma interessante perspectiva da cidade. Criado no lugar de uma linha de trem desativada, esse jardim suspenso ganhou recentemente mais um trecho. Batizado de High Line Plinth, exibe obras de arte distribuídas em meio a lindas vistas, incluindo Brick House, de Simone Leigh, em exposição até 20 de setembro. 

 

Savanna Rooftop

Vista do Savanna Rooftop, o bar no alto do Z NYC Hotel, em Long Island City, Nova York Foto: Divulgação
Vista do Savanna Rooftop, o bar no alto do Z NYC Hotel, em Long Island City, Nova York Foto: Divulgação

Outra verdadeira instituição de Nova York são os bares em rooftops, geralmente em hotéis. Essa tradição que começou em Manhattan logo se espalhou para os outros distritos da cidade. Um rooftop bar que tem dado o que falar por lá é o Savanna Rooftop, no alto do Z NYC Hotel, que fica em Long Island City, bairro do Queens às margens do East River. Essa localização garante um visual incrível do rio, para o skyline de Manhattan e para a Queensboro Bridge.

Roosevelt Island Tramway

Falando em East River, uma atração imperdível na cidade, mas que muitos turistas deixam passar, é o bondinho para a Roosevelt Island. Ele liga a Segunda Avenida à pequena ilha, que fica entre Manhattan e Long Island City, e chega a 76 metros de altura, com os trilhos acompanhando o desenho da Queensboro Bridge. A viagem não dura mais que cinco minutos, mas a vista compensa. O preço é o mesmo de uma passagem de metrô e você pode usar o MetroCard.

O bondinho da Roosevelt Island, em Nova York Foto: Tagger Yancey IV / /NYC & Company / Divulgação
O bondinho da Roosevelt Island, em Nova York Foto: Tagger Yancey IV / /NYC & Company / Divulgação

BUSCA: Para encontrar outras reportagens sobre Nova York, pesquise com a ferramenta de busca do site do Boa Viagem.

Luna Park (Coney Island)

Saindo de Manhattan, no litoral do Brooklyn, fica o pitoresco bairro de Coney Island, endereço de parques de diversão à beira-mar. O mais famoso deles é o Luna Park, dono de brinquedos que são verdadeiras máquinas de viagem no tempo. Duas delas, em especial, oferecem ótimas vistas para o bairro e o Oceano Atântico: a roda-gigante Wonder Wheel e a centenária montanha-russa Cyclone (cuja estrutura é de madeira).

 
 

Bronx Zoo Treetop Adventure Climb & Zipline

Para quem busca adrenalina, o Bronx Zoo Treetop Adventure Climb & Zipline merece ser explorado. Essa experiência única transporta os visitantes para fora da selva de concreto, seja fazendo arvorismo ou tirolesa sobre o Bronx River.


O Globo segunda, 17 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA: O CARNAVAL É BOM NEGÓCIO

 

O carnaval é bom negócio: Rio deve ter maior receita desde 2017 durante a folia

Estado deve faturar R$ 2,6 bi com a festa, que já movimenta as ruas da cidade
 
 
 
Loja Caçula de Copacabana preparada para o carnaval; negócios se aquecem com a chegada da folia Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Loja Caçula de Copacabana preparada para o carnaval; negócios se aquecem com a chegada da folia
Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
 
 

A animação não é só de quem vai se fantasiar e cair na folia. Representantes de hotéis, bares, restaurantes, agências de viagem e lojas de fantasias e adereços estão sorrindo de orelha a orelha, de olho no faturamento que a festa vai trazer. Do dia 21 até a Quarta-Feira de Cinzas, o Estado do Rio terá o melhor carnaval em receitas com atividades formais desde 2017. Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que devem ser injetados na economia fluminense R$ 2,68 bilhões, um terço dos R$ 7,99 bilhões projetados para todo o país. A estimativa é que, em seis dias de Momo, sejam gerados aproximadamente 8.500 empregos temporários no Rio, o maior número desde 2016.

No Rio, o faturamento real em seis dias, segundo o estudo da CNC, deve superar os de São Paulo, Minas Gerais e de todos os estados do Nordeste somados. Descontada a inflação, o crescimento esperado é de 2,3% no Rio contra 1% no país. A alimentação fora do domicílio deve abocanhar a maior fatia (R$ 1,53 bilhão, no Rio).

— A recuperação gradual da economia, a inflação baixa e a desvalorização da taxa de câmbio estão estimulando os gastos com turismo no Brasil e, especialmente, no Estado do Rio — avalia Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa.

A Riotur chega a alardear R$ 4 bilhões de faturamento só na capital. Porém, os cálculos são de duas semanas e incluem o comércio informal.

Diante do bom momento para engordar o orçamento, a maquiadora Juliana Monteiro não pensou duas vezes. Ela vai deixar os dois filhos, de 3 e 5 anos, com o pai para que possa atender hóspedes no hotel LSH, na Barra. O emprego temporário vai ter até horário camarada: de sábado a terça, das 14h às 18h:

— Vou receber R$ 2 mil pelos quatro dias, quase o que ganho no salão durante um mês. Dá para fazer uma maquiagem a cada 20 minutos — diz.

O diretor-geral do LSH, Aloysio Duarte, não acredita que sejam formadas filas:

 

— Vamos oferecer shiatsu para quem estiver esperando. O hóspede também poderá ficar no bar enquanto aguarda a vez.

Os mimos têm sido uma estratégia dos hotéis para fidelizar os hóspedes para, quem sabe, ocupar novas datas. Entusiasmada, Laura Castagnini, diretora do Sindicato dos Meios de Hospedagem do município (SindRio), afirma que, este ano, além de Ipanema e Copacabana, os hotéis da Barra também devem se aproximar dos 100% de lotação no carnaval:

— Os números no pré-carnaval já superam os 80%.

Pela primeira vez no Rio, as chilenas Ludmilla Canales e Sandra Burgos já movimentam a economia. As duas não vão ficar na cidade até os desfiles no Sambódromo, mas planejam aproveitar o carnaval de rua.

 

A festa em números
Pesquisa da CNC estima que, do dia 21 à Quarta-Feira de Cinzas, o Estado do Rio tenha o maior faturamento com o carnaval no país
 
No Rio de Janeiro
 
PROJEÇÃO DE RECEITAS COM O CARNAVAL
ESTIMATIVA DE POSTOS FORMAIS DE
TRABALHO TEMPORÁRIO
Em R$ bilhões
Em milhares
20,07
 
3,38
 
3,17
 
3,41
 
2,89
 
2,68
3,10
 
2,52
 
2,62
 
2,57
 
10,23
 
8,52
8,18
 
7,26
 
6,91
 
6,20
 
5,91
 
5,74
 
2012
13
14
15
16
17
18
19
2020
2012
13
14
15
16
17
18
19
2020
*valores atualizados para janeiro de 2020
FATURAMENTO ESTIMADO DURANTE O CARNAVAL DE 2020
NO ESTADO DO RIO SEGUNDO SEGMENTOS
Em R$ bilhões
1,53
0,06
0,51
0,27
0,31
Alimentação fora
do domicílio
Transporte e
locação de
veículos
Atividades
artísticas e
de lazer
 
Hospedagem
 
Agências
de viagens
No Brasil
VOLUME FINANCEIRO ESTIMADO*
FATURAMENTO ESTIMADO POR ESTADO
Em R$ bilhões
Em R$ bilhões
Demais unidades
0,51
9,35
 
8,39
 
7,99
7,91
 
9,07
 
7,75
 
8,87
 
Ceará
Pernambuco
0,32
7,91
 
0,38
7,73
 
Bahia
1,39
Minas Gerais
0,81
São Paulo
Rio de Janeiro
1,93
2,68
2012
13
14
15
16
17
18
19
2020
*valores atualizados para janeiro de 2020
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

 

— A cidade é, mesmo, maravilhosa — elogia Sandra: — Chegamos antes do carnaval, mas não saímos daqui sem ir aos blocos deste fim de semana.

