Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 20 de outubro de 2021

PEDACINHO DE MADAGASCAR NO CERRADO
 
 
Jornal Impresso
Pedacinho de Madagascar no cerrado
 
O tão aguardado Flamboyant chegou junto com a primavera para colorir as ruas do Distrito Federal

» Renata Nagashima

Publicação: 20/10/2021 04:00

A engenheira ambiental Miria Nogueira aproveita a paisagem desta época do ano. Ela destaca que o flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
A engenheira ambiental Miria Nogueira aproveita a paisagem desta época do ano. Ela destaca que o flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor


A seca foi embora, e o verde prevalece na capital federal. Com a chegada das chuvas, a primavera trouxe de volta o colorido para a vegetação do cerrado e, depois das floradas dos ipês e da festa do jacarandá, chegou a vez dos brasilienses saudarem os flamboyants. O nome, que vem do francês e significa vistoso, chamativo e berrante, é adequado para os tons vívidos de vermelho, laranja e amarelo que decoram a cidade nesta época do ano. As flores da espécie de origem africana formam verdadeiros tapetes naturais nas quadras residenciais e nas vias da cidade, demonstrando que estão adaptadas aos ares do Centro-Oeste.
 
Natural da ilha de Madagascar, os flamboyants chegaram a Brasília na década de 1960, para oferecer sombra e enfeitar o jovem centro político do país. Hoje, a maioria das árvores está concentrada nas quadras 209, 210 e 211 da Asa Sul, além de exemplares no Sudoeste, no Zoológico, na região da Universidade de Brasília (UnB) e no Eixo Monumental.
 
Cuidado e beleza
 
Responsável pela plantação dos primeiros flamboyants na CCSW 3, no Sudoeste, Edmilson Matos, 43 anos, é zelador no mesmo bloco há 22 anos e, desde 1999, tem a preocupação em manter a quadra arborizada. “Eu plantei todas as que ficam nessa região. O pessoal foi comprando as plantas e eu fui cultivando”, conta. Apesar de cuidar de todas as árvores com o mesmo zelo, Edmilson revela que tem um carinho especial pelo flamboyant. “Eu espero o ano todo para vê-los florescer; é a época mais bonita que tem, fica tudo mais vivo e cheio de cores.”
 
Para o zelador, a florada anual deixa os moradores mais unidos. “Me alegra que todos adotaram a árvore, colocaram balanço e um banco ali embaixo. Todo mundo ajuda a cuidar, coloca um adubo, é lindo de ver. É uma coisa comunitária. Os moradores gostam bastante e são empenhados”, orgulha-se.
 
A espécie faz tanto sucesso na quadra, que virou até decoração para festas de aniversários das crianças. “Com a pandemia, as pessoas passaram a fazer mais coisas ao ar livre. Os moradores começaram a fazer comemorações embaixo do flamboyant, foi uma coisa única. É uma alegria ver as pessoas se aproximando da natureza. Meus filhos crescem aqui, brincando e ajudando. Tenho um jardim quase que particular na porta de casa”, comenta Edimilson.


O zelador Edmilson Matos se orgulha de cuidar das espécies de flamboyant da quadra em que trabalha e dos filhos aproveitarem o contato com a natureza (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
O zelador Edmilson Matos se orgulha de cuidar das espécies de flamboyant da quadra em que trabalha e dos filhos aproveitarem o contato com a natureza


 
Símbolo do amor
 
Quem também derrama-se pelas cores quentes dos flamboyants é a engenheira ambiental Miria Nogueira, 40. Ela, que escolheu a profissão justamente pela paixão pela natureza, gosta de sair para caminhar e contemplar a flores que decoram o Sudoeste. “Ainda estou de home office, então sair um pouco e ter esse contato com a natureza é importante. Passo horas admirando e tirando fotos”, conta.
 
Ela aponta que, durante esse período de chuvas, o verde das gramas se destaca, contrastando com as flores do flamboyant. “É uma beleza única. Eu gosto muito da natureza e da arborização de Brasília. O flamboyant é considerado a árvore símbolo do amor, além de ser linda tem esse significado forte”, destaca.
 
Origem
 
A engenheira agrônoma do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) Carmen Regina Correia, explica que a espécie exótica foi trazida da África para o Brasil provavelmente pelos portugueses. Segundo a especialista, apesar da beleza, as árvores precisam de atenção na hora de serem plantadas em áreas urbanas. “As raízes são muito superficiais, é uma árvore que não se coloca onde tem pavimento, nem em canteiros de ruas, deve ficar mais em parques. A madeira dela também é resistente, a queda de galho pode causar danos”, alerta.
 
De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), são cerca de 100 mil delas espalhadas por toda a capital. A maioria está concentrada no Plano Piloto, onde há mais de 50 mil flamboyants. Diferente dos ipês, os flamboyant têm uma floração mais rápida, que dura de 30 a 40 dias. Elas florescem entre outubro e dezembro e podem ser encontradas em três cores: vermelho, laranja e amarelo. A árvore é de médio a grande porte, tem uma copa ampla e pode chegar a 18 metros de altura.
 
Previsão do tempo
 
Com temperaturas mais baixas do que nos dias anteriores, é bom garantir o casaco para o dia de hoje. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima no Distrito Federal ficará em torno de 28ºC, sendo que a mínima registrada deve ficar em 19ºC. A umidade relativa do ar ficará entre 55% e 95%. A previsão do tempo indica que o dia terá muitas nuvens com chuvas isoladas no período da tarde. A noite será de nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas.

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