Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 30 de novembro de 2021

RÉVEILLON: GDF VAI DEFINIR NESTA SEMANA SE HAVERÁ EVENTOS NA CAPITAL

GDF vai definir nesta semana se haverá eventos de Réveillon na capital

Ao Correio, o Secretário de Cultura afirmou que a pasta acompanha a evolução da cepa Ômicron. O governador Ibaneis Rocha (MDB) informou que, por enquanto, não pensa em suspender as comemorações de fim de ano

SS
Samara Schwingel
postado em 30/11/2021 10:28
 
 (crédito: Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press)

O Governo do Distrito Federal (GDF) deve decidir sobre a realização ou não do Réveillon ainda esta semana. A dúvida sobre a comemoração voltou após o surgimento de uma nova cepa da covid-19, a ômicron. Por enquanto, a variante não foi confirmada no Brasil e nem no DF. Ao Correio, o secretário de Cultura Bartolomeu Rodrigues afirmou que a pasta acompanha a evolução da cepa e deve tomar uma decisão sobre o ano novo nos próximos dias. Já o governador Ibaneis Rocha (MDB) considerou que, por enquanto, não pensa em suspender as festas.

Há cerca de uma semana, o chefe do Executivo local anunciou que a Cultura preparava uma festa com, pelo menos, cinco palcos e shows na capital federal. Na época, Ibaneis afirmou que o avanço da vacinação e a queda dos índices da pandemia eram favoráveis para as comemorações.

Nesta segunda-feira (29/11), a taxa de transmissão da covid-19 voltou a cair no Distrito Federal, após quatro aumentos consecutivos. O número está em 0,81, valor ligeiramente menor do que o registrado anteriormente, de 0,82. O índice de contágio indica a reprodução da pandemia, e o resultado de ontem aponta que cada 100 brasilienses com a doença podem infectar, em média, outros 81.

A média móvel de mortes está a 7,2 — 22% menor do que o dado de 15 de novembro, 14 dias atrás. O cálculo para as infecções alcançou 100,2 — queda de 21,9% na comparação com o mesmo período.

 
 

A média móvel de mortes está a 7,2 — 22% menor do que o dado de 15 de novembro, 14 dias atrás. O cálculo para as infecções alcançou 100,2 — queda de 21,9% na comparação com o mesmo período.


Correio Braziliense segunda, 29 de novembro de 2021

CENTENÁRIO DE JOSÉ ORNELLAS: EX-GOVERNADOR DO DF COMEMORA 100 ANOS DE VIDA NESTA TERÇA-FEIRA, 30.11

 

Ex-governador do DF José Ornellas comemora 100 anos nesta terça-feira

José Ornellas esteve no comando da capital federal entre 1982 e 1985. Nesta terça-feira (30/11), celebra 100 anos de vida

RN
Renata Nagashima
postado em 29/11/2021 06:00
 
O segredo da longevidade com a esposa Zely e a filha Vera: amor pela família e por exercícios -  (crédito: Arquivo pessoal)
O segredo da longevidade com a esposa Zely e a filha Vera: amor pela família e por exercícios - (crédito: Arquivo pessoal)

Governador do Distrito Federal entre os anos de 1982 e 1985, José Ornellas de Souza Filho, conhecido como Zé Ornellas, comemora 100 anos, nesta terça-feira (30/11). Nascido no Rio de Janeiro, o oficial do Exército chegou ao DF em 1973, com 51 anos, designado para um trabalho provisório, de oito meses, na Subsecretaria de Educação do Ministério da Educação e Cultura. Em pouco tempo já estava apaixonado pela capital e decidiu ficar na cidade.

Durante seu mandato, o ex-governador criou a Vila São José, em Brazlândia, urbanizou Planaltina e fez as obras de captação fluvial em Ceilândia, principalmente no Setor O. "Ele fazia reuniões comunitárias em todas as cidades: administrador, secretários e comunidade, ao final, apresentava as propostas de trabalho e as realizava", recorda Jair Tedeschi, ajudante-de-ordem de Ornellas durante o mandato.

Em abril de 1985, Ornelas deixou o governo de Brasília. Em outubro de 1990, filiou-se ao Partido Liberal (PL) e foi eleito deputado distrital. Em agosto de 1993, licenciou-se do mandato para ocupar o cargo de secretário da Indústria, Comércio e Desenvolvimento do Distrito Federal, no governo de Joaquim Roriz (1991-1994). De volta à Câmara Legislativa após oito meses à frente da secretaria, candidatou-se à reeleição, uma vez mais pela legenda liberal, no pleito de outubro de 1994, não obtendo votação suficiente para garantir-lhe o retorno àquela casa.

"Fui eleito e indicado para ser o Segundo Secretário da Mesa Diretora, responsável pela administração da Câmara. A esta altura, eu e minha família já estávamos gostando de Brasília. E foi nessa época que recebi o convite para ser o Assessor da Presidência da Federação do Comércio. Aceitei e lá fiquei até os 90 anos", relata José Ornellas.


Correio Braziliense domingo, 28 de novembro de 2021

ENEM: ESTUDANTES ENCARAM SEGUNDO DIA DE PROVA NESTE DOMINGO

 

Estudantes encaram segundo dia de prova do Enem neste domingo

Serão aplicadas provas de Ciências da Natureza e Matemática

GC
Gabriela Chabalgoity*
GB
Gabriela Bernardes*
postado em 28/11/2021 06:00 / atualizado em 28/11/2021 08:24
 
Orientação para participantes que apresentarem sintomas é não comparecer ao local de prova. Prazo para solicitar reaplicação do exame começa na segunda (29) -  (crédito: Foto ilustrativa)
Orientação para participantes que apresentarem sintomas é não comparecer ao local de prova. Prazo para solicitar reaplicação do exame começa na segunda (29) - (crédito: Foto ilustrativa)

Com um índice de abstenção em 26%, o Exame Nacional de Ensino Médio entra hoje no segundo dia. Serão aplicadas provas de Ciências da Natureza e Matemática. No primeiro dia do Enem, cerca de 2,3 milhões de candidatos compareceram às provas, em mais de 1,7 mil municípios.

De acordo com o ministro da Educação Milton Ribeiro, o percentual de abstenção foi baixo. Para especialistas, no entanto, com o menor Enem dos últimos tempos — cerca de 3,1 milhões de estudantes se inscreveram, o menor número de candidatos desde 2005 — a ausência de mais de 800 mil estudantes tem um impacto significativo. "Não dá para considerar uma evasão de 26% como algo muito bom, pelo contrário. Ele foi menor do que os outros anos, mas quando você compara a base total de alunos, nós tivemos muito mais alunos fazendo Enem e buscando perspectiva de estudo em anos anteriores", comenta o professor Francisco Borges, mestre em Políticas Públicas para Educação e consultor da Fundação FAT.

Nas últimas semanas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se viu diante de uma crise ocasionada pela debandada de servidores e denúncias de censura e assédio. A primeira fase de testes, realizada no último fim de semana, mostrou que o temido desequilíbrio do certame — com as denúncias de vetos a questões e censura de alguns assuntos, havia a preocupação de um direcionamento nos temas das provas — não se concretizou

 

Para Borges, a pouca interferência do governo nos questionamentos da prova comprova que a instabilidade no Inep decorre de divergências ideológicos. "A crise no Inep é uma crise política, ela não é técnica. O efeito do Enem foi ínfimo, mas a gente tem um presidente que é 'bravateiro' e acaba trazendo insegurança para as necessidades do país. Nós estamos falando hoje do Enem, mas nós podíamos estar falando do Bolsa Família, por exemplo", disse.

Borges teme que a constante inconsistência da prova, além de trazer desesperança aos jovens, os afaste do mercado de trabalho. "A gente tem que perceber qual é a importância desse processo na vida do país. Três milhões de brasileiros que estão participando deste ano, quando sete e oito poderiam estar fazendo o Enem, mostra que nós estamos com quase 5 milhões de jovens desesperançosos para continuar estudando, e se não vão continuar estudando como é que vai ser a perspectiva de trabalho para eles na frente?", afirmou o especialista.

Estratégia no exame

No segundo dia de provas do Enem, os candidatos responderão a 45 questões de Ciências da Natureza e 45 questões de Matemática.

O professor Fredão, coordenador do colégio Pódion, indicou algumas dicas. Primeiro, ele recomenda começar a leitura pelo comando, olhar as alternativas e só então ler o texto base. "Isso vai ajudar o candidato a economizar tempo na prova, pois ele vai ler o texto já buscando o que será pedido no comando", diz.

Segundo passo: sublinhar as principais informações do texto, especialmente as numéricas e de unidades de medida, para não esquecer de considerar essas informações indispensáveis do texto durante os cálculos.

Em seguida, estabelecer uma estratégia para cada etapa da prova: começo, meio e fim. "Por qual componente vou começar?", "O que farei quando o cansaço bater?", "No final da prova, qual componente devo priorizar?". "Todas essas reflexões devem ser feitas pelo candidato antes da prova e devem se basear em tudo o que ele aprendeu fazendo simulados no modelo Enem e provas antigas", complementa.

Ele chama a atenção, ainda, para a necessidade do candidato se lembrar que o modelo de correção da prova envolve a Teoria de Resposta ao Item (TRI). "Não basta acertar muitos itens. Espera-se que o candidato acerte os itens mais fáceis e intermediários, antes de acertar os difíceis. Por isso, se o candidato perceber que uma questão parece difícil, com muitos cálculos, interpretação complicada ou de um tópico normalmente complicado, como combinatória e logaritmo, ele deve pular essas questões em um primeiro momento, voltando nelas ao final da prova", conclui.

* Estagiárias sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

 


Correio Braziliense sábado, 27 de novembro de 2021

LITERATURA: DAD SQUARISI, JORNALISTA DO CORREIO, LANÇA LIVRO NESTE SÁBADO (27/11)

 

A Brasília de Dad: jornalista do Correio lança livro neste sábado (27/11)

Novo livro da professora é diferente dos quais costuma escrever, sobre a língua portuguesa, e abre espaço para uma obra sobre a cidade que ganhou seu coração

CC
Caroline Cintra
postado em 27/11/2021 06:00
 
 (crédito:  Carlos Vieira/CB)
(crédito: Carlos Vieira/CB)

Conhecida e prestigiada pelos livros e aulas de língua portuguesa e redação profissional, a professora, jornalista e editora de Opinião do Correio, Dad Squarisi, amplia o leque de criações e lança, hoje, a obra Maravilhas de Brasília — capital dos brasileiros. No exemplar, ela destaca o cerrado, as águas, o céu, o Plano Piloto, os monumentos, o paisagismo e o brasiliense como sendo as sete maravilhas da capital federal. Cheio de ilustrações e curiosidades, o livro é um passeio pela cidade para quem ainda não a conhece e um presente para quem vive nela e a ama.

Autora de 33 livros, em sua maioria de língua portuguesa e redação, Dad conta que a ideia de escrever sobre Brasília a acompanha há muito tempo. "Quando viajo e digo que sou de Brasília, dizem que 'ninguém é perfeito' ou fazem cara feia, como se a cidade fosse só a Praça dos Três Poderes, política. Esquecem que é uma cidade que tem povo, criança, escolas, hospitais, pessoas que trabalham, pessoas especiais", disse. Ela ressalta que a obra não é apenas para os brasilienses, mas para todos os brasileiros. "Brasília é um patrimônio da humanidade, um museu a céu aberto. Tem maravilhas aqui que não são encontradas em outras cidades, e todos precisam conhecer", declara a escritora.

 No livro, Dad dá vida às sete maravilhas de Brasília. Todos têm voz: os animais, o cerrado, as plantas. Nele, é contada a história da capital federal desde a construção até os dias atuais. "Brasília era conhecida como cabeça, tronco e rodas. Hoje, é cabeça, tronco e pernas. Porque, com o fechamento das pistas aos finais de semana, o Eixão do Lazer e a W3 do Lazer, as pessoas que moram aqui começaram a aproveitar a cidade com as próprias pernas, a irem para a rua a pé", afirma.

Desafio

Para a escritora, escrever Maravilhas de Brasília — capital dos brasileiros foi desafiador, pois foge dos gêneros que costuma trabalhar. "É maravilhoso fazer algo novo. Tem um infantojuvenil com mitologia e fábulas e outro com depoimentos de pessoas que passaram por transplante de medula óssea. São 30 entrevistas com transplantados. Sou uma das depoentes, pois já passei pelo procedimento. A gente fica em isolamento e queria fazer as entrevistas para o jornal, mas decidi fazer um livro", conta.

 

Lançamento

 (crédito: Divulgação)
crédito: Divulgação

Maravilhas
de Brasília — capital dos brasileiros

Quando: Hoje

Onde: Livraria da Travessa, no CasaPark

Horário: a partir das 18h

Entrada: gratuita

Livro: R$ 25

Os interessados podem adquirir um exemplar no site da Editora Contexto ou da Amazon e em outras livrarias


Correio Braziliense sexta, 26 de novembro de 2021

HORÓSCOPO DO DIA: CONFIRA O QUE OS ASTROS REVELAM PARA ESTA SEXTA (26.11)

Horóscopo do dia: confira o que os astros revelam para esta sexta (26/11)

Veja o horóscopo por Oscar Quiroga para desvendar esta sexta-feira, 26 de novembro, de acordo com cada signo

OQ
Oscar Quiroga
postado em 26/11/2021 06:00
 
 (crédito: Pixabay/Reprodução)
(crédito: Pixabay/Reprodução)

Alma e personalidade

Data estelar: Lua Vazia das 13h24 até 23h13, quando ingressa em Virgem.

Se nossas almas, vida interior, e nossas personalidades, vida exterior, funcionassem em convergência, seríamos todos fisicamente vigorosos, emocionalmente vibrantes e intelectualmente colossais.

Porém, a maior parte do tempo, alma e personalidade estão dissociadas, e isso não é resultado de complicações extraterrestres, mas de uma íntima decisão de negligenciarmos as orientações inequívocas que a voz da alma nos oferece, para nos lançarmos à aventura de experimentar os encantos e dores da existência formal da personalidade. E, depois de quebrarmos a cara por insistir em nossos erros, nos lembramos da voz da alma e dizemos a nós mesmos: Bem que eu pensei!

Não há vantagem em lembrar da voz da alma a posteriori, o assunto é confiar nela e a testar na experiência.

ÁRIES (nascimento entre 21/3 a 20/4)

O entusiasmo há de se converter em método, porque se não houver movimentos práticos, esse entusiasmo se converterá em frustração e decepção. Você tem todos os ingredientes em suas mãos, faça acontecer agora.

TOURO (nascimento entre 21/4 a 20/5)

Os tormentos interiores não são eternos, e você, com firme vontade, pode encurtar essa dinâmica. É impossível deixar de sentir emoções desencontradas, mas é possível escolher quanto tempo estacionar nelas.

GÊMEOS (nascimento entre 21/5 a 20/6)

Sossegue, pelo menos por um momento, para recuperar o fôlego e depois continuar sua jornada. Sossegue um pouco para enxergar tudo com distanciamento e objetividade e, assim, tomar decisões mais sábias pela frente.

CÂNCER (nascimento entre 21/6 a 21/7)

A segurança conquistada há de servir de fundamento para você continuar se aventurando na vida, porque, que sentido teria sua alma estacionar numa zona de conforto que, com o tempo, se transformaria em prisão?

LEÃO (nascimento entre 22/7 a 22/8)

Nem sempre o personagem principal dos acontecimentos é você, e deveria estar tudo bem com isso, porque, inclusive, a situação ajudaria você a se retirar de cena, descansar e planejar melhor os próximos movimentos.

VIRGEM (nascimento entre 23/8 a 22/9)

Logo mais será hora de você tomar algumas iniciativas que definam o caminho. Você não precisa definir toda sua vida pela frente, mas, pelo menos, definir alguns assuntos que estão pendentes, e que podem ser concluídos.

LIBRA (nascimento entre 23/9 a 22/10)

Em algum momento a alma cansa. Cansa de aguentar pessoas chatas, cansa de se sacrificar e receber ingratidão por isso, cansa do mundo em geral, cansa porque cansa. Esse cansaço precisa ser metabolizado com sabedoria.

ESCORPIÃO (nascimento entre 23/9 a 21/11)

O que você puder fazer contando apenas com seu esforço e empenho é o que servirá de fundamento para que as pessoas possam agregar algo interessante, colaborando e ajudando. Complete sua jornada, e depois peça ajuda.

SAGITÁRIO (nascimento entre 22/11 a 21/12)

Da ideia à prática, a solução nem sempre é encontrada na velocidade em que isso acontece, porque em muitos casos isso seria pura e simples precipitação. Da ideia à prática teria de haver um tempo de amadurecimento.

CAPRICÓRNIO (nascimento entre 22/12 a 20/1)

Os tormentos interiores se dissipam e sua alma consegue enxergar o panorama com mais clareza e, principalmente, mais leveza também. Sem leveza e desprovida de alegria, a alma só pode se atormentar. Nada além.

AQUÁRIO (nascimento entre 21/1 a 19/2)

O entendimento nem sempre é possível, e a coisa toda degringola em conflito rapidamente. Isso passa, e se você não ficar remoendo demais sobre os argumentos conflitantes, provavelmente passará sem deixar marca alguma.

PEIXES (nascimento entre 20/2 a 20/3)

Nem sempre é suficiente você dar conta do recado, porque isso acostuma você a prescindir da ajuda e colaboração das pessoas. Parece bom, mas não é, porque tudo que de bom poderia acontecer vem através da colaboração.

 


Correio Braziliense quinta, 25 de novembro de 2021

FUTEBOL FEMININO: FORMIGA FAZ ÚLTIMO JOGO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA

 

Despedida de uma lenda: Formiga faz último jogo pela Seleção Brasileira

A meia-campista do Brasil fará sua última aparição com a camisa canarinho nesta quinta-feira (25), em duelo contra a Índia, pelo Torneio Internacional de Futebol Feminino

JM
Júlia Mano*
postado em 24/11/2021 20:39 / atualizado em 25/11/2021 00:16
 
 (crédito: Sam Robles/CBF)
(crédito: Sam Robles/CBF)

A partida de estreia da Seleção Feminina no Torneio Internacional contra a Índia, nesta quinta-feira (25), ficará marcada pelo adeus de Formiga à camisa canarinho. A jogadora, de 43 anos, entrou em campo para representar o país pela primeira vez aos 17 anos. Nesses mais de 20 anos vestindo o manto brasileiro, acumulou recordes, conquistou importantes títulos e contribuiu com a transformação do futebol feminino no Brasil e no Mundo.

Formiga afirmou, em algumas ocasiões, que teve o apoio de sua mãe, quando começou a jogar futebol, aos 12 anos. Enquanto os seus irmãos só permitiam que ela participasse dos babas se eles também estivessem em campo. Porém, isso nunca a impediu de jogar sozinha, mas depois apanhava pela desobediência.

A meia-campista também teve que escutar pessoas chamarem ela de “mulher-macho” e falarem que ia engravidar cedo por estar sempre cercada de meninos. Mas, felizmente, todo o preconceito não a impediu de insistir no seu sonho, para a sorte de milhões de torcedores brasileiros, que puderam ver uma das maiores futebolistas da história em ação.

A passagem majestosa pela Seleção

Formiga dedicou exatamente 26 anos à Seleção Brasileira. A jogadora fez sua primeira aparição na Copa do Mundo Feminina de 1995, na Suécia, que também foi a segunda edição do torneio. Na ocasião, a meia-campista pegou emprestado as camisas da conquista do tetra de Romário, de Bebeto e de Dunga. O Brasil teve uma participação tímida e ficou para trás ainda na fase de grupos.

A meia-campista soma a mesma quantidade de participações em Olimpíadas. Com a convocação para Tóquio-2020, juntou-se ao velejador Robert Scheidt no topo do ranking de brasileiros que mais estiveram nos Jogos Olímpicos. Formiga ainda conquistou duas vezes a medalha de prata, em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Em 2019, ultrapassou Cafu ao se tornar a atleta com mais jogos pela Seleção Brasileira. Formiga se despede da sua emblemática camisa canarinho número oito com 29 gols e 233 jogos.

No Torneio Internacional de 2016, em Manaus, a jogadora ensaiou a sua despedida. Com uma vitória de 5 a 3 sobre a Itália, a meia-campista se aposentou em uma partida com muitas homenagens dedicadas a ela. Em 2018, desistiu da aposentadoria para voltar a vestir a camisa canarinho na Copa América. E, mais uma vez, a torcida brasileira teve a sorte de poder ver Formiga nos gramados por mais alguns anos - e em televisão aberta.

Programe-se

Torneio Internacional de Futebol Feminino
Brasil x Índia
Data: 25/11, às 22h (de Brasília)
Local: Arena da Amazônia (Manaus - AM)
Transmissão: SporTV

*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima


Correio Braziliense quarta, 24 de novembro de 2021

CARTÃO DE VACINA CONTRA A COVID-19 SERÁ OBRIGATÓRIO EM EVENTOS NO DISTRITO FEDERAL

 

Cartão de vacina contra a covid-19 será obrigatório em eventos no Distrito Federal

A medida serve para a entrada em eventos esportivos, festas e festivais. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (24/11)

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EDIS HENRIQUE PERES » JÚLIA ELEUTÉRIO
postado em 24/11/2021 08:19 / atualizado em 24/11/2021 10:02
 
 (crédito:  Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil)

Inconformado com o ritmo de vacinação contra a covid-19 no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) mudou de estratégia. Em um decreto publicado na edição desta quarta-feira (24/11), no Diário Oficial, o chefe do Executivo decidiu que, na capital, só podem participar de eventos esportivos, festas e festivais, aqueles que apresentarem o cartão de vacina com a imunização completa

As pistas de dança estão liberadas, assim como o uso de guardanapos de tecido, oferta de itens de uso coletivo, como cafezinho e alimentos para degustação. Sabe aquela marcação no chão para delimitar a distância entre uma pessoa e outra nas filas? Pois bem, isso também é desnecessário a partir de hoje. 

Por outro lado, nem pense em sair por aí sem máscaras em ambientes fechados. O uso continua obrigatório nestes casos, assim como a utilização de álcool em gel, necessidade de distanciamento físico — reduzido de dois para um metro— e higienização dos ambientes.

Em relação a fiscalização, será feita apenas pelos servidores da Secretaria de Proteção de Ordem Urbanística (DF Legal) e da Vigilância Sanitária. Estão fora da força-tarefa os integrantes da Polícia Civil, do Detran, DER, da Secretaria de Agricultura e da Diretoria de Fiscalização Tributária da Secretaria de Economia. 

Confira o que muda

Eventos esportivos

  • Ficam excluídas da apresentação do comprovante de vacinação as pessoas que não podem tomar a vacina em virtude de orientações das autoridades sanitárias, mediante comprovação da impossibilidade;
  • Os locais de competição e treinamento deverão ser previamente desinfetados e higienizados antes do uso;
  • Nas competições esportivas realizadas em ambiente fechado, somente os atletas em jogo e a arbitragem terão permissão para permanecer sem máscaras no tempo das competições;
  • A verificação e fiscalização dos cartões de vacinação do público que adquirir o ingresso ficará sob responsabilidade da entidade organizadora do evento e, nos casos de arenas ou ginásios ou estádios concedidos aos particulares, também da concessionária que administra o local
Casas e estabelecimentos de festas
  • Autorização para casamento, batizados, aniversários e afins;
  • Talheres higienizados em embalagens individuais (ou talheres descartáveis), além de manter os pratos, copos e demais utensílios protegidos;
  • Priorizar o uso de sachês individuais;
  • Organizar o fluxo de circulação de pessoas nos corredores e nas entradas e saídas, assegurando o distanciamento mínimo; e
  • Nas apresentações de música ao vivo, em ambientes fechados, os integrantes da banda devem usar máscaras, com exceção dos vocalistas e instrumentistas que executam instrumentos musicais de sopro.

Correio Braziliense terça, 23 de novembro de 2021

ENTENDA COMO E QUEM PODE SER BENEFICIADO COM OS PROGRAMAS PRATO CHEIO CARTÃO GÁS

Entenda como e quem pode ser beneficiado com os programas Prato Cheio e Cartão Gás

Os programas sociais do GDF Prato Cheio e Cartão Gás já auxiliaram muitas famílias desde o início da pandemia. Apenas o programa de auxílio para comprar alimentação já alcançou 100 mil famílias; o auxílio Gás, mais de 70 mil

Apresentado por  
postado em 23/11/2021 07:00
 
 (crédito: Renato Raphael/Sedes )
(crédito: Renato Raphael/Sedes )

Programas sociais têm sido de extrema importância para auxiliar famílias em vulnerabilidade social a passarem pelos momentos de dificuldade impostos pela pandemia. Os programas Prato Cheio e Cartão Gás são dois dos programas criados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) como medida de enfrentamento das consequências sociais e econômicas decorrentes dos efeitos da covid-19. Desde sua implementação, o Prato Cheio já ajudou mais de 100 mil famílias e o Cartão Gás auxiliou mais de 70 mil. Entenda como os programas funcionam e quais famílias têm direito de acesso.

Vigente desde agosto deste ano, o Programa Cartão Gás já beneficiou mais de 70 mil famílias que moram na capital. O benefício de caráter emergencial consiste na concessão de auxílio financeiro, em parcelas sucessivas a cada dois meses no valor de R$ 100,00, para aquisição do gás de cozinha, o GLP de 13kg. A assistência, que pretende durar 18 meses, deve contemplar cada família com, pelo menos, nove auxílios.

Com o objetivo de auxiliar famílias que estão passando por dificuldades em adquirir gêneros alimentícios, o Programa Prato Cheio concede um cartão bancário com crédito de R$250 reais por mês para ajudá-las a sair da situação de insegurança alimentar e nutricional. Para cada família o programa tem a duração de ciclos de seis meses. Após o término do período é necessário que o chefe de família cadastrado procure novamente o CRAS para uma nova avaliação e pedido de retorno ao programa.

Segundo as orientações da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), a vantagem do programa é a de que “por meio de um cartão bancário, o beneficiário pode fazer a escolha de alimentos, de acordo com a sua preferência e necessidade, para compor uma alimentação saudável que atenda aos hábitos e costumes da família”. Um outro benefício, em relação à economia da cidade, ao comprar alimentos no comércio perto de casa, o Prato Cheio ajuda a “promover a movimentação da economia local gerando emprego e renda para aquela localidade”.

Quem pode ser contemplado com os benefícios

Famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e inscritas no Cadastro Único (CadÚnido), moradores do DF e que tenham idade igual ou superior a 16 anos podem ser atendidas com os cartões. Para ter direito ao cartão Prato Cheio ainda é necessário comprovar que está em situação de insegurança alimentar.

Após inscrição no CadÚnido e solicitação de inclusão no programa, é preciso aguardar a ligação do CRAS agendando atendimento. Questionada a respeito de uma possível demora na inclusão aos programas, a SEDES explicou que o atendimento socioassistencial pode

realmente levar um pouco mais de tempo pois “requer uma escuta qualificada das demandas do cidadão, necessitando muitas vezes, inclusive, de visitas domiciliares”.

Para saber se foi contemplado ou quando e onde buscar o cartão, acesse o site GDF Social. Em caso de dúvidas ou reclamações é possível entrar em contato com a Secretaria por meio da ouvidoria, no telefone 162.

Como fazer a utilização do dinheiro

Para utilização do valor disponível no cartão Prato Cheio, é possível adquirir alimentos no comércio mais próximo de sua residência. O cartão Gás funciona na função débito em estabelecimentos cadastrados pelo governo. É possível consultar a lista de empresas parceiras do programa aqui.

Cadastro Único

Para ter acesso aos programas sociais disponibilizados pelo GDF é necessário que as famílias estejam cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico). O sistema é um registro que permite ao governo saber quem são e como vivem as famílias de baixa renda no Brasil. Para participar é necessário ter o cadastro sempre atualizado. O cadastramento não é feito pela internet. É preciso ir até o setor responsável pelo Cadastro Único em cada cidade para se inscrever.

No Distrito Federal o cadastro é realizado por meio dos 29 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), dos 12 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), dos 16 Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, dos dois Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop) e uma Unidade de Proteção Social (UPS 24 horas), além das unidades de acolhimento.

Para evitar aglomerações, é necessário realizar agendamento. Para mais informações acesse o site da Sedes. Após agendamento a família deve aguardar a Secretaria entrar em contato informando horário, local e data de atendimento.

Na última semana, o GDF anunciou a abertura de mais 14 pontos de locais de atendimento do Cras, “montados em regiões de maior vulnerabilidade do Distrito Federal, reforçando o trabalho que já é executado pelas unidades socioassistenciais e órgãos parceiros”. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), “o Cras é a porta de entrada para o cidadão acessar a proteção social básica, assim como outras políticas públicas”.

Ainda segundo a Secretaria, de acordo com dados analisados até setembro de 2021, o DF tem atualmente 186.862 famílias inscritas no Cadastro Único.


Correio Braziliense segunda, 22 de novembro de 2021

NOVEMBRO AZUL: HOMEM PRECISA SE CUIDAR

 

Homem precisa se cuidar

Campanha Novembro Azul completa 10 anos de criação pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, conscientizando e alertando sobre os riscos do câncer de próstata

Apresentado por  
postado em 18/11/2021 16:01 / atualizado em 18/11/2021 20:10
 
  -  (crédito: Acervo Bradesco Seguros)
- (crédito: Acervo Bradesco Seguros)

Vergonha, silêncio, preconceito, medo. São sintomas de um estigma cultural que acomete boa parte dos milhões de homens brasileiros, por se sentirem embaraçados ao tocar no tema câncer de próstata. Um tabu que vem sendo quebrado com a boa arma da informação. E é propagando informações que o Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) completa 10 anos de criação da campanha Novembro Azul, chamando a atenção para os cuidados com a saúde física e mental do homem, para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens, e representa (29%) dos diagnósticos de tumores malignos em homens no país.

Os médicos alertam que os exames de diagnóstico devem começar a partir dos 45 anos. Quanto mais velho, mais a doença avança. Não há ação, medicamento ou alimento que previna. É letal, sem sintomas na fase inicial da doença, e pode espalhar-se por todo o corpo. Mas, por ser silencioso, o câncer de próstata se for descoberto no início tem todas as chances de tratamento - daí a relevância de se fazer, o quanto antes, exames de sangue (psa) e o toque retal. Porque é no exame de rotina que pode ser detectado.

A recomendação é mais impactante para os negros, que têm o dobro de chances de desenvolver o câncer de próstata, segundo estudos no Brasil e no exterior. Se o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, atrás da Nigéria, dar ênfase à essa informação é fundamental. Outro grupo de forte risco é quem tem histórico familiar da doença, que também necessita iniciar os exames aos 45 anos. Aos demais homens, a recomendação é iniciar a investigação da doença aos 50 anos.

"Nosso olhar está voltado a crianças, adolescentes e adultos jovens, pois temos que mudar as estatísticas negativas", afirma a presidente do LAL e idealizadora do Novembro Azul, Marlene Oliveira. Ela destaca que o Instituto não se limita a falar de saúde do homem somente neste mês. Mas que os ventos do Novembro Azul estimulem, cada vez mais, a mudança de comportamento masculino o ano inteiro, na direção da necessidade dos cuidados com o corpo e a mente, da infância ao envelhecimento.

 

"Não é só uma campanha de conscientização, é um movimento que tem o papel de mobilizar o debate sobre políticas públicas dedicadas à saúde do homem brasileiro."Marlene Oliveira, presidente do LAL e idealizadora do Novembro Azul, em discurso no Senado, em audiência que celebrou os 10 anos da campanha.

 

Atuar como uma voz ativa junto aos gestores e formuladores de políticas públicas é uma atividade constante do Instituto Lado a Lado pela Vida para estimular mudanças positivas que ajudem a melhorar a saúde no Brasil, tanto no SUS (Sistema Único de Saúde) como na saúde suplementar.

 

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Cuide do que é seu

 

Fundado em 2008, o Instituto LAL é a única organização social brasileira dedicada, simultaneamente, às duas principais causas da mortalidade - o câncer e as doenças cardiovasculares - além de intenso trabalho relacionado à saúde do homem.

Entre as ações para celebrar os 10 anos de chamamento do Novembro Azul, uma bem cuidada campanha na mídia em geral trouxe o tema: “Cuide do que é Seu”. Criou o 0800 do Homem (0800222 2224), um canal telefônico em que é possível tirar dúvidas, receber orientações sobre saúde e ser ouvido. “Não se trata de uma consulta, mas de uma escuta para orientar e esclarecer e, também, para ouvir as angústias”, esclarece Marlene. É mais um canal de comunicação reforçado pelo LAL, que em 2020, em plena pandemia do covid-19, que afastou ainda mais o público em geral de hospitais e postos de saúde, registrou 7,4 mil atendimentos via WhatsApp. Cerca de 45% dos contatos foram de homens em busca de informações sobre sexualidade, impotência, lesões nos genitais e câncer de próstata.

O serviço 0800 pode encorajar o cuidado com a saúde e reduzir o tabu com o exame de toque retal, que ainda impede 10% dos homens brasileiros a buscarem diagnóstico sobre essa doença, segundo recente pesquisa do Instituto. O levantamento mostra que 62% vão ao médico quando têm sintomas, de qualquer doença, insuportáveis. Enquanto 53% buscam a internet para saber sobre sintomas leves.

“O exame do toque retal não causa incômodo e é muito rápido. Não dá tempo de sentir desconforto. Quem não quer fazer o exame é porque tem uma barreira interior, que vem de anos”, diz José Romildo Lima, aposentado, 70 anos, que faz o exame anualmente.

Paciente 360

Outra novidade do LAL é uma ação inédita em parceria com a plataforma Paciente 360, um canal interativo e humanizado de apoio aos que enfrentam o diagnóstico do câncer de próstata.

Ao acessar a plataforma Paciente 360 pelo portal do Instituto, o internauta participa de uma simulação de uma situação real, apresentada por atores, que reproduz a vivência de um paciente que recebeu o diagnóstico de câncer de próstata e está acompanhado da esposa, na sala de espera de um consultório médico fictício. Nessa interação, é possível perceber, inclusive, as sensações e os sentimentos de quem recebeu o diagnóstico de câncer de próstata.

A presidente do LAL tem enfatizado a importância da educação para a prevenção de doenças do homem que podem ser evitadas, desmistificando, por exemplo, a crença de que quem tem tempo e necessidade de ir ao médico é a mulher. “Nosso trabalho tem, a cada ano, ampliado sua voz junto aos mais jovens, com ações em escolas e junto a prefeituras. Temos que investir, fortemente, em educação para a saúde, para que tenhamos uma nova geração de homens atentos aos cuidados com seu corpo e sua mente e não é só falar de câncer de próstata no Novembro Azul, mas orientar sobre outras doenças que podem ser evitadas com mudanças de atitudes”, explica Marlene. E lembrar que algumas enfermidades por causas genéticas podem ser menos agressivas, se diagnosticadas de forma precoce, com o autocuidado masculino.

 

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Maior letalidade

Marlene destaca alguns dados do estudo “10 respostas sobre a saúde do homem”, feito pelo Núcleo de Pesquisa do LAL, com apoio da Gillette, que ouviu 1,8 mil homens em idades de 18 a 65 anos, no Brasil, Argentina, Colômbia e México. Segundo o levantamento, 77% dos brasileiros estão informados sobre a importância do exame de toque, mas a parcela de latino-americanos é menor, (55%), o que mostra a força do Novembro Azul no Brasil em informar a população. No entanto, ter conhecimento ainda não faz com que a ação seja efetiva, pois apenas 37% dos brasileiros fizeram o exame e ainda pior, 43% dos que têm idade acima de 45 anos afirmaram que o médico não recomendou.

Em relação à possibilidade do negro ter mais chance de ser acometido pela enfermidade e ter três vezes mais chance de morrer pela doença, 86% dos brasileiros desconhecem a informação. E entre os latinos, 93% acham que tais riscos são falsos, ou não têm a menor ideia sobre o assunto.

Os dados da pesquisa sinalizam o impacto positivo da campanha no Brasil, mas há muito a fazer e há espaço para ela se expandir regionalmente, passo que o Instituto já começou a trilhar.

Ela destaca alguns dados de levantamento “10 respostas sobre a saúde do homem”, feito pelo Núcleo de Pesquisa do LAL com 1,8 mil homens em idades de 18 a 65 anos, no Brasil, Argentina, Colômbia e México. Segundo o estudo, somente 37% dos brasileiros fizeram o exame de toque retal recentemente, sendo que a maioria não fez ou por desinformação ou por falta de recomendação do seu médico. A clínica ou o consultório médico são visitados por 62% dos brasileiros e 73% dos latino-americanos, mais quando sentem incômodos do que por prevenção.

Nota-se que ainda há bastante desinformação, quando 13% dos entrevistados no país acham que o câncer de próstata mata poucos homens. E outros 20% dizem nada saber a respeito. Entre os latinos, o percentual é maior, pois 26% não sabem e 18% acreditam que a letalidade é pequena. Em relação à possibilidade do negro ter mais chance de ser acometido pela enfermidade e ter três vezes mais chance de morrer pela doença, 86% dos brasileiros desconhecem a informação. E entre os latinos, 93% acham que tais riscos são falsos, ou não têm a menor ideia sobre o assunto.


Correio Braziliense domingo, 21 de novembro de 2021

ENEM: DF TEM REFORÇO E MUDANÇAS EM HORÁRIOS DO TRANSPORTE PÚBLICO

 

Enem: DF tem reforço e mudanças em horários do transporte público

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) ampliou o horário de funcionamento para os dois domingos de prova

CB
Correio Braziliense
postado em 21/11/2021 06:00 / atualizado em 21/11/2021 07:49
 
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Devido ao primeiro dia de prova do Exame Nacional do ensino Médio (Enem), que acontece hoje, o transporte público do Distrito Federal vai ter mudanças no horário de funcionamento. Com reforço na frota de linhas de ônibus, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) determinou que, nas duas datas — 21 e 28 de novembro —, os ônibus extras que passam pelos locais de prova começarão a circular às 9h30.

No Distrito Federal, 82.761 estudantes devem realizar a prova, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Destes, 78.761 farão a prova na versão impressa e 4.000, na versão digital.

A prova terá quatro áreas de conhecimento. Hoje, o exame terá questões de linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias. No próximo domingo (28/11), os alunos vão responder perguntas sobre ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Ao todo, os dois dias somam 180 questões objetivas. Os estudantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema.

Ontem, na véspera do primeiro dia de prova, 150 alunos do colégio Sigma, da 910 Norte, acompanharam um aulão presencial no auditório da escola, das 8h às 12h20, como forma de preparação para a prova de hoje. Os estudantes revisaram o conteúdo de Ciências Humanas, uma das disciplinas presentes no primeiro dia de prova do exame.

Com o desejo de cursar Direito, Arthur Romano, 17, tem uma rotina puxada de estudos. Há dois meses, ele faz cursinho de manhã no Sigma e outro curso on-line à noite. "Estou me sentindo bem confiante, fazendo algumas provas antigas também. Deu para fazer bastantes questões, até porque o Enem tem muito o costume de cobrar assuntos incomuns", argumenta o estudante.

Diretora do Sigma da 910 Norte e professora de redação, Carol Darolt acredita que a redação deste ano será com algum tema de preocupação social. Segundo ela, mais importante do que o aluno ficar preocupado com o tema, é fazer um bom texto, independentemente do assunto. "Eles precisam ter tranquilidade para fazer leitura da frase temática, coletânea, conseguir elaborar um bom plano de texto, pensar no repertório sociocultural, que é importante na prova, e montar uma boa proposta de intervenção", analisa.

Ao todo, oito professores lecionaram durante o encontro com os jovens. O aulão foi transmitido pelo canal do YouTube do colégio Sigma, aberto para o público geral e alunos da instituição que optaram por acompanhar a aula de forma on-line.


Correio Braziliense sábado, 20 de novembro de 2021

GASTRONOMIA: CAMARADA CAMARÃO TERÁ RESTAURANTE EM BRASÍLIA

 

GRELHADOS DO CHEF PRATO PARA 3 PESSOAS. CRÉDITO: CAMARÃO CAMARADA/DIVULGAÇÃO

Quem vem do mar! Camarada Camarão, grife pernambucana, terá restaurante em Brasília

Publicado em restaurantes de frutos do mar

Desta vez está certa a vinda do Camarada Camarão, grife pernambucana nascida na praia de Boa Viagem, em 2005, que há 10 anos estava de olho para fincar em Brasília a primeira unidade fora do Recife. Na ocasião, esta coluna chegou a noticiar as tratativas em curso que tinham como objetivo instalar a marca na sede da Agepol, trecho 2 do Setor de Clubes Sul, onde havia acabado de fechar as portas um restaurante de comida mineira.

Com um investimento de R$ 9 milhões, está quase concluída no Shopping ID a obra do novo restô que será a maior unidade da rede com uma área total de 2mil m2, sendo 100m2 exclusiva para crianças, espaço para eventos com duas salas menores reservadas e outras quatro que podem receber até 120 pessoas.

“Brasília sempre esteve em nossos planos, pois tem um grande mercado consumidor e gente do Brasil circulando pela cidade. Estaremos em um shopping que é uma referência na boa gastronomia e a nossa expectativa é muito grande para essa nova atuação”, declarou Sylvio Drummond, CEO do Grupo Drumattos, a holding responsável não só pelo Camarada Camarão, mas também pela rede de fast food Camarão e Cia.

A intenção dos proprietários é abrir a casa em meados de dezembro. Para tanto, buscam imprimir velocidade na finalização da obra a cargo da Execut Engenharia, que vem sendo acompanhada por Drummond, um dos executivos. A ambientação é informal e rústica, porém elegante e decorada com motivos marítimos, presente em todas as lojas da rede, que deverá totalizar 16 unidades ainda este ano com Brasília e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Para 2022, há contratos fechados que permitirão chegar a 25 unidades no país, informa Sylvio.

Comida farta

Se é grande a expectativa do grupo, não é menor que a do público que já conhece a casa de visitas às capitais do Nordeste. A analista jurídica Sara Maria está contando os dias para provar outra vez o pastel de camarão, que degustou em João Pessoa. “Os pratos são muito
fartos e têm preços bons”, comenta a brasiliense.

O prato Brisa do mar também serve 3 pessoas. Crédito: Camarada Camarão/Divulgação

Além do crustáceo, que dá nome à rede e comparece em diversas versões, há polvo, lagosta e peixes no cardápio desenvolvido pelo chef francês François Schmitt, que mora há 25 anos no Brasil. Destaque para os pratos Brisa do mar (R$ 199), que serve três pessoas e Grelhados do chef (R$ 369), mix de camarão e lagosta também para três pessoas.

À frente da operação brasiliense está Eduardo Lira, que por muitos anos tocou a loja Camarão e Cia no Conjunto Nacional e é ele quem vai comandar todas as etapas, como o Happy Hour Camarada, que se realiza todos os dias, inclusive fins de semana e feriados, das 17h às 20h, com chope, drinques e uísque (exceto a garrafa) pela metade do preço, além de petiscos com preços especiais.


Correio Braziliense sexta, 19 de novembro de 2021

PREVISÃO DO TEMPO: NEBULOSIDADE E PANCADAS DE CHUVA PERMANECEM NO FIM DE SEMANA NO DF

Previsão do tempo: nebulosidade e pancadas de chuva permanecem no fim de semana

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os próximos dias serão marcados por chuvas e trovoadas no Distrito Federal. Nesta sexta-feira (19/11) a umidade relativa do ar pode variar entre 95% e 60%

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Rafaela Martins
postado em 19/11/2021 08:27
 
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Com o fim de semana à vista, a sexta-feira (19/11) traz uma prévia do temporal esperado para sábado e domingo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o dia será marcado por chuvas, trovoadas e rajadas de vento no Distrito Federal. As pancadas devem ocorrer no período da tarde e da noite. Durante a manhã, a previsão é de chuva em pontos isolados. Com o tempo mais ameno, a umidade relativa do ar pode variar entre 95% e 60%.

Além disso, o Inmet declarou o Estado Laranja para o DF. Vale ressaltar que o alerta indica perigo potencial provocado por tempestades, com rajadas de vento de 60km/h a 100km/h, e grande volume de chuva (entre 50mm e 100mm). Para esta sexta, o instituto prevê temperatura máxima de 26ºC no centro da capital federal. A mínima registrada até o momento foi de 17ºC.

 
 

Como se proteger?

O brasiliense que está nas ruas precisa tomar cuidado. Para isso, o Correio preparou algumas dicas que podem te ajudar durante esse período chuvoso. Confira:

-Em caso de rajadas de vento: não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas. Não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.
-Evite usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada.
-Caso precise de mais informações, acione a Defesa Civil (telefone 199) ou o Corpo de Bombeiros Militar (telefone 193).


Correio Braziliense quinta, 18 de novembro de 2021

NEGROS SÃO MAIORIA NO MERCADO DE TRABALHO DO D, MAS A TAXA DE DESEMPREGO AINDA É ALTA

Negros são maioria no mercado de trabalho do DF, mas taxa de desemprego ainda é alta

Os dados são do Boletim Populações Negras, da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), recebida em primeira mão pelo Correio, e divulgada pela Secretaria do Trabalho na manhã desta quinta-feira (18/11)

AM
Ana Maria Pol
postado em 18/11/2021 10:31
 
 (crédito: Gomez)
(crédito: Gomez)

A passos curtos, a luta pela valorização da população negra na escassez de trabalho tem ganhado novos capítulos na história do Distrito Federal. Essa é a síntese do Boletim Populações Negras, da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), recebida em primeira mão pelo Correio, e divulgada pela Secretaria do Trabalho na manhã desta quinta-feira (18/11). O levantamento mostra que, no primeiro semestre de 2021, a força de trabalho da capital federal era majoritariamente negra. A taxa de participação da população negra de 14 anos e mais na força de trabalho era de 67,1%, enquanto a da parcela não negra ficou situada em 61%.

Nisso, destaca-se que, a concentração de desemprego entre o público negro foi persistente em duas faixas etárias, segundo o boletim: a de jovens entre 18 e 24 anos, e a de adultos jovens, entre 30 e 39 anos. Juntos, os segmentos agregavam mais da metade dos desempregados negros no 1º semestre de 2021 (51,5%), um patamar inferior ao identificado no 1º semestre de 2020 (54%).

Sob a perspectiva da inserção no domicílio, as pessoas que ocupavam as posições de filho e de chefe no domicílio preponderam dentre os desempregados negros do Distrito Federal e corresponderam a 71,3% deste contingente, no 1º semestre de 2021. A proporção em desemprego para as pessoas que ocupavam a posição de filhos era de 48,8% e a de chefes de famílias, 22,5%, no mesmo período de pesquisa, mostrando que os chefes de família foram os mais penalizados no período inicial da pandemia.

Diferencial

A realidade é que as dificuldades causadas pela chegada da covid-19 acentuaram os efeitos da crise econômica. Mas o crescimento e generalização do desemprego recaiu de forma diferente nos trabalhadores que apresentaram diferenciais. No DF, destacaram-se trabalhadores que tinham experiência anterior de trabalho no conjunto de desempregados - de 67,9%, no 1º semestre de 2019, para 71,2%, no 1º semestre de 2020. Nos primeiros seis meses de 2021, este percentual médio ficou em 71,7%.

No comparativo do 1º semestre de 2021, a proporção de desempregados com trajetória ocupacional anterior no contingente negro alcançou 72,6%, resultado de continua ascensão das dificuldades para estes trabalhadores. Uma situação diferente do que ocorreu com a população não negra, cuja participação dos trabalhadores experientes dentre os desempregados apresentou recuo em 2021, na comparação com o ano anterior.

Tempo de procura por trabalho

Para esse público, a busca por um novo emprego tornou-se algo difícil, uma vez que o desemprego de longa duração virou uma característica histórica do mercado de trabalho brasileiro, algo que vem se agravando nos últimos anos, segundo a pesquisa da Codeplan. O tempo médio despendido pelos desempregados do DF na culpa por uma ocupação ficou na faixa de 54 semanas, durante o 1º semestre de 2021, o que reforça a ideia de dificuldade do mercado de trabalho para restabelecer as condições anteriores à pandemia.

Considerando as classes de tempo de procura por trabalho, no 1º semestre de 2021, 61,4% dos desempregados levavam acima de seis meses procurando por trabalho, sendo 37,2% de 6 a 12 meses e 24,2% mais de um ano. Esses percentuais foram superiores aos verificados no 1º semestre de 2019, 30,6% e 23,0%, respectivamente.


Correio Braziliense quarta, 17 de novembro de 2021

CAIXA INICIA PAGAMENTOS DO AUXÍLIO BRASIL NESTA QUARTA-FEIRA

 

Caixa inicia pagamentos do Auxílio Brasil nesta quarta-feira

No pagamento do auxílio emergencial no começo do ano, filas foram registradas nas agências -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

 

Programa social que substitui o Bolsa Família começa a funcionar hoje com parcela média de R$ 224,41. Valor de R$ 400 prometido por Bolsonaro depende da aprovação da PEC dos Precatórios pelo Senado

 

 Auxílio Brasil, novo programa de transferência de renda do governo federal, começa a ser pago hoje para cerca de 14,6 milhões de famílias. Nessa primeira fase, que vai até dezembro, as parcelas do novo programa terão valor médio de R$ 224,41 e só estão disponíveis para aqueles que já eram beneficiários do Bolsa Família. O governo espera incluir outros 2,5 milhões de famílias até o fim do ano, totalizando mais de 17 milhões, mas depende, ainda, da aprovação da PEC dos Precatórios, que deve enfrentar dificuldades no Senado.

Quem não está no CadÚnico deve ir a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para ser incluído na base de dados, o que não garante que o cadastrado receberá os valores. O Ministério da Cidadania será responsável pelos trâmites relacionados à análise de cadastro, junto à Dataprev. Já a Caixa Econômica Federal fará os pagamentos.

 Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, a CEF apenas receberá os dados para pagamento, assim como ocorria com o Auxílio Emergencial. "Nós recebemos todo mês a base das pessoas que receberão os benefícios. Nós já recebemos o Auxílio Brasil e amanhã (hoje) normalmente começa o pagamento", disse, em coletiva transmitida ontem.

 

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pri-1711-auxilio-brasil(foto: Thiago Fagundes)

 

Ele também revelou que o aplicativo Caixa Tem, que funciona como uma espécie de conta poupança para os benefícios do governo, agora exibirá aos usuários o valor das parcelas do Auxílio Brasil a receber. "Nós temos uma novidade dentro do canal do Caixa Tem — que é a maior operação bancária digital do Brasil. Já é possível consultar o benefício e as parcelas. Isso é muito importante. Quão seja, todos os beneficiários do Auxílio Brasil podem, pelo Caixa Tem, consultar os benefícios, as parcelas. Isso é uma novidade, nós não tínhamos antes para o Auxílio Emergencial", disse Guimarães.

As demais funções do aplicativo, o pagamento de boletos e contas, transferência de valores, compras com cartão de débito virtual e QR Code e saque sem cartão estão mantidas. Os beneficiários também poderão utilizar o aplicativo Auxílio Brasil, que já está disponível para Android. Até ontem, o número de downloads ultrapassava os 10 milhões na plataforma. Através do novo app, é possível consultar o benefício e as parcelas, ver mensagens sobre o benefício, calendário de pagamento e outras informações sobre o programa.

O presidente da Caixa também revelou que as agências do banco voltarão ao horário de atendimento normal a partir da próxima semana. "Nós voltaremos no dia 23, terça-feira, ao horário normal. Até agora nós estávamos abrindo às 8h. No ano passado, a Caixa abriu 22 sábados. Neste momento, estamos voltando ao normal abrindo às 10h", afirmou.


