Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 06 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: BOLSONARO NÃO ACEITA RECUSA DOS JOGADORES

Jornal Impresso

Bolsonaro não aceita recusa dos jogadores
 
Presidente se irrita com a possibilidade de a equipe principal e o técnico Tite se negarem a disputar a competição continental, cuja realização no Brasil vem sendo criticada. Apoiadores veem complô político para desgastar ainda mais o governo

 

» Sarah Teófilo

Publicação: 06/06/2021 04:00

Na edição de 2019, Bolsonaro posou com a Seleção. Agora, ele quer que o time principal entre em campo, apesar das reações devido à pandemia (MAURO PIMENTEL/AFP - 7/7/19)  
Na edição de 2019, Bolsonaro posou com a Seleção. Agora, ele quer que o time principal entre em campo, apesar das reações devido à pandemia
 
Diante da possibilidade de os jogadores da seleção brasileira e o técnico Tite se recusarem a participar da Copa América, cujo início está marcado para 13 de junho, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta mais um desgaste, agora, vindo de dentro das “quatro linhas”. O Palácio do Planalto está irritado e preocupado com a eventual recusa de a equipe principal participar da competição, que veio parar no Brasil depois que Colômbia e Argentina se recusaram a sediá-la. Por conta da iminência de um vexame, o presidente já avisou que o assunto virou “questão de honra” e fez chegar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a determinação de fazer com que a Seleção dispute o torneio com força total.
 
O sinal de alerta soou no Planalto na última sexta-feira: em entrevista à Rede Globo, após o jogo contra o Equador, pelas eliminatórias da Copa de 2022, o capitão da seleção, o volante Casimiro, afirmou que haveria uma posição pública do elenco na próxima terça-feira, mas que o posicionamento “é claro”. Isso sinalizaria a contrariedade pela realização da Copa América no país.“Não sou eu, não são os jogadores da Europa. Quando fala alguém, falam todos os jogadores, com o Tite, com a comissão técnica. Tem que ser unânime, todos juntos”, disse.
 
Desde que anunciou a vinda do torneio para o país, apesar dos 472.531 mortos pela covid-19 — segundo os dados de ontem, levantados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) —, Bolsonaro vem sendo duramente criticado. Mas manteve a decisão e a anunciou ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
 
Reações
 
A preocupação fica clara quando se observa a reação dos bolsonaristas nas redes sociais. “Fora Tite” ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Também começaram a atrelar o técnico ao PT, colocando fotos do tempo em que treinou o Corinthians, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva — que é corintiano —, para construir a narrativa de que a possível decisão da Seleção seria política e para atingir Bolsonaro.
 
Os parlamentares que apóiam o presidente não economizam teorias, críticas ao técnico, à Seleção e aos jogadores. O deputado federal Coronel Armando (PSL-SC), ex-vice-líder do governo, atacou os atletas afirmando que estão sendo manipulados por Tite e reforça a ideia de que se trata de um movimento político. Para os bolsonaristas, é incoerente não atuar na Copa América e manter o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e os jogos das Eliminatórias da Copa do Catar no país.
 
“É um desgaste que, daqui a pouco, passa. Mas esses caras vão ficar marcados”, diz Armando. Para o parlamentar, se não quiserem jogar, que se troque o técnico e se convoque outros jogadores.
 
Deputado da base de apoio ao Palácio do Planalto, Bibo Nunes (PSL-RS) classificou o movime nto de protesto dos jogadores como “antipatriotismo e irresponsabilidade”. “Deixa a imagem do Brasil muito ruim. Imagem de que não há unidade e que há desrespeito à CBF e à presidência da República. É uma jogada política: querem menosprezar o presidente”, afirmou.
 
Bibo carregou nas críticas ao técnico da Seleção. “Quem quer desgaste para o governo está vibrando com isso. Mas o Tite é o grande culpado. Eu não quero jogando pelo Brasil jogadores que não são patriotas. É uma vergonha. O Tite é um esquerdista, mas tem que saber respeitar”, acusou, defendendo que Renato Gaúcho, ex-treinador do Grêmio e que já manifestou simpatias a Bolsonaro, assuma a Seleção.
 
Fiel defensora do presidente, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) nega que haja desgaste. “Quem está com Bolsonaro está com ele, independentemente de qualquer coisa. Bolsonaro não sofre (com a decisão dos jogadores), quem sofre é o Brasil”, assegurou.
 
Incoerência
 
Segundo ela “os bolsonaristas estão reagindo a uma ação do Tite, das pessoas que são contra a Copa América, porque é incoerente (devido às outras competições futebolísticas realizadas no Brasil)”. E salientou: “É bom para a economia, para os brasileiros, para o otimismo. Aí, vem o pessoal e politiza isso, e diz que não pode fazer a Copa América aqui. Se isso não é politização, porque não cancelaram os outros campeonatos? A ação partiu deles de politizar, e a gente está reagindo”.
 
Cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, Eduardo Grin afirmou que o presidente se desgasta com a situação. Lembrou que o movimento bolsonarista se apropriou do verde amarelo e da camisa da Seleção e, agora, se vê desafiado pelo time. “A ideia de trazer a Copa América, no imaginário bolsonarista, significaria reiterar esse discurso nacionalista, do monopólio da representação nacional. Dada à popularidade do futebol, o fato de a Seleção se negar a jogar tem uma enorme representatividade social e pode fortalecer os movimentos contrários a Bolsonaro”, observou. (Colaborou Vicente Nunes)


Dedaços do Planalto no time “canarinho”
 
A seleção brasileira tem, na sua história, pelo menos dois episódios de interferência que passaram pelo Palácio do Planalto. No time do tricampeonato de 1970, o presidente Emílio Médici queria de todo jeito que o atacante Dario fosse convocado — algo que só conseguiu depois que João Saldanha foi dispensado do cargo de técnico e Zagallo assumiu o comando da equipe. Já na seleção que foi à Copa da Argentina, em 1978, o capitão do Exército Cláudio Coutinho substituiu o gaúcho Osvaldo Brandão — e cunhou a frase de que o Brasil foi “campeão moral”, pois retornou invicto, mas com o 3º lugar.

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