» DARCIANNE DIOGO
Publicação: 30/07/2020 04:00
Pedro Henrique está preso, temporariamente, na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), onde deve ficar, pelo menos, até domingo
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Publicação: 29/07/2020 04:00
Renato Barros deixou um legado musical que influenciou gerações
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» Lucas Batista*
Publicação: 28/07/2020 04:00
Desde o primeiro caso confirmado da covid-19 no Distrito Federal, em 5 de março, mais de mil brasilienses morreram devido à doença. Além disso, a quantidade de infecções, que cresce diariamente, ultrapassa os 90 mil registros. Dados da Secretaria de Saúde mostram que quase 90% das vítimas do novo coronavírus da capital tinham doenças preexistentes, que complicaram o quadro clínico dos pacientes. Cardiopatas e acometidos por distúrbios metabólicos, como a diabetes, são os que mais vieram a óbito. Especialistas ouvidos pelo Correio explicam como o vírus age em conjunto com essas enfermidades e que o controle e o tratamento delas podem evitar mortes.
COBRAS
» DARCIANNE DIOGO
Publicação: 24/07/2020 04:00
Adriana Mascarenhas concedia licenças para o transporte de animais silvestres e exóticos
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Segundo testemunha, Pedro Henrique comprava e vendia cobras exóticas desde 2019
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A naja que picou o estudante Pedro Henrique está no Zoo de Brasília
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Documento assinado por Adriana Mascarenhas, servidora afastada do Ibama, autoriza, irregularmente, entrega de uma cobra a amigo de Pedro Henrique |
» Adriana Izel
» Victoria Côrtes*
Publicação: 23/07/2020 04:00
William Shakespeare
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Victor Hugo
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Editora Petra/Divulgação
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» ANA CLARA AVENDAÑO*
*Estagiária sob a supervisão de Guilherme Marinho
Publicação: 22/07/2020 04:00
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ROBERTA PINHEIRO
Publicação: 21/07/2020 04:00
Com a mulher, Maria Helena
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Com os dois filhos, Giovani e Marconi
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Marconi: "Tive oportunidade de viver com ele coisas que poucas pessoas têm com os pais."
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A força da família
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Com os irmãos, Luiz Berto e Lúcia
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
» GUILHERME GOULART
Publicação: 19/07/2020 04:00
No momento em que Cindy retoma o rumo de casa para cuidar do filho pequeno, Renivan Lima, 29 anos, cumpriu a metade das corridas do dia. Ele trabalha no horário do almoço, um dos períodos mais frenéticos para quem entrega comida. Entre as 10h e as 14h30, o motociclista percorre bairros de classe média e alta. A rota inclui Plano Piloto, lagos Sul e Norte, além da Octogonal e do Sudoeste. Renivan mora em Luziânia (GO), a 60km de tudo isso.
O motoboy prefere os turnos fixos. Nessa modalidade, ele tem direito a um dia de descanso por semana e a uma folga mensal no domingo. Contudo, há restrições. Em caso de imprevistos, não é possível deixar o expediente na última hora. E, se houver descumprimento da carga horária, a empresa cobra multa de até R$ 90 pela jornada incompleta. Assim, quando trabalha das 10h à 0h, Renivan mal consegue ver a mulher e o filho, de 2 anos. Ao voltar para casa, ambos estão dormindo. Mas, entre um pedido e outro, o entregador consegue um momento para pensar na família e nos planos de ser policial militar.
Por causa da pandemia, não é mais possível buscar entregas nos restaurantes dos shoppings. Renivan e outros tantos entregadores aguardam em uma área externa — ou no subsolo —, até que várias refeições fiquem prontas de uma vez. “O primeiro a chegar acaba se dando mal. Perdemos tempo. Esperávamos que, por ter muito delivery por aplicativo, agora, as coisas fossem mais rápidas”, comenta. “E temos um período para chegar ao restaurante. Senão, a corrida some da tela. Além de ela ir para outro entregador, ficamos uma hora sem receber novos pedidos”, reclama.
A depender da época, o prazo coloca os profissionais à mercê do sol a pino ou dos temporais. Nem sempre jaqueta, botas e luvas são suficientes. Necessidades básicas ficam de lado por causa da pressa. “O que mais pesa é a carga horária, que é alta, além da dificuldade que temos de ir ao banheiro, almoçar ou quando está muito frio”, relata. “Eu trabalhava como motorista em uma empresa de metais, mas passaram por uma fase difícil e me demitiram. Comprei uma moto usada e comecei a trabalhar com entregas, porque foi o que achei”, justifica.
O que dizem as empresas
Das cinco empresas em atuação no serviço de delivery por aplicativo no Distrito Federal, três responderam à reportagem. Por-mail, o iFood confirmou o cadastro de 170 mil entregadores no Brasil, sem dar o recorte na capital. A rede não trabalha com sistema de ranking e pontuação. "O algoritmo de alocação de pedidos leva em consideração fatores como, por exemplo, a disponibilidade e a localização do entregador, o engajamento na plataforma e a distância entre restaurante e consumidor", detalha.
Em relação à suposta falta de transparência em taxas e porcentagens, o iFood detalhou que "o valor da entrega é calculado usando fatores como a distância percorrida entre o restaurante e o cliente, uma taxa pela coleta do pedido e uma taxa pela entrega ao cliente, além de variações referentes a cidade, dia da semana e veículo utilizado para a entrega." Além disso, desde maio, todas as rotas do app têm um valor mínimo de R$ 5 por pedido.
Os entregadores do iFood recebem, desde o fim de 2019, o Seguro de Acidente Pessoal, que cobre despesas médicas e odontológicas, “bem como indenização em caso de invalidez temporária ou permanente ou óbito decorrente do acidente”. Quanto à covid-19, desde março, “foram implementadas medidas protetivas, que incluem fundos de auxílio financeiro para quem apresentar sintomas” e para aqueles do grupo de risco. Até o momento, a empresa investiu mais de R$ 25 milhões nessas iniciativas.
A Rappi conta com 200 mil entregadores cadastrados no aplicativo na América Latina. A empresa de origem colombiana informou, também por e-mail, que a cobrança de frete “varia de acordo com clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido”. Dados da companhia mostram, ainda, que cerca de 75% dos trabalhadores ganham mais de R$ 18 por hora. A Rappi também permite que os clientes deem gorjeta aos entregadores por meio do aplicativo.
Além disso, a empresa trabalha com um programa de escores “criado para tanto reconhecer quanto priorizar entregadores parceiros com um melhor nível de serviço na plataforma, ao mesmo tempo em que permite equilibrar a distribuição dos pedidos versus número de entregadores parceiros logados, fazendo com que o entregador passe a ter ainda mais clareza e transparência.”
A Rappi oferece, desde o ano passado, seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental. “O seguro vale para todos os entregadores parceiros e qualquer tipo de veículo, incluindo motos e bicicletas”, detalhou. Em relação à pandemia, a companhia elaborou diversos protocolos, como incentivo do pagamento via app, distribuição de álcool em gel e máscaras e criação de um fundo para apoiar financeiramente os colaboradores com sintomas ou confirmação da covid-19.
Em nota, o Uber Eats informou que “todos os ganhos (com a empresa) estão disponibilizados de forma transparente para os entregadores parceiros, no próprio aplicativo, ficando clara cada taxa e valor correspondente. Não houve nenhuma diminuição nos valores pagos por entrega, que seguem sendo determinados por uma série de fatores, como a hora do pedido e a distância a ser percorrida.” A empresa adotou medidas preventivas contra o novo coronavírus, como opção de entrega sem contato, por meio do recurso “Deixar na porta”, além de ferramenta para identificar o uso de máscaras pelos entregadores, a partir de um checklist on-line, que inclui uma selfie para verificar a utilização da proteção facial.
A Loggi e a James Delivery não responderam e-mails e mensagens enviados pela reportagem, até o fechamento desta edição.
Devana Babu*
Publicação: 18/07/2020 04:00
Ian Curtis no Rainbow Theatre, imagem tirada do livro Ian Curtis & Joy Division " tocando a distância".
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O aclamado disco Closer
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Renato Russo foi muito inspirado pelo Joy Division: letras e danças
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» Maria Baqui*
Publicação: 17/07/2020 04:00
Publicação: 16/07/2020 04:00
No Maracanã sem público, o treinador português foi celebrado pelos jogadores ao final da partida: possível viagem marcada para a terra natal
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O Flamengo confirmou o favoritismo e garantiu o 36º título do Campeonato Carioca ao vencer novamente o Fluminense, desta vez por 1 x 0, ontem. O bicampeonato foi celebrado de forma incomum, diante de um Maracanã vazio, com arquibancadas preenchidas apenas com faixas e mosaicos, a maioria com as cores do rubro-negro. O gol do título foi marcado por Vitinho, aos 49 minutos do segundo tempo.
O Fla tinha a vantagem de jogar pelo empate para levar o troféu, porque havia vencido a partida de ida por 2 x 1, no domingo. Mas não jogou pela igualdade. Pelo contrário, foi mais ofensivo que o rival, que precisava vencer por dois gols de vantagem. E impôs o domínio que não foi visto em campo nos dois clássicos anteriores — na quarta-feira passada, os dois times decidiram a Taça Rio, com triunfo do time tricolor.
A partida desta quarta pode ter marcado a despedida do técnico Jorge Jesus. Os rumores sobre a saída aumentaram nos últimos dias. Há especulação de que ele se apresente ao Benfica neste fim de semana.
Sob o comando do português, o Fla conquistou o sexto título consecutivo. Antes do Campeonato Carioca, o time faturou a Copa Libertadores e o Brasileirão, no ano passado. Nesta temporada, o clube soma os troféus da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil e da Taça Guanabara, o primeiro turno do Estadual.
O jogo
Após boa exibição na partida de ida, o Flu surpreendeu, ontem, ao adotar postura mais cautelosa. Apesar da necessidade de vencer por, ao menos, um gol de vantagem, para levar a final para os pênaltis, o time de Odair Hellmann jogou recuado ao longo de um bom e movimentado primeiro tempo, preocupado somente com os contra-ataques.
Do outro lado, o Fla assumiu o protagonismo e controlou o jogo na etapa inicial. Com o retorno de Gerson e Everton Ribeiro ao time titular, a equipe rubro-negra retomou a consistência no meio-campo e passou a dar menos brechas na defesa, ao contrário do que fizera no jogo de ida.
Além de dominante, o time de Jorge Jesus também foi mais criativo, mesmo com baixa de Gabriel, suspenso. Na primeira boa chance do jogo, Bruno Henrique chegou a driblar o goleiro Muriel, mas perdeu o ângulo para a finalização. Na sequência da jogada, Pedro mandou para fora, aos 12 minutos.
Exibindo versatilidade, o Fla levava perigo de diferentes formas. Aos 27, Willian Arão arriscou de longe e mandou perto da trave, assustando Muriel. Até mesmo os defensores ameaçavam o gol tricolor. O zagueiro Léo Pereira quase abriu o placar aos 36, ao bater rasteiro dentro da área. Muriel caiu no canto para fazer a defesa.
