Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 18 de maio de 2021

COISA DE BRASILIENSE: O PAGODE NO PLANALTO

Jornal Impresso

Coisa de brasiliense: o pagode no Planalto
 
Para comemorar o Dia do Pagode, o Correio conversou com artistas que, apesar da pandemia, mantêm a alegria da música e conquistam fãs pelo país

 

» Mila Oliveira*
» Prisley Zuse*

Publicação: 18/05/2021 04:00

Grupo Elas que toquem. Bruna Vasconcellos, Maísa Lameira e Vanessa Lima (Robson Cesco/Divulgação)  
Grupo Elas que toquem. Bruna Vasconcellos, Maísa Lameira e Vanessa Lima
 
A cena de pagode de Brasília está cada vez mais forte. Se antes a cidade era vista como um polo de rock, o pessoal do Menos é Mais e Di Propósito veio para mostrar que o Distrito Federal tem muito a oferecer. Gustavo Góes, integrante do Menos é Mais, conta que, “se tratando de um grupo de pagode que não tinha gravadoras, empresários e rádios por perto e, mesmo assim, conseguiu romper essas barreiras, é muito legal. Essa felicidade dá mais força para gente seguir nosso propósito, que é levar alegria para todos os brasileiros, e pretendemos seguir firme nessa nossa missão.”
 
Produtor artístico, Tiago Hanna também toca em um grupo de pagode, o MakêBelê. Ele percebeu uma profissionalização e uma evolução artística no DF. Mesmo com a proibição de shows no Brasil, devido à pandemia, o samba e o pagode estão entre os ritmos mais buscados nas plataformas de streaming, segundo o Data Stories, da Kantar Ibope Media.
 
“Eu vejo que os grupos que estão fortes em Brasília são os que estão interagindo com o seu público no meio digital, produzindo conteúdo musical ou vídeos bem-humorados. Quem está fazendo bem as mídias digitais está conquistando um público mais jovem, que normalmente não frequenta shows de pagode”, destacou Tiago.
 
O aumento desse consumo é resultado do estudo de mercado, pesquisa e inovação, segundo Tiago. “Os meninos do Menos é Mais, o Jorge e o Góes, desde sempre bateram na tecla da organização e na governança, que é algo que você nem escuta direito no âmbito da música, e eles conseguiram construir o império deles, tijolinho por tijolinho”, completou o produtor.
 
A partir deles, a cena de pagode da cidade ganhou destaque nacional e abriu portas para outros grupos. No Dia do Pagode, o Correio conversou com alguns grupos e cantores da cidade que valem a pena conferir.
 
 
Meninas de raça 
O grupo de pagode formado apenas por mulheres vem ganhando espaço na cena artística de Brasília. O que era apenas uma brincadeira tornou-se algo sério para as integrantes do Elas que toquem. Com apenas oito meses desde a criação, Maísa Lameira, uma das integrantes e fundadoras do grupo, comentou que, mesmo sendo um ambiente com maioria masculina, elas estão conquistando fãs diariamente. “Sempre ouvi que mulher não faz pagode e que pagode é coisa de homem. Foi quando conheci a Bruna e começamos uma trajetória, brincando em casa e resolvemos chamar outras meninas. A gente achou que o mercado de pagode de Brasília não ia abrir as portas para gente, mas foi totalmente o contrário, os meninos ajudaram, inclusive, o Menos é mais e o Di Propósito seguem o Elas que toquem nas redes sociais.” Hoje, a banda conta com 10 mulheres no palco e mais 11 pessoas que trabalham no backstage. Lançaram um EP com 17 músicas e agora se preparam para gravar um projeto audiovisual, que deve ficar pronto até o final do ano.
 
Segurando a onda
Pietro Silva conta que tudo começou quando ele, o irmão e o sobrinho decidiram formar uma banda. Com o tempo, cada um seguiu seu caminho, e Pietro começou a tocar em outros grupos. A partir daí, a carreira do músico decolou. Recebeu vários convites para cantar com bandas e artistas renomados de Brasília. Teve a oportunidade de viajar de se apresentar em vários lugares do país e do exterior. Agora o cantor se prepara para lançar mais três músicas nos próximos meses. A primeira, chamada De baixo do chuveiro, em todas as plataformas digitais. A faixa também conta com um videoclipe. Durante a pandemia, Pietro conta que fez algumas lives, mas precisou trabalhar como garçom para pagar as contas. “Em um momento, a situação ficou complicada, e fizemos uma vaquinha para conseguir ajudar os músicos que trabalham comigo. Como agradecimento da ajuda recebida, produzimos uma live e cantamos de tudo um pouco. Além disso, com o dinheiro arrecadado, conseguimos, também, ajudar pessoas que vivem em uma situação de vulnerabilidade, foi algo muito especial”, conta ele.
 
Projeto bem pensado
O grupo formado por cinco integrantes, Will Lucas, Allan Agnes, Tony Souza, Bryan Agner e Wallace Nascimento nasceu de uma vontade dos integrantes de tocarem as músicas de que eles gostavam. Inicialmente, além do Deu Vibe, os músicos também participavam de outros projetos. Allan conta que “o negócio foi ficando sério, foram surgindo contratações, e aí decidimos sair dos outros grupos para focar no nosso. Começamos a fazer shows no DF e recebemos o convite para tocar na Europa”. Instrumentista profissional desde os 15 anos, Allan ressalta a importância da música como empreendimento que vai muito além de tocar. Amigo dos meninos do Menos é Mais, conta que “eles não chegaram aonde estão só pela parte musical, eles trabalharam toda uma engrenagem que muitos grupos de Brasília e de fora não tinham em mente. Hoje em dia, essa nova geração precisa entender que a música é um empreendimento, só tocar não serve mais, é preciso trabalhar o todo”, explica o artista.

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