Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 14 de julho de 2020

CANTORES LATINOS COMPÕEM INSPIRADOS PELA PANDEMIA DE COVID-19

 

Da Argentina ao México, cantores latinos compõem inspirados pela pandemia de Covid-19

Grupo de Diários da América (GDA) seleciona canções feitas durante a quarentena; Adriana Calcanhotto é a indicada do Brasil
 
Anna Carina Copello, Carlos Rivera, Adriana Calcanhotto e Jorge Drexler Foto: Divulgação e Leo Aversa
Anna Carina Copello, Carlos Rivera, Adriana Calcanhotto e Jorge Drexler Foto: Divulgação e Leo Aversa
 
 

O isolamento imposto a boa parte do mundo calou fundo nos compositores da região. Dez jornais do Grupo de Diários América (GDA), do qual o GLOBO faz parte, selecionam canções de artistas de seus países feitas sob impacto do isolamento causado pela Covid-19. "O que temos", feita por Adriana Calcanhotto para o álbum ‘Só’, todo gravado no confinamento, foi a indicada do Brasil. Conheça as outras nove abaixo.

Carlos Rivera viu sua carreira decolar com a participação no reality show "La Academia". Tempos depois, foi escalado para protagonizar o musical "O rei leão" na Espanha e no México, no papel de Simba. Foi apresentador dos programas de televisão "La Voz México" e "Quién es la máscara", ambos do canal Televisa, e gravou cinco discos.

No fim de maio, lançou "Ya pasará". Ele explica: "Começamos esta canção faz dois anos, mas não havíamos terminado. Passou o tempo, e enquanto estava na quarentena me dei conta de que uma das frases mais repetimos é ‘ahora que pase' (que passe logo); aí me lembrei de que a frase estava nesta canção e corri para conclui-la. Um dos comentários no vídeo conta que os médicos colocavam esta canção para motivar os pacientes de Covid".

Colômbia. Marta Gómez, 41 anos

Formada na tradicional escola de música de Berklee, em Boston (EUA), Marta já foi indicada algumas vezes ao Grammy Latino, vencendo em 2014 a categoria de álbum infantil. Ela conta com uma discografia de 17 álbuns.Atualmente, ela vive em Barcelona, mas mantém forte vínculo com a música colombiana e com a matriz latino-americana" que se nutre de múltiplas influências de Argentina, Paraguai, Brasil e Peru.

 

Ao longo da carreira, a cantautora conseguiu atrair um grupo extenso de seguidores, mesmo sem chegar a emissoras de televisão e rádio. Seus shows são intimistas mas costumam ter casa cheia, graças ao boca a boca e às redes sociais. Agora, tem conseguido atrair milhares de pessoas com seu olhar esperançoso diante da pandemia. Na capital da Catalúnia ela criou e gravou duas canções durante a quarentena, "Emergência" e "Por hoy". Sobre esta última, ela explica: "Surgiu da nostalgia e do medo... E de pensar em quanto sinto falta dos cafés, dos ensaios e dos shows" junto com sua banda. 

Argentina. Andrés Ciro Martínez, 52 anos

Andrés Ciro ficou conhecido como vocalista da banda Los Piojos, uma das mais populares da cena roqueira argentina dos anos 90. Com o fim do grupo, em 2009, formou um novo conjunto, Ciro y Los Persas, em atividade até hoje. Agora, durante a quarentena, os Persas gravaram, cada um de sua casa, um hit antigo dos Piojos com nome bem sugestivo, "Todo pasa".

Mas o cantor de 52 anos, que toca gaita e guitarra em suas apresentações, fez uma canção nova inspirado na pandemia. Em "Moby Dick", traça um paralelo entre a luta travada pela tripulação contra a baleia, da história clássica de Herman Melville, com os esforços coletivos que a população está fazendo para superar a Covid-19. Em suas redes, Ciro avisou que a renda gerada pela reprodução da canção será destinada à Cruz Vermelha argentina.

Brasil. Adriana Calcanhotto, 54 anos

Uma das grandes compositoras do país, Adriana Calcanhotto já teve canções gravadas por nomes como Maria Bethânia, Gal Costa, Marisa Monte e Ney Matogrosso, além de lançar 15 discos autorais. Por conta da pandemia, a cantora se viu impossibilitada de voltar a Portugal, onde daria pelo terceiro ano um curso na Universidade de Coimbra. Recolhida em sua casa no Rio de Janeiro, passou a compor todos os dias. Em junho, ela lançou no Brasil seu último trabalho, "Só", com nove canções criadas e gravadas num período de 43 dias de isolamento social. Uma delas é "O que temos", com versos como "O que temos são janelas" e "Nós estamos amontoados e sós".

"Essa canção sintetiza as coisas que estão no álbum. A compus pensando nas pessoas em suas casas. Pensando nas pessoas sozinhas. Pensando nessa ideia da solidão urbana, e sobre como temos que agir. Como (o poeta) Ferreira Gullar dizia: "A vida é a gente que inventa". Então "O que temos" tem essa noção. E ela é bem imagética: Eu ouço ela e vejo um lugar como o Copan (famoso edifício em São Paulo) com pessoas empilhadas, porém sozinhas."

