Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
O Globo sexta, 15 de janeiro de 2021
LEANDRO HASSUM: NÃO FAÇO FILME PARA CRÍTICOS, MAS PARA O POVÃO
'Não faço filme para críticos, mas para o povão', diz Leandro Hassum
Celebrando 30 anos de carreira com duas peças, filme e série, comediante diz que hoje todos programas humorísticos têm viés político: ‘Meu humor é outro’
Despedindo-se de um ano “ruim para todo mundo”, Leandro Hassum iniciou 2021 celebrando três décadas de carreira e com uma notícia animadora: a comédia “Tudo bem no Natal que vem”, que ele protagoniza e estreou na Netflix em dezembro, ficou por quase um mês entre os dez filmes mais vistos na plataforma em todo o mundo. Mas não é só em filmes — e ele já começará a rodar outro em março — que o ator vem marcando gols desde que se afastou da TV aberta: em julho, começam as gravações, para o Multishow, do seriado de humor “Casa Paraíso” (ambientado num asilo); no próximo semestre estreia a segunda temporada do talk-show “Tá pago”, no TNT; sua voz chega em breve à telona na dublagem de Gru, na animação “Minions 2: a origem de Gru”; e, neste fim de semana, estreia duas peças inéditas no Teatro das Artes: “Zé e Nina — A história de uma amizade” (espetáculo infantil, a partir de amanhã) e “É nóix família” (que começa temporada hoje). Tranquilo, de bem com a vida, prefere evitar assuntos polêmicos. “Sou muito paquerado pelo mundo”, brinca o ator, de Orlando, nos EUA, onde vive com a mulher e a filha.
Filmes, peças, streaming... Sua jornada na TV aberta acabou?
De uns tempos para cá, a TV começou a investir num viés de humor nichado, de mesa de Baixo Leblon. O “Zorra Total” antes era muito criticado pelas classes A e B, que diziam que aquilo era um humor barato, chulo, do exagero. Para mim, isso é uma incoerência. Aquele tipo de humor sobrevive há 40 anos. O bordão é um tesouro nacional e é com o que o público da TV aberta se identifica. De uma hora para outra, todos os programas humorísticos passaram a ter um viés político... Não acho ruim, mas não gosto. Em paralelo, o cinema e o streaming passaram a ser muito sedutores, buscavam o popular que sei fazer. Cheguei a um momento que sou muito paquerado pelo mundo.
Você não fala de política?
Não falo de política nem assunto baixo-astral. Sou meio ignorante politicamente falando. Lógico que tenho minhas posições, mas não vou brigar com aquele tio que pensa diferente nem trabalhar com isso. Tem gente que faz isso muito bem, eu não. Meu tipo de humor é outro. Também não sei imitar nem contar piadas. Sou contador de histórias. Quer que eu faça algo diferente, me leva para outro lugar. Mas, se é um filme de humor e não quer minha assinatura como comediante, nem me chama. Criei uma forma de fazer humor que é minha, nunca traí meu público. Isso me rende muita porrada, “lá vem mais um filme histriônico”. Não faço filme para críticos, mas para o público, o povão, sei exatamente para quem faço.
Está no humor de identificação, quero que a pessoa se veja na minha história. E o público espera o improviso, o inesperado. Nisso eu sou bom, consigo sair e voltar para o texto, surpreendo até quem está em cena comigo. Mas não é roubar a cena e ferrar o colega, e, sim, fazê-la crescer. O improviso não pode empurrar para fora da história, senão vira egocentrismo e gracinha. Isso não acho bom.
Após sua perda de peso, há quem diga que você perdeu também a graça... Como é isso para você?
Fiz uma transição física há seis anos e tem gente que fala que virei gordofóbico... Eu fazia piada comigo, não com gordo. Durante 40 anos fui gordo, e fui um gordo feliz. Operei por uma questão de saúde. Minha fala agora é de quem “está aqui, mas já esteve aí”. Mas as pessoas gostam de criticar, dizem que você ficou velho, feio, acabado, que perdeu a graça. Num primeiro momento, fiquei revoltado com as críticas, mas terapia resolve. Pouquíssimas pessoas me apoiaram quando decidi fazer a cirurgia, diziam que isso atrapalharia minha carreira. Mas eu sabia que meu talento não estava na barriga, mas no meu trabalho. A barriga pode ser uma piada, mas não sustenta um filme, um programa. Não busco a unanimidade. Aprendi a lidar com isso, mas é um processo longo. Passaram seis anos e ainda estou falando disso. A Betty [Faria] me disse “para de falar sobre isso, senão sua barriga vai virar a cenoura do Mário Gomes”. Mas minha experiência é uma história de superação. Com 40 anos, aprendi a surfar, que era um grande sonho e eu achava que não faria, pois não caberia em cima de uma prancha.
Elisa Pinheiro e Leandro Hassum em "Zé e Nina" Foto: Janderson Pires / Divulgação
Agora, no teatro, você estreia uma peça infantil e uma adulta. Do que se trata “Zé e Nina”?
Comecei no Tablado e fiz teatro infantil com contexto, lúdico, nada de peça infantiloide. A peça segue esse caminho, é uma adaptação de uma animação australiana adulta que eu e Elisa Pinheiro, com quem trabalhei em “Tudo bem no Natal que vem” e divido a cena de novo, gostávamos. Tiramos temas complexos, como a pedofilia, e a transformamos numa história que fala sobre a amizade, o respeito às diferenças, a partir da relação entre duas pessoas solitárias, uma menina de 9 anos e um senhor autista de 60, que se comunicam por cartas. É uma história divertida e emocionante.
E “É nóix família”?
Tenho uma forma muito peculiar de contar histórias de família. Venho do subúrbio [da Ilha do Governador] e, ao contar as minhas próprias histórias, conto histórias da família brasileira. Todo mundo já fez aquela viagem roubada em família, quem tem filhos sabe o que é viajar com criança... Gosto de chamar de um show de humor e não stand-up, que parece que sempre vem junto com a ideia de um humor “de coió”, que parece que o comediante tá sempre meio puto, dizendo um “não entendo gente que...”. Não gosto disso. Em um momento, abro para a plateia e faço perguntas, no improviso. Brinco junto, não debocho. Sempre achei que quando só um ri e o outro fica constrangido, não é piada.
O Globo quinta, 14 de janeiro de 2021
ZÉ KÉTI COMPLETA 100 ANOS COM A VOZ DO MORRO E MUITO MAIS
Zé Kéti completa 100 anos como a voz do morro e muito mais
Autor de clássicos do samba ganha shows no CCBB que celebram seu centenário e ajudam a dimensionar seu papel mais amplo na cultura brasileira
Silvio Essinger
14/01/2021 - 03:30
O cantor Zé Kéti (1921-1999) Foto: Marco Aurelio Olimpio / Divulgação
RIO - Pergunte sobre Zé Kéti a quem é do samba: a resposta pode se estender por horas. Natural do Rio de Janeiro, o cantor e compositor, que morreu em 1999, deixou uma obra que serviu a intérpretes do quilate de Luiz Melodia, Nara Leão, Jair Rodrigues, Jamelão, Paulinho da Viola e Elza Soares. E foi um dos grandes personagens da cultura brasileira do século XX, ao ajudar a aproximar morro e asfalto no musical “Opinião” (1964, de Augusto Boal), e participar de obras fundamentais do cinema nacional como “Rio 40 graus”, de Nelson Pereira dos Santos. No filme, de 1955, Kéti fez de tudo um pouco —foi ator, forneceu músicas para a trilha e cozinhou para a equipe de filmagem.
— O Zé Kéti é um compositor brasileiro que merecia ser mais observado, porque tem uma obra popular vastíssima e sucessos impressionantes, como “Mascarada”, “Diz que fui por aí”, “Nega Dina”... e, é claro, “A voz do morro” (dos versos “eu sou o samba / a voz do morro sou eu mesmo, sim, senhor), que é até hoje o grande número final do shows de samba — diz o fundador do Samba do Trabalhador, Moacyr Luz.
O músico é uma das estrelas da série de shows “100 anos da voz do morro”, que acontece de hoje a domingo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio para celebrar o centenário do artista (que se completa em 16 de setembro).
Segundo Geisa Ketti, filha, guardiã e inventariante da obra de Zé Kéti, a iniciativa da produtora Stella Lima, encampada pelo CCBB, será uma das poucas homenagens que o pai deve receber neste ano do centenário.
— Em 2020, iniciamos um documentário com o meu irmão José Carlos, mas ele veio a falecer em maio, vítima de Covid, e tudo parou — lamenta. — No final do ano nós começamos a nos mobilizar com alguns amigos para iniciar a construção de um site que provavelmente vamos conseguir lançar em fevereiro. Estamos à cata de depoimentos e de fotos. E chamamos amigos do Brasil todo, de Portugal e da Argentina para fazerem rodas de samba em homenagem a Zé Kéti.
Na obscuridade
Apesar de ter feito muito sucesso nos anos 1950 e 60 (em 1967, ele lançou um dos grandes clássicos carnavalescos, a marcha-rancho “Máscara negra”), Zé Kéti passou as décadas seguintes na obscuridade. Em 1996, o cantor Zé Renato surpreendeu a todos ao lançar o CD “Natural do Rio de Janeiro”, só de composições do sambista.
— As pessoas conheciam as músicas dele, mas não sabiam que eram dele. De uma certa forma, o disco apresentou o Zé Kéti a uma geração — acredita Zé Renato, que amanhã apresenta na série do CCBB, com o pianista Cristóvão Bastos, o show “Zé Kéti e o cinema”. — Tem esse lado de ele ser um cronista, de trazer para as músicas dele as pessoas com quem convivia, mas ele compunha melodias com desenhos cheios de surpresas, que desembocam num lugar maravilhoso. Zé Kéti era muito sofisticado.
Para o diretor Cacá Diegues, com quem Zé trabalhou em “A grande cidade” (1966), ele foi “um dos fundadores do Cinema Novo”.
— É dele o hino inaugural, “A voz do morro”, uma canção que iluminava as imagens de “Rio 40 graus”, a primeira obra e guia do movimento que revelava o Brasil no cinema, como ele era de fato. E depois, ele ainda participou de “Rio Zona Norte”, “O desafio” e “A grande cidade”, filmes decisivos no início do Cinema Novo. Não satisfeito, Zé Kéti foi adotado por Nara Leão (no “Opinião”) e acabou adotando-a como instrumento do canto popular que se impôs à bossa nova.
Zé Kéti (à direita), com Maria Bethânia e João do Vale no espetáculo "Opinião" Foto: Arquivo
Dos pioneiros da bossa, o cantor e compositor Carlos Lyra tornou-se até parceiro de Zé Kéti, nos tempos do “Opinião”, no “Samba da Legalidade”, que os dois só gravariam em 1994.
— Zé era uma figura ímpar. Fomos fazer um show na Unicamp a convite do (dramaturgo) Chico de Assis e ele me apareceu sem violonista, pois sabia que eu faria show e que sabia todas as suas músicas— recorda-se Lyra.
Da geração de sambistas que se projetava na Lapa no começo dos anos 2000, João Cavalcanti (que abre hoje a série do CCBB hoje, em show com seu trio e a cantora Fabiana Cozza) observa que Zé Kéti “logrou fazer com que suas crônicas alcançassem ouvidos que eram alheios a ele”:
—Eu cansei de ver, na ocupação cultural da Lapa, a galera cantando “Acender as velas” (que fala do doutor que “chegou tarde demais porque no morro não tem automóvel pra subir”). Certamente essa galera, na qual me incluo, não passou por aquilo que a letra diz. Mas a gente estava levando adiante uma voz que tinha sido silenciada reiteradamente. As crônicas do Zé Kéti, infelizmente, continuam muito atuais.
O Globo quarta, 13 de janeiro de 2021
ESPETÁCULO DE PURURUCA: DE MINAS PRO RIO, COM PARADINHA EM SÃO PAULO
Espetáculo de Pururuca: de Minas pro Rio, com paradinha em São Paulo
Difícil resistir ao petisco caipira que faz a pele do porco 'explodir' em delícia; veja onde comer
O Globo
11/01/2021 - 03:30 / Atualizado em 11/01/2021 - 17:31
A porcopoca da Casa do Porco, em São Paulo Foto: Divulgação/Mauro Holanda
Renda-se a este roteiro se você é do time que ama um bom porquinho no prato, em especial aquele que tem sua pele pururucada (frita no óleo quente, para explodir!) e crocante. Servido inteiro depois de assar por horas ou com as tiras da barriga fritas em suculentos torresmos, o suíno - à pururuca! - faz as honras nas cinco casas a seguir:
A Casa do Porco
O Porco San Zé, da Casa do Porco Foto: Divulgação/Mauro Holanda / www.mauroholanda.com.br
Essa pururuca é lá de São Paulo, mas não poderia faltar num roteiro que se preze sobre... porco: da Casa do Porco, açougue-bar comandado pelo chef Jefferson Rueda. Considerado o melhor restaurante do Brasil e o 4º da América Latina pelo The World's 50 Best, o local serve a "verdadeira pururuca" no petisco Porcopoca (R$ 19, a porção):
- A "porcopoca" é a pele do nosso porco cozida e frita no óleo bem quente; quando ela pururuca (estoura) não dá vontade de parar de comer, é como pipoca - diz o chef.
Outra técnica usada na cozinha de Rueda é o processo de vitrificação - etapa anterior ao pururuca: a pele do porco não estoura, devido à alta temperatura utilizada no cozimento da proteína. A técnica é usada no Porco San Zé (R$ 65), carro-chefe local, em que o porco é assado inteiro e tirado do forno quando a pele está bem dourada e crocante.
Rua Araújo 124, República, São Paulo - (11) 3258-2578. Seg a sáb, das 12h às 17h e das 18h às 22h. Dom, das 12h às 17h. Reservas pelo (11) 3258-2578.
Málaga
Leitão à bairrada, do Málaga Foto: Divulgação
O Leitão à Bairrada, como manda a tradição portuguesa, é o carro-chefe do discreto restaurante no Centro do Rio e de acordo com seu dono, Marcos Alonso, foi o que "salvou" o restaurante, que reabriu para o público em julho, nos últimos meses de pandemia do novo coronavírus. O leitãozinho, assado lentamente por oito horas até pururucar (por isso tem que ligar e reservar), é servido inteiro (R$ 650, para 6 a 8 pessoas), acompanhado de batatas portuguesas e farofa, ou porcionado para uma pessoa (R$ 120). Dá para visitar a casa na hora do almoço ou então encomendar para viagem, no sistema take-away.
Rua Miguel Couto 121, Centro - (21) 2233-3515. Seg a sex ( exceto feriados), das 11h30 às 17h.
Bode Cheiroso
O torresmo do Bode Cheiroso Foto: Divulgação
Alguém lembrou de torresmo? No bar Bode Cheiroso, no Maracanã, o petisco é um clássico e concorrido: a tira da barriga do porco é suculenta e sai em levas de 40 unidades, a cada 40 minutos, a partir das 16h. A unidade está R$ 8, mas vai aumentar nos próximos dias, saindo por R$ 10, cada. Vale cada real investido.
Rua General Canabarro 218, Maracanã - 2568-9511. Qui a sáb, das 11h às 20h. Dom, das 11h às 16h.
Empório Santa Fé
Torresmo de pancetta Foto: Divulgação
No menu da casa na Praia do Flamengo está o torresmo de pancetta (R$ 35). Na criação do sócio João Aragão, a barriga de porco é incrementada com picles de cebola roxa da casa e goiabada artesanal apimentada, que fermenta por dias até chegar ao ponto ideal de picância.
Praia do Flamengo 2, Flamengo (no final da Rua do Russel) - 2205-0633. Dom e seg, das 11h30 às 17h. Ter a sáb, das 11h30 às 23h.
Càm O'n Thai Food
O Mee Leuang Pad See Ew Foto: Divulgação
Um restaurante tailandês vendendo prato com porco à pururuca? Pois é. Quem achou que isso era coisa de mineiro, precisa conhecer o Mee Leuang Pad See Ew (R$ 48), prato típico do Sul da Tailândia, na versão da chef Ana Carolina Garcia. Ele é preparado na wok (panela clássica da culinária asiática) com barriga de porco à pururuca, egg noodles, ovo mexido e molho à base de shoyu. Acompanha molho ácido picante, à parte.
Midtown Shopping. Av. das Américas 5.001, loja 164, Barra da Tijuca. Ter a qui, das 11h30 às 22h. Sex e sáb, das 11h30 às 15h e das 17h30 às 22h30. Dom, das 11h30 às 15h.
O Globo terça, 12 de janeiro de 2021
BRUNA MARQUEZINE FALA SOBRE DEPRESSÃO
Bruna Marquezine fala sobre depressão: 'Não tem hater meu que consiga competir comigo mesma! Eu sou pior!'
Atriz conta que a ensinaram a que 'o certo era construir uma imagem perfeita' no começo da carreira
O Globo
12/01/2021 - 08:54 / Atualizado em 12/01/2021 - 10:00
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine abriu um diálogo importante (e urgente) ao colocar o tema depressão na pauta. Em entrevista exclusiva à ELA, a atriz, de 25 anos, afirmou que é "lamentável" as pessoas terem resistência de falar sobre a doença. "Minha primeira terapeuta me disse uma coisa que me marcou muito. Ela observou que a depressão é uma porta numa parede que, até então, você via completamente branca. Era uma parede, sem nada. Uma vez que você identifica que está com um quadro depressivo, você começa enxergar essa porta, você pode até sair desse lugar, mas você nunca mais vai ver a parede totalmente branca. Sempre vai ver a porta lá. No primeiro momento, isso me destruiu! Poxa, eu preferia ver a parede branca pelo resto da vida!", contou Bruna.
Tempos depois, a jovem mudou seu ponto de vista:
"Após muitas sessões de terapia, de trocar de profissional, de crescimento, de aprender e viver, eu mudei a minha opinião. Hoje, não penso mais assim. Acho bom ver a porta. Outro dia, conversei muito com a roterista Natália Klein. Falamos de como tudo é para ontem, como a gente vive num estado de ansiedade, tudo é para agora. Se você não fez, já foi, já perdeu! Sempre é um desespero. Nas artes, então... existe uma cobrança de se superar, trazer algo novo, fazer melhor! E a gente já não aprecia as coisas, tudo fica frio. Contei para ela sobre a teoria da minha terapeuta e de quanto fiquei mal com ela na época. A Natália fez uma analogia ótima. Disse que saber que tem depressão é como você entrar num lugar, ver uma barata e ela sumir! Tem gente que não liga se ela desapareceu. Eu prefiro ter a barata no meu campo de visão do que não saber onde ela está! É melhor saber o que você pode fazer a respeito, do que você ignorar e viver apreensivo porque a qualquer hora pode ser pego de surpresa".
E atriz encerrou afirmando que ajuda "muito mais quando falo sobre esses assuntos do que quando estou de bonita no meu Instagram". "Eu adoro quando vejo as pessoas que eu admiro falando sobre as suas dores, suas vulnerabilidades... E quando você se identifica, quando você se fortalece porque vê que o outro passa pela mesma coisa... Quando falei sobre depressão, algumas pessoas me olharam como quem diz para não falar sobre aquilo, para guardar para mim. Eu entendo que era numa movimentação de me proteger, mas me proteger do quê? Se o maior problema era a depressão e não o olhar do outro diante do que estava enfrentando ou tinha enfrentado. Esse é um assunto constante nas minhas sessões."
O Globo segunda, 11 de janeiro de 2021
RISOTO DE PALMITO PUPUNHA: VEJA O PASSO A PASSO DA RECEITA
Risoto de palmito pupunha: veja o passo a passo da receita
Chef Malu Mello ensina prato saboroso e prático, e sem carne, que fica pronto em 20 minutos
O Globo
11/01/2021 - 04:23
Risoto de palmito pupunha da chef Malu Mello Foto: Divulgação
A chef Malu Mello diz que "nunca é demais ter um palmito pupunha in natura na geladeira":
— É um ingrediente que serve para várias receitas fáceis e saudáveis, como o risoto de arroz de palmito, que leva 20 minutos para ficar pronto. Pá-pum.
Abaixo, confira o passo a passo da iguaria vegetariana.
Risoto de pupunha
Ingredientes:
500g de arroz de palmito;
Sal e pimenta-do-reino a gosto;
Páprica picante a gosto;
Meia taça de vinho branco;
1 cebola picada ;
2 dentes de alho, picados;
Azeite, duas colheres de sopa;
Cebolinha a gosto;
150g de parmesão ralado
Preparo:
Em uma panela ou frigideira, coloque o azeite, a cebola e refogue por alguns minutos. Acrescente o alho, deixe mais um minuto. Acrescente o vinho e, em seguida, o palmito. Deixe cozinhar por uns oito minutos. Acrescente o parmesão, mexa e desligue. Acrescente a cebolinha e, se quiser, cogumelos ou cottage/cream cheese. Tempere com sal e pimenta-do-reino.
O Globo domingo, 10 de janeiro de 2021
LUIZA TOMÉ: AOS 59 ANOS, ATRIZ FALA DE RELACIONAMENTOS E SE DIVERTE COM CIÚME DOS FILHOS
Aos 59, Luiza Tomé relembra 'Riacho doce', fala de relacionamentos e se diverte com ciúmes dos filhos
ANNA LUIZA SANTIAGO
Luiza Tomé (Foto: Reprodução)
Assim como os telespectadores, Luiza Tomé está tendo a chance de matar as saudades da Francisca de "Riacho doce", que acaba de desembarcar no Globoplay. A minissérie, de 1990, teve gravações em Fernando de Noronha:
- Nunca mais voltei lá. As pessoas perguntam o porquê. É porque eu tenho uma história tão mágica com aquele lugar. Tinha um único hotel, o Esmeralda. Eu e Valéria Alencar dividíamos quarto. Não dava para ficar um em cada um. Quando eu chegar lá e encontrar vários hotéis, vou ficar feliz, mas também vai doer o coração. Eu conheci o lugar muito virgem. A gente começava a gravar 5h, para pegar aquela luz linda do nascer do sol. Tinha um penhasco alto, onde a gente dançava à noite. Eram só a luz da lua e a do lampião. Se você dormisse tarde, tipo meia-noite, acordava no dia seguinte zerada, pronta para o trabalho. Não sei se era a qualidade do ar, o visual, tudo...
Na trama, Vó Manuela (Fernanda Montenegro) amaldiçoava Francisca para impedi-la de ficar com o pescador Nô (Carlos Alberto Riccelli). Foi o primeiro projeto de Luiza depois do estrondoso sucesso como Carol em "Tieta" (1989).
- Eu acabei fazendo muitos trabalhos por causa de "Tieta". Foi uma bênção, me deu muito retorno. Com isso, resolvi comprar meu apartamento. Mas aí eis que aparece no jornal que o Fernando Collor pegou todo o nosso dinheiro (em 1990). Eu ia comprar uma cobertura pequena, gostosa. Estava feliz da vida. Ficou todo mundo com o dinheiro preso. Era o sonho do primeiro apartamento. Eu quase desmaiei. A personagem Francisca veio para me acalentar. Só consegui comprar uns dois anos depois. Recuperei o fôlego, consegui fazer comerciais, fiz o "Caminhão do Faustão" (quadro do "Domingão") também - relembra.
Por causa dessas e de outras personagens, Luiza acabou sempre associada ao rótulo de símbolo sexual, algo que perdura até hoje. Aos 59 anos, ela se diz incomoda com esses comentários.
- Me deixa envelhecer! Eu estou envelhecendo. Outro dia alguém comentou numa foto: "Você está cheia de pé-de-galinha". Claro que estou, só tem pé-de-galinha quem está vivo. Sou uma pessoa cuidadosa, disciplinada. Sabe quantos quilos engordei na quarentena? Zero. Eu sou uma coroa bacana, enxuta, mas não dá mais (para ser símbolo sexual).
Atualmente, Luiza está envolvida no projeto de um monólogo baseado no livro de Claudia Tajes "Louca por homem", com direção de Rogelio Fabiano. Ela se apresentou virtualmente durante a pandemia. Agora, a equipe busca patrocínio para estrear num teatro este ano.
- A personagem Graça é meio camaleoa, vai se transformando conforme suas paixões - resume Luiza.
Por falar em romances, a atriz, de 59 anos, está solteira ("nem sei há quanto tempo, pula essa parte", brinca). Ela se separou do empresário Adriano Facchini em 2012 e, desde então, teve três namorados.
- O cara tem que acrescentar muito, ser bacana. As pessoas olham e falam: "Mulher tão bonita, está sozinha". Pois é, isso é um absurdo. Como não encontrar alguém legal? - diverte-se. - Eu fico pensando: "Será que o problema sou eu, que sou chata, maluca?".
Luiza é mãe de Bruno, de 23 anos, e dos gêmeos Adriana e Luigi, de 17. Segundo a atriz, os meninos são muito ciumentos.
- O negócio aqui é puxado. Eles perguntam: "Vai sair com quem? Vai aonde? Mas já saiu com ele alguma vez? Mostra foto. Conhece há quanto tempo?". Eu brinco que me separei e ficaram dois pentelhinhos atrás de mim. Então, quem estiver comigo tem que gostar de mim e deles. E eles têm que gostar do cara também. Uma vez, eles amaram, acharam perfeito, tudo de bom. Mas eu, não - conta, às gargalhadas.
Luiza Tomé (Foto: Reprodução)
O Globo sábado, 09 de janeiro de 2021
MOQUECA BAIANA: CONHEÇA OS SEGREDOS E A RECEITA
Aula nova: conheça os segredos e a receita da moqueca baiana
As chefs Andressa Cabral e Ísis Rangel ensinam a preparar o prato e conversam sobre suas origens afro-baianas
Fabio Codeço
08/01/2021 - 06:59 / Atualizado em 08/01/2021 - 10:33
Andressa Cabral e Isis Rangel: uma aula sobre a moqueca e suas origens Foto: divulgação
Misture o tempero arretado da baiana Ísis Rangel às raízes africanas de Andressa Cabral e veja o caldo que dá. No vídeo aí embaixo as duas estrelam a mais nova aula da série Rio Gastronomia 10 anos. Na lição de hoje, a dupla de chefs – proprietárias do Sabores de Gabriela e o do Meza, respectivamente – divide a bancada para falar do feliz encontro entre África e Bahia através de um prato que é a cara do Brasil: a moqueca.
- É o azeite de dendê que liga toda essa história – comenta Ísis.
Com o auxílio de Andressa, ela prepara o tradicional ensopado brasileiro numa versão com peixe, camarão, tomate, cebola, leite de coco, coentro e, claro, dendê – o toque afro-baiano da receita. Numa conversa apimentada e cheia de brincadeiras, as duas vão desvendando os segredos deste clássico da culinária nacional.
- Qual é o segredo para uma boa moqueca? – indaga Andressa.
- A moqueca boa é aquela feita por baiano. Você não vai conseguir fazer – cutuca Ísis, que emenda, desta vez a sério: - O segredo é usar os ingredientes certos em proporções adequadas. Às vezes você come uma moqueca pesada e acha que é o dendê. Mas o leite de coco tem muita gordura e se colocar muito, fica pesado.
- E é o dendê que leva a culpa! – rebate Andressa.
Numa panela de barro, Ísis dispõe todos os ingredientes em camadas para, só então, irem ao fogo e cozinharem juntos. No processo, os sucos vão se soltando dos insumos e os sabores se juntando até formar um caldo saboroso e aromático. Outra dica preciosa da baiana é bater os tomates com a cebola antes do preparo. Assim, eles formam uma base que, além de dar sabor, vai ajudar a garantir uma textura mais cremosa ao caldo da moqueca. O ponto do camarão é outro aspecto importante.
- Ele cozinha muito rápido. Por isso, é posto só nos minutos finais. Senão, cozinham muito e ficam duros.
As chefs comentam ainda sobre a versatilidade do prato, que pode ser feito com os mais variados ingredientes, de pescados a vegetais. E descobrem que compartilham do gosto por uma variação bem incomum: a moqueca de caju maduro.
Quem quiser se aventurar na cozinha e criar sua própria versão pode usar essa mesma receita como base. Seja siri, lagosta, banana ou palmito, o importante, Ísis ensina, é ficar atento ao tempo de cozimento do ingrediente escolhido.
O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.
Receita de moqueca de peixe com camarão
1Kg de camarão limpo
1kg de peixe limpo (em filé grosso ou em postas)
3 cebolas médias
5 tomates maduros
1maço de coentro
3 limões
100ml de azeite de dendê
200ml de leite de coco
200ml de água
Sal a gosto
Azeite de oliva a gosto
Modo de preparo
Lave o camarão com água e limão. Deixe escorrer numa peneira.
Faça uma salmoura juntando o suco de dois limões, 100ml de água e sal. Coloque os pedaços de peixe nessa salmoura e deixe marinar por 15 minutos. Reserve.
Bata no liquidificador 50ml de água, três tomates, duas cebolas e um pouco do coentro. Coloque o peixe numa panela e cubra com este molho que resultou dos temperos batidos. Depois, acrescente o leite de coco e regue com o azeite de oliva. Em seguida, coloque o azeite de dendê e o suco de um limão. Por cima de tudo, coloque o restante do tomate e da cebola cortados em rodelas.
Leve ao fogo e deixe cozinhar por 10 minutos até que o peixe cozinhe um pouco. Em seguida, coloque os camarões e deixe cozinhar só até ficarem rosados (cerca de 3 minutos). Desligue o fogo, salpique coentro e sirva com arroz branco e farofa de dendê.
O Globo sexta, 08 de janeiro de 2021
QUEIJOS ARTESANAIS BRASILEIROS: SAIBA QUAIS OS MELHORES À VENDA ON-LINE
Saiba quais são os melhores queijos artesanais brasileiros, à venda on-line
Reconhecimento e prêmios internacionais reforçam bom momento de queijos nacionais, que ganharam uma leva de lojas especializadas
Luciana Fróes
08/01/2021 - 05:46 / Atualizado em 08/01/2021 - 10:42
Queijos artesanais brasileiros à venda na loja A Colheita Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Quando o júri do Mondial du Fromage, o mais importante concurso de queijos do mundo, em Tours, na França, concedeu três medalhas Super Oro (sim, “super”) para exemplares da Serra da Canastra (MG), a queijaria artesanal brasileira abocanhou uma fatia de peso no cenário mundial. Mais 58 exemplares brasucas faturaram junto ouro, prata e bronze, num páreo com mil queijos de 40 países. Nem só de Catupiry, requeijão e Palmyra vive a nossa queijaria.
A NATA DOS QUEIJOS ARTESANAIS BRASILEIROS
Cacauzinho: de leite de cabra maturado com cacau e toques de cumaru, a baunilha brasileira. Parceria com o chef Alex Atala Foto: Divulgação
erra da Canastra do Jacob, classico queijo da região, feito com dez litros de leite e peso entre 800 gr a 1k100 por peça medalha de prata na França Foto: DivulgaçãoGeada, terras altas da Mantiqueira. Leite cru de vaca, casca mofo branco e miolo cremoso. Sabor amendoado Foto: DivuglaçãoCanastra Pingo do Amor, um dos mias premiados e elogiados exemplares da Serra da Canastra Foto: DivulgaçãoCanastra com crosta de páprica,no Nosso Terroir Foto: Divulgação
Garnizé. Paulista de Itapetininga, meio adocicado, leva ervas como sáalvia, alecrim, manjericão Foto: DivulgaçãoAmbrosio: leite de búfala banhado em aguardente com mel e selado com a cera da abelha Foto: Divugação
— O grande avanço é que a queijaria artesanal brasileira não procura copiar ou adaptar queijos europeus. Faz autorais, únicos, cheios de brasilidades e tipicidades — diz Daniel Martins, do Queijo com Prosa, da Junta Local, que, nestes tempos pandêmicos, mantém loja virtual.
Estima-se em mais de 30 mil os pequenos produtores de queijo no país, que, aos poucos, podem ser apreciados em bons restaurantes e em casa, graças a uma leva de lojas especializadas em queijos até então bissextos. Vão chegando com a sua nomenclatura peculiar, como Bofete, Lua Cheia, Piazinho, Brisa, Geada, Estação, Cuesta, Garnizé, Arupiara, Cariri... Esses dois últimos do sertão da Paraíba.
— Os do circuito paulista, que costumam ser os mais caros, são de ótima qualidade, caso do Pardinho — exalta Cristiana Gurgel, produtora cultural que há cinco anos passou a pesquisar e trabalhar com queijos artesanais.
Foi quando conheceu o Ambrósio, feito de leite de búfala banhado em aguardente, mel e selado com cera de abelha. Sai por R$ 60 o quilo e é uma das estrelas do Queijomio, loja virtual que ela abriu em 2020.
Queijo artesanal na loja Na Venda, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
O Canastra, o mais famoso, custa de R$ 100 a R$ 130 o quilo. Patrimônio Cultural e Imaterial tombado pelo Iphan, tem suas normas: cada peça deve ser feita com dez litros de leite e pesar entre 800g e 1,100kg. Vários são conhecidos pelo nome do produtor, como os premiados Ivair e Jacob.
— A queijaria artesanal evoluiu muito. Não faz muito tempo, os produtores da Mantiqueira descartavam os queijos com mofo, achavam que estavam estragados. Com a ajuda de técnicos da Universidade de Lavras, aprenderam que o mofo dali, o “mofo branco”, traz leveduras iguais aos do roquefort francês — conta Altyr Pereira, do Nosso Terroir, que, além de vender queijos, defuma Canastra em madeira de macieira, laranjeira e pessegueira.
Ele lembra ainda que outro passo importante foi a regulamentação profissional do queijeiro afinador, que acompanha, ajusta e eleva a qualidade dos queijos. Na França, eles são essenciais.
Na Venda, mercadinho especialiado em queijos, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
O Rio conta com lojas com um bom garimpo. A Na Colheita é uma delas, com queijos de pequenos e microprodutores, que privilegiam rebanho solto e técnicas ancestrais.
— São produtores que buscam resgatar a tradição de suas regiões, conferindo aos queijos um terroir autêntico. O que dá personalidade a cada um é o pasto — diz Bruno Grossman, um dos sócios da simpática loja de Botafogo.
Na Venda, empório do Leblon com jeitinho de antigamente, as prateleiras abrigam 25 típicos queijos artesanais.
— Não faz muito tempo, ter uma loja com esse foco seria inviável. Não tinha como conhecer nem como comprar — diz Cristine Figueiredo, a caminho do aeroporto para pegar uma leva de Bello, queijo de casca lavada e recheio cremoso do Cerrado mineiro, que lembra o Serra da Estrela.
Com a ajuda desse time de faro fino, montamos um roteiro de degustação com os melhores queijos artesanais brasileiros.
Os melhores e mais premiados
Pingo do Amor: queijo da Serra da Canastra, produzido há cinco gerações, medalha de prata no Mondial de Fromage 2019. A partir de R$ 100, o quilo.
Queijo do Ivair: outra estrela da Serra da Canastra, premiado com a medalha Super Ouro no Mondial du Fromage 2019. A partir de R$ 100, o quilo.
Queijo do Jacob: um Serra da Canastra de valor, medalha de prata em 2019 no Mondial du Fromage. A partir de R$ 100
Queijo Senzala: primeiro queijo brasileiro premiado no exterior, é feito em Araxá. É um “tipo Canastra”, que não leva o nome pois é de outra região.
Alagoa: queijo que traz o nome da cidade onde é feito, na Serra da Mantiqueira. O que é produzido pelo Sô Batista já faturou medalha de prata no mundial da França, em 2019.
Queijo Fazendo do Cedro: da região do Serro. Medalha de Ouro no III e IV Prêmio Queijo Brasil.
Queijo Tulha da Fazenda Atalaia: um tipo de Canastra produzido em Amparo, São Paulo (Ouro no World Cheese Awards 2016)
Queijo Cuesta da Fazenda Sant’Anna: de Pardinho, Super Ouro no Mondial du Fromage 2019.
Cacauzinho: de leite de cabra maturado com mofos brancos, cacau e cumaru. Produção colaborativa com o chef Alex Atala. Medalha de Ouro no II e V Prêmio Queijo Brasil. R$ 21 (90g).
Lua cheia: feito na Serra das Antas, queijo mole, de textura aveludada com casca recoberta por carvão vegetal e mofo branco. Primeiro lugar no Prêmio Queijo Brasil (R$ 39, 50 a peça)
Ambrósio: de leite de búfala, do Vale do Ribeira (SP) banhado em aguardente com mel e selado em cera de abelha. (R$ 50)
Dionísio: lavado em vinho branco, cremoso e de paladar intenso. Feito em Itapetininga (SP), R$ 80, a peça.
Azul de Bofete: de leite de vaca, com mofo azul natural, é fermentado com kefir. Fazenda Bofete, SP (R$ 65)
Piazinho: de casca lavada, feito na Serra do Japi (SP) pela queijaria Pé do Morro. R$ 35, a peça.
Onde comprar
Na Venda:
Rua General Urquiza 67, Leblon (2848-8664). Seg a sáb, das 10h às 18h.
A Colheita:
Rua São João Batista 79, Botafogo (97030- 3231). Seg a sáb, das
9h às 16h.
Queijomio:
Entregas no Rio e em Niterói. 97233-7083. @queijomio.
Queijo com Prosa:
99754-2407, @queijocomprosa e queijocom prosa.com.br/loja.
Nosso Terroir:
98089-0919, https://nosso-terroir.web.app/core/layout/loja/catalogo, @nossoterroir. Entrega em todo Brasil
O Globo quinta, 07 de janeiro de 2021
MARÍLIA MENDONÇA: CANTORA COMENTA SOBRE MUDANÇAS DE SEU CORPO ANTES E DEPOIS DA GESTAÇÃO
Marília Mendonça comenta sobre as mudanças de seu corpo antes e depois da gestação
A cantora revelou ter descoberto a gravidez três meses após sua abdominoplastia e ainda compartilhou uma foto mostrando as estrias escuras que apareceram em sua barriga durante a gestação; Especialistas analisam o caso da sertaneja
Yasmin Setubal
06/01/2021 - 17:39 / Atualizado em 06/01/2021 - 17:42
Antes e depois de Marília Mendonça Foto: Reprodução
Na manhã desta quarta-feira, Marília Mendonça abriu o jogo sobre sua abdominoplastia realizada três meses antes de descobrir a gravidez e as mudanças que seu corpo passou desde então. Na ocasião, a cantora relembrou as especulações de que havia feito cirurgia bariátrica para emagrecer e esclareceu que, à época, conseguiu perder 20 quilos apenas com exercícios e boa alimentação, mas que optou pela plástica no abdômen por conta do excesso de pele na região.
"No início, eu gripava muito e precisava dar um jeito em minha vida. Fomos cuidando da saúde e consequentemente fui gostando do que estava vendo e perdi vinte quilos. Depois disso, comecei a me incomodar com uma coisa que nunca tinha me incomodado quando eu estava mais gordinha. A pele da minha barriga caiu, ficou muita pele mesmo. Eu tinha bastante barriga. Foi aqui que procurei a cirurgiã, eu não tinha engravidado ainda. Ela fez sem amarrar o músculo. Nessa época acho que ela falou em 2 kg de pele após emagrecer esses 20 kg. Fiz a abdominoplastia e coloquei o peito", relembrou ela.
Por conta da cirurgia, a sertaneja contou que decidiu parar de tomar o anticoncepcional, engravidando pouco tempo depois de já estar recuperada.
"Assim que me recuperei da cirurgia, deixei de tomar anticoncepcional devido ao procedimento e o Léo chegou, chegou chutando a porta. Engravidei coisa de um mês e meio depois de fazer cirurgia. Fiquei muito preocupada".
Fragilizada emocionalmente no começo da gestação de Léo, de 1 ano, a cantora descontou a ansiedade na comida, voltando a pesar mais 20 quilos. Marília ainda compartilhou uma foto mostrando as estrias escuras que apareceram em sua barriga enquanto gestante.
Marília Mendonça mostrou aos seguidores que apareceram estrias em sua barriga durante a gravidez Foto: Reprodução
Dois meses após o parto, vendo as consequências da má alimentação durante a gravidez, a cantora decidiu procurar o médico novamente para voltar com o programa de emagrecimento.
"Minha pele estava destruída. E a culpa não era só dos hormônios, também era da alimentação. Eu estava nem aí para a alimentação. Minhas costas estavam destruídas de acne. Eu lavava o rosto, e em dois minutos ele minava oleosidade. Comecei a me sentir fraca".
Opinião de especialistas
Cirurgião plástico há 25 anos, Alan Bernacchi afirma que não há risco algum em engravidar depois de a paciente passar por uma abdominoplastia, mas sugere que as mulheres pensem na possibilidade de se submeter a essa cirurgia plástica depois de já terem definido a prole.
— Quando a gente faz a abdominoplastia, a gente só mexe apenas na pele, na musculatura. Ou seja, é uma cirurgia superficial. A gente não mexe nos órgãos, no intestino, nada disso. Mas os cirurgiões plásticos dão preferência para aquelas mulheres que já não vão mais ter filhos, porque na gravidez vai esticar tudo de novo. Mas, claro, a gente pode ver de novo sem problema algum — diz o médico.
Sobre as estrias escuras que apareceram na barriga de Marília enquanto ela estava grávida, a dermatologista Mônica Azulay explica que é comum ver gestantes apresentando essas cicatrizes na região do abdômen por conta do estiramento da pele, principalmente as mães de primeira viagem e aquelas que engordam muito durante a gravidez. Mas a boa notícia é que há um tratamento para minimizar essas marcas.
— Tem total tratamento. Não é fácil, mas tem um resultado muito satisfatório para as minhas pacientes. Eu nunca prometo que vá voltar a ser 100% do que era antes, porque isso vai depender de como cada indivíduo vai responder ao tratamento, mas nos casos que não voltam totalmente, as estrias ficam muito sutis. Vale a pena procurar um dermatologista, porque todos os tipos de estrias, as vermelhas, as escuras e até as brancas, que são mais difíceis, têm tratamento — afirma.
O Globo quarta, 06 de janeiro de 2021
DIA DE REIS: APRENDA A PREPARAR A TRADICIONAL ROSCA DA SORTE
Dia de Reis: aprenda a preparar a tradicional rosca da sorte
Quem dá a receita (e ensina a simpatia!) para o clássico da data em homenagem aos três reis magos bíblicos é a Alda Maria Doces Portugueses
]
Bolo-Rei, Bolo de Reis ou Rosca de Reis. Os nomes da iguaria europeia que celebra o Dia dos Reis (os três reis magos bíblicos, Baltazar, Belchior e Gaspar) podem até variar. Mas a tradição é sempre a mesma: 6 de janeiro é dia de saborear este bolo clássico repleto de frutos secos e, se você curte uma simpatia, torcer para achar o brinde escondido dentro (reza a lenda que se você achar um brinde em sua fatia, terá sorte o ano todo; se achar uma fava, terá de cuidar do bolo do próximo ano) e desmontar a árvore de Natal.
Dona de receitas portuguesas tradicionais na família há nove gerações, a confeitaria Alda Maria Portugueses, em Santa Teresa, comandada por Alda Talavera Campos e suas filhas Liliana e Simone e especializada em confeitaria conventual, todo ano reserva parte de seus esforços de produção para preparar a iguaria clássica. As encomendas do bolo (a R$ 95) se encerraram na última segunda-feira, dia 5, mas ainda há unidades reservadas para pronta-entrega, no próprio dia 6 e no local (Rua Almirante Alexandrino 1.116, Santa Teresa - 2232-1330 ou 98542-1320, das 11h às 19h), para quem deixou a faina para a última hora.
- Um de nossos diferenciais é que não usamos frutas cristalizadas, optamos por frutos secos, como amêndoas, nozes, tâmaras, ameixa preta, passas e damasco. No ano passado, eu que encontrei a fava, por isso o bolo desse ano lá em casa é por minha conta! -, conta Simone Campos, que viu a irmã Lili, então grávida de seu sobrinho Bernardo, achar o brinde, símbolo de sorte.
Quem vai arriscar a preparar o Bolo de Reis em casa, uma boa notícia: Alda Maria liberou a receita de seu caderno de família exclusivamente para o público do Rio Show, que divulgamos a seguir! Não esqueça o brinde e boa sorte.
Bolo ou Rosca de Reis
Receita do caderno de família da Alda Maria Doces Portugueses
Bolo de reis Foto: Divulgação
450 gramas de farinha com fermento
70 gramas de açúcar
Casca de 1 laranja
Casca de 1 limão
130 ml de leite
3 gemas
25 gramas de fermento fresco
200 ml de suco de laranja
40 ml de vinho do Porto
350 gramas de frutas secas (podem ser substituídas por frutas cristalizadas)
70 gramas de manteiga
1 pitada de sal
Gema para pincelar
Modo de preparo:
Pese a farinha e reserve.
Na batedeira (espátula de pão), misture o açúcar com as cascas de laranja e limão. Adicione o leite e a manteiga e bata bem. Junte as 3 gemas, uma a uma, o suco de laranja, o vinho do Porto e por último o fermento. Misture bem. Com a batedeira ligada no mínimo, coloque a farinha aos poucos, em colheradas, para não empelotar. Por fim, adicione a pitada de sal. Bata até formar uma bola que desgrude das paredes da tigela.
Deixe a massa descansar, coberta e fora da geladeira, até dobrar de tamanho. Tire o ar com os dedos.
Inclua 250 gramas de frutos secos e misture em velocidade baixa.
Unte um tabuleiro com manteiga e farinha (pode ser de bolo ou uma assadeira em que dê para dar o formato de rosca). Não esqueça de colocar o brinde (geralmente, uma pequena peça de metal ou porcelana, embrulhada por proteção) e a fava (pode ser de baunilha, de ervilha, de feijão...) dentro da massa.
Pincele com a gema e coloque por cima dos 100 gramas de frutos que sobraram. Deixe a massa dobrar de tamanho e asse por 20 minutos, a 180°C, em forno pré-aquecido. Você pode polvilhar com açúcar de confeiteiro no final.
O Globo terça, 05 de janeiro de 2021
JARDS MACALÉ: QUANDO ESTAVA NOS PIORES MOMENTOS, CONTINUEI A PRODUZIR, PARA ME MANTER VIVO
Jards Macalé: 'Quando estava nos piores momentos, continuei a produzir, para me manter vivo'
Sucesso no streaming e tema de acalentada biografia, artista chega aos 77 anos recebendo homenagens e com três discos a serem lançados, um só de inéditas
Silvio Essinger
05/01/2021 - 03:30
O cantor e compositor Jards Macalé Foto: José de Holanda / Divulgação
RIO - Não tem muito tempo, Jards Macalé descobriu que “Soluços”, música de seu primeiro compacto, de 1970, conta com quase dois milhões de streams no Spotify. Está certo que a gravação entrou na trilha da novela “Amor de mãe”, mas não deixa de ser um feito e tanto para o artista que sofreu como poucos com a pecha de maldito em boa parte do seu mais de meio século de carreira.
— Fiz “Soluços” com 15 anos de idade, eu estava naquela fase em que, como dizia Nelson Rodrigues, você não sabe nem cumprimentar uma mulher! — ironiza o cantor, compositor, violonista, arranjador e ator que acaba de ter os seus 77 anos de vida esquadrinhados no livro “Eu só faço o que quero”, de Fred Coelho. — Descobri que sou mais ouvido em Portugal, nos Estados Unidos e na Rússia. Agora eu quero ser ouvido na China! Não sei onde é que está esse dinheiro (de direitos autorais do streaming), mas eu sou seguido por 33 milhões de pessoas no planeta. É mais do que um país inteiro! Agora estou esperando que Frank Sinatra me telefone.
Fiel à máxima de que “todo ser humano acaba criando a sua lenda, mesmo que não queira”, o artista ainda sim diz achar estranho que a sua “humilde figura de Don Quixote de La Mancha, quando muito Sancho Pança” tenha rendido um volume com mais de 500 páginas. Ao ler o livro, Jards Anet da Silva emocionou-se e riu, ainda mais nas vezes em que se viu confrontado com aquele tal de Jards Macalé, um personagem “anárquico entre aspas, que vai na emoção direta”:
— Eu tinha clareza do que estava fazendo, mas não do que estava acontecendo e de quais seriam as consequências. Só agora estou tomando consciência desse personagem.
Detalhe da capa do livro "Jards Macalé - eu só faço o que quero", de Fred Coelho Foto: Reprodução
Preparado para encontrar um biografado com uma fama de gauche que o precede, Fred Coelho teve surpresas logo que começou o trabalho:
— O Jards é um cara pontual e organizado, que tem um arquivo incrível. Ele sempre teve noção do lugar que ocupa na história da sua geração e da cultura brasileira.
Amigo, produtor e parceiro no grupo Dobrando a Carioca, o cantor e compositor Moacyr Luz também foi enganado pela imagem maldita de Macalé:
— Eu marcava oito e meia no aeroporto, ele chegava oito e vinte e ficava tirando onda de que era o mais pontual do grupo.
Altos e baixos
O livro acompanha as desventuras do carioca nascido na Tijuca, que passou a adolescência nas areias de Ipanema (onde herdou o apelido de Macalé daquele que era considerado um dos piores jogadores de futebol de sua época) e que cedo se viu no meio do turbilhão de renovação musical pós-bossa nova.
Aplicado estudante de música na Pró Arte, Jards acabou se misturando a turma dos baianos Caetano, Gil, Bethânia e Gal que desembarcava no Rio para o sucesso. Descolou-se deles na Tropicália e foi sensação em 1969, no Festival Internacional da Canção, com a performática “Gotham City” (“Cuidado! Há um morcego na porta principal!”).
— “Gotham City”, agora eu posso dizer, foi um desagravo meu e do (poeta e letrista José Carlos) Capinam à prisão de Caetano e Gil (pela ditadura militar) — conta Macalé que, antes de encontrar Caetano Veloso no exílio londrino e ajudá-lo nas gravações do Lp “Transa” (1972), foi gravado por Gal Costa (“Vapor barato”) e que, junto com a cantora, Capinam e Paulinho da Viola, fundou uma firma de empresariamento de artistas chamada Tropicart. — Havia a ideia bizarra que íamos salvar os restos da Tropicália na voz da Gal. Claro que fomos à falência!
Jards Macalé canta "Gotham City", música dele e de Capinam no Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, em 1969 Foto: Arquivo / Agência O Globo
Nos anos 1970, apesar da ditadura, Macalé fez, de fato o que quis. Como artista solo, gravou três LPs ousados e sofisticados, que conjugavam tradição e modernidade sem a preocupação de fixar-se a rótulos: “Jards Macalé” (1972), “Aprender a nadar” (1974, que ele lançou numa performance na barca Rio-Niterói ao fim da qual jogou-se na baía de Guanabara) e “Contrastes” (1977). No entanto, as dificuldades em lidar com as exigências de gravadoras, rádios e contratantes de shows o levaram a um longo período de escassez de espetáculos e discos de canções inéditas (“Let’s play that”, que ele gravou em 1980 acabou saindo apenas 14 anos depois). E a duas tentativas de suicídio.
— Em 1985 eu saí do ar — admite ele, seco. — Mas nunca parei de trabalhar, nunca parei de produzir. Quando eu estava nos piores momentos, continuei a produzir. Sem perspectiva, sem pensar em mercado, mas por compulsão, para me manter vivo. Ser um artista maldito, que era uma honra, acabou virando mesmo uma maldição. Algum tempo depois, eu fui ler no dicionário o verbete de “maldito” e me apavorei, é horrível. Quer saber? Maldito é a p.q.p.! E aí comecei a combater o maldito nesse sentido. Garrincha, Villa-Lobos, o próprio Tom Jobim, todos foram amaldiçoados. Quando João Gilberto morreu, alguém disse “oh!”?
Novos tempos
Mas em 2021 as coisas são bem diferentes para Jards Macalé. Ele tem três discos para sair: um só com canções de Zé Kéti, gravado em Nova York com o trio do pandeirista Sergio Krakowski; um de inéditas em parceria com o pianista João Donato (que grava em janeiro pelo selo Rocinante) e um de instrumentais, a ser feito para a gravadora Atração.
— É um dos maiores ícones de coragem e arte profunda e transgressora. A inquietude e irreverência da sua música sempre foram inspiração — diz Emanuelle.
Falando em gerações (ou melhor, degenerações, como ele prefere chamar), Macalé vê a sua como uma que “se cristalizou, bolou fórmulas, ganhou algum dinheiro e não quer mais sair da poltrona para não se incomodar”.
— Já essa nova degeneração é inquieta, eles querem saber o que aconteceu, o que está acontecendo, e querem fazer alguma coisa para acontecer. Eles são bons, não à toa que botaram a Elza (Soares) lá no espaço sideral (com o disco “A mulher do fim do mundo”, de 2015).
Presente tanto no disco de Elza quanto no de Macalé, Dinucci considera o mestre carioca “o grande herdeiro de João Gilberto”:
— Enxergo o Jards como a sua continuação, na interpretação e na invenção. O próprio João adorava vê-lo tocar. A primeira coisa que me vem à cabeça sobre ele é originalidade e pluralidade, uma facilidade para percorrer vários mundos — observa. — É um camaleão que vai se adaptando por onde passa, mas não de uma maneira passiva. É sempre transformando, sacudindo, desafinando o coro dos contentes.
O Globo segunda, 04 de janeiro de 2021
A FORÇA DO QUERER: IRENE ROUBA EUGÊNIO
'A força do querer': Irene rouba Eugênio
GABRIELA ANTUNES
Débora Falabella é Irene em 'A força do querer' (Foto: Reprodução)
Tudo acontecerá depois que a vilã for rejeitada pelo pai de Ivana (Carol Duarte). Mesmo correndo o risco de ser desmascarada por Garcia (Othon Bastos), que sabe que ela é uma assassina, Irene decidirá continuar no Brasil para tentar reconquistar Eugênio.
Um dia, o advogado estará parado com seu carro num sinal quando, de repente, a arquiteta abrir a porta e sentar ao lado dele no veículo.
- Nós já conversamos sobre tudo, não foi?
- Não, a gente não conversou - afirmará ela, indo para cima dele e tentando beijá-lo.
Incomodado com o comportamento da ex-amante, Eugênio irá estacionar e pedirá que ela desça do carro. Diante da recusa dela, ele sairá do veículo para esperar ela descer.
Enquanto espera, Eugênio chamará um táxi e começará a conversar com o motorista. Nesse momento, ouvirá uma arrancada e perceberá que Irene foi embora com o seu carro.
Mais tarde, a vilã ligará para Mira (Maria Clara Spinelli) para contar seu plano:
- Estacionei num lugar que ele nem imagina. Não adianta ter chave reserva. Vai ter que vir aqui (na casa dela), se quiser ter de volta. Ou então chamar a polícia. Eu ia adorar!
O Globo domingo, 03 de janeiro de 2021
FERNANDA VENTURINI: EM PLENA FORMA AOS 50 ANOS, LANÇA PROGRAMA PARA QUEM QUER PERDER PESO E GANHAR SAÚDE
Fernanda Venturini, em plena forma aos 50 anos, lança programa para ajudar quem quer perder peso e ganhar saúde
Ex-levantadora tem rotina multiesportiva e exibe corpo sarado nas redes sociais; ex-jogadoras contam como driblam as sequelas do esporte profissional para se manterem em forma
Carol Knoploch
03/01/2021 - 04:00 / Atualizado em 03/01/2021 - 08:56
Fernanda Venturini superou a depressão após a aposentadoria com reposição hormonal, alimentação saudável e exercícios Foto: Arquivo pessoal
Fernanda Venturini, de 50 anos, fala rápido. Sempre foi assim, desde os tempos em que brilhava nas quadras de vôlei. Ela não tem tempo a perder. Enquanto conversava com O GLOBO para esta reportagem, se preparava para encarar mais uma aula de kitesurf. Atualmente, a ex-jogadora de vôlei faz musculação, frescobol, dança e bike. Volta e meia joga beach tênis, faz standup padldle, salta de paraquedas e voa de paraglider.
