Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 20 de agosto de 2021

GASTRONOMIA: SALVATORE LOI, CHEF ITALIANO, DA SARDENHA, ESTÁ CHEGANDO

Jornal Impresso

Salvatore Loi está chegando
 
Nascido na Sardenha, premiado chef paulistano que foi do Grupo Fasano instala restaurante na 403 Sul com o seu nome. A inauguração será na segunda quinzena de outubro. Com 22 anos de experiência, o sardo vê o trabalho como um novo desafio

 

» Liana Sabo

Publicação: 20/08/2021 04:00

Salvatore fica de olho na construção do restaurante, nem que seja estampado no tapume (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Salvatore fica de olho na construção do restaurante, nem que seja estampado no tapume

A família estava certa: “Por que não abre um restaurante em Brasília, Loi?”. Ele passou anos ouvindo isso. Vinha com muita frequência à capital do país para descansar e trazer a mulher, Tania, para visitar familiares e toda a vez ouvia a mesma coisa: “Por que não abre um restaurante em Brasília, Loi?”
Finalmente, Salvatore Loi, um dos mais renomados chefs atuando na cena gastronômica de São Paulo, se rendeu aos atrativos brasilienses e abrirá um estabelecimento no Bloco C, da 403 Sul, na segunda quinzena de outubro. Como é mais conhecido pelo sobrenome, o chef sardo inverteu o nome da casa, que se chamará Ristorante Loi Salvatore. “A ideia é desenvolver uma cozinha italiana com toque de modernidade, na qual os produtos de extrema qualidade serão sempre frescos e oferecidos em um cardápio enxuto, no máximo, de 30 pratos, da entrada à sobremesa”, adianta o chef.
 
Formado em hotelaria pela escola profissional da Sardenha, onde nasceu, há 59 anos, completados no dia 22 de julho último, Salvatore Loi trabalhou em vários hotéis e restaurantes da Europa até vir ao Brasil, onde esteve à frente do Grupo Fasano por 13 anos. Foi chefe-executivo de todas as operações, inclusive do Gero Brasília, inaugurado por ele em 2010 com soberbo menu no qual o destaque era uma espetacular costela de vitelo à milanesa com risoto de açafrão, que deixou saudades. “Cada casa que eu passei teve seu próprio cardápio”, esclarece o chef, desestimulando quem imaginar que vai comer o prato tal qual ficou na lembrança. A não ser os clássicos de sua terra natal.
 
Processo artesanal
São dois macarrões que o acompanham sempre: a fregola com lula, camarão e vieiras; e os culurgiones recheados de ricota, raspas de limão ao molho de tomate italiano San Marzano. Originalmente, o primeiro era feito em um tacho de barro, onde era desenvolvida a base do prato em água morna e farinha de sêmola. Para se obter as bolinhas de massa, que eram retiradas e levadas ao forno para secar desidratadas, passava-se a mão na borda do tacho esfregando, cujo verbo em italiano é sfregare, daí a origem da fregola. “Hoje, a massinha já é industrializada”, comenta o chef, que prepara uma base com sufrito de cebola, pimenta dedo-de-moça e alho para receber a fregola com caldo de legumes e vinho branco; e, por último, os frutos do mar. Sairá por R$ 80.
 
Espécie de ravióli, os culurgiones são feitos de massa branca, sem ovo, recheados de ricota, limão siciliano e uma pitada de açúcar e sal. Vão à mesa com molho de tomate italiano, que decora o prato além de uma folhinha de manjericão por R$ 54. Outra iguaria que tem a marca do chef é a paleta de cordeiro (uruguaio) assado no forno em baixa temperatura por mais de sete horas e coberto com molho demi-glace do próprio cordeiro. Escolta o prato (R$ 80), tagliolini, massa fresca longa preparada na manteiga e sálvia.
 
Loi sempre se destacou na criação de pratos autorias e inovadores, tendo recebido diversas premiações em São Paulo. Aqui, ele poderá ser visto trabalhando na cozinha de finalização separada do salão por um vidro. No menu, não faltarão carpaccio, na entrada, nem tiramissù, na sobremesa cremosa.
 
Os sócios
Em 22 anos de atuação no circuito gastronômico paulistano, o chef sardo não só acumulou vitórias, mas também “alguns tropeços”, como ele próprio define a sua passagem meteórica por dois restaurantes instalados na região dos Jardins. Ele confia que não terá problemas em Brasília, porque os sócios “somos do mesmo ramo e temos uma visão única sobre o trabalho”, afirmou Loi.
 
Quem tornou possível a parceria foi o empresário Raul Teixeira, nascido em Belo Horizonte (MG), sócio investidor do Paris 6 desde a sua fundação no Shopping ID, em 2017. Amigo há 15 anos do arquiteto Luiz Felipe Melo, Teixeira apresentou-o ao chef Loi, que fechou a sociedade com os dois. Melo também é autor do projeto do restaurante instalado na 403 Sul, entre uma farmácia e uma peixaria. “São três ambientes: salão térreo e mezanino com 70 lugares ao todo e uma varanda no jardim com mais 70 lugares”, informa o arquiteto, que teve a preocupação de equipar o restô com mobiliário de “madeira clara e alguma pedra, como mármore e granito, dando um tom leve, alegre e colorido”.
 
Salvatore Loi vai dividir a sua agenda entre Brasília e São Paulo, pelo menos 10 dias por mês estará, lá, tocando três operações: o restaurante MoMA Modern Mamma Osteria e o bar Moma Mia, ambos na rua Manoel Guedes 160, no Itaim; e outro MoMa, na rua Ferreira de Araújo 342, em Pinheiros. Todos em parceria com o chef Paulo Barros, de quem foi sócio no Girarrosto, depois que saíu do grupo Fasano.
 
 
Três perguntas para
 
Salvatore Loi, novo chef da cidade
 
Por que instalar a sua cozinha em Brasília, cidade que sempre visitou em caráter pessoal?
Porque acho Brasília um mercado novo, em expansão, superaquecido e um centro de muitos acontecimentos. Além disso, tenho minha mulher, Tania, que nasceu aqui, e a família inteira mora aqui e sempre me falou: “Tem que abrir restaurante em Brasília, Loi”. Esse momento chegou e estou feliz em compartilhar com eles essa experiência de apresentar minha cozinha, que, para mim, é um desafio positivo depois de tudo que passamos
 
A culinária italiana que você pratica admite algum ingrediente do cerrado?
Eu ainda vou pesquisar o que poderei usar. Se houver algum item que possa entrar na culinária italiana, vou usar, sim. Como sempre faço, vou entrar em contato com produtores locais para estabelecer parceria com eles sobre o que podem fornecer para mim em termos de produtos e melhores safras a fim de passar para o cliente.
 
Na sua biografia, consta rompimentos intempestivos. Alguma precaução especial para que não se repita aqui?
Na minha vida, tive alguns tropeços por falta de experiência, que, agora, está completa. Dificilmente vai acontecer (rompimento) com os novos sócios, porque somos do mesmo ramo e temos uma visão única sobre o trabalho. A ideia é confluir a nossa energia no mesmo projeto.

Correio Braziliense quinta, 19 de agosto de 2021

INTERNET: LEILÃO DO 5G SAI EM OUTUBRO

Jornal Impresso

 

INTERNET
 
Leilão do 5G sai em outubro
 
Previsão foi feita pelo ministro das Comunicações, após a maioria dos ministros do TCU concordar com o texto do edital para implantar a nova tecnologia no país. Aprovação final ainda depende da conclusão de um pedido de vistas

 

INGRID SOARES

Publicação: 19/08/2021 04:00

Segundo Fábio Faria, empresas vencedoras da licitação deverão investir cerca de R$ 45 bilhões, nos próximos anos, na implantação do novo modelo (Evaristo Sá/AFP - 5/5/21

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Segundo Fábio Faria, empresas vencedoras da licitação deverão investir cerca de R$ 45 bilhões, nos próximos anos, na implantação do novo modelo
 
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, comemorou a formação de maioria no Tribunal de Contas da União (TCU) durante votação, ocorrida ontem, do edital do leilão para a implantação da tecnologia 5G no país. Segundo o ministro, o leilão deverá ocorrer, no mais tardar, até meados de outubro.
 
“Não quero cravar dia exato, mas após sair o edital do TCU, ele vai para a Anatel, e em torno de sete dias, será publicado o leilão; a partir daí, teremos o leilão em 30 dias. Então, estamos falando entre o final de setembro e primeira quinzena de outubro. No mais tardar, em outubro nós teremos a realização do leilão”, apontou o ministro.
 
A declaração ocorreu durante entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, após sete dos nove ministros do TCU terem votado pela aprovação do edital do leilão do 5G. Um pedido de vista, no entanto, adiou a decisão para a próxima semana. O ministro Aroldo Cedraz fez ressalvas sobre possíveis falhas e ilegalidades no edital. O magistrado pediu, inicialmente, um prazo de 60 dias para analisar o texto, mas depois o reduziu para sete dias. Com isso, o governo tem mais segurança para afirmar que o leilão ocorrerá neste ano.
 
Pressão
Fábio Faria negou pressão política sobre o TCU e destacou que a questão do 5G interessa a todo o país e foge de questões político-partidárias. “Não é um tema de partido. É um tema que envolve todos os brasileiros”, argumentou. “Isso extrapola a disputa política, porque queremos o 5G funcionando no Brasil.”
 
Sobre o pedido de vistas, relatou que foi uma decisão tomada interna corporis pelo TCU. “Só tenho a agradecer aos ministros que viram a importância (do assunto). O edital já estava há cinco meses no TCU. Uma comissão foi com a gente para a Ásia”, lembrou.
 
O ministro relatou, por fim, que a medida não vai atrasar o leilão. “A gente não atrasa o nosso leilão. Nós iremos fazer com que o nosso país se torne muito mais competitivo. Essa tecnologia vai fazer com que a gente avance em várias áreas. É um novo Brasil que nós teremos após o 5G”, afirmou.
 
O leilão do 5G será o maior leilão de radiofrequências realizado pelo governo. O texto trata da licitação de quatro frequências para a implantação da nova tecnologia para redes móveis: 700 megahertz, 2,3 gigahertz, 3,5 gigahertz e 26 gigahertz. A Anatel dividiu as frequências em lotes nacionais e regionais que, somados, representam R$ 45 bilhões em investimentos.
 
A maior parte desta quantia não será arrecadada, ou seja, será um leilão não arrecadatório. A Anatel vai autorizar o uso das faixas, mediante o cumprimento de determinadas obrigações que incluem investimentos no setor de telecomunicações e a ampliação da cobertura de sinal no país.
 
Algumas das exigências são: levar o 5G a todas as capitais brasileiras até 2022 e a todas as cidades com mais de 30 mil habitantes até 2028, além de cobrir com o sinal 4G ou superior todas as localidades de mais de 600 habitantes.
 
Com a implementação do novo sinal, a conexão de internet será mais rápida e estável. Isso vai não apenas melhorar a rede atualmente existente, mas permitir uma série de novas aplicações, com uso em diversas áreas, como transportes e telemedicina.
 
“A gente não atrasa o nosso leilão. Essa tecnologia vai fazer com que a gente avance em várias áreas. É um novo Brasil que nós teremos 
após o 5G” 
 
Fábio Faria, ministro das Comunicações


Correio Braziliense terça, 17 de agosto de 2021

AFEGANISTÃO: MERGULHO NA SOMBRA

Jornal Impresso

Mergulho na sombra
 
Presidente Joe Biden assume responsabilidade pelo retorno do Talibã ao poder, defende retirada, diz que os EUA jamais planejavam reconstruir o Afeganistão e alerta contra o terrorismo. Desesperados, afegãos provocam caos no aeroporto

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 17/08/2021 04:00

Afegãos escalam aeronave da companhia local Kam Air, no Aeroporto Internacional Hamid Karzai: pânico ao tentar abandonar país  (Wakil Kohsar/AFP)  
Afegãos escalam aeronave da companhia local Kam Air, no Aeroporto Internacional Hamid Karzai: pânico ao tentar abandonar país
 
A missão dos Estados Unidos no Afeganistão jamais envolveu reconstruir o Afeganistão, que, no domingo, mergulhou na sombra do extremismo. Teve como foco impedir a rede terrorista Al-Qaeda de usar o território como base para planejar atentados. Washington nunca mostrou a pretensão de criar uma democracia unificada e centralizada para os afegãos. Durante 18 minutos, esta foi a tônica do discurso de Joe Biden, forçado a interromper as férias em Camp David para explicar a volta da milícia fundamentalista islâmica Talibã ao poder e ao defender a retirada militar, enquanto o caos reinava no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul. 
 
“Sou o presidente dos Estados Unidos, e a responsabilidade é minha. (…) Sustento firmemente minha decisão. Depois de 20 anos, aprendi a duras penas que nunca houve um bom momento para retirar as forças americanas”, declarou o democrata. “A verdade é que isto (a volta do Talibã) ocorreu mais rápido do que prevíamos.” Ele disse que os EUA agirão “rapidamente” contra o terrorismo no Afeganistão, “se necessário”.
 
Segundo o presidente, uma relação com o Afeganistão dependerá “das ações do Talibã”. “Um futuro governo afegão que defenda os direitos básicos do seu povo, que não receba terroristas e que proteja os direitos básicos da metade da sua população — suas mulheres e meninas —, este seria um governo com qual estaríamos dispostos a trabalhar”, assegurou. Caso os talibãs ataquem interesses dos EUA ou atrapalhem a retirada dos milhares de diplomatas americanos, Biden avisou que responderá com “força devastadora, se necessário”. Ele prometeu, ainda, “falar abertamente” pelas mulheres afegãs.
 
Estudante da Universidade de Cabul, Aisha, 22 anos, é uma delas. Nas últimas 48 horas, tentou fugir por duas vezes do Afeganistão. Enviou à reportagem uma foto que mostra o pé esquerdo com feridas. “As pessoas corriam dentro do aeroporto, aos milhares. Meus joelhos e minhas mãos sangram. A situação no aeroporto é péssima. Houve disparos lá”, contou. Afegãos escalaram uma aeronave da companhia aérea Kam Air e o finger (equipamento que liga o terminal de passageiros à porta da aeronave). Em uma cena icônica, centenas de civis correram ao lado de um cargueiro norte-americano enquanto decolava. Alguns se abrigaram no trem de pouso, e dois despencaram do céu para a morte, diante das câmeras. Soldados americanos mataram dois homens armados no aeroporto. “Biden insiste sobre seus erros e não aceita o mau gerenciamento da situação em meu país. Os responsáveis pelo que vivemos hoje são Ashraf Ghani (o presidente que fugiu no sábado), Zalmai Khalizad (emissário americano para o Afeganistão) e Biden”, disse Aisha.
 
Com o mundo atônito, a China foi o primeiro país a expressar o desejo de manter “relações amistosas” com o governo afegão. O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou o Afeganistão a não se tornar “santuário do terrorismo” e prometeu encampar uma iniciativa da União Europeia (UE) para proteger migrantes afegãos. A chanceler alemã, Angela Merkel, lamentou que a missão no Afeganistão “não foi exitosa”.
 
Cálculo
 
Professor de relações internacionais da ESPM Porto Alegre, Roberto Uebel disse que chamou a atenção o fato de Biden afirmar que a queda de Cabul ocorreu mais rápido do que o previsto. “Havia um cálculo estratégico dos Estados Unidos de que o Talibã tomaria o poder com o anúncio da saída das tropas. Essa declaração do presidente oferece indícios de que o Talibã tomaria o poder de volta assim que os EUA saíssem”, avaliou. 
 
Uebel lembra que o Talibã jamais deixou de existir. “Desde 2001, a presença norte-americana no Afeganistão representava, para os talibãs, algo como uma invasão territorial. Nos últimos anos, desde o fim do governo de Barack Obama, havia a perspectiva de que os Estados Unidos deixassem o Afeganistão. Na gestão de Donald Trump, existiu chance de diálogo com os talibãs. Durante a campanha eleitoral, Biden prometeu a retirada das tropas americanas”, explicou à reportagem. Ele aponta a sinalização da China e da Rússia em reconhecer a soberania talibã sobre o território afegão como fator decisivo para a reconquista do poder.
 
Para Farzana Kochai (leia Duas perguntas para), membro do Parlamento do Afeganistão, o mundo fracassou em não implementar bons governos no país e por não atuar com transparência. “A conferência organizada pelo Banco Mundial para debater a reconstrução do Afeganistão não foi um processo inclusivo. As coisas que ocorreram recentemente, no que diz respeito às conversas de paz e à legitimidade oferecidas por esse diálogo, levaram a essa situação”, afirmou ao Correio, por telefone. A parlamentar jamais esperava a rápida tomada da capital afegã e não escondeu o medo. “Há milhares de perguntas sobre o que ocorrerá com as crianças, as garotas e as mulheres. Se elas terão permissão para buscarem uma boa educação, para serem livres, para usufruírem de seus direitos, para viajarem e viverem da forma como merecem.”
 
Ao ser questionada sobre o discurso de Biden, Farzana disse que “não viu nada de novo”. A parlamentar reconhece um vácuo de poder no Afeganistão, mas afirmou acreditar que líderes como o ex-presidente Hamid Karzai e o ex-vice Abdullah Abdullah dialogam com o Talibã. “Os ministros da Indústria e da Saúde ainda estão em seus postos; o Parlamento não desmoronou, mas enfrenta futuro incerto.” 
 
Farzana descarta abandonar Cabul. Disse ter esperança de encontrar respostas para muitas de suas perguntas. “Quero saber se as mulheres poderão sobreviver neste lugar. Não tenho planos. Apenas desejo ficar por aqui e ver se posso fazer algo, ainda que pequenas coisas, para o meu povo e o meu país ficarem em segurança.”


Correio Braziliense domingo, 15 de agosto de 2021

LUTA CONTRA O MACHISMO - ELAS LUTAM PELO DIREITO DE VESTIR O QUE QUEREM

Jornal Impresso

 

Luta contra o machismo
 
As Olimpíadas de Tóquio passaram, mas deixaram alguns legados, dentro e fora das arenas esportivas. Um deles foi a discussão contra a objetificação do corpo feminino. Fernanda Basso diz que ainda há episódios machistas em quadra. (Carlos Vieira/CB/D.A. Press)
Elas lutam pelo direito de vestir o que querem
 

 

Publicação: 15/08/2021 04:00

As ginastas alemãs se apresentaram com macacões cobrindo as pernas, em vez dos tradicionais collants (Divulgação)  
As ginastas alemãs se apresentaram com macacões cobrindo as pernas, em vez dos tradicionais collants
Maria Fernanda Marceline, historiadora e membro da equipe da Sempreviva Organização Feminista (SOP), acredita que, por mais que a sociedade ache que as pautas feministas estejam fazendo sucesso, nos casos em que as atletas revindicaram seus direitos de usar a roupa que acham mais confortáveis, e isso é negado, é possível assistir ao machismo ainda enraizado na sociedade.
 
Diariamente, somos bombardeados de discursos que dizem que as mulheres já conquistaram muito. Mas, ao mesmo tempo, é visível que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Esse tipo de reação no esporte nos revela exatamente isso. Que ainda existe muito trabalho a ser feito contra o machismo”, ressalta Maria Fernanda.
 
O que a historiadora quer dizer é que, apesar de sempre ser divulgado “meu corpo minhas regras”, em uma competição internacional que envolve dinheiro, patrocinadores e público, esse mantra não vale tanto. “Ainda vemos uma obrigatoriedade da hiperssexualização das mulheres no esporte”, explica.
 
A roupa é apenas a ponta do iceberg. A falta de poder na decisão da vestimenta transparece o silêncio dessas mulheres durante anos sobre os salários desiguais, a falta de oportunidades e investimentos nas categorias que atuam e, principalmente, a dificuldade de retornar ao esporte após ser mãe. “Há uma pressão brutal em cima dos atletas e, no caso das mulheres, tem mais esse ingrediente da cobrança de sensualidade”, conta.
 
Para ela, as roupas olímpicas das atletas podem ser vistas como o reforço de estereótipos. Quando você continua representando mulheres como objetos sexuais, como mercadoria que vende carro, que vende roupa, que vende tantas coisas. A historiadora ressalta que, enquanto no Brasil não houver um investimento na educação e no esporte, continuará a existir a reprodução de um padrão maléfico, especialmente para as mulheres.
 
Tânia Mara Campos de Almeida, professora do Departamento de Sociologia da Universidade Brasília (UnB) e integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres (NEPeM), lembra que as atletas, no caso das Olimpíadas, usaram o espaço para um debate que já vem acontecendo na sociedade. “As discriminações sofridas, violências e essa objetificação do corpo feminino, que também está muito presente no ambiente de esporte de alto rendimento.”
 
Modalidade estreante nas Olimpíadas, o skate deu aula de diversidade ao dar várias opções de uniforme às atletas
 (Leticia Bufoni/Instagram)  
Modalidade estreante nas Olimpíadas, o skate deu aula de diversidade ao dar várias opções de uniforme às atletas
 
 
Mas isso não é uma pauta levantada no ano de 2021. A professora explica que as atletas mostram que estão incomodadas há algum tempo. Muitas vezes, o patrocinador daquele esporte ou da atleta exige que elas coloquem o biquíni ou roupas justas para subir ao pódio. “As empresas tentam associar a marca da roupa do patrocínio que elas recebem ao corpo delas”, contextualiza.
 
Da mesma forma, nas Olimpíadas de 2016, as mulheres ficaram muito incomodadas com o fato de o esporte ter tido menos foco, em comparação ao corpo delas, que ficavam em mais evidência do que o esporte em si. “O que muitas vezes agrada aos patrocinadores, agrada ao público, mas desvaloriza a mulher enquanto atleta”, explica.
 
As mães atletas ou que competiram durante a gestação sentem ainda mais dificuldade para se manter no esporte, pois precisam estar com suas crianças e, por muitas vezes, não existe a opção de levá-las para um centro olímpico ou viagens.
 
Além disso, Tânia explica que o foco, para muitas atletas, tende a virar a maternidade, como se fosse a identidade delas. Assim, passam a não ser mais reconhecidas pelos seus méritos nos esportes.
 
 
Jogadoras de handebol de praia da Noruega foram multadas por se negarem a usar biquíni  (Reprodução/Twitter)  
Jogadoras de handebol de praia da Noruega foram multadas por se negarem a usar biquíni
Regulamento questionável
 
Em um torneio europeu de handebol de praia, o time feminino da Noruega optou por usar short em vez de biquíni na parte de baixo e acabou sendo multado. A Federação Europeia de Handebol estipulou 150 euros de multa para cada jogadora. Essa mobilização na modalidade já aconteceu, em 2018, entre atletas brasileiras. A norma internacional pontuava que a largura lateral do uniforme feminino deveria ter, no máximo, 10cm. Para os homens, shorts mais largos. A manifestação pública das atletas do time do Cepraea criticava, assim, o critério estético da vestimenta. Com isso, vários protocolos internacionais foram atualizados para contemplar também o uso de shorts.
 
 
 Povo fala
 
O que você acha sobre a obrigatoriedade no uso de roupas justas e biquínis pelas atletas nas Olimpíadas, em algumas modalidades?
 
 
“Acho que a obrigatoriedade não deveria existir. A roupa do atleta tem que respeitar o básico, que é a necessidade do devido esporte, proteção, mobilidade e conforto. A obrigatoriedade parece uma tentativa de padronização, que age principalmente na sexualização feminina. O que tem que ser obrigatório é o respeito à particularidade do esporte e à liberdade da equipe/atleta”
Luiza Abreu, 20 anos, estudante
 
 
“Enxergo que, com a quebra de certos ‘tabus’ nos últimos anos, mostra-se imperativo que essas mudanças também se estendam a eventos globais, tornando um ambiente mais democrático para as mulheres e dando voz e o direito à escolha sobre o uso de suas próprias roupas. Acredito que sua vestimenta não deveria servir como mais um empecilho para a prática de esportes”
Rayan Venâncio Rodrigues, 25 anos, estudante
 
 
“Eu acredito não ser coerente com a proposta das Olimpíadas, que é a união e a diversidade, a obrigatoriedade de trajes havendo distinção entre os sexos, pois, para os atletas masculinos, não há essa obrigatoriedade”
Murilo Costa Couto, 29 anos, vendedor
 
 
“Acredito que isso seja mais umas das inúmeras maneiras de sexualizar o corpo feminino, até porque não há nada que justifique a necessidade das mulheres usarem biquínis ou roupas mais justas que os homens, sendo que isso não interfere de maneira alguma na execução do esporte”
Maryana Rocha, 21 anos, estudante
 
 
“Acho a obrigatoriedade de roupa justa e biquíni nos esportes femininos desnecessária, porque não afeta o esporte, deveria ser opcional para a atleta que se sentir confortável usando. Tem mais a ver com sexismo e a transmissão dos jogos do que com esporte. Deveria ser opção e não obrigação”
Vitor de Melo, 21 anos, estudante

 


Correio Braziliense sábado, 14 de agosto de 2021

DF SE DESTACA COM CAFÉ DE ALTA QUALIDADE

Jornal Impresso

DF se destaca com café de alta qualidade

 

Eduardo Fernandes*

Publicação: 14/08/2021 04:00

Ana Paula idealizou programa para mapear rede de produção e comercialização do produto em Brasília (Ed Alves/CB/D.A Press

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Ana Paula idealizou programa para mapear rede de produção e comercialização do produto em Brasília
 
O Distrito Federal tem se consolidado como um importante polo produtor de café, e o consumo do produto tem se consolidado cada vez mais no coração dos brasilienses. Entrevistada ontem no CB.Agro, programa realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília, a professora de gastronomia do Instituto Federal de Brasília (IFB), Ana Paula Jacques Caetano explicou que melhorias e investimentos estão sendo feitos para que profissionais continuem evoluindo em relação ao cultivo, plantio e colheita do café.  Para Ana Paula, o DF é beneficiado pela elevada altitude e pelo clima seco e chuvoso, que fazem o café ter mais qualidade.
 
Segundo a professora, os produtores locais vêm se destacando e ganhando importância no cenário cafeeiro do país, tanto a nível nacional quanto internacional. “Nossos produtores estão recebendo prêmios e sendo reconhecidos mundialmente”, disse Ana Paula. Mas o processo da cadeia evolutiva do café vai muito além disso, afirmou, e, no final, o importante é que o produto tenha qualidade para chegar aos mercados e para o consumidor. O café, lembrou a professora, é uma das commodities mais essenciais da produção agrícola brasileira, tendo em vista de que há muito tempo tem uma relação afetiva com a população.
 
Segundo Ana Paula, a produtividade anual de Brasília é quase o dobro da média nacional. E, apesar de o DF não ter um território tão grande de plantio, algo em torno de 500 hectares, o crescimento é cada vez mais nítido. “Quando a gente investir cada vez mais em pesquisa, assistência técnica no campo, profissionalização, pode ser um eixo estratégico para atuação profissional e mostrar que podemos levar a nossa cultura e identidade para todo mundo”, frisou.
 
Idealizado pela professora, com o IFB, o programa Mapa afetivo dos Cafés de Brasília é um projeto que começou há um ano. Segundo ela, cafeterias, fazendas e micro torrefadoras foram localizadas com a ajuda de uma rede colaborativa e de monitores do Instituto. A primeira edição ocorreu este ano e a resposta do público foi extremamente positiva. “Ficamos supercontentes com o retorno do público e das cafeterias. Podemos perceber jovens brasilienses empreendedores, que viram na cadeia produtiva do café uma oportunidade de dar dinâmica a outros lugares que não faziam parte deste circuito gastronômico”, disse.
 
O Mapa identificou mais de 60 estabelecimentos no Distrito Federal, como cafeterias, torrefadoras e produtoras. No projeto, também há quatro fazendas que produzem café orgânico e abastecem diversos estabelecimentos no Distrito Federal. De acordo com Ana Paula, além de profissionais do ramo, as fazendas recebem turistas. A mais tradicional, e também a que mais recebe visitas, se localiza no Lago Oeste. A expectativa é de que o programa tenha atualizações e novas edições, o que será importante para mapear novos lugares e identificar pontos com a ajuda do consumidor.
 
Os critérios para a inserção da cafeteria dentro do programa são simples e baseados na experiência final de quem os visita. “O critério é que o consumidor, além da experiência de usufruir do café e do local, tenha um rastreio com o produtor, identifique o grão do café para ter um olhar mais atento sobre a bebida, conheça e trajetória do grão à xícara, e possa se tornar mais consciente sobre esse processo”, explicou.
 
O Instituto Federal de Brasília também conta com o projeto Comida para pensar, também liderado pela Professora Ana Paula. É um laboratório de pesquisa e projetos que tem como proposta provocar reflexões sobre o papel do cozinheiro e do alimento no mundo contemporâneo.
 
*Estagiário sob supervisão   de Odail Figueiredo

Correio Braziliense sexta, 13 de agosto de 2021

TARCÍSIO MEIRA SE ENCANTOU: ATOR MORRE AOS 85 ANOS, VÍTIMA DA COVID-19

Jornal Impresso

Mais que um galã
 
Tarcísio Meira, um dos artistas mais importantes da atuação brasileira, morreu na manhã de ontem em decorrência de complicações da covid-19. O ator marcou a história da televisão nacional ao protagonizar a primeira novela diária do país, 2-5499 ocupado

 

» Isabela Berrogain*
» Ricardo Daehn

Publicação: 13/08/2021 04:00

 (Jão Miguel Junior/Divlgação)  
 
O ator Tarcísio Meira, de 85 anos, morreu na manhã de ontem, em decorrência de complicações da covid-19. O astro brasileiro estava intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 6 de agosto.
 
De acordo com a unidade hospitalar, além de ter sido internado na UTI, o ator ficou em ventilação mecânica e também precisou passar por diálise contínua. O procedimento de hemodiálise é comum em casos graves de internação por covid-19.
 
Tarcísio Meira havia tomado a segunda dose da vacina contra a covid-19 em março deste ano, em Porto Feliz, interior de São Paulo, local onde ele e a esposa Glória Menezes se isolaram durante a pandemia. Glória também contraiu o vírus e foi internada no mesmo hospital, no entanto, apresentou um quadro mais leve e não precisou ser intubada. O caso de Tarcísio é raro:  3,7% dos que tomaram a segunda dose morreram no Brasil, mas o percentual atinge 8,8 entre os que têm mais de 70 anos.
 
Os dois artistas, pais do ator Tarcísio Filho, completaram 56 anos de casados em 2020. Na mesma semana da internação do pai, o filho do casal chegou a falar para a imprensa que o estado da dupla era bom e que Meira estava respondendo bem a todos os procedimentos. Nas redes sociais, Mocita Fagundes, mulher de Tarcísio Filho, comentou que o casal foi contaminado “num descuido”.
 
Repercussão
 
“A notícia [da morte de Tarcísio Meira] veio como uma bomba, eu estava gravando em São Paulo com muita gente que havia trabalhado com ele”, afirmou o ator brasiliense João Campos ao Correio. Campos e Meira contracenaram na telenovela A lei do amor, exibida pela Rede Globo em 2016.
 
Na produção global, os atores protagonizaram diversos encontros em cena, já que Meira era avô do par romântico de Campos, papel vivido pela atriz Bianca Muller. “Na preparação da novela, nas leituras anteriores, veio aquele impacto de estar de frente com uma entidade, um ator de teatro e de TV que sempre representou tanto para os brasileiros quanto para as artes”, relembrou João Campos.
 
“Aí, veio uma relação muito acessível, ele era maravilhoso, quebrou todos os estereótipos diante de um ator com tanta história e uma carreira absolutamente sólida. Sempre muito acessível no camarim,  era um grande contador de histórias. Ele tratava a gente de maneira horizontal, era muito humano e era um privilégio olhar no olho e conversar sobre a história da TV brasileira. Era doce e tinha um senso de humor sempre presente. Um verdadeiro parceiro de cena”, acrescentou.
 
Já nas redes sociais, artistas e diretores como José de Abreu, Ary Fontoura, Gloria Perez, Boninho e Fábio Assunção lamentaram a morte do ator. “Ele é uma referência no teatro, no cinema, na TV. São notícias tristes para a cena brasileira”, escreveu Fontoura no Instagram. Já Assunção afirmou que o ator “deixa um legado gigante e uma saudade imensa”.
 
Além da repercussão no meio artístico, Tarcísio Meira foi homenageado de pé pelos membros da comissão presentes na CPI da covid-19 de ontem, que fizeram um minuto de silêncio em memória do ator. “[Tarcísio Meira] É mais um desses quase 600 mil brasileiros que perderam sua vida, dentre outras coisas, porque o governo não soube fazer o seu trabalho na hora certa”, declarou o senador Alessandro Vieira.
 
Carreira
 
Tarcísio Meira, um dos maiores atores da história brasileira, ficou marcado no meio artístico por dar vida a inúmeros vilões e mocinhos no cinema, teatro e televisão. Em 1957, o ator deu início à carreira  nos palcos de teatro, protagonizando a peça A hora marcada. Já em 1963, Meira apareceu pela primeira vez nas telas de cinema, no filme Casinha pequenina, ao lado de Mazzaropi.
 
Entretanto, Tarcísio Meira dedicou grande parte da carreira à televisão. O primeiro trabalho do ator foi no teleteatro Noites brancas, da TV Tupi, em 1959. Em 1961, na mesma emissora, Meira contracenou pela primeira vez com Glória Menezes, em Uma Pires Camargo. Anos mais tarde, a dupla se tornaria um dos casais de maior sucesso da televisão brasileira. Também ao lado de Glória, o ator foi o protagonista da primeira telenovela diária da televisão nacional, 2-5499 ocupado, na TV Excelsior, em 1963.
 
Na Rede Globo, a estreia de Tarcísio Meira ocorreu em 1967, na telenovela Sangue e areia. O ator permaneceu na emissora até 2020, após não ter o contrato renovado. O último papel da carreira de  Tarcísio foi a novela Orgulho e paixão, que foi ao ar em  2018. Em maio do mesmo ano, Meira teve que deixar o elenco da produção devido a uma infecção pulmonar. 
 
*Estagiária sob a  supervisão de Severino  Francisco.
 
Irmãos coragem (1970)
Na telenovela, Tarcísio Meira viveu João Coragem, um dos principais personagens da carreira do ator. A produção narra a luta dos irmãos Coragem por liberdade e contra a opressão.
 
O beijo no asfalto (1981)
Baseado na peça de teatro homônima de Nelson Rodrigues, o filme brasileiro conta a história de um homem à beira da morte que pede a Arandir (Ney Latorraca), um beijo na boca, pedido considerado ‘escandaloso’ para a época. Durante o longa-metragem, Latorraca e Meira, que dá vida ao genro de Arandir, também protagonizam um beijo, cena que entrou para a história do cinema nacional.
 
Torre de babel (1998)
A telenovela conta a história de José Clementino (Tony Ramos), homem que matou a esposa após um flagrante de adultério. O patrão de Clementino, César Toledo (Tarcísio Meira), testemunhou o assassinato e foi responsável pelo depoimento que mandou o empregado para a prisão. Durante o cárcere, Clementino acaba arquitetando um plano de vingança contra o ex-patrão.
 
O beijo do vampiro (2002)
Em ‘O beijo do vampiro’, Tarcísio Meira deu vida ao Duque Bóris Vladescu, um vampiro obcecado pela princesa Cecília (Flávia Alessandra). Movido pela paixão, Vladescu assassina o conde Rogério (Thiago Lacerda), noivo de Cecília, com a intenção de ficar com a princesa.    

Correio Braziliense quinta, 12 de agosto de 2021

LIBERTADORES: FLAMENGO VENCE JOGO AGITADO

Jornal Impresso

 

Flamengo vence jogo agitado
 
 
Em duelo com direito a expulsão anulada pelo VAR, rubro-negro ganha antes de definir vaga no DF

 

Danilo Queiroz

Publicação: 12/08/2021 04:00

Gabigol foi o dono da bola no Paraguai. Com dois gols e participação direta nas outras bolas na rede, atacante teve atuação determinante (Alexandre Vidal/Flamengo)  
Gabigol foi o dono da bola no Paraguai. Com dois gols e participação direta nas outras bolas na rede, atacante teve atuação determinante
 
Ojogo de ida das quartas de final da Libertadores entre Flamengo e Olimpia, no estádio Manuel Ferreira, em Assunção, teve praticamente de tudo. Com direito a ambulância em campo, expulsão cancelada após VAR apontar pênalti e caso de injúria racial, o rubro-negro desperdiçou oportunidades de gol, mas encaminhou a vaga às semifinais do torneio após vencer os paraguaios, por 4 x 1. Com os gols marcados fora de casa, os cariocas trazem boa vantagem para a definição da classificação, na próxima quarta-feira, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
 
A vitória foi a primeira do Flamengo sobre o Olimpia na Libertadores. Os gols do triunfo foram marcados por Gabi, duas vezes, Arrascaeta e Vitinho. Iván Torres diminuiu para os paraguaios. O resultado colocou os cariocas nos trilhos após a acachapante derrota para o Internacional, por 4 x 0, no último fim de semana na Série A do Campeonato Brasileiro. Acima disso, a atuação confirmou a veia goleadora da equipe de Renato Gaúcho. Sob o comando do técnico, em nove partidas, foram 29 gols marcados e oito sofridos.
 
O primeiro tempo foi agitado. Com 15 minutos, Arrascaeta aproveitou trama de Gabi e Bruno Henrique para abrir o placar. Aos 22, o jogo ficou paralisado após Salazar levar a pior em choque. O argentino saiu do gramado de ambulância. Na metade dos 11 minutos de acréscimos, Filipe Luís parou contra-ataque do Olimpia e foi expulso pelo segundo amarelo. O VAR, porém, alertou um pênalti em Arrascaeta na origem da jogada. A arbitragem marcou e cancelou o vermelho do lateral. Na cobrança, Gabigol ampliou. Na jogada seguinte, o Olimpia voltou ao jogo após Iván Torres diminuir de cabeça. 
 
Na volta do intervalo, os rubro-negros reclamaram de ofensas racistas vindas da torcida. O sistema de som do estádio chegou a alertar sobre manifestações agressivas. Dois mil adeptos puderam ver o jogo. Em campo, o Flamengo não demorou para ampliar. Com seis, Gabriel aproveitou chute torto de Bruno Henrique e estufou às redes. Melhor em campo, o rubro-negro perdeu uma série de gols. Mas, no fim, o time carioca reencontrou o caminho das redes. Após lançamento em profundidade, Gabigol invadiu a área e rolou para Vitinho. Sem marcação, o camisa 11 tocou para o gol livre e fechou o placar no Paraguai.
 
“Nosso time cria bastante. Mesmo se fossem sete gols, teria definido o confronto. Temos que melhorar, mas conseguimos fazer quatro. Ruim não está, não”, avaliou Gabigol. O atacante foi eleito o craque da partida. Renato Gaúcho também elogiou o desempenho do time. “O Flamengo quando perde é muito cobrado. O mais importante de tudo é que a equipe já voltou a fazer o que está acostumada e a conseguir um grande resultado fora de casa”, ressaltou. O treinador comentou, ainda, o caso de injúria racial contra reservas rubro-negros. “Isso me choca e me entristece”, lamentou.


Jogo em Brasília
Ontem, o Flamengo divulgou novas informações sobre a venda de ingressos para o jogo de volta das quartas de final da Libertadores contra o Olimpia, em Brasília. O setor leste superior do Estádio Nacional Mané Garrincha teve todas as entradas comercializadas e está esgotado, assim como as cadeiras inferiores leste e oeste. Os demais ingressos seguem à venda até às 12h da próxima quarta-feira, data do jogo. Os valores dos bilhetes variam de R$ 140,00 a R$ 500,00 para torcedores com ciclo de vacinação concluído com teste PCR negativado. A bola rola às 19h15. 

Correio Braziliense quarta, 11 de agosto de 2021

CARTÃO GÁS PARA 70 MIL FAMÍLIAS

Jornal Impresso

 

Cartão Gás para 70 mil famílias
 
Programa será oferecido a pessoas que estão em vulnerabilidade social e que estão inscritas no Cadastro Único. Auxílio de R$ 100 será pago a cada dois meses. No DF, valor do botijão pode chegar a R$ 98. Prazo para iniciar o crédito é de 15 dias

 

CIBELE MOREIRA

Publicação: 11/08/2021 04:00

Projeto de lei que institui o Cartão Gás foi sancionado, ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Projeto de lei que institui o Cartão Gás foi sancionado, ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB)
 
As famílias em situação de vulnerabilidade contam com mais um auxílio social do Governo do Distrito Federal (GDF). Complementando o Cartão Prato Cheio, o GDF lança o Cartão Gás, que beneficiará cerca de 70 mil famílias no DF. O projeto de lei que institui o programa foi sancionado, ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Com a iniciativa, o beneficiário receberá R$ 100, a cada dois meses, para auxiliar no custo de compra do botijão do gás de cozinha, que pode custar até R$ 98 na capital federal.
 
“Nós estamos fazendo um trabalho muito grande através do Cartão Prato Cheio, com a modernização da distribuição das cestas básicas. Faltava como cozinhar esses alimentos”, destacou o chefe do Executivo local, durante solenidade no Palácio do Buriti. O Cartão Gás é oferecido em parceria com o Banco de Brasília (BRB). O cadastro das famílias está aberto no site gdfsocial.brb.com.br. De acordo com o governador Ibaneis, a lista de beneficiados do Cadastro Único foi repassada para a instituição bancária. “É um programa que já nasce pronto. Todas as 70 mil famílias aptas podem fazer o cadastro para receber o cartão”, destacou. O prazo para iniciar o crédito é de 15 dias.
 
Para a autônoma Mirian Gonçalves Mendes Oliveira, 40 anos, o benefício vem em ótimo momento. “O Cartão Gás será uma benção. Com tudo aumentando, não estamos conseguindo pagar todas as contas. Sempre fica uma para trás. Com esse auxílio, o dinheiro que gastamos com o botijão de gás pode ser utilizado para pagar a luz ou a água”, relata a moradora de Samambaia. “Temos o auxílio do Bolsa Família, que é de R$ 375, além do Prato Cheio, de R$ 250, que ajuda muito, mas mesmo assim é difícil. É surreal o quanto as coisas estão aumentando. Na semana passada, eu comprei o botijão por R$ 92 porque fui buscar. Se fosse para entregar aqui em casa, seria R$ 98”. 
 
Requisitos
 
A secretária-adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, ressalta que apenas quem já está inscrito no Cadastro Único para programas sociais do governo estão aptos para receber o benefício do Cartão Gás. “Precisamos deixar claro que é um auxílio. A gente colocou esse valor médio de R$ 100 porque pode ser, caso aumente, que a gente tenha que fazer algum tipo de reajuste. Mas, atualmente, é isso. Uma parcela bimestral de R$ 100 para custeio do gás”, destacou Ana Paula. 
 
O cartão vai ser usado na função débito em estabelecimentos cadastrados. De acordo com o Projeto de Lei aprovado com 18 votos favoráveis pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, o caráter emergencial do programa tem duração de 18 meses.
 
Ainda conforme o documento, os requisitos para recebimento do auxílio são: estar inscrito no Cadastro Único, ter renda familiar per capita de até meio salário mínimo, ter declarado comprometimento de renda com a aquisição do GPL 13 kg, residir no Distrito Federal e ter idade igual ou superior a 16 anos.
 
A execução ficará por conta da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O cadastro e a fiscalização dos estabelecimentos comerciais ficam a cargo da Secretaria de Economia. Os critérios e demais definições sobre o programa vão ser definidos em decreto, após a sanção da lei. O cadastro e a fiscalização dos estabelecimentos comerciais serão feitas pela Secretaria de Economia e o agente financeiro será o Banco de Brasília (BRB).
 
“Só quem não tem gás em casa sabe o que é não cozinhar. O que o governador está fazendo é matar a fome do povo. Falta muita coisa, mas nós estamos trabalhando”, destacou o secretário de Economia André Clemente.
 
Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa elogiou a iniciativa do governador. “A sua sensibilidade e seu cuidado com aqueles que mais precisam são refletidas nesse programa, um programa moderno, eficiente e que o BRB tem orgulho de participar”, pontuou.
 

Correio Braziliense terça, 10 de agosto de 2021

CORONAVÍRUS - VACINAÇÃO DOS 25 ANOS COMEÇA HOJE. NA QUINTA, A PARTIR DE 20, NO DF

Jornal Impresso

 

25 anos começa hoje. Na quinta, a partir de 20
 
O Distrito Federal recebeu, ontem, mais 153 mil doses de imunizantes contra a covid-19 e avançará a faixa etária nos próximos dias. Expectativa é alcançar público de 18 anos na próxima semana. Confira os locais de vacinação

 

» SAMARA SCHWINGEL
» ANA MARIA DA SILVA

Publicação: 10/08/2021 04:00

 

A costureira Lara Araújo de Moraes, 25 anos, espera se imunizar hoje. %u201CEstou ansiosa para me vacinar%u201D (Ed Alves/CB/D.A Press)  
A costureira Lara Araújo de Moraes, 25 anos, espera se imunizar hoje. "Estou ansiosa para me vacinar."


A estudante de odontologia Isabela Souza de Lima, 20, comemora o avanço da vacinação (Ed Alves/CB/D.A Press)  
A estudante de odontologia Isabela Souza de Lima, 20, comemora o avanço da vacinação


A partir das 8h de hoje, o Distrito Federal vai começar a vacinar pessoas de 25 anos ou mais contra a covid-19. A ampliação foi possível após a chegada de 214,7 mil doses de vacinas durante o fim de semana, das quais 178,3 mil foram destinadas para esse público. O atendimento será feito em 80 pontos, que funcionam das 8h às 17h — ou das 9h às 17h, no caso de drive-thrus. Haverá, ainda, atendimento noturno, das 18h às 22h, na Praça dos Cristais e na unidade básica de saúde (UBS) 7 de Ceilândia. (veja Onde se vacinar). Não é necessário agendamento. Para quem tem 20 anos ou mais, a imunização terá início na quinta-feira. Nesse ritmo, a expectativa do Executivo local é avançar para os 18 e 19 anos na próxima semana.
Para o governador Ibaneis Rocha (MDB), a previsão de vacinar pessoas de 18 anos ou mais é baseada nas últimas entregas de imunizantes feitas pelo governo federal. “Se continuarmos a receber doses com a frequência atual, será na próxima semana (a vacinação de 18 e 19 anos)”, informou o chefe do Executivo local ao Correio. Ontem, o DF recebeu mais 153 mil doses, que serão utilizadas para vacinar o público de 20 anos. A remessa tem 53 mil vacinas que fazem parte da entrega regular do Ministério da Saúde e 100 mil que são a última remessa das 290 mil doses extras prometidas à capital federal.
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, o DF espera que o ministério entregue hoje novas seringas para a aplicação das vacinas contra o novo coronavírus. “Só não iniciaremos a imunização desse grupo (20 anos) amanhã (hoje) porque a remessa que chegou é de vacinas da Pfizer, que precisam de uma seringa específica. E elas só chegam na quarta-feira”, explicou durante a coletiva de ontem no Palácio do Buriti.
O avanço da campanha de imunização contra a covid-19 no DF anima os moradores. A costureira Lara Araújo de Moraes, 25 anos, planeja se vacinar hoje. Ela conta que adiou os sonhos até ser imunizada. “No início deste ano, fui infectada e fiquei mais receosa de sair, de me infectar novamente. Eu tive tosse seca, coriza, dor no peito, um pouco e falta de ar, perdi olfato e paladar. Até hoje não me recuperei totalmente. Então, estou ansiosa para me vacinar”, conta.
A vacina é também um sopro de esperança para a estudante de odontologia Isabela Souza de Lima, 20. “Agora, estou vendo um andamento bom da imunização para nossa faixa etária”, ressalta. Apesar da felicidade em ser imunizada, Isabela garante que manterá os cuidados necessários. A estudante recorda que foi infectada pela covid-19 no início da pandemia e, apesar de ter reações moderadas, deseja evitar ser reinfectada. “Eu senti mais ausência de sabor e cheiro e cansaço. Agora, é continuar como está, nesse novo normal, tentando manter todos os cuidados necessários”, pontua.
Hoje, além de atender pessoas de 25 anos ou mais, a Secretaria de Saúde aplica a segunda dose em pessoas que precisam do reforço. Também não é necessário agendamento, basta comparecer a um ponto de atendimento no dia marcado no cartão de vacinação com um documento de identidade e aguardar o atendimento.


Onde se vacinar
Horários   -   Pedestres: 8h às 17h                                  

 

Drive-thrus: 9h às 17h                                  

Noturno: 18h às 22h


O que levar

Documento de identificação para comprovar a idade


Pontos de vacinação
Águas Claras
Unieuro (1ª dose) — Drive-thru

Asa Norte
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Asa Sul
Estacionamento 13 do Parque da Cidade (1ª e 2ª doses) — Drive-thru
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Brazlândia
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Candangolândia
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Ceilândia
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 3 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 5 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 6 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 7 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 10 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 11 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 12 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 16 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 17 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
Praça dos Direitos (1ª dose) — Pedestre

Cruzeiro
UBS 1 (1ª e 2ª doses)— Pedestre

Estrutural
UBS 1 (1ª dose) — Pedestre
UBS 2 (2ª dose) — Pedestre
Fercal
Administração Regional da Fercal (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Gama
Sesi (1ª e 2ª doses) — Drive-thru
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 3 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 4 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 5 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 6 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Guará
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 3 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Itapoã
Praça dos Direitos (1ª dose) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Jardim Botânico
Centro de Prática Sustentáveis do Jardim Botânico (1ª e 2ª dose) — Drive-thru

Lago Norte
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
Shopping Iguatemi (1ª e 2ª dose) — Drive-thru

Varjão
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestres

Lago Sul
Associação Médica de Brasília (1ª e 2ª doses) — Pedestre
Núcleo Bandeirante
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Paranoá
Quadra ao lado da Administração Regional (1ª dose) — Pedestre
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Planaltina
Centro Olímpico de Planaltina (1ª dose e 2ª dose) — Pedestre
UBS 2 (1ª dose) — Pedestre
UBS 5 (1ª e 2ª doses) — Pedestre e drive-thru

Recanto das Emas
Espaço CEU das Artes (1ª e 2ª dose) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª dose) — Pedestre
UBS 3 (1ª dose) — Pedestre
UBS 4 (1ª dose) — Pedestre
UBS 8 (1ª dose) — Pedestre

Riacho Fundo 1
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Riacho Fundo 2
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Samambaia
UBS 2 (1ª dose) — Pedestre
UBS 4 (2ª dose) — Pedestre
UBS 5 (1ª dose) — Pedestre
UBS 7 (1ª dose) — Pedestre
UBS 11 (1ª dose) — Pedestre
UBS 12 (2ª dose) — Pedestre
Santa Maria
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

São Sebastião
Ginásio Poliesportivo São Bartolomeu (1ª dose) — Pedestre
UBS 1 do Jardins Mangueiral (1ª e 2ª doses) — Pedestre
UBS 2 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Setor Militar Urbano
Praça dos Cristais (1ª e 2ª doses) — Drive-thru

Sobradinho 1
UBS 1 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

Sobradinho 2
Regional de Ensino (1ª e 2ª doses) — Pedestre e drive-thru
UBS 1 (1ª dose) — Pedestre

Taguatinga
UBS 1 (1ª dose) — Pedestre
UBS 2 (1ª dose) — Pedestre
UBS 3 (2ª dose) — Pedestre
UBS 5 (1ª dose) — Pedestre
UBS 7 (1ª dose) — Pedestre
UBS 8 (1ª dose) — Pedestre

Vicente Pires
UBS 1 (1ª dose) — Pedestre

Vila Planalto
UBS 3 (1ª e 2ª doses) — Pedestre

*Outros cinco pontos atenderão exclusivamente jovens de 12 a 17 anos portadores de comorbidades que fizeram agendamento.


