Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 22 de março de 2022

PANDEMIA: QUANDO O DF PAROU - BRASILIENSES CONTAM COMO LIDARAM COM A CHEGADA DA PANDEMIA

 

Quando o DF parou: brasilienses contam como lidaram com a chegada da pandemia

Publicação do decreto que estabeleceu a primeira interrupção geral de serviços e atividades no Distrito Federal completou dois anos na semana passada. Para relembrar o período, o Correio traz histórias de quem acompanhou isso de perto, fosse em casa, fosse no front

AM
Ana Maria Pol
postado em 22/03/2022 06:00
 
 
Painéis eletrônicos alertavam para os riscos do novo coronavírus -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Painéis eletrônicos alertavam para os riscos do novo coronavírus - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O movimento nas ruas, nas quadras comerciais e no asfalto — tão conhecido e integrado às vidas dos brasilienses — mudou completamente em março de 2020, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) informar que a disseminação da covid-19 representava uma situação pandêmica. Há dois anos, governos começaram a adotar medidas restritivas em todo o mundo e, no Distrito Federal, não foi diferente. Em 18 de março, o vazio se fez presente em diversos espaços da capital do país, depois da publicação do decreto que estabeleceu, pela primeira vez, o fechamento de estabelecimentos.

Moradora do Sudoeste, ela se recorda de quando o cenário pandêmico chegou ao Distrito Federal. Com isso, precisou migrar para o home office. "Foi caótico, porque ninguém conhecia bem a dinâmica do vírus, o que era, as consequências. Eu estava como assessora em um escritório de advocacia, e os sócios precisaram tomar a decisão (pelo trabalho remoto) abruptamente, sem entender como as coisas aconteceriam. Foi bem difícil. Cheguei a trabalhar muito mais horas do que o normal. E sempre havia fatores externos que tiravam a concentração", completa.

 

  •  Brazilian soldiers disinfect the Subway Central Station and its surroundings, as a measure against the spread of the coronavirus, COVID-19, pandemic in Brasilia, early on March 29, 2020. - A federal court in Rio de Janeiro on Saturday banned the government from disseminating propaganda against confinement measures aimed at controlling the coronavirus pandemic. The campaign video encourages people not to stop their normal lives, despite health ministry figures show that COVID-19 has claimed almost 100 lives and affected close to 3,500 people in Brazil. (Photo by EVARISTO SA / AFP). Lockdown. Medidas restritivas.
    Na Rodoviária do Plano Piloto (E), equipes descontaminaram o terminalEVARISTO SA
     
     
  • 19/03/2020. Credito: Ana Rayssa/CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades.  Apos decreto do governador Ibaneis Rocha, shoppings amanhecem fechados. Conjunto Nacional. Lockdown. Medidas restritivas.
    Em frente ao shopping na plataforma superior, ruas vaziasAna Rayssa/CB/D.A Press
  

Cobranças

Enquanto algumas atividades foram suspensas ou transferidas para o remoto, trabalhadores de áreas consideradas essenciais continuaram na linha de frente. Varredora do Serviço de Limpeza Urbana, Ilza Carvalho da Silva, 34, cuidou do DF em um período de incertezas. Diariamente, de madrugada, ela saía de casa, no Recanto das Emas, rumo às ruas. Ao regressar, a gari tinha de redobrar os cuidados. Apesar de cansada, era necessário evitar o risco de infectar a família. "Nós não paramos. E tivemos muito medo de pegar a doença e transmiti-la. Tenho três filhos. Então, minha maior preocupação era passar (a covid-19) para alguém. Sempre que chegava do trabalho, ia direto para o banho, tirava meu uniforme e, no outro dia, trabalhava com outras roupas, para evitar qualquer tipo de contato. Foi difícil e cansativo, mas valeu a pena, pois ninguém (próximo) contraiu a doença", acrescenta.

A assistência à qual a técnica em saúde se refere tem a ver com o enfrentamento a um inimigo pouco conhecido. "Saímos de analfabetos a doutores em tempo recorde, empacotando corpos de colegas, atendendo pacientes transtornados, amenizando a dor de pessoas e tratando feridas de um lugar em que nunca tínhamos tocado antes, a alma. Nossas forças se esvaíram e, hoje, nossa saúde mental mina a cada dia. Trabalhamos incansavelmente dois anos para um mundo que só nos cobrou números e resultados", desabafa Fátima Simone.

 

  • A varredora do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) Ilza Carvalho da Silva, 34, foi uma das responsáveis pela limpeza da cidade durante o período
    Ilza não teve como trabalhar em home office: cuidado redobradoSLU/Divulgação
    Fátima Simone, na UBS 5 de Taguatinga: trabalho incansávelMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
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Passados dois anos de uma batalha que ainda não terminou, a pergunta que fica é: o que mudou? Para a infectologista Joana D'Arc, o ser humano relembrou das próprias vulnerabilidades e que precisa estar preparado para adversidades. Mesmo assim, a médica percebe que o brasileiro precisa mudar comportamentos: "Vivemos a exposição de todas as nossas fragilidades nesta pandemia e, apesar disso, continuamos a fazer o mesmo que ocorre com as catástrofes, ou sejam perceber o problema e o trabalho feito só quando chove. Sabemos onde está o erro, mas permanecemos em um circuito de inércia, por vários motivos".


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