RIO — Ao anunciar na quinta-feira uma nova etapa de flexibilização, o prefeito Marcelo Crivella permitiu a retomada das casas de espetáculos, com limitação de público, mas vetou o retorno das rodas de samba e das atividades nas quadras de escolas, dando início a uma polêmica com a turma do ziriguidum. A categoria acha que foram usados dois pesos e duas medidas e há sambistas que enxergam preconceito.
Entenda:Saiba o que pode e o que não pode no Rio com a nova fase de flexibilização
O compositor Noca da Portela, que, aos 87 anos, tem respeitado o distanciamento social por pertencer ao grupo de risco da Covid-19, não vê sentido liberar casas de espetáculos e proibir escolas de samba:
— Ou libera geral ou não libera nada. Fica parecendo preconceito contra o samba. Não vejo porque tratar diferente.
O percussionista Anderson Santos, integrante da roda de samba da Pedra do Sal, argumenta que as rodas de samba são ao ar livre:
— Estamos na rua e não em ambiente fechado. É claro que a gente tem preocupação com a pandemia, mas também precisamos sobreviver. Se liberou para um por que não fazer o mesmo com o outro?
A prefeitura informou que a previsão é que rodas de samba e atividades em quadras de escolas de samba sejam retomadas na fase 6B, ainda sem data definida. Mas não explicou o motivo de as atividades terem sido deixadas para depois.