Correio Braziliense terça, 16 de novembro de 2021

BRASÍLIA TEM A SEGUNDA GASOLINA MAIS CARA DO BRASIL

Brasília tem a segunda gasolina mais cara do Brasil

Preço médio do combustível comum chegou a R$ 7,21, entre 7 e 13 de novembro. No período, perdeu só para o Rio: R$ 7,23

IM
Israel Medeiros
postado em 16/11/2021 06:00
 
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Distrito Federal está com a segunda gasolina mais cara do país. Na semana passada, o preço médio do combustível comum no DF chegou a R$ 7,214 o litro, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dados levam em consideração os preços em 47 postos pesquisados, entre 7 a 13 de novembro. A capital federal só perde para o Rio de Janeiro, que teve, no mesmo período, média de R$ 7,237.

Para quem tem automóvel flex e pode optar por abastecer com álcool, a situação não está muito melhor. Quando o assunto é o preço do etanol, o DF também está no alto das unidades da Federação com preço mais caro: média de R$ 6,22/litro. O Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro aparecem no ranking como primeiro e segundo colocados, respectivamente: média de R$ 6,943 e R$ 6,246 cada.

 
 

Ginástica orçamentária

Os altos preços e as perspectivas de novos reajustes pela Petrobras têm levado os moradores de Brasília a rever seu orçamento e até considerar alternativas de transporte. É o que conta o dentista Irlam da Costa, de 29 anos.

"Tem que tirar o orçamento de outras coisas para poder pagar a gasolina, senão deixa o carro na garagem. Não tem como economizar, porque vai num posto e está um preço; procura outro, e o preço está maior ainda", afirmou Costa.

"Está caro, mas, infelizmente, tem que usar gasolina. Uso o carro todo dia, trabalho com ele. Todos os dias eu rodo cerca de 600km", afirmou.

Em 2021, a Petrobras fez 15 reajustes no preço da gasolina nas refinarias — quatro foram reduções — e outros 12 no etanol — três reduções. A alta acumulada este ano é de 74% para o derivado de petróleo e de 61,7%, para o etanol. O último reajuste da estatal foi em 25 de outubro, quando o litro da gasolina teve alta de 7,04% nas refinarias e o diesel, 9,15%. O presidente Jair Bolsonaro anunciou que, para a próxima semana, há a possibilidade de haver nova mexida no preço, mas a Petrobras não confirma.

Para Paulo Tavares, presidente do Sindicombustíveis-DF, a falta do produto em postos pelo país tem contribuído para a disparada nos preços. Conforme salientou, o setor está em adequação dos estoques para conseguir suprir a demanda, algo que deve demorar 60 dias. Sobre a possibilidade de um novo reajuste pela Petrobras em breve, ele alertou que os preços continuam abaixo do que deveria ser.


Correio Braziliense segunda, 15 de novembro de 2021

ENSINO PÚBLICO DO DF LUTA CONTRA O ABANDONO ESCOLAR NA PANDEMIA

 

Ensino público do DF luta contra o abandono escolar na pandemia

Além dos danos diretos causados aos jovens que interromperam os estudos durante a crise sanitária, o mercado de trabalho costuma rejeitar a mão de obra daqueles que não concluíram o ensino médio

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Edis Henrique Peres
postado em 15/11/2021 06:00 / atualizado em 15/11/2021 08:16
 
 (crédito:  Minervino Júnior/CB)
(crédito: Minervino Júnior/CB)

A crise sanitária do novo coronavírus dificultou o acesso ao ensino dos estudantes do Distrito Federal. Alguns alunos não tiveram como continuar os estudos devido a problemas como falta de acesso à tecnologia e internet ou pela necessidade de se tornarem provedores da renda familiar de suas casas. Com isso, o abandono escolar se fez presente nas unidades de ensino, e professores se mobilizaram na tentativa de resgatar os alunos de volta para as escolas. Além dos danos imediatos de perda educacional, especialistas avaliam que a falta de formação pode resultar em aumento do desemprego nos próximos anos.

Para o coordenador, o caminho é uma busca ativa das escolas pelos alunos que abandonaram o ensino. "É preciso ocorrer articulação com a assistência social, o conselho tutelar e entender porque o aluno não está voltando às aulas. Vale lembrar que a evasão afeta toda a sociedade. Ela é o fantasma da educação, pois representa o pior cenário. É preferível um aluno com dificuldades na escola, do que totalmente fora dela. Sem falar que a escolaridade tem uma relação muito forte com a renda: quanto menos escolaridade, mais difícil é adentrar no mercado formal de trabalho e mais impactos da violência e criminalidade essa pessoa pode sofrer", destaca Ivan.

A Secretaria de Educação disse que as escolas realizam busca ativa "por meio de contato com os pais ou responsáveis". "Por isso, é muito importante que mantenham os dados de contato sempre atualizados na escola. Mudou de endereço, telefone, e-mail, WhatsApp: avisa a escola", orienta a pasta.

Segundo a secretária de Educação Hélvia Paranaguá, a pasta ainda está fazendo o levantamento, mas alguns dados já apontam a desistência, principalmente de crianças em situação de vulnerabilidade social. "Há muitos meninos do ensino médio que foram trabalhar porque o pai ficou desempregado. Alguns que recebiam o bolsa família e outros programas sociais não retornaram à escola e vamos fazer uma busca ativa para trazê-los de volta. Antes, a presença escolar era fundamental para o recebimento do benefício, como nesse período não houve essa exigência, eles evadiram e abandonaram a escola", disse, em entrevista ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — no último dia 3.

Busca ativa

Quem enfrentou o desafio de encontrar os alunos foi o Centro de Ensino Médio (CEM) 03 do Gama. Rosilene Nóbrega, diretora da unidade de ensino, conta que a escola possui 1.315 alunos matriculados, e que no começo da pandemia sofreu o impacto de cerca de 35% de abandono entre os estudantes. "Esse período foi complicado porque os nossos alunos ficaram desmotivados, outros não tinham acesso à internet ou celular, além daqueles que tiveram que trabalhar para ajudar os pais. A escola montou uma força-tarefa para ir atrás deles. Ligamos nos contatos, mas a maioria estava desatualizada. Então, começamos a ir diretamente nos endereços, mas como muitos pais moravam de aluguel e tinham perdido o emprego, vários tinham se mudado", relata.

Apesar das dificuldades, a escola conseguiu trazer de volta grande parte dos estudantes. "De setembro de 2020 até o fim do ano, reduzimos o abandono de 35% para 23%. Este ano, continuamos o nosso trabalho e diminuímos o índice para 12%. Continuamos o nosso papel para mostrar ao aluno que ele deve voltar à escola. Para isso, buscamos dar condições para que esse retorno aconteça. Durante o ensino remoto, por exemplo, fizemos campanhas para arrecadar celulares usados e entregar os aparelhos para os estudantes que não tinham. O nosso foco é não perder nenhum aluno, e nosso esforço valeu a pena, porque 14 alunos nossos conseguiram ingressar na UnB (Universidade de Brasília) pelo PAS (Programa de Avaliação Seriada)", conta.

Retorno

Vinicius Alves Soares, 17 anos, morador do Gama e estudante do terceiro ano do ensino médio, foi um dos estudantes do CEM 3 que buscou orientação na escola para retornar aos estudos. Em 2020, mesmo com a pandemia, Vinícius revela que participou bastante das aulas. "Cheguei a trabalhar em 2020, mas participei do ensino remoto", relata. A dificuldade veio em 2021, quando Vinícius começou a trabalhar o dia inteiro. "Trabalhei como ajudante de serragem, e era o dia todo no serviço. Por isso foi difícil conciliar os estudos. Antes de voltar (a estudar), eu cheguei a ir na escola para verificar se compensava eu tentar continuar os estudos", detalha.

"A escola me falou que eu ainda conseguiria me formar se me esforçasse bastante, entregasse as atividades e não faltasse mais. Acabei saindo do emprego para conseguir me dedicar. Ainda não sei o que quero estudar na faculdade, mas venho tentando ser jogador de futebol. Ainda assim, quero terminar os estudos para garantir a faculdade depois", pondera.

O estudante do terceiro ano do ensino médio explica: "não foi algo que eu decidi, simplesmente chegava o horário da escola e eu não conseguia ir, porque tinha que entrar mais cedo no serviço ou tinha chegado muito tarde em casa, estava muito cansado. E o horário não dava para conciliar. Mas agora eu estou buscando voltar, e a escola vem tentando ajudar". Marcos Paulo, também conhecido Daiki Zi, confessa o sonho de ser cantor. “Comecei agora a trabalhar com música, sou cantor e compositor. Montei um estúdio com o meu irmão, a gente faz rap/trap”, se anima.

Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Catarina Almeida Santos destaca que falta amparo do Estado para os estudantes. "Muitos estão abandonando a escola para buscar uma forma de sobrevivência. O Estado precisa fornecer condições para que o aluno permaneça na escola sem passar fome. Não é que o aluno queira deixar os estudos, mas ele não tem opção. Foram vários os relatos de estudantes de 14 anos deixando a escola para ir trabalhar na construção civil, o que é trabalho infantil. O que precisa ser feito é estabelecer políticas que garantam renda mínima para que eles não precisem escolher entre estudar ou se alimentar", frisa.

Catarina também destaca o perigo da redução da idade mínima de trabalho. "A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 18 quer permitir que jovens de 14 anos comecem a trabalhar. Primeiro que já temos milhões de pessoas desempregadas, então não é necessário que jovens nessa faixa-etária assumam empregos, pois já temos mão de obra disponível. O foco deles trabalharem é porque são jovens e acabam recebendo menos e sendo explorados", destaca.

Danos

A evasão escolar se reflete no mercado de trabalho. Simone Gontijo, professora do Instituto Federal de Brasília (IFB) e doutora em educação, avalia que o preço da "exclusão da juventude do contexto escolar é alto, e é pago por todo o país". "Os pais tiveram perda de emprego ou diminuição do salário, e os jovens precisaram ocupar postos de trabalho. O aluno passa por essa necessidade urgente de sobrevivência; é praticamente uma exclusão do estudante do processo escolar. Ele não sai da escola por vontade própria e acaba indo para um trabalho desqualificado, que não tem os direitos legais do trabalhador garantido", ressalta.

Matheus Silva de Paiva, economista e coordenador do curso de economia da Universidade Católica de Brasília (UCB), destaca que um dos maiores problemas do mercado de trabalho é a falta de qualificação. "Os empresários reclamam muito da falta de mão de obra qualificada. Eles até querem empregar, têm vontade de contratar, mas a pessoa não dura muito tempo, pois não dá conta do serviço. É terrível para os jovens abandonarem as escolas, porque vai na contramão do que os empresários estão precisando", salienta.


Correio Braziliense domingo, 14 de novembro de 2021

COMÉRCIO DO DF SE PREPARA PARA O NATAL E ESPERA CRESCIMENTO NAS VENDAS

Comércio do DF se prepara para o Natal e espera crescimento nas vendas

Venda de árvores, pisca-pisca e presépio deve movimentar o fim de ano. Sindivarejista estima alta nas vendas de 10% a 12% nesses itens este ano

CM
Cibele Moreira
postado em 14/11/2021 06:00
 
 (crédito: Fotos:  Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Fotos: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Faltando pouco mais de um mês para o Natal, os brasilienses começam a busca por itens natalinos. Árvores, pisca-pisca, papai-noel, presépio e outros artigos decorativos devem movimentar a economia local neste fim de ano. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), há uma expectativa de aumento de 10% a 12% nas vendas desses produtos em 2021, quando comparado com o mesmo período de 2020. Uma boa perspectiva para o setor que sofreu durante o período de pandemia.

Presidente do Sindivarejista, Edson de Castro prevê que a liquidação de produtos e promoções serão os principais atrativos do comércio, com um fluxo de 95% das compras por cartão de crédito. "Estamos com uma expectativa excelente. Os empresários estão muito confiantes para este ano. Agora, no início de novembro, o movimento ainda está pequeno. Estamos apenas começando", afirma.

Gerente de uma loja de artigos de decoração para casa, na Feira dos Importados, Viviane Xavier, 34 anos, conta que percebeu um aumento nas vendas de fim de ano. "Por incrível que pareça, 2020 foi um dos nossos melhores faturamentos na loja. E já estamos superando o fluxo de procura neste ano", ressalta. Para ela, uma das coisas que tem contribuído para esse cenário são os preços. "Conseguimos segurar, mesmo com a crise, não repassamos o valor para o cliente. Isso ajuda muito", argumenta Viviane.

Moradora do Guará, Rayanne Araújo Bastos, 29, destaca que esta é a primeira vez vai decorar a casa para o fim de ano. "Sempre temos o costume de reunir a família no dia de Natal, mas não montamos a árvore e essas coisas. Agora, com a minha sobrinha pequena, de 2 anos, queremos criar memórias deste período natalino", relata. "Estamos pesquisando os preços, vendo como vamos fazer ainda", finaliza a empresária.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), José Aparecido Freire, pondera que o dólar, a alta da inflação e do combustível são os grandes vilões para o setor neste fim de ano. "Isso atrapalha bastante, mas estamos com uma perspectiva positiva para 2021. Devemos chegar no mesmo patamar de vendas do registrado no segundo semestre de 2019", adianta. De acordo com Freire, a Black Friday deve impulsionar o segmento. "Esperamos entrar em 2022 com muita coisa boa", finaliza.


Correio Braziliense sábado, 13 de novembro de 2021

ALTERNATIVAS PARA FAZER O DF CRESCER

 

Alternativas para fazer o DF crescer
 
 
Para descolar economia do serviço público, especialistas sugerem mais investimentos em outros setores, como tecnologia e construção civil. Saídas envolvem novos olhares para o desenvolvimento

 

Publicação: 13/11/2021 04:00


O secretário de Economia do Distrito Federal, André Clemente, afirmou nesta semana que há um plano estratégico em andamento para descentralizar do setor público as atividades do sistema econômico local. Esse segmento representa, atualmente, 46,1% da composição do produto interno bruto (PIB) referente ao grupo de serviços (leia abaixo). Para o chefe da pasta, o peso da administração pública poderia levar a capital do país ao colapso. Especialistas na área divergem desse entendimento, mas apontam o investimento em outras áreas do setor produtivo como uma eventual saída.
 
À reportagem, Clemente detalhou o posicionamento — expresso no evento Correio Talks, na última quarta-feira. “Despende-se muito com pagamento da folha de servidores. Gastando consigo mesmo, o governo não tem capacidade de investimento e expansão. E o dinheiro para de circular da forma que deveria: por meio de consumo privado, pagamento de impostos, entre outros”, afirma. O risco do colapso, segundo o secretário, decorre da possibilidade de haver mais dispêndios que receita. “A máquina pública é essencial, mas não pode ‘matar’ o resto da economia. Não que não seja necessário (o funcionalismo público), mas não pode ser o principal componente da matriz econômica. É isso que precisamos mudar”, defende.
 
Presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF), César Bergo comenta que a proposta do secretário é antiga. “Há muito tempo, sabe-se que é preciso buscar uma solução. Do jeito que está, não dura muito tempo”, acredita. Ele avalia que a capital federal não conseguirá abrir mão por completo do serviço público, mas considera necessária a inversão do modelo atual. Para isso, ele defende a busca por alternativas. Entre os ramos promissores estariam a tecnologia e a construção civil. “São áreas que promovem um ciclo de geração de empregos e arrecadação de impostos. Com investimento em obras, há abertura de vagas. Um empurra o outro. Mas, na busca por essa solução, não podemos cometer erros de tentar trazer para Brasília polos que a cidade não comporta”, frisa o economista.
 
Dionyzio Klavdianos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), afirma que o setor será necessário para auxiliar no crescimento econômico. Ele entende que o ramo permite fazer o sistema girar, além de movimentar os mercados comercial e imobiliário. “Em uma cidade com essa área forte, é muito provável que haja outras indústrias ativas, porque geramos demanda. É um exemplo de como a área pode ajudar a economia”, reforça.
 
Para o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Eduardo Aroeira, a construção civil depende pouco do governo. Por isso, representa uma saída de migração econômica. Neste ano, inclusive, a expectativa é de que a arrecadação do setor supere todos os resultados da série histórica, iniciada em 2007. “Para as vendas, a expectativa é de que chegue à casa dos R$ 3 bilhões, o que será recorde para o mercado nos últimos sete anos”, calcula.
 
A fim de trazer mais tecnologia para o DF, na próxima semana, representantes do governo distrital receberão os fundadores do Web Summit, evento sobre o tema que reúne desde grandes empresas a pequenos negócios do setor. A intenção é promover uma edição na capital federal. “Temos uma excelente rede hoteleira e muitos espaços para sediar o Web Summit no Brasil, que movimentará milhões na economia local”, ressalta o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilvan Máximo.
 
Além dessa proposta, a pasta informou em nota que tem ao menos dois outros projetos voltados para incentivar a área. Tratam-se dos programas Wi-Fi Social — que oferece internet gratuita em pontos públicos da cidade — e o Vem DF, que disponibiliza carros elétricos aos funcionários do Executivo local.
 
Contraponto
 
Para o economista Newton Marques, o Distrito Federal se estruturou, ao longo dos anos, de modo dependente do serviço público, que responde por cerca de 60% do capital em circulação. No entanto, ele lembra que, apesar da estabilidade salarial dos servidores, o setor pode representar um risco em situações de crise, caso haja congelamentos ou até enxugamento da máquina pública. “Se o funcionalismo for definhando, a economia, de certa forma, também vai. Se pararem de comprar, por exemplo, devido a uma crise, toda a parcela que eles representam será prejudicada”, opina.
 
Em complemento, ele ressalta que a máquina pública precisa atender a uma demanda de pessoas de outras unidades da Federação que se mudam para o DF devido à função pública e acabam por morar e se aposentar na capital do país. “Por esses fatores, seria interessante ter uma troca de foco. Mas não é algo simples de ser feito. Precisa ser muito bem pensado e com planejamento. Uma das primeiras discussões, por sinal, é saber as limitações ambientais, energéticas e de abastecimento para entender quais tipos de atividades e indústrias podem ser implementadas aqui”, acrescenta Newton Marques. 
 
Roberto Piscitelli, professor de finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB), pontua que a ideia de descentralização do funcionalismo não garante melhorias para a economia. “Há serviços bons tanto no setor público quanto no privado, assim como há maus exemplos em ambas as áreas”, destaca. Para ele, neste momento, é necessário desenvolver formas de fortalecer a administração distrital. “O prazo de 2030 é muito perto. É daqui a nove anos. Na minha visão, não temos essa perspectiva de colapso.”
 
O professor afirma que o Estado não precisa ter lucros, mas, sim, meios de atender a população com qualidade. “Devem-se prestar os serviços de que os habitantes carecem. É recomendável que o governo tenha recursos para investir, mas ter mais ou menos gastos com o funcionalismo público não é mérito ou demérito para ninguém”, argumenta Piscitelli, para quem a visão sobre servidores serem um peso e que, sem eles, a economia seria melhor é “pura ideologia”.


Cinco medidas


Caminhos que podem auxiliar no desenvolvimento de outras áreas do setor produtivo

» Facilitar o acesso a benefícios econômicos e fiscais;

» Diminuir impostos para o funcionamento de empresas;

» Oferecer oportunidades de crédito e linhas para fomento;

» Favorecer a logística para acesso e distribuição dos produtos;

» Garantir segurança jurídica para a abertura de novos negócios.

Fontes: Eliseu Silveira, advogado de direito público, e Valdir Oliveira, superintendente do Sebrae-DF

Correio Braziliense sexta, 12 de novembro de 2021

IMUNIZAÇÃO ALCANÇA 70% DO PÚBLICO-ALVO

 

Imunização alcança 70% do público-alvo
 
Taxa da população acima de 12 anos que completou ciclo vacinal com duas doses contra a covid-19 alcançou 70,2% ontem. Secretaria de Saúde promoverá, em 20 de novembro, Dia D para alcançar público que não procurou postos de atendimento

 

CIBELE MOREIRA

Publicação: 12/11/2021 04:00

O Distrito Federal ultrapassou, ontem, a marca de 70% da população acima dos 12 anos totalmente imunizada contra a covid-19. A próxima meta da Secretaria de Saúde (SES-DF) é alcançar, ao menos, 95% do público-alvo com as duas aplicações ou a vacina de dose única. Para isso, a pasta prepara uma força-tarefa em pontos estratégicos da capital. A ação, marcada para 20 de novembro, ocorrerá em 10 regiões administrativas, nos pontos de grande circulação de pessoas. O objetivo é alcançar quem, por algum motivo, ainda não compareceu às unidades básicas de saúde (UBS) ou aos postos drive-thru.
Os registros da SES-DF contabilizam 257.717 brasilienses nessa condição, quantitativo que engloba mais de 57 mil adolescentes entre 12 e 17 anos — 20% do total de pessoas nessa faixa etária no DF. Para atingir o público não alcançado até o momento, o novo mutirão ocorrerá em duas frentes. A primeira terá equipes volantes nas ruas para atender a população com mais de 18 anos que não iniciou o ciclo vacinal. Os mais novos deverão se dirigir a UBSs específicas, onde haverá aplicação de imunizantes da Pfizer/BioNTech e das doses de reforço — segunda (D2) e terceira (D3).
Os locais e horários de funcionamento dos pontos volantes estão em fase de definição. O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, afirmou que os administradores regionais vão repassar à SES-DF os endereços dos respectivos pontos de maior circulação de pessoas nos fins de semana. Com essas informações, a pasta detalhará onde os profissionais atuarão. Mesmo assim, a previsão é de que o atendimento ocorra perto das UBSs. “Dessa forma, se um adolescente passar por nossas equipes (volantes), ele poderá ser direcionado para receber a vacina na unidade mais próxima”, destacou Valero, em coletiva de imprensa ontem.
Planejamento
Na avaliação da pasta, o momento é ideal para a promoção de uma iniciativa desse porte. A secretaria tem doses suficientes para fazer a busca ativa, segundo o subsecretário, e planeja ampliar o alcance da campanha de imunização contra a covid-19 no DF com mais ações desse tipo. “Minha expectativa é de que cheguemos, minimamente, a 95% da população vacinada. Assim, teremos uma cobertura vacinal ideal”, ressaltou Divino Valero. “Quanto mais pessoas vacinarmos, mais conseguiremos garantir que, se houver uma terceira onda, por exemplo, ela não passe de uma marola.”
O Dia D terá mais de 100 profissionais da saúde, mobilizados em cerca de 30 pontos de aplicação dos imunizantes. As regiões administrativas que contarão com a força-tarefa são: Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Plano Piloto, Samambaia, Santa Maria, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Taguatinga.
Na ação volante, as equipes vão orientar quem está no prazo para tomar a segunda dose, bem como orientar idosos e profissionais de saúde que completaram o ciclo vacinal há, no mínimo, seis meses a procurar uma UBS. Quem estiver apto a receber a primeira dose (D1) será vacinado no posto móvel. Basta apresentar documento com foto e número do CPF. O sistema que fará o cruzamento de dados para fins de cadastro e controle do público atendido é o mesmo usado atualmente pela SES-DF.
Até ontem, a capital federal tinha 2.265.422 milhões de pessoas vacinadas com a D1. Desse total, 1.693.199 concluíram o ciclo — 70,2% do público com mais de 12 anos, parcela apta a receber as doses. Para a infectologista Ana Helena Germoglio, o ritmo de vacinação do DF melhorou nos últimos meses. “O grande problema que existe é na faixa dos adultos jovens. Uma parcela não buscou as doses por achar que a situação está resolvida ou por pensar que, caso pegue a covid-19, não vai desenvolver a forma grave da doença”, avalia a médica, que defende campanhas frequentes de busca ativa. 
Dos pacientes internados atualmente nos hospitais de campanha, 80% não tomaram sequer a D1. Os outros 20% estão com ciclo vacinal incompleto. “Os números só confirmam a importância da imunização. E, se as pessoas continuarem não se vacinando, poderemos ter uma variante nova e novos surtos da doença”, destaca Ana Helena.
 
Três perguntas para
 
Wildo Navegantes, professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB)
 
Como você avalia o ritmo de vacinação contra a 
covid-19 no DF?
O ritmo atual de vacinação, seja com a primeira ou a segunda dose para quaisquer idades, não passa de 1% ao dia em uma unidade federativa relativamente pequena. A oferta de vacina precisa chegar às casas das pessoas, pois, a comunidade nem sempre tem condições de buscar pontos drive-thru ou centros de saúde, seja pela falta de transporte ou de tempo. As estratégias de visitas às casas seria o ideal, com um “arrastão da vacina” nas comunidades. Além disso, faltam negociações com associações, sindicatos e entidades para que essas instituições negociem meios de dinamizar a oferta das vacinas para funcionários, para o público em eventos, para escolas.
 
Será possível um réveillon sem máscara?
O olhar da ciência me propõe que recomendemos cautela. Estamos em pleno espalhamento da variante Delta no DF, a cobertura vacinal não é tão alta, e o fluxo de pessoas de outros países permanece. Os voos estão cheios, pois somos um hub com trânsito nacional e internacional de pessoas, devido ao fato de se tratar da capital do país. Recomendo paciência, prudência, máscaras, álcool em gel, vacinas. O vírus não vai dar trégua se não nos ajudarmos. A situação está crítica na Turquia, em algumas partes dos Estados Unidos... A pandemia não acabou.
 
Para 2022, a população pode esperar o retorno à vida pré-crise sanitária?
Espero que tenhamos aprendido com a pandemia. Por que não usar máscara se você estiver com sinais de gripe? Por que não continuar higienizando as mãos? Por que, ao tossir, não colocar o canto do braço flexionado à frente da boca? Por que ir para uma sala de aula, por exemplo, sem que os envolvidos estejam obrigatoriamente vacinados? Temos de nos preocupar com todos. Meu direito de não me vacinar não é maior que o direito de proteger os demais. Espero que tenhamos aprendido que o cuidado de si e das pessoas passa por mudanças de hábitos. Se voltarmos ao que era antes, será como não termos aprendido nada. 
 
Transmissão estabilizada
A taxa de transmissão da covid-19 no Distrito Federal se mantém estável. Ontem, o indicador ficou em 0,69 pelo segundo dia consecutivo. O resultado é o menor registrado neste e demonstra que cada grupo de 100 infectados pelo novo coronavírus é capaz de transmiti-lo para, em média, outros 69 indivíduos.
No entanto, o DF apresentou leve crescimento na quantidade de casos da doença. O mais recente boletim epidemiológico diário divulgado pela Secretaria de Saúde registrou 146 novos casos da covid-19 — sete a mais que os confirmados na quarta-feira. Apesar da soma de ontem, a média móvel referente aos últimos sete dias teve queda de 41,8% na comparação com o verificado duas semanas antes. O total de infecções chegou a 516.340.
Em relação às mortes, a pandemia fez 10.947 vítimas na capital federal. Nove delas entraram para a estatística da pasta ontem, após a confirmação dos óbitos — ocorridos entre 7 de setembro e 10 de novembro. A média móvel também fechou a quinta-feira em queda e foi 38,9% menor que a de 14 dias antes.  
 
2,26 milhões
Pessoas com mais de 12 anos vacinadas com a primeira dose
 
1,69 milhão
Público acima de 12 anos que completou o ciclo vacinal
 
257 mil
Brasilienses não tomaram qualquer dose contra a covid-19 

Correio Braziliense quinta, 11 de novembro de 2021

APOSTA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Aposta nas micro e pequenas empresas

 

Publicação: 11/11/2021 04:00


Representando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, Valdir Oliveira abriu a apresentação no Correio Talks em defesa do papel do setor privado como motor do desenvolvimento na capital federal. “Temos de nos desvincular do Estado provedor”, sentenciou. No entanto, lembrou que a pandemia trouxe, como consequência, “um grande empobrecimento da população”, além de impactos para os micro e pequenos negócios. “Tem muita gente passando fome no Brasil, e Brasília não está fora desse problema”, alertou.
 
Para Valdir, a reconstrução econômica passa, obrigatoriamente, pela distribuição de renda. Nesse contexto, ele lembrou que os negócios menores concentram 52% dos empregos no Brasil e 27% do produto interno bruto (PIB) do país. “Apostar nelas (micro e pequenas empresas) é apostar na distribuição de renda”, reforçou.
 
No sentido da reconstrução da economia, o representante do Sebrae apontou caminhos. Um deles envolve fazer de Brasília um polo de inovação em ciência e tecnologia, por meio do incentivo à vocação do Distrito Federal para ser um “grande distribuidor do Brasil” — devido à posição geográfica da capital do país, vantajosa para o setor de logística. Além disso, Valdir Oliveira fez dois pedidos ao secretário de Economia do DF, André Clemente: mais linhas de crédito para fomento e aceleração da desburocratização para o ambiente de negócios.
 Formalização
O superintendente do Sebrae no DF aproveitou o evento para destacar as dificuldades que microempresários enfrentaram na hora de obter recursos emergenciais oferecidos pelos pelos governos federal e local em virtude da crise sanitária. “Nossas microempresas não tiveram condições de acessar crédito na pandemia. Pelas circunstâncias, elas acabaram meio abandonadas”, lamentou. O pedido por mais linhas levou em conta a situação pela qual esse setor passou: “(Sem crédito para fomento), nossos pequenos negócios não conseguirão sobreviver”.
 
Ao longo do debate, o gestor citou o problema dos trabalhadores informais e os diferenciou daqueles que chamou de “oportunistas”. Para combater o problema, Valdir sustentou a necessidade de investimentos na formalização, mas sem perseguições. “Ninguém quer combater o informal, que só quer sobreviver; quer combater o oportunista, aquele que para um caminhão enorme nos lagos (Sul e Norte), nas regiões mais ricas, e tiram (do veículo) móveis de R$ 10 mil para vender (aos moradores), enquanto nossas lojas estão sofrendo”, exemplificou.
 
Por fim, o porta-voz do Sebrae lembrou que o DF tem, atualmente, cerca de 350 mil negócios legalizados, com CNPJ registrado. Desses, a maioria — cerca de 200 mil — representa microempresários individuais (MEIs). Entre o restante, aproximadamente 100 mil são microempresas, e o restante (50 mil), são pequenas, médias e grandes. “Apostar nesses pequenos negócios é apostar no desenvolvimento do DF”, concluiu.

Correio Braziliense terça, 09 de novembro de 2021

CAPA DA EDIÇÃO DE 09.11.21

Jornal Impresso


Correio Braziliense segunda, 08 de novembro de 2021

BRASILEIRÃO: TEVE FESTA NO MINEIRÃO

Jornal Impresso

 

Teve festa no Mineirão
 
 
Atlético-MG derrota o América e continua sua arrancada rumo ao título. Em um estádio lotado, com mais de 60 mil torcedores, Galo vence clássico por 1 x 0, gol do lateral-esquerdo Guilherme Arana

 

Publicação: 08/11/2021 04:00

O Atlético-MG deu mais um passo rumo ao título do Campeonato Brasileiro. O Galo venceu o clássico contra o América-MG por 1 x 0, gol de Guilherme Arana, no segundo tempo. O Mineirão recebeu o maior público desta temporada no futebol brasileiro. Com a vitória, o Atlético-MG chegou aos 65 pontos e abriu 12 pontos de vantagem para o Flamengo, agora terceiro colocado (com dois jogos a menos). O Palmeiras, que bateu o Santos, tem 55, e voltou à vice-liderança.
 
Já o América-MG caiu uma posição. O Coelho fica no 11° lugar, com 38 pontos. A equipe alviverde foi ultrapassada pelo Athletico-PR, que venceu o Bragantino. Os dois times voltam a campo na próxima quarta-feira. O Atlético recebe o Corinthians, no Mineirão, às 19h. O América joga contra o Sport, na Arena Pernambuco, às 21h30.
 
Atlético e América entraram em campo com novidades. O Galo, sem Jair, Nacho e Diego Costa (o último começou no banco), atuou com três atacantes (Vargas e Savarino foram titulares). No Coelho, Felipe Azevedo assumiu o lugar de Rodolfo. As estratégias foram claras para o duelo. O Atlético, com mais posse de bola, tentava encontrar espaços diante de um América mais fechado, que, por sua vez, apostava nos contra-ataques para decidir as jogadas rapidamente.
 
Finalizações
 
Nos primeiros 26 minutos, foram 12 finalizações, seis para cada time. O Atlético tinha dificuldades, mas buscava jogadas em  velocidade. O América, sem  infiltrar para chegar na cara de Everson, apostava nas finalizações de longa distância. No fim da etapa inicial, a grande chance. Vargas acionou Hulk e passou para receber. O chileno saiu na cara de Cavichioli, mas o chute raspou na trave.
 
O jogo recomeçou com os dois times intensos em busca do gol. Nos primeiros minutos, foram três grandes chances criadas. O técnico Cuca mexeu no Atlético para dar mais força ofensiva ao time. Savarino deixou o campo para a entrada de Diego Costa. E a substituição surtiu efeito imediato. Vargas arrancou da esquerda para a direita e encontrou Mariano nas costas da defesa. O lateral-direito cruzou, encontrando Diego Costa. O centroavante ajeitou para Hulk, que deixou a bola escapar. Guilherme Arana apareceu, chutou sem chances para Cavichioli e explodiu o Mineirão: 1 x 0 .
 
Depois do gol, o Atlético recuou as linhas, deu a bola para o América e esperou o contra-ataque. O Galo criou boas oportunidades, mas parou no goleiro Matheus Cavichioli. No fim, o Atlético segurou a bola para dar menos chances ao América. Ao apito final, festa da massa, que vê o fim do jejum de 50 anos sem o título brasileiro cada vez mais próximo.

Correio Braziliense domingo, 07 de novembro de 2021

NEY MATOGROSSO: NEY PROVOCADOR

Confira a Capa do Jornal Correio Braziliense do dia 07/11/2021

 

Ney provocador
 
 
 
Retomando as apresentações presenciais e lançando um novo álbum, Ney Matogrosso falou ao Correio sobre sua produção durante a pandemia e a vontade de voltar a Brasília

 

Irlam Rocha Lima

Publicação: 07/11/2021 04:00

Há algum tempo, Ney Matogrosso subverte o processo artístico. Ele sai em excursão e, após maturar suas músicas de trabalho, vai para a gravação do álbum com o repertório das apresentações. Isso ocorreu com Bloco na rua, turnê que gerou CD homônimo, em 2019, e o manteve na estrada até 2020, com a interrupção imposta pela pandemia. Em casa, ao se ver diante de uma quarentena, inquieto, o cantor se debruçou sobre outro projeto. Surgia ali Nu com minha música, o álbum recém-lançado. 
Diante das constantes solicitações, Bloco na rua mantém-se em cartaz e tem apresentações previstas até junho de 2022. Por ter assumido esses compromissos, Nu com minha música não deve ir aos palcos no próximo semestre. Assim, os fãs só poderão ouvir as 12 faixas no Spotify. Posteriormente, o registro sairá no formato físico com encarte, no qual estarão em destaque letras das canções, fotos do ídolo e informações complementares.
Ao contrário do que o título possa sugerir, a capa traz apenas o rosto marcante de Ney. Nos textos de algumas composições, porém, aflora a sensualidade característica do artista. Ele chegou a pedir a Vitor Ramil para escrever nova estrofe de Noturno, que resultou em: “Eu vivo cada segundo/ De cada nova despida/ Tudo é nudez e passagem/ Tudo é visagem e amor/ Eu ouço cada palavra/ De cada frase não dita/ A minha boca era a tua/ A tua boca era minha”. Já em outras, como Faz um carnaval comigo(Pedro Luís e Jade Beraldo), o erotismo é levado às últimas consequências: “Não quero saber da hora/Tá rolando, tá agora/Te devoro, me devora.”O álbum foi antecedido por um EP que trazia Nu com minha música (Caetano Veloso), Miunicórnio azul (Sylvio Rodriguez e Pablo Milanés), Se não for amor eu cegue (Lenine e Lula Queiroga) e Gita (Raul Seixas e Paulo Coelho), que chegou às plataformas digitais no dia 1º de agosto, data em em que Ney comemorou 80 anos.
Todo o repertório ele trouxe de seu baú musical, ao qual recorre sempre que planeja algum show ou disco. Lá, estão bem guardadas canções de diferentes estilos e períodos, descobertas de variadas maneiras. Todas as 12 gravações são inéditas na sua voz. A mais nova delas é Estranha toada, do jovem compositor pernambucano PC Silva, que lhe foi apresentado durante uma festa na casa de Zé Maurício Machline, criador e produtor do Prêmio da Música Brasileira.
Entre as selecionadas estão os clássicos Quase um segundo, balada pop de Herbert Vianna; Espumas ao vento (Aciolly Neto), gravada originalmente por Raimundo Fagner; e Sua estupidez (Roberto e Erasmo Carlos), que Gal Costa registrou no lendário LP Fatal, do começo da década de 1970. A elas se juntam a pouco conhecida Boca (Rafael Rocha) e Sei dos caminhos, precioso resgate da obra do grande Itamar Assumpção.
Com o intuito de oferecer um trabalho que se caracteriza, ainda mais, pela diversidade, Ney Matogrosso convidou Leandro Braga, Marcello Gonçalves, Ricardo Silveira e Sacha Ambach, renomados instrumentistas que o têm acompanhado em diferentes projetos, para criarem arranjos das canções, reunidas em três blocos. Foram eles que escolheram os músicos para, em diferentes formações, acompanharem o cantor. 
Ao Correio, Ney se desnudou, metaforicamente, para falar do processo de criação do novo álbum e do momento de retomada das apresentações.
   Entrevista / Ney Matogrosso
 
Quando você decidiu 
gravar este disco?
Assim que interrompi a turnê do Bloco na rua, por conta da pandemia, voltei para casa e pensei com que me ocuparia durante a quarentena. Então, fui rever a lista de músicas que venho fazendo há algum tempo já pensando num novo disco. A lista é grande e dela fiz a escolha desvinculada de estilos. São canções que ainda não havia gravado, nem cantado em shows.
 
Quais foram as primeira selecionadas?
Nu com minha música, do Caetano; Sua estupidez, de Roberto e Erasmo; e Gita, de Raul Seixas, já estavam na minha mira; assim como Espumas ao vento, que tinha ouvido na voz do Fagner.
 
Ao imprimir suavidade em Sua estupidez, quis diferenciar da interpretação de Gal Costa, 
no CD Fatal?
Não vejo na letra algo que tenha a ver com uma briga, ou desentendimento de um casal, mas, sim, a busca de aconchego. Por isso sugeri o arranjo que me levou a interpretá-la com suavidade.
 
Quando gravou o álbum e por 
que deu como título o nome 
da canção do Caetano?
As gravações ocorreram em junho último e a escolha de Nu com minha música tem a ver com a letra, na qual o Caetano se reporta às turnês, algo tão presente em minha vida, desde o início da carreira, há 50 anos.
 
Como era um projeto de estúdio, com canções inéditas na sua voz, optou por, inicialmente, 
lançar um EP?
Este é o meu primeiro disco pela Sony Music, e o pessoal da gravadora sugeriu que eu lançasse o EP, no dia 1º de agosto, quando completei 80 anos.
 
Você, que perdeu vários amigos durante a epidemia do HIV, como viu a afirmação do Bolsonaro que a vacina pode transmitir aids?
Não consigo entender como uma pessoa que ocupa a Presidência da República é capaz de proferir uma asneira como essa, que só reafirma seu negacionismo e o seu preconceito.
 
Lançar este trabalho no momento em que a cultura vem sendo aviltada não é temerário?
A cultura brasileira é muito forte e supera todos os obstáculos que lhe são impostos. Nesse retorno das atividades artísticas, sabe-se que, com o devido cuidado, as pessoas estão prestigiando os shows, as peças teatrais, os filmes e as exposições.
 
Já retomou a turnê de Bloco na rua?
Retomei com um show em São Paulo e estou com a agenda cheia até junho de 2022. Neste mês, faço apresentações em capitais do Nordeste e, em dezembro, aqui no Rio. Também em dezembro faço um show com renda para o Instituto Cazuza, no Hotel Emiliano, em Copacabana. Quero voltar a Brasília, onde já estive duas vezes com o Bloco na rua.

Correio Braziliense sábado, 06 de novembro de 2021

CAPA DA EDIÇÃO DE 06.11.21

Jornal Impresso


Correio Braziliense sexta, 05 de novembro de 2021

CAPA DA EDIÇÃO DE 05.11.21

Jornal Impresso


Correio Braziliense quinta, 04 de novembro de 2021

CAPA DA EDIÇÃO DE 04.11.21

Jornal Impresso


Correio Braziliense quarta, 03 de novembro de 2021

NOVAS VOZES PARA GRANDES LEGADOS

Jornal Impresso

 

Novas vozes para grandes legados
 
Cantores, como o sambista Péricles (foto) investem em antigos trabalhos, de diversos gêneros, conhecidos nas vozes de artistas famosos e, com novas interpretações, dão longevidade a grandes canções e apresentam as versões às novas gerações.
 
Cantores com trajetórias consolidadas têm investido em releituras de sucessos gravados por outros artistas também famosos

 

Isabela Berrogain*
Pedro Ibarra

Publicação: 03/11/2021 04:00

Cantar canções que fizeram sucesso na voz de outras pessoas pode ser uma grande responsabilidade. Porém, muitos artistas estão entrando nessa empreitada e apostando em releituras de músicas que marcaram época. A aposta nas novas interpretações passa por cantores de diversos gêneros e com trajetórias distintas.
Um dos grandes artistas a investir em releituras foi Péricles. O sambista lançou no final de outubro, o EP Céu lilás - Na estrada, que leva justamente no nome a música para a qual ele deu uma nova versão: Na estrada. Escrita por Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown, mas que ficou conhecida principalmente pela interpretação de Marisa no disco Verde anil amarelo cor de rosa e carvão, de 1994, a canção, agora, ganhou novas vozes na parceria de Péricles e Nando. “Ocorreu de uma forma muito natural, há muito tempo que penso em me atrever a fazer uma releitura dela”, comenta o ex-Exaltasamba, que também disse ter sido uma honra dividir a canção com um dos compositores. “O resultado foi muito além do esperado, fiquei muito feliz. Espero que Nando Reis, Carlinhos Brown e Marisa Monte tenham gostado o tanto que eu gostei”, completa.
Péricles acredita que releituras são formas de dar longevidade às músicas, que chegam aos ouvidos de novas gerações. “A importância dos artistas darem novas roupagens a boas músicas é trazer um fôlego novo às canções que são sucesso. Músicas que volta e meia estão mais no imaginário da galera, só esperando outras versões e outras maneiras de serem cantadas”, explica o cantor. “Grandes canções que ganham uma nova versão, recebem mais fôlego. O que faz com que os antigos lembrem e os mais novos conheçam”, avalia.
“É dar eco. Manter vivo e dar vida nova a um trabalho relevante, a um artista relevante. Que não perde valor nem sentido, mesmo que os tempos mudem. Que até renovam forças, muitas vezes. Não importa o tamanho da sua voz. É quase como fazer a sua parte para melhorar o mundo. É dar prosseguimento. Mostrar e difundir riquezas e belezas nossas”, reflete a cantora Anna Ratto. Assim como o cantor Silva fez com músicas de Marisa Monte e Nando Reis com as de Roberto Carlos, Anna está homenageando um só cantor em seu novo trabalho, Arnaldo Antunes. “É certamente um dos nossos gigantes. Um dos artistas mais potentes, originais e interessantes dos nossos tempos. E de todos. Arnaldo transita, sem se perder, por tantos gêneros musicais. Vai do underground ao popular. É simples e profundo. Verdadeiro. Fala o que a gente sente, pensa, quer e quase pode tocar”, destaca Anna Ratto.
Ela tinha o desejo de fazer um álbum como intérprete há tempos, porém ainda estava esperando achar o artista certo. “Mas, de uns cinco anos para cá, comecei a prestar atenção no trabalho do Arnaldo de um jeito diferente. Uma canção e outra que me chegava, amigos apresentando mais coisas, gente ótima gravando coisas incríveis. Fui vasculhar mais profundamente aquele ‘baú de maravilhas’ e, quando vi, já tinha uma história para contar. Era ele! Estava tomada de paixão”, lembra a intérprete que acha merecido um tributo ao cantor, justamente quando ele faz 60 anos de idade.
Tal qual Péricles, Anna teve a chance de trabalhar com o compositor das músicas que ia revisitar. Ela gravou uma nova versão de Ela é tarja preta ao lado de Antunes. “Digo que é bem mais que a cereja do bolo. Ter Arnaldo é ter um aval precioso para toda uma carreira. A música foi uma das primeiras da minha lista. E uma voz feminina numa música que fala da mulher livre, que abala, mexe com os casais, é dona do seu corpo e desejos, tem valor diferente”, analisa a intérprete. “Foi lindo dividir com ele”, diz.
 
Metáfora
 
Seguindo os passos de artistas como Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia, a cantora Ana Cañas também tornou-se a voz de composições masculinas. “Eu tenho um amigo compositor que faz uma metáfora que eu acho muito bonita, ele fala que a voz das mulheres, muitas vezes, é um portal para os compositores homens”, compartilha.
Ana lançou, também no fim de outubro, o álbum Ana Cañas canta Belchior. Ao longo de 14 faixas, a artista revisita grandes sucessos do cantor cearense, como Coração selvagem e Sujeito de sorte, sem deixar de lado canções lado B, como Na hora do almoço e Medo de avião. O disco foi fruto de uma live realizada no início de 2020, em que a cantora se aventurou pelo repertório de Belchior. Despretensiosamente, o show virtual acabou colecionando mais de meio milhão de reproduções no YouTube.
“Escolher canções de Belchior é sempre um desafio. Grandes músicas ficam de fora, porque ele é um compositor magistral, escreveu muitas músicas incríveis e que dialogam com o nosso tempo”, pontua. “São canções atuais, que curiosamente foram escritas há quase 50 anos. Então, naquele momento que Belchior escreve o disco Alucinação, por exemplo, ele está em uma moldura de ditadura militar, de cerceamento, de opressão, Ato Institucional número cinco. Aí, quando as pessoas me perguntam o motivo dessas canções serem tão atuais, é inevitável a gente fazer um paralelo com essa distopia de um governo de extrema direita, com o fascismo, com a perda da democracia”, afirma. “Na minha opinião particular, Belchior representa a resistência, a esperança, a reflexão social, o coletivo, a interseção”, opina Ana.
 
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Correio Braziliense terça, 02 de novembro de 2021

SEM MÁSCARA AO AR LIVRE A PARTIR DE AMANHÃ

Jornal Impresso

 

Sem máscara ao ar livre a partir de amanhã
 
O brasiliense poderá circular em espaços abertos sem a proteção facial. Mas o GDF adverte que, em locais fechados e transporte público,  o equipamento será obrigatório. A liberação divide a opinião das pessoas e especialistas., Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
 
Uso do item passa a não ser obrigatório em ambientes abertos. GDF avalia mesma medida em locais fechados

 

Samara Schwingel
Pedro Marra

Publicação: 02/11/2021 04:00

A partir de amanhã, os moradores do Distrito Federal não precisarão mais utilizar máscaras faciais em espaços abertos. Por enquanto, a decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) não se estende a locais fechados e ao transporte público. Porém, ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) confirmou ao Correio que avalia desobrigar o uso do item de proteção em locais fechados. Segundo o chefe do Executivo local, a discussão deve avançar internamente no governo ainda em dezembro deste ano, porém, a medida em si deve ficar para o ano que vem.


Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Correio apurou que, desde abril do ano passado, 789 pessoas foram multadas no DF pelo não uso da máscara. A utilização do item é obrigatória na capital federal desde 23 de abril de 2020, e a desobediência pode gerar multa de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Em outubro deste ano, foram 51 multas. A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do DF (DF Legal) esclarece que as pessoas que foram multadas pelo não uso de máscaras no DF foram aquelas que se recusaram a colocar ou a receber o item de proteção. Ainda segundo o GDF, o prazo médio para o pagamento de multas aplicadas pela DF Legal é de 30 dias. Entretanto, o infrator pode recorrer a diversas instâncias, o que pode ampliar esse período. Caso não pague a multa, a pessoa tem o cadastro de pessoa física ou jurídica incluso na dívida ativa.


A obrigatoriedade do uso de máscaras gera controvérsias entre os brasilienses. Moradora de Planaltina, Hanna Moura, 21 anos, vai de ônibus ao trabalho de auxiliar administrativa como jovem aprendiz, na Asa Sul, e defende a retirada das máscaras, mas apenas em lugares abertos. “Volto para casa em ônibus lotado. Mesmo com a vacina, a gente pode pegar o vírus. E tem toda a questão de poder infectar os nossos pais, que estão em casa. Mas, ao ar livre, tudo bem não usar. As pessoas estão distantes, cada uma no seu canto. Flexibilizar geral vai virar bagunça”, opina.
Já a promotora de vendas de uma empresa telefônica Anne Caroline, 27, afirma ser contra o uso do item em alguns casos. Ela trabalha na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto e acredita que as máscaras são dispensáveis mesmo em locais com grande circulação de pessoas. “Acho que há ambientes em que precisamos usar, como lugar fechado e em ônibus, principalmente. Não acho necessário ao ar livre. Não sei se aqui (Rodoviária) contamina mais. O meu sistema imunológico está em dia também. Fiz exames de check-up no começo do ano e em outubro para ser admitida na empresa onde trabalho, e estou bem de saúde”, argumenta a moradora de Águas Lindas de Goiás (GO).


A partir de amanhã, as novas regras para o uso de máscaras passam a valer. Assim, a proteção continua sendo obrigatória apenas em locais fechados, como transporte público coletivo, estabelecimentos comerciais, industriais e em áreas comuns de condomínios, por exemplo. Segundo o secretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, o entendimento de ambiente aberto é subjetivo. “Tecnicamente, é onde a pessoa não está restrita a quatro paredes e a um teto, mas, principalmente, é onde se possibilite ter um posicionamento mais distante em relação às outras pessoas e com ventilação natural”, explica. Ele exemplificou que clubes e parques são considerados ambientes abertos (leia mais em Novas regras).


Quedas
Entre domingo e ontem, o DF registrou 198 infecções e nove óbitos por covid-19. Com isso, a média móvel de casos chegou a 199,57, a menor do ano, com uma queda de 62,63% quando comparada ao valor de 14 dias  atrás. A mediana de mortes está em 10,57, o que indica uma variação negativa de 25,25% em relação ao mesmo período. No total, a capital registrou 515.134 casos e 10.886 mortes pela doença desde o início da pandemia.


Apesar da queda apresentada nos dados, o vice-presidente da Sociedade de Infectologia do DF, Alexandre Cunha, afirma que ainda é preciso cautela. Ele explica que a taxa de transmissão, apesar de estar em 0,75, ainda não é ideal. “O índice mostra que a pandemia está em queda, pois, cada 100 pessoas transmitem o vírus para menos de 100. Isso é bom. Mas 75 ainda é um número considerável”, avalia. O infectologista afirma que não há um valor ideal para a taxa, mas que, junto à ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) voltadas para o tratamento da covid-19, é o índice que deve ser mais observado.


“Não podemos ficar tranquilos enquanto não tivermos uma baixa circulação viral, grande parte da população vacinada e baixa ocupação dos leitos de UTI. É a conjunção ideal. Atualmente, temos motivos de alegria, mas não podemos relaxar”, complementa Alexandre. Para ele, o novo coronavírus deve se tornar endêmico. “Com a circulação baixa, teremos casos esporádicos e poucos graves. Mas, provavelmente, vamos ter que conviver com a covid”, diz.
Os leitos de UTIs covid-19 na rede pública de saúde do DF estavam, ontem, com 47,83% de ocupação. Das 108 UTIs, 44 estavam com pacientes, 48 vagas e 16 bloqueadas. Na rede particular, a taxa era de 59,12%, sendo que dos 179 leitos, 96 estavam ocupados, 67 livres e 16 bloqueados. Na lista de espera, havia quatro pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pela doença.