Mãe de Júlia, de 19 anos, e Vitória, de 11, ela afirma, "com toda a certeza do mundo", que está forte e saudável como nunca esteve na vida. Mesmo e principalmente se comparado com a época das quadras.
Solteira, após separação do técnico Bernardinho, com quem esteve casada por 25 anos, Fernanda, com 63 quilos em 1m80, entra 2021 com novos planos: ajudar os outros a ganhar saúde e bem estar. Ela lança no próximo dia 7 (às 20h) programa em seu canal no Youtube ("14 Minutos de Saúde com Fernanda Venturini) e terá apoio de profissionais da área médica, preparação física, nutrição e coaching.
— Se seu mindset for fixo nem perca seu tempo. Agora se tiver a cabeça aberta vai adorar — desafia Fernanda, que vai entrevistar médicos e contar histórias de superação. — Agora é minha hora de trabalhar. Antes, casada, eu cuidava das coisas do Bernardo e ele trabalhava. Eu ficava mais em casa. Ajudar os outros a ganhar saúde é o meu propósito da vida agora.
Fernanda conta que sua vida mudou radicalmente há um ano. Quando se aposentou definitivamente das quadras, após temporada com o time de Bernardinho em 2011/2012, ela lutou contra a depressão. Mal administrava as dores no joelho e a dificuldade para se exercitar
— Tomava antidepressivo e usava um implante hormonal, o chip da beleza, no bumbum. Estava tudo errado. Conheci um médico que é contra a gestrinona (hormônio sintético) e, fazendo seus cursos, aprendi como o corpo funciona. Tirei o implante, mudei minha alimentação, fiz modulação hormonal e com isso minhas dores sumiram e ganhei gás para voltar aos esportes — relata Fernanda, que diz que se sente rejuvenescendo, "voltando no tempo".
Ela explica que está conectada com médicos da nova geração e que começou a fazer tratamentos como ozonioterapia (administração de gás de ozônio no corpo para tratar alguns problemas de saúde), GH (com hormônio do crescimento), jejum intermitente (por umas 20 horas), entre ouros. Ao mesmo tempo, cortou radicalmente o carboidrato e o açúcar.
Em seu Instagram, ela mostra o corpão enquanto curte as praias do Rio, onde mora. Também exibe suas façanhas esportivas e atividades prediletas.
Ex-levantadora do vôlei agora joga frescobol Foto: Arquivo pessoal
— Sei que este tema (reposição hormonal) é polêmico mas essa é a minha experiência. Passei a mostrar meus progressos na minha rede social e muita gente começou a se inspirar. Por isso, surgiu a ideia do canal para ajudar os outros. Amo esporte e quero fazer até o resto da minha vida.
Luta contra o desgaste
A ex-central Ida, de 55 anos, 66kg e 1m78, vai logo avisando:
— Não estou forte como a Fernanda, mas estou magra, saudável e bem. Passei da fase de ser gostosona. Coloco uma roupa e me sinto bonita. Me gosto— fala a ex-jogadora, que já foi capa da Playboy, em 1996.
Ela, que tem dois filhos e um neto, explica que gosta de atividade física e que sempre a incluiu na rotina. Mas odeia academia de ginástica. Costuma dizer que passou uma vida inteira puxando ferro e não tem paciência para fazer o mesmo agora. Hoje, ela prefere se exercitar ao ar livre, fazer funcional.
Ida, em Portugal, em foto feita pela filha, Carol: "Me gosto" Foto: Carol Alvares
Quando largou as quadras, experimentou esportes diversos, de Corrida de Aventura (aquelas que duram dias e chegam a 500km) à canoa havaiana. Hoje entrou para a turma do beach tênnis. Em Lisboa, onde mora, administra grupo em Whatsapp com mais de 60 praticantes, e em 2021, quer dar aulas.
— Lá o esporte não é tão difundido —constatou Ida, formada em Educação Física. — Estou bem de ombro e joelho (risos). Me cuido, tenho uma alimentação saudável, sem glúten. Mas não sou exagerada em nada.
Ida faz parte de uma geração de jogadoras “cobaias” que hoje convivem com sequelas nos ombros e, principalmente, nos joelhos. Precisam driblar as limitações e a dores para se manterem em forma e saudáveis.
Como Isabel Salgado, de 60 anos, mãe de cinco filhos (um adotado) e avó de cinco. Ela diz que precisa fazer exercício para não ter limitações físicas. Seus joelhos foram castigados na época que jogava profissionalmente e agora a impedem de maiores esforços ou de experimentar novas modalidades. Ainda assim, não é páreo para muitas meninas de 20 e poucos anos.
Magra e forte, ela corria na praia quatro vezes na semana, ia na academia, jogava vôlei, e fazia caminhadas na areia. Ela sempre se cuidou. Mas o novo coronavírus mudou toda a sua rotina.
Isabel, 60 anos, voltou a treinar para manter a boa forma e cuidar do joelho. Foto: Leonardo Aversa : Leo Aversa / Leo Aversa
Isolada em um apartamento no Jardim Botânico, ela não conseguiu manter o ritmo. Não tinha vontade, paciência. Disse que entristeceu diante de tanta desgraça. E agora, acha que está pagando um preço alto:
— A pandemia foi um horror, acabou com o meu joelho porque tive de parar de fazer tudo. Mas não posso reclamar diante de tantas coisas horríveis que aconteceram. Esse coronavírus, que não escolhe vítima, é desesperador. Mas, muito mais desesperador é o governo Bolsonaro — cutuca Isabel, que há três meses iniciou trabalho de eletroestimulação de corpo todo para se fortalecer novamente, além da academia convencional. — Minha lesão no joelho é complicada, rompi o ligamento cruzado e operei há muito tempo. Eu preciso fazer exercício para não perder os músculos da coxa. Mas agora, com essa nova onda da Covid-19, estou com muito medo. Preferia correr ao ar livre mas ainda não consigo. Não vou a restaurante, não saio... só treino mesmo porque preciso.
A eletroestimulação, sem impacto, tem dado resultados. Ela já ganhou 1,5 quilo de músculos e perdeu 3% de gordura. Está com cerca de 69kg em 1,80m. Exigente, ela quer mais. Diz que quer voltar ao corpo de março, quando tinha estabilidade nos joelhos para fazer o que quiser. Isabel foca na saúde e não entra nessa cobrança da mulher estar em forma pela beleza:
— Quero ficar longe disso! Tenho vontade de me manter bem fisicamente para desfrutar a vida, andar na areia, dar meu mergulho. Atividade física para mim é fundamental. Se eu não cuidar da minha lesão, vou ter problemas sérios. Estou tentando evitar nova cirurgia. Mas também tenho muito prazer quando suo. Me faz bem, para a cabeça inclusive. Sempre fiz algo, desde quando parei de jogar. Sempre estive na areia. A areia sempre me ajudou muito.
Foi Vera Mossa quem levou Isabel para a eletroestimulação. Ela também convive com dores nos joelhos mas, diferentemente da amiga, não se manteve em plena atividade desde que abandonou as quadras. Vera, com 56 anos, teve mais um filho, a Luiza, hoje com 18 anos, depois de aposentada. Ela é mãe de Edinho, de 39 anos, e Bruninho, de 34, levantador da seleção brasileira.
Musa absoluta da sua época, ela quis se dedicar à filha integralmente e os exercícios físicos ficaram em segundo plano. Ainda assim, fez academia por muitos anos, adorava spinning, e descobriu a acrobacia em tecido.
— Sempre tive receio de forçar ainda mais os meus joelhos — admite a ex-jogadora que hoje está com 65kg em 1m83. — Fomos cobais na nossa época e nos arrebentamos muito.
Há três meses, ela frequenta a academia TecFit para fazer eletroestimulação. Estava muito magra e agora ganhou músculos. Diverte-se ao contar que pela primeira vez na vida "está com coxas". Vera sempre foi longilínea.
— Para uma mulher de 56 anos estou ótima. Saudável, ganhando músculos e empolgada.
É que, segundo ela, esta academia tem projeto de montar uma equipe master de vôlei para a disputa dos Jogos Pan-americanos. Com a pandemia, a competição que aconteceria em setembro de 2020 no Rio, com cerca de 15 mil atetas, em 24 modalidades, foi cancelada. Ela ainda não sabe como essa história vai terminar mas admitiu que, se a equipe puder treinar com bola, ela toparia a empreitada.
— Ia ser muito legal. Tenho condições de estar ainda mais forte e isso me estimularia a jogar. Sempre sonho que entro em um campeonato mas nunca sonho que estou jogando. Parece que ficou um vazio dentro de mim. Até por isso queria pegar na bola de novo para ver se preencho isso de alguma maneira.
Nesse time teria ainda Ana Maria Volponi, de 53 anos, 78kg e 1m81, mãe de duas meninas, gêmeas, de 21 anos. Ela se aposentou em 2004, esticando a carreira como líbero (era ponta).
Todo o ano, com exceção de 2020, joga torneios de vôlei master, mesmo com problemas nos joelhos.
— Foram seis cirurgias! — lembra ela, que hoje faz eletroestimulação, musculação, joga beach tênis e anda de bike.
Dona de uma escola de gastronomia e uma pousada, em Casa Branca, interior de São Paulo, a ex-jogadora organiza partidas de vôlei, na areia, em sua propriedade, e não tem dificuldade de arrumar parceiros. Mesmo durante a pandemia: são 25 atletas e ex-atletas na família.
— Esporte para mim é estar com quem amo e saúde. Queria estar com outro corpo? Sim, mas na minha idade já não é tão facil assim. Trabalho com comida e tento me controlar. Gosto da minha cervejinha e sinto prazer também em comer. Saúde também inclui a cabeça.
O Globo sábado, 02 de janeiro de 2021
SETE FILMES PARA COMEÇAR O ANO EM ALTO ASTRAL
Sete filmes para começar o ano em alto astral
Dicas do Bonequinho incluem histórias edificantes, comédias e animação
O Globo
02/01/2021 - 03:30
'Um sonho de liberdade' Foto: Divulga
'Xanadu'
Carlos Helí de Almeida
Que tal começar o ano com alguém contando (e cantando) em seu ouvido que é possível realizar seus sonhos, bastando para isso acreditar em seu potencial? O filme de Robert Greenwald (1980) é um amontoado de videoclipes (alguns brilhantes, outros nem tanto) amarrados por um fiapo de história que tem lá seus momentos de breguice irresistível. Nele, Olívia Newton-John (ainda quente do sucesso de “Grease”) interpreta Kira, uma das nove musas do Olimpo que se materializa entre os mortais para inspirar Sonny (Michael Beck), artista em crise criativa. É uma fantasia saltitante que promove a fusão de aspirações e gêneros musicais e que apontaria modismos e comportamentos da década que se iniciava, como patins e roupas de cores berrantes. Google Play e YouTube.
‘Harry e Sally — Feitos um para o outro’
Daniel Schenker
Billy Crystal e Meg Ryan na comédia romântica "Harry e Sally" Foto: Divulgação
O réveillon marca uma virada decisiva no relacionamento entre Harry e Sally, personagens de Billy Crystal e Meg Ryan nesta comédia romântica de Rob Reiner. É o momento em que finalmente assumem o amor que sentem um pelo outro após tantos desentendimentos. Rever o filme num instante tão difícil quanto o atual pode fazer com que o desgastado slogan “ano novo, vida nova” ganhe sabor especial. A revisita tende a distanciar o espectador das angústias do aqui/agora ao proporcionar um mergulho na nostalgia, potencializado pela trilha sonora repleta de canções emblemáticas, pelas referências cinematográficas, pelas imagens de Nova York e pelo charme do roteiro de Nora Ephron, que entrelaça as jornadas dos protagonistas com breves cenas com casais idosos. Amazon Prime.
‘Um sonho de liberdade’
Mario Abbade
O filme de Frank Darabont (1994) é inspirado em best-seller de Stephen King, que deixa o gênero terror de lado para contar uma história edificante sobre um homem condenado por um crime que não cometeu. Em vez de focar na busca pela liberdade e ficar atrelado às injustiças do sistema, o longa, com Tim Robbins e Morgan Freeman, ilustra o cotidiano do presídio e se concentra nas dificuldades de adaptação ao cárcere. Uma vez que o personagem se conforma com seu destino, firma-se a ideia de que não existe vida fora do presídio. “Um sonho de liberdade” se transforma então numa história de esperança e redenção, com direito a mensagem positiva de fazer chorar de felicidade e capaz de renovar a fé de que a justiça tarda, mas não falha. HBO, Now e YouTube.
Radha Blank estrela e dirige "The Forty-Year-Old Version" Foto: Divulgação
Tire as crianças da sala para ver a espirituosa e desbocada estreia na direção da atriz, dramaturga e roteirista Radha Blank (da série “Ela quer tudo”, baseada em filme de Spike Lee), que vive uma escritora do Harlem, Nova York. Prestes a completar 40 anos e sofrendo pela morte da mãe, ela experimenta trocar o teatro pelo rap. Mas, pouco à vontade nos dois universos, ela diverte os outros personagens, o espectador e a si mesma com sua inabilidade para fazer concessões. Comédia dramática em nostálgico preto-e-branco, tirando sarro de coisas sérias e com revigorante espírito de “vamos em frente que atrás vem gente”. Netflix.
‘Soul’
Simone Zuccolotto
A nova animação da Disney/Pixar, de Pete Docter (“Monstros S.A”, “Divertida Mente”), segue a fórmula da jornada do herói, trata de questões existenciais e conclui que não precisamos de tantos propósitos na vida, senão vivê-la. Serve para o período pandêmico e para toda existência terrena. Aliás, “Soul” é sobre a vida aqui na Terra e acolá no Além. É a história de um professor (na voz de Jamie Foxx) que queria ser músico. Quando consegue a chance da sua vida, tocar numa banda de jazz, é atravessado pela morte. No Além, conhece uma alma que não quer encarnar. Essa é deixa para várias questões físicas e metafísicas. É programa para toda a família munida de caixas de lenço de papel. Disney +. Leia a critica.
‘Vinicius’
Susana Schild
É melhor ser alegre que ser triste, pregava Vinicius de Moraes, nosso imenso poetinha, homem plural que deixou um dos legados mais ricos do cenário cultural brasileiro. Sob regência afinada de Miguel Faria Jr, podemos degustar, sempre com um sorriso, a relação deste criador incomparável com parceiros, amigos, admiradores, amores, familiares. É em tom maior que o ser humano Vinicius aparece em sua glória cotidiana. Sem medo de errar, desfrutar “Vinicius”(2005) é uma excelente forma de começar o ano. Como disse Ferreira Gullar, “Vinicius ajudou o brasileiro a ser mais feliz”. Impossível não concordar. Netflix.
‘O vento nos levará’
Ruy Gardnier
Filme 'O vento nos levará' Foto: Divulgação
Uma equipe de telejornal chega num remoto povoado do Irã para filmar os rituais fúnebres locais. Mas a anciã que deveria morrer para os ritos acontecerem permanece viva por dias, o que obriga a equipe a ficar esperando. Essa obra-prima de Abbas Kiarostami, Grande Prêmio do Júri em Veneza 99, trabalha magnificamente o descompasso entre a temporalidade da vida prática e o aberto da existência, nos fazendo abrir os olhos para a beleza e as imprevisibilidades da vida. Telecineplay.
O Globo sexta, 01 de janeiro de 2021
LUANA PIOVANI FALA DE NOVO TRABALHO, EM QUE VIVE UMA PROSTITUTA
Luana Piovani fala de novo trabalho, em que vive uma prostituta
THAYNÁ RODRIGUES
Luana Piovani (Foto: Reprodução)
Luana Piovani fez recentemente sua estreia numa obra de ficção produzida em Portugal. Na série "O clube", ela interpreta Michelly, uma brasileira de Minas Gerais que trabalha como garota de programa num clube local. Moradora de Lisboa, numa entrevista ao site por áudio do WhatsApp, a atriz diz que, curiosamente, frequentava o estabelecimento onde a série foi gravada e conheceu mulheres com a mesma ocupação:
— Por uma feliz sincronicidade da vida, sou frequentadora do Clube (nome fictício da boate), que se chama Elefante Branco na vida real. Fiz amizade com as meninas que lá frequentam e que lá trabalham. Eu as conhecia muito antes de ter sido convidada para fazer uma representando. Olha que loucura! A vida é uma piada, não é mesmo?
A primeira temporada terá oito episódios; a segunda, sete. Única brasileira do elenco, ela explica qual é o tema central da obra:
— "O clube" á uma minissérie que conta a história de uma disco club, a mais antiga aqui de Portugal. Trata-se de um lugar conhecido por ter mulheres que se prostituem.
Nos últimos meses, em suas redes sociais, Luana aguçou a curiosidade de seguidores e seguidoras. Na web, ela brinca com algumas características de sua personagem e com o fato de emprestar o corpo à sensualidade. Apesar de suscitar brincadeiras, a personagem também possibilita reflexões sobre a aparência. A artista, que recentemente escreveu no Instagram que não usou dublê de corpo, reforça que em vez de exibr o físico esculpido na academia, priorizou o real:
— Estou há 30 anos trabalhando com meu rosto e com meu corpo. Não tenho essa fixação por preocupação extrema com o corpo porque acho bom dar uma humanizada: uma barriga que tenha dobras, uma bundinha que seja um pouco mais mole... Acho bom que a personagem seja humana assim.
Dentre comentários elogiosos, que são a maioria, vez ou outra internautas deixam mensagens machistas em sua página virtual. A atriz conta que, se algo a incomoda, toma medidas:
— Eu acho os comentários gentis, os que eu não gosto eu apago. Confesso que não dou muita bola nem para muito aplauso nem para muita crítica. Então, está tudo certo.
O que vem exigindo mais atenção de Luana é seu novo projeto para os palcos portugueses. Em 2021, ela entrará em cartaz com uma peça sobre sua vida:
— Será no Teatro Coliseu. Eu estou produzindo um espetáculo teatral que tenho chamado carinhosamente de "Woman Show - Stand Up Music". É uma peça que conta histórias da minha vida costurada por canções.
Luana Piovani como Michelly em 'O clube' (Foto: Reprodução)
O Globo quinta, 31 de dezembro de 2020
BOLSONARO: NO QUE DEPENDER DE MIM, ABORTO JAMAIS SERÁ APROVADO
Bolsonaro: 'No que depender de mim, aborto jamais será aprovado'
Presidente lamentou em rede social a aprovação da legalização do aborto na Argentina
Adriana Mendes
30/12/2020 - 19:06 / Atualizado em 30/12/2020 - 20:31
Presidente Jair Bolsonaro ajeita máscara durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta quarta-feira a legalização do aborto na Argentina. Segundo o presidente, no que depender dele, o aborto "jamais será aprovado" no Brasil. Na madrugada, o Senado argentino aprovou o projeto de lei que permite que mulheres interrompam a gravidez até a 14ª semana de gestação.
"Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!", escreveu o presidente em rede social.
A lei é de autoria do presidente Alberto Fernandez, desafeto do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, não mencionou diretamente a decisão do país vizinho, mas em publicação no Twitter afirmou que sua missão é "educar para o planejamento familiar e lutar pelo fim da violência sexual".
"Agradeço a Deus por nosso país ser majoritariamente pró-vida. Nosso governo trabalha para proteger a vida de nossas crianças antes mesmo de elas nascerem. Essa é a vontade do povo. Essa é nossa missão: educar para o planejamento familiar e lutar pelo fim da violência sexual.", publicou Damares.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também usou uma rede social para criticar a medida aprovada no país vizinho. Ele classificou a liberação de "barbárie".
O Globo quarta, 30 de dezembro de 2020
JULIANA LOHMANN FALA DO NOVO PROJETO PARA MULHERES E DE PRESSÕES ESTÉTICAS
Juliana Lohmann fala de novo projeto para mulheres e de pressões estéticas
ANNA LUIZA SANTIAGO
Juliana Lohmann (Foto: Felipe Araujo Lima)
Na reta final de 2020, Juliana Lohmann está dedicada a colocar na rua o site Mulher Manifesta, que reunirá depoimentos de mulheres que viveram situações de violência. A ideia surgiu a partir das mensagens que ela recebeu em julho deste ano, após revelar um estupro e outros abusos.
- Estou em processo de finalização da estrutura visual do site. A gente vai ter não só os relatos, mas também conteúdos produzidos pela advogada Marina Ruzzi, falando sobre os ciclos da violência e a evolução das leis, e textos informativos da psicóloga Maria Migliari. A previsão é que em meados de janeiro esteja no ar. O Mulher Manifesta pode ser um ponto de encontro ou de retorno, no sentido de nós, mulheres, voltarmos para nós mesmas, para nossa potência e para nosso poder.
Juliana conta que, após tornar esses fatos públicos, recebeu um grande apoio. Mas também viu comentários sobre culpa da vítima e críticas à demora para falar:
- É triste, mas há pessoas que pensam isso. Às vezes a culpa nem é delas. Elas reproduzem coisas que foram ensinadas. Essas pessoas mostram a saúde do machismo. Ele está vivendo plenamente. Quando a gente bate no sistema, ele não vai ficar tranquilinho. Vai voltar com força.
A atriz, de 31 anos, afirma que a decisão de trazer o passado à tona é parte de um processo de autoconhecimento. Processo esse que também envolve, entre outras questões, a aceitação do próprio corpo:
- Desde que comecei a formar corpo, com 15, 16 anos, as pessoas já falavam para emagrecer. Isso aconteceu em vários trabalhos. Era muito usado o termo "fecha a boca". Acho muito simbólico, tem duas conotações. A mulher sempre tendo que fechar a boca para atingir seus objetivos. Lembro que uma vez emagreci cinco quilos em dez dias. Fiquei tão mal. Tinha pesadelos de fome. Na época, eu só precisava emagrecer o quanto antes para trabalhar. Hoje penso que era absurdo me submeter àquilo.
Para Juliana, essa mentalidade no ambiente profissional vem mudando:
- Muita coisa tem sido discutida ultimamente. Muitos corpos vêm sendo vistos. Eu vivia angustiada e insegura, achando que não ia pegar trabalho porque estava com cinco quilos a mais. Agora não penso mais nisso. Se eu quiser emagrecer, vai ser por uma coisa positiva, porque comecei a me alimentar de tal maneira e fluiu naturalmente. Não porque é uma obrigação profissional. Claro que, se surgir uma personagem que peça, sim. Mas estamos falando meramente de estética.
Juliana defende outras quebras de padrões. Por exemplo, em relação à depilação. Ela já surgiu em fotos no Instagram com pelos nas axilas para levantar um debate:
- Penso muito sobre como falar desses temas para pessoas que não estão habituadas a eles. Como transmitir uma mensagem, uma ação de liberdade, de reflexão. Eu não quero estimular as mulheres a não se depilarem. Quero dizer para elas que é uma escolha. Não cresci com essa escolha. Tinha que estar sempre depilada. Só fui entender que era uma opção recentemente. Foi superlegal me ver dessa forma, me olhar no espelho e ter outro reconhecimento imagético. E ampliar o olhar sobre o que é belo. Existe esse padrão de feminilidade no qual você precisa performar. Isso não só é opressor, como deixa a gente sem entender que é possível buscar outros caminhos.
O Globo terça, 29 de dezembro de 2020
PIERRE CARDIN SE ENCANTOU: ESTILISTA FRANCES MORRE, AOS 98 ANOS DE IDADE
Aos 98 anos, morre o estilista francês Pierre Cardin
O estilista foi um dos responsáveis pela retomada da alta costura na França pós-guerra com seu estilo futurista e geométrico; causa da morte ainda não foi divulgada
O Globo
29/12/2020 - 09:40 / Atualizado em 29/12/2020 - 10:35
O estilista Pierre Cardin, no início da carreira de sucesso Foto: Divulgação
A moda acordou mais triste hoje. O estilista francês Pierre Cardin morreu esta manhã, aos 98 anos. A morte foi confirmada pela família à Agência France Presse. A causa ainda não foi divulgada.
"É um dia de grande tristeza para toda a nossa família, Pierre Cardin já não está entre nós. O grande costureiro que foi, atravessou o século, deixando para a França e para o mundo um patrimônio artístico único na moda, mas não só isso. Nos orgulhamos da sua ambição tenaz e da ousadia que demonstrou ao longo da vida. Foi um homem moderno de muitos talentos e energia inesgotável”, diz a nota da família.
Looks futuristas criados por Pierre Cardin Foto: Jérôme Faggiano
Filho de agricultores italianos, Cardin nasceu em 2 de julho de 1922 em Veneza e foi batizado Pietro. Sua história na França começa quando seus pais migraram para o país fugindo do fascismo.
Em 2006, Pierre Cardin saltitante no fim de um de seus desfiles Foto: MUSTAFA OZER / AFP
O estilista, que ficou mundialmente famoso ao revolucionar a moda nas décadas de 1960 e 1970 com sua estética futurista, começou a trabalhar com moda bem jovem, aos 14 anos, como aprendiz de alfaiate na cidade de Saint-Etienne, na França. Em 1945, já em Paris, empregou-se na maison Paquin e, posteriormente, trabalhou com Elsa Schiaparelli. Conheceu, então, Jean Cocteau e assinou o figurino do filme "A bela e a fera". Depois de uma passagem pela Dior, em que criou mantôs e tailleurs impecáveis, inaugurou em 1950, seu próprio empreendimento e, em 1954, as butiques Adão e Eva.
Pioneiro, foi o primeiro designer de alta costura a desenvolver uma coleção “prêt-a-porter”. Em 1959, período em que predominavam a alta-costura e o conceito de exclusividade, ele criou uma coleção feminina para a loja de departamentos Printemps. Na época, aliás, foi criticado por isso, declaravam que ele estava popularizando seu nome. Anos depois, todas as grandes marcas seguiram os passos do visionário. Na década de 1960 e adiante, conciliou o olhar sempre à frente com uma apurada visão comercial. Apresentou ternos masculinos com a gola Mao e apostou no estilo futurista nos revolucionários anos do século XX, em que o homem pisou na Lua, e na linha unissex. Entre as peças icônicas de Cardin estão os vestidos-tubo e os catsuits de malha, que vestiam a nova mulher para tempos modernos. Sua intenção, já naquela época, era deixar a moda mais acessível, democratizá-la. E assim ele fez. No início da década de 1980, estabeleceu cerca de 540 contratos de licenciamento. O nome Pierre Cardin espalhou-se em acessórios e perfumes pelo mundo afora.
Cardin também abriu o mercado de alta costura para a Ásia. Foi o faro dele que destacou que mercados de países como China e Japão seriam interessantes para a moda de luxo.
Pierre Cardin: tino para licenciamentos e diversificação de negócios fez dele um dos estilistas mais ricos da França: ''Para mim, comércio, jornalismo, criação de moda e música são exatamente a mesma coisa", disse ele Foto: JOEL SAGET / AFP
Pierre Cardin veio ao Brasil algumas vezes; já nos anos 1960, apresentou-se na Fenit e licenciou produtos no país. Na década de 1980, seus ternos, confeccionados pela empresa dos irmãos Brett, fizeram imenso sucesso. Roupas, perfumes, gravatas, óculos e acessórios com seu nome conquistaram o Brasil e o mundo. O designer também adquiriu o lendário Maxim's; O Rio de Janeiro, inclusive, abrigou, na torre do shopping RioSul, uma réplica do restaurante francês.
Cardin foi homenageado ao longo da carreira inúmeras vezes, com diversas exposições. Em 1990, uma no Victoria and Albert Museum, em Londres, celebrou os 40 anos de moda feminina e 30 de moda masculina. Em 2005, seus 50 anos de trabalho ganharam uma mostra em Viena. François Baudot, no livro "Moda do século", de 1999, definiu Pierre Cardin como "o único sem dúvida em sua profissão que ainda sabe desenhar, cortar e costurar uma roupa com as próprias mãos".
Em janeiro deste ano, ele teve sua vida apresentada no documentário “House of Cardin”, que mostrava o estilista de quase cem anos ativo. “Não sou do tipo que se contenta com o que já foi feito e aceito. Eu estou feliz com o presente, mas nunca dou meu trabalho como terminado”, diz Cardin em uma das passagens do documentário.
O Globo segunda, 28 de dezembro de 2020
LARISSA MENELA ESTREIA MUSICAL COM O NAMORADO, LEO CIDADE
Larissa Manoela estreia musical com o namorado, Leo Cidade
Dupla responsável por mais de 40 sucessos teatrais do gênero, Charles Möeller e Claudio Botelho levam à cena o inédito 'Os últimos cinco anos'
Gustavo Cunha
28/12/2020 - 04:30 / Atualizado em 28/12/2020 - 10:39
Larissa Manoela e Leo Cidade em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: Bernardo Jaloto / Divulgação
Há pouquíssimos diálogos em “Os últimos cinco anos”. Sucesso no circuito off-Broadway desde o início dos anos 2000, o musical escrito por Jason Robert Brown tem a dramaturgia ancorada numa dezena de canções “não cartesianas”, como define Cláudio Botelho, tradutor de uma versão inédita para o espetáculo que estreia hoje, em formato virtual, com o casal de atores Larissa Manoela e Leo Cidade.
Base para tudo o que é dito (ou melhor, cantado), as letras com métricas irregulares reforçam, a rigor, o que se vê: na ficção, dois jovens que formam um casal caminham em tempos opostos no relacionamento, sempre descompassados — enquanto ela dá o derradeiro adeus para o marido após cinco anos de casamento, ele se empolga e pula de alegria depois de passar a primeira noite com a mulher.
— A peça é um quebra-cabeça, pois os personagens andam em momentos cronologicamente alterados — diz Botelho. — É um texto difícil de traduzir, pois é todo cantado. A música é angular, e há páginas e páginas de letras sem rima.
'OS ÚLTIMOS CINCO ANOS': CENAS DE MUSICAL COM LARISSA MANOELA
Larissa Manoela e Leo Cidade se beijam em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: Bernardo Jaloto / DivulgaçãoLarissa Manoela em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: André Gresser / DivulgaçãoO ator Leo Cidade em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: André Gresser / DivulgaçãoLarissa Manoela em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: André Gress / Divulgação
Acrescente-se à peculiaridade temporal da trama o fato de que a história agora ganha embalagem adequada a este período pandêmico. Filmada no Teatro Multiplan, na Barra, a montagem com direção artística de Charles Möeller une aspectos de linguagens televisiva e cinematográfica, indo além da reprodução chapada de um tablado observado da plateia. Ao acompanhar, de maneira próxima, todos os passos dos personagens, as câmeras conduzidas por André Gress têm a pretensão de se colocar como uma lente voyeur diante do que se desenrola em cena.
O musical é um dos poucos do gênero neste 2020 marcado pela virtualização do teatro e, em consequência disso, pelo surgimento da seguinte dúvida, repetida à exaustão: afinal de contas, dramaturgias gravadas remotamente em dispositivos audiovisuais são consideradas teatro?
A pergunta já não faz tanto sentido para a dupla Möeller e Botelho, há 25 anos responsável por mais de 40 sucessos longevos, como “Beatles num céu de diamantes”, “Hair”, “O despertar da primavera, “Kiss me, Kate”, entre outros. Ambos creem que as ferramentas digitais “vieram para somar, e não para dividir”, como salienta Möeller.
— Da mesma forma que a TV não acabou com o cinema, e o cinema não acabou com o teatro, as novas tecnologias também não vão extinguir o que entendemos como teatro — ressalta o diretor. — Neste formato de agora, já que não podíamos apresentar uma peça presencialmente, pensamos em fazer com que a linguagem teatral ganhasse novos horizontes. O que estamos colocando em prática talvez seja a possibilidade de algo novo, coisa, aliás, que outras pessoas também seguem produzindo. Mas não é um “novo normal”.
Animado com o projeto idealizado por Larissa Manoela, atriz de 19 anos que é fenômenos entre o público jovem — e com quem ele já trabalhou em musicais como “A noviça rebelde” e “Gipsy” —, Möeller fala que agora vive como “um marinheiro voltando a sentir água salgada no rosto”.
O Globo domingo, 27 de dezembro de 2020
DAVI MORAES, QUE PERDEU PAI, MÃE E AVÓ ESTE ANO: A GENTE ENVERGA, MAS NÃO QUEBRA
Davi Moraes perdeu pai, mãe e avó este ano. Agora, transforma a dor em música com novo EP: 'A gente enverga, mas não quebra'
Artista tem o violão como companheiro no luto e gravou a penúltima canção inédita composta por Moraes Moreira, a quem dedica o novo trabalho, 'Todos nós': 'A gente vai ficando amigo da saudade'
Maria Fortuna
27/12/2020 - 06:00 / Atualizado em 27/12/2020 - 11:58
Davi encontrou no violão o remédio curar a tristeza: ‘O sentimento de perda vai transformando, e a gente vai ficando amigo da saudade’ Foto: Leo Martins
Davi Moraes mal tinha digerido a morte do pai, Moraes Moreira, em abril, quando perdeu também a mãe. Responsável por levar o baixista Dadi para os Novos Baianos, Marília Mattos era muito querida no meio artístico. Andava com a turma do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e, de tão bonita, ocupou o posto de musa do Arpoador nos anos 1970. A história de Marília e Moraes começou quando ela o viu se apresentar descalço no palco do Teatro Casa Grande (“se apaixonou pelo meu pé, que é muito grande”, costumava contar o compositor). Inspiração da canção “A mulher e a cidade”, Marília partiu sete meses após o ex-companheiro. E, tudo indica, pelo mesmo motivo: o coração parou de bater.
Foi Davi quem a encontrou em casa, após o chamado do porteiro, preocupado porque ela não respondia ao interfone. Desta vez, ele ainda teve a missão de comunicar à irmã, Cecília, que tinha sido a porta-voz da tragédia anterior.
Artistas fazem dueto em canção gravada no EP "Todos nós", que Davi Moraes lança para celebrar o pai
— Meu pais tinham forte conexão, eram muito ligados, só não moravam mais juntos. Mesmo quando discutiam era engraçado, um ligava reclamando do outro. Não tem aquilo de casal, que quando vai um, o outro vai logo no embalo? Então... — elabora um Davi ainda “atordoado”, tentando encontrar respostas.
VEJA FOTOS DE FAMÍLIA DE MORAES MOREIRA
O cantor e compositor Moraes Moreira e a ex-companheira, Marília Mattos: ela se apaixonou ao vê-lo se apresentar descalço no palco Foto: reproduçãoMoraes e Davi: os dois eram parceiros de vida, estrada e profissão. Moraes deu um cavaquinho para Davi quando o menino ainda era tão pequeno que não conseguia tocar um violão Foto: reproduçãoMoraes Moreira, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Marília Mattos na época dos Novos Baianos: mais tarde, Davi tocaria na banda de Caetano Foto: reproduçãoMarília, Cecília, Moraes e Davi Foto: reproduçãoDavi e Moraes juntos no palco do Rock in Rio, em 1985: o show entrou para a história da música brasileira Foto: reproduçãp
Marília, com a filha, Cecília. A ex-companheira de Moraes Moreira andava com a turma do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e, de tão bonita, ocupou o posto de musa do Arpoador Foto: reproduçãoMarília, Davi e Cecília Foto: reproduçãoMarília foi quem levou o baixista Dadi para o Novos Baianos, grupo do qual Moraes era um dos principais compositores Foto: reproduçãoMarília e Moraes Foto: reproduçãoMarília, Davi e Moraes Foto: reprodução
'Super avó, de capa e tudo'
Como se não bastasse, esse ingrato 2020 também levou a avó materna de Davi e Cecília. Dona Cândida, a Tilinha, perdeu a vida para a Covid-19 aos 97 anos. Era, como diz Davi, uma “super avó, de capa e tudo”. Teve grande importância na educação dos netos, que ficavam com ela quando não acompanhavam os pais nas turnês. De cara, ela acolheu o cabeludo Moraes, que estava longe de ser a tradução da velha expressão “genro que mamãe pediu a Deus” na época. Foi ela também quem abrigou a família no momento em que o compositor deixou os Novos Baianos sem um tostão furado para tentar carreira solo.
O Globo sábado, 26 de dezembro de 2020
MARTINHO DA VILA: SAMBISTA DÁ RECEIA DA FELICIDADE
Martinho da Vila dá receita da felicidade: 'Não curto tristeza, deleto tudo e fim de festa'
Consagrado como um mestre da cultura brasileira, sambista lança disco e se prepara para virar enredo da Unidos de Vila Isabel em 2021
Jan Niklas
26/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 26/12/2020 - 09:45
Martinho acaba de lançar o álbum 'Rio: Só vendo a vista' Foto: Marcos Hermes / Infoglobo
RIO — Acostumado a exaltar os grandes fundadores do samba e da mitologia carioca, como Noel Rosa, João da Baiana e João de Barro, Martinho da Vila desconversa sobre o rótulo de “mestre” que conquistou ao longo de meio século dedicado à música brasileira.
— Eu não costumo me analisar. Deixo isso pra vocês, os especialistas — brinca o bamba, soltando uma risada entre uma frase e outra.
Aos 82 anos, com o disco “Rio: Só vendo a vista” recém lançado e prestes a ser homenageado pela sua escola de samba do coração, a Unidos de Vila Isabel, Martinho é visto por intelectuais e artistas como um dos maiores mentores da cultura brasileira. A carnavalesca Rosa Magalhães, campeã do carnaval de 2013 com o enredo composto pelo cantor, destaca um ensinamento do bamba que tem seguido neste ano tão conturbado para a cidade do Rio de Janeiro.
—Atualmente, dadas as circunstâncias, fico com “Canta canta minha gente... A vida vai melhorar...” — diz Rosa citando trechos da famosa canção do compositor, e completando com uma definição sobre sua sabedoria: — Ele parece um adivinho.
55º álbum da discografia do músico, "Rio: Só vendo a vista" é repleto dessas "aulas" de Martinho. Pode-se aprender por exemplo sobre a história do Rio de Janeiro na canção "Vila Isabel anos 30", que evoca cenas do bairro de Noel Rosa na década de 1930. Ou então, na canção "Ginga do amor", tomar notas da lição que o bamba mais gosta de cantar — a importância de um olhar afirmativo pra vida: "Mesmo sem malemolência / O negócio é sambar", diz um trecho da letra.
Martinho será o tema do enredo da Unidos de Vila Isabel em 2021 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Essa busca pela alegria mesmo na adversidade é destacada pelo professor e historiador Luiz Antonio Simas dno texto de apresentação do álbum. Segundo ele, Martinho é detentor da sabedoria definida numa frase do sambista Beto Sem Braço: “o que espanta miséria é festa”. Como sintetiza Simas, a "lição do mestre Martinho é um candeeiro que, aceso no respeito ao passado, ilumina o presente e aponta o caminho do futuro. Por aqui, afinal, não se faz festa porque a vida é fácil, mas pela razão inversa”.
'Cronista da história carioca'
As canções do compositor da Vila Isabel são vistas pelo poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Geraldo Carneiro como verdadeiras aulas de história. E não só da “História” oficial, dos livros, mas da sabedoria popular que circula dos botequins às esquinas, igrejas e terreiros.
— Além de sambista, Martinho é um dos grandes cronistas da história carioca. Ele é da estirpe de autores como Manuel Antonio de Almeida. E tem essa generosidade de não expressar somente sua própria subjetividade, mas de recolher e contar a visão do olhar dos outros — diz Geraldinho.
Segundo Martinho, mais do que dos livros, a sabedoria acumulada que ele carrega vem da sua “vivência”. É da fonte do léxico popular que ele bebe para buscar inspiração. São imagens usadas, por exemplo, por sua mãe (“uma analfabeta culta”, em suas palavras), que dizia pra ele evitar dívidas, pois cada pessoa que você deve é uma “caveira” que passa a te assustar – mote esse que virou o samba “Caveira”, gravado em seu novo disco.
Geraldo Carneiro dá um exemplo sobre como funciona a filosofia-bamba do mestre da Vila. Recentemente, jogando conversa fora com o sambista por telefone, Geraldinho ouviu a seguinte tirada: “Devo ter feito alguma coisa errada para estar tanto tempo trancado em casa”, disse Martinho, em referência ao isolamento social, com seu incansável espírito de transformar as dificuldades em riso e alegria.
— Na hora senti que aquela frase dava samba – conta Carneiro, aos risos. — E vai ser esse o tema da nossa música nova.
Segredo da felicidade
Aliás, é a última parceria de Martinho com o poeta que batiza o disco recém-lançado do bamba de Vila Isabel, “Rio: Só vendo a vista”. Inspirado no Rio de Janeiro, o músico apresenta em canções inéditas, como “Umbanda nossa”, e regravações, como “Menina de rua”, as belezas e mazelas da cidade.
— O Rio as vezes é um grande abacaxi — diz Martinho da Vila citando um verso da parceria com Carneiro — Você vê esse prefeito (Marcelo Crivella), ele é um ladrão daqueles bem organizados. Mas não se organizou tão bem.
Recolhido em seu apartamento na Barra da Tijuca, o compositor aguarda ansioso pela vacinação contra a Covid-19 para finalmente “voltar pra quadra da Vila Isabel, parar num bar pra tomar um chope e abraçar muito meus amigos”. Ele prevê uma explosão para o carnaval pós-pandemia (“dizem que o carnaval depois da gripe espanhola foi fortíssimo”).
E a receita para manter a esperança, o bom humor e as risadas em dia, ele garante que é simples: basta não pensar em coisas negativas.
— Se alguém me pergunta “Martinho você já teve dor de barriga?” eu preciso dar uma parada pra pensar. E não é porque nunca tive, é claro que sim. Mas eu não curto as desventuras, as tristezas, as dores, eu deleto tudo e fim de festa — ensina o sambista.
O Globo sexta, 25 de dezembro de 2020
SIMONE: NÃO ME SINDO REDUZIDA A SÍMBOLO DO NATAL
'Não me sinto reduzida a símbolo do Natal', diz Simone
Aos 71 anos, artista fala da falta que sente de um abraço e da live temática que faz em homenagem à data religiosa
Gustavo Cunha
25/12/2020 - 04:23 / Atualizado em 25/12/2020 - 07:51
A cantora Simone Bittencourt Foto: Nana Moraes / Divulgação
Simone quase foi batizada como Natalina. A cantora ganharia o nome incomum em homenagem à data de seu nascimento — ela chegou ao mundo nos primeiros sete minutos de um 25 de dezembro —, mas o avô impediu o registro do nome.
— Por causa dele, que foi um anjo em minha vida, escapei dessa — brinca a artista, que nesta sexta-feira completa 71 anos.
Mas a palavra não a abandonou de vez. De substantivo próprio, o termo “natalina” se transformou num pegajoso adjetivo (quase pejorativo). Impossível fugir disso, ela reconhece. Não à toa, a comemoração do aniversário será embalada por uma live-celebração pelo feriado religioso. Hoje, em transmissão às 20h no YouTube e no canal de TV Arte1, Simone canta clássicos do disco “25 de dezembro”, que há 25 anos consolidou interpretações de sucessos de fim de ano, como “Então, é Natal”, “Boas festas” e “Bate o sino”. Outros temas parecidos estarão no repertório.
— Jamais imaginei a dimensão que “25 de dezembro” teria. Foi um projeto criado de maneira inocente, e que se tornou algo explosivo — diz ela, que idealizou o álbum, com mais de 1,5 milhão de cópias vendidas, ao se deparar com uma prateleira de discos natalinos, de nomes como Frank Sinatra e Nat King Cole, numa loja em Nova York. — Por que John Lennon pode, e eu, não? Eu sei que virei símbolo do Natal, mas não me sinto reduzida a isso. Sou uma pessoa grande. Tenho um repertório bonito.
'Fico nervosa com as lives'
A cantora Simone, aos 71 anos Foto: Divulgação / Rodrigo Marques
Desde abril, Simone se debruça sobre a extensa discografia. Em lives semanais assistidas, até agora, por cerca de 1 milhão de espectadores, a cantora já revisitou mais de 300 canções eternizadas em sua voz, além de ter se arriscado por letras nunca antes gravadas. Avessa a aplicativos, ela ainda sente dificuldade em manejar smartphones. Por necessidade, porém, precisou se familiarizar com alguns recursos digitais.
— Acho que não imaginam como fico nervosa com as lives. Tremo toda. Não gostaria que fosse assim, porque isso me atrapalha. Mas não consigo ser tranquila — conta.
No escritório que faz as vezes de estúdio no apartamento onde a artista mora, em São Conrado — e de onde será transmitido o show de hoje —, é Simone quem ajusta equipamentos técnicos como microfones e caixas de som. Como de praxe, não haverá qualquer equipe por trás das câmeras. Apenas a produtora Darliana e a cachorrinha Lola a acompanharão em casa. E então será assim o Natal (e o aniversário) de Simone: tranquilo, sem muita gente por perto.
— Sinto falta de um abraço, de um olhar carinhoso do público... Certo dia, numa dessas transmissões, abracei o meu tablet. Foi uma babaquice? Pode até ter sido. Mas sou essa pessoa que gosta de encostar e tocar os outros — ela frisa.
A cantora Simone Bittencourt Foto: Divulgação / Rodrigo Marques
Tal qual Caetano
Em isolamento desde abril, Simone faz o possível para manter o corpo ativo. Há dias em que se dedica a exercícios abdominais. Em outros momentos, dá voltas pela casa, contabilizando as caminhadas com tampinhas de garrafa PET. Apesar do “tempo que passa mais rápido e parece nos carregar junto”, ela tem se sentido mais bonita. Sim, a cantora concorda com a afirmação de Caetano Veloso, que, em sua última live, na semana passada, teceu elogios à beleza da colega.
— O tempo tem sido generoso comigo, acho que estou envelhecendo bem. O mesmo acontece com Caetano. Ele está mais belo hoje — ressalta Simone, que tem uma “dieta” movida a arroz, feijão e carne. — Não posso negar que tenho rugas, pelancas e que o colágeno está longe de ser maravilhoso. Mas sou uma mulher de 71 anos, né? Tenho que aceitar que não sou mais novinha.
Na foto que abre esta reportagem, ela aparece com o rosto limpo, sem maquiagem:
— Só usei rímel — pondera.
A produtora corrige:
— Não é rímel. É delineador.
Simone faz graça:
— Viu só como meu conhecimento sobre essas coisas é ótimo?
O Globo quinta, 24 de dezembro de 2020
OS MELHORES FILMES DE NATAL: CRÍTICOS INDICAM PRODUÇÕES PAR VER NO FIM DE 2020
Os melhores filmes de Natal: críticos indicam produções para ver no fim de 2020
Confira uma seleção de longas em torno da data, entre clássicos e novas produções, para ver no streaming
O Globo
24/12/2020 - 09:11 / Atualizado em 24/12/2020 - 09:44
Emilia Clarke e Henry Golding no filme 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação
Está aí uma categoria que se tornou um perene gênero cinematográfico: sim, os filmes de Natal, com histórias em torno da data religiosa, continuam a ser produzidos aos montes. Abaixo, confira uma lista de indicações para ver neste fim de 2020, em seleção realizada por críticos de cinema do GLOBO.
Daniel Schenker
‘Sintonia de amor’ (1993)
Cena do filme 'Sintonia de amor' Foto: Reprodução
No Natal, o pequeno Jonah entra em contato com um programa de rádio e diz que Sam, o pai viúvo, se sente muito triste e, por isso, gostaria que ele se casasse novamente. Num outro ponto dos EUA, Annie ouve e estabelece conexão afetiva imediata. A diretora Nora Ephron apresenta, de forma delicada, as trajetórias dos dois personagens (Tom Hanks e Meg Ryan) que transitam entre Seattle, Chicago, Baltimore e Nova York. “Sleepless in Seattle” proporciona ainda uma deliciosa viagem ao passado por meio da trilha e da referência ao filme emblemático “Tarde demais para esquecer” (1957), de Leo McCarey. Now e HBO.
‘Um passado de presente’ (2019)
Cena do filme 'Um passado de presente' Foto: Divulgação
Cole (Josh Whitehouse), cavaleiro que vive nas florestas da Inglaterra no século XIV, desembarca nos EUA (Ohio) em pleno século XXI, nos dias anteriores ao Natal. O destaque da história é o estranhamento de Cole em relação à linguagem, às inovações tecnológicas e aos hábitos com os quais se depara. Mas Monika Mitchell evita imprimir um registro de humor escrachado. Netflix.
Marcelo Janot
‘Papai Noel às avessas’ (2003)
Cena do filme 'Papai noel às avessas' Foto: Divulgação
O diretor Terry Zwigoff é especialista em retratar outsiders e ganhou notoriedade com o documentário “Crumb” (1994), sobre o lendário cartunista. Em 2003 ele subverteu os filmes natalinos com este que é um dos exemplares mais divertidos do gênero. Billy Bob Thornton é um assaltante que faz bicos como Papai Noel de shopping, seu local preferido para executar roubos (com a ajuda de um assistente anão). Claro que tudo o que as crianças não querem encarar no Natal é um Papai Noel alcoólatra e tarado, mas ele acaba desenvolvendo uma curiosa amizade com um menino solitário que sofre bullying. E Zwigoff consegue transmitir a mensagem natalina sem sacarose e hipocrisia. Now.
‘Perigo próximo’ (2016)
Cena do filme 'Perigo próximo' Foto: Divulgação
Para quem acha que filmes natalinos podem servir de manancial para bons sustos, essa coprodução entre Austrália e EUA inédita no circuito brasileiro é ótima pedida. Como numa espécie de “Esqueceram de mim” de terror, recheado de humor negro, a trama dirigida por Chris Peckover traz um adolescente de 12 anos tentando seduzir sua baby-sitter às vésperas do Natal. Ao ser rejeitado, ele faz a moça de refém e se revela um jovem psicopata. Google Play, Apple iTunes, Now.
Mario Abbade
‘A felicidade não se compra’ (1946)
Cena do filme ‘A felicidade não se compra’ Foto: Divulgação
O eterno clássico de Frank Capra é unânime quando se pensa em filmes sobre o Natal. E sua mensagem sobre os males da ganância e sobre a importância de se ter fé e esperança está até mais atual do que em 1946, ano que o filme foi feito. Old Flix.
‘Crônicas de Natal: parte dois’ (2020)
Goldie Hawn e Kurt Russell em cena do filme 'Crônicas de Natal: parte dois' Foto: Divulgação
O primeiro filme deu tão certo que o diretor Chris Columbus retorna a trama com os fofos Kurt Russell e Goldie Hawn, que repetem seus papéis de Papai e Mamãe Noel para impedir que um encrenqueiro cancele o Natal. Netflix.
Ruy Gardnier
‘Conto de inverno’ (1992)
Cena do filme 'Conto de inverno' Foto: Reprodução
O episódio dedicado ao inverno na série “Contos das quatro estações”, de Eric Rohmer, é discretamente construído sem muita exaltação até chegar ao ápice dramático por meio de um milagre natalino. Na neve parisiense, Félicie vive com a filha de 5 anos, fruto de um romance que se perdeu no vento. A lembrança desse amor faz com que ela não consiga se decidir entre os pretendentes Loïc e Maxence. Belas Artes à la Carte.
‘Alguém avisa?’ (2020)
Cena do filme 'Alguém avisa?' Foto: Reprodução
O conhecido filão humorístico “levar o/a namorado/a para conhecer os pais” ganha uma variação lésbica natalina em que Kristen Stewart e Mackenzie Davis são um casal, mas a segunda nunca saiu do armário para a família. As duas vão ter que passar o Natal fingindo ser amigas. Clea DuVall, mais conhecida como atriz, assina o segundo longa como diretora. Now.
Sérgio Rizzo
‘Se meu apartamento falasse’ (1960)
No filme "Se meu apartamento falasse", atuação histórica de Jack Lemmon e Shirley MacLaine Foto: Divulgação
O diretor Billy Wilder e seu fiel escudeiro, o roteirista I.A.L. Diamond, vinham do êxito “Quanto mais quente melhor” (1959) quando fizeram esse outro clássico, também com Jack Lemmon, no papel do solitário que empresta o apartamento para encontros extraconjugais do chefe. Aula de diálogos espirituosos e de como erguer uma história sedutora. Telecine, MGM, Apple TV.
‘Amor com data marcada (2020)’
Cena do filme 'Amor com data marcada' Foto: Reprodução
Comédia romântica que ironiza o espírito natalino e as etiquetas sociais de fim de ano (e também de outras celebrações). Incomodada com a pressão da família para namorar, uma jovem (Emma Roberts, sobrinha de Julia) combina com um australiano (Luke Bracey) que irão juntos às festas, mas sem compromisso. O arranjo funciona por algum tempo, mas, ah!, o coração... Netflix.
Simone Zuccolotto
‘Esqueceram de mim’ (1990)
Carisma de Macaulay Culkin ajudou a fazer de 'Esqueceram de mim' um fenômeno Foto: Reprodução
Clássico que completa 30 anos do lançamento, virou trilogia e eternizou o ator, agora quarentão, Macaulay Culkin (que não está no último filme). Quem foi criança nos anos 90 não apagou da mente as estripulias de Kevin ao enfrentar dois bandidos na própria casa depois que a família o deixa pra trás e parte para uma viagem natalina. Disney+.
‘O presente de Natal de Ângela’ (2020)
Cena da animação 'O presente de Natal de Ângela' Foto: Reprodução
A animação é uma continuação de “O Natal de Ângela”, produção Canadá/Irlanda que traz de volta a fofa protagonista do título. Baseada nos personagens de Frank McCourt, que ganhou o Prêmio Pulitzer com o livro “As cinzas de Ângela”, o filme não escapa aos clichês das produções do gênero com mensagens de amor, fraternidade e união, mas a simplicidade da história comove. Netflix.
Susana Schild
‘De ilusão também se vive’ (1947)
Cena do filme 'De ilusão também se vive' Foto: Reprodução
“Miracle on 34th street”, de George Seaton, é um dos grandes clássicos natalinos: idoso contratado para trabalhar em loja de departamentos vestido de Papai Noel passa a acreditar que é a encarnação do próprio. Enquanto médicos atestam insanidade, um advogado defende a causa e uma menina (Natalie Wood, aos 8 anos) aprende que acreditar na fantasia compensa, assim como incorporar os valores da data. YouTube.
‘Uma segunda chance para amar’ (2019)
Cena do filme natalino 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação
Os encontros inusitados podem render ótimos frutos. É o caso de muitos clássicos e matriz desta comédia romântica de Paul Feig que aproxima dois desgarrados: ela é Kate (Emilia Clarke), que trabalha como elfo numa loja de produtos de Natal; ele é Tom (Henry Golding), charmoso, gentil e de passado misterioso. Com Emma Thompson no elenco (também corroteirista), a direção de Paul Feig não economiza no clima “fofo”. Play Filmes.
O Globo quarta, 23 de dezembro de 2020
TAMARA TAXMAN GRAVA HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS
Tamara Taxman, que fez sucesso em 'DPA', agora grava histórias para crianças
'Não sou rica e trabalho para me sustentar’, diz a atriz de 73 anos, adorada pelo público infantil após interpretar a Bruxa Leocádia na série de sucesso
Gustavo Cunha
22/12/2020 - 04:23 / Atualizado em 22/12/2020 - 14:33
A atriz Tamara Taxman caracterizada como Bruxa Leocádia, do seriado 'DPA — Detetives do Prédio Azul' Foto: Divulgação
“Não quero mais saber de trabalhar com adultos”, ressalta Tamara Taxman, deixando escapar um riso. Desde que interpretou a personagem Bruxa Leocádia nas primeiras temporadas do seriado infantil "D.P.A — Detetives do Prédio Azul", entre 2012 e 2018, a atriz de 73 anos se dirige, cada vez mais, a um público mirim. E é isso o que ela tem feito para driblar os problemas financeiros provocados pela pandemia.
Sem trabalhos à vista — neste ano, ela participaria de um longa, que teve filmagens suspensas devido à crise sanitária —, a artista que ficou conhecida por trabalhos em novelas de sucesso, como “Água viva” (1980) e “A história de Ana Raio e Zé Trovão” (1990), agora se dedica a um novo ofício, e de maneira autônoma.
