O desenho do jogo parecia favorável. Mas a chama do Botafogo se apagou por poucos instantes. Diante de um Vasco com atacantes cirúrgicos, não houve perdão. Na perspectiva do time de Paulo Autuori, o placar de 3 a 2 no animado clássico no Nilton Santos foi mais uma punição pelos erros cometidos. Ao Vasco de Ramon, um prêmio pela eficiência que leva o time ao quarto lugar no Brasileirão.
O Botafogo começou em desvantagem por causa da falha de Marcelo Benevenuto no primeiro tempo que se tornou um presente para Ribamar. Não só por essa bobeira, mas Autuori estava tão insatisfeito com o cenário na etapa inicial que sacou, aos 41 minutos e de uma vez só, Caio Alexandre e Honda.
No segundo tempo, Autuori foi além: abdicou do esquema com três zagueiros e tirou Benevenuto para colocar Kalou. Recém-formado em administração na França, o marfinense começou a dar aula sobre como usar bem o espaço na ponta esquerda.
Antes da viagem rápida à Europa, Kalou deixou ensaiada uma dancinha com Matheus Babi. O atacante fez valer o "esforço" com o astro estrangeiro ao acertar um belo chute de fora da área.
O empate premiou o domínio do Botafogo no segundo tempo, só que o time apagou. Foram dois minutos de colapso - entre os 25 e 26 da etapa final. O descompasso foi crucial, e o Vasco aproveitou. Primeiro, Cano cabeceou e, só para não perder o costume, arrematou de primeira o rebote dado por Cavalieri. Logo em seguida, Ygor Catatau acertou um belo tapa na bola, que morreu no canto.
O Botafogo estava nas cordas, mas ainda conseguiu se reerguer para um abafa no fim. Babi diminuiu o placar e esteve muito perto de empatar. Fernando Miguel apareceu de forma espetacular para fazer a defesa mais marcante do clássico, que terminou com sorrisos e abraços no lado do Vasco e mais frustração por parte do Botafogo. De qualquer forma, o reencontro está marcado.