Publicação: 30/08/2021 04:00
A paulista Alana Maldonado venceu a georgiana Ina Kaldan com um wazari e protagonizou a primeira conquista paralímpica na modalidade |
As mulheres embalaram as principais conquistas do Brasil, ontem, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Turbinado por um grande desempenho das atletas, o país conquistou mais quatro medalhas douradas: Mariana D’Andrea, no halterofilismo, Carol Santiago, nos 50m livre da natação (S13) e Alana Maldonado, no judô (categoria até 70kg) subiram ao ponto mais alto do pódio. O dia nas águas japonesas também reservou a segunda medalha de Gabriel Geraldo. Com os triunfos do quinto dia de competições, o país ficou mais perto do 100º ouro na histórica paralímpica. A soma está em 97.
A medalha de Mariana foi a primeira de ouro no halterofilismo. E o peso da conquista foi condizente ao levantado por ela durante a disputa. Ao erguer 137kg, a paulista de 23 anos superou a chinesa Lili Xu — prata com 134kg — e a francesa Souhad Ghazouani — bronze com 132kg. “Esperava muito por este momento. Não tem gratidão maior do que ganhar esta medalha após cinco anos de treinamento. Agradeço a todos pela torcida e pela oração. Quero deixar registrado aqui que, se você tem sonho, corra atrás dos seus objetivos e os conquiste”, vibrou a atleta brasileira, líder do ranking mundial na sua categoria.
A natação segue sendo um dos vetores de conquista do Brasil. Na classe S13 — voltada para atletas com deficiência visual —, a pernambucana Carol Santiago conquistou o ouro e superou o próprio recorde paralímpico ao terminar a prova em 26s82. A marca anterior da brasileira, que também detém o recorde mundial (26s72) era de 26s87. “É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Eu me senti bem desde o primeiro dia no Japão. Quando terminei a prova, soube que tinha ganhado por ouvir o pessoal gritando o meu nome. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente”, disse a nadadora, que tinha um bronze nos 100m costas.
O domínio feminino do Brasil teve, até mesmo, uma disputa familiar nas águas de Tóquio com as gêmeas Débora e Beatriz Carneiro competindo na final dos 100m peito SB14. Bia ficou com a medalha de bronze, com o tempo de 1min17s61, apenas dois centésimos à frente da sua irmã, quarta colocada. “Estou feliz demais. Me senti super bem tendo a minha ‘rival’, que a gente ama muito. Nadamos super bem uma do lado da outra. Meu pai deve estar infartando em casa (risos). Senti um pouco a volta, mas graças a Deus deu tudo certo”, comemorou Beatriz.
O judô também teve, pela primeira vez, uma brasileira no lugar mais alto do pódio paralímpico. A paulista Alana Maldonado venceu a georgiana Ina Kaldan na final da categoria até 70kg com um wazari. “Agradeço a toda a minha família e à comissão técnica, que estiveram sempre do meu lado neste ciclo tão difícil. Sou outra atleta em relação aos Jogos do Rio-2016. No Brasil, estava do lado dos meus amigos e da minha família. Agora, fui campeã na terra do judô. Obrigado a todos que torceram. Esta medalha não é só minha. É de todos”, disse a atleta, que também venceu o Mundial da modalidade, de forma inédita, em 2018. Na mesma disputa, Meg Emmerich ficou com o bronze ao derrotar Altantsetseg Nyamaa, da Mongólia, por ippon.