Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
Correio Braziliense domingo, 12 de junho de 2022
ANÁLISE: O BRASIL NA GEOPOLÍTICA DO ALIMENTO
Análise: O Brasil na geopolítica do alimento
Muitos analistas consideram que há amplas evidências de que uma nova geopolítica está substituindo o projeto de globalização que, sustentado na lógica de um mundo sem fronteiras, ganhou força no pós-Guerra Fria
CB
Correio Braziliense
postado em 12/06/2022 06:00
(crédito: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES - Pesquisador da Embrapa Agroenergia
O conceito de geopolítica pode adquirir variados matizes, mas é em geral associado ao impacto que a geografia tem nas estratégias e políticas de determinados países ou regiões. Certo nível de poder político pode ser vinculado, por exemplo, a países que controlam vias navegáveis e comércio ou que detêm recursos, como petróleo, gás natural, solos férteis, água. Enquanto no passado a geopolítica centrava-se na luta pelo controle de espaços, recursos e comércio, como forma de poder, mais recentemente o conceito ganha novas facetas e muito mais complexidade.
Muitos analistas consideram que há amplas evidências de que uma nova geopolítica está substituindo o projeto de globalização que, sustentado na lógica de um mundo sem fronteiras, ganhou força no pós-Guerra Fria. Essa nova geopolítica perpassa múltiplos domínios, exigindo mais conhecimento sobre a natureza interconectada dos sistemas naturais, sociais, econômicos, políticos e tecnológicos. Veja se os desafios das mudanças climáticas, pandemia, guerra no leste europeu, inflação e distúrbios nos fluxos globais de insumos e alimentos — ocorrendo ao mesmo tempo, com variados tipos de riscos — alguns antes improváveis, mas que, de repente, se tornam reais.
Insegurança alimentar está entre os riscos geopolíticos mais perigosos, pelos efeitos que tem em todas as dimensões da vida em sociedade. Afinal, acesso ao alimento está na base da estabilidade e da paz no mundo. Antes mesmo das crises concomitantes que vivemos, persistentes sinais de alerta indicavam aprofundamento de assimetrias econômicas e sociais e ameaçador crescimento da fome e da desnutrição no mundo. Situação hoje agravada, com muitos governos perplexos frente ao desafio de prover suas populações com alimentos adequados a custos acessíveis.
A retomada da demanda ao fim de dois anos de pandemia não encontrou eco nas debilitadas cadeias globais de suprimentos, e a guerra Rússia-Ucrânia aviltou os preços do petróleo e do gás natural, provocando sérias rupturas nos fluxos de insumos e alimentos. O resultado é uma crise inflacionária de natureza global, sentida tanto por economias avançadas quanto por mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A inflação de alimentos, medida pelo índice de preços da FAO (FFPI), que atingiu em 2021 o nível mais alto em uma década, deve infelizmente crescer ainda mais em 2022.
A atual crise aponta para duas situações que precisam capturar a atenção dos líderes e formuladores de políticas no Brasil, um grande produtor de alimentos e provedor-chave para inúmeros países ao redor do globo. A primeira diz respeito à necessidade — que é também uma oportunidade — de criar condições para que o Brasil produza uma excelente safra de alimentos nesse momento em que o mundo passa por enorme dificuldade. Tanto que uma das maiores lideranças do país, o ex-ministro Roberto Rodrigues, pede para 2022/23 um "plano safra de guerra" pela alimentação, causa humanitária das mais nobres, que poderá melhorar a nossa imagem internacional e, também, injetar recursos valiosos na nossa combalida economia.
A segunda situação diz respeito às mudanças que as atuais crises poderão provocar no futuro, com impactos para a agricultura e para o agronegócio exportador, que gera divisas tão necessárias para o país. Muitos acreditam que capacidade de produzir e prover alimentos pode se transformar em arma geopolítica, como a energia fóssil tem sido por muitos anos. Mas o exemplo excludente e insustentável do petróleo tende a afastar a possibilidade de paradigma semelhante emergir no futuro, ainda mais com alimento, que é recurso ainda mais essencial que energia.
O mais provável é que se intensifiquem esforços para que o mundo disponha de maior diversidade de fornecedores de alimentos no futuro. Por exemplo, ninguém deveria ficar surpreso se China e Rússia buscassem criar um novo cinturão de produção em imensas áreas do hemisfério norte, que passam a ter estações de cultivo viáveis em função do aquecimento global. Mas mudanças ainda mais radicais poderão vir de inovações tecnológicas disruptivas, em especial as que ampliem capacidade produtiva nos países que não possuem terras agricultáveis suficientes.
Em artigo publicado em 2020 pela Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS Vol. 117:32, 19131-19135), cientistas descrevem a modelagem de uma inusitada fazenda artificial, em estrutura vertical de 10 camadas, equivalente a um hectare de terra, formatada para produzir trigo com temperatura otimizada, luz artificial e altos níveis de CO², injetados como "fertilizante". Estrutura modelada para produzir, anualmente, de 220 a 600 vezes o volume de trigo produzido em fazenda convencional. Tal fazenda artificial usaria espaços diminutos, eliminaria rigores e imprevisibilidades do clima, reutilizaria água e nutrientes e excluiria pragas e doenças.
Ficção científica, muitos dirão. Mas com disponibilidade de fontes renováveis e baratas de energia e aumentos nos preços de alimentos, tal modelo de produção poderá ganhar espaço, funcionando como usinas produtoras de alimento e recicladoras de carbono, operando em grande proximidade e sintonia com as cidades e consumidores cada vez mais exigentes em sustentabilidade. Esse é um exemplo de transformações que poderão acontecer em futuro não muito distante, e o Brasil só conseguirá participar delas se investir mais em ciência e inteligência estratégica.
Correio Braziliense sábado, 11 de junho de 2022
SHOW: PROJETO CABARÉ PROMOVE VERDADEIRO ENCONTRO SERTANEJO NA CAPITAL FEDERAL
Projeto Cabaré promove verdadeiro encontro sertanejo na capital federal
No repertório, o público ouvirá clássico de Leonardo e Bruno & Marrone; show ainda terá abertura de Rick & Renner
IR
Irlam Rocha Lima
postado em 11/06/2022 06:00
(crédito: Instagram/Reprodução)
Quando houve a estreia do show Cabaré, há oito anos, Leonardo tinha a companhia do amigo Eduardo Costa, com quem fez vários shows e, em 2016, lançou o CD e DVD Cabaré Night Club. Após o fim do duo, o cantor e compositor, coautor do clássico sertanejo Pense em mim, se juntou à Bruno & Marrone para dar prosseguimento ao projeto.
Ao lado da dupla, Leonardo gravou um DVD em abril, no Allianz Parque, em São Paulo, e agora dá início por Brasília a uma turnê que os levará a várias cidades brasileiras. Hoje, às 22h, eles se apresentam na Arena BRB do Estádio Mané Garrincha. Antes, sobe ao palco Rick & Renner, que iniciou a carreira em Brasília.
Repertório
Com produção do grupo brasiliense Top 7 Entretenimento, o show é aguardado com muita expectativa pelos fãs dos três artistas goianos, ícones no cenário da música sertaneja. No repertório foram reunidos sucessos do cantor e da dupla e também clássicos do gênero, criados por outros compositores.
O público ouvirá, por exemplo, De igual para igual, Não olhe assim, Temporal de amor, A princesa, Ainda ontem chorei de saudade, Seu amor ainda é tudo, Boate azul, A dama de vermelho e, claro, Dormi na praça e Pense em mim.
Cabaré
Show de Leonardo e Bruno & Marrone, com abertura de Rick & Renner, hoje, às 20h, na Arena BRB do Estádio Mané Garrincha. Ingressos: a partir de R$ 90. Venda pelo site e app do Sympla.
Correio Braziliense sexta, 10 de junho de 2022
MÚSICA CAIPIRA: BRASÍLIA RECEBE A MÚSICA CAIPIRA COM ENCONTRO DE VIOLAS E VIOLEIROS
Brasília recebe a música caipira com Encontro de Violas e Violeiros
A 20ª edição do Encontro de Violeiros e Violeiras de Brasília está de volta e percorrerá cidades como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina.
*P
*Evellyn Paola
postado em 10/06/2022 06:00
Zé Mulato e Cassiano
(crédito: Luiz Fernandes)
A 20ª edição do Encontro de Violeiros e Violeiras de Brasília está de volta e ocorre nesta sexta-feira (10/6) e sábado (11/6), após dois anos sem o tradicional evento em decorrência da pandemia. Os shows percorreram cidades como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina. Neste ano, a festa será na Praça dos Estados da Candangolândia, trazendo um reencontro entre o público e a promoção de artistas locais e nacionais da música caipira, com shows gratuitos a céu aberto.
Além dos shows, o evento traz exposições e uma feira gastronômica na programação, com a mistura da cultura regional dos rincões do país e de seus artistas. Nesta edição, o encontro adota o estilo híbrido de atividades, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do Clube do Violeiro Caipira. O idealizador, produtor do evento e violeiro, Volmi Batista, evidencia a saudade do encontro, e revela que esta edição apresenta novidades que prometem. A intenção é "aproximar o passado, relembrar vivências e referências que guardamos com carinho na memória". Segundo ele, "o encontro tem a responsabilidade de cuidar da cultura caipira de raiz, genuína e viva".
Também violeiro, Volmi Batista destaca que o público pode esperar muita música, canções que representem a cultura popular brasileira. "Teremos uma exposição de elementos da cultura caipira, que a gente vem coletando durante esses quase 30 anos do Clube do Violeiro, serão expostas cerca de 200 a 300 capas de LPs de todos os tempos da música caipira e também uma exposição de pintura naif, uma pintura feita por artistas amadores, que é a primeira vez que participam do encontro", explica o músico.
Este ano, o evento, que recebe recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF, ocorre, excepcionalmente, no mês de junho — tradicionalmente ocorre em julho.
A proposta é promover uma retrospectiva dos encontros realizados anteriormente, trazendo, em sua programação, a participação de artistas considerados patrimônios da cultura e da música caipira, além da cena cultural atual. Hoje, na noite de estreia, o público terá apresentações de Volmi Batista, Jacarandá e Braúna, composta pelos amigos Ismar e Geraldo. A dupla Irmãs Barbosa vem para representar o lado feminino da música.
O encontro ocorre na Praça dos Estados (entrada da Candangolândia). Hoje, o evento começa às 18h, enquanto amanhã, começa a partir das 9h. A entrada é gratuita, com classificação livre, e conta com tradução em libras.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
Correio Braziliense quinta, 09 de junho de 2022
MÚSICA: ÁUREA MARTINS CANTA AS REZADEIRAS E BENZEDEIRAS EM NOVO DISCO
Áurea Martins canta as rezadeiras e benzedeiras em novo disco
Aos 82 anos, Áurea Martins lança 'Senhora das folhas', com músicas de nomes como João Nogueira e Arlindo Cruz
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Irlam Rocha Lima
postado em 09/06/2022 06:38 / atualizado em 09/06/2022 06:39
(crédito: Dan Coleho/Divulgação)
Ao completar 82 anos, Áurea Martins, a grande dama da música carioca, mantém-se em plena atividade, fazendo shows e lançando discos. No momento, ela brilha em Senhora das folhas, álbum no qual faz um mergulho no universo sagrado feminino das rezadeiras e benzedeiras.
Lançamento que resulta de parceria entre a Aquarela Carioca, Natura Musical e Biscoito Fno, o LP que saiu no formato físico e está à disposição nas plataformas digitais, traz um repertório de 11 canções, que vai do canto medieval a composições de João Nogueira, Arlindo Cruz, Roque Ferreira e Projota, entre outros. Os arranjos são de Lui Coimbra e a direção artística é de Renata Grecco. Há a participação de músicos do primeiro time da MPB.
"Falar sobre esse trabalho é uma das coisas que mais tem me dado prazer. Mostrar a história da reza e da cura, musicadas, é uma bênção. A aceitação das pessoas, os palcos que temos percorrido, isso tudo é visto por mim como um presente de 82 anos — que completo no próximo dia 13 de junho", afirma a cantora, em tom de celebração.
O ramo (Socorro Lira) abre os trabalhos. Prece do Ó, a segunda faixa é uma adaptação de Dércio Marques para prece recolhida por Cassiano Ricardo. Na sequência Áurea interpreta A rezadeira (originalmente um rap de Projota), Sem folhas não tem orixás (domínio público), Folha miúda/Menino do Samburá (Roque Ferreira), Ponto das caboclas (Camila Costa) e Araruna (Nehiri Asurini e Marlui Miranda).
Prazeirosamente ouve-se também a bela e privilegiada voz da senhora dos tempos em Me curar de mim (Flaira Ferro), Senhora Santana (origem medieval), e nos sambas clássicos Na paz de Deus (Arlindo Cruz,Sombrinha e Beto Sem Braço) e Banho de manjericão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro).
Correio Braziliense quarta, 08 de junho de 2022
EXPLORAÇÃO ESPACIAL: QUATRO *CIVILIZAÇÕES ALIENÍGENAS* PODEM ATACAR A TERRA, ALERTA PESQUISADOR
Quatro "civilizações alienígenas" podem atacar a Terra, alerta pesquisador
O pesquisador disse que o objetivo do trabalho era avisar os cientistas e colocar um número sobre as civilizações que poderiam possivelmente reverter a mensagens enviadas da Terra
HD
Helena Dornelas*
postado em 07/06/2022 19:08 / atualizado em 07/06/2022 19:08
A pesquisa é considerada mais como uma "experiência de pensamento". O artigo intitulado Estimando a Prevalência de Civilizações Extraterrestres Maliciosas, tem como objetivo advertir outros cientistas e colocar um número para as civilizações que poderiam eventualmente reverter às mensagens que são enviadas.
A estimativa é baseada na história mundial de invasões no século passado, as capacidades militares dos países envolvidos e a taxa de crescimento global do consumo de energia. Alberto usou como base o recorte temporal de 1915 até 2022, com expectativa de qual seria a probabilidade da Terra invadir outro planeta.
O estudo foi feito com base na probabilidade estatística. Alberto aplicou o número de invasões que aconteceram na terra, incluindo o Sinal WoW, ao número estimado de exoplanetas na Via Láctea. De acordo com os cálculos, o número de civilizações que poderiam invadir nosso planeta é quatro.
Alberto também alertou os cientistas para terem cautela ao usar a Inteligência Extraterrestre de Mensagens (METI) por medo de que ela pudesse provocar uma invasão.
Caballero explica que fez a pesquisa baseada apenas na vida humana e acrescenta que como não conhece a mente dos extraterrestres as respostas patológicas pesquisadas podem não ser iguais.
Entretanto, o estudo conclui que a probabilidade da Terra sofrer com uma invasão extraterrestre é menor do que a probabilidade da raça humana ser extinta por ser atingida por um asteroide.
Correio Braziliense terça, 07 de junho de 2022
INVEASTICAÇÃO: CONHEÇA O *GOLPE DO CHEIRO*, TENTATIVA DE DOPING POR MOTORISTAS
Conheça o "Golpe do Cheiro", tentativa de doping por motoristas
Usuários de transporte por aplicativo relatam terem sentido fortes odores de produtos químicos durante seus trajetos
CS
Cecília Sóter
postado em 06/06/2022 11:53 / atualizado em 06/06/2022 11:57
(crédito: Dan Gold/Unsplash)
Usuários de transporte por aplicativo vêm compartilhando desde o mês de maio, nas redes sociais, relatos de que sentiram fortes odores de produtos químicos durante os trajetos. Batizado de “golpe do cheiro”, a ação pode ser uma estratégia de dopagem de passageiras usada por criminosos. As informações são da revista Istoé.
Em uma reportagem do Autoesporte divulgada em 29 de maio, uma passageira denunciou o caso de dopagem à Polícia Civil, em São Paulo. Ela conta que estava com o namorado em uma festa e afirmou que o carro por aplicativo que eles pegaram estava com todas as janelas fechadas, exceto a do motorista. Eles sentiram falta de ar e tontura.
Uma outra reportagem, do Ne10, conta o caso de uma passageira que teria passado pela mesma situação neste fim de semana. Mulheres de vários estados do país que usam transporte por aplicativo estão denunciando nas redes sociais, situações em que teriam sido vítimas da armadilha.
A Uber afirmou ao Autoesporte que investiga a situação. "A Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei."
De acordo com especialistas ouvidos pela Istoé, o efeito do odor forte pode ser causado por éter, clorofórmio ou metanol. Eles podem prejudicar a absorção do oxigênio pelo corpo, levando a tontura, náusea e perda de consciência.
Correio Braziliense segunda, 06 de junho de 2022
FESTA JUNINA: ARRAIAL EM CASA
Arraial em casa: festa junina sob medida para família e amigos faz sucesso
Planejar uma festa junina no aconchego do lar é mais fácil do que parece! Com alguns truques, seu evento pode ficar ainda melhor
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Luna Pontes*
postado em 05/06/2022 09:00 / atualizado em 05/06/2022 12:38
(crédito: Reprodução Pinterest )
Para os religiosos, a festa junina é celebrada em 24 de junho, Dia de São João. Agora, para os amantes de comidas típicas, fogueira e quadrilha, as comemorações começam em maio e terminam apenas em julho. Considerada a segunda maior festa típica brasileira, ficando atrás apenas do carnaval, ela reúne uma quantidade absurda de iguarias à base de milho, servidas com quentão e chocolate quente. Tem coisa melhor do que um lugar que oferece pamonha, canjica, curau, bolo de milho junto com pé-de-moleque, maçã do amor, cachorro-quente, espetinho e pastel?
A trilha sonora também não deixa a desejar — baião, xote e quadrilha são alguns dos gêneros que estão sempre presentes. A típica programação das igrejas, clubes e prefeituras fica ainda mais aconchegante quando feita dentro do conforto de casa. Às vezes, bate aquela insegurança na hora de organizar a própria festa, mas a Revista está aqui para ajudar a planejar um evento sem nenhuma dor de cabeça.
Como a estrela da celebração são os pratos típicos o melhor jeito de começar a organização é pela mesa, visto que ela vai ser o centro das atenções da noite!
Clara Juliana, do @mesadeiradebrasilia, dá várias dicas de como montar uma mesa perfeita para a sua festa junina. Para começar, é sempre bom separar os itens que serão utilizados. Primeiro, o jogo americano, que pode ser de diversos tecidos, cores e texturas. Mesclar modelos diferentes cria volume e contraste de uma forma bem interessante. A meseira, por exemplo, sobrepõe uma base de juta com um crochê amarelo, resultando em uma combinação super no clima da festa e perfeita para foto.
Mesa posta por Clara Juliana: detalhes que fazem a diferença(foto: Luna Veloso/CB/D.A Press)
Outro item essencial é o guardanapo de tecido. Uma dica da meseira é colocá-lo junto com um porta guardanapo temático para acrescentar ainda mais um ponto decorativo na mesa. Com alguns materiais bem simples, eles podem até ser feitos em casa sem gastar quase nada.
Chegou a hora da escolha das louças. Peças neutras são sempre uma ótima pedida. Clara optou pelas brancas. Por serem mais fáceis de combinar com qualquer proposta, é um ótimo investimento para sua casa — elas vão compor muito bem sua mesa junina e todos os seus próximos eventos. Os modelos dependerão muito de quais comidas serão servidas, porém, normalmente, pratos de sobremesa funcionam muito bem. Quando colocados juntos com bowls, xícaras e panelinhas conseguem cumprir perfeitamente a demanda da festa.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Pinterest )
Várias utilidades
Ressignificando a funcionalidade dos objetos e aproveitando tudo que você já tem em sua casa, as xícaras de chá podem virar recipientes para servir curau, canjica e caldos. Chapéus também podem se transformar em ótimas cumbucas para broa ou pipoca, pratos rasos substituem boleiras e um cesto de palha pode ser usado para servir o cachorro-quente. O jogo de talheres também precisa de uma atenção especial. Decoradas ou lisas, todas as peças serão necessárias para a montagem dessa mesa.
Agora que já temos o jogo americano, os pratos, as xícaras, os talheres e os guardanapos, é a hora dos arranjos. As flores sempre dão um charme a mais para qualquer ambiente. Para entrar no clima, Clara sugere colocá-las em cestas ou até montar um jarro temático com palha, espantalhos decorativos e ramos de trigo.
Para sobrar espaço suficiente para as estrelas desse evento, as comidas, outra dica é usar um aparador de suporte. O ambiente fica mais harmônico quando os itens estão bem distribuídos pela casa.
Para entrar ainda mais no tema e ter um resultado impecável, pequenos acessórios podem ser colocados nas próprias comidas. Bandeirinhas nos bolos e chapeuzinhos no canudo dos refrigerantes são algumas das dicas da meseira!
O próximo passo é organizar a casa para, finalmente, receber os convidados. Alguns itens simples, quando bem colocados, podem dar outra cara para o ambiente e deixar todos contaminados com o espírito da festa junina.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Fotos: Reprodução Pinterest )
Na área externa
Se você curte uma pegada mais elaborada, alguns detalhes podem incrementar o ambiente, trazendo aquele toque de elegância. Dar uma atenção extra para o ambiente externo pode ser o seu diferencial. Na varanda, lounges com almofadas de chita é uma das dicas da decoradora Virgínia D'arc.
Uma fogueira também não pode faltar, assim como arranjos de flores artificiais com acessórios juninos, música ao vivo e até uma pequena quadrilha. Mesas redondas com toalhas coloridas intercaladas com mesas de madeira, jogo de luzes e balões de tecidos juninos são algumas das sugestões da decoradora. Quando combinados, esses detalhes fazem toda a diferença. Com poucos itens, sua festa ganha um ar sofisticado.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Shutterstock )
O planejamento é essencial — comida, bebida, decoração, música… São muitas coisas para se pensar antes que a festa vire realidade. A professora Diva Mascarenhas Borges, porém, aconselha você a respirar, pois o processo passa muito rápido em comparação com a alegria do dia. Há mais de 10 anos, ela oferece festas juninas no seu quintal para amigos e familiares. Essa tradição veio de quando ela era criança. Começou com um pedido dos caseiros do condomínio onde mora, anos depois passou para administração de sua irmã mais velha e agora, depois de casada, chegou oficialmente nela a coroa de anfitriã.
Para ela, o segredo para não ter estresse durante esse processo está na divisão de tarefas. Cada convidado contribui de alguma forma — alguns com os doces, outros com a bebida, alguém prepara o som, outro monta a fogueira... E, assim, ninguém fica sobrecarregado. "Quando todos são meio que donos da festa, todos se esforçam para fazer o melhor", comenta Diva.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Pinterest )
Elementos da celebração
Chapéus de palha e lenços xadrez — São opções muito esperadas na hora de se vestir para o evento, mas já pensou em usá-los para enfeitar os bancos? Essa alternativa é perfeita para aproveitar esses acessórios, muitas vezes esquecidos no armário há anos. Além de ser um detalhe simples e charmoso, compõem muito bem o ambiente com um toque inusitado. Com certeza, vai chamar atenção de todos os convidados!
Painel de fitas — Depois de toda essa produção, você vai querer fazer vários registros para guardar seu evento na memória. Então, o que seria melhor do que uma parede especial para as suas fotos? As fitas podem ser feitas de diversos materiais, como papel crepom, cartolina e cetim. Para montar o painel, também é muito simples: você precisará apenas colar uma tira de fita dupla face na parede para conseguir prender os acessórios. Prontinho, uma parede bem colorida para alegrar sua festa!
Bandeirinhas — Não tem nada que combine mais com festa junina do que bandeirinhas! Essa é a clássica decoração que não pode faltar em nenhum evento. De origem curiosa — as antigas bandeiras eram produzidas em homenagem aos três santos do mês, Santo Antônio, São João e São Pedro, e colocadas em água para simbolizar a lavagem deles — foram transformadas com o passar do tempo nas famosas bandeirinhas coloridas meramente decorativas. De cartolina, papel de seda, EVA ou feltro, elas podem ser confeccionadas ou compradas prontas em qualquer loja neste período de comemorações.
Correio Braziliense domingo, 05 de junho de 2022
TAGUATINGA 64 ANOS: A ESSÊNCIA DA PRAÇA DO RELÓGIO, SÍMBOLO DA REGIÃO
Taguatinga 64 anos: a essência da Praça do Relógio, símbolo da região
Ronaldo Seggiaro mora em Taguatinga desde 1971 e declara o carinho pela cidade. Um de seus locais preferidos é a Praça do Relógio, onde guarda muitas lembranças
Ad
Arthur de Souza
postado em 05/06/2022 07:00
Ronaldo Seggiano: "O grande charme de se viver no DF, era Taguatinga" - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
"Moro em Taguatinga desde 1971 e amo essa cidade." É assim que Ronaldo Seggiaro, 76 anos, descreve o que sente pela região administrativa onde reside há mais de 50 anos. Gaúcho de nascença, ele conta que chegou no Distrito Federal em março daquele ano. "Na época, eu era oficial da Polícia Militar e estávamos criando o 2º Batalhão da PM no Distrito Federal. Tenho uma história de amor muito grande com Taguatinga, porque ela me deu muito", se declara.
"Lembro-me, com muito carinho, de quando Taguatinga era a cidade mais bairrista do DF. As pessoas tinham total orgulho de ser taguatinguense", recorda Ronaldo. Uma de suas principais lembranças da cidade é a vida noturna que ela tinha. "Principalmente na década de 1970. Nessa época, a única atração fora daqui era o Gilberto Salomão, no Plano Piloto", aponta. "O restante da vida social do DF era aqui. Tinha a rua da alegria e alguns restaurantes que eram inesquecíveis", destaca Seggiaro.
O pioneiro também coloca as festas de Taguatinga como um de seus pontos altos. "O carnaval de rua daqui era maravilhoso. Começava pela tarde e ia noite a dentro", observa. "Além disso, as pessoas se reuniam para assistir futebol nos botecos, também tinha o Nenen's Chopp, que servia uma cerveja maravilhosa", atesta Ronaldo. Por causa de tudo isso, ele afirma que a região tinha um apelido carinhoso. "Os antigos chamavam de 'Taguaiorque', pois o grande charme de se viver no DF, era Taguatinga", brinca.
Referência
O local escolhido por Ronaldo para a entrevista foi a Praça do Relógio. E não foi por acaso. Ele afirma que o trecho é um ícone para Taguatinga. "Aqui perto, antigamente, tinha uma caixa d'água que, quando as pessoas a viam, sabiam que estavam chegando em Taguatinga", ressalta. "Acontecia de tudo por aqui, como feiras beneficentes e eventos. Além disso, todos que queriam fazer algo em Taguatinga, usavam a Praça do Relógio para fazer a divulgação", recorda.
Acompanhando Ronaldo, estava sua namorada, Givanilce Gois, 63, que também é pioneira da cidade. "Cheguei em Taguatinga em 1962, quando meu pai veio trabalhar na construção de Brasília", comenta. Apesar de não ter nascido na região, ela afirma que se considera uma "verdadeira taguatinguense". "Me casei e constituí minha família aqui. Só um dos meus filhos não está aqui. O resto, todos são filhos de Taguatinga", aponta.
"Considero aqui a minha 'terra natal', praticamente. Não saio daqui de jeito nenhum", frisa. Sobre o companheiro, Givanilce diz que já o conhecia, antes mesmo de começarem a namorar. "Ronaldo era meu vizinho, Depois que ele ficou viúvo e eu me separei, decidimos começar nosso relacionamento, que já dura sete anos", finaliza a pioneira.
Correio Braziliense sábado, 04 de junho de 2022
MÚSICA: GLORIA GROOVE LEVA O ÁLBUM *LADY LESTE* PARA TURNÊ NA EUROPA EM JULHO
Gloria Groove leva o álbum 'Lady Leste' para turnê na Europa em julho
A série de shows no velho continente vai começar em 2 de julho, em Lisboa (Portugal), e vai passar por países como Espanha, Suíça e Inglaterra
CB
Correio Braziliense
postado em 03/06/2022 19:44
Gloria Groove no clipe de Bonekinha - (crédito: Rodolfo Magalhaes/Divulga??o)
Após os palcos brasileiros, a cantora Gloria Groove vai levar o seu mais recente e exitoso álbum Lady Leste para a Europa. A turnê começa em 2 julho, com primeira parada em Lisboa (Portugal). No dia seguinte, é a vez da capital inglesa receber uma das drag queens mais em evidência do cenário pop musical brasileiro.
Singles de sucesso, como Bonekinha, Vermelho e A queda desembarcam, nos dias 6 e 7 de julho, em Barcelona (Espanha) e Dublin (Irlanda), respectivamente. O show em Genebra (Suíça) ocorre no dia 9 e o público residente da França se encontra com Gloria no dia seguinte, na capital Paris.
Correio Braziliense sexta, 03 de junho de 2022
GASTRONOMIA: DUDU CAMARGO APOSTA EM RECEITAS INSPIRADAS NA CULINÁRIA AMERICANA NO ARENA
Dudu Camargo aposta em receitas inspiradas na culinária americana no Arena
Em suas quase três décadas de profissão, o talentoso chef Dudu Camargo enfrenta pela primeira vez o desafio de criar um cardápio gastronômico esportivo, isto é, voltado para um ambiente que tem no esporte o seu foco. Foi para o restaurante Arena, que leva o seu nome, instalado no segundo andar do Bloco C, Quadra 2, Setor Hoteleiro Norte, onde no térreo e no primeiro andar funciona um clube de pôquer, que o chef desenvolveu receitas inéditas inspiradas na culinária americana. Ou no país vizinho, como é o caso do picante Mata Leão, carne moída com tempero mexicano, creme cheddar flambado no Jack Daniel`s escoltado de guacamole e Doritos (R$ 49,90).
Crédito: Arena Flow/divulgação. Beat
Beat são bastões de queijo empanado e anéis de lula crocante com molho de tomate (R$ 44,90) servidos como entrada, enquanto o Trinca, peito de frango grelhado, molho de queijos com ravióli de muçarela de búfala ao molho de tomate (R$ 44,90) é destaque entre os pratos principais, nos quais tem até um hamburguer com fettuccine verde de brócolis (R$ 49,90). A temática esportiva acompanha o item sobremesa com Apito Final nos donuts recheados com frutas vermelhas e Match Point no cheesecake de brownie e morango com sorvete de baunilha, ambas por R$ 19,90 cada.
Enquanto saboreiam os pratos, os clientes podem assistir a diversos esportes simultaneamente através de telas espalhadas pelo salão, com transmissões ao vivo dos principais torneios e jogos do dia. Telefone: 99340-7295.
Correio Braziliense quinta, 02 de junho de 2022
LITERATURA: ANY COLLIN PARTICIPA DE NOITE DE AUTÓGRAFOS DE NOVO LIVRO NO DF
Any Collin participa de noite de autógrafos de novo livro no DF
'Estilhaços de tempo' é o primeiro livro da escritora francesa radicada no Brasil. A obra reúne contos e crônicas sobre as andanças da autora
PA
Pedro Almeida*
postado em 02/06/2022 06:00
(crédito: Arquivo Pessoal)
A escritora francesa Any Collin participa, nesta quinta-feira (2/6), às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Casa Park, de uma noite de autógrafos para o livro Estilhaços de tempo, lançado neste ano pela Apis Editora.
Na gaveta de Any Collin, contos, poemas e crônicas repousaram por muito tempo à espera da oportunidade de se lançarem ao mundo. O tempo, implacável, fez com que a artista encontrasse, à beira dos 80 anos de idade, o desejo de torná-los públicos. Assim nasceu Estilhaços de tempo, uma compilação de contos e crônicas que relatam as andanças de uma escritora pelos mundos reais e da imaginação.
As andanças de Any não são poucas. Nascida em Paris, na França, em 1943, a artista passou os primeiros 25 anos de vida na cidade. Transcorrido o quarto de século nas ruas parisienses, o mundo tornou-se pequeno. Any caiu na estrada no afã de explorar o mundo e a si mesma. As diversas viagens, enfim, encontraram descanso em São Paulo, onde a artista foi morar com a família. Na maior cidade da América Latina, ela se encontrou em um grande caldeirão cultural e se deixou envolver à medida que sentia o amor pelo país avançar de forma galopante. O delírio tropical, contudo, foi interrompido por um infortúnio que a levou de volta a Paris. Por lá, Any não conseguiu chacoalhar o desejo de estar no Brasil e focou-se em produzir sobre o país. Entre os projetos, ajudou na divulgação de artistas brasileiros residentes na França, produziu dois programas de rádio e assinou uma coluna em um jornal local sobre a cultura brasileira.
De volta ao Brasil, Any conheceu outro país ao pousar em locais como o Sul e o Nordeste. Nas aulas de escultura com o mestre Antônio Pedro dos Santos, a quem ela agradece no livro pela "injeção de Brasil na veia", a escritora ouviu histórias incríveis que contavam sobre uma nação desconhecida por ela até então. Muitas delas tornaram-se inspiração direta para contos do livro. Any fincou bandeira no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. O português, aos poucos, ganhou o posto de língua oficial na mente de Any; o Brasil, o posto de nação.
Munida de vivências, histórias e estórias, Any, enfim, abriu a gaveta que abrigava tantos textos. Recortes de tempo, ou, nas palavras da autora, estilhaços de tempo, se reuniram para formar um espelho que refletia, de certa forma, o rosto de Any. Os 20 textos que ocupam as 161 páginas do livro imprimem, sobretudo, o prazer de pertencer a um país acolhedor. E ela não pretende parar por aí. Um novo livro de poesias está pronto e traz o anúncio de que a gaveta não tem a intenção de se empoeirar outra vez.
Correio Braziliense quarta, 01 de junho de 2022
MÚSICA: JOÃO DONATO, ÍCONE DA BOSSA NOVA, FAZ SHOW NO CLUBE DO CHORO
João Donato, ícone da bossa nova, faz show no Clube do Choro
O pianista apresenta, nesta quarta-feira (1º/6) sucessos como ‘A rã’, ‘Bananeira’ e ‘Amazonas’. Ao Correio, falou sobre a relação de amor com Brasília, "do céu lindo, dos gramados"...
JC
José Carlos Vieira
postado em 01/06/2022 06:00
(crédito: DiogoSilveira/Divulgaco)
João Donato tem um sorriso que ilumina toda a área em que ele se encontra. Um menino genial de 87 anos, que gosta de falar de música e curtir a vida. Nesta entrevista ao Correio, o instrumentista, que se apresenta hoje no Clube do Choro, fala da trajetória, da relação de amor com Brasília e da grandeza do amigo e xará João Gilberto.
Como é voltar a tocar em Brasília depois de uma pandemia traumática que ainda hoje preocupa?
É uma felicidade muito grande, pelo carinho que eu recebo do Reco do Bandolim (Henrique Santos Filho), pelo público do Clube do Choro... Eu recebi há poucos dias a segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19 e estou me sentindo bastante seguro. Espero que a galera também tenha se vacinado, para a gente estar na mesma sintonia.
Você morou em Brasília por algum tempo, de que sente saudades? Quais locais gostava de frequentar?
Eu sinto saudade daquela paz de Brasília, do céu lindo, dos gramados. Sinto falta do tacacá da dona Jacirema, daquela gente animada que curte a minha música no Clube do Choro. Brasília tem um significado muito especial na minha vida: há 23 anos eu me apaixonei pela Ivone (Belém), nos casamos na Primeira Igreja Batista, moramos na Asa Norte e estamos juntos até hoje.
O Clube do Choro tem uma relação bacana com você, como é reabrir a casa para receber amigos?
Eu e o meu conjunto fizemos quase 20 temporadas no Clube, desde quando ele funcionava no subsolo, o Donatinho (meu filho) ainda era adolescente. Nos meus 80 anos, em 2014, ganhei do Reco uma homenagem: cheguei e lá estava eu em um desenho ocupando a fachada do Clube. Eu me sinto muito querido pela família do Reco e pela rapaziada que trabalha no Clube do Choro. E, claro, também pelo público que gosta de música instrumental, escuta em silêncio e aplaude que é uma beleza.
Na sua longa carreira, qual perrengue, situação difícil, que teve de encarar e qual momento mágico que você gosta de relembrar?
Na época da ditadura, década de 1970, eu estava me apresentando como pianista com a Gal Costa em Maceió e, por causa de uma reclamação no hotel, eu e a minha mulher à época, Ana Maria, fomos presos. Naquele tempo não se podia reclamar nem de um sabonete. Ainda bem que esse tempo passou. Numa dessas apresentações que eu venho fazendo no Clube, contei a história da minha primeira composição, "Nini", feita em homenagem à minha primeira paixão, aos 7 anos de idade. Quando eu termino de tocar a música, a Nini me aparece na plateia, quase 80 anos depois, percebi o meu coração batendo muito forte por causa de uma namorada.
A sua amizade com João Gilberto atravessou décadas de sucessos e noitadas no Brasil e nos Estados Unidos, pode contar um pouco dessa relação musical?
Eu costumo dizer que se a bossa nova tem um rei, o João Gilberto, com aquela voz suave, aquele violão econômico e aquele jeito de desaparecer e reaparecer, feito uma tartaruga ninja. Sim, tem o Tom (Jobim), compositor e instrumentista sensível. Mas o João era além de tudo um amigo leal: sempre que eu me encontrava em perigo, ele aparecia do nada com uma plantinha ou mandava me entregar um envelope com alguns dólares. A gente se entendia andando lado a lado, nem precisava se olhar. Quando nos encontramos pela primeira vez, foi aquela sintonia, ao ponto de ele vestir as minhas camisas. Sabe como é, eu morava com meus pais, aquela vida boa, e ele veio da Bahia sozinho.
Você tem um sorriso e uma luz também fora dos palcos, o que te tira do sério? O que gosta de fazer quando não está diante de um piano?
Eu gosto de sentir as coisas da natureza: ouvir os sons dos passarinhos, andar por um bosque depois de uma chuva fina, sentir aquele cheiro da terra, os sabores da minha infância no Acre: cupuaçu, taperebá, manga; tomar um bom tacacá, uma tigela de açaí. Gosto de dormir. Gosto de escutar música, dormir e acordar escutando música. O Paulo Moura vinha aqui em casa, agora o João Bosco e outros amigos vêm e ficamos estirados horas escutando música. Ninguém fala nada. Há quem ache isso estranho (risos), mas o Zuza Homem de Mello contava que foi a Nova York estudar música na renomada escola Julliard e que a primeira coisa que ensinaram na escola foi escutar música. Errado não estavam. O que me tira do sério, deixa eu pensar... pressa para fazer qualquer coisa. Eu sou aquela tartaruguinha que chega por último.
Por que a bossa nova conquistou ouvidos e corações de americanos, europeus e japoneses?
Porque ela traz uma mensagem melódica para cima, um frescor juvenil, uma paz de espírito. É uma música que qualquer japonês sabe que trata de amor, de sorriso, de flor, mesmo sem conhecer o idioma.
Você tem algum arrependimento? O que falta para você?
Não, nenhum. No elevador sempre tem um espelho, não é? Eu vejo a minha imagem refletida e, para diversão da Ivone, de quem está do meu lado, eu brinco: "Ninguém diz que eu vou fazer 100 anos". Eu pratico a gargalhoterapia e isso acho que ajuda.
Você já definiu o repertório para o Clube do Choro?
Sim, vai ser como um reencontro daqueles de namorados que não se veem há meses: um pouco de clássicos para matar a saudade (A rã, Bananeira e Amazonas), uns temas mais recentes que saíram no disco que lançamos com o Jards Macalé, um carimbó que compus com a Dona Onete e outras que a gente não lembra na hora e que o público faz a gente recordar: Doralinda, Simples Carinho.
Brasília 60 Anos de Choro
Show de João Donato e Trio hoje e amanhã, às 20h30, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental). Ingressos R$ 60 (inteira) e e R$ 30 (meia entrada). Classificação indicativa livre. Informações: 99956-7369 (Whatsapp).
Correio Braziliense terça, 31 de maio de 2022
SÉRIES: JODIE FOSTER SERÁ UMA DAS NOVAS PROTAGONISTAS DE *TRUE DETECTIVE*
Jodie Foster será uma das novas protagonistas de ‘True detective’
Vencedora do Oscar de Melhor atriz interpretará Liz Danvers na quarta temporada da série antológica; ainda não há data prevista para estreia
CB
Correio Braziliense
postado em 31/05/2022 09:54
Jodie Foster vai viver uma das investigadoras da série - (crédito: JOHN MACDOUGALL)
Vencedora do Oscar de Melhor atriz por Silêncio dos inocentes, Jodie Foster será a protagonista da quarta temporada de True detective, segundo o portal Deadline. A artista interpretará uma detetive chamada Liz Danvers.
No novo ano da série, Danvers e a colega Evangeline Navarro investigam um caso de desaparecimento de seis homens que operam uma estação de pesquisa no Ártico, a Tsalal Arctic Research Station.
Foster integrará, ainda, a equipe de produção executiva junto a Issa López, Barry Jenkins, Alan Page Arriaga, Mark Ceryak, Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Adele Romanski, Mari Jo Winkler, Cary Joji Fukunaga e Nic Pizzolatto.
True detective é uma série antológica, que já foi protagonizada por Mahershala Ali e Stephen Dorff, na última temporada, e também teve participação de Colin Farrel, Taylor Kitsch, Rachel McAdams e Vince Vaughn. McConaughey e Harrelson estiveram no primeiro ano do seriado. Os episódios estão disponíveis no catálogo da HBO Max, mas a quarta temporada ainda não tem data de lançamento definida.
Correio Braziliense segunda, 30 de maio de 2022
IGREJA CATÓLICA: PAPA FRANCISCO ANUNCIOU 21 NOVOS CARDEAIS - *A EMOÇÃO FOI GRANDE. MISSÃO DE DEUS*, DIZ ARCEBISPO DE BRASÍLIA
"A emoção foi grande. Missão de Deus", diz arcebispo de Brasília
O papa Francisco anunciou, ontem, 21 novos cardeais. Entre os escolhidos, estão dois brasileiros. Dom Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese local, e Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus
GF
Giovanna Fischborn
postado em 30/05/2022 06:00
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
O papa Francisco anunciou ontem os nomes de 21 novos cardeais da Igreja Católica. Entre eles, há dois brasileiros. Foram escolhidos Dom Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese de Brasília, e Dom Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus. Agora, o Brasil terá nove representantes no colégio cardinalício. Apenas a Itália, os Estados Unidos e a Espanha têm mais membros.
Atualmente, o Vaticano tem 208 cardeais. Com a atualização, passa a 229. Os cardeais são escolhidos diretamente pelo Santo Padre para serem os assessores direto do pontífice. Para ser cardeal, é obrigatório ser bispo ou arcebispo. Aqueles que tiverem menos de 80 anos podem votar para eleger o próximo Papa. Por esse motivo, dos nove integrantes brasileiros no Colégio dos Cardeais, só seis votariam num eventual conclave, que ocorre após a renúncia ou morte de um papa. Da lista anunciada, 16 religiosos estariam aptos a votar.
"Oremos pelos novos cardeais e para que eles, confirmando sua adesão a Cristo, me ajudem em meu ministério como bispo de Roma pelo bem de todo o santo povo fiel de Deus", disse o líder do Vaticano. Também da América do Sul, foram nomeados o paraguaio Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção, e o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, arcebispo emérito de Cartagena. A Itália, hoje com 44 nomes, ganhará mais cinco cardeais. Os Estados Unidos, mais um. Foram escolhidos ainda um inglês, um sul-coreano, um francês, um nigeriano, dois indianos, um timorense, um ganense, um singapurense e um arcebispo belga.
A cerimônia oficial para os novos cardeais será dia 27 de agosto. O Consistório reúne todos os cardeais, inclusive os recém-escolhidos, para assistir o Papa em decisões administrativas e econômicas.
Dom Paulo Cezar Costa, representante de Brasília, disse ter ficado surpreso com a nomeação e agradeceu o reconhecimento do trabalho que é feito no Brasil e nas igrejas brasilienses. "Estava assistindo à RAI Vaticano, como gosto de fazer aos domingos pela manhã, quando o papa falou sobre a convocação do Consistório. Disse o nome de Dom Leonardo e, depois, chamou o meu. A emoção foi grande", contou em entrevista coletiva. A RAI é o veículo de rádio e TV da Itália, que exibe conteúdos sobre a Igreja. Mesmo com o comunicado, Dom Paulo Cezar manteve a agenda do dia e da semana.
O arcebispo disse que permanecerá na Arquidiocese e reforçou a missão do ministério enquanto serviço. "Um cardeal tem a missão de servir ao povo de Deus, ajudando o papa no governo da Igreja. Buscarei fazer com alegria tudo o que o Santo Padre pedir", completou. Paulo Cezar Costa, que é bispo há 11 anos. Foi nomeado arcebispo de Brasília em dezembro de 2020.
Aos 54 anos, torna-se, então, o cardeal mais novo entre o Colégio, posto antes ocupado por Dieudonné Nzapalainga, da República Centro-Africana, de 55. Vale lembrar que o cardeal Dom Sérgio da Rocha, anunciado pelo Papa Francisco em 2016, também cumpriu serviços na Arquidiocese de Brasília como arcebispo.
Dom Leonardo, de Manaus, é mais um cardeal que tem sua história ligada à capital. O religioso já foi bispo auxiliar em Brasília, função lembrada com carinho por Dom Paulo Cezar: "É um homem que desejamos todo o bem e que temos muita estima", disse em nome da igreja. Leonardo nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, e tem 71 anos. Estudou filosofia e teologia nos Franciscanos de Petrópolis. Formado em filosofia e pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena (UNISAL), foi ordenado sacerdote em 1978. Tomou posse como arcebispo de Manaus em janeiro de 2020 e será o primeiro cardeal da Amazônia brasileira.
Trajetória
Dom Paulo Cezar é natural de Valença, no Rio de Janeiro. Graduado em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do estado, foi ordenado sacerdote em 1992, aos 25 anos. Foi pároco, reitor do seminário e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).
Mais tarde, em 2010, foi escolhido, pelo papa Bento XVI, para ser bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião, também no Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, foi ordenado pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Lá, foi articulador e organizador da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Em 2016, o Papa Francisco o nomeou como o 7º Bispo da Diocese de São Carlos, em São Paulo. Depois, deu sequência aos trabalhos como bispo da Arquidiocese de Brasília.
Atualmente, Dom Paulo Cezar é responsável pelo Setor Universidades da Igreja no Brasil, da Comissão Episcopal Pastoral para Educação e Cultura, é membro do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membro do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). No Vaticano, Dom Paulo Cezar integra a Pontifícia Comissão para América Latina e o Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos.
Veja a lista dos cardeais brasileiros no Vaticano
Atualmente, a Igreja tem 208 cardeais. Com a atualização, serão 229. Os nove brasileiros que compõem, agora, o Colégio de Cardeais são:
Nomeados pelo Papa João Paulo II, em 2001
- Cláudio Hummes (87 anos)
- Geraldo Majella Agnelo (88 anos)
Nomeados pelo Papa Bento XVI
Em 2007
- Odilo Pedro Scherer (72 anos)
Em 2010
- Raymundo Damasceno Assis (85 anos)
Em 2012
- João Braz de Aviz (75 anos)
Nomeados pelo Papa Francisco
Em 2014
- Orani João Tempesta (72 anos)
Em 2016
- Sérgio da Rocha (62 anos)
Em 2022
- Leonardo Steiner (71 anos)
- Paulo Cezar Costa (54 anos)
Correio Braziliense domingo, 29 de maio de 2022
RELIGIÃO: TAGUAPARQUE VOLTA A REUNIR EM CELEBRAÇÃO DE PENTECOSTES
Taguaparque volta a reunir em celebração de Pentecostes
Na sua 23ª edição, o maior evento católico da capital, deve contar com um público de mais de 1 milhão de pessoas, entre 3 e 5 de junho, para a benção das velas
AM
Ana Maria Pol
postado em 29/05/2022 06:00 / atualizado em 29/05/2022 10:03
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
Louvores, orações e pregações. Foram dois anos de espera até que as medidas restritivas em decorrência da covid-19 fossem reduzidas e os católicos do Distrito Federal pudessem se reunir novamente para os momentos de fé e adoração que acontecem na tradicional Festa de Pentecostes. Na sua 23ª edição, o maior evento católico da capital, deve contar com um público de 1,3 milhão de pessoas, entre 3 e 5 de junho, quando os fiéis se reúnem no Taguaparque, em Taguatinga, para a benção das velas. De acordo com a organização do evento, a expectativa é 30% maior do que a última edição, ocorrida em 2019.
Sob liderança do padre Moacir Anastácio, as celebrações começam hoje, na sede do Centro de Evangelização Renascidos de Pentecostes, no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, em Ceilândia, sendo finalizada com o tríduo de Pentecostes e a bênção das velas, no Taguaparque. A expectativa de pessoas que devem comparecer é feita de acordo com a área quadrada do espaço, conforme explica o coordenador geral do evento, Wberthyer Costa de Araújo. "Nos últimos dois anos não tivemos esse evento no Taguaparque, ele aconteceu só pelas redes sociais. E até 2019, ano anterior à pandemia, o evento sempre crescia cerca de 10% por ano. Então, para 2022, esperamos um aumento de 30%", reitera.
Nos últimos dois anos, o coordenador diz que o evento ocorreu de forma reduzida. "Foi diferente porque tínhamos um decreto que proibia a aproximação de pessoas. Então em 2020, vivemos a semana de Pentecostes através das redes sociais, e não houve a benção das velas. Em 2021, ainda estávamos com o decreto, mas organizamos o evento no Centro de Evangelização e cerca de 20 mil pessoas compareceram no local", recorda. Para este ano, a estrutura será a mesma de 2019. "Teremos telas, tendas, sete praças de alimentação, cinco espaços de lojas de artigos religiosos, 14 pontos de vendas de água. E tudo isso já está sendo preparado", reitera.
Ainda segundo Araújo, o evento conta com o apoio do Governo do Distrito Federal na organização. Uma reunião foi feita, há cerca de 15 dias, com órgãos do GDF para alinhar estratégias de segurança e mobilidade, por exemplo. "A limpeza do parque é feita, melhoramento dos estacionamentos, poda de árvores, e cada órgão monta uma estratégia. Contamos, ainda, com a ajuda da Polícia Militar do DF, Polícia Civil,Serviço de Limpeza Urbano, Metrô, Samu, para garantir a organização do evento", garante.
No último domingo, ocorreu o retiro em preparação para a Semana de Pentecostes, com cerca de 1,5 mil voluntários que vão servir na organização do evento. "Temos várias equipes, de alimentação, vendas de artigos religiosos, liturgia, ministros da eucaristia, venda de água. Eles se inscrevem e fazemos um treinamento para mostrar como é o evento e temos um dia de oração e espiritualização", cita.