Correio Braziliense segunda, 09 de agosto de 2021

IPÊS: BRASÍLIA AMARELOU

Jornal Impresso

A cidade amarelou
 
Floração do ipê atrai apreciadores da natureza e deixa a capital de roupa nova mesmo na seca

 

» Eduardo Fernandes*

Publicação: 09/08/2021 04:00

Já é tradição na capital a busca por imagens dos ipês floridos. Brasilienses saem as ruas para registrar essa época do desabrochar dessas árvores encantadoras (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Já é tradição na capital a busca por imagens dos ipês floridos. Brasilienses saem as ruas para registrar essa época do desabrochar dessas árvores encantadoras
O ipê é uma das árvores que mais encantam o cotidiano dos brasilienses. Eles colorem e embelezam a rotina apressada daqueles que saem para o trabalho todos os dias. É difícil encontrar alguém que não tenha fotos ou que consiga não parar para contemplar a beleza do ipê, uma marca registrada em Brasília. Neste início de agosto, a capital é agraciada pela floração do ipê-amarelo, que apesar da paisagem seca, ele enobrece com uma cor vibrante as vias do Distrito Federal.
 
Diante de um ipê solitário, mas radiante, do Park Way, uma família estaciona o carro para apreciar e tirar fotos. Apaixonada por ipês, Iradene Maria Nascimento Lima, 44 anos, não perde a oportunidade de captar imagens. O primeiro a aparecer foi o roxo, e a vendedora conta que já fez a foto do ano com ele. Agora chegou a vez do amarelo. Iradene estava encantada com a floração. “É só uma vez que florescem ao ano e vêm com tantas cores exuberantes. Se tem uma coisa que a pandemia não consegue parar, é com a beleza da natureza”, comenta Iradene.
 
A filha, Hadassa Nascimento, 22, conta que poder estar ao ar livre com a presença desses ipês traz calmaria para o atual momento. “A gente está vivendo um momento muito difícil em que precisa estar preso dentro de casa. Ver essas belezinhas de cores tão vibrantes é o que nos é permitido fazer. Sinto que traz alegria para os meus dias”, destaca.
 
Rebecca Conceição, 23, moradora de Samambaia Sul, também tem o hábito de sempre fotografar ipês quando os encontram. “Nunca perco uma oportunidade de registrá-los, principalmente porque eles ficam floridos por pouquíssimos dias no ano”, diz ela, que ama passear pelas ruas da cidade e ver a conexão da natureza com a bela arquitetura de Brasília.
 
Para ela, essa época do ano é encantadora. Rebecca acredita que a beleza da árvore transforma o nosso dia a dia, o deixando melhor e mais bonito. “Os ipês-amarelos me fazem lembrar que, mesmo em meio a tantas dificuldades e sofrimentos, nós podemos desfrutar de alegrias, de bons momentos. Principalmente porque ele floresce justamente no período onde tudo deveria estar seco e sem vida, que é o inverno”, destaca.


 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  


 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  


 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  



Sequência
 
A floração do ipê-amarelo dura em média de duas a três semanas. A engenheira agrônoma, Carmen Regina Correia, 62, explica que esse processo acontece ao mesmo tempo que o dos demais ipês, exceto o do branco, que é mais rápido e que também é o último a florir. Carmen ressalta que eles aparecem na sequência dos roxos e que o amarelo pode continuar florindo até setembro. “Este ano floriu pouco ainda, sendo que o rosa, que vem depois dele, está florindo intensamente agora, antes da maior intensidade do amarelo”, pontua.
 
A engenheira destaca que a dispersão das sementes dos ipês ocorrem pelo vento. Segundo ela, os frutos se abrem presos à planta e as sementes aladas são levadas pela ventania. Carmen afirma que a germinação da árvore não demora muito, dura até uma semana, se as sementes forem novas. Se as sementes forem mais velhas, podem demorar mais para germinar.
 
Arborização
 
Segundo a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), quem deseja fazer o plantio da árvore em espaço público, deve solicitar à empresa, pois em acordo com o decreto 39.469/2018, ela é a responsável pelo manejo e plantio da arborização no Distrito Federal. Mas, atualmente, a Novacap suspendeu a venda de árvores, no momento eles afirmam que toda a produção será destinada ao programa de arborização 2021/2022. A empresa também ressalta que não faz doação de mudas.
 
Para esse programa, que começa ainda esse ano e se estenderá até o próximo, será plantado em todo DF 100 mil mudas de árvores, sendo deste total 40 mil ipês de cores variadas. Estima-se que na capital federal tenham mais de 230 mil ipês plantados, sendo deste total 30% amarelo, a maioria localizada no Plano Piloto.
 
E para quem é apaixonado pelo ipê-amarelo, foi lançado neste ano o aplicativo Ipês. Feito para facilitar a vida de quem é apreciador da árvore, além de informar sobre a floração, ele mapeia e ajuda o usuário a chegar aos locais onde o ipê se encontra. O serviço é gratuito e está disponível para celulares com tecnologia Android e IOS.
 
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira


Correio Braziliense sábado, 07 de agosto de 2021

OLIMPÍADA: CANOAGEM - ISAQUIAS QUEIROZ É OURO

Jornal Impresso

Nascido para vencer
 
Brasileiro conquista a quarta medalha olímpica – a primeira nos Jogos de Tóquio – em prova dos C1 1000m e se consolida como lenda do esporte brasileiro. Baiano disse que estava com raiva antes da final

 

João Vítor Marques
Enviado especial

Publicação: 07/08/2021 04:00

Isaquias Queiroz disse que teve dificuldade com o vento na largada, mas superou a dificuldade e se jogou na água para comemorar o ouro inédito (Jonne Roriz/COB

)  
Isaquias Queiroz disse que teve dificuldade com o vento na largada, mas superou a dificuldade e se jogou na água para comemorar o ouro inédito
 
Tóquio — “Eu tô na raiva”. As palavras ditas após a classificatória do C1 1.000m demonstravam bem o espírito de Isaquias Queiroz para o último dia de provas da canoagem de velocidade na Olimpíada de Tóquio. Ele fez o melhor tempo das preliminares, mas não estava satisfeito. Sabia que podia mais — e conseguiu. Em final disputada no fim da noite de ontem (manhã de sábado no Japão), o baiano de 27 anos confirmou o favoritismo, percorreu o trajeto no Sea Forest Waterway em 4min04s408 para conquistar a medalha de ouro e reforçar o status de lenda do esporte olímpico brasileiro.
 
Em 2016, Isaquias Queiroz fez história ao se tornar o primeiro (e até aqui único) atleta nascido no Brasil a conquistar três medalhas em uma mesma edição dos Jogos. Naquele ano, no Rio de Janeiro, ganhou prata no C1 1.000m e no C2 1000m (ao lado de Erlon de Souza) e bronze no C1 200m. Mas ao campeão mundial ainda faltava o sonho olímpico dourado. Não falta mais.
 
“Dedicação durante os últimos anos e não quero sair daqui sem medalha. Se sair sem medalha vou ficar triste, claro. Quero deixar 100% na água para todos verem que me dediquei, me doei ao máximo para representar o Brasil. O que eu treinei não foi brincadeira”, chegou a dizer, logo após a classificatória de quinta-feira.
E o trabalho duro do baiano da pequena Ubaitaba, que treina na mineira Lagoa Santa (Região Metropolitana de Belo Horizonte), deu resultado. “Na raiva” após bater na trave na luta pelo bronze ao lado de Jacky Godmann no C2 2.000m (ficaram na quarta colocação), Isaquias conseguiu subir ao pódio em Tóquio e deu um largo passo para se tornar o maior medalhista brasileiro na história olímpica.
 
Isaquias, agora, tem quatro conquistas: uma de ouro, duas de prata e uma de bronze. Ele iguala o total do nadador Gustavo Borges (que conseguiu duas pratas e dois bronzes), mas fica à frente por ter uma dourada. Só dois atletas nascidos no Brasil têm mais: Robert Scheidt (dois ouros, duas pratas e um bronze) e Torben Grael (dois ouros, uma prata e dois bronzes).
 
O brasileiro foi dominante durante toda a competição. Nas eliminatórias, fez o melhor tempo entre todos os competidores e avançou diretamente à semifinal, sem a necessidade de disputar as quartas. Quando voltou ao barco, remou os 1.000m em 4m05s579 e conseguiu vaga na decisão também com a marca mais baixa. Apontado como o grande rival de Isaquias, o alemão Sebastian Brendel não conseguiu classificação para a final. E na prova decisiva, o baiano conquistou a medalha que tanto perseguia.
 
Multimedalhista
Isaquias Queiroz é daqueles esportistas que acordam e vão dormir pensando em como podem melhorar. A competitividade é tanta, que batizou o filho de “Sebastian”. É uma homenagem ao alemão Sebastian Brendel, seu principal rival nas últimas grandes competições. Os motivos? Além da amizade com o concorrente, é também para que o brasileiro lembre todos os dias do adversário e continue treinando.
 
A paixão pela canoagem, porém, não começou de forma competitiva. Nas águas de Ubaitaba, Isaquias começou a remar logo quando criança. Por lá, a canoa também é meio de transporte para se locomover pelo Rio de Contas. Aliás, o nome do local significa, em tupi, “cidade das canoas”.
 
Isaquias logo de cara chamou a atenção de Figueiroa Conceição, então auxiliar-técnico de Jefferson Lacerda, pioneiro da canoagem brasileira. Ele buscava jovens talentos em escolas e ficou espantado com o potencial do ‘Oreião’, como era conhecido o menino que viraria multimedalhista olímpico.
 
A infância de Isaquias não foi de fartura, mas nunca lhe faltou nada, como gosta de dizer. Não se pode dizer, porém, que não houve percalços. Pelo contrário. Aos 3 anos, queixou-se de dores na barriga. A “cuidadora” com quem estava, pouco mais velha, resolveu preparar um chá. O garoto esbarrou nela, a água fervente virou e caiu em cima dele.
 
Após um duro mês internado, Isaquias voltou para casa após uma decisão da mãe, Dilma Queiroz. Ela não queria mais ver o filho na cama de hospital e resolveu assinar um termo de responsabilidade para tirá-lo de lá mesmo contra as recomendações do médico, que alertava para a possibilidade de o menino morrer se a alta fosse antecipada. O garoto sobreviveu.
 
Cerca de dois anos depois, Isaquias foi sequestrado por uma mulher que vivia em Ubaitaba. A mãe, depois de muito desespero e muito refletir, imaginou quem poderia tê-lo levado e conseguiu encontrá-lo.
 
Os desafios não pararam por aí. Arteiro e inquieto, sofreu um acidente grave quando tinha 10 anos. Isaquias subiu em uma árvore para tentar ver uma cobra morta, caiu do galho da mangueira e desmaiou. Sofreu hemorragia interna e perdeu um rim. Mas, depois de ficar internado em um hospital em Itabuna, a 60km de Ubaitaba, resistiu e, a partir daí, deu os primeiros passos rumo ao estrelato.
 
E o resto é história. Isaquias se tornou imbatível na canoagem brasileira e, na adolescência, passou a protagonizar torneios internacionais de canoagem. Adulto, fez história no Rio de Janeiro e em Tóquio. E não quer parar. Paris (2024) é logo ali.
 
“Estou muito feliz. Nem consigo acreditar direito. Eu vim aqui para isso. Espero que o povo brasileiro esteja feliz também. Lembro dos versos do Hungria Hip Hop: ‘Um dia eu vi uma estrela cadente e fiz um pedido. Creio, fui atendido. Era só um menino brincando com os amigos’. Mas, hoje, eu sou campeão olímpico. Nação rubro-negra, essa medalha é nossa”

 


Correio Braziliense sexta, 06 de agosto de 2021

OLIMPIADA: BOXE FEMININO - FÉ NOS PUNHOS DE BEATRIZ FERREIRA

Jornal Impresso

 

Fé nos punhos de Bia
 
Com três pódios nos Jogos , Brasil tem a melhor Olimpíada no boxe. Beatriz Ferreira é a maior esperança de ouro na modalidade e terá combate sonhado por ela contra a adversária irlandesa Anne Kellie Harrington

 

João Vítor Marques
Enviado especial

Publicação: 06/08/2021 04:00

Carismática e dona de excelente técnica, Bia Ferreira mostra confiança para o combate final (Luis Robayo/AFP)  
Carismática e dona de excelente técnica, Bia Ferreira mostra confiança para o combate final
 
Tóquio — A centenária história do boxe na Olimpíada é marcada por reviravoltas, grandes estrelas e predomínio dos Estados Unidos e de Cuba. Na Europa, Grã-Bretanha, Itália e a extinta União Soviética conquistaram dezenas de medalhas desde que a modalidade passou a fazer parte do programa olímpico, nos Jogos de 1904, em Saint Louis. Só não houve disputa em 1912 (Estocolmo), já que a lei sueca proibia a prática da modalidade. Aos poucos, com o passar das décadas, as tradições são revistas, e novos protagonistas surgem. É o caso do Brasil. Em Tóquio, o país emplacou três medalhistas — e dois deles podem pintar o prêmio de dourado nos últimos dias de competição.
 
Os baianos Hebert Conceição (na categoria até 75kg) e Beatriz Ferreira (até 60kg) disputam finais neste fim de semana. Na madrugada deste sábado, ele encara o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, a partir das 2h45. “A cada luta, vamos ganhando mais confiança, o que faz toda a diferença. Seja o evento que for, sempre entro mais travado e, conforme vai passando o tempo, vou ganhando mais confiança. E estou muito seguro para fazer um bom trabalho na final e trazer mais uma medalha de ouro”, disse o brasileiro.
 
No domingo, às 2h, soa o gongo para a decisão feminina de Bia contra a irlandesa Anne Kellie Harrington. “É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e hoje estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas, infelizmente, não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai”, declarou a brasileira, atual campeã do mundo.
 
Os dois combates decisivos terão como palco a Kokugikan Arena, templo do sumô japonês e uma das instalações mais tradicionais desta edição dos Jogos Olímpicos. A outra medalha brasileira na modalidade foi conquistada pelo paulista Abner Teixeira, que caiu na semifinal da categoria até 91kg e levou o bronze.
 
As projeções da equipe olímpica da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) não previam um sucesso tão grande nos Jogos de Tóquio. “Se alcançarmos uma medalha no masculino e uma no feminino, cumprimos o prognóstico”, disse, antes das quartas de final de Bia e Hebert, o técnico Mateus Alves. E a meta foi batida com os três pódios conquistados no Japão.
 
Este é o melhor desempenho brasileiro na história do boxe olímpico. Antes das medalhas de Tóquio, o país havia conquistado cinco — uma de ouro, uma de prata e três de bronze. A primeira foi de Servílio de Oliveira, terceiro colocado do peso mosca (até 51kg) na Cidade do México, no longínquo 1968 — mais de 60 anos depois da estreia da modalidade nos Jogos.
 
Depois dele, surgiram nomes importantes no boxe brasileiro. O maior deles foi Acelino “Popó” Freitas, que conquistou quatro vezes o título mundial e se tornou uma das estrelas do esporte nacional. O baiano de Salvador, porém, nunca disputou a Olimpíada. Segundo ele, isso se deveu à falta de valorização dos pugilistas brasileiros.
 
“Eu ganhei a prata no Pan de Mar del Plata, em 1995, e fazia 17 anos que o Brasil não ganhava uma medalha. Mas eu voltei a dormir na mesma casa, a passar a mesma dificuldade, a passar fome. Essa medalha não me deu dinheiro, essa medalha não me deu patrocínio, essa medalha não me deu nada. Aí, eu pensei em virar profissional. O Evander Holyfield estava lutando na Bahia e me convidaram para fazer as preliminares. Eu ganhava R$ 400 por luta e dava para ajudar a minha casa, dava para comer”, desabafou, em 2020, numa entrevista à Band.
 
Dificuldade
 
Popó, porém, deixou um legado — construído com o auxílio de Luís Cláudio. Pelas portas que os irmãos Freitas reabriram, passaram importantes boxeadores da história olímpica brasileira. Depois de 44 anos, o país voltou a conquistar uma medalha na modalidade. Nos Jogos de Londres, em 2012, Yamaguchi Falcão, Esquiva Falcão e Adriana Araújo subiram ao pódio. A medalha dela foi bastante significativa, afinal, foi vencida na primeira edição dos Jogos em que a modalidade foi disputada também por mulheres.
 
O primeiro ouro veio com Robson Conceição, no Rio de Janeiro, em 2016. Nascido em Salvador, ele retomou a tradição do boxe da Bahia, celeiro de talentos para a modalidade. Na capital, nasceram Hebert e Bia, esperanças do Brasil para melhorar no quadro geral de medalhas no Japão. Com dois ouros, o país poderia, a depender do desempenho das outras delegações, saltar da 16ª para a 12ª colocação — que seria a melhor posição do país na história. O recorde atual foi registrado com o 13º lugar de cinco anos atrás.

Correio Braziliense quinta, 05 de agosto de 2021

ÁRVORES DO SUDOESTE SERÃO PRESERVADAS NA CONSTRUÇÃO DO VIADUTO

Jornal Impresso

 

Árvores ficam no Sudoeste

No CB.Poder, o secretário de Obras do GDF, Luciano Carvalho, garantiu aos moradores do bairro que a construção do viaduto da Epig preservará a área verde da quadra 105. (Ed Alves/CB/D.A Press)

No CB.Poder, o secretário de Obras do GDF, Luciano Carvalho, garantiu aos moradores do bairro que a construção do viaduto da Epig preservará a área verde da quadra 105.


Correio Braziliense quarta, 04 de agosto de 2021

JOSÉ TINHORÃO SE ENCANTOU: JORNALISTA E CRÍTICO MUSICAL, MORRE AOS 93 ANOS

Jornal Impresso

 

José Tinhorão, legado purista na crítica musical

 

Severino Francisco

Publicação: 04/08/2021 04:00

Jornalista era crítico da bossa-nova e protagonizou polêmicas com artistas como Tom Jobim e Caetano Veloso  (Marcos Fernandes/CB/D.A Press - 25/4/98

)  
Jornalista era crítico da bossa-nova e protagonizou polêmicas com artistas como Tom Jobim e Caetano Veloso
 
A voz severa se calou. Aos 93 anos, José Ramos Tinhorão, um dos mais polêmicos, implacáveis e ferinos críticos de música do país, morreu, ontem. Ele ganhou o apelido dos colegas do Diário Carioca, em 1953, quando começou a trabalhar como jornalista. Tinhorão é uma planta venenosa. Ao ler a primeira matéria, ele levou um susto. Assinara J. Ramos, mas apareceu J. Ramos Tinhorão.
 
Ficou bravo e foi falar com o chefe de reportagem, que gargalhou, conta Tinhorão em entrevista ao repórter Gabriel de Sá, publicada no Correio, em 1993: “O chefe disse que Ramos era nome de ladrão de galinha, que tinha um milhão na lista telefônica, e que Tinhorão ia ser só eu. Pensei e vi que ele tinha razão. Ficou”.
 
Tinhorão tornou-se célebre pelas brigas que comprou com a Bossa Nova, a Tropicália, o iê-iê-iê, Chico Buarque, Paulinho da Viola, o rock e qualquer outro gênero que ameaçasse a pureza ou a suposta pureza das raízes musicais brasileiras. Em debate promovido durante a Festa Literária Internacional (Flip), Tinhorão afirmou que tinha pena de Tom Jobim porque ele havia incorrido em um grande equívoco: “Achava que compunha música brasileira”. Considerava a bossa nova o jazz pasteurizado.
 
“A bossa nova é uma variante da música americana branca, do cool jazz”, complementava em entrevista ao Correio. De sua parte, Tom Jobim devolvia com senso de humor engatilhado na língua: “Ele tem razão, autenticamente brasileiro só mesmo o jequitibá”.
 
Tinhorão percebia o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil como um desdobramento da bossa nova. Mas admitia: “O tropicalismo é uma boa malandragem. O Gil e o Caetano, todos, são meninos da bossa nova baiana, nasceram na época em que estava nascendo a bossa nova na Bahia. Domingo no Parque, uma coisa originalíssima, é música de pernada, de capoeira”.
 
Caetano Veloso ficava profundamente irritado com as opiniões de Tinhorão. Em 1965, portanto, antes da eclosão do movimento tropicalista em 1968, escreveu: “A se julgar por elas, somente o analfabetismo asseguraria a possibilidade de se fazer música no Brasil”.
 
Mas se o purismo de Tinhorão restringia a compreensão da música popular moderna, ele tem grande relevância como pesquisador da cultura brasileira. E é um trabalho que começou ao ser convidado a escrever uma série de reportagens sobre o samba nas páginas do Caderno B, do Jornal do Brasil, a pedido do então editor Reynaldo Jardim. Tinhorão entrevistou Donga, Ismael Silva, João da Bahiana e Pixinguinha, entre outros, que ainda não tinham registros de suas histórias.
 
Tinhorão escreveu livros sobre a história da música brasileira que se tornaram clássicos: Pequena história da música popular segundo seus gêneros, Festa de negro em devoção de branco, Música popular — do gramafone ao rádio e TV e A história social da música brasileira, entre outros. Garimpador de sebos, reuniu um acervo de mais de 14 mil livros, 13 mil discos e 35 mil documentos sobre música. Em 2001, o acervo foi adquirido pelo Instituto Moreira Salles.
 
Nascido em Santos, litoral de São Paulo, Tinhorão se formou em direito e jornalismo. Considerava-se um marginal dentro da produção de história, pois não tinha formação acadêmica na área. “A academia é máfia”, disparou. “Se você não pertencer à máfia, eles não te citam. Como eu sou um estudioso de fora, que venho do jornalismo, quando eu faço um livro que tem a ver com a história, o cara que vem comentar me chama de jornalista”.
 
Nas redes sociais, a morte do crítico repercutiu. “Foi-se, aos 93, José Ramos Tinhorão, grande pesquisador da música brasileira. Impossível, para qualquer um interessado em nossa música, não ter sido impactado por seus livros e textos”, escreveu André Barcinski, diretor e roteirista.
 
“Recebemos com pesar a notícia do falecimento do crítico José Ramos Tinhorão. Recebemos dele grandes elogios e críticas bastante contundentes. Foi por muito tempo um dos mais importantes críticos de música do país. Apesar das polêmicas, deixou um legado importante”, ressaltaram os integrantes da Banda de Pau e Corda.

Correio Braziliense terça, 03 de agosto de 2021

OLIMPÍADA: MARTINE GRAEL E KAHENA KUNZE CONQUISTAM O OURO NA VELA

Jornal Impresso

E o barquinho foi rumo a outro ouro...
 
Campeãs na Rio-2016, Martine Grael e Kahena Kunze conquistam o bi em Tóquio na categoria 49er FX da vela

 

Publicação: 03/08/2021 04:00

Martine e Kunze: a parceria brasileira ficou em terceiro lugar na medal race e celebrou uma campanha de superação na capital japonesa (Olivier Morin/AFP
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Martine e Kunze: a parceria brasileira ficou em terceiro lugar na medal race e celebrou uma campanha de superação na capital japonesa
 
Martine Grael e Kahena Kunze cumpriram a missão de repetir a medalha de ouro na vela dos Jogos Olímpicos. Na madrugada de hoje (horário de Brasília), a dupla brasileira conquistou o segundo título seguido na classe 49er FX, como havia ocorrido na edição de 2016, no Rio de Janeiro.
 
Na última regata, a medal race, com valor duplo para a classificação geral, Martine e Kahena ficaram na terceira colocação. Elas iniciaram o dia com a melhor campanha na classe 49er FX, empatadas com as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz – as duas duplas com 70 pontos perdidos. As representantes europeias chegaram atrás das brasileiras.
 
Martina e Kahena ficaram nas principais colocações da última regata durante todo o tempo. No começo, chegaram a liderar, mas, ao final da primeira perna, caíram para terceiro. No entanto, como as principais adversárias estavam bem para trás, as brasileiras apenas administraram a vantagem até o barco cruzar a linha final.
 
A última regata da classe 49er FX deveria ter sido realizada na segunda-feira. No entanto, a organização do evento acabou adiando a disputa por questões climáticas, primeiro por falta de vento e depois pela perspectiva de um clima instável no Japão, o que prejudicaria uma medal race mais técnica.


Correio Braziliense domingo, 01 de agosto de 2021

OLIMPÍADA: BRUNO FRATUS GANHA BRONZE NOS 50 METROS

Jornal Impresso

 

Bruno Fratus ganha o bronze nos 50m
 
 
Após bater na trave nos Jogos Olímpicos de 2012 e 2016, atleta carioca brilha na prova mais rápida da natação, em Tóquio, e conquista a aguardada medalha. Em 21s57, nadador ficou com o terceiro lugar e coroou ciclo em que precisou vencer a depressão. (Attila Kisbenedek/AFP)
 

 

Publicação: 01/08/2021 04:00

 

Com o tempo de 21s57, brasileiro se tornou o terceiro nadador mais rápido do mundo (Odd Andersen/AFP)  
Com o tempo de 21s57, brasileiro se tornou o terceiro nadador mais rápido do mundo

 

A vida de Bruno Fratus nunca mais foi a mesma depois do sexto lugar nos 50m livre nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. A decepção por ficar fora do pódio em casa, quando era líder mundial do ranking, deu início a um quadro de depressão. Foi quando buscou ajuda profissional e contou com o apoio irrestrito da esposa Michelle Lenhardt. E o processo valeu a pena: na noite de ontem , o nadador, enfim, conseguiu a consagração olímpica com a conquista da medalha de bronze em Tóquio. Mas, mais importante que isso, voltou a sorrir.


Aos 32 anos, o atleta se consagrou como o terceiro nadador mais rápido do mundo. Ontem, ele estava leve e muito menos pressionado do que quando competiu em casa. O nadador percorreu os 50m da piscina do Tokyo Aquatics Centre em 21s57. O ouro ficou com o estadunidense Caeleb Dressel (21s07). Ele bateu o recorde de 21s30 que era de Cesar Cielo desde Pequim-2008. A prata foi do francês Florent Manadou (21s55, campeão no Rio.


O abatimento psicológico culminou em tempos ruins nas competições pós Rio-2016 e na vida pessoal. Mas Fratus não estava sozinho. Com ajuda profissional e o apoio da família, em especial da esposa, as coisas começaram a melhorar. Na premiação, antes de receber a medalha, presenteou Michelle com o buquê entregue no pódio e deu um longo beijo na amada.


"Estava entalado desde 2011, meu primeiro mundial, depois 2012. Aquela Olimpíada do quase. Depois do Rio, principalmente. Foi um grito de finalmente. Finalmente medalhista olímpico. Realizei meu sonho de 11 anos. Não teria sido sem o suporte, amor e amizade de torcida de todo mundo está até agora do meu lado, que não abriu. Essa é para vocês", vibrou.


Correio Braziliense sábado, 31 de julho de 2021

OLIMPIADA: SELEÇÃO MASCULINA DE VÔLEI RENASCE, AO VENCER OS RUSSOS

 Jornal Impresso

 

Seleção masculina reage

 

Publicação: 31/07/2021 04:00

Renan Dal Zotto:  
Renan Dal Zotto: "Temos de buscar a melhor classificação"


Nada como uma grande vitória após uma derrota dolorosa. Foi assim com a Seleção Brasileira masculina de vôlei, ontem, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sem se abalar pelo revés diante do Comitê Olímpico da Rússia, o time comandado por Renan Dal Zotto superou o forte time dos Estados Unidos, de virada, por 3 sets a 1, com parciais de 30/32, 25/23, 25/21 e 25/20.
 
Na melhor partida da Seleção no torneio até agora, não faltou intensidade e bons momentos de vibração e técnica dos brasileiros. A equipe voltou a mostrar poder de superação ao obter nova vitória de virada, como fizera diante da Argentina, por 3 a 2. E elevou o nível em um dos melhores jogos de vôlei em Tóquio.
 
Além de aliviar a pressão, a partida praticamente assegura o Brasil nas quartas de final. Com três vitórias e uma derrota, a Seleção está em segundo lugar no Grupo B, com oito pontos. O Comitê Olímpico da Rússia lidera, com nove. A equipe nacional encerra participação nesta fase diante da França, hoje, a partir das 23h05 (horário de Brasília).
 
Ontem, os maiores destaques do Brasil em quadra foram Lucarelli, responsável por 19 pontos, Leal, com 18, e Wallace, com 17. Pelo lado americano, Matthew Anderson brilhou com 22 acertos. Torey Defalco contribuiu com 21.

Correio Braziliense sexta, 30 de julho de 2021

FOGO NA CINEMATECA É O RETRATO DA CULTURA NO PAÍS

Jornal Impresso

 

Fogo na Cinemateca é o retrato da cultura no país
 
Um incêndio destruiu, ontem, um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Parte do acervo foi consumido pelo fogo. Artistas e funcionários alertam há tempos para a precariedade das instalações da instituição.  (Reprodução)
 
Depois de vários alertas de artistas e funcionários sobre a precária conservação da instituição, parte do acervo de um galpão com filmes históricos e documentos foi perdido. Chamas teriam começado após a manutenção de um aparelho de ar-condicionado

 

Publicação: 30/07/2021 04:00

Um incêndio destruiu parte do acervo de um galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, na noite de ontem. Ao menos três salas do 1º andar — duas de filmes históricos e uma de material impresso e documentos — foram consumidas pelo fogo. Segundo o Corpo dos Bombeiros, as chamas começaram após a manutenção de um ar-condicionado em uma sala da instituição, a mais antiga do tipo na área de cinema na América Latina. Não houve vítimas. O governo federal disse que pediu à Polícia Federal (PF) para apurar o caso.
 
Nos últimos anos, artistas e funcionários da Cinemateca têm alertado para a precariedade da estrutura, falta de investimentos, e risco de incêndio. Inclusive, um manifesto daqueles que trabalham na instituição, datado de 12 de abril, chamava a atenção para a precariedade das instalações. “A possibilidade de autocombustão das películas em nitrato de celulose, e o consequente risco de incêndio frequentemente recebem atenção da mídia e do público. A instituição enfrentou quatro incêndios em seus 74 anos, sendo o último em 2016, com a destruição de cerca de 500 obras. O risco de um novo incêndio é real”, alertou o documento.
 
As chamas atingiram três salas de área entre 300m² e 400m² e se espalhou rapidamente por causa das substâncias químicas que compõem as películas e o papel dos documentos. O andar térreo não foi afetado. “Estamos apurando o que foi queimado e o que foi preservado nessas três salas, mas provavelmente não foi preservado nada”, afirmou a capitão Karina Paula. A corporação ainda apurava, ontem, se o local tinha alvará de incêndio.
 
Conforme a Secretaria de Cultura do governo federal, o sistema de climatização havia passado por manutenção havia um mês. Nas redes sociais, o secretário Mário Frias — que está na Itália onde participa da cúpula do G-20 de ministros da Cultura —, escreveu que a apuração da PF vai indicar se o incêndio foi criminoso. “Tenho compromisso com o acervo ali guardado, por isso mesmo quero entender o que aconteceu”, disse.
 
“Caso se confirme que o incêndio é fruto da falta de manutenção que nós e todo o setor audiovisual já tínhamos anunciado, vamos perceber que essa é mais uma ação de ataque à cultura e ao patrimônio cultural brasileiro por parte do governo federal”, disse o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Alê Yousseff.
 
A Cinemateca tem a função de preservar e difundir o acervo audiovisual brasileiro. É administrada pela Secretaria Nacional do Audiovisual, parte da Secretaria Especial de Cultura. Há dois anos, o contrato que a Associação Roquette Pinto mantinha com o Ministério da Educação para a gerência da instituição não foi renovado.
 
Promessas
O governo federal se comprometeu com novo edital para a função, mas a promessa não saiu do papel. Em maio de 2020, ao demitir Regina Duarte do comando Secretaria Especial da Cultura, o presidente Jair Bolsonaro declarou, em vídeo ao lado da atriz, que ela iria para a instituição — ela, porém, jamais assumiu a função. Em agosto, ao visitar as instalações, Frias declarou que a Cinemateca estava “protegida”.
 
O prédio no número 290 da rua Othão, na Vila Leopoldina, foi doado à Cinemateca em 2009 pela União. Com 6.356m² de área construída, abriga as reservas específicas de guarda de acervos, áreas de processamento de acervos fílmicos e documentais, laboratório de impressão fotográfica digital e demais instalações administrativas, de apoio e serviços da instituição.
Várias manifestações no Twitter acusam o governo de Jair Bolsonaro de promover um desmenote deliberado da cultura no Brasil. Foram inúmeras as críticas não apenas à atuação de Mario Frias, mas também a Regina Duarte por não ter assumido o comando da Cinemateca, como ficou acertado depois de ser dispensada da secretaria de Cultura.
 
Repercussão
Felipe Neto (youtuber e influenciador digital)
“O incêndio da Cinemateca não é tragédia, não é acidente. É um incêndio causado pela inoperância. Em 12 de abril, os trabalhadores da Cinemateca avisaram que pegaria fogo”.
 
Joice Hasselmann (deputada federal, PSL-SP)
“Cadê o governo @jairbolsonaro, que retirou a fundação que cuidava do acervo para alojar Regina Duarte?! Este governo destrói tudo o que toca!”
 
Humberto Costa (senador, PT-PE)  
“Nada poderia representar mais o descaso do governo Bolsonaro com a cultura brasileira. Que dia triste, que gestão desastrosa”.
 
Leandra Leal (atriz) 
“No mínimo esse incêndio foi resultado de negligência. Estamos perdendo nossa memória”.
 
Augusto de Arruda Botelho (jurista)
“O incêndio na Cinemateca não é uma fatalidade, um acidente. É o resultado de uma política de sucateamento da cultura brasileira”.
 
Zélia Duncan (cantora) 
“Descaso do governo com a cultura é proporcional ao nível de ignorância que vem de lá. E a Cinemateca arde… o Brasil tá lascado”.
 
Tico Santa Cruz (músico) 
“Uma hora são os dados do CNPq. Outro dia incêndio na Cinemateca Brasileira. Alguém duvida que isso tudo seja um projeto de destruição?”
 
Dadá Coelho (humorista e roteirista) 
“A crônica de uma morte anunciada. A memória do país indo para o ralo”.
 
Davi Miranda (deputado federal, PSol-RJ) 
“O fogo queima a cultura do país abandonado por Bolsonaro!”
 
Cláudio Couto (cientista político)
“Agora queima a Cinemateca Brasileira. A mesma Cinemateca largada às traças por Bolsonaro, que ele queria dar de presente para Regina Duarte, a palhaça do pum”.
 
Antonio Tabet (humorista e roteirista) 
“Com Regina Duarte, Mário Frias, Jair Bolsonaro e grande elenco”.
 
Fabiano Contarato (senador, Rede-ES)
“O abandono e o descaso fazem nova vítima: a Cinemateca Brasileira. Nossa história e nossa cultura pegam fogo em uma tragédia anunciada. Uma lástima e uma perda irreparável para o cinema nacional!”
 
Marcelo Freixo (deputado federal, PSB-RJ) 
“O incêndio na Cinemateca não é tragédia anunciada, é projeto de governo”.
 
Erika Hilton (deputada estadual, SP) 
“Cinemateca Brasileira está pegando fogo. Cultura Brasileira abandonada. Nossa história pegando fogo pelo descaso proposital”
 
Ciro Gomes (ex-ministro)
“Quem pagará por este pavoroso crime contra a memória nacional? É o rastro de destruição deste governo”.
 
João Barone (músico) 
“Já estão queimando a Cinemateca Brasileira, daqui a pouco começam as bibliotecas e livros”.
 
Andréa Pachá (juíza e escritora) 
“Tragédias são inevitáveis. O apagão do CNPq e o incêndio na cinemateca não são tragédias. São crimes. Por descaso. Por omissão. Por irresponsabilidade”.
 
Dilma Rousseff  (ex-presidente da República) 
“O triste fim da Cinemateca em São Paulo. Bolsonaro, Regina Duarte, Mario Frias, incêndio”.

Correio Braziliense quinta, 29 de julho de 2021

OLIMPÍADA: SELEÇÃO FEMININA DE FUTEBOL - VAI COMEÇAR O MATA-MATA

Jornal Impresso

 

Duelo de intimidade nas quartas de final

 

Maíra Nunes

Publicação: 29/07/2021 04:00

Marta tem 13 gols em Olimpíadas: faltam dois para o recorde nacional (Ayaka Naito/AFP)  
Marta tem 13 gols em Olimpíadas: faltam dois para o recorde nacional
 
A fase decisiva do futebol nos Jogos Olímpicos de Tóquio começará na madrugada de amanhã, com as disputas femininas. Às 5h, a Seleção Brasileira enfrenta o Canadá, pelas quartas de final, em Miyagi (Japão). O primeiro jogo eliminatório do Brasil será contra a equipe que o país mais enfrentou desde a chegada da técnica Pia Sundhage, em julho de 2019. Nos últimos dois anos, foram quatro confrontos, com duas vitórias brasileiras e dois empates.
 
“O Canadá é um adversário que conhecemos bem e que nos conhece muito bem também, mas, agora, é para valer. Estamos preparadas e a equipe vem evoluindo. Ainda não estamos no nosso nível ideal, mas estamos bem perto disso”, analisa Bruna Benites. A zagueira aposta em um jogo difícil, “como foram todos os outros”. As duas seleções também guardam um histórico de confronto olímpico recente, mas com melhores recordações para as canadenses, que venceram a disputa de terceiro lugar sobre as brasileiras, nos Jogos do Rio-2016.
 
Nas Olimpíadas de Tóquio, o Brasil terminou a primeira fase na segunda colocação do Grupo F, atrás da Holanda. A equipe verde-amarela conquistou duas vitórias e um empate, marcando nove gols. Números que mostram um forte poder ofensivo e um estilo de intensidade física, característica impressa pela sueca Pia. Mas a preocupação da treinadora sempre foi no setor defensivo. O time sofreu três gols, todos diante das holandesas. Ainda que não tenha sido uma quantidade alarmante, a zaga brasileira apresentou fragilidades. E esse será o principal desafio da Seleção na busca pelo ouro inédito em Olimpíadas.
 
O Canadá se classificou para as quartas de final na vice-liderança do Grupo E, com uma vitória e dois empates, ficando abaixo da Grã-Bretanha na tabela. As comandadas de Bev Priestman, no cargo desde outubro do ano passado, marcaram quatro gols e sofreram três, em Tóquio. A seleção que subiu ao pódio nas duas últimas edições olímpicas tem como referência a experiente Chritine Sinclair, principal arma ofensiva do elenco, com um gol até o momento. A atacante divide essa responsabilidade com a jovem Janine Beckie.

Correio Braziliense quarta, 28 de julho de 2021

O IMORTAL SEU PERU SE ENCANTOU: MORRE O HUMORISTA ORLANDO DRUMMOND, AOS 101 ANOS DE IDADE

Jornal Impresso

 

Morre o humorista Orlando Drummond
 
O humor de Orlando Drummond fez seu personagem mais famoso, da Escolinha do Professor Raimundo, conquistar gerações de brasileiros. Dublador consagrado de ícones como Scooby Doo e Popeye, o ator morreu ontem, aos 101 anos. O país ficou mais triste, mas ganhou uma lenda da comédia.

 

» Ronayre Nunes

Publicação: 28/07/2021 04:00

Um dos maiores nomes do entretenimento do país, Drummond também dublou o personagem Scooby Doo (fulaninha-entretenimentos.blogsp)  
Um dos maiores nomes do entretenimento do país, Drummond também dublou o personagem Scooby Doo
 
Morreu, ontem, o ator, humorista e dublador Orlando Drummond, aos 101 anos de idade, no Rio de Janeiro. Drummond sofreu falência múltipla dos órgãos na própria casa. A morte foi confirmada por familiares nas redes sociais.
 
A jornalista Marina Andrade, uma das sobrinhas-netas do ator, lamentou a morte de Drummond pelo Twitter: “Valeu cada segundo, da minha infância ao último papo nos 100 anos. Tio Orlando forjou o meu humor. Descansa depois de muita luta. Mandem muito amor para Glória, minha tia-avó e esposa de Drummond, filhos Orlandinho e Lenita e os tantos netos e bisnetos”.
 
No começo do ano, Drummond sofreu uma grave infecção urinária, o quadro chegou a se agravar e o artista foi internado, mas, em junho, o ator melhorou e recebeu alta do hospital. Na época, Alexandre Drummond, um dos netos do artista, explicou ao portal R7 que os familiares começaram a tratar o patriarca em casa, para evitar uma entrada no hospital em plena pandemia, mas,com o agravamento do quadro, tiveram de realizar a internação. 
 
Drummond foi um dos primeiros vacinados da cidade do Rio de Janeiro contra a covid-19, ainda em janeiro. Ele havia recebido a segunda dose em fevereiro. 
 
Talento atemporal
 
Carioca nascido em 18 de outubro de 1919, Drummond começou a carreira na TV,  quando  atuou como contrarregra. Um dos maiores nomes do entretenimento do país, o artista foi responsável por transformar personagens humorísticos em atemporais, e foi na voz dele que outros personagens da TV ganharam o Brasil, como Scooby Doo, Alf — O ETeimoso, o marinheiro Popeye e o Vingador, de Caverna do Dragão.
 
Um dos maiores personagens de Drummond foi criado para a televisão: o Seu Peru, no embrião da Escolinha, comandado por Chico Anysio, ainda em 1952.
 
Na biografia Orlando Drummond, versão brasileira (2020), o autor Victor Gagliardo explica a forma descontraída com que Seu Peru foi criado: “O Chico Anysio falou pra Cininha de Paula: ‘Chama o Drummond, que ele resolve’. Aí, o Drummond pegou o personagem. Tanto que o personagem já tinha um bordão que o próprio Chico criou, que era o ‘estou porraqui’. E aí, o Drummond pegou o personagem para si, como se fosse dele mesmo, e criou tantos outros bordões. Como: ‘Peru com mel, de Vila Isabel’, ‘te dou o maiorrapoio’”.


Correio Braziliense segunda, 26 de julho de 2021

OLIMPIADA: É DO BRASIL! RAYSSA LEAL, AOS 13 ANOS, É MEDALHA DE PRATA NO SKATE

Jornal Impresso

Pode ser uma imagem de criança e em pé

É do Brasil! Rayssa Leal, aos 13 anos, é medalha de prata no skate

A fadinha se tornou a medalhista mais jovem em 85 anos


Correio Braziliense domingo, 25 de julho de 2021

BELEZA MADE IN PERIFERIA

Jornal Impresso

 

Beleza made in periferia
 
Do abrigo de menores em situação de vulnerabilidade para o estúdio. Conheça Victória Inácio, a jovem moradora da Fercal que virou musa de fotógrafos em Brasília

 

» HELLEN LEITE

Publicação: 25/07/2021 04:00

Naturalidade da jovem para posar diante das câmeras impressiona fotógrafos profissionais.  
Naturalidade da jovem para posar diante das câmeras impressiona fotógrafos profissionais. "Postura elegante", diz Ivan Bellino


“A vida é assim: feita de sonhos. E é isso que nos mantém vivos”, diz o trecho de uma música do grupo de rap Racionais MC’s que cabe exatamente na realidade de Victória José Inácio de Jesus, uma jovem moradora da Fercal, em Sobradinho, e com um sonho dos grandes: ascender no universo da moda. Filha de artesã e mãe de um bebê de oito meses, a garota foi descoberta por olheiros quando vivia em um abrigo para menores em situação de vulnerabilidade e tornou-se musa de fotógrafos no Distrito Federal.

A imagem e a postura da jovem contrastam com a rua de terra em que vive. Victória vestia um blazer verde, uma calça preta e apresentava um cabelo cuidadosamente finalizado quando apareceu segurando um bebê nos braços — o filho Miguel, de oito meses —, na porta da casa simples. Um dia antes, ela contou, tratou de lavá-los e desembaraçá-los para se apresentar às câmeras profissionais. A maquiagem também foi feita com afeição e zelo. A pele preparada com base e o traço perfeito do delineado sobre uma sombra azul clara colocada com primor no alto das pálpebras.

Beleza não falta. Victória é uma jovem tímida, de 18 anos, que se transforma quando se posiciona em frente à câmera. Mas nem sempre foi assim. Quando criança, ir à escola era difícil por causa do bullying com o cabelo, ou com a falta dele. Uma infestação de piolhos fez com que a mãe da menina não tivesse outra opção além de raspar as mechas volumosas. “Tive o cabelo curto na maior parte da minha vida. Quando era criança, eu e minhas irmãs ficamos carecas por um tempo, e os colegas zombavam da gente por causa disso”, relembra.

Mas a privação dos cabelos e o bullying na sala de aula não foram os únicos desafios na infância. Aos 14 anos, um problema familiar levou Victória e os irmãos a um abrigo para menores. Lá, viveram por aproximadamente quatro anos. Foi nesse lugar que ela aprendeu a se arrumar e conheceu pessoas que a ensinaram que amor-próprio é privilégio, e que o dela precisava ser construído na mesma medida em que ela descobria a beleza dos cabelos fartos.

“Tinha uma amiga que também morava no abrigo e que um dia me pediu para soltar o cabelo. Então, ela lavou meu cabelo e fez uma fitagem para definir os cachos. Eu gostei, e foi ali que eu descobri que meu cabelo podia ser bonito”, conta.

A beleza de Victória logo se fez notar. Olheiros acostumados a observar talentos ainda não lapidados viram na menina potencial para o mundo da moda. Os cabelos abundantes, os olhos amendoados, a boca pequena e o corpo esguio chamaram a atenção de uma agência de modelos quando ela ainda vivia no abrigo, com cinco de seus irmãos. E ela não deixou a oportunidade escapar.

No primeiro desfile, conta, estava nervosa, as mãos suavam, as pernas tremiam, mas a ansiedade não foi capaz de paralisar a vontade de caminhar na passarela. Daquele dia, em 2016, até aqui, são quatro anos sonhando com uma carreira ligada ao universo da beleza. “É o que eu gosto, me sinto feliz e realizada na frente das câmeras.” Mas, mesmo credenciada em uma agência de modelos, nem sempre tem sido fácil.

“A pandemia fez com que os trabalhos diminuíssem bastante. Além disso, para alguns, me falta o dinheiro da passagem e eu não posso ir. Recentemente, fui chamada para um evento em Taguatinga, mas tive que recusar porque eu não conseguiria chegar sem o dinheiro da passagem”, lamenta. Em outros momentos, Victória trabalhou de graça, para divulgação. Mesmo assim, sabe que nem sempre vale a pena. “Uma vez, precisei pagar a passagem e levar meu almoço. Passei o dia trabalhando e não ganhei nada. Mesmo assim, eu sigo tentando”, comenta.

Victória com o filho, Miguel, de oito meses:  
Victória com o filho, Miguel, de oito meses: "Quero me dedicar a aprender para dar um futuro bom para o meu filho"


Musa inspiradora

Entre os trabalhos, estão editoriais para revistas, eventos de noivas, desfiles e ensaios fotográficos. No entanto, os rendimentos ainda não foram suficientes para comprar uma cama, por exemplo. Na casa, só há uma, a da mãe e do padrasto. Ela, os irmãos e o filho dormem no chão, espalhados pelos dois cômodos do barraco erguido dentro da construção que um dia será a casa da família.

A mãe e o padrasto de Victória tentam construir a casa com três quartos há mais de três anos, mas as condições financeiras não permitiram levantar nada além da fundação e das paredes da residência. A família vive, basicamente, com o salário da aposentadoria do padrasto e a renda da artesã, que vende peças de crochê e hortaliças que planta em um canto do quintal. Ainda assim, a jovem mostra com orgulho o que está construído e com carinho o local onde será seu futuro quarto.

Ela também conta com orgulho que, em março deste ano, se tornou musa do fotógrafo italiano Ivan Bellino, que já clicou a beleza da brasiliense mais de 2 mil vezes. “A postura elegante, os olhares profundos e impactantes, o talento em posar na frente da câmera sem precisar de muitas orientações e a capacidade de entender na hora o que o fotógrafo quer extrair dela. Foi uma excelente parceria, que produziu imagens muito apreciadas”, diz o italiano, que vive há 17 anos no Brasil. “Desejo para ela um caminho de sucesso, como merece”, finaliza.

O caminho de sucesso sonhado pela jovem é o combustível para seguir em frente. Desde a casa em que vive, que ainda está em construção, até a carreira de modelo e o trabalho como influencer no Instagram. “O meu sonho é ver a minha filha realizando o sonho dela. Eu digo sempre: ‘Vai em frente, minha filha. Não é porque a gente mora aqui, nesse barraquinho, que você vai parar não. Você vai mudar daqui melhor ainda, você vai dar a volta por cima’, digo a ela para que não deixe o sonho para trás”, conta a mãe de Victória, Fátima José Inácio, 44 anos, sempre com um sorriso no rosto.

A história da jovem modelo passa pelas contrariedades na infância, pela estada no abrigo e maternidade solo, mas o olhar de Victória revela que sua existência é mais complexa que isso. Há sorriso, afeto e sonhos. “Agora eu quero voltar a estudar, é só meu bebê completar 1 ano e quero me dedicar a aprender para dar um futuro bom para o meu filho. Quero fazer uma faculdade, ter minha casa e poder ajudar minha família.”
 
 

Correio Braziliense sábado, 24 de julho de 2021

CORONAVÍRUS - DE BATE RECORDE DE VACINA EM MUTIRÃO

Jornal Impresso

Recorde de vacina em mutirão
 
Mais de 62 mil pessoas receberam a primeira dose dos imunizantes e 14.769, o reforço, ontem. Expectativa da Secretaria de Saúde é de atender 100 mil moradores do Distrito Federal com a D1 até amanhã. Neste fim de semana de campanha, 74 postos estão funcionando

 

SAMARA SCHWINGEL, RAFAELA MARTINS

Publicação: 24/07/2021 04:00

Após perder amigos para a covid-19, Luciana Guimarães ficou aliviada de tomar a primeira dose (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
)  
Após perder amigos para a covid-19, Luciana Guimarães ficou aliviada de tomar a primeira dose
Durante o primeiro dia do mutirão de vacinação contra a covid-19 no Distrito Federal, ontem, cerca de 77,6 mil pessoas foram vacinadas, sendo 62.668 com a primeira dose; 14.769, com a segunda; e 236, com dose única. Os números de D1 e D2 são os recordes de aplicações diárias desde o início da campanha, em janeiro deste ano. A expectativa da Secretaria de Saúde é de atender, até amanhã, 100 mil pessoas de 37 anos ou mais com a primeira dose. Para o reforço, a pasta espera atender 182 mil pessoas até o fim do mês.
 
Sem agendamento, a campanha foi marcada por filas e espera em alguns pontos de atendimento — ao contrário do que foi divulgado anteriormente pela Secretaria de Saúde, ontem, 96 postos funcionaram. Seriam 100. Hoje e amanhã, são 74 postos operando das 9h às 17h. O multirão se encerra neste domingo. Para se vacinar, é preciso ter 37 anos ou mais e comparecer com um documento de identificação com foto. Ontem, a pasta incluiu grávidas e puérperas no público-alvo do mutirão. Como elas têm contraindicação para receber a AstraZeneca, serão atendidas em pontos específicos (veja Gestantes e puérperas).
 
Na avaliação do subsecretário de Vigilância à Saúde e presidente do Comitê de Operacionalização da Vacinação, Divino Valero, o primeiro dia de mutirão foi um sucesso. “Dentro do que esperávamos, e a resposta da população foi muito boa. Tivemos muita procura no início da manhã, mas estávamos preparados. Alguns postos aplicaram 1.300 doses até as 14h”, ressalta. Para ele, a grande procura pelos imunizantes demonstra que a secretaria está no caminho certo. O subsecretário afirma que 1.500 profissionais estão envolvidos no atendimento à população. “Agradeço a todas as equipes que atuam nessa campanha pelo empenho. E, hoje,  estamos esperando aqueles que não compareceram ontem”, convida.
 
Parte do público a ser vacinado pela faixa etária, Felipe Cruz, 37 anos, estava ansioso e, ao receber a lista com os locais de atendimento, se preparou para chegar o mais cedo possível na Unidade Básica de Saúde nº 2 do Guará. Ele estava no local por volta das 7h, mas encontrou uma grande fila e decidiu tentar mais tarde. “Percebi que ia me atrasar para o trabalho. Por isso, optei por ir logo ao Plano Piloto trabalhar”, conta o designer gráfico e morador do Guará.
 
