RIO — A maneira plural com que Jackson do Pandeiro (1919-1982) lidava com a música está logo no título do novo espetáculo idealizado pela Barca dos Corações Partidos. Com transmissão ao vivo e gratuita neste sábado (10/10), às 20h — por meio do YouTube e do Canal Bis —, “Jacksons do Pandeiro” se debruça sobre a extensa e diversificada obra deixada pelo multi-instrumentista paraibano para promover uma exaltação colorida ao Rei do Ritmo, como era conhecido.
Das mais de 400 músicas compostas pelo artista, entre sambas, baiões, cocos, forrós e frevos, 55 ganham versões inéditas pelas mãos e vozes do grupo consagrado por montagens premiadas, como “Auê”, “Suassuna — O auto do Reino do Sol” e a mais recente “Macunaíma, uma rapsódia musical”.
Com direção de Duda Maia (de “Elza”) — e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos —, a peça escrita por Braulio Tavares e Eduardo Rios foge à estrutura tradicional do gênero biográfico. O que se vê é uma trupe animada que entrelaça causos pessoais do próprio elenco com histórias de Jackson, além de pérolas da música popular brasileira como “Sebastiana”, “O canto da Ema”, e “Chiclete com banana”.
A narrativa, que, em abril, teve a estreia presencial suspensa em São Paulo devido à pandemia do novo coronavírus só deve subir a um teatro (com público) ano que vem.
— Muita gente compara Jackson com Garrincha. Ele era o cara do drible na música: brincava com os tempos musicais, trafegava por todos os ritmos... — ressalta Duda Maia. — É alguém que mudou o olhar sobre a música.