No último ano, quando completou 60 primaveras, Zeca Pagodinho prometeu que ia pegar mais leve. Mas o bamba segue em plena atividade e leva hoje ao Jockey Club a 5ª edição do Samba do Zeca, roda de samba que terá Monarco, Adriano Ribeiro, Mingo Silva, Renato da Rocinha e Thiago Martins como convidados especiais.
— Em 2019 tive esse projeto, o show com a Maria Bethânia e a turnê “Ser humano”. Não diminuí o ritmo ainda, mas vou conseguir. Esses trabalhos estavam marcados. Depois vou viajar com meus filhos e netos, curtir a vida — garante Zeca, que se diz cansado da rotina da estrada. — O show é mole, o negócio difícil é a viagem. Até chegar no palco tem que ficar trancado no quarto do hotel.
rdas (direção musical e violão), Jorge Gomes (bateria), Alessandro Cardoso (cavaquinho), Dudu Oliveira (sopros), Waltis Zacarias, Rodrigo Jesus e Paulino Dias (percussões), o bamba canta sucessos da carreira, como “Vai vadiar” e “Deixa a vida me levar”, além de sambas de Cartola, Nelson Cavaquinho e Elton Medeiros, entre outros.
— A roda é legal, tem convidados, meus amigos. Vai todo mundo, não é um show, que tem figurino, essas coisas. Eu só vou. E eu vou beber — brinca Zeca, que usa um teleprompter para lembrar das letras. — É só para dar um toque, ajuda.
'Eu também sou difícil'
Segundo Paulão, que trabalha com o amigo há 36 anos, o recurso caiu nas graças do cantor:
— Rola até na roda, as pessoas se acostumam, é um vício — gargalha. — Mas é um esquema bacana, uma configuração do espaço que nos aproxima do público, é quase uma roda suspensa de samba, com um palco retangular elevado. A banda é muito cascuda, tem uma sonoridade muito legal. E o formato da roda eu tiro de letra, fiz isso a vida inteira.
Com cerca de três horas, a roda tem quase o dobro de duração de um show normal do artista, como “De Santo Amaro a Xerém”, com Maria Bethânia, que tem fama de ser muito exigente.
— Eu também sou difícil. Todo o tempo que tivemos juntos foi maravilhoso. A gente ria, cantava e contava histórias antigas — afirma Zeca, que lembra da amiga Beth Carvalho, morta em abril do ano passado. — Foi ela quem me lançou, é minha madrinha do samba, minha querida. A vida é assim mesmo.
Onde: Jockey Club. Praça Santos Dumont 31, Gávea (3534-9061). Quando: Sáb, às 16h.Quanto: De R$ 180 a R$ 320. Classificação: 18 anos.