Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
Correio Braziliense sábado, 17 de junho de 2023
FESTA JUNINA: CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DAS QUADRILHAS DO GRUPO ESPECIAL NO FIM DE SEMANA
Confira a programação das quadrilhas do grupo especial no fim de semana
Estão abertas as disputas de grupos do Distrito Federal e do Entorno. Além das apresentações das coreografias, tem shows de grupos populares e praça de alimentação com comidas típicas. A entrada é gratuita
postado em 17/06/2023 06:00 / atualizado em 17/06/2023 07:10
(crédito: Samuel Calado/CB)
A primeira etapa do tradicional circuito promovido pela Liga de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno (Linqdfe) começou ontem e promete agitar o fim de semana brasiliense. No estacionamento do Serejão, em Taguatinga, 22 grupos apresentam suas coreografias. A competição é itinerante e ocorre em três etapas, uma a cada fim de semana de junho e julho. Além das apresentações, haverá show de grupos populares e praça de alimentação com comidas típicas. A entrada é gratuita.
Com a expectativa de receber de 10 a 15 mil pessoas em cada etapa, o presidente da Linqdfe, Márcio Nunes, diz que o evento tem grande importância na cultura de Brasília. "São mais de 4 mil dançarinos de quadrilhas juninas que se preparam durante o ano todo para a competição", revela.
Quadrilha Arroxa o Nó, do Paranoá, abre as apresentações de hojeFotos: Samuel Calado/CB
... e Ribuliço, de CeilândiaSamuel Calado/CB
Brincantes da junina Arroxa o Nó.Samuel Calado/CB
Xamegar, do Itapoã...Samuel Calado / CB
... Sanfona Lascada, da CeilândiaSamuel Calado/CB
O Paranoá será palco da próxima etapa da disputa, em 23, 24 e 25 de junho. Já a última fase ainda não tem local definido, mas deve ocorrer em 30 de junho, 1º e 2 de julho. "Ainda estamos definindo a cidade do encerramento. Tivemos um imprevisto por conta da estrutura que é muito grande e estamos realocando. Nas próximas semanas teremos a definição", salienta o presidente.
Assim como nas edições anteriores, um ranking geral será divulgado ao fim de cada ciclo. "As quadrilhas são avaliadas no quesito coreografia, marcação, animação e trilha sonora, e a cada etapa os grupos vão somando pontos", explica. A grande vencedora, além de se consagrar campeã do Distrito Federal e do Entorno, terá a responsabilidade de representar a capital no Concurso Nacional de Quadrilhas, promovido pela Confederação Brasileiras de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq). O evento nacional vai ocorrer em 8 e 9 de julho, na cidade de Canaã dos Carajás, no Pará. "A liga se preocupa muito em fomentar os grupos para que eles façam um grande espetáculo durante a temporada", pontua.
Este ano, as arquibancadas do evento terão capacidade de público duplicada. A estrutura aumentará de 40 para 80 metros de comprimento. O presidente da Linqdfe revela que a mudança foi feita para atender aos pedidos do público. "Por onde passa, a quadrilha arrasta um público imenso. Ano passado tinha fila até nos portões e as pessoas evitavam descer das arquibancadas para não perder o lugar. Este ano, esse risco não irá correr porque a arquibancada será bastante generosa", diz Márcio.
O circuito tem parceria com a Secretaria de Cultura e Economia do Distrito Federal (SECEC-DF) e conta com recursos provenientes de emendas parlamentares. Mais de 150 pessoas estão envolvidas na produção do evento, entre profissionais de som, equipe de transmissão, de limpeza, brigadistas, avaliadores, segurança, e pessoas que trabalham na praça de alimentação. "São muitas pessoas trabalhando e ajudando a aquecer a economia dentro do DF. Os barraqueiros ano passado foram um sucesso de vendas", lembra.
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Correio Braziliense sexta, 16 de junho de 2023
GASTRONOMIA NIPÓNICA: PREPARE O HASHI PARA CELEBRAR 115 ANOS DE CULTURA JAPONESA NO BRASIL
Prepare o hashi para celebrar 115 anos de cultura japonesa no Brasil
Os amantes de sushi podem comemorar! Nesta semana, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes que trazem o melhor da comida japonesa
Há 115 anos, começaram as primeiras imigrações japonesas para o território brasileiro, que recebeu a cultura e os costumes do povo nipônico de braços abertos. Neste domingo, o país comemora a chegada desses povos com o Dia Nacional da Imigração Japonesa e, consequentemente, o sushi também é celebrado. A comida típica do Japão que faz sucesso no mundo ocidental e, principalmente, no Brasil, tem se adaptado, gradualmente, a novas culturas e se tornado parte do dia a dia dos brasilienses.
Originalmente, o prato surgiu como uma técnica para conservar peixes em arroz avinagrado fermentado, fato que garantiu o nome de sushi, que significa "azedo". Felizmente, as novas adaptações feitas ao longo dos séculos o tornaram extremamente saboroso e procurado. "Eu vejo que o consumo de comida japonesa em Brasília, desde 2006, tem aumentado cada vez mais, porque a nossa cidade é uma cidade que respira saúde e bem-estar, e a comida japonesa traz essa leveza da alimentação saudável, um frescor que combina com o estilo de vida brasiliense", avalia Enozor Jr., sócio-fundador do Sumô Sushi Lounge. "A cultura japonesa casa muito bem com Brasília, com o nosso clima, e cada vez mais ganha adeptos fiéis", complementa.
Para Candy Saavedra, sócia do restaurante Japa Vegana, os brasilienses estão cada vez mais abertos a novas experiências orientais, como as que envolvem a gastronomia vegana. "A gente acredita que o consumo de comida japonesa em Brasília segue para novos formatos. Veja nosso exemplo: as pessoas estão repensando o consumo de animais, nesse caso dos peixes, e vendo que há opções maravilhosas baseadas em plantas", aponta.
Em celebração à chegada da cultura japonesa no Brasil, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes que trazem o melhor da gastronomia nipônica para o Planalto Central. Confira!
Experiência nipônica
"Está no DNA do Kawa proporcionar o melhor da culinária nipônica", garante Mirela Lopes, responsável pelo marketing do restaurante de comida japonesa,localizado na Asa Sul. Para proporcionar uma experiência completa ao cliente, a decoração e as louças do Kawa combinam com a variedade de pratos, que agradam todos os paladares.
Os sucessos da casa são o sashimi de king crab (R$ 135) e o sashimi de salmão com molho ponzu, o tonegawa salmon (R$ 73). O tradicional ura funny roll (R$ 55) — salmão batido, cebolinha, maionese, raspa de limão siciliano, crispy de tempurá coberto de salmão e teriyaki — também se destaca entre o público.
Sushi para todos
Democratizando as opções nipônicas da cidade, o Japa Vegana chegou em Brasília com a proposta de trazer ao público um restaurante de comida japonesa e asiática à base de plantas. "Nosso trabalho começou da resolução de um problema pessoal: eu queria comer sushi, minha comida favorita, mas tinha virado vegana. E foi daí que surgiu a JapaVegana", relata a sócia Candy Saavedra. Na casa, os clientes podem optar por pedir pratos tradicionais, como temakis, niguiris e uramakis, compostos por peixes feitos à base de proteína de ervilha ou grão de bico.
Um dos destaques do menu é o uramaki de kimchi vegano (R$ 23,10 — oito peças), fermentado coreano apimentado feito na casa. O combinado especial (R$ 42,90), que reúne uma variedade de sushis, e os sushirritos (R$ 35), mistura de burrito e sushi, também são uma boa escolha.
Inovação de rodúzio de suhsi
Tendo como principal preocupação a qualidade dos pratos e um atendimento de excelência, o Shoio Sushi Lounge surgiu da ideia de três amigos que sentiam falta de um rodízio de sushi de qualidade em Brasília. Uma das principais opções do regime, e que também faz parte do à la carte, é o salmão trufado — finas fatias de salmão ao molho de azeite trufado com crispy de alho poró (R$ 59).
O ebi passion (R$ 41), camarões empanados envoltos por fatias de salmão cobertos com uma suculenta calda de maracujá é outro destaque do menu e do rodízio. Além das delícias nipônicas, o local conta com uma ampla carta de drinks que vai dos clássicos, como moscow mule (R$ 32), até receitas autorais, como o yakuza (R$ 32), composto de saquê, chá de hibisco, angostura, e purê de yuzu.
Tradição na cidade
Em atividade desde 2006, o Sumô é uma das casas de culinária japonesa mais antigas da cidade. “Um dos nossos grandes diferenciais sempre foi a inovação. Quando nós abrimos, havia poucos serviços voltados para a comida japonesa em Brasília”, relembra o sóciofundador Enozor Jr. “Nós trazemos às pessoas inovações nas criações, nas combinações de sabores dos pratos, fazendo um mix de culturas”, complementa. O carro-chefe da casa é o sushiryori (R$ 134,90), serviço de sequência que vai desde a entrada até a sobremesa. “Fazem parte do sushiryore alguns pratos principais que fizeram o nome da casa, como o camarão imperial, que é uma criação autoral do restaurante, e o camarão com mel, produto que sempre acompanhou nosso cardápio e muito querido pelo público”, conta. A novidade agora é o sushiryore vegetariano (R$ 134,90), que conta com as mesmas etapas do serviço de sequência, respeitando a dieta vegetariana.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
Correio Braziliense quinta, 15 de junho de 2023
LUIZ SCHIAVON SE ENCANTOU: FUNDADOR DA BANDA RPM MORRE, AOS 64 ANOS
Morre Luiz Schiavon, fundador da banda RPM, aos 64 anos
Músico lutava contra uma doença autoimune há quatro anos e teve complicações da última cirurgia que realizou
postado em 15/06/2023 09:23 / atualizado em 15/06/2023 09:23
(crédito: Reprodução/Instagram)
Morreu, nesta quinta-feira (15/6), o tecladista e fundador da banda RPM, Luiz Schiavon. O músico tinha 64 anos e lutava contra uma doença autoimune há quatro anos. Segundo a família, ele teve complicações na última cirurgia que realizou. O velório e enterro serão reservados a familiares e amigos próximos.
"Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão", diz o comunicado da família de Luiz.
"Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele", acrescenta a nota.
Luiz nasceu em São Paulo, no ano de 1977. Ele fundou a banda RPM na década 1980, na capital paulista, com o vocalista Paulo Ricardo, o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista Paulo Antônio. A banda lançou o primeiro disco em 1985, o Revoluções por Minuto, que com os hits Olhar 43 e Rádio Pirata.
Correio Braziliense quarta, 14 de junho de 2023
DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE - 14 DE JUNHO: CONHEÇA OS PRINCIPAIS MITOS SOBRE A DOAÇÃO
Conheça os principais mitos sobre doação de sangue
Neste 14 de junho, Dia Mundial da Doador de Sangue, o Correio sana as principais dúvidas e desmistifica os grandes mitos relacionados ao tema
A doação de sangue é uma ação simples e que pode ajudar até quatro pessoas por cada transfusão. No entanto, infelizmente, a maioria dos bancos de sangue recorrem a campanhas para sanar baixas taxas de doação. Um dos motivos que afasta doadores é o grande número de mitos sobre o tema — desde supostas "consequências" na transfusão até pessoas que seriam proibidos de doar.
Por isso, neste 14 de junho, data em que ocorre o Dia do Doador de Sangue, o Correio conversou com um hematologista para derrubar os principais mitos por trás do tema e sanar as principais dúvidas.
Segundo o hematologista Dr. Diogo Kloppel, alguns dos principais mitos sem qualquer comprovação cientifica são: quem doa sangue uma vez tem que doar sempre pois senão fica fraco; quem doa engorda ou emagrece; a doação pode “afinar” ou “engrossar” o sangue; a doação causa coceira; e que mulheres menstruadas não podem doar. “Todas essas afirmações são falsas e não têm nenhum embasamento”, afirma o especialista.
Vale ressaltar ainda que em uma mesma doação são retirados de 450 a 500mL de sangue total e que essa quantidade consegue ajudar até quatro pacientes.
Confira abaixo as principais informações sobre a doação de sangue
Quem pode doar?
Pessoas entre 16 e 69 anos de idade — menores de 18 anos devem apresentar o formulário de autorização e cópia do documento de identidade com foto do pai, mãe ou tutor/guardião e idosos devem ter realizado pelo menos uma doação de sangue antes dos 61 anos
Pesar mais de 51 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5 (descontado do vestuário)
Atividades que impedem temporariamente a doação
Tatuagem: pacientes que fizeram tatuagem recente são impedidos de doar por um período de 6 meses
Furo na orelha: aguarde 12 meses após o procedimento
Piercing: aguarde 12 meses após o procedimento — o prazo pode diminuir para seis meses se o candidato à doação apresentar foto do registro do estúdio na Vigilância Sanitária e nota fiscal do estabelecimento.
Piercing na boca ou na região genital: impede a doação por pelo menos 12 meses após a retirada do acessório.
Pessoas da comunidade LGBTQIAP+ podem doar?
O Dr. Diogo Kloppel explica que em 2020 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que homossexuais do sexo masculino não são mais impedidos de doar sangue com base na condição sexual.
“Todos os membros da comunidade LGBTQIAP+ estão liberados a realizar a doação de sangue no Brasil desde então”, explica o hematologista.
Contudo, o que impede temporariamente, neste caso para qualquer pessoa, sendo da comunidade LGBTQIAP+ ou não, é ter mais de dois parceiros sexuais num período de seis meses antes da doação.
Principais doenças que impedem a doação em definitivo
Segundo a Fundação Hemocentro de Brasília, 50 doenças impedem que uma pessoa possa doar sangue pelo resto da vida.
Todos os tipos de câncer, independente de estar ou não em remissão;
Diabetes tipo I e diabetes tipo II insulino-dependente;
Aneurisma intracraniano;
Antecedente de acidente vascular cerebral;
Asma grave e Bronquite (crises recorrentes e necessidade de controle com medicamentos);
Cirrose hepática;
Doença autoimune (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, tireoidites imunes como doença de Graves, hipotireoidismo de Hashimoto, etc.);
Doença neurológica (esclerose em placa, esclerose múltipla, hematoma extra ou subdural com sequela, miastenia gravis, neurofibromatose forma maior);
Esquizofrenia;
Hepatite B ou C;
Hipotireoidismo;
HIV/AIDS;
Transplante de córnea;
Tuberculose extrapulmonar;
A lista completa das doenças que impedem a doação você pode conferir no site do Hemocentro.
O que precisa fazer antes e depois de doar?
Principais cuidados antes da doação
Dormir pelo menos seis horas, com qualidade, na noite anterior à doação;
Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
Não fumar duas horas antes da doação.
Alimentação antes de doar
Não precisa estar de jejum, pelo contrário, é importante estar bem alimentado para doar sangue;
Beber bastante água desde o dia anterior à doação;
Evite alimentos gordurosos por pelo menos três horas antes de doar;
Se preferir doar depois do almoço, aguarde duas horas após ter se alimentado;
O almoço deve ser leve, com carnes grelhadas, saladas, arroz e feijão sem carnes.
Cuidados após a doação
Permanecer no banco de sangue por pelo menos 15 minutos após a doação;
Manter o curativo no braço por pelo menos 4 horas;
Evitar ingerir bebidas alcoólicas;
Não fumar por pelo menos 2 horas;
Evitar esforços físicos exagerados e exercícios por 12 horas, principalmente com o braço utilizado para doação;
Beber bastante líquido;
Se for dirigir após a doação, parar imediatamente o veículo em caso de mal estar.
Quanto tempo entre as doações
A mulher pode doar até três vezes em um período de 12 meses, com intervalo mínimo de 90 dias entre as doações.
O homem pode doar até quatro vezes em um período de 12 meses, com intervalo mínimo de 60 dias entre as doações.
Correio Braziliense terça, 13 de junho de 2023
REI PELÉ: TRÂNSITO NO CENTRO DE TAGUATINGA COMEÇA A FLUIR COM TÚNEL REI PELÉ
Trânsito no Centro de Taguatinga começa a fluir com Túnel Rei Pelé
O recém inaugurado acesso está em pleno funcionamento, mas faltam detalhes que precisam ser finalizados. O Correio conversou com comerciantes, pedestres e motoristas sobre as primeiras impressões da nova passagem de TaguatingaJE
Júlia Eleutério
postado em 13/06/2023 06:00
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Inaugurado há uma semana com a proposta de desafogar o engarrafamento no centro da região administrativa, o túnel de Taguatinga — batizado de Rei Pelé — era aguardado há pelo menos três anos pela população. O Correio esteve na obra, que ainda não foi totalmente concluída, para conversar com motoristas, pedestres e comerciantes sobre as impressões e os impactos causados no trânsito local após a liberação das vias subterrâneas.
Motorista de aplicativo, Ruan Souza, 30 anos, roda bastante pela região e passou pelo centro de Taguatinga diversas vezes durante a obra. Ele acredita que ainda é cedo para fazer uma avaliação precisa. "Não tem como tirar uma base de como está o fluxo, por conta da reforma na via Estrutural. Muitas pessoas estão vindo de lá e passando pelo centro para evitar o trânsito que tem se formado com as obras na pista", comenta o morador da QNL. Ele conta que, mesmo após a inauguração, já pegou engarrafamento nos horários de pico, mas acredita que está tranquilo nas demais horas do dia.
Assim como Ruan, o gerente de redes Victor Marinho, 33, também avalia com ponderação os impactos causados no trânsito após a inauguração. "Vamos esperar mais uns dias para ver se realmente vai ficar bom", pontua o morador de Taguatinga Norte, que usa o transporte público frequentemente para trabalhar no Plano Piloto. Circulando pela região há anos, ele opta por andar de metrô, mas comenta que conhece pessoas que estão deixando de passar pelo centro e pegando o metrô em Ceilândia para evitar a obra. "O fluxo de pessoas diminuiu no centro de Taguatinga. Esse horário era para ter mais gente", analisa, acrescentando que é necessário ainda fazer o acabamento da parte superior do túnel.
Para o entregador de aplicativo Gabriel Castilho, 21, o trânsito no horário da manhã está bom na região, mas piora no fim da tarde. "Depende do horário que as pessoas passam por aqui. Depois das 18h tem engarrafamento e acho que continua a mesma coisa ou até pior do que antes", frisa. O morador de Vicente Pires conta que, por causa das mudanças no trânsito, quase sofreu um acidente na semana passada. "Por mais que esteja de moto, continua difícil", ressalta.
Trabalhando como brigadista há três anos na Feira dos Importados de Taguatinga, Rafael Rodrigues, 31, vê o trânsito um pouco melhor após a abertura do Túnel Rei Pelé, mas destaca que o afunilamento das vias para quem desce a Via Estádio tem complicado a vida dos motoristas da região. "Além desse gargalo, tem a questão dos ônibus que, para mim, ficou um pouco desorganizado. Retiraram a parada que ficava próximo a feira e os ônibus param no meio da rua, impactando o trânsito", comenta. "Falta organização, porque a obra deveria melhorar o fluxo", conclui o morador de Ceilândia.
Fátimo de Moraes, 59, também critica a questão das paradas de ônibus na região. "Está confuso para quem precisa de transporte público. Muitas pessoas que vêm do Entorno param em pontos distantes e têm que andar muito. É o que ouço de reclamação", ressalta o atendente de um quiosque no centro de Taguatinga. Para ele, o trânsito vai melhorar mais quando os ônibus voltarem a passar pela área central, porque, no momento, estão circulando pela Avenida das Palmeiras. "Não terminou ainda essa obra, falta acabar essa parte de cima e arrumar a pista exclusiva dos ônibus para vermos como fica a situação toda", avalia o morador da região.
A aposentada Maria José Costa, 61, estava curiosa para ver por dentro do túnel. "Não vi ainda como ficou a obra e quero aproveitar para passar", comenta a moradora de Samambaia Sul, enquanto abastecia em um posto na região central de Taguatinga. Ela conta que, quando ainda estava em obras, passou pelo centro e encarou muito trânsito. "Estava terrível. Agora está mais tranquilo, como ainda falta finalizar, acho que pode melhorar ainda mais, com certeza", salienta, completando que, ao olhar para a parte superior, ainda parece inacabado e é necessário aguardar para ver a conclusão.
Correio Braziliense segunda, 12 de junho de 2023
CIÊNCIA E TECNOLOGIA: PLANETÁRIO DE BRASÍLIA VOLTA A TER PROJEÇÃO DO ESPAÇO NA CÚPULA
Planetário de Brasília volta a ter projeção do espaço na cúpula
Projetor que reproduz as galáxias na cúpula do Planetário de Brasília foi restaurado. Exibições são às 18h de segunda a sexta e às 11h, 14h, 16h e 18h aos fins de semana
postado em 12/06/2023 06:00 / atualizado em 12/06/2023 11:22
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Um mergulho nas imagens e nos sons do universo. Essa é uma das muitas sensações de quem passa um tempo a contemplar o espaço a partir do Planetário de Brasília. E se há seis meses, a imersão se dava apenas por meio das exposições, agora, a experiência está mais completa porque o projetor da cúpula, que estava estragado, foi restaurado.
Com isso, os visitantes são transportados para as belezas do universo sem tirar os pés do chão. Uma oportunidade de se conectar com tudo aquilo que o olho humano não pode ver, além da possibilidade de entender um pouco mais sobre astronomia.
A projeção da cúpula retornou e recebeu cerca de mil visitantes, entre eles, estudantes de escolas da rede pública e privada do DF. Com atividades pedagógicas e atrações oferecidas no Planetário, os visitantes podem desfrutar de filmes e projeções sobre astronomia projetados pelo SpaceMaster. Uma projeção realística sobre o sistema solar e do Universo de uma forma surpreendente.
Apaixonado por astronomia, o professor Daniel Barros acompanhou uma turma de alunos e se emocionou durante a visitaMariana Saraiva/CB
06/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Reabertura do Planetário de Brasília. Alunos do Colégi Vip visitam o local.Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Espaço para a ciência ao alcance das mãos e dos olhosMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
Exposição de itens da Agência Espacial BrasileiraMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
Exposição de galáxias e nebulosas encantam visitantesMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
06/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Reabertura do Planetário de Brasília. Alunos do Colégi Vip visitam o local.Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
O coordenador do CEF 03 de Taguatinga, Daniel Barros, 45 anos, levou os alunos para conhecer o espaço e acabou se emocionando com a projeção. "É uma imersão incrível! O clima gerado com o som e a projeção chega a emocionar eu que gosto muito de astronomia. Achei o momento impactante", diz.
O estudante Marcos Morales, 15, conta que se sentiu pequeno ao ver um universo tão grande na projeção. "Eu vi estrelas, satélites e vários planetas. Me senti minúsculo ao ver que existe tanta coisa acima de mim. É uma experiência muito legal", conta o estudante.
O Planetário conta ainda com um cantinho destinado à Agência Espacial Brasileira. De acordo com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, antes do pleno funcionamento, quando a cúpula passava por manutenção, o Planetário recebeu mais de 20 mil visitantes, entre janeiro e abril.
A gerente de Curadoria Científica do Planetário de Brasília, Mirella Camelo Vieira, destaca que, apesar de o local operar parcialmente, contou com um público ativo e agora muito empolgado para ver de perto o SpaceMaster. "Tem sido animador ver o público retornando ao Planetário, embora o espaço ofereça outras atividades, a grande atração no momento é realmente o SpaceMaster. Nossa meta é focar no conhecimento e criar o vínculo da população com a ciência", disse.
Sensação
O visual despojado do Planetário de Brasília chamou a atenção da psicóloga Nadine de Araújo e do esposo, o engenheiro químico Felipe de Araújo. Moradores de Maringá, no interior de São Paulo (SP), o casal está visitando a capital e ficou deslumbrado com as atrações do Planetário de Brasília. Felipe não conhecia a cidade e afirma nunca ter visto um espaço com essas referências científicas e gratuito à população. Nadine veio a Brasília há 20 anos atrás, porém ainda não havia visitado o lugar. "Acho muito importante a capital do país ter um espaço destinado aos visitantes como este, com divulgação e incentivo a evolução científica, acessível", destaca Nadine.
Ciência e conceito
A Cúpula do Planetário de Brasília passou por manutenção durante seis meses. "A reabertura da cúpula vai ajudar a disseminar informações científicas, além de levar conhecimento e aprendizado aos jovens. O espaço exerce o importante papel de despertar o interesse pela ciência", destacou o secretário da pasta, Gustavo Amaral.
A cúpula do Planetário de Brasília estava fechada, desde meados do segundo semestre de 2022, devido a problemas técnicos em um dos projetores. Os equipamentos da cúpula do Planetário são antigos, e segundo Amaral, isso dificulta a manutenção dos equipamentos e a reposição das peças.
Para restabelecer as atividades da cúpula do Planetário, a pasta realizou uma ação interna e convocou um técnico de Goiás para fazer os reparos necessários. Os serviços de manutenção na cúpula custaram aproximadamente R$1,2 mil.
História
O Planetário de Brasília foi inaugurado em 1974 e recebeu o equipamento mais avançado da época, um projetor central astronômico, o SpaceMaster. A estrutura que remete à imagem de um disco voador pousado sobre o gramado do Eixo Monumental foi desenhada com a ideia de unir o céu e o mar.
O lugar conta com 3 mil metros quadrados em uma área privilegiada no centro de Brasília, entre a Torre de TV e o Centro de Convenções Ulisses Guimarães. Visitantes do local podem ver de perto o equipamento de projeção analógico SpaceMaster e também o Power Dome VIII, um novo modelo digital atualizado, que exibe imagens tridimensionais e imersivas com som de alta definição.
SERVIÇO
O planetário está aberto ao público de terça a domingo, das 7h30 às 19h. As visitas são gratuitas e liberadas para todas as faixas etárias. Grupos organizados e escolas, precisam fazer o agendamento antecipado pelo telefone (61) 98199-2692.
Em comemoração à reabertura, o Planetário está com uma programação especial, a simulação de um céu noturno. As sessões especiais são transmitidas às 18h, de segunda a sexta. Nos fins de semana, o público poderá acompanhar os filmes, às 11h, às 14h, às 16h e às 18h.
Correio Braziliense domingo, 11 de junho de 2023
FITNESS E NUTRIÇÃO: DE MANHÃ OU DE NOITE - QUAL A MELHOR HORA PARA TREINAR?
De manhã ou de noite: qual a melhor hora para treinar?
Essa escolha perpassa pelo gosto individual e objetivo de cada um, além do horário no qual o indivíduo se sente mais energizado. Apesar disso, existem benefícios específicos para cada turno
Treinar a semana inteira não é tarefa fácil, pois requer muita disciplina. Muito mais do que foco, é saber encaixar os demais afazeres da rotina sem perder o compromisso com a vida fitness. Por isso, há quem goste de começar o dia com o pé dentro da academia como, também, tem aqueles que deixem para malhar apenas à noite, já que é o único momento em que estão livres para a prática. Apesar dessas preferências, será que existe um horário mais benéfico para exercitar-se?
Para as atividades físicas, essa questão varia e é individual, além de depender do cronotipo de cada um. O educador físico e personal trainer Matheus Gonçalves da Silva acredita que, primeiramente, é preciso pensar em qual momento do dia o indivíduo se sente mais energizado e motivado para treinar. "Também deve se certificar de que teve uma boa quantidade de sono e tempo para se recuperar antes de treinar novamente. Depois de encontrar o melhor horário que você se adeque, é muito importante ter consistência", orienta.
Quando o assunto é perder peso, começar a rotina na academia pela manhã e em jejum pode ter bastante impacto. Matheus explica que, nesses casos, o corpo é obrigado a utilizar as reservas de gordura como fonte de energia, esse fator acelera a perda de peso. Entretanto, isso não é recomendado para todos, devido às diferentes necessidades de cada um. É importante considerar aspectos como nível de condicionamento físico, objetivos individuais e gostos pessoais antes de aderir ao exercício em jejum.
Esse pensamento também vale para aqueles que desejam ganhar massa magra. A dica do educador físico é treinar após o jantar. De acordo com ele, nesse horário, a força muscular, a flexibilidade e a coordenação física são melhores, além de a quantidade de oxigênio fornecido ao músculo se elevar. "Quanto mais forte estiver, mais aumentará as cargas nos treinos, causando um dano maior nas fibras musculares, o que ocasiona a hipertrofia", detalha Matheus.
A rotina na academia de Enya Alves, 25 anos, começa às 9h30. Graças a essa prática, ela destaca o ganho de produtividade que vem tendo, bem como outros benefícios adquiridos com o hábito. "Saúde, compromisso, disciplina, disposição. O meu corpo precisa disso todos os dias", comenta.
A autônoma ressalta que consegue descansar e relaxar melhor devido à rotina que começa cedo. Além disso, sente-se improdutiva quando não vai à academia, o que, de certa forma, a impede de realizar outras atividades com tanta ênfase. Embora todos os aspectos corroborem com este hábito, dar o primeiro passo em busca dessa nova vida não foi fácil.
Enya conta que encontrou muitas dificuldades durante o processo. "Eu era super sedentária, mas quando vi que minha saúde estava péssima, tive que tomar essa decisão de treinar e me alimentar de forma saudável. Não foi fácil nas primeiras semanas, é uma luta diária. Mas todo dia eu luto comigo mesma. E vou criando um hábito, o que vai tornando mais fácil", finaliza.
O estudante João Gabriel Nogueira, 24, pensa um pouco diferente sobre treinar mais cedo. De manhã, a dificuldade sempre beira o acordar e malhar mesmo. Além disso, não acredita que isso, de alguma forma, prejudique seu nível de produtividade ao longo dos dias. Muito pelo contrário, é de noite que ele funciona melhor.
Outro fator mencionado por ele é o obstáculo em dormir cedo. Com isso, treinar o ajuda a ocupar essa lacuna além de descansá-lo para o sono. E quem odeia ir para a academia depois das 18h por ela estar quase sempre lotada, o jovem vai em direção totalmente contrária a esse pensamento. "O benefício também é a socialização e conhecer pessoas novas", comenta.
Dicas e benefícios
Atrelado à energia mencionada por Enya nos treinos realizados no turno matutino, Rodrigo Naves, professor de educação física da Bodytech, no Lago Norte, explica que, pela manhã, os exercícios físicos liberam no corpo hormônios como a serotonina e a endorfina, que são capazes de trazer sensações de bem-estar ao indivíduo.
E pensando nas lesões e no descanso que podem surgir em razão dos treinos de alta intensidade, o horário das atividades também pode ajudar. Segundo o profissional, é importante que tenha um intervalo de, pelo menos, oito horas entre os exercícios. "Por exemplo, caso você tenha uma corrida na parte da manhã, seu treino de musculação deve ser feito no dia anterior, no período da manhã ou da tarde", recomenda.
Mesmo que os horários se adequem à realidade de cada um, algumas orientações precisam ser seguidas. Por isso, Rodrigo aconselha que os indivíduos mantenham-se sempre hidratados e com a alimentação balanceada, em especial antes de treinar, pois ela ajudará a energizar seu corpo. Além disso, é preciso aquecer previamente para as atividades. Para aqueles que são da parte noturna na academia, uma dica valiosa: controle a ingestão de cafeína para não atrapalhar no sono e na recuperação.
Correio Braziliense sábado, 10 de junho de 2023
TAYLOR SWIFT: FILA DE INGRESSOS PARA SHOW DA CANTORA TEM 1 MI DE PESSOAS
Taylor Swift: fila de ingressos para shows da cantora tem 1 mi de pessoas
A venda foi iniciada às 10h desta sexta e colocou, no momento em que foi aberta, os interessados em uma fila de espera com milhares de outras pessoas
Talita de Souza
CS
Cecília Sóter
postado em 09/06/2023 11:32 / atualizado em 09/06/2023 11:35
(crédito: Divulgação)
Os fãs brasileiros de Taylor Swift se depararam com uma fila de um milhão de pessoas ao tentar comprar ingressos para os shows da cantora no Brasil, na manhã desta sexta-feira (9/6). Os tíquetes vendidos foram disponibilizados em uma pré-venda exclusiva para clientes do C6 Bank.
A venda foi iniciada às 10h desta sexta e colocou, no momento em que foi aberta, os interessados em uma fila de espera com milhares de outras pessoas. Prevista para terminar às 23h59 de sábado (10/6), a pré-venda poderá terminar mais cedo devido à alta demanda.
Por volta das 11h, alguns fãs relataram, nas redes sociais, que uma mensagem sobre um esgotamento dos ingressos foi emitida na fila de espera. Outros dizem que o aviso não apareceu para eles.
Correio Braziliense sexta, 09 de junho de 2023
ALTA GASTRONOMIA: LAGOSTA DE VOLTA AO CARDÁPIO DO TAYPÁ
A iguaria retornou ao menu do estabelecimento combinado com ravióli
Passado o período de defeso, necessário para a reprodução do animal, a lagosta volta às mesas gourmetizadas da cidade, como a do Taypá, na qual o chef Marco Espinoza incluiu no cardápio comemorativo ao 13º aniversário da casa, um ravióli do cobiçado crustáceo e palmito com molho de alho-porró e ovas de salmão por R$ 120.
Correio Braziliense quinta, 08 de junho de 2023
CORPUS CHRISTI: PROGRAMAÇÃO NA ESPLANADA
Saiba como fica o trânsito e a programação de Corpus Christi na Esplanada
Brasilienses se encontram na Catedral, para celebrar uma das datas mais importantes para a fé católica. Montagem do tradicional tapete começa às 6h, na Esplanada, e comemoração vai até a noite
Milhares de brasilienses celebram nesta quinta-feira (8/6) o Corpus Christi, uma das datas mais importantes para a fé católica. Além da tradicional confecção dos tapetes temáticos, a Arquidiocese de Brasília preparou uma programação especial. Uma das principais celebrações do Distrito Federal será na Esplanada dos Ministérios, durante todo o dia. A cerimônia ocorre há 45 anos e conta com a participação de milhares de fiéis. Este ano, são esperadas 70 mil pessoas. Além disso, haverá reforço na segurança e nas linhas de transporte público nas regiões próximas ao local.
As atividades começam por volta das 6h, com a tradicional montagem do tapete no gramado central da Esplanada. Os quadros da peça serão confeccionados por fieis, entre eles, grupos de jovens da própria Arquidiocese de Brasília, com imagens temáticas produzidas com materiais como areia, borra de café e sal, entre outros. Na parte da tarde, diversos padres vão ouvir as confissões de fieis. O serviço será realizado em tendas montadas atrás do palco onde será oficiada a Santa Missa.
O ensaio dos cânticos com os fiéis começa às 16h e, em seguida, às 16h45 se dará inicio a procissão de entrada. A previsão é que todo o clero esteja presente, incluindo seminaristas, e que a celebração da Santa Missa se inicie às 17h, com a presidência do arcebispo de Brasília dom Paulo Cezar Costa.
A última parte comemoração contará com a procissão do Santíssimo Sacramento — o pão e o vinho consagrados e transformados, na fé católica, no Corpo e Sangue de Jesus —, que atravessará o tapete até o papamóvel e desfilará pela Esplanada dos Ministérios, acompanhado pelo cortejo dos fiéis.
Durante o trajeto, o veículo — utilizado pelo falecido ex-papa e hoje São João Paulo II, em visita a capital do Brasil — vai parar em três momentos, com o intuito de abençoar os doentes, os governantes e as famílias.
Trânsito
O Departamento de Trânsito (Detran-DF) informou que parte de algumas vias próximas à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida serão interditadas. Os acessos começaram a ser fechados nesta quarta-feira (7/6), às 23h59. Três faixas das vias N1 e S1, do Eixo Monumental, em frente à Catedral, ficarão bloqueadas. As demais faixas permanecerão liberadas.
Agentes do órgão estarão de prontidão para auxiliar na travessia dos pedestres nas vias S1, em frente à Catedral; N1, na altura do Bloco K; e na alça leste da rodoviária, próximo ao Sesi Lab. Também haverá fiscalização para coibir infrações, principalmente o estacionamento irregular de veículos.
Às 18h30, a Polícia Militar (PMDF) fechará a via S1, na altura da Catedral e a via N1, em dois locais: em frente ao Bloco R e nas proximidades do quartel do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF).
Os tapetes
Símbolo tradicional da celebração de Corpus Christi a confecção dos tapetes consiste na representação de diversas cenas bíblicas e imagens devocionais sobre trechos de ruas por onde passará a procissão da eucaristia. Dentre as imagens mais retratadas estão símbolos comumente ligados ao sacramento, como a imagem de Cristo, o Pão e o Cálice.
O ornamento também faz alusão à passagem do Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em Jerusalém montado em jumento e foi aclamado pelo povo, que cobria o caminho com seus mantos e com ramos para que ele pudesse passar. Dom Paulo Cezar explica que, além desse significado, a tradição é uma forma de reverência dos fiéis para com Deus.
"A tradicional confecção dos tapetes significa a devoção do povo ao Senhor que passará sobre os ornamentos preparados. Se prestar atenção, perceberá que o único que passa sobre o tapete no final da Missa é o celebrante que porta o ostensório (objeto em formato de sol) que contém a Eucaristia. Os outros todos devem passar nas laterais. Este ornamento é preparado para que Jesus passe por ele", apontou.
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida
Correio Braziliense quarta, 07 de junho de 2023
LIBERTADORES: FLUMINENSE VISITA O RIVER PLATE E SONHA COM CLASSIFICAÇÃO ANTECIPARA
Fluminense visita o River Plate e sonha com classificação antecipada
Tricolor lidera o Grupo D com nove pontos e garante a classificação antecipada em caso de vitória ou um empate diante do River
Depois de embalar três vitórias seguidas, o Fluminense conheceu a primeira derrota na Libertadores na rodada passada, quando foi superado pelo The Strongest-BOL, por 1 x 0. Nesta quarta-feira (7/6), volta a campo de olho na reabilitação para encaminhar a classificação para às oitavas de final. A missão é encarar o River Plate, no Monumental de Núñez, às 21h30. A previsão para o duelo é de casa cheia, com mais de 80 mil torcedores.
Atualmente, o Fluminense lidera o Grupo D com nove pontos e garante a classificação antecipada em caso de vitória ou um empate diante do River, lanterna com quatro pontos. A chave também pode definir o segundo classificado, caso o The Strongest (6) vença o Sporting Cristal (4).
O técnico Fernando Diniz não deve fazer grandes mudanças no Fluminense em relação à formação que venceu o Red Bull Bragantino. A única dúvida é o zagueiro Nino, que está com dores na coxa, mas mesmo assim deve começar jogando. O atacante Keno tinha chances de ser relacionado, mas ainda não tem condições físicas ideais e sequer viajou com o elenco. Ele se machucou justamente na partida contra o River Plate, no Rio.
Titular no meio-campo, o volante André falou da importância de vencer. "Os três pontos são prioridade para o Fluminense para ficarmos perto da classificação. O River Plate tem um grande time, vai jogar em casa, mas nosso foco é vencer a partida fora de casa. Estamos vindo de um bom resultado e queremos manter o momento."
Do outro lado, o técnico Martín Demichelis tem um desfalque certo é uma dúvida para armar o time titular do River Plate. O volante Enzo Pérez está em tratamento de uma lesão no departamento médico e é ausência certa. O meio-campo Nacho Fernández, ex-Atlético-MG, é dúvida por conta de dores na coxa. Caso não tenha condições de jogo, quem irá atuar é Palavecino. No mais, a base será a mesma que vem atuando nos últimos jogos.
Correio Braziliense terça, 06 de junho de 2023
TÚNEL REI RELÉ: OBRA IUAUGURADA ATENDE 135 MIL MOTORISTAS QUE PASSA, PELO CENTRO DE TAGUATINGA
Túnel Rei Pelé atende 135 mil motoristas que passam pelo centro de Taguatinga
Obra entregue pelo GDF custou R$ 275 milhões. Nesse primeiro momento, está liberado o trânsito de motocicletas, carros leves e de passeio
postado em 06/06/2023 06:00 / atualizado em 06/06/2023 06:30
Governador Ibaneis Rocha inaugura o Túnel Rei Pelé - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
No aniversário de 65 anos, Taguatinga recebeu uma das obras mais aguardadas há décadas. O governador Ibaneis Rocha inaugurou, nesta segunda-feira (5/6), o Túnel Rei Pelé, que deve desafogar o trânsito e beneficiar os 135 mil motoristas que circulam pela região diariamente. "Essa inauguração traz modernidade para o centro da cidade, beneficia uma população enorme, que vem de Samambaia, Ceilândia, Pôr do Sol/Sol Nascente e de outras regiões. Essa obra, entregue nos 65 anos da cidade, coloca Taguatinga em outro patamar. Agradeço a compreensão dos moradores e vamos continuar firmes trabalhando pelo nosso DF", afirmou o governador, durante a solenidade.
Ibaneis Rocha aproveitou a ocasião para agradecer a compreensão dos moradores que esperaram por três anos a entrega dessa obra. O chefe do Executivo local ressaltou que essa conclusão recoloca a região em um patamar elevado. "É exatamente isso que nós estamos buscando com esses investimentos, não só aqui no Túnel de Taguatinga, mas também na Hélio Prates, onde estamos fazendo toda a reformulação de captação de águas pluviais, melhorando o trânsito e a vida das pessoas que escolheram essa região para morar", destacou Ibaneis.
O investimento no Túnel Rei Pelé foi de R$ 275 milhões. O empreendimento faz parte do Corredor Eixo Oeste, que terá 38,7km de extensão e ligará Ceilândia (Sol Nascente/Pôr do Sol) ao Plano Piloto (Eixo Monumental e Estação Asa Sul), passando por Taguatinga. Pelo projeto, essa viagem deve durar meia hora.
Nesse primeiro momento, está liberado o trânsito de motocicletas, carros leves e de passeio. Os ônibus que vêm pela Elmo Serejo, sentido Ceilândia-Taguatinga, seguem pela via que passa ao lado da Feira dos Importados até acessar a Avenida Central. Quem trafega pela via EPTG, no sentido contrário, acessa a Avenida Central. Os coletivos não vão trafegar pelo túnel porque as paradas de ônibus estão localizadas sobre ele. Caminhões, num primeiro momento, não poderão trafegar por questões de segurança e de qualidade do ar, uma vez que são muito poluentes e o túnel é um local fechado. Caminhões-tanque têm a circulação pelo túnel terminantemente proibida, também por questões de segurança, assim como pedestres e ciclistas.
A obra faz parte do plano de revitalização do Centro de Taguatinga, o que beneficiaria também o comércio. Felipe Henrique, 23 anos, gerente de uma loja de novidades, viu muitos dos vizinhos comerciantes fecharem as portas ao longo dos últimos anos. "Conseguimos segurar as pontas porque existimos há mais de 10 anos aqui neste ponto. As melhorias só virão para os comerciantes dessa região após a inauguração do boulevard. As expectativas são altas. Acredito que isso vai atrair muita gente para cá", estima.
Lourdes Soares, 40, tem uma loja de variedades há mais de uma década no centro de Taguatinga. "No começo da obra, a gente passou por muitas dificuldades. Tivemos que fazer várias mudanças no nosso orçamento e nas compras da loja. Mas agora a expectativa é de melhora e vamos ver o que vai dar", anseia a lojista, que teve que reduzir de cinco para dois o número de funcionários do estabelecimento nos últimos anos.
A empresária Lourdes Soares espera que as vendas aumentemEd Alves/CB/DA.Press
Rayssa Cássia Silva espera que o novo túnel diminua os engarrafamentos na regiãoLaezia Bezerra
Rogério Rodrigues foi até Taguatinga só para conferir os resultados da obraEd Alves/CB/DA.Press
Felipe Henrique acha que o comércio vai melhorarEd Alves/CB/DA.Press
O advogado Alfredo Gonçalves espera, com o túnel, uma melhora no Pistão, na Samdu e na ComercialEd Alves/CB/DA.Press
O trânsito foi liberado para motocicletas, carros leves e de passeioEd Alves/CB/DA.Press
Governador Ibaneis Rocha inaugura o Túnel Rei PeléEd Alves/CB/DA.Press
Mais qualidade de vida
Batizado em homenagem ao lendário jogador de futebol brasileiro Pelé, morto em 29 de dezembro do ano passado, o Túnel de Taguatinga tem 1.010 metros de extensão e conta com duas pistas paralelas, cada uma com três faixas de rolagem em cada sentido. A obra abriu 400 empregos diretos e cerca de 1600 indiretos.
O túnel faz a ligação subterrânea para quem segue em direção a Ceilândia, pela EPTG, além de oferecer uma via alternativa pela superfície para o Centro de Taguatinga. Isso evitará a retenção de veículos nos semáforos do Centro. Os carros provenientes da Avenida Elmo Serejo, sentido Plano Piloto, vão mergulhar pelo túnel e sair na EPTG. Vias marginais dão acesso às Avenidas Comerciais e Samdu Sul e Norte.
O administrador regional, Renato Andrade, comentou que o Túnel Rei Pelé é importante para Taguatinga, mas é ainda mais para as cidades que estão ao redor. "Passa em média 140 mil carros aqui. Desses, cerca de 20 mil ficam na cidade que é o que o nosso trânsito suportaria, então o túnel vai ligar Taguatinga ao Plano Piloto e as demais cidades administrativas", pontuou durante a inauguração.
Andrade destaca os benefícios para o comércio, que sofreu nos três anos de obras e de pandemia. "Vai fomentar e vai crescer o comércio da cidade, em especial do Centro de Taguatinga, já que pessoas vão vir para conhecer o túnel e se hospedar na região, se alimentar na nossa rede gastronômica e comprar no nosso comércio", ressaltou. "Isso tudo faz com que volte o aquecimento da nossa economia, que está precisando melhorar. Nós temos mais de 24 mil empresas ativas na cidade e a gente quer que esse crescimento se torne cada vez maior", conclui.
Agilidade
Para a estudante de letras Raíssa Cássia Silva, 24 anos, que mora no Setor P. Sul, a liberação do túnel vai ajudar a diminuir o congestionamento. Ela fica uma hora dentro do ônibus cheio e em pé para chegar em casa. "O engarrafamento nessa via é um massacre, nos consome bastante", lastima.
Rogério Rodrigues, 45, foi no horário de almoço do Plano Piloto a Taguatinga. Ele ainda não havia passado no túnel quando onversou com a reportagem. "Percebi, quando chegamos pela EPTG, que o trânsito já está menor do que geralmente é nesse horário", observou.
Para o advogado Alfredo Gonçalves, 38, que costuma transitar pelo Centro de Taguatinga, a inauguração foi um alívio. "Estava muito complicado dirigir por aqui. Acabava dificultando o trânsito de vários outros lugares, como os pistões Sul e Norte, Comercial e Samdu, porque aqui é o núcleo", lembrou, apostando na melhoria.
Boulevard deve ser entregue em três meses
Fora as pistas subterrâneas, um boulevard está em construção no Centro de Taguatinga. A Avenida Central terá foco nos pedestres e no comércio local. A parte superior terá paisagismo, calçadas revitalizadas e estacionamentos ampliados. O fluxo de veículos será concentrado no transporte público coletivo, como o BRT, e nas pessoas que circularem a pé na área central.
O secretário de Obras, Luciano Carvalho, informa que na parte superior ainda estão sendo feitos alguns serviços de urbanização. "Vão ter calçadas, ciclovias, meio-fio e algumas obras viárias que vão ser entregues, paisagismo e equipamentos públicos", comenta. "Temos todos os contratos feitos e estamos confiantes que num prazo curto a gente consiga fazer essa entrega por completo", destaca Carvalho, que prevê a conclusão das obras em três meses.
Sobre o funcionamento da ciclovia na região, Carvalho destaca que a marginal sul da avenida, que fica do lado de Taguatinga Sul, está pronta no formato definitivo. A marginal norte continua tendo três faixas, como antes da obra. "Serão apenas duas faixas e nessa faixa que está sendo suprimida é exatamente para a instalação da ciclovia e de calçadas", detalha.
Sobre os estacionamentos no Centro de Taguatinga para atender a população e o comércio, o secretário destaca que haverá vagas nos dois lados da avenida, mas não em toda a pista. "Assim como antes da obra, havia locais em que o espaço era insuficiente. Então, é parecido com o formato que tinha antigamente, serão repostos os estacionamentos nesse momento de obras no boulevard", diz Carvalho.
Correio Braziliense segunda, 05 de junho de 2023
TAGUATINGA 65 ANOS: PIONEIROS CONTAM HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DA CIDADE
Taguatinga 65 anos: pioneiros contam histórias e memórias da cidade
Conheça os relatos de pioneiros que acompanharam a evolução de uma das maiores e principais regiões administrativas do Distrito Federal, que comemora aniversário hoje e reúne o passado, o presente e o futuro da capital
postado em 05/06/2023 10:00 / atualizado em 05/06/2023 10:02
Placa em vários idiomas simboliza o viés multicultural da região administrativa - (crédito: Arquivo CB/D.A Press)
Uma das mais tradicionais cidades do Distrito Federal comemora, nesta segunda-feira (5/6), 65 anos. Taguatinga, conhecida pela dimensão do comércio aquecido, surgiu antes mesmo de Brasília e foi criada com a finalidade de abrigar os trabalhadores que construíam a nova capital. Em 5 de junho de 1958 nascia o local, em terras do município de Luziânia de Goiás.
Mas o reconhecimento oficial como região administrativa ocorreu em 1970. Com tantos anos e número de habitantes (250 mil, segundo o último levantamento do Instituto de Pesquisa e Estatística — IpedDF) o que não faltam são boas histórias e memórias da terra que está presente no imaginário de vários brasilienses.
Os primeiros loteamentos para moradias tiveram suas construções edificadas em madeira. Justo Magalhães, de 73 anos, chegou aos 9 a Taguatinga, e viu a região se transformar e crescer. "Eu vim de uma cidade no interior de Minas Gerais devido ao espírito aventureiro do meu pai, que estava fascinado com a construção da nova capital", recorda. Na época, Taguatinga era chamada de Vila Matias. O pioneiro ressaltou que não se lembra mais das raízes mineiras e quer estar na cidade que viu crescer até o último dia de vida. "Eu não lembro mais de onde eu vim, eu só lembro de onde fiz minha história", disse.
O tradicional pediatra de Taguatinga Wilson Marra, 73, tem o reconhecimento das famílias da cidade. Ele atende desde 1976 e, durante cerca de 50 anos, trabalhou cuidando das crianças da região, primeiramente no Hospital São Vicente de Paula e, depois, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O médico veio aos 14 anos de Unaí à procura de oportunidades de estudo. "Eu sou louco por Taguatinga, foi aqui que morei enquanto me formava em medicina, conheci minha esposa e tive meus três filhos. Eu cresci junto com a cidade, por isso essa ligação tão forte", ressaltou o pediatra.
Sueli Gonzalez chegou à cidade em 1962. Na época, ainda criança, aprendeu a cantar o hino da cidade e vários sotaques brasileiros por meio da vizinhança, que tinha pessoas de todos os estados do Brasil.
Crédito: Lourdes Calvo/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Homem instala placa da Pepsi em estabelecimento, em Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGALourdes Calvo/CB/D.A Press
Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Caixa dagua na entrada de Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Ne.: F 169; Pasta: TAGUATINGAArquivo CB/D.A Press
04/08/1976. Crédito: Joaquim Firmino/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Urbanizacao. Saneamento basico. Pessoas em avenida sem asfalto, na ligacao entre as cidades Ceilandia e Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGAJoaquim Firmino/CB/D.A Press
06/11/1978. Crédito: Marcus Ottoni/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Centro comercial Taguacenter, na Avenida Helio Prates, em Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGA Publicacao: CB, 05/06/2000. Especial Taguatinga 42 Anos, p. 19;Marcus Ottoni/CB/D.A Press
16/11/1976. Crédito: Tadashi Nakagomi/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Pessoas compram churrasquinho na Rodoviaria de Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGATadashi Nakagomi/CB/D.A Press
A RA sempre foi uma referência para boas comprasEugenio Novaes/CB/D.A Press
A Praça do Relógio, um dos cartões-postais de TaguatingaEugenio Novaes/CB/D.A Press
Tudo em um lugar só: o comércio de Taguatinga é um dos mais pulsantes do Distrito FederalGilberto Alves/CB/D.A Press
20/12/1986. Crédito: Givaldo Barbosa/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Recapeamento de asfalto em avenida comercial de Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 1268; Pasta: TAGUATINGAGivaldo Barbosa/CB/D.A Press
Pela Rodoviária de Taguatinga, diversos brasileiros desembarcaram na nova capitalArquivo CB/D.A Press
21/12/1978. Crédito: Lourdes Calvo/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Rua sem saneamento básico na Vila Matias em Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGA Publicacao: CB, 23/12/1978. Primeiro caderno, p. 12;Lourdes Calvo/CB/D.A Press
Vista aérea mostra as primeiras casas e prédios de uma cidade que não para de se desenvolverJulio Fernandes/CB/D.A Press
23/10/1979. Crédito: Adauto Cruz/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Criancas em rua sem saneamento básico em Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Neg.: F 4179; Pasta: TAGUATINGA Publicacao: CB, 24/10/1979. Primeiro caderno, p. 16;Adauto Cruz/CB/D.A Press
Placa em vários idiomas simboliza o viés multicultural da região administrativaArquivo CB/D.A Press
Crédito: Arquivo CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Primeiros barracos na Vila Dimas em Taguatinga. Localizacao no Acervo Fisico: Pasta: TAGUATINGAArquivo CB/D.A Press
"Tenho muitas lembranças boas. Eu brincava no córrego atrás do posto de saúde Sandu, enquanto minha mãe lavava roupas. Estudei na Escola Classe 22, frequentava a igreja São José e o Perpétuo Socorro. Fazia festa em casa e, mais tarde, comecei a frequentar o Cine Paraná, Chaparral, o Pizzaolo, o Clube Primavera. Comprava sapatos na sapataria Silva, joias na Relojoaria Rio, roupas na Loja Everest. Tive uma infância, uma adolescência feliz. Eu envelheci nesta cidade que me abrigou quando meus pais vieram para trabalhar na construção da nova capital", destacou.
Ivana Pires, 51, nasceu em Taguatinga, no Hospital São Vicente de Paula e, desde então, nunca se desgrudou da cidade. "Foi muito bom ser jovem em Taguatinga. Tinha uma turma de amigos e era muito divertido, sempre tinha algo para fazer, íamos muito ao Clube dos 200 e ao Clube Primavera. Posso dizer que fui muito feliz nesta cidade e tenho várias memórias boas" contou. Ivana também conheceu o marido em Taguatinga e, o único filho do casal, assim como a mãe, nasceu na cidade. "Foi espantoso ver a cidade se transformar. Eu era criança e Taguatinga terminava depois Praça do Bicalho e hoje é um mundo."
O advogado Wílon Wander chegou a Taguatinga em 1960, na época, com 14 anos. Ele lembra que casas e comércios eram feitos de madeira. O pioneiro contou que a região administrativa foi essencial para a construção de Brasília. "Sem Taguatinga, Brasília não existiria. A cidade abrigou os operários e, além disso, foi um centro de comércio, principalmente de materiais de construção", observa.
Nova geração
Com tantas histórias marcantes nesses 65 anos, Taguatinga tem a admiração daqueles que cresceram, moraram e criaram famílias, e ainda irá conquistar o coração de quem ainda não construiu memórias na cidade. Como Antônia Valéria, 25, que veio do Ceará há um ano com o marido e os três filhos: Vitória, Brian e Antônio. A ideia era passar uma temporada, mas, devido as facilidades que o lugar proporciona, ficou. "Virou uma segunda casa. Aqui tem mais oportunidade de escolas para eles e, hoje, todos estão estudando. Pretendo, aqui, ter uma nova vida", projeta.
Correio Braziliense domingo, 04 de junho de 2023
SAÚDE: A DIETA IDEAL PARA A PROTEÇÃO DO CORAÇÃO
A dieta ideal para a proteção do coração
Análise de 30 pesquisas reforça o efeito cardioprotetor da alimentação à base de vegetais. Redução de moléculas que bloqueiam as artérias chega 14%, segundo os especialistas
Benefícios de regimes ovolactovegetarianos e veganos equivalem a um terço dos efeitos de drogas para controle do colesterol: uso combinado - (crédito: Silvia Rita/Pixabay/Divulgação)
Associada, durante muito tempo, apenas a questões ideológicas, a dieta à base de vegetais tem atraído a atenção de cientistas pelos benefícios que pode trazer à saúde. Agora, uma compilação de artigos dos últimos 40 anos mostra que, entre outras coisas, a alimentação isenta de produtos animais pode desempenhar um papel crucial na redução do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. O trabalho foi publicado na revista European Heart Journal.
O estudo foi liderado pela professora Ruth Frikke-Schmidt, médica-chefe do Rigshospitalet — o maior hospital público e universitário de Copenhague, na Dinamarca. A equipe da pesquisadora analisou 30 pesquisas randomizadas — que incluem um grupo de controle — envolvendo 2.372 participantes. Publicados entre 1982 e 2022, os artigos avaliaram o impacto de dietas ovolactovegetarianas e veganas na saúde cardiovascular, em comparação ao estilo alimentar onívoro. Para isso, utilizaram marcadores de colesterol, como o total, o LDL ( "mau" colesterol), triglicerídeos e apolipoproteína B (apoB), que ajuda a transportar gorduras e lipídios pelo organismo.
Enquanto metanálises anteriores sobre o tema não consideraram também a influência de questões como região geográfica, idade, índice de massa corporal (IMC) e estado de saúde dos participantes, o atual calibrou todos os fatores que poderiam pesar nos resultados. Além disso, é o primeiro, segundo os autores, a destacar o efeito específico das dietas nas concentrações de apoB.
O estudo descobriu que as dietas à base de vegetais, sejam vegetarianas ou veganas, estão associadas a uma redução de 7% no colesterol total e uma diminuição de 14% de todas as lipoproteínas que bloqueiam as artérias. Assim, há um risco menor de doenças cardiovasculares em pessoas que mantêm o regime alimentar por pelo menos cinco anos.
Esses percentuais equivalem, aproximadamente, a um terço dos efeitos obtidos por medicamentos para controle do colesterol, como as estatinas. Os autores não sugerem que se pare com os remédios; ao contrário, observam que a combinação dessas drogas com um estilo de alimentação vegetariana ou vegana pode produzir benefícios ainda maiores.
Também se constatou que a redução das lipoproteínas, como o colesterol LDL, ocorreu em todos os grupos de participantes. "Vimos efeitos significativos de dietas vegetarianas e veganas em pessoas com peso normal a obesas. É importante ressaltar que encontramos resultados semelhantes em todos os continentes, idades, diferentes faixas de índice de massa corporal e entre pessoas em diferentes estados de saúde", destaca Frikke-Schmidt.
A metanálise não pôde avaliar os benefícios potenciais de dietas que incluem peixes versus a onívora devido à falta de artigos do tipo na literatura científica. "No entanto, a dieta mediterrânea é rica em alimentos vegetais e peixes e está bem estabelecida como benéfica nas diretrizes dietéticas", afirma a pesquisadora.
Políticas públicas
Para a autora, o incentivo à adoção de uma dieta livre de produtos animais pode ser uma estratégia acertada de saúde pública. "As populações em todo o mundo estão envelhecendo e, como consequência, o custo do tratamento de doenças relacionadas à idade, como a doença cardiovascular aterosclerótica, está aumentando. As dietas à base de plantas são instrumentos-chave para mudar a produção de alimentos para formas mais ambientalmente sustentáveis, ao mesmo tempo em que reduzem a carga de enfermidades cardiovasculares. Devemos comer uma dieta variada e rica em vegetais, e não muito, e saciar nossa sede com água."
Mais de 18 milhões de pessoas morrem de doenças cardiovasculares a cada ano em todo o mundo, e essa é a principal causa de mortalidade global, segundo a OMS. A Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas afirma que os óbitos prematuros por enfermidades não transmissíveis devem ser reduzidos em um terço até 2030.
Correio Braziliense sábado, 03 de junho de 2023
GRIPE: COMIDAS GELADAS FAZEM MAL PARA QUEM ESTÁ GRIPADO?
Comidas geladas fazem mal para quem está gripado? Especialista explica
A otorrinolaringologista Lúcia Larissa Camargo explica que muito das informações sobre o tema, na verdade, são incorretas
Um sorvetinho inocente pode fazer mal? - (crédito: Reprodução/ unsplash/ sheri silver)
Na última terça-feira (30/5), o mundo das redes sociais girou em torno de uma nova polêmica: um médico da UPA Jardim Conceição em Osasco, na grande São Paulo, prescreveu uma receita para uma criança com gripe que continha, além dos medicamentos para o tratamento, a indicação de sorvete de chocolate duas vezes ao dia e o jogo Free fire. A polêmica acabou com o afastamento do profissional — entre o apoio e crítica dos internautas.
Entre toda a confusão de opiniões nas redes sociais, a base da polêmica ainda deixa muita gente com dúvida: afinal, alimentos gelados fazem mal a saúde?
O Correio foi conversou com a médica Lúcia Larissa Camargo, otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia, para pegar detalhes sobre o assunto. A especialista explica que muito das informações sobre o tema, na verdade, são incorretas.
“Não há comprovação científica que o sorvete piore os quadros inflamatórios em cavidade oral. Então, na verdade, ele não está relacionado com piora do quadro. Há pacientes que preferem (antes de comer um alimento gelado) uma melhora da irritação de incômodo pelo efeito vasoconstritor de contrair os vasos e reduzir um pouco a sensação de desconforto. Então, você pode ingerir sorvete em momentos que está gripado que você não vai piorar ou melhorar sua evolução pela ingestão do sorvete”, explica.
Já para as pessoas que estão apenas com a garganta inflamada, como fica a história? Algo gelado pode impactar no quadro? A resposta de Lúcia surpreende: “Paciente que está com quadro, seja inflamatório, irritativo ou infeccioso sendo viral ou bacteriano em cavidade oral, ele não vai ter uma piora do seu quadro pela ingesta de sorvete ou alimentos gelados, muito pelo contrário, em pós-operatórios de amígdala, você tem até uma observação importante nos primeiros dias de fazer ingesta de alimentos gelados justamente para evitar a chance sangramento e de desconforto. O alimento gelado tem uma tendência de contrair os vasos, reduzindo o porte de sangue e também o desconforto durante o processo, seja infeccioso, irritativo, alérgico até não pós-operatório”, aponta.
“Não há evidência científica que a ingesta de alimentos gelados durante um processo infeccioso seja ele viral ou bacteriano, terá uma piora da evolução desse paciente, então a princípio a ingestão é liberada e trata-se de um mito de piora clínica, de resfriado com a ingesta de alimentos gelado”, relata.
A especialista finaliza explicando sobre como os gelados podem servir para o alívio da dor de garganta. "A resposta em ingestão de alimentos gelados ou mornos durante um processo inflamatório infeccioso em cavidade oral é muito individual. Em geral, verifica-se um alívio do desconforto com a ingestas de alimentos gelados justamente porque você tem uma tendência contrair os vasos da cavidade oral, você contrai os vasos, você reduz o aporte de sangue naquela região reduzindo até a sensibilidade àqueles receptor de dor. Então, os pacientes referem até uma sensação de anestesia temporária após a ingesta de alimentos gelados como sorvete”, conclui.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
Correio Braziliense sexta, 02 de junho de 2023
ENOLOGIA: CELEBRE O DIA NACIONAL DO VINHO (PRIMEIRO DOMINGO DE JUNHO) CO UM ROTEIRO PARA TOMAR A BEBIDA NO DF
Celebre o Dia Nacional do Vinho com um roteiro para tomar a bebida no DF
Na passagem do Dia Nacional do Vinho, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes que contam com algumas das melhores adegas da cidade
Para celebrar a cultura enológica, o primeiro domingo de junho foi instituído como o Dia Nacional do Vinho. O evento anual é a ocasião perfeita para explorar esse universo e degustar os diferentes aromas e sabores da bebida milenar que deriva da uva e tem se tornado cada vez mais popular na vida brasiliense.
Para o público da cidade, um dos principais atrativos de uma adega é a variedade. "O brasiliense está cada vez mais adepto do consumo de vinho, bem como mais criterioso. Eles procuram adegas que tenham os grandes clássicos, mas também possam apresentar novidades e novos rótulos constantemente", diz Vitor Borges, sócio do Domaine Bistrô.
Além do aumento da popularidade do vinho, percebe-se um maior interesse na bebida. "O brasiliense é um grande consumidor de vinhos, com média bem acima da nacional. Temos uma população curiosa e ávida por novidades, que adora feira de vinhos, degustações, cursos e qualquer oportunidade de aprender um pouco mais sobre a bebida de Baco", observa Guto Jabour, sócio do Izzi Wine Garden. "Uma curiosidade é que, nos meses de seca, vendemos mais vinhos brancos e rosés do que tintos", adiciona.
Nas vésperas do Dia do Vinho, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes da cidade que reúnem os melhores rótulos nacionais e internacionais da bebida.
Imersão saborosa
No mesmo local há quase 15 anos, o restaurante Grand Cru tem uma decoração imersiva no universo dos vinhos que o torna único. "Temos uma grande variedade de vinhos a serem provados, e os preços dos rótulos mais elaborados são os melhores da cidade", assegura o sócio Fernando Rodrigues.
No cardápio, a casa preza por uma culinária diversificada e de qualidade. Segundo Fernando, os clientes não podem deixar de experimentar o steak tartare (R$ 64), que harmoniza com o vinho tinto Garofoli Mont Reale (R$ 189).
Clássico brasiliense
Com mais de 30 anos de trajetória, o Dom Francisco é um dos clássicos da gastronomia brasiliense e destaque quando se trata da carta de vinhos. “Nossa adega é, sem dúvida, uma das maiores e mais variadas do país”, garante o proprietário Francisco Ansiliero. “Temos hoje cerca de mil rótulos de 26 países, que variam de R$ 72 a quase R$ 16 mil. Nossa seleção contempla todos os estilos de espumantes, brancos, rosés, tintos e fortificados, incluindo exemplares veganos, biodinâmicos, naturais e de mínima intervenção”, complementa. A casa conta com três adegas climatizadas, sendo uma para vinhos tintos do novo mundo, uma para tintos do velho mundo e outra exclusiva para vinhos espumantes, brancos e rosés. Para harmonizar com o tradicional bacalhau em lascas à portuguesa (R$ 167 — duas pessoas), carro-chefe do local, Francisco sugere o vinho branco Maria Gomes (R$ 153), do Luís Pato, tradicional produtor da Bairrada, em Portugal. “Além de ser um vinho português de casta autóctone, este branco aromático e fresco serve como bom suporte para o bacalhau”, observa.
Bom é o que fica
O que era para ser uma operação temporária para servir vinhos e petiscos no Pontão do Lago Sul, em 2019, se tornou uma casa conceituada e consolidada. O Izzi Wine Garden proporciona aos clientes uma experiência leve, com degustação de vinhos ao ar livre, música, amigos e gastronomia. “O diferencial do Izzi é a atmosfera e a qualidade do que fazemos. Adoramos quando ouvimos dos nossos clientes que ir ao Izzi é como viajar”, destaca Guto Jabour, sócio do restaurante. Imersão saborosa Bom é o que fica Carro-chefe da casa, a pizza e zucchini com brie e azeite trufado (R$ 46) torna a degustação do vinho Nederburg Pinotage (R$ 159) uma experiência ainda mais saborosa.
Vinho por toda parte
O Domaine foi criado com foco na adega — posteriormente, a casa abriu as portas para a gastronomia, consolidando-se como um charmoso bistrô. Além da variedade de rótulos, a decoração da casa gira em torno da bebida. "Temos uma adega com mais de 100 rótulos com grande variedade de países, uvas e regiões", observa Vitor Borges, sócio do Domaine.
Para aproveitar a experiência, o restaurante sugere harmonizar o filé aligot ao molho de vinho (R$ 84), um dos favoritos da casa, com o vinho nacional Animus Ancelotta, produzido na serra gaúcha.
De todos os estilos
naugurado no dia do aniversário de Brasília, em 2022, a Trattoria da Rosario faz parte da história da cidade. "Quando abrimos as portas, eu tinha 30 lugares e muito otimismo, o que logo se tornou um conceito. Foi tudo resultado de muita economia, empenho e resiliência", conta o chef Rosario Tessier.
Quando se trata da carta de vinhos, a casa oferece ao público brasiliense uma enorme diversidade. "Em nossa adega, os clientes encontram o mundo do vinho dividido em mil rótulos e 25 países, com muita história em diversos estilos. Temos dois premiados sommeliers que estão disponíveis para oferecer o melhor atendimento possível", pontua. Para harmonização, o restaurante indica fettuccine com salsiccia (R$ 89), massa com molho de cogumelos porcini e Paris, finalizado com linguiça caseira, com o vinho tinto Fratelli Barba Vasari Montepulciano D' Abruzzo (R$ 185).
Correio Braziliense quinta, 01 de junho de 2023
MEIO AMBIENTE: CONSTRUÇÕES EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMEAÇAM O CERRADO DO DF
Construções em áreas de preservação ameaçam o cerrado do DF
A preservação do bioma enfrenta desafios como o crescimentos desordenado das cidades, que dificulta o equilíbrio ecológico, a conservação de recursos hídricos e também a promoção do desenvolvimento sustentável
O Distrito Federal enfrenta grandes desafios para preservar o cerrado e a qualidade de vida dos moradores. O maior bioma do Brasil vem sofrendo constantes ameaças à flora e à fauna, como o crescimento desordenado das cidades e o desmatamento desenfreado que comprometem a qualidade de vida das pessoas que vivem na capital do país.
Cientistas e ambientalistas sabem da necessidade de preservar o cerrado, que desempenha um papel fundamental na regulação climática, abrigando nascentes de importantes rios e sendo um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. O cerrado acomoda grande variedade de espécies de fauna e flora, muitas delas só existentes no bioma.
Poluição de mananciais
Um dos problemas enfrentados pelo meio ambiente no Distrito Federal é a poluição de mananciais. O rio Melchior, por exemplo, sofre com o despejo de resíduos dos moradores das regiões administrativas Sol Nascente e Pôr do Sol, um cinturão de pobreza com 84.504 habitantes a descartar lixo no rio.
Conhecido como o "Tietê do DF", o Melchior é afetado significativamente tanto pela contaminação decorrente de despejo de resíduos quanto pela degradação das áreas próximas. "Essa poluição compromete não só a sobrevivência de espécies aquáticas, mas também o abastecimento de água para as comunidades locais. É imprescindível implementar medidas efetivas para proteger e recuperar esse importante recurso natural", alerta Gustavo Baptista, professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o professor, a expansão de áreas urbanas sem planejamento prévio torna-se um grande desafio a ser encarado de frente. "O Distrito Federal sempre contou com uma parcela generosa de seu território "supostamente" protegida por unidades de conservação, então, as áreas que visam a preservação de flora e de fauna precisam ser, de fato, preservadas.
Dados preliminares do Censo 2022 do IBGE apontam o Sol Nascente como a maior favela do Brasil e a região administrativa entra em áreas de preservação ambiental permanente. "Existe uma desigualdade social muito marcante na mesma unidade da federação, que apresenta elevados índices de desenvolvimento humano — como no Lago Sul, Lago Norte e Park Way", compara.
Grilagem
Outro problema grave que atinge o meio ambiente é a grilagem de terras em áreas sensíveis ambientalmente, sendo este um grande gargalo enfrentado pelo Distrito Federal atualmente. A ocupação ilegal de terras, muitas vezes destinadas à preservação ambiental, compromete os ecossistemas do cerrado, causando destruição de habitats naturais e a perda de biodiversidade. "Infelizmente, apesar de ser uma unidade da federação pequena e com quase a metade de seu território preservado, as desigualdades socioambientais são enormes. Acredito que essa questão é a mais importante, pois todas as outras derivam dela, a ocupação desordenada, que atrai grande contingente populacional e afeta o meio ambiente", ressalta.
Assim, como o crescimento desordenado das cidades que resulta em um aumento significativo da poluição sonora e do ar. O barulho excessivo proveniente do tráfego intenso e das atividades urbanas prejudica não só a fauna do cerrado, mas também afeta de forma negativa a qualidade de vida das pessoas, causando estresse no dia a dia e vários outros problemas de saúde.
Além disso, a poluição do ar, derivada de poluentes por veículos prejudica a saúde respiratória das pessoas e contribui para as mudanças climáticas. Para reduzir esses impactos negativos é fundamental que haja investimentos em medidas de controle e de conscientização.
Correio Braziliense quarta, 31 de maio de 2023
EUROPA LEAGUE: SEVILHA E ROMA DECIDEM A FINAL NESTA QUARTA, 31 DE MAIO
Sevilla e Roma decidem a final da Europa League, nesta quarta (31/5)
Decisão da segunda competição do Velho Continente coloca frente a frente o rei da competição diante de um postulante a feito inédito entre os técnicos do planeta
A longa saga da Liga Europa se desfecha nesta quarta-feira (31/5), na Puskas Arena, em Budapeste, na Hungria. De um lado, o Sevilla, maior vencedor do certame, encarando a Roma em busca da taça inédita, voltando à final depois de mais de duas décadas, derrotado na final diante a compatriota Inter de Milão, em 1990/1991.
Os espanhóis mantêm a escrita do país quanto ao domínio nos certames europeus, com o aditivo de nunca cair em finais. Com o dobro de taças em relação à própria Internazionale, os andaluzes foram campeões em 2005/2006, 2006/2007, 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2019/2020, sendo a única a conseguir glórias seguidas, também repetindo a nacionalidade vencedora, a exemplo dos italianos, de 1988/1989 a 1990/1991 e de 1992/1993 a 1994/1995.
Se o tamanho da camisa sevilhana assusta qualquer rival nesta competição, um nome pode superar tal rival: José Mourinho. O português busca um objetivo pessoal na carreira, ainda não alcançado, uma temporada depois de se consagrar como único treinador campeão de todas as copas da Europa, ao levar a Loba ao título da Liga de Conferência.
“O Único”, apelido do lusitano, pode ser o primeiro a ser o conquistador de duas taças continentais diferentes em duas temporadas seguidas por dois times distintos, ampliando o próprio feito do Porto de 2002/2003 e 2003/2004. Quando o Chelsea venceu a Champions em 2011/2012 e em seguida foi o dono da Europa League de 2012/2013, teve, respectivamente, Roberto di Matteo e Rafa Benítez como líderes.
No banco de reservas também se encontra o segredo do Sevilla. Após a saída de Jorge Sampaoli, José Luis Mendilibar não conseguiu tirar a equipe da segunda metade da tabela do Campeonato Espanhol, mas logrou a classificação à final, superando Manchester United e Juventus nas etapas anteriores. Ao todo, perdeu apenas frente a Girona e Real Madrid, conseguindo 64,4% de aproveitamento em 15 partidas.
Ficha técnica:
LIGA EUROPA Final - Jogo único Sevilla x Roma Puskás Aréna, Budapest, Hungria Horário: 16h Transmissão: ESPN e Star+ Arbitragem: Anthony Taylor (Inglaterra)
Prováveis escalações
Sevilla
Bono; Jesús Navas, Gudelj, Badé e Alex Telles; Fernando Rakitic e Oliver Torres; Lamela, Ocampos e En-Nesyri. Técnico: José Luis Mendilibar
Roma
Rui Patrício; Cristante, Ibañez e Mancini; Pellegrini, Bove, Matic, Celik e Spinazzola; Abraham e Belotti. Técnico: José Mourinho
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
Correio Braziliense terça, 30 de maio de 2023
LIGA DAS NAÇÕES DE VÔLEI FEMININO: BRASIL RETOMA CAÇA A TÍTULO INÉDITO
Brasil retoma caça a título inédito da Liga das Nações de Vôlei
Time feminino inicia trajetória na primeira etapa da competição nacional na quarta-feira (31/5) contra a China. Entre 13 e 18 de junho, as partidas serão no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília
postado em 30/05/2023 03:00 / atualizado em 30/05/2023 06:49
(crédito: Divulgação/FIVB)
A Liga das Nações Feminina de Vôlei 2023 começa nesta quarta-feira (30/5), às 4h10, com Alemanha e Holanda. A primeira das três etapas classificatórias será em Nagoya, no Japão, e em Antália, na Turquia. Brasília está no roteiro da segunda perna da turnê, de 13 a 18 de junho. Essa é a quinta edição. O evento substitui o Grand Prix, extinto em 2017. O Brasil parte mais uma vez em busca do título inédito no formato na quarta-feira (31/5), às 6h, contra a China.
É a primeira competição da Seleção Brasileira desde o Caso Wallace de Souza. No mês passado, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) entraram em colisão. O jogador deu declarações nas redes sociais desafiando quem daria o primeiro tiro no rosto do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, houve uma guerra de liminares e suspensões do jogador e flexibilização da pena para a disputa da Superliga masculina de vôlei. O Conselho de Ética do COB suspendeu o jogador por cinco anos, mas a CBV interveio, o liberou e recebeu castigo de seis meses. No último dia 16, COB e CBV fizeram um acordo. A entidade máxima do vôlei brasileiro arriscava ficar impedida de receber repasses financeiros do Ministério do Esporte e do Banco do Brasil.
Apesar de terem participado de todas as edições anteriores, as brasileiras não foram capazes de experimentar nada além de um vice-campeonato. Em 2018, ficaram em quarto, e em todas as edições seguintes, conquistaram a prata. A expectativa, agora, é por título.
A ponteira Júlia Bergmann, de 22 anos, terá na primeira temporada profissional da carreira a oportunidade de ajudar o país a buscar a conquista. "Nessa primeira semana vamos jogar com times fortes. Vai ser um jogo difícil. A China tem um time alto, forte e bom de defesa", comentou a jogadora em entrevista ao site oficial da CBV.
Segundo a atacante, os jogos-treino realizados pela Seleção diante do Japão foram importantes para a preparação da partida diante das chinesas. "Aprendemos bastante com elas em cobertura de bloqueio e sistema de defesa. Estamos vendo o que podemos ajustar para chegar bem na estreia contra a China", afirmou.
Apesar de ter conquistado o Campeonato Mundial diante da Sérvia, em 2022, a Seleção está cansada de bater na trave. Tanto nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, como na Liga das Nações do ano passado, não ganhou o ouro.
As 16 seleções darão uma "volta ao mundo" durante a Liga das Nações e se exibirão em diferentes locais. Além de Nagoya, jogará três vezes em Brasília, antes de realizar os três jogos restantes em Bangkok, na Tailândia.
*Estagiários sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
Correio Braziliense segunda, 29 de maio de 2023
OS MISTÉRIOS DA MEMÓRIA: POR QUE ALGUMAS PESSOAS SE LEMBRAM MAIS QUE AS OUTRAS?
Os mistérios da memória: por que algumas pessoas se lembram mais que as outras?
As lembranças que temos sobre nós mesmos e sobre o mundo são parte fundamental de quem somos e de como nos posicionamos. Especialistas explicam por que algumas pessoas lembram de fatos e momentos mais que outras
Os irmãos gêmeos de Allana, quase 3 anos mais velhos, conseguem lembrar dos momentos e a explicam detalhadamente, mas, ainda sim, não é suficiente para que Allana consiga recordar - (crédito: Arquivo pessoal )
Memórias da primeira ida ao campo, do primeiro contato com as vacas, do sabor ímpar que tinham as frutas colhidas direto das árvores e do medo do escuro, que despertava assim que o sol se punha e dava espaço para a penumbra… É assim, com riqueza de detalhes, que Cida Gomes, assistente de recursos humanos, descreve, aos 52 anos, a sua primeira visita à casa da avó, no Sítio D'Abadia, no interior do Goiás, quando tinha apenas oito anos.
Processo que ocorre por meio da formação de conexões dos neurônios ou células nervosas no cérebro, que são ligadas por pontos chamados sinapses, a memória é a capacidade de guardar informações, de maneira que possam ser acessadas quando necessário. Envolta em tantos mistérios, ainda é núcleo de diversos estudos realizados por profissionais da ciência.
A forma como Cida acessa suas memórias e descreve momentos de sua infância com tanta facilidade desperta a curiosidade daqueles que não têm a capacidade de relembrar os momentos de quando ainda eram crianças, o que acontece com boa parte das pessoas que já se encontram na vida adulta.
Juliana Gebrim, psicóloga e neuropsicóloga pelo Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (Ipaf), explica que a memória é um dos mais importantes processos psicológicos, pois influencia diretamente na identidade pessoal e norteia as atividades cotidianas de cada indivíduo, além de estar ligada a outras funções corticais igualmente relevantes, como o aprendizado.
A especialista aponta, ainda, que existem diferentes tipos de memórias: as de curto prazo, que usamos temporariamente; e as de longo prazo, que são incorporadas à nossa vida. Ambas têm mecanismos biológicos diferentes e se realizam em partes distintas do cérebro.
Duradouras ou convertidas em inacessíveis com o passar dos anos, as memórias fazem parte da evolução individual de cada ser humano, e a maneira que cada um revisita essas lembranças pode ser extremamente singular.
Lembranças "frescas"
Aos 52 anos, Cida mantém claras memórias dos momentos de infância, sendo a mais antiga, a lembrança do dia em que sua mãe a vestiu, assim como a irmã mais velha, com vestidos coloridos, para que o fotógrafo que residia nas quitinetes de seus pais pudesse as fotografar. "Eu me lembro exatamente do nome do nosso inquilino, era Netinho. Ele era baixo, magro, tinha muito cabelo liso e era branco." Na época, Cida tinha apenas quatro anos de idade.
Ela relata que lembra nitidamente de não ter gostado do resultado da foto, e de, anos depois, ainda questionar a mãe sempre que parava para observar o registro: "Eu achava que minha mãe tinha pegado meu cabelo, passado um gel e feito uma linha para cima, porque, na foto, a gente olha e pensa que é um penteado na minha cabeça", lembra. Cida só entendeu que a linha não se tratava de um penteado "esquisito" aos 12 anos, quando, depois de muita conversa, percebeu que era o ângulo que causava a ilusão de ótica.
A neuropsicóloga Juliana aponta que, normalmente, por causa de um processo psicológico chamado "amnésia infantil", as pessoas costumam não ter acesso às memórias dos primeiros anos de vida, mas que existem casos, exceções à regra, em que o indivíduo consegue lembrar-se com facilidade desses momentos. "Quando isso acontece, geralmente, é por motivos raros, como a chamada memória autobiográfica altamente superior, ou HSAM, condição em que o paciente não se esquece de quase nada do que aconteceu com ele na vida."
Talvez esse seja o caso da assistente, que sorri ao contar que recorda o gosto do bolo servido no aniversário de 40 anos do pai, cujo sabor era o preferido dele, baba de moça e abacaxi.
Cida revela amar fotos e guarda os registros com muito carinho e cuidado. Ela conta, também, que, às vezes, a família se reúne para observar fotografias, conversar e relembrar os velhos tempos. E confessa, em meio às risadas, que guarda fotos de muitos momentos, inclusive do noivado com o pai de sua filha, que, mesmo o casamento não dando certo, rendeu muitas imagens, preservadas com carinho.
Por transmitirem afeto, bem-estar e atenção, as memórias felizes nutrem a saúde psicológica na vida adulta. É o que acontece com Cida, que relata ter tido uma infância feliz, com muitas brincadeiras na rua, aniversários e escorregadas no sabão. Ela se emociona ao relatar os momentos, pois tem um apreço muito grande pelas lembranças que construiu durante toda a vida.
Um branco na mente
Já Allana Amarante, estudante de educação física, tem apenas 18 anos e relata não se lembrar de praticamente nada do que antecedeu os seus 12 anos de idade. A universitária diz ter tido uma infância traumática e, lamentavelmente, os poucos momentos que consegue revisitar são os que a marcaram negativamente.
As fotos tiradas pelo pai de Allana, durante sua infância, não são capazes de recuperar as lembranças dos bons momentos cultivados na época. Apesar disso, ela confessa que se sente feliz ao observá-las. "Eu gostaria, sim, de relembrar momentos bons que eu tive, pois tenho poucas memórias boas."
A psicóloga Juliana Gebrim esclarece que algumas pessoas possuem uma memória melhor, muitas vezes, por terem experienciado momentos positivos na infância. Ela ressalta, ainda, que o ato de se forçar a lembrar de determinados momentos é chamado de "violência neuronal", pois o fato de o cérebro não conseguir recordar certas situações pode ser um sinal de que aquela memória não será produtiva para o indivíduo e, talvez, esse esquecimento seja algo construtivo e constituinte no momento.
"Digo que minha vida realmente se iniciou a partir dos meus 15 anos de idade, pois quando completei os 15, não passei mais por traumas e não foi conturbado como era antes", lamenta Allana.
Cida, de vestido e bolsinha de lado, reunida com seus familiares no aniversário de 40 anos do pai. Aos 52 anos, a assistente afirma lembrar-se do sabor do bolo que foi servido na comemoraçãoArquivo pessoal
Tirada quando Cida tinha somente quatro anos, ela afirma se lembrar exatamente do que sentiu ao ver a foto. Ela odiava o registro por acreditar que havia um estranho penteado em seu cabeloFotos: Arquivo pessoal
Os irmãos gêmeos de Allana, quase 3 anos mais velhos, conseguem lembrar dos momentos e a explicam detalhadamente, mas, ainda sim, não é suficiente para que Allana consiga recordarArquivo pessoal
Ainda que olhe fotos e escute de seu pai e irmãos que aquele foi um momento especial, Allana não consegue recordar-se do momentoFotos: Arquivo pessoal
22/05/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Revista. Memorias. Na foto Cida Gomes.Ed Alves/CB/DA.Press
Cida Gomes.Ed Alves/CB/DA.Press
Álbum de terapias
Ana Lúcia de Castro Teixeira, 67 anos, comunicadora aposentada e uma das criadoras do Coletivo Filhas da Mãe — um grupo de cuidadoras de mães com demência e outras doenças semelhantes — está sempre atenta ao que esquece e ao que se recusa a deixar a memória levar.
A mãe e o pai de Ana Lúcia apresentaram problemas cognitivos com a chegada da idade e desde que se dedicou a cuidar da mãe nos últimos anos de vida, ela se tornou mais atenta às próprias lembranças. "Eu ainda tenho memórias de quando tinha 4 anos, do meu pai me contando histórias antes de dormir e de passeios com meus avós, mas já tenho dificuldade de lembrar que horas são ou se já tomei os meus remédios", comenta.
Pensando nisso e buscando cultivar com os filhos e os netos as relações que ela teve com seus pais e avós, Ana gosta de reunir a família e contar as histórias do passado. Nesses encontros, cada um traz o seu ponto de vista de determinados momentos, e as memórias vão se tornando mais ricas, com mais detalhes.
Quando a mãe ficou doente, Ana, por conta própria, criou um ritual que passou a chamar de fototerapia. Além de revisitar os antigos álbuns de fotografia de família e conversar sobre as pessoas ali presentes e os momentos especiais registrados, criou álbuns digitais, que sempre deixava passando na televisão, para estimular a mãe. As duas também costumavam escrever legendas para cada uma das imagens, para que pudessem relembrar ao longo dos anos.
Buscando preservar não apenas as suas memórias ou as da mãe, mas pensando nas futuras gerações e em como elas poderiam se lembrar da família, surgiu a tradição familiar de chamar um fotógrafo profissional em todos os eventos familiares. Gravando vídeos no celular com os netos, Ana Lúcia adora rever os registros. "É diferente, porque quando eu assisto e vejo as fotos, eu lembro do momento e penso em como foi bom. Com a memória do fato, vem o sentimento de alegria de novo, e isso é muito precioso."
Obstáculo a ser vencido
Em 2019, Ana Lúcia recebeu um diagnóstico de comprometimento cognitivo, o que não chegou a ser uma surpresa. Ela fortaleceu ainda mais as tradições de registros familiares e a televisão com os álbuns de fotos criados pelo Google Imagens é prática na casa dos filhos e noras.
Atualmente, a criadora do Coletivo Filhas da Mãe, que mantém um blog no Correio, tem dificuldades em reter números, como datas e horários de compromissos. De vez em quando, perde-se em caminhos que não faz com frequência. Para as dificuldades do dia a dia, ela conta com a tecnologia como aliada, a assistente virtual Alexa é a lista de compras e a auxiliar de cozinha, marcando o tempo em que o bolo deve ficar no forno. Uma agenda virtual, acessada pelo celular, ajuda a não perder consultas e compromissos importantes.
Mas Ana se orgulha de ainda ter as memórias mais importantes, os momentos com a família, e de estar criando ainda mais lembranças com os netos, que dormem na sua casa toda sexta-feira. "As fotos e os vídeos me fazem lembrar de momentos, e eu vejo como a vida que eu tenho é boa. Os diálogos que surgem quando vemos essas imagens viram novas memórias, muito preciosas."
Não se esqueça de lembrar
Temida por muitos que receiam se esquecer de momentos, pessoas e experiências marcantes, a Doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa progressiva, que afeta principalmente as funções cognitivas do indivíduo acometido.
Viviane Monaliza Gomes, gerontóloga do Terça da Serra, explica que o primeiro e principal sintoma é a perda de memória recente, na qual o paciente passa a esquecer nomes, datas importantes e coisas que acabou de fazer. Ela esclarece, ainda, que, apesar da doença ser comumente atrelada ao esquecimento, esse não é o único sintoma percebido. A alteração de comportamento, aparecimento de ansiedade, irritabilidade e de depressão também podem surgir, além de outros inúmeros sinais que se apresentam de forma distintas em cada pessoa.
Ainda não há estudos que comprovem a origem da doença, mas existem fatores de riscos que podem influenciar para além da genética, o que pode trazer mais tranquilidade a quem teme a condição, pois esses aspectos podem ser afastados com uma rotina saudável.
“Má alimentação, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, tudo que vai trazer interferência no seu organismo normal se torna um fator de risco para doenças”, alerta a especialista.
Apaixonada por registrar
Tudo começou quando, aos 11 anos, a estudante Laís Silva, agora com 19, ganhou o primeiro celular com um câmera fotográfica que, à época, era considerada boa. Desde então, registrar os momentos tornou-se a maneira que Laís encontrou para colecionar memórias e preservar lembranças.
Quando criança, a estudante viveu, por um tempo, com os tios e o avô paterno, no interior de Alagoas, mas não tinha nenhuma foto desses momentos, o que passou a ser um incômodo com o decorrer dos anos, já que Laís tinha curiosidades sobre os elementos, os lugares e as pessoas que a rodearam na infância. Para ela, sem nenhum registro, é como se a fase tivesse passado despercebida.
Aos 7 anos, o avô que cuidava de Laís faleceu, o que a abalou fortemente. Algum tempo depois, ela passou a ter dificuldades para se recordar do rosto do avô e criou em sua mente uma face para relembrá-lo. Recentemente, encontrou uma foto 3x4 dele e se deparou com um rosto totalmente diferente do que sempre imaginou. Em decorrência de toda a situação, Laís desenvolveu um grande medo de esquecer as pessoas que ama, quando elas morrerem, e de, quando estiver mais velha, não conseguir se lembrar dos bons momentos da juventude. Por isso, passou a registrar e, agora, planeja revelar as fotos e guardá-las em álbuns.
A estudante acredita que as fotografias têm o poder de retomar lembranças que, por um tempo, permaneceram esquecidas, e associam as pessoas a sentimentos e emoções que foram vividos no momento registrado. "Às vezes, elas até fazem com que você reconecte ligações passadas e restabeleça outros significados…"
Ao fotografar, Laís não preocupa-se com a estética da imagem, mas registra com o intuito de guardar o momento em que está muito feliz, seja sozinha, seja na companhia de amigos e da família. Ela também gosta de capturar vistas bonitas, que costumam lhe causar boas sensações.
Novos desafios para lembrar
A covid-19, além de todo o sofrimento causado pelas mortes e a dificuldade em controlar a doença, trouxe ainda uma nova preocupação no que diz respeito à memória. O professor de pós graduação em gerontologia da Universidade Católica de Brasília, Henrique Salmazo da Silva, envolvido em uma série de estudos sobre a memória, explica que a infecção afeta o sistema cognitivo de várias maneiras.
O vírus tem a capacidade de cruzar a barreira hematoencefálica — estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central e protege contra a entrada de substâncias tóxicas — e pode causar degenerações no hipocampo e em outras regiões críticas do sistema nervoso.
A perda de memória tem sido relacionada à perda de olfato, a maioria dos pacientes que tiveram esse problema, tendem a desenvolver dificuldades cognitivas. De acordo com os estudos mais recentes sobre o tema, as memórias episódica, semântica e operacional são as mais afetadas.
Os pacientes têm dificuldade para reter novas informações e resolver problema cotidianos, esquecem palavras e têm mais dificuldade para lembrar de tarefas como tomar remédios ou manter compromissos e tarefas do dia a dia.
“Os pacientes relatam uma sensação que chamamos de brainfog — a pessoa sente uma lentidão mental e tem dificuldade para raciocinar com clareza”, explica Henrique. O gerontólogo acrescenta ainda que os pacientes que tiveram quadros mais graves da covid-19, com períodos de hospitalização e quadros de hipóxia, apresentam sintomas cognitivos mais aparentes.
No estudo que está sendo conduzido pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), os voluntários com 60 anos ou mais que tiveram covid-19 e apresentam problemas de memória e atenção após a doença, vão passar por sessões de treinamento que buscam compensar esses eventuais déficits.
Pessoas com mais de 60 anos que não tenham tido covid-19 mas que tenham alguns dos sintomas, também podem participar do estudo.
Os tipos de memória
O professor de pós-graduação em gerontologia da Universidade Católica de Brasília Henrique Salmazo da Silva explica que existem algumas formas de dividir os tipos de memórias. Uma delas, proposta pelo teórico Endel Tulving na década de 1970, chegou a ter 72 divisões e subdivisões. Algumas delas são usadas, hoje, para explicar alguns aspectos sobre o funcionamento das lembranças.
Entre elas, temos a chamada memória episódica, relacionada a eventos situados no espaço — por exemplo, o que você comeu ontem, o que fez antes de ontem. É a lembrança de um episódio.
Já a memória semântica é basicamente o conhecimento de mundo, que se mistura com o conhecimento léxico, sobre as palavras e o aprendizado. “Por exemplo, você sabe quem descobriu o Brasil, mesmo que não tenha ideia de quando essa informação chegou ao seu cérebro, você sabe que ela está lá e faz parte do seu conhecimento”, esclarece Henrique.
A memória operacional é importante no processo de aprendizagem e raciocínio lógico. Nela, processamos as informações que estão sendo passadas naquele momento, retendo e conseguindo realizar determinada atividade.
A memória prospectiva se refere ao famoso “lembrar de lembrar”. Ela é a responsável pelo armazenamento de informações referentes a ações que precisamos realizar no futuro próximo. Por exemplo, tomar um remédio ou lembrar de fazer a mala para uma viagem próxima.
A memória procedural é que envolve mecanismos implícitos de aprendizagem. Traços motores que assimilamos de forma quase automática, sem precisar pensar em cada passo do processo, como dirigir um carro ou andar de bicicleta.
E, considerando os grandes grupos de tipos de memória que englobam diversas outras divisões, existe também a memória autobiográfica, talvez a que as pessoas mais se preocupem em manter ao longo da vida. Esse aspecto da memória envolve o conhecimento de todos os eventos que aconteceram na vida, a sua identidade, quem você é e tudo que viveu até aquele momento.
Henrique acrescenta que a memória é um mundo. “São várias habilidades que dialogam e que precisam uma das outras para um bom funcionamento. Existem divisões para entendermos alguns aspectos, mas está tudo integrado”, completa.
Dicas para manter a memória saudável
• Frequentemente, leia dois livros: a leitura estimula sinapses, desenvolve a concentração e trabalha a imaginação. • Teste maneiras diferentes de realizar aquilo que você costuma fazer no automático: escove os dentes e coma com a mão que você não costuma utilizar normalmente. • Utilize jogos: eles são superimportantes para a estimulação cognitiva. • Pinte: a pintura auxilia no relaxamento e no alívio do estresse. • Pratique exercícios: eles são bons para o corpo e para a mente. • Tenha um bom sono: dormir ajuda a aumentar a atenção, a memória e o aprendizado
Amnésia infantil
Acontece, principalmente, devido às constantes alterações estruturais no desenvolvimento dos processos básicos da memória que ocorrem no cérebro das crianças, fazendo com que não consigam se lembrar do que aconteceu nos 23 primeiros anos de vida.
Memória Autobiográfica Altamente Superior
Rara condição em que o indivíduo lembra-se de todos os acontecimentos de sua vida
SERVIÇO
Seleção de voluntários para pesquisa Treino Cognitivo on-line para pessoas idosas no contexto da covid-19 Inscrições: até 31 de maio pelo e-mail executivamenteparaidosos@gmail.com ou WhatsApp (61) 99436-5375 Início do estudo: junho de 2023; Periodicidade: encontros duas vezes por semana de forma on-line Duração do estudo: seis meses; Número de vagas: 80
Correio Braziliense domingo, 28 de maio de 2023
PIRENÓPOLIS: DESFILE DOS MASCARADOS ENCANTA MORADORES E VISITANTES
Desfile dos Mascarados encanta moradores e visitantes de Pirenópolis
O evento é uma das tradições da Festa do Divino, que teve início em 5 de maio. Segundo a tradição local, os mascarados eram escravos e agregados que, para participarem da festa, saíam com seus rostos cobertos para não serem reconhecidos
postado em 27/05/2023 15:59 / atualizado em 27/05/2023 16:27
Tradição histórica da cidade de Pirenópolis, a Festa do Divino Espírito Santo ocorre desde 1819 - (crédito: Benjamin Figueredo / CB / DA PRESS)
Tradição histórica da cidade de Pirenópolis, a Festa do Divino Espírito Santo ocorre desde 1819, sempre no período de Pentecostes. Uma das grandes atrações do festejo é o Desfile dos Mascarados, que aconteceu neste sábado (27/5).
Os mascarados são personagens populares típicos das Cavalhadas, que saem às ruas fantasiados a cavalo e a pé. Segundo a tradição local, eram os escravos e agregados que, para participarem da festa, saíam de máscaras para não serem reconhecidos.
Um dos participantes, que obviamente não quis se identificar, estava montado sob um cavalo todo decorado de fitas e flores na cor rosa. Ele, que tem 32 anos, conta que participa do desfile desde os oito anos de idade, quando ia junto ao seu pai. “Agora, estou começando a trazer meu filho também. É uma tradição passada de geração em geração. O sentimento é único, é algo que emociona”, descreve.
A responsável pela ornamentação foi a esposa do mascarado, Tamara Souza, 32. Nascida em Pirenópolis, a conciliadora afirma que participa da Festa do Divino desde criança, assim como o marido. “Fiquei de fora em algumas edições, por conta da pandemia, mas estou de volta, firme e forte desde o ano passado”, brinca. “Eu que fiz a roupa e a decoração deles. Foi tudo muito rápido. Comecei ontem (sexta-feira) de manhã e terminei no finalzinho da tarde”, detalha.
Tamara comenta ainda sobre a alegria de ver o filho participando da festa. “Ver ele, somente com quatro anos, participando dos mascarados, me deixa muito feliz”, descreve a moradora da cidade, que encerra comentando sobre o festejo como um todo. “É uma emoção muito grande para nós, pirenopolinos”, crava.
A bancária Pollyana Pina, 46, nasceu em Goiânia, mas sua família é de Pirenópolis e passou a tradição da festa para ela. Atualmente morando em Brasília, ela conta que é sagrado ir até a cidade todos os anos, para prestigiar o evento. “Venho desde pequena. Meus tios corriam cavalhadas, por isso a festa está na nossa alma”, comenta.
“É emocionante, me sinto privilegiada por fazer parte da história dessa festa que tem mais de 200 anos”, destaca. Ao ser perguntada sobre o que mais chama sua atenção, a resposta foi essa: “Amo toda a atmosfera da festa, é difícil escolher só uma das atrações”, ressaltou Pina.
Celebrações da Festa do Divino de 2023, em PirenópolisBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Celebrações da Festa do Divino de 2023, em PirenópolisBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário em Pirenópolis (GO), centro históricoBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário em Pirenópolis (GO), centro históricoBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Celebrações da Festa do Divino de 2023, em PirenópolisBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Celebrações da Festa do Divino de 2023, em PirenópolisBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
Celebrações da Festa do Divino de 2023, em PirenópolisBenjamin Figueredo/CB/D.A. Press
A bancária Pollyana Pina (verde), 46, não uma edição do festejo e costuma participar com toda a famíliaBenjamin Figueredo / CB / DA PRESS
Toda a ornamentação foi produzida pela conciliadora Tamara Souza, 32Benjamin Figueredo / CB / DA PRESS
Tradição histórica da cidade de Pirenópolis, a Festa do Divino Espírito Santo ocorre desde 1819Benjamin Figueredo / CB / DA PRESS
Saiba mais
A festa do Divino é tradição em Pirenópolis e representa a união entre a religiosidade e a cultura popular. Durante as festividades, os fiéis celebram o Divino Espírito Santo, em um evento que envolve novenas, missas, procissões, folias, alvoradas, apresentações folclóricas e diversos outros rituais, na zona rural e urbana.
Durante os festejos, as ruas da cidade ficam decoradas com bandeirinhas e flores, dando um clima ainda mais alegre ao evento. As atividades vão até o dia 8 de junho, quando ocorre a coroação do novo Imperador, e promete surpreender e encantar a todos os visitantes.
Correio Braziliense sábado, 27 de maio de 2023
QUADRILHAS JUNINAS: BRAZLÂNDIA É ANFITRIÃ DE CAMPEONATO NACIONAL
Brazlândia é anfitriã de campeonato nacional para quadrilhas juninas
Uma das maiores manifestações culturais do país terá o campeonato nacional no DF. Grupos de 19 unidades da federação participam da competição, em julho
Desde que foi fundada, a Èta Laskêra é uma quadrilha de cangaço - (crédito: Acervo/ Quadrilha Êta Lasquêra)
Além dos arraiás e suas delícias gastronômicas, junho e julho também são o período das apresentações das tradicionais quadrilhas. Neste ano, de 28 a 30 de julho, o Distrito Federal será a sede da 8ª edição do Campeonato Brasileiro de Quadrilhas Juninas, o primeiro após a pandemia. A competição vai ocorrer em Brazlândia, na Praça do Laço, com grupos de diversas regiões do país, no ano em que a cidade completa 90 anos em junho. Serão 19 unidades da federação participantes, com um representante cada, exceto o DF, que terá dois, por ser o anfitrião do evento.
Assim como na maioria das unidades da federação, as equipes brasilienses ainda vão enfrentar a etapa regional, o Festival Gonzagão, que vai passar pelo Gama, São Sebastião, Brazlândia e Samambaia, onde, em 16 de julho, serão definidos os grupos campeão e vice-campeão, e o representante do Entorno, que irão para o nacional.
As concorrentes serão analisadas a partir de critérios como coreografia, musicalidade, desenvoltura do marcador (responsável pelo comando do ritmo da apresentação e por contar a história do tema escolhido pelo grupo) e figurino. No corpo de jurados, estarão representantes das regiões brasileiras (exceto o Sul, que não tem concorrentes na competição). O Centro-Oeste terá dois na bancada.
Apesar da tradição das quadrilhas comunitárias estar desaparecendo, o coordenador-geral do Campeonato de Brasileiro de Quadrilhas, Helry da Silva, observa que a cultura dessa arte está crescendo, com grupos mais profissionalizados para participar de competições. "O campeonato é uma forma de incentivo para a preservação da cultura, já que as festas juninas em todo o país estão focando mais em shows de grandes artistas, deixando de lado a tradição nos bairros e comunidades Brasil afora", aponta Helry.
"A nossa missão é fazer com que cada vez mais grupos de quadrilha surjam para fomentar toda a cadeia produtiva envolvida, o que inclui profissionais como costureiras, atores, músicos, figurinistas e dançarinos", afirma o coordenador. Cada uma das equipes tem entre 60 e 120 integrantes. Na arena, são permitidas até 80 pessoas dançando.
Crédito: Acervo/ Quadrilha Pau Melado. Pau Melado traz os personagens mistificados do folclore juninoAcervo/ Quadrilha Pau Melado
Crédito: Acervo/ Quadrilha Êta Lasquêra . Êta Lasquêra é uma quadrilha de cangaço do DFAcervo/ Quadrilha Êta Lasquêra
A Êta Lasquêra, de Samambaia, é uma das quadrilhas mais premiadas do DFAcervo/ Quadrilha Êta Lasquêra
Desde que foi fundada, a Èta Laskêra é uma quadrilha de cangaçoAcervo/ Quadrilha Êta Lasquêra
Crédito: Acervo/ Quadrilha Pau Melado. Pau Melado traz os personagens mistificados do folclore juninoAcervo/ Quadrilha Pau Melado
Crédito: Acervo/ Quadrilha Pau Melado. Pau Melado traz os personagens mistificados do folclore juninoAcervo/ Quadrilha Pau Melado
Heptacampeã nacional, a Pau Melado é de SamambaiaAcervo/ Quadrilha Pau Melado
Preparativos
Hamilton Tatu é presidente da Confederação Nacional das Quadrilhas Juninas (Conaqj), que organiza a competição, e presidente da heptacampeã nacional Quadrilha Pau Melado, de Samambaia. O nome do grupo é uma referência ao pau-de-sebo, tradição antiga de festas no interior do país. "O campeonato tem a missão de deixar por onde passa o legado de preservação da cultura, principalmente nas comunidades", conta Tatu, que faz um apelo: "Precisamos de mais recursos e valorização".
A equipe que comanda, formada por 90 integrantes, está na expectativa de conquistar a vaga e competir com os melhores do país. "Os preparativos estão intensos, porque é o primeiro campeonato brasileiro depois da pausa da pandemia. A competição nos faz nos esforçar mais para enfrentar os grupos tradicionais que vêm de fora, que são muito fortes", analisa. "Cada um dos estados tem o seu estilo próprio de dançar e contar uma história", acrescenta.
No DF, segundo Hamilton, o diferencial é a marcação das coreografias e a resistência da tradição. "A Pau Melado não deixa de trazer os personagens mistificados da história, como os noivos, os velhos, o soldado, o cangaceiro e o padre. Não sou contra a evolução, mas defendo a preservação da essência da tradição", detalha.
A campeã do Festival Gonzagão de 2022, a Quadrilha Êta Lasquêra, é outra de destaque no cenário junino do DF e, assim como a Pau Melado, também é de Samambaia. Foi nove vezes campeã do DF, tricampeã do Concurso Regional do Sesi/Rede Globo, tricampeã do Circuito da LINQDFE e também do Gonzagão. O coordenador do grupo, Márcio Nascimento, também aponta a marcação como o grande diferencial do Distrito Federal, quando o assunto são as quadrilhas juninas, assim como a escolha de um tema para a apresentação, que é outro costume que teve início na capital federal.
"As quadrilhas costumam dançar bem sincronizadas. Já aqui, existem os momentos em que ocorre a sincronia, mas quando dançamos o chamado quadrilhão, é solto. Cada um dança do seu jeito", explica Nascimento. Além das citadas, o DF tem, ainda, um estilo de dança junina que nasceu na capital e é exportada para quadrilhas do Brasil inteiro. "Justamente no momento do quadrilhão é que a gente dança a arriuna", destaca.
"As quadrilhas trazem temas, fazem abertura, fazem os passos, dançam quadrilhão e fazemos a despedida. Esse é o esqueleto da apresentação. Durante o quadrilhão, a gente executa a arriuna, que é uma dança pulada, com chutes no ar e que dá a impressão de que os bailarinos estão flutuando. As quadrilhas começaram a fazer isso aqui", conta. Márcio conta que a Êta Lasquêra nasceu em 2000. Os ensaios para o período junino começam ainda em janeiro. "A gente é uma quadrilha de cangaço, desde que o grupo foi fundado", define o coordenador.
Correio Braziliense sexta, 26 de maio de 2023
SAUDE MENTAL DO TRABALHADOR: VISÃO DO CORREIO
Visão do Correio: Saúde mental do trabalhador
"Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), a síndrome de Burnout já afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros"
O estado de exaustão física, emocional e mental, causado pelo estresse prolongado no ambiente de trabalho — a síndrome de Burnout — é classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença ocupacional desde o início de 2022. Pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma) mostra que o Brasil é o segundo país com mais casos diagnosticados, ficando atrás apenas do Japão, que tem 70% da população acometida pelo problema.
Segundo levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), a síndrome já afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros. Embora tenha consequências significativas para o bem-estar dos profissionais, as implicações legais a respeito do burnout nas empresas ainda seguem sem resolução adequada.
De acordo com os especialistas, essa condição ainda encontra obstáculos para ser reconhecida e não há quem fiscalize e puna os responsáveis direta ou indiretamente. A alegação é de que a doença é uma condição do ambiente de trabalho e não do profissional, individualmente, ou seja, as pessoas diagnosticadas desenvolvem sintomas e doenças que, juntos, podem ser lidos como burnout, mas a causa da síndrome nem sempre é reconhecida de forma direta.
Outro motivo da não responsabilização é que há algumas causas variáveis que provocam o adoecimento dos profissionais muito difíceis de serem levadas à esfera judicial. Como exemplos, uma liderança que comete assédio moral, colegas que praticam bullying, uma cultura empresarial de performance com metas duras e inflexíveis, entre outros pontos.
Juridicamente, a relação entre burnout e casos legais ainda não é totalmente clara no país, pois, em muitas ações movidas na Justiça, a doença nem sempre é reconhecida como condição médica, sendo distribuída a categorias que se correlacionam, como assédio ou danos morais.
Embora as culturas corporativas incentivem — no discurso — que as pessoas questionem, deem ideias e falem a verdade, será que a realidade das relações permite isso? Segundo a psicanalista Ana Tomazeli, fundadora do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino (Ipefem), sentir medo de sofrer represálias, de receber punições, passar por situações vexatórias, humilhantes ou degradantes pode indicar que o trabalhador esteja vivenciando um conjunto de relações vulneráveis, no pior sentido da palavra.
Fato é que enquanto as empresas e seus colaboradores não criarem espaços de debate para conversar sobre o tema, seja se atualizando sobre as relações e o mercado de trabalho, seja no sentido de trabalhar a segurança psicológica nas organizações, os casos de Burnout serão cada vez mais comuns.
"Você se sente confortável no seu trabalho para dividir um diagnóstico de saúde mental que vai impactar sua entrega no curto prazo? Você acha que seu emprego está garantido, mesmo que você manifeste uma discordância em relação a algumas orientações da empresa?" são alguns dos questionamentos que precisam ser feitos. Caso contrário, os registros de pessoas diagnosticadas com a síndrome tendem a crescer.
Correio Braziliense quinta, 25 de maio de 2023
CAFÉ: 5 ACESSÓRIOS INDISPENSÁVEIS PARA OS AMANTES DA BEBIDA
5 acessórios indispensáveis para os amantes de café
Aroma cativante e sabor intenso despertam os sentidos e revigora a energia
postado em 24/05/2023 07:00 / atualizado em 24/05/2023 15:51
(crédito: Getty Images/iStockphoto)
Por CB Vitrine
Muito além de uma simples bebida, o café é um símbolo de encontros, conversas, momentos de pausa e reflexão. E a melhor pedida é explorar a diversidade de sabores e métodos de preparo dessa bebida tão versátil. Desde o tradicional cafezinho passado na hora às mais sofisticadas técnicas de extração, como o espresso, o cappuccino ou o latte, o café tem a capacidade de agradar aos mais variados paladares e despertar a curiosidade dos apreciadores.
Com 30% de desconto na Amazon, encontramos a Cafeteira Espresso Oster semi automática 3 em 1 de café expresso, cappuccino e café com leite. Também com desconto, está a tradicional Arno Cafeteira Expresso Nescafé Dolce Gusto em 9 parcelas de R$ 54,22 sem juros. Prática de usar e fácil para limpar, a Cafeteira Italiana Inox dispensa o filtro de papel e de tecido. Vamos celebrar essa bebida icônica que nos conecta, revigora e proporciona momentos de prazer?
Confira a seleção e aprecie, sem moderação, cada gole dessa aromática bebida:
Nespresso Essenza Mini Combo com Aeroccino
Nescafé Dolce Gusto Genio S Plus
Cafeteira Espresso Oster PrimaLatte II
Prensa Francesa Preziosa - 350 ml
Cafeteira Italiana - 450Ml
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Correio Braziliense quarta, 24 de maio de 2023
O FRIO CHEGOU: TEMPERATURA FICA BAIXA NAS PRIMEIRAS HORAS DO DIA
Pega o casaco, o frio chegou! Temperatura fica baixa nas primeiras horas do dia
Com a proximidade do inverno, as temperaturas mínimas estão caindo no Distrito Federal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros devem registrar mínima entre 12°C e 13°C e umidade relativa do ar tende a cair com a falta de chuvas na região central do país
O motorista Ni Rodrigues da Silva, acha que o humor das pessoas fica melhor - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Os brasilienses sentem a chegada do frio no Distrito Federal. Para quem acorda cedo, as temperaturas baixas dificultam para sair da cama e encarar as tarefas do dia. Mas também há quem acredite que o tempo gélido ajuda a melhorar o humor matinal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a mínima hoje fica entre 12°C e 13°C nas primeiras horas do dia. Além do frio, a secura também fica em evidência nesta época do ano. A umidade relativa do ar tende a cair dia após dia com a falta de chuvas na região central do país.
Meteorologista do Inmet, Olívio Bahia destaca que o período de seca e de quedas de temperatura começa a partir do mês de maio. "É quando começamos a perceber a pouca nebulosidade, menos chuvas e frio", comenta. O especialista explica que a época é marcada pela massa seca e perda radiativa durante a noite, com queda dos termômetros, principalmente, entre 5h e 7h da manhã, quando os brasilienses costumam sair de casa para trabalhar. A menor temperatura registrada no DF neste ano foi de 9,6°C no último sábado, na região do Gama.
Neblina cobre Memorial JK ao amanhecer na capitalEd Alves/CB/DA.Press
23/05/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Frio em Brasília, pessoas que trabalham cedo e tem que enfrentar o fio. Adão Francisco Martins, ambulante vende café da manhã.Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
23/05/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Frio em Brasília, pessoas que trabalham cedo e tem que enfrentar o fio. Elinete Sousa, frentista de posto de combustíveis.Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
O inverno tem início no dia 21 de junho. No entanto, as características da estação já são sentidas com a secura, o frio e a amplitude térmica. "Cada semana só vai se agravando com as quedas da temperatura. Mais para frente, próximo ao mês de julho, as mínimas devem cair para 8° e 9°C", comenta o meteorologista. Sem previsão de chuvas, Olívio ressalta que o tempo seco vai ficando cada vez mais marcante com pele, garganta, lábios e narinas ressecadas. Para hoje, a temperatura máxima vai variar entre 25°C e 27°C. Enquanto a umidade relativa do ar vai ficar entre 30% e 90%.
Motorista de ônibus há mais de 30 anos, Ni Rodrigues da Silva, 59 anos, roda pela capital federal diariamente, passando por calor, chuva e frio no decorrer do ano. Acordando às 3h20 da manhã, o trabalhador considera essa época bem ruim para sair de casa, mas depois que entra no ônibus ameniza o frio. Para ele, os passageiros ficam mais tranquilos, se acomodam melhor, conversam mais e dormem bastante dentro do carro. "Na época do calor, todo mundo fica estressado, qualquer coisa já irrita. Acho que melhora o humor do pessoal, por mais que seja difícil acordar e encarar o tempo frio", comenta o morador de Taguatinga Sul.
Frentista em um posto no Setor de Indústrias Gráficas, Elinete Sousa, 45, acorda todos os dias às 3h50 da manhã para pegar o transporte público de Planaltina para a Rodoviária do Plano Piloto e, em seguida, ir para o local de trabalho. "Nessa época do ano é difícil sair da cama e ter disposição para trabalhar. Quando o frio aperta mais, venho com dois casacos, duas calças e meias", conta. Empregada no posto há um ano, a frentista destaca que manter a saúde em dia é mais uma das dificuldades desse período do ano. "A gente passa o tempo todo gripado e com coriza", ressalta.
Amplitude térmica
Além da secura, outra característica marcante do inverno brasiliense é a amplitude térmica ao longo do dia. De acordo com Olívio, o frio é causado pela perda radiativa. "Durante o dia, o sol aquece a superfície e esquenta o ar, deixando o dia mais ameno. À noite, em função da pouca nebulosidade, essa radiação se perde para o espaço e, nesse processo de saída de calor, esfria o ar, fazendo com que o frio se destaque", explica. O meteorologista acrescenta que a temperatura máxima também tende a cair com a chegada do inverno.
Vendendo café da manhã para os motoristas e cobradores no centro da capital há nove anos, Adão Francisco Martins, 69, conta que quando chega para trabalhar pela manhã está muito frio. "O tempo aqui é volátil. Café quente na hora do frio cai bem. Depois, o sol vai esquentando e fica mais ameno", destaca. O morador do Guará I pega o carro todos os dias cedo para ir até a área próxima ao Estádio Mané Garrincha para fazer uma caminhada e trabalhar. "O frio piora quando está ventando. Em anos anteriores, já cheguei a usar três calças para aguentar", recorda o idoso, ressaltando que o inverno ainda está chegando.
Frio histórico
Uma forte massa de ar frio vinda da Região Sul trouxe uma temperatura fora do comum para os brasilienses, em maio do ano passado. O fenômeno fez o Distrito Federal ter o dia mais frio da série histórica, iniciada em 1961, registrando 1,4ºC na estação meteorológica do Gama. Até então, somente em 18 de julho de 1975, os termômetros marcaram 1,6°C.
Em um mesmo dia, 19 de maio de 2022, a estação de Águas Emendadas, em Planaltina, registrou 3,8°C; o Paranoá, 4,1°C; e o Sudoeste 4,9°C. A sensação térmica, que é a forma como percebemos as temperaturas, foi negativa em diversos pontos da capital. A friaca fez com que ocorresse geada em alguns pontos do DF, como no gramado entre o Noroeste e a Epia, que amanheceu com a grama congelada.
Falando em gelo, os registros feitos por um fotógrafo anônimo mostram o gramado da Esplanada dos Ministérios cobertas de gelo, em 1961, antes de começarem as medições oficiais das temperaturas da capital (as medições começaram em 21 de agosto daquele ano). Por isso, não se sabe a exata temperatura registrada naquela época.
Recordes no DF
19 de maio de 2022: 1,4°C 18 de julho de 1975: 1,6°C 18 de maio de 1977: 3,2°C 10 de junho de 1985: 3,3°C 9 de junho de 1985: 3,4°C
Fonte: Inmet
Orientações:
Tenha especial atenção com crianças, idosos e pessoas doentes. Mantenha-se agasalhado. Proteja também as extremidades do corpo, use toucas e luvas. Beba bastante líquido. Evite manter os ambientes muito fechados. Mantenha sua casa e local de trabalho limpos e arejados. Previna-se contra doenças respiratórias. Procure agasalhar seu animal de estimação. Considere o uso de roupas de proteção. Abrigue-o em relação ao vento. Forre adequadamente o local de dormir. Seja solidário. Doe agasalhos e cobertores para quem precisa. Carregue, se possível, esse material no carro. Encontrando alguém em situação de vulnerabilidade, faça a sua parte. Se precisar permanecer ao ar livre, proteja-se do vento.
Fonte: Defesa Civil
Correio Braziliense terça, 23 de maio de 2023
BASQUETE: DENVER NUGGETS VARRE LOS ANGELES LAKERS E É FINALISTA INÉDITO NA NBA
Denver Nuggets varre Los Angeles Lakers e é finalista inédito da NBA
Trupe de Nikola Jokic e Jamal Murray dá game over na temporada do astro LeBron James com triunfo imponente por 4 x 0 na decisão da Conferência Oeste e aguarda rival entre Miami Heat e Boston Celtics
postado em 23/05/2023 00:15 / atualizado em 23/05/2023 00:15
O Denver Nuggets entregou a final inédita da NBA de bandeja para a torcida dentro da casa do Los Angeles - (crédito: Harry How / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP))
A NBA, liga estadunidense de basquete, tem um finalista inédito. Na noite desta segunda-feira, o Denver Nuggets varreu o Los Angeles Lakeres na decisão da Conferência Oeste e aguarda o desfecho da série entre Miami e Heat e Boston Celtics nesta terça para saber com quem decidirá o título da temporada em melhor de sete jogos.
Finalista pela primeira vez, o Nuggets consumou a eliminação do astro LeBron James por 113 x 111 na casa do adversário. O astro não amargava derrota por 4 x 0 em playoffs desde a final da temporada de 2018 contra o Golden State Warriors de Stephen Curry e Kevin Durant. Recordista de títulos com 17 ao lado do Boston Celtics, o Lakers protagonizou bela arrancanda desde o play-in, a chamada repescagem.
Dono da sétima campanha na temporada regular, o Los Angeles Lakers desbancou o Memphis Grizzlies, passou pelo Golden State Warriors, mas não resistiu ao Denver Nuggets decisão da Conferência Oeste. A defesa do adversário neutralizou a franquia amarela.
Finalista pela primeira vez, o Denver Nuggets tentará a façanha de se tornar o primeiro campeão inédito da NBA desde a conquista do Toronto Raptors em 2018/2019.
Na outra série, o o tricampeão Miami Heat está cada vez mais afinado em busca pela quarta conquista e faz uma campanha extraordinária nos playoffs. O time encerrou a temporada regular com a oitava campanha do Leste, porém se transformou na etapa de mata-mata. Desbancou Milwaukee Bucks, New York Knicks e ostenta 3 x 0 contra o Boston Celtics. O quarto round do tira-teima está marcado para esta terça-feira, às 21h30, com transmissão dos canais SporTV 2 e Amazon Prime.
Correio Braziliense segunda, 22 de maio de 2023
PUBLICIDADE INFANTIL: SAIBA COMO PROTEGER AS CRIANÇAS
Saiba como proteger as crianças da publicidade infantil
Com a ascensão das plataformas de vídeos e desenhos, a divulgação de produtos direcionados aos pequeninos ganhou novos formatos. Especialistas orientam os pais e responsáveis sobre como agir no universo digital
Em um mundo cada vez mais conectado, a publicidade infantil pode ser quase imperceptível. Pesquisas divulgadas pelo Tic Kids Online Brasil no ano de 2021 mostram que 67% das crianças e dos adolescentes que estão na internet são expostos à publicidade por meio de vídeos. As crianças, como são seres mais suscetíveis aos estímulos persuasivos, não possuem desenvolvimento mental necessário para tomar decisões por si mesmas. Por isso, a legislação nacional proíbe as marcas de direcionarem propagandas ao público infantil, a fim de evitar que se aproveitem de sua hipervulnerabilidade. Ainda assim, as crianças podem ser sujeitas a eventuais formas de exploração comercial, o que pode colocar a segurança da família inteira em risco.