Com as reservas bombando e de olho ainda no público em geral, hotéis estão disputando feijoadas carnavalescas (entre R$ 220 e R$ 480, com direito a apresentação de grupos de escolas de samba e open bar) e festas.

Cem por cento ocupado para o carnaval contra 89% no ano passado, o Copacabana Palace espera receber entre 120 e 130 pessoas no Restaurante Pérgula em cada uma das suas feijoadas, nos dois próximos sábados. As receitas serão preparadas pelo chef João Melo e regadas por rodas de samba de Mangueira e Vila Isabel.

 

Contratados para baile

Só para atender à altura durante o Baile do Copa, no sábado de carnaval, o hotel precisou contratar uma turma extra de 250 pessoas, que inclui garçons, serventes e seguranças. Com valores a partir de R$ 2.300, pelo menos metade dos dois mil convites para a festa já está vendida. E os seis camarotes da noite black tie, para o mínimo de dez convidados cada (R$ 5.786 por pessoa), não estão mais disponíveis.

— Sempre dá um frio na barriga quando chega o dia do baile — revela o chef executivo do Copa, o italiano Nello Cassese, com quatro anos de hotel e que divide a organização do evento com Luiz Guilherme Cyrino, chef de banquetes: — São três dias de produção e, no sábado, chegamos cinco horas antes.

A cervejaria Tio Ruy, na Barra, e o bar Carioca da Gema, na Lapa, são alguns dos estabelecimentos que também estarão com quadro extra no carnaval. No ramo de lojas, a Caçula começou a contratação temporária ainda em dezembro. Com o mercado aquecido, espera aumentar em 23% este ano as vendas de fantasias e adereços. O resultado positivo levou a Caçula a efetivar este mês alguns de seus extras, como as atendentes Sandra Santos Melo e Jessica Medeiros Portela, da filial de Copacabana, ambas desempregadas há cerca de um ano.

 

— Que surpresa! Estava vivendo de bico — diz Jessica.

Tão contente quanto ela está o presidente regional da Associação Brasileira de Agentes de Viagem, Luiz Strauss.

— Tivemos um crescimento da venda de pacotes entre 13% e 15%. Será um carnaval diferenciado — celebra ele: — Até turistas europeus e americanos, que cancelaram viagens para a China (por causa do coronavírus), virão para o Rio.

A cobertura do carnaval do jornal O GLOBO tem apoio de Ame Digital.


O Globo domingo, 16 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA: MARATONA DE BLOCOS DE RUA

 

Maratona de blocos de rua exige preparação; especialistas dão as dicas

Foliões levam o carnaval a sério e recorrem até a fisioterapia para aproveitar o carnaval sem deixar faltar o fôlego
 
Rafael Feler e Jorge Ricardo, o Kadinho, se preparam para a folia Foto: Maria Isabel Oliveira / O Globo
Rafael Feler e Jorge Ricardo, o Kadinho, se preparam para a folia Foto: Maria Isabel Oliveira / O Globo
 
 

RIO — Tem que se preparar e manter o ritmo — de preferência queimando a largada no pré-carnaval. Quando a folia chega, milhões de cariocas viram atleta e mostram que não falta fôlego para encarar a maratona momesca. Afinal, com centenas de blocos de rua, elevar o rendimento é indispensável. Mas especialistas alertam: é preciso cuidar da saúde para chegar bem à Quarta-Feira de Cinzas.

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Para encarar a maratona de 2020, ele já está em preparação intensa. Fisioterapia e acupuntura, para recuperar o joelho, fazem parte da rotina de treinos de Kadinho antes de se entregar ao carnaval. Já a natação melhora o condicionamento físico. Nos dias de folia, até com a alimentação esse folião consciente se preocupa.

— Eu almoço logo pela manhã. Como arroz, salada de alface, frango grelhado e tomo suco de abacaxi com hortelã. Ou, então, tomo um café da manhã de novela, com muitas frutas, pão de forma, leite com achocolatado e iogurte — relata.

Álcool, só com moderação

Folião de carteirinha, Jorge prefere diminuir o consumo de álcool durante o carnaval para não perder o ritmo. Principalmente depois de um coma alcoólico após o Bloco da Favorita, em 2015. O episódio rendeu uma noite na enfermaria e o trauma de beber demais.

— Cervejinha, só uma no fim do bloco e com a consciência pesada. Já bebi muito, mas depois de 2015, fiquei traumatizado — relembra.

 

Para curtir de forma saudável

Faça boas refeições antes de sair de casa
 
Use filtro solar
Hidrate-se! Bebidas alcoólicas desidratam. Tem que consumir água, água de coco, açaí e picolé de frutas
Alongamento e massagens são indicados no pós-bloco
Snacks, oleaginosas, barra de nuts e frutas desidratadas são fáceis de levar para o bloco
 
Durma bem. Uma boa
noite de sono deixa o folião pronto para o que der e vier
Tênis de caminhada ou corrida são as melhores opções para aproveitar os desfiles
 
As diferenças entre os atletas
Beba com moderação
Lata de cerveja:
MARATONA
BLOCO
155 calorias
Distância
42km
42km
(42 desfiles)
10 latas de cerveja:
1.550 calorias
Duração
4 horas
126 horas
(tempo de
permanência)
Gasto calórico por hora de bloco:
350 calorias
Tempo de folia para queimar 10 latas de cerveja:
3.400
calorias
45.360
calorias
Gasto
calórico
4h15m

 

O pique de Kadinho deixa até atleta de queixo caído. Enquanto se prepara para a Maratona do Rio, o economista Rafael Feler, de 32 anos, também faz planos para a folia. Mas, apesar de correr 42km em provas de rua, Feler nem pensa em pular o carnaval em 42 blocos.

Foi dada a largada para a maratona de carnaval Foto: Maria Isabel Oliveira / O Globo
Foi dada a largada para a maratona de carnaval Foto: Maria Isabel Oliveira / O Globo

 — Eu aproveito bem. Chego a 15, 20 blocos, mas 42 não tem como — diverte-se o economista, que já correu maratonas em Santiago e Nova York.

A preparação de Feler se intensifica a poucos meses de cada prova:

— Mantenho uma rotina de treinos durante o ano inteiro, com alguns curtos e outros longos. De três a quatro meses antes da prova, começo a esticar mais.

Alimentação em dia

Como ninguém é de ferro, ele pretende fazer sua própria maratona de blocos. Aí, fica difícil manter o mesmo ritmo do resto do ano e, como folião, o economista precisa se adaptar.

— A alimentação nunca é tão boa quanto para uma corrida. Acabamos comendo o que dá, e normalmente o que aparece é comida pouco saudável. O importante é ter a mesma atenção na hidratação, principalmente no calor de fevereiro — ressalta Feler, que, no entanto, faz algumas concessões no período de folia: — Cerveja no bloco sim, alivia o calor. Mas tem que compensar com água. E evitar o excesso para não desidratar demais.

 

Especialistas concordam com o atleta: álcool não é lá muito amigo da folia, e se alimentar direito é essencial.

— Cerveja não hidrata. Só a sem álcool — alerta a nutricionista Roberta Lima, aconselhando os foliões a levarem snacks e lanchinhos de casa: — Oleaginosas, frutas secas e barras de nuts são boas opções.

 Já o educador físico André Leta diz que usar tênis de corrida ou caminhada, se alongar e dormir bem devem fazer parte da vida do folião maratonista.

— Tem que repor energia, se hidratar, dormir bem e fazer uma boa refeição — avisa Leta.

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O Globo sábado, 15 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA: FIM DE SEMANA TEM VÁRIAS OPÇÕES DE BLOCOS

 

Fim de semana tem várias opções de blocos infantis para curtir com toda a família

Bloquinhos vão agitar as ruas do Rio com muito confete e serpentina neste último fim de semana de pré carnaval no Rio
 
 
Desfile do bloco Gigantes da Lira, em Laranjeiras Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Desfile do bloco Gigantes da Lira, em Laranjeiras Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
 
 

RIO — A programação de carnaval da criançada já começou em diversos pontos da cidade. Há várias opções para a família brincar e curtir junto. Bloquinhos como o da Sá Pereira, da Pracinha, da Mamadeira, Minibloco, Gigantes da Lira e outros vão agitar as ruas neste fim de semana com muita música, confete, serpentina e espuma.

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Criado há 13 anos, o bloco da Pracinha sai neste sábado às 10h, na Praça Pio XI, no Jardim Botânico, com um repertório infantil criado pela professora de artes Barbara Lau. As crianças vão poder se fantasiar e brincar nas oficinas de arte. Pais e filhos também podem levar seus próprios instrumentos.

LEIARio tem 95 blocos no fim de semana; confira a programação

— Sou cantora, diretora musical e estou há seis anos fazendo o carnaval das crianças. Acho maravilhoso tudo isso, porque sou educadora e junto minhas duas profissões no carnaval. Quem quiser pode levar instrumento para tocar e ficar a vontade. A gente quer uma coisa bem alegre e interativa — diz Barbara Lau.

TEMPOVeja a previsão do final de semana para curtir os blocos

Na Tijuca, o Mini Bloco vai agitar a Praça Xavier de Brito, a partir das 9h, com uma folia aberta para todas as idades. Além disso, no Mercadão de Madureira, a banda "Mini Seres do Mar" vai se apresentar às 11h com um repertório variado e um cortejo:

TRÂNSITOConfira as interdições no fim de semana para os desfiles

 

— Seremos nove músicos, uma formação menor do que o bloco, mas vai ter muita alegria. É uma delícia tocar para crianças. É sempre uma surpresa, diferente e leve — conta a produtora do Mini Seres do Mar, Gisela Cardoso.

SÃO PAULOFim de semana terá Banda Eva, Elza Soares, Alok e Elba Ramalho

Para quem quer curtir os blocos sem preocupação, a prefeitura orienta o uso do transporte público. O MetrôRio vai disponibilizar pulseiras de identificação para crianças e adolescentes nas estações próximas aos blocos infantis. Elas são coloridas e impermeáveis, com espaços em branco para o nome e o número de telefone.

Programação

Sábado

Sá Pereira Infantil

  • Horário: 8h
  • Local: Rua Capistrano de Abreu, 29 (Botafogo)

Bloco da Pracinha

  • Horário: 10h
  • Local: Praça Pio XI, Jardim Botânico

Bloco da Mamadeira

  • Horário: 16h
  • Local: Lauro Muller - Botafogo

Bailinho do Botafogo Praia Shopping

  • Horário: 14h
  • Local: Botafogo Praia Shopping

Mini Bloco

  • Horário: 9h
  • Local: Praça Xavier Brito - Tijuca

Bloco Orquestra Para Crianças

  • Horário: 9h
  • Local: Avenida José Luiz Ferraz, 1.079 - Recreio dos Bandeirantes

Domingo

Gigantes da Lira

  • Horário: 8h
  • Local: Rua General Glicério - Laranjeiras

Põe na Quentinha Infantil

  • Horário: 13h
  • Local: Praça do Lido

Bloco dos Palhacinhos

  • Horário: 16h
  • Local: Estrada do Quitungo, 1221 - Brás de Pina

A cobertura do carnaval de rua do jornal O GLOBO tem apoio de Ame Digital.


O Globo sexta, 14 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA: RIO TERÁ 95 BLOCOS NO FIM DE SEMANA

Rio terá 95 blocos no fim de semana; confira a programação

Chora Me Liga, Bloco da Preta e Simpatia é Quase Amor estão entre as atrações
 
 
 
O Boitatá desfila pelas ruas do Centro do Rio Foto: Divulgação
 
 

RIO - O último fim de semana de pré-carnaval promete arrastar multidões pelas zonas Sul, Norte e Oeste do Rio. São 95 blocos e megablocos que vão fazer a alegria da galera que esperou o ano todo para curtir a folia. Chora Me liga, Simpatia é Quase Amor, Cordão do Boitatá, Suvaco do Cristo, Bloco da Preta, Empolga às Nove e vários outros vão desfilar. A expectativa é de mais de 200 mil pessoas nas ruas.

Para quem gosta de sertanejo, o Chora Me Liga vai se apresentar no sábado, no Centro do Rio, depois de passar 11 anos desfilando pelos cartões postais da cidade, como Praia do Leblon, São Conrado, Copacabana e Aterro.

— A expectativa é um ponto de interrogação. No ano passado não conseguimos autorização, por isso não saímos. Este ano é tudo novo para gente — conta Marcelo Vital, um dos organizadores do grupo: — Estamos com frio na barriga. Parece que é o nosso primeiro show, espero que todos se divirtam muito e cantem junto.

TRÂNSITOConfira as interdições no fim de semana para os desfiles

O tradicional Cordão do Boitatá vai sair no domingo, levando brilho e um repertório musical clássico pelas ruas tradicionais do Centro.

— Estamos muito animados para este fim de semana. Esse bloco é completamente independente, nossa vaquinha online foi um sucesso, conseguimos arrecadar R$ 120 mil. Estamos preparando uma apresentação bem bonita — diz o músico Kiko Horta, que participa há 24 anos do cortejo: — São mais de cem músicos tocando, sem carro de som. Vamos ter a ala das baianas, da pernas de pau e outras surpresas. 

 

Ainda no Centro, no bucólico bairro Santa Teresa, o Céu na Terra vai colorir as ruas de paralelepípedos com as cores da Bahia, tema deste ano.

O Pérola da Guanabara enche Paquetá de cores Foto: Divulgação
O Pérola da Guanabara enche Paquetá de cores Foto: Divulgação

— Fizemos fitinhas coloridas do Bonfim com o dizer ‘o céu abraça a terra, deságua o rio na Bahia’. Nossa inspiração é a música ‘Nação’ do cantor João Bosco — conta Péricles Monteiro, um dos organizadores do bloco: — Queremos manter a graça e a beleza do carnaval carioca com muitas cores, amores, respeito ao próximo e amor nos corações.

O Pérola da Guanabara desembarca na Ilha de Paquetá neste sábado, e a CCR Barcas começou a vender os bilhetes especiais já nesta quinta-feira. No total, vão ser disponibilizados 10 mil cartões que podem ser adquiridos até sábado. De acordo com o balanço, 1.200 já foram comercializados no preimeiro dia das vendas. Não será aceito Bilhete Único, e os moradores vão precisar mostrar comprovante de residência na roleta.

Esquema Metrô Rio

No sábado, a circulação dos trens do Metrô será das 5h à meia-noite e não vai precisar ser feita a transferência de vagão na Linha 2. No domingo, as estações vão funcionar das 7h às 23h e haverá extensão de uma hora no horário de funcionamento das estações Praça Onze e Central, após o teste de luz do Sambódromo (que está previsto para terminar meia-noite). A Linha 2 também funcionará direto da Pavuna até General Osório.