Pela tarde, Felipe foi informado de que a UBS nº 2 do Cruzeiro estava com pouca movimentação. “Esperei 1h30 para ser atendido, mas consegui me vacinar”, celebra. Agora, é aguardar pela aplicação do reforço. “Desde o início, sempre quis me vacinar. A imunização ainda não está completa, então se cria a expectativa pelo dia que vou tomar a segunda dose”, considera.
 
O piscicultor Adenilson Vieira, 56, ainda não conseguiu se vacinar. Ele mora na área rural de São Sebastião, tem dificuldade de se deslocar até a zona urbana e de acessar a internet. Ontem, ficou cinco horas na fila da UBS nº 2 de São Sebastião e não recebeu o imunizante. “Cheguei às 10h e, por volta das 15h, uma enfermeira falou que só tinha mais 50 doses, o restante não conseguiria ser atendido”, critica. Ele foi orientado a retornar hoje, mas não sabe se consegue. “Moro longe, não tenho carro. Fica difícil”, lamenta.
 
Avaliação
 
Apesar das grandes filas, o movimento nos postos de saúde ficou mais tranquilo durante a tarde. O analista de sistemas Thiago Nascimento, 37, procurou pela imunização no início da manhã de ontem. Porém, como a secretaria não informou que alguns locais só funcionariam durante o fim de semana, o morador de Águas Claras chegou ao Taguaparque e não encontrou atendimento. “Resolvi ir trabalhar. Depois, conversando com alguns amigos, vi quais locais estavam atendendo”, diz.
 
Por volta de 13h30, Thiago foi à UBS nº 4 do Guará. “Recebi atendido em 15 minutos e não tinha mais de 30 pessoas na fila”, destaca. Agora, depois de vacinado, ele afirma que se sente mais tranquilo. “Tirei um peso enorme dos ombros. Não dá para relaxar ainda, mas já é uma segurança a mais”, avalia.
 
Para o infectologista Dalcy Albuquerque, o desafio do mutirão está relacionada à comunicação. “Deixamos de ter uma fila virtual para ter uma presencial. Além disso, a divulgação dos locais foi falha, muito tardia. Tivemos filas enormes em locais já conhecidos, e os novos estavam muito vazios. Realmente, requer uma divulgação maior”, ressalta. O médico argumenta que, para os próximos dias, seria estratégico dividir os pontos de imunização por faixa etária. “Colocar uma idade para ser atendida em um posto, outra em outro. Seria uma forma interessante de organizar”, diz.
 
Apesar dos problemas registrados, a médica Lívia Ribeiro, da Sociedade de Infectologia do DF, avalia que a ação ocorreu dentro da normalidade. “O mutirão serve, justamente, para acelerar a vacinação. Tivemos sobrecarga em alguns postos, mas outros estavam tranquilos”, pondera.
 
A secretária Luciana Guimarães, 41, se programou para tomar a vacina antes de entrar no trabalho, no Parque da Cidade. “A esperança vive entre a gente, para que possamos nos livrar desse vírus e viver normal. Eu perdi amigos para a covid-19 e estou satisfeita com a vacina que vou tomar aqui”, comenta.
 
O autônomo Ricardo Vasconcelos, 38, disse que teve de enfrentar muitos obstáculos nesta pandemia, por trabalhar com eventos. Receber o imunizante, para ele, é fundamental. “Essa doença vem nos assustando há muito tempo. Qualquer percentual a mais de proteção é bom, por isso qualquer vacina é boa. Peguei uma fila de cem carros. É mais do que necessário para mim, pois estou há dois anos com dificuldades na área que trabalho”, diz.
 
 
Programe-se
 
Horários
Sábado e domingo: das 9h às 17h
 
O que levar?
Documento de identidade com foto.
 
 
Gestantes e puérperas
 
Asa Sul
Unidade Básica de Saúde nº 1 — 1ª dose
 
Asa Norte
Unidade Básica de Saúde n° 2 — 1ª dose
 
Brazlândia
Unidade Básica de Saúde nº 1 — 1ª e 2ª doses
 
Ceilândia
Unidade Básica de Saúde nº 3 — 1ª dose
Unidade Básica de Saúde nº 7 — 1ª dose
 
Cruzeiro
Unidade Básica de Saúde nº 2 — 1ª dose
 
Gama
Unidade Básica de Saúde nº 3 — 1ª e 2ª doses
Sesi Gama — (só drive-thru) — 1ª e 2ª doses
 
Guará
Unidade Básica de Saúde nº 1 — 1ª e 2ª doses
 
Núcleo Bandeirante
Unidade Básica de Saúde nº 1 — 1ª e 2ª doses
 
Paranoá
Quadra do Paranoá — 1ª dose
 
Parque da Cidade
Estacionamento 13 (só drive-thru) - 1ª dose
 
Planaltina
Unidade Básica de Saúde nº 5 — (inclui drive-thru) — 1ª e 2ª doses
 
Riacho Fundo 2
Unidade Básica de Saúde nº 1 — 1ª e 2ª doses
 
Santa Maria
Igreja Assembleia de Deus — 1ª e 2ª doses
 
São Sebastião
Ginásio São Bartolomeu São Sebastião — 1ª dose
 
Sobradinho
Unidade Básica de Saúde nº 1 — (inclui drive-thru) — 1ª e 2ª doses
 
Sobradinho 2
Regional de Ensino de Sobradinho 2 — (inclui drive-thru) — 1ª e 2ª doses
 
 
Média de casos recua
 
O Distrito Federal registrou, nas últimas 24 horas, 868 casos e 12 mortes por covid-19. A média móvel de ocorrências chegou a 561,6, número 19,4% menor em relação a 9 de julho. A mediana de mortes está em 11,8, aumento de 1,7% em relação ao mesmo período. A taxa de transmissão do novo coronavírus está em 0,97, o que significa que 100 pessoas infectadas passam a doenças para outras 97.
 
No total, de acordo com o boletim epidemiológico, a capital soma 444.665 infecções e 9.538 óbitos. A rede pública de saúde opera com 78,18% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) voltados para o tratamento do novo coronavírus ocupados. Das 405 vagas, 129 estavam em atendimento, 36 livres e 240 bloqueadas. Na rede privada, a taxa era de 79,90%, sendo que, dos 272 leitos, 164 estavam com pacientes, 42 vagos e 66 bloqueados. Na fila por um leito de UTI, havia três pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19.
 
Riscos
 
O DF tem a maior densidade demográfica do país — 444,66 hab/km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, possui a maior quantidade de pessoas por quilômetro quadrado do país. Para Breno Adaid, pesquisador do Centro Universitário Iesb, doutor em administração e pós-doutor pela Universidade de Brasília (UnB) em ciência do comportamento, esse fator tem impacto na transmissibilidade do novo coronavírus e pode acarretar em um aumento de casos.
 
“Em uma pandemia em que a movimentação e a proximidade das pessoas favorecem o contágio, a densidade demográfica pode pesar. É um quadradinho cheio de gente”, analisa. O pesquisador defende que a capital federal deveria receber mais doses de vacinas. O Ministério da Saúde informou que o cálculo de distribuição de vacinas é baseado na população-alvo da campanha, e as doses são enviadas de forma proporcional e igualitária para todos os estados e o DF. Semanalmente, a pasta coordena reuniões entre União, estados e municípios, para definir a estratégia de vacinação e o percentual que deve ser usado como primeira e segunda dose. (SS)

Correio Braziliense sexta, 23 de julho de 2021

OLIMPIADA: MÃO NO FOGO PELO ESPORTE

Jornal Impresso

Mão no fogo pelo esporte
 
Depois de idas e vindas, risco de cancelamento e atraso de um ano, Comitê Olímpico Internacional desafia pandemia e abre, hoje, a 32ª edição dos Jogos na Era Moderna. A primeira sem presença de público

Um vazio no coração olímpico

Impactados pela pandemia do novo coronavírus, adiados em um ano e ameaçados até de cancelamento, os Jogos de Tóquio começam hoje, às 8h, com a cerimônia no Estádio Olímpico. Erguida com capacidade para 68 mil pessoas, a arena receberá mil convidados na abertura. Uma das atrações de hoje é a estreia da Seleção de vôlei, de Douglas Souza (foto).  (Behrouz Mehri/AFP - CBV/Divulgação)

João Vítor Marques
Enviado especial

Publicação: 23/07/2021 04:00

   
 (Philip Fong/AFP)  
 
Tóquio — Esqueça a festa com estádio lotado, milhares de atletas amontoados e o espetáculo quase megalomaníaco de luzes. A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, hoje, às 8h (Globo e SporTV anunciam a transmissão), será consideravelmente menor do que as anteriores. Em meio ao avanço da covid-19 na capital japonesa e às críticas da opinião pública sobre realizar a Olimpíada durante a pandemia, a organização decidiu apostar num evento não tão grandioso. A proposta é mostrar o país-sede por meio de apresentações artísticas mais simples.
 
“Será uma cerimônia muito mais sóbria. Porém com a bela estética japonesa. Muito japonesa, mas também em sincronia com o sentimento de hoje, a realidade”, disse à Reuters o produtor-executivo do evento, Marco Balich, que também comandou a Abertura dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. “A pandemia obviamente tem suas consequências. Coreografias em massa não vão acontecer, por causa da covid-19”, completou.
 
As consequências do vírus vão além do freio nas coreografias com dezenas de dançarinos. A mais evidente é a ausência de público, algo inédito na história olímpica da Era Moderna, iniciada em Atenas, no ano de 1896. O recém-reformado Estádio Olímpico de Tóquio, que tem capacidade para 68 mil espectadores, receberá uns poucos convidados, patrocinadores, políticos e a imprensa.
 
As críticas de parte significativa da população japonesa e a aceleração da propagação do vírus fizeram com que representantes de várias empresas que patrocinam os Jogos desistissem de ir à Cerimônia de Abertura. O número de líderes políticos globais no evento também será bem menor. No Rio, cerca de 40 países mandaram representantes ao Maracanã. Em Tóquio, a expectativa é de que a quantidade baixe pela metade.
 
Confirmaram presença nomes como o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-dama dos EUA, Jill Biden. Segundo um oficial do Ministério do Exterior do Japão, políticos de diversos países cancelaram a visita a Tóquio por conta do recente aumento no número de variantes do coronavírus.
 
As preocupações políticas pela realização dos Jogos durante a pandemia devem reverberar até no discurso do imperador Naruhito. Segundo pessoas ligadas à casa imperial, ele deve evitar frases e termos considerados muito positivos, como “celebrar a Olimpíada”.
 
A cerimônia
Os detalhes artísticos da Abertura são mantidos sob sigilo. Tradicionalmente, o evento valoriza a história e a cultura do país-sede. A cerimônia terá a execução dos hinos do Japão e da Olimpíada, a marcha dos atletas, o lançamento simbólico das pombas, o juramento olímpico e, é claro, o momento de acender a pira.
 
Sabe-se, também, que o momento vivido pelo mundo será lembrado com frequência ao longo do evento. O comitê organizador revelou que o tema da cerimônia inicial será “unidos pela emoção”. O mote maior do megaevento é “seguindo em frente”, clara referência à pandemia.
 
“Pessoas de todo o mundo passaram o último ano vivendo sob a ameaça da covid-19, e os Jogos de Tóquio ocorrerão em meio a esta pandemia sem precedentes. Nós somos de diferentes idades e nacionalidades e temos diferentes histórias de vida, e agora estamos fisicamente separados. Este é o motivo pelo qual queremos que todos experimentem a mesma empolgação, diversão e por vezes desapontamento por meio das performances dos atletas”, explicou a organização.
 
A tradicional marcha dos atletas ocorrerá com adaptações para reduzir o risco de propagação da doença. Pela primeira vez, cada delegação terá dois porta-bandeiras. O Brasil será representado por medalhistas olímpicos: o levantador Bruninho, do vôlei, e a judoca brasiliense Ketleyn Quadros.
 
Trata-se de uma iniciativa do Comitê Olímpico Internacional (COI) pela igualdade de gênero no evento. Em 2021, Tóquio receberá a Olimpíada com maior balanço nesse sentido. Dos mais de 11 mil atletas classificados, cerca de 48% são mulheres. A expectativa é de que em 2024, nos Jogos de Paris, o número chegue a 50%.
 
De última hora, o evento teve de readequar parte de trilha sonora. Isso porque o artista Keigo Oyamada, conhecido como Cornelius, que apresentaria uma composição de quatro minutos, renunciou ao cargo na equipe criativa após ser acusado de praticar bullying com colegas de escola. Mais uma polêmica no evento que, de forma ou de outra, marca o início de uma edição sem precedentes de Jogos Olímpicos.
 
Ontem, o evento sofreu outra baixa. O diretor do evento caiu. Kentaro Kobayashi, um comediante japonês, teve o vínculo encerrado após vir à tona um episódio em que ele citou o Holocausto em suas tentativas de piada no passado. A presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, anunciou que ele pediu demissão.

Correio Braziliense quinta, 22 de julho de 2021

MENINAS: UM CAMINHO PARA ELAS NA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

Jornal Impresso

Um caminho para elas na ciência da computação
 
Para despertar interesse de meninas pela tecnologia, projeto realizado em escolas públicas do DF leva noções de programação a estudantes da educação básica. Colégio na Asa Norte contará com iniciativa, mas depende de doações

 

» ANA MARIA DA SILVA

Publicação: 22/07/2021 04:00

Só 17% dos programadores no Brasil são mulheres, e elas representam apenas 28% da força de trabalho nesse ramo (Meninas.Comp/Divulgação)  
Só 17% dos programadores no Brasil são mulheres, e elas representam apenas 28% da força de trabalho nesse ramo

É difícil encontrar alguém que não conheça Bill Gates ou Mark Zuckerberg. Por outro lado, Ada Lovelace, Mary Kenneth Keller e Grace Hopper são nomes bem menos mencionados, de maneira geral (leia Quem são elas?). No entanto, as três também fizeram grandes contribuições para a área da tecnologia e da computação. A fama global deles e a invisibilidade delas — apesar de dedicarem a vida a trabalhos semelhantes — mostra a necessidade de haver mais representatividade das mulheres nesse ramo.
 
Para criar oportunidades de aprendizado na área a esse público, integrantes do projeto Meninas.Comp — programa de extensão da Universidade de Brasília (UnB), com apoio do núcleo brasiliense do Grupo Mulheres do Brasil — lançou a campanha +Meninas na Tecnologia. Atualmente, a iniciativa arrecada notebooks para alunas do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte. Com os equipamentos, as estudantes poderão participar do curso de programação que será implementado na escola.
 
As aulas são realidade em 12 escolas públicas do Distrito Federal. A cofundadora do Meninas.Comp Aleteia Patrícia Favacho de Araújo explica que a campanha permitirá a estudantes do ensino fundamental participar do projeto também. “O objetivo é incentivar mais delas a atuar na área de tecnologia. Para isso, doamos kits de desenvolvimento em Arduino (plataforma de prototipagem eletrônica) para as escolas. Conseguimos esses itens quando há campanhas. Normalmente, são de 15 a 20 doados para cada escola. Os professores são treinados e recebem material para ensinar as meninas”, explica. As atividades permitem que elas aprendam robótica, computação, programação e que desenvolvam, posteriormente, projetos práticos. “A partir daí, o céu é o limite”, completa Aleteia.
 
Por meio do Meninas.Comp, a universitária Alice da Silva de Lima, 20 anos, descobriu o amor pela computação. Ela conheceu o projeto em 2016, enquanto estudava no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte. “Eu não tinha isso em mente. Não pensava em seguir (carreira) na área de exatas. Esse não era meu foco antes de entrar no projeto. Tanto que no, ensino fundamental, tive dificuldade em matemática. Mas a relação com a matéria melhorou depois (do projeto)”, conta.
 
Para a estudante, a iniciativa ofereceu conhecimento tecnológico e despertou a curiosidade. “Eu nunca tinha pensado no funcionamento das coisas daquela forma. Eu mexia no computador para fazer outras coisas, não era para esse fim (programar). Descobri um novo mundo”, diz. Em 2018, ela entrou no curso de ciências da computação na UnB e, desde então, ajuda outras meninas e mulheres interessadas no tema, inclusive participantes do projeto.
 
“A menina consome tecnologia. Quando ela descobre o que é, entende e vê uma mulher lá, sente-se encorajada a entrar nesse mundo. É importante fomentar a participação delas, porque isso move outras”, comenta Alice. “Não deve existir o estereótipo de que a matemática, por exemplo, não é para nós, como se fosse algo complexo. Na verdade, o assunto é para qualquer pessoa, para todo mundo, porque todo mundo usufrui disso”, completa.
 
Oportunidade
No CEF 410 Norte, serão 20 alunas por semestre. A primeira turma terá 10 estudantes escolhidas e 10 sorteadas. Para a diretora da escola, Mira Vieira, é fundamental que o colégio seja a 13ª instituição de ensino a implementar o projeto. “É importante despertar o interesse desde cedo. Não adianta chegar depois dos 15 anos e ter essa possibilidade. Uma aluna com 11 ou 12 anos deve vislumbrar a possibilidade da ciência. Isso abre o horizonte, não só momentaneamente, mas para o futuro também”, pontua. “As meninas não devem ser intimidadas. Isso é importante na escola, para que se sintam empoderadas e possam fazer as escolhas delas.”
 
Um levantamento do Fórum Econômico Mundial de 2021 revela que elas representam apenas 28% da força de trabalho na área da computação. E só 17% dos programadores no Brasil são mulheres, o que demonstra o desequilíbrio entre gêneros nessa profissão. Coordenadora do Comitê Tecnologia do Grupo Mulheres do Brasil DF, Mildred Campoi afirma que o curso de programação é uma oportunidade concreta de inserção das meninas de escolas públicas no universo da tecnologia da informação, algo cada vez mais necessário. “As empresas estão mais preocupadas em incluir mulheres nos cargos de liderança. Embora ainda exista muito preconceito, isso tem mudado. Existe um olhar mais inclusivo entre adolescentes, e isso muda a forma de a humanidade enxergar o outro”, comenta.
 
 
Como ajudar?
 
 
Para doar notebooks, entre em contato pelo WhatsApp 61 994-472-659 ou entregue os itens no drive-thru do Cartório JK, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na 505 Sul, Bloco C. Informações: instagram.com/grupomulheresdobrasildf.
 
 
Quem são elas?
 
 
Ada Lovelace: matemática inglesa que criou o algoritmo processado por uma máquina, sendo a primeira pessoa programadora da história.
 
Grace Hopper: norte-americana que desenvolveu a linguagem de programação Flow-Matic, a primeira adaptada para o inglês. Apesar de extinto, o modelo serviu como base para a criação do Common Business Oriented Language (Cobol), usado até hoje para processamento de bancos de dados comerciais.
 
Mary Kenneth Keller: nascida nos Estados Unidos, a freira dedicou a vida às ciências da computação, sendo a primeira mulher da história a receber um doutorado na área.

Correio Braziliense quarta, 21 de julho de 2021

OLIMPÍADA: KATLEYN, A JUDOCA CRIADA NA CEILÂNDIA E ESCOLHIDA PARA PORTA-BANDEIRA DO TIME BRASIL

Jornal Impresso

A grande família Quadros
 
Pais da judoca criada em Ceilândia falam sobre a contagem regressiva para a sexta-feira histórica: ela será porta-bandeira do Brasil em Tóquio.  (Arquivo Pessoal)
 
 
 
Conversamos com os pais de Ketleyn, a judoca criada em Ceilândia escolhida para ser a porta-bandeira do Time Brasil na cerimônia de abertura. Eles contam histórias, planejam a sexta-feira e preveem medalha

 

Júlia Mano*

Publicação: 21/07/2021 04:00

 
 
Camisa canarinho, rosto pintado de verde e amarelo, sorriso no rosto e olhos marejados transbordando emoções. Essa cena se repete a cada quatro anos durante o maior evento esportivo do mundo. Com um ano de atraso e sem o coro da torcida, as Olimpíadas de Tóquio-2020 começam oficialmente nesta sexta-feira, na cerimônia de abertura em que a brasiliense Ketleyn Quadros será a porta-bandeira do Brasil com o levantador Bruninho.
 
Depois de 13 anos da Olimpíada de Pequim-2008, a primeira da judoca, os cabeleireiros Rosemary de Oliveira Lima e Kleber de Souza Quadros voltarão a ver a filha realizando o maior sonho de participar novamente do torneio. Agora, com mais uma responsabilidade na bagagem.
 
“Me senti honrado em saber que minha filha vai representar o nosso país. Ser reconhecida, uma pessoa que veio de baixo. Com esforço e coragem, conseguiu chegar aonde ela chegou”, emociona-se o pai. “Se tem uma pessoa para representar a delegação e o judô brasileiro desta forma, com certeza é a minha filha. Não que eu seja coruja, mas por ela ser uma pessoa que está correndo atrás há mais de 10 anos e nunca desistiu”, enaltece a mãe.
 
No torneio de 2008, o pai não conseguiu ir para a capital chinesa e assistiu aos combates da filha pela televisão. A mãe acompanhou, na arquibancada, desde as lutas até a subida da atleta ao pódio com a medalha de bronze pendurada no peito. Para a de Tóquio-2020, as famílias chegaram a se organizar para viajar à capital japonesa, mas, em razão da pandemia e as restrições na cidade, terão de ver a judoca do sofá de casa.
 
Mesmo com o fuso de 12h e os 17.670km que separam Ceilândia de Tóquio, Rosemary, as irmãs mais novas, a avó e alguns tios da lutadora torcerão como se estivessem na arena Nippon Budokan (sala das artes marciais, na tradução). Com direito a casa enfeitada com balões e bandeiras do Brasil.
 
Além das camisetas personalizadas, que estarão prontas para o primeiro confronto da lutadora em 27 de julho. Preocupada em não promover aglomeração, com o restante da família, fará chamadas de vídeo para vibrarem a cada conquista da judoca em busca do ouro olímpico.
 
Na casa de Kleber, também haverá muita celebração e torcida uniformizada. “Ketleyn é uma menina muito batalhadora, eu creio que vai trazer uma medalha, nos resta torcer pela minha filha. Só de estar ali, ela já é uma vencedora”.
 
“Ela começou a faltar às aulas de natação para ir às de judô. Eu ia à escola e estava sentada no canto da sala assistindo ao treino. Até que falei: se gosta tanto, fica nele”
Dona Rosemary, mãe de Ketleyn
 
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21h30 - Skiff simples - Feminino
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23h - Skiff duplo - Feminino
23h - Skiff quádruplo - Masculino
23h50 - Skiff quádruplo - Feminino
 
Tiro ao arco
21h - Individual Feminino
21h - Equipes Feminino

Correio Braziliense terça, 20 de julho de 2021

DF TEM 23 CONCURSOS AUTORIZADOS

Jornal Impresso

 

Temos 23 concursos autorizados
 
Ao programa CB.Poder, André Clemente adiantou a realização de certames em 2022, além da nomeação de mais de 2 mil servidores das forças de segurança. Secretário destacou as medidas orçamentárias e fiscais que contribuem para a saúde do setor produtivo da capital

 

» Júlia Eleutério*

Publicação: 20/07/2021 04:00

 
"Durante a pandemia, havia demandas antigas do setor produtivo e da sociedade, e elas tiveram de ser resgatadas e implementadas, porque o Distrito Federal não podia esperar mais"

O secretário de Economia do Distrito Federal, André Clemente, destacou, ao programa CB.Poder — parceira do Correio Braziliense com a TV Brasília — as medidas para estimular o setor produtivo e adiantou a realização de concursos públicos para o próximo ano. “Nós temos mais 23 concursos autorizados em diversas áreas: saúde, educação, segurança pública, planejamento e orçamento, administrativa e tecnologia” afirmou à jornalista Samanta Sallum, ontem.
 
Para André Clemente, o sucesso do programa Pró-Economia, que visa à recuperação de setores e empresas afetados durante a pandemia, é reflexo da “sintonia entre o Legislativo e o Executivo”. “Todos os deputados têm melhorado e analisado os projetos encaminhados com bastante velocidade”, defendeu o secretário.
 
Na avaliação dele, os reajustes orçamentários promovidos pelo governo local tiveram o êxito esperado. “No primeiro semestre, nós tivemos um aumento real de 6% da arrecadação global. Aumento real é aquele que está acima da inflação. Se eu não descontar a inflação, seria um aumento de 14%. Isso em um momento de pandemia significa que nós fizemos os ajustes necessários, a equação foi corretamente aplicada para incentivar o gasto público e cobrar impostos de quem tinha capacidade de pagar”, justificou.
 
Houve uma série de medidas que a secretaria tomou para socorrer a economia local e salvar empregos. Foi investido, pelo menos, R$ 1,2 bilhão em medidas do Pró-Economia para ajudar o setor produtivo. O senhor pode falar um pouco mais sobre isso?
Esse é uma modelo de gestão implementado pelo governador Ibaneis (MDB), em que nós antecipamos tudo o que é preciso para a nossa cidade. Fizemos isso no início do governo e planejamos os quatro anos de gestão. Obviamente, quando veio a pandemia, estávamos preparados e fizemos os ajustes necessários. Durante a pandemia, havia demandas antigas do setor produtivo e da sociedade, e elas tiveram de ser resgatadas e implementadas, porque o Distrito Federal não podia esperar mais. Houve também medidas decorrentes do momento da pandemia, como o salvamento daqueles setores e daquelas empresas que estavam com dificuldades.
 
O senhor pode detalhar algumas medidas do pacote de 20 ações que estão sendo sancionadas? Houve agilidade e sintonia entre o Legislativo e o Executivo para que essas iniciativas se tornassem realidade?
Exatamente. Pró-Economia não é só um conjunto de ideias e de ações que foram propostas. São medidas já implementadas e já encaminhas para o Legislativo. Essa parceria e sintonia entre o Legislativo e o Executivo tem permitido entregas rápidas. O presidente da Câmara, Rafael Prudente, e todos os deputados têm melhorado e analisado os projetos encaminhados com bastante velocidade. Isso permite o salvamento de empresas e o ajuste da economia, o que aumenta as arrecadações, inclusive neste período. O Pró-Economia teve dois pilares. Um que foi tratar do gasto público. Botamos dinheiro na economia por meio dos programas sociais e alcançamos os taxistas, os transportes escolares, os salões de beleza com desonerações e uma série de atividades do setor de eventos. E outro que foi o pilar tributário. Reduzimos a burocracia, a alíquota e os percentuais de multas. Então, esses dois pilares, nos permitiram enfrentar esse primeiro semestre com ganhos não só para o Distrito Federal, mas para essas categorias e para a cidade como um todo.
 
Como foi possível ter um aumento de arrecadação real no primeiro semestre deste ano com meses tão difíceis?
Ponto importante, porque, no primeiro semestre, nós tivemos um aumento real de 6% da arrecadação global. Aumento real é aquele que está acima da inflação. Se eu não descontar a inflação, seria um aumento de 14%. Isso, em um momento de pandemia, significa que nós fizemos os ajustes necessários, a equação foi corretamente aplicada para incentivar o gasto público e cobrar impostos de quem tinha capacidade econômica de pagar. O sistema tributário prevê como princípio a capacidade econômica. Nós temos que cobrar impostos de quem tem a capacidade de pagar impostos e percebemos que, mesmo na pandemia, houve setores que cresceram o faturamento. Então, eles arrecadaram mais e acabaram financiando aqueles setores que ficaram fechados e não faturaram nada.
 
Qual é a expectativa para o próximo ano? O que a gente pode esperar? Vai ser necessário algum reajuste de imposto? Qual é a previsão de IPTU e IPVA? A Câmara Legislativa aprovou a LDO para o próximo ano, o que temos para 2022 em termos de arrecadação de impostos?
O GDF, conduzido pelo governador Ibaneis, não aceita aumento de impostos. O que há, às vezes, são atualizações de base por conta da valorização de um imóvel, mas isso não é aumento de imposto, a gente não aumenta alíquota. Nós estamos avançando muito no retorno a carga tributária ao que era antes, no DF. Nos últimos anos, antes da nossa gestão, houve muito aumento de alíquotas e aumento de impostos. Estamos aos poucos retomando essa carga tributária para que o distrito federal continue sendo competitivo. Obviamente, a pandemia nos fez caminhar um pouco mais lento, mas, mesmo assim, fizemos reduções de impostos. O setor de eventos demandava, há muito tempo, uma alíquota mais justa, e, no meio da pandemia, reduzimos de 5% para 2%. É uma redução muito grande, e os setores estão muito animados. Nós temos certeza de que essas atividades já estão voltando e vão voltar mais fortes do que antes. A expectativa é a melhor possível. A gente não faz essa análise só dentro do governo. Nós ouvimos muito o setor produtivo, o setor agropecuário, o setor de indústrias, o setor imobiliário, o setor atacadista e de varejo, todos estão muito confiantes nas medidas que foram adotadas e no crescimento econômico do DF no primeiro semestre deste ano. Nós vamos chegar a 2022 mais fortes e maiores. Ou seja, nós vamos empregar mais, nós vamos arrecadar mais impostos, nós vamos fazer mais entregas. Esses impostos só existem porque nós temos financiar serviços públicos para a população. O DF não parou. Todas as áreas, infraestrutura, saúde, educação, área social, área de geração de emprego, estão em pleno vapor.
 
Quantos concursos públicos foram realizados nesta gestão? Há uma programação para novos certames?
O Orçamento é o instrumento de planejamento das cidades e da administração pública. Nós temos que trabalhar isso com muita responsabilidade. O Estado, para prestar todos esses serviços que falamos aqui e arrecadar impostos, precisa de servidores, e nós estamos vendo que muitas carreiras, são 33 no DF, estão com seu quadro de pessoal defasado. Nós estamos recompondo essas forças. Dos concursos vigentes, chamamos 12 mil servidores. Só da área da saúde, que entraram no período de covid-19 que foram trabalhar tanto concursados como temporários, foram mais 9 mil chamamentos. Temos 23 concursos autorizados, em diversas áreas: saúde, educação, segurança pública, planejamento e orçamento, administrativa e tecnologia.
 
Historicamente, o DF sempre foi muito dependente do fundo constitucional. Há uma previsão de uma certa queda desse Orçamento para 2022? Como está esse cenário?
Nós precisamos antever os anos que se seguem para antecipar soluções. Não podemos esperar chegar ao problema para, depois, tentar resolver. E, realmente, em análise do Orçamento do ano que vem,  percebemos que o fundo constitucional tem uma queda. Essa queda inicial estava em R$ 1,4 bilhão e, agora, está em R$ 500 milhões. Ou seja, os valores ainda estão sendo fechados de acordo com o desenrolar da economia no país. Isso depende da arrecadação que ocorre no país no âmbito federal. Agora, nós não podemos ficar parados. Estamos investindo aqui em melhorias e arrecadando mais. Nosso Orçamento que, em tese, terá essa queda ano que vem de aproximadamente, hoje, R$ 500 milhões, por conta do fundo constitucional, está aumentando em R$ 1 bilhão por conta de crescimento de arrecadação local. Então, o orçamento global cresce e passa a ser de R$ 44 bilhões, mas o fundo constitucional cai R$ 500 milhões. Nós precisamos ter muita responsabilidade com esse gasto, 56% do fundo constitucional (R$ 14 bilhões) vão para as forças de segurança, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. O restante é dividido entre saúde e educação. E nós complementamos. As pessoas acham que o fundo constitucional é suficiente para financiar essas três áreas, e não é. Nossas projeções do financiamento do tesouro local do ano que vem estão em R$ 14 bilhões, ou seja, o que nós colocamos de recurso do tesouro  é igual ao que vem o fundo constitucional.
 
Dentro desse cenário, como fica a recomposição das forças de segurança?
As forças de segurança, sob os cuidados do secretário Júlio, do diretor da Polícia Civil Dr. Robson, do comandante Bonfim do Corpo de Bombeiros e do comandante Bastos da Polícia Militar, têm feito um belíssimo trabalho com os recursos investidos em tecnologia, em viaturas, em equipamentos e em armamentos para deixar a nossa cidade mais segura, mas nós precisamos recompor as forças. Autorizados pelo governador, nós vamos nomear mais de mil policiais militares no ano que vem, mais de 500 policiais civis e, em torno de, 700 militares do Corpo de Bombeiros.
 
O senhor falou uma coisa muito importante, que é atrair empresas para Brasília. Muitas empresas estão vindo para o Distrito Federal, isso é importante para o futuro da economia e para a geração de empregos, porque não é possível mais que a empregabilidade do DF seja em cima do estado pelo concurso público. O que está sendo feito para atrair essas empresas? O DF pode ter um setor privado ainda mais robusto?
Criando um ambiente fiscal. Já no primeiro momento do governo, preparamos isso. Criamos leis e decretos que dão competitividade ao DF. O que é competitividade? Não é guerra fiscal, não é confrontar os demais vizinhos e demais estados. É usar aquela legislação que permite que façamos ajustes na carga tributária e incentivar que venham indústrias, atacados, e-commerces. Tem empresas que no estabelecimento só geram 300 a 400 empregos, então isso muda a realidade da cidade. No momento da pandemia em 2021, nós tivemos 14 grandes investimentos no DF, ou empresas que já estavam ou novas empresas. Então, essas empresas vieram num momento muito difícil para o DF.
 
Como está a relação e a sintonia do governo local com o governo federal?
Existe uma parceria e uma sintonia. Os técnicos do Ministério da Economia tem uma relação muito próximo com os técnicos do DF. São servidores de carreira, entra ano e sai ano, eles estão. O GDF conversa com parlamentares, com ministros, com membros do Judiciário, que são fundamentais na segurança jurídica das nossas leis e das demandas que são trazidas. Isso tudo tem nos permitido grandes avanços. Não bastasse todo esse cenário favorável, nós temos dois filhos de Brasília que são ministros. Flávia Arruda, que está fazendo um belo trabalho de articulação, olha para todo o país e olha também por Brasília; e o ministro Anderson Torres, que está cuidando da Justiça no país, que foi secretário de Segurança e conhece bem a realidade do DF.
 
O senhor deu alguns exemplos importantes de programas sociais lançados nesta gestão. Qual é o próximo?
Nós lançamos o Pró-economia e foi chamado de Pró-economia 1 não à toa. Esse Pró-economia 2 terá um viés mais social. A Secretaria de Economia e a Secretaria de Desenvolvimento Social estão andando juntas, porque quando você injeta recurso no social, você injeta recurso na economia também. A secretária de Desenvolvimento, Mayara, entende assim também e está fazendo essa defesa. Estamos trabalhando juntos, inclusive no lançamento do cartão gás. É uma forma de trazer a proteção alimentar às famílias. Muitas delas, neste momento de pandemia e de crise, estão recebendo os alimentos, mas não tem com o que cozinhar. Percebemos essa necessidade. Esse cartão gás será lançado e não vai injetar recursos só no social e nas pessoas que precisam do gás. Vai injetar recursos também nos revendedores. São mais de 500, em Brasília, que vão voltar a vender o gás conforme vendiam antes e, com uma novidade, essas pessoas que forem contempladas por esse serviço, se forem identificadas nessas famílias alguém que tenha condições de trabalhar, elas serão capacitadas em uma parceria com a Secretaria de Trabalho e com o Sebrae, o Sesc e o Senac. Uma vez capacitadas, elas serão absorvidas pelo próprio setor de revendas de gás. Ou seja, um recebe o gás, o outro vende o gás e quando esse revendedor crescer e for contratar a mão de obra, vai contratar das próprias famílias beneficiadas. É um modelo que está sendo construído pelo governador Ibaneis, pela secretária Mayara e pela Secretaria de Economia, que será lançado nos próximos dias. Você percebe que o recurso está indo para o social, mas está, também, beneficiando o setor produtivo.
 
* Estagiária sob a supervisão de Guilherme Marinho


Correio Braziliense domingo, 18 de julho de 2021

MANCHETES DESTE DOMINGO, 18 DE JULHO

Jornal Impresso



Correio Braziliense sexta, 16 de julho de 2021

OLIMPÍADA: 10 BRASILEIROS PARA FICAR DE OLHO

Jornal Impresso

10 brasileiros para ficar de olho
 
Correio abre contagem regressiva para o maior evento esportivo do mundo. Selecionamos atletas do país que podem brilhar a partir do próximo dia 23 no Japão em esportes como o estreante surfe

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 05/07/2021 04:00

 (Matt Dunbar/World Surf League - 2/7/21)  
 
Após serem adiados por um ano, enfim, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão próximos. A Cerimônia de Abertura está marcada para 23 de julho, mas competições como o futebol começam dias antes. E o Brasil terá a maior delegação em uma edição sediada fora do país. São mais de 300 atletas brasileiros com a vaga garantida, número que ultrapassou a expectativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que previa entre 250 e 300 participantes.

Sendo assim, o Correio traz 10 candidatos brasileiros a se consagrarem do outro lado do mundo, entre atletas e duplas. Tóquio será palco, por exemplo, para as estreias do surfista Gabriel Medina e da skatista Pâmela Rosa. Ambos competem em esportes recém-inseridos no programa olímpico. Nesses casos, a atmosfera da competição pode até ser nova, mas os atletas já são bastante consagrados e chegam como favoritos à medalha de ouro.

Há também representantes das modalidades que mais renderam medalha ao Brasil em Olimpíadas, como as duplas Ágatha e Duda, no vôlei de praia, e Martine Grael e Kahena Kunze, na vela. A lista contempla ainda Bruninho, jogador de vôlei que subiu ao pódio nas três participações dele em Jogos Olímpicos, e Ana Marcela Cunha, dona de 11 medalhas em Campeonatos Mundiais e que nadará no Japão em busca da única medalha que ela não tem na enorme coleção que acumulou na carreira: a olímpica.



 (Jeff pachoud/AFP - 18/8/16 )  


Isaquias Queiroz
Canoagem velocidade

Após conquistar três medalhas (duas de prata e uma de bronze) nas Olimpíadas do Rio-2016, Isaquias promete mais pódios na segunda participação olímpica, aos 27 anos. Em 2019, o baiano foi campeã mundial do C1 1000m e terminou com o bronze no C2 1000m, ao lado de Erlon Souza. Mas o parceiro não se recuperou de uma lesão no quadril e será substituído por Jacky Godmann, de 22 anos, na prova em dupla. 



Martine Grael e Kahena Kunze
Vela (49er FX)
 
Atuais campeãs olímpicas, a dupla brasileira foi vice-campeã do Campeonato Mundial de 2019 e, em abril, venceu um torneio na Espanha u com as melhores duplas do mundo. Um bom termômetro para mostrar que as velejadoras de 30 anos estão na briga por conquistar o bicampeonato olímpico em Tóquio.


Pâmela Rosa
Skate (street)

A brasileira de 21 anos é uma das principais promessas de ouro para o Brasil na estreia do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A skatista de São José dos Campos (SP) é a atual campeã mundial e líder do ranking. 


Beatriz Ferreira
Boxe (até 60kg) 

É a atual campeã mundial de boxe na categoria até 60kg, feito conquistado em Lima-2019. Mesmo com a pandemia, a brasileira de 28 anos teve um começo de temporada promissor. A conquista de duas medalhas de ouro em torneios no início de 2021, na Alemanha e na Bulgária, levanta esperança aos torcedores brasileiros de mais pódio nos Jogos Olímpicos.


Ana Marcela Cunha
Maratona aquática

A dona de 11 medalhas em Mundiais, sendo cinco de outro, Ana Marcela ffoi eleita a maior nadadora de águas abertas do mundo por seis vezes, entre 2010 e 2019. Aos 29, anos a brasileira vai a Tóquio em busca da única medalha que ainda não tem no vasto currículo: a olímpica. Neste ano, ela seguiu subindo ao pódio em competições europeias.


 (Lionel Bonaventure/AFP - 12/10/19)  


Arthur Zanetti
Ginástica

Campeão olímpico em Londres-2012 e prata na Rio-2016, Zanetti quer encerrar a trajetória olímpica com mais um pódio. Ele foi quinto colocado no Campeonato Mundial de 2019 e não competiu internacionalmente em 2021, mas tem uma das melhores notas do mundo nas argolas, prova que promete ser uma das mais disputadas da modalidade em Tóquio.
 
 
 
Ágatha e Duda
Vôlei de praia

As duas têm tudo para manter a tradição de fazer o Brasil subir ao pódio olímpico no vôlei de praia. É a dupla mais regular do mundo em 2021. Foi ao pódio em quatro das seis etapas disputadas, com um título, uma prata e dois bronzes. Em 2019, foi quarta colocada no Circuito Mundial e prata no Finals, segundo torneio mais importante daquele ano.


 
Gabriel Medina
Surfe 

Campeão mundial em 2018, vice-campeão mundial em 2019 e atual líder do ranking internacional, Gabriel Medina chegará em Tóquio para a estreia do surfe nos Jogos Olímpicos voando. Em seis etapas, o brasileiro de 27 anos venceu duas vezes e foi vice-campeão em outras três.


Alison
Vôlei de praia

Campeão olímpico na Rio-2016 e campeão mundial em 2015 ao lado de Bruno Schmidt, o jogador carinhosamente chamado de Alison Mamute é um dos melhores bloqueadores do vôlei de praia. Aos 34 anos, Alison buscará a terceira medalha olímpica da carreira em Tóquio, ao lado de Álvaro Filho.


Bruninho
Vôlei
 
Aos 35 anos, o levantador Bruninho vai para a quarta participação em Jogos Olímpicos como capitão da Seleção Brasileira de vôlei — em todas, ele subiu ao pódio. Dono de uma medalha de ouro olímpica e duas de prata, Bruninho será o líder de uma das favoritas ao título. Há uma semana, o Brasil venceu a poderosa Polônia na final da Liga das Nações.

Correio Braziliense quinta, 15 de julho de 2021

EUROPA: RUMO À ENERGIA VERDE

Jornal Impresso

 

EUROPA

Rumo à energia verde
 
União Europeia apresenta projeto para reduzir em 55% a emissões de gases do efeito estufa, até 2030, e viabilizar a transição para combustíveis renováveis. Plano propõe abolir venda de carros movidos a diesel e a gasolina, além de taxar o querosene da aviação

 

Publicação: 15/07/2021 04:00

Mina de carvão de Belchatow, na Polônia, a maior da Europa, despeja poluentes na atmosfera: proposta de bloco busca adoção de tecnologias limpas (Kacper Pempel/AFP)  
Mina de carvão de Belchatow, na Polônia, a maior da Europa, despeja poluentes na atmosfera: proposta de bloco busca adoção de tecnologias limpas
 
O plano é ambicioso e contempla diversas linhas de frente para atingir os objetivos climáticos da União Europeia (UE) e facilitar a transição verde (veja quadro). A Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, sediado em Bruxelas, revelou um projeto legislativo composto por 12 textos construídos para  reduzir as emissões de gases do efeito estufa no continente em 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990. As medidas serão objeto de, pelo menos, um ano de debates entre eurodeputados e Estados-membros. Entre elas, estão a extinção dos carros movidos a gasolina, a taxação do querosene de aviação e das importações e a reforma do mercado de carbono.
 
“A Europa é o primeiro continente a apresentar uma arquitetura verde abrangente: temos a meta e, agora, o roteiro para alcançá-la”, declarou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, em entrevista coletiva. Se as consequências sociais de certas propostas preocupam após o movimento dos “coletes amarelos” na França, ela se esforçou para tranquilizar: “Nosso plano combina a redução das emissões de carbono com medidas para preservar a natureza e colocar o emprego e a equidade social no centro da transformação verde”.
 
Em particular, a UE defende o fim da comercialização de automóveis a gasolina a partir de 2035, com um esforço para acelerar a instalação de pontos de carregamento de veículos elétricos “a cada 60 quilômetros”. A Comissão Europeia também propõe tributar o querosene para voos dentro dos países-membros do bloco a partir de 2023, com uma taxa mínima de biocombustíveis — o suficiente para alarmar as companhias aéreas, que temem uma “distorção da concorrência” com o restante do mundo.
 
No entanto, o principal pilar do plano é uma ampliação considerável do mercado europeu de carbono (ETS) estabelecido em 2005, onde as “licenças para poluir” exigidas para certos setores (eletricidade, siderúrgicas, cimento, aviação) representam 40% das emissões dos 27 Estados-membros. Até agora, a maioria das empresas visadas recebia cotas de emissões gratuitas, que podem ser revendidas: Bruxelas quer restringir isso drasticamente.
 
A Comissão Europeia também deseja que algumas importações — aço, cimento, eletricidade, etc —  sejam gradualmente sujeitas às regras do ETS, a partir de 2026. Com isso, os importadores terão de comprar “certificados de emissão” com base no preço do carbono que teriam de pagar, se as mercadorias fossem produzidas na UE.
 
Concorrência
 
A ideia é eliminar toda a concorrência estrangeira “injusta” e impedir as realocações. Para a Comissão, trata-se de um “ajuste nas fronteiras”, e não um imposto, para fazer face à acusação de protecionismo. As receitas deverão alimentar o orçamento europeu. As licenças gratuitas distribuídas aos fabricantes e às companhias aéreas da UE para enfrentarem a concorrência estrangeira diminuiriam muito gradualmente, entre 2026 e 2036, até desaparecerem.
 
“Este é um pacote climático histórico. O preço do dióxido de carbono subirá automaticamente para um patamar de grande impacto nos modelos econômicos das indústrias”, que terão interesse em adotar tecnologias limpas, estima Pascal Canfin, presidente (Renovar, liberais) da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu. Bruxelas pretende estender o ETS ao transporte marítimo, bem como ao transporte rodoviário e ao aquecimento de edifícios em um “segundo mercado de carbono”, a partir de 2026.
 
Na prática, equivaleria a obrigar os fornecedores de combustível, ou de óleo de aquecimento, a comprarem licenças de emissão ao preço do dióxido de carbono, repassando esse custo adicional, mecanicamente, para as contas das famílias. Organizações não governamentais ambientalistas e eurodeputados se opõem ferozmente ao plano, por temerem os movimentos sociais. Ao atingir os mais vulneráveis, “a Comissão parece esquecer que é a classe média que vai pagar o preço”, disse Agnès Evren (PPE, direita). “Os edifícios monopolizam 40% do consumo de energia, e as emissões do transporte rodoviário continuam a aumentar. A tendência deve ser revertida a todo custo, de forma justa e social”, defendeu Von der Leyen.
 
Francisco recebe alta após dez dias
O papa Francisco deixou, ontem, a Policlínica Gemelli, em Roma, depois de ter sido submetido a uma cirurgia no cólon, em 4 de julho. O pontífice de 84 anos retirou parte da porção do intestino, em uma intervenção feita com anestesia geral. Francisco deixou o hospital em um carro preto, de janelas escuras, e aproveitou para rezar diante da imagem da Virgem Maria na Basílica de Santa Maria Maior, no centro de Roma (foto). Segundo a nota do Vaticano, este é um costume de Francisco, antes e depois de suas viagens internacionais. “Ele agradeceu pelo bom resultado da intervenção cirúrgica e rezou por todos os doentes, em particular, por aqueles que saudou durante sua permanência no hospital”, acrescentou a nota.Na chegada ao Vaticano, desceu do automóvel, sorridente, para cumprimentar a patrulha de militares e agentes que protegem a entrada do Palácio Apostólico, onde o papa reside. As imagens foram transmitidas ao vivo pela televisão italiana.
 
“A Europa é o primeiro continente a apresentar uma arquitetura verde abrangente: temos a meta e, agora, o roteiro para 
alcançá-la”
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE)
 
» Metas ambiciosas 
 
Os principais pontos do plano europeu para “descarbonizar” a economia:
 
» Redução das emissões de gases de efeito estufa na Europa em 55% até 2030, em comparação 
com 1990;
 
» Limites mais rígidos de emissões de poluentes 
para carros;
 
» Fim das vendas de carros movidos a gasolina e a diesel até 2035;
 
» Imposto sobre o querosene 
de aviação;
 
» Isenção fiscal de 10 anos para alternativas baseadas em baixa emissão de carbono;
 
» Tarifa de fronteira do carbono, o que exigiria dos fabricantes de fora da União Europeia para que pagassem mais pela importação de materiais, como aço e concreto;
 
» Adoção de metas mais ambiciosas para expandir a energia renovável ao redor 
do bloco;
 
» Exigência para que os países renovem, de modo mais rápido, as construções que não forem consideradas eficientes, sob o ponto de vista energético. 

Correio Braziliense quarta, 14 de julho de 2021

LIBERTADORES: FLAMENGO ESTREIA RENATO GAÚCHO CONTRA O DEFENSA Y JUSTICIA

Jornal Impresso

LIBERTADORES
 
Foco na Argentina e olho no DF
 
Fla estreia Renato contra o Defensa y Justicia vislumbrando jogo de volta com público na capital

 

marcos paulo lima
danilo queiroz

Publicação: 14/07/2021 04:00

Estreia do técnico Renato Gaúcho será a atração principal do rubro-negro em Buenos Aires. Clube espera definição do GDF para articular público no Mané (Alexandre Vidal/Flamengo
)  
Estreia do técnico Renato Gaúcho será a atração principal do rubro-negro em Buenos Aires. Clube espera definição do GDF para articular público no Mané
 
Uma nova era começa, hoje, no Flamengo. Após somente dois dias de trabalho à frente do clube carioca, o técnico Renato Gaúcho estreia à beira do campo com um desafio de alto calibre. Às 21h30, o rubro-negro abre as oitavas de final da Libertadores contra o Defensa y Justicia, no Norberto Tomaghello, em Buenos Aires. Viabilizando a definição da vaga diante da presença de sua torcida, o clube está na iminência de confirmar a transferência do jogo de volta contra os argentinos para o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
 
De forma exclusiva, o blog Drible de Corpo, do Correio, apurou que o processo para liberação da presença de 25% da capacidade (17.500 cadeiras, no caso do Mané Garrincha) foi discutido, ontem, está pronto, encaminhado à Casa Civil e aguarda assinatura do governador em exercício, Paco Britto, para publicação no Diário Oficial. O chefe do executivo local, Ibaneis Rocha, está em férias, mas deu aval. Se confirmado, o plano faria o Distrito Federal ser a primeira unidade da federação a liberar o retorno gradual dos torcedores aos estádios.
 
O clube aguarda apenas a publicação do decreto para iniciar a venda on-line. Gestantes e menores de 18 anos devem ficar de fora da comercialização. Para facilitar o controle de acesso, os lugares serão marcados e a entrada no Mané Garrincha será por meio de ingresso digital, com QR Code. Para a transferência do jogo do Rio de Janeiro para Brasília, o rubro-negro precisa, ainda, da anuência da Conmebol e do Defensa y Justicia.
 
Antes, porém, as atenções estão no compromisso na Argentina. A principal missão de Renato é resgatar o futebol vistoso, ausente no repertório rubro-negro. O treinador, porém, teve um empecilho que deve se repetir até o final da temporada: o tempo. Foram somente 48h de trabalho entre a apresentação, na segunda-feira, e a viagem para a Argentina, ontem. 
 
Sem Bruno Henrique, lesionado, o treinador deve testar a dupla Gabi e Pedro no ataque. O Fla ainda tem outros desfalques: Diego, por lesão, Rodrigo Caio, vetado, e Willian Arão, suspenso, não jogam. A dupla de zaga deve ser formada outra vez por Léo Pereira e Gustavo Henrique.