 

Novas regras

Não é obrigatório:
» Ambientes e locais abertos como parques, bosques, calçadas e clubes

Continua obrigatório:
» Espaços públicos fechados
» Transporte público coletivo
» Estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços
» Áreas de uso comum dos condomínios residenciais e comerciais como adores e corredores entre os blocos e prédios  

 

Ponto crítico

SIM
Hemerson Luz,  infectologista


“Vivemos um momento em que a taxa de transmissão da covid-19 está baixa, demonstrando um controle da pandemia. Além disso, a média móvel vem evoluindo com números cada vez menores, e a taxa de ocupação de UTI está abaixo do nível crítico. Esse cenário demonstra a possibilidade de retirada das máscaras em ambientes abertos. Por outro lado, quando consideramos a maior transmissibilidade da variante delta, o uso da máscara em locais fechados, principalmente em transporte público, ambientes com ventilação inadequada e atividades de saúde, será uma medida necessária, enquanto a vacinação avança, tentando abranger a maior parcela da população possível, para assim alcançar o estado de imunidade coletiva.


Por fim, qualquer medida tomada que tenha impacto na pandemia, aumentando ou diminuindo restrições, poderá ser avaliada após aproximadamente 15 dias. Sendo assim, os números deverão ser acompanhados constantemente, para que decisões possam ser tomadas de acordo com o reflexo na pandemia.


Por ora, discutir o uso da máscara em ambientes fechados é válido, porém a ameaça da variante delta deve ser considerada restritiva. Não há dúvidas que a atual taxa de transmissão e a média móvel cada vez menores permitem a liberação do uso da máscara nos ambientes abertos, sendo necessária uma maior análise para a definição quanto aos ambientes fechados.”


NÃO
Ana Helena Germoglio, infectologista
 
“O Brasil, apesar de ter caminhado muito bem em relação à população vacinada, ainda tem um longo caminho para liberar o uso de máscara com total segurança. Devemos tomar como exemplo alguns países que liberaram o uso de máscara antes do ideal e, logo em seguida, houve identificação de vários surtos locais. Hoje, além de ser algo cientificamente comprovado quanto a sua eficácia, o uso de máscara é simples, relativamente barato, algo que a maior parte da população já está adaptada e que também permite a flexibilização de praticamente todas as outras atividades. Então, não há de se ter pressa em retirar algo que está funcionando muito bem.
Apesar da liberação em locais abertos ser menos problemática, há a necessidade da pessoa avaliar o ambiente ao redor e pensar se realmente é seguro. Então, requer bom senso e, às vezes, é difícil as pessoas utilizarem dele.


Por ser uma medida altamente eficaz, além da vacina, a obrigatoriedade do uso de máscara deve ser a última medida a ser flexibilizada na pandemia, mais ainda quando tivermos muito mais controle da transmissão e estabilização dos casos.”

 


Correio Braziliense segunda, 01 de novembro de 2021

UMA LEMBRANÇA NA MEMÓRIA E NA PELE

Jornal Impresso

 

Uma lembrança na memória e na pele
 
A foto histórica de Jankiel Gonczarowska da construção de Brasília marcou a vida de Sindoval Eneias, 80 anos. Tanto que Lidi, filha dele, tatuou a imagem nas costas. Nesta semana, Sindoval se encontrará com a filha do fotógrafo.  (Jankiel Gonczarowska/Divulgação - Arquivo Pessoal)
 
Sindoval Eneias, homem presente em imagem histórica do início de Brasília, vai se encontrar com a filha de Jankiel Gonczarowska, fotógrafo responsável pelo registro há mais de 60 anos

 

Pedro Ibarra

Publicação: 01/11/2021 04:00

Uma fotografia é ponto de intersecção de histórias de duas famílias distintas. A imagem mostra um ônibus chegando para trazer trabalhadores para construção da nova capital. O fotógrafo, Jankiel Gonczarowska, um apaixonado por Brasília, publicou em uma matéria da revista Manchete em 1957. Contudo, ele não imaginava que também estava mostrando na foto o início da trajetória de um pioneiro.
Gonczarowska, foi um importante fotojornalista que atuou em alguns dos principais jornais do país. Ele tem um extenso trabalho de cobertura política, tendo acompanhado diversos presidentes. A partir de 1956, acompanhou de perto a campanha e a eleição de Juscelino Kubitschek. No ano seguinte, foi designado para fotografar o início das obras de Brasília. Na época, morando no Rio de Janeiro, ficou em uma ponte-aérea entre a antiga e a nova capital. Em uma dessas viagens, registrou um ônibus chegando com trabalhadores.
Essa foto ficou muito famosa, foi pendurada em museus como parte da história de Brasília e esteve em tamanho grande nas paredes do Bar Brasília e Bar da Brahma. Porém é mais importante ainda para uma pessoa, o homem que pode ser visto de pé na porta do ônibus. Sindoval Eneias, na época cobrador da Expresso Planalto e morador de Anápolis, largou tudo para participar da epopeia brasileira. Ao se ver na foto da revista, ficou muito orgulhoso e carregou essa história durante toda vida, se tornando uma imagem muito importante para toda família dele.
“Essa foto nos lembra do por quê de estarmos aqui e como viemos parar na cidade”, conta Lidi Satier, cantora de 40 anos e filha de Sindoval. Ela fala que o pai, atualmente com 80 anos, contou a vida inteira que esteve em uma edição especial da revista Manchete. “Eu fico sempre impressionada com o poder da arte. 64 anos depois da foto ser tirada, minha família sente orgulho de olhar para um fragmento da obra deste fotógrafo e se sente íntima dele”, acrescenta.
A fotografia tem tanta história que, em 2018, ficou marcada para sempre na pele de Lidi. A cantora tatuou o ônibus como homenagem ao pai. “Eu queria dar um presente a ele, e estava sem ideia. Resolvi tatuar a foto. Ele ficou super emocionado! A filha dele carregando a história dele no ombro”, conta.
No entanto, Lidi e Sindoval não sabiam quem era o autor da foto. Até que, um dia, o artista plástico Marcelo Jorge postou nas redes sociais a imagem. Após ser indagado por Lidi, contou que era uma fotografia de Jankiel Gonczarowska e que estaria no livro Brasil - duas décadas, duas capitais, da filha do fotógrafo Sandra Gonczarowska Mussi, que será lançado dia 11 de novembro.
Marcelo colocou as duas em contato. Sandra mora no Canadá desde os anos 1990, mas foi criada em Brasília e resolveu que lançaria o livro na cidade e, junto com o lançamento, aproveitou para marcar um encontro com Lidi e Sindoval. “Eu acho que por essa meu pai não esperava”, brinca Sandra sobre esse encontro inusitado “Fico muito feliz em saber que a fotografia é tão importante para a família dela, tão importante que ela tatuou no corpo próprio corpo”, pontua a filha do fotógrafo falecido em 1988.
“Meu pai é um candango anônimo, apenas mais um que entregou muito suor à construção de Brasília. Muitos veem esta foto e nem têm ideia que o menino mineiro na porta hoje tem 80 anos, teve três filhos, dois netos, e nunca mais saiu da cidade”, destaca Lidi. “Eu me sinto muito feliz, pois , com o lançamento do livro, finalmente vou poder dar ao meu pai uma cópia da foto em boa resolução”, brinca a filha do candango.
Coletânea Inédita
O trabalho apresenta registro fotojornalístico e pessoal de Jankiel Gonczarowska durante a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília, com fotos da construção da nova capital e desse grande processo de transição na história do Brasil. A primeira parte da obra foca nas imagens da década de 1950 no Rio de Janeiro, enquanto a segunda é da década de 1960 em Brasília. O livro é uma coletânea inédita de fotos tiradas por Jankiel e conta com 171 imagens do acervo do fotógrafo.
Porém a ideia do livro partiu de um agrado para a família. Sandra fez uma edição dos trabalhos do pai para presentear os irmãos. Jankiel teve 13 filhos, porém como morreu no final dos anos 1980, não tendo conhecido boa parte dos netos e bisnetos. O livro era, portanto, para mostrar um pouco mais das imagens feitas por Jankiel para a própria família. Contudo, um dono de editora teve contato com o livro e afirmou que a obra deveria estar nas livrarias.
O livro Brasil- duas décadas, duas capitais terá lançamento 11 de novembro. “Eu vi a importância e orgulho que eu tenho do meu pai, foi lá que eu vi o sentido que meu pai dava para as reportagens”, conta Sandra.
“Estou muito feliz de poder compartilhar não só esse livro, mas a memória e o olhar lindo que ele tinha pelo Rio de Janeiro, por Brasília, pela fotografia e pela arte”, afirma Sandra. Ela aponta que é importante que mais pessoas tenham acesso ao material. “Ele tinha um olhar humano para todas as pessoas que ele fotografava, desde os mais simples nas favelas, até celebridades, grandes políticos, presidentes”, analisa.
 
Monumento baleado
 
Moradores da região de Planaltina divulgaram, nas redes sociais, imagens da Pedra Fundamental — Patrimônio Histórico do Distrito Federal — danificada e com marcas de tiros, ontem. Distante 46,5km do centro de Brasília, a estrutura foi erguida em 1922, no Morro do Centenário, em comemoração ao centenário da Independência. Para Djacyr Ferreira, moradora da região, encontrar o patrimônio deteriorado causa tristeza. “É uma pena que as pessoas estejam destruindo a benfeitoria. Se houvesse fiscalização e uma divulgação desse espaço, acho que seria algo bom para os moradores de Planaltina e turistas. Tem gente que mora por aqui há anos e não sabe que essa pedra existe”, relatou. Ela estava com a amiga Antônia da Silva, 30 anos, que não conhecia o obelisco. Procurado pela reportagem, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não havia se pronunciado sobre o caso até o fechamento desta edição.

Correio Braziliense domingo, 31 de outubro de 2021

EMPREENDEDORISMO E SOLIDARIEDADE NEGRA

Jornal Impresso

 
Empreendedorismo e solidariedade negra
 
Conheça projetos 
da capital que estimulam integrantes da comunidade negra a abrir o próprio negócio. Cecília Luli e Rosimar Mauand são engajadas no movimento.
 
Projetos na capital têm dado suporte para integrantes da comunidade preta abrirem o próprio negócio. Iniciativas de empoderamento estimulam atuação profissional e fazem crescer a economia criativa do DF

 

Cibele Moreira

Publicação: 31/10/2021 04:00

Uma rede que conecta e fortalece negócios de pessoas pretas. Essa é a premissa do coletivo AfroEmpreendedor, criado em 2015 pelo brasiliense Diogo Reis, 30 anos. O morador de Brazlândia percebeu na própria dificuldade de abrir uma empresa a oportunidade de ajudar outras pessoas que, assim como ele, tem a vontade de empreender. A proposta ganhou força, e atualmente conta com participantes do mundo inteiro que se apoiam e fomentam a produção feita pela população negra. 
Diego ressalta que o início do negócio próprio não é fácil. “Eu quebrei de diversas formas. Do jeito em que você tem que fechar a empresa e fica com um saldo positivo. Da alternativa de encerrar as atividades, vender tudo, para conseguir pagar as dívidas. E também no pior cenário que, mesmo vendendo tudo, ainda fica contas para pagar”, pontua. “Todo esse processo é um caminho árduo. Tem que ter resiliência e persistência”, finaliza o empreendedor que, em agosto de 2019, fundou o Banco Afro — a primeira instituição financeira com a identidade da população negra — criada para atender a demanda da comunidade.
As duas propostas vão contra a um sistema presente na realidade atual. “A sociedade é racista, ela quer manter a comunidade negra na parte braçal. O meu intuito é mudar isso. Dar a oportunidade para que as pessoas pretas possam ter independência e ter condições de abrir um negócio próprio”, afirma Diego. “Se eu ajudo o meu irmão e ele consegue passar isso para a frente, vira uma roda que funciona por si só”, destaca.
Com o AfroEmpreendedor, Diego Reis consolidou uma comunidade, que além de fomentar a produção dos participantes também dá suporte com programas de consultoria e oficinas para quem está iniciando no empreendedorismo. “Meu propósito é mostrar para as pessoas, por meio das consultorias, onde elas estão errando e apontar o melhor caminho para realizar o sonho de abrir um negócio”, destaca.
Ações
E dentro do Banco Afro, essa população encontra um apoio e aporte para dar o passo inicial. “Eu sei o quão difícil é para uma pessoa negra conseguir um crédito em uma instituição bancária. Eu passei por isso. Eu tinha uma loja de tecnologia com um sócio, na época a gente precisava de um crédito para ampliar a empresa. Fiquei um ano tentando junto com o banco e não consegui. O meu sócio, que é uma pessoa branca, vendo a dificuldade foi tentar também. E no dia seguinte, o crédito estava liberado”, relata.
Assim como o coletivo AfroEmpreendedor, o Banco Afro também tem uma vertente social com programas de capacitação para a população em vulnerabilidade social. O Pintar o Bem, em parceria com uma marca de tintas, promoveu durante a pandemia oficinas com técnicas de pintura, com o intuito de propiciar um novo ofício. A ação beneficiou 2 mil pessoas com o auxílio de R$ 600 para que elas pudessem ter condições de iniciar no ramo. O mesmo ocorreu com o projeto Marcenaria do Bem, que ensinou 4 mil pessoas com trabalhos manuais em madeira.
O banco busca ainda ressaltar o pequeno negócio, com uma vitrine virtual para movimentar a economia local, além de ter as operações financeiras com conta digital e oferta de maquininhas de cartão. Atualmente, a instituição tem mais de 50 mil correntistas e a expectativa para o ano de 2022 é crescer ainda mais.
Recorte social
De acordo com um estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan-DF), 56,1% da população brasileira é negra. Os dados são referentes a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com a maior população afrodescendente, com quase 118 milhões de negros, atrás apenas da Nigéria”, aponta o documento.
Na capital, o quantitativo de pessoas declaradas negras e pardas é ainda um pouco maior, com 57,6% (1.659.947), segundo o levantamento feito em 2018. A maior parte da comunidade negra reside em regiões periféricas do Distrito Federal. O estudo ainda aponta que 31,7% dos homens negros das regiões de baixa renda trabalham por conta própria. A análise confirma o que a Codeplan destacou em 2016, na pesquisa sobre o perfil do afroempreendedor no Distrito Federal. O empreendedor por necessidade.
Comunidade empoderada
Onze mulheres negras do Distrito Federal decidiram se unir com um propósito maior, fazer a diferença na vida de 26 famílias em vulnerabilidade social no Setor de Chácaras Lúcio Costa. O coletivo Mulheres Negras Baobás, criado em dezembro de 2020, tem desenvolvido um trabalho junto a comunidade local com a distribuição de cestas básicas e cestas verdes durante a pandemia, além de promover rodas de conversa e trocas de conhecimento com oficinas empreendedoras.
A professora aposentada e empreendedora Adelina Benedito, 52, levou para o projeto o programa ‘Rainhas Coroadas’ que busca o empoderamento feminino e a elevação da autoestima com turbantes. “A mulher é poderosa independente da cor de pele e textura do cabelo. Eu quero mostrar para elas (mulheres negras), que elas são lindas. Trazer esse resgate do autoamor”, ressalta Adelina que também ensina as amarrações no tecido de malha para a criação dos turbantes. “A proposta é que elas aprendam e possam fazer e vender os acessórios como uma fonte de renda extra”, destaca. Para aquelas que não têm condições de comprar os tecidos, Adelina faz a doação de sacolas com 30 peças para que elas possam revender. O programa ‘Rainha Coroadas’ iniciou em 2003, dentro de escolas públicas de Ceilândia. O objetivo era debater e ressaltar a beleza negra entre as alunas.
Parceira de profissão, a docente Rosimar Mauanda, 52, agrega o coletivo com ações voltadas para as crianças. Com oficina de confecção da boneca abayomi — boneca de pano negra feita com retalhos de tecido —, além de contação de história afro e empoderamento negro. “Eu fazia esse trabalho na Escola Classe 2 do Guará, com contação de história na biblioteca para alunos do Guará, Estrutural e Setor de Chácara Lúcio Costa. Agora estou dando continuidade dentro da comunidade”, conta Rosimar que também é empreendedora com a marca Conexão África com a venda de acessórios e moda afro.
A servidora pública Cecília Luli, 60, atua com a frente política dentro do Mulheres Negras Baobás, promovendo rodas de conversa para debater o bem viver da população negra, o feminismo negro e as lutas contra o racismo. “O nosso trabalho não é de caridade, mas um ato político. A entrega de cesta básicas é uma necessidade, pois quem tem fome tem pressa. Mas temos desenvolvido ações de suporte para essas mulheres. Elas são guerreiras e sabem lutar com as dificuldades da comunidade. A nossa rede é uma troca”, ressalta.

Correio Braziliense sábado, 30 de outubro de 2021

CARNE SUÍNA GANHA MAIS ESPAÇO NO DF

Jornal Impresso

 

Carne suína ganha mais espaço
 
Produtor artesanal radicado em Brasília, o holandês Raymond Gaumans explica, no CB.Agro, por que o mercado de carne de porco é mais acessível e tem potencial para se expandir no país.  (Ed Alves/CB/D.A Press)

 

João Vitor Tavarez

Publicação: 30/10/2021 04:00

[FOTO1]

O mercado de carne suína tem potencial para se expandir no Brasil — e a primeira razão é o preço. “É um produto com valor mais acessível do que a carne bovina”, disse o holandês Raymond Gaumans, produtor artesanal radicado no Distrito Federal.
Porém, nos últimos meses, o custo do produto teve alta significativa, relacionada a impasses comerciais com a China. “O valor da carne suína também subiu bastante, mas a bovina, muito mais”, ressaltou.


Especialista em charcutaria — ramo da indústria alimentícia dedicado ao preparo e venda de produtos de carnes —, Gaumans foi o entrevistado de ontem do programa CB. Agro, parceria entre o Correio e a TV Brasília. O empresário lançou  uma linha de suínos diferente e sem conservantes. Dono da rede Casa do Holandês, com vários pontos em Brasília, ele contou detalhes do empreendimento, que comercializa peças de defumados e cortes especiais de carnes nobres usadas no preparo de pratos finos da gastronomia.


 “Há cerca de três anos, criamos uma linha pura (de carnes). Começamos a produzir, em nossa fábrica, linguiças sem conservantes. Temos um bacon, por exemplo, sem químicos. Usa-se apenas sal e a defumação natural”, afirmou.


“Muitos clientes chegam a nossa loja por indicação de médicos ou nutricionistas, no caso daqueles pacientes que precisam fazer dieta com baixo consumo de carboidratos”, completou. No entanto, Graumans destaca que também há linguiças, salsichas e bacon com conservantes em seu comércio.


 “Algumas pessoas são muito sensíveis aos conservantes. Temos que melhorar a saúde, e isso começa na alimentação”, acrescentou. O produtor ainda explica que o corte especial da carne é feito a partir de uma raça especial de porco, a duroc. “O animal é um pouco marrom, rústico e tem uma gordura intermediária muito saborosa”, detalhou.
Nesse aspecto, era um hábito antigo cozinhar com a gordura do porco (banha). A geração de avós e bisavós que o diga. “Apesar de não vendermos nas lojas, uso em minha casa. É um produto com muito potencial (de venda), pois é mais saudável que o óleo de soja”, disse.


Em relação ao controle sanitário, o especialista falou sobre os cuidados no preparo de carnes. “Nossa empresa passa pelo controle da Secretaria de Agricultura, além de ter um veterinário na fábrica. Também possuímos um selo (de qualidade)”, disse o empresário, que compra a carne de fazendas especializadas na criação de suínos.

*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo


Correio Braziliense sexta, 29 de outubro de 2021

AULAS PRESENCIAIS ANIMAM PAPELARIAS

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Aulas presenciais animam papelarias
 
Setor está animado com a retomada do ensino presencial, reforçado agora pela volta de todos os alunos da rede pública do DF. Segmento espera que faturamento chegue próximo ao período enterior à pandemia. O empresário João Victor está otimista com as vendas.  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
 
 
O setor, que amargou sérias perdas durante a pandemia, espera atingir resultados semelhantes aos de antes da crise sanitária com a venda de material escolar, agora que todos os alunos da rede pública do DF voltam às unidades de ensino

 

Publicação: 29/10/2021 04:00

Com a volta de 100% dos alunos da rede pública do Distrito Federal ao ensino presencial, o setor de papelarias e livrarias espera alavancar a venda de material escolar. Por conta da pandemia de covid-19, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel), o segmento perdeu cerca de 50% do faturamento mensal. Agora, entre novembro e janeiro de 2022 — período em que os pais costumam adquirir os produtos — a expectativa da entidade é de que o setor retorne ao patamar registrado entre 2019 e 2020.
 
A estimativa é do presidente do Sindipel, José Aparecido. “Devido à pandemia, as escolas acabaram adotando os mesmos livros do ano anterior, e muitos pais e responsáveis não compraram materiais escolares na mesma quantidade em que costumavam comprar antes da crise. Com isso, as papelarias e livrarias não venderam quase nada em 2020 e 2021”, afirma. Além disso, ele se lembra dos períodos em que o comércio, de forma geral, precisou fechar as portas. “Mesmo depois de abertos, o fluxo nos negócios dessa categoria não conseguiu se recuperar bem”, completa.
 
Com as mudanças propostas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), José Aparecido acredita que será possível recuperar o que foi perdido. “No período de 2021 e 2022, esperamos retornar ao patamar de antes (da pandemia)”, diz. Para ele, a implementação do Cartão Material Escolar (leia Para saber mais) auxiliou alguns negócios a se manterem. “As empresas que se concentram no Plano Piloto penaram mais, porque o cartão não é muito utilizado na área central de Brasília”, avalia.
 
João Victor dos Santos Dantas, 36 anos, é proprietário da Inova Papelaria há três anos. Localizada na Asa Sul, a empresa sofreu perdas financeiras. “No período de volta às aulas de 2020 para 2021, muitos pais e escolas aproveitaram para utilizar os mesmo materiais que haviam sido comprados no ano anterior e não foram usados”, explica. Com a volta 100% presencial, o empresário está otimista. “A expectativa é muito grande. É de que cresça bastante a procura por materiais escolares e a venda também. Estamos nos preparando”, adianta.
 
O aumento das vendas também é esperado por Rosalete França, 60, dona da papelaria Ciapel, em Sobradinho. “(O cenário) vai ser melhor com as aulas presenciais, com certeza. O movimento em 2020 não foi tão bom assim, quase não vendemos listas completas, porque a maioria estava estudando de casa. Até agora, este ano, não foi de todo ruim e não temos do que reclamar”, pondera a comerciante. Para atrair mais clientes, Rosalete pretende realizar promoções e aumentar os descontos nas compras à vista. “Vamos sortear TVs e celulares. Para pagamentos com dinheiro ou PIX, o desconto vai ser de 12% a 15%”, destaca.
 
Inflação
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro de 2021, itens como uniforme, transporte escolar e artigos de papelaria tiveram alta de 6,39%, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o volume de vendas em agosto, de livros, jornais e artigos de papelaria teve queda de 6,8%, no DF, quando observado o mesmo mês em 2020. Em relação ao resultado visto em julho deste ano, houve queda de 7,3%, em agosto. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
O economista e coordenador do curso de economia do Centro Universitário Iesb, Riezo Almeida, destaca que o setor não está imune à inflação, que vem assolando o país, com a alta do dólar e dos combustíveis. “Materiais escolares não são diferentes de outros produtos. Como alguns vêm de fora, o cenário apresenta o mesmo problema estrutural. A baixa procura se justifica pela insegurança quanto à confirmação da volta presencial, o que levou a população a deixar as compras para outro momento”, considera.
 
O professor estima que a volta integral aos colégios do DF vai contribuir para a contenção dos valores dos produtos, mas o cenário amplo de inflação deve continuar puxando os preços para cima. “É a lei da oferta e da procura. Com mais demanda por materiais, as fornecedoras vão oferecer mais produtos, e a tendência é diminuir os preços. A inflação, infelizmente, ainda vai continuar, e não vamos voltar aos valores praticados em 2019. Mas haverá mais equilíbrio nos custos, que chegarão a números interessantes tanto para os clientes quanto para os comerciantes”, estima Riezo Almeida.
 
O aumento dos preços levou a servidora pública Márcia Sousa, 47, a reorganizar o planejamento das compras escolares. A moradora do Guará deixará para adquirir o material em janeiro, com o 13º salário. “Com isso, consigo desconto maior, para pagamento em dinheiro. Como compro duas listas de material, os preços ficam bons. Dizem que, mais para frente, os valores ficam mais caros, mas como não tenho como comprar antes, os descontos acabam compensando”, avalia Márcia, cujos filhos tem 11 e 8 anos.
 
 
Todos na escola
O GDF determinou que, em 3 de novembro, os 458,8 mil alunos da rede pública de ensino vão voltar para as salas de aula de forma 100% presencial. Em decreto publicado no Diário Oficial do DF (DODF) na última semana, o governador Ibaneis Rocha (MDB) estabeleceu as regras de funcionamento das unidades escolares. De acordo com o texto, as atividades desportivas devem ser realizadas, preferencialmente, ao ar livre ou em ambientes ventilados. A norma entrou em vigor desde a publicação. 
 
 
Palavra de especialista
 
Cuidados para não se endividar
“Estamos no fim do ano, então estamos próximos ao pagamento do 13º salário, o que pode auxiliar nessas compras de materiais escolares. Porém há algumas ações que podem baratear essa despesa — lembrando que gastos com educação devem sempre estar entre os itens prioritários. A primeira dica é: planejar. Ver o que realmente é necessário e urgente para a volta das aulas presenciais. A segunda dica consiste em pensar em compras coletivas. Ou seja, várias famílias se juntam, uma pessoa fica responsável por fazer as compras escolares e, depois, a conta é dividida. Assim, a chance de desconto é maior e economiza no deslocamento. Por fim, mas não menos importante, é válido rever o orçamento. Pessoas que já estão endividadas devem priorizar pagar as compras à vista. Quem consegue fazer um planejamento de faturas pode optar pelo crédito e por dividir o valor da compra.”
 
Cesar Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF
 
 
 
Para saber mais
 
Benefício
O Cartão Material Escolar é um benefício criado em 2020 e concedido a estudantes cujas famílias fazem parte do programa Bolsa Família, do governo federal. O valor é de R$ 320 para a educação infantil e o ensino fundamental, e de R$ 240 para o ensino médio. Em 2021, até o momento, foram beneficiados 78.982 alunos, com investimento de R$ 24,12 milhões. Haverá o pagamento de mais um lote para aqueles que ainda não receberam, em razão de divergências nas bases de dados. Em 2020, foram investidos R$ 33 milhões no atendimento a 106 mil estudantes.
 

Correio Braziliense quinta, 28 de outubro de 2021

BELEZA LIVRE DE PADRÕES

Jornal Impresso

 

Beleza livre de padrões
 
Talita Beda Hostensky, 33 anos, representará Brasília num concurso internacional para misses plus size. Driblar os padrões e aceitar corpo como ele é foram atitudes que mudaram a vida da modelo. 

 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)
 
 
 
 
Corpos reais ganham destaque na moda. Talita Beda Hostensky representará o DF em concurso internacional

 

Publicação: 28/10/2021 04:00

Disputar um título de beleza pode parecer um sonho distante para muitas mulheres que não se enxergam dentro de um padrão estético socialmente desejado. Uma realidade que vem mudando com o aumento de segmentos que valorizam diferentes tipos de corpos, e foi justamente esse potencial que atraiu a modelo brasiliense Talita Beda Hostensky, de 33 anos. Moradora do Guará II, ela está de malas prontas para representar o Distrito Federal no concurso Miss Continente Brasil Plus Size, que ocorre na próxima semana, em Salvador — de 4 a 6 de novembro.
 
A competição é o ponto alto de uma carreira que começou há quatro anos, quando ela descobriu que finalmente poderia trabalhar como modelo mesmo não sendo uma mulher magra. Ela desfilará com outras 15 representantes de outros estados. “Sempre quis ser modelo, mas, para mim, era algo totalmente inviável porque eu nunca tive um corpo padrão. Sempre tive aquela coisa de viver de dieta para tentar ser magra, mas não conseguia chegar nesse corpo. Eu cheguei a ficar doente, anêmica, durante esse processo”, lembra. 
Aceitação
 
Encarar a pressão estética para quem deseja brilhar no mundo da moda é uma constante e, com ela, não foi diferente. Após várias frustrações, e um processo de reflexão, Talita começou a acompanhar as carreiras de modelos plus size e percebeu que ela se encaixaria ali. “O começo foi bem difícil, eu acabei tomando um golpe de um book. E isso quebrou minhas pernas, porque eu não tinha dinheiro, na época, e foi meu marido que pagou pelas fotos. Depois desse episódio, pensei em desistir de tudo”, conta. No entanto, o apoio do companheiro, que a incentivou a insistir, e o de uma amiga, que a convidou para o primeiro desfile, a carreira da brasiliense começou a prosperar. 
 
Desde 2019, ela atua como modelo profissional e concilia a atividade com o cargo de gerente comercial que exerce na empresa da família. A trajetória de superação de Talita é acompanhada com vibração pelo seu fã clube particular, composto pelo marido e pela filha Esther Beda, 8, que não escondem o orgulho. 
 
Para Talita, eventos destinados ao mercado o plus size são essenciais. “É preciso normalizar os corpos gordos. O normal não é o 36. Cerca de 60% da população está acima do peso, e como essas pessoas vão comprar uma roupa se elas não se veem representadas nas modelos?”, ressalta. “Ser gorda não é sinônimo de doença e nem a magreza é sinônimo para saúde. Quando eu estava mais magra foi o período em que eu estava mais doente”, finaliza a brasiliense. 
 
Três perguntas / Geisa Izetti Luna
professora do curso de Psicologia do IESB
 
Como o padrão de beleza tem influenciado na auto estima das mulheres?
O padrão de beleza já passou por mudanças bem acentuadas, por exemplo, em relação ao formato do corpo. Para as mulheres, atualmente, verificamos uma transição da “magreza de passarela” para um perfil “magro e musculoso”. Esse perfil passou a ser ultravalorizado, não apenas como expressão de beleza, mas também como potencial para despertar sentimentos e emoções de poder/controle, sucesso, conquista, vitória... Por isso, dizemos que tem relação, não apenas com ela, mas também com a autoimagem — ambos associados a aspectos sociais de pertencimento e de valorização. Nesse ponto de vista, reforçamos a possibilidade de empoderamento independente do formato do corpo que o indivíduo tenha.
 
O que fazer para sair do pensamento que ter um corpo magro é sinônimo de beleza e de saúde?
É preciso entender que conceitos de saúde e beleza são subjetivos e que não podem, portanto, ter como significado a expressão de um único formato de corpo ou qualquer outra coisa na sociedade. Trabalhar esse entendimento individualmente e acrescentar que a diversidade é esperada e biologicamente ressaltada pode ajudar nesse reconhecimento.
 
O universo de modelos plus size enfrenta maior pressão, com muitas mulheres que não se acham bonitas. Como lidar com isso? 
Mudanças no corpo não devem ser impostas pela sociedade, ao contrário, a mulher deve buscar a valorização de si mesma e desenvolver autoestima. Esse é o ponto mais importante.
 
"Cerca de 60% da população está acima do peso, e como essas pessoas vão comprar uma roupa se elas não se veem representadas nas modelos?”
 Talita, modelo

Correio Braziliense quarta, 27 de outubro de 2021

GILBERTO BRAGA SE ENCANTOU: AOS 75 ANOS, MORRE DE ALZHEIMER

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Morre Gilberto Braga, o autor que pôs o Brasil na TV

 

Publicação: 27/10/2021 04:00

Braga morreu aos 75 anos: autor de clássicos como Dancin%u2019 Days (João Miguel Júnior/TV Globo - 25/2/15
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Braga morreu aos 75 anos: autor de clássicos como Dancin%u2019 Days


A teledramaturgia brasileira perdeu um de seus maiores representantes. Morreu, na noite de ontem, no Rio de Janeiro, o autor de novelas Gilberto Braga, aos 75 anos. Ele sofria de Alzheimer e estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, Zona Sul carioca, desde 22 de outubro. Não resistiu às complicações de uma infecção sistêmica após uma perfuração no esôfago.

Reconhecido internacionalmente, Braga escreveu mais de 30 trabalhos ao longo da carreira na TV Globo, onde trabalhou desde 1972. Criou vilões inesquecíveis. Autor de mais de 20 novelas, conquistou o Emmy Internacional de melhor telenovela, em 2008, com Paraíso Tropical (2007), escrita em parceria com Ricardo Linhares.

Um dos maiores sucessos de Braga foi Vale Tudo, de 1988, protagonizado por Regina Duarte e Antônio Fagundes. O Brasil literalmente parou no último capítulo da trama, que revelaria o assassino de uma das maiores vilãs de todos os tempos, a empresária Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall. Outro marco da teledramaturgia escrito por Braga foi A Escrava Isaura (1976), uma das obras da teledramaturgia brasileira mais vendidas e exibidas no mercado internacional.

Entre os grandes sucessos escritos por Braga, destacam-se Dona Xepa (1977), Dancin’ Days (1978), Água Viva (1980), Brilhante (1991), Rainha da Sucata (1990), O Dono do Mundo ( 1991), Pátria Minha (1994), Celebridade (2003) e Babilônia  (2015), sua última novela produzida para Globo, sob a direção de Dennis Carvalho. As minisséries globais de Braga marcaram gerações, como Anos Dourados (1986), Primo Basílio (1988) e Anos Rebeldes (1992) e Labirinto (1998).

Carioca e formado em Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), Gilberto Braga completaria 76 anos no próximo dia 1º. Perdeu o pai cedo, aos 17 anos e, uma década depois, a mãe. A estreia na Globo, em 1972, foi com a adaptação de A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, para um “Caso Especial”, com direção de Walter Avancini. A história foi protagonizada por Glória Menezes.

A primeira novela de Braga foi Corrida do Ouro, em 1974, escrita em parceria com Lauro César Muniz e Janete Clair. Braga foi um dos discípulos da autora. Ele sempre dizia que Janete foi a grande fonte de inspiração. O escritor era casado com o decorador Edgard Moura Brasil, companheiro por quase 50 anos.

Logo após o anúncio da morte do autor, vários artistas se manifestaram. “Em 1984, graças a você falamos de racismo em horário nobre. Gilberto era um gênio. Deixa um marco na teledramaturgia brasileira”, escreveu Zezé Motta.

Correio Braziliense terça, 26 de outubro de 2021

O CHÃO SE ABRIU EM VICENTE PIRES: CANO ESTOURA E ABRA CRATERA

 Jornal Impresso

 
 
Cano estoura e abre cratera
 
Uma cratera se formou perto da Feira do Produtor após um cano d'água estourar. O vazamento fez o asfalto ceder. Moradores reclamam dos constantes problemas nas ruas do bairro.

 

EDIS HENRIQUE PERES

Publicação: 26/10/2021 04:00

Um cano d’água estourou e causou uma cratera na esquina entre a Rua 4 e a 4A, próximo a Feira do Produtor, em Vicente Pires. Segundo os moradores, o vazamento começou na noite de domingo e se agravou durante a manhã de ontem. A equipe do Correio esteve no local no momento em que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realizava os reparos na rede, por volta das 11h desta segunda.
 
Segundo os responsáveis pela obra, o que causou o dano foi o rompimento de um cano de 125 milímetros de diâmetro. A pressão da água fragilizou o trecho, que desmoronou. Apesar do susto, ninguém se feriu. Na obra de reparo, para evitar novas ocorrências, os funcionários compactaram a terra de 30cm em 30 cm, para que caso haja novos vazamentos o asfalto não volte a ceder. A expectativa da Caesb era concluir a obra até o fim do dia.
 
A moradora de Vicente Pires Weslayany Carvalho, 22 anos e atendente de um comércio da região, relata que o problemas são recorrentes. “Sempre tem muito buraco, muita lama e alagamentos. Isso dificulta bastante a gente vir até o trabalho, por exemplo, porque tem que enfrentar trechos alagados. Nunca me machuquei, mas já vi pessoas se machucando com os alagamentos”, destaca. 
 
Gilberto Camargos, presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região, lista os mesmos problemas. O morador opina que as obras não poderiam acontecer agora. “Esse mesmo cano já estourou várias vezes, sendo a última há cerca de quinze dias. Estamos em temporada de chuvas e eles não poderiam fazer as obras agora. O maquinário pesado de drenagem pluvial da rua 4A acaba pressionando os canos, o que causa essas rupturas”, defende. Segundo ele, a população teme as chuvas mais fortes, que podem causar mais danos.
 
O administrador de Vicente Pires, Daniel de Castro, pontua, que as obras estão dentro do cronograma estabelecido pelo governo, e que os problemas são devido ao processo de construção, e não são frequentes. “Ficamos sabendo da ruptura do cano às 7h30 de hoje (segunda), e às 9h a equipe da Caesb já estava no local”, narra.
 
Sobre as obras de drenagem pluvial na Rua 4A, Daniel explica que “são aproximadamente 184 metros da galeria abertos para a obra de encontro das manilhas com o túnel. As obras são necessárias para criar uma caixa de onde a água pode escoar até a bacia da Rua 3. Outro ponto com obras parecidas é a Rua 10B, mas ambas devem ser concluídas até o fim de novembro, antes do começo das chuvas mais fortes”.
 
Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF defende que cerca de 95% das redes de drenagem previstas para Vicente Pires estão concluídas. “Os 5% restantes serão executados em novo contrato. Acredita-se que seja a solução definitiva dos problemas de alagamentos que, atualmente, ocorrem somente nos locais onde não há rede de drenagem. Onde as redes de drenagem estão concluídas e em funcionamento, não temos mais esse tipo de problema”, frisa a pasta. 
 
Mais chuvas neste ano
 
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Olívio Bahia, de 1º a 25 de outubro todas as estações meteorológicas do DF, com exceção do Gama, registraram aumento no volume de chuva, no comparativo com o mesmo período do ano passado. “Diferentemente do esperado, a chuva neste mês iniciou logo nos primeiros dias. Geralmente começa na segunda quinzena. Isso pode refletir em um período mais chuvoso”, ressalta.
 
Na estação de Águas Emendadas, em Planaltina, até as 9h de ontem, o Inmet havia registrado 179.6 milímetros (mm) de chuva, ultrapassando a média do mês, que é de 159.8 mm. No Plano Piloto, as precipitações resultaram 133.2 mm, com 83% do esperado para outubro. No Paranoá, foi 116.6 mm (75%), Brazlândia 98.6 mm (62%) e Gama 62.4 mm (39%), sendo que nas últimas três, o sistema apresentou falha e pode não ter registrado chuva em alguns momentos. Para novembro, a média de chuva esperada sobe para 226 milímetros, e em dezembro vai para 241 mm.
 
Para hoje, a previsão do Inmet é de alta nebulosidade e pancadas de chuvas ocasionais durante todo o dia. À tarde, devido ao aquecimento, as chuvas podem ser mais fortes, com presença de trovoadas e algumas rajadas de vento. O Distrito Federal se mantém em alerta de perigo potencial emitido pelo Inmet, que vale até as 11h de hoje.
 
A temperatura ao longo do dia deve se manter em mínima de 18ºC e máxima de 26ºC. Já a umidade relativa do ar varia entre 100%, devido à alta nebulosidade, e 60%, nas horas mais quentes do dia. Os ventos serão de intensidade fraca. 
 
(Colaborou Cibele Moreira)

Correio Braziliense segunda, 25 de outubro de 2021

BRASILEIRÃO - GALO EM DISPARADA

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Galo em disparada
 
Atlético-MG aproveita rodada com resultados favoráveis, supera susto inicial no Mineirão e vence o Cuiabá, de virada, por 2 x 1. Resultado deixa time mineiro com onze pontos de frente na primeira colocação

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 25/10/2021 04:00

Clube mineiro foi intenso quando necessário e deu passo importante na busca do título nacional após 50 anos (Pedro Souza/Atlético)  
Clube mineiro foi intenso quando necessário e deu passo importante na busca do título nacional após 50 anos
 
O início da partida entre Atlético-MG e Cuiabá, ontem, assustou os mais de 30 mil torcedores presentes no Mineirão. Um gol contra bizarro de Nathan Silva, no primeiro minuto de jogo, deu indícios de que o time mato-grossense faria mais uma vítima no topo da tabela. Nesta Série A do Campeonato Brasileiro, o Dourado tirou pontos de todos os times do G-6. Apesar do risco inicial, os mineiros mantiveram a conhecida postura para evitar qualquer prejuízo. Na batuta de Hulk, o Galo virou, venceu por 2 x 1, e segue em disparada rumo ao bicampeonato nacional.
 
A rodada foi excelente para o Galo. O tropeço do Flamengo fez o time mineiro abrir 13 pontos para o adversário, que tem dois jogos a menos. O triunfo mineiro deu contornos de decisão para o confronto entre os dois times, no sábado, no Maracanã. Os cariocas precisam vencer para ficarem vivos na briga. Para o alvinegro, somar três pontos pode clarear ainda mais a caminhada para o título. Hoje, são 11 pontos de margem para o vice-líder Fortaleza.
 
No primeiro minuto de jogo, Nathan Silva protagonizou um lance incomum. O zagueiro tentou recuar para Everson, mas o goleiro não alcançou e viu a bola parar na rede. O erro, porém, não acuou o Galo. Aos quatro, em jogada ensaiada de escanteio, Keno tocou para Hulk igualar. Os gols relâmpagos deram um ritmo frenético ao jogo. Melhor, o time mineiro tentava transpor as recuadas linhas defensivas do Cuiabá. Com paciência, teve sucesso. Nos acréscimos, Guilherme Arana clareou jogada na área e cruzou na medida para Jair virar.
 
Hulk quase ampliou no início do segundo tempo. O atacante chutou fraco e o goleiro Walter levou um frango entre as pernas. O lance, porém, foi parado por toque na mão do atacante. Com a bola no pé, o Cuiabá tentou ser incisivo, mas faltou qualidade para furar a linha defensiva do Galo. Os donos da casa chegaram a criar oportunidades. Porém, satisfeitos com o resultado, não faziam questão de acelerar. Consciente, o alvinegro manteve a bola até o apito final e deu mais um passo na direção de encerrar o jejum de 50 anos sem o Brasileirão.
 
“Estou muito feliz pela vitória. Agradeço à torcida, porque estamos no mesmo caminho e vamos conquistar grandes coisas. Com pés no chão, muita humildade, encarando cada jogo uma decisão”, ressaltou Arana. Cuca endossou o discurso. “No meu ponto de vista, é uma diferença curta, porque pode ser de sete pontos e tem confrontos diretos (contra Flamengo e Palmeiras). Eu não me iludo. Sei que é bom ter essa diferença a favor, mas está longe de estar decidido”, completou.

Correio Braziliense domingo, 24 de outubro de 2021

BRASILEIRÃO: CRIA DE XERÉM, JOHN KENNEDY DÁ VITÓRIA DO FLU

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Cria de Xerém dá vitória ao Flu
 
John Kennedy brilha, marca duas vezes e ajuda tricolor a vencer o Fla pela quarta vez em 2021

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 24/10/2021 04:00

John Kennedy bate no peito e vibra pela atuação de gala na primeira partida como titular diante do rival estadual (Lucas Merçon/Fluminense F.C.)  
John Kennedy bate no peito e vibra pela atuação de gala na primeira partida como titular diante do rival estadual
 
O Flamengo teve mais a bola no pé, alugou o ataque, mas, em escapadas fatais, o Fluminense garantiu a vitória no clássico carioca, ontem, no Maracanã, por 3 x 1, pela 28ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. O triunfo foi o quarto do tricolor sobre o rubro-negro em seis jogos disputados em 2021. Pela segunda vez, o time das Laranjeiras contou com o brilho de uma revelação de Xerém para levar a melhor sobre o rival.
 
O enredo do clássico foi parecido com os últimos jogos entre os times. Mesmo sem finalizar tanto, o Flamengo encaixotou o rival no campo de defesa. Faltou, entretanto, qualidade para criar lances incisivos. No cenário, mais uma vez, quem soube ser letal foi o Fluminense. No primeiro Fla x Flu como titular no time profissional, John Kennedy garantiu a vitória com dois gols, manteve o tricolor em oitavo e derrubou o rubro-negro para a terceira posição.
 
No primeiro tempo, o Fla cercou o Flu e criou duas boas chances. Em uma delas, Matheuzinho carimbou o travessão. Obediente à sua proposta de jogo, o tricolor conteve o ímpeto rubro-negro e buscou jogadas laterais. Em uma delas, John Kennedy escorou cruzamento na área e parou em Diego Alves. No rebote, a revelação completou para o gol. O golpe mexeu com os brios do time de Renato Gaúcho, que manteve a bola, mas não incomodou.
 
A etapa final foi movimentada. O Fla voltou disposto a pressionar e perdeu chances com Andreas Pereira e Everton Ribeiro. Quem marcou, outra vez, foi o Flu. Luiz Henrique cruzou para John Kennedy, a estrela da noite, ampliar. O gol abalou de vez o rubro-negro. Mais solto, o tricolor foi ao ataque. Yago chegou a acertar a trave. Entretanto, em lance de sorte, Renê recolocou o rubro-negro no jogo. O time se lançou ao ataque, mas, desorganizado, pouco fez. No fim, Abel Hernández acertou chute de rara felicidade e liquidou a partida.
 
O resultado fez a festa dos tricolores. No primeiro clássico com torcida mista desde a liberação de público, em setembro, 10.029 torcedores acompanharam o jogo. Ídolo dos dois times, Renato Gaúcho viveu uma cena curiosa. Enquanto os rubro-negros vaiaram a atuação do treinador, os tricolores provocaram e gritaram o nome do técnico, em uma forma irônica de agradecimento.
 
Ovacionado de forma sincera pela torcida do Flu, John Kennedy vibrou pelos dois gols e a noite mágica no Maracanã. O camisa 23 relembrou o período de base, onde se acostumou a ser algoz do rival. “Não tem explicação para isso. É uma emoção muito... Não consigo nem me expressar. Que se repita mais vezes. E que eu me acostume a fazer gols no Flamengo no profissional”, comemorou.


Fortaleza vai a 2º

Quem aproveitou o tropeço do Flamengo foi o Fortaleza. Ontem, o tricolor venceu o time misto do Athletico-PR, em jogo de semifinalistas da Copa do Brasil, por 3 x 0, no Castelão. Lucas Lima, Yago Pikachu e Robson marcaram os gols. Com o resultado, o Leão do Pici segue firme na campanha histórica no Brasileirão. Agora, o time ocupa o segundo lugar, oito pontos atrás do líder Atlético-MG.

Correio Braziliense sábado, 23 de outubro de 2021

A VOLTA DAS CURICACAS

Jornal Impresso

AVOLTA DAS CURICACAS

A grande família do Conic

 
Casal de curicacas e os filhotes fazem a alegria de quem passa na região do centro comercial

 

Renata Nagashima
Marcelo Ferreira

Publicação: 23/10/2021 04:00

6/10 - Os ovos sendo chocados. O casal estava no ninho, cuidando (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
6/10 - Os ovos sendo chocados. O casal estava no ninho, cuidando
 
 
“Algazarra faz a curicaca pela manhã. Seu canto alegre acorda todo mundo”, assim a escritora Eulália Martorano Camargo começa seu poema falando do pássaro conhecido pela beleza exótica e canto alto. O som do despertador do Pantanal, apelido carinhoso das curicacas, está em várias regiões do Distrito Federal. Mas foi no Conic que um casal da espécie decidiu fazer morada e está há um ano alegrando o dia a dia de quem passa pelo local.
 
Quem trabalha no Edifício Venâncio 3, do Setor de Diversões Sul (SDS), no Conic, acompanha a família de curicacas desde o ano passado. O casal fez um ninho em frente ao prédio, em um poste de iluminação pública. Os filhotes nasceram, cresceram e seguiram a vida. O casal de curicacas ficou rondando o prédio, esperando a instalação no novo poste para começar mais uma ninhada. Macho e fêmea tiveram mais três filhotes.
 
Porteiro do prédio há 32 anos, Antônio Ferreira de Sousa, 64, tem uma vista privilegiada da janela. Apaixonado pelos animais, ele destaca que a presença dos pássaros é um presente, como um escape da rotina maçante de trabalho. Antônio acompanha o casal desde o ano passado e diz que as aves chegaram, mais ou menos, em agosto de 2020 e se instalaram em um dos postes de iluminação. Depois de alguns dias, decidiram fazer o ninho em outro, onde tiveram os filhotes. “Eu olho para eles todos os dias, e é emocionante. Eu acho a coisa mais linda do mundo. Eles são inteligentes, fazem o ninho direitinho. De manhã um se alonga, igual gente, depois sai para ir buscar comida ou graveto para o ninho. Quando volta, faz um carinho no que ficou e trocam de função. O outro sai em busca de comida para os filhotes. A natureza é perfeita demais”, admira.
 
Logo após os filhotes de curicacas terem saído do ninho, no ano passado, os postes de iluminação foram trocados. Mas, seu Antônio conta que os curicacas não foram embora, ficaram rondando o prédio até poderem se instalar novamente. “A gente admirava o voo deles por aqui, procurando comida. Chegaram a dormir na marquise do prédio, só esperando se instalarem novamente. Quando trocaram as lâmpadas, nós achamos que iriam embora, porque era um modelo mais difícil de fazer ninho, mas elas conseguiram e estão aqui fazendo nossa diversão em mais um ano.”
 
A professora Líria Hirano, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), explica que é comum essa espécie se adaptar em um local e permanecer nele até que haja alguma ameaça. “Eles se adaptam ao meio em que estão. Quando escolhem um local para fazer o ninho e percebem que não há predadores, eles ficam lá por muito tempo.”
 
A curicaca (Theristicus caudatus) é um tipo de ave presente em boa parte do território brasileiro — comum de campos abertos, capoeiras, beiras de matas secas, caatingas, cerrados e grandes plantações. Elas costumam instalar-se em locais próximos a lagos, campos com solos pantanosos ou periodicamente alagados. Têm o hábito de viver em pequenos bandos, são diurnas e gostam de planar a grandes alturas. É comum encontrá-las nos gramados do centro de Brasília, onde procuram insetos e larvas para se alimentar.
 
Alimentação
 
Elas comem pequenos lagartos, pequenos roedores, sapos e cobras. “Essa ave tem o bico de foice para facilitar essa alimentação, ela consegue colocar o bico em tocas e na terra para caçar o animal. Na região do DF ela já tem ocorrência natural e aqui na cidade tem muita abundância em alimentos, por isso podem ser encontradas facilmente”, explica. A médica veterinária diz que as curicacas são mais vistas no Parque da Cidade, próximo ao Aeroporto de Brasília e em Taguatinga. Não apresentam nenhum risco para a população.
 
No Conic, o Correio acompanhou a evolução do ninho, os ovos chocando e os filhotes nascendo. Ao que tudo indica, a família fica reunida até os menores terem condições de voar sozinhos. Enquanto isso, os frequentadores do setor comercial apreciam o desenvolvimento e o crescimento das pequenas aves. Observar as aves virou uma tarefa diária de José Heleno, 48, que também é porteiro em um edifício no Conic. “A gente para um pouco para observar durante o dia. Dá uma alegrada, são lindos. É muito interessante como eles trabalham, saem de manhã e nunca voltam com o bico vazio. A gente passa o dia observando como crescem, cada etapa”, conta. “Viraram nossos mascotes. A gente gosta igual bichinho de estimação”, acrescenta.
 