Pelas redes sociais, ela recebe encomendas para elaborar — e gravar em áudio — histórias para ouvintes mirins. Contadas do ponto de vista da personagem de “D.P.A.”, que a atriz já não encarna na TV há mais de quatro anos, as narrativas são personalizadas, e se dirigem nominalmente a cada criança que as recebe, normalmente por meio do WhatsApp dos pais.
— Descobri algo que me faz feliz. E crianças são muito carinhosas. Elas sempre fazem questão de demonstrar que me adoram — comenta Tamara, que cobra R$ 150 pela criação das tramas com duração de cerca de cinco minutos, e que são enviadas com uma ilustração exclusiva. — O “D.P.A.” abriu um caminho bom para mim. Com a pandemia, tudo fechou... E aí pensei: como viver? Não sou rica, e trabalho para me sustentar. Comigo, funciona assim. Tento sobreviver do jeito que dá. Se não tivesse o on-line, a gente estaria mais doido do que já está. Isso nos salvou, né?
Na segunda metade de 2016, após ficar desempregada, a atriz usou sua página no Facebook para apelar por oportunidades. Conseguiu assim um papel em “Rock story”, folhetim de Maria Helena Nascimento.
Nesse período, ela também se embrenhou numa seara inédita: passou a participar de festas infantis na pele da Bruxa Leocádia, o que ela relembra com orgulho.
— Antes do “D.P.A.”, havia lançado dois livros infantis. Logo depois, fui convidada para fazer o teste para o papel de Leocádia. Os caminhos já pareciam estar traçados — diz.
O Globo terça, 22 de dezembro de 2020
ESTRELA DE BELÉM: VEJA IMAGENS DO ALINHAMENTO ENTRE JÚPITER E SATURNO
Veja imagens da 'Estrela de Belém', alinhamento entre Júpiter e Saturno
Fenômeno, também conhecido como "Grande Conjunção", foi visto a olho nu pela última vez em 1223
O Globo
21/12/2020 - 22:41 / Atualizado em 21/12/2020 - 22:42
Foto tirada em 21 de dezembro, distrito de al-Salmi, uma área desértica 120 km a oeste da cidade do Kuwait, mostra a grande conjunção, também conhecida como Estrela de Belém. Foto: YASSER AL-ZAYYAT / AFP
RIO — O alinhamento de Júpiter e Saturno, os maiores planetas do sistema solar, aconteceu nesta segunda-feira (21) e pode ser visto a olho nu de várias partes do mundo. Embora permaneçam separados por centenas de milhões de quilômetros no espaço sideral, os astros se sobreporam no céu desta noite, formando a "Estrela de Belém" ou "Estrela do Natal", assim nomeada pela proximidade com a data que marca o nascimento de Jesus, celebrada em 25 de dezembro. Veja abaixo algumas fotos do fenômeno e das pessoas se preparando para vê-lo.
VEJA IMAGENS DA ESTRELA DE BELÉM
No Rio de Janeiro, o tempo nublado atrapalhou um pouco o espetáculo, mas quem foi até a Lagoa Rodrigo de Freitas conseguiu avistar a conjunção dos planetas Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
O alinhamento de Júpiter e Saturno visto da Estátua da Liberdade, em Nova York Foto: STRINGER / REUTERSUm homem observa a conjunção visível mais próxima de Júpiter e Saturno em 400 anos, através de um telescópio em Katmandu, Nepal, 21 de dezembro de 2020. Foto: NAVESH CHITRAKAR / REUTERSJúpiter (abaixo) e Saturno (acima) são retratados no céu durante a conjunção visível mais próxima deles em 400 anos, em La Linea de la Concepcion, sul da Espanha em 21 de dezembro de 2020. REUTERS/Jon Nazca Foto: JON NAZCA / REUTERS
Pessoas se reúnem para ver o fenômeno da Estrela de Belém em Houston, no Texas, nos EUA, em 21 de dezembro Foto: CALLAGHAN O'HARE / REUTERSAstrofotógrafos kuwaitianos acompanham a grande conjunção entre Júpiter e Saturno no distrito de al-Salmi, uma área desértica 120 km a oeste da cidade do Kuwait, em 21 de dezembro de 2020. Foto: YASSER AL-ZAYYAT / AFPPessoas fazem fila para ver a Grande Conjunção na área de Maidan, em Calcutá, na Índia, em 21 de dezembro de 2020 Foto: DIBYANGSHU SARKAR / AFP
A conjunção planetária, descrita como "especialmente vibrante" pela Agência Espacial Americana (Nasa), ficou visível no céu noturno durante as últimas duas semanas e culmina em 21 de dezembro, quando Júpiter encontrou Saturno e o ultrapassou. A expectativa da agência era de que os dois astros ficassem tão próximos que "um dedo mindinho à distância de um braço" podesse cobrir ambos os planetas no céu.
O último alinhamento entre os astros foi flagrado em 1623, por Galileu. Mas esta é a primeira vez que o fenômeno acontece à noite, tornando-se visível a olho nu para qualquer habitante da Terra, desde 1226. A "Estrela de Belém", portanto, não se forma no céu há quase 800 anos.
A conjunção é considerada rara pelos astrônomos porque cada planeta tem seu próprio tempo para girar em torno do Sol. A translação de Júpiter, por exemplo, dura 12 anos, e a de Saturno, 30 — ambas são lentas.
MONTANHAS RUSSAS: CONHEÇA AS QUATRO QUE SERÃO SENSAÇÃO EM ORLANDO EM 2021
Conheça as quatro montanhas-russas que serão a sensação de Orlando em 2021
Novas atrações nos serão inauguradas nos parques temáticos de Disney, Universal, SeaWorld e Busch Gardens na Flórida
Eduardo Maia
21/12/2020 - 03:30
Funcionários da Disney Parks inspecionam os carrinhos da montanha-russa Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, que será aberta no EPCOT em 2021 Foto: Disney Parks / Divulgação
RIO - Para apreciadores de montanhas-russas que puderem viajar para Orlando, 2021 promete ser de fortes emoções. Quatro atrações do tipo estão previstas para serem inauguradas ao longo do ano nos parques temáticos de Disney, Universal, SeaWorld e Busch Gardens na Flórida. E cada uma delas com inovações tecnológicas ou de escala significativas.
No parque Islands of Aventure, no Universal Orlando Resort, será aberta a Jurassic World VelociCoaster, inspirada na franquia "Jurassic World". No Walt Disney World, uma das atrações mais esperadas do ano é a Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, montanha-russa "com storytelling" inspirada nos filmes "Guardiões da Galáxia. Ela fará parte do projeto de renovação do parque EPCOT.
No SeaWorld, a Ice Breaker levará o frio do Ártico para a barriga de quem se aventurar em seus carrinhos. E no Busch Gardes — que, tecnicamente fica em Tampa, mas está no raio das atrações de Orlando — a Iron Gwazi será um upgrade radical numa das montanhas-russas mais tradicionais do parque.
A seguir, saiba um pouco sobre cada uma delas e assista aos vídeos que mostram mais detalhes.
Correndo com velociraptors
Pequenos e ágeis, os velociraptors se tornaram dinossauros celebridades com o lançamento do primeiro filme da franquia "Jurassic Park", em 1993. Então, nada mais justo que a espécie se torne a protagonista de uma atração da área dedicada às franquias "Jurassic Park" e "Jurassic World" no Islands of Adventures, na Universal Orlando. A montanha-russa Jurassic World VelociCoaster deverá ser inaugurada em algum momento do próximo verão no Hemisfério Norte, ou seja, entre junho e setembro de 2021.
Ela promete ser uma das atrações mais radicais da Universal Orlando, complexo reconhecido pelos níveis altos de adrenalina provocados por alguns brinquedos. Ela será a montanha-russa com o lançamento, ou seja, a partida do carrinho, mais alto e rápido da Flórida. Ao longo de 1.430 metros de trilhos, os passageiros participarão de uma caçada ao lado de um grupo de velociraptors.
A brincadeira já começa com uma arrancada de 112 km/h. A parte mais alta do trajeto, a 47 metros acima do chão, é seguida de uma queda de 80 graus. Em outro momento, o trilho se retorce, permitindo uma espiral de 360 graus a poucos centímetros acima da lagoa do Islands of Adventure, naquela que é considerada a "manobra assinatura" do brinquedo. No total, os criadores prometem 12 segundos de “tempo no ar”, com a sensação de gravidade zero que os visitantes sentem quando são levantados de seus assentos
360 graus de emoção
O Walt Disney World completará 50 anos em 2021, e parte das celebrações será a apresentação ao público do "novo" EPCOT. O parque, que foi um dos projetos preferidos do Walt Disney em pessoa, está passando pela maior renovação que o complexo já presenciou. E uma dessas inovações será a inauguração de sua primeira montanha-russa, a Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind. Não há uma data de abertura definida, mas acredita-se que a atração será inaugurada antes do aniversário do Walt Disney World, em 1º de outubro.
Como o nome já diz, a montanha-russa é inspirada na turma de Peter Quill. E para dar a movimentação que os filmes da franquia apresentam nas telas, os imagineers da Disney desenvolveram carrinhos que giram em 360 graus sobre o próprio eixo. Ou seja, enquanto correm sobre os trilhos, os carrinhos podem virar para qualquer lado, e inclusive ficar de costas para o trajeto por um momento. A programação de cada carrinho é independente, o que garante uma experiência diferente a cada volta.
E como storytelling importa cada vez mais no mundo dos parques temáticos, aí vai a história de fundo: a aventura começa no Galaxarium, com uma apresentação similar a um planetário que explora as semelhanças e os mistérios da formação da galáxia da Terra e de Xandar. Visitantes poderão aprender mais sobre os tesouros que Xandar tem a oferecer, até o momento que os Guardiões da Galáxia chegam e as aventuras através dos cosmos começam.
Frio (na barriga) no calor da Flórida
Não fosse a pandemia, a Ice Breaker seria um dos assuntos mais discutidos dos parques temáticos da Flórida em 2020. Mas, assim como tantos outros projetos ao redor do mundo, a inauguração da mais nova montanha-russa do SeaWorld Orlando foi adiada para 2021. A atração, cuja construção já está bem adiantada, deve estar aberta ao público na primavera do Hemisfério Norte, ou seja, em algum momento entre finall de março e começo de junho.
A ride é mais um passo do parque para se reposicionar no mercado do entretenimento, apostando menos em atrações com animais, e mais em montanhas-russas radicais. Seu grande diferencial será a alternância de direções que os carrinhos tomarão ao longo do passeio. Em determinados momentos, eles andarão de ré (e sempre acelerando). Em outro, os visitantes chegarão a quase 30 metros de altura e praticamente despencarão numa descida num ângulo de 100 graus, a mais íngrime da Flórida.
Um clássico radicalizado
Para quem ama montanhas-russas, a viagem de cerca de uma uma entre Orlando e Tampa vale a pena. É lá que está o Busch Gardens, um dos parques da Flórida que mais levam a sério esse tipo de entretenimento, com uma longa tradição em subidas, descidas e loopings. E, um dos seus brinquedos clássicos, a montanha-russa de madeira Gwanzi, está sendo substituída por uma versão mais moderna e radical: a Iron Gwanzi, que deve ser inaugurada entre março e junho de 2021.
A Iron Gwanzi será a mais alta e mais rápida montanha-russa híbrida do mundo, ou seja, feita com madeira e aço. Além de três inversões, ela terá uma queda num ângulo de 91 graus a partir de 62 metros de altura e seus carrinhos poderão chegar a 122 km/h. Vale ou não vale a pena o desvio até Tampa?
O Globo domingo, 20 de dezembro de 2020
GILBERTO GIL E A NETA FLOR: CUMPLICIDADE QUE ATRAVESSA GERAÇÕES
Gilberto Gil e a neta Flor falam sobre a cumplicidade que atravessa gerações
Filha de Bela Gil, garota de 12 anos apresentou ao avô fenômenos pop como TikTok, Jason Mraz e Ariana Grande
Marina Caruso
20/12/2020 - 04:30 / Atualizado em 20/12/2020 - 06:18
Gil veste blazer, camisa e calça, tudo Eduardo Guinle e sandálias Birkenstock. Flor usa Miu miu e tênis Prada Foto: LEO AVERSA
No mesmo dia em que boa parte dos avós recebia a notícia de que, por pertencer ao grupo de risco da Covid-19, não deveria beijar, abraçar nem conviver com os netos, potenciais vetores de transmissão assintomática da doença, um dos maiores nomes da MPB estava “na estrada” com a única menina de seus dez netos. Naquela sexta-feira 13 (de março) os sinais de terror começavam a pipocar em diferentes cantos do planeta. Gilberto Gil, de 78 anos, desembarcava em Copenhague, na Dinamarca, para gravar o documentário de encerramento da turnê de “OK OK OK”, enquanto no Rio o governador Wilson Witzel decretava a suspensão dos eventos públicos e o fechamento das escolas para tentar conter o avanço do novo coronavírus.
Acostumada a subir no palco com o avô desde 2018 — quando fez backing vocal ao lado da tia Nara nos shows de “Refavela 40” — Flor Gil Demasi, de 12 anos, estava ansiosa para se apresentar na DR Koncerthuset, “uma das melhores salas de concerto do mundo”, segundo Gil. Um dia antes do evento, no entanto, o governo dinamarquês anunciou a decisão de fechar as fronteiras do país e lacrou a casa de shows.
A tristeza tomou conta da banda que, prontamente, anunciou a volta ao Brasil. Filha de Bela Gil com o designer João Paulo Demasi, Flor seguiu as recomendações do Ministério da Saúde e ficou em isolamento com os avós. “Éramos só eu, Flor, minha mulher, Flora, e Nara, minha filha mais velha. Foi um período muito interessante, de conversas profundas. Nara é suave, além de inteligente e engajada. E Flor, uma menina extremamente precoce no sentido dos interesses múltiplos e da capacidade de foco”, diz Gil.
Gil veste camisa Dolce & Gabbana e Flor, vestido Miu Miu Foto: Leo Aversa / Edição de moda: | Beleza: Everson Rocha | Produção de moda: Renata Lamin | Produção executiva: André Storari e Christiano Mattos | Tratamento de imagens: Studio Miqueias Souza | Agradecimentos: Empório Jardim e Araguaia Filmes
A família do cantor é gigante e, excepcionalmente este ano, passará o Natal sem uma grande reunião. Ele é pai de oito filhos — Nara, de 54 anos, e Marília, de 53, do casamento com a professora Belina Aguiar; Pedro, morto em um acidente de carro em 1990, Preta, de 46, e Maria, de 44, da união com Sandra Gadelha; e Bem, de 35, Bela, de 32, e José, de 29, da atual mulher e empresária Flora. E avô de dez netos — João, de 30, Francisco, de 25, Pedro, de 24, Lucas e Gabriel, de 22, Bento, de 16, Flor, de 12, Don, de 8, Nino, de 4, e Sereno, de 3 — e bisavô de Sol de Maria, de 5 anos, a netinha de Preta. Para todos eles, é uma grande referência de alto-astral e serenidade, mas com Flor, a menina dos olhos azuis, cabelo cor-de-rosa e sorriso largo, a afinidade parece especial. “A sintonia é tanta que, em vez das duas semanas sugeridas pelos médicos, Flor acabou ficando três meses com a gente”, conta, orgulhosa, a avó Flora.
E, como quem respira arte não fica parado, dessa temporada nasceram o EP “De avô para neta” — em que Gil e Flor cantam “No norte da saudade”, “Refazenda” e “Nel blu, dipinto di blu (Volare)” — e uma troca geracional sem precedentes. A garota apresentou ao avô fenômenos pop como TikTok, Jason Mraz e Ariana Grande. E, com ele, aprendeu técnicas de afinação e um pouco mais sobre a obra de Bob Dylan e Pepino di Capri, entre outros.
O cantor e compositor Gilberto Gil e sua neta Flor, filha da culinarista e apesentadora Bela Gil, são a capa de domingo Revista Ela.
Para Maria, quinta filha de Gil, que o acompanha na produção dos shows e na coordenação das agendas, a relação entre os autores do EP é de admiração mútua. “Em janeiro, nascem Pina e Roma, as gêmeas de José, meu irmão caçula. Mas, até lá, a Flor é única menina entre os dez netos, o que faz dela um pouco o xodó da família”, diz. Flora endossa a tese e pontua que o vínculo passa muito pela música: “Embora tenha herdado da Bela o gosto pela cozinha, Flor, ao contrário da mãe, que fugia das canções da escola, é afinadíssima. Adora cantar, tocar e fez até uma vaquinha na família para comprar um piano”. Preta vê na sobrinha talento e maturidade raros para a idade. “Ela tem uma luz e uma disciplina impressionantes. Quando tinha 10 anos, fez uma homenagem para mim, no programa do Márcio Garcia,que me levou às lagrimas: cantou “Ver o mar”, tocando ukelele direitinho”, recorda-se.
O Globo sábado, 19 de dezembro de 2020
ANITTA APLICA VACINA CONTRA CARETICE
'Made in Honório', a vacina de Anitta contra a caretice
Cantora faz exibição despudorada dos próprios segredos e exalta direito de a mulher ser feliz como quiser em novo documentário
Joaquim Ferreira dos Santos
19/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 19/12/2020 - 09:31
Anitta na série 'Made in Honório', da Netflix Foto: Divulgação
“Anitta, made in Honório”, na Netflix, foi filmado no século passado de 2019 quando ainda era o máximo do escândalo uma cantora abaixar a calça jeans diante da câmera e o farmacêutico lhe aplicar no bumbum, sempre funkeiramente empinado e em close, uma injeção de corticoide. Um ano depois, na realidade heavy-metal de dezembro de 2020, o grande escândalo é a morte e o discurso contra a vacina que impede a morte.
Anitta não tem culpa se seus escândalos, muito mais divertidos e libertadores, foram rebaixados. Num momento em que o país é governado pelo preconceito mais reacionário, esta nova rodada da exibição deles presta serviço emergencial de anticaretice. Numa festa, ela beija ao mesmo tempo a boca de um homem e de uma mulher. Numa resenha com amigos, sobre o que lhe aconteceu na cama da noite passada, simula o enfrentamento com uma “anomalia peniana” e mostra o desconforto que tal causou. Em seis capítulos de meia hora, fica claro: o único pecado aqui é trair. O resto vale — acima de tudo, o direito de a mulher escolher ser feliz do jeito que quiser.
Nunca na história do showbiz deste país uma artista abriu com tanta disposição as portas e janelas dos seus quartos, banheiros e camarins. Entrem, rapazes, e mostrem o que lhes for da curiosidade. O documentário de Andrucha e Pedro Waddington, com uma edição ao estilo nervoso dos clipes, é jornalisticamente excepcional. A devassa da devassa. Não é a investigação clássica da intimidade da artista, mas a exibição despudorada dos seus segredos feita por ela mesma. Houve o cuidado apenas de, em quatro ou cinco momentos, botar um emoji gaiato no rosto dos bofes com quem a cantora, nos meses do final de 2019, estava na cama.
De resto, lá vai Anitta caminhando pelo corredor de seu casarão ao mesmo tempo que deixa a calcinha escorregar domesticamente entre as pernas. Lá vai a superstar preparando a bolsa para o fim de semana: lubrificante, preservativo, vibrador. Lá vai a cantora de “Menina má” explicando para a mãe, ansiosa em saber a profissão do peguete de ontem à noite, que não tinha a mínima noção: “Era só um gato!”
Briga com equipe
Os bastidores da carreira são divulgados em detalhes, às vezes cruéis. O esporro que Tom Cruise deu semana passada na equipe de “Missão impossível 7” soa como declaração de amor diante das broncas de Anitta, a pistola empoderada dos negócios. Imagine os palavrões em f e p quando ela soube que o editor do clipe pôs em câmera lenta as bundas das dançarinas.
“Eu não dou ponto sem nó”, diz sobre as estratégias que desde a infância pobre em Honório Gurgel, subúrbio do Rio, desenvolveu em busca da eficiência para um dia realizar o sonho de “chegar lá” e ser “a dona da porra toda”. Gogó e repertório são coisas do tempo da Ângela Maria. É preciso estratégia digital. Em outubro, tinha cinco bilhões de visualizações no YouTube contra 3,4 bilhões da Madonna. Não foi à toa que se boquiabriu com quem entrava numa loja de Aspen: “Mariah!”, gritou. E imediatamente Mariah Carey (4,8 bilhões) gritou de volta: “Anitta” — e as duas rainhas das redes se abraçaram muito.
“Made in Honório”, em pleno retrocesso civilizacional do país, é um rebolado pela liberdade de ir em frente. “Dei pra muita gente, mas porque é bom, não pra conseguir favores.” “Tia, me mostra a foto da tua filha, soube que ela gosta de pegar mulher.” No momento dramático da série, o estupro aos 14 anos. “Foi daí que nasceu a Anitta”, diz. “Da minha vontade e necessidade de ser uma mulher corajosa, que nunca ninguém pudesse machucar, que nunca ninguém pudesse fazer chorar, magoar.” Os comentários sobre a cena chegaram aos trending topics do Twitter, onde tem 12,5 milhões de seguidores — e mais uma vez Honório Gurgel se encheu de orgulho.
O Globo sexta, 18 de dezembro de 2020
JACA: DUAS RECEITAS VEGANAS - AULA COM A CHEF TATI LUND
Duas receitas veganas em que a jaca é a atração principal: assista à aula da chef Tati Lund
A chef e proprietária do .Org Bistrô explora a versatilidade da fruta em vídeo para o Rio Gastronomia
Fabio Codeço
18/12/2020 - 07:21 / Atualizado em 18/12/2020 - 09:31
A chef Tati Lund, do .Org, ensina receitas vegetarianas com jaca Foto: Reprodução
Ilustre representante da culinária vegana e defensora de uma alimentação sustentável e orgânica, a chef Tati Lund, proprietária do .ORG Bistrô, na Barra, escolheu a jaca como protagonista de sua aula para o Rio Gastronomia. Assista aqui e, lá no final do texto, confira as duas receitas que ela preparou.
- É uma fruta abundante na Mata Atlântica, por isso tem a cara do Rio. Além disso é muito versátil e pode ser usada de forma integral, a gente aproeita a carne, o miolo e o caroço - conta.
No vídeo, Tati ensina duas receitas inspiradas no Natal que têm o ingrediente como base. O “jacalhau” espiritual é inspirado no tradicional prato feito com bacalhau desfiado, cenoura e creme de leite. Na criação de Tati, leva carne de jaca, creme de castanha-de-caju e outros temperinhos, como noz-moscada, ervas frescas e pimenta. Quem quiser uma provinha do original entes de se aventurar em casa, uma dica: o prato estará no menu de Natal que a chef servirá no sábado, dia 19 de dezembro, no seu .Org Bistrô.
Adiante, a cozinheira prepara uma farofa molhadinha usando a semente da fruta, castanha-do-pará, banana, farinha de mandioca e óleo de coco. Enquanto aprende a preparar os pratos, o leitor confere dicas preciosas sobre o uso desta fruta, a montagem dos pratos e possíveis substituições.
O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.
CONFIRA AS RECEITAS
Ingredientes do “Jacalhau de Natal”
Rendimento: 4 porções
- 3 cebolas fatiadas
- 2 dentes de alho picados
- 2 tomates picados
- 1 pimentão vermelho picado (ou, se preferir, um terço de cada cor)
- 2 colheres de sopa de azeitona preta picada
- 1 cenoura ralada
- 300 g de carne de jaca desfiada
- 1/2 tomilho picado
- 1 coentro picado
- 1 salsa picada
- 3 xícaras de leite de castanha-de-caju*
- 1 pitada de noz-moscada
- 2 colheres de sopa de azeite
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de preparo do “jacalhau de Natal”
Refogue a cebola e o alho no azeite até dourar. Junte a jaca, a cenoura, o pimentão e a azeitona. Tempere com sal e a pimenta a gosto e cozinhe até a fruta e os legumes ficarem macios. Misture o leite de castanhas ao refogado e cozinhe até ficar bem cremoso. Desligue o fogo, adicione as ervas e sirva.
Dica da chef: sirva dentro de uma abóbora assada e cubra com uma farofinha de pão.
* Para fazer o leite de castanhas: bata no liquidificador 1 xícara de castanha-de-caju crua com 3 xícaras de água, sal, pimenta e noz-moscada a gosto.
Farofa de banana, cúrcuma e caroço de jaca
Ingredientes
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho picado
- 2 colheres de sopa de óleo de coco
- 1 colher de sopa de cúrcuma em pó ou fresca
- 2 bananas
- ½ xícara de caroço de jaca
- ½ xícara de castanha-do-pará
- 1 xícara de farinha de mandioca
- 1 maço de ceboulete picada (pode substituir porcebolinha)
- Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo da farofa
Doure o alho e a cebola no óleo de coco. Junte a cúrcuma e a banana.Deixar dourar. Em seguida, acrescente a farinha, o caroço de jaca e a castanha. Tempere com sal e pimenta a gosto. Mexa por mais três minutos. Desligue o fogo, acrescente a ceboulete e sirva.
O Globo quinta, 17 de dezembro de 2020
MISS PLUS SIZE: CAMPEÃ DO CONCURSO 2020 LUTA CONTRA O PRECONCEITO
Campeã do concurso Miss Plus Size 2020 luta contra o preconceito no meio...plus size
Priscila Torres é uma ativista no combate à gordofobia e ao racismo
Regiane Jesus
17/12/2020 - 06:00
Priscila Torres foi eleita Miss Plus Size Rio de Janeiro 2020 Foto: Picasa / Divulgação
RIO — Orgulho GG, Priscila Torres, eleita Miss Pluz Size Rio de Janeiro 2020, tem para dar e vender. Fome de representatividade também! Ativista da causa, a representante comercial, de 35 anos, moradora do Engenho da Rainha, sabe que ir à praia de biquíni ou postar fotos em suas redes sociais em trajes de banho é um ato político, assim como lutar contra os padrões estéticos que ditam o mundo da moda.
O que não se imagina é que a passista, torcedora da Vila Isabel, se sinta vítima de preconceito mesmo dentro do mercado voltado para as mulheres que não vestem P ou M. A sua vitória no concurso idealizado por Eduardo Araúju, diz, significa um ato de resistência contra as campanhas publicitárias plus size que privilegiam as modelos que usam 46 ou 48.
— O meio plus é preconceituoso com o meio plus. Eu visto manequim 52 ou 54 e sinto a necessidade de ver nas lojas tamanhos maiores, como os que eu uso. Na verdade, o mercado que ganhou mais espaço foi o do plus mignon, de manequim 46, 48. Querem colocar padrão onde não deve ter padrão. Sofro preconceito por ser gorda, negra e mulher, mas estou aqui para quebrar barreiras e lutar por representatividade — diz Priscila, que mantém o perfil @pris_oliver2017 no Instagram.
O Globo quarta, 16 de dezembro de 2020
HARRY E MEGHAN: CONTRATO FOI DE R$ 200 MILHÕES, DIZ JORNAL
Contrato de Harry e Meghan para com o Spotify foi de R$ 206 milhões, diz jornalpodcast
Acordo prevê produção do Archewell Audio
O Globo
16/12/2020 - 08:37 / Atualizado em 16/12/2020 - 08:46
Meghan Markle e o príncipe Harry em março deste ano Foto: Max Mumby/Indigo/Getty Images
A vida fora da linha de frente da família real está dando lucros os príncipe Harry e Meghan Markle. O casal assinou um contrato com o Spotify para a produção de um podcast que, segundo o jornal de "The Mirror", custou aos cofres da empresa cerca de 30 milhões de libras (R$ 206 milhões).
O casal vai produzir e apresentar o "Archewell Audios", cujo primeiro episódio, a ser lançado ainda neste mês, será um especial de Natal com histórias inspiradoras neste ano difícil.
O acordo dos Sussex veio poucos meses depois que fecharam uma parceria de 100 milhões de libras com a Netflix. Dias depois, Meghan investiu em um negócio de uma bebida com leite de aveia, promovido gratuitamente por sua vizinha em Los Angeles, Oprah Winfrey.
"Meghan foi a força motriz por trás do negócio. Ela foi incrível nas reuniões com os executivos e deu uma visão clara do que eles têm a oferecer como casal. Todo o plano de negócios do Spotify é adquirir as celebridades mais comentadas do mundo em um só lugar, e Harry e Meghan se encaixam perfeitamente. É um cenário em que todos ganham", disse uma fonte ao jornal.
O Globo quarta, 16 de dezembro de 2020
FIGO, MODO DE USAR: EM NOVO VÍDEO, RITA LOBO ENSINA RECEITAS COM A FRUTA
Figo, modo de usar: em novo vídeo da série Nhac GNT, Rita Lobo ensina receitas com a fruta
A apresentadora do "Cozinha prática" mostra as melhores maneiras de cortar, descascar e guardar o figo, antes de usá-lo em saborosos preparos
O Globo
16/12/2020 - 08:39 / Atualizado em 16/12/2020 - 08:40
Rita Lobo: a apresentadora do "Cozinha prática" dá dicas sobre conservação e receitas com figo Foto: divulgação
A mesa do Natal (que está logo ali) tem os seus ingredientes favoritos – e o figo é um deles. Rita Lobo, apresentadora do programa de TV “Cozinha prática”, no GNT, explora as muitas possibilidades da fruta. No vídeo a seguir, ela, primeiro, ensina maneiras de cortar, descascar, lavar e guardá-lo na geladeira. Em seguida é a vez de aproveitá-lo em saborosas receitas doces e salgadas. Nem é preciso dizer que Rita sabe o que faz: defensora de uma gastronomia saudável e sustentável, madrinha dos cozinheiros de primeira viagem durante a pandemia, ela tem mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. Boa ceia!
Rita Lobo explora as muitas possibilidades do figo, ensinando maneiras de cortar, descascar, lavar e guardar na geladeira, além de receitas doces e salgadas com a fruta.
O Globo terça, 15 de dezembro de 2020
FAGNER FALA SOBRE SEU PAVIO CURTO: SOU RESPONDÃO
Fagner fala sobre seu pavio curto e das brigas com Caetano, Chico e Belchior: 'Sou respondão'
Cantor de 72 anos, que lança o disco 'Serenata' na próxima sexta-feira (18), reconhece seu temperamento explosivo: 'Falei o que não devia e não me arrependo’
Maria Fortuna
15/12/2020 - 07:30
Fagner, que fez 72 anos, está com saudade de jogar futebol: 'Meu joelho tá podre, mas sonho que estou jogando uma pelada' Foto: Jorge Bispo/ Divulgação
"Sereneta", disco que Fagner lança na próxima sexta (18), traz um dueto do cantor e compositor cearense com Nelson Gonçalves. Eles dividem a cena na canção que batiza o trabalho, tendo como base uma voz de Nelson gravada em álbum de 1991. A homenagem resgata a história de Fagner com um de seus maiores ídolos na música e uma relação que não começou nada bem, como lembra ele.
— Quando lancei "Noturno" (Coração alado), Nelson me atacou ferozmente em entrevista à "Revista Manchete". Disse que eu gritava muito e que, se um cantor como eu aparecesse na época dele, levava uma surra de vara. Fiquei louco para responder. Um dia, o encontrei no aeroporto e sacaneei: "Você dava surra de vara na sua época. Hoje, nós é que estamos dando". Ali nasceu uma grande amizade.
Composto por uma seleção afetiva de Fagner, que cresceu ouvindo serestas, o álbum traz também "Valsinhha", canção de Vinicius de Moraes e Chico Buarque, amigo com quem Fagner também se estranhou. Desta vez, por divergências políticas.
— Até pensei "será que ele vai deixar eu gravar?". Acho que deixou, né, o que já é uma bandeira branca. Se ele não achar que assassinei a música, vai ser uma maravilha. Tenho vontade de dar um abraço no Chico.
Nesta entrevista, o compositor de 72 anos fala das batalhas verbais com Caetano Veloso ("Eu falava umas coisas do baianos, e Caetano ficou chateado. Às vezes, não entendem brincadeira de cearense") e Belchior ("sofri muito na mão dele, não consigo relevar totalmente"), além de reconhecer seu temperamento explosivo ("Sou respondão. Falei o que não devia e não me arrependo").
O Globo segunda, 14 de dezembro de 2020
ZECA CAMARGO TERÁ PROGRAMA SOBRE TURISMO NA BAND
Zeca Camargo terá programa sobre turismo na Band. Saiba como será
ANNA LUIZA SANTIAGO
Zeca Camargo (Foto: Reprodução)
Zeca Camargo terá um programa sobre turismo, sua especialidade, a partir de janeiro na Band. Em “Você acha que conhece o RN?”, ele mostrará lugares diferentes e não tão explorados do Rio Grande de Norte. Serão quatro episódios. A ideia é fazer uma temporada em outra parte do Brasil em fevereiro, mas tudo vai depender da Covid.
O Rio Grande de Norte, aliás, será o cenário da programação de verão da emissora. Edu Guedes ancorará o “The chef” de lá; Glenda Kozlowski fará reportagens; e o próprio Zeca comandará o “Música na Band” numa locação à beira-mar.
O Globo domingo, 13 de dezembro de 2020
BRUNA MARQUEZINE: ENTREVISTA COM A ATRIZ
'Sempre entro numa sala achando que a pessoa me detesta', diz Bruna Marquezine
Em entrevista exclusiva, atriz fala sobre sexo, nova fase profissional e Neymar
Alessandra Medina
13/12/2020 - 03:30
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
No horário marcado para esta entrevista feita por videochamada, Bruna Marquezine surge toda sorridente, de camisa de malha branca, ajeitando a franja que cisma em cair no rosto. A atriz mais cobiçada pela imprensade celebridades ainda está se adaptando ao novo corte de cabelo, que agora está natural, ou seja, cacheado. “Fiz uma transição capilar e precisava tirar o resto de química dos fios. A única maneira era fazer em camadas. Fiquei com medo de ficar parecida com um poodle, mas acho que ficou cool. E, o que é melhor, não sou mais escrava de escova progressiva”, comemora.
A mudança na aparência não foi a única na vida de Bruna neste 2020. Depois de 17 anos e 14 novelas, a atriz optou por não renovar o contrato com a Globo e ir em buscas de novas experiências. A primeira delas já tem data de lançamento: em 2021, ela estará no elenco da série “Maldivas”, da Netflix. Ao lado de Manu Gavassi, sua amiga na vida real, interpretará Liz, uma goiana que vai para o Rio com o intuito de reencontrar a mãe.
Em uma conversa bastante sincera, a atriz de 25 anos fala sobre a gangorra emocional que viveu ao longo do ano, a depressão, a solteirice e, claro, os planos para o futuro.
Dezembro é naturalmente um mês de retrospectiva. Como foi o seu 2020?
Acho que foi um ano muito difícil para todo mundo, né? Para mim, foi emocionalmente instável. Passava metade do meu dia tentando meditar... Uma gangorra muito louca! Pensava: “Hoje vou me alimentar bem”, e terminava o dia comendo um pote de Nutella”. Ou “hoje vou criar maneiras de ajudar as ONGs que apoio”, e acabava pedindo socorro para a terapeuta. Além da Netflix, outras possibilidades de trabalho surgiram (Bruna fechou contrato com o Grupo Arezzo para ser garota-propaganda da Brizza, nova marca de sandálias de Alexandre Birman) e me fizeram muito bem. Então, ao mesmo tempo que foi um ano muito difícil, eu seria hipócrita se dissesse que foi um ano ruim... É difícil ser grata por um ano em que tanta gente sofreu e morreu. Me sinto até culpada. Enfim, 2020 foi bem complexo.
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Você faz terapia há muito tempo?
Procurei uma terapeuta quando tive depressão, há uns três, quatro anos. O problema é que, como não tenho rotina e, na minha profissão, é tudo de uma hora para outra, tenho uma dificuldade enorme de me priorizar. As questões emocionais deixo de lado, para quando a vida ficar um pouco menos agitada. Desapareço umas semanas, depois marco uma consulta. Volto pedindo arrego.
Há alguma questão em que venha prestando mais atenção?
Várias. Muitas não vou me sentir à vontade para dividir. O que posso falar, porque é uma característica da minha geração, ésobre a insegurança. Cresci diante dos olhos do público, e isso me fez criar uma consciência muito grande sobre o olhar do outro. Além da minha observação, que é extremamente crítica. Eu sou a minha pior hater. Comecei a trabalhar numa época na qual me ensinaram que o certo era construir uma imagem perfeita.
Como era essa imagem perfeita?
O artista não tinha problemas. Não tinha problema de família, de saúde, não sofria. Acho que nem ao banheiro ia. Colocavam o artista num pedestal. E isso não era só um movimento do público ou da imprensa, a pessoa se blindava e não deixava ninguém enxergar a sua vulnerabilidade. A minha geração foi desconstruindo isso, porque acredita que a força está na vulnerabilidade. A gente se ajuda muito mais não com exemplo de perfeição, mas com exemplo real. Aliás, nem com exemplo! Eu detesto quando falam que sou exemplo. Não sou modelo para ninguém. Sou só mais uma mulher de 25 anos, trilhando o seu caminho, aprendendo diariamente como lidar com tudo isso. Eu acho que ajudo muito mais quando falo sobre depressão do que quando estou de bonita no meu Instagram.
A sua maturidade surpreende. Não era essa pessoa que esperava entrevistar...
Ah, que merda! Todo mundo me fala isso! Que imagem é essa que estou passando ou as pessoas estão construindo sobre mim? Sempre entro numa sala achando que a pessoa me detesta. É o mecanismo de defesa que criei. Então, me freio muito. A minha insegurança é mais comigo mesma do que com o outro.
Passar a quarentena solteira foi ruim?
Estou bem com a minha solteirice. Quase não consigo me ver hoje com alguém. É claro que amanhã isso pode mudar. Até porque, quando eu me encanto, por mais que não namore, fico parada ali. Não tenho necessidade de ir para outra pessoa para ver como é.
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Passou os últimos meses sozinha, então?
Sim! Parabenizo quem conseguiu começar um relacionamento na pandemia. As minhas amigas perguntavam se eu não ia encontrar tal pessoa. Se fosse um cara que já tivesse ficado, talvez. Não ia ligar e falar: “Oi, quero muito te ver, você pode fazer um teste e, depois do exame, ficar em casa até sair o resultado?”. Tenho taquicardia só de pensar em ter alguém morando na minha casa. É muito libertador falar isso. Quantas vezes não estava de boa e tinha que fingir que estava bem? Cheguei a perguntar para as minhas amigas: “Vocês estão com vontade de mandar mensagem para o ex mesmo ou é só um meme?” Nos últimos meses, não tive vontade de mandar mensagem para ex.
Não sente falta de sexo?
Sexo é a maior troca de energia entre seres humanos. Não transo só pelo prazer. Se for por isso, tem outras maneiras de se satisfazer sozinha. Não consigo banalizar. Escuto muito isso: “Ser solteiro está foda!”. Eu falo: “Gente, estamos em 2020, ninguém tem um vibrador?”. Sei que é delicado falar, não gosto de ficar escancarando a minha vida sexual... Só consigo me relacionar com quem eu confio, admiro e conheço, pelo menos, um pouco. Mas não julgo. Cada um vive de acordo com as suas escolhas. Essa é a minha.
No vídeo que anunciou a sua contratação pela Netflix, você diz que se esqueceu de perguntar ao Bruno Gagliasso sobre o ticket-refeição. Foi fácil fazer essa transição?
Foi maravilhoso! Eu desejava sair de um contrato de exclusividade há muito tempo. Queria muito ter liberdade para ser dona das minhas escolhas. Até porque essa profissão é muito ingrata: uma escolha errada e você coloca tudo a perder. Sou infinitamente grata. Passei mais tempo nos estúdios da Globo do que dentro da minha própria casa. Mas chegou um momento em que, graças ao meu trabalho, poderia parar uns meses para estudar, fazer uma faculdade, umcurso de atuação ou direção. Tenho oportunidade de trabalhar fora do país, trabalhar com moda, que é uma das grandes paixões, trabalhar com fotografia, trabalhar como produtora.
Na série “Maldivas”, você só vai interpretar ou vai desempenhar outra função?
Só atuar, mas já tenho outro projeto engatilhado, um trabalho em que já entro como produtora criativa. O roteirista perguntou se eu queria dirigir um episódio. Achei a proposta muito louca, mas topei! Vou me arriscar um pouco mais. A produtora é comandada por uma mulher, negra, de muita sensibilidade, a Maria Angela, que me acolheu.
Na Globo, você tinha um salário certinho. Não tem medo da vida de freelancer?
Não. Na minha profissão, vou ter sempre que escolher entre liberdade e segurança. É muito bom poder escolher pela liberdade e viver com mais leveza.
Você é do tipo que gasta ou poupa?
Gasto muito, e isso é um problema. Tenho que trabalhar diariamente a minha conscientização sobre dinheiro. Eu cresci com a minha mãe administrando isso para mim. Pulei fases essenciais para aprender a administrar os ganhos. A minha consultora financeira me perguntou o que, envolvendo dinheiro, me fazia feliz. Não sabia colocar em ordem de importância, mas listei: a minha segurança e a da minha família em saúde, filantropia, viabilização dos meus projetos artísticos, viagens e imprevistos. Daí, comecei a aprender que precisava abrir mão de algumas coisas que não cabiam no meu orçamento...
E do que teve que abrir mão?
Eu amo moda. Se deixar, consumo muito. Quando os estilistas que admiro lançam uma coleção, fico nervosa! E ainda tenho uma stylist consciente, só que não! Então faço cada compra que... Deus do céu. Depois levo bronca da minha consultora. O bom de ser uma pessoa de fora é que a gente engole. Com a minha mãe, eu rebatia.
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Você abraçou movimentos importantes, como o feminismo e o antirracismo. O que a fez perceber que era importante falar sobre essas causas?
Há alguns anos, comecei a escutar sobre o feminismo e entendi algumas situações que vivo diariamente só por ser mulher. Percebi que eu era vítima diariamente da cultura machista. Falo de um lugar de privilégios, mas pensando em quantas mulheres passaram por casos trágicos e histórias irreversíveis por conta da cultura machista, não consigo entender quem ainda não se diz feminista. A mesma coisa com o antirracismo. É lamentável como pessoas que não sentem esse mal na pele acabam entendendo que essa “doença” que mata e destrói vidas é um problema do outro.
Tem consciência de seus privilégios?
Sim, tenho muita consciência dos meus privilégios. O que não quer dizer que tudo sempre foi muito fácil, mas, enfim, talvez por isso, sinto a necessidade de usar minha voz para lutar contra tudo que está errado. Acredito que quanto mais privilégio você tem, maior sua responsabilidade. Se já é difícil para quem tem privilégios, imagina para quem não tem. O mais importante é sempre manter a escuta aberta.
O que você fez para olhar além do seu confortável mundo?
Sempre estive em contato com pessoas de diferentes realidades. Não nasci nessa bolha de privilégios, nasci em Duque de Caxias. Saí da Baixada com 9 anos de idade, meus pais têm uma história e um background completamente diferentes do meu. Então, cresci com o olhar voltado para o outro.
O que sente quando lê algum comentário machista na internet ?
Sinto um misto de nojo com preguiça e tristeza. É tão cansativo lidar com o desejo do outro de permanecer ignorante. De verdade, não consigo aceitar, acho que tem pessoas que gostam de ver as coisas como estão, mesmo vendo que é injusto e cruel. Se a cada comentário machista eu me permitisse sentir tudo isso em uma potência elevada, eu não teria vida, seria rancorosa. Temos que conseguir focar na força que o movimento ganhou e pensar nas coisas boas.
O que acha de um comentário de uma mulher contra outra mulher?
Triste. E é óbvio que é ainda mais triste quando o comentário vem de uma mulher que também é vitima de machismo e só fortalece essa estrutura julgando outras mulheres. Desmotiva, e por isso não me permito perder muito tempo com isso.
O que sente quando pensa na Bruna de cinco anos atrás?
Sinto amor, compaixão e empatia e por tudo que ela estava vivendo. Me sinto feliz, pois sei onde ela está hoje.
Vi que você se ressentia quando dava entrevistas e só faziam perguntas sobre o Neymar. Como é a sensação de falar só sobre você?
A palavra não é ressentimento. Nunca fiquei ressentida nem magoada, eu ficava frustrada. Simplesmente pelo fato de que eu dava entrevistas gigantes abordando assuntos relevantes, principalmente para falar sobre meu trabalho, que é o que eu tenho de mais precioso para trocar com o próximo, e sempre deixavam essa pergunta para o final... E era sempre muito frustrante ver a chamada da entrevista resumida a um namoro. Eu sentia que tinha perdido meu tempo, depois de horas falando sobre coisas que amo falar. É muito bom ouvir perguntas relevantes e saber que vocês querem saber da Bruna. Entendo que as pessoas têm interesse na vida pessoal das outras, eu mesma trabalho a minha mente e estado de espírito para ter cada vez menos interesse na vida alheia. Quantas vezes ouvi: “Desculpa, mas tenho que te perguntar sobre ele”. Já faz mais de três anos que eu não me relaciono com essa pessoa, mas muita gente ainda tem necessidade de atrelar a minha imagem à dele e a dele à minha. Mas acredito que um dia isso acabe.
O Globo sábado, 12 de dezembro de 2020
LETICIA BUFONI: A SKATISTA FALA SOBRE OS PRECONCEITOS QUE TEVE QUE DRIBLAR AO LONGO DA CAREIRA
A skatista Leticia Bufoni fala sobre os preconceitos que teve que driblar ao longo da carreira
Atleta paulista, que começou no skate ainda criança, vive expectativa em relação à Olimpíada de Tóquio: 'Parece um sonho impossível'
O Globo
12/12/2020 - 03:30
Leticia Bufoni Foto: Reprodução
A paulista Leticia Bufoni, de 28 anos, nunca teve medo de se jogar, literalmente. Ainda criança, quando os meninos da turma de Vila Matilde trocaram a bola pelo skate, não hesitou em arriscar as primeiras manobras. O que ela e sua família não poderiam imaginar é que naquele momento seu destino seria selado. “Aprendi a andar mais rápido do que eles. Me apaixonei. Mas sofri muita resistência, meu pai achava que eu deveria brincar de boneca, e era chamada de ‘sapatão’ e ‘Maria João’ pelos garotos”, lembra. O preconceito em momento algum a fez recuar. Aos 11, ela participou da primeira competição. Na adolescência, aos 14, com o apoio e a companhia do pai, que se tornou o fã número um, a skatista foi competir em Los Angeles, nos Estados Unidos, e nunca mais voltou de lá. Nas pistas e torneios, enfrentou outras críticas: “Desta vez, por parte das meninas do skate pelo fato de usar legging e make básica. Questionavam o motivo de eu competir arrumada”, conta a atleta, cujas marcas registradas são a bandana e o cabelo rosa.
A skatista Letícia Bufoni Foto: Matheus Coutinho
Quase duas décadas depois, Leticia — a primeira e única recordista do “Guinness Book” por ter mais medalhas no X-Games (principal campeonato de skate do mundo) — descreve a expectativa de representar o Brasil na Olimpíada de Tóquio. “Para a gente, dos novos esportes (é a primeira vez que surfe, skate, beisebol/softbol, caratê e escalada farão parte do programa olímpico), está parecendo um sonho impossível. Chegamos tão perto e veio o adiamento por causa da Covid-19. Achava que uma pandemia como essa só acontecia em filmes”, diz. A atleta explica que, caso não aconteçam novas competições, sua participação está confirmada, já que valerá a pontuação dos dois últimos anos. “É uma grande honra representar uma nação inteira”, afirma.
Letícia Bufoni e Pedro Scooby Foto: Reprodução
Enquanto Tóquio não chega, ela amplia os horizontes. Em agosto, percorreu nove países da Europa a bordo de um motorhome ao lado do surfista Pedro Scooby e do diretor de fotografia Matheus Coutinho. A viagem vai virar a série “What a trip!”. Já o fim do ano será ao lado da família, no Guarujá: “Vou passar dois meses no Brasil”. Mas nem pensar em ficar longe dos treinos. “Mandei construir uma pista no quintal da minha casa.”
O Globo sexta, 11 de dezembro de 2020
SUBMARINO HUMAITÁ: MARINHA LANÇA SEGUNDO SUBMARINO DE PROGRAMA ORÇADO EM R$ 37,1 BILHÕES
Marinha lança segundo submarino de programa orçado em R$ 37,1 bilhões e que prevê modelo de propulsão nuclear
Batizada de Humaita, unidade será lançada ao mar em evento com participação de Bolsonaro em Itaguaí (RJ)
Roberto Maltchik
11/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 11/12/2020 - 07:48
O submarino Humaitá (S41), desenvolvido dentro do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), da Marinha Foto: Divulgação/Marinha
RIO -Em um país continental, com uma costa de 7.367 quilômetros, o submarino é praticamente indispensável. Por isso, nesta sexta-feira (11), a Marinha dá um novo passo para a renovação de sua frota, com o lançamento ao mar da segunda unidade da classe Scorpene, que integra o ProSub, batizada de Humaitá. O programa de submarinos, lançado em 2008, prevê investimento total de R$ 37,1 bilhões, incluindo quatro embarcações de propulsão convencional — com motores diesel-elétricos de fabricação francesa — e uma quinta (e mais aguardada) de propulsão nuclear, com previsão de entrega somente em 2031 e cuja produção é, no mínimo, desafiadora.
Neste último, o desenvolvimento atômico cabe exclusivamente ao Brasil, em um projeto de alta complexidade, iniciado em 2012. Até agora, a Marinha já investiu R$ 20,8 bi no ProSub. Todos os submarinos são equipados com torpedos de alta precisão, minas e mísseis SM 39 Exocet.
O evento, que ocorre no Complexo Naval de Itaguaí nesta sexta-feira e terá a presença do presidente Jair Bolsonaro, marca dois avanços do ProSub. Além da inauguração do Humaitá, que entra na fase de testes, haverá a integração dos módulos do terceiro submarino do programa, o Tonelero.
'Carro japonês' x 'Fusca'
Inicialmente, estava previsto que a Marinha pudesse comemorar, na mesma data, o início das operações do submarino Riachuelo, o primeiro da série. Porém, a fase de testes demorou mais do que o previsto. Neste momento, o Riachuelo ainda é submetido aos chamados testes de plataforma, nos quais são analisados aspectos como navegação, manobras, propulsão e funcionamento do leme.
Marinha lança segundo submarino de programa que prevê modelo de propulsão nuclear Foto: Arte/O GLOBO
De acordo com pessoas próximas ao projeto, o atraso na operação do Riachuelo se deve às adaptações feitas no modelo francês para navegação no Brasil. O Scorpene, na versão brasileira, é mais longo, o que amplia seu tempo máximo de operação contínua em relação ao modelo original, que passa de 50 para 70 dias.
O almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsável pelo projeto, ressalta que a adaptação se deve à grande extensão da costa brasileira.
Visão aérea do submarino Humaitá (S41), no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), Região Metropolitana do Rio Foto: Divulgação/Marinha
Atualmente, o Brasil dispõe dos submarinos da classe Tupi para atuar sob as águas. As cinco unidades foram compradas da Alemanha, nos anos 1980. Porém, hoje, além das diferenças de performance em relação aos novos — a profundidade máxima da classe Tupi, por exemplo, é de 270 metros, contra 300 metros dos franceses —, algumas das atuais embarcações estão submetidas a longos períodos de inatividade para manutenção.
— Existe uma evolução tremenda. Há um avanço relevante no processamento de dados dos sonares, por exemplo. É como comparar um Fusca com um carro japonês dos dias de hoje. Não só os sensores, mas a própria capacidade do periscópio de produzir imagens rapidamente, mantendo o submarino discreto, é muito superior — explicou o almirante Koga.
Grupo seleto
Infográgico detalha panorama sobre a construção de submarino nuclear Foto: Arte/O GLOBO
O ProSub também contempla o que pode ser chamado de um projeto à parte dentro do programa. Um terço de todo investimento bilionário é direcionado ao desenvolvimento do chamado SN-BR, o primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, um tipo de equipamento que integra a frota de um seleto grupo de nações, como Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia.
Entre as diferenças mais importantes, além da velocidade, enquanto o S-BR fica submerso por um pouco mais de dois meses, o SN-BR poderá ficar em operação por tempo indeterminado. A estimativa é que missões com esse tipo de equipamento possam ocorrer por até um ano.
Essa capacidade só será possível após a Marinha superar uma série de obstáculos de desenvolvimento, que estão dentro dos planos e, por ora, não apresentam sinais aparentes de impasses incontornáveis. Todas as estruturas atômicas precisam ser miniaturizadas, especialmente o reator. Essa "chaleira" de produção quase inesgotável de energia precisa ser administrada de forma a manter segurança, calor e ruído em condições estáveis e por longos períodos.
Por isso, a Marinha construiu um protótipo em terra, que reproduz condições similares às que o reator deve enfrentar dentro do SN-BR. Esse sistema será desenvolvido no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene), em Iperó (SP), que ainda não foi finalizado. Todos os componentes atômicos serão testados nesse ambiente, antes de serem instalados na embarcação.
— Ele vai simular o reator. Já tem lá uma carcaça, um casco de submarino onde o reator será instalado. O Labgene é o que vai nos garantir que o que está sendo desenvolvido para ser inserido no submarino vai funcionar dentro das especificações. Ele ainda não recebeu combustível, os testes estão sendo feitos, por enquanto, com caldeiras à vapor. Depois, poderemos, finalmente, testar a reação nuclear — explica o almirante Koga.
Além dos desafios orçamentário e técnico, como manter um reator nuclear em alta profundidade, com controle de ruído, pressão e temperatura, o submarino nuclear enfrenta outros obstáculos não desprezíveis, como barreiras para aquisição de componentes essenciais.
— O desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear exigirá posição firme do governo e da Marinha às pressões econômicas e estratégicas — explica Nelson During, editor-chefe do Portal DefesaNet.
O Globo quinta, 10 de dezembro de 2020
VITÓRIA STRADA FALA DA EMOÇÃO COM FIM DE SALVE-E QUEM PUDER E DA RELAÇÃO COM MARCELLA RICA
Vitória Strada fala da emoção com fim de 'Salve-se quem puder' e da relação com Marcella Rica
ANNA LUIZA SANTIAGO
Vitória Strada (Foto: Arquivo pessoal)
Vitória Strada está prestes a se despedir de Kyra, sua personagem em "Salve-se quem puder". Restando pouquíssimas cenas para o fim do trabalho, a atriz experimenta sensações diversas:
- Já gravamos todos os finais importantes. Estou sem querer acreditar que vai acabar. Sem dúvida, o sentimento é de missão cumprida. De certa forma, entramos para a História. Fomos os que mais gravaram com todos os protocolos. Foi novo para todo mundo e ao mesmo tempo muito doido trabalhar assim. Nós só vamos ver o resultado quando a novela for exibida, com a esperança de que tudo tenha ficado bom. Estamos contando com a ajuda de efeitos especiais para tirar os acrílicos das cenas e colocar fundo naquelas que seriam externas, mas que acabaram gravadas nos estúdios. Quando a história está no ar, a gente tem aquele tempo de ajustar alguma coisa de que não está gostando na atuação. Desta vez, não teve como. Estou na maior ansiedade para ver.
- A Kyra é muito indecisa. Ela fica um tempo nessa indecisão. Vai ser bonitinho. Foi muito emocionante gravar as cenas dela terminando com cada um deles. Tive que negar ficar com Alan e com o Rafael. Chorei demais - afirma.
Para aliviar a tensão do isolamento social e da volta ao trabalho em meio a regras rígidas, Vitória retomou um antigo hábito, o desenho, como mostra na foto acima:
- Sempre gostei de papel e caneta. Vem da infância. Na escola, eu copiava, decorava caderno, fazia letra bonita... Quando estou estudando capítulos, gosto muito de escrever e fazer esqueminhas para memorizar melhor. Desenho é uma coisa que engatei na quarentena e estou levando para a vida. Já completei quase três cadernos. É uma terapia, ajuda a acalmar a mente.