Antes do intervalo, a artilharia rubro-negra também teve Arrascaeta, em finalização de longe, aos 42. Dois minutos depois, Pedro dominou na entrada da área, girou rápido sobre o marcador e finalizou rasteiro, mandando rente ao pé da trave direita de Muriel.
Tímido em campo, o Flu pouco ameaçava. Numas das raras oportunidades ofensivas, Marcos Paulo completou levantamento na área, de primeira, e mandou por cima do travessão, aos 25. Na melhor chance na etapa inicial, Evanilson puxou rápido contra-ataque pela direita e acionou Marcos Paulo, que recebeu livre na entrada da área, mas bateu fraco e facilitou a defesa de Diego Alves, aos 37.
No segundo tempo, o Flu passou a buscar mais o ataque, sem esperar a iniciativa do rival. Mas penava para jogar de igual para igual. Sem o mesmo ímpeto do jogo de ida, a equipe tricolor parava nos próprios erros e na falta de movimentação. Odair, então, passou a fazer mudanças. Inoperante no primeiro tempo, Marcos Paulo deu lugar a Fernando Pacheco. Em seguida, Ganso e Caio Paulista foram a campo.
Mesmo assim, o Flu seguia travado no jogo, longe de exibir o estilo rápido e mais ousado da partida de ida. O segundo tempo foi errático, de poucos lances de perigo para ambos lados. E de muita faltas e paralisações.
Quando a partida se encaminhava para um final morno, de poucas emoções, o Flamengo anotou o gol do título nos acréscimos. Vitinho, que acabara de entrar, acertou chute de longe, que desviou na defesa e enganou o goleiro Muriel, aos 49 minutos.
» Ricardo Daehn
Publicação: 15/07/2020 04:00
Belmonte: "Brasília precisa buscar a diversidade e inovação, essa é, para mim, sua natureza."
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Na herança da liberdade criativa adquirida em Brasília pelo cineasta José Eduardo Belmonte é uma das refererências atuais do cinema brasileiro. Guarda uma relação mais que afetiva com a capital do país. “Já senti desde solidão até medo e coragem, na travessia do Eixão”, confidencia com certo humor. Foi com uma mente inquieta e sentimentos à flor da pele que Belmonte, chegado à cidade ainda pequeno, nos anos de 1970, despontou para as artes, entre expressos desejos de se fazer roqueiro, jazzista, escritor e acabar na afirmação da carreira de cineasta, aos 16 anos.
Foram muitos os cruzamentos pelo Eixão, enquanto estudante de cinema da Universidade de Brasília (UnB), nos anos de 1990. Belmonte assumiu a vocação de diretor — que o leva à condição de ter assinado nove longas, em apenas 17 anos —, diante das orientações e das chances dadas pelo mestre e cineasta Armando Bulcão. Mordido pelo desejo de expandir horizontes, atualmente o diretor oscila entre as temporadas candangas e cariocas. E, em tempos de coronavírus, leva uma penca de trabalho para o aconchego do lar, de onde preconiza: todos devem estar resguardados e não sair de casa.
Impulsionado pela diversidade e inovação, o diretor de 49 anos encarrilha as montagens de nada menos do que quatro projetos (Auto da mentira, Alemão 2, As verdades e O pastor e o guerrilheiro, filmado, em parte, na cidade). Somado a tudo isso, Belmonte acalenta o desejo de concluir o documentário Aurora, em torno da artista plástica Rita Wainer.
» Entrevista // José Eduardo Belmonte
Qual a sua ligação com a cidade?
Eu vim muito novo, no início dos anos 1970, porque meu pai optou ser transferido para Brasília. Trouxe a família e ficamos. Havia muito incômodo de uma parte da família, porque era uma cidade em construção. As novidades chegando com muito atraso, poucas opções culturais, longe do mar (minha família é do Rio de Janeiro); tudo seco, vazio. Sentia o eco desse incômodo quando criança, mas, de fato, como não tinha outra referência pregressa, essa visão de mundo em Brasília foi minha primeira definição. Ao mesmo tempo em que percebia uma melancolia pelo “desterro”, também sentia uma imensa liberdade.
Você se percebe candango? Ainda “mora” aqui de algum modo?
Eu não tenho o título, mas a maior parte da minha vida e formação foi aqui. Talvez não seja a mesma pessoa de quando ficava sempre na cidade, mudei como todo mundo muda, inclusive de cidade, mas levo bastante Brasília comigo, pois, de fato, sou brasiliense. Minha família ainda mora por aqui; sempre que posso, venho à cidade.
Como despertou para as artes?
Aos 4 anos já descia, sozinho, para brincar embaixo do bloco e andava pela quadra descobrindo coisas na natureza que convivia com o concreto. E ainda, sobre o mim, o céu e a ampla visão permanente do horizonte. Penso que essa fricção entre a melancolia e as possibilidades do novo atiçaram minha imaginação e me levaram às artes muito cedo. Aos 9 anos, queria ser escritor. Até cheguei ganhar um prêmio, aos 15 anos, da biblioteca do INL, o Instituto Nacional do Livro (risos). Mas, nessa época, começaram as bandas de rock e resolvi ser músico. Tentei sem sucesso fazer bandas de rock, até de jazz, mas nada...
Daí veio cinema?
Por coincidência, aconteceram fatos marcantes nesses tempos. Fui a uma festa de aniversário de um amigo, e vi que o pai filmava com uma câmera importada VHS. Aquilo me impressionou, porque percebi alguém tendo uma câmera em casa: era algo raro e ainda mais filmar o cotidiano. Depois, já estudando no Marista — no qual minha mãe dava aula —, descobri que eles tinham uma câmera e ilha de edição VHS. Tentei adentrar lá e descobrir como fazia. Por fim, meu irmão me levou a uma mostra de cinema fantástico, promovida pelo José Damata (no Cine Brasília). Não ia muito ao cinema, via filmes basicamente pela tevê, e aquele momento abriu minha mente. Estar em uma sala escura, imerso de imagem e sons, vendo história bastante imaginativas, pra mim era algo próximo à dinâmica dos sonhos que era fascinado. Descobri que a UnB tinha um dos poucos cursos de cinema do país na época. Escolhi minha profissão aos 16 anos. Minha família estranhou bastante. Mas fui atrás de cursos, saber quem fazia, e consegui entrar no curso exatamente na época que o governo Collor acabou com cinema brasileiro.
Que lugares e pessoas solidificaram a tua formação?
Lugares, vários. Dos cinemas: Cine Brasília, Cine Academia e Cultura Inglesa. Havia ainda as idas às embaixadas pra ver filmes e algumas festas. O Conic foi onde fiz meu primeiro longa (Subterrâneos, 2003), mas, sem dúvida, a UnB foi fundamental para minha formação e a convivência com colegas e professores. Citar nomes é sempre complicado, por esquecer alguém, mas, tínhamos uma turma de alunos muito pequena. Quatro alunos. E aí tinha agregados ao curso, dentro e fora da UnB. André Luis da Cunha, Alfredo Viana, Bento Viana, Rosa Menezes, Murilo Grossi, Clarice Cardell, André Lavenere, René Sampaio, Chico Bororo, Cibele Amaral e Ricardo Pinelli, entre vários. Houve professores fundamentais pra minha formação: Luis Humberto, Regina Calazaens, José Luiz Braga, Clara Alvim, Nelson Pereira dos Santos, que foi meu orientador no meu filme de formatura, e estar num set dele foi uma segunda faculdade, e, o que considero meu mestre: Armando Bulcão. Me deu as primeiras chances.Viu meu potencial e minhas falhas, me orientou.
Qual a sua memória mais afetiva com a cidade?
Um lugar que sempre me fascinou em Brasília foi o Eixão, pois, como andava muito a pé, tinha que atravessar quase todo dia. Uma avenida larga que cruza boa parte da cidade — você não vê o final dela, a vista termina no horizonte, e atravessá-lo é quase uma experiência espiritual. Para poder ir e vir, enfrentar carros, passagens subterrâneas em uma avenida com dimensão não humana, com um grande espaço no meio, em que você pode ficar entre os carros, às vezes, cruzar com pessoas. Um ato cotidiano que se torna um desafio. Já senti muita solidão, opressão, esperança, medo, coragem (risos) e epifanias nesse ato que devia ser tão simples.
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro definiu o que na sua vida?
O festival foi importante, sem dúvida, para minha formação e para minha carreira. Ter ganhado, com 5 Filmes Estrangeiros (1997), e a simples exibição do filme foram marcos na vida. Mas não só o Festival de Brasília, o festival internacional que existia no Cine Academia, que promoveu intercâmbios valiosos. Vieram cineastas como Nicolas Winding Refn, Shin’ya Tsukamoto, Amos Gittai, entre outros. Uma experiência que o BIFF (Brasília Internacional Film Festival) também implanta e que é muito importante para que a cidade assuma sua vocação cosmopolita.
O que Brasília te deu e que ninguém vai tirar?
A pergunta me soa muito intensa (risos). Nada é permanente na vida. Mas, penso que essa vontade de ampliar horizonte, ter uma visão horizontal do mundo, se entender pela busca do outro se deve muito aos meus primeiros anos de vida em Brasília.
A cidade virou símbolo de quê?
Não consigo definir Brasília, mesmo porque toda cidade é dinâmica e, uma cidade jovem, mais ainda. Além disso, é preciso também entender a cidade pelas regiões administrativas, nas quais tantas coisas interessantes acontecem. Brasília precisa buscar a diversidade e inovação, essa é, para mim, sua natureza. Resumir a cidade a seus símbolos clichês, ao Plano Piloto, ao Congresso, é uma preguiça intelectual que vem cada vez mais assolando o país.
Você trabalhou temas como isolamento (Meu mundo em perigo) e, claro, pontuou filmes
relacionados ao coletivo, à agregação (A concepção). Ao longo dos tempos, acha que Brasília removeu a tarja do individualismo exacerbado?
O problema do individualismo é universal. Brasília agrava isso, por causa da arquitetura de grandes espaços, que foi usada para segregar, numa cultura autoritária. Além disso, por ter uma parte grande da população, que é sazonal, logo existe um descompromisso natural com a cidade, e, até onde sei, boa parte dessa população veio, desde da criação, para o bem ou para o mal, por causa de oportunidades, dinheiro.
Como tem percebido o momento da quarentena? A arte se faz mais cotidiana na vida das pessoas nessa era?
É um momento de reclusão para repensarmos o mundo e fazer uma metanoia. Tenho me dedicado a cuidar e ajudar, como posso, enquanto estou em reflexão e terminando as montagens dos projetos filmados (Auto da mentira, Alemão 2, As verdades e O pastor e o guerrilheiro). Ainda tem a volta da montagem de Aurora, projeto que fiz com Rodrigo Teixeira, um documentário sobre a artista plástica Rita Wainer. Tudo de casa. Fique em casa, aliás. Acho que, hoje, pesa a arte que serve para criar cenários, para entender o mundo, problematizar questões e se revela um braço importante para preparar o espírito. De fato tem que ser repensada: como ela pode ser feita agora, porque esse tempo vai exigir de todos nós uma grande mudança social, cultural, econômica...
» ALAN RIOS
» MARIANA MACHADO
Publicação: 14/07/2020 04:00
Michele Venâncio carrega com saudade as fotos do pai, morto aos 53 anos em decorrência da covid: "Era supersaudável, com aparência tão jovem"
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» Irlam Rocha Lima
Publicação: 13/07/2020 04:00
» Irlam Rocha Lima
Publicação: 12/07/2020 04:00
» Geovana Melo*
Publicação: 10/07/2020 04:00
Claudia Leitte
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» DARCIANNE DIOGO
Publicação: 09/07/2020 04:00
Pedro Henrique, 22 anos, é estudante de medicina veterinária desde 2016
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No Facebook, Pedro Henrique demonstrava ser admirador de cobras
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» AUGUSTO FERNANDES
» INGRID SOARES
Publicação: 08/07/2020 04:00
Jair Bolsonaro
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» CAROLINE CINTRA
Publicação: 07/07/2020 04:00
"Estamos cuidando de tudo para trazer segurança às clientes. Vamos abrir com menos de 50% das cadeiras e os funcionários trabalharão em esquema de escala" Milena Infantini, dona do salão de beleza Orange Beauty Studio, na Asa Sul
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"É o protocolo mais rígido de todo os segmentos. Mais que drogarias, supermercados, padarias. Vamos seguir à risca" Luciano Girade, dono da rede de academias Blue Fit
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Alessandra Azevedo
Publicação: 06/07/2020 04:00
Celebridade aos 18 anos, a ex-modelo viveu seus últimos dias em uma casa de repouso para idosos em Niterói
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Adriana Izel
Publicação: 05/07/2020 04:00
Paulo Vieira está à frente de duas produções de humor sobre a quarentena
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A Cia de Comédia Setebelos fez apresentação em drive-in e aposta no formato digital
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Fora dos palcos, Adriano Siri comanda nas redes sociais programas de humor
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» WALDER GALVÃO
Publicação: 04/07/2020 04:00
Cerca de 100 pessoas participaram de ato contra a retomada das atividades no Distrito Federal: "Todas as vidas importam."
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
» THAIS UMBELINO
Publicação: 03/07/2020 04:00
Keli Mayer, dona de restaurante no Sudoeste: "Será melhor do que está agora."
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» DARCIANNE DIOGO
» WALDER GALVÃO
Publicação: 02/07/2020 04:00
Além do Distrito Federal, cinco unidades da Federação receberão as doses para testes da vacina produzida por empresa da China
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» Pedro Ibarra*
Publicação: 01/07/2020 04:00
Netflix anunciou gravação da segunda temporada de The Witcher para agosto
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Cineasta Pedro Vasconcelos (D): "Vamos ter que nos concentrar mais em histórias simples e poderosas".
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Oscar, Globo de Ouro e Critics Choice Awards: novas datas anunciadas
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Hollywood começa dar os primeiros passos para retornar as atividades na pandemia. Com gravações paradas há aproximadamente três meses, as produções precisam correr contra o tempo, mudar estratégias e se adaptar a novos prazos e regras. Isso tudo levando em consideração que a pandemia ainda não está completamente controlada.
Enquanto não houver uma forma de reduzir o contágio ou tratar de forma mais veloz os doentes da covid-19, dificilmente haverá uma normalização e um retorno a forma como tudo era feito antes. Portanto, para não perder tempo, estúdios já estão começando a propor novas formas de adaptar gravações a pandemia, para conseguirem voltar ao trabalho sem colocar em risco atores e equipe.
Segundo o especialista Elias Nascimento, professor do curso de cinema do Centro Universitário Iesb, Netflix, Paramount e Warner apresentaram propostas de retomada. Entre as mudanças, estão sala de roteiristas remota por home office, fim da impressão de roteiros que passam pelas mãos de elenco, diminuição do número de pessoas em cada set e a higienização constante de materiais de uso coletivo, como microfones e câmeras. A Aliança de Produtores de Filmes e Séries de TV também entregou um documento de 22 páginas ao governo da Califórnia sugerindo mudanças para a reabertura dos estúdios.
“Esta era uma pré-realidade do cinema, se pensava em uma movimentação prévia nesta direção para diminuir custos”, explica Elias. De acordo com o especialista, o cinema de entretenimento lucra muito, contudo devido a gastos exacerbados na fase de produção e baixo resultado em bilheterias, filmes de menor orçamento ou independentes buscavam saídas para aproveitar melhor os poucos recursos que tinham acesso.
Para Elias Nascimento, o movimento não será uniforme, mas, nos próximos meses, será possível perceber um movimento para o retorno de gravações e anúncios de novos lançamentos. “Vai depender do equipamento, disponibilidade de recursos técnicos e financeiros e diretrizes de cada empresa”, conta o profissional do audiovisual. “Hollywood é muito poderosa e não vai parar, há uma necessidade das grandes produtores de mantê-la funcionando”.
Streaming: A solução?
Uma forma de resolver o problema pode estar dentro da casa dos consumidores de cinema, o streaming. “O público de cinema vem diminuindo e pode ser que tenha um movimento cada vez maior de lançar filmes diretamente em streaming”, conta Nascimento. Neste formato, os gastos de distribuição diminuem e crescem as oportunidades de filmes que não teriam visibilidade nas telonas se tornarem populares. “Streaming dá mais liberdade, alcança um público maior e tem um preço mais atrativo que pagar quase R$100 para duas pessoas assistirem a um filme no cinema”, ressalta o especialista.
No Brasil
“A primeira mudança que eu acho que a gente vai enfrentar de caráter mais econômico mesmo. Vamos ter que nos concentrar mais em histórias simples e poderosas”, acredita o diretor Pedro Vasconcelos, responsável por novelas da Globo e mais recentemente pelo longa Fala sério, mãe.
O Brasil ainda sofre ainda muito com as consequências da pandemia tendo média de mais de mil mortos por dia vítimas do novo coronavírus. “Outra mudança que passaremos é no circuito de salas, com os cinemas fechados há tanto tempo, não sabemos quanto eles vão aguentar, ou seja, quantas salas nós vamos ter ao fim da pandemia para poder exibir filmes”, pontua Pedro
O diretor acredita que, devido a problemas financeiros, a produção no país deve encolher. “O fato de você ter que diminuir uma indústria como a do cinema do Brasil é triste porque muitas pessoas terão que ficar pelo meio do caminho durante a pandemia e isso é inevitável”, discorre sobre a delicada situação em que o país se encontra. No entanto, para o cineasta, isso pode representar um novo começo. “Ao final disso tudo, deve acontecer um momento de renascimento muito forte. Quando houver a possibilidade das pessoas se aglomerarem sem riscos à saúde, vai existir um movimento muito grande do público aos cinemas e teatros novamente”, vislumbra Pedro Vasconcelos.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
» O que efetivamente muda para o espectador?
O principal fator são os adiamentos. As datas de estreia dos filmes de grandes estúdios já vem sendo alteradas para que possam sair nas salas de cinema. No entanto, as séries e filmes marcados para o segundo semestre de 2020 e para 2021 também terão o lançamento postergado, afinal as gravações ficaram paradas por três meses e as estratégias e agendas de produção terão que ser alteradas. Outro importante fato está no maior número de filmes acessíveis via streaming e pay-per view, com os cinemas fechados, muitos produtores estão optando por lançamentos diretamente para as telinhas.
» Temporada de premiações em outra época
Oscar, Globo de Ouro e Critics Choice Awards anunciaram novas datas entre o fim de fevereiro e o início de abril, mostrando uma tendência de que a temporada de premiações será completamente adiada em 2021. O motivo é aumentar o tempo de elegibilidade para filmes com gravações travadas pela pandemia e garantir uma situação mais controlada para realização dos importantes eventos da indústria cinematográfica.
» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 30/06/2020 04:00
O Hospital Regional de Ceilândia (HRC) é uma das unidades do DF que está sobrecarregada devido ao avanço da doença
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Marina Barbosa
Publicação: 29/06/2020 04:00
MARINA BARBOSA
Publicação: 28/06/2020 04:00
Integrantes do Ministério da Saúde anunciam aposta em parceria para imunização contra a covid-19
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Bolsonaro de olho na população mais pobre
AUGUSTO FERNANDES
INGRID SOARES
VICENTE NUNES
Publicação: 27/06/2020 04:00
INGRID SOARES
MAÍRA NUNES
Publicação: 26/06/2020 04:00
Bolsonaro anunciou a nomeação de Decotelli por meio das redes sociais. Novo ministro prega "diálogo, gestão e integração operacional".
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» ROBERTA PINHEIRO
» CIBELE MOREIRA
Publicação: 25/06/2020 04:00
Os hóspedes do Hotel Nacional tiveram de deixar os quartos até as 17h de ontem: negócio de R$ 93 milhões
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» JULIANA ANDRADE
Publicação: 24/06/2020 04:00
Cristina Ayako: "Já atendemos bebês com suspeita de covid-19. Ajudar me dá força também. Eu sou mãe." |
Ana Luiza: "Se eu for me desesperar ou tiver medo, não vou conseguir fazer o meu trabalho. A minha prioridade é o paciente." |
» Erika Manhatys*
Publicação: 23/06/2020 04:00
Adriana de Carvalho tem se desdobrado para entreter o filho, Arthur, mas o garoto sente muita falta da escola e dos amigos
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Contrário ao excesso de tecnologia, Maurício Santos tem aberto exceções para Manuela conversar com parentes e amigos
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A pandemia tem afetado de forma diferente as filhas de Yohanna Cordeiro, Louise, 3, e Michelle, 9: "A mais nova está sentindo muita falta
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VERA BATISTA
JAILSON R. SENA*
FERNANDA STRICKLAND*
Publicação: 22/06/2020 04:00
Marcos Paulo Lima
Publicação: 21/06/2020 04:00
O maior concerto da história centenária da Seleção Brasileira completa, hoje, 50 anos, mas tem raízes numa derrota que fará 70 anos no mês que vem. A conquista do tricampeonato mundial na Copa do México, em 21 de junho de 1970, na aula de futebol arte contra a Itália, no Azteca, começou duas décadas antes, em 16 de julho de 1950 — na segunda maior tragédia do futebol brasileiro. “1950 marcou o início de todas as nossas conquistas”, define um senhor de 88 anos, Mário Jorge Lobo Zagallo, no livro Dossiê 50, de Geneton Moraes Neto.
Todas. Principalmente, a de 1970. Maestro de Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Rivellino, Pelé e Tostão na goleada por 4 x 1 sobre a Itália, Zagallo era um soldado de 19 anos em serviço, no Maracanã, na derrota do Brasil para o Uruguai, por 2 x 1, na decisão da Copa de 1950. A 756km dali, uma criança chamada Edson Arantes do Nascimento sofria — e chorava — o vice ao pé do rádio do pai, seu Dondinho.
“Eu também, com apenas 10 anos, participei daquela imensa tristeza”, revelou Pelé, em 1971 numa entrevista a Orlando Duarte na revista Placar. “Esse 16 de julho eu não esqueço mais. Foi uma tristeza tão grande, tão profunda, que parecia ser o final de uma guerra, com o Brasil perdedor e muita gente morta”, comparou, à época, o homem que havia virado Rei e curado o trauma de 1950 com três títulos mundiais — 1958, 1962 e 1970 — em quatro Copas.