Neste fim de semana, as estações Catete e Presidente Vargas ficarão fechadas. A bilheteria vai funcionar na parte externa da estação Carioca durante o período de maior fluxo.

Programação dos blocos

Sexta-feira (14 de fevereiro)

Badalo de Santa Teresa

  • Horário: 18h
  • Local: Santa Teresa

SÁBADO

Bloco Brasil

  • Horário: 8h
  • Local: Copacabana

Só o Cume Interessa

  • Horário: 10h
  • Local: Urca

Pérola da Guanabara

  • Horário: 14h
  • Local: Ilha de Paquetá

Bloco da Ansiedade

  • Horário: 14h
  • Local: Laranjeiras

Alegria do Sapê

  • Horário: 14h
  • Local: Honório Gurgel

Bloco das Divas

  • Horário: 15h
  • Local: Recreio dos Bandeirantes

Chá da Alice

  • Horário: 15h
  • Local: Centro

Bloco das Carmelitas

  • Horário: 16h
  • Local: Centro

Simpatia é Quase Amor

  • Horário: 16h
  • Local: Ipanema

Ih, É Carnaval

  • Horário: 20h
  • Local: Urca

Chora Me liga

  • Horário: 7h
  • Local: Centro

DOMINGO

Bloco da Preta

  • Horário: 7h
  • Local: Centro

Empolga às 9

  • Horário: 14h
  • Local: Ipanema

Vai tomar no Grajaú

  • Horário: 15h
  • Local: Grajaú

Escravos da Mauá

  • Horário: 16h
  • Local: Saúde

Fogo e Paixão

  • Horário: 8h
  • Local: Centro

Cordão do Boitatá

  • Horário: 8h
  • Local: Centro

Gigantes da Lira

  • Horário: 8h
  • Local: Laranjeiras

Suvaco do Cristo

  • Horário: 8h
  • Local: Jardim Botânico

A cobertura do carnaval de rua do jornal O GLOBO tem apoio de Ame Digital.


O Globo quinta, 13 de fevereiro de 2020

PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA: PRESSÃO NO SENADO

 

Grupo no Senado retoma pressão por prisão em segunda instância

Abaixo-assinado será entregue ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre, pedindo que texto seja pautado sem depender de PEC que tramita na Câmara
 
Senador Major Olímpio (PSL-SP) Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Senador Major Olímpio (PSL-SP) Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
 
 
 

BRASÍLIA - Um grupo de senadores decidiu retomar a pressão pela votação do projeto de lei que abre caminho para a prisão imediata de condenados em segunda instância. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), começou a recolher assinaturas para um abaixo-assinado que pretende entregar ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pedindo que o texto seja pautado independentemente da tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto na Câmara.

 Até a tarde desta quarta-feira, o senador já havia recolhido 31 assinaturas para entregar a Alcolumbre. Ele não antecipou os nomes de quem já o apoiou. Olímpio pretende conseguir a adesão de pelo menos 41 dos 81 senadores.

— Nesse abaixo-assinado, estamos pedindo que o presidente do Senado que paute a votação da prisão em segunda instância. É a pauta mais importante que o Brasil quer hoje. Prisão em segunda instância já — diz Olímpio.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em dezembro, projeto do senador Lasier Martins (Podemos-RS), que altera o Código de Processo Penal (CPP), permitindo que a pena de condenados em segunda instância seja imediatamente executada.

Em acordo com líderes, Davi Alcolumbre não pautou o projeto para o plenário. A decisão foi da preferência à PEC em tramitação na Câmara, que tem um rito mais demorado. A proposta está em uma comissão especial, em fase de audiências públicas.

O acordo entre Alcolumbre e os defensores da prisão em segunda instância foi o de aguardar a votação da Câmara até abril. Caso ela não ocorra, o presidente do Senado se comprometeu em pautar o texto dos senadores.

O grupo liderado por Olímpio, no entanto, diz que o ritmo na Câmara está lento e que o Senado está se desgastando ao deixar o projeto na gaveta à espera da decisão dos deputados.

Os defensores da prisão em segunda instância sofrem um desgaste no Senado. Isso porque faz parte do grupo e foi relatora do projeto na CCJ a senadora Selma Arruda (Podemos-MT). Ela foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e caixa dois. No julgamento, os ministros do TSE decidiram pela cassação imediata da senadora, independentemente da eventual apresentação de recurso ao Supremo.

Quase dois meses depois da decisão, no entanto, a senadora segue no cargo. Alcolumbre anunciou que a cassação será submetida à Mesa Diretora. Selma é defendida por integrantes do grupo Muda Senado, o mesmo que encabeça os apelos pela votação do projeto da prisão em segunda instância. No plenário, senadores como Lasier Martins (Podemos-RS) e Alvaro Dias (Podemos-PR) alegaram que é preciso esperar uma decisão do Supremo sobre o caso dela antes de cassá-la.

Na semana passada, ao comentar o caso, o ministro Supremo Gilmar Mendes ironizou a situação:

— Eu estava ouvindo algumas manifestações (de senadores), de que devíamos esperar o Supremo Tribunal Federal em matéria eleitoral. E são os mesmos personagens que defendem o cumprimento da decisão após condenação em segunda instância.


O Globo quarta, 12 de fevereiro de 2020

CARNAVAL NO RIO: A HISTÓRIA DE NAIR PEQUENA

 

 

A história de Nair Pequena, passista fundadora da Mangueira que morreu sambando, há 50 anos, e virou canção de Alcione

 

 
Desfile da Mangueira em 1970 e, à direita, uma imagem de Nair Pequena na Avenida

 

 

Na história da Estação Primeira de Mangueira, poucos dias foram mais tristes do a Quarta-feira de Cinzas de 11 de fevereiro de 1970, há 50 anos. A escola estava em pleno desfile quando a querida passista Nair Pequena, uma das fundadoras da Verde-e-Rosa, sofreu um mal súbito e foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Os componentes da agremiação ainda estavam por completar o trajeto quando chegou a notícia da morte da veterana, aos 72 anos. Atordoados, eles tentaram continuar o espetáculo, mas não teve jeito. A bateria parou, e o então presidente da Mangueira, Juvenal Portela, anunciou o óbito ao microfone, com voz emocionada. A partir de então, o desfile virou marcha fúnebre, com os integrantes caminhando de cabeças baixas ao som de um surdo triste, em toque de funeral. 

- Não podemos continuar sem Nair, uma de nossas diretoras, a imagem de luta e sacrifícios da nossa escola. Ela começou esse desfile conosco, e só a morte a retirou da escola. Não podemos prosseguir - disse Portela ao público, de acordo com a edição do GLOBO de 12 de fevereiro.

Na tarde daquele 11 de fevereiro, o corpo de Pequena Nair jazia em cima de uma mesa, com quatro velas ao redor e um cruscifixo, na quadra da Mangueira, que por conta do luto tinha sua bandeira a meio-pau. O compositor Cartola, autor de tantos sambas clássicos, chorava muito, num canto, enquanto sua mulher, Zica, não saía do lado da amiga, que estava com ela quando passou mal, na madrugada anterior. Mais de 2,5 mil pessoas foram ao Cemitério do Caju. Coberto com a bandeira da Mangueira, o caixão foi carregado pelos baluartes Jamelão e Cartola, junto com Juvenal Portela e o vice-presidente da escola, Djalma dos Santos, entre outros. O relógio marcava 17h quando a passista foi enterrada, em cova rasa. Muita gente chorou naquele que era o último cortejo da passista.

