Vivo Rio reabre neste sábado (17/10) com show de Maria Rita, depois de sete meses fechado devido à pandemia do novo coronavírus. Para se adaptar às regras sanitárias, a casa de espetáculos diminuiu sua capacidade de 2000 para 660 lugares, com venda de ingressos exclusivamente on-line e mesas apenas para pessoas do mesmo grupo, em compra única. Na entrada, cada espectador vai passar por medição de temperatura, e o uso de máscara é obrigatório. É o encontro da MPB com o “novo normal”.
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— Nesse período, fiz só dois shows em São Paulo, ambos em drive-in. Mas palco assim, com casa fechada, formação de público diferente, ainda não. Estou com frio na barriga. Só aceitei porque o Vivo Rio me garantiu uma série de cuidados — afirma Maria Rita.
Tomando todas as precauções necessárias, a cantora começa a retomar sua agenda, apesar de seguir em período de isolamento social.
— Falando como empresária, tenho que tomar decisões muito difíceis, como negar dois shows fora do eixo Rio-SP. Não é só pela minha equipe, mas também por minha saúde mental e financeira. Minha vida não está resolvida. Tenho planos, sonhos e inquietações, e responsabilidade para com meu público e meus colegas, de sinalizar para o mercado que não acabou, que estamos nos movimentando, que temos como viver — avalia.
— É necessário cantar uma mensagem como essa, manter o nome do Aldir rolando na boca da molecada, meu público é muito mais novo do que a galera imagina. A gente se encontra num momento onde essa música se torna relevante mais uma vez. Seguimos vivendo como nossos pais, né? Fomos para frente, mas não fomos, na verdade. É quase uma catarse — compara.
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A artista lamenta a morte recente de Moraes Moreira, seu ex-sogro, e de Aldir, em abril e maio deste ano, respectivamente.
— Eu tenho 40, imagina para alguém com mais de 70 anos ouvir as barbaridades que estamos escutando. Era difícil para o Moraes, uma pessoa muito consciente politicamente, devia ser angustiante. A arte tem um papel muito fundamental, a palavra tem poder.
Em casa desde março com sua caçula, Alice, de sete anos, Maria Rita conta que sofreu um baque no início da quarentena:
— Num primeiro momento, eu travei, “buguei”, como diria meu filho mais velho, que mora em São Paulo. Foi meu primeiro Dia das Mães sem ele, mas ele entendeu esse momento, me dá muito orgulho. Depois de um tempo, vi que não podia pirar. Foquei na minha filha. Monto lego, vejo o mesmo filme 18 vezes seguidas, ajudo na escola. Quando ela está com o pai, eu bordo, escuto música. Retomei esse prazer de ouvir música sem o ouvido de produtora.