Momento de devoção
Anualmente, a celebração é encerrada com a benção das velas, momento principal do evento. A cada dia, os fiéis podem levar uma vela, que será abençoada e consagrada à Santíssima Trindade: sexta ao Pai, sábado ao Filho e domingo ao Espírito Santo. As velas, que representam luz e esperança para os momentos difíceis, costumam ser acesas pelos fiéis quando aguardam por algum milagre. Para a dona de casa Leidimar Ferreira, 55 anos, o momento é marcante. Ela conta que a primeira vez que participou da benção das velas foi em 2007 e, de acordo com ela, foi dessa forma que conseguiu a graça tão alcançada.
O testemunho de Leidimar perpassa pela história de sua família. Ela conta que o marido tinha problemas com álcool, o filho não se envolvia com boas pessoas, e a filha sonhava em fazer faculdade, mas a família não tinha condições de pagar pelos estudos. Foi convidada pela cunhada, em 2006, para ir às missas de cura e libertação na Paróquia São Pedro. "Foi lá que ouvi falar sobre a semana de Pentecostes e decidi ir. Quando eu cheguei, sonhava em reestruturar minha família. Meu esposo era alcoólatra, meu filho andava com pessoas que não eram de boa índole. Minha casa estava no chão. Foi quando descobri essa devoção e a bênção das velas", diz.
Agarrada à fé, Leidimar passou a ir, anualmente, abençoar suas velas. Ela conta que a cada momento de dificuldade, em que precisou de ajuda, acendeu uma vela e recebeu uma graça. "Meu esposo abandonou a bebida, meu filho hoje é advogado criminalista, minha filha concluiu a faculdade de educação física. Então, só tenho a agradecer. Tudo que estava desmoronando foi transformado pelas mãos da Trindade Santa", diz. Para a dona de casa, é essa fé que torna o evento de Pentecostes tão especial. "Todos estão ali com um só propósito, à procura de Deus. E quando estamos reunidos, nossa espiritualidade aumenta, parece que recebemos um sopro de vida", completa.
Ao Correio, padre Moacir falou sobre a festa e a devoção às velas de Pentecostes. "A Semana de Pentecostes passou de milhares para milhões de pessoas e essas pessoas têm testemunhado em todos os lugares que na hora extrema da dor, acenderam essas velas e receberam a resposta para seus problemas. Contra fatos não há argumentos. O fato é que esses milhões de pessoas poderão testemunhar que a revelação era verdadeira", pondera. De acordo com o sacerdote, a cada ano, os cristãos tomam consciência da necessidade de viver a espiritualidade de Pentecostes. "Com a Igreja renovada, os fiéis são consolados e tantas vezes curados e libertos e se sentem muito perto de Deus", afirma.
Segundo Moacir, a festa de Pentecostes não é importante só para o Distrito Federal, mas para o Brasil e para o mundo. "Precisamos de um novo Pentecostes que nos tire da dormência, da frieza e do impacto negativo que o mundo nos oferece todos os dias. Este mundo depressivo, de novas doenças, novas guerras e novas desilusões. Pentecostes nos anima a não perder a esperança em um novo mundo, onde haja paz, alegria e justiça para todos", completa. Para os fiéis que pretendem participar do momento, o sacerdote deixa o convite: "Depois de dois anos de tristeza, incerteza, de notícias de mortes e, só de mortes, queremos celebrar a vida que se renova a cada dia na presença de Deus, que é fonte de água viva".
Evento histórico
A festa de Pentecostes em Taguatinga Sul começou em 1999, na Paróquia São Pedro. Em 2000, com o aumento do número de fiéis, foi preciso transferir o evento para o antigo Pistão Park Show; em seguida, para o Parque Leão, no Recanto das Emas; e, finalmente, para o Taguaparque. A cirurgiã-dentista Juliana de Queiroz Miziara, 41 anos, acompanhou o evento ao longo dos anos, e conta que participa da celebração, anualmente, há 23 anos. "Pude ver a evolução e o crescimento da devoção. Começou na Paróquia São Pedro, com apenas os servos, após o padre perceber que após a solenidade da Assunção do Senhor, todos deveriam permanecer em oração até a vinda do Espírito Santo em Pentecostes. No ano seguinte veio a revelação das velas de Pentecostes, uma na sexta, consagrada ao Pai; uma no sábado, consagrada ao Filho e uma no Domingo, consagrada ao Espírito Santo", explica.
De acordo com ela, a tradição e devoção foi passada pela mãe, que era serva na Paróquia São Pedro, local de origem da festa. Atualmente, Juliana também serve no evento. "Eu iniciei a devoção com o objetivo de reavivar a minha fé, de renovar minha esperança em Jesus Cristo, buscando a presença de Deus em minha vida. Participando como fiel, aos poucos percebi que era necessário servir. Eu precisava retribuir tudo que havia recebido", pontua. A servidora conta que serviu durante quatro anos no caixa da praça de alimentação e, no último Pentecostes, em 2019, serviu na liturgia. Depois disso, iniciou a caminhada vocacional para ser membro da Comunidade Renascidos em Pentecostes, colocar em prática o carisma e viver essa espiritualidade.
"Pentecostes é o avivamento da fé católica. É o momento em que nos reunimos em oração na espera da vinda do Espírito Santo. Assim como os discípulos se reuniram após a ascensão de Jesus Cristo, ficaram em oração, estavam assustados, com medo. Mas não perderam a esperança nas palavras de Jesus Cristo", pondera Juliana. Para este ano, a servidora acredita que as pessoas estão sedentas pela graça de Deus. "Verdadeiramente acredito que vamos nos surpreender com a quantidade de pessoas. Apesar de muitos acharem que por estarmos saindo de uma pandemia podemos ter um baixo quantitativo, eu penso o contrário. Todos nós, que estamos aqui hoje, somos milagre. Será o maior Pentecostes de todos os tempos", completa.
Saiba mais: o que é Pentecostes?
"Pentecostes é uma antiga festa judaica que se celebrava todos os anos para agradecer pela colheita. Acontece 50 dias depois da Ressurreição e oito dias depois da Ascensão do Senhor. As últimas palavras de Jesus Cristo para os Apóstolos é um pedido: "Não vos afasteis de Jerusalém, esperai o cumprimento da promessa, recebereis o Espírito Santo e sereis as minhas testemunhas". É exatamente neste dia que nasceu a Igreja. É de grande importância para todos os cristãos e, principalmente, para os católicos, porque neste dia celebramos o nascimento da Igreja. É um renovar da fé e da esperança, é receber um novo vigor e, principalmente, uma nova efusão no Espírito Santo".
Cronograma
29 de maio (domingo): Abertura da semana de Pentecostes
14h - Rosário 15h - Abertura do evento: história da semana de Pentecostes 16h - Missa de libertação
30 de maio (segunda) a 2 de junho (quinta)
6h30 - Missa 8h às 12 - Adoração 12h às 13h30 - Terço dos Renascidos 13h30 às 15h - Pregação com oração 15h - Missa da Misericórdia 17h - Missa de Nossa Senhora da Primavera 18h- Animação com banda 19h - Missa de Cura e Libertação
3 de junho (sexta): Benção das Velas (Pai) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h30 - Louvor da Comunidade 11h - Animação 12h - Terço da Batalha com oração de Libertação 13h - Pregação 14h - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 15h - Adoração no palco e missa para servos no Anfiteatro 16h30 - Louvor 17h45 -Animação 18h - Terço de Nossa Senhora da Primavera (pela internet) e preparação para a Santa Missa 19h - Missa de Libertação
4 de junho (sábado): Benção das Velas (Filho) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h30 - Louvor da Comunidade 11h - Animação 12h - Terço da Batalha com oração de Libertação 13h - Pregação 14h - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 15h - Adoração no palco e missa para servos no Anfiteatro 16h30 - Louvor 17h45 -Animação 18h - Terço de Nossa Senhora da Primavera (pela internet) e preparação para a Santa Missa 19h - Missa de Cura
5 de junho (domingo): Benção das Velas (Espírito Santo) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h - Louvor da Comunidade 11h - Animação 11h30 - Terço da Batalha com oração de Libertação 12h30 - Pregação 13h30 - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 14h30 - Momento Comunidade - Vocacional 15h30 - Preparação para a Santa Missa 16h - Missa de Libertação
Correio Braziliense sábado, 28 de maio de 2022
HORA DO ARRAIÁ!: CONFIRA O CALENDÁRIO DE FESTAS JUNINAS NO DF
Hora do arraiá! Confira o calendário de festas juninas no DF
Depois de dois anos com restrições pela pandemia, a celebração de São João volta com tudo no quadradinho. Veja as datas e locais
AR
Arthur Ribeiro*
postado em 27/05/2022 15:40
(crédito: Dan Queiroz/CB/D.A Press)
Elas voltaram! As festas juninas chegaram e o período de arraial toma conta da agenda do Distrito Federal para as próximas semanas. Com muita quadrilha, comidas típicas e o frio tradicional dessa época do ano, as celebrações já começaram em maio, seguem durante todo o mês de junho e se estendem até julho. Confira mais abaixo o calendário das festas juninas espalhadas por todo o DF.
A folia retorna sem restrições após dois anos de adaptações em razão da pandemia. Agora, clubes, igrejas, parques, quadras e estabelecimentos abrem as portas para receber quem estava com saudade de curtir um quentão, uma canjica, um caldo e muito mais.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
Veja a seguir a lista com as festas juninas no Distrito Federal, em ordem cronológica:
Arraiá de Águas Claras Data: sexta (27/5), sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h à 0h (sexta e domingo) e 19h às 2h (sábado) Local: estacionamento da Faculdade Uniplan
Paróquia Nossa Senhora de Fátima Data: sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h (sábado) e 18h (domingo) Local: Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Barraquinhas Marianas 2022 Data: sexta (27/5), sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h Local: Paróquia Nossa Senhora Do Rosário De Fátima
Festa Junina na Fazenda Churrascada Brasília Data: quinta (2/6) Horário: 17h Local: Setor de Clubes Sul, Tr. 2 (dentro do Clube de Golfe)
Festa Junina da Paróquia Santo Antônio Data: de quinta (2/6) a domingo (5/6), e de 9 a 13 de junho Horário: 18h Local: Paróquia Santo Antônio
Festa Junina do Clube do Exército
Data: sexta-feira (3/6) e sábado (4/6) Horário: 18h Local: Clube do Exército
Arraiá do Parque Data: sexta-feira (3/6) e sábado (4/6) Horário: 18h Local: Parque da Cidade
Arraiá da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe Data: sexta-feira (3/6), sábado (4/6) e domingo (5/6) Horário: 18h na sexta-feira e sábado, e domingo a partir das 16h Local: Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe
Farraiá da Márcia Data: 3 a 5 de junho, 10 a 12 de junho, 17 a 19 de junho e 24 a 26 de junho Horário: 17h30 Local: CAUB 1 – Império Verde Celeiro, perto do viaduto do Gama, sentido Catetinho
Arraiá Legis 2022 Data: sexta-feira (10/6) Horário: 19h Local: Clube da Ascade
Festa Junina do Iate Clube de Brasília Data: quinta (9/6), sexta (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Iate Clube de Brasília – Setor de Clubes Norte
Festa Junina da Paróquia São João Paulo II Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia São João Paulo II
Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Arraiá da Paróquia Senhor Bom Jesus Data: sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Senhor Bom Jesus
Arraiá da Paróquia São Pio de Pietrelcina Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia São Pio de Pietrelcina
Festa Junina da Paróquia Santíssima Trindade Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Santíssima Trindade
Grupo Escoteiro Salgado Filho
Data: sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: SHIS -QI 3 entre os conjuntos 3 e 4 - Área especial, Lago sul
Festa Junina do Iate Clube de Brasília Data: quinta-feira (9/6), sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Iate Clube de Brasília
Festa Junina da Paróquia São Pedro de Alcântara Data: sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Paróquia São Pedro de Alcântara
Arraia do Brasília Country Club Data: sexta-feira (10/6) e sábado(11/6) Horário: 19h Local: Country Club
Arraiá da Paróquia do Verbo Divino Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia do Verbo Divino
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Data: sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: a partir das 19h Local: Pátio da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Festa Junina da Paróquia Imaculado Coração de Maria Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia Imaculado Coração de Maria
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora do Carmo
Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 20h Local: Paróquia Nossa Senhora do Carmo
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias Data: sábado (11/6), às 19h, e domingo (12/6) Horário: 17h Local: Paróquia Nossa Senhora das Vitórias
Arraial da Dona Junina Data: sexta (17/6) Horário: 18h às 4h Local: ASCADE (St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 Conjunto 10, Lote 18 - Asa Sul)
Arraiá do Santuário do Santíssimo Sacramento Data: sexta-feira (17/6) e sábado (18/6) Horário: 18h à 0h Local: Santuário do Santíssimo Sacramento
Festa Junina da Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges.
Data: sexta-feira (17/6), sábado (18/6) e domingo (19/6) Horário: 18h Local: Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges
Arraial Dona Junina com show do Grande Encontro - Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo Data: sexta-feira (17/6) Horário: 18h Local: Clube Ascade
5º São João do Guará Data: quinta-feira (23/6) a domingo (26/6) Horário: 17h Local: EQ 19/34 - em frente ao edifício Consei - Guará
Festa Junina da Paróquia Sagrado Mercês Data: sexta (24/6) a domingo (26/6) Horário: 19h Local: Paróquia Sagrado Mercês
Festa Junina do Santuário São Francisco de Assis
Data: sexta (24/6) e sábado (25/6) Horário: 18h Local: Santuário São Francisco de Assis
Paróquia Nossa Senhora da Saúde Data: sábado (25/6) e domingo (26/6) Horário: 18h às 22h Local: Paróquia Nossa Senhora da Saúde
Com cardápio enxuto de apenas meia dúzia de deliciosos pratos de bacalhau, uma lula grelhada na brasa e uma sugestão de arroz de pato, o restaurateur Antonio Machado Barrigana inaugurou semana passada, no CasaPark, a loja física de sua grife O Tuga, nascida à beira da pista da Ponte JK, que serviu menu lusitano somente nos fins de semana e feriados. A casa dispõe de 74 lugares espalhados em dois ambientes com a cozinha no centro, de onde saem ainda a entrada de linguiça portuguesa e burrata e o menu kids de picanha grelhada.
Crédito: Antônio Barrigana/Divulgação
Destaque é o clássico bacalhau à lagareiro (R$ 168), feito com o lombo do gadhus morhua assado escoltado de batatas ao murro, ovo cozido e brócolis temperado com ervas e finalizado com alho e azeite extravirgem português. O empresário Marcelo Baroni divide com Barrigana o comando da casa que funciona todos os dias, de terça a domingo para almoço e jantar e segunda, só almoço. Telefone: 98403-1122.
Correio Braziliense quinta, 26 de maio de 2022
SOLIDARIEDADE: HOSPITAL DA CRIANÇA PROMOVE SEMANA DE BRINCADEIRAS PARA PACIENTES
Hospital da Criança promove semana de brincadeiras para pacientes
O Hospital da Criança de Brasília (HCB) promove, até sexta-feira (27/5), uma série de atividades lúdicas para pacientes da unidade de saúde
TM
Thaís Moura
postado em 26/05/2022 06:00
Semana do Brincar teve sarau com direito a contação de histórias para os pequenos pacientes do HCB - (crédito: Ed Alves/CB)
As brincadeiras são elementos importantes para desenvolver a criatividade, a comunicação, e para garantir o bem-estar dos pequenos. Por isso, o Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) promove, até sexta-feira (27/5), a "Semana do Brincar". A programação, que se iniciou em 23 de maio, em comemoração ao Dia Internacional do Brincar, celebrado mundialmente no próximo sábado (28/5), prevê a realização de atividades lúdicas para entreter e acolher os pacientes da unidade hospitalar. Nos últimos dois anos, o evento foi suspenso devido às medidas de distanciamento e restrições da pandemia de covid-19.
Teatros de fantoches, pinturas, contação de histórias, jogos variados e a apresentação de músicas do folclore brasileiro são algumas das atividades organizadas no HCB por voluntários da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace). Para marcar o encerramento do evento, o HCB promove, às 10h de sexta-feira, um webinar com a presidente da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri) e doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento humano, Maria Célia Malta Campos. A palestra, sobre o papel do brincar na hospitalização de crianças e adolescentes, será no auditório Dr. Oscar Moren, no Setor Noroeste, e estará aberta ao público externo, com transmissão ao vivo pela plataforma Zoom.
25/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Hospital da Criança, promove Sarau Bincante - Semana do Brincar.Ed Alves/CB
Ontem, as crianças e os adolescentes hospitalizadas e que aguardavam atendimento no HCB participaram do Sarau Brincante, uma das atrações da programação. Na ocasião, a voluntária da Abrace Lilian Neves, 64 anos, contou histórias que encantaram os pequenos. "A contação de histórias alivia e ameniza o sofrimento causado por um período de internação, e isso já foi demonstrado por diversas pesquisas e estudos científicos. Mas claro que existem histórias mais adequadas para os pacientes, não é como contar uma história qualquer para seu filho ou neto, por exemplo", explica Lilian, que atua há cerca de 10 anos como voluntária na instituição.
O Sinfonia da Saúde, grupo musical de voluntários filiados à Abrace, também se apresentou no Sarau Brincante. Segundo a coordenadora do grupo, a voluntária Lilian Zorzetti, 42 anos, a música tem poder terapêutico e traz benefícios para as crianças e para os pais. "Na UTI, por exemplo, que é um lugar onde fazemos muitas apresentações, muitas mães ficam semanas sem ter contato com a parte externa do mundo, então levamos uns 10 minutos de música por dia a elas, e isso faz com que saiam da realidade tensa e pesada da internação hospitalar", conta a voluntária.
O evento de ontem também teve a participação do pequeno Caleb, 3 anos, que dividiu o palco com a Sinfonia da Saúde. Paciente do HCB desde 2020, quando foi diagnosticado com um câncer de mediastino (região entre o coração e o pulmão), o menino retirou o tumor no ano passado, após 12 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. Hoje, ele faz apresentações de canto em igrejas e frequenta o hospital para acompanhamento médico.
A mãe de Caleb, Marília Nunes, 24 anos, diz que o contato com instrumentos o ajudou a recuperar os ânimos após o câncer. "Ele sempre amou a música. Desde cedo, quando íamos à Igreja, ficava fascinado com os instrumentos. Essa é a primeira vez que participamos da Semana do Brincar, e ele passou a semana inteira falando que iria cantar no hospital, ficou muito feliz com o convite", conta.
A unidade faz 500 a 600 atendimentos por dia no ambulatório e, em média, 700 internações por mês. Atualmente, o hospital conta com 85 voluntários. Quem tiver interesse em se tornar voluntário no local deve se cadastrar pelo site da Abrace — https://abrace.com.br/ — e, depois, passar por um período de preparação.
Correio Braziliense quarta, 25 de maio de 2022
TRADIÇÃO RELIGIOSA: FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO EM PIRENÓPOLIS VOLTA A SER CELEBRADA
Pirenópolis: Festa do Divino Espírito Santo volta a ser celebrada
Depois de dois anos suspensa, Festa do Divino Espírito Santo volta a ser celebrada por pirenopolinos
RN
Renata Nagashima
postado em 25/05/2022 06:00
As cavalhadas são um dos símbolos culturais da cidade - (crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)
Depois de 2 anos de pandemia, pirenopolinos poderão, finalmente, celebrar a festa do Divino Espírito Santo, considerada a maior manifestação popular e cultural de Pirenópolis (GO) — cidade a 150km do Distrito Federal. Tombada como patrimônio cultural brasileiro, a mais esperada celebração do ano mescla variadas demonstrações religiosas em uma profusão de folclores tão rica que contagia, tanto o leigo como o erudito, o profano e o religioso, servindo a todos em todas as suas formas e línguas.
O Secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Felix, explica a importância do evento, que mobiliza grande parte dos moradores locais. "É uma festa feita pelo povo e para o povo. Desde a origem do município as pessoas se unem desde a preparação, até a novena, folias e, até, a festa em si. É um evento que une a festa religiosa e a profana, une as pessoas. Toda a festa tem uma movimentação muito grande e a população faz com gosto, é algo que passa de geração em geração", afirma Felix.
Celebração ao Divino Espírito Santo é celebrada no município desde 1819 e faz parte da tradição localArquivo pessoal
Evento movimenta a economia e a cultura localLuis Nova/Esp. CB/D.A Press
As cavalhadas são um dos símbolos culturais da cidadeLuis Nova/Esp. CB/D.A Press
Após dois anos sem a celebração, a expectativa é grande e a comunidade segue participando ativamente. "As pessoas têm um carinho muito grande. Já havíamos percebido um anseio antes, agora que já estão acontecendo as primeiras programações, é possível ver no rosto das pessoas o quanto estão contentes com essa retomada", completa o secretário.
História
Ainda na antiguidade, israelitas cultuavam o Espírito Santo nas festividades de Pentecostes. Na baixa idade média, essa devoção foi levada para a Europa e na Alemanha tomou a forma de uma festa. Em Portugal, a folia foi instituída pela Rainha Isabel, no século XIII. Durante a celebração, era coroado um rei menino que distribuía alimentos e soltava presos políticos, como uma espécie de profecia significando que, quando o Espírito Santo cair sobre todos, haverá um monarca bom e puro como um menino e a terra estará repleta de fartura e perdão.
No Brasil, a celebração foi trazida pelos portugueses logo no começo da colonização e foi em Pirenópolis o primeiro registro, em 1819, da Festa do Divino, como uma iniciativa do Coronel Joaquim da Costa Teixeira, o primeiro consagrado como Imperador do Divino. A ele cabe a responsabilidade de promover e cuidar para que tudo se realize com ordem, incentivando, angariando fundos e mobilizando a população nos afazeres do evento.
Alguns anos depois, em 1826, o festeiro, como também é chamado o organizador, Padre Manuel Amâncio da Luz, introduziu as Cavalhadas e mandou confeccionar uma coroa de pura prata, a Coroa do Divino, oferecendo-a à Igreja Matriz. Amâncio distribuiu, de casa em casa, pãezinhos e alfenins, docinhos feitos de açúcar puro chamados de Verônicas, à população. A prática virou tradição e até hoje é reproduzida.
15 anos de espera
Após cada festa, no Domingo do Divino, um novo Imperador é eleito por meio de um sorteio, os candidatos geralmente pertencem à Irmandade do Santíssimo Sacramento. Neste ano, o escolhido foi o promotor de justiça Heráclito D'Abadia Camargo, 53, que esperou 12 anos até ser sorteado. Mas, por causa da pandemia, ele teve que esperar mais três.
"É um grande privilégio e, depois de tantos anos, me sinto realizado. Essa festa somos nós, e nós somos essa festa. A figura a do imperador centraliza e organiza tudo. Eu estou na expectativa há três anos, desde que fui sorteado, e nos anos que não pudemos realizar a festa por causa da pandemia", disse o Festeiro de 2022.
Cavalhada
Encerrando a comemoração religiosa, um grupo, a cavalo e com armaduras, encena, em um grande palco medieval a céu aberto, a guerra do século VIII, travada entre os mouros e os cristãos. O espetáculo é uma reprodução do reinado de Carlos Magno e seu exército, que tinham a missão de catequizar todos os que não eram fiéis à igreja católica.
O espetáculo conta com lanças afiadas, garruchas de pólvora, texto teatral e músicas instrumentais. Num grande campo de batalha: de um lado, 12 cavaleiros cristãos vestidos de azul, e do outro, 12 cavaleiros mouros, vestidos de vermelho. O teatro das Cavalhadas dura três dias. No fim, os mouros perdem a guerra, são catequizados e batizados pelos cristãos.
A programação completa pode ser conferida na página do evento no Instagram: @festadodivino2022
Correio Braziliense terça, 24 de maio de 2022
VOZES DE OURO: THE TEN TENORS, PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL, SE APRESENTA EM BRASÍLIA NESTA TERÇA
Pela primeira vez no Brasil, The Ten Tenors se apresenta em Brasília nesta terça
Pela primeira vez no Brasil, The Ten Tenors promete apresentar um repertório diversificado na turnê que estreia em Brasília
RD
Ricardo Daehn
postado em 24/05/2022 06:00 / atualizado em 24/05/2022 10:49
(crédito: Dylan Evans)
"Sou apenas 10% do grupo", entrega o tenor australiano Boyd Owen, modesto para quem já apresentou Carmina Burana, no prestigioso Carnegie Hall (Nova York), e que chega a Brasília, com a turnê Love is in the air, com direito à passagem por quatro outras capitais. Junto com nove amigos, com quem forma a primeira turnê do grupo The Ten Tenors pelo Brasil, depois de mais de 2,5 mil apresentações mundo afora, com venda superior a 3,5 milhões de ingressos, Boyd Owen antecipa muito do fator surpresa do show que alinha releitura do cancioneiro romântico internacional: "Não se espera que estes caras de smoking e gravatas avermelhadas sejam capazes de relaxar, no palco".
Aos moldes de um time de futebol, o Ten Tenors, pelo que enfatiza Owen, traz integrantes diferentes, a cada formação: "É algo natural, uma vez que estamos juntos há mais de 27 anos. Iniciamos, aos meados dos anos de 1990, justo quando o trio Pavarotti, Domingo e Carreras explorava algo absolutamente novo. A música clássica, à época, era mantida nas casas de ópera e por lá ficava, com um limitado grupo de admiradores. Mas, os três sabiam que o erudito podia muito bem ser apreciado por um maior público. Nós começamos, de modo muito informal, e eles foram uma inspiração".
Nessa linha, depois de apresentações com Rod Stewart e Alanis Morissette, e da gravação de 15 álbuns e 4 DVDs (entre os quais Amigos para siempre), Owen e os parceiros Cameron Barclay, Daniel Belle, Michael Edwards, Keane Fletcher, Nigel Huckle, Nathan Lay, JD Smith, Sam Ward e James Watkinson apresentarão músicas como Life is perfect, A thousand years e All of me. Never enough e ainda árias como Una furtiva lagrima (de Donizetti) e Nessun dorma (Puccini) não fogem do repertório a ser apresentado, hoje, às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Pequenos pontos (colocados nos ouvidos), no palco, ajudam no checar de vozes e na comunicação com a equipe técnica, em complexa afinação. "No mais, ensaiamos, ensaiamos e ensaiamos, até o mais próximo da possível perfeição. Trabalhamos duro, absolutamente todos os dias. Ainda que tenhamos ensaios regulares, a cada apresentação, tomamos ao menos uma hora para aperfeiçoamentos e ajustes. Buscamos um som único e especial com momentos poderosos, desde a integração das vozes no palco até os momentos de holofote e brilho para uma única voz peculiar ganhar projeção. A constância dos ensaios é que resultou na harmoniosa experiência. Não podemos ainda deixar de observar a escolha afunilada de repertório", entrega o cantor.
Ao ressaltar que tenores não se limitam à identidade junto ao clássico, Owen lembra de Freddie Mercury (do Queen) e John Longmuir. "Eu tendo a soar como cantor clássico, mas alguns (do The Ten Tenors) vêm com a afivelada tonalidade de rock. Levamos o público para uma jornada de sons muito diversos. Nós realmente gostamos de surpreender", comenta. Celebrar o amor e as primeiras danças de noivos, a cada casamento, formulou o conceito de Love is in the air. A espera pela apresentação no Brasil está engasgada, há dois anos, quando tudo se viu modificado pela pandemia.
"Finalmente, podemos nos apresentar. É o que em mim toca, ao apresentar Love is in the air: ficar sem cantar, por dois anos, me fez sentir como se uma parte de mim estivesse ausente. Me levanto, pela manhã para isso: para entregar a música. Os últimos dois anos nos deixaram em frangalhos. Em duas horas de apresentação, espero que haja transcendência. A música toca nosso coração, e acentua a nossa interação. Queremos, de verdade, exercer uma mudança, como numa forma de cura. Quero que todos se sintam vivos novamente — contactar o que existe de pulsante na vida, algo perdido nos últimos anos", observa Boyd Owen.
Num patamar técnico e que dimensiona o grupo, vale lembrar que um dos álbuns foi gravado em Praga com a Orquestra Filarmônica Tcheca, mas, em Brasília poucos instrumentistas estarão no palco. "Às vezes, compactamos o som da orquestra num computador", brinca o artista. Na reta final de uma longa jornada, depois de enorme aceitação pela Europa e Américas do Sul e do Norte, Owen conta da intimidade com o relacionamento mantido com públicos diversos com alemães, australianos, italianos e chineses. E, do Brasil, como ouvinte, do que gosta Owen? "Adoro samba, e que é, claro, marca brasileira. Gosto de Gilberto Gil, mas, no momento, adoro as músicas de Ivete Sangalo, ainda que minha favorita seja Maria Rita. Com a música brasileira não há quem fique triste", observa. Ciente do entendimento do que apeteça o público, Owen é catedrático: "Nosso atual show é dos que mais me orgulha, trata-se de um dos melhores. Fazemos trocas culturais, e temos Mas que nada (Jorge Ben). Injetamos o inesperado, com medleys e twists, e nunca deixaremos de fora Bohemian rhapsody. É um show animado, e, no encerramento, é muito bacana ver todo mundo dançando, e sentindo", conclui Boyd Owen.
Correio Braziliense segunda, 23 de maio de 2022
CARTÃO POSTAL: FLORAÇÃO DE GIRASSÓIS VIRA PARADA OBRIGATÓRIA NA ESTRADA QUE LEVA A UNAÍ
Floração de girassóis vira parada obrigatória na estrada que leva a Unaí
Brasilienses aproveitam a floração em espaço aberto no caminho de Unaí, a cerca de 70 km do centro da capital do país
EH
Edis Henrique Peres
postado em 23/05/2022 06:00 / atualizado em 23/05/2022 11:22
A família Costa colocou um lembrete no celular para não perder o momento certo da florada - (crédito: Fotos: Ed Alves/CB/D. A Press)
Considerado um ponto de parada obrigatório de quem trafega entre as proximidades do KM-5 da BR-251 e eleito um cartão postal da feira AgroBrasília, os campos de girassóis chamam a atenção por sua beleza. À medida que as pétalas vão se abrindo e a corola vai se erguendo, mais pessoas se reúnem para tirar fotos, filmar ou viver um momento de integração entre as flores. A família Costa não se intimidou, nem mesmo com a distância, e foi atrás dos campos para conseguir as belas imagens, um compromisso marcado no calendário um ano atrás.
"Ano passado, minha amiga veio na segunda semana de julho, quando eles já estavam mais murchos, e fez imagens muito bonitas. Ela me disse que em maio é o período em que eles estão mais bonitos e eu marquei no calendário para não esquecer. Quando chegou essa semana, o celular avisou", revela Eduardo Fellipe Costa, 31 anos e contador. Eduardo convidou a mãe e a irmã e juntos deixaram Sobradinho para um percurso de cerca de 1h30, rumo ao Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).
Mãe de Eduardo, Genize Costa, 56 anos e instrutora de ioga, detalha que, além das imagens, há a beleza do momento. "Sinceramente, o fato de estar aqui, você com você mesmo, é uma coisa de Deus. É um estado de contemplação, uma alegria de poder ver essa beleza. É um momento único e compensa a distância", garante.
A filha de Genize, Mayara Simonelly, 33 anos, bióloga e empresária de moda, aproveitou o momento para promover também as roupas que vende em sua loja on-line. "Preparei para aproveitar e divulgar a minha loja de roupa feminina, a Marble Oficial. Sem falar que não tem como perder a chance de ver tudo florido, é um momento mágico", assegura.
Produção de óleos
Para estarem floridos nesta época do ano, os girassóis precisam ter o plantio calculado para que o momento mais vicejante das flores coincida com os dias em que acontece a Feira AgroBrasília. Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Renato Amabile destaca, no entanto, que o Distrito Federal não tem produção de girassol significativa para a indústria. "A semente é muito leve para transporte, então, para o produtor, não compensa em questão de logística, a não ser que o plantio seja realizado em volta da indústria. Onde temos plantações de girassóis para produção de óleos é em Ipameri, Rio Verde, Cristalina e Itumbiara, por exemplo", afirma.
O destaque apresentado pelo especialista é a BRS 323, produzido pela Embrapa. "Trata-se de uma inovação, pois o BRS 323 é adaptado ao Cerrado, uma opção para a segunda safra, assim como o sorgo e o feijão", aponta. Outro diferencial, ainda não desenvolvido em nenhum outro país, de acordo com Renato, é que a "variante híbrida tem resistência ao nematoide de galhas, uma doença que atinge o girassol". "A tecnologia da Embrapa se antecipou e já conseguiu desenvolver essa tecnologia que ajuda o produtor", diz. Atualmente, a produção da planta em Goiás ultrapassa pouco mais de 25 hectares, Minas Gerais chega a 6 mil hectares e Mato Grosso supera pouco mais de mil hectares.
Ponto de parada
Muito além da beleza, os girassóis voltados para o oriente e vibrantes nos tons amarelos são considerados um ponto de parada obrigatória. Essa é a avaliação de Thayná Mota, 29 anos, assistente de atendimento ao cliente e moradora de Formosa. "Venho quase todos os anos aqui e acho que o girassol já virou um cartão-postal da AgroBrasília. Agora não tem jeito, todo ano volto e tenho guardado, inclusive, as fotos de anos anteriores", destaca. Na edição da última semana da AgroBrasília, Thayná levou a amiga, Carla de Souza, 25 anos e estudante, para conhecer a beleza dos campos floridos. "É realmente muito lindo. A gente programou a nossa folga para ter ao menos um dia para aproveitar e vim até aqui", detalhou Carla.
Enquanto estava na feira, no estande de cactos e suculentas, Yumi Koike Watanuki, 51 anos, aproveitou os 10 minutos que teve de intervalo para passear entre as corolas dos girassóis e ser fotografada. "O campo está lindo, a AgroBrasília está sendo maravilhosa para a gente. Parece que todo ano os girassóis ficam mais bonitos", opinou. A amiga de Yumi, Francisca Freitas, de 46 anos e artesã, garantiu: "É uma beleza que vale muito a pena".
Em outro grupo de amigos, Suelem Landim, de 33 anos, confessou ser impossível passar pela feira sem parar nos campos de girassol. Enquanto isso, sua amiga Joyce Dias, 40 anos, assistente administrativa e moradora do Ocidental, não perdeu tempo. "Está tudo lindo e a foto que tirei já é o meu perfil nas redes sociais", contou.
Significado das flores
O girassol, de nome científico Helianthus annuus, é uma planta originária da América do Norte e possui a particularidade de ser heliotrópica, ou seja, gira o caule posicionando a flor na direção do sol durante a fase de amadurecimento. Quando o talo da planta deixa de crescer, o girassol fica parado em direção ao oriente. A flor significa felicidade e sua cor amarela ou os tons cor de laranja das pétalas podem simbolizar calor, entusiasmo, vitalidade e lealdade, refletindo a energia positiva que emana do sol.
Correio Braziliense domingo, 22 de maio de 2022
ARTES CÊNICAS: MIQUEIAS PAZ, MÍMICO, CELEBRA 40 ANOS DE CARREIRA COM ESPETÁCULO COMOVENTE
Mímico Miqueias Paz celebra 40 anos de carreira com espetáculo comovente
Os sons emitidos pelo mímico durante a encenação acabaram por render uma homenagem na Escola Nacional de Mímica de Cuba
NM
Nahima Maciel
postado em 22/05/2022 06:00
(crédito: Abder Paz/Divulgacao)
Ao longo das quatro décadas de carreira, o mímico Miqueias Paz nunca recebeu uma verba do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para um projeto individual. São quatro décadas de carreira e centenas de espetáculos nos quais a mímica é a linguagem central. Para o artista, há uma percepção de que os mímicos fazem subarte e, por isso, a técnica acaba um pouco alijada na cena dramatúrgica.
Ao mesmo tempo, há um processo de recuperação da mímica em alguns setores do teatro e é essa iniciativa que Miqueias gosta de celebrar. É com essa técnica que ele construiu toda uma carreira e é com ela que celebra os 40 anos de trajetória com Mimicando, em cartaz no Teatro Paulo Autran, no Sesc Taguatinga.
O espetáculo é composto de cinco cenas que revisitam vários momentos da trajetória do artista. "Às vezes, a gente se empolga e tem mais", avisa. A mulher trabalhadora e a dupla jornada tão comum entre mães de família é o tema de O balão, e o Brasil trabalhador está em Brasil brasileiro, que retrata um dia na vida de um trabalhador. "Utilizo uma percussão vocal que acaba criando um texto imaginário. O personagem não fala, mas emite uma sonoridade", avisa o artista.
Os sons emitidos pelo mímico durante a encenação acabaram por render uma homenagem na Escola Nacional de Mímica de Cuba. "Eles consideraram que meu trabalho tem uma identidade", diz Miqueias, que também incluiu no espetáculo a cena O assalto, uma brincadeira que explora o universo clownesco para captar a atenção do público. Para a cena final, ele promete uma surpresa. "É um fecho comemorativo", avisa.
Miqueias já fez 38 apresentações do espetáculo. Passou por várias escolas e por cidades como Gama e Planaltina. "A gente fez o máximo de lugares que, ao longo da vida, ajudaram a formatar o trabalho. A ideia foi fazer uma revisitação não só de lugares, mas de mim mesmo. Chega um momento que você quer rever o que fez", conta. O momento foi também de se reconectar com o teatro e com o público.
O ator perdeu a mulher, um cunhado e uma cunhada durante a pandemia. Foi um período sofrido, de luto e afastamento da profissão. "Um processo muito complicado para todo mundo, não foi exclusividade minha e, na arte, estamos em processo de recuperação", explica. "A represa abriu e várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Fiquei dois anos sem fazer uma apresentação. Os artistas foram os primeiros a entrarem na pandemia e os últimos a saírem, porque arte é público, e público significa aglomeração."
A mímica ajudou. Para Miqueias, é uma arte sem barreiras, sem lacunas de comunicação que impeçam a compreensão. No espetáculo, ele tenta fazer um retrato de até onde pode ir com a técnica. Emprega desde soluções muito clássicas, baseadas no silêncio e no gesto ilustrativo, até a quebra de paradigmas. A imagem clássica do francês Marcel Marceau com a cara pintada de branco, a calça justa e uma movimentação no limite entre o balé e o teatro tornou-se uma referência.
"Mas essa é apenas uma das referências da mímica", avisa Miqueias. "O que é ser mímico? Estabelecer o gestual como uma grande referência de comunicação cênica. O mímico é aquele que faz do corpo o grande instrumento de comunicação com a plateia sob uma ótica dramatúrgica. Tento brincar com essas duas coisas, tanto com a clássica, que tem uma atmosfera infantil no sentido da pureza, como também com cenas densas, pesadas, que emocionam. É um passeio entre o tradicional e o contemporâneo."
O ator acredita que a mímica perdeu espaço cênico e deixou de ser vista como uma técnica dramatúrgica quando começou a ser exibicionista. "E quando o ator fica preocupado com a técnica, deixa de fazer teatro", acredita. E, para ele, o bacana da mímica é que ela pode ser universal, não tem uma linguagem única. Pode até trazer algumas particularidades do gesto casual mas, no geral, tem poder de comunicação independente do idioma.
Mimicando
Com Miquéias Paz e Carol Lira. Hoje, às 20h, no Sesc Paulo Autran (Taguatinga Norte). Entrada gratuita. Classificação indicativa livre
Correio Braziliense sábado, 21 de maio de 2022
EXPOSIÇÃO: FESTIVAL BRASÍLIA SOBRE RODAS COMEÇA NESTE SÁBADO E É GRATUITO
Festival Brasília Sobre Rodas começa neste sábado e é gratuito
Festiva Brasília Sobre Rodas traz 400 veículos clássicos e especiais para amantes do automobilismo. Evento será sábado (21/5) e domingo (22/5), no Parque da Cidade, e oferece atrações para crianças, além de música e gastronomia
EF
Eduardo Fernandes*
postado em 21/05/2022 06:00
O empresário e colecionador Daniel Freitas mostra dois xodós dele: a Lambretta LI 1966 e o Fusca 1962. Ele é um dos expositores do Festival Brasília Sobre Rodas - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Cerca de 400 automóveis clássicos, além de motos, bicicletas, skates, karts e patins fazem parta da exposição do Festival Brasília Sobre Rodas. Segundo a organização do evento, um dos diferenciais desta edição é a união de grandes clubes de carros da capital federal. No total, são mais de 35 grupos entusiastas da cultura automobilística inscritas. Sábado (21/5) e domingo (22/5), a estimativa de público é de 20 mil pessoas.
Daniel Freitas, 46 anos, é um aficionado pelo "antigomobilismo" e será um dos expositores no Festival Brasília Sobre Rodas. O morador da Asa Norte levará uma Lambretta LI 1966 e uma Kombi Cliper 1987. Para ele, eventos são uma forma de preservar a história. Com cinco veículos, o colecionador confessa ter um que é o predileto. "O ícone que eu tenho é o Fusca 1962, com a quilometragem em 12 mil rodados. Hoje, sou o segundo dono. Demorei 8 anos para conseguir comprá-lo", afirma Daniel, que também demonstra muito carinho pelo Opala 1990 que, segundo ele, serviu à Presidência da República.
Todo esse afeto fez com que Daniel se tornasse empresário e criasse a fuscamiseteria, em 2014. O estabelecimento é uma loja móvel. Inicialmente funcionava em um fusca, mas, hoje, atende na Kombi Cliper 1987. Entre os principais produtos vendidos estão camisetas personalizadas, canecas, cabides, apetrechos e uma variedade de itens para os amantes de carros.
Apaixonados por automobilismo poderão conferir modelos antigos(foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
História de cinema
Leonardo Linhares, 42, se dedica a restaurar veículos que não estão em boas condições. Segundo ele, o gosto por automóveis é tradição de família — avô era mecânico em Porto Alegre, e o pai ajudava na oficina. Para o advogado, o festival é um oportunidade de mostrar o trabalho de recuperação de verdadeiras raridades. "Depois de dois anos sem grandes eventos, é importante apoiar e favorecer a troca de experiências e o reencontro dos amigos", conta.
Colecionador de veículos da linha Dodge da década de 1970, o morador do Park Way tem uma caminhonete azul que estrelou o filme Eduardo e Mônica. Acionado pela produção técnica do longa, ele cedeu o carrão com muito orgulho e fez a restauração para o veículo ser o mais fiel à época em que se passa a história inspirada na música de mesmo nome de Renato Russo. Leonardo é vice-presidente do Mopar Clube Brasília, organização com vários entusiastas do automobilismo, que reúne e promove encontros de carros na capital federal.
Estrutura
O Festival Brasília Sobre Rodas ocorre no Parque da Cidade em um espaço de 160 mil metros quadrados. A terceira edição do evento conta com atrações para o público infantil, música, gastronomia, praça de alimentação, praça de chope e feira. A entrada é gratuita.
O projeto tem apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) e da Secretaria de Turismo (Setur). De acordo com João Coqueiro, idealizador do festival, a finalidade da data é a fomentação do antigomobilismo na capital federal. "Vamos juntar os apaixonados por carros e tudo sobre rodas", destaca.
O estande de karts deve ser uma atração a parte. As associações Askart e Vintage Kart vão apresentar, ao menos, seis modelos para o público. Um dos objetivos, segundo Moisés Neto, 55, Askart, é divulgar o campeonato oficial da modalidade no Distrito Federal, que acontecerá no Guará, em 28 de maio e a campanha do maio amarelo — em combate a mortes decorrentes de acidentes de trânsito. Para ele, "é melhor correr no kartódromo ou no autódromo do que na rua".
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
Correio Braziliense sexta, 20 de maio de 2022
GASTRONOMIA: SABOR JUNINO TODA SECTA-FEIRA NO BUFÊ GRAN BIER, NO PONTÃO
Sabor junino toda sexta-feira no bufê do Gran Bier, no Pontão
Curau, canjica, pipoca, arroz doce, milho, arroz carreteiro, galinhada, bolo de mandioca, bolo de milho e quentão são as receitas do bufê de almoço do restaurante Gran Bier, no Pontão do Lago Sul, durante a temporada junina. As iguarias farão parte do cardápio todas as sextas-feiras até o mês de julho pelo valor de R$ 65. Para completar o clima junino, o local ganha ainda decoração típica e apresentação musical do cantor Bruno Zanine.
Correio Braziliense quinta, 19 de maio de 2022
CLIMA: SENSAÇÃO TÉRMICA NO DF CAI ABAIXO DE 0°C; MÍNIMA FOI DE 1,4°C
Sensação térmica no DF cai abaixo de 0°C; mínima foi de 1,4ºC
Até esta sexta-feira (20/5), o DF continua sob alerta laranja devido a onda de frio. Temperatura deve subir gradativamente a partir do fim de semana
EH
Edis Henrique Peres
postado em 19/05/2022 09:03
(crédito: Ed Alves/CB)
A onda de frio que atinge o Distrito Federal trouxe um recorde de temperatura mínima de 1,4°C, com sensação térmica de menos de 0°C. O alerta laranja emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) segue até esta sexta-feira (20/5), com expectativa de aumento gradativo das temperaturas no fim de semana.
Sobre a sensação térmica, a meteorologista do Inmet, Naiane Araújo explica: "é uma coisa muito particular de cada pessoa, o que contribui para isso são os ventos muito gelados. O que acontece é que áreas com muito vento tendem a roubar o calor do corpo humano, mas a influencia que isso terá na sensação térmica varia de qual o calor do corpo. De forma geral, chegamos à sensação térmica abaixo de 0°C".
Durante a tarde, a especialista explica que a temperatura máxima deve chegar a 20°C, com umidade relativa do ar entre 95% e 25%. "A característica dessa onda de ar é ser fria e seca, com pouca umidade", pontua.
Confira os locais com temperaturas mais baixas nesta quinta:
Gama: 1,4 °C Águas Emendadas (Planaltina): 3,3 °C Plano Piloto: 5,1 °C
Correio Braziliense quarta, 18 de maio de 2022
CIDADANIA: COM O ARTISTA CARLOS BRACHER, DEFICIENTES FAZEM OFICINA DE PINTURA
Com o artista Carlos Bracher, deficientes fazem oficina de pintura
O renomado mineiro Carlos Bracher participou, ontem, de uma oficina de pintura inclusiva com estudantes deficientes visuais e auditivos de escolas públicas do DF. Iniciativa foi na escola Kingdom School
NM
Nahima Maciel
EF
Eduardo Fernandes*
postado em 18/05/2022 06:00
O artista plástico Carlos Bracher ressalta que participar da iniciativa é uma oportunidade de trocas valiosas de experiências - (crédito: Carlos Vieira/CB)
A arte é uma das formas de traduzir o mundo e refletir sobre a existência. Cerca de 80 alunos brasilienses cegos e surdos participaram, com o premiado pintor e artista plástico Carlos Bracher, de oficina de pintura e criaram suas próprias obras. Na manhã de ontem, os aprendizes homenagearam os 200 anos da Independência do Brasil em um quadro. À tarde, a reverência foi para a capital federal, em comemoração aos 62 anos de inauguração da cidade. O projeto contou com a colaboração da secretária de Educação do DF (SEEDF), professora Hélvia Paranaguá; da diretora da escola Kingdom School, Alice Simão; e do apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF).
Uma interação que inclui, ensina e traz conexão a todos que estão ao redor. Assim, é o pensamento do pintor mineiro Carlos Bracher, 82 anos, sobre a oficina de ontem. Apesar das passar por diversos países, ele garante que esse encontro foi um dos mais marcantes da carreira. "Um dos maiores momentos da minha vida é estar aqui. Estar com essas pessoas maravilhosas e fantásticas para aprendermos com elas", comenta.
Tatiane Miranda tem preferência por criar mosaicos e pinta há 3 anosFotos: Carlos Vieira/CB/D.A Press
Paulo Dutra, 54, mudou a relação com a arte após a oficinaCarlos Vieira/CB
17/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF Cidades - Oficina de pintura com alunos portadores deficiência visual e auditiva e presensa do artista plástico Carlos Bracher no Colégio Kingdon School. Na foto: Paulo DutraCarlos Vieira/CB
O artista plástico Carlos Bracher ressalta que participar da iniciativa é uma oportunidade de trocas valiosas de experiênciasCarlos Vieira/CB
O artista garante que a troca de experiências com cada um dos aprendizes é especial. Em um mundo ferido pelo ego e falta de empatia, ele repete diversas vezes o quão fundamental é levar o amor e a expressão artística como forma de integração e acessibilidade, além de promover a cultura para aqueles que não tiveram oportunidade. Amar a própria arte, para Bracher, é a maior revolução e a melhor forma de inclusão. Por isso, continuar levando as várias formas expressão para as escolas.
Essa alegria é sentida pelo Vitório Pereira, 59, que tem baixa visão. O estudante do Centro de Ensino Especial de Deficiências Visuais (CEEDV) comenta que a pintura é algo que pratica nas aulas e se tornou uma paixão. "Além de pintar, gosto de música", destaca Vitório, que deseja mais momentos como esse, para continuar demonstrando o amor pelo que faz.
Importância do trabalho
Subsecretária de Educação Inclusiva e Integral do DF, Vera Barros avalia que dar protagonismo aos estudantes portadores de alguma deficiência é um elemento fundamental para que o debate sobre políticas nacionais de inclusão tenha mais relevância. "A Legislação nós temos, o que precisamos é cumprir ela ao lado da sociedade", complementa.
A seleção dos 80 estudantes ocorreu por meio do Centro de Escola Bilíngue de Taguatinga, voltada para surdez, e do CEEDV, onde cerca de 40 alunos foram escolhidos. Discentes deficientes auditivos de uma escola de Ceilândia também participaram da oficina.
A diretora da Kingdom School, Alice Simão, responsável por ceder o espaço para a iniciativa, ressalta a necessidade de levar arte e amor, bem como incluir pessoas com algum tipo de deficiência no contexto cultural. "Para eles, é um momento ainda mais forte e especial, porque são pessoas com uma vida social limitada. Quem dirá artístico, quem dirá cultural", destaca. Para a escola, ela reafirma a alegria em disponibilizar o ambiente para projetos como este, que educam e dão esperança e motivos para continuar.
Deficiente auditiva e visual, Tatiane Miranda, 41, comenta alegre que faz artes plásticas há cerca de três anos. "Gosto de pintar mosaicos, lá na escola, eu estou fazendo as nuvens e a lua", conta a moradora de Sobradinho. Paulo Dutra, 54, é deficiente visual desde 2015, mas consegue enxergar algumas coisas, como tons de cores em determinados objetos. Apesar das dificuldades, o morador de Taguatinga revela que não tinha o costume de se envolver com artes. Agora, depois da oficina, o interesse mudou. "Pintei o Congresso Nacional de azul, verde e amarelo. Me senti muito feliz", confessa.
Homenagem
Carlos Bracher concebeu esculturas para homenagear amigos, como o escritor Affonso Romano Sant'Anna, mas nunca havia se dedicado a uma figura histórica. Agora, após uma conversa com o jornalista Silvestre Gorgulho, ele decidiu criar uma obra em homenagem ao engenheiro e calculista Joaquim Cardozo. A entrega do projeto será realizada hoje, mas Bracher prefere ainda não revelar os detalhes da obra. Será uma escultura, certamente. Possivelmente em bronze.