 

Primeira página do GLOBO de 12 de fevereiro de 2020

 
A passista seria lembrada diversas vezes depois de sua morte. Ainda em 1970, os compositores Ubirajara Cabral e Carlos Pereira de Sousa escreveram "Quero morrer sambando", em homenagem a Nair. Quase 40 anos mais tarde, a cultuada cantora Alcione lançou "Nair Grande", faixa do disco "Acesa", de 2009.

- Nair era minha madrinha. Naquela época, os pais levavam seus filhos recém-nascidos para ela mostrar a lua cheia. Era uma tradição no Morro da Mangueira. Nair era uma pastora, muito conhecida e respeitada na comunidade - relembra Edson Marcos, presidente do Conselho Deliberativo e Fiscal da escola, que, aos 11 anos, estava na Presidente Vargas no momento da morte da passista. - Nair também era uma cozinheira excelente, fazia as feijoadas da vitória, quando a Mangueira era campeã, junto com a dona Zica e a dona Neuma. 

Nair dos Santos foi uma das fundadoras da Mangueira, em 1928. Ela também criou a primeira ala feminina da escola, a Ala das Cozinheiras, mas foi na ala das baianas que a veterana ganhou fama nos desfiles. A passista morreu quando a Mangueira participava do desfile das campeãs, em 1970, por volta das 3h da madrugada, na Avenida Presidente Vargas, onde as escolas se apresentavam até a inauguração do Sambódromo, em 1984. Já tinham passado pela via no Centro do Rio o Bloco Canários de Laranjeiras e as escolas Unidos do Cabuçu e Unidos do Jacarezinho, quando entrou a Verde-e-Rosa. A notícia de seu falecimento decretou o luto na Presidente Vargas. Pouca gente ficou para ver a exibição da Acadêmicos do Salgueiro, que começou às 4h15 da manhã.

- Eu uma criança, mas já tocava caixa na bateria. Quando soubemos do falecimento da Nair, o desfile parou, e chamaram o Baiano, que tocava o surdo treme terra, um surdo gigante, para fazer a batida fúnebre. A escola inteira tirou os chapéus, enquanto a arquibancada toda aplaudia. Fico todo arrepiado quando lembro. Os componentes da escola choravam como se tivessem perdido a mãe - conta Elmo José dos Santos, ex-presidente da Mangueira.

 

O cantor Jamelão (camisa branca) com outros membros da Mangueira, junto ao caixão de Nair Pequena, no enterro, em 11 de fevereiro de 1970

 

 

Integrantes da escola carregam caixão de Nair Pequena no cemitério do Caju

 

 

O Globo terça, 11 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020: CARNAVAL DE TODOS OS RITMOS

 

Carnaval de todos os ritmos: funk, rock, forró, sertanejo... até samba!

Com ritmos bem diferentes, blocos de rua têm opções para todos os gostos

Carolina Moura

10/02/2020 - 21:40

O Sargento Pimenta faz este ano o décimo desfile de sua história Foto: Divulgação / Agência O Globo

 

Nem só de samba é feito o carnaval de rua no Rio. Funk, rock, MPB, brega e até forró são opções para quem quer curtir de tudo um pouco na folia. Para os que gostam de xote, este ano vai marcar a estreia do primeiro bloco de forró, o Caramuela. São mais de 90 integrantes na bateria, que conta apenas com zabumba, triângulo e caixa.

LEIA MAIS:Confira a programação dos blocos e escolha o seu

Caramuela estreia este ano tocando forró Foto: Pedro Damasio / Divulgação / Agência O Globo

— A maioria dos blocos de carnaval toca forró e xote com instrumentos do samba, como tamborim, cuíca e cavaquinho, entre outros. A gente quis fazer diferente e manter o ritmo — diz Igor, anunciando que o bloco vai em cortejo da Central do Brasil, no Centro, em direção ao Méier, na Zona Norte: — A gente escolheu se apresentar no Méier porque a Zona Sul e o Centro já são contemplados com muita cultura. A Zona Norte é mais esquecida”.

A ex-mulher e parceira de Dominguinhos, Anastácia, de 80 anos, é madrinha do Caramuela e vai marcar presença para brincar (e cantar) com os foliões no Méier.

Anastácia vai se apresentar com o Caramuela Foto: Pedro Damasio / Divulgação / Agência O Globo

O carnaval tem ritmos para todos os gostos — e não é de agora. O Sargento Pimenta, um dos maiores blocos do Rio, está completando dez anos. O grupo, que começou a tocar em Botafogo, na Zona Sul, ficou famoso por levar o rockn’roll inglês dos Beatles para as ruas.

— O bloco surgiu de amigos com a ideia de unir mundos. A gente toca baião, xote, maracatu, funk... vários estilos com as músicas dos Beatles — afirma um dos fundadores, Leandro Donner, de 31 anos: — Queremos diversidade. Nem todo mundo gosta de rock, mas pode gostar só de ouvir no ritmo de samba. Os que amam rock acabam gostando de carnaval por causa do Sargento. É gratificante ver o bloco crescer.

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Toca Raul: rock no carnaval Foto: Divulgação / Agência O Globo

Já para os que preferem música brasileira, o Toca Raul agita as ruas do Centro do Rio com um repertório só de canções de Raul Seixas. Fundado em 2011, o bloco conta com 14 músicos no palco na Praça Tiradentes.

 — Nossa infância foi marcada Raul Seixas. A gente se juntou para fazer esse bloco e arrecadou dinheiro para o nosso primeiro desfile, em 2012, através de crowdfunding — conta um dos fundadores, Eduardo Marques, de 42 anos: — Este ano vai ser de resistência, com toda essa política e censura. Estamos ansiosos e não vamos recuar. O tema do bloco é ‘Faze o que queres’. Vai ser bonito.

Toca Raul homenageia o Maluco Beleza Foto: Divulgação / Agência O Globo

Para quem quer algo mais agitado e (ainda mais) animado, sem ser samba, pode escolher o Bloco da Anitta. Conhecido como Poderosas, toca só funk e músicas da cantora. Além dele, o Bloconcé promete arrastar os fãs da diva do Pop, Beyoncé, pelas ruas do Rio. Como o carnaval é para todas as idades, os fãs de Roberto Carlos não precisam se preocupar: tem um bloco só de músicas do Rei, o Exalta Rei, que embala os foliões com clássicos como “Emoções”, “Detalhes” e outras canções famosas.

PARA TODOS OS GOSTOS

Funk

Bloco das Poderosas

  • Dia: 29 de fevereiro
  • Local: Centro - Primeiro de Março
  • Horário: 7h

Fervo da Lud

  • Dia: 25 de fevereiro
  • Local: Centro - Primeiro de Março
  • Horário: 8h

MPB

Estratégia

  • Dia: 15 de fevereiro
  • Local: Largo de São Francisco de Paula - Centro
  • Horário: 8h

Chá da Alice

  • Dia: 15 de fevereiro
  • Local:: Rua Sacadura Cabral, 49, Saúde
  • Horário: 15h

Empolga às 9

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  • Data: 16 de fevereiro
  • Local: Praia de Ipanema, em frente ao Posto 9
  • Horário: 14h

Rock

Sargento Pimenta

  • Data: 24 de fevereiro
  • Local: Aterro do Flamengo
  • Horário: 10h

Toca Raul

  • Dia: 23 de fevereiro
  • Local: Praça Tiradentes
  • Horário: 16h

Bloco do Rock

  • Data: 15 de fevereiro
  • Local: Praça Tiradentes
  • Horário: 18h

Brega

Fogo e Paixão

  • Data: 24 de fevereiro
  • Local: Largo São Francisco de Paula, no Centro
  • Horário: 8h

Sertanejo

Chora, me liga

  • Data: 15 de fevereiro
  • Local: Centro
  • Horário: 8h

O Globo segunda, 10 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020: ENREDO DA MOCIDADE SOBRE ELZA SOARES

 

Enredo da Mocidade sobre Elza Soares ganha exposição na Biblioteca Parque Estadual

A partir desta segunda (10), espaço recebe público em mostra com vídeos, fotos e fantasias do desfile deste ano
 
 
Elza Soares no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1976 Foto: Sebastião Marinho
Elza Soares no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1976 Foto: Sebastião Marinho
 
 

RIO — Faltando menos de duas semanas para os desfiles das escolas de samba na Sapucaí, os amantes da folia já estão precisando controlar a ansiedade. Mas quem estiver quase no limite pode esquentar um pouco os tamborins com a exposição “Elza Deusa Soares”, que a Mocidade Independente de Padre Miguel abre hoje na Biblioteca Parque Estadual, no Centro.