Correio Braziliense sexta, 22 de outubro de 2021

CÂNCER DE MAMA: MAIS DE 90% DAS MULHERES CURADAS

Jornal Impresso

Mais de 90% das mulheres curadas
 
Especialista em câncer de mama destaca que resultado promissor revelado por pesquisa tem relação direta com diagnóstico precoce

 

DANIELLE SOUZA*

Publicação: 22/10/2021 04:00

Integrante titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) e coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, a oncologista Patrícia Schorn afirma que a taxa de cura de pacientes com câncer de mama é superior a 90%, segundo um estudo norte-americano. No entanto, a especialista ressalta que o resultado tem relação com o diagnóstico precoce da doença. Ainda nesse tema, ela abordou a importância da realização de mamografias anuais, não apenas do autoexame; explicou a relação entre o histórico familiar e a enfermidade; e mencionou um tipo de tratamento que previne um dos principais efeitos da quimioterapia: a queda do cabelo. Confira os destaques da entrevista da médica à jornalista Samanta Sallum, ontem, no programa CB.Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília.


 (Ed Alves/CB/D.A Press)  



Qual é sua avaliação sobre ao autoexame? Ele continua sendo importante?
Esse é um ponto extremamente importante e delicado, porque esse tempo em que o autoexame veio para a mídia e ficou foi o período em que tivemos muito mais diagnósticos de câncer de mama avançado. Por quê? Porque uma mulher que faz o autoexame está preocupada em achar uma lesão, mas ela não está capacitada para isso. E ela, na maioria das vezes e até por um estímulo da imprensa, acabou substituindo uma coisa pela outra. Passou-se a fazer o autoexame porque é uma rotina muito simples e barata, deixando de ir ao médico e de fazer a mamografia. Onde está a questão disso? A mamografia é um exame que permite a identificação de lesões não palpáveis, milimétricas. Por isso, ela é tão efetiva para a prevenção. Conseguimos ter uma redução da mortalidade para o câncer de mama quando fazemos a mamografia. O autoexame, não. A mulher que percebe um nódulo na mama, já apalpa um tumor, o qual tem, no mínimo, 1 centímetro. Existe uma diferença que chamamos de prognóstica e com valor preditivo completamente diferente entre uma lesão que tem 1 milímetro versus uma lesão que tem 1cm.

A partir de que idade a mulher deve fazer a mamografia? E com que regularidade?
O principal fator de risco é o histórico familiar de câncer de mama. Mulheres que não os tenham devem fazer a mamografia uma vez ao ano, a partir dos 40. Quando identificamos uma que tem fatores de risco, trazemos a data inicial da mamografia para os 35 anos. E vamos imaginar que uma mãe teve câncer de mama aos 38. Então, iniciamos o rastreamento (da saúde) da filha 10 anos antes da idade que a mãe teve o câncer. Nesse caso, a filha passaria a fazer a mamografia a partir dos 28.

O principal fator para desenvolvimento do câncer é a predisposição genética, ou o estilo de vida das últimas décadas acelerou o número de casos?
A maior parte dos cânceres em geral — e o de mama também — não é hereditária. A doença hereditária é essa em que a mãe passa para a filha. Mas todos são genéticos, porque dependem de um erro do DNA celular. E esse erro pode ser programado. Aí, temos a doença hereditária. E ela também pode ser adquirida. Aí, vêm os fatores ambientais, o hábito de vida. Noventa por cento dos cânceres dependem dos nossos hábitos, não da nossa herança genética. Por isso, estimulamos tanto a questão de uma alimentação saudável, de abandono do álcool, do tabaco e (da adoção) de uma prática de exercícios frequentes.

Qual seria o tratamento mais leve e o mais difícil?
O tratamento curativo do câncer de mama é a cirurgia. Acrescentamos à cirurgia, antes ou depois dela, algum protocolo de quimioterapia. Mas não é todo mundo que precisa fazer. E acrescentamos a essa cirurgia também, em algumas situações, a radioterapia. O tratamento mais doloroso ainda é a quimioterapia, sem dúvida. Porque é sistêmico. É uma medicação que entra no organismo e passa por todo o corpo. E ela diminui a imunidade, faz o cabelo cair, permite feridas na boca, diminui muito a qualidade de vida da mulher durante o período terapêutico... Aí, vem o que podemos fazer para diminuir esse mal-estar durante o período de tratamento oncológico, que realmente é o mais doloroso. Uma das coisas que considero fundamental é a autoestima de uma pessoa durante o tratamento. E, hoje, conseguimos durante o período de quimioterapia, em alguns protocolos, preservar o cabelo (da paciente). Isso se dá por meio de uma touca. Chamamos de crioterapia. É uma touca que se resfria a menos de 26°C durante a infusão do quimioterápico, e isso diminui a queda de cabelo até 80% das vezes.

Podemos falar em percentual de cura ou isso também depende da faixa etária e do tipo de câncer?
Há um dado americano, não é um número nacional: mais de 90% das mulheres se cura do câncer de mama. Mas isso vai depender do diagnóstico precoce ou não. Por que insistimos tanto na necessidade de fazer uma mamografia e cuidar da prevenção? Porque sabemos que, quanto menor for o tumor, maior é a chance de cura.

* Estagiária sob supervisão de Jéssica Eufrásio

Correio Braziliense quinta, 21 de outubro de 2021

COPA DO BRASIL: FLAMENGO - EMPATE SALVADOR

Jornal Impresso

Empate salvador
 
Flamengo sai na frente, sofre a virada do Athletico-PR, mas conta com pênalti decisivo no último lance da partida para arrancar 2 x 2 na Arena da Baixada. Decisão da vaga para a final continua aberta

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 21/10/2021 04:00

O atacante Michael foi novamente uma das principais armas do Flamengo na partida de ontem na Arena da Baixada, mas cansou no segundo tempo (Alexandre Vidal/Flamengo)  
O atacante Michael foi novamente uma das principais armas do Flamengo na partida de ontem na Arena da Baixada, mas cansou no segundo tempo


Um jogo de alta voltagem — e com emoção até a última jogada — deixou a briga de Athletico-PR e Flamengo por um lugar na decisão da Copa do Brasil em aberto. Ontem, na Arena da Baixada, em Curitiba, na partida de ida das semifinais do torneio nacional, os dois times alternaram o protagonismo ofensivo durante os 90 minutos. Cada um deles chegou a ficar na frente em algum momento, mas, ao apito final, terminaram empatados, por 2 x 2, com gol salvador de Pedro no fim. Com isso, a definição de quem pega Atlético-MG ou Fortaleza na final ficou para a próxima quarta-feira, no Maracanã.

A intensidade não foi, necessariamente, alto nível dos dois times durante todo o jogo. O Flamengo começou melhor e saiu na frente com Thiago Maia, mas não aproveitou o bom momento para ampliar. Quando cresceu, o Athletico-PR não conseguiu sem efetivo em campo. No segundo tempo, tudo mudou na base da força aérea paranaense e a virada veio em cruzamentos bem finalizados por Pedro Henrique e Renato Kayzer. O rubro-negro voltou a ter a bola, mas não conseguia criar. No desespero, colocou a bola na área e Rodrigo Caio foi derrubado. O VAR marcou e Pedro, com categoria, converteu o pênalti.

O primeiro tempo teve momentos de domínios dos dois times. Melhor na primeira metade, o Flamengo conseguiu abrir o placar aos 15 minutos. Gabigol chutou, a bola desviou em Arão e parou em Thiago Maia. No susto, o volante conseguiu finalizar e marcar. O rubro-negro chegou outras vezes, não aproveitou e passou a dar espaços ao Furacão. Na melhor chance dos paranaenses, Erick desviou cruzamento e Diego Alves fez boa defesa. O Athletico-PR seguiu cercando o time carioca, mas não conseguiu ser incisivo para furar o sistema defensivo adversário.

Na etapa final, porém, o Furacão precisou de apenas dois minutos para ter êxito. Pedro Henrique foi no terceiro andar para desviar escanteio. Inapelável para Diego Alves. Após o gol, o Fla perdeu boas chances com Thiago Maia e Michael. A sequência foi truncada e faltosa até o Athletico-PR virar. Abner cruzou e Kayzer desviou para o gol. Desorganizado, o rubro-negro se lançou para o ataque, mas pouco ameaçou o Santos. O empate veio aos 54, após o VAR flagrar pênalti em Rodrigo Caio. Com sangue-frio, Pedro bateu no meio e garantiu a igualdade no lance derradeiro.

Ao apito final, o sentimento foi distinto. O Athletico-PR lamentou a oportunidade de abrir vantagem em casa, enquanto o Flamengo saiu contente pela chance de definir em casa. Pedro vibrou após jogar com incômodo. “Eu consegui vir para o jogo. Foi uma pancada muito forte que tomei no joelho, ainda tenho uma dorzinha. Eu vim no sacrifício, mas o Flamengo pede isso. Graças a Deus consegui fazer o gol”, destacou o herói da noite rubro-negra em Curitiba.

Renato Gaúcho também se mostrou satisfeito pelo resultado. “A minha equipe arriscou o tempo todo, saímos jogando, conseguimos quebrar a linha defensiva várias vezes. Mas tem hora que fica difícil, a grama sintética dificulta bastante. Essa foi nossa maior dificuldade. Eu tenho que parabenizar a minha equipe, saímos vivíssimos e agora vamos para o Maracanã. Será mais um jogo difícil, mas lá, teremos a nossa torcida”, destacou.

Correio Braziliense quarta, 20 de outubro de 2021

PEDACINHO DE MADAGASCAR NO CERRADO
 
 
Jornal Impresso
Pedacinho de Madagascar no cerrado
 
O tão aguardado Flamboyant chegou junto com a primavera para colorir as ruas do Distrito Federal

» Renata Nagashima

Publicação: 20/10/2021 04:00

A engenheira ambiental Miria Nogueira aproveita a paisagem desta época do ano. Ela destaca que o flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
A engenheira ambiental Miria Nogueira aproveita a paisagem desta época do ano. Ela destaca que o flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor


A seca foi embora, e o verde prevalece na capital federal. Com a chegada das chuvas, a primavera trouxe de volta o colorido para a vegetação do cerrado e, depois das floradas dos ipês e da festa do jacarandá, chegou a vez dos brasilienses saudarem os flamboyants. O nome, que vem do francês e significa vistoso, chamativo e berrante, é adequado para os tons vívidos de vermelho, laranja e amarelo que decoram a cidade nesta época do ano. As flores da espécie de origem africana formam verdadeiros tapetes naturais nas quadras residenciais e nas vias da cidade, demonstrando que estão adaptadas aos ares do Centro-Oeste.
 
Natural da ilha de Madagascar, os flamboyants chegaram a Brasília na década de 1960, para oferecer sombra e enfeitar o jovem centro político do país. Hoje, a maioria das árvores está concentrada nas quadras 209, 210 e 211 da Asa Sul, além de exemplares no Sudoeste, no Zoológico, na região da Universidade de Brasília (UnB) e no Eixo Monumental.
 
Cuidado e beleza
 
Responsável pela plantação dos primeiros flamboyants na CCSW 3, no Sudoeste, Edmilson Matos, 43 anos, é zelador no mesmo bloco há 22 anos e, desde 1999, tem a preocupação em manter a quadra arborizada. “Eu plantei todas as que ficam nessa região. O pessoal foi comprando as plantas e eu fui cultivando”, conta. Apesar de cuidar de todas as árvores com o mesmo zelo, Edmilson revela que tem um carinho especial pelo flamboyant. “Eu espero o ano todo para vê-los florescer; é a época mais bonita que tem, fica tudo mais vivo e cheio de cores.”
 
Para o zelador, a florada anual deixa os moradores mais unidos. “Me alegra que todos adotaram a árvore, colocaram balanço e um banco ali embaixo. Todo mundo ajuda a cuidar, coloca um adubo, é lindo de ver. É uma coisa comunitária. Os moradores gostam bastante e são empenhados”, orgulha-se.
 
A espécie faz tanto sucesso na quadra, que virou até decoração para festas de aniversários das crianças. “Com a pandemia, as pessoas passaram a fazer mais coisas ao ar livre. Os moradores começaram a fazer comemorações embaixo do flamboyant, foi uma coisa única. É uma alegria ver as pessoas se aproximando da natureza. Meus filhos crescem aqui, brincando e ajudando. Tenho um jardim quase que particular na porta de casa”, comenta Edimilson.


O zelador Edmilson Matos se orgulha de cuidar das espécies de flamboyant da quadra em que trabalha e dos filhos aproveitarem o contato com a natureza (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
O zelador Edmilson Matos se orgulha de cuidar das espécies de flamboyant da quadra em que trabalha e dos filhos aproveitarem o contato com a natureza


 
Símbolo do amor
 
Quem também derrama-se pelas cores quentes dos flamboyants é a engenheira ambiental Miria Nogueira, 40. Ela, que escolheu a profissão justamente pela paixão pela natureza, gosta de sair para caminhar e contemplar a flores que decoram o Sudoeste. “Ainda estou de home office, então sair um pouco e ter esse contato com a natureza é importante. Passo horas admirando e tirando fotos”, conta.
 
Ela aponta que, durante esse período de chuvas, o verde das gramas se destaca, contrastando com as flores do flamboyant. “É uma beleza única. Eu gosto muito da natureza e da arborização de Brasília. O flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor, além de ser linda tem esse significado forte”, destaca.
 
Origem
 
A engenheira agrônoma do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) Carmen Regina Correia, explica que a espécie exótica foi trazida da África para o Brasil provavelmente pelos portugueses. Segundo a especialista, apesar da beleza, as árvores precisam de atenção na hora de serem plantadas em áreas urbanas. “As raízes são muito superficiais, é uma árvore que não se coloca onde tem pavimento, nem em canteiros de ruas, deve ficar mais em parques. A madeira dela também é resistente, a queda de galho pode causar danos”, alerta.
 
De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), são cerca de 100 mil delas espalhadas por toda a capital. A maioria está concentrada no Plano Piloto, onde há mais de 50 mil flamboyants. Diferente dos ipês, os flamboyant têm uma floração mais rápida, que dura de 30 a 40 dias. Elas florescem entre outubro e dezembro e podem ser encontradas em três cores: vermelho, laranja e amarelo. A árvore é de médio a grande porte, tem uma copa ampla e pode chegar a 18 metros de altura.
 
Previsão do tempo
 
Com temperaturas mais baixas do que nos dias anteriores, é bom garantir o casaco para o dia de hoje. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima no Distrito Federal ficará em torno de 28ºC, sendo que a mínima registrada deve ficar em 19ºC. A umidade relativa do ar ficará entre 55% e 95%. A previsão do tempo indica que o dia terá muitas nuvens com chuvas isoladas no período da tarde. A noite será de nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas.

Correio Braziliense terça, 19 de outubro de 2021

TUDO A SEU TEMPO - TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA

Jornal Impresso

Tudo a seu tempo
 
Jovens contam como lidam com obstáculos e dilemas existenciais na transição para a vida adulta

 

» EDUARDO FERNANDES*

Publicação: 19/10/2021 04:00

Arte e autenticidade ajudaram Ediadany Vieira a ter confiança em suas escolhas  (Ed Alves/CB/D.A Press - 24/9/21 )  
Arte e autenticidade ajudaram Ediadany Vieira a ter confiança em suas escolhas
 
A transição para a vida adulta pode vir carregada de frustrações e dos mais diversos desafios. Para muitos jovens, a conclusão do ensino médio marca o início de uma fase com novas responsabilidades e autocobranças. “O padrão, na verdade, é muito idealizado. A vida real não é construída na tela do celular, do computador ou da televisão. Quando você sai disso e vai vivê-la, se frustra por não conseguir realizar as coisas”, observa o professor e antropólogo do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Rodrigo Augusto.
 
Na avaliação dele, os padrões sociais atuais, muito influenciados a partir das interações pelas redes sociais e pela internet, pressionam os jovens a buscarem um futuro de realizações que, na prática, depende de diferentes fatores, como tempo, investimento, além das conjunturas econômica e social do lugar onde vivem. “Por exemplo, hoje, o contexto econômico e político brasileiro está saindo desse processo pandêmico com um nível de desemprego muito grande. Então, você tem uma sociedade deprimida, no sentido econômico, e com extrema polarização política. Um país em total convulsão e desequilíbrio”, pontua.
 
Uma realidade distante do modelo de felicidade apontado como ideal e que, de acordo com o especialista, gera mais ansiedade entre os jovens. “Olhar para o próprio país e ver que não há projetos e que as condições necessárias para construir algo são escassas, pode afetar a expectativa de futuro e de presente daqueles que ainda estão em busca de um lugar no mundo”, explica.
 
O excesso de autocobrança fez com que Laiane Paiva buscasse a terapia (Arquivo pessoal/CB/D.A Press)  
O excesso de autocobrança fez com que Laiane Paiva buscasse a terapia
 Vida real
 
A jovem Laiane Paiva, 23, se reconhece nesses dilemas. O excesso de cobranças e urgência para conquistar metas e objetivos, fez com que ela passasse por um processo de desgaste até se encontrar profissionalmente. “Eu queria sair da escola e ir direto para faculdade, depois arrumar um emprego na área, ter aquela realização do sonho planejado. Mas, quando você sai do ensino médio, tem um verdadeiro choque. Porque é jogado na vida real de uma vez”, avalia. Ao sair da escola, a jovem afirma que precisou conciliar emprego e faculdade, pois ela queria ter a satisfação de bancar a própria faculdade. A rotina era puxada, e ela adicionava à sua sobrecarga cobranças internas e expectativas de pessoas próximas. Com tanta pressão, os problemas de saúde mental não tardaram. Estudos e trabalho não deixavam tempo para que ela estivesse com a família e amigos.
 
Entretanto, ao observar que antigos colegas de escola seguiam no mesmo frenesi, ela não via os excessos como um sinal de alerta, até que buscou terapia. O acompanhamento foi um grande divisor de águas, um processo de construção diária. “As pessoas pensam que terapia é mágica, só que não é. É um processo que dói, é sofrido e dura anos. Sou muito privilegiada por ter conseguido fazer terapia, ao contrário de muitas pessoas por aí”, reflete.
 
Sonhos próprios
 
Por muito tempo, a vida e os sonhos de Ediadany Vieira, 20, eram norteados pela expectativa da família. “Isso de ter que ser suficiente e ter que fazer alguma coisa que não gosta só para colocar dinheiro na mesa é difícil. É muito cansativo tentar ser bom no que, na real, você nem é”, desabafa.
 
Após passar por muitos caminhos e tentar escrever histórias que não eram compatíveis com suas paixões, Ediá, como é chamada, resolveu assumir as próprias escolhas. Segundo ela, as ancestralidades e muito de sua família ainda a acompanham, mas ela acredita que é preciso gostar verdadeiramente do que se pretende seguir profissionalmente.
 
A mudança e virada de chave vieram assim que a jovem passou a investir mais em seus talentos. Dançarina, cantora e compositora, ela decidiu buscar caminhos que lhe garantissem realização. “Demasiadas vezes me cobrei muito, aí, minha própria arte vem e me acalma. Diversas vezes escrevi coisas atemporais que, quando li, vi que eram para mim”, relata. Para ela, tudo é uma construção, e, apesar de driblar obstáculos, é uma caminhada contínua e encontrou, nas manifestações artísticas, uma maneira de lidar melhor com a autocobrança.
 
Processo
 
Terapeuta familiar e médica hebiatra, Mônica Mulatinho ressalta que a transição enfrentada nessa fase também pode decorrer de processos de maturação que só se concluirão quando o jovem completar 24 anos. “O cérebro amadurece de trás para a frente, a última parte que amadurece é o lóbulo pré-frontal, que os adolescentes têm imaturo e só ficará pronto aos 24 anos”, afirma.
 
De acordo com a especialista, esse período não concluído pode causar dificuldades relacionadas a aspectos como planejamento, empatia, concentração, antecipação de consequência e controle de impulsos. Essas habilidades são alguns dos pontos fracos dos adolescentes durante o ciclo de maturação. A médica ainda alerta que, além da imaturidade, a puberdade e a mudança do corpo são mais difíceis para alguns adolescentes.
 
Formado em gestão pública, Gusttavo Almeida, 21, carrega desde pequeno o sonho de integrar a Polícia Civil do Distrito Federal. Entre a difícil rotina de quase cinco horas de estudos, a autocobrança surge como um obstáculo a mais na vida do jovem concurseiro. Desde criança, ele leva em seu coração a ideia de que somente os estudos poderão levá-lo ao lugar que tanto almeja, embora reconheça que no dia a dia, a busca não é fácil.
 
“As cobranças e as dificuldades aumentam com o passar do tempo, e a solidão acaba fazendo parte da rotina de quem se dedica inteiramente para um sonho, seja ele qual for. No meio da autocobrança, esqueço das pequenas conquistas e das características que tanto admiro, por isso sempre tento me lembrar que sou muito mais que meus erros e defeitos”, diz.
 
Contudo, ele reconhece que precisa enfrentar seus receios sobre o futuro enquanto não consegue a sonhada aprovação. Para seguir motivado, ele sonha em ajudar sua família e se considera um vencedor. Para ele, não deixa de ser uma vitória perseverar. “Quando vejo meu desempenho aumentar a cada dia que passa, tenho certeza que com dedicação e disciplina podemos chegar em qualquer lugar. Antes, eu queria apenas um cargo de agente na PCDF, acabei ficando de fora desse concurso, mas o maior aprendizado que tive foi saber que sou capaz. Agora que eu sei aonde posso chegar, minha meta é ser delegado”, finaliza.
 
Identidade
 
A busca por autoafirmação e para o sentido da vida, além das incertezas causadas ao se depararem com o mundo adulto, são questões clássicas feitas pelos jovens. O psicólogo Emerson Almeida alerta que, neste período, onde a parte cognitiva e psicossocial está em desenvolvimento, essas reflexões existenciais aparecem para muitos como se fosse um ‘soco’, mas pode ser normal dependendo do nível das cobranças.
 
“Uma autocobrança excessiva pode gerar inseguranças, ansiedade, solidão, depressão e, em casos mais graves, sintomas psicóticos”, destaca. O enfrentamento não saudável, para essas pautas relacionadas aos jovens e seu crescimento, pode ser enfrentado com procura especializada na área psicológica. A ajuda profissional é de extrema necessidade, caso os sintomas se agravem e os quadros evoluam sem acompanhamento. 
 
*Estagiário sob a supervisão de Juliana Oliveira


Dicas para amenizar a ansiedade dos jovens
 
» Melhor utilização de redes sociais
» Olhar para si com mais carinho
» Procurar acolhimento da família ou amigos
» Consultar um psicólogo
» Usar o tempo para exercer a criatividade

Correio Braziliense segunda, 18 de outubro de 2021

A PRIMAVERA SOB UM NOVO OLHAR

Jornal Impresso

A primavera sob um novo olhar
 
A nova estação, explica a doula Agne Harizza, é um momento de mudança e reafirmação.
 
Enquanto alguns aproveitam a primavera para admirar a chegada das cores, outros, enxergam que a estação tem um significado a mais. O Correio conversou com brasilienses que se diferem pelos estilos de vida, mas que têm um ponto em comum: as novas perspectivas diante das mudanças e transformações que chegam com a estação

 

Publicação: 18/10/2021 04:00

» Ana Maria Pol
 
Da mesma forma que o inverno é comumente associado ao recolhimento, ar seco, frio e intimismo, a primavera está para o crescimento, florescimento e harmonia. Para aqueles que preferem a estação das cores, é tempo de observar os animais polinizadores, como os beija-flores e as abelhas, que aumentam suas atividades, e fazem crescer o ciclo reprodutivo dos vegetais. Mas, apesar dos favoritismos sazonais, é fácil notar que as mudanças que surgem com as estações têm impacto, também, sobre o humor e comportamentos do ser humano. 
 
De acordo com a psicóloga e professora do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Valéria Mori, a primavera vem carregada de um simbolismo que impacta a transformação de vida de algumas pessoas. “Essa estação tem sido representada como o novo. E nós precisamos, muitas vezes, desses símbolos para poder olhar para a vida de um novo lugar, de uma forma diferente. Então esses recursos da natureza facilitam que a gente gere produções simbólicas e emocionais que são facilitadoras, por exemplo, da concretização de planos e da imaginação de novos planos na vida, da aspiração de mudança”, explica. 
 
Segundo Valéria, à priori, a mudança não significa, necessariamente, algo bom ou ruim. “Ela depende da forma que a gente lida com as transformações que fazem parte do viver a vida. A mudança mobiliza, no cotidiano, processos em nós que são extremamente contraditórios e que muitas vezes nos impedem de dar passos em um primeiro momento. Mas essa mesma transformação pode ser introduzida em um caminho que é surpreendente, novo”, diz. 
 
Para a psicóloga, não há fórmula de como o momento deve ser bem vivido. Viver bem, nas palavras dela, implica reconhecer que a vida tem momentos contraditórios, às vezes difíceis, mas também de alegria e prazer. Segundo Valéria, é fundamental sair da ideia de que existe uma felicidade a ser alcançada. "Ela está nos detalhes", esclarece. De acordo com Valéria, as estações do ano mostram isso. “Temos a época das flores, que, em determinado momento, secam e se transformam em outras coisas. Penso que assim é a vida, o cotidiano. Ele é feito de pequenos momentos e alegrias, e que implicam no engajamento e em viver esse cotidiano de uma forma não idealizada. Que eu viva segundo aquilo que ela me apresenta e naquilo que eu reconheço nela”, completa. 
 
Novo sentido
Para a técnica em medicina tradicional chinesa e doula Agne Harizza Satiya Narcizo, 29 anos, os sentidos humanos estão interligados às fases do ano e, no caso da primavera, não é diferente. “O inverno está ligado à água e aos rins; o verão ao coração e intestino delgado; o outono ao metal, pulmão e intestino grosso; e temos a primavera, que está diretamente relacionada ao fígado e vesícula biliar, que tem ligação com o elemento madeira, responsável pelos tendões, e com útero, ou seja, com o renascimento, o brotar da semente, o ímpeto”, diz.
 
De acordo com Agne, na cultura chinesa, o coração faz menção à figura de imperador, e o fígado faz o papel do general, que executa ordens. Quando está desregulado, tem a ver com a raiva, a expressão dele é o "grito", segundo ela. "É preciso fazer o sangue correr nos locais certos, e a primavera é o momento de fortalecer os órgãos, é nela que começamos a plantar para colher depois”, diz. Apesar de poético, Agne diz que é dessa teoria que surge a ideia de que a primavera é tempo novo. “Ela (primavera) vem com a proposta de nascimento, de preparar o terreno e deixá-lo firme para conseguir sobreviver ao inverno”, pontua.  
 
Toda essa ideia vem do conceito de Ying Yang, princípio da filosofia chinesa que visa o equilíbrio entre as forças opostas e, de acordo com a técnica em medicina tradicional chinesa, a primavera dá a oportunidade de a pessoa tentar equilibrar questões pessoais e sentidos. “Trabalhar com o que eu gosto, por exemplo, adianta muito a minha vida", diz. Ela diz que as pessoas que não conseguem sair do trabalho por algum motivo, é preciso buscar esse prazer de outras formas, em busca do equilíbrio emocional e físico.
 
Praticante da medicina oriental há cinco anos, Agne conta que, em seu caso, procura viver o equilíbrio por meio da calmaria, ao cuidar de suas plantas e observar o que a estação traz de novo. Conforme sua fala, a primavera mostra a ela a importância de fazer as coisas com calma. Até chegar à fase de florescer, a semente e a árvore passaram por um processo. A estação, de acordo com ela, mostra que não adianta acelerar ou atrasar processos, o tempo corre como deve. “Sou doula, preciso saber respeitar os processos”, afirma. 
 
Saúde
As mudanças advindas da primavera também interferem, diretamente, na saúde corporal das pessoas, conforme explica a terapeuta ayurvédica Ariadne Hamamoto, 29. “O primeiro fator que vai influenciar o corpo e saúde é o passar do tempo e o ambiente onde se vive”, afirma. Esse local possui qualidades e características físicas que se transformam com o passar das estações e causam certa influência na saúde corporal, ela explica. Para manter o corpo em dia, a terapeuta dá a dica: “Preste atenção na fome em relação ao clima, por exemplo. Quando está quente, nossa capacidade digestiva fica mais fraca, então devemos comer alimentos mais leves e equilibrar de acordo com o ambiente. Já no frio, há retenção de calor no corpo, então ficamos com maior capacidade de digestão. Ou seja, pode-se comer alimentos mais pesados”, exemplifica. 
 
Ariadne explica que a Ayurveda é um conhecimento de origem indiana, que busca manutenção do equilíbrio do indivíduo consigo, com a natureza e com os outros seres. Conhecido como o mais antigo sistema de saúde de que se tem notícia, a terapia ayurveda incentiva, como tratamento para alguma doença ou sintoma, a mudança de estilo de vida. “É feita uma análise personalizada com o paciente, em que considera-se idade, lugar onde nasceu, onde ficou doente, qualidade e estilo de vida, qual rotina e dieta, sintomas apresentados, há quanto tempo eles surgiram”, pontua. 
 
De acordo com a terapeuta, o equinócio da primavera — fenômeno astronômico em que a luz solar incide da mesma forma sobre os dois hemisférios, fazendo com que os dias e as noites tenham a mesma duração — é um marco importante e afeta, diretamente, o funcionamento do corpo dos indivíduos. Isso porque exemplifica um momento de transição. “A primavera sucede o inverno, período que ficou muita coisa guardada. Então é um momento de impulso, criação, potencial e expansão de energia. É um bom período para aprender coisas diferentes, realizar projetos”, completa.

Correio Braziliense domingo, 17 de outubro de 2021

BRASILEIRÃO - VASCO SEGUE SONHANDO COM A ELITE

 Jornal Impresso

 

Vasco segue sonhando com a elite

 

Publicação: 17/10/2021 04:00

Na briga pelo acesso, o Vasco acredita e dá motivos para a torcida também sonhar com o retorno à elite. Ontem, embalado pelos torcedores, o Gigante da Colina derrubou o líder da Série B. Em São Januário, o Vasco fez 2 x 1 sobre o Coritiba, pela 30ª rodada.
 
Assim, o Cruzmaltino se recupera da derrota para o Sampaio Corrêa, na última rodada, e se mantém na corrida pelo acesso. O clube carioca subiu para a sexta colocação, com 46 pontos. No momento, a diferença para o G-4 é de quatro pontos. O Avaí, que tem 50 pontos, ainda joga neste sábado. No pior dos cenários, em caso de vitória catarinense sobre o Confiança, fora de casa, o Gigante da Colina ficará a cinco pontos do Goiás, que tem 51.
 
Após sair na frente e controlar o jogo no primeiro tempo, o Vasco levou um gol-relâmpago na etapa final. Entretanto, conseguiu uma resposta praticamente imediata e fez 2 a 1. Depois, segurou os esforços do Coxa e garantiu uma importante vitória.
 
Na próxima rodada, no domingo, dia 24, o Vasco visita o Náutico, nos Aflitos. Já o Coritiba volta a campo nesta terça-feira e recebe o Sampaio Corrêa, no Couto Pereira.
 
Gols
Aos 18 minutos, Gabriel Pec chutou após bela trama pela direita e o goleiro do Coritiba bateu roupa. O artilheiro do Gigante da Colina não perdoou. Cano pegou o rebote e fez 1 x 0.
 
A segunda finalização do Coritiba encontrou a rede, em um gol-relâmpago no começo da etapa final. Após lançamento pela direita, Ricardo Graça falhou e não conseguiu cortar como queria. A bola se ofereceu para Léo Gamalho. Ele chutou no canto e empatou, aos 16 segundos.
 
O Vasco deu a resposta com dois minutos. Riquelme chutou cruzado e Nenê marcou. A arbitragem marcou impedimento. O VAR demorou quase cinco minutos na checagem do lance, diante de um lance tão ajustado, e validou o gol.

 


Correio Braziliense sábado, 16 de outubro de 2021

MIGUEL OLIVEIRA SE ENCANTOU: CAMPEÃO MUNDIAL DOS MÉDIOS-LIGEIROS MORRE AOS 74 ANOS, VÍTIMA DE CÂNCER NO PÂNCREAS

Jornal Impresso

Miguel Oliveira, pugilista

 

Publicação: 16/10/2021 04:00

Miguel Oliveira (D), lenda do boxe brasileiro, em luta nos anos 1970 ( Arquivo Pessoal)  
Miguel Oliveira (D), lenda do boxe brasileiro, em luta nos anos 1970


Miguel de Oliveira, campeão mundial dos médios-ligeiros do Conselho Mundial de Boxe em 1975, morreu, ontem, em São Paulo. O ex-boxeador, estava com 74 anos, e sofria de câncer no pâncreas, doença diagnosticada há três meses e que o levou à internação e tratamento.

Sempre com a voz baixa, simpático e muito acessível, Miguel foi uma das pessoas mais especiais do boxe nacional. Como pugilista, se destacava pela força nos punhos e na inteligência para encontrar a melhor tática para enfrentar seus adversários. Era calculista, estudioso e frio.

Parou de lutar ainda jovem, aos 28 anos, por não ter mais 'motivação' para encarar os treinos diários com a dedicação que um esporte tão duro como o boxe exige dos praticantes. Retomou a carreira, mas sem o mesmo entusiasmo. Miguel revelou que começou a lutar boxe por ver as lutas de Eder Jofre no cinema. "Ele foi e sempre será o maior de todos", dizia, referindo-se ao ídolo, que hoje terá o nome colocado no Hall da Fama , nos EUA.

Correio Braziliense sexta, 15 de outubro de 2021

ELIMINATÓRIAS: CAPRICHOSO E GARANTIDO - BRASIL FAA FESTA NO AMAZONAS, GOLEANDO O URUGUAI POR 4 X 1

 Jornal Impresso

Caprichoso e garantido
 
 
Brasil faz "Festa do Boi de Paritins" fora de época no Amazonas, goleia Uruguai por 4 x 1 com show de Raphinha e se aproxima da Copa. Neymar fica a sete gols do Rei Pelé e Gabigol encerra o espetáculo

 

MARCOS PAULO LIMA

Publicação: 15/10/2021 04:00

Raphinha comemora o terceiro gol do Brasil, o segundo dele, na goleada contra o Uruguai: o ponta-direita tem dois gols e duas assistências em três jogos caom a camisa da Seleção (Nelson Almeida/AFP
)  
Raphinha comemora o terceiro gol do Brasil, o segundo dele, na goleada contra o Uruguai: o ponta-direita tem dois gols e duas assistências em três jogos caom a camisa da Seleção


O futebol brasileiro sempre arrancou sorriso do torcedor com dribles, chapéus, canetas, gols e jogadores abusados. A exibição de ontem da Seleção na vitória por 4 x 1 contra o Uruguai lembrou a tradicional Festa do Boi de Paritins, no Amazonas. Caprichoso e garantido, o Brasil divertiu como nos bons tempos da Era Tite. Aquele do início do trabalho nas Eliminatórias rumo à Copa de 2018. Mais do que a décima vitória na caminhada rumo ao Catar, houve espetáculo na Arena da Amazônia no reencontro da plateia com o ídolo Neymar e candidatos a xodós como Raphinha.

O gaúcho de Porto Alegre foi a descoberta desta Data Fifa. Deu duas assistências na virada contra a Venezuela, em Caracas, entrou bem no empate com a Colômbia e brilhou no clássico contra o Uruguai. Iniciou o lance do primeiro gol ao acionar Fred. O volante serviu Neymar e o camisa 10 teve frieza para abrir o placar.

Cada vez mais perto de igular a marca de Pelé, Neymar chegou a 70 gols em jogos oficiais pela Seleção. Está a sete do Rei. Tem tudo para alcançá-lo em 2022. Há mais sete jogos pelas Eliminatórias, dois deles em novembro e cinco no ano que vem. Isso sem contar os amistosos antes do Mundial.

Mas o capítulo à parte do jogo não é Neymar. O camisa 10 foi apenas o prefácio do triunfo contra o Uruguai. Raphinha, sim, assumiu o papel de protagonista. No lance do segundo gol, acompanhou de longe um drible de ponta-esquerda do meia Lucas Paquetá na canhota, tentou servir Neymar dentro da área, mas a bola procurou o gaúcho de Porto Alegre. Raphinha entrou em velocidade e estufou a rede celeste.

O Brasil sufocou o Uruguai até o apito final do primeiro tempo. Recuperou o gás no intervalo e deu sequência ao show na segunda etapa. Neymar acionou Raphinha em profundidade e o atacante não desperdiçou a oportunidade. Depois de uma finalização quase perfeita, viu a bola bater na trave antes de entrar.

Fã do conterrâneo Ronaldinho Gaúcho, Raphinha encerra a Data Fifa de outubro com dois gols e duas assistências. Está na Seleção porque o técnico argentino Marcelo Bielsa pediu ao Leeds United o pagamento de 25 milhões de euros para tirá-lo do Rennes da França. O atacante gaúcho chamou mais atenção de Tite na Premier League do que na Ligue 1 e começa a tomar conta de um pedaço do campo que anda amaldiçoado: a ponta direita.

Na Era Tite, passaram por ali Willian, Philippe Coutinho, Douglas Costa, David Neres, Everton Cebolinha, Richarlison, Gabriel Jesus e Everton Ribeiro, mas ninguém se apodera daquela fatia do gramado. Raphinha saiu cansado para dar lugar a Éverton Ribeiro. Mereceu os aplausos da carinhosa torcida amazonense. É cedo para dizer que Raphinha chegou para ficar, mas não faltou personalidade ao jogador revelado pelo Avaí com passagem por Vitória de Guimarães, Sporting e Rennes antes de chegar ao Leeds.

A noite em que o Brasil se reencontrou com a essência de um jogo artístico, usando pontas, dribleas e lances de efeito de forma objetiva, em busca do gol, só foi rapidamente ofuscado por um belo gol de falta de Luis Suárez pegando o goleiro Ederson no contrapé. Gol insuficiente para quebrar um tabu. Gabriel Barbosa ampliou o placar de cabeça após assistência de Neymar e ampliou uma freguesia. O técnico Óscar Washington Tabárez comanda o Uruguai desde 2016. Somando as duas passagens pelo cargo, ele jamais venceu o Brasil. São oito derrotas e dois empates.  

Com o triunfo, o Brasil chegou aos 31 pontos, seis à frente da arquirrival Argentina, e está virtualmente classificado para a Copa. Em novembro, os comandantos de Tite terão pela frente a Colômbia, na Neo Química Arena, e a Argentina, fora de casa.

“Não tem como explicar a felicidade que estou sentindo. Não poderia ser mais marcante. Estou realizando um sonho de representar toda uma nação. Ajudar com gol é gratificante”

 


Correio Braziliense quinta, 14 de outubro de 2021

BELEZA E NEGRITUDE NAS PASSARELAS

Jornal Impresso

Beleza e negritude nas passarelas
 
Na 14ª edição do desfile BELEZA NEGRA - transmitido on-line pela primeira vez, devido à pandemia da covid-19 -, evento levará 50 modelos À passarela no Espaço CulturaL Renato Russo. Proposta nasceu com objetivo de abrir portas para a população preta no mundo da moda

 

» CIBELE MOREIRA

Publicação: 14/10/2021 04:00

Da esquerda para a direita: Alex Lucas, Dai Schmdit, Rayany França e Maria Ulhôa (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Da esquerda para a direita: Alex Lucas, Dai Schmdit, Rayany França e Maria Ulhôa
 
Com a proposta de quebrar padrões estabelecidos pelo universo dos desfiles de passarela, a ativista e estudante de psicologia Dai Schmidt, 37 anos, decidiu acolher e dar destaque à beleza da maioria da população brasileira. Na 14ª edição do Desfile Beleza Negra, marcado para o próximo sábado, a idealizadora do evento dá voz e oportunidade para mulheres e homens vivenciarem o mundo da moda — inclusive com a possibilidade de ingresso na carreira de modelo profissional.
 
Em formato diferente, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, o desfile deste ano será transmitido pela internet (leia Programe-se). O evento ocorrerá no Espaço Cultural Renato Russo e contará com 50 modelos. “Temos pessoas de todos os jeitos: plus size, de mais idade, de todas as classes sociais. Queremos quebrar esse padrão de colocar o negro em uma passarela assimilado à periferia, à pobreza. Meu intuito é mostrar que a população negra pode ocupar o espaço que ela quiser”, ressaltou Dai Schmidt.
 
O projeto nasceu como uma forma de protesto, em 2012, com força e potência de ativismo. Desde então, recebeu talentos que ganharam as passarelas após participarem de uma das 13 edições anteriores. Além disso, tornaram-se inspiração a muitas outras pessoas. “O Desfile da Beleza Negra vem para trazer essa representatividade, para mostrar que a pessoa negra é linda, além de trabalhar com a autoestima de muitas mulheres e homens”, acrescentou a idealizadora do evento.
 
Influenciadora digital e empresária, Maria Ulhôa, 41, participará do desfile de sábado e ficou animada com o convite recebido para o evento. “No dia em que conheci a Dai, ela falou: ‘Você vai desfilar para mim’. De supetão, eu aceitei, mas acredito que será uma experiência incrível e um processo de amar meu corpo, que é gordo, de fugir de um padrão e de representar muitas mulheres. Estou radiante de felicidade”, contou.
 
A ansiedade cresce à medida que sábado se aproxima, mas Maria revelou que se sente mais à vontade pelo fato de a transmissão do desfile ocorrer pela internet. Além disso, a empresária comentou que vê a iniciativa como uma forma de realizar sonhos da população negra e de levantar uma questão importante: “Beleza não tem corpo, não tem cor, e idade não limita”.
 
Espaço
 
Com uma carreira em decolagem, a modelo trans Thayla Nunes, 19, contou que a presença no evento — do qual ela participa há dois anos — abriu diversas portas para ela. “É uma honra estar em um desfile só com pessoas pretas. A moda nem sempre foi assim. (Essa iniciativa) traz grande visibilidade, ainda mais para uma mulher preta e trans”, disse a jovem.
 
Com uma trajetória mais longa, a modelo profissional Rayany França, 31, relatou que, durante a carreira, sofreu preconceito e presenciou diversas ações que invisibilizaram negros. Para ela, propostas como a de Dai Schmidt são importantes para valorizar essas pessoas e mostrar que elas também são belas. “Sou modelo desde os 15 anos. Já fui para desfiles que tinham duas pessoas negras e mais de 50 brancas. E, ainda, há a questão de quererem nos colocar sempre no fundo, atrás”, completou.
 
Na lista de participantes do evento deste sábado, Alex Lucas, 23, considera que a iniciativa — da qual participará pela terceira vez — tem o cuidado de abraçar quem está no início da carreira e pretende viver o mundo da moda. “O projeto abre espaço para modelos chegarem mais longe. Espero que quem está começando agora consiga deslanchar na carreira”, comentou o jovem, campeão do concurso de beleza Top Cufa DF de 2020. “Saber que há um desfile nosso, que nos tem como linha de frente, é muito gratificante”, acrescentou.
 
Enaltecimento
 
Com a responsabilidade de vestir os 50 modelos, quatro marcas foram selecionadas para esta edição do desfile. A Estylo Black, representada pela trancista Wania Abreu da Silva, 40, pretende levar para a passarela penteados afros e turbantes que vão harmonizar com os traços de 12 participantes. Esta será a primeira vez em que Wania assinará os looks. Em anos anteriores, ela atuou na passarela, como manequim. “Sofremos tanto preconceito com nosso cabelo, com nossa cor de pele. Vou poder mostrar meu trabalho de uma forma bem representativa”, destacou a empresária.
 
O camaronês naturalizado brasileiro Mike Bryant Tjeck, 32, levará a moda praia para a passarela, com vestuários que remetem à diáspora africana e estampas vibrantes, por meio da DS Afro. “São roupas que representam a cultura de vários países da África em tecidos leves e coloridos”, ressaltou Milke, que tem mais de cinco edições do Desfile Beleza Negra no currículo.
 
A marca Garagem Secreta, representada pela estilista Nicolly Primo, apresentará peças de brechó, com um conceito voltado à moda sustentável. Já a estilista Vera Corralero participará do evento com um vestido de vidro fundido. Para conferir a peça inusitada, será necessário acompanhar o desfile on-line. Na plataforma virtual, o público poderá comentar e interagir com outras pessoas que assistem à transmissão. A expectativa de público é de 5 mil internautas na live.


Programe-se
 
14ª edição do Desfile Beleza Negra
Data: próximo sábado
Horário: 18h
Onde: pela internet, com transmissão ao vivo pelo link twitch.tv/dbn2021

Correio Braziliense quarta, 13 de outubro de 2021

CATÓLICOS CELEBRAM NOSSA SENHORA APARECIDA

Jornal Impresso

 

Católicos celebram N. Sra. Aparecida
 
 
Durante solenidade em homenagem a padroeira do Brasil, Dom Marcony Vinícius reforçou a importância da data para Brasília

 

Ana Maria Pol

Publicação: 13/10/2021 04:00

Aparecida Rodrigues tem certeza de que a santa auxiliou na recuperação de seu filho e foi à Catedral agradecer (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Aparecida Rodrigues tem certeza de que a santa auxiliou na recuperação de seu filho e foi à Catedral agradecer
 
O dia dedicado à Nossa Senhora Aparecida foi embalado por louvores de fiéis e muita emoção na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida. Ontem, centenas de pessoas fizeram questão de demonstrar sua devoção à padroeira do Brasil. Para marcar a festividade, foram celebradas quatro missas ao longo do dia, sendo que a última, que teve início às 18h, foi presidida por Dom Marcony Vinícius. A celebração foi acompanhada por mais de 300 pessoas presencialmente, além dos fiéis que não puderam comparecer, mas tiveram a opção de assistir a liturgia pelas redes sociais.
 
Durante a homilia, Dom Marcony recordou a missa que o ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, mandou celebrar antes de iniciar a construção na capital federal. “No dia 3 de maio de 1957, o nosso querido JK, antes de começar todos os trabalhos da capital, pediu uma missa, presidida pelo então cardeal de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta. Para a missa, ele trouxe a réplica da mãe Aparecida, que está aqui. São 30 cm de tamanho, talvez não vistos diante da grande catedral. São 30 cm de graça e intercessão”, afirmou.
 
Para Dom Marcony, a missa celebrada por Dom Carlos foi fundamental para a construção da cidade. “A capital federal foi fincada na fé em Cristo Jesus e na intercessão da Virgem Maria. Ela sempre esteve conosco, nos cobriu com seu manto de proteção e de paz, sempre olhou pelos seus filhos e, agora, pelos filhos da nova capital”, ressaltou o sacerdote, enfatizando que a festividade de Nossa Senhora Aparecida, que antes era vista somente em Aparecida, (São Paulo), passaram a fazer parte da espiritualidade da capital federal.
 
Para ele, ainda hoje, Nossa Senhora Aparecida intercede pelas dificuldades do povo brasiliense e direcionou preces pelo fim da pandemia e um pedido especial pelas crianças, cuja data de comemoração coincide com a de Nossa Senhora Aparecida.
 
Devoção
 
Natural de Goiânia, a funcionária pública Aparecida Rodrigues dos Santos, 66 anos, conseguiu visitar a Catedral Metropolitana de Brasília pela primeira vez ontem. Ela foi até o local acompanhada da irmã para assistir a missa. Ela conta que a mãe era devota da santa e, por isso, recebeu o nome. “Meus pais me ensinaram a viver essa devoção e a recorrer à Nossa Senhora Aparecida nos momentos de dificuldade. Eu nasci uma semana antes de celebrar a festa dela, então ela me acompanha há muito tempo”, orgulha-se.
 

 

Cleide Solano comemora o aniversário no mesmo dia da festa religiosa  (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Cleide Solano comemora o aniversário no mesmo dia da festa religiosa

 

 

Aparecida, carinhosamente apelidada por amigos de Cida, explica que ao longo de sua vida, a santa sempre cuidou de sua família. “Há um tempo, meu filho ficou 14 dias na unidade de terapia intensiva (UTI), em estado grave, após um acidente, e nós tínhamos uma imagem de Nossa Senhora Aparecida com um manto azul sagrado. Meu marido colocava, todo dia, uma foto dele (filho) dentro do manto dela, pedindo para que ela concedesse a graça dele se recuperar, e aconteceu. Antes, eu já tinha ido para o Santuário de Aparecida (São Paulo), mas depois fiz questão de ir até lá para agradecer pela graça que recebemos. E acho que essa é a mensagem que vem nos deixar, em tempos tão difíceis: ela sempre cuida de nós”, testemunha. 
 
Ontem, também foi dia de festa para a professora Cleide Carmen Solano Ferreira: além de celebrar a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, comemorou seu aniversário e completou 60 anos. Para ela, compartilhar a data com a santa é motivo de honra: “Minha devoção começou no berço. Eu sou de família católica, fui educada na fé. Então como nasci no dia 12 de outubro, minha família sempre viveu essa devoção”, explica. Cleide conta que, desde sempre, participa da solenidade na Catedral Metropolitana de Brasília. “A gente ajuda muito as pastorais da Catedral, quando tinha a missa campal, antes da pandemia, sempre ajudava”, ressalta.
 
Para a professora, Nossa Senhora Aparecida traz, ainda hoje, uma mensagem de paz e esperança. “Ela traz a certeza de que seu filho não nos engana, e que prometeu que estaria conosco até o fim dos tempos. Então mesmo nessa pandemia, em todas as tribulações, ela vem para lembrar que ele não falha. Ela é mulher da fé, da força, coragem e perseverança, e é essa mensagem que ela vem nos trazer. Apesar de tudo, ele é a nossa certeza”, afirma.
 
Padroeira do Brasil
 
Desde 1717, quando a Imagem de Nossa Senhora da Conceição teria aparecido nas redes de três pescadores, às margens do Rio Paraíba, teve início a devoção a chamada Virgem Aparecida. O reconhecimento passou ser tão forte em todo o país que, em 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a imagem encontrada foi solenemente coroada e proclamada como Rainha do Brasil.
 
A partir de então, ela passou a usar oficialmente a coroa ofertada pela Princesa Isabel, em 1884, e o manto azul-marinho. O título foi confirmado mais tarde, em 1930, quando o Papa Pio XI proclamou a Virgem Aparecida Padroeira do Brasil.

Correio Braziliense terça, 12 de outubro de 2021

NOSSA SENHORA APARECIDA: MÃE DA CAPITAL FEDERAL

Jornal Impresso

Aparecida, mãe da capital federal
 
Hoje, centenas de fiéis católicos celebram Nossa Senhora Aparecida. A padroeira do Brasil e de Brasília também é conhecida por interceder pelos necessitados e pelos jovens. Em meio à pandemia, as solenidades são feitas nas paróquias

 

» Ana Maria Pol

Publicação: 12/10/2021 04:00

Viviane lembra que foi consagrada à santa ainda no ventre da mãe. A administradora perdeu o pai por complicação da covid-19 e encontrou conforto na fé (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Viviane lembra que foi consagrada à santa ainda no ventre da mãe. A administradora perdeu o pai por complicação da covid-19 e encontrou conforto na fé

Foi quando os pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia jogaram suas redes no Rio Paraíba do Sul que a fé do povo brasileiro se transformou. Em 12 de outubro de 1717, os três homens encontraram uma imagem de terracota, com 36 centímetros de altura e 2,5 quilos. Nasceu, ali, a devoção à santa nomeada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a padroeira do Brasil. Hoje, ela é celebrada por centenas de fiéis católicos e devotos, que recorrem à sua proteção e ao amparo no dia a dia.
 
O padre administrador da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Vicente Pires, Wilker Ferreira Lima, explica o significado da santa na crença católica. “Essa devoção é muito importante para lembrar que desde os primórdios, desde o início da capital federal, nós estávamos sendo cobertos com esse manto sagrado. Falar em Nossa Senhora Aparecida é acreditar que ela mostra uma fidelidade em Jesus Cristo e, por isso, ela é o nosso modelo de fé, de virtudes que somos convidados em viver, seja a simplicidade, na maternidade que exercia com Jesus, na resposta, na disposição”, diz.
 