Para o artista mineiro, a homenagem é mais do que justa. "Não há uma homenagem ao Joaquim Cardozo e, sem ele, não existiria a obra física do Niemeyer", repara Bracher. "O Niemeyer era um louco maravilhoso e fazia obras impossíveis de serem construídas, daí chega esse pernambucano, poeta, escritor, dramaturgo e engenheiro e fez cálculos dificílimos de concreto."
O artista lembra que obras monumentais como as cúpulas do Congresso Nacional e as colunatas do Palácio do Alvorada tornaram-se símbolos da arquitetura moderna e de Brasília. "O sujeito que faz aquelas colunatas do Alvorada, aquilo tem 10 toneladas e vem apoiada num ponto. Joaquim Cardozo deu sustentabilidade técnica à obra do Niemeyer", garante.
Ainda não sabe se realizará uma escultura de corpo inteiro para homenagear o engenheiro ou se a obra terá outra forma. "Imaginei essa escultura nos últimos dias", diz. "A gente vai estudar ainda onde vai ser. Inicialmente, pensei em algo de corpo inteiro, mas evoluí a ideia para não ser de corpo inteiro." Ele lembra que Brasília tem, pelo menos, quatro esculturas públicas em homenagem a Juscelino Kubitschek, mas nenhuma dedicada a Oscar Niemeyer, Lucio Costa ou Israel Pinheiro. "É outro projeto que tenho, de homenagear os pioneiros", avisa.
Correio Braziliense terça, 17 de maio de 2022
TEATRO: FERCAL E SÃO SEBASTIÃO RECEBEM A MOSTRA ITINERANTE DE TEATRO ODU - CELEBRAÇÃO DA NEGRITUDE
Celebração da negritude: Fercal e São Sebastião recebem a Mostra Itinerante de Teatro Odu
Iniciativa do coletivo ODU, a mostra tem o intuito de celebrar a vida, a força da história e da cultura negras pela arte
NG
Naum Giló*
postado em 17/05/2022 06:00
A montagem Gigante pela própria natureza é dirigida por Pedro Ribeiro e estrelado Anna Júlia Carvalho - (crédito: Thiago Sabino)
A Mostra Itinerante de Teatro Odu, que estreou no fim de semana no Varjão, com apresentações gratuitas, será atração em outras duas cidades do Distrito Federal: Fercal e São Sebastião. Iniciativa do coletivo ODU, a mostra tem o intuito de celebrar a vida, a força da história e da cultura negras pela arte e promover espaços de visibilidade para temáticas raciais. Todas as peças são sucedidas por um debate mediado por uma equipe de profissionais de artes cênicas e educação.
A próxima cidade a ser contemplada pelo projeto é a Fercal. O ator Marcos Davi sobe ao palco no Centro Comunitário do Queima Lençol para apresentar a montagem Livro do desassossego, uma adaptação teatral do livro homônimo escrito por Bernardo Soares, heterônimo recluso e solitário de Fernando Pessoa. A peça será apresentada no sábado (21/5), às 19h30. No dia seguinte, no mesmo local, o mímico Miqueia Paz traz o espetáculo Mimicando, composto por quadros que retratam, com irreverência e bom humor, situações do cotidiano dos brasileiros, às 16h.
Em São Sebastião, a mostra vai levar o teatro para a comunidade escolar do Centro Educacional São Francisco, conhecido como Chicão. Em 25 de maio, o turno da manhã da instituição poderá prestigiar Gigante pela própria natureza, montagem composta por personagens estudantes de uma escola pública, que contam histórias que retratam vivências negras na sociedade, às 9h. A direção é de Pedro Ribeiro.
Encerrando a mostra, também no Chicão, em 26 de maio, a dupla Naiara Lira e Maboh apresenta o Duo Camboatá, projeto musical performático estreado em 2015, no Brazilian day de Sydney (Austrália), apresentando canto, dança, poesia e contação de história, com início às 14h. O diretor-geral da mostra itinerante, Victor Hugo Leite (VHafro) ressalta: "São produtos, bens e serviços culturais que vão sendo entregues para comunidades de áreas de periferia, onde o público é majoritariamente negro, com espetáculos teatrais que abordam temáticas que tocam profundamente a realidade dessas pessoas", explica o diretor.
Mostra Itinerante de Teatro Odu
Centro Comunitário do Queima Lençol (Fercal), nos dias 21 e 22 de maio, e Centro Educacional São Francisco, (Chicão, em São Sebastião), nos dias 25 e 26 de maio. Entrada gratuita.
Correio Braziliense segunda, 16 de maio de 2022
CLIMA: COM MÍNIMA DE 5ºC, BRASILIENSE ENFRENTARÁ FRENTE FRIA A PARTIR DO FIM DESTA SEMANA
Com mínima de 5ºC, brasiliense enfrentará frente fria a partir do fim desta semana
As temperaturas do Distrito Federal devem cair bruscamente, ficando entre 5º e 20º C, segundo Inmet
CB
Correio Braziliense
postado em 15/05/2022 19:26 / atualizado em 15/05/2022 19:34
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O brasiliense vai precisar tirar o casaco do armário para encarar o frio que deve chegar à capital federal ao fim desta semana. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as temperaturas sofram uma queda brusca entre quinta (19/5) e sexta-feira (20).
De acordo com o meteorologista Cleber Souza, entre segunda e quarta-feira, a previsão é de chuva fraca em áreas isoladas. Algumas regiões do Distrito Federal, como São Sebastião e Park Way registraram precipitações neste domingo (15/5).
“No início desta semana, só há possibilidade de chuva. Contudo, começa a entrar pelo Sul do país uma massa de ar polar fria e seca, oriunda do Polo Sul, que deve chegar ao Centro-Oeste a partir de quarta-feira, ocasionando a queda na temperatura”, explica.
Segundo o especialista, as temperaturas devem ficar entre 5º C e 20º C entre quinta-feira e sexta-feira.
“Isso ocorre por conta da intensidade dessa massa de ar. Mas por ser uma frente fria e seca, não permite a formação de nuvens e chuva. Então, para estes dias, não há possibilidade de precipitações”, acrescenta Cleber Souza.
Correio Braziliense domingo, 15 de maio de 2022
MÚSICA: MÚSICOS CONHECIDOS POR SEREM FILHOS DE FAMOSOS ENCONTRAM A PRÓPRIA IDENTIDADE
Músicos conhecidos por serem filhos de famosos encontram a própria identidade
A forma de fazer as pazes com essa cobrança é buscar dar os primeiros passos criando uma identidade artística própria, que pode até beber das referências dos pais, mas vai para um novo lugar
PI
Pedro Ibarra
postado em 15/05/2022 06:00
(crédito: Leo Aversa/Divulgação)
Os pais são exemplos, são pessoas que, na maioria das vezes, marcam a vida e deixam ensinamentos importantes. Porém, pais famosos podem ser uma responsabilidade para os filhos que querem seguir a carreira da arte. As comparações são inevitáveis e o que sempre foi um exemplo passa a parecer um peso.
A forma de fazer as pazes com essa cobrança é buscar dar os primeiros passos criando uma identidade artística própria, que pode até beber das referências dos pais, mas vai para um novo lugar. A ideia é se diferenciar, sem se perder da própria origem. São artistas que fazem parte de uma nova geração e que ainda levam um sobrenome conhecido para frente.
A cantora Flor é uma das que tem tentado a vida a partir do próprio nome. Ela é filha de Seu Jorge e embarcou, recentemente, em uma carreira de cantora, tendo lançado três singles: Macumbeira; Sapiens, com participação de Arthur Verocai; e Pra melhorar, que conta com Marisa Monte e o próprio Seu Jorge colaborando. "Eu estou um pouquinho em choque de começar a minha carreira, porque estou esperando por isso a minha vida inteira. Estou praticando, aprendendo, observando meu pai e as pessoas em volta dele", conta a artista.
"Como todo o adolescente passa por uma fase, eu passei por aquele período de: 'não quero mais fazer música, porque todo mundo vai olhar para mim só como filha do Seu Jorge'", lembra. "Porém, quem é Seu Jorge? Um cara que saiu do nada e construiu uma carreira honesta, conquistou o respeito do país dele e ainda o respeito internacional. Eu quero ter as respeito das pessoas assim como ele", reflete a musicista.
Cantora Flor, filha do compositor Seu Jorge(foto: Rafael Ramos/Divulgação)
Flor vive com a mãe, Mariana Jorge, em Los Angeles, nos Estados Unidos, desde os 10 anos. Portanto, foi criada em uma cultura diferente e, também, com certa distância do pai, que trabalhava sempre viajando muito. O fato, contudo, não impediu que os dois nutrissem uma relação muito próxima e conectada pela música. "Ele sempre vê o processo da música, me passa a crítica dele e eu tento ser um pouquinho rebelde, mas toda a opinião dele eu levo muito a sério", afirma Flor, que confessa que o pai é coruja. "Eu passo vergonha com ele mostrando as minhas músicas para todos os amigos. Ele também fica no meu pé falando que eu tenho que lançar as minhas músicas e me dá muito suporte", adiciona.
Outra artista que tem no pai a entrada na música é Tília, filha do Dj e produtor de funk Dennis. A cantora do pop iniciou a trajetória após fazer sucesso na plataforma TikTok reagindo a músicas antigas do pai. Com forte investimento no desenvolvimento da carreira, ela lançou o álbum de estreia, 2003, trabalho que tem expectativas altas. "Eu quero que as pessoas consigam esquecer dos problemas e se conectar na música e se divertir. Que interpretem a letra, porque eu gosto muito de fazer letras feministas, empoderando a mulher. Quero que, quando uma mulher ouça a minha música, se sinta poderosa, livre, alegre e aproveite", almeja a cantora.
A cantora aponta que um dos melhores benefícios de ter escolhido essa carreira é saber que o auxílio do pai vem do fato que ele já viveu as situações. "Fazer música em família é uma delícia. Passar tempo com meu pai, ali no estúdio, eu amo. E é muito bom que meu pai consegue entender tudo que eu falo, tudo que eu quero", conta Tília. "Não tenho muita técnica, às vezes falando, e eu faço os barulhos com a boca e ele consegue entender e vai me ajudando e ensinando", complementa.
Tília, contudo, não quer ser lembrada apenas como filha de Dennis. A artista inclusive tem uma música no disco toda sobre o assunto, Venda casada, em que pede: "me deixa trabalhar, pô" e lista formas que é chamada por ser filha do famoso produtor, termos como "mimada" e "venda casada" são alguns deles. "Eu quero mostrar que eu sou muito mais que filha de alguém. Eu quero mostrar minha história, fazer a minha história. Falar sobre as minhas dores e conquistas. Cada um nasce para fazer sua história, além de ser alguma coisa de outra pessoa", comenta.
Em um momento parecido da carreira, Theo Bial, filho do jornalista Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, lançou um álbum recentemente. Intitulado Vertigem, o disco foi apresentado ao público em 6 de maio e mostra a forma como o músico quer expressar a própria arte."Gostaria de levar paz para as pessoas. Reflexão, questionamentos... Amor ao próximo, amor à natureza", afirma o cantor. Pretendo levar um pouco disso tudo para as pessoas e sei que o tempo é cada vez mais valioso. A vida está acelerada, é tudo muito rápido. Então, se eu puder proporcionar algum momento bom para alguém, estarei realizado", completa o cantor, que tem focado na carreira desde 2017.
Cantora Tília, filha do DJ e produtor de funk Dennis(foto: Felipe Braga/Divulgação)
"Ser artista requer muito esforço e, para que eu tenha reconhecimento, as pessoas precisam gostar do meu trabalho. Ninguém vai gostar da minha música só por causa do meu sobrenome", acredita Theo. Entretanto, ele sabe a importância que a criação no meio artístico teve para a escolha de vida que decidiu seguir. Um bom exemplo vem da mãe, foi Giulia Gam que indicou que tocasse violão e, desde então, o instrumento nunca mais o deixou se sentir sozinho. "O violão é sempre um companheiro. Ele me dá calma e muitas vezes clareia meus pensamentos. Acho que a solidão não depende muito de estarmos ou não com alguém. Depende muito de como estamos com nós mesmos. O violão me ajuda a ficar melhor comigo mesmo reflete.
Ele vê os próprios passos e acredita que tem um legado deixar. No entanto, sabe de onde veio e o que carrega dos pais. "Acredito que minha relação com o palco vem muito da convivência com minha mãe. Desde pequeno ela me levava nas peças e nas filmagens. É um lugar pra mim onde tudo faz sentido. Do meu pai acredito que herdei uma certa curiosidade jornalística. Gosto muito de estar com pessoas diferentes, conversar sobre assuntos da vida, entender as questões dos outros, ler, pesquisar", conta Bial.
Correio Braziliense sábado, 14 de maio de 2022
ESPIRITUALIDADE: VESAK, A CELEBRAÇÃO DO NASCIMENTO DE BUDA, OCORRE NESTE DOMINGO
Vesak, a celebração do nascimento de Buda, ocorre neste domingo
De volta, após dois anos suspenso devido à pandemia, o Vesak celebra o nascimento de Buda, rendendo homenagem à histórica personalidade asiática. Evento ocorre neste domingo (15/5), na Asa Norte, em parceria com a Embaixada do Nepal
PM
Paulo Martins*
postado em 14/05/2022 06:00
A última edição do Vesak, em 2019, contou com a parceria da Embaixada da Índia - (crédito: Maria Eutenir Braga/Divulgação)
Em reverência ao nascimento de Buda, o Vesak terá sua primeira edição desde o início pandemia, este ano, neste domingo (15/5), às 16h, na Praça da Harmonia Universal, na Asa Norte. O evento é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e terá a participação da Embaixada do Nepal no Brasil e do Grão-Mestre Moo Shong Woo, que assumiu o posto em 1974.
Colaboradora do Templo Shin-Budista de Brasília e curadora, desde a criação do evento em 2016, Maria Eutenir Custódio Braga, 78 anos, é responsável pelo Vesak. Integrante do templo a partir de 2000, ela passou por problemas de saúde na infância e se tornou adepta do budismo há mais de 60 anos. "Queria saber porque eu estava doente. Eu já fazia ioga, quando tinha sete anos. E isso é porque sou filha de camponeses, não tinha tanta instrução, mas com o tempo fui me aguçando. Perguntei para o universo qual era a minha missão no mundo. Fui respondida que deveria acreditar no que desejo, na proposta de vida e que deveria cuidar bem da saúde. Deixei de comer carne de porco e derivados de suínos. Não tive mais problemas de saúde. Desde então, procuro seguir esse caminho", relata.
O convite a essa homenagem está na representação de Buda, de acordo com a curadora. "Buda representa a recuperação das coisas, para reconhecer no outro e em si o melhor para atingir a paz e a harmonia. Temos certeza que as pessoas presentes vão se sentir bem porque estão dispostas a ser recebidas. Buda, desde criança, preferiu a simplicidade à nobreza. A proposta é estar sempre acolhendo as pessoas e esse acolhimento é o que queremos fazer", declara.
Correio Braziliense sexta, 13 de maio de 2022
SUPERSTIÇÃO: SEXTA-FEIRA 13 - O MILIONÁRIO AMERICANO QUE POPULARIZOU O *TEMOR* PELA DATA
Sexta-feira 13: o milionário americano que popularizou o 'temor' pela data
'Friday the 13th', de Lawson, conta a história de um corretor da bolsa de valores que escolhe esse dia para acabar com Wall Street
BBC Geral
postado em 13/05/2022 08:43
(crédito: Getty Images)
Você sofre do medo de sexta-feira 13? Pois parte da culpa é de um financista americano do século 19 chamado Thomas W. Lawson.
Embora a superstição seja muito antiga, creditam a ele o feito de ter fixado a data na consciência moderna com seu romance Sexta-feira 13, que conta a história sombria de um corretor de Wall Street que manipula o valor de ações para se vingar de seus inimigos, deixando-os na miséria.
Sexta-feira e o número 13 já eram associados ao azar por si só, segundo Steve Roud, autor do guia da editora Penguin Superstições da Grã-Bretanha e Irlanda.
"Porque sexta-feira foi o dia da crucificação (de Jesus Cristo), as sextas-feiras sempre foram vistas como um dia de penitência e abstinência", diz ele.
"A crença religiosa virou uma aversão generalizada a começar algo ou fazer qualquer coisa importante em uma sexta-feira."
Por volta de 1690, começou a circular uma lenda urbana dizendo que ter 13 pessoas em um grupo ou em torno de uma mesa dava azar, explica Roud.
As teorias por trás da associação de azar com o número 13 incluem o número de pessoas presentes na Última Ceia e o número de bruxas em um clã.
Até que esses dois elementos, a sexta-feira e o número 13, que já causavam receio isoladamente, acabaram se unindo - justamente com o livro de Thomas W. Lawson.
Mas a associação da data com Lawson não para por aí. Diz a lenda que alguns meses depois de publicar seu romance, mais precisamente na sexta-feira 13 de dezembro de 1907, um enorme barco que ele havia mandado construir e que levava o seu nome afundou.
O naufrágio aconteceu, na verdade, nas primeiras horas do sábado, dia 14, mas em Boston, onde Lawson vivia, ainda era sexta-feira 13.
O navio era o maior veleiro já construído sem uma máquina de propulsão. Ele transportava cerca de 60 mil barris de óleo leve quando afundou e o vazamento que causou é considerado o primeiro grande desastre ecológico do tipo.
Maquete da embarcação Thomas W. Lawson, que afundou em 1907, cinco anos depois de ter sido construída
A ligação de Lawson com a sexta-feira 13 foi apenas um dos motivos que o tornaram inesquecível. Outro é que ele nasceu e morreu na pobreza, depois de ter sido, no meio do caminho, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.
Manipulador financeiro
Lawson nasceu em 1857 em Charlestown, Massachusetts, e quando criança, perdeu o pai, um veterano da Guerra Civil que morreu em decorrência de ferimentos que havia sofrido.
Aos 12 anos ele se viu forçado a trabalhar e conquistou uma vaga como mensageiro em um banco em Boston. Lá, começou a nutrir a ambição de se tornar rico.
Ainda muito jovem ele se especializou na compra e venda de ações, e historiadores contam que ele tinha um talento excepcional para escolher os títulos que mais se valorizariam.
Mas sua fortuna seria construída de maneira questionável: usando seus conhecimentos para manipular os mercados financeiros.
Lawson em seu escritório, cercado por algumas de suas paixões: livros, cavalos e flores frescas
Lawson se especializou em mineração, especialmente no mercado de cobre, já que Boston era o centro financeiro dessa indústria.
O boom do cobre no final do século 19 o ajudou a se tornar multimilionário.
Mas enquanto ele ficava rico, muitos dos clientes a quem assessorava perdiam enormes somas de dinheiro, o que fez dele um dos mais controversos "barões ladrões" da chamada Era Dourada.
'Amalgamated Copper Company'
Um de seus primeiros fiascos foi a orientação de investir nas minas de ferro de Grand Rivers, em Kentucky, que acabaram sendo um fracasso.
Mas seu negócio mais questionado - e o então mais lucrativo - foi sua participação na criação da Amalgamated Copper Mining Company, um conglomerado que supostamente monopolizaria a indústria do cobre, assim como a Standard Oil, dos irmãos Rockefeller, havia monopolizado o petróleo.
Lawson elaborou o acordo junto com William Rockefeller e Henry Rogers, diretor da Standard Oil.
A compra da mineradora Anaconda Copper foi o negócio mais questionado - e alguns diriam o mais astuto - em que Lawson se envolveu
Em 1899, a Amalgamated Copper comprou a Anaconda Copper Company, uma próspera mineradora de cobre, através de uma operação que alguns especialistas consideram "o melhor negócio na história de Wall Street" - e um dos "menos honestos", segundo alguns.
Os acionistas, ansiosos por participações na empresa promovida por grandes barões do mundo do business, pagaram uma fortuna pelos títulos, sem imaginar que se tratava de uma empresa fantasma (a Amalgamated Copper nem sequer tinha diretores reais, eram empregados da Standard Oil ).
No final, descobriu-se que a holding havia sido criada como parte de um engenhoso plano para adquirir a Anaconda Copper Company, que acabaria sendo uma das mineradoras mais importantes do mundo durante o século 20.
A Amalgamated Copper nunca monopolizou a indústria do cobre e suas ações inflacionadas perderam o valor.
De especulador a reformista
Não contente com a má fama que havia ganhado, Lawson fez novos inimigos quando, em 1906, publicou uma série de artigos sob o título "Finanças frenéticas: A história da Amalgamated", em que revelou os negócios obscuros que realizou junto com seus sócios Rockefeller e Rogers.
O material também foi publicado em formato de livro.
O multimilionário, que no início do século 20 tinha começado a sofrer grandes perdas econômicas, confessou uma série de crimes e transgressões, de suborno de membros do Legislativo a "malabarismos" com o dinheiro do povo.
Um dos capítulos do livro também denunciava "como as manipulações de Wall Street afetam o país".
Dreamworld, a enorme propriedade que Lawson construiu na cidade de Sciutate, em Massachusetts
Lawson havia se tornado um reformista. Ele publicou mais denúncias sobre os males do que chamou de "o sistema", incluindo seu romance Sexta-feira 13, de 1907.
No entanto, nem o público que ele havia enganado nem seus pares, que o deixaram excluído, estavam interessados ??em ouvir suas ideias sobre como tornar o mercado financeiro mais justo.
Declínio
A excêntrica vida pessoal do magnata, que construiu um enorme complexo chamado Dreamworld (Mundo dos Sonhos) na cidade de Sciutate, além de embarcações caras, como o Thomas W. Lawson, foi dilapidando sua fortuna.
Na década de 1920, suas dívidas eram tantas que ele teve que leiloar seus bens.
Ele morreu em 1925, pobre e marginalizado.
No entanto, seu legado foi mantido. Alguns ainda destacam seu brilhantismo para os negócios (em 2007, o escritor Ken Fisher o incluiu em sua lista das "100 mentes que fizeram o mercado").
Outros elogiam suas tentativas de reformar Wall Street, algo em que investiu muito dinheiro e esforço - e em que tinha faturado bastante dinheiro, antes de ver sua sorte mudar.
E há aqueles que, sem saber, desfrutam de outras genialidades saídas da mente prolífica deste financista, transformado em justiceiro e escritor.
Lawson não se sentia à vontade com as poltronas vitorianas da sua época e encomendou um sofá que ainda hoje leva seu nome
Por exemplo, se você está lendo este texto na sala de estar de sua casa, sentada ou sentado no seu sofá, é possível que você deva seu conforto a Lawson, que mandou projetar um dos modelos de sofá mais populares dos EUA, que ainda leva o seu nome.
Correio Braziliense quinta, 12 de maio de 2022
LITERATURA: PRIMEIRO CLUBE DO LIVRO DE BRASÍLIA REÚNE MAIS DE 40 ANOS DE HISTÓRIAS
Primeiro clube do livro de Brasília reúne mais de 40 anos de histórias
Formado por 24 mulheres, primeiro clube do livro oficial de Brasília nasceu em 1980. De lá para cá, as integrantes do projeto leram mais de 330 obras. Grupo tem estatuto registrado em cartório e promove encontros mensais para debate dos títulos
EH
Edis Henrique Peres
postado em 12/05/2022 05:46 / atualizado em 12/05/2022 05:47
Desde a década de 1980, grupo reúne 24 participantes selecionadas por indicação ou sorteio - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Apaixonadas por livros, 24 mulheres que se encontraram por acaso em um curso de atualização feminina na área de humanidades, em 1980, na Universidade de Brasília (UnB), mantêm viva até hoje a assiduidade com a leitura e com uma amizade que ultrapassa encontros mensais. O grupo fundou o primeiro e mais antigo clube do livro da capital federal, que surgiu da necessidade da manutenção do contato com um hobby e entre si mesmas.
À época, diversas ideias passaram pela cabeça das fundadoras, mas a que prevaleceu foi a de Amélia Couto. A iniciativa teve inspiração em projetos semelhantes que ela conheceu em viagem ao Peru. Mesmo após morrer, há cerca de uma década, o legado da idealizadora prevaleceu.
Nascido em 17 de março de 1980, o Clube do Livro nº 1 de Brasília tem estatuto registrado em cartório, diretoria eleita por biênio e o compromisso firme das integrantes com os encontros mensais. "Toda terceira segunda-feira do mês, nós nos encontramos. Chegamos com a leitura do próximo mês definida e, geralmente, às 14h30, conversamos sobre assuntos necessários do clube — como a arrecadação do dinheiro para a compra da obra seguinte — e estruturamos nossa ata. O convidado costuma aparecer às 15h, e o debate ocorre tarde adentro, até umas 17h ou mais", detalha a tesoureira do clube, Maria Pereira, 66 anos.
Amélia Couto, fundadora do clube, em um dos primeiros encontros do grupo, na década de 1980Arquivo Pessoal
Beatriz Maia Pinto, 87, ajudou a fundar o clube e explica como tudo começou. "Somos sempre 24 mulheres, e a entrada de uma nova sócia é condicionada à saída de alguma integrante. Essa quantidade permite um número bom de pessoas para os debates", explica a moradora do Lago Sul.
Maria Ignez Andrade, 93, chegou ao grupo no quinto encontro, no primeiro ano de fundação do clube, e reconhece a ligação que cresceu dali. "Há uma amizade não só de reuniões, aniversários ou festas, mas algo sólido, construído por causa dos nossos encontros. Algumas (participantes) têm afinidade maior, e esse vínculo se faz presente em todos os momentos. Uma vez, perdi uma parente e estava no Rio de Janeiro. Foi incrível o apoio que eu recebi daqui (de Brasília), de longe. Inclusive, elas conseguiram agendar a missa do sétimo dia para mim. Então, é um clube em que estamos juntas muito além dos momentos felizes", detalha Maria Ignez.
Organização
Quarenta e dois anos depois, o clube leu 335 livros. Marilene Martins de Oliveira, 64, conta que as integrantes só interromperam os encontros nos dois primeiros anos da crise sanitária. "Quando nos preparávamos para comemorar quatro décadas de fundação, em 2020, decretaram a interrupção de todas as atividades. Tínhamos tudo planejado — convite e bufê —, mas a pandemia chegou e atrapalhou nossos planos. Agora, vamos comemorar o aniversário do clube em junho, com Brasília como tema especial", antecipa.
Além dos debates que ocorrem entre as próprias leitoras, eventualmente, convidados aparecem para enriquecer as discussões sobre as obras. "Tivemos a presença de vários escritores daqui do DF, como José Almeida Júnior (autor de O homem que odiava Machado de Assis), Maurício Gomyde (autor de Todo o tempo do mundo) além de psicólogos, médicos e professores de literatura, por exemplo", destaca Neide Mossri, 87. A escolha do tema da próxima reunião fica a cargo da sócia que recebe o grupo como anfitriã do mês.
Os gêneros variam, mas as participantes evitam obras de poemas e contos, devido à amplitude dos temas nas coleções desse tipo. A arrecadação dos valores para compra dos livros, bem como a negociação de descontos e prazos com as livrarias é responsabilidade da tesoureira. "Entrei porque minha sogra participava do grupo, e eu sempre ficava junto, escutando os debates. Ela sempre me indicava o que estava lendo. Um dia, surgiu a vaga, e ela me indicou. Geralmente, fazemos sorteio de nomes (de candidatas) sugeridos pelas sócias, mas, naquele dia, não havia outra concorrente. Então, comecei minha história com o clube", relembra Maria Pereira.
Memória
A paixão pelos livros e o desejo de compartilhar histórias une as integrantes do clube. Nenhuma delas é obrigada a participar dos debates, mas raramente há ausências ou obras com leitura inacabada. Esta semana, elas se debruçaram sobre Violeta, de Isabel Allende. No próximo mês, será a vez de Torto arado, de Itamar Vieira Junior. Entre os títulos que marcaram a trajetória do projeto e agradaram quase que unanimemente estão: A casa dos espíritos; Os catadores de concha; e A casa da água.
Além das experiências proporcionadas pelas páginas dos livros, há aquelas vividas pelo grupo, unido mesmo diante das adversidades. Enquanto leem as obras e costuram uma colcha de narrativas, as 24 integrantes eternizam histórias fictícias e verídicas, de personagens, de si próprias e em memória das pessoas queridas.
Correio Braziliense quarta, 11 de maio de 2022
CHAPADA DOS GUIMARÃES: SANTUÁRIO DE ELEFANTES BRASIL, EM MT, RECEBE DUAS ELEFANTAS ASIÁTICAS
Santuário de Elefantes Brasil, em MT, recebe duas elefantas asiáticas
Pocha e Guillermina entraram no Brasil por via terrestre, nesta terça-feira (10), em Foz do Iguaçu, no Paraná
AB
Agência Brasil
postado em 11/05/2022 08:36
(crédito: Reprodução/SEB)
O Santuário de Elefantes Brasil, em Mato Grosso, está prestes a receber mais duas elefantas asiáticas. Pocha e Guillermina são mãe e filha, e estavam vivendo em um ecoparque de Mendoza, na Argentina.
Pocha, a mãe, tem 55 anos e vivia no ecoparque desde 1968. A filha dela, Guillermina, tem 22 anos e nasceu no local. As instalações em que elas viviam em Mendoza era em um recinto de concreto subterrâneo — um ambiente confinado e artificial, longe do ideal para o segundo maior mamífero terrestre do planeta, que fica atrás apenas do elefante africano.
Pocha e Guillermina entraram no Brasil por via terrestre, nesta terça-feira (10), em Foz do Iguaçu, no Paraná. Elas estão sendo transportadas em contêineres especiais, carregados por caminhões e com escolta de viaturas da Polícia Rodoviária Federal.
A previsão é de que as duas elefantas asiáticas cheguem no Santuário de Elefantes Brasil na próxima quinta-feira. O local fica no município de Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso — a cerca de 67 quilômetros de Cuiabá.
Na nova moradia, Pocha e Guillermina vão poder viver soltas e livres na natureza, na companhia de outros cinco elefantes da mesma espécie que já vivem no santuário.
Associação Santuário de Elefantes Brasil é uma organização sem fins lucrativos que se instalou em Mato Grosso em setembro de 2016. Quem tiver interesse em conhecer mais detalhes sobre o trabalho da instituição pode acessar o site elefantesbrasil.org.br.
Correio Braziliense terça, 10 de maio de 2022
PRECONCEITO! CONMEBOL ENDURECE PULIÇÕES PARA CASOS DE RACISMO E HOMOFOBIA NOS ESTÁDIOS
Conmebol endurece punições para casos de racismo e homofobia em estádios
A organização da competição aumentou multa e pode fechar portões de partidas em casos de discriminação racial
CB
Correio Braziliense
postado em 09/05/2022 23:14
(crédito: Gilvan de Souza/Flamengo)
A Copa Libertadores da América, oficialmente Conmebol Libertadores, anunciou, nesta segunda-feira (9/5), mudanças importantes no Código Disciplinar. A entidade, por meio de documento enviado às associações nacionais, confirmou a implementação de punições mais severas em caso de racismo e discriminação por orientação sexual, idioma, crença ou origem.
A mudança feita envolve o artigo 17 do Código Disciplinar da Confederação e se estende para clubes, funcionários, jogadores e torcedores. Entre as novas medidas estão a possibilidade de suspensão de jogos oficiais por até cinco partidas ou dois meses de isolamento dos compromissos em competições da Conmebol, até a aplicação de multa de 100 mil dólares, aproximadamente R$ 515 mil pela cotação atual.
O nível da punição varia de acordo com a origem da discriminação. Se um torcedor cometer racismo, por exemplo, o clube para o qual ele torce pode ser multado. Caso o ato criminoso parte de um jogador, a sanção será a suspensão temporária das partidas oficiais.
Casos recorrentes de racismo nas partidas da Libertadores
A decisão de alterar as punições surgiu após sete registros de racismo presenciados durante os jogos da terceira e quarta rodadas das Copas Libertadores e Sul-Americana.
Torcedores do Palmeiras, em jogo contra o Emelec; do Corinthians contra o Boca Juniors; do Fortaleza contra o River Plate; do Red Bull Bragantino contra o Estudiantes; do Flamengo em partida contra o Universidad Católica e do Fluminense contra o Olimpia e Millonarios, foram alvos de racismo. Esses casos ocorreram todos no período de uma semana e, na grande maioria, os oponentes sul-americanos imitavam macacos em direção à torcida brasileira.
Há cerca de duas semanas, em 27 de abril, um torcedor do Boca Juniors foi preso depois de fazer atos racistas para a torcida do Corinthians, imitando um macaco. Ele foi levado à 24ª Delegacia de Polícia de São Paulo e solto após pagar fiança. Agora, a Conmebol, com essas punições, visa evitar que situações semelhantes fiquem impunes.
A entidade afirmou ainda, por meio do comunicado, que observou todos esses episódios com "com preocupação o número de infrações cometidas por torcedores em relação à discriminação, especificamente o racismo". Além disso, declararam repúdio a qualquer tipo de comportamento discriminatório e reafirmaram o propósito de estabelecer espaços livres de violência.
Correio Braziliense segunda, 09 de maio de 2022
SAÚDE: SANTA LÚCIA FOI O PRIMEIRO HOSPITAL DA REDE PRIVADA DA CAPITAL
Santa Lúcia foi o primeiro hospital da rede privada da capital
Inaugurado em 1966, o primeiro hospital particular de Brasília é, hoje, o maior do Centro-Oeste, sendo referência em tecnologia avançada e tratamentos de alta complexidade
Apresentado por
postado em 20/04/2022 18:53 / atualizado em 20/04/2022 19:56
(crédito: Acervo Grupo Santa)
Em 21 de abril de 1960, o presidente Juscelino Kubitschek inaugurava Brasília, a nova capital do Brasil. Com isso, começaram a surgir escolas, comércios e empreendimentos pela região. Como toda metrópole, veio a necessidade da criação de hospitais e, em 1963, acreditando no potencial que aquela recém cidade apresentava, um grupo de jovens médicos com espírito inovador planejou o primeiro hospital da rede privada de Brasília.
Em três anos, o sonho foi tomando formas concretas: na presença do presidente da época, o marechal Castelo Branco; e do governador, Plínio Catanhede, o projeto do arquiteto Nilton Ramos foi inaugurado e, em 8 de dezembro de 1966, na Asa Sul, nasceu o hospital Santa Lúcia. Na época, o empreendimento precisou passar por uma revisão no projeto em decorrência do rápido crescimento de Brasília e da enorme demanda de atendimentos.
Atualmente, o Grupo Santa representa a maior rede hospitalar privada do mercado e se configura como o terceiro maior grupo hospitalar do Brasil. Em 2010, iniciou o processo de consolidação como holding e, atualmente, é composto por seis instituições no DF atuando na área de saúde suplementar: quatro hospitais Santa Lúcia Sul (Asa Sul, Asa Norte, Gama e Taguatinga) e duas clínicas radiológicas - Centro Radiológico do Gama (CRG) e Centro Radiológico de Brasília (CRB). Segundo Gustavo Fiuza, CEO do Grupo Santa, são mais de quatro mil colaboradores diretos e três mil indiretos trabalhando nas unidades do grupo. “Nossos números têm crescido ano a ano com a expansão da rede. Em 2021, o grupo atendeu cerca de 700 mil pacientes na região Centro-Oeste", explica Fiuza.
Investimento em tecnologia para atendimento na capital
O maior hospital do Grupo, o Santa Lúcia Sul, vem recebendo grandes investimentos em tecnologia ao longo das mais de cinco décadas em que acompanha o crescimento da capital federal.
O mais recente investimento em tecnologia no Santa Lúcia Sul é o seu novo Centro de Cirurgia Robótica, que vai contar com três robôs cirúrgicos de diferentes especialidades, trazendo o que há de mais moderno no mundo em tecnologia robótica para áreas como Urologia, Ginecologia, Aparelho Digestivo, Torácica, Ortopedia e Neurocirurgia.
Matéria escrita pela jornalista Suzanny Costa.
Correio Braziliense domingo, 08 de maio de 2022
DIA DAS MÃES: ARTE E MATERNIDADE INDIVISÍVEIS - HISTÓRIAS DO CORAÇÃO DE MÃE DE ARTISTA
Arte e maternidade indivisíveis: histórias do coração de mãe artista
No dia delas, o Correio ouviu personagens da cidade para falar da interação com os filhos quando arte e vida não se separam
IR
Irlam Rocha Lima
RD
Ricardo Dahen
postado em 08/05/2022 06:00
Eliana e Naira Carneiro em cena na companhia Os Buriti - (crédito: Jane Pini/Divulgação)
Os filhos de mães artistas sentem a pulsação da arte desde desde a gestação na barriga materna. E, quando existe vocação, a arte e a vida se abraçam de maneira indivisível. Na passagem do Dia das Mães, o Correio ouviu mães e filhas sobre essa rica interação, sem excluir as que questionam a idealização da figura feminina.
O despertar das artes nas atrizes e irmãs Eliana Carneiro e Felicia Johansson ocorreu naturalmente no convívio com a mãe, a bailarina clássica Lila Cajsa. E, de maneira semelhante, elas repassaram o legado para cada uma das filhas, respectivamente, Naira e Clarisse. "Minha mãe é uma mestra que me inseriu no meu caminho. Generosa, me deixou muito à vontade em cena, sempre me estimulou a me expressar. Devo muito à ela: me abraçou, em cena e na vida, me orientando e guiando", destaca Naira. Aos 33 anos, filha de cenógrafo e parente de atrizes, Naira percebeu que "vida e arte se misturam".
Em 1995, o espetáculo Os Buriti dançam bamboo estreitou laços entre Naira e Eliana. À época, aos seis anos, numa compra de tecidos para um espetáculo, Eliana foi surpreendida pelo rompante da filha: "Me meti no meio, e defini meu figurino", diverte-se Naira, ao relembrar da traquinagem. Sempre nutrida por arte, "na barriga da mãe, ou mesmo, sendo amamentada", Naira destaca, na obra conjunta, espetáculos como O marajá sonhador, no repertório da jornada pelos palcos, fortalecida pela presença de Guian, filho de Eliana.
No aprimoramento da eterna busca pela arte, com questionamentos, adesão a poéticas, subversão e interpretações da realidade, Eliana Carneiro se viu lapidada pela vivência. "O que alimenta a arte é a dignidade, são as trocas nos afetos e no que vêm dos encontros", pontua Eliana.
Até chegar à parceria igualitária e de muita sintonia com os filhos, a diretora, atriz e dançarina Eliana moldou e redimensionou projetos artísticos. "Além do desenvolvimento de uma linguagem e de uma pesquisa, com os filhos tão maravilhosos que tenho, percebi que me ensinaram tanta coisa, fui agraciada. Vivi uma transformação artística, a partir do momento em que minha filha, aos seis anos, decidiu entrar em cena: comecei a contar histórias para ela e para todas as crianças. Ela foi minha grande inspiração, junto com meu filho, que tem um talento incrível", explica Eliana.
Depois de muitos espetáculos solo, nas décadas de 1980 e 1990, Felícia Johansson, que sempre se afirmou uma "autora atriz", com ampla pesquisa de linguagem em textos performáticos, equilibrou "orgulho e preocupação", quando do mergulho nas artes, feito pela filha Clarisse. Há seis anos, Clarisse é atriz do Teatro Oficina, liderado por José Celso Martinez Corrêa. O receio da mãe foi o de ver Clarisse atuante "num país que não aposta nada em arte".
Assim como "fazia parte da educação" (ao lado da irmã Eliana, em criança), Felicia percebeu a filha, desde criança, interessada nos bastidores, na lida com maquiagem e afins. Professora de teatro da UnB, Felicia, que, nos anos 1980, brilhou ao lado de Hugo Rodas, celebra os ciclos da vida, ao ter sido espectadora da filha em obras como Punaré e Baraúna (também com Rodas). "Numa parceria, é a forma de ficar perto." Felicia conta da aposta no audiovisual, com projetos como a série Planetelle, de ficção científica. Além de prêmio no Webfest Rio, Planetelle foi destaque no Canadá e na Coreia do Sul.
Com percepção dos atributos da mãe, Clarisse não poupa elogios ao encaminhamento recebido por Felicia, sempre atenta, em especial, ao quesito humor. "Ela é minha parceira e mestra, na vida e na arte, me ensinando a viver e a trabalhar com integridade, leveza e humor. Grande coração de mãe", conta.
Em ritmo de samba
Edênia Lucas de Paiva, a Tia Edênia, carioca radicada em Ceilândia, 57 anos, é compositora há três décadas, ligada ao samba. Autora de sambas gravados pelo cantor Milsinho, entre os quais Novo jardim e Meu dilema; e pelo grupo Amor Maior e registrado no álbum-coletânea Sementes de Brasília II, ela compôs também samba-enredo para a escola Capela Imperial. "Acredito que o fato de eu ser compositora influiu para que meu filho tenha se tornado sambista. Ele é baixista do grupo Deu Vibe, no qual atua também como produtor."
Enquanto isso, Janette Dornelas atua em outra vertente da música. É uma cantora que pertence à geração do rock de Brasília, contemporânea e amiga de Cássia Eller, com que participou do coro da ópera Porgy and bess, de George Gershwin e do musical Veja você Brasília, de Oswaldo Montenegro. No momento, atua como cantora lírica em montagens de óperas e faz shows como intérprete de MPB, por rock e jazz. "Fiquei feliz quando percebi o interesse das minhas filhas pela música. Hoje, me orgulho das duas. A Sophia Dornellas, que é cantora lírica, está radicada no Rio de Janeiro; enquanto a Bruna Torre optou pelo rock, como vocalista da banda Mirante."
Cassia Portugal, carioca radicada em Brasília, é cantora de MPB há 25 anos. Se apresenta no circuito de casas noturnas brasilienses e em eventos particulares. Recentemente, participou do programa televisivo The Voice Brasil. Tem um disco lançado e está gravando outro. "Minha filha Rebeca Abdo atua no mercado do teatro musical, já tendo trabalhado com Deto Montenegro e Túlio Guimarães. Atualmente, mora em Toronto, no Canadá. Me vejo como uma autêntica mãe-coruja".
As mães artistas estão presentes também no chorinho. Gabriela Tunes é flautista de choro há 10 anos. Costuma se apresentar em duo com o filho, o bandolinista Tiago Tunes, de quem foi a grande incentivadora e com quem gravou vídeos disponíveis nas plataformas digitais."Tiago é líder de um trio e de um quinteto, com o qual gravou um EP. Com esses grupos, ele toca no Clube do Choro, Feitiço das Artes e em outros bares do circuito das casas noturnas", conta.
Maternidade tematizada
A pintora Clarice Gonçalves sempre teve sua arte atravessada pela socialização e sexualidade femininas, bem como os papéis de gênero. Mãe há oito anos, nove se for contado o período da gravidez, a maternidade vem sendo algo trabalhado na sua arte. Em 2019, ela fez uma exposição no Museu Nacional da República, chamada Matriz, só com obras que falam da maternidade. "Agora meu trabalho está fluindo para uma outra vertente, mas que também vem desse lugar da maternidade e acho que sempre virá. Ser mãe é para sempre", pontua a artista. "Para mim, ser mãe deveria ser um marcador social, assim como raça, classe e gênero, porque é um fator de empobrecimento, depressão e exaustão e acaba sendo uma forma de tirar a mulher do meio social e político".
Apesar da romantização da maternidade, a qual a artista considera nociva num contexto em que a mulher mãe passa por tantas dificuldades, a melhor parte de ser mãe, para ela, é observar o cerne do ser humano e como se dá o desenvolvimento social de uma pessoa. "A criança não nasce machista, preconceituosa ou odiando. Com trabalho árduo e contínuo de tentar explicar esse mundo que não faz o menor sentido para uma criança, você vê que é possível desenvolver pessoas com mentalidades diferentes, com abertura, com consciência diferente dessa baseada no medo religioso e no ódio ao diferente. Eu me sinto no topo da revolução." Clarice também ressalta que é impossível controlar o que o filho vai ser, por causa da convivência com a sociedade, embora ela dê e ensine o melhor para ele.
Correio Braziliense sexta, 06 de maio de 2022
ALIMENTAÇÃO: COMER BEM E EM HORÁRIOS REGULARES É A RECEITA PARA VIVER MAIS, DIZ PESQUISA
Comer bem e em horários regulares é a receita para viver mais, diz pesquisa
Essa é a combinação que, em ratos, resulta em aumento da longevidade em 35%, mostra pesquisa dos Estados Unidos. Nos testes, as cobaias seguem uma dieta pobre em calorias e se alimentam à noite, quando estão mais ativas
VS
Vilhena Soares
postado em 06/05/2022 06:00]
(crédito: Ana Rayssa/Esp. CB)
A receita para viver mais pode ser bem simples: comer menos e em horários regulares, segundo pesquisadores estadunidenses. Em um estudo feito com ratos, os especialistas observaram que os animais que ingeriram uma dieta de calorias reduzidas, com refeições feitas no período do dia em que eram mais ativos, tiveram uma vida mais longa e saudável. Detalhes do trabalho foram apresentados na última edição da revista Science.
No estudo, os autores relatam que, nos últimos anos, surgiram muitos planos populares de emagrecimento baseados no jejum intermitente, em que é necessário ficar sem comer durante longos períodos diários (de seis a oito horas) ou em dias alternados. A equipe resolveu estudar essa estratégia, mas, em vez de focar na perda de peso, avaliou os efeitos em relação à longevidade. "Resolvemos desvendar os efeitos do consumo de calorias em um horário controlado e avaliar se ele influenciava na quantidade de tempo vivido pelas cobaias. Por isso, realizamos um estudo aprofundado, que durou quatro anos", detalha, em comunicado à imprensa, Joseph Takahashi, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes.
No experimento, Takahashi e colegas alimentaram centenas de ratos por meio de máquinas eletrônicas. Os equipamentos controlaram o horário e a quantidade de ração fornecida durante toda a vida útil das cobaias, que foram divididas em três grupos. Uma parte podia comer o quanto quisesse, outra parcela tinha as calorias restritas em 30% a 40% e uma terceira comeu refeições menos calóricas apenas durante à noite, período em que os roedores eram mais ativos. Nesse último caso, houve um intervalo de pelo menos 12 horas entre as refeições.
Os cientistas constataram que apenas uma dieta reduzida em calorias prolongou a vida dos animais em 10%, mas alimentá-los apenas à noite prolongou a vida em 35%. "Essa combinação — dieta de calorias reduzidas com horário noturno de alimentação — acrescentou nove meses extras à vida média típica dos animais, que é de dois anos", enfatizam os autores. O artigo mostra, ainda, que a alimentação restrita a períodos noturnos melhorou algumas alterações genéticas relacionadas à idade, impedindo expressões gênicas associadas à inflamação.
Não houve mudança no peso corporal entre o grupo de camundongos que se alimentou em horários regulares e as cobaias que ingeriram os alimentos sem restrição de tempo. "No entanto, encontramos essas diferenças profundas na expectativa de vida", frisa Takahashi. Para os cientistas, os dados obtidos reforçam resultados de estudos que avaliaram os efeitos do jejum intermitente em relação à perda de peso. "Esses planos de regime podem não acelerar a perda de peso em humanos, como relataram pesquisas recentes, mas podem trazer benefícios à saúde que se somam a uma vida útil mais longa", avalia.
Correio Braziliense quinta, 05 de maio de 2022
DIA DAS MÃES: COMERCIANTES ESTÃO OTIMISTAS
Comerciantes estão otimistas com as vendas para o Dia das Mães
Consumidores devem gastar 50% a mais neste período."A cadeia produtiva está funcionando 100%", afirma Sebastião Abritta, presidente do Sindivarejista
RN
Renata Nagashima
postado em 05/05/2022 05:48 / atualizado em 05/05/2022 05:49
Isabel Rodrigues, Rafaela Turquye e Margonete: dia de presentes - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
A expectativa do comércio é que as vendas cresçam até 19%, o que representa um aumento de 5% em relação ao ano de 2021, de acordo com um levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista). "A cadeia produtiva, ao contrário do ano passado, agora está funcionando 100% e o pior da pandemia já passou, não há mais lockdown e as pessoas estão podendo sair sem máscara e isso deixa o consumidor mais otimista para sair às compras", explicou Sebastião Abritta, presidente do Sindivarejista.
Se alguns preferem surpreender a mãe, a militar Mariana de Lima Esteves, 24 anos, fez o movimento oposto. Levou a mãe Rosângela Soares Lima, 52, para lanchar e, em seguida, para escolher o presente exatamente como queria. "Vimos sapatos e escova de cabelo, coisas que ela realmente vai usar. Nada de panela!", brincou. "Eu quero ficar bonita", completou a mãe.
Apesar de gostar de fazer surpresa, a jovem esse ano optou por comprar o presente com a mãe para a escolha certeira. "Compra surpresa, às vezes, não é o que agrada tanto. Então, como ela merece o melhor, nada mais juntos que ela mesma escolher", afirmou Mariana. O segredo para conseguir um bom presente, e em conta, para a militar é pesquisar. "Olhei bastante antes, vi várias coisas e achei promoções muito boas."
Apesar da inflação, mas com crescimento registrado nas vendas da Páscoa, cerca de 57% dos lojistas entrevistados pela Fecomércio acreditam que as vendas para o Dia das Mães este ano serão melhores do que no ano passado e apostam em um aumento efetivo nas vendas de 26% em relação a 2021. Em termos de faturamento, a data só perde para o Natal.
A funcionária pública Eduarda Santos Bernardes, 27, neste ano vai homenagear a avó, afinal, mãe é quem cria. "Mesmo tendo minha mãe, mas foi minha avó que me criou desde pequena. Ela é o meu referencial em tudo", disse. Na hora de escolher o presente de Dia das Mães e de aniversário, já que as datas são próximas, ela optou por algo que fosse útil e que a avó estivesse precisando. "Eu comprei uma sandália confortável, pois ela tem problema no pé. Acho que vai gostar bastante", contou.
Criatividade
Economista do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), William Baghdassarian reforça que o segredo é ter consciência na hora de comprar um presente compatível com a sua renda. "O grande problema é que as pessoas, às vezes, querem dar um presente, que a mãe certamente merece, mas o presente é incompatível com o que essa pessoa ganha. Aí acaba ficando apertada o ano todo. Então, a maior dica é dar um presente que seja compatível com o que você ganha, porque não adianta também se apertar demais e depois ficar prejudicado com isso", explicou.
Baghdassarian aconselha que uma boa saída é ser criativo na hora de presentear. "Uma demonstração de amor ou uma presença maior na vida da mãe é muito mais importante que o presente", afirmou. Por isso, para o economista, nesse momento de inflação alta, é uma boa oportunidade para que as pessoas repensem o que seria mais significativo para as mães, além de coisas materiais. "Às vezes, a pessoa pode fazer algo que a mãe gosta, como um prato ou um ato de carinho. Eu acho que o gesto é muito mais importante do que o valor do presente", completou.
Apesar de terem preparado uma surpresa para o Dia das Mães, as estudantes Isabel Rodrigues, 25, e Rafaele Turque, 17, decidiram mimar a mãe Margonete Rodrigues, 49, mais um pouco. "Ela disse que queria roupa, então trouxemos ela para escolher. Mas eu comprei um presente surpresa para o dia mesmo. Minha mãe ama receber presente e eu amo vê-la feliz", disse Isabel. "Eu gostei de vir, porque eu escolhi o que gosto, já experimentei. E quis algo bem básico mesmo", afirmou a advogada.
Margonete é a típica mãe que ama agradar os filhos e dá a cada momento simples, motivo para se fazer uma festa. Agora, é a vez de as filhas homenagearem a mãe. "Ela gosta de comemoração. É aquela pessoa que para tudo e todo mundo arruma uma mesa especial. Tudo é festa com ela. Então é legal, nessa data, a gente poder fazer por ela também", acrescentou Rafaele.
Correio Braziliense quarta, 04 de maio de 2022
POVOS INDÍGENAS: MEMORIAL DOS POVOS INDÍGENAS RECEBE EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA BRASIL KRAHÔ
Memorial dos Povos Indígenas recebe exposição fotográfica ‘Brasil Krahô
DC
Davi Cruz*
postado em 04/05/2022 06:00
(crédito: Leopoldo Silva/Divulgação)
A partir de amanhã, o Memorial dos Povos Indígenas recebe a exposição fotográfica Brasil Krahô — Filhos do Cerrado, do fotojornalista Leopoldo Silva. A mostra reúne mais de 70 fotografias inéditas dos povos Krahô, tiradas entre os anos de 2010 e 2018, com intuito de trazer elementos da cultura indígena e proporcionar visibilidade a esses povos.
Leopoldo Silva acompanhou de perto a comunidade Krahô, que vive no nordeste do estado do Tocantins, na terra indígena Kraholândia, uma área de cerrado preservada. Com uma população que gira em torno de 3 mil habitantes, distribuídos em 25 aldeias, praticantes do extrativismo, agricultura familiar e, principalmente, do enaltecimento da própria cultura. As fotos de Leopoldo remetem ao dia a dia, a celebrações, a tradições culturais e aos traços de personalidades desse povo. Leopoldo descreve a sua motivação em realizar a exposição. "A ideia central é mostrar e dar visibilidade a esses povos", acrescenta, "São nossos antepassados que viveram e lutaram para preservar sua cultura." O fotógrafo afirma que as pessoas podem esperar uma exposição fotográfica enriquecedora, em que expõe a beleza e simplicidade do povo Krahô. "Terão uma visão muito positiva sobre a questão indígena, quem não tiver conhecimento, vai se impressionar", completa.
"Sou fotógrafo a vida inteira, então minha paixão é a fotografia", lembra Leopoldo, que adiciona a importância que confere ao povo Krahô. "Quando os conheci, uniu essas duas paixões", acrescenta.
Correio Braziliense terça, 03 de maio de 2022
DIREITO DO CONSUMIDOR: PROCON-DF SUSPENDE VENDA DO WHOPPER COSTELA PELO BURGR KING
Procon-DF suspende venda do Whopper Costela pelo Burger King
A decisão foi tomada após as notícias envolvendo a falta da carne suína na composição do hambúrguer. Na semana passada, Procon-DF proibiu a venda do McPicanha, do McDonald's
CG
Camilla Germano
postado em 02/05/2022 17:05 / atualizado em 02/05/2022 17:10
Segundo o Procon, foi constatado que houve a adição de aromatizante no preparo do hambúrguer, mas não há a presença da carne de costela em si.
Ainda segundo o órgão, a informação sobre a composição do lanche não é clara na publicidade e pode induzir o consumidor ao erro, podendo se caracterizar como publicidade enganosa.
Para Marcelo Nascimento, diretor-geral do Procon, se a informação não está clara para o consumidor ela pode ser considerada uma publicidade enganosa. "Mais uma vez, vemos uma grande rede cometendo infração grave na publicidade de seus produtos. No caso do Burger King, a forma como o nome ‘costela’ é utilizado e como é feita a publicidade do sanduíche levam o consumidor a entender se tratar de sanduíche feito de costela, e não que contém apenas aroma de costela. Se não está claro para o consumidor, é publicidade enganosa”, defendeu.
Com a medida, o Burger King não poderá vender o hambúrguer até a correção da publicidade e pode sobre pena de sanções e multa, além da apreensão dos produtos ou interdição do funcionamento das lojas da rede.
Vale lembrar que o órgão também proibiu a venda do McPicanha, do McDonald’s, na quinta-feira (28/4), após uma denúncia um consumidor "que alegava que o produto anunciado não teria o corte de carne — no caso, picanha —, em sua composição".
Ao Correio, o Burger King comentou o caso e informou que o lançamento do Whopper Costela sempre trouxe com clareza a composição do hambúrguer presente no sanduíche. Até a última atualização desta matéria, ainda não foi feito nenhum pronunciamento oficial sobre a decisão do Procon-DF.
Veja o posicionamento do Burguer King na íntegra:
“A transparência para com os nossos clientes é um valor fundamental e inegociável para o Burger King. Nesse sentido, em relação ao Whopper Costela, a rede ressalta que o produto, feito de paleta suína, leva em sua composição aroma de costela 100% natural sem qualquer ingrediente artificial. Além disso, reforça que desde o lançamento do produto sempre trouxe com clareza em sua comunicação e em todos os materiais e peças publicitárias, cardápios e materiais oficiais de marca a composição do hambúrguer presente no sanduiche - feito com carne de porco (paleta suína) e sabor de costela.
A marca ainda reforça que alinhado aos seus compromissos de sustentabilidade assumidos o produto Whopper Costela é 100% livre de quaisquer corantes, conservantes e aromatizantes artificiais.
A marca se mantém à disposição de seus clientes por meio de seus canais de contato para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos sobre esse e quaisquer outros produtos de seu portfólio.”
Correio Braziliense segunda, 02 de maio de 2022
CULTURA: EXPOSIÇÃO DO CORREIO NO CCBB EMOCIONA PÚBLICO COM VIAGEM PELA HISTÓRIA
Exposição do Correio no CCBB emociona público com viagem pela história
A exposição multimídia "Brasília 61 + 1 anos de história" apresenta a transformação da capital do país ao longo dos anos por meio das capas do jornal Correio Braziliense. Mostra encanta quem passa pelo CCBB
SP
Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 02/05/2022 06:00
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Os brasilienses podem experimentar uma bela viagem pelo tempo na história da capital do país, e ver as inúmeras conquistas e mudanças de Brasília desde a inauguração, em 21 de abril de 1960. Na exposição "Brasília 61 1 anos de história", a transformação da cidade é contada por meio das capas publicadas no Correio Braziliense ao longo dos aniversários da cidade. Uma experiência única, surpreendente e saudosista que pode ser conferida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Em meio aos painéis da exposição, o servidor público Julio Cesar Pinheiro, de 63 anos, observou a capa de 21 de abril de 1968 com emoção no olhar. Trata-se do ano em que o morador do Park Way deixou Ribeirão Preto (SP) juntamente com a família para encontrar na capital federal um novo lar.
"Vim ao CCBB apenas para ver a exposição, relembrar o passado e conhecer a história de Brasília contada pelo Correio Braziliense. Ao ver as capas, me senti conectado à cidade e às minhas lembranças. Senti-me extremamente saudosista ao procurar capas marcantes em minha vida, como o ano da minha chegada", explica Julio Cesar.
O servidor apreciou a exposição acompanhado da namorada, Claudia Moraes, 48. Nascida e criada em Brasília, ela também reviveu memórias afetivas com a capital do país. "Para mim, é um momento especial, pois consigo olhar cada capa e ver como a cidade mudou ao longo dos anos. E eu vivi parte dessa mudança", salienta.
Durante a exposição, o casal fez questão de procurar a capa de 2022 do aniversário de Brasília, quando oficializaram o namoro. Julio conta o itinerário do passeio: "queríamos ver a capa de quando cheguei, a do aniversário da minha namorada e, claro, a do nosso aniversário de relacionamento. Tiramos fotos em cada uma delas."
O administrador Aluísio Nonato, 83, também decidiu ver a exposição para recordar quando trocou o Rio de Janeiro (RJ) pela nova capital. "À época, em 1985, vim com um amigo para apresentarmos um projeto de trabalho. Apaixonei-me pela cidade e pelos traços que a fazem única. Quando terminamos o período do serviço, fui convidado para cuidar de uma gráfica, e não pensei duas vezes. Fiquei, e aqui estou até hoje. É um sentimento muito bom de pertencimento, assim como de nostalgia", relata o morador da Granja do Torto.
A moradora do Cruzeiro Kenia Aguiar, 45, descreve o mesmo sentimento de nostalgia ao "viajar" pela história de Brasília e relembrar as mudanças da cidade ao longo dos anos. "A capas me trazem um sentimento muito forte de nostalgia, pois revivo toda a minha infância e adolescência. Passa um filme na memória das mudanças arquitetônicas e a expansão de Brasília", relata a brasiliense Kenia, que foi acompanhada da filha, a estudante Geovana Machado, 19.
Visite
Exposição Brasília 61 + 1 anos de história
No CCBB Brasília, de 21 de abril a 20 de maio de 2022
» De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
» Endereço: SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília, DF
» Telefone: 61 3108-7600
» Site: bb.com.br/cultura
» Facebook/ccbb.brasilia
» Twitter/@ccbb_df
» Instagram/ccbbbrasilia
» YouTube/Bancodobrasil
Correio Braziliense domingo, 01 de maio de 2022
MATERNIDADE: POR QUE OS BEBÊS CHORAM? ENTENDA E APRENDA A RECONHECDR OS MOTIVOS
Por que os bebês choram? Entenda e aprenda a reconhecer os motivos
A musicista (e mãe) australiana Priscilla Dunstan desenvolveu um método que classifica o choro do bebê em cinco tipos, tendo como base os reflexos da criança
JA
Jéssica Andrade
postado em 30/04/2022 13:59 / atualizado em 30/04/2022 17:07
(crédito: Arquivo Pessoal)
"Porque os bebês choram tanto?” Se você é pai, mãe - ou já viajou de avião com crianças - certamente já se fez essa pergunta. O choro de um bebê pode ser desesperador. Principalmente quando não se sabe a causa ou como ajudar a criança. O resultado é uma família inteira estressada e frustrada.
No entanto, a musicista (e mãe) australiana Priscilla Dunstan desenvolveu um método que classifica o choro do bebê em cinco tipos, utilizando como base os reflexos da criança. Ela percebeu que, independentemente do país em que os bebês estivessem, eles choravam com o mesmo "som".
Dayane dos Anjos, consultora em amamentação e idealizadora do canal Manual do Recém-Nascido, explica que o choro é a única forma de comunicação do bebê e pode ter diversas causas. "O bebê pode chorar por vários motivos: fome, sede, sono, calor, frio, refluxo, fralda suja, posição desconfortável, e até por necessidades fisiológicas como gases, vontade de fazer cocô ou precisar arrotar", diz Dayane.
Segundo a consultora de amamentação, para entender a demanda do bebê, é preciso observar como o ele está chorando: o som que ele faz, a movimentação da boca, o jeito que ele se comporta.
'No início, pode parecer que todos os choros são iguais e fica difícil diferenciá-los, mas tudo bem. Com o tempo vamos conhecendo o nosso bebê e tendo mais facilidade para interpretá-lo", afirma Dayane.
Mãe de segunda viagem, a empresária Flávia Cecílio achou que, com a experiência adquirida com o filho mais velho, Lucca Braga, de 12 anos, saberia lidar melhor com as demandas do novo bebê, Noah, de 4 meses.
A empresária Flávia Cecílio e os filhos Lucca, de 12 anos, e Noah, de 4 meses.(foto: Rafael Medeiros/ Reprodução)
"Sei que fatores naturais e ambientais como fome, frio, calor, fralda e barulho talvez sejam incômodos para o bebê. E a reação é o choro”, diz Cecílio, ao contar que gosta de ler e buscar informações sobre os temas que envolvem a prole.
Para a especialista em amamentação, Flávia está certa. "Um exemplo prático é quando o bebê está com fome, ele chora apontando a linguinha para o céu da boca, e emite o som 'nhé'. Ele faz assim porque são sinais do reflexo de sucção. Mas junto com isso também tem a expressão corporal: o recém-nascido procura o seio da mãe com a boca e até suga as mãos”, explica Dayane.
De acordo com a fonoaudióloga Adriana Assunção, desde o nascimento os bebês apresentam o choro como uma reação biológica à dor ou à fome. E, a partir dos dois ou três meses, esse choro começa a se diferenciar, permitindo ao cuidador entender o que a criança quer.
"O choro é um ato comunicativo e não deve ser ignorado. A criança usa para se comunicar. É normal que, após atendida, a criança cesse o choro. Não é normal o choro intermitente. Caso a criança seja atendida e continue chorando, é importante buscar ajuda para verificar se não há outras causas", alerta a fonoaudióloga.
Atualmente Flávia já começa a entender as demandas de Noah, pois, aos 4 meses, mãe e filho já interagem bem. “Porém, confesso que ainda estamos no processo de conhecimento”, diz a empresária.
A mãe de Lucca e Noah conta que já se desesperou em alguns momentos, depois de tentar todas as alternativas que conhecia, sem sucesso. “Senti-me impotente e desesperada por vê-lo chorar e nada que eu fazia, resolvia”, desabafa.
Por vezes, em momentos de choro aparentemente sem explicação, o que Flávia faz é observar o bebê e os sinais que ele mesmo dá à mãe. E quando todas as demandas fisiológicas são atendidas, o segredo da família Cecílio é simples e poderoso: colo, leite materno e muito amor.
Os cinco tipos de choro, segundo Priscilla Dunstan:
Causa
Comportamento
Som
Fome
Baseado no reflexo da sucção. O bebê encosta a língua no céu da boca
“Neh”
Gases
O bebê comprime a caixa torácica e o abdome como se estivesse a expulsar algo fora do corpo
“Eh” ou “awh”
Desconforto
Um choro mais frequente e constante. Pode ser fralda suja, calor, frio, posição desconfortável, ambiente irritante, anseio pelo colo
“heh”
Sono
A boca do bebê fica com um aspecto oval, como se fosse um bocejo
“awh” ou “owh”
Dor ou cólica
Um choro mais forte, mais irritado, mais agudo e demonstra nas expressões do bebê sofrimento
“eairh”
Correio Braziliense sábado, 30 de abril de 2022
MEMPORIA: MARIANNE PERETTI, A MULHER QUE TROUXE O CÉU PARA A CATEDRAL DE BRASÍLIA, SE ENCANTOU
CONSUMIDOR: PROCON PROÍBE VENDA DE McPICANHA NO DISTRITO FEDERAL; ENTENDA O CASO
Procon proíbe venda de McPicanha no Distrito Federal; entenda o caso
A decisão foi tomada após uma denúncia de um consumidor, que alegava que o produto anunciado não teria o corte de carne — no caso, picanha —, em sua composição
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Talita de Souza
PG
Pablo Giovanni*
postado em 28/04/2022 18:33 / atualizado em 28/04/2022 18:46
A denúncia foi recebida em 18 de abril e a fiscalização do órgão entendeu que não há, nas publicidades veiculadas nos canais oficiais da empresa alimentícia, a informação clara de que a carne do hambúrguer é feita de picanha.
"Na publicidade não há informação clara de que o hambúrguer contém qualquer porcentagem do corte bovino picanha. Então, a forma como o McDonald’s usa o nome 'picanha' em seu produto e na divulgação da campanha publicitária do sanduíche induzem ao entendimento de um produto composto pelo corte de carne picanha”, explica o diretor-geral do Procon, Marcelo Nascimento, em comunicado publicado nesta tarde.
"Isso induz o consumidor ao erro e se caracteriza como publicidade enganosa", acrescenta o diretor. Para o órgão, a atitude do McDonald’s caracteriza publicidade enganosa, proibida pelo artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor.
De acordo com o inciso 1 do referido artigo, "é enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços".
A decisão do Procon-DF é válida até que a empresa faça a "correção total da publicidade" e, caso a exigência seja desrespeitada, o McDonald’s poderá sofrer multa, apreensão dos produtos ou interdição do funcionamento das unidades do Distrito Federal.
Em nota, a Arcos Dourados Comércio de Alimentos, razão social do McDonald’s no Brasil, informou que trabalha para realizar os pedidos do Procon. "A empresa já está trabalhando para esclarecer os questionamentos levantados pelo Procon, dentro do prazo concedido", escreveram.
McDonald’s admite que sanduíches da linha não são feitos de picanha
O McDonald’s admitiu, nesta quarta (27/4), que o hambúrguer dos sanduíches são "produzidos com diferentes cortes de carne bovina", após a página no Instagram Coma com os Olhosameaçar a empresa de processo no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por propaganda enganosa.
O McDonald’s publicou uma nota em que afirma que a linha se chama dessa forma por trazer "a novidade do exclusivo molho sabor picanha (com aroma natural de picanha) e uma nova apresentação". A empresa disse que a carne utilizada é "um hambúrguer diferente em composição e em tamanho (100% carne bovina, produzido com um blend de cortes selecionados e no maior tamanho oferecido pela rede atualmente".
A empresa ainda diz lamentar "que a comunicação criada sobre os novos produtos possa ter gerado dúvidas" e informou que "haverá novas peças destacando a composição dos sanduíches de maneira mais clara". O sanduíche custa R$ 37,90.
A rede de fast food McDonald’s foi notificada, nesta quinta-feira (28/4), pelo Procon de São Paulo após a empresa admitir que a nova linha da marca, a McPicanha, não é feita de picanha.
O órgão de defesa ao consumidor afirma, em comunicado, que a Arcos Dourados Comércio de Alimentos, razão social do McDonald’s no Brasil, deverá, até a próxima segunda-feira (2/5), "apresentar a tabela nutricional dos sanduíches, atestando a composição de cada um dos ingredientes (carne, molhos, aditivos, dentre outros)".
Além disso, a empresa deverá mostrar documentos que comprovem os testes de qualidade realizados no produto, “demonstrando o processo de manipulação, acondicionamento e tempo indicado para consumo”. O Procon-SP também quer analisar a qualidade das embalagens para verificar a eficiência em condicionar os produtos.
Denúncia foi feita a partir de informações de funcionários
A primeira denúncia pública feita pelo caso foi feita pelo blog Comer com os Olhos, em 19 de abril. Em uma publicação no perfil do Instagram do canal, um memorando interno compartilhado por funcionários da rede foi exposto, no qual os colaboradores são orientados sobre a nova linha, que é um relançamento de uma antiga, a Picanha do Méqui.
No documento, os funcionários são avisados de que "os sanduíches Novos Picanhas utilizarão carne de Tasty". “Esse sanduíche passará a utilizar carne 3.1. Finalize os estoques de carne PIC antes de usar a carne 3:1”, diz um trecho do memorando.
“De forma estratégica, deixaram uma informação extremamente relevante fora dessa divulgação. A tal carne de Picanha, internamente chamada de Carne Pic, foi descontinuada. E desde o dia 5/4/2022, todos os restaurantes da rede foram notificados pela matriz que deveriam passar a usar a carne 3.1, ou seja, a carne da linha Tasty”, escreveu o blog na denúncia.
Correio Braziliense quinta, 28 de abril de 2022
DESTAQUE DA UnB: CONHEÇA A PRIMEIRA INDÍGENA DOUTORA EM ANTROPOLOGIA
Destaques da UnB: conheça a primeira indígena doutora em antropologia
Conheça a história da professora Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, que lutou para resgatar a cultura do seu povo, da etnia Umutina, e hoje tem o doutorado em antropologia pela UnB. É uma referência no país sobre comunidades indígenas
AM
Ana Maria Pol
postado em 28/04/2022 06:00
(crédito: Arquivo Pessoal)
Os obstáculos enfrentados pelas mulheres na luta pela igualdade de oportunidades são uma realidade, mas que é combatida com vigor em diferentes segmentos sociais e profissionais. O acesso às universidades é um exemplo dessa batalha, em que foram conquistadas importantes vitórias. Em 60 anos, a Universidade de Brasília (UnB) acompanha o avanço do protagonismo feminino. Espaços, que antes eram tradicionalmente dominados pelos homens, passaram a ter mulheres em posições de destaque. Entre os técnicos administrativos da instituição, 51% são mulheres, e com alto grau de qualificação. Na graduação, elas respondem por 50% da ocupação das vagas de estudantes, sendo que dos 131 cursos, 72 têm como maioria alunas.
2022. Crédito: UnB/Divulgação. Cidades. UnB 60 anos. Mulheres na UnB. A professora Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, lutou para devolver o orgulho da cultura do seu povo através dos estudos e tornou-se a primeira mulher indígena a ter o título de doutorado em Antropologia pela UnB.UnB/Divulgação
Desde a infância, Eliane Boroponepa, 43 anos, sentia falta de ver a cultura indígena abordada na escola. Decidida a dar voz ao seu povo, ela seguiu o caminho acadêmico e hoje dá aulas em uma escola na comunidade de UmutinaUnB/Divulgação
Correio foi conhecer a trajetória de mulheres destemidas que fizeram história na UnB e se tornaram referência acadêmica no Brasil e no mundo. Na edição de hoje, conversamos com a indígena Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, que lutou para devolver o orgulho da cultura do seu povo por meio dos estudos.
De etnia Umutina, Eliane cresceu próximo à cidade de Barra dos Bugres, no estado de Mato Grosso, sem acesso às escolas indígenas. A falta de referências do seu povo na educação formal da região fez com que, aos 22 anos, ela deixasse sua terra natal em busca de qualificação e ingressasse na graduação. Em julho de 2019, Eliane se tornou a primeira mulher indígena a ter o título de doutorado em Antropologia pela UnB. "Foi uma oportunidade de colocar em pauta a importância dos saberes e da ciência dos povos indígenas, uma forma de trazer novos autores indígenas para dentro do espaço acadêmico, quebrando paradigmas", defende.
A caminhada foi longa. Antes, Eliane cursou licenciatura em ciências sociais na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e fez especialização em Educação Escolar Indígena. Em 2011, ela tomou ciência do processo seletivo para o mestrado profissional em sustentabilidade junto a povos e terras tradicionais da UnB, decidiu se inscrever na seleção e foi aprovada. A experiência rendeu uma dissertação que transformou-se em um livro, publicado em 2018. Em 2014, ela ingressou — graças ao sistema de cotas para indígenas — no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UnB, que resultou na tese: "Aprender o conhecimento a partir da convivência: uma etnografia indígena da educação e da escola do povo Balatiponé-Umutina".
Conquista coletiva
A pesquisa trata da importância da educação pautada nos saberes dos povos tradicionais como instrumento para fortalecer essa cultura, que tem sido vilipendiada desde os primeiros contatos com não indígenas, no século 20 (veja em Saiba Mais). "Eu vejo minha pesquisa, experiência e trajetória como referência. Vejo que foi um processo de conquista, não somente pessoal, mas também coletiva. Por trás da Eliane, existe toda uma comunidade indígena que luta pela sua cultura. A minha tese mostra isso, esse diálogo de parceria entre os povos indígenas e o mundo acadêmico", explica.
Para além da tese, Eliane utilizou de seu conhecimento para contribuir com a manutenção da cultura de seu povo: atualmente, ela é professora em uma escola na comunidade de Umutina. Finalmente ela pode ser a referência que gostaria de ter conhecido na infância. "Sair da aldeia, de um contexto que sempre vivi, onde estão meus parentes e familiares é um desconforto. Ao sair, dei de cara um um novo mundo. E, dentro da universidade, tem a dificuldade pedagógica, dos estudos. É um ritmo diferente", avalia.
Ela garante que mesmo difícil, a jornada foi importante para o seu crescimento como professora. "Vivi encantos ao interagir, conhecer novas culturas e pude me aperfeiçoar pessoalmente, profissionalmente e academicamente. Me aperfeiçoei em vários aspectos, ao conhecer essa diversidade cultural", destaca.
A oportunidade de transitar por diferentes lugares e culturas, durante suas vivências acadêmicas, fez com que Eliane tivesse ainda mais certeza da importância de defender uma educação inclusiva. "Sou a primeira mulher indígena a me tornar doutora e isso é fruto de lutas que colocam em prática as políticas públicas", ressalta. De acordo com a professora, sua formação serve de exemplo, não apenas para os povos indígenas, mas para todos aqueles que são "invisíveis perante a sociedade". "Hoje, vivemos um momento em que nossos direitos e conquistas são violados, mas acredito acredito que as universidades têm feito seu papel. Precisamos reformular, para que esse autores de comunidades como indígenas, quilombolas ou tradicionais possam ter acesso de qualidade ao ensino, assim como eu tive", completa.
Correio Braziliense quarta, 27 de abril de 2022
MEMÓRIA: LEVINO DE ALCÂNTARA, SAUDOSO CRIADOR DA ESCOLA DE MÚSICA DE BRASÍLIA, COMPLETA 100 ANOS
Brasília comemora centenário do criador da Escola de Música de Brasília
Passagem do centenário de Levino de Alcântara, o criador da Escola de Música de Brasília, será celebrado, na sexta e no sábado, com uma programação intensa
CB
Correio Braziliense
postado em 27/04/2022 06:00 / atualizado em 27/04/2022 10:07
(crédito: Ayrton Pisco/Divulgação)
A cidade celebrará, no fim de semana, o centenário do maestro Levino de Alcântara, um dos responsáveis por transformá-la num dos polos musicais do país, ao criar a Escola de Música de Brasília (EMB). A instituição, desde a década de 1960, tem formado instrumentistas que se destacam no cenário nacional, com trabalho solo ou como integrantes de grupos e bandas.
A Brapo, Brasília Popular Orquestra, é uma das atrações da festa(foto: Arquivo da Orquestra)
Para comemorar a data, uma extensa programação gratuita será desenvolvida na sexta-feira e sábado, em três palcos da EMB, localizada na 602 Sul, o projeto Levino, Mil Vozes, que inclui shows, recitais e concertos, com a participação de alunos, professores, ex-alunos e ex-professores, que, sob a coordenação da produtora cultural Naná Maris, se juntaram com entusiasmo, para reverenciar o mestre. Haverá, ainda, a exibição do documentário Levino, dirigido por David Alves Mattos Gui Campos.
Na sexta-feira, às 20h, ocorrerá a abertura no Teatro Levino de Alcântara, com a apresentação do Trio de Música Medieval, Duo2x4, Wilzi Carioca e Moema Craveiro Campos, Paulo André Tavares & Oswaldo Amorim e o grupo Logo Ritmo. Sábado, a partir das 8h30, o Teatro Carlos Galvão receberá recital de música de câmara, show de jazz e de cantores de música popular brasileira e orquestra.
O encerramento, às 20h, no Pátio Brasília, terá como atração a Brasília Popular Orquestra. Manoel Carvalho, fundador e maestro da Brapo, lembra que, ao chegar a Brasília, vindo de Pernambuco, recebeu ótima acolhida de Alcântara, ao tornar-se professor da Escola de Música. "Com o incentivo dele criei na EMB um quarteto de clarineta e um grupo de chorinho; e, posteriormente, a Brasília Popular Orquestra, uma jazz band, que mantenho até hoje."
Maria Barros, com formação em canto erudito, aposentou-se na EMB como mestra e coordenadora de música popular. Ela conta que, por 10 anos, entre 1982 e 1992, fez parte do Madrigal de Brasília, criado por Alcântara. Maria participará das comemorações, e lembra: "Eu era muito jovem quando me casei com o violista Lénin Lima, e não tínhamos recursos para alugar um lugar para morar. O maestro, que era atento a tudo, nos alojou em duas salas do auditório, que seria uma espécie de camarim."
Quem também tomará parte da homenagem ao maestro é Jaime Ernest Dias, que se apresentou como professor de violão da escola. Ele entrou para a instituição como aluno e diz que guarda na memória o quanto Levino de Alcântara, como diretor, se dedicava à instituição. "Me recordo que ele permanecia na escola da manhã à noite, cuidando para que tudo funcionasse bem".
Reverência ao maestro
Davson de Sousa, atual diretor da Escola de Música, revela que está ligado à entidade desde 1980."Filho de Nivaldo de Souza, que, à época, era professor de flauta transversal, entrei para a escola ainda jovem como aluno. Meu pai sempre falava do maestro Levino com grande admiração, pela maneira como ele exercia o cargo de diretor, sempre enérgico, mas com sensibilidade em relação ao funcionamento de todos os setores da EMB". Ele acrescenta: "Desde o começo do mês estamos realizando uma série de eventos para celebrar o centenário do eterno maestro, que culmina com o Levino Mil Vozes, no próximo fim de semana".
Tido como visionário, Levino de Alcântara, passando pela 602 Sul, no final dos anos 1960 observou um terreno sem nenhuma edificação e achou que ali poderia instalar a Escola de Música de Brasília. Ocupou o local, plantou pés de pitanga, para delimitar a área e depois entrou em contato com órgãos da Prefeitura do Distrito Federal, que concordaram que ali fosse instalada a Escola de Música de Brasília, cuja sede ficou pronta em 1974.
Pernambucano de Recife, Alcântara foi descoberto pelo legendário Eleasar de Carvalho, então maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que o levou para aquela cidade. A Brasília, ele chegou em 1960 e logo foi aprovado em concurso para a Fundação Educacional do Distrito Federal. Em 1963, criou um coral no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab). Com aqueles coralistas e os do Elefante Banco, no Plano Piloto, surgiu o Madrigal de Brasília, já no âmbito da Escola de Música.
Quando se aposentou na EMB em 1985, mudou-se para o Pará, onde criou uma escola de música em Conceição do Araguaia. Já fragilizado por um câncer, esteve em Brasília em 2013 para ser homenageado no cinquentenário do Madrigal. Morreu no ano seguinte.
Correio Braziliense terça, 26 de abril de 2022
TELEVISÃO: SILVIO SANTOS VOLTA AO BRASIL E PODE GRAVAR PROGRAMAS INÉDITOS
Silvio Santos volta ao Brasil e pode gravar programas inéditos
Apresentador Silvio Santos estava nos EUA e já foi retocar o visual no salão de beleza
CB
Correio Braziliense
postado em 26/04/2022 10:16
O apresentador Silvio Santos está de volta ao Brasil. Isso quer dizer que ele pode voltar ao comando de programas inéditos a partir da semana que vem. A ideia é que ele volte aos estúdios, mas o SBT não confirmou a data ainda. O apresentador está longe do auditório há cerca de 8 meses por causa da pandemia de covid-19.
Se depender do visual, a volta de Silvio está garantida. Cabeleireiro do apresentador há décadas, Jassa postou o reencontro dos dois nas redes sociais. O apresentador já abandonou os fios brancos adotados na pandemia e retomou a mesma cor de sempre.
"Meu amigo voltou!", comemorou Jassa na mensagem que teve curtidas e comentários de famosos como Lívia Andrade, Patrícia Abravanel e Sônia Abrão.
Correio Braziliense segunda, 25 de abril de 2022
CINEMA: MADAME TEIA, FILME DERIVADO DE HOMEM-ARANHA, GANHA DATA DE ESTREIA
Filme derivado de Homem-Aranha ganha data de estreia; confira
"Madame Teia" será dirigido por S.J Clarkson e estrelado por Dakota Johnson e Sydney Sweeney. Personagem foi introduzida no universo dos quadrinhos do Homem Aranha em 1980
CB
Correio Braziliense
postado em 25/04/2022 10:24 / atualizado em 25/04/2022 10:28
(crédito: Reprodução)
A Sony Pictures Entertainment revelou que Madame teia, o novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, está previsto para ser lançado no dia 7 de junho de 2023. A produção será dirigida por S.J Clarkson (Os defensores), e será estrelada por Sydney Sweeney (Euphoria) e Dakota Johnson (50 Tons de Cinza).
A personagem Madame Teia foi apresentada nos quadrinhos da Marvel em 1980 como alter ego de Cassandra Webb, uma mulher mais velha com poderes de vidência. Ela tinha uma doença neuromuscular que a obrigava a usar um equipamento de suporte de vida parecido com uma teia de aranha.
Ao longo dos anos, ela auxiliou o Aranha em conflitos contra o Duende Macabro, Stegron, Doutor Octopus e a terceira Mulher-Aranha, sua neta Charlotte Witter. Ainda não se sabe qual versão da personagem será vista no filme.
Correio Braziliense sábado, 23 de abril de 2022
ELIMINATÓRIAS: FIFA REMARCA BRASIL X ARGENTINA PARA SETEMBRO, 22
Fifa remarca Brasil x , pelas Eliminatórias, para setembroArgentina
A partida válida pela sexta rodada foi interrompida pela Anvisa porque 4 jogadores argentinos haviam desrespeitado as regras sanitárias brasileiras contra a covid-19
AE
Agência Estado
postado em 22/04/2022 20:50 / atualizado em 22/04/2022 21:02
(crédito: Nelson Almeida/AFP)
Chamado de "clássico da Anvisa", o duelo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 tem, enfim, uma data. A Fifa decidiu que a partida, que havia sido suspensa em 5 de setembro do ano passado, será realizada no dia 22 de setembro. Falta, ainda, escolher horário e local do confronto, o que ficará a cargo da CBF.
Colin Smith, Chefe de Competições e Eventos da Fifa, informou por email a CBF e a AFA sobre a data escolhida para o clássico. A entidade máxima do futebol avisou que a CBF tem até o dia 22 de junho para decidir em que estádio será realizado o jogo. Em em contato com o Estadão, a CBF afirmou que recebeu o documentou da Fifa hoje e vai "discutir internamente os próximos passos".
Os cinco minutos daquela partida em setembro do ano passado foram disputados na Neo Química Arena, em São Paulo. Mas não há nada que obrigue a CBF a manter o estádio do Corinthians como palco do duelo.
Os quatro jogadores da seleção argentina envolvidos na polêmica, Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero, foram suspensos por dois jogos por não cumprirem o Protocolo Internacional de Retorno ao Futebol da Fifa.
O jogo tem pouca importância em relação à tabela de classificação, já que a seleção brasileira ostenta a melhor campanha da história neste formato das Eliminatórias, com 45 pontos, e não pode ser alcançada pela Argentina, que tem seis pontos a menos. Ambos fecharam de forma invicta o torneio classificatório.
No entanto, a partida tem relevância pelo fator esportivo, para completar a tabela da classificatória e também porque trata-se de um dos maiores clássicos do futebol mundial. Na ausência de jogos contra rivais europeus, a Argentina é vista como o adversário mais forte para os brasileiros antes da Copa.
Brasil e Argentina jogarão uma outra vez antes de se enfrentarem em setembro. Os rivais fazem um amistoso no dia 11 de junho, na Austrália. O time de Tite também tem amistosos agendados contra Coreia do Sul e Japão, em Junho, e México, em setembro.
A seleção deve se apresentar para a preparação para a Copa do Mundo do Catar no dia 14 de novembro. Os primeiros treinamentos serão na Europa. Depois, a delegação viaja a Doha. A estreia no Mundial será contra a Sérvia, dia 24 de novembro.
Correio Braziliense sexta, 22 de abril de 2022
CULTURA: PAIXÃO PELA CULTURA GERA AMIGOS DE LUTA E DE POESIA NA CENA ARTÍSTICA DO DF
Paixão pela cultura gera amigos de luta e de poesia na cena artística do DF
Uma afinidade que começou devido à mesma paixão pela cultura. Renato Matos, Lúcia Leão e Vicente Sá, além de amigos, lutam pela cena artística na capital
Edis Henrique Peres
Vicente Sá (E) e Renato Matos, são amigos e compartilham entre si músicas brasilienses | Foto: Edis Henrique Peres/CB/D.A. Press
Unidos pelo amor à arte, artistas plásticos, poetas e produtores culturais encontraram no companheirismo não apenas um vínculo de amizade sólida, mas também um laço familiar. “Uma relação que foi se construindo e se fortalecendo ao longo do tempo e que hoje faz com que sejamos mais que amigos, somos praticamente irmãos”, define Lúcia Leão, 66 anos, coordenadora do Espaço Cultural Leão da Serra. A amazonense deixou o estado natal para ir estudar no Rio de Janeiro, mas em 1977 se mudou da cidade carioca e veio construir a vida em Brasília. Produtora cultural, ela conta que logo que chegou à capital conheceu o artista plástico Renato Matos, 70, que nos anos seguintes se tornaria um grande amigo. O também cantor e compositor lembra do começo dessa parceria com orgulho: “Foi ela (Lúcia) que produziu meu primeiro disco. Uma história antiga, mas uma história maravilhosa”.
As idas e vindas dessa amizade uniu um terceiro artista ao grupo: o marido de Lúcia, o poeta Vicente Sá, 65. “Eu conhecia Renato de vista, mas ainda muito pouco. Depois produzimos alguns projetos juntos e, por causa da Lúcia, nossa relação foi se estreitando. Então aconteceu que há cerca de nove anos ele precisava de um local para montar seu ateliê e tínhamos um espaço na propriedade. Agora ele é nosso vizinho”, relata. “Como não é muito longe uma casa da outra, a gente costuma se encontrar para conversar no meio do caminho”, brinca Vicente.
A afinidade garante, inclusive, colaborações em trabalhos artísticos. “Temos músicas que escrevemos juntos, eu e o Renato. É um trabalho que fazemos constantemente. De vez em quando, outros amigos vêm até aqui, de 15 em 15 dias, para compormos algo, em um exercício de produção. Tem dia que dá certo, outros que não tem resultado. Mas com essa prática já temos umas dez músicas escritas. Outras vezes, eu também vou ao ateliê do Renato ver os quadros em que ele está trabalhando. Somos grandes parceiros do trabalho um do outro”, garante Vicente.
Luta pela cultura
Natural de Pedreira, Maranhão, Vicente Sá chegou em Brasília aos 11 anos de idade, em 1968. “Ainda era ditadura. Meus pais vieram para cá porque meu irmão mais velho passou na UnB (Universidade de Brasília) então todo mundo veio junto. Sou o mais novo de 19 irmãos. No fim, Brasília influencia muito o que produzo, porque praticamente me criei aqui, morei em várias regiões administrativas e semanalmente publico crônicas em minhas redes sociais sobre a cidade”, cita.
Lúcia conta que por muito tempo disse que Brasília era uma cidade sem avós. “As pessoas vinham para cá separadas da família, sem ter os parentes mais próximos morando aqui. Então quando você precisava de alguma coisa, que seriam situações que geralmente pedimos ajuda para a nossa mãe, irmã, ou algum familiar, aqui em Brasília contávamos com nossos amigos. Então são esses amigos que vão se tornando essas pessoas com laços profundos, de relações muito sólidas. Os amigos tem que contar com os outros para criar essa rede de solidariedade, e não somente porque somos artistas e enfrentamos desafios parecidos, mas porque somos gente”, defende.
“Uma relação que foi se construindo e se fortalecendo ao longo do tempo e que hoje faz com que sejamos mais que amigos, somos praticamente irmãos”
Lúcia Leão, coordenadora do Espaço Cultural Leão da Serra
Correio Braziliense quinta, 21 de abril de 2022
HOMENAGEM: 21 DE ABRIL - BRASÍLIA E CORREIO COMEMORAM 62 ANOS COM EXPOSIÇÃO NO CCBB
21 de abril: Brasília e Correio comemoram 62 anos com exposição no CCBB
Em exibição até maio, mostra no Centro Cultural Banco do Brasil detalha como se desenvolveram as histórias de Brasília e do Correio, primeiro periódico da cidade. Trajetórias dos dois aniversariantes se entrelaçam e formam, até hoje, uma relação indissociável
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 21/04/2022 06:00
Mostra gratuita fica disponível ao público na área externa do Centro Cultural Banco do Brasil - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Quantas letras cabem em uma cidade? Com quantos papéis se escreve uma história? No caso de Brasília, a resposta passa longe dos oito caracteres que compõem o nome da capital federal. Em relação ao Correio Braziliense, a solução da charada supera, e muito, as capas que contam a trajetória da irmã siamesa do jornal. Em 21 de abril de 1960, nasciam dois protagonistas da história do país que, a partir daquela data, caminhariam lado a lado. Esse emaranhado de memórias será relembrado a partir desta quinta-feira (21/4), na exposição Brasília e Correio Braziliense: 61 + 1 anos de história, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
2008 Por ocasião do lançamento do novo site do CorreioCorreio Braziliense/Reprodução
Com uma exibição de todas as capas de 21 de abril desde 1960, os aniversariantes se homenageiam e são homenageados, revezando-se no papel de narradores-personagens. A mostra começa nesta quinta-feira (21/4) e segue até 20 de maio, com 62 painéis recheados de conteúdos multimídia e acessíveis por QR codes. "A relação entre o Correio e a cidade é simbiótica", define Guilherme Machado, vice-presidente executivo do jornal. "Foi um compromisso do (jornalista) Assis Chateaubriand com o presidente Juscelino Kubitschek de que a nova capital teria uma estação de televisão (TV Brasília) e um jornal assim que fosse fundada. A promessa foi cumprida, e a ligação é de toda a vida. Tentamos fazer a comemoração aos 60 e 61 anos, mas não foi possível. Agora, aos 62, prestamos essa homenagem."
Diretora de Redação do Correio, Ana Dubeux descreve o jornal como "a primeira página de Brasília" e elenca pontos marcantes da história da capital federal. "A coragem de JK, os gênios de Lucio e de Oscar, o nascimento da UnB (Universidade de Brasília), a formação das cidades do Distrito Federal, a explosão do rock, a ousadia do festival de cinema, a campanha Paz no Trânsito, os escândalos da política, as alegrias e tristezas do brasiliense. Para ver Brasília na intimidade, para entender e amar essa cidade moderna, vibrante e eterna, comece pelo início. Comece pela primeira página do Correio", arremata.
Pelos totens da exposição, será possível viajar no tempo para recordar momentos de celebração — como na volta do regime democrático, em 1985 — e lembrar, para não repetir, as fases sombrias — como o episódio do espancamento de estudantes da UnB que protestavam contra a Guerra do Vietnã, em 1967, além do brutal e chocante assassinato do indígena Pataxó Galdino Jesus dos Santos, em 1997. Feito um casamento bem-sucedido, Brasília e o Correio enfrentaram — e enfrentam — momentos de alegria e tristeza; saúde e doença; conquistas e perdas, sem deixar a relação ser abalada.
Pandemia
A ideia de expor as capas do jornal no aniversário da cidade era planejada para a comemoração dos 60 anos, em 2020, quando o mundo foi pego de surpresa e precisou se readaptar, por causa da pandemia da covid-19. Com a mostra, não foi diferente: a crise sanitária deixou o projeto em suspenso. "Está acontecendo no momento certo. Na pandemia, talvez, não tivesse o efeito que podemos ter agora", reflete Francisco de Sousa Lima Filho, do Centro de Documentação do Correio (Cedoc).
Chiquinho do Cedoc — como é carinhosamente conhecido nos corredores do jornal — comemora o retorno das celebrações presenciais: "As pessoas querem voltar a participar da vida e ver coisas diferentes. (A exposição) é uma espécie de álbum de família, para compartilhar com as novas gerações. Isso mostra a força da tradição do Correio". Idealizador da iniciativa, ele destaca que a exposição é inédita. "Nunca apresentamos tantas capas em só um evento", completa.
O trabalho de montagem da mostra ocorreu por meio de parceria entre o Cedoc, que reuniu todas as páginas apresentadas no projeto, e a área comercial do jornal, que organizou a parte logística. "A ideia é reforçar para o brasiliense que o Correio nasceu com a cidade", comenta Gabriela Prado, analista de projetos de marketing. "Muitas pessoas não sabem que a primeira capa saiu no dia da inauguração de Brasília. É impossível falar da capital sem falar do Correio. É, realmente, uma jornada, inclusive do Brasil e das marcas", reflete.
Atividades
Além dos painéis, a exposição disponibiliza uma cabine com as capas dos cadernos especiais dos aniversários de Brasília. O cenário é propício para tirar fotos com imagens históricas para as mídias sociais e estará à disposição do público. Em uma redação-mirim, montada na área externa do CCBB, as crianças vão ouvir histórias da construção de Brasília. Cada uma receberá uma réplica da primeira página do jornal, em branco, para criar as próprias matérias e fazer desenhos. Mais de 10 mil pessoas são esperadas na abertura.
Nesta quinta-feira ocorre, também, a 10ª edição do PicniK Brasília, de volta ao CCBB após dois anos fora do calendário devido à pandemia. O festival será ao ar livre, das 13h às 23h. Entre as atividades, haverá apresentações musicais e exposições gastronômicas. O Correio é parceiro da feira e vai disponibilizar um espaço de descanso para os visitantes, com pufes e exemplares do jornal. Nada melhor do que comemorar os 62 anos de Brasília na companhia do melhor amigo da cidade.
Correio Braziliense quarta, 20 de abril de 2022
CONCURSOS: CONCURSO PARA O CORPO DE BOMBEIROS DO DF É AUTORIZADO, COM 356 VAGAS
Concurso para o Corpo de Bombeiros do DF é autorizado com 356 vagas
O Secretário de Estado de Economia do Distrito Federal divulgou, no Diário Oficial desta quarta-feira (20/4), portaria que autoriza novo concurso público para o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. De acordo com o documento, as vagas serão para militares de diversos quadros e qualificações, relativos a oficiais e praças.
O quantitativo autorizado será distribuído da seguinte forma:
23 oficiais combatentes,
10 oficiais médicos
3 oficiais cirurgiões dentistas
10 oficiais complementares
310 praças dos quadros do CBMDF.
O provimento dos cargos indicados fica condicionado à disponibilidade orçamentária e financeira no exercício em que se der o ingresso. Todos os procedimentos, informações e atos relativos à gestão do concurso passam a ser de responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, inclusive após a homologação do resultado final do certame.
O último concurso dos Bombeiros do DF foi realizado em 2016 e foram ofertadas 779 vagas, sendo 448 serão para soldados, 115 para oficiais combatentes, 112 para soldados condutores e operadores de viaturas, 55 soldados de manutenção de equipamentos e veículos, 20 oficiais complementares, 24 oficiais médicos, cinco soldados para manutenção de equipamentos e aeronaves e quatro oficiais cirurgiões-dentistas.
As remunerações variaram de R$ 5.108,08 a R$ 11.654,95 e o certame foi organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência Social (Idecan).
Outras autorizações para o DF
Iprev-DF
O Secretário de Estado de Economia do Distrito Federal também divulgou autorização para instituir grupo de trabalho com a finalidade de realizar estudos técnicos, objetivando a contratação de banca organizadora, para o concurso público da Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev). O certame prevê oferta de 85 vagas para o cargo de analista previdenciário.
O grupo será responsável pelo planejamento, organização e execução do concurso público para o cargo que é da Carreira de Atividades Previdenciárias e será composto por servidores devidamente designados pelo Secretário de Economia.
Do total de vagas, 65 serão imediatas e 20 para a formação de um cadastro de reserva. A carreira conta com três especialidades, sendo elas especialista previdenciário; especialista em investimentos; e especialista em atuária. Agora, com a autorização para formação da comissão, os próximo passos são a escolha da banca e a publicação do edital.
Para concorrer ao cargo de especialista previdenciário será preciso ter nível superior completo em qualquer área de formação mais o seu respectivo registro, quando exigido.
Já para o especialista em investimentos serão aceitos diplomas em administração, ciências econômicas, ciências contábeis, comércio exterior ou matemática, além da certificação profissional e do respectivo registro na área, quando exigido. Por fim, o especialista em atuária deverá ter concluído a graduação em ciências atuariais e apresentar o registro no respectivo órgão de classe.
A corporação também tem autorização para a realização de um novo concurso público para delegados. Também serão 50 vagas para o cargo, além de 100 vagas para formação do cadastro reserva. Ainda não há mais detalhes sobre previsão de lançamento do edital.
Além dessas autorizações, a PCDF também já anunciou que vai oferecer uma nova seleção para a área administrativa. Ao todo, serão oferecidas 740 vagas, sendo 260 imediatas e 480 para a formação de cadastro de reserva. As chances serão para gestores de apoio e analistas de apoio.
As oportunidades serão distribuídas entre nível médio e superior, sendo 60 vagas para gestor e 200 para analista. Já as demais 480 vagas serão em cadastro de reserva. Confira aqui as dicas com especialista.
PARCERIA: PAÍES ÁRABES ESTÃO GARANTINDO GRANDE PARTE DOS FERTILIZANTES USADOS NO BRASIL
Países árabes estão garantindo grande parte dos fertilizantes usados no Brasil
Segundo o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, há um amplo caminho para o aumento do comércio entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe
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Vicente Nunes
postado em 19/04/2022 05:59 / atualizado em 19/04/2022 06:01
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Os países árabes estão garantindo boa parte dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira, em meio à escassez desses produtos provocada pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Juntos, os árabes, liderados por Marrocos, Jordânia e Catar, garantiram, somente no ano passado, US$ 4,2 bilhões em adubos ao Brasil, volume muito superior aos US$ 3 bilhões fornecidos pelos russos. A perspectiva é de que as nações árabes ocupem cada vez mais espaço nesse mercado.
Segundo o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, há um amplo caminho para o aumento do comércio entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe. Hoje, a corrente de comércio entre os dois lados soma pouco mais de US$ 24 bilhões, com saldo positivo para o Brasil entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões ao ano. A tendência é de que as transações cresçam entre 10% e 15% nos próximos anos.
Chohfi ressalta que o Brasil é responsável por garantir a segurança alimentar dos países árabes, grandes consumidores de proteína animal (carnes bovina e de frango), soja, milho e açúcar. Em contrapartida, o país importa do Oriente Médio, além de fertilizantes, produtos petroquímicos e alumínio. “Há um bom espaço para ampliar as trocas comerciais. O Brasil, inclusive, precisa exportar produtos de maior valor agregado, como aviões e automóveis. Não podemos esquecer que o país já foi grande fornecedor de carros para os árabes”, afirma.
As oportunidades vão além, diz o embaixador. Os árabes são potenciais investidores em áreas importantes como infraestrutura, petroquímica, agricultura e turismo. “São trilhões de dólares disponíveis para bons negócios. Não custa lembrar que, dos 10 maiores fundos soberanos no mundo, cinco são árabes”, enfatiza. Ele ressalta, porém, que os investidores do Oriente Médio são muito cuidadosos na escolha de projetos, sempre se preocupando com a segurança jurídica dos contratos e a previsibilidade da economia.
Correio Braziliense segunda, 18 de abril de 2022
GASTRONOMIA: ESTUDOS COMPROVAM BENEFÍCIOS DO CONSUMO DE CHOCOLATE PELOS IDOSOS
Estudos comprovam benefícios do consumo de chocolate pelos idosos
Estudos comprovam que ele proporciona uma melhora na memória e no raciocínio dos idosos, já que seu consumo age diretamente no cérebro
JV
Juraciara Vieira Cardoso e José Milton Cardoso Junior- Estado de Minas
postado em 18/04/2022 10:22
(crédito: Reprodução)
Não foram poucos os que acordaram hoje mais preocupados em razão dos excessos cometidos na Páscoa, então resolvemos ajudar a aliviar o sentimento de culpa. Se é certo que o consumo excessivo de açúcar e outros carboidratos pelos idosos pode atrapalhar na alterar a absorção de cálcio predispor ao diabetes ou trazer descompensações no seu controle metabólico e até termos já, o conhecimento, que a hiperglicemia (excesso de glicose) pode ser fator de risco para o desenvolvimento de Doença de Alzheirmer e à obesidade e suas complicações, além de elevar o riso de Acidente Vascular Cerebral (AVC), não podemos deixar de mencionar que o chocolate também pode ser um importante aliado no processo de envelhecimento.
Estudos comprovam que o chocolate proporciona uma melhora na memória e no raciocínio dos idosos, já que seu consumo age diretamente no cérebro, fortalecendo os neurônios, o que facilita o fluxo sanguíneo cerebral e ativa o sistema cognitivo, muitas vezes, comprometido nos idosos. A Universidade de Colúmbia publicou no The New England Journal of Medicine, uma das publicações científicas mais renomadas do mundo, que o consumo do chocolate melhora as funções cognitivas não apenas de indivíduos, mas de populações inteiras. A presença de Triptofano na composição de chocolate, além de outros antioxidantes tem propriedades muito benéficas aos seus consumidores.
O estudo anteriormente citado partiu do pressuposto de que o número de prêmio Nobel per capita deveria se refletir na proporção de habitantes com funções cognitivas elevadas. Assim, os pesquisadores compararam o consumo nacional de chocolate com a proporção de pessoas que receberam o Prêmio Nobel. Vinte e três países foram pesquisados e o resultado, surpreendentemente, demonstrou que há uma relação entre o consumo per capita de chocolate e o número de ganhadores, na proporção de 10 milhões de habitantes, o que, segundo os estudiosos, demonstraria que, quanto maior é o consumo de chocolate de um país, maior é o número de ganhadores de prêmio Nobel. De acordo com os pesquisadores é preciso um consumo de 2 quilos de chocolate por ano para se ter um novo Prêmio Nobel o que, obviamente, não é o único requisito necessário para ser laureado com tão alta comenda.
Uma outra pesquisa, essa publicada pela respeitadíssima revista científica American Heart Association, concluiu que idosos maiores de 70 anos podem ser beneficiados com o consumo diário de uma porção de 30 gramas de chocolate com alto teor de cacau, principalmente objetivando evitar doenças como o Alzheimer e a Demência. Tal fato se explica pela quantidade de antioxidantes contidos no cacau.
Os estudos demonstraram, ainda, que os flavonoides, encontrados em maior quantidade nos chocolates amargos, podem trazer benefícios para a saúde cardiovascular dos idosos. Isto acontece porque há uma melhora no fluxo arterial, com a diminuição adesividade das plaquetas, que podem levar à obstrução dos vasos sanguíneos, diminuindo, inclusive, os níveis de LDL, o chamado colesterol ruim. Esta conjuntura de processos bioquímicos, associados com redução de outros fatores de risco cardiovascular reduzem o a chance de eventos tromboembólicos.
Os pesquisadores também concluíram que os flavonoides auxiliam na diminuição do processo inflamatório do corpo; e até mesmo que pode haver uma ligação, ainda não completamente esclarecida, de seu uso com a proteção contra o câncer. Nestes campos, muito há que ser pesquisado, porém a grande maioria do conhecimento advindo do consumo deste delicioso alimento pesa em seu benefício.
Ainda sobre as vantagens do uso do chocolate, a Universidade do Noroeste de Chicago, apresentou um estudo no qual concluiu que o hábito de tomar chocolate quente pode auxiliar para que pessoas acima dos 60 anos diminuam as chances de desenvolver alguma debilidade motora. Segundo os pesquisadores, isto ocorre porque o uso do chocolate auxilia na circulação do sangue e promove melhora da motricidade.
Não bastasse, em tempos nos quais o mau humor anda imperando, o chocolate ainda pode auxiliar na manutenção do bom humor. Isto acontece porque seu uso libera serotonina, chamado popularmente de hormônio da felicidade, pois ocasiona uma sensação de bem-estar e alegria.
Mas para você que se animou e já se preparava para pegar sua barrinha de chocolate, é preciso ficar atento, pois não é qualquer tipo de chocolate que traz os benefícios elencados. Devemos deixar de lado os ao leite e os brancos, dando preferência aos amargos, que tenham, no mínimo, 50% de massa de cacau em sua receita, mas, principalmente, para aqueles que tenham teor de cacau superior a 70% e, claro, é preciso atenção à quantidade, que não deve passar de 30 gramas.
Concluímos que você, que está tão arrasado de sua libação e abuso do chocolate ocorridos nesta pascoa e em outras situações podem trazer um pouquinho de ganho de peso, porém a manutenção de um ritual tão enriquecedor na troca de ovos entre os familiares e amigos, os ganhos energéticos e nutricionais do chocolates, aliado com o imenso prazer que ele proporciona pode trazer um pequeno alento às nossas consciências.
Doravante, fazer um pouco de dieta, muita atividade física e esperemos a próxima Páscoa para nos deleitarmos com este alimento tão delicioso.
Desejamos uma semana DOCE para todos.
Correio Braziliense domingo, 17 de abril de 2022
SAÚDE: AS SEQUELAS PERIGOSAS DO CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL
As sequelas perigosas do consumo excessivo de álcool
As sequelas do alcoolismo podem ser duradouras, mesmo quando o vício é interrompido. Além do fígado, pele, cérebro e coração são afetados
LM
Letícia Mouhamad*
postado em 17/04/2022 10:00
(crédito: Pixabay/Reprodução)
Em 2021, a Organização Pan-Americana da Saúde, órgão da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), publicou um estudo com dados alarmantes sobre a ingestão abusiva de álcool nas Américas: entre 2013 e 2015, cerca de 85 mil mortes a cada ano foram 100% atribuídas ao seu consumo.
Na pandemia, inclusive, essa ingestão se agravou. Entre os 55% da população brasileira que têm o hábito de beber, 17,2% declararam aumento, em vista de quadros de ansiedade por conta do isolamento social, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig). Compreender as diferenças entre a ingestão moderada e a dependência é fundamental para tratar condições que se desenvolvam em decorrência do alcoolismo.
A psiquiatra, professora e especialista em dependência química Helena Moura esclarece que considerar apenas a quantidade e a frequência de uso não é suficiente para o diagnóstico da doença. Levar em conta o quanto o consumo tem interferido nas relações interpessoais, no trabalho, nos estudos e no cuidado de si mesmo é essencial.
Além disso, outro ponto pertinente é a ingestão compulsiva, que ocorre quando a pessoa bebe sempre em maior quantidade e por mais tempo que o planejado, e há dificuldade em parar, apesar de perceber os prejuízos. Por isso, a importância de atentar-se aos sinais, já que os efeitos nocivos do álcool podem ser duradouros, mesmo quando o vício é interrompido.
alcoolismo(foto: valdo virgo)
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
Correio Braziliense sábado, 16 de abril de 2022
SEMANA SANTA: CONFIRA COMO FOI A VIA SACRA NO MORRO DA CAPELINHA
Via Sacra em imagens: confira como foi o espetáculo no Morro da Capelinha
Movimentação começou com a chegada de fiéis pagadores de promessa ainda pela manhã. Espetáculo da Paixão de Cristo durou cerca de quatro horas
CB
Correio Braziliense
postado em 16/04/2022 06:00
15/04/2022 Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades. Via Sacra 2022 no Morro da Capelinha, em Planaltina. - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Fé, lágrimas e agradecimento. Assim pode ser resumido o espetáculo da Via Sacra, ocorrido nesta sexta-feira (15/4), em Planaltina. Pagadores de promessa de várias regiões do Distrito Federal e Entorno chegaram ao Morro da Capelinha ainda nas primeiras horas da manhã.
Com as pernas machucadas após subir o trajeto de cerca de 1km de joelhos, o estudante Guilherme Rocha, 19 anos, contou que a fé não o fez desistir no caminho. "É gratificante. O percurso é difícil, mas eu mantive a fé em Deus. Em nenhum momento eu pensei em me entregar", celebrou o morador de Planaltina, que demorou cerca de três horas para concluir o percurso.
Enquanto isso, nos bastidores, os atores se preparavam para a encenação religiosa. O espetáculo da Paixão de Cristo começou por volta das 16h, e nem a chuva desanimou os fiéis, que acompanharam todas as passagens da Via Sacra. Confira nas fotos de Marcelo Ferreira e Carlos Vieira os momentos do espetáculo.
Correio Braziliense sexta, 15 de abril de 2022
GASTRONOMIA: FAZENDA CHURRASCADA
Especializado em parrilla, Fazenda Churrascada tem opções para sexta-feira santa
Não será por estar banido o consumo de carne pelos fiéis, como reza a tradição deste dia, que você deixará de conhecer um lugar fascinante num endereço campestre, que apesar de muito próximo da Praça dos Três Poderes, se chama Fazenda Churrascada. Nela também serão servidos frutos do mar e pescado. São duas opções: filé de namorado grelhado na parrilla com crosta de castanha de caju e ervas frescas (300g), finalizado no forno a carvão por R$ 99.
Prato de peixe Namorado grelhado na parrilla com crosta de castanha de caju ideal para sexta-feira santa. Crédito: Fernando Pires/Divulgação
A outra sugestão da casa, instalada no Clube de Golfe, onde era o restaurante Oliver, é um polvo também de 300g grelhado na parrilla, acompanhado de molhos aioli e chimichurri, segundo receita própria, por R$ 132. Para guarnecer os pratos há mais de 10 sugestões, mas as que se encaixam num menu sem carne são a beterraba assada na brasa com molho de creme azedo e iogurte e a batata doce assada e finalizada na brasa com manteiga de ervas e sour cream, ambas por R$ 16 cada.
Embora a grife tenha vindo de São Paulo, onde ocupa uma verdadeira casa de fazenda no Morumbi, desde agosto de 2020, o conceito já é conhecido do brasiliense. Há cinco anos, o Brasília Palace Hotel foi palco do 1º Congresso Nacional de Carnes e Churrasco – Capital MEATing, que buscava popularizar e difundir as técnicas de preparo da carne, desde a escolha do corte até o tempero passando pelos segredos da brasa, com a participação de mais de 20 mestres churrasqueiros do país. É esse conjunto que ganhou o nome de churrascada.
Além da brasa
.Polvo grelhado na parrilla Crédito: Fernando Pires/Divulgação
Se você ainda não esteve lá, amanhã e domingo de Páscoa poderão oferecer a chance de degustar os bons cortes preparados na grande parrilla de nove metros, como bife Ancho (R$ 99), bife de chorizo (R$ 88); flat iron (R$ 84); denver steak (R$ 79), bombom de alcatra (R$ 69), short rib (R$ 149), prime rib suíno Duroc (R$ 59) e galeto inteiro (R$ 49). Todas as opções tem a escolta do vinagrete da casa, feito com maçã verde, tomate verde, cebola roxa, pimenta dedo-de-moça e ervas frescas. Outra técnica é a defumação feita no pit smoker, de onde pode sair o brisquet, depois de 12 horas; a costelinha suína, o cupim defumado e a picanha finalizada na parrilla (R$ 119).
O que surpreende o frequentador de restaurante na Churrascada é a existência de um açougue, o 481 onde você pode escolher o corte e acompanhar o preparo ou levar a carne para casa, inclusive a mais cara do mundo, que é o wagyu com alto grau de marmoreio, encontrado em apenas 1% dos bois criados no Japão. Nesta experiência, o cliente pode assar o corte em sua própria mesa, em uma pequena churrasqueira. Um luxo! Funciona de terça a quinta, das 12h às 23h; sexta e sábado, das 12h à zero hora e domingo, das 12h às 23h. Reservas pelo 99290-2675 (whatsapp).
Correio Braziliense quinta, 14 de abril de 2022
GASTRONOMIA: SOBREMESA FÁCIL PARA A PÁSCOA? APOSTE NA PALHA ITALIANA TAMANHO FAMÍLIA
Sobremesa fácil para a Páscoa? Aposte na palha italiana tamanho família
Com apenas cinco ingredientes, essa receita prática e rápida de sobremesa promete agradar a família toda no almoço de Páscoa
CS
Cecília Sóter
postado em 14/04/2022 06:00
Palha italiana tamanho família: uma sobremesa fácil de fazer na Páscoa - (crédito: Divulgação/Mistura que Agrada)
Os amantes de doce vão concordar que a sobremesa é a hora mais esperada do almoço de Páscoa. E nada como uma receita fácil e rápida para adoçar esse momento em família. O Correio foi direto na fonte para achar um preparo que promete agradar a todos. A chef Luana Gagliardi do 'Mistura que Agrada' trabalha no ramo de doces desde 2010 e começou com seus brigadeiros de diferentes sabores e a famosa palha italiana. E é essa receita que ela compartilhou com a gente. Anota aí!
Receita da palha italiana do 'Mistura que Agrada' tamanho família:
Ingredientes:
Duas latas de leite condensado integral
Uma caixinha de creme de leite (com 17 a 20% de gordura)
50g de cacau ou achocolatado (o que preferir)
Uma barra de chocolate de 80g a 90g de sua preferência
Um pacote de biscoito de maisena (a chef sugere da marca Piraquê)
Modo de preparo:
Em uma panela, misture o cacau ou achocolatado e o leite condensado. Depois adicione o creme de leite e a barra de chocolate já com o fogo ligado. Mexa até chegar ao ponto Moisés (que é o ponto do brigadeiro para enrolar). Dica: passe a colher no meio da panela e divida a massa do brigadeiro em duas partes. Ela precisa demorar a voltar, deixando visível o fundo da panela.
Após preparar o brigadeiro até dar o ponto de enrolar, reserve-o. Em uma vasilha, pique os biscoitos maisena.
Em uma forma de fundo falso — ou na travessa que tiver em casa — coloque um acetato ou filme plástico nas laterais. Caso queira remover para deixar exposto na mesa, unte.
Vá intercalando o brigadeiro ainda morno com o biscoito. Deixe esfriar ou leve a geladeira. Depois é só desenformar e aproveitar!
Essa receita rende em média 1 quilo de palha italiana e serve de 5 a 6 pessoas. Para uma porção maior, basta dobrar a receita.
Correio Braziliense quarta, 13 de abril de 2022
GASTRONOMIA: BACALHAU DE PÁSCOA - ENTENDA QUAL O CORTE IDEAL PARA CADA PREPARO
Bacalhau de Páscoa: Entenda qual o corte ideal para cada preparo
O chef Bruno Barboza explica quais são as categorias do peixe e os preparos ideias para cada peça
CS
Cecília Sóter
postado em 13/04/2022 06:00
Já quer ficar com água na boca? Então olha essa posta de bacalhau à moda portuguesa com batata ao murro - (crédito: Zuri Buffet)
A sexta-feira Santa está bem próxima e o tradicional almoço — que tem como prato principal o bacalhau — já permeia a mente dos apreciadores de uma boa gastronomia. Com diferentes tipos de cortes, o peixe traz uma grande variedade de preparo. E para te ajudar na hora de escolher qual peça comprar, o Correio conversou com o chef Bruno Barboza do Zuri Buffet, para explicar qual o melhor corte para cada tipo de preparo.
O chef ensina que o bacalhau pode ser feito de vários peixes diferentes, entre eles os mais comuns são o Gadus Morhua, Saithe e Gadus Macrocephalus. “Cada espécie é encontrada em um oceano diferente”, detalha.
Dentro dessa divisão de espécies, o peixe também é dividido em partes, como o lombo alto, postas — que são um pouco menores ou maiores dependendo da qualidade —, e as lascas ou desfiados.
Bruno ressalta que o Gadus Morhua é considerado o melhor porque consegue lombos mais altos e macios, ideais para serem feitos confitados (cozinhados em baixas temperaturas, sem fritar) no azeite de oliva, assados na brasa ou até mesmo no forno.
“Os lombos altos dessa espécie tem uma apresentação muito bonita, tanto pela coloração mais clara como pela altura das peças”, pontua o chef. Em questão de valores, essa é a espécie que custa mais caro, justamente pelas suas características. Atualmente sai, em média, R$ 150 o quilo de lombo.
O Saithe é uma espécie mais comum no Brasil, pois pode ser pescado no oceano Atlântico. Contudo, possui uma coloração mais escura, um sabor mais acentuado e é um pouco mais baixo que os demais. Por não ter a nobreza das espécies Gadus, é a mais barata, sendo uma das mais consumidas pelos brasileiros, mas não se encontra muito lombo, somente postas ou desfiado. Pode variar de R$ 90 a R$ 120 o quilo. “Ele possui uma carne mais seca sendo melhor feita em bolinhos, escondidinhos e coisas do tipo”, sugere Barboza.
Já o Gadus Macrocephalus é semelhante ao Gadus Morhua, principalmente na coloração, porém a textura da carne é um pouco mais dura, ideal para ensopados e cozimentos longos. “Ele é bom fazer até uma moqueca de bacalhau ou confitado no azeite”, sugere o chef. Custa em média R$ 130 o quilo. D EP
Correio Braziliense terça, 12 de abril de 2022
GASTRONOMIA: PÁSCOA 2022 - 5 RESTAURANTES COM CARDÁPIO ESPECIAL PARA A SEMANA SANTA
Páscoa 2022: 5 restaurantes com cardápio especial para a Semana Santa
Para quem preferir, separamos também restaurantes que estão aceitando encomendas para desfrutas dos pratos sem sair de casa
CS
Cecília Sóter
postado em 12/04/2022 06:00
Olha um exemplo de dar água na boca: Lombo de Bacalhau confitado com alho, azeitona, cebola roxa, pimentão vermelho, tremoços e salsinha. Acompanha arroz cremoso com brócolis e palha de alho-poró - (crédito: Divulgação/Cantucci Osteria)
A Semana Santa está chegando e para celebrar, muitas famílias se reúnem em volta da mesa para uma refeição especial. Para quem já está se preocupando com os comes e bebes do feriado, o Correio separou algumas opções de restaurantes que vão oferecer menus especiais para a data, tanto para comer no local quanto para encomendas. Basta escolher e lamber os dedos!
Cantucci Osteria (CLN 403)
O restaurante terá um menu especial disponível nos dias 15, 16 e 17/04. Quem optar por degustar os pratos em casa, as encomendas podem ser feitas até o dia 14/04, via whatsapp (61 3328-5242).
Entradas
Brioche de Lula Empanada com aioli mediterrâneo e picles de cebola roxa — R$ 32;
Casquinha de Bacalhau desfiado gratinada com creme de mandioca e cebola caramelizada — R$ 16;
Salada de Grão de Bico — R$ 29.
Pratos Principais
Lombo de Bacalhau confitado com alho, azeitona, cebola roxa, pimentão vermelho, tremoços e salsinha. Acompanha arroz cremoso com brócolis e palha de alho-poró — R$ 89 / 178 (serve 2 pessoas);
Pescada Amarela grelhada ao molho de manteiga noisette com camarões, amêndoas, alcaparras e ciboulette. Acompanha batatinhas assadas ao alecrim e tomate recheado de ricota — R$64 / 128 (serve 2 pessoas);
Lasanha de Três Queijos com cebola caramelizada e amêndoas — R$ 54;
Grano & Oliva Pizzeria (CLN 403)
A casa criou uma pizza especial que estará disponível durante todo o mês de abril, feita com peixe alici, pomodoro pelatti italiano, alho confitado, straciatella e manjericão. A pizza individual custa R$ 43 e a média R$ 68.
Dona Cleide (Águas Claras)
O restaurante programou um buffet para o almoço da sexta-feira Santa repleto de peixes, como o tradicional bacalhau, salmão, tilápia e moqueca, por R$ 79,90 o quilo
O restaurante preparou receitas especiais para a data e estão disponíveis exclusivamente para encomendas feitas até o dia 13 de abril, às 23h, por meio do WhatsApp: (61) 99666-7913 ou no próprio restaurante.
Bacalhau desfiado e gratinado na nata (R$ 350 — 1kg);
Bacalhoada (R$ 550 — 1kg);
Bacalhau a lagareiro com batatas ao murro (R$ 590 — 1kg);
Peixada cearense com pescada amarela e pirão 1 kg (R$ 350 — 1kg);
Camarão Seridó (R$ 320 — 1kg): camarão puxado na manteiga de garrafa e molho bechamel, gratinado com arroz de leite e queijo de coalho;
Arroz de bacalhau (R$ 230 — 1kg).
Dom Francisco (ASBAC e 402 Sul)
O tradicional restaurante do Chef Francisco, especialista em bacalhau, está com pratos especiais para a data. Os pratos servem duas pessoas. Encomendas podem ser feitas pelos telefones 3226-2005 ou 99416-5548 (ASBAC); 3224-1634 ou 99197-8172 (402 Sul)
Bacalhau em natas: Bacalhau em lascas refogado com natas frescas, cebola, alho e noz moscada. Depois é levado ao forno sobre cama fina de batatas e gratinado com queijo parmesão, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau desfiado à Portuguesa: Bacalhau em lascas sobre cama de batata, cebola, pimentão verde e azeitona preta. Coberto por tomates e levado ao forno com azeite extra virgem. Ao final do preparo, acrescido de ovo cozido, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau aromático: Bacalhau em lascas refogado com cebola pérola, bulbo de erva doce, alho poró e azeite extra virgem. Finalizado no forno sobre cama fina de batatas cozidas, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau em postas finas: Bacalhau em postas finas, sobre cama de batata, cebola, pimentão verde e azeitona preta. Coberto por tomates e levado ao forno com azeite extra virgem, com ovos cozidos adicionados ao fim do preparo e acompanhado de arroz com brócolis — R$ 185
Bolinho de bacalhau 70 g — R$ 8 (unid)
Correio Braziliense segunda, 11 de abril de 2022
SEMANA SANTA: PEIXARIAS ESPERAM MOVIMENTO ATÉ 60% MAIOR QUE NO ANO PASSADO
Peixarias esperam movimento até 60% maior do que no ano passado
Setor de piscicultura do DF espera vender, para o feriadão, 60% a mais do que no ano passado. Expectativa é de que sejam comercializados, apenas por uma cooperativa, cerca de 13 toneladas. Comércio geral prevê aumento de 18%, comparado à 2021
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 11/04/2022 05:54 / atualizado em 11/04/2022 05:55
Na Peixaria Ueda, na Feira do Guará, os favoritos dos clientes são tilápia, salmão, surubim e bacalhau - (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Os comerciantes do Distrito Federal estão confiantes de terem bons resultados nesta Semana Santa. As vendas devem subir até 18,08% em relação ao ano passado, segundo o Instituto Fecomércio-DF. Para 42,91% dos lojistas, a Páscoa será melhor em 2022 se comparada com 2021. Quem segue a tradição de não consumir carne vermelha mantém em alta o comércio de peixes no período. E a previsão dos comerciantes de pescados do DF para a data é de vender, ao menos, 62,5% a mais em 2022 do que em 2021. "A expectativa para este ano está boa demais, e devemos fechar o período da Semana Santa com volume de vendas entre 12 e 13 toneladas", adianta Luciano Andrade, presidente da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar, do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil (Coopindaiá), responsável pelo Mercado do Peixe, na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa), desde outubro de 2020.
O resultado do mesmo período de 2021 ficou entre sete e oito toneladas, de acordo com a Coopindaiá. "O movimento começou a crescer na segunda-feira da semana passada e, agora, está bacana. Na Quaresma, o pessoal estava mais tímido", observa o presidente da cooperativa. Os peixes da Coopindaiá são cultivados no DF e no Entorno. Entre as espécies mais comercializadas, Luciano Andrade destaca a tilápia. "É a campeã de vendas. Sempre foi assim, a tilápia não tem crise e vende bastante, em postas, filé e inteira. Hoje, o salmão sai mais do que o bacalhau, por conta do preço e da dificuldade de importação", continua. Tambaqui, pescada amarela, robalo, pescada branca, camarão e surubim também estão na lista dos mais vendidos.
Diretor da área de pescados do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas do Distrito Federal (Sindigêneros-DF), Renato César Guimarães ressalta que o brasiliense vem incluindo com mais frequência o peixe no cardápio do dia a dia. As espécies mais consumidas na capital do país são cultivadas — tambaqui, tilápia, pintado e salmão. Dessas, apenas o salmão não é criado no DF, por conta da temperatura da água, e vem do Chile. "Temos, atualmente, aqui no Distrito Federal, o terceiro maior consumo per capita de pescados do Brasil (14kg por habitante por ano) — atrás do Rio de Janeiro e de São Paulo. As pessoas estão comendo mais peixes no dia a dia, hoje, do que há 15 ou 20 anos", analisa Renato. A média nacional de consumo é de 9,5kg por pessoa anualmente. A previsão de arrecadação é positiva para 2022 mesmo com o aumento dos custos. "O combustível pesa muito no preço dos produtos, que estão cerca de 20% mais caros este ano do que em 2021", afirma.
Expectativa
Entre os comerciantes, o clima é de animação. Franck de Souza, gerente da Peixaria Ueda da Feira do Guará, espera vender até 8 toneladas de tilápia durante a Semana Santa deste ano, mesma quantidade de 2021 e 2020. "É o peixe que mais vende, seguido de salmão e peixes de couro, como o surubim. O bacalhau sai bem também, está entre os cinco mais vendidos. O movimento começou tímido, mas, desde hoje (ontem), está dentro do resultado esperado. Estamos tendo de correr atrás de mercadorias", comemora.
Franck acredita que o fluxo melhore ao longo da semana. "Acreditamos que vamos superar (o ano passado). Esperamos que o movimento aumente bastante a partir de quarta-feira, mas nosso estoque já está esvaziando", revela o gerente, que oferece condições especiais para atrair mais clientes. "Dou descontos a depender da forma de pagamento. Com Pix e dinheiro, o desconto é maior; no cartão de débito, é médio; e no crédito não consigo dar desconto, mas parcelo a compra", detalha.
Lumma Olivé, proprietária da rede A Peixaria, conta que o movimento nesta Semana Santa começou na segunda-feira passada. Apesar do atraso em relação aos períodos anteriores, o valor arrecadado cresceu, mas a saída de produtos foi a mesma de 2021. Mesmo assim, a empresária espera que, até a Páscoa, as vendas cresçam 20% na comparação com 2021.
Para atrair os clientes, Lumma coloca produtos diferentes em promoção diariamente. "Na semana retrasada, o bacalhau estava em oferta, mas vendeu apenas 18% na comparação com o mesmo período de 2021. A venda da pescada amarela nesta semana, com o preço reduzido, equiparou-se ao dado do ano passado", observa a proprietária.
A maior parte dos clientes da rede costuma comprar bacalhau para consumir no Domingo de Páscoa. "O público acaba sendo mais seletivo para os outros dias da semana. Muitos compram merluza em vez do bacalhau, que é quatro vezes mais caro, e adaptam receitas", relata Lumma, que começou a divulgar receitas com peixes alternativos para a Páscoa, como o tambaqui, nas redes sociais da empresa.
Opções
Variar as receitas é uma das alternativas que o economista Riezo Almeida recomenda para economizar na hora da compra dos pescados. "Fazer o peixe como recheio de uma torta ou empanado, por exemplo, para juntar mais ingredientes, e o prato render mais. É a economia criativa", sugere. A tendência na Semana Santa é de os preços estarem mais altos. "Os peixes são mais produzidos nesta época, então os produtores aproveitam a oferta maior para lucrar mais, porque a média não é tão alta no restante do ano", explica o especialista.
Além disso, os valores dos produtos cresceram por conta do aumento dos custos. "A ração do peixe está mais cara, porque o preço da soja e outros grãos subiu, por conta do mercado internacional. Fertilizantes estão em falta no mundo todo devido à guerra. Os combustíveis também subiram de valor. A ração e o frete podem chegar à metade dos custos da produção de peixes", enumera Riezo Almeida.
A gastrônoma Solange da Silva, 59 anos, sentiu o aumento dos preços na hora das compras para a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa. Mesmo assim, não deixou de lado o costume de ter os pescados à mesa. A moradora do Núcleo Bandeirante comprou 1kg de tilápia para comer durante a Semana Santa. "Os preços estão muito salgados, e a tilápia é um peixe fácil de fazer", justifica. "Comprei tudo que precisava logo hoje (ontem) para não precisar voltar. É uma tradição familiar não comer carne vermelha quinta e sexta-feira da Semana Santa. Não como desde que me entendo por gente", brinca Solange.
Mais pedidos
Preço médio (kg)
>> Pescada amarela: R$ 50
>> Surubim: R$ 50
>> Filé de tilápia: R$ 45
>> Tambaqui: R$ 20
>> Salmão: R$ 80
Correio Braziliense domingo, 10 de abril de 2022
TURISMO: SEMANA SANTA ANIMA O TURISMO DO DISTRITO FEDERAL E DOS ARREDORES
Semana Santa anima o turismo do Distrito Federal e dos arredores
Após dois anos, um dos setores mais afetados pela pandemia observa melhora no movimento. Um dos indicativos é a arrecadação do ISS pago pelo segmento, que subiu 10% em janeiro e fevereiro, apesar de a alíquota do tributo ter diminuído de 5% para 2%
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 10/04/2022 06:00 / atualizado em 10/04/2022 07:21
O dado de fevereiro de 2019 foi superior ao deste ano, mas as informações de 2022 passaram 2020 e 2021. A perspectiva de melhora havia sido anunciada em janeiro, quando o índice ficou 56,8% maior do que o mesmo mês de 2018, e 26,5% acima dos primeiros 31 dias de 2019. O balanço é do Observatório do Turismo, plataforma que conta com informações da Secretaria de Economia do DF e é mantida pela Secretaria de Turismo do DF (Setur).
Avanço do turismo no DF(foto: Lucas Pacífico/CB/D.A Press)
Responsável pelo observatório, Marcos Vinicius de Sousa explica que os números são relativos às empresas registradas no Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas do Setor Turístico (Cadastur) e engloba agências de viagens, transportes e guias turísticos. "Brasília está recebendo mais turistas. Os resultados mostram que mais serviços foram prestados e que, portanto, a arrecadação subiu, mesmo com a redução da alíquota", detalha Marcos. Em junho do ano passado, por meio de uma lei distrital, o ISS cobrado do setor, desde 1º de janeiro de 2022, caiu de 5% para 2%.
Henrique Severien, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (Abih), confirma o cenário positivo. O preço das diárias, neste ano, está de 15% a 20% menor do que em 2019, segundo a Abih. "Como tivemos aumento na demanda, a receita também cresceu. Mas a inflação impactou bastante. A energia elétrica e a parte de alimentação, cujos preços cresceram exponencialmente, são muito relevantes na composição do valor da diária. Mas não é o momento de fazer reajustes, ainda que sejam justificáveis", pondera.
Descanso
O presidente da Abih destaca que os brasilienses costumam aproveitar os feriados em locais próximos ao DF. É o caso da bancária Simone Togawa, 42 anos, que vai curtir os dias de folga e levar os filhos, de 8 e 9 anos, para acampar pela primeira vez, no Ecoparque Barra do Dia, em Padre Bernardo (GO), a 80 km da área central do Plano Piloto.
Cachoeira Lydia, diversas quedas d'água para aproveitar a exuberância da natureza, próximo ao DF(foto: Arquivo pessoal)
A moradora do Setor Habitacional Tororó costuma ir para locais nos arredores do DF em feriados, como Cavalcante (GO) e Pirenópolis (GO), mas não viaja desde 2020, por conta da pandemia. "Eu acampava muito quando era adolescente, sempre gostei, mas parei depois que casei e tive filhos, porque é mais confortável ficar em hotel", admite Simone. "Eu e meu marido sempre quisemos levar as crianças para acampar. Vamos curtir e explorar a natureza e vamos levar lanterna e vara de pescar. Tem anos que não acampo, minha expectativa está grande", revela a bancária.
Uma das atrações na Fazenda Barra do Dia, onde fica o ecoparque, é a Cachoeira Lydia. O administrador desse espaço de trilhas e quedas d'água, Ricardo Moreira, conta que 98% dos visitantes são do DF. O local, que oferece opções para passar o dia e pacotes para o camping de sexta a domingo, está lotado. No entanto, Ricardo afirma que a procura para a Semana Santa foi menor do que a registrada em 2021. "No ano passado, as pessoas estavam com dinheiro e doidas para sair. Agora, estamos em crise, e o pessoal está sem dinheiro. Intensifiquei a divulgação no Instagram, contratando uma pessoa para cuidar do marketing digital", conta Ricardo, morador do Lago Sul.
Proximidades
Nos municípios goianos mais procurados pelos brasilienses — como Pirenópolis e as cidades que ficam na Chapada dos Veadeiros — os cenários são parecidos. Empresários da região esperam que os lucros do feriado fiquem próximos aos percebidos em 2019. Vitor Giuberti e Denise Polla alugam casas por temporada na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso, no espaço Rio da Lua. "É um formato que, depois da pandemia, as pessoas passaram a preferir. Casas inteiras disponíveis para o hóspede são mais confortáveis e não há aglomeração", argumenta Denise. Cerca de 70% dos hóspedes são de Brasília. O casal está com todas as unidades ocupadas para o feriado.
Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, é um dos locais mais visitados por viajantes e moradores da região(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Denise explica que o movimento em 2021 foi muito superior ao dos anos anteriores. "Foi completamente atípico para o turismo. Todos estavam desesperados para sair de casa, então, a procura foi grande", relembra a empresária. Ela acredita que, dificilmente, os resultados deste ano vão superar os do ano passado, mas crê que 2022 vai ficar perto do cenário observado antes da pandemia. "As pessoas se organizam de 45 a 60 dias antes do feriado e, normalmente, reservam a hospedagem para a Semana Santa em fevereiro. A procura ficou dentro desse intervalo, neste ano", completa.
Ao Correio, a Secretaria Municipal de Turismo de Pirenópolis informou que a expectativa para a data é positiva. "A procura por pousadas e pesquisas sobre atrativos têm sido frequentes em nosso Centro de Atendimento ao Turista. Esperamos ter uma ocupação satisfatória durante esses dias. Os períodos de Semana Santa de 2020 e 2021 foram bastante marcados pela pandemia. Portanto, tendo em vista o atual cenário de flexibilização e atenuação da covid-19, esperamos ter um movimento melhor em 2022. O público predominante de Pirenópolis continua sendo o originário de Brasília", escreveu a secretaria, em nota.
Correio Braziliense sábado, 09 de abril de 2022
ENSINO: ESCOLAS PÚBLICAS COMEMORAM RECORDE DE ALUNOS APROVADOS NA UnB
Escolas públicas comemoram recorde de alunos aprovados na UnB
Escolas públicas do Distrito Federal emplacam grande número de estudantes em cursos de graduação da Universidade de Brasília (UnB) por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS)
AV
Arthur Vieira*
MA
Mariana Andrade*
postado em 09/04/2022 00:01 / atualizado em 09/04/2022 12:29
Alunos do Cemab, de Taguatinga, comemoram o bom desempenho no PAS - (crédito: Ed Alves/CB)
Estudantes de escolas públicas aprovados na Universidade de Brasília (UnB) por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS), assim como os professores deles, comemoram o que consideram a grande conquista de suas vidas. A sensação do dever cumprido e a certeza de dias melhores em um futuro próximo são experimentadas, agora, por 10 entre 10 alunos. Escolas públicas de Santa Maria, Ceilândia e Taguatinga registraram aprovação recorde na primeira chamada do programa. Mais da metade dos calouros aprovados para o primeiro semestre de 2022 são oriundos de escolas públicas (826) ou estudantes que se declararam negros (88), de acordo com dados da Reitoria da instituição de ensino superior.
O caminho trilhado pelos candidatos do PAS foi marcado por diversas dificuldades provocadas pela pandemia, pois as provas ocorreram no auge do contágio. Os estudantes foram obrigados a encarar as aulas remotas e grande parte deles sequer tinha acesso à internet, o que levou muitas escolas da rede pública a se reinventar, na busca por uma base sólida de aprendizado.
"Aulões" beneficiam 32 alunos
Em Santa Maria, o Centro de Ensino Médio 404 registrou a aprovação de 32 alunos. Entre as iniciativas para alcançar o bom desempenho, destaca-se o projeto Mais 1 no PAS, idealizado pelo professor Ricardo Rocha. Iniciado em outubro, o programa, criado para auxiliar os estudantes da cidade, consiste em uma série de "aulões" mensais gratuitos, sempre aos sábados. A equipe é formada por professores voluntários, que planejam desde a orientação da inscrição no exame até o conteúdo curricular cobrado — inclusive as obras da matriz do Programa de Avaliação Seriada —, além de oferecer suporte psicológico.
A logística para os "aulões" requer financiamento coletivo, tanto para compra de materiais acadêmicos e equipamentos, quanto para a alimentação. Rocha avalia que o projeto pode resultar em maior inserção de jovens da rede pública da região em instituições de ensino superior de qualidade. Segundo ele, a ordem é exterminar o estigma negativo de Santa Maria, introduzindo uma nova perspectiva profissional para os jovens locais. "Esperamos que em, pelo menos, dois anos, as pessoas olhem para a cidade com mais positividade e compreendam que, aqui, não existe apenas criminalidade. (Queremos) mostrar que temos várias coisas legais também", diz ele.
Aprovadas na Universidade de Brasília, as gêmeas Mariana e Manuela Veras, 18 anos, foram beneficiadas pelo Mais 1 no PAS. Mariana alcançou nota máxima na redação e atribui boa parte da realização ao projeto. "Pelo menos 70% do meu desempenho nas provas foi graças ao que aprendi nos 'aulões'. Se não fosse por essas aulas, não teria conseguido alcançar meu objetivo", relata Mariana. Ela conta que, para frequentar os simulados, foi preciso conciliar trabalho e estudo. "Mesmo com a agenda lotada, sempre arranjávamos um tempinho à noite para estudar juntas", lembra.
Mariana acrescenta que, ao saber que alcançou nota máxima na redação, a sensação foi de surpresa e incredulidade. "Pensava que tinha zerado. Foi um choque. Estava muito nervosa, mas, depois, caiu a ficha. A redação estava mesmo impecável", reconhece.
Sonhos que se transformam em realidade
O Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, aprovou 36 estudantes em diferentes cursos da Universidade de Brasília. A diretora da escola, Suzane Martins, emocionou-se com o feito. "É o resultado de um excelente trabalho em equipe desenvolvido durante a pandemia. Estamos muito felizes", comemora.
Ela destaca que o esforço foi recompensado pela participação ativa dos alunos nas aulas remotas. "Nossos estudantes são verdadeiros guerreiros, pois vivenciaram todo o ensino médio a distância", diz. Segundo ela, a escola também desenvolveu um projeto de "aulões" preparatórios mensais para os estudantes, que foi adaptado para o modelo virtual.
Dois estudantes do colégio, com histórias de vida diferentes, optaram por seguir carreiras na área de engenharia. Arthur Ramos, 17, foi aprovado no programa em engenharia mecânica e vai estudar no câmpus Darcy Ribeiro, no Plano Piloto, no próximo semestre. "Parece um sonho. Até hoje, estou comemorando. Só vou acreditar quando entrar na sala de aula", afirma.
O jovem, filho de professora, contou com a ajuda do irmão para se preparar para o processo de seleção, chegando a montar um cronograma, pelo qual estudavam duas matérias por dia, durante cerca de quatro horas. Ele conta que optou pelo curso por apreciar o universo do automobilismo e das máquinas pesadas. "Desde criança, eu me interesso por carros e sempre quis entender como as engrenagens funcionavam", lembra.
Já Gabriel Castro, 18, escolheu o curso de engenharia química e considerou a aprovação uma grata surpresa, pois enfrentou dois anos de aulas remotas. Ele revela que a pandemia foi um fator determinante para a mudança de escola, pois o comércio da mãe fechou, levando-o a buscar refúgio nos estudos. "A ansiedade foi o maior dos problemas. Eu me senti superdesmotivado durante os dois anos de distanciamento", afirma. Além disso, ele reconhece que as escolas da rede pública sofreram muito para se adaptar nos picos da covid-19.
Ceilândia vibra com resultado
Quem também teve alunos aprovados na área de engenharia foi o Centro de Enino Médio 2 de Ceilândia, que emplacou 16 aprovações. Lá, os estudantes vibraram com a realização de ingressar na Universidade de Brasília (UnB). "Ainda estou sem acreditar. Foram três anos de muita dedicação e luta", relata Jéssica Eveline, 18 anos, que optou por engenharia de softwares. A jovem foi aprovada em letras pelo vestibular. Contudo, assim que saiu o resultado do Programa de Avaliação Seriada, optou pelo diploma de engenheira.
Além do incentivo da família — principalmente da mãe, que se formou recentemente e é educadora —, Jéssica frequentou cursinhos preparatórios oferecidos por movimentos sociais do Distrito Federal, que a ajudaram a se manter firme nos estudos: "Eles me motivaram a ter a consciência de que meu lugar é na universidade, que teria como ser aprovada. Hoje, consegui isso", diz. Ela se orgulha de ser a primeira da família aprovada na UnB.
Jéssica comenta que a ansiedade foi um dos obstáculos na preparação para os vestibulares: "Acredito que ela atacou todo mundo nesse período". E, para a jovem, ao mesmo tempo em que o modelo remoto foi desesperador, quando foi necessário que a escola se reinventasse, os alunos desenvolveram a habilidade de estudar por conta própria. "Isso trouxe uma certa maturidade", relata.
Gabriel Henrique Rodrigues, 18, também optou por engenharia de software e, graças a muita persistência, obteve a tão sonhada aprovação. "Fiquei sem acreditar o resto do dia. É uma sensação incrível saber que você estudou tanto e foi recompensado", disse. O jovem conta que investiu cerca de oito horas diárias para se preparar, com ajuda da irmã, educadora, que o auxiliou a compreender a dinâmica das provas e o motivou a seguir o sonho dele.
O recém-aprovado se alegra pelo fato de, agora, poder estudar presencialmente na UnB, pois não obteve boas experiências com aulas a distância nestes últimos dois anos. "A ansiedade bateu lá em cima, porque não tinha ninguém para interagir e conversar. Foi um processo traumático", conta. Ele revela ter optado por engenharia de software na expectativa de ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho.
Os calouros podem se preparar para o próximo semestre. Segundo o calendário da UnB, as aulas retornam ao modelo presencial em 6 de junho. Em caso de não preenchimento das vagas, a universidade pode publicar novas chamadas ao longo do ano.
Correio Braziliense sexta, 08 de abril de 2022
UNIÃO: TRINTA CASAIS PARTICIPAM DA SEGUNDA EDIÇÃO DO CASAMENTO COMUNITÁRIO
Trinta casais participam da segunda edição do casamento comunitário
Para assegurar que os participantes estejam impecáveis no evento, que ocorrerá no domingo (10/4), a Sejus promoveu o último ensaio geral com os noivos
CB
Correio Braziliense
postado em 08/04/2022 10:22
Cerimônia será no Museu Nacional da República, no domingo (10/4) - (crédito: Ed Alves/CB)
Para assegurar que os participantes estejam impecáveis no grande dia, a Sejus promoveu, nesta quinta-feira (7/4), o último ensaio geral com os noivos. Na ocasião, puderam tirar dúvidas sobre horários para a chegada das noivas, noivos, parentes, posicionamentos durante a cerimônia, dicas para as fotografias e todos os detalhes sobre a organização do evento.
O Casamento Comunitário é uma política pública de garantia de direitos e fortalecimento da família, promovido com o apoio de empresas parceiras e voluntários. Os casais têm acesso a vestidos, ternos, maquiagem, penteado e buquês, além da isenção das taxas cartoriais. A decoração, iluminação e a música também são garantidos no local da cerimônia para completar o dia especial.
Correio Braziliense quinta, 07 de abril de 2022
INFRAESTRUTURA: INAUGURAÇÃO DE CORUMBÁ IV É APOSTA CONTRA NOVO RACIONAMENTO
Inauguração de Corumbá IV é a aposta contra novo racionamento
Com construção iniciada em 2011 e custo total de R$ 440 milhões, sistema de captação e tratamento de água entrou em funcionamento nessa quarta-feira (6/4). Atendimento deve alcançar 1,3 milhão de pessoas, em oito cidades do DF e do Entorno
PM
Pedro Marra; Jéssica Eufrásio
postado em 07/04/2022 05:55 / atualizado em 07/04/2022 05:56
Megaestrutura entrou em atividade nessa quarta-feira (6/4), em Valparaíso (GO) - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Com previsão de funcionar por 10 anos, no mínimo, o Sistema Produtor Corumbá IV teve as obras concluídas. A construção do sistema, que abastecerá áreas da região Sul do Distrito Federal e do Entorno, começou em 2011. De lá para cá, continuou ao longo de diferentes gestões até ser inaugurado nessa quarta-feira (6/4), pelos governadores do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). A promessa é de que a megaestrutura para captação de água impeça a capital do país de enfrentar, por enquanto, outra crise hídrica, como a vivida pelos brasilienses entre 2016 e 2018.
A obra de R$ 440 milhões se deu por meio de parceria entre as companhias de Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb) e de Saneamento de Goiás (Saneago). O sistema tem capacidade de vazão de 2,8 mil litros por segundo de água tratada, para cerca de 1,3 milhão de moradores. Para efeito de comparação, a média na Estação de Tratamento do Rio Descoberto, a principal a atender o DF, era de 4 mil l/s em 2020. Com um modelo de vazão em duas fases, o volume máximo de abastecimento pelo Corumbá IV pode chegar a 5,6 mil l/s, e cada unidade federativa receberá metade do total gerado.
A estrutura inclui uma estação de tratamento e uma elevatória de água bruta, adutoras, linhas de transmissão e subestações elétricas de 138 mil volts. A expectativa é de que o excedente da produção desafogue o Sistema Produtor Descoberto, o que beneficiaria moradores de Águas Lindas (GO) e da parte Oeste do DF.
Etapas de operação do sistema Corumbá IV(foto: Thiago Fagundes/CB/D.A Press e Renato Alves/Agência Brasília)
Apesar de terem trocado ofensas em ocasiões anteriores, Ibaneis e Caiado mudaram o tom no palanque, nessa quarta-feira (6/4), no evento de lançamento do Corumbá IV, em Valparaíso (GO). Desta vez, com discursos mais sintonizados, os governantes comemoraram o resultado da cooperação entre estatais das duas unidades federativas. "Este momento é de muita alegria, porque mostra que vale a pena trabalhar com uma parceria que vai beneficiar 1,3 milhão de pessoas", declarou o chefe do Palácio do Buriti.
O responsável pelo Poder Executivo goiano acrescentou que o sistema levará segurança hídrica para moradores das regiões atendidas. "Tenho certeza de que nós dois (os governadores) entramos para a história dessa população, e isso será lembrado por muitos e muitos anos, porque estamos dando o que a população mais merece: saneamento, água de qualidade e a certeza de que poderão se desenvolver, tanto na área habitacional quanto na área industrial", completou Caiado.
Governadores Ronaldo Caiado (C) e Ibaneis Rocha (D) em inauguração(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Histórico
Presidente da Saneago, Ricardo Soavinski comentou que o sistema está pronto para pleno funcionamento. "Teremos um volume maior de oferta de água, com mais qualidade, menos intermitências e possibilitando desenvolver essas cidades em uma década, com uma possível bifurcação", disse, em referência a uma nova unidade para captação de água. A licitação para construção de outra adutora, com previsão de sair no segundo semestre deste ano, permitiria abastecer mais regiões administrativas do DF, como São Sebastião e Jardim Botânico.
Pedro Cardoso, presidente da Caesb, lembrou que a inclusão dessas cidades faz parte do projeto original de Corumbá IV. "Para Brasília, a implantação do sistema favorece a segurança hídrica e (a captação gerada) será inserida nos nossos dois grandes centros (de abastecimento): Santa Maria-Torto e Descoberto", antecipou.
Apesar de a primeira etapa de construção do sistema ter começado há mais de uma década, a conclusão da empreitada se transformou em uma das principais metas de governo enquanto o DF passava por 514 dias de racionamento hídrico. Após três anos parados, os trabalhos foram retomados em 2017. Naquele ano, os volumes dos reservatórios de água da capital federal chegaram aos níveis mais baixos da história: 5,3%, no Descoberto, e 12,2% (Santa Maria).
O projeto foi anunciado nos anos 2000, na gestão de Joaquim Roriz. No entanto, ao longo do tempo, enfrentou entraves, como suspeitas de superfaturamento, desistência de empresas contratadas e atrasos por questões fundiárias. Há três anos, a promessa era de que o sistema atenderia mais de 2,5 milhões de pessoas de 13 cidades e que garantiria o fornecimento de água por 30 anos.
Outra questão polêmica teve relação com a falta de fiscalização quanto à preservação das nascentes que abastecem o reservatório de Luziânia. Em 2016, segundo relatório do projeto Água Viva, produzido pela Corumbá Concessões — responsável pela Usina Hidrelétrica de Corumbá IV —, apenas três de 40 delas estavam preservadas, sem problemas como ocupação irregular do solo, desmatamento e descarte de lixo, segundo detalhado pelo Correio em reportagem publicada à época.
Professor de engenharia civil e ambiental na Universidade de Brasília (UnB), Sérgio Koide destacou que a construção envolveu grande soma de dinheiro público e acredita que as despesas operacionais também serão elevadas. "Essa é uma excelente solução para a região do Entorno, mas, para o DF, seria melhor se tivéssemos pegado uma estrutura mais próxima. Teríamos menos gastos com bombeamento, por exemplo, que é um dos maiores custos na produção de água potável", avaliou. "Para os municípios vizinhos, esse bombeamento será relativamente pequeno. Mas, até chegar ao sul do DF, o custo de energia ficará maior."
Correio Braziliense quarta, 06 de abril de 2022
MEIO AMBIENTE: ALERTA PARA O RISCO DE QUEIMADAS FLORESTAIS NO DF
Alerta para risco de queimadas florestais no Distrito Federal
A fim de reduzir os riscos de incêndios de grandes proporções, Corpo de Bombeiros e Ibram intensificam ações preventivas, como instalação de aceiros e realização de queimas controladas, antes da fase crítica da seca
AM
Ana Maria Pol
postado em 06/04/2022 06:00
(crédito: Divulgação/Ibram)
O outono traz o alerta para as temporadas de queimadas no Distrito Federal. Para reduzir os riscos, organizações e entidades ambientais intensificam ações preventivas até que o período de seca atinja níveis críticos, em agosto e setembro. De acordo com o levantamento do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), em 2021, foram registrados cerca de dez mil acionamentos de incêndio na capital do país. Neste ano, até o fim de março, foram 186 — índice considerado dentro dos parâmetros normais pela corporação.
O major do Corpo de Bombeiros João Henrique Corrêa Pinto explica que, nesta estação, iniciada no último dia 20, a vegetação passa por um processo de desidratação, que favorece o surgimento de focos de fogo. No entanto, o militar ressalta que a maioria das ocorrências é devido à ação humana. "Precisamos focar na prevenção. O intuito é para que não haja dificuldade no tempo de resposta, por exemplo, quando tivermos muitos acionamentos seguidos, como ocorre em agosto, setembro e outubro", detalha. O major frisa que as regiões mais afetadas são áreas rurais, em São Sebastião, Paranoá, Planaltina, Brazlândia e Gama.
O Corpo de Bombeiros trabalha com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a fim de evitar incêndios e mapear locais de queimadas. Meteorologista do Inmet, Nayane Araújo lembra que não é somente a falta de chuvas que contribuem para a formação de labaredas. As altas temperaturas e a baixa umidade do ar são fatores determinantes também. "É bom que a população fique em alerta daqui para frente, porque vamos ter intervalos de umidade baixa, tempo seco e quente, propícios para o surgimento das queimadas", assegura.
Antecipação
O professor de biologia do Ceub Fabrício Escarlate destaca a importância das queimadas controladas, no outono, para manutenção do cerrado e unidades de conservação. O método reduz a disponibilidade de matérias combustíveis na natureza e o objetivo de mitigar as chances de incêndios tomar grandes proporções. "O fogo durante a seca vai ter maior intensidade. As chamas serão mais quentes. Portanto, será mais difícil de serem controladas e, consequentemente, vai gerar algum tipo de dano às espécies que ali vivem, sejam animais ou vegetais", descreve. Outro instrumento para evitar que as labaredas avancem sobre o solo é a criação de aceiros — faixas de terra onde a vegetação é completamente eliminada para prevenir a passagem do fogo —, ainda no fim do período chuvoso.
Brigadistas realizaram ações de queima controlada no Parque Nacional de Brasília — monitorado pelo do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) — e no Parque Ecológico do Riacho Fundo — gerido pelo Ibram. "Geralmente, fazemos uma queima e, no outro dia, ficamos na vigilância, monitorando o local. Só depois, executamos outro tipo de queima em outra área", ressalta o diretor de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibram, Pedro Paulo Cardoso.
A Estação Ecológica de Águas Emendadas, o Parque do Tororó, a Área de Preservação Ambiental Gama Cabeça de Veado e a Floresta Nacional (Flona) ainda devem passar pelo processo. "Tudo deve ser feito com antecedência. No caso das queimas controladas, é preciso fazer agora, porque se esperarmos o mato secar, o fogo fica mais intenso e pode causar mais danos. No período mais crítico, ficamos exclusivamente por conta de combate", adianta Pedro Cardoso.
Engenheira florestal, Roberta Maria Costa e Lima destaca a importância do acesso à informações pelas comunidades, sobretudo quando se trata de incêndios, uma vez que produtores rurais recorrem à queima controlada com objetivo de limpar o pasto. "Para a queimada não se transformar em incêndio, é sempre importante promover a educação ambiental, alertando a população dos riscos e consequências", defende.
Cuidados
>> Não atear fogo para limpeza de terrenos, lixo ou resto de podas de árvores. Procure centros de coleta do Serviço De Limpeza Urbano para descarte;
>> Após fumar, apagar o cigarro e descartá-lo em local adequado;
>> Ao identificar um incêndio, procurar um local seguro, distante do fogo e da fumaça. Ligar para o 193 e indicar o local exato do incêndio, se possível, com pontos de referência.
Correio Braziliense terça, 05 de abril de 2022
MÚSICA: ÁLBUM TRAZ A VERSÃO SINFÔNICA DOS GRANDES SUCESSOS DE NANDO REIS
Após turnê, álbum traz a versão sinfônica dos grandes sucessos de Nando Reis
Com produção de Felipe Cambraia e Cristiano Alves, na sede do grupo, na capital carioca, o CD foi mixado no estúdio Cia dos Técnicos, por Arthur Luna
CB
Correio Braziliense
postado em 05/04/2022 06:00
(crédito: Carol Siqueira/Divulgação)
Parceria iniciada em 2017, a da Orquestra Petrobras Sinfônica com Nando Reis, que a princípio seria restrita a um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, se transformou numa turnê que contemplou seis capitais brasileiras. O encontro teve outro desdobramento e resultou num disco, lançado recentemente.
Intitulado Orquestra Petrobras Sinfônica e Nando Reis, o álbum reúne oito músicas do cantor e compositor paulistano, com arranjos orquestrados — fato inédito na carreira do artista. Com produção de Felipe Cambraia e Cristiano Alves, na sede do grupo, na capital carioca, o CD foi mixado no estúdio Cia dos Técnicos, por Arthur Luna.
O repertório traz na abertura a canção Cegos do Castelo (da época dos Titãs), que se junta aos clássicos do pop nacional Luz dos olhos, Sei, Só posso dizer, Só posso dizer, All Star, Sei, Espatódea, Pra você guardei e Por onde andei. Todas estão disponíveis em plataformas digitais como Deezer, Spotify e YouTube.
"A trajetória que percorri com Nando Reis, entre turnê, concertos, e gravações, me trouxe muita alegria e um senso de musicalidade e plenitude. Nando não é apenas um excelente cantor. É um intérprete que assume a função de um poeta, daquele que é consciente do poder da palavra", ressalta Karabtchevsky. Já Nando Reis considera um marco a gravação do disco. "Tocar com a Petrobras Sinfônica é como dar um pulo no céu e flutuar com os anjos. Os arranjos acrescentaram às canções camadas dramáticas. Tudo ficou muito lindo."
Correio Braziliense segunda, 04 de abril de 2022
LITERATURA: LIVRO TRAZ TRAJETÓRIA DE GRAFITEIRO QUE DEIXOU O TRÁFICO PELAS ARTES
Livro traz a trajetória de grafiteiro que deixou o tráfico pelas artes
Grafiteiro da cidade, Carlos Astro, 45 anos, lança livro sobre as gírias, a rotina e o tratamento durante o tempo que cumpriu pena no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP) por tráfico de drogas
PM
Pedro Marra
postado em 04/04/2022 06:00
O grafiteiro Carlos Astro encontrou na literatura e arte um caminho para reintegração social - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Conhecida pela cena cultural de movimentos artísticos de rua, como o hip hop, Ceilândia recebe, no período de comemoração dos seus 51 anos, um presente simbólico: o livro O ressocializado — no mundo da lua, atrás das grades, do grafiteiro Carlos Washington Chagas Corrêa, 45 anos, mais conhecido como Carlos Astro. Na obra, o integrante do grupo de grafite 1V2M — Uma Vida, Dois Mundos — relata as memórias dos seis anos que esteve no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), preso por traficar oito quilos de cocaína.
Carlos transporta o leitor para um mundo à margem do convívio social, entre gírias e um código de conduta próprio, durante o tempo de reclusão. Além dos seis, ele ainda cumpriu mais quatro anos em regime semiaberto, totalizando dez anos de condenação.
Detido pela Polícia Civil do DF (PCDF), juntamente com outros cinco amigos de uma gangue de Ceilândia Norte, que produziam a droga em um laboratório, Astro criou o hábito de anotar o dia a dia da prisão em papéis de processos de ex-presidiários, que se transformaram nos rascunhos do livro. A mãe do escritor, Marilene Chagas, 68, buscava os escritos quando visitava o filho, a cada 15 dias. "Eu morava em Valparaíso de Goiás, e ia cedo para lá (Papuda), às 4h, pegava dois ônibus para visitar o meu filho", relembra.
A obra conta com 450 páginas e 30 capítulos. O primeiro, intitulado A casa caiu, inicia com o momento em que a polícia invadiu a fábrica clandestina e toda trajetória de Astro na penitenciária inicia. "Fiquei muito triste e, ao mesmo tempo, muito feliz, porque eu sabia que tinha errado e iria conseguir fazer o livro", afirma o autor.
O nome Astro surgiu em uma aula de astrologia na escola. A origem é explicada em uma parte do livro com páginas do alfabeto de A a Z, contendo gírias sobre o vocabulário do dialeto prisional.
A mãe de Astro reconhece que o filho deu uma reviravolta na vida. "Acho que todos nós podemos errar um dia e, no caso dele, errou, mas é trabalhador", fala de peito aberto. Marilene recorda que desde pequeno, Carlos Astro desenha. "Aos 12 anos, ele começou a desenhar brinquedos e fotos das pessoas". Apesar dos percalços, ela elogia a obra literária do filho. "Acho que ele vai ser cada dia melhor, porque tenho certeza que meu filho vai ser feliz".
O livro conta com duas artes elaboradas pelo desenhista Edmar Cosmo de Brito, 46, o Simpson, do 1V2M, criadas dentro da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF1), conhecida como Cascavel, um dos presídios que integram a Papuda. O primeiro desenho, no começo da obra, mostra presos em uma cela com o subtítulo do livro acima: "No mundo da lua: atrás das grades"; e a frase "Retrato Carcerário".
23/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Pollyanna Souza, coordenadora da Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade em Ceilândia.Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press
Livro "O Ressocializado" conta a rotina de Carlos Astro e outros cinco presos na PapudaEditora Viseu/Divulgação
Na trajetória de ressocialização de Astro, ele comenta o peso das palavras emprego, profissão e educação para quem pretende não voltar para o crime. "Eu me sinto honrado, pois vão estar sendo expostos alguns trabalhos meus e eternizados em um livro muito bom", emociona-se o artista, que agradece as colaborações que recebeu para publicar o livro. "São muitos anos de parceria, amizade e trabalho", afirma.
A Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade exibe o livro. A coordenadora pedagógica do espaço, Pollyanna Souza, 40, diz que se sente lisonjeada em receber a obra do artista, que considera uma raridade entre os detentos. "Para a nossa equipe é uma alegria ter um leitor e morador da comunidade local como escritor, e sua obra traz um novo significado para a sua história", opina. "Um frequentador da biblioteca que é exemplo de superação", alegra-se a gestora.
Pollyanna adianta que pretende fazer um evento com roda literária ou palestra de Astro para jovens da comunidade local. "Uma história como essa temos que disseminar, em que ele mostra a sua mudança de vida por meio da leitura e escrita", comenta a educadora. Experiência para ministrar projetos sociais é o que o grafiteiro mais adquiriu ao sair da prisão. Em 2006, ele participou do Clube da Ceilândia, juntamente com os rappers de São Paulo, Ndee Naldinho e Mano Brown, na ONG Rebelião Cultural, do grupo 1V2M. "Reformamos as piscinas, demos aulas de capoeira, futebol, e eu dava aula de dança e arte urbana para 150 alunos de manhã e 150 à tarde", recorda Astro, que se diz 100% ressocializado. "A minha ressocialização é diária", diz. O grafiteiro critica a falta de investimento do governo federal em um programa para reinserir os presos na sociedade. "Nesse dinheiro todo, não temos nenhum valor voltado para a ressocialização", finaliza.
Um dos amigos de Astro na Papuda que conseguiu se reinserir na sociedade é o motoboy Janilson Amaral, 36. O morador do Sol Nascente saiu da prisão em 2010, mas foi preso novamente por tráfico de drogas cinco anos depois. "Quando a gente saiu, ele (Astro) ficou escrevendo o livro, e em fevereiro de 2021, quando saí de novo da penitenciária, ele já estava com o livro pronto", relata.
Janilson se recorda dos momentos que via de perto o processo de produção do livro de Astro dentro do Complexo Penitenciário. "Somos personagens desse livro, e foi um prazer saber que ele conseguiu essa vitória, porque acompanhei ele escrevendo em várias noites, quando chegava na cela e dizia que 'hoje aconteceu isso e aquilo'", detalha o amigo do escritor.
A consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Isabel Figueiredo, acredita que a ressocialização vale para qualquer um, apesar da Política Nacional de Atenção às Pessoas Egressas do Sistema Prisional ser falha. "Consigo dizer que, de fato, a ressocialização não tem a importância que deveria ter na política criminal brasileira, porque temos uma lógica cruel, em que tudo que não gostamos transformamos em crime penal", analisa.
Para Isabel, que foi Secretária-adjunta de Segurança Pública da Paz Social do DF, entre 2015 e 2016, está no ser humano a capacidade de superação. "Criminalizando condutas a torto e a direita, acabamos tendo uma lógica que leva a essa situação de superencarceramento, em que colocamos na mesma cela o ladrão de galinha e o criminoso internacional", contextualiza a especialista do FBSP.
Correio Braziliense domingo, 03 de abril de 2022
GASTRONOMIA: POR QUE AS COMIDAS FERMENTADAS, COMO O CHUCRUTE, FAZEM VEM AO NOSSO INTESTINO
Por que as comidas fermentadas como o chucrute fazem bem ao nosso intestino
Vários grupos de pesquisa proeminentes sugerem que os alimentos fermentados podem oferecer diversos benefícios à saúde, estimular a perda de peso e reduzir o risco de algumas doenças
Manal Mohammed - The Conversation*
postado em 02/04/2022 15:47 / atualizado em 02/04/2022 18:02
Getty Images -
Ao longo de décadas, a fermentação foi usada para preservar alimentos, aumentar sua validade e melhorar seu sabor. Mas muitas pessoas não conhecem os benefícios para a saúde dos alimentos fermentados.
Os alimentos fermentados são geralmente definidos como "alimentos ou bebidas produzidos por meio do crescimento microbiano controlado e da conversão de componentes alimentares por meio da ação enzimática".
Pode ser o repolho em conserva (chucrute), a bebida de iogurte kefir, o pão com fermentação natural (sourdough) e alguns picles (apenas os lactofermentados).
Os alimentos fermentados são ricos em micróbios benéficos e metabólitos úteis (substâncias produzidas durante a fermentação por bactérias e que propiciam um intestino saudável).
Vários grupos de pesquisa proeminentes sugerem que os alimentos fermentados podem oferecer diversos benefícios à saúde, estimular a perda de peso e reduzir o risco de algumas doenças.
Organizações e grupos relacionados à alimentação, como a Associação de Nutricionistas do Reino Unido, agora recomendam consumir alimentos fermentados com mais frequência.
Por exemplo, leite e iogurte fermentado agora estão sendo oferecidos a crianças a partir dos seis meses de idade para ajudar a fornecer um bom equilíbrio de nutrientes, prevenir a deficiência de ferro em populações que usam leite de vaca e reduzir infecções gastrointestinais.
Outro estudo mostrou que o consumo regular de alimentos fermentados pode ser especialmente importante para comunidades de baixa renda, com grandes carências, que são desproporcionalmente suscetíveis a infecções gastrointestinais por bactérias como E. coli e Listeria.
Por que os alimentos fermentados funcionam?
Durante a fermentação, as bactérias podem produzir vitaminas e metabólitos úteis.
Os alimentos fermentados contêm potencialmente micro-organismos probióticos, como bactérias ácido-lácticas.
E, apesar do pouco tempo que estas bactérias passam no intestino, elas ajudam na digestão dos alimentos e fortalecem nosso sistema imunológico.
O kefir é uma bebida fermentada a partir do leite que remonta aos pastores das montanhas do Cáucaso
Os probióticos nos alimentos fermentados também fortalecem as paredes intestinais para evitar que seu conteúdo vaze para o sangue, de modo que os alimentos fermentados podem contribuir para a prevenção da síndrome do intestino permeável.
Também foi descoberto que contribui para a prevenção e tratamento de doenças como alergias e eczema.
O consumo de kimchi e outros vegetais fermentados pode reduzir a asma e a dermatite atópica.
Outros estudos mostram o efeito de alimentos fermentados na redução do risco de diabetes tipo 2 e pressão alta. E o consumo de produtos lácteos fermentados reduziu o risco de câncer de bexiga.
Dietas ricas em iogurte apresentaram um risco reduzido de síndrome metabólica em adultos mais velhos do Mediterrâneo, na qual um conjunto de condições se manifesta junto (incluindo aumento da pressão arterial, nível elevado de açúcar no sangue e excesso de gordura corporal).
Os probióticos em alimentos fermentados apresentam propriedades que promovem a saúde, como reduzir o colesterol; um estudo demonstrou que várias cepas de bactérias ácido-lácticas possuem propriedades para reduzir o colesterol no sangue.
Parece haver outros benefícios possíveis, mas são necessárias mais pesquisas.
Uma revisão de estudos recente demonstrou as propriedades anticancerígenas das bactérias ácido-lácticas presentes em alimentos fermentados em uma variedade de células tumorais do intestino, fígado e mama, pois modulam o desenvolvimento de tumores.
Uma dieta composta por alimentos ricos em ácido linoleico conjugado, particularmente queijo, pode proteger contra o câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.
No entanto, nem todos os estudos concordam, e um estudo piloto em camundongos sugeriu até mesmo um aumento no crescimento tumoral.
Melhora o humor e o sono
Os alimentos fermentados também demonstraram melhorar o humor e o sono.
Os prebióticos, encontrados em alimentos fermentados, são ingredientes não digeríveis que estimulam seletivamente o crescimento e a atividade de bactérias benéficas em nosso intestino (não confundir com os probióticos, que são os organismos vivos).
Consumir alimentos fermentados pode fazer você se sentir mais feliz, à medida que os prebióticos nos alimentos fermentados aumentam a saúde do intestino e promovem o crescimento de vários tipos de bactérias benéficas.
Isso resulta em níveis saudáveis ??do hormônio serotonina, que ajuda a estabilizar o humor, regular sentimentos de bem-estar e felicidade, regular a ansiedade e controlar o sono.
As substâncias químicas enriquecidas pela fermentação também estão ligadas à uma saúde mental positiva.
Para dormir bem, você precisa ser gentil com seu intestino — comer alimentos fermentados, como iogurte, chucrute ou kimchi antes da hora de ir para a cama pode ajudar a vencer a insônia.
Durante a fermentação, as bactérias ácido-lácticas produzem ácidos linoleicos conjugados que demonstraram ter um efeito de redução da pressão arterial.
Se a pessoa tem hipertensão, é mais provável que apresente mais problemas de humor (como ansiedade e depressão) do que uma pessoa com pressão arterial normal.
Apesar dos vários benefícios à saúde dos alimentos fermentados listados, algumas pessoas podem sentir efeitos colaterais.
A reação mais comum é um aumento temporário de gases e inchaço.
Este é o resultado do excesso de gás produzido após os probióticos matarem bactérias e fungos intestinais nocivos.
Infelizmente, outras pessoas podem sentir dor de cabeça ou enxaqueca, provocadas pela ingestão de chucrute ou kimchi, e isso pode estar relacionado às histaminas encontradas em grande quantidade em alimentos fermentados.
Embora os sintomas de intolerância à histamina possam variar, algumas reações comuns incluem dor de cabeça ou enxaqueca, congestão nasal ou problemas de sinusite, náusea e até vômito (mas isto é relativamente raro).
Ao longo dos séculos, muita gente consumiu alimentos fermentados por conveniência, sem saber seus benefícios à saúde.
Felizmente, muitos alimentos fermentados são baratos e simples de fazer, nos oferecendo uma maneira fácil de melhorar nossa saúde e bem-estar.
* Manal Mohammed é professora de microbiologia médica na Universidade de Westminster, em Londres.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
Correio Braziliense sábado, 02 de abril de 2022
VIA SACRA EM PLANALTINA: DE VOLTA AO MORRO DA CAPELINHA, GRUPO VIA SACRA AO VIVO ENSAIA A PAIXÃO DE CRISTO
De volta ao Morro da Capelinha, grupo Via Sacra ao Vivo ensaia a Paixão de Cristo
Via Sacra, prevista para acontecer dia 15, conta com a participação de 1.400 pessoas, que devem se reunir no domingo (03/4), às 8h, para realizar o último ensaio geral antes das apresentações
AM
Ana Maria Pol
postado em 02/04/2022 06:00
Fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. - (crédito: Divulgação/Diego JP)
Após dois anos sem ensaios e apresentações, o Grupo Via Sacra ao Vivo, que organiza a encenação da vida, da crucificação e da ressurreição de Jesus Cristo, em Planaltina, prepara os ajustes finais para realizar o evento artístico e religioso. O ato, previsto para acontecer dia 15, conta com a participação de 1.400 pessoas, entre figurantes, atores, auxiliares, cenógrafos e muito mais, que devem se reunir no próximo domingo (03/4), às 8h, no Morro da Capelinha, para realizar o último ensaio geral antes da performance. O evento será aberto ao público.
Coordenador do grupo, o ator Preto Rezende, 63 anos, conta que a preparação para a apresentação ocorre desde outubro, e tem sido intensa. Além dos ensaios gerais, que acontecem todo domingo, os subgrupos envolvidos no evento se reúnem, todos os dias, em diferentes locais do Distrito Federal para praticar as cenas do espetáculo. "A última Via Sacra aconteceu em 2019. Nesse intervalo de mais de dois anos, tínhamos uma grande vontade de nos reunirmos, mas não era possível devido à questão sanitária. Neste ano, com a maioria dos envolvidos e seus familiares vacinados, decidimos iniciar as reuniões de preparação", conta.
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculo. Para o evento deste ano, Preto diz que foram necessárias algumas alterações. "Normalmente, o evento começa no sábado da Semana Santa, e vai até o domingo da Páscoa. Faremos shows de abertura, a procissão de Domingo de Ramos, a santa ceia e o momento da prisão de Jesus. Mas, para este ano, vamos focar somente no ato do morro, que ocorre o julgamento, paixão, morte e ressurreição", diz.
Para os ensaios, o coordenador explica que são utilizados o mini teatro Lieta de Ló e o Complexo Cultural de Planaltina. Dos 1.400 participantes do ato, 1.000 são atores e atrizes, e 400 trabalham por detrás do palco. "Estamos com muita saudade de tudo. Esse ano será a 47ª edição, com o tema Filipenses, capítulo um, versículo 8, que diz que Deus é testemunha da saudade que sinto de todos. O tema tem nos movido", diz. "No próximo ano, celebraremos 50 anos de existência, e queremos fazer algo especial. Voltar aos palcos após dois anos, às vésperas de uma celebração tão importante como essa, nos motiva ainda mais", garante.
Expectativa
Após dois anos longe dos palcos, o advogado Marcelo Augusto Ramos, 34, garante que o momento é de comoção. Ele conta que interpreta Jesus Cristo na Via Sacra há cerca de nove anos, e que a expectativa está alta. "O fato de termos parado durante esses dois anos causa um despreparo maior. Eu costumo brincar que minha academia era os ensaios da Via Sacra, então tinha dois anos que não vou para a academia", brinca.
Católico, Marcelo explica que interpretar Jesus Cristo na peça tem sido uma honra ao longo dos anos. "Ele é o símbolo da nossa fé. Quando iniciei minha participação, imaginava o peso que era interpretar essa figura. Sempre fui muito participativo na igreja, e acho que isso foi algo que motivou as pessoas a me escolherem. Eu não tinha qualquer expectativa ou pretensão, mas fazer esse papel tem me ensinado muito, espiritualmente", garante.
Para aqueles que desejam assistir o espetáculo, o advogado deixa o convite: "Ainda vivemos um momento delicado na humanidade, e essa busca por Deus se faz necessária. Para aqueles que se sentem preparados e à vontade para participarem do evento, fazemos o convite. Será um espetáculo bonito, principalmente pela espera que vivemos. Todos os envolvidos têm tido uma entrega efetiva e se dedicado, cada dia mais.
História
A Via Sacra ao vivo, também conhecida como Via Sacra do Morro da Capelinha, é um evento cultural religioso brasileiro, em Planaltina, no Distrito Federal. O evento celebra, por meio do teatro, toda a cronologia que marca a vida de Jesus Cristo: iniciando pelo julgamento e crucificação, até a ressurreição do filho de Deus. Consagrado como uma das maiores produções católicas da unidade federativa, o evento é considerado um patrimônio cultural imaterial desde março de 2008, quando o governador José Roberto Arruda editou um decreto. A celebração fazia parte do calendário oficial do Distrito Federal desde abril de 1987.
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diogo JP
Serviço
Serviço
Último ensaio Via Sacra de Planaltina-DF Aberto ao público Local: Morro da Capelinha Data: domingo (3 de abril) Horário: de 8h às 13h
Encenação no Morro da Capelinha Aberto ao público Local: Morro da Capelinha Data: 15 de abril Horário: 14h
Correio Braziliense sexta, 01 de abril de 2022
AGRICULTURA: FEIRA DA GOIABA COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA, EM BRAZLÂNDIA
Com novidades, Feira da Goiaba começa nesta sexta-feira, em Brazlândia
A 7ª edição da Feira da Goiaba, em Brazlândia, celebra a época de colheita da fruta. Pela primeira vez, ocorre o colha e pague, em que os visitantes têm a oportunidade de consumir o produto direto do pé
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Arthur de Souza
postado em 01/04/2022 06:00
Os produtores Edson e Vanusca estão felizes por terem sido escolhidos para o evento de colheita - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A goiaba será o centro das atenções em dois finais de semana no Distrito Federal. Ela tem a maior produção entre as frutas em Brasília, com 9,1 mil toneladas colhidas em 2021; seguida pelo abacate, com 5,8 mil toneladas; e o limão, com 5 mil toneladas. Os dados são da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). A partir de hoje, moradores da capital do país poderão se deliciar na 7ª edição da Feira da Goiaba, em Brazlândia, que celebra a época da colheita. Pela primeira vez, no evento, ocorrerá o colha e pague — em que será possível pegar a fruta direto da goiabeira para consumo.
Gerente local da Emater-DF de Brazlândia, Hélio Lopes conta que a ideia de oferecer o colha e pague para a Feira da Goiaba estava sendo avaliada há alguns anos. "Nós fizemos outros eventos como esse na Festa do Morango. Como tem sido um sucesso, resolvemos trazer a experiência para a Feira da Goiaba e, este ano, conseguimos encontrar uma propriedade adequada e um produtor que se interessou em participar", detalha.
Hélio explica que tudo teve início em 2016, depois que equipes da Emater-DF fizeram uma visita técnica na Flórida (EUA). "Lá, existe uma pequena comunidade que montou uma produção de alguns frutos e vegetais, onde a população colhia e pagava — chamada de you pick and pay (você pega e paga, em tradução livre). Com isso, resolvemos tentar trazer esse modelo, adaptado para as nossas condições", lembra o gerente. Ele explica que o objetivo do projeto é fomentar uma forma de turismo associado à produção rural. "Não é só o fruto que vai estar em pauta, mas aquela satisfação da pessoa poder sair do perímetro urbano, sair com a família para passear, poder visitar, tirar fotos, colher e consumir a fruta no próprio pé", convida.
31/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Colha &Pague, que vai ocorrer durante a 7ª Feira da Goiaba, em Brazlândia. Hélio Lopes, gerente da Emater - DF.(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Felicidade
Os produtores escolhidos foram Edson Corrêa, 50 anos, e sua mulher, Vanusca Marques, 44. Eles plantam goiabeiras há 15 anos, entre outros vegetais. A fruta é responsável por cerca de 40% da renda familiar — que vem totalmente da agricultura. "Isso, porque conseguimos cultivar quase o ano inteiro, geralmente, até agosto", relata Edson. Segundo Vanusca, a decisão de diversificar o pomar aconteceu pelo fato de o marido conhecer a cultura. "Ele já mexia com a goiaba antes, em uma propriedade da família. Por isso, nós resolvemos dar continuidade à produção, aqui, na nossa terra", revela.
Sobre a produção, o casal conta que, na época considerada boa — de fevereiro a maio — chegam a cerca de 750 caixas (20kg, por recipiente) por mês, em uma área que totaliza 4 hectares. "Nós tentamos utilizar o mínimo possível de fertilizantes e agrotóxicos, tanto para o cultivo da goiaba quanto para nossas outras culturas", garante Vanusca. Os agricultores se sentem prestigiados por a propriedade ter sido escolhida como sede do colha e pague. "Acredito que outros produtores gostariam de ter a oportunidade de participar e acabou que nós tivemos essa chance. Então, a gente fica contente por isso. Se for possível, gostaríamos de participar todos os anos", brinca o casal.
Programe-se
A Feira da Goiaba ocorre em 1º, 2, 3 e 7, 8, 9 e 10 de abril, na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag), com entrada franca. O colha e pague será em 3 e 10 de abril, na Chácara Bom Jesus, Assentamento Betinho (Brazlândia). O ingresso custa R$ 50. Crianças de 10 a 12 anos pagam meia. Para quem tiver até nove anos, a entrada é gratuita. Mais informações no site: dfrural.emater.df.gov.br.
Correio Braziliense quinta, 31 de março de 2022
CULTURA: BRASÍLIA RECEBE ORQUESTRA DE OURO PRETO COM ESPETÁCULOS THE BEATLES
Brasília recebe a Orquestra Ouro Preto com espetáculos The Beatles
Apresentação da Orquestra Ouro Preto, em Brasília, promete abranger todas as fases da carreira da banda, um desafio tendo em conta o vasto repertório
AM
Ândrea Malcher*
postado em 31/03/2022 06:00 / atualizado em 31/03/2022 10:47
A Orquestra Ouro Preto apresenta o concerto The Beatles no Teatro da Unip - (crédito: Nathalia Torres)
A Orquestra Ouro Preto se apresenta em Brasília, nesta quinta-feira, trazendo uma inusitada mistura musical: orquestra de cordas e banda de rock juntas no palco dando vida às letras e melodias criadas pela banda britânica The Beatles.
Sob o comando do Rodrigo Toffolo, o concerto se divide em dois espetáculos: The Beatles Vol.1. e The Beatles Vol.2. Ao Correio, o maestro falou sobre a origem do espetáculo, em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na tentativa de aproximar estudantes da Casa da ópera de Ouro Preto (MG), o teatro mais antigo das Américas em funcionamento.
"Achamos que a mistura de orquestra com banda de rock chamaria a atenção desses alunos. A gente fez o primeiro concerto e, até hoje, Beatles é um grande sucesso. Sempre temos os amantes da orquestra e os amantes da banda de rock, que vão ver o concerto então a gente consegue atingir esses dois públicos", complementa Toffolo.
A apresentação promete abranger todas as fases da carreira da banda, um desafio tendo em conta o vasto repertório. Toffolo, no entanto, garante que o público não se decepcionará. Clássicas canções como Let it be, Hey Jude e While my guitar gently weeps serão tocadas de forma única.
"A escolha do repertório é muito complexa, com uma produção gigantesca, referência para gerações até hoje. Então tentamos manter aquelas obras que não poderiam faltar de jeito nenhum, os clássicos que todo mundo quer e gosta de ouvir sempre, com algumas peças que ficariam muito bem se orquestrada".
A experiência de união do erudito com o popular, segundo o maestro, é particularmente interessante por distribuir entre os dois estilos a flexibilidade do rock com a atenção às formas da orquestra.
"Quando você junta esses dois mundos, precisa ter uma intersecção para tornar a orquestra um pouco mais livre e a banda de rock mais presa às formas e voltas. Como músico, é uma experiência muito boa, você acaba surfando duas ondas diferentes: um pouco na música erudita, um pouco na popular, e essa junção para que o concerto possa acontecer, no fim das contas, faz muito bem para a formação do músico e a plateia sente essa união também."
As duas sessões do show, que acontecem no Teatro da Unip, marcam o retorno da Orquestra Ouro Preto à cidade após seis anos. Toffolo realça a importância de trazer um espetáculo como este à uma cidade tão envolvida com o rock como Brasília.
"Fazer rock em Brasília é muito simbólico. Uma cidade que tem uma contribuição incrível para o rock nacional, grandes bandas nasceram aqui e ganharam o Brasil todo. Então todos [orquestra e banda] estão muito animados para estas duas sessões que acontecem na quinta", finaliza Fábio.
Correio Braziliense quarta, 30 de março de 2022
COPA DO MUNDO 2022: APÓS VITÓRIAS, CR7, LEWA E MANÉ CON FIRMAM PRESENÇA
Após vitórias, CR7, Lewa e Mané confirmam presença na Copa
Na Europa, somente uma vaga para a Copa do Mundo fica pendente. Classificado para a decisão da repescagem, País de Gales aguarda o vencedor de Escócia ou Ucrânia
DQ
Danilo Queiroz
postado em 30/03/2022 06:00
(crédito: Instagram/ reprodução )
A Copa do Mundo do Catar está cada vez mais estrelada. Na terça-feira (29/3), mais três grandes nomes do futebol carimbaram o passaporte para a disputa do torneio mais importante de seleções em 2022. Portugal despachou a Macedônia do Norte, por 2 x 0, e garantiu a quinta participação de Cristiano Ronaldo no torneio. Atual melhor do mundo, Robert Lewandowski estará na disputa após ajudar a Polônia a vencer a Suécia pelo mesmo placar. Com Sadio Mané, Senegal eliminou o Egito ao ganhar por 1 x 0.
CR7 não precisou brilhar para colocar Portugal no Catar. Protagonista da partida no Estádio do Dragão, Bruno Fernandes. O companheiro de Cristiano marcou duas vezes e garantiu ao astro a oportunidade de jogar uma Copa aos 37 anos. Na era dele, inclusive, os lusos jamais ficaram fora de um torneio de grande escalão e chegaram a ganhar a Euro-2016.
Ao garantir a vaga da Polônia marcando um gol — o outro da partida foi de Zielinski —, Lewandowski manteve a tradição de o dono do posto de melhor do mundo estar no Mundial. O feito, porém, frustrou o sonho de outra estrela. Eliminado com a Suécia, Zlatan Ibrahimovic não estará, mais uma vez, presente no principal torneio de seleções do planeta. A chance era, possivelmente, a última do atacante de 40 anos, presente nas Copas de 2002 e 2006.
Mané teve um confronto ainda mais pessoal contra o Egito. Do outro lado, estava Mohamed Salah, com quem brilha vestindo a camisa do Liverpool. Após cada seleção vencer uma partida por 1 x 0, o destino foi selado nos pênaltis. O senegalês fez a parte dele e converteu sua cobrança na vitória na marca da cal por 4 x 2. O egípcio, porém, isolou a bola e a chance de disputar o quarto Mundial na história.
Uma vaga pendente
Na Europa, somente uma vaga para a Copa do Mundo fica pendente. Classificado para a decisão da repescagem, País de Gales aguarda o vencedor de Escócia ou Ucrânia. Devido à guerra no país do Leste Europeu, o jogo foi adiado para 10 de junho. Na ocasião, as seleções irão brigar pelo lugar no Catar sabendo em qual grupo estarão, pois o sorteio das chaves será feito pela Fifa na sexta-feira. Nas Eliminatórias da África, Camarões, Gana, Marrocos e Tunísia também carimbaram o passaporte para a competição.
Correio Braziliense terça, 29 de março de 2022
SAÚDE: ALOPECIA - ENTENDA A DOENÇA ESTOPIM DA AGRESSÃO DE WILL SMITH NO OSCAR
Alopecia: entenda a doença estopim da agressão de Will Smith no Oscar
Doença autoimune que afeta a mulher do ator Will Smith deixa a pessoa sem pelos nas áreas arredondadas e ovais do corpo humano. Mas tem tratamento, inclusive pela rede pública federal
GC
Gabriela Chabalgoity*
postado em 29/03/2022 06:00
(crédito: Reprodução/Instagram @jadapinkettsmith)
Uma doença autoimune foi a causa de uma polêmica na cerimônia do Oscar 2022, no último domingo. O ganhador da estatueta de melhor ator, Will Smith, se revoltou com uma piada que o apresentador da premiação, o humorista Chris Rock, fez com sua mulher, a também atriz Jada Pinkett Smith — que sofre da doença, cuja principal característica é ficar com a cabeça totalmente sem pelos. A imagem da surpreendente agressão foi um dos assuntos mais comentados ontem.
A alopecia areata, porém, não chega a ser uma doença difícil de ser vista. Acomete aproximadamente 2% dos brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde — que, aliás, oferece tratamento na rede pública. É uma condição caracterizada pela perda de pelos em áreas arredondadas e ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo — como nos cílios, sobrancelhas e barba. A enfermidade afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos os portadores da enfermidade tenham menos de 20 anos.
A tricologista Valine de Oliveira explicou que a alopecia se desenvolve quando as defesas do corpo humano interpretam o cabelo como um "invasor" e começa a atacá-lo. "A queda pode acontecer do dia para a noite", disse. Ela salienta que também existe um outro tipo da doença, a androgenética — que deriva de um quadro hormonal.
"O cabelo começa a ser miniaturizado, ou seja, diminui de tamanho e espessura, de forma gradativa. Vai caindo e afinando ao longo do tempo", observou.
De acordo com a especialista, a alopecia areata pode ser causada por disfunções no organismo — como, por exemplo, síndrome do intestino permeável —, mas também pode ser intensificada por fatores emocionais. "É uma doença que afeta muito as emoções e a autoestima. E não é uma alopecia feminina como estão falando. Homens e crianças também podem sofrer com esse tipo", esclareceu.
SAIBA MAIS
Atendimento
O Ministério da Saúde explicou que outras possíveis causas relacionadas à perda de pelos podem ser infecções provocadas por fungos ou bactérias; traumas na região capilar; hábitos compulsivos de arrancar os próprios fios de uma determinada área; excesso de oleosidade, que provoca a dermatite seborreica; aplicação exagerada de produtos químicos; má alimentação e carência de vitaminas; medicamentos ou estresse.
"Independentemente da causa, se é transitória ou definitiva, seja em homens ou mulheres, casos leves, moderados ou graves, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com estrutura e profissionais especializados para atender, de forma integral e gratuita, a alopecia. O tratamento pode ser iniciado na atenção primária, por meio de uma das unidades básicas de saúde, mas o paciente pode ser encaminhado para a atenção especializada, com atendimento por parte de um dermatologista, se houver necessidade", salienta a pasta.
A dermatologista Adriana Isaac ressaltou que a doença é hereditária — ou seja, se já existem casos na família, as probabilidades de uma pessoa ser acometida pela enfermidade é maior. Além disso, ela ressaltou que a alopecia areata é uma doença crônica, não tem cura. Entre os tratamentos disponíveis para o controle estão o uso de corticoides tópicos e orais para regredir a inflamação e o uso de produtos que estimulem a circulação local, como o minoxidil.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
Correio Braziliense segunda, 28 de março de 2022
PAULISTÃO: PALMEIRAS CLASSIFICADO PARA A FINAL
Classificação do Palmeiras para final consolida ainda mais o fim da festa do interior nas finais do Paulistão
A classificação do Palmeiras para a final do Campeonato Paulista consolida o fim da festa do interior no estadual mais disputado do país. A contar de 2001, o torneio teve sete finalistas pequenos infiltrados na decisão do título: Botafogo de Ribeirão Preto, São Caetano, Paulista, Ponte Preta, Santo André, Ituano e Audax. Uma das decisões nem gigante teve. A batalha pelo título de 2004, por exemplo, opôs São Caetano e Paulista.
A chave do Paulistão virou. Com o triunfo do Palmeiras por 2 x 1 sobre o Red Bull Bragantino neste sábado, no Allianz Parque, a decisão do títulos será pela quinta edição consecutiva entre clubes gigantes. O Alviverde terá pela frente São Paulo ou Corinthians na disputa pela taça. O Majestoso deste domingo, às 16h, definirá o rival da trupe de Abel Ferreira.
O Palmeiras tem uma vantagem sobre os concorrentes a essa altura da temporada. O teve de atingir o ponto de competitividade mais cedo devido ao Mundial de Clubes da Fifa. Enquanto os demais times tratavam o estadual como período de adaptação, Abel Ferreira encarava o torneio como simulado para os duelos contra o Al Ahly na semifinal e o Chelsea na decisão.
Quando retornou ao Brasil, o Palmeiras estava voando baixo. A prova final foi a série de três vitórias consecutivas nos clássicos contra Santos, São Paulo e Corinthians. Os arquirrivais faziam ajuste e a engrenagem do atual bicampeão da Libertadores funcionava a todo vapor.
Últimas finais do Estadual
Pequenos não chegam na decisão desde o vice da Ponte Preta, em 2017
2022 – Palmeiras x Corinthians ou São Paulo
2021 – São Paulo x Palmeiras
2020 – Palmeiras x Corinthians
2019 – Corinthians x São Paulo
2018 – Corinthians x Palmeiras
Além do ritmo de jogo intenso desde o início da temporada devido ao Mundial de Clubes, o Palmeiras em um trabalho estável e em evolução. Abel Ferreira procura outras formas de jogo. Ele sente falta de um centroavante para ter mais variações, mas enquanto o novo não chega, ele cria novos repertórios. Basta prestar atenção, por exemplo, nas jogadas ensaiadas e na tentativa de construir os lances lá de trás, a partir do sistema defensivo. Assim saiu o gol anulado de Gustavo Scarpa, por exemplo. Marcos Rocha tabelou com Rony e o atacante acionou Dudu em velocidade na direita. Scarpa estava um pouquinho à frente.
A bola parada é outro veneno alviverde. A cobrança de falta de Scarpa encontrou Gustavo Gómez na entrada da pequena área do Bragantino, mas o beque estava impedido. As alternâncias de jogadas pelas pontas também são atalhos quase infalíveis para o gol. Assim saiu o segundo gol alviverde marcado por Rony. Antes, o zagueiro Murilo havia aberto o placar depois de uma trama entre Marcos Rocha e Scarpa na direita e cruzamento para a área.
O Palmeiras está claramente em outra rotação em relação aos concorrentes. Resta saber até quando o time suportará essa intensidade precoce provocada pela necessidade de chegar na ponta dos cascos ao duelo com o Chelsea. A temporada encurtada pelo início da Copa do Mundo, em novembro, cobrará caro até mesmo de elencos sortidos como os de Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. O títulos paulista está cada vez mais perto da Academia, mas este elenco conseguirá suportar a rotina de jogos às quartas e domingos depois de abrir o ano a todo gás mirando a final contra o Chelsea? A resposta será dada nos próximos meses…
Correio Braziliense domingo, 27 de março de 2022
SAÚDE: COM IOGURTE E VINHO, COMBO ALIMENTAR É APOSTA DE MÉDICOS CONTRA DIABETES
Com iogurte e vinho, combo alimentar é aposta de médicos contra diabetes
Estudos recentes indicam a possibilidade de se proteger do distúrbio metabólico ajustando a dieta e mudando a flora intestinal
VS
Vilhena Soares
postado em 27/03/2022 06:00
(crédito: AFP / FRANCK FIFE)
O consumo de determinados alimentos pode ajudar a blindar o corpo do diabetes tipo 2, revelam estudos científicos recentes. Pesquisadores observaram efeitos protetores associados ao consumo de vinho e iogurte e que mudanças na microbiota intestinal — bactérias presentes no órgão cuja composição é alterada pela dieta — podem indicar precocemente o problema.
"Uma estratégia viável é identificar os primeiros sinais do diabetes tipo 2 para tomar medidas preventivas, como modificar o estilo de vida", afirma, em comunicado, Matti Ruuskanen, pesquisador da Universidade de Turku, na Finlândia. Com esse objetivo, Ruuskanen e colegas resolveram estudar se esses sinais precoces poderiam vir da microbiota humana. A equipe avaliou os registros de saúde de mais de 5 mil pessoas e analisou, periodicamente, amostras fecais dos participantes durante quase 16 anos.
Assim, identificaram seis grupos bacterianos, todos pertencentes à família Lachnospiraceae, associados a um risco maior de desenvolvimento da doença. Os grupos bacterianos haviam sido ligados a diabetes em investigações de outras enfermidades metabólicas, como a doença hepática.
Para o grupo finlandês, as informações de agora podem ajudar a identificar o desenvolvimento da doença logo em seus primeiros sinais, permitindo, assim, uma mudança comportamental como estratégia preventiva.
André Marette avaliou efeitos do iogurte depois de 10 semanas(foto: Michel Paque/Divulgação)
"Trabalhos anteriores identificaram vários fatores de risco para o diabetes tipo 2, como genética, estilo de vida e fatores ambientais. Além disso, mudanças na composição do microbioma intestinal foram associadas a essa enfermidade. Mas esses trabalhos relataram apenas diferenças entre voluntários saudáveis e aqueles já diagnosticados com a doença. Pela primeira vez, temos alterações que podem predizer a enfermidade", explica Ruuskanen.
Simone Leite, endocrinologista do Hospital Santa Marta, em Brasília, conta que a análise da microbiota tem sido um segmento de pesquisa importante para entender várias patologias, com um aumento expressivo de projetos nessa área nos últimos anos. "Além do diabetes, sabemos da relação das bactérias intestinais com a obesidade. Estudos já mostraram que um indivíduo magro tem uma microbiota diferente da de um obeso", ilustra.
A médica concorda com a possibilidade de os dados obtidos pela equipe finlandesa abrirem as portas para novas terapias. "Já fazemos o implante de conteúdo fecal, que é extraído de um grupo populacional saudável para outro que tem predisposição a doenças metabólicas a fim de reverter esse quadro. Possivelmente, teremos um cenário diferente no futuro. Acredito que vamos conseguir determinar se a microbiota de um indivíduo apresenta riscos maiores de determinadas doenças, como o diabetes, por meio de sua etnia. Isso vai ser uma análise mais de grupo, não individual, já que essa avaliação personalizada é algo muito trabalhoso, explorada mais em análises científicas mesmo", opina.
Metabólitos
Uma equipe do Canadá decidiu apostar em uma suspeita médica mais antiga para também evitar a doença metabólica. "Profissionais da área sabem, há alguns anos, que comer iogurte está associado a um risco reduzido de diabetes, mas as razões por trás desse efeito de defesa não são bem claras", escreveram os autores do estudo, divulgado na Nature communications.
Em busca de respostas, a equipe alimentou um grupo de ratos com uma dieta rica em açúcares e gorduras e, para metade dos animais, também forneceu duas pequenas porções diárias de iogurte. Após 10 semanas, constatou-se que os roedores que ingeriram o alimento lácteo apresentaram melhor controle de açúcar no sangue, resistência à insulina e função hepática.
Na segunda parte do estudo, os cientistas analisaram todos os metabólitos presentes no fígado das cobaias e encontraram uma quantidade maior de hidroxiácidos de cadeia ramificada (BCHA) naquelas que comeram iogurte regularmente.
"No grupo que não recebeu esse alimento, a quantidade desses metabólitos na corrente sanguínea e no fígado diminuiu com o ganho de peso. No grupo que consumiu, a quantidade foi parcialmente mantida", relata, em comunicado, André Marette, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Laval e um dos autores do estudo.
Também coautora, Hana Koutnikova explica que os BCHA são encontrados em produtos lácteos fermentados e são particularmente abundantes em iogurte. "Nosso corpo os produz naturalmente, mas o ganho de peso parece afetar o processo", diz. A aposta do grupo é de que esse metabólito tenha alguma ligação com o efeito protetivo ao diabetes.
Agostinho Moreira, médico especialista em longevidade saudável da clínica Viva Mais, em Brasília, considera os dados da pesquisa interessantes e pondera que devem ser levados em conta outros dados antes de considerar o iogurte um alimento que protege o organismo contra a doença metabólica.
"Essa melhora no metabolismo estaria associada ao consumo diário do iogurte devido ao perfil nutricional rico desse alimento. Mas cabe lembrar que grande parte dos iogurtes encontrados em supermercados não tem bactérias diversificadas, e, sim, compostos repletos de produtos químicos para melhora de textura, sabor e conservação", justifica.
Diabetes tipo 2(foto: Valdo Virgo)
Correio Braziliense sábado, 26 de março de 2022
GASTRONOMIA: CINCO MENUS PARA APROVEITAR ÚLTIMOS DIAS DO RESTAURANTE WEEK
Confira cinco menus para aproveitar últimos dias do Restaurant Week
O festival gastronômico se encerra neste domingo (27/3). Ainda dá tempo saborear um dos menus completos com entrada, prato principal e sobremesa do evento
CS
Cecília Sóter
postado em 26/03/2022 07:00 / atualizado em 26/03/2022 11:00
Tilápia grelhada, camarões, molho de camarão e torta de lâminas de batata do Jijoca - (crédito: Reprodução/Instagram @jijocabr)
O festival gastronômico Restaurant Week Brasília, em sua 25ª edição, chega ao fim neste domingo (27/3) com diversas opções de menus completos com entrada, prato principal e sobremesa.
Para o chef André Amorim, do Jijoca, o evento é uma oportunidade tanto para os restaurantes participantes quanto para o público. “É a chance de mostrar um pouco mais de gastronomia com menu degustação e sair um pouco do cardápio de todo dia, mas mantendo a essência da casa”, afirma o chef. “Para o público é a oportunidade de conhecer novas casas com a experiência de um menu degustação com preços acessíveis”, opinou.
O Correio separou cinco casas para você conferir:
Jijoca (402 Sul)
O restaurante estreante no festival serve pratos feitos com frutos do mar e outros ingredientes da região Nordeste. Para o evento gastronômico, a casa está oferecendo no almoço as opções de entrada Ceviche de moqueca ou Croquete de costela bovina. De prato principal as opções são o picadinho de filé de sol, arroz cremoso de coco e cubos de queijo de coalho ou a tilápia grelhada, camarões, molho de camarão e torta de lâminas de batata. E para sobremesa você pode escolher entre Torta de Maçã ou Leite Frito.
Artesian Osteria (303 Sudoeste)
O restaurante italiano é especializado em massa artesanal de longa fermentação. Para o festival, no almoço você pode optar de entrada entre Strisce di pizza (massa crocante acompanhada de molho pesto), Bruschetta de tomate confit com manjericão gratinado com muçarela e parmesão ou uma salada com alface, rúcula, tomate cereja, parmesão e pesto de manjericão.
Os pratos principais são: filé mignon empanado com molho pomodoro artesanal, alcaparras e temperos, gratinado com parmesão e purê rústico de batata; risoto de shitake com alho poró ou risoto de filé suíno caramelizado, finalizado com raspas de limão siciliano. E de sobremesa, Cannoli recheado com creme patissière cítrico, finalizado com pistache, acompanha sorvete de creme ou sorvete de creme com sagú de vinho servido em cesta crocante.
Contê Food & Drinks (403 Sul)
A casa oferece um menu contemporâneo. No almoço você pode escolher para entrada entre Mini salada ou Duo de trufas salgadas com molho de laranja picante. Para o prato principal as opções são Abobrinha recheada com ricota, polpa de abobrinha e muçarela; Filé de frango recheado com risoto de alho poró e crocante de couve ou Milanesa de peixe ao molho pesto e fettuccine crocante de bacon.
E de sobremesa, sorvete de creme com farofa de castanha e calda de brigadeiro ou arroz doce e telha de pé de moleque.
Nonna Augusta Pizzaria e Trattoria (413 Norte)
A casa é especializada na cozinha italiana com massas e molhos artesanais e frescos. Para o evento gastronômico, no almoço a escolha de entrada fica entre as saladas de Farfalle com tomate cereja e tomate seco, azeitona preta, cebola roxa, manjericão e limão siciliano e de Figo fresco com mix de folhas, gorgonzola, nozes e aceto balsâmico. De prato principal, as opções são Cotoletta e Ravióli de queijo de cabra e parmesão ao molho pomodoro; talharim ao molho Pomodoro com Polpetine; e Escalope de Filé mignon ao molho roti acompanhado de risoto de cabernet sauvignon e hortelã.
Correio Braziliense sexta, 25 de março de 2022
CEILÂNDIA: CIDADE DAS PRAÇAS
A cidade das praças: pontos de encontro oferecem lazer e cultura em Ceilândia
A região administrativa conta com aproximadamente 15 praças;o Correio percorreu as principais e mostra o que há de melhor em cada uma
AB
Aline Brito
postado em 25/03/2022 06:00
Praça do Cidadão, onde funciona o projeto Jovens de Expressão, em Ceilândia - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Na cidade do superlativo, o pouco não basta. Tudo em Ceilândia é grandioso: a arte, a cultura, o coração do povo ceilandense, a diversidade e, não menos importante, as praças. Um ou dois pontos de encontro não iriam traduzir o muito que o lugar representa. Por isso, a amada Cei é a região administrativa do Distrito Federal com mais praças espalhadas. São cerca de 100 locais distribuídos pelos mais de 230 km², onde a população pode descontrair, estudar, praticar esportes, trocar experiências e ter acesso a uma infinidade de possibilidades.
Praça da Bíblia, do Cidadão, do Trabalhador, dos Direitos, das Marias. Um misto daquilo que torna Ceilândia o que ela é, o cidadão, o povo trabalhador, as múltiplas religiões, as mais diversas Marias, a juventude. Muito mais que um “espaço público urbano livre de edificações”, como supõe o significado da palavra, as praças da cidade mais populosa de Brasília são o exemplo de que a Cei é para todos.
De todos os pontos de encontro da cidade, o Correio selecionou os mais conhecidos e frequentados para ver de perto a relação dos moradores com o espaço. A reportagem ouviu histórias, conheceu projetos e pessoas, para mostrar o que há de melhor nelas.
Cincos principais praças de Ceilândia(foto: Valdo Virgo)
“Tem dois anos que se você passar aqui todos os dias, eu vou estar aqui. Sem exceção”. Essa é a rotina da bancária Thalita dos Santos, 29 anos, frequentadora da Praça do Trabalhador, na QNM 13. Ela comprou uma casa na Ceilândia Sul e adotou o local como ponto de encontro para ela e seus cachorros. A jovem criou um grupo no WhatsApp com outros moradores da região para, juntos, passearem com os animais de estimação.
Já são mais de 30 tutores de pets no grupo. Todos os dias eles marcam de ir à praça para que os peludos possam brincar e os humanos, socializar. “Eu comecei a vir primeiro, eu tinha ela e uma outra (cadela), mas a outra infelizmente foi atropelada, então eu passei a vir só com essa. Assim, começaram a vir outros cachorros e nós tutores decidimos fazer um grupo. Antes de sair para ir à praça, a gente sempre manda mensagem neste grupo e as pessoas se organizam para andar juntas”, contou a tutora da Cristal e da Lola.
Thalita e Lucimeire com seus pets, integrantes do grupo de WhatsApp organizado para passear na Praça do Trabalhador(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Da Bíblia
A Praça da Bíblia é a mais conhecida de Ceilândia e uma das mais famosas do DF. Inaugurada em 30 de novembro de 2007, no Dia do Evangélico, a ideia do ponto era ser um local para realização de eventos cristãos, que atendesse, principalmente, a comunidade evangélica da cidade. Por isso não foram instalados bancos, equipamentos para o lazer de crianças e adultos, ou até mesmo árvores. Mas, ao longo dos 15 anos de existência, o propósito do espaço acabou se perdendo, já que poucos eventos religiosos ocorreram.
Assim, a comunidade adotou a praça da Bíblia como um espaço cultural. Samba, saraus, brinquedos infláveis, um misto de diversão, poesia e música, tomam conta do local nos últimos anos. Edvaldo Cirilo, de 51 anos, conhecido como Negro Vatto, é um dos frequentadores da praça e participa de projetos culturais de ocupação do espaço como o Samba da Comunidade e o Sarau-vá.
Edvaldo Cirilo ( Negro Vatto ) membro do Grupo Samba na Comunidade, que costumava tocar na Praça da Bíblia.(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Ele, praticamente um irmão gêmeo de Ceilândia, tem raízes na cidade e dedicou boa parte da vida à comunidade. Um mês depois da fundação da Região Administrativa, em 30 de abril, nasceu Edvaldo, que nunca mais abriu mão dos laços que criou com a Cei. “Vi a cidade crescendo e juntamente fui me formando, aqui estudei em escolas públicas, terminei o ensino médio por aqui mesmo e aos 20 anos de idade ingressei na Polícia Militar do DF, por onde trabalhei longos 30 anos”, contou o artista. Desses 30 anos como policial, 20 foram na Ceilândia, prestando serviço à comunidade. Agora, depois de aposentado, Negro Vatto ocupa o tempo com poesias, desenhos, e o Samba da Comunidade.
A primeira edição do Samba da Comunidade foi em 2014. A formação inicial dos sambistas que encabeçaram o projeto contou com a participação de Negro Vatto, Mirinho do Banjo, João Henrique, Michael Santos e Jonas Dias. Ao longo de seis anos, as rodas de samba organizadas pelo projeto disseminaram a cultura do samba de raiz para as localidades onde o ritmo não era conhecido. A repercussão foi tão grande que fez alguns dos maiores nomes do gênero musical desembarcarem na praça da Bíblia para presenciar a grandiosidade do samba ceilandense.
Os sambistas da Velha Guarda da Portela, do Rio de Janeiro, Serginho Meriti, cantor e compositor que ostenta vários sucessos como Deixa a Vida me Levar, que ganhou o Brasil na voz de Zeca Pagodinho e Negra ngela na voz de Neguinho da Beija-Flor, entre outras personalidades, já participaram das sete horas em que o batuque, pandeiro e percussão soam forte sob a organização do Samba da Comunidade.
Por conta da pandemia da covid-19, que começou em 2020, o projeto teve que pausar os encontros. “A Praça da Bíblia é uma praça que é bem popular. Na praça acontecem inúmeros eventos culturais, mas por conta da pandemia, está parada. Lá funciona um comércio dos ambulantes, espetinho, macarrão do Karl Max, e outros. Eu às vezes passo pela praça e vejo o quanto está fazendo falta pra comunidade as atividades culturais”, lamenta Negro Vatto.
Mesmo com o relaxamento das medidas de segurança, os projetos na Praça da Bíblia ainda não retornaram. De acordo com o rapper Rafinha Bravoz, representante do Sarau-vá, que reunia cerca de 300 pessoas durante o saraus, as atividades de poesia no espaço devem retornar em breve. “O ideal é que no máximo em maio a gente recomece”, afirmou. Além disso, existe um projeto que será apresentado à Câmara Legislativa do DF (CLDF) ainda no primeiro semestre deste ano, para tornar a praça um espaço mais acolhedor.
“A praça da bíblia fica em um ponto estratégico, entre a Ceilândia antiga, Setor O, início do Sol Nascente e a QNQ, então é um local em que passa muita gente e de fácil acesso para muitos moradores. Pretendemos trazer um espaço gastronômico para o local, equipamentos públicos como PECs (Pontos de Encontro Comunitários) parque infantil, anfiteatro para realização de apresentações culturais e cultos religiosos”, informou o administrador da RA, Fernando Fernandes.
Praça da Bíblia, Ceilândia.(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
De acordo com o administrador, a ideia do projeto gastronômico surgiu dos próprios moradores. “Foi uma ideia nossa ao conversar com alguns frequentadores da praça. Vamos tocar pra frente e até o final do ano teremos novidades boas. Muita gente frequenta a Praça da Bíblia para praticar exercícios e as crianças para brincar com os coleguinhas, então queremos dar uma estrutura, queremos mudar a cara”, afirmou Fernandes. “A ideia é dar mais movimentação ao local, porque acabou ficando uma praça grande, pavimentada, com a bíblia no meio e nenhum equipamento para atrair as pessoas”, resumiu.
Do Cidadão
A ocupação a fim de ressignificar espaços públicos também tomou conta de outro ponto de encontro na Cei. Na Praça do Cidadão, localizada na EQNM 18/20, um projeto deu significado ao local. Há 15 anos, o Jovens de Expressão ocupa a praça para colocar a população de Ceilândia e arredores em contato com a arte, a educação, a saúde, a dança, a música e mais. “Incentivamos as potencialidades da juventude”, afirma o programa nas redes sociais, que tem como premissa dar voz aos moradores da cidade.
São mais de 500 jovens assistidos diretamente pelo programa todos os anos e cerca de dois mil indiretamente. Na praça, o Jovens de Expressão (JEX) tem um local próprio para atendimento ao cidadão, terapia comunitária, pré-vestibular, oficinas, empreendedorismo, além de manter o ponto de encontro sempre vivo, com muitas cores e grafites que transmitem a essência de Ceilândia. “O Jovens de Expressão começou como ocupação, em contrapartida a uma pesquisa que saiu em 2006 sobre vulnerabilidade na juventude, que mostrou as cidades mais violentas do Distrito Federal. Ceilândia, Sobradinho e Planaltina, eram as regiões com mais índices de mortes violentas. Então o projeto surgiu para tirar o jovem de Ceilândia da ociosidade, oferecendo atividades culturais, esportivas, cinematográficas, entre outros”, informou Rayane Soares, coordenadora do JEX.
Rayane Soares, coordenadora do projeto Jovens de Expressão(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Basta passar pelo local para ver que, hoje, Ceilândia é muito mais que os índices de violência. “No momento nós estamos com o Cine de Expressão, que são oficinas voltadas para o cinema, com filmes introdutórios”, contou Rayane. Pelas redes sociais é possível perceber que a juventude da cidade se envolve com as oficinas e mostram seus talentos, seja com libras, canto, poesia, fotografia, produções cinematográficas, etc. Além disso, na Praça do Cidadão o Jovens de Expressão também montou uma galeria de arte que está com a exposição Quinquilharias, do grupo Antiquário, em exibição até 30 de março.
Correio Braziliense quinta, 24 de março de 2022
PESCA: BRASIL DÁ POUCA IMPORTÂNCIA SETOR PESQUEIRO
Brasil dá pouca importância ao setor pesqueiro, mostra pesquisa
Situação de 93% das espécies comercializadas é desconhecida, o que eleva o risco de desaparecimento de variedades e desequilíbrio do ecossistema
ME
Maria Eduarda Cardim
postado em 24/03/2022 06:00
(crédito: Paul Einerhand/Unsplash/Divulgação)
Apesar de a produção de alimento nos meios aquáticos ter ganhado importância nos últimos anos, o Brasil ainda ignora a pesca como fonte de emprego e renda. É o que aponta um levantamento da ONG Oceana Brasil sobre o cenário da pesca, em 2021. A pesquisa concluiu que o país desconhece a situação de 93% das espécies de peixes pescados, o que eleva o risco de que variedades importantes para consumo e equilíbrio do ecossistema marinho não suportem a exploração nos moldes atuais.
Um número ínfimo dos chamados estoques pesqueiros, que são alvo da pesca comercial, tem status conhecido. Dos 117 estoques, apenas oito espécies exploradas comercialmente pela frota brasileira possuem situação mapeada, o que representa cerca de 7% do conjunto avaliado. O cenário é parecido com o encontrado em 2020, quando apenas sete tinham sido analisados.
Segundo a pesquisa, as espécies com mais informações sobre o status populacional continuam sendo os atuns e afins, que dispõem de avaliações regulares conduzidas pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT, em inglês). A falta de analises dos estoque é um fator que limita a ordem da pesca, uma vez que impossibilita que se possa equilibrar a intensidade de pesca com a produtividade dessas espécies.
Ainda ao observar os estoques pesqueiros, apenas 9% estão submetidos a planos de gestão de pesca, o mesmo número avaliado em 2020. "Pouco se evoluiu em termos de construção de planos de gestão para pesca que se apliquem aos estoques listados como alvo da pesca comercial brasileira", avaliou o diretor científico da Oceana Brasil, Martin Dias.
Sem planejamento
O desconhecimento e a falta de planos de gestão e recuperação desses estoques tornam impossível uma identificação de quadros predatórios provocados pela pesca excessiva (sobrepesca), por exemplo, o que compromete o equilíbrio entre o uso e conservação desses recursos.
"Sem uma modernização da política pesqueira nacional, a tendência é seguir com pequenos avanços intercalados por grandes retrocessos, perpetuando um ciclo vicioso que é prejudicial tanto sob a ótica econômico-social quanto ambiental", analisou Dias. O levantamento ainda reforça que essa escassez de dados tornam a "reversão desse cenário morosa".
O descaso com a pesca no país é histórico, segundo Dias. Por isso, a ONG sugere uma modernização do marco legal que estabelece a política comercial e de preservação. "Seguimos com um marco legal frágil, incapaz de criar essas bases sólidas para a gestão pesqueira", pontuou.
A Oceana Brasil considera "necessária e urgente" a mudança para o setor. "Tanto do ponto de vista de aprimoramento dos princípios, das ferramentas e instrumentos para se alcançar o objetivo do desenvolvimento sustentável da atividade de pesca, como para consolidação de uma base jurídica sólida que uma política de Estado deve ter", indica.
Correio Braziliense quarta, 23 de março de 2022
MÚSICA: CHICO CÉSAR E LAILA GARIN SÃO VOZ E SOM DO ESPETÁCULO *A HORA A ESTRELA*
Chico César e Laila Garin são voz e som do espetáculo 'A hora da estrela'
Está disponível nas plataformas de streaming, o álbum com a trilha sonora do espetáculo 'A hora da estrela' ou 'O canto de Macabéa', de Clarice Lispector, nas vozes de Chico César e Laila Garin
IR
Irlam Rocha Lima
postado em 23/03/2022 06:00
(crédito: Daniel Barboza/Divulgação)
A trilha sonora do musical de A hora da estrela ou O canto de Macabéa, de Clarice Lispector, que esteve em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, de 24 de junho a 4 de julho de 2021, está disponível nas plataformas digitais. O espetáculo, inspirado em obra clássica de Clarice Lispector, narra a saga de uma migrante nordestina em existência medíocre no Rio de Janeiro.
Gravado por Chico César e Laila Garin (protagonista do espetáculo), o álbum foi produzido pela Sarau Cultura Brasileira, tem produção musical e arranjos de Marcelo Caldi. Em duo Chico e Laila interpretam 13 das das 16 músicas — todas de autoria do compositor paraibano —, entre elas Estou aqui, O grande encontro, Embaixo e em cima, Pouca conversa, A pimenta mais ardida e Vermelho esperança (lançada anteriormente em single).
Em Saudade da zona, Laila faz duo com a atriz Cláudia Ventura; e, com o ator Cláudio, Demoníaca a vida doía. Na única faixa solo, ela canta Um quarto só para mim. Nos acompanhamentos está o trio formado por Fábio Luna (flauta, bateria, pandeiro e congas), Pedro Aune (baixo) e Pedro Franco (guitarra). Há ainda a participação do arranjador Marcelo Caldi, tocando piano e sanfona.
Chico César diz que criar a trilha sonora para A hora da estrela foi um desafio e tanto. "Clarice Lispector adorava música, como se depreende de sua dedicatória nesse livro a Schumann, Beethoven, Bach, Strauss e Debussy, Prokofief, Schonnberg e ao penambucano Marlos Nobre". Ele acrescenta:"Busquei a música na própria angulosidade dos assuntos, seus fraseados e seus cortes secos. Nos silêncios embaraçosos e no atrito das almas rurais, provincianas. A inspiração veio da generosa busca da atriz aqui na peça pela humanidade invisibilizada da moça nordestina".
Para Laila,foi um presente interpretar o Canto de Macabéa, por meio da música de Chico César, que dá conta de nos fazer sentir no corpo e na alma o que os versos de Clarice abrem no pensamento", ressalta. "Assim como a atriz da peça se funde com Macabéa, acho que Chico se fundiu com Clarice. Marcelo Caldi com os músicos e arranjos revelam melodias e harmonias escondidas entre versos, que traduzem o mais silencioso em nós".
Chico César e Laila Garin — O Canto de Macabéa
ou A Hora da Estrela
Álbum com a trilha sonora do espetáculo, com 16 faixas.
Disponível nas plataformas digitais.
Correio Braziliense terça, 22 de março de 2022
PANDEMIA: QUANDO O DF PAROU - BRASILIENSES CONTAM COMO LIDARAM COM A CHEGADA DA PANDEMIA
Quando o DF parou: brasilienses contam como lidaram com a chegada da pandemia
Publicação do decreto que estabeleceu a primeira interrupção geral de serviços e atividades no Distrito Federal completou dois anos na semana passada. Para relembrar o período, o Correio traz histórias de quem acompanhou isso de perto, fosse em casa, fosse no front
AM
Ana Maria Pol
postado em 22/03/2022 06:00
Painéis eletrônicos alertavam para os riscos do novo coronavírus - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O movimento nas ruas, nas quadras comerciais e no asfalto — tão conhecido e integrado às vidas dos brasilienses — mudou completamente em março de 2020, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) informar que a disseminação da covid-19 representava uma situação pandêmica. Há dois anos, governos começaram a adotar medidas restritivas em todo o mundo e, no Distrito Federal, não foi diferente. Em 18 de março, o vazio se fez presente em diversos espaços da capital do país, depois da publicação do decreto que estabeleceu, pela primeira vez, o fechamento de estabelecimentos.
Para algumas pessoas, relembrar os primeiros momentos da pandemia pode ser doloroso. A incerteza sobre o futuro, a aflição diante da possibilidade de se contaminar e as dúvidas sobre o risco de transmitir a doença foram algumas das preocupações que tomaram conta do dia a dia da população. Enquanto diversos profissionais precisaram enfrentar o desconhecido no front, outros contaram com a possibilidade de manter as atividades em casa. Mas a realidade no meio remoto também exigiu adaptações, e ficar em home office não necessariamente podia trazer alívio. "Eu via os noticiários, esperando uma notícia boa, mas ela nunca chegava. O número de mortes só aumentava, a cada dia", relata a advogada Brenda Teles de Freitas, 24 anos.
Moradora do Sudoeste, ela se recorda de quando o cenário pandêmico chegou ao Distrito Federal. Com isso, precisou migrar para o home office. "Foi caótico, porque ninguém conhecia bem a dinâmica do vírus, o que era, as consequências. Eu estava como assessora em um escritório de advocacia, e os sócios precisaram tomar a decisão (pelo trabalho remoto) abruptamente, sem entender como as coisas aconteceriam. Foi bem difícil. Cheguei a trabalhar muito mais horas do que o normal. E sempre havia fatores externos que tiravam a concentração", completa.
Na Rodoviária do Plano Piloto (E), equipes descontaminaram o terminalEVARISTO SA
Em frente ao shopping na plataforma superior, ruas vaziasAna Rayssa/CB/D.A Press
Cobranças
Enquanto algumas atividades foram suspensas ou transferidas para o remoto, trabalhadores de áreas consideradas essenciais continuaram na linha de frente. Varredora do Serviço de Limpeza Urbana, Ilza Carvalho da Silva, 34, cuidou do DF em um período de incertezas. Diariamente, de madrugada, ela saía de casa, no Recanto das Emas, rumo às ruas. Ao regressar, a gari tinha de redobrar os cuidados. Apesar de cansada, era necessário evitar o risco de infectar a família. "Nós não paramos. E tivemos muito medo de pegar a doença e transmiti-la. Tenho três filhos. Então, minha maior preocupação era passar (a covid-19) para alguém. Sempre que chegava do trabalho, ia direto para o banho, tirava meu uniforme e, no outro dia, trabalhava com outras roupas, para evitar qualquer tipo de contato. Foi difícil e cansativo, mas valeu a pena, pois ninguém (próximo) contraiu a doença", acrescenta.
Com atuação em uma das equipes de atendimento à família da Unidade Básica de Saúde nº 5 de Taguatinga, a técnica Fátima Simone Mariz, 43, não pôde deixar de ir ao trabalho presencialmente. Parte do grupo de pessoas que atuou diretamente no combate à covid-19 no DF, ela não esqueceu os momentos de tensão que viveu no início da crise sanitária. "Deixamos nossas famílias confinadas compulsoriamente desde o início dessa batalha, sem nada que pudéssemos fazer. Eles acompanhavam nossa trajetória por meio dos jornais, em um panorama complexo e sombrio, tentando nos nutrir de longe, pelo fato de estarmos órfãos da assistência", reflete.
A assistência à qual a técnica em saúde se refere tem a ver com o enfrentamento a um inimigo pouco conhecido. "Saímos de analfabetos a doutores em tempo recorde, empacotando corpos de colegas, atendendo pacientes transtornados, amenizando a dor de pessoas e tratando feridas de um lugar em que nunca tínhamos tocado antes, a alma. Nossas forças se esvaíram e, hoje, nossa saúde mental mina a cada dia. Trabalhamos incansavelmente dois anos para um mundo que só nos cobrou números e resultados", desabafa Fátima Simone.
Ilza não teve como trabalhar em home office: cuidado redobradoSLU/Divulgação
Fátima Simone, na UBS 5 de Taguatinga: trabalho incansávelMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
Passados dois anos de uma batalha que ainda não terminou, a pergunta que fica é: o que mudou? Para a infectologista Joana D'Arc, o ser humano relembrou das próprias vulnerabilidades e que precisa estar preparado para adversidades. Mesmo assim, a médica percebe que o brasileiro precisa mudar comportamentos: "Vivemos a exposição de todas as nossas fragilidades nesta pandemia e, apesar disso, continuamos a fazer o mesmo que ocorre com as catástrofes, ou sejam perceber o problema e o trabalho feito só quando chove. Sabemos onde está o erro, mas permanecemos em um circuito de inércia, por vários motivos".
Apesar disso, o infectologista do hospital das Forças Armadas, Hemerson Luz, reitera que alguns hábitos de saúde vieram para ficar e elogia o decreto restritivo, que permitiu segurar a quantidade de casos e mortes enquanto não havia imunizantes. "Aquilo que se via no início não deve acontecer novamente, devido à vacinação e aos aprendizados que ficaram. Mas a covid-19 deve continuar entre nós por mais um tempo", ressalta.
Correio Braziliense segunda, 21 de março de 2022
OUTONO: ESTAÇÃO COMEÇA NO DISTRITO FEDERAL COM UMIDADE MÍNIMA DO AR EM ATÉ 25%
Outono começa no Distrito Federal com umidade mínima do ar em até 25%
Verão terminou às 12h33 desse domingo (20/3), com tempo parecido com o desta segunda-feira (21/3). Previsão do Inmet é de temperatura entre 14ºC e 31ºC
PM
Pedro Marra
postado em 21/03/2022 08:43
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Com o fim do verão às 12h33 desse domingo (20/3), o outono no Distrito Federal começa com calor na maior parte do dia e umidade relativa do ar de 90% a 25%. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de temperatura entre 14ºC, registrada nesta manhã no Gama, e 31ºC. “Teremos um dia relativamente seco”, afirma o meteorologista do órgão, Olívio Bahia.
O especialista explica que a umidade mínima do ar sempre ocorre no período da máxima. “Se a máxima ocorre à tarde, por volta de 14h ou 15h, é inversamente proporcional à umidade mínima”, diz.
Para quem for praticar atividades físicas ao ar livre, a recomendação do meteorologista é se hidratar ao máximo. “Já que não está chovendo e tem pouca nuvem, são aqueles cuidados com a radiação ultravioleta para o pessoal que anda, faz esporte e tem que redobrar a atenção com a pele”, alerta Olívio.
O tempo quente, com pouca condição para chuva deve permanecer para os próximos dias. “Até quinta ou sexta-feira, tem pouca chance de chuva no DF, mas a gente espera que chova no fim de semana”, adianta o meteorologista do Inmet.
Lave as mãos com frequência e evite colocá-las na boca e no nariz;
Não esqueça de usar máscara de proteção individual, importante nesta pandemia da covid-19 para evitar o contágio pelo novo coronavírus;
Procure manter o corpo sempre bem hidratado, e beba bastante água, mesmo sem sentir sede;
Na hora do lanche ou da sobremesa, dê preferência a frutas ricas em líquidos, como melancia, melão e laranja, por exemplo;
Em especial, fique atento à hidratação das crianças, idosos e dos doentes;
Aplique soro fisiológico no nariz e nos olhos para evitar o ressecamento;
Evite a prática de exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 17h;
Use produtos para hidratar a pele do rosto e do corpo, pelo menos depois do banho e na hora de deitar;
Coloque chapéus e óculos escuros para proteger-se do sol;
Aproveite o vapor produzido pela água durante o banho para lubrificar as narinas;
Coloque toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores nos quartos de dormir;
Evite aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar condicionado, pois o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções das vias aéreas;
Mantenha a casa sempre limpa e arejada. O tempo seco aumenta a concentração de ácaros, fungos e da poeira em móveis cortinas e carpetes;
Procure não usar vassouras que levantam o pó por onde passam;
Dê preferência para aspiradores ou panos úmidos;
Ligue ventiladores de teto no modo “exaustor”, com ar direcionado para cima. Ligados para baixo, no modo “ventilação”, levantam a poeira que se mistura no ar;
Não queime lixo nem provoque queimadas por descuido ou desatenção;
Fonte: Defesa Civil do Distrito Federal (DCDF)
Correio Braziliense domingo, 20 de março de 2022
DISTRITO FEDERAL: HOMENAGEM AOS 51 ANOS DA CEILÂNDIA
Ana Dubeux: A Ceilândia, com amor
AD
Ana Dubeux
postado em 20/03/2022 06:00 / atualizado em 20/03/2022 07:24
(crédito: Monique Renne/Esp. CB/D.A Press)
Desde que me entendi por gente em Brasília, entendi também que Brasília tem gente — uma gente boa, criativa e cheia de humanidade, que contraria o conceito de capital fria, feita de concreto, sem aconchego, esquinas ou vizinhança camarada. Parte dessa compreensão veio do fato de olhar além do Plano Piloto. Meu quadrado nunca teve divisas, nem espaço delimitado por retas ou mesmo as curvas arquitetônicas.
A Ceilândia de carne e osso se faz presente no nosso dia a dia para além da força de trabalho, da atividade econômica, da população grandiosa, do eleitorado importante. Sua gente, seus artistas, suas quebradas, seus muros pintados, seus ritmos musicais, que revelam talento, além de muitas coisas mais, são ativos poderosos do DF.
No próximo dia 27, Ceilândia faz festa: 51 anos de vida, de resistência, de uma identidade única, embora plural. Aqui no Correio, não deixamos de celebrar a data. No próximo domingo, será publicada a versão impressa de um especial que aponta para o futuro do lugar que hoje acolhe 470 mil moradores.
Um hotsite especial, já no nosso site, conta histórias memoráveis dos ceilandenses: dos projetos culturais, como o Jovem de Expressão, aos empreendedores. Os artistas também ganham espaço e voz.
Editor de Cidades e de Cultura, José Carlos Vieira, o Zé, amante dos recantos culturais além do Plano Piloto, conhece não só a geografia desse lugar, mas sua gente, sua força cultural.
Zé foi a campo para colher histórias. Entrevistou o rapper Japão — veja o vídeo. O artista contou sua relação com Ceilândia, presentes na atitude e nas músicas de quem nasceu no mesmo ano da cidade e cresceu com ela. Lembra-se de quando a água era buscada na caixa d'água, que virou símbolo inclusive de resistência. Lembra com orgulho da época em que, bem jovem ainda, vendia exemplares deste jornal, convocando os moradores da cidade a lerem o Cooooorrreio.
Nossa ideia é sempre de resgate. Histórias, tradição e novas perspectivas de um lugar que resiste, luta, comove, promove e orgulha o Distrito Federal.
Vale a pena conferir para conhecer melhor esse recanto tão importante e revelador que nasceu e cresceu na diversidade de sua gente, que migrou de muitos estados brasileiros para erguer uma nova história e uma nova cidade. Nossos parabéns a todos os ceilandenses! Que Ceilândia receba nossa homenagem e continue fazendo história e poesia!
Correio Braziliense sábado, 19 de março de 2022
SAÚDE: EVENTOS EM TODO O PAÍS MARCAM PASSAGEM DO DIA DA SÍNDROME DE DOWN
Eventos em todo o país marcam passagem do Dia da Síndrome de Down
Neste ano, o país vai comemorar pela primeira vez o Dia Nacional da Síndrome de Down, que foi instituído no último dia 4 também para o dia 21.
AB
Agência Brasil
postado em 19/03/2022 08:35
(crédito: Wilson Dias/Ag..ncia Brasil)
Muitos eventos alusivos ao Dia Mundial da Síndrome de Down, que será comemorado nesta segunda-feira (21), começam a ser realizados hoje (19) no Brasil. Neste ano, o país vai comemorar pela primeira vez o Dia Nacional da Síndrome de Down, que foi instituído no último dia 4 também para o dia 21.
Um dos eventos previstos para este fim de semana é o 11º Simpósio Internacional da Síndrome de Down (Trissomia 21), organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (Cepec SP).
O tema do simpósio, que será totalmente online, é Desafios e Oportunidades: Propostas e Conquistas. O objetivo é apresentar as possibilidades que norteiam a autonomia familiar, social, educacional e econômica das pessoas com síndrome de Down, adequando o conteúdo com informações técnico-científicas dos mais recentes avanços que envolvem o presente e o futuro das pessoas com síndrome de Down, incluindo a pandemia de covid-19. Mais informações podem ser obtidas neste site.
O simpósio abordará temas como escolaridade, saúde, direito, nutrição, atividades físicas, genética, inclusão, autonomia, trabalho e envelhecimento. Amanhã (20), a fundadora da Escola de Gente, do Rio de Janeiro, Claudia Werneck, fará palestra com acessibilidade plena sobre o tema "Comunicação inclusive. Vai ter legado depois da pandemia?".
Também hoje será divulgada live beneficente pelo Instituto Amor21, a partir de 13h, no Maceió Shopping, em Alagoas, com o tema "O que Quer Dizer Inclusão?". Além de comemorar o dia 21 de março, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para a importância da inclusão das pessoas com Down por meio da conscientização. O Instituto Amor21 é formado por pais, parentes e amigos de pessoas com síndrome de Down. Foi fundado em novembro de 2014 e é filiado à Federação Brasileira de Associações de Síndrome de Down.
O Dia Mundial da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março desde 2006, em alusão à Trissomia do Cromossomo 21, porque os portadores da síndrome de Down carregam três cromossomos número 21, em vez de dois, como as demais pessoas.
Respeito
No Shopping Benfica, em Fortaleza, o Instituto Compartilha e a empresa Taurus Engenharia abrem hoje uma série de atividades em ação intitulada "O que Quer Dizer Inclusão?". O objetivo é fazer com que os frequentadores do shopping center reflitam sobre a importância da inclusão de pessoas com síndrome de Down, que precisam ser respeitadas como indivíduos independentes e capacitados. A programação inclui oficinas de confecção de peças em biscuit e bijuterias para adultos com síndrome de Down, palestras, bate-papo, contação de histórias, exposição de quadros e apresentações artísticas e culturais. Haverá ainda venda de produtos confeccionados por pais de pessoas com Down.
A Fundação Síndrome de Down promove em Campinas, no interior de São Paulo, ações tanto para os atendidos pela instituição quanto para a comunidade em geral. As atividades voltadas exclusivamente para o público da instituição incluem o Ateliê Aberto, com quatro oficinas de técnicas artísticas. Neste sábado, das 10h às 12h, na Praça do Coco, em Barão Geraldo, está previsto o evento "Qual É a Sua Cara?", aberto ao público em geral, que inclui uma oficina de carimbos, na qual, crianças, jovens e adultos poderão pôr a imaginação para funcionar e criar personagens e até fazer um autorretrato.
Podem participar pessoas de qualquer idade. Apenas crianças com menos de 8 anos devem estar acompanhadas de adultos. A finalidade do evento é levar a população a refletir sobre os preconceitos em relação às pessoas apenas com base na aparência física.
Interação
Em Maricá, Rio de Janeiro, a prefeitura abre neste sábado na Lagoa de Araçatiba a programação da Semana da Síndrome de Down, que vai até sexta-feira (25). Das 9h às 12h, a Secretaria de Assistência Social oferece modalidades de interação para o público-alvo, como canoa polinésia adaptada, corrida de triciclo adaptado, ioga, alongamento e circuito. A ação é uma parceria com o projeto Empresto Minhas Pernas, da Organização da Sociedade Civil Rede Cicle, que faz com que as pessoas com deficiência tenham autonomia física ou mental por meio da interação com voluntários em práticas esportivas.
Segundo o secretário de Assistência Social de Maricá, Jorge Castor, o objetivo é incentivar o profissional a direcionar o olhar para as alterações comuns em variadas deficiências e mostrar que a pessoa com Down pode interagir com as demais, fazer esporte, dançar, brincar. É um evento de inclusão social. Na quarta-feira (23), às 9h, começa a Primeira Jornada Científica T21, com enfoque na condição genética Trissomia do Cromossomo 21, conhecida como síndrome de Down.
A jornada prevê troca de conhecimentos, por meio de palestras e vivências, entre profissionais da rede, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, pessoas com a síndrome e familiares. As inscrições para a jornada estão abertas, mas as vagas são limitadas a 70 participantes. O cadastro é gratuito e será feito até o dia 22 ou até que sejam preenchidas as vagas neste endereço. A jornada será na Universidade Vassouras, campus Maricá, e fornecerá certificado.
A Semana da Síndrome de Down será encerrada na sexta-feira com exibição do filme Cromossomo 21, no Rotary Clube de Maricá, às 14h.
Vídeos
A Down Syndrome International, entidade sediada no Reino Unido e responsável pela criação do Dia Mundial da Síndrome de Down, convida pessoas com essa condição a participar dos eventos pelo Dia Internacional da Síndrome de Down na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos) e Genebra (Suíça). Quem quiser pode enviar vídeos ao site da entidade dizendo o que é inclusão. No evento de Nova York, pessoas que não têm síndrome de Down também podem participar.
Cromossomo do amor
Na segunda-feira, das 18h às 19h, a Universidade Guarulhos, em São Paulo, promove o evento online Cromossomo do Amor – Conhecer para Incluir. A programação, que será transmitido pelo canal da universidade no YouTube, inclui temas como conscientização sobre direitos, inclusão e bem-estar, importância do acompanhamento do atendimento pedagógico e apresentará sugestões de atividades que podem ser feitas em casa.
Foz do Iguaçu, no Paraná, promoverá de segunda a sexta-feira a 3ª Semana da Pessoa com Síndrome de Down. O evento, que será virtual e terá palestras sobre educação inclusiva, faz parte das atividades de extensão realizadas por professores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). O objetivo é levar educadores, profissionais de saúde e o público em geral a compreender quais são os direitos dos portadores da síndrome de Down quanto à educação, à saúde, à qualidade de vida, ao trabalho, além de combater o preconceito em relação às pessoas com essa condição.
O evento é aberto a todos os interessados e fornecerá certificado aos que se inscreverem e assinarem a lista de presença no dia de cada atividade. A transmissão será pelo YouTube, e as pessoas inscritas receberão e-mail com informações para acesso à sala virtual. As inscrições podem ser feitas aqui.
De 21 a 23 deste mês, a Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência e o Instituto Limbios, localizado no estado de São Paulo, estão com inscrições abertas para evento online e gratuito para lembrar o Dia Internacional da Síndrome de Down. Com o tema "Síndrome de Down (T21), o Cromossomo que Nos Une", o encontro virtual será transmitido pelo canal do Instituto Limbios no YouTube. De acordo com a organização, estará em debate a importância do acolhimento e da estimulação precoce para o pleno desenvolvimento do portador de síndrome de Down, do diagnóstico até a vida adulta. As inscrições podem ser feitas por este e-mail ou pelo telefone (14) 3732-8844.
Mesa-redonda
Na segunda-feira, em Macaé, no Rio de Janeiro, a Secretaria de Educação realizará mesa-redonda, a partir das 14h, na Câmara Municipal, levando a população a refletir sobre a síndrome de Down no projeto Todos por uma Macaé Inclusiva. Para participar, os interessados precisam se inscrever no site do Centro de Formação Professora Carolina Garcia. O objetivo é debater a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com síndrome de Down.
Também a Secretaria de Inclusão de Ourinhos, em São Paulo, programou para segunda-feira o 1º Updown, evento especial para marcar a passagem do Dia Mundial da Síndrome de Down. A ação foi definida em reunião da prefeitura com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O evento será na Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, a partir das 15h. A programação prevê mesa de conversa com pessoas com síndrome de Down e apresentação de dança.
Para o secretário de Inclusão, Caio Lima, o evento dará mais visibilidade à causa das pessoas com Down. "Ourinhos hoje é referência no acolhimento e inclusão da pessoa com deficiência. Uma prova disso é o fato de diversas pessoas com síndrome de Down trabalharem na administração municipal, onde desenvolvem papel importante e são referência para todos nós."
Conscientização
De 21 a 27 deste mês, Pelotas, no Rio Grande do Sul, promove a Semana de Conscientização e Orientação Sobre a Síndrome de Down. Organizado pela prefeitura, o evento terá participação de diversas entidades e palestras e oficinas ao longo dos sete dias de programação. Colaboram na organização as secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação e Desporto de Pelotas. Entre as atividades previstas, está a construção de uma rede de acolhimento a partir de encontros presenciais com as equipes da atenção primária de saúde, rodas de conversa e debates sobre o tema "Você sabe o que é inclusão?", além de pintura nas escolas municipais nas cores azul e amarelo, em referência ao tema.
Ainda no Rio Grande do Sul, a Associação de Pais, Familiares e Amigos de pessoas com Síndrome de Down Bem Viver realiza, em Santa Maria, a exposição "Somos mais que T21" no Monet Plaza Shopping. A mostra reúne itens confeccionados por crianças, jovens e adultos com a síndrome e fotos dos filiados à associação. A mostra fica na sala 90 do shopping até o dia 1º de abril e a visitação é gratuita.
Em Porto Ferreira, São Paulo, o Sest/Senat promoverá a 2º edição da Semana Municipal de Conscientização sobre a Síndrome de Down nos dias 28, 29 e 30 de março. Aberto ao público, o evento será realizado de forma presencial, a partir das 19h30, seguindo as medidas de higiene, distanciamento e com os participantes usando máscaras.
Serão três noites de palestras com profissionais de várias áreas de atuação e também com depoimentos de parentes de pessoas com a síndrome. A programação completa será divulgada nos próximos dias, nos canais oficiais da prefeitura de Porto Ferreira. Para participar, será necessário fazer inscrição prévia por meio do formulário online disponível aqui.
A semana resulta de parceria entre as secretarias de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social e Cidadania, em conjunto com a sociedade, e busca discutir inclusão, respeito e combate ao preconceito contra as pessoas com síndrome de Down.
Correio Braziliense sexta, 18 de março de 2022
GASTRONOMIA: LIBERTANGO GANHA VERSÃO BRASILIENSE NO SETOR HOTELEIRO SUL
Libertango ganha versão brasiliense no Setor Hoteleiro Sul
Ao se atrever a transformar o clássico tango num estilo livre e potente, o genial músico argentino Astor Piazzola não poderia imaginar que o título de uma de suas mais incensadas composições – Libertango — fosse servir, 40 anos mais tarde, para batizar restaurante especializado em parrilla, reconhecido entre os melhores do Brasil no serviço de deliciosas carnes grelhadas igualmente argentinas.
“No retorno de uma viagem a Buenos Aires, onde comprei um CD de Piazzola, vinha ouvindo as músicas e me encantei especialmente com uma delas. Imediatamente decidi substituir a palavra Recoleta, que eu não gostava muito, no nome do restaurante aberto no Guarujá. Assim nasceu o Libertango, transferido logo depois para Campos de Jordão”, conta o empresário paulista de Avaré, Jorge Seródio, que ao lado da mulher Lucinha, dão suporte à versão brasiliense do famoso estabelecimento, que veio dar filhote no térreo do Bonaparte, Setor Hoteleiro Sul, pelas mãos do empresário Raul Canal, proprietário de imóveis no local.
É ele que narra, por sua vez, como descobriu o Libertango, numa viagem à famosa estação de inverno paulista. “Fui jantar lá no Dia dos Namorados de 2015 e me apaixonei pela comida e o lugar e ainda voltei mais quatro vezes durante a estada”, lembra o advogado, dublê de empresário, que já estava interessado em “revitalizar a área de hotelaria, onde fica o meu escritório”.
Menu de gênero
Embora seja quase todo executado na parrilla, o cardápio traz muita variedade de carnes, apesar de 80% ter origem argentina. Do Uruguai, vem um delicioso carré de cordeiro servido com arroz com açafrão e molho de hortelã (R$ 154). Os cortes argentinos vão do bife de chorizo (350g para homem por R$ 132,90 e 270g para mulher por R$ 120,90) ao corazón de cuadril, que é a alcatra (R$ 126,90 para homem e R$ 117,90 para mulher); da fraldinha, consta como vacio (R$ 129,90 para homem e R$ 118,90 para mulher) ao asado de tira, costela com preço único de R$ 115,90. “Normalmente a mulher come menos que o homem, mas isso não impede que ele peça tamanho menor ou a mulher tamanho maior”, explica Lucia Serodio.
Alguns cortes podem vir à mesa para duas pessoas. Nesse caso, eles tem 600g e são servidos com dois acompanhamentos, como o ojo de bife (R$ 287,90); tapa de cuadril, que é a cobiçada picanha e o shoulder steak (ambos por R$ 279,90 cada). Arroz com brócolis, batata frita, purê de batata ou de maçã, polenta, farofa, creme de milho e até cabelinho de anjo ao alho e azeite de oliva são os principais acompanhamentos. Além de entradas, como empanada e linguiça, saladas e pastas, há pescados para quem não quer carne: salmão e truta grelhados. Ainda na parrilla, pancetta suína (cerdo a Gardel) e frango desossado (R$ 80,90).
Vinho exclusivo
Raul Canal com o vinho Neto do Tróia
Outra “descoberta” de Raul Canal, que se tornou um capricho, foi um tinto da Puglia, Nero Di Troia, “difícil de encontrar, fomos achá-lo numa distribuidora em São Paulo”, revela o experiente sommelier cearense Cintra Neto, de 47 anos, que emigrou para o sul e veio a Brasília, 11 anos atrás, com a equipe de A bela Sintra, passando depois pelo Bartolomeu. O vinho sai por R$ 433.
De sobremesa, há as clássicas argentinas, como panqueca recheado de doce leite com sorvete (R$ 29,90) e alfajores (R$ 14,90), segundo receita de Lucia Seródio, que faz o doce molhado por dentro.
Funciona de terça a sábado, de 12h às 15h e de 19h às 23h. Domingo, de 12h às 17h. Reservas: 3554-1727.
Correio Braziliense quinta, 17 de março de 2022
PREVISÃO DO TEMPO: DF TERÁ DIA QUENTE, COM CHUVAS
DF terá dia quente, mas com chuvas; a máxima será de 30ºC
Inmet prevê pancadas de chuvas isoladas, principalmente no período da tarde. O verão termina no próximo domingo, dia 20 de março, dando início ao outono
JE
Júlia Eleutério
postado em 17/03/2022 08:56
(crédito: RodrigoNunes)
Separa o guarda-chuva! As chuvas no Distrito Federal ainda não vão dar trégua para os brasilienses. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas podem ocorrer durante todo o dia, principalmente na parte da tarde, e de forma isolada. A previsão do tempo indica também um dia quente na capital com a temperatura máxima podendo chegar a 30ºC. A mínima registrada foi de 18ºC na madrugada.
Com o céu nublado e encoberto, as pancadas de chuvas, mesmo que isoladas, podem vir acompanhadas de trovoadas, segundo o meteorologista do Inmet Mamedes Melo. “Há possibilidade dessa chuva ser forte onde acontecer”, ressaltou sobre a intensidade das tempestades. A umidade relativa do ar pode variar de 40% a 95%.
O meteorologista avaliou que o tempo chuvoso em algumas horas do dia é comum para essa época do ano. "Estamos mantendo essa chuva típica de verão, apesar de estarmos quase no fim da estação já”, pontuou Mamedes. O verão termina no próximo domingo, dia 20 de março, dando início ao outono.
Como se proteger das fortes chuvas?
O brasiliense que está nas ruas precisa tomar cuidado. Para isso, o Correio preparou algumas dicas que podem te ajudar durante esse período chuvoso. Confira:
Em caso de rajadas de vento: não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas. Não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda;
Evite usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada;
Caso precise de mais informações, acione a Defesa Civil (telefone 199) ou o Corpo de Bombeiros Militar (telefone 193).
Correio Braziliense quarta, 16 de março de 2022
FUTEBOL - ÊXITO DO AMÉRICA MINEIRO EXPÕE TEMPO PERDIDO PELOS GIGANTES
Da Série B do Mineiro para a Libertadores: êxito do América expõe tempo perdido pelos gigantes
Em 2008, o América-MG disputava a segunda divisão do Campeonato Mineiro. Naquela mesma temporada, o Vasco caía pela primeira vez para a Série B do Brasileirão. De lá para cá são 14 anos. Incapaz de se reconstruir, o time carioca está no lugar que, em tese, seria do América. Com um jeitinho mineiro de ser, o Coelho preenche o espaço que, em circunstâncias normais de temperatura e pressão, deveria ser ocupado pelo Vasco: a fase de grupos da Libertadores.
A classificação do América em dois triunfos nos pênaltis contra o Guaraní, do Paraguai, e o Barcelona de Guayaquil nesta terça-feira é um tapa na cara de gigantes do futebol brasileiro. Dá um pouquinho a dimensão de como alguns times tradicionais pararam no tempo.
Em 2008, o América competia com Uberlândia, Caldense, Itaúna, Araxá, URT, Poços de Caldas, Ideal, Formiga, Valeriodoce, União Luziense e Passense pelo título da Série B do Mineiro, chamado por lá de Módulo II. Uma década e meia depois, está entre os 32 maiores clubes da América do Sul. Aguarda pelo sorteio, em 25 de março, para saber em qual das oito chaves entrará na fase mais importante da principal competição do continente.
Obviamente há quem relativize o sucesso do América-MG argumentando que nunca antes na história desse país se distribuiu tantas vagas para a Libertadores. Há quem diga que o clube mineiro não convive com a pressão dos gigantes. Outros exaltarão a sorte, o sucesso em duas disputas consecutivas nos pênaltis. Os mais incautos alegarão que os times do Guaraní e do Barcelona não são de nada. E ai de quem lembre que o time paraguaio eliminou o Corinthians duas vezes e o Barcelona foi duas vezes vice-campeão da Libertadores. Outro dia, inclusive, era o único intruso nas semifinais contra Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras.
Afundado pelo segundo ano consecutivo na Série B, o Cruzeiro deve estar se moendo. O herói do América-MG é o goleiro Jailson, aquele que não serviu para assumir as traves celestes. Ronaldo desembarcou no clube e seus assessores decidiram dispensá-lo. Deixou a Toca da Raposa pela porta dos fundos ao lado do ídolo Fábio. Curiosamente, outro goleiro que pode avançar à fase de grupos nesta quarta-feira se o Fluminense sustentar a vantagem de 3 x 1.
Futebol se ganha em campo, mas, também, fora dele. Um colega de Belo Horizonte, sempre muito atento à vida do Coelho, destaca a administração do presidente Marcus Sallum. Segundo ele, o dirigente é muito correto, humilde e honesto. Artigos de luxo em tempos tão sombrios.
Correio Braziliense terça, 15 de março de 2022
PANDEMIA: MÁSCARAS DEVERIAM SER MANTIDAS EM AMBIENTES FECHADOS, DIZ ESPECIALISTA
Máscaras deveriam ser mantidas em ambientes fechados, diz especialista
Segundo o professor de Biologia Celular, locais com aglomerações ainda deveriam manter a obrigatoriedade do uso de máscara, como transporte público, comércios, teatro, cinema, feiras e shopping.
AB
Agência Brasil
postado em 15/03/2022 09:05 / atualizado em 15/03/2022 10:07
(crédito: Tânia Rêgo/ Agência Brasil )
Idosos e imunossuprimidos devem manter o uso de máscara como proteção contra a covid-19, mesmo em cidades onde não há mais obrigatoriedade. O alerta é do professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), Bergmann Morais Ribeiro.
"Na minha opinião, ainda não é o momento de liberar o uso de máscaras em ambientes fechados. Como o número de transmissões e mortes está diminuindo ao longo do tempo, a liberação em espaços abertos é algo natural. Mas, ainda não é o momento para espaços fechados. A variante Ômicron é muito transmissível e há pessoas imunossuprimidas ou idosos que, se pegarem o vírus, mesmo vacinados, correm o risco de ser hospitalizados e ter a doença de forma grave", disse. Para o professor, a liberação em espaços fechado deveria estar vinculada à queda do número de mortes por covid-19.
Segundo Ribeiro, locais com aglomerações ainda deveriam manter a obrigatoriedade do uso de máscara, como transporte público, comércios, teatro, cinema, feiras e shopping.
A obrigatoriedade do uso também deveria ser mantida para estudantes e professores em escolas. Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de que os brasileiros completem o ciclo vacinal contra a covid-19.
"A pandemia ainda não acabou. Existem outras variantes que surgiram, como a Ômicron, que aumentou o número de infecções na Grã Bretanha, em Hong Kong e na própria China. Se não tomarmos cuidado, pode aparecer nova onda", lembrou..
Fiocruz
Para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a flexibilização de medidas protetivas contra a doença, como o uso de máscaras em locais fechados de forma irrestrita, é prematuro. De acordo com o boletim do Observatório Covid-19 divulgado pela instituição, as próximas semanas serão fundamentais para entender a dinâmica de transmissão da doença. Ainda não é possível avaliar o efeito das festas e viagens no período do carnaval.
O boletim cita estudo recente que sugere que o uso de máscaras deve ser mantido por duas a dez semanas após a meta de cobertura vacinal ser atingida, entre 70% e 90%. Com o surgimento da variante Ômicron e sua maior capacidade de escape dos anticorpos, o boletim diz que as máscaras ficaram ainda mais importantes.
Correio Braziliense segunda, 14 de março de 2022
TURISMO:LAGO PARANOÁ - UM CONVITE PARA APRECIAR A ALVORADA E FAZER ESPORTES NÁUTICOS
Lago Paranoá: um convite para apreciar a alvorada e fazer esportes náuticos
Ponto turístico reúne beleza, lazer e saúde para os brasilienses. Praticantes de canoagem e outras modalidades esportivas aquáticas chegam ao nascer do Sol para começarem o dia bem antes de encarar o expediente
JE
Júlia Eleutério
postado em 14/03/2022 06:00
Amanhecer no Lago Paranoá, brasilienses praticam canoagem antes de começar a rotina de trabalho e aproveitam a paisagem - (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
Um dos pontos turísticos mais conhecidos de Brasília tem se destacado ainda mais ao amanhecer. O Lago Paranoá tornou-se uma das principais opções dos brasilienses que gostam de conciliar uma atividade física nas primeiras horas do dia com uma rotina de trabalho na capital. A prática de exercícios ao ar livre ganhou força após o início da pandemia do novo coronavírus.