Marcela Carneiro, 27, é mãe de duas crianças: Mariana, de 2 anos, e Catarina, de 5 meses de idade, que ainda não consome conteúdo digital. "A Mariana assiste desenho normalmente, mas eu particularmente não gosto de colocar pelo YouTube, por ter muita propaganda e porque o acesso para trocar de desenho é mais fácil", conta a arquiteta. "Não acho seguro, acho que expõe muito a criança a consumir o que não deve", diz. Marcela relata que prefere colocar vídeos ou desenhos em plataformas que não tenham publicidade de qualquer tipo, onde ela tem mais controle do conteúdo consumido pelos filhos.
Juliana Barbosa, psicóloga infantil e coordenadora da clínica Espaço Dialógico, diz que a publicidade afeta o desenvolvimento das crianças em diversos aspectos. A psicóloga menciona que os pequeninos passam a atrelar felicidade ao comportamento de comprar e possuir algo. A autoestima deles também pode ser afetada quando eles se comparam com os influenciadores. "Muitas vezes, os influencers incentivam comportamentos de consumo, vício em jogos e coreografias inapropriadas para a idade; na formação de hábitos alimentares nada saudáveis, já que a publicidade infantil colabora, em sua maioria, com o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados, entre outros aspectos", exemplifica a psicóloga.
Para reduzir os danos causados às crianças no mundo digital, a psicóloga infantil esclarece que é preciso saber dosar a intensidade e a quantidade da relação com a Internet. Além disso, alerta os pais a tomar cuidado com o exemplo que passam aos filhos. "As crianças acabam repetindo o que elas vivenciam com aqueles que são os seus maiores influenciadores, os pais ou responsáveis", pontua. "Além disso, aplicativos de controle de pais, supervisão do que é visto e a oferta de outras alternativas de diversão são estratégias importantes e necessárias", completa a especialista.
Nayana Buta, 40, relata que não tem segurança em deixar os filhos assistirem vídeos e desenhos sozinhos nas plataformas digitais. Mãe de dois filhos, Caetano, de 7 anos, e Tomás, de 5, diz que hoje em dia prefere pagar mais caro para evitar as propagandas. "Os meninos chegavam a cantar músicas de propagandas dos produtos. Não fazia nem sentido estar ali para eles", conta. "Aqui em casa, eles já sabem que não podem assistir sozinhos. Eu vejo problema, não só pela questão do consumismo, mas pela influência dos valores que a gente não escolhe. Acho que a gente tem que preservar nossas crianças", conclui Nayana.
Para a advogada Luiza Montenegro, a publicidade infantil é um dos temas mais polêmicos que envolvem marketing e publicidade no Brasil. Ela diz que a legislação determina inúmeras exigências legais para a realização de estratégias publicitárias voltadas às crianças, mas é importante diferenciar a publicidade infantil e a publicidade de produtos infantis. Luiza explica que a publicidade de produtos para crianças é permitida, uma vez que é condicionada ao público adulto, que possui capacidade para a tomada de decisão de compra. Já a publicidade infantil se aproveita da falta de discernimento da criança para vender produtos, o que é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Segundo a especialista, "é unânime a ilegalidade da utilização de meios abusivos para tal".
No Brasil, a fiscalização da publicidade infantil é de responsabilidade da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Caso a família note qualquer tipo de irregularidade, é possível registrar no site consumidor.gov, procurar o Procon do seu estado ou solicitar auxílio do Ministério Público.
Como identificar publicidade infantil?
Linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores;
trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de crianças;
representação de criança;
pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil;
personagens ou apresentadores infantis;
desenho animado ou de animação;
bonecos ou similares;
promoção com distribuição de prêmios, brindes colecionáveis ou apelos ao público infantil;
promoção com competições ou jogos com apelo ao público infantil.
Fonte: Criança e Consumo (criancaeconsumo.org.br/chega-depublicidade-infantil/como-identificar-publicidade-infantil/
Correio Braziliense domingo, 21 de maio de 2023
IMPOSTO DE RENDA: SÓ FALTAM 10 DIAS PARA DECLARAR - VEJA DICAS
Só faltam 10 dias para declarar o Imposto de Renda; veja dicas
Para os contribuintes que deixaram a prestação de informações para última hora, especialistas dão dicas para evitar dor de cabeça na hora de declarar os rendimentos. Cerca de 12,5 milhões de brasileiros ainda não enviaram os dados
Mais de 26 milhões de brasileiros já entregaram a declaração do Imposto de Renda 2023, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal no último dia 19. Desses, 22% foram pré-preenchidas e 57% prestaram contas ao "leão" de modo simplificado. O órgão prevê que entre 38,5 e 39,5 milhões de contribuintes devem fazer a declaração — ou seja, faltam 10 dias para o encerramento do prazo e muita gente ainda não cumpriu suas obrigações com o fisco. Para ajudar aqueles que deixaram para a última hora, mas não querem cometer nenhum erro e nem parar na malha fina, especialistas prepararam uma série de orientações.
Segundo o advogado João Cipriano, sócio do Miguel Neto Advogados, o primeiro ponto é tomar cuidado com os informes de rendimentos do titular e dos dependentes. "É comum que os contribuintes esqueçam de informar todos os informes na declaração de IR, o que pode acabar levando à malha fina", explica o especialista. Ele reforça, ainda, que o declarante precisa ter cuidado ao comprovar os próprios rendimentos e verificar com atenção as informações financeiras e bancárias. É preciso lembrar que todas as empresas e entidades também prestam contas ao Fisco, portanto os dados enviados pelo contribuinte e pela empresa não podem divergir.
Outro conselho do advogado é separar os documentos. "Antes de começar a preencher, é preciso organização caso escolha a declaração pré-preenchida no site da Receita Federal. É preciso conferir sempre todas as informações", complementa. Outro alerta é em relação às modalidades de previdência privada (PGBL e VGBL). O PGBL permite deduzir até 12% do Imposto de Renda e deve ser declarado em "Pagamentos Efetuados". Já o VGBL, que não é dedutível do IR, precisa ser informado na ficha "Bens e Direitos". Cipriano explica ainda que não deve se esquecer de declarar a restituição do ano anterior, caso haja.
Novidades
Todos os anos, a Receita Federal implementa mudanças para facilitar a prestação de contas. Em 2023, uma das novidades foi em relação à pensão alimentícia, pois houve alteração na forma de declarar esse rendimento. "Os rendimentos de pensão alimentícia foram para a 'Ficha de Rendimentos Isentos e Não tributáveis'. Caso a pessoa declare a pensão alimentícia como rendimento tributável, é provável que seja retido em malha automaticamente", alerta Cipriano.
Entre os 12,5 milhões de brasileiros que ainda não prestaram contas ao "leão" está a empresária Maria Domingues, 42 anos. "Eu tive muitas viagens nacionais e internacionais devido ao trabalho nos últimos meses. Ainda tive uma mudança de casa. Com isso, não tive muito tempo para me planejar", explica. A moradora de Santos (SP) disse que ainda não estudou as novidades que tem na Receita Federal, mas afirmou que todo ano ela mesma faz a declaração. "Não vou contratar contador. Não é difícil, só é um processo chato. Mas dá para encarar", disse.
Já o designer de interiores, Thiago Herrera, 33, afirmou que logo quando começou o prazo para a declaração foi pesquisar sobre o assunto, mas resolveu deixar para o final do prazo. "Eu contratei uma contadora logo no início, porém, como precisava de vários documentos, acabei deixando para depois, mas essa semana eu vou correr atrás", relata.
Simplificação
O intuito das mudanças para a prestação de contas à Receita Federal é simplificar o trabalho do contribuinte na hora de enviar os dados. Herrera observou que quando estava procurando informações, não viu nada sobre a declaração pré-preenchida, mas, recentemente, acabou lendo a respeito. "Se eu soubesse desde o início que tinha uma facilidade a mais para declarar, teria tentado fazer sozinho. Eu nunca declarei sozinho com medo de errar, mas não gosto da exposição que tem quando entregamos todos os nossos dados ao contador", afirma.
Patricia Jimenes, relações públicas, disse que ao acompanhar os jornais percebeu que há mais facilidades para declarar esse ano. "Eu sempre contratei um contador para fazer, mas eu acompanhei nos jornais que ficou bem mais fácil para declarar. Com o sistema puxando informações de outros anos, fica mais fácil tanto para os contadores, quanto para as pessoas que vão tentar fazer sozinhas", pontuou. "Porém eu me sinto mais segura deixando na mão de um profissional". Patrícia disse que essa não é a primeira vez que deixa para última hora a entrega das informações por falta de tempo.
Contudo, a atenção ao prazo é essencial. Se a declaração for feita após o dia 31 de maio de 2023, a multa por atraso custa a partir de R$165,74. Caso haja imposto devido, a multa é acrescida de 1% ao mês sobre esse valor, limitada a 20%. Além disso, são cobrados juros com base na Selic enquanto durar o atraso. Para realizar o cumprimento da obrigatoriedade mais facilmente, o contribuinte pode optar pela declaração pré-preenchida. O modelo automatiza parte do preenchimento e pode inclusive ajudar a evitar que o contribuinte fique retido na malha fina, embora continue sendo importante a revisão das informações importadas.
"As regras vieram muito mais factíveis do que no ano passado, quando a Receita prometeu várias funcionalidades que não se concretizaram. Este ano o contribuinte tem melhores condições se optar pela declaração pré-preenchida", recomenda Ricardo Oliveira de Jesus, sócio da ABordin Consultores. Além disso, a declaração pré-preenchida e aqueles que optarem por receber a restituição via Pix terão prioridade no recebimento.
Com o avanço da tecnologia, o trabalho da Receita Federal em informar aqueles que não cumpriram o dever no prazo se tornou mais fácil, segundo Tarcísio Tamanini, sócio fundador da Wise Tax. "O trabalho da Receita Federal está cada vez mais automatizado, em razão da digitalização das informações prestadas a ela. Assim, o órgão está muito mais preparado para identificar os contribuintes que estariam obrigados a fazer a declaração, e não fizeram no prazo devido", explica.
Caso o cidadão atrase a declaração, pode receber uma multa por descumprimento de obrigação acessória, que não tem relação com o imposto devido ou valor a restituir. Contudo, se a Receita Federal encontrar algum valor que não foi pago de imposto, pode cobrar o mesmo, com adicional de multa e juros. É importante lembrar, ainda, que a declaração do imposto de renda é uma obrigação legal para os contribuintes, que se enquadram nos critérios estabelecidos pela Receita Federal, sendo essencial a atenção aos prazos e cumprimento da obrigação dentro do período estipulado.
Correio Braziliense sábado, 20 de maio de 2023
CASEB: PRIMEIRA ESCOLA DE BRASÍLIA CELEBRA 63 ANOS COM MUITA HISTÓRIA
Primeira escola de Brasília, o Caseb celebra 63 anos com muita história
Juscelino Kubitschek ministrou a aula inaugural, que marcou o primeiro dia da educação da capital do pais. Unidade na 909 Sul recebeu netos do ex-presidente e herdeiros de importantes políticos da época
Correio Braziliense
postado em 19/05/2023 20:45 / atualizado em 19/05/2023 20:46
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A primeira escola da capital celebrou 63 anos nesta sexta-feira (19/5). Inaugurado menos de um mês depois da inauguração de Brasília, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Caseb, abriu as portas em 19 de maio de 1960 com a missão de educar os filhos dos pioneiros.
O Caseb — referência à Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília — recebeu os netos de Juscelino Kubitschek e filhos de importantes políticos que desembarcaram na nova capital. Atualmente, a escola funciona com ensino integral das 7h30 às 17h30. O local tem cerca de 800 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental matriculados. A escola foi erguida em uma área de 55 mil metros quadrados na 909 Sul.
Juscelino Kubitschek ministrou a aula inaugural que marcaria o primeiro dia da educação da capital. O Caseb tem dez blocos, com 20 salas de aula, laboratório de informática, um auditório, ginásio poliesportivo, sala de leitura, refeitório, quatro quadras poliesportivas, laboratórios e um pátio coberto. A escola sofreu um incêndio em agosto de 2019, porém foi recuperada pelo por meio do projeto Adote uma Escola — uma parceria do poder público com a iniciativa privada.
Correio Braziliense sexta, 19 de maio de 2023
ENFERMAGEM: PROFISSIONAIS SÃO HOMENAGEADOS COM EXPOSIÇÃO E SHOW NA CLDF
Profissionais de enfermagem são homenageados com exposição e shows na CLDF
Projeto Enfermagem Multiverso marca a semana nacional da categoria. Nesta sexta-feira, programação na Câmara Legislativa começa às 14h
Exposição Enfermagem do Distrito Federal na Construção de Políticas Públicas, na CLDF - (crédito: Isis Dantas/CLDF)
Na busca por resgate da história de profissionais da enfermagem que participaram da implementação de políticas públicas de saúde no Distrito Federal, a Câmara Legislativa recebe, de 11 e 31 de maio, a exposição Enfermagem do Distrito Federal na Construção de Políticas Públicas. O colóquio faz parte das comemorações do mês e da Semana Nacional de Enfermagem, na Casa, em uma parceria entre a Associação Brasileira de Enfermagem do DF e o Centro de Memória da Enfermagem da Universidade de Brasília (UnB).
A ideia da organização é dar visibilidade a história de dedicação desses trabalhadores que, ao longo dos anos, se empenharam no desenvolvimento de ações para salvar vidas, tanto no âmbito distrital quanto nacional, além de homenageá-los.
Marcos Wesley é enfermeiro há 20 anos e participa das comemorações em homenagem aos profissionais de saúde. Ele ressalta a importância do trabalho de sua categoria. "Esse é o momento de destacar o protagonismo dos enfermeiros, atentar para a valorização desses profissionais que buscam diariamente acolher e fazer a diferença na vida das pessoas, promovendo um resultado que somente a nossa categoria pode oferecer", destaca Marcos.
Enfermeira do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Cleidy Crisóstomo trabalha na unidade há 21 anos e destaca que durante essa trajetória, a enfermagem lhe rendeu muitos momentos marcantes. "Nós somos o brilho, o aconchego na vida das pessoas que buscam ajuda nos hospitais. A enfermagem é a porta de entrada, o primeiro acolhimento é feito por nós", disse.
Para a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-DF), Karine Rodrigues Afonseca, a iniciativa da exposição tem como objetivo aglutinar profissionais da área em um debate comum sobre os desafios e as potencialidades da construção profissional. Ela ressalta que este ano a entidade trouxe nacionalmente o tema "Valorização do trabalho em Enfermagem com sustentabilidade e bem viver", e que o assunto foi discutido em todos os cantos do Brasil marcando o serviço desempenhado pelos profissionais, mas também abordando perspectivas para que as futuras gerações possam usufruir desses recursos e das políticas públicas.
"Minha missão à frente da Associação é dar visibilidade e resgatar o protagonismo da profissão, para que esta não seja reconhecida apenas como assistência, cuidadora e acolhedora, mas como de extrema importância na construção política e social do país e nas perspectivas humanistas da saúde brasileira e do Distrito Federal. Me sinto orgulhosa de debater sobre essas questões e de poder resgatar histórias tão fundamentais para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil."
Exposição Enfermagem do Distrito Federal na Construção de Políticas Públicas, na CLDFIsis Dantas/ CLDF
Karine Rodrigues Afonseca, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem-Sessão DF (Aben-DF)Isis Dantas/ CLDF
Exposição Enfermagem do Distrito Federal na Construção de Políticas Públicas, na CLDFMariana Lins
Programação
Além da exposição, a programação do evento contará, nesta sexta-feira (19/5), a partir das 14h, com painéis de debate, com convidados, como o ex-BBB Cezar Black — também enfermeiro — e a técnica de enfermagem e humorista Camila Cardoso, e o ex-catador do lixão da Estrutural e enfermeiro formado pela Escola Superior de Ciência da Saúde (Escs) Lucas Nunes. Ainda ocorrerão shows de música e dança e o encerramento da 84ª Semana Brasileira de Enfermagem.
A exposição foi idealizada pela deputada distrital Dayse Amarílio (PSB), também enfermeira de profissão, que propôs o projeto Enfermagem Multiverso. Segundo ela, o objetivo é refletir sobre as várias maneiras para desempenhar seu papel nos mais variados setores de atendimento ao público. "O projeto Enfermagem Multiverso nasce quando olhamos com carinho para essa profissão que se modifica constantemente e tem uma atuação transversal, fundamental no processo de adaptação, readaptação, empoderamento e de ocupação de espaços", destaca a deputada.
Dona Gerusa Amaral de Medeiros, 69 anos, é enfermeira da Secretaria e Saúde do Distrito Federal há 30 anos e comemora a Semana Nacional de Enfermagem como um reconhecimento pelo trabalho dos profissionais que atuam na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde das pessoas. Ela destaca que a enfermagem mostrou a sua força em todo o mundo, principalmente durante da covid-19. "Somos profissionais que trabalham com empatia, de forma humanizada e acolhedora, fortalecendo a relação entre o profissional e o paciente. Atendemos as necessidades de saúde da população e na defesa das políticas públicas que possam garantir a universalidade de acesso aos serviços do SUS."
Programação
Projeto Enfermagem Multiverso Data: 19/5/2023 Local: Auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal
14h — Abertura com atrações musicais
14h40 — Vídeo em Homenagem aos profissionais da enfermagem
14h50 — Painel com a deputada Dayse Amarílio, Camila Cardoso (técnica enfermagem e humorista), Cezar Black (enfermeiro e ex-BBB) e Lucas Nunes, ex-catador do lixão da Estrutural e enfermeiro formado pela ESCS
15h40 — Apresentação de grupo de dança
16h10 — Painel: Enfermagem e seus Multiversos com vários profissionais da enfermagem
17h30 — Encerramento do TalkShow com a deputada Dayse Amarílio
18h — Encerramento
Correio Braziliense quinta, 18 de maio de 2023
CONSCIENTIZAÇÃO: LUGAR DE LIXO É NA LIXEIRA
Lugar de lixo é na lixeira: descarte irregular gera danos à população
O descarte inadequado do lixo aumentam as chances de propagação de doenças e causam prejuízo às regiões administrativas
postado em 17/05/2023 17:40 / atualizado em 17/05/2023 17:47
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
A prática de colocar o lixo no local correto deve ser lembrada diariamente, tendo em vista que o descarte irregular acelera o processo de entupimento da rede de drenagem, facilita a propagação de doenças e contribui para a poluição visual das regiões administrativas. Em média, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolhe, por mês, 2 mil toneladas de materiais leves das ruas do Distrito Federal e 50 mil toneladas de materiais pesados, como Resíduos de Construção Civil (RCC), em terrenos baldios.
Os materiais leves, que vão desde papéis a embalagens plásticas de alimentos, ao serem jogados nas ruas, podem parar em bueiros e, posteriormente, na rede de drenagem local, causando alagamentos e enchentes. No caso dos materiais pesados, o maior risco é a propagação de doenças, já que carcaças e inservíveis são alvos recorrentes do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zyka e chikungunya.
De acordo com a chefe da Unidade de Medição e Monitoramento do órgão, Andréa Almeida, o SLU gasta, mensalmente, R$ 15 milhões com a varrição de ruas e mais de R$5 milhões com a limpeza de terrenos baldios. Ela conta que, dos R$ 41 milhões implementados em serviços de coleta, quase 50% são gastos devido a condutas inadequadas da população. Mais de 21 mil lixeiras estão disponíveis em todas as regiões administrativas, e há processos em andamento para a instalação de mais 11 mil.
Andréa reitera que o SLU funciona todos os dias do ano. “Precisamos do apoio da população não só no acondicionamento do resíduo sólido no dia e horário correto, mas especialmente em evitar jogar papelzinho no chão, que gera um dos custos mais caros do SLU. Procure uma lixeira ou guarde o resíduo com você até encontrar o local certo de descarte”, diz.
No caso dos resíduos pesados, o cidadão deve procurar o ‘papa-entulho’, espaço adequado para o descarte de restos de obra, móveis velhos e outros itens volumosos. Ao todo, 23 equipamentos desse tipo estão disponíveis em Águas Claras, Asa Sul, Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Samambaia.
Para residências e comércios, a dica é: separe o lixo reciclável do orgânico. “A mínima separação na fonte para a coleta seletiva já é muito benéfica para todo o sistema, pois a intenção não é só coletar o lixo, é dar o destino correto e aterrar o mínimo possível”, explica chefe de Unidade de Medição e Monitoramento do SLU.
Com informações da Agência Brasília
Correio Braziliense quarta, 17 de maio de 2023
OBESIDADE: GORDURA NOS MÚSCULOS É ASSOCIADA A AUMENTO DO RISCO DE DOENÇAS GRAVES E MORTES
Gordura nos músculos é associada a aumento do risco de doenças graves e morte
Pouco monitorada, a mioesteatose é associada a um aumento no risco de morte similar ao causado por tabagismo e diabetes
O índice de massa corporal (IMC) não mostra com precisão a composição corpórea de um indivíduo, e há o risco de essa lacuna esconder algumas patologias. Para jogar luz sobre essas ameaças invisíveis, cientistas da Bélgica sugerem o monitoramento do acúmulo de gordura nos músculos. A proposta é detalhada em um artigo publicado, ontem, na revista Radiology.
Segundo o trabalho, liderado pelo Instituto de Pesquisa Experimental e Clínica da Universidade Católica de Lovania em Bruxelas, pessoas com IMCs semelhantes podem ter problemas de saúde completamente distintos. Adultos com grande quantidade de gordura na musculatura, condição conhecida como mioesteatose, apresentam um risco ampliado de terem problemas graves de saúde e morte. Apesar de o conhecido índice indicar sobrepeso, apenas exames de imagem revelam a variedade de locais onde existe excesso de células adiposas e, consequentemente, a ocorrência de maior vulnerabilidade.
Segundo o autor principal do artigo, Maxime Nachit, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são consideradas padrão ouro para avaliar a mioesteatose, mas seu diagnóstico enfrenta dificuldades. Enquanto os médicos focam no excesso de gordura visceral e no fígado, chamado esteatose hepática, a mioesteatose silenciosamente coloca em xeque a vida de muitas pessoas. Geralmente, a complicação é descoberta em pacientes que se submetem a exames para averiguar outras patologias.
Para avaliar a importância desse monitoramento específico, os cientistas analisaram tomografias computadorizadas abdominais feitas em adultos submetidos a exame de rotina para câncer colorretal entre 2004 e 2016. Ocorrências de ataque cardíaco, derrame, aneurisma e óbitos foram registradas durante os quase nove anos de acompanhamento.
Dos 8.982 pacientes, 507 morreram. O acúmulo de gordura nos músculos foi notado em 55% dos falecidos e ligado a maior vulnerabilidade para problemas de saúde graves. No período do estudo, o risco absoluto de mortalidade em indivíduos com mioesteatose foi de 15,5% — taxa maior que a ligada à obesidade (7,6%) e à esteatose hepática (8,5%). O risco de morte dos pacientes com acúmulo de gordura nos músculos também foi equiparado ao associado ao tabagismo e ao diabetes tipo 2.
Sedentarismo
Anderson Belezia, radiologista do Hospital Anchieta de Brasília, explica que a mioesteatose pode ocorrer por diversos fatores, como patologias crônicas, questões genéticas e desuso da musculatura, que acomete pessoas acamadas ou sedentárias. A principal causa da complicação, porém, é uma vida com alimentação desregrada e sem exercícios físicos.
Na avaliação do especialista, não é possível afirmar se, por si só, a complicação determina o risco de outras doenças. "Mas existe essa relação entre ela e outras patologias, em especial as cardiovasculares. Não sabemos se, de fato, é a gordura acumulada que causa um prognóstico pior ou se é um reflexo de outra função", afirma.
Belezia acredita que a pesquisa belga permite que haja uma diferenciação dos quadros clínicos, orientando os cuidados. "Para esse paciente que tem maior lipossubstituição (o acúmulo de gordura nos músculos), a gente precisa ser mais agressivo no tratamento", ilustra. "Esse conhecimento também permite maior controle do que é feito, como prescrever uma dieta, uma rotina adequada, para diminuir a gordura e aumentar a massa muscular. Essa é a importância do trabalho, validar esse tipo de informação como indicador e preditor de risco."
Os pesquisadores também observaram que a relação entre a mioesteatose e o aumento da mortalidade se deu independentemente do IMC ou do diagnóstico de obesidade. "Em outras palavras, isso significa que o acúmulo de gordura nos músculos não é explicado apenas por ser mais velho ou ter excesso de gordura em outros locais do corpo. Aqui, mostramos que a mioesteatose é um indicador robusto do risco de mortalidade de um indivíduo em um prazo relativamente curto", diz, em nota, Nachit
Prevenção
A expectativa do grupo é de que esse tipo de pesquisa contribua para grandes avanços na saúde. "Estamos testemunhando o surgimento da medicina personalizada, cujo objetivo é adequar o gerenciamento médico no nível individual com base em uma gama de informações, como genética, histórico médico, características físicas, avaliação molecular complexa e em grande escala", afirma Nachit.
Luciana Gusmão, educadora física e personal da Premiere Training Gym, em Brasília, lembra da importância de incluir a alimentação saudável e as atividades físicas na gestão dos cuidados com a saúde. "Muitos problemas poderiam ser facilmente evitados se esse binômio fosse observado e colocado em prática. A pesquisa e a sociedade médica buscam incentivar a população a ter boas práticas de vida saudável em uma tentativa incansável de evitar doenças como infarto, diabetes, hipertensão arterial, estresse, problemas articulares advindos da obesidade e cardiopatias. O que nos resta é refletir sobre a importância desses costumes e colocá-los em ação", diz.
Correio Braziliense terça, 16 de maio de 2023
DIETA: ADOÇANTES NÃO SÃO EFICAZES NO CONTROLE DO PESO, DIA OMS
Adoçantes não são eficazes no controle do peso, diz OMS
Em nova diretriz, agência também desaconselha o uso de produtos como aspartame e estévia para reduzir risco de doenças crônicas
(crédito: Doug Dollemore, American Chemical Society/Divulgação)
Diante da epidemia de sobrepeso e obesidade, o uso de adoçantes dietéticos não nutritivos está em alta nos países ocidentais. Porém, uma nova diretriz da Organização Mundial da Saúde não recomenda esses produtos para controle do peso corporal ou redução do risco de doenças crônicas. Segundo Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, a decisão baseia-se em uma revisão sistemática de estudos científicos que não encontraram benefícios a longo prazo na redução da gordura em adultos e crianças.
No Brasil, não há dados oficiais sobre o consumo dessas substâncias. Já nos Estados Unidos, em 10 anos a ingestão aumentou 200% em crianças e 54% em adultos, de acordo com um artigo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Além disso, a OMS afirma que os resultados da revisão sugerem efeitos colaterais do uso prolongado dos adoçantes, como risco aumentado de diabetes 2, doenças cardiovasculares e mortalidade precoce em adultos.
"As pessoas precisam considerar outras maneiras de reduzir a ingestão de açúcar, como consumir alimentos naturalmente açucarados — por exemplo, frutas e bebidas sem açúcar", disse Branca, em nota. "Adoçantes não nutritivos não são fatores dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a adição de doçura na dieta, começando cedo na vida, para melhorar a sua saúde."
Segundo a OMS, a diretriz é voltada a todas as pessoas, exceto pacientes de diabetes. Todos os adoçantes não nutritivos, como aspartame, sacarina, sucralose, estévia e derivados, ciclamatos, acesulfame K, advantame e neotame, estão incluídos, sejam vendidos separadamente ou adicionados a bebidas e alimentos. A recomendação não se aplica a produtos de higiene adoçados artificialmente, como creme dental e medicamentos. Também excluem-se açúcares de baixa caloria.
Correio Braziliense segunda, 15 de maio de 2023
TRANSFORMAÇÃO PÓS GRAVIDEZ: COMO RECUPERAR O CORPO DE FORMA SAUDÁVEL
Transformação pós-gravidez: como recuperar o corpo de forma saudável
Voltar ao corpo de antes da gestação nem sempre é rápido, mas com atividade física, alimentação adequada e boas horas de sono, é possível. Especialistas alertam que é importante não se comparar a outras mães
A empresária Liliane Lima praticou atividades físicas durante as duas gestações e voltou à academia logo que foi liberada pelos médicos - (crédito: Yasmin Isbert )
Manchas pelo corpo, mamas três vezes maiores, estrias e inchaço. São tantas transformações em tão pouco tempo que, repentinamente, um simples olhar no espelho pode ser responsável por localizar incômodos que antes não existiam. Infelizmente, lidar com os questionamentos acerca das próprias mudanças não é o suficiente, ainda é preciso escutar comentários desagradáveis: "A sua barriga está grande demais!" "Na minha gestação, eu não tive tantas estrias" "Vai ser difícil recuperar o seu corpo anterior".
A gravidez é um momento que deixa a mulher naturalmente mais vulnerável. E, quando elas são colocadas em uma situação de pressão — nesse caso, com relação ao corpo —, os sentimentos negativos podem ser impulsionados e, se não acompanhadas por um profissional, levados a um quadro de ansiedade elevada ou até de depressão — circunstâncias ainda mais comuns durante o puerpério, período do pós-parto.
Jaimara Falcão, psicóloga da Terapia de Bolso, explica que esse tipo de crítica pode transformar o que era para ser um momento de tranquilidade, em uma situação de medo e receio. "A mulher se sente insegura, não consegue curtir a gestação, fica preocupada com o que pode acontecer com o corpo, fica receosa de ser julgada."
Apesar de estar comumente atrelado à ansiedade, o processo de busca pelo corpo que tinha antes da gestação não precisa ser sinônimo de uma experiência ruim. Se realizado com acompanhamento profissional e parcimônia, o objetivo pode ser alcançado sem maiores dores de cabeça.
Voltando à forma de maneira saudável
Com a ascensão das redes sociais, o acesso à vida íntima das famosas foi facilitado, e é comum flagrá-las exibindo corpos extremamente magros pouco tempo após dar à luz, o que impulsiona a pressão estética sobre as mamães "comuns".
A psicóloga Jaimara explica que o consumo desses conteúdos pode ser agudamente prejudicial, pois a cobrança pessoal fica mais intensa e a mãe acaba por recorrer a recursos emergenciais na busca de um corpo que se assemelha ao que foi visto, o que pode contribuir para o aparecimento de um novo sentimento — a frustração.
Aline Souza, profissional de educação física especializada em treinamento para gestante e pós-parto, ministra aulas na Academia Unique Family Fitness que vão desde o período gestacional até o pós-parto, e já participou das histórias de inúmeras gestantes que buscavam bem-estar durante e após a gravidez.
A especialista informa que, assim como na gestação, os exercícios físicos podem ser retomados logo após a liberação médica, o que costuma acontecer, geralmente, após 30 dias, em casos de parto normal, ou de 60 a 90 dias, quando é realizada uma cesárea.
Correio Braziliense domingo, 14 de maio de 2023
DIA DAS MÃES: DESAFIOS DE CONCILIAR MATERNIDADE E CARREIRA
Mães relatam os desafios de conciliar maternidade e carreira
Ser mãe é descrita como uma das melhores experiências da vida. No entanto, maternar também é rodeada de desafios, e conciliar a maternidade com a carreira é um deles. Conheça os relatos das mulheres e veja dicas
postado em 14/05/2023 03:00 / atualizado em 14/05/2023 08:28
(crédito: Mariana Lins/Esp.CB/D.A Press)
Quando a licença maternidade da jornalista Elisa Langsch terminou, ela se deparou com duas alternativas: matricular o pequeno Felipe, de seis meses, na creche, para voltar ao trabalho, ou ficar em casa para cuidar dos filhos. Elisa, que trabalhava na Câmara dos Deputados há 12 anos, escolheu a segunda opção com a sensação de "frio na barriga". Conciliar maternidade e carreira é um desafio. A psicóloga Monique Stony chama a atenção para o fato de que as mulheres gastam pelo menos 50% a mais de tempo nos cuidados com a casa e com os filhos em relação aos homens. E embora sejam maioria nas universidades, a qualificação das mulheres acaba não sendo traduzida em números. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 37% dos cargos de liderança no país são ocupados por mulheres. E apenas 54,6% das trabalhadoras com filhos pequenos estavam empregadas. Entre os homens, esse potencial era de 89% em 2021.
Elisa Langsch optou pela dedicação total à família. "A chegada dos meus filhos mudou completamente os meus caminhos. Comecei a sonhar e a fazer planos de uma vida com mais presença, menos correria", conta Elisa, que deixou o emprego e começou a empreender. Assim como ela, inúmeras mães se deparam com a difícil questão: como conciliar maternidade com a carreira? E chegaram à conclusão de que não há uma receita pronta para esse desafio. Enquanto umas escolhem deixar o emprego para se dedicar aos filhos, outras permanecem na carreira e enfrentam jornadas triplas.
"Como na nossa sociedade a mulher acaba assumindo o papel de principal cuidadora, toda essa falta de estrutura e sobrecarga acaba levando a saída da mulher do mercado de trabalho. Quando se tornam mães, metade das mulheres têm seus sonhos profissionais interrompidos. Claramente existe um degrau quebrado na trajetória de ascensão profissional que impede a mulher de chegar ao topo das organizações", explica Monique Stony, autora do livro Vença a síndrome do degrau quebrado — Como conciliar carreira, maternidade e revolucionar o mundo.
Segundo ela, desenvolver autoconhecimento é essencial para conseguir conciliar bem a maternidade com a carreira. "A mulher que concilia bem essas funções normalmente considera que a maternidade não é seu único papel e nem fator exclusivo determinante de sua identidade, mas sim um deles", pontua a psicóloga. Outro ponto importante é dividir as responsabilidades diárias de forma equilibrada com o parceiro e formar uma rede de apoio. "Pode ser uma rede de apoio espontânea, formada por familiares e amigos próximos ou, ainda, remunerada, como creche, escola ou babá, por exemplo. Para extrair o melhor dessa rede de apoio, alinhamento de expectativas, treinamento, boa comunicação e relação de confiança são elementos fundamentais a serem desenvolvidos. Quando a relação de confiança é estabelecida, a mulher precisa saber delegar e pedir ajuda", aconselha a psicóloga.
Mãe de dois meninos, Eduardo, 3 anos, e Felipe, de 6 meses, Elisa Langsch lembra que era afeita à rotina de trabalho antes da chegada do primeiro filho, no início da pandemia, quando viu a necessidade de fazer vários ajustes no dia a dia. "Sempre chegava em casa por volta das 22 horas. Não podia buscar o Dudu na creche e nem amamentá-lo na hora de dormir. Engravidei do Felipe no início de 2022. Ao longo da gestação, tentei imaginar várias possibilidades para dar conta de tudo: filhos na creche integral, babá, diarista... Mas nenhuma dessas opções me deixavam tranquila. Ficar em casa 100% dedicada aos filhos também não era uma opção. Gosto de trabalhar, e o salário faria muita diferença na nossa vida", lembra.
Segundo Elisa, a maternidade fez com que ela descobrisse que é mais forte do que imaginava. A jornalista descreve a experiência de maternar como um retorno à própria infância e também uma sessão de terapia. Contudo, apesar da força inata, as mães não têm superpoderes e precisam de apoio. Elisa conta com a ajuda do marido, dos pais e da irmã nos cuidados com as crianças. "Amamentar o bebê dá um trabalho que nem todo mundo enxerga. São horas e horas do dia e da madrugada dedicadas a nutrir meu filho, e isso exige uma energia enorme. Se eu durmo pouco, passo nove horas no trabalho, levo 40 minutos para ir e 40 para voltar, fica muito difícil manter a amamentação. E a carga mental da mãe está pesada demais. Você vai para o trabalho lembrando que o bebê precisa tomar vacina, que a despensa está vazia, que esqueceu a roupa na máquina. A lista não tem fim", ressalta.
Para conseguir conciliar as demandas como mulher e mãe, Elisa decidiu deixar o emprego na Câmara e começou a empreender. Antes dos dois filhos, a jornalista engravidou em 2018. Na época da gestação, como mãe de primeira viagem, ela se sentia confusa com tantas informações sobre maternidade. "Eu nunca tinha trocado uma fralda na vida e não tinha ideia do que fazer com um cueiro. Para a nossa tristeza, eu perdi aquele bebê com 12 semanas de gestação. No ano seguinte, quando eu engravidei do Eduardo, sabia que queria fazer um enxoval bem organizado, sem exageros, com aquilo que fosse realmente útil para o bebê e para mim. Eu já tinha a formação em personal organizer e comecei a desenvolver um método prático para montar e organizar um enxoval de bebê sem erros, sem desperdício", relata Elisa.
E foi a partir daí que surgiu o curso online Enxoval Inteligente, que auxilia as mães a montar um enxoval com peças de qualidade, garantindo segurança ao bebê. Segundo Elisa, embora ela tenha recebido apoio dos colegas de trabalho desde o início, essa não é a realidade da maioria das mulheres. "A sociedade quer crianças saudáveis, bem cuidadas e felizes, mas não garante às mães o tempo e as condições para fazer isso acontecer. É uma conta que não fecha: a mãe precisa de tempo e disposição para cuidar dos filhos, mas o mercado de trabalho exige cada vez mais de nós", afirma.
Além de mãe, mulher
Ouvir a primeira palavra, ver os primeiros passos, apoiar nas primeiras conquistas... a experiência de ser mãe é carregada de pequenos prazeres. No entanto, acompanhar o desenvolvimento dos filhos demanda bastante energia. E por vezes, a dificuldade que as mulheres sentem em conciliar as tarefas do cotidiano acaba gerando um sentimento de culpa. A empresária Hayane Calaça, mãe do Davi, de 3 anos, conta que vivenciar a maternidade foi difícil no início, pois ela recebeu o diagnóstico de depressão pós-parto. "A maternidade, para mim, é a coisa mais ambígua que pode existir, porque ao mesmo tempo que é dolorosa e nos enche de culpa, é a experiência mais linda e prazerosa que uma mulher pode desfrutar na vida", diz.
"Já entendi que perfeição não existe, mas tento conciliar fazendo o que posso. Normalmente, na parte da manhã, consigo fazer minhas tarefas de casa, então aproveito para estar mais perto do meu filho. A maior dificuldade foi passar o primeiro ano dele tentando ser mãe, tratando a minha depressão e ainda dar conta do trabalho. Nesse período não tive rede de apoio, quis me dedicar a essa função ao máximo que eu podia. Hoje conto com ajuda da babá e dos avós", acrescenta. Hayane, que nunca cogitou deixar o trabalho, tenta "equilibrar a balança". E deixar a culpa de lado é a principal estratégia. "Cada mãe tem a sua realidade de vida, sua rotina familiar, sua condição social. Eu tenho tranquilidade em saber que tudo o que faço pelo meu filho, faço o melhor dentro das minhas condições e realidade. Além de mãe, eu também sou uma pessoa, que tem vontades, sonhos e desejos, e mesmo não sendo possível fazer tudo ao mesmo tempo, a gente vai ajeitando uma coisa aqui, outra ali, e vai levando conforme dá, dentro do melhor que podemos fazer", diz a empresária e especialista em empreendedorismo.
Para a empresária Flávia Cecílio, mãe do Lucca de 13 anos e do Noah, 1 ano, é impossível cuidar do outro sem estar bem. E essa perspectiva ela foi aprendendo com o tempo. Entre a chegada do primeiro filho até o nascimento do caçula, Flávia diz houve um intenso processo de amadurecimento pessoal. Segundo ela, amor e fragilidade andam juntos na experiência de maternar. "Faço meu planejamento semanal, nos dias que vou atender os clientes, chamo a babá, ou em algum momento minha vó fica com o Noah. Minha prioridade sempre são os filhos. Já aconteceu do bebê ficar doente e eu ter que desmarcar compromissos", diz Flávia. Como especialista em consultoria de alimentos, ela está elaborando o projeto Ama Baby, focado em introdução alimentar para ajudar as mães. A ideia surgiu da autopercepção do quanto é difícil dedicar um tempo para si mesma em meio a maternidade. "Estou formulando para que as mães, mesmo no puerpério, que é uma fase desafiadora, não deixem de cuidar delas", explica Flávia.
Relato de mães
A lista de afazeres das mães parece ser interminável. E a analista administrativa Caroline Conde, mãe de três, conta que sem a ajuda do esposo, da mãe e das irmãs não seria possível lidar com todas as demandas. "Temos uma rotina hiper pesada, moramos longe dos locais das atividades dos filhos. Moramos na Ponte Alta, saio de casa às 6h da manhã e deixo as crianças em Taguatinga Norte, de lá vou para a Asa Norte trabalhar. O mais velho faz espanhol, natação e futebol. Aí de alguma forma, o João (de 12 anos) também é peça fundamental na minha rede de apoio, porque além de colaborar com as atividades dos irmãos, ele se vira no que é possível", relata Caroline. Para ela, o mercado de trabalho não costuma acolher as mães. "Por vezes, ficamos constrangidas em precisar apresentar um atestado porque o filho está doente ou para participar de reunião na escola. Mas eu não abro mão. Enfrento qualquer coisa para estar no campeonato de natação, nas apresentações escolares", afirma.
Se com a rede de apoio já é desafiador, sem ela a jornada pode se tornar ainda mais difícil. E na busca de encontrar mulheres com quem pudesse conversar sobre os desafios cotidianos como mãe solo, a escritora Joice Melo criou a revista colaborativa Mães que escrevem, que reúne mais de mil relatos sobre maternidade. A ideia partiu do pressuposto de que a escrita tem caráter terapêutico e que a internet poderia ser uma rede de apoio às mulheres. "Algumas mães falam: 'eu quero compartilhar minha história, porque eu sei que alguém vai ler e se identificar'. Isso é uma troca com uma pessoa que você nunca viu na vida. As mulheres se ajudam. Eu li um texto recentemente e me identifiquei, eu sou mãe solo e fica muito pesado às vezes. Isso gera dois sentimentos: alívio, porque sei que não estou sozinha, e o outro é revolta, pois tem mais alguém passando por situação semelhante e isso não é legal", pontua a escritora, mãe do Juan, de 12 anos.
Joice lembra que já teve que levar o filho quando ele ainda era bebê para o trabalho, por não ter quem pudesse ficar com a criança. A escritora também deixou de ser chamada para um vaga de emprego de professora por ter filho pequeno. "Ao mesmo tempo que sou grata pela saúde do meu filho e por tê-lo por perto, às vezes a sensação é de que eu não queria ser mãe. Não por ele. As pessoas acham que quando você expõe os percalços da maternidade e diz que está cansada, significa que não há amor. Pelo contrário. Maternidade deveria ser sinônimo de rede de apoio. Não o de que uma mulher é guerreira por lidar com tudo sozinha e ficar sobrecarregada", desabafa Joice.
E como a experiência de maternar é diferente para cada mãe, as mulheres negras esbarram em outros desafios, pois são a base da pirâmide social. "Isso significa que elas estão em maior quantidade em trabalhos precarizados e não têm privilégio de escolha sobre o tempo de ficar em casa com os filhos, tampouco têm direitos trabalhistas garantidos. Têm salários menores e menos condições de pagar para ter qualquer apoio para se dedicar a uma carreira. É comum que parem de estudar e estejam mais em trabalhos informais, o famoso 'se virando'. Então, se não existem políticas públicas que garantam direitos trabalhistas, salários dignos, representatividade em todos os setores - que não apenas os precários - e creches públicas, fica mais difícil para esta parcela da população 'conciliar' carreira e maternidade", comenta a jornalista e palestrante Ellen Paes, mãe da Valentina, de 12 anos.
Para ela, ser mãe e exercitar a maternidade são coisas diferentes. Morando longe da família e sem uma rede de apoio, Ellen precisou colocar a filha na creche a partir dos 7 meses. "Concilio a maternidade com a carreira da forma que a maioria faz: terceirizando o cuidado no tempo em que preciso estar trabalhando. Hoje, eu trabalho de forma híbrida, então eu que levo e busco na escola e volto pra casa pra trabalhar. Nos dias que preciso estar presencialmente, pago uma cuidadora. Na maioria dos dias estou fazendo mil coisas ao mesmo tempo: comida, organização da casa, reuniões, roteiros, gestão de equipes, ajudando ela com dever de casa, levando em atividades extras, enfim, uma rotina exaustiva, como de qualquer mãe solo sem apoio", comenta.
Lidar com as demandas do cotidiano requer que a jornalista estabeleça prioridades e dialogue com a filha constantemente e sem tabus. "Cozinhar, cuidar, administrar a casa e a vida de uma criança toma um tempo precioso das nossas vidas. Fazer isso e trabalhar fora também é sobrecarga na certa. Além disso, a gente precisa se cuidar, fazer uma atividade física, acompanhar a saúde, se alimentar direito. Como eu lido com isso? Bom, alguma coisa sairá mal feita. Em um dia eu vou ter que negligenciar o almoço e comer fora. No outro, talvez eu falte academia. Uma louça ficará para o dia seguinte, um uniforme que a filha vai usar amassado, uma roupa que vai acumular, enfim, é assim que eu lido. Sou, no geral, bastante organizada e trabalho na terapia a culpa por tudo que não será feito a contento para que eu privilegie o cuidado com a minha filha ou a minha carreira", conta Ellen.
Autoconhecimento, divisão de tarefas e diálogo
A cofundadora da Sonata Brasil, Natália Leite, define a ideia de que a mulher só pode se dedicar à maternidade ou ao trabalho como "eco do passado", pois a sociedade costuma atribuir todo o papel de cuidado às mulheres. Por muito tempo, Natália, que é mãe do Leon, de 3 anos, pensou que ter filhos não era uma opção, pois estava focada na carreira. Ela entende que no mercado de trabalho impera uma "lógica industrial", que exige que a mulher seja uma mãe integralmente dedicada à maternidade, como se não tivesse trabalho, mas que também seja um modelo de profissional como se não tivesse filho.
"Como eu empreendo e toco as minhas coisas, posso construir um jeito de maternar diferente. Então, consigo fazer uma conciliação entre carreira e maternidade que não seria possível de outro modo. Não tenho problema nenhum em fechar o áudio da reunião e acolher a criança que acabou de cair ali, tropeçar, brincando no mesmo ambiente onde eu trabalho. Claro que eu tenho uma série de facilidades, de privilégios, de rede de apoio, que sei que nem todas as mulheres têm, mas eu vejo que eu construo uma relação de maternidade e carreira que todos nós enquanto sociedade precisamos atentar para o fato que a gente tem que repensar essa relação. Não vai ser igual para todas nós, mas definitivamente tem mudanças importantes a serem feitas do ponto de vista das empresas e dentro das famílias também", frisa a especialista.
Por isso, ouvir as demandas de cada mãe é uma das principais maneiras das empresas agirem, a fim de colaborar para que o ambiente de trabalho seja mais acolhedor. "Muitas vezes isso se traduz em uma sala de amamentação, pois não são raros os exemplos de mulheres que tiram leite para seus filhos nos banheiros e não tem nada mais inadequado. Então, às vezes, uma sala de amamentação com frigobar, uma coisinha bonitinha, um mural para cada uma trazer a foto do seu filho, já muda tudo. A técnica mais vencedora aqui é ouvir, conversar com as mães, perguntar o que elas gostariam. É praticar a escuta e a sensibilidade. Líderes precisam ser sensíveis, para sentir como as pessoas estão, do que precisam. Isso reduz turnover, processos trabalhistas, aumenta performance e resultados", recomenda Natália.
Outras dicas
A mentora em carreira e liderança feminina Gisele Miranda, que também é autora do livro A Coragem de se apaixonar por você, listou outras dicas para ajudar as mulheres a conciliar a maternidade com a carreira, evitando a sobrecarga e o sentimento de culpa.
Organização é primordial: Isso inclui ter horário certo para realizar determinadas tarefas, deixar coisas como roupas e refeições separadas, preferencialmente na noite anterior, ou seja, sempre se programar com antecedência. É claro que imprevistos acontecem, mas quanto mais houver organização, mais fácil será a rotina;
Desconectar-se é preciso: Se estivermos sempre conectadas, também seremos sempre demandadas e, consequentemente, trabalharemos mais. Caso seja necessário, utilize um celular específico para trabalhar, e o desligue depois que sair do trabalho;
Tire um tempo para si: Na hora de fazer a agenda de suas responsabilidades, é importante reservar um tempo, mesmo que seja curto, para tarefas prazerosa. Nesses momentos, você relaxa e ganha mais energia para continuar com suas demandas. É importante entender que o principal não é quantos afazeres foram ou não cumpridos, e sim ter clareza de quais são as suas prioridades, a cada dia, semana, mês ou ano. Dessa forma, a rotina fica mais leve e menos desgastante.
Você sabia?
Mães que tenham filhos de até seis anos ou com deficiência têm direito a uma flexibilização da jornada de trabalho. As mulheres podem ser beneficiadas com prioridade para regime de tempo parcial, antecipação de férias e concessão de horários flexíveis de entrada e saída (Lei nº 14.457/2022).
Correio Braziliense sábado, 13 de maio de 2023
POMBOS: AVES TRAZEM RISCOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM BRASÍLIA
Pombos trazem riscos à saúde da população em Brasília
Para diminuir o aumento dessas aves e o risco de propagação de doenças, especialistas aconselham não dar alimentos. Mas é importante ressaltar que é proibido por lei caçar e matar esses animais
Mesmo considerado um animal exótico, ou seja, que não faz parte da fauna original da região, é comum ver pombos formarem grupos em muitos locais, no Distrito Federal. Cuidados simples, mas que muitas vezes são ignorados pelos brasilienses, são fundamentais para manter a saúde pública e evitar o crescimento da população dessas aves.
Segundo especialistas, é no frio que aumenta a densidade das aves em alguns locais, porque eles buscam abrigo e comida, principalmente perto de restaurantes, nas áreas urbanas. Os pombos são portadores de doenças fúngicas, bacterianas e parasitárias, transmitidas para os seres humanos através de suas fezes e podem agravar doenças como rinites, asmas e de bronquites alérgicas.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o controle populacional de qualquer espécie está relacionado ao fornecimento de alimentos. A prova disso é que as aves são vistas constantemente agrupadas próximos a locais onde encontram restos de comidas espalhadas pelo chão ou em lixeiras. As aves são atraídas, na maioria das vezes, pela população que distribui alimentos.
Uma das doenças mais comuns transmitidas pelas aves é a criptococose, também conhecida como "doença do pombo". A infecção é causada por fungos que se proliferam nas fezes dos pássaros e também em ocos de árvores.
Outra, é a influenza aviária transmitida, tanto para o ser humano como para outros tipos de animais. Além disso, eles podem ser vetores de meningite e de pneumonia por fungos. Os pombos transmitem também salmonelose e histoplasmose.
Presença incômoda
A bióloga Gabriela Correa, que também é professora da Secretaria de Educação do DF, explica que a população de pombos, costuma formar grupos em busca de abrigos, principalmente com a chegada do inverno, mas ela reforça que animais são atraídos pela comida distribuída por pessoas, por isso, estão sempre próximos a restaurantes, padarias e lanchonetes, por exemplo.
"Formar os grupos é um comportamento social do pombo que vive em áreas urbanas, e é natural eles se juntarem onde for mais viável para o bando encontrar o conforto no frio, mas principalmente o alimento, que a população disponibiliza", destaca.
Alerta
Isaías Chianca, gerente de Zoonoses SES/DF, informa que as fezes de pombo são o fator de risco para a população, por isso, faz também um alerta sobre a importância do controle populacional dessas aves, sobretudo em relação a alimentação distribuída à eles.
O gerente destaca que "o papel da pasta no combate aos pombos e as doenças que eles transmitem tem sido limitado pelas leis de proteção aos animais, por isso, a secretaria não pode atuar no controle. "O que fazemos é alertar a população em relação ao contato e a convivência com as aves. Orientamos para que as pessoas evitem alimentar voluntariamente esses animais. O combate é o não fornecimento de comida", ressalta.
Em alguns locais do Plano Piloto, por exemplo, os pombos habitam o parapeito e as janelas dos apartamentos. Por isso, é importante mantê-las fechadas e sempre com telas de proteção. Outras medidas de segurança que a SES orienta é manter os ambientes limpos e higienizados, essa é também uma forma de evitar a proliferação desses animais.
Correio Braziliense sexta, 12 de maio de 2023
DIA DAS MÃES: DATA PARA CELEBRAR AS MÃES COM ALMOÇO ESPECIAL NOS RESTAURANTES DO DF
Dia de celebrar as mães com almoço especial nos restaurantes do DF
Às vésperas do dia dela, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes para receber bem as famílias brasilienses neste domingo
O almoço em família aos domingos é sempre especial. No entanto, o desta semana tem gostinho único — de amor de mãe. Seja mãe biológica, avó, tia, irmã, é importante a celebração de uma figura materna em datas comemorativas como estas. Mãe é quem cria, quem educa e quem ama, portanto, neste domingo é comemorado um feriado exclusivo para poder estar junto a pessoas tão importantes, agradecer e celebrar a vida delas.
"Em feriados como esses, são lugares tranquilos e, acima de tudo, com qualidade que o público frequenta. Lugares familiares, em que o cliente não é apenas mais um número, principalmente no Dia das Mães", pontua a chef Olga sobre a celebração deste domingo. Para Dudu Camargo, os brasilienses procuram "pratos leves, gostosos e preparados com toque especial de amor, carinho e afeto de mãe".
"Este domingo é um dia em que as pessoas irão almoçar um pouco mais tarde, se alongar nas refeições e levar toda a família. Se sentir abraçado é um diferencial que o público de Brasília requer", complementa Sônia Souza, chef do Apetit Natural. Nesta semana, o Correio separou seis restaurantes acolhedores para você e sua família almoçarem no domingo.
De geração a geração
A casa portuguesa Sagres Restaurante é uma experiência de aconchego e culinária familiar. São 26 anos de história, marcados por receitas passadas de geração a geração pela família da chef Olga. O local conta com um menu que reúne receitas que tem o bacalhau como matéria-prima, e tudo aquilo que há de melhor na culinária da cidade de Braga, ao norte de Portugal.
Para o Dia das Mães, Dona Olga recomenda o prato bacalhau à lagareiro (R$ 348, duas pessoas), carro-chefe da casa. "Ele é muito gostoso, o público gosta bastante. É composto de bacalhau com natas, acompanhado por arroz branco", explica a chef. De entrada e sobremesa, o local conta com clássicos como bolinho de bacalhau (R$ 15,50) e pastel de belém (R$ 18).
Amor em forma de prato
O restaurante Dudu Bar já é conhecido pelas homenagens no dia mais especial do ano para as mães, e neste domingo não será diferente. A sugestão da casa é o cartoccio do amor (R$ 129,90). "É um prato super especial, que leva amor desde do nome, para ser apreciado nesta data, e com a mulher mais especial das nossas vidas", destaca o chef Dudu Camargo.
O prato é composto por batata inglesa, robalo, alho poró, sal, azeite, pimenta do reino e limão, tomate cereja, ervilha torta, aspargos frescos, couve flor, brócolis e pimenta dedo de moça, temperado com alecrim, tomilho, manjericão e hortelã.
Homenagem às mães
Inaugurada em 2017, a casa francesa Le Parisien Bistrot é comandada pelo chef Leandro Nunes e conta com um espaço ao ar livre aconchegante, perfeito para receber famílias dos mais diferentes tipos. "O Dia das Mães é o dia mais importante do ano para nós de restaurantes, e também para todas as famílias brasileiras. Por isso, nós procuramos um lugar em que sabemos que seremos bem tratados e com comida boa", enfatiza o chef e proprietário do Le Parisien.
Para o Dia das Mães, o chef decidiu homenagear as mulheres de sua família no cardápio. A principal opção é o camarão provençal (R$ 89), o preferido da mãe de Leandro. "Vai alho, tomate, é um prato bem refrescante", explica.
À beira do lago
O Santé Lago é destaque na cidade, conhecido pelo ambiente aconchegante e pela vista privilegiada — ideal para receber as famílias brasilienses no Dia das Mães. Localizado à beira do Lago Paranoá, o restaurante é uma boa opção para as famílias que buscam provar o melhor da culinária contemporânea. Para este feriado, o restaurante preparou um prato especial que promete refletir a leveza e a força marcante das mães: o escalope de mignon ao molho de romã com risoto de pera com gorgonzola e nozes (R$ 92). Além de um cardápio variado, o restaurante conta com programação musical que promete tornar o domingo mais alegre e memorável.
Para os veganos
O churrasco vegano mais completo da cidade — é o que o Apetit Natural promete para este Dia das Mães. Para os que apreciam a culinária vegana, o restaurante conta com um bufê variado e caprichado, por R$ 64,90. Com lasanhas, massas, acarajé e até feijoada, o Apetit oferece diversas opções veganas, com o grande diferencial do churrasco. “Eu sou suspeita para falar, mas a nossa especialidade realmente é o churrasco. É algo diferenciado, que você não encontra em qualquer lugar vegano na cidade”, argumenta Sônia Souza, chef do restaurante. Para além da comida vegana, o restaurante, que é pet friendly, promete cuidado em todas as áreas. “No Apetit, nós temos essa característica de chegar, conversar com os clientes, checar se está tudo bem, se a pessoa se sente à vontade, se sente em casa”, complementa.
Sensação afetiva
Com mais de 35 anos de história, o Olinda Comida Nordestina, originalmente Olinda Carne de Sol, é um dos restaurantes mais tradicionais de Brasília. O local é ideal para os que querem se aproximar do Nordeste, ou reviver momentos passados na região. Neste feriado, o chef Romão Olinda recomenda a carne de sol completa (R$ 164), que serve em média quatro pessoas, e acompanha arroz, feijão fradinho, macaxeira cozida ou frita, paçoca de carne de sol, vinagrete e manteiga de garrafa. “O prato é feito especialmente para compartilhar, além de trazer receitas tradicionais do Nordeste e muito sabor caseiro, dando uma sensação afetiva que o dia e todas as mães merecem”, destaca Romão.
Correio Braziliense quinta, 11 de maio de 2023
VINICIUS JUNIOR: CRAQUE BRASILEIRO IGUALA MBAPPÉ NA ARTILHARIA DA CHAMPIONS
Vinicius Junior iguala Mbappé na artilharia da Champions e mostra versatilidade contra o City
Escrevi uma vez que Vinicius Junior deveria ir além de ser um ponta aberto na esquerda. Variar o posicionamento para não repetir erros de outros craques brasileiros como Denílson, Robinho, Ronaldinho Gaúcho e mais recentemente Neymar, todos eles escravos daquela fatia do gramado. Tirá-los da zona de conforto era quase sempre motivo de crise nos respectivos clubes ou na Seleção. O golaço do atacante de 22 anos no empate por 1 x 1 com o Manchester City no jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões da Europa mostra versão alternativa do craque.
Vinicius Junior recebe a bola do volante reinventado como lateral-esquerdo Camavinga como se fosse um falso centroavante, o tal do falso 9. Posa de Benzema na finalização carregada de plasticidade no Estádio Santiago Bernabéu. Em condições normais de temperatura e pressão, o brasileiro partiria com a bola dominada à procura de Benzema. Certamente, o inteligente Carlo Ancelotti o convenceu de que precisaria sacar novos truques para surpreender Pep Guardiola.
O xodó de Carleto brilhou. Alcançou simplesmente Kylian Mbappé na lista dos artilheiros desta edição da Liga dos Campeões. Assim como o francês, ostenta sete gols. Cinco abaixo do líder isolado Erling Haaland. A diferença é que o norueguês é centroavante nato. Portanto, o desempenho de Vinicius Junior é, sim, de tirar o chapéu. Tem mais gols na temporada do que o parceiro Karim Benzema, atual Bola de Ouro na tradicional premiação da revista France Football.
Há mais um detalhe na campanha extraordinária de Vinicius Junior. Como se não bastasse o papel de artilheiro, ele lidera o ranking no quesito assistências. Acumula seis contra cinco do segundo colocado, simplesmente o meia-atacante Kevin De Bruyne — autor do belíssimo gol de empate do Manchester City na capital espanhola. Que finalização maravilhosa!
De Bruyne e Vinicius Junior não foram os únicos protagonistas do primeiro round da semifinal. É preciso aplaudir de pé a exibição de gala do goleiro Courtois. Como o paredão belga cresce em jogos desse nível. Basta lembrar que o título da temporada passada contra o Liverpool é uma combinação perfeita entre milagres de Courtois e o oportunismo de Vinicius Junior no gol.
A exibição de Camavinga é simplesmente extraordinária. Cumpriu exatamente o que Carleto queria. Intimidou o lado direito do Manchester City sem a bola. Com ela, parecia um trator partindo com ela dominada para quebrar linhas. A evolução do francês da Copa do Mundo para cá impressiona. Para encerrar, que batalha entre o zagueiro alemão Rüdiger e o centroavante norueguês Haaland. Dois grandalhões pesos pesados com incrível mobilidade. No basquete, diríamos que foi um tira-teima entre pivôs de altíssimo nível por espaço. O germânico colocou o escandinavo no bolso no primeiro duelo. Acho difícil que repita isso na volta.
Correio Braziliense quarta, 10 de maio de 2023
VIAGEM: 10 ITENS QUE NÃO PODEM FALTAR
10 itens que não podem faltar na sua viagem
Nem só de mala sobrevive o viajante. Siga o checklist e curta os dias de descanso
CV
CB Vitrine
postado em 08/05/2023 18:21
(crédito: Getty Images/iStockphoto)
Por CB Vitrine
Quem já não passou por uma saia justa durante uma viagem? Neste 8 de maio, dia em que comemora-se o Turismo no Brasil, fizemos um checklist de itens que não podem faltar para uma viagem incrível! Antes de abrirmos a nossa seleção, vale lembrar que o planejamento é fundamental. É importante pesquisar sobre o destino, verificar as condições climáticas, os atrativos, as opções de hospedagem, transporte e alimentação.
Para montar um roteiro que atenda às expectativas e evitar imprevistos, nada melhor do que um bloco checklist para anotar tudo o que precisa. Afinal, ninguém merece chegar ao destino final e perceber que esqueceu algo essencial. Não esqueça os documentos! Use o porta documentos para guardar identidade, passaporte, cartão de crédito e dinheiro em espécie.
Levar um kit com curativos, medicamentos para dor de cabeça e estômago, repelente e protetor solar pode ser útil em emergências. Guarde-os em necessaire transparentes. Outro item importante - e de mão - é o carregador portátil ou power bank. Para passar o tempo durante voos ou viagens longas, levar um e-reader pode ser uma boa opção.
Para quem vai à praia ou piscina, uma toalha pode ser mais econômica e higiênica do que alugar ou utilizar conforme fornecido pelo hotel. E, para viagens internacionais, indicamos o adaptador de tomadas elétricas. Já para carregar objetos pessoais durante passeios ou atividades, uma mochila pode ser prática e útil.
Embarque na próxima viagem com os achadinhos da CB Vitrine e crie memórias inesquecíveis:
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O Correio Braziliense se isenta da responsabilidade sobre os preços e qualidade dos produtos, sendo os termos e condições de venda definidos pelas respectivas plataformas de e-commerce e poderá receber comissões pelas transações nas lojas parceiras.
Correio Braziliense terça, 09 de maio de 2023
UEFA CHAMPIONS LEAGUE: REAL E CITY REFAZEM SEMIFINAIS DO ANO PASSADO
Real e City refazem semifinais do ano passado na UEFA Champions League
Confronto colocará frente a frente o maior vencedor da história da competição e o favorito, este em busca do título inédito: saiba o panorama atual dos clubes, prováveis escalações e onde assistir a partida
Nesta terça-feira (09/05), as semifinais da principal competição de clubes do mundo ganharão mais um capítulo de sua história. No mítico estádio madrilenho Santiago Bernabéu, Real Madrid e Manchester City reeditam o confronto do ano passado no que promete ser o grande jogo das meias-finais deste ano, e, também, digno de final antecipada.
Donos dos plantéis mais estrelados entre os quatro restantes, Madrid e City reeditam o confronto do ano passado, que também foi marcado pela disputa da vaga na final. Naquele contexto, quem levou a melhor foram os Blancos. Com a mão na vaga, há seis minutos do final, o time inglês foi surpreendido pela estrela do atacante brasileiro Rodrygo, autor de dois gols no espaço de apenas um minuto. Na prorrogação, Benzema fechou o placar para levar o time espanhol à sua décima sétima final de Champions.
Agora, pelos primeiros 90 minutos da última classificatória antes da grande decisão - esta que está marcada para o dia 10 de junho, às 16h, em Istambul - as equipes se encontram em situações um tanto distintas em relação ao último encontro. O Real Madrid, que começa a eliminatória diante da própria torcida, seguirá apostando no tão falado ‘pacto mítico’ que possui com a competição.
Devido à capacidade que tem de dar a volta por cima em cenários desfavoráveis, principalmente em competições eliminatórias, o esquadrão de Carlo Ancelotti enfrentará um time que, desta vez, encontrou a peça que faltava a um plantel já muito forte. Agora com Haaland à frente, os azuis de Manchester esperam somar à repetitiva dominância no cenário nacional a sede de gols do Norueguês, este amante da competição tão desejada pelo atual líder da Premier League. Estarão eles maduros o suficiente para finalmente conquistarem a Europa?
Fator Haaland
Com chances concretas de conquistar a tríplice coroa pela primeira vez em sua história, o Manchester City terá um trunfo na busca pelo título europeu inédito. Através da adição de Erling Haaland a um time já bem montado, mas carente de um artilheiro, os Citizens esperam, dessa vez, ter achado o elemento que faltou durante a última visita ao Bernabéu.
Com dificuldades na primeira metade do campeonato nacional, o time de Guardiola teve dificuldades para engrenar, mas quando encaixou, não teve para ninguém. Sem sentir o gosto da derrota desde o dia 5 de fevereiro, ou seja, há 21 jogos, o time de Manchester é considerado como o grande favorito em todas as competições que disputa. Entre a sequência invicta de jogos, estão partidas como as duas expressivas vitórias contra o Arsenal e a grande eliminatória frente ao Bayern de Munique, onde não sofreu derrotas. Na competição, também está invicto.
Senhores da Europa
O poderoso Real Madrid aterrissa nas semifinais da mesma forma do ano passado: dependente de sua brilhantíssima relação com a Champions League. Apesar de vir de um fim de semana de título, ao ter derrotado o Osasuna, por 2x1, na final da Copa do Rei, a equipe da capital espanhola aparenta não estar tão resiliente quanto se mostrou na última temporada.
Mais dependente de Vinícius Júnior do que nunca, o Madrid enfrentou constantes dificuldades na defesa pelo título nacional. Com tropeços para equipes como Villarreal, Real Sociedad e Girona, a equipe perdeu a segunda posição da tabela para o Atlético de Madrid, ocupando, agora, o terceiro lugar. Na Champions, porém, vem de duas grandes eliminatórias contra Liverpool e Chelsea.
Los Blancos têm a seu favor, no entanto, a sua pesada camisa, que ostenta incríveis quinze títulos europeus, além de uma equipe experiente, e de muita força mental. A eliminatória, que pode deixar o maior campeão europeu um passo mais próximo do segundo título seguido, ou coroar a temporada de um inédito campeão, pode pesar para ambos os lados. A partida de volta, marcada para o dia 17, será no Etihad Stadium, em Manchester.
Serviço:
Real Madrid x Manchester City
UEFA Champions League - Semifinal (ida)
Local: Estádio Santiago Bernabéu, Madri
Horário: 16h
Transmissão: TNT Sports e HBO Max
Prováveis escalações:
Real Madrid:
Courtois; Carvajal, Alaba, Rudiger e Camavinga; Kroos, Modric e Valverde; Vinicius Jr. , Rodrygo e Benzema.
Técnico: Carlo Ancelotti
Manchester City:
Ederson; Walker, Ruben Dias e Akanji; Stones, Rodri, Bernardo Silva, Jack Grealish, De Bruyne e Gundogan; Haaland
Técnico: Pep Guardiola
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
Correio Braziliense segunda, 08 de maio de 2023
DANIEL JÚNIOR SE ENCANTOU: SAMBISTA REFERÊNCIA NO DF MORRE AOS 79 ANOS
Referência no DF, sambista e compositor Daniel Júnior morre, aos 79 anos
Considerado uma das maiores personalidades dos palcos das noites brasilienses, Daniel Júnior se apresentava em bares, acompanhado de seu piano e violão
postado em 08/05/2023 09:11 / atualizado em 08/05/2023 09:31
(crédito: Reprodução/Redes sociais)
O sambista e compositor de MPB Daniel Júnior morreu, aos 79 anos, no fim da tarde desse domingo (7/5), em um hospital da Asa Sul, após uma parada cardiorrespiratória. O artista estava internado desde abril, quando sofreu dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Considerado uma das maiores personalidades dos palcos das noites brasilienses, o artista faz parte da história musical do Distrito Federal. Carioca de nascimento, adotou a capital federal como a cidade de coração e de morada.
Contrabaixista e violonista, acompanhou diversos cantores brasileiros. Além de intérprete, compôs com diversos parceiros, entre eles Carlos Elias, Eugênio Monteiro, Josias Santos, Cássia Portugal, Tibério Gaspar e Marília Barbosa.
Artista acolhedor
O sambista ceilandense Marcelo Café, 50, lamentou a morte de Daniel, que consideraumaperda para a cultura da cidade. Mesmo tendo visto o músico apenas uma vez, a admiração seguiu forte.
"Ele era de uma geração anterior a minha na música de Brasília. Abriu muitos caminhos pata nós cantores, instrumentistas e foi muito importante para a formação musical da cidade", afirma Café.
Já o violinista Amilcar Paré, 43 anos, brinca que, aonde Daniel se apresentasse, ele ia atrás pela admiração do vasto repertório, algo perceptível pela reação do público. "Antes de me profissionalizar como músico, quando vim de Porto Alegre a Brasília, há 17 anos, procurava ligar para ele, porque era amigo do meu pai e dava muita canja com ele no Otello Piano Bar (na 107 Norte)", conta.
Amilcar relembra que era adolescente e estudante de piano quando acompanhava as apresentações de Daniel, que nunca teve um estudo formal. "Ele ia lá, tocava piano e fazia festa de todo mundo. Isso me fascinava muito porque das vezes que iria com meu pai, ele gritava meu nome de dentro do bar. Eu, que tocava música erudita, ficava envergonhado, mas ele me acolhia demais e estava sempre disposto a ensinar", emociona-se o músico.
Correio Braziliense domingo, 07 de maio de 2023
DIA DAS MÃES: BRASILIENSES ESTÃO EM BUSCA DO PRESENTE PREFEITO PARA ELAS
Dia das mães: brasilienses estão em busca do presente perfeito para elas
Dia das Mães é a melhor data para o comércio depois do Natal. A média de gasto prevista é 29% maior do que em 2022. Consumidores se inspiram no afeto na procura pelas melhores opções
Faltando uma semana para o Dia das Mães, os brasilienses percorrem o comércio do Distrito Federal em busca do presente ideal. Para este ano, a estimativa é que os consumidores gastem até R$ 226, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF). O valor pode ser 29% maior que o do ano passado, quando o ticket ficou em R$ 174. Expectativa parecida tem o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), que prevê aumento de 28,4% no valor médio investido nos presentes.
"Neste ano, os lojistas estão mais otimistas do que em 2022; e os consumidores dispostos a gastar mais na compra de um presente. São informações que mostram que a economia está aquecida", avalia o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire. Segundo pesquisa encomendada pela federação, 75% dos lojistas esperam vendas maiores em comparação ao ano passado, enquanto 73,8% dos brasilienses têm intenção de comprar algum presente para a data.
Presidente do Sindivarejista-DF, Sebastião Abritta explica que a data — em termos de vendas — é a melhor depois do Natal. "O Dia das Mães tem forte apelo sentimental e de consumo", enfatiza. "O comércio está estocado e oferecendo facilidades no pagamento para aumentar as vendas. As lojas disponibilizam nos setores de vestuário novas coleções de roupas femininas com muitas cores e modelos diferentes", destaca Abritta.
As duas pesquisas colocam roupas e sapatos no topo da lista, como os preferidos dos consumidores do DF na hora de presentear. No levantamento do Sindivarejista, eles somam 53% das intenções. Na sequência, aparecem os perfumes (17%), as flores (15%) e os objetos para o lar (15%) — confira no infográfico a preferência dos brasilienses, segundo a Fecomércio.
Atenção nas compras
Economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo comenta que a primeira dica aos consumidores é fazer o "dever de casa". "Eles devem verificar qual é a sua disponibilidade para fazer essa compra dentro de seu orçamento, sabendo qual é o seu limite financeiro", aponta. "A inflação está elevada e, para não cair em armadilhas, é importante pesquisar bastante, tanto pela internet quanto nas lojas físicas", aconselha o especialista. "É preciso ficar bastante atento, para não comprar vários presentes que, muitas vezes, acabam sendo desnecessários", alerta.
Em relação aos preços, nada de sustos de acordo com a Fecomércio. Isso porque o levantamento realizado mostra que 88,8% dos comerciantes mantiveram os preços dos produtos para a data. Sobre os pagamentos, cartões de crédito/débito serão responsáveis por 69% dos pagamentos nas lojas, segundo o Sindivarejista-DF.
Para César Bergo, o primeiro é a melhor forma de realizar o pagamento dos presentes. "Pois você compra e tem, em média, 30 dias para pagar. Isso permite um planejamento melhor do que fazer a compra à vista", comenta. "Caso prefira pagar em dinheiro, débito ou pix, a dica é negociar um desconto. Geralmente, se tivermos uma boa conversa com o lojista, a gente acaba conseguindo um alívio maior para o bolso", complementa o economista.
Surpresa
Segundo a estudante Monique Gomes, 13 anos, seu pai costuma seguir as dicas do economista na hora de dar o presente de Dia das Mães. "Ele gosta muito de usar o cartão, justamente para um prazo maior para pagar os presentes, principalmente quando escolho um mais caro", brinca. Ela estava junto com a mãe, Silvana Gomes, 50 passeando em um shopping da capital e disse que ainda não comprou a lembrança deste ano. "Eu e meu pai ainda estamos pensando no que vamos dar para ela. Acho que ela já tem uma ideia, mas deve ser surpresa", comentou a moradora da Octogonal.
"Inclusive, creio que esse passeio está servindo para ela me sondar e poder decidir, junto ao pai dela, o que comprar", desconfiou a professora. De acordo com a adolescente, a decisão pelo presente não passa pelo valor. "Levamos em consideração na personalidade, do que a minha mãe gosta. Geralmente compramos um chapéu, uma joia ou uma roupa", detalhou. "Às vezes, meu pai se assusta um pouquinho com o valor, mas eu insisto um pouco, digo que minha mãe merece e ele acaba cedendo", comenta Monique.
O policial militar Ronan Barroso, 49, também estava com a filha, procurando o presente ideal para a esposa. Segundo Beatriz Alves, 13, normalmente, eles optam por dar um perfume. "É o que ela mais gosta e costuma usar. Além disso, minha mãe já tem um monte de outras coisas, como roupas e calçados, e o perfume acaba sendo a melhor escolha", afirma. "A gente não pensa no valor. Mãe é mãe, por isso não tem limite de gastos com ela nessa data especial", crava a adolescente.
O militar concorda com a filha. "A gente segue essa linha mesmo. É uma data especial, por isso o preço não importa. Compramos aquilo que sabemos que a minha esposa gosta ou algo que consideramos importante", confirma. Diferente do pai de Monique, Ronan Barroso prefere pagar tudo à vista. "Tenho todos os limites de crédito, mas não gosto de utilizá-los. Prefiro evitar acumular dívidas", comenta. "Como pago na hora, procuro negociar um desconto. E isso pesa na hora de escolher onde comprar o presente, ou seja, a loja que não oferecer algum desconto, não vira opção", conclui.
Correio Braziliense sábado, 06 de maio de 2023
ÁGUAS CLARAS: 20 ANOS DE UMA CIDADE NODERNA
20 anos de uma cidade moderna
Águas Claras completa duas décadas de emancipação sendo um dos lugares mais seguros para se morar no Distrito Federal
Ela é a cidade mais fácil de identificar no horizonte de quem trafega pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Os altos prédios residenciais contrastam com as edificações mais baixas das demais regiões administrativas do Distrito Federal. Hoje, Águas Claras completa 20 anos de emancipação, desde o seu desmembramento de Taguatinga, em 2003. Já com cerca de 120 mil habitantes, a cidade ainda se expande, sendo um dos maiores canteiros de obras do DF.
Luíza Soares, 60 anos, mora na cidade há 12 anos e avisa que não pretende mais sair de lá. "A gente tem tudo perto, não preciso tirar o carro da garagem", comenta. A tranquilidade é outra qualidade apontada pela servidora aposentada. "Aqui, vemos gente na rua. Não me sinto insegura em nenhuma parte da cidade. O que é preciso melhorar é a questão dos equipamentos públicos. Águas Claras não tem escolas públicas, delegacia, unidade básica de saúde e nem hospital público", lamenta.
Soares frequenta regularmente o Parque Ecológico de Águas Claras, um dos principais pontos de lazer da cidade, unindo natureza e urbanização, com a densa vegetação emoldurada ao fundo pelos modernos edifícios. Ela é aluna de treino funcional do projeto Ginástica nas Quadras. As aulas são ministradas pelo professor da Secretaria de Educação Ricardo Costa, 43, em uma das quadras que equipam o parque e na Rua 19 Sul. Ele também mora em Águas e celebra a qualidade de vida da região cercada por Taguatinga, Vicente Pires, Park Way e Guará. "Eu gosto muito do comércio. Os serviços oferecidos são muito bons."
Mesmo quem se mudou de Águas Claras não deixa de aproveitar as oportunidades que a cidade oferece. Eudes do Carmo Pereira Silva, 55, morou lá até 2021. "Assim que eu tiver condições, eu volto para cá", diz enquanto se exercita em uma das academias do parque, que frequenta todas semana. Ele destaca a boa infraestrutura da região. "Águas foi muito bem construída. Só sinto falta de mais teatros e outros espaços culturais, além de mais banheiros no parque", pontua.
A estudante Ingrid Vitória Oliveira Moreira, 16, também não mora em Águas Claras, mas vai com frequência ao parque ecológico, que, para ela, é o melhor lugar da cidade. "Traz uma tranquilidade", conta. As várias opções de lazer são outro aspecto sublinhado por ela. "Tem restaurante para todo lado. A segurança aqui também é muito boa. Tem bastante policiamento e quase nunca ouço falar de assaltos", observa.
Comércio
Apesar da imponência dos altos edifícios, Águas Claras ainda consegue transmitir aconchego para moradores e visitantes. A qualquer hora do dia, é possível ver famílias inteiras, crianças, tutores com seus pets e trabalhadores circulando a pé pelas ruas da cidade. Quem adora toda essa movimentação são os comerciantes.
Na Avenida Castanheiras é possível se deparar com o Senhor dos Orgânicos, ou melhor, André Luiz Ramos, 61. Ele é vendedor de produtos orgânicos e de uma grande variedade de temperos e condimentos, expostos em uma kombi autorizada a ficar no estacionamento de um dos prédios comerciais da via. "Nesses 10 anos em que moro aqui, a infraestrutura melhorou muito. Para qualquer coisa não é preciso se deslocar muito. Dificilmente preciso pegar moto ou carro para ir a qualquer lugar, além do metrô, que ajuda muito na mobilidade", diz o comerciante, que celebra a receptividade que a cidade tem com as pessoas de outras regiões administrativas da cidade. "Só o problema das pessoas em situação de rua que precisa de mais atenção. Aumentou muito nos últimos anos."
A baiana Célia Queiroz, 40, mantém, há cinco anos, o Bem Dito Brechó, próximo da kombi de André, também na Castanheiras. "Águas Claras tem um parque incrível, comércio muito completo, com shoppings, restaurantes e bares maravilhosos, bancos e grandes lojas", aponta Célia, que mora na cidade há 12 anos. "De lá para cá, muita coisa mudou. O trânsito ficou mais intenso e muitas pessoas de outros estados vieram ficar em Águas. Apesar disso, aqui ainda tem um jeitinho de interior, as pessoas se ajudam e dá pra fazer tudo a pé", pondera. "Desejo para a aniversariante prosperidade, principalmente para o comércio, e que a gente finalmente tenha escola pública e um postinho de saúde que funcione."
Curiosidades
Todas as praças de Águas Claras têm o nome de espécies da fauna brasileira. Os nomes das praças Rouxinol, Faisão e Beija-flor foram escolhidos pelos próprios moradores pela enquete "Que pássaro deve cantar na sua praça", feita em 2008. Além dessas, também há, entre outras, as praças Pardal, na Quadra 204, e a Tiziu, na 104.
Já as avenidas e alamedas da cidade foram inspiradas na flora nacional, como as conhecidas Castanheiras, Araucárias, Flamboyant e Ipê Amarelo. Águas Claras é um projeto pioneiro do urbanista Paulo Zimbres, responsável pelo urbanismo da cidade, ainda no início dos anos 1990.
Correio Braziliense sexta, 05 de maio de 2023
CELULARES: LIGAÇÕES TELEFÔNCIAS LONGAS PODEM ELEVAR CHANCE DO USUÁRIO DESENVOLVER HIPERTENSÃO
Ligações telefônicas longas podem elevar chance do usuário desenvolver hipertensão
Pesquisa chinesa conclui que ligações telefônicas com mais de meia hora por celular, semanalmente, podem elevar a possibilidade de o usuário desenvolver hipertensão. Estudo foi feito a partir de monitoramento de 212 mil adultos e considerou predisposições
Com múltiplas funções, os celulares se tornaram praticamente indispensáveis no dia a dia da população. Os smartphones são usados numa gama sem fim de atividades, que vão de trocas de mensagens e realização de movimentação bancárias até jogos e redes sociais. E cada vez menos, na verdade, para ligações, principalmente entre os mais jovens. Um estudo divulgado pelo European Heart Journal mostra que essa pode ser uma boa opção. De acordo com a pesquisa, conversas longas usando o aparelho pode acarretar problemas de saúde, como, por exemplo, aumentar o risco de pressão alta.
De acordo com o trabalho, ligações de meia hora de duração ou mais no período de uma semana eleva em 12% o risco de pressão alta. "É o número de minutos que as pessoas gastam conversando em um celular que importa para a saúde do coração. Mais minutos significam maior risco", disse, em nota, o cientista Xianhui Qin, da Universidade de Medicina do Sul, na China, autor da pesquisa.
De acordo com o artigo, os aparelhos celulares emitem baixos níveis de radiofrequência, o que tem sido associado à hipertensão após um curto período de exposição. "Nossas descobertas sugerem que falar ao celular pode não afetar o risco de desenvolver pressão alta, desde que o tempo de ligação semanal seja mantido abaixo de meia hora. Mais pesquisas são necessárias para replicar os resultados, mas, até então, parece prudente manter as ligações telefônicas ao mínimo para preservar a saúde do coração", declarou, em nota, o especialista.
Questionário
A pesquisa analisou a relação entre fazer e receber chamadas telefônicas por celular e o início recente de hipertensão. Para isso, foram examinados os dados de 212.046 adultos, com idades entre 37 e 73 anos, disponíveis no UK Biobank, do Reino Unido. No início da avaliação, foram coletadas, por meio de um questionário, informações sobre o uso de celular para ligações, inclusive por viva-voz. Do total, 88% relataram realizar chamadas pelo menos uma vez por semana. Foram classificados, para efeitos do estudo, como usuários.
Durante o acompanhamento, realizado por cerca de 12 anos, constatou-se que essa parcela teve um risco 7% maior de apresentar pressão alta em comparação aos demais. Aqueles que falaram ao celular por 30 minutos ou mais por semana tiveram uma probabilidade 12% maior do que os que gastaram menos tempo em chamadas telefônicas.
De acordo com Xianhui Qin, a quantidade de anos de uso dos aparelhos não impacta o risco de pressão alta. A utilização da configuração viva-voz também não influenciou negativamente.
O cardiologista Sanderson Cauduro, da Clínica Cardio e Saúde, do Paraná, destaca a importância do estudo para futuras descobertas sobre a patologia. "A pesquisa pode ser utilizada para identificar causas relacionadas à hipertensão. Por exemplo, situações relacionadas à comunicação por voz versus comunicação por digitação em uma época suscetível a mecanismos de inteligência artificial", assinalou.
Conforme a investigação comandada por Qin, o risco de uma pessoa desenvolver pressão arterial alta se amplia na medida em que aumenta o tempo da conversa telefônica. O uso semanal do aparelho entre 30 e 59 minutos pode elevar a possibilidade em 8%. Entre uma e três horas de conversa, 13%. Mais de seis horas de chamadas, as chances de hipertensão crescem 25%.
Fatores de risco
Componentes genéticos também foram levados em consideração. Quem tinha predisposição para apresentar pressão alta mostrou uma probabilidade 33% maior de ser afetado pela hipertensão em comparação com os demais.
Sanderson Cauduro destacou que outros fatores podem impactar nesse risco aumentado, como "tabagismo, obesidade, privação do sono, excesso de bebidas alcoólicas ou excesso de sal na alimentação, excesso de produtos processados usados na alimentação."
Para Fabrício da Silva, cardiologista do Hospital DF Star, o estudo chinês pode abrir caminho para outros que analisem os hábitos que a tecnologia criou na sociedade. "Não apenas aborda sobre falar ao telefone, o que pode repercutir em problemas cardiovasculares, mas sobre a própria rotina de estresse que tem efeito sobre o corpo e aumenta a pressão arterial", observou
Apesar de considerar os resultados sólidos, Sanderson Cauduro apontou brechas no trabalho, que, segundo ele, não elucida e não aborda em que circunstância as pessoas estavam falando ao telefone. Para ele, isso pode ser um fator crucial na hora de compreender o desencadeamento da hipertensão. "Por exemplo, se falavam algo correlacionado com situação de estresse, trabalho, lazer ou outras atividades. Mais estudos são necessários para definir a causa em que o uso do telefone por voz está associado à pressão alta", assinalou.
O cardiologista da clínica paranaense reforçou ainda que, no geral, o excesso de exposição ao celular e telas pode fazer mal ao corpo e à mente. "Isso faz com que as pessoas diminuam a comunicação tradicional ou se tornem mais reclusas. Dessa maneira, realizam menos atividades físicas, o que se torna prejudicial à saúde", exemplificou.
Já Fabrício da Silva enfatizou que o uso dos telefones, sobretudo à noite, pode também prejudicar a qualidade do sono. "A pressão alta é muito prevalente, é a principal causa de doenças cardiovasculares e o maior risco de acidente vascular cerebral do mundo. Tratar a hipertensão reduz o risco de doenças e prolonga a vida", concluiu.
Correio Braziliense quinta, 04 de maio de 2023
COPA DO NORDESTE: CEARÁ VENCE SPORT NOS PÊNALTIS E CONQUISTA TRI
Ceará vence Sport nos pênaltis e conquista o tri da Copa do Nordeste
Fora de casa, Vozão perde no tempo normal, por 1 x 0. Como havia vencido a ida, por 2 x 1, a decisão contra o Leão foi para os pênaltis. Nas cobranças, os alvinegros levaram a melhor e deram a volta olímpica na Ilha do Retiro
O Ceará conquistou o título da Copa do Nordeste de 2023. Mesmo tendo perdido para o Sport, por 1 x 0, no tempo normal, o time cearense venceu a disputa de pênaltis, por 4 x 2, nesta quarta-feira (3/5), na Ilha do Retiro, no Recife (PE). Como tinha perdido por 2 x 1 na ida, na Arena Castelão, o time pernambucano precisava ganhar por dois gols de diferença para evitar a disputa de penalidades. O placar agregado terminou igual: 2 x 2.
Este é o terceiro título do Ceará, que antes tinha sido campeão em 2015 e 2020. O time agora é tricampeão e se iguala ao número de conquistas do próprio Sport, campeão em 1994, 2000 e 2014. O campeão garantiu o prêmio de R$ 2 milhões e uma vaga na terceira fase da Copa do Brasil de 2024. O vice-campeão vai receber R$ 1,3 milhão, além dos R$ 4,4 milhões que já tinha garantido nas fases anteriores, valor igual ao Ceará.
Luciano Juba marcou o gol do Sport no primeiro tempo de jogo. Nas penalidades, o goleiro Richard se tornou o herói do Ceará ao defender duas penalidades, de Luciano Juba e Gabriel Santos. Acertaram para o Sport, Vagner Love e Sabino. Do lado cearense, apenas Guilherme Castilho perdeu, com a defesa de Renan, mas outros quatro chutadores acertaram: Danilo Barcelos, Jean Carlos, Luvannor e Erick.
A finalíssima chegou a ficar ameaçada durante o dia, quando o Ceará encaminhou pedido à CBF para adiar a decisão por temer uma superlotação na Ilha do Retiro. O caso só foi solucionado no fim da tarde, quando os dirigentes dos dois clubes e das duas federações envolvidas chegaram num acordo. O Sport garantiu que tinha colocado à venda uma carga de ingressos de 26 mil bilhetes e não de 40 mil como alegava o Ceará.
Desde o início, o Sport tomou uma atitude ofensiva, fazendo pressão na saída de bola do Ceará. Aos sete minutos, quase abriu o placar quando o goleiro Richard tentou sair jogando com os pés e deu a bola de presente para Jorginho. Ele chutou no alto, Richard ainda desviou a bola coma ponta dos dedos e a bola explodiu no travessão.
Muito recuado, o Ceará não tinha velocidade para chegar ao ataque. E puxava o Sport para seu campo. Aos 26 minutos, sofreu o gol. Após cruzamento na área, a bola tocou na canela de Danilo Barcelos e sobrou para o chute de frente de Luciano Juba. Sexto gol dele, agora, dividindo a artilharia da competição com Lucero, do Fortaleza. Aos 34 minutos, Richard errou ao tentar cortar a bola fora da pequena área. A bola subiu e quase em cima da linha, Danilo Barcelos aliviou chegando na frente de Jorginho
Ainda precisando de outro gol para evitar a definição do título nos pênaltis, o Sport voltou dos vestiários determinado a atacar. Teve uma chance no primeiro minuto com finalização de Luciano Juba, que Richard defendeu e aos 12 minutos numa falta de Edinho que exigiu elasticidade de Richard para espalmar a escanteio.
O lance mais incrível, porém, aconteceu aos 24 minutos. Após levantamento na área, Felipinho bateu de primeira, a bola desviou e resvalou no travessão. A sobra, do outro lado, ficou com Wanderson, que finalizou no alto e a bola bateu na trave esquerda e saiu.
Mas o tempo foi passando e a tensão aumentando. O Sport, que correu muito, mostrava sinais de cansaço e o Ceará valorizava a posse de bola na espera de aproveitar um contra-ataque. Na pior das hipóteses, para segurar o resultado e levar a decisão para os pênaltis. Foi o que aconteceu.
Ficha técnica
Copa do Nordeste - Final Sport 1 (2) x (4) 0 Ceará Ilha do Retiro, Recife (PE)
SPORT Renan; Ewerthon, Rafael Thyere (Chico), Sabino e Igor Cariús (Felipinho); Fabinho e Ronaldo Henrique (Pedro Martins); Edinho (Wanderson), Jorginho (Gabriel Santos) e Luciano Juba; Vagner Love. Técnico: Enderson Moreira. Gol: Luciano Juba Cartões amarelos: Igor Cariús, Ronaldo Henrique e Enderson Moreira
CEARÁ Richard; Warley (Michel), Tiago Pagnussat, Luiz Otávio e Willian Formiga (Danilo Barcelos); Richardson, Arthur Rezende (Jean Carlos) e Guilherme Castilho; Érick, Vitor Gabriel (Luvannor) e Janderson (Chay). Técnico: Eduardo Barroca. Cartões amarelos: Richard, Danilo Barcelos, Vitor Gabriel e Janderson
CAMPEONATO NORDESTINO: SPORT E CEARÁ DEFINEM O CAMPEÃO NESTA QUARTA-FEIRA (3/5)
Sport e Ceará definem o campeão nordestino nesta quarta-feira (3/5)
Ilha do Retiro será o palco da decisão do maior campeonato regional do Brasil. Em vantagem no agregado, os alvinegros querem empatar com os pernambucanos no número de títulos
O campeão do Nordestão em 2023 será conhecido nesta quarta-feira (3/5), com o jogo de volta da final da Copa do Nordeste. O torneio regional mais importante do país tem o desfecho de mais uma edição na Ilha do Retiro, para o duelo entre Sport Recife e Ceará, com início às 21h.
Após a queda na capital cearense por 2 x 1, no jogo de ida, o Leão quer contar com a força da torcida e do estádio para chegar ao tetracampeonato e igualar os máximos campeões, Bahia e Vitória. O time pernambucano quase teve a oportunidade de alcançar o feito em 2022, mas parou no Fortaleza, na decisão.
O rubro-negro, porém, vem embalado na atual temporada: apesar de ter apenas empatado na estreia da Série B, no último domingo (30/4), contra o Novorizontino, sem gols, os torcedores recifenses têm motivos para celebrar. Mesmo com um apertado calendário, a equipe trocou duas datas pelo Campeonato Brasileiro para se sagrar campeão estadual, em decisão contra o Retrô. Esse ritmo é um dos motivos que levou o treinador Enderson Moreira a poupar titulares no compromisso no interior de São Paulo.
Com sorte distinta, o Vozão caiu em seu estado em um Clássico-Rei na final. A derrota foi uma resposta dos arquirrivais tricolores para a eliminação nas semifinais da chamada Lampions League, garantindo o time cearense nesta última partida. Com três jogos disputados pelo Brasileirão, a equipe venceu pela primeira vez no domingo (30/4): 2 x 1 contra o ABC, em Natal. Na partida em questão, o técnico Eduardo Barroca usou majoritariamente os titulares, em seu início de trabalho. O comandante substituiu o demitido Gustavo Morínigo, ainda vigente no cargo no confronto de ida, no Castelão.
Os campeões de 2020 querem voltar a fazer história e levar de volta ao Ceará o troféu regional pela terceira vez, para, assim, empatar no histórico com os concorrentes diretos desta edição. Por outro lado, o Sport leva nove anos sem ser o dono da região: neste meio tempo, viu o arquirrival Santa Cruz levantar sua taça inédita, em 2016, bem como o Maranhão, em 2018, com o Sampaio Corrêa.
A batalha de logo mais, entre os times de melhor campanha na competição, também reflete um duelo entre as representações estaduais. O campeão brindará a própria entidade da federação com a escrita de segunda mais vencedora do campeonato, atrás apenas da Bahia. Enquanto o futebol pernambucano ostenta tal título desde 1999, observa uma crescente cearense, com presenças nas últimas quatro finais.
Ficha técnica:
COPA DO NORDESTE Final - Jogo de volta Sport Recife x Ceará Estádio: Ilha do Retiro, Recife Horário: 21h Transmissão: ESPN e Star+ Arbitragem: Dênis da Silva Ribeiro Serafim (Alagoas)
Sport Recife
Renan; Ewerton, Rafael Thyere, Sabino e Igor Cariús; Ronaldo Henrique, Matheus Vargas e Pedro Martins; Labandeira, Luciano Juba e Vagner Love
Técnico: Enderson Moreira
Ceará
Richard; Danilo Barcelos, Gabriel Lacerda, Luiz Otávio e William Formiga; Richardson, Arthur Rezende e Guilherme Castilho; Erick, Vitor Gabriel e Janderson
Técnico: Eduardo Barroca
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
Correio Braziliense terça, 02 de maio de 2023
MISS BELEZA INTERNACIONAL: CAPITÃ DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL CONQUISTOU O TÍTULO EM DISPUTA COM OUTRAS 21 MULHERES DE VÁRIOS CONTINENTES
"Representei a PM no concurso", diz capitã eleita Miss Beleza Internacional
Capitã da Polícia Militar do Distrito Federal foi do batalhão para as passarelas. Aos 36 anos, Tainá Bucar conquistou o título de Miss Beleza Milênio Internacional 2023, categoria Sênior, em disputa contra outras 21 mulheres de vários continentes
O convite para participar do concurso partiu do diretor Overlan Oliveira. Logo, a primeira mulher do Brasil a fazer os três cursos do Batalhão de Choque da PM (Patrulhamento tático móvel-Patamo, Operações químicas e Operações de choque) ganharia notoriedade mundial. "Começamos (eu e o diretor) com uma conversa ainda sem intenções. E quando ele veio com o convite, levei um susto e pedi calma. Topei e logo demos início à preparação. Nessa etapa, foi fundamental a ajuda da Tuane Nunes, minha professora de passarela", conta, em entrevista concedida ao Correio.
Foram quatro meses de preparação, desde agosto até novembro de 2022, quando Tainá se tornou Miss Sênior Brasil 2023, o que lhe garantiu a vaga para concorrer à premiação internacional. De novembro até abril, a policial triplicou o esforço e a preparação. "Toda semana eu tinha aula de passarela. Mas, além disso, acredito que o meu emocional, na área mental, isso veio da polícia, da minha experiência na corporação. No sentido de não desistir, acreditar sempre, não ficar nervosa.
O reinado da miss vai durar um ano. Se o regulamento for o mesmo seguido pelo Miss Universo, ela não poderá concorrer novamente ao título. Em 2024, Tainá voltará à República Dominicana para repassar a faixa. Até lá, mantém a rotina intensa na PMDF e os compromissos que eventualmente precise assumir por conta do título conquistado. "É um sentimento de desafio enorme. Quem me conhece, sabe quem eu sou. Eu falo que representei o meu estado em outro país. Muitos podem falar que o concurso não tem relação com a PM, mas na etapa da entrevista, por exemplo, foi completamente relacionada à profissão, algo que me orgulho. Querendo ou não, todos me olhavam como policial. É um orgulho imenso", descreve.
Quem é Tainá?
Casada há quatro anos, Tainá é formada em educação física e cursa biomedicina e MBA em gestão hospitalar. Com 15 anos na PMDF, a policial também integrou o Batalhão de Choque, onde foi subcomandante da unidade. Além disso, a nova miss já coordenou um curso para a polícia do Amapá.
Correio Braziliense segunda, 01 de maio de 2023
DA TERRA PARA O PRATO: NUTRIÇÃOE SUSTENTO ECONÔMICO VÊM DA NATUREZA
Da terra para o prato: nutrição e sustento econômico vêm da natureza
A busca por se alimentar de forma saudável, priorizando comidas orgânicas e valorizando pequenos agricultores, tem sido algo recorrente até entre pessoas que vivem longe do campo. Conheça histórias de gente que vive de forma sustentável
“Meu pai, quando encontrava um problema na roça, se deitava sobre a terra com o ouvido voltado para seu interior, para decidir o que usar, o que fazer, onde avançar, onde recuar. Como um médico à procura do coração.” O trecho, colhido do romance Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, apresenta ao leitor a relação afetuosa entre agricultor e terra, diante das vivências em uma comunidade rural que permite, por meio das plantações, o sustento nutricional e econômico da família.
Fiel à realidade de muitos, a obra, vencedora dos prêmios Oceanos, Jabuti e Leya, aborda também a desigualdade no campo e as lutas sociais. Bibiana e Belonísia, personagens principais, procuram na fé e, principalmente, nas ervas, a cura para seus tormentos. E resistem. Parece verossímil para você? Bom, para aqueles que cresceram com familiares provenientes do interior, possivelmente sim. A conexão com a terra era tamanha que bastava a ingestão de um chá de boldo, por exemplo, para revigorar qualquer um.
Hoje, mesmo nas cidades, há quem busque se alimentar de forma mais saudável, priorizando comidas orgânicas e valorizando pequenos agricultores. A prática beneficia a agricultura familiar, que sofre uma concorrência desleal com o agronegócio, como reforça Flaviane Canavesi, professora e pesquisadora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB).
“A agricultura familiar tem uma importância para o Brasil, principalmente no que tange ao abastecimento alimentar interno; não se trata de um sistema agroexportador. Nesse modelo, há a chance de combater a fome e de produzir menos impacto ambiental”, explica a especialista, que também atua no programa de pós-graduação em meio ambiente e desenvolvimento rural. Assim, comprometer-se com o alimento saudável, rever a nossa postura, enquanto consumidores, e questionar-se sobre quais espaços existem para esses produtores são alguns passos iniciais que visam melhorar condições de renda e de saúde.
Conhecer histórias de quem planta, colhe e sobrevive da terra, além de inteirar-se sobre as particularidades do cerrado e dos seus frutos, também é substancial para aprimorar esse cenário. Pensando nisso, a Revista conversou com o casal Sofia e Rômulo, do Sítio Raiz; Maria Ivanildes, da Associação Agroecológica Mulheres da Reforma Agrária; e Fábio, do Vai Té Chá. Para aqueles que desejam investir em um horta dentro de casa — ou no apartamento, por que não? — vale ficar de olho nas dicas da Flora Orgânicos.
Freando o aquecimento global
Para quem ainda acredita que os opostos se atraem, Sofia Carvalho, 29 anos, e Rômulo Araújo, 37, são ótimos exemplos do contrário. Ideais em comum, áreas de formação semelhantes e o mesmo professor como referência para a vida profissional foram apenas alguns dos pontos compatíveis que os uniram. Do trabalho com agrofloresta, no qual o casal se conheceu, nasceu a vontade dele, já agricultor experiente, de criar o Sítio Raiz há dez anos. O objetivo era atrelar os princípios da agroecologia à horticultura, visto que o mercado de hortaliças é muito forte no DF.
De lá para cá, a atividade se expandiu e a dupla passou a produzir alimentos diversificados, em vista da melhora do solo. A família também aumentou e, hoje, a chácara é lar dos filhos Rudá, 16, Isis, 12, e Maria, 4, além do agricultor e funcionário José Nascimento, sua esposa Alceane e seus filhos. “Percebemos o quanto a agricultura familiar, em um país como o Brasil, está à margem do capital. É necessário se movimentar e produzir conhecimento relevante para transformar tal realidade, para que esses agricultores possam ter qualidade de vida e construir um legado que seja enriquecedor, do ponto de vista do ecossistema e da vida humana”, explica Sofia, que é agroecóloga, produtora e extensionista rural.
No Sítio Raiz, há dois sistemas produtivos distintos, um focado em culturas de ciclo curto e anual e outro, em culturas perenes, em que colhem-se, principalmente, bananas, café e abacates. No primeiro modelo, são priorizadas plantações de raízes, como batata inglesa, cenoura, mandioca e inhame, dado que exigem menos insumos. Isso não restringe, porém, a colheita de demais plantas, que garantem comida diversificada para a clientela e para o próprio prato. No segundo modelo, as plantações em maior densidade são do café arábica, que tolera bem as condições climáticas e de solo do cerrado, em especial se cultivadas em ambientes florestais, como fazem.
No período de seca, bastante conhecido pelo brasiliense, os produtores se valem de técnicas para consorciar e adensar as plantas no canteiro, como cobrir o solo com matéria orgânica, fazer barreiras de vento, e, em alguns contextos, utilizar irrigação por gotejamento, práticas que demandam menos água do que aquelas feitas em produções convencionais. Para o cultivo de hortaliças, é um momento bastante frutífero. No geral, a constante dinâmica de podar as plantas e depositar sobre a terra seus materiais orgânicos auxilia na fertilidade do terreno.
Vínculo com os clientes
Em casa, as funções de cada membro da família são bem planejadas. Rômulo se dedica a manejar as agroflorestas, fazer colheita e cuidar da comercialização dos alimentos para o atacado (feirantes e intermediários) e para os programas do governo que abastecem escolas e demais instalações, além de ministrar cursos e consultorias em agrofloresta. Sofia se ocupa da gestão e comercialização das vendas diretas (feira e delivery), dos cuidados da filha caçula, do mestrado e dos trabalhos de assessoria em projetos de agroecologia. José toca os plantios das hortaliças e também faz colheitas. Já as crianças, eventualmente, contribuem na hora de embalar e separar os alimentos, colher frutas e lavar a louça.
Por falar nos pequenos, a agroecóloga os classifica como “verdadeiras lagartinhas devoradoras de saladas e frutas diversas” e, mais que isso, os considera muito habilidosos na cozinha. “Eles gostam de experimentar receitas e preparar a comida de acordo com o paladar deles. Claro que, como a maioria das crianças, tiveram fases, principalmente quando menores, em que não estavam muito dispostas à diversidade, ficavam mais seletivas”, recorda. No que tange à capacidade produtiva da chácara, a dupla enfatiza que, hoje, o maior desafio é a limitação do tamanho da terra, que possui dois hectares.
O vínculo direto com os clientes se dá na Feira da QI 13, do Lago Sul, aos sábados, e por meio das entregas feitas em domicílio. Esse contato tem sido fundamental na sustentação do trabalho, visto que, segundo o casal, é importante que os consumidores saibam o valor de estarem financiando um sistema de cultivo responsável por criar um legado de serviços ambientais, para além da qualidade do alimento pela qual prezam muito. Ademais, buscam manter uma comunicação direta que apresenta a história por trás das verduras, aproximando o universo da agricultura familiar à cidade.
O Sítio vende, também, para o governo, fornecendo ingredientes para as refeições das escolas públicas. “É a partir do fortalecimento da agricultura familiar que vamos resolver a fome no Brasil e é este o setor estratégico, junto aos povos originários, com o maior potencial de mudar o cenário das emissões de carbono e tirar o Brasil do ranking dos 5 países que mais contribuem para o aquecimento global”, finaliza Sofia.
Por dentro da agroecologia
Segundo a pesquisadora e professora Flaviane Canavesi, a agroecologia é um campo científico que estuda e sistematiza agriculturas de base sustentáveis. Tem um viés social e político, na medida em que determina as categorias da agricultura familiar, incluindo povos e comunidades tradicionais, quebradeiras de coco babaçu, comunidades de fundos de pasto, quilombolas, entre outros. Os benefícios da prática englobam a melhoria da alimentação, a garantia da segurança alimentar e nutricional e o impacto positivo sobre a saúde pública. Há, ainda, a diversidade de identidades e de sistemas produtivos.
A resistência delas na agricultura
Maria Ivanildes Sousa, 56 anos, fez, no começo da vida, o percurso adotado por muitos que saem do interior em busca de melhores condições de vida na cidade. Abandonou a rotina de quebradeira de coco no Maranhão e veio estudar e trabalhar no DF. Quando conheceu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vislumbrou novas oportunidades — se sustentar pela sua produção e ser valorizada, diferentemente do que ocorria no passado. Para a própria surpresa, retomou as atividades no campo, agora, na cidade.
Estabeleceu-se no assentamento Canaã, onde, mais tarde, criou com outras mulheres a Associação Agroecológica Mulheres Rurais do Assentamento Canaã (AAMRAC), com a finalidade de produzirem alimentos de forma sustentável, via agricultura familiar, em Brazlândia. Lá, ela administra e distribui cestas, coordena a venda de alimentos e atua de forma ativa e direta na produção dos ingredientes orgânicos. E, para além das dificuldades típicas de todo começo, Ivanildes e suas companheiras, como gosta de chamar, ainda enfrentaram as limitações da pandemia. A tentativa de vender cestas no centro da capital, por exemplo, não deu certo.
Mas não desistiram. Criaram a Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) Mulheres do Cerrado, liderado pelas campesinas, que visa a luta constante pela terra, por melhores condições de trabalho e por alimentação de qualidade para todos. Isso porque, ainda hoje, as agricultoras têm dificuldades estruturais para produzir, em especial, pela falta de insumos adequados para o solo. Apesar de reconhecer os obstáculos, a produtora releva: "Quando a gente gosta, acaba não achando tão pesado".
De acordo com a especialista Flaviane Canavesi, da UnB, a maior parte dos agricultores inseridos em experiências de feiras não têm regularização fundiária, o que significa que não podem investir em infraestrutura social, como erguer moradias; nem produtiva, como construir um poço artesiano, para instalar uma irrigação — fatores que ampliam ainda mais as adversidades. O papel das mulheres, para ela, é fundamental, dado que essa mão de obra sempre foi invisibilizada.
Na agrofloresta, as mulheres plantam de tudo (banana, laranja, limão, amora, pitanga, café, vários tipos de frutas, algodão…). Para as pragas, Ivanildes usa folhas de mamonas batidas com pimenta. E funciona. Além disso, nas vivências do assentamento, aprendeu maneiras diferentes de cozinhar, eliminando das suas receitas caldos de carne industrializados, por exemplo. Adquiriu, para sua sorte, o costume de comer verduras e se apaixonou pelo manejo da terra e pela alimentação saudável.
Para a agricultura, o contato direto com o consumidor é algo que lhe ajuda a enfrentar todas as dificuldades. "É muito gratificante saber que estamos levando saúde para a mesa do consumidor", celebra. A AAMRAC está presente na Feira da Ponta Norte, na 216 Norte, aos sábados; na Colina, na UnB, às quartas; e em Águas Claras, na quadra 301, às quintas.
Laços comunitários
Se para os agricultores é recompensador ter um contato direto com quem se alimenta do que produzem, para os consumidores, também, é muito positivo. O professor Vitor Boaventura, 29 anos, não somente é cliente fiel dos produtores da Feira da Ponta Norte, como um grande apoiador da agroecologia. Enquanto morador da região, considera a feira importante sob vários aspectos, desde o fortalecimento dos laços comunitários até a promoção cultural, visto que é palco para apresentações e intervenções artísticas. “A possibilidade de interagir diretamente com quem produz o alimento é incrível. Percebemos, com mais sensibilidade, a relação do produtor com o alimento. É como se passasse a visualizar os rostos e o empenho de cada uma daquelas famílias de agricultores”, revela.
O consumo de alimentos orgânicos começou após o professor inteirar-se sobre os danos causados ao meio ambiente e à saúde pela agricultura tradicional. Os benefícios dessa substituição, conforme avalia, são imensos. Isso porque o valor nutricional dos produtos agroecológicos é bastante superior aos demais, tanto que notou melhoria em sua disposição e estado geral de saúde e bem-estar. “Além disso, comer é um ato político e o fato de estar incentivando uma produção mais consciente e positiva para o meio ambiente e proteção da biodiversidade é muito gratificante.”
"A savana mais biodiversa do mundo"
Que o cerrado tem características bem peculiares, muita gente sabe. Afinal, basta uma pequena volta por Brasília para notar os galhos retorcidos, apreciar os ipês que florescem em plena seca e até encontrar tranquilas capivaras pelo caminho. Devido à sua biodiversidade, que inclui frutos e sementes nativas; serviços ecossistêmicos da fauna e flora, como a polinização; recursos hídricos; e o conhecimento tradicional, o bioma é essencial na produção de alimentos.
Conforme explica o biólogo Vitor Sena, tais frutos e sementes nativas — fontes de nutrientes e valor cultural para as comunidades locais — podem promover segurança alimentar e diversificação da dieta. Já a polinização é fundamental para a reprodução de plantas cultivadas e selvagens, contribuindo para a produtividade e a qualidade dos cultivos. Ademais, o cerrado é um dos principais responsáveis pelo abastecimento de água do país, sendo fundamental para a produção agrícola e para o fornecimento de água potável para a população.
"A região é conhecida como a 'caixa d'água' do Brasil, pois suas nascentes e aquíferos abastecem importantes rios que cortam o país, como o São Francisco, que abastece cerca de 14 milhões de pessoas em sua bacia hidrográfica", pontua Vitor. As comunidades locais, por sua vez, possuem um relevante conhecimento sobre recursos naturais, práticas de cultivo e utilização de alimentos nativos, favorecendo sistemas agroflorestais e práticas sustentáveis de produção de alimentos e promovendo a agroecologia.
Apesar desses avanços, a área enfrenta desafios ambientais e climáticos, como o desmatamento, a degradação do solo, a perda de biodiversidade e a escassez de recursos hídricos, impulsionados pela expansão da agropecuária. A fim de manter a terra saudável, o especialista recomenda práticas de conservação que incluem o plantio direto, o uso de cobertura vegetal e a adoção de sistemas agroecológicos e de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Além disso, o uso responsável de insumos agrícolas, como fertilizantes e pesticidas, é importante para evitar a deterioração do solo, assim como a rotação de culturas, o manejo adequado da água, a proteção de áreas de preservação permanente e reserva legal e a administração integrada de pragas e doenças. Por fim, a educação e a capacitação dos agricultores são essenciais para disseminar práticas sustentáveis de manuseio do cerrado, contribuindo para a sua preservação e para a sustentabilidade da agricultura na região.
Sementes e frutos típicos do cerrado
A época de frutificação das plantas do cerrado, em sua maioria, ocorre durante a estação chuvosa, que engloba os meses de primavera e verão (setembro a março). Todavia, pode ser influenciada por fatores como a localização geográfica, o clima, a altitude e a variação anual das chuvas, podendo haver alterações no período em diferentes regiões e anos.
Buriti: palmeira que produz frutos durante o ano todo, com maior concentração na estação chuvosa.
Pequi: espécie de árvore que produz frutos no final da estação seca e início da estação chuvosa.
Cagaita: produz pequenos frutos amarelos ou verdes, encontrados principalmente durante a estação seca.
Jenipapo: fruto típico do cerrado, comum nas estações chuvosa e seca.
Mangaba: fruto, amarelo ou verde, encontrado durante a estação chuvosa.
Cajuzinho-do-cerrado: árvore que produz frutos pequenos em formato de caju, com casca dura e polpa suculenta. Encontrada durante a estação seca.
Jatobá: fruto encontrado principalmente durante a estação seca. É grande e duro, com sabor adocicado e polpa fibrosa.
Feiras da cidade para conhecer
Associação de Agricultura Ecológica — AGE: SEPS 709/908 - s/n. Bloco B, Box 8 — Brasília. Quarta e domingo.
Banca de Orgânicos da Astraf, na Feira do Padre. Setor Comercial Central Q 1 — Sobradinho. Domingo.
Banca de Orgânicos do Empório Rural — Lago Norte. No balão do Colorado SHTAQ. Sábado e domingo.
Banca de Orgânicos na Feira de Produtores de Vicente Pires. Rua 4 A — Vicente Pires. Sábado e domingo.
Feira 315 Sul. Atrás do Colégio Planalto — Brasília. Quarta.
Feira Agroecológica do Lago Oeste. Estrada Parque Contorno — Sobradinho. Sábado.
Feira Agroecológica e Cultural. Entrequadra Sul 309/310 — Asa Sul, Brasília. Quarta e sábado.
Feira da AGE 303 Norte. SQN 303 — Entrada da quadra pela W1. Sábado.
Feira da AGE 312 Sul. 112/312 Sul — Estacionamento da Escola Ursinho Feliz. Sábado
Feira da AGE Sudoeste — 303. Primeira Avenida, EQSW 303/304 — Estacionamento do Centro Educacional Candanguinho. Quarta e sábado.
Feira da Agricultura Familiar na Praça dos Três Poderes. Palácio do Planalto Anexo IV — Via N2. Quinta.
Feira da Estação Biológica. Setor Terminal Norte — Final da Asa Norte, em frente à sede da Emater. Quinta.
Feira da Praça de Planaltina. Setor. de Educação. Sábado.
Feira de Produtos Orgânicos Espaço Natural. Entrequadra Norte 315/316 — Asa Norte. Terça, quinta e sábado.
Feira do Apogeu. Superquadra Norte 306 — Asa Norte. Sábado.
Feira do Assentamento Colônia. Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília (UnB) — Minhocão — Asa Norte. Terça.
Feira do Paranoá. Q. 34 Conjunto C, 20 — Paranoá. Domingo.
Feira MOA Internacional. Centro de Agricultura de Produção Natural — DF 180, Km 19, Brazlândia. Segunda a sábado.
Feira Orgânica do Ceasa. Sia Sul, Trecho 10, Lote 5 Pavilhão B 13A — Brasília. Quinta e sábado.
Feira Orgânica do Ibama. SCEN Trecho 2 — Edifício sede do Ibama. Quinta.
Mercado Agroflorestal — Fazenda Bella. Via W1 Norte, Pracinha central da SQN 307 — Asa Norte. Quarta.
Sítio Alegria. Entrequadra Norte 315/316 — Asa Norte. Quarta e sábado
Correio Braziliense domingo, 30 de abril de 2023
VÔLEI MASCULINO: CRUZEIRO E MINAS DECIDEM HOJE A SUPERLIGA
Em clima de revanche, Cruzeiro e Minas decidem hoje a Superliga de Vôlei
Cruzeiro e Minas decidem, hoje, a Superliga Masculina, em clima de acerto de contas ou manutenção de status
Pelo segundo ano seguido, a decisão da Superliga Masculina de Vôlei é inteiramente mineira. Hoje, às 10h, Cruzeiro e Minas voltam a decidir o campeonato, desta vez em São José dos Campos, no interior de São Paulo, na Arena Farma Conde. Primeiro e terceiro melhores times da fase inicial, os arquirrivais de Belo Horizonte batalham em um clima de revanche ou manutenção de hegemonia.
Na grande final da temporada 2021/2022, definida em três jogos, a Raposa levou a melhor com jogo em 3 sets a 0, em plena Arena UniBH, casa do Minas, para se consagrar campeão. Agora, a chance do troco é em jogo único, após alteração do regulamento do campeonato, trazendo enredo com desejo de final feliz para a equipe.
Após superar Sesi/São Paulo e Suzano, a final dá a chance ao Minas de levantar o troféu pela primeira vez desde 2001/2022, com mais de duas décadas sem a maior glória nacional. Para o maior campeão da história do vôlei brasileiro, acabar com a fila se trata, além de um objetivo, de uma emoção importante, sobretudo depois de seis vice-campeonatos, incluindo os dois últimos. Na atual temporada, obteve a terceira colocação na primeira fase, com 14 vitórias e oito derrotas.
Do outro lado, encontra-se o maior campeão da Superliga no formato moderno, desde a temporada 1994/1995. Após o pentacampeonato consecutivo entre 2013/2014 e 2017/2018, o heptacampeonato veio justamente no clássico, coroando o atual dono das quadras do Brasil, com o objetivo de reduzir a uma unidade a diferença para os rivais no quadro histórico de maiores vencedores do país — o próprio Minas.
O Cruzeiro vem em um ano arrasador: fez uma campanha próxima à perfeição na primeira fase (líder, com 19 vitórias e três derrotas) e despachou Apan e os donos da casa da final, o São José, para alcançar mais uma decisão. Entretanto, um detalhe pode fazer a diferença: temendo uma punição por parte do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o time celeste ainda reflete sobre a escalação do oposto Wallace.
O atleta foi suspenso pelo Comitê de Ética da entidade por 90 dias, devido a uma publicação contra o presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva em uma rede social, insinuando o assassinato do chefe de Estado. Entretanto, o campeão olímpico pelo Brasil está livre para jogar devido a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a favor do jogador. O COB declarou que a entrada de Wallace em quadra poderia acarretar em "gravíssimas sanções" contra a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
Correio Braziliense sábado, 29 de abril de 2023
BRASILEIRÃO 2023: RODADA 3 - JOGOS, ESCALAÇÕES E ONDE ASSISTIR
Guia da rodada 3 do Brasileirão 2023: jogos, escalações e onde assistir
Saiba como chega o seu time para os confrontos deste fim de semana, os times prováveis e onde assistir. Clássicos paulista, carioca e duelo entre Fortaleza e o líder Fluminense são as atrações. Rodada começa neste sábado e terminará na segunda à noite
postado em 29/04/2023 00:41 / atualizado em 29/04/2023 00:42
(crédito: Correio Braziliense)
Após duas rodadas interessantes, compostas por alguns ótimos jogos carregados de emoção, a terceira rodada do Brasileirão 2023 se aproxima. Com início marcado para este sábado, a nova bateria de jogos terá o início decretado com o interessante confronto entre Coritiba e São Paulo, às 16h30. O duelo marca a tentativa do Coritiba de se desvencilhar da crise extracampo, e da missão são-paulina em manter o bom começo de trabalho de Dorival Júnior.
Além disso, a rodada entregará ao torcedor alguns outros ótimos jogos, como, por exemplo, os primeiros dois clássicos do campeonato. Palmeiras e Corinthians, por enfrentarem momentos diferentes tanto dentro de campo quanto fora, promete ser um confronto extremamente interessante, principalmente por se tratar de um dos grandes clássicos do país. No estado vizinho, o Rio de Janeiro, sobem ao palco os protagonistas do outro grande clássico do fim de semana: Flamengo e Botafogo. Jogo de mais equilíbrio se comparado à outra rivalidade da rodada, o clássico carioca colocará frente a frente duas equipes que costumam protagonizar confrontos de pouca disparidade.
A rodada ainda contará com um dos principais confrontos do campeonato até aqui, neste sábado, às 16h30, abrindo os trabalhos: Fortaleza x Fluminense. Num embate entre possivelmente dois dos principais treinadores do país, os esquadrões de Fernando Diniz e Juan Pablo Vojvoda se colocarão frente a frente com suas ótimas qualidades técnicas e táticas na Arena Castelão.
Fortaleza x Fluminense
Vivendo uma ótima fase, o Fortaleza entra em campo neste sábado no dia em que completará um mês de invencibilidade. Em casa, os comandados do técnico argentino Vojvoda enfrentarão, muito provavelmente, o desafio mais difícil da temporada até agora, o Fluminense. A equipe carioca é a única em território brasileiro que ainda está 100% em todas as três competições que disputa, tudo isso desfilando um estilo de jogo considerado por parte da crítica o melhor futebol do país. Até o momento, ambos estão no G-4 da tabela. É um dos grandes jogos da rodada.