 
Este ano, a agremiação da Zona Oeste fará na Avenida uma celebração a uma das grandes divas da MPB. E decidiu investir num aquecimento para o seu desfile exibindo algumas das fantasias desenhadas pelo carnavalesco Jack Vasconcelos para o desfile do próximo dia 24. Vídeos e fotos que contam a trajetória de Elza pelos olhos da Mocidade também serão expostos, além do trono em que a cantora se sentou no abre-alas em 2019.

— A Elza gera interesse no grande público por si só, mas a exposição ajuda a despertar ainda mais a expectativa sobre o desfile — acredita Jack Vasconcelos, que pela primeira vez expõe seu trabalho antes de o desfile acontecer.

Outro aspecto da iniciativa da Mocidade, segundo o carnavalesco, é a conexão estabelecida entre o ambiente popular da folia com o universo, em princípio, erudito de uma exposição, ainda muito vinculada a determinada visão sobre quem frequenta museus.

— Para grande parte da população, carnavalesco não é artista. Mas há uma mudança, acredito eu. A internet permite que as pessoas acompanhem todo o processo de criação, durante muitos meses. Há também mais veículos de mídia cobrindo a preparação dos desfiles — diz.

Quem for à exposição, cuja entrada é gratuita, também vai encontrar um material explicativo sobre o desenvolvimento do enredo, que parte da origem humilde da homenageada na favela de Moça Bonita, atual Vila Vintém. Também haverá um sorteio de um par de fantasias, além de rodas de bate-papo com personalidades da escola, do samba e da cidade.

 

Taisa Ferreira, do Departamento Cultural da Mocidade, conta que os itens levados ao público foram reunidos basicamente com o material que a escola já havia conseguido sem o reforço do acervo pessoal de Elza. Afinal, são mais 40 anos de relação entre a escola e sua musa, que já foi do posto de puxadora, nos anos 1970, ao de rainha de bateria, em 2010.

— Foi uma iniciativa arriscada, ainda mais em tempos de carnaval, mas ela merece. Assim como a Mocidade, Elza foi pioneira, brigou com Deus e o mundo para mostrar poder — celebra Taisa.


O Globo domingo, 09 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020: ESTANDARTE DE OURO VAI TER A CATEGORIA FERNANDO PAMPLONA

 

Estandarte de Ouro vai ter a categoria Fernando Pamplona, que incentiva uso de material barato

Pamplona já aproveitou caixas de requeijão para fazer argola, em 1960
 
 
 
Desfile da Vila Isabel em 2012: criatividade de Rosa Magalhães foi o destaque Foto: Gabriel de Paiva/2012
Desfile da Vila Isabel em 2012: criatividade de Rosa Magalhães foi o destaque Foto: Gabriel de Paiva/2012
 
 

RIO - “Tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso” está para Fernando Pamplona como “Penso, logo existo” para Descartes. Assim como o filósofo e matemático francês, o carnavalesco pioneiro tinha uma frase que orientava seu trabalho. Para o mestre, que estreou há 60 anos, fazer fantasias e alegorias de grande efeito com material barato era essencial. E a capacidade de driblar a falta de dinheiro, este ano mais do que nunca, não será em vão: o Estandarte de Ouro, prêmio O GLOBO/Extra aos melhores do carnaval, terá a categoria especial Fernando Pamplona, para estimular quem enche os olhos do público com poucos recursos.

LEIA:Paulo Barros promete surpresa na Tijuca e fala sobre novas estrelas: ‘Minha vez vai passar’

O professor da Escola Nacional de Belas Artes se encantou com o Salgueiro ao ser jurado em 1959 e virou seu carnavalesco no ano seguinte. Estreou campeão, usando caixas de Catupiry para fazer argolas de guerreiros africanos. Integrou o júri do Estandarte de Ouro e, já afastado, ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra. Morreu em 2013. Em 1986, enredo da vermelho e branco em sua homenagem foi “Tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso", frase que ouviu do diretor de teatro Mário Brasini e adotou.

O carnavalesco Pamplona Foto: Daniela Dacorso
O carnavalesco Pamplona Foto: Daniela Dacorso

 

Seus discípulos aprenderam a lição. Maria Augusta, hoje jurada do Estandarte de Ouro, decorou pranchas de isopor com feltro numa ala de surfistas no enredo “Domingo”, na União da Ilha em 1977. A tricolor ganhou o prêmio do GLOBO de melhor escola e por um ponto não foi campeã no júri oficial. Rosa Magalhães criou na Vila Isabel, em 2012, a alegoria “Imbondeiro, a árvore da vida”, revestida de retalhos em cores fortes, conquistando o troféu de melhor escola.

Em 1999, a Mocidade levou o Estandarte de melhor escola trazendo um pierrô cuja gola era de copos descartáveis, criação de Renato Lage.

A entrega do Estandarte de Ouro será dia 13 de março, no Armazém 1 do Pier Mauá. Na ocasião, os autores de “... E o povo na rua cantando é feito uma reza, um ritual”, da Portela de 2012, receberão o prêmio “Samba da década”, escolhido por votação na internet.

Pamplona aproveitou caixas de requeijão para fazer argola em 1960 Foto: Reprodução
Pamplona aproveitou caixas de requeijão para fazer argola em 1960 Foto: Reprodução
 

Outros premiados

Além da categoria Fernando Pamplona, serão premiados escola, samba-enredo, bateria, enredo, comissão de frente, mestre-sala, porta-bandeira, inovação, personalidade, ala, ala das baianas, puxador, ala de passistas e destaque do público, no Grupo Especial; na Série A, escola e samba-enredo. No “Destaque do público”, internautas vão votar a partir de uma seleção feita pelos sites do GLOBO e do “Extra”. Na terça-feira, após a última escola, o leitor elegerá um item de uma das 13 agremiações do Grupo Especial.

VEJA:Cinco beldades estreiam no Grupo Especial no posto mais cobiçado da Avenida

Compõem o júri o jornalista Argeu Affonso, presidente; o escritor Alberto Mussa; o jornalista Aloy Jupiara; o empresário Bruno Chateaubriand; a cantora Dorina; o professor da Uerj Felipe Ferreira; o ator, produtor e escritor Haroldo Costa; o jornalista Leonardo Bruno; o produtor musical Luis Filipe de Lima; o pesquisador Luiz Antonio Simas; o jornalista Marcelo de Mello, coordenador; a professora e carnavalesca Maria Augusta; o músico Mestre Odilon; e a pesquisadora e escritora Rachel Valença. Ferreira e Rachel não julgarão a Série A.