Além do novo hobby, Vitória recorreu ao afeto da namorada, Marcella Rica, para tentar atravessar a pandemia com mais serenidade. As duas, que já moravam juntas desde o final do ano passado, aproveitaram para se mudar há dois meses:
- Eu já queria há um tempo. Quando aconteceu, a gente se sentiu bem melhor. Estamos num apartamento onde conseguimos pegar sol para ter vitamina D. Foi algo que nos fez bastante felizes. A gente se deu muito bem durante a pandemia. As pessoas brincam sobre casais se separando, mas nós nos unimos mais ainda e nos ajudamos muito.
As atrizes estão namorando há um ano. Segundo Vitória, tornar o relacionamento público foi importante na questão da representatividade:
- Nossa, eu recebo muitas mensagens, é um carinho grande. Estávamos preparadas para tudo, porque sabemos que, infelizmente, vivemos num país preconceituoso. Mas, se até hoje vi dois comentários negativos, foi muito. No direct (mensagens privadas do Instagram), várias pessoas falam que se sentem melhores tendo uma representação. Elas dizem que ver nosso amor as ajudou a lidar com suas verdades. Está sendo muito bom ajudar.
Ela conta que vibrou ao saber que o casal tem até fã-clubes na internet. Em casa, a reação não foi diferente:
- Graças a Deus, tenho uma família que me apoia muito, independentemente de quem eu amar. Meus pais se preocuparam sempre em saber se estou feliz e, acima de tudo, se a pessoa com quem estou tem caráter. Isso é o mais importante para minha família e montou quem eu sou. Fez com que eu mesma não tivesse preconceito comigo quando isso aconteceu. Diferentemente de muitas pessoas que já sabem desde pequenas do que gostam, eu descobri que poderia me apaixonar por uma mulher quando me apaixonei pela Marcella. Poderia muito bem ter me julgado, não ter me permitido viver esse lado. Mas a criação que tive me ajudou a respeitar esse sentimento novo.
Marcella Rica e Vitória Strada (Foto: Reprodução)
O Globo quarta, 09 de dezembro de 2020
LUCAS VELOSO COMENTA GRAVIDEZ DA NAMORADA E FALA EM CASAMENTO
Lucas Veloso comenta gravidez da namorada e fala em casamento
GABRIELA ANTUNES
Lucas Veloso e Gessica Muniz (Foto: Reprodução)
Esperando seu primeiro filho com a namorada, Gessica Muniz, o humorista Lucas Veloso fará um chá revelação no próximo sábado, 12. O evento terá como tema a cultura nordestina. A dentista e modelo está no terceiro mês de gestação:
- Vai ser uma festa bem com a nossa cara. Ao invés dos temas tradicionais, Géssica teve a ideia de fazermos um chá arraiá. Aí fiz o texto da nossa história e dois amigos transformaram em cordel para o convite (disponível no Instagram de Lucas). Ficou muito legal. No começo, achava que seria menino. Somos muitos homens na minha família, não sei nem quantos. De mulher, só tem minha irmã e duas primas. Mas, depois, comecei a achar que é menina. Sonhei com uma, e minha mãe e a Gessica também sonharam.
Lucas assumiu publicamente o relacionamento com Gessica em junho deste ano, cerca de oito meses depois de terminar o namoro com a bailarina Nathalia Melo, que conheceu no "Domingão do Faustão":
- Todo mundo comenta que o relacionamento é recente e pergunta se a gravidez foi planejada. Costumo dizer que filho vem quando é desejado. Não precisa ser planejado. Criança é uma bênção. Quando nos conhecemos, sentimos aquela sensação de que já convivíamos há dois milhões de anos. A gente só está invertendo a ordem. Vamos ter o filho primeiro e o casamento será depois. Temos uma conexão surreal e uma sinergia maravilhosa.
O humorista conta que já pensava em ser pai mesmo antes de conhecer a namorada.
- Desde o final do ano passado, eu vinha pensando em adotar uma criança, mesmo que fosse solteiro. Quando descobri que seria pai, fiquei animado pra caramba. A gente começa a ver a a vida de um jeito totalmente diferente. E isso porque nem nasceu ainda. Brinco dizendo que um pedaço meu finalmente deu certo. Não tenho nem como descrever o que senti na primeira ultrassonografia, quando ouvi o coração bater. Até salvei um áudio no celular e escuto de vez em quando. É o som mais bonito que ouvi na minha vida. Já estou prevendo que serei um pai coruja - diz ele, que não descarta adotar uma criança no futuro.
Filho do humorista Shaolin, morto em 2016, Lucas comemora a possibilidade de viver com seu futuro filho tudo aquilo que não pôde aproveitar com o pai:
- Quando meu pai sofreu o acidente (de trânsito, em 2011), eu tinha 14 anos. Ele morreu quando estava com 19. Fiquei adulto, logo comecei a trabalhar e nunca pude sentar com ele, tomar um vinho e bater um papo de gente grande. Sempre pensei que precisava trabalhar e manter minha saúde para que, quando tivesse um filho, pudesse estar ao lado dele. Porque a gente não precisa ser só pai, pode virar amigo, zoar um com o outro... Meu pai era meu amigão, não era só aquela coisa de "bom dia, boa tarde e boa noite". Transferir essa relação para o meu bebezinho vai ser muito bacana.
Lucas tem se dividido entre Patos, cidade da namorada, e Campina Grande, sua cidade natal - ambas na Paraíba -, e São Paulo, onde costuma trabalhar.
- O corpo dela que está passando por todas as mudanças, então, perguntei onde ela preferia ficar até o parto. Ela escolheu Patos, para ficar perto dos familiares e se consultar com seus médicos de confiança. Depois do nascimento, devemos mudar para Campina Grande, onde estou construindo nossa casa.
Lucas atualmente comanda o quadro "Achamos no Brasil", do programa "Domingo espetacular", da Record:
- O quadro une viagem e trabalho, que são duas coisas de que gosto. Cheguei a ficar apreensivo, porque não sou repórter, sou humorista. Humorista é meio excêntrico. Tive medo de não deixar as pessoas falarem. Então, estou exercitando muito a escuta e me renovando enquanto profissional. Graças a Deus, está sendo bem recebido.
Lucas Velosos (Foto: Reprodução)
O Globo terça, 08 de dezembro de 2020
VEJA AS ESTREIAS NO CINEMA
De 'O poderoso chefão' a comédia natalina, veja as estreias no cinema
Bonequinho aplaude de pé a nova versão para o último filme da trilogia clássica de Coppola, uma das atrações que entram em cartaz nesta quinta-feira (3)
O Globo
03/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 04/12/2020 - 08:58
O último filme da trilogia clássica faz 30 anos Foto: Divulgação
A redenção de Corleone. O Bonequinho viu e aplaudiu de pé a nova versão de Coppola para o último filme da trilogia de "O poderoso chefão" e adianta: agora sim temos um filme à altura dos dois primeiros. Quer saber como ficou? O filme é uma das 9 estreias nos cinemas nesta quinta-feira, 3 de dezembro. E tem Bonequinho aplaudindo em todo canto e gênero, do horror "Amizade maldita" ao drama com doses de humor "Belle Époque". Para quem tem criança, chegou a cartaz "Trolls 2" e uma comédia bem familiar, já em clima de festas de fim de ano: "10 horas para o Natal".
FOTOGALERIA: CENAS DAS ESTREIAS NOS CINEMAS DE 3 DE DEZEMBRO
Al Pacino em 'O Poderoso Chefão - Desfecho: A Morte de Michael Corleone' Foto: Divulgação"Amizade maldita": horrror dentro de casa Foto: DivulgaçãoDiálogos irônicos e elenco em destaque: Doria Tillier e Daniel Auteuil Foto: DivulgaçãoComédia para o fim do ano: "10 horas para o Natal" Foto: Divulgação"M-8: Quando a morte socorre a vida" Foto: Vantoen Pereira Jr.
Cena da animação 'Trolls 2' Foto: Divulgação'New Life S.A' Foto: Divulgação'Soldado estrangeiro' Foto: Divulgação'Sertânia' Foto: Divulgação
Confira as estreias no cinema - com impressões do Bonequinho:
'O poderoso chefão - Desfecho: a morte de Michael Corleone'
As modificações em relação à versão antes exibida parecem poucas, mas impressiona como os quase 15 minutos de cortes, as alterações na narrativa e as correções de imagem e som deram o brilho de que o filme precisava para estar à altura dos outros da trilogia.
O que torna o projeto diferente é a forma como o diretor e corroteirista Brandon Christensen conduz a trama. “Z” (no original) surge como boa surpresa pela maneira como ele trabalha os três atos da história. E, ao final, demonstra que os clichês do gênero podem aparecer com criatividade e inteligência.
O diretor e roteirista Nicolas Bedos investe nos diálogos, rápidos e irônicos, enquanto o elenco deita e rola. Além do show habitual de Daniel Auteuil e Fanny Ardant, Guillaume Canet e Doria Tillier vivem trama paralela que faz eco ao romance dos protagonistas. Tudo levado no humor.
Faz frio em dezembro na São Paulo do filme. É uma tentativa de aproximar essa mistura de comédia e aventura infantil da sua referência: os “filmes de Natal” de EUA e Europa. O longa recorre a muito “Jingle bells” e vermelho e branco para lembrar uma São Paulo em que aglomerações eram permitidas — e ninguém usava máscara.
A narrativa se constitui em dois eixos, um na escola, cheio de episódios de racismo, outro de investigação da proveniência de M8. Os dois eixos não se integram muito bem, mas o ponto mais fraco é a artificialidade com que a maioria das cenas transcorre. Só as cenas entre os amigos têm timing real, o resto parece apenas pretexto pra dar recado
O resultado dessa animação de Walt Dohrn não é especialmente divertido, mas cabe destacar uma concepção visual que valoriza imagens que remetem ao artesanal. E a criação estética surpreende na sequência em preto e branco, passagem contrastante em relação ao resto
'New Life S.A.'
No filme dirigido por André Carvalheira, o sonho do mundo perfeito a ser experimentado no condomínio de luxo planejado pelo jovem arquiteto Augusto desaparece quando ele se vê no meio de um jogo sujo que permeia a construção do empreendimento: de suborno a políticos e juízes ao despejo frio de famílias humildes do lugar
'Soldado estrangeiro'
A história de três jovens soldados brasileiros — Bruno Silva, Mário Wasser e Felipe Nascimento — que decidiram fazer parte do exército de nações estrangeiras é contada no documentário de José Joffily e Pedro Rossi. Ao longo do filme, citações do livro “Johnny vai à Guerra”, de Dalton Trumbo, de 1939, sobre ideais antiguerra e humanidade
O filme dirigido por Geraldo Sarno mergulha na mente delirante do cangaceiro Antão (interpretado por Vertin Moura), que, à beira da morte depois de ser capturado pelo bando do Capitão Jesuíno (Julio Adrião), passeia pelos últimos acontecimentos de sua vida e por símbolos do sertão nordestino
SUSTENTABILIDADE GANHA DESTAQUE EM LISTA DE MELHORES DESTINOS EM 2021
Sustentabilidade ganha destaque em listas de melhores destinos para 2021
Turismo responsável pautou as seleções da editora Lonely Planet e da revista 'National Geographic Traveler', que indicou o Cerrado brasileiro
Eduardo Maia
06/12/2020 - 01:55
Tatu no Cerrado brasileiro, um dos destinos para 2021 apontados pela revista "National Geographic Traveler" Foto: Pete Oxford / Minden Pictures / NatGeo / Divulgação
RIO - A sustentabilidade e a responsabilidade social do turismo marcaram duas das mais tradicionais listas tendências de viagens para o próximo ano, divulgadas pela mídia especializada nas últimas semanas. Ao escolherem seus melhores destinos para 2021, tanto a editora de guias Lonely Planet quando a revista "National Geographic Traveler" deram destaques a iniciativas que se propõem a ações como preservação do meio ambiente, respeito às comunidades locais e valorização da diversidade.
O Cerrado, sugerido pela "National Geographic Traveler" na categoria Natureza/Vida Selvagem, foi a única menção nas duas seleções, ao Brasil. A publicação ressalta que o bioma, a maior área de savana da América do Sul, que abriga 5% de todas as espécies de plantas e animais do planeta, está em constante ameaça pelo avanço da agricultura. O texto lembra que mais de 103 mil quilômetros quadrados foram destruídos apenas na última década.
A paisagem de vastas planícies, dominado por plantas imponentes e habitado por animais desconhecidos fora da continente, como antas, tamanduás-bandeiras e tatus-canastras, foi apontado como o mais próximo do que se poderia encontrar, na nossa Terra real, de um cenário onde poderiam viver os dinossauros da franquia "Jurassic Park".
Mergulhadores no Parque Nacional Marinho de Alonissos, na Grécia Foto: Elena Becatoros / AP / NatGeo / Divulgação
Ao todo, são 25 destinos espalhados por cinco categorias (Sustentabilidade, Natureza/Vida Selvagem, Cultura/História, Família e Aventura). Entre os considerados os mais sustentáveis, estão a cidade de Denver, no Colorado (que pretende atingir 100% de energia renovável até 2030); o Parque Nacional Marinho de Alonissos, na Grécia; o ecoturismo no Gabão, onde 11% do país é protegido como parque nacional; a capital dinamarquesa Copenhague, que pretende se tornar neutra em carbono até 2025; e a cidade alemã de Friburgo, que tem 40% de sua área urbana coberta por vegetação nativa.
O Globo domingo, 06 de dezembro de 2020
MC REBECCA FALA SOBRE RELAÇÃO COM ANITTA, LUDMILLA E SEXO
MC Rebecca fala sobre relação com Anitta, Ludmilla e sexo
Cantora acaba de lançar single com Elza Soares, "A coisa tá preta'
Gilberto Júnior
06/12/2020 - 03:30
Maiô Haight, blusa Reinaldo Lourenço na Na Sala Novamente, brinco e correntes na calça, todos Arco Foto: Karla Brights
O pedido chega e MC Rebecca abre um sorrisão e logo transforma a bancada de maquiagem do estúdio numa mesa. Tem feijão, arroz, bife, batata frita e ovo. Enquanto corta um pedaço de carne — vermelha —, a cantora, de 22 anos, fala animadamente sobre a música com participação de Elza Soares que lançaria no dia seguinte. “A coisa tá preta” mostra a veia sambista da carioca, que ganhou fama, 3,6 milhões de seguidores no Instagram e milhões de visualizações no YouTube com funks em versões light e proibidas.
“Posso dizer que eu zerei a vida ao gravar com a Elza”, derrete-se Rebecca. “Já tinha a canção guardada há algum tempo, mas estava procurando a pessoa certa para dividir esse trabalho. Foram meses tentando algum contato até receber uma resposta. Fui realmente atrás. Não sou de ficar parada esperando que façam as coisas por mim. Chorei muito quando Elza falou meu nome. Tive de sair do recinto para me recompor. Ela é extremamente poderosa.”
Vestido e brinco, ambos Dolce & Gabbana Foto: Karla Brights
Com versos contestadores, (“Natural do Rio de Janeiro, onde preto favelado é destaque só no mês de fevereiro ou na página policial. Prende neguinho, a gente arruma um culpado e sai na capa do jornal”), “A coisa tá preta” é, na visão da MC, algo que a coloca em outro patamar na indústria. “Saí da minha zona de conforto com essa música, mas não era um universo completamente desconhecido para mim. Durante uma década, fui passista do Salgueiro, uma das maiores agremiações do carnaval. Acho que vão me olhar com mais respeito por eu estar ao lado da Elza. Para ela, também deve ter sido uma experiência. Estou chegando agora na indústria fonográfica, e ainda canto funk proibidão.”
O clipe do single, que estreou na segunda-feira, é a menina dos olhos da cantora. Além de Elza, sua mãe, Cristina, e a filha, Morena, de 3 anos, protagonizam as cenas. “Mamãe topa minhas loucuras”, diverte-se. “Ela me ajuda à beça. Tive minha bebê cedo, sozinha, aos 19. Em seguida minha carreira deslanchou. Tive todo o apoio em casa.”
MC Rebecca Foto: Reprodução/ InstagramMC Rebecca Foto: Reprodução/InstagramMC Rebecca ao natural Foto: Reprodução/InstagramMC Rebecca Foto: Reprodução/ Instagram
Cria do Morro São João, no Engenho Novo, Rebecca acredita que suas vivências a transformaram na mulher determinada e sincera que é. Aos 11 meses de vida, quase foi parar no conselho tutelar quando sua mãe biológica foi presa por roubo. Sua guarda ficou com Cristina, sua tia, e o avô materno, morto em 2018. Foi uma infância simples, porém feliz. “Claro que a realidade era dura. Tiroteios eram constantes, e existia o medo da bala perdida, mas não faltava amor. Quando a música surgiu, enxerguei uma oportunidade de melhorar nossa situação. Às vezes, me sinto culpada de não ser uma mãe presente. Perdi passagens importantes do crescimento da Morena. No entanto, consegui tirar minha família da favela, o que me deixa bastante aliviada. Moramos no Recreio dos Bandeirantes.”
Jaqueta Argalji, top Vix, calça Na Sala Novamente e brincos Ecran Foto: Karla Brights
Com a mãe biológica, não existe uma relação muito profunda. “Mas há respeito e carinho por ela, que não deixa de frequentar meus aniversários e outras datas festivas. Entretanto, não posso afirmar que há aquela coisa de mãe e filha.” Com Morena, a história é outra: “Minha menina é pequena demais para ter noção da proporção do que eu faço. Mas conhece as coreografias. Ah, e também adora um celular. Não me dá qualquer tipo de trabalho. Dorme a noite inteira.”
Às gargalhadas, Rebecca conta que Cristina ficou um tiquinho assustada ao vê-la treinando para gravar sua primeira música, “Cai de boca” (sim, é sobre sexo oral), em meados de 2018. “A vontade de cantar era latente. Minha ex-mulher, Suellen, sabia desse desejo e percebeu uma chance de torná-lo real ao ouvir uma música composta pela Ludmilla. Como eram amigas, ela falou para a Lud que aquele som seria perfeito para mim. Coloquei minha voz, porém ninguém queria produzir. Bati na porta de vários DJs, e o único que topou foi o Zebrinha, que incluiu a faixa em seu set mixado. A minha, no entanto, se destacou e ele testou colocá-la solo. Deu certo”, relembra.
O boom veio na Gaiola, famoso baile funk que acontece na Penha. DJ Rennan soltou o pancadão para uma multidão. “Estava exausta de tanto sambar na quadra do Salgueiro e não quis acompanhar Suellen no fervo. Minha ex foi e pediu ao Rennan essa chance. Na mesma noite, ele tocou diversas vezes a música. Na sequência, me convidou para cantar no baile para um público de 25 mil pessoas. Foi o auge.”
De rainha das passistas do Salgueiro, de repente, Rebecca virou uma aspirante a estrela do batidão. Vieram os pedidos para shows e o repertório foi crescendo. Seguindo a linha de proibidões, ela lançou “Coça de Rebecca”. “Nunca passou pela minha cabeça que poderia existir preconceito contra essa vertente do funk. Ao frequentar certos lugares, notei que a sociedade enxergava como um problema uma mulher preta e favelada falar sobre sexo de forma explícita. Quero muito ter liberdade de cantar o que eu quiser. Os homens nunca tiveram problema em colocar o sexo oral em pauta. E a gente não pode tocar no assunto? ‘Cai de boca’ é justamente sobre isso.”
Até o lançamento de “A coisa tá preta”, Rebecca estava totalmente focada no funk. No fim de outubro, colocou nas plataformas de streamings “A preta é braba”, com participação da rapper Karol Conka. Em 2019, foi assunto com os hits “Sento com talento”, “Deslizo e jogo” e “Repara”. Mas nada se compara ao sucesso de “Combatchy”, projeto de Anitta que contou também com Luísa Sonza e Lexa. O clipe, inclusive, foi eleito o melhor do ano na última edição do Prêmio Multishow.
Jaqueta Salvatore Ferragamo, calça Eva, top Woma na Casa de Antônia, brincos e anéis, todos Sara Joias, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights
“É uma mulher forte, independente e muito talentosa. A nossa amizade só cresce. Espero trabalhar mais com ela. Vejo na Rebecca um potencial enorme e sei que só vimos o início do que ela tem para mostrar”, observa Anitta, que já ficou com a colega no passado. “Porém, não aconteceu nada além do beijo. Hoje, ela é quase uma irmã para mim”, acrescenta a MC.
Blazer e saia, ambos Salvatore Ferragamo, top Teodora Oshima e brinco Arco Foto: Karla Brights
Para a cantora, não existe tabu. Sua bissexualidade é aberta, e ela diz que não usa a condição para se promover, como já acusaram por aí. “Sempre gostei de meninos e meninas. Na infância, dei o primeiro beijo numa garota no banheiro da escola. Sou livre, independente e faço o que bem quiser. É tudo muito natural. Aos 17 anos, contei para minha família e foi a maior polêmica.” Hoje, Rebecca está namorando o empresário Lucas Godinho, dono de uma empresa de estacionamento e de uma academia de artes marciais. “Fiquei com ele pela primeira vez no dia 12 de junho. Não transava desde março por causa da pandemia. Meus brinquedos eróticos que me salvaram na quarentena”, diz. “Fora isso, de vez em quando, dou umas chamadas no bofe. Ele não é muito transante, mas o chamo para agir. No geral, não tenho razões para reclamar”, emenda.
Quimono e calça, ambos Eva, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights
Falante, Rebecca não se esquiva nem da treta virtual envolvendo sua fada madrinha, Ludmilla. “Não nos falamos mais, porém tenho carinho e respeito pela Lud. Tudo que eu sou devo a ela. Não houve uma discussão ou qualquer tipo de briga. Nunca entendi a razão de nosso afastamento.”
No fim da conversa, a MC afirma que não pensa muito no futuro. “Quero conquistar o Brasil”, diz. “Não é a hora <QL>de cogitar uma carreira internacional, mesmo já tendo feito shows na Europa e nos Estados Unidos. O fato é: gravei com a Elza Soares. Eu posso tudo.” Pode mesmo.
O Globo sábado, 05 de dezembro de 2020
MALHAÇÃO: SONHOS SERÁ REPRISADA NA GLOBO
'Malhação: Sonhos' será reprisada na Globo. Saiba quando e relembre a trama
Martelo batido: a Globo vai reprisar 'Malhação: Sonhos' em 2021 depois de 'Viva a diferença'. O casal Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni) fez grande sucesso (Foto: TV Globo)
O Globo sexta, 04 de dezembro de 2020
MINAS GERAIS: NOS 300 ANOS DE MINAS, LEO PAIXÃO ENSINA A PREPARAR UM FRANGO COM QUIABO À MINEIRA
Nos 300 anos de Minas Gerais, Leo Paixão ensina a preparar um frango com quiabo à mineira
Técnica do 'pinga' e frita e o segredo para o quiabo 'não babar': 'corta-se ao meio e grelha somente a parte de dentro'
Bruno Calixto
04/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 04/12/2020 - 08:20
Frango à mineira com quiabo de Leo Paixão Foto: Divulgação
Leo Paixão, um dos jurados do programa "Mestre do Sabor", da TV Globo, e destaque entre a jovem geração de chefs mineiros, aprendeu a cozinhar com a avó. Aos 11 anos, já preparava sozinho pequenas refeições para a família. Hoje, aos 39, ele, que é formado em Medicina, é dono do Glouton, um dos restaurantes mais festejados (e premiado) de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais que, este mês (2 de dezembro), faz 300 anos. Em razão do aniversário do estado, Paixão compartilha sua receita de frango à mineira com quiabo.
— Frango com quiabo é meu prato preferido. Para ser mineiro, precisa ser muito bem corado, feito no "pinga" e frita. Para o quiabo não babar, corta-se ao meio e grelha somente a parte de dentro. Cru e tostado ao mesmo tempo — diz o chef, que também é dono do Ninita, Nicolau, Nico e Mina Jazz Bar. — O ideal é ser feito com um animal gordo, uma galinha caipira, criada solta e que viveu uma vida feliz, comendo grilos na capoeira.
Leo Paixão, um dos jurados do 'Mestre do Sabor' Foto: Victor Pollak
Frango com quiabo
Leo Paixão
Ingredientes
1kg de coxa e sobrecoxa
1 xícara (chá) de tempero mineiro, indiano ou cajun
1 colher (sobremesa) de açúcar
2 folhas de louro
Farinha de trigo para polvilhar
1 xicara (chá) de banha de porco
2 cebolas grandes finamente picadas
Água fervendo
1/2 xícara (chá) de polpa de tomate
20 folhas de ora-pro-nóbis
1 kg de quiabo fresco estrela
1 maço de salsinha picada
1 maço de cebolinha picada
Preparo
Corte a coxa com sobrecoxa de frango, tempere com o tempero mineiro, indiano ou cajun e deixe marinando por 20 minutos. Depois deste tempo, retire o excesso de tempero, polvilhe farinha de trigo e reserve.
Em uma panela bem grande em fogo médio aqueça a banha de porco, coloque o açúcar e quando a banha estiver bem quente adicione a coxa com sobrecoxa com a pele para baixo. Deixe dourar bem e vá virando para dourar de todos os lados. Acrescente um pouco de água, a cebola e mexa para dourar a cebola. Vá pingando em fio a água enquanto doura as coxas e sobrecoxas, tampe meia panela e deixe cozinhar até secar. Quando secar, mexa um pouco para fritar a pele e adicione água novamente. Repita cinco vezes este processo. Na última vez, adicione a polpa de tomate junto com a água e não deixe secar. Abaixe o fogo e cozinhe em fogo brando, coloque folhas de ora-pro-nóbis e panela tampada por cinco a dez minutos.
Em um a frigideira, grelhe o quiabo cortado ao meio, somente na parte de dentro.
Sirva o frango com angu (receita abaixo), o molho que se formar na panela, o quiabo grelhado e salsinha e cebolinha.
Angu
4 colheres (sopa) de fubá
400 ml de água fervente
Em uma panela fora do fogo, misture o fubá com a água. Depois, ligue o fogo médio e vá mexendo até cozinhar o fubá (+/- 40 minutos), mexendo sempre. Transfira para forminhas de pudim untadas e deixe esfriar por 30 minutos. Sirva com o frango mineiro.
Tempero mineiro
4 cabeças de alho descascadas
1/2 cebola branca descascada
1 colher (sopa) de urucum
1 colher (sopa) colher (sopa)
Suco de 2 limões cravo
3 colheres (sopa) de sal
2 pimentas dedo-de-moça sem semente
1 maço de cebolinha
1 colher (chá) de azeite
Coloque todos os ingredientes no processador e bata bem. Reserve.
O Globo quinta, 03 de dezembro de 2020
FLIP 2020: SAIBA COMO ACOMPANHAR A EDIÇÃO VIRTUAL DA FESTA LITERÁRIA DE PARATY
Flip 2020: saiba como acompanhar a edição virtual da Festa Literária de Paraty
Evento será transmitido ao vivo de forma gratuita e on-line
O Globo
03/12/2020 - 03:30 / Atualizado em 03/12/2020 - 09:47
Paraty na edição de 2019 da festa literária Foto: Leo Martins / Agência O Globo
SÃO PAULO — A primeira edição 100% digital da Festa Literária de Paraty (Flip) começa nesta quinta-feira, com a mesa de abertura protagonizada pela vencedora do Booker Prize Bernardine Evaristo, seguida por uma ciranda com músicos paratienses. Todas as 12 mesas do evento, que continua até domingo, serão gratuitas e transmitidas ao vivo no site, no Facebook e no canal da Flip no YouTube.
Dos 22 convidados, 11 são negros, um é indígena (a poeta Márcia Kambeba), e três são transexuais: (o poeta americano Danez Smith, o filósofo espanhol Paul B. Preciado e a artista visual potiguar Jota Mombaça).
No dia 5, às 20h30, Preciado conversa com o compositor Caetano Veloso na mesa “Transições”. Smith e Mombaça participam da mesa “Vocigrafias insurgentes”, no dia 6, às 18h. Kambeba conversa com o americano Jonathan Safran Foer no dia 4, às 16h.
As discussões raciais devem aparecer em mesas como “Diáspora” (3/12, às 18), com Bernardine Evaristo e Stephanie Borges (tradutora especializada em autoras negras); “Ancestralidades” (5/12, às 18h), com o nigeriano Chigozie Obioma e o baiano Itamar Vieira Junior, ambos autores de romances que resgatam tradições religiosas africanas; e “Batidas”, com a americana Regina Porter e o carioca-gaúcho Jeferson Tenório.
Outros destaques são a mesa “Eileen para presidente!” (4/12, às 18h), conversa da poeta americana Eileen Myles com as poetas e tradutoras brasileiras Bruna Beber e Mariana Ruggieri; e a aula da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz sobre o autoritarismo brasileiro (5/12, ás 16h).
Abaixo, veja a descrição de cada mesa, retirada do site oficial do evento.
"Com seu romance 'Garota, mulher, outras', Bernardine Evaristo venceu a última edição do Booker Prize, tornando-se a primeira autora negra a receber a premiação. O livro retrata 12 personagens mulheres e não-binárias que juntas compõem um retrato histórico – indo das colônias britânicas do Caribe à África – e contemporâneo da população negra na Grã-Bretanha. Na mesa, ela conversa com a escritora Stephanie Borges."
Mesa 2: "Zé Kleber: Ciranda" (20h30)
Com Fernando e Marcello Alcantara
"Dois jovens paratienses, músicos cirandeiros e pesquisadores de sua própria história, dedicam-se a resgatar e colocar em evidência a cultura caiçara em suas mais diferentes formas."
"De um lado, os impactos da ação humana sobre o clima; de outro, a importância da natureza para a educação indígena. Esses são os temas centrais dos últimos livros de um romancista norte-americano e de uma poeta da etnia kambeba, da Amazônia brasileira. É o meio-ambiente tratado a partir de perspectivas diferentes e complementares."
"Nas palavras da escritora Deborah Levy, Eileen Myles é 'a peça perdida para quem só leu escritores homens da geração beat'. A mesa, um encontro de Eileen com suas tradutoras para o português, Bruna Beber e Mariana Ruggieri, recupera a trajetória de Myles, que é poeta, performer, romancista e jornalista."
"Duas romancistas sul-americanas, uma colombiana e outra brasileira, que tratam de personagens vivendo em contextos ordinários, mas que acabam se defrontando com aspectos absurdos da vida. Há certo clima soturno e de terror psicológico nas narrativas, mas nada é sobrenatural e o efeito de estranhamento vem da própria realidade."
"O imaginário da identidade do povo brasileiro é preenchido por ideias de tolerância, cordialidade, acolhimento, mas a história do país, repleta de autoritarismo político e social, diz outra coisa. A historiadora Lilia Schwarcz reflete sobre as raízes do autoritarismo brasileiro que faz com que o país seja mais excludente que inclusivo."
"De um lado, a presença marcante de entidades divinas interagindo com o destino dos humanos. De outro, a realidade do mundo material que se impõe com força e violência. Um romancista brasileiro e outro nigeriano tematizam a vida rural de personagens que vivem às voltas com religiosidades de matriz africana."
"Nos arquivos da ditadura militar que justificaram o exílio de Caetano Veloso poucos dias após o AI-5, o artista é definido como “desvirilizante”. Já o escritor espanhol Paul B. Preciado, define-se hoje como “dissidente do sistema sexo-gênero”. Os dois, símbolos da quebra de paradigmas, encontram-se nessa mesa, que tem a liberdade como tema central. A participação do Paul B. Preciado teve apoio da Embaixada da França no Brasil."
6/12
Mesa 9: "Zé Kléber: Sarau" (14h)
Com Rodrigo Ciriaco e Elisa Pereira
"Nos últimos anos, os saraus artísticos se multiplicaram pelas periferias da cidade de São Paulo e ganharam a cena cultural do país. Nessa mesa, Elisa Pereira, idealizadora do Fuzuê Literário, sarau de Paraty, conversa com Rodrigo Ciríaco, escritor e educador que a inspirou a começar o movimento na cidade."
"Duas famílias – uma branca e outra negra – vivendo na segunda metade do século 20 nos Estados Unidos. Um pai e professor de ensino básico assassinado em uma abordagem policial desastrosa no sul do Brasil. No pano de fundo dos dois romances: vida familiar, paternidade, racismo e desigualdade."
Mesa 11: "Vocigrafias insurgentes (18h)
Com Danez Smith e Jota Mombaça
"A poesia e a performance se unem para dar voz a temas contemporâneos como a descolonização das narrativas históricas, identidade de gênero, não-binarismo, racismo e diáspora africana. Artistas de dois países diferentes, Brasil e Estados Unidos, Jota Mombaça e Danez Smith tratam mais da história comum que compartilham do que das fronteiras que os separam."
Mesa 12: "Zé Kléber: Slam" (20h30)
Com Nathalia Leal e Luz Ribeiro
"As competições de slam estão em Paris, Nova York, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraty. Nesse encontro, Nathalia Leal, uma das idealizadoras do Slam de Quinta, que acontece toda quinta-feira na rodoviária de Paraty, conversa com Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR – campeonato brasileiro de Slam."
O Globo quarta, 02 de dezembro de 2020
ROSA PARKS, A MULHER NEGRA QUE, HÁ 65 ANOS, MUDOU A AMÉRICA AO NÃO CEDER SEU LUGAR NO ÔNIBUS
HÁ 65 ANOS
A mulher negra que preferiu ser presa a dar lugar no ônibus para homem branco e virou ícone
Depois de trabalhar o dia todo numa loja de departamentos, Rosa Parks estava cansada quando embarcou num ônibus municipal na Avenida Cleveland, no centro de Montogomery, às 18h daquela quinta-feira, dia 1° de dezembro de 1955. Numa época em que o racismo era política pública de alguns estados americanos, os ônibus no Alabama reservavam assentos na frente para pessoas brancas, enquanto os negros, que eram 75% dos passageiros, só podiam se sentar em locais demarcados na parte de trás. Parks se acomodou na primeira fileira para "pessoas de cor". Mas, à medida que o veículo cumpria seu percurso, os lugares para brancos se esgotavam.
Na terceira parada, em frente ao Teatro Empire, um grupo grande de pessoas desprovidas de melanina embarcou, e três deles ficaram de pé. O motorista, um sujeito chamado James F. Blake, ordenou então que Parks e outros três passageiros negros se levantassem da fileira para dar lugar a pessoas brancas.
Enquanto os três homens sentados perto dela cederam seus assentos, bastante contrariados, Parks disse: "Eu não deveria ter que me levantar". E não apenas continuou sentada como deslizou para a janela do ônibus. Em uma entrevista anos mais tarde, ela contou que "quando aquele motorista branco veio na nossa direção e gesticulou mandando a gente se levantar, eu senti uma determinação cobrir meu corpo como uma colcha numa noite de inverno". Ao perceber que a americana não se levantaria, Blake disse a ela que chamaria a polícia, ao que Parks respondeu: "Pode chamar". Os outros passageiros assistiam de olhos arregalados, sem fazer nada.
A americana de 42 anos, que já era uma ativista da luta por direitos civis dos negros nos EUA, só saiu daquele assento depois de receber ordem de prisão. "Por que vocês estão sempre nos intimidando?", perguntou ela ao policial, que respondeu: "Não sei, mas é a lei, e você está presa".
A atitude desencadeou uma mobilização que virou um marco na História. Parks, que era secretária no escritório local da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), foi presa por violação do código municipal de Montgomery e libertada após uma noite na cadeia, mediante fiança. Nos dias que se seguiram, os líderes do movimento negro local, entre eles o jovem pastor Martin Luther King, organizaram um boicote ao sistema de transporte. Parks não foi a primeira ativista presa por desafiar o racismo em ônibus, mas os militantes usaram o episódio para confrontar o estabilishment de uma vez por todas.
O boicote aos ônibus de Montgomery começou no dia 5 de dezembro de 1965. A partir daquela segunda-feira, cerca de 40 mil moradores negros da cidade pararam de usar os veículos públicos. Grupos organizavam lotadas em carros de passeio, com donos de automóveis transportando as pessoas de graça. Motoristas negros de táxi cobravam US$ 0,10 por viagem (o mesmo preço da passagem de ônibus). A certa altura, eles tiveram que driblar as autoridades determinaram multas para taxistas que cobravam menos de US$ 0,45 por viagem. Muita gente pedalava para o trabalho, caminhava ou até usava mulas e carroças.
Igrejas de comunidades negras ao redor do país organizaram campanhas entre seus fiéis com o objetivo de comprar sapatos para os moradores de Montgomery que gastavam todo seu solado com as longas caminhadas de ida e volta ao trabalho.
A perda de arrecadação com as passagens e o ódio por ver pessoas negras lutando por direitos motivou os opositores do boicote a reagir. A casa de Luther King foi incendiada, assim como quatro igrejas batistas. Após o ataque contra ele, o próprio líder ativista fez um discurso diante de 300 negros revoltados pedindo para que ninguém reagisse com agressividade aos atentados. "Nós precisamos confrontar violência com não-violência", disse ele, disse o ativista, que chegou a ficar duas semanas na cadeia por liderar os protestos. "Eu estava orgulhoso do meu crime", afirmou, anos mais tarde, após se tornar um ícone dos direitos humanos.
O boicote surtiu efeito. No dia 5 de junho de 1956, uma corte federal, ao julgar uma ação relacionada à segregação no sistema de transporte do Alabama, declarou que a reserva de assentos para brancos era inconstitucional. Como o estado recorreu da decisão, o caso foi parar na Suprema Corte dos EUA, que, no dia 13 de novembro daquele ano, ratificou a decisão anterior. O boicote se manteve até o dia 20 de dezembro de 1956, quando um decreto autorizou passageiros negros a utilizar qualquer assento nos ônibus de Montgomery. Aquela mobilização impulsionou o movimento pelos direitos humanos nos EUA e tornou Luther King um líder nacional.
"As pessoas sempre dizem que eu não saí do meu assento porque estava cansada, mas não é verdade. Eu não estava fisicamente cansada, ou não estava mais cansada do que estava normalmente, ao fim de um dia de trabalho. Eu não era velha, tinha 42 anos. Não, eu só estava cansada de ceder", descreveu Rosa Parks em sua biografia, "My Story" ("Minha história"), lançada em 1992.
O Globo terça, 01 de dezembro de 2020
MARÍLIA MENDONÇA: ARTISTA MAIS OUVIDA DE 2020 NO BRASIL, NO SPOTIFY
Marília Mendonça foi artista mais ouvida de 2020 no Brasil, no Spotify
Pelo segundo ano consecutivo, cantora segue à frente da lista dominada por sertanejos
O Globo
01/12/2020 - 11:01 / Atualizado em 01/12/2020 - 11:04
Cantora Marília Mendonça lidera pelo segundo ano consecutivo a lista dos mais ouvidos pelo SPotify, no Brasil. Foto: Infoglobo
RIO - No difícil ano de 2020, a rainha da sofrência, Marília Mendonça, foi a artista mais ouvida no Brasil, segundo o Spotify, repetindo o feito do ano passado. Assim como em 2019, os sertanejos dominaram o Top 10 do serviço de streaming, com mais seis nomes entre os dez primeiros, que também conta com Anitta e o DJ Alok. Na lista mundial, o primeiro lugar ficou com o rapper Bad Bunny.
Em um ano marcado por lives que bateram recorde de audiência devido à pandemia do coronavírus, Marília também emplacou a terceira canção mais escutada com a versão ao vivo de "Graveto". Na lista dos artistas, ela é seguida pela dupla Henrique e Juliano, que gravou neste ano o álbum “Ao Vivo no Ibirapuera”. Os dois são responsáveis pela música mais ouvida do ano na plataforma: “Liberdade Provisória”.
Completa o Top 3, o cantor Gustavo Lima. Ele também possui a segunda música mais ouvida, com a gravação de “A gente fez amor” e ainda colhe os frutos do seu sétimo álbum ao vivo “O Embaixador in Cariri”. Apesar de ter sido lançado no ano passado, o disco lidera a lista dos mais ouvidos.
Mais ouvidos do Spotify em 2020
Marília Mendonça
Henrique e Juliano
Gustavo Lima
Zé Neto e Cristiano
Jorge & Mateus
Os Barões da Pisadinha
Anitta
Alok
Matheus e Kauan
Maiara e Maraísa
As duplas Zé Neto e Cristiano e Jorge & Mateus fecham o Top 5 completamente sertanejo. Os duos também aparecem bem colocados na lista de músicas mais ouvidas. A parceria de Zé Neto e Cristiano com Luíza e Maurílio em “S de Saudade” alcançou o quinto lugar e a versão ao vivo de “Cheirosa” de Jorge e Mateus está em nono.
A banda Os Barões da Pisadinha é a primeira intrusa na lista sertaneja. O grupo de forró e tecnoberga, formado em 2015, ocupa a sexta posição entre os artistas. Eles também são os únicos artistas a terem dois álbuns entre os dez mais ouvidos no ano, com “Agora Eu Pego Mesmo” e “Batom de Ouro”, ambos lançados em 2019.
O Globo segunda, 30 de novembro de 2020
CARTOLA: NOS 40 ANOS DE SUA MORTE, UM ROTEIRO PARA RELEMBRAR SUA OBRA
Nos 40 anos de morte de Cartola, um roteiro para relembrar sua obra
Lista inclui reabertura de museu com seu acervo, lives de Rildo Hora, Moacyr Luz e Teresa Cristina e filme em streaming
Bruno Calixto e Cláudia Amorim
29/11/2020 - 23:01 / Atualizado em 30/11/2020 - 10:27
‘Música para os olhos’. Documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda revê trajetórias do compositor e do samba Foto: Divulgação
Com um acervo que inclui preciosidades como o manuscrito com a letra de “As rosas não falam”, além de outros documentos, imagens, objetos e indumentária, o Museu do Samba reabre esta semana, quarta-feira. Veja uma lista de atrações para relembrar a obra de Cartola (1908-1980), que inclui lives de Rildo Hora, Moacyr Luz e Teresa Cristina e filme em streaming. Confira.
FOTOGALERIA: NOS 40 ANOS DE MORTE DE CARTOLA, UM ROTEIRO PARA RELEMBRAR SUA OBRA
Acervo. Beth Carvalho, Cartola e Rildo Hora, que está na live do museu Foto: Divulgação‘Música para os olhos’. Documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda revê trajetórias do compositor e do samba Foto: Divulgação
Museu do Samba
Fechado desde o início da pandemia, o espaço volta com visitas sob agendamento. A reabertura acontece na data em que se comemora o Dia do Samba, 2 de dezembro. Além do acervo de Cartola, o museu tem — entre outros itens, como depoimentos em vídeo — peças como violão de Candeia, a primeira carteira de sócio-compositor de Silas de Oliveira no Império Serrano, óculos de Dona Ivone Lara, terno de Zé Keti, peças de Aluízio Machado, Dodô da Portela, Monarco, Martinho da Vila, Vilma da Portela e Bira Presidente, do Cacique de Ramos. Uma nova mostra temporária também abre junto com o museu, “Samba/semba”, que inclui pinturas de Nelson Sargento e reproduções de trabalhos de nomes como Rosa Magalhães e Fernando Pinto.
Nesta segunda-feira (30) às 18h, por ocasião dos 40 anos de morte de Cartola, haverá uma live no Instagram (@museudosamba). Sua neta, Nilcemar Nogueira, e Felipe Ferreira, diretor do museu, receberão Maurício Barros, pesquisador e autor do livro “Zicartola”; Rildo Hora — que vai contar sobre sua experiência como produtor de Cartola e tocar gaita —; e Sandra Portella, que vai cantar músicas como “Sala de recepção” e “O mundo é um moinho”.
Museu do Samba. Rua Visconde de Niterói 1.296, Mangueira — 3234-5777. Seg a sex, das 10h às 17h (agendamento em contato@museudosamba.org.br). Grátis.
Lives
À luz dos primeiros sambas de Cartola, Moacyr Luz presta hoje, a partir das 17h, um tributo ao mestre mangueirense em apresentação de voz e violão transmitida em live no Instagram (@moaluz).
— Cartola eleva a batucada, nas raízes da cultura brasileira, a um nível de elegância que ela merece. Sua obra é reverenciada pelas novas gerações e continua atual mesmo depois da virada do século — ressalta Moacyr.
O cantor e compositor relembra ainda clássicos como “O sol nascerá” e “O mundo é um moinho”, além de “As rosas não falam”.
Outra homenagem fica por conta da cantora Teresa Cristina, que apresenta hoje, a partir das 22h no Instagram (@teresacristinaoficial), repertório dedicado ao baluarte.
— Marcará a volta das minhas lives — diz a cantora, que gravou “Tive sim”, composta na década de 60.
‘Cartola: música para os olhos’
“Naquele tempo eu me chamava Agenor, hoje eu me chamo Angenor”, conta Cartola ao falar da época em que nasceu, quando morava na Rua Ferreira Vianna, no Catete, no documentário “Cartola: música para os olhos” (Brasil, 2007), dirigido pelos prestigiados Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O filme reconstitui ao mesmo tempo a história do compositor e a do samba, por meio de imagens de arquivo e depoimentos que incluem nomes como Ismael Silva, João da Baiana e Donga.
O Globo domingo, 29 de novembro de 2020
SEM GLÚTEN, SEM LEITE E SEM AÇÚCAR: CHEFS ENSINAM TRÊS RECEITAS PARA QUEM TEM RESTRIÇÕES
Sem glúten, sem leite e sem açúcar: chefs ensinam três receitas para quem tem restrições
Por alergia, intolerância ou apenas em busca de uma vida mais saudável, público pode incorporar os pratos, fáceis de fazer, ao cardápio de casa
O Globo
27/11/2020 - 03:30 / Atualizado em 27/11/2020 - 16:49
Espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua: receita do chef Daniel Biron, do Teva Foto: Divulgação
Pratos "sem glúten", "sem adição de açúcar" e "sem lactose" (o que não significa sem leite e, consequentemente, sem a proteína do leite) viraram moda nos cardápios dos restaurantes pelo Brasil. De olho na turma que investe em alimentação mais saudável, mas também abraçando alguns grupos com restrições alimentares, chefs passaram a investir na pesquisa e elaboração de pratos que não perdem nada em sabor aos seus "primos" com todos estes ingredientes. Mas muita calma nesta hora, para não trocar alhos por bugalhos e fazer da ampliação do cardápio algo perigoso: é preciso não confundir o que de fato é uma restrição, de um público com alergia ou intolerância a alguma substância, ou de um público com alguma doença que exija um consumo moderado de alguns ingredientes, como a diabetes; e o que é apenas uma opção, de tirar algumas substâncias do cardápio do dia a dia para investir na saúde e na estética. Para o primeiro grupo, a preocupação na ida a um restaurante é maior, no sentido de se informar não apenas sobre os ingredientes do prato, mas sobre como ele foi preparado - uma cozinha que use os mesmos utensílios para preparos com e sem a susbtância pode, por exemplo, promover uma contaminação cruzada e ser fatal para um alérgico.
Cuidados tomados, por clientes e chefs de restaurantes para que a informação seja a mais precisa possível no que se oferta, é hora de festejar a riqueza de opções de pratos. A seguir, o chef Daniel Biron, do Teva, em Ipanema, ensina a fazer um delicioso espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua - nada de leite animal, até porque o restaurante é vegano! -; a Paula Prandini, do Empório Jardim, dá a receita de um campeão de vendas de sua casa, uma quiche sem glúten com queijo minas e cebola - mas a chef avisa que sua cozinha não é voltada para celíacos, pois também prepara alimentos com glúten -, e a cozinheira Malu Mello, do catering que leva seu nome, prepara uma sobremesa sob medida para diabéticos, uma mousse de chocolate 70% cacau e sem adição de açúcar.
O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.
Sem leite animal
O chef Daniel Biron, do Teva, conta que às vezes é questionado por clientes sobre a presença de leite no cardápio de seu restaurante em Ipanema. "Eles nem sabem que a gente jamais manipula nada com leite animal por conta de ser vegano", diz o chef, acrescentando os cuidados tomados para que nada de origem animal entre na casa:
- A gente é 100% vegano, então nunca entra nada de origem animal no restaurante, nem no almoço de funcionários. Os colaboradores, inclusive, não têm autorização de entrar com laticínios e nada de origem animal no Teva. Este risco não existe - diz o chef, que não descarta, porém, a possibilidade de algum traço de leite estar presente em algum produto industrializado usado, sem ele saber. A boa notícia é que grande parte dos produtos usados são in natura, vegetais. - É um risco difícil de controlar... Nosso chocolate, por exemplo, é da AMA, que é uma marca vegana, então não contém traços. Mas pode ter em coisas que você nem imagina, assim como traços de alimentos de origem de frutos do mar, por conta de equipamentos que são compartilhados nda produção- explica.
A seguir, o chef ensina uma receita emblemática do Teva, presente nas unidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que pode ser facilmente reproduzida em casa e que não tem nem lactose e nem a proteína do leite: um espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua. Naturalmente sem glúten, o palmito fresco é um ingrediente versátil na culinária vegetal. E o chef dá a dica de outros bons substitutos para o leite: inhame, amêndoa, leite de soja ou tofu, leite de arroz e leite de coco. As suas melhores aplicações dependem do objetivo e sabor/textura desejados.
Espaguete de pupunha com molho de castanha, alho negro e cogumelos
Chef Daniel Biron, do Teva
Rendimento: 4 a 6 porções
Ingredientes:
Espaguete
1 kg de espaguete de palmito pupunha
2 litros de água
1 colher (sopa) de sal
Molho de castanha de caju
1 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem
½ xícara (chá) de cebola picada
1 colher (sopa) de alho negro
½ xícara (chá) / 120ml de vinho branco
1 ½ xícaras (chá) / 220g de castanha de caju crua e sem sal, de molho em água filtrada por 4 horas
2 xícaras (chá) /480ml de caldo de cogumelos caseiro* ou água
¾ colheres (chá) sal marinho
¼ colher (chá) de pimenta do reino
Cogumelos sauté
3 colheres (sopa) de azeite de de oliva extravirgem
800 g de cogumelos variados: Paris, Portobello, Shiitake ou Cardoncello, fatiados
pitada de sal marinho
Montagem do prato
½ xícara (chá) de ervilha, descongelada
pimenta do reino a gosto
2 colheres (sopa) de salsinha picada
2 colheres (sopa) de azeite trufado (opcional)
Modo de preparo
Para fazer o espaguete
Ferva os 2 litros de água em uma panela grande. Adicione o sal.
Cozinhe o espaguete de palmito por cerca de 5 minutos até macio, mas ainda com textura. Drene, deixe esfriar e reserve.
Para fazer o molho
Refogue a cebola e o alho negro no azeite até que a cebola fique translúcida. Adicione o vinho branco e deixe reduzir a metade do líquido.
Transfira a mistura de vinho, alho negro e a cebola para o copo do liquidificador. Drene a castanha de caju e coloque no liquidificador com o caldo de cogumelos ou água, sal e pimenta.
Bata até homogêneo e ajuste o sal se necessário. Reserve.
Em uma frigideira, aqueça o azeite e em fogo alto, salteie os cogumelos até murcharem, por cerca de 5 a 7 minutos.
Adicione uma pitada de sal e misture com o molho de castanha de caju reservado.
Montagem do prato
Em uma frigideira ou panela pequena, aqueça o molho e coloque o espaguete de pupunha já pre cozido.
Adicione a ervilha, misture e deixe aquecer por cerca de 3 a 4 minutos.
Adicione água ou caldo de cogumelos para diluir o molho, se necessário.
Acerte o sal e adicione pimenta do reino. Salpique com salsinha e coloque azeite trufado se desejado. Sirva imediatamente.
Observação: O caldo de cogumelos é feito com aparas de cogumelos shiitake, Portobello ou Paris ou com cogumelos desidratados e água filtrada. Basta ferver por 15 minutos e remover os sólidos.
Sem glúten
Criado como uma casa para o café da manhã, o Empório Jardim, com unidades no Jardim Botânico, na Gávea e em Ipanema, não carrega como bandeira uma "cozinha saudável, vegetariana e sem glúten", como observa a chef, e uma das sócias, Paula Prandini. No entanto, o crescimento da demanda fez com que o cardápio fosse se diversificando cada vez mais. Hoje, estão lá o bolo de banana com nozes e com aveia, sem glúten e sem lactose; a quiche vegetariana de massa sem glúten e recheio de cebola assada, queijo minas e tomilho; os pães sem glúten, um com amêndoas e outro com raspas de limão siciliano; as tapiocas...
A seguir, ela dá a receita da quiche, que qualquer um pode fazer em casa:
Em um bowl adicionar todos os itens secos, acrescentar o restante dos ingredientes e misturar.
Creme
- 400g creme de leite
- 4 ovos
- 85g queijo minas
- 85g de ricota fresca
- 35g parmesão ralado
- 1 pitada de pimenta do reino
- 1 pitada de sal
- 1 pitada de noz moscada
Mixar todos os ingredientes.
Recheio de cebola
- 4 uni Cebolas grandes
-1 colher sopa deManteiga sem sal
- Tomilho
- sal e pimenta
Cortar as cebolas em meia lua, juliene.
Em colocar um pouco da manteiga no fundo e fazer uma camada de cebola. Temperar com sal e pimenta.
Acrescentar mais manteiga, e mais uma camada de cebola, sal e pimenta. Repetir até terminarem as cebolas.
Adicionarsomente as folhas do tomilho, sem o galho.
Em fogo bem baixo, deixar as cebolas murcharem e mexer periodicamente, até as cebolas estarem reduzidas e douradas.
Montagem
Enformar as formas com a massa. Rechear com 60g de recheio de cebola e 20g de queijo minas Solidão picado. Completar com o creme de quiche e finalizar com queijo parmesão ralado por cima.
Assar em forno de 175 graus por 35 minutos.
Sem açúcar
No cardápio de catering e do delivery que leva a sua marca, e também nos bufês que prepara para eventos de pequeno, médio e grande porte, a chef Malu Mello (ou cozinheira, como gosta de ser chamada) se acostumou a perguntar se o cliente ou o público dele têm alguma restrição. Não por acaso, ela tem diferentes receitas para quem é diabético e precisa de uma dieta balanceada e sem açúcar, algo que ela tem a facilidade de criar por sua pós-graduação em gastronomia funcional.
A seguir, Malu ensina a preparar uma mousse de chocolate de 70% cacau e que usa o Xilitol como adoçante, que ela diz ser hoje, comprovadamente, um dos mais saudáveis e também é facilmente encontrado em lojas.
Mousse de chocolate diet
Chef Malu Mello, do catering Malu Mello
Rendimento: 3 porções.
Mousse de chocolate diet da chef Malu Mello Foto: Dante Rebelo
Ingredientes
200g de chocolate 70% – como sugestão, da marca Callebaut
300g de creme de leite fresco
3 ovos
1 colher de sopa cheia de xilitol (adoçante)
Amêndoas em lâminas
Modo de preparo
Separe as gemas das claras. Com o auxílio de uma batera, bata as gemas até chegar a uma consistência esbranquiçada (semelhante a uma gemada). Pique o chocolate 70%, derreta em banho maria e em seguida adicione a gemada já pronta. Continue batendo acrescentando ao mesmo tempo o creme de leite fresco. Reserve.
Bata as claras até obter o ponto de neve, e com a batedeira, misture bem com a massa do chocolate reservada. Reserve.
Coloque em xícaras ou taças individuais e leve para gelar aproximadamente 20, 30 minutos.
Sugestão da chef Malu Mello: decorar com amêndoas cortadas em lâminas ou o raspas do chocolate 70% ou folhinhas de hortelã.
