Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 08 de novembro de 2019

DECISÃO DO STF: ENTENDA O QUE MUDA

 

Entenda: o que muda com a decisão do STF sobre prisão após o fim de recursos

Por 6 votos a 5, ministros mudaram entendimento que permitia prisão após condenações em segunda instância
 
 
O plenário do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/27-06-2019
O plenário do Supremo Tribunal Federal Foto: Jorge William / Agência O Globo/27-06-2019
 
 

RIO — O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que condenados só podem ser presos após o trânsito em julgado de processos, ou seja, quando não for mais possível apresentar recursos no processo. 

Entenda o julgamento:

O que foi decidido?

O Supremo decidiu, por 6 votos a 5, que réus só podem ser presos após esgotadas todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado). Votaram contra a prisão em segunda instância  o relator Marco Aurélio Mello e os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. Votaram a favor Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

A libertação dos presos será automática?

Não. Na proclamação do resultado do julgamento, os ministros do STF decidiram que os juízes de execução penal vão ter que analisar caso a caso. É possível, por exemplo, um réu ser libertado com base na tese da segunda instância, mas o juiz poderá decretar prisão preventiva contra esse mesmo réu, se considerar que ele preenche algum requisito previsto em lei - como, por exemplo, risco de obstruir as investigações e alta periculosidade.

Quando o ex-presidente Lula poderá ser solto?

A defesa do ex-presidente Lula deve pedir nesta sexta-feira a sua libertação. O mais provável é que a solicitação seja feita à Vara de Execuções Penais (VEP), que cuida do cumprimento da pena do petista. No caso de Lula, a responsável é a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais do Paraná. A magistrada não tem prazo previsto em lei para responder.

 

Análise : Decisão do STF afasta Toffoli do Bolsonaro

Qual deve ser a estratégia jurídica da defesa de Lula após deixar a prisão?

No caso do tríplex do Guarujá , Lula já foi condenado pela 13ª Vara Federal Criminal (primeira instância), pelo TRF-4 (a segunda instância) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No caso do sítio de Atibaia , foi condenado em primeira instância. Ele também é réu no processo sobre o imóvel do Instituto Lula e responde a outros seis processos. A defesa do petista Lula aguarda ainda o julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que atuou nos dois primeiros processos do petista. Se o STF deferir o pedido de suspeição, as condenações nos casos do tríplex e do sítio podem ser anuladas.

Se for solto, Lula poderá ser preso novamente? Quando?

Não se pode prever por enquanto. Seu processo em estágio mais avançado é o do tríplex do Guarujá, no qual ele já foi condenado pelo STJ . Se o Supremo Tribunal Federal, quando julgar seu último recurso, mantiver a condenação, ele poderá voltar para a cadeia.

Quem mais será beneficiado?

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foram expedidos 4.895 mandados de prisão para condenados em segunda instância. Em tese, eles podem ser beneficiados com a decisão do Supremo. Mas, dependendo do caso, mesmo com a decisão do STF, o juiz do caso poderá decretar uma ordem de prisão cautelar (antes do trânsito em julgado). Deste modo, o entedimento da Corte não beneficiaria detentos que também cumprem prisão preventiva ou temporária, como o ex-governador Sérgio Cabral  e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que também cumprem prisão preventiva (sem prazo para terminar).

Quantos presos da Lava-Jato podem ser beneficiados?

Levantamento do GLOBO aponta que ao menos 15 presos da Lava-Jato podem ser soltos já que tiveram a prisão decretada assim que foram condenados em segunda instância. Além de Lula, também podem pedir para serem soltos o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, que cumpre prisão domiciliar.

O Congresso pode alterar o entendimento do STF?

Parlamentares já anunciaram que tentarão mudar a lei para que réus condenados em segunda instância possam ser presos. Um grupo de senadores se prepara para votar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre o tema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O presidente do STF, Dias Toffoli, disse logo após o julgamento que o Congresso tem autonomia para mudar a regra do início do cumprimento da pena.

— O Parlamento pode alterar esse dispositivo. O Parlamento tem autonomia para dizer, neste momento, sobre eventual prisão em razão de condenação (em segunda instância).

 

A prisão após trânsito em julgado é cláusula pétrea?

Há controvérsia entre juristas se uma mudança na legislação que permita a prisão após a segunda instância é possível ou não. Quem defende a exigência do trânsito em julgado acredita que essa regra é uma cláusula pétrea da Constituição e, portanto, não pode ser alterada. No entanto, para os defensores da medida, permitir que o réu recorra a uma instância superior já seria o suficiente para atender o direito de ampla defesa.

Assassinos e estupradores poderão ser soltos?

Ministros do STF já vieram à público rebater esse argumento de defensores da prisão após segunda instância. Para eles, continua sendo possível mantê-los atrás das grades graças à decretação de prisão provisória, pela qual não é preciso haver condenação. Ela pode ser determinada, por exemplo, para a "garantia da ordem pública".

Leia : Idas e vindas do STF sobre prisão após condenação em segunda instância

O que ainda deve ser debatido?

O Supremo pode analisar em breve se, em casos de crimes dolosos contra a vida, como homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte), as prisões devem ser imediatas, ou seja, logo após a sentença do tribunal do júri


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros