Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 10 de setembro de 2021

CERRADO EM CHAMAS

Jornal Impresso

Cerrado em chamas
 
Equipes enfrentam altas temperaturas madrugada adentro para impedir desastres ambientais que podem ser evitados com práticas responsáveis da população

 

Renata Nagashima - Júlia Eleutério

Publicação: 10/09/2021 04:00

 ( Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
 
Queimadas por todo o Distrito Federal e região protagonizam as últimas semanas. Pelo sétimo dia consecutivo, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) foi acionado para conter as chamas no Parque Nacional de Brasília — Água Mineral. As ocorrências não são episódicas na capital federal. Ontem, os esforços também estavam divididos com o enfrentamento a outro incêndio de grande proporção na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Ontem, a queimada completou dois dias, mobilizando 74 militares e 13 viaturas. A área atingida ainda não pode ser estimada, e até o fechamento desta edição, o fogo não havia sido controlado. 
 
O trabalho das equipes é árduo e o clima seco torna mais difícil debelar as chamas que são causadas por fatores naturais, mas, principalmente, pela ação humana. 
 
Segundo o CBMDF, os bombeiros só conseguem controlar as chamas durante a madrugada, quando o calor é menos intenso. No entanto, muitas vezes, voltam a arder durante o dia. O Tenente-Coronel Hugo, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, explicou que após serem acionados, os militares adentraram a madrugada trabalhando e a operação só é encerrada quando o fogo é totalmente extinto. 
 
Após a contenção, são feitas checagens e sobrevoos na região afetada durante o dia, para garantir que não existam outros focos. “A vegetação está totalmente seca no cerrado, e alguns tipos de plantas podem camuflar as brasas, o que é o suficiente para causar outro incêndio. Nós trabalhamos para combater as chamas assim que são detectadas e evitar que se espalhem devastando uma área maior ou até mesmo colocando vidas em risco”, explica o militar.
 
Durante esta semana, equipes também foram acionadas para combater incêndios na Ermida Dom Bosco e na Estação Ecológica de Águas Emendadas. De acordo com informações do CBMDF, os incêndios florestais atingiram 9.860 hectares de julho a agosto deste ano. Apenas nos primeiros cinco dias de setembro, as queimadas destruíram 1,7 mil hectares, sendo 536 hectares no Parque Nacional de Brasília.
 
Desde o início de 2021, os bombeiros atenderam 3.294 ocorrências, e as chamas atingiram uma área de 11.155 hectares. Historicamente, por causa das altas temperaturas e da baixa umidade, essa época do ano é a que registra o maior número de incidentes no DF. 
 
Vilões
 
Apesar do clima, o calor não é o responsável pelos incêndios, mas pode ser potencializador para incêndios provocados por causas naturais, como o fenômeno da combustão espontânea. Ele acontece quando, mesmo sem uma fonte inflamável externa, a vegetação seca começa a queimar. O atrito entre rochas ou até mesmo entre pelos de animais em locais de alta incidência de sol e de aquecimento podem desencadear a fagulha de um incêndio florestal.
 
Entretanto, casos como esse no DF são raríssimos, como destaca o professor aposentado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) Eleazar Volpato. Segundo ele, as causas de incêndios ambientais nesta região acontecem, em sua maioria, pela negligência humana.
 
O especialista explica que os incêndios são causados por uma combinação de três fatores: um clima quente e seco; a umidade do ar baixa; e a presença de alguma coisa que provoque a primeira fagulha, que pode ser desde um relâmpago, até bitucas de cigarro, pedaços de vidros, entre outros objetos deixados por seres humanos. “Incêndios que acontecem sozinhos são uma condição muito rara, como provocados por raios, por exemplo. Em sua grande maioria, eles acontecem por imprudência humana. As pessoas colocam fogo, deixam lixo, cigarro e fazem fogueiras. Além de objetos espelhados e que concentrem raios de sol, com o calor eles podem iniciar desastres difíceis de controlar”, aponta Volpato.
 
Para o engenheiro ambiental, um outro problema é a falta de campanhas educativas e da punição aos responsáveis. “Não tem conscientização e falta uma punição exemplar. Esses casos precisam ser investigados para que os responsáveis sejam penalizados. É preciso haver mais informação. Quando o incêndio é absolutamente intencional, ele é criminoso. Isso sem falar nos que acontecem por desleixo, e eles também deveriam ser punidos.”

Nos últimos dias, brasilienses acompanham queimadas pelo DF, como no Parque Nacional e na Floresta Nacional de Brasília  ( Minervino Júnior/CB/D.A Press)  
Nos últimos dias, brasilienses acompanham queimadas pelo DF, como no Parque Nacional e na Floresta Nacional de Brasília


Conscientização
 
Assim como grande parte das queimadas, reverter o cenário e garantir a  qualidade do clima depende da conscientização da população durante todo o ano. O Tenente-Coronel Hugo ressalta a importância de evitar a limpeza de terrenos com o uso de fogo, além de evitar fogueiras nessa época. “Muitas pessoas juntam resto de folha e galho para fazer fogueira e isso não pode acontecer, porque as brasas podem ser levadas para longe e provocar um incêndio”, explica. Com hábitos mais conscientes, o lixo pode virar adubo composto com os resíduos vegetais e de alimentos, o lixo seco deve ser recolhido pelo Serviço de Limpeza Urbano (SLU).
 
Outro ponto destacado por ele é a importância da colaboração da população que deve avisar aos Bombeiros sobre o foco de chamas nas áreas verdes. “Avistou um foco de fumaça, a pessoa deve ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros por meio do 193. Porque o ideal é que a gente combata esse foco o mais rápido possível para evitar o alastramento e maiores danos”, alerta.
 
Em caso de incêndio, os bombeiros alertam para que a população ligue, imediatamente, para 193. Quanto mais rápido as equipes forem avisadas, melhor será para controlar o fogo.
 
Dia Nacional do Cerrado
 
No dia 11 de setembro comemora-se o Dia Nacional do Cerrado, considerado o berço das águas no Brasil, onde estão as nascentes das maiores bacias hidrográficas do país, e um dos biomas mais ricos e antigos do planeta. Para marcar a data, a Universidade de Brasília (UnB) vai promover, nesta sexta-feira (10), a live “O Cerrado no Antropoceno”, às 16h, com o prof. dr. Reuber Brandão. A transmissão será pelo canal da UnBTV, no YouTube.
 
Outro destaque é a 11º Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, que acontece entre 10/9 e 26/9, com rodas de conversa on-line e trocas de sementes nos municípios. A programação e informações sobre a vegetação, a fauna, os parques, as trilhas e os frutos do cerrado podem ser conferidas no site unbcerrado.unb.br.
 

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