O sacerdote destaca que Nossa Senhora Aparecida foi declarada como a padroeira de Brasília e do Brasil, por isso, tamanha a importância para os padroeiros. “Tê-la como padroeira é, realmente, saber que nosso país ou capital tem uma mãe, tem aquela que zela por nós. Nossa Senhora é intercessora, não há nada que o filho peça que ela não leve a Jesus Cristo e que não seja atendido. Ter Nossa Senhora como padroeira é perceber que somos cuidados por uma mãe tão compreensível que nos ama”, afirma.
 
Devido à pandemia do novo coronavírus, o padre chama os fiéis para louvar a santa, mas observando as medidas sanitárias. “Somos convidados a participar da celebração. Neste momento, não será possível vivermos a celebração na Esplanada dos Ministérios, porque devemos cuidar da nossa saúde, mas ela nos convida a celebrar este dia em nossas comunidades e paróquias”, ressalta. “Devemos, ainda, fazer as orações dela, fazer com que o santo terço possa ser praticado com mais devoção, colocando a sua casa como intenção. E, também, viver a consagração da família à Nossa Senhora. É a hora que podemos deixar que essa devoção chegue até nos. É lembrar que Nossa Senhora nos leva até seu filho, Jesus Cristo”, completa.
 
Sempre junta
Para muitos, é a fé em Nossa Senhora Aparecida que ajuda a superar momentos de dificuldades. A administradora Viviane De Paula Araújo, 41 anos, conta que cultiva essa devoção desde o berço. “Eu fui consagrada, ainda no ventre da minha mãe, à Nossa Senhora. Isso acontece quando você pede a proteção da santa para que acolha o seu filho como dela”, explica. Desde então, a administradora recorre à santa no dia a dia. “É o manto dela que me consola. Quando eu tenho algum problema, ela me ajuda. É uma experiência que só entende quem abre o coração a essa devoção e aceita receber esse carinho de mãe”, reitera.
 
Viviane perdeu o pai para a covid-19, e foi a fé que a ajudou a superar o luto. “Hoje, tenho a certeza de que meu pai está no colo de Nossa Senhora. É claro que eu fiquei triste, passei por momentos de trauma, vivi o meu luto. Mas encontrei apoio nela, porque quem é verdadeiro devoto não se perde, não tem medo. Tudo o que temos, aqui, é passageiro, mas, se eu acredito nesse paraíso, no que Deus criou, sei que ela vai me auxiliar, me orientar e me ajudar a entender que a vida é eterna”, diz.
 
Por isso, a administradora reitera a importância de crer, principalmente em tempos da pandemia da covid-19, quando tantos perderam entes queridos para a doença. “É vital acreditar em Jesus e amar Nossa Senhora, porque nós estamos em uma vida passageira. Se eu não acreditasse nesse amor de mãe, estaria em desespero. Chorei demais, me senti um pouco deprimida, vivi meu luto, porque era tempo de chorar, mas a vida continua, e ela me ajuda a continuar dia a dia, por meio das graças que derrama na minha vida”, diz.
 
Devoção em família
Canal de graça na vida da arquiteta Maria Amália Afonso, 50, a Cidinha — como foi carinhosamente apelidada por fiéis — fez-se presente na caminhada de fé de sua família. Mãe de André, 24; Mariana, 14; e Rafael, 11, Maria conta que a devoção foi passada de geração em geração na família. “Minha mãe era muito devota, eu fui criada em meio a isso, e essa devoção só cresce, principalmente quando temos a própria família”, afirma. “Eu acho que a gente herda espiritualmente essa devoção. Em várias situações, eu vejo a mão de Nossa Senhora Aparecida, inclusive, encaminhando a minha família até a Catedral Metropolitana de Brasília, que é dedicada a ela”, avalia.
 
O filho mais novo tem diagnóstico com Síndrome de Down e, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Maria criou um grupo de oração para pessoas com deficiência. “É um terço que acontece uma vez por mês para as famílias que têm pessoas com necessidades especiais. Muitas famílias acolhem, há um poder de intercessão muito grande por essas famílias, que recebem essas missões e esses desafios. Temos o papel de interceder e caminhar com Nossa Senhora”, destaca.
Para a fiel, o cuidado que Nossa Senhora tem com pessoas com deficiência é diferente. “Maria tem esse dom de cuidar. Hoje, vivemos uma sociedade muito egoísta, exclusiva, mas vejo que, durante a pandemia, o respeito humano tem crescido. Nossa Senhora, assim como Jesus, tem um zelo grande com os seus pequeninos e com aqueles que se comprometem a cuidar dos seus”, pontua.
 
Desde a chegada da pandemia, o terço tem ocorrido on-line, no entanto isso não impede que as graças sejam derramadas. “A gente percebe claramente o quanto a graça de Deus abunda na vida daqueles que tem o respeito humano e, principalmente, que quebram o egocentrismo e buscam transformar o preconceito em oportunidade. Eu vejo que essas pessoas tem um olhar privilegiado de Deus, e quem vivencia isso, já não quer sair desse ambiente”, argumenta. “A graça vem no dia a dia, quando a gente caminha sentindo a presença de Maria. Eu vejo que meu filho passa por tribulações, mas logo vemos a graça de Deus trazendo oportunidades. Vejo isso na caminhada escolar, quando toca violino, faz equitação. Tudo isso é graça de Deus”, celebra.
 
Padroeira da juventude
Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o estudante universitário Paulo Augusto Carvalho Cruz, 20, diz que a santa vai, além do título de padroeira do Brasil: é conhecida como intercessora dos jovens. “Acredito que, para a juventude, a imagem de Nossa Senhora traz o olhar de coragem. Diante das angústias e das aflições do mundo, ela nos encoraja, porque, desde o princípio, aceitou fazer parte do plano sobrenatural, que foi gerar Jesus. Teve coragem para isso. Esse olhar é a relação de uma mãe que olha para os jovens e faz ter a certeza de que tudo vai dar certo no final, com fé em Deus”, descreve.
 
Para o dia dedicado a Nossa Senhora Aparecida, Paulo adianta como celebra a data. “Por meio da recitação do terço. É uma oração que tanto alegra a Virgem Maria. Sempre rezo quando acordo e quando sobra tempo no almoço. Há muito tempo, vivo o dia dela na minha Paróquia. Eu acredito que é uma ocasião propícia para se aproximar dessa devoção, que nos enche de esperança”, cita. “Nossa Senhora é, na minha vida, uma doce mãe, que traz esperança, que mostra qual é a vontade de Deus e que, com ele, tudo é mais feliz, mesmo em meio às dificuldades. É a mãe que nos encoraja”, finaliza.
 
 
Dia de festa
 
Veja a programação da solenidade na Catedral Metropolitana de Brasília pela internet. Será no Facebook da Arquidiocese de Brasília e rádio Nova Aliança (710 AM e 103,3 FM). Missas às 8h, 10h30 (presidida por Dom César, Arcebispo de Brasília), 15h e 18h.

Correio Braziliense segunda, 11 de outubro de 2021

DICA PARA O DIA DAS CRIANÇAS

Jornal Impresso

Hoje é dia do lúdico - Dica para o Dia das Crianças
 
A comemoração da data tem atrações dedicadas aos pequeninos e até para os adultos reviverem o tempo de infância. Na programação, jogos, brincadeiras, contação de história e muitas atividades

 

» Renata Nagashima

Publicação: 11/10/2021 04:00

 (Conjunto Nacional/Divulgação)  
 
Sinônimo de diversão, o 12 de outubro é uma das datas mais esperadas pelos pequenos brasilienses. A contagem regressiva para o Dia das Crianças pode acabar porque a programação dedicada aos pequenos já começou no Distrito Federal. Para atender às expectativas do público mirim, o Correio separou o que há de melhor pela capital para que as crianças aproveitem o seu dia fazendo o que mais gostam: brincando e se divertindo. Com tantas opções, vai ser difícil a criançada conciliar as brincadeiras, atividades e os programas. 
 
Quintal CCBB
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília preparou uma programação especial para toda a família curtir o feriado prolongado e se divertir com as homenageadas da vez: as crianças. Até amanhã, o espaço vai contar com várias opções de entretenimento e atrações culturais para as crianças, como pista de skate, oficina de customização de roupas, calçados, mochilas e muito mais, exposições, aulas de dança, espetáculo musical, cinema e teatro infantil. Todas as atividades são gratuitas. Confira a programação completa no www.bb.com.br/cultura. Mais informações: (61) 3108-7600.
 
Pátio das Crianças
Para comemorar a data, o Pátio Brasil organizou uma verdadeira festa no varandão do shopping. Durante todo o dia, das 12h às 18h, a garotada vai poder aproveitar uma programação incrível e totalmente gratuita. Vai ter teatro, zumba kids, brinquedos infláveis e muito mais. A animação começa com a equipe da Fada Madrinha, que vai entreter a meninada a tarde inteira. Também haverá distribuição de balões, pintura de corpo e barraquinhas com pipoca e algodão-doce. Às 14h, a garotada vai gastar energia e se divertir com Zumba Kids e, na sequência, às 15h, com Fit Dance Kids. Para descansar, tem a peça LOL Surprise, com a Cia Néia e Nando, às 16h.
 
Pinte e Brinque 
A Administração Regional do Plano Piloto também preparou um dia especial para a criançada. Durante todo o dia haverá programação da ação social “Pinte e Brinque”, no Deck Sul. O objetivo é dar oportunidade de lazer e sociabilidade cultural para as crianças participantes, com atividades lúdicas e educativas, respeitando todas as medidas sanitárias exigidas durante a pandemia, como uso de máscaras de proteção facial e de álcool gel nas mãos. Na programação, que começa às 9h, estão previstas competições de futebol, skate e ping-pong, oficinas de basquete, queimada e pula-corda, além de diversas brincadeiras, distribuição de kits de lanches e premiações durante as atividades. O evento é gratuito. 
 
Brinquedoteka
No Conjunto Nacional, a exposição Brinquedoteka traz brinquedos interativos gigantes dos anos 1980 e 1990. A atividade, gratuita, tem chamado a atenção dos pequenos com Pula-Pirata, Lego, Tetris, Futebol de Pino, Cai não Cai e outros brinquedos que foram uma verdadeira febre entre a criançada. Além dos brinquedos gigantes, ainda é possível brincar com os jogos em tamanho real e totens eletrônicos. A exposição fica no shopping até 24 de outubro e funciona de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo e feriados de 14h às 20h.
 
Brincadeiras e oficinas
A comemoração começou cedo no Casapark. Desde sábado, as crianças encontram no shopping contação de histórias, música, oficinas criativas, brincadeiras e o lançamento do livro Cadê o abraço?, do escritor Paulo Almeida. A programação começa às 11h e segue até as 17h, obecendo todos os protocolos de segurança, como distanciamento e obrigatoriedade do uso de máscaras. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos, mas as vagas são limitadas. A participação será por ordem de chegada.
 
Parque Inflável
O maior parque inflável do Brasil promete levar as crianças à loucura. O Jump Torre 360, projetado para levar lazer a toda a família, tem brinquedos que chegam a quase 10 metros de altura. São escorregadores gigantes, tobogãs, muros de escalada e outros instalados na área próxima à Fonte Luminosa da Torre de TV. Os infláveis formam um circuito com 100m de comprimento, do início ao fim, garantindo a diversão do público. Guiada por monitores treinados e embalada por músicas especialmente programadas para o local, a brincadeira fica ainda melhor e mais segura. Entretenimento para todas as idades, o Jump Torre 360 tem uma área kids especialmente para receber crianças de 0 a 4 anos, onde elas devem necessariamente estar acompanhadas por um responsável. A atração vai até 7 de novembro e funciona de terça a sexta, das 17h às 21h, e aos finais de semana e feriados, das 9h às 21h. Os valores variam entre R$ 20 e R$ 55. Para mais informações e ingressos na bilheteria ou pelo site furandoafila.com.br.
 
Patinação no gelo e escalada
Uma ótima opção para gastar a energia da criançada é o circuito de arvorismo e escalada do Park Shopping. A atração, para crianças a partir de 4 anos, conta com percursos aéreos, escadaria caracol e escorrega. O circuito fica na praça central do ParkShopping e até 28 de outubro, de segunda a sexta-feira das 13h às 21h30, aos sábados, das 10h às 21h30, e aos domingos e feriados das 14h às 19h30. Como a disposição e o fôlego dos aventureiros determinam o quanto conseguem brincar, o valor do ingresso também é diversificado:  R$ 40 para 20 minutos no circuito, R$ 55 para 30 minutos e R$ 65 para 40 minutos. Os tickets serão vendidos no site www.loja.climbmania.com.br
Para aqueles que querem dar uma refrescada durante a temporada mais quente do ano, a patinação no gelo é uma boa ideia para os que curtem deslizar para lá e para cá a bordo dos patins de lâminas ou trenós. A atração de 210m² aterrissa no 2º Piso, próximo ao cinema, permanecendo no local até 30 de janeiro de 2022. A pista de gelo vai operar com capacidade reduzida de patinadores para evitar a aglomeração. O rinque funciona de segunda-feira a sábado das 10h às 22h, domingos e feriados das 11h às 22h. A aventura congelante recebe crianças a partir de 5 anos. Os pequenos de 2 anos a 4 anos e 11 meses podem brincar no trenó, o Iceland Car, que é pilotado por um monitor e pode dar até 15 voltas ao redor da pista. É necessário chegar com 40 minutos de antecedência ao rinque para o check-in. Os valores variam de R$ 35 a R$ 70.
 
Corrida Sejuquinha
Para os pequeninos que curtem esporte, a corrida Sejuquinha é uma ótima opção para a criançada de 3 a 12 anos. Promovida pela Secretaria de Estado Justiça e Cidadania (Sejus), a 1ª Corrida Sejuquinha e Amigos é uma competição organizada para a garotada, na pista de atletismo do CBMDF (Setor Policial Sul), amanhã, a partir das 8h. O objetivo do evento é despertar nas crianças o gosto pela prática esportiva e, ao mesmo tempo, proporcionar um dia especial para toda a família. Serão disponibilizadas 250 vagas para cadastro. As inscrições que ultrapassarem o limite de vagas serão cadastradas em lista de cadastro reserva, podendo ser chamados após o término das vagas. Incrições e mais informações pelo site: corrida.sejus.df.gov.br.
 
» Saiba o que abre e o que fecha no feriado
 
Amanhã é celebrado o dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil, e também o Dia das Crianças. O comércio nos shoppings e nas ruas vão funcionar normalmente. Já o Eixão fica aberto normalmente para o trânsito de veículos hoje. Para amanhã, o fluxo dos carros será interrompido para lazer dos pedestres, entre 6h e 18h. As operações de reversão na Estrada Parque Ceilândia (DF-095 / Via Estrutural), na BR-070 e na DF-250 vão ser suspensas somente no feriado. Confira o que abre e o que fecha na capital durante o feriado, e as alterações de horários de alguns serviços:
 
Comércio
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) informou que as lojas de shoppings e de rua vão funcionar normalmente durante o feriado. O mesmo vale para bares, restaurantes, supermercados e farmácias. Demais estabelecimentos, como empresas de material óptico e fotográfico, papelarias e comércio varejista de carnes e alimentícios estão autorizados a abrir desde que cumpram com as normas de suas CCT.
 
Transporte Público
Hoje, véspera do feriado, as linhas de ônibus vão atender aos passageiros normalmente, conforme a tabela do dia útil. Amanhã, as linhas de ônibus seguem os mesmos horários de domingo. O metrô funcionará das 7h às 19h no feriado.
 
Saúde
Durante o feriado, o atendimento será feito somente nas emergências dos hospitais públicos e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Estarão fechados os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS’s), as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e as Farmácias de Alto Custo.
 
Segurança
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que 30 delegacias circunscricionais do DF vão funcionar em regime de plantão ininterrupto de 24h. Também funcionam as duas delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM I e II) e as duas delegacias da Criança e do Adolescente (DCA I e II). O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) funcionarão 24h. A Defesa Civil do Distrito Federal (DCDF) atenderá em regime de plantão hoje.
 
Hemocentro
Estará fechado amanhã.
 
Bancos
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que os bancos seguem fechados no feriado. O Banco de Brasília (BRB) terá o atendimento estendido hoje, das 8h às 16h, para entrega do Cartão Gás.
 
Detran-DF
Não haverá atendimento ao público nas unidades do Detran-DF. Os servidores que atuam na engenharia e fiscalização de trânsito vão trabalhar em regime de escala. Os serviços on-line funcionarão normalmente.
 
Zoológico
Funcionamento normal, das 9h às 17h, com limitação máxima de até 2.500 visitantes por dia e sem rodízio.
 
Na Hora, Procon e Conselhos Tutelares
As unidades do Na Hora, Procon DF, Pró-Vítima e os Conselhos Tutelares estarão fechados no feriado. Os Conselhos Tutelares atenderão demandas urgentes pelos telefones: 125 e (61) 3213-0656/ 3213-0763/ 3213-0766. O Pró-Vítima atenderá as demandas pelo telefone: (61) 9 8314-0622.
 
Restaurantes Comunitários
Os restaurantes comunitários funcionam normalmente hoje. Nas unidades de Brazlândia, Paranoá, São Sebastião, Estrutural, Sol Nascente, Samambaia e Ceilândia, o café da manhã será das 7h às 8h30. Amanhã, estarão fechados.
 
Caesb e Neoenergia
Na Companhia de Água e Esgoto do DF (Caesb) não haverá expediente no feriado. Mas as equipes de manutenção seguem trabalhando em regime de plantão. A Caesb reitera que, por meio dos canais virtuais, é possível solicitar revisão ou segunda via de contas, além de alteração de titularidade e vencimento, consumo de água, consulta de protocolos, entre outros serviços.
 
Na Neoenergia, as equipes de emergência e o teleatendimento funcionarão em escala normal de trabalho, atuando 24 horas por dia. Em casos de falta de energia, a Neonergia pode ser acionada pelo WhatsApp, por meio do número (61) 3465-9318. Caso seja necessário falar com a companhia é só ligar para o 116.
 
Ceasa
O Ceasa funciona normalmente no feriado, em virtude de a terça ser normalmente um dia de feira.
 
Eixão do lazer
Hoje, o Eixão é aberto normalmente para o trânsito de veículos. Amanhã, o fluxo dos carros será interrompido para lazer dos pedestres, entre 6h e 18h. As operações de reversão na Estrada Parque Ceilândia (DF-095 / Via Estrutural), na BR-070 e na DF-250 vão ser suspensas somente no feriado.
 
Coleta de lixo
No Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o funcionamento de algumas unidades será normal, como na coleta de lixo — tanto na convencional quanto na seletiva. O aterro sanitário também estará em operação normal. Já no serviço dos Papa-Entulhos, o efetivo será reduzido no feriado.
 
Parques
O Instituto Brasília Ambiental informou que todos os parques do DF estarão em funcionamento. Parque Recreativo do Gama, Parque Vivencial do Anfiteatro Natural do Lago Sul, Parque Ecológico Cortado e os Parque Ecológico do Paranoá, do Lago Norte, do Riacho Fundo e do Areal estarão abertos das 6h às 18h. O Monumento Natural Dom Bosco, o Parque Ecológico Sucupira e o da Asa Sul vão abrir das 6h às 20h. Já o Parque Ezechias Heringer, Veredinha e o Península Sul estarão abertos das 6h às 22h. O Parque Distrital das Copaíbas estará aberto das 8h às 18h. Já o Parque Olhos D’Água abrirá o portão principal das 5h30 às 20h e os portões laterais das 6h às 18h. O Parque de Águas Claras funcionará das 5h às 22h e o Parque Três Meninas das 7h às 18h.
 

Correio Braziliense domingo, 10 de outubro de 2021

A ALEGRIA DE VOLTA

Jornal Impresso

A alegria de volta

 

Publicação: 10/10/2021 04:00

 

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  

 

Com o avanço da vacinação, as crianças, no ritmo delas, começam a se ressocializar, um processo nem sempre fácil, mas necessário. As irmãs Sarah (ao fundo) e Sofia Beck Rafaelli encaram a pandemia de maneiras diferentes e, aos poucos, tentam retornar à normalidade possível 


Correio Braziliense sábado, 09 de outubro de 2021

CEASA MIRA EXPANSÃO
Jornal Impresso
 
Aos 49 anos, Ceasa mira expansão

 

Fernanda Strickland

Publicação: 09/10/2021 04:00

Petronah Silva: Mercado Central de Brasília vai gerar empregos e turismo (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
)  
Petronah Silva: Mercado Central de Brasília vai gerar empregos e turismo


As Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) completam, agora em outubro, 49 anos de existência. Para comemorar a data, a instituição montou uma extensa programação, que contará com a participação de produtores, funcionários e clientes, segundo o vice-presidente e presidente interino da Ceasa, Petronah de Castro Silva. Em entrevista ao programa CB.Agro, pareceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, ele antecipou ainda os planos para a criação do Mercado Central de Brasília.

“Nós procuramos fazer uma programação dentro da segurança pandêmica, para não trazer nenhum problema de contaminação”, explicou Petronah ao comentar as comemoraçõe, que começam na próxima quinta-feira, dia 14. “Com parceria da Secretaria da Mulher, ônibus vão atender mulheres de produtores, que têm dificuldade ao acesso à saúde, para fazer sua prevenção”, informou. “Calculamos que, até a sexta-feira, cerca de 8 a 10 mil pessoas passarão pela Ceasa”, disse.

Na sexta-feira, a Câmara Legislativa fará sessão solene em homenagem ao aniversário da Ceasa. No dia 18, a participação será dos carregadores. “Eles são uma parte da Ceasa que é merecedora dessa homenagem. Muitas vezes=, eles passam despercebidos, mas são uma mão de obra fundamental, que precisa ser valorizada”, disse Petronah de Castro. No dia 21, haverá uma ação de plantação de ipês. Finalmente, no dia 27, haverá uma confraternização com os servidores.

Ponto intermediário entre o produtor e o consumidor, a Ceasa é uma força que gera emprego e renda. Apesar disso, de acordo com Petronah, há poucos funcionários na Ceasa de Brasília. “Os técnicos de mercado são oito. Só para comparar, em Goiânia, há de 35 a 40 técnicos”, disse.

Conforme o vice-presidente, “existe uma determinação para a expansão da Ceasa, pelo governo Ibaneis, para que a casa passe a ser um modelo para todas as demais”. Por conta disso, mais três prédios com boxes foram construídos. “A construção terminou em 2020; Neste mês de aniversário, vamos fazer a licitação do último prédio que tem 12 boxes.”

Mercado Central
Seguindo orientações do GDF, por meio da Secretaria da Agricultura, será construído o Mercado Central de Brasília, dentro da Ceasa. “A intenção é atrair mais pessoas à Ceasa e ter um novo ponto turístico, como é em outros estados. Estamos vendo toda a burocracia para tentar inaugurar em dois anos”, disse o vice-presidente.

De acordo com Petronah Silva, a empresa que vai administrar o Mercado Central será responsável por contratar todas as lojas e funcionários. “Os produtores serão beneficiados por meio dos produtos oferecidos. Em Brasília, há vários restaurantes que vão passar a operar lá. Isso vai beneficiar a Ceasa, pois vai atrair mais pessoas para o local”, afirmou. A previsão é de que mais de 2 mil empregos sejam gerados.

Brasil e Argentina acertam redução da TEC
Após reuniões entre chanceleres da Argentina e Brasil, os dois países divulgaram comunicado conjunto em que afirmam terem concordado em trabalhar para aprovar uma decisão no Mercosul para reduzir 10% da “maior parte do universo” da Tarifa Externa Comum (TEC), taxa cobrada na importação de produtos de fora do bloco. A taxa, hoje em média em 14%, varia de acordo com o produto e há exceções, como para o setor automotivo e sucroalcooleiro. De acordo com o comunicado, a redução não atingirá exceções já existentes no bloco. O texto não informa para que produtos a taxa de importação será reduzida nem o alcance do corte.

 


Correio Braziliense sexta, 08 de outubro de 2021

LUTA CONTRA O CÂNCER DE MAMA

Jornal Impresso

Luta contra câncer de mama
 
 
Entrevista com a especialista Lucimara Veras desmitifica preconceitos sobre as causas da doença e constata o impacto negativo da pandemia no rastreamento inicial dos casos

 

Danielle Souza*

Publicação: 08/10/2021 04:00

A mastologista do grupo Oncoclínicas e integrante da Sociedade Brasileira de Mastologia — regional DF, Lucimara Veras foi a entrevistada de ontem do CB.Saúde — programa do Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília. No Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, ela conversou com a jornalista Carmen Souza sobre a doença que é a segunda em incidência mundial entre as mulheres e a maior responsável por mortes. A especialista alertou para os sinais que mulheres e homens devem ficar atentos, destacou a importância da prevenção por meio de exames de controle de bons hábitos alimentares e de cuidados com a saúde. A mastologista foi enfática ao afirmar que o único meio de rastreamento do câncer de mama é a mamografia.

 

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  



O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima dois novos casos por dia no DF, neste ano, chegando a 730. Essa é uma realidade que a senhora percebe nos consultórios?
Realmente, vemos uma incidência bastante elevada. Nos atendimentos na rede pública, acompanhamos pacientes em estágio mais avançado. Por outro lado, na rede privada, vemos mais pacientes com o diagnóstico precoce, o que é o recomendável.

Nacionalmente, a média é de 181 ocorrências por dia. Trata-se de um índice global ou o Brasil tem alguma especificidade?
Corresponde a um índice geral. Eu acredito que este ano, inclusive, registraremos um aumento, em relação aos anos anteriores, por conta da pandemia. E essa é a realidade que a gente vê nos hospitais. O câncer de mama é o segundo tipo mais comum em mulheres, no mundo —  superado apenas pelo de pele —  e é o câncer que mais mata. Então, por isso, é importante a gente se cuidar e tentar prevenir.

Ao que a mulher e o homem têm que ficar atentos em relação aos sintomas do câncer de mama?
Ele pode aparecer por meio de diversos sinais e sintomas. O principal sinal de alerta é o surgimento de um nódulo, que é um caroço na mama. Esse nódulo está presente em 90% das pacientes com câncer de mama. Se você apalpou algum nódulo, algum caroço na mama, procure um especialista para te examinar. Além do nódulo e do caroço, é possível alguma retração na mama, alteração no mamilo, da mulher ou do homem. Não podemos esquecer que uma parcela masculina é acometida pela doença. Essa mama também pode estar avermelhada, apresentar prurido, ter um aspecto que a gente chama de casca de laranja. Outro sintoma importante é o surgimento de nódulo na axila ou no pescoço, que seria os linfonodos.
Muitas pessoas não se conhecem, não conhecem seu corpo e aí entra a importância do autoconhecimento físico. Antigamente, era preconizado um autoexame na frente do espelho, no banho, em uma posição específica, hoje, orientamos que a paciente conheça como é a sua mama. Então, ela tem que saber como essa mama vai se comportar no decorrer do seu ciclo.

Quais são as condições que podem indicar a maior vulnerabilidade?
Sobrepeso, obesidade e sedentarismo são fatores de risco importante. O câncer de mama está muito ligado com alteração hormonal e a gente sabe que parte da gordura do nosso organismo é convertida em estrogênio, que é um hormônio feminino, então isso eleva as chances da paciente vir a ter um câncer de mama. A ingestão de bebidas alcoólicas também, a exposição frequente a radiação. Pacientes que menstruam muito cedo —  antes dos doze anos — ou que entram na menopausa muito tarde, porque se ela menstrua muito cedo, e vai parar de menstruar muito tarde, ela tem um período de vida maior exposta a ação do hormônio, são todos fatores possíveis. Além das questões genéticas, de maneira mais esporádica, porque 90%, 95% dos cânceres são decorrentes dessas outras causas que a gente falou. No caso das mulheres, é importante destacar que o aleitamento materno é um fator protetor do câncer de mama.

Quais são os principais exames para fazer esse rastreamento e o diagnóstico da doença?
Falando de rastreamento, hoje existe um exame que serve para rastreamento que é a mamografia. Não existe nenhum exame que o substitua. Somado a ele, a gente tem alguns exames que vão somar, que vão adicionar informações. Então a mamografia a gente recomenda que a paciente faça e a depender do resultado, complementamos. Normalmente, o exame é recomendado a partir dos 40 anos, nas pacientes de baixo risco.

Como a crise sanitária tem atingido o enfrentamento ao câncer de mama?
O número de pacientes no consultório diminuiu bastante. Os hospitais tiveram que se voltar para o enfrentamento da covid-19, então, houve restrição de cirurgias no período. O que a gente observa é que com a redução dos pacientes,  houve a  de diagnósticos. Agora que a população está mais vacinada, vemos o retorno aos consultórios. Mas aí o problema surge, porque eles vêm com lesões maiores. Por isso, mesmo durante a pandemia, a gente recomenda e sempre recomendou que não deixem de fazer os seus exames.

* Estagiária sob a supervisão de Juliana Oliveira

Correio Braziliense quinta, 07 de outubro de 2021

DESABROCHAR PERFUMADO E PÚRPURA

Jornal Impresso

Desabrochar perfumado e púrpura
 
Anunciando o fim da seca, as flores dos jacarandás encantam os brasilienses nesta época do ano. Parente do ipê-roxo, a árvore é nativa da América do Sul. No DF, predominam duas espécies, uma brasileira e outra argentina. Apesar de exótica, a originária no país vizinho está bem-adaptada ao cerrado

 

» Renata Nagashima

Publicação: 07/10/2021 04:00

 
"Além do cheiro, que é maravilhoso, elas embelezam as ruas, dão uma sombrinha para quem está passando. Seria ótimo se fosse assim durante o ano todo" Sérgio Martins, zelador


As flores do jacarandá são cônicas e desabrocham entre agosto e outubro (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
As flores do jacarandá são cônicas e desabrocham entre agosto e outubro


O fim da seca e a chegada das chuvas de primavera colorem as ruas do Distrito Federal de roxo. Todos os anos, entre agosto e outubro, o jacarandá desabrocha no cerrado avermelhado. A árvore chama atenção quando suas flores, perfumadas e grandes, reaparecem em forma de trompete. Muitas vezes confundido com o ipê-roxo, ele apresenta características distintas.
 
O jacarandá-mimoso é uma árvore de porte pequeno, alcançando cerca de 15 metros de altura. O caule é um pouco retorcido, com casca clara e lisa quando jovem, que, gradativamente, vai se tornando áspera e escura com a idade. A copa é arredondada a irregular, arejada e rala. A confusão com o ipê-roxo não é à toa, já que as espécies pertencem à mesma família: Bignoniaceae. “As principais diferenças são que as flores do ipê-roxo são da cor rosa, geralmente de um tom mais escuro, e florescem de maio a julho. As flores dos jacarandás são da cor roxa/lilás/violeta, e eles florescem no período de agosto a outubro”, detalha o entusiasta de árvores do cerrado Matheus Gonçalves Ferreira.
 
As flores do jacarandá são conhecidas por serem resistentes, suportando climas quentes e secos. Essa árvore é fundamental para o ecossistema, por desempenhar um importante papel no ciclo de carbono das florestas da América Latina. O tipo mais popular é o jacarandá-mimoso. Presente em várias partes do mundo, é original da America do Sul, de países como o Brasil e a Argentina.
 
Existem cerca de 49 espécies de jacarandás. No Distrito Federal, duas são preponderantes: o jacarandá-mimoso-do-cerrado e o jacarandá-mimoso. De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), as árvores são bem semelhantes. O jacarandá-mimoso-do-cerrado tem porte médio e copa irregular arredondada. A principal característica ornamental dessa espécie são as flores de coloração azul-marinho ou celeste, que cobrem toda a copa. Comum nas matas secas das regiões Centro-Oeste e Sudeste, distribuindo-se até o Paraná. É nativa do Brasil, muito semelhante ao exótico jacarandá-mimoso, nativo do norte da Argentina. As diferenças das espécies estão nas folhas e nos frutos, maiores na árvore do cerrado.


Parecida com o ipê-roxo, o jacarandá se destaca no cerrado com sua exuberância (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Parecida com o ipê-roxo, o jacarandá se destaca no cerrado com sua exuberância



O zelador Sérgio Martins, 47, trabalha há 23 anos em um bloco residencial no Sudoeste. Ele conta que uma das melhores épocas do ano é quando os jacarandás florescem. “Traz uma alegria e uma cor nova para a cidade, ainda mais durante este período de seca, que tudo fica cinza e marrom”, destaca. Para ele, mais árvores do tipo poderiam ser plantadas na cidade. “Além do cheiro, que é maravilhoso, elas embelezam as ruas, dão uma sombrinha para quem está passando. Seria ótimo se fosse assim durante o ano todo”, defende.
 
O Departamento de Parques e Jardins da Novacap efetua o plantio das duas espécies de jacarandá-mimoso. Exemplares adultos podem ser observados no campus da Universidade de Brasília; no Setor Bancário Sul; nos canteiros centrais do Eixo Rodoviário Sul e Norte; no Parque Sarah Kubitschek; e às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA) — em frente ao Setor Militar Urbano e ao Cruzeiro. “O DPJ efetuou o plantio de 16.581 mudas de jacarandá-mimoso e jacarandá-mimoso-do-cerrado entre 2015 e 2021, em todo o DF. Por ser bastante ornamental, o jacarandá-mimoso é ideal para praças, avenidas, parques e bosques urba nos, ruas largas e jardins residenciais. O plantio em área pública deve ser efetuado ou autorizado pelo Departamento de Parques e Jardins”, destaca a Novacap.
 
María Florencia Gómez, 51, é filha de um argentino com uma brasileira. Nascida no país do pai, ela mudou-se para o Brasil com a família quando tinha 16 anos. Apesar de se considerar brasileira, ela não esconde o amor que tem pela Argentina, que também é um país natal dos jacarandás. “Esta época do ano é muito especial para mim, é como se eu estivesse voltando no tempo, com 15 anos de novo. As vezes, fecho os olhos e fico horas só sentindo o cheiro e recordando as boas lembranças que tenho de quando era moça.”
 
Há mais de dois anos sem visitar o país, dona Florencia se apega aos jacarandás para matar a saudade. “Quase todo ano, eu volto lá para ver meus filhos e netos, que, agora, moram na Argentina. Depois da pandemia, não saio muito de casa e precisei cortar as viagens. Consequentemente, fiquei sem vê-los. A saudade dói bastante, mas eu sei que esse é um sacrifício necessário para o momento em que estamos vivendo. Enquanto isso, me contento com os jacarandás que alegram bastante o meu dia.”


16.581
mudas de jacarandá-mimoso e jacarandá-mimoso-do-cerrado plantadas no DF desde 2015


SAIBA MAIS
Jacarandá-mimoso
 
Nome Científico: Jacaranda mimosifolia (Bignoniaceae)
 
Características: A árvore jacarandá-mimoso mede até 15 m de altura, com casca fina e acinzentada. Folhas opostas, compostas bipinada, de 10 a 25 cm de comprimento com folíolos pequenos, glabros e de bordo serreado. Flores com coloração azulado-lilás, arranjadas em inflorescências piramidais densas. A madeira é clara, muito dura, pesada, compacta, de longa durabilidade, porém frágil. Útil para a confecção de brinquedos, caixas, instrumentos musicais, carpintaria e móveis em geral.
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Floresta (IBF)

Correio Braziliense quarta, 06 de outubro de 2021

CIGARRA, A CANTORA DA PRIMAVERA

Jornal Impresso

 

A cantora da primavera
 
Com a chegada das chuvas, o som das cigarras começa a tomar conta de parques e jardins da cidade

 

» Renata Nagashima

Publicação: 06/10/2021 04:00

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Aos poucos elas vão chegando, muitas vezes sem que ninguém perceba. De um momento para o outro, parecem ter tomado conta das árvores do Distrito Federal. Incômodo para uns, deleite para outros, a boa notícia é que, quando esses insetos surgem, a chuva também marca presença. O barulho traz certo alívio para os brasilienses, mesmo para os incomodados, porque o canto das cigarras coincide com o fim do longo período de secas na capital.
 
Tão pequeno e com uma potência gigante, as cigarras se camuflam em meio aos galhos e troncos de árvores, onde passam por uma transformação até deixarem a casca para trás e se tornarem adultas. O barulho? Não passa de uma estratégia dos machos para atrair as fêmeas. O zoólogo da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Motta explicou que o som, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, não é emitido pela boca e, sim, pelo abdômen das cigarras. “Elas cantam como estratégia de acasalamento. Na barriga, elas têm uma estrutura chamada de tímbalo, que são como tamborzinhos, é basicamente oca e os movimentos que ela faz gera os sons”, esclareceu o especialista. Os músculos do tímbalo realizam movimentos de contração e relaxamento sucessivos deformando essa membrana em uma frequência que pode variar de 120 a 600 repetições por segundo.
 
Moradora da 207 Sul há 60 anos, Maria Amélia Parente, 74, sentiu falta dos bichinhos neste ano. Segundo ela, as cigarras desapareceram. “Antes, nessa época, já ficava ensurdecedor, parecia uma orquestra sinfônica, uma começava e as outras logo vinham atrás. Era lindo! Hoje, tem uma ou outra solitária. É uma tristeza, para mim, sinto muito falta”, lamentou. Maria Amélia afirmou que muita gente não gostava do som e se irritava, por isso tomaram providências para diminuir a quantidade na região. “Não sei como alguém pode se irritar com a natureza. Elas voando assustam um pouco, mas é só desviar. Afinal, nós invadimos o espaço delas. E é triste perceber que todo ano diminui cada vez mais”, acrescentou a aposentada.
 
Apesar de algumas pessoas terem notado menos cigarras, Motta afirmou que a época dos bichinhos aparecerem está apenas começando. “Elas saem da terra agora e cantam, geralmente, até dezembro. Durante esse período, se reproduzem e depositam os ovos nos ramos das árvores. Depois disso, morrem e um novo ciclo começa”, explicou. No DF há cerca de oito espécies de cigarras, algumas delas mantêm a cantoria até abril.
 
A designer de interiores Lorena Santarém, 35, é apaixonada pela natureza e fã declarada das cigarras. Ela contou que, neste ano, elas estão mais tímidas e chegando aos poucos. “Comecei a ouvir bastante na semana passada, e está aumentando cada vez mais. Elas cantam mesmo lá para o final da tarde, aí fica bem alto”, relatou.
 
Pelo menos três vezes por semana a moradora do Mangueiral vai ao Parque da Cidade para ler, estudar e se conectar com a natureza. A época em que as cigarras aparecem para alegrar o fim da tarde é, sem dúvida, o mais aguardado por Lorena. “E não é só aqui que as escuto, perto da minha casa tem uma área de mata, tem bastante. Essa é uma época que espero ansiosa para chegar. Acho muito bom, é uma coisa tão natureza, é lindo ver elas cantando, anunciando a vinda da chuva.”
 
Apesar da crença de que a cigarra anuncia ou traz a chuva, o zoólogo Paulo César Motta afirmou que não há uma correlação comprovada entre as cigarras e a temporada de chuvas, mas que algumas hipóteses são levantadas para o fato de as cigarras emergirem do solo nesse período de transição entre a seca e a chuva. De acordo com o especialista, com as chuvas, o solo fica mais maleável e é mais fácil para os insetos saírem da terra, para subir em troncos de árvores e completarem a fase adulta. “É notável que elas adaptaram seus ciclos biológicos com a chegada da chuva, é evidente que tem uma relação, mas o motivo não é comprovado e não se sabe o que é a causa ou efeito”, disse.
 
Outro mito muito comum é o de que as cigarras cantam até estourar. Ao contrário do que se pensa, o casulo é a última fase da ecdise, o nome do processo de metamorfose vivido pelo bicho. Nessa fase, a cigarra se liberta do esqueleto externo para que, adulto, mude de estrutura e obtenha asas.
 
Memória afetiva
Ensurdecedor para uns, adorado por outros. O som produzido pelas cigarras pode não agradar todo mundo, mas para o empresário Cláudio de Alcântara, 44, o som traz lembranças da infância, no interior da Bahia. “Eu gosto muito da natureza, sou da roça e vim para cá em 1997. Eu sinto falta da roça, tipo cigarra, pássaros, animais no geral. Ouvir esse som e estar na natureza me remete a lembranças boas, me traz uma aconchego do lugar que eu vim e tenho boas lembranças de infância”, contou o morador do Paranoá.
 
Pai da pequena Emanoele de Alcântara, 4, ele tenta passar a tradição e o amor pela natureza para a menina, que, destemida, alimentava os patos do Parque da Cidade. “Quero que ela se acostume e goste do som das cigarras, respeite a natureza e possa vivenciar um pouco essa área livre, como eu vivenciei na roça.”
 
 
SAIBA MAIS
 
 
O ciclo da vida
 
“No Distrito Federal existem cerca de oito espécies de cigarras, cada uma com suas características e som próprio. Apesar de surgirem durante um curto período do ano, as cigarras se abrigam debaixo da terra, estimadamente, de quatro a sete anos, percorrendo túneis escavados, se alimentando da seiva das raízes, até que estejam prontas para a nova etapa. Após esse período, elas saem da terra, deixam um buraco no solo e sobem em árvores ou galhos para completarem a fase adulta. Quando isso acontece, se abre uma fenda no dorso das cigarras e elas deixam a casquinha naquele tronco. A partir daí, começam a cantar para acasalar. O macho emite sons para atrair as fêmeas. Com o acasalamento, a fêmea coloca os ovos em galhos, depois disso os adultos morrem — eles vivem cerca de dois ou três meses fora do solo. Os filhotes, quando nascem, caem das árvores no solo e o ciclo começa novamente.”
 
Paulo Cesar Motta, zoólogo da Universidade de Brasília (UnB)

Correio Braziliense terça, 05 de outubro de 2021

PATRIMÔNIO FORA DO PLANO

Jornal Impresso

 

Patrimônio fora do Plano
 
Tese de doutorado em arquitetura e urbanismo da Unb resgatou dossiês de tombamento distrital, identificou e historiou 12 bens culturais do DF situados em regiões administrativas

 

» JULIANA OLIVEIRA

Publicação: 05/10/2021 04:00

  » Mapeamento de 12 bens tombados como patrimônio cultural do DF (Daniela Pereira Barbosa/Divulgação)  
» Mapeamento de 12 bens tombados como patrimônio cultural do DF
 
O desenho modernista e o conceito de cidade-parque que orientam a construção do Plano Piloto garantiram a Brasília o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco. Entretanto, para além do Eixo Monumental entrecortado pelas asas Sul e Norte, a capital federal cresceu urbanisticamente. As antigas cidades-satélites se estruturaram como regiões administrativas e constituíram seus próprios bens patrimônios. E foi com essas representações culturais que a pesquisadora Daniela Pereira Barbosa, formada em design, fez um inventário dos bens tombados do Distrito Federal localizados fora do Plano Piloto: Catetinho; Museu Histórico e Artístico de Planaltina; Igreja de São Sebastião de Planaltina; Pedra Fundamental de Planaltina; Museu Vivo da Memória Candanga; Relógio de Taguatinga; Igreja São Geraldo no Paranoá; Centro de Ensino Metropolitana; Igreja São José Operário na Candangolândia; Casa da Fazenda Gama; Caixa d’Água da Ceilândia; Centro de Ensino Médio e Centro Cultural Teatro da Praça de Taguatinga. 
 
Em sua tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo, defendida na Universidade de Brasília, ela mapeou 12 bens arquitetônicos com tombamento distrital em diferentes regiões administrativas. A publicação está disponível para consulta no acervo da UnB. Além disso, ela está desenvolvendo um catálogo cartográfico com a identificação dos 12 pontos pesquisados. Em entrevista ao Correio, Daniela defende a importância de dar visibilidade ao tema.
 
O que motivou a escolha da sua tese e como foi o processo de curadoria?
Quando entrei na pós-graduação percebi uma lacuna com relação à pesquisa sobre o patrimônio cultural de Brasília, envolvendo justamente as cidades-satélites. Eu sabia da existência de alguns bens patrimoniais localizados além do Plano Piloto, como o Catetinho, a Caixa d’Água da Ceilândia e o Museu Vivo da Memória Candanga. Com mais pesquisas, descobri outros bens tombados fora do plano, mas também constatei a falta de informações detalhadas sobre eles. Foi assim que a vontade de investigar esse processo patrimonial cresceu. Vale lembrar que esses tombamentos foram realizados majoritariamente em nível local, ou seja, não foi o Iphan. A única exceção é o Catetinho, tombado em 1959 pelo Iphan. Além de sistematizar as informações, tratei esses bens como um conjunto representativo do patrimônio de Brasília para além do Plano Piloto, tive contato com arquivos históricos do processo de patrimonialização desses bens, os chamados dossiês de tombamento.
 
Há uma injustiça com os tombamentos que você mapeou?
O Plano Piloto de Brasília sempre “rouba a cena”, por assim dizer. É um espaço carregado de alta simbologia, que contém uma série de palácios modernistas e monumentos que remetem a nomes emblemáticos, como Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Os bens que mapeei contrastam com o Plano Piloto nesse sentido, em especial pela sua simplicidade plástica. Por exemplo, alguns deles são singelas construções em madeira que remetem ao período da construção de Brasília, como a Igreja São Geraldo no Paranoá, o Centro de Ensino Metropolitana e a Igreja São José Operário na Candangolândia. Outros são equipamentos públicos em pleno funcionamento que foram tombados pela sua simbologia comunitária, como a Caixa d’Água da Ceilândia. Mas é interessante notar, e isso eu coloco na minha pesquisa, que a discussão sobre a inclusão de outras manifestações culturais do Distrito Federal para além do Plano Piloto chegou a integrar a proposta inicial do reconhecimento de Brasília como Patrimônio Mundial pela Unesco, na década de 1980.
 
Que locais foram cogitados?
Além do Plano Piloto, estudava-se a preservação de antigas fazendas no território, centros históricos de cidades originariamente goianas, antigos acampamentos de obras e a paisagem natural do Distrito Federal. Nessa proposta inicial, não se previa o tombamento de construções isoladas, mas de características gerais dos espaços, por exemplo, o sistema viário e o gabarito de Regiões Administrativas derivadas de antigos acampamentos de obras. Porém, a falta de visibilidade desse patrimônio é latente. Acredito que haja até mesmo um desconhecimento da população, de modo geral, da própria existência desses bens e de sua história, o que reforça a proeminência do Plano Piloto no contexto cultural de Brasília. 
 
Como esses elementos dialogam com a robustez do patrimônio do Plano Piloto? É possível integrar as referências?
Em minhas análises, verifiquei que a monumentalidade de Brasília, representada principalmente pelo Plano Piloto, fez parte da construção discursiva sobre a importância desses bens localizados em outros pontos do DF. Está tudo bastante relacionado, pelo menos no nível do discurso. O tombamento do Catetinho ainda em 1959, ou seja, antes da própria inauguração de Brasília, mostra isso de forma bastante evidente. É uma referência direta à monumentalidade da capital, ainda vindoura. Ainda assim, o discurso de tombamento expresso na documentação dos dossiês que investiguei não enfoca apenas na monumentalidade de Brasília como suporte simbólico, pois trabalha com demandas locais específicas, demandando visibilidade daqueles locais e daquelas pessoas no âmbito do Distrito Federal.
 
Que locais poderia citar como exemplos?
Percebe-se, por exemplo, a demanda por maiores investimentos no local para o fomento do turismo, como no tombamento do Museu Histórico e Artístico de Planaltina e no da Casa da Fazenda Gama. É uma estratégia interessante, pois buscou-se incentivar a valorização e exploração turística de locais centenários em Brasília, uma cidade recente. A história, como sabemos, não é linear, e a valorização desses espaços localizados em núcleos satélites buscou reforçar a sua própria importância e demandas no DF. Assim, é essencial que haja a visibilidade desses espaços e de sua história, e espero mais trabalhos com essa discussão sobre a amplitude e a pluralidade do patrimônio cultural de Brasília. Temos desde construções centenárias a igrejas de madeira e torres modernistas, e todo esse acervo cultural merece ser conhecido e preservado.
 
Daniela Pereira Barbosa prepara catálogo cartográfico 
 
» Mapeamento de 12 bens tombados como patrimônio cultural do DF
 
1 - Catetinho
2 - Museu Histórico e Artístico de Planaltina
3 - Igreja São Sebastião de Planaltina
4 - Pedra Fundamental em Planaltina 
5 - Hospital Juscelino Kubitshek de Oliveira — HJKO
6 - Relógio de Taguatinga
7 - Igreja São Geraldo no Paranoá
8 - Centro de Ensino Metropolitana 
9 - Igreja São José Operário na Candangolândia
10 - Casa da Fazenda Gama
11 - Caixa d’Agua de Ceilândia
12 - Centro de Ensino Médio - EIT/CEMIT e Centro Cultural - Teatro da Praça de Taguatinga

Correio Braziliense segunda, 04 de outubro de 2021

SEBASTIÃO TAPAJÓS SE ENCANTOU: AOS 79 ANOS, VIOLONISTA FOI FAZER SERENATAS NA MANSÃO CELESTIAL

Jornal Impresso

 

O paraense Sebastião Tapajós, um dos grandes instrumentistas brasileiros, morreu, no sábado,  aos 79 anos, em decorrência de um infarto. Ele se apresentou muitas vezes no Clube do Choro.  (Débora Amorim/Divulgação)

Sebastião Tapajós, 79 anos

 

Publicação: 04/10/2021 04:00

Sebastião Tapajós, um dos grandes violonistas brasileiros, com carreira internacional, morreu na noite de sábado, aos 79 anos, em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. Eles estava internado no Hospital da Unimed, em Santarém, onde passou por uma cirurgia, e receberia alta ontem, mas teve um mal súbito e não resistiu.
 
Depois de viajar por vários países do mundo para mostrar, em inúmeras turnês, a arte do violão, Sebastião Tapajós decidiu, há duas décadas, morar numa casa de frente para a Praia de Pajuçara, próxima a Santarém, no Pará. Formado no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, estudou guitarra e composição com Emílio Pujol, na Espanha. Lecionou violão clássico no Conservatório Carlos Gomes, em Belém.
 
O nome completo dele era Sebastião Pena Marcial, nasceu em Alenquer, no Pará. Mas, a partir de 1998, acrescentou o apelido Tapajós, lavrado em cartório, em homenagem à região em que cresceu e passou grande parte da vida:  “Minha grande felicidade foi mostrar, por onde passei, que a poesia do meu violão tem suas raízes neste pequeno paraíso encravado no Oeste do Pará”, explica o músico.
 
Tapajós transitava, com fluência, do erudito ao popular. Fez releituras originais de Villa-Lobos, Radames Gnattali, Cartola, Ary Barroso, Pixinguinha e Guerra Peixe. Pesquisou, também, os ritmos da Amazônia e gravou 50 discos no Brasil. Tocou com Paulinho da Viola, Hermeto Pascoal, Baden Powell, Guerry Mulligan, Oscar Peterson, Sivuca, Paquito D’Rivera e Astor Piazzolla.
 
Ele era um dos músicos brasileiros de maior prestígio no exterior, especialmente na Alemanha, onde esteve 90 vezes e lançou mais de 30 discos: “Tom Jobim, Baden Powell e eu deveríamos ter um reconhecimento do Itamaraty pela divulgação que fazemos do país lá fora”, dizia o violonista.
 
Os brasilienses tiveram o privilégio de apreciar a arte de Sebastião Tapajós ao vivo, pois ele se apresentou muitas vezes no Clube do Choro. Em uma das últimas performances, homenageou os músicos do Pará com o show Aos da guitarrada: “O Clube do Choro é onde se encontra a música brasileira em sua essência, e ser convidado para me apresentar ali me dá uma grande satisfação e visibilidade artística, por se tratar de uma instituição que é referência nacional e internacional”, disse Sebastião Tapajós, em entrevista ao repórter do Correio  Irlam da Rocha Lima.