Receita da tuille de tinta de lula
Ingredientes
10g de farinha simples
5g de tinta de lula
80ml de água
20ml de óleo ou azeite de oliva
Modo de preparo
Misture bem os ingredientes usando o fuê. Pegue uma frigideira antidarente de boa qualidade, deixando-a aquecer bem. Assim que ela estiver bem aquecida, coloque uma concha cheia da mistura finalizada e espere ao ponto de soltar da frigideira. Com o auxílio de uma espátula de silicone, retire. Seque em um papel toalha e decore na mousse usando a imaginação!
O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.
O Globo sábado, 28 de novembro de 2020
MIKE TYSSON X ROY JONES JR.: APOSTA EM FÓRMULA MILIONÁRIA E NOSTALGIA PARA LUCRAR
Mike Tyson x Roy Jones Jr. aposta em fórmula milionária e nostalgia para lucrar; veja números
Luta tem expectativa de lucro de R$ 260 milhões apenas com venda de pay-per-views nos Estados Unidos; lutadores ganharão R$ 6 milhões por minuto no ringue
Marcello Neves
28/11/2020 - 03:00 / Atualizado em 28/11/2020 - 09:33
Mike Tyson Foto:
Em agosto de 2017, o boxe foi impactado pela chamada “luta do século”. O astro americano Floyd Mayweather Jr. subiu ao ringue e se tornou o atleta mais bem pago do mundo ao vencer o então detentor de dois cinturões simultâneos do UFC, Conor McGregor, em um encontro marcado mais pelo apelo publicitário do que esportivo. O duelo criou uma fórmula de sucesso, que será repetida hoje na “superluta” entre Mike Tyson e Roy Jones Jr. — a TV Globo exibe após a transmissão ao vivo no canal Combate, à partir de 21h30 (de Brasília).
A estratégia já foi adaptada em diversos esportes: um grande astro que retorna após longa aposentadoria ou que carrega invencibilidade é desafiado por outro que acumula grandes resultados recentes ou ganhou fama por ser provocador. Roy Jones Jr., de 51 anos, é o desafiante de hoje, mas sabe que o apelo gira em torno de Mike Tyson, hoje com 54 anos, um dos maiores nomes do esporte e que dominou os ringues nos anos 80.
A plataforma Triller, dona dos direitos da luta, espera arrecadar US$ 50 milhões (cerca de R$ 260 milhões na cotação atual) só com a venda de pay-per-view — nos Estados Unidos, o público terá de pagar US$ 50 (cerca de R$ 287) para ver o combate, que estava previsto para 12 de setembro e, segundo veículos americanos, foi adiado intencionalmente para ganhar espaço no noticiário. Também houve a aposta por público presente no Staples Center, em Los Angeles, mas a pandemia da Covid-19 não permitiu.
Segundo o jornalista americano Kevin Iole, Tyson deve receber mais que o triplo de Roy Jones pela luta: quase R$ 50,5 milhões; Roy Jones Jr. ganhará cerca de R$ 16 milhões. Estima-se que os ex-pugilistas ganhem R$ 6 milhões por minuto no ringue. Valores impensáveis no cenário atual.
Mike Tyson Foto: Donald Kravitz / Getty Images
— Pega-se dois ídolos passados, nesse caso Tyson e Roy Jones, e num momento em que todos estão carentes de eventos esportivos devido a pandemia abre-se janelas para eventos como esse. Apesar de não ter um valor esportivo alto, é uma luta que tende a movimentar muito dinheiro em casas de aposta e também a criar um valor sentimental por ter dois lutadores que em suas épocas foram esplendorosos e as gerações que os assistiram hoje podem pagar para reviver esse momento — comenta Fernando Fleury, especialista em marketing esportivo.
Neste caso, o carisma e o retorno de Tyson são os motivadores de uma luta que pouco aposta na rivalidade — Roy Jones Jr. foi chamado de o “Lutador da Década” nos anos 1990, mas não há uma rivalidade direta. Antes de aceitar o combate, Tyson recusou quase R$ 90 milhões para encarar o brasileiro Wanderlei Silva, e também foi desafiado pelo astro do UFC, Jon Jones. Ou seja, até mesmo o adversário escolhido para hoje passou por um crivo de marketing.
Para Tyson, a luta significa o retorno triunfal após um término de carreira em baixa. Em 2005, o desconhecido irlandês Kevin McBride conseguiu uma vitória surpreendente sobre o ex-campeão mundial dos pesos-pesados. Na época, foram três derrotas nas últimas quatro lutas, que o levaram a decidir pela aposentadoria. Mesmo parado, o ex-pugilista colecionou polêmicas: em 2005, foi detido no Brasil após a agressão a um cinegrafista, e em 2014, ofendeu um jornalista de um programa canadense que mencionou a sua condenação por estupro.
— Mike Tyson fundou uma liga e pretende fazer algumas lutas com boxeadores aposentados, a Legends Only League. A maior atração é poder rever ídolos do passado em cima do ringue novamente, como aconteceu recentemente com Julio César Chavez e Jorge Arce, que fizeram algumas exibições no México — opina Daniel Fucs, comentarista de boxe da Globo.
Tyson é considerado um dos maiores boxeadores da história e acumula recordes como o de 37 vitórias em 37 confrontos. Ele perdeu mais de 40 quilos para a luta, após 15 anos afastado dos ringues. Roy Jones Jr acumula oito títulos mundiais em quatro categorias diferentes: pesado, meio-pesado, médio e super-médio. O ex-boxeador ficou ativo de 1989 a 2018.
— A ausência de novos ídolos no boxe capazes de causar mobilização mundial como faziam Muhamed Ali, Tyson e outros, abrindo espaço para que esses mesmos nomes, agora ex-atletas despertem esse interesse e além disso a consolidação do conceito de “Sportainment”, uma mistura de esporte e entretenimento onde que o vale é entreter, mesmo que não exista a componente competitiva — analise Ivan Martinho, especialista em marketing esportivo da ESPM.
Regras diferentes
O retorno de Mike Tyson aos ringues terá algumas particularidades. Uma delas é que não haverá controle antidoping contra maconha — além de ser um usuário assumido, o norte-americano é conhecido por ter lucros de quase R$ 3 milhões no mercado de cannabis. Os boxeadores não vão usar capacete, vestirão luvas de 12 onças — maiores do que as de 10 onças tradicionais — e os rounds terão duração de dois minutos, em vez do padrão de três. Serão oito assaltos.
As trocas têm a ver com a preocupação com a saúde dos atletas. Mike Tyson tem 54 anos, e Roy Jones Jr., 51. A força dos golpes e a idade preocupam médicos e especialistas, que afirmam que um soco pode atingir um impacto de 450 kg no rosto de um dos lutadores. Na categoria dos pesos-pesados o impacto pode ser maior ainda, devido à força dos boxeadores.
— As regras são diferentes porque é uma exibição com ex-boxeadores com mais de 50 anos. O que pode alterar a dinâmica é como eles se coportarão — afirma Fucs.
Tyson também aposta na nostalgia para ver a audiência do evento crescer. Mesmo no Brasil, seus fãs lembram de suas lutas passadas e o compara a Ayrton Senna.
— A família se juntava para ver as lutas. Era uma pena que duravam tão pouco. Eram duas tradições quando era mais novo: churrasco para ver as corridas do Senna e as lutas do Tyson — conta Ronaldo Persiano, de 38 anos, que vive situação semelhante a de Paulo Cézar Filho, outro fã de Tyson:
— Eu via as lutas dele na década de 1990. Eram um acontecimento — declarou.
Mais seis lutas estão previstas: Jake Paul x Nate Robinson (cruzadores), Badou Jack x Blake McKernan (meio-pesados), Viddal Riley x Rashad Coulter (cruzadores), Jamaine Ortiz x Nahir Albright (leves), Irvin Gonzalez Jr. x Edward Vasquez (penas) e Juiseppe Cusumano x Nick Jones (pesados).
O Globo sexta, 27 de novembro de 2020
ELEIÇÕES 2020: CAMPANHAS EM PORTO ALEGRE E NO RES AGRESSIVAS A RETA FINAL. NO RIO, PAES E CRIVELLA TAMBÉM INTENSIFICAM ATAQUES.
Eleições 2020: Campanhas em Porto Alegre e Recife ficam mais agressivas na reta final
Com falsas acusações, disputas baixam o nível na reta final e transbordam para polícia e Justiça Eleitoral. No Rio, Paes e Crivella também intensificam ataques
Rodrigo Gonçalves e Gabriela Oliva
27/11/2020 - 03:30 / Atualizado em 27/11/2020 - 09:47
A Justiça determinou que João Campos (PSB) recolhessse o panfleto com imagem da adversária Marília Arraes Foto: Reprodução
RIO - Enquanto a corrida eleitoral se acirra às vésperas do segundo turno, trocas de acusações, por vezes falsas, contra adversários se multiplicam em panfletos apócrifos e publicações anônimas na internet, algumas deles com temas como legalização do aborto, descriminalização do consumo de drogas e outras pautas de cunho ideológico.
Na última semana, a disputa em Porto Alegre chegou a virar caso de polícia. O candidato Sebastião Melo (MDB) foi à sede da Polícia Civil registrar boletim de ocorrência contra a adversária Manuela D’Ávila (PCdoB). O deputado estadual acusa a rival de chamá-lo de racista sem provas. Isso porque dias após um homem negro ser assassinado por seguranças no Carrefour na capital gaúcha, a campanha de Manuela veiculou propaganda mostrando declarações do vice-presidente Hamilton Mourão negando o racismo no Brasil e do candidato do PSD derrotado no primeiro turno, Valter Nagelstein, que criticou parlamentares negros do PSOL. Os dois são apresentados como aliados de Melo.
“Não posso aceitar que o debate chegue a esse nível. O que estão fazendo é criminoso. A gente pode perder ou ganhar eleição, mas a biografia tem de ser preservada. Eu combato racismo e todo o tipo de preconceito”, disse Melo.
Em resposta, Manuela disse que o adversário não tinha sido capaz de discordar publicamente “das declarações literais de seus aliados” e que tentava “criar um fato eleitoral” a partir disso.
“Seria tão mais simples dizer: não concordo com Mourão e Valter. Mas não, ele age contra mim que denuncio declarações racistas”, escreveu a candidata. “Ele responderá judicialmente por isso: entraremos com ação de dano moral por injúria e difamação e com denunciação caluniosa pelo Boletim de Ocorrência.”
No Recife, a Justiça Eleitoral determinou que o candidato João Campos (PSB) interrompa a divulgação de panfletos contra Marília Arraes (PT) que foram distribuídos em frente a templos religiosos da cidade. “Cristão de verdade não vota em Marília Arraes”, diz o material, estampado com foto da petista. Ali também está escrito que Marília defende a legalização das drogas, o aborto e a ideologia de gênero, tirou a Bíblia da Câmara do Recife e pertence ao PT, “que persegue os cristãos em todo o Brasil”.
Em sua denúncia, Marília Arraes afirmou que os panfletos foram produzidos e espalhados por Campos porque o carro usado para a distribuição do material tinha o design da campanha do candidato.
A juíza Virgínia Gondim Dantas, da 7ª Zona Eleitoral, entendeu que não é possível provar que os panfletos são de autoria da campanha de Campos, mas, como ele foi o beneficiário da ação, caberia a ele interromper a divulgação. O material tem o efeito de “criar nos eleitores estados mentais e emocionais, deixando de divulgar a integralidade da fala da candidata Marília Arraes”, dizia ainda a sentença.
Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a deputada Flordelis, acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, tornou-se personagem da corrida eleitoral. Nesta quinta-feira, ela foi às redes sociais para desmentir que tenha declarado apoio ao candidato Dimas Gadelha (PT), após uma publicação com uma foto deles juntos circular nas redes. Flordelis esclareceu que a imagem tinha sido feita há anos, durante uma campanha do Outubro Rosa.
Gadelha também se posicionou sobre o assunto. “Não temos e jamais pedimos apoio, da até agora deputada Flordelis para a nossa campanha. Mentir assim para a população é um desrespeito”, diz a nota publicada nas redes sociais. O candidato gravou um vídeo, em que chama seu adversário, Capitão Nelson (Avante), de “Capitão Mentira”, acusando-o de espalhar o boato.
— A mentira de hoje é que o Dimas tem o apoio da Flordelis. Mentira! O grupo da Flordelis, o partido dela, o PSD, está com você, capitão — respondeu Gadelha
Campanha de Eduardo Paes acusa Crivella de espalhar fake news Foto: Reprodução
Mesmo em uma campanha que pesquisas de intenção de voto apontam não ser das mais acirradas, com larga vantagem para o primeiro colocado, o segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio vem sendo marcado por ataques, seja por meio de declarações, panfletos, em debates ou no horário eleitoral. O acirramento chegou também ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ): o candidato do DEM, Eduardo Paes, já moveu 53 ações contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que postula a reeleição; o atual ocupante do cargo, por sua vez, acionou o adversário judicialmente 38 vezes.
O ápice do confronto, Crivella fez uma falsa acusação ao afirmar que Paes, se eleito, entregaria a Secretaria de Educação para o PSOL, o que, nas palavras dele, incentivaria a pedofilia nas escolas. Um material distribuído nas ruas vincula o ex-prefeito ao aborto, à legalização das drogas e à distribuição de um “kit gay” nas escolas. Na Justiça Eleitoral, Paes afirma que a propaganda é “sabidamente inverídica e difamatória” e tem o objetivo de “ludibriar os eleitores” — o ex-prefeito também foi às redes sociais contestar a divulgação.
De seu lado, a campanha de Paes não tem poupado a faceta religiosa do adversário. Na propaganda de TV, Crivella é chamado de “falso pastor”. O candidato do DEM passou a se referir ao rival pela alcunha de “Pai da Mentira”, um termo bíblico de referência ao diabo..
O Globo quinta, 26 de novembro de 2020
VERA FISCHER FALA SOBRE ÉPOCA DAS PORNOCHANCHADAS E RELEMBRA POLÊMICA DE FILME
Vera Fischer fala sobre época das pornochanchadas e relembra polêmica de filme
Vera Fischer (Foto: Reprodução/Instagram - Patrícia Lino)
No ar na reprise de “Laços de família”, no Vale a Pena Ver de Novo, Vera Fischer falou sobre o início da sua carreira, quando fez filmes de pornochanchada, e relembrou do período com carinho:
- Eu comecei nos anos 1970. Fiz algumas pornochanchadas deliciosas de fazer, com um lado cômico de brincar com os temas da sexualidade. Era muito mais chanchada do que pornô. Eu fiz uns cinco filmes desse tipo – comentou a atriz.
A declaração foi dada em entrevista para Simone Zuccolotto no programa “Cinejornal”, do Canal Brasil, que irá ao ar nesta quinta-feira (26), às 18h55m. No papo, a atriz falou também sobre o seu novo projeto - a websérie "Reflexos" -, além de questões como a pandemia e a situação política do Brasil. Ela ainda lembrou alguns filmes dos quais participou, como, por exemplo, "Navalha na carne", em que viveu uma prostituta:
- Quando eu fiz "Navalha na carne", aí foi sério. Ela era uma prostituta, mas o texto era seríssimo. Essa queixa dessa mulher sendo usada e sendo chamada de puta, de velha... um papel que eu adorei. Adorei fazer esse filme – disse Vera.
A atriz comentou sobre como se sentiu com a retirada de circulação do filme “Amor estranho amor” (1982), que estrelou ao lado de Tarcísio Meira e Xuxa. O longa ficou fora do mercado por anos por causa de disputas judiciais entre a produtora e a apresentadora:
- Não era só eu (que senti). Tinha um elenco enorme... Pena que o público só viu por um tempo. Ele entrou em cartaz nos cinemas, fez ótimo público, mas saiu de circulação. Eu senti muito até porque era coprodutora do filme. O produtor principal era o Anibal Massaíni e nós sentimos no bolso. Eu acho que vão querer lançar novamente nos cinemas ou nas plataformas. E vai ser um ganho... a própria Xuxa disse outro dia que o filme é bom e tem que ser visto. Vai ser bom para a gente.
Questionada pela entrevistadora se ela acha que havia motivos para o filme sair de circulação, Vera comentou:
- Eu acho que ela (Xuxa) tinha uma equipe muito poderosa. E acho que eles a obrigaram a tirar o filme de circulação. Seminua com um garoto de 12 anos... Eu acho que a situação foi essa.
V
era Fischer participou do 'Cinejornal' (Foto: Divulgação)
O Globo quarta, 25 de novembro de 2020
FIFA ANUNCIA INDICADOS AO THE BEST, COM NEYMAR ENTRE OS MELHORES DO MUNDO
Fifa anuncia indicados ao The Best, com Neymar entre os melhores do mundo
Alisson concorre como melhor goleiro ao prêmio que será entregue em 17 de dezembro
O Globo
25/11/2020 - 08:35 / Atualizado em 25/11/2020 - 10:16
Com Neymar, Fifa anuncia indicados a prêmio de melhor do mundo Foto: Divulgação/FIFA
Neymar está de volta à disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo. Nesta quarta-feira, a Fifa divulgou os 11 pré-finalistas do The Best, que será entregue no dia 17 de dezembro. Também foram anunciados os candidatos nas categorias feminina, de melhor goleiro e goleira, além de técnico de times masculino e feminino.
Arrascaeta, do Flamengo, ganhou uma indicação do prêmio Puskás — que elege o gol mais bonito —, pelo gol de bicicleta marcado contra o Ceará no Brasileirão de 2019. No prêmio de melhor goleiro, Alisson, do Liverpool e da seleção brasileira, volta a figurar entre os indicados.
Nas categorias técnicas, a votação acontece de forma mista: serão levados em conta o voto popular mais as escolhas de um júri formado por capitães, técnicos e técnicas de seleções masculinas e femininas (dependendo da categoria), além de jornalistas de cada país representado por essas seleções.
Já no caso do prêmio Puskás, a escolha fica por conta de um painel de jogadores e técnicos 'lendários' selecionados pela Fifa, somados ao voto do público. A votação fica aberta até 9 de dezembro, no site da Fifa. A divulgação dos três finalistas em cada categoria acontece no dia 11 do mesmo mês.
Confira a lista completa de indicados:
Os indicados a melhor jogador pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Melhor jogador
Thiago Alcântara (Espanha / Bayern de Munique / Liverpool)
Cristiano Ronaldo (Portugal / Juventus)
Kevin De Bruyne (Bélgica / Manchester City)
Robert Lewandowski (Polônia / Bayern de Munique)
Sadio Mané (Senegal / Liverpool)
Kylian Mbappé (França / Paris Saint-Germain)
Lionel Messi (Argentina / Barcelona)
Neymar (Brasil / Paris Saint-Germain)
Sergio Ramos (Espanha / Real Madrid)
Mohamed Salah (Egito / Liverpool)
Virgil van Dijk (Holanda / Liverpool)
As indicadas ao prêmio de melhor jogadora pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Melhor jogadora
Lucy Bronze (Inglaterra / Lyon / Manchester City)
Delphine Cascarino (Francça / Lyon)
Caroline Graham Hansen (Noruega / Barcelona)
Pernille Harder (Dinamarca / Wolfsburg / Chelsea)
Jennifer Hermoso (Espanha / Barcelona)
Ji So-yun (Coreia do Sul / Chelsea)
Sam Kerr (Austrália / Chelsea)
Saki Kumagai (Japão / Lyon)
Dzsenifer Marozsán (Alemanha / Lyon)
Vivianne Miedema (Holanda/ Arsenal)
Wendie Renard (França / Lyon)
Os indicados pela Fifa a melhor goleiro Foto: Divulgação/Fifa
Melhor goleiro
Alisson Becker (Brasil / Liverpool)
Thibaut Courtois (Bélgica / Real Madrid)
Keylor Navas (Costa Rica / Paris Saint-Germain)
Manuel Neuer (Alemanha / Bayern de Munique)
Jan Oblak (Eslovênia / Atlético de Madrid)
Marc-André ter Stegen (Alemanha / Barcelona)
As indicadas a melhor goleira pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Melhor goleira
Ann-Katrin Berger (Alemanha / Chelsea)
Sarah Bouhaddi (França / Lyon)
Christiane Endler (Chile / Paris Saint-Germain)
Hedvig Lindahl (Suécia / Wolfsburg / Atlético de Madrid)
Alyssa Naeher (Estados Unidos / Chicago Red Stars)
Ellie Roebuck (Ingalterra / Manchester City)
Os indicados a melhor técnico de equipe masculina pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Melhor técnico ou técnica em time masculino
Marcelo Bielsa (Argentina / Leeds United)
Hans-Dieter Flick (Alemanha / Bayern de Munique)
Jürgen Klopp (Alemanha / Liverpool
Julen Lopetegui (Espanha / Sevilla)
Zinedine Zidane (França / Real Madrid)
Indicados a melhor técnico ou técnica em time feminino Foto: Divulgação/Fifa
Melhor técnico ou técnica em time feminino
Lluís Cortés (Espanha / Barcelona)
Rita Guarino (Itália / Juventus)
Emma Hayes (Inglaterra / Chelsea)
Stephan Lerch (Alemanha/ Wolfsburg)
Hege Riise (Noruega / LSK Kvinner)
Jean-Luc Vasseur (França / Lyon)
Sarina Wiegman (Holanda / Seleção Holandesa)
Prêmio Puskás
Shirley Cruz (Costa Rica) – Costa Rica x Panamá (Pré-olímpico feminino da Concacaf - 28 de janeiro de 2020)
Giorgian De Arrascaeta (Uruguai) – Ceará x Flamengo (Brasileirão - 25 de agosto de 2019)
Jordan Flores (Inglaterra) – Shamrock Rovers x Dundalk FC (Campeonato Irlandês - 28 de fevereiriro de 2020)
André-Pierre Gignac (França) – Tigres x Pumas (Campeonato Mexicano - 1º de março de 2020)
Sophie Ingle (País de Gales) – Arsenal x Chelsea (Liga Inglesa Feminina - 19 de janeiro de 2020)
Zlatko Junuzović (Áustria) – Rapid Viena x Red Bull Salzburg (Campeonato Austríaco - 24 de junho de 2020)
Hlompho Kekana (África do Sul) – Mamelodi Sundowns x Cape Town City (Campeonato Sul-Africano - 20 de agosto de 2019)
Son Heung-Min (Coreia do Sul) – Tottenham x Burnley (Campeonato Inglês - 7 de dezembro de 2019)
Leonel Quiñónez (Equador) – Universidad Católica x Macará (Campeonato Equatoriano - 19 de agosto de 2019)
Luis Suárez (Uruguai) – Barcelona x Mallorca (Campeonato Espanhol - 7 de dezembro de 2019)
Caroline Weir (Escócia) – Manchester City x Manchester United (Liga Inglesa Feminina - 7 de setembro de 2019)
O Globo terça, 24 de novembro de 2020
BELA GIL ENSINA RECEITAS DE NHOQUE DE BATATA-ROXA E SALADA DE FUNCHO COM LARANJA
Bela Gil ensina receitas de nhoque de batata-roxa e salada de funcho com laranja
Chef participa da versão on-line da Semana da Cozinha Italiana, com lives diárias até 29 de novembro
Bruno Calixto
22/11/2020 - 23:01 / Atualizado em 23/11/2020 - 09:19
Nhoque de batata-doce roxa, de Bela Gil Foto: Divulgação
Bela Gil é uma das cozinheiras que participam da 5ª edição da Semana da Cozinha Italiana, que este ano acontece em versão digital, até 29 de novembro, com lives diárias (com transmissão no Instagram @italyinrio) com chefs daqui e de lá, além de especialistas em vinhos e turismo enogastronômico. A aula de Bela Gil será dia 24, às 19h, e ela antecipa aqui o que ensinará ao vivo.
Bela Gil: salada de funcho com laranja Foto: Divulgação
Ingredientes
1 funcho pequeno fatiado fino (usar a faca ou fatiador de vegetais)
2 laranjas em gomos supreme
½ cebola fatiada
¼ xicara de castanha de caju torrada e picada
3 colheres de sopa de azeite
½ limão espremido
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
¼ xicara de azeitona preta
Preparo
Numa travessa, misture as fatias de funcho com a cebola e os gomos de laranja, tempere com azeite, limão, sal e pimenta-do-reino a gosto. Adicione as azeitonas e castanhas. Decore com as folhas da erva-doce e sirva a seguir.
Bela Gil participa de live pela Semana da Gastronomia Italiana Foto: Divulgação
Nhoque de batata-doce roxa
Ingredientes
... o nhoque
500g de batata-doce roxa cozida e espremida
½ xícara de farinha de arroz
1 colher de chá de sal
1 gema de ovo
... o molho
3 dentes de alho amassados
1 cebola picada
1kg de tomates maduros
¼ xicara de vinho tinto
3 colheres de sopa de azeite
1 colher de chá de acucar mascavo
½ xicara de manjericão fresco
1 pitada de noz moscada
Sal, orégano e pimenta-do-reino a gosto
Preparo
Nhoque: Numa tigela média coloque a batata-doce roxa, a gema, a farinha de arroz e o sal. Misture tudo até que esteja homogêneo. Numa superfície plana despeje a farinha de arroz. Enrole a massa em tiras compridas. Com ajuda de uma faca corte em pedaços de cm e reserve.
Numa panela grande coloque agua para ferver. Quando estiver fervendo coloque os pedaços de nhoque aos poucos. À medida que eles forem subindo, retire-os com uma escumadeira. Sirva com o molho.
Molho: Corte os tomates grosseiramente e bata no liquidificador até ficar uma suco homogeneo. Refogue a cebola e o alho com azeite na panela. Junte o molho de tomate, o sal, óregano e pimenta-do-reino ao refogado e deixe ferver. Quando ferver abaixe o fogo e deixe cozinhar por 45 minutos. Acrescente salsinha, vinho tinto e manjericão. Cozinhe por dez minutos.
O Globo segunda, 23 de novembro de 2020
CINEMATECA BRASILEIRA: MINISTÉRIO DO TURISMO ASSUME GESTÃO
Ministério do Turismo assume gestão da Cinemateca Brasileira
Decreto não define, no entanto, quando instituição será reaberta, nem quando as equipes voltarão a trabalhar no local
O Globo
23/11/2020 - 08:24 / Atualizado em 23/11/2020 - 08:40
Fachada da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, em São Paulo, em foto de junho de 2020 Foto: Daniela Goulart
Localizada em São Paulo, a Cinemateca está fechada desde o dia 7 de agosto, quando deixou de ser gerida pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). Naquele dia, suas chaves foram retomadas por funcionários do Ministério do Turismo, acompanhados da Polícia Federal.
Nos últimos três meses, a Cinemateca deixou de prestar serviços ao público externo, como a cessão de imagens arquivadas por lá para produtores de cinema, televisão e publicidade. A instituição abriga o maior acervo audiovisual do Brasil. Segundo o Ministério, a suspensão dos serviços se deu por conta da pandemia e da “necessidade de conclusão dos processos relacionados ao chamamento público [de uma nova OS para gerir o espaço]”.
Com o fim da gestão da Acerp, todos os funcionários especializados da instituição pararam de trabalhar e, depois, foram demitidos pela OS. Até o momento, o Ministério não informou se pretende recontratar os antigos "experts".
O Globo domingo, 22 de novembro de 2020
CASA ALBERTO: TRADICIONAL LOJA DE TECIDOS CARIOCA FECHARÁ AS PORTAS EM DEZEMBRO, APÓS 81 ANOS DE ATIVIDADE
Tradicional Casa Alberto fechará as portas em dezembro, depois de 81 anos de atividade
A história da loja de tecidos, fundada em 1939, se confunde com a do bairro de Ipanema. Por lá passaram políticos, como Juscelino Kubitschek, e artistas, como o Rei Roberto Carlos
Marcia Disitzer
22/11/2020 - 03:30
Croqui da Casa Alberto: tradição Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
Aos 20 anos, em 1923, Abrahim Chreem saiu de Antióquia, uma pequena cidade localizada na Turquia, com nada no bolso e uma ideia na mente: conquistar a América. A América em questão eram os Estados Unidos, mas quis o destino trazer Seu Alberto, como ele se tornou conhecido, para o Rio de Janeiro. Detalhe: o rapaz de origem judaica só ficou sabendo do seu real paradeiro ao desembarcar na Praça Mauá, depois de uma longa viagem de navio e nenhum conhecido à vista. Sem falar uma palavra de português, mas com carisma de sobra, Abrahim instalou-se num sobradinho na Praça Onze e começou a escalada. Iniciou vendendo meias, de porta em porta, tal qual um mascate. De meia em meia, a vocação natural para o comércio emergiu com a obstinação que apenas os sobreviventes têm.
No começo, era uma espécie de bazar Foto: Divulgação
O espírito visionário também se fez presente. Desde o começo, ele mirou na distante Ipanema, à época um areal. “Meu avô vendia os produtos para os funcionários das casas das madames que habitavam o bairro”, lembra a empresária Rachel Chreem, que faz parte da terceira geração da Casa Alberto, ao lado dos irmãos, Alberto, Helio e Ricardo. “Em 1939, ele abriu a primeira loja, uma espécie de bazar que vendia de tudo um pouco: miudezas de armarinho, linhas e agulhas, trajes para os festejos juninos e tecidos populares”, emenda. A rua que abrigou o estabelecimento pioneiro se chamava, então, 20 de Novembro e é hoje denominada Visconde de Pirajá. E é nessa mesma rua que esse ciclo de sucesso se encerra: depois de 81 anos de atividade, no fim de dezembro, a Casa Alberto fechará as portas. “É uma sensação de tristeza. Porém, ao mesmo tempo, olhando para trás e pensando em tudo que meu pai fez, me dou conta da época maravilhosa que eu, meus irmãos, minha mulher e meus filhos vivemos”, diz o empresário David Chreem.
Fachada da Casa Alberto na década de 1970 Foto: Divulgação
“Hoje em dia, pouca gente compra tecidos para fazer roupas de alta-costura. Este modelo de negócio se tornou inviável. A gente achou melhor acabar como começou, com garra”, explica Helio. A família planeja o lançamento de um livro, em 2021, contando a trajetória da Casa Alberto, que se confunde com a de Ipanema. Até o fim de dezembro, uma liquidação agita a loja, que nos anos 1950 e 1960, especializou-se em tecidos de primeira linha e passou a receber políticos, como Juscelino Kubitschek. Quase não havia roupa pronta, e as máquinas de costura caseiras eram responsáveis pelas criações usadas no dia a dia e nos bailes da vida. Foi David, que, em 1975, depois de os irmãos trocarem o negócio pela área imobiliária, inaugurou a loja no endereço atual. E o local, que virou reduto de tecidos garimpados em feiras internacionais e croquis artísticos, gerou ‘filhotes’.
David Chreem entre os filhos Alberto e Helio Foto: Monica Imbuzeiro
A partir da década de 1990, o bazar do jovem judeu destemido virou o Grupo Casa Alberto, com diversas ramificações. Além da Casa Alberto Tecidos, surgiram a Casa Alberto Cama & Mesa e a Casa Alberta Baby, comandada por Rosinha, mulher de David. Já a Alberto Gentleman, com Alberto à frente, nasceu em Ipanema e se expandiu para mais cinco pontos na cidade. Helio abriu a Trilogia, atacado de tecidos de luxo, e coube a Rachel mais uma inovação no empreendimento da família. “Ingressei em 1998 e, nessa fase, os artigos esportivos começaram a parar de vender, já sinalizando uma mudança de mercado. Foi aí que idealizei a venda de acessórios de grifes de luxo, nacionais e internacionais. Assim nasceu a multimarcas Alberta”, lembra.
David Chreem, Christiane Torloni, Rachel Chreem e Giulia Gam na Casa Alberto Foto: Divulgação
Mas é a loja de Ipanema que coleciona as melhores histórias, além de ter sido palco constante de visitas ilustres, como as de Tonia Carrero, Marília Pêra, Vera Fischer, Christiane Torloni e até Roberto Carlos. Numa ocasião, o Rei resolveu ir pessoalmente selecionar tecidos de camisaria. “Foi em 1990. Combinamos de ele vir à noite, depois do expediente. Mas não teve jeito: bastou o cantor estacionar o Cadillac para o reconhecerem. Veio todo mundo correndo e ele só conseguiu entrar graças a dois seguranças. A multidão ficou do lado de fora. Roberto adorou a loja. Tingi um tecido no tom azul exato da amostra que ele me deu”, lembra David.
Tecidos exclusivos Foto: Fernando Lemos/Casa Alberto
Ricardo, que por 35 anos interagiu com a clientela, lembra com carinho das equipes de figurino e também de artistas como Beth Carvalho, que procurava sempre produtos que tivessem o “verde e rosa” da Mangueira, e Sonia Braga. “Ela se dizia apaixonada por tecidos pelo fato de a mãe ter sido costureira. Ficou amiga de todos”, conta. Já a socialite Gisella Amaral era fã do cashmere de lã para confeccionar mantôs sob medida para temporadas em Nova York. Também não faltam recordações inusitadas. “Uma vez, uma senhora comprou tafetás e tules roxos para a roupa com a qual seria enterrada e também para decorar o caixão”, descreve Ricardo. Ele frisa que a Casa Alberto não era apenas uma loja de tecidos. “Era a loja de tecidos do Rio.” Já Alberto destaca a festa do aniversário de 50 anos. “Foram 500 convidados no Scala. Tivemos orquestra, corpo de baile e Narcisa Tamborindeguy e Miele como mestres de cerimônia.”
Ricardo Chreem e Vera Fischer Foto: divulgação
Para a figurinista Helena Gastal, a Casa Alberto é sinônimo de nobreza. “Lá, nós, figurinistas, encontramos tecidos exclusivos e de boa qualidade. Vai fazer muita falta”, lamenta. A especialista em moda e comportamento Paula Acioli observa a transformação do mercado da moda: “A pandemia e o cenário econômico mundial, definitivamente, aceleraram os processos que estão revolucionando o varejo tradicional.”
O Globo sábado, 21 de novembro de 2020
ZÉ KATIMBA: ANIVERSÁRIO DE 88 ANOS E PRIMEIRA LIVE
Zé Katimba comemora aniversário de 88 anos e realiza sua primeira live
Compositor canta, conta histórias de sua trajetória e homenageia Chiquinha Gonzaga e Dona Ivone Lara, entre outras
Sérgio Luz
21/11/2020 - 03:30
Zé Katimba é um dos principais compositores da Imperatriz Leopoldinense Foto: Márcio Alves / O Globo
RIO — Zé Katimba saiu clandestinamente da Paraíba ainda criança rumo ao Rio de Janeiro, a bordo de um navio cargueiro junto dos pais. Na chamada Cidade Maravilhosa, o jovem migrante sentiu na pele o preconceito contra nordestinos e a desigualdade social. Mas foi esse contexto que criou um compositor prolífico, sensível e politizado, cuja obra é reverenciada pelo público e por seus pares, como Zeca Pagodinho, Monarco e Martinho da Vila, seu principal parceiro.
Hoje, no YouTube (/zekatimbaoficial), às 16h, o bamba faz live para comemorar seus 88 anos, completados no dia 11, com partipação de Dandara Alves e Zé Inácio Jr., seu filho.
— Resolvi contar minha história e cantar minhas músicas — diz o músico.
E suas histórias são muitas. Além de ter vivido em diversos bairros do Rio e em Niterói, Katimba foi um dos fundadores da Imperatriz Leopoldinense. E chegou a ser preso pela Ditadura.
— A gente forganizava o movimento no Teatro Opinião, com as músicas de protesto. Era em pleno regime militar, acabei detido — relembra. — Se tivesse que fazer, faria tudo de novo, porque fiz por amor, e a gente não deve desistir nunca dos nossos sonhos.
O repertório do show virtual traz clássicos como “Martim Cererê” (com Gibi) e “Na minha veida” (com Martinho).
— Vamos também homenagear Chiquinha Gonzaga, Mart’nália e Dona Ivone Lara, além da Simone, nossa Cigarra, que foi quem mais gravou minhas músicas com o Martinho — adianta.
Bem-humorado, Katimba lembra dos tempos difíceis com leveza.
— Era uma época muito dura quando cheguei aqui. E tudo que não prestava era coisa de “paraíba”. No meio desse furdunço todo de preconceito, tive que sobreviver. Eu fui um dos fundadores da escola, mas quem empurrava alegoria e metia mão em cola quente? M as aprendi tudo, desde trabalhar o couro até tocar. Fui passista, mestre-sala, vice-presidente, presidente, puxei corda... Venci, fiz tudo por amor. E só o amor dá nobreza — afirma. — Graças a Deus, insisti. As escolas fazem a maior festa do universo, são nossos patrimônios culturais. E a música é única, pode ser pop, rock, o que for. A cultura popular tem uma sabedoria muito profunda.
O músico conta que ainda tem muito para aprender.
— Pretendo me aposentar aos 100 anos e viver de sambas de amor. Eu quero me formar em aprendiz, quero aprender todos os dias. A essência da vida é essa, aprender e amar.
O Globo sexta, 20 de novembro de 2020
CONVENÇÃO DAS BRUXAS: ADAPTAÇÃO QUE DIVERTE ELA ATUAÇÃO CARICATA DE ANNE HATHAWAY, DIZ CRÍTICA
'Convenção das bruxas’: adaptação que diverte pela atuação caricata de Anne Hathaway, diz crítica
Bonequinho olha. Confira os filmes que entram em cartaz nesta quinta-feira (19)
Mario Abbade
18/11/2020 - 23:01 / Atualizado em 19/11/2020 - 16:35
'Convenção das bruxas’ Foto: Divulgação
O escritor britânico Roald Dahl sempre foi craque em combinar terror, humor e aventura numa literatura que encanta crianças e adultos. Livros infantis seus como “A fantástica fábrica de chocolate”, “Matilda”, “O bom gigante amigo” e “James e o pêssego gigante” são alguns exemplos, com sua excelência de contador de histórias, que foram adaptados para o cinema.
A história apresenta um homem, John Garrity (Gerard Butler), a mulher (a brasileira Morena Baccarin) e o filho (Roger Dale Floyd) embarcando numa jornada perigosa para encontrar um santuário, enquanto um cometa com poder de destruir o planeta avança em direção à Terra. (Mario Abbade). Veja crítica e sessões
“Convenção das bruxas”, inspirado em “As bruxas” de Dahl, conta as experiências de um jovem e sua avó num mundo onde bruxas malvadas, que odeiam crianças, existem secretamente. Nas mãos do diretor e roteirista Robert Zemeckis, a trama ganha algumas mudanças: a história sai da Inglaterra dos anos 1980 para os 1960 nos EUA e substitui a avó, que veio da Noruega, por uma mulher negra (Octavia Spencer) com o objetivo de fazer um comentário sobre o racismo.
“As bruxas” já tinha tido uma boa adaptação do diretor Nicolas Roeg em 1990. Esta nova versão não atinge o mesmo resultado, mas diverte pela atuação caricata de Anne Hathaway.
O Globo quinta, 19 de novembro de 2020
COVID-19 - O BRASIL JÁ CONVIVE COM A SEGUNDA ONDA? - ESPECIALISTAS RESPONDEM A DEZ PERGUNTAS
O Brasil já enfrenta uma segunda onda da Covid-19? Especialistas respondem a dez perguntas
Morrerão muitas pessoas? Precisaremos de lockdown? Vacina chegará a tempo? Veja o que cientistas dizem sobre essas e outras dúvidas
Rafael Garcia
19/11/2020 - 03:30 / Atualizado em 19/11/2020 - 08:12
O Brasil já está na segunda onda da Covid-19? Foto: Ilustração Editoria de Arte
SÃO PAULO — Diante de uma provável "segunda onda" da Covid-19, o Brasil precisa guiar sua ação estratégica respondendo a muitas perguntas duras. Em encontro virtual promovido pela Faculdade de Medicina da USP com participação do GLOBO, os cientistas Paulo Lotufo e Márcio Bittencourt se juntaram a Ricardo Schnekenberg, da Universidade de Oxford, para responder a algumas delas.
Veja abaixo o que esses e outros especialistas dizem sobre os principais pontos relacionados ao recrudescimento da pandemia no país:
O que é a segunda onda de uma epidemia de Covid-19? A do Brasil já começou?
Não existe uma definição técnica, científica e formal, ainda, para caracterizar quando a primeira onda de uma epidemia cessa e quando a segunda começa. A maior parte dos especialistas consultados pelo GLOBO afirma que prefere usar essa expressão no caso de lugares que conseguiram reduzir a primeira onda a praticamente zero, depois viram a chegada de uma segunda.
Segunda onda da Covid-19 já começou no Brasil? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Essa queda drástica não ocorreu na maior parte do Brasil, que reduziu o número diário de casos e mortes a um nível ainda alto, depois voltou a vê-lo crescer. Essa dinâmica, além disso, precisa ser vista de forma regionalizada no Brasil, onde a epidemia se distribui de maneira heterogênea.
A discussão sobre segunda onda, por outro lado, preocupa cientistas porque pode desviar o foco sobre o que é mais importante agora: o volume da pandemia voltou a aumentar, não importa o nome dado ao fenômeno.
— A distinção entre primeira e segunda onda é um preciosismo acadêmico sem relevância prática para a população, que está novamente exposta ao vírus — diz o médico Ricardo Schnekenberg, pesquisador da Universidade de Oxford que trabalha na análise de dados e construção de modelos para entender a epidemia.
Como sabemos se o número de casos (e mortes) está subindo ou descendo?
Para ler a tendência da Covid-19 no Brasil, os epidemiologistas olham diferentes conjuntos de dados. Alguns, como monitoramento de sintomas em uma população de pacientes, são rápidos de aferir, mas pouco precisos. Nem todos os que apresentam “síndrome gripal”, que é o conjunto de sintomas que caracterizam a gripe ou a Covid-19, terão sido infectados pelo coronavírus.
Como sabemos se o número de casos (e mortes) está subindo ou descendo? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Os dados de mortes registradas por Covid-19 são o oposto: mais precisos, porém demoram a se consolidar. Em geral, um caso da doença que foi grave o suficiente para matar foi confirmado por um teste em algum momento, e as mortes têm menos subnotificação que casos leves. Quando um gestor público espera um sinal de aumento nos óbitos por Covid-19 para tomar uma decisão, porém, é tarde demais, porque a transmissão comunitária já está mais intensa.
Outros tipos de dados ficam num plano intermediário, como o monitoramento de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e o monitoramento de internações novas. Há dados ricos sobre internações em São Paulo, por exemplo, mas muitos municípios não têm estrutura para levantá-los em tempo real.
— Em São Paulo a gente está vendo um aumento de internações e precisa agir como se fosse uma coisa importante mesmo que o sinal seja ruidoso e que talvez a gente esteja avisando demais — diz Márcio Bittencourt, epidemiologista do Centro de Pesquisa Clínica da USP. — Precisamos agir logo, porque o que fazemos agora leva duas a três semanas para ter um efeito perceptível na pandemia.
Onde no Brasil a Covid-19 está entrando num segundo momento de crescimento?
Em muitos casos é preciso olhar município a município, mas Bittencourt, da USP, destaca algumas regiões onde já se vê alguma complicação.
Onde no Brasil a Covid-19 está entrando num segundo momento de crescimento? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Em São Paulo, apesar do aumento na capital, na Baixada Santista, em Campinas e no Vale do Paraíba, no interior, perto de Araraquara e Bauru, a segunda onda não chegou, ainda.
A região Sul do país como um todo está em alerta. Em Curitiba, o número de casos ativos da Covid-19 já é o pior desde o início da pandemia. Em Santa Catarina, há recrudescimento claro em Jaraguá, Blumenau, Criciúma e Florianópolis. No Rio Grande do Sul, várias cidades estão subindo o nível de alerta, e Porto Alegre já tem alguns hospitais lotados.
Há aumento no Espírito Santo e em alguns lugares do Nordeste, onde muitos municípios não têm estrutura boa de monitoramento. Manaus, a capital que mais sofreu com a Covid-19 no auge da primeira onda, começou a ter uma nova subida de casos, mas mais modesta.
A segunda onda pode vir a matar tantas pessoas quanto a primeira?
Um fenômeno que se observou em alguma medida na Europa e nos EUA é que, naquilo que se chamou de segunda onda, o número de casos registrados subiu muito, mas o de mortes não se elevou no mesmo ritmo.
A segunda onda pode vir a matar tantas pessoas quanto a primeira? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Especialistas atribuem isso em grande parte a uma melhor estruturação para realizar testes, porque, com um grande número de pessoas fazendo exames, é natural que o número de diagnósticos aumente. A “letalidade real”, porém, número de mortes dividido pelo número de infectados, não necessariamente aumenta, e os números brutos passam a impressão de que a doença está diminuindo em gravidade.
Há outros fatores por trás do fenômeno, como a mudança de perfil etário das pessoas que estão se infectando mais, com muitos jovens, fora do grupo de maior risco, contaminados na segunda leva da pandemia.
— Pessoas mais susceptíveis costumam pegar a doença primeiro e morrer na primeira leva. Uma parte daqueles que são os mais frágeis morreu durante a primeira onda, então há menos deles disponíveis para o vírus infectar e matar agora — diz Bittencourt, da USP.
Será preciso fechar comércio e escolas de novo? Um 'lockdown' está no horizonte?
A expressão "lockdown" é outra para a qual não existe uma definição universal precisa. De modo geral, porém, ela significa fechar a economia e restringir a circulação de pessoas num nível que o Brasil não chegou a fazer. Pesquisadores defendem que se dê prioridade para impedir a abertura de eventos “superdisseminadores” do vírus, como shows e jogos de futebol, mas também a estabelecimentos menores, como bares e academias, que demonstraram ter um papel de disseminação muito intenso.
Será preciso fechar comércio e escolas de novo? Um 'lockdown' está no horizonte? Foto: Ilustração Editoria de Arte
As escolas, apesar de estarem ligadas em alguma medida à força de disseminação da pandemia, estão sendo tratadas de maneira diferente em muitos lugares.
— Na Inglaterra a gente está agora em "lockdown", mas as escolas e universidades estão abertas — conta Schnekenberg. — Mas é preciso tomar cuidado, porque quando se abre uma escola, existe toda uma economia em torno dela que volta a se movimentar, com transporte, alimentação etc.
O que muitos gestores públicos levam em conta, porém, é que o fechamento de escolas tem o efeito socioeconômico mais nocivo. A interrupção do ensino na pandemia causará uma perda de capacitação que pode resultar em uma queda de 1,5% do PIB global pelo resto do século, estimou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e qualquer medida para minimizar esse dano deve ser bem-vinda.
— Nós devemos estar nos perguntando o que podemos fechar para poder manter as escolas abertas — diz Paulo Lotufo, epidemiologista da Faculdade de Medicina da USP.
A oferta de leitos é suficiente? Hospitais de campanha precisarão voltar?
Muitos municípios estão ainda com capacidade de leitos para acomodar doentes. Aqueles que tiveram hospitais de campanha desativaram algumas instalações e tentaram reabilitar vagas de UTI em hospitais preexistentes.
Com a queda no número de casos vista até outubro, porém, em geral o número de vagas diminuiu junto dos casos, por isso a taxa de ocupação percentual não caiu em todos os estados. Isso não significa que a demanda por leitos continue tão alta.
A oferta de leitos é suficiente? Hospitais de campanha precisarão voltar? Foto: Ilustração Editoria de Arte
— Mas essa desmobilização dos recursos foi uma completa irresponsabilidade, porque ocorreu junto a uma reabertura econômica, e deveria ser o contrário — afirma Ligia Bahia, sanitarista da UFRJ.
Como o aumento de casos já era previsto com a abertura, o ideal seria ter sido já manter em pé a estrutura necessária para acomodar uma eventual segunda onda.
No Rio de Janeiro, o volume de atendimento perdido com incêndio no hospital de Bonsucesso, por exemplo, não foi recuperado ainda.
Será preciso restringir transporte? E fechamento nos locais de trabalho?
Márcio Bittencourt, epidemiologista da USP, afirma que a maneira como se planejaram as restrições de transporte público pode agravar em vez de aliviar a pandemia. Manter o serviço ativo, mas com número reduzido de ônibus e trens, favorece a aglomeração de pessoas.
Será preciso restringir transporte? E fechamento nos locais de trabalho? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Uma medida que poderia ajudar a desafogar o transporte público, também, é o escalonamento de horas de entrada e saída dos locais de trabalho. A redução do horário de funcionamento, porém, mais atrapalha do que ajuda, porque também incentiva a aglomeração em momentos específicos.
A discussão sobre fechamento parcial do espaço aéreo é raramente discutida, porque o Brasil ainda é um dos países vistos como epicentro da epidemia. Haveria mais aeroportos estrangeiros preocupados em receber brasileiros do que o inverso.
As vacinas chegarão a tempo de ajudar a deter a segunda onda?
A resposta da maioria dos especialistas a essa pergunta, infelizmente, é um sonoro “não”. Na melhor das hipóteses, uma vacinação começaria dentro de seis meses, e dificilmente até o meio do ano que vem o país já terá testado, aprovado, produzido, distribuído e aplicado as vacinas que nem sequer concluíram a etapa de fase três.
As vacinas chegarão a tempo de ajudar a deter a segunda onda? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Com muitas metrópoles brasileiras já dando sinais de que estão aumentando internações, e com o exemplo do que se viu na segunda onda europeia e do recrudescimento da epidemia nos Estados Unidos, não há como depositar esperança em vacinas por enquanto.
Como as eleições municipais afetam a Covid-19 agora, e como são afetadas?
Na eleição de primeiro turno, de modo geral, viu-se que políticos que tiveram postura de negação durante a pandemia perderam espaço. Isso se refletiu, segundo analistas políticos, na perda de popularidade do presidente Bolsonaro, que elegeu uma fração pequena dos candidatos que apoiou abertamente. Medidas de fechamento econômico, por outro lado, também são muito impopulares, e é provável que em cidades nas quais a eleição será decidida no segundo turno essa discussão seja evitada, mesmo quando necessária.
Como as eleições municipais afetam a Covid-19 agora, e como são afetadas? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Prefeitos que tentam se reeleger ou eleger correligionários são aqueles sob maior pressão, porque precisam tomar decisões agora. Epidemiologistas mais experientes não esperam que isso ocorra.
— Os prefeitos que estão no segundo turno podemos esquecer — diz Lotufo, da USP, que considera os candidatos à reeleição uma causa perdida. — Para os prefeitos que já estão eleitos meu conselho é que já estejam trabalhando com prioridade na questão da Covid-19.
Que impacto terão as festas de fim de ano? Elas devem ser canceladas?
A importância cultural que os brasileiros dão ao Natal e às comemorações de Ano Novo são uma preocupação especial dos epidemiologistas, porque elas abrem brecha para que muitos eventos de “superdisseminação” ocorram no país.
Que impacto terão as festas de fim de ano? Elas devem ser canceladas? Foto: Ilustração Editoria de Arte
“Sei que aqui no Brasil o Natal é *o* momento de reunir a família. Então, ao invés de focar apenas em pedir para evitar, faço outro apelo: se fizerem reunião, façam quarentena no retorno, ok?”, afirmou o epidemiologista da Fiocruz Marcelo Gomes em uma postagem de Twitter sugerindo como minimizar o problema.
Segundo o epidemiologista, se todos aqueles que se aglomeraram entre Natal e réveillon se isolarem por duas semanas no retorno, independentemente dos sintomas, o problema será minimizado. “Não façamos do Natal a distribuição massiva da Covid-19 país afora”, escreveu. “O potencial de leva-e-traz por conta das famílias com residentes em municípios distintos que se juntam nessa época é gigantesco.”
O Globo quarta, 18 de novembro de 2020
COPA DO MUNDO - ELIMINATÓRIAS - BRASIL VENCE O URUGUAI POR 2 A 0NTA O URUGUAI
ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO - BRASIL VENCE O URUGUAI POR 2 A 0
O que a eficiência de Éverton Ribeiro diz sobre o futebol jogado no Brasil
Atuação do meia alimenta debates sobre nível do jogo doméstico e sobre a eterna crise de calendário
Carlos Eduardo Mansur
18/11/2020 - 04:00 / Atualizado em 18/11/2020 - 10:01
Éverton Ribeiro pela seleção brasileira Foto: Miguel Schincariol/CBF
Os tempos atuais não são muito convidativos a grandes exibições de seleções - uma brutal exceção foi a escandalosa goleada espanhola sobre a Alemanha. Mas foi com absoluta segurança que o Brasil fez 2 a 0 no Uruguai, jogo que exigiu virtudes diferentes das exibidas nas rodadas iniciais e que viu o Brasil responder bem às necessidades. Só que o mais curioso foi perceber como a noite em que Éverton Ribeiro teve participação importante terminou por realimentar discussões importantes sobre o futebol jogado no Brasil.
Numa era de globalização em que o futebol europeu é o centro do mundo, é natural que um desempenho dominante no futebol brasileiro não baste para ser visto como garantia de sucesso na elite do jogo. A discussão vale para Everton Ribeiro, que nunca foi se provar na Europa e é jogador dominante no futebol doméstico do Brasil. Constatar sua dificuldade contra o Liverpool, na final do Mundial de Clubes, soa um tanto cruel. Afinal, estava diante dele a melhor pressão do mundo, que já engoliu jogadores da Europa inteira. Por outro lado, é fato que em boa parte da temporada brasileira os espaços são mais fartos para se jogar. Ontem, em Montevidéu, o meia rubro-negro deu argumentos aos dois lados do debate.
Uma mudança tática de Tite foi vital para o Brasil chegar aos 2 a 0 no primeiro tempo. E afetou Éverton Ribeiro. O jogador rubro-negro começou como um dos meias centrais e, recebendo a bola entre as linhas de defesa uruguaia, parecia carecer de tempo e espaço para controlar a bola e executar jogadas. Sofreu desarmes no início do jogo, teve dificuldades para dar sequência aos lances.
Brazil's Everton Ribeiro (L) and Uruguay's Agustin Oliveros vie for the ball during their closed-door 2022 FIFA World Cup South American qualifier football match at the Centenario Stadium in Montevideo on November 17, 2020. (Photo by Raul MARTINEZ / POOL / AFP) Foto: RAUL MARTINEZ / AFP
Ao passar para a direita, de onde buscava o centro, teve ótimos momentos. Num deles, na lateral da área, participou bem da jogada em que Gabriel Jesus foi pivô para Arthur marcar em chute desviado. Em outro, num belo toque de calcanhar, abriu campo para Douglas Luiz avançar: dali saiu o escanteio e o gol de Richarlison. Passou a ser muito mais influente na partida, partindo da lateral do campo para buscar os espaços.
Outra questão que sua atuação levanta, do início menos efetivo até a participação em lances decisivos, é a forma como ela repercute no Brasil. Enquanto Éverton Ribeiro dava bons passes, se exibia bem pela seleção como titular num dos clássicos mais ricos em história no futebol mundial, parte importante do público brasileiro torcia o nariz. É um imenso exagero e um descolamento do mundo real dizer que "ninguém liga" para a seleção. Mas o criminoso calendário do país transformou seleção e clubes em rivais.
Apenas por fazer seu trabalho, o técnico da seleção se torna vilão por manter em campo um atleta que tinha bom desempenho numa partida importante - notem o contrassenso.
Havia quem contabilizasse os minutos de Éverton Ribeiro em campo para especular sobre a possibilidade de um jatinho, um descanso e uma massagem milagrosa o colocarem em campo diante do São Paulo, 24 horas depois, pela Copa do Brasil. Havia quem amaldiçoasse a própria existência do jogo da seleção, embora o futebol mundial tenha definido há alguns anos a existência das datas-Fifa. E só o Brasil e um punhado de nações, quase todas do terceiro ou quarto mundos da bola, não as respeitam.