Mal sabia Pelé, no dia do Maracanazo, que as três conquistas teriam a parceria de um alagoano arretado nascido em Atalaia. Primeiro como jogador. Depois, técnico. Zagallo tinha 19 anos na final da Copa de 1950. Era um soldado que servia no quartel da Polícia do Exército (PE), na rua Barão de Mesquista, na Tijuca, pertinho do recém-inaugurado Maracanã. Jogava pelo time juvenil do Flamengo, mas, naquele dia, foi convocado para uma missão militar: fazer a segurança da arquibancada. O público oficial divulgado pela Fifa foi 199.854 pagantes.
“Vi o Maracanã em lágrimas pela primeira vez. A alegria que contagiou a todos nos jogos anteriores e no primeiro tempo do Brasil x Uruguai desapareceu. Quando o Brasil sofreu o gol de Ghiggia, baixou um desânimo, baixou um silêncio sobre o estádio. O Maracanã transformou-se, então, no maior túmulo do mundo. A arquibancada do Maracanã estava superlotada. Fiquei o tempo todo de pé, de frente para o campo, porque era minha obrigação. Vi o jogo inteiro. Fui escalado de propósito para aquela missão”, testemunha.
Oito anos depois, a criança de 10 anos, que testemunhou o Maracanazo nas ondas do rádio do pai, e o soldado da PE na derrota para o Uruguai, brindavam o país com o primeiro título da Copa do Mundo, em 1958, na Suécia; e o bi, no Chile. Mas os deuses da bola reservavam mais.
Vinte anos se passaram na vida de Zagallo do plantão, no Maracanazo, ao triunfo por 4 x 1 sobre a Itália na final de 1970, no México. Jogou no América-RJ, Flamengo, Botafogo e serviu à Seleção Brasileira. Pendurou as chuteiras e escolheu ser treinador. Começou no Botafogo, em 1966. Os títulos cariocas de 1967 e 1968, a conquista da Taça Brasil de 1968 e a queda de João Saldanha três meses antes da Copa do México encurtaram o caminho de volta à Amarelinha.
E lá estavam juntos novamente Mário Jorge Lobo Zagallo e Edson Arantes do Nascimento, em 21 de junho de 1970, no Azteca, no papel de protagonistas da maior aquarela do Brasil. A criança que ouvira a maior derrota nas ondas do rádio já era o Rei Pelé. Iniciou o Mundial com impressionantes 1.026 gols na carreira. Saiu dela com 1.029. Movido pelo sentimento de amor pelo Brasil e de vingança com a derrota de 1950, o ex-soldado Zagallo tornava-se, aos 38 anos, o primeiro homem a conquistar a Copa como jogador (1958 e 1962) e técnico — feito igualado pelo alemão Franz Beckenbauer (1974 e 1990) e pelo francês Didier Deschamps (1998 e 2018). Curiosamente, eliminou o Uruguai na semifinal de 1970 com virada épica, por 3 x 1. A história ainda reservaria ao Velho Lobo o quarto título, como coordenador-técnico, em 1994.
“Jamais poderia imaginar que, hoje, eu, que estava na final de 1950 fazendo policiamento na arquibancada, poderia estar aqui dando esta entrevista como tetracampeão do mundo! São coisas que jamais poderiam passar pela minha cabeça quando eu estava ali, na torcida pela Seleção no Maracanã, em início de carreira como jogador de futebol. Eu nem sabia se minha carreira daria certo ou não”, emociona-se Zagallo. Deu muito certo, Velho Lobo.
Os quase gols
que Pelé lamenta
O Rei do Futebol despediu-se da Copa do Mundo, em 1970, com 12 gols e três títulos em quatro participações no torneio. Fez três em solo mexicano, um deles a plástica cabeçada que abriu o placar na goleada por 4 x 1 sobre a Itália. Três lances que poderiam terminar no fundo da rede são lamentados até hoje: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, uma finalização de cabeça no duelo com a Inglaterra e o drible de corpo no goleiro do Uruguai.
O camisa 10 conta na autobiografia Pelé, minha vida em imagens, que trocaria o final feliz de qualquer um dos lances diante dos goleiros Ivo Viktor, Gordon Banks e Mazurkiewicz pela realização de um sonho frustrado.
“Passada a euforia (pela conquista do tri), estaria encerrando minha carreira em Copas do Mundo com algum tipo de lamento? Bem, havia, sim, uma coisinha. Eu gostaria de ter feito um gol de bicicleta. Marquei alguns pelo Santos, outros, mais tarde, pelo Cosmos, mas nenhum em Copa. Fiz gols de tudo de todos os outros jeitos — de cabeça, de perna direita, de perna esquerda, de tiro livre, mas nenhum de bicicleta”, reclama o melhor de todos os tempos.
Surpreendentemente, Pelé conclui, assim: “É engraçado, mas os gols que perdi em 1970 são mais lembrados do que os que marquei: o chute do meio de campo, a defesa de Gordon Banks, o drible de corpo num outro goleiro. De minha parte, preferia não ter marcado nenhum desses, mas, sim, um de bicicleta. É uma coisa pessoal, sem nenhuma importância, na verdade, mas é o que sinto”. (MPL)
Resenhas do Tri
» Serviço secreto
A polícia mexicana tinha informações de que Pelé era alvo de um sequestro, e chegou até mesmo a prender uma pessoa, um venezuelano, que seria o cabeça do plano. Hospedados em Guadalajara, Brasil, Inglaterra, Tchecoslováquia e Romênia passaram a ser mais vigiados.
» Prancheta
A melhor Seleção de todos os tempos só gerou dois treinadores vencedores: o capitão Carlos Alberto Torres era o técnico do Flamengo na conquista do título brasileiro de 1983 contra o Santos. Reserva de Félix e Ado, o goleiro Émerson Leão levou o Santos ao título de 2002.
» Opinião
Dois tricampeões continuam brilhando em outras funções. Tostão é um dos principais colunistas de futebol do país. Paulo César Caju também tem opiniões fortes na mídia esportiva. Gérson, o Canhotinha de Ouro, é um dos comentaristas mais queridos da rádio Tupi.
» Fé
Pelé comandava o momento de fé na concentração. “Orávamos todo dia durante o torneio, normalmente após o jantar. “Começamos eu, Rogério, Carlos Alberto Torres e o administrador da Seleção, Antônio do Passo. Tostão, Piazza e Mario Américo juntaram-se depois a nós.”
» Dadá no DF
Reserva do ataque da seleção tricampeã mundial no México, o centroavante Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, é o único herói da conquista da Copa de 1970 que trabalhou em times do Distrito Federal. Comandou o Brasília e o extinto Tiradentes.
“Pude testemunhar a choradeira geral. Todo mundo saindo do Maracanã de cabeça baixa, sem acreditar no que estava acontecendo. De qualquer maneira, prefiro ver o lado bom: 1950 marcou o início de todas as nossas conquistas”
Zagallo, o soldado na final da Copa de 1950 que virou técnico do tri
“É engraçado, mas os gols que perdi em 1970 são mais lembrados do que os que marquei: o chute do meio de campo, a defesa de Gordon Banks, o drible de corpo num outro goleiro. De minha parte, preferia não ter marcado nenhum desses, mas, sim, um de bicicleta. É uma coisa pessoal, sem nenhuma importância, na verdade, mas é o que sinto”
Pelé, autor de 12 gols na história das Copas
“Temos muito orgulho dessa Seleção pelo legado que deixou e pela admiração que conquistou no mundo todo. Foi um time fantástico. O talento dessa equipe brilhante gerou algumas das imagens mais icônicas da nossa Seleção. São os eternos embaixadores”
Rogério Caboclo, presidente da CBF
Publicação: 20/06/2020 04:00
Malala com os pais, Ziauddin e Tor Pekai, e os irmãos Kushal e Atal: na foto abaixo, coberta de bolo
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Por que dar armas é tão fácil, mas dar livros é tão difícil?%u201D Malala Yousafzai, ao receber o Nobel da Paz, em 2014
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A jovem paquistanesa atingida com um disparo na cabeça por um talibã, a caminho da escola, superou a morte aos 15 anos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e atingiu um marco em sua própria luta pela educação. Com o corpo coberto de bolo e um sorriso, Malala Yousafzai, 22 anos, cumpriu com uma tradição na Universidade de Oxford, no Reino Unido, para comemorar a graduação. “É difícil expressar minha alegria e minha gratidão, agora que concluí meu curso de filosofia, política e economia, em Oxford. Eu não sei o que virá a seguir. Por agora, serão Netflix, leitura e sono”, brincou Malala, ao postar a foto descontraída em seu perfil no Twitter. Em outra imagem publicada pela ativista, ela aparece com os pais e os irmãos diante de um bolo onde lê-se “Feliz graduação, Malala”.
O pai de Malala, Ziauddin Yousafzai, retuitou a mensagem da filha, que até ontem tinha recebido mais de 550 mil curtidas e 12 mil comentários. Malala foi admitida na prestigiada Universidade de Oxford em 2017 depois de ter estudado em um instituto de Birmingham. Em 2012, depois do atentado no Paquistão, encontrou refúgio nesta cidade no centro da Inglaterra.
Malala começou sua luta em 2007, quando os talibãs impuseram sua lei no Vale do Swat, até então uma região turística tranquila do Paquistão. Aos 11 anos, essa filha de um diretor de escola e de mãe analfabeta criou um blog no site da BBC em urdu, o idioma nacional.
Com o pseudônimo de Gul Makai, ela descrevia o clima de medo no vale. Quando ficou conhecida, o Talibã decidiu eliminá-la, acusando-a de ser um veículo para a “propaganda ocidental”. Aos 15 anos, levou um tiro na cabeça e outro nas costas em um ataque ao ônibus escolar que a levava de sua escola em Mingora, no Vale do Swat. Desde então, tornou-se um ícone da defesa dos direitos das mulheres à educação e recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2014.
Discurso
Na ocasião, ao receber a medalha com a imagem de Alfred Nobel e o diploma de uma das distinções mais importantes do planeta, Malala agradeceu por deixarem-na “voar” e selou um compromisso com a educação. “Vou prosseguir com esta luta até que todas as crianças possam frequentar a escola”, prometeu. “Por que dar armas é tão fácil, mas dar livros é tão difícil? Por que construir tanques é tão fácil, mas construir edifícios é tão difícil?”, acrescentou.
Ao esbanjar simplicidade, Malala também aproveitou a ocasião da entrega do Nobel para honrar os pais. “Obrigada a meu pai por não cortar minhas asas, e por me deixar voar. Obrigada a minha mãe, por me inspirar, por ser paciente e por sempre dizer a verdade, o que acredito fortemente ser a maior mensagem do islã”, declarou. Em seu perfil no Twitter, Ziauddin citou a filha em seu perfil: “Orgulho em ser professor, pai de Malala e um ativista pela paz, pelo direito das mulheres e pela educação”.
» Vinícius Veloso*
Publicação: 19/06/2020 04:00
Em 1984, Aldir Blanc e Maurício Tapajós se juntaram para lançar o LP duplo que leva o nome dos dois. A parceria musical rendeu 20 músicas, sendo 11 delas compostas pela dupla. O sucesso foi tamanho que o álbum duplo ganhou dois novos formatos: um relançamento em formato de CD com 12 músicas, em 1994, e uma série televisiva este ano.
