Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 23 de outubro de 2021

A VOLTA DAS CURICACAS

Jornal Impresso

AVOLTA DAS CURICACAS

A grande família do Conic

 
Casal de curicacas e os filhotes fazem a alegria de quem passa na região do centro comercial

 

Renata Nagashima
Marcelo Ferreira

Publicação: 23/10/2021 04:00

6/10 - Os ovos sendo chocados. O casal estava no ninho, cuidando (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
6/10 - Os ovos sendo chocados. O casal estava no ninho, cuidando
 
 
“Algazarra faz a curicaca pela manhã. Seu canto alegre acorda todo mundo”, assim a escritora Eulália Martorano Camargo começa seu poema falando do pássaro conhecido pela beleza exótica e canto alto. O som do despertador do Pantanal, apelido carinhoso das curicacas, está em várias regiões do Distrito Federal. Mas foi no Conic que um casal da espécie decidiu fazer morada e está há um ano alegrando o dia a dia de quem passa pelo local.
 
Quem trabalha no Edifício Venâncio 3, do Setor de Diversões Sul (SDS), no Conic, acompanha a família de curicacas desde o ano passado. O casal fez um ninho em frente ao prédio, em um poste de iluminação pública. Os filhotes nasceram, cresceram e seguiram a vida. O casal de curicacas ficou rondando o prédio, esperando a instalação no novo poste para começar mais uma ninhada. Macho e fêmea tiveram mais três filhotes.
 
Porteiro do prédio há 32 anos, Antônio Ferreira de Sousa, 64, tem uma vista privilegiada da janela. Apaixonado pelos animais, ele destaca que a presença dos pássaros é um presente, como um escape da rotina maçante de trabalho. Antônio acompanha o casal desde o ano passado e diz que as aves chegaram, mais ou menos, em agosto de 2020 e se instalaram em um dos postes de iluminação. Depois de alguns dias, decidiram fazer o ninho em outro, onde tiveram os filhotes. “Eu olho para eles todos os dias, e é emocionante. Eu acho a coisa mais linda do mundo. Eles são inteligentes, fazem o ninho direitinho. De manhã um se alonga, igual gente, depois sai para ir buscar comida ou graveto para o ninho. Quando volta, faz um carinho no que ficou e trocam de função. O outro sai em busca de comida para os filhotes. A natureza é perfeita demais”, admira.
 
Logo após os filhotes de curicacas terem saído do ninho, no ano passado, os postes de iluminação foram trocados. Mas, seu Antônio conta que os curicacas não foram embora, ficaram rondando o prédio até poderem se instalar novamente. “A gente admirava o voo deles por aqui, procurando comida. Chegaram a dormir na marquise do prédio, só esperando se instalarem novamente. Quando trocaram as lâmpadas, nós achamos que iriam embora, porque era um modelo mais difícil de fazer ninho, mas elas conseguiram e estão aqui fazendo nossa diversão em mais um ano.”
 
A professora Líria Hirano, da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), explica que é comum essa espécie se adaptar em um local e permanecer nele até que haja alguma ameaça. “Eles se adaptam ao meio em que estão. Quando escolhem um local para fazer o ninho e percebem que não há predadores, eles ficam lá por muito tempo.”
 
A curicaca (Theristicus caudatus) é um tipo de ave presente em boa parte do território brasileiro — comum de campos abertos, capoeiras, beiras de matas secas, caatingas, cerrados e grandes plantações. Elas costumam instalar-se em locais próximos a lagos, campos com solos pantanosos ou periodicamente alagados. Têm o hábito de viver em pequenos bandos, são diurnas e gostam de planar a grandes alturas. É comum encontrá-las nos gramados do centro de Brasília, onde procuram insetos e larvas para se alimentar.
 
Alimentação
 
Elas comem pequenos lagartos, pequenos roedores, sapos e cobras. “Essa ave tem o bico de foice para facilitar essa alimentação, ela consegue colocar o bico em tocas e na terra para caçar o animal. Na região do DF ela já tem ocorrência natural e aqui na cidade tem muita abundância em alimentos, por isso podem ser encontradas facilmente”, explica. A médica veterinária diz que as curicacas são mais vistas no Parque da Cidade, próximo ao Aeroporto de Brasília e em Taguatinga. Não apresentam nenhum risco para a população.
 
No Conic, o Correio acompanhou a evolução do ninho, os ovos chocando e os filhotes nascendo. Ao que tudo indica, a família fica reunida até os menores terem condições de voar sozinhos. Enquanto isso, os frequentadores do setor comercial apreciam o desenvolvimento e o crescimento das pequenas aves. Observar as aves virou uma tarefa diária de José Heleno, 48, que também é porteiro em um edifício no Conic. “A gente para um pouco para observar durante o dia. Dá uma alegrada, são lindos. É muito interessante como eles trabalham, saem de manhã e nunca voltam com o bico vazio. A gente passa o dia observando como crescem, cada etapa”, conta. “Viraram nossos mascotes. A gente gosta igual bichinho de estimação”, acrescenta.
 

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