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A bicicleta cinematográfica de Victória Albuquerque na Neo Química Arena e a celebração das companheiras em uma noite de gala da craque diante do Palmeiras: a brasiliense jogou com as unhas pintadas de preto e branco |
A torcida do Corinthians teve um fim de semana dos sonhos na história da rivalidade com o Palmeiras. Em 48 horas, o bando de loucos e de loucas festejou vitória por 2 x 1 no sábado pela 22ª rodada da Série A. Ontem, o hospício da Neo Química Arena foi palco do tri do Timão no Brasileirão feminino com uma imponente goleada por 4 x 1 no placar agregado: 1 x 0 mais 3 x 1.
O triunfo teve a assinatura de uma brasiliense. Nascida em 14 de março de 1998, Victória Kristine Albuquerque de Miranda tem oficialmente o quinto título com a camisa alvinegra. Campeã brasileira em 2020, repete a dose em 2021. O troféu é mais uma na coleção, que também ostenta um bi no Paulistão e a Libertadores.
Revelada pelo Minas Icesp, Victória desembarcou no Corinthians no início de 2019 para ser coadjuvante. No entanto, ela rapidamente se adaptou ao hospício e virou uma das xodós da Fiel. O sucesso no clube rendeu convocação para a Seleção.
Ontem, Victória Albuquerque pediu papel principal na conquista do título. Depois da vantagem de 1 x 0 construída no Allianz Parque, o Corinthians tinha a vantagem do empate, mas posicionou-se em campo para vencer, golear e dar espetáculo. A velocidade e a ousadia da brasiliense foram trunfos para a consolidação do título em Itaquera.
Depois de uma pressão do Palmeiras no começo, Adriana iniciou a ofensiva do Corinthians aos 18 minutos. Arrancou pela direita, driblou a goleira Jully e, quase sem ângulo, tocou para o gol. Atabalhoada, Augustina empurrou a bola para dentro da própria rede aliverde: 1 x 0.
Elétrica, Adriana voltou a ser decisiva aos 32. Ela recebeu a bola de Yasmin e disparou um míssil no ângulo do Palmeiras para ampliar o placar. Sem poder de reação, o Palmeiras ouvia o técnico Ricardo Belli pedir ao time para colocar a bola no chão, mas as adversárias não deram trégua.
Aos 37 minutos, a brasiliense Victória Albuquerque dominou a bola no peito dentro da grande área e emendou uma bicicleta digna de Rei Pelé ou da Rainha Marta em Itaquera. Certamente eles assinariam a pintura. O gol foi o 51º de Victória em 66 exibições pelo Corinthians.
Do terceiro gol em diante, o que se viu foi um Palmeiras entregue, louco para o jogo acabar a fim de amenizar o atropelamento em uma finalíssima desequilibrada. Havia expectativa por um duelo mais competitivo depois do empate por 1 x 1 no meio da semana passada pelo Paulistão, mas o Corinthians ignorou as rivais com exibição impecável. Camilinha ainda diminuiu o placar para 3 x 1, mas era tarde.
Pesou contra o Palmeiras, por exemplo, a ausência da artilheira Bia Zaneratto. Autora de 13 gols na competição, a atacante voltou para o futebol chinês depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela e Chú foram os principais investimentos do clube na temporada.
O Timão teve o melhor ataque da Série A1 do Brasileirão com 64 gols. Chegou à final pela quinta vez consecutiva. Antes do título de ontem, havia ficado com a taça em 2018 e em 2020 e amargado o vice em 2017 e em 2019.
O Corinthians voltou a tratar o futebol feminino com dignidade em 2016. Desde então, o clube se transformou em uma das potências do país. Além dos três Brasileiros, ganhou duas Libertadores (2017 e 2019), uma Copa do Brasil (2016) e dois Paulistas (2019 e 2020).
Agora, o Corinthians foca no Paulistão e na Libertadores. As meninas terão pela frente na fase de grupos San Lorenzo (Argentina), Nacional (Uruguai) e Sol de América ou Capiatá (Paraguai) na competição continental.
“Estou muito feliz, espero sentir isso mais vezes com a camisa do Corinthians. ão sou de fazer gols como esse, mas como se diz na Zona Leste, foi uma mini bike para o tricampeonato”
Victória Albuquerque, meia do Timão