Correio Braziliense terça, 13 de julho de 2021

PAULO TARSO FLECHA DE LIMA: DIPLOMACIA PERDE UMA DAS SUAS REFERÊNCIAS

Jornal Impresso

Diplomacia perde uma das suas referências
 
Flecha de Lima dirigiu as mais importantes representações e notabilizou-se pela habilidade de negociação, como na libertação de 450 brasileiros no Iraque, em 1990

 

Ingrid Soares
Israel Medeiros

Publicação: 13/07/2021 04:00

Flecha de Lima era um oráculo para os novos diplomatas, que o procuravam para ouvir lições e conselhos (Luís Tajes/CB/DA Press - 21/3/14)  
Flecha de Lima era um oráculo para os novos diplomatas, que o procuravam para ouvir lições e conselhos
 
O Brasil perdeu, ontem, um dos maiores nomes da diplomacia do país. O embaixador aposentado Paulo Tarso Flecha de Lima morreu, aos 88 anos, de uma infecção urinária que evoluiu para uma septicemia. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, desde a semana passada, onde deu entrada já com quadro grave. No domingo, os médicos consideraram a situação irreversível. O corpo será velado hoje, no Palácio do Itamaraty, em uma cerimônia restrita por conta da pandemia da covid-19. Já o enterro será realizado em Belo Horizonte.
 
Mineiro da capital, Flecha de Lima era considerado por muitos como o maior diplomata brasileiro da contemporaneidade. Ingressou no Ministério das Relações Exteriores em 1955. Seu profissionalismo, aliado a modernas práticas de negociação serviriam de inspiração para as gerações seguintes do Itamaraty.
 
Flecha de Lima passou a ser chefe do Departamento de Promoção Comercial em 1973, onde permaneceu por mais de uma década. Depois, foi subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Comerciais, em 1984, e em 1985 tornou-se secretário-geral das Relações Exteriores, considerado o posto mais alto da diplomacia brasileira — desempenhando, segundo o Itamaraty, “papel fundamental na inserção internacional do Brasil na fase final da Guerra Fria”.
 
Foi embaixador do Brasil em Londres, entre 1990 e 1993; em Washington, de 1993 a 1999; e em Roma, de 1999 a 2001, quando se aposentou. Sua carreira durou 46 anos. Entre as missões diplomáticas, amigos relembram a negociação do resgate de brasileiros, em 1990, no Iraque. O embaixador negociou com Hussein Kamel-Hassan, genro do ditador Saddam Hussein, a libertação de 450 brasileiros, funcionários da construtora Mendes Júnior, feitos reféns naquele país e que seriam usados como escudos humanos para evitar um bombardeiro dos Estados Unidos, na Guerra do Golfo.
 
Repercussão
 
O ex-chanceler Celso Amorim, que esteve à frente do Itamaraty de 2003 a 2010, relatou que Flecha de Lima foi um patriota. “Motivo de orgulho para todos nós. O Itamaraty deve muito a sua dedicação e talento. Tive a honra de ser um de seus sucessores como embaixador em Londres. Pude, apesar de certa distância no tempo, apreciar o prestígio de que gozou no Reino Unido, tanto entre autoridades como na sociedade”, relatou.
 
O diplomata Paulo Roberto de Almeida falou da importância de Flecha de Lima e relatou que mesmo após sua aposentadoria, se tornou um oráculo para os recém-formados. “Foi um dos grandes diplomatas da área da promoção comercial no Itamaraty e o mais importante diplomata na época de Sarney depois da saída de Olavo Setúbal”, avaliou.
 
Para Carlos Velloso, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, “Paulo Tarso Flecha de Lima foi um notável diplomata e homem público. Mineiro, sabia conversar e convencer, e sempre o fazia para o bem. Nunca se desvinculou de Minas. Ele foi um entusiasta da nossa urna eletrônica. Homem de bem e do bem, vai fazer falta”.O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota de pesar destacando que, ao longo da carreira diplomática, “sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar ao seu lado. Ao longo de sua carreira, o embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do país e a vida de todos os brasileiros”.
 
Fontes próximas ao embaixador destacam, ainda, o grande círculo de amizades cultivadas por ele e pela embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, com quem foi casado por 54 anos. Ela era amiga íntima da princesa Diana, morta em um acidente de carro em 1997, e do casal Bill e Hillary Clinton, ex-presidente e primeira-dama dos Estados Unidos. Flecha de Lima deixa quatro filhos e neto, e abre a cadeira 13 da Academia Mineira de Letras.

Correio Braziliense segunda, 12 de julho de 2021

EUROCOPA: TERRA NOSTRA- COM ATUAÇÃO DE TRÊS ATORES BRASILEIROS, ITÁLIA CONQUISTA O VELHO MUNDO

Jornal Impresso

Terra nostra
 
Com atuação de três atores brasileiros, Itália consuma novela épica no Velho Mundo: três anos depois de ficar fora da Copa, é bicampeã continental em fim de semana abençoado por Paolo Rossi e Maradona

 

MARCOS PAULO LIMA

Publicação: 12/07/2021 04:00

 

Ranking de taças
3 Alemanha e Espanha
2 Itália e França
1 Rússia, República Tcheca, Portugal, Holanda, Dinamarca 
e Grécia (John Sibley/AFP)  
Ranking de taças 3 Alemanha e Espanha 2 Itália e França 1 Rússia, República Tcheca, Portugal, Holanda, Dinamarca e Grécia

 

Diego Maradona e Paolo Rossi são bons de papo. Nem bem chegaram ao céu e convenceram os deuses da bola a esbalecerem uma nova ordem no futebol.


Oito meses depois da morte de D10S, a Argentina foi campeã da Copa América, no sábado à noite, ao derrotar o Brasil por


1 x 0, no Maracanã, encerrando 28 anos de jejum da seleção principal. Ontem, o banquete foi servido em outra catedral. Wembley viu a Itália, ferida pela perda do ídolo Paolo Rossi, há sete meses, ganhar a Euro depois de 53 anos, ao superar a anfitriã Inglaterra nos pênaltis por 3 x 2 após empate por 1 x 1 em 120 minutos de bola rolando. Gols dos defensores Shaw e Bonucci.  


A reviravolta da Itália é digna de produção de uma série. Em 2017, os tetracampeões do mundo foram eliminados pela Suécia na repescagem e ficaram fora da Copa da Rússia, em 2018. Três anos depois, resgaram o respeito na Eurocopa de forma invicta.


Os novos imperadores da Euro não perdem há 34 jogos sob a batuta do mentor da revolução, o técnico Roberto Mancini. Estão a um de igualar o recorde do Brasil, de Zagallo (1996), e da Espanha, de Del Bosque (2009).


Por falar no técnico, Mancini cercou-se de velhos amigos da geração mais vitoriosa da Sampdoria na montagem da comissão técnica. Há 30 anos, o clube italiano amargava o vice da Champions League contra o Barcelona, em Wembley. Era o auge do grupo que, em 10 anos, ganhou o único título italiano (1991), quatro edições da Copa Itália (1985, 1988, 1989 e 1994), uma Supercopa da Itália (1991) e uma Recopa (1990).


O treinador da Itália, Roberto Mancini; os auxiliares Alberico Evani, Attilio Lombardo e Giulio Nuciari; e o chefe da delegação, Gianluca Vialli fizeram parte daquela história escrita sob as ordens do sérvio Vujadin Boskov.


A “sampdorização” da Itália é um dos trunfos do bicampeonato europeu. Mas há outros. Se uma grande seleção começa por um baita goleiro, o jovem Donnarumma, de 22 anos, mantém a linhagem de Zoff, Zenga, Pagliuca, Buffon e tantos outros arqueiros históricos da escola italiana, ao tornar-se herói do título. Pegou as cobranças de Sancho , 21, e Saka, 19, e viu a jovem geração inglesa, parte dela contemporânea dele em torneios de base da Europa, encharcar o gramado de Wembley de lágrimas, enquanto Donnarumma celebrava a noite de herói com uma frieza alemã.


Outro símbolo do sucesso joga na zaga. Aos 36 anos, o capitão Chiellini, aquele mesmo, mordido pelo uruguaio Luis Suárez na Copa de 2014, no Brasil, viu o parceiro Bonucci empatar a final a ajudá-lo a erguer a taça, repetindo gesto de Giacinto Facchetti — dono da braçadeira no título de 1968 contra a Iuguslávia, no Estádio Olímpico, em Roma.


Por falar na capital italiana, a torcida “roubou” o mantra dos ingleses na bola. Football is coming home virou Football is coming Rome com três contribuições em língua portuguesa. O brasileiro Jorginho quase teve dia de Roberto Baggio ao desperdiçar uma cobrança do pênalti que poderia ter consumado o bi. Logo ele, que havia sido protagonista do pênalti que eliminara a Espanha na semi.
No fim, festejou mais um título na temporada. Há dois meses, ele e o compatriota Emerson, titular da lateral esquerda na final em substituição ao Spinazzola, ganhavam  a Champions League pelo Chelsea. O zagueiro Rafael Tolói é o outro ítalo-brasileiro no elenco bicampeão europeu.  


Jorginho, Emerson e Tolói se juntam a Marcos Senna (Espanha, 2008) e Pepe (Portugal, 2016) na lista dos brasileiros campeões da Euro. O trio italiano ampliou o jejum da Inglaterra. Agora, são 55 sem título desde a Copa de 1966.


Correio Braziliense domingo, 11 de julho de 2021

PARA APRECIAR OS IPÊS

Jornal Impresso

 

Para apreciar os ipês
 
Professora de biologia cria aplicativo que, com a ajuda dos internautas, mapeia as árvores espalhadas na cidade. Um mecanismo para ajudar o brasiliense a apreciar as floradas que levam cor à seca.
 
Brasilienses ganham aplicativo que mapeia as árvores espalhadas na cidade. No período da seca, a população pode acompanhar o desabrochar das flores coloridas

 

Publicação: 11/07/2021 04:00

 

 (Reprodução)  

 

Em Brasília, ocorre um fenômeno cultural todos os anos. No período mais seco, a população festeja o desabrochar das flores dos ipês — brancos, amarelos, rosas e roxos. A paisagem encanta e colore as redes sociais dos brasilienses. Mas, há uma dificuldade para quem gosta de fotografá-las. Encontrar uma árvore bonita e um ambiente propício no momento de diversão nem sempre é possível. Por isso, a professora de biologia Paula Ramos Sicsú teve a ideia de criar um aplicativo gratuito que faz um levantamento das árvores, mostra como chegar aos locais e informa sobre a floração e os serviços públicos disponíveis nas proximidades.
Segundo a bióloga, a ideia do aplicativo é ajudar a população a encontrar ipês formosos para programar um passeio ou apenas para fazer um registro legal. Também visa contribuir para um acervo de fotos e informações sobre essas beldades na nossa cidade, construídos pelos cidadãos. “O aplicativo funcionará melhor à medida que as pessoas forem fornecendo informações sobre as árvores, principalmente sobre como está a florada delas, já que as flores são efêmeras e rapidamente caem ao chão. Para registrar um ipê, o usuário deve fotografar e subir a imagem na plataforma, marcar sua localização no mapa e informar se tem florada. O usuário pode também informar se o local é próximo de banheiros públicos, cafés, restaurantes e estacionamentos”, conta.


O ipê é do gênero Tabebuia. A palavra tem origem tupi-guarani, e significa “árvore de casca grossa”. Presentes no cerrado, os ipês ainda podem ser vistos no Nordeste, no Sul e no Sudeste do Brasil, e também em outros países da América do Sul. Cada florada acontece em uma época do ano. O ipê-roxo é o primeiro a desabrochar: de junho a agosto. Algumas espécies podem alcançar até 35 metros de altura, e seu tronco, 90cm de diâmetro.


O aplicativo tem como objetivo demonstrar a biodiversidade que cerca o Distrito Federal. Mas isso só será possível se a ciência cidadã — quando a população contribui ativamente para a construção do conhecimento científico — ocorrer. “Diferente de aplicativos que entregam serviços, o app Ipês depende dos dados fornecidos pelos usuários. É a comunidade que vai baixá-lo, colocar fotos para que todos possam apreciar, marcar as árvores ainda não registradas, dizer se estão floridas e informar como é o ambiente onde se encontram. A ideia é que juntos construamos algo que ajude a todos a apreciar melhor a natureza onde vivemos. Nesse sentido, o aplicativo não é meu e nem oferece serviço. Idealizei o aplicativo para ajudar a todos (inclusive a mim) nessa saga de admirarmos belezas tão efêmeras. Tudo de graça e para qualquer pessoa”, declara a professora.


Paula acredita que é preciso romper os muros acadêmicos e levar a ciência para todos. “Somente assim, os cidadãos terão capacidade de fazer escolhas conscientes de temas essenciais.” A professora encontrou no desenvolvimento do aplicativo uma forma de divulgar as belezas naturais do cerrado. “Sinto-me impelida a contribuir para um mundo onde a natureza seja mais apreciada, valorizada e preservada. E não há forma melhor de preservar do que pelo caminho do afeto. Quem se importa, zela. O aplicativo é uma forma de ofertar à cidade e à população um meio a mais de estreitar os laços afetivos com a natureza. Tem muito ipê no cerrado, que é o principal bioma que nos circunda. Ele é de extrema importância para a biodiversidade mundial e, infelizmente, vem sofrendo uma devastação alarmante. O aplicativo foi a forma que encontrei de começar essa jornada”, ressalta.


A docente fazia passeios ao ar livre e aproveitava para observar a vegetação. Assim, a ideia de criar o app começou a ganhar corpo no ano passado. Em outubro de 2020, passou a ser formalizada e, neste mês, o aplicativo foi lançado, disponível para Android e IOS.


Correio Braziliense sábado, 10 de julho de 2021

O ENIGMA DAS COPAS: CAMPEÃO VIGENTE DO TORNEIO CONTINENTAL JAMAIS CONSEGUIU CONQUISTAR O MUNDIAL

Jornal Impresso

 

O enigma das Copas
 
Saiba por que o vencedor da final terá de transformar maldição centenária da competição da América do Sul em bênção no Qatar-2022. Campeão vigente do torneio continental jamais conseguiu conquistar o Mundial

 

MARCOS PAULO LIMA

Publicação: 10/07/2021 04:00

 


Dos 21 títulos da Copa do Mundo, 12 foram conquistados por Alemanha (4), Itália (4), França (2), Inglaterra (1) e Espanha (1) e nove por Brasil (5), Argentina (2) e Uruguai (2). Pioneiro na realização de torneios continentais de seleções ao criar a Copa América, em 1916, o nosso continente amarga, há mais de um século, uma maldição: jamais, em 47 edições e 105 anos de história, o campeão da Copa América conquistou, na sequência, o título mundial. Caberá ao Brasil ou Argentina, protagonistas da decisão de hoje, às 21h, no Maracanã, tranformar a maldição da Copa América em bênção daqui a 499 dias, na Copa do Qatar-2022.

Protagonistas da decisão, Neymar ou Messi terão de se inspirar na mitologia grega  para evitar o fracasso do campeão da América no Oriente Médio. Tudo o que Midas, o rei da Frígia, tocava, virava ouro. Um dos dois camisas 10 mais badalados do mundo colocará a mão na taça nos embalos de sábado à noite no Rio de Janeiro e assumirá a missão.

A urucubaba da Copa América já fez oito vítimas: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Chile. Nos anos seguintes ao título continental, aconteceu de tudo um pouco com essas seleções.

Campeã de 1929, a Argentina perdeu a final da Copa do Mundo de 1930 para o Uruguai. Dono do pedaço em 1967, o Uruguai rodou diante do Brasil na semifinal, em 1970. Mesmo de posse do troféu continental, Paraguai, Peru, Bolívia, Colômbia e Chile ficaram fora da festa organizada pela Fifa. Bi da Copa América em 2015 e 2016, La Roja não esteve na Rússia em 2018.  

Mas não há seleção mais perseguida pela maldição do que a brasileira. Melhor da América em 1949, dentro de casa, perdeu a Copa no ano seguinte para o Uruguai, no Maracanazo.

Atual campeão da Copa América, o Brasil busca o bicampeonato. Se repetir, hoje, a conquista de 2019, celebrará o décimo título.  No caso da Argentina, a glória significará igualar o recorde do Uruguai. Em 2011, a Celeste ganhou a competição, em Buenos Aires, e virou soberana com 14 troféus. Portanto, conquistar a América  significa conviver com  a maldição até a próxima Copa.

Operação caça-fantasma é com a Argentina. Vice-campeã da Copa América quatro vezes neste século, em 2004, 2007, 2015 e 2016, a seleção portenha está na fila há 28 anos em um torneio profissional. A última conquista foi justamente no torneio sul-americano, em 1993, no Equador.

O título também é uma obsessão para Messi. Eleito seis vezes o melhor jogador do mundo, o artilheiro da Copa América com quatro gols e cinco assistências jamais foi campeão pela seleção principal. Ganhou o Mundial Sub-20 em 2005, o outro nos Jogos de Pequim-2008, mas Copa do Mundo ou América, nada. “Estou fez por pertencer a esse grupo. Vamos à final pela glória”, escreveu o craque nas redes sociais.

Protagonista do título da Copa das Confederações em 2013 contra a Espanha e do inédito ouro nos Jogos do Rio-2016, ambos no Maracanã e com gols dele, Neymar também persegue o título inédito da Copa América. Em 2019, sofreu lesão e foi cortado às vésperas do início do torneio. “Era a final que sempre sonhei em jogar. A final que todo mundo que gosta de futebol espera de uma Copa América. Um Brasil x Argentina, clássico de muitos anos pelas duas seleções serem grandes. Por todos os títulos que já conquistara, por todos que já passaram pelas seleções, pelos que existem hoje. É uma honra fazer parte disso e é óbvio que a vontade de vencer é imensa”, disse um dos artilheiros do Brasil nesta edição da Copa América com dois gols e três assistências.   





LINHA DO TEMPO
Desempenho dos campeões da Copa América na Copa do Mundo

1930 - Campeã da Copa América de 1929, a Argentina perde a final do Mundial para o Uruguai.

1934 - Argentina chega novamente à Copa como campeã da América, mas é eliminada pela Suécia.

1938 - Argentina derrota o Brasil na final, mas abre mão de ir à Copa porque deseja ser sede.

1950 - Campeão sul-americano em 1949, perde a final da Copa, no Maracanã, para o Uruguai.

1954 - Paraguai ganha a Copa América em 1953, mas não se classifica para o Mundial de 1954.

1958 - Argentina arremata a Copa América de 1957 e cai na primeira fase na Copa da Suécia.

1962 - Argentina dá volta olímpica em casa  em 1959 e é eliminada na fase grupos no Mundial do Chile.

1966 - Bolívia ganha Copa América invicta em casa, mas fica fora do Mundial da Inglaterra.

1970 - Campeão da Copa América de 1967, Uruguai é eliminado pelo Brasil na semi do Mundial de 1970.

1974 - Ainda campeão vigente da América, Uruguai cai na fase de grupos no Mundial da Alemanha.

1978 - Campeão da Copa América de 1975, Peru dá adeus ao Mundial da Argentina nas quartas de final.

1982 - Paraguai conquista América em 1979 e vacila nas Eliminatórias para o Mundial da Espanha.

1986 - Campeão continental em 1983, Uruguai é eliminado pela Argentina nas oitavas da Copa.

1990 - Brasil ganha Copa América de 1989, mas é eliminado pela Argentina nas oitavas do Mundial.  

1994 - Argentina festeja o título de 1993 no Equador e se despede nas oitavas na Copa dos EUA.

1998 - Brasil vence Copa América de 1997, na Bolívia. No Mundial, amarga o vice contra França.
 
2002 - Colômbia é campeã inédita da Copa América em 2001, mas fica fora do Mundial de 2002.

2006 - Brasil é campeão da Copa América em 2004. Cai nas quartas de final do Mundial contra França.

2010 - Brasil é bi da Copa América em 2007. Na Copa, é despachado pela Holanda nas quartas de final.

2014 - Uruguai é rei da América em 2011, mas dá adeus à Copa no Brasil nas oitavas de final.

2018 - 
Chile arremata o bi da Copa América em 2015 e 2016, mas não se classifica para Copa da Rússia.

 


Correio Braziliense sexta, 09 de julho de 2021

GASTRONOMIA: A VEZ DOS CONGELADOR

Jornal Impresso

GASTRONOMIA - A VEZ DOS CONGELADOS 
 
A era do gelo
 
Duas grifes do mercado culinário brasiliense, Vila Cinco e Luca, movimentam o setor de congelados gourmets. Há pratos para todos os gostos, com opções de carnes e massas. As sobremesas, para se deliciar em casa, completam a refeição

 

Liana Sabo

Publicação: 09/07/2021 04:00

 (Vila Cinco/Divulgação)  
 
 
Em tempos de pandemia, é vantagem receber pelo serviço de delivery não apenas a refeição do dia, mas todo um pacote de pratos congelados, que, até o fim de julho, estão com preços promocionais. Os pratos montados saem a R$ 15,90, e os de massa custam R$ 19,90. Na compra de 10 unidades, os clientes recebem mais duas como cortesia. Onde pedir?
 
No restaurante Vila Cinco, no qual os proprietários são quatro. Todos dispostos a atrair a clientela que ainda está em isolamento ou sem tempo para cozinhar. Os irmãos Pedro e Fabiano Bergamo mais Rubens Dutra e William Martins trouxeram para Brasília a franquia pernambucana Mercado 153, instalada na parte externa do Brasília Shopping. Há quatro anos, porém, decidiram criar, no mesmo endereço, o próprio negócio. O foco foi despertar o paladar, o olfato, a visão, a audição e o tato, daí a referência ao número cinco do nome.
 
“A promoção permite ter a comida do restaurante todos os dias em casa, de forma prática e rápida”, ressalta Pedro Bergamo. “Mais do que conveniência, a intenção é aliviar o bolso dos clientes com opções que já eram acessíveis, entre R$ 21,90 e R$ 25, e, neste mês de férias, ficaram ainda mais baratas, entre R$ 15,90 e R$ 19,90”, afirma o sócio.
 
No Vila Cinco, o picadinho de carne está R$ 15,90 e o rondelli com queijo e presunto, R$ 19,90. Promoção é só em julho (Vila Cinco/Divulgação)  
No Vila Cinco, o picadinho de carne está R$ 15,90 e o rondelli com queijo e presunto, R$ 19,90. Promoção é só em julho
 
Proteínas variadas
 
Em agosto, os congelados retornam para os preços normais. Os pratos contemplam todas as proteínas: carne, peixe, frango e frutos do mar, como camarão que vem com arroz cremoso e pimentões com um toque de molho pomodoro por R$ 24,90, mesmo preço do filé de tilápia grelhado e legumes. Já na primeira faixa de preço, de R$ 21,90, que vigora mês que vem e, agora, está em R$ 15,90, será possível pedir estrogonofe de frango com arroz integral e purê de batata-doce; picadinho de carne ao demi-glace com arroz de brócolis e farofa de bacon; parmeggiana de frango com molho pomodoro, muçarela, arroz branco, ervilhas; e arroz caipira com filé de peito de frango desfiado, linguicinha de frango e tomate-cereja. Ainda tem mais duas opções inspiradas na culinária do Nordeste: baião de dois com carne de sol desfiada, feijão-fradinho, calabresa e cubos de queijo coalho; e escondidinho de batata-doce com carne de sol desfiada e parmesão.
 
Lasanha à bolonhesa, quatro queijos, com massa fresca, shitake e champignons, alho-poró ao molho parmesão complementam o menu do Vila junto com o rondelli de queijo e presunto aos molhos pomodoro e branco. Além dos congelados, o cardápio conta com opções para almoço, jantar, lanche e happy hour. Encomendas pelos telefones 3047-8680 e 99254-9677 (WhasApp), pelo Goomer (https://goomer.app/vilacino), iFood e Rapi. Também é possível retirar os pratos congelados nas unidades do Brasília Shopping e Capital Squash (SCES, Trecho 3, Lote 3), das 11h às 21h.
 
 (Divulgação)  
 
Doces italianos
 
O tiramisù e o salame de chocolate são estrelas do menu de congelados criado pelo chef siciliano Gianluca Scribano, o Luca (Divulgação)  
O tiramisù e o salame de chocolate são estrelas do menu de congelados criado pelo chef siciliano Gianluca Scribano, o Luca
 
Depois de desenvolver três deliciosos molhos artesanais sem glúten — dois pestos e uma caponata — o chef siciliano Gianluca Scribano ou simplesmente Luca investe no universo da doçura e lança quatro sobremesas clássicas italianas congeladas a zero grau. São elas: panna-cotta, salame de chocolate, semifreddo e tiramisù.
 
Do quarteto, a mais simples é a panna-cotta, cuja tradução significa nata cozida. Típica do norte da Itália, é, hoje, preparada em todas as regiões. Fica incrivelmente deliciosa quando se utilizam boas natas. A do Luca tem 230g e vem com calda de damasco. Doce gelado tipicamente siciliano, o semifreddo é feito de chocolate amargo, açúcar, ovos, chantily e uma castanha. No caso, Luca substituiu a amêndoa por castanha de caju numa embalagem de 150g.
 
Já o tiramisù, que traduzido significa “apanha-me”, quase todas as regiões italianas reivindicam a sua paternidade, daí circularem variadíssimas receitas de mascarpone, feito de creme de queijo fresco. Outra variação diz respeito à bebida. Pode-se utilizar conhaque, marsala, amaretto, uísque, rum e até licor de café. Luca não usa qualquer bebida, “assim, até as crianças podem comer”, justifica. O salame de chocolate ao rum é uma das iguarias mais gastronômicas.
 
As sobremesas estão disponíveis na Pasta Madre Pães Artesanais, no Jardim Botânico; na Peixaria do Guará (QE 34, Conjunto L, Lote 3, Guará II) e no Nosso Empório e Mercearia (Avenida das Castanheiras em Águas Claras). E também com Gianluca Scribano, telefone 98211-2425.

Correio Braziliense quinta, 08 de julho de 2021

VIÚVA NEGRA: CORREIO FAZ UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA DAS SUPER-HEROÍNAS DO CINEMA E DA TELEVISÃO

Jornal Impresso

Super representadas
 
Com o lançamento de Viúva Negra, o Correio faz uma viagem pela história das super-heroínas do cinema e da televisão

 

Millena Brasil*
Pedro Ibarra*

Publicação: 08/07/2021 04:00

 (Jay Maidment/Divulgação)  
 
O longa Viúva Negra estreia nos cinemas hoje com a primeira história solo de uma das heroínas que integra a liga de Os Vingadores. Conhecida do público que acompanha o universo Marvel, o lançamento tem lastro no sucesso de bilheteria da saga. O enredo tem como fio condutor o passado da personagem de Scarlett Johansson — a espiã russa Natasha Romanoff. Para os produtores, o novo filme é como uma retratação com a vingadora que sempre mereceu uma abordagem própria. 
 
O filme tem a grandeza que a protagonista merece, mas também mostra facetas ainda não muito exploradas para o grande público. Para os fãs da humana que luta ao lado e contra seres com poderes extraordinários, o Correio traz um pouco mais do que se pode esperar da produção pelas impressões da atriz Rachel Weisz, que interpreta Melina Vostokoff, importante elemento da trama, por meio da entrevista cedida pela Disney.  
 
 “Ela não é bem uma super-heroína, ela é um ser humano que é mortal”, explica Rachel Weisz. “Natasha é formidável, vulnerável e emotiva. Ela tem necessidades emocionais ao mesmo tempo que é uma assassina, espiã e especialista em artes marciais altamente treinada”, pontua sobre a Viúva Negra que está representada no longa.
 
Vencedora do Oscar de Melhor atriz coadjuvante por O jardineiro fiel, em 2005, Rachel sabe que não entra apenas para o elenco de mais um filme, mas passa a integrar o Universo Cinematográfico Marvel (MCU). “Tem sido uma honra me juntar a eles”, comenta sobre o processo. “São verdadeiros contadores de história, apaixonados pela mitologia dos próprios enredos e do próprio universo”.
 
A atriz lembra que aceitou o papel por querer trabalhar com a diretora Cate Shortland e que o elenco composto por David Harbour e Florence Pugh também a seduziu para o projeto. A personagem Melina, uma espiã que viveu uma vida dupla por anos, é uma peça muito complexa que também agradou Weisz. “Eu acho que uma vez que ela descobriu a felicidade e o amor, ela não queria mais voltar a ser espiã, mas precisava. Acredito que o coração dela endureceu depois disso. Ela se tornou dura e talvez um pouco azeda”, analisa a atriz sobre a personagem que interpreta.
 
Girl Power: as superpoderosas do cinema
 
Nos anos 1980 e1990, as heroínas começaram a fazer parte do imaginário da cultura pop. O surgimento das narrativas femininas inspirou a criação de grande parte das superpoderosas conhecidas hoje. Também foi a partir da construção de novos arquétipos que os enredos atuais puderam explorar temas como aceitação, diversidade e ruptura dos padrões. Aproveitando o debate que este lançamento acende, o Correio também preparou uma lista com algumas heroínas que ajudam a construir o protagonismo das mulheres nas histórias de seres superpoderosos.
 
*Estagiários sob a supervisão de Juliana Oliveira
 
 
 (Reprodução da Internet)  
 
She-Ra
• Alter ego de Adora, a irmã gêmea do He-Man, ganhou a sua primeira representação em 1985. Sob a honra de Grayskull, a antiga She-Ra se mostra como uma heroína valente, apesar de ter a sua figura quase sempre associada ao Príncipe Adam e carregada de sex appeal. Mais recentemente, a personagem ganhou uma série de animação da Netflix com a DreamWorks: She-Ra e as Princesas do Poder (2018). Nessa versão, Adora é uma adolescente moderna, independente e que entre muitas aventuras também precisa lidar com os próprios sentimentos e as questões do mundo atual. Desenvolvida por uma mulher, a série entrega variedade na representação dos personagens, além da quebra de estereótipos no que diz respeito à rivalidade feminina. 

 (Disney/Pixar/Divulgação)  
 
Mulher Elástica
•Ícone da Geração Z, Helena Pêra, de Os Incríveis (2004), se divide entre as funções de supermãe e super-heroína. Muito determinada e corajosa, a Mulher Elástica teve a chance de mostrar o seu protagonismo e a sua importância em Os Incríveis 2 (2018). Após muita espera, a Pixar optou por desenvolver a sequência focada na heroína. No longa, Helena sai em uma missão enquanto o Sr. Incrível tenta lidar com os problemas da casa. O resultado gerou um importante debate sobre a inversão dos papéis de gênero. “Ela descobre que sente um certo êxtase em recuperar sua persona como super-heroína, ao mesmo tempo, ela é mãe e adora ser uma. É como uma celebração desse trabalho, contou a atriz Holly Hunter (voz da Mulher Elástica), antes do lançamento.
 
 (Clay Enos/Warner Bros)  
 
Mulher-Maravilha
• A pioneira Diana Prince apareceu nos quadrinhos da All Star Comics em 1941, sendo a primeira grande heroína em meio a tantas figuras masculinas que já existiam neste cenário. Tratando-se de uma época conservadora, a história da Mulher-Maravilha perpetuou muitas reviravoltas, mudanças e descontinuações. Em Batman vs. Superman: A origem da justiça (2016), uma Diana muito mais confiante é representada, tornando-se um nome de peso dentro do movimento feminino. Desde então, a Mulher-Maravilha, interpretada por Gal Gadot, tem inspirado e empoderado mulheres reais ao redor do globo. Sob a direção de Patty Jenkins, a heroína conquistou dois filmes solos, o último lançado em 2020. Gadot retornará em um terceiro longa já oficializado pela Warner. 
 
 ( Marvel Studios/Divulgação)  
 
Capitã Marvel
• Com mais de 50 anos de existência, Carol Danvers é uma das personagens mais poderosas dos quadrinhos norte-americanos. Em 2019, ganhou uma produção solo de sucesso nas bilheterias mundiais. Protagonizada por Brie Larson, a Capitã Marvel soube se aprofundar em pautas como sororidade e o empoderamento feminino com muita eficácia. Um filme significativo por ter como diretora Anna Boden, a primeira mulher a dirigir um filme do estúdio e Nicole Perlman, a primeira mulher a escrever um longa do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). O filme também contou com a presença de figuras como Monica Rambeau, super-heroína dos quadrinhos americanos, que teve aparição no recente lançamento da Disney+, WandaVision (2021). 
 
 (Kevin Winter/AFP - 21/7/19)  
 
Próximos lançamentos
• Além de Viúva Negra, a personagem Miss Marvel também vai ocupar as telonas com a estreia de The Marvels, em 2022. O filme será uma sequência de Capitã Marvel (2019) e será dirigido por Nia DaCosta, a primeira mulher negra por trás de um filme dos Estúdios Marvel. Já o novo longa de Thor vai introduzir Natalie Portman como a Poderosa Thor, substituta do Deus do Trovão e terá ainda a volta da atriz Tessa Thompson, como Valquíria. Parte da fase quatro (lançamentos de 2021 até 2023) do universo Marvel, Thor: Amor e trovão chega aos cinemas em 2022. Entre as séries, está marcada para 2022 a estreia de She-Hulk, criada por Jessica Gao e protagonizada por Tatiana Maslany.
 
 
Serviço 
Além da estreia nas salas de cinema, Viúva Negra chega ao Premier Access da Disney Plus, espaço de aluguel de filmes da plataforma no valor de R$ 69,90.

 


Correio Braziliense quarta, 07 de julho de 2021

COPA AMÉRICA: TRIBUTO A MARADONA

Jornal Impresso

 

Tributo a Maradona...
 
Nove meses depois do luto pela morte de dois dos seus maiores ídolos, Argentina e Itália chegam a finais continentais nos pênaltis com a missão de encerrarem jejuns de título de 28 e 53 anos, respectivamente

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 07/07/2021 04:00

Messi festeja a classificação nos pênaltis: craque tentará encerrar o jejum de 28 anos da seleção principal da Argentina sem títulos (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Messi festeja a classificação nos pênaltis: craque tentará encerrar o jejum de 28 anos da seleção principal da Argentina sem títulos
 
Em 25 de novembro de 2020, o mundo do futebol vivia o luto da morte de Diego Armando Maradona. Ontem, o dono da camisa 10 que gerou mais comparações ao maior ídolo da seleção argentina voltou a ser decisivo para levar o país à final da Copa América 2021. Foi de Lionel Messi a assistência para o gol de Lautaro Martínez na semifinal, no Mané Garrincha. Mas a Colômbia empatou com Luis Díaz e levou a disputa para os pênaltis. Melhor para a seleção celeste, que venceu por 3 x 2, e disputará a primeira decisão desde a morte de Maradona. De quebra, pode encerrar um jejum de 28 anos sem conquistar a Copa América e protagonizar um  tributo a D10S, sábado, às 21h, no Maracanã.
 
O último título da seleção principal da Argentina na Copa América foi em 1993, no Equador, contra o México. Desde então, os dois países decidiram o título nas edições de 2004 e 2007, com vitórias dos brasileiros nas duas ocasiões. Os hermanos também amargaram o vice em 2015 e em 2016 diante do Chile. 
 
Neste ano, a decisão será entre os dois melhores ataques do campeonato. Com o gol de Martínez, a Argentina chegou aos 11 tentos, atrás do Brasil, com 12. 
 
Contra a Colômbia, Lionel Messi não marcou o dele, mas, aos seis minutos, recebeu dentro da área, girou sobre o marcador e deixou Martínez na cara do gol para abrir o placar. Com a quinta assistência e os cinco gols que soma na competição, o craque participou diretamente de nove dos 11 tentos.

D10S morreu em 25 de novembro de 2020 (AFP - 29/6/86)  
D10S morreu em 25 de novembro de 2020
Após sofrer o gol, a Colombia respondeu rapidamente. O empate no primeiro tempo parou por duas vezes na trave. Aos 35 minutos, com Barrios em chute de fora da área em uma bola que desviou no braço de Lo Celso. E, no minuto seguinte, com Mina de cabeça após escanteio cobrado por Cuadrado. 
 
O jogo esquentou no segundo tempo, mas a Colômbia continuou melhor. Aos 15 minutos, foi recompensada com gol de Luis Díaz. Após ser lançado por Cardona, o atacante ganhou na velocidade de Pezzella e tocou na saída do goleiro, deixando tudo igual no Mané Garrincha. 
 
O lance despertou a Argentina. Di Maria aproveitou o erro de Muñoz na saída de bola, avançou para dentro da área, driblou o goleiro Ospina e passou para Lautaro chutar, sem goleiro. Mas Barrios salvou em cima da linha. Messi ainda acertou a trave. 
 
A decisão foi para os pênaltis. Os protagonistas abriram balançando as redes. Gols de Cuadrado e de Messi. Após sequência de desperdícios, coube ao goleiro Emiliano Martínez assumir o papel de herói. Ele defendeu a batida de Cardona e garantiu a celeste na final contra o Brasil. Suspenso por mais um jogo por causa da expulsão nas quartas de final,  Gabriel Jesus será desfalque no time tupiniquim.

Correio Braziliense terça, 06 de julho de 2021

OLIMPÍADAS 2021: 10 BRASILEIROS PARA FICAR DE OLHO

Jornal Impresso

 

10 brasileiros para ficar de olho
 
 
Correio abre contagem regressiva para o maior evento esportivo do mundo. Selecionamos atletas do país que podem brilhar a partir do próximo dia 23 no Japão em esportes como o estreante surfe

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 05/07/2021 04:00

 (Matt Dunbar/World Surf League - 2/7/21)  
 
Após serem adiados por um ano, enfim, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão próximos. A Cerimônia de Abertura está marcada para 23 de julho, mas competições como o futebol começam dias antes. E o Brasil terá a maior delegação em uma edição sediada fora do país. São mais de 300 atletas brasileiros com a vaga garantida, número que ultrapassou a expectativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que previa entre 250 e 300 participantes.

Sendo assim, o Correio traz 10 candidatos brasileiros a se consagrarem do outro lado do mundo, entre atletas e duplas. Tóquio será palco, por exemplo, para as estreias do surfista Gabriel Medina e da skatista Pâmela Rosa. Ambos competem em esportes recém-inseridos no programa olímpico. Nesses casos, a atmosfera da competição pode até ser nova, mas os atletas já são bastante consagrados e chegam como favoritos à medalha de ouro.

Há também representantes das modalidades que mais renderam medalha ao Brasil em Olimpíadas, como as duplas Ágatha e Duda, no vôlei de praia, e Martine Grael e Kahena Kunze, na vela. A lista contempla ainda Bruninho, jogador de vôlei que subiu ao pódio nas três participações dele em Jogos Olímpicos, e Ana Marcela Cunha, dona de 11 medalhas em Campeonatos Mundiais e que nadará no Japão em busca da única medalha que ela não tem na enorme coleção que acumulou na carreira: a olímpica.



 (Jeff pachoud/AFP - 18/8/16 )  


Isaquias Queiroz
Canoagem velocidade

Após conquistar três medalhas (duas de prata e uma de bronze) nas Olimpíadas do Rio-2016, Isaquias promete mais pódios na segunda participação olímpica, aos 27 anos. Em 2019, o baiano foi campeã mundial do C1 1000m e terminou com o bronze no C2 1000m, ao lado de Erlon Souza. Mas o parceiro não se recuperou de uma lesão no quadril e será substituído por Jacky Godmann, de 22 anos, na prova em dupla. 



Martine Grael e Kahena Kunze
Vela (49er FX)
 
Atuais campeãs olímpicas, a dupla brasileira foi vice-campeã do Campeonato Mundial de 2019 e, em abril, venceu um torneio na Espanha u com as melhores duplas do mundo. Um bom termômetro para mostrar que as velejadoras de 30 anos estão na briga por conquistar o bicampeonato olímpico em Tóquio.


Pâmela Rosa
Skate (street)

A brasileira de 21 anos é uma das principais promessas de ouro para o Brasil na estreia do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A skatista de São José dos Campos (SP) é a atual campeã mundial e líder do ranking. 


Beatriz Ferreira
Boxe (até 60kg) 

É a atual campeã mundial de boxe na categoria até 60kg, feito conquistado em Lima-2019. Mesmo com a pandemia, a brasileira de 28 anos teve um começo de temporada promissor. A conquista de duas medalhas de ouro em torneios no início de 2021, na Alemanha e na Bulgária, levanta esperança aos torcedores brasileiros de mais pódio nos Jogos Olímpicos.


Ana Marcela Cunha
Maratona aquática

A dona de 11 medalhas em Mundiais, sendo cinco de outro, Ana Marcela ffoi eleita a maior nadadora de águas abertas do mundo por seis vezes, entre 2010 e 2019. Aos 29, anos a brasileira vai a Tóquio em busca da única medalha que ainda não tem no vasto currículo: a olímpica. Neste ano, ela seguiu subindo ao pódio em competições europeias.


 (Lionel Bonaventure/AFP - 12/10/19)  


Arthur Zanetti
Ginástica

Campeão olímpico em Londres-2012 e prata na Rio-2016, Zanetti quer encerrar a trajetória olímpica com mais um pódio. Ele foi quinto colocado no Campeonato Mundial de 2019 e não competiu internacionalmente em 2021, mas tem uma das melhores notas do mundo nas argolas, prova que promete ser uma das mais disputadas da modalidade em Tóquio.
 
 
 
Ágatha e Duda
Vôlei de praia

As duas têm tudo para manter a tradição de fazer o Brasil subir ao pódio olímpico no vôlei de praia. É a dupla mais regular do mundo em 2021. Foi ao pódio em quatro das seis etapas disputadas, com um título, uma prata e dois bronzes. Em 2019, foi quarta colocada no Circuito Mundial e prata no Finals, segundo torneio mais importante daquele ano.


 
Gabriel Medina
Surfe 

Campeão mundial em 2018, vice-campeão mundial em 2019 e atual líder do ranking internacional, Gabriel Medina chegará em Tóquio para a estreia do surfe nos Jogos Olímpicos voando. Em seis etapas, o brasileiro de 27 anos venceu duas vezes e foi vice-campeão em outras três.


Alison
Vôlei de praia

Campeão olímpico na Rio-2016 e campeão mundial em 2015 ao lado de Bruno Schmidt, o jogador carinhosamente chamado de Alison Mamute é um dos melhores bloqueadores do vôlei de praia. Aos 34 anos, Alison buscará a terceira medalha olímpica da carreira em Tóquio, ao lado de Álvaro Filho.


Bruninho
Vôlei
 
Aos 35 anos, o levantador Bruninho vai para a quarta participação em Jogos Olímpicos como capitão da Seleção Brasileira de vôlei — em todas, ele subiu ao pódio. Dono de uma medalha de ouro olímpica e duas de prata, Bruninho será o líder de uma das favoritas ao título. Há uma semana, o Brasil venceu a poderosa Polônia na final da Liga das Nações.

Correio Braziliense segunda, 05 de julho de 2021

PAPA FRANCISCO É SUBMETIDO A CIRURGIA NO INTESTINO

Jornal Impresso

 

Papa é submetido a cirurgia no intestino

 

Primeiro boletim atesta que Francisco reagiu bem à intervenção, realizada com anestesia geral, para sanar uma inflamação no cólon

Publicação: 05/07/2021 04:00

 

Antes da operação, previamente agendada, o pontífice participou da cerimônia do Angelus e anunciou viagens à Hungria e à Eslováquia (Andreas Solaro/AFP)  
Antes da operação, previamente agendada, o pontífice participou da cerimônia do Angelus e anunciou viagens à Hungria e à Eslováquia
 

 

Aos 84 anos, o papa Francisco reagiu bem à cirurgia para corrigir uma estenose diverticular sintomática no cólon, condição caracterizada pelo estreitamento do órgão devido à presença de pequenas hérnias inflamadas. O procedimento, que estava programado, ocorreu na Policlínica Gemelli, em Roma. O pontífice recebeu anestesia geral e, segundo a agência de notícias italiana Ansa, deverá ficar hospitalizado por, pelo menos, cinco dias.


“O Santo Padre reagiu bem à intervenção realizada sob anestesia geral e conduzida pelo professor Sergio Alfieri, com a assistência do professor Luigi Sofo, do doutor Antonio Tortorelli e da doutora Roberta Menghi”, informou o primeiro boletim, divulgado pelo Vaticano pouco depois da 0h de hoje (19h de domingo, no horário de Brasília).


Sem alarde, o papa deu entrada no hospital por volta das 15h em um carro comum. Acompanhado do motorista e de um colaborador, Francisco passou despercebido, pois somente três horas depois da chegada à Policlínica, o Vaticano emitiu o comunicado sobre o procedimento. O atendimento aconteceu no 10º andar, nas mesmas instalações onde, no passado, João Paulo II foi internado diversas vezes. Na época do pontífice polonês, o Gemelli chegou a ser apelidado de Vaticano III pela imprensa, em referência ao fato de o então papa precisar de hospitalizações frequentes.


Na manhã de ontem, Francisco rezou a oração do Angelus na Praça de São Pedro, como de costume. Sem falar do procedimento, informou que, em setembro, viajará para a Hungria e para a Eslováquia. Apesar de não ter revelado que se submeteria à operação — a única que fez desde o início do papado, além de uma remoção de catarata —, no domingo anterior, o papa pediu aos fiéis que rezassem por ele. “Peço-lhes que rezem pelo papa. Rezem de uma forma especial: o papa precisa das suas orações! Obrigado. Sei que o farão”, disse.


Segundo o Vaticano, o procedimento, não emergencial, foi marcado para julho porque é um mês em que, geralmente, a agenda papal é mais enxuta. A Ansa informou que Francisco recebeu o diagnóstico de estenose diverticular sintomática no fim de fevereiro. O novo médico pessoal do pontífice, Roberto Bernabei, um nome conhecido da Gerontologia italiana, foi quem detectou o problema.


Diversos políticos italianos reagiram à notícia da internação do pontífice. “O pensamento afetuoso de todos os italianos, dos quais atuo como intérprete, acompanha Vossa Santidade nessas horas”, escreveu o presidente italiano, Sergio Mattarella, assim que desembarcou em Paris, para onde viajou ontem. A prefeita de Roma, Virginia Raggi, e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, também enviaram mensagens a Francisco.

Saúde

Nascido em 17 de dezembro de 1936, na Argentina, Jorge Bergoglio teve o lobo superior do pulmão direito removido aos 21 anos devido a uma pleurisia. Ele sofre de problemas nos quadris e no nervo ciático. “Não tenho medo da morte”, confidenciou ele em um livro de entrevistas escrito por um jornalista argentino, em 2019. Após a operação no pulmão, “nunca me senti limitado nas minhas atividades (...). Nunca senti cansaço ou falta de ar”, assegurou.


Nos últimos anos, porém, ele teve que cancelar alguns compromissos e, às vezes, caminha com dificuldade. Desde o início da pandemia de coronavírus, que atingiu fortemente a Itália em fevereiro de 2020, o papa pareceu pouco preocupado com sua própria saúde, muitas vezes viajando sem máscara, embora tenha tido que renunciar aos habituais encontros com fiéis durante as audiências de quarta-feira. Apesar de um resfriado que o obrigou a cancelar compromissos logo no início da pandemia, sua saúde não suscitou nenhuma preocupação especial.


Correio Braziliense domingo, 04 de julho de 2021

UNIDAS PELO ARMÁRIO - COMPARTILHAMENTO FAMILIAR DE ITENS DO VESTUÁRIO E, PRINCIPALMENTE, AFETO

Jornal Impresso

Unidas pelo armário
 
Quantas histórias uma peça de roupa pode contar? Mães e filhas, avó e neta, primas compartilham itens do vestuário e, principalmente, afeto

 

Por Giovanna Fischborn

Publicação: 04/07/2021 04:00

O short de bandeiras tem um valor afetivo especial para Ludmila e, hoje, é uma das peças preferidas de Julia: Maria de Fátima também compartilha o guarda-roupa com filha e neta (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
O short de bandeiras tem um valor afetivo especial para Ludmila e, hoje, é uma das peças preferidas de Julia: Maria de Fátima também compartilha o guarda-roupa com filha e neta
 
Quando o assunto é guarda-roupa, sapatos, bolsas, acessórios e até aquela peça statement, com informação de moda, não costumam escapar de um ou outro empréstimo. É comum as filhas explorarem o armário das matriarcas; e irmãs ou primas montarem looks com as roupas umas das outras, quando elas servem para as duas.
 
Para além da praticidade do uso, esse hábito guarda carinho e acumula memórias. Compartilhar peças de roupa também faz parte de um movimento mais sustentável, baseado no reaproveitamento e no vestir-se com responsabilidade. Em vez de descartadas, elas rodam gerações e duram muito.
 
Os tênis são praticamente os mesmos, bolsas e roupas são compartilhadas no dia a dia. Já não se sabe mais o que é de uma ou da outra. Ludmila Goes, 36 anos, designer e artesã, e a filha Julia Goes, 15, dividem tudo. Julia se identifica com o estilo mais casual da mãe. Elas gostam, principalmente, de peças fluidas e coloridas. Mãe e filha têm o costume de sair parecidas e dividem o gosto até pelas mesmas estampas.
 
“É muito legal porque a nossa diferença de idade não é tanta, e nossas personalidades coincidem em vários pontos, então aproveitamos muita coisa uma da outra”, diz Ludmila. Cada uma usa a peça à sua maneira, o que possibilita criar vários visuais. Se Ludmila opta por uma imagem clássica, Julia torna o look mais jovial com alguns poucos ajustes.
 
A mãe de Ludmila e avó de Julia, Maria de Fátima, 68 anos, não fica de fora desse compartilhamento. Camisas, blusões, saias e calças rodam o armário das três. “Tem uma peça muito especial: um colar de ouro que passou da minha mãe para mim e, agora, para a Julia. Penso que joias, no geral, têm valor financeiro, mas também um valor sentimental enorme”, conta Ludmila.
 
Um short com bandeiras de vários países foi a peça que acompanhou Ludmila em uma viagem a São Paulo, em 2019, quando ela foi a diversos eventos culturais. Além de bater perna na cidade, essa foi a roupa que ela usou para ir do apartamento do namorado até o Mercado Municipal, a pé. “Queria muito conhecer a região. Foi uma viagem muito significativa para mim, em vários sentidos. A Julia usa essa mesma roupa no dia a dia agora.”
 
 
Números do fast fashion
 
O fast fashion é um modelo de produção pensado para suprir rapidamente uma demanda por roupas, com alta rotatividade de coleções e vendas a preços baixos, lógica comum em lojas de departamentos. Pesquisas mostram que, nesse ciclo, uma peça é guardada por somente 35 dias antes de ser descartada e usada, em média, apenas cinco vezes.
 
O algodão plantado requer grandes quantidades de água e pesticidas para dar conta do ritmo de produção; o poliéster demora mais de 400 anos para se decompor. Nos Estados Unidos, a estimativa é de que 90% das peças de vestuário vendidas sejam feitas justamente desses dois materiais.
 
E tem mais: o Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)  aponta que o volume de resíduos urbanos chegará a 2,2 bilhões de toneladas até 2025. Só no Brasil a estimativa de resíduos têxteis é de 175 mil toneladas/ano. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas.
 
 
Prática sustentável
 
Coordenador do curso técnico de vestuário do Instituto Federal de Brasília, Adriano Bezerra pontua que resgatar momentos por meio das roupas se contrapõe à correria da contemporaneidade. Dar valor aos laços afetivos é importante em tempos tão efêmeros.
 
Mas, mais que isso, esse comportamento é importante para aumentar o ciclo de vida das roupas. Adriano explica que o conceito do upcycling, que é dar um novo propósito, com criatividade, àquilo que seria descartado, vem sendo cada vez mais discutido. Segundo ele, o movimento é necessário para rever os impactos negativos da indústria — o gasto de água para confecção de um jeans novo ou o uso de agrotóxicos nas lavouras de algodão, destinados à indústria têxtil, bem como do consumismo na moda.
 
“Precisamos assumir responsabilidade pelos materiais que compramos e, não muito tempo depois, descartamos”, ressalta. Não só o compartilhamento de peças, mas o aproveitamento delas como matéria-prima para outras criações também é opção para diminuir alguns dos efeitos da moda. Vale juntar retalhos para montar novas peças ou customizar e dar uma nova proposta à roupa.
 
Futuro
 
A estilista Fernanda Lorena avalia que não é preciso fazer mais roupas, dado todo o cenário fashion — poluente e carregado. Mas, sim, devemos dividir mais. Na família, não só as joias ou o vestido de noiva ou de debutante têm vez, embora esses sejam artigos tradicionais. As possibilidades são infinitas e, melhor ainda quando o compartilhamento faz parte do dia a dia.
 