Correio Braziliense sábado, 02 de outubro de 2021

A ASCENSÃO DA MÚSICA NORDESTINA
Jornal Impresso
 
A ascensão da música nordestina
 
O piseiro conquistou o Brasil e está levando a cultura do Nordeste para todos os cantos do país. Conheça alguns dos artistas responsáveis por essa febre.

 

» Naum Giló*

Publicação: 02/10/2021 04:00

Zé Vaqueiro: ele cantava nas vaquejadas, mas fez sucesso com o piseiro (@oficialpikachu/Reprodução)  
Zé Vaqueiro: ele cantava nas vaquejadas, mas fez sucesso com o piseiro
 
Há alguns anos, o sertanejo vem sendo o gênero musical dominante entre as canções mais tocadas no Brasil. Marília Mendonça, Maiara & Maraisa, Henrique & Juliano e Zé Neto & Cristiano são alguns dos artistas que vinham comandando a famigerada sofrência, estado de espírito transposto em música que é uma paixão nacional. No entanto, desde o ano passado, outros gêneros começaram a despontar entre as mais tocadas no país. Em maio de 2021, a parada semanal do Youtube registrou, pela primeira vez, a ausência total de sertanejos no top três, algo que nunca havia acontecido desde a criação do ranking, em 2018.
 
Além do funk, o sertanejo também está dividindo o espaço no topo com o piseiro, que virou febre de norte a sul do país. Zé Vaqueiro, João Gomes, Priscila Senna e Tarcísio do Acordeon são alguns dos nomes que se tornaram amplamente conhecidos pelo público, entregando canções que alternam a sofrência, diversão e o dia a dia da realidade do interior do Nordeste. 
 
O alagoano Vitinho Imperador é um dos nomes que desponta no piseiro. O seu hit Volta rapariga, que o apresentou para o Brasil, já acumula mais de 100 milhões de plays nas plataformas digitais. Para ele, o ritmo da pisadinha contagiou o Brasil porque é “envolvente, cativante, com a linguagem do nosso povo.”
 
Com letras irreverentes, que falam de traição, de maneira leve e divertida, ele conta ter como inspiração musical desde clássicos do cancioneiro nordestino, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, até nomes importantes da atualidade, como Xand Avião e os sertanejos Jorge & Mateus e Henrique & Juliano. “Jamais seremos concorrentes, ambos os estilos e artistas enriquecem essa cultura gigante do nosso Brasil”, diz ao ser perguntado sobre uma suposta concorrência entre o piseiro e o sertanejo. 
 
O compositor lançou, semana passada, um EP com quatro canções inéditas, entre elas, o cômico e dançante Salete, que fala de traição. “Te dei tudo,/você ainda me traiu./Casa, comida pagos com traição./ Estou bebendo arrastando/o chifre no chão”, diz a letra. “Falo dessas situações de forma engraçada porque atinge a todos.Quem nunca foi traído ou sofreu por amor? Vamos dançar e rir juntos disso”, convoca o cantor de apenas 20 anos. 
 
Forró
 
O piseiro é mais um capítulo das transformações que o forró tem passado nas últimas décadas. A incorporação de elementos eletrônicos ao gênero que começou na base da sanfona, do triângulo e da zabumba não é algo inédito. Desde os anos 2000, bandas como Calcinha Preta, Aviões do Forró e Garota Safada já usavam esse artifício para conquistar o público, sobretudo do Nordeste. Mas, afinal, o que é eterno no forró, que é preservado desde Gonzagão até a pisadinha da atualidade? 
 
“A energia, a história, o modo que falamos de amor, a essência do povo nordestino, que é um povo que luta, que corre atrás, são as coisas que não podem ser perdidas no forró”, define Zé Vaqueiro, dono do hit Letícia, que soma mais de 273 milhões de views no Youtube. Dono de uma voz potente, o forrozeiro lançou o álbum O original, que apresentou ao público sucessos como Tenho medo e Cangote. “Piseiro é o forró. A forma que a música é cantada, dançante e a energia são os motivos pelos quais o piseiro está no topo das plataformas digitais”, analisa o cantor.
 
Com 22 anos e natural de Ouricuri, no sertão de Pernambuco, Zé Vaqueiro conta com mais 1 bilhão de visualizações no Youtube, mais de 7 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 6,6 milhões de seguidores no Instagram. Zé já cantava em vaquejadas no interior do Nordeste, bem antes do sucesso Letícia estourar. Neste ano, lançou o EP Vibe original, com seis músicas inéditas, como Cadê o amor e Você conta ou eu conto, além de canções autorais como Queda de moto e A recaída. 
 
Redes
 
Outro símbolo do piseiro e do forró de vaquejada é o pernambucano João Gomes, que conquistou fãs por todo o território nacional com letras envolventes como Meu pedaço de pecado, Eu tenho a senha e Aquelas coisas. “As plataformas digitais, hoje em dia, dão mais facilidade para os artistas nordestinos. Por aqui, sempre tocaram essas músicas e muitos artistas fizeram sucesso. As plataformas ajudam o nosso trabalho a chegar a lugares que a gente nem imaginaria”, afirma o cantor de 19 anos, cujo sucesso reforça a importância das redes sociais. Quem navegou pelo Tik Tok nos últimos meses com certeza deve ter assistido a vários vídeos com músicas do jovem compositor.
 
O seu primeiro álbum Eu tenho a senha debutou com sucesso no Spotify, com letras que o brasileiro sabe de cor. Na plataforma, Gomes tem mais de 7,8 milhões de ouvintes mensais. Mas se engana quem pensa que a inspiração do cantor se restringe aos gêneros tradicionais do Nordeste. João Gomes já declarou ser fã de rap, de MCs como BK, Lennon, Orochi e Matuê. Em seu principal hit, Meu pedaço de pecado, apresenta versos acelerados com a pegada hip hop.  
 
Fora os rappers já citados, João Gomes também diz se inspirar em Cartola e Belchior. “Sempre trago eles dois pelo estilo de escrever e pelo que eles transmitem. O que me inspira no forró e na vaquejada é a alegria. Porque eu sei que o público nordestino é um povo que sai para a luta todo santo dia. Quando vai a uma festa, escutar música, é um dia de se aliviar, esquecer os estresses, os problemas. É por isso que eu canto.”

Correio Braziliense sexta, 01 de outubro de 2021

O BEM QUE A MÚSICA FAZ

Jornal Impresso

O bem que a música faz
 
Projeto social Minhas mãos, meu cavaquinho promove aulas gratuitas em regiões carentes do Distrito Federal. Iniciativa ocorre há 11 anos e conta com mais de 100 alunos

 

» CIBELE MOREIRA

Publicação: 01/10/2021 04:00

Projeto social no Setor Oeste da Estrutural atende, em média, 45 pessoas. Ação também ocorre nas regiões de Santa Luzia (Estrutural) e Vila Telebrasília (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Projeto social no Setor Oeste da Estrutural atende, em média, 45 pessoas. Ação também ocorre nas regiões de Santa Luzia (Estrutural) e Vila Telebrasília

O compasso do cavaquinho ecoa das mãos pequenas e ávidas por aprender. Com os olhares atentos aos comandos do músico e professor Dudu Oliveira, crianças e adolescentes encaram — alguns pela primeira vez — o universo musical em uma pequena casa no Setor Oeste da Estrutural. As aulas fazem parte do projeto Minhas mãos, meu cavaquinho, que leva para comunidades carentes do Distrito Federal oficinas práticas e de teoria musical de forma gratuita. Em média, 45 pessoas participam das turmas na região. 
 
“O que a gente quer, na verdade, não é que saiam bons músicos daqui. O que eu quero mostrar para essa rapaziada é que esse instrumento tão pequeno pode levar a gente para o outro lado do mundo”, explica Dudu. “A criança ou adolescente que pega um cavaquinho, eu posso dar certeza, vai pensar 100 vezes antes de pegar uma arma, antes de pegar alguma coisa para fazer mal a alguém. A arte tem esse poder”, destaca o educador, que vem de uma realidade tão dura quanto a desses jovens. 
 
Natural da periferia do Rio de Janeiro, Dudu participou como aluno de diversos projetos sociais e quis retribuir, aqui no DF, o bem que esse tipo de ação fez em sua vida. “Vim para Brasília há 12 anos, e há 11 estou com o projeto com aulas de cavaquinho”, conta o músico. Tudo começou em 2011, quando o carioca decidiu tirar do papel a ideia de promover um programa social em Brasília. “Eu comprei 13 cavaquinhos e fui para a pracinha da Vila Telebrasília. Quando eu cheguei lá, comecei a tocar e apareceu um monte de criança. Aí eu falei: ‘pô, vocês gostaram? Então, eu tenho uma surpresa’. Abri o porta-mala do carro e tinha cavaquinho pra caramba; a galera ficou feliz. E assim começou todo esse movimento que ocorre até hoje”, relata. 
 
Além das aulas ministradas na sede do Ponto de Cultura Waldir Azevedo, localizada na casa 21, conjunto 3, quadra 8, no Setor Oeste da Estrutural, o Minhas mãos, meu cavaquinho também está na região de Santa Luzia, na Estrutural, e na Vila Telebrasília — sendo que, neste último local, a iniciativa é realizada há 11 anos. As aulas são gratuitas e abertas para qualquer pessoa que queira aprender. A idade mínima é de 8 anos. Boa parte dos cavaquinhos foi comprada pelo professor Dudu Oliveira; outros foram frutos de doações ou adquiridos com verba de eventos beneficentes. Para os 100 alunos que frequentam as aulas de cavaquinho, o projeto conta com 40 instrumentos, que são revezados. Neste ano, o projeto conta com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. O suporte do FAC é por quatro meses, e tem ajudado muito a manter a proposta funcionando. No entanto, o músico explica que sempre está precisando de mais instrumentos, pois a maioria não tem condição de comprar o próprio cavaquinho. Além disso, nos grupos com crianças, a vida útil dos instrumentos é menor. “Por mais que a gente explique como cuidar, alguém sempre acaba cometendo algum deslize”, pontua Dudu. 
 
Aprendizado
Aluna mais velha da turma da tarde, Angela de Sousa Pereira da Silva, 25 anos, encara as aulas com seriedade e avidez. “Sou compositora e letrista, mas não sabia tocar nenhum instrumento. Quando vi a oportunidade de aprender a tocar cavaquinho, e ainda de graça, aproveitei. Quem aprende a tocar cavaquinho, aprende a tocar violão ou outros instrumentos”, destaca a moradora da Estrutural. “Mesmo não sendo do gênero que eu mais gosto, que é o pop, o clássico e o internacional, o cavaquinho me dá um leque de possibilidades, ainda mais na área que eu quero atuar, que é na composição”, ressalta Angela, que é aluna do projeto há três meses. 
 
Ela aponta que ter uma iniciativa na comunidade, principalmente em uma região mais afastada, traz um impacto positivo para os moradores locais. “Primeiro, porque leva arte e cultura para os meninos. Em vez de eles praticarem violência nas ruas, aprendem novas modalidades. O importante é pegar esse tempo ocioso que eles têm e agregar alguma coisa para eles”, pondera. Angela comemora que o projeto ocorra perto da casa dela. “Geralmente, apenas no centro da cidade havia aulas de instrumentos musicais. E em um horário que não é oportuno para nós mulheres, por causa da violência. Sair daqui, se deslocar para chegar lá é complicado. Ter uma iniciativa perto de casa é muito bom”, relata. 
 
Para Michele da Silva de Jesus, 16, as aulas são uma grande experiência para aprender algo novo. “Eu já tocava violão, mas estava parada há algum tempo. Quando soube da turma de cavaquinho, fiquei interessada”, conta. “Com a cultura e a arte, a gente pode ser mais disciplinado”, complementa ela, que vê na música um hobby e não pensa em se profissionalizar nessa área. Mesmo por diversão, ela leva as aulas a sério. Apadrinhou um cavaquinho na qual leva para casa para treinar e cuida do instrumento que é utilizado também em outras turmas. 
 
Tímida para falar, mas com dedos ágeis para tocar, Yasmin Lira, 13, conta que ficou sabendo das aulas de cavaquinho pela mãe. Ela, que também toca um pouco violão, não sentiu tanta dificuldade em se adaptar ao novo instrumento de cordas. Mesmo não curtindo muito samba e pagode, ela afirma aproveitar ao máximo as aulas do projeto. 
 
Além das aulas de cavaquinho, no Ponto de Cultura Waldir Azevedo também são ministradas aulas de capoeira e jiu jitsu, todas abertas à comunidade, de forma gratuita. Para a turma do projeto musical, ainda há vagas, tanto na sede localizada no Setor Oeste da Estrutural quanto na casa da Vila Telebrasília. Dudu Oliveira conta que doações de instrumentos usados ou novos, encordoamentos usados ou novos e palhetas são muito bem-vindas. 

Correio Braziliense quinta, 30 de setembro de 2021

LIBERTADORES: BH LEVA FLA RUMO AO URUGUAI!
Jornal Impresso
 
BH leva Fla rumo ao Uruguai!
 
Guiado por Diego Alves e Bruno Henrique, Flamengo volta a vencer o Barcelona e garante vaga na decisão. Geração de duas finais em três anos muda status do rubro-negro no torneio continental

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 30/09/2021 04:00

 (Santiago Arcos/AFP)  
 
Durante boa parte das últimas quatro décadas, os torcedores do Flamengo se acostumaram com chacotas proferidas por rivais quando o assunto era Libertadores. A primeira conquista da América, em 1981, era algo saudosista e distante da realidade de vexames vista pelas novas gerações de rubro-negros. Porém, com duas finais em três anos, a tradição flamenguista no torneio deu um salto de consolidação. Ontem, com nova vitória sobre o Barcelona, no Monumental de Guayaquil, por 2 x 0, o grupo que redescobriu o caminho da Glória Eterna, em 2019, colocou o time carioca, outra vez, na rota final da conquista.
 
O retorno à decisão na final brasileira de 27 de novembro, contra o Palmeiras — atual campeão e finalista por dois anos seguidos pela segunda vez na história, repetindo o feito de 1999 e 2000 —, no Estádio Centenário, em Montevidéu, será uma experiência que a geração de ouro eternizada por Zico, Júnior e Nunes bateu na trave. Em 1982 e 1984, eles pararam no extinto triangular semifinal. Quis o destino que o time de Gabi, Bruno Henrique, Arrascaeta, Diego Alves e companhia realizassem o feito de consolidação na Libertadores. Ontem, o resultado veio com toques especiais do camisa 1, no gol, ao 27, no ataque.
 
O Flamengo foi a campo com vantagem dos dois gols feitos no Rio de Janeiro. Com seis minutos, Mastriani cabeceou no meio do gol. O prejuízo, porém, veio no cruzamento. David Luiz tentou cortar, sentiu a coxa e precisou sair. Com 17, o Fla foi cirúrgico. Bruno Henrique recebeu de Everton Ribeiro, driblou Burrai e marcou. Aos 20, Andreas quase ampliou, mas parou na trave. Golpeado, o Barcelona passou a precisar de quatro gols. E incomodou. Diego Alves fez três defesas importantes. Na mais difícil, aos 29, Martínez chutou sobra e o camisa 1 salvou. O Fla baixou as linhas, mas os mandantes não voltaram a assustar.

Diego Alves liderou a zaga rubro-negra nos 180 minutos da semifinal contra o Barcelona com defesas importantes no Rio e em Guayaquil (Franklin Jacome/AFP)  
Diego Alves liderou a zaga rubro-negra nos 180 minutos da semifinal contra o Barcelona com defesas importantes no Rio e em Guayaquil
No segundo tempo, o rubro-negro encaixou o contra-ataque necessário para confirmar a vaga. Assim como no primeiro gol, Everton Ribeiro deixou Bruno Henrique na boa para marcar. Cabisbaixo, o Barcelona não tinha o mesmo ímpeto para chegar até o gol rubro-negro. O Fla ficava no ataque, mas não fazia tanta questão de agredir. Aos 28, Gabi arriscou de longe rente à trave. Com 36, o camisa nove teve chance na área, mas parou em Burrai. Ouvindo a torcida incentivar com gritos de olé a cada toque na bola, os equatorianos buscaram espaços. Aos 41, Diego Alves ainda pegou cabeçada de Martínez.
 
Da camisa 1 de Diego Alves, autor de defesas importantes nos dois jogos contra o Barcelona, a 27 de Bruno Henrique, responsável pelos quatro gols nos 180 minutos da semifinal, o Flamengo saltou para Montevidéu para brigar, outra vez, pelo topo da América do Sul. Responsável por um título continental, em 2019, e diversas outras conquistas que mudaram o patamar do clube, incluindo dois Campeonatos Brasileiros, duas Supercopas e uma Recopa, a atual geração do rubro-negro proporcionou a si mesma uma oportunidade de fortalecer, ainda mais, o novo legado de força do clube no continente.
 
Conquista pessoal
 
Único brasileiro a conquistar a Libertadores de chuteiras no gramado e com a prancheta na mão na área técnica, Renato Gaúcho se isolou como o treinador com mais vitórias. O triunfo diante do Barcelona foi o 50º dele na competição. A nova marca deixou para trás a do colombiano Gabriel Uribe, que tinha 49, mas nunca conseguiu ser campeão do torneio. Com o Flamengo, Renato chegou a sua terceira final. Além do título com o Grêmio, em 2017, ele ficou com o vice, em 2008, com o Fluminense.


Final

Flamengo x Palmeiras
Jogo único
27 de novembro, 16h
Estádio Centenário, Montevidéu

Correio Braziliense quarta, 29 de setembro de 2021


Correio Braziliense terça, 28 de setembro de 2021

DOM FALCÃO SE ENCANTOU: MAIS DE 70 ANOS A SERVIÇO DE DEUS

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Mais de 70 anos a serviço de Deus
 
Dom José Freire Falcão deixa legado de ordenações e construções de igrejas no DF. Amigos destacam o acolhimento do líder religioso. Ele morreu no último domingo, aos 95 anos, em decorrência da covid-19. O corpo do arcebispo emérito foi sepultado na Cripta da Catedral

 

EDIS HENRIQUE PERES

Publicação: 28/09/2021 04:00

O velório do Cardeal Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida.
 (Carlos Vieira/CB/D.A. Press
)  
O velório do Cardeal Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida.
Humildade, dedicação e fé. Essas são algumas palavras que os amigos do cardeal Dom José Freire Falcão usaram para descrevê-lo. Com um trabalho de 20 anos à frente da Arquidiocese de Brasília, a morte do líder religioso, no último domingo, aos 95 anos, deixou saudade nos devotos da capital do país. Em uma cerimônia íntima, restrita ao clero e aos familiares, o corpo de Dom Falcão foi velado às 13h, ontem, na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida. A homenagem ao arcebispo emérito contou com uma missa de corpo presente, celebrada pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar, e transmitida ao vivo pelo Facebook da Arquidiocese.
 
Devido às restrições sanitárias da pandemia, o caixão estava lacrado. O corpo foi sepultado na Cripta da Catedral de Brasília, e, amanhã, das 8h às 14h, o local estará aberto à visitação do público. Dom Falcão foi o terceiro bispo a ser sepultado no local, precedido de Som José Newton de Almeida Batista, primeiro arcebispo; e Dom Francisco de Paula Vitor, que foi bispo auxiliar de Brasília.
 
Dom Falcão morreu no último domingo, às 22h40. Ele estava internado, no Hospital Santa Lúcia, da Asa Sul, desde 17 de setembro, como medida preventiva após ser diagnosticado com covid-19. Na madrugada de 24 de setembro, sofreu uma piora no quadro respiratório e renal, e foi intubado. Ele morreu devido às complicações provocadas pela infecção do novo coronavírus. Em nota, a Arquidiocese de Brasília lamentou a partida de Dom Falcão. “Sua ausência é sentida profundamente por toda a Arquidiocese de Brasília, amigos e fiéis.”
 
Amigo de Dom Falcão, padre Edvaldo Batalha, 57 anos, da Paróquia São João Paulo II, em Águas Claras, destaca que o cardeal era um homem simples e querido. “Uma pessoa muito bondosa com o Clero. Mesmo quando se tornou cardeal, continuou a mesma pessoa trabalhadora, respeitosa e responsável. Ele era muito comprometido com os serviços pastorais e muito bondoso. Era presente na vida dos padres, embora fosse um homem tímido, sempre foi afetuoso”, conta. “Somente o tempo nos encarrega de aceitar o sofrimento, mas ele viveu seus 95 anos e partiu na graça e no amor de Deus, com a certeza de que fez a sua parte, foi um bom pastor para o povo, e agora, foi atender o chamado da vida eterna”, salienta.
 
Dom Falcão, dias após completar 90 anos. Ele foi arcebispo de Brasília de 1984 a 2004 (Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press - 30/10/15
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Dom Falcão, dias após completar 90 anos. Ele foi arcebispo de Brasília de 1984 a 2004
 
Pupilos
 
Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa destaca o legado deixado por dom Falcão. “Ele foi arcebispo por 20 anos e, aqui, ordenou mais de 100 padres e criou mais de 40 paróquias. Ele foi um pastor muito preocupado com o diálogo entre a Igreja, a cidade e as autoridades. Ele antecipou o que o Papa Francisco chama de cultura do diálogo e do encontro. Ele seguiu o seu lema, de servir com humildade, e teve uma vida fecunda”, frisa.
 
Padre João Ignácio Perius, 65 anos, reitor do Santuário Arquidiocesano Menino Jesus, em Brazlândia, foi um dos primeiros padres ordenados por Dom Falcão. “Sempre trabalhávamos juntos, tenho uma grande admiração por ele, pelo cuidado que ele tinha com a diocese e as pastorais. Sempre soube entender as necessidades da Igreja. Ele acolhia a todos, poderia ligar às 23h ou à meia noite, se ele escutava o telefone, ele te atendia, era muito atencioso”, detalha.
 
O governador Ibaneis Rocha (MDB) lamentou, pelas redes sociais, a morte do sacerdote. “Brasília perde um de seus maiores guias religiosos. Me solidarizo com a família e com os cristãos de um modo geral pela perda, na esperança de que a história de vida e o exemplo humanístico de D. José Freire Falcão frutifiquem e ajudem a fazer uma sociedade mais justa”, publicou.
 
Dia da missa de corpo presente do Papa João Paulo II, em 2005. Dom José Freire Falcão e Monsenhor Marconni (Isa Matias/Divulgação - 8/4/05
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Dia da missa de corpo presente do Papa João Paulo II, em 2005. Dom José Freire Falcão e Monsenhor Marconni
 
História
 
Dom Falcão nasceu em 23 de outubro de 1925, na cidade de Ereré, no interior do Ceará. Filho de um vendedor e de uma costureira, aos 9 anos, ele sentiu o chamado religioso. “Vi um dos meus tios se tornando sacerdote. Quando ele voltou, foi recebido com muita festa por todos do povoado onde nasci. Daí em diante, eu senti essa vontade”, disse, em entrevista ao Correio, em 2015, aos 90 anos.
 
Segundo Dom Falcão, antes de ficar grávida, a mãe rezava a Santa Teresinha pedindo que o primeiro filho fosse padre. Primogênito, entrou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, aos 14 anos, e, em 1949, foi ordenado. Em 1967, tornou-se bispo da diocese em que havia exercido o sacerdócio por 20 anos: Limoeiro do Norte (CE). Em 1971, acendeu a arcebispo de Teresina, no Piauí, permanecendo até 1984, quando foi transferido para Brasília. Em 28 de junho de 1988, foi feito cardeal, tendo participado, em 2005, dos funerais de João Paulo II e do conclave que elegeu o Papa Bento XVI.
 
Na entrevista que concedeu aos 90 anos, Dom Falcão confessou: “Sou um homem realizado. Não preciso de nada, pois tudo o que queria, Deus me deu”. Dom Falcão foi o segundo arcebispo de Brasília, à frente da Arquidiocese entre 1984 e 2004, quando se aposentou. Em 1991, ele preparou a recepção do Papa João Paulo II, criou a Casa do Clero e estimulou os movimentos eclesiais. O líder religioso seguia o lema episcopal In humilitate servire, que significa: servir na humildade, em tradução livre do italiano.
 
*Colaborou Pedro Marra
 
"Sou um homem realizado. Não preciso de nada, pois tudo o que queria, Deus me deu”
Dom José Freire Falcão
 
“Brasília perde um de seus maiores guias religiosos”
Ibaneis Rocha, governador do DF
 
“Sempre soube entender as necessidades da igreja. Ele acolhia a todos”
padre João Ignácio Perius, reitor do Santuário Arquidiocesano Menino Jesus, em Brazlândia

Correio Braziliense segunda, 27 de setembro de 2021

BRASILEIRÃO FEMININO - RAINHA VITÓRIA: GOL DE BICICLETA DA BRASILIENSE LEVA CORINTHIANS AO TRICAMPEONATO
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Rainha Victória
 
Corinthians conquista tricampeonato contra o arquirrival Palmeiras com direito a obra-prima de bicicleta assinada pela brasiliense. Timão consolida império na principal competição do país

 

Marcos Paulo Lima

Publicação: 27/09/2021 04:00

A bicicleta cinematográfica de Victória Albuquerque na Neo Química Arena e a celebração das companheiras em uma noite de gala da craque diante do Palmeiras: a brasiliense jogou com as unhas pintadas de preto e branco  (Lucas Figueiredo/CBF)  
A bicicleta cinematográfica de Victória Albuquerque na Neo Química Arena e a celebração das companheiras em uma noite de gala da craque diante do Palmeiras: a brasiliense jogou com as unhas pintadas de preto e branco
 
A torcida do Corinthians teve um fim de semana dos sonhos na história da rivalidade com o Palmeiras. Em 48 horas, o bando de loucos e de loucas festejou vitória por 2 x 1 no sábado pela 22ª rodada da Série A. Ontem, o hospício da Neo Química Arena foi palco do tri do Timão no Brasileirão feminino com uma imponente goleada por 4 x 1 no placar agregado: 1 x 0 mais 3 x 1.
 
O triunfo teve a assinatura de uma brasiliense. Nascida em 14 de março de 1998, Victória Kristine Albuquerque de Miranda tem oficialmente o quinto título com a camisa alvinegra. Campeã brasileira em 2020, repete a dose em 2021. O troféu é mais uma na coleção, que também ostenta um bi no Paulistão e a Libertadores. 
 
Revelada pelo Minas Icesp, Victória desembarcou no Corinthians no início de 2019 para ser coadjuvante. No entanto, ela rapidamente se adaptou ao hospício e virou uma das xodós da Fiel. O sucesso no clube rendeu convocação para a Seleção. 
 
Ontem, Victória Albuquerque pediu papel principal na conquista do título. Depois da vantagem de 1 x 0 construída no Allianz Parque, o Corinthians tinha a vantagem do empate, mas posicionou-se em campo para vencer, golear e dar espetáculo. A velocidade e a ousadia da brasiliense foram trunfos para a consolidação do título em Itaquera. 
 
Depois de uma pressão do Palmeiras no começo, Adriana iniciou a ofensiva do Corinthians aos 18 minutos. Arrancou pela direita, driblou a goleira Jully e, quase sem ângulo, tocou para o gol. Atabalhoada, Augustina empurrou a bola para dentro da própria rede aliverde: 1 x 0. 
 
Elétrica, Adriana voltou a ser decisiva aos 32. Ela recebeu a bola de Yasmin e disparou um míssil no ângulo do Palmeiras para ampliar o placar. Sem poder de reação, o Palmeiras ouvia o técnico Ricardo Belli pedir ao time para colocar a bola no chão, mas as adversárias não deram trégua. 
 
Aos 37 minutos, a brasiliense Victória Albuquerque dominou a bola no peito dentro da grande área e emendou uma bicicleta digna de Rei Pelé ou da Rainha Marta em Itaquera. Certamente eles assinariam a pintura.  O gol foi o 51º de Victória em 66 exibições pelo Corinthians. 
 
Do terceiro gol em diante, o que se viu foi um Palmeiras entregue, louco para o jogo acabar a fim de amenizar o atropelamento em uma finalíssima desequilibrada. Havia expectativa por um duelo mais competitivo depois do empate por 1 x 1 no meio da semana passada pelo Paulistão, mas o Corinthians ignorou as rivais com exibição impecável. Camilinha ainda diminuiu o placar para 3 x 1, mas era tarde. 
 
Pesou contra o Palmeiras, por exemplo, a ausência da artilheira Bia Zaneratto. Autora de 13 gols na competição, a atacante voltou para o futebol chinês depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela e Chú foram os principais investimentos do clube na temporada. 
 
O Timão teve o melhor ataque da Série A1 do Brasileirão com 64 gols. Chegou à final pela quinta vez consecutiva. Antes do título de ontem, havia ficado com a taça em 2018 e em 2020 e amargado o vice em 2017 e em 2019.
 
O Corinthians voltou a tratar o futebol feminino com dignidade em 2016. Desde então, o clube se transformou em uma das potências do país. Além dos três Brasileiros, ganhou duas Libertadores (2017 e 2019), uma Copa do Brasil (2016) e dois Paulistas (2019 e 2020).  
 
Agora, o Corinthians foca no Paulistão e na Libertadores. As meninas terão pela frente na fase de grupos San Lorenzo (Argentina), Nacional (Uruguai) e Sol de América ou Capiatá (Paraguai) na competição continental.


“Estou muito feliz, espero sentir isso mais vezes com a camisa do Corinthians. ão sou de fazer gols como esse, mas como se diz na Zona Leste, foi uma mini bike para o tricampeonato”
 
 
Victória Albuquerque, meia do Timão

Correio Braziliense domingo, 26 de setembro de 2021

CRISE EXIGE CUIDADO NOS GASTOS

Jornal Impresso

Crise exige cuidado nos gastos
 
 
Carestia desenfreada torna cada vez mais necessário economizar para manter o orçamento equilibrado e não afundar em dívidas. Segundo educadores financeiros, com disciplina e mudanças de hábitos diários, é possível evitar danos ao bolso

 

» VERA BATISTA

Publicação: 26/09/2021 04:00

Com o aumento constante do preço dos alimentos, típico de um cenário de inflação agravado pela pandemia, pela alta dos juros e pela desvalorização do real, além da crise hídrica que elevou a tarifa da energia, o dinheiro some do bolso. E os consumidores ainda têm que conviver com desemprego, desalento, escândalos políticos e queda na qualidade de vida. Tudo isso — e mais surpresas que podem vir — requer atenção e determinação para manter o orçamento doméstico equilibrado.
 
A palavra de ordem do momento é economizar, sobretudo, entre as donas de casa, que já estão tirando produtos essenciais dos carrinhos de supermercado. Disciplina é indispensável em tempos de crise. O especialista em finanças e professor da Faculdade Santa Marcelina Enrico D’Onofrio destaca que o planejamento do orçamento familiar é fundamental para conseguir driblar as dificuldades. “O aumento dos custos com alimentação, transportes e energia elétrica são aqueles que merecem maior atenção, uma vez que estão no topo da lista dos itens com maior inflação”, alerta.
 
No caso dos alimentos, uma solução possível é buscar melhores preços, normalmente mais acessíveis nos atacarejos, e pesquisar. Quando se compra no atacado, em maior quantidade, e em promoções, o valor unitário das mercadorias é menor. Além disso, há a vantagem de poder reunir a família para compartilhar os artigos básicos. “A busca de produtos substitutos também pode ser uma boa solução”, aponta D’Onofrio.
 
O aumento substancial da gasolina é outro problema que tira o sono de grande parte da população que necessita seja do veículo próprio seja do transporte coletivo urbano para se deslocar ao trabalho ou à escola. “Para aqueles que utilizam veículo próprio, uma alternativa é o compartilhamento dos gastos com outras pessoas que vão para um destino próximo”, recomenda o especialista.
 
O professor chama a atenção, ainda, para a necessidade do consumo consciente da água e da energia elétrica. “Nas residências, um dos produtos que mais gasta energia elétrica é o chuveiro. Devemos observar nossos hábitos, para evitarmos a escassez maior ou o racionamento”, destaca.
 
Eletrônicos
 
O educador financeiro Tiago Cespe, da Cespe Educação Financeira, enfatiza, também, a necessidade de prestar atenção aos pequenos eletrônicos dentro de casa, que consomem muita energia sem que se perceba. Se forem desligados, o impacto positivo no orçamento é grande. “Muitas pessoas deixam o microondas ligado, por exemplo, só para ver o horário, o que é possível ver no celular. Não há nenhuma necessidade de deixar o microondas na tomada.” Uma saída é manter o rádio, o aparelho de som e outros eletrônicos conectados a uma régua de energia, e mantê-la desligada durante o dia.
 
São coisas aparentemente simples, mas que fazem a diferença. “O preço da gasolina, por exemplo, pode ficar mais leve com algumas atitudes. Será que é necessário andar de carro diariamente? O ideal é ir ao trabalho alguns dias de transporte público, ou até mesmo procurar outros transportes que não consomem muita gasolina: bicicletas, motocicletas, entre outros”, assinala Cespe.
 
 “Sobre o gás de cozinha, observe que usamos várias panelas para preparar refeições separadas. É importante ficar atento se não é possível otimizar isso. O banho também precisa ser curto, apenas para higienizar o corpo, e não ficar refletindo sobre a vida”, reitera.
 
Apesar de todas as dificuldades — ou mesmo por conta delas —, o consultor financeiro salienta que não se pode abrir mão de manter uma reserva financeira. “É muito importante anotar em uma planilha os gastos da família. Há pequenas despesas, como programação de TV, que, muitas vezes, pagamos e não usamos. Às vezes, temos um plano de celular de que não precisamos. E também gastamos com lanches ou cafezinho fora de hora. Não se trata de abrir mão de prazeres na vida. A ideia é analisar os exageros”, aconselha Tiago Cespe.
 
Pensamento “jaque”
 
 Há uma grande diferença entre ser feliz e ser descontrolado. Segundo Bruna Allemann, especialista em educação financeira da Acordo Certo, empresa de renegociação de dívidas, o pensamento “jaque”, atrelado à autogratificação, é bem comum entre os millennials e a geração Z (nascidos a partir de 1995) — mas não apenas entre eles. Começa com as seguintes observações: “Já que eu ganhei um pouco mais neste mês, vou comprar um relógio. Ah, já que eu não vou conseguir juntar dinheiro neste mês, vou pedir uma comida no delivery”. É o que ela chama de “taxa do eu mereço” que faz as pessoas gastarem mais do que realmente deveriam.
 
A especialista reforça que a despreocupação com o dinheiro é um hábito mundial — e mais comum do que parece. A frase mais recorrente é “não me preocupo tanto em poupar, prefiro viver o presente”. “Gastar sem pensar e querer gratificações imediatas é um risco muito alto quando olhamos a longo prazo. No fim, as pessoas perdem a oportunidade de usufruir de uma reserva financeira em casos de emergência, de investir em uma velhice segura, de recorrer a um plano médico melhor, além de apoiar os familiares em casos de necessidade”, avalia.
 
Bruna aponta estratégias para aqueles que querem se ver livres da “taxa do eu mereço”. O começo é simples: papel e caneta, diz. Primeiramente, anote custos fixos e de luxo — suas taxas de merecimento mensais. Faça esse exercício por três meses. As anotações trazem uma grande clareza de quanto se gasta com “pequenos mimos”, além de mostrar quanto poderia ser poupado. Se isso não der certo, recolha, se possível, tudo que foi comprado nos últimos três meses e se pergunte o quanto cada objeto ou serviço foi essencial para você.
 
“Muitas vezes, o que foi comprado nessa gratificação pessoal deve ter sido usado poucas vezes ou, até mesmo, nenhuma”, destaca Bruna Allemann. O próximo passo é se organizar e aprender a lidar com as despesas.  “Não tenha medo nem vergonha de falar ‘não posso fazer isso agora’, ou melhor, ‘isso não é prioridade neste momento’. É a partir daí que a mudança vai acontecer. Sem determinação e organização, o equilíbrio financeiro não se concretiza.”
 
Esforço
 
Em seguida, é fundamental “calcular o seu tempo”.  “Já parou para pensar quanto tempo você leva para ganhar R$ 100? Há um exercício que nos ajuda a mensurar a remuneração. Pegue seu salário e o divida pelas horas trabalhadas no mês, para descobrir o valor da hora. Agora, divida por 100 o valor que você encontrou no cálculo anterior. Este é o tempo do seu esforço. Tendo em mente o tempo que você demora para conquistar os tão suados R$ 100, fica mais fácil mentalizar se aquele gasto enorme que você demorou 10 minutos para fazer vale realmente à pena”, compara Bruna.
 
O quarto passo é ter um planejamento financeiro eficiente, que deve ser revisado sempre que necessário. Para isso, a educadora financeira aconselha o método 50, 30, 20. Anote o valor total de suas receitas, ou seja, tudo que você ganha no mês — sem contar as rendas eventuais. Divida uma folha de papel em três colunas: 50%, 30% e 20%. “Na primeira, veja quanto dá 50% do valor da sua receita e abaixo dela escreva todos os custos fixos como moradia, alimentação, educação, transporte e saúde. Na segunda, coloque 30% da renda. Ali, relacione todos os custos de luxo, ou seu merecimento mensal. A última coluna, de 20% do que você recebe, será o valor que você irá poupar.”
 
No final, é possível observar que os custos não se encaixam perfeitamente nesta regra, alerta, mas o processo servirá para nortear quais são prioritários. “O que sobrar, vai para a coluna do meio. Essa deverá ser a inteligência da sua reorganização financeira. Pode ser que seus custos fixos cheguem a 70% do seu salário. Não tem problema, poupe 20% e gaste 10%. O gastar é a última coisa que você deve fazer, e se quiser gastar mais, ajuste seus custos fixos, mas nunca deixe de guardar.”
 
O último passo é desfrutar do equilíbrio entre gastar, economizar e poupar. E alguns pontos são importantes, destaca Bruna Allemann. “Ter controle — inclusive emocional — sobre suas finanças; ter a liberdade financeira para aproveitar a vida; ter foco e compromisso com os seus objetivos pessoais e financeiros; estar sempre protegido, com uma reserva para imprevistos. Com esse passo a passo, é possível pagar as contas, guardar dinheiro e ainda se dar aquele presente tão sonhado. Tudo é uma questão de planejamento”, reforça.


"O aumento dos custos com alimentação, transportes e energia elétrica são aqueles que merecem maior atenção, uma vez que eles estão no topo da lista dos itens com maior inflação”
 
Enrico D’Onofrio, professor da Faculdade Santa Marcelina


"Há pequenas despesas, como programação de TV, que, muitas vezes, pagamos e não usamos. Não se trata de abrir mão de prazeres na vida. A ideia é analisar os exageros”
 
Tiago Cespe, educador financeiro


Correio Braziliense sexta, 24 de setembro de 2021

ANA CAROLINA VEM MATAR A SAUDADE

 

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ANA CAROLINA VEM MATAR A SAUDADE
 
 
 
Cantora faz show ao vivo, hoje, após quase dois anos, e fecha programação do projeto open air Vibrar. (Leo Aversa/Divulgação)
 



Correio Braziliense segunda, 20 de setembro de 2021

LUIS GUSTAVO SE ENCANTOU - ARTISTA DEIXA-NOS AOS 87 ANOS DE IDADEOS

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A brilhante vida de Tatá
 
 
Estrela de Sai de baixo, Luis Gustavo, o ator que era conhecido como Tatá, morreu em São Paulo ontem. A última aparição do artista na TV foi em 2018

 

» Giovanna Fischborn
» Ronayre Nunes

Publicação: 20/09/2021 04:00

 (TV Globo/Divulgação)  


Dos bastidores para o humor em cena. O ator Luis Gustavo começou trabalhando na TV como contrarregra, auxiliar de iluminação e cinegrafista. Quando migrou para a parte artística, realizou papéis inesquecíveis. Personagem popular, o ator foi Vavá, do programa Sai de baixo. Ele morreu ontem, aos 87 anos, em Itatiba, São Paulo, onde morava. Conforme comunicado da Rede Globo de Televisão, foi vítima de complicações de um câncer no intestino.

Filho de espanhóis, Luis Gustavo nasceu em Gotemburgo, Suécia, em 2 de fevereiro de 1934, e migrou para São Paulo ainda criança. Ele deixa dois filhos, Luis Gustavo Vidal Blanco, da união com Cris Heloísa Vidal, e Jéssica Vignolli Blanco, da relação com Desireé Vignolli. O ator era casado com Cris Botelho. Deixa, ainda, uma neta e dois sobrinhos.

Tatá, para os mais íntimos, foi assistente de direção de vários programas, entre eles o teleteatro TV de Vanguarda, produção que rendeu a estreia dele como ator. Na época, Walter Avancini havia adoecido e faltava um ator para Mas não se matam cavalos, de Horace McCoy. Luis Gustavo, então, o substituiu. Depois disso, não parou mais de interpretar.

 (TV Globo/Divulgação)  
 (TV Tupi/Divulgação)  
 (TV Globo/Divulgação)  
Sai de baixo não foi o único sucesso do ator, o detetive Mário Fofoca rendeu a ele longos anos de atuação na Rede Globo e ainda um filme. Um longa-metragem também surgiu da sua intepretação enquanto Beto Rockfeller (Eliana Rodrigues/Divulgação)  
Sai de baixo não foi o único sucesso do ator, o detetive Mário Fofoca rendeu a ele longos anos de atuação na Rede Globo e ainda um filme. Um longa-metragem também surgiu da sua intepretação enquanto Beto Rockfeller


TV e teatro


A estreia no mundo das novelas veio com Se o mar contasse, de Ivani Ribeiro, na TV Tupi, em 1964. Também na emissora, fez diversos trabalhos nos anos 1960: O sorriso de Helena (1964), O Direito de nascer (1964), O Amor tem cara de mulher (1966) e Estrelas no chão (1967).

Na época, além da TV, Luis Gustavo dava início à carreira no teatro. Com a atuação em Quando as máquinas param (1967), de Plínio Marcos, ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Teatro (APCT).

Um ano depois, participou da telenovela brasileira, Beto Rockfeller, de temática urbana e linguagem moderna, que influenciou a produção de telenovelas da época. Depois de um ano no ar, Beto Rockfeller foi adaptado para o cinema por Olivier Perroy, em filme protagonizado por Luis Gustavo. A imagem de Tatá ficou bastante associada à do anti-herói espertalhão.

Contratado pela TV Record, atuou em Editora Mayo, bom dia (1971), de Walther Negrão. Em seguida, novamente na TV Tupi, esteve em Os inocentes (1974), de Ivani Ribeiro, e O sheik de Ipanema (1975), de Sérgio Jockyman.

Após uma pequena participação no filme Amada amante, Luis Gustavo, de volta à Globo, interpretou o detetive Mário Fofoca, em Elas por elas (1982), de Cassiano Gabus Mendes. O sucesso foi tamanho que a trama foi reestruturada para explorar mais as cenas de humor envolvendo o detetive. Quando a novela terminou, e ainda com a popularidade de Mário Fofoca em alta, estrelou o filme As aventuras de Mário Fofoca (1982), de Adriano Stuart, e o seriado Mário Fofoca (1983), com textos de Luis Fernando Verissimo.

Na série, Mário Fofoca era um detetive confuso e desastrado, que solucionava os casos aos trancos e barrancos; mas, desta vez, se mudara para o Rio de Janeiro para viver na casa da mãe, Raquel (Ana Ariel), uma senhora que não aprovava a profissão do filho. Ele contracenava com Osmar Prado e Evandro Mesquita.

Em 2010, Luis Gustavo pôde reviver Mário Fofoca, que ressurge como personagem da segunda versão da novela Ti-ti-ti.

Eterno Vavá


Foi nos anos 1990 que um novo humorístico entrou na agenda de trabalhos de Luis Gustavo: seria feito ao vivo e com plateia, e dava espaço para todo tipo de improviso que surgisse. Com essa dinâmica, criou-se o Sai de baixo, que foi ao ar, com sucesso, de 1996 a 2002.

Era difícil segurar o riso. O programa explorava os erros de gravação, e a plateia e o próprio elenco se divertiam muito. Em Sai de baixo, Luis Gustavo deu vida ao Tio Vavá, patriarca de uma louca família. Os outros personagens da trama eram Cassandra (Aracy Balabanian), Magda (Marisa Orth), Caco (Miguel Falabella) e os empregados João Canabrava (Tom Cavalcante) e Edileusa (Claudia Jimenez).

Em 2013, Sai de baixo ganhou uma temporada extraordinária, em parceria com o canal Viva, exibido também na Globo. O humorístico retornou aos palcos — o Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo —, com elenco e equipe técnica originais e quase completos.

No mesmo ano, o ator participou da novela vencedora do Prêmio Emmy Internacional de 2014: Jóia rara, de Duca Rachid e Thelma Guedes. Os últimos trabalhos de Luis Gustavo na TV Globo foram Brasil a bordo e Malhação: vidas brasileiras, ambos em 2018.

Repercussão

Marcados pela grandiosidade dos papéis que ganharam vida com Luis Gustavo, artistas, e personalidades brasileiras comentaram a morte do ator. Miguel Falabella, colega do Sai de baixo, postou em uma rede social: “Meu amado Tatá, eu confesso que não estava preparado para me despedir de você. Sequer sonhava com esse momento, pois, além de meu ídolo, você foi uma das melhores pessoas com quem tive a oportunidade de cruzar neste plano. Que linda existência! Que vida animada!”

Letícia Spiller, o autor Walcyr Carrasco, Lúcio Mauro Filho e Marcelo Médici também deixaram mensagens de carinho na internet.



Correio Braziliense sexta, 17 de setembro de 2021

EM RITMO DE PARALAMAS

Jornal Impresso

Em ritmo de Paralamas

 

» Irlam Rocha Lima

Publicação: 17/09/2021 04:00

A banda Paralamas do Sucesso se apresenta hoje no projeto Open Air Vibrar (Curta On/Divulgação)  
A banda Paralamas do Sucesso se apresenta hoje no projeto Open Air Vibrar
 
Paralamas do Sucesso é, entre as bandas de rock brasileiras, a recordista de apresentações em  Brasília, onde tem tocado desde meados da década de 1980. A última vez que esteve aqui foi em 10 de outubro de 2020, quando fez show no Drive-In. Hoje, de volta à capital, é a atração do projeto Open Air Vibrar, na área externa do Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental. Aqui, Herbert Vianna (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone fazem a pré-estreia da turnê Paralamas Clássicos, tendo a companhia de João Fera (teclados), Monteiro Jr. (sax) e Bidu Cordeiro (trombone).
 
Nesse concerto, o público vai ouvir músicas que marcaram a carreira do Paralamas, entre as quais Vital e sua moto, Óculos, Meu erro, Romance ideal, Alagados, Lanterna dos afogados, Uma brasileira, Ela disse adeus e Cuide bem do seu amor.
 
A exemplo de outros artistas e grupos da música brasileira, o Paralamas cumpriu longo período de quarentena e, nesse tempo, apresentou lives. Ao retomar as atividades, além do show na capital, em 2020, tocou em alguns eventos corporativos. “Estávamos nos preparando para fazer a estreia do Paralamas Clássicos no Circo Voador, aqui no Rio de Janeiro, show com o qual iríamos cumprir nova turnê pelo país. Mas, com o surgimento da pandemia, tivemos que adiar nossos planos”, comenta João Barone. “Voltar a Brasília, onde temos um expressivo número de fãs, é sempre motivo de alegria, principalmente para  participar de um projeto que é realizado em local aberto e que oferece segurança para o artista e o público”, acrescenta o baterista.
 
Com quase 40 anos de carreira, a banda lançou 13 discos de estúdio, 11 DVDs, emplacou incontáveis sucessos e conquistou oito prêmios, em diversas categorias, no Grammy Latino. Historicamente, o Paralamas  foi descoberto pelo grande público após a repercussão obtida com a participação na primeira edição do Rock in Rio, Desde então, passou a conviver com a agenda repleta de compromissos e frequentes turnês pelo Brasil e por países como Argentina, onde também conquistou muito sucesso.



Correio Braziliense terça, 14 de setembro de 2021

GASTRONOMIA: POR UMA VIDA SAUDÁVEL

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Por uma vida mais saudável
 
O Ministério da Agricultura inicia hoje a Semana do Alimento Orgânico. A iniciativa faz parte da Exposição Agropecuária de Brasília e tem o intuito de ressaltar os benefícios desses produtos na saúde e na segurança alimentar e nutricional

 

Ana Maria Pol

Publicação: 14/09/2021 04:00

O servidor público Luís Renato Dias, 55 anos, prioriza a alimentação orgânica há cerca de três anos (Carlos Vieira/CB/D.A Press
)  
O servidor público Luís Renato Dias, 55 anos, prioriza a alimentação orgânica há cerca de três anos
Quando o assunto é alimentação saudável, é preciso ir além do prato colorido, cheio de frutas e verduras. A forma como o produto é produzido também tem sido um fator levado em consideração pelos consumidores. Nessa aposta, as produções naturais, livre de defensivos agrícolas é a nova opção favorita. Com o objetivo de melhor esclarecer sobre o assunto, hoje, inicia-se a Semana do Alimento Orgânico no Distrito Federal, que faz parte da Exposição Agropecuária de Brasília (Expoabra), e segue até sábado, em formato digital (veja Programação). 
 
A iniciativa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), acontece anualmente em todo o país e tem como objetivo informar e esclarecer dúvidas de consumidores, além de apresentar produções orgânicas. Neste ano, o tema será “Alimento orgânico: sabor e saúde em sua vida”, com o intuito de ressaltar os benefícios do alimento orgânico na promoção da saúde, na segurança alimentar e nutricional, bem como o sabor e o aproveitamento integral dos alimentos, aliado ao respeito ao meio ambiente e à justiça social.
 
A tendência, para os próximos anos, é de que cada vez mais pessoas façam adesão a esse tipo de produto, conforme explica Daniel Oliveira, gerente do escritório especializado em agricultura orgânica e agroecologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Um exemplo, de acordo com ele, é a Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), que por meio de uma cota fixa mensal, os coagricultores (antigos consumidores) recebem uma caixa semanal ou quinzenal de produtos agrícolas, como frutas, verduras, legumes, ovos, leite e o que mais estiver combinado com o agricultor. Tudo de acordo com a estação e com a safra do período, respeitando os tempos da natureza e também do produtor.
 
“É uma tendência. Essa proximidade do produtor com o consumidor tem feito com que muitos que antes não tinham interesse, comecem a comprar e priorizar produtos orgânicos”, diz Daniel. Segundo o gerente, outro fator que ajuda o aumento do consumo é a produtividade do DF. “De forma geral, está entre as mais altas do país. Grande parte deve ao trabalho de assistência que a Emater faz, acompanhando o produtor que começa a fazer parte desse universo. Segundo os dados da empresa, o DF tem 257 produtores orgânicos certificados. Em 2019, havia 512,0477 hectares de área plantada com produtos orgânicos. Em 2020, o espaço subiu para 598,3689 hectares, mostrando que a busca pelos orgânicos tem aumentado ano a ano. 
 
Prioridade
 
O servidor público Luís Renato Dias, 55 anos, começou a priorizar a alimentação orgânica há cerca de três anos. De acordo com ele, o interesse surgiu após ele ler mais sobre o assunto. “Me chamou a atenção as reportagens falando sobre o nível de consumo de agrotóxico no Brasil, por pessoa. Automaticamente, começamos a procurar formas de se livrar um pouco desse consumo excessivo”, diz. Alérgico ao leite e derivados, e tomate, Luís explica que, ao iniciar o consumo de orgânicos, percebeu que a reação era diferente. “Não sei se há algum estudo, observei de forma empírica. Mas percebi que, ao me alimentar do tomate, ou leite, sem conservante, quase não tinha reação, e vi que valia a pena. 
 
