Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 28 de outubro de 2021

BELEZA LIVRE DE PADRÕES

Jornal Impresso

 

Beleza livre de padrões
 
Talita Beda Hostensky, 33 anos, representará Brasília num concurso internacional para misses plus size. Driblar os padrões e aceitar corpo como ele é foram atitudes que mudaram a vida da modelo. 

 (Minervino Júnior/CB/D.A Press)
 
 
 
 
Corpos reais ganham destaque na moda. Talita Beda Hostensky representará o DF em concurso internacional

 

Publicação: 28/10/2021 04:00

Disputar um título de beleza pode parecer um sonho distante para muitas mulheres que não se enxergam dentro de um padrão estético socialmente desejado. Uma realidade que vem mudando com o aumento de segmentos que valorizam diferentes tipos de corpos, e foi justamente esse potencial que atraiu a modelo brasiliense Talita Beda Hostensky, de 33 anos. Moradora do Guará II, ela está de malas prontas para representar o Distrito Federal no concurso Miss Continente Brasil Plus Size, que ocorre na próxima semana, em Salvador — de 4 a 6 de novembro.
 
A competição é o ponto alto de uma carreira que começou há quatro anos, quando ela descobriu que finalmente poderia trabalhar como modelo mesmo não sendo uma mulher magra. Ela desfilará com outras 15 representantes de outros estados. “Sempre quis ser modelo, mas, para mim, era algo totalmente inviável porque eu nunca tive um corpo padrão. Sempre tive aquela coisa de viver de dieta para tentar ser magra, mas não conseguia chegar nesse corpo. Eu cheguei a ficar doente, anêmica, durante esse processo”, lembra. 
Aceitação
 
Encarar a pressão estética para quem deseja brilhar no mundo da moda é uma constante e, com ela, não foi diferente. Após várias frustrações, e um processo de reflexão, Talita começou a acompanhar as carreiras de modelos plus size e percebeu que ela se encaixaria ali. “O começo foi bem difícil, eu acabei tomando um golpe de um book. E isso quebrou minhas pernas, porque eu não tinha dinheiro, na época, e foi meu marido que pagou pelas fotos. Depois desse episódio, pensei em desistir de tudo”, conta. No entanto, o apoio do companheiro, que a incentivou a insistir, e o de uma amiga, que a convidou para o primeiro desfile, a carreira da brasiliense começou a prosperar. 
 
Desde 2019, ela atua como modelo profissional e concilia a atividade com o cargo de gerente comercial que exerce na empresa da família. A trajetória de superação de Talita é acompanhada com vibração pelo seu fã clube particular, composto pelo marido e pela filha Esther Beda, 8, que não escondem o orgulho. 
 
Para Talita, eventos destinados ao mercado o plus size são essenciais. “É preciso normalizar os corpos gordos. O normal não é o 36. Cerca de 60% da população está acima do peso, e como essas pessoas vão comprar uma roupa se elas não se veem representadas nas modelos?”, ressalta. “Ser gorda não é sinônimo de doença e nem a magreza é sinônimo para saúde. Quando eu estava mais magra foi o período em que eu estava mais doente”, finaliza a brasiliense. 
 
Três perguntas / Geisa Izetti Luna
professora do curso de Psicologia do IESB
 
Como o padrão de beleza tem influenciado na auto estima das mulheres?
O padrão de beleza já passou por mudanças bem acentuadas, por exemplo, em relação ao formato do corpo. Para as mulheres, atualmente, verificamos uma transição da “magreza de passarela” para um perfil “magro e musculoso”. Esse perfil passou a ser ultravalorizado, não apenas como expressão de beleza, mas também como potencial para despertar sentimentos e emoções de poder/controle, sucesso, conquista, vitória... Por isso, dizemos que tem relação, não apenas com ela, mas também com a autoimagem — ambos associados a aspectos sociais de pertencimento e de valorização. Nesse ponto de vista, reforçamos a possibilidade de empoderamento independente do formato do corpo que o indivíduo tenha.
 
O que fazer para sair do pensamento que ter um corpo magro é sinônimo de beleza e de saúde?
É preciso entender que conceitos de saúde e beleza são subjetivos e que não podem, portanto, ter como significado a expressão de um único formato de corpo ou qualquer outra coisa na sociedade. Trabalhar esse entendimento individualmente e acrescentar que a diversidade é esperada e biologicamente ressaltada pode ajudar nesse reconhecimento.
 
O universo de modelos plus size enfrenta maior pressão, com muitas mulheres que não se acham bonitas. Como lidar com isso? 
Mudanças no corpo não devem ser impostas pela sociedade, ao contrário, a mulher deve buscar a valorização de si mesma e desenvolver autoestima. Esse é o ponto mais importante.
 
"Cerca de 60% da população está acima do peso, e como essas pessoas vão comprar uma roupa se elas não se veem representadas nas modelos?”
 Talita, modelo

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