Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 29 de janeiro de 2020

FUNK DISPUTA ESPAÇO COM MARCHINHAS NO CARNAVAL CO RIO

 

Funk disputa espaço com marchinhas e axé e lança hits para o carnaval

Na era do streaming, apelo do batidão leva a indústria a investir em lançamentos do gênero; conheça os hits de 2020
 
 

RIO - O carnaval começa oficialmente no dia 22 de fevereiro, e o efeito dessa proximidade começa a ser sentido na produção de funk. Depois de alguns hits que se infiltraram no repertório dos blocos e bandas de bailes dos anos anteriores, o gênero partiu para uma programada invasão do espaço sagrado da folia. Na sexta-feira passada, o DJ Rennan da Penha abriu os trabalhos com a MC Pocah lançando nas plataformas digitais o funk “Carnaval chegando”.

 
 

'Aquecimento da Lexa'

Na sexta passada, a cantora Lexa também soltou o “Aquecimento da Lexa”, a primeira de suas músicas para o carnaval, que será seguida, no próximo dia 7, pelo lançamento de “Treme tudo”. Lexa, por sinal, será rainha de bateria do desfile da Unidos da Tijuca.

— O funk sempre foi carregado de liberdade de expressão. A linguagem é divertida, jovem, descontraída e democrática, assim como o clima do carnaval — explica Tatiana Cantinho, gerente artística e de conteúdo da Som Livre, a gravadora de Lexa.

No momento em que a sonoridade do funk evolui para novas frentes como o 150 bpm, funk pop e brega funk, Cantinho acredita que o crescimento do consumo digital abriu grandes portas para o gênero.

— O funk ganhou forte investimentos em feats (parcerias entre astros de diferentes estilos) de peso e hoje transita por diversas classes sociais.

 
 

'Te prometo'

Rennan da Penha, que renovou o funk com a novidade do 150 bpm, tem mais duas músicas para sair até o carnaval, mas elas ainda não estão definidas (e uma delas deve ter o MC Livinho). Já o outro grande DJ do estilo, Dennis, promete reforçar nos próximos dias, no esquenta dos blocos, o ataque do seu brega funk “Te prometo”, parceria com o MC Don Juan, lançada em novembro. Enquanto isso, o produtor WC no Beat lança, com Pedro Sampaio e FP do Trem Bala, o “Balança”. E dia 7, o MC Pk lança, com Tati Zaqui, o funk “Escandalosa”.

— Não fiz especificamente para o carnaval. Ela não tem pegada de marcha, é modernizada, mas acho que pode dar muito certo. O funk hoje é candidato a ocupar esse espaço que durante tantos anos foi da música baiana — analisa Pk.

Para o MC, o funk pegou forte no pós-bloco.

— É aquela música que faz todo mundo beijar na boca. Ele não estava ainda 100% ajustado ao carnaval, mas do ano passado pra cá, músicas minhas, do Kevin O Chris, ajudaram a dar uma virada.

 

'Contatinho'

Gravadora de Pk, a Warner aposta para o carnaval em uma faixa de Anitta com Gabriel do Borel (“Joga sua potranca”, lançada dia 17), e na força de suas funkeiras no encontro com a música da Bahia, em duetos ainda a serem lançados: de Pocah com Leo Santana (“Lei da gravidade”), de Anitta, também com Santana (“Contatinho”), e um não definido de Ludmilla com Ivete Sangalo.

 

— O carnaval é festa. O funk é a realidade do sucesso e é o que toca no auge da festa, então tinha que virar música de carnaval também. É bom lançar funk no carnaval, é um momento em que a música vira notícia — analisa Luciana Costa, gerente de marketing da Warner Music Brasil. — Tem músicas como “Verdinha”, da Ludmilla, que saiu em novembro e que não foi feita para o carnaval, mas que depois se percebeu ser perfeita para ele. São músicas cujo sucesso pode durar até lá.

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Na Sapucaí

Diretora de marketing e promoção da Sony Music (que lança as músicas de Rennan da Penha, Dennis e WC no Beat), Cris Simões destaca uma vantagem, nos dias de hoje, para o funk da folia:

— A velocidade da indústria do streaming nos permite encontrar músicas mais próximo ao período do carnaval, já que não há mais necessidade de tanta antecedência no processo, como era com qualquer lançamento físico.

Outra gravadora que investe num calendário de lançamentos de funk para o carnaval é a Universal Music. Dia 31, ela solta “Mexendo” (DJ Batata e MC Melody), dia 7 o “Tudo aconteceu” (MC Du Black e Delacruz), e dia 14 o “150” (MC Zaac). Presidente da Universal, Paulo Lima lembra que o funk tem vindo num contínuo carnavalesco, estourando em 2017 o “Olha a explosão” (MC Kevinho), em 2018 o “Vai malandra” (Anitta), e ano passado o “Bola rebola” (também de Anitta).
 
 

— Não é de hoje que as próprias escolas de samba inserem a batida do funk nas performances de suas baterias. O funk é um gênero que veio das comunidades, um ritmo democrático que hoje conquistou pessoas de todas as idades e classes sociais, conquistou o mundo — acredita Lima.

 Para Felipe Ferreira, professor e estudioso da história do Carnaval e autor do “Livro de ouro do Carnaval brasileiro” (Ediouro), a identificação do Brasil com um estilo de música da folia é algo “positivo, mas não impositivo” — daí ser saudável a abertura ao funk.

— Durante muito tempo, o Brasil tinha a ideia de lançar músicas feitas para períodos específicos do ano: Carnaval, músicas juninas, Natal... Isso de uma certa forma passou, foi se perdendo dentro da coisa da indústria, que amplia, trabalha a música para o ano inteiro. Mas com a internet, veio a segmentação. Então, talvez a gente também esteja vendo um sintoma de um retorno disso, da ideia da música feita especialmente para o carnaval. A transformação das músicas de diversos gêneros em marchinha pelos blocos é outro sintoma. Acho muito bem-vindo.

Aos 81 anos, o mestre das marchinhas de carnaval, João Roberto Kelly (compositor dos clássicos “Cabeleira do Zezé” e “Mulata bossa nova”, cantados até hoje nos bailes e blocos de carnaval) observa:
— Não é que essa tradição de lançar música de carnaval se perdeu, o que falta é divulgação. Você lança uma música e ela não toca na rádio, as televisões não se interessam. Isso afasta o compositor de música de carnaval de fazer coisas novas. Se não vai tocar, para que compor? Mas outros tipos de música viraram modismo. Se você lança um funk todo mundo quer saber o que é. E nada contra o funk o carnaval é para todo mundo. Só não gosto de música estrangeira no carnaval, tipo Beatles, acho que não casa muito.

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