Local: Castelão
Horário: 16h30, Sábado
Transmissão: Brasileirão Play, Premiere
Escalações prováveis:
Fortaleza: Marcelo Broech; Britez, Benevenuto e Titi; Lucas Crispim, Ronald, Moisés, Lucas Limas e Juninho Capixaba; Romarinho e Romero. Técnico: Juan Pablo Vojvoda (Argentina)
Fluminense: Fábio; Nino, Samuel Xavier, Manoel e Caio Paulista; André, Nonato, Nathan e Paulo Henrique Ganso; Arias e Cano. (Fernando Diniz)
Coritiba x São Paulo
Nervoso, o Coritiba recebe o tricolor paulista na tentativa de afastar a crise. Sem vencer desde 23 de fevereiro, o Coxa está a três jogos sem marcar e ainda vive a ressaca da eliminação na terceira fase da Copa do Brasil diante do Sport. O São Paulo chega embalado pelo bom começo do técnico Dorival Júnior, que comandou a equipe a duas vitórias nos últimos dois jogos. Na tabela, os paulistas se encontram no 10º lugar, com 3 pontos. Os paranaenses, na lanterna, ainda sem nenhum ponto somado.
Local: Couto Pereira
Horário: 16h30, Sábado
Transmissão: TV Globo e Premiere
Escalações prováveis:
Coritiba: Gabriel; Natanael, Kuscevic, Bruno Viana e Jamerson; Willian Farias, Trindade e Victor Luís; Alef Manga, Rodrigo Pinho e Kaio César. Técnico: Antônio Carlos Zago
São Paulo: Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio; Gabriel Neves, Pablo Maia e Nestor; Alisson , Luciano e Marcos Paulo. Técnico: Dorival Júnior
Santos x América-MG
Com o histórico atual de um empate e uma derrota, o Alvinegro Praiano receberá o América na Vila em situação que poderia ser das melhores. Ainda sem vencer no campeonato e dando uma largada um tanto decepcionante na Copa Sul-Americana, os comandados do pressionado treinador Odair Hellmann buscarão os três pontos contra um visitante que também não vem tão bem das pernas. Apesar de ter se classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil, o América-MG ainda não venceu no Brasileirão. O confronto será um duelo particular na zona da degola.
Local: Vila Belmiro
Horário: 18h30, sábado
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
Santos: João Paulo; Nathan, Messias, Eduardo Bauermann e Lucas Pires; Dodi e Rodrigo Fernández; Angelo, Lucas Lima e Daniel Ruiz; Marcos Leonardo. Técnico: Odair Hellmann
América-MG: Matheus Cavichioli; Nino Paraíba, Potiguar, Eder e Marlon; Lucas Kal e Martinez; Matheusinho, Juninho e Everaldo; Aloísio. Técnico: Vágner Mancini
Red Bull Bragantino x Cruzeiro
Bem posicionado na tabela, a equipe de Bragança Paulista chega à terceira rodada tendo marcado 12 gols nos últimos cinco jogos. Sem derrotas nos primeiros dois jogos, soma 4 pontos. O Cruzeiro, que joga como visitante, vem otimista. A equipe comandada pelo técnico Pêpa não foi vazada nos últimos dois jogos, além de ter marcado três gols. Até agora, soma uma vitória e uma derrota.
Local: Arena Red Bull
Horário: 18h30, sábado
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
RB Bragantino: Matheus Cavichioli; Nino Paraíba, Potiguar, Eder e Marlon; Lucas Kal e Martinez; Matheusinho, Juninho e Everaldo; Aloísio. Técnico: Pedro Caixinha (Portugal)
Cruzeiro: Rafael Cabral; William, Lucas Oliveira, Luciano Castan, Marlon; Richard Coelho, Ramiro; Wesley, Mateus Vital, Bruno Rodrigues; Gilberto. Técnico: Pepa (Portugal)
Palmeiras x Corinthians
No primeiro clássico do campeonato, por conta do calendário, Palmeiras e Corinthians chegam em momentos diferentes para a partida. Favorito, o Porco embalou uma sequência de seis jogos sem derrotas e tentará se aproveitar do frágil momento que vive o arquirrival. Ainda sem treinador definido e possivelmente dependente de um interino para o jogo deste sábado, o Timão apostará todas as suas fichas no fator clássico para tentar surpreender. Ao contrário do Palmeiras, perdeu no campeonato.
Local: Allianz Parque
Horário: 18h30, sábado
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
Palmeiras: Weverton; Mayke, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Dudu, Endrick e Rony. Técnico: Abel Ferreira (Portugal).
Corinthians: Cássio; Fagner, Bruno Méndez, Gil e Fábio Santos; Fausto Vera, Du Queiroz, Giuliano e Adson; Róger Guedes e Yuri Alberto. Técnico: Danilo de Andrade (interino)
Atlético-MG x Athletico-PR
Velhos conhecidos da fase de grupos da Libertadores deste ano, o confronto entre ‘Atléticos’ promete ser tão interessante quanto o que se passou durante a segunda rodada da competição continental. Após dois jogos disputados, o Galo segue sem ter conquistado uma vitória no campeonato. Além disso, não vence desde o último dia 12. O Furacão, por sua vez, segue uma sequência de mais equilíbrio, com uma derrota e uma vitória. Vai para o jogo, porém, com ânimos à flor da pele, após a tensa classificação, nos pênaltis, contra o pequeno CRB.
Local: Independência
Horário: 21h, sábado
Transmissão: TV Globo, Premiere e SporTV.
Escalações prováveis:
Atlético-MG: Everson; Saravia, Lemos, Jemerson e Rubens; Otávio, Edenílson, Patrick e Zaracho; Paulinho e Hulk. Técnico: Eduardo Coudet (Argentina)
Athletico-PR: Bento; Madson; Pedro Henrique, Thiago Heleno e Pedrinho; Erick, Fernandinho e Terans; Cuello, Thiago Andrade e Vitor Roque. Técnico: Paulo Turra
Flamengo x Botafogo
O outro clássico da rodada, mais precisamente, o segundo do campeonato. Ainda tentando se acertar sob os olhares táticos do recém-chegado Jorge Sampaoli, o rubro-negro carioca tentará converter o favoritismo em realidade. Apesar da derrota para o Inter, em Porto Alegre, a equipe já dá sinais de melhora desde a troca de técnicos e chega embalado após o show de meio de semana pela Copa do Brasil. O Botafogo, visitante, também chega numa crescente. Vice-líder do campeonato, o Glorioso está invicto há 11 jogos e soma duas vitórias em duas partidas de Brasileirão até o momento. Jogo que promete ser muito interessante, e de muita disputa.
Local: Maracanã
Horário: 16h, domingo
Transmissão: TV Globo e Premiere
Escalações prováveis:
Flamengo: Santos; Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz (Léo Pereira) e Ayrton Lucas; Thiago Maia, Gerson e Everton Ribeiro; Everton Cebolinha, Gabigol e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli (Argentina)
Botafogo: Lucas Perri; Di Plácido, Adryelson, Cuesta e Rafael; Danilo Barbosa e Lucas Fernandes; Júnior Santos, Eduardo e Victor Sá; Tiquinho Soares. Técnico: Luis Castro (Portugal)
Cuiabá x Grêmio
Ainda sem vencer, a equipe do Cuiabá terá pela frente apenas o Brasileirão para disputar. Com calendário mais vazio, apostará no descanso extra de seus atletas para surpreender os gaúchos, que não rendem como o esperado. Após precisar dos acréscimos para apenas empatar com o ABC, pela Copa do Brasil, o tricolor gaúcho vai para o jogo com panorama equilibrado no campeonato, com uma vitória e uma derrota.
Local: Arena Pantanal
Horário: 18h30, domingo
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
Cuiabá: Walter; PK, Marllon, Allyson e Mateusinho; Raniele, Denilson e Pablo Ceppelini; Negueba, Iury Castilho e Deyverson. Técnico: Ivo Vieira (Portugal)
Grêmio: Gabriel; João Pedro, Kannemann, Bruno Alves e Diogo Barbosa; Lucas Silva, Nathan, Bitello, Cristaldo e Vina; Luis Suárez. Técnico: Renato Gaúcho
Internacional x Goiás
Assim como algumas outras equipes durante o meio de semana, o Internacional decepcionou na Copa do Brasil, ao precisar dos pênaltis para avançar às oitavas de final, contra o CSA. No Brasileirão, ao menos, ainda não perdeu, tendo somado 4 pontos . O esmeraldino, que não tem nada com isso, se esforçará para manter a potência apresentada na boa atuação frente ao Corinthians na última rodada para surpreender e levar os três pontos de volta para Goiânia. Até agora, ganhou uma e perdeu outra.
Local: Beira-Rio
Horário: 18h30, domingo
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
Internacional: Keiller; Gabriel Mercado, Vitão, Igor Gomes e Renê; Jhonny, Gustavo Campanharo, Mauricio e Alan Patrick; Wanderson e Alexandre Alemão. Técnico: Mano Menezes
Goiás: Tadeu; Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo e Sander; Zé Ricardo, Dieguinho, Morelli e Julián Palacios; Vinicius e Matheus Peixoto. Técnico: Emerson Ávila (interino)
Vasco x Bahia
Confiante por conta do ótimo nível técnico mostrado durante o empate contra o Palmeiras, na última rodada, o cruz-maltino pisará em seus domínios como o favorito para vencer o jogo. Após dois jogos, ainda não perdeu no campeonato e luta para entrar no G-4. Os visitantes nordestinos, todavia, se encontram num cenário um pouco diferente. Ainda sem conquistar um mísero ponto em duas rodadas, o Bahia corre para não se afundar num fluxo ruim no campeonato. Na Copa do Brasil, ao menos, se classificou.
Local: São Januário
Horário: 20h, segunda-feira
Transmissão: Premiere
Escalações prováveis:
Vasco: Léo Jardim; Puma Rodriguez, Robson Bambu, Léo e Lucas Piton; Jair, Rodrigo, Andrey Santos e Alex Teixeira; Gabriel Pec e Pedro Raul. Técnico: Mauricio Barbieri
Bahia: Marcos Felipe; Kanu, Vitor Hugo e Rezende; Vitor Jacaré, Thaciano, Yago Felipe, Cauly e Jhoannes Chavez; Ademir e Everaldo. Técnico: Renato Paiva (Portugal)
Correio Braziliense sexta, 28 de abril de 2023
TRÂNSITO: VIAS DO DF TERÃO LIMITES DE VELOCIDADE REDUZIDOS, ANUNCIA DER
Vias do DF terão limites de velocidade reduzidos, anuncia DER
A primeira redução vai ocorrer em via distrital do Recanto das Emas. A readequação poderá ser implementada em outras regiões administrativas, ainda não divulgadas
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) montou uma comissão para analisar a diminuição dos limites de velocidade em vias distritais do Distrito Federal. No Recanto das Emas, próximo ao novo viaduto, a velocidade máxima passará para 60km por hora, devido ao grande fluxo diário de veículos e de pedestres entre o Riacho Fundo e a cidade. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27/4) pelo presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur Júnior, em entrevista à jornalista Adriana Bernardes, no CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. Ele não antecipou, no entanto, quais as outras regiões onde a medida será adotada.
Como é para um representante do DF encabeçar a Associação Brasileira dos DERs (ABDER) e qual a importância disso para a capital do país?
A gente acredita que é mais um reconhecimento do trabalho que o DER-DF vem executando nas últimas gestões e nos últimos anos. Isso tem tido uma repercussão nacional, das obras que vêm sendo feitas aqui. E fez com que a gente encabeçasse essa chapa. Fui eleito na quarta-feira e tomamos posse daqui a um mês. A gente entende que é muito importante por conta da nossa proximidade com o poder federal. Se você vai tratar de assuntos a nível nacional e você está aqui, no centro do poder, isso abre portas. Então, queremos dar continuidade ao trabalho que o engenheiro Gilmar vinha fazendo, com um grupo de trabalho. A associação vem para unificar os DERs do país. E hoje o maior desafio é manter o trabalho que o engenheiro Riumar dos Santos vinha fazendo. Ele abriu as portas para que a iniciativa privada fizesse parte da associação e isso somou muito. Foram feitos vários workshops com o que eles têm de melhor no mercado rodoviário. E temos que estar acompanhando para fazer o nosso país crescer. Se você tem estradas boas, você tem economia girando, você tem produção escoando e você tem um país crescendo.
Como o órgão encara as rodovias estaduais que cortam as cidades e centros urbanos e acabam colocando a vida da população em risco?
Encaramos com nosso anel rodoviário. É uma luta antiga, mas que vamos conseguir terminar um dia e colocar em prática. O DF hoje é cortado por rodovias federais — temos a BR 040, BR 020, a BR 070, passa um trânsito pesado dentro do DF. Existe o projeto já, ele vai contornar todo o quadradinho do DF e vai fazer com que os motoristas não passem nas pistas urbanas. O projeto tem 200km com partes pavimentadas e outras não pavimentadas, outras que precisam ser duplicadas e outras que ainda nem saíram do papel. Estamos trabalhando por etapas. Esse anel viário sozinho não resolve o problema, mas existe um fluxo pesado que é da própria cidade. Por exemplo, a BR 020, que vem um pessoal de Planaltina para o Plano Piloto, inclusive tem um maior número de atropelamentos, porque é uma rodovia de alta velocidade. Tudo isso está cercado de mobilidade sustentável, que é estar tirando veículos das vias para diminuir esse fluxo viário. E, para isso, você precisa ter transporte coletivo de qualidade, ciclovias, tem que ter todos os modais preparados para você estar tirando esse motorista do carro dele e isso é muito difícil, leva anos para fazer, porque o transporte de Brasília é individual. Enquanto não tiver um transporte de qualidade e com muita variedade, você não tira essa pessoa do carro. E Brasília ainda tem aquilo, todo dia de manhã o pessoal do entorno sai de casa e vem trabalhar no centro e, no final da tarde, sai do centro e volta. Isso prejudica, porque não tem sistema que aguente.
Qual a solução para manter o sistema de transporte viável, de qualidade e seguro, confiável e que as pessoas façam a opção por ele?
Há 15 anos, foi feito o PDTU, que é o plano de transporte urbano, justamente dando essa diretriz, para se tratar isso como plano de estado e não político, vindo de um governo, porque a gente sabe que isso atrapalha muito, porque acaba indo da cabeça de cada um. Então, esse plano diretor existe, e digo que já foi pensado e executado, porque senão a gente não teria metrô aqui. O governador Roriz, lá atrás, quando falou sobre metrô, foi chamado de louco. Você imagina hoje se não tivesse metrô. Concordo que o ritmo é lento e que poderíamos estar em uma situação muito melhor de transporte. Mas acredito que tendo de dividir isso com uma saúde precária, com uma educação que também é precária, o transporte vai ficando para trás. Mas nós não estamos parados e nem esquecidos. Os Brts, hoje... No plano diretor existe todo o traçado planejado. O DER tem o projeto do BRT norte, da região de Planaltina pronto, que vai custar R$ 1,2 bilhão. E tem o BRT eixo Sudoeste, que vai sair do centro e ir até o Recanto das Emas, que vai custar R$ 700 milhões. Então, são situações que já existem projetos, ou seja, responde a sua pergunta. E estão sendo pensados, sim, mas o sistema é lento, porque é caro. Brasília é uma cidade que tem 63 anos e é relativamente nova.
Sobre o projeto do BRT na parte norte da cidade, quando contaremos com ele?
O projeto está pronto, o projeto executivo completo custa R$ 1,2 bilhão em sua totalidade e ele está na fase de captação de recursos. A gente, inclusive, está optando para ver, se conseguir recursos menores para fazer parte dele, porque, de pouco em pouco, você chega no total, pelo valor grande que é. A gente inclusive tem sacado dele alguns pontos específicos, que é o acesso a Sobradinho, o acesso a Planaltina, para poder ir fazendo os pedaços e, no final, estar pronto, mas o projeto dele está concluído.
Existe algum estudo de readequação de velocidade das rodovias distritais, especialmente essas que estão entranhadas no meio da cidade?
O DER está com uma comissão, um grupo de estudo montado fazendo justamente essa verificação, por meio de estudos que vão mostrar isso. E vou dar um exemplo. Na região do Recanto das Emas, hoje, onde a gente está inaugurado viaduto nas proximidades, por ser uma área de característica totalmente urbana, com passagem do Recanto para o Riacho o tempo todo. Ali, está quase consolidado, está baixando a velocidade para 60km por hora. Vai ser avisado, anunciado e, depois, mostrado porque chegamos nessa conclusão.
Correio Braziliense quinta, 27 de abril de 2023
CASAMENTO INFANTIL: 2,2 DE ADOLESCENTES BRASILEIRAS SÃO CASADAS
Casamento infantil: 2,2 milhões de adolescentes brasileiras são casadas
No Brasil, é permitido casar a partir dos 16 anos, se houver consentimento dos pais. Mas apesar da brecha legal, esses casamentos são vistos por especialistas como um cenário preocupante
postado em 27/04/2023 10:38 / atualizado em 27/04/2023 10:53
(crédito: Fernando Lopes/CB/D.A Press)
Na última semana, veio a tona uma notícia que gerou revolta no país: o prefeito de Araucária (PR), Hissam Hussein, de 65 anos, se casou com uma adolescente de 16 anos. Entretanto, apesar da repercussão, o casamento não é ilegal, pois no Brasil é permitido casar a partir dessa idade, se houver consentimento dos pais. Segundo dados da ONG Girls not Brides, mais de 2,2 milhões de brasileiras adolescentes são casadas, o que representa 36% das menores de idade do país. Além disso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que, em números absolutos, o país é o quarto do mundo com registros de casamentos infantis.
Mais de 7 mil menores de idade se casaram no Brasil de 2021 até março deste ano, de acordo com dados enviados ao Correio pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). Em 2021, foram registrados 3.334 casamentos infantis, outros 3.176 ocorreram em 2022 e nos três primeiros meses de 2023 foram contabilizados 718 casórios de menores de idade.
Apesar de ter a brecha legal no Brasil, o casamento antes dos 18 anos é visto como uma "violação" pela Organização das Nações Unidas (ONU), pois pode prejudicar o alcance da igualdade de gênero e o pleno exercício dos direitos femininos. "O casamento infantil quase sempre precede a gravidez na adolescência. Em países em desenvolvimento, as meninas que são casadas são a maioria das que dão à luz. Estas gravidezes precoces representam riscos sérios a meninas cujos corpos ainda não estão prontos para a maternidade. Em todo o mundo, complicações da gestação e nascimento de crianças são a principal causa de morte de meninas entre 15 e 19 anos", pontua a ONU.
O advogado e sócio do escritório Nelson Wilians Advogados Sérgio Vieira explica que, com o casamento, as adolescentes passam a adquirir direitos e deveres de alguém maior de idade. “Após o casamento, a adolescente é emancipada, o que permite a jovem ter direitos e deveres de alguém maior de idade, possibilitando realizar transações bancárias, responder a processos judiciais, ter emprego formal, administrar seus próprios bens e assinar contratos em seu próprio nome”, ressalta o especialista.
A ONU chama a atenção para esse aspecto. "Nem todas as uniões infantis resultam de decisões de pais ou guardiães do menor. Existem adolescentes que decidem se casar para exercer sua independência, escapar de dificuldades incluindo pobreza, violência familiar ou porque são restringidos do sexo fora do casamento. Conflito, deslocamentos, desastres naturais e mudança climática agravam os fatores do casamento infantil destruindo subsistências, sistemas de educação e aumentando os riscos de violência sexual. Além disso, a situação eleva receios com a segurança das meninas", emenda a instituição.
Casamento infantil x igualdade de gênero
A igualdade de gênero é um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, a serem alcançados até 2030. E eliminar os casamentos prematuros é visto como uma das ações fundamentais para chegar a um cenário de equiparação de direitos, além de empoderar meninas e mulheres.
"Muitas mudanças são necessárias para acabar com o casamento infantil incluindo o fortalecimento das leis contra a prática, avançando com igualdade de gênero e assegurando os direitos das meninas. Mas muitas jovens também devem ter autonomia para saber e reclamar seus direitos. Isso significa informações corretas sobre saúde sexual e reprodutiva, oportunidades de educação e habilidades para desenvolvimento e participação na vida civil", aponta a ONU.
Além disso, a ONG Girls not Brides frisa que investir em educação é primordial para enfrentar essa realidade. "A maioria das meninas que se casam abandona a escola antes de se casar e, portanto, o acesso à educação afeta o momento do casamento mais do que o casamento afeta o acesso à educação. Fornecer 12 anos de educação de qualidade para uma menina não apenas atrasa o casamento desse indivíduo, mas também atrasa o casamento de gerações de meninas e mulheres que a seguirão", diz a organização.
Para a psicóloga Marília Veiga, da Universidade de Brasília (UnB), a ausência ou insuficiência de políticas de proteção e acessos aos direitos básicos contribuem para que as meninas se casem. "Nesse cenário, figuram meninas negras e pobres que enxergam na união informal uma saída para a situação de risco e vulnerabilidade a qual estão submetidas. Apesar de as meninas se juntarem com a esperança de melhores condições de vida, frequentemente o casamento se torna mais um fator de risco", comenta a especialista, que pesquisou sobre o tema junto com a psicóloga Valeska Maria Zanello de Loyola.
"No interior de Goiás, onde fiz minha pesquisa de campo, as meninas que entrevistei se casaram aos 12, 13, 17 anos sem qualquer interposição estatal. Sendo psicóloga e não jurista, compreendo, entretanto, que o endereçamento legal desta questão imprime uma força simbólica à discussão, capaz de trazer luz a um problema que tem se mantido invisibilizado no Brasil. Não estamos enxergando essas meninas! E sabemos que, quanto mais velhas mulheres se casam e/ou têm filhos, menos propensas estão à violência doméstica", acrescentou Marília.
Correio Braziliense quarta, 26 de abril de 2023
COMIDA PERNAMBUCANA: TRADIÇÃO NA CONFEITARIA COM RECEITAS DE FAMÍLIA
Comida pernambucana: tradições na confeitaria com receitas de família
Durante a pandemia, pernambucana começou a comercializar tradicionais bolos de sua terra natal e conquistou clientela com receitas de família
SN
Sibele Negromonte
postado em 23/04/2023 08:00
(crédito: Sibele Negromonte)
Quando viu o mundo trancado em casa por causa da pandemia da covid-19, Kátia Motta decidiu mandar um pouco de carinho e esperança para três casais amigos. Foi para a cozinha, preparou a torta de limão que tinha aprendido com a avó ainda criança e que, para ela, sempre foi sinônimo de festa, e deixou as delícias na porta dos amigos, com o seguinte bilhete: “Para adoçar sua quarentena”.
O gesto, claro, alegrou os amigos. Mais que isso. Causou mudança na vida de Kátia. Ela nem imaginava, mas estava começando ali um pequeno negócio. “Uma amiga disse que eu estava perdendo tempo e tinha que vender aquela torta.” Sugestão aceita, a pernambucana, dentista de formação, arregaçou as mangas e começou a comercializar suas tortas de limão. “No primeiro fim de semana, eu já tinha 10 encomendas”, lembra. Em um primeiro momento, vendia para os amigos; depois, para os amigos dos amigos. “Hoje, muitas vezes, nem sei mais de quem foi a indicação.”
Kátia chegou a Brasília em 2006, acompanhando o marido, servidor público, que tinha sido transferido para a capital. A ideia inicial era passar apenas dois anos por aqui, mas quis o destino que os planos se modificassem. Logo no primeiro ano de nova cidade, a pernambucana engravidou. Quando a filha estava com um ano, veio uma nova gestação. Com duas crianças pequenas e sem família por perto para ajudar, acabou se dedicando integralmente à criação dos filhos pequenos.
A Lemon Pie (@lemonpie_bsb), nome sugerido por um dos casais presenteados com a torta de limão, surgia, justamente, para a dentista se dedicar a uma antiga paixão: a gastronomia. “Desde os 10 anos, eu já cozinhava bolos sozinha. Minha mãe e minha avó são excelentes cozinheiras e aprendi muito com elas. Mas nunca tinha pensado na gastronomia como profissão”, confessa.
Logo que iniciou o "negócio", Kátia sentiu a necessidade de expandir o cardápio. E, assim, outras tortas foram se juntando à de limão: cheesecake de frutas vermelhas, bolo de chocolate, red velvet, banoffee… “As receitas iam surgindo de acordo com a demanda. Quis, por exemplo, fazer um bolinho para tomar com café. Surgiu, assim, um bolo amanteigado com blueberry e brigadeiro de capim-santo e outro com morango e brigadeiro branco.”
Delícias da terrinha
Aliás, a dentista está sempre buscando ampliar o cardápio. E uma das produções que mais fazem sucesso surgiu de forma divertida. Em abril de 2021, no aniversário de seu casamento, ela decidiu fazer o tradicional bolo de noiva pernambucano e postou sua saga nos stories do Instagram. “A primeira tentativa não deu certo, mas recebi muitas mensagens de apoio e decidi persistir.”
O bolo de noiva pernambucano, presença obrigatória em todo casamento realizado no estado, é feito com vinho, frutas cristalizadas, passas e ameixa. Por não levar leite, o seu tempo de validade é bem mais longo. Inclusive, reza a tradição que as sobras do bolo devem ser congeladas e consumidas no primeiro aniversário de matrimônio. “Eu mesma faço o doce de ameixa. As frutas cristalizadas ficam marinando no vinho por cinco dias”, detalha Kátia. Ela lembra que o doce tem origem na colonização inglesa, mas muitos ingredientes foram trocados ou substituídos. “Já o glacê branco da cobertura é uma alusão ao período de apogeu da cana-de-açúcar no estado.”
Kátia se diverte ao contar um "causo". Recém-chegada a Brasília, ela foi a um casamento e surpreendeu-se ao ver um bolo de sete andares. “Falei para o meu marido que só sairia dali depois de vê-lo ser partido e de me deliciar com o bolo de noiva, que já não comia havia um tempo.” Ela mal sabia que, na verdade, tratava-se de uma maquete e que o bolo servido era uma torta que nada tinha a ver com o que conhecia em Pernambuco. “Foi a maior frustração”, diverte-se.
Depois de erros e acertos, a dentista conseguiu, finalmente, executar a receita com perfeição e, como forma de agradecimento a todos que a incentivaram via rede social, ela enviou uma fatia do bolo a cada um. “Fiz como fazem as mães das noivas em Pernambuco, que saem distribuindo pedaços de bolo no dia seguinte do casamento.” Claro que o bolo de noiva entrou no cardápio da Lemon Pie e, hoje, tem clientela cativa.
Outra delícia pernambucana preparada por Kátia é o bolo Souza Leão. Também de origem europeia, é um dos mais tradicionais do estado. Reza a lenda que foi criado por um membro da família Souza Leão em um de seus engenhos de cana-de-açúcar. Os ingredientes foram substituídos por o que havia disponível na região e logo conquistou o palada da aristocracia local.
O bolo Souza Leão não chega a aparecer no cardápio fixo da Lemon Pie, jpois só é produzido quando chega massa diretamente de Pernambuco. “Já tentei fazer com a massa de mandioca que vendem aqui, mas não funciona porque ela não é tão fina”, garante. “É um bolo muito trabalhoso, pois precisamos peneirar a massa umas quatro ou cinco vezes.” A confeiteira ainda conta um segredo aprendido com sua madrinha: depois que unta a forma com manteiga, coloca uma camada de açúcar para que fique com uma crosta.
“Até mãe de amiga já trouxe massa de Pernambuco para mim na mala”, brinca. E, quando chega, a dentista logo avisa nas redes sociais que sairá uma fornada limitada. Claro que as encomendas se esgotam rapidamente. Outro tradicional bolo pernambucano ofertado por Kátia é o pé-de-moleque — diferentemente do doce feito à base de amendoim e popular por aqui, o nordestino é preparado também com massa de mandioca, café, cravo, erva-doce e castanhas. “Esse eu consigo fazer com a massa que é vendida aqui.”
Fã de uma boa prosa, Kátia faz questão, à medida do possível, de levar a encomenda até o cliente. "Gosto de vê-lo receber a caixa, que faço questão de preparar com muito capricho." Aliás, a embalagem usada por ela é toda biodegradável — nada de plástico. "Para a torta de limão, uso uma formina de papel biodegradável que vai ao forno e dá um ar rústico ao produto." A confeiteira pede que, de preferência, as encomendas sejam feitas com dois dias de antecedência. "Mas, em uma emergência, consigo entregar antes. Toda a produção é feita no dia da entrega."
Um dos xodós da pernambucana, que também entrou no cardápio, são as rosas de maçã que ela criou para homenagear o pai no primeiro Dia dos Pais após a morte dele. O doce é feito com massa folhada recheada com doce de leite e fatias de maçã e canela, formando delicadas flores. “Em todo aniversário de casamento, meu pai presenteava a minha mãe com um buquê com a quantidade de rosas equivalente aos anos em que eles estavam juntos”, emociona-se, ao lembrar.
Kátia sabe mesmo preservar linda e deliciosamente as tradições de seu povo e de sua família!
Correio Braziliense terça, 25 de abril de 2023
PAULINHO DA VIOLA: ASTRO VEM A BRASÍLIA COM SHOW QUE CELEBRA SEUS 80 ANOS
Paulinho da Viola vem a Brasília com show que celebra seus 80 anos
Em 25 de novembro, no mês do aniversário do artista, Paulinho da Viola se apresenta no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
A turnê de comemoração dos 80 anos de Paulinho da Viola desembarca em Brasília em 25 de novembro. O cantor e compositor celebra seus 80 anos com um show que reúne também os filhos e tem o samba à frente do repertório. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os shows tiveram os ingressos esgotados rapidamente. A turnê, que começou em 11 de novembro de 2022, retorna à capital depois de um ano para apresentação no Centro de Convenções Ulysses. Os ingressos estão à venda no site da bilheteria digital.
O espetáculo revisita o início da carreira do compositor desde os tempos do histórico show Rosa de ouro, no qual o jovem músico colocava, pela primeira vez, os pés num palco ao lado de figuras como Clementina de Jesus, Aracy Cortes e Zé Keti, passando pelo saudoso tempo dos festivais, quando Sinal fechado abriu as portas ao então jovem Paulinho que, de lá para cá, firmou-se como uma voz única e pujante da MPB e do samba.
Neste show, além dos sucessos marcantes da trajetória, Paulinho abre espaço para cantar algumas canções que nunca gravou mas que fazem parte de sua memória emotiva. Entre as surpresas guardadas para o público estão novas interpretações de músicas conhecidas, além de pelo menos uma composição inédita, logo na abertura do espetáculo. A última vez que o cantor esteve em Brasília foi em agosto de 2022, em um show no qual dividia o palco com o filho João Rabello e com a filha, Beatriz Rabello. Eles subiram ao palco acompanhados por um trio instrumental.
Paulinho da Viola - turnê 80 anos
Sábado (25/11) ás 20h no Centro de Convenções Ulysses. Ingressos á partir de R$ 90,00 no site da Bilheteria Digital e nos seguintes pontos de venda físicos: Free Corner- Terraço Shopping; Barbearia Elvis - JK Shopping; Barbearia Elvis - Taguatinga Shopping; Koni - 209 Sul; Koni - 101 Sudoeste. Classificação indicativa: 14 anos.
Correio Braziliense segunda, 24 de abril de 2023
BRASILEIRÃO 2023: SAMPAOLI LAMENTA FALTA DE EFICIÊNCIA DO FLAMENGO EM DERROTA PARA O INTER
Sampaoli lamenta falta de eficiência do Flamengo em derrota para o Inter
Treinador argentino bateu na tecla da contundência e falta de eficiência para tentar explicar a primeira derrota do Flamengo no Brasileirão, no Beira-Rio
AE
Agência Estado
postado em 23/04/2023 20:21
(crédito: AFP)
Jorge Sampaoli conheceu, neste domingo (23/4), a primeira derrota como técnico do Flamengo. O clube rubro-negro perdeu para o Internacional, por 2 x 1, no Estádio Beira-Rio, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador lamentou o revés e a falta de eficiência do sistema ofensivo.
"A ideia é que o time construa desde baixo. E trate de chegar ao campo rival com mais posse de bola e com maiores possibilidades com a bola. E que não jogue um jogo de ida e volta. Venho falando isso desde a minha chegada. O time de hoje teve momentos muito bons de jogo, mas não aproveitou em frente ao gol rival. E o rival com muito pouco acabou ganhando o jogo", afirmou Sampaoli.
O argentino bateu na tecla da contundência para tentar explicar a primeira derrota do Flamengo no Brasileirão. "Penso que o time melhora durante o jogo. Teve muita possibilidade de fazer mais de um gol. Mas o futebol é contundência. Contundência nas áreas. E aí o time perdeu um jogo onde o desenvolvimento foi melhor, mas no final não", disse.
Sampaoli aproveitou ainda para alfinetar o rival. "O Inter estava muito feliz com o empate, mas em dois laterais eles nos pegam mal posicionados e fizeram dois gols em jogadas totalmente isoladas. Acredito que o Internacional esteve melhor nos 10 minutos iniciais do segundo tempo, onde eu comecei a pensar a trocar o esquema e os jogadores. Vi que o time não dava resposta ao posicionamento do Flamengo", afirmou.
O treinador ainda foi questionado sobre a saída de Pedro, que novamente foi preterido por Gabigol. Ele deixou o campo para a entrada de Marinho já no segundo tempo. Já o camisa 10 atuou durante os 90 minutos.
"Eu penso que, com tanto domínio, o time tinha que concretizar mais. Faltou eficácia no último toque na área. A substituição teve relação direta com o que o time precisava: de mais volume. Até a mudança do Pedro, o time estava neutro. Quando vejo que o time está neutro, eu tomo decisões. Era um centroavante ou outro E tomei a decisão pelo Gabigol", disse.
Com a derrota, o Flamengo segue com três pontos na tabela de classificação. O time rubro-negro venceu o Coritiba, na estreia, por 3 x 0. O próximo desafio pelo principal torneio do país é diante do Botafogo, no domingo (30/4), às 16h, no Maracanã.
Correio Braziliense domingo, 23 de abril de 2023
PEC DAS DOMÉSTICAS: DEZ ANO9 DEPOIS DE PROMULGADA, LEI AINDA É NEGLIGENCIADA
Dez anos depois de promulgada, PEC das Domésticas ainda é negligenciada
Promulgação da Proposta de Emenda Constitucional n.º 72 em abril de 2013 garantiu aos trabalhadores domésticos direitos trabalhistas. Informalidade, no entanto, predomina entre a categoria
DA
Diogo Albuquerque*
SO
Samara Oliveira*
postado em 23/04/2023 06:00 / atualizado em 23/04/2023 06:00
(crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)
Limpar a casa, cozinhar, lavar e passar. Esses são serviços comuns atribuídos ao dia a dia de trabalhadores domésticos. Depois de uma luta igualmente árdua empenhada por esses profissionais, a categoria conquistou direitos trabalhistas garantidos por lei somente em abril de 2013, por meio da PEC 72. Uma década depois da promulgação da PEC das Domésticas, como viria a ser conhecida, o cenário é ainda de desafio, apesar dos avanços.
Promulgada em 2 de abril de 2013, a Proposta de Emenda Constitucional nº 72 à Constituição de 1988, resultado de inúmeras mobilizações da categoria, garantiu aos trabalhadores domésticos direitos trabalhistas que antes eram restritos a outras categorias, como descanso semanal remunerado, férias, salário mínimo, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outros. Em 2015, foi aprovada a Lei Complementar nº 150, que regulamentou as alterações previstas pela PEC das domésticas.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), o trabalho doméstico é exercido, em sua maioria, por mulheres. Elas representam 92% de um total de 5,9 milhões de trabalhadores, 67% mulheres negras. Os dados apontam, ainda, que a informalidade é predominante entre as domésticas e tem sido uma tendência observada nos últimos 10 anos. Até janeiro de 2023, 4,4 milhões de trabalhadores, ou seja, 74,8% do total, atuavam sem carteira assinada. Em 2013, eram 4,1 milhões, equivalentes a 68,4% do total. Os dados são referentes ao trimestre encerrado em janeiro de 2023.
No último dia 17 de abril, a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal promoveu audiência pública em comemoração aos 10 anos da PEC das Domésticas. Presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a sessão reuniu auditores, deputados e sindicatos de trabalhadores domésticos, com objetivo de discutir e cobrar melhorias da PEC. Paim ressaltou que a luta pelos direitos das domésticas deve ser permanente.
"Vem de longe [a luta], vem de outros tempos, da época da escravidão, da casa grande. Temos muito por fazer e estamos no caminho do avanço. Oxalá um dia possamos dizer que no Brasil não há mais trabalho escravo ou análogo à escravidão", disse o senador.
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), ex-empregada doméstica, política ativista do movimento negro, feminista, ex-governadora e primeira mulher negra a ser senadora no Brasil, também participou da audiência. Para ela, mesmo transcorridos 10 anos da promulgação da PEC das Domésticas, ainda há uma falta de conscientização social dos empregadores. "É preciso que a sociedade e o governo divulguem esses direitos, que digam que o empregador não tem prejuízos em dar os direitos do trabalhador. São necessárias campanhas e propagandas para que eles se conscientizem de seus direitos e possam reivindicar. O momento, agora, é de dialogar com a sociedade", afirma.
A parlamentar destaca, ainda, que o suporte para garantir o cumprimento da PEC e da fiscalização é, atualmente, reduzido. E que é necessário que o governo faça a sua parte. "Toda conquista já ajuda que a trabalhadora doméstica esteja mais inserida no mercado formal. As domésticas têm que estar em uma posição de poder usufruir dos benefícios do governo. Ainda hoje, no Brasil, encontramos trabalhos similares ao [regime] escravo", pondera.
Benedita lembra que, durante o período da Constituinte, dizia-se não caber na Constituição essa previsão de direitos, mas declarou sempre ter defendido a regulação das relações de trabalho. Benedita ressalta que brigou muito pela aprovação da então PEC das Domésticas no Congresso e assinalou que, atualmente, as mulheres, por exemplo, continuam buscando a manutenção de suas conquistas. "Enquanto estivermos precisando desses serviços, precisamos tratar [os profissionais domésticos] com os mesmos direitos dos demais trabalhadores. Somos seres humanos e temos o direito a um bem-viver", disse a deputada na audiência.
Os obstáculos para fiscalização da legislação
O sucateamento do Ministério do Trabalho é apontado como um dos principais obstáculos que prejudica as fiscalizações do trabalho das domésticas. Com baixo efetivo no quadro de auditores fiscais do Trabalho, de servidores administrativos, poucos veículos e falta de verba para equipamentos, o Ministério se vê em apuros para arcar com toda a demanda de fiscalização. A auditora fiscal do Trabalho Terezinha de Lisieux Rodrigues lembra que quando começou a trabalhar como auditora, a pasta dispunha de um quadro com pouco mais de 3.200 auditores. Hoje, o número é inferior a 2 mil servidores, conta.
"Nosso trabalho é eficiente dentro do que podemos fazer, e o mérito disso é o esforço pessoal de cada um pela causa. Mas esse trabalho poderia ser melhor e, para isso, necessitamos de um novo concurso público urgente e de melhor aparelhamento da auditoria", defende. Além da defasagem do Ministério do Trabalho, que está há 10 anos sem concurso público, a falta de verba para campanhas de conscientização também tem contribuído para a perpetuação de práticas abusivas no mercado de trabalho.
A presidente da Associação Brasiliense das Empregadas Domésticas Samara Regina da Silva Nunes, 53, destaca que as principais reivindicações da categoria hoje são o direito de recebimento do Programa de Integração Social (PIS); aumento de três para cinco parcelas de seguro-desemprego, conforme piso salarial e a volta do Programa de Recuperação dos Empregadores Domésticos (Redom), com dedução no imposto de renda para os trabalhadores domésticos. "Mesmo com a PEC, o que se observa ainda é muita informalidade, muitos empregadores que não assinam a carteira da empregada com aquela velha justificativa de que elas são da família", argumenta.
Escravidão contemporânea
Por desconhecer seus direitos, muitas domésticas são convencidas por seus patrões a trabalhar sem carteira assinada, o que as coloca em uma posição de vulnerabilidade e insegurança, afirma Samara Regina da Silva Nunes, 53. "Em pleno século XXI, ainda há muito assédio moral, sexual, condições degradantes. Os próprios empregadores estimulam a informalidade, utilizando de má-fé. Falam que assinar a carteira pode fazer com ela perca benefícios, como o Bolsa Família, o que é totalmente falso, e alegam justa causa na demissão para negar o FGTS aos trabalhadores", explica.
De acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, foram resgatados, nos primeiros 100 dias do governo Lula, 1.127 trabalhadores em situação análoga à escravidão. O procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) da região de Patos de Minas (MG), Thiago Lopes de Castro, 38 ressalta que, diferente dos trabalhadores rurais, as empregadas são exploradas por décadas, perdem completamente o vínculo com seus familiares e se encontram em estado mais vulnerável. "As denúncias são feitas geralmente por vizinhos ou pela assistência social. São pessoas que trabalham de domingo a domingo, com ausência total de remuneração e uma carga horária exaustiva. Então, esses trabalhadores ficam refém dos empregadores", detalha.
A exploração das domésticas se inicia antes mesmo do fim da terceira infância, quando são levadas a acreditar em uma promessa de uma vida melhor na cidade. Logo, a escravidão contemporânea se faz presente por meio da chamada dívida de gratidão, em que a trabalhadora é tratada como membro da família. Os patrões agem para isolar a doméstica da sociedade, fazendo com que ela não pertença a lugar algum para assim não despertar a consciência de sua escravidão.
"Elas normalmente são tiradas das famílias cedo e não tem pra quem voltar, então a única sensação de pertencimento é aquilo que ela conhece, que é a patroa. Se ela conseguir eventualmente sair dessa patroa, ela vai para outra, é um ciclo vicioso" explica Gislene Alexandre, 28, escritora e ex-empregada doméstica.
Thiago e Gislene argumentam que a falta de legislação específica para proteger as trabalhadoras domésticas e a falta de políticas públicas para amparar aquelas que foram resgatadas de situações de exploração são questões preocupantes, e que este é um grande desafio do governo. "É necessário criar políticas públicas de assistência social integral às vítimas pós-resgate, como assistência de moradia, de alimentação, psicológica, médica, odontológica, assessoria jurídica, assessoramento financeiro, para inclusão digital e educacional", aponta Thiago.
Volta por cima
Natural de Três Pontas, município da região sul de Minas Gerais, e filha de trabalhadores rurais, a escritora Gislene Alexandre, 38 anos, trabalhou durante 15 anos como empregada doméstica. Desde pequena ela entendia as circunstâncias sociais que a cercavam. "Na minha casa tinha banheiro, era um privilégio comprado à realidade dos meus colegas de classe", lembra.
Pouco depois, a família se mudou para um casebre nos fundos de uma outra fazenda, onde não tinha água encanada. "A gente tinha que buscar água no fundo de uma cisterna", recorda. O pai saía para trabalhar durante o dia e a mãe cuidava da casa dos patrões. Foi vivendo essa rotina que Gislene, ainda criança, sentiu a necessidade de trabalhar para ajudar a família.
Já atuando como doméstica na cidade, ainda menina, Gislene dividia seu tempo entre o trabalho e os estudos. Porém, aos 12 anos, a patroa a impediu de continuar frequentando a escola para dar conta do trabalho. Mas as frequentes mudanças de emprego não impediram que os abusos prosseguissem. Ela conta que aos 17 anos uma patroa a manteve em casa durante três meses a fio. "Foi difícil sair, parte por causa da patroa, parte por causa da dívida de gratidão", diz.
Com determinação, Gislene retomou os estudos aos 22 anos, concluindo o ensino médio aos 28. Aos 30, ficou entre os primeiros colocados no vestibular da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), cursando bacharelado interdisciplinar em ciência e economia. Giza, como é tratada pela família e os amigos, sempre gostou de ler e escrever e viu na universidade uma oportunidade de dar voz às mulheres de contextos semelhantes aos seus. Lançou, então, o livro Vozes do Campo: Emancipação da Trabalhadora Rural Contra a Violência Doméstica.
Seu livro ultrapassou barreiras e foi aclamado ela crítica. Foi convidada a ocupar o cargo de diretora executiva da Confederação Latino-americana de Escritores, Poetas e Artistas do Mundo. Hoje faz sua segunda graduação e afirma que "todo e qualquer direito só é conquistado pela luta dos trabalhadores e trabalhadoras".
Escravizada por 38 anos
Submetida ao trabalho doméstico desde os 8 anos de idade, Madalena Gordiano Costa foi resgatada aos 46 depois de prestar serviço à duas gerações de uma família abastada de Maria das Graças Milagres Rigueira, de Patos de Minas (MG). Trabalhava de domingo a domingo em uma jornada exaustiva, sem descanso, férias ou qualquer outro direito trabalhista, ganhando entre R$ 100 a R$ 200. “Fazia de tudo, trabalhava o dia inteiro sem receber hora extra”, diz.
Ela lembra que as acomodações reservadas a ela eram degradantes. “Dormia em um quarto pequeno sem janela, onde ficava o material de limpeza. As únicas coisas que eu tinha eram três camisetas”, conta. Madalena foi resgatada em novembro de 2020, após denúncias de vizinhos. “Aproveitava a noite, enquanto meus patrões estavam dormindo, para mandar bilhetes pros vizinhos por debaixo da porta, pedindo 10 reais e sabonete”, lembra.
Vida nova
Madalena foi indenizada na justiça e recebeu um apartamento no valor estimado de R$ 600 mil, um carro em R$ 70 mil e mais R$ 20 mil em dinheiro. Agora com liberdade e aos 49 anos, ela quer levar a vida com tranquilidade. “É outra vida, né? Comprei meu apartamento e voltei a estudar pelo EJA. Gosto muito de passear”, afirma.
A história de Madalena não é única no país. Apesar da abolição da escravatura ter sido assinada em 1888, casos de resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão têm sido cada vez mais frequentes. De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, 2.575 trabalhadores foram resgatados nessa situação em 2022, em um total de 462 fiscalizações realizadas no ano em todo o país.
De acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o empregador que submeter alguém a trabalho escravo, ou a condição semelhante, independentemente de consentimento, mediante fraude, violência, ameaça ou coação, pode ser condenado de 2 a 8 anos de prisão, além de pagamento de multa. O artigo prevê, ainda, aumento da pena quando o crime for cometido contra a criança ou o adolescente e incluir preconceito de raça, etnia, religião ou origem.
Correio Braziliense sábado, 22 de abril de 2023
PARQUE DA CIDADE: RECANTO É O MAIOR DO BRASIL
Parque da Cidade é o maior do Brasil; veja outras curiosidades
O parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek é um dos locais mais bonitos da jovem capital e merece ser celebrado no aniversário de 63 anos de Brasília
NG
Naum Giló
postado em 21/04/2023 03:55
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Além de proporcionar uma experiência agradável aos visitantes, com intensa arborização e o lago cujas imediações são ideais para piqueniques, o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek também é um espaço bastante usado pelo brasilienses para a prática de esportes. O cartão postal localizado no centro de Brasília é o maior parque urbano do Brasil, com 420 hectares de área. O local recebe, em média, 14 mil pessoas de segunda a sexta-feira e 37 mil aos fins de semana, sendo um dos maiores pontos de encontro de turistas e brasilienses em busca de momentos de paz e lazer.
O parque é um luxo na paisagem urbana da aniversariante Brasília. Com projeto de Oscar Niemeyer, obra paisagística de Burle Marx e área urbanística desenvolvida por Lucio Costa, o parque ainda coleciona azulejos de Athos Bulcão.
O servidor público Alexandre Araújo de Oliveira Silva, 38, frequenta o local três vezes por semana para correr. "É o espaço que mais gosto para praticar esportes, principalmente a corrida. O parque é vida, encontro com amigos e saúde", descreve. Sharlene de Sousa Santos, 39, gosta de usar as pistas do parque para andar de patins. O local costuma ser destino para a moradora de Sobradinho aos domingos e às quartas-feiras, após o trabalho. "Gostaria muito que houvesse um parque como esse perto da minha casa. Por lá, não tem muitos percursos seguros para andar de patins", lamenta a técnica em radiologia.
Sharlene gosta muito do Parque da Cidade, mas defende que deve haver melhorias na iluminação do espaço. "Já deixei de vir para cá, por considerar o horário muito tarde e não achar seguro para mim", confessa.
O parque é uma rotina na vida de Izadora Nogueira, 30. O local é rota entre a sua casa e o trabalho, trajeto que faz diariamente de bicicleta. Ela chegou a Brasília há apenas dois meses, vinda de Goiânia. "Acho o parque lindo. Às vezes, estou muito estressada e fico à beira do laguinho, vendo os gansos. Isso me distrai e relaxa", diz a assessora jurídica.
Izadora conta que é possível ir de casa para o trabalho por outros caminhos, mas que faz questão de passar por dentro do Parque da Cidade. "Acho muito bom, sinto-me segura. Sempre tem gente caminhando por aqui".
O educador físico Fábio Henrique Martins Mesquita, 28, dá aulas de futevôlei na quadra de areia localizada próxima à administração do parque. São mais de 100 alunos, em três turmas, que aproveitam o local para praticar o esporte sob o sol matinal do Planalto Central. "O Parque da Cidade é o lugar mais especial de Brasília. É bem cuidado, apesar de precisar de algumas melhorias. Mas é meu lugar preferido na cidade", revela Fábio.
Ele é morador do Sudoeste e vai para o parque de bicicleta todos os dias. Quando não é para ministrar as aulas para os alunos, é para o treino próprio. Fábio também é atleta amador e usa o espaço para correr. Entre as melhorias necessárias, o educador físico aponta a iluminação pública e uma maior quantidade de chuveiros.
O Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek é uma dos principais áreas públicas de lazer do Distrito Federal e é, também, o local onde diversos comerciantes ganham o sustento. Efigênia Gomes, 63, está há 17 anos fazendo massoterapia em visitantes do parque. Ela conta que o parque não mudou muito desde então, exceto pela segurança. "De cinco anos para cá, aumentou muito o número de pessoas em situação de rua por aqui. Já houve dias em que cheguei ao meu ponto e encontrei pessoas dormindo aqui dentro", desabafa Efigênia.
Ela atende cerca de 30 pessoas por semana no ponto que fica próximo à administração do parque e às quadras de areia. "Para mim, o parque é diversão, é estar no meio da natureza, dos pássaros e é, principalmente, o meu ganha-pão", diz a massoterapeuta. "Neste aniversário, o meu desejo para Brasília e para o Parque da Cidade é mais segurança".
Procurada pelo Correio, a Secretaria de Esporte e Lazer informou que traçou um mapeamento dos pontos de iluminação do Parque da Cidade, que foi repassado para a Companhia Energética de Brasília (CEB) e Neoenergia. Segundo a pasta, ambos os órgãos estão fazendo as manutenções necessárias.
Em relação aos moradores de rua, a secretaria informou que está em contato com os órgãos responsáveis com o intuito de elaborar um plano de trabalho para solucionar a situação da melhor forma possível. Sobre as ocorrências de furtos, foi informado que o policiamento será reforçado para dar mais segurança aos frequentadores do parque.
Correio Braziliense sexta, 21 de abril de 2023
ANIVERSÁRIO DE BRASILIA: CAPITAL AMANHECE EM FESTA - CONFIRA AS ATRAÇÕES
Brasília amanhece em festa. Confira as atrações do aniversário da cidade
O aniversário da cidade é momento marcante para os brasilienses que podem se jogar nas atrações para todas as idades e gostos. Momento que, devido a pandemia, há três anos não era vivido na plenitude pelos moradores
MS
Mariana Saraiva
postado em 21/04/2023 06:11
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
A capital do Brasil celebra hoje 63 anos de memórias. Para o Correio Braziliense a data tem dupla importância. Porque o jornal nasceu com a cidade e acompanhou de perto todo os progressos e mudanças ocorridas no planalto central. E para um dia especial, o Distrito Federal está repleto de programações para todas as idades e gostos.
As atividades começam cedo, logo às 7:00 da amanhã, com a Maratona Brasília. A largada será em frente ao Palácio do Buriti. Os apaixonados pelas corridas de rua, fazem percursos de 5km, 10km e 42km. E para possibilitar que mais participantes completem o circuito, os 42Km podem ser realizados por dois corredores, cada um percorrendo 21km. Os três primeiros lugares levam um troféu e será feita a entrega de mais de 50 mil prêmios, ao todo.
O evento também tem apresentações culturais gratuitas, no mesmo local da largada, para animar os participantes, curiosos e os que esperam alguém concluir a corrida. Na saída dos atletas, o Batukenjé dá a primeira injeção de energia com ritmos afro-brasileiros embalados pelo grupo percussivo. Também marcam presença, as 13 crianças da banda Musicando no Cerrado, pequenos talentos da música clássica. Entre 10h30 e 11h, começam as premiações dos primeiros competidores a cruzar a linha de chegada, dos percursos de menor extensão. Logo em seguida, o tradicional Bloco Eduardo e Mônica homenageia o rock de Brasília, um patrimônio da cidade.
Na Torre de TV, as festividades do aniversário estarão a todo o vapor durante todo o final de semana. O palco montado no local recebe várias atividades culturais e shows. Maiara e Maraísa, Joelma, Fundo de Quintal e a Orquestra Teatro Nacional são algumas das atrações para o aniversário da capital federal. O evento começa hoje e vai até o domingo (23/04). Além dos espetáculos musicais, haverá uma série de atividades infantis, como brinquedos infláveis, pinturas de rosto, cosplay e apresentações teatrais com a Cia Teatral Neia e Nando. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
A comemoração é um momento marcante para os brasilienses, que precisaram esperar três anos, por conta da pandemia, por uma grande celebração do aniversário da cidade. Mas as comemorações em torno da data começaram já no início do mês, com as atividades do Abril Indígena, que serão realizadas até dia 25 no Memorial dos Povos Indígenas (MPI). A programação inclui oficinas, contação de histórias para crianças, debates e feira de artesanato, reunindo a riqueza cultural de diversas das etnias espalhadas pelo Brasil.
Já no Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), a festividade dura a semana inteira, com atrações artísticas, exibição de filmes, concerto sinfônico, atividades infantis, feira cultural, exposições e até baile de aniversário, além de homenagem ao jornalista, escritor, poeta e agitador das artes de Brasília, TT Catalão. Os eventos ocorrem até domingo.
Confira a programação completa:
21/04 – Hoje 7h - Maratona Brasília 10h à 18h – Atividades infantis da cidade KIDS 10h – Mágico Tio André 11h -Teatro Neia e Nando 12h – Contação de História Nyedja Gennari 16h – Maiara e Maraisa 18h – Enzo e Rafael 19h – Melão 20h – Fim do evento
22/04 – Amanhã 10h às 18h – Atividades infantis da cidade KIDS 10h – Mágico tio André 11h – Teatro Neia e Nando 14h – Contação de história Nyedja Gennari 16h – Nego Rainner 18h – Joelma 20h – Fim do evento
23/04 – Domingo 10h às 18h – Atividades infantis da cidade KIDS 10h – Mágico Tio André 11h – Teatro Neia e Nando 12h – Contação de história Nyedja Gennari 14h – Fundo de Quintal 18h – Orquestra Teatro Nacional 20h – Fim do evento
Correio Braziliense quinta, 20 de abril de 2023
FERIADÃO: BOM MOMENTO PARA COLOCAR O PÁ NA ESTRADA E TAMBÉM CURTIR A CAPITAL
Um feriadão bom para colocar o pé na estrada e também curtir a capital
Muitos brasilienses vão aproveitar a folga prolongada para viajar. Entre hoje e amanhã, cerca de 9 mil pessoas devem deixar a capital, somente de ônibus. Outros devem seguir de carro para destinos próximos, como Pirenópolis e Alto Paraíso
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Júlia Eleutério
MF
Mila Ferreira
postado em 20/04/2023 06:00
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Neste ano, o 21 de abril cai em uma sexta-feira e traz uma ótima oportunidade para curtir uns dias de relaxamento, seja aproveitando as atrações disponíveis na capital ou dando aquela esticadinha nas cidades próximas. Para quem fica, a programação do aniversário de Brasília oferece um leque variado de opções. Porém, se você é do time que gosta de aproveitar feriados prolongados para viajar, esta é a hora.
De avião, de carro ou de ônibus, milhares de brasilienses vão aproveitar a data — que celebra Tiradentes e o aniversário de Brasília — para colocar o pé na estrada. Segundo o Consórcio Novo Terminal, responsável pela gestão do Terminal Rodoviário Interestadual de Brasília, entre sexta (21/4) e sábado (22/4), mais de nove mil pessoas devem viajar de ônibus, embarcando da capital. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) espera um grande movimento nas rodovias que saem do Distrito Federal.
Segundo o marketplace de vendas de passagens rodoviárias DeÔnibus, fazendo uma comparação entre a terceira semana de março (sem feriado) e o mesmo período de abril (pré-feriado), houve um aumento de 40% na venda de passagens que partem do Distrito Federal. Os destinos mais procurados, de acordo com a empresa, são Goiânia, Caldas Novas e Anápolis.
De acordo com o Consórcio Novo Terminal, responsável pela gestão do Terminal Rodoviário Interestadual de Brasília, os destinos mais procurados por quem vai viajar de ônibus no feriadão são Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Caldas Novas e Belo Horizonte. Durante todo o feriado prolongado, até a próxima segunda-feira (24/4), a previsão é de mais de 24 mil passageiros saindo e chegando à cidade por meio do local. Caso necessário, ônibus extras serão disponibilizados para atender à demanda de passageiros, de acordo com o consórcio.
A PRF vai fortalecer o policiamento e a fiscalização nas rodovias federais que passam pelo DF. De acordo com o chefe do Serviço de Operações da Superintendência da corporação no DF, Ronildon Miranda, em feriados prolongados, o fluxo é maior na saída de Brasília do que na entrada. "Geralmente, em períodos como esse, tem mais gente saindo daqui, rumo ao Goiás e à Bahia", comenta. "Além do combate ao crime, vamos atuar também no fortalecimento da segurança viária, para evitar acidentes", acrescenta Miranda.
O gestor público Vinícius Melasso, 29 anos, vai aproveitar os três dias de folga em Pirenópolis (GO), com os amigos. É a quarta vez que o brasiliense vai até a cidade e prefere sempre se deslocar de carro. "Pirenópolis é um lugar muito agradável, que costuma ficar bem agitado nos feriados. Como as passagens de avião estão absurdamente caras e, por ser perto, 'Piri' se torna um lugar muito atrativo para os brasilienses", observa.
Na charmosa cidade goiana, um grande evento vai atrair turistas de várias regiões, conforme revela a secretária municipal de Turismo, Vanessa Leal. "Temos alguns eventos acontecendo na cidade neste fim de semana, inclusive o show do Nando Reis. Estamos preparados e esperamos muitos turistas para aproveitar a cidade", relata. De acordo com Vanessa, a expectativa é que o setor hoteleiro local atinja 100% de ocupação. "Temos cerca de 8.000 leitos e esperamos que todos fiquem ocupados. E, a partir do momento em que a cidade está cheia, todos os setores aproveitam", comenta a gestora.
Em Goiás, Alto Paraíso é outro destino bastante procurado por turistas brasilienses que buscam cidades próximas para descansar. O setor turístico da Chapada dos Veadeiros está se organizando de forma estratégica para o feriado. A Chapada conta com cerca de 3.500 leitos que atendem a diferentes perfis de turistas. De campings a pousadas charmosas e mais intimistas, os visitantes têm várias opções.
"Entre as medidas adotadas, podemos destacar a ampliação da capacidade de hospedagem, a oferta de pacotes promocionais, eventos na região, como o aniversário da Vila de São Jorge, e retiros de saúde e bem-estar, como o que vai acontecer na pousada Morro da Baleia, que é uma imersão focada na técnica de respiração conhecida popularmente como renascimento", detalha Andrea Manzan, presidente da Associação Chapada dos Veadeiros.
Pelos ares
A Inframerica estima um fluxo de 180 mil pessoas no Aeroporto Internacional de Brasília, entre hoje e 24 de abril. A quantidade de passageiros no aeroporto deverá ser próxima ao número registrado no feriado de Páscoa. Estão previstos 1.414 pousos e decolagens durante o feriado. Os destinos mais procurados para quem vai sair da cidade por transporte aéreo são: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Para receber o acréscimo no fluxo, a companhia incluiu maior vigilância no terminal brasiliense, além de um trabalho em conjunto com as companhias aéreas para evitar filas e aumentar o atendimento aos passageiros.
Sem sair do quadrado
Enquanto para alguns brasilienses este feriado é aquela oportunidade para viajar, para outros, o momento é de ficar em casa e também de aproveitar o que a capital aniversariante tem a oferecer. Nesse sentido, o comércio local vê a data comemorativa dos 63 anos de Brasília com entusiasmo.
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Sebastião Abritta ressalta que, pela experiência e levantamentos feitos anteriormente, o sindicato entende que o movimento poderá ser maior nas lojas de shoppings na data do aniversário da capital. "As pessoas vão passear nos shoppings e ir às praças de alimentação, então ficam circulando e acabam passando o dia de feriado lá, podendo fazer compras", destaca, pontuando uma movimentação mais evidente nas lojas de departamento, que oferecem uma variedade maior de produtos.
É o que espera a superintendente do centro de compras e experiências do Park Shopping, Natália Vaz. "Sempre registramos aumento de fluxo e, consequentemente, de vendas nos feriados emendados com o fim de semana", aponta. "Acreditamos que teremos um feriadão de ótimo movimento, tanto para o varejo como também para as áreas de entretenimento e alimentação", prevê.
Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Brasília (Abrasel-DF), Beto Pinheiro, as datas comemorativas, em Brasília, costumam beneficiar alguns restaurantes da cidade. "Vai depender muito do conceito e da localização da casa. Quem tiver um empreendimento mais voltado para a família ou social, em todo feriado, vai ter mais movimento", garante. "Neste feriado, acreditamos que possa ter aumento de até 50% em relação aos dias normais", calcula.
Dono de um restaurante no Setor de Clubes Sul, Valmir Biberg afirma que a expectativa de movimento para amanhã é alta. "Em todos os feriados, costumamos ter ocupação máxima, por conta do caráter familiar da casa", ressalta. "Temos várias novidades no cardápio, por conta da data. São entradas e sobremesas, além de um novo prato principal", revela. "Também temos itens em homenagem à cidade, como os drinks Brasília, Catedral e Supremo", complementa.
Sobre a preparação, o empresário reforça que toda a equipe fica à disposição. "Além disso, os treinamentos nas semanas que antecedem essas datas são voltados para os detalhes inerentes à casa com máxima ocupação. É importante lembrar que, num dia como o aniversário de Brasília, costumamos atender mais de 1.000 pessoas, entre almoço e jantar", destaca Biberg.
Apaixonados pela capital
A família Moreira dos Santos fortalece o time dos que não vão sair da cidade nesta data e certamente vai ajudar a incrementar a economia local. O casal brasiliense Paulo Henrique, 36, e Adriela Simão, 35, conta que nunca deixou de estar em Brasília na ocasião do aniversário.
"Nascemos, crescemos, estudamos, nos casamos e tivemos nossos dois filhos aqui. Somos filhos legítimos de Brasília e temos um amor imenso pela cidade, que fazemos questão de transmitir aos nossos meninos", revela o arquiteto, que conta ser um fã incondicional do urbanismo e dos monumentos da capital. "Não desperdiço nenhuma oportunidade de desfrutar o que a cidade tem de tão lindo para oferecer, e isso inclui os bares e restaurantes, dos quais somos frequentadores assíduos", explica Paulo, frisando que está com todo o roteiro programado para curtir toda a programação local. "A gente até viaja bastante, mas o 21 de abril é tão sagrado quanto o Natal", conclui.
Correio Braziliense quarta, 19 de abril de 2023
MARATONA BRASÍLIA 2023: VEJA HORÁRIOS E DATAS PARA RETIRADA DO KIT ATLETA
Maratona Brasília 2023: veja horários e datas para retirada do kit atleta
Corrida ocorre no dia do aniversário de Brasília, em 21 de abril, e conta com percursos que variam entre 5km, 10km e 42km (solo ou revezamento de 21km cada)
DO
Débora Oliveira
postado em 17/04/2023 23:04 / atualizado em 17/04/2023 23:11
(crédito: Arquivo CB/CB/D.A Press)
A tradicional Maratona Brasília estará de volta ao calendário esportivo do Distrito Federal no dia 21 de abril, aniversário de Brasília e do Correio Braziliense. Com o chamado Corra, brasiliense, corra!, o evento faz um resgate das tradicionais corridas de rua e abre espaço para a nova geração de corredores da cidade, com percursos de 5km, 10km e 42km — tendo no último a possibilidade de revezamento, com cada um dos participantes percorrendo 21km do percurso.
A largada e a chegada dos três percursos da corrida ocorrem no Palácio do Buriti. O de 5km passa pela Catedral Rainha da Paz e retorna ao ponto de partida. Já a de 10km vai um pouco além, e os corredores que estiverem nessa categoria devem descer até o Shopping Popular e retornar. O percurso de 42km na possibilidade de solo ou dupla faz o formato do avião, passando pelo eixo e asas Sul e Norte.
A Maratona de Brasília já faz parte da história da capital. Com uma premiação robusta, a maratona atraía não só turistas, mas também corredores de elite que passaram a ser convidados pela direção da prova.
Neste ano, cada inscrição dará direito ao kit da corrida, composto por uma camiseta, braçadeira porta celular, ecobag, número de peito e uma medalha de participação. Os corredores inscritos deverão fazer a retirada do Kit Atleta no Atacadão Dia a Dia (SIA - Área Especial, Qd. 5C), das 10h às 20h no dia 19 e no dia 20 de abril.
A prova começa às 6h30, com alongamento, e a largada está marcada para 7h. A festa conta com programação variada, que inclui batukenjé, kangoo dance, homenagem aos atletas, apresentação da Banda Musicando no Cerrado e do Bloco Eduardo & Mônica. E a conclusão do evento será com a premiação dos melhores atletas. Os vencedores de todas as modalidades receberão troféu e serão distribuídos R$ 50 mil reais em prêmios. As inscrições para a maratona já estão encerradas.
Serviço
Data: 21 de abril de 2023
Horários: aquecimento, às 6h30; largada, às 7h
Local da largada: Frente ao Palácio do Buriti
Percursos: 5km, 10km e 42km (solo ou revezamento de 21km cada)
Kit corrida: camiseta, medalha, número de peito, ecobag em algodão e braçadeira porta celular
Retirada do Kit Atleta dia 19 e 20, no Atacadão Dia a Dia (SIA - Área Especial, Qd. 5C) das 10h às 20h
Correio Braziliense terça, 18 de abril de 2023
VIOLÊNCIA: ENFRENTAMENTO DO BULLYING NAS ESCOLAS DEVE COMEÇAR EM CASA
Enfrentamento ao bullying nas escolas deve começar em casa
Especialistas ouvidos pelo Correio falam sobre combate e prevenção ao bullying, uma violência que pode gerar graves consequências psicológicas e comprometer o futuro de crianças e de adolescentes
MF
Mila Ferreira
postado em 18/04/2023 06:00
(crédito: Caio Gomez)
O bullying gera graves sequelas psicológicas em crianças e adolescentes e está relacionado a atos de violência no ambiente escolar. A prática consiste em atos constantes de intimidação, como xingamentos, agressões e humilhações em geral, que podem ser verbais ou físicas. No Distrito Federal, após recentes ameaças, a Secretaria de Educação (SEEDF) tem oferecido acolhimento e ações pedagógicas para combater esse tipo de conduta nas unidades de ensino.
A estudante de comunicação Lorrana Lemos, 22 anos, é um exemplo de jovem que sofreu com esse tipo de atitude e superou. "A época do ensino médio foi a pior. As pessoas me excluíam e me chamavam de pé de pato, por causa do pé plano; de bruxa, por causa do meu cabelo;e de burra, por causa da dislexia", relembra. "Tive muitos traumas. Às vezes, não ia para a escola, porque tinha medo e crises de ansiedade", acrescenta a jovem.
Lorrana conta que superou os abusos sofridos graças ao tratamento psicológico e ao apoio da família. "A terapia tirou a angústia que eu sentia dentro do meu coração. Na terapia, eu me sentia livre, porque podia contar o meu lado da história. Com isso, consegui superar o bullying e colocar um ponto final naquilo que me machucava", relata. "Meus pais sempre estiveram ao meu lado. Minha avó foi quem mais me ajudou. Ela ia sempre na escola conversar com os professores e com a coordenação. Ela me acolhia quando eu estava mal e me apoiava em tudo", destaca.
O amparo da escola também foi fundamental, segundo Lorrana. "Quando eu relatava os abusos sofridos, a diretora me chamava para conversar e eu contava tudo. Eles me levavam para a sala de apoio para conversar com a terapeuta, realizavam palestras sobre bullying, chamavam pais de alunos que me humilhavam, falavam com a turma etc.", descreve. Para a estudante, guardar mágoas não é a melhor solução. "Já quis muito me vingar, mas, com ajuda da minha família, amigos e terapeuta, vi que o melhor troco é não dar ouvidos e seguir em frente. Foi o que fiz. Eu levei tudo como um aprendizado", finaliza Lorrana.
Reflexo
A psicóloga Jhanda Siqueira afirma que os alunos que praticam bullying na escola geralmente têm problemas com os pais. "Nenhuma criança que pratica esse tipo de ato tem em casa uma boa base e amor incondicional. Uma boa base é quando a criança é aceita, vista, ouvida, onde ela pode ser criança e pode errar sem sofrer severas consequências", explica. "Uma criança muito criticada se sente insuficiente. Ela tem a sensação de que só merece amor se for perfeita, então, está sempre com a sensação de que está devendo. A criança que foi muito criticada ou muito negligenciada fica sem liberdade para ser quem ela é e acaba criando uma energia concentrada de raiva por estar sempre sentindo que está inadequada. Um sentimento de inadequação e de invisibilidade faz com que ela vá para a escola com a tentativa de ser vista por meio do bullying", completa.
Jhanda ressalta que apenas dizer aos filhos para aceitarem as diferenças na escola não é suficiente. É preciso dar o exemplo no lar. "As crianças precisam ter suas diferenças respeitadas dentro de casa para que possam respeitar as diferenças alheias na escola", informa a psicóloga. "Se ela se sente a vítima em casa, quer ser a vilã na escola. Para ela, o vilão é mais poderoso, pois ele causa medo nos outros. A vítima sente medo, se sente pequena e insignificante. Ela pratica o bullying na tentativa de ser vista, de se sentir potente, menos inferiorizada. Não porque ela seja má, mas porque não encontrou um jeito saudável de ser vista. Não tem como impedir uma criança de ser abusiva com outra sem dar uma base em casa", orienta.
Paz nas escolas
Em março de 2022, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) implementou o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas. A Portaria nº 281 institui uma comissão encarregada de discutir, propor e criar ações para promover a paz nas unidades da rede pública de ensino. O documento também prevê acolhimento e iniciativas pedagógicas relacionadas à mediação de conflitos, incluindo o combate ao bullying e à comunicação violenta.
Esse grupo é o encarregado de oferecer propostas buscando o fortalecimento da escola como espaço para reflexão e enfrentamento das várias formas de violência — física, psicológica e sexual — no contexto escolar. Entre as ações, estão a distribuição para todas as instituições do Caderno de Convivência Escolar e Cultura de Paz, a criação de um canal direto entre os coordenadores das Regionais de Ensino e a Polícia Militar, o reforço do efetivo do Batalhão Escolar, a continuidade da operação de revista nas portas das escolas e nas salas de aula.
As ações para a promoção da cultura de paz nas escolas estão sendo feitas por meio de equipes de psicólogos, profissionais especializados em mediação de conflitos e comunicação não violenta, além de apoio à saúde emocional da comunidade escolar, tanto estudantes, como professores e servidores, com acolhimento e seções de escuta solidária em projetos de gerenciamento de estresse.
Opinião
Patricia Mey Carmo, psicopedagoga institucional e clínica
O bullying se tornou um problema de ordem estrutural. Há de ser analisado de forma sistêmica. Tenho trabalhado em educação há 40 anos, dentro e fora de escolas de classe média alta. Minha vasta experiência enquanto educadora de crianças e adolescentes brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, tem sido positiva visto que é desenvolvido um trabalho preventivo ao bullying, não apenas remediativo.
O trabalho desenvolvido com crianças da educação infantil ao ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) de prevenção e combate ao bullying é primordial para conscientização dos alunos da necessidade de inclusão e aceitação das diferenças. A ideia é que somos todos diferentes, e isso nos torna iguais.
Desde os três anos de idade se faz necessário falar (e fazer refletir) sobre a importância de valorizar e respeitar a si mesmo, o outro, como pensa, veste-se e comporta-se, mesmo que eu não concorde com ele. Isto é fundamental na formação de uma sociedade mais inclusiva. Parece cedo, mas não é. Valores morais, ética, respeito ao próximo, regras sociais, direitos e deveres em casa, na escola e na comunidade devem ser ensinados, discutidos (não impostos), construídos e seguidos dentro da família e da escola. Os pais precisam ser parceiros nesse processo de educação sócio-emocional de seus filhos.
Cabe à escola desenvolver um programa pedagógico de forma intencional e sistemática visando despertar nos futuros cidadãos a empatia, o respeito às diferenças, assim como a valorização dos diferentes pontos de vista.
Correio Braziliense segunda, 17 de abril de 2023
QUADRADINHO FASHION: CONHEÇA ESTILISTAS QUE SE DEDICAM À MORA EM BRASÍLIA
Quadradinho fashion: conheça estilistas que se dedicam à moda em Brasília
Prestes a comemorar o aniversário de 63 anos, Brasília abriga, desde muito cedo, diversas histórias de profissionais que iniciaram a carreira na capital e que, ainda hoje, se dedicam à moda no solo brasiliense
LG
Letícia Guedes*
postado em 16/04/2023 07:30
(crédito: Magenta Fotografia )
Quando o assunto é Brasília, considera-se impossível não trazer à tona a arquitetura singular que o lugar possui. Detentora da maior área tombada do mundo, Brasília foi, em 1987, inscrita pela Unesco na lista de bens do Patrimônio Mundial. As diversas formas criativas da arquitetura brasiliense cativam aqueles que têm o privilégio de admirá-las pessoalmente.
Contudo, apesar do belo cartão postal e da qualidade singular no quesito arquitetura, a capital não serve de inspiração apenas aos que aspiram assuntos relacionados às edificações. No ramo da moda, profissionais que iniciaram os trabalhos em torno de 10 anos atrás, conquistaram espaço, cada um com a sua essência, e fazem história vestindo pessoas com suas marcas.
Paixão inesperada
Romildo Nascimento, pernambucano de 43 anos, foi descoberto em 2006, no concurso de novos talentos do Capital Fashion Week, participou de diversos eventos de moda e foi, mais tarde, finalista do reality Estilista Revelação 2012, apresentado por Xuxa. Atualmente, dedica-se à moda masculina, totalmente produzida na cidade em que mora desde os 15 anos de idade, Ceilândia.
O estilista iniciou a carreira de forma inesperada. Antes, funcionário de uma drogaria no Shopping Conjunto Nacional, Romildo foi convidado para assumir um cargo de confiança e, com o objetivo de melhorar sua expressão e performance no atendimento aos clientes, resolveu estudar teatro. No local, a cada seis meses, os alunos se juntavam para criar os figurinos que seriam utilizados nas peças.
Ao observar os modelos criados por Romildo, um professor o elogiou, despertando, então, o interesse do profissional pela moda. “Um professor viu os figurinos criados por mim e falou ‘olha, você tem bastante informação de moda e eu acho que seria bacana você seguir esse caminho’, então foi aí que me despertou o interesse”, explica o estilista.
Após o “empurrãozinho”, Romildo resolveu inscrever-se no Capital Fashion Week, evento, então, recém-surgido. E nasceu, assim, o primeiro projeto de moda criado por Romildo Nascimento. Infelizmente, o projeto apresentado por ele não recebeu a aprovação necessária; entretanto, o estilista lembra que os jurados tiveram a sensibilidade de convidá-lo para mostrar os motivos de o projeto não ter sido escolhido.
Romildo guardou todos os conselhos para lapidar o seu novo plano de moda, que seria apresentado no próximo concurso. No ano seguinte, em 2006, o novo projeto foi aprovado e, por meio do concurso de novos talentos, Romildo deu sequência à sua carreira na moda. Ele enfatiza a relevância das costureiras em seu trajeto profissional: “Vale ressaltar a importância das costureiras, porque elas me ensinaram muito no início; então, hoje em dia, eu sei costurar muito bem porque eu aprendi na prática com elas”.
Para Romildo, o que realmente o deixa grato e feliz é saber que existem pessoas que o conheceram em 2006 e que continuam a vestir suas coleções. O estilista procura criar peças atemporais, que possam ultrapassar décadas sem determinar uma época específica. “Você vai olhar aquela peça e ela não vai ter cara do anos 1950, dos anos 1960, dos anos 2000, de 2020. Eu quero que a pessoa compre agora e permaneça, 50 anos depois, elegante e moderna.”
O estilista conta que, apesar de ser um profissional autodidata, continua estudando e fazendo cursos para se aprimorar no assunto. Ele confessa que, às vezes, quando surgem alguns problemas, sente vontade de desistir, mas que, para ele, a moda é uma paixão e o moverá enquanto existir capacidade para dar continuidade aos trabalhos.
Dom hereditário
Letícia Gonzaga, estilista brasiliense, cursou design de moda no Centro Universitário Unieuro. Já formada em pedagogia, ela recebeu incentivo dos pais, do marido e, principalmente, da amiga Carolina Petrarca, que foi, inclusive, a responsável por realizar a inscrição de Letícia no vestibular.
Próxima à produção de roupas desde a infância, primeiramente em casa, as costureiras que por lá circulavam, e, posteriormente, com a abertura do ateliê da mãe, Maria do Carmo Gonzaga, que é, atualmente, sua sócia, a estilista cresceu conectada com o mundo da moda. Sempre convivendo com costureiras, a curiosidade de Letícia arrancava sorrisos das profissionais. “Tive oportunidade de conhecer de perto o processo prático e apaixonante da construção de uma roupa”, declara.
Em 2014, a estilista sentiu a necessidade de abrir seu primeiro espaço físico, pois queria expor o que era guardado em um ateliê, na W3 Sul. Letícia queria mais, então inaugurou, inicialmente como pop up, sua loja, na 211 Sul, que ficou aberta até 2020, quando fechou em decorrência da pandemia.
Letícia confessa que sente muito orgulho do reconhecimento que as clientes da cidade entregam ao trabalho produzido. “Valorizo e acho muito interessante, num mercado tão competitivo, a atenção e o crescimento da marca. Estamos em constante processo de evolução, costumo dizer que os passos de formiguinha nos trouxeram onde estamos.”
“Trabalhamos uma moda responsável, alinhadas à valorização do trabalho manual, com produção própria no ateliê da marca. Criações com história e alma a várias mãos”, esclarece a estilista, que nomeia sua moda como clássica, atemporal e versátil.
Letícia viu na pandemia um desafio à sobrevivência, mas tirou lições disso: “Acredito que a pandemia trouxe um aprendizado, fechamos nossa loja física, voltamos a atender no ateliê da marca e, oito meses depois, abrimos nossa loja e atual ponto, na QI 13, comércio local no Lago Sul. Sobreviver foi um grande desafio”, desabafa.
Correio Braziliense domingo, 16 de abril de 2023
LEVANTE DE VARSÓVIA: HÁ 80 ANOS,OS JUDEUS DESAFIAVAM O HORROR DO HOLOCAUSTO
Levante de Varsóvia: há 80 anos os judeus desafiavam o horror do holocausto
Há 80 anos, judeus do Gueto de Varsóvia colocaram suas vidas em risco e se insurgiram contra a campanha de deportação para os campos de extermínio. Eles criaram um exército clandestino que repeliu as tropas nazistas por quatro semanas
RC
Rodrigo Craveiro
postado em 16/04/2023 03:55 / atualizado em 16/04/2023 10:56
(crédito: Janek Skarzynski/AFP)
A maioria dos judeus confinados no Gueto de Varsóvia havia sido assassinada pelos soldados de Adolf Hitler, quando a revolta teve início, em 19 de abril de 1943. No verão de 1942, cerca de 250 mil entre os 480 mil moradores foram deportados para Treblinka, um campo construído no meio de uma floresta, a nordeste da capital polonesa, com um propósito: o extermínio. Entre os que escaparam da morte e ficaram no Gueto, surgiram atos de coragem, sacrifício e desespero.
Na próxima quarta-feira, o mundo renderá um tributo à bravura de judeus, homens e mulheres, que colocaram em risco suas vidas para salvar o próximo. Como Vladka Meed (leia abaixo), a jovem de 22 anos que contrabandeou armas e explosivos para dentro do Gueto e ajudou a esconder outros judeus.
Autor de The jewish heroes of Warsaw — The afterlife of the revolt ("Os heróis judeus de Varsóvia — A vida após a revolta") e professor de Estudos Judaicos da Universidade de Connecticut, Avinoam J. Patt explicou ao Correio que os integrantes da clandestinidade judaica formaram uma Liga Combatente Judaica dentro do Gueto e decidiram que, quando os nazistas chegassem para a liquidação final, prefeririam morrer a embarcar nos trens para o campo de extermínio de Treblinka.
"A maioria dos combatentes eram de movimentos juvenis, incluindo sionistas, integrantes da União Geral Operária Judaica (Bund), e sionistas revisionistas que formaram a milícia União Militar Judaica. Além do comandante Mordechai Anielewicz, a Liga Combatente Judaica tinha figuras de peso, como Marek Edelman (do Bund), Zivia Lubetkin (sionista), Michal Klepfisz e Vladka Meed", contou Patt.
Após o primeiro choque com as forças nazistas, em janeiro de 1943, os integrantes da Liga Combatente Judaica perceberam que combates diretos contra os soldados de Hitler seriam inúteis. "Eles decidiram se preparar para uma guerra de guerrilha e usar táticas de surpresa. Lançaram coquetéis Molotov dos prédios, dispararam a partir de andares mais altos e prepararam explosivos, detonados aos pés dos soldados alemães", comentou Patt. "Milhares de judeus construíram bunkers para se esconderem das deportações. Isso tornou a tarefa de reunir os judeus remanescentes no Gueto especialmente difícil para os alemães", acrescentou.
Nos meses que antecederam a revolta, a Liga Combatente Judaica contrabandeou armas para o Gueto, compradas no mercado clandestino. Enquanto as deportações para Treblinka prosseguiam, a Liga tentou convencer os sobreviventes de que a melhor resposta seria lutar de volta.
Curador do Memorial do Holocausto em São Paulo e professor do StandWithUS Brasil, Marcio Pitliuk lembrou que o ataque final dos nazistas ao Gueto de Varsóvia ocorreu no Pessach, a Páscoa judaica. "Os combatentes pediram à resistência polonesa — Armia Krajowa — munições e armas, o que foi recusado. Os combatentes compraram poucas armas e munições no mercado clandestino. Muitos guardavam a última bala para si, pois sabiam o que aconteceria com eles, caso caíssem nas mãos dos nazistas", disse à reportagem.
Propaganda
De acordo com Mazur Zachary, especialista do Museu da História dos Judeus Polacos (Polin), em Varsóvia, além de construir esconderijos, a resistência armazenou suprimentos, especialmente comida e combustível. "A Liga Combatente Judaica e outros grupos realizaram uma ofensiva de propaganda, tentando preparar os moradores do Gueto a resistirem. Muitas vezes, os nazistas evitavam uma incursão no Gueto — consideravam o local sujo e repleto de doenças", disse ao Correio. A resistência se beneficiou de informações oriundas de uma imprensa clandestina, de grafites, cartazes e do boca a boca.
Avinoam J. Patt lembrou que os combatentes do Gueto repeliram os nazistas por quase quatro semanas. "O Levante do Gueto de Varsóvia foi a mais bem-sucedida revolta judaica em uma grande área urbana durante a guerra. A superioridade militar do Exército da Alemanha era tremenda."
Patt acredita que os judeus do Gueto estavam cientes de que não iriam derrotar os alemães, nem evitariam a liquidação final. "O que eles esperavam era provar para os nazistas que poderiam revidar, que não morreriam sem uma luta. Para muitos dos combatentes, simplesmente ver 'sangue alemão fluindo pelas ruas' seria um sucesso. Eles reagiram e se vingaram dos alemães que assassinaram suas famílias. Nesse sentido, o levante foi exitoso."
Para evitar o confronto direto com os judeus, o general nazista Jürgen Stroop decidiu queimar todo o Gueto. Alguns membros da resistência se embrenharam pelos esgotos, sob as ruas de Varsóvia, e viveram para contar sua história. Milhares de documentos foram encontrados anos depois, um testemunho do horror entre os muros do Gueto.
"Essa é a história sobre pessoas famintas desesperadas, enfrentando a morte iminente e usando o último grama de energia para lutar contra opressores", afirmou Zachary. O polonês vê, no Levante do Gueto de Varsóvia, lições sobre dignidade e humanidade. "Os nazistas tentaram tornar os judeus subumanos, mas, naqueles momentos de combate, os insurgentes reafirmaram o seu direito de viverem neste mundo."
Correio Braziliense sábado, 15 de abril de 2023
ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA: CAPITAL COMEMORA 63 ANOS COM SHOWS GRATUITOS E ATRAÇÕES
Brasília comemora 63 anos com shows gratuitos e atrações pela cidade
Entre os artistas convidados, estão as duplas sertanejas Enzo & Rafael e Maiara & Maraisa, os sambistas do Fundo de Quintal, além da cantora Joelma, ex-Calypso. Grande festa oficial ocorrerá na Torre de TV
CB
Correio Braziliense
postado em 14/04/2023 20:40
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou, nesta sexta-feira (14/4), que o 63º aniversário de Brasília será celebrado em uma grande festa com shows de música popular, música clássica, além de vários eventos e atrações espalhados pela capital que vão atender a todos os gostos, estilos e idades. As festividades deste ano estarão concentradas em palco montado na Praça da Torre de TV.
Entre os artistas convidados, estão as duplas sertanejas Enzo & Rafael e Maiara & Maraisa, os sambistas do Fundo de Quintal, além da cantora Joelma, ex-Calypso. Atrações locais como o grupo Coisa Nossa e o cantor Nego Rainer também participam do encontro. Tudo de graça.
A expectativa é receber cerca de 20 mil pessoas por dia durante a programação.
Maiara e Maraísa estão na programação do ExpoabraMaterial de divulgação
Eventos múltiplos
Após três anos, por conta da pandemia, esta é a primeira celebração com grandes atrações no aniversário da cidade. E a comemoração em torno da data começou antes, já no início do mês, com as atividades do Abril Indígena que serão realizadas até dia 25 no Memorial dos Povos Indígenas (MPI). A programação inclui oficinas, contação de histórias para crianças, debates e feira de artesanato, reunindo a riqueza cultural de diversas das etnias espalhadas pelo Brasil.
Já no Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), uma semana inteira de atrações artísticas com exibição de filmes, concerto sinfônico, atividades infantis, feira cultural, exposições e até baile de aniversário, além de homenagem ao jornalista, escritor, poeta e agitador das artes de Brasília, TT Catalão. Os eventos acontecem entre os dias 16 e 23 e trazem como principal marco um ano da Gibiteca, cativo espaço dos fãs de quadrinhos e mangás.
Oficinas, contações de histórias, apresentações musicais, debates, palestras, batalha de rap, meditação e sessão de autógrafo marcam a programação das bibliotecas Nacional e Pública de Brasília. As programações começam no próximo dia 18.
Tradicional palco do audiovisual da capital, o Cine Brasília celebra o aniversário da cidade com a mostra Brasília, Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela, com exibição de 11 filmes, entre longas e curtas-metragens de diferentes épocas, num painel surpreendente para o público. Uma pérola da mostra é a redescoberta do curta-metragem Brasília – A Cidade da Alvorada, do sueco Torgny Anderberg, filmado em 1959, com imagens impressionantes e inéditas da capital ainda em construção.
O evento será gratuito, mas para participar será necessário realizar a retirada da cortesia, com antecedência, pelo Sympla, neste link.
Confira a programação:
21 de abril
10h as 18h: atividades infantis da cidade KIDS 14h: Enzo e Rafael 16h: Maiara e Maraisa 18h: Melão 20h: Fim do evento
22 de abril
10h as 18h: atividades infantis da cidade KIDS 16h: Nego Rainner 18h: Joelma 20h: Fim do evento
23 de abril
10h as 18h: atividades infantis da cidade KIDS 14h: Fundo de Quintal 18h: Orquestra Teatro Nacional 20h: Fim do evento
*Com informações das secretaria de Cultura e de Turismo
Correio Braziliense sexta, 14 de abril de 2023
ARTE: EXPOSIÇÃO EM CARTAZ NA CAPITAL APRESENTA O OLHAR NEGRO NA FOTOGRAFIA
Exposição em cartaz na capital apresenta o olhar negro na fotografia
Exposição Olhares Negros destaca a importância de Gervásio Baptista, Ronaldo de Oliveira e Lecino Ferreira para o fotojornalismo da capital do país, além da representatividade de seus trabalhos
MC
Maria Clara Britto*
postado em 14/04/2023 06:00
(crédito: Luiz Alves/Divulgação)
Gervásio Baptista, Ronaldo de Oliveira e Lecino Ferreira são os grandes nomes do fotojornalismo brasiliense que receberão homenagens póstumas na exposição Olhares Negros. Artistas que se diferenciam pela preocupação e compromisso com a questão racial. Além das fotos dos homenageados, também participam da mostra oito fotógrafos negros: Aida Feitosa, Daiane Souza, Luiz Alves, João Viana, Ubirajara Machado, Carlos Moura, Franca Vilarinho e Matheus Alves. A exposição estará em cartaz a partir desta sexta-feira (14/4), às 20h, até junho, das 9h às 18h, no Sindicato dos Jornalistas. Entrada gratuita.
O objetivo do evento é mostrar os olhares de fotógrafos e fotojornalistas negros. A homenagem busca manter viva a memória de Gervásio Baptista, Ronaldo de Oliveira e Lecino Ferreira. "Uma semelhança entre os três é que eram muito queridos em Brasília, cidade onde atuaram durante boa parte de suas vidas", afirma Carlos Moura, fotógrafo e curador. "Inicialmente, a exposição seria para homenagear apenas os fotógrafos falecidos. Porém, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial fez a sugestão de ampliar o projeto e convidar outros profissionais que têm uma atuação dentro da comunidade, com a perspectiva da visão de uma pessoa negra. Por isso ampliamos o grupo de participantes", completa.
Crítico
Sobre a importância da exposição, Moura destaca que, no Brasil, "a comunidade negra, os artistas e os fotógrafos negros não têm visibilidade, com raras exceções. Nossa exposição é uma iniciativa para apresentar outras visões do povo brasileiro, do Brasil. Nossa fotografia é crítica, atenta e comprometida com a questão negra, indígena e com os menos favorecidos. Usamos a cultura como uma contribuição para termos uma sociedade mais justa e igualitária".
O tema da mostra é livre e as fotos foram feitas em diversas localizações e épocas, dentro e fora do Brasil. "Cada participante enviou duas fotos. Porém, a exposição tende a focar mais no povo, na cultura e na situação do negro no Brasil", destaca Moura.
No caso dos homenageados, a família indicou e enviou as fotos. Com exceção do Gervásio Baptista, cujas fotos foram enviadas por Alan Marques, curador do livro Supremo Gervásio Baptista. "A exposição pontua vários tipos de documentação, fazendo um apanhado abrangente da fotografia negra brasileira", relata o curador. Algumas fotos são de documentação de comunidades quilombolas, outras de uma viagem à África do Sul, além de diversas fotos em Brasília, como manifestações e o aceno de JK, na inauguração de Brasília.
Correio Braziliense quinta, 13 de abril de 2023
ESTILO *GIRLIE*: VISUAL DELICADO VOLTA COM FORÇA TOTAL
Estilo "Girlie": visual delicado volta com força total
Com adaptações e novas referências, estilo faz sucesso entre mulheres que desejam um visual romântico e feminino. Confira as peças selecionadas pela CB Vitrine
CV
CB Vitrine
postado em 05/04/2023 17:19
(crédito: Getty Images/iStockphoto)
Por CB Vitrine
“Girlie” é a tendência da vez! Esse nome talvez não soe familiar, mas com certeza você já viu essa composição por aí: peças de roupas e acessórios delicados, em tons pastel e com estampas florais. O estilo de moda feminina é conhecido por ser feminino, romântico e suave.
“Diferente do estilo ‘Lady Like’, criado por Christian Dior para quem deseja passar uma imagem de mulher forte e independente sem perder a feminilidade, o Girlie resgata a moda dos anos 40, inspirado na rainha Elizabeth II, com um toque de sutileza”, conta a consultora de imagem Karina Chaves.
Segundo a consultora, a modernização do ‘Lady Like’ deu origem ao Girlie em uma versão inovadora e que complementa o estilo romântico, sendo que um não substitui o outro. Com o boom dos grupos de kpop e as séries coreanas, o Girlie chegou com tudo no Brasil e ganhou espaço no TikTok e Instagram. “Todos esses estilos que surgem são só novas direções que a moda vai tomando, novas possibilidades e descobertas”, diz.
Composição Vestidos e saias são peças-chave do estilo Girlie, geralmente combinados com sapatos de salto alto ou sapatilhas, meias-calças e acessórios como bolsas pequenas, laços e fitas. Confira, a seguir, dicas da consultora de imagem Karina Chaves, para tornar seu look mais leve e versátil:
• Aposte nas cores claras: rosa, azul, lilás, verde ou amarelo claros, os famosos tons pastéis;
• Opte por roupas de estilo romântico: cintura alta e marcada, saias rodadas e vestidos com tecidos leves e fluidos, como seda, renda, tule e laise, com detalhe de babados;
• Estampas em floral, xadrez, mini corações e poás, por exemplo, transmitem um pouco deste estilo;
• Para os acessórios, abuse de tiaras, lenços, laços, presilhas, colar de pérola, óculos no formato de gatinho e coração, cintos finos, bolsas pequenas, sapatos delicados e, de preferência, arredondados (sapatilha, tênis tipo kids, peep toes).
A CB Vitrine selecionou peças e acessórios para compor o seu visual Girlie, trazendo elementos de moda retrô, como rendas e babados:
Vestido floral com babados | Amar de Amarante
Vestido de babados cor-de-rosa | Myft
Vestido alfaiataria cor-de-rosa | Lança Perfume
Scarpin ultracontorto | Vertice
Bolsa cor-de-rosa | Guess
Bolsa de tweed | Guess
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Correio Braziliense quarta, 12 de abril de 2023
CIGARROS ELETRÔNICOS: RISCOS QUE CORRE OS USUÁRIOS
Saiba os riscos que correm os usuários de cigarros eletrônicos
Apesar de ter a venda proibida no Brasil, o consumo tem se tornado mais comum entre os jovens. Segundo especialistas, o uso dos dispositivos faz mal à saúde, podendo causar alguns tipos de câncer
JE
Júlia Eleutério
postado em 12/04/2023 06:00 / atualizado em 12/04/2023 06:23
(crédito: Caio Gomez)
O cigarro eletrônico invade os encontros sociais, principalmente entre os jovens. Também chamados de pods ou vape, a utilização dos dispositivos tem crescido no país, inclusive no Distrito Federal. Segundo especialistas, o uso faz mal à saúde e, apesar de muitos adolescentes e adultos terem consciência dos malefícios causados, continuam utilizando seja por diversão, por aceitação ou por substituição do cigarro comum. Vale ressaltar que os produtos eletrônicos têm venda proibida no Brasil, mas são facilmente encontrados nas portas de festas, baladas ou bares.
A estudante Paula Oliveira*, 21 anos, conheceu os cigarros eletrônicos na roda de amigos e decidiu experimentar há quatro anos. Com gosto e cheiro bons, a jovem adotou o hábito e, desde então, faz uso dos dispositivos nas idas a festas, bares e encontros com os colegas. "Nunca gostei de fumar outros tipos de cigarro, mas aderi ao vape. É algo mais social", comenta. Ela conta que a possibilidade de sabores e a praticidade são fatores que facilitam o uso. "Sei do mal que faz, mas procuro não extrapolar no uso dos pods", ressalta.
Substituindo o cigarro branco pelo eletrônico, a autônoma Priscila Silva*, 32 anos, começou a usar os pods para reduzir o vício no tabaco comum. "Eu fumava muito e vi no cigarro eletrônico uma saída para reduzir meu hábito", conta. No entanto, ela afirma que faz uso dos dispositivos com frequência. "Costumo fumar os pods no intervalo do trabalho, durante a rotina do dia a dia", destaca, acrescentando que pretende reduzir o uso.
Facilidade
Para o administrador Pedro Lima*, 26 anos, o hábito de usar os vapes começou pela praticidade. "Eu já fumava os narguilés, mas os pods ajudaram a aumentar a frequência pela facilidade de usar nas festas, principalmente", comenta. Ele conta que a família dele não gosta e nem aprova o uso dos cigarros eletrônicos pelo mal que causa à saúde. "Acabo fumando escondido e só entre amigos", enfatiza, completando que entende a preocupação dos pais.
A médica pneumologista do Hospital Santa Lúcia, Grasielle Santana, diz que há um aumento crescente de usuários de cigarro eletrônico, com incidência maior entre os jovens. "Com ideia inicial de ajudar a cessar o tabagismo, a indústria do tabaco acabou por ganhar mais adeptos ao hábito de fumar, o que foi uma perda imensa em uma luta de tantos anos contra o tabagismo", pontua.
Segundo a especialista, um dos fatores mais importantes que dificultam cortar o tabaco é a dependência de nicotina. "O cigarro eletrônico surgiu como uma forma de dependência maior a essa substância, por ter componente saborizado e com possibilidade de níveis de concentração a escolha do usuário", destaca a médica.
A pneumologista ressalta que é falsa a ideia de que o cigarro eletrônico não causa danos, pois além da nicotina, há também diversas outras substâncias nos dispositivos, inclusive algumas com potencial cancerígeno. "Alguns estudos de danos a curto prazo evidenciam lesão pulmonar secundária, mas esse dano pode ser ainda maior, com uso a longo prazo", avalia.
Com isso, a médica destaca que, em qualquer circunstância, a adesão ao uso do cigarro eletrônico é contra indicada. Entre as doenças mais comuns que podem ser causadas pelo uso de pods e vapes estão os cânceres de pulmão, de boca e de língua, além de bronquite, agudização de asma em quem tem e bronquiolite.
Comportamento
Especialista em comportamento juvenil e adulto, a psicóloga Lilian Nandes, avalia que os jovens costumam adotar comportamentos, buscando essa aceitação no meio em que vivem. "Um jovem inicia o hábito de fumar, geralmente reproduzindo o comportamento advindo de alguma figura com quem ele tenha qualquer contato, seja ele positivo ou negativo", destaca Lilian.
A psicóloga explica que, durante a adolescência, as pessoas estão em uma fase de autoconhecimento e de busca de identidade. "Isso faz com que nos permitamos experimentar atividades desconhecidas na tentativa de nos tornarmos parte de um determinado grupo", pontua. Segundo ela, os comportamentos costumam ser reforçados mediante um estímulo de recompensa, ou seja, quando os jovens percebem que são bem vistos fazendo uso de cigarros, eles tendem a permanecer com o hábito.
Venda proibida
No Brasil, a venda de cigarros eletrônicos é proibida, sendo considerada crime de contrabando e contra as relações de consumo previsto na Lei n. 8.137/1990. Ainda em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, a importação e a propaganda de cigarros eletrônicos no país. A decisão foi mantida pela agência reguladora em julho de 2022. No entanto, as vendas dos dispositivos continuam ocorrendo em portas de festas, baladas e bares, principalmente.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou uma operação para coibir a venda de cigarros eletrônicos em tabacarias do Sudoeste após uma denúncia anônima. As equipes apreenderam na ação cerca de 2 mil cigarros eletrônicos e aproximadamente 1 mil essências para os dispositivos.
*Nomes fictícios foram usados para manter em sigilo as identidades dos entrevistados
Correio Braziliense terça, 11 de abril de 2023
SAÚDE: CFM PROÍBE MÉDICOS DE PRESCREVEREM ANABOLIZANTES PARA FINS ESTÉTICOS
CFM proíbe médicos de prescreverem anabolizantes para fins estéticos
A medida proíbe a utilização de qualquer formulação de testosterona sem a comprovação da deficiência do hormônio por diagnostico
ID
Isabel Dourado*
postado em 11/04/2023 09:35 / atualizado em 11/04/2023 09:35
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (11/4). Seis sociedades médicas divulgaram uma carta conjunta pedindo para que o CFM votasse uma regulamentação sobre o uso de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos e de performance.
A norma proíbe os profissionais de indicarem o uso de hormônios androgênicos como testosterona. A justificativa da decisão foi a inexistência de comprovação científica dos benefícios e da segurança dessas terapias. Os esteroides anabolizantes são prescritos a pacientes que não produzem hormônios adequadamente e precisam de reposição. Entretanto, nos últimos anos tem sido utilizado para finalidade estética, para ganho de massa muscular ou perda de gordura.
A resolução também veta a realização de cursos e eventos que tenham a finalidade de estimular o uso ou fazer apologia de possíveis benefícios dessas terapias androgênicas para fins estéticos ou de melhora esportiva.
A nova resolução do CFM foi corroborada pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e Associação de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que emitiram nota conjunta em apoio à votação da norma.
De acordo com o presidente da CFM, José Hiran Gallo, devido ao aumento exponencial da prescrição irregular desses produtos, o Conselho Federal de Medicina ouviu diversos especialistas no assunto. “Não existe dose mínima segura, como alguns usuários alegam. Por isso, estamos proibindo essa prática”, afirmou.
*Estagiária sob supervisão de Thays Martins
Correio Braziliense segunda, 10 de abril de 2023
CARIOCÃO 2023: DERROTA DO FLAMENGO REAFIRMA O CLUBE COMO O MAIOR VICE DO CAMPEONATO CARIOCA
Derrota do Flamengo reafirma o clube como maior vice do Campeonato Carioca
Apesar do título de maior vice, o Flamengo também ostenta o título de maior campeão carioca, com 37 vitórias. O Fluminense, que ocupa o segundo lugar na lista de campeões, diminuiu a diferença entre os dois e tem 33 vitórias
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Talita de Souza
postado em 09/04/2023 20:57 / atualizado em 09/04/2023 22:03
O Rubro-Negro, de Pedro (foto), não conseguiu segurar o Fluminense e perdeu, pela segunda vez consecutiva, o título Carioca para o Tricolor por 4 a 1 - (crédito: Mauro Pimentel/AFP)
A derrota do Flamengo contra o Fluminense na final do Campeonato Carioca, na noite deste domingo (9/4), reforçou uma estatística nada gratificante para o clube rubro-negro: ele é o maior vice do Carioca, com 35 decisões em que ficou no segundo lugar na história da disputa.
O Flamengo ocupa o topo do ranking de seis times com o maior número de derrotas na final do Carioca: são nove vezes mais que o Vasco, conhecido popularmente como “vice” — informação desatualizada já que o Cruzmaltino conquistou o segundo lugar 26 vezes na história do Campeonato Carioca. O levantamento é do portal ge.
Ocupam os outros lugares o Fluminense, com 25 vezes vice; Botafogo (21); América (8) e Bangu (6). Apesar do título de maior vice, o Flamengo também ostenta o título de maior campeão carioca, com 37 vitórias. O Fluminense, que ocupa o segundo lugar na lista de campeões, diminuiu a diferença entre os dois e tem 33 vitórias.
América: 8 vezes — 1911, 1914, 1917, 1921, 1929, 1950, 1954 e 1955
Bangu: 6 vezes — 1951, 1959, 1964, 1965, 1967 e 1985
Correio Braziliense segunda, 10 de abril de 2023
PAULISTÃO 2023: PALMEIRAS GOLEIA O ÁGUA SANTA E LEVA A TAÇA
Palmeiras goleia o Água Santa e leva a taça do Paulistão 2023
Gabriel Menino marcou o primeiro gol e José Manuel o quarto, fazendo o time levantar a taça pelo segundo ano consecutivo
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Débora Oliveira
postado em 09/04/2023 18:22 / atualizado em 09/04/2023 19:01
(crédito: Cesar Greco/Palmeiras)
O Palmeiras derrotou o Água Santa por 4 a 0 e garantiu o título de campeão do Campeonato Paulista de 2023 e a Taça da Independência. A decisão ocorreu na tarde deste domingo (9/4), no Allianz Parque, em São Paulo.
Aos 15 minutos de jogo, Gabriel Menino marcou o primeiro gol para o Palmeiras animando os torcedores. Deixando o Palmeiras mais próximo da Taça, Menino fez o segundo gol aos 27 minutos do primeiro tempo.
O Verdão tratou de resolver a parada logo no primeiro tempo, quando Endrick aproveitou rebote de chute de Rony e decretou a goleada, fazendo o terceiro gol do time ainda no primeiro tempo aos 34 minutos de jogo.
No segundo tempo, José Manuel marcou mais um gol para o Palmeiras. Com a vitória, o Palmeiras se tornou bicampeão do Campeonato Paulista.
Caminho até a taça
O Água Santa construiu uma campanha histórica no Paulistão 2023. A equipe surpreendeu na competição e chegou ao último jogo do campeonato com a vantagem do empate, depois de vencer o Palmeiras por 2 a 1 no jogo de ida, na Arena Barueri. Comandada por Thiago Carpini, a equipe venceu o São Paulo nas quartas de final e o Red Bull Bragantino na semifinal, ambos em disputas decididas nos pênaltis.
Correio Braziliense domingo, 09 de abril de 2023
MARATONA BRASÍLIA 2023: EVENTO DISTRIBUIRÁ R$ 51 MIL EM PRÊMIOS
Maratona de Brasília distribuirá R$ 51 mil em prêmios; veja como se inscrever
Festa do esporte no aniversário da capital distribuirá R$ 51 mil em premiação aos vencedores das etapas de 42km, 10km e 5km
DQ
Danilo Queiroz
CG
Camilla Germano
postado em 08/04/2023 06:00
(crédito: Raimundo Pacco/CB/D.A Press)
Bom para o corpo, para a mente e, também, para o bolso. De volta após um hiato de 25 anos, a Maratona Brasília terá uma premiação robusta destinada aos integrantes do pódio da edição de 2023. Ao todo, a corrida — promovida em comemoração ao aniversário de 63 anos da capital federal e do Correio, em 21 de abril — vai distribuir R$ 51 mil aos três primeiros colocados de cada uma das categorias em disputa. A largada da prova será às 7h.
A festa o esporte brasiliense tem largada e chegada marcadas para o Palácio do Buriti, no Eixo Monumental, e percorrerá os principais pontos turísticos da capital federal em três modalidades com distâncias diferentes. Os corredores terão à disposição desafios de 5km, de 10km e de 42km (individual ou revezamento em dupla com 21km para cada atleta). Todos os circuitos seguem as diretrizes impostas pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
A prova mais prestigiada também terá a maior premiação. Nos 42km da Maratona Brasília, os vencedores das etapas masculina e feminina vão faturar R$ 6 mil. O valor muda conforme as posições seguintes: R$ 3 mil para quem passar a linha de chegada em segundo, R$ 2 mil para os terceiros colocados, R$ 1 mil para o quarto e R$ 500 destinados para o quinto lugar em cada naipe. No revezamento, a dupla vencedora leva R$ 3 mil. Os segundos colocados ficam com R$ 1,5 mil, enquanto quem fechar o pódio embolsa R$ 1 mil.
Nas modalidade de 10km e 5km, os valores destinados para a premiação também envolvem os três primeiros colocados. Os prêmios, porém, serão exclusivos em cada distância. Na mais longa delas, o campeão vai ganhar R$ 2 mil. O vice fatura R$ 1,5 mil e o terceiro colocado põe no bolso R$ 1 mil. Na prova de cinco mil metros, o primeiro colocado embolsa R$ 1,5 mil. As posições seguintes conquistam R$ 1 mil e R$ 500. Em todos os casos, além do dinheiro, os corredores mais bem posicionados também vão ganhar um troféu.
Na visão de Miguel Jabour, assessor de Relações Institucionais do Correio, a retomada da Maratona Brasília é benéfica para a cidade e pode ajudar em setores como o turismo e a economia. "Todos os corredores sonham em correr na sua cidade. Os maratonistas brasilienses tinham que ir para o Rio, para São Paulo, e outros lugares. Isso mostra a nossa importância para esses corredores, que estamos dando a oportunidade para eles correrem na cidade deles, com aplauso da família, dos amigos, das equipes que treinam junto", pontuou.
O troféu de condecoração será disponibilizado, ainda, aos principais das categorias de corredores com deficiência e de cadeirantes. Todos os atletas que concluírem as etapas da Maratona Brasília serão agraciados, ainda, com uma medalha de participação. O kit corrida também conta com camiseta da Maratona Brasília, braçadeira porta celular, ecobag e número de peito. As inscrições custam R$ 90 (público geral) e R$ 67,50 (assinantes do Correio) e podem ser feitas até 19 de abril. Idosos pagam metade do valor, ou seja, R$ 45.
Desfile na capital
Organizada em parceria com o Correio e o patrocínio do Atacadão Dia a Dia, a Maratona Brasília começa às 7h de 21 abril, em frente ao Palácio do Buriti, no Eixo Monumental. O aquecimento está marcado trinta minutos antes. A prova percorrerá alguns dos principais monumentos da capital federal, com o maior percurso atravessando, ainda, os Eixos Sul e Norte da capital federal.
As inscrições para a corrida podem ser feitas do site www.centraldacorrida.com.br (acesse por meio do QR Code ao lado). Ao todo, serão disponibilizadas 2 mil vagas para os percursos. Para o percurso de 42km, que fará todo o trajeto do avião, marca da capital federal, a idade mínima para participação dos corredores é de 20 anos, Nas provas de 10km e 5km, a exigência etária é de, pelo menos, 16 anos.
Correio Braziliense sábado, 08 de abril de 2023
VIA SACRA DE PLANALTINA: CATÓLICOS SE UNEM EM ESPETÁCULO DE FÉ, DEVOÇÃO E GRATIDÃO, NO MORRO DA CAPELINHA
Católicos se unem em espetáculo de fé, devoção e gratidão no Morro da Capelinha
Na Semana Santa, o Morro da Capelinha, em Planaltina, é visitado por milhares de fiéis para relembrar os últimos dias de Jesus Cristo. Mas é na Sexta-feira da Paixão que devotos pagam promessas e vão à emoção durante a encenação da Via Sacra
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Júlia Eleutério
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Naum Giló
postado em 08/04/2023 05:00
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A Sexta-feira da Paixão é o momento que os católicos relembram vida e morte de Jesus Cristo. No Distrito Federal, um dos principais destinos no feriado sagrado é o Morro da Capelinha, em Planaltina. O local é conhecido pela tradicional encenação da Via Sacra, quando devotos podem ver de perto detalhes da prisão, julgamento e crucificação do messias. A apresentação ocorreu durante a tarde, mas, desde a manhã, fieis compareceram ao local para pagar promessas e agradecer pelas graças alcançadas.
De Sobradinho 2 até o Morro da Capelinha são cerca de 28 quilômetros. Essa é a distância que o motorista Pitter Lincon Pereira, 37 anos, percorreu ontem, durante a tradicional Via Sacra de Planaltina. O objetivo era pagar a promessa Davi, como ele mesmo denominou. "É uma promessa para um filho de um grande amigo meu que se encontra internado", conta ele, que dedica a promessa à saúde e à vida do garoto. "É muita gratidão a Deus", afirma o cristão, enquanto caminhava, carregando uma cruz de 30kg. "É um sacrifício que vale a pena. Com fé em Deus, ele vai sair dessa", comentou o motorista, ressaltando ser a quarta promessa que faz.
Esta foi a 50ª vez em que o Grupo Via Sacra de Planaltina levou para a comunidade a encenação que retrata o Calvário de Jesus. A estudante Erica da Silva, 21, frequentou o Morro da Capelinha diversas vezes, via as pessoas cumprindo promessas, mas nunca imaginou que também estaria ali um dia, de joelhos, para retribuir uma graça alcançada. Moradora de Valparaíso de Goiás, ela pediu a Deus para que a avó, que adoeceu, ficasse bem. "Graças a Ele, ela melhorou e estou aqui pagando a promessa com o coração muito feliz, mesmo diante de tanta dor, porque é muito bom ver essa graça alcançada pelo nome de Jesus", destacou.
Moradora do Arapoanga, Ana Célia Vieira da Silva, 49, concluiu a subida de joelhos para agradecer pela saúde da mãe, que tem 72 anos. "Fiz essa promessa com a minha fé pela cura dela", pontua. A babá comenta que a idosa estava com aneurisma. "Não é fácil, mas não é impossível. Graças alcançadas e dever cumprido", enfatiza. Amparada, Ana ficou bastante emocionada ao chegar na capelinha. Ela fez uma oração e depois acendeu uma vela que ganhou de um outro cristão que passou dando apoio na caminhada.
Assim como Ana Célia, a estoquista Adaiane Gomes, 43, não conseguiu conter a emoção ao chegar no alto do morro. "Quando você começa a olhar para trás e vai chegando perto, você vai pedindo força. É emocionante!", celebra. Ela conta que o propósito da subida de joelhos está relacionado a vários aspectos da vida pessoal, principalmente a família e as finanças. "Sou muito devota de Nossa Senhora e sabia que ela ia me ajudar a subir esse trajeto", comenta a moradora de Planaltina, que trouxe uma vela para acender e rezar.
Descalço e andando por cerca de 7km, Antônio Filho de Oliveira, 46 anos, faz o caminho de casa até o topo do Morro da Capelinha há 13 anos como promessa pela saúde dos filhos, principalmente pelo mais velho. "Quando ele nasceu, ficou muito doente, então eu e minha esposa fizemos essa promessa de todos os anos vir e acender velas, além de agradecer pela saúde dele", destaca o gerente administrativo, que leva um caixa de velas para fazer a oração de joelhos em frente a cruz no morro.
Para levar palavras de acalento e alegria aos cristãos que vão até o local da famosa Via Sacra de Planaltina, os membros da Escola de Evangelização Santo André, da Paróquia São Vicente de Paula, subiam o morro tocando violão e cantando músicas religiosas. O coordenador do grupo Paulo Cesar França, 40 anos, conta que eles foram em missão de evangelização das pessoas mais necessitadas e foram pagar promessas. "A gente vai falando com eles sobre fé, motivando e pregando o amor de Deus para com todos", comenta.
A beleza da encenação
A encenação da Via Sacra contou com público aproximado de 60 mil pessoas. Se contar com os fiéis que foram ao local pela manhã, mais de 80 mil pessoas passaram pelo Morro da Capelinha ontem. A informação foi dada ao Correio pelo Tenente Jefferson Matos, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A corporação não registrou nenhuma ocorrência grave.
A chuva fina ao longo da tarde não espantou os milhares de fiéis que acompanharam, passo a passo, a via crucis de Jesus Cristo, desde a sua prisão, passando pelo julgamento, até a crucificação. A tradicional Via Sacra começou um pouco antes das 15h e terminou após as 20h. Um telão transmitiu toda a encenação ao vivo para aqueles que não queriam ou não podiam acompanhar todo o espetáculo.
Presente pelo quinto ano, o cirurgião-dentista Raphael Soares, 32, descreve como "um momento único" para os cristãos. "A Semana Santa é o momento mais esperado, quando sentimos o sofrimento que Jesus passou para nos salvar", definiu o católico, que, há três anos, decidiu gravar na pele permanentemente a cena em que Cristo é crucificado em uma tatuagem que cobre o ombro direito e parte do braço de Raphael.
Já a bióloga Looatti Silvério, 30, foi pela primeira vez à encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha. O pequeno José Felipe, de apenas 1 ano, estava com ela. O banquinho de madeira foi um item essencial para acompanhar todo o espetáculo e cuidar do filho ao mesmo tempo. "Gostei muito da montagem e fiquei emocionada no momento da crucificação. Pretendo voltar nos próximos anos", revela a moradora de Formosa (GO).
A aposentada Maria Aparecida Rabelo, 63, viu toda a evolução da Via Sacra de Planaltina. Ela veio na primeira apresentação, em 1973. "Era completamente diferente. Não tinha essa estrutura toda. A estrada era de chão", lembra a moradora de Planaltina, que se emociona em todos os atos da Via Sacra, mas afirma que a crucificação e ressurreição são as partes mais comoventes. "Eu venho pela beleza da encenação", conta.
Renda extra
A Paixão de Cristo no Morro da Capelinha também atrai os comerciantes. Vendendo artigos religiosos, brinquedos, bebidas e lanches, os vendedores cadastrados e licenciados têm uma boa expectativa para a saída dos produtos.
Com terços feitos à mão, Alex Leal, 52 anos, chegou ao morro às 6h da manhã. "Já tem 15 anos que trabalho aqui e é porque é uma oportunidade que temos", destaca. O morador de Taguatinga conta que fica até o final do evento. Assim como Alex, Adelmo Tavares, 52 anos, chegou cedo ao Morro para garantir uma renda extra. "A gente vende pão de queijo, rosca caseira, brinquedos, água", conta o morador de Planaltina. "Quem trabalha na praça é improviso", fala, ao lembrar a possibilidade de chuvas até o fim da encenação.
Pela primeira vez comercializando no Morro da Capelinha, Claudiomar de Lima, 29 anos, foi com o irmão e a cunhada para vender lanches. Ele conta que chegaram ao local na tarde de quinta-feira. "Dormimos por aqui mesmo e pegamos até uma chuva na madrugada. Vamos ficar até o final", afirma.
Correio Braziliense sexta, 07 de abril de 2023
VIA SACRA NO MORRO DA CAPELINHA: CRISTÃOS SOBEM O MORRO PARA PAGAR PROMESSAS
De joelhos ou a pé, cristãos sobem o Morro da Capelinha para pagar promessas
Nesta sexta-feira Santa (7/4), os pagadores de promessas às cumprem pelas graças conquistadas. Movidos pela fé, centenas de pessoas vão até o alto do morro para fazer orações
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Júlia Eleutério
postado em 07/04/2023 09:29 / atualizado em 07/04/2023 09:48
(crédito: Marcelo Ferreira / CB / DA Press)
Para celebrar a Paixão de Cristo e as graças alcançadas, os pagadores de promessas chegaram cedo, nesta sexta-feira santa (7/4), ao Morro da Capelinha. Movidos pela fé, os cristãos vão a pé, de joelhos ou de bicicleta percorrendo longas distâncias até o topo do morro.
De joelhos, Giana do Nascimento, 43 anos, subia o Morro pagando a promessa que fez para a saúde da filha Aylla, de 4 anos. "Ela nasceu com um problema no crânio e, aos oito meses, teve que passar por uma cirurgia. O médico falou que ela teria que passar novamente e eu creio no poder de Jesus na cura dela", comenta a moradora de Valparaíso.
Muito emocionada, a contadora contava com o apoio da filha, do marido e da sogra, que a acompanhavam no trajeto, além dos outros cristãos que passavam desejando votos de fé e força na caminhada. "Estou aqui agradecendo a Deus e pagando essa promessa", pontua.
Após os anos de pandemia da covid-19, o casal de professores Marcela Fonseca, 41, Thiago Paiva, 42, vieram de bicicleta até o topo do Morro da Capelinha. "A gente acabou se afastando de fazer o trajeto e estamos retomando agora", destaca a moradora de Planaltina.
Ao fim da subida, eles acenderam uma vela ao chegar no alto e fizeram uma oração. "É um momento de reflexão e de agradecimento", comenta Thiago. "Jesus é o que nos move e nos conduz. Ele é tudo para a gente", completa Marcela.
A partir das 14h30, o tradicional espetáculo da Via Sacra no Morro da Capelinha terá início. Essa será a 50ª edição e a expectativa de público é de até 150 mil pessoas. A encenação é formada por 1.400 integrantes voluntários, sendo 1.100 só de atores e 300 membros da equipe técnica.
Trânsito
Por conta da realização da Via-Sacra, no Morro da Capelinha, em Planaltina, equipes do Departamento de Trânsito (Detran-DF) e do Departamento de Estradas e Rodagem (DER-DF) estão no local desde às 6h, para fazer o controle do tráfego e orientar os participantes e visitantes do evento. Os agentes ficarão a postos nos dois acessos ao local, pela DF 230.
De acordo com o Detran-DF, o primeiro acesso ao Morro da Capelinha será destinado aos pedestres, que seguirão uma rota própria, e veículos credenciados. Enquanto isso, no segundo acesso, será permitida a entrada de ônibus e demais veículos não-credenciados.
Nesse acesso, os agentes de trânsito vão orientar os condutores a seguirem até um dos três locais de estacionamento de veículos — o geral, o destinado à produção e figurantes e o reservado às pessoas com mobilidade reduzida e idosos.
Correio Braziliense quinta, 06 de abril de 2023
LIBERTADORES: FLAMENGO ESTREIA COM DERROTA PELA PRIMEIRA VEZ EM NOVE ANOS
Libertadores: Flamengo estreia com derrota pela primeira vez em nove anos
Tropeço contra o Aucas, do Equador, por 2 x 1, encerrou sequência positiva em debutes. O último revés no primeiro compromisso pelo torneio continental havia sido contra o León-MEX, em 2014
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Victor Parrini
postado em 05/04/2023 21:04 / atualizado em 05/04/2023 21:12
(crédito: Rodrigo Buendia/AFP)
A estreia do Flamengo na Libertadores, nesta quarta-feira (5/4), ficou marcada negativamente pela derrota de virada, por 2 x 1, para o Aucas, do Equador, fora de casa. Além do prejuízo na tabela, o tropeço longe do Rio de Janeiro encerrou uma sequência de respeito na competição. Há nove anos o Rubro-Negro não perdia em debutes no principal do torneio do continente.
A última vez que foi derrotado no primeiro compromisso de Libertadores em uma temporada foi em 2014. O time da Gávea era comandado por Jayme de Almeida quando caiu diante dos mexicanos do León, por 2 x 1. À época, o Flamengo amargou outras duas derrotas e deu adeus ao sonho do título ao não se classificar às oitavas com a terceira colocação do Grupo G.
De lá para cá, o Flamengo havia conquistado cinco vitórias e um empate em estreias. Goleou o San Lorenzo por 4 x 0 em 2017, empatou com o River Plate por 2 x 2 no ano seguinte e emplacou três triunfos consecutivos em debutes contra San José (1x0 em 2019), Junior Barranquilla (2x1 em 2020) e Vélez Sarsfield (3x2 em 2021). Na temporada passada, superou o Sporting Cristal por 2 x 0.