A especialista pontua que tanto itens atemporais quanto peças do momento vêm ganhando espaço em negócios de aluguéis de roupas, on-line e físicos, e tornam a moda cada vez mais acessível. Segundo Fernanda, essa troca nas famílias e entre amigas é a essência por trás da economia compartilhada nesse segmento. A moda, com essa dinâmica, vem bebendo de negócios como Uber e AirBnb, que funcionam no esquema colaborativo.
 
“O consumidor do futuro não quer mais uma roupa da moda, mas uma roupa com propósito. Vem analisando e valorizando essa quebra de paradigma. Vai querer uma roupa que não passou por trabalho escravo, que não vira plástico quando jogada fora”, explica.

Correio Braziliense sábado, 03 de julho de 2021

PANCS: ALTERNATIVA PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Jornal Impresso

PANCS: Alternativa para uma alimentação saudável

 

FERNANDA STRICKLAND*

Publicação: 03/07/2021 04:00

Nuno Madeira: plantas alimentícias não convencionais, ou Pancs, exigem poucos cuidados e podem ser nutritivas (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
)  
Nuno Madeira: plantas alimentícias não convencionais, ou Pancs, exigem poucos cuidados e podem ser nutritivas
 
Muito provavelmente, você ainda não reparou nesse tipo de produto na gôndola do supermercado. Trata-se das plantas alimentícias não convencionais, conhecidas pela sigla Pancs. Esses alimentos saem do campo sem uma cadeia produtiva estruturada, por isso têm uma oferta limitada e sazonal.
 
Especialista em Pancs, o pesquisador da Embrapa Hortaliças Nuno Rodrigo Madeira comentou sobre as características desses produtos no CB.Agro, uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília. O programa foi ao ar ontem e está disponível nas redes sociais. 
 
Rodrigo Madeira ressaltou que a oferta irregular é a primeira característica das plantas não convencionais. “Alimentos como alface, batata, cebola, tomate, arroz, feijão, milho, encontramos sempre. As plantas não convencionais, por sua vez, carecem de cadeia produtiva estruturada. Elas têm o arcabouço regional muito forte. Podem ser comuns em uma determinada região, mas não são conhecidas de uma forma generalizada, como inhame, carambola, carararus e mostarda”, explicou.
 
Durante a pandemia, segundo Rodrigo Madeira, houve maior interesse pelas Pancs. A ideia de manter uma alimentação saudável se harmoniza com o perfil nutricional delas. “Muitas têm características nutricionais interessantes, de compostos funcionais. Elas são, em geral, muito ricas, por serem plantas mais rústicas, mais resilientes”, observou.
 
Ele enumera outros elementos típicos das Pancs. “Elas não utilizam adubação em excesso. E podem prosperar mesmo em ambiente adverso. Às vezes, numa fresta de calçada, você tem uma planta que pode, se houver condições de higiene, servir de alimento”, completou Madeira.
 
O pesquisador da Embrapa também observa uma procura maior pela criação de hortas. “É muito mais fácil cultivar Pancs do que espécies mais exigentes em adubação, que tenham muitos problemas de pragas e doenças. As pessoas que procuraram fazer horta nesse período — e foi grande esse crescimento —, simpatizam com a ideia, de ter espécies mais fáceis de produzir e que precisam de menos insumo”, afirmou.
 
Rodrigo Madeira alerta, no entanto, que é necessário conhecimento para identificar Pancs. “Tem que ter muito cuidado. Há plantas muito parecidas, uma é comestível, outra não. Há casos, inclusive, que acabaram em óbitos. A primeira questão é a referência cultural da comunidade, seja numa cidade, seja no meio rural. É comum que anciãos mais experientes saibam quais plantas são comestíveis. A base de tudo é conhecimento! Perdermos esse conhecimento em uma ou duas gerações. Mas, hoje, está muito disponível, como em livros, publicações, sites, blogs, etc”, disse.
 
*Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza  

Correio Braziliense sexta, 02 de julho de 2021

VACINAÇÃO APENAS POR IDADE NO DF

Jornal Impresso

Vacinação apenas por idade no DF
 
Secretaria de Saúde redefiniu esquema de imunização contra a covid-19. A partir de hoje, só haverá liberação de novas vagas para as pessoas de grupos prioritários que tomaram a primeira dose e para a população com faixa etária pré-determinada

 

ANA MARIA SILVA
CIBELE MOREIRA
SAMARA SCHWINGEL

Publicação: 02/07/2021 04:00

Lígia Correia é professora, mas tomou primeira dose devido à ampliação da faixa etária (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Lígia Correia é professora, mas tomou primeira dose devido à ampliação da faixa etária
 
 
O Distrito Federal terá um novo esquema de vacinação contra a covid-19. A Secretaria de Saúde (SES-DF) anunciou que, a partir de hoje, só abrirá vagas para imunização por faixa etária. Com isso, ficam de fora categorias profissionais não previstas no Plano Nacional de Imunização (PNI). A medida segue uma recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) emitida em 23 de junho. O documento orienta que haja priorização do atendimento por idade e a suspensão das tratativas do Executivo local com grupos não previstos na lista definida pelo Ministério da Saúde. Apesar da mudança, quem conseguiu tomar a primeira dose terá garantido o direito ao reforço.
 
A nova regra atinge grupos que tentavam negociar com o Governo do Distrito Federal (GDF) e que fizeram acordos com o governador Ibaneis Rocha (MDB), mas ainda não haviam recebido atendimento. Os bancários, por exemplo, deveriam receber as doses amanhã, mas tiveram a vacinação suspensa devido à nova determinação. Para o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, o modelo garantirá uma melhor cobertura à população. “Observamos que, usando (o critério com) a idade, vamos atingir todas as categorias (profissionais)”, afirmou em coletiva no Palácio do Buriti, ontem.
 
Novas categorias só ficarão entre as prioridades caso o Ministério da Saúde envie doses “carimbadas”, segundo Osnei Okumoto, com indicativo para profissões específicas. Se isso ocorrer, a pasta seguirá a orientação. A mudança não agradou os bancários. O sindicato da categoria em Brasília se manifestou por meio de nota e informou que defende a imunização dos profissionais, em virtude da exposição ao vírus durante os atendimentos. A entidade convocou uma assembleia para ontem à noite, na qual os trabalhadores discutiriam uma paralisação das atividades. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia terminado.
 
Para o epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Walter Ramalho, a discussão provocada pela mudança é compreensível, mas a decisão não representa um cenário ideal. “Com a imunização apenas por idade, esquecemos dos profissionais expostos ao vírus que têm uma faixa etária baixa. O interessante seria a inclusão mais transparente das categorias, em conjunto com a vacinação por idade”, argumenta.

Luciano Rodrigues tem 47 anos e comemorou a imunização: benefício para a coletividade (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Luciano Rodrigues tem 47 anos e comemorou a imunização: benefício para a coletividade


Agendamento
 
A implementação do novo esquema vacinal seguirá a regra de agendamento pelo site vacina.saude.df.gov.br, a depender da chegada de novas doses. A marcação ficará aberta até que se esgotem todas as vagas para a faixa etária da vez. Durante a coletiva, os integrantes do GDF reforçaram que não definirão um calendário geral, porque não têm definições prévias sobre o envio de imunizantes pelo Ministério da Saúde. Em relação ao avanço de uma eventual terceira onda, o secretário Osnei Okumoto declarou que a capital federal está preparada e que acompanha as testagens para detecção de cepas. O chefe da pasta lembrou que os exames continuam a ser feitos em hospitais e unidades básicas de saúde da rede pública.
 
A SES-DF liberou 46,5 mil vagas para vacinação da população com 46 anos ou mais. A aplicação das doses nesse público começa hoje, em 56 pontos espalhados pelo Distrito Federal. Para os habitantes com 47 anos, a imunização teve início ontem. Quem estava agendado para se imunizar no Estacionamento 13 do Parque da Cidade não enfrentou filas. O cozinheiro Luciano Rodrigues comemorou a chegada da vez dele. “Isso não é algo individual. Se a pessoa não se imunizar, pode passar para um ente querido, um amigo”, comentou.
 
A professora Lígia Correia ficou aliviada a partir do momento em que descobriu que poderia se vacinar. “Graças a Deus chegou a minha hora. A gente fica muito feliz, entusiasmada”, contou. No entanto, ela cobra um melhor planejamento para distribuição das doses. “Eu sou educadora na rede pública e estou vacinando por idade porque minha oportunidade não havia chegado (pela categoria profissional)”, completou Lígia.

Correio Braziliense quinta, 01 de julho de 2021

INVERNO AQUECE COMÉRCIO

Jornal Impresso

 

Inverno aquece o comércio
 
Segundo estimativa do Sindivarejista, com as baixas temperaturas registradas desde o último domingo, a procura por produtos como agasalhos e cobertores aumentou 4% em relação ao começo da estação em 2020, quando o setor sofreu retração de 2%

 

» Pedro Marra

Publicação: 01/07/2021 04:00

Telma Balbino, 47 anos, comprou casacos para ela, a filha e o pai, além de três cobertores (Pedro Marra/CB/D.A Press)  
Telma Balbino, 47 anos, comprou casacos para ela, a filha e o pai, além de três cobertores

O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) estima que a venda de produtos para o frio, como agasalhos, mantas e cobertores, tenha elevação de 4%, na capital. Em 2020, houve redução de 2% no mesmo período, na avaliação da entidade, porque o inverno não foi tão intenso e a pandemia estava no auge. Moradora da Asa Sul, Telma Balbino, 47 anos, não perdeu tempo e adquiriu algumas coisas para amenizar as baixas temperaturas. “Senti o impacto do frio, e estou comprando agasalhos e calças de moletom, também, para o meu pai e para a minha filha. Até comprei três cobertores para casa. Saí de casa só para isso mesmo”, conta.
 
Presidente do Sindivarejista, Edson de Castro acredita que os bons resultados se manterão até o fim do inverno. “Os clientes compram mais moletom e agasalho. Especialmente, as mães compram para os filhos, porque ficam preocupadas com a saúde deles. Estamos prevendo que essa situação deve permanecer nos meses de julho e agosto”, analisa.
 
Gerente da Hering do Sudoeste, Flávia Figueiredo, 35, calcula que o gasto médio por cliente aumentou de R$ 190 para R$ 250, desde sábado. “A gente sempre aumenta o pedido de moleton neste período, mas tivemos que pedir mais, porque ninguém esperava esse frio intenso. Abrimos em 4 de novembro, mas em outras lojas da rede (Gilberto Salomão e JK Shopping), o crescimento é de 15% em relação ao inverno de 2020”, acrescenta.
 
Fábio Carneiro, 35, gerente das Lojas Leal do Sudoeste, revela que os clientes têm desembolsado cerca de R$ 300 em produtos para o inverno, como cobertores e a linha de cama. Em 2020, a média foi de R$ 200. “A maioria costuma vir e comprar para outras pessoas, mas também para levar para doação. Em comparação com o ano passado, a procura de produtos para frio aumentou bastante”, avalia o gerente da loja.
 
Comidas
Devido ao tempo frio, alguns restaurantes mudaram o cardápio. O Bla’s, na 406 Norte, traz um costelão prensado, feito com corte bovino cozido lentamente, purê de mandioquinha, demi-glace, saladinha de baby leaf, picles de cebola e chips, por R$ 55. “O produto que mais temos vendido são nossos risotos, principalmente às quartas-feiras, quando temos o nosso festival do risoto com opções exclusivas (R$ 69,90, por pessoa). Pretendemos incluir no cardápio o caldo de mandioquinha e, para finalizar a refeição, um chocolate quente cremoso”, adianta o chefe Filipe Ribeiro. 
 
A expectativa do restaurante é de dobrar as vendas de 2020. Desde o início do inverno, em 21 de junho, o estabelecimento teve crescimento de 35% nas vendas dos pratos para o frio, em comparação ao mês anterior.
 
O menu de inverno dos restaurantes Santé 13, na 413 Norte, e Santé Lago, na Orla da Ponte JK, apostam em sabores típicos do interior, como milho, canjica, melaço de cana e amendoim para apresentar criações únicas e contemporâneas. As opções ficam disponíveis até o fim de julho. “Em 2020, na mesma época, os restaurantes estavam fechados. Com a casa aberta, mais clientes poderão visitar e experimentar o menu especial. Ano passado, distribuímos gratuitamente canjica para todos os clientes de delivery, como um diferencial. Este ano, esperamos um aumento de 40% da procura pelo cardápio”, prevê o chefe Divino Barbosa. O menu invernal do Santé fica disponível no almoço e no jantar. “Essa mudança na procura pelos pratos é notória com a chegada das temperaturas mais frias”, conclui.
 
E vem mais frio
Planaltina e Gama registraram mínima de 6ºC na madrugada de domingo e, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi a menor temperatrura do ano, no Distrito Federal. A previsão para os próximos dias, assim como para toda a estação, é de que o tempo permaneça frio.
 
“A gente está com um pouco mais de uma semana do início do inverno, que termina em 22 de setembro, então, até lá, a gente deve ter pouca mudança ao que estamos vendo hoje. Esse ar frio que estava no Sul chegou ao Centro-Oeste. Raramente, as máximas vão superar 29º e 30ºC, em média. Periodicamente, nesses dias frios, temos sempre outros ainda mais frios. Com essa massa de ar, devemos ter geada no Triângulo Mineiro, que não é muito longe do DF”, alerta o especialista.
 
A previsão do tempo para hoje é de mínima de 10ºC, na região central de Brasília, e de 9ºC, no DF como um todo,  com sol e poucas nuvens. A máxima não deve superar os 26ºC, com umidade relativa do ar entre 30% e 90%.

Correio Braziliense quarta, 30 de junho de 2021

LEGIÃO URBANA: DADO E BONFÁ SÃO LEGIÃO

LEGIÃO URBANA

Dado e Bonfá são Legião

 

» Fernanda Gouveia*
» Irlam Rocha Lima

Publicação: 30/06/2021 04:00

Músicos poderão usar o nome da banda em shows (Fernando Schlaepfer/Divulgação)  
Músicos poderão usar o nome da banda em shows
 
A 4ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, ontem, pela possibilidade de o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá usarem a marca Legião Urbana, que hoje é administrada por Giuliano Manfredini, filho do cantor e compositor Renato Russo. Após adiamento do último julgamento pelo ministro Antônio Carlos Ferreira, o voto de desempate foi do ministro Marco Buzzi. A defesa de Giuliano deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
 
O caso estava há oito anos se desenrolando na Justiça. Giuliano Manfredini começou a notificar Villa-Lobos e Bonfá quando faziam apresentações ou usavam de alguma forma a marca da banda por afirmar ter os direitos totais pelo nome Legião Urbana. Assim, em 2013, os dois músicos, que fizeram parte da formação mais famosa da banda brasiliense, entraram com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2013 para impossibilitar esse tipo de cobrança de Giuliano. Dado e Marcelo se viam no direito de usar o nome da Legião Urbana por terem participado do início e do crescimento do conjunto que se tornou um dos mais famosos do país.
 
“Para mim, foi o melhor presente que poderia receber no dia do meu aniversário. É um fardo que estou tirando das minhas costas. Decisão da Justiça é para ser cumprida. Mas, quero deixar claro que nunca usamos a marca Legião Urbana. Bonfá e eu fizemos shows com nossas músicas, para comemorar 30 anos dos discos de estreia, do Dois e do Que país é este? de uma banda que saiu de Brasília para conquistar o Brasil e se tornar universal”, destaca Dado Villa-Lobos, guitarrista. “Poderemos voltar a fazer shows quando houver possibilidade de reunir as pessoas e celebrar o que fizemos pelo rock, pela música, pela cultura brasileira, mas obviamente não tem nada planejado por enquanto. Agora só queremos comemorar essa vitória que obtivemos na Justiça”, acrescenta.
 
No primeiro julgamento, em 2013, os músicos venceram o processo na Justiça, alegando que a marca também é deles e que, inclusive, participaram do registro do nome no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Por isso, não poderiam ser impedidos ou notificados por Giuliano no assunto, sob pena de multa de R$ 50 mil por tentativa. Porém o caso voltou à tona após uma ação rescisória de Giuliano Manfredini para reverter a decisão prévia de que Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá poderiam usar o nome da banda em shows e atividades artísticas variadas. O processo teve que ir, então, para instância federal e chegou ao STJ, sob a relatoria da ministra Isabel Gallotti.
 
Em 6 de abril deste ano, Gallotti votou para garantir à Legião Urbana Produções Artísticas a detenção do uso exclusivo da marca, firmada nos efeitos do registro efetivado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Depois de o julgamento ter sido adiado com um pedido de vista do ministro Antônio Carlos Ferreira, com a nova decisão do STJ, os artistas poderão utilizar a marca sem precisar da autorização de Giuliano Manfrendini ou de um acordo financeiro com o produtor cultural. O ministro Marco Buzzi divergiu da relatora Maria Isabel Gallotti e acompanhou o voto de Antônio Carlos Ferreira.
 
O placar foi 3 a 2 para Villa-Lobos e Bonfá. Buzzi defendeu que os ex-integrantes da Legião Urbana foram responsáveis por construir o legado cultural brasileiro e, portanto, possuem direito de apresentar as obras autorais em nome da banda. Além disso, ele ressaltou que o trabalho artístico dos músicos promove a valorização do nome da Legião Urbana, o que beneficia o detentor da marca.
 
Em nota, a Legião Urbana Produções Artísticas destaca que  “a decisão da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça coloca em risco a segurança jurídica do registro de marcas no país, conquistado há anos pela legislação brasileira. E vai além, abre perigoso precedente em relação à proteção da propriedade industrial, amplamente adotada nas democracias contemporâneas e consagrada na Constituição Federal.  Em respeito ao ordenamento jurídico e às verdades factuais, a empresa estudará possibilidades recursais às instâncias cabíveis”.
 
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Correio Braziliense terça, 29 de junho de 2021

NAMORADA SALVA BRASILIENSE DE DESABAMENTO NA FLÓRIDA

Jornal Impresso

Namorada salva brasiliense de desabamento na Flórida
 
Morador do prédio de 12 andares que desabou em Surfside, o brasiliense Erick D%u2019Moura foi convencido pela namorada, Fernanda, a não voltar para casa, na noite de tragédia. Ela %u201Cevitou%u201D o pior. (Arquivo Pessoal)
Erick Moura e Fernanda: insistência da namorada evitou que empresário dormisse no apartamento que desabou

 

Publicação: 29/06/2021 04:00

Erick D%u2019Moura e Fernanda: insistência da namorada evitou que empresário dormisse no apartamento que desabou (Giorgio Viera/AFP)  
 
É do poeta chileno Pablo Neruda a frase: “Se nada nos salva da morte, ao menos que o amor nos salve da vida”. Foi exatamente o amor que provavelmente salvou Erick D’Moura da morte e deu-lhe uma “nova vida”. Em 2018, o empresário de 40 anos trocou Brasília, cidade onde nasceu, por Surfside, na zona norte de Miami Beach (Flórida). Morava de aluguel no apartamento 1004 do condomínio Champlain Towers South. “Perdi o apartamento. Acabou. Caiu tudo. Da minha coluna, de final 04, sou a única pessoa que sobreviveu. Todo mundo está desaparecido. Todo mundo morreu ali”, afirmou Erick ao Correio, pelo WhatsApp. Parte do prédio de 12 andares desabou à 1h30 (2h30 em Brasília) de quinta-feira. A pedido da namorada, Fernanda, 43 anos, Erick não estava no condomínio no momento da tragédia.
 
“Eu fui à casa dela para assistir à partida de  futebol entre Brasil e Colômbia. Estávamos na companhia de amigos colombianos. Ao fim do jogo, eu me despedia da Fernanda, do lado de fora da casa dela, quando pediu que eu ficasse”, relatou Erick. Ele admitiu que ficou contrariado com o apelo. O brasiliense estava com a roupa molhada e não tinha outra peça para se trocar. Eu havia pulado no mar para pegar uma bola, depois da partida. Estava pronto para ir para casa. No dia seguinte, planejava acordar cedo, tomar minha suplementação e ir para a academia”, disse. Por volta das 5h30, quatro horas depois do desabamento, Erick levantou-se para pegar o celular e programar o alarme para despertar. “Foi quando me deparei com as mensagens e chamadas no aparelho. Soube que o prédio tinha caído”, relatou.
 
Ele acredita que Deus agiu para salvá-lo por meio da vida de Fernanda. “Minha vontade era de ir para casa, dormir tranquilo na minha cama, tomar banho e malhar pela manhã. O fato de Fernanda ter pedido que eu ficasse mudou tudo”, desabafou. Erick admite que o prédio apresentava um “problema estético”. “Tinha algumas rachaduras, inclusive no meu apartamento, mas é difícil afirmar se a estrutura estava comprometida”, contou. Questionado sobre um laudo assinado por engenheiro, em 2018, que apontava danos na estrutura do Champlain Towers South, Erick disse que não tinha conhecimento, pois não participava das reuniões de condomínio. “Isso era uma coisa discutida entre eles. Mas a cidade de Surfside, mesmo com o laudo, tinha dado o prédio como OK.”
 
“Eu insisti muito para ele ficar”, contou Fernanda ao Correio. Um dos filhos dela decidiu dormir na casa de um amigo. Ela viu uma oportunidade para que o casal passasse a quarta-feira sozinho. “Eu disse a ele: ‘Você não vai embora, vai ficar’. Fui muito incisiva e até me surpreendi com a forma como agi. Se não tivesse insistido, provavelmente estaria procurando pelo corpo do Erick”, acrescentou. Segundo Fernanda, na madrugada de quinta-feira, o namorado entrou no quarto dela gritando que o prédio tinha caído. “Quando ele me mostrou a foto, comecei a chorar.”
 
De acordo com o jornal Miami Herald, 36 horas antes do colapso da estrutura, um empreiteiro especializado em piscinas fotografou rachaduras na parede de concreto da garagem. Até o fechamento desta edição, 11 corpos tinham sido resgatados dos escombros. Os bombeiros realizavam buscas por 150 moradores, incluindo um menino brasileiro de cinco anos. (RC)

 


Correio Braziliense segunda, 28 de junho de 2021

VÔLEI: MORAL ELEVADO PARA TÓQUIO - BRASIL VIRA SOBRE POLÔNIA E GANHA INÉDITO TÍTULO DA LIGA DAS NAÇÕES

 

Moral elevado para Tóquio
 
Brasil vira sobre Polônia e ganha inédito título da Liga das Nações, última competição antes das Olimpíadas

 

Publicação: 28/06/2021 04:00

Título coroou uma grande campanha do time verde e amarelo, que obteve 15 vitórias e duas derrotas
 (Divulgação/FIVB 
)  
Título coroou uma grande campanha do time verde e amarelo, que obteve 15 vitórias e duas derrotas
A Seleção Brasileira masculina de vôlei chegará aos Jogos Olímpicos de Tóquio com confiança em alta, na busca pela medalha de ouro. Com uma grande apresentação, ontem, conquistou o inédito título da Liga das Nações, com vitória, de virada, sobre a Polônia, em Rimini, na Itália, por 3 a 1, parciais de 22/25, 25/23, 25/16 e 25/14. Foi uma apresentação de gala do conjunto verde e amarelo.
 
A linda festa dos comandados de Carlos Schwanke ao fim do jogo mostrou o espírito de garra e união da Seleção Brasileira. Wallace foi muito bem nos saques e no ataque, sendo o destaque da decisão com 22 pontos. Maurício apareceu nos bloqueios em pontos importantes. Bruninho apresentou todo o repertório e Leal, mais uma vez, também se destacou, com 17 bolas certeiras.
 
Chegar a Tóquio com o moral elevado é importante, pois a Seleção caiu num grupo complicado na Olimpíada, ao lado de muitos favoritos: Rússia, Argentina, França e Estados Unidos. A Tunísia completa a chave.
 
O Brasil sofreu muito com o saque dos poloneses no primeiro set. Mesmo assim, conseguiu equilibrar o confronto. Na reta final, porém, depois de ter 20 a 19 e o contra-ataque, não aproveitou e viu os rivais virarem para 23 a 20. As equipes trocaram pontos sem quebras até a Polônia fechar por 25 a 22.
 
A Seleção Brasileira voltou mais ligada no segundo set. Soltando o braço, foi para a primeira parada técnica com 8 a 5. Os rivais se acertaram na pausa e buscaram o 9 a 9. A reação parou. Bem no saque e no bloqueio, a Seleção Brasileira logo chegou a 17 a 12. Mesmo com novo crescimento dos europeus, deu Brasil com 25 a 23.
 
A virada veio na terceira parcial com um grande set brasileiro. Wallace foi para o saque com 20 a 16 e o Brasil emplacou pontos em sequência, com bloqueio, no serviço e com erro de um desestabilizado rival para cravar 25 a 16. Após o início com susto, os brasileiros dominavam totalmente a partida.
 
O quarto set seguiu com domínio brasileiro até dois erros seguidos darem a igualdade em 7 a 7. O pedido de desafio não reverteu o ponto. Mas os poloneses erraram o saque e a pausa foi com 8 a 7 para o time de Schwanke.
 
Leal sacou bem e aproveitou contra-ataque para o Brasil abrir vantagem. Em erro de saque de Leon, a vantagem chegou a 16 a 12. Enquanto uma equipe vibrava, a outra baixava a guarda. Entregue em quadra, a Polônia não acertava mais nada. Com saque forte de Lucão, a Seleção chegou ao game point em 24 a 14. Com bola no chão de Wallace, enfim, o título.
 
Agora, o Brasil vai a Tóquio para defender o título olímpico e tentar a quarta medalha de ouro, depois das conquistas em 1992, 2004 e 2016. Antes da partida decisiva, a França obteve o terceiro lugar da Liga das Nações ao bater a Eslovênia por 3 sets a 0 (25/20, 25/18, 25/19).
 
Reencontros
A equipe brasileira se reencontra com o triunfo na Liga das Nações (antiga Liga Mundial), depois de ter perdido cinco vezes na final desde o último título na competição, em 2010. Na final que reuniu dois favoritos à medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, que começam em menos de um mês (23 de julho a 8 de agosto), os atuais campeões olímpicos venceram os poloneses, que derrotaram os brasileiros nas duas últimas finais da Copa do Mundo, em 2014 e 2018.
 
Convocados para Tóquio
Os 12 atletas que representarão o país nos Jogos de Tóquio foram anunciados, ontem, pelo técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei, Renan, que ainda está em reta final de reabilitação pós-covid. A lista é composta por Bruninho e Fernando Cachopa (levantadores); Wallace e Alan (opostos); Lucão, Maurício Souza e Isac (centrais); Lucarelli, Leal, Maurício Borges e Douglas (ponteiros); e o líbero Thales. A equipe retorna ao Brasil no início do dia nesta segunda-feira e se reapresenta em 1º de julho para treinamentos em São Paulo.

Correio Braziliense domingo, 27 de junho de 2021

A SECA NOSSA DE CADA DIA

Jornal Impresso

A seca nossa de cada dia

 

Publicação: 27/06/2021 04:00

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  


Manhãs e noites geladas, céu azul e florada de ipês. O inverno de Brasília tem caraterísticas únicas que encantam. Mas também exige um cuidado especial com a hidratação. Preparamos um guia para você enfrentar — e curtir — os dias secos


Feminino
Por que é preciso falar sobre dignidade menstrual


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Séries e filmes para celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+


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Caminhadas e corridas: movimente-se ao ar livre

Correio Braziliense sábado, 26 de junho de 2021

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DO DF COMEÇAM A SE VACINAR NESTE SÁBADO

 

Professores da rede pública do DF começam a se vacinar neste sábado

Educadores serão imunizados durante o final de semana. Haverá pontos de vacinação montados em cinco locais: Taguaparque, Parque da Cidade, Torre de TV, Uniplan de Águas Claras e no Sesc Ceilândia

A gari Enilde Rocha se vacinou ontem no Parque da Cidade -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A gari Enilde Rocha se vacinou ontem no Parque da Cidade - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

imunização contra a covid-19 no Distrito Federal segue no fim de semana. São cinco postos abertos destinados à vacinação de professores e, a previsão, de acordo com a Secretaria de Saúde, é aplicar cerca de cinco mil doses neste sábado (26/6) e mais cinco mil no domingo (27/6). Ao todo, 18 mil doses únicas da vacina Janssen serão distribuídas para o grupo. O objetivo, segundo a pasta, é finalizar o atendimento dos professores da rede pública de ensino até segunda.

Amanhã, as doses serão distribuídas para as escolas das regionais de ensino de Santa Maria e de São Sebastião, assim como parte das regionais do Paranoá e de Samambaia. Na segunda, oito mil doses serão aplicadas nas demais escolas das regionais de Taguatinga, Samambaia, Paranoá e todas as unidades de Planaltina. Nove das 14 regionais de ensino da rede pública do DF serão atendidas até segunda. Restarão as regionais de Ceilândia, Gama, Sobradinho, Núcleo Bandeirante e Plano Piloto. Estas serão convocadas nos próximos dias, com a chegada de novos lotes da vacina da Janssen.

Também segue aberto o agendamento para vacinação do grupo de 48 a 59 anos, bem como gestantes e puérperas sem comorbidades, além dos rodoviários. Quem tem mais de 60 anos pode ir diretamente a um dos 55 pontos de vacinação da capital.

Garis

Nos últimos três dias, o GDF ampliou a vacinação contra a covid-19 para profissionais que trabalham nas limpezas das ruas das cidades pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Neste sábado, a imunização do grupo foi interrompida, mas a previsão é que mais 600 garis sejam vacinados a partir de amanhã. Nessa etapa, as equipes da Secretaria de Saúde vão aplicar as doses na Base Administrativa do Quartel-General do Exército. No domingo, serão aplicadas 300 doses, 100 para cada empresa: Valor Ambiental, Sustentare e Suma Brasil. Na segunda, a etapa será finalizada com mais 300 doses. As vacinas serão aplicadas sempre no mesmo horário, das 18h às 23h.

Novos casos

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Saúde, o DF registrou 856 novos casos e 14 mortes pela doença. No total, a capital soma 426.646 ocorrências de covid-19 e 9.172 óbitos. A taxa de transmissão do vírus está em 0,95. Com as atualizações, a média móvel de casos está em 790, o que representa redução de 3,51%, em relação ao número de 14 dias atrás. Quanto às mortes, em comparação ao mesmo período, o índice é de 17,29, queda de 23% quando comparado há duas semanas.

Ontem, a rede pública de saúde operava com 75,59% de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19. Dos 452 leitos, 161 estavam com pacientes, 52 vagos e 234 bloqueados. Na rede privada, a taxa era de 85%. Das 300 UTIs, 204 estavam ocupadas, 38 livres e 58 bloqueadas. Há 63 pacientes aguardando uma vaga, sendo que oito estão com suspeita ou confirmação da doença.


Correio Braziliense sexta, 25 de junho de 2021

LAILA GARIN: ATRIZ LEVA AOS PALCOS MACABÉA ENCANTADA, BASEADO EM A HORA DA ESTRELA, DE CLARICE LISPECTOR

Jornal Impresso

Macabéa encantada
 
Estrelado pela grande voz do teatro musical brasileiro Laila Garin, o espetáculo é baseado na obra a hora da estrela de Clarice Lispector, com trilha sonora original de Chico César

 

» Naum Giló*

Publicação: 25/06/2021 04:00

 

Laila Garin brilhante no palco vivendo a personagem icônica  (Daniel Barboza/Divulgação)  
Laila Garin brilhante no palco vivendo a personagem icônica

 

 

A hora da estrela chega ao palco do CCBB de Brasília, com trilha sonora original assinada por ninguém menos que Chico César. O responsável por dirigir e adaptar o musical, baseado na obra de Clarice Lispector, é André Paes Leme, que tem larga experiência com transcrição de livros para os palcos, os chamados “romances em cena”.

 

O espetáculo também vai contar com sessões virtuais gratuitas, que vão ocorrer nos mesmos dias e horários das apresentações presenciais, pelos canais do Banco do Brasil e BB Seguros, no YouTube. O musical fica em Brasília até 4 de julho, de quinta-feira a domingo, com sessões às 16h (apenas sábado e domingo) e 19h. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site do Eventim.

 

A hora da estrela ou O canto de Macabéa reúne artistas de peso para celebrar o centenário de Lispector. Estrelando como a protagonista Macabéa, e uma das grandes vozes do teatro musical brasileiro, Laila Garin se viu com o desafio de interpretar uma personagem cuja personalidade difere bastante dos papéis que tem feito ultimamente na sua premiada carreira. “Foi uma dificuldade. Macabéa entra em contradição com as personagens que fiz ultimamente, que são bélicas, combativas. Macabéa é delicada e grata pela vida, mesmo quando é maltratada”, analisa a atriz.

 

Em 2013, Laila estreou o Elis — o musical, no qual incorporou a irreverente, impulsiva e desbocada cantora, que deslumbrou o Brasil dos anos 1970. Mais tarde, a atriz daria voz à inconformidade de Joana, no espetáculo Gota d’água, tragédia musical de Chico Buarque e Paulo Pontes.

 

Macabéa é bem diferente de Elis Regina e de Joana. A imigrante nordestina se contenta com uma existência medíocre no Rio de Janeiro. Ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém. Sua vida na cidade é marcada pela ausência de afeto e poesia.

 

Lançado pouco tempo antes da morte da autora, em 1977, A hora da estrela é a obra mais social de Clarice Lispector. “Macabéa representa as pessoas invisibilizadas, como índios, negros, mulheres e pobres. Ela fala de bondade e empatia. Fala de solidão, que cabe muito no momento que vivemos hoje”, observa Laila Garin, que também interpreta o papel da atriz que narra a história. Na obra original, esse papel é feito pelo escritor Rodrigo S.M., que narra a vida da jovem na tentativa de se livrar do mal-estar que ela representa e que o contagia, ao mesmo tempo em que se apieda e se revolta.

 

“A angústia vivida pelo personagem do escritor, a meu ver, faz uma aproximação direta com o olhar do leitor. No caso do teatro, me pareceu natural que esse lugar fosse ocupado pela personagem da atriz e que seria imprescindível manter a sua reflexão”, explica o diretor André Paes Leme. “Se na literatura o escritor fornece as palavras, no palco é a atriz que empresta o seu corpo e a sua emoção para dar vida ao personagem. É a atriz que revela ao espectador a dor e o prazer de ser Macabéa”, esclarece.

 

Sobre o processo de adaptação do livro para o teatro, Paes Leme ressalta que é preciso levar em conta a autonomia dramatúrgica em relação à obra literária original. Ele sustenta que a pretensão de abarcar todas as possibilidades que um romance oferece pode gerar uma “perda de concentração de ação”, o que pode enfraquecer o acontecimento teatral, cuja apreensão é muito dinâmica e efêmera. “A busca por uma fidelidade pode mesmo impedir o melhor resultado. É quase uma obrigação artística que a versão cênica de um romance cometa traições, algumas até profundas, para que alcance uma identidade própria, pois ela sempre será uma releitura. Mas, no nosso caso, não tenho dúvidas de que temos um resultado bem fiel ao romance”, antecipa o diretor.

 

Trilha sonora original

 

Assinadas por Chico César, com arranjos e direção musical de Marcelo Caldi, as músicas pontuam toda a dramaturgia e aparecem para ilustrar o estado emocional e o interior de cada personagem, trazendo alguma fantasia para existências tão opacas presentes no romance de Lispector.

Não é a primeira vez que Chico César une a sua genialidade musical com o universo do teatro. Em 2017, o paraibano assinou a trilha de Suassuna — O auto do Reino do Sol, ao lado da Cia. Barca dos Corações Partidos, trabalho que lhe rendeu uma série de prêmios e indicações, entre eles o Prêmio da Música Brasileira pelo álbum.

 

“O encontro com Chico César foi especial, e o trabalho foi primoroso. A sua música é essencialmente dramaturgia. Ele tinha uma visão muito sensível sobre a obra e sabia o que era fundamental ser dito em cada composição”, lembra André Paes Leme. “No início do processo de elaboração da dramaturgia, indiquei as passagens literárias que poderiam ser contadas por meio das músicas. Em cada uma dessas, ele propôs uma verdadeira viagem musical. Nossa história é contada e também muito bem cantada”, detalha o diretor.

 

Pandemia

 

Embora seja possível traçar paralelos entre a história de Macabéa e o momento que vivemos hoje, o musical A hora da estrela estreou ainda em março de 2020, no Rio, antes das medidas de restrição serem decretadas por todo o país. Este ano, o espetáculo voltou para o contato direto com o público, mas de maneira totalmente segura, seguindo todas as regras sanitárias de prevenção ao coronavírus.

 

No palco, os atores contracenam usando máscara e com as marcações modificadas para manter o distanciamento entre eles. O teatro do CCBB estará funcionando com 40% da capacidade, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

 

Para os que preferem prestigiar o espetáculo em casa, as sessões virtuais são transmitidas nos mesmos dias e horários das apresentações presenciais. A vantagem para quem optar assistir virtualmente ao musical é que os atores atuam sem máscara e com as marcações originais, sem o distanciamento.

 

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira 

 


Correio Braziliense quinta, 24 de junho de 2021

EUROCOPA: DRAMA, RECORDE E PROTESTO

Jornal Impresso

 Eurocopa - Drama, recorde e protesto
 
Em dia de vaga sofrida alemã e marca de Cristiano Ronaldo, Eurocopa finaliza fase de grupos e define mata-mata. Fora de campo, ativista LGBTQ+ protesta contra a Uefa

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 24/06/2021 04:00

Atacante português chegou ao gol 109 pela seleção e igualou o iraniano Ali Daei (Franck Fife/AFP)  
Atacante português chegou ao gol 109 pela seleção e igualou o iraniano Ali Daei
 
A Eurocopa segue sendo um ringue de quebra de recordes para o astro Cristiano Ronaldo. Após se tornar o maior artilheiro e o nome com mais jogos e participações em edições na história do torneio, o português marcou duas vezes no empate por 2 x 2 com a França e quebrou uma nova marca pessoal. Agora, ele chegou aos 109 gols feitos por Portugal, igualando o índice de goleador máximo por seleções nacionais estabelecido pelo iraniano Ali Daei durante os anos 1990 e 2000. Além das marcas de CR7, a competição do Velho Continente encerrou a fase de grupos, conheceu o chaveamento completo da etapa mata-mata e registrou novo caso de ativismo político fora das quatro linhas.
 
O português, de 36 anos, atingiu a marca ao converter duas cobranças de pênalti, ontem, em Budapeste, pela terceira e última rodada do Grupo F. Com cinco gols, Cristiano Ronaldo também é o artilheiro da atual edição da Eurocopa. Benzema, também duas vezes, anotou os tentos dos franceses. Com a igualdade no placar, a França avançou em primeiro lugar na chave, enquanto Portugal ficou em terceiro. Em Munique, a Alemanha garantiu a segunda posição com direito a drama e até choro de torcedores na arquibancada. O time alemão ficou duas vezes atrás da Hungria no placar e flertou com a eliminação, mas buscou o resultado e volta ao mata-mata após ficar de fora na última edição do torneio. Goretzka e Havertz marcaram para os donos da casa. Ádám Szalai e Schäfer fizeram os gols húngaros. 
 
No grupo E da Euro, os favoritos cumpriram bem o seu papel e garantiram vagas para a sequência da competição de seleções do Velho Continente. No estádio de São Petersburgo, Suécia e Polônia fizeram um jogo movimentado e com reviravoltas. Os suecos abriram dois de frente com gols de Forsberg. Lewandowski também balançou a rede duas vezes para igualar. Aos 48 minutos do segundo tempo, Claesson garantiu o triunfo e a classificação do país nórdico. Em Sevilla, a Espanha, enfim, deslanchou no torneio. Em apresentação tranquila, a Fúria venceu a primeira ao golear a Eslováquia, por 5 x 0. Laporte, Sarabia, Ferrán Torres, Kucka e o goleiro Dúbravka — em um gol contra bizarro, quando a bola bateu na trave e o goleiro esmurrou o rebote para as redes — fizeram os tentos da partida.
 
Agora, a Eurocopa entra na fase mata-mata. A sequência de jogos eliminatórios do torneio de seleções do Velho Continente começa no sábado e vai até a próxima terça-feira, com dois jogos a cada dia. Os confrontos de destaque são os encontros entre Inglaterra x Alemanha e Bélgica x Portugal.
 
No extracampo, um nova manifestação marcou o torneio. Durante a execução do hino húngaro, um ativista LGBTQ+ invadiu o gramado da Arena de Munique e exibiu uma bandeira nas cores do arco-íris em manifestação contra à Uefa. Dias antes do jogo, a entidade tomou a controversa decisão de vetar uma iluminação com as mesmas cores no estádio. A ação da capital alemã seria um posicionamento de repúdio a uma lei aprovada na Hungria que restringe os direitos de informação dos jovens com relação à homossexualidade e transexualidade.

Correio Braziliense quarta, 23 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: EU AMO MESSI - CONHEÇA O FÃ BRASILIENSE QUE TATUOU MESSIN NAS COSTAS E GANHOU AUTÓGRAFO DO ÍDOLO

Jornal Impresso

Eu amo Messi
 
Conheça o fã brasiliense que tatuou as costas inteiras com a imagem do ídolo e ganhou autógrafo do astro no corpo

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 23/06/2021 04:00

Igor Magalhães teve a tatuagem em homenagem ao ídolo autografada pelo astro argentino na porta do hotel (Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Igor Magalhães teve a tatuagem em homenagem ao ídolo autografada pelo astro argentino na porta do hotel
 
O brasiliense Igor Magalhães, de 33 anos, é um dos milhares de fãs de Lionel Messi. Poucos, porém, impressionaram o craque argentino a ponto de o jogador eleito seis vezes melhor do mundo publicar nas redes sociais que gostaria de encontrá-lo para dar um autógrafo. Esse nem era o desejo do torcedor morador de Sobradinho quando tatuou as costas inteiras com uma ilustração do astro. “Nunca foi intencional fazer a tatuagem para ter vantagem para conhecer o Messi. Era algo que eu queria para mim. Tudo isso que aconteceu nunca foi planejado”, conta Igor.
 
A tatuagem feita em 2019 levou 36 horas, divididas em três dias, em Porto Alegre, com o tatuador Tony  Vilella. O motivo da escolha foi o estilo do profissional, a disponibilidade na agenda e o preço mais em conta em comparação aos que havia pesquisado. Mesmo assim, desembolsou R$ 10 mil. Em 2020, Igor tinha a intenção de viajar para a Espanha, tentar visitar o estádio Camp Nou, em Barcelona, e, claro, tietar o ídolo. Mas a pandemia adiou os planos.
 
Eis que, entre muitas polêmicas, a Copa América 2021 veio para o Brasil e com dois jogos da Argentina, em Brasília, na primeira fase. “Apesar de saber que a Copa América não deveria nem ser jogada, por conta da pandemia, surgiu a oportunidade de eu chegar perto do Messi, então tentei correr atrás de ter um abraço ou qualquer coisa assim”, conta Igor. Na sexta passada, quando a Argentina venceu o Uruguai (1 x 0), o torcedor fez a primeira tentativa sem sucesso de ver Messi na porta do Windsor Plaza, hotel onde a delegação estava concentrada.
 
No dia seguinte, Igor voltou a marcar presença no hotel para ver a saída da delegação argentina rumo ao treino. O brasiliense foi abordado por um repórter de um canal de televisão argentino (TyC). “Como o jornalista me perguntou várias coisas em espanhol e muito rápido, eu não entendi nada. Então, só virei e mostrei a minha tatuagem”, conta. A tevê publicou a imagem nas redes sociais, e o próprio Messi comentou na publicação que estava impressionado e disse que gostaria de autografar a tatuagem.
 
“Foram três dias sem dormir”, relata Igor, após ver a interação do ídolo. Dois dias depois, a seleção argentina voltou a se hospedar em Brasília, e os jornalistas argentinos ajudaram a promover o encontro entre Igor e Messi na primeira vez que o craque se aproximou do público na entrada do hotel. A interação não durou mais de 5 minutos. Cercado por seguranças, o jogador pegou uma caneta e autografou as costas de Igor próximo à tatuagem.
 
“Só consegui cumprimentá-lo com um soquinho e dizer ‘gracias, Messi’”, lembra Igor. O local do encontro do camisa 10 fica a menos de 1 km de distância do estádio onde assistiu pela única vez ao ídolo jogando in loco. Igor esteve no Mané Garrincha na vitória da seleção argentina sobre a Bélgica, por 1 x 0, na Copa do Mundo de 2014. “Eu calculei que a Argentina chegaria às quartas de final e comprei o ingresso antecipadamente para assistir ao Messi. Deu certo”, comemora. O complemento da tatuagem com a assinatura também foi eternizada na pele, mas pelo tatuador. 
 
“Eu nunca tive nenhum desprezo pela seleção argentina, pelo contrário, gosto da escola argentina de futebol, assim como gosto da brasileira”, diz Igor. Como um bom amante do esporte, Igor também joga bola e tem características de atacante, veloz e driblador. A inspiração da infância foi Ronaldinho Gaúcho. “Aí chegou o Messi e começou a fazer tudo melhor e sem precisar fazer uma firula, dar um chapéu. O Messi dá uma finta de corpo e está perto do gol. Ele consegue achar o atalho do gol mais rápido”, avalia Igor.
 
Desde 2005, quando o argentino começou a aparecer no Barcelona, a admiração desse brasiliense só cresce onde quer que o craque jogue. A torcida é para que ele continue defendendo o clube catalão. “Se ele quiser vir para o São Paulo, também não tem problema”, brinca. “É triste que ele esteja no fim de carreira, mas estamos juntos até o final”, ressalta Igor. Apesar de que isso nem precisaria ser dito em palavras, afinal tem imagens que falam por si.

Correio Braziliense terça, 22 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: ARGENTINA - DEU PARA O GASTO

Jornal Impresso

ARGENTINA - Deu para o gasto
 
No jogo em que Messi igualou marca de jogador com maior número de partidas pela seleção, Argentina vence o Paraguai em jogo protocolar e garante classificação antecipada para as quartas de final do torneio

 

Pedro Marra

Publicação: 22/06/2021 04:00

A Argentina teve bom primeiro tempo e caiu de ritmo, mas fez o suficiente para vencer no DF (Nelson Almeida/AFP)  
A Argentina teve bom primeiro tempo e caiu de ritmo, mas fez o suficiente para vencer no DF
 
Em jogo protocolar, a Argentina manteve a hegemonia sobre o Paraguai na Copa América. Ontem, no Estádio Nacional Mané Garrincha, a seleção alviceleste venceu os rivais, por 1 x 0, e confirmou a classificação antecipada para as quartas de final do torneio de seleções. A noite marcou, ainda, um recorde histórico de Lionel Messi com a camisa do país. O único gol da partida foi marcado por Paco Gómez, após belo passe cruzado de Di Maria, que colocou o companheiro na cara do gol para marcar de cavadinha por cima do goleiro Antony Silva e garantir os três pontos aos hermanos.
 
Este foi o 26º jogo do confronto entre os dois times. Os argentinos seguem sem perder para os paraguaios, tendo 20 vitórias a favor e seis empates no duelo. O jogo foi bastante faltoso, principalmente no meio de campo. Foram 23 infrações do Paraguai e 11 da Argentina. No duelo na capital, Messi igualou o recorde de Mascherano e se tornou o jogador com mais partidas pela Argentina. Ambos têm 147. Apesar da conquista pessoal, o camisa 10 fez uma partida apagada.
 
O duelo começou agitado com um lance de perigo de Di María dando passe para Messi, que não dominou bem a bola para acertar a meta do goleiro Antony Silva. O time teve outras chances até marcar, aos nove minutos. Di María deu lindo passe cruzado para Paco Gomez receber na grande área e apenas cavar por cima do goleiro. 
 
Aos 13 minutos, a seleção paraguaia teve chance em cobrança de falta. Nos minutos seguintes, o Paraguai tentou atacar pelos lados, mas a defesa dos hermanos sempre afastava com os pés ou de cabeça. O principal problema do Paraguai era acertar o último passe. Aos 45 minutos da primeira etapa, o juiz anulou o segundo gol da Argentina por impedimento confirmado pelo VAR.
 
No segundo tempo, a alviceleste começou o jogo com contra-ataques, e o Paraguai tentava empatar na base de cruzamentos. O time, porém, tinha dificuldade de chutar na direção do gol adversário. Aguero entrou na Argentina, mas, com pouca movimentação em campo, não contribuiu para as jogadas de ataque. O jogo seguiu truncado, principalmente no meio de campo.
 
Aos 41 minutos, a Argentina armou bom contra-ataque pelo lado esquerdo e arranjou um escanteio após defesa de Antony Silva. Mesmo com quatro minutos de acréscimo, os times não movimentaram tanto a partida, que terminou com o placar magro.
 
A seleção paraguaia permanece em Brasília para enfrentar o Chile, no Mané Garrincha, às 21h na quinta-feira. A Argentina joga somente na 5ª e última rodada da fase de grupos contra a Bolívia, às 21h de segunda-feira, na Arena Pantanal, em Cuiabá.


FASE DE GRUPOS

3ª Rodada

Domingo
Venezuela 2 x 2 Equador 
Colômbia 1 x 2 Peru 
 
Ontem
Chile 1 x 1 Uruguai
Argentina 1 x 0 Paraguai

Correio Braziliense segunda, 21 de junho de 2021

CORONAVÍRUS - BUSCA POR REMÉDIO CONTRA A COVID-19

 Jornal Impresso

Busca por remédio contra a covid-19
 
 
Em mais de 15 meses de pandemia, a Anvisa autorizou a realização de 93 estudos clínicos no Brasil sobre pesquisas e medicamentos. Um dos principais desafios apontados pelos cientistas é o recrutamento dos voluntários para participar dos testes

 

MARIA EDUARDA CARDIM
GABRIELA BERNARDES*

Publicação: 21/06/2021 04:00

Diferentemente dos voluntários recrutados para estudos com vacinas, nos de medicamentos, eles precisam estar infectados pelo vírus (Jorge Bernal/AFP - 27/4/21 )  
Diferentemente dos voluntários recrutados para estudos com vacinas, nos de medicamentos, eles precisam estar infectados pelo vírus
 
Desde o início da pandemia, pesquisadores e médicos se esforçam para achar um tratamento ou um modo de prevenção contra a covid-19 a fim de poupar vidas. Para isso, os estudos e as pesquisas clínicas, etapa em que determinado fármaco é testado em humanos, são necessários. Em mais de um ano de pandemia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização de 93 estudos clínicos no Brasil. Os mais conhecidos entre o público comum são os feitos com as vacinas, mas a maioria dessas pesquisas é relacionada a medicamentos. No entanto, poucos tiveram sua eficácia comprovada. A busca por um remédio que consiga combater a covid-19, ou ao menos torná-la mais branda, continua no Brasil mesmo em meio às dificuldades encontradas pelos pesquisadores.
 
Um dos principais desafios apontados pelos cientistas é o recrutamento dos voluntários. Diferentemente dos indivíduos recrutados para estudos com vacinas, as pessoas que fazem parte de uma pesquisa clínica de um medicamento precisam estar infectadas pelo vírus. "É diferente porque no estudo de medicamentos lidamos com pacientes já doentes. No de vacina, faço a prevenção com pessoas saudáveis. E um paciente doente demanda mais cuidado", explica Suzara Souto Lopes, diretora técnica e investigadora responsável pelo estudo do medicamento antiviral oral experimental molnupiravir na Chronos Pesquisa Clínica, localizada em Brasília.
 
A pesquisa clínica de fase 3 com o molnupiravir no Brasil, aprovado pela Anvisa em maio, enfrenta um desafio ainda maior, que é localizar esses pacientes em um tempo curto, já que o estudo avalia o uso da medicação em pacientes adultos com comorbidades ou em idosos que estejam nos primeiros quatro dias de sintomas da doença.
 
"Diariamente estamos em busca desse paciente. Uma pessoa que acabou de se contaminar com o novo coronavírus e está nos primeiros dias de sintomas. Essa situação de encontrar esse paciente neste momento é um pouquinho difícil, porque ele, às vezes, nem sabe há quantos dias está com sintomas", relata Suzara.
 