Imagem vinil é uma produção que personifica crônicas bairristas descritas nas 20 composições do disco Aldir Blanc & Maurício Tapajós (1984). A série, transmitida no canal por assinatura Prime Box Brazil, conta com 10 episódios. Com direção de Frederico Cardoso, a trama gira em torno do bairro da Tijuca (Zona Norte do Rio de Janeiro), local em que Aldir Blanc morou por muito tempo.
“As letras do Aldir — não somente desse belíssimo álbum com Tapajós — são crônicas curtas que contam histórias e nos remetem a situações do cotidiano e outras histórias. Então, as letras nos serviram não só de inspiração, mas como base para as narrativas audiovisuais dos episódios. Além disso, o encarte LP vem com charges, poesias, pinturas, artigos de amigos e parceiros da dupla. Eu e meus sócios somos todos tijucanos e conhecemos bem o bairro onde ambientamos as histórias, portanto, também acrescentaram vivências”, conta o diretor.
O primeiro episódio — Saudades — envolve as faixas Perder um amigo e O bonde. O segundo episódio — Pimenta — traz as mazelas das músicas Querelas do Brasil (tema de abertura) e Entre o torresmo e a moela. “Em todos os episódios, os personagens principais são cantados nas músicas, com duas músicas inspirando cada um dos 10 episódios. Na escrita, a partir da estrutura narrativa desenvolvida por mim, Gustavo Colombo e Vitor Pimentel, conforme as necessidades fomos inserindo personagens que foram dando liga e musculatura para sustentar os 25 minutos de cada episódio, cena a cena”, completa.
A cenografia também recebe destaque ao receber o Estádio do Maracanã e o Bar da Dona Maria, boteco onde Aldir e Maurício escreveram composições, como locais de filmagem. No elenco da série, Guida Vianna e Lionel Fischer são os destaques e se encontram ao lado de Marcello Melo, Maria Clara Guim, Christian Santos, Anderson Quack, Flávio Bauraqui, Vitória Rangel, Júlia Cartier Bresson, Roberto Rodrigues, Felipe Garcia, Waleska Arêas e Arlindo Paixão.
Interpretações
Um dos fatos interessantes da gravação é a distância existente entre as características dos personagem e de quem interpreta, fato comum para atrizes e atores. Guida Vianna, reconhecida atriz brasileira afirmou que não existem semelhanças entre ela e a personagem. Na série, Guida interpretou Betina, uma mulher que cuidava da casa e da família. “Não há nenhuma semelhança entre nós. Saí de casa aos 21 anos já formada na faculdade, trabalhando e dona da minha vida. Casei, separei, criei uma filha sozinha e me sustento com a minha profissão. Tenho minhas opiniões e sou dona da minha própria vida. Mas, o bom do trabalho do ator é isso mesmo, fazer personagens completamente diferentes de nós mesmos”, pontua.
No mesmo sentido, o ator Lionel Fischer nega qualquer semelhança com o policial aposentado Pimenta. O personagem que interpreta na trama teve forte ligação com os órgãos de repressão do regime militar, é alcoólatra, fuma compulsivamente e destrata a esposa. “Não existe nenhuma semelhança entre Pimenta e eu. Tinha 15 anos quando se deu o golpe militar. Meu pai, já falecido, foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro. E me recordo de uma noite em que ele, sentindo-se ameaçado, me pediu para ajudá-lo a jogar fora todos os livros, escritos ou documentos que pudessem incriminá-lo. Fizemos isso ao longo de toda uma noite, jogando hipotéticas provas na Lagoa Rodrigo de Freitas. E certamente, como já disse, por não ter nada em comum com o personagem, pude enxergá-lo de uma forma crítica, tentando sempre entender o que leva alguém a desprezar por completo a empatia.”
Compositores
Aldir Blanc morreu em 4 de maio último, após ser contaminado pelo novo coronavírus. Era formado em medicina, mas largou a carreira para se dedicar às composições e ao mundo artístico. Escreveu mais de 600 letras musicais e trabalhou como cronista. Antes de morrer, entretanto, participou de um teaser da série Imagem vinil, em que contou parte da história do lançamento do primeiro disco. O cantor relembra como, junto a Maurício Tapajós, conheceu a pessoa responsável por aprovar a liberação de verbas da Petrobras para atividades culturais, que facilitou a liberação do LP duplo em 1984.
Maurício Tapajós morreu em 1995 e o legado vem sendo repassado pelas músicas e também pelos filhos Lúcio e Márcio, que contaram um pouco sobre o disco lançado na década de 1980. “Musicalmente, ele começou trazendo músicos fantásticos para trabalhar junto, se não me engano foram mais de 80 músicos que tocaram no disco. E as faixas falam de um Brasil e um Rio de Janeiro cheio de mazelas, mas visto com ironia, amor e esperança. Aldir e Maurício transmitem em suas músicas um alto teor político e sarcástico. Quem conheceu os dois sabe como isso era forte neles”, conta Márcio Tapajós.
Lúcio Tapajós também deixou uma contribuição a respeito da produção de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. “Um LP independente, duplo, com aquela capa, aquele encarte, aquele nível de textos e ilustrações... Hoje, não existe maisaquilo. Naquele tempo, não se via isso também. Aliás, alguém fez algo parecido?”, questiona.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
Imagem vinil
Canal de TV por assinatura Prime
Box Brazil. Dez episódios de 30 min, com novos episódios nas quintas-feiras, às 21h. Reprises nas segundas-feiras, às 10h30, e sextas-feiras, às 10h. Não recomendado para menores de 14 anos
Aldir Blanc & Maurício Tapajós
De Aldir Blanc e Maurício Tapajós. SACI, 20 faixas.
» Ana Dubeux
Publicação: 18/06/2020 04:00
» Adriana Izel
» José Carlos Vieira
Publicação: 17/06/2020 04:00
Trio Balançado
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Cacai Nunes
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Luizão do Forró
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Renê Richocet
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Marques Célio
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» Agatha Gonzaga
Publicação: 16/06/2020 04:00
No momento da entrada no local, frequentadores precisam obedecer às normas de higiene e passar por aferição de temperatura corporal
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Júnia Lara concordou com as medidas estabelecidas, principalmente com o fechamento das piscinas e áreas de grande fluxo
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Aline Roberta Silva aproveitou a retomada das atividades para pedalar durante a manhã
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» Adriana Izel
Publicação: 15/06/2020 04:00
Thelminha foi a quarta mulher negra a vencer o Big brother Brasil em 20 edições
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Mesmo sem vencer o BBB20, Babu Santana colhe os frutos do programa, com contrato na Globo, canal no YouTube e lançamento de músicas
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» MARIANA MACHADO
Publicação: 14/06/2020 04:00
Isabela Viana: "Você experimenta a vida de um jeito diferente. É mais sem graça"
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Luísa Carvalho:"Quem chega, deixa os sapatos do lado de fora e entra por um corredor lateral"
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» Pedro Ibarra*
Publicação: 13/06/2020 04:00
Vivendo momento diferente na carreira, Frejat volta aos holofotes com Ao redor do precipício, primeiro disco solo do cantor em 12 anos. O compositor fez o lançamento na quinta-feira última e, agora, apresenta a primeira live na quarentena, três anos após a saída do Barão Vermelho.
O disco foi um trabalho extenso, pensado e financiado por Frejat. “Essa questão de ter o projeto mais extenso veio da constatação de que o álbum ainda é importante no sentido em mostrar a cronologia da sua cabeça para o público. Independentemente de como o fã vai ouvir o disco, para um artista a cronologia é importante.”
“Foi muito prazeroso e eu estou muito feliz com o trabalho. Porque ele tem a minha cara, mostra como eu penso na música nesse momento. Então alcançou exatamente o objetivo de mostrar minhas parceiras e as coisas que eu estava fazendo, com quem eu tenho andado e com quem eu tenho trocado experiências”, explica Frejat em entrevista ao Correio. O novo disco tem 13 faixas e contou com o auxílio de Leoni, Pupilo e os dois filhos do músico. A filha Júlia Frejat foi a responsável pela concepção visual completa do álbum, Rafael fez modificações e adicionou instrumentos na faixa Todo mundo sofre.
Agora, após a primeira semana de álbum, Frejat se prepara uma live hoje, às 19h, no perfil do Iguatemi (@iguatemisp). Por mais que o novo álbum tenha acabado de chegar aos ouvidos do público, essa live foca na carreira prévia do compositor. “Será uma live de músicas de sucesso, mais conhecidas, que acho que as pessoas estão com saudade”, explica o músico. “Mais pra frente, provavelmente, farei uma coisa mais relacionada ao novo disco”, completa.
Política
Nos tempos de pandemia e dificuldades devido às regras de distanciamento e isolamento social, Frejat está envolvido em uma frente parlamentar em defesa da cultura. O cantor vê a importância do fazer cultural e do auxílio aos artistas nestes tempos difíceis. “A cultura ajuda a manter a sanidade. É curioso como nunca se havia percebido de uma maneira tão radical esse papel que ela tem dentro do dia a dia das pessoas.”, disserta Frejat.
Sobre a quarentena do artista em casa, ele tem passado tempo com a família e organizando arquivos no computador. “Procuro não ficar vendo o noticiário o tempo todo, leio o jornal de manhã e, depois disso, só se alguma notícia chegar até mim pelo telefone ou Whatsapp”, conta o músico. Aprender piano também tem sido uma maneira de passar o tempo. “Estou apanhando. Vou tipo Martinho da Vila: ‘Devagar, devagar, devagarinho’. Uma hora eu chego lá”.
Barão Vermelho
Sobre a banda a qual se dedicou 35 anos da vida e do trabalho, Frejat contou que saiu por divergências sobre o futuro. “Na verdade, eu me desliguei da banda em 2017, porque existia uma vontade muito grande dos outros integrantes de fazer um trabalho novo, material inédito e ir para a estrada de forma permanente. Eu pensava diferente, eu tinha o pensamento de que a gente tinha que celebrar a obra maravilhosa que a gente fez, mas eu não via sentido em fazer mais um disco de banda”, lembra o cantor.
Vivendo outro momento na carreira, Frejat não pensa em um retorno ao grupo. “Na minha cabeça, estou desligado da banda e não tem possibilidade de voltar, mas acho também que a gente não deve dizer nunca porque a vida muda tanto, tem tanta coisa para acontecer, mas, por enquanto, não me vejo neste momento pensando sobre isso”, explana o compositor que não guarda ressentimentos. “Não teve conflito nenhum, muito pelo contrário, nós somos amigos, nos falamos pelo telefone, às vezes, nos encontramos, temos sempre assuntos, não tem mau humor”, explica.