Além da melhora no quadro alérgico, Luís diz que a família passou a ter mais segurança alimentar. “Quando você passa a consumir alimentos orgânicos, têm acesso a quem é responsável pela produção. Você sabe a origem, acompanha o processo e oferece à família um produto de melhor qualidade”, pontua. Além disso, o servidor explica que, apesar de os produtos serem mais caros, houve um benefício a médio prazo. “Eu reduzi a quantidade de medicamentos em casa, e não só pelo meu problema de saúde, mas remédios de dor de cabeça e corporal. Então, vale a pena optar por produtos mais sustentáveis”, complementa.
 
A professora Edilene Carneiro, 53, também faz parte do grupo de pessoas que decidiu melhorar a qualidade de vida por meio da alimentação. Para isso, ela montou a própria horta, em casa, livre de agrotóxicos. “Sempre sonhei em ter minha hortinha, mas nunca tive tempo hábil. Foi quando me aposentei, em 2019, que consegui começar esse projeto. Gosto muito de temperos aromáticos e comecei com isso. Daí, depois veio o tomate, a couve, e por aí foi”, conta. Moradora da Candangolândia, Edilene juntou a vontade de comer coisas sem agrotóxico com a proatividade, e começou a estudar para conhecer mais do assunto. “A maior dificuldade para começar foi a falta de aprendizado. A gente precisa saber a época de plantar, como regar, quantas sementes. Procurei na internet e aprendi”, conta.
 
Agrotóxicos
 
De acordo com a nutricionista Daniela Vitória Teixeira Nascimento, do Hospital Santa Lúcia Sul, discutir hábitos alimentares e os benefícios dos orgânicos é de fundamental importância para a saúde. “Atualmente, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Alguns estudos comprovam os malefícios para a saúde humana e ambiental da exposição aos agrotóxicos”, pontua. A especialista explica que tal exposição pode causar uma série de doenças. “Depende do produto que foi utilizado, do tempo de exposição e quantidade de produto absorvido pelo organismo, podendo provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais e até problemas mais sérios. Porém, até hoje não foram monitoradas exposições por um longo período de tempo e como o ser humano está exposto a múltiplos fatores, ainda não é algo bem documentado”, lamenta. 
 
Daniela explica que os alimentos orgânicos se destacam pela baixa toxicidade e maior teor de nutrientes, além de apresentarem quantidades reduzidas de nitrito e nitrato comparados aos inorgânicos. “Os orgânicos não possuem substâncias fortes, que são prejudiciais à saúde. Os solos em que são produzidos são balanceados com adubos naturais, e, por ser uma produção sem fertilizantes, o sabor não é alterado”, garante.
 
Programação
Acompanhe as atrações da Semana do Alimento Orgânico em: https://expoabra.com.br.

Correio Braziliense segunda, 13 de setembro de 2021

CALOR EM BRASÍLIA, INCÊNDIO NA CHAPADA

Jornal Impresso

 
 
 (Bárbara Cabral/Esp.CB/D.A Press)
As altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar deixam o Distrito Federal e regiões como a Chapada dos Veadeiros (GO) em estado de alerta. Ontem, turistas tiveram de ser retirados do Vale da Lua (foto), depois do avanço das chamas na vegetação seca. A situação é crítica no local. No DF, os bombeiros atenderam 1.682 chamadas de incêndios florestais em apenas 10 dias.  (CBM/GO)
 
 
As altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar deixam o Distrito Federal e regiões como a Chapada dos Veadeiros (GO) em estado de alerta. Ontem, turistas tiveram de ser retirados do Vale da Lua (foto), depois do avanço das chamas na vegetação seca. A situação é crítica no local. No DF, os bombeiros atenderam 1.682 chamadas de incêndios florestais.
 


Correio Braziliense sábado, 11 de setembro de 2021

ALCEU VALENÇA: TODA ENERGIA

Jornal Impresso

Toda energia de Alceu
 
O cantor e compositor Alceu Valença faz show, hoje, na cidade e mostra o resultado da longa quarentena: quatro álbuns. Três deles, só com voz e violão. (Tati Zanichelli/Divulgação)
 
Cantor e compositor fala ao Correio sobre show que fará na cidade e da produção musical durante a pandemia. Homenageia, também, o amigo e guitarrista Paulo Rafael

 

» Irlam Rocha Lima

Publicação: 11/09/2021 04:00

 (Leo Aversa/Divulgação)  
 
Artista estradeiro, Alceu Valença manteve-se em casa desde março de 2020, cumprindo uma longa quarentena, determinada pela pandemia da covid-19. Sem se deixar impregnar pela inércia, o sempre inquieto cantor e compositor pernambucano aproveitou o tempo para desenvolver um projeto que resultou em quatro álbuns — três deles de voz e violão e um outro gravado com o acompanhamento do guitarrista Paulo Rafael, morto recentemente.
 
O primeiro, Sem pensar no amanhã, está disponível nas plataformas digitais, enquanto Saudade, o segundo, chega em breve. O terceiro, com o qual Alceu homenageia Paulo Rafael ,tem lançamento previsto para o final do ano; e o quarto, em 2022. Todos esses discos foram produzidos por Rafael Ramos, com a chancela da gravadora Deck.
 
Nesse trabalho, de caráter intimista, o cantor fez releitura de clássicos de sua obra, entre os quais La belle de jour, Táxi lunar, Tropicana, Estação da luz e Ciranda da rosa vermelha; e de canções menos conhecidas como Iris, Ladeiras e Marin dos Caetés. A elas, se juntam algumas inéditas, como Era verão, Saudade e Sem pensar no amanhã.
 
Várias  foram reunidas no repertório do show que Alceu fará hoje, às 20h, pelo Vibrar — Parque Gastronômico, instalado na área externa do Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental. No palco, ele terá a companhia da banda formada por Léo Lira (guitarra), Nando Barreto (baixo), Tovinho (teclados), André Julião (sanfona) e Cássio Cunha (bateria).
 
» Entrevista// Alceu Valença
 
Neste ano você lançou os álbuns Sem pensar no amanhã e Saudade, os primeiros de voz e violão, em toda a sua trajetória. O que o levou a optar por este formato?
Com a quarentena na pandemia, precisei ficar mais tempo em casa e toquei violão como nunca. Desde os tempos em que morei em Paris, em 1979, que eu não tocava tanto. Fui recordando canções, sucessos, compus músicas novas. Um dia, minha mulher, Yanê, me disse: “Está lindo!” Eu digo: “O quê?” E ela: “Isso que você está tocando. Foi aí que resolvi fazer um álbum em voz e violão. Fui para o estúdio e comecei a gravar. Em vez de um, gravei três álbuns — dois já lançados e um outro com a participação de Paulo Rafael, que sai no final do ano, como uma homenagem a um dos meus melhores amigos, parceiro, músico com quem toquei durante tantos anos. Depois, ainda gravei um quarto álbum, que devo lançar no ano que vem. E ainda teve um extra, Papagaio do futuro, que lancei como single na semana passada.
 
Sem pensar no amanhã, com 11 faixas, foi, também, o primeiro disponibilizado nas plataformas 
digitais. Vai sentir saudade do disco físico?
Não me importo tanto com formato. O que vale é a música. Os álbuns de voz e violão também estão no formato CD. O primeiro, Sem pensar no amanhã, já saiu. O segundo, Saudade, deve sair em breve.
 
Que critério utilizou para a escolha do repertório?
São músicas que gosto de tocar. Gravei sucessos, como Belle de Jour, Táxi Lunar, Tropicana, Como dois animais, Solidão mas também inéditas, como Era verão, Saudade, Sem pensar no amanhã. Penso no meu repertório como se fosse um filme. Gosto que o roteiro conte uma história.
 
Além de produtor, que outra função Rafael Ramos desempenhou?
Gosto muito de trabalhar com o Rafael, um produtor sensível, que me deixa totalmente à vontade no estúdio. A Deck é uma gravadora amiga da arte. E destaco também o técnico de som, Mateus, que conseguiu tirar uma sonoridade impecável da gravação.
 
Recentemente, você perdeu um amigo e parceiro artístico, com a morte de Paulo Rafael. Que falta ele faz em sua vida e em seu trabalho?
Paulinho foi um grande amigo, eu o tinha como um irmão. O conheci em Olinda, no início dos anos 1970. Eu o vi tocando e fiquei impressionado com sua musicalidade. Falei para ele: um dia ainda vamos tocar juntos. Tempos depois, ele começou a tocar comigo no festival Abertura em 1975, e não parou mais. São tantas histórias, lembranças, uma convivência sempre afetuosa e enriquecedora. Ah, saudade.!
 
Em Brasília ,você estará de volta ao palco, após manter-se em casa por longo período da quarentena. O que isso representa?
A expectativa é grande. Antes da pandemia, costumava dizer que moro numa maleta, porque estava sempre na estrada. Depois de tanto tempo, não deixa de ser um alento saber que os shows estão voltando, tudo com muito cuidado, seguindo os protocolos. Fiz algumas lives neste período, mas show com plateia mesmo, o de Brasília será o segundo. Na semana passada cantei em Pirenópolis (GO). Foi emocionante reencontrar as pessoas.

Correio Braziliense sexta, 10 de setembro de 2021

CERRADO EM CHAMAS

Jornal Impresso

Cerrado em chamas
 
Equipes enfrentam altas temperaturas madrugada adentro para impedir desastres ambientais que podem ser evitados com práticas responsáveis da população

 

Renata Nagashima - Júlia Eleutério

Publicação: 10/09/2021 04:00

 ( Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
 
Queimadas por todo o Distrito Federal e região protagonizam as últimas semanas. Pelo sétimo dia consecutivo, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) foi acionado para conter as chamas no Parque Nacional de Brasília — Água Mineral. As ocorrências não são episódicas na capital federal. Ontem, os esforços também estavam divididos com o enfrentamento a outro incêndio de grande proporção na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Ontem, a queimada completou dois dias, mobilizando 74 militares e 13 viaturas. A área atingida ainda não pode ser estimada, e até o fechamento desta edição, o fogo não havia sido controlado. 
 
O trabalho das equipes é árduo e o clima seco torna mais difícil debelar as chamas que são causadas por fatores naturais, mas, principalmente, pela ação humana. 
 
Segundo o CBMDF, os bombeiros só conseguem controlar as chamas durante a madrugada, quando o calor é menos intenso. No entanto, muitas vezes, voltam a arder durante o dia. O Tenente-Coronel Hugo, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, explicou que após serem acionados, os militares adentraram a madrugada trabalhando e a operação só é encerrada quando o fogo é totalmente extinto. 
 
Após a contenção, são feitas checagens e sobrevoos na região afetada durante o dia, para garantir que não existam outros focos. “A vegetação está totalmente seca no cerrado, e alguns tipos de plantas podem camuflar as brasas, o que é o suficiente para causar outro incêndio. Nós trabalhamos para combater as chamas assim que são detectadas e evitar que se espalhem devastando uma área maior ou até mesmo colocando vidas em risco”, explica o militar.
 
Durante esta semana, equipes também foram acionadas para combater incêndios na Ermida Dom Bosco e na Estação Ecológica de Águas Emendadas. De acordo com informações do CBMDF, os incêndios florestais atingiram 9.860 hectares de julho a agosto deste ano. Apenas nos primeiros cinco dias de setembro, as queimadas destruíram 1,7 mil hectares, sendo 536 hectares no Parque Nacional de Brasília.
 
Desde o início de 2021, os bombeiros atenderam 3.294 ocorrências, e as chamas atingiram uma área de 11.155 hectares. Historicamente, por causa das altas temperaturas e da baixa umidade, essa época do ano é a que registra o maior número de incidentes no DF. 
 
Vilões
 
Apesar do clima, o calor não é o responsável pelos incêndios, mas pode ser potencializador para incêndios provocados por causas naturais, como o fenômeno da combustão espontânea. Ele acontece quando, mesmo sem uma fonte inflamável externa, a vegetação seca começa a queimar. O atrito entre rochas ou até mesmo entre pelos de animais em locais de alta incidência de sol e de aquecimento podem desencadear a fagulha de um incêndio florestal.
 
Entretanto, casos como esse no DF são raríssimos, como destaca o professor aposentado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) Eleazar Volpato. Segundo ele, as causas de incêndios ambientais nesta região acontecem, em sua maioria, pela negligência humana.
 
O especialista explica que os incêndios são causados por uma combinação de três fatores: um clima quente e seco; a umidade do ar baixa; e a presença de alguma coisa que provoque a primeira fagulha, que pode ser desde um relâmpago, até bitucas de cigarro, pedaços de vidros, entre outros objetos deixados por seres humanos. “Incêndios que acontecem sozinhos são uma condição muito rara, como provocados por raios, por exemplo. Em sua grande maioria, eles acontecem por imprudência humana. As pessoas colocam fogo, deixam lixo, cigarro e fazem fogueiras. Além de objetos espelhados e que concentrem raios de sol, com o calor eles podem iniciar desastres difíceis de controlar”, aponta Volpato.
 
Para o engenheiro ambiental, um outro problema é a falta de campanhas educativas e da punição aos responsáveis. “Não tem conscientização e falta uma punição exemplar. Esses casos precisam ser investigados para que os responsáveis sejam penalizados. É preciso haver mais informação. Quando o incêndio é absolutamente intencional, ele é criminoso. Isso sem falar nos que acontecem por desleixo, e eles também deveriam ser punidos.”

Nos últimos dias, brasilienses acompanham queimadas pelo DF, como no Parque Nacional e na Floresta Nacional de Brasília  ( Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Nos últimos dias, brasilienses acompanham queimadas pelo DF, como no Parque Nacional e na Floresta Nacional de Brasília


Conscientização
 
Assim como grande parte das queimadas, reverter o cenário e garantir a  qualidade do clima depende da conscientização da população durante todo o ano. O Tenente-Coronel Hugo ressalta a importância de evitar a limpeza de terrenos com o uso de fogo, além de evitar fogueiras nessa época. “Muitas pessoas juntam resto de folha e galho para fazer fogueira e isso não pode acontecer, porque as brasas podem ser levadas para longe e provocar um incêndio”, explica. Com hábitos mais conscientes, o lixo pode virar adubo composto com os resíduos vegetais e de alimentos, o lixo seco deve ser recolhido pelo Serviço de Limpeza Urbano (SLU).
 
Outro ponto destacado por ele é a importância da colaboração da população que deve avisar aos Bombeiros sobre o foco de chamas nas áreas verdes. “Avistou um foco de fumaça, a pessoa deve ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros por meio do 193. Porque o ideal é que a gente combata esse foco o mais rápido possível para evitar o alastramento e maiores danos”, alerta.
 
Em caso de incêndio, os bombeiros alertam para que a população ligue, imediatamente, para 193. Quanto mais rápido as equipes forem avisadas, melhor será para controlar o fogo.
 
Dia Nacional do Cerrado
 
No dia 11 de setembro comemora-se o Dia Nacional do Cerrado, considerado o berço das águas no Brasil, onde estão as nascentes das maiores bacias hidrográficas do país, e um dos biomas mais ricos e antigos do planeta. Para marcar a data, a Universidade de Brasília (UnB) vai promover, nesta sexta-feira (10), a live “O Cerrado no Antropoceno”, às 16h, com o prof. dr. Reuber Brandão. A transmissão será pelo canal da UnBTV, no YouTube.
 
Outro destaque é a 11º Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, que acontece entre 10/9 e 26/9, com rodas de conversa on-line e trocas de sementes nos municípios. A programação e informações sobre a vegetação, a fauna, os parques, as trilhas e os frutos do cerrado podem ser conferidas no site unbcerrado.unb.br.
 

Correio Braziliense quinta, 09 de setembro de 2021

UMA CIDADE VESTIDA DE PAZ - UM VÉU BRANCO NA CIDADE

Jornal Impresso

 

Um véu branco na cidade

 

» Ana Silva Pol

Publicação: 09/09/2021 04:00

Rafaela Moreira:  
Rafaela Moreira: "O ipê floresce na seca, pior momento para todas as plantas"


As irmãs Tatiane Cássia e Elisângela Cristina:  
As irmãs Tatiane Cássia e Elisângela Cristina: "(Em Brasília) essas flores são ainda mais especiais"
 
Floração dos ipês-brancos dura de cinco a sete dias (Minervino J?nior/CB/D.A Press)  
Floração dos ipês-brancos dura de cinco a sete dias
 Enquanto a seca castiga os brasilienses, o colorido dos ipês conforta a rotina dos brasilienses que circulam pelas quadras e avenidas da cidade. Essas árvores fazem parte da identidade do Distrito Federal e rende debates apaixonados sobre qual floração é a mais bonita. Para quem defende a branca, chegou a hora de aproveitar.
 
De acordo com o biólogo e professor do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Stefano Aires, a cor branca é a penúltima florada. “As flores brancas florescem no final da seca, quando as sementes são dispersas pelo vento. É uma época que venta bastante, as sementes ficam no chão tempo suficiente para iniciar a estação chuvosa, e depois germinarem. É uma estratégia de sobrevivência da espécie”, ressalta.
 
Há quem diga que a florada branca anuncia a chegada da chuva, mas a relação não é tão simples e pode estar mais ligada a uma coincidência de “calendário”, conforme explica Stefano. “A cor da flor está relacionada ao tipo de polinizador. Os ipês são polinizados majoritariamente por abelhas, mas eles também têm autofecundação, ou seja, a própria flor pode se polinizar. Então, se você está mais perto da estação chuvosa, tecnicamente, teria mais polinizadores por conta dos recursos disponíveis. Mas como não começou a chover em abundância, não dá para fazer essa relação”, pontua. E a previsão, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que não chova tão cedo na capital federal. O meteorologista Cleber Souza explica que não há previsão de chuva para os próximos sete dias.
 
Apesar da incerteza da chuva, a floração branca, que dura de cinco a sete dias, encanta os brasilienses. A publicitária Rafaela Moreira Barreto, 26, mora no Sudoeste desde abril e acompanhou a florada branca de perto. Próximo à sua residência, um corredor de ipês-brancos disputa atenção, e Rafaela faz questão de admirar a todos. Ela conta que sai todos os dias para passear com seu cachorro, e sempre aproveita a oportunidade para fazer uma nova foto dos ipês. Isso porque a planta é a sua favorita. “Eu não sabia que aqui tinha ipês. Descobri quando me mudei. Foi uma bela surpresa”, destaca.
 
O favoritismo se justifica pelo simbolismo da árvore. “O ipê floresce na seca, pior momento para todas as plantas. Passa o ano inteiro quietinho na chuva e, na seca, floresce, dando cor ao ambiente árido. Eles florescem nas piores situações, sugere um significado diferente para os momentos de dificuldade”, diz Rafaela. Para ela, o ipê-amarelo ocupa o primeiro lugar em seu coração, mas o branco não está muito atrás: “Todos eles me trazem alegria”, garante.
 
Professor de ecologia da Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Bessa explica que a floração na seca se dá pela melhor adequação da planta. “Fisiologicamente a estratégia reprodutiva dos ipês é se reproduzir durante a seca. Parece um contrassenso se reproduzir numa época em que existe um desafio fisiológico, mas a planta adulta e as sementes resistem melhor à seca do que as plantas jovenzinhas. Por isso a floração do ipê é típica do período”, pontua.
 
Os desafios fisiológicos enfrentados durante a seca são o que fazem do ipê, uma planta de extrema importância para o bioma do cerrado. “Essa floração é extremamente importante, porque chega num momento de escassez de recursos. Animais polinizadores, como as abelhas que visitam as flores dos ipês, e pilhadores de néctar, como os periquitos, estão num momento da seca em que não há muitas alternativas de alimento para eles. Ter uma floração abundante, ainda que efêmera, como a dos ipês, garante um sustento nutricional a muitas espécies”, ressalta Eduardo.
 
Para quem é fã da natureza, a paisagem branca é de encher os olhos. As irmãs Tatiane Cássia Silva Galho, 39, arquiteta, e a fisioterapeuta Elisangela Cristina de Souza, 40, passaram a tarde fotografando as árvores. Foi na 211 Norte que elas encontraram um corredor dessas árvores. Mineiras, elas contam que moravam em Belo Horizonte antes de se mudarem para Brasília, e lá tinham o costume de ver ipês-roxos, amarelos e rosas. Mas foi na capital federal que conheceram a cor branca. “Em Minas tem muita árvore florida, mas o ipê não é tão valorizado como aqui. Foi em Brasília, que começamos a ver o ipê de forma diferente. Aqui, essas flores são ainda mais especiais”, ressalta Tatiane.


Nas redes

Quer ver suas fotos de ipês no Instagram 
do Correio? Use a hashtag #missaoipecb quando publicar suas fotos na rede social.


Florações
 
» Ipê-roxo: de maio a agosto
» Ipê-amarelo: de julho a setembro
» Ipê-branco: de agosto a outubro
» Ipê-rosa: de agosto a outubro



Você sabia?
 
Neste ano foi lançado um aplicativo para ajudar os encantados pelos ipês da capital a encontrarem as árvores floridas pelo DF. A novidade faz um levantamento das árvores, além de mostrar como chegar aos locais e informar sobre a floração e os serviços públicos disponíveis nas proximidades. O app Ipês é gratuito e está disponível para Android e IOS.

Correio Braziliense quarta, 08 de setembro de 2021

DIA DE REFRESCAR: O FERIADO FORA DA ESPLANADA

Jornal Impresso

O feriado fora da Esplanada

 

» EDIS HENRIQUE PERES

Publicação: 08/09/2021 04:00

 

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  

 (Bárbara Cabral/Esp.CB/D.A Press)  

Jéssica e Jeferson aproveitaram o dia com um piquenique no Deck Sul (Edis Henrique Peres/CB/D.A Press)  
Jéssica e Jeferson aproveitaram o dia com um piquenique no Deck Sul

A família de Valney passeou no Lago Sul para fugir do calor de casa (Bárbara Cabral/Esp.CB/D.A Press)  
A família de Valney passeou no Lago Sul para fugir do calor de casa

 


A junção de um feriado com a temperatura de 34°C registrada na capital federal ontem fez muitos brasilienses deixarem o calor de casa para aproveitar pontos turísticos ao ar livre. Devido ao clima seco, típico desta época do ano, o roteiro de muita gente incluiu atividades no Eixão — fechado para veículos durante o dia —, no Parque da Cidade e, claro, nos decks à beira do Lago Paranoá.

A tentativa de fugir do calor foi um dos motivos que levou o casal Jéssica Marinho da Silva, 29 anos, e Jeferson Rosário Moura, 31, a fazer um piquenique sentados à sombra, no Parque Deck Sul. “Até pensamos em ir ao Parque da Cidade, mas ficamos com medo, devido às manifestações”, contou a terapeuta ocupacional. Moradores de Samambaia, eles levaram bebidas geladas e salgados para aproveitar o dia. “Viemos curtir um pouco, porque trabalhamos ontem (segunda) e, amanhã (hoje), trabalharemos de novo. Queríamos sair”, completou o desenvolvedor de sistemas.

Valney Marques, 42, trabalha como motorista e mora em Ceilândia. Ele tirou o dia de folga para passear com a família. Acompanhado dos dois filhos e da esposa, a programação teve passeio perto da Ponte das Garças e almoço em um shopping da região, tudo para fugir do calor de casa. “Aqui (no Deck Sul) também está quente, mas, de vez em quando, bate um vento mais fresco”, descreveu Valney.

Na região, enquanto diversos pais e mães aproveitavam as temperaturas mais brandas perto da água, crianças e adolescentes andavam de skate, jogavam bola, pedalavam e brincavam de pique-pega. O movimento, porém, não foi intenso. “Geralmente, neste horário (perto das 13h), tem muito mais pessoas reunidas. Está calmo por causa da Esplanada”, opinou Maria Oscarina, 45, dona de um negócio de cachorro-quente. Ela trabalha no Deck Sul diariamente, das 10h às 20h, inclusive em fins de semana e feriados.

Do outro lado da cidade, no Deck Norte, o autônomo Weslley Angra, 29, também aproveitou o feriado à beira-lago. “É um lugar bacana para nos refrescarmos, principalmente nos últimos dias, em que está muito quente. Esse é o lazer mais em conta que encontramos para frequentar. Se pudéssemos, ficaríamos mais tempo”, disse o morador de Ceilândia.



Previsão da semana
As altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar no Distrito Federal incentivam a busca por locais protegidos do sol e a manutenção da hidratação. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para hoje é de recuo dos registros nos termômetros em 2°C, na comparação com ontem. A máxima deve alcançar 32°C, e a mínima, 17°C. A umidade relativa do ar, por outro lado, mantém-se entre 15% e 70%. Vale lembrar que, quando a taxa fica abaixo de 30%, considera-se estado de atenção. Ao longo desta semana, a mínima pode ficar em 17%, com máxima de 70%. Diminuições consideráveis da temperatura estão previstas apenas para sábado, segundo meteorologistas.



Correio Braziliense segunda, 06 de setembro de 2021

VOLEI SUL-AMERICANO: BRASIL CONQUISTA 33º TÍTULO
Jornal Impresso
VOLEI SUL-AMERICANO
 
Brasil conquista o 33º título
 
 (crédito: William Lucas/Inovafoto/CBV)

 

Publicação: 06/09/2021 04:00


O Brasil conquistou ontem, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, o título do Campeonato Sul-Americano de vôlei masculino ao derrotar a Argentina por 3 sets a 1, parciais de 25 x 17, 24 x 26, 25 x 18 e 25 x 18. Foi o 33º título do país do torneio. A Seleção só ficou sem a taça em 1964, quando não participou da competição.
 
O troco da derrota na disputa da medalha de bronze em Tóquio-2020 garantiu a presença da trupe de Renan Dal Zotto no Mundial do ano que vem. O levantador Bruninho comemorou mais uma conquista no currículo. “Sabemos da responsabilidade que é vestir a camisa da Seleção e nos dedicamos muito para isso buscando vencer sempre que é possível. Foi uma conquista muito importante para dar moral aos mais jovens como o Vaccari e o Adriano, que foram muito bem. Começamos um novo ciclo com o pé direito”, comentou.
 
O treinador Renan fez uma análise da primeira conquista do novo ciclo e parabenizou o grupo pela atuação na partida decisiva deste domingo. “Jogos contra a Argentina são sempre difíceis. Fiquei feliz com o voleibol que apresentamos e pela chance para novos jogadores”, comentou. 
 
 

Correio Braziliense domingo, 05 de setembro de 2021

BRASÍLIA, DIVERSÃO E GRAÇA
Jornal Impresso
 
Brasília, diversão de graça
 
O fim de semana, com 13% de umidade, a mais baixa do ano, foi um convite para os brasilienses buscarem opções gratuitas de diversão. O Lago Paranoá figurou entre os destinos mais procurados. Mas, alguns fizeram piquenique no gramado do CCBB, brincaram no Parque da Cidade ou aproveitaram para visitar o Museu de Arte de Brasília ou o Museu da República. Enquanto isso, os bombeiros apagaram incêndios no Parque Nacional, no Lago Sul, no Recanto das Emas e na Asa Norte.

 

Michel Medeiros
especial para o Correio

Publicação: 05/09/2021 04:00

A família de Crislayne Nicácio (de vermelho) aproveitou a tarde de Sol para fazer um piquenique no gramado do CCBB  
A família de Crislayne Nicácio (de vermelho) aproveitou a tarde de Sol para fazer um piquenique no gramado do CCBB

 
As temperaturas elevadas e o fim de semana prolongado são um convite tentador para quem gosta de se divertir ao ar livre e relaxar. Considerada uma cidade parque, Brasília está repleta de boas opções para quem não vai viajar e não pretende gastar muito. Mas, nem por isso, está disposto a desperdiçar os dias de Sol em casa. Tudo em segurança e com atenção redobrada para as medidas de distanciamento e de prevenção contra a covid-19.
 
Um dos principais cartões-postais da cidade, o Lago Paranoá é um dos destinos mais procurados pelo brasiliense nos dias de Sol. E, se você pensa que a atração está restrita aos donos de lanchas — que garantem a Brasília a quarta maior frota náutica do país — ou aos sócios dos clubes que margeiam o espelho d’água, está enganado.
 
O lago é um espaço repleto de atrativos para a população. A orla da Ponte JK, a Prainha, o Parque da Asa Delta, a Ermida Dom Bosco e a Prainha do Lago Norte são algumas das opções para se divertir e se refrescar.

Moradores de Samambaia, os consultores de vendas Victor Martins, 24, e Cirstine Meirelles, 31, aproveitaram o sábado ensolarado para visitar a Prainha do Lago Norte. Ao lado dos filhos Arthur Moraes, 8, e Dom Diego, 3, a família se refrescou nas águas do Paranoá. “Não dá para ficar o tempo inteiro dentro de casa. As crianças precisam sair um pouco. Precisamos de um tempo para dar atenção à família”, afirma Victor.
 
Segundo Cristine, o local foi escolhido por se tratar de um espaço aberto e gratuito. “Está tudo muito caro, a começar pelo preço do combustível. Por isso, optamos por um lugar onde pudéssemos nos divertir sem ter que gastar. É muito caro se divertir em Brasília e, com a pandemia, as crianças ficaram trancadas dentro de casa. Aqui é um lugar bom, tranquilo e confortável, por isso viemos para cá”, assegura.
 
O espelho d’água é fiscalizado pela Capitania Fluvial de Brasília (CFB), que adverte sob a necessidade do uso consciente do espaço. Entre as regras, estão a proibição da circulação de lanchas a menos de 200 metros das margens, do consumo de bebidas alcoólicas nas embarcações e a atenção redobrada dos banhistas no sentido de evitar afogamentos.
 
A céu aberto
Entre os destinos mais procurados pelo brasiliense, estão o Parque da Cidade e a Torre de TV. O fácil acesso, tanto para os usuários de transporte público, quanto para os motoristas, é um dos atrativos dos espaços. Com 420 hectares, o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek oferece pistas para caminhada, ciclovias e equipamentos.
 
Na Torre de TV, além de conferir, do alto, os traços de Lúcio Costa — urbanista que projetou Brasília —, os visitantes podem conhecer o trabalho de artesãos locais e um pouco da gastronomia de diversas regiões do Brasil, na tradicional feirinha da Torre.
 
Outra opção que caiu no gosto de quem vive na capital do país, é o Eixão do Lazer. Desde 1991, todos os domingos, as movimentadas pistas do Eixo Rodoviário dão espaço aos ciclistas e aos pedestres. Com 13 quilômetros de extensão e considerada uma das principais vias da cidade, das 6h às 18h, é fechada para os carros e se transforma em um gigantesco calçadão. Lugar de encontros e, em tempos normais, de corridas, eventos gastronômicos e palco de celebrações.
 
Piquenique
A paixão do brasiliense pelo céu da capital é declarada em poemas e canções. No período da seca, a vegetação dourada, em contraste com o horizonte azul, proporcionam um espetáculo que encanta quem mora ou visita a cidade. Para os admiradores, os fins de tarde são ideais para contemplar o pôr do Sol. Um dos lugares mais procurados é a Praça do Cruzeiro, no Eixo Monumental.
 
Com cadeiras de praia, toalhas e cestas de lanches, famílias e grupos de amigos reúnem-se para se despedir do astro-rei, que se esconde tingindo o céu num degradê de rosa, laranja e vermelho. Os piqueniques são uma marca registrada de Brasília, conforme destaca o advogado Celso Resende, 39 anos. O aracajuano, que vive no DF desde 2019, gosta de correr no calçadão entre o Memorial JK e a Catedral Militar Rainha da Paz.
 
De acordo com o advogado, chama atenção o gosto do brasiliense por piqueniques. “Nem em Aracaju, onde nasci, ou São Paulo, cidade na qual vivi por 13 anos, havia o hábito tão comum de realizar piqueniques. É algo típico de Brasília”, destaca. “Pratico atividades físicas diariamente e, desde o início da pandemia, procurei lugares abertos e mais isolados para me exercitar. Neste período, observei o grande número de famílias reunidas nos parques e gramados, seja para um simples lanche, ou em pequenas comemorações. Um programa gratuito e seguro”, avalia.
 
Arte
Para quem não quer ficar em casa e aproveitar os espaços culturais, na área central, estão localizados o Museu da República e o Centro Cultural dos Três Poderes, que concentra o Museu da Cidade, o Espaço Lúcio Costa e o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, localizados na Praça dos Três Poderes.
 
A estudante de Farmácia Crislayne Nicácio, 20, escolheu o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para aproveitar o dia. Acompanhada pela tia Marli Nicácio, 44, a prima Maria Júlia, 11, e a amiga Lindsey Silva, 19, saiu do Gama para visitar o espaço e fazer um piquenique.
 
“Elas (Marli e Maria Júlia) moravam em São Paulo e, hoje, as trouxe para conhecerem o CCBB. A Lindsey já veio comigo uma outra vez, e eu sempre venho. Eu gosto muito da programação do local e acho uma boa opção para aproveitar em segurança, principalmente por causa da pandemia”, explica Crislayne.
 
O Museu de Arte de Brasília (MAB) foi o destino do estudante de Arquitetura, Jefferson Rocha, 22, e do designer de interiores, Helder Nobre, 24. Na avaliação dos jovens, Brasília tem diversas possibilidades de lazer gratuito. “Há muitas opções culturais e sem custo, o que não se observa com facilidade em todas as cidades. É só procurar um pouquinho que as pessoas encontram uma grande variedade de atrações”, afirma Helder.


Confira o que vai funcionar durante o feriado de Independência


SAÚDE
 
» As emergências e os prontos-socorros dos hospitais funcionarão normalmente. Devido às manifestações na Esplanada, os postos de vacinação contra a covid-19 que ficam na área central de Brasília não funcionarão no 7 de Setembro. A medida, no entanto, não afeta as outras regiões. A partir das 18h, haverá vacinação na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano.
 
HEMOCENTRO
 
» Atendimento normal amanhã, das 7h15 às 18h, com agendamento prévio. Terça-feira: fechado.
 
TRANSPORTE PÚBLICO
 
» Metrô: funciona das 7h às 19h na 
terça-feira. Amanhã, o horário 
será normal, das 5h30 às 23:30.
» Ônibus: tabela horária de domingo no 7 de Setembro. Na véspera do feriado, todos os coletivos estarão em operação normal, de dia útil.
 
SEGURANÇA
 
» A Polícia Civil informou que todas as delegacias funcionarão em regime de plantão no 7 de Setembro. A Polícia Militar informou que os batalhões seguem com policiamento diário, sem alteração, mesmo no feriado.
 
DEFESA CIVIL 
 
» Esquema de plantão no feriado de 7 de Setembro. Os acionamentos devem ser feitos pelo telefone 199 ou, em caso de emergência, pelo 193.
 
COMÉRCIO
 
» Funciona normalmente.
 
 
BANCOS 
 
» A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa que não haverá atendimento nas agências bancárias no feriado da Independência do Brasil. Amanhã, os bancos abrem nas localidades que não tiverem feriados municipais. Contas de consumo (água, energia, telefone) e carnês com vencimento em 7 de setembro poderão ser pagos, sem acréscimo, no próximo dia útil.
 
INSS 
 
» Funcionamento normal amanhã. No feriado, não haverá atendimento. 
 
Detran-DF
 
» Ponto facultativo, amanhã, para os serviços administrativos e atendimento ao público, mas as equipes de Fiscalização, Engenharia e Educação de Trânsito trabalharão em regime de escala de plantão amanhã e na terça-feira.
 
DER
 
» Não haverá atendimento ao público no Setor de Multas e Protocolo nos dias 6 e 7. No 7 de 
Setembro, o fluxo dos carros no Eixão será interrompido para lazer dos pedestres, entre 6h e 18h. 
 
» As operações de reversão na Estrada Parque Ceilândia (DF-095 / Via Estrutural) e na BR-070 serão suspensas no feriado.
 
DF LEGAL
 
» Não haverá atendimento ao público, apenas plantão de fiscalizações de protocolos da covid-19 e de combate a invasões de terras públicas.
 
CORREIOS
 
» Funciona normalmente amanhã. Já no feriado não haverá atividade nas agências de atendimento 
e unidades de tratamento e distribuição. Em relação aos serviços, as postagens após o horário 
limite na segunda-feira terão, para efeito de contagem de prazo de entrega, a quarta-feira como dia de postagem. O serviço Sedex Hoje permanece suspenso, em razão da pandemia.
 
CEASA
 
» Funciona normalmente amanhã. Fecha no feriado. 
 
CEB-IPES
 
» Atendimento pela Central 155 e aplicativo Ilumina DF. Os serviços continuarão normalmente.
 
CAESB
 
» Não haverá expediente amanhã e terça-feira, mas as equipes de manutenção seguirão trabalhando 
em regime de plantão. 

NEOENERGIA
 
» As equipes de emergência e o teleatendimento da Neoenergia Brasília funcionam normalmente. Em casos de falta de energia, a Neoenergia pode ser acionada pelo WhatsApp, por meio do número (61) 3465-9318. Caso precise falar com o teleatendimento da companhia, ligue 116.
 
RESTAURANTE COMUNITÁRIO
 
» As 14 unidades dos Restaurantes Comunitários funcionam normalmente amanhã, 
das 11h às 14h. A refeição custa R$ 1. É importante lembrar que os restaurantes do Paranoá, Samambaia e Brazlândia servem o café da manhã, das 7h às 8h30, ao custo de R$ 0,50.
 
CRAS E CREAS E CENTROS POPS
 
» As unidades dos CRAS e CREAS do DF abrem normalmente amanhã, e fecham no feriado. Os centros pops abrem normalmente amanhã e terça-feira, das 7h às 18h. 
 
LAZER
 
» A Secretaria de Esporte e Lazer informou que o Eixão do Lazer estará aberto no feriado e o Parque da Cidade funcionará normalmente. 
 
JARDIM BOTÂNICO
 
» O Jardim Botânico de Brasília abre suas portas para visitação pública de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 9h às 17h, com entrada permitida até as 16h40. Entrada gratuita para pedestres e ciclistas entre 7h30 e 8h50.
 
ZOOLÓGICO
 
» A Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) informou que a unidade funcionará normalmente no feriado de 7 de setembro. Já os projetos Zoo Noturno e Zoo Experiência não acontecem nos finais de semana e feriados. O horário de funcionamento da FJZB é de terça a domingo e feriados, 
das 9h às 17h, com entrada permitida até as 16h e lotação máxima de 2.500 visitantes.
 
PARQUES
 
» O Instituto Brasília Ambiental informou que os parques funcionarão normalmente amanhã e terça-feira.


Correio Braziliense sexta, 03 de setembro de 2021

ELAS DESAFIAM O TALIBÃ

Jornal Impresso

 

Elas desafiam o Talibã
 
Entre 60 e 80 mulheres saem às ruas de Herat, a terceira maior cidade, e protestam por direitos na presença dos insurgentes. Manifestação não tem precedentes no país comandado pela facção. Ativistas afegãs celebram a – Ccoragem – das compatriotas

 

» RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 03/09/2021 04:00

Miliciano talibã observa ato sem precedentes das afegãs, em Herat, por educação e trabalho: %u201CNão temam, não temam, estamos unidas!%u201D (AFP)  
Miliciano talibã observa ato sem precedentes das afegãs, em Herat, por educação e trabalho: %u201CNão temam, não temam, estamos unidas!%u201D
 
Vestidas com burcas e hijabs (véu islâmico), elas não se amedrontaram quando ficaram frente a frente com talibãs. Nas mãos, cartazes com um grito de resistência — um gesto impensável no Afeganistão sob o primeiro regime da milícia fundamentalista, entre 1996 e 2001. “Pelo direito das mulheres de estudarem e de trabalharem em todas as áreas. Nenhum governo pode ser estável sem o apoio das mulheres”, estampava uma faixa escrita em azul e vermelho. Em um cartaz branco, estava escrito à mão: “Não temam, não temam, estamos unidas!”. Aconteceu, ontem, em Herat, a terceira maior cidade do país, a cerca de 810km a oeste de Cabul. Enquanto marchavam pelas ruas, elas repetiam, em uníssono: “Todas vocês devem lutar contra o Talibã. (…) É nosso dever ter educação, trabalho e segurança!”.
 
“Estamos aqui para reivindicar nossos direitos”, explicou à agência France-Presse Fareshta Taheri, uma das manifestantes, entrevistada pela agência France-Presse, por telefone. “Mulheres e meninas temem que o Talibã não permita que elas frequentem a escola e trabalhem”, acrescentou. Situada perto da fronteira com o Irã, Herat é considerada uma cidade bastante liberal, pelo menos dentro dos padrões do Afeganistão. Fareshta admitiu à AFP que está disposta a usar a burca, caso os talibãs exijam esse código de vestimenta. No entanto, ressaltou o desejo das mulheres de irem à escola e ao trabalho e lembrou que a maioria das moradoras de Herat decidiu ficar em casa, com medo e incerteza.
 
Moradora de Cabul, a especialista em gestão educacional Fatima Safari, 24 anos, acredita que a única coisa que as mulheres afegãs podem fazer, no momento, é se manifestarem. “Não podemos esquecer que as participantes do protesto em Herat correm risco. Ainda assim, eu as encorajo a levantarem suas vozes. Todo o mundo está observando a nossa reação ao Talibã. É hora de erguermos nossa voz”, reforçou ao Correio. Segundo ela, a reação dos insurgentes, quando confrontados por jornalistas ou pelas câmeras, costuma ser maquiada. “Não podemos acreditar que o Talibã perdoa as mulheres que trabalharam ou que protestaram. Ainda testemunhamos o assassinato de afegãs inocentes”, disse.
 
Fatima cita a execução de uma garota, na província de Ghazni. “Ela foi morta pelos talibãs. Ela estava com o seu mahrram (pai, irmão ou tio) e vestia o hijab (véu islâmico). Depois que o talibã a matou a bordo do regsha (tipo de motocicleta), não permitiu que outras pessoas tocassem o corpo dela”, lembra. Por sua vez, a economista Sediqa Hassani, 23, aposta que o ato em Herat pressionará a milícia fundamentalista a incluir as mulheres no governo. “O protesto atrairá a atenção da comunidade internacional para o fato de que os direitos das mulheres estão em perigo sob o regime talibã.
 
A afegã Patoni Isaaqzai, ativista dos direitos das mulheres, deixou Cabul há duas semanas e, hoje, está em Hamburgo (Alemanha). Ela disse ao Correio que os protestos em Herat “podem ser o início de mais manifestações e de uma rebelião feminina contra o Talibã”. “Vejo essa manobra como muito positiva. O Talibã está desorganizado e busca reconhecimento internacional neste momento. Por isso, esta é a melhor hora para as mulheres agirem”, avaliou. “As afegãs estão em perigo e tentam se mobilizar contra essa vulnerabilidade. Ainda que algumas pessoas pensem que o Talibã mudou, incidentes recentes nos mostram exatamente o oposto. Eles fecharam escolas para garotas e universidades”, exemplificou.
 
O Talibã deu indícios de que não deve inserir as mulheres no “governo inclusivo” que prometeu, o qual deverá ser anunciado hoje. Questionado sobre o futuro governo, Sher Mohammad Abbas Stanekzai, vice-chefe do gabinete político da milícia, disse à emissora britânica BBC que “pode não haver” mulheres ministras ou cargos de responsabilidade, e que as afegãs ocupariam somente cargos em escalões inferiores.
 
O jornalista, poeta e escritor Sayed Ali Mosawi Chakawak, morador de Cabul, defendeu a manifestação em Herat. “Elas são nossas mulheres. Nossas esposas, irmãs e filhas. O povo do Afeganistão está com elas, e nós as apoiaremos”, prometeu.
 
Embaixada
 
No fim da noite de ontem, o Talibã anunciou que a China manterá a embaixada em Cabul e intensificará a ajuda ao Afeganistão. O Catar confirmou que negocia com os talibãs a reativação do Aeroporto Internacional Hamid Karzai “o mais rápido possível”, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mohamed bin Abdelrahman al-Thani. O Catar confirmou que trabalha para retomar as operações no local.
 
Um manifesto pela presença feminina
O documento é assinado por “um grupo de mulheres”. Uma das manifestantes de Herat, Maryam Ebram, divulgou um manifesto em prol dos “direitos básicos” das afegãs. “Nas últimas semanas, não ouvimos falar sobre as presença de mulheres de cor nos escritórios governamentais e privados, universidades escolas e áreas sociais. A presença das mulheres na sociedade foi acompanhada de condições e desavenças”, afirma o texto, que enumera a importância do direito ao trabalho, à liberdade, à presença nas áreas públicas e nas atividades sociais e à segurança. “As mulheres deveriam ter uma presença colorida nos campos político, social e de liderança. (…) Somos metade da sociedade do Afeganistão, e a nossa presença em áreas públicas — como a econômica, cultural e social — é essencial”, acrescenta o comunicado.
 
 » Vozes da resistência
 
“Todas as conquistas das mulheres afegãs desde 2001 estão mortas. O protesto em Herat mostra que os talibãs não se importam com demandas e com os direitos das mulheres.”
Fatima Safari, 24 anos, especialista em gestão educacional, 
moradora de Cabul
 
“Essas mulheres são realmente corajosas, pois arriscam suas vidas para falarem por nós. O Talibã não respeita os direitos das mulheres e acredita que elas não devem aparecer em público. O Talibã é terrorista.”
Sediqa Hassani, 23 anos, economista, moradora de Cabul

Correio Braziliense quinta, 02 de setembro de 2021

MORANGO: GOSTINHO INCONFUNDÍVEL - FESTA DO MORANGO COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA

Jornal Impresso

Gostinho inconfundível
 
Festa do Morango começa nesta sexta-feira e, entre as atrações, terá cursos culinários, além da possibilidade de colher o consumir a fruta na própria fazenda

 

» EDIS HENRIQUE PERES

Publicação: 02/09/2021 04:00

Noilde Maria: 
 
Noilde Maria: "Meu foco é conseguir produzir minhas próprias mudas, principalmente porque o preço delas está muito caro"
 
A tradicional Festa do Morango está de volta. Em 2020, devido à covid-19, o evento aconteceu no modelo remoto. Mas este ano, com algumas modificações na programação, como a retirada dos shows, o uso obrigatório de máscara e controle do número de visitantes na Morangolândia, a organização do evento garante uma edição segura e presencial.
 
Somente na região do Distrito Federal, de acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), existem 226 produtores e cerca de 150 hectares de área produzida. Por ano, o mercado movimenta aproximadamente R$ 50 milhões. Ao todo, 90% da produção é para o consumo local.
 
Uma das agricultoras que aguarda ansiosa pelo começo da festa é Noilde Maria de Jesus, 52 anos. Há uma década trabalhando com o plantio da fruta, ela conta que, no começo, enfrentou dificuldades. “Eu era separada e mãe de nove filhos. Algumas pessoas não acreditavam no que eu poderia fazer”, conta.
 
Noilde não desistiu. “Antes de começar a produzir meus morangos, trabalhava com outros chacareiros, porque não tinha condições de mexer na minha própria terra. Mas quando consegui uma oportunidade, fui atrás e não desisti do que queria. Hoje, inclusive, ajudo outras mulheres, porque a gente vê, muitas vezes, o próprio marido duvidando da capacidade da esposa”, relata. Atualmente, quatro filhos da Noilde ajudam nas tarefas da chácara. “Meu foco, agora, é conseguir produzir minhas próprias mudas, principalmente porque o preço delas está muito caro”, destaca.
 
O presidente da Associação Rural e Cultural Alexandre Gusmão (Arcag), Shoji Saiki, um dos responsáveis pelo evento, explica que a festa “é realizada no auge da produção, ou 
seja, ajuda a escoar o produto, para que não haja perdas do material. Foi um desafio organizar a festa esse ano, devido à incerteza, por causa da pandemia. Mas, mesmo com o público reduzido, esperamos receber entre cinco e oito mil visitantes por dia”, afirma.
 
Legado
 
Adriana Nascimento, gerente de desenvolvimento Agropecuário da Emater-DF, explica que a grande procura dos consumidores é pela fruta in natura. “Geleias e morangos congelados costumam ser destinados para um público específico de lanchonetes e restaurantes, por exemplo. E, para ajudar os produtores, a gente atua desde o plantio até a colheita. Fornecemos o trabalho do agrônomo, auxiliamos no processo de produção, disponibilizamos nutricionista e economista domésticas e auxílio na pós-colheita e comercialização. Ou seja, em toda a cadeia estamos presentes”, frisa.
 
O produtor Francisco Santos de Sousa, 54, planta morango há 13 anos. Hoje, Francisco tem a marca Família S Morango. O produtor participa da feira há quatro edições e garante que o morango foi uma alternativa para melhorar a renda. Como forma de driblar as dificuldades, Francisco fechou parcerias com mercados brasilienses. “Vendemos para alguns estabelecimentos há uns cinco anos, isso ajuda muito”, relata.
 
Na família de Vanilda Clebia de Oliveira, 54, o morango também é uma tradição. “Eu trabalho com a fruta há mais de 10 anos, mas meu pai começou muito antes. Muita gente da família se dedica a produção”, diz. “Estou animada com a edição deste ano, nunca vi a Morangolândia tão bonita. Ela está um encanto, todos estão muito bem empenhados”, acrescenta.
 
Atrações
 
Além da feira, o evento terá um concurso de morangos, em 10 de setembro. A comissão julgadora receberá as variedades da fruta em caixas fechadas e sem identificação visível do produtor. O jurado avaliará itens como coloração e firmeza. O resultado será divulgado no mesmo dia e a premiação entregue em um evento de confraternização no fim do ano.
 
Além disso, terá concurso culinário com sete grupos inscritos, no total de 14 pessoas. Os pratos serão feitos na cozinha da Universidade Católica de Brasília (UCB), de Taguatinga. A disputa começa hoje e terá a final neste domingo. Esta será a 16ª edição do Concurso de Receitas com Morango. Desde a primeira disputa, foram apresentados diversos pratos como mousses, pudins, tortas, pavês, bolos e até pratos salgados.
 
O evento também terá o Colha e Pague. O visitante que se inscrever, irá até uma propriedade para colher morangos que podem ser consumidos na hora ou levados para casa. A atração estará disponível nos dias 5 e 11. As inscrições serão antecipadas no link da Emater, que será divulgado hoje. Os grupos serão formados com aproximadamente 10 pessoas.
 
Benefícios
 
A nutricionista Jaqueline Venâncio lista os benefícios do morango para a saúde. “É uma fruta rica em vitamina C, tem bastante água, muita fibra e pouca fonte de carboidrato. Para as dietas low carb (pouco carboidrato), que estão muito famosas por agora, o morango é uma boa alternativa. Além disso, ele ajuda no funcionamento do intestino e na pele, ajudando, inclusive, a impedir aquelas rugas mais finas”, explica.
 
Jaqueline destaca ainda que “a parte vermelhinha da fruta é rica em antioxidante, o que impede os radicais livres e previne de rugas a alguns tipos de câncer. Esses radicais ajudam, inclusive, na imunidade”. A nutricionista esclarece que o período de colheita é o melhor momento para comprar e consumir a fruta. “Como estamos na época do morango, ele terá menos agrotóxico e será mais rico em benefícios, pois não é necessário forçar a produção da planta. De qualquer forma, é necessário sempre lavar a fruta, deixando ela de molho em uma colherzinha de chá de água sanitária e um litro de água filtrada”, frisa.


Selo de qualidade
 
Um dos atuais desafios da Emater para a produção de morangos do DF é entregar o selo de Boas Práticas Agrícolas (BPA). Para isso, a região precisa apresentar determinadas características que sejam duradouras e repetidas por todos os produtores, ou seja, todos os morangos com a mesma qualidade. A partir daí há a geração de um selo, para que atinjam o nível de qualidade e recebam o selo de indicação geográfica, para que o morango seja conhecido como o morango 
de Brazlândia. Em 2022, o objetivo é entregar o selo aos primeiros produtores.