Com a bola rolando no Equador, o Flamengo não convenceu. O técnico Vítor Pereira escalou uma equipe alternativa. Na etapa inicial, conseguiu controlar melhor a partida, mas tinha dificuldade para concluir as jogadas. Apesar das tribulações, conseguiu abrir o placar com Matheus França, aos 38 minutos. O cenário positivo, porém, foi revertido no segundo tempo. O Aucas se lançou ao ataque e incomodou. Chegou ao empate com Eryc Castillo, aos 12, e virou oito minutos depois. O árbitro, entretanto, foi chamado para rever o lance com falta sobre Pedro na origem da jogada.
Apesar do alívio pelo gol adversário anulado, o Flamengo seguiu acuado. Os donos da casa não diminuíram o ritmo e balançaram as redes pela segunda vez aos 39 minutos. Ordoñez recebeu lançamento em velocidade, aproveitou a bobeira da zaga e decretou a virada equatoriana sobre o atual campeão da Libertadores. Os cariocas ainda tiveram seis minutos de acréscimos para reverter o cenário, mas não encontraram forças.
A derrota para o Aucas foi a terceira de virada do Flamengo na Era Vítor Pereira. Agora, a equipe volta as atenções para o Campeonato Carioca. No domingo (3/4), o time vai a campo para o segundo jogo da final contra o Fluminense, às 18h, no Estádio Maracanã.
Correio Braziliense quarta, 05 de abril de 2023
OVOS DE CHOCOLATE: 5 OPÇÕES POR ATÉ R$50
Páscoa? 5 opções de ovos de chocolate por até R$ 50
Tem sem açúcar, infantil e até de doce de leite da Havanna
CV
CB Vitrine
postado em 29/03/2023 15:31
(crédito: Getty Images/iStockphoto)
Por CB Vitrine
Bom e barato? Temos! A data mais gostosa do ano não pode passar em branco, mas também não pode pesar no orçamento da família. E, apesar da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mostrar que neste ano os ovos estão entre 13% e 18% mais caros, a CB Vitrine fez questão de garimpar preços que cabem no bolso e trazer opções deliciosas que custam até R$ 50. Ficou curioso (a)?
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Correio Braziliense terça, 04 de abril de 2023
TRABALHO ESCRAVO: DISTRITO FEDERAL ALERTA PARA O COMBATE
Distrito Federal acende alerta para o combate ao trabalho escravo
Entre 2019 e 2022, 193 pessoas viveram em condições análogas à escravidão no Distrito Federal. O Correio analisou dados, conversou com especialistas e conta a história de uma mulher que viveu nessas condições por 18 anos
IM
Isac Mascarenhas*
MF
Mila Ferreira
postado em 04/04/2023 06:00 / atualizado em 04/04/2023 10:22
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Submissão, restrição de liberdade, condições degradantes. Mais um século se passou desde a abolição, mas as faces da escravatura persistem. As raízes da servidão atravessaram os grotões do Brasil e chegaram às grandes cidades, como a capital federal. De acordo com dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apenas de 2019 a 2022, 193 pessoas viveram em condições de trabalho análogas à escravidão no Distrito Federal. Somente em 2022, 18 trabalhadores foram encontrados nessas condições no DF. O número representa menos de 1% das 2.575 vítimas em todo Brasil, mas preocupa. O Distrito Federal aparece em 3º no ranking de pessoas libertadas, perdendo apenas para São Paulo (714) e Rio de Janeiro (328).
Muitas vezes, as vítimas desse tipo de exploração nem reconhecem que estão sendo alvo de trabalho análogo à escravidão, explica a psicóloga comportamental Geane Santos. De acordo com a especialista, a origem pobre contribui para a falta de discernimento com relação à condição vivida. "Elas não questionam. Não questionam a alimentação, a submissão, o lugar que está morando, o não acesso à saúde. Trabalham apenas para pagar a própria comida", analisa Geane.
Trabalhadores amontoados
No DF, uma fazenda da zona rural de Sobradinho foi cenário para a libertação de 14 cearenses em dezembro de 2022. No local, a fiscalização trabalhista encontrou alojamentos com fios elétricos expostos, onde os trabalhadores ficavam amontoados. Os banheiros não tinham limpeza e faltava até água para beber e cozinhar.
Em pleno feriado de Natal, 10 trabalhadores foram descobertos escravizados numa lavoura às margens da DF-180, no Gama. No dia em que foram encontrados pela Polícia Militar, eles tinham comido apenas arroz e farinha seca. As vítimas vieram do Piauí para trabalhar, mas não recebiam pagamento e nem podiam sair do rancho. Também faltava água potável, sabonete e comida. Até o colchão que dormiam eles deviam comprar.
Essas pessoas fazem parte do triste grupo de trabalhadores que vieram de outros estados para realizar seus sonhos em Brasília e acabaram explorados. Seja em busca de uma oportunidade de emprego, de melhores condições de vida ou fugindo da fome, essa sina se repetiu com 96, das 193 pessoas resgatadas na capital.
De acordo com Geane Santos, a distância dos familiares piora a saúde do indivíduo, que está física e psicologicamente vulnerável. "Depressão, ansiedade, transtorno de pânico e ideias suicidas são algumas doenças que podem ser desenvolvidas", enumera a psicóloga.
Novo perfil
O perfil das pessoas escravizadas pouco mudou desde as alforrias no século 19. A maior parte são homens pretos, jovens e com pouca escolaridade. Entre as pessoas resgatadas no DF, 90% delas têm pele preta ou parda. O restante eram pessoas brancas (9%) e amarelas (1%), que é como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identifica descendentes de asiáticos.
As informações da Secretaria de Inspeção do Trabalho mostram que mais da metade das vítimas não conseguiram terminar o ensino fundamental: uma a cada três não passaram do quinto ano. Algumas, nem sequer tinham entrado na escola, eram analfabetas. Com relação à faixa etária, quase metade dos homens, que são maioria entre as vítimas, têm menos de 30 anos. Entre eles, adolescentes e idosos.
Entre as mulheres, o que chama atenção é a idade avançada. Grande parte na faixa entre 34 e 44 anos de idade. Esse perfil é o reflexo da população que é mais miserável e que não tem oportunidades. A avaliação é do advogado trabalhista Luis Camargo. O especialista diz que existe uma cultura escravocrata no empresariado brasiliense que não admite pobres em posições de poder. "Os lucros impulsionam esse tipo de trabalho. Também há uma impunidade do escravocrata moderno. Nenhum foi preso, nenhum", ressalta.
Relato real
Dona Zilda (nome fictício), hoje com 74 anos, viveu, por 18 anos, em condições de trabalho análogas à escravidão. Com a promessa de uma vida melhor, foi tirada da casa dos pais aos 11 anos, onde vivia com mais nove irmãos. Foi "adotada" por uma família com melhores condições de vida, acreditando que teria um destino diferente da família biológica, que vivia na roça no interior de Minas Gerais. No entanto, a realidade tomou rumos diferentes. Desde cedo, a mulher que a adotou, a quem chamava de madrinha, obrigava Zilda a fazer todos os serviços domésticos da casa e não a deixava estudar. Apesar de terem se mudado para uma cidade maior, as condições de vida proporcionadas a ela não correspondiam ao que Zilda sonhou para o próprio futuro.
Ela só conseguiu se matricular na escola porque uma vizinha ofereceu ajuda e efetuou a inscrição de Zilda. No entanto, a família com quem morava fazia de tudo para impedi-la de estudar. "Quando chegava a hora de eu ir para a escola, ela enchia a bacia de roupa suja e me mandava lavar. Eu lavava correndo e ia para a escola. Conversava com a professora e explicava minha situação, para justificar os atrasos. Quando tinha prova, a professora separava a minha e ficava comigo até eu terminar. Reprovei algumas vezes e só consegui estudar até a quinta série", relata.
A libertação de dona Zilda aconteceu após a família mudar-se para o Distrito Federal. Graças a outra vizinha, Zilda, aos 20 anos, ficou sabendo que o centro espírita próximo da sua casa estava oferecendo cursos de manicure. A vizinha deu um alicate de presente para Zilda e a incentivou a procurar qualificação profissional. "A família que me adotou não gostou nada da ideia. Eles ficaram com raiva da vizinha por ter me estimulado. Afinal, eles perderiam a empregada que trabalhava de graça para eles", conta Zilda.
Mas ela não abaixou a cabeça. Apesar de trabalhar o dia inteiro limpando, cozinhando e lavando roupa, ela conseguiu fazer o curso de manicure e passou a sair todo dia batendo de porta em porta oferecendo os serviços. "Quando eu chegava tarde, minha 'madrinha' ficava brava. Um dia, chegou a me bater", afirma.
Foram anos de agruras, até Zilda conseguir um emprego em um salão de beleza e ir embora de casa apenas com a roupa do corpo e os documentos. "Minha 'madrinha' veio atrás de mim pedindo para voltar, mas eu não voltei nunca mais. Consegui emprego e batalhei. Há 32 anos, abri meu próprio salão de beleza, que tenho até hoje", finaliza ela.
Correio Braziliense segunda, 03 de abril de 2023
TELEFONE CELULAR: O PRIMEIRO DO MUNDO COMPLETA 50 ANOS - PESAVA MAIS DE 1 KG
Primeiro celular do mundo completa 50 anos; aparelho pesava mais de 1kg
Além de pesados, se comparados aos celulares modernos, o primeiro aparelho também não era nada barato, pois custava cerca de R$ 131 mil
CB
Correio Braziliense
postado em 03/04/2023 08:54
(crédito: VALERIE MACON / AFP)
Em 3 de abril de 1973, há exatos 50 anos, o engenheiro norte-americano Martin Cooper apresentava o DynaTAC 8000x, primeiro celular do mundo. Nesse mesmo dia também foi realizada a primeira chamada móvel do planeta. O aparelho pesava 1,1 kg, tinha 33 centímetros de altura e a bateria só durava 25 minutos para ligações. "Mas este último não foi um problema. O telefone era tão pesado que você não conseguia segurá-lo por mais de 25 minutos", brinca o engenheiro Cooper, em entrevista à AFP.
Além de pesados, se comparados aos celulares modernos, o primeiro aparelho também não era nada barato, pois custava cerca de R$ 131 mil (US$ 5 mil). Martin Cooper era engenheiro da Motorola na época da invenção do celular. A empresa havia investido milhões de dólares no projeto, com a esperança de derrotar a Bell System, que dominou as telecomunicações nos Estados Unidos desde sua criação em 1877.
Engenheiro Martin CooperVALERIE MACON / AFP
Os engenheiros da Bell lançaram a ideia de um sistema de telefonia celular logo após a Segunda Guerra Mundial e, no final da década de 1960, conseguiram colocar telefones em veículos, em parte por causa da enorme bateria necessária para funcionar.
Mas Cooper avaliava que isso não era mobilidade real. No final de 1972, ele decidiu que queria um dispositivo que as pessoas pudessem usar em qualquer lugar. O projeto reuniu especialistas em semicondutores, transistores, filtros e antenas — que trabalharam sem parar por três meses.
Passados metade de um século desde a apresentação do primeiro celular do mundo, Martin Cooper avalia que os smartphones têm se tornado uma "extensão da pessoa". "E estamos apenas no começo. Estamos apenas começando a entender o que ele pode fazer. No futuro, esperamos que o telefone celular revolucione a educação. Ele revolucionará a área médica. Sei que parece exagero, mas em uma, ou duas, gerações vamos vencer doenças", afirmou o engenheiro, que atualmente tem 94 anos.
Correio Braziliense domingo, 02 de abril de 2023
MARATONA BRASÍLIA 2023: CORREDORES DE RUA ESTÃO, DESDE JÁ, NO CLIMA
Corredores de rua estão, desde já, no clima da Maratona Brasília
Atletas amadores e profissionais se preparam para a corrida de rua que marca o aniversário da capital e do Correio, em 21 de abril. Festa retorna, após 25 anos, com mais de R$ 50 mil em premiações
NG
Naum Giló
postado em 02/04/2023 06:00
(crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Após 25 anos, corredores de Brasília e de todo o Brasil poderão percorrer trajetos que passarão por alguns dos principais cartões-postais da capital. A Maratona Brasília volta em 21 de abril e os atletas da cidade estão se preparando para o grande dia, seja nos percursos de 42km, 10km ou 5km, nas modalidades individual ou em dupla. Haverá mais de R$ 50 mil em premiações.
A competição — que marca os aniversários de Brasília e do Correio Braziliense — é mais do que uma oportunidade de exercitar a paixão pela corrida para Edva Paula Monteiro da Costa, 58, mais conhecida como Paulinha. Ela não só esteve na última edição da maratona, em 1998, como levou o troféu para casa. A servidora do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) começou a correr ainda em 1995.
No ano seguinte, ela se jogou na primeira maratona da vida. Ao todo, já participou de 32 competições desse tipo e coleciona mais de 100 troféus e mil medalhas. "A corrida traz alegria e amizades que não têm preço. É gratificante ajudar os outros", diz Paulinha, fundadora da Associação de Corredores de Rua do Distrito Federal (CORDF), que reúne atletas na missão de incentivar as corridas de rua e de pista.
Participar da Maratona Brasília exige uma boa preparação. A veterana corre quatro vezes por semana, além de praticar pilates, yoga e musculação. "Eu tenho seis netos, que também incentivo a entrar na corrida", revela Paulinha. E o esporte é realmente uma coisa de família. O marido dela, Ruiter Roberto Silva, 72, é presidente da CORDF. Para ele, o esporte é satisfação e saúde. Começou a correr em 1998, com um colega de trabalho. Em 2001, participou da primeira maratona, em Porto Alegre. No total, foram 12 maratonas em território nacional.
Após a aposentadoria, o biomédico decidiu correr pelo mundo. Foram duas vezes em Las Vegas (EUA), além das maratonas de Paris, Holanda, Portugal e Grécia. O atleta também participou da famosa competição Midnight Sun, na Noruega. Em Brasília, ele vai correr o trajeto de 42 km, revezando com a esposa. "A expectativa é fazer uma boa prova e levar pelo menos 30 atletas da associação para a competição", espera Ruiter.
Superação pessoal
A argentina Liliana Korniat, 60, que mora há 25 anos no Brasil, viu a paixão pela corrida ser despertada por meio do filho, para quem o esporte representou o adeus às drogas. "A corrida é uma terapia. A competição existe, mas não é o centro da coisa. O principal é a autossuperação", declara a oficial de inteligência que já enfrentou cinco maratonas. Para ela, a corrida traz a possibilidade de desenvolver foco, disciplina e autoestima. Liliana se orgulha muito da história do filho e faz questão de falar o nome dele, Lucas Farina, que hoje é assessor de corrida, auxiliando outras pessoas a evoluírem no esporte. "A expectativa para a Maratona Brasília é que seja mais um desafio. Meu filho sempre fala que a corrida salva vidas", conclui.
Aos 77 anos, o aposentado Mauro Pires Ribeiro tem a expectativa de levar o troféu para casa. Não à toa: ele coleciona 11 troféus e 105 medalhas conquistados na corrida. Ele começou a fazer caminhada em 2005, por questão de saúde. A partir de 2016, decidiu apressar o passo e começou a correr. "Antes, eu tinha colesterol e triglicerídeos altos e excesso de peso. Hoje, eu estou ótimo, considero-me um atleta. Não tomo mais nenhuma medicação", comemora. Acostumado a fazer percursos de 5km, dessa vez Mauro vai encarar o trajeto de 10km. "A corrida traz tudo de bom, como novas amizades. Também consegui trazer minha família para participar. Meus dois filhos, nora e duas netinhas passaram a correr", festeja o aposentado.
Maratona monumental
A largada da Maratona Brasília será às 7h, em frente ao Palácio do Buriti, no Eixo Monumental. O aquecimento começa meia horas antes. A prova percorrerá alguns dos principais monumentos da capital federal. A competição terá duração máxima de cinco horas e seguirá as diretrizes da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Nos percursos mais curtos, os corredores terão tempo limite de 1h30, a partir do início.
Ao todo, serão disponibilizadas 2 mil vagas para as três distâncias. As inscrições podem ser feitas no site www.centraldacorrida.com.br, ao custo de R$ 90, até 19 de abril. Conforme o estatuto, idosos pagam metade do valor. Assinantes do Correio têm 25% de desconto, limitados a 200 inscritos.
Para o percurso de 42km, a idade mínima para participação é de 20 anos, enquanto a exigência para as provas de 10km e 5km é de, pelo menos, 16 anos. Todos os inscritos terão direito a um Kit do Atleta, composto por ecobag, camiseta promocional, número de peito, chip eletrônico, brindes diversos, além de uma medalha, que será entregue após a conclusão da prova.
Correio Braziliense sábado, 01 de abril de 2023
PAZ NO TRÂNSITO: BRASILIENSES COMEMORAM
Brasilienses comemoram 26 anos do respeito à faixa de pedestre
Neste sábado (1°/4), o DF comemora os 26 anos do respeito à faixa de pedestre. A iniciativa foi um sucesso e se tornou um exemplo nacional de boa prática no trânsito
PM
Pedro Marra
AS
Amanda Sales
postado em 01/04/2023 06:00
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Quem mora em Brasília sabe que antes de passar por uma faixa de pedestres, é preciso dar o sinal de vida, esperar os veículos pararem e, só então, atravessar a via. Neste sábado (1°/4), o Distrito Federal completa 26 anos do respeito à faixa de pedestre e é uma referência para o país. Por meio da campanha Paz no Trânsito, iniciada em 1996, o Correio Braziliense teve participação ativa nessa mudança de cultura, que salva vidas. Dados do Departamento de Trânsito (Detran) mostram que as autuações de condutores que não cumprem a lei diminuíram de 2 mil para 1,3 mil no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022.
A diarista Ana da Silva Borges, 53, moradora da Cidade Ocidental, trabalha na W3 Sul. Todos os dias, ela desce até o Eixinho Oeste para pegar o ônibus de volta para casa, e passa pela faixa de pedestre da 307/308 Sul, pintada em 1º de abril de 1997, para deflagrar a campanha de respeito à faixa. "Tem motorista que passa muito desatento pela faixa. Por isso, é importante a gente esperar os carros pararem", diz. Ana gostaria que também houvesse faixa de pedestres no Eixinho, porque tem medo de usar as passagens subterrâneas.
Para o morador do Gama, David Moraes, 26, a faixa de pedestre é algo essencial para o funcionamento do trânsito na capital. "É muito difícil eu ver um motorista do DF que não pare na faixa ou pedestres que não deem sinal. Acho que essa cultura faz parte da vida do brasiliense. Talvez o que falte é mais consciência para alguns e, sinceramente, mais faixas", avalia. O analista de planejamento observa ainda que, em alguns locais, as faixas precisam ser revitalizadas. "Temos faixas bem claras e, como motoristas, a gente não consegue enxergar. Então, isso que precisa ser ajustado. E as placas de sinalização podem ser maiores, evitando que o condutor pare em cima da faixa", opina.
Moradora da Asa Sul, o advogado Jorge Gonzaga, 67, e a aposentada Erivan Gonzaga, 53, comentam que há algumas faixas apagadas na região e cobram mais fiscalização das condições do equipamento de segurança. "Muitos motoristas não obedecem, fazem de conta que não viram e passam enquanto a gente espera para atravessar", relata Erivan. "É muito importante a faixa para o controle do trânsito. É preciso também ter a faixa com tinta fosforescente para melhorar a visão dos condutores à noite", cobra o advogado.
Faixas mal conservadas colocam pedestres e motoristas em riscoMinervino Júnior/CB/D.A.Press
O motorista de aplicativo Cartiliano Jose, 42, afirma que a maioria dos condutores respeita a sinalização. "Alguns pedestres têm o costume de atravessar sem dar o sinal com o braço, o que faz muitos motoristas 'furarem' a faixa. É preciso reforçar a importância do sinal", destaca.
Conscientização
Porta-voz do Detran-DF, Glauber Peixoto acredita que o respeito à faixa de pedestres ainda prevalece, mas alguns acidentes fatais demonstram que os motoristas precisam ter conscientização. "São condutas imprudentes, como em maio de 2022, quando houve o atropelamento de cinco meninas em Ceilândia, por um condutor embriagado. A maioria dos motoristas respeita a faixa de pedestres, mas não podemos descuidar de manter as ações de fiscalização. Os condutores também precisam ter respeito aos pedestres e garantir a segurança durante a travessia", analisa.
Em 2022, mais de 2,1 mil faixas foram revitalizadas com pintura e 531 passaram pelo serviço de lavagem, que começou em 2022, de acordo com o GDF. O trabalho é feito durante o período de estiagem, quando há acúmulo de sujeira e resíduos. Porém, o Detran explica que o asfalto precisa estar seco por, pelo menos, 24 horas. Por isso, em época de chuva, o serviço fica mais lento.
Até 15 de março deste ano, 204 faixas foram pintadas no DF. "Existe uma rotina de se manter a sinalização horizontal em boas condições, conforme o calendário da última pintura. Quando a gente observa uma faixa apagada, o Detran vai no local e vistoria, mas a população também pode nos chamar", completa Peixoto.
Por pouco uma tragédia não ocorreu ontem à tarde. Um homem de 34 anos foi atropelado em uma faixa na Avenida Contorno, do Guará 2. O acidente foi na altura da QE 34, próximo à rotatória de entrada da região, onde um motociclista entregador de comida por aplicativo ultrapassou o sinal vermelho e se chocou com a vítima. A vítima foi levada ao Hospital de Base, suspeita de fratura no quadril.
Para orientar a população sobre os cuidados com a faixa de pedestres, a Diretoria de Educação de Trânsito (Direduc) vai promover ações educativas no Estacionamento 12 do Parque da Cidade, das 8h às 12h. A programação vai contar com várias ações para crianças, jovens e adultos na data especial. Está prevista a montagem de tendas educativas, realização de palestras com profissionais do Detran, apresentação teatral, intervenções artísticas com repentistas e mímicos.
Correio Braziliense sexta, 31 de março de 2023
VIA SACRA NO MORRO DA CAPELINHA: EVENTO CONSEGUE MAIS RECURSOS PARA A ENCENAÇÃO
Via Sacra consegue mais recursos para realizar encenação
Uma das maiores encenações do país conta, até o momento, com R$ 1,3 milhão, próximo a expectativa da organização, que era de R$ 1,5 milhão
CB
Correio Braziliense
postado em 31/03/2023 08:43
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Completando 50 anos de existência, a tradicional encenação da Via Sacra, no Morro da Capelinha em Planaltina, conseguiu a liberação de recursos para que o evento possa ocorrer este ano. O orçamento liberado conta com R$ 1,3 milhão de investimento do Governo do Distrito Federal (GDF), sendo R$ 617 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Seec) e R$ 690 mil da Secretaria de Turismo.
Na última terça-feira (28/3), produtores, atores e outros profissionais envolvidos realizaram um protesto no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para pedir a liberação dos recursos. De acordo com o produtor cultural e membro do núcleo de encenações, Lehandro Lira, o investimento necessário para a realização da Semana Santa gira em torno de R$ 1,5 milhão.
O evento vai contar com mais de 1,4 mil voluntários, entre eles atores, coordenadores, figurantes e cenografia. A expectativa de público varia de 70 a 150 mil pessoas, um grande evento, que movimenta a cidade.
Neste ano, de acordo com a tesoureira Milena Teixeira, o evento promete algo mais elaborado, já que é a comemoração dos 50 anos. Muita fé e determinação arrastam a multidão de pessoas, que chega de diversas partes do país para acompanhar o espetáculo sobre a morte e a ressureição de Cristo.
“Este é um dos eventos mais aguardados durante o ano. Traz uma movimentação turística significativa para todos os segmentos. Segundo o Ministério do Turismo, a Semana Santa deve movimentar mais de 1,3 milhão de fiéis pelo país. A expectativa de maior fluxo está concentrado nas cidades de Aparecida (SP), Juazeiro do Norte (CE), Trindade (GO), Brejo da Madre de Deus (PE) e Planaltina (DF)”, afirma o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo.
*Com informações da Agência Brasília.
Correio Braziliense quinta, 30 de março de 2023
MARATONA BRASÍLIA: CORRER CURA O CORPO E A MENTE, GARANTEM ATLETAS
Correr cura o corpo e a mente, garantem atletas da Maratona Brasília 2023
Pacientes transplantados recomentam as corridas de rua a todos que querem ganhar mais qualidade de vida. Vários atletas nessa condição vão participar da Maratona de Brasília, no aniversário da cidade e do Correio Braziliense
NG
Naum Giló
postado em 30/03/2023 06:00 / atualizado em 30/03/2023 10:13
Vários atletas poderão novamente correr em percursos que passam pelos principais monumentos modernistas da capital federal. No entanto, alguns dos competidores têm motivos especiais para participar da maratona, além da celebração do esporte. Pacientes transplantados têm nos exercícios físicos um dos principais caminhos para garantir a qualidade de vida. Após receberem órgãos, eles precisam, pelo resto da vida, tomar medicamentos imunossupressores para evitar rejeição.
A grande quantidade de medicamentos causam alguns efeitos colaterais ao longo dos anos, como a possibilidade maior de desenvolver a diabetes do tipo 2. O esporte é a melhor forma de prevenir a doença. Robério Melo, 58, é um dos atletas transplantados que vão participar da competição. Em 2017, ele foi diagnosticado com cirrose. Em maio do mesmo ano, ganhou o novo fígado e viu sua vida transformada pela nova condição.
Melo sempre praticou esportes, mas, após o transplante, a prática ganhou outra dimensão. “O esporte fortalece o organismo e a cabeça”, define o empresário. “Também percebi que precisava mudar de vida e criei a Comissão de Transplantados do DF, que dá suporte a pacientes antes e depois da cirurgia, bem como aos familiares deles”, explica. O forte de Robério sempre foi natação, mas a corrida acabou ganhando espaço na vida dele. “Estou muito empolgado, porque a maratona é a celebração da vida”, alegra-se Robério, que vai fazer o trajeto de 10km.
O nado também já fazia parte da rotina de Ariana Santos, 39, que vai correr na Maratona Brasília no trajeto de 5km. Ela faz parte da comissão presidida por Robério. Após três anos de diálise, Ariana passou por um transplante de rim, em 2018. “Todos nós da comissão vamos participar, nem que seja para terminar o trajeto caminhando”, revela a animada servidora do GDF. “É também um momento de conscientização para que as pessoas adotem hábitos mais saudáveis. Para nós, transplantados, o excesso de peso é um inimigo”, alerta.
Paixão
O presidente da Federação de Atletismo do DF, Francisco Xavier de Oliveira, 65, parou de correr competitivamente há 30 anos, mas a prática nunca deixou de ser um hobby. “Vou correr o trajeto de 5 km. É uma participação simbólica, festiva”, explica. “A corrida fez uma diferença muito grande na minha vida, determinou até a minha profissão. Após competir várias vezes, decidi fazer graduação em educação física”, lembra. Francisco trabalhou por 30 anos na Secretaria de Esportes do DF e já foi coordenador técnico algumas vezes na Maratona Brasília. “A maratona é o evento esportivo mais importante da cidade. Agora, ela retoma ao seu devido lugar no cenário do esporte da cidade”, festeja.
“A corrida é mais que um esporte, é um estilo de vida pra mim. A corrida vai muito além da performance, da estética. É saúde, qualidade de vida e bem-estar”, confessa Valder de Oliveira Souza, 38. Ele prescreve treinos de força e alongamento específicos para corredores. Vai fazer o percurso de 10km, que é a modalidade que vem treinando ultimamente. “Eu corro há 25 anos e participo de competições há cinco”.
Valder acaba de participar de uma competição semelhante em Salvador (BA), e se sente preparado para o próximo desafio em Brasília. “É válvula de escape. Através da corrida, conecto o corpo e a mente e viver em homeostase, em equilíbrio com a vida”.
Competição
O percurso da prova de 42km passará pelos dois sentidos do Eixo Monumental, cruzará os Eixos Sul e Norte e voltará ao centro da capital no acesso à Igreja Rainha da Paz até terminar no estacionamento da Funarte. Tudo isso, seguindo as diretrizes da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). O trajeto poderá ser feito em até cinco horas.
Nos percursos mais curtos, os corredores terão tempo limite de uma hora e meia a partir da largada. Ao todo, serão disponibilizadas 2 mil vagas para as três distâncias. As inscrições podem ser feitas no site centraldacorrida.com.br. O primeiro lote de vagas, disponível até 6 de abril, custa R$ 90. De 7 até 19 de abril, a taxa cobrada será de R$ 100. Conforme o estatuto, idosos pagam metade do valor. Assinantes do Correio têm 25% de desconto, limitados a 200 inscritos.
Programação
Data: 21 de abril de 2023 Horários: aquecimento, às 06h30; largada, às 07h Local da largada: Frente ao Palácio do Buriti Percursos: 5km, 10km e 42km (solo ou revezamento de 21km cada) Inscrições: www.correiobraziliense.com.br/maratonabrasilia2023 Kit corrida: camiseta, medalha, número de peito, ecobag em algodão e braçadeira porta celular Valor da inscrição individual: Até 19/04/2023 = R$ 90,00 público geral; R$ 67,50 assinantes do Correio Braziliense (*)
SAÚDE: CHEIRAR SUOR DOS OUTROS PODE CONTROLAR ANSIEDADE?
Cheirar suor dos outros pode controlar ansiedade?
"Perder a capacidade de cheirar outras pessoas, como o parceiro e os filhos, pode causar depressão e sentimentos de isolamento nas pessoas", diz pesquisador
BBC Geral
postado em 29/03/2023 09:17 / atualizado em 29/03/2023 09:17
(crédito: Getty Images)
Cheirar o odor corporal de outras pessoas pode ser útil na terapia contra a ansiedade social, segundo pesquisadores suecos que iniciaram testes com voluntários.
Os cientistas têm usado o suor das axilas nos experimentos.
O palpite deles é que o cheiro ativa vias cerebrais ligadas às emoções, oferecendo um efeito calmante — mas ainda é muito cedo para dizer se esses especialistas estão certos ou errados.
Eles estão apresentando algumas das primeiras descobertas sobre o tema em uma conferência médica que acontece em Paris, na França, durante esta semana.
Por que (e como) cheiramos?
Os bebês nascem com um olfato forte, com preferência pelos aromas que vêm da mãe e do leite materno.
O olfato ajuda os humanos a sentir o perigo — de comida estragada ou fogo, por exemplo — e interagir com o ambiente e com outros indivíduos.
Esse sentido também torna as refeições mais saborosas e pode evocar memórias importantes.
Os aromas são detectados por receptores na parte superior do nariz. Os sinais deles são então retransmitidos diretamente para o sistema límbico, uma região do cérebro associada à memória e às emoções.
Os pesquisadores suecos sugerem que o odor do corpo humano pode comunicar nosso estado emocional — feliz ou ansioso, por exemplo — e até provocar respostas semelhantes em outras pessoas que o cheiram.
Eles pediram a voluntários que doassem suor nas axilas que exalaram enquanto assistiam a um filme de comédia ou de terror.
Em seguida, 48 mulheres com ansiedade social concordaram em cheirar algumas dessas amostras. Além disso, elas receberam uma terapia mais convencional chamada mindfulness (atenção plena), na qual as pessoas são encorajadas a se concentrar no aqui e agora, em vez de divagar e repetir pensamentos negativos.
Algumas das voluntárias receberam odor corporal genuíno para cheirar, enquanto outras — o grupo controle — tiveram contato apenas com ar puro.
Aquelas que foram expostas ao suor pareciam se sair melhor após a terapia.
A pesquisadora principal, Elisa Vigna, do Instituto Karolinska em Estocolmo, avalia que "o suor produzido enquanto alguém está feliz teve o mesmo efeito do de alguém que se assustou com um filme".
"Portanto, pode haver algo sobre os sinais químicos humanos no suor em geral que afetam a resposta ao tratamento", continua a pesquisadora.
"Pode ser que simplesmente estar exposto à presença de outra pessoa tenha esse efeito, mas ainda precisamos confirmar essa observação. Na verdade, é isso que estamos testando agora, em um estudo de acompanhamento semelhante, onde incluímos também o suor de indivíduos que assistem a documentários emocionalmente neutros."
O que é suor? Ele sempre tem um cheiro?
A maior parte do suor que brota da pele é inodora (ou seja, não tem cheiro algum). Mas as glândulas sudoríparas nas axilas e nas virilhas produzem certos compostos que formam o odor corporal.
Bactérias na superfície da pele e nos folículos pilosos próximos quebram esses compostos, produzindo outros que são responsáveis pelo cheiro.
Duncan Boak, representante da instituição Fifth Sense, que visa aumentar a conscientização sobre os distúrbios do olfato e do paladar, afirma que "há uma forte ligação entre o olfato e o bem-estar emocional".
"Perder a capacidade de cheirar outras pessoas, como o parceiro e os filhos, pode causar depressão e sentimentos de isolamento nas pessoas."
"Embora este seja um estudo preliminar e mais trabalhos sejam necessários, é muito encorajador ver mais pesquisas sobre a importância de nosso olfato para uma boa saúde mental", conclui.
Correio Braziliense terça, 28 de março de 2023
GOSTOSURAS DA PÁSCOA: DELICIOSAS E LUCRATIVAS, AJUDAM NA RENDA EXTRA
Deliciosos e lucrativos: gostosuras da Páscoa ajudam na renda extra
Brasilienses aproveitam a Páscoa para aumentar a renda, com comercialização de ovos de chocolates e bombons. Vendas desses produtos devem aumentar 18% em relação ao ano passado, segundo a Fecomercio-DF
JA
José Augusto Limão*
AL
Ana Luiza Moraes*
postado em 28/03/2023 03:55 / atualizado em 28/03/2023 10:06
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Levantamento recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) mostra crescimento de 18% nas vendas de Páscoa em relação ao ano passado. A previsão favorável também se estende a outros presentes, que se tornaram opção para esta época do ano e que devem ter um aumento de 20%, no mesmo período. O itens mais comprados, segundo a pesquisa, continua sendo os ovos (47,7%) e os chocolates/trufas (47,7%) que, somados, totalizam 95,4% das preferências. Quem está de olho neste aumento são os confeiteiros caseiros, aproveitando-se dos preços das marcas mais comerciais.
Apaixonada por confeitaria, Bianca Barreto, 36, está com uma expectativa muito alta em relação às vendas no Ateliê do Brigadeiro. "Essa época do ano é excelente para a área de confeitaria. Mesmo com os insumos custando tão caro, a gente consegue aumentar bastante a renda. Mas busco sempre cobrar um preço justo dos meus clientes", afirma. A empresária expõe que começou a fazer doces na época de escola, e seus amigos adoravam. Já na fase adulta, aproveitou a habilidade para fazer uma renda extra. "As pessoas preferem os ovos caseiros aos de mercado. Acho que a qualidade, por ser artesanal, atrelada ao cuidado maior com o produto, chamam a atenção", diz Bianca.
Segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), em 2022, as vendas de ovos de chocolate na Páscoa tiveram um crescimento de 10,6% — em 2021, foi de apenas 4%, em razão da pandemia. A estimativa para este ano é que o valor médio gasto com ovos de chocolate aumente de R$ 112 para R$ 117 em relação ao ano passado, enquanto que, nas vendas pela internet, o aumento será de 52% para 57%. O sindicato reúne cerca de 30 mil empresas de varejo de diferentes tipos.
A supervisora de vendas Tatiane de Sousa Silva, 40, começou a produzir ovos de páscoa caseiros há dois anos. "No início da pandemia, eu fiquei desempregada e comecei a vender bolos caseiros e, quando chega perto dessas datas comemorativas como a Páscoa, eu vou me adaptando ao produto que existe mais demanda", declara a moradora de Planaltina. Tatiane explica que os ovos de chocolate fazem sua renda crescer em 100%. "Existe bastante demanda para os ovos. Meus produtos são a partir de R$ 65 e o preço vai variar com tamanho e recheio. Eu vendo de todas as formas."
A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (ABICAD) encomendou uma pesquisa, realizada pela consultoria KPMG. O resultado revela que o feriado gerou 7,9 mil vagas de trabalho temporário no país. Para a Páscoa de 2023, novos trabalhadores contratados para atuar em fábricas e pontos de comércio já se preparam para movimentar a indústria, diante da alta demanda de ovos e chocolates nessa época.
Nascida em Juiz de Fora (MG), Camila Cindy, 32, começou sua história na confeitaria artesanal em março de 2020, quando morava em Maputo, Moçambique, no sul da África. Camila veio a Brasília para ver o nascimento de seu sobrinho, em 6 de março. "No dia 16, a fronteira fechou. Não consegui retornar e me vi um pouco perdida, sem saber o que fazer com tudo fechando aqui no Brasil", relembra. Diante da proximidade da Páscoa, ela decidiu investir na confeitaria. Com sua mãe, Camila é responsável por tudo. "Eu era o marketing, era a entrega, eu que recebia e fazia a confecção dos pedidos. Isso me trouxe uma autoestima muito boa, porque eu via que tinha um retorno financeiro. Então, em toda Páscoa, eu acabo investindo para fazer ovos, cativar os clientes e trazer um pouco mais de amor e doçura", pondera. Ela atende seus clientes por meio do instagram @confeitosdacami.
Capacitação
Focar no planejamento e nas perspectivas de mercado é essencial para quem usa datas comemorativas para empreender, como conta o gerente de atendimento personalizado do Sebrae-DF, Ricardo Robson. "E, com base na definição de seus clientes, saber qual produto ou serviço será disponibilizado, tentando enxergar qual o desejo desse público, de forma que consiga estruturar o seu negócio em cima dessas necessidades", complementa o executivo. Em um mercado onde todo mundo faz a mesma coisa é necessário se destacar e, para o especialista, a inovação e a capacitação profissional podem fazer a diferença dentro do seu empreendimento. "Então, é identificar, enxergar enquanto empresário quais são as lacunas, e seus gaps de conhecimento. Planejamento de vendas, marketing digital e os links patrocinados que ajudam muito na comercialização dos seus produtos são alguns temas que são relevantes e que são importantes para o empreendedor se capacitar", acrescenta.
A estudante de biomedicina Rebeca Boaventura, 22, começou a fazer doces com sua irmã, como uma forma de ganhar renda extra diante das dificuldades de encontrar estágio na sua área. "Unimos uma coisa que a gente gosta muito de fazer, que é cozinhar, com o nosso amor por doces. Então, o ramo da confeitaria foi perfeito para gente", observa. Depois de um tempo produzindo somente para encomenda, as empreendedoras se sentiram prontas para o próximo passo. Foi assim que surgiu Lounitta, confeitaria digital que homenageia as falecidas avós, Lourdes e Anitta. A venda dos doces aumenta a renda de Rebeca e sua irmã em 30% a 40%. Esta Páscoa será a primeira desde a fundação da Lounitta, e os pedidos podem ser feitos pelos contatos disponibilizados no instagram @lounitta.confeitaria.
*Estagiários sob a supervisão de Patrick Selvatti
Correio Braziliense segunda, 27 de março de 2023
ANIVERSÁRIO DE CEILÂNDIA: CIDADE INDEPENDENTE, QUE TEM TUDO PARA SUA POPULAÇÃO
Ceilândia, uma cidade independente que tem tudo para sua população
No dia em que comemora 52 anos, a região mostra a força que tem em diversos setores, entre eles, o econômico. Moradores e comerciantes apontam que a autonomia da cidade é o que mais chama a atenção
Ad
Arthur de Souza
JA
José Augusto Limão*
postado em 27/03/2023 06:00 / atualizado em 27/03/2023 07:43
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Região mais populosa do Distrito Federal, Ceilândia está completando 52 anos, nesta segunda-feira (27/3). Ela representa 11,6% de todos os moradores da capital do país e se engana quem pensa que a força da cidade está somente em seus 350.347 habitantes — dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) mais recente. Vice-presidente financeiro da Associação Comercial de Ceilândia (ACIC), Clemilton Saraiva, não tem dúvidas de que Ceilândia é uma cidade independente economicamente.
"O comércio local é muito pujante. Hoje, você não precisa sair de Ceilândia para comprar absolutamente nada", crava Clemilton. "Temos o maior número de atacarejos concentrados em uma região, além de praticamente uma cidade do automóvel no Setor O", detalha o representante da ACIC. Para ele, a economia local vem passando pelos mesmos problemas, de uma forma geral, que os do país. "Com essa retração econômica, a gente sente que tudo tem sido afetado. É claro que essa dinâmica do comércio é aquela história: a pessoa que trabalha e que empreende se reinventa todo dia e, em Ceilândia, isso não tem sido diferente", aponta Clemilton.
O vice-presidente da ACIC coloca alguns gargalos da cidade que acabam atrapalhando a economia local. "São questões de saúde, segurança e educação. Os gargalos para o desenvolvimento econômico da cidade estão, principalmente, nessas áreas", ressalta. "Além disso, temos um problema das águas durante os períodos de chuva. Ainda tem uma baixa captação de águas pluviais e isso influência, não só no comércio, mas na questão urbana como um todo", nota. Mesmo assim, ele acredita que Ceilândia ainda está em um patamar elevado. "Num panorama geral, Ceilândia é uma cidade que gera e entrega para o bolo do Distrito Federal na ordem de R$ 6 bilhões em impostos", enaltece.
Autonomia
Apaixonado pela cidade, Hugo Vinicius, 16, é comerciante em Ceilândia e explica que a população pode encontrar de tudo na região. Para ele, isso mostra a força do comércio. "Se você chegar aqui no centro da Ceilândia pode ficar tranquilo que vai achar o que precisa, por isso que essa cidade é muito boa para se morar e trabalhar", narra. O jovem destacou a gama de oportunidades de empregos que existem no local. "Todo dia aqui vemos uma pessoa diferente, tem clientes que a gente já conhece que frequenta a loja todo dia. O movimento aqui é muito bom", afirma.
Edimar Araújo, 58, e Iolanda Magalhães, 60, são moradores da Ceilândia há quarenta anos, e dizem que só de não precisarem se locomover para outra cidade para realizar suas compras é um diferencial. "De um tempo para cá, surgiram diversas variedades de comércio e isso facilita, e sem contar com o preço que é muito bom", expõe a cabeleireira. Para o casal, os habitantes provocaram esse desenvolvimento comercial. "Entendemos que Ceilândia é um bom lugar para viver, os preços baixos daqui viabilizam a nossa necessidade, pois aqui conseguimos consumir sem gastar tanto", calcula.
Sempre com o lápis e papel na mão, Iramar de Fátima, 60, elogia o baixo preço dos produtos em Ceilândia, mas segue fazendo sua pesquisa para economizar ao máximo. "Cheguei aqui quando tinha nove anos. Estava no comecinho da cidade. Cresci, casei, tive meus filhos, agora netos, tudo aqui em Ceilândia", frisa. A dona de casa diz que sempre encontra tudo que precisa no momento de fazer suas compras mensais. "Sempre vou nos atacadões que tem aqui, tudo bem perto de casa", salienta.
De olho no bom movimento do centro de Ceilândia, a loja de roupas em que Pedro José, 33, trabalha decidiu ir para a cidade. "Aqui o setor de confecção é muito bom, trabalhamos com um preço único então as pessoas vêm em peso", declara. Mesmo estando em um ambiente bom para as vendas, o morador do Novo Gama critica o alto número de roubos e usuários de drogas no espaço. "Estamos aqui na Ceilândia há cinco meses, temos outras lojas em diferentes cidades, e migramos para cá pois a cidade é umas das maiores do DF, então teve esse atrativo", destaca. Para o comerciante o local tem diversas oportunidades para o comércio, contudo existem alguns pontos sobre segurança pública que devem ser melhorados.
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida
Correio Braziliense domingo, 26 de março de 2023
MARATONA BRASÍLIA 2023: DONO DO RECORDE DA PROVA FALA SOBRE O RETORNO DA COMPETIÇÃO
Dono do recorde da Maratona Brasília fala sobre o retorno da competição
Campeão em 1997 e dono do recorde da Maratona Brasília, Valdenor dos Santos fala sobre o retorno da competição às ruas da cidade, após 25 anos de hiato, e oferece dica preciosa para os aventureiros das corridas
VP
Victor Parrini
postado em 26/03/2023 06:00
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Abril está chegando e, com isso, crescem as expectativas para a Maratona Brasília 2023. A principal corrida de rua da capital federal voltará a ocupar as pistas da cidade após 25 anos de interrupção. Disputada de 1991 a 1998, a tradicional prova de 42km caiu nas graças do povo, transformou atletas em heróis e montou o próprio álbum de vencedores, formado não por figurinhas, mas por figurões.
Entre os 13 vencedores das oito edições da Maratona Brasília, um chama especial atenção. Abre alas da turma na disputa de 1997, Valdenor dos Santos fez valer a preparação antes da corrida e terminou a prova com o recorde de 2h16min56s. Nenhum competidor sequer ameaçou a imponente marca de Valdenor.
O mais "próximo" do tempo de Valdenor dos Santos foi Elisvaldo Rodrigues de Carvalho, em 1998. O maranhense completou os 42,195km em 2h19min35s. Naquele ano, o corredor do Distrito Federal começou bem, brigou pelas primeiras posições, mas desistiu da prova com 1h15min15s e deu adeus à possibilidade do bicampeonato em casa.
Vinte e cinco anos após a última Maratona Brasília, Valdenor dos Santos revela a alegria pelo retorno da principal corrida de rua da capital do país e fala sobre a importância do esporte para a vida. "É muito bom ter a Maratona Brasília de volta. Não tem coisa melhor do que correr em casa, no aniversário da cidade. A parte turística de Brasília é maravilhosa. Tem a Catedral, a Esplanada e tantos outros pontos. É uma cidade diferenciada", ressalta.
Correr em Brasília é sinônimo de satisfação para os candangos, ainda mais após as restrições impostas pela pandemia de covid-19. Valdenor conta que a interrupção das provas pelo país o deixou desanimado. "A pandemia de covid-19 atrapalhou muitas corridas pelo mundo. Agora que estão começando a voltar. O atleta sente falta. Graças a Deus, está voltando à normalidade. Foi muito difícil para mim, pois parei de treinar um pouco, busquei lugares com pouca movimentação, mas não era a mesma coisa", compartilha.
Aos 54 anos, Valdenor dos Santos esbanja fôlego e disposição. "Treino quase todos os dias. Não paro, tento sempre dar uma corrida entre 5km e 10km. Nos fins de semana, corro de 15km a 20km. Tudo isso no tempo máximo de 1h a 1h20min", explica.
A corrida é uma das paixões de Valdernor. Afinal, abriu portas para que ele conhecesse vários países. "A corrida é muito importante para mim. Graças a ela, viajei o mundo todo, conheci várias culturas. Fui ao Japão, Estados Unidos, Grécia, Espanha, Alemanha e muitos outros países. Tudo graças ao esporte. Não tem dinheiro que pague isso", discursa.
Experiente, Valdenor deixa uma dica importante para quem deseja correr, seja por hobbie ou por competição. "É bom começar com o pensamento na qualidade vida, correr sem preocupação nenhuma, pelo esporte, para curtir a prova e o momento sem preocupação, sem pensar em tempo. Tudo vai acontecendo naturalmente, tomando gosto pela corrida. No início, é bom estar sempre descontraído. Cobrança nunca é bom", frisa.
Correio Braziliense sábado, 25 de março de 2023
VIAGEM: PANTANAL BRASILEIRO É UM DOS MELHORES DESTINOS EM 2023 - VEJA LISTA
Pantanal brasileiro é um dos 50 melhores destinos de 2023; veja lista
Lista feita pela revista norte-americana 'Time' apontou outros 49 locais por todo o mundo que podem ser destinos de viagem em 2023
CG
Camilla Germano
postado em 24/03/2023 19:17 / atualizado em 24/03/2023 19:23
(crédito: Mayke Toscano/Secom-MT)
O Pantanal brasileiro apareceu na lista anual de melhores lugares para se visitar, segundo a revista norte-americana Time. Foram escolhidos 50 lugares por todos os continentes, todos com os suas belezas naturais e características específicas.
No texto justificando a escolha da região para a lista, a revista destacou o ecossistema local e a "imersão das pessoas no safári sul-americano sob bandos de araras coloridas, tucanos e colhereiros enquanto procuram o predador da América do Sul, a onça-pintada".
Serra do Amolar Pantanal. José Medeiros - Gcom/MT
O continentes com maiores representantes na lista foram a América do Norte e a Ásia, ambos com 12 localidades. Na sequência a Europa teve 11 representantes, a África com 7, seguido da América do Sul com 4, Oceania com 3 e América Central com 1.
Confira a lista relacionadas na lista
África
Chyulu Hills, Quênia
Dacar, Senegal
Giza e Saqqara, Egito
Musanze, Ruanda
Parque Nacional de Loango, Gabão
Península de Freetown, Serra Leoa
Rabat, Marrocos
América Central
Roatán, Honduras
América do Norte
Bozeman, Montana
Cidade do México, México
Churchill, Manitoba, Canadá
Dominica, Caribe
Guadalajara, México
Rio Grande, Porto Rico
Tampa, Flórida
Tucson, Arizona
Vancouver, Canadá
Washington, D.C.
Willamette Valley, Oregon
Yosemite National Park, Califórnia
América do Sul
Medellín, Colômbia
Ollantaytambo, Peru
Pantanal, Brasil
Parque Nacional Torres del Paine, Chile
Ásia
Aqaba, Jordânia
Ilha de Jeju, Coréia do Sul
Isan, Tailândia
Jerusalém, Israel
Ladakh, Índia
Luang Prabang, Laos
Mar Vermelho, Arábia Saudita
Mayurbhanj, Índia
Nagoia, Japão
Phuket, Tailândia
Quioto, Japão
Sharjah, Emirados Árabes Unidos
Europa
Aarhus, Dinamarca
Barcelona, Espanha
Berat, Albânia
Budapeste, Hungria
Dijon, França
Nápoles, Itália
Pantelleria, Itália
St. Moritz, Suíça
Sylt, Alemanha
Timisoara, Romênia
Viena, Áustria
Oceania
Arquipélago de Tuamotu, Polinésia Francesa
Brisbane, Austrália
Ilha Kangaroo, Austrália
Correio Braziliense sexta, 24 de março de 2023
GASTRONOMIA: PENSANDO NO PRATO E NO PLANETA - VEJA OPÇÕES VEGANAS E VEGETARIANAS
Pensando no prato e no planeta: veja opções veganas e vegetarianas no DF
O interesse dos brasilienses pela alimentação vegana e vegetariana tem aumentado cada vez mais. Por isso, o Divirta-se mais selecionou seis restaurantes da cidade voltados para este público
IB
Isabela Berrogain
GK
Giovanna Kunz*
postado em 24/03/2023 06:00
(crédito: Mariana Lins )
A preocupação com a saúde e com o meio ambiente tem se tornado tópicos cada vez mais comuns na sociedade. Em busca de uma vida mais saudável e de colaborar com os impactos ambientais gerados pelo ser humano, os brasilienses têm se interessado pela alimentação vegana e vegetariana, ensejando um aumento dos restaurantes da cidade voltados para este público e provando que os adeptos dessa comida podem ter, sim, uma dieta vasta e variada.
Para Tássia Aguiar e Ray Preta, proprietárias do Cantinho de Caburé Cozinha Vegana, é claro o crescimento do veganismo em Brasília. "Os brasilienses estão mais curiosos sobre o assunto, sentem-se mais confiantes para experimentar novos sabores sem tanto preconceito. Muitos ficam estarrecidos com os ingredientes e as possibilidades de uma culinária nova, fácil e mais barata que a "convencional"", avaliam. "A cada dia surgem mais empreendimentos veganos e isso também é um cenário promissor que possibilita às pessoas maior acesso à culinária", complementam.
Lívia Aquino e Luana Isidro, sócias do Casinha Café, também apontam as intolerâncias e alergias como um dos motivos do aumento da população vegetariana e vegana. "No caso do leite, por exemplo, só quem já tentou tirá-lo da alimentação percebe como ele está presente em praticamente tudo e é desgastante essa investigação na hora de comer na rua. Empresas veganas acabam sendo uma escolha segura para essas pessoas, mesmo que não sejam veganas", opina. Para além das restrições, Lívia e Luana veem a compaixão das pessoas pelas causas que envolvem o vegetarianismo e o veganismo cada vez maior. "Quem se sensibiliza com os impactos ambientais desastrosos ou se solidariza com a vida dos animais explorados, torna-se mais aberto a fazer escolhas mais sustentáveis e descobre que a culinária à base de plantas pode ser surpreendentemente gostosa", garantem.
"Parar de comer carne é um ato político", declaram Candy Saavedra e Barbara Burnier, sócias do Japa Vegana. "Hoje, vemos claramente como temos que nos preocupar com a causa climática: tudo está interligado. A alimentação sem produtos de origem animal tem diversos benefícios para a saúde amplamente comprovados pela ciência, mas o mais importante desta causa é saber que um estilo de vida sem exploração animal é possível, é gostoso, é saudável — muitos atletas veganos podem provar que é possível —, e pode ser a única forma de ajudarmos a salvar esse planeta", finalizam.
Cura por meio da comida
"Pode ser meio pretensioso, mas nós temos a proposta de fazer, de fato, uma comida curativa", define a proprietária Cristina Roberto sobre o Cura Cozinha Orgânica. No local, Cristina participa de todas as áreas do restaurante, desde a criação de novos pratos ao atendimento dos clientes. "A proposta é fazer uma comida muito saudável, orgânica, fresca, rica, supernutriente e muito saborosa. Juntamos tudo isso em um local lindo no Jardim Botânico, com ingredientes maravilhosos e uma larga experiência na cozinha", explica.
O restaurante funciona por meio de menu degustação, composto por sopa, salada, prato principal e sobremesa — as opções mudam diariamente. Na cozinha do Cura, são feitos os próprios ingredientes da casa, como, por exemplo, o leite de coco. "Os cardápios são montados diariamente com os produtos que estão disponíveis na feira, da estação. É como se fosse uma comida de casa mesmo, que cada dia é uma coisa diferente", explica. "É uma cozinha de avó, afetiva, amorosa e cuidadosa", complementa.
Alimentação sustentável
A história do Japa Vegana começa em 2019, em São Paulo, quando o restaurante funcionava em formato delivery. Após a passagem das sócias Candy Saavedra e Barbara Burnier pelo Shark tank Brasil, reality show em que empreendedores apresentam as ideias de negócio a potenciais investidores, o local ganhou visibilidade nacional. A partir daí, surgiu a vontade de trazer a proposta da casa para Brasília.
"Somos um restaurante de comida japonesa e asiática à base de plantas, então muito do que você conhece dentro dessa culinária, nós trazemos uma leitura sem nada de origem animal, ou seja, vegano. E fica maravilhoso!", garantem as sócias. "Pessoas não veganas adoram, muitos clientes não são veganos, mas gostam da proposta", complementam. Para além dos alimentos, as embalagens do restaurante são biodegradáveis e compostáveis.
Segundo Candy e Barbara, os queridinhos do público são o combinado especial (R$ 42,90), composto por uma variedade dos sushis da casa, e os sushirritos de cogumelo ou tofu frito (R$ 35), uma mistura de burrito com sushi.
Vegetarianismo em Brasília
Resultado de uma parceria entre José Guidini e o filho Fernando Guidini, o restaurante Nutri Vida (CLN 403) é, desde julho de 2017, ponto de encontro dos vegetarianos e veganos da cidade. Antes mesmo da idealização da casa, os sócios já eram adeptos da dieta com restrições animais, surgindo, assim, a vontade de inaugurar o negócio.
O restaurante funciona em regime de buffet (R$ 69,90), com mais de 30 opções variadas. Os principais destaques são o peixinho da horta orgânico vegano sem glúten, a coxinha de jaca vegana e o churrasco vegano.
Veganismo artesanal
O restaurante vegano comandado pela família Souza, Apetit Natural, começou como um food truck vegetariano que evoluiu para um restaurante. “Servimos de pamonha a feijoada, temos um leque muito grande de opções muito saborosas. A maior parte da matéria prima, nós produzimos. Os pães, os leites e os queijos vegetarianos são para proporcionar um gosto bom às pessoas”, garante Sara Souza, porta-voz do restaurante. Os grandes destaques no buffet da casa (R$ 64,90 kg), que também explora as áreas de confeitaria e padaria, a feijoada, servida às sextas-feiras e aos domingos, e os diferentes sabores de pizza.
Pioneirismo vegano na cidade
Aberto desde 2018, o Casinha Café começou como um projeto de Lívia Aquino, que, ao ver a dificuldade de encontrar na rua opções veganas, viu a oportunidade de começar um negócio, se tornando dona de um dos primeiros restaurantes veganos de Brasília. Em 2020, Lívia começou a dividir o título de proprietária com Luana Isidro, ambas veganas e da área da gastronomia. “O diferencial do Casinha é, sem dúvida, ser um espaço pensado por veganas que adoram comer bem. Temos muito cuidado e ficamos animadas ao criar pratos”, garantem as donas do Casinha. Segundo Lívia e Luana, os preferidos do público são a feijoada cogumelada (R$ 32), o waffle de banoffee (R$ 22) e o fradinho burguer (R$ 28), feito de hambúrguer de fradinho com molho agridoce, alface e maionese de couve-flor no pão rosa.
Afro-afetividade por meio do veganismo
O Cantinho de Caburé Cozinha Vegana é um restaurante afro-afetivo administrado pelo casal Tássia Aguiar e Ray Preta. A iniciativa nasceu durante a pandemia com a venda on-line de lanches veganos produzidos na casa das duas, eventualmente transformado em uma loja física. "Transformamos o Cantinho no que sempre sonhamos, uma casa restaurante alegre e acolhedora que oferece aos clientes uma culinária autoral, artesanal, afro-afetiva e totalmente vegana", enfatizam as proprietárias.
Os pratos de destaque do restaurante são a coxinha de carne de jaca (R$ 10) e o sanduíche de nuggets do Cantinho (R$ 35). "Os salgados do Cantinho ganham o coração dos paladares mais difíceis de agradar, até quem não é vegano ou vegetariano ama", ressaltam.
Onde comer?
Cura Cozinha Orgânica
Estação Ecológica Jardim Botânico de Brasília
De terça a sexta, das 12h às 16h
Sábado e domingo, das 12h às 17h
Japa Vegana
CLN 407, bloco C, loja 57
De segunda a domingo, das 11h às 22h
Casinha Café
CLN 411, bloco D, loja 41
De segunda a sexta, das 12h às 20h
Sábado e domingo, das 10h30 às 16h
Apetit Natural
CLN 407, bloco B, loja 47
De domingo a quinta, das 8h às 21h30
Sexta, das 8h às 15h
Nutri Vida
CLN 403, bloco C, lojas 75/79
De segunda a sexta e domingo, das 8h30 às 15h
Cantinho de Caburé Cozinha Vegana
QE 15, conjunto F, casa 20 — Guará
De quinta a domingo, das 13h às 21h
Correio Braziliense quinta, 23 de março de 2023
DJ JAMAIKA SE ENCANTOU: ÍCONE DA CENA UNDERGROUND DO RAP DE BRASÍLIA MORRE AOS 55 ANOS DE IDADE
Morre DJ Jamaika, ícone da cena underground do rap de Brasília
O DJ conhecido pelo hit "Tô só observando" e "Do pó ao pó" deixa os fãs de rap órfãos de sua presença e talento
ET
Ellen Travassos
AP
Ariadne Poles*
postado em 23/03/2023 08:44 / atualizado em 23/03/2023 08:59
(crédito: Divulgação)
Jefferson da Silva Alves, mais conhecido como DJ Jamaika, morreu nesta quinta-feira (23/3), aos 55 anos. Ele foi um dos maiores cantores de rap do Distrito Federal e da música nacional. O cantor, que ficou conhecido por ter participado "na linha de frente" do grupo Câmbio Negro, começou sua carreira com o aclamado grupo de rap e depois montou, com seu irmão, Kabala, o grupo - também de rap - Alibi.
Logo depois tornou-se evangélico e recomeçou a carreira cantando e compondo no segmento de hip-hop cristão. "Dj Jamaika foi um dos mais importantes artistas do Rap Brasileiro. Ele foi um dos percussores do então chamado de "Estilo Rap do DF".
O produtor do DJ, Rafa Santoro disse ao Correio que "Ele criou uma identidade para o Rap do Cerrado copiado por muitos em todo Brasil que depois continuou a evoluir em diversos estilos diferentes mas que marcam o típico som do DF. O seu legado é impressionante. Tive a honra de trabalhar lado a lado com ele em diversos projetos que viraram hits nacionais."
Jamaika já vinha enfrentando câncer nos últimos anos. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.
Na página oficial do cantor, no Instagram, a nota de falecimento que foi postada, faz alusão à algumas de suas músicas no texto e diz o seguinte:
"Tó só Observando a sua partida, mas infelizmente. Do Pó ao Pó, todos nós iremos um dia. Se Conselho Fosse Bom, ele certamente teria deixado um para nós: a mensagem de seguir nossos sonhos, e dar Uma Chance para nós mesmos. Dj Jamaika ficou conhecido por suas músicas marcantes, desde o Rap do piolho até 2 Malucos Num Opala 71. Seu legado musical será eterno! Saiba que você deixou uma marca inesquecível no mundo da música e na vida de todos que tiveram o privilégio de te conhecer. Eu Profetizo que seu talento e dedicação continuarão inspirando muitos artistas com um Perfume de Gardênia que nunca se apaga. Descanse em Paz, DJ Jamaika, finalmente você vai dar trabalho pros anjos."