» Adriana Izel
» Roberta Pinheiro
Publicação: 12/06/2020 04:00
Paulo Verissimo fará apresentação no térreo de prédio de Águas Claras
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A dupla Henrique & Ruan animará os presentes em hotel com show na área das piscinas
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Mavi e Togawa comandam o jazz da festa da Cervejaria Criolina
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O brasiliense Allan Massay fará três horas de show dedicado ao Dia dos Namorados
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» Caroline Cintra
Publicação: 11/06/2020 04:00
Débora e o marido: "Achei a ideia de poder receber a comida que gostamos em casa muito legal"
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» Geovana Melo*
» Lucas Batista*
Publicação: 10/06/2020 04:00
O 53° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) teve a realização ameaçada este ano, com o anúncio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, de que não havia recursos para o evento. O evento, criado em 1965, só não foi realizado de 1972 a 1974, durante a ditadura militar. Segundo o secretário de Cultura, , Bartolomeu Rodrigues, a verba destinada ao festival foi contingenciada pela Secretaria de Economia em decorrência do impacto da crise provocada pelo novo coronavírus. No entanto, ontem, o governador Ibaneis Rocha prometeu liberar recursos para a realização do evento.
Ao que tudo indica, o plano inicial do festival será cumprido, ou seja, será realizado de forma remota, com exibição dos filmes no Cine Drive-in e em plataformas on-lines, como streaming. O Correio entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura e, até o fechamento desta edição, não houve qualquer atualização sobre o projeto. Bartolomeu Rodrigues deve se pronunciar em breve acerca da dinâmica do evento.
Thiago Foresti é diretor do curta-metragem Escola sem sentido que, na edição 2019 do festival abocanhou três estatuetas: melhor ator para Wellington Abreu, melhor curta-metragem pelo júri oficial e, também, pelo júri popular, além do troféu Saruê, prêmio concedido pelo Correio ao melhor momento do evento. O cineasta pontuou que um dos festivais mais antigos do país é referência para o cinema nacional. “Cultura é importante e urgente demais para a sociedade, por isso precisa se adaptar para servir a população neste momento de crise. Milhões de mentes e corações desamparados precisam explorar e lidar com sentimentos em meio à tragédia. A arte pode ajudar”, afirma Foresti.
“Precisaremos cada vez mais de produções como o Escola sem Sentido, feito coletivamente em 2019. Temos que nos acostumar a fazer coisas com baixo custo e financiamentos alternativos. Não é hora de parar de produzir. Será mais difícil e penoso, mas ganham os artistas que não abandonarem o público neste momento”, pontua o cineasta brasiliense.
A 52ª edição também foi recompensadora para a diretora Glória Teixeira. Ano passado, o longa Dulcina rendeu os prêmios de melhor longa-metragem tanto do júri técnico quanto do popular; melhor atriz e melhor direção de arte. Para a cineasta, a decisão pelo cancelamento foi equivocada, mas está feliz com a volta do festival. “O Festival de Brasília é, se não o maior, um dos grandes eventos que ocorrem na capital federal. Mantê-lo não importa somente aos artistas da cidade e do país, mas aos amantes do cinema, comerciantes, rede de hotelaria, transportes aéreos terrestres, além, claro, à sociedade. Trata-se da história de Brasília e do cinema brasileiro. Por isso, parabenizo o governador por essa decisão e, se for o caso, tenho certeza que a classe artística estará à disposição para ajudar a reformular o modelo da edição de 2020”, ressalta Glória.
A cineasta acredita que realizar a exibição em um drive-in poderia ser uma opção, como anteriormente anunciado pelo secretário de Cultura e Economia Criativa do DF. “É possível que, em novembro, ainda não possamos estar reunidos. Entendemos que teremos de modificar o formato do evento. Até o momento, precisamos pensar em mudança de época, pois não seria adequado que ocorresse em período chuvoso. Quanto aos locais, as opções que vejo são o Cine Drive-in, que, felizmente, está maravilhoso, muito bem cuidado e creio que ávido por essa oportunidade. Lá, é possível manter o distanciamento, é ao ar livre, numa belíssima arena em local amplo, ou o estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, sob o céu mais lindo, que é o nosso”, ressalta.
Vantagens
A realização do festival de cinema à distância, por meio de uma rede on-line, além de evitar a disseminação da covid-19, possibilita que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo produzido pelos cineastas. A plataforma permite que os longas e curtas-metragens sejam assistidos em todo o Brasil.
O cineasta Bruno Victor marcou presença no Festival de Cinema de Brasília em 2017, com o documentário Afronte, uma coprodução com Marcus Azevedo. Para ele, o evento é uma das maiores e mais tradicionais janelas do audiovisual nacional, seja pelo caráter político ou pelos inúmeros filmes premiados mundialmente que tiveram passagem marcada pelo Cine Brasília. Além disso, muitas produções ganham projeções nacionais e internacionais ao passar pela capital, incluindo o próprio Afronte.
“O festival se consolida como ponto de debate sobre as construções que o audiovisual se propõe como política pública e reflexão da sociedade brasileira. É muito importante enfatizar que a existência do evento é uma ponte entre realizadores e público. Assim, é um equipamento que contempla a indústria audiovisual e a comunidade, observando a descentralização do evento que ocorreu em 2018, com exibições e oficinas em variadas regiões administrativas do DF, democratizando o acesso. Além disso, foi onde se criou o Prêmio Zózimo Bubul, fruto da articulação da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e do Centro Afro Carioca de Cinema, para o reconhecimento e valorização das produções estéticas de realizadores negros considerando critérios entre narrativa e aspectos técnico-formais dos modos de produção cinematográfica”, relembra Bruno.
O diretor e roteirista Pedro Jorge defende um valor fixo para a preparação do festival no orçamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. “O principal objetivo do registro do FBCB é que o custo da preparação faça parte, obrigatoriamente, do orçamento da Secec. Vejam que se refere a orçamento da preparação, pois, para a realização do festival, contamos com os patrocinadores, que não têm interesse na preparação, porque não há divulgação nessa etapa. Além disso, os custos de preparação podem ser mais constantes pelos próprios itens que compõem esta etapa”, diz.
História
O cineasta Vladimir Carvalho experimentou de quase um tudo com o Festival de Brasília. O documentarista sofreu censura federal com o filme O país de São Saruê, retirado do evento em 1971. Também conquistou prêmios, como no clássico Conterrâneos velhos de guerra, melhor filme em 1990. “Eu tenho uma relação de muito amor e dedicação com o festival. Em 1969, assisti pela primeira vez ao evento, e, de imediato, percebi que é muito importante do ponto de vista da cultura, porque é um bem inalienável”, conta.
De acordo com Vladimir, a ideia de cancelar a 53ª edição tinha sido um ato impensado. “Parecem não entender a importância para a cultura brasileira. Se o governador enxergou essa falha, é um motivo para nos regozijarmos porque garantiu a realização. O FBCB tem uma função educativa: a plateia de brasília é muito esperta, crítica, autônoma, que sabe aplaudir e criticar. Estou muito feliz porque realizaremos o evento”, afirma.
O documentarista ainda tem esperanças que a festividade ocorra normalmente, mas, caso não seja possível, vê com bons olhos a opção pelo Cine Drive-in. “O Festival de Brasília costuma ser realizado no mês de novembro, portanto, é bastante distante. Até lá, espero que já tenhamos superado essa questão do isolamento, e não podemos descartar a possibilidade de fazermos normalmente. Se a doença não passar, aí sim precisamos pensar em outra alternativa. Se não for possível ocorrer da mesma forma, modificaremos, ninguém criticará isso por causa da pandemia. O Drive-in é uma alternativa boa para se enquadrar nesses tempos, mas eu insisto que essa data é provável que possamos realizá-lo como sempre acontece”, conclui.
*Estagiários sob supervisão de Igor Silveira
» Alexandre de Paula / » Vinícius Veloso*
Publicação: 09/06/2020 04:00
» Irlam Rocha Lima
Publicação: 08/06/2020 04:00
» Adriana Izel
Publicação: 07/06/2020 04:00
"Além de ter feito um álbum, acho que a minha quarentena está igual a de todo mundo"
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MARIANA MACHADO
Publicação: 06/06/2020 04:00
Com a pandemia, a florista Andiara Antunes passou a vender 40% mais: especialista em comércio on-line
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» ALEXANDRE DE PAULA
Publicação: 05/06/2020 04:00
Câmeras que medem temperatura em massa e fiscalizam uso de máscaras estão em teste na Rodoviária do Plano Piloto: 1,8 mil pessoas por minuto
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Publicação: 04/06/2020 04:00
De máscara, o casal Darlan e Andrea saiu do confinamento para fazer uma caminha no Parque de Águas Claras
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» Adriana Izel
Publicação: 03/06/2020 04:00
A meditação é a proposta de Amanda Dheher para uma jornada de cura
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Em O tempo de felicidade, Flora Victoria propõe uma pausa para realinhamento
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Andreza Carício compartilha em Todo santo dia hábitos para buscar a felicidade
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MARIANA MACHADO
Publicação: 02/06/2020 04:00
Quem quiser uma foto com os girassóis precisa correr: esta deve ser a última semana da florada
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Diariamente, no caminho de casa para o trabalho, Alan da Silva e Stephani Santos veem os campos de girassóis |
Irair Alves e Cristiano Meira sempre passam pela plantação de girassóis: é comum encontrar noivas, grávidas e casais fazendo ensaios
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O presidente da AgroBrasília, Ronaldo Triacca, explica que a plantação começou há cerca de oito anos e, desde então, virou tradição
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» Lucas Batista*
Publicação: 01/06/2020 04:00
Vladimir Carvalho
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O diretor com Renato Russo
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Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, dá entrevista para o cineasta
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» JULIANA ANDRADE
» THAIS UMBELINO
Publicação: 31/05/2020 04:00
De acordo com o novo decreto, o funcionamento dos parques será entre 6h e 21h, restrito e fiscalizado pelo GD
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Governador Ibaneis Rocha anunciou, ontem, o decreto, após receber alta do hospital
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Publicação: 30/05/2020 04:00
Dimenstein falou abertamente sobre a batalha pessoal contra um câncer agressivo
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De óculos, nos anos 1980, organizando os trabalhos no Correio. Liana Sabo (D) observa
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JULIANA ANDRADE
Publicação: 29/05/2020 04:00
Inicialmente, Rosilaine foi diagnosticada com dengue. No HUB, veio a confirmação para o novo coronavírus
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ALAN RIOS
Publicação: 28/05/2020 04:00
Movimentação dentro do Conjunto Nacional foi considerada baixa. Lojas de aparelhos eletrônicos foram os estabelecimentos mais visitados
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JULIANA ANDRADE
Publicação: 27/05/2020 04:00
Lilia Viana: o ipê-roxo tatuado como forma de carinho à cidade
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Gizele: "O ipê é o que traz cor ao cerrado, nessa época de inverno. Eles dão um contraste bonito com o céu"
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» Matheus Ferrari
Publicação: 26/05/2020 04:00
O casal João Pedro e Thalita é responsável pela organização da celebração na Paróquia do Divino Espírito Santo: alternativa para os fiéis manterem a tradição
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Para Jeferson Queiroz, fica sempre um sentimento de que está faltando alguma coisa, e 2020 ficará marcado: "É uma questão muito estranha. Não podemos ir à igreja e fazer as orações como de costume"
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Em anos anteriores, a Festa do Divino reunia milhares de fiéis na celebração, que iniciava-se no sábado e terminava no domingo
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JULIANA ANDRADE
Publicação: 25/05/2020 04:00
Presidente do Instituto Dona Salomão, Maia Toguchi e a amiga Ivonete Chouas distribuem sopa e agasalhos para pessoas em situação de rua
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A Polícia Militar do DF está recebendo doações em todos os batalhões
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Roberta Pinheiro
Publicação: 24/05/2020 04:00
Da Bahia, Ildeni de Castro Baião reza para que nada aconteça com o filho Widney, que mora no DF
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A técnica de enfermagem Sandra tenta, todos os dias, tranquilizar a mãe, Maria de Freitas Machado, que é cardiopata
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Mesmo sob o mesmo teto, Arnalda Gardenha e Lucas Henrique ficam isolados: conversas em cômodos diferentes
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Lucas é o único filho de Eliene Valente de Brito: muita preocupação quando soube que o filho tinha testado positivo para o vírus
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Márcia Regina Barbosa Naves com as filhas, Kelly (esquerda) e Karla: mais de dois meses sem se encontrarem
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» ALEXANDRE DE PAULA
» DARCIANNE DIOGO
» WALDER GALVÃO
Publicação: 23/05/2020 04:00
Representantes do setor garantem que os shoppings estão preparados para receber os clientes sem colocar a saúde das pessoas em risco
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» Ana Maria da Silva*
» Jonathan Luiz*
Publicação: 22/05/2020 04:00
A administradora Helenice Pereira Cavalcante cultiva e mantém há 10 anos uma horta na varanda do apartamento
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Parte dos ingredientes das pizzas e dos sanduíches que Danillo Ribeiro vende é cultivada no seu quintal: ajuda do filho |
» INGRID SOARES
Publicação: 21/05/2020 04:00
Weintraub vinha relutando em postergar a realização do exame, mas se rendeu à evidência que a realização no período estabelecido prejudicaria os estudantes
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O presidente Jair Bolsonaro anunciou, ontem, nas redes sociais, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria realizado em novembro, em todo o país. A razão é a pandemia do novo coronavírus e a possibilidade de os efeitos durarem além da reabertura do país, assim que os números de casos e mortes estiverem sob controle. A decisão foi tomada em conjunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defendia a postergação das datas.
