No Nordeste, em que 40% da população solicitou a assistência de R$ 600 mensais, houve o maior aumento relativo da aprovação bolsonarista no corte por regiões. Os entrevistados que consideram a administração boa ou ótima passaram de 17% em agosto de 2019 para 33% atualmente.
Rejeição em queda
A recuperação já havia sido identificada na pesquisa mais recente, em junho, quando 27% dos nordestinos ouvidos pelo Datafolha avaliaram Bolsonaro positivamente. Alteração ainda mais significante ocorreu na rejeição regional do presidente. Há um ano, 52% dos entrevistados locais o consideravam ruim ou péssimo. O índice foi mantido em junho, mas, após os últimos dois meses, caiu para 35%.
Entre os mais pobres, com renda familiar de até dois salários mínimos, o processo foi semelhante. Em agosto de 2019, 22% dos entrevistados nessa situação aprovavam Bolsonaro. Este mês, eles representaram 35% daqueles que estão nessa situação — uma alta em relação a junho, quando o índice foi de 29%. A avaliação negativa caiu: de 43% em agosto passado, chegou a 43% em junho deste ano e agora atingiu o patamar de 31%. Na amostra de desempregados, o movimento se repetiu. O índice positivo dobrou em um ano, de 18% para 36%, e a rejeição caiu de 48% para 34%.
Embora o relatório da pesquisa Datafolha não relacione diretamente o novo panorama com o auxílio do governo, o instituto sugere que essa ligação pode ter existido. Os dados apontaram, por exemplo, que dos entrevistados cujo pedido de ajuda financeira foi aprovado e pago, 42% consideram a gestão bolsonarista boa ou ótima. Entre aqueles que não recorreram ao benefício, 36% compartilham dessa opinião.
Após ter conseguido reverter em dez pontos percentuais a desaprovação registrada em junho, quando 43% dos entrevistados consideraram o governo ruim ou péssimo, Bolsonaro ainda está atrás de antecessores em relação à rejeição deles nesta fase do primeiro mandato. Em 2000, Fernando Henrique (PSDB) registrou índice de 25%; Lula (PT), em 2004, marcou 17% e Dilma Roussef (PT), 7%. Michel Temer (MDB), aliado recente de Bolsonaro, é único ex-presidente cuja reprovação foi maior do que a de Bolsonaro após cerca de um ano e oito meses no poder: em janeiro de 2018, esse número chegou a 70% para o emedebista.
Entrega de escola
Bolsonaro e um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), participaram ontem ao lado do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, da inauguração de uma escola cívico-militar no bairro do Rocha, na Zona Norte. O evento ocorreu no último dia permitido pela Justiça Eleitoral para que candidatos participassem de inaugurações de obras públicas.
Candidato à reeleição, Crivella busca o apoio de Bolsonaro e conseguiu atrair para seu partido, o Republicanos, tanto Carlos, candidato a novo mandato na Câmara Municipal, quanto o senador Flávio Bolsonaro, que não compareceu ao evento. (Colaborou Bernardo Mello)