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Um dos maiores nomes do entretenimento do país, Drummond também dublou o personagem Scooby Doo |
Morreu, ontem, o ator, humorista e dublador Orlando Drummond, aos 101 anos de idade, no Rio de Janeiro. Drummond sofreu falência múltipla dos órgãos na própria casa. A morte foi confirmada por familiares nas redes sociais.
A jornalista Marina Andrade, uma das sobrinhas-netas do ator, lamentou a morte de Drummond pelo Twitter: “Valeu cada segundo, da minha infância ao último papo nos 100 anos. Tio Orlando forjou o meu humor. Descansa depois de muita luta. Mandem muito amor para Glória, minha tia-avó e esposa de Drummond, filhos Orlandinho e Lenita e os tantos netos e bisnetos”.
No começo do ano, Drummond sofreu uma grave infecção urinária, o quadro chegou a se agravar e o artista foi internado, mas, em junho, o ator melhorou e recebeu alta do hospital. Na época, Alexandre Drummond, um dos netos do artista, explicou ao portal R7 que os familiares começaram a tratar o patriarca em casa, para evitar uma entrada no hospital em plena pandemia, mas,com o agravamento do quadro, tiveram de realizar a internação.
Drummond foi um dos primeiros vacinados da cidade do Rio de Janeiro contra a covid-19, ainda em janeiro. Ele havia recebido a segunda dose em fevereiro.
Talento atemporal
Carioca nascido em 18 de outubro de 1919, Drummond começou a carreira na TV, quando atuou como contrarregra. Um dos maiores nomes do entretenimento do país, o artista foi responsável por transformar personagens humorísticos em atemporais, e foi na voz dele que outros personagens da TV ganharam o Brasil, como Scooby Doo, Alf — O ETeimoso, o marinheiro Popeye e o Vingador, de Caverna do Dragão.
Um dos maiores personagens de Drummond foi criado para a televisão: o Seu Peru, no embrião da Escolinha, comandado por Chico Anysio, ainda em 1952.
Na biografia Orlando Drummond, versão brasileira (2020), o autor Victor Gagliardo explica a forma descontraída com que Seu Peru foi criado: “O Chico Anysio falou pra Cininha de Paula: ‘Chama o Drummond, que ele resolve’. Aí, o Drummond pegou o personagem. Tanto que o personagem já tinha um bordão que o próprio Chico criou, que era o ‘estou porraqui’. E aí, o Drummond pegou o personagem para si, como se fosse dele mesmo, e criou tantos outros bordões. Como: ‘Peru com mel, de Vila Isabel’, ‘te dou o maiorrapoio’”.