“Por conta dos efeitos da pandemia da covid-19, e para que os alunos não sejam prejudicados pela mesma, decidi, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, adiar a realização do Enem 2020, com data a ser definida”, escreveu Bolsonaro, em uma rede social.
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) informaram que decidiram pelo adiamento da aplicação do exame nas versões impressa e digital. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais.
“Para tanto, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio”, diz um trecho da justificativa do Instituto.
Logo no início da sessão remota da Câmara dos Deputados, Maia cobrou uma sinalização de Bolsonaro sobre o assunto. O deputado tinha dado até o fim das votações da Casa para que o Executivo se posicionasse ou colocaria em votação projeto que estabelecia o adiamento do Enem.
Relutância
O comunicado do Inep e a publicação de Bolsonaro sobre o adiamento ocorrem após grande relutância do ministro da Educação, Abraham Weintraub, em fazer alterações nas datas dos exames. No Twitter, na terça-feira, ele anunciou que consultaria os estudantes virtualmente sobre um possível adiamento, mas, ontem de manhã, já havia mudado de ideia. “Diante dos recentes acontecimentos no Congresso e conversando com líderes do centro, sugiro que o Enem seja adiado de 30 a 60 dias. Peço que escutem os mais de 4 milhões de estudantes já inscritos para a escolha da nova data de aplicação do exame”, escreveu Weintraub em sua rede social.
A postergação do Enem foi aprovada, na terça, com a maioria dos votos pelo Senado, mas sem estabelecer a nova data. A proposta chancelada pelos senadores prevê que, em caso de estado de calamidade, como o atual, os processos seletivos para a educação superior serão prorrogados.
Mesmo com as sinalizações dos parlamentares, Bolsonaro ainda resistia. Pela manhã, disse que era “muito cedo” para se decidir sobre o Enem. “Vamos esperar um pouquinho mais, é muito cedo. Nós estamos agora em maio, é novembro (a prova), espera um pouquinho mais para tomar decisão. A prova do Enem, que alguns querem adiar, acho que temos que ouvir os que vão fazer a prova”, disse de manhã para apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.
Mas até entre a claque a qual se dirigiu, havia quem apoiasse a transferência de datas. A uma apoiadora, que faria a prova, Bolsonaro questionou: “Você quer adiar ou quer deixar em novembro mesmo?”. A mulher rebateu: “Acho que seria melhor adiar”.
Porém, ele não se deu por convencido. “Adiar para quando? Depois que você adia, você não sabe quando. Opinião minha. Tem pedidos da Câmara, da presidência da Câmara. Parlamentares querem adiar, outros não. Eu te pergunto: a eleição vai ser adiada também? Vamos esperar um pouquinho mais. É muito cedo. Estamos agora em maio, é só em novembro. Espera um pouquinho mais para tomar a decisão”, insistiu.
» Para deputado, agora vai haver igualdade
Em entrevista ao CB.Poder, uma parceria entre o Correio e a TV Brasília, o deputado Professor Israel Batista (PV-DF) afirmou que adiar o Enem é essencial para garantir o acesso de todos os estudantes à prova. “O Brasil é um país de desigualdades e nós não podemos permitir que o Enem seja politizado”, afirmou. Segundo o deputado, deveria-se seguir o exemplo de outros países, como França, Estados Unidos e China, que já adiaram os seus exames que precedem a entrada no ensino superior. Para o deputado, o governo federal estava mantendo a data do Enem para “forçar a reabertura das escolas”, apesar da curva de mortes e casos estar subindo. “Ele (Abraham Weintraub, ministro da Educação) politizou todo o debate. Ele não é ministro da Educação, ele é ministro do entretenimento”, ironizou
» Fernando Jordão
Publicação: 20/05/2020 04:00
O casamento foi realizado em cartório de Maceió (AL), mas o noivo estava em Bom Jesus da Penha (MG)
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Célio conhece Eliana há 31 anos
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Banner do casamento destaca distância do casal
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» ALAN RIOS
Publicação: 19/05/2020 04:00
João Forechi acredita que a retomada econômica será lenta: "O movimento não vai ser igual ao que era antes durante um bom tempo"
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Francineide aproveitou a reabertura de lojas para comprar calças
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Clientes de Rosângela Oliveira tiveram a temperatura medida
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» DARCIANNE DIOGO
» WALDER GALVÃO
Publicação: 18/05/2020 04:00
Eliane Jacques Medeiros integra o grupo de risco e evita ao máximo sair de casa. O filho Waldir Jacques é quem faz a maior parte das compras para a família
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Há quase dois meses de portas fechadas, o comércio do Distrito Federal começa, nesta segunda-feira, mais uma etapa da retomada de atividades. Após a Justiça autorizar a reabertura dos estabelecimentos de forma escalonada — por segmento e a cada 15 dias —, o Executivo local publicou decreto que prevê a abertura de algumas lojas de rua de roupas, calçados, corte e costura e de extintores de incêndio. Mesmo assim, entidades do ramo acreditam que o aquecimento das vendas será lento. Além disso, a partir de hoje, os brasilienses que circularem sem máscara de proteção facial serão multados.
Segundo o presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços (Fecomércio-DF), Francisco Maia, a entidade busca negociação com o governo para a reabertura de mais setores nesta semana. Até sexta-feira, Maia espera que os shoppings voltem a funcionar. “Os lojistas (dos shoppings) estão reclamando muito por causa da liberação de alguns setores. Vamos forçar o governador”, disse.
O presidente da Fecomércio se reunirá com Ibaneis Rocha hoje, mas ainda não há data e local definidos. No entanto, ele reforça que a retomada das atividades dependerá de alguns critérios, que não provoquem problemas sanitários, o que pode ocasionar um retrocesso da contenção do coronavírus.
A juíza Kátia Balbino de Carvalho, da 3ª Vara Cível do Distrito Federal, ainda não respondeu ao recurso apresentado pelo GDF com o argumento de “cabe ao Executivo local e não ao Judiciário tomar decisões sobre as datas e condições de abertura das atividades comerciais”.
Lucimeire Arruda, 53 anos, gerencia uma loja de calçados no Guará 1. Para ela, o cenário é de cautela. “Suspendemos os contratos dos funcionários. Vamos aguardar a movimentação de clientes nos próximos dias para saber se podemos chamar alguns de volta”, disse. Ontem, ela preparava o estabelecimento para reabrir hoje. “Vamos deixar bastante álcool em gel, fazer aquisição de máscaras e controlar a entrada de pessoas.”
Desafios
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Edson de Castro, ressaltou que os empreendedores precisam ter atenção e evitar lotação nos estabelecimentos, para que não haja maior disseminação do vírus. “Caso isso ocorra, tudo será fechado novamente”, alertou. Ele afirmou, ainda, que a expectativa do sindicato era de que toda atividade comercial da capital fosse retomada nesse primeiro momento, principalmente os shoppings. “Por outro lado, a gente observa que no DF está baixa a taxa de mortalidade, justamente devido aos cuidados que o governador tomou. Se a gente abrir tudo de uma vez, corremos o risco de fechar em uma semana”, ponderou.
“Perdemos a noção de quantas pessoas foram demitidas, porque esse processo passou a ser feito direto nos estabelecimentos, sem passar pelo sindicato. No nosso último levantamento, eram 1,7 mil desempregados”, lamentou o presidente da entidade. Além disso, Edson comentou que muitas lojas estão sem estoque e terão dificuldades para reabrir. “O pior de tudo é que não estão havendo contratações.”
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães, defende a reabertura gradual dos comércios, mas alega que o retorno para os outros segmentos não deve demorar muito. “Caso retarde muito a volta, haverá uma desobediência, porque todos estão com dívidas. Contudo, é preciso cuidado para não corrermos o risco de voltar a fechar. Então, será preciso seguir à risca as diretrizes estabelecidas pelo governo”, argumentou.
De acordo com ele, o número de lojistas que voltarão a trabalhar nos quatro segmentos liberados no sábado não é tão alto. “Antes da pandemia, tínhamos cerca de 320 mil pessoas desempregadas apenas no setor varejista e esse quantitativo pode haver mais 140 mil”, disse.
Máscaras obrigatórias
O uso obrigatório de máscaras está vigente desde 30 de abril no DF, e apenas em 11 de maio a multa passou a valer para quem descumprisse a regra. Na primeira semana, no entanto, o Executivo decidiu adotar uma abordagem educativa e apenas punir quem demonstrasse resistência. A partir de hoje, quem for flagrado sem a máscara poderá pagar R$ 2 mil, por infração sanitária. Para os estabelecimentos, o valor é de R$ 4 mil e pode ser dobrado caso haja reincidência. A fiscalização do uso do equipamento ficará a cargo Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e contará com uma força-tarefa composta por diversos órgãos, como o Departamento de Trânsito (Detran) e Polícia Militar.
Entretanto, apenas a DF Legal, a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) e a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) podem aplicar as multas. Quem for penalizado, tem prazo de 10 dias para apresentação de eventual impugnação junto ao órgão emitente do ato administrativo. As máscaras de proteção facial devem ser usadas em espaços públicos, vias públicas, equipamentos de transporte público coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços.