Aguarde mais informações.
*Estagiária sob supervisão de Thays Martins
Correio Braziliense quarta, 22 de março de 2023
MARATONA BRASÍLIA 2023: 5 ACESSÓRIOS INDISPENSÁVEIS PARA A PROVA
5 acessórios indispensáveis para a Maratona Brasília 2023
Relógio de corrida, fone bluetooth e pochete com preços promocionais estão entre os itens que podem auxiliar no preparo físico para a prova
CV
CB Vitrine
postado em 20/03/2023 18:09 / atualizado em 20/03/2023 21:46
(crédito: Getty Images/iStockphoto)
Por CB Vitrine
No dia em que a capital federal completa 63 anos, o Correio Braziliense voltará a realizar a tradicional Maratona Brasília. A prova acontecerá em 21 de abril, com largada e chegada no Eixo Monumental, região central da cidade. Para quem busca motivação para as provas de 5km, 10km e 42km, aí vai o conselho de um brasiliense que ama corrida e não perde uma edição da Maratona: “É um percurso relativamente fácil, com uma leve subida no início, sendo que a volta é boa parte plana com descida. Vale a pena participar e prestigiar o aniversário da nossa capital”, garante o educador físico Gui Pereira.
Independentemente do percurso escolhido, é preciso preparo físico e os acessórios que oferecem conforto e melhoram o desempenho podem ser grandes aliados! O relógio de corrida da Garmin com GPS mede a frequência cardíaca e armazena atividades para aperfeiçoar a performance. Além das notificações inteligentes, transmite instruções em áudio a partir da conexão com seu smartphone, incluindo a quantidade e o tempo de voltas em um determinado percurso. E que tal incluir no rol de aquisições uma pochete de corrida fitness para guardar o celular e a garrafa, sem perder o conforto? O modelo que a Vitrine CB garimpou é de neoprene, resistente a líquidos e com saída para fone de ouvido. Por falar em fone, eles são indispensáveis para dar ritmo à prova. Então conheça essa opção sem fio, da JBL, que está em promoção na Amazon.
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TODOS OS SOTAQUES DE BRASÍLIA: MIGRAÇÕES,INFLUÊNCIAS E IDENTIDADE
Todos os sotaques de Brasília: migrações, influências e identidade
Formada por pessoas oriundas de norte a sul do Brasil, a capital carrega consigo uma miscelânea cultural e linguística que leva à dúvida: Brasília tem sotaque próprio?
LM
Letícia Mouhamad* e Eduardo Fernandes
postado em 19/03/2023 06:00
(crédito: Arquivo pessoal)
Não é preciso ser fã de cinema nacional para conhecer longas que conseguem exprimir, por meio de seus personagens, a vasta diversidade cultural — e linguística — do Brasil. Do sossegado "não sei, só sei que foi assim", de Chicó, em O Auto da Compadecida, ao marrento "meu nome agora é Zé Pequeno, por**", em Cidade de Deus, temos acesso à representação (ficcional e, por isso, passível de estereótipos) de determinados grupos pela forma como se comunicam.
Nos anos 1950, por exemplo, o ator e cineasta Amácio Mazzaropi ganhou notoriedade por interpretar o famoso "caipira" paulista, com um sotaque bastante marcado e que, ainda hoje, é percebido em algumas localidades. De norte a sul, nos demais estados do país, não é diferente: comunidades distintas cultural e/ou territorialmente tendem a possuir marcas linguísticas variadas, seja na entonação, seja no vocabulário, ou até mesmo na concordância entre pronomes e verbos.
E em Brasília, isso também acontece? Podemos dizer que aqui existe tal variedade? Bom, para responder a essa pergunta, é preciso considerar a recente, mas imponente, história da capital. Se você é brasiliense em torno dos 20 ou 30 anos, provavelmente tem avós que vieram de outros estados e pais que se recordam de escutar Legião Urbana no rádio; na escola, estudou sobre JK e fez passeios pelos monumentos da cidade. Hoje, quando você pensa acerca dos sotaques, percebe-se, possivelmente, com um falar "neutro".
Nesta edição, conversamos com linguistas para desvendar — e destrinchar — o assunto. O objetivo não é apresentar resultados definitivos, dado que a língua, enquanto um sistema vivo e dinâmico, está sempre em transformação, mas mapear o que se pode avaliar sobre o falar de Brasília até o momento. Além disso, vamos abordar a diversidade de sotaques (e, consequentemente, de culturas) que existem na capital, assim como mostrar os danos do sutil, mas doloroso preconceito linguístico.
Para além do "véi"
Um dos maiores prazeres da geofísica Aline Pádua, 31 anos, é certamente viajar. Sempre que pode, prepara as malas e coloca o pé na estrada, mesmo que seja a trabalho. Quando o sotaque dos lugares em que visita costuma ser mais marcado, é logo percebida pelos moradores locais, por conta da sua fala, como turista. Em nenhuma das situações, porém, conseguiu ser identificada como brasiliense.
Para a jovem, isso se deve ao fato de Brasília ainda não ter um sotaque bem definido e com características próprias. "Acredito que, até o momento, a mistura de outras variedades linguísticas persiste na cidade", completa. Em seu contexto, inclusive, cresceu com influência dos falares de Pernambuco, proveniente dos pais, e de São Paulo, oriundo dos primos. Destes últimos, que visita frequentemente, adquiriu a gíria "mano".
"Percebo que meus pais, como estão há mais de 30 anos aqui, perderam grande parte do sotaque, com resquícios apenas na pronúncia", comenta. A abertura das vogais /e/ e /o/, por exemplo, como quando falamos a palavra "ElEgante", desapareceu. Já o traço de alçamento das vogais, isto é, a articulação dos sons /e/ e /o/ como /i/ e /u/, respectivamente, manteve-se. Neste caso, eles pronunciam "querida" e "gordura" como "quirida" e "gurdura".
Já com relação ao seu próprio dialeto, se comparado aos demais, Aline destaca estar no vocabulário a maior diferença. O "véi" está presente na fala há tempos e recorrentemente. "Tesourinha", "pardal", "balão" completam a lista. Vale lembrar que tais palavras podem ser consideradas como características daqui, pois possuem significados distintos daqueles de origem, gerando confusão em quem visita a capital.
Afinal, Brasília tem ou não tem sotaque?
Segundo a sociolinguista, professora da Universidade de Brasília (UnB) e brasiliense "com orgulho" Rosineide Magalhães, sim, a capital tem sotaque! E, diferentemente do que o senso comum classifica como neutralização, o processo ocorrido em nosso dialeto chama-se focalização. Trata-se da escolha, inconsciente, do falante pela suavização na pronúncia do "s" e do "r", que, na variedade carioca, por exemplo, é bastante perceptível. Ademais, a forma de falar não é tão cantada ou arrastada, como nos dialetos do Sul.
Para Cíntia Pacheco, pesquisadora e professora da UnB e coordenadora do Projeto Variação Linguística no Centro-Oeste (Valco), o sotaque brasiliense, de uma forma geral, é menos marcado, como o de um apresentador de telejornal nacional. As influências das variedades de vários lugares do Brasil ocorreram em peso nas duas primeiras gerações, em um processo conhecido como difusão dialetal.
A partir da terceira geração (já com filhos de pais brasilienses), passa a haver uma identidade própria que começa a diferenciar Brasília dos demais estados. "A ausência de marcas muito específicas é uma das nossas características, entretanto, já há marcas percebidas por quem não é daqui, como o "s" sibilante e prolongado, o ditongo em sílaba final ("arroizsss") e a curva melódica das palavras", explica.
As pesquisadoras concordam que, no que tange ao léxico, as maiores variações estão relacionadas ao trânsito e aos meios de transporte, como nas palavras "pardal", "zebrinha", "baú" e "camelo". Além disso, abreviaturas como "bacu", "cachu" e "perifa" são comuns, somadas às gírias "véi", "cabuloso" e "tá de boa". Em relação à morfossintaxe, o emprego do pronome "tu" sem concordância (neste caso, um processo comum na maior parte do Brasil) é também uma marca do dialeto brasiliense.
Miscelânea cultural
Conforme o estudo A fala brasiliense: origem e expansão do uso do pronome tu, da pesquisadora Carolina Andrade, a constituição de Brasília é oriunda especialmente de Minas Gerais, de Goiás e de estados nordestinos. Em 1960, a maioria da população era da região Nordeste (42%), seguida do Sudeste (31%), Centro-Oeste (23%), Sul (2%) e Norte (1%). Em 2009, metade da capital já era proveniente do próprio DF.
Com o tempo, mais brasiliense e menos carioca
Dayse Gonçalves Zottich, 60, e Marcos Aurélio Pereira Zottich, 63, estão na capital federal há duas décadas. O casal carioca veio para Brasília pela primeira vez em 1988, ficando cerca de oito anos em terras candangas. Novamente, em 2000, os dois vieram para ficar, dessa vez fixamente.
Marcos, na época, era oficial do Exército. Hoje, com ambos aposentados, eles aproveitam as belezas que o fizeram se apaixonar pelo quadradinho. "O que eu mais gosto daqui é essa imagem, esse visual do horizonte, as coisas bem abertas, o ar livre é maravilhoso. Por mais que tenha muito trânsito, a gente olha pro lado e não se sente preso nem apertado", complementa Marcos.
Tanto marido quanto esposa, em razão do longo tempo morando longe do Rio de Janeiro, ressaltam que o sotaque foi se esvaindo no decorrer dos anos. Apesar de muitas pessoas ainda conseguirem identificar o "carioquês" quando eles se comunicam, o tempo tratou de deixá-los mais brasilienses do que cariocas.
Mas, quando retornam à Cidade Maravilhosa, o casal destaca que familiares e amigos mal reconhecem o modo de falar dos dois. E, claro, é só passar um tempinho ao lado deles que as coisas voltam a ser como eram antes. "Quando eu passo um mês lá, sinto que volto falando um pouco mais carregada. Acredito que o meu sotaque aparece um pouco mais", diz Dayse.
De família nordestina, Marcos, no entanto, conta que nunca teve uma fala muito carioca. Ele descreve que o pai, que trabalhava como vendedor, viajava bastante por conta da profissão. Com isso, viveu boa parte da adolescência no Recife. "Mesmo assim, amigos ou até desconhecidos com quem a gente conversa me perguntam se sou carioca", enfatiza.
Apesar das décadas acumuladas na capital do país, Marcos reitera que nunca se identificou muito com a forma de falar do brasiliense. Camelo, tesourinha e outras gírias mencionadas por ele mal entram em sua cabeça. Por isso, em contramão a esse linguajar, o que ele mais absorveu da cidade projetada por Niemeyer é o estilo de vida. Algo que o militar aposentado não quer abandonar. "Curtir o pôr do sol, caminhar no Eixão, frequentar o Lago Paranoá no domingo. Essas são as coisas que realmente aprendemos", afirma.
"O meu sotaque virou militância"
Quando chegou a Brasília, há duas décadas, a escritora e jornalista Waleska Barbosa, 47 anos, havia acabado de se formar. Com grandes expectativas profissionais, veio à capital acompanhada de uma mala, duas caixas de livros e muitos sonhos. A caminhada não foi fácil e foram poucos as ocasiões em que não escutou a pergunta "por que você não perdeu o seu sotaque?"
Natural de Campina Grande, na Paraíba, aos poucos, ela aprendeu a devolver a questão: "Por que preciso perdê-lo? Você faz essa mesma pergunta a uma pessoa do Rio de Janeiro, por exemplo?". A ciência da resposta só reforçava o que já sabia — e sentia. A exclusão pelo som da sua voz dizia muito sobre o preconceito racial, regional e, principalmente, linguístico dos outros.
Certa vez, numa entrevista de emprego em uma emissora de televisão, o diretor, ao ler alguns dos seus textos, ficou maravilhado e disse-lhe que ninguém escrevia como ela. Quando escutou sua voz, porém, desistiu de lhe contratar. Noutra ocasião, foi impedida de gravar programas de rádio que havia produzido e montado. "Os programas eram os melhores. Mas a voz não podia ser a minha", recorda-se. Aventurar-se, profissionalmente, a falar "com a boca", como pontuou, foi um desafio, justamente pelos traumas relacionados à discriminação. Mas Waleska não se rendeu.
Em 2021, publicou o livro Que o nosso olhar não se acostume às ausências, no qual aborda, por meio de crônicas, prosas poéticas e poemas, questões como os amores e afetos, a violência e o feminicídio objetivo ou simbólico, a maternidade solo, o genocídio do povo negro e o racismo. No texto "A falta", destrincha parte da relação com seu sotaque, quando diz: "Ando sempre ostentando, com orgulho, um 'nordestinês', com o qual me dou muito bem e tenho intimidade". Hoje, para a escritora, sua voz ecoa. É voz.
Meu sotaque, minha marca
Em busca de novas oportunidades de vida e qualidade de estudo, Maria Paula Lopes Gaspar, 21 anos, veio do Amazonas para morar com a irmã, que se mudou para o quadradinho há alguns anos. Estudante de relações internacionais, ela acredita que Brasília proporciona mais possibilidades profissionais. "Muita oportunidade de emprego, aqui tem concurso público e afins. Enfim, estou gostando muito daqui", menciona.
A jovem, que reside na Asa Norte, também gosta do ar livre e da liberdade que a área central do Distrito Federal dispõe. A beleza da arquitetura a céu aberto, além das pedaladas de bicicleta ouvindo música são outras formas de lazer que ela diz não ter encontrado em sua cidade natal.
Desde que chegou à capital federal, em março de 2021, Maria Paula conta que o sotaque chiado não diminuiu. Mas, naturalmente, o convívio com colegas brasilienses enraízam gírias e trejeitos que só são encontrados no DF. Mesmo assim, a fala típica da região Norte ainda permanece intacta, especialmente quando ela visita o Amazonas. "Assim que eu volto de lá, meu sotaque fica 'pior', digamos assim. Mas é porque temos muitas gírias, aqui não tem tanto quanto no Amazonas", completa.
E mesmo morando há pouco tempo em Brasília, a jovem destaca que ainda não sabe ao certo qual é o verdadeiro sotaque do brasiliense. Para ela, a mistura na hora de se comunicar, que vai do jeito mais culto ao mais informal, deixa a percepção um pouco bagunçada, pelo menos no momento de definição sobre esse tal linguajar.
Além disso, uma curiosidade percebida pela jovem é que os moradores de Brasília são mais reservados, pelo menos quando comparados a pessoas naturais de outros estados. "Acho o pessoal daqui totalmente fechado. E eu, bom, sou totalmente o inverso. Faço amizades, falo logo, e eles não, são mais na deles."
Simpatia pelo 'quadradinho'
Juliano Tassinari, 30, veio do Rio Grande Sul há pouco mais de um ano e meio, para expandir seus negócios como empreendedor. Assim como Maria Paula, devido à recente estadia, confessa não ter adquirido tantos trejeitos candangos. "Ainda tenho muito contato, diariamente, com pessoas do meu estado. Mas, aqui, muitas pessoas me perguntam se sou gaúcho", descreve.
Entretanto, os indícios de que as coisas estão mudando começam a tomar forma. O tradicional "tu" usado pelos gaúchos, — inclusive por ele — tem dado lugar para o popular "cê", abreviação muito utilizada na capital. Juliano detalha que tem falado bastante e, muitas vezes, totalmente sem perceber.
Mesmo com a saudade de casa e acreditando que o linguajar candango é realmente diferente, Juliano apega-se ao delicioso chimarrão, que não abandona em nenhum dia. Porém, a dificuldade em encontrar a erva natural da bebida pelas regiões centrais é um obstáculo. Mas, quando acha, a felicidade é tremenda.
Correio Braziliense domingo, 19 de março de 2023
COMBUSTÍVEL: ETANOL OU GASOLINA?
Etanol ou gasolina? Saiba o que vale a pena na hora de abastecer o carro
Especialistas ressaltam que para valer a pena, o litro de álcool deve estar pelo menos 30% mais barato que o da gasolina. Além disso, as características do veículo também devem ser consideradas na escolha
FS
Fernanda Strickland
postado em 19/03/2023 00:01
(crédito: Carlos Vieira/CB)
Com o retorno dos impostos federais, os preços da gasolina comum e do etanol subiram. Mesmo com o etanol tendo um ajuste em uma escala menor, a dúvida que fica para o consumidor é se compensa abastecer com álcool. Para verificar qual produto vale a pena, é necessário analisar, no geral, se o preço do etanol é 30% inferior ao preço da gasolina. Com dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), é possível observar que em apenas dois estados do Brasil vale a pena abastecer com álcool.
O etanol é considerado uma fonte alternativa de abastecimento mais sustentável, porém, a troca pode não ser muito lucrativa. Ao analisar o preço médio de revenda nos estados, referentes à última semana, é possível ver que apenas no Amazonas e no Mato Grosso compensa abastecer com o álcool. Para calcular, basta dividir o preço do álcool pelo valor da gasolina. Explicando a teoria: se o resultado da conta for inferior ao preço do litro do etanol, valeria a pena abastecer com gasolina. O que fundamenta isso é que a eficiência da gasolina é 30% maior do que a do álcool hidratado. (Veja como fazer no quadro)
O economista Otto Nogami, professor do Insper, explicou que, mesmo com o cálculo, cada automóvel tem suas características. "O ideal é pegar o manual do seu carro e verificar essas relações entre etanol e gasolina e estabelecer o seu próprio parâmetro de decisão de abastecer com um ou outro combustível", observou.
De acordo com um levantamento recente feito pela Ticket Log, a gasolina e o álcool são combustíveis que podem ser misturados, porém suas propriedades energéticas e eficiência no desempenho são muito distintas. Isso porque o etanol rende bem menos. O álcool entrega 30% a menos do que a gasolina. Sendo assim, toda essa diferença de performance também pesa no bolso, na hora de escolher entre o litro da gasolina e o litro do etanol.
Em questão de valores, a advogada tributarista do SGL, Eduarda Bolze explica que utilizando esse racional, com a gasolina a R$ 5,54 e o etanol a R$ 4,19, o etanol está 25% inferior ao preço da gasolina e, portanto, é menos vantajoso utilizar a gasolina. "É preciso destacar, ainda, que o consumo do automóvel deve ser levado em consideração", disse.
"Além disso, existem outros aspectos que fazem o preço do etanol e da gasolina variarem, como é o caso da região, valor do ICMS e preço da distribuidora. Mesmo que a incidência dos tributos federais seja a mesma, as referidas questões podem tornar um produto mais barato do que o outro", explicou Bolze. "Por exemplo, o etanol pode valer mais a pena em regiões próximas de usinas de açúcar, uma vez que o custo do deslocamento do produto até o consumidor é reduzido", exemplificou.
Segundo a advogada tributária, o diferencial para análise de vantagem de cada produto é o cenário apresentado pelo mercado. "Se de um lado a gasolina sofre impacto do preço do barril do petróleo no mercado internacional, o etanol é impactado pelo preço das usinas de açúcar. Se o usineiro passa a produzir menos etanol e foca na produção de outros derivados de açúcar, gera um desabastecimento no mercado interno e consequentemente, o produto fica mais caro", disse .
Para Rafael Soares, analista de negócios na Lincros, a escolha entre etanol e gasolina como combustível para o seu veículo dependerá de vários fatores, como o preço de cada um, o tipo de veículo que você tem, o consumo médio do seu veículo e a disponibilidade do combustível em sua região. "Em geral, o etanol é uma opção mais econômica em regiões onde o preço do álcool é inferior a 70% do preço da gasolina", afirmou.
"No entanto, é importante lembrar que o consumo de um veículo é afetado pelo tipo de combustível usado, e o etanol tem um consumo mais elevado em relação à gasolina. Isso significa que, em alguns casos, mesmo que o preço do etanol seja mais barato que o da gasolina, a queima mais elevada pode tornar o uso de etanol menos econômico", pontuou Soares. "Em resumo, a escolha entre etanol e gasolina dependerá de vários fatores, como preço e disponibilidade. Quanto às políticas do governo em relação aos combustíveis sustentáveis, é provável que essas políticas evoluam à medida que o mercado de biocombustíveis e outros combustíveis sustentáveis se desenvolvam."
Entenda a reoneração
O governo anunciou no início do mês, as alíquotas para a reoneração parcial dos combustíveis com a incidência do PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Com o fim da isenção dos tributos, desde 2 de março, o imposto sobre a gasolina teve alta de R$ 0,47 por litro, enquanto o do etanol subiu R$ 0,02.
Levando em consideração a redução de R$ 0,13 no litro da gasolina vendida nas refinarias, anunciada pela Petrobras mais cedo, o impacto final para o consumidor foi em torno de R$ 0,34 por litro, segundo o governo. A reoneração da gasolina e do etanol foi apenas parcial, já que, antes da MP de Bolsonaro, que foi prorrogada por Lula até ontem, os valores chegavam a R$ 0,69 e R$ 0,24, respectivamente.
Na ocasião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que aguardou o anúncio do reajuste da Petrobras para bater o martelo sobre a volta das alíquotas de PIS/Cofins, e afirmou que o retorno da cobrança dos tributos visa corrigir as distorções de uma medida eleitoreira, tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. "Nosso compromisso é de recuperar as receitas que foram perdidas ao longo do processo eleitoral por razões demagógicas, medidas às vésperas das eleições para tentar defender o quadro desfavorável do então governo", disse.
Segundo o ministro, a intenção do governo é promover uma tributação maior sobre combustíveis fósseis, como a gasolina, em comparação com os renováveis, como o etanol, estimulando o uso de produtos mais sustentáveis. "Essa solução atendeu a um princípio ambiental. Nós estamos favorecendo o consumo de um combustível não fóssil, portanto, muito menos poluente do que a gasolina", declarou.
Correio Braziliense sábado, 18 de março de 2023
USO DE CELULAR NA PRIVADA: AUMENTO DE TAXA DE HEMORROIDA
Uso do celular na privada tem aumentado taxa de hemorroida na população
O hábito pode causar também dor de barriga, já que, por ficar mais tempo no sanitário, acaba pressionando o reto e o ânus
CB
Correio Braziliense
postado em 17/03/2023 22:43 / atualizado em 17/03/2023 22:43
(crédito: freepik/Anna Bizon)
O uso do celular enquanto se está "no trono" tornou-se um hábito comum. Há décadas as pessoas costumam levar para o banheiro objetos que ajudem a passar o tempo enquanto as necessidades fisiológicas são feitas. Antes da disseminação da tecnologia, revistas, jornais e livros eram facilmente encontrados em banheiros, mas com a digitalização, os telefones se tornaram companheiros fieis na hora de se sentar no trono de porcelana. No entanto, esse costume pode trazer um revés.
Um estudo publicado na National Library of Medicine, realizado pela Universidade Yuzuncu Yl, na Turquia, estudou a relação entre hemorroidas e o uso de smartphones no banheiro. Com base em observações clínicas, os investigadores do estudo descobriram que o hábito pode levar ao desenvolvimento de hemorroidas e ocasionar dores de barriga.
De acordo com os investigadores, o uso de celular no sanitário aumenta o tempo gasto no banheiro, leva a um aumento da pressão na região anal e ao esforço durante a defecação. Com isso, eles constataram que “é de se esperar um aumento da doença hemorroidária na sociedade moderna". "As pessoas hoje preferem um estilo de vida mais sedentário e participam de uma dieta pobre em fibras, rica em alimentos ricos em calorias e gorduras em comparação com as gerações anteriores. Além disso, os smartphones invadiram quase todos os aspectos da vida cotidiana”.
Para chegar a essa conclusão foram analisados cerca de 100 pacientes com e sem hemorroida, entre 16 e 65 anos, durante sete meses. Segundo os estudiosos, as pessoas que costumam levar o celular para o banheiro, acabam por continuar fazendo força para evacuar mesmo quando já não é necessário, o que dilata os vasos sanguíneos das veias do reto, levando ao surgimento das hemorroidas.
Além disso, levar o celular para o banheiro pode proporcionar a contaminação do aparelho com coliformes fecais e contribuir para a proliferação de bactérias, já que, mesmo que se lave as mãos corretamente, o aparelho não será lavado e continuará infectado.
Fique atento aos sintomas
As hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam. Elas podem ser externas ou internas. Quando externas, têm aparência semelhante a varizes ou a pelotas de sangue e são visíveis na borda do ânus. Já as internas não são aparentes, elas ficam acima do esfíncter anal e causam sintomas mais agudos.
Os sintomas envolvem coceira, que é provocada pelo inchaço das veias, que aumenta a tensão sobre as terminações nervosas; sangramento resultante do rompimento das veias anais, esse pode se apresentar em sangue aguado ou manchas de sangue perceptíveis na roupa íntima ou no papel higiênico; dor ou ardor durante ou após a evacuação; e saliência palpável no ânus.
O tratamento pode envolver desde medicação oral e tópica até cirurgia. Para chegar no diagnóstico e determinar a melhor forma de tratar, é necessário procurar um médico.
Para prevenir o surgimento das hemorroidas existem algumas medidas que podem ser tomadas, entre elas evitar o uso do celular no banheiro. Uma dieta saudável, à base de de alimentos ricos em fibras e frutas frescas, a ingestão adequada de líquidos e prática de atividade física também podem ajudar a evitar a doença. “Lembre-se: banheiro não é biblioteca. Permaneça sentado no vaso sanitário somente o tempo necessário para evacuar. Se não conseguir naquele momento, tente mais tarde. Procure relaxar. Muito esforço afetará as veias que podem já estar enfraquecidas”, ressalta o site do Ministério da Saúde.
Correio Braziliense sexta, 17 de março de 2023
DIA DE SÃO PATRÍCIO: RESTAURANTES QUE SEGUEM A TRADIÇÃO DE CELEBRAR
Quer celebrar o dia de São Patrício? Veja os restaurantes que seguem a tradição
Confira os principais bares e restaurantes da cidade que celebrarão a data do padroeiro dos adeptos da cerveja, com direito a muito chope verde e música irlandesa
IB
Isabela Berrogain
*K
*Giovanna Kunz
postado em 17/03/2023 06:00
(crédito: Mariana Lins )
Anualmente, em meados de março, os moradores de Brasília se deparam com uma celebração especial nos principais bares da cidade. É o Dia de São Patrício, também conhecido como St. Patrick's Day, um dos principais feriados da Irlanda, que, nos últimos anos, tem tomado conta da capital. Um dos santos católicos mais antigos, São Patrício foi responsável por instaurar o cristianismo na Irlanda e ficou conhecido por utilizar o trevo de três folhas como símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), tornando verde a cor que dá tom ao feriado.
Em homenagem ao famoso padroeiro irlandês, os bares mergulham, todo 17 de março, na cultura irlandesa, decorando ambientes na cor verde, comercializando comidas e bebidas tradicionais do país europeu e cultuando a música celta. Na Irlanda, a data comemorativa se assemelha ao carnaval brasileiro — a população toma as ruas do país em busca de diversão e descontração e enche os tão tradicionais pubs europeus, tudo regado à muita cerveja, uma das principais marcas do feriado. "Uma das tradições importadas mais amadas pelos brasileiros, o Dia de São Patrício é muito festejado também na capital federal. Essa data tem tudo a ver com os brasilienses, por serem grandes apreciadores e produtores de cervejas artesanais", destaca Tarsila Travassos, proprietária do Heilige Pocket.
"Onde tem cerveja, tem comemoração de St. Patrick's Day", apontam Vando de Albuquerque e Aylton Tristão, sócios do Godofredo. "Em Brasília, temos grandes fábricas de cervejas artesanais premiadas, reconhecidas nacionalmente por sua qualidade. O Distrito Federal tem se destacado no cenário cervejeiro e isso atrai o público a festas temáticas como essa, que tem como a bebida principal a cerveja", avaliam.
Aos interessados em participar desta celebração mundial, o Divirta-se mais selecionou seis dos principais bares da cidade que entrarão no clima do Dia de São Patrício. Confira!
Godofredo e São Patrício
Em atividade desde 2006, o Godofredo tem como proposta oferecer cervejas artesanais de diferentes estilos — incluindo uma autoral, com harmonizações de pratos diferenciados, num ambiente descontraído. Para comemorar o Dia de São Patrício, o bar preparou uma grande festa de cervejas artesanais, ao som do melhor dos anos 1970, 1980, 1990 e 2000 e apresentação de uma DJ irlandesa, que tocará músicas tradicionais do país em homenagem à data.
Amanhã, das 14h à 0h, a casa oferece aos clientes um open bar (R$ 160) com o chope verde, além de outros 30 tipos de chopes tradicionais e gin tônica verde. Todos os participantes também ganharão uma cartola verde e uma caneca, marcas registradas da celebração. Já para os que preferirem não aderir ao open bar, os diferentes chopes estarão sendo vendidos a partir de R$ 10. Para sustentar a bebedeira, os sócios Vando de Albuquerque e Aylton Tristão indicam o sanduíche argentino choripan (R$ 29,90).
Chope em primeiro lugar
O Primeiro Cozinha de Bar é um bar para todos. O ambiente familiar, que conta com música, comida e brinquedoteca, foi criado com a ideia de remeter às primeiras experiências, como os primeiros passos e a primeira pessoa a pisar na lua. Para celebrar o Dia de São Patrício, a casa contará com decoração especial e danças típicas, embaladas pelo som da Banda N’Alta e Paulo Mesquita e Os Brancos. Além disso, o tradicionalíssimo chope verde (R$ 5,90) fará parte do happy hour até 20h. Para acompanhar a bebida, Paula Orton, gestora do bar, indica a carne de sol (R$ 84,90) e o prato confusão (R$ 74,90), que é um mix de petiscos. “Estamos juntando tudo, decorações, música boa, promoção de chope e petiscos para agregar nesse dia especialíssimo”, garantiu a responsável.
Celebração dos amantes de cerveja
O pub de cervejas especiais Heilige Pocket também entrou no clima de celebração do Dia de São Patrício. A casa, que busca conectar as pessoas em um ambiente descontraído enquanto apreciam uma ampla variedade de cervejas, oferece ao cliente a liberdade de servir a quantidade de chope que ele deseja e pagar por ml.
"O Dia de São Patrício é uma data muito especial para os amantes de cerveja, portanto, sempre comemoramos em grande estilo", garante Tarsila Travassos, proprietária do pub. A programação do fim de semana tem decoração temática, repertório musical especial e, é claro, chope verde (R$ 4,33 - 100ml). Para harmonizar com a leveza e refrescância do chope verde, Tarsila indica o petisco de frango (R$ 30,90) e o bolinho de queijo (R$ 29,90).
Festival Nacional
Neste ano, a celebração Correio Braziliense Chope verde do Heilige Pocket para todo o país”, explica José Araújo Neto, fundador da rede Porks. Os que comparecerem ao festival poderão, também, aproveitar dos saborosos do Dia de São Patrício do Porks — Porco e Chope, principal casa de chope e carne suína do Brasil, será mais especial — a rede promoverá a primeira edição do festival nacional de St. Patrick’s Porks. Durante o evento, não faltará o querido chope Pilsen verde (R$ 5, 300 ml), além de muita música ao vivo. “O Saint Patick’s Day é uma das datas mais esperadas no universo cervejeiro. Com o festival, queremos levar o chope verde hambúrgueres e petiscos do restaurante. Entre os principais destaques, encontram-se o pernil municipal (R$ 16), o sanduíche de pernil de porco marinado por 12h, coberto por queijo mozzarella e cheiro verde, e o porks bacon burger (R$ 17), preparado com burger de costelinha de porco, creme de cheddar e tiras de bacon crocant
Chope verde para os passageiros
Até os que estiverem chegando ou saindo de Brasília poderão participar das celebrações do Dia de São Patrício. Localizado no Aeroporto Internacional, o Living HNK, que tem como objetivo proporcionar aos clientes uma experiência exclusiva com a Heineken, também oferecerá ao público o famoso e tradicional chope verde.
"Por mais que o Dia de São Patrício tenha surgido de uma festa católica nascida na Irlanda, a data, com o passar dos anos, virou sinônimo de cerveja, uma das grandes paixões do brasiliense", garante Paulo Albuquerque, um dos sócios do Living HNK Brasília. Em comemoração, hoje o bar realizará um happy hour das 17h às 19h, com direito a dose dupla de chope (R$ 15,90). Para harmonizar com a bebida, Paulo indica o risoto especial com queijo brie e crispy de presunto parma (R$ 75,9
Festa tipicamente irlandesa
O único bar irlandês de Brasília não poderia ficar de fora das celebrações do Dia de São Patrício! O O’Rilley Irish Pub, idealizado por amigos ainda em 2004, é inspirado nos famosos pubs da Irlanda e promove, semanalmente, com apresentações de bandas locais, regadas a deliciosas cervejas especiais. Hoje, a programação do bar começa a partir das 16h, com apresentações de bandas covers de Coldplay, Queen e U2, com performance especial do grupo Kiaulles, especializada em música celta. Além do chope verde (R$ 4,50 - 300 ml), os clientes do pub poderão desfrutar do especial St. Patrick’s Burger (R$ 19,90), composto por pão brioche verde, hambúrguer defumado, cheddar, cebola caramelizada na cerveja Guinness e bacon.
*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco
Correio Braziliense quinta, 16 de março de 2023
CHAMPIONS LEAGUE: REAL MADRID ASSEGURA VANTAGEM E AVANÇA SOBRE O LIVERPOOL
Champions: Real Madrid assegura vantagem e avança sobre o Liverpool
Merengues cadenciam a posse de bola em meio a um ritmo veloz imposto pelos britânicos e se garantem nas quartas
PM
Paulo Martins*
postado em 15/03/2023 18:56
(crédito: AFP)
Os duelos de copas têm a interessante máxima de classificação através de uma vitória e um empate. Baseado nesta teoria e conservando a qualidade, o Real Madrid teve interessante exibição diante do Liverpool, nesta quarta-feira (15/3), e tinha interesse em manter o zero no placar, mas conseguiu vencer por 1 x 0. O resultado no Estádio Santiago Bernabéu foi suficiente e sobrado para o avanço no certame.
Não somente os locais tiveram uma interessante gerência em meio à luta brava e digna de reconhecimento dos ingleses, mas mantiveram foco na conservação da posse de bola, primordial para serem superiores ao nervoso adversário e liquidar a fatura. A solidez e a eficácia sempre impressionantes dos merengues mantém o favoritismo do atual campeão europeu na tentativa de mais um título.
O jogo
Com a manutenção do ritmo, os merengues não se importaram com a enorme vantagem e continuaram a atacar, tendo três escanteios em dez minutos. Entretanto, houve espaço para o contra-ataque e foi justamente esse o meio pelo qual os Reds chegaram com perigo pela primeira vez, com chute de Darwin Núñez, defendido por Thibaut Courtois aos seis minutos.
Aos 13, foi a vez de Alisson aparecer: após toque de cabeça de David Alaba para perto da trave esquerda do goleiro, Vinicius Junior desviou e parou no toque milagroso do gaúcho. Com 19, o mesmo teve de intervir mais uma vez após chute de Eduardo Camavinga de fora da área, contando com o travessão para evitar o gol mais uma vez.
Ainda que a pressão inglesa fosse boa, a efetividade dos madridistas com a bola era algo imparável. Luka Modric foi mais um a tentar balançar a rede, chutando perto do arco aos 21. O ataque visitante tentava agir, mas era barrado frente às fortes linhas armadas pelos espanhóis, que, em contrapartida, não tinham medo nem preocupação de sair da pressão alta dos adversários.
O Liverpool levou perigo novamente com Núñez apenas aos 32, em bola bem colocada e espalmada por Courtois. Uma nova tentativa surgiu aos 35, com chute de Cody Gakpo, rechaçado pelo guarda-meta belga. Entretanto, apesar da velocidade alta no duelo de parte a parte, não houve nada que abalasse a tranquilidade do Real em relação e à vantagem no primeiro tempo.
Na etapa final, os britânicos cresciam em campo, motivados pela tentativa quase incansável de buscar a remontada, quanto ao nervosismo de seu treinador. Em um ar pouco comum, Jurgen Klopp se mostrava nervoso apesar das substituições feitas sem a melhora desejada ao longo da etapa complementar. Isto desde a dupla defesa de Alisson nas tentativas de Federico Valverde e Karim Benzema, ambas ao sétimo minuto.
O uruguaio e o francês voltaram a testar em novas ocasiões aos aos 17 e aos 23, respectivamente. O Madrid defendia com invejável perfeição e achava alguns contra-ataques. Em um deles, veio o gol: aos 32, Vinicius Junior conseguiu dominar após desvio da bola no ar, passou a Benzema e este tocou para as redes, sem goleiro na meta. Em seguida, o centroavante sentiu dores e foi suprido por Rodrygo. Após o gol, Carlo Ancelotti utilizou do banco de reservas para finalizar com a vitória mínima.
Ficha técnica:
LIGA DOS CAMPEÕES DA EUROPA Oitavas de final - Jogo de volta Real Madrid 1 x 0 Liverpool Estádio Santiago Bernabéu, Madri, Espanha
Real Madrid
Courtois; Carvajal (Vázquez), Eder Militão, Rudiger e Nacho; Kroos, Camavinga (Tchouameni) e Modric (Ceballos); Valverde, Vinicius Junior (Asensio) e Benzema (Rodrygo)
Técnico: Carlo Ancelotti
Liverpool
Alisson; Alexander-Arnold, Konaté, van Dijk e Robertson (Tsmikas); Fabinho, Milner (Oxlade-Chamberlain) e Gakpo; Núñez, Salah e Diogo Jota (Elliott)
Correio Braziliense quarta, 15 de março de 2023
ADESIVOS DE *PIMENTA*: RECONSTROEM NERVOS DE PACIENTES COM NEUROPATIA DIABÉTICA
Adesivos de "pimenta" reconstroem nervos de pacientes com neuropatia diabética
O saldo positivo do estudo é um avanço para a área: os tratamentos atuais envolvem apenas o controle de dor, mas com efeitos colaterais graves
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Talita de Souza
postado em 14/03/2023 22:45 / atualizado em 14/03/2023 22:47
(crédito: Monique Renne/CB/D.A.Press)
Mais do que provocar um sabor marcante em uma refeição, a pimenta tem poder de restaurar nervos danificados por altos níveis de glicose no sangue em pessoas com diabetes. A constatação foi feita em um estudo britânico da Universidade Imperial de London, que averiguou o poder analgésico e curativo do composto químico capsaicina, presente na pimenta, em tratar fibras nervosas em 75 pacientes com neuropatia.
Em parceria com o Sheffield Teaching Hospitals e a Diabetes UK, os pesquisadores da Universidade Imperial de London dividiram o grupo de análise entre aqueles que utilizaram, por três meses, adesivos contendo 8% de capsaicina sob a pele dos locais em que os nervos estavam afetadas — em grande parte sob os pés, onde há dor excessiva — e outros que não utilizaram o composto.
Cada participante registrou, em um diário, como se sentia diariamente, além de serem submetidos a contagens de nervos e nível de sensibilidade de cada um. O resultado final, publicado na revista Frontiers in Neurology, foi surpreendente: os adesivos não só diminuíram a dor dos pacientes com neuropatia diabética com maior prevalência de dor nos pés e na panturrilha, como também teve “um aumento significativo das fibras nervosas” dos locais.
Os pesquisadores comemoraram os resultados. “A perda de fibras nervosas sensoriais e sua função protetora são os principais contribuintes para o desenvolvimento, recorrência ou não cicatrização de úlceras nos pés, levando a amputações, para as quais o adesivo de capsaicina 8% poderia potencialmente fornecer tratamento preventivo”, detalham no relatório. Os cientistas ainda não sabem como o composto químico provocou a restauração.
O saldo positivo do estudo é um avanço para a área: os tratamentos atuais envolvem apenas o controle de dor, mas com efeitos colaterais graves: uma das medidas de controle do incômodo severo da neuropatia é o uso de antidepressivos, cujo efeitos adversos podem provocar mais malefícios do que benefícios.
Correio Braziliense terça, 14 de março de 2023
PREVISÃO DO TEMPO: RAIOS E TROVÕES PARA ESTA TERÇA-FEIRA NO DF
Raios e trovões: confira a previsão do tempo para essa terça-feira no DF
O tempo continua ainda bastante chuvoso, o que favorece a umidade relativa do ar
AP
Ariadne Poles*
postado em 14/03/2023 07:50
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Esta terça-feira (14/3) começa com bastante nebulosidade, em um período marcado por chuvas. "Pancadas de chuva e trovoadas virão, especialmente, na parte da tarde e noite.
Quanto à temperatura, a mínima de hoje pode chegar à 19°C e a máxima pode alcançar 28°C, em todo o Distrito Federal. Apenas no Plano Piloto haverá uma pequena alteração de temperatura, com a máxima de 26°.
A velocidade do vento será de 40 km/h e a umidade relativa do ar terá variação de 55% a 95%.
Correio Braziliense segunda, 13 de março de 2023
OSCAR 2023: MICHELLE YEOH SE TORNA A PRIMEIRA ASIÁTICA A GANHAR O OSCAR DE MELHOR ATRIZ
Michelle Yeoh se torna a primeira asiática a ganhar o Oscar de melhor atriz
Natural da Malásia, Michelle fez discurso emocionado ao subir no palco da maior premiação do cinema ocidental
RN
Ronayre Nunes
postado em 13/03/2023 00:59 / atualizado em 13/03/2023 01:06
(crédito: Kevin Winter/Getty Images/AFP)
O fim da 95ª edição do Oscar, que acabou na madrugada desta segunda-feira (13/3), consagrou o filme Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo. A produção que mergulha nas camadas do multiverso levou sete prêmios: melhor filme, melhor atriz (para Michelle Yeoh), melhor atriz coadjuvante (para Jamie Lee Curtis), melhor ator coadjuvante (para Ke Huy Quan), melhor direção, melhor edição e melhor roteiro original.
HOLLYWOOD, CALIFORNIA - MARCH 12: Michelle Yeoh accepts the Best Actress award for "Everything Everywhere All at Once" onstage during the 95th Annual Academy Awards at Dolby Theatre on March 12, 2023 in Hollywood, California. Kevin Winter/Getty Images/AFP (Photo by KEVIN WINTER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)Getty Images via AFP
O destaque, contudo, foi além do maior prêmio da noite. Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo consagrou Michelle Yeoh como a primeira asiática a ganhar um Oscar na categoria de melhor atriz.
Destaque alemão
Além de Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo, o filme alemão Nada de novo no front também se destacou e saiu com quatro estatuetas na noite.
Correio Braziliense domingo, 12 de março de 2023
GASTRONOMIA: ALIMENTOS SAUDÁVEIS ESTÃO EM ALTA NO DF - SAÚDE E SABOR ME PRIMEIRO LUGAR
Alimentos saudáveis estão em alta do DF: saúde e sabor em primeiro lugar
Vendedores de produtos orgânicos comemoram alta de 20% nas vendas em 2022. Frangos, ovos e hortifruti têm sido os alimentos mais procurados. Público jovem está em busca de consumo mais saudável e sustentável
PM
Pedro Marra
postado em 12/03/2023 06:00 / atualizado em 12/03/2023 09:48
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
O consumo de alimentos saudáveis ganhou força no Distrito Federal. Estimativa da Comissão de Produção Orgânica no DF (CPOrg-DF) mostra que, de 2021 para 2022, o setor teve alta de 20% nas vendas, impulsionado pelo público jovem, que passou a se interessar pela alimentação rica em nutrientes e proteínas sem agrotóxicos. No movimento orgânico desde 1994, o presidente da Comissão, Verinaldo da Silva Souza, 48 anos, conta que os cerca de 500 produtores certificados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária têm vendido mais frangos orgânicos, ovos e alimentos hortifruti, como tomate e cenoura.
Técnico em agropecuário e administração de empresas, Verinaldo explica que as pessoas consomem comida orgânica porque faz bem à saúde, além de existir uma relação com o meio ambiente, sem uso de agrotóxicos. "É um novo hábito que a gente acaba tendo. Atribuo ao estilo de vida, e falo que o alimento orgânico tem uma relação direta com a saúde. Tenho uma filha de seis meses e um de seis anos, e gosto de prezar por uma boa saúde na minha família", opina o comerciante.
Verinaldo explica que o custo-benefício em relação ao produto compensa quando os clientes têm consciência de onde vem o alimento e a forma natural como é produzido. "Às vezes, as pessoas não consomem o produto orgânico porque é caro, coisa de rico, mas quando elas têm consciência, o estilo de vida com alimentos mais saudáveis é melhor e ela se torna um ser humano com mais possibilidade de ser feliz. Comprar um um quilo de tomate, por exemplo, vai estar mais barato que o tomate orgânico, mas você precisa comer a quantidade necessária para o seu dia, com uma boa qualidade", argumenta.
Caminho sem volta
Cliente frequente da loja Korin, na Comercial da 715/714 Norte há sete anos, desde que se curou do câncer de mama, a aposentada Ivete Campos vai a pé de casa, na quadra 105 Norte, até o local, a feira que acontece aos sábados. Semanalmente, ela costuma comprar tomates, carnes e produtos integrais. "Tenho uma afinidade para esse tipo de alimentação. Comecei a praticar pilates, andar de bicicleta e usar o tomate para fazer molho natural", relata.
A escolha por produtos orgânicos é um caminho sem volta para Ivete. Ela desconsidera ir a supermercados tradicionais porque tem receio de ingerir substâncias maléficas ao organismo. "Se eu puder evitar alimentos que não tenham certificado contra antibióticos, produtos que vão prejudicar a minha saúde, prefiro comprar um que tenha a pagar remédios depois para cuidar de algum problema no meu corpo", justifica a moradora da região.
A atenção com a sustentabilidade do planeta é um cuidado a mais para o cineasta Getsemane Silva, 50. Ele reconhece que o valor do alimento passa pela transparência de como é produzido. "Busco qualidade, com menos produtos químicos. É uma tentativa de ser mais saudável, com menos conservantes", avalia. O morador da Asa Sul costuma comprar em mercados e feiras do DF, onde encontra preços parecidos com o varejo. "O preço compensa. Em geral, percebo que é 10% mais caro, mas vale a pena para quem tem condições", compara o consumidor.
Comunidade engajada
A relação de consumidor e produtor também é diferente no mercado de produtos orgânicos. Uma prova é a Comunidade que Sustenta a Agricultura da Florestta (CSA), com chácara em Luziânia, onde cultiva vários alimentos. Os mais consumidos são alface, cenoura, rúcula, banana, cebola, abobrinha e brócolis. "É uma relação de confiança com os clientes, na qual as pessoas sabem para onde vai sair o dinheiro delas, qual família está apoiando financeiramente", contextualiza a dona da marca, Gisely Coité, 40.
Advogada de formação, ela e o marido, Aleixo Leitão, 40, criaram a empresa há nove anos porque era difícil encontrar orgânicos em Brasília para a introdução alimentar da filha recém-nascida. Foi, então, que passaram a plantar verduras no quintal de casa com ajuda financeira de cinco amigos. No modelo da CSA, o cliente pode visitar o sítio da família e ter contato direto com o produtor durante visitas marcadas a cada três meses. Os próximos devem ser em 18 ou 25 de março. "As famílias apoiam um produtor rural que recebe um valor por mês e entrega uma assinatura pautada na economia associativa e colaborativa. Isso é muito bacana porque o produtor não fica desamparado financeiramente. As pessoas pagam para o produtor produzir, e, com a participação do grupo, vão opinar na produção de acordo com sazonalidade", adianta Gisely.
Para adquirir os produtos, a CSA oferece centros de distribuição dos alimentos, que ficam no Gama, onde as cestas são organizadas e funciona o escritório. Mas também são feitas entregas em domicílio, com pontos de convivência para retirada da cesta em Águas Claras, Asa Sul, Asa Norte, Guará e Gama.
Correio Braziliense sábado, 11 de março de 2023
ALIMENTAÇÃO: CIENTISTAS INVESTIGAM AS DIETAS QUE DEIXAM O CÉREBRO MAIS JOVEM
Cientistas investigam as dietas que deixam o cérebro mais jovem
Tecidos cerebrais de adeptos da Mind e da mediterrânea têm a concentração de proteínas ligadas ao Alzheimer equivalente à de indivíduos até 18 anos mais jovens. Para cientistas, descoberta ressalta a importância da adoção de bons hábitos contra as demências
FF
Fernanda Fonseca*
postado em 11/03/2023 06:00
(crédito: Reprodução/Pinterest)
Pessoas que seguem uma dieta rica em vegetais verdes folhosos, bem como frutas, grãos, azeite de oliva e peixes, podem ter um risco menor de desenvolverem Alzheimer. Essa foi a conclusão de um estudo publicado na edição de março da Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia. Por meio de técnicas de neuroimagem, pesquisadores da Rush University Medical Center, em Chicago (EUA), observaram uma associação significativa entre esse padrão dietético e a presença de placas amiloides e emaranhados de tau — complicação ligada à doença neurodegenerativa — no tecido cerebral póstumo de adultos mais velhos. A hipótese é de que esses regimes consigam rejuvenescer o órgão em até 18 anos.
Estudos anteriores demonstraram que dietas à base de plantas, ricas em nutrientes e compostos bioativos essenciais para a saúde do cérebro, como a Mind, a Dash e a mediterrânea, estão associadas a declínio cognitivo mais lento, risco reduzido de demência e melhor cognição. Porém, a compreensão desses mecanismos neuropatológicos permanece limitada. Na tentativa de preencher essa lacuna, os pesquisadores da universidade estadunidense avaliaram os impactos dessa rotina alimentar na presença de indicadores biológicos do Alzheimer.
"A doença de Alzheimer é o distúrbio neurodegenerativo mais comum. Com tratamentos limitados para reverter a perda de memória ou a demência, entender o papel dos fatores de risco modificáveis, como a dieta, pode ter um impacto na saúde pública", afirma a coautora do estudo, Puja Agarwal, pesquisadora do Departamento de Nutrição Clínica da universidade estadunidense.
O estudo observacional acompanhou idosos desde o momento em que se inscreveram no Projeto Memória Rush e Envelhecimento (MAP) até a morte. Na iniciativa, foram coletadas informações regulares sobre hábitos alimentares e ocorrência de Alzheimer. Agarwal e colegas analisaram dados de 581 pessoas com, em média, 84 anos, sem diagnóstico de demência quando entraram na pesquisa e que concordaram em doar o cérebro após morrerem — o óbito se deu, em média, sete anos depois.
Depois de averiguar se os participantes tinham um gene ligado a um maior risco de Alzheimer e considerar fatores de risco, como idade da morte, sexo e ingestão total de calorias, a equipe constatou, na autópsia dos cérebros, que as pessoas que consumiam com maior frequência os grupos alimentares indicados pela dieta mediterrânea apresentavam quantidades de placas e emaranhados semelhantes a serem 18 anos mais jovem. No caso da Mind, essa média foi equivalente a 12 anos. "Descobrimos que aqueles que consumiam uma dieta saudável tinham menos placas amiloides e emaranhados no cérebro, que são as duas características da doença de Alzheimer", enfatiza a autora.
Neurologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, Denise França explica que a causa dessa neurodegeneração segue incerta, mas que há indícios de que o acúmulo das duas proteínas desempenhe um papel fundamental na geração da doença. "Evidências experimentais sugerem que, em concentrações baixas, as proteínas amiloides sejam protetoras dos neurônios em situações de inflamação, trauma, infecção e estresse oxidativo. Mas em concentrações muito altas, elas passam a ser neurotóxicas, danificam as sinapses, formam placas e ocasionam a perda neural", diz. "A proteína tau, por sua vez, em uma pessoa saudável, ajuda a estabilizar as estruturas que permitem a comunicação entre os neurônios, mas, em quem tem Alzheimer, se acumula no interior dos neurônios e faz com que as estruturas colapsem, formando emaranhados."
Estilo de vida
Na avaliação da autora do estudo, as descobertas sugerem que o benefício potencial de diferentes componentes dietéticos depende do consumo combinado com um padrão alimentar geral saudável. "O efeito de um único alimento ou de um grupo não impacta diretamente a patologia da doença de Alzheimer no cérebro humano", explica Agarwal.
A pesquisadora enfatiza que, além de incentivar o consumo de grupos alimentares saudáveis e ricos em nutrientes, como frutas e verduras, essas dietas recomendam uma menor ingestão de comidas com alto teor de gordura e açúcar, o que influencia na saúde cerebral. "A redução da ingestão desses alimentos comprovadamente reduz os fatores de risco cardiovasculares e, por consequência, há um impacto positivo na função cognitiva", complementa França.
Mas Agarwal reitera que, por mais que o estudo tenha ajudado a encontrar um dos mecanismos pelos quais a dieta ajuda a saúde do cérebro, são necessárias investigações mais profundas sobre esse fenômeno. "O mecanismo proposto é que tanto a Mind quanto a mediterrânea são ricas em nutrientes essenciais e compostos bioativos necessários para manter a saúde do cérebro, além de terem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem ajudar a prevenir a carga amiloide e perda neuronal", diz. "Como próximo passo, planejamos investigar outros mecanismos potenciais através dos quais a dieta pode ter um efeito protetor no cérebro, examinando sua relação com fatores vasculares cerebrais e outras patologias."
Correio Braziliense sexta, 10 de março de 2023
GASTRONOMIA: CONHEÇA CHEFS QUE COMANDAM RESTAURANTES DA CIDADE
Mulheres no comando: conheça as chefs que comandam restaurantes da cidade
No mês da mulher, o Divirta-se mais apresenta seis chefs da capital que levam para o brasiliense o melhor da gastronomia nacional e internacional
AT
Anajú Tolentino*
IB
Isabela Berrogain
VM
Vinícius Milhomem*
postado em 10/03/2023 06:00
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O Dia Internacional da Mulher, comemorado na quarta-feira (8/3), foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1970. Desde então, a data é vista como um momento de reflexão, simbolizando a luta histórica das mulheres por igualdade de gênero. Na gastronomia, apesar de falsos estereótipos, como os de "lugar de mulher é na cozinha", chefs em todos os cantos do país ainda enfrentam dificuldades e preconceitos na hora de liderar seus respectivos restaurantes. "A vida profissional de uma mulher é sempre mais difícil. Tento dar sempre o meu melhor e superar as expectativas. As mulheres foram as donas das cozinhas em quase todos os cantos do mundo, no entanto, na cozinha profissional, são discriminadas", desabafa Fabiana Pinheiro, chef do Sallva Bar & Ristorante.
Apesar do longo trajeto que ainda precisa ser trilhado até alcançar a tão sonhada equidade, o cenário tem se mostrado mais otimista. "Acreditamos que a mulher vem finalmente alcançando o espaço que lhe é de direito na nossa cidade. Cada vez mais, vemos mulheres chefiando vários restaurantes, não só dentro da cozinha, mas administrando, investindo, gerindo essa máquina tão complexa que é um estabelecimento gastronômico. E temos a certeza de que a cena gastronômica de Brasília só tem a evoluir com isso", observa Bianca Gregório, sócia-proprietária do Almeria.
Assim como nas mais variadas áreas profissionais, os caminhos na gastronomia têm sido abertos por chefs que são vistas como exemplo. "Nós, mulheres, conseguimos, com muita competência, trazer criatividade, força e a noção de comunidade para dentro da cozinha. Um exemplo disso é a Janaína Hueda, que hoje chefia a Casa Do Porco, o restaurante brasileiro mais premiado da atualidade", aponta Bianca. "Na gastronomia, temos exemplos de mulheres fortes que estão mudando este cenário, como a Anne Sophie Pic, a Renata Vanzetto, Jessica Prealpato. Graças a elas e tantas outras, estamos percebendo uma mudança no conhecimento feminino na gastronomia", cita Ana Victoria, chef do Nolina Pizza.
Comida com afeto
A cozinha é parte do dia a dia de Babi Frazão desde a infância. "Minha mãe sempre cozinhou muito bem e, desde muito, cedo incentivou essa autonomia", relembra a chef do Afeto Restaurante. Desde então, Babi sabia que trabalharia em um restaurante, e, foi assim, que nasceu, em 2021, o Afeto. "O diferencial do restaurante é a nossa comida, claro. Ela tem força e consegue cativar. Comida bem preparada, com bons ingredientes e cuidado em cada etapa", garante.
Os principais destaques da casa, segundo a chef, são o peixe com molho de moqueca (R$ 72), com farofa de alho com dendê e purê de abóbora, e o picadinho de filé (R$ 62), acompanhado por arroz, ovo, farofa de banana e batata frita.
Para além da capital
Foi na França que Roberta Azevedo, antes mesmo de sonhar em abrir um restaurante, teve o primeiro contato com a gastronomia. No país europeu, a chef dividiu moradia com outros estrangeiros, que, semanalmente, dividiam a cozinha para preparar as refeições dos demais, hábito que foi responsável por dar início à uma trajetória de sucesso. Apesar das adversidades da época, Roberta decidiu abrir o Comedoria Sazonal em meio a pandemia. “Eu enxerguei uma oportunidade de trabalho. Eu já trabalhava com gastronomia, mas com eventos, e, além de ficar sem trabalho, percebi o aumento da demanda nos pedidos a serem retirados no local ou serem entregues em casa”, explica. Hoje, o restaurante que, inicialmente, tinha ponto fixo na Infinu Comunidade Criativa, funciona de forma nômade e pontual, expandindo os serviços para além de Brasília. Aos que desejam experimentar dos diversos sabores do restaurante, o menu do local tem como carro-chefe o pirarucu selvagem (R$ 50), acompanhado por molho chimichurri da casa, chibé de farinha d’água com pico de gallo, vegetais braseados, leguminosa da semana e patacones.
Sucesso em expansão
naugurado no auge da pandemia, novembro de 2020, o Almeria Restaurante é sinônimo de sucesso, graças ao trabalho conjunto de Bianca Gregório e da chef Luiza Jabour. Apesar do início conturbado, devido à covid-19, a casa se tornou queridinha dos amantes de gastronomia de Brasília e, neste ano, se expandiu com a abertura da Casa Almeria, que reúne os conceitos de padaria, empório, confeitaria e restaurante em um só local. “A Casa Almeria é um empório, uma padaria com uma proposta diferente, mais descontraída e informal”, define Bianca. Para a sócia-proprietária, um dos pratos que mais se destacam no Almeria Restaurante é o polvo (R$ 125), servido com batata rústica, húmus da casa, farofa crocante e aioli picante. Já na Casa Almeria, a versão do sanduíche de mortadela (R$ 42), feito com focaccia de fermentação natural, mortadela italiana, pesto, coalhada seca e mussarela de búfala, faz sucesso entre os clientes. “É imperdível”, garante.
A brasilidade na gastronomia mediterrânea
A paixão pela cozinha profissional mudou os rumos da chef do Sallva Bar & Ristorante, Fabiana Pinheiro, que se formou em arquitetura, mas seguiu carreira na gastronomia profissional. Em 2001, Fabiana se mudou para a Espanha para fazer um doutorado na área de construção e tecnologia. Ainda na Europa, fez alguns cursos de grandes chefs espanhóis e se especializou na gastronomia local. Em 2011, Fabiana voltou para o Brasil e, com todo o conhecimento adquirido, abriu o primeiro restaurante. Oito anos depois, assumiu a chefia do Sallva Bar & Ristorante.
No restaurante, os clientes encontram um cardápio único, inspirado na cozinha mediterrânea e brasileira. "Aprendi com os espanhóis, franceses e italianos a respeitar e admirar o sabor das boas matérias primas e no Brasil temos excelentes produtos", assegura Fabiana. O prato principal da casa é o Pirarucu ao molho Alfredo (R$ 95), servido com gnocchi de banana da terra. Os ingredientes são escolhidos a dedo pela chef: "Meus fornecedores são parceiros. Sem eles não temos como servir comida boa. Escolhemos nossas matérias primas".
Homenagens a figuras femininas
Resultado de uma união de nove anos entre Pati Egito e Mari Mira, o Jamburita é o segundo restaurante nascido da parceria do casal. Juntas, as duas pesquisam e elaboram diferentes conceitos dos pratos presentes no menu, desenvolvidos e executados por Pati. “Foram diversos serviços prestados no universo gastronômico até chegar na casinha aconchegante que é o Jamburita”, relembra Mari. Apesar de inaugurado quatro meses antes do lockdown, o local foi capaz de encarar a pandemia e sobreviver às condições adversas da época. Atualmente, o restaurante conta com uma equipe inteiramente composta por mulheres. “A busca pelo bem viver e pelo empoderamento das mulheres sempre foi a missão norteadora de nosso trabalho, seja na gastronomia, quanto na produção cultural”, afirma. Durante o mês de março, o restaurante homenageia mulheres das mais diversas esferas, da arte à política. Toda sexta e sábado, no almoço, a casa serve pratos exclusivos inspirados por essas figuras. As opções do cardápio variam de acordo com a sazonalidade dos produtos e inspirações momentâneas, com foco nas regiões Norte, Nordeste e na América Latina. Peixes, camarões e caranguejos fazem parte dos principais pratos da casa, que conta com um ticket médio de R$ 80 por pessoa.