Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 04 de dezembro de 2019

FESTIVAL DO RIO 2019

 

Festival do Rio 2019: após ameaçar cancelamento, evento começa nesta segunda

Organizadores já pensam em estratégias para sobreviver em 2020
 
Adoráveis mulheres. Emma Watson, Saoirse Ronan, Eliza Scanlen e Florence Pugh Foto: Wilson Webb / Divulgação
Adoráveis mulheres. Emma Watson, Saoirse Ronan, Eliza Scanlen e Florence Pugh Foto: Wilson Webb / Divulgação
 
 

RIO - Se fosse um roteiro de filme, a luta para colocar o Festival do Rio 2019 de pé teria seu clímax três meses atrás. Foi ali, em setembro, que os organizadores de um dos mais revelantes eventos cinematográficos do país divulgaram um comunicado oficial para anunciar o risco real de cancelamento por falta de recursos. Mas o final do episódio da “franquia” foi feliz, e sua 21ª edição começa na próxima segunda-feira (9) em diversas salas da cidade.

— Não era marketing: o festival não ia acontecer. A partir dali surgiu um movimento de pessoas fazendo o bem para a cidade — diz Ilda Santiago, diretora do festival. — Foram quase 2 mil pessoas ajudando com quantias diversas.

Apesar do tom de gratidão, a situação é delicada. Os R$ 627 mil arrecadados em financiamento coletivo são apenas 14% dos R$ 4,5 milhões gastos para fazer o evento em 2018 — o orçamento deste ano Hilda não revela. A diretora reconhece que não era a favor da criação de uma vaquinha online, e chegou a dizer que o Festival do Rio “não se sustentaria” com os valores arrecadados entre fãs. Além disso, havia a preocupação de que o apelo a este tipo de estratégia afastasse de vez potenciais empresas patrocinadoras, fundamentais desde que o evento perdeu aportes da prefeitura (em 2017) e da Petrobras (este ano). Mas o efeito foi o contrário.

— O grande poder das redes é a mobilização. Há empresas sensíveis que perceberam o movimento das doações e ajudaram com quantias também. É interessante daqui para frente estreitar relações com elas e aprimorar estes patrocínios, que serão importantes para nossa reconstrução.

Renée Zellweger como Judy Garland em 'Judy' Foto: Divulgação
Renée Zellweger como Judy Garland em 'Judy' Foto: Divulgação

 O efeito da instabilidade é visível, é claro, na programação desta edição. Ilda teve que repensar a logística em várias frentes, incluindo a data do festival, que tradicionalmente ocorre entre setembro e outubro. Em 2018, a mostra já havia sido empurrada para novembro, também por problemas financeiros.

 

— Nos últimos dois anos, reduzimos os convidados estrangeiros. Em 2019, infelizmente, estamos trazendo menos filmes de fora — diz a diretora, que também tenta ver o copo meio cheio. — Já o adiamento para dezembro tem fatores positivos. Nossa ideia é que essa edição seja uma grande abertura do verão no Rio. Já vai ter muita gente de férias curtindo a cidade.

Na sessão de abertura, dia 9, será exibido “Adoráveis mulheres”, da americana Greta Gerwig (“Lady Bird: A hora de voar”), primeiro da fila de 100 filmes estrangeiros programados — metade da quantidade exibida no ano passado.

'Jojo rabbit' Foto: Divulgação
'Jojo rabbit' Foto: Divulgação

 A pouco mais de dois meses do Oscar, a proximidade de datas esquenta o interesse por títulos que estão na mira da premiação de Hollywood, cujos indicados saem em 13 de janeiro. “O escândalo”, de Jay Roach; “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi; “Uma vida oculta”, de Terrence Malick; e “Judy”, de Rupert Goold, são alguns dos títulos que passarão pela mostra carioca.

Já a Première Brasil, com 83 obras entre curtas e longas de ficção e documentários, foi afetada de forma direta pelo adiamento, pois obras que poderiam estrear no festival já passaram por outras mostras.

'Acqua movie', de Lírio Ferreira, estará na Première Brasil Foto: Fred Jordão / Divulgação
'Acqua movie', de Lírio Ferreira, estará na Première Brasil Foto: Fred Jordão / Divulgação

 

Um exemplo é “Acqua movie”, de Lírio Ferreira, estrelado por Alessandra Negrini, que esteve na 43ª Mostra de São Paulo. Outro é “A febre”, de Maya Da-Rin, vencedor do Festival de Brasília, no sábado passado, após ter ganhado prêmios internacionais. Há poucas exceções, como “Pureza”, longa de Renato Barbieri protagonizado por Dira Paes, e “Quando a morte socorre a vida (M8)”, de Jeferson De.

 

— Muitos realizadores questionaram se não seria um problema suas obras terem uma trajetória prévia em outros festivais. Isso não atrapalha. Queremos que os filmes brasileiros sejam cada vez mais vistos — defende Ilda.

Mas, apesar do alívio ao ver o festival que comanda há duas décadas sobreviver, o foco da diretora é recuperar os patrocinadores de peso para 2020. E, se começamos este texto com comparações cinematográficas, Ilda olha para frente fazendo um paralelo com o evento mais tradicional da cidade:

— Aqui funcionamos como uma escola de samba no carnaval: quando ela está entrando na Sapucaí, já tem a cabeça no desfile do ano seguinte.


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