A dona de casa Eliane Jacques Medeiros, 53, mora na 410 Norte com os dois filhos, de 32 e 29 anos. Portadora de diabetes, ela integra o grupo de risco para o novo coronavírus e defende as medidas estabelecidas pelo governo. “Só saio de casa em caso de extrema necessidade. Além do distanciamento social, o uso das máscaras é essencial para nos afastar de problemas maiores, evitando a contaminação”, afirmou.
O filho mais velho, Waldir Jacques, 32, conta que faz o máximo para preservar a saúde da mãe. “Estipulamos que apenas eu saio para ir ao mercado ou à farmácia em, apenas, uma vez na semana.” Embora favorável ao isolamento social, Waldir analisa todo o cenário. Ele administra uma barbearia na Asa Norte e tem sentido as consequências econômicas da covid-19. “Estou há quase 60 dias fechado e o movimento caiu cerca de 80%. Mas a minha preocupação, neste momento, é com minha mãe, que precisa de cuidados. Devemos evitar ao máximo a disseminação desse vírus”, complementa.
» Duas perguntas para Marcos Pontes, médico clínico geral do Grupo Santa
Como o senhor avalia a reabertura de algumas lojas?
Da parte médica, o que podemos dizer é que o DF continua em curva ascendente. Acreditamos que os casos aumentarão, porque não estamos apresentando diminuição no número de notificações. É certo que, se você tira a população da quarentena, há um risco maior. Então, é natural que a propagação do vírus aumente.
Qual a principal orientação para população nesse momento?
Todos estão orientados sobre o uso da máscara, álcool em gel e do distanciamento social. É bom que entendam essas medidas para evitar o contágio do coronavírus e a sobrecarga no sistema de saúde.
» DARCIANNE DIOGO
» WALDER GALVÃO
Publicação: 17/05/2020 04:00
Gerente de uma loja de roupas no Sudoeste, Adriana Ribeiro prepara o estabelecimento para reabertura
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Adriana Izel
José Carlos Vieira
Nahima Maciel
Publicação: 16/05/2020 04:00
» HELLEN LEITE
Publicação: 15/05/2020 04:00
Elinete Miller ficou emocionada ao deixar o hospital por um "corredor de aplausos"
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Maria Baqui*
Vinícius Veloso*
Publicação: 14/05/2020 04:00
Guga Cammafeu e Thiago Nascimento: a live Axé Solidário arrecadou mais de 15 toneladas de alimentos para projetos sociais da capital
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Menos é Mais: evento realizado na internet teve a presença virtual de famosos como Péricles, Neymar e Ronaldinho Gaúcho
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» juliana andrade
Publicação: 13/05/2020 04:00
ROBERTA PINHEIRO
THAIS UMBELINO
Publicação: 12/05/2020 04:00
Enquanto aguardava a alta, Davi, filho de Mariene e Ricardo, ganhou equipamento de proteção para bebês confeccionado pelas enfermeiras do Hran
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» ALAN RIOS
» THAIS UMBELINO
Publicação: 11/05/2020 04:00
"Em anos anteriores, nos preparamos para várias epidemias, mas nada como agora. O que estamos vivendo é diferente. Isso resulta em um nível de estresse imensurável" Joana D'arc Gonçalves, infectologista do Hran
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Publicação: 10/05/2020 04:00
A médica infectologista Marli, de branco, com mães e colegas no Hospital Santa Lúcia
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QUANDO OS DIAS NÃO TÊM FIM
ANA CLARA AVENDAÑO*
Publicação: 09/05/2020 04:00
Victor Mayrinck desenvolveu ansiedade desde que ficou completamente isolado e não consegue ter uma boa noite de sono
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"Eu, literalmente, troquei o dia pela noite, às vezes, acordo às 18h. A vida não para, mas, aos poucos, eu vou parando, por conta dessa desregulação" Mayariane Castro, estudante
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» Matheus Ferrari
Publicação: 08/05/2020 04:00
Luiz Guilherme Carvalho implementou o serviço de delivery durante a pandemia e prevê acréscimo de venda de 10% a 20%, em relação aos últimos dias
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Daniella intensificou as vendas on-line e testa o serviço de drive-thru
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Beatriz Fernandes viu as encomendas de doces dobrarem este ano
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» CAROLINE CINTRA
» JÉSSICA EUFRÁSIO
» Colaboraram Alexandre de Paula e Walder Galvão
Publicação: 07/05/2020 04:00
O governador Ibaneis Rocha inaugurou ontem dois blocos nos novos Centros de Detenção Provisória (CDPs), onde ficarão isolados os detentos que chegarem à Papuda
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Um dos motivos para a não liberação de parte do comércio é a dificuldade de impor o respeito ao isolamento social no DF
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» Jonathan Luiz*
» Thalyta Guerra*
Publicação: 06/05/2020 04:00
As amigas Marina Rodrigues e Marina Lopes se conheceram no posto de saúde e, durante a amamentação, a amizade ficou ainda maior
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Publicação: 05/05/2020 04:00
Com mais de 145 mil mortos, a Europa começava ontem a flexibilizar as restrições impostas a milhões de habitantes. Apesar da suspensão de medidas de distanciamento social em alguns países, os cidadãos mantiveram a cautela. A Espanha colocou em marcha a chamada “fase zero” da desescalada e testemunhou uma corrida aos salões de beleza e barbearias. Na Itália, país mais castigado do continente, com 29.079 mortos, os habitantes já podem sair de casa, segundo um programa de desconfinamento que varia de acordo com a região. “A emergência não terminou”, advertiu a ministra do Interior, Luciana Lamorgese. A nação adota uma abertura considerada muito prudente: sem comércio varejistas, sem bares ou restarantes (com autorização apenas para vendas de refeições retiradas pelos clientes), com estímulo ao trabalho à distância e proibição de festas de família.
O governo italiano permitirá, no entanto, que familiares de uma mesma região se encontrem. Existe preocupação com o risco de uma segunda onda de infecções. “As novas regras são bem mais vagas. Temo que, para muitos, será uma desculpa para fazer o que desejam e encontrar todo mundo, primos, namoradas...”, comenta Alessandra Coletti, uma professora de 39 anos.
Na Áustria, alunos da última série do ensino fundamental voltaram às aulas, como também ocorreu em alguns estados da Alemanha. No Leste Europeu, terraços de cafés e restaurantes reabriram na Eslovênia e Hungria, exceto na capital, Budapeste. Na Polônia, também reabriram hotéis, centros comerciais, bibliotecas e museus. Em outros países europeus, o desconfinamento ainda não ocorreu. Na França, que registra mais de 25 mil mortos, o mesmo terá início na próxima segunda-feira, por região. As autoridades não vão impor uma quarentena aos passageiros procedentes de países da União Europeia, do espaço Schengen ou do Reino Unido. Por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve anunciar no domingo um plano de alívio das medidas no país, que registra mais de 28 mil óbitos.
Vacina
Em Bruxelas, uma campanha mundial para arrecadar fundos organizada pela União Europeia conseguiu 7,4 bilhões de euros (cerca de R$ 44,6 bilhões) para financiar a pesquisa de uma vacina. Organizadora da conferência de doadores, que recebeu o apoio dos principais dirigentes europeus, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que uma vacina “é nossa maior chance coletiva de vencer o vírus. Temos que desenvolvê-la, produzi-la e estendê-la a todos os cantos do mundo a preços acessíveis”, disse.
Reencontro emocionante em Portugal
Foram quatro semanas de isolamento. Depois de a família ser afastada pelo novo coronavírus, o menino Salvador, de 3 anos, reencontrou-se com os pais, Ricardo Soares (28 anos) e Vânia Mendes (24). Portadores da Covid-19, o casal português precisou se isolar, entre 3 de abril e a semana passada, até a recuperação. Tudo para impedir que o filho fosse infectado também. “Ele (Salvador) só perguntava onde estávamos. Dizíamos que estávamos no hospital ajudando os médicos a tratar dos doentes”, contou Ricardo ao jornal Correio da Manhã. Antes de rever o filho, que ficou com um parente, eles tiveram de passar por três testes até sair o resultado negativo. O abraço da família foi marcado por lágrimas e por abraços apertados. “A mãe não te deixa mais”, disse Vânia, ao acarinhar o filho. Até a noite de ontem, o vídeo do encontro contabilizava 81.970 visualizações.
Nahima Maciel
Publicação: 04/05/2020 04:00
A musicista ocupa o cargo mais importante da orquestra depois do maestro
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Saúde é o que interessa!
THAIS UMBELINO
Publicação: 03/05/2020 04:00
Gabriela passou a fazer mais atividades físicas em casa
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Cecília: cozinhar mais em casa e consumir mais vegetais e hortaliças
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Victor Hugo Machado: para o nutricionista, equilíbrio é a chave para uma vida saudável
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» MARIANA MACHADO
Publicação: 02/05/2020 04:00
Na chácara onde Jaciel Dias mora, 134 cães aguardam para serem adotados: mais de 40 resgatados só durante a pandemia
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Lucimar AparecidaPereira já fez mais de 200 resgates: "Não é profissão, a gente faz por compaixão"
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 30/04/2020 04:00
Por enquanto, apenas lojas de móveis e de eletrodromésticos, além de serviços essenciais como supermercados, padarias e farmácias, têm autorização para funcionar na capital
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Até 11 de maio, o uso de máscaras nas ruas e no transporte terá caráter educativo
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» CIBELE MOREIRA
Publicação: 29/04/2020 04:00
Luciano Girade, proprietário de três estabelecimentos: "Não vamos conseguir segurar por muito tempo"
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Caroline Cintra
Publicação: 28/04/2020 04:00
Com o fechamento da banca na Feira de TV, Jaime Miranda passou a atender delivery: foco nas vendas de incenso e fontes de água
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Gilsa Gisele de Melo Santana pratica tai chi chuan ao lado do marido: equilíbrio que precisava para enfrentar o momento
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Vanik Rayanne incluiu o incenso e as fontes de água em seu ritual de autocuidado diário
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HELLEN LEITE
Publicação: 27/04/2020 04:00
A imagem do abraço das duas é uma das que a mãe guarda com mais carinho. Este ano, as meninas se divertiram no carnaval fantasiadas
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ALAN RIOS
Publicação: 26/04/2020 04:00
Entre outras atividades cotidianas, Eldomira Pereira tem buscado conforto em livros religiosos
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Angelina Pereira conseguiu conversar com a irmã, com quem não falava havia 40 anos
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» MARIANA MACHADO
Publicação: 25/04/2020 04:00
Chef Marcelo Petraca e a esposa Marcella dão dicas para montar uma bela mesa
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» ALEXANDRE DE PAULA
Publicação: 24/04/2020 04:00
O equipamento de proteção deverá ser utilizado pelos moradores do DF em todos os espaços públicos
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Na casa de Ana Carolina Cesar, o uso de máscara faz parte da rotina |
» JULIANA ANDRADE
Publicação: 23/04/2020 04:00
Para evitar aglomerações, a chegada dos idosos ao Brasília Palace Hotel foi dividida em dois grupos de 50 pessoas
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Hotel está fechado exclusivamente para receber os beneficiários
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