Além disso, esse voluntário procurado para o estudo não pode ter sido vacinado, o que dificulta ainda mais o recrutamento, já que idosos e pessoas com comorbidades fazem parte do grupo prioritário da campanha de vacinação contra a covid-19, que já foi praticamente todo contemplado ao menos com a primeira dose do imunizante.
 
Outro ponto indicado como dificuldade na busca por voluntários para estudos clínicos de medicamentos em geral, segundo Suzara, é o desconhecimento da população quanto ao protocolo desses testes. "Às vezes, colegas médicos encaminham um possível paciente pra gente, mas não chegam a falar com essa pessoa sobre o estudo. Então, quando entramos em contato, há resistência dessas pessoas. Teve um paciente para quem eu liguei que se sentiu ofendido e achou que era um golpe", relata a médica.
 
Desconhecimento
Diante dos desafios, o Chronos, centro de pesquisa clínica de Brasília que participou da fase 2 do estudo do antiviral molnupiravir, tem apenas dois voluntários na fase 3 da pesquisa até o momento. Marcia Abadi, diretora médica executiva da biofarmacêutica americana MSD no Brasil, empresa que desenvolve o medicamento em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutics, concorda com Suzara e acredita que os pacientes no Brasil acabam não sabendo que existe esse tipo de pesquisa clínica no país.
 
"Esses estudos foram mais divulgados no âmbito das vacinas. Então, hoje, a maior barreira é os voluntários serem informados,  no momento certo, que existe determinado estudo", pondera. Apesar disso, Marcia acredita que, diante da pandemia da covid-19, são poucas as pessoas que não se interessam em achar algum medicamento que possa diminuir a possibilidade de agravamento da doença. "Na maioria das vezes, a gente percebe uma boa vontade da pessoa não só pela questão individual, mas também pela questão coletiva de poder ajudar no avanço da ciência", pondera.
 
O gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, reconhece que não existe uma cultura estabelecida no país para participação em estudos clínicos, mas também acredita que a pandemia da covid-19 mudou esse cenário. "Um dado que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas que se cadastraram como interessadas em participar dos testes clínicos com a Butanvac, vacina do Instituto Butantan", afirma. Em apenas 48 horas, 81 mil pessoas se inscreveram no pré-cadastro de testes da Butanvac com interesse em participar dos estudos para a nova vacina contra a covid-19.
 
Além disso, ele acredita que há pouca diferença entre pesquisas com vacinas e medicamentos diante da "falta de opções terapêuticas", que faz com que as pessoas queiram participar de estudos de remédios. "Ninguém relatou pra gente muita dificuldade para o recrutamento", informou.
 
* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre Souza
 
 
 
Maioria de óbitos já é com menos de 60 anos
Embora a maioria dos brasileiros vítimas da doença ainda seja idosa, pela primeira vez desde o início da pandemia, a maior parte dos novos óbitos registrados no país não ocorre nesse grupo. Dados tabulados no Sivep-Gripe, sistema do Ministério da Saúde que registra internações e óbitos por covid, mostram que 54,4% das vítimas mortas em junho tinham menos de 60 anos. Em maio, esse índice era de 44,6%. Em todos os meses do ano passado, esse porcentual ficou sempre abaixo dos 30%. O início da vacinação dos idosos em janeiro ajuda a explicar o fenômeno, mas não é a única razão. Segundo especialistas, o desrespeito a medidas de proteção e a disseminação de novas cepas podem estar causando maior vitimização de jovens. 

 


Correio Braziliense domingo, 20 de junho de 2021

MENTE E CORPO EM EQUILÍBRIO

Mente e corpo em equilíbrio

 

Em meio a um período de incertezas, medos e tensões, técnicas de relaxamento são cada vez mais procuradas. Entre elas estão as terapias holísticas, como a acupuntura, que têm sido importantes aliadas no processo de cura. 

A tendência das roupas digitais entre fashionistas

Em meio a um período de incertezas, medos e tensões, técnicas de relaxamento são cada vez mais procuradas. Entre elas estão as terapias holísticas, como a acupuntura, que têm sido importantes aliadas no processo de cura. A tendência das roupas digitais entre fashionistas

 

 



Correio Braziliense sexta, 18 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: CAPITAL DA ARTILHARIA - MESSI E SIÁREZ DITARAM O RITMO GOLEADOR DO CLÁSSICO ARGENTINA X URUGUAI

Jornal Impresso

Capital da artilharia
 
Membros do seleto grupo com mais de 500 gols na carreira, Messi e Suárez ditarão o ritmo goleador do clássico Argentina x Uruguai, hoje, em Brasília. Cavani e Agüero reforçam encontro dos 2.093 gols no Mané

 

Publicação: 18/06/2021 04:00

 


A o longo dos 47 anos de história, o Estádio Nacional Mané Garrincha, no coração de Brasília, estendeu o tapete vermelho para grandes nomes do futebol mundial. Em 1974, o Rei Pelé passou pela antiga versão do palco candango. Em 2014, durante a Copa do Mundo, o endereço recebeu astros como Cristiano Ronaldo e Neymar. Hoje, a arena viverá, em 90 minutos, uma honraria digna dos principais templos do esporte. Às 21h, no confronto entre Argentina e Uruguai, pela segunda rodada da Copa América, quatro dos 10 maiores artilheiros em atividade estarão, juntos, no local.
 
Se depender do histórico matador das carreiras vitoriosas de Lionel Messi e Sergio Agüero, pelo lado argentino, e de Luis Suárez e Edinson Cavani, pelo uruguaio, o clássico do Rio da Prata, disputado pela primeira vez em solo candango, dificilmente ficará sem bolas na rede. A probabilidade se explica pelo número altíssimo de aproveitamento do quarteto. Juntos, os jogadores são responsáveis por 2.093 gols e ocupam posições privilegiadas entre os principais goleadores da atualidade. Além da veia artilheira, todos são donos de dezenas de títulos coletivos e de prêmios individuais.
 
Messi e Suárez são as estrelas de maior brilho do jogo. Seis vezes eleito o melhor jogador do planeta, o camisa 10 da Argentina soma 745 tentos ao longo da carreira. O dono da 9 uruguaia também tem uma marca invejável: 502 bolas na rede. Os dois, inclusive, integram o seleto top cinco de atletas com mais de 500 gols como profissionais. Além deles, somente o português Cristiano Ronaldo (777), o sueco Zlatan Ibahimovic (564) e o polonês Robert Lewandowski (541) chegaram a tal feito. Referências técnicas, ambos devem começar a partida no Mané Garrincha como titulares. 
 
Até mesmo os bancos de reservas do estádio candango receberão artilheiros de peso. Agüero e Cavani devem figurar como opções dos técnicos Lionel Scaloni e Oscar Tabárez para o decorrer da partida entre Argentina e Uruguai. Os dois também estão entre os maiores goleadores em atividade e detêm marcas de respeito. O argentino ostenta 425 gols. O uruguaio vem pouco atrás, com 421.
 
Messi é, ainda, quem tem o maior número de gols marcados pela seleção entre os quatro astros. São 73 bolas na rede em 145 aparições pela alviceleste. Por outro lado, os dados apontam que Suárez é quem mais se sente à vontade quando veste a camisa de seu país. Os 63 tentos anotados em 116 partidas pelo Uruguai representam 12,54% de todos anotados pelo camisa 9 na carreira. Em proporcionalidade, por exemplo, o argentino tem 9,78% e aparece atrás de Cavani.
 
Marcado por partidas históricas, como onze finais de Copa América, uma de Copa do Mundo e uma de Jogos Olímpicos, o clássico centenário entre Argentina e Uruguai ganhará um lugar no rol dos grandes jogos disputados no Mané Garrincha, tão logo a bola role, como uma das grandes reuniões de craques do esporte no Distrito Federal. Sem a presença de público devido à pandemia de covid-19, os 72.788 lugares vazios serão as únicas testemunhas in loco do encontro memorável dos dois mil gols na capital federal. Os fãs do futebol verão só pela tevê.   

Correio Braziliense quinta, 17 de junho de 2021

FRANÇA DISPENSA USO DE MÁSCARAS

Jornal Impresso

França dispensa o uso de máscaras de proteção

 

Publicação: 17/06/2021 04:00

Turistas passam em frente ao Museu do Louvre, em Paris: fim gradativo das restrições (Bertrand Guay/AFP)  
Turistas passam em frente ao Museu do Louvre, em Paris: fim gradativo das restrições
 
O governo da França decidiu acelerar o ritmo de volta à normalidade e dá  novos passos para o fim das restrições impostas para conter a disseminação do novo coronavírus. A quatro dias das eleições regionais, que se anunciam difíceis para o Palácio do Eliseu, o país determinou o fim da obrigatoriedade de usar máscara ao ar livre a partir de hoje e o levantamento do toque de recolher no domingo.
 
As decisões foram anunciadas pelo primeiro-ministro Jean Castex, após uma reunião do Conselho de Defesa e do Conselho de Ministros. Segundo ele, foram tomadas porque a situação sanitária “melhora mais rápido do que havíamos previsto”.
 
Com 67,1 milhões de habitantes, a França registrou, há dois dias, 3,2 mil novos casos da covid, o nível mais baixo desde agosto de 2020. Pelo menos 30,7 milhões de pessoas receberam a primeira dose e 16,7 milhões estão completamente imunizadas. “É normal que ajustemos nossas medidas”, disse o premiê francês.
 
O uso de máscara, dessa forma, será obrigatório em espaços fechados, como comércios, escritórios e transportes. Em locais ao ar livre, a proteção será cobrada apenas em circunstâncias específicas, como encontros entre muitas pessoas, lugares muito movimentados ou estádios.
 
Por sua vez, o fim do toque de recolher foi antecipado em 10 dias. Atualmente, a medida está valendo a partir das 23h (horário local), mas nos momentos mais devastadores da epidemia chegou a alcançar 18h.
 
A França foi um dos últimos países europeus, ao lado da Itália e da Grécia, a manter o toque de recolher, cada vez mais discutido e menos respeitado, conforme observado anteontem à noite durante as celebrações pela vitória da França contra a Alemanha na Eurocopa de futebol. Também se questionava a obrigatoriedade geral de usar máscara.
 
Jean Castex defendeu a estratégia de saída da crise anunciada no fim de abril e que “alguns consideravam muito rápida e insuficientemente prudente”. O premiê também celebrou a queda de contágios e de internações, sobretudo em UTIs, atribuindo a situação atual à mobilização dos franceses e ao sucesso da campanha de vacinação.
 
Turismo
 
A União Europeia (UE) também avançou na abertura e aprovou o retorno de turistas americanos, mesmo que não estejam vacinados. Às vésperas do início do verão no Hemisfério Norte, os 27 países do bloco ampliaram a lista de nações, cujos cidadãos têm permissão para viagens não essenciais, o que permitirá a entrada de seus passageiros sem justificativa.
 
Além dos Estados Unidos, foram incluídos Albânia, Líbano, Macedônia do Norte, Sérvia, Taiwan, Hong Kong e Macau. Na lista anterior já constavam Japão, Austrália, Israel, Nova Zelândia, Ruanda, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia.
 
Para entrar na lista, um país deve registrar menos de 75 casos de covid-19 por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Mesmo assim, a UE dá a seus países-membros o poder de impor condições a esses turistas, como testes de diagnóstico ou quarentenas.
 
Na Índia, apesar de o país liderar a lista de mortes por covid-19 em 24 horas (2.542), o mausoléu turístico do Taj Mahal reabriu ontem, após dois meses de fechamento. Já em Moscou, o prefeito Serguei Sobianin decretou a imunização obrigatória de todos os funcionários do setor de serviços, devido à situação crítica na capital russa. “Devemos fazer de tudo para implantar a vacinação em massa o mais rápido possível e impedir essa doença terrível”, disse ele em seu blog. A capital russa é o epicentro da última onda do coronavírus no país.

Correio Braziliense quarta, 16 de junho de 2021

TODO O PODER DE CRISTIANO RONALDO

Jornal Impresso

Todo o poder a Cristiano
 
 
Destaque da vitória de Portugal contra a Hungria, Cristiano Ronaldo estabeleceu três novos recordes na Eurocopa. Episódio inusitado protagonizado pelo português em entrevista rendeu prejuízo a patrocinador

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 16/06/2021 04:00

CR7 colocou mais três feitos no vitorioso currículo: maior artilheiro, jogador com mais vitórias e o maior número de edições de Eurocopa na história (Alex Pantling/AFP)  
CR7 colocou mais três feitos no vitorioso currículo: maior artilheiro, jogador com mais vitórias e o maior número de edições de Eurocopa na história
 
Nenhum personagem foi maior que Cristiano Ronaldo nos primeiros dias da Eurocopa. Destaque da vitória de Portugal sobre a Hungria, ontem, por 3 x 0, no início da defesa do título de campeão do continente, o atacante brilhou em campo com dois gols — o outro foi de Raphael Guerreiro — e estabeleceu novos recordes. De quebra, mostrou todo o poder de influência ao causar um prejuízo bilionário a um dos patrocinadores do torneio do Velho Continente.
 
O atacante fez história imediatamente ao pisar no gramado na Puskás Arena e tornou-se o único atleta a atuar em cinco edições diferentes da Euro — 2004, 2008, 2012, 2016 e 2020. CR7 superou Schweinsteiger, da Alemanha, Buffon, da Itália, Thuram, da França, e Edwin van der Sar, da Holanda, todos com quatro edições no currículo. Assim como Cristiano, o espanhol Casillas foi convocado cinco vezes, mas foi a campo em três.
 
Com a bola rolando, Cristiano Ronaldo tinha outro objetivo: isolar-se como o maior artilheiro da competição. Durante a campanha do título de Portugal em 2016, CR7 marcou três vezes, chegou a nove e igualou o francês Michel Platini como goleador máximo da Eurocopa. A ultrapassagem veio diante da maior vítima. Com as duas bolas na rede da Hungria, o atacante chegou ao quarto diante do rival e ao 11º na história do torneio.
 
Portugal caiu no grupo F ao lado de França e Alemanha, as últimas campeãs da Copa do Mundo. No contexto, vencer a Hungria é um item obrigatório no checklist para avançar. Os portugueses cumpriram o dever. De quebra, os três pontos significaram outro recorde para Cristiano Ronaldo: o de atleta com mais vitórias na Euro. Com 12, ele desgarrou de Iniesta e Fábregas, com 11 cada.
 
Apesar das marcas, a máquina portuguesa de recordes ressaltou a meta coletiva. “O importante era ganhar. Foi um jogo difícil contra uma equipe que defendeu bem. Conseguimos marcar três gols e eu estou muito agradecido à equipe por me ajudar a ser o homem do jogo”, destacou.
 
Refri sem gás
 
Um dia antes de brilhar em campo, Cristiano Ronaldo chamou a atenção na entrevista coletiva. Ao chegar para responder os jornalistas, o jogador afastou duas garrafas de refrigerante de uma marca patrocinadora da Eurocopa e, sem titubear, recomendou: “Bebam água”. Meia hora depois do gesto, as ações da empresa desvalorizaram 1,6%, ocasionando uma perda no valor de mercado de R$ 20 bilhões.


FASE DE GRUPOS

2ª rodada

Hoje
10h - Finlândia x Rússia
13h - Turquia x País de Gales
16h - Itália x Suiça
 
Amanhã
10h - Ucrânia x Macedônia
13h - Dinamarca x Bélgica
16h - Holanda x Áustria
 
Sexta-feira
10h - Suécia x Eslováquia
13h - Croácia x República Tcheca
16h - Inglaterra x Escócia
 
Sábado
10h - Hungria x França
13h - Portugal x Alemanha
16h - Espanha x Polônia

Correio Braziliense terça, 15 de junho de 2021

CÁLCULOS DE NEYMAR PARA ULTRAPASSAR PELÉ

Jornal Impresso

Cálculos de Neymar para ultrapassar Pelé
 
Nas contas da Fifa, atacante está a 10 gols de igualar o Rei na artilharia da Seleção

 

Victor Parrini*

Publicação: 15/06/2021 04:00

Nas estatísticas da CBF, distância do camisa 10 para o Rei Pelé é de 28 gols (Nelson Almeida/AFP)  
Nas estatísticas da CBF, distância do camisa 10 para o Rei Pelé é de 28 gols
 
A história de uma das edições mais polêmicas da Copa América começou a ser escrita, no domingo, no Mané Garrincha e, com ela, a da artilharia da Seleção Brasileira ganhou um novo capítulo. Com o gol marcado na vitória por 3 x 0 sobre a Venezuela, Neymar chegou ao 67º gol vestindo a amarelinha, ficando a 10 tentos do maior artilheiro do escrete canarinho, o Rei Pelé. A conta oficial é feita pela Fifa, porém a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) possui números diferentes.
 
Nos números contabilizados pela entidade máxima do futebol mundial, Pelé marcou 77 gols em 92 partidas, enquanto Neymar precisou de 106 jogos para balançar as redes 67 vezes. Na 3ª colocação, está Ronaldo Fenômeno, com 62 gols. Os dados não são unânimes devido à CBF adotar critérios diferentes para a montagem do ranking de artilharia da Seleção.
 
Nas contas da confederação brasileira, jogos diante de clubes são considerados, por exemplo. Desta forma, conforme o cálculo da CBF, Pelé possui 95 gols em 115 partidas. Neymar divide a artilharia com Ronaldo, ambos com 67 bolas na rede. Contudo, o ex-camisa nove precisou de 109 duelos para converter a quantidade. O craque do PSG, campeão olímpico pela Seleção em 2016, jogou três vezes menos. 
 
Nos três compromissos pela Seleção Brasileira em 2021 entre Eliminatórias e Copa América, Neymar acumula três vitórias e três gols, um aproveitamento quase perfeito, apesar de o escrete canarinho não vir demonstrando um futebol vistoso. No entanto, o craque brasileiro se mostra efetivo e chama a responsabilidade como principal referência para ajudar o Brasil a conquistar em casa o bicampeonato do torneio continental. 
 
Volta ao Rio
 
Ontem, a Seleção se despediu de Brasília. Pela manhã, o time treinou no estádio Defelê, na Vila Planalto. Apenas os reservas participaram da atividade. Os titulares fizeram um trabalho regenerativo. O time desembarcou no Rio de Janeiro à noite e foi direto para a Granja Comary, onde fica até quinta-feira, quando o time enfrenta o Peru, às 21h, no estádio Nilton Santos.
 
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

Correio Braziliense segunda, 14 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: AJOELHOU, TEM QUE GANHAR

Jornal Impresso

Ajoelhou, tem que ganhar
 
Depois do Manifesto de Assunção, no qual aceitou disputar o torneio sob protesto, Brasil estreia com vitória fácil sobre a Venezuela na caça ao deca. Neymar e Gabigol dão liga e dor de cabeça para Tite

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 14/06/2021 04:00

Gabigol balançou a rede pela sétima vez em 10 jogos no Mané Garrincha, onde estreou como profissional, em 2013, com a camisa do Santos (Carlos Vieira/CB/D.A Press
)  
Gabigol balançou a rede pela sétima vez em 10 jogos no Mané Garrincha, onde estreou como profissional, em 2013, com a camisa do Santos
 
A Copa América envolveu tantas críticas e protestos para acontecer em 2021 que o jogo de abertura, ontem, fez até cair água do céu em Brasília em uma época costumeiramente de seca na capital federal. Mesmo diante dos riscos envolvendo a pandemia, o governo brasileiro aceitou sediar a competição rejeitada por Argentina e Colômbia, a menos de um mês do início. Dentro de campo, a Seleção Brasileira não precisou de muito esforço para fazer chover também gols contra uma Venezuela com sete desfalques diagnosticados com covid-19 e sair com a vitória por 3 x 0.
 
Com a decisão da Conmebol de retirar o limite de convocações para substituir atletas com covid-19, o técnico português José Piseiro chamou mais 15 atletas na véspera da estreia. Sem tempo hábil para contar com os substitutos, porém, o treinador foi ao jogo contra o Brasil com apenas sete reservas. Alguns venezuelanos residentes em Brasília até apareceram fora da arena para mandar boas vibrações enquanto cerca de 40 manifestantes protestavram contra o presidente Jair Bolsonaro por dar asilo ao torneio continental.
 
Dentro das quatro linhas, o Brasil consolidou uma defesa segura. Mesmo diante de um adversário desfigurado e enfraquecido devido ao surto de covid, não sofreu gol pela quinta partida consecutiva. Antes, havia passado ileso pela própria Venezuela, Uruguai, Equador e Paraguai, todos válidos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar-2022. 
 
O time titular teve o goleiro Alison, o lateral Renan Lodi e o meia Lucas Paquetá como novidades em relação ao último jogo, na vitórias sobre o Paraguai. Contra a Venezuela, os brasileiros dominaram a partida. Marquinhos abriu o placar aos 22 minutos. Após escanteio, a bola sobrou para o zagueiro do PSG. Ele dominou e finalizou de esquerda para abrir o placar. 
 
No intervalo, os autofalantes do estádio divulgaram uma publicidade da Sinovac. A fabricante doou 50 mil vacinas contra  covid-19 à Conmebol para imunizar clubes e seleções. Na prática, porém, a Copa América é um dos produtos de publicidade mais polêmicos relacionados ao tema. Mesmo após o surto do coronavírus na seleção da Venezuela, o palco da abertura da competição contava com poucos locais disponibilizando álcool em gel. 
 
No segundo tempo, o Brasil manteve o domínio. Aos 16, Danilo recebeu, na entrada da área, deu uma meia-lua em cima do Pino Mago e, na sequência, foi derrubado por Cumaná. Pênalti convertido por Neymar, que marcou o quinto gol dele no Mané Garrincha e ficou a 10 gols de igualar Pelé, que marcou 77 vezes com a amarelinha. No fim da partida, o camisa 10 ainda fez linda jogada pela ponta esquerda e levantou na medida para Gabriel Barbosa, de barriga, fechar a conta. 
 
Tabelinha de duas revelações do Santos que tomaram gosto em balançar as redes na arena candanga. Gabigol, que entrou aos 35 minutos do segundo tempo, chegou ao sétimo gol dele em 10 jogos disputados no Mané Garrincha e acirrou a disputa por vaga no setor ofensivo brasileiro.
 
Sem autoridades
 
O presidente Jair Bolsonaro decidiu não ir à abertura da Copa América. Depois de se empenhar para que o torneio fosse no Brasil. Bolsonaro postou foto pouco após o início do jogo, com a camisa do Brusque-SC, líder da Série B e patrocinado pelo dono da Havan, Luciano Hang, e escreveu: "Copa América. Boa tarde a todos". O governador do DF, Ibaneis Rocha, também não foi. 
 
“Era importante vencer. Era o nosso trabalho impor o ritmo de jogo. A equipe está de parabéns. Estivemos focados e agressivos no último terço do campo”
 
Casemiro, capitão da Seleção

Correio Braziliense domingo, 13 de junho de 2021

HOMENAGEM A BENITO DI PAULA

Jornal Impresso

 

Homenagem a Benito Di Paula

 

»Irlam Rocha Lima

Benito Di Paula e Rodrigo Vellozzo: shows intimistas nas plataformas digitais (Bruno Trindade Ruiz/ Divulgação)  
Benito Di Paula e Rodrigo Vellozzo: shows intimistas nas plataformas digitais
 
Benito Di Paula, um dos nomes de maior destaque da velha guarda da música popular brasileira, está em tempo de celebração dos 80 anos. A data vem sendo festejada com um projeto audiovisual criado pelo filho, também cantor e compositor, Rodrigo Vellozo. A ideia é que esses encontros prossigam durante os próximos meses, sempre com transmissão pelas plataformas digitais.
 
Intitulada Rodrigo + Benito em casa, a série de vídeos, além de revisitar canções dos dois, mostra o relacionamento de pai e filho durante a pandemia. O idealizador do projeto diz que esses encontros caseiros deixam claro que os vínculos familiares têm papel de destaque na trajetória artística e na vida de ambos. “Celebrar os 80 anos de papai é mais emblemático (nesses tempos de pandemia). Para mim, tê-lo tão pertinho é um privilégio e uma alegria imensa”, disse ao Rodrigo Vellozo ao Correio.
 
Trajetória
 
Autor de clássicos como Meu amigo Charlie Brown, Mulher brasileira e Retalhos de cetim, Benito Di Paula destaca a importância que o projeto tem para ele. “É uma forma de agradecer ao público, que vem me acompanhando ao longo de 50 anos de carreira artística. São pessoas que tomaram conhecimento da minha música por meio dos milhões de discos vendidos, tanto no Brasil quanto no exterior”.
 
Mas ele faz questão de deixar claro a saudade que tem dos palcos. “Estar ao lado do Rodrigo nesses encontros é uma bênção. Mas o aplauso do público é fundamental para todo artista. Se Deus quiser, a pandemia vai passar. Tenho fé nisso. Aí vou poder voltar a fazer show e receber o carinho dos fãs”.

Correio Braziliense sábado, 12 de junho de 2021

FUTEBOL FEMININO: ELAS QUEREM RESPEITO

Jornal Impresso

FUTEBOL FEMININO

 

Elas querem respeito

 

Antes de vencer a Rússia de forma convincente, por 3 x 0, em amistoso preparatório para as Olimpíadas, Seleção feminina publica posicionamento contundente nas redes sociais contra o assédio

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 12/06/2021 04:00

 

Texto do time repudiou violência contra a mulher: %u201Cvítimas de abusos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo justo%u201D (Richard Callis/SPP/CBF)  
Texto do time repudiou violência contra a mulher: %u201Cvítimas de abusos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo justo%u201D

 

Uma semana após ter vindo à tona a denúncia de uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo, por assédio sexual e moral — a investigação culminou no afastamento do cartola do cargo —, a Seleção feminina manifestou-se contra o assédio, de forma clara e firme. Ontem, o time venceu a Rússia, por 3 x 0, no penúltimo amistoso antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, com início marcado para julho. Mas a vitória mais marcante foi antes mesmo de a bola rolar, quando jogadoras e comissão técnica, todos juntos, entraram no gramado com uma faixa com os dizeres “Assédio não!”.


Antes de o jogo começar no Estádio Cartagonova, em Cartagena, na Espanha, as atletas da Seleção publicaram nas redes sociais um manifesto sem meias-palavras repudiando a violência contra a mulher. “Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual, especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo”, disse parte do texto divulgado.


Na véspera do amistoso, a técnica da Seleção feminina, Pia Sundhage, comentou sobre a seriedade do caso e como ele foi conduzido internamente. “Primeiro, informamos formalmente às jogadoras sobre o que havia ocorrido e elas puderam conversar e terem a opinião delas. Cada um de nós deve ser responsável pelas suas respostas”, disse a sueca, em coletiva de imprensa. Ontem, ela estava junto à equipe no posicionamento formal. Durante os 90 minutos, as brasileiras foram superiores, dominaram a posse de bola e construíram a vitória com dois gols de Bruna Benites e um de Andressa Alves.


Ao fim do jogo, a atacante Marta, principal referência do time canarinho, reforçou o quanto atletas e comissão técnica estão alinhadas. “Resolvemos mostrar a nossa opinião, porque somos, obviamente, contra qualquer tipo de assédio, sem fazer pré-julgamento. Os fatos estão aí para serem apurados, mas nós necessitamos mostrar o nosso posicionamento e fizemos em conjunto, como fazemos em todas as outras situações”, disse a camisa 10 do Brasil.


Contraditoriamente, a gestão de Rogério Caboclo à frente da CBF foi a que promoveu as maiores iniciativas por igualdade na entidade no âmbito da modalidade. Neste mês, o presidente afastado anunciou o primeiro patrocinador exclusivo da Seleção e do Brasileirão femininos. Foi ele também quem divulgou, em 2020, o pagamento de diárias equivalentes a jogadoras e jogadores na Seleção, sempre com discurso de tratamento igual entre homens e mulheres. A própria técnica Pia, bicampeã olímpica, foi trazida pelo atual presidente, que teria pensado no nome dela e feito o convite, em 2019, após o sucesso da Copa do Mundo, na França.  


Entretanto, como pontuou o manifesto das jogadoras, “dizer não ao abuso são mais que palavras, são atitudes”. As atletas fizeram o que também espera-se dos clubes e federações de futebol, inclusive os que já levantaram essa bandeira em jogadas de marketing anteriormente, em dias comemorativos. As atletas da Seleção feminina deixaram claro que “encorajam que mulheres e homens denunciem”. Afinal, como elas concluem no protesto, a luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados.


Correio Braziliense sábado, 12 de junho de 2021

FUTEBOL FEMININO: ELAS QUEREM RESPEITO

FUTEBOL FEMININO

 

Elas querem respeito
 
Antes de vencer a Rússia de forma convincente, por 3 x 0, em amistoso preparatório para as Olimpíadas, Seleção feminina publica posicionamento contundente nas redes sociais contra o assédio

 

MAÍRA NUNES

Publicação: 12/06/2021 04:00

 

Texto do time repudiou violência contra a mulher: %u201Cvítimas de abusos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo justo%u201D (Richard Callis/SPP/CBF)  
Texto do time repudiou violência contra a mulher: %u201Cvítimas de abusos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo justo%u201D

 

Uma semana após ter vindo à tona a denúncia de uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo, por assédio sexual e moral — a investigação culminou no afastamento do cartola do cargo —, a Seleção feminina manifestou-se contra o assédio, de forma clara e firme. Ontem, o time venceu a Rússia, por 3 x 0, no penúltimo amistoso antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, com início marcado para julho. Mas a vitória mais marcante foi antes mesmo de a bola rolar, quando jogadoras e comissão técnica, todos juntos, entraram no gramado com uma faixa com os dizeres “Assédio não!”.


Antes de o jogo começar no Estádio Cartagonova, em Cartagena, na Espanha, as atletas da Seleção publicaram nas redes sociais um manifesto sem meias-palavras repudiando a violência contra a mulher. “Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual, especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo”, disse parte do texto divulgado.


Na véspera do amistoso, a técnica da Seleção feminina, Pia Sundhage, comentou sobre a seriedade do caso e como ele foi conduzido internamente. “Primeiro, informamos formalmente às jogadoras sobre o que havia ocorrido e elas puderam conversar e terem a opinião delas. Cada um de nós deve ser responsável pelas suas respostas”, disse a sueca, em coletiva de imprensa. Ontem, ela estava junto à equipe no posicionamento formal. Durante os 90 minutos, as brasileiras foram superiores, dominaram a posse de bola e construíram a vitória com dois gols de Bruna Benites e um de Andressa Alves.


Ao fim do jogo, a atacante Marta, principal referência do time canarinho, reforçou o quanto atletas e comissão técnica estão alinhadas. “Resolvemos mostrar a nossa opinião, porque somos, obviamente, contra qualquer tipo de assédio, sem fazer pré-julgamento. Os fatos estão aí para serem apurados, mas nós necessitamos mostrar o nosso posicionamento e fizemos em conjunto, como fazemos em todas as outras situações”, disse a camisa 10 do Brasil.


Contraditoriamente, a gestão de Rogério Caboclo à frente da CBF foi a que promoveu as maiores iniciativas por igualdade na entidade no âmbito da modalidade. Neste mês, o presidente afastado anunciou o primeiro patrocinador exclusivo da Seleção e do Brasileirão femininos. Foi ele também quem divulgou, em 2020, o pagamento de diárias equivalentes a jogadoras e jogadores na Seleção, sempre com discurso de tratamento igual entre homens e mulheres. A própria técnica Pia, bicampeã olímpica, foi trazida pelo atual presidente, que teria pensado no nome dela e feito o convite, em 2019, após o sucesso da Copa do Mundo, na França.  


Entretanto, como pontuou o manifesto das jogadoras, “dizer não ao abuso são mais que palavras, são atitudes”. As atletas fizeram o que também espera-se dos clubes e federações de futebol, inclusive os que já levantaram essa bandeira em jogadas de marketing anteriormente, em dias comemorativos. As atletas da Seleção feminina deixaram claro que “encorajam que mulheres e homens denunciem”. Afinal, como elas concluem no protesto, a luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados.


Correio Braziliense sexta, 11 de junho de 2021

PREPARE-SE PARA A SECA!

Jornal Impresso

Prepare-se para a seca!
 
Com a chegada do inverno, brasilienses começam a enfrentar temperaturas menores e queda na umidade do ar, que ontem chegou a 30%. Daqui a pouco mais de uma semana, o índice deve chegar a menos de 20% nas horas mais quentes do dia

 

» Ana Isabel Mansur

Publicação: 11/06/2021 04:00

Meses mais secos na capital federal são agosto e setembro, quando a umidade pode chegar a 10% (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Meses mais secos na capital federal são agosto e setembro, quando a umidade pode chegar a 10%
 
Garrafa de água, manteiga de cacau, soro e toalha molhada estendida durante a noite. O kit básico de sobrevivência do brasiliense pode começar a ser tirado do armário. É que, nos próximos dias, com o início do inverno em 22 de junho, a umidade relativa do ar pode chegar a menos de 20%. Ontem, o índice foi de 30% no Gama e de 35% no Plano Piloto. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou aviso amarelo de perigo potencial para baixa umidade do ar, com início às 12h e término às 18h. Hoje, a umidade permanecer entre 25% e 30% ao longo do dia, sem chuvas e céu com poucas nuvens. A temperatura deve variar entre 15ºC e 27ºC.
 
Não chove no DF desde 10 de maio, e não há previsão de chuvas para os próximos dias. No inverno, o volume de precipitações diminui significativamente no Centro-Oeste. Desde março, o DF tem registrado volume abaixo da média. Em maio, por exemplo, choveu apenas 4,8mm, 15% do costumeiro. Fevereiro deste ano, porém, foi o mês mais chuvoso da série histórica, feita desde 1962, com acumulado superior a 473,4 mm. Para junho, o volume aguardado é menor por conta da estiagem — 4,9mm. Os meses mais secos na capital federal são agosto e setembro, quando a umidade pode chegar a 10%, como aconteceu em 4 de outubro do ano passado. 
 
“Do final desta semana até o início da outra, começa o período de transição entre as estações. Nesses dias que antecedem o inverno, podemos ter características típicas mais presentes. Por enquanto, ainda estamos com umidade entre 25% e 30%, que é comum no outono, com temperaturas mais amenas na parte da manhã e aquecimento ao longo do dia, voltando a esfriar pela noite”, detalha Andrea Ramos, meteorologista do Inmet.
 
Ela explica que a estiagem é mais comum no período do inverno, mas pode acontecer antes. “No outono, há acúmulo de massa de ar seco, que vem, inclusive, circulando há alguns dias. Essa massa pode ocasionar umidade abaixo de 25%, mas não chega a ser menor do que 20% — esse índice é esperado para o inverno. Isso acontece todo ano, e em 2021 não deve ser diferente. É realmente o período mais crítico”, complementa Andrea.  

 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Dificuldades
 
O estudante Gabriel da Silva Pinheiro, 21 anos, passa por dificuldades nos meses de estiagem. O jovem sofre de asma, bronquite e rinite alérgica. “Durante a seca, a gente já fica sofrendo com a pele ressecada. Para quem tem problema respiratório, é um terror. Quando eu era criança, era a época em que meu nariz não parava de sangrar. Hoje, eu sinto mais dificuldade de respirar, parece que o pulmão não enche por completo”, descreve Gabriel. 
 
Outro agravante para a situação do estudante é o local onde mora. “A poeira que sobe com a secura deixa aquela coriza chata. E aqui em Águas Claras tem bastante poeira por conta das obras. Eu tento sobreviver ao período com um umidificador de ar. Nós, brasilienses, passamos por isso todos os anos, e parece que vamos desenvolvendo uma casca mais grossa de resistência”, reflete o jovem, acrescentando que, no período da seca, chega a tomar quatro litros de água por dia.

Correio Braziliense quarta, 09 de junho de 2021

FEMINICÍDIO: DF REGISTRA DOIS CASOS EM MENOS DE 48 HORAS

Jornal Impresso

FEMINICÍDIO

 

DF registra dois casos em menos de 48 horas
 
 
A cabeleireira Fernanda Landim foi morta na madrugada de ontem pelo companheiro, Angelo Gabryel. A filha do casal, uma menina de 2 anos, presenciou o crime. Assassinato ocorreu menos poucos dias depois de outro, também por motivo de gênero

 

» ANA ISABEL MANSUR
» CIBELE MOREIRA

Publicação: 09/06/2021 04:00

Fernanda morava com Angelo Gabriel em Sobradinho 2. O casal havia alugado uma casa há um mês e estava junto desde 2016 (Reprodução)  
Fernanda morava com Angelo Gabriel em Sobradinho 2. O casal havia alugado uma casa há um mês e estava junto desde 2016

Em menos de dois dias, mais uma mulher foi assassinada por motivo de gênero no Distrito Federal. Fernanda Landim Almeida, 33 anos, foi esfaqueada pelo companheiro, identificado como Angelo Gabryel, 28, após uma discussão entre os dois. O crime ocorreu na madrugada de ontem, em Sobradinho 2. A cabeleireira, que recebeu um golpe de faca na região do abdômen, não resistiu ao ferimento e morreu no local. A filha do casal, uma menina de 2 anos, presenciou o homicídio. No domingo, Leidenaura Moreira, 37, foi morta da mesma maneira (leia abaixo).
 
O caso é acompanhado pela 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2). Angelo Gabryel tem uma ficha criminal que inclui seis ocorrências por violência doméstica, agressão, injúria e ameaça contra Fernanda. Além da criança de 2 anos, ela deixa dois outros filhos, de relacionamentos anteriores: uma menina de 5 anos e um adolescente de 17. As duas mais novas moravam com a vítima, e o mais velho, com a avó materna. Após o crime, os três ficaram com a mãe de Fernanda.
 
Delegado-chefe da 35ª DP, Laércio Carvalho afirma que a vítima havia entrado com pedidos de medidas protetivas contra o companheiro. A Justiça concedeu duas, uma em 2019, outra no ano passado, após duas ocasiões em que houve desentendimentos entre os dois. No entanto, em 15 de maio, houve revogação do benefício a pedido de Fernanda. Depois disso, o casal se mudou com a filha para uma casa alugada, em Sobradinho 2. Em depoimento à polícia, vizinhos relataram que eram recorrentes brigas e desentendimentos entre os dois.
 
Ao confessar o crime, Angelo Gabryel disse que ele e a companheira haviam discutido por motivo de ciúme. Após a briga, ele saiu de casa e voltou por volta das 3h. O agressor pulou um muro de três metros de altura para entrar no lote, segundo a polícia. “O acusado conta que, quando voltou, ela estava com uma faca na mão. Depois de discussão e ameaças, ele tomou o item dela e desferiu o golpe fatal no abdômen (da vítima)”, relatou Laércio Carvalho. “Em seguida, ele gritou ‘Eu feri ela, eu feri ela’”, completou o delegado à frente do caso.
 
Relacionamento
Uma amiga de Fernanda que pediu para não ser identificada contou que Angelo Gabryel havia agredido a vítima em outros momentos. “Era um relacionamento bem conturbado. Várias vezes, avisei a ela para terminar com ele, porque acabaria nisso, mas não adiantou. Os dois brigavam sempre, e ele não a respeitava de forma alguma. Tantas vezes eu pedi que ela o largasse, mas ela não me escutou. Espero que a justiça seja feita. Entre nossos amigos, ninguém gostava dele”, detalha. Ela e Fernanda tinham uma amizade de 15 anos.
 
Outra amiga de Fernanda, que também não quis ter o nome divulgado, conta que ficou tomada por um sentimento de revolta. “Ela estava com muitos sonhos, muitos projetos, tinha muita vontade de vencer na vida. Fazia de tudo pelos filhos e era louca pela mais nova, que deu um gás na vida dela. Ela era muito apaixonada pelo Gabryel. Como as meninas estão falando, o amor louco por ele tirou a vida dela”, lamenta.
 
Após cometer o crime, o agressor largou a faca na sala, perto do corpo da vítima, e fugiu com a bainha da arma na cintura. O item, segundo a polícia, pode indicar que o objeto usado para matar Fernanda seria dele. Angelo Gabryel se escondeu em uma casa a cerca de 1 km de distância, mas os policiais militares conseguiram encontrá-lo e levá-lo para a 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). O casal morava em um lote com várias residências há menos de um mês e, segundo as investigações, estava junto desde 2016. O agressor foi levado para a carceragem da Polícia Civil e deve responder pelo crime de feminicídio, com pena de até 30 anos de reclusão.
 
 
Memória
 
25 de abril
 
Karla Roberta Fernandes Pereira, 38 anos, foi degolada pelo companheiro, Adenor Pacheco de Oliveira, 47. Um catador de latinhas encontrou o corpo da vítima em um matagal, em Santa Maria. Após assassiná-la, o agressor saiu para beber com os amigos e, pela tarde, compareceu à delegacia. Em depoimento, o acusado mentiu sobre os fatos e não soube responder perguntas dos investigadores. Após confessar o feminicídio, ele foi preso. Karla deixou três filhos menores de idade.
 
22 de maio
 
O corpo de Karla Pucci, 47 anos, foi encontrado pelo filho dela, na funerária da qual ela era dona, no Paranoá. A empresária foi morta a pedradas e o principal suspeito era Valdemar Sobreiro Nogueira, 46, que mantinha um relacionamento de seis meses com a vítima. Depois de ele aparecer nas mídias sociais casado com outra mulher, Valdemar foi achado morto em um hotel de São Paulo, dois dias depois.
 
 
Ocorrências
 
32
Feminicídios no DF em 2019
 
17
Casos registrados em 2020 (-46,8%)
 
6
Feminicídios entre janeiro e abril de 2020
 
8
Casos registrados no mesmo período de 2021 (+33%)
 
19
Tentativas de feminicídio entre janeiro e abril de 2020
 
23
Tentativas de feminicídio entre janeiro e abril de 2021
 
 
 
Palavra de especialista
 
Problema endêmico
 
As leis aprovadas ainda são ineficientes para conter a onda de violência contra a mulher. Com contenções de atos anteriores a casos de violência física e feminicídio, pode-se evitar a morte de mulheres, mas o Brasil ainda caminha nesse sentido. Muitas vezes, mesmo com medidas protetivas, elas são vitimadas, porque não temos um sistema eficiente de fiscalização dessas medidas pelo Poder Executivo. O apoio institucional, de abrigamento e inserção no mercado de trabalho, é tão fundamental quanto o incentivo às denúncias. O Estado precisa se debruçar sobre esse problema — que é endêmico, mas tem solução. Os programas não são eficientes, senão as mulheres denunciaram mais. 
 
Renata Gil, juíza e presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)


Correio Braziliense segunda, 07 de junho de 2021

FESTA A DISTÂNCIA

 

Jornal Impresso

Festa a distância
 
Devido à pandemia da covid-19, as quadrilhas juninas programam apresentações on-line ou drive-in pelo segundo ano consecutivo. Sem o tradicional concurso, para evitar aglomerações, os grupos preparam coreografias com menos pessoas e ensaios virtuais

 

» CAROLINE CINTRA

Publicação: 07/06/2021 04:00

Diretor da Liga de Quadrilhas Juninas do DF e Entorno, Robson Vilela, e a costureira Maria Teixeira: ela cria roupas para diversos grupos de quadrilhas da capital federal (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Diretor da Liga de Quadrilhas Juninas do DF e Entorno, Robson Vilela, e a costureira Maria Teixeira: ela cria roupas para diversos grupos de quadrilhas da capital federal
A chegada de junho traz um dos eventos anuais mais amados pelos brasilienses: a festa junina. Mas a tradicional celebração deixará, mais uma vez, o gostinho da saudade. Isso porque, devido à pandemia do novo coronavírus, os festejos não poderão ser realizados de maneira a evitar aglomerações. No entanto, a fim de manter a tradição e a animação que a festança pede, as quadrilhas juninas, pelo segundo ano consecutivo, preparam apresentações on-line e em drive-in com um número reduzido de dançarinos. Nessa nova modalidade, os integrantes precisaram se adaptar aos ensaios e aos encontros virtuais.
 
Diretor da Liga de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno e da quadrilha Sanfona Lascada de Ceilândia, Robson Vilela, mais conhecido como Fusca, conta que os grupos dependem de espaços públicos para ensaiar, como as escolas, mas, devido o risco de contaminação do novo coronavírus e ao cancelamento da competição anual de quadrilhas, eles têm usado ferramentas on-line para manter as atividades. “Nesse momento, os 32 grupos que fazem parte da liga, hoje, participarão de mostras por meio de lives, com, no máximo, seis casais. É o que podemos fazer diante do cenário atual. Sabemos como o movimento pulsa no DF, e todos têm saudade. Quando tudo voltar ao normal, teremos a obrigação de fazer as melhores festas”, prometeu.
 
No ano passado, as quadrilhas fizeram apresentações virtuais que alcançaram 20 mil visualizações. “Estamos preparando um circuito bonito, com três festas virtuais e drive-in. Ainda não temos datas, estamos dependendo de algumas decisões e decretos da Secretaria de Cultura (Secec). Vamos sentar com eles, em breve, para decidir tudo direitinho e fazer algo bem legal, porque a população merece”, adianta Robson.
Em nota, a Secec informou que as ações juninas estão em fase de elaboração. Entre elas, a pasta prepara o Prêmio de Quadrilhas Juninas. O chamamento público contemplará cerca de 50 coletivos e organizações de quadrilhas juninas do DF como reconhecimento às suas trajetórias. Os recursos são provenientes de emendas parlamentares federais. A premiação está prevista para o final de setembro. “A iniciativa tem por objetivo valorizar e reconhecer a importância desse tipo de manifestação cultural, além de socorrer financeiramente o segmento, impedido de se apresentar durante a pandemia da covid-19”, diz o texto.
 
Costureira de diversas quadrilhas juninas do DF, Maria Teixeira Barros, 73 anos, é uma das pessoas que dependem do setor para complementar a renda. Ela diz que nunca imaginou viver um momento como esse em 35 anos de profissão. “Está sendo difícil e muito ruim, porque sou acostumada a, todo ano, pegar um monte de quadrilha. De janeiro a junho, estamos fazendo roupa e não tem mais disso. Só duas ou três me procuram para fazer live. Meu pedido para Deus é que isso acabe logo, porque queremos trabalhar. Isso tem afetado as finanças. Acredito que ano que vem volte tudo ao normal”, avalia.
Quadrilha Sabugo de Milho faz alguns ensaios presenciais, mas migra para o on-line  (Arquivo Pessoal.)  
Quadrilha Sabugo de Milho faz alguns ensaios presenciais, mas migra para o on-line
Expectativa
 
Embora esteja com boas expectativas, principalmente para o próximo ano, o bombeiro militar e um dos diretores da Quadrilha Rebuliço de Ceilândia, Zeca Valuar, 53, afirma ser bastante realista com o cenário. “Por mais que a gente queira, o momento é que todos sejam vacinados, porque queira ou não, gera risco para a sociedade. As expectativas maiores são para ter convívio diário com todos nos ensaios, ir à costureira, montar cenário, tudo faz parte desse convívio e estamos com saudade, com certeza”, destaca.
 
Sobre a adequação ao modelo virtual, Zeca admite que não foi fácil. “Na verdade, o mundo inteiro teve dificuldade para se adaptar a tudo isso, mas, aos poucos, vamos nos adaptando. A juventude, que é mais tecnológica, tira de letra, mas quem tem mais idade, tem mais dificuldade”, completa. A Quadrilha Rebuliço de Ceilândia é composta por 80 pessoas, entre dançarinos, diretoria, produção e coreógrafos. “Somos conhecidos por abraçar a todos. A população, sobretudo os jovens e adolescentes, é carente de atrações culturais. A quadrilha serve para inserir esses novos conhecimentos”, frisa.
 
Este ano, a Quadrilha Rebuliço completa 20 anos de história. “É um ano superimportante para nós e gostaríamos de comemorar com muita festa, mas não será possível. Vamos participar do circuito de apresentações on-line e drive-in e, em breve, vamos comemorar como o grupo merece”, adianta Zeca.
Quadrilha Formiga da Roça completa 25 anos de existência, mas não fará festa  (Marcello Cândido/Divulgacao.)  
Quadrilha Formiga da Roça completa 25 anos de existência, mas não fará festa
 
União
 
Mesmo com os encontros virtuais, a presidente da Quadrilha Sabugo de Milho de Taguatinga, a professora Andrezza Dias, 42, faz questão de entrar em contato com todos os integrantes da companhia. “Temos um grupo no WhatsApp, sempre movimento as redes sociais para que saibam que estamos distantes fisicamente, mas sem deixar a união de lado. Fizemos alguns ensaios presenciais, mas achamos arriscado e apostamos no virtual mesmo. Temos que cuidar da nossa saúde, sem deixar a quadrilha morrer”, ressalta.
 
Para que os encontros on-line deem certo, um coreógrafo monta a dança e passa para os integrantes. Na hora do ensaio, eles passam a coreografia. “A gente faz como dá para a galera ir se animando. A quadrilha tem 60 pessoas, alguns são idosos e já se vacinaram, os professores estão esperando a vez deles. Para os jovens, vai demorar mais, mas estamos ansiosos para que isso aconteça logo. Para este ano, as expectativas são baixas. Tudo pode retornar só em 2022”, espera Andrezza.
Representante de Ceilândia, a Quadrilha Rebuliço contam com 80 integrantes e teve dificuldade de adaptar-se ao modelo virtual (Arquivo Pessoal.)  
Representante de Ceilândia, a Quadrilha Rebuliço contam com 80 integrantes e teve dificuldade de adaptar-se ao modelo virtual
Lembranças
 
Enquanto os grupos não podem se reunir pessoalmente, ficam as boas memórias dos momentos juntos e a expectativa de dias melhores. “Os dançarinos estão ansiosos para retornarmos. Este ano, completamos 25 anos e só temos boas lembranças do que já passou. Mesmo que o Governo do Distrito Federal libere eventos, não há porque fazermos festa neste momento, mas temos o papel de levar alegria por meio da cultura popular”, destaca o presidente da quadrilha Formiga da Roça, Patrese Ricardo da Silva, 35.
 
Ele reforça que a classe cultural é a mais afetada na pandemia. “Mesmo com o abre e fecha do governo, pouco mudou em relação aos eventos. Nos preocupamos muito com isso, porque é o ganha pão de muita gente. Mas vamos acreditar que ano que vem tudo melhore e possamos retornar nossas apresentações, sem riscos para ninguém”, finaliza.

Correio Braziliense domingo, 06 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: BOLSONARO NÃO ACEITA RECUSA DOS JOGADORES

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Bolsonaro não aceita recusa dos jogadores
 
Presidente se irrita com a possibilidade de a equipe principal e o técnico Tite se negarem a disputar a competição continental, cuja realização no Brasil vem sendo criticada. Apoiadores veem complô político para desgastar ainda mais o governo

 

» Sarah Teófilo

Publicação: 06/06/2021 04:00

Na edição de 2019, Bolsonaro posou com a Seleção. Agora, ele quer que o time principal entre em campo, apesar das reações devido à pandemia (MAURO PIMENTEL/AFP - 7/7/19)  
Na edição de 2019, Bolsonaro posou com a Seleção. Agora, ele quer que o time principal entre em campo, apesar das reações devido à pandemia
 
Diante da possibilidade de os jogadores da seleção brasileira e o técnico Tite se recusarem a participar da Copa América, cujo início está marcado para 13 de junho, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta mais um desgaste, agora, vindo de dentro das “quatro linhas”. O Palácio do Planalto está irritado e preocupado com a eventual recusa de a equipe principal participar da competição, que veio parar no Brasil depois que Colômbia e Argentina se recusaram a sediá-la. Por conta da iminência de um vexame, o presidente já avisou que o assunto virou “questão de honra” e fez chegar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a determinação de fazer com que a Seleção dispute o torneio com força total.
 
O sinal de alerta soou no Planalto na última sexta-feira: em entrevista à Rede Globo, após o jogo contra o Equador, pelas eliminatórias da Copa de 2022, o capitão da seleção, o volante Casimiro, afirmou que haveria uma posição pública do elenco na próxima terça-feira, mas que o posicionamento “é claro”. Isso sinalizaria a contrariedade pela realização da Copa América no país.“Não sou eu, não são os jogadores da Europa. Quando fala alguém, falam todos os jogadores, com o Tite, com a comissão técnica. Tem que ser unânime, todos juntos”, disse.
 
Desde que anunciou a vinda do torneio para o país, apesar dos 472.531 mortos pela covid-19 — segundo os dados de ontem, levantados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) —, Bolsonaro vem sendo duramente criticado. Mas manteve a decisão e a anunciou ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
 
Reações
 
A preocupação fica clara quando se observa a reação dos bolsonaristas nas redes sociais. “Fora Tite” ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Também começaram a atrelar o técnico ao PT, colocando fotos do tempo em que treinou o Corinthians, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva — que é corintiano —, para construir a narrativa de que a possível decisão da Seleção seria política e para atingir Bolsonaro.
 
Os parlamentares que apóiam o presidente não economizam teorias, críticas ao técnico, à Seleção e aos jogadores. O deputado federal Coronel Armando (PSL-SC), ex-vice-líder do governo, atacou os atletas afirmando que estão sendo manipulados por Tite e reforça a ideia de que se trata de um movimento político. Para os bolsonaristas, é incoerente não atuar na Copa América e manter o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e os jogos das Eliminatórias da Copa do Catar no país.
 
“É um desgaste que, daqui a pouco, passa. Mas esses caras vão ficar marcados”, diz Armando. Para o parlamentar, se não quiserem jogar, que se troque o técnico e se convoque outros jogadores.
 
Deputado da base de apoio ao Palácio do Planalto, Bibo Nunes (PSL-RS) classificou o movime nto de protesto dos jogadores como “antipatriotismo e irresponsabilidade”. “Deixa a imagem do Brasil muito ruim. Imagem de que não há unidade e que há desrespeito à CBF e à presidência da República. É uma jogada política: querem menosprezar o presidente”, afirmou.
 
Bibo carregou nas críticas ao técnico da Seleção. “Quem quer desgaste para o governo está vibrando com isso. Mas o Tite é o grande culpado. Eu não quero jogando pelo Brasil jogadores que não são patriotas. É uma vergonha. O Tite é um esquerdista, mas tem que saber respeitar”, acusou, defendendo que Renato Gaúcho, ex-treinador do Grêmio e que já manifestou simpatias a Bolsonaro, assuma a Seleção.
 
Fiel defensora do presidente, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) nega que haja desgaste. “Quem está com Bolsonaro está com ele, independentemente de qualquer coisa. Bolsonaro não sofre (com a decisão dos jogadores), quem sofre é o Brasil”, assegurou.
 
Incoerência
 
Segundo ela “os bolsonaristas estão reagindo a uma ação do Tite, das pessoas que são contra a Copa América, porque é incoerente (devido às outras competições futebolísticas realizadas no Brasil)”. E salientou: “É bom para a economia, para os brasileiros, para o otimismo. Aí, vem o pessoal e politiza isso, e diz que não pode fazer a Copa América aqui. Se isso não é politização, porque não cancelaram os outros campeonatos? A ação partiu deles de politizar, e a gente está reagindo”.
 
Cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, Eduardo Grin afirmou que o presidente se desgasta com a situação. Lembrou que o movimento bolsonarista se apropriou do verde amarelo e da camisa da Seleção e, agora, se vê desafiado pelo time. “A ideia de trazer a Copa América, no imaginário bolsonarista, significaria reiterar esse discurso nacionalista, do monopólio da representação nacional. Dada à popularidade do futebol, o fato de a Seleção se negar a jogar tem uma enorme representatividade social e pode fortalecer os movimentos contrários a Bolsonaro”, observou. (Colaborou Vicente Nunes)


Dedaços do Planalto no time “canarinho”
 
A seleção brasileira tem, na sua história, pelo menos dois episódios de interferência que passaram pelo Palácio do Planalto. No time do tricampeonato de 1970, o presidente Emílio Médici queria de todo jeito que o atacante Dario fosse convocado — algo que só conseguiu depois que João Saldanha foi dispensado do cargo de técnico e Zagallo assumiu o comando da equipe. Já na seleção que foi à Copa da Argentina, em 1978, o capitão do Exército Cláudio Coutinho substituiu o gaúcho Osvaldo Brandão — e cunhou a frase de que o Brasil foi “campeão moral”, pois retornou invicto, mas com o 3º lugar.

Correio Braziliense sábado, 05 de junho de 2021

JOVEM É APROVADA EM MEDICINA CINCO VEZES

 

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Jovem é aprovada em medicina cinco vezes

 

JÉSSICA GOTLIB

Publicação: 05/06/2021 04:00

Giovanna Sabino, 18, passou em vestibulares, bem como no Enem (Arquivo pessoal)  
Giovanna Sabino, 18, passou em vestibulares, bem como no Enem


Uma jovem brasiliense ganhou destaque nesta semana, após descobrir que passou para o curso de medicina em cinco instituições superiores de ensino. Giovanna Sabino, 18 anos, recebeu a notícia sobre a quinta aprovação pelo site Acesso UnB — plataforma da Universidade de Brasília que apresenta a lista de estudantes aprovados por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Além da federal fundada por Darcy Ribeiro, Giovanna foi aprovada na Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade Albert Einstein (SP), na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A estudante optou pela USP, mas mira um pouco mais longe: “Quero muito ir para fora do Brasil, pretendo fazer residência e pós-graduação em outro país”, comenta.

Apesar da conquista e da ambição por aprender, Giovanna não esperava passar na primeira tentativa. “Sou muito transparente comigo. Sempre estudei e sempre soube que estava dando o meu melhor, mas, quando comecei a fazer as provas e vi tanta gente que tinha se esforçado tanto quanto eu, entendi que não é apenas uma questão de mérito”, ressalta.

No entanto, a consciência dos obstáculos não desanimou Giovanna. “Antes de passar, eu tinha me decidido pela USP, mas não fui aprovada na segunda etapa da Fuvest (exame que também permite acesso à instituição de ensino). Fiquei sabendo disso um mês antes de ter o resultado do Enem, no qual fui aprovada. Tinha me preparado para estudar o tempo que fosse necessário, até passar”, completa.

Correio Braziliense sexta, 04 de junho de 2021

CORPUS CHRISTI: DIA PARA RENOVAR A FÉ

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Dia para renovar a fé
 
 
Com distanciamento social e máscaras, fiéis se uniram em ação de graças nas igrejas de Brasília. Este é o segundo ano em que o feriado de Corpus Christi é vivenciado com restrições para evitar o contágio da covid-19

 

» Talita de Souza

Publicação: 04/06/2021 04:00

Missa de Corpus Christi na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida foi celebrada por dom Marcony (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Missa de Corpus Christi na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida foi celebrada por dom Marcony
 
“Em meio a tantos problemas, a fé é justamente o que nos dá o sustento, nos faz ter forças e uma orientação. Ela é o que nos coloca no caminho”. O depoimento do servidor público Tadeu Rocha explica a presença dele e de mais 200 pessoas na missa de Corpus Christi da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, celebrada ontem. 
 
Junto aos sacerdotes, os fiéis cantaram, rezaram, fizeram votos de agradecimento e pedidos de proteção, enquanto raios de sol que transpassavam os vitrais da igreja iluminavam o salão durante toda a celebração. Apesar da grande participação presencial, o distanciamento foi respeitado, assim como o uso da máscara. Além disso, os religiosos tiveram de aferir a temperatura para entrar no templo. A hóstia, tradicionalmente entregue pelo ministro da fé na boca do fiel, foi distribuída na mão de cada participante.
 
Este é o segundo ano em que a data é vivenciada com restrições para evitar o contágio da covid-19. No entanto, as medidas não impediram o exercício da fé e as ações de graça, símbolo da data.
 
“É uma data muito importante, um dia esperado, que celebra o Corpo de Cristo e a presença dele que continua entre nós. E celebramos aqui, comungando”, explica Amanda Rocha, esposa de Tadeu. Os dois são pais de Clarissa, de 1 ano e seis meses, que explorou a Catedral e observou atentamente cada rito. A família afirma que a fé que cultivam, principalmente neste tempo, traz esperança e a segurança de que cada dia pertence a Deus. 
 
Já o empresário Marcos dos Santos, 36 anos, aproveitou a missa para compartilhar com os filhos, Caio, 5 anos, e Nathan, 8, a importância da Catedral na história dele. Marcos chegou a dormir em frente à igreja para conseguir uma vaga para realizar o casamento dele no local, em 2017. “A Catedral tem um valor sentimental e espiritual muito grande. Estar aqui e ver tudo de perto é maravilhoso demais”, conta. “Também quero que eles tenham vivência de fé, como eu”, afirma.  


Tapete que prepara o caminho de Cristo, feito pela Paróquia Santa Rita de Cássia, no Lago Sul (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Tapete que prepara o caminho de Cristo, feito pela Paróquia Santa Rita de Cássia, no Lago Sul


O empresário Marcos dos Santos esteve presente com os dois filhos, Caio e Nathan, na missa na Catedral (Ed Alves/CB/D.A Press)  
O empresário Marcos dos Santos esteve presente com os dois filhos, Caio e Nathan, na missa na Catedral


O casal Amanda e Tadeu Rocha com a filha Clarissa durante a celebração (Ed Alves/CB/D.A Press)  
O casal Amanda e Tadeu Rocha com a filha Clarissa durante a celebração


 
Mensagem de ânimo
 
A palavra ministrada pelo bispo auxiliar de Brasília dom Marcony Vinícius encorajou os fiéis a terem esperança e fé durante a pandemia. “Esses tempos difíceis vão passar. Não desanimem. Agradeçam a Deus e peçam que ele aumente a nossa fé”, aconselhou o religioso. Ele também convocou os participantes a viverem de acordo com o que aprendem com Jesus, e que “o maior problema da fé é a diferença entre o que ouve e o que se vive”. 
 
Isabela Rodrigues, 17 anos, conta que a mensagem a renovou. A jovem sonha em cursar psicologia e afirma que a missa a ajudou a ter mais confiança no planejamento. “Saio com mais esperança de um mundo melhor, e sonhando também com o meu futuro”, conta. Ela foi à missa com o irmão, Pedro Henrique Rodrigues, 18, e o primo Gabriel Rodrigues, 19. 
 
Moradores de Sobradinho 2, eles reservaram o sábado para participar de mais uma missa e conhecer outros pontos turísticos. Gabriel, natural do Maranhão, esteve pela primeira vez no local. “A Catedral é muito linda e a missa daqui foi algo que eu nunca tinha visto antes. Incrível”, diz. 
 
Tradição 
 
A Paróquia Santa Rita de Cássia, no Lago Sul, manteve a produção do tradicional tapete, que representa o preparo do caminho para o corpo de Cristo. Para evitar o contágio contra a covid-19, a montagem foi feita durante a noite, quando não há circulação de fiéis, e com número reduzido de pessoas na produção, além de uso de máscaras em todo processo de criação. O resultado foi um tapete com cerca de 14 metros, feito com areia e serragem tingida, com a reprodução de símbolos sagrados, como o cálice e a Nossa Senhora de Aparecida. 
 
Para o padre Iran Preusse, líder da Paróquia, tanto a tradição do tapete quanto a missa de Corpus Christi em si é um “testemunho público da fé”. “Esta é uma solenidade de tradição secular, que nasce na Bélgica. Cremos que a Eucaristia é o corpo, alma e divindade de Cristo. Por isso, é um dia especial por excelência”, pontua.

Correio Braziliense quinta, 03 de junho de 2021

TALISMÃ CANARINHO: COMO O MANÉ GARRINCHA ROUBOU A CENA

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Talismã canarinho
 
Conmebol confirma abertura entre Brasil e Venezuela no Mané, endereço da estreia da Seleção em dois títulos recentes. Primeiro duelo seria Argentina x Chile, que reabrem hoje as Eliminatórias em arena prejudicada por mudança

 

MARCOS PAULO LIMA

Publicação: 03/06/2021 04:00

 (Reprodução)  
 
AConmebol confirmou no início da noite de ontem o que o Correio antecipou no blog Drible de Corpo na tarde de quarta-feira: o duelo entre Brasil e Venezuela abrirá a Copa América no próximo sábado, dia 13, às 18h, no Mané Garrincha. Houve articulação forte nos bastidores durante a confecção da tabela para que Brasília recebesse não somente um, mas oito jogos : cinco na primeira fase e três no mata-mata: quartas de final, semi e decisão do terceiro lugar (leia calendário oficial ao lado). A final está confirmada para o Maracanã, no Rio de Janeiro, em 10 de julho. a Cidade Maravilhosa também terá como palco o Nilton Santos (7 jogos)  Olímpico, em Goiânia (7) e Arena Pantanal, em Cuiabá (5). 
 
O Mané Garrincha é uma espécie de talismã da Seleção. O tetra da Copa das Confederações começou lá, em 2013, com vitória sobre o Japão. A campanha da inédita medalha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, também, no empate sob vaias contra a África do Sul.  
 
O primeiro calendário da Copa América, que seria na Argentina e na Colômbia, e mudou de mala e cuia para solo verde-amarelo devido à crise sanitária e política nos ex-anfitriões, apontava o duelo entre Argentina e Chile como primeiro jogo da competição continental. Coincidentemente, as duas seleções duelarão, hoje, às 21h, no Estádio Único de Santiago del Ester, mas pela sétima rodada das Eliminatórias para a Copa do Qatar-2022. 
 
A arena, localizada no norte do país, é um dos símbolos do prejuízo argentino diante do cancelamento da Copa América lá. Foi construída para a competição. Valor do investimento: 1,5 bilhão de pesos (cerca de R$ 94 milhões). Resumindo os tempos insanos: é proibido ter Copa América na Argentina, mas a bola pode rolar numa boa pelas Eliminatórias.
 
Na Colômbia também! A oitava rodada é ainda mais curiosa. Impedidas de receber a Copa América por questões sanitárias e políticas, Colômbia e Argentina duelarão em... Barranquilla na terça-feira, pelas Eliminatórias justamente onde o Brasil estrearia  contra a Venezuela no torneio. 
 
Em meio a desarranjos e rearranjos, o Correio apurou que a Conmebol achou simpática uma sugestão nos bastidores para ceder ao Brasil o direito de inaugurar a 47ª edição da Copa América, o que está confirmado. 
 
Curiosamente, o Brasil receberia a Venezuela, no Mané Garrincha, em novembro do ano passado, pelas Eliminatórias. A CBF vetou. A Comissão Nacional de Inspeção de Estádios (CNIE), órgão da Diretoria de Competições da entidade, deu nota 6,1 para o gramado do Mané Garrincha em uma vistoria. Consequentemente, Brasília perdeu o direito de receber a partida. O jogo foi levado para o Morumbi, em São Paulo. Na época, a casa tricolor obteve menção 9,5. Seis meses depois, o Mané é a bola de segurança. 
 
A prioridade da Conmebol nas últimas 72 horas era tabela, estádios e protocolos desde que o torneio foi oficializado pelo presidente Jair Bolsonaro. 
 
Não será a primeira vez que o Brasil abrirá uma competição internacional no novo Mané Garrincha. Em 2013, o Brasil derrotou o Japão por 3 x 0 na largada para a conquista do tetracampeonato na Copa das Confederações. Três anos depois, a campanha da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 também começou na capital do país. O Brasil empatou por 0 x 0 com a África do Sul no jogo principal da rodada dupla.
 
Pelo menos quatro locais estão cotados para servirem como centros de treinamento e de apoio para o Brasil e as outras seis seleções que passaram pelo Distrito Federal: o Centro de Capacitação Física dos Bombeiros (Cecaf), no Setor Polícial Sul, o Centro de Treinamentos do Brasiliense, no Setor de Clubes Sul, o Ninho do Periquito, do Gama, e o do Real Brasília, no Park Way. 


Eliminatórias

  P J V SG
1. Brasil 12 4 4 10
2. Argentina 10 4 3 4
3. Equador 9 4 3 7
4. Uruguai 6 4 2 0
5. Paraguai* 6 4 1 1
6. Chile 4 4 1 0
7. Colômbia 4 4 1 -5
8. Venezuela 3 4 1 -4
9. Peru 1 4 0 -6
10. Bolívia 1 4 0 -7


7ª rodada

Hoje
17h Bolívia x Venezuela
19h Uruguai x Paraguai
21h Argentina x Chile
23h Peru x Colômbia
 
Amanhã
21h30 Brasil x Equador


8ª rodada

Terça-feira
18h Equador x Peru
19h30 Venezuela x Uruguai
20h Colômbia x Argentina
21h30 Paraguai x Brasil
22h30 Chile x Bolívia

Correio Braziliense quarta, 02 de junho de 2021

CEILÂNDIA DAS CORES

 

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Ceilândia das cores
 
Grupo de grafiteiros 1V2M (Uma vida, dois mundos) faz desenhos de pontos famosos da cidade, como a Caixa D'Água, a Feira Central, a Casa do Cantador e o muro lateral do Fort Atacadista

 

» Pedro Marra

Publicação: 02/06/2021 04:00

Mauricio Nunu (E), Carlos Astro e Edinho Pudo, do 1V2M (Uma vida, dois mundos): Ceilândia como galeria
 (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Mauricio Nunu (E), Carlos Astro e Edinho Pudo, do 1V2M (Uma vida, dois mundos): Ceilândia como galeria

Para valorizar os pontos e os costumes tradicionais de Ceilândia, um grupo de grafiteiros e moradores da cidade fez desenhos em todos os 250m² da fachada lateral de um atacadista da cidade. Os artistas do 1V2M (Uma vida, dois mundos) desenharam elementos como a Caixa D’Água, a Feira Central, o tradicional dominó no centro, comércios, bares e a emblemática Casa do Cantador.
 
Coordenador do grupo, o morador de Ceilândia Norte Carlos Washington Corrêa, 39 anos, conhecido como Carlos Astro, destaca que seis grafiteiros terminaram o desenho entre 13 e 26 de maio com 200 latas de spray, no Fort Atacadista, em Ceilândia Centro, um cartão-postal. “Para nós, Ceilândia é uma galeria a céu aberto. É você dar uma volta na sua cidade e conseguir ver cor, em todos os lados. É bom ver um pouco de beleza. Acho que o grafite traz isso”, afirma Carlos, há 30 anos no ramo.
 
Segundo o fundador do 1V2M, criado em 2001, o objetivo do desenho no centro da cidade é gerar empatia com os moradores locais. “Fizemos a arte dentro da proposta de incluir a comunidade, além de mostrar que eles abastecem o atacado e o varejo, pois ajudam os pequenos comerciantes. Este ano, fazemos 20 anos de crew (grupo)”, explica Carlos Astro.
 
“Já fui pichador, até que, em 2001, com o projeto Picasso não pichava, descobri o quanto é bom sair do risco e ganhar dinheiro trabalhando na minha cidade. Com o grafite comercial, você sai da violência, das drogas e da morte. E aqui é uma parceria bacana, porque o Fort abastece a nós, moradores, que compramos no varejo, e também ajuda o microempreendedor a trabalhar. É o tio do algodão-doce, a boleira, o vendedor do espetinho, de hot dog que têm suas compras facilitadas, com bons preços e qualidade”, complementa.
 
Quem pintou as frutas da feira foi Maurício Carvalho, 39, que começou a grafitar por meio do movimento hip-hop, mas depois começou a pintar telas e muros com pincel. “Carlos me convidou para misturar as artes plásticas com a arte urbana. Para mim, foi gratificante poder trazer para a rua algo tão representativo para nossa cidade. Não preciso me prender a uma galeria dentro de um espaço. Posso expressar a minha arte no concreto, na rua, para todo mundo”, pontua Lulu, como é chamado.
 
Outro grafiteiro do 1V2M é Edson Davi, 40, chamado de Edynho pelos amigos. Ele faz grafite desde 2000 e se diz orgulhoso em poder divulgar a cultura hip-hop, que tem Ceilândia como berço no DF. “As cores e o lugar aberto chamaram a atenção das pessoas enquanto a gente grafitava. Muita gente que nos conhece viu e nos elogiava quando passavam na rua. É a arte da nossa cidade. Por onde você passa, em Ceilândia, vê as coisas grafitadas, desde uma empresa a um carrinho de picolé tem o toque do grafite. E para mim é uma satisfação, porque sou filho de Ceilândia. É uma satisfação ter a minha arte no centro da cidade”, relata.
 
Outra unidade
Gerente de Operações do Fort Atacadista no Centro-Oeste, Ademar Guido destaca a intenção de inserir a empresa na sociedade. “É uma iniciativa para buscar as características que tem na região e fazer com que as pessoas da comunidade se identifiquem com a loja. A gente está contando o que tem de melhor em Ceilândia, para a comunidade se identificar com a loja e entender que ela faz parte desse povo. Apesar de ser uma empresa grande, essa unidade está localizada no coração da cidade”, comenta Ademar.
 
Além da unidade de Ceilândia Centro, os grafiteiros do 1V2M também fizeram um desenho no Fort do Sol Nascente, em outubro de 2019. A empresa organiza o orçamento para um novo grafite, no atacadista de Taguatinga. “Estamos vendo essa possibilidade. Lá também tem uma fachada lateral que a gente está estudando qual arte iremos escolher. Provavelmente, nos próximos dias, teremos na loja. Então, todas as unidades estarão identificadas no seu arredor”, acrescenta o gerente de operações do Fort Atacadista.
 
Outros seis grafiteiros elaboraram o desenho no muro da empresa. São eles: Kelton Besty, 40, Wesley Leley, 45, e Jorge Rabisko, 22. A loja do Fort Atacadista de Ceilândia passou de 2.800 metros para 3.500 metros quadrados. Além disso, instalou o Açougue Carne Fresca, que oferece opções de cortes de carnes fracionadas e em bandejas. A reforma da loja segue em andamento, e a reinauguração está prevista para este mês.

 

 


Correio Braziliense terça, 01 de junho de 2021

ZÉLIA DUCAN: TODA ZÉLIA

 

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Toda Zélia!Cantora fala ao Correio sobre o recente álbum Pelespírito e o processo de criação das músicas durante a pandemia. Lembra, também, da paixão por Brasília
 
Novo álbum da cantora, com 15 faixas inéditas, Pelespírito, criado durante a pandemia, faz parte das comemorações dos 40 anos de carreira de Zélia Duncan.  (Roberto Setton/Divulgação)
 
 
 

 

Fernanda Gouveia*

Publicação: 01/06/2021 04:00

 ( Denise Andrade/Divulgação)  
 
 
Zélia Duncan usa a palavra ‘essencial’ para definir o que representa o seu mais novo álbum Pelespírito, lançado recentemente, que faz parte da comemoração dos seus 40 anos de carreira, assim como o disco Minha voz fica, também deste ano. Com 15 faixas inéditas, Zélia transmite a mistura de sentimentos em meio a uma pandemia e explora diferentes estilos musicais, como folk, rock, blues e sertanejo. “Era muito importante que o disco tivesse o meu sentimento como nunca. Ele (Pelespírito) tem o meu essencial, não daria para fazer um disco meu sem a Zélia e sem o violão”, conta a artista.
 
O parceiro de composição foi Juliano Holanda, poeta e produtor pernambucano que esteve ao lado de Zélia durante todo o processo de criação do novo álbum. “O nosso encontro deu o tom desse disco. Ele ficou muito disponível para a parceria, isso é muito importante”, explica a cantora. As faixas Onde é que isso vai dar? e O que se perdeu? representam diálogos de Zélia com Juliano, o que escancara a importância da sintonia dos dois para o disco.
 
A gravação de Pelespírito ocorreu inteiramente durante a pandemia, nos estúdios improvisados em casa. Zélia Duncan contou com a ajuda de Webster Santos, músico da banda da cantora que participou da produção do disco. “Webster me ensinou os primórdios do programa para gravar, usei uma interface e um microfone e comecei a fazer”, conta Zélia, e complementa ao dizer que “todos os passos desse disco foram muito emocionais, muitas lágrimas rolaram, tanto de aflição na hora de fazer, porque era exatamente o que eu estava sentindo, quanto de emoção e alegria de ver que a gente conseguiu”.
 
Além de expressar os próprios sentimentos durante um momento turbulento, Zélia Duncan faz declarações de amor nas faixas Nossas coisinhas, para Flavia, companheira da cantora; Sua cara, para o pai, que morreu em dezembro de 2020; e Eu e vocês, dedicada aos fãs. A artista também presta homenagem às mulheres vítimas de violência durante a pandemia na música Você rainha e fala sobre o desejo de buscar um novo Brasil na canção Eu moro lá. “Eu quero um Brasil onde a gente possa voltar a sonhar com a nossa evolução. O país estava longe de ser um lugar justo, mas ele não era essa guerra declarada com o que há de humano na gente. Eu já vivi o suficiente para ter visto momentos de muita esperança e até de felicidade em relação ao nosso povo. Mas a gente entrou numa vibe de ódio e de ode à ignorância”, declara Zélia.

No Concerto Cabeças, em Brasília: onde tudo começou (Arquivo CB/D.A Press)  
No Concerto Cabeças, em Brasília: onde tudo começou


Na capital
 
Zélia Duncan nasceu em Niterói (RJ) e se mudou para Brasília aos 6 anos, onde morou até os 21. A capital representou o lugar de formação da cantora e o início da carreira musical, momento em que conheceu artistas como Cássia Eller e Nelson Faria e cantou com grandes músicos.
 
“Em Brasília, fiz todas as primeiras descobertas da minha vida. Eu tenho a cidade em um lugar muito fundamental para mim, primeiros amigos, amores, o primeiro teatro e a primeira vez que eu cantei”, diz Zélia emocionada, e complementa sobre a importância das referências levadas da capital ao lembrar de quando se mudou para o Rio de Janeiro. “Quando eu fui para o Rio, tinha muita vantagem em relação às cantoras da minha idade, porque tive acesso a músicos que iam demorar muito até elas terem também”, conta.
 
“Brasília está na minha formação essencial, ela está presente no meu coração e na minha cabeça”, diz a cantora, que destaca a importância da simbologia do céu de Brasília. “Olha que já sou viajada, mas poucos céus são tão bonitos quanto o dessa cidade”, brinca.
 
Para os próximos passos, Zélia planeja gravar mais clipes das novas músicas, além de Onde é que isso vai dar?, que está disponível no canal oficial da artista no YouTube. A cantora também está escrevendo um livro previsto para ser lançado este ano. No próximo dia 19, às 21h, será realizada a live para lançar o álbum Pelespírito e comemorar os 40 anos de carreira de Zélia Duncan. Mais detalhes em breve no site oficial da artista.
 
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Correio Braziliense segunda, 31 de maio de 2021

BRASILEIRÃO: MENGÃO LEVA A MELHOR

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Mengão leva a melhor
 
 
Em jogo de estreia no Campeonato dos dois clubes apontados como favoritos – e maiores rivais – da temporada, Flamengo vence o Palmeiras. Placar ficou em 1 x 0, ontem à tarde, no Maracanã

 

Publicação: 31/05/2021 04:00

Em substituição a Gabigol, fora do campo após uma virose, o reserva Pedro marcou o único gol da partida, no segundo tempo (Alexandre Vidal/Flamengo)  
Em substituição a Gabigol, fora do campo após uma virose, o reserva Pedro marcou o único gol da partida, no segundo tempo


O Flamengo se garantiu sobre o Palmeiras, vencendo por 1 x 0, no Maracanã, em partida válida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de 45 minutos iniciais muito equilibrados, o Rubro-Negro foi amplamente superior na etapa final e teve Pedro decisivo, marcando o gol do triunfo. 
 
O atacante flamenguista Gabigol ficou de fora da partida. O centro-avante apresentou quadro viral e teve uma indisposição gástrica na noite de sábado. Do lado adversário, o goleiro Weverton foi o grande responsável pelo Palmeiras não ter tomado mais gols. Fez duas defesas importantíssimas, uma no primeiro tempo, diante do Pedro, e a outra na segunda etapa, em uma cabeçada do Rodrigo Caio.
 
O primeiro tempo foi de muito equilíbrio, com as duas equipes tendo três chances de balançar as redes. Enquanto o Flamengo buscou dominar o jogo a partir da posse, o Palmeiras apostou em contra-ataques, utilizando a velocidade de Rony.
 
A segunda etapa teve um novo cenário. Acuado, o Verdão pouco conseguiu produzir, chamando o Flamengo para o ataque. Os cariocas dominaram as ações e transformaram a superioridade em gol de Pedro, após linda jogada de Bruno Henrique.
 
Depois de 10 minutos bem equilibrados no Maracanã, o Flamengo chegou com perigo pela primeira vez. Arrascaeta enfiou boa bola para Pedro, que passou por Weverton, mas parou no goleiro ao finalizar. Em seguida, o Palmeiras respondeu com Luiz Adriano. Rony foi lançado pela direita, avançou e cruzou na medida para o centroavante, que chutou e obrigou Diego Alves a fazer grande defesa com os pés.
 
O Flamengo voltou a assustar após bela trama pela esquerda, em que Bruno Henrique acionou Arrascaeta na entrada da área, e o uruguaio finalizou para a defesa de Weverton. Na sequência, Viña encontrou Raphael Veiga pela esquerda, e o meia finalizou forte, exigindo intervenção de Diego Alves.
 
Diego vacilou e perdeu a bola, que ficou oferecida para Luiz Adriano. O camisa 10 lançou Rony, que ganhou na velocidade e finalizou forte, exigindo nova defesa de Diego Alves. A última chance do primeiro tempo foi do Flamengo: Gerson recuperou a bola, Everton Ribeiro encontrou Pedro, e o centroavante finalizou torto, desperdiçando grande oportunidade.
 
Segundo tempo
 
O Flamengo teve uma ótima chance logo nos primeiros segundos, com Bruno Henrique. Arrascaeta lançou por cima da zaga, Gómez não conseguiu cortar, e o atacante finalizou por cima do travessão. Bruno Henrique voltou a assustar, desta vez puxando da esquerda para dentro e parando em Weverton, que fez defesa após a bola quicar no gramado.
 
Melhor no segundo tempo, o Rubro-Negro seguiu no ataque. Agora, foi a vez de Arrascaeta ajeitar a bola pela esquerda e arriscar de fora da área, com Weverton caindo para defender. O goleiro do Palmeiras viria a aparecer novamente, fazendo a defesa em cabeçada à queima roupa de Rodrigo Caio.
 
Aos 30 minutos, o Flamengo transformou a superioridade em vantagem no placar. Bruno Henrique fez grande jogada pela esquerda, deixou dois para trás e encontrou Pedro na pequena área, que desviou de primeira para o gol.
 
Tendo que partir para cima em busca do empate, o Palmeiras foi ineficiente, levando pouco perigo ao gol defendido por Diego Alves. Gustavo Scarpa arriscou de fora da área, mas o goleiro do Flamengo encaixou com tranquilidade. Em seguida, Rony cabeceou por cima do travessão após cruzamento pela esquerda, não conseguindo impedir a derrota para o Rubro-Negro.
 
Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta a Chapecoense, no Allianz Parque, no domingo, às 18h15. Antes disso, a equipe joga pela Copa do Brasil, contra o CRB, em Alagoas, na quinta-feira, às 21h30. Enquanto isso, o Flamengo enfrenta o Coritiba, no Couto Pereira, no dia 10, às 21h30.


Athletico-PR estreia bem 
O Athletico-PR conseguiu estrear com vitória no Brasileirão.
Recebendo o América-MG ontem, na Arena da Baixada, o Furacão foi melhor que o adversário, mas teve dificuldades para furar o forte sistema defensivo montado por Lisca. Coube a Carlos Eduardo, nos minutos finais, marcar o gol do triunfo por 1 x 0 em Curitiba. O Athletico-PR volta a entrar em ação no próximo domingo contra o Juventude, fora de casa. Já o América-MG recebe o Corinthians, no mesmo dia, na Arena Independência.

Correio Braziliense domingo, 30 de maio de 2021

A ASCENSÃO DOS FILHOS DE PORTEIROS

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Bruno Eulálio (à esquerda, com o irmão Matheus, o pai Adailton e a irmã, Adriana) é um dos exemplos de estudantes brasileiros que conseguiram mudar de vida por meio da educação e levar a família a um patamar que, antes, só era possível em sonho. (Arquivo Pessoal)

 

 

A ascensão dos filhos de porteiros

 

Publicação: 30/05/2021 04:00

Magda Ribeiro, doutora em história, estudou em escola rural na infância (Arquivo Pessoal)  
Magda Ribeiro, doutora em história, estudou em escola rural na infância


Davi Magalhães Muniz foi aprovado em medicina na UFC e é filho de agricultor e de uma empregada doméstica (Arquivo Pessoal)  
Davi Magalhães Muniz foi aprovado em medicina na UFC e é filho de agricultor e de uma empregada doméstica


Ana Christina Baldoino é estudante de enfermagem e  vem de uma família de trabalhadores rurais (Arquivo Pessoal)  
Ana Christina Baldoino é estudante de enfermagem e vem de uma família de trabalhadores rurais


Sandro Rocha, filho de porteiro e de uma faxineira, é professor de inglês em SP (Arquivo Pessoal)  
Sandro Rocha, filho de porteiro e de uma faxineira, é professor de inglês em SP


Bruno Eulálio, ex-faxineiro e estudante de medicina (Arquivo Pessoal)  
Bruno Eulálio, ex-faxineiro e estudante de medicina


Jovens que vieram de famílias de pedreiros, de empregadas domésticas, de lavradores e de porteiros mudam o destino deles e de seus familiares depois do ingresso no ensino superior. Programas como Fies, Prouni, Sisu e políticas de cotas são fundamentais para garantir uma vaga nas universidades e faculdades brasileiras

Correio Braziliense sábado, 29 de maio de 2021

APÓS ACUSAÇÃO, NEYMAR CONTRA-ATACA

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Após acusação, Neymar contra-ataca

 

Publicação: 29/05/2021 04:00

Funcionária da Nike disse ter sofrido assédio sexual praticado pelo jogador (Franck Fife/AFP)  
Funcionária da Nike disse ter sofrido assédio sexual praticado pelo jogador


Concentrado na Granja Comary com a Seleção Brasileira, Neymar se viu envolvido em uma polêmica. Uma funcionária da Nike acusa o jogador de agressão sexual, ocorrida em 2016. Essa seria a razão pela qual a marca de produtos esportivos encerrou o contrato com o atleta em agosto do ano passado.
 
Ontem, o camisa 10 se manifestou pela primeira vez. O jogador classificou as afirmações da empresa como “absurdas e mentirosas”. Em publicação no Instagram, Neymar disse que não pôde se defender. "Não me deram a oportunidade de saber quem é essa pessoa que se sentiu ofendida. Não tive sequer oportunidade de conversar, saber os reais motivos da sua dor", disse. “Ironia do destino, continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu. Essa é a vida!”, complementou.  Após a denúncia, o craque perdeu um de seus contratos de patrocínicio.
 
A NJR Sports, empresa do jogador, também se manifestou. "É importante esclarecer que os reais e verdadeiros fatos são totalmente dissociados da afirmação prestada. Não obstante todas as inverdades, não apresentaremos, por ora, os documentos que revelam a forma de encerramento do contrato, por questões de confidencialidade”, informou.
 
O caso foi revelado pelo The Wall Street Journal. Ao diário, a conselheira geral da Nike, Hilary Krane, declarou que o rompimento do patrocínio aconteceu após o jogador não colaborar com as investigações. De acordo com a reportagem, uma funcionária disse que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em um  hotel de Nova York, onde ela ajudava a coordenar a logística para a comitiva do atacante em um evento.

Correio Braziliense sexta, 28 de maio de 2021

NELSON SARGENTO: OBRIGADO, MESTRE DO SAMBA

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Nelson Sargento pediu a Deus para viver até os 30 anos. Partiu ontem, aos 96. Construiu poesia em formato de samba e eternizou canções que marcaram a a luta pelas escolas de samba, em especial a Mangueira, da qual foi presidente de honra.  ,

 

Obrigado, mestredo do samba
 
Morre, aos 96 anos, Nelson Sargento, criador de sucessos como Agoniza, mas não morre. Ele foi diagnosticado com covid, enquanto se tratava no Instituto Nacional do Câncer

 

» *Lisa Veit

Publicação: 28/05/2021 04:00

Nelson Sargento (Edinho Alves/Divulgação)  
Nelson Sargento
 
Morreu ontem, vítima de complicações decorrentes da covid-19, o ilustre sambista Nelson Sargento, aos 96 anos. Conhecido por suas brilhantes contribuições para a poesia do samba e como símbolo da resistência, o presidente de honra da Mangueira deixa a esposa, Evonete Belizário Mattos, os nove filhos, além de familiares, amigos e fãs. Ele estava internado desde o dia 20 de maio no Instituto Nacional de Câncer (Inca) — Unidade Cruz Vermelha. Segundo o boletim médico, Nelson já chegou debilitado ao hospital, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Dois dias depois, foi levado à UTI. Na quarta-feira, o artista foi intubado e não resistiu ao tratamento. Neste mesmo hospital, ele havia concluído o tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado em 2005. 
 
Foi com o hino O samba agoniza, mas não morre, do primeiro LP solo, Sonho de um sambista (1979), que ele ganhou fama nacional. A mensagem dos versos é a de que o samba é resistência, assim como foi o compositor durante mais de nove décadas. “Na minha época, a juventude morria muito de tuberculose. Eu pedi a Deus para chegar pelo menos aos 30. Cheguei aos 30. Agradeci a Deus, fui aos 40. E aí eu disse, ‘vou pedir mais não’, chega. E cheguei aos 95. Coisas assim que a gente faz, porque acredita”, brincou o baluarte da Estação Primeira de Mangueira, bem-humorado, em uma entrevista ao jornal O Globo, no ano passado. No início deste ano, o Brasil comemorou sua imunização e agora chora sua partida por agravo da covid-19. “Ao dar o suspiro derradeiro”, como dizia o verso, deixa o samba mais triste.
 
Trajetória artística
 
O sambista uma vez disse: “Eu sou do tempo que o operário andava de tamancos e de calça remendada, esperando a hora de comer”, à medida em que apresentava com saudosismo as belezas — e durezas — do lugar em que cresceu, em cena do documentário Nelson Sargento no Morro da Mangueira (1997).
 
Nascido Nelson Mattos, na Santa Casa do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1924, o artista se encontrou com o samba ainda na infância. Aos 9 anos, o menino já desfilava, mas pela Escola Azul e Branco, no Morro do Salgueiro, onde morava com a mãe, Rosa Maria da Conceição Mattos, e os 17 irmãos.  Conviveu pouco com o pai, Olímpio José de Mattos Junior.
 
Aos 12, encontrou sua casa na música ao se mudar com a família para o Morro da Mangueira a convite do padrasto português, Alfredo Lourenço. Lá, passaria a acompanhar o padrasto e pintor de parede — também compositor de fado — nos ensaios da então Escola Unidos da Mangueira e aprenderia a tocar violão com Cartola, Nelson Cavaquinho e Geraldo Pereira. Incentivado, entre outros, por Carlos Cachaça, em 1942, passou a integrar a ala de compositores da Mangueira, e daí em diante presenteou o carnaval carioca com letras brilhantes de samba-enredo, e o Brasil, com as demais canções, ao lado de outros nomes da Velha Guarda do samba.
 
Como o astro-rei, Nelson ascendeu na manhã da Mangueira. Em 1958, tornou-se presidente da ala dos compositores e, em 2013, foi nomeado presidente de honra da escola. Nos desfiles de 2019 e 2020, ganhou papel de destaque, desfilando como personagens protagonistas do enredo: Zumbi dos Palmares e José, carpinteiro e pai de Jesus Cristo, respectivamente.
 
Emoção dos amigos
 
Compartilhando o papel na formação das raízes do samba, Monarco, presidente de honra da Portela, lamentou profundamente a morte do grande amigo e o descreveu como “um rapaz muito educado e fino. Um malandro mesmo, pente-fino, como diria a gíria antiga”.
 
“O samba está de luto, perdeu seu grande baluarte. Ele era da Mangueira, mas todas as escolas o adoravam. Porque ele era maior, era do samba! Ele lutou, foi da resistência, pegou a época em que a polícia ainda corria atrás de sambistas. Fez O samba agoniza, mas não morre, que ficou, e vai eternizar o nome dele para sempre. É um eterno, e muito bonito, nome no samba”, homenageou, o compositor portelense, em entrevista ao Correio.
 
Monarco lamenta a perda do músico e do amigo, com quem partilhou inesquecíveis histórias. “O que eu tenho para dizer agora é que: só a prece e nada mais. E que Deus o ilumine onde estiver. Onde nos encontrávamos, dava samba. Eu brincava com ele e dizia: ‘Nelson, você não precisava fazer mais nada, o que você fez já falou tudo”.
 
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Correio Braziliense quinta, 27 de maio de 2021

LUA DOS APAIXONADOS

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Lua dos apaixonados

 

Publicação: 27/05/2021 04:00

 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  

A beleza da lua na noite de ontem encantou os brasilienses com tamanho e cor exuberantes. Isso porque, além de ser uma superlua, era uma Lua de Sangue. Os fenômenos astronômicos combinados enfeitaram o céu da capital federal e puderam ser vistos até as primeiras horas da manhã de hoje. Uma superlua ocorre quando o satélite está na fase cheia ou nova e se aproxima mais que o normal da Terra. Isso faz com que ela pareça de 14% a 30% maior e mais brilhante. O fenômeno, registrado ontem, é a segunda e maior superlua do ano de 2021. A primeira foi registrada em 26 de abril. Já o tom avermelhado observado no astro é o efeito conhecido como Lua de Sangue, que ocorre quando a luz do sol não chega diretamente ao satélite, como de costume. Nestes momentos, parte da luz solar é filtrada pela atmosfera da Terra. Assim, as cores avermelhadas e laranja são projetadas em nosso satélite natural.

Correio Braziliense quarta, 26 de maio de 2021

GENTE BRASILEIRA
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Gente brasileira
 
Prestes a lançar o segundo volume do álbum Assim tocam os meus tambores, Marcelo D2 quer mostrar o Brasil de que ele gosta com a própria música

 

» Pedro Ibarra*

Publicação: 26/05/2021 04:00

Rapper Marcelo D2 (Wilmore Oliveira/Pupila Dilatada/Divulgação)  
Rapper Marcelo D2
 
“O Brasil é muito legal, não é isso daí que nós estamos vendo”, a partir dessa frase, Marcelo D2 conceituou Assim tocam os meus tambores volume 2, o novo álbum que o rapper está trabalhando. O artista terminou, no último domingo, uma série de 10 dias de lives na plataforma Twitch, em que mostrou ao vivo o processo de gravação do novo disco.
Marcelo D2 fez um longo estudo para criação da ideia do que seria o sucessor do Assim tocam os meus tambores, lançado em 2020. Nele, passou pela própria ancestralidade, espiritualidade, até chegar em uma ideia final que misturasse isso tudo em um disco que, segundo o compositor, tem a intenção de mostrar o Brasil do jeito que o próprio rapper conheceu.
 
“O meu país é o Brasil de quando eu era criança, ainda é o país da rabada, do futebol de rua, do samba, da brasilidade, não esses patriotas que levantam bandeira de Israel e Estados Unidos”, explica Marcelo, em entrevista ao Correio. “O país em que as pessoas amam as percussões, o povo, os mais velhos e respeitam o que veio antes. Eu me agarro nisso, e é isso que estou tentando mostrar nesse disco”, completa.
 
O músico disse que passou por um tempo de muita desilusão com o país e que é necessário sair desse lugar de incertezas. “A gente tem um povo feliz, resiliente”, destaca. “Quero mostrar esse país legal de gente legal, de gente que batuca, que faz comida, que se reúne nas festas populares”, diz sobre o álbum, com lançamento previsto ainda neste primeiro semestre.
 
Soma-se a essa visão do país, os estudos de Marcelo sobre ancestralidade. “A primeira coisa que eu entendi é que antiguidade e ancestralidade são coisas diferentes. Ancestralidade está aqui e agora, está presente na gente”, conta. Ele passou pela perda da mãe, há aproximadamente dois meses, e também por isso decidiu que o álbum falaria da própria ancestralidade e do tempo passado. “Além de tudo, o disco é um projeto pessoal, de me conhecer, de entender o meu passado, da onde eu vim, estudar minha família”, complementa.
 
A partir dos estudos e dos conceitos levantados, o projeto Assim tocam meus tambores passou a ser visto por D2 como uma trilogia. “Como no primeiro falei do tempo presente, resolvi falar do tempo passado no volume 2 e do tempo futuro no volume 3”, comenta o rapper, adiantando que espera lançar o terceiro volume ainda em 2021. Ele conta que trabalhar nesse projeto o tirou de um lugar muito difícil. “Pandemia, política, economia, parece que está tudo errado, que desalinhou tudo”, avalia.
O artista é um crítico do atual governo brasileiro, que classificou como “importado do Rio de Janeiro”, cidade em que D2 nasceu e foi criado. “O Brasil virou um grande Rio de Janeiro”, reflete o músico. “O governo do Brasil não está nem aí para quase meio milhão de mortes, assim como o do Rio não estava nem aí para as mais de 20 mortes que aconteceram uns dias atrás”, pontua Marcelo, fazendo um paralelo entre a covid-19 e os mortos no Jacarezinho. “Chamam todo mundo de vagabundo, exatamente como a milícia faz”, afirma o músico.
 
“A melhor saída para isso tudo é a gente não perder a sanidade. Porque parece que esses caras querem levar a gente para esse lugar sombrio, puxar a gente para escuridão e nós precisamos nos agarrar às coisas boas”, analisa o músico.
 
O fato de as gravações do disco terem sido transmitidas em lives de aproximadamente oito horas durante 10 dias, deu um outro caráter ao disco, pois aproximou o músico dos fãs. Ao todo, foram 71 horas de live com um total de 1 milhão e 700 mil espectadores não simultâneos em todo esse tempo. “Nada melhor que essa conexão com o  público. Foi incrível, me senti abraçado demais”, conta D2.
 
Segundo o músico, fazer todo processo ao vivo é muito diferente, pois é uma exposição que os músicos não estão acostumados a ter no estúdio. “O que transparece nessas lives é que, apesar de no final o artista estar com o disco pronto, o estúdio é um lugar de muitas decepções. Você tenta muito até acertar. Fazer isso ao vivo é difícil e desafiador”, avalia. Contudo a situação tem o seu contraponto. “Tem toda a exposição, os erros e a fragilidade, mas do outro lado da balança tem o acolhimento, o amor, o carinho” agradece Marcelo.
Esta é a segunda vez que D2 grava o disco dessa forma. Da mesma maneira, o rapper construiu o primeiro volume. No entanto, ele acredita que agora está tudo diferente. “No primeiro, aceitei mais as coisas que estavam vindo. Eu não conduzi, fui conduzido”, lembra. “Esse não, esse eu conduzi”, complementa.
 
Para fazer tudo acontecer, ele, a esposa, o filho e rapper, Sain, e mais seis amigos, e profissionais da área da música, criaram uma bolha em uma casa na região serrana do Rio de Janeiro. O intuito foi transformar essas lives em um grande festival cultural on-line, com conversas com convidados como o historiador Luiz Antônio Simas, o jornalista e curador Leonel Kaz, a empresária Nicole Balestro, os artistas plásticos Bárbara Quintino e Diego Mouro, a cientista da computação Nina da Hora e os designers Pedro Andrade e Cocker Shoes. Além de setlists de Djs e os próprios momentos de gravação.
 
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira 
 
» Audiovisual
Marcelo D2 pretende investir na carreira de diretor. Com a própria produtora, Pupila Dilatada, ele  assinou dois comerciais e pretende fazer a parte visual dos próximos dois volumes do próprio álbum. O músico adiantou, também, outro projeto. “Amar é para os fortes está vindo em uma série, então daqui a pouco tem novidades”, contou ao Correio sobre uma versão audiovisual do álbum de 2018. O rapper também mencionou sobre o Planet Hemp. 

 


Correio Braziliense terça, 25 de maio de 2021

MEGA-SENA SORTEIA AMANHÃ R$80 MILHÕES

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Mega-Sena sorteia amanhã R$ 80 milhões
 
Prêmio acumulou pela sexta vez consecutiva. O resultado será anunciado em transmissão ao vivo, às 20h, desta quarta-feira nas redes sociais da Caixa

 

» Pedro Marra

Publicação: 25/05/2021 04:00

Apostadores podem tentar a sorte até as 19h de amanhã nas lotéricas ou pela internet (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Apostadores podem tentar a sorte até as 19h de amanhã nas lotéricas ou pela internet
 
Acumulada pela sexta vez seguida, a Mega-Sena pode premiar, amanhã, o jogo vencedor em até R$ 80 milhões. O sorteio do concurso 2375 terá transmissão ao vivo, às 20h, nas redes sociais da Caixa Econômica Federal, no Espaço Loterias Caixa, em São Paulo (SP). Os apostadores podem tentar a sorte até as 19h nas lotéricas credenciadas ou pela internet.
 
O prêmio vem sendo acumulado desde o concurso 2369, realizado em 6 de maio, quando a recompensa era de R$ 20 milhões. De lá para cá, a bolada aumentou progressivamente: R$ 27 milhões, R$ 33 milhões, R$ 40 milhões, R$ 48 milhões, chegando aos R$ 80 milhões do próximo sorteio.
 
No último concurso, 2374, 125 pessoas acertaram cinco números da Mega. Cada uma ganhou mais de R$ 35 mil. Com quatro acertos, 8.177 apostas vencedoras levaram R$ 771,87 para casa. Os sorteios são realizados duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. A aposta mínima, de 6 números, custa R$ 4,50.
 
Apostas
 
Além de poder escolher entre 6 a 15 números no volante, é possível deixar que o sistema escolha os números, na opção Surpresinha. Há, ainda, a Teimosinha, sistema em que é possível concorrer com a mesma aposta por dois, quatro ou oito concursos consecutivos.
 
Morador da 204 Sul, o servidor público Jeziel Moutinho, 59 anos, diz que costuma fazer duas apostas: uma com as mesmas dezenas de sempre, com dias de nascimento de algumas pessoas da família, e outra pela Surpresinha. “Eu usaria a maior parte do prêmio para criar uma empresa, para trabalhar em algo próprio e que eu acredito, que é a administração de condomínios”, projeta.
 
Os prêmios de apostas vencedoras realizadas no Portal Loterias Caixa ou no aplicativo Loterias Caixa, cujo valor líquido do jogo seja de até R$ 1.332,78 (bruto de R$ 1.903,98), poderão ser recebidos em qualquer agência ou unidade lotérica. A pessoa também pode escolher a transferência pelo Mercado Pago.


Pela internet


» Acesse loterias.caixa.gov.br
» Clique em Loterias Online, no topo da página
» Escolha a opção de jogo
» Faça o cadastro, informando o CPF. É necessário usar cartão de crédito
» É possível apostar no mínimo R$ 30 e no máximo R$ 945, por dia
» O portal oferece a opção de apostar com números aleatórios gerados pelo sistema das Loterias, a chamada Surpresinha
» A plataforma não permite bolões

Correio Braziliense segunda, 24 de maio de 2021

QUANDO O ROCK ERA ROCK NO DISTRITO FEDERAL

Jornal Impresso

Quando o rock era rock
 
Roteiro turístico marca a trajetória de bandas da cidade principalmente nos anos 1980 em que tomaram o país e marcaram a música brasileira

 

Irlam Rocha Lima

Publicação: 24/05/2021 04:00

Concha Acústica (Reprodução/Arquivo DF
)  
Concha Acústica
Colina, Rádio Center, Ginásio Nilson Nelson, Estádio Mané Garrincha, Parque da Cidade, Teatro Garagem, Cafofo, Gilbertinho, Rolla Pedra são alguns dos espaços que fazem parte do imaginário de roqueiros brasilienses. Esses e outros 30 locais tidos como marcos históricos do gênero, que se tornou responsável pela inclusão de Brasília no mapa da música popular brasileira, em breve, vão se tornar pontos turísticos da capital federal.
 
