João Vitor Tavarez
Publicação: 30/10/2021 04:00
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O mercado de carne suína tem potencial para se expandir no Brasil — e a primeira razão é o preço. “É um produto com valor mais acessível do que a carne bovina”, disse o holandês Raymond Gaumans, produtor artesanal radicado no Distrito Federal.
Porém, nos últimos meses, o custo do produto teve alta significativa, relacionada a impasses comerciais com a China. “O valor da carne suína também subiu bastante, mas a bovina, muito mais”, ressaltou.
Especialista em charcutaria — ramo da indústria alimentícia dedicado ao preparo e venda de produtos de carnes —, Gaumans foi o entrevistado de ontem do programa CB. Agro, parceria entre o Correio e a TV Brasília. O empresário lançou uma linha de suínos diferente e sem conservantes. Dono da rede Casa do Holandês, com vários pontos em Brasília, ele contou detalhes do empreendimento, que comercializa peças de defumados e cortes especiais de carnes nobres usadas no preparo de pratos finos da gastronomia.
“Há cerca de três anos, criamos uma linha pura (de carnes). Começamos a produzir, em nossa fábrica, linguiças sem conservantes. Temos um bacon, por exemplo, sem químicos. Usa-se apenas sal e a defumação natural”, afirmou.
“Muitos clientes chegam a nossa loja por indicação de médicos ou nutricionistas, no caso daqueles pacientes que precisam fazer dieta com baixo consumo de carboidratos”, completou. No entanto, Graumans destaca que também há linguiças, salsichas e bacon com conservantes em seu comércio.
“Algumas pessoas são muito sensíveis aos conservantes. Temos que melhorar a saúde, e isso começa na alimentação”, acrescentou. O produtor ainda explica que o corte especial da carne é feito a partir de uma raça especial de porco, a duroc. “O animal é um pouco marrom, rústico e tem uma gordura intermediária muito saborosa”, detalhou.
Nesse aspecto, era um hábito antigo cozinhar com a gordura do porco (banha). A geração de avós e bisavós que o diga. “Apesar de não vendermos nas lojas, uso em minha casa. É um produto com muito potencial (de venda), pois é mais saudável que o óleo de soja”, disse.
Em relação ao controle sanitário, o especialista falou sobre os cuidados no preparo de carnes. “Nossa empresa passa pelo controle da Secretaria de Agricultura, além de ter um veterinário na fábrica. Também possuímos um selo (de qualidade)”, disse o empresário, que compra a carne de fazendas especializadas na criação de suínos.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo