O hexacampeonato do Cruzeiro na Copa do Brasil chegou após 180 minutos de uma final que teve raros momentos de um grande futebol. Nitidamente superior no primeiro tempo do jogo em Belo Horizonte, partida em que o Corinthians sequer chutou a gol, o Cruzeiro, com um time tecnicamente melhor, flertou com o perigo seriamente em Itaquera, na volta. Foi conservador ao extremo, mas em dois contragolpes chegou à vitória por 2 a 1. A partida decisiva compensou questões técnicas com emoção, tensão e alguma controvérsia.
O jogo será lembrado, além do título dos mineiros, por decisões polêmicas da arbitragem, mesmo com o apoio da arbitragem de vídeo. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, da Federação do Rio, consultou o vídeo e errou ao marcar o pênalti que resultou no gol de empate do Corinthians. O time paulista chegou a comemorar o gol da virada, de Pedrinho, mas a arbitragem viu falta na origem do lance. E, de fato, Jádson acertou Dedé numa disputa na área. O rebote do lance gerou a jogada do gol anulado.
Jair Ventura, defensivo demais em Belo Horizonte, assim como fora no jogo de ida contra o Flamengo, na semifinal, pareceu rasgar suas cartilhas ao montar o Corinthians com Jonathas de centroavante e Emerson Sheik pelo lado do campo. Um time muito ofensivo, que tentava jogar um tipo de futebol a que não estava acostumado. Logicamente, tinha imensa dificuldade de construir.