Richarlison comemora após marcar o segundo gol do Brasil Foto: Lucas Figueiredo/CBF / Agência O Globo
De tão mal gerir seu calendário, de tanto atentar contra o bom-senso e contra a saúde dos jogadores, a CBF expõe a seleção brasileira, admirada no mundo inteiro, à antipatia dentro de sua própria casa. Agora, ficará a expectativa sobre o resgate que pode levar Éverton a São Paulo a tempo de jogar no Morumbi nesta quarta-feira. O Brasil criou um novo e deturpado padrão de profissionalismo. Pobre do jogador que, mesmo cheio de razão, um dia se recusar a jogar duas vezes em dois dias seguidos.
O Globo terça, 17 de novembro de 2020
ALCIONE ABRE A CASA DA MARROM, BAR PARA SHOWS
Alcione abre a Casa da Marrom, bar para shows: 'Para muita gente boa da música brasileira'
Jorge Aragão, Mumuzinho, Fundo de Quintal e Xande de Pilares, além da própria cantora, estão confirmados entre as atrações do espaço aberto nesta terça (17)
Bruno Calixto
16/11/2020 - 23:01 / Atualizado em 17/11/2020 - 08:10
Cantora no Bar Alcione, a Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
Depois de Zeca Pagodinho, chegou a vez de Alcione ganhar uma casa musical para chamar de sua no Rio. O Bar Alcione — A Casa da Marrom abre as portas nesta terça-feira (17) no CasaShopping, na Barra, onde a cantora irá receber amigos da música brasileira para shows.
— Além de a casa levar o meu nome, a Marrom Music, minha empresa, será a responsável pela programação musical. Minha irmã e empresária, Solange Nazareth, será a responsável pela direção artística e a nossa equipe está cuidando de todos os detalhes — comenta Alcione que, na quinta-feira, fará ali seu primeiro show com presença de público desde o início da pandemia.
Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
A ideia, ela conta, é ter um show todo dia, com direito a palco e estrutura de luz e som. As quintas, detalha Marrom, serão “nobres”, com artistas mais conhecidos, entre eles Jorge Aragão (dia 26), Sandra de Sá, Mumuzinho, grupo Fundo de Quintal e Xande de Pilares. Alcione anuncia que vai cantar, ao menos, uma vez por mês.
— Vai ser um espaço para muita gente boa da música brasileira, jovens e veteranos, desconhecidos e famosos. Não vai ter só samba, apesar da predominância — ressalta a cantora. A programação será sempre divulgada no Instagram (@bardaalcione).
Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
Na abertura, hoje, tem a estreia do projeto “Garçons cantores”, com repertório baseado em músicas da Marrom, seguido do grupo Tempero Carioca.
Ao longo da semana, apresentam-se Andreia Caffé (amanhã); Gabby Moura (sexta); Juninho Thybau com Arlindinho Cruz e Pretinho da Serrinha (sábado) e grupo Nascente do Bom Gosto (domingo).
— A importância deste bar para mim é o acolhimento ao samba, ainda mais com a curadoria da Alcione. Mais um espaço para trabalhar e mostrar nossa música — diz Pretinho da Serrinha.
Dos 200 lugares sentados da casa, com decoração inspirada no Maranhão e na Mangueira, um terço fica na parte externa.
Petiscos cariocas e do Maranhão
Alcione ao lado da chef Kátia Barbosa, que assina o cardápio do bar Casa da Marrom Foto: Eliseu Fiúza
O cardápio leva assinatura de Kátia Barbosa (do Aconchego Carioca), incluindo petiscos como o bolinho de feijoada criado por ela (R$ 24,90, seis unidades), além de receitas da culinária maranhense, como bolinho de arroz de cuxá, caldinho de bobó de camarão, patinhas de caranguejo, croquetes de vaca atolada, arroz do mar, mignon de sol com pirão coalho e creme de cupuaçu com chocolate, entre muitos outros. Aos sábados terá feijoada (R$ 79,90). Para acompanhar, cerveja de garrafa (a partir de R$ 9,90), caipirinha (R$ 24,90) e drinques com nome de músicas (a partir de R$ 27,90), caso de "Gostoso veneno" (vodca, limoncello, lichia, cravo-da-Índia e limão) e "Ébano mule" (gim, tamarindo, cardamomo, gengibre, limão, água com gás e espumante).
— Dei uns pitacos na cozinha, pedi à Kátia que colocasse mais vinagreira no arroz de cuxá. Os dadinhos de tapioca dela, inclusive, serão servidos com a geleia da minha irmã Ivone — detalha a Marrom.
ÁFRICA CO SUL E CUBA VOLTAM A RECEBER VOOS INTERNACIONAIS
África do Sul e Cuba voltam a receber voos internacionais. Saiba para onde o brasileiro pode viajar
Lista inclui Argentina, que reabriu suas fronteiras para o Brasil em 30 de outubro
Com agências
14/11/2020 - 04:30
Table Mountain, um dos pontos turísticos da África do Sul Foto: Creative Commons
RIO - A chegada do verão ao Hemisfério Sul tem estimulado países a reabrirem suas fronteiras para voltar a receber turistas. Nesta semana, duas nações anunciaram a retomada de voos internacionais, sem restrição de origem: África do Sul e Cuba. A ilha caribenha já começa a receber estrangeiros neste domingo (15), quando reabre o Aeroporto Internacional de Havana, o único que permanecia fechado e a principal porta de entrada ao país. O país de Nelson Mandela ainda não informou a data exata de reabertura, mas segundo o presidente, ela deve acontecer nas próximas semanas.
"Todos os voos internacionais serão agora permitidos de acordo com os protocolos de contenção da pandemia e da apresentação de um certificado negativo da Covid-19", disse o presidente Cyril Ramaphosa, numa declaração à nação africana pela televisão.
Como afirmou, os protocolos de segurança para viajar para o país incluem a apresentação de um exame negativo para a Covid-19 feito até 72 horas antes do embarque. Autoridades afirmaram ainda que um controle de sintomas, como medição de temperatura, será feito logo na chegada. Se houver qualquer suspeita, o viajante ficará de quarentena em um local designado.
Já o governo cubano vai testar todos os viajantes internacionais para o coronavírus na chegada e cobrar uma tarifa sanitária para cobrir os custos extras de novos protocolos de higiene. Em ambos, turistas terão que continuar com medidas de prevenção durante a estada, como distanciamento social e uso de máscaras.
O Chile também decidiu abrir as fronteiras para voos internacionais, de qualquer destino, a partir de dezembro, mas sem especificar o dia exato. Para desembarcar no país, visitantes também precisarão apresentar um exame negativo para Covid-19, feito até 72 horas antes do embarque.
Havana Velha, parte histórica da capital cubana Foto: Reprodução
Governos afirmam que entrada de estrangeiros é segura
O aumento no número de casos na Europa e a crescente contínua dos Estados Unidos levantam precauções para uma possível segunda onda em outros países, mas autoridades dos países afirmam que o controle nas fronteiras será suficiente para conter a pandemia.
Segundo o Ministério do Turismo da Argentina, o nível de transmissão local na capital está em níveis baixos e a entrada dos vizinhos só poderá ser feita via aérea (exceto Uruguai), permitindo um maior controle nos aeroportos. Postos de fiscalização impedirão a entrada de turistas por rodovias.
Já o governo de Cuba informou que esperou até "que o surto de coronavírus fosse suficientemente contido" no país. As três nações estavam com portas fechadas há cerca de sete meses.
O Globo sábado, 14 de novembro de 2020
LIVES DE HOJE: MARIANA VOLKER, DOBRANDO A CARIOCA E ZÉLIA DUNDAN
Lives de hoje: Mariana Volker, Dobrando a Carioca e Zélia Duncan tocam neste sábado
Agenda também traz festival on-line em homenagem a Beethoven e três concertos da Orquestra Petrobras Sinfônica
Sérgio Luz
14/11/2020 - 03:30
A cantora Zélia Duncan Foto: Roberto Setton / Divulgação
RIO — Muitas casas e espaços de show já retomaram sua programação presencial, com todos os cuidados e protocolos sanitários por conta da pandemia da Covid-19. Mas diversos artistas e festivais seguem realizando apresentações virtuais para aqueles que não se sentem seguros ainda para sair de casa. Sem contar os formatos híbridos, como a cantora Mariana Volker, que toca neste sábado (14/11) na abertura do Somamos Festival, no Teatro Prudential, com espetáculo in loco e transmissão ao vivo pela internet. A seguir, confira uma lista de shows para assistir sem deixar o conforto e a segurança do lar.
#SalaDigital
A Sala Cecília Meireles exibe neste fim de semana “O ciclo integral das 32 sonatas de Beethoven”, seguindo a comemoração pelos 250 anos de nascimento do compositor alemão. Hoje, a programação inclui exibições virtuais dos pianistas Érika Ribeiro, às 16h, e Eduardo Monteiro, às 19h. Amanhã é a vez de Sergio Monteiro e Pablo Rossi, às 16h e às 19h, respectivamente. No YouTube (/salaceciliameireles).
Dobrando a Carioca
Formado por Guinga, Jards Macalé, Moacyr Luz e Zé Renato, o supergrupo se apresenta direto do palco do Teatro Rifal Refit, sem público na plateia. Em formato vozes e violões, os artistas interpretam composições que marcaram suas carreiras, como “Vapor barato” (Jars Macalé/Waly Salomão), “Picotado” (Guinga), “Anjo da velha guarda” (Aldir Blanc/Moacyr Luz) e “Toada” (Zé Renato/Claudio Nucci/Juca Filho). Às 19h30. A partir de 22,50. O link para a live será recebido após a compra do ingresso, à venda no site da Sympla.
A cantora e compositora leva ao palco reversível do Teatro Prudential espetáculo do disco “Órbita”, lançado no início deste ano, pela abertura do Somamos Festival.
— Vou estar com uma banda totalmente nova, só de mulheres, sob direção de Letícia Pires — diz Mariana, que toca acompanhada por Carol Mathias (baixo), Manuella Terra (bateria), Aline Lessa (teclados) e Mikhaila Copello (guitarra).
A cantora e compositora Mariana Volker Foto: Divulgação
A cantora garante que “voltar aos palcos vai ser maravilhoso”:
— Estava com muita falta de fazer show e ver o público. Sei que vai ser reduzido, mas muito caloroso. E a transmissão on-line é uma forma de pessoas em outros estados poderem assistir. Estou muito animada, vai ser um show muito festivo, para a gente extravasar essa energia que ficou contida tanto tempo.
Nas próximas semanas, o evento traz Chico Brown (dias 20 e 21), Duda Brack e Chico Chico (22), Theo Bial e Quel (25), Barbara Sut e Luciane Dom (26), Tuim e Pietá (27) e Beraderos (28). Às 20h. R$ 20 (transmissão on-line) e R$ 60 (ingressos apenas pelo site da Sympla). 12 anos.
Mônica Salmaso e André Mehmari
Depois de meses realizando concorridas lives caseira com diversos convidados, a cantora Mônica Salmaso se uniu com o pianista e arranjador André Mehmari para fazer um show profissional em estúdio, com toda a infraestrutura de áudio de vídeo. O repertório inclui músicas como “Insensatez” (Tom Jobim/Vinicius de Moraes), “Sinhá” (Chico Buarque/João Bosco), “Camisa amarela” (Ary Barroso) e “Acaçá” (Dorival Caymmi). Às 20h, no YouTube (/monicasalmaso). Ingresso consciente à venda no site da Sympla.
Orquestra Petrobras Sinfônica
A Opes promove a segunda edição de seu “Festival Online”. A programação, que abriu na quinta, conta com concertos marcantes da companhia. Hoje, a orquestra apresenta o infantil “Arca sinfônica”, às 11h, “Villa de todas as cores”, dedicado à obra de Villa-Lobos, às 16h, e “Série álbuns: Black Album”, com versões sinfônicas para o clássico disco da banda americana de heavy metal Metallica, lançado em 1991. No YouTube (/opesinf).
Com a regência de Felipe Prazeres, a Orquestra Petrobras Sinfônica toca Metallica Foto: Lais Moss / Divulgação
Zélia Duncan e Arthur Nogueira
Em live do festival Se Rasgum, dentro da programação da Semana Internacional de Música de São Paulo, a artista niteroiense toca ao lado do cantor e compositor paraense. O roteiro traz o recente single “Dessas manhãs sem amor”, primeira parceria da dupla. Às 18h, no YouTube (/serasgum).
O Globo sexta, 13 de novembro de 2020
DIA MUNDIAL DA GENTILEZA - 13 DE NOVEMBRO
Dia Mundial da Gentileza: ser gentil traz benefícios físicos e mentais, mostram estudos
Boas ações fazem bem para quem as pratica e para quem as recebe, e podem ajudar a reduzir o estresse durante a pandemia
Raphaela Ramos
13/11/2020 - 04:00
Muro da Gentileza do Colégio São Vicente, em Cosme Velho Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
RIO — Nesta sexta-feira (13), é celebrado o Dia Mundial da Gentileza. Estudos mostram que ser gentil com os outros traz benefícios físicos e mentais também para quem pratica esses atos. Diante dos momentos difíceis que a sociedade vem enfrentando em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19, a gentileza pode ajudar a amenizar o estresse e trazer mais bem-estar.
— A gentileza tem benefícios terapêuticos para o tratamento da depressão, da ansiedade e do humor. Porque melhora o bem-estar emocional de quem a recebe e de quem a pratica. Até o fato de presenciar atos gentis é capaz de elevar de forma duradoura a felicidade — explica a psicóloga Daniele Vanzan — Ela fortalece os laços afetivos e cria uma atmosfera de positividade.
E não faltam exemplos de ações gentis nesse período. Com a evolução do coronavírus no país, vizinhos se ajudaram a enfrentar o isolamento social: em alguns condomínios, pessoas mais jovens se ofereceram para fazer compras para os idosos, por exemplo. Músicos também passaram a realizar apresentações nas janelas e varandas, espalhando o som pela vizinhança durante o confinamento.
As iniciativas solidárias são outra forma de gentileza que marcaram este ano. Desde o início do isolamento, foram organizados diversos projetos para arrecadar doações para os grupos mais afetados pela crise.
Existem ainda outras maneiras, simples, de exercer a gentileza no dia a dia. Sorrir, agradecer, ter empatia e se disponibilizar a ouvir os amigos e familiares são algumas delas. Para o psicólogo Rafael Jucá, do laboratório Lach, esses comportamentos devem ser praticados todos os dias, principalmente nesse momento de pandemia.
— A gentileza é fruto de uma empatia com o outro. A gente faz isso escutando mais o outro, se colocando no lugar, sendo mais paciente. E principalmente usando as "palavras mágicas": por favor, obrigada, desculpa, e dando bom dia e boa noite — diz o psicólogo — Dessa forma nos conectamos com o outro. Como é dito: "a gentileza gera gentileza", e assim vamos vivendo melhor.
'Ser gentil'
Com o objetivo de espalhar boas ações pelo país e propagar o otimismo, está sendo lançado o movimento “Ser Gentil”, uma plataforma que busca conectar pessoas que querem praticar a gentileza a quem precisa receber essas ações. O projeto conta com apoio do cantor Toquinho, do poeta Bráulio Bessa e da apresentadora Angélica.
A iniciativa tem um site e perfil no Instagram, nos quais podem ser baixadas imagens para disseminar a causa nas redes. O movimento também divulga plataformas de apoio a causas sociais, traz dicas de como ser mais gentil, e vai lançar um desafio para praticar uma boa ação por dia, durante este mês.
Veja lista com os benefícios da gentileza:
Reduz a pressão arterial - Praticar atos de gentileza gera um aumento da produção do hormônio oxitocina, o que pode ajudar a reduzir a pressão arterial e assim beneficiar a saúde cardiovascular, segundo um estudo da Universidade de Miami (EUA).
Alivia dores físicas - Um estudo realizado por pesquisadores chineses e publicado na revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos indicou que agir de forma altruísta pode aliviar sensações dolorosas nas pessoas.
Diminui a ansiedade - Uma pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) com pacientes em tratamento para ansiedade mostrou que a prática diária de atos de bondade reduziu a ansiedade social dos participantes, que ficaram mais relaxados.
Aumenta a expectativa de vida - Pesquisadores do instituto Bedari Kindness, da Universidade da Califórnia (EUA), afirmam que a gentileza é capaz de prolongar a vida. Outro estudo, da Universidade de Columbia (EUA), também apontou que exercer a empatia pode aumentar a expectativa de vida.
Favorece a felicidade - Praticar atos gentis aumenta o sentimento de satisfação com a vida. A descoberta é de um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido e publicada no periódico "Journal of Social Psychology".
O Globo quinta, 12 de novembro de 2020
CHANEL CELEBRA 100 ANOS DO PERFUME Nº 5
Chanel celebra 100 anos do perfume N°5 com campanha estrelada por Marion Cotillard
No curta, dirigido por Johan Renck de Chernobyl, a atriz francesa dança na lua com o bailarino Jérémie Bélingard. Confira a história do N°5 e outras campanhas memoráveis da grife
Patricia Tremblais
12/11/2020 - 04:59
Cena da dança de Marion Cotillard e Jérémie Bélingard na lua Foto: Divulgação
"Apenas duas gotinhas de Chanel Nº 5”. Foi assim que, durante uma entrevista, Marilyn Monroe descreveu o que vestia para dormir. Mais de meio século depois de sua morte, ouvindo os áudios da famosa conversa, descobriu-se que a frase não havia sido exatamente essa, mas o merchand já estava criado e a fragrância da maison francesa transformada em objeto de desejo.
Embora bem mais reservada que a atriz de Hollywood, Gabrielle Chanel (1883-1971) também era uma mulher à frente de seu tempo. Fundadora da marca que é, até hoje, o maior símbolo de luxo na indústria da moda, a couturière foi, em 1921, uma das primeiras a criar uma fragrância com o nome de uma maison. Num encontro com o perfumista Ernest Beaux, no seu laboratório em Grasse, na Riviera Francesa, Coco (como era chamada) o desafiou a produzir um aroma que representasse a essência de um vestido, “o cheiro de uma mulher”. Na época, os perfumes eram feitos a partir de uma única flor, mas Mademoiselle Chanel queria um produto mais complexo e revolucionário, como suas roupas.
Corajoso, Beaux arquitetou uma receita mesclando o componente sintético aldeído a aromas florais. Como a quinta amostra foi a que fez os olhos de Coco brilharem, ela escolheu o número como seu amuleto de sorte, batizou a fragrância com ele e passou a desfilar suas coleções sempre no dia 5. Além de quebrar padrões olfativos, o perfume tinha embalagem de design minimalista, o que não era nada comum na época. “Atemporalidade é a palavra que melhor define a Mademoiselle Chanel. Ela conseguiu fazer mágica, porque tudo que criou se tornou icônico: a camélia, a corrente, o tweed e até o perfume”, afirma Costanza Pascolato.
Se em 1921 a comunicação da nova fragrância era feita no boca a boca — Coco dava jantares para clientes trendsetters e borrifava o perfume —, ao longo dos anos as produções foram tomando proporções gigantescas, estreladas por atrizes de Hollywood e clicadas por fotógrafos renomados. Mesmo com anúncios glamurosos durante os anos 1940 e 1950, a campanha com Catherine Deneuve nos anos 1970 é uma das mais memoráveis da grife. Fotografada por Richard Avedon, tem imagens minimalistas, dando foco para o rosto da atriz francesa. Deneuve abriu o caminho para outras celebridades, como Nicole Kidman e Gisele Bündchen, ambas dirigidas por Baz Luhrmann em 2005 e 2014, respectivamente. Mulheres poderosas — e nos padrões de beleza tidos como tradicionais — sempre foram escolhidas como os rostos do perfume, mantendo os valores enraizados de Mademoiselle Chanel. Não à toa, em 1937, a própria foi uma das primeiras a aparecer nos anúncios do perfume, clicada por Francois Kollar no seu apartamento em Paris. O slogan na época comparava o perfume à trilha sonora de uma cena de amor, tema presente até hoje na comunicação do Nº5.
Numa conversa por videochamada, Thomas du Prés de Saint Maur, diretor criativo para Fragrâncias e Beleza da Chanel, conta que as campanhas atuais levam em torno de dois anos para saírem do papel, do brainstorm à divulgação. “Todos os anos o processo é o mesmo, mas é sempre uma nova aventura. O que muda são os profissionais que escolhemos para criarem a história que queremos contar”, afirma.
Na campanha que celebra os 100 anos do perfume, a Chanel leva os personagens para a lua, num cenário montado nos arredores de Paris. Thomas convidou uma equipe de peso: o diretor sueco Johan Renck, reconhecido pela série “Chernobyl”, a atriz francesa Marion Cotillard e Jérémie Bélingard, étoile do Paris Opera Ballet. Para contracenar com o bailarino no curta de um minuto, Marion teve uma semana intensiva de aulas de dança com o coreógrafo Ryan Heffington. Ela faz o papel de uma mulher misteriosa, que viaja para a lua nos seus pensamentos e lá encontra um homem à sua espera. Depois de uma dança ao luar cheia de sedução, ela volta para a realidade e se depara com o mesmo ao seu lado, numa romântica ponte parisiense. “Queríamos dar um toque surrealista para o filme. A mulher olha para a lua e tem um sonho que se torna realidade. Optamos por esse cenário porque é um símbolo de feminilidade e novos começos”, conta Thomas.
Um século depois da criação do N°5, é raro encontrar hoje uma grife de luxo que não tenha um perfume no seu portfólio de produtos. Além da Chanel, as fragrâncias de grandes maisons como Armani, Christian Dior e Jean Paul Gaultier dividem a lista de best-sellers da categoria. A indústria de beleza se tornou a porta de entrada para o luxo. Ajuda a trazer novos clientes — que não podem, ou não querem, comprar uma bolsa de R$20 mil — e a fidelizar os que já consomem a marca. Hoje, o maior desafio é encontrar o equilíbrio entre o prestígio da tradição e a necessidade da modernidade. Depois de 100 anos, o que será que Mademoiselle Chanel manteria ou deixaria para trás?
O Globo quarta, 11 de novembro de 2020
MYRIAN RIOS FALA DOS 45 ANOS DE CAREIRA E MUITO MAIS
Myrian Rios fala dos 45 anos de carreira, de vida de missionária religiosa e do filho com André Gonçalves
THAYNÁ RODRIGUES
Myrian Rios (Foto: Reprodução/Instagram)
Myrian Rios está completando 45 anos de carreira e vai realizar um dos sonhos da sua vida: o primeiro monólogo teatral. Ela, que tem 61 anos e vive em Santana, município da Zona Norte de São Paulo, irá apresentar "Rainha Ester" dia 14 de novembro no palco do Teatro Municipal de Ribeirão Preto para uma plateia enxuta. A medida é um dos protocolos de prevenção à Covid:
— Estamos vendendo apenas 30% da capacidade da plateia para que tudo seja conduzido de maneira segura. Não vou poder receber as pessoas no camarim, nem tirar foto, dar autógrafo... Por mim, receberia, mas são as condições atuais. "Rainha Ester" conta a história de uma judia órfã criada pelo primo. Eles moravam na Pérsia, que tinha acabado de conquistar a Grécia, e fez o povo judeu de escravo. Ela mudou de nome para não desonfiarem de sua origem e virou rainha. Ao ser coroada, lutou contra o extermínio do povo judeu.
A atriz também tem um espaço consolidado na internet. Em seu canal do YouTube, Myrian propaga a religião católica. Organizar lives com testemunhos e orações não são as únicas atribuições. Como missionária, ela tem outros compromissos a cumprir:
— Criei há nove anos anos este canal, quando fazia um programa de rádio na FM Catedral, voltado para dar palavras de conforto e esperança. Recentemente, começaram a me pedir a volta. As pessoas me veem como atriz e evangelizadora. Fui missionária numa comunidade católica. Para isso, temos que cultivar as práticas de piedade e alguns votos, entre eles participar da missa, rezar o terço, ter pelo menos meia hora de estudo bíblico, confessar e fazer jejum três vezes na semana. Enxergo o canal no YouTube como uma missão também. Mas ali falo com propriedade sobre o que vivo no dia, como educo meus filhos... Consagro meu trabalho a Deus. Acredito que nesse caminho vou fazendo a diferença, pregando a paz. Passo essa minha rotina para as pessoas e recebo e-mails emocionantes. Alguns dizem ter passado por períodos de depressão e, depois, começado a se animar. Com a pandemia, tive muitos desses retornos. É bonito ver as pessoas se transformando.
— André é excelente. E, na dança, ele dá tudo de si: se precisa patinar no gelo, ele se joga. Se é para dançar, ele vai sem medo... Dá tudo de si em tudo e faz com o coração. É intenso. Nosso filho, Pedro Arthur (de 19 anos), tem o mesmo perfil do pai. Ele é intenso, sentimental, amoroso. É preciso sabedoria e psicologia no dia a dia para lidar com filhos assim, mas é muito bom.
Myrian Rios com o filho Pedro Wagner (Foto: Reprodução)
Myrian Rios e André Gonçalves; e André ccom Pedro Arthur, filho dos dois (Foto: Reprodução/Facebook)
O Globo terça, 10 de novembro de 2020
KAMALA HARRIS: DO ALL STAR AO TERNO BRANCO, KAMALA SEMPRE PASSA UMA MENSAGEM COM SEUS LOOKS
Do All Star ao terno branco, Kamala Harris sempre passa uma mensagem com seus looks
Para pesquisadora de moda, vice-presidente dos Estados Unidos tem 'segurança e versatilidade'
Gilberto Júnior
09/11/2020 - 12:37 / Atualizado em 10/11/2020 - 09:40
Kamala Harris Foto: ANDREW HARNIK / AFP
Um look branco, usado num momento histórico, nunca é uma escolha aleatória. Na noite de sábado, durante seu primeiro discurso como vice-presidenta eleita dos Estados Unidos, Kamala Harris apostou na cor, recheada de significado. Branco é o símbolo da luta pelos direitos da mulher desde que o National Women’s Party, em 1913, o colocou ao lado do dourado e do roxa na bandeira sufragista.
A cor também esteve presente em outro evento crucial da política americana. Em 1978, Gloria Steinem e Betty Friedan lideraram milhares de mulheres numa marcha em Washington para apoiar a Emenda pela Igualdade de Direitos. Primeira candidata à vice-presidência dos EUA, Geraldine Ferraro usou um terno branco ao aceitar a nomeação do Partido Democrata, em 1984. Em 2016, Hillary Clinton fez o mesmo ao ser indicada para concorrer à presidência.
UM PASSEIO PELO ESTILO DE KAMALA HARRIS, VICE-PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS
O terno branco de Kamala Harris Foto: JIM BOURG / REUTERSAlfaiataria e All Star: look descontraído Foto: JOE RAEDLE / AFPZoom no All Star de Kamala Harris Foto: CHANDAN KHANNA / AFPA sobriedade de Kamala Harris Foto: REBECCA COOK / REUTERSKamala Harris Foto: REBECCA COOK / REUTERSKamala Harris Foto: JONATHAN ERNST / REUTERSKamala Harris Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
Ou seja: o terno branco (Carolina Herrera) de Kamala, primeira mulher negra eleita vice-presidente dos Estados Unidos (mas não a última, como ela mesma disse em seu discurso no sábado), não foi mera coincidência. "Ela é o símbolo perfeito da mulher 50+ do século XXI. Ativa, independente e que não guarda nostalgia da imagem feminina madura do século passado, a não ser pelo gosto por joias mais delicadas e colares de pérolas, um clássico entre primeiras-damas e mulheres na política em geral", diz Paula Acioli, pesquisadora de moda. "A explicação pode estar no fato de pérolas serem símbolos da irmandade, grupos existentes nas universidades americanas (Alpha Kappa Alpha, que ela integrou na juventude)."
Entre as principais características do estilo de Kamala, Paula destaca o gosto pela alfaiataria, que ela utiliza de diferentes formas, de acordo com a ocasião e a mensagem que quer transmitir. "Quando veste em tons escuros ou em looks monocromáticos, quer passar seriedade. Pense no evento em homenagem a George Floyd. Se veste em branco e em tons neutros e claros, pede paz e serenidade. Se combina com com jeans, camiseta e o icônico tênis All Star (ela é fã do modelo Chuck Taylor), a ideia é passar descontração e conexão com o público mais jovem, importante alvo durante a campanha eleitoral vitoriosa."
Paula conclui: "Kamala vai do All Star ao Scarpin; da alfaiataria a vestidos superjustos; da simplicidade ao brilho; da sobriedade à descontração e até mesmo a sensualidade, com naturalidade e propriedade. Poucas mulheres atuantes na política possuem essa segurança e versatilidade em termos de estilo."
O Globo segunda, 09 de novembro de 2020
MYLENA CIRIBELLI ENSINA SUA SOPA VERDE E SALADA PARA OS DIAS DE TREINO
Vegetariano: Mylena Ciribelli ensina sua sopa verde e salada 'para os dias de treino'
A jornalista e apresentadora especializada em esporte lança o canal Mylena a Mil no YouTube, com foco em comportamento, esporte, saúde e bem-estar
Bruno Calixto
09/11/2020 - 08:03 / Atualizado em 09/11/2020 - 10:08
Mylena Ciribelli elaborou uma sopa verde detox Foto: Divulgação
No último sábado (7), a jornalista e apresentadora especializada em esporte Mylena Ciribelli lançou o canal Mylena a Mil no YouTube, com conteúdo de comportamento, esporte, saúde e bem-estar. A ideia é mostrar entrevistas e experiências de profissionais e especialistas.
Mylena Ciribelli aposta em canal no Youtube sobre bem-estar Foto: Selmy Yassuda
— Vivemos para trabalhar, pagar boletos e muitas vezes, nos esquecemos de nossos propósitos e principalmente, da nossa saúde. Ficamos doentes, estressados e ansiosos — diz Mylena, que compartilha abaixo duas receitas vegetarianas de sua autoria: uma salada "para os dias de treino" e uma sopa verde.
Salada 'Mylena a mil'
Salada criada por Mylena Ciribelli Foto: Divulgação
Ingredientes
60g de alface americana
20g de tangerina
20g de laranja
20g de grapefruit
5g de amêndoas
6g de croutons
...o molho
2 colheres de sopa de mel
1 limão espremido
1 tangerina (suco)
4 colheres de sopa azeite
2 unidades de acerola picada
Preparo
Misturar tudo.
Sopa verde
Ingredientes
1 talo de aipo
3 folhas de couve
1 dente de alho
2 chuchus
1/2 brócolis japonês
2 colheres de sopa de aveia
1 cebola pequena de 80g
120g de espinafre
5g de gengibre
800ml de caldo de legumes caseiro
15ml de azeite
15g de sal
Preparo
Dar uma leve dourada no alho. Coloque a cebola e mexa. Coloque o chuchu em cubos.Em seguida o caldo, abaixe o fogo, tampe por dez minutos e reserve.
Em uma panela com água fervendo, coloque brócolis, couve, espinafre. Por 25 segundos, retire rapidamente e separe em uma vasilha com água gelada. Para fazer o choque térmico e parar a cozimento ao mesmo tempo. Isto vai dar uma cor viva à sopa.
Pegue o segundo processo e dê uma rápida refogada com temperos que desejar, junte tudo e levar para bater por dois minutos. É bom lembrar: deixar dar uma esfriada antes de bater para evitar risco de queimaduras ao processar o líquido muito quente.
O Globo domingo, 08 de novembro de 2020
LADY GAGA SE EMOCIONA COM VITÓRIA DE BIDEN
Lady Gaga se emociona com vitória de Biden e diz: 'Isso é muito bom para o mundo'
Cantora fez desabafo após anúncio da derrota de Trump pela imprensa americana
O Globo
07/11/2020 - 14:29 / Atualizado em 07/11/2020 - 19:50
Lady Gaga abraça Joe Biden durante a campanha Foto: Instagram
A cantora Lady Gaga entrou ao vivo, hoje, no Instagram, logo após o anúncio da vitória de Joe Biden na corrida à Casa Branca pela imprensa americana. "Espero que estejam todos comemorando. Espero que todas as mulheres neste país saibam que há uma real mudança. E espero que as pessoas que tiveram suas vozes oprimidas pelo poder saibam que suas vozes foram ouvidas", disse. Ela também comemorou a eleição da primeira mulher vice-presidente, Kamala Harris, e agradeceu a Stacey Abrams, que teve um papel crucial para a virada do democrata na Geórgia.
A cantora, que se posicionou a favor da campanha de Biden e contra o governo Trump diversas vezes, chorou e disse estar sem palavras. "É um dia muito especial. Pessoas que se sentiam em um estado de terror e agressão o tempo todo sabem que acabou". Ela disse acreditar que essa vitória é boa para o mundo todo. "É um tempo para cura, para o descanso e para o amor", finalizou Gaga.
O Globo sábado, 07 de novembro de 2020
FESTIVAL NA MARINA DA GLÓRIA TEM DE XANDE DE PILARES A ZECA PAGODINHO E JORGE ARAGÃO
Festival na Marina da Glória tem de Xande de Pilares a Zeca Pagodinho e Jorge Aragão
Com menu de restaurantes, o LovePark prestigia variados gêneros, incluindo os blocos Amigos da Onça e Samba de Santa Clara
Ricardo Ferreira
06/11/2020 - 23:01
Cantor Zeca Pagodinho no bar que leva seu nome Foto: Divulgação
Lá para junho ou julho, talvez o melhor dos otimistas não dissesse que no início do mês de novembro um festival com diversos shows presenciais fosse realizado na cidade, diante do contexto da pandemia. Mas os organizadores do Lovepark rezaram por uma cartilha de cuidados para que o festival pudesse acontecer na Marina da Glória (o show que aconteceria sexta, com os Paralamas do Sucesso, acabou sendo adiado porque uma pessoa próxima a Hebert Vianna foi diagnosticada com Covid-19). O evento vai até 22 de novembro, põe o público em mesas de quatro, seis ou oito pessoas com vista para um palco em 360°, onde neste sábado (7) se apresentam o bloco Amigos da Onça, entre outros nomes. Jorge Aragão e Xande de Pilares são as principais atrações de domingo (8). Na agenda, tem ainda nomes como Ana Carolina, dia 13, e Zeca Pagodinho, dia 15.
Nas mesas, o público poderá pedir pratos de restaurantes como Outback, Abbraccio, Empório Rio e Bota enquanto acompanha os shows da programação.
— Vai ser um grande restaurante a céu aberto, hiperventilado. É uma área gigantesca, para 12 mil pessoas, onde estamos botando 1.200 justamente para ter um distanciamento natural muito grande. A gente também colocou as mesas com 4 metros de distância umas das outras. Todas com uma boa visão para o palco, e mesmo assim teremos telões — diz André Barros, organizador do evento.
Sucesso no carnaval carioca de rua, o bloco Amigos da Onça está em ritmo de festa com a apresentação de hoje. É a primeira do grupo desde que o isolamento foi instaurado. Figura fácil dos blocos Rio afora, o fundador do Amigos da Onça, Tarcísio Cisão, comemora o retorno.
— Estávamos parados desde o carnaval. Este é o primeiro trabalho, o que é um estímulo para todos nós, uma felicidade. Conversamos muito sobre isto: como vai ser esse reencontro com o público? — pergunta-se o músico, adiantando que o bloco vai levar para o Lovepark algumas novidades preparadas durante os últimos meses.
Xande de Pilares engrossa o coro dos que estavam com saudade do palco. Ele promete ir além das músicas de seu último disco, “Nos braços do povo”, e cantar sucessos que marcaram sua carreira, inclusive as da época em que liderava o Grupo Revelação.
— É o primeiro show que faço no Rio desde a flexibilização, então a expectativa é alta. A música alimenta nossa positividade, traz ânimo, alivia. Respeitando todos os regulamentos numa boa, dá pra curtir — aposta o sambista.
Onde: Marina da Glória. Av. Infante Dom Henrique s/nº, Aterro do Flamengo (2555-2200). Quando: Sex, sáb e dom, a partir das 16h. Até 22 de novembro. Quanto: A partir de R$ 280, para quatro pessoas (pelo ingressocerto.com). Classificação: 18 anos.
O Globo sexta, 06 de novembro de 2020
KARINA BACCHI FALA DE NOVO PROJETO PARA MLHERES
Karina Bacchi fala de novo projeto para mulheres
GABRIELA ANTUNES
Karina Bacchi (Foto: Divulgação)
Na próxima semana, Karina Bacchi vai lançar o projeto multiplataforma "Movimento Mulher de Atitude". Criado em parceria com o treinador comportamental Juliano Barbosa, ele tem por objetivo ajudar mulheres a resgatar a autoestima. O início será marcado pela exibição de uma websérie apresentada por Karina que terá participações especiais:
- Vamos abordar assuntos sobre os quais eu falei ao longo dos anos nas minhas redes. Virar mãe fortaleceu muito a minha conexão com outras mulheres. Mas eu senti a necessidade de dividir com elas algo além da minha experiência pessoal. Assim, cheguei a esse time de profissionais do movimento. Espero que a primeira semana seja só o começo de algo sem fim. Durante esses dias que antecedem o lançamento, estou fazendo lives para despertar o interesse das pessoas pelos temas. Muitas mulheres já se inscreveram. Como será multiplataforma, não basta que elas me sigam no Instagram, porque teremos conteúdos no YouTube, por aplicativos de mensagem etc.
Karina contou que as perguntas que recebia de mulheres nas suas redes sociais motivaram o novo projeto. Uma pesquisa feita por ela mostrou que 97% de suas seguidoras não se sentiam realizadas.
- Quero ajudar essas mulheres a despertarem suas melhores qualidades. O que mais me perguntam, ainda hoje, é como tive coragem de encarar a maternidade de forma independente. Também sempre ficam admiradas com o fato de eu ter mudado a minha vida várias vezes, tanto no quesito pessoal quanto no profissional. As pessoas têm medo de tomar certas decisões e se surpreendem quando fazemos algo que vai contra o que o senso comum acha que seja o melhor para nós. Sempre escuto: 'Como você enfrenta o medo assumir suas escolhas?'. Ou: 'Como consegue dar conta de tudo e ainda se envolver em projetos novos?'. Nada disso é simples. Essas perguntas acabaram me ajudando, porque vi que as pessoas enxergavam em mim muitas qualidades que eu tinha como coisas naturais. Isso porque tive o estímulo dos meus pais para ser assim. Muita gente não tem isso.
Uma das grandes mudanças na vida de Karina foi trocar a carreira de atriz pela de apresentadora e influenciadora:
- Eu sinto que não era a minha vocação. Vou ser mais útil e mais feliz trabalhando de uma outra forma, apresentando programas, estando à frente desse novo projeto e de outras áreas em que eu posso levar mais conhecimento e alcançar mais pessoas. Isso me estimula muito. Sonho com um programa na TV em que eu possa passar uma mensagem na qual acredito, trocar experiências com outras mães etc. Estar lá só por status, hoje, não faz a minha cabeça.
Apesar de já ter deixado claro o caminho que quer seguir, Karina sempre recebe mensagens de fãs perguntando se ela não vai voltar a atuar. Em breve, esses seguidores saudosos poderão vê-la na reprise de "Da cor do pecado", no Viva. Ela lembra com carinho do papel de Tina na novela:
- Foi o trabalho de que eu mais gostei e com o qual mais me realizei enquanto atriz. Amei do início ao fim. Era algo leve e muito divertido que faz falta às pessoas. Eu gosto de ver as reprises porque sei que estava feliz naquele momento. O difícil é ter tempo mesmo.
Karina teve uma quarentena bem movimentada, tanto pelos trabalhos quanto pelos cuidados com a família:
- Acabei participando de muitas entrevistas on-line, reuniões etc. Isso tudo tendo que fazer todo o serviço da casa e cuidando do Enrico (seu filho de 3 anos). Ficamos muitos meses sem funcionários, como a maioria das pessoas. Para o futuro, tenho outros projetos: um programa de televisão para fazer com o Amaury (Nunes, seu marido) e até um livro que penso em lançar. Mas tudo ganhou um outro ritmo por causa da pandemia.
A convivência intensa neste período se mostrou um desafio para o casal, mas Karina acredita que eles saíram fortalecidos do confinamento:
- Para nós, enquanto família e como casal, foi um grande aprendizado. Nos fortalecemos e nos conhecemos mais, porém, foi um processo difícil. Precisamos dividir todas as tarefas, aprender a entender o tempo e o espaço do outro e dialogar mais para colocar as coisas no eixo. A gente achava que sabia tudo sobre o outro. Mas nunca tínhamos ficado juntos em tempo integral. Então, precisamos encarar isso de frente. Ou você se estressa e foge ou trata isso com amor e segue. É um momento de insegurança para todos. Se um dia um dos dois está impaciente, no dia seguinte, vai ser melhor. Relacionamento é assim. Não é tudo lindo e maravilhoso. Não tem príncipe e princesa da Disney. Eu tenho uma personalidade forte, sou independente. Ele também. Não estamos juntos porque precisamos um do outro, e sim para nos complementarmos. Quando vem um desafio, a gente quer ultrapassar. Casamento para mim é isso. Nunca vi como algo descartável, mas também nunca esperei que fosse tão difícil.
Karina, que estava tentando engravidar quando começou a pandemia, pretende retomar os planos de aumentar a família:
- Ano passado, minha prioridade foi me dedicar aos tratamentos (Karina não pode engravidar naturalmente). Não deu certo e tivemos que parar na pandemia, pois muitos dos procedimentos foram proibidos temporariamente. Aproveitei isso para me dedicar ao trabalho, mas segue sendo uma ideia para o próximo ano. E, quando acontecer, terei que diminuir o ritmo profissional, ir ajustando e equilibrando. Não faço nada que vá me deixar estressada nesse sentido. Se um médico disser para mim 'Olha, tem que ser este mês', vou parar as outras coisas porque o tempo não para e a idade não para.
Karina Bacchi com o filho, Enrico, e o marido, Amaury Nunes (Foto: Reprodução)
O Globo quinta, 05 de novembro de 2020
FELIPE BRONZE REABRE RESTAURANTE - O ORO VOLTA A FUNCIONAR
Felipe Bronze reabre restaurante e rebate comentários: 'Fui elogiado e criticado, na mesma proporção. Aprendi a não me abalar'
O Oro volta com novidades e menu que reúne os hits dos dez anos da casa, que manteve suas estrelas
Luciana Fróes
04/11/2020 - 04:30 / Atualizado em 04/11/2020 - 09:38
Felipe Bronze abre a porta do Oro repaginado, pós-isolamento social Foto: Ana Branco / Agência O Globo
A dez dias de reabrir o restaurante Oro totalmente reformado, Felipe Bronze viu seus planos serem atropelados pela pandemia. A primeira casa do Rio a receber duas cobiçadas estrelas Michelin ficou mais de sete meses de portas fechadas. Mas agora, enfim, volta a funcionar. E com cardápio festivo, que celebra os dez anos do restaurante e os 20 de profissão de Bronze, que aos 18 anos era um aplicado aluno da escola de gastronomia americana The Culinary Institute of América, em Nova York.
Empadinhas recheadas com foie gras Foto: Tomás Rangel
Hoje, aos 42 anos, pai de Antonio, de 6, casado com a sommelière e enóloga argentina Cecilia Aldaz, sua parceira no Oro, Felipe cumpre uma agenda frenética que inclui ponte aérea entre Rio e São Paulo, onde abriu o Pipo (Felipe mora no Leblon, pertinho do Oro) e incursões nos estúdios de TV, onde comanda nada menos do que três programas de culinária: “Que seja doce” e “Perto do fogo”, do GNT, e o reality “Top chef Brasil”, na Record. Haja disposição“A pandemia me permitiu dar uma parada, conviver mais com a Cecilia e com o Martin, que está numa fase deliciosa. Foi uma experiência incrível. Agora, o pique voltou”, diz o chef esbelto (ele perdeu 6 quilos nos últimos meses fazendo jejum intermitente) bronzeado e bem-humorado. “Me sinto revigorado. Dieta muito certinha não é para mim. Perdi boa parte cortando o pão e as refeições da noite. Além disso, faço kite-surfe, musculação e jiu-jitsu”, conta.
No cardápio de reabertura do Oro está um apanhado de sucessos. Coisas como a ostra inflada com caipirinha e torresmo; o pão de queijo com praliné de castanhas; a barriga de porco com picles de abacaxi; o pescado com missô, quiabo e amendoim; a tapioca com peixe defumado e cítricos; e a costela com castanha, tutano, aipo e pupunha. São duas opções de sequências, a Criatividade, com 17 etapas (R$ 555, sem bebidas, e R$ 735, harmonizado) e o Afetividade, com 15 (R$ 445, sem bebidas, e R$ 615, harmonizado). “São porções pequenas, para comer com a mão ou com talher, de uma vez só”, garante Felipe. “Estou convencido de que o nosso paladar se sacia rapidamente, em três etapas. Na primeira mordida, temos a surpresa; na segunda, o reconhecimento; e, na terceira, o prazer. A partir daí, perde a graça”, resume o chef, que conquistou renome internacional e foi um dos primeiros brasileiros a aderir aos ventos e espumas que sopraram da Espanha, do El Bulli, de Ferran Adrià.
Bronze reabre a casa com nova decoração: mesa dos Irmãos Campana e grafites de Toz Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Nem tudo foram louros na carreira desse carioca, filho de dono de um catering para aviação e praticamente de jiu-jitsu desde a infância. Depois da passagem pelo Sushi Leblon e pelo Zuka, Bronze partiu para um voo solo, abriu o Z, em Ipanema, que teve vida curta. Em seguida, veio o Pipo (primeiramente no Leblon e, depois, no Fashion Mall), que acabou fechando. Com o primeiro Oro, no Jardim Botânico, os ventos começaram a soprar a favor e Bronze colocou a moda molecular no mapa da gastronomia carioca. Na cozinha aberta, engenhocas de última geração, tubos de gás. Um show, literalmente. Houve controvérsias, claro. “Fui elogiado e criticado, na mesma proporção. Aprendi a não me abalar”, diz.
Sobre o atual momento da gastronomia carioca, o chef reconhece grandes ganhos. Ele lembra o desconforto de conviver com a ideia de que o melhor restaurante do Rio era um português. “Hoje, temos uma leva de bons chefs mostrando uma cozinha brasileira contemporânea de valor. Isso é animador. Às vezes, me incomodo um pouco com as similaridades dos pratos servidos em alguns restaurantes. Na louça, na montagem ou na combinação de ingredientes. São formatos que se replicam. Disso, ninguém pode falar de mim”, diz Bronze, que gosta das combinações inusitadas (descobriu que casar baroa com baunilha é perfeito). Sua última conquista é o óleo que extraiu da folha de louro queimada no braseiro. “Não dá para descrever o espetáculo que é”, garante.
O Globo quarta, 04 de novembro de 2020
GORETE MILAGRES: ATRIZ FALA DE NOVO PROJETO
Gorete Milagres fala de novo projeto com a Filó e lembra agressões: 'Superei porque sou forte'
GABRIELA ANTUNES
Gorete Milagres (Foto: Flora Negri)
Gorete Milagres foi surpreendida pela pandemia em plena temporada de um espetáculo em comemoração aos 25 anos de sua mais famosa personagem, a Filó. Precisou cancelar a agenda cheia de apresentações e se isolou em casa, em São Paulo. Porém, acabou tendo uma ideia para se manter ativa e também deixar Filomena viva neste período: levou a empregada doméstica para as redes sociais. Em vídeos, ela aparece ensinando receitas ao público.
- Na pandemia, virei a cozinheira da casa. Estou confinada há algum tempo com as minhas filhas (Maria, 19 anos, e Alice, 25) e sempre gostei de cozinhar. Mas tinha muito tempo que não cozinhava por causa do ritmo de trabalho, compromissos etc. Na quarentena, resgatei esse meu lado e tive a ideia de colocar a Filó nisso. Comecei a gravar e foi dando certo. Vi que os vídeos estavam tendo um alcance muito grande e passei a receber comentários de pessoas dizendo que estavam aprendendo a cozinhar comigo. Já gravei receitas até o Natal. Minhas filhas brincam que nunca me virar vestida de Filó por tanto tempo - explica.
Com o projeto adiantado, Gorete se ocupou com outros trabalhos:
- Acabei tendo uma quarentena bastante produtiva, gravei muitos vídeos com outras pessoas. Fiz o projeto "Eu e Eles", com histórias dos meus pais, e agora estou tirando do forninho um projeto novo, sobre uma mulher de 50 anos que mora sozinha e se apaixona pelo seu vibrador. Estou em vias de começar a produzir.
Quando a vida voltar à normalidade, a atriz pretende retomar o espetáculo interrompido:
- Tenho que trazer o contexto da pandemia. A Filomena foi dispensada por muito patrões, outros pagaram o salário dela até certo ponto. Provavelmente recebeu o auxílio emergencial. Então, foi um período bem intenso para ela.
Gorete também aproveitou o isolamento social para estreitar ainda mais os laços com as filhas:
- Tinha muito tempo que a gente não convivia assim, diariamente. Sobretudo para a Maria foi muito bom ter a companhia da irmã durante esse tempo. Estamos fazendo terapia em família. Tem sido um processo muito rico. A pandemia está fazendo muita gente pensar na vida.
Uma dessas reflexões levou a atriz a relatar diversos casos de agresssão e assédio moral que sofreu ao longo da vida em uma entrevista recente. Gorete não se arrepende de ter falado das violências, que aconteceram tanto na esfera pessoal quanto na profissonal:
- Nos dias em que eu escrevi o relato, me senti muito mal. Mas, depois, foi como se eu tivesse exorcizado aquela dor. Li muitas pessoas dizendo que era importante eu falar sobre isso, se identificando com as situações etc. As violências que eu sofri, sobretudo na televisão, me deixaram muito traumatizada. Eu perdoei as pessoas que me fizeram mal e desejo tudo de bom para elas, mas o mal que me fizeram refletiu demais na minha vida. Eu era campeã de audiência num canal (SBT), tive a chance de ser contratada por outra emissora e não aceitei. E depois fui descartada porque um colega pediu minha cabeça. Eu poderia estar lá até hoje, fazendo a vigésima temporada do meu programa. Cheguei a fazer tentativas de voltar depois. Mas, uma vez, quando estava gravando um piloto, tive que ser escoltada por seguranças porque essa mesma pessoa que pediu minha cabeça anos antes estava quebrando tudo e ameaçando me agredir.
Apesar dos traumas que desenvolveu por conta das agressões, Gorete avalia que também aprendeu com as experiências:
- Felizmente, consegui seguir minha vida e não parei de trabalhar. Fiz um filme que foi um divisor de águas e rendeu frutos. Fui contratada na Record e tive até a opção de seguir lá, mas fui cuidar da minha família. Consegui traçar meu caminho e até escolher papéis. Nada acontece por acaso, acredito que tudo foi um grande aprendizado. Me perguntei muitas vezes qual foi o gatilho que acionei para sofrer isso tudo. Não pode uma mulher de 1,50m do interior de Minas fazer sucesso, ter mais Ibope do que pessoas que já estavam ali antes? É uma tristeza grande que vem quando lembro dessa maldade. Superei porque sou forte. E não vou suportar mais nenhum abuso. Hoje sou intolerante com abusos. E o público é o meu grande aliado nessa superação, além da família.
O Globo terça, 03 de novembro de 2020
PRATOS BONITOS E POUCO CALÓRICOS
Bonitos, gostosos e pouco calóricos: crítica indica pratos para pegar leve na alimentação
Vinte sugestões (provadas e aprovadas) para quem quer sair das estatísticas que indicam ganho de peso na pandemia
Luciana Fróes
30/10/2020 - 03:30 / Atualizado em 02/11/2020 - 10:43
Salmão com gelo de maracujá do Kitchen Asian Food Foto: Alexander Landau / Divulgação
É duro de engolir, mas é fato: o brasileiro, provavelmente por hábitos alimentares pouco saudáveis ou sedentarismo, engordou nestes tempos de pandemia. Na balança, o saldo carioca é pesado: 23% ganharam em média três quilos só nos primeiros três meses da quarentena, segundo estudos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Mas — força! — não é preciso fechar a boca ou encarar uma dieta severa para recuperar a forma. Basta entrar num balanço diferente, optar por pratos menos calóricos, poucos cremes, mais frescor e leveza, o que não significa necessariamente refeições insossas. Longe disso.
PESO-PESADO APENAS NO SABOR
Linguado empanado com quinoa recheado de palmito pupunha e acompanhando petit gateau de banana-da-terra, do restaurante Capim Santo Foto: Mario Rodrigues / Divulgação
Sashimi de salmão, com ovas e flores comestíveis, servido com o genial gelo de maracujá, no Kitchen Asian Food Foto: Alexander Landau / DivulgaçãoSupermacio, saboroso e menos “gordo”, o denver steak é retirado do dianteiro do boi (o acém) e, no Malta Beef Club, pode ser acompanhao de palmito assado Foto: Tomás Rangel / DivulgaçãoSardinhas são curadas por dias e servidas com tomates orgânicos, coroadas com um crocante de pão, no Bazzar Foto: Rodrigo Azevedo / DivulgaçãpoSalpicão de vegetais com maionese de castanha, tofu defumado orgânico e chips de batata-doce, no .Org Bistrô Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Rosbife defumado com folhas, manga, iogurte e granola salgada: combinação do At Home, delivery de Rodrigo Guimarães, ex-braço direito de Felipe Bronze, Foto: Divulgação / Divulgação
Atum selado com salada grega, do Posì Foto: Rodrigo Azevedo / DivulgaçãoCarpaccio de bacalhau fresco e polvo do Rancho Português Foto: Tomás Rangel / DivulgaçãoPirarucu fitness, com a posta do peixe amazônico glaceada com creme de bauru (a baunilha brasileira), taioba e inhame confit Foto: Lipe Borges / DivulgaçãoFilé de vermelho fatiado, marinado com limão-siciliano e temperado com azeite, pimenta e salsinha, do Da Brambini Foto: Tomás Rangel / Divulgação
Há uma leva de atrações bem cuidadas, leves e saudáveis, em cartaz nos restaurantes. E falo de bandeja, porque engordei (quem não que atire o primeiro brioche quentinho) e corri atrás do prejuízo garimpando pratos para dar uma balanceada. Dá para ser feliz sem pegar pesado. A seguir, 20 sugestões de opções light bacanas e variadas, da carne vermelha e do peixe perfumado no azeite ao salpicão vegano. É só consumir com moderação.
At Home
Braço direito de Felipe Bronze por quase uma década, Rodrigo Guimarães abriu, durante a pandemia, uma dark kitchen, que só funciona para entrega. Entre as incontáveis criações, rosbife defumado acompanhado de manga, iogurte e granola salgada. Combinação deliciosa (R$ 25). Instagram: @chef.athome.rj. 98261-2779.
Azzul Colab
Também só funcionando para entrega, é novidade da melhor qualidade, especializada em defumados. O coletivo capitaneado por Rafael Ramos faz coisas incríveis, que chegam embaladas a vácuo. Para pegar mais leve e com sabor, indico coxa e sobrecoxa defumadas (R$ 30) com legumes e cogumelos grelhados (também R$30, ambos para duas pessoas). Instagram: Azzul_colab. 99485-1674.
O cardápio do francês Damien Montecer lançado na reabertura dos restaurantes, há três meses, prioriza carioquices e versões pouco calóricas. As sardinhas são curadas por dias e servidas com tomates orgânicos, coroadas com um crocante de pão de fermentação natural (R$ 51).
Rua Barão da Torre 538, Ipanema — 3202-2884. Ter a sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 18h.
Brota
No vegetariano do Beco, em Botafogo, a chef Roberta Ciasca criou acepipes e pratos saudáveis e pouco calóricos para fazer par com os drinques ou o chá de gelado de hibisco da casa. Um deles é a trouxinha de ceviche de verdura com chutney de manga (R$18, a porção).
— O mais legal é justamente o valor calórico reduzido, as verduras são cruas e supertemperadas. E o chutney equilibra a acidez do limão. Tem textura e muito sabor— exalta Roberta.
Rua da Matriz 54, Botafogo. Ter a qui, das 17h às 23h. Sex e sáb, das 17h à 1h. Dom, das 13h às 20h.
Capim Santo
Morena Leite, que define sua culinária como tropical brasileira, está de olho nas calorias. Além da salada de folhas com abóbora assada, sementes tostadas e coalhada (R$ 40), serve coisas como linguado empanado com quinoa recheado de pupunha com petit gâteau de banana-da-terra (R$ 88).
— Uma comida bem temperada, com pimentas, gengibre, raspas de limão, por exemplo, ajuda a dar saciedade — diz a chef.
Village Mall. Av. das Américas 3.900, Barra — 3252-2528. Seg a qui, do meio-dia às 23h. Sex e sáb, do meio-dia às 23h30. Dom, do meio-dia às 22h.
Chez Guiguite
Daniel Pinho já chefiou o restaurante Janeiro e integrou a equipe do Signatures, do Le Cordon Bleu. Há quatro meses abriu o Chez Guiguite, nome da avó francesa, uma dark kitchen de valor. Os pratos chegam em caixinhas lindas ou a vácuo, caso do frango massala, que vem com arroz basmati perfumado com cúrcuma (R$ 45). Instagram: Chezguiguiterio. 99304-4894.
Crudo
Monique Gabiatti (que participou do “MasterChef”) abriu a casa só de pratos crus. A pedida? O ceviche nikkei, versão japa-peruana que leva batata-doce roxa, shoyu, cítricos, gengibre e togarashi, um tempero apimentado (R$ 45).
— É um tubérculo de baixo índice glicêmico, excelente para quem quer emagrecer sem passar fome — explica a chef.
Rua da Matriz 54, Botafogo — 97374-9599. Sex, das 17h à 1h. Sáb, do meio-dia à 1h. Dom, das 13h às 20h.
Da Brambini
O veterano italiano do Leme recebe com boas opções light. O pesce marinato (R$ 62) é um filé de vermelho fatiado, marinado com limão-siciliano e temperado com azeite, pimenta e salsinha . Simples assim.
— Peixe sempre é uma boa pedida para uma dieta de baixa caloria, mas ele não precisa ser pálido, sofrido — lembra Valdir Braga, há uma década maître da casa.
Av. Atlântica 514, Leme — 2275-4346. Dom a qui, do meio-dia à meia-noite. Sex e sáb, do meio-dia à 1h.
Elias
Comida árabe é sempre investida certeira, com seus pratos crus, saladas frescas, como tabule (R$ 18, meia porção) e fatouch (R$ 19), ou, nos pratos contemporâneos da casa, o shiitake refogado com grão-de-bico, em porção farta (R$ 51). Depois, é seguir em direção ao calçadão e dar uma queimada em qualquer extra ingerido — a casa fica a menos de uma quarteirão da praia.
Rua Aníbal de Mendonça 31, Ipanema — 3563-1008. Ter a dom, das 11h30 à 1h.
Kitchen Asian Food
As criações do sushiman Nao Hara, 30 anos de cortes radicais, costumam pesar pouco na balança. No Kitchen Asian Food, na Marina da Glória, Hara mesclou pratos novos com clássicos seus, coisas como o belo sashimi de salmão, com ovas e flores comestíveis, servido com o genial gelo de maracujá (R$ 55, 12 peças), de refrescar a alma. Melhor de tudo: não engorda (engorda pouco, que seja).
Marina da Glória. Av. Infante Dom Henrique s/nº, Aterro — 4042-6161. Seg a qui, do meio-dia às 15h e das 19h às 22h. Sex e sáb, do meio-dia às 22h. Dom, do meio-dia às 17h30.
Gajos D’Ouro
Com 20 funcionários egressos do tradicional e finado restaurante português Antiquarius, a casa cumpre o figurino luso: dá-lhe bacalhau, açordas, doces conventuais... Perdição. Mas dá para driblar a tentação e pedir a sopa de aspargos verdes, pimentão, pepino, clara, alho, pão, vinagre, sal e água, tudo batido até ficar aveludado. E não para aí: vem com o tartare de vieiras no centro e o picado de clara de ovos cozidos, pimentões verdes e vermelhos, croûtons e cabelinho de alho-poró crocante (R$39) para finalizar.
Rua Prudente de Morais 1.008, Ipanema — 3449-1483. Diariamente, do meio-dia às 2h.
La Villa
É um dos bistrôs mais parisienses que temos aqui. Os sócios Gregoire Fortat e Marc Avit proveitaram a chegada da primavera para incluir pratos mais leves, e as sopas frias são a aposta maior: gaspacho (tomate , pepino, pimentões e cebola, R$ 25 ) e abóbora com gengibre (R$ 22). O palmito pupunha é assado no vapor na própria casca e servido com tapenade de azeitonas (R$ 39), e a chicken caesar traz mix de folhas, peito de frango grelhado coroado com molho parmesão e tomate cereja confit (R$ 38).
Rua Álvaro Ramos 408, Botafogo — 2542-2771. Ter a qui, do meio-dia às 16h. Sex e sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 18h.
Malta Beef Club
Não pode faltar carne nesta seleção. No Malta, além do filé-mignon, o denver steak é uma opção light (R$ 145, 600g). O corte é retirado do dianteiro do boi, o acém. Supermacio, saboroso e menos “gordo”. Para acompanhar, sem perder a linha, palmito pupunha confit (R$ 43).
Av. General San Martin, 359, Leblon. Rua Saturnino de Brito 84, Jardim Botânico. Ter a sáb, do meio-dia às 23h; dom, do meio-dia às 18h. 2402-3101.
Mar Mita
O chef Thiago Rossetti e sua casa de comida asiática foram boas descobertas recentes. Rossetti, que correu mundo, faz e entrega pessoalmente (de bicicleta) seus pratos perfumados, deliciosos e light. Sabores de China, Tailândia, de Bali, da Índia... As criações da semana são anunciadas no Instagram (Mar.mita.rio), coisas como thai roll, enroladinho de folha de arroz com omelete, legumes e molho picante, para comer com a mão (R$ 24,50). Minha sugestão é um prato do Camboja, lula refogada ao estilo do país (só provando) com um mix de vegetais frescos (R$ 34,50). Rossetti pega leve na pimenta. É só pedir.
Naga
No templo de peixes frescos, ingredientes importados e composições elaboradas que é esse japonês da Barra, o cardápio inclui a salada, simples à primeira vista, mas cheia de encantos mil, em que as folhas mornas (alface, espinafre, nirá) se misturam com lascas de shiitake, shimeji e tomates confitados temperados com molho shissô (R$ 59). Para comer com pauzinho, sem pressa alguma.
Village Mall. Av. das Américas 3.900, 3º piso, Barra — 3252-2698. Diariamente, do meio-dia às 23h.
.Org Bistrô
A chef naturalista Tati Lund lançou o salpicão de vegetais coloridos, maioneses de castanhas e chips de batata-doce (R$ 35), que chega bem servido com cenoura, aipo, milho, passas, tomate e tofu defumado orgânico. Finaliza com os chips de batata, que dá crocância ao prato.
— É fritura, mas uso óleo de coco. E a maionese é superleve, vegana, bato castanha de caju com mostarda, limão, azeite e água — diz a chef.
Av. Olegário Maciel 175, Barra — 2493-1791/97121-0070. Seg a sáb, do meio-dia às 15h30.
Posì
Elias Schramm reforçou as receitas leves e frescas, para quem quer comer sem exagerar nas calorias. Há uma seleção de pratos para compartilhar, como as lâminas crocantes de abobrinha e berinjela com molho tzatziki (R$ 29); a salada grega, com tomatinho, pepino, cebola roxa fininha, azeitonas, azeite e queijo feta (R$ 42), e o lombo de atum selado com salada de tomate, pepino, cebola roxa, azeitonas pretas e molho tzatziki (R$ 68).
— Sugiro o atum, está na época, fresco, gostoso e está com preço bom. Além de ser pouco calórico.
Rua Barão da Torre 340, Ipanema — 3201-6529. Seg a qui, do meio-dia à meia-noite. Sex e sáb, do meio-dia à 1h. Dom, do meio-dia às 13h.
Rancho Português
Bacalhau fresco e preparado em receita de baixa caloria é quase uma miragem. Mas o Rancho Português, na Lagoa, lançou o uma versão de carpaccio, com lâminas fininhas do peixe fresco marinadas. Tem de polvo também. Ou os dois juntos, meio a meio, o meu preferido (R$ 38).
Rua Maria Quitéria 136, Lagoa — 2287-0335. Seg a sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 20h.
Ráscal
Nestes tempos pandêmicos, sem self-service (agora um funcionário é quem serve o cliente), o Ráscal lançou bowls combinando opções quentes e frias, incluindo veganos. São sete ao todo, todos balanceados e fartos. Pode vir com rosbife ou atum, por exemplo, ou ainda com falafel, cuscuz de legumes, homus, avocado e salada grega (R$58).
Shopping Leblon. Av. Afrânio de Melo Franco 290, Leblon — 2259-6437. Diariamente, das 11h às 23h.
Signatures
O restaurante da escola Le Cordon Bleu, nas mãos do chef francês Philippe Brye (30 anos de Rio) e do carioca Jonas Ferreira, está com cardápio novo. Uma das estrelas do Signatures, que tem pratos à la carte e também serve menu degustação com 11 etapas (R$ 310), é o brasileiríssimo pirarucu fitness (R$ 80), com a posta do peixe amazônico glaceada com creme de bauru (a baunilha brasileira), taioba e inhame confit. Delícia para comer com os olhos também, tanto que mereceu a capa desta edição. Pode levar seu vinho, pois o restaurante não cobra rolha. Nem taxa de serviço.
O Globo segunda, 02 de novembro de 2020
LUIZA BRUNET RELEMBRA CAPA ANTIGA COM YASMIN BEBÊ
Luiza Brunet relembra capa antiga com Yasmin bebê
Empresária compartilhou o clique no Instagram
O Globo
02/11/2020 - 08:54 / Atualizado em 02/11/2020 - 08:59
Luiza Brunet com a filha Yasmin Foto: Reprodução/InstagramN
Luiza Brunet usou as redes para compartilhar uma capa de revista dos anos 1980 com a filha Yasmin ainda bebê. Na imagem da "Desfile", a herdeira da musa aparece com os cabelos bem escuros e escarando a câmera, mostrando que seguria os passos da mãe no futuro.
Em entrevista à ELA, Luiza falou de sua relação com a filha: "Sempre disse: 'Não faz merda. Mas, se fizer, saiba que estou aqui'. Na minha casa, não tive esse tipo de conversa. Tive que passar por muitas coisas sem o apoio dos meus pais".
O Globo domingo, 01 de novembro de 2020
GIULIA DIAS: CONHEÇA A MODELO DE 22 ANOS QUE E A APOSTA DA VEZ NO MUNDO DA MODA
Conheça Giulia Dias, a modelo de 22 anos que é a aposta da vez no mundo da moda
Curitibana sofreu um acidente de trânsito aos 9 anos, que deixou cicatrizes no seu rosto, e quer inspirar pessoas
Gilberto Júnior
01/11/2020 - 03:30
Giulia usa colar Monies para Rajasthan Ipanema Foto: Sher Santos
Aquele sábado de julho de 2007 não seria um dia qualquer para Giulia Dias. A curitibana, então com 9 anos, acordou radiante. Em poucas horas, realizaria o sonho de sua vida: morar em Florianópolis. O caminhão de mudança atrasou e a menina e os dois irmãos — ela é a filha do meio de um casal de empresários — partiram com a avó paterna. “Fomos na frente para adiantar as coisas. Vovó daria banho em todos nós e estaríamos prontos quando meus pais chegassem”, conta a moça. “Minha última lembrança foi de me despedir de papai e mamãe. Caí no sono e nem vi quando ocorreu a colisão que me deixou marcas para sempre.”
Dessa tarde, Giulia tem apenas flashes. “Eu me recordo de despertar em algum momento e estar rodeada de gente... Já no hospital, precisei ser muito corajosa. Vovó não conseguia falar, minha irmã mais velha estava em choque, meu irmão era bebê demais... Então, coube a mim passar o telefone de uma tia para os médicos informarem o que havia acabado de acontecer.”
Saia e blazer, ambos Hugo Boss, top Maria Filó, brincos Sara Joias e sandálias Alexandre Birman Foto: Sher Santos
Na sequência, a menina precisou ficar 15 dias na UTI em coma induzido e quase um mês no quarto de um hospital em Joinville, município de Santa Catarina. “Não fiquei assustada nem chorei ao me ver no espelho pela primeira vez. Não expressei qualquer tipo de reação. Era assim que teria de viver, com uma cicatriz no rosto e duas na barriga. No novo colégio, em Florianópolis, algumas crianças tiveram dificuldade em me aceitar. Mas nunca deixei que isso me abalasse. Era uma menina determinada e sabia exatamente quem eu era. Por fim, superamos nossas questões e nos tornamos amigas.”
A adolescência, ela conta, foi o período mais conturbado. “Normalmente, nessa fase não estamos satisfeitos com nada, e pode ser pior quando se tem cicatrizes. Há muitas exigências internas e externas, é um turbilhão de emoções, uma pressão estética para uma possível sexualidade aceitável, como diria (a escritora americana) Naomi Wolf. Então, eu ficava nessa dualidade de ‘sou bonita com todas minhas marcas’ e, ao mesmo tempo, ‘como posso ser atraente se tenho um corte no rosto’. Com o tempo, fui percebendo que as coisas não são assim tão extremas, podemos ter cicatrizes e sermos lindas, atraentes e inteligentes”, diz. “Lembro-me de falar para as minhas amigas: ‘se você não se amar ninguém vai fazer isso por você’. Isso sempre ajudou a melhorar minha autoestima.”
Blazer Stella McCartney na NK Store, sutiã Intimissimi, bermuda Ka Store, colar Sara Joias e botas Calvin Klein Foto: Sher Santos
Tamanha lucidez, a curitibana afirma, não é fruto de terapia, mas do apoio da família. “Ao percebermos que o mundo poderia ser cruel, nos fechamos. Meus pais são a base de tudo”, comenta a modelo. “Meu namorado, o ator Eduardo Pinter, é outra pessoa importante. Ele dá suporte para minhas maluquices. Inclusive, todas as vezes que o Eduardo tinha um teste, me incentiva a acompanhá-lo e tentar. Mas, novamente, eu achava que não me aceitariam da forma que sou. O mundo, no entanto, dá voltas e cá estou eu: virei modelo, aos 22 anos. Um ano atrás, não me imaginaria ocupando esse espaço. Meninas como eu simplesmente não estampavam capas de revista.”
Nova aposta da indústria da moda, a new face chega para quebrar velhos padrões — que alguns insistem em perpetuar — e mostrar que a beleza não é uma via de mão única. “Nunca duvidei da minha capacidade, mas não me enxergava nesse lugar por causa da minha cicatriz no rosto”, observa Giulia, que costuma dizer que as marcas que carrega estão ali para lembrá-la de suas força e resiliência. “Claro que bate uma insegurança de vez em quando. Mas resolvi lidar com essa questão com positividade. Escolhi seguir adiante do jeito que a vida se apresentava.”
Jaqueta Louis Vuitton, top A.Brand, calça Karamello e relógio Cartier na Sara Joias Foto: Sher Santos
Revelada em abril, logo no começo da quarentena, por Andréa Damiani, dona da agência A.D. Models, Giulia fez uma grande transformação no visual. Raspou os cabelos com a ajuda do namorado e os descoloriu. “Antes do distanciamento social, minha rotina era bastante agitada. Ficava fora de casa o dia inteiro. Tinha aulas na faculdade de Relações Internacionais pela manhã e estudava Secretariado Executivo à noite. Com a pandemia, adotamos o ensino à distância. Entediada, decidi mudar o look”, diverte-se.
Nacionalmente, a curitibana é representada pela Way Model — a agência que cuida das carreiras de gigantes como Carol Trentini, Candice Swanepoel, Marlon Teixeira e Alessandra Ambrosio. “O mercado tem quebrado muitos padrões. É um momento de renovação. Precisamos mostrar toda a diversidade que existe nesse mundão”, analisa Anderson Baumgartner, responsável por direcionar a moça na indústria. “Ela é uma mulher lindíssima, uma beleza incrivelmente forte.”
Camisa, calça, chapéu e bolsa, tudo Prada, e tênis Reserva Foto: Sher Santos
Baumgartner acredita que a garota tem o que é necessário para triunfar: “A perspectiva é que meninas como ela conquistem cada vez mais espaço na moda. Giulia é promissora, pode chegar em qualquer lugar. Estará em campanhas de roupa, acessórios, lingerie, passarelas, vivendo em Nova York. O céu é o limite.” O agente cita o exemplo da top canadense Winnie Harlow, portadora de vitiligo que ganhou notoriedade a partir da metade da década, estrelando capas de revista e desfiles. “Há realmente um movimento de humanizar a moda no mundo inteiro.”
A presença de Giulia no métier é significativa, segundo a consultora de moda Manu Carvalho. “Tudo que começamos a plantar na virada do milênio está se consolidando agora. Essa mentalidade da era digital promove coletividade, compartilhamento, senso de comunidade. Pessoas diferentes sempre existiram, mas elas não se conectavam como hoje para trocar ideias e experiências... Essa é uma revolução on-line”, explica a consultora de moda.
Top e calça, ambos Dolce & Gabbana Foto: Sher Santos
De acordo com Giulia, desde que sua história ganhou a internet, dezenas de meninas entraram em contato para falar de suas marcas — nem todas expostas. “Criamos uma corrente virtual linda! Não paro de receber mensagens. Uma mãe me escreveu para contar que sua filha sofreu acidente quando tinha apenas 5 anos. O rosto da menina ficou com uma cicatriz parecida com a minha. Hoje, ela tem 15 e luta para superar o preconceito e os comentários maldosos. Essa moça sonha ser modelo, mas acredita que não há espaço para ela. Essa mãe mostrou minha história para a filha e me agradeceu por ser uma inspiração.”
Brincos Sara Joias Foto: Sher Santos
Uma outra seguidora também dividiu a história do filho com a new face. “O menino foi mordido pela cachorra da família e ganhou uma cicatriz no rosto. Ele ficou muito feliz em saber que alguém com uma marca ‘igual’ a dele tinha virado modelo, que isso não era um empecilho para chegarmos aonde quisermos.”
No meio, a curitibana tem como referência Kendall Jenner, as irmãs Bella e Gigi Hadid e a supermodelo gaúcha Gisele Bündchen. “Gisele é uma mulher muito empoderada. É um exemplo profissional e humano. Ela coloca em pauta nossa relação com a natureza, tema urgente e necessário”, elogia a loura, que não esconde seu desejo de trabalhar para Chanel, Versace, Dior, Saint Laurent, Prada, Dolce & Gabbana... “Mas tenho uma identificação especial com a Gucci. Sempre olho para o que a grife está fazendo para me inspirar. É realmente uma grande referência.”
Top Karamello, bermuda NK Store, óculos Thierry Mugler para Gustavo Eyewear, lenço e brincos, todos Louis Vuitton Foto: Sher Santos | Edição de moda: Patricia Tremblais | Beleza: Bruno Alsiv | Produção de moda: Marcela Recchia | Assistente de fotografia: Nathália Atayde | Produção executiva: André Storari e Christiano Mattos| Tratamento de imagem: André Kawart | Agradecimentos: Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Suderj e o Parque Aquático Júlio de Lamare
Ao fim da nossa conversa, Giulia para um segundo, respira e conclui: “Nossas marcas, sejam quais forem, nos lembram do real propósito da vida. O meu é incentivar o maior número de pessoas e ajudar a construir um mundo melhor. Eu me aceito do jeito que sou, com minhas cicatrizes e todo o resto.” Isso é história.
O Globo sábado, 31 de outubro de 2020
KERLIE KLOSS: SUPERMODELO ESTÁ GRÁVIDA DE SEU PRIMEIRO FILHO, DIZ REVISTA
Supermodelo Karlie Kloss está grávida de seu primeiro filho, diz revista
Ela se casou há dois anos com Joshua Kushner, irmão do genro de Donald Trump
O Globo
30/10/2020 - 09:15 / Atualizado em 30/10/2020 - 09:23
Karlie Kloss Foto: Edward Berthelot / Getty Images
Depois de Gigi Hadid e Elsa Hosk, chegou a vez de Karlie Kloss ser mamãe. Segundo a revista "People", a supermodelo americana está grávida de seu primeiro filho, fruto do relacionamento com Joshua Kushner, com quem ela está casada há dois anos. Kushner é irmão de Jared, casado com Ivanka Trump, filha de Donald Trump.
"Karlie está muito feliz por esperar seu primeiro filho em 2021", disse uma fonte próxima à modelo. "Ela será a mãe mais incrível."
Karlie Kloss tem 28 anos e é considerada, pelo portal models.com, uma supermodelo e dona de umas carreiras mais rentáveis da moda atualmente.
MAITÊ PIRAGIBE: ATRIZ FALA DE PRODUTORA RURAL, E MAIS
Maytê Piragibe fala da atividade de produtora rural e explica os sete anos solteira: 'Não vivo hipocrisias'
THAYNÁ RODRIGUES
Maytê Piragibe (Foto: Reprodução/Instagram)
Atriz desde os 4 anos, Maytê Piragibe vive um momento de multiplicidade. Aos 36, a carioca em breve se tornará produtora audiovisual e também concilia os compromissos de apresentadora de TV com a recente atividade de produtora rural. Numa fazenda na Serra da Bocaina, em São Paulo, ela e a mãe trabalham com extração de óleos essenciais e difundem a aromaterapia. O projeto está conectado a outras escolhas que ela tem feito com foco no propósito social. Na quarentena, por exemplo, Maytê protagonizou o curta "Lockdown", sobre violência doméstica.
— Foi muito delicado entrar em contato com esse assunto. Sou uma mãe solo, independente, solteira há sete anos. E, óbvio, muito atenta à sexta onda feminista que a gente vive. Soubemos que a pandemia aumentou os índices de violência doméstica, feminicídio... Nosso país é o quinto do mundo que mais mata mulheres. Escolher temas assim para trabalhar está dentro do que quero proporcionar, quero acessar minhas dores como mulher. A grande maioria de nós já viveu ou vive um relacionamento abusivo, seja com seu parceiro, seja no ambiente profissional. Isso é delicado porque é estrutural, antigo. Então, para mim, quando veio o projeto logo topei. Doei meu cachê para participar. E o que mais chegar vai ser repassado ao Instituto Marielle Franco. Também apoio uma ONG chamada "Vamos utopiar", que auxilia mulheres que sofrem violência doméstica e age pelo empoderamento delas — explica.
Dona também de um canal no YouTube, ela diz que direciona seus conteúdos para seu público-alvo:
— Gero conteúdo há dez anos e recentemente fiz estudos que mostraram que são muitas mulheres ali me assistindo. Elas têm sede de liberdade, autenticidade... E a pandemia me trouxe a vontade de inspirar essas pessoas, dizer: "Disque, denuncie, eu já passei por isso". É trazer a arte como ativismo político e amparo social. Graças a Deus nunca sofri violência física, do tipo que tem efeito na Lei Maria da Penha, mas as relações abusivas estão subliminares ao longo da nossa existência. Isso é repetido e padronizado com namorados possessivos, com amigos que colocam em dúvida sua autoestima. Por ora não quero falar tanto da minha dor. Houve o movimento de muitas atrizes (veja na galeria abaixo), uma iniciativa linda de se colocar, de se vulnerabilizar, mas ainda não me sinto confortável em trazer a minha cicatriz ao mundo, e sim soluções criativas. Seja com o filme, acolhendo uma ONG. Porque toda mulher sofre ou já sofreu relação abusiva. É um machismo estrutural e um silenciamento muito grandes. Só que, claro, tem níveis e níveis. Quero olhar para como posso ajudar e dar a mão para outra.
No início deste mês, Maytê compartilhou uma foto de sua família: ela e a filha, Violeta, de 10 aons. Na legenda, uma declaração que destaca a sororidade, a quebra de padrões e a maternidade solo. Ela explica:
— Eu acho tão bonito conseguir fazer essa observação... Eu só consegui me apropriar dessa independência, dessa capacidade, quando entendi que não faz sentido a pressão cultural, moral e religiosa que prega que, para ter uma família, você precisa ter um homem, a mulher tirar seu sobrenome, colocar o dele... E a validação chegar após você entrar nesse modelo. A outra pressão grande é de que uma mulher não pode ser feliz se não tiver um namoro. Estou há sete anos nessa peregrinação e não achei o companheiro do tamanho do que eu aguardo e espero deste encontro. Não aconteceu essa troca e esse comprometimento de ambas as partes.
Maytê explica que não deixa de lado seus valores e suas premissas básicas por relações que não a agradem plenamente:
— Sou uma mulher monogâmica, muito família. Sou forte, independente. Não vivo hipocrisias. Em vez disso, prefiro viver a minha liberdade e deixar as pessoas soltas na sua conduta, nas suas escolhas e nos seus desejos. Quando comecei a perceber que existia a pressão do casamento e a pressão de que estar solteira há muito tempo indicava "ter algo errado", me voltei ao meu núcleo. E pergunto: "Como assim não achei ninguém?". Estou em mim, me encontrando, percebendo o que me faz bem, o que preciso abastecer em mim. Não preciso da validação do sexo oposto nem um título de compromisso para validar que sou capaz de ter autonomia, de alcançar prazer pessoal, independência financeira, ser bem-resolvida, realizada. Assim reconhecemos a nossa história. E a minha, claro, tem um monte de cicatriz, desafios. Enquanto eu não me apropriar, validar e me amar, não adianta. Tenho minha mãe, meu pai, meus sobrinhos, meus amigos de alma. É extremante importante me voltar para mim.
Debruçar-se nos planos para si também inspira Maytê profissionalmente. Ela recentemente preparou o piloto de um novo programa para o Canal Like, onde já apresenta uma atração ao lado do ator Hugo Bonemer:
— A gente estimula o público a sair e experimentar o audiovisual. É um canal que dá boas dicas como bons amigos. Estamos conduzindo a elaboração de um piloto com um tema que não foi abordado com profundidade e, desta vez, com convidados.
Violeta e Maytê Piragibe (Foto: Reprodução/Instagram)
Juliana Lohmann e Maytê Piragibe Reprodução
O Globo quinta, 29 de outubro de 2020
COPA SUL-AMERICANA: VASCO VENCE O CARACAS, COM GOLO DE TIAGO REIS
Com gol de Tiago Reis, Vasco vence o Caracas pela Sul-Americana
Com o resultado, time carioca vai para o segundo jogo, na Venezuela, podendo empatar para seguir na competição
O Globo
28/10/2020 - 23:30 / Atualizado em 29/10/2020 - 09:52
Tiago Reis comemora o gol do Vasco sobre o Caracas Foto: POOL / REUTERS
Vasco e Caracas se enfrentaram nesta quarta-feira, pela partida de ida da segunda fase da Sul-Americana. Em casa, o time carioca penou, mas conseguiu vencer o rival por 1 a 0, gol de Tiago Reis, aos 42 minutos do segundo tempo.
Com o resultado em São Januário, as equipes vão para o jogo de volta, na capital venezuelana, no dia 4, com os vascaínos em vantagem. Um empate dá a vaga para os cariocas. Se o Vasco conseguir fazer ao menos um gol na casa do adversário, o Caracas precisará vencer com dois gols de diferença para se classificar.
O time da Colina teve atuação discreta e dificuldades para dominar a partida . O rival, por sua vez fez um jogo tímido em São Januário, o que tornou o duelo monótono.
No segundo tempo, Carlinhos teve a chance de abrir o placar, mas cobrou mal o pênalti e Velásquez fez a defesa. Mais para o fim, veio o gol da vitória, de Tiago Reis.
A equipe treinada por Ricardo Sá Pinto voltará a jogar no domingo, quando enfrentará o Goiás, na Serrinha, pelo Brasileirão.
O Globo quarta, 28 de outubro de 2020
CLAUDIO LINS FAZ SHOW DEDICADO À OBRA DE CHICO BUARQUE
Claudio Lins faz show dedicado à obra de Chico Buarque
Em apresentação intimista no Teatro Prudential, ator e cantor interpreta clássicos como 'Roda viva' e 'A volta do malandro'
Sérgio Luz
28/10/2020 - 03:30
O ator e cantor Claudio Lins interpreta Chico Buarque no Teatro Prudential Foto: Alexandre Moreira / Divulgação
RIO — A primeira música que Claudio Lins se lembra de ter reconhecido no rádio, ainda na infância, foi de Chico Buarque. Anos mais tarde, ele foi ao teatro para assistir à peça “O corsário do rei” (1985), de Augusto Boal, com música de Chico e Edu Lobo, na qual sua mãe, Lucinha Lins, atuava. E foi nesse período que a paixão pela obra do compositor ganhou corpo. É esse cancioneiro que o ator e cantor leva quarta e quinta (28 e 29/10) ao palco reversível do Teatro Prudential.
— Minhas primeiras referências vieram do trabalho dele para o teatro. Quando tinha uns 7 anos, meus pais me levaram ao Maracanãzinho para ver “O Grande Circo Místico” com o Balé Teatro Guaíra. Esse disco, também dele com o Edu, é dos meus favoritos até hoje — diz Claudio, de 47 anos, filho de Lucinha e do cantor e compositor Ivan Lins.
O artista conta que foi essa essa obra de Chico para o palco que usou como critério para montar o repertório de seu espetáculo intimista, no qual toca acompanhado pelo pianista Heberth Souza.
— Canto “Roda viva”, canções que ele fez para “Calabar”, como “Tatuagem” e “Não existe pecado ao sul do Equador”, que foi grande sucesso na voz do Ney Matogrosso. Tem ainda “Gota d’água” e algumas de “A ópera do malandro”, como “A volta do malandro” e “Homenagem ao malandro”, que eu cantei em 2003 na montagem de Charles Möeller e Claudio Botelho. E uma que minha mãe cantava, em que faço homenagem a ela, que é “Viver do amor”. Era o primeiro solo do musical, e em um nível lá em cima, a gente tinha que segurar.
O Globo terça, 27 de outubro de 2020
LUANA CARVALHO, FILHA DE BETH CARVALHO, LANÇA DISCO
Luana Carvalho lança disco com releituras intimistas de clássicos do funk carioca
Álbum de filha de Beth Carvalho conta também com música autoral em parceria com Andréia Horta, que fala sobre câncer de mama
Joana Dale
27/10/2020 - 03:37 / Atualizado em 27/10/2020 - 08:30
Luana Carvalho Foto: Leo Martins / Agência O Globo
No final dos anos 1990, início de 2000, Luana Carvalho era frequentadora dos bailes funk mais fervidos da cidade. Subia o Morro do Borel, ia ao Emoções, na Rocinha, dançava muito no Rio das Pedras. “Fora o Wells Fargo, para onde eu ia de nauru (sapatos de camurça de gosto duvidoso, com sola de borracha), calça de Bali e top, né?”, lembra a filha de Beth Carvalho (1946-2019), que cresceu entre o Leblon e a Tijuca. “Se a minha mãe era o Túnel Rebouças, sempre fui a Reboucinhas.”
Nos últimos meses, Luana começou a gravar, na cozinha de casa, versões intimistas de hits do funk carioca — MC Marcinho (“Rap do solitário”), Latino (“Me leva”) e Bob Rum (“Está escrito”) —, que começaram a fazer sucesso em suas redes. Ela, que em junho lançou o álbum “Baile de máscara”, com músicas de sua mãe, resolveu transformar a experiência caseira no segundo disco produzido nesta quarentena. “Segue o baile” terá o primeiro single disponível nas plataformas digitais no próximo dia 4 e as 10 faixas completas até o fim de outubro. “O funk carioca tem muito do maculelê: tchum, tcha, tchum, tchum. O ritmo sempre mexeu muito comigo, que sou macumbeira, filha de Oxum”, diz.
Pai de sua filha, Mia, o guitarrista Pedro Sá a acompanha no violão. “Não estamos mais juntos, mas é difícil haver um músico que entenda tanto o meu trabalho quanto ele.” Além dos clássicos, há três músicas autorais, sendo uma composta em parceria com a atriz Andréia Horta. "Em uma conversa de áudios por WhatsApp, Luana e eu falávamos sobre a ronda do câncer de mama em mulheres da nossa idade e os cuidados que temos que ter. A dor que isso causa, o medo. E eu disse: eu quero teta sem treta! Assim começamos a criar uma música. Fomos trocando mensagens e a letra nasceu ali, fácil, simples, de coração. Poesia pura. Eu quero teta sem treta!", exalta Andréia.
Luana Carvalho Foto: Leo Martins / Agência O Globo
O tema desigualdade social também é abordado no disco. “Foi delicado escolher o repertório. Adoraria gravar, por exemplo, ‘Estrada da Posse’, mas moro na Gávea. Não é meu lugar de fala. Tanto que, em uma das minhas músicas, faço uma crítica a mim mesma e aos meus privilégios de classe média. Adoro muitos cantores que têm avião, mas acho que não há como ter jatinho particular em um país com a desigualdade social do Brasil. Há um limite do consumo que precisamos investigar”, acredita.
Para Luana, sua missão é, de alguma forma, levar esse questionamento e fomentar a discussão entre pessoas da sua geração que, assim como ela, amam funk. Além disso, ela busca chamar atenção para a efemeridade do gênero. “Diferentemente samba, que, além de história, sempre teve mais elasticidade para a erudição, o funk ainda é muito associado à violência. Mas, assim como samba, ele não pode morrer. Tem tradição.”
O Globo segunda, 26 de outubro de 2020
TATÁ WERNECK: DIFÍCIL FAZER COMEDIA COM MEDO
'Difícil fazer comédia com medo', diz Tatá Werneck sobre gravar 'Lady night' na pandemia
Atriz e apresentadora fala sobre os bastidores da nova temporada do programa sob rígidos protocolos de segurança contra a Covid-19
Maria Fortuna
26/10/2020 - 03:30
Tatá Werneck conta ter ficado 'neurótica' com os cuidados contra a Covid-19 em gravaçã de 'Lady night' Foto: Divulgação/ Multishow
RIO — Tatá Werneck está aliviada. Depois de dias “superneurótica” com os protocolos contra a Covid-19 para gravar com segurança a nova temporada de “Lady night”, ela voltou para a sua “ultra rígida” quarentena. Entocada, edita os 14 episódios do programa que estreia no Multishow dia 3, com convidados como Xuxa, Luciano Huck, Fabio Assunção, entre outros.
Tatá ficou seis meses sem pisar fora de casa (“quase um cárcere privado”, brinca). Pretende continuar assim até sair a vacina. Detalhe: dividindo o teto com 20 bichos e, claro, o marido, Rafael Vitti, e a filha do casal, Clara Maria, de 1 ano, que Tatá chama de “deusa” (“está na fase de mostrar que veio para nos superar em tudo”). Mas ela não tem coragem de reclamar. Nessa hora, até fala sério no meio da entrevista, feita num misto de troca de vídeos com mensagens de WhatsApp.
— Esse período sublinhou o quanto não estamos no mesmo barco. Tem gente em situações de pobreza inimagináveis — diz ela, reconhecendo os privilégios antes de permitir-se praguejar, com aquele seu humor. — O teto da minha casa caiu, meu cachorro morreu, lidei mal com puerpério, quarentena, medo, depressão pós-parto, além das outras mil neuroses que já carregava.
Xuxa e Tatá Werneck na nova temporada de Lady Night Foto: Divulgação Multishow
Na entrevista a seguir, ela fala sobre culpa materna, diz se sentir cobrada a ser a mãe perfeita e se define como “bagaceira” no Instagram, onde tem 43 milhões de seguidores.
Como foi gravar “Lady night” sob os novos protocolos?
Difícil, ficava tentando perceber se o convidado estava seguro. Pedia o tempo todo para passar álcool em gel. Testava os convidados duas vezes. Eu fazia teste quatro vezes por semana. Me sentia responsável por cada um. Fazer sem público também é esquisito. Porque a verdade é que eu fazia muito mais pra animar quem estava na plateia do que para a TV. Vim do teatro. O público me alimenta. Faço tudo por eles.
O capacete de proteção, funcionou? O selinho fez falta?
Não dá para gravar com ele, usei só uma vez. Ficávamos sem máscara, mas tínhamos um acrílico separando. Não senti falta. Claro que, quando vem um Fabio Assunção, a gente pensa: “Não terei outra oportunidade” (risos).
Pode citar momentos legais?
Estar com a Xuxa foi precioso. Minha estreia na TV foi no programa dela. Minha primeira demissão também. Saber que ela voltou ao Projac pela primeira vez para gravar o “Lady” foi uma benção. Fabio Assunção é encantador, parece um menino se divertindo. Vladimir Brichta é genial. Luciano (Huck) é incrível, gentil, disponível e surpreendente. “Lady night” é um encontro genuíno entre duas pessoas comuns. Que na pandemia estão com mais medo, mas estão ali, de verdade, sem assessoria.
Não dá para ficar em cima do muro no seu programa...
Sabem que não funciona se não se soltarem. Aí, melhor nem ir. A plateia ajuda nisso. Sem ela ficamos com medo de parecer um papo intimista no Maracanã. Mas achamos o tom. Fazer comédia com medo é difícil. Mas liberta.
Fabio Assunção e Tatá Werneck Foto: Divulgação Multishow
Como foi conciliar trabalho com bebê na quarentena?
Acho que tive baby blues ou depressão pós-parto, mas demorei a perceber por nunca ter passado por nada parecido. E porque estava louca de amor pela minha filha. E porque pessoas próximas diziam que era apenas “frescura”, o que fez com que me sentisse mais culpada. Mas descobri que a depressão pós-parto pode potencializar o medo. Comecei a ter medo de tudo. Queria poder proteger minha deusa 24 horas por dia. E tentar cuidar de todo mundo. Ficava nervosa por ver que não conseguia proteger todas as pessoas que amo. Mas já estou bem. Foi no começo da quarentena.
E a autoestima?
Minha vaidade está em fazer um trabalho bem feito, ser boa companhia, estar com energia boa. Não passa pela estética. Fui na Fátima Bernardes de toalha na cabeça porque não conseguia tirar o nó do cabelo. Fazer o básico! Estávamos sozinhos com a bebê, 20 bichos numa casa muito maior do que uma pessoa sensata precisa. Hoje tenho certeza disso.
Luciano Huck é um dos convidados de Tatá Werneck na quinta temporada de 'Lady night' Foto: Divulgação / Multishow
O Globo domingo, 25 de outubro de 2020
DIRA PAES: ATRIZ REFLETE SOBRE VAIDADE E MATERNIDADE TARDIA
Dira Paes reflete sobre vaidade e maternidade tardia: 'Tem gente com 50 que tem mais pique do que com 30'
Aos 52 e mãe de dois meninos (de 12 e 5 anos), ela celebra mais de três décadas de carreira
Talita Duvanel
25/10/2020 - 04:30 / Atualizado em 25/10/2020 - 09:53
Dira Paes Foto: Pedro Gomes Napolinário
Dira Paes ouve a pergunta “tudo bem?”, mas, de forma bem-humorada, trata logo de corrigi-la. “Agora é: ‘Como você está’, né? E ainda tem a resposta clássica: ‘Na medida do possível’”. Mas a atriz vai bem, sim, apesar da pandemia que alterou (para alguns muito mais, outros menos) a vida de todo o planeta. Em 2020, há uma lista de acontecimentos para celebrar, a começar pelos 35 anos de carreira. Estreou,em 1985, com a produção cinematográfica britânica “Floresta das Esmeraldas”, filmada quando era ainda adolescente. De lá para cá, foram mais de 15 obras na TV, 43 filmes (entre curtas, longas e dublagens) e seis peças teatrais. A carreira no cinema, inclusive, já lhe rendeu, em 2017, o troféu Oscarito, homenagem do Festival de Gramado, um dos mais importantes do país, pelo conjunto da obra. “Até eu me impressiono. É muito tempo”, diz a atriz, de 52 anos. “Percebi que cada novo trabalho imprimia algo na minha personalidade. Sinto-me uma atriz brasileira, que esteve quase no país inteiro e me identifico com a pluralidade dos personagens que desempenhei. Não foi e nem é fácil, é preciso persistir e tem que ser muito apaixonada pelo que faz.”
A pandemia trouxe a oportunidade de revisitar um dos personagens que mais marcou a sua carreira e que incrementou o realismo de seu vasto currículo: Celeste, uma sobrevivente da violência doméstica, da novela “Fina estampa”, cuja reprise terminou em setembro. A saga da mulher agredida pelo marido marcou o país em 2011, na primeira exibição, e fez ainda mais sentido de ser discutida novamente. Desde o início do isolamento, os números desse tipo de crime só crescem. Houve um aumento de 35% durante a pandemia, segundo dados divulgados em julho pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Intérprete de Griselda, a protagonista da novela e responsável por ajudar Celeste a ganhar independência financeira, Lília Cabral relembra o trabalho da dupla. “Dira era a pessoa ideal para fazer aquele personagem porque ela representa muitas mulheres. Tem uma voz que fala pelas brasileiras. Não me admira ter feito tão bem”, diz Lília, deixando escapar que não vê a hora de trabalhar com ela novamente. “Quando a gente passa a admirar mais, quer trabalhar mais também.”
Pelos números, dá para perceber que o exercício violento do patriarcado pouco mudou, mas Dira acredita que o público hoje tem mais repertório intelectual sobre o assunto. Boa parte da audiência sabe um pouco mais sobre os diversos tipos de abuso que podem acontecer num relacionamento, sejam eles físicos, psicológicos ou financeiros. “Agora, estamos começando a verbalizar com mais consciência. Temos entendimentos mais profundos, sabemos o que é uma relação abusiva, temos na boca essas palavras. Em 2011, não tínhamos. Conceitos foram criados, assim como mais ferramentas para lidar com eles.”
O assédio, recorrente também no trabalho, já foi experimentado por Dira e enfrentado de forma involuntária. “Tive experiências desagradáveis com diretores, assédios verbais, mas me defendi todas as vezes, instintivamente. Indo embora na hora, por exemplo. A violência nunca me travou. Ainda bem. Já aconteceu de estar voltando da escola, e um homem meter a mão em mim. Consegui virar o braço, e ele saiu correndo.”
DIRA PAES COMEMORA 35 DE CARREIRA COM ENSAIO EXCLUSIVO
Dira usa vestido Teodora Oshima e brincos Tiffany & Co. Foto: Fotos: Pedro Gomes Napolinário. Styling: Antonio Frajado e Ana Mariano. Edição de moda: Patricia Tremblais. / Beleza: Guilherme Casagrande com produtos Chanel. Direção criativa: Raphael Tepedino. Produção de moda: Giuseppe Botelho, Leopoldo Mendonça e Sofia Esquenazi. Assistente de fotografia: Fabiana Pernambuco. Assistente de beleza: Michel Sampaio.Produção de arte: Fernanda Martins. Tratamento de imagem: Junior Reis. Agradecimento: Jakbel e Cliffside.Blusa Lugfre e brincos Sauer Foto: Pedro Gomes NapolinárioVestido Vanda Jacintho e Sauer Foto: Pedro Gomes NapolinárioVestido Stella McCartney, brincos e anéis, todos Sauer. Foto: Pedro Gomes NapolinárioVestido Teodora Oshima e brincos Tiffany & Co. Foto: Pedro Gomes Napolinário
Vestido Zimmermann na CJMares, brincos e anéis, todos Sauer Foto: Pedro Napolinário
O próprio ambiente artístico, que outrora naturalizava e encobria demonstrações de poder e subserviência, tem mudado, ainda que paulatinamente. A percepção é de quem está na lida há mais de três décadas. Ela acredita que, se antes era difícil compreender limites, agora eles aparecem mais demarcados. “Não tem mais tanto espaço para ego, para mau humor. Se você errou, peça desculpas, se possível, imediatamente. Estamos errando e aprendendo. Falo com muita gente como se tivesse conversando com o meu filho de 5 anos, ensinando o beabá. O princípio da cidadania, de não fazer com o outro o que não quer que façam com você, é uma coisa que já devia estar clara.”
O profissionalismo e o talento, juntos, lhe rendem convites “emocionantes”. O último foi para “Veneza”, filme dirigido por Miguel Falabella. Nele, ela interpreta Rita, uma prostituta que ajuda a cafetina Gringa (a atriz espanhola Carmen Maura, presente em diversas obras de Pedro Almodóvar) a encontrar seu grande amor. Apesar da ansiedade, a pandemia adiou a estreia para o início do ano que vem. “Por estar na TV continuamente, vinha fazendo só participações no cinema. Estava com saudade do início, meio e fim do processo. ‘Veneza’ veio de um telefonema do Miguel: ‘Tem um personagem que escrevi para você’. Respondi: ‘Nem quero ler, vou fazer’”, conta a atriz.
Falabella, por sua vez, confessa que queria trabalhar com a atriz há tempos. “Já namorava a Dira à distância. Ela transita entre o drama, a comédia, é uma patinadora. Vai aonde as outras pessoas dificilmente vão”, diz Miguel. Além deste trabalho, ela também poderá ser vista como uma mãe em busca do filho desaparecido no garimpo em “Pureza”, longa de Renato Barbieri, sem previsão de lançamento.
Se, por um lado, a pandemia atrasou a agenda de trabalhos, por outro começou a pavimentar um caminho que, até então, ela não pensava em trilhar. “O confinamento me despertou desejos de dirigir um filme. Sou casada com um diretor de fotografia (Pablo Baião, pai de seus dois filhos, Ignácio, de 12 anos, e Martin, de 5), é até pecado não fazer um longa com ele (risos). Tenho algumas ideias na manga.”
A paraense de Abaetetuba não dá detalhes sobre o que tem pensado. Quem sabe uma pitada de cultura amazônica? “Há uma subrepresentação da mulher indígena e de toda a comunidade. De alguma forma, o fato de eu ser uma cabocla, uma mulher que vem da Amazônia, faz com que muita gente se sinta retratada. Essas raízes estão na expressão que faço questão de exaltar. Amo ser de lá, acho chiquérrimo”, diz Dira.
Engajada na causa dos direitos humanos e indígenas desde o início dos anos 2000, a artista também é ativa na sustentabilidade — no discurso e nas ações, muito antes do papo virar recorrente. Há 22 anos, mora numa casa em que madeira de reflorestamento, energia solar, reaproveitamento de água e toda uma grande lista de atitudes verdes estão presentes. “Não é que eu queira parecer a pessoa super-mega-power sustentável, mas você tem que praticar. Passar a quarentena aqui parece ter justificado tudo.”
Desde março, ela está confinada nesse refúgio ao lado dos filhos e do marido, reorganizando e construindo outras dinâmicas. “As crianças pautaram o cotidiano, mas foi, para mim, um momento de reafirmação de valores. Quem não se afetou deixou um bonde muito interessante passar”, reflete. “O casamento fica intenso, mas é a ratificação do querer e do não querer. Você tem tempo de realinhar os pontos.”
Esse movimento não tem só a ver com o tempo disponível. Maturidade desempenha um grande papel na forma como se enfrenta esse tipo de situação, e Dira sabe que isso é algo a desfrutar aos 52. “O autoconhecimento é uma preciosidade que só o tempo dá. É impossível tê-lo antes”. Ao passo que a maternidade tardia (sua primeira gravidez aconteceu aos 39 anos e a segunda, aos 47) lhe despertou a juventude. “Tem gente com 50 que tem mais pique do que com 30. Não é uma questão de idade, é de estilo de vida. Na segunda gestação, fiquei uma adolescente. Minha carne era dura, não tinha uma celulite”, diz. “Cada gravidez, uma história. A primeira foi natural; na segunda, tive quatro abortos espontâneos e aí fizemos reprodução assistida. Desejei muito ter o segundo filho.”
Sem paranoias com vaidade, ela usou a quarentena para descansar do espelho. “Permiti que a natureza lidasse comigo. Tirei férias dos cuidados (estéticos). Tenho uma máscara a zelar, que não posso interferir. Quero ter um rosto transformado pelo tempo e sei que vou ganhar personagens maravilhosos.”
Ela também entende que o momento é de celebrar diversidade e aceitar novos padrões. “Dá vontade (de deixar o cabelo branco), só que não vou ficar bem ainda, sinceramente (risos). Mas tenho achado a Fafá de Belém muito linda. A Vera Holtz também. Mulheres modernas, né?”
Sobre menopausa, ela confessa ainda não sentir os efeitos do tempo. “As taxas hormonais não acusam esse momento. Minha referência de família é um climatério mais tardio. E acho que conversar sobre isso não é mais um tabu. Vou te dizer: temos que falar sobre tudo.”
O Globo sábado, 24 de outubro de 2020
SHARON AZULAY: ESTILISTA PERDEU 19 QUILOS EM UM ANO - NÃO FAÇO DIETAS
Estilista Sharon Azulay perdeu 19 quilos em um ano: 'Eu não faço dietas'
Designer, que já pesou 115 quilos, fala sobre mudanças corporais na gravidez
O Globo
23/10/2020 - 08:45 / Atualizado em 23/10/2020 - 12:14
Anos atrás, a estilista carioca Sharon Azulay virou notícia ao perder 37 quilos. À época, ela, que chegou a pesar 115 quilos, explicou que seu corpo era resultado de uma reeducação alimentar. "Não acredito em extremos. Afinal, não adianta ser toda restrita na vida e ser infeliz e chata. Embora, não seja extrema, amo comer de forma saudável", disse.
Agora, a designer, que ocupa o posto de diretora criatva da BlueMan (grife que herdou do pai, David Azulay) voltou ao Instagram para mostrar como a gravidez influenciou seu físico, numa espécie de antes e depois.
"Vivia um universo de dúvidas de como meu corpo iria reagir a tantos estímulos contrários entre emagrecer, engordar, parir, emagrecer de novo, ganhar peso, parir", escreveu.
Sharon Azulay Foto: Reprodução/Instagram
Confira o depoimento de Sharon Azulay na íntegra.
"Eu não faço dietas
Essa foto foi tirada no dia 10/09/2019 , eu estava em Portugal e havia recém saído do puerpério da Ayla ( que nasceu final de maio ). Pesando 87kg, vivia um universo de dúvidas de como meu corpo iria reagir a tantos estímulos contrários entre emagrecer, engordar, parir, emagrecer de novo, ganhar peso, parir...
Não sabia se conseguirá voltar ao meu corpo antigo, ou quanto tempo isso demoraria ..
Quando digo que não faço dieta, é uma grande verdade. Há muitos anos eu aprendi que dietas são passageiras e tem efeito no curto prazo. Mas para termos sucesso no processo, temos que mudar hábitos alimentares. E há mais de 10 anos eu busco entender o que funciona melhor pro meu corpo e organismo e adequo a minha alimentação para ela.
Sharon Azulay Foto: Reprodução/Instagram
Em 10/09/2020 eu tirei a segunda foto que está aqui em cima -19 kilos em 12 meses. Não existe “hack” ou “atalho”. O que existiu foi foco e determinação. Treinos de musculação diariamente, rotina saudável e alimentação balanceada.
Ainda posso e vou evoluindo diariamente, mas tenho certeza que postar isso aqui vai inspirar você a querer melhorar.
Me conta aí: você vive de dieta? Ou já entendeu que a reeducação alimentar vai ser o caminho ?"
O Globo sexta, 23 de outubro de 2020
IGREJA DA PENHA FAZ 365 ANOS
Igreja da Penha faz 365 anos sem festa, mas com missa on-line e fogos de artifício
Comemoração vai ficar para o ano que vem, mas, nesta sexta, a padroeira dos bairros da Leopoldina vai ganhar uma homenagem singela
Célia Costa
23/10/2020 - 03:30 / Atualizado em 23/10/2020 - 07:33
Igreja da Penha vai ganhar homenagem singela pelos 365 anos Foto: Ana Branco / Agência O Globo
RIO - A pandemia de Covid-19 reduziu o acesso dos fiéis à Basílica Santuário da Penha, no alto da Serra da Misericórdia, desde março. Até a festa, que tradicionalmente acontece no mês de outubro e atrai mais de 35 mil devotos, foi adiada para 2021, a fim de evitar aglomeração no lugar: excepcionalmente, a celebração dos 365 anos da Igreja da Penha vai acontecer em maio. Ou seja: no ano que vem, Nossa Senhora da Penha terá duas grandes festas, já que o aniversário de 366 anos, a princípio, está confirmado para outubro de 2021, com uma extensa programação. Nesta sexta-feira, dia 23 de outubro, no entanto, a padroeira dos bairros da Leopoldina vai ganhar uma singela homenagem.
Em 23 de outubro de 1986, a estrada de ferro ali na região foi concluída e inaugurada, o que facilitou o acesso dos romeiros ao santuário da padroeira de 16 bairros da Leopoldina. Para celebrar, hoje, às 18h30, um queima de fogos no alto da Basílica, em comemoração aos 134 anos da região, vai iluminar o céu da Penha. Mais cedo, às 17h, o reitor da Basílica Santuário da Penha, padre Thiago Sardinha, celebra uma missa, com transmissão pelas redes sociais, para apenas para 30 convidados que estão presencialmente na igreja. Segundo o pároco, a quantidade de pessoas é limitada para que seja cumprido o protocolo de prevenção à Covid-19, com o distanciamento de dois metros entre as pessoas. Após a missa, a primeira na igreja desde o início da pandemia, acontece a queima de fogos.
A Festa da Penha, que já foi a segunda a maior festa popular do Rio de Janeiro, perdendo apenas para o carnaval, sempre foi comemorada com muito samba. Em anos anteriores, contava com participação do bloco Cacique de Ramos e apresentação da Imperatriz Leopoldinense. O reitor do Santuário lembra que foi lá, em 1917, que o compositor Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, lançou “Pelo telefone”.
— A Festa da Penha já foi até maior que o carnaval. A origem do samba foi aqui na Igreja da Penha, muito antes de ir para a Avenida Central, hoje a Rio Branco, e depois para a Marquês de Sapucaí — explica padre Sardinha.
Desde de março, as missas na igreja foram suspensas. Elas são realizadas na Concha Acústica, que fica ao lado do estacionamento, na parte baixa da Santuário. O padre Thiago Sardinha conta que outra medida adotada para a prevenção ao novo coronavírus é a realização de missas drive-in, no pátio da igreja, onde os fiéis assistem à celebração de dentro dos seus carros.
No Rio de Janeiro, a devoção à Nossa Senhora da Penha começou no início do século 17, por volta do ano de 1635, quando o Capitão Baltazar de Abreu Cardoso ia subindo o penhasco para ver as suas plantações, uma vez que era proprietário de toda a área no entorno do atual Santuário. Segundo a história, ele foi atacado por uma enorme serpente e, devoto da santa, pediu socorro a ela, gritando: “Minha Nossa Senhora, valei-me!”. Nesse momento, teria surgido um largarto, que travou uma briga com o outro animal, abrindo espaço para Baltazar fugir. Agradecido, ele construiu uma pequena capela, onde pôs uma imagem de Nossa Senhora.
Até hoje, as graças conseguidas após promessas e atribuídas à interseção da santa são pagas pelos devotos no local, que sobem os 382 degraus da escadaria principal, a pé ou de joelho. As imagens desses agradecimentos correram o mundo ao longos dos anos.
O Globo quinta, 22 de outubro de 2020
SUYANE MOREIRA FALA SOBRE RELAÇÃO COM MULHER-MARAVILHA
Suyane Moreira fala sobre relação com Mulher-Maravilha: 'Sou forte e guerreira. Vou à luta mesmo'
Atriz cearense é a inspiração da versão brasileira da heroína
Gilberto Júnior
22/10/2020 - 09:42 / Atualizado em 22/10/2020 - 09:46
Suyane Moreira Foto: Reprodução/Instagram
"Terça-feira só deu eu e Gustavo Lima no Twitter", diz Suyane Moreira logo no começo da conversa, em tom de brincadeira. A atriz cearense , de 37 anos, virou assunto na internet depois que a autora Joelle Jones confirmou que o desenho da Mulher-Maravilha brasileira foi inspirado nela. Em DC Future Slate, Yara Flor, da Amazônia, usará o manto da heroína, mas não substituirá Diana Prince, a original, que ganhará uma saga própria, a Immortal Wonder-Woman.
