RÓRMULA 1
Publicação: 16/11/2020 04:00
Lewis Hamilton fez história mais uma vez. O britânico da Mercedes venceu o GP da Turquia, ontem, com uma exibição fantástica e sagrou-se heptacampeão da Fórmula 1. Recordista em número de vitórias, ele se igualou a Michael Schumacher em títulos na categoria. O mexicano Sergio Perez, da Racing Point, terminou em segundo e o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, completou o pódio.
Hamilton estabelece uma carreira dominante: chegou à incrível marca de 94 vitórias em 264 provas e foi campeão antecipadamente, mais uma vez. O agora heptacampeão mundial triunfou em 10 das 14 corridas da temporada 2020 e reforçou, a cada prova, que está entre os maiores da história. Ele soma 307 pontos na classificação e não pode mais ser alcançado pelo companheiro Valtteri Bottas, que decepcionou no GP turco e terminou fora da zona de pontuação, em 14°. O finlandês teve uma péssima atuação e rodou várias vezes. Agora, corre o risco de perder o vice para Max Verstappen.
“É muito importante que as crianças vejam isso. Não acreditem quando disserem que vocês não podem fazer algo. Sonhem com o impossível. Trabalhem por isso, persigam, nunca desistam”, reforçou Hamilton, que superou o preconceito e outras adversidades para se tornar um dos maiores ídolos do esporte mundial. Após a corrida, o britânico vibrou muito e se emocionou.
Ontem, o piloto da Mercedes largou em sexto depois de uma performance ruim no treino classificatório na “pista de gelo” em Istambul, molhada pela chuva e com pouca aderência em razão do recapeamento tardio. Não foi uma exibição brilhante, tanto que Hamilton chegou a errar e cair para sétimo no começo da corrida. No entanto, com pneus intermediários, inteligência, paciência e talento, o piloto da Mercedes conseguiu se adaptar ao circuito e contou com as paradas dos adversários para trocar os pneus.
Arrojado e perspicaz como sempre, foi ganhando posições quando o asfalto começou a secar, até ultrapassar o mexicano Sergio Pérez, da Racing Point, na 37ª volta, para assumir a liderança e de lá não sair mais. Destruidor de recordes, o britânico chegou ao sétimo título com naturalidade. Assim como no ano passado, sobrou em relação aos rivais, mostrou que está em outro patamar há algum tempo e impôs uma verdadeira dinastia na Fórmula 1, com sete conquistas, sendo quatro consecutivas.
Desde 2007, ano da estreia na categoria, e 2008, quando levantou o primeiro troféu, o piloto evoluiu muito e se consolidou, também, como um ídolo fora das pistas, com postura marcante contra o racismo e a favor dos direitos humanos e de causas sociais. Em um ano marcado pelo movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e pela intensa discussão sobre ações afirmativas, Hamilton teve papel bastante relevante ao levar a preocupação com o racismo à principal categoria mundial do automobilismo. Mesmo com a ameaça de represálias, o único piloto negro da história da Fórmula 1 não se intimidou e reafirmou postura antirracista, tornando-se referência do movimento.
O britânico teve atitudes públicas nos últimos meses que causaram reações controversas na Fórmula 1. Em julho, ele tentou organizar um protesto coletivo para que os 20 pilotos se ajoelhassem antes da prova. Seis não aderiram. Depois, Hamilton subiu ao pódio no GP da Itália com uma camiseta em que cobrava a prisão dos policiais responsáveis pela morte da jovem americana negra Breonna Taylor. Logo depois, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu o uso de outras vestimentas no pódio, além do macacão. O supercampeão, porém, reiterou que continuaria protestando contra a discriminação racial e outros preconceitos. E assim o fez.
Ferrari, enfim, faz uma boa prova
Na tumultuada corrida na Turquia, com várias alternâncias de posições, destaque também para a Racing Point, com o segundo lugar de Sergio Perez, que chegou a liderar. Foi a primeira vez dele no pódio. A Ferrari teve uma boa exibição e colocou os pilotos no terceiro e quarto lugares. Charles Leclerc ficou muito perto de se sair ainda melhor, mas errou ao tentar passar o mexicano, perdeu o posto para Sebastian Vettel e finalizou em quarto.
O terceiro lugar foi um prêmio para o alemão tetracampeão, que subiu ao pódio pela primeira vez na temporada. Ele havia largado em 11º.
O espanhol Carlos Sainz Jr, da McLaren, cruzou a linha de chegada em quinto, à frente dos dois carros da Red Bull, com o holandês Max Verstappen em sexto e o tailandês Alexander Albon em sétimo. O jovem britânico Lando Norris terminou na oitava posição.
Restam apenas mais três etapas para o fim da temporada de 2020 da Fórmula 1, que se encerrará em 13 de dezembro. A próxima corrida será o GP do Bahrein, daqui a duas semanas.