Programe-se
 
25ª Festa do Morango de Brasília
 
» Abertura: 3 de setembro, às 19h.
Dias 4, 5, 6 e 7, e 10, 11 e 12, das 9h às 22h
 
» Local: Associação Rural Cultural Alexandre de Gusmão (Arcag), Incra 6, BR 080, 
Km 13, em Brazlândia

Correio Braziliense quarta, 01 de setembro de 2021

DESEMPREGO TEM NOVA QUEDA NO DF

Jornal Impresso

 

Desemprego tem nova queda no DF
 
Pelo terceiro mês consecutivo, o índice caiu. A expectativa, de acordo com a Codeplan, é de cenário positivo até o fim do ano, com o crescimento no comércio, devido às vendas do Dia das Crianças e do Natal, além do avanço da imunização

 

» EDIS HENRIQUE PERES
» JÚLIA ELEUTÉRIO

Publicação: 01/09/2021 04:00

Wellyson Feijão, morador de Samambaia Norte:  
Wellyson Feijão, morador de Samambaia Norte: "Passei seis meses sem conseguir nada e, há duas semanas, voltei a trabalhar"
 
Desde a crise sanitária causada pelo novo coronavírus, em 2020, o aumento do desemprego é uma preocupação constante para os trabalhadores. No Distrito Federal, contudo, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-DF), realizada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), aponta, pelo terceiro mês consecutivo, queda nos índices de pessoas sem vagas no mercado de trabalho. A capital do país recuou de 19,6% da taxa total, em abril, para 18,2% em julho.
 
Após seis meses desempregado, Wellyson Feijão, 20 anos, atendente e morador de Samambaia Norte, foi um dos que conseguiram voltar ao trabalho. “Quando a pandemia começou, a empresa precisou fazer alguns cortes, e eu também fui incluídos nesse pacote”, relata.
 
Wellyson conta que depois de muito esforço conseguiu um novo emprego. “Mas chegou a segunda onda e sofri com uma nova demissão na empresa em que trabalhava. Passei seis meses sem conseguir nada e, há duas semanas, voltei a trabalhar”, destaca.
 
Os dados da PED-DF apontam para um crescimento na atuação de jovens entre 14 e 26 anos — a taxa caiu de 43,1% para 41,9%, se comparado a junho. A queda do desemprego também é acentuada entre jovens de 25 a 39 anos (de 18,7% para 15,6%) e para o público entre 40 a 49 anos (de 11,7% para 9,9%). O maior crescimento, se analisado por setor, é dos empregados domésticos, que teve uma variação anual de 27,1%.
 
No entanto, o economista e membro do Conselho Regional de Economia, Newton Marques, frisa que é necessário um crescimento em todo o país. “Ainda não existe um estímulo tão relevante, a ponto de a gente poder captar essas estatísticas. No setor de comércio, por exemplo, há esse impacto (negativo) e uma queda muito grande de emprego. Setorialmente, é muito difícil um único local se destacar. O DF, ao menos, é blindado pelo setor público, mas precisamos de um cenário geral positivo, para uma retomada acentuada do emprego”, avalia.
 
Newton afirma que o ambiente interno também influencia no cenário do DF. “Estamos vivenciando uma renúncia (fiscal) muito grande do governo do DF em relação à arrecadação, como os descontos nos impostos, por exemplo. Mas perceberemos um impacto grande se a economia, como um todo, retomar o crescimento. O fenômeno do desemprego não se resolve localmente, ele é macroeconômico e o DF vai acompanhar o resto do país”, pontua.
 
Infomalidade
 
A pesquisa também revela uma queda na contratação com carteira assinada. No setor privado a contratação com CLT recuou -1,4%, enquanto sem carteira houve um crescimento de 22%. Além disso, no mercado de trabalho, há um desencontro nas filas de quem busca por uma oportunidade e quem contrata. Em muitos casos, falta mão de obra qualificada para o cargo. Uma das frentes do governo para mudar essa realidade é o Renova-DF, lançado em 31 de maio deste ano.
 
A primeira turma, com mil pessoas, recebe o diploma em 10 de setembro, após três meses de aulas teóricas e práticas ministradas por profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em cursos de carpinteiro, jardinagem, eletricista, encanador, serralheiro e pedreiro.
 
“Até o fim de dezembro, vamos selecionar mais 2,5 mil pessoas, sendo mil delas em setembro. Além disso, estamos em tratativas com o Sinduscon, a Asbraco e a Ademi para encontrar empresas parceiras que oferecem vagas para as pessoas capacitadas pelo programa”, explica o secretário de Governo, José Humberto Pires.
 
O programa, de acordo com o chefe da Secretaria de Trabalho, Thales Mendes Ferreira, proporciona uma diminuição constante da taxa de desempregados. “De forma geral, todos os dias ofertamos mais de 200 vagas de emprego, e a tendência é aumentar. Percebemos que, durante a pandemia, houve uma readaptação no mercado em geral, como home office, sistemas de entrega delivery, inclusão de novas tecnologias, como novos aplicativos de vendas, e isso estabilizou a empregabilidade”, informa Thales Mendes.
 
O secretário avalia que, com o avanço da vacinação, o mercado tende a crescer e voltar ao patamar de antes da crise sanitária. Para isso, o caminho é a qualificação profissional. “Estamos encerrando a primeira turma do programa de qualificação profissional Renova-DF e vamos iniciar os cursos para mais mil alunos. Estamos preparando o retorno da Fábrica Social, que é um grande programa de formação profissional. Além disso estamos nos últimos ajustes para contratação de mais cursos de qualificação em diversas áreas”, detalha.
 
Desburocratizar
 
Outro caminho para gerar postos de trabalho, segundo Matheus Silva de Paiva, coordenador do curso de economia da Universidade Católica de Brasília, é a desburocratização. “Novos empresários enfrentam desafios para conseguir adentrar no mercado. E vai além do custo que isso traz com papelada, mas na demora de posicionamento do governo. Com isso, muitas boas ideias morrem no Brasil, porque as pessoas não conseguem vencer essa primeira etapa”, explica.
 
Matheus afirma que a suspensão de várias atividades no DF, devido à covid-19, trouxe diversos impactos. “Os efeitos na economia não são imediatos, algumas empresas os enfrentam depois de um tempo. E muitos ainda estão lidando com os danos de terem vivido um lockdown. Junta isso ao que enfrentamos de falta de possibilidade para abrir um negócio, inovar com um projeto, temos esse cenário de muitas pessoas que querem e precisam trabalhar, mas não conseguem. O caminho é facilitar esse processo”, avalia.


Qualificação
 
O Renova-DF é um programa de qualificação profissional para pessoas com 18 anos ou mais, moradores do DF (nato, naturalizado ou estrangeiro em situação regular no país) e que estejam desempregadas. Uma parceria entre as secretarias de Trabalho, Governo e Transporte e Mobilidade; as companhias Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e Energética de Brasília (CEB); o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF).
 

Três 
perguntas para

Jusçanio Umbelino de Souza, 
gerente de pesquisa socioeconômica da Codeplan
 
Por que ocorreu a diminuição 
do número de desempregados?
Ela aconteceu devido ao acréscimo do nível de ocupação. Além disso, cresceu o emprego na administração pública, de 154 mil para 175 mil, assim como a atuação no setor de serviços, que passou de 952 para 972 mil ocupados. Dois setores ainda afetados são o de construção e de comércio, com queda de 3,1% e 2,7%, respectivamente.  Aumentando a ocupação no setor público, aumentará o contingente de ocupados autônomos e empregados domésticos. Essa dinâmica possibilita uma recuperação do mercado de trabalho, mesmo que ela ocorra de forma gradual
 
Quais as projeções para o fim do ano?
Consideramos uma tendência que o índice de desemprego continue caindo. Em outubro, por exemplo, temos o Dia das Crianças e a movimentação do comércio é alta. Logo depois a indústria começa a se preparar para o fim do ano, que também traz um cenário positivo. Caso não ocorra nenhuma surpresa, as perspectivas são de queda no desemprego.
 
Quais medidas podem favorecer esse cenário?
O avanço da imunização projeta uma expectativa positiva. A segurança atrai os investidores e na medida que a gente alcançar um índice maior de vacinação da segunda dose e imunização plena da população, abriremos perspectivas para um avanço maior dos investimentos e contratações no mercado de trabalho.

Correio Braziliense terça, 31 de agosto de 2021

PARALIMPÍADA: BRASIL, COM YELTISIN JACQUES, ATINGE MARCA CENTENÁRIA DE OUROS

Jornal Impresso

Brasil atinge marca centenária de ouros
 
Batizado de Yeltsin pelo pai em homenagem ao ex-presidente russo, atleta vira protagonista da 100ª medalha dourada do país na história dos Jogos

 

Publicação: 31/08/2021 04:00

Protagonista de dois ouros, Yeltsin Jacques pode ganhar outro na maratona (Helano Stuckert/rededoesporte.gov.br)  
Protagonista de dois ouros, Yeltsin Jacques pode ganhar outro na maratona


Yeltsin Jacques é o protagonista da centésima medalha de ouro do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. Na noite de ontem, no Brasil, início da manhã de hoje no Japão, o atleta cruzou a linha de chegada em primeiro nos 1.5000m masculino T11 (para cegos) com recorde mundial: 3min57s60. É a segunda medalha dele no evento. Antes, havia sido o melhor nos 5.000m T11. Ele ainda disputará a maratona. 
 
O atleta falou sobre possibilidade da centésima medalha do Brasil. “O Bira (guia) me falou isso, e me deu motivação, ele me falou: “Ó, a gente tem chance de fazer história mais uma vez, centésimo ouro do Brasil na história. Eu falei: “É por duas coisas. Primeiro, para subir o Brasil no quadro de medalhas; e segundo, é para construir essa história”, contou Yeltsin ao SporTV.
 
Nascido em Campo Grande (MS), o brasileiro tem 5% de visão como resultado de uma condição retiniana congênita. Ele liderava a prova até ser ultrapassado pelo japonês Karaswaya a 400m da linha de chegada, mas conseguiu reagir e retomou a dianteira.
 
O nome de Yeltsin Jacques é uma homenagem ao ex-presidente da Rússia, Boris Yeltsin. “Meu pai era militar na época, era terceiro sargento do exército, e ele fala que o Bóris Yeltsin foi um pacifista. Eu nasci em 1991, época do fim da União Soviética e da guerra fria”, explicou.
 
Formado em educação física pela Universidade Estácio de Sá, Yeltsin nasceu em 1991. Iniciou no atletismo aos 16 anos na capital de Mato Grosso do Sul. Em 2013, estreou em competições pelo Brasil no Campeonato Mundial de Lyon, na França. Três anos depois, contraiu caxumba e sofreu uma lesão que o impediu de treinar durante quatro meses. Ele retornou às competições nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio.
 
Talento no atletismo, Yeltsin tentou outro esporte antes do atletismo. Praticou judô, mas desistiu. “Comecei a correr com um amigo que era cego e gostava de correr como preparação para o judô. Apaixonei, larguei o judô e comecei o para-atletismo”, disse.
 
Fã do maratonista medalhista de bronze em Atenas-2004 Vanderlei Cordeiro de Lima, Yeltsin era cotado ao pódio em Tóquio. Confirmou as apostas nos 1.500m, nos 5.000m e pode se tornar o nome do Brasil nos Jogos se vencer, também, a maratona. 

Correio Braziliense segunda, 30 de agosto de 2021

PARALIMPÍADA: MULHERES LIDERAM DIA DOURADO

Jornal Impresso

Mulheres lideram dia dourado
 
Com direito a duas medalhas inéditas em Jogos Paralímpicos, força feminina embala conquista de quatro ouros para o Brasil. Pódios vieram na natação – duas vezes – , halterofilismo e judô

 

Publicação: 30/08/2021 04:00

 

A paulista Alana Maldonado venceu a georgiana Ina Kaldan com um wazari e protagonizou a primeira conquista paralímpica na modalidade (Kazuhiro Nogi/AFP
)  
A paulista Alana Maldonado venceu a georgiana Ina Kaldan com um wazari e protagonizou a primeira conquista paralímpica na modalidade

 

As mulheres embalaram as principais conquistas do Brasil, ontem, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Turbinado por um grande desempenho das atletas, o país conquistou mais quatro medalhas douradas: Mariana D’Andrea, no halterofilismo, Carol Santiago, nos 50m livre da natação (S13) e Alana Maldonado, no judô (categoria até 70kg) subiram ao ponto mais alto do pódio. O dia nas águas japonesas também reservou a segunda medalha de Gabriel Geraldo. Com os triunfos do quinto dia de competições, o país ficou mais perto do 100º ouro na histórica paralímpica. A soma está em 97.


A medalha de Mariana foi a primeira de ouro no halterofilismo. E o peso da conquista foi condizente ao levantado por ela durante a disputa. Ao erguer 137kg, a paulista de 23 anos superou a chinesa Lili Xu — prata com 134kg — e a francesa Souhad Ghazouani — bronze com 132kg. “Esperava muito por este momento. Não tem gratidão maior do que ganhar esta medalha após cinco anos de treinamento. Agradeço a todos pela torcida e pela oração. Quero deixar registrado aqui que, se você tem sonho, corra atrás dos seus objetivos e os conquiste”, vibrou a atleta brasileira, líder do ranking mundial na sua categoria.


A natação segue sendo um dos vetores de conquista do Brasil. Na classe S13 — voltada para atletas com deficiência visual —, a pernambucana Carol Santiago conquistou o ouro e superou o próprio recorde paralímpico ao terminar a prova em 26s82. A marca anterior da brasileira, que também detém o recorde mundial (26s72) era de 26s87. “É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Eu me senti bem desde o primeiro dia no Japão. Quando terminei a prova, soube que tinha ganhado por ouvir o pessoal gritando o meu nome. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente”, disse a nadadora, que tinha um bronze nos 100m costas.


O domínio feminino do Brasil teve, até mesmo, uma disputa familiar nas águas de Tóquio com as gêmeas Débora e Beatriz Carneiro competindo na final dos 100m peito SB14. Bia ficou com a medalha de bronze, com o tempo de 1min17s61, apenas dois centésimos à frente da sua irmã, quarta colocada. “Estou feliz demais. Me senti super bem tendo a minha ‘rival’, que a gente ama muito. Nadamos super bem uma do lado da outra. Meu pai deve estar infartando em casa (risos). Senti um pouco a volta, mas graças a Deus deu tudo certo”, comemorou Beatriz.


O judô também teve, pela primeira vez, uma brasileira no lugar mais alto do pódio paralímpico. A paulista Alana Maldonado venceu a georgiana Ina Kaldan na final da categoria até 70kg com um wazari. “Agradeço a toda a minha família e à comissão técnica, que estiveram sempre do meu lado neste ciclo tão difícil. Sou outra atleta em relação aos Jogos do Rio-2016. No Brasil, estava do lado dos meus amigos e da minha família. Agora, fui campeã na terra do judô. Obrigado a todos que torceram. Esta medalha não é só minha. É de todos”, disse a atleta, que também venceu o Mundial da modalidade, de forma inédita, em 2018. Na mesma disputa, Meg Emmerich ficou com o bronze ao derrotar Altantsetseg Nyamaa, da Mongólia, por ippon.


Correio Braziliense domingo, 29 de agosto de 2021

skate: RAYSSA LEAL TEM VITÓRIA HISTÓRICA NOS ESTADOS UNIDOS

Jornal Impresso

Rayssa Leal tem vitória histórica em Mundial nos EUA

 

Publicação: 29/08/2021 04:00

 

Atleta ficou com o título após maior nota já alcançada por uma mulher (SLS/Divulgação)  
Atleta ficou com o título após maior nota já alcançada por uma mulher

 

Rayssa Leal venceu a etapa de Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos, do Mundial de skate street, ontem. Com uma nota 8.5 — a maior alcançada por uma mulher na história da competição — na última manobra, a brasileira superou a japonesa Funa Nakayama e a holandesa Roos Zwetsloot e ficou com a primeira posição.


Com apenas 13 anos, Rayssa vem da conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio e teve grande apoio da torcida brasileira no local de competição. O torneio em Salt Lake City foi o primeiro da skatista. É a segunda vez que ela vence uma etapa da SLS. Outra brasileira na final, Pâmela Rosa terminou na quarta posição, somando 16.4.
A brasileira obteve um total de 21 pontos na disputa, três décimos a mais que Funa Nakayama, medalhista de bronze em Tóquio. A holandesa Roos Zwetsloot, que ficou na quinta posição na capital japonesa, conquistou a pontuação de 19.6 e chegou a sonhar com a segunda colocação.


Antes da manobra final, Rayssa estava na terceira colocação da disputa. Foi então que ela decidiu arriscar e apostou em um movimento de altíssima dificuldade, quando fez o skate dar giros antes de deslizar no corrimão. Foi a primeira vez que uma mulher concluiu a técnica, costumeiramente usada por homens, na competição.


“Obrigada por tudo, amo todos vocês. Bora, Brasil”, gritou a brasileira após a conquista em Salt Lake City. Havia várias bandeiras brasileiras espalhadas pelo local de competição e a torcida apoiou fortemente as compatriotas durante a disputa.



Correio Braziliense sexta, 27 de agosto de 2021


Correio Braziliense quinta, 26 de agosto de 2021

COPA DO BRASIL: FLAMENGO DÁ UM BAILE TÁTICO

Jornal Impresso

Baile tático
 
No duelo de ida das quartas, Flamengo joga com um a menos durante todo o segundo tempo, mas, em 45 minutos perfeitos, cresce na adversidade, marca quatro no Grêmio e encaminha vaga para as semifinais

 

DANILO QUEIROZ

Publicação: 26/08/2021 04:00

Rubro-negro carioca fez segundo tempo próximo da perfeição e deu grande passo rumo à classificação às semis (Alexandre Vidal/Flamengo)  
Rubro-negro carioca fez segundo tempo próximo da perfeição e deu grande passo rumo à classificação às semis


O Flamengo encontrou forças na adversidade para abrir uma vantagem enorme sobre o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil. A caminhada da goleada carioca sobre os gaúchos, ontem, por 4 x 0, na Arena, é explicada por um rubro-negro de duas posturas. Quando tinha 11 em campo, o time de Renato Gaúcho não fez muito diante de um tricolor insistente, mas sem mira. Com um a menos por 45 minutos, o Fla se multiplicou em campo, desandou a marcar e, reorganizado, fechou o cerco para a equipe de Luis Felipe Scolari. O suficiente para voltar ao Rio de Janeiro com um pé e meio nas semifinais.

A vitória de almanaque no Rio Grande do Sul dá ao Flamengo o direito de perder por até três gols de diferença para estar em sua sétima semifinal  em busca da quarta taça. Algo pouco provável diante do retrospecto recente do rubro-negro. Para o Grêmio, só resta sonhar com uma remontada histórica. A vaga no tempo normal vem apenas com uma vitória por cinco de diferença. Se o tricolor devolver o placar, a definição será nos pênaltis. A partida de volta está marcada para 15 de setembro, às 21h30, no Maracanã.

A chuva em Porto Alegre, aliada à falta de pontaria dos dois times, deu um ritmo sem emoção ao jogo. Levemente melhor, o Grêmio finalizou o dobro de vezes em relação ao Flamengo, mas não provocou nenhuma defesa de Diego Alves. Os lances capitais do primeiro tempo surgiram em outros vieses. Cada um time foi obrigado a fazer uma substituição por lesão: Douglas Costa desfalcou os gaúchos e Bruno Henrique os cariocas. Na reta final, o rubro-negro ficou com um a menos após Isla receber o segundo amarelo e, consequentemente, ser expulso.

Com a desvantagem em campo, Renato voltou com mudanças. O reposicionamento surtiu efeito e o Fla se transformou. Aos três, Michael exigiu boa defesa de Chapecó. Com sete, Bruno Viana aproveitou falha do Grêmio em escanteio para marcar. No minuto seguinte, Alisson respondeu com chute no travessão. O tricolor tentou uma blitz, aos 20, mas Borja parou em Diego Alves. Em contra-ataque com Everton Ribeiro não mataram. Mas, a partir dos 40 minutos, o rubro-negro desandou a fazer gols.

Primeiro, Michael recebeu na área e bateu com força para ampliar a vantagem. Com os gaúchos batidos, o Fla agrediu mais. Vitinho fez cruzamento perfeito e Rodinei ampliou de peixinho. No fim, o Grêmio se perdeu ainda mais ao ver Vanderson ser expulso. Ainda teve tempo para Vitinho, em pênalti marcado pelo árbitro de vídeo, fazer o quarto e garantir o dilatado placar.

Correio Braziliense quarta, 25 de agosto de 2021

PARALIMPÍADA: ABERTURA COBRA INCLUSÃO

Jornal Impresso

 

Abertura cobra inclusão

 

Publicação: 25/08/2021 04:00

Embora tenha 260 atletas nos Jogos, o Brasil só mandou dois à cerimônia (Charly Triballeau/AFP)  
Embora tenha 260 atletas nos Jogos, o Brasil só mandou dois à cerimônia


A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 foi enxuta, mas emocionante. Sob o lema de "nós temos asas", os organizadores realizaram, ontem, uma festa menor e mais rápida se comparada com a da Olimpíada e destacou como todas as pessoas têm as mesmas capacidades e podem alcançar grandes feitos. A pira paralímpica foi acesa por três atletas japoneses: Yui Kamiji (tênis sobre cadeira de rodas), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofilismo).
 
No desfile, as peças de entretenimento demoraram menos para serem concluídas, embora também tenham sido um espetáculo. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) apostou na exibição de vídeos para apresentar os esportes e reforçar a campanha de #WeThe15 (Nós, os 15), que destaca que 15% da população mundial tem algum tipo de deficiência e vive a vida normalmente, com um ou outro percalço.
 
O primeiro ato teve exibição de um vídeo com alguns dos esportes, seguido pela apresentação de dançarinos com todos os tipos de deficiência e fogos de artifício. Na sequência, houve a entrada do imperador japonês Naruhito e do presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons.
 
A bandeira do Japão foi conduzida por cinco atletas paralímpicos e um bombeiro, como forma de homenagear a categoria. A deficiente visual Hirari Sato cantou o hino japonês. Na sequência, houve uma apresentação de Karakuri, um teatro de marionetes, com a participação dos dançarinos, logo antes da entrada dos três "agitos", que formam o símbolo paralímpico.
 
O desfile das delegações também foi reduzido. A Nova Zelândia, por exemplo, não permitiu que nenhum de seus atletas fosse, e a bandeira foi carregada por voluntários. O Brasil teve quatro pessoas: os porta-bandeiras Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Evelyn Oliveira, da bocha, Alberto Martins, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e Ana Carolina Alves (técnica da classe BC4 da bocha e staff de Evelyn).
 
Dois momentos emocionantes foram a entrada da bandeira do Afeganistão, apesar de nenhum atleta do país que se classificou ter conseguido viajar a Tóquio, e a participação de cães-guia junto com a delegação de Israel. 
 
Após o término do desfile, projeções representaram as bandeiras de todos os povos e, em seguida, a Terra. Depois, veio a apresentação da "pequena monoasa", protagonizada pela cadeirante Yui Wago, de 13 anos, junto com atores que possuem outras formas de deficiência. Na segunda parte da peça, apresentada após os protocolos de discursos, hasteamentos das bandeiras e juramentos, um show de música, dança e luzes animaram a “monoasa", demonstrando que ela passou a aceitar quem era e a acreditar que podia conseguir os sonhos até, por fim, "voar".
 
O percurso final da tocha paralímpica foi representando uma passagem de bastão entre gerações: três atletas idosos japoneses passaram as tochas para profissionais da saúde, que carregaram até os atletas que acenderam a pira.


162 
Países participam dos Jogos Paralímpicos, dois a menos do que o recorde em Londres-2012
 

Correio Braziliense terça, 24 de agosto de 2021

CIA. DE COMÉDIA G7: 20 ANOS DE COMÉDIA

Jornal Impresso

20 anos de comédia
 
 
Em conversa com o Diversão e Arte, integrantes da Cia. de Comédia G7 contam trajetórias, conquistas e como superaram a pandemia

 

» Prisley Zuse*

Publicação: 24/08/2021 04:00

 Cena de Ainda moro com mamãe (MarketingG7/Divulgação)  
Cena de Ainda moro com mamãe
 
A agosto tem marcado a trajetória da Cia. de Comédia G7. A primeira apresentação do grupo foi justamente em agosto de 2001. Formado por três brasilienses, Frederico Braga, Rodolfo Cordón e Felipe Gracindo, este ano o grupo completa 20 anos de apresentações e comédia nos palcos de todo o Brasil.
 
A história parece de banda de rock: Rodolfo e Frederico eram colegas de escola no Maristão, quando, num curso de teatro, decidiram criar uma peça em homenagem aos 500 anos do Brasil chamada A terra dos papagaios. “Eu conhecia o Felipe desde pequeno, mas, na época, ele estava nos Estados Unidos. Fomos atrás de outros atores e conhecemos o Benetti Mendes, e nós fundamos o grupo. Nosso primeiro espetáculo foi Baseado em fatos reais”, lembra Rodolfo Cordón.
 
“Ter um grupo de teatro é igual a um casamento, conviver e ter uma relação íntima e manter a chama acesa do prazer é difícil (risos), mas conseguimos nos manter ao longo dos 20 anos. O grande desafio foi continuar criando espetáculos. Em nenhum momento paramos de criar”, destaca Rodolfo.
 
Durante a trajetória, o grupo conquistou e superou muitas barreiras, mas Rodolfo conta que eles tinham um grande sonho de ir ao programa do Jô Soares e esse desejo se concretizou. “Nós fomos três vezes no programa dele, foi muito emocionante para todos nós”. Além disso, expandir os espetáculos para outras cidades também era uma meta do grupo e também ganhar prêmios teatrais. “Durante um ano, nós lotamos teatros no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 2004, ganhamos o prêmio nacional Criação Teatral Volkswagen, que é o maior concurso de teatro realizado no Brasil. Mas a principal conquista é continuar juntos na ativa e criando peças até hoje”, completa.
 
Rodolfo comenta que os próximos meses da companhia serão de muito agito. “Esperamos estrear ainda este ano, em outubro, uma peça nova que criamos ao longo da pandemia, chamada A intimidade é uma merda, que vai ser muito legal”, adianta. Ao tentar definir os 20 anos de história do G7 em uma frase, Rodolfo dá o conselho: “Siga em frente, sem nunca desistir, com pensamento crítico e criatividade, é possível fazer sorrir”.
 
O público mudou
 
Em virtude da pandemia da covid-19, teatros, cinemas e shows foram suspensos em todo o mundo. Porém, em vez de esperar, o grupo se reinventou e entrou para o mundo digital, promovendo lives em suas redes sociais e em participações em eventos corporativos para levar humor e alívio mental para o público. “Nossos anos de experiência nos ajudaram a conseguir reverter a situação, somos muito organizados. Não usamos a pandemia como desculpa para parar de trabalhar”, comenta Felipe Gracindo, criador e fundador do grupo.
 
Outra novidade para os integrantes foi a participação em drive-in, onde o teatro foi substituído por estádios e grandes estacionamentos, as pessoas, por carros e os aplausos, por buzinas. “Acho que fomos o grupo que mais fez apresentações em drive-in pelo Brasil, chegamos a ir até São Paulo. Em Brasília, fizemos temporadas em alguns drive-ins da cidade. Não é a mesma coisa, mas poder estar perto do público novamente e levar alegria em um momento tão difícil foi muito bom”, contou Felipe.
 
“Criamos até um programa de humor semanal, o Terça cana, que está disponível na internet. Além disso, fizemos um espetáculo especial para a pandemia chamado Alívio emergencial, que foi um sucesso e levou mais de mil carros ao drive-in com toda segurança. Estamos com esperança que em breve vai melhorar, porque a arte é fundamental e necessária, as pessoas precisam de arte para sobreviver, sem arte, ninguém é feliz”, finaliza Rodolfo.
 
A volta aos palcos foi em abril deste ano, e com muitas expectativas e cuidados. Felipe explica que a Cia. alterou o local das apresentações para um espaço maior e até fechou parceria com uma empresa de limpeza. “Depois que o GDF publicou o decreto, esperamos mais um mês para voltar às apresentações, pois achamos que não era a hora para retornar e queríamos nos preparar para voltar da forma mais segura possível. Fechamos uma parceria com uma empresa de sanitização para o teatro ter uma limpeza adequada para receber o público, além de ter um protocolo de entrada e saída do local, parecido com de avião.”
 
Música
 
Para comemorar os 20 anos de história, a companhia brasiliense vai apresentar o espetáculo 20 anos em 20 músicas! A história do G7 cantada. O show de humor vai contar um pouco da história do G7, com comentários dos atores sobre os diversos momentos da carreira intercalados com 20 músicas autorais do grupo, que foram criadas ao longo dos anos para as peças, CD’s e prêmios televisivos, como o Rap das piadas sem graça, que foi composto para o Prêmio Multishow de Humor 2016.
 
“Além de fazer comédia, nós sempre nos destacamos por ter músicas autorais nos nossos espetáculos. Desde a peça Como passar em um concurso público, que nós compomos o Samba da aprovação, começamos a incluir a música nos espetáculos. O Felipe aprendeu a tocar cavaquinho, eu aprendi a tocar pandeiro e Fred tocando tantan e assim a gente tocava ao vivo no final da peça e era um grande sucesso”, conta Rodolfo.
Músicas presentes nos espetáculos Parabéns, você vai ser papai, Ainda moro com mamãe, Cidade avião, Manual de sobrevivência ao casamento, Como passar em concurso público, entre outros sucessos da companhia, vão fazer parte do show.
 
Além dos integrantes do G7, o show vai contar com a participação de uma banda, com direção musical do maestro Paulo Santos. Esse tipo de espetáculo será feito pela primeira vez na capital federal. O show vai ocorrer exclusivamente em 28 e 29 de agosto, às 19h, no Teatro La Salle (906 Sul). Os ingressos estão à venda no site da companhia e custam a partir de R$ 50.
 
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Correio Braziliense segunda, 23 de agosto de 2021

PARALIMPÍADA: BRASIL VAI À LUTA - CONHEÇA OS BRASILIENSES NA DISPUTA

Jornal Impresso

 

JOGOS PARALíMPICOS
 
Brasília vai à luta
 
Conheça os brasilienses que disputarão as Paralimpíadas de Tóquio-2020. Delegação do Brasil contará com 260 atletas no evento na capital japonesa, que será disputado de amanhã até 5 de setembro

 

Maíra Nunes

Publicação: 23/08/2021 04:00

Quem estava com saudade das madrugadas repletas de atrativos esportivos pode preparar o despertador, porque os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 estão próximos. A Cerimônia de Abertura do evento está marcada para amanhã, a partir das 8h (horário de Brasília), no Estádio Nacional do Japão.
 
Brasília será representada por 10 dos 260 atletas da delegação brasileira que disputarão os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que se estenderão até 5 de setembro. O número total de participantes do país inclui desportistas que atuam como guias, calheiros, goleiros e timoneiro.
 
Para bem informar a torcida, o Correio listou os competidores do Distrito Federal que entrarão em ação na capital japonesa. Veja a seguir.

 (Marco Antonio Teixeira - CPB/MPIX - 26/4/18)  
Wendell Belarmino - natação
 
É uma das maiores promessas brasilienses de medalha nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, edição que marca a estreia dele no evento, aos 23 anos. Nas duas primeiras grandes competições que disputou, Wendell conquistou seis medalhas (quatro de ouro e duas de prata) nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019. Depois, foi campeão mundial nos 50m livre e ganhou outras duas medalhas de prata nos 100m livre e no revezamento 4x100m livre 49 pontos no Mundial de Londres 2019. O nadador treina na Instituição Pro Brasil, no Centro de Excelência da Universidade de Brasília (UnB), e compete na classe S11 por causa de um glaucoma congênito. Ele passou por 10 transplantes de córneas, mas segue com uma perda de visão gradativa.
» Nascimento: 20/5/1998, Brasília (DF)
» Classe: S11
» Instagram: @wendell_belarmino
 
 (Ale Cabral/CPB - 29/08/19)  
Leomon Moreno - goalball
 
Bicampeão nos Jogos Parapan-Americanos (Lima-2019 e Toronto-2015) e bicampeão mundial (Malmö-2018 e Finlândia-2014), o brasiliense que foi considerado o melhor jogador de goalball do mundo busca um ouro paralímpico inédito em Tóquio-2020. Leomon tem no currículo as medalhas de bronze, nos Jogos Paralímpicos Rio-2016, e de prata, Londres-2012. O jogador do Santos Futebol Clube perdeu a visão quando ainda era bebê, por conta de uma retinose pigmentar, e conheceu a modalidade por meio dos irmãos, que praticavam o esporte e têm a mesma doença.
» Nascimento: 21/8/1993, Brasília (DF)
» Classe: B1
» Posição: ala
» Instagram: @leomonmorenoficial
 
 (Ale Cabral/CPB)  
Katia Silva - goalball
 
Mineira de Unaí, Katia adotou Brasília como cidade em 2015. Foi na capital federal que conheceu o goalball e, em janeiro de 2016, passou em uma peneira da Uniace para se dedicar exclusivamente ao esporte. Como nem tudo são flores, no fim de 2019, chegou a pensar em desistir da carreira como jogadora, mas foi surpreendida com a primeira convocação para a Seleção Brasileira. A atleta do Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião fará a estreia em Paralimpíadas.
» Nascimento: 24/4/1995, Unaí (MG)
» Classe: B1
» Posição: ala
» Instagram: @katiasilva_aparecida
 
 (Reprodução/Instagram)  
Jéssica Gomes - goalball
 
Também treina no Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião e coleciona alguns títulos na carreira. É bicampeã dos Jogos Parapan-Americanos (Lima-2019 e Toronto-2015); medalhista de bronze no Mundial de Malmö-2018; e prata no Campeonato das Américas-2017, em São Paulo. A brasiliense nasceu com baixa visão por causa de uma catarata congênita hereditária. Aos 16 anos, viu uma apresentação da modalidade na escola e começou a praticar o esporte.
» Nascimento: 22/7/1993, Brasília (DF)
» Classe: B3
» Posição: ala
» Instagram: @jessica_g_vitorino
 
 (Ale Cabral/CPB)  
Ana Gabrielly - goalball
 
Nasceu em Brasília com baixa visão devido ao albinismo. No Rio de Janeiro, conheceu o goalball, na aula de educação física do Instituto Benjamin Constant. Tornou-se jogadora de alto rendimento em 2014 e, dois anos depois, recebeu a primeira convocação para a Seleção Brasileira. Ana Gabrielly é campeã Parapan-Americana. Foi medalhista de bronze no Mundial da modalidade, em Malmö-2018. Atualmente, defende o time do Serviço Social da Indústria (Sesi/SP).
» Nascimento: 15/8/1990, Brasília (DF)
» Classe: B3
» Posição: pivô
» Instagram: @anagabrielybrito
 
 (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press - 10/7/11 )  
Sérgio Fróes de Oliva - hipismo
 
Atleta do Brasília Country Club, Sérgio disputa a quarta Paralimpíada em busca da terceira medalha na competição. Na Rio-2016, subiu ao pódio duas vezes para receber a medalha de bronze nas provas do individual e do estilo livre. Em 2019, ganhou um ouro e um bronze no Hartpury Festival of Dressage, na Inglaterra, e outros três bronzes no Torneio de Maio, em Mannheim, na Alemanha. Resultados que apontam uma trajetória vitoriosa, que começou com o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata-2003. Sérgio teve paralisia cerebral por falta de oxigenação na incubadora e começou a praticar hipismo aos sete anos, como forma de terapia. Ainda experimentou outros esportes, até voltar, aos 13, depois que perdeu os movimentos do braço direito devido a um acidente com a vidraça de uma portaria.
» Nascimento: 17/8/1982, Brasília (DF)
» Classe: III
» Instagram: @cavaleirosergiooliva
 
 (Edy Amaro/Esp. CB/D.A Press - 26/7/16)  
Jady Malavazzi - ciclismo
 
Natural de Jandaia do Sul, no Paraná, a ciclista integra o Time Para Capital, de Brasília, e treina nas vias do Lago Norte. Foi medalhista de bronze nas provas de contrarrelógio e de estrada do Mundial de Ciclismo de Estrada de Maniago-2018, na Itália. Também tem no currículo uma medalha de prata na prova de estrada nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara-2011, no mesmo ano em que migrou do basquete em cadeira de rodas para o ciclismo. 
Jady perdeu o movimento das pernas aos 13 anos, após um acidente de carro.
» Nascimento: 7/9/1994, Jandaia do Sul (PR)
» Classe: H3
» Instagram: @jadymalavazzi
 
 (Ale Cabral/CPB - 31/1/20)  
Ariosvaldo Fernandes (Parré) - atletismo
 
Natural de Campina Grande, na Paraíba, Parré, como é mais conhecido, disputa a quarta edição dos Jogos Paralímpicos da carreira. Aos 44 anos, chega com um currículo respeitável. Em Jogos Parapan-Americanos, são 10 medalhas, sendo seis ouros e quatro pratas. Na última edição, em Lima-2019, conquistou o ouro nos 100m e nos 400m e a prata no revezamento 4x100m. Em Mundiais, tem um bronze, no campeonato disputado em Lyon, na França, em 2013. Conheceu o atletismo aos 17 anos, quando morava em Planaltina. Mudou-se para a capital federal ainda criança para tratar da paralisia dos membros inferiores desenvolvida pela poliomelite, que contraiu aos 18 meses de idade. Foi apresentado ao esporte paralímpico pelo professor de educação física e praticou basquete em cadeira de rodas.
» Nascimento: 23/12/1976, Campina Grande (PB)
» Classe: T53
» Instagram: @parrebrazil
 
 (Daniel Zappe/Exemplus/CPB - 7/11/19)  
Rayane Soares - atletismo
 
Radicada em Brasília, Rayane nasceu em Caxias, no Maranhão, com baixa visão por conta de uma microftalmia bilateral congênita, devido à má-formação nos globos oculares. Ela entrou no esporte paralímpico em 2015 e estreará nos Jogos Paralímpicos em Tóquio-2020. A brasileira chega à capital japonesa com fortes chances de pódio, após o título de campeã nos 400m e medalhista de prata nos 200m, no Mundial de Dubai-2019. Ela também é prata nos 100m dos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019.
» Nascimento: 20/1/1997, Caxias (MA)
» Classe: T13
» Instagram: @rayane_soares_silva
 
 (Ale Cabral/CPB)  
Wendel Silva - guia de atletismo
 
Com experiência em competições, Wendel (E) foi indicado para acompanhar um atleta que estava sem guia no Parapan-Americano de Jovens, na Argentina, em 2013. Desde então, migrou para o cenário paralímpico. Atualmente, é guia de Daniel Mendes (D).
» Nascimento: 30/11/1991, Samambaia (DF)
» Classe: atleta guia
» Instagram: @wendel_smbsul

Correio Braziliense domingo, 22 de agosto de 2021

AFEGANISTÃO: VOZES SUFOCADAS

Jornal Impresso

 

AFEGANISTÃO
 
Vozes sufocadas
 
 
Uma semana após a volta do Talibã ao poder, o Correio ouviu quatro mulheres de Cabul. Elas falaram sobre as angústias e o horror de serem reprimidas pela milícia fundamentalista islâmica que dirigiu o país entre 1996 e 2001

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 22/08/2021 04:00

Sediqa Hassani, 23 anos; Fatima Safari, 24; Rahela Jafari, 27; e Mariam Wardak, 37. Mulheres nascidas no Afeganistão, elas têm algo em comum: coragem. Recusam-se a utilizar uma mordaça. Se em seu país têm a voz sufocada pelo retorno do Talibã ao poder, em outras nações elas fazem questão de ecoar o grito de resistência. As três primeiras eram novas demais quando os insurgentes criaram o chamado Emirado Islâmico do Afeganistão e impuseram uma tirania religiosa no país. À época, Mariam vivia nos Estados Unidos. O Correio conversou com as quatro mulheres e publica os depoimentos, em primeira pessoa, sobre a angústia, a esperança e o desejo de não terem os direitos ceifados pela sharia, a lei islâmica implementada de forma estrita pelo Talibã.
 
Nas últimas semanas, desde o início do avanço dos insurgentes pelas 34 províncias do país, Sediqa pensou em se matar.  “Com o Talibã, retrocederemos várias décadas”, afirmou. Fatima mudou o comportamento radicalmente: deixou de escutar música alta, mesmo dentro de casa; quando sai à rua, cobre as mãos. Rahela duvida de uma mudança de comportamento do Talibã, ainda que o porta-voz Zabihullah Mujahid tenha prometido respeito aos direitos das mulheres, dentro dos parâmetros dos valores islâmicos. O futuro das afegãs, sob novo regime do Talibã, é uma incógnita. A grafiteira afegã Shamsia Hassani, que conta com 133 mil seguidores no Instagram, usou a arte para traduzir a opressão às mulheres, em desenhos que viralizaram na internet.
 
 
 (Fotos: Arquivo pessoal
)  
“Quando o Talibã avançava sobre as províncias, nós escutamos que forçaram garotas a se casarem com os mujahedine (combatentes islâmicos). Soubemos que estupraram algumas meninas. Nas reuniões de garotas, escutei uma frase em comum. Todas as garotas educadas querem cometer suicídio. ‘Se o Talibã me estuprar, é melhor eu morrer’, disseram. É devastador. Para ser honesta, pensei em suicídio. Com o Talibã, retrocederemos várias décadas.
 
Estou em choque desde a tomada de poder em Cabul. Aqui, todas as escolas e universidades estão fechadas. Em Herat (oeste), os talibãs disseram às universitárias para que voltassem para casa e avisaram que tomarão as decisões por elas. O Talibã tem um retrato diferente do islã. Para eles, as mulheres são apenas para o uso sexual, para cuidar dos filhos e para fazer o trabalho doméstico. Se o mundo reconhecer o Talibã como governo, será o início de um pesadelo para as mulheres. Tenho medo. Um amigo trabalha no Ministério do Ensino Superior. Na terça-feira, o Talibã foi até lá exigiu o fim dos cursos de cinema e de música.”
 
Sediqa Hassani, economista, 23 anos, formada pela Universidade de Cabul 
 
 
 
“Quando eu soube que Cabul estava sob controle do Talibã, fiquei muito preocupada com a educação das meninas, com o que construímos em duas décadas no Afeganistão. Pensei em toda a violência aplicada pelos talibãs contra as mulheres. Tenho certeza de que não serão muito bons para conosco. Queremos poder ir ao trabalho. Todas as afegãs estão sob risco absoluto. Espero que as mulheres possam ir ao mercado e à universidade. 
 
Todas as mulheres estão em perigo e pensam em como abandonar o Afeganistão. Minha mãe está sempre preocupada. Pede que eu não saia de casa com roupas curtas ou calça. Não posso escutar música alta. Não posso andar pelas ruas com as mãos à mostra. Antes de o Talibã chegar ao poder, as garotas iam com o namorado na cafeteria do bazar. Fazíamos festas, tomávamos chá. Agora, é impossível. Li sobre a guerra nos livros de história. É a primeira vez que a vivencio. Não se pode crer nas promessas do Talibã. Às vezes, penso que a guerra no Afeganistão é contra a mulher. Sinto falta da minha bandeira, do meu Afeganistão. Esperamos que possamos erguer a voz e colocar um fim no Talibã.”
 
Fatima Safari, especialista em gestão educacional, 24 anos, moradora de Cabul
 
 
 
“Eu não me lembro de nada do regime anterior do Talibã. Mas eu ouvi histórias trágicas e horríveis. As afegãs estão entre a esperança e o medo. Por um lado, acham que o Talibã mudou e que o grupo trabalha em prol dos direitos das mulheres, de acordo com a sharia (lei islâmica), como disseram. Por outro lado, temem os talibãs, pois pensam que eles terão o comportamento visto no regime anterior. Para mim e para outras mulheres, isso é inaceitável. Nenhuma afegã deseja voltar aos tempos sombrios. As mulheres querem melhorias. 
 
O comportamento das mulheres nas ruas começa a mudar. Nós temos que usar vestidos longos e cobrir todo o corpo. Não podemos ostentar nada ligado à moda. Acho prematuro julgarmos as atividades e o comportamento do Talibã. Eles dizem que mudaram e que darão espaço às mulheres, como o direito ao trabalho e à educação. No entanto, o Talibã tem que demonstrar isso na prática. Até não vermos nada na prática, não poderemos confiar nos talibãs.”
 
Rahela Jafari, 27 anos, membro da sociedade civil, moradora de Cabul
 
 
 
“Não sei o que será ser uma mulher sob o regime do Talibã. O que nós fomos e como eles nos trataram, nos anos 1990, foi algo muito evidente. De acordo com notícias que recebi sobre como as mulheres são tratadas pelo Talibã, elas são obrigadas a usar burca nas províncias e, nas cidades, têm sido cuidadosamente monitoradas. Há mulheres que protestaram contra o Talibã, na frente do palácio, e parece que o Talibã não as importunou. Mas isso é uma amostra de relatos de mulheres com quem tive acesso e de dados das redes sociais.
 
Assisti à entrevista na qual o Talibã falou sobre os direitos das mulheres dentro do prisma dos valores islâmicos. Fiz um apelo a todos os clérigos muçulmanos do Afeganistão a fornecerem detalhes sobre essa retórica. Essa forma genérica de discurso não pode ser interpretada pela metade nem pelo Talibã nem pela comunidade internacional. Meu papel é empoderar as afegãs a terem uma função na sociedade. Nós oferecemos suporte técnico em suas áreas, além de apoio emocional e psicológico ante os traumas que enfrentam. Estou nervosa sobre como a sharia será interpretada. A sharia fornece às muçulmanas lugar de destaque na sociedade. Mas a forma como se interpreta a sharia é o mais importante.”
 
Mariam Wardak, 37 anos, ativista social, fundadora da ONG HER Afghanistan, moradora de Cabul

Correio Braziliense sábado, 21 de agosto de 2021

PODER - GUERRA ABERTA ENTRE OS PODERES

Jornal Impresso

 

Guerra aberta entre os Poderes
 
Bolsonaro entrega ao Senado pedido de impeachment de Moraes. A investida é reação à decisão do ministro de autorizar busca e apreensão contra 10 apoiadores do governo, como o deputado Otoni de Paula e o cantor Sérgio Reis, por incitar atos antidemocráticos

 

» AUGUSTO FERNANDES
» LUANA PATRIOLINO

Publicação: 21/08/2021 04:00

 (Evaristo Sa/AFP - 17/11/20 )  


A ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre Moraes foi repudiada pela Corte:  
A ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre Moraes foi repudiada pela Corte: "O STF manifesta total confiança na independência e imparcialidade do ministro", diz, em nota

A semana, que começou com negociações para pacificar a relação entre Executivo e Judiciário, se encerra com novo round entre os dois Poderes. O presidente Jair Bolsonaro investiu novamente contra o Supremo Tribunal Federal (STF) ao apresentar ao Senado, ontem à noite, um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, ministro da Corte.
 
A ofensiva do chefe do governo ocorreu horas depois de o magistrado ter autorizado busca e apreensão de documentos e aparelhos eletrônicos de 10 bolsonaristas que estariam envolvidos na organização de uma manifestação para o 7 de Setembro em que uma das principais reivindicações seria a destituição dos 11 ministros do Supremo.
 
Mesmo não estando em Brasília, Bolsonaro autorizou que um assessor do Palácio do Planalto fosse à Secretaria-Geral do Senado para entregar o documento. É a primeira vez na história da República que um presidente pede o afastamento de um ministro do STF (leia mais na página 3).
 
A reação do Supremo não tardou. Em nota, a Corte repudiou o ato de Bolsonaro “de oferecer denúncia contra um de seus integrantes por conta de decisões em inquérito chancelado pelo plenário da Corte”. “O Estado democrático de direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal”, destacou. “O STF, ao mesmo tempo em que manifesta total confiança na independência e imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes, aguardará, de forma republicana, a deliberação do Senado Federal.”
 
Investigados
 
Entre os atingidos pela decisão de Moraes, estão o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), ex-vice-líder do governo na Câmara, e o cantor Sérgio Rei, que passarão a ser investigados pelo Supremo. O magistrado determinou à Polícia Federal o cumprimento dos mandados, após receber relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR) revelando uma série de ameaças e ofensas contra os ministros do STF praticadas pelos organizadores do ato de 7 de setembro. A peça da PGR não foi assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, mas, sim, pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo (veja reportagem abaixo).
 
De acordo com o documento, a atuação dos alvos da operação “não trata de mera retórica política de militante partidário, mas, sim, de atos materiais em curso, que podem atentar contra a democracia e o regular funcionamento de suas instituições”.
 
“O objetivo do levante seria forçar o governo e o Exército a ‘tomar uma posição’ em uma mobilização em Brasília em prol do voto impresso, bem como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para tanto, pretendem dar um ‘ultimato’ no presidente do Senado Federal, invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal, ‘quebrar tudo’ e retirar os magistrados dos respectivos cargos ‘na marra’”, escreveu Lindôra.
 
A subprocuradora-geral da República e Moraes suspeitam de que a mobilização dos envolvidos no caso indique a atividade de uma organização com objetivo criminoso. O grupo tinha até iniciado uma “vaquinha” para juntar os recursos necessários ao financiamento do ato no feriado da Independência. Por meio de uma chave Pix, os organizadores receberam diversas doações particulares.
 
“As condutas dos investigados, narradas pela Procuradoria-Geral da República, revelam-se ilícitas e gravíssimas, constituindo ameaça ilegal à segurança dos ministros do Supremo Tribunal Federal e aos membros do Congresso Nacional, revestindo-se de claro intuito de, por meio de violência e grave ameaça, coagir e impedir o exercício da judicatura e da atividade parlamentar, atentando contra a independência dos Poderes Judiciário e Legislativo, com flagrante afronta à manutenção do Estado democrático de direito”, enfatizou Moraes.
 
Reis e Otoni
 
Sérgio Reis ingressou na mobilização em 25 de julho, em reunião num hotel de São Paulo. Ao discursar no evento, o cantor disse que “enquanto o Senado não tomar essa posição (afastamento dos ministros do STF), (os manifestantes irão) ficar em Brasília e não (sairão) de lá até isso acontecer” (Leia mais na página 4).
 
No dia seguinte, Otoni de Paula manifestou apoio ao ato em uma rede social. “Dia 7 de setembro, temos que ir às ruas com pauta única — Art. 52 da CF (Constituição Federal). Temos de forçar o Senado Federal a abrir processo de impeachment contra Moraes e Barroso. Ou eles abrem o impeachment contra Moraes e Barroso, ou paramos o país por tempo indeterminado”, escreveu. De acordo com a PGR, a conduta do deputado não se insere na esfera abrangida pela imunidade parlamentar material constitucionalmente prevista.


As providências
  • Instauração de inquérito contra os 10 alvos
  • Busca e apreensão de documentos/bens de todos os envolvidos que se relacionem aos fatos e delitos sob apuração, bem como de celulares, computadores, tablets e quaisquer outros dispositivos eletrônicos, bem como a perícia dos aparelhos
  • Depoimento de todos à Polícia Federal
  • Manter distância do prédio do STF de pelo menos 1km, à exceção de Otoni de Paula
  • Bloqueio dos perfis nas redes sociais de cada um dos envolvidos
  • Bloqueio da chave Pix que era utilizada pelos bolsonaristas para juntar recursos para custear a manifestação
  • Proibição de que os alvos da operação mantenham algum tipo de contato ou usem as redes sociais. Eles também foram impedidos de participar de manifestações no DF

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