O arquiteto Alan Faria, 28 anos, conta que conheceu a canoagem por meio de um amigo durante a crise sanitária e se encantou pela modalidade. "Os dias em que eu vou remar mudam totalmente o ânimo para o trabalho e para qualquer coisa que for acontecer. Parece que o lago te dá mais energia do que tira. A gente acaba parando para nadar também, o que ajuda a dar uma refrescada boa. A água sempre está em uma temperatura perfeita. O clima, daqui, deixa o lago quente de manhã. É incrível", comenta o brasiliense.
Morador da Vila Planalto há 10 anos, Alan ressalta que nunca foi de acordar cedo, mas, com a prática da canoagem, isso mudou. "Ver o sol nascer e estar no meio do lago, além de saudável, traz uma visão linda. Parece que você nunca se acostuma", destaca. O arquiteto começou a praticar o esporte aquático há 11 meses. "Fui remar a primeira vez de teste e, na segunda, já comecei a ir regularmente e virei mensalista. Não sei se vou conseguir parar", acrescenta Alan. A prática mais comum é com a canoa havaiana, que possui um flutuador lateral, para dar estabilidade.
Junto ao nascer do Sol, que impressiona com tamanha beleza, os esportistas que procuram o lago pelas manhãs podem ouvir o canto dos pássaros e entrar em contato com a natureza. Recém chegada à Brasília, a arquiteta Thais Otto, 30 anos, foi apresentada à canoagem pelo colega de trabalho, Alan, e começou a frequentar o corpo d'água nas manhãs. "Ele me convidou para experimentar, e digo que a parte mais difícil foi tomar a decisão de levantar da cama às 5h. Depois disso, tudo pareceu contribuir: o calorzinho de Brasília, o Sol e as companhias! Paramos do outro lado do lago para mergulhar, e confesso que foi a primeira vez que subi em uma mangueira para comer a manga direto no pé", conta a arquiteta.
Natural de Ponta Grossa (PR), Thais se mudou para a capital do país a trabalho em 2021 e destaca que sempre gostou de praticar esportes. Por conta da pandemia, priorizou atividades ao ar livre, fazendo até futevôlei. "Desde que conheci a canoagem, tenho feito a atividade quase toda semana, sempre no nascer do Sol. Chegamos, remamos por duas horas, e, de lá, me arrumo e vou trabalhar", detalha a paranaense. "A tranquilidade e o Sol desse horário são especiais, e a paisagem e o céu surpreendem todas as vezes. O dia parece maior e traz uma sensação de paz, quando estamos no meio do lago, longe de tudo. Recomendo!", enfatiza a nova moradora de Brasília.
Para todos
Dono da Avalon Canoagem, no Setor de Hotel e Turismo Norte (SHTN), Vagner Maciel, 41, aluga canoas havaianas, ensinando os adeptos da modalidade, como é o caso dos amigos Thais e Alan, sempre sob a proteção de uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida. O empresário paulista pratica o esporte há alguns anos e é apaixonado pelo Lago Paranoá. "O diferencial da nossa canoa é que a gente está aberto para o público, não somos um clube fechado. Qualquer pessoa tem acesso aqui. É um esporte de ponta, mas é acessível para qualquer um passear", avalia Vagner, mais conhecido como Papito pelos amigos e alunos.
Pensando na qualidade de vida e no esporte em si, Papito acorda cedo todos os dias para atender os alunos. Ele revela que a maioria opta por ir logo cedo, às 6h. Na época da seca no Distrito Federal, a procura aumenta, mas, atualmente, Vagner tem 30 mensalistas. "Você dá um mergulho e molha a cabeça, a gente diz que é pegar o axé. Transforma a energia do corpo", diz o professor. "Tem gente que mora há 50 anos em Brasília ou que nasceu aqui e nunca entrou no Lago. As pessoas olham para o lago e imaginam que é cheio de bicho, que tem jacaré e cobra, e não se permitem aproveitar. Depois que entra, vêem que não tem esse perigo todo e que dá uma sensação tão boa", convida o empresário para que todos aproveitem as maravilhas do lago, independente de horário.
Opções variadas
Muitos brasilienses se aventuram nas manhãs no Lago Paranoá para praticar natação, windsurf, kitesurf e stand up paddle (sup), por exemplo. O remo é outra modalidade procurada por quem deseja uma atividade diferente das convencionais. Fortalecendo a musculatura abdominal e dorsal, diversas pessoas buscaram o esporte por ser ao ar livre, assim como a canoagem havaiana.
Professor no Remo Brasília, no Minas Tênis Clube, Rodrigo Prado acredita que a procura será ainda maior neste ano. "Desde 2020, quando houve o fechamento, a gente teve uma procura por ser uma atividade ao ar livre, mas não normalizou ainda. Agora, com o fim das chuvas e as pessoas vacinadas, acreditamos que vai voltar ao normal", comenta o educador, acrescentando que os meses entre novembro e fevereiro há menos alunos, por conta das precipitações.
No local, é possível praticar Sup. Rodrigo destaca que todos esses esportes são bem democráticos. "Qualquer pessoa pode, temos atividade para paratletas também. A gente fala que de 8 a 80 anos pode praticar por não ser um esporte de impacto e de não provocar lesões", ressalta. "Nos casos de pessoas que tiveram covid-19 agora, muitas procuraram aqui para pegar de novo o cardiopulmonar, como uma fisioterapia", pontua o professor.
Correio Braziliense domingo, 13 de março de 2022
COVID-19: É PRECOCE DESOBRIGAR USO DE MÁSCARAS, DIZ PESQUISADORA DA FIOCRUZ
"É precoce desobrigar uso de máscaras", diz pesquisadora da Fiocruz
Margareth Dalcolmo desaprova as flexibilizações feitas no país e critica a falta de incorporação de remédios contra covid-19 no SUS
ME
Maria Eduarda Cardim
postado em 13/03/2022 06:00 / atualizado em 13/03/2022 06:56
(crédito: MAURO PIMENTEL)
Ainda que, em diversos momentos da pandemia da covid-19, os discursos governamentais, considerados nocivos por especialistas, tenham manchado a imagem do Brasil no cenário internacional, o comportamento do país no combate ao novo coronavírus é considerado razoável diante dos altos e baixos vividos nestes dois anos de pandemia. A opinião é da pneumologista Margareth Dalcolmo, um dos nomes de destaque do Brasil no enfrentamento à covid-19.
Em contato com pesquisadores do mundo inteiro, a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) avalia que o Brasil viveu dois extremos nos momentos de enfrentamento ao vírus SARS-CoV-2. “Eu acho que o Brasil teve imagens boas e ruins. Vivemos essa dualidade o tempo todo. Nós enfrentamos a contradição de termos feito estudos extraordinários de fase três de vacinas contra covid-19 e não termos feito as encomendas no tempo certo, por exemplo”, afirma.
Em Brasília para lançar o livro Um tempo para não esquecer — A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde, que reúne artigos da pesquisadora que documentam o transcorrer da pandemia, Dalcolmo conversou com o Correio sobre as flexibilizações feitas atualmente no país e sobre o futuro da pandemia no Brasil e criticou a falta de incorporação de um remédio para tratamento da covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ela, o Brasil precisa pensar em nacionalizar os medicamentos já aprovados e recomendados para o tratamento da doença para impedir que os preços das medicações se tornem proibitivos para o país. Além disso, a pesquisadora acredita que a quarta dose da vacina, hoje recomendada somente para grupos específicos, deve ser estendida à população em geral nos próximos meses, mas acha pouco provável ser necessário fazer campanhas de vacinação anuais como se faz para o vírus influenza, por exemplo.
Confira a entrevista:
Como a senhora avalia o momento atual da pandemia no Brasil?
A pandemia da covid-19 guarda uma dinâmica muito própria. Ela tem as características de uma virose aguda de transmissão respiratória com patógeno novo, com uma cepa original muito transmissível, com alta letalidade e alta morbidade. Outras variantes seguiram causando grande poder de disseminação até a presente situação, que é um momento em que se somam fatores como uma variante nova, menos agressiva, de maior taxa de transmissibilidade, contra uma taxa de vacinação, no Brasil, razoavelmente alcançada. Hoje, nós temos situação com 80% praticamente da população vacinada, ainda faltando alguns milhões de pessoas a serem resgatadas para a terceira dose e até para a segunda dose. A nossa expectativa é de que, como todas as viroses de transmissão respiratória aguda, neste momento, somados esses fatores, a covid-19 comece a ir diminuindo. Mas nós ainda não temos uma situação que, a meu juízo, permita, por exemplo, as medidas tomadas recentemente, como a liberação de máscaras nos ambientes fechados.
Mas essa flexibilização do uso de máscaras em ambientes abertos é uma questão pacificada na comunidade científica?
Sim, nós já estamos dizendo isso desde o fim de novembro. Desde antes do aparecimento da cepa ômicron. Nós já estamos falando que poderíamos, dada à taxa de vacinação alta alcançada, dispensar o uso de máscaras em atividades isoladas. Você precisa ter um certo bom senso. Uma festa ou um luau com 2 mil pessoas, com tudo agarradinho, não é exatamente estar ao ar livre. Agora, caminhar, ir em parques, praias, tudo isso pode ser sem máscaras.
A senhora acredita que desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados é precoce?
Eu, particularmente, acho que é precoce, sim. Acho que nós não podemos ainda falar em controle total porque nós ainda temos um número de mortes atribuídas à doença bastante considerável. Embora a taxa de hospitalização tenha realmente diminuído, ela não é zero.
E qual é, agora, a prioridade no combate à pandemia no Brasil?
Vacinar as crianças, completar a vacinação de quem ainda não o fez e fazer vigilância epidemiológica. Porque se você me perguntar: ‘Não vai ter outra variante?’ Não sei dizer. Nós não sabemos. O número de suscetíveis precisa diminuir mais, nós ainda temos muitos circulando por aí que podem ajudar a disseminar o vírus em um eventual aparecimento de uma nova cepa variante.
E a quarta dose da vacina? A senhora acredita que ela será estendida? Ou teremos uma vacinação anual como acontece com a vacina da gripe?
Acho que a quarta dose deverá ser estendida a todo mundo a partir dos 18 anos de idade nos próximos meses. Essa é a minha expectativa. Neste momento, nós estamos vacinando vulneráveis, pessoas idosas ou com doenças de imunossupressão, mas a minha expectativa é de que nós vacinemos todos, a partir dos 18 anos, com uma quarta dose, nos próximos meses. Haverá seguramente uma segunda geração de vacinas, já estabelecidas com cepas novas. Há estudos sendo feitos nesse sentido, mas eu não creio, não tenho a expectativa e acho pouco provável que nós precisemos fazer vacinações anuais como se faz para o vírus influenza.
Agora, com autonomia da produção do imunizante, o olhar se volta para os medicamentos contra a covid-19. Já existem alguns aprovados pela Anvisa, mas nenhum incorporado ao SUS. Qual é o impacto disso?
É uma pena. De novo, nós estamos atrasados. Nós deixamos de utilizá-los durante o aparecimento da cepa ômicron, não pudemos, foi uma pena porque deixamos de tratar milhares de pessoas. Então, nós precisamos nacionalizar esses produtos para que, inclusive, os preços deles, que são proibitivos para o Brasil, baixem. Nós já estamos em negociação para a fabricação do monulpiravir por Farmanguinhos, por meio da Fiocruz no Brasil.
O governo federal já fala em uma possível reclassificação da pandemia para endemia. Isso é possível?
Isso não existe. Isso é uma retórica completamente equivocada. Quem vai dizer se a pandemia está controlada é a Organização Mundial da Saúde (OMS). Não é um título honorífico dizer que hoje não é mais pandemia porque eu quero que não seja. Para isso ser considerado de maneira correta do ponto de vista epidemiológico será necessário reduzir, para muito perto de zero, o número de hospitalização e de morte pela doença. Então, eu consideraria isso um exercício retórico.
Ainda falando sobre o Brasil, qual é a imagem que o país passa no cenário internacional em meio à pandemia?
Eu acho que o Brasil teve imagens, digamos, boas e ruins. Tivemos tudo. Primeiro, não nos preparamos adequadamente para receber uma epidemia desse porte. Embora o SUS fosse desde o início, sabidamente, a arma mais poderosa para enfrentar a pandemia, o SUS entrou em condições bastante desfavoráveis em um certo sentido. Então, tem sempre uma coisa boa e uma coisa ruim, né? A coisa boa é que o Brasil foi um belo local, um celeiro, de produção de grandes estudos de fase três para vacina. Mas aí, o Brasil conseguiu não seguir o seu exemplo tradicional de adesão à vacinação, que é muito característico da população brasileira. Infelizmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) entrou sem uma coordenação, como tinha sido em epidemias anteriores. Então, tudo isso fez com que o Brasil, que vinha de uma tradição extremamente positiva, tenha entrado numa pandemia desta magnitude em condições desfavoráveis.
E quanto ao lado positivo?
A comunidade científica e acadêmica brasileira mostrou uma capacidade de trabalho extraordinária. O Brasil é, hoje, o décimo país em publicações científicas sobre a covid-19, o que não é pouca coisa. É muito se compararmos com países onde o investimento em pesquisa é tão maior do que no Brasil. E nós estamos sofrendo cortes, um atrás do outro. Depois, outra coisa positiva, é que a comunidade científica brasileira, e vale dizer feminina, porque ela foi totalmente de mulheres, foi muito ágil e muito rápida no sequenciamento do genoma. Em quatro dias no Brasil, foi identificado o genoma por um grupo de cientistas brasileiras, mulheres, como a Ester Sabino, a Jaqueline Goes. Soma-se ainda aos fatores positivos a capacidade de instituições brasileiras públicas, como a Fiocruz e o Instituto Butantan, terem tido, no caso da Fiocruz, a iniciativa de fazer a encomenda tecnológica de nacionalização de uma vacina. O resultado disso hoje, em uma fase de mais ou menos controle pandêmico, é de autonomia. O Brasil, hoje, assegurou a autonomia na produção de vacinas para covid-19.
É preciso falar também sobre a politização da pandemia, certo?
Exceto essa enorme politização da pandemia feita pelo discurso governamental, que, a meu juízo, foi profundamente nocivo ao país, eu acho que nesse balanço, de altos e baixos, o Brasil teve um comportamento bastante razoável no combate ao novo coronavírus. Vivemos essa dualidade o tempo todo. Não precisávamos ter vivido tragédias paralelas à epidemia. Nós não precisávamos ter vivido a tragédia de Manaus. Manaus foi o primeiro local que teve pico epidêmico em abril de 2020 e nós sabíamos que a imunidade conferida pela doença era efêmera. Então, Manaus poderia ter se preparado para um eventual aparecimento de uma nova cepa. Não precisaríamos ter vivido a tragédia de oxigênio no norte do país. Não precisaríamos ter vivido o escândalo que foram os hospitais de campanha no Rio de Janeiro, o atraso no processo de vacinação. Nós vivemos a contradição de termos feito estudos extraordinários de fase três e não termos feito as encomendas no tempo certo.
Passados esses dois anos de pandemia, como a senhora avalia que o Brasil vai sair desse momento em termos científicos?
Acho que dois produtos positivos saíram dessa tragédia que se abateu sobre nós. Primeiro, a grande capacidade de produção da comunidade científica e o reconhecimento por parte da sociedade civil brasileira, que não nos conhecia, que não sabia que existia uma ciência nacional. Muitos de nós saímos dos nossos casulos, laboratórios, consultórios e viemos a público. A sociedade quando nos reconhece, confia em nós. Então, a sociedade brasileira hoje sabe que existe uma ciência genuinamente nacional, que trabalha e está comprometida com ela. O segundo produto que eu considero extremamente positivo é que o Brasil é um país que nos constrange tanto pela sua enorme desigualdade, e, na verdade, a iniciativa privada, pela primeira vez de maneira robusta, mostrou um comparecimento muito impressionante.
Como assim?
Na primeira entrevista pública que eu dei sobre a pandemia da covid-19, eu disse que a iniciativa privada teria que comparecer pesadamente ou a tragédia seria maior. E nós tivemos muitas doações. O que nós precisamos agora é criar no Brasil uma cultura de um novo voluntariado ou o que eu chamo de um voluntariado de nova qualidade. Instituir isso e incorporar a nossa cultura. É preciso diminuir essa distância tão grande entre quem tem e quem não tem. Lembrando que milhares de pessoas entraram na linha de pobreza durante esses dois anos de pandemia. E um terceiro produto, e não menos importante, obviamente, foi que, a despeito de todas as dificuldades, o SUS respondeu.
Correio Braziliense sábado, 12 de março de 2022
DOM TERRA SE ENCANTOU: BISPO EMÉRITO DE BRASÍLIA FALECEU AOS 97 ANOS DE IDADE
Devotos e membros da arquidiocese de Brasília se despendem de Dom Terra
Uma última homenagem é prestada ao bispo emérito Dom João Evangelista Martins Terra na Catedral de Brasília
Pedro Ibarra
postado em 12/03/2022 10:12
(crédito: Pedro Ibarra/ CB/ DAPress)
O bispo emérito de Brasília Dom João Evangelista Martins Terra foi velado na Catedral da capital na manhã deste sábado (12/3). O bispo auxiliar, professor e estudioso da religião morreu, aos 97 anos de idade, na última sexta-feira (11).
Devotos e membros da arquidiocese de Brasília participaram de uma celebração iniciada às 8h na Catedral. O corpo do bispo será sepultado às 11h na cripta da própria Catedral.
“A perda de Dom Terra se dá no plano intelectual, como o grande estudioso da sagrada escritura e grande teólogo que ele foi, mas também como ser humano, homem e pastor”, afirma o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar. “Ele deixa para nós um profundo amor pela sagrada escritura e o exemplo de muito amor também à palavra de Deus”, completa.
Dom Paulo relembrou a trajetória de Dom Terra, que antes de ser bispo auxiliar em Brasília também desempenhou o mesmo papel em Recife. “Ele doou a vida a Deus em Recife e aqui em Brasília”, conta.
Dom João Evangelista Martins Terra chegou a Brasília em 1994 no papel de bispo auxiliar do cardeal José Freire Falcão, na época arcebispo da capital. Posteriormente se tornou bispo emérito da cidade.
Correio Braziliense sexta, 11 de março de 2022
PANDEMIA: MÁSCARAS SEGUEM OBRIGATÓRIAS PARA ACESSO NO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
Máscaras seguem obrigatórias para acesso no Tribunal Regional do Trabalho
Por meio da resolução nº 34/2020, todos os funcionários e os visitantes precisam utilizar máscaras de proteção para transitar na unidade do Tribunal Regional do Trabalho no DF
RM
Rafaela Martins
postado em 11/03/2022 09:56 / atualizado em 11/03/2022 09:57
(crédito: Internet/Reprodução)
Mesmo que o Governo do Distrito Federal (GDF) tenha decretado o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras faciais em locais fechados, os protocolos sanitários adotados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) — por meio da Resolução nº 34/2020 — continuam em vigor nas unidades do Distrito Federal e do Tocantins.
As medidas serão reavaliadas pela Corte e, até lá, o uso da proteção facial segue obrigatória para o ingresso e permanência nos prédios por magistrados, servidores, trabalhadores terceirizados, estagiários e público externo.
Desobrigação
O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a flexibilização da exigência na manhã de quinta-feira (10/3). No começo da tarde o decreto de não obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados do Distrito Federal, estava assinado e publicado em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
Apesar da liberação, o governador destacou a importância de manter os cuidados contra a doença. "Vai existir um debate na imprensa e na sociedade também (sobre a liberação). As pessoas têm de se prevenir. Quem quiser continuar usando máscara, que continue, sem problema nenhum", afirmou, ressaltando que a medida não exige o fim do uso, apenas desobriga a utilização.
Correio Braziliense quinta, 10 de março de 2022
HISTPÓRIA: TORRE DE TV COMEMORA ANIVERSÁRIO COM TOUR VIRTUAL E DIVERSÃO PARA TODOS
Torre de TV comemora o aniversário com tour virtual e diversão para todos
O monumento erguido em 1967 é parada obrigatória para quem visita a capital do país. Comerciantes do local colecionam histórias de moradores e turistas. Diversas atrações serão oferecidas a população
AM
Ana Maria Pol
BG
Bernardo Guerra*
postado em 10/03/2022 06:00
Torre de TV completa 55 anos como a segunda mais alta construção do Brasil - (crédito: Ed Alves/CB)
Enquanto o volume fabuloso de aço da Torre Eiffel ilumina e conquista as ruas de Paris, em Brasília, a imponência da Torre de TV captura o olhar de centenas de pessoas que passam pelo local durante a semana. O monumento projetado pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa — pioneiro que traçou o Plano Piloto — é inspirado na estrutura parisiense e completou 55 anos de história, nessa quarta-feira (9/3). Com 230 metros de altura, é a segunda construção mais alta do Brasil — ficando atrás do Infinity Coast, em Balneário Camboriú (SC), com 234,7 metros — e desde a inauguração, em 1967, é um dos atrativos mais importantes da capital do país.
Vista de diversas partes de Brasília, a Torre de TV oferece aos visitantes belas paisagens da capital federal. No mirante, a 75m do solo, é possível ter uma imagem privilegiada da Esplanada dos Ministérios, dos Setores Hoteleiros Norte e Sul, do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, do Autódromo Nelson Piquet, do Lago Paranoá, do Plano Piloto e de outras regiões administrativas. "Daqui, podemos ter um novo olhar de Brasília, sob novos aspectos. São vários pontos de vista, é apaixonante", diz o estudante Izaias Aguiar, 21 anos.
Turista, Izaias conta que veio do Pará, há quatro dias. "Aqui, é muito diferente da minha terra natal, porque todos os pontos turísticos ficam concentrados e dá para tirar fotos muito bonitas, além de poder visitar vários locais ao mesmo tempo. Fica tudo perto", diz.
Izaias esteve no Distrito Federal há quatro anos, mas não pôde visitar a Torre, uma vez que estava fechada para reformas. Em 2020, o monumento reabriu para visitação e, desde então, funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 19h. "Valeu a pena esperar e, agora, eu, com certeza, vou indicar a visita para amigos e familiares que vierem conhecer Brasília", completa o estudante. Sob a gestão do Banco de Brasília (BRB), há dois anos, o ponto turístico ganhou um espaço de eventos no mezanino, mantendo o mirante que oferece uma vista panorâmica do Plano Piloto.
Para 2022, está prevista a entrega do paisagismo do espaço entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Torre de TV. Os projetos originais estão preservados. O boulevard contará com wi-fi para a população. "Assumir a gestão da Torre e devolver à população de Brasília um dos principais cartões-postais do DF nos dá orgulho e a certeza de que estamos trabalhando em prol do desenvolvimento econômico, social e humano. Estamos felizes em poder celebrar os 55 anos da Torre junto à nossa gente. É, realmente, um cartão postal com muito significado, momentos, memórias e histórias na vida de todos nós", afirma o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Para o secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues, a celebração da data mostra a importância do monumento para a cultura do planalto central. "A Torre de TV é um equipamento que faz parte da paisagem e da identidade de Brasília. Está integrada ao cotidiano da cidade e é um ponto importante de confluência dos visitantes. Aos seus pés, encontramos uma rica feira de artesanato e comidas regionais. Do seu alto, podemos vislumbrar o desenho de Lúcio Costa, que transformou a cidade em um patrimônio da humanidade", destaca.
Comércio
A visita à Torre de TV se completa com o passeio pela fonte luminosa e pela famosa Feira da Torre, que oferece o melhor do artesanato e produtos regionais. Ela funciona de sexta-feira a domingo e nos feriados, das 8h às 18h. No local, é possível encontrar móveis, peças de vestuário, bijuterias, arte decorativa e, na praça de alimentação, pratos típicos do Brasil inteiro. Dentre as pessoas que aproveitam as sombras da estrutura para vender souvenires, está o comerciante José Raimundo, 54.
Nascido em Brasília, José ressalta que trabalha no espaço há dez anos, vendendo estátuas pequenas de monumentos de Brasília, pulseiras, tornozeleiras e colares e pôde presenciar diferentes histórias, que ficaram na memória. Dentre eles, o show da Marília Mendonça, na Esplanada dos Ministérios. "Lotou os jardins da cidade, foi algo legal de se ver", lembra, com carinho da cantora. "Sempre esbarramos e trocamos ideia com gente de tudo quanto é lugar do Brasil. Às vezes, até de fora. A Torre reúne muitas histórias, e nós, que trabalhamos aqui, conseguimos compartilhar várias delas e conhecer diversas pessoas", destaca José.
A Torre de TV abriga, na feira, 571 boxes ocupados por artesãos de todo o DF. "Ela gera emprego e renda e movimenta a economia criativa de Brasília. Desde que foi inaugurada, a Torre nunca deixou de ser um grande atrativo turístico. Representa a união do brasiliense", considera a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça. "A Torre é ponto de encontro dos brasileiros de todos os estados. Ela funciona como um farol para o DF", completa.
Programe-se
Para celebrar os 55 anos da Torre de TV, o BRB vai promover uma série de atrações. A partir desta quinta-feira (10/3), estará à disposição uma visitação on-line da Torre, pelo perfil @torredetvbrasilia no Instagram. O mirante funcionará, das 9h às 17h45. O projeto Torre 360 oferece mais atrações que podem ser conferidas no perfil @torre360brb, também no Instagram. De 12 de março até abril, a galeria do Mezanino recebe a exposição Quem acredita em desenhos fixos?, assinada pela Nós Galeria, de São Paulo, com 40 peças. A entrada custa R$ 10.
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
Correio Braziliense quarta, 09 de março de 2022
EMPREGO: PRÓXIMO CONCURSO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PODE OFERECER 350 VAGAS DE AUDITOR
Próximo concurso do Ministério da Agricultura pode oferecer 350 vagas de auditor
Além da expectativa do concurso para efetivos, o Mapa tem edital iminente para contratação de servidores temporários
Jéssica Andrade – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) poderá realizar ainda este ano um novo concurso Mapa para efetivos. A previsão é abrir 350 vagas de auditor fiscal agropecuário.
Segundo o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), Janus Pablo Macedo, desse total, 20 serão destinadas ao cargo de farmacêutico. “Temos um concurso projetado para um cenário futuro. A ministra (Tereza Cristina) reforçou o pedido ao Ministério da Economia com 350 vagas para auditores sendo 20 vagas para farmacêuticos”, diz.
As demais vagas deverão ser divididas por diversas outras áreas do auditor. Em nota, o Conselho Federal de Farmácia confirmou a fala do presidente que foi dada durante a 514ª Reunião Plenária do próprio CFF. O encontro aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro.
Janus enfatizou do porquê serem reservadas oportunidades para farmacêuticos: “O farmacêutico é responsável pelo controle e garantia da qualidade dos alimentos produzidos pelo nosso País. além de fiscalizar também a fabricação e comercialização dos produtos veterinários, podendo também atuar na adidância agrícola, ou seja, no exterior. O papel desse profissional no Ministério da Agricultura é muito amplo e promissor“, comentou o presidente do ANFFA Sindical.
Ainda não se sabe quais serão as outras áreas contempladas no concurso. O que se sabe é que são cinco formações possíveis e, além do farmacêutico, há: médicos veterinários, químicos, engenheiros agrônomos e zootecnistas.
O concurso ainda precisa de autorização formal do Ministério da Economia para ser realizado.
Último concurso do Mapa foi há 5 anos
O Mapa tem solicitado um novo concurso com frequência. O último concurso para o cargo de auditor-fiscal agropecuário, na função de veterinário, aconteceu em 2017. Além da graduação em Medicina Veterinária, foi necessário o registro ativo nos conselhos regionais ou federal da categoria.
A seleção foi organizada pela banca Esaf e os candidatos foram avaliados por meio de provas objetivas, contendo 70 questões entre: Conhecimentos Gerais e Conhecimentos Específicos, além de exames discursivos e de títulos.
O concurso Mapa 2017 segue válido até março de 2022. Além desse, em 2014, as pasta realizou uma seleção que foi prorrogada e teve sua validade expirada em 2016.
Na época, foram oferecidas 796 vagas, em cargos dos níveis fundamental, médio, médio/técnico e superior. Com lotação em todo o país, mais de 412.118 candidatos se inscreveram.
O Idib e a pasta ainda não divulgaram a data de lançamento do edital. Porém, com o contrato assinado, o documento deve ser divulgado a qualquer momento.
Veja distribuição das oportunidades:
analista de dados: nove vagas;
especialista em governança de dados: duas vagas;
analista em business intelligence: cinco vagas;
cientista de dados: duas vagas;
especialista em Big Data: duas vagas;
engenheiro de IA: duas vagas;
analista em interoperabilidade: nove vagas;
arquiteto em soluções: três vagas;
especialista em devOps: duas vagas;
analista de infraestrutura de TIC: seis vagas;
analista de processo: uma vaga;
analista de negócios (Gerente de Projetos de Soluções de TIC): 14 vagas;
analista de segurança da informação: três vagas.
Correio Braziliense terça, 08 de março de 2022
CARNAVAL 2022: ESCOLAS DE SAMBA DO RIO COMEÇAM A ENSAIAR DOMINGO NO SAMBÓDROMO
Escolas de samba do Rio começam a ensaiar domingo no Sambódromo
As arquibancadas serão abertas ao público. Não será exigido o uso de máscaras, mas as pessoas precisarão apresentar comprovante de vacinação
AB
Agência Brasil
postado em 08/03/2022 10:03
(crédito: Fernando Fraz..o)
Os ensaios técnicos das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro começam neste domingo (13), no Sambódromo. As agremiações irão ensaiar sempre nas noites de domingo, até o dia 10 de abril.
As arquibancadas serão abertas ao público. Não será exigido o uso de máscaras, mas as pessoas precisarão apresentar comprovante de vacinação.
No dia 13, ensaiam Imperatriz, São Clemente e Portela. No dia 20, é a vez de Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira. Já no dia 27, entram na Marquês de Sapucaí a Unidos da Tijuca, Beija-Flor e Salgueiro. Nesses dias, os ensaios começam às 20h.
Em 3 de abril, ensaiam Mocidade e Grande Rio, a partir das 21h40. Já no dia 10, a atual campeã do carnaval carioca, Viradouro, encerra a rodada de ensaios técnicos no Sambódromo, a partir das 22h50.
Os desfiles oficiais serão realizados no feriadão de Tiradentes, entre 22 e 24 de abril. Entre a noite de sexta-feira (22) e a madrugada de sábado (23) desfilam Imperatriz, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor. Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo (24), será a vez de Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.
Correio Braziliense segunda, 07 de março de 2022
DIA DA MULHER: ORQUESTRA SINFÔNICA DO TEATRO NACIONAL FARÁ HOMENAGEM ESPECIAL À DATA
A arte celebrando as mulheres
MP
Maria Paula
postado em 06/03/2022 00:01
(crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A.Press)
No dia 8 de Março, quando o mundo inteiro estará celebrando as mulheres, nós, que estamos na capital federal, teremos a chance de participar de uma das mais lindas homenagens: a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do Maestro Cláudio Cohen, fará uma apresentação especial em homenagem a essa importante data.
As obras tocadas na noite relevam o heroísmo e a vanguarda de algumas das personagens retratadas pelos compositores selecionados. Estão programadas obras de Ludwig van Beethoven — Abertura Leonora III, da Ópera Fidelio. E as Suítes 1 e 2 da Ópera Carmen, de George Bizet.
Leonora é personagem da Ópera Fidelio, de Beethoven. Disfarçada de homem (Fidelio), ela se infiltra na prisão em busca de Florestan, seu marido desaparecido e preso injustamente pelo seu inimigo Don Pizarro. Leonora é uma heroína que, com todo o seu destemor, consegue libertar Florestan.
A outra obra oferecida ao público fala da mulher revolucionária e transgressora que sempre esteve à frente do seu tempo: a cigana Carmen, personagem sedutora da ópera de Bizet. Ela canta que "o amor é um pássaro rebelde que não se pode aprisionar". Carmen é uma personagem que nada tem em comum com a heroína tradicional, pura, sofredora, um joguete nas mãos dos homens e do destino. É amoral, complexa, combina em si traços tanto de heroína quanto de vilã, de uma forma que a coloca acima dos julgamentos da moral corrente.
Após o concerto será exibido o documentário Dulcina, de Glória Texeira, com a atuação de Françoise Forton, grande atriz também revolucionaria falecida recentemente.
Essa bela noite vai acontecer no Cine Brasília, onde tantas mulheres incríveis já passaram tanto na tela quanto no palco durante os festivais de cinema.
Se o amigo leitor tiver a oportunidade de ir, certamente terá uma noite inesquecível; se não, aproveite para homenagear de outras formas as mulheres incríveis que fazem parte da sua vida. Eu tenho feito isso constantemente e me arrisco a sugerir uma ideia: resgate memórias emocionantes, junte fotos antigas, compartilhe com sua mãe e avó, caso ainda estejam entre nós, as lembranças que marcaram sua história!
Convide suas irmãs, filhas, netas ou amigas para curtirem juntos um momento inesquecível.
Enfim, seja lá como for, não deixe que o Dia Internacional da Mulher passe em branco na sua vida.
Correio Braziliense domingo, 06 de março de 2022
COMÉRCIO: TRADIÇÃO FAMILIAR E PIONEIRISMO MANTÊM COMÉRCIOS EMBLEMÁTICOS NO DF
Tradição familiar e pioneirismo mantêm comércios emblemáticos no DF
Comércios afetivos que passam de geração para geração fazem parte da vida dos brasilienses são apoiados por moradores vizinhos
Ad
Arthur de Souza
postado em 06/03/2022 06:00
Isamu Maeda e a família colecionam 54 anos de lembranças, em Taguatinga, com o Bazar do Papai - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Certos comércios do Distrito Federal são tão tradicionais que quase se confundem com a região em que estão localizados. Alguns remontam aos primeiros tempos da capital federal, são pioneiros da década de 1950. O Correio visitou alguns desses lugares em busca de relatos e curiosidades, conversou com clientes e ouviu quem, lá atrás, acreditou em um projeto e acabou abrindo um negócio que se tornou emblemático. Em diferentes regiões, eles acumulam histórias e carregam carinho e afeto de diferentes gerações de moradores.
Em fevereiro de 1968, surgiu o Bazar do Papai, em Taguatinga, um legítimo armarinho à moda antiga, com artigos de costura e decoração. A mobília é a mesma desde o lançamento e foi idealizada pelo fundador Isamu Maeda, 85 anos. "Todos os móveis que estão aqui dentro da loja foram projetados por mim. Eu desenhei e mandei confeccionar", orgulha-se o pioneiro. A filha Amélia Maeda, 49, compartilha do carinho pelo comércio. Herdeira e trabalhando ativamente na loja, ela acompanha desde pequena como tudo começou: o pai e o avô, inspirados por um restaurante famoso em São Paulo, escolheram o nome e decidiram empreender.
Tânia Mendes, 64, é moradora de Taguatinga há 50 anos, e conhece o ponto comercial desde que a família se mudou para a região. Ela lembra que sua mãe, já falecida, comprava aviamentos — apetrechos de decoração e costura — no Bazar do Papai. "Ela costurava para a família e acabei aprendendo com ela. Como sou tricoteira e crocheteira, é lá que sempre encontro o que procuro. Tenho muito carinho pelos donos, que sempre prezam pelo bom atendimento", comenta. "Depois de casada, fui morar por um tempo em Minas Gerais. Minha mãe fez uns pijaminhas de flanela quando meus filhos nasceram, e ela levava o casaquinho de todos na loja para pregar os botões. De todos os que foram feitos, um eu guardo até hoje. Esse casaquinho tem 42 anos", afirma.
Parte da cidade
Em Sobradinho, o Bazar Barreto faz parte da rotina dos moradores da região há 60 anos. O nome escolhido é uma homenagem à família dos proprietários, nada de modismos, que, desde então, têm se dedicado ao comércio que oferece artigos para o lar, brinquedos e decoração. Aristides Barreto, 94, mais conhecido pelos clientes como 'seu' Barreto, lembra que começou com uma banca de camelô. "Somente com Deus e minha coragem. Com honestidade, fui juntando economias, até que consegui montar a lojinha", emociona-se. Ele afirma que os frequentadores tratam o local como a "loja da vovó". "Todo mundo gosta de vir aqui, desde crianças a idosos, e eu fico muito satisfeito com isso. Sobradinho é parte da minha família", diz. Apesar da idade, Aristides não se afasta dos clientes nem pensa em parar. "Posso até tirar alguns dias para descansar, mas logo dá saudade e eu volto, não consigo ficar sem isso daqui", brinca.
Dedicação acompanhada por moradores como Eurico Rodrigues, 47. Freguês assíduo, ele também é o cabeleireiro da esposa do 'seu' Barreto há quase 30 anos. "Dá para dizer que é uma troca, sou cliente dela, assim como ela é minha. Além disso, gosto de passar aqui para tomar o chá que eles fazem e saber como eles estão, nem que seja uma vez por semana", ressalta. "Algo de que sempre me lembro foi quando alguns comerciantes da quadra se juntaram para comemorar o aniversário de 93 anos dele", recorda.
O motorista Adriano Rezende, 58, frequenta a loja desde criança e começou com o hábito levado pela mãe. "Durante todo esse tempo, costumo vir aqui nem que seja para saber como eles estão, conversar um pouco. Por coincidência, o nome da esposa do 'seu Barreto' é o mesmo da minha mãe, Maria. Isso é mais um fator que faz eu considerá-los demais, como se fossem da minha família", garante Adriano.
De mãe para filha
Dentro da Feira do Guará, uma banca se destaca entre as muitas opções de quitutes e sabores. A Universidade do Pastel é tão tradicional quanto a própria feira. Popularmente conhecida como pastelaria do gaúcho, ela funciona há mais de 20 anos, segundo Eitor Moraes, 67, proprietário. "Comecei indicado por uma amiga e achava que isso aqui não seria bom. Eu era gerente de hotel na época, só que um dia eu me convenci, pois a popularidade da feira era boa", lembra. "No começo, eu não sabia nada de pastelaria. Jogava farinha para o alto, e o vento trazia para a minha cara, ficava todo branco. Nesse momento eu pensava: no que me meti", diverte-se Eitor. Sobre o nome e apelido, ele tem uma explicação. "A ideia surgiu pois eu tenho duas formações (acadêmicas) e acabei vendendo pastel. O apelido veio pelo fato de ser do Rio Grande do Sul", explica.
Cliente da Universidade do Pastel desde que se entende por gente, a bancária Bruna Rocha, 32, diz que, durante o passeio na feira, uma paradinha na pastelaria é uma tradição familiar. "Virou uma memória afetiva, porque é uma coisa que lembra a infância. Parar na feira, comer pastel e tomar caldo de cana é uma coisa que veio de criança. Independentemente do que a gente vem fazer aqui, sempre paramos na pastelaria, nem que seja para tomar o caldo, mesmo não estando com sede", admite. "Foi minha mãe que me influenciou. Dá para dizer que é uma tradição passada de mãe para filha. Quando eu viajo, inclusive, procuro uma feira que tenha pastelaria, justamente para me lembrar daqui. É um hábito que carrego para qualquer lugar que eu vá", conclui a bancária.
Muitas recordações
Outro estabelecimento bastante conhecido por quem mora no DF, principalmente no Plano Piloto, é a Pioneira da Borracha, fundada por Hely Walter Couto, 96. A decisão de abrir a loja veio quando o irmão de um amigo ofereceu um lote para que ele se mudasse de Belo Horizonte para Brasília, no fim dos anos 1950. Hely, que até então tinha uma alfaiataria, voltou para Minas e falou com seus funcionários sobre a novidade. "Contei que vinha para Brasília para abrir uma 'Casa da Borracha'. Um deles perguntou se já existia alguma loja do ramo, e eu disse que não, então, ele sugeriu que a chamasse de pioneira. Foi assim que surgiu o nome da loja, que teve a primeira unidade inaugurada no Núcleo Bandeirante", relembra.
Cliente da Pioneira da Borracha há vários anos, Euvaldo Mendes, 61, afirma que, depois de algum tempo, acabou criando um vínculo com o estabelecimento. "Conheço alguns funcionários, quase com um vínculo de amizade, e é bom vir aqui. Um tio, que mora próximo, começou a me trazer aqui. Eu aprendi o caminho e, até hoje, tenho carinho. Prefiro comprar aqui do que em algum shopping. Mesmo quando eu não preciso de nada, passo aqui na loja e acabo levando alguma coisa", revela o aposentado.
Correio Braziliense sábado, 05 de março de 2022
IMPOSTO DE RENDA: COMO EVITAR ERROS NA DECLARAÇÃO
Como evitar erros na declaração do Imposto de Renda
Com o prazo de entrega, que começa nesta segunda-feira (7) e vai até 29 de abril, a Declaração do Imposto de Renda exige cuidados. No ano passado, 869,3 mil contribuintes caíram na malha fina, de um universo de 36,8 milhões de declarações enviadas
AB
Agência Brasil
postado em 05/03/2022 10:24
(crédito: Marcelo Camargo/Ag..ncia Brasil)
Seja por falta de atenção, por erro ou por falta de documentos, uma das obrigações mais tradicionais do brasileiro pode acabar em dor de cabeça. Em vez de receber restituição, o contribuinte pode ser obrigado a refazer a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física e a prestar contas adicionais ao Fisco. Nos piores casos, a Receita Federal pode cobrar uma multa de até 75% do imposto devido.
Com o prazo de entrega, que começa nesta segunda-feira (7) e vai até 29 de abril, a Declaração do Imposto de Renda exige cuidados. No ano passado, 869,3 mil contribuintes caíram na malha fina, de um universo de 36,8 milhões de declarações enviadas. O principal motivo foi a omissão de rendimentos, com 41,4% das ocorrências, seguido por falta de comprovação de dedução, responsáveis por 30,9% das declarações retidas em 2021.
Como prevenir contratempos? Segundo o advogado Edemir Marques de Oliveira, especializado em direito tributário, a antecipação na hora de juntar documentos e a transparência na prestação de informações são os principais cuidados que o contribuinte deve ter. "A primeira coisa é tentar ser o mais honesto possível com a Receita. E nessa transparência, o contribuinte deve juntar toda a documentação que puder em termos de deduções e dos rendimentos", explica.
Entre os rendimentos mais propenso a dar problemas, diz o advogado, estão as receitas de aluguéis e os ganhos de capital na venda de imóveis. "O contribuinte deve ser organizado não apenas no momento de declarar o Imposto de Renda, mas durante todo o ano", diz Oliveira.
Em relação às deduções, o advogado aconselha que o contribuinte exija nota fiscal e guarde todos os recibos dos gastos que podem ser deduzidos, como educação e saúde.
Receitas de aluguéis e os ganhos de capital na venda de imóveis estão entre os mais propensos a dar problemas na declaração- José Cruz/Agência Brasil
Dicas
Para Oliveira, a grande novidade de 2022 que pode resultar na diminuição de erros e de omissões é a declaração pré-preenchida da Receita. Nesse modelo, o contribuinte recebe um formulário com dados de declarações enviadas por empresas, instituições financeiras, imobiliárias e médicos, cabendo apenas conferir os dados. Todo o processo é feito no Centro Virtual de Atendimento da Receita (e-CAC).
Até agora disponível apenas para contribuintes com certificação digital (tipo de assinatura eletrônica vendida no mercado), a declaração pré-preenchida foi ampliada neste ano. A ferramenta poderá ser usada por quem tem conta tipo prata ou ouro no Portal Gov.br. O advogado, no entanto, recomenda atenção a quem opta por esse recurso.
"O declarante deve comparar as informações com os documentos antes de confirmar os dados. Caso encontre alguma divergência, deve ajustar as informações e guardar o documento ou o recibo para eventuais esclarecimentos ao Fisco", orienta Oliveira.
Por fim, o advogado aconselha o contribuinte a acompanhar o processamento da declaração, informado por meio do e-CAC. Caso haja problemas, deve-se enviar, o mais rápido possível, uma declaração retificadora. "A Receita oferece a oportunidade para que o contribuinte faça a autorretificação e evite ser intimado", justifica.
Confira as principais orientações para evitar erros e omissões e cair na malha fina.
Organizar documentos ao longo do ano ou pelo menos algumas semanas antes de enviar a declaração
Ser transparente com a Receita Federal e informar todos os rendimentos recebidos no ano anterior, assim como comprovar todos os gastos que geram dedução
Revisar a declaração antes do envio para evitar erros de preenchimento
Identificar operações que não ocorrem com frequência, para evitar omissão de dados. Entre essas operações, estão compra e venda de bens acima de R$ 5 mil, que podem gerar ganhos de capital
Evitar a inclusão de dependentes em duas declarações
Incluir os rendimentos próprios dos dependentes, como filho que recebe pensão de ex-cônjuge
Evitar inclusão de despesas médicas indedutíveis ou sem comprovação
Acompanhar o processamento da declaração após a entrega e retificar dados inconsistentes ou omitidos o mais rápido possível
Correio Braziliense sexta, 04 de março de 2022
LAZER: CONFIRA OS DESTAAQUES DA PROGRAMAÇÃO DO FIM DE SEMANA NA TELINHA
Confira os destaques da programação do fim de semana na telinha
Programação do fim de semana vai da estreia de The boys presents: Diabolical ao documentário Elza & Mané – Amor em linhas tortas
Humor ácido Baseada nos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson, The boys presents: Diabolical estreia nesta sexta-feira (4/3) no catálogo do Amazon Prime Video. Os 8 episódios do spin-off da aclamada The boys serão curtinhos, de 12 a 14 minutos, o que não significa que não haverá tempo para muito humor. As histórias trazidas em Diabolical serão inéditas e farão parte do universo de The boys. Vale lembrar que, apesar de ser uma animação, The boys é voltada para o público adulto e tem classificação indicativa não recomendada para menores de 18 anos.
Mais uma jornada
Aguardada por fãs de ficção científica, a segunda temporada de Star Trek: Picard chega nesta sexta-feira (4/3) ao catálogo do Amazon Prime Video. Desta vez, Picard vai unir amigos de várias gerações para uma corrida contra o tempo. Eles precisam salvar o planeta Terra de perigos oferecidos pela própria ação do homem. Além disso, ele terá que acompanhar de perto o julgamento de um inimigo poderoso no Dia do Juízo Final.
Drama familiar
Andy tem certeza que conhece em detalhes a mãe dela, Laura. Até que um dia a reação de Laura em um, aparentemente simples passeio no shopping, a surpreende. A matriarca explode em violência. Assim, um segredo guardado há quase 30 anos vem à tona e pode mudar por completo a vida de Andy. Só que, para descobrir realmente o que está acontecendo, ela precisa investigar a própria mãe. Esse é mote de Ninguém pode saber, filme que estreia nesta sexta-feira (4/3) na Netflix.
Um grande amor
Elza e Mané – Amor Em Linhas Tortas
A história de amor de Elza Soares e Mané Garrincha é tema da série documental Elza & Mané – Amor em linhas tortas, estreia do Globoplay. O roteiro assinado por Caroline Zilberman e Rafael Pirrho mostra a relação conturbada entre a musa da MPB e o craque do Botafogo e da Seleção Brasileira. Sem passar tinta para as dificuldades do caminho, a série fala sobre racismo, preconceito social, alcoolismo, perseguição política e violência doméstica. O público poderá acompanhar entrevistas resgatadas do jogador e depoimentos de Elza exclusivos para Elza & Mané – Amor em linhas tortas.
Suspense com comédia
Maria Bopp é a protagonista de As seguidoras, série que estreia domingo (6/3) no Paramount+. Criada pelo pessoal do Porta dos Fundos, a produção mescla suspense e comédia. Em seis episódios, somos apresentados a Liv, influenciadora digital que leva a obsessão por ganhar seguidores às últimas consequências e se transforma em uma serial killer. “É mais fácil matar, esquartejar, transportar, embalsamar, ocultar um cadáver do que passar pelo tribunal da internet”, brinca Maria, no material de divulgação de As seguidoras.
Correio Braziliense quinta, 03 de março de 2022
POLÊMICA: JORNAL BRITÂNICO CRITICA BRASIL POR CARNAVAL EM MEIO À GUERRA
Jornal britânico critica Brasil por carnaval em meio à guerra
Artigo do Daily Mail destacou que a festa foi cancelada no país devido à covid-19, mas, mesmo assim, brasileiros foram às ruas celebrar
TM
Thays Martins
postado em 03/03/2022 09:44
(crédito: CARL DE SOUZA / AFP)
O jornal britânico Daily Mail criticou os brasileiros que saíram para festejar o carnaval mesmo com uma guerra acontecendo entre a Rússia e a Ucrânia. "A festa continua no Rio! Milhares inundam as ruas do centro no Brasil para celebrações não oficiais do carnaval, enquanto o resto do mundo protesta em solidariedade pela invasão da Ucrânia pela Rússia", começa o artigo publicado na terça-feira (1°/3).
A matéria ressalta que as celebrações de carnaval foram canceladas devido à covid-19, mas que, mesmo assim, os brasileiros foram às ruas festejar. O jornal também compara a atitude dos brasileiros a de outros países. Na Alemanha, por exemplo, os foliões trocaram as festas de carnaval por um protesto para pedir paz. Milhares de pessoas foram às ruas, muitas vestindo trajes em azul e amarelo, as cores da bandeira nacional da Ucrânia, e carregando cartazes que diziam 'Paz' e 'Pare Putin'.
Os protestos nos Estados Unidos, onde vários monumentos foram iluminados com as cores da bandeira ucraniana, e na Rússia, onde mais de 6 mil pessoas foram detidas por protestarem, também são destacados no texto.
Em resposta, muitos brasileiros questionaram se o resto do mundo também se manifestou quando crises humanitárias envolvendo países não europeus aconteceram. "O resto do mundo protestou quando os EUA ajudaram o exército brasileiro a instalar uma ditadura que matou e torturou milhares de pessoas?", questionou uma leitora.
"O mundo nunca se importou e fez algo pelo Brasil, temos 800 mortes diárias por covid, enchentes destruindo cidades, acidentes ambientais causados por grandes empresas em outros países, e ninguém nunca levantou uma colher para ajudar o Brasil", disse outro.
"A felicidade é gratuita. A vida é preciosa demais para se preocupar com queixas. Eu gostaria que o mundo tivesse se unido contra a invasão da OTAN na Líbia, Síria e muitos outros países indefesos na terra do jeito que estão com a Ucrânia", afirmou um outro leitor.
Os leitores também ressaltaram que outros eventos na Europa não foram cancelados devido à guerra, como os campeonatos de futebol e a Semana de Moda em Milão, que terminou na sexta-feira (28/2).