Uruguai. Jorge Drexler, 55 anos

Maior expoente da música uruguaia no mundo, Jorge Drexler vive na Espanha há mais de 20 anos. Vencedor do Oscar de melhor canção por ""Al otro lado del río", da trilha sonora do filme "Diários de motocicleta", o cantor e compositor tem uma carreira internacional com proposta artística que, apesar de personalíssima, bebe na raiz do folclore e da escola de violão dos principais mestres uruguaios.

 

Em março, dias antes de o Uruguai anunciar o primeiro caso positivo de coronavírus, mas com a Espanha já colapsada pela pandemia, Drexler surpreendeu com uma composição minimalista fiel a seu estilo, chamada "Codo con codo" ("cotovelo com cotovelo") e inspirada, justamente, na impossibilidade de beijar e abraçar os outros. "Enfrento essas angústias escrevendo e empunhando o violão. Tentando entender esta época em que a maneira de mostrar afeto por outra pessoa passa por não lhe dar a mão, para que o vírus não se propague", explica ele.

Peru. Anna Carina Copello, 38 anos

Cantora e compositora pop, a peruana Anna Carina participou de campanhas solidárias em diversos momentos da carreira. Com diversos discos lançados, como "Algo personal" (2002), "Espiral" (2005) e "Sola y bien acompañada" (2015), Anna venceu a categoria Melhor artista latino-americano" do Prêmio MTV EMA 2013. Em junho, ela revelou em suas redes sociais ter contraído Covid-10, apesar de ter respeitado o isolamento social. Em abril, ela lançou "Unidos", canção que tem a colaboração do rapper Jaze.

"'Unidos' é uma canção inspirada na crise sanitária mundial que estamos vivendo atualmente e nos ensinamentos que nos deixam esses tempos complicados", diz ela. "Ter contraído Covid-19 e superado a doença me deixou um grande ensinamento: que os momentos de crise são aqueles em que mais temos que manter a fé e ter a fortaleza de seguir adiante apesar da adversidade". 

Costa Rica. Tapón, 40 anos

Com mais de 25 anos de trajetória artística na Costa Rica, Tapón é um dos representantes mais fortes do gênero urbano do país. Criado em um bairro humilde da capital San José, logo demonstrou facilidade e talento para o rap, gênero com que se firmou na indústria musical local. Atualmente segue cantando, mas se destaca também como produtor.

Em maio, lançou a canção "Heroes", com clipe que celebra os profissionais de saúde e conta com a participação de personalidades do país, como apresentadores, atores e jogados de futebol. "A motivação vem do agradecimento. Sabemos que há milhares de pessoas pelo mundo, sobretudo os trabalhadores da sáude, que apesar de serem anônimos merecem toda a gratidão", explicou o artista. "Eles precisam saber que não estão sozinhos."

Chile. Andrés de León, 45 anos

Conhecido desde a infância no Chile, por ter sido ator-mirim do "Clan Infantil" do programa "Sábados Gigantes", Andrés se tornou um cantor e compositor romântico consagrado no país. Hoje, ele celebra 25 anos de carreira, uma história em que combinou seu trabalho como intérprete e autor de temas para outros artistas, além de gravar com nomes como Albert Hammond e Toni Braxton.

No fim de junho, ele lançou o clipe de "Abrazarte Otra Vez", que contou com a participação de personalidades locais como o ex-jogador de futebol Marcelo Barticciotto e a comediante Maitén Montenegro.

 

"Comecei a escrever a canção no início de maio, quando a curva de contágio estava crescendo muito rápido em Chile", conta ele. "Sinto que um dos temas mais honestos que fiz, quando canto 'Desespero, vontade de gritar, esta saudade e este confinamento se fazem eternos', que aborda o que sentimos, mas logo foca na esperança de que poderemos voltar a nos abraçar em breve, quando tudo isso passar.

Venezuela. Franco De Vita, 66 anos

O veterano compositor, multiinstrumentista e produtor musical nasceu em Caracas em 1954 e vive na Espanha há décadas. De Vita vendeu mais de 25 milhões de discos, venceu várias categorias do Grammy Latino e tem vídeos de perfomances ao vivo na lista dos mais vistos no YouTube. Um dos grandes expoentes do pop venezuelano dos anos 80, ele também é o autor de hits nas vozes de Ricky Martin e Luis Fonsi.

Em junho, ele compôs e lançou "Frágiles" para refletir sobre a pandemia. Dedicou a obra "aos que estão na linha de frente". "Nunca pensei que um abraço me faria tanta falta como agora", diz o primeiro verso da canção, referindo-se ao isolamento social imposto em todo o mundo.

El Salvador. Prueba de Sonido, "Pueblo de fe"

"Los Prueba", como carinhosamente são chamados pelo público, tem 25 anos de trajetória e um hit que alcançou sucesso internacional: "Hacer nuestro el universo". Agora, na pandemia, o vocalista Alex Oviedo e seus companheiros gravaram juntos a canção "Pueblo de fe".

 

Foram surpreendidos com a notícia de que a canção seria tocada na rádio do Vaticano. E chegaram a dar entrevista para o site da emissora. "Para mim significou muito. Estando amarrados e sem poder tocar em palcos físicos, nos esquecemos de que a música tem esse poder de transcender fronteiras, doenças, problemas. Quisemos mostrar que com um pouco de fé podemos chegar a muitos corações com uma mensagem positiva", disse Oviedo.


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