Um cano d’água estourou e causou uma cratera na esquina entre a Rua 4 e a 4A, próximo a Feira do Produtor, em Vicente Pires. Segundo os moradores, o vazamento começou na noite de domingo e se agravou durante a manhã de ontem. A equipe do Correio esteve no local no momento em que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realizava os reparos na rede, por volta das 11h desta segunda.
Segundo os responsáveis pela obra, o que causou o dano foi o rompimento de um cano de 125 milímetros de diâmetro. A pressão da água fragilizou o trecho, que desmoronou. Apesar do susto, ninguém se feriu. Na obra de reparo, para evitar novas ocorrências, os funcionários compactaram a terra de 30cm em 30 cm, para que caso haja novos vazamentos o asfalto não volte a ceder. A expectativa da Caesb era concluir a obra até o fim do dia.
A moradora de Vicente Pires Weslayany Carvalho, 22 anos e atendente de um comércio da região, relata que o problemas são recorrentes. “Sempre tem muito buraco, muita lama e alagamentos. Isso dificulta bastante a gente vir até o trabalho, por exemplo, porque tem que enfrentar trechos alagados. Nunca me machuquei, mas já vi pessoas se machucando com os alagamentos”, destaca.
Gilberto Camargos, presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região, lista os mesmos problemas. O morador opina que as obras não poderiam acontecer agora. “Esse mesmo cano já estourou várias vezes, sendo a última há cerca de quinze dias. Estamos em temporada de chuvas e eles não poderiam fazer as obras agora. O maquinário pesado de drenagem pluvial da rua 4A acaba pressionando os canos, o que causa essas rupturas”, defende. Segundo ele, a população teme as chuvas mais fortes, que podem causar mais danos.
O administrador de Vicente Pires, Daniel de Castro, pontua, que as obras estão dentro do cronograma estabelecido pelo governo, e que os problemas são devido ao processo de construção, e não são frequentes. “Ficamos sabendo da ruptura do cano às 7h30 de hoje (segunda), e às 9h a equipe da Caesb já estava no local”, narra.
Sobre as obras de drenagem pluvial na Rua 4A, Daniel explica que “são aproximadamente 184 metros da galeria abertos para a obra de encontro das manilhas com o túnel. As obras são necessárias para criar uma caixa de onde a água pode escoar até a bacia da Rua 3. Outro ponto com obras parecidas é a Rua 10B, mas ambas devem ser concluídas até o fim de novembro, antes do começo das chuvas mais fortes”.
Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF defende que cerca de 95% das redes de drenagem previstas para Vicente Pires estão concluídas. “Os 5% restantes serão executados em novo contrato. Acredita-se que seja a solução definitiva dos problemas de alagamentos que, atualmente, ocorrem somente nos locais onde não há rede de drenagem. Onde as redes de drenagem estão concluídas e em funcionamento, não temos mais esse tipo de problema”, frisa a pasta.
Mais chuvas neste ano
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Olívio Bahia, de 1º a 25 de outubro todas as estações meteorológicas do DF, com exceção do Gama, registraram aumento no volume de chuva, no comparativo com o mesmo período do ano passado. “Diferentemente do esperado, a chuva neste mês iniciou logo nos primeiros dias. Geralmente começa na segunda quinzena. Isso pode refletir em um período mais chuvoso”, ressalta.
Na estação de Águas Emendadas, em Planaltina, até as 9h de ontem, o Inmet havia registrado 179.6 milímetros (mm) de chuva, ultrapassando a média do mês, que é de 159.8 mm. No Plano Piloto, as precipitações resultaram 133.2 mm, com 83% do esperado para outubro. No Paranoá, foi 116.6 mm (75%), Brazlândia 98.6 mm (62%) e Gama 62.4 mm (39%), sendo que nas últimas três, o sistema apresentou falha e pode não ter registrado chuva em alguns momentos. Para novembro, a média de chuva esperada sobe para 226 milímetros, e em dezembro vai para 241 mm.
Para hoje, a previsão do Inmet é de alta nebulosidade e pancadas de chuvas ocasionais durante todo o dia. À tarde, devido ao aquecimento, as chuvas podem ser mais fortes, com presença de trovoadas e algumas rajadas de vento. O Distrito Federal se mantém em alerta de perigo potencial emitido pelo Inmet, que vale até as 11h de hoje.
A temperatura ao longo do dia deve se manter em mínima de 18ºC e máxima de 26ºC. Já a umidade relativa do ar varia entre 100%, devido à alta nebulosidade, e 60%, nas horas mais quentes do dia. Os ventos serão de intensidade fraca.
(Colaborou Cibele Moreira)