Trancada em seu apartamento no Centro de São Paulo por 50 dias (“sem descer”), Bárbara Paz produziu duas videoartes que estreiam nesta quinta-feira (23), às 20h, na programação do festival Arte como Respiro, resultado do edital emergencial do Itaú Cultural, aberto em abril, destinado a 200 projetos (em www.itaucultural.org.br).
Bárbara produziu, dirigiu e atuou nas duas obras. Na primeira, “De carne”, ela retrata o silêncio e a dor.
— Veio desse sufocamento, milhões de pessoas gritando, morrendo. E o nosso país em chamas, desgovernado — diz.
A segunda, “Breathes on solitude”, fala da volta para casa, a raiz, sua terra.
— Foi uma longa viagem de volta à essência. Há tanto tempo não retornava. E tive que me deparar comigo o tempo inteiro. Com um grande espelho 360 graus.
Para ela, o grande companheiro da pandemia são o celular e as redes sociais.
— A internet que ao mesmo tempo que te sufoca não te deixa solitária. Voltei a escrever mais. E a pintar meu diário com a lente de um celular, que hoje filma, grava e fotografa tudo.
Em paralelo, Bárbara está desenvolvendo um projeto on-line, que vai dirigir, para o Teatro em Movimento, de Belo Horizonte. Em breve, ela vai dirigir um novo longa, “Silêncio”, com roteiro de Antonia Pellegrino.
— Queremos rodar ainda na pandemia, se conseguirmos recursos. O resto é surpresa — avisa.
Ao longo do ano, o Itaú Cultural disponibilizará no ambiente digital outros trabalhos, contemplando as áreas de música, literatura, poesia, artes visuais e audiovisual.