Decreto nº 42.074, de 6 de maio último, assinado pelo governador Ibaneis Rocha, criou a Rota do Rock, que destaca 39 pontos no Plano Piloto, Lago Norte, Lago Sul e nas cidades de Taguatinga, Guará e Gama, considerados emblemáticos para manter viva a memória desse estilo musical entre os brasilienses e atrair turistas. Nos locais mapeados vão ser instaladas placas de sinalização, conforme padrão determinado pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).
 
A ideia da Rota do Rock é de Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rede, uma das bandas icônicas do movimento BSB Rock. “Isso era algo que tinha em mente há muito tempo, sob a inspiração do que existe em Cleveland, nos Estados Unidos. Aí procurei um amigo, o Leonardo Brant, professor e diretor do Departamento de Turismo da Upis, que se entusiasmou com a ideia”, relata Seabra.
 
“Como sou ligado a esta área há bastante tempo, percebi que a iniciativa do Philippe era algo bem interessante. Adaptei o esboço do projeto criado por ele para a linguagem do turismo. Em seguida, o levei ao vice-presidente e diretor administrativo da Upis, Rui Montenegro, que decidiu apoiar a Rota do Rock”, conta Brant. “Logo depois, em fevereiro, ele recebeu aqui na Upis, a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, a quem apresentou o projeto, que o abraçou de imediato”, acrescenta.
 
Na avaliação da secretária, a Rota do Rock é um novo marco para a capital. “Tenho certeza que vai aguçar a memória de muitos que, como eu, estiveram presentes nos primeiros shows da Legião Urbana aqui na cidade; e que sempre amou a Plebe Rude”, ressalta Mendonça. “Acredito que irá atrair, cada vez mais visitantes, contribuindo para consolidar a capital como destino turístico, além de impulsionar toda a cadeia produtiva”, complementa.
 
Vocalista e guitarrista dos Raimundos, Digão esteve no Palácio do Buriti, ao lado de Philippe Seabra, no dia da assinatura do decreto de criação da Rota do Rock. “Quem ama o rock de Brasília, ao passar pelos pontos da rota, vai tomar conhecimento onde as coisas aconteceram. A casa da minha familia, na QI 9, do Lago Sul é um desses pontos. Era, lá, onde Rodolfo, Canisso e eu ensaiávamos e criamos o power trio, que veio a ser conhecido nacionalmente como Raimundos”, lembra.
 
O Mel da Terra, que antecedeu o boom do rock do DF, surgiu no Projeto Cabeças. O flautista e vocalista Paulo Mattos elogia a ação. “Vejo com grande alegria a criação desse roteiro que faz o link de espaços que acolheram as bandas brasilienses, em diferentes épocas. Fico feliz ao saber que locais em que nos apresentamos tenham sido incluídos na rota”, celebra.

Correio Braziliense domingo, 23 de maio de 2021

FLAMENGO: O PODER DA DINASTIA - TIME EM OUTRO PATAMAR

Jornal Impresso

Flamengo: O poder da dinastia
 
Flamengo vence o Fluminense, conquista o sexto tricampeonato na história do Estadual e dá mais uma prova de que está em outro patamar no futebol brasileiro:rubro-negro arremata 12º troféu desde 2019

 

MARCOS PAULO LIMA

Publicação: 23/05/2021 04:00

Gabriel Barbosa converteu pênalti com a categoria de sempre e comemorou um belo gol, também, depois de um chute cruzado de perna canhota: os dois gols em três minutos encaminharam o título rubro-negro na etapa inicial (Mauro Pimentel/AFP

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Gabriel Barbosa converteu pênalti com a categoria de sempre e comemorou um belo gol, também, depois de um chute cruzado de perna canhota: os dois gols em três minutos encaminharam o título rubro-negro na etapa inicial
 
O Flamengo é tricampeão carioca pela sexta vez. Ontem, o time rubro-negro venceu o Fluminense por 3 x 1, com dois gols do irretocável Gabriel Barbosa, o artilheiro das decisões em uma das eras mais vitoriosas em 125 anos de história, outro da cria do Ninho João Gomes, e ampliou uma incrível dinastia no futebol brasileiro. O troféu estadual é o 37º do clube no Estadual, o 12º do time rubro-negro desde 2019, quando o atual presidente, Rodolfo Landim, assumiu a presidência.
 
A coleção sob os comandos de Abel Braga, Jorge Jesus e de Rogério Ceni tem três títulos no Campeonato Carioca (2019, 2020 e 2021), dois no Brasileirão (2019 e 2020), duas Supercopas do Brasil (2020 e 2021), uma Libertadores (2019), uma Recopa Sul-Americana e três troféus de turno — a Taça Rio 2019 e o bi da Guanabara (2020 e 2021). O Flamengo parte em busca do tri da Série A e da Libertadores e cobiça o tetra da Copa do Brasil, um dos poucos títulos que faltam a essa dinastia. O outro é o Mundial. O Fla amargou o vice-campeonato, em 2019, na decisão contra o Liverpool.
 
Os dois times voltam as atenções para a Libertadores. A trupe de Rogério Ceni decidirá o primeiro lugar no Grupo G contra o Vélez Sarsfield, quinta-feira, no Maracanã. A equipe de Roger Machado junta os cacos para a “final” contra o River Plate, terça-feira, em Buenos Aires. O tricolor disputa uma vaga com o próprio River e o Junior Barranquilla. 
 
O Fluminense começou a partida esboçando pressão na saída de bola do Flamengo, mas o fôlego para a marcação adiantada durou pouco. O time rubro-negro teve paciência para colocar a bola no chão, manter a posse e agredir o adversário, principalmente, pelo setor esquerdo do ataque. Algumas vezes com trocas de posição. 
 
Numa delas, Gabriel Barbosa inverteu papel com Arrascaeta e deixou o uruguaio na cara do gol. Marcos Felipe saiu desesperado e derrubou o meia dentro da área. 
 
Gabriel Barbosa assumiu a cobrança do pênalti e bateu com a precisão de sempre. Colocou a bola no canto esquerdo. 
 
O sistema defensivo do Fluminense ainda tentava se reorganizar, quando Gabigol invadiu a área pela esquerda após bela troca de passes, recebeu a bola de Filipe Luís e chutou cruzado para ampliar o placar. Os dois gols em três minutos deram aparente tranquilidade ao Flamengo na saída para o intervalo. 
 
Roger Machado trocou Kayky e Luiz Henrique por Gabriel Teixeira e e Caio Paulista e conseguiu o que planejava no início do segundo tempo. O VAR acusou pênalti do zagueiro Rodrigo Caio no atacante Caio Paulista. Fred bateu no canto esquerdo, viu Gabriel Batista triscar na bola, mas diminuiu o placar.
 
  Quando o Fluminense mais apertava, a estrela de um menino da base brilhou. João Gomes entrou no lugar de Gerson e balançou a rede no primeiro toque na bola. Vitinho chutou, Marcos Filipe falhou ao soltar a bola, o volante tocou para o fundo do barbante, e partiu para festejar. 

Correio Braziliense sábado, 22 de maio de 2021

HOJE É DIA DE SANTA RITA DE CÁSSIA
Jornal Impresso
 
Hoje é dia de Santa RitaDurante a pandemia da covid-19, muitos fiéis católicos têm recorrido à protetora contra as pestes. Paróquia da 609 Sul preparou cronograma especial para comemorar o dia da padroeira dos desamparados e santa das causas impossíveis

 

Ana Maria da Silva

Publicação: 22/05/2021 04:00

Padre Iran Preusse, da Paróquia Santa Rita de Cássia, com Ana Luísa (E)  e Adriana Menke, devotas da religiosa italiana (Minervino J?nior/CB/D.A Press
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Padre Iran Preusse, da Paróquia Santa Rita de Cássia, com Ana Luísa (E) e Adriana Menke, devotas da religiosa italiana
Nascida em 1381, na região de Umbria, na Itália, Margherita Lotti foi um exemplo de vida e fé. Foi filha, esposa, mãe, viúva e freira, até se tornar Santa Rita de Cássia, a padroeira dos desamparados e santa das causas impossíveis. Hoje, milhares de católicos celebram o dia dela. A Paróquia Santa Rita de Cássia, na 609 Sul, preparou um cronograma especial para a data (veja Festa de Santa Rita).
 
A história de Santa Rita foi repleta de eventos extraordinários (veja Causas impossíveis). Falecida em 22 de maio de 1457, ela foi beatificada no ano de 1627, em Roma, pelo papa Urbano VIII, e canonizada em 24 de maio 1900, pelo papa Leão XIII. Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia desde 2016, Iran Preusse conta que a padroeira deixou ensinamentos os fiéis. “Ela nos ensina que, apesar de todas as adversidades da vida, seguir os desígnios de Deus sempre é a melhor escolha. Que Deus sempre auxilia, fortalece e faz frutificar quem deposita a vida e a esperança nele”, pontua. 
 
Para o sacerdote, Rita soube viver o ordinário do dia, como uma mulher simples, mas de grande coração. Em meio ao tempo de grandes incertezas e dificuldades com a pandemia do novo coronavírus, Iran ressalta que é também dessa forma que conseguiremos passar pelos momentos de provação. “Santa Rita, como todos os santos, nos ensina que a vida é uma imitação dos passos vividos pelo próprio Cristo, e como tal, temos de crer diante de toda e qualquer provação. A pandemia é algo que passará mais cedo ou mais tarde. Porém, aquele que deposita sua confiança em Deus será recompensado pelo dom da fé e da fortaleza”, diz. 
 
A esperança deve ser o motivador. “O homem que para de sonhar perde o sentido de sua própria existência. Santa Rita nos ensina a ressignificar a própria vida. A vida dela foi algo de renovação e aprendizado constante. Com seu testemunho, podemos crer em Cristo e aprender o valor da cruz sem perder a verdadeira visão na crença no ressuscitado”, defende o pároco.  
 
Devoção
 
As diferentes experiências vocacionais que Rita vivenciou fizeram da advogada Ana Luísa Cunha Campos Dieguez, 53 anos, uma fiel devota. “Minha devoção começou quando, conhecendo a história da santa, descobri que ela era a única que tinha sido esposa e mãe, e, após ficar viúva, ter ido para o convento e se tornado uma religiosa especial. Ela conheceu todos os estados possíveis da vida de uma mulher, e em tudo foi notável”, conta. 
 
Após nutrir a santa devoção, Ana diz que se acostumou a recorrer à intercessão de Rita. “Em toda e qualquer situação difícil que enfrento, peço ajuda da santa para me inspirar e intervir por mim junto a Deus”, revela. Para isso, a advogada diz que busca novas experiências com a padroeira. “Vivo minha devoção participando ativamente da vida paroquial, participando das missas e fazendo dessa paróquia minha casa, minha comunidade, onde fiz muitas amizades especiais”, pontua. 
 
Padroeira 
 
“Não é só a santa dos casos impossíveis, mas dos desesperados, dos desamparados, daqueles que olham ao redor e não conseguem encontrar esperança”. Foi em meio à falta de esperança que a pedagoga Adriana Nogueira Menke, 30 anos, tornou-se devota de Santa Rita de Cássia. Casada há sete anos e mãe de Luana, 4, ela conta que a história com a padroeira vem de anos. “Começou no batismo. Minha mãe sempre frequentou a Paróquia Santa Rita de Cássia, então, os primeiros sacramentos foram todos ali. No começo, somente frequentava, e, aos poucos, fui conhecendo sua história”, recorda.
 
Aos poucos, a intimidade com a história de Rita foi surgindo. Adriana conta que foi em sua primeira gravidez que recorreu, com todo o seu coração, à intercessão da padroeira. “Infelizmente, tive um aborto retido. Precisei fazer a retirada do bebê e isso me abalou muito. Em minhas orações, pedi proteção e calma para Santa Rita e Nossa Senhora Aparecida. Senti-me muito amparada”, explica. “No hospital, no momento da retirada do bebê, eu pude sentir que Santa Rita estava comigo. Durante o procedimento, foi como um sonho, em que Santa Rita e Nossa Senhora Aparecida estavam juntas esperando pelo meu bebê”, diz.
 
Poucos meses depois, a pedagoga descobriu que estava grávida novamente. “Foi o momento em que essa relação ficou mais forte, pois foi uma gravidez difícil, que precisou de muitos cuidados”, pontua. Para Adriana, a santa é intercessora dos desesperançosos. “Tem uma música que diz: “se esperança se acabou, se alma segue aflita, pede logo a proteção de Santa Rita”. Minha devoção é falar dela, participar dos momentos de celebração em honra a ela. Mas, o mais importante é ver na vida de Santa Rita um modelo a ser seguido de fé e amor. Mais do que pedir à santa, é conseguir aprender com sua vida”, completa.
 
Festa de Santa Rita
 
Paróquia Santa Rita de Cássia (609 Sul)
Missa a cada 1h30 (é necessário agendar pelo telefone 3242-6574)
Horário: 7h30, 9h, 10h30, 12h, 13h30, 15h, 16h30 e 18h
Missa presidida pelo arcebispo de Brasília 
Horário: 19h30
Barraquinhas com comidas típicas (somente para levar)
Almoço em honra a Santa Rita
Horário: das 12h às 14h
Loja com artigos religiosos
Loja de rosas de Santa Rita
 
 
Causas impossíveis
 
Quando criança, Santa Rita foi deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na roça enquanto os pais dela trabalhavam na terra. Lá, foi circundada por um enxame, mas, nenhuma abelha a picou. Um agricultor, que havia ferido a mão com uma enxada, estava em busca de socorro e passou em frente à cesta onde estava Rita. Ele viu as abelhas que rodeavam a criança, e, à medida que movia os braços para espantá-las, sua ferida ia cicatrizando. Após a morte de Rita, ela já era venerada como protetora contra a peste, provavelmente pelo fato de ter se dedicado aos cuidados de enfermos, sem se infectar com as doenças contraídas por eles.
 
 

 


Correio Braziliense sexta, 21 de maio de 2021

MEGA SORTEIA 48 MILHÕES

Jornal Impresso

 

Mega sorteia R$ 48 milhões
 
 
Nenhum apostador acertou as seis dezenas no último sorteio, mas quatro jogos do DF ganharam a quina do concurso. Bolada de amanhã pode render R$ 139,2 mil, no 1º mês, na poupança

 

» Ana Isabel Mansur

Publicação: 21/05/2021 04:00

As apostas podem ser feitas até as 19h deste sábado nas casas lotéricas ou pela internet (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
As apostas podem ser feitas até as 19h deste sábado nas casas lotéricas ou pela internet
 
O próximo concurso da Mega-Sena vai sortear, amanhã, R$ 48 milhões. Na quarta-feira, nenhum apostador acertou as seis dezenas — 23, 24, 26, 44, 49 e 60 — e o prêmio acumulou. As apostas podem ser feitas até as 19h deste sábado, nas casas lotéricas, pelo portal Loterias Online, no aplicativo Loterias Caixa ou por meio do internet banking para clientes da Caixa (veja Passo a passo). O jogo mínimo, de seis números, custa R$ 4,50. 
 
Os brasilienses têm batido na trave. Das 72 apostas ganhadoras com cinco números, no último sorteio, quatro foram do DF. Três jogadores apostaram seis números e ganharam R$ 51.363,16, cada, enquanto que um bolão arrematou R$ 154.089,45. O concurso de quarta-feira também entregou R$ 972,58 a cada uma das 5.432 apostas ganhadoras com quatro acertos.
 
O operador de câmeras de segurança Janildo Dias, 40 anos, aposta com frequência na Mega. “Faço jogos de seis dezenas, não gosto de fazer com mais números, porque aumenta muito o preço. Se um dia eu acertar, será com a aposta mínima. Vou fazer poucos jogos,  porque estou começando a organizar um bolão para a Quina de São João”, conta o morador da Cidade Ocidental (GO). A Quina especial, com sorteio em 26 de junho, está com prêmio estimado em R$ 170 milhões.
 
Oldemar Barbosa, morador de Sobradinho, vai fazer 10 jogos para o concurso de amanhã. “Eu jogo toda semana na Mega-Sena e aposto sozinho. Gosto de jogar nos prêmios acumulados, dependendo do valor”, explica o porteiro de 56 anos. Sobre o que faria com o dinheiro, Oldemar não pensa duas vezes: investiria em imóveis. “Compraria uma casa bacana e melhoraria de vida, o mais importante. Sair do trabalho e ficar tranquilo para o resto da vida”, complementa.
 
Rendimento
 
O prêmio de R$ 48 milhões renderia, no primeiro mês de aplicação na poupança, R$ 139,2 mil. Se o sortudo optar por aplicar o dinheiro no Certificado de Depósito Bancário (CDB), espécie de investimento a longo prazo, o rendimento inicial estaria na casa dos R$ 172,5 mil. Na Letra de Crédito Imobiliária (LCI), aplicação ligada a imóveis, o prêmio renderia ao ganhador cerca de R$ 164 mil no primeiro mês. Com a bolada, seria possível comprar 4,8 mil iPhones 12, último modelo lançado pela Apple, e sete mansões de 1.482 m² no Lago Sul, além de 10 coberturas de 332 m² no Noroeste — um dos bairros com o metro quadrado mais caro do país — e 12 Ferrari Spider. 


R$ 172 mil
Valor de rendimento inicial do prêmio, se aplicado no CDB


Passo a passo

» Acesse loterias.caixa.gov.br
 
» Clique em Loterias Online, no topo da página
 
» Escolha a opção de jogo
 
» Faça o cadastro, informando o CPF. É necessário usar cartão de crédito
 
» É possível apostar no mínimo R$ 30 e no máximo R$ 945, por dia
 
» O portal oferece a opção de apostar com números aleatórios gerados pelo sistema das Loterias, a chamada Surpresinha
 
» A plataforma não permite bolões
 
Fonte: Caixa Econômica Federal

Correio Braziliense quinta, 20 de maio de 2021

LIBERTADORES: NO SUFOO, FLA AVANÇA ÀS OITAVAS

Jornal Impresso

No sufoco, Fla avança às oitavas

 

Publicação: 20/05/2021 04:00

 
Autores dos gols do Flamengo, Pedro e Gustavo Henrique vibram pela vaga (Silvia Izquierdo / AFP
)  
Autores dos gols do Flamengo, Pedro e Gustavo Henrique vibram pela vaga
 
O sufoco não estava no script dos sonhos imaginado pelos torcedores do Flamengo para a partida contra a LDU, ontem, no Maracanã. Porém, foi na base do “ai, Jesus”, como canta o hino rubro-negro, que o time carioca garantiu a vaga nas oitavas de final da Libertadores. Com um a menos boa parte do jogo, os donos da casa saíram na frente, tomaram a virada no principal defeito defensivo, mas encontram o gol do alívio — e do 2 x 2 — no fim da partida.
 
Rogério Ceni mandou a campo um time modificado, com três zagueiros de ofício. Entretanto, os planos de teste ruíram com 14 minutos, quando William Arão acertou chute imprudente na cabeça de Amarilla. Com um a menos, o rubro-negro saiu na frente. Aos 31, Pedro lutou pela bola e deu um chute fraco, mas suficiente para fazê-la ultrapassar a linha. A vantagem durou apenas quatro minutos. Em bola na área, Guerra subiu e igualou.
 
No segundo tempo, o Flamengo começou em cima, mas não incomodou o goleiro Gabbarini. Novamente no pesadelo da bola aérea, a LDU pulou na frente. Aos 14, Amarilla ajeitou com o peito para Johjan Julio fuzilar para a rede. O rubro-negro manteve a bola no pé. Porém, desorganizado, não era agressivo. Curiosamente, a salvação veio pelo alto. Aos 44, Arrascaeta cobrou falta e Gustavo Henrique cabeceou como manda o manual para empatar a partida.
 
Com o ponto somado, o rubro-negro chegou aos 11 pontos e não pode mais ser ultrapassado pela LDU, com cinco. Na próxima quinta-feira, às 21h, no Maracanã, os cariocas jogam pela liderança do grupo G com o Vélez Sarsfield. Antes, no sábado, às 21h05, o Flamengo decide o campeonato estadual contra o Fluminense.
 
A noite épica do River Plate
Sem goleiro de origem durante os 90 minutos, o River Plate venceu o Independiente Santa Fe por 2 x 1, ontem, no Monumental de Núñez, em uma noite histórica. Com 20 jogadores acometidos pelo surto de covid-19, o time argentino recorreu ao volante Enzo Perez debaixo das traves. Nem ele estava 100% fisicamente. Enzo se recuperava de distensão muscular. No fim, os os gols de Álvarez e Angileri garantiram a vitória e a liderança do grupo ao River, com nove pontos, seguido pelo Fluminense, com oito. Os dois clubes terão um confronto direto na última rodada, em Buenos Aires, valendo o primeiro lugar da chava para as oitavas de final. 

Correio Braziliense quarta, 19 de maio de 2021

CUIDAR DOS PEQUENINOS É FOCO DE INICIATIVA

Jornal Impresso

Cuidar dos pequeninos é foco de iniciativa
 
 
Programa Criança Feliz Brasiliense instala, na Fercal, o Espaço Primeira Infância. Objetivo da iniciativa é promover educação, saúde, cultura e esporte em regiões de vulnerabilidade social do Distrito Federal

 

» DARCIANNE DIOGO

Publicação: 19/05/2021 04:00

Local de atendimento foi reformado. Antes um depósito do SLU, agora é um espaço colorido e lúdico (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Local de atendimento foi reformado. Antes um depósito do SLU, agora é um espaço colorido e lúdico


Primeira-dama do DF,  Mayara Noronha entregou o Espaço Primeira Infância à comunidade  (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Primeira-dama do DF, Mayara Noronha entregou o Espaço Primeira Infância à comunidade
 
Ações de saúde, educação, esporte, assistência social e cultura são alguns dos pilares do programa Criança Feliz Brasiliense, iniciativa do Executivo local vinculada ao governo federal, para atender crianças de até 6 anos em situação de vulnerabilidade social. Ontem, durante solenidade, a primeira-dama do DF e secretária de Desenvolvimento Social , Mayara Noronha, inaugurou o Espaço Primeira Infância no Suas (Sistema Única de Assistência Social), no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da Fercal, que receberá as famílias para atendimentos.
 
O local, onde funcionava um depósito do Serviço de Limpeza Urbano (SLU), ganhou estrutura colorida e lúdica. O espaço conta com mesas e computadores e funciona como uma espécie de escritório para melhor atender as famílias. “Esse é um programa extremamente importante. Temos feito um grande esforço para atender as crianças da nossa cidade. Recebemos essa missão e, em duas semanas, entregamos a estrutura para a população”, afirmou o administrador regional da Fercal, Fernando Gustavo Lima.
 
As inscrições para o programa estão abertas e serão encerradas quando a meta for atingida, que é atender 3,2 mil crianças de 0 a 6 anos em situação de vulnerabilidade (veja Como participar). “Essa é uma ação no que se refere ao atendimento dessas famílias. A intenção é que todas as regiões abracem o programa. Já é comprovado por estudos que é na primeira infância que temos condições de moldar, de trabalhar o psicológico, o emocional, o caráter e a desenvoltura dessa criança para a fase adulta. Se mudarmos o início, a gente muda o final. E o esporte tem essa responsabilidade, de trabalhar sonhos”, frisou a primeira-dama na cerimônia.
 
Funcionamento
 
O foco do programa são as regiões de maior vulnerabilidade social do DF: Paranoá, São Sebastião, Itapoã, Varjão, Brazlândia, Fercal, Sobradinho, Planaltina, Ceilândia, Estrutural, Taguatinga, Riacho Fundo 1 e 2, Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria. O Criança Feliz Brasiliense tem como principais ações as visitas domiciliares e a articulação intersetorial.
 
Durante os encontros, são realizadas orientações práticas que fortalecem o desenvolvimento da criança, os vínculos familiares, bem como sobre o acesso a serviços para a garantia de direitos. Em 2020, mesmo em meio à pandemia, a equipe fez 27.645 atendimentos. O primeiro passo é criar o vínculo com a família para, depois, desenvolver ações que estimulem a criança, como cantar, brincar, entre outras atividades.
 
Expectativa
 
A dona de casa Nayara Alves, 25 anos, moradora da Fercal, inscreveu a filha, Maria Júlia, 4, no programa e está ansiosa pela convocação. “Sei que vai ser uma ótima oportunidade para ela, vai ajudá-la a como um todo, no desenvolvimento”, afirmou.
 
Thaynara Pereira, 22, não vê a hora da pequena Louise, 2, começar a receber visitas. “Espero que seja uma melhoria para as nossas crianças. Criança só na rua não dá. Tem que estar em clima de aprendizado. Aprendendo coisas novas. E é isso que desejo para a minha filha, para que ela cresça esperta. Quero que ela desenvolva as habilidades mais rápido”, frisou.


Como Participar?

Famílias de São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Varjão, Brazlândia, Fercal, Sobradinho, Planaltina, Ceilândia, Estrutural, Taguatinga, Riacho Fundo 1 e 2, Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria que se interessarem devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo para se informar e assinar o termo de adesão. Entre os serviços, estão apoio à gestante e à família na preparação para o nascimento e os cuidados perinatais; fortalecimento de vínculos e o papel das famílias para o desempenho da função de cuidado; proteção e educação de crianças de até 6 anos; ampliação e fortalecimento de ações de políticas públicas voltadas para as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.

Correio Braziliense terça, 18 de maio de 2021

COISA DE BRASILIENSE: O PAGODE NO PLANALTO

Jornal Impresso

Coisa de brasiliense: o pagode no Planalto
 
Para comemorar o Dia do Pagode, o Correio conversou com artistas que, apesar da pandemia, mantêm a alegria da música e conquistam fãs pelo país

 

» Mila Oliveira*
» Prisley Zuse*

Publicação: 18/05/2021 04:00

Grupo Elas que toquem. Bruna Vasconcellos, Maísa Lameira e Vanessa Lima (Robson Cesco/Divulgação)  
Grupo Elas que toquem. Bruna Vasconcellos, Maísa Lameira e Vanessa Lima
 
A cena de pagode de Brasília está cada vez mais forte. Se antes a cidade era vista como um polo de rock, o pessoal do Menos é Mais e Di Propósito veio para mostrar que o Distrito Federal tem muito a oferecer. Gustavo Góes, integrante do Menos é Mais, conta que, “se tratando de um grupo de pagode que não tinha gravadoras, empresários e rádios por perto e, mesmo assim, conseguiu romper essas barreiras, é muito legal. Essa felicidade dá mais força para gente seguir nosso propósito, que é levar alegria para todos os brasileiros, e pretendemos seguir firme nessa nossa missão.”
 
Produtor artístico, Tiago Hanna também toca em um grupo de pagode, o MakêBelê. Ele percebeu uma profissionalização e uma evolução artística no DF. Mesmo com a proibição de shows no Brasil, devido à pandemia, o samba e o pagode estão entre os ritmos mais buscados nas plataformas de streaming, segundo o Data Stories, da Kantar Ibope Media.
 
“Eu vejo que os grupos que estão fortes em Brasília são os que estão interagindo com o seu público no meio digital, produzindo conteúdo musical ou vídeos bem-humorados. Quem está fazendo bem as mídias digitais está conquistando um público mais jovem, que normalmente não frequenta shows de pagode”, destacou Tiago.
 
O aumento desse consumo é resultado do estudo de mercado, pesquisa e inovação, segundo Tiago. “Os meninos do Menos é Mais, o Jorge e o Góes, desde sempre bateram na tecla da organização e na governança, que é algo que você nem escuta direito no âmbito da música, e eles conseguiram construir o império deles, tijolinho por tijolinho”, completou o produtor.
 
A partir deles, a cena de pagode da cidade ganhou destaque nacional e abriu portas para outros grupos. No Dia do Pagode, o Correio conversou com alguns grupos e cantores da cidade que valem a pena conferir.
 
 
Meninas de raça 
O grupo de pagode formado apenas por mulheres vem ganhando espaço na cena artística de Brasília. O que era apenas uma brincadeira tornou-se algo sério para as integrantes do Elas que toquem. Com apenas oito meses desde a criação, Maísa Lameira, uma das integrantes e fundadoras do grupo, comentou que, mesmo sendo um ambiente com maioria masculina, elas estão conquistando fãs diariamente. “Sempre ouvi que mulher não faz pagode e que pagode é coisa de homem. Foi quando conheci a Bruna e começamos uma trajetória, brincando em casa e resolvemos chamar outras meninas. A gente achou que o mercado de pagode de Brasília não ia abrir as portas para gente, mas foi totalmente o contrário, os meninos ajudaram, inclusive, o Menos é mais e o Di Propósito seguem o Elas que toquem nas redes sociais.” Hoje, a banda conta com 10 mulheres no palco e mais 11 pessoas que trabalham no backstage. Lançaram um EP com 17 músicas e agora se preparam para gravar um projeto audiovisual, que deve ficar pronto até o final do ano.
 
Segurando a onda
Pietro Silva conta que tudo começou quando ele, o irmão e o sobrinho decidiram formar uma banda. Com o tempo, cada um seguiu seu caminho, e Pietro começou a tocar em outros grupos. A partir daí, a carreira do músico decolou. Recebeu vários convites para cantar com bandas e artistas renomados de Brasília. Teve a oportunidade de viajar de se apresentar em vários lugares do país e do exterior. Agora o cantor se prepara para lançar mais três músicas nos próximos meses. A primeira, chamada De baixo do chuveiro, em todas as plataformas digitais. A faixa também conta com um videoclipe. Durante a pandemia, Pietro conta que fez algumas lives, mas precisou trabalhar como garçom para pagar as contas. “Em um momento, a situação ficou complicada, e fizemos uma vaquinha para conseguir ajudar os músicos que trabalham comigo. Como agradecimento da ajuda recebida, produzimos uma live e cantamos de tudo um pouco. Além disso, com o dinheiro arrecadado, conseguimos, também, ajudar pessoas que vivem em uma situação de vulnerabilidade, foi algo muito especial”, conta ele.
 
Projeto bem pensado
O grupo formado por cinco integrantes, Will Lucas, Allan Agnes, Tony Souza, Bryan Agner e Wallace Nascimento nasceu de uma vontade dos integrantes de tocarem as músicas de que eles gostavam. Inicialmente, além do Deu Vibe, os músicos também participavam de outros projetos. Allan conta que “o negócio foi ficando sério, foram surgindo contratações, e aí decidimos sair dos outros grupos para focar no nosso. Começamos a fazer shows no DF e recebemos o convite para tocar na Europa”. Instrumentista profissional desde os 15 anos, Allan ressalta a importância da música como empreendimento que vai muito além de tocar. Amigo dos meninos do Menos é Mais, conta que “eles não chegaram aonde estão só pela parte musical, eles trabalharam toda uma engrenagem que muitos grupos de Brasília e de fora não tinham em mente. Hoje em dia, essa nova geração precisa entender que a música é um empreendimento, só tocar não serve mais, é preciso trabalhar o todo”, explica o artista.

Correio Braziliense segunda, 17 de maio de 2021

CAMPEONATO CARIOCA: FLA X FLU - EMPATE MUITO FALTOSO

Jornal Impresso

 

CAMPEONATO CARIOCA - FLA X FLU
 
Empate muito faltoso
 
Fla sai na frente com gol de Gabriel Barbosa, mas uruguaio Abel Hernández evita a derrota do Flu em jogo com nove cartões e mantém decisão aberta. Quem vencer leva. Nova igualdade forçará disputa de pênaltis

 

Publicação: 16/05/2021 04:00

 

Árbitro perdeu o controle do jogo em vários momentos, fez marcações confusas e teve ajuda do VAR nos dois gols do clássico (Alexandre Vidal/Flamengo)  
Árbitro perdeu o controle do jogo em vários momentos, fez marcações confusas e teve ajuda do VAR nos dois gols do clássico

 

A decisão do Campeonato Carioca começou com equilíbrio à altura do charmoso clássico Fla-Flu. O primeiro round da final, com nove cartões amarelos, terminou 1 x 1, ontem, no Maracanã. Gabigol abriu o placar para o time rubro-negro, mas o uruguaio Abel Hernández, que substituiu Fred  na etapa final, usou a cabeça para impedir a derrota tricolor. Quem vencer leva a taça na volta. Outra igualdade no próximo sábado, às 21h, novamente na arena carioca, forçará decisão por pênaltis.


No tira-teima entre dois camisas 9 em excelente fase Gabigol saiu na frente. O ídolo rubro-negro converteu mais uma cobrança de pênalti com categoria, deslocou o goleiro Marcos Felipe e decretou a vitória. Foi o 13º gol dele  em 12 partidas na temporada, o sexto no Campeonato Carioca.


A infração aconteceu aos 15 minutos do primeiro tempo. Com proposta do Olympique de Marselha para deixar o Flamengo, o volante Gerson sofreu pisão em uma ação ofensiva rubro-negra. Confuso, o árbitro apontou falta. No entanto, foi corrigido pelo VAR, recuou e deu pênalti. Gabigol bateu com a perfeição de sempre e abriu o placar.


O Flamengo tinha mais posse de bola, continuou com ela nos pés, mas tomou alguns sustos do Fluminense. Em um deles, o menino Kayky quase empatou numa finalização de canhota. A resposta rubro-negra foi dada pelo meia Arrascaeta em duas finalizações perigosas. Gabigol também desperdiçou oportunidade antes do intervalo.


O panorama da partida continuou o mesmo no segundo tempo. O Flamengo mantinha a posse de bola, algumas vezes recuava à espera do contra-ataque, mas mantinha o domínio. Marcos Felipe fechou o gol para Arrascaeta. O Flu investia nas bolas aéreas. Egídio alçou a bola na área, Luiz Henrique desviou e Abel Hernández empatou o jogo com direito a suspense do VAR.  


Antes do duelo de volta, os dois times jogam pela Libertadores. O Fla reberá a LDU na quarta-feira, às 21h, no Maracanã. O Flu jogará na véspera, também no Rio, às 21h30, contra o Junior Barraqnuilla.



Correio Braziliense sexta, 14 de maio de 2021

CAPITAL S.A.: O QUE A W3 SUL TEM DE BOM

Jornal Impresso

Capital S/A

 

Samanta Sallum
samantasallum.df@cbnet.com.br

Publicação: 14/05/2021 04:00

"Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo, fará coisas admiráveis."

José de Alencar


 (Minervino Júnior/CB/D.A Press - 31/3/21)  


O que a W3 Sul tem de bom
 
A avenida já foi o centro comercial mais movimentado de Brasília. A grande passarela de compras do Plano Piloto de uma época em que os shoppings não marcavam tanta presença na cidade. Mas a W3 Sul se reinventa sempre. Além de manter cantinhos especiais e tradicionais que resistem ao tempo, traz novidades charmosas. Vale a pena andar por ela para reencontrar lugares ou descobrir espaços sensacionais. A coluna quer mostrar um pouco dessas atrações. Um dos destaques é a Infinu Comunidade Criativa, na 506 Sul, que reúne gastronomia, arte, serviços e eventos.


Economia criativa

A galeria foi inaugurada há 1 ano, em meio ao desafio da pandemia. Mas, por contar com uma praça a céu aberto, conseguiu atrair público neste período. A Infinu é a tradução da economia criativa em Brasília. À frente do espaço, está Miguel Galvão, 35 anos, economista formado pela UnB e idealizador do evento PicNik, que atraía milhares de brasilienses quatro vezes por ano em espaços públicos da cidade até a chegada da covid-19.


QG do PicNik
 
Miguel conta que a Infinu virou o QG do Picnik. Uma referência física e permanente do projeto, que chegou a reunir 4 mil empreendedores por edição. Foram nove anos de eventos. “Nós requalificamos o conceito de quermesse, que é um programa que todo mundo gosta. Queremos proporcionar esse encontro lúdico das pessoas, abrindo espaço para que pequenos empreendedores possam vender seus produtos”, explica Miguel. O projeto passou também a dar suporte a esses microcomerciantes para se estruturarem de forma mais profissional.
 
 
Beco que virou praça
 
Miguel conseguiu transformar um beco degradado da W3 Sul num espaço bonito e ocupado por arte. Lá tem café, pizzaria, sorveteria, lojas de roupas e box para expositores. Todos os produtos têm identidade com Brasília. Também oferece serviços de tatuagem, barbearia, entre outros. “Ainda existe uma relação afetiva forte da população com a W3 Sul. Ela tem tudo para despontar novamente, ser um grande centro de atrações”, afirma Miguel, que é vice-presidente da Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF. Neste fim de semana, vale conferir a Feira de Vinil, das 10h às 20h. O espaço funciona de terça a domingo.



 (Reprodução/Facebook)  


Sesc e Senac no DF permanecem em gestão compartilhada
 
Foi prorrogado por mais 90 dias o período de gestão compartilhada do Sesc e do Senac no DF com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em situação normal, o controle das entidades é da Fecomércio-DF.
 
 
 
Processo eleitoral
 
Para garantir que não fossem utilizadas de forma inadequada no processo eleitoral, o presidente da CNC e dos conselhos nacionais do Sesc e do Senac, José Roberto Tadros, determinou em fevereiro a gestão compartilhada. E indicou um representante para administrar as duas entidades regionais. A medida foi em decorrência da vacância da presidência da Fecomércio com o falecimento de Francisco Maia por complicações causadas pela covid-19.
 
 
 
Arrumando a casa
 
O vice-presidente da CNC, Valdeci Cavalcante, foi designado para a missão. “Estamos arrumando a casa para que o representante da Fecomércio, quando assumir, já tenha um rumo seguro e eficiente para garantir que não haverá dano algum ao Sesc e ao Senac do DF”, explica.

Correio Braziliense quinta, 13 de maio de 2021

LUTA POR CIDADANIA HÁ MAIS DE 133 ANOS

Jornal Impresso

Luta por cidadania há mais de 133 anos
 
 
O 13 de maio de 1888 marca o fim, formal, da escravidão no Brasil. No entanto, a data não é motivo para comemoração. Apesar da liberdade, a busca por direitos e por uma vida digna perdura, mesmo após a abolição

 

» CIBELE MOREIRA

Publicação: 13/05/2021 04:00

Coordenadora geral da Casa Akotirene, Joice Marques denuncia que, após a abolição, os avanços sociais foram poucos, comparados aos danos provocados pela escravidão (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Coordenadora geral da Casa Akotirene, Joice Marques denuncia que, após a abolição, os avanços sociais foram poucos, comparados aos danos provocados pela escravidão


Para o professor Nelson Inocêncio, não há garantia de que o futuro dos negros no Brasil será melhor do que o presente (Ana Rayssa/CB/D.A Press - 26/11/19)  
Para o professor Nelson Inocêncio, não há garantia de que o futuro dos negros no Brasil será melhor do que o presente


A historiadora Ana Flávia lembra que o movimento abolicionista começou antes de 1988 (Ana Rayssa/CB/D.A Press - 4/12/19)  
A historiadora Ana Flávia lembra que o movimento abolicionista começou antes de 1988



Uma luta que tem cor, raça e endereço. Por séculos a população afro-brasileira tem buscado condições dignas de viver em sociedade e, mesmo com alguns direitos conquistados, está longe do ideal. Após 133 anos da abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, o retrato que se vê dos negros no Brasil é cruel, com altos índices de violência e desemprego. De acordo com dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em 2018, dos 2.881.854 habitantes do DF, 1.659.995 se declararam negros (57,6%). A maioria vive em regiões periféricas e de baixa renda.

Segundo estudo da Codeplan, em média, os negros recebem 39,4% a menos do que a população não negra. E 15,8% das mulheres negras trabalham como empregadas domésticas para sustentar a família. Uma realidade que se reflete no comportamento vivenciado em 1888, depois da Lei Áurea. O professor de artes e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade de Brasília (UNB) Nelson Fernando Inocêncio da Silva, 59 anos, faz uma análise histórica desse processo. “A abolição não permitiu que a população negra se tornasse cidadã. A Lei Áurea foi uma forma de se livrar da população negra, tirando a responsabilidade, e a deixando à margem, nas periferias e favelas. O Estado não chega com serviço de saúde, educação e jurídico. O Estado só chega para reprimir”, destaca.

“A abolição é a transição mais longa do Brasil. Buscamos, há mais de um século, que a população negra participe e se torne cidadã efetivamente, com respeito a sua identidade. Não podemos pensar em democracia sem pensar na população negra”, ressalta Nelson Inocêncio. “Nós não temos garantia nenhuma de que o futuro será melhor do que o presente, mas temos que arregaçar as mangas para buscar uma condição mais justa”, afirma o professor.

Para o coordenador distrital do Movimento Negro Unificado do DF, Geovanny Silva, 30, o regime escravocrata e a abolição foi um dos períodos mais cruéis da história da humanidade. Na avaliação dele, houve uma falsa libertação pois não houve política de inserção social. “Não foi dado condições de ensino, política habitacional para que a população negra pudesse ter sua própria moradia. A gente vê um histórico de muita discriminação, de muitos problemas sociais que se refletem até hoje”, destaca.

Na avaliação de Joice Marques, 34, coordenadora geral da Casa Akotirene — Quilombo Urbano, o 13 de maio não deve ser celebrado. “É impossível comemorar enquanto vivemos em uma realidade muito dolorosa. É preciso unificar o nosso discurso de resistência e luta. Em mais de 130 anos, os avanços são muito poucos em comparação ao que foi retirado. É preciso ter um equilíbrio na balança”, avalia. “É triste ver que, em 2021, a gente está lutando pela mesma coisa que há 133 anos. O Brasil é um país que tem um débito com a sua própria história. A gente precisa desse acerto de contas”, ressalta Joice, que faz um trabalho junto a Beatriz Velozo e Kellen Vieira na Casa Akotirene de resgate da história afro-brasileira e da identidade da população negra. O trio tem sido um pilar importante para a comunidade carente de Ceilândia, principalmente durante a pandemia, com a assistência na saúde mental e social de 150 famílias.

Conquistas e desafios
Falar de avanço da população negra só é possível ao evocar a luta dessa comunidade. “Foi muito sangue derramado para que essas conquistas se tornassem reais. Mas, a principal delas é a criminalização do racismo, isso no final da década de 1980, depois de quase 100 anos da abolição. E essa é uma conquista que ainda não foi consolidada, temos poucas condenações pelo crime”, frisa Geovanny Silva. Para ele, o maior desafio, hoje, é o racismo.

“Precisamos superar o caos do sistema de segurança pública, que mira em um jovem negro de qualquer forma. A gente vê chacinas, como a que teve na semana passada, na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. São vidas negras colocadas em risco. Isso é um grande desafio. De não criminalizar a população negra e sua cultura”, avalia  Geovanny.

A política de cotas nas universidades e em concursos públicos é um elemento de promoção da população negra de grande impacto, na análise da professora do Departamento de História da UnB Ana Flávia Magalhães Pinto. “O Brasil se beneficiou muito dos movimentos sociais negros. As lutas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) envolveram muitos militantes negros. As ações afirmativas, a política de cotas sociais. As políticas de saúde de combate à mortalidade infantil. O 13 de maio é um dia de luta pela manutenção dos direitos conquistados”, defende a docente.

História
Ana Flávia conta que o processo para a abolição da escravidão no Brasil foi lento e começou bem antes de 1888. “É importante a gente falar das vidas negras que fazem parte dessa luta. Luis Gama, Chiquinha Gonzaga, Maria Firmino dos Reis, entre outros nomes foram grandes abolicionistas”, lembra. Os movimentos negros iniciaram e, ao longo dos últimos anos, têm ganhado força e fôlego.

De acordo com a historiadora, o Estado fez de tudo para prolongar a escravidão no Brasil, com liberação de direitos feita aos poucos. Um dos primeiros marcos ocorreu alguns anos após a independência do país, em 1831, com a Lei Feijó, que proibia o tráfico de escravos. “Mas essa lei não era cumprida, e muitos negros eram escravizados ilegalmente”, explica a professora. Apenas em 1850 esse tipo de ação foi erradicada no território brasileiro.

Em 1871, outro marco com a Lei do Ventre Livre, a qual permitia que os bebês das escravas nascessem libertos. Na prática, as crianças ficavam sob a tutela do senhor, dono dos escravos, até os 8 anos e, depois, poderiam ser encaminhados para a tutela do Estado. “Nesse período, muitas mães fugiam para ficar com os filhos ou pagavam uma indenização para garantir a liberdade dele. Com essa lei, era possível, também, reivindicar a sua liberdade, mas o valor era muito alto”, explica Ana Flávia. Após 14 anos, foi decretada a Lei Sexagenária, autorizando a libertação de escravos com mais de 60 anos. E três anos depois, a abolição da escravidão no país.



Solidariedade
A Frente Nacional Antirracista (FNA), em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), fará um ato nacional para marcar o dia da abolição do trabalho escravo no Brasil. A ação está prevista para ocorrer em várias regiões do país com entrega de cestas básicas em favelas,  comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas. No Distrito Federal, a iniciativa entregará, hoje, 300 cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social do Sol Nascente.



Linha do tempo

1831

Lei Feijó: proibição do tráfico de escravos que, na prática, não surtiu muito efeito.

1850
Lei Eusébio de Queiroz: fim efetivo do tráfico de escravos no Brasil.

1871
Lei Rio Branco (lei do Ventre Livre): filhos de escravas nascem livres do regime escravocrata brasileiro. Oportunidade de compra da liberdade.

1885
Lei Saraiva-Cotegipe (Lei sexagenária): libertação dos idosos com 60 anos ou mais.

1888
Lei Áurea: abolição formal da escravidão no Brasil.

Correio Braziliense quarta, 12 de maio de 2021

FUTEBOL - CITY GROUP: VENHA FAZER PARTE DO MEU GRUPO

Jornal Impresso

Venha fazer parte do grupo
 
Como o City Group, proprietário do Manchester City, virou um dos maiores compradores de joias da base do futebol brasileiro. Destino dos talentos nem sempre é a matriz, mas filiais espalhadas pelo planeta

 

Marcos Paulo Lima

 

Gabriel Jesus é um dos raros talentos que chegaram ao time mais badalado da multinacional (Adam Dav/AFP - 13/3/21)  
Gabriel Jesus é um dos raros talentos que chegaram ao time mais badalado da multinacional
 
Houve um tempo em que sonho de criança era jogar no time do coração. Depois, em clube de ponta da Europa. Agora, a moda é ter crachá de multinacional do futebol e estar sempre de malas prontas para prestar serviço na matriz ou em alguma filial da companhia pelo mundo afora. Assim funciona o badalado City Football Group — dono do Manchester City.
 
Adversário do Paris Saint-Germain no duelo de volta da Liga dos Campeões da Europa, hoje, às 16h, no Etihad Stadium, o clube inglês venceu o primeiro round, em Paris, por 2 x 1, na semana passada. Logo, a trupe de De Kevin De Bruyne pode até perder por 1 x 0 para avançar pela primeira vez à final do torneio. Neymar e Mbappé precisam liderar o triunfo por dois gols. Em caso de vitória por 
2 x 1, a partida avançará à prorrogação. Persistindo, pênaltis.
 
Novo comprados dos “ pés de obra” brasileiros, o City Group é bancado pelo rico dinheirinho dos Emirados Árabes Unidos e tem um objetivo claro: ter jogadores jovens, na "fralda", desenvolvê-los em sucursais da América do Sul, Norte, Europa, Ásia ou Oceania, turbinar os fora de série no Manchester City e recuperar valores de investimento com a revenda de apostas que não se adaptam à firma. Poucos vão direto para a matriz, como o atacante Gabriel Jesus, por exemplo. Levantamento do Correio mostra que a multinacional investiu mais de 72 milhões de euros em diamantes da base dos times brasileiros. Jesus puxa a fila. O Palmeiras recebeu 32 milhões de euros na transação.
 
As aquisições do jovem Kayky, do Fluminense, por 10 milhões de euros, e do volante Abemly Meto Silu, o Metinho, por 5 milhões de euros, podem render ao Fluminense ao menos 15 milhões de euros (R$ 100 milhões). Há possibilidade, ainda, de o valor dobrar de acordo com variáveis baseadas em metas e eventuais negociações futuras. 
 
Kayky e Metinho são apenas mais duas compras na lista do consumista City Group. Recentemente, eles também tiraram do Brasil campeões mundiais sub-17 pela Seleção Brasileira em 2019, como o lateral Yan Couto (Coritiba), contratado por 6 milhões de euros, e o volante Diego Rosa (Grêmio), contratado pelo mesmo valor. 
 
O City Grupo ataca em várias frentes no Brasil. Tirou Douglas Luiz do Vasco por 12 milhões de euros. Pinçou no Flamengo os jovens Caio Roque por 1,5 milhão de euros e Vinicius Souza por 2,5 milhões de euros. Há contratações mais antigas feitas pelo projeto, como Rony Lopes (Sevilla), adquirido por 1 milhão de euros, e Thiago Andrade (New York City).
 
Filiais
 
O Manchester City é o clube mais visível do City Group, uma espécie de matriz. Nem sempre as jovens apostas partem rumo ao clube inglês. Há filiais espalhadas pelo mundo. Além do Manchester City, a multinacional é dona do Melbourne City (Austrália), Montevideo City (Uruguai), Lommel (Bélgica), New York City (EUA), Mumbai City (India), e tem participações em clubes como Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Yokohama Marinos (Japão), Troyes (França) e Bolivar (Bolívia). 
 
Os jogadores passam por um processo de "engorda" em um desses times e de lá partem pra o Manchester City ou são vendidos a outros clubes de ponta. É o caso de Douglas Luiz. O volante revelado pelo Vasco foi comprado pelo Manchester City por 12 milhões de euros, emprestado ao Girona, que disputava a primeira divisão do Espanhol, retornou ao clube inglês e, no ano passado, saiu por 16,8 milhões de euros com o Aston Villa. O volante Diego Rosa, campeão mundial sub-17 com a Seleção em 2019, também defende o Lommel.
 
Joias da base do Flamengo, o lateral-esquerdo Caio Roque, 19 anos, e o meia Vinicius Souza, 21, ganham experiência no Lommel, da Bélgica, um dos clubes satélite do City Group. Campeão mundial sub-17 em 2019, o lateral-direito Yan Couto, 18, trabalha no Girona. 
 
Um dos radares do City Group no Brasil é o empresário Pere Guardiola — irmão de Pep Guardiola, técnico do Manchester City. No ano passado, o agente, que também é proprietário do Girona, inaugurou no Brasil a empresa Media Base Sports, em parceria com o CEO Luiz Rocha. Um dos alvos da firma é trabalhar na gestão da carreira de atletas e treinadores brasileiros e representar clubes que desejam expandir negócios no exterior. 

11 
Times fazem parte dos tentáculos da multinacional City Football Group:  Manchester City, Melbourne City (Austrália), Montevideo City (Uruguai), Lommel (Bélgica), New York City (EUA), Mumbai City (India), Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Yokohama Marinos (Japão), Troyes (França) e Bolivar (Bolívia). 


Lista de compras

Jovens jogadores adquiridos no Brasil pelo City Football Group e levados para o Manchester City ou times satélites da multinacional

» Gabriel Jesus, atacante
 
Custo: 32 milhões de euros
Onde está: Manchester City (Inglaterra)
 
» Douglas Luiz, volante
 
Custo: 12 milhões de euros
Onde está: Depois de passar por Girona e City, foi vendido ao Aston Villa
 
» Kayky, atacante
 
Custo: 10 milhões de euros
Onde está: Fluminense (até completar 18 anos)
 
» Yan Couto, lateral-direito
 
Custo: 6 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)
 
» Diego Rosa, volante
 
Custo: 5 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)
 
» Metinho, meia
 
Custo: 5 milhões de euros
Onde está: Fluminense

» Vinicius Souza, meia
 
Custo: 2,5 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)
 
» Thiago Andrade, atacante
 
Custo: 1,64 milhão de euros
Onde está: New York City (EUA)

» Caio Roque, lateral-esquerdo
 
Custo: 1,5 milhão de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)
 
» Rony Lopes, atacante
 
Custo: 1 milhões de euros
Onde está: passou pela base do City e hoje atua no Nice (França)

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