RIO - Felizes para sempre, com a benção das ruas. A crise e a vontade de ousar estão levando casais do Rio a trocarem o altar de igrejas tradicionais, geralmente caro, pela informalidade dos espaços públicos. A Rua do Ouvidor — uma das mais importantes do Rio no século passado, onde se concentravam os principais jornais e para onde afluíam cariocas em busca de notícias — saiu na frente e já está com o burburinho habitual do dia a dia em ritmo de marcha nupcial. Mas sem cerimônia. Os noivos atravessam um longo tapete vermelho estendido bem do lado da Saara, mercado popular que ferve a céu aberto.
Decidido a economizar — o que de fato aconteceu, com as despesas despencando cerca de 70% —, o casal chegou a cogitar substituir a igreja por um bistrô. Mas, após uma visita à Rua do Ouvidor, não teve dúvidas:
— Quando percebemos a beleza da Rua do Ouvidor e a chance de nos casarmos no meio da rua, optamos pelo local. Não queríamos nada grandioso, que custasse muito — conta a noiva.
Para a ousadia não custar caro, os pretendentes a um casamento livre, leve e solto numa rua da cidade devem pedir à prefeitura um alvará de autorização de uso transitório. É preciso se cadastrar no site Carioca Digital e indicar as características do evento, numa consulta prévia.
Com a aprovação do município, alguns documentos pessoais e relativos ao casório devem ser entregues. Também deve ser paga a Taxa de Uso de Área Pública (TUAP), que varia de acordo com o lugar que será usado e o tempo de ocupação do espaço.