"Nunca imaginei que isso poderia acontecer. Recebi a mensagem de um fã no Instagram e achei que se tratava de uma montagem, uma homenagem... Confesso que não dei muita importância. À noite, com mais atenção, a ficha finalmente caiu. Fiquei toda arrepiada, espantada e feliz. Afinal, eu inspirei a Mulher-Maravilha!", comenta Suyane.
Suyane Moreira e a Mulher-Maravilha Foto: Reprodução/Instagram
A atriz conta que sua filha, Maria Lua (de 5 anos), é fã incondicional da heroína. "E quem não é? Eu me identifico muito com sua personalidade. Sou forte e guerreira. Vou à luta mesmo", observa. "Mandei uma mensagem para a autora de agradecimento. Ela curtiu, mas ainda não conversamos sobre o assunto. Quero saber os bastidores dessa história, como fui descoberta. Acredito que tenha sido no Google."
Antes de ser atriz de novelas ("Novo mundo", "Gabriela" e "Araguaia" estão em seu currículo), Suyane foi um nome badalado nas passarelas. Desfilou na Europa e na São Paulo Fashion Week para marcas como Água de Coco e Cia. Marítima. Trabalhou também para gigantes da beleza - pense em Lancôme e L'Oréal.
"Lá atrás, existia preconceito contra a mulher indígena (ela é descendente do povo Cariris) e nordestina. Mas tenho orgulho das minhas raízes. Bato no peito e digo que sou nordestina, sim", diz. "Hoje, a moda não é minha prioridade. Mas não recusaria convites interessantes."
O Globo quarta, 21 de outubro de 2020
METROPOLITAN: CASA DE SHOWS DO RIO FECHA AS PORTAS E MARCA O FIM DE UMA ERA MEMORÁVEL
Metropolitan fecha as portas e marca o fim de uma era de shows memoráveis no Rio
Atualmente chamada de KM de Vantagens Hall, casa da Barra recebeu de David Bowie a João Gilberto em seu palco
Maria Fortuna
21/10/2020 - 03:56 / Atualizado em 21/10/2020 - 07:04
Astros internacionais: David Bowie canta no palco do Metropolitan em novembro de 1997 Foto: Christina Bocayuva
RIO — A notícia de que o Metropolitan mudaria novamente de nome nem surpreendia mais os cariocas. Afinal, desde que foi inaugurada, em 1994, a casa de shows localizada na Zona Oeste da cidade já se chamou ATL Hall, Claro Hall, Citibank Hall e KM de Vantagens Hall, substituições que aconteciam de acordo com os patrocinadores que assumiam os naming rights. Mas a informação de que o espaço fechará suas portas (o que se diz é que dará lugar a um supermercado), publicada pelo colunista Ancelmo Gois, nesta terça, pegou muitos artistas de supetão, e também inspirou posts nostálgicos nas redes sociais.
Cada um tinha seu espetáculo inesquecível para contar — a casa recebeu não apenas shows, mas também espetáculos como o Balé Bolshoi, musicais como “Cats” e o mágico David Copperfield. Muitos momentos que garantiram ao Metropolitan um lugarzinho do lado esquerdo do peito do carioca.
Responsável pela administração do espaço, a produtora Time For Fun não quis confirmar ao GLOBO a informação de que está entregando o espaço alugado no shopping Via Parque, e avisou que enviaria um comunicado — até o fechamento desta edição, às 18h30, não havia chegado. No entanto, notícias que circulavam nos bastidores do meio musical já davam o fechamento como certo.
— Supresa e choque — diz Lulu Santos, ao ser perguntado sobre o que significa, para ele, o fim do espaço onde se apresentou tantas vezes. — É o melhor palco do Rio e a melhor relação palco/plateia por conta da disposição. É triste demais esse esvaziamento.
Responsável pela abertura da casa, inaugurada com um show da cantora Diana Ross, o empresário Ricardo Amaral também se diz “triste” mas não “surpreso” com a notícia.
— O Metropolitan nunca foi o lugar prioritário dos atuais operadores. Soube que, meses atrás, eles se desfizeram da casa de Minas Gerais. A crise gerada pela pandemia, além da programação que tem sido anunciada, me levou a crer que isso aconteceria — diz Amaral, que vendeu o espaço no início dos anos 2000 para a Companhia Interamericana de Entretenimento, do México, por conta da situação econômica do país naquele época. — O dólar passou de R$ 0,80 para R$2, R$3, R$4 reais. Eu não conseguia embutir no ingresso o custo do cachês dos artistas internacionais.
Sob a gestão Amaral, o Metropolitan recebeu o primeiro show dos Três Tenores no Brasil. Stevie Wonder, Santana e Nina Simone (dentro de uma inesquecível capa de veludo vermelho) também passaram por lá. Em 1997, David Bowie, com indumentária indiana e unhas dos pés pintadas de preto, enlouqueceu o público. Lou Reed promoveu uma grande catarse rock’n’roll. A Legião Urbana passou pelo palco, em 1994, na sua última turnê antes da morte de Renato Russo, em 1996.
Já na administração da Time For Fun, aconteceu um dos “shows-missa” do Los Hermanos, com o público cantando o disco “4” do início ao fim, em 2005. No mesmo ano, teve White Stripes.
Em 1991, o empresário Ricardo Amaral mostrava a maquete do Metropolitan Foto: Arquivo O Globo / Agência O Globo
Amaral tem fresca na memória a apresentação acústica de Gil e Caetano, no fim da década de 1990. Lembra-se do estouro da música baiana, com apresentações lotadas de Banda Eva e Araketu. Conta que conseguiu fazer com que Roberto Carlos trocasse o Canecão pelo Metropolitan.
A temporada do Rei, aliás, é inesquecível para Liège Monteiro, assessora de imprensa do local à época. Liège lembra que as apresentações do cantor duraram cinco semanas.
— O The Wailers também foi sucesso absoluto. Tiveram que fechar as portas e não parava de chegar gente. Fiz Men at Work, concurso de Miss Brasil, Joe Satriani, Wolf Maya dirigindo Zezé Di Camargo e Luciano...
Para a apresentação do Bolshoi, o Metropolitan teve que interditar a primeira fileira de cadeiras da casa de shows, conta Liège. A produção do prestigiado balé russo fazia questão que todos enxergassem os bailarinos por completo, incluindo as pontas de suas sapatilhas.
A produtora musical Adriana Penna, que passou pela equipe de gravadoras como Sony, Warner e Trama, diz que sua carreira está intrinsecamente ligada ao lugar. Ela acompanhou shows de Djavan, João Bosco, Alanis Morissette, Zeca Pagodinho, entre outros, e destaca os bastidores do programa “Som Brasil”, com João Gilberto.
— João só queria gravar de madrugada. Me pediram para buscá-lo à 1h da manhã. Ele só desceu do apartamento às 4h — conta Adriana, lamentando a notícia para a cidade. — O Rio já tem poucos palcos. E agora? É o fim de uma era.
O Globo terça, 20 de outubro de 2020
CÁSSIA KIS: ATRIZ FALA SOBRE CONVERSAS PAR FAZER PANTANAL, E MAIS
Cássia kis fala sobre conversas para fazer 'pantanal' e desabafa sobre perda da mãe
THAYNÁ RODRIGUES
Cássia Kis fala de 'Desalma', nova série do Globoplay (Foto: Divulgação/TV Globo)
Cássia Kis experimenta um momento de reencontro com sua intuição. Viver com a transcendentalidade à flor da pele é efeito de um mergulho interior a que a atriz de "Desalma" se entrega nos últimos meses. O sobrenatural está presente não só na ficção, mas em situações corriqueiras.
— Esse seriado está podendo tratar de algo importante que resgatei e que treinava muito aos 20 anos: ser intuitiva. Estou dando corda, fomentando essa minha sensibilidade. Eu sinto uma coisa ali e falo: "Opa". E se acho que devo recuar, eu recuo simplesmente — exemplifica a atriz, que na obra interpreta Haia, uma figura mística: — Eu não sou uma bruxa, mas talvez viva como tal: reclusa. E tenho uma história difícil... A personagem é uma mulher sozinha, que julgam. Fazem críticas sem saber muita coisa. Mas ela tem dramas com a filha. Lá em Brígida, que é a cidade fictícia da obra, havia uma festa milenar há 30 anos. Um dos mistérios está em saber se uma antiga tragédia voltará a acontecer.
A atriz, que está na expectativa para gravar a segunda temporada da série, aguarda também uma definição sobre "Pantanal". A atriz viveu Maria Marruá na versão original da trama e diz que está conversando com a equipe do remake sobre um papel:
— Fiz essa novela emblemática no início dos anos 1990. Agora é um reinício de um novo jeito de fazer. O público pediu aquilo e veio. Foi lindo o que eu fiz. Agora quero nem que seja abrir uma porta. Se me convidaren para eu fazer uma passagem ali no fundo, no primeiro episódio, eu vou me sentir muito satisfeita. E agora provavelmente deve surgir uma velhinha (risos). Eu acho que sim (que fará a obra). Fico feliz de, aos 63 anos, com essa quantidade de rugas, ter muita vontade de mostrar um trabalho cada vez melhor, de estar ao lado de gente que faz tão bem.
Com alegrias no trabalho, Cássia infelizmente viveu duras experiências recentes. Há menos de dois meses, sofreu com a morte da mãe, Dona Piedade Monteiro.
— Ela partiu no fim de agosto, em plena pandemia. Não morreu de Covid, mas foi colocada dentro de um saco como todos; foi-se sem eu vê-la, sem eu me despedir. Enfiaram o corpo dentro de um caixão e não conseguimos nem colocar uma roupa, não a vimos no pós-morte. Sei que foi um até logo. Pedi muito para que minha mãe fosse bem recepcionada, bem cuidada, que os espíritos a conduzissem para um bom lugar. É tão forte. Sinto saudade, queria ter segurado a sua mão. Passei meses dizendo à minha irmã: "Dinha, estou me organizando para ir aí. Quero ficar segurando a mão da mamãe. Eu queria só estar perto segurando a mão dela". Mas minha família me disse que, dias antes, ela estava cantando muito, estava divertida. Ela estava em paz. Estavam todos em paz, prontos — conforma-se.
Durante a quarentena, para se restabelecer emocionalmente, Cássia aderiu a estudos da mente humana:
— A internet me ajudou muito. Acessei conteúdos de pessoas que vêm me ajudando: psicólogos, terapeutas, sociólogos, filósofos, gente ocupada com uma melhor qualidade de vida para si e para os outros. Isso tem feito uma diferença muito grande para compreender a partida da minha mãe, para o amor dela aumentar ainda mais em mim, para que esse legado se aprofunde.
Mãe de Maria (23), Pedro (17), Miguel (24) e Joaquim (16), Cássia diz que tem refletido sobre o tempo dedicado a cuidar de si, da família e da casa:
— Na pandemia, o tempo ficou mais largo e também mais curto. Curto porque temos as demandas do cotidiano. Agora mesmo interrompi uma lavação de louça, tem a roupa da máquina para estender, tenho que passar um aspirador de pó no quarto do Miguel, tem um vaso sanitário que preciso limpar. Por mais que tenha o filho apoiando, eles também estão ocupados. Já o tempo largo é para cuidar do lado de dentro, respirar, pensar melhor, aprender a colocar as coisas no lugar, a olhar para nós mesmos. Eu acho que a decisão de fazer isso de um jeito mais profundo me trouxe coisas importantes. Eu tive grandes conquistas nesse período, não sei dizer qual é a maior delas. As mágoas que me prendiam ao passado, que não me deixavam perdoar, caminhar, elas correram. Isso foi um ganho gigante.
Sobre a possibilidade de expor suas vivências num livro que ajude pessoas que passaram por situações semelhantes, Cássia diz:
— Você acha que não tenho vontade de escrever sobre essas coisas? Evidente que posso contar minhas histórias com todas as experiências que tive, mas diariamente tenho galgado conquistas. E tenho certeza de que podem ser úteis. Hoje mesmo falei com uma pessoa no telefone e eu tentava colocar numa outra consciência. Eu olhei para mim fazendo isso e pensei: "Olha, que incrível. A necessidade de educar e reeducar, dizer a uma pessoa que ela ficará em paz". Agora, quando estou bem, faço o que posso na comunidade. Eu preciso ajudar, preciso me mover. Estamos com um país em que muita gente vai passar forme. Já temos. Tomara que a gente consiga reverter isso o mais rápido possível. Digo a meus filhos: "Não negligenciem".
Cássia Kis é uma das protagonistas de 'Desalma' (Foto: Reprodução/Instagram)
O Globo segunda, 19 de outubro de 2020
BETTY FARIA: AOS 79 ANOS, ATRIZ RELEMBRA TIETA E FALA DA FAMÍLIA
Aos 79 anos, Betty Faria relembra 'Tieta' e fala da família
THAYNÁ RODRIGUES
Betty Faria (Foto: Cristina Granato)
Betty Faria atende o telefone com bom humor: dias antes da ligação, leu a notícia de que haverá uma mostra de filmes em sua homenagem no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2021, quando ela completará 80 anos. Com 54 de carreira, a atriz tem prestígio não só no cinema. Dois de seus marcantes trabalhos na TV estão em reprise atualmente no streaming do Globoplay, "A indomada" e "Tieta".
— Fiquei honradíssima de ganhar uma mostra de cinema. Imagina só! Fiquei felicíssima! Ah, e eu morro de vontade de voltar a trabalhar. Só que eu sou grupo de risco, né? Então tenho que esperar a vacina chegar. Gosto muito de fazer televisão e cinema. Tenho lido muitas mensagens na quarentena sobre os meus trabalhos, principalmente "Tieta". É um sucesso alucinante. Ela mexe com o coração de tanta gente porque é livre e prega a solidariedade e a amizade, sem preconceitos. A adaptação do Aguinaldo Silva foi magistral, maravilhosa. Eu fui muito feliz — vibra.
A atriz conta que, durante a quarentena, trocou de empresário e também de casa nova, na Zona Sul do Rio de Janeiro:
— Gosto de experimentar novas formas de viver. Precisei fazer melhoramentos no meu apartamento. Na quarentena, a gente vai vendo as coisas e vendo muito. Cada cômodo, cada parede, cada madeira que descola, cada janela que não está bacana... Falei: "Tem coisa no apartamento inteiro para fazer. Não vou querer ficar no meio de uma obra, não". Mas a mudança também tem a ver com a minha inquietude. Sou muito das experiências novas, da vida nova. Tenho isso. A verdade é essa: foi a minha inquietude, com minha insatisfação com a vida e a necessidade de mudar. Na quarentena é difícil ter essas coisas, né? Mas eu não me acomodo de jeito nenhum.
Para a coluna, a atriz abriu uma rara exceção posando com a neta Giulia Butler, de 18 anos, filha de Alexandra Marzo (que atou em novelas nas décadas de 80 e 90). A veterana explica por que não é de mostrar a família nem expor seus amores:
— Prefiro blindar a minha família, prefiro não dizer. Tem filho, filha, neto, neta, amor, crush... Prefiro sempre blindar as pessoas à minha volta. Tenho muito cuidado e blindo mesmo. Minha vida é dentro de casa, quem está comigo... Esse tipo de coisa eu não coloco para jogo porque não quero ninguém exposto. Tenho pavor que fofoquem da minha vida. Quando surgem boatos de gente dizendo que me namorou, eu penso: se eu entro, desminto e arraso com o cara, dou publicidade a ele. Então, é melhor ficar calada que passa. Teve muita gente que já disse que transou comigo e não foi verdade. Responder sobre esses assuntos acaba dando publidade a quem quer audiência com meu nome. Eu deixo passar. Bobagens de vaidade de homem eu deixo para lá. Uma vez entrei numa festa e fui ao escritório procurar uma amiga. Ao chegar, tinha um cara contando para quatro homens que tinha tido um caso comigo. E foi na minha cara. Eu ouvi e disse: "Não. Isso é uma mentira". Agora essas coisas eu deixo passar porque uma semana depois já vem outro assunto.
Já nas redes sociais, a atriz mostra outros recortes de sua vida: imagens do dia a dia, mensagens otimistas, memes de suas personagens e protestos políticos pautados pelo humor estão entre eles. Um dos últimos registros nesse estilo foi uma foto sorrindo com a legenda: "Pensando no dia que o governo vai libertar nosso sequestrado dinheiro do cinema brasileiro". Ela detalha como vêm as ideias:
— Eu pensei: "O que eu vou botar hoje no Instagram? Vou colocar isso!". Aí saiu! Saiu! O que mais me dói ao falar da cultura muita gente já falou. Agora, vamos ser objetivos: o que está acontecendo com o cinema? Não é só na pandemia. Na quarentena há, sim, cerca de 400 mil pessoas envolvidas com o audiovisual desempregadas. As pessoas estão vendendo quentinhas na rua. O governo deveria dar força à indústria cinematográfica, assim como foi feito nos Estados Unidos. Aqui, as produções estão paradas. Então, no Instagram, pesquiso perfis de cinema de fora do Brasil e demais assuntos que me interessam. E tem dias que posto; outros dias, não. Não sou assídua. Às vezes fico cansada.
Betty Faria, a neta, Giulia, e a cachorrinha, Madalena (Foto: Cristina Granato)
O Globo domingo, 18 de outubro de 2020
ISABEL WILKER FALA SOBRE A CARREIRA E COMENTA SAUDADES DO PAI, JOSÉ WILKER
No ar em 'Haja coração', Isabel Wilker fala sobre carreira e comenta saudades do pai, José Wilker
GABRIEL MENEZES
Isabel Wilker (Foto: Reprodução/Instagram)
Isabel Wilker está de volta ao ar na reprise de "Haja coração", a última novela de que participou, em 2016. Desde então, ela vem se dedicando a outras atividades, como as artes plásticas e a literatura, além de ter feito parte do elenco de "Zodíaca", série on-line da plataforma Hysteria:
- Não foi uma decisão minha ficar longe da TV. Eu não planejo muito a minha carreira. Acontecem movimentos naturais e eu vou seguindo. E, nesse período, me dediquei a outras coisas. Sou formada em Letras e atualmente estou escrevendo um livro de poemas. Também tenho feito trabalhos de colagens.
Na trama das 19h, ela interpreta Adriana, patrocinadora da equipe de corrida de Apolo (Malvino Salvador):
- Foi uma experiência completamente diferente. Primeiro, porque eu tinha muitas cenas de ação. A Adriana também era uma personagem forte e, até então, eu havia feito papéis de mulheres mais frágeis. A gente gravava muitas cenas no autódromo e eu fiquei morrendo de vontade de pilotar um carro daqueles, o que acabou não acontecendo.
Isabel tem passado os seus dias de quarentena em São Paulo, onde divide uma casa com dois amigos. Em breve, ela precisará voltar ao Rio por conta de trabalho. A atriz está escalada para "Gênesis", novela da Record, em que dividirá o set com a mãe, a atriz Mônica Torres. O trabalho será uma oportunidade para que as duas possam passar um tempo mais próximas, já que Mônica mora há cerca de um ano em Portugal:
- Eu e minha mãe temos uma empresa de produção artística, então nos falamos praticamente todos os dias. O fato de ela estar morando em outro país não alterou muito isso. É claro que sinto falta de estar presencialmente com ela. Antes da pandemia, passei um período lá com ela e meus irmãos (filhos de Mônica com Marcello Antony).
Já sobre o pai, José Wilker, morto em 2014, a atriz diz que sente saudades todos os dias:
- O meu pai era um farol na minha vida. Minha identificação com tudo. O olhar dele me inspirava muito. Ele era um cara curioso e gostava de ouvir as pessoas. Eu costumo escutar demais as pessoas me dizendo como ele faz falta e sempre me emociono. Estamos aos poucos organizando um trabalho para preservar a memória dele. A ideia é que o dia 20 de agosto, data do seu aniversário, seja sempre marcado por eventos em sua homenagem.
Isabel Wilker e mãe, Mônica Torres (Foto: Reprodução/Instagram)
Isabel Wilker e o pai, José Wilker (Foto: Reprodução/Instagram)
O Globo sábado, 17 de outubro de 2020
MARIA RITA FAZ PRIMEIRO SHOW FORA DE DRIVE-IN NA PANDEMIA
Maria Rita faz primeiro show fora de drive-in na pandemia: ‘Minha vida não tá resolvida'
Após duas experiências em São Paulo, cantora retoma agenda e reabre o Vivo Rio com show de samba
Sérgio Luz
17/10/2020 - 04:30 / Atualizado em 17/10/2020 - 09:06
A cantora Maria Rita Foto: Rogério Cavalcanti / Divulgação
Vivo Rio reabre neste sábado (17/10) com show de Maria Rita, depois de sete meses fechado devido à pandemia do novo coronavírus. Para se adaptar às regras sanitárias, a casa de espetáculos diminuiu sua capacidade de 2000 para 660 lugares, com venda de ingressos exclusivamente on-line e mesas apenas para pessoas do mesmo grupo, em compra única. Na entrada, cada espectador vai passar por medição de temperatura, e o uso de máscara é obrigatório. É o encontro da MPB com o “novo normal”.
— Nesse período, fiz só dois shows em São Paulo, ambos em drive-in. Mas palco assim, com casa fechada, formação de público diferente, ainda não. Estou com frio na barriga. Só aceitei porque o Vivo Rio me garantiu uma série de cuidados — afirma Maria Rita.
Tomando todas as precauções necessárias, a cantora começa a retomar sua agenda, apesar de seguir em período de isolamento social.
— Falando como empresária, tenho que tomar decisões muito difíceis, como negar dois shows fora do eixo Rio-SP. Não é só pela minha equipe, mas também por minha saúde mental e financeira. Minha vida não está resolvida. Tenho planos, sonhos e inquietações, e responsabilidade para com meu público e meus colegas, de sinalizar para o mercado que não acabou, que estamos nos movimentando, que temos como viver — avalia.
— É necessário cantar uma mensagem como essa, manter o nome do Aldir rolando na boca da molecada, meu público é muito mais novo do que a galera imagina. A gente se encontra num momento onde essa música se torna relevante mais uma vez. Seguimos vivendo como nossos pais, né? Fomos para frente, mas não fomos, na verdade. É quase uma catarse — compara.
A artista lamenta a morte recente de Moraes Moreira, seu ex-sogro, e de Aldir, em abril e maio deste ano, respectivamente.
— Eu tenho 40, imagina para alguém com mais de 70 anos ouvir as barbaridades que estamos escutando. Era difícil para o Moraes, uma pessoa muito consciente politicamente, devia ser angustiante. A arte tem um papel muito fundamental, a palavra tem poder.
Em casa desde março com sua caçula, Alice, de sete anos, Maria Rita conta que sofreu um baque no início da quarentena:
— Num primeiro momento, eu travei, “buguei”, como diria meu filho mais velho, que mora em São Paulo. Foi meu primeiro Dia das Mães sem ele, mas ele entendeu esse momento, me dá muito orgulho. Depois de um tempo, vi que não podia pirar. Foquei na minha filha. Monto lego, vejo o mesmo filme 18 vezes seguidas, ajudo na escola. Quando ela está com o pai, eu bordo, escuto música. Retomei esse prazer de ouvir música sem o ouvido de produtora.
O Globo sexta, 16 de outubro de 2020
OS PARLAPATÕES: EDIÇÃO ONLINE DE FESTIVAL DE PEÇAS DE UM MINUTO
Os Parlapatões fazem edição online de Festival de Peças de Um Minuto
Companhia paulistana apresenta esquetes ao vivo sobre temas atuais: numa das histórias, arqueólogos descobrem, no futuro, o extinto conceito de abraço
Gustavo Cunha
16/10/2020 - 04:21
Cena de uma das narrativas do Festival de Peças de Um Minuto, do grupo Os Parlapatões Foto: Heitor Shewchenko / Divulgação
RIO — A ideia surgiu numa mesa de bar e logo transbordou dos copos de cerveja, esparramando-se. Criado em 2008 sem grandes pretensões formais , o Festival de Peças de Um Minuto chega à quinta edição como uma marca sólida do grupo paulistano Os Parlapatões.
Embora a noção brincalhona de “jogo” — a rigor, de desafio — seja o principal motor do projeto que já ganhou forma em Portugal e no Uruguai, há uma consistente elaboração estética por trás das séries de tramas velozes, cada uma delas com duração de apenas 60 segundos.
TEATRO ONLINE: OS DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
'Diários do abismo'
Foto: Fernando Young / Divulgação
No monólogo com dramaturgia de Pedro Brício, a atriz Maria Padilha recompõe a trajetória da escritora mineira Maura Lopes Cançado, que ao longo da vida foi vítima de sessões de eletrochoque em instituições psiquiátricas.
'Contrações'
Foto: Guto Muniz / Divulgação
A montagem dirigida por Grace Passô — com Débora Falabella e Yara de Novaes no elenco — ganha uma criativa adaptação online. A história escrita pelo inglês Mike Bartlet acompanha uma mulher que se submete a cláusulas invasivas, apresentadas pela gerente da empresa onde trabalha, para manter o próprio emprego.
Há mais de três anos em cartaz, a peça com texto de Claudia Mauro, que também divide a cena com o ator Édio Nunes, acompanha as lembranças de uma solitária professora e um bem-humorado faxineiro, que desenvolveram uma amizade ao longo de cinco décadas.
'Parece loucura mas há método'
Foto: Reprodução
O espetáculo da Armazém Companhia de Teatro transforma o espaço da videoconferência num irreverente campo de batalhas. Nove personalidades shakespearianas se enfrentam numa arena de ideias: cabe ao público decidir quem vencerá os duelos.
'O pior de mim'
Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Sob direção de Rodrigo Portella (dos premiados "Tom na fazenda" e "As crianças"), Maitê Proença traz à tona momentos e características pessoais que ela sempre manteve discretos, num ensaio sobre as fragilidades a que todos estão submetidos. O espetáculo é transmitido do Teatro Petra Gold.
'A arte de encarar o medo'
Foto: André Stefano/Divulgação
Espetáculo com a temporada mais longeva deste período de isolamento social, a criação do grupo Os Satyros tem como pano de fundo um futuro distópico, quando pessoas tentam reconstruir histórias de uma vida anterior à pandemia.
'A lista'
Foto: Ricardo Brajterman / Divulgação
As atrizes Lilia Cabral e Giulia Bertolli, filha da primeira, estrelam a peça com direção de Guilherme Piva. Na história transcorrida durante a pandemia, uma senhora solitária recebe a ajuda da jovem vizinha, que passa a fazer as compras no mercado para ela. O espetáculo é transmitido do Teatro Petra Gold, no Leblon.
'Novos normais: sobre sexo e outros desejos pandêmicos'
Foto: André Stefano / Divulgação
O espetáculo do grupo Os Satyros enquadra 20 atores na tela para abordar os desafios do mundo atual durante a pandemia, em especial no que tange a sentimentos represados e carências de afeto e contato físico.
Com transmissões ao vivo no sábado e no domingo, às 20h, o evento exibe 32 encenações curtas, com dramaturgias escritas por 25 autores brasileiros selecionados por meio de um concurso. Nomes conhecidos da cena contemporânea nacional, como Jô Bilac e Aline Bei, também assinam textos inéditos especialmente produzidos para a ocasião, e que ganham a direção de Barbara Paz, Mauro Batista Vedia, Nelson Baskerville e Pedro Granato.
Apresentados remotamente por 12 atores — alguns, no palco do Teatro Porto Seguro, em São Paulo; outros, em suas próprias casas —, os esquetes abarcam temas abrangentes, quase sempre relacionados com a pandemia de Covid-19. Uma das peças, por exemplo, acompanha uma dupla de arqueólogos que descobre, num futuro distante, por meio de uma foto, o conceito de abraço, algo extinto entre humanos.
As atrizes Angela Figueiredo e Helena Cerello, do grupo Os Parlapatões, em cena do Festival de Peças de Um Minuto Foto: Heitor Shewchenko / Divulgação
O humor e a ironia fina, traços frequentes nas obras da companhia, estão sempre sublinhados nas histórias, apesar de narrativas dramáticas, além de performances de caráter corporal, também se fazerem presentes no roteiro.
— Tecemos uma colcha de retalhos, e a beleza disso está no contraste entre as diferenças — define Camila Turim, atriz e diretora artística do evento. — De certa forma, todas as nossas neuroses que afloraram durante o confinamento estão refletidas nas dramaturgias. São textos que tratam, direta e indiretamente, de questões bem atuais
Serviço: Sáb e dom, às 20h. R$ 20, por meio do site Tudus. 60 minutos. 14 anos. Únicas apresentações.
O Globo quinta, 15 de outubro de 2020
SOPHIA ABRAHÃO SE ISOLA ANTES DE GRAVAR BEIJO EM SALVE-SE QUEM PUDER
Sophia Abrahão se isola antes de gravar beijo em 'Salve-se quem puder'. Saiba quem será seu par na trama
THAYNÁ RODRIGUES
Sophia Abrahão com o visual de Júlia, personagem de 'Salve-se quem puder' (Foto: Reprodução/Instagram)
Sophia Abrahão e Bruno Ferrari, de “Salve-se quem puder”, se isolaram num hotel antes das gravações das cenas de beijo de seus personagens, Júlia e Rafael. Eles viverão um romance na segunda temporada da trama. Os atores ficaram quase duas semanas longe de casa.
Além de Sophia, o elenco ganhará o reforço de Rodrigo Simas. Ele viverá o mexicano Alejandro e disputará o amor de Juliana Paiva (Luna) com Felipe Simas, seu irmão na vida real.
BÁRBARA COLEN: ATRIZ DE BACURAU FARÁ SUA ESTREIA EM NOVELAS DA GLOBO
Bárbara Colen, de 'Bacurau', fará sua estreia em novelas da Globo. Saiba tudo
ANNA LUIZA SANTIAGO
Bárbara Colen (Foto: Estevam Avellar/TV Globo)
Uma das protagonistas do filme "Bacurau", Bárbara Colen estreará em novelas da Globo com um papel de destaque em "Quanto mais vida, melhor", trama das 19h de Mauro Wilson. Sua personagem, Rose, será uma ex-modelo e paixão antiga de Neném (Vladimir Brichta). Os dois viveram um romance nos tempos em que ele jogava futebol na Europa e se reencontrarão anos depois, quando ela já estiver casada com Guilherme (Mateus Solano), um cirurgião cardíaco.
Além de Solano e Brichta, estrelarão a novela Giovanna Antonelli e Valentina Herszage. No início da trama, prevista para suceder a "Salve-se quem puder", o grupo sofrerá um acidente fatal de avião. No céu, Deus anunciará que houve um engano e que todos voltarão a viver. Mas avisará também que um deles morrerá de fato em um ano, sem revelar nomes. A partir daí, cada um tentará alcançar uma determinada meta na vida.
FUTEBOL: BRASIL DE TITE CHEGA A 50 JOGOS, COM ÓTIMO APROVEITAMENTO
Brasil de Tite chega a 50 jogos com ótimo aproveitamento, mas poucos jogos contra europeus
Seleção enfrenta o Peru pela segunda rodada das Eliminatórias
Bruno Marinho
13/10/2020 - 05:30
Tite tenta segunda vitória nas Eliminatórias para a Copa de 2022 Foto: BUDA MENDES / AFP
Há 1.500 dias Tite descobre o que é treinar a seleção brasileira. Trata-se de aprendizado que nunca acaba: às cobranças usuais, somam-se novas, como a necessidade de fazer a equipe voltar a ter uma sequência de bons jogos com menos horas de trabalho presencial que o previsto, devido à pandemia da Covid-19. Aos obstáculos tradicionais, acrescenta-se um outro, o de melhorar o desempenho tendo cada vez menos chance de testá-lo contra adversários fortes da Europa.
Neste caminho de descobertas contínuo, Tite terá mais uma partida pela frente hoje, às 21h, contra o Peru, em Lima, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar. Trata-se de um jogo simbólico: será o 50º do técnico à frente do Brasil.
— Na seleção é preciso administrar o tempo porque você não está constantemente com os atletas, ela te retira um pouco do trabalho de campo e te deixa mais no campo dos estudos. E no momento em que busca o dia a dia você tem que ser muito pontual, preciso no treinamento e nas funções dos atletas. A seleção te tira o dia a dia, o cheiro do vestiário — resumiu Tite, comparando o trabalho na CBF à rotina que tinha nos clubes.
Desde o primeiro jogo, em setembro de 2016 (vitória de 3 a 0 sobre o Equador, em Quito), até o desta noite, o treinador experimentou a euforia gerada pelo ótimo começo de trabalho, a decepção com a derrota nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia e as cobranças pela queda de rendimento da equipe nos últimos jogos de 2019. Uma montanha russa emocional sustentada pelo ótimo aproveitamento de pontos: 78,2%. Desde 1980, apenas dois treinadores que fizeram 30 jogos ou mais à frente da seleção tiveram rendimento superior: Telê Santana, de 1980 a 1982, com 80% de aproveitamento, e Zagallo, que de 1994 a 1998 somou 79,6% dos pontos possíveis.
Números de Tite na seleção Foto: Arte
O que difere o trabalho de Tite dos antecessores é a dificuldade que o treinador enfrenta para medir até que ponto os resultados são um reflexo do patamar de sua equipe ou do (baixo) nível dos adversários. Nunca antes na história desse país o técnico da seleção jogou tão pouco contra adversários europeus, desde 2006 hegemônicos nos Mundiais.
Vítima do distanciamento europeu, um reflexo do calendário da Uefa, que isolou suas federações do restante do mundo, a seleção de Tite tem apenas 18% dos jogos contra selecionados do Velho Continente. Para se ter uma ideia, o Brasil de Telê fez 51% dos jogos contra europeus no ciclo que culminou na derrota para a Itália no Mundial da Espanha. Já a equipe de Zagallo, até perder a decisão de 1998 para a França, teve 37% das partidas com equipes da Europa como adversárias.
Os cinco jogos contra a Argentina e as duas partidas contra o Uruguai são responsáveis pela maioria esmagadora dos nove confrontos que o Brasil de Tite disputou contra seleções que já venceram o Mundial, outro termômetro importante para medir o nível de jogo da seleção pentacampeã. Foram apenas dois jogos contra europeus que contam com ao menos uma estrela bordada no alto do escudo: empate em 0 a 0 com a Inglaterra, no fim de 2017, e vitória de 1 a 0 sobre a Alemanha, no começo de 2018.
Neste sentido, o jogo desta noite em Lima vale muito mais do que o passado, na Neo Química Arena. O Peru é reconhecidamente mais forte do que a Bolívia e os próprios resultados da seleção mostram isso: além de finalistas na Copa América de 2019, os peruanos venceram o Brasil em um amistoso disputado em setembro do ano passado.
— Teremos um adversário importante, com um grau de dificuldade técnica e física superior ao que enfrentamos. Temos que ter essa capacidade de contextualizar. Não estou pensando muito nos 50 jogos, penso numa ideia de futebol e que a equipe jogue muito. Que tenha a consciência que tem que criar e fazer gol, ser dura e dificultar ao máximo o adversário, se possível não tomar gol — enumerou Tite.
Para a partida, o treinador deve manter a escalação que iniciou o duelo com os bolivianos. A única dúvida fica por conta da entrada ou não de Richarlison no lugar de Everton, mais aberto pela direita. Na última coletiva antes do duelo, o técnico preferiu fazer mistério quanto ao escolhido:
— Não quero municiar o Gareca (Ricardo Gareca, técnico do Peru).
Uma mudança está certa e será na hierarquia em campo: a faixa de capitão, que foi de Casemiro na estreia nas Eliminatórias, será de Thiago Silva contra o Peru. Pelo visto, o treinador está disposto a trazer de volta o rodízio da braçadeira, algo que implementou na Copa em 2018 e que gerou questionamentos externos quanto à importância das trocas.
Por causa da Covid-19, o Peru não terá os atacantes Alex Valera e Raúl Ruidiaz.
O Globo segunda, 12 de outubro de 2020
RISOTO VEGANO: CHEF COMPARTILHA RECEITA COM MAÇÃ E NOZES
Risoto vegano: chef compartilha receita com maçã e nozes
Veja esta e outras opções de pratos sem proteína animal
O Globo
14/09/2020 - 04:30 / Atualizado em 12/10/2020 - 09:03
Segunda sem Carne: Risoto de maçã e brie, de Angela Barreto Foto: Divulgação
Fã de cozinhar desde criança, a chef paulista Angela Barreto trocou a moda (trabalhou numa confecção por quase 20 anos) pela gastronomia. E lá se vai quase uma década dedicada às panelas... Entre suas especialidades, está o risoto de maçã com nozes, cuja receita ela compartilha abaixo. Confira.
OUTRAS RECEITAS VEGETARIANAS
Ceviche vegano de caju
Foto: Divulgação/Filico
Prato é destaque no cardápio da cevicheria em Ipanema. Veja receita
Moqueca de banana-da-terra
Foto: Ricardo Dorcari
Aberto em meio à pandemia, na Barra, o Nattu Organic & Natural Food aposta em ingredientes sazonais e temperos à base de ervas. Veja receita
Rolinho vietnamita
Foto: Divulgação/Camila Campelo
Super colorido, item típico da culinária do Sudeste asiático é destaque entre as criações de Marcos Freitas em seu restaurante no Jardim Botânico. Veja receita
Pad thai vegetariano com tofu defumado
Foto: Divulgação
Prato típico da culinária tailandesa é destaque no Càm O´n Thai Food. Veja receita
Quiche de mozzarella de búfala com tomatinhos
Foto: Divulgação/Fernando Frazão
Fácil e prática, opção é destaque no cardápio da da MP Tortas Boutique. Veja receita
Linguine trufado com cogumelos
Foto: Divulgação
Opção é destaque no cardápio da Tragga, casa de cortes nobres no Humaitá. Veja receita
Baião de dois vegetariano
Foto: Divulgação/Bruno de Lima
Prato é destaque no cardápio do Caju Gastrobar, em Copacabana
Feijoada vegana com tofu
Foto: Divulgação/Alexander Landau
O prato foi criado pela chef Nathalie Passos, do Naturalie Bistrô
Escondidinho de aipim com mix de cogumelos e arroz cateto
Foto: Divulgação/Danielle Leite
Prato é uma das apostas do Bustamante Bistrô, que abriu em Ipanema no fim de 2019. Receita
Tortellini de banana com espuma de aspargos
Foto: Divulgação
Confira dicas de chef da Le Condon Bleu. Veja receita
Claude Troisgros ensina seu crepe de agrião com gorgonzola
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Prato é destaque no novo menu do Chez Claude, que faz dois anos: 'criei a receita para meu primeiro restaurante no Rio nos anos 1980', conta o chef. Veja receita
Chef do Teva ensina abobrinha ao pesto com farofa de panko
Foto: Divulgação/Paulo Lima
Daniel Biron mudou todo o cardápio do bar vegetal, em Ipanema: 'acrescentei este molho versátil e saboroso, ainda pouco conhecido por aqui'. Veja receita
Aprenda a fazer a moqueca de banana-da-terra servida na Cave Nacional
Foto: Divulgação
Chef Luciano da Silva ensina a receita do prato vegano, que leva 10 minutos para ficar pronto. Veja receita
Aprenda a fazer um ceviche vegano de mamão verde
Foto: Fabianni Ciraudo / Divulgação
Passo a passo mostra versatilidade do ingrediente que é pouco usado. Veja receita
Chef italiano ensina gnocchi alla sorrentina
Foto: Divulgação
À frente de casa em Copacabana, Michele Petenzi estreia menu com técnicas tradicionais e sugere: 'molho de tomate de cozimento sempre em fogo baixo'. Veja receita
Aprenda a fazer croquete de palmito pupunha do Capim Santo
Foto: Victor Carnevale / Divulgação
Chef Morena Leite ensina o passo a passo da entrada do novo menu 'Seleção Capim Santo'. Veja receita
Saiba como fazer um hambúrguer de quinoa com macarrão de arroz
Foto: Divulgação
Com cara de lanche, prato é uma refeição nutritiva e saborosa. Veja receita
Pad thai: chef ensina receita vegetariana de tradicional macarrão tailandês
Foto: Divulgação/Souza
David Zisman dá o passo a passo do prato que leva pasta de chili Sriracha (pimenta coreana) e fica pronto em 15 minutos. Veja receita
Risoto de maçã e brie
Angela Barreto
Ingredientes
320g de arroz arbóreo
1 litro de caldo de legumes (caseiro)
1 cebola pequena bem picada
1 dente de alho bem picado
100ml de vinho branco
2 colheres (sopa) de azeite
50g de nozes picadas
Suco de 1/2 limão
1 xícara de água fervente
2 maçãs pequenas (Fuji) em cubos pequenos
Sal a gosto
Salsinha a gosto (opcional)
Preparo
Coloque o suco de limão nas maçãs e reserve. Aqueça a panela e coloque o azeite. Refogue a cebola e o alho, acrescente o vinho e o arroz. Doure o arroz por dois minutos mexendo sempre. Adicione o caldo mexendo bem de meia em meia xícara, até que o arroz fique tenro (varia entre dez e 15 minutos para dar cremosidade). Coloque a maçã na água fervente por dois minutos. Adicione ao arroz, misture. Junte as nozes picadas.. Acerte o sal se preciso. Adicione a salsinha. Sirva quente.
O Globo domingo, 11 de outubro de 2020
CHITÃOZINHO E XORORÓ: COMO EVIDÊNCIAS VIRO HIT QUE ATRAVESSA GERAÇÕES
Como 'Evidências', clássico de Chitãozinho e Xororó, virou um hit que atravessa gerações
Gravação completa 30 anos com a popularidade intacta graças ao romantismo arrebatador e ao sucesso nos karaokês
Chico Regueira, especial para O GLOBO
11/10/2020 - 04:30 / Atualizado em 11/10/2020 - 08:34
Chitãozinho e Xororó durante show: há 30 anos, 'Evidências' está no repertório da dupla Foto: Euardo Orelha / Divulgação / Euardo Orelha
RIO — O Brasil é um país bem servido de clássicos musicais. Mas poucos unem tanta gente de tão diferentes gostos, credos e classes sociais quanto “Evidências”. Gravada há exatos 30 anos por Chitãozinho e Xororó, ela atravessou gerações com tanta força que ainda brilha entre as mais tocadas do país. Foi a nona mais executada em shows no ano passado, segundo dados do Ecad. Nos últimos cinco anos, também apareceu na oitava posição em rádios, festas e casas com música ao vivo. E, quando o Brasil se fechou por causa da pandemia, ela ressurgiu nas janelas. Em março, fãs usaram as redes sociais para propor que, em casa, todos cantassem juntos “Evidências”, para espantar o medo e a tristeza causados pela Covid-19. Nada mais justo com a música que virou clássico absoluto dos karaokês.
desejo, eu te quero mais que tudo, eu preciso do seu beijo” mobilizam cantores amadores aos berros em qualquer lugar do país. E popularidade em karaokê é um termômetro e tanto de sucesso.
As evidências são muitas, mas não é tão simples cravar por que essa canção composta por Paulo Sérgio Valle e José Augusto virou um hit tão perene. A letra é romântica e confessional, sob medida para o brasileiro que ama uma sofrência muito antes de a palavra aparecer e virar moda. Mas também é enorme e cheia de fases. A melodia é simples, só que nem tanto (leia o que diz Francisco Bosco, abaixo). A primeira pista para entender o arrebatamento pode vir da própria dupla de cantores, que pinçou a faixa entre muitas para o disco “Cowboy do asfalto”.
Era outubro de 1990. Chitãozinho e Xororó estavam estourados no Brasil e entraram em estúdio para gravar seu 14º álbum — que naquela época já saiu da fábrica com vendas superiores a 1 milhão de cópias. Xororó lembra bem da primeira audição:
— Quando se grava uma música como essa, não tem como esquecer (risos). Lembro que estávamos buscando algo com uma pegada mais pop, em que pudéssemos colocar uma roupagem moderna, para que as pessoas ouvissem no rádio. Ela estava em uma fita cassete com dez composições. Estávamos indo de Campinas para São Paulo e colocamos no carro para ouvir. Quando chegamos em “Evidências” ficamos emocionados na hora! Estávamos escolhendo o repertório e decidimos que ela estaria presente.
E olha que ela era, digamos, fora dos padrões a que os irmãos estavam habituados:
— Não era exatamente uma letra fácil, com refrão chiclete, mas sentimos uma energia diferente.
Antes da gravação que a catapultou, “Evidências” passou batida num disco do cantor Leonardo Sullivan, de 1989, ano em que foi composta por Valle e José Augusto. Este último, aliás, era um dos cantores mais populares do país na época, mas não lançou a canção.
— Não gravei “Evidências” porque eu tinha acabado de fechar o meu disco, “Aguenta coração”, que já estava em fase de prensagem na fábrica — diz José Augusto. — É uma melodia simples, mas construída com harmonias bastante sofisticadas e vestida com uma letra também simples, mas repleta de poesia. Confesso que, se eu soubesse o que fez de “Evidências” essa enormidade de canção, eu faria duas ou três por dia. Acho que nem eu nem o Paulo vamos saber explicar.
Paulo Sérgio Valle: música passa pelas três fases do amor Foto: Fotos de divulgação/Paulo Sérgio Valle
Letrista versátil, de sucessos que vão da bossa nova (“Samba de verão”) ao pagode (“Essa tal liberdade”), Paulo Sérgio Valle acredita que o segredo de “Evidências” pode estar na sua universalidade:
— É um troço meio mágico, mas nós conseguimos fazer uma música que foi exatamente ao encontro do que as pessoas esperavam para se expressar. É um sentimento de medo de perder o amor e ao mesmo tempo ter necessidade de afirmá-lo. Ela passa pelas três fases do amor: a conquista, uma quase perda e uma recuperação. Talvez por isso essa música tenha feito tanto sucesso. Mas quando fizemos não imaginávamos que teria essa grandeza.
Xororó, que tem como verso preferido “não posso imaginar o que vai ser de mim se eu te perder um dia”, concorda:
— A letra é muito simbólica, atemporal, e tem emoção em cada momento. Além disso, quando cantamos, colocamos muito sentimento, e isso também influencia. O público recebe na mesma intensidade.
“Evidências” foi gravada por vários cantores brasileiros e ainda tem diversas versões internacionais. A canção não apenas ficou marcada no imaginário popular como também teve papel fundamental na consolidação do gênero sertanejo como uma das preferências urbanas do país, acredita Chitãozinho:
— A música sertaneja enfrentou diversos desafios até chegar ao cenário atual. Foi alvo de muito preconceito, não recebia o devido valor. Hoje vemos que “Evidências” é um capítulo muito importante dessa história de consolidação e popularização. Abriu espaços para artistas e conquistou lugares antes inimagináveis.
Pop, sertaneja, universal. Ao cantar o amor de uma forma que todo mundo entende e sente, “Evidências” marca um país que às vezes parece ter desaprendido como cantar junto, mas segue com gosto profundo pelas canções românticas.
EVIDÊNCIAS, COM CHITÃOZINHO E XORORÓ
O Globo sábado, 10 de outubro de 2020
DIA DA CRIANÇA: A INVENÇÃO
Anúncios do Dia da Criança trazem de bicicleta a salão de beleza e previdência
Criada pelo presidente Arthur Bernardes, data popularizou-se após campanha de fábrica de brinquedos nos anos 50. O GLOBO já noticiava a ‘Semana da Criança’, em 1944
O dia é da garotada, mas a data é antiga. O “Dia de Festa da Criança”, comemorado no país a partir de 12 de outubro de 1925, foi proposto pelo deputado federal Galdino do Valle Filho e instituído pelo decreto 4.867, de 5 de novembro de 1924, pelo então presidente Arthur Bernardes, quando a capital ainda era o Rio de Janeiro, o país se chamava Estados Unidos do Brasil e a República era a do café com leite. No Brasil, a data coincide com o feriado em homenagem à padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida, o que é um prato cheio para as programações especiais para a criançada e mais uma motivo para o incentivo ao consumo. Nas páginas do GLOBO, além das tradicionais bicicletas e bonecas, há anúncios de campeonato de videogame, “Branca de Neve, o musical”, "A discoteca do Chacrinha" e até plano de previdência privada da Capemi e salão de beleza, com um pedido: “Mamãe, no dia da criança eu quero ficar produzidíssima”.
Em seu livro "A origem de datas e festas", Marcelo Duarte afirma que a popularização da data aconteceu a partir de 1955, quando um diretor da fábrica de brinquedos Estrela lançou em outubro a "Semana do bebê robusto", que tinha como carro-chefe bonecos gorduchos de plástico. A partir de então, outras empresas passaram a usar a ocasião para vender seus produtos. Entretanto, O GLOBO já registrava, em 14 de outubro de 1944, as comemorações da “Semana da Criança” em Niterói. A reportagem diz que "a comissão estadual organizadora das festividades visitou, ontem, vários estabelecimentos e institutos que abrigam menores desvalidos”, onde foram realizados “jogos esportivos e outras diversões, e às crianças nelas internadas, foram distribuídos livros e brinquedos”.
Empresas de diferentes setores, não só de brinquedos ou doces, também aproveitavam a data para alavancar as vendas. Em 12 de outubro de 1978, por exemplo, a Capemi anunciava planos de previdência privada com o texto “Essas outras crianças”, psicografado pelo médium Chico Xavier, que atribui a autoria a Emmanuel, o espírito que, segundo ele, foi quem escreveu boa parte de suas obras. Em 1967, ano em que começou a ser exibida pela TV Globo, “A discoteca do Chacrinha” também anunciava uma programação especial para o Dia da Criança. O programa prometia “farta distribuição de balas e doces”, além de surpresas, brincadeiras, premiações de 500 mil cruzeiros e o troféu “poste de ouro” para o cachorro que fizesse os mais bonitos malabarismos.
Em 1978, as bicicletas Caloi brilhavam nos anúncios. No mesmo ano, o Instituto Guanabara, da área de educação, criticava a violência de alguns seriados americanos de sucesso, enquanto o Sesi, no ano seguinte, anunciava seus serviços nos campos da saúde, da educação e do lazer, que ajudavam “na formação da personalidade de muitos brasileiros de amanhã”. Em 1987, um cabeleireiro de Copacabana resolveu apostar na vaidade e publicou um anúncio que exibia fotos de meninas usando os cortes da moda com a frase: “Mamãe, no dia da criança eu quero ficar produzidíssima”. O texto complementava: "Satisfaça também a vaidade do seu filho ou filha. Leve-os ao Mattos Cabeleireiro".
Os jogos eletrônicos já dividiam espaço nos anúncios com as bonecas em 1991, e uma programação especial para as crianças, com direito a campeonato de videogames, era anunciada em 1995 pelo Barra Square Shopping Center, enquanto presentes tradicionais, como as bicicletas e os velocípedes, agora chamados de triciclos, podiam ser vistos em 1999. Aproveitando-se do feriado, em 2004, uma agência de viagens oferecia pacotes para a Praia da Ferradura, em Búzios, com gratuitadade para crianças de até 10 anos, enquanto em 2010, “Branca de Neve, o musical”, era apresentado no Dia da Criança no Canecão, em Botafogo.
Programações especiais também provocavam grande movimentação de pais e crianças, como em 1982, quando o Jardim Zoológico do Rio, na Quinta da Boa Vista, teve entrada gratuita e recebeu 20 mil visitantes. Mas foi no Dia da Criança de 1993 que a confusão tomou conta do lugar, quando 55 mil pessoas foram até lá para ver, entre outros animais, a então maior estrela do Zoo, o Macaco Tião, batendo recorde de público.
— Vim de Vaz Lobo especialmente para trazer minha filha, Isabel Cristina, de 7 anos, e ela ficaria muito frustrada se tivesse de voltar para casa sem conhecer os bichos e, principalmente, o Macaco Tião. E, afinal, essa é a forma de lazer mais barata para o povo — disse Maria Teixeira à reportagem do GLOBO, depois de enfrentar uma hora de fila na porta do Zoo, que não receberá o público neste ano, após a Justiça suspender, em 6 de outubro, a liminar que concedeu a gestão do Zoológico ao Grupo Cataratas. Em janeiro, o local já havia sido fechado pelo Ibama, devido às condições precárias em que os animais eram mantidos, tendo sido reaberto em março.
A data também já serviu para mostrar o espírito de solidariedade do carioca. Em 1993, enquanto milhares se aglomeravam na Quinta da Boa Vista, 112 meninos de rua participavam de um café da manhã promovido pela maratonista Maria Mendes Monteiro, em parceria com comerciantes da Rua Siqueira Campos, em Copacabana. O evento acontecia menos de três meses após a Chacina da Candelária, ocorrida em 23 de julho, quando policiais mataram oito moradores de rua, entre eles seis crianças, que dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio.
Em outros países, a comemoração do Dia da Criança pode ter um fim declaradamente comercial, como na Argentina, em que é celebrado no terceiro domingo de agosto e surgiu a partir dos interesses da Câmara da Indústria do Brinquedo, ou para chamar a atenção para os cuidados com os jovens, como fez a Organização das Nações Unidas (ONU), que adotou o dia 20 de novembro como o Dia Universal da Criança. Foi nesta data, em 1959, que a Convenção sobre os Direitos das Crianças foi aprovada em assembleia geral e, no ano seguinte, oficializada como lei internacional. O documento é semelhante à Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas adaptado às necessidades dos pequenos, prevendo direitos à alimentação, moradia, assistência médica, educação, lazer e prioridade no socorro em casos de catástrofes, por exemplo.
com edição de Matilde Silveira
Lojas Brasileiras. No anúncio, o apelo: "Eu quero brinquedos a valer e uma porção de doces. A nossa LOBRÁS tem tudo o que eu quero!" Empresa, que chegou a atuar em 19 estados, fechou em 1999 10/10/1967 / Agência O Globo
O Globo sexta, 09 de outubro de 2020
JACKSON DO PANDEIRO É TEMA DE NOVO MUSICAL DA BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS
Jackson do Pandeiro é tema de novo musical da Barca dos Corações Partidos
Companhia carioca celebra trajetória do multi-instrumentista paraibano em espetáculo inédito transmitido ao vivo
Gustavo Cunha
09/10/2020 - 04:36
Cena do musical "Jacksons do Pandeiro", da Cia Barca dos Corações Partidos Foto: Renato Mangolin / Divulgação
RIO — A maneira plural com que Jackson do Pandeiro (1919-1982) lidava com a música está logo no título do novo espetáculo idealizado pela Barca dos Corações Partidos. Com transmissão ao vivo e gratuita neste sábado (10/10), às 20h — por meio do YouTube e do Canal Bis —, “Jacksons do Pandeiro” se debruça sobre a extensa e diversificada obra deixada pelo multi-instrumentista paraibano para promover uma exaltação colorida ao Rei do Ritmo, como era conhecido.
Das mais de 400 músicas compostas pelo artista, entre sambas, baiões, cocos, forrós e frevos, 55 ganham versões inéditas pelas mãos e vozes do grupo consagrado por montagens premiadas, como “Auê”, “Suassuna — O auto do Reino do Sol” e a mais recente “Macunaíma, uma rapsódia musical”.
Com direção de Duda Maia (de “Elza”) — e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos —, a peça escrita por Braulio Tavares e Eduardo Rios foge à estrutura tradicional do gênero biográfico. O que se vê é uma trupe animada que entrelaça causos pessoais do próprio elenco com histórias de Jackson, além de pérolas da música popular brasileira como “Sebastiana”, “O canto da Ema”, e “Chiclete com banana”.
A narrativa, que, em abril, teve a estreia presencial suspensa em São Paulo devido à pandemia do novo coronavírus só deve subir a um teatro (com público) ano que vem.
— Muita gente compara Jackson com Garrincha. Ele era o cara do drible na música: brincava com os tempos musicais, trafegava por todos os ritmos... — ressalta Duda Maia. — É alguém que mudou o olhar sobre a música.