Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 08 de outubro de 2021

LUTA CONTRA O CÂNCER DE MAMA

Jornal Impresso

Luta contra câncer de mama
 
 
Entrevista com a especialista Lucimara Veras desmitifica preconceitos sobre as causas da doença e constata o impacto negativo da pandemia no rastreamento inicial dos casos

 

Danielle Souza*

Publicação: 08/10/2021 04:00

A mastologista do grupo Oncoclínicas e integrante da Sociedade Brasileira de Mastologia — regional DF, Lucimara Veras foi a entrevistada de ontem do CB.Saúde — programa do Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília. No Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, ela conversou com a jornalista Carmen Souza sobre a doença que é a segunda em incidência mundial entre as mulheres e a maior responsável por mortes. A especialista alertou para os sinais que mulheres e homens devem ficar atentos, destacou a importância da prevenção por meio de exames de controle de bons hábitos alimentares e de cuidados com a saúde. A mastologista foi enfática ao afirmar que o único meio de rastreamento do câncer de mama é a mamografia.

 

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  



O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima dois novos casos por dia no DF, neste ano, chegando a 730. Essa é uma realidade que a senhora percebe nos consultórios?
Realmente, vemos uma incidência bastante elevada. Nos atendimentos na rede pública, acompanhamos pacientes em estágio mais avançado. Por outro lado, na rede privada, vemos mais pacientes com o diagnóstico precoce, o que é o recomendável.

Nacionalmente, a média é de 181 ocorrências por dia. Trata-se de um índice global ou o Brasil tem alguma especificidade?
Corresponde a um índice geral. Eu acredito que este ano, inclusive, registraremos um aumento, em relação aos anos anteriores, por conta da pandemia. E essa é a realidade que a gente vê nos hospitais. O câncer de mama é o segundo tipo mais comum em mulheres, no mundo —  superado apenas pelo de pele —  e é o câncer que mais mata. Então, por isso, é importante a gente se cuidar e tentar prevenir.

Ao que a mulher e o homem têm que ficar atentos em relação aos sintomas do câncer de mama?
Ele pode aparecer por meio de diversos sinais e sintomas. O principal sinal de alerta é o surgimento de um nódulo, que é um caroço na mama. Esse nódulo está presente em 90% das pacientes com câncer de mama. Se você apalpou algum nódulo, algum caroço na mama, procure um especialista para te examinar. Além do nódulo e do caroço, é possível alguma retração na mama, alteração no mamilo, da mulher ou do homem. Não podemos esquecer que uma parcela masculina é acometida pela doença. Essa mama também pode estar avermelhada, apresentar prurido, ter um aspecto que a gente chama de casca de laranja. Outro sintoma importante é o surgimento de nódulo na axila ou no pescoço, que seria os linfonodos.
Muitas pessoas não se conhecem, não conhecem seu corpo e aí entra a importância do autoconhecimento físico. Antigamente, era preconizado um autoexame na frente do espelho, no banho, em uma posição específica, hoje, orientamos que a paciente conheça como é a sua mama. Então, ela tem que saber como essa mama vai se comportar no decorrer do seu ciclo.

Quais são as condições que podem indicar a maior vulnerabilidade?
Sobrepeso, obesidade e sedentarismo são fatores de risco importante. O câncer de mama está muito ligado com alteração hormonal e a gente sabe que parte da gordura do nosso organismo é convertida em estrogênio, que é um hormônio feminino, então isso eleva as chances da paciente vir a ter um câncer de mama. A ingestão de bebidas alcoólicas também, a exposição frequente a radiação. Pacientes que menstruam muito cedo —  antes dos doze anos — ou que entram na menopausa muito tarde, porque se ela menstrua muito cedo, e vai parar de menstruar muito tarde, ela tem um período de vida maior exposta a ação do hormônio, são todos fatores possíveis. Além das questões genéticas, de maneira mais esporádica, porque 90%, 95% dos cânceres são decorrentes dessas outras causas que a gente falou. No caso das mulheres, é importante destacar que o aleitamento materno é um fator protetor do câncer de mama.

Quais são os principais exames para fazer esse rastreamento e o diagnóstico da doença?
Falando de rastreamento, hoje existe um exame que serve para rastreamento que é a mamografia. Não existe nenhum exame que o substitua. Somado a ele, a gente tem alguns exames que vão somar, que vão adicionar informações. Então a mamografia a gente recomenda que a paciente faça e a depender do resultado, complementamos. Normalmente, o exame é recomendado a partir dos 40 anos, nas pacientes de baixo risco.

Como a crise sanitária tem atingido o enfrentamento ao câncer de mama?
O número de pacientes no consultório diminuiu bastante. Os hospitais tiveram que se voltar para o enfrentamento da covid-19, então, houve restrição de cirurgias no período. O que a gente observa é que com a redução dos pacientes,  houve a  de diagnósticos. Agora que a população está mais vacinada, vemos o retorno aos consultórios. Mas aí o problema surge, porque eles vêm com lesões maiores. Por isso, mesmo durante a pandemia, a gente recomenda e sempre recomendou que não deixem de fazer os seus exames.

* Estagiária sob a supervisão de Juliana Oliveira

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