Em 2021, prêmio terá a 50ª edição

Sempre tradição

O desfile era na Avenida Presidente Vargas; a Beija-Flor,uma escola modesta do Segundo Grupo; Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira, não tinha nascido quando o Estandarte de Ouro foi criado em 1972. Na sua 50ª edição, em 2021, quase nada vai lembrar aquele distante desfile em que o Império Serrano venceu com “Alô, alô, taí Carmen Miranda”. Mas o prêmio EXTRA/O Globo aos melhores do carnaval continua uma tradição.

 

Atrações

A comemoração terá prêmios especiais, conteúdos digitais exclusivos para os assinantes, lembranças dos premiados e enquetes, seguindo a tendência de abrir espaço à interatividade, que motivou a criação da categoria Destaque do Público em 2018.

Destaque

“O Estandarte formou uma galeria de notáveis. Ao submetê-los à votação popular,estaremos elegendo quem conseguiu o reconhecimento de especialistas na ocasião e ao mesmo tempo passou pelo filtro da história a ponto de se destacar até hoje. Será o melhor de 50 anos de carnaval” , elogia o jornalista Marcelo de Mello.

Autonomia

A principal diferença do Estandarte de Ouro para o júri oficial é que os jurados podem ignorar falhas técnicas se acharem que são detalhes num conjunto empolgante. No desfile do Cristo Mendigo,em 1989, a Beija-Flor abriu pequeno buraco e parte das alas se embolou. A Azul e branco ficou em segundo lugar, mas ganhou o troféu de melhor escola dos jurados do GLOBO.


O Globo sábado, 08 de fevereiro de 2020

OSCAR 2020 - QUER SABER COMO É A VOTAÇÃO?

 

Quer saber como é a votação do Oscar? Com a palavra, a jurada

Produtora Vânia Catani conta como é o trabalho de escolher os melhores filmes do ano, como integrante da Academy of Motion Pictures Arts and Science
 
 
Premiação do Oscar acontece no domingo (9), em Los Angeles Foto: Arte
Premiação do Oscar acontece no domingo (9), em Los Angeles Foto: Arte
 
 

A produtora Vânia Catani já participou de mais de 25 produções, como "O Palhaço", de 2011, e "O filme da minha vida", de 2017, e tem seu nome reconhecido no Brasil e no exterior. Não à toa, desde a edição do Oscar em 2019, ela é uma entre as oito mil pessoas escolhidas para votar na maior festa do cinema mundial, portanto, integrante da Academy of Motion Pictures Arts and Science ou, simplesmente, a Academia. No Ao Ponto desta sexta-feira, Catani conta como é o trabalho de escolher os melhores filmes do ano. Só não pode entregar em quem votou. Por isso, o critico de cinema e editor-executivo do GLOBO André Miranda também participa deste episódio e fala sobre suas apostas para a edição deste domingo (9). Ele também comenta as chances de "Democracia em Vertigem", um dos indicados para o prêmio de Melhor Filme Internacional.

O episódio também pode ser ouvido na página de Podcast do GLOBO. Você pode seguir a gente em SpotifyiTunesDeezer.

Publicado de segunda a sexta-feira, às 6h, nas principais plataformas de podcast e no site do GLOBO, o  Ao Ponto  é apresentado pelos jornalistas Carolina Morand e Roberto Maltchik, sempre abordando acontecimentos relevantes do dia.


O Globo sexta, 07 de fevereiro de 2020

CARNAVAL 2020 : CLAUDIA LEITTE, BANDA DE IPENEMA, SPANTA...

 

Claudia Leitte, Banda de Ipanema, Spanta... Rio tem fim de semana com 40 blocos oficiais; programe-se

Lista de cortejos já começa nesta sexta-feira e vai até domingo; Imprensa Que Eu Gamo e GB, em Laranjeiras, e ensaio do Bloco das Carmelitas também são alguns dos destaques
Banda de Ipanema é um dos destaques do fim de semana Foto: Fábio Guimarães em 5 de março de 2019 / Agência O Globo
Banda de Ipanema é um dos destaques do fim de semana
Foto: Fábio Guimarães em 5 de março de 2019 / Agência O Globo
 
 

RIO — Rio 40 blocos: a partir desta sexta-feira, até domingo, a cidade viverá um fim de semana de pré-carnaval para ninguém pôr defeito. Da Zona Norte à Zona Sul, do Centro à Zona Oeste, a extensa lista oficial de cortejos autorizados pela Riotur para estes três dias conta com desfiles dos mais tradicionais e procurados pelo público, como a Banda de Ipanema, o Desliga da Justiça, o Spanta Neném e o Imprensa que eu Gamo.

Há destaque, também, para o megabloco Carnaval Square, que levará Claudia Leitte e a bateria da Beija-Flor ao Centro. Outra boa notícia fica por conta da previsão do tempo: após dias de temporal, deve chover apenas de forma fraca e isolada durante a tarde de sexta, mas sábado e domingo devem ser dias ensolarados, com temperaturas podendo chegar aos 38 graus, um convite à folia. Prepare a fantasia, junte bastante purpurina e confete e programe-se.

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Claudia Leitte irá tocar no carnaval do Rio este ano, em bloco que deve levar 1 milhão de pessoas ao Centro no domingo Foto: Divulgação
Claudia Leitte irá tocar no carnaval do Rio este ano, em bloco que deve levar 1 milhão de pessoas ao Centro no domingo
Foto: Divulgação

 

Sexta-feira

Bloco dos Bancários Vestiu Uma Camisinha Listrada e Saiu Por Aí

O Bloco dos Bancários se concentra às 16h na Rua Miguel Couto, no Centro, na esquina com a Avenida Presidente Vargas. O público estimado pela prefeitura é de cerca de 800 pessoas.

Bloco da Harmonia

O Bloco da Harmonia começa a aquecer os batuques às 18h na Rua Pedro Lessa, altura do número 35, e depois desfila até a Avenida Rio Branco. É esperado um público de mil foliões.

Badalo de Santa Teresa

O G.R.B.C. Badalo de Santa Teresa também promete animar o pós-expediente nesta sexta-feira. A festa concentra às 18h no Largo das Neves em, Santa Teresa. Expectativa de mil pessoas.

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Sábado

Banda de Ipanema

A concentração para o primeiro desfile oficial do tradicionalíssimo Banda de Ipanema começa às 17h, na Rua Visconde de Pirajá, altura do número 61. Há expectativa de um público em torno de 50 mil pessoas.

Desliga da Justiça

O Desliga começa a tocar seus instrumentos cedinho, às 8h da manhã, na Praça Santos Dumont, na Gávea. Há expectativa de cerca de 7 mil foliões.

Spanta Neném

Ali perto, na Lagoa, às 11h, é a vez do tradicional Spanta Neném começar sua festa. Há expectativa de um público de 5 mil pessoas.

GB Bloco

O popular GB começa a aquecer os tamborins às 13h na Praça do Chorinho, em Laranjeiras. Um público de 5 mil foliões é esperado pela prefeitura.

Imprensa Que Eu Gamo

O Imprensa é outro cortejo tradicional que vai às ruas neste sábado. O bloco começa sua concentração às 13h, na Rua Gago Coutinho, altura do número 51, em Laranjeiras. Três mil pessoas são esperadas por lá.

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Bloco das Carmelitas

O ensaio do Bloco das Carmelitas acontece neste sábado, na Praça Tiradentes, no Centro do Rio. A concentração começa às 16h. O público esperado é de 2,5 mil pessoas.

Calma Amor

O ensaio do bloco Calma Amor, representante da Zona Norte do Rio, que costuma arrastar bastante gente, também acontece neste sábado. A concentração começa às 14h, na Praça da Rosa Fernandes, no Irajá. A expectativa é de 4 mil foliões na festa.

