Jorge Jesus estava preocupado com o risco de perder jogadores por suspensão. Não só teve um goleiro expulso e o artilheiro Gabigol levando terceiro amarelo, como também viu a vantagem para o Palmeiras cair de dez para oito pontos.
Seria a sétima vitória seguida do Flamengo no Brasileirão. Mas o time entrou em colapso na reta final do segundo tempo, quando vencia por 2 a 0. Levou um gol, viu César levar um cartão vermelho e não segurou o ímpeto do Goiás no Serra Dourada. Foi Michael, já aos 49 minutos da etapa final, o responsável pelo tropeço rubro-negro.
LEIA MAIS: Flamengo amplia superávit no 3º trimestre; dívida também cresce
A preocupação para o jogo contra o Corinthians, domingo, passa a ser não só voltar a vencer, evitando que o Palmeiras se aproxime ainda mais. O ingrediente a mais é ter que atuar com o terceiro goleiro, Gabriel Batista. A suspensão de César veio justamente quando Diego Alves está machucado, com uma torção no joelho. Embora não seja preocupação pensando na Libertadores, dificilmente estará em ação no Maracanã.
Gabigol também será desfalque porque levou o terceiro amarelo. Mas o jogo em Goiânia foi importante para o atacante por conta de uma marca pessoal. Ele abriu o placar e, com 36 gols, igualou-se a Hernane Brocador como maior artilheiro do Flamengo em uma única temporada deste século. E falta de jogos não é um problema para que o camisa 9 lidere a estatística sozinho ainda em 2019.
AINDA: Diego Alves tem lesão leve e não preocupa para final da Libertadores
Complicações
A vitória magra diante do CSA, na rodada passada, já tinha sido um alerta que a Série A pode reservar armadilhas. Mas Jorge Jesus escolheu dividir o contingente de titulares pendurados. Rafinha e Gerson começaram no banco, enquanto Gabigol e Willian Arão iniciaram jogando.
A consequência de ficar sem dois dos importantes articuladores era até esperada: a perda de qualidade na construção do jogo foi flagrante. A cada vez que é poupado, Gerson expõe o quanto faz diferença no time, justificando os R$ 57,2 milhões investidos nele, entre direitos econômicos e comissões, segundo balancete publicado pelo clube.
Mas os equívocos do Flamengo não se medem pela economia de minutos proposta por Jorge Jesus. O time não conseguiu o melhor posicionamento no ataque. No popular: o jogo virou pelada em vários momentos.
A chance mais clara veio com uma cabeçada na trave de Pablo Marí, após cobrança de escanteio, mostrando o caminho que viria a dar certo para o Flamengo.
O rubro-negro subiu de produção no segundo tempo e passou a chegar com mais facilidade diante do goleiro Tadeu. Mas o expediente que realmente funcionou foi o jogo pelo alto. No gol de Gabigol, foi Rodrigo Caio quem ganhou pelo alto a primeira bola, fazendo Tadeu rebater para o centro da área. O artilheiro do Brasileirão não desperdiçou. Em lance similar, de novo após escanteio, o próprio Rodrigo Caio tratou de fazer o segundo para o Fla.
O time de Jesus iludiu. O Goiás, por outro lado, não abandonou o jogo. De tão perto que a bola estava passando, o funcionário responsável por disparar um canhão de fumaça a cada gol do time da casa se enganou duas vezes. Numa delas, Rafael Vaz, que estava louco para marcar contra o ex-time, quase fez um golaço.
O Flamengo desandou de vez quando Rafael Moura diminuiu, aos 31 minutos. Na pressão, César saiu de forma atabalhoada, deu um pontapé em Yago Felipe fora da área e foi expulso. No fim, Michael usou da velocidade para estragar o jogo para o líder do Brasileirão.