Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 26 de outubro de 2018

MARTINHO DA VILA LANÇA NOVO DISCO CO MÚSICAS SOBRE BARRA DA TIJUCA, PORTUGAL E RACISMO: TUDO É ASSUNTO PARA SAMBA

 

Martinho da Vila lança disco com músicas sobre Barra da Tijuca, Portugal e racismo: ‘Tudo é assunto para samba’

'Bandeira da fé' tem participação de Gloria Maria e celebra os 80 anos do sambista
 
Político. Martinho vê Brasil confuso, mas se afastou do debate: “Procurei dizer o que tenho pra dizer nos versos” Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
Político. Martinho vê Brasil confuso, mas se afastou do debate: “Procurei dizer o que tenho pra dizer nos versos” Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
 
 

RIO — Aos 80 anos, Martinho da Vila expõe em “Bandeira da fé” (Sony) aquilo que tem passado por seus olhos, mente e coração de sambisa-cronista-filósofo. O disco está sendo lançado hoje e será apresentado em show no Teatro Municipal no dia 3. Pelas 12 faixas, a maioria delas inéditas, passam a delícia da preguiça e a nobreza do trabalho. Passa também a força da mulher, a ida de brasileiros em massa para Portugal, a Barra da Tijuca, onde mora, o Brasil atual, coisas da vida e da morte.

— Tudo é assunto pra samba — sintetiza Martinho. — Inicialmente o assunto do samba era vida no morro. O barraco, o trabalho, a mulher, a falta disso ou daquilo... Hoje mudou. Mas sempre teve e sempre tem por baixo um cunho social, um fio da coletividade. Porque a música diverte, mas tem função de fazer pensar. Como canto em "Rei dos carnavais"(canção que abre o disco e na qual ele fala do samba na primeira pessoa) : "Meu gosto é penetrar nos ouvidos/ Balançar os corpos/ Atingir os sentidos".

'Depois eu não sei'

Tendo a simplicidade como valor máximo, Martinho balança os corpos e atinge os sentidos em canções como "Depois eu não sei", resgatada do álbum "Sentimentos", de 1981. Na música, em 12 versos, ele traça uma autobiografia desde o ventre ("nadando na bolsa d'água") até a morte que virá, concluindo na sentença exposta em seu título: "Depois eu não sei".

 

“Tudo é assunto pra samba. Inicialmente o assunto do samba era vida no morro. Hoje mudou. Mas sempre teve e sempre tem por baixo um cunho social, um fio da coletividade. Porque a música diverte, mas tem função de fazer pensar.”

MARTINHO DA VILA
Compositor

— Não penso muito na morte não. Mas ela volta e meia vem, né? Porque ela é certa. Mas não penso no depois. Fiz uma música com Candeia, "Eterna paz", que resume o que eu acredito ("Como é bom adormecer/ Com a consciência tranquila/ As chuteiras penduradas/ Depois do dever cumprido/ Despertar num mundo livre/ E despoluído/ Onde tudo é só amor") . Não tem porque ter medo da morte. O que é certo não tenho que temer. Só não quero ficar doente muito tempo. Quero morrer sem dar trabalho, na boa — diz Martinho. — Nas culturas africanas, se festeja a morte de alguém que teve vivência, uma participação na coletividade. Quanto mais velho, maior o komba (cerimônia com comida, bebida, música e dança em memória do morto) .

"Bandeira da fé", o disco (com capa de Elifas Andreato), nasceu de uma sugestão da gravadora, que pediu que Martinho pensasse num álbum. Ele já tinha decidido que não faria mais discos ("Ninguém ouve, o ideal é gravar uma ou duas e pôr na web, essas coisas de hoje"). Mas cedeu e foi a seu baú garimpar. Encontrou, por exemplo, a ideia não desenvolvida para o enredo da Vila Isabel de 2016, "Memórias do Pai Arraia" (homenagem a Miguel Arraes), que virou "Baixou na Avenida" e foi gravada agora. A própria "Bandeira da fé" era uma que havia sido gravada apenas por Agepê e agora ganhou a interpretação de seu autor — assim como "A tal brisa da manhã", lançada por seu parceiro Luiz Carlos da Vila.


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