 

Os 20 de Ouro do Mestre Odilon

O bloco Os 20 de Ouro do Mestre Odilon também promete animar a Zona Norte. A bateria começa a aquecer Às 16h, na Estrada do Rio Jequiá, altura do número 482, no bairro Zumbi, na Ilha do Governador. Sete mil pessoas são esperadas na batucada.

Domingo

Bloco Carnaval Square

No domingo, a lista de cortejos começa cedo, com um megabloco que deve arrastar uma verdadeira multidão. O início do Bloco Carnaval Square está marcado às 7h da manhã, na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, e terá como atração Claudia Leitte, a bateria da Beija-flor, e a banda da Nova Orquestra. A expectativa da Riotur é de um público de 1 milhão de pessoas.

Bloco Me Esquece

Às 10h, tem início a concentração do tradicional Me Esquece, na esquina da Rua Pacheco Leão com a Rua Jardim Botânico. O cortejo deve arrastar um público estimado de 10 mil pessoas até a Praça Santos Dumont.

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Me Chama

O Bloco Me Chama começa a se concentrar às 9h, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca. A prefeitura espera por um público em torno de 10 mil pessoas.

Banda Amigos da Barra

Logo depois, às 13h, o bloco da Banda Amigos da Barra começa a aquecer os batuques, também na Avenida Lúcio Costa, na altura do posto 4 da Praia da Barra da Tijuca. A prefeitura espera um público de aproximadamente 15 mil pessoas.

Bloco Foliões do Rio

O Foliões do Rio promete levar muita música sertaneja à Zona Norte. A concentração começa às 14h, na Praça Jerusalém, na Ilha do Governador. Há expectativa de 4,5 mil pessoas.

CONFIRA: A AGENDA COMPLETA COM OS BLOCOS QUE SAEM NESTE FIM DE SEMANA E NOS PRÓXIMOS DIAS


O Globo quinta, 06 de fevereiro de 2020

CAIPIRINHA DE BANANA E BAR QUE SÓ VENDE CERVEJA

 

Novos sabores: de caipirinha de banana a mais um bar que só vende cerveja

Depois de dez anos em Botafogo, o boteco Colarinho ganha filial em Copacabana
 
 
 
 Se você não vai ao melhor bar do mundo, o melhor bar do mundo vem até você. Número 1 do ranking das premiações “The World’s 50 Best Bars” e “Tales of the Cocktail” em 2019, o Dante NYC, de Nova York, abre uma filial temporária no Astor. Também diante do mar, o restaurante do Grand Mercure, em Copacabana, está novinho em folha. O que você vai saber melhor abaixo.
 
 
 

Para bebericar com vista para o mar

Grand Mercure Copacabana: novo restaurante no terraço Foto: Divulgação/Carla Alves
Grand Mercure Copacabana: novo restaurante no terraço Foto: Divulgação/Carla Alves

O restaurante do hotel Grand Mercure (3545-5400) está de cara e menus novos. Com vista para o mar, o Vizu tem tábuas de petiscos para compartilhar (como a de espetinho de picanha, linguiça, coração de galinha, drumet e queijo coalho, a R$ 80) e drinques como a diferente caipirinha de banana (R$ 28).

Colarinho ganha filial em Copacabana

Colarinho: carne-seca com aipim e coalho Foto: Divulgação
Colarinho: carne-seca com aipim e coalho Foto: Divulgação

Depois de dez anos em Botafogo, o boteco Colarinho acabou de ganhar uma filial em Copacabana (3489-9989), quase no Arpoador, com 24 torneiras de chopes artesanais, carta de coquetéis clássicos e petiscos como tábua de carne-seca com aipim e queijo coalho (R$ 64,90), além de feijoada de sexta a domingo (R$ 74,90, para dois).

Vá com muita sede (e nada de fome) ao pote

Noi Tijuca Foto: Divulgação/Photo Honorato
Noi Tijuca Foto: Divulgação/Photo Honorato

Já ouviu falar em “tap room”? Pois saiba que eles estão cada vez mais na moda. São espaços que só vendem cerveja, e nada de comida. Esta semana, a Noi inaugurou um no Tower Park, na Tijuca (98405-3388), com dez opções da marca de Niterói. Entre elas, Bionda (pilsen), Avena (belgian pale ale) e Fiorella (IPA), a partir de R$ 9.

Comida e arte de verão no casarão do Cosme Velho

Kátia Hannequim (combinado árabe da foto, com quibe, esfirra de carne, cafta e tabule) Foto: Divulgação/Guiga Lessa
Kátia Hannequim (combinado árabe da foto, com quibe, esfirra de carne, cafta e tabule) Foto: Divulgação/Guiga Lessa

Nomes como Kátia Hannequim (combinado árabe da foto, com quibe, esfirra de carne, cafta e tabule, R$ 48), The Curadoria (hambúrguer, R$ 36) e Monique Gabiatti (paella, R$ 59) ocupam o Solar dos Abacaxis a partir de hoje pelo projeto “Estação Solar”. Por três meses, o casarão colonial do Cosme Velho vai abrir de sexta a domingo (em horários diferentes), com revezamento de chef a cada semana, além de atrações de arte, cultura e até baile de carnaval. A entrada é gratuita.


O Globo quarta, 05 de fevereiro de 2020

VASCO ESTREIA NA SUL-AMERICANA

 

Vasco estreia na Sul-Americana à espera de brilho de Talles Magno

Atacante ainda não teve atuação de destaque em 2020; time enfrenta o Oriente Petrolero
 
 
 Em um Vasco ainda atrás de identidade coletiva, o talento individual serve de válvula de escape, a chave mestra que abre as portas do jogo. O problema é que Talles Magno, teoricamente o principal responsável por essas soluções que independem de entrosamento, ainda não deu o ar da graça de fato nesta temporada. Nesta quarta-feira, às 21h30, contra o Oriente Petrolero, em São Januário, pela Copa Sul-Americana, o jovem terá mais uma chance para estrear de fato e amenizar a falta de resultados do time.

Há razões para o desempenho abaixo do esperado. O principal é a mudança tática idealizada pelo técnico Abel Braga. Mais centralizado e recuado, o garoto é mais meia do que ponta nesta temporada. Ele está mais suscetível à marcação, com menos oportunidades para ficar no um contra um. Sua distribuição de jogo teve lampejos nas primeiras rodadas do Estadual, mas não é nada perto do que o Vasco precisa para convencer o torcedor.

Com Vanderlei Luxemburgo, a equipe atuava à base dos contra-ataques, um jogo reativo que partia em transição veloz da defesa para o ataque. Isso também beneficiava o jogador de passadas largas e dribles na direção do gol. Agora, com a tentativa do Vasco de ter maior posse de bola e atuar no campo do rival, o cenário para Talles Magno muda.

Outro fator que justifica as atuações discretas é o tempo parado depois da lesão muscular que sofreu no começo de novembro, atuando pela seleção sub-17. O problema não foi dos mais graves, mas fez com que ele ficasse cerca de dois meses parado, emendando recuperação e férias. O jogador de 17 anos está levando certo tempo para retomar o ritmo de jogo ideal.

Até agora já são quatro partidas em 2020, sem gols ou assistências. Para o Vasco começar a brilhar este ano, seria bom que o garoto que impressionou a torcida vascaína e crítica ano passado brilhasse também.

 

Para o goleiro Fernando Miguel, titular esta noite, é hora de o Vasco acordar.

— Nada melhor que um jogo grande desses, em uma competição que gera expectativa, para começarmos a crescer na temporada — afirmou o jogador.

Em relação à escalação, a grande novidade pode ser a entrada de Vinícius entre os titulares. O atacante de 18 anos tem agradado o técnico Abel Braga e pode